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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO/SP.

PEDRO, já qualificado nos autos da ação penal nº ..., que lhe move a Justiça
Pública, por seu advogado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro
do prazo legal, apresentar

ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS

nos termos do artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, pelos fundamentos de
fato e de direito a seguir expostos.

I - DOS FATOS

Pedro foi denunciado pela suposta prática do crime de estupro de vulnerável,


tipificado no artigo 217-A, do CP, pois, segundo narra a acusação, teria mantido
conjunção carnal com Ana, de 13 anos de idade.
Finda a instrução, o Ministério Público requereu a condenação de Pedro, nos
termos em que denunciado, ressaltando a existência de apontamento de ação penal
em andamento em sua folha de antecedentes.

II - DO DIREITO

(APRESENTAÇÃO DA TESE) Verifica-se, no caso, a ocorrência de erro de tipo, em


razão da ausência de dolo de Pedro. Vejamos:

(PREMISSA MAIOR) Conforme disposto no artigo 20 do Código Penal, “o erro sobre


elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei”.
(PREMISSA MENOR) No caso sob exame, constata-se que o réu não tinha
conhecimento da idade da vítima.
Isso porque, apesar de ela ter apenas 13 anos, apresentou-se como maior de
idade, realmente aparentando ter 18 anos, conforme confirmaram, inclusive, as
testemunhas, o que levou o réu a acreditar nela e, portanto, pensar que praticava
uma relação sexual lícita.
Assim, diante do erro quanto a elemento constitutivo do crime em tela, qual
seja, a idade da vítima (menor de 14 anos), é evidente que o denunciado não agiu
com o dolo necessário à configuração típica subjetiva do delito de estupro de
vulnerável.
Desta forma, considerando-se que não há previsão de forma culposa para tal
crime, verifica-se a atipicidade de sua conduta, conforme dispõe o já mencionado
artigo 20, do Código Penal.

(CONCLUSÃO) Portanto, de rigor a absolvição de Pedro, nos termos do artigo 386,


inciso III, do CPP.

Subsidiariamente, em caso de condenação, deve a pena-base ser fixada no


patamar mínimo legal, por ausência de circunstâncias judiciais desfavoráveis, nos
termos do art. 59 do CP, cumprindo frisar que o apontamento de ação penal em
curso em sua folha de antecedentes não constitui fundamento idôneo para a
exasperação da pena, por violação à presunção de inocência, prevista no art. 5º,
LVII, da CF, conforme a Súmula 444 do STJ.

Ademais, na segunda fase da dosimetria da pena, é preciso observar a


incidência da atenuante prevista no art. 65, inciso III, “d”, do CP, diante da confissão
de Pedro.

Ainda, de rigor a fixação do regime inicial semiaberto, nos termos do art. 33,
§2º, “b”, do CP, diante da fixação da pena-base no patamar mínimo legal, mesmo
que o crime em tela seja equiparado a hediondo, nos termos no artigo 1º, inciso VI,
da Lei nº 8.072/90, em razão do entendimento consolidado acerca da
inconstitucionalidade do artigo 2º, §1º, da referida lei.
Por fim, deve ser arbitrado no patamar mínimo o valor a ser pago a título de
reparação de danos, nos termos do art. 387, inciso IV, do CPP e concedido ao réu o
direito de recorrer em liberdade, nos termos do art. 387, §1º, do CPP.

III - DO PEDIDO

Ante o exposto, requer-se a absolvição do réu, com fulcro no artigo 386,


inciso III, do CPP.
Subsidiariamente, em caso de condenação, requer-se a fixação da pena-base
no mínimo legal (art. 59 do CP), reconhecendo-se a atenuante do art. 65, inciso III,
“d”, do CP, com a fixação do regime inicial semiaberto (art. 33, §2º, “b”, do CP).
Ainda, requer-se seja arbitrado no patamar mínimo o valor a ser pago a título
de reparação dos danos, nos termos do art. 387, inciso IV, do CPP.
Por fim, pleiteia-se a concessão do direito de recorrer em liberdade, com
fundamento no art. 387, §1º, do CPP.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local, 10 de abril de 2017.

Advogado
OAB

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