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Dissertação de Mestrado
Rio de Janeiro
Agosto de 2005.
Leandro Silva Ferreira
Ficha Catalográfica
127f.; 30cm
CDD: 624
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310966/CA
A Deus.
Agradecimentos emocionados aos meus pais, Jerson e Ana Cristina, que tanto
deram de si para minha formação e pelas incomparáveis aulas de vida.
A minha avó Marlucy por estar sempre ao meu lado nas horas mais difíceis desta
conquista.
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Aos meus novos colegas: Joabson, Jair, Carol, Joaquim, Juliana Vianna, Ana
Júlia, Patrícia, Fabio Dias, Patrício, Laerte, Sare, Wellington, Juliana Meneghel,
Zunk, Fabiana, Plínio, Flavio e Álvaro.
Palavras-chave
Materiais compósitos; bambu; pilar; dimensionamento; durabilidade.
Abstract
They had been tested until the reinforcement rupture, columns with bamboo and
steel submitted to loading, in dated previous work of 2002. Mechanical tests had
been carried through in specimens of bamboo removed of columns fractured, with
the aim of analyze its strength after four years, where these bars had remained
inserted in the concrete parts. The result had shown that it did not have loss of the
mechanical characteristics of the bamboo beyond not presenting indications of
alkaline attacks in its vascular system. One concluded that the treatment carried
through of surface of the bamboo, before its insertion in the concrete, using the
product Sikadur 32 gel, revealed be efficient in the maintenance of the mechanical
properties of the reinforcement. In this way, can be conclude after characterization
of the susceptibility of the bamboo to the degradation for insert in the concrete, is
not occurs if this reinforcement has been conveniently treated. A contribution to
the determination of the degree of reliability of the use of this natural material in
structures of reinforced concrete is given.
Keywords
Composite materials; bamboo; columns; design; durability.
Sumário
1 Introdução 20
1.1. Objetivo da pesquisa 21
1.2. Apresentação da dissertação 21
2 Revisão Bibliográfica 23
2.1. Bambu 23
2.1.1. Morfologia do bambu 23
2.1.1.1. Características dos colmos 24
2.1.1.2. Anatomia do bambu 26
2.1.1.3. Estrutura dos nós 29
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4 Procedimento Experimental 75
4.1. Ensaio de compressão centrada 75
4.2. Ensaios mecânicos 76
4.2.1. Ensaio de tração 79
4.2.2. Ensaio de flexão 83
4.2.3. Ensaio de cisalhamento 85
4.3. Análise microscópica 87
Figura 2.9 (a – c) – Interação entre uma ripa de bambu não tratada e o concreto
(Ghavami, 2001). 42
Figura 2.10 – (a) Pilar com seção retangular; (b) pilar com seção quadrada
(Botelho, 1996). 47
Figura 2.11 – Seções e configurações de armaduras mais empregadas atualmente
em pilares de concreto armado (Botelho, 1996). 48
Figura 2.12 – Posicionamento dos pilares na estrutura (Fusco, 1981). 49
Figura 2.13 – Comprimento de flambagem segundo a NBR – 6118/2003. 52
Figura 2.13 – Comprimento efetivo de flambagem de acordo com a vinculação do
elemento (Fusco, 1981). 53
Figura 3.1 – Detalhe da armação dos pilares. 64
Figura 3.2 – Detalhe das armaduras de bambu. 64
Figura 3.3 (a – e) – Posição dos strain-gages na seção transversal e sua respectiva
localização ao longo da ripa (sem escala). 66
Figura 3.4 – Posições dos strain-gages na seção transversal e sua respectiva
localização ao longo da barra de aço. 67
Figura 3.5 – Posicionamento dos extensômetros no concreto dos pilares. 68
Figura 3.6 (a e b) – Detalhe do posicionamento dos extensômetros no concreto. 68
Figura 3.7 – Pilar posicionado na plataforma Amsler. 69
Figura 3.8 – Gráfico tensão x deformação específica do concreto no topo do pilar.
71
Figura 3.9 – Gráfico tensão x deformação específica do concreto no meio do pilar.
71
Figura 3.10 – Curva carga-deformação específica transversal no meio das ripas de
bambu. 72
Figura 3.11 – Curva carga-deformação específica transversal no topo das ripas de
bambu. 73
Figura 3.12 – Curva carga-deformação específica longitudinal no meio e topo das
ripas de bambu. 74
Figura 4.1 – Esquema de montagem do pilar na plataforma de ensaio. 76
Figura 4.2 – Vista superior de pórtico (corte A – A). 77
Figura 4.3 – Detalhe do posicionamento dos macacos hidráulicos. 77
Figura 4.4 – Detalhe na base do pilar. 78
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Figura 4.5 – Ripas de bambu após terem sido retiradas dos pilares. 78
Figura 4.6 – Detalhe da aderência do concreto nas ripas de bambu. 79
Figura 4.7 – Dimensões de um corpo-de-prova de tração. 80
Figura 4.8 – Chapas de alumínio coladas nas extremidades dos corpos-de-prova.
80
Figura 4.9 – Aparato do ensaio de tração – Vista geral da Instron 5500 R. 81
Figura 4.10 – Corpos-de-prova de tração. 81
Figura 4.11 (a e b) – Detalhe do posicionamento dos strain gages. 82
Figura 4.12 (a e b) – Detalhe ensaio de tração no bambu. 82
Figura 4.13 – Dimensões e esquema de aplicação de carga em um corpo-de-prova
sujeito à flexão (Ghavami, 1988). 83
Figura 4.14 – Detalhe do corpo-de-prova de flexão. 84
Figura 4.15 – Detalhe da borracha nos apoios e o posicionamento do corpo-de-
prova. 84
Figura 4.16 – Dimensões de um corpo-de-prova de cisalhamento paralelo às
fibras. 86
Figura 4.17 – Corpos-de-prova de cisalhamento. 86
Figura 4.18 – Detalhe dos entalhes nos corpos-de-prova de cisalhamento. 86
Figura 4.19 – Detalhe do cisalhamento no corpo-de-prova. 87
Figura 4.20 (a e b) – Microscópio eletrônico de varredura – vista geral. 88
Figura 4.21 – Evaporadora de carbono BALSERS CED 030. 88
Figura 5.1 – Detalhe de fissuras perto da base do pilar durante o ensaio. 90
Figura 5.2 – Fissuras ao longo da seção do pilar. 90
Figura 5.3 – Detalhe no ponto de ruptura do pilar B4, visto por três ângulos
diferentes. 91
Figura 5.4 – Detalhe no ponto de ruptura do pilar B10, visto por três ângulos
diferentes. 91
Figura 5.5 – Detalhe no ponto de ruptura do pilar B12, visto por três ângulos
diferentes. 92
Figura 5.6 – Detalhe no ponto de ruptura do pilar AÇO, visto por três ângulos
diferentes. 92
Figura 5.7 (a – g) – Detalhe das ripas de bambu no momento do colapso da
estrutura. 93
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Tabela 1.1 - Razão entre resistência à tração e peso específico de alguns materiais.
20
Tabela 1.2 – Energia necessária na produção dos materiais. 21
Tabela 2.1 – Resultado de ensaios à flexão em algumas espécies de bambu
(Beraldo, 1987). 37
Tabela 2.2 – Resultados de tratamento do bambu e do aço (Ghavami, 2005). 45
Tabela 3.1 – Características dos agregados. 62
Tabela 3.2 – Especificações dos strain gages. 65
Tabela 3.3 – Resistência do concreto em corpo-de-prova cilíndrico. 70
Tabela 5.1 – Valores da força obtida nos ensaios de compressão em 2001 e 2005.
95
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Tabela 5.2 – Resultados obtidos nos ensaios à tração das armaduras de bambu. 101
Tabela 5.3 – Resistência à tração em corpos-de-prova com nó da espécie
Dendrocalamus giganteus. 104
Tabela 5.4 - Comparação da resistência à tração em corpos-de-prova sem nó da
espécie Dendrocalamus giganteus com outros autores encontrados na
literatura. 104
Tabela 5.5 – Resultados obtidos no ensaio ao cisalhamento paralelo às fibras das
armaduras de bambu. 108
Tabela 5.6 - Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras em corpos-de-prova
com nó da espécie Dendrocalamus giganteus. 110
Tabela 5.7 - Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras em corpos-de-prova
sem nó da espécie Dendrocalamus giganteus. 110
Tabela 5.8 - Resultados obtidos no ensaio de flexão em três pontos nos corpos-de-
prova retirados das armaduras de bambu. 114
Tabela 5.9 - Resistência à flexão em corpos-de-prova com nó da espécie
Dendrocalamus giganteus. 117
Tabela 5.10 - Resistência à flexão em corpos-de-prova sem nó da espécie
Dendrocalamus giganteus. 117
Lista de Símbolos
σt Resistência à tração
γ Peso específico
τ Aderência
τ bnt Aderência do bambu não tratado
λ Índice de esbeltez
le Comprimento efetivo de flambagem do pilar
i Raio de giração
Ic Momento de inércia da seção transversal do pilar
Ac Área da seção transversal do pilar
l0 Altura livre
Dimensão da seção transversal do pilar
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h
l Distância entre os nós do pórtico
λ1 Índice de esbeltez de 1a ordem
e1 Excentricidade de 1a ordem
Maior valor absoluto para o momento de 1a ordem ao longo do
Ma
pilar
Menor valor absoluto para o momento de 1a ordem ao longo do
Mb
pilar
Mc Momento de 1a ordem no meio do pilar
Ac Área de concreto
Asl Área da armadura longitudinal
φn Diâmetro da barra de aço
φl Diâmetro da barra de aço da armadura longitudinal
φt Diâmetro da barra de aço da armadura transversal
n Número de barras de aço
s màx Espaçamento máximo entre os estribos
f yk Resistência característica de escoamento do aço
εc Deformação do concreto
εs Deformação do aço
γc Coeficiente de segurança do concreto
γs Coeficiente de segurança do aço
M 1d ,min Momento mínimo de 1a ordem
σf
Módulo de ruptura por flexão
1
Introdução
Nos últimos anos tem sido uma constante na área da construção civil a
preocupação pelo estudo de materiais, equipamentos e técnicas que possibilitem o
barateamento da habitação popular. Os países em desenvolvimento possuem uma
grande reserva de materiais potencialmente utilizáveis. Faz-se necessário o
desenvolvimento e implantação de técnicas de baixo consumo de energia, ao
mesmo tempo em que se incentive a renovação dos produtos naturais.
Há muitos anos o bambu vem demonstrando grandes qualidades para a
construção civil. O bambu é um material leve, flexível, de fácil manuseio e sua
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planta tem crescimento acelerado. Sua leveza associada a uma alta resistência
(Tabela 1.1) torna-o um forte candidato para substituir o aço em estruturas de
concreto armado de pequeno porte.
Tabela 1.1 - Razão entre resistência à tração e peso específico de alguns materiais.
1.1.
Objetivo da pesquisa
de bambu utilizadas como reforço em pilares de concreto armado, por meio das
propriedades mecânicas e análise microscópica desse material. Esse trabalho dá
continuidade ao realizado por Rosa (2002), do mesmo Grupo de Pesquisa,
utilizando pilares armados com bambu e aço, produzidos em 2001, no âmbito do
citado trabalho.
1.2.
Apresentação da dissertação
prova retirados das armaduras de bambu utilizadas como reforço dos pilares
estudados por Rosa (2002).
No capítulo 5 efetua-se a análise dos dados, comparando-os aos resultados
publicados em trabalhos anteriores.
As conclusões são descritas no capítulo 6, onde são discutidas a validade
dos resultados obtidos. A partir da conclusão são feitas sugestões para
continuidade dos estudos dentro desse tema, em trabalhos posteriores.
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2
Revisão Bibliográfica
2.1.
Bambu
2.1.1.
Morfologia do bambu
sujeitas a abalos sísmicos as regiões que apresentam esse tipo de bambu tornam-se
lugares de seguro refúgio quando da ocorrência de terremotos.
Pachymorfo (ou do tipo sympodial): o rizoma pachymorfo é curto e grosso,
de forma curvada raramente esférica, e com uma espessura máxima usualmente
maior que a do colmo. A parte mais alta do rizoma que tem nós sai da terra e
cresce em um colmo. No ano seguinte o broto na parte basal do solo começa a
gerar um segundo colmo, formando assim um conjunto de colmos, o qual é
chamado “bambuzal”. Os maiores gêneros dos bambus sympodial são:
Dendrocalmus giganteus e Bambusa vulgaris.
Metamorfo (ou tipo intermediário anfipodial): o termo metamorfo é usado
para este tipo de bambu porque ele não se adapta nem ao Leptomorfo nem ao
Pachymorfo, e sim à transformação de um no outro.
2.1.1.1.
Características dos colmos
Fibras
Nó
Diafragma
Superfície
lisa e rígida
Internó
Cavidade
Colmo
Espessura
da parede
2.1.1.2.
Anatomia do bambu
Feixe de fibra
Lignina
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Esclerênquima
Parênquima
Vasos condutores
de seiva
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Parênquima
Fibra
Figura 2.5 – Detalhe da seção de fratura do bambu por tração (Liese, 1998).
2 – Revisão Bibliográfica 29
2.1.1.3.
Estrutura dos nós
através dos nós. Na periferia da parede do colmo eles se curvam ligeiramente para
fora e tornam-se conectado com a cicatriz, enquanto na zona interna curvam-se
para dentro e dirigem-se para o diafragma (Liese, 1992).
A estrutura dos nós é mais complexa do que nos internós, já que nestas
regiões ocorrem a principal distribuição de água e nutrientes por meio de intensa
anastomose do sistema vascular (Figura 2.6). Por estes motivos, na região nodal a
composição típica do feixe vascular é parcialmente mudada. As fibras dos colmos
são orientadas ao longo do colmo do bambu, enquanto que nos nós essas fibras se
tornam intrincados de maneira complexa, o que confere a essas propriedades
isotrópicas, promovendo um reforço adicional para o colmo. Os nós têm a função
de prevenir a flambagem devida à flexão (Amada, 1997).
2 – Revisão Bibliográfica 30
2.1.2.
Propriedades físicas do bambu
2.1.2.1.
Peso específico
2.1.2.2.
Teor de umidade
2.1.2.3.
Absorção de água
obteve para a mesma espécie, nas primeiras 24 horas, valores de 18,50 %, 17,00
% e 16,50 % respectivamente para base, meio e topo do bambu.
As medidas das variações dimensionais dos bambus DG e BVS mostraram
maiores acréscimos nas dimensões radiais que chegam até 6 % da seção
transversal após 7 dias de imersão em água. As variações circunferenciais e
longitudinais atingiram até 3,5 % e 0,5 % respectivamente (Ghavami, 2001).
2.1.3.
Propriedades Mecânicas
2.1.3.1.
Resistência à tração
menor resistência.
Segundo Beraldo et al. (2003), a resistência à tração axial do bambu, em
algumas espécies, pode atingir 370 MPa. Isso torna atrativo o uso do bambu como
substituto do aço. Em geral a resistência à tração axial do bambu, com ou sem nó,
situa-se entre 40 MPa e 215 MPa, e o seu módulo de elasticidade varia entre 5,5
GPa e 18 GPa.
Ghavami (1995) estudou a resistência à tração do bambu Dendrocalamus
giganteus, com e sem nó, e encontrou 119,02 MPa e 135 MPa, e módulo de
elasticidade de 11,75 GPa e 14,5 GPa, respectivamente. Já a resistência à
compressão foi, em geral, 30 % menor que a resistência à tração. Lima Jr et al.
(2000) obtiveram valores de resistência à tração para o mesmo bambu na ordem
de 97,51 MPa para os corpos-de-prova com nó, e 277,19 MPa para os corpos-de-
prova sem nó, e módulo de elasticidade de 13,14 GPa e 23,75 GPa,
respectivamente.
Ghavami e Marinho (2001) constataram que a resistência à tração
encontrada na espécie Dendrocalamus giganteus foi da ordem de 224 MPa e
118,83 MPa, na parte intermediária, sem nó e com nó, respectivamente. Na parte
basal e no topo, obtiveram uma resistência à tração de 159,35 MPa e 73,14 MPa e
147,16 MPa e 116,32 MPa, sem nó e com nó, respectivamente. Nas regiões com
2 – Revisão Bibliográfica 34
nó, a resistência diminui. Isto ocorre devido à descontinuidade das fibras nestes
pontos, seguindo a direção do nó.
Culzoni (1986) em ensaios de tração para a espécie Dendrocalamus
giganteus, obteve valores de 148,28 MPa e 110,34 MPa, com módulo de
elasticidade de 12,54 GPa e 11,74 GPa, respectivamente, para corpos-de-prova
sem nó e com nó.
Barbosa et al. (2000), em testes realizados na UFPB, encontrou resultados
para a resistência à tração da espécie Dendrocalamus giganteus de 214,10 MPa
em corpos-de-prova sem nó e 106,20 MPa para corpos-de-prova com nó.
Ghavami e Tolêdo Filho (1992) obtiveram valores de resistência à tração na
base, meio e topo para a espécie Dendrocalamus giganteus, em corpos-de-prova
com nó, de 106,80 MPa, 143,60 MPa e 114,00 MPa, com módulo de elasticidade
de 12,98 GPa, 16,73 GPa e 13,44 GPa, respectivamente e para corpos-de-prova
sem nó, 147,00 MPa, 188,10 MPa e 157,60 MPa, com módulo de elasticidade de
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2.1.3.2.
Resistência à compressão
2.1.3.3.
Resistência ao cisalhamento
MPa, para o corpos-de-prova sem nó e 3,60 MPa, para o corpos-de-prova com nó.
Na região intermediária os valores foram 4,20 MPa e 3,24 MPa, respectivamente,
para corpos-de-prova sem e com nó. Na base, estes valores foram 3,24 MPa para
corpos-de-prova sem nó e 2,34 MPa para corpos-de-prova com nó. Observa-se
que nos corpos de prova sem nó a resistência é maior e se mantém quase uniforme
nas três partes, já nas partes com nó, a resistência é menor e os valores variam
muito.
2.1.3.4.
Resistência à Flexão
2.1.4.
Durabilidade do bambu inserido no concreto
(a) Viga reforçada com bambu exposto ao ar durante 15 anos (Ghavami, 2001).
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Figura 2.7 – Elementos de concreto reforçados com bambu e aço (Ghavami, 2001).
2.1.4.1.
Influência do processo de obtenção das peças de bambu
2.1.4.1.1.
Corte do bambu
uma vez cortada tem perdida toda sua subestrutura (raízes) (Ghavami, 2001).
2.1.4.1.2.
Cura do bambu
2.1.4.1.3.
Secagem do bambu
Após o corte do bambu, o mesmo deve ser estocado a fim de garantir sua
secagem, diminuindo o peso e, portanto, o custo do transporte (Ghavami, 2005).
Dentre os diversos fatores que influenciam a secagem podem ser citados: espécie
do bambu, condições de secagem, espessura da parede do talo e grau de
maturidade (Culzoni, 1986).
A secagem pode ser acelerada com técnicas naturais, mantendo-se a
folhagem por algum tempo após o corte para apressar a perda de água, ou
artificiais, como o uso do calor. Depois da cura, a secagem do bambu pode ser
feita por três métodos diferentes, conforme descritos nos itens seguintes.
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2.1.4.2.
Influência da capacidade de absorção de água
Bambu
t0
Concreto
fresco
a) Modelagem do concreto e
concretagem
Bambu
t0+tc expandido
Fissuras
finais
t0 Vazios
Bambu depois
da cura do
c) Concreto armado endurecido concreto
Figura 2.9 (a – c) – Interação entre uma ripa de bambu não tratada e o concreto
(Ghavami, 2001).
2 – Revisão Bibliográfica 43
2.1.4.3.
Suscetibilidade à deterioração por ataque químico
citados, além desse tratamento servir para melhorar a aderência entre o bambu e o
concreto.
2.1.4.4.
Tratamentos preservativos
2.2.
Pilares
2.2.1.
Conceito de pilares
2.2.2.
Dimensionamento de pilares
x x x
y
Figura 2.10 – (a) Pilar com seção retangular; (b) pilar com seção quadrada (Botelho,
1996).
2.2.3.
Classificação dos pilares
2.2.3.1.
Quanto sua posição na estrutura
2.2.3.2.
Quanto ao índice de esbeltez
2.2.3.3.
Conforme a armadura
O centro fechado com a espiral contínua resiste à carga, mesmo após a casca
romper, até que a tensão de escoamento seja alcançada, após o que não é mais
possível conter as deformações radiais do concreto. No interior da espiral, o
concreto comprimido está sujeito a grandes deformações plásticas que são
maiores e mais fortes que aquelas referentes à espiral (Murashev et al., 1968).
2.2.4.
Índice de esbeltez
le
λ= (2.1)
i
onde
l e – comprimento efetivo de flambagem do pilar;
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Ic
i= (2.2)
Ac
onde
I c – momento de inércia da seção transversal;
l e = l0 + h (2.3)
2 – Revisão Bibliográfica 52
le = l (2.4)
onde
l e – comprimento de flambagem;
l 0 – altura livre;
Viga Pilar
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l
l0
h
Viga
le = 2l le = l le = l/2 le = 0,7 l le = l
25 + 12,5 e1
λ1 = h (2.5)
αb
onde
e1 – Excentricidade de 1a ordem (não inclui excentricidade acidental);
h – Altura da seção transversal do pilar;
λ1 – Deve atender os limites dados:
2 – Revisão Bibliográfica 54
35
≤ λ1 ≤ 90 (2.6)
αb
MB
α b = 0,60 + 0,40 ≥ 0,40 (2.7)
MA
sendo
1,0 ≥ α b ≥ 0,40
onde
M A – Maior valor absoluto para o momento de 1ª ordem ao longo do pilar
biapoiado;
M B – Menor valor absoluto para o momento de 1a ordem ao longo do pilar
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biapoiado.
αb = 1 (2.8)
c) Pilares em balanço:
MC
α b = 0,80 + 0,20 ≥ 0,85 (2.9)
MA
sendo
1,0 ≥ α b ≥ 0,85
onde
M A – Momento de 1a ordem no engaste;
M C – Momento de 1a ordem no meio do pilar em balanço.
2 – Revisão Bibliográfica 55
αb = 1 (2.10)
2.2.5.
Aderência reforço/concreto
A aderência entre o reforço e concreto deve ser perfeita. Em peças nos quais
um elemento reveste totalmente o outro, como pilares de concreto armado, existe
uma certa aderência provocada pelo atrito, além da contribuição da própria
geometria do revestimento (Murashev et al., 1968).
Em um elemento de concreto armado, as cargas externas muito raramente
são aplicadas diretamente ao aço, que as recebe através do concreto circundante.
Tensões de aderência são as tensões cortantes na interface barra de aço/concreto.
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2.2.6.
Recomendações da NBR 6118/2003 para dimensionamento de pilares
Ac – área do concreto.
As armaduras longitudinais devem ser dispostas na seção transversal de
forma a garantir a adequada resistência do elemento estrutural. Em seções
poligonais, deve existir, pelo menos, uma barra em cada vértice; em seções
circulares, no mínimo, seis barras distribuídas ao longo do perímetro.
O espaçamento livre entre as barras da armadura longitudinal, medido no
plano da seção transversal fora da região de emendas, deve ser igual ou superior
ao maior dos seguintes valores:
• 40 mm;
• diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
• 1,2 vez o diâmetro máximo do agregado.
Para feixes de barras, deve-se considerar o diâmetro do feixe como sendo
φ n = φl n , onde φl é o diâmetro da barra da armadura longitudinal, e n é o
2 – Revisão Bibliográfica 57
φ2 1
s máx = 9000 t (2.12)
φl f yk
onde
s máx – espaçamento máximo;
2.2.6.1.
Compressão centrada em pilares curtos não cintados
Acc = Ac − As (2.16)
As
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ρs = (2.18)
Ac
3.1.
Metodologia
Foram ensaiados quatro pilares de concreto armado, dos quais três foram
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f cj = f ck + 1,65s d (3.1)
onde
s d = 4MPa , desvio padrão de dosagem adotado nesse caso;
3.2.
Materiais
3.2.1.
Constituintes do concreto
3.2.1.1.
Cimento
pois o mesmo possui alta taxa de hidratação, iniciando suas reações de hidratação
mais rapidamente e, com isso, evitando que grande parte da água fosse
previamente absorvida pelo bambu. O cimento CP V – ARI usado possui massa
específica de 3,09 g/cm³.
3.2.1.2.
Areia e brita
3.2.1.3.
Aço
3.2.1.4.
Bambu
3.3.
Detalhamento das armaduras
20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20
Pilar B4 Pilar B10 Pilar B12 Pilar AÇO
17
Estribos
17
15 Ø 5.0 c/12 - 68
B10 B4 B12
3.4.
Instrumentação
4 1 8 1 10 1
9 10 11 12
9 2
7 2
8 3
5 4 6 5
3 2 6 3 7 4
RIPAS
20 cm
20 cm
2L 1L 6L 5L
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2T 1T 6T 5T
90 cm
90 cm
4L 3L 8L 7L
4T 3T 8T 7T
AÇO
BARRA 1 BARRA 3
20 cm
20 cm
4 1
1 3
3 2
90 cm
90 cm
2 4
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Figura 3.4 – Posições dos strain-gages na seção transversal e sua respectiva localização
ao longo da barra de aço.
1 LC
20 cm
2 LC
1 TC
2 TC
90 cm
3 LC
4 LC
3 TC
4 TC
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310966/CA
Strain gage
(a) (b)
Figura 3.6 (a e b) – Detalhe do posicionamento dos extensômetros no concreto.
3.5.
Descrição do ensaio de compressão nos pilares
3.6.
Análise dos resultados de compressão axial dos pilares ensaiados
em 2001
Após o ensaio o concreto do topo e da base dos pilares foi quebrado com o
intuito de observar o estado da armadura. No pilar B10 ocorreram pequenas
fissuras, pois o topo da ripa de bambu apresentou esmagamento. Nos demais
pilares as armaduras permaneceram intactas.
As deformações específicas no concreto (meio e topo dos pilares B4, B10,
B12 e AÇO) são apresentadas nas Figuras 3.8 e 3.9. Os gráficos apresentam no
eixo vertical a razão entre a tensão aplicada e a tensão esperada para 28 dias, e no
eixo horizontal as deformações específicas longitudinal e transversal, adotando-se
valores positivos para compressão e negativos para tração.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310966/CA 3 – Descrição dos pilares 71
Nas ripas de bambu, houve problemas com alguns strain gages durante a
concretagem dos pilares, resultando em perda de suas capacidades de
funcionamento. Os gráficos (Figuras 3.10, 3.11 e 3.12) mostram a relação tensão-
deformação específica (longitudinal e transversal) das ripas de bambu tanto no
meio quanto no topo dos pilares.
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Figura 3.12 – Curva carga-deformação específica longitudinal no meio e topo das ripas
de bambu.
4.1.
Ensaio de compressão centrada
Foi feita uma recuperação no topo e na base dos pilares, pois ocorreu um
esmagamento nessa região decorrente de ensaios realizados por Rosa (2002). Foi
utilizado um concreto confinado, de seção circular, com 36 cm de diâmetro, para
evitar novos esmagamentos (Figuras 4.3 e 4.4).
Para fixar o topo do pilar, foi colocado um quadro metálico próximo à
cabeça do mesmo. O quadro foi apoiado ao pórtico de reação por meio de um
parafuso, garantindo-se a sustentação do pilar.
Entre o pilar e as placas de apoio, tanto na base quanto no topo, foram
colocados placas de papelão com objetivo de acomodar quaisquer irregularidades.
O ajuste da posição exata do pilar era facilmente executado com o auxílio do
parafuso que liga o quadro metálico ao pilar e ao pórtico.
Macaco hidráulico
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Pistão
Célula de carga
Perfil metálico
A A
Papelão Placa
Papelão
Placa de apoio
Placas
Pórtico
Macacos hidráulicos
Reforço
no
Pilar
Figura 4.3 – Detalhe do posicionamento dos macacos hidráulicos.
4 – Procedimento Experimental 78
Pilar
Recuperação do pilar
Placas
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4.2.
Ensaios mecânicos
Figura 4.5 – Ripas de bambu após terem sido retiradas dos pilares.
4 – Procedimento Experimental 79
Concreto
4.2.1.
Ensaio de tração
2 a 3 mm
10 mm
50 mm 25 mm 50 mm 25 mm 50 mm
2 mm
e
2 mm
Chapa de alumínio
Instron
Corpo-de-prova
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Vishay
Para cada pilar foram ensaiados quatro corpos-de-prova de bambu com nó, e
quatro sem nó, num total de 24 corpos-de-prova (Figura 4.10).
Com nó
Sem nó
Strain gage
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(a) (b)
Figura 4.11 (a e b) – Detalhe do posicionamento dos strain gages.
(a) (b)
Figura 4.12 (a e b) – Detalhe ensaio de tração no bambu.
P
σt = (MPa ) (4.1)
A
onde
P – carga aplicada durante o teste;
A – área da seção transversal do corpo-de-prova no trecho do encurtamento.
4.2.2.
Ensaio de flexão
P e
≤ 4e
16e
Nó
Fita de borracha
onde
b – largura do corpo-de-prova;
e – espessura do corpo-de-prova;
P – carga;
L – comprimento do vão livre.
onde
MEF – módulo de elasticidade em flexão;
m – inclinação da curva carga x deslocamento;
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b – largura do corpo-de-prova;
e – espessura do corpo-de-prova.
A energia foi calculada como a área sob a curva (carga x deslocamento) até
alcançar a carga máxima. Isto ocorreu, pois a velocidade de deslocamento do
travessão não foi adequada para o tipo de material que foi utilizado, já que o
bambu é um material muito flexível.
4.2.3.
Ensaio de cisalhamento
Eixo de simetria
7 cm
1 cm
7 cm
20 cm
Nó
onde
Acis – área da superfície cisalhada.
4.3.
Análise microscópica
(a) (b)
Figura 4.20 (a e b) – Microscópio eletrônico de varredura – vista geral.
visualização.
5.1.
Compressão axial dos pilares
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Fissura
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Ripa de bambu
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Figura 5.3 – Detalhe no ponto de ruptura do pilar B4, visto por três ângulos diferentes.
Figura 5.4 – Detalhe no ponto de ruptura do pilar B10, visto por três ângulos diferentes.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310966/CA 5 – Apresentação e análise dos resultados 92
Figura 5.5 – Detalhe no ponto de ruptura do pilar B12, visto por três ângulos diferentes.
Figura 5.6 – Detalhe no ponto de ruptura do pilar AÇO, visto por três ângulos diferentes.
5 – Apresentação e análise dos resultados 93
Tabela 5.1 – Valores da força obtida nos ensaios de compressão em 2001 e 2005.
5.1.1.
Deformação específica no concreto
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
65
%fc
60
55
50
45
40
35
30
25 B4 - meio long.
20
15 B4 - meio trans.
10
5
0
-0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2
DEFORMAÇÃO (1/1000)
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
65
60
55
%fc
50
45
40
35 B10 - meio long
30
25
20 B10 - meio transv.
15
10
5
0
-0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2
Deformação (1/1000)
Figura 5.10 - Curva %fc x deformação do concreto, fixados no pilar B10 em ensaios
realizados por Rosa (2002) e em 2005.
5 – Apresentação e análise dos resultados 98
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
65
%fc
60
55
50
45
40
35
30
25 B12 - meio long.
20
15 B12 - meio trans.
10
5
0
-0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2
DEFORMAÇÃO (1/1000)
Figura 5.11 - Curva %fc x deformação do concreto, fixados no pilar B12 em ensaios
realizados por Rosa (2002) e em 2005.
5.2.
Propriedades mecânicas das armaduras de bambu
5.2.1.
Ensaio de tração nas armaduras de bambu
A Tabela 5.2 mostra os resultados dos ensaios de tração nas ripas de bambu
para os pilares B4, B10 e B12.
Tabela 5.2 – Resultados obtidos nos ensaios de tração das armaduras de bambu.
280
Tensão de tração (MPa)
240
Def. Long. CP1
200
Def. Trans. CP1
160
Def. Long. CP2
120
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280
240
200 Def. Long. CP2
160
Def. Trans. CP2
120
80 Def. Long. CP3
40 Def. Trans. CP3
0 Def. Long. CP4
-4000 -2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 Def. Trans. CP4
280
Tensão de tração (MPa)
240
200 Def. Long. CP1
Def. Trans. CP1
160
Def. Long. CP2
120
Def. Trans. CP2
80
40
0
-4000 -2000 0 2000 4000 6000 8000 10000
Deformação relativa (Microstrain)
240
200 Def. Long. CP1
Def. Trans. CP1
160
Def. Long. CP3
120
Def. Trans. CP3
80
40
0
-4000 -2000 0 2000 4000 6000 8000 10000
Deformação relativa (Microstrain)
Figura 5.17 – Diagrama tensão x deformação específica de uma barra de aço CA-50
(Machado 2004).
5.2.1.1.
Análise microscópica nos corpos-de-prova de bambu solicitado à
tração
Figura 5.18 – Amostra retirada após a ruptura no ensaio de tração das armaduras de
bambu (ampliada 200 vezes).
Fibra solta
5 – Apresentação e análise dos resultados 107
Fissura
Fibras soltas
Parênquimas
Parênqui
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310966/CA
Figura 5.19 – Detalhe no ponto de ruptura do bambu quando sujeito a uma carga
tracionada (ampliada 100 vezes).
Fissura
devido a sua superfície ser plana e regular. Observou-se que o conjunto vascular
aparentemente não sofreu ataques químicos por ação da alcalinidade do concreto,
mostrando que o produto impermeabilizante utilizado, Sikadur 32 gel, apresentou
uma boa eficiência nas ripas de bambu.
Por meio da análise microscópica pode-se mostrar que o comportamento das
fibras de bambu não foi alterado e que não há indícios de apodrecimento das
fibras, comprovando a permanência de sua resistência à tração durante esses
quatro anos de imersão no concreto.
5.2.2.
Ensaio de cisalhamento das armaduras de bambu
Módulo de ruptura
Autor
(MPa)
Ghavami e Souza (2000) 3,08
Ghavami e Marinho (2001) 3,37
Ghavami e Marinho (2002) 3,06
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310966/CA
Pilar B4 3,59
Pilar B10 3,24
Pilar B12 4,18
Módulo de ruptura
Autor
(MPa)
Ghavami e Souza (2000) 3,11
Ghavami e Marinho (2001) 3,56
Ghavami e Marinho (2002) 3,88
Pilar B4 5,83
Pilar B10 4,33
Pilar B12 4,27
pelo fato de assegurar a boa aderência entre as fibras de uma mesma ripa,
resistência essa que é bastante solicitada quando da submissão a solicitações que
tendem a provocar fendilhamento ou deslocamento entre as fibras, tal como
acontece quando há flambagem.
Estando os feixes de fibras, que são os elementos resistentes, perfeitamente
unidos e solidários na oposição a uma determinada solicitação, a peça solicitada
poderá apresentar melhor desempenho.
5.2.2.1.
Análise microscópica nos corpos-de-prova de bambu sujeitos ao
cisalhamento
Parênquima Esclerênquima
Figura 5.24 – Detalhe da região de ruptura por cisalhamento ampliada (200 vezes).
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5.2.3.
Ensaio de flexão em três pontos nas armaduras de bambu
Tabela 5.8 - Resultados obtidos no ensaio de flexão em três pontos nos corpos-de-prova
retirados das armaduras de bambu.
Desl Mód Rup Mód Elas Tenac
Corpo P.
no P. Coef Coef Tenac kJ
de máx σf E
máx Var Var (J) mm 2
prova (kN) (MPa) (GPa)
(mm) (%) (%)
C/ nó 2,75 6,05 133,14 4,33 7,96 15,38 6,77 18,98
B4
S/ nó 1,63 7,42 137,81 8,90 8,28 9,85 6,93 25,43
C/ nó 3,42 6,03 120,12 32,08 5,66 50,66 10,53 24,05
B10
S/ nó 2,48 8,57 140,31 30,10 8,82 45,87 13,44 39,16
C/ nó 2,43 5,91 103,76 21,97 4,69 18,74 7,11 18,49
B12
S/ nó 1,73 8,28 123,73 5,68 7,63 11,15 9,53 32,60
A perda chegou até cerca de 16% do valor desse índice para o elemento sem nó.
As Figuras 5.27 (a e b), 5.28 (a e b) e 5.29 (a e b) mostram, para cada pilar,
os gráficos força-deslocamento dos ensaios de flexão em três pontos nas
armaduras de bambu.
3,50
3,00
2,50
Carga (kN)
2,00 CP 1
1,50 CP 2
1,00 CP 3
0,50
0,00
-0,500,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
Deslocamento (mm)
4,00
3,50
Carga (kN) 3,00
2,50 CP 1
2,00 CP 2
1,50 CP 3
1,00
0,50
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
Deslocamento (mm)
4,00
3,50
3,00 CP 1
Carga (kN)
2,50
CP 2
2,00
CP 3
1,50
1,00 CP 4
0,50
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
Deslocamento (mm)
3,50
3,00
CP 1
2,50
Carga (kN)
CP 2
2,00
CP 3
1,50
CP 4
1,00
CP 5
0,50
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
Deslocamento (mm)
4,00
3,50
3,00 CP 1
Carga (kN)
2,50
CP 2
2,00
CP 3
1,50
1,00 CP 4
0,50
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
Deslocamento (mm)
4,00
3,50
3,00 CP 1
Carga (kN)
2,50
CP 2
2,00
CP 3
1,50
1,00 CP 4
0,50
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
Deslocamento (mm)
5.2.3.1.
Análise microscópica nos corpos-de-prova de bambu sujeitos à
flexão
Parênquima
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310966/CA
Figura 5.30 – Amostra retirada após a ruptura por flexão das armaduras de bambu
(ampliada 200 vezes).
Fibras Esclerênquima
Figura 5.31 – Detalhe das fibras de bambu após a ruptura por flexão (ampliada 1000
vezes).
5 – Apresentação e análise dos resultados 119
6.1.
Conclusões
6.2.
Sugestões para trabalhos futuros
AMADA, S.; ICHIKAWA, Y.; MUNEKATA, T.; NAGASE, Y.; SHIMIZU, H.,
Fiber texture and mechanical graded structure of bamboo. Elsevier Science
Limited, 1997, pp. 13-20.
ARAÚJO, J. M., Curso de concreto armado. Editora Dunas, vol 3, Rio Grande do
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310966/CA
Sul, 2003.
JAIN, S.; KUMAR, R.; JINDAL, U. C., Mechanical behaviour of bamboo and
bamboo composite. Journal of Materials Science, vol 27, 1992, pp. 4598-4604.
LIESE, W., The structure of bamboo in relation to its properties and utilization.
Proc Int Symposium on Industrial us of Bamboo, Beijing, China, 1992, pp. 95-
100.
LOPEZ, O. H., Bamboo the gift of the gods. 1 ed Bogotá: D`VINNI Ltda, 2003,
pp. 553.
MORSCH, E., Teoria y prática del hormigón armado. Gustavo Gili, Buenos
Aires, 1952.
TOMMY, Y. Lo; CUI, H. Z.; LEUNG, H. C., The effect of fiber density on
strengtht capacity of bamboo. Journal of Science & Direct, n 58; Hong Kong,
China, 2004, pp. 2595-2598.