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Essa definição de Aristóteles pode ser uma primeira e mais geral elucidação do que
é Metafísica: uma área da Filosofia ou, como ele chamou, uma ciência geral, uma espécie de
ciência mestra ou ciência mãe de todas as ciências. Antes da classificação de Andrônico de
Rodes, o próprio Aristóteles chamava os seus estudos de Metafísica de “Filosofia Primeira”
por se tratar de um conjunto de conhecimentos independentes de qualquer atividade empírica
e de qualquer experiência sensorial.
Apesar de Aristóteles ser considerado um pensador sistemático que ficou conhecido por
classificar as áreas do conhecimento no mundo antigo, devemos reconhecer que existem
relações entre tais áreas. Os estudos de Filosofia Primeira de Aristóteles relacionam-se, por
diversas vezes, com a lógica aristotélica, que também é uma filosofia a priori ou um tipo de
filosofia que independe da experiência sensível e da prática. Mais adiante, no livro quatro da
Metafísica, Aristóteles diz que:
“é evidente, portanto, que a uma mesma ciência pertence o estudo do
ser enquanto ser e das propriedades que a ele se referem, e que a
mesma ciência deve estudar não só as substâncias, mas também
suas propriedades, os contrários de que se falou, e também o anterior
e posterior, o gênero e a espécie, o todo e a parte e as outras noções
desse tipo.”
Noções como gênero, espécie, partes e todo não só aparecem na Metafísica, mas também no
livro Categorias, um pequeno tratado de lógica escrito por Aristóteles. O trecho da Metafísica
citado acima também nos aponta para temas centrais da Filosofia Primeira, ou Metafísica, que
se dedicariam ao entendimento da noção de substância, que seria uma espécie de conexão
que encaixa os objetos do mundo em suas respectivas formas metafísicas.
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Ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado
fenômeno
de princípio da causalidade. Segundo o princípio da causalidade, para tudo o que acontece no
mundo (efeito), existe um evento anterior que teria dado origem a ele (causa), com exceção do
que Aristóteles chamou de “causa não causada”, que abordaremos a seguir.
Segundo a Metafísica aristotélica, existem quatro causas fundamentais que explicam a origem
de tudo o que conhecemos no mundo. São elas:
1. Causa material: diz respeito à matéria da qual algo é feito, como o mármore em uma
estátua de mármore, ou a madeira, em uma cadeira de madeira.
2. Causa formal: é a forma que um determinado objeto ou ser possui. Essa causa também
é, de certo modo, a sua definição conceitual, visto que uma cadeira deve possuir a
forma de cadeira, e uma estátua de mármore representando um deus grego, como
Dionísio, deve ter a forma daquele personagem.
3. Causa final: como o próprio nome diz, essa causa diz respeito à finalidade ou à razão
de existir de um determinado ser ou objeto. Pegando o exemplo da cadeira, a sua causa
final é servir como assento.
4. Causa eficiente: seria aquilo que deu origem a um determinado ser ou objeto, ou seja,
a sua causa primeira. No caso da estátua de Dionísio, a causa eficiente seria o escultor.
No caso da famosa tela Monalisa, a sua causa eficiente seria o pintor Leonardo da Vinci.
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Manobra de voo em que um avião perfaz um trajeto vertical circular semelhante a um laço, indo do voo normal ao
ascendente, aumentando a inclinação com relação ao solo até o voo invertido, realizando um mergulho e finalmente
retornando à situação inicial, ou seja, um movimento infinito.