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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES


COORDENAÇÃO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA
Seminário: 28/05/2019. Metafisica Livro XII. FIL – 1008 - FILOSOFIA
ARISTOTÉLICA. Acadêmicos: Edivar Pereira, Petterson Dayer, Caio
Campos, Diorginys Lyncon.
Metafísica de Aristóteles
A Metafísica é um conjunto de tratados aristotélicos que falam sobre conceitos como
substância, forma, matéria e etiologia1. Metafísica é um conjunto de livros diferentes sobre o
mesmo assunto escritos por Aristóteles. Andrônico de Rodes, um dos últimos discípulos do
Liceu de Aristóteles, foi quem organizou e classificou esses escritos, dando a eles o nome pelo
qual os conhecemos hoje. O quarto livro desses escritos traz, logo em seu início, as seguintes
palavras:
“Existe uma ciência que considera o ser enquanto ser e as
competências que lhe competem enquanto tal. Ela não se identifica
com nenhuma das ciências particulares: de fato, nenhuma das outras
ciências considera universalmente o ser enquanto ser, mas delimitando
uma parte dele, cada uma estuda as características dessa parte.”

Essa definição de Aristóteles pode ser uma primeira e mais geral elucidação do que
é Metafísica: uma área da Filosofia ou, como ele chamou, uma ciência geral, uma espécie de
ciência mestra ou ciência mãe de todas as ciências. Antes da classificação de Andrônico de
Rodes, o próprio Aristóteles chamava os seus estudos de Metafísica de “Filosofia Primeira”
por se tratar de um conjunto de conhecimentos independentes de qualquer atividade empírica
e de qualquer experiência sensorial.

Enquanto as áreas do conhecimento, divididas em suas especialidades, estudam apenas uma


determinada especialidade, ou seja, uma parte do todo, a Metafísica seria responsável por
estudar o todo. Podemos dizer, também de maneira geral, que a Filosofia é o estudo do ser
enquanto ser, ou seja, é o estudo das relações de como as coisas são, como elas se
organizam racionalmente para além da vontade humana e da existência material do mundo.

Apesar de Aristóteles ser considerado um pensador sistemático que ficou conhecido por
classificar as áreas do conhecimento no mundo antigo, devemos reconhecer que existem
relações entre tais áreas. Os estudos de Filosofia Primeira de Aristóteles relacionam-se, por
diversas vezes, com a lógica aristotélica, que também é uma filosofia a priori ou um tipo de
filosofia que independe da experiência sensível e da prática. Mais adiante, no livro quatro da
Metafísica, Aristóteles diz que:
“é evidente, portanto, que a uma mesma ciência pertence o estudo do
ser enquanto ser e das propriedades que a ele se referem, e que a
mesma ciência deve estudar não só as substâncias, mas também
suas propriedades, os contrários de que se falou, e também o anterior
e posterior, o gênero e a espécie, o todo e a parte e as outras noções
desse tipo.”

Noções como gênero, espécie, partes e todo não só aparecem na Metafísica, mas também no
livro Categorias, um pequeno tratado de lógica escrito por Aristóteles. O trecho da Metafísica
citado acima também nos aponta para temas centrais da Filosofia Primeira, ou Metafísica, que
se dedicariam ao entendimento da noção de substância, que seria uma espécie de conexão
que encaixa os objetos do mundo em suas respectivas formas metafísicas.

Teoria das quatro causas


A teoria das quatro causas baseia-se no princípio de causa e efeito, sendo, na verdade, o
primeiro registro histórico desse princípio metafísico e lógico, que também pode ser chamado

1
Ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado
fenômeno
de princípio da causalidade. Segundo o princípio da causalidade, para tudo o que acontece no
mundo (efeito), existe um evento anterior que teria dado origem a ele (causa), com exceção do
que Aristóteles chamou de “causa não causada”, que abordaremos a seguir.
Segundo a Metafísica aristotélica, existem quatro causas fundamentais que explicam a origem
de tudo o que conhecemos no mundo. São elas:

1. Causa material: diz respeito à matéria da qual algo é feito, como o mármore em uma
estátua de mármore, ou a madeira, em uma cadeira de madeira.
2. Causa formal: é a forma que um determinado objeto ou ser possui. Essa causa também
é, de certo modo, a sua definição conceitual, visto que uma cadeira deve possuir a
forma de cadeira, e uma estátua de mármore representando um deus grego, como
Dionísio, deve ter a forma daquele personagem.
3. Causa final: como o próprio nome diz, essa causa diz respeito à finalidade ou à razão
de existir de um determinado ser ou objeto. Pegando o exemplo da cadeira, a sua causa
final é servir como assento.
4. Causa eficiente: seria aquilo que deu origem a um determinado ser ou objeto, ou seja,
a sua causa primeira. No caso da estátua de Dionísio, a causa eficiente seria o escultor.
No caso da famosa tela Monalisa, a sua causa eficiente seria o pintor Leonardo da Vinci.

Primeiro motor imóvel


A noção de primeiro motor imóvel, ou, simplesmente, motor imóvel, é, em suma, a causa não
causada da qual falamos no tópico anterior. O filósofo escolástico Tomás de
Aquino relacionou esse conceito de motor imóvel à ideia de Deus judaico-cristã, pois esse
primeiro motor seria uma causa primeira de todas as causas, ou a origem de tudo, que não
teria sido originada por algo ou alguém. O conceito de motor imóvel aparece no livro XII da
Metafísica de Aristóteles e foi concebido por meio de um raciocínio de regressão intelectual.
Aristóteles, pensando no princípio de causalidade e na experiência prática que nos faz
entender que tudo o que acontece tem um início, opera uma regressão de pensamentos e
constata que, se entendermos que para tudo no mundo existe uma causa anterior, deve haver
um momento inicial onde não haveria mais causas anteriores ou, caso contrário, cairíamos em
uma espécie de loopinfinito2. Esse momento inicial, que causa movimento, mas não é
movimentado por alguém, é o primeiro motor imóvel, ou aquilo que dá impulso, mas não é
impulsionado.
Essa noção é uma das mais importantes da Metafísica antiga por ter o peso de explicar a
origem primeira de todo o universo por intermédio de um raciocínio filosófico.

Substância, forma, matéria, ato e potência


Ao se distanciar das teses idealistas platônicas e das teses imobilistas de Parmênides,
Aristóteles defrontou-se com um problema filosófico: o pensador concebe a existência de
formas (que seriam ideais) e da matéria, que seria mutável. Ambas, na teoria do conhecimento
aristotélica, são verdadeiras e possuem validade, ao contrário da concepção platônica de
conhecimento, que seria composto, em sua verdade, apenas pelas ideias ou formas.
A substância seria o elo de encaixe entre a noção de forma e a noção de matéria, ou seja,
substância é aquilo que permite à matéria adequar-se a determinada forma. Porém, ao assumir
que as formas são imutáveis e a matéria é mutável, haveria um problema de adequação das
matérias às suas respectivas formas ou conceitos. Para resolver isso, Aristóteles introduziu
a noção de distinção entre ato e potência.
Segundo o filósofo, todos os seres e objetos materiais existem em duas formas, uma atual e
uma em potencial. Ato seria a forma atual, aquilo que a matéria é agora, e potência seria uma
forma especial que a matéria guarda dentro de si, isto é, um “vir a ser” ou um “poder vir a ser”.
Toda matéria atual pode transformar-se em suas potências. Quando um determinado ser
transforma-se em sua potência, pode-se dizer que ele se atualizou, ou seja, transformou-se em
uma nova matéria em ato.
Para exemplificar esse raciocínio, podemos tomar emprestada a ideia de que uma semente
existe enquanto semente, ou seja, é semente em ato, mas ela também guarda uma potência
dentro de si: a possibilidade de se tornar uma planta. Quando a semente brota e cresce, ela se
atualiza, tomando uma nova forma e transformando a sua matéria.

2
Manobra de voo em que um avião perfaz um trajeto vertical circular semelhante a um laço, indo do voo normal ao
ascendente, aumentando a inclinação com relação ao solo até o voo invertido, realizando um mergulho e finalmente
retornando à situação inicial, ou seja, um movimento infinito.

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