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Bernt Entschev:

líder influencia as
pessoas pelo seu
comportamento

Revista trimestral nº6 Ano2 Set/09

A revista da pequena empresa no Paraná

Gestão
compartilhada
Boas práticas de governança tornam empresas
mais transparentes e competitivas

4ª edição da Semana Internacionalizar


da Pequena Empresa é um bom negócio
De 5 a 9 de outubro, Sebrae/PR comemora Programa ensina pequenas empresas
Dia da Micro e Pequena Empresa a conquistarem o mercado externo

Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná 99
Índice
PÁG. 52 – FEIRAS E EVENTOS PÁG. 75 – MERCADO
Inovação para a construção civil Internacionalizar é um

Foto: Agência La Imagen


Foto: Agência La Imagen

Também em outubro, de 28 a 30, Maringá sedia o ENINC 2009, bom negócio


aberto para toda a cadeia produtiva do setor. Programa auxilia pequenas em-
presas a se qualificarem e aten-
derem as exigências do merca-
do externo.
PÁG. 57 – ARTIGO

Foto: Divulgação
Carlos Hilsdorf ensina, de forma didática,
como agregar valor e aumentar seus lucros.
PÁG. 06 – ENTREVISTA PÁG. 30 – TENDÊNCIA
A força da classe média A Cultura do RE
Confira entrevista com o jornalista Paulo Henrique Amorim. Para Revitalizar espaços urbanos pode ser uma alternativa para aque-
ele, classe C é o grande mercado consumidor. cer o comércio e o turismo.

Foto: Studio Alfa


PÁG. 34 – TENDÊNCIA
O valor da gestão ambiental
Certificações ganham espaço e
Sebrae/PR sai na frente com o SIGA. PÁG. 80 – MERCADO
Sistema facilita comércio de produtos alimentícios
Equivalência de inspeção dará agilidade ao sistema que libera para
a venda produtos de origem animal no Paraná.
PÁG. 58 – FEIRAS E EVENTOS
PÁG. 40 – TENDÊNCIA Melhor Feira do Empreendedor 2008
Informatização com ‘inteligência’ Paraná, que prepara edição 2010, vence premiação regional con-
75% das pequenas empresas têm computador, mas desafio é cedida pelo Sebrae Nacional. PÁG. 84 – MERCADO
usar sistemas que incrementem os negócios. Pequenos descobrem
oportunidades
Nichos inexplorados, territorialização,
associativismo e formação de APLs
Foto: Agência La Imagen

Foto: Agência La Imagen


PÁG. 08 – CAPA projetam produtos de pequenas em-
presas.
Gestão compartilhada
O sucesso de uma empresa depende da forma como ela é geren-
ciada e a governança corporativa é uma tendência.

PÁG. 16 – CAPACITAÇÃO
Foto: Divulgação

Líder 2.0 PÁG. 44 – ASSOCIATIVISMO


Para ser líder, mais que dedicação, é
necessário ter atitude. Revista Soluções Cooperação na fronteira PÁG. 60 – FEIRAS E EVENTOS
ouve especialistas sobre o assunto. CDT-AL é um elo importante na troca de informações sobre em-
preendedorismo entre os países da América Latina. Saiba mais. Um ‘desfile’ de competitividade
Paraná Business Collection destaca o potencial da indústria têxtil e
do vestuário no Estado.
PÁG. 47 – ARTIGO
José Cezar Castanhar aborda nesta edição as Certificações ISO.
PÁG. 22 – COMPORTAMENTO
Foto: Videographic

Paraná quer formalizar PÁG. 48 – FEIRAS E EVENTOS


55 mil até 2010 FIAR 2009 PÁG. 88 – MERCADO
Conheça a história de trabalhadores informais
que passarão a ter direitos previdenciários e
Sebrae/PR leva soluções empresariais para Rosario, na Argenti- O poder do varejo
na. Confira como foi a participação na maior feira agroalimentar Conheça os resultados do VarejoMAIS, programa do Sistema
empresariais.
do país vizinho. Fecomércio/PR e Sebrae/PR em todo o Estado.

PÁG. 92 – GIRO PELO PARANÁ


Um apanhado dos acontecimentos e eventos envolvendo o
Foto: Adriano Oltramari

Sebrae/PR, nas regiões centro-sul, noroeste, norte, oeste e su-


doeste do Estado.

PÁG. 66 – SERVIÇO
Solução ajuda indecisos

Foto: Arquivo Sebrae


Portal oferece mais de 240 opções de negócios, com informações
sobre mercado, capital de giro e custos. Confira. PÁG. 96 – ARTIGO
Allan Marcelo de Campos Costa, diretor-
PÁG. 50 – FEIRAS E EVENTOS superintendente do Sebrae/PR, avalia os
PÁG. 26 – COMPORTAMENTO Semana da Pequena Empresa PÁG. 70 – MERCADO efeitos do Empreendedor Individual.
Regulamentação operacionaliza Lei Geral Em comemoração ao Dia da Micro e Pequena Empresa, SPED leva TI às empresas
208 dos 399 municípios do Paraná já criaram leis para micro e Sebrae/PR realiza em outubro semana de atividades, com foco no Empresários de micro e pequenas empresas precisam estar aten-
pequenas empresas. empreendedorismo. tos às novas regras do Fisco.

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Sebrae/PR – Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas no Paraná
Editorial
Jefferson Nogaroli
Presidente do Conselho Deliberativo
Boa notícia! O Paraná registrou um aumento no número de empresas abertas nos seis primei-
ros meses deste ano. A maioria delas, micro e pequenas empresas. De acordo com números
Allan Marcelo de Campos Costa da Junta Comercial do Paraná, foram abertas de janeiro a junho deste ano 28.207 novas
Diretor Superintendente empresas. Em 2008, o total foi de 26.454. Ou seja, 1.753 empresas a mais em 2009.

O número de empresas que fecharam as portas no primeiro semestre deste ano também é
Julio Cezar Agostini
um indicador de que a crise não atingiu de forma tão avassaladora os pequenos negócios como
Diretor de Operações
se projetava. O número registrado de empresas fechadas foi menor se comparado com o ano
Vitor Roberto Tioqueta
passado: deram baixa 8.988 empresas em 2009, contra 9.223 em 2008.
Diretor de Gestão e Produção Uma das explicações para esse resultado positivo é o otimismo dos empreendedores que, mesmo
diante do cenário extremamente negativo, mantiveram-se firmes na ideia de abrir novos negócios,
Expediente
respaldados por políticas de incentivos fiscais. Já para justificar a redução no número de empresas
fechadas, podemos, por exemplo, apontar o uso do planejamento antes de abrir uma pequena
Coordenação
empresa como possível variável. Empresários preparados sobrevivem mais.
Renata Todescato
Gerente de Marketing Nesta edição, o leitor confere entrevistas, artigos de opinião, matérias de serviço e reportagens
e Comunicação especiais sobre diversos temas: associativismo, mercado, comportamento, capacitação, tendên-
cias, feiras e eventos. Material jornalístico que tem como objetivo reforçar conceitos, divulgar no-
Edição/Jornalista Responsável vidades e agregar ainda mais conhecimento aos empresários de micro e pequenas empresas.
Leandro Donatti
Registro Profissional - 2874/11/57-PR Destaque para a matéria de capa que trata de governança corporativa e também para a
reportagem especial que aborda a importância da gestão socioambiental pelas empresas. Dois
Reportagens: Adriana Ribeiro, temas muito comuns em grandes empresas, mas ainda pouco explorados pelas pequenas.
Adriano Oltramari, Andréa Bordinhão,
Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, A sexta edição da Revista Soluções – A Revista da Pequena Empresa no Paraná traz ainda
Ellen Taborda, Giselle Ritzmann Loures, reportagens sobre liderança, Empreendedor Individual, municipalização da Lei Geral, revitali-
Katia Michelle Pires, Leandro Donatti, zação de espaços urbanos, inovação na construção civil, oportunidades de negócios, SPED,
Luciana Baroni, Maria Duarte, novo sistema de fiscalização de produtos alimentícios e internacionalização focada nas micro
Mirian Gasparin, e pequenas empresas.
Octávio Rossi e Sílvio Oricolli.
Boa leitura!
Fotos: Claiton Biaggi,
Cristiane Shinde, Hugo Harada, Leandro Donatti, o editor
Luiz Costa, Marcos Zanella e
Wilson Vieira.

Construção coletiva
Colaboraram nesta edição:
Adriana Schiavon Gonçalves,
Dianalu Almeida Caldato,
Leandro Krug Batista,
e Paula Andreia de Castro.
Prezado leitor, nesta edição, a Revista So- empresas. Uma tarefa que, para ter validade
sebrae@pr.sebrae.com.br luções encarta uma pesquisa de opinião. efetiva, precisa demonstrar-se útil para você.
http://asn.sebraepr.com.br Queremos saber o que você acha desta pu-
blicação que já está na sua sexta edição, seu A pesquisa é simples. Basta preencher e enviar
Críticas e comentários, conteúdo, e pontos que precisam ser melho- gratuitamente pelos Correios ou responder pelo
mande um e-mail para rados e trabalhados. Precisamos ainda medir site www.sebraepr.com.br.
revistasolucoes@pr.sebrae.com.br questões logísticas como periodicidade. Hoje, Ajudem-nos nessa construção, afinal a Revista
a Revista Soluções circula a cada três me- Soluções é para você!
Anuncie na Revista Soluções: ses. “Para você, qual a periodicidade ideal?” é
publicidade.revistasolucoes@ uma das perguntas do questionário.
pr.sebrae.com.br
Por que estamos realizando uma pesquisa
Impressão junto aos nossos leitores? Porque assim
como acontece nos projetos desenvolvidos Renata Todescato,
Artes Gráficas Renascer Ltda.
gerente de Marketing e
(Mult-graphic) pelo Sebrae/PR hoje, para nós, o sucesso de
Comunicação do Sebrae/PR
uma proposta como a Revista Soluções de-
Design Gráfico e Diagramação pende de uma construção coletiva. E ninguém
Ingrupo//chp Propaganda melhor que você para nos ajudar nesse pro-
cesso. As suas opiniões e os seus interesses
Tiragem serão a base de nossas decisões. O Sebrae/PR
20 mil exemplares faz questão disso!

Periodicidade Também precisamos saber sobre a aplicabi-


Trimestral lidade dos conteúdos abordados. A Revista
Soluções procura tratar dos assuntos mais
ISSN 1984-7343 atuais no mundo corporativo, sempre focando
o empreendedorismo e as micro e pequenas

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Paulo Henrique Amorim Entrevista
Capacitação
Comportamento
Tendência

A força da classe média


Revista Soluções - Como o senhor vê as para o jovem. O Brasil é o país que passa sistema capitalista e isso é uma novidade
perspectivas econômicas para o Brasil a mais tempo online no mundo. As pessoas para a sociedade brasileira. A demanda Associativismo
médio prazo? ficam três vezes mais tempo online do que de crédito é a locomotiva que puxa a eco- Feiras e Eventos
Amorim - A nova força da classe média assistindo televisão. nomia do mundo. Como exemplo, hoje as
Para jornalista, classe C é o grande mercado brasileira foi o que fez o Brasil segurar a classes C, D e E detêm 67% dos cartões Serviço
Revista Soluções - Quais os efeitos dire-
consumidor que vai ajudar os países emergentes a crise, que fez o Brasil domar a crise. O
tos desta consolidação para os empresá-
de crédito do País.
Mercado
País pela primeira vez conseguiu demons-
continuarem crescendo trar que tem uma economia que reside na
rios de pequenas e médias empresas? Revista Soluções - O Brasil está se con-
Giro pelo Paraná
Amorim - É um mecanismo de retroali- solidando como uma das principais econo-
classe média e não no mercado externo. O
Por Andréa Bordinhão mentação. Os empresários (de pequenas mias do mundo?
polo dinâmico está na classe média. Agora
e médias empresas) estão se beneficiando
eu acho que o pior da crise mundial já pas-
do aumento do emprego com carteira as-
sou. O Brasil enfrentou a crise e no ano
sinada, do aumento do salário mínimo real
que vem deve crescer à base de 4% ao
e do aumento dos programas de apoio
ano. A China deve voltar a crescer acima
social. Tudo isso faz com que o comér-
de 10%. E pronto. A economia fez a cur-
cio tenha comprador. E com dinheiro nas
va, foi embora.
lojas o comércio se movimenta, contrata
Revista Soluções - A classe média está e todo sistema se beneficia. E hoje o se-
consolidada, portanto? tor que mais contrata, de maneira geral,

Foto: Agência La Imagen


Amorim - A classe C cresceu 25% entre é a pequena e média empresa. Uma das
dezembro de 2002 e abril de 2008. E consequências mais fascinantes desse
Foto: Agência La Imagen

hoje representa 54% da pirâmide de ren- fenômeno, na minha opinião, é o fato de


da brasileira. Nós já somos um país de que há uma migração crescente da mão-
classe média. E o mais importante elemen- de-obra feminina do emprego doméstico
to no crescimento da classe média é que para o emprego na área de serviços e co-
aumentou o emprego formal. Estamos no mércio. Ou seja, as mulheres com mais
meio de uma explosão sem precedentes escolaridade vão para empregos fixos,
no mundo e o ritmo de crescimento vol- para se beneficiar de todas as vantagens Amorim - Os membros do BRIC represen- porque obrigou os empresários a reduzir
tará a se acelerar no BRIC quando pas- da carteira assinada. tam 50% da economia do mundo. Isso se seu endividamento e investir em tecnolo-
sarem os efeitos da crise que atingiu os deve à queda das economias ricas, mas gia, especialmente em tecnologia de ges-
Paulo Henrique Amorim, países mais ricos. A distribuição de renda
Revista Soluções - Durante a crise, então,
também porque as economias dos países tão. Além disso, houve a valorização do
jornalista o Brasil se sustentou na demanda interna?
entre ricos e pobres no mundo está se que estavam embaixo foram capazes de Real. Nossa moeda se valorizou para o
Amorim - A demanda interna é a chave da
estreitando. Há um espaço grande para subir, emergir. Cerca de 60% da produção nível de antes da crise porque o superávit
A classe média está aumentando seu acesso ao crédito e está mais confiante expansão do crescimento econômico do
explorar as economias domésticas. Em econômica saem dos países em desenvol- comercial brasileiro se revigorou, ou seja,
consumo e tem mais acesso ao crédito. na sua capacidade de pagamento, inclusi- Brasil. E quando falamos em demanda in-
2030, 2 bilhões de novos consumidores vimento e houve aumento do intercâmbio as empresas brasileiras conseguiram con-
Esta é a dobradinha que o jornalista Pau- ve em longo prazo. “Isso é da essência do terna, estamos falando de um consumidor
entrarão na classe média. comercial Sul-Sul. Os países do BRIC per- tinuar exportando. E agora o Brasil, que
lo Henrique Amorim, conhecido por seus sistema capitalista e isso é uma novidade ávido para dar prosperidade à sua família,
ceberam que os melhores fregueses são diversificou sua pauta de exportação, pode
comentários sobre questões econômicas para a sociedade brasileira”, afirma. E os Revista Soluções - E qual o perfil do con- aos seus filhos. Pela primeira vez o Brasil
os que estão no Hemisfério Sul e inver- continuar vendendo aos países emergen-
em programas televisivos, usa para res- reflexos deste processo, salienta, benefi- sumidor da classe média? deixou de ser uma economia dependente
teram a tendência centenária de se fazer tes, como a China.
saltar o crescimento econômico do Bra- ciam diretamente as médias e pequenas Amorim - As classes C, D e E são nor- do comércio externo para ser como toda
negócios Norte-Norte. E o Brasil tem uma
sil. Ele esteve em Curitiba no último dia empresas, que hoje “são as que mais em- malmente mais jovens. Esse público tem sociedade capitalista forte, ou seja, uma Revista Soluções - Apesar do crescimen-
vantagem. Diferente dos outros países do
21 de julho para participar do lançamento pregam”. um apetite de ascensão social insaciável. sociedade que se baseia no dinamismo to, quais as principais dificuldades que os
BRIC, temos uma constituição que funcio-
da promoção “Liquida Curitiba”, promovi- Essas pessoas querem estudar, querem da demanda doméstica. Além disso, tem empresários de pequenas empresas ainda
Amorim não nega que o bom momento na, um regime democrático, falamos to-
da pela Associação Comercial do Paraná melhorar e todos sabem que educação é a questão do crédito. Está acontecendo o encontram para tocar seus negócios atu-
econômico do Brasil foi ajudado pelos pro- dos a mesma língua, não há conflitos étni-
(ACP) com o apoio do Sebrae/PR. igual à renda. Cada ano que o filho fica fenômeno da “banqueirização” da classe almente?
blemas financeiros nas maiores potências cos e religiosos, não temos problemas de
na escola a mais que o pai significa au- média brasileira. A classe média entrou Amorim - Nós temos os empecilhos de
De acordo com o jornalista, a consolida- fronteira, não disputamos com ninguém
mundiais. Entretanto, mesmo com a pro- mento de 10% na renda. Ele quer ganhar na onda da utilização maciça de crédito, sempre, que são a carga tributária e a ren-
ção da classe média é o fenômeno que nosso espaço, temos sol, água, terra e
ximidade da extinção da crise, o jornalis- dinheiro, quer subir, quer a casa própria, o que significa aumento da capacidade de da, que poderia ser maior. Ainda há muita
está garantindo o crescimento econômico liberdade interna.
ta é otimista em relação à continuidade quer deixar para o filho uma vida melhor. tomar dívida e por mais tempo. O sistema desigualdade de renda no Brasil. Há dificul-
do Brasil, principalmente no cenário de do crescimento dos países emergentes. O salário mínimo é um outro fator impor- capitalista vive de crédito e de confiança, Revista Soluções - De que forma a cri- dades na burocracia que atinge a atividade
crise financeira que atingiu os países ricos “Estamos no meio de uma explosão sem tante. Nos últimos 10 anos, o Brasil tem vive de confiar em que amanhã a vida se ajudou no crescimento e consolidação comercial de uma maneira geral. Mas, de
desde setembro do ano passado. Para precedentes no mundo e o ritmo de cres- promovido aumento real do salário míni- econômica vai permitir o pagamento das econômica do País? qualquer forma, tudo isso é atenuado pelo
Amorim, o aumento do poder de consumo cimento voltará a se acelerar nos países mo e isso tem sido importante fator da dívidas assumidas. Isso é da essência do Amorim - Eu acho que a crise foi vantajosa fato de que a economia voltou a crescer. S
e a facilidade e confiabilidade no crédito emergentes que compõem o BRIC (sigla expansão dessa classe média. E é impor-
estão fazendo com que a classe C seja o
para designar os quatro países emergen- tante lembrar também que esse público
grande motor da economia nacional.
Foto: Agência La Imagen

tes do mundo - Brasil, Rússia, Índia e Chi- está conectado à internet. A rede mundial
O consumidor da classe média, descreve na) quando passarem os efeitos da crise”, de computadores tem 62 milhões de usu- “Há um espaço grande para explorar as economias
afirma. A Revista Soluções – A Revista da ários no Brasil. Este é o meio de comu-
Amorim, é “ávido” para prosperar. Por
Pequena Empresa no Paraná acompanhou nicação que mais cresce em penetração
domésticas. Em 2030, 2 bilhões de novos
isso busca educação e, consequentemen-
te, atinge aumento de renda e faz a cadeia a palestra do jornalista no Sebrae/PR. A no País. O público é jovem, tem dinheiro, consumidores entrarão na classe média.”
econômica crescer. Além disso, a popula- seguir, alguns trechos da conversa com estão todo tempo online e adoram com-
ção desta faixa de renda tem, agora, mais Paulo Henrique Amorim. prar. É o mecanismo certo para vender

6 7
Governança corporativa As ferramentas de gestão têm sido e pequenas empresas têm neces-
Entrevista
Capacitação
apontadas por especialistas em Ad- sidade de se profissionalizar. Mas Comportamento
ministração como um dos papéis de forma alguma isso significa que
fundamentais para a estruturação os membros da família não possam Tendência
das atividades das empresas. Há participar da gestão. Eles podem Associativismo
quem diga que o sucesso de uma sim, mas devem ser preparados
Feiras e Eventos
Gestão compartilhada
empresa depende exclusivamente para assumir seus cargos”, afirma
da forma como ela é gerenciada. Kaiser.
Nesse sentido, uma boa governan-
Serviço
ça corporativa proporciona aos ad- Feito o acordo de acionistas e ade- Mercado
ministradores, proprietários, acio- quada a gestão da empresa, parte-
Com boas práticas de governança, companhias tornam-se nistas ou cotistas de uma empresa se para a terceira etapa da gover- Giro pelo Paraná
nança corporativa, que é a criação
mais transparentes e mais competitivas a gestão estratégica e o efetivo mo-
nitoramento da direção executiva de um conselho. “Em caso de pe-
Por Mirian Gasparin da companhia.
Mas, afinal de contas, o que é gover-
nança corporativa? Muitas são as
definições para essa prática. Para
o Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC), governança cor-
porativa é um sistema pelo qual as
sociedades são dirigidas e monito-
radas, envolvendo os relacionamen-
tos entre acionistas/cotistas, con-
selhos e administração, diretorias,
auditorias independentes e conse-
lhos fiscais.

Foto: Divulgação
Para o coordenador do IBGC no
Paraná, Marcio Kaiser, hoje se re-
conhece cada vez mais que a go-
vernança corporativa é importante
para a geração de valores das em-
presas, pois além de ajudar a dimi-
Marcio Kaiser,
nuir os custos de capital e melhorar
coordenador do IBGC
o acesso a financiamentos públicos
ou privados, a governança contri-
bui também para a perenidade das quenas empresas, o conselho não Lançado em 1999, o Código das
companhias. Diante desse quadro, se faz necessário”, observa o coor- Melhores Práticas está em sua
a demanda por essa prática profis- denador do IBGC no Paraná. terceira versão. Atualmente seu
sional vem aumentando nos últimos conteúdo está sendo revisto e
anos. Código de boas práticas será submetido à audiência públi-
ca antes de sua publicação. As
Kaiser explica que o primeiro pon- O IBGC tem um código que é consi- modificações do código refletem
to a se considerar em governança derado a principal referência sobre as constantes discussões e o
corporativa é a elaboração de um as boas práticas de governança do aprofundamento dos temas liga-
acordo de acionistas, que muitas Brasil. O documento, chamado de dos à governança corporativa,
vezes é confundido com o estatuto Código das Melhores Práticas em motivo que fez do documento re-
da empresa. “O acordo é um instru- Governança Corporativa, foi elabo- ferência nacional em conduta de
mento privado, ou seja, um acordo rado após análise de documentos gestão empresarial, e nas esco-
entre os sócios, e vai muito além do similares no exterior e extensos las de negócios.
estatuto da empresa. É esse acor- debates entre associados da enti-
do que vai regular os assuntos ex- dade, que procuraram adaptá-lo à Na sua primeira edição, o Código
clusivos da família e da empresa, no realidade corporativa brasileira. concentrou-se no funcionamen-
caso de empresa familiar. Um acor- to, composição e atribuições dos
do de acionistas vai determinar, por O Código está subdividido em seis conselhos de administração, re-
exemplo, como os herdeiros pode- capítulos: Propriedade (sócios), fletindo claramente a tendência
rão ingressar na empresa e esta- Conselho de Administração, Ges- dominante na época e a partir de
belecerá a questão dos salários dos tão, Auditoria Independente, Con- reflexões sobre a Lei das Socie-
membros da família”, explica. selho Fiscal, Conduta e Conflito de dades Anônimas, então vigente,
Interesses. O documento apresenta e das discussões e conclusões
Segundo o coordenador do IBGC também os quatro princípios bá- de um grupo de empresários
no Paraná, depois do acordo de sicos da governança corporativa, reunido em abril de 1997. A se-
acionistas a segunda etapa da go- que são a transparência, equidade, gunda versão, de abril de 2001,
vernança, corporativa é adequar prestação de contas e responsabi- tratou do princípio da equidade
a gestão da empresa. “As micro lidade corporativa. entre acionistas. A terceira, de

8 9
março de 2004, é marcada pela e que são definidas nos respectivos (Citpar), Federação da Agricultura
inclusão do princípio de responsabi- conselhos. do Estado do Paraná (Faep), Fede-
lidade corporativa. ração das Associações Comerciais,

Foto: Agência La Imagen


De acordo com o diretor de Ad- Industriais e Agropecuárias do Esta-

Foto: Mauro Frasson/arquivo Sebrae/PR


Sistema Sebrae ministração e Finanças do Sebrae do do Paraná (Faciap), Federação
Nacional, a governança corporativa das Associações de Micro e Peque-
Um bom exemplo de governança
da instituição é sofisticada e com- nas Empresas do Paraná (Fampe-
corporativa está no Sebrae. O di-
plexa devido às peculiaridades do par), Federação das Indústrias do
retor de Administração e Finanças
Sistema, que se assemelha a uma Estado do Paraná (Fiep), Federação
do Sebrae Nacional, Carlos Alberto
parceria público e privada, em espe- do Comércio do Estado do Paraná
dos Santos, explica que o Sebrae (Fecomércio), Sebrae Nacional, Se-
não é uma empresa privada, mas cial, porque os recursos devem ser
aplicados em ações e programas cretaria de Estado da Indústria, do
tem uma gestão privada de recur- Comércio e Assuntos do Mercosul,
sos públicos. “A governança corpo- voltados aos pequenos negócios e
à competitividade dessas empresas Organização das Cooperativas do
rativa do Sistema Sebrae é muito Paraná (Ocepar) e Universidade Fe-
importante porque os conselhos no mercado. “O critério da eficiên-
Foto: Sebrae Nacional
cia do Sebrae é o resultado das em- deral do Paraná (UFPR).
deliberativos estaduais e federal
cumprem a função de um conselho presas atendidas pela instituição”, Jefferson Nogaroli, O diretor-superintendente do Allan Marcelo de C. Costa,
de administração comparado com destaca. presidente do Conselho Delibera- Sebrae/PR, Allan Marcelo de Cam- diretor-superintendente do
uma empresa privada”, afirma. tivo do Sebrae/PR pos Costa, diz que a governança Sebrae/PR
Entidades unidas corporativa, no Brasil, tornou-se
No conselho do Sebrae, explica uma exigência para as empresas
Carlos Alberto dos Santos, têm as- No Paraná, o Conselho Deliberati- de crédito e do governo, a governan- e pequenas empresas. Isso acaba
ça funciona como uma Assembleia acompanharem os novos tempos.
sento representantes dos setores vo do Sebrae/PR é um exemplo de sendo muito vantajoso, porque to-
Geral, soberana, que representa a Esse fenômeno, terminologia utili-
produtivo, acadêmico, governo e de gestão compartilhada, de governan- dos contribuem com parte de seu
Carlos Alberto dos Santos, ça corporativa que traça as estraté- tomada de decisões de forma de- zada por muitos especialistas, foi
conhecimento. Ganha o Sebrae/PR,
diferentes grupos que influenciam, diretor de Administração e acelerado pela privatização, desre-
direcionam e aprovam os planos de gias e diretrizes do Sebrae a serem mocrática”, explica o presidente do que passa a ter uma gestão mais
Finanças do Sebrae Nacional Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, gulamentação da economia e glo-
trabalho, propõem ações cotidia- executadas pela Diretoria Executiva, eficiente; ganham os empreendedo-
Jefferson Nogaroli. balização. “O ambiente corporativo
nas para que a Diretoria Executiva com a fiscalização do Conselho Fis- res e empresários, que têm à dispo-
hoje está muito mais competitivo se
possa se concentrar no desenvolvi- cal. “Formado por entidades parcei- sição melhores soluções empresa-
Nogaroli, que assumiu a presidência comparado com o ambiente de dez
mento de ações que estão vincula- ras, representantes de segmentos riais e ganha a sociedade, que pode
do Conselho do Sebrae/PR no final anos atrás. Por isso, o Sebrae/PR
das ao direcionamento estratégico do setor produtivo, de instituições contar com organizações de apoio
do ano passado e que atualmente aposta na governança corporativa,
ao desenvolvimento transparentes”,
também comanda o Conselho Supe- porque, para nós, é um modelo de
destaca o diretor-superintendente
rior da Federação das Associações como bem gerenciar. Todas as de-
do Sebrae/PR. (Colaborou nesta
Comerciais, Industriais e Agropecu- cisões tomadas pela Diretoria Exe-
reportagem Leandro Donatti) S
árias do Paraná (Faciap), diz que os cutiva são amadurecidas, revisadas
modelos de gestão compartilhada e reformuladas nesse processo.”
As decisões não são de são muito mais eficientes que os
Para Allan Marcelo de Campos Cos- Para saber mais sobre governan-
um, mas do grupo e modelos caracterizados pela cen-
ta, o Sebrae/PR dispõe de algumas ça corporativa, acesse o site do
tralização, porque os temas coloca-
sempre todos, de alguma dos em pauta são abordados sob
vantagens, como por exemplo um Instituto Brasileiro de Governança
Conselho Deliberativo eclético. “Te-
forma, têm a colaborar as mais diferentes perspectivas. Corporativa (www.ibgc.org.br). No
mos representantes de entidades site, você pode inclusive conhecer
“As decisões não são de um, mas
empresariais, de instituições finan- o Código das Melhores Práticas de
do grupo. Sempre todos, de alguma
ceiras, de instituições de ensino, do Governança Corporativa, que passa
forma, têm a colaborar, a contribuir
setor produtivo, do poder público e atualmente por uma revisão. Basta
para a melhor decisão”, assinala.
da iniciativa privada. Cada entidade clicar no link Publicações. O site da
O Conselho Deliberativo do Sebrae/PR ou instituição com sua expertise, HSM, líder na formação de execu-
é formado por 13 entidades: Agên- mas todas com as suas ações foca- tivos no mundo, também sempre
cia de Fomento, Banco do Brasil, das e comprometidas no desenvolvi- traz artigos de especialistas sobre
Caixa Econômica Federal, Centro de mento do Estado e no fortalecimento o tema. Acesse www.hsm.com.br.
Sede do Sebrae/PR, Integração de Tecnologia do Paraná do empreendedorismo e das micro
em Curitiba
Reunião mensal do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR
Foto: Agência La Imagen

Fo
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Im
ag
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10 11
Conheça as entidades
que formam o Conselho
AGÊNCIA DE FOMENTO
do Sebrae/PR
BANCO DO BRASIL CAIXA ECONÔMICA
A Agência de Fomento do Para- A missão do Banco do Brasil A Caixa Econômica Federal é o
ná S.A. é uma instituição finan- é ser a solução em serviços e principal agente das políticas
ceira que opera prioritariamen- intermediação financeira, aten- públicas do governo federal e,
te com recursos próprios, que der às expectativas de clientes de uma forma ou de outra, está
são aplicados no financiamento e acionistas, fortalecer o com- presente na vida de milhões de
de iniciativas compatíveis com promisso entre os funcionários brasileiros. Isso porque a Caixa
a política de governo do Estado. e a empresa e contribuir para – uma empresa 100% pública –
Através de seus programas, e o desenvolvimento do Paraná e atende não só os seus clientes
em parceria com secretarias e do Brasil. Com 24,6 milhões de bancários, mas todos os traba-
outros órgãos do Estado, os re- clientes correntistas, 15,1 mil lhadores formais do Brasil, es-
cursos são direcionados à oferta pontos de atendimento em 3,1 tes por meio do pagamento de
de crédito e financiamentos sem mil cidades e 22 países, o Ban- FGTS, PIS e seguro-desempre-
burocracia e em condições favo- co do Brasil é hoje a maior insti- go; beneficiários de programas
ráveis de taxas, prazos e garan- tuição financeira do País. sociais e apostadores das lote-
tias. www.afpr.pr.gov.br www.bb.com.br rias. www.caixa.gov.br

CITPAR FACIAP FAEP


O Centro de Integração e Tec- A Federação das Associações A Federação da Agricultura do
nologia do Paraná é uma Oscip Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná tem como
que se dedicou durante 21 anos Paraná (Faciap) representa hoje objetivo o estudo, a coordena-
a prestar atendimento na área 247 associações comerciais e ção, defesa e representação
de tecnologia a órgãos de gover- um universo de mais de 40 mil legal da categoria econômica
no, universidades e entidades empresas em todo o Estado. rural, tal como agricultura e
da iniciativa privada. Como Eu- A entidade é uma das maiores pecuária, buscando soluções
rocentro, realizou muitos encon- instituições do sistema no Bra- para as questões relacionadas
tros empresariais de países da sil, com atuação em 70% dos aos interesses econômicos, so-
Comunidade Europeia e América municípios paranaenses. As as- ciais e ambientais do produtor.
Latina. Várias empresas que sociações comerciais estão pre- É responsável pela orientação
hoje se encontram instaladas sentes nas principais cidades, aos seus filiados, em sindica-
no Paraná foram influenciadas que representam juntas 95% do tos rurais. www.faep.com.br
direta ou indiretamente pelo Produto Interno Bruto (PIB) para-
CITPAR. naense. www.faciap.org.br

12 13
FAMPEPAR FECOMÉRCIO FIEP
A Federação das Associações O Sistema Fecomércio Sesc A Federação das Indústrias do
de Micro e Pequenas Empresas Senac-PR dá ao empresário do Estado do Paraná - Fiep, Ciep,
do Estado do Paraná desenvol- comércio as melhores condi- Sesi, Senai e IEL - é uma enti-
ve projetos que buscam o for- ções possíveis de sobrevivência dade de representação da indús-
talecimento de associações de e sustentabilidade do seu negó- tria do Paraná. Braço político-
pequenas empresas em todo cio, numa época em que a com- institucional da indústria, a Fiep
o Estado. O trabalho consiste petição pelo cliente é cada vez é a voz da indústria paranaense,
na realização de palestras e na mais acirrada. A intenção da a quinta maior do Brasil. A Fede-
capacitação de lideranças e em- Federação é ampliar cada vez ração presta assessoria direta
presários. A entidade represen- mais suas ações com qualida- aos sindicatos empresariais fi-
ta as micro e pequenas empre- de e abrangência, contribuindo liados à entidade, que represen-
sas no Fórum Permanente das para o desenvolvimento do Esta- tam mais de 30 mil indústrias,
Microempresas e Empresas de do. www.fecomerciopr.com.br que geram 670 mil postos de
Pequeno Porte. trabalho. www.fiepr.org.br

Anúncio
OCEPAR SEIM UFPR
O Sistema Ocepar é formado por A Secretaria da Indústria, do Co- A Universidade Federal do Pa-
três sociedades sem fins lucrati- mércio e Assuntos do Mercosul raná é a mais antiga universida-
vos que, em parceria, se dedi- existe para promover a articula- de do Brasil e símbolo de Curi-
cam à representação, fomento, ção do governo do Paraná com tiba. Envolta por uma história
desenvolvimento, capacitação e o setor privado. Entre suas prin- de muitas conquistas, desde
promoção social das cooperati- cipais linhas de ação, estão o es- 1912 a UFPR é referência no
vas paranaenses: o Sindicato e tímulo à criação de empresas e ensino superior para o Estado
Organização das Cooperativas a promoção das exportações. A e para o Brasil. Símbolo maior
do Estado do Paraná - Ocepar, SEIM executa programas e pro- da cultura paranaense, a UFPR
o Serviço Nacional de Aprendiza- jetos visando implantar e coorde- demonstra sua importância e
gem do Cooperativismo - Sesco- nar a política governamental para excelência através dos cursos
op PR e a Federação e Organiza- os setores secundário e terciário de graduação, especialização,
ção das Cooperativas do Estado da economia do Estado. mestrado e doutorado, além
do Paraná - Fecoopar. www.seim.pr.gov.br de suas áreas de extensão e
www.ocepar.org.br pesquisa. www.ufpr.br

SEBRAE NACIONAL
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é uma enti-
dade privada sem fins lucrativos que tem como missão promover em todo
o País, de norte a sul, a competitividade e o desenvolvimento sustentável
dos empreendimentos das micro e pequenas empresas. A instituição foi
criada em 1972, como resultado de iniciativas pioneiras que tinham como
foco estimular o empreendedorismo no Brasil. www.sebrae.com.br

14 15
Comando Entrevista
Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Feiras e Eventos
Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná

Líder 2.0 O Líder 2.0, explica o consultor, é quem reúne cinco forças:
Para especialista, liderança
é a arte de influenciar as 1. Oferece causas, em vez de apenas empregos, tarefas ou
metas. O Líder 2.0 oferece às pessoas aquilo que mais dese-
pessoas, não é cargo, não jam: uma bandeira, uma razão para suas vidas. Acredita que
as pessoas estão dispostas a oferecer o melhor de si e até
é posição e muito menos mesmo a fazer sacrifícios, desde que se identifiquem com uma
causa, um porquê para o seu cotidiano;
sinônimo de carisma
2. Forma outros líderes, em vez de apenas seguidores. O Líder
Por Katia Michelle Pires 2.0 não se satisfaz em ter atrás de si um grupo de pessoas
seguindo fielmente o rumo traçado e recompensado pela sua
lealdade. É aquele que tem em torno de si pessoas capazes
de exercer a liderança quando necessário. Cria mecanismos,
atitudes e posturas que estimulam o desenvolvimento do líder
que existe dentro de cada um com quem convive. Forma, as-
sim, outros líderes, seu maior legado para o futuro da orga-
nização;

O mundo está em constante mudança e não é por 3. Lidera 360 graus, em vez de apenas 90 graus. O Líder 2.0
atua onde faz diferença. Não comanda apenas uma equipe de
acaso que as personalidades que lideram empre-
subordinados dentro das paredes de uma empresa. Exerce
sas e comunidades devem se adequar a essas a liderança também “fora”, para cima e para os lados: lidera
alterações. O consultor César Souza, autor de di- clientes, parceiros, comunidades e influencia chefes, colegas
versos livros, defende a formação de “um novo e acionistas;
líder”, chamado de Líder 2.0, que seria capaz de
lidar com a evolução. 4. Surpreende pelos resultados, em vez de fazer apenas o
combinado. O Líder 2.0 não é aquele que apenas chega aonde
Com sólida experiência como executivo, César anunciou antes. Não basta cumprir metas. É aquele que faz
Souza foi até 1998 vice-presidente da Odebrecht mais do que o combinado, surpreende pelos resultados inco-
of América Inc, radicada em Washington nos Es- muns que obtém de pessoas comuns. Sabe “compatibilizar” o
Foto: Divulgação

hoje com o amanhã. Garante o presente, enquanto constrói


tados Unidos, e sócio-diretor do Monitor Group,
o futuro;
até 2001, empresa fundada por Michael Porter.
Desde então, atua como consultor para diversas 5. Inspira pelos valores, em vez de apenas pelo carisma. O
companhias, nas áreas de estratégia, marketing Líder 2.0 constrói um mapa de atitudes em torno de valores
e recursos humanos. que são explicitados, disseminados e praticados. Cria um cli-
ma de ética, integridade, confiança, respeito, transparência,
Recentemente, César Souza participou do Fórum aprendizado contínuo, inovação, paixão, humildade. Educa pelo
Global de Liderança, que aconteceu no Estação exemplo. Prima pela coerência entre o que diz e o que faz.
Convention Center, em Curitiba, reunindo os mais Lidera a si mesmo antes de pretender liderar os outros.
conceituados nomes. “Liderança é a arte de in-
fluenciar pessoas. Não é cargo nem posição so-
cial, nem sinônimo de carisma. O líder também não
nasce pronto. Ninguém nasce líder, aprendemos a
ser líder. Infelizmente, vivemos um verdadeiro apa- César Souza,
gão da Liderança, no mundo político, empresarial, consultor
educacional, familiar. Precisamos formar Líderes
2.0, para uma nova realidade”, define.

16 17
Fotos: Vanderson Faria
Para César Souza, vivemos uma ca- inspiro os outros por valores ou
rência de líderes nas escolas, nas apenas pelo carisma e hierar-
comunidades, na vida política. “Se quia? Essas perguntas ajudam
quisermos criar famílias mais felizes, a perceber se você está sendo
empresas mais saudáveis e comuni- um líder.”
dades mais solidárias, precisamos
mudar a nossa forma de pensar so- Papel indispensável
bre a liderança e a nossa maneira de Falar em liderança é quase sem-
exercer a liderança”, ensina. pre associar o termo às gran-
Quando questionado sobre o “boom” des personalidades que marca-
do termo liderança e a proliferação ram a história mundial. Gandhi,
de cursos sobre o tema, o consul- Hitler, Nelson Mandela e Che
tor faz uma crítica. “Infelizmente, a Guevara são alguns exemplos
maioria desses cursos e livros so- de nomes que influenciaram ge-
bre liderança está formando líderes rações e mudaram a forma de
para uma realidade que já não exis- pensar de milhares de pessoas.
te mais. No máximo formam geren- Mas a liderança não está asso-
tes mais eficientes em vez de líde- ciada apenas a grandes dimen-
res eficazes. A liderança tal qual a sões. É uma característica que
conhecemos hoje está com os dias está presente na personalidade
contados. O Líder 1.0 deve ser es- das pessoas, de forma inata ou Kuniko Maeda,

Foto: Divulgação
tudado em aulas de História e não adquirida, em todas as etnias e empresária
mais em aulas de Administração ou classes sociais e nos negócios,
Gerenciamento. Precisamos de Lí- desde uma multinacional até
deres 2.0 nas nossas empresas.” uma pequena empresa.
Na direção certa
Como então os empresários podem Bernt Entschev,
se proteger? “Existem muitos cur- headhunter A empresária Kuniko Maeda, de To- Para ela, um líder é um cidadão Cabe ao líder, portanto, motivar sis-
sos que prometem formar líderes ledo, no oeste do Paraná, sabe bem completo que influencia pela com- temática e periodicamente as pes-
em 24 horas, como se fosse um a importância da liderança no mundo petência e capacidade de compre- soas que confiam nele. “É importan-
passe de mágica. Mas não adianta dos negócios. Proprietária de uma ender o meio em que está. “E essa te dinamizar esse processo para ter
tentar aprender técnicas, pois lide- loja de produtos médico-hospitalares competência vale tanto para a for-
rança não é uma questão técnica. Há duas formas de ser um líder: ou pela que comercializa mais de 30 mil mação profissional como espiritual’’,
um melhor resultado. Um bom líder
deve propor reuniões, saber escu-
Trata-se de uma questão de atitu- característica inata ou aprendendo técnicas itens e gera três empregos diretos e diz. Como líder de duas empresas, tar as pessoas, motivá-las e acima
des”, aconselha César Souza. de liderança, mas sempre a pessoa deve olhar sócia de uma pizzaria que tem cerca ela relata que é preciso estar sem- de tudo manter-se atualizado’’. So-
de 30 funcionários, Kuniko precisa pre presente nos negócios e em bre sua própria experiência, Kuniko
Ver como o líder age, é na opinião para dentro de si e questionar “liderar” o tempo inteiro para garan- contato com tudo o que acontece é categórica: “Um líder deve obter
do consultor, a melhor forma de tir o sucesso de seus negócios. dentro da empresa. respeito, sem gritar, sem pressio-
identificá-lo. “O exemplo é a ação,
é a essência. Não adianta um belo Ela acredita, no entanto, que a nar. Deve se impor, colocar limites,
“A liderança está na sabedoria de
liderança não está ligada ao au- mas também saber ser amigo’’. S
discurso, nem diplomas de cursos “Um líder pode ser o presidente da soa. “No mundo dos negócios, essa saber cobrar, mas também de sa-
de liderança. O melhor é na hora do República ou o síndico do prédio. liderança é fundamental para condu- toritarismo. “Pelo contrário. Mui- ber confiar’’, diz. Para ela, essa
sufoco, da ação. Por exemplo, sem- Basta saber identificar”, ensina o zir decisões e dar o direcionamento ta gente confunde liderança com competência já nasce com a pes-
pre digo que ‘as estrelas brilham na headhunter (caça-talentos) Bernt essencial para o sucesso do empre- comando, mas não é só isso. Um soa e pode ser observada no grupo
de amigos, na escola ou mesmo em Para saber mais sobre o tema,
escuridão’ e na hora da crise é que Entschev, que também comparti- endimento. Ou fracasso.” Conforme líder deve, antes de tudo, se fazer
escalas maiores, na sociedade, em leia o livro “Você é do tamanho dos
dá para distinguir o joio do trigo. lhou sua experiência no Fórum Glo- ressalta Entschev, que tem mais respeitar e conquistar as pessoas
cargos políticos, por exemplo. seus sonhos”, de César Souza.
Como o líder se comporta”, diz. bal de Liderança. Para ele, o líder de duas décadas de experiência na pela confiança’’, ensina.
tem um papel indispensável na con- área de Executive Search e já foi
Para César Souza, as cinco forças
do Líder 2.0 ajudam a identificar o
dução dos negócios e, portanto, é
fundamental identificar líderes em
eleito o 4º Melhor Headhunter do Como ser um líder em cinco lições, por Bernt Entschev
Brasil pelo Canal RH, há lideranças
líder. “Sugiro que cada leitor dessa
potencial no mundo corporativo. E positivas e negativas. Prever o futuro, ou seja, ter a capacidade de saber o que pode acontecer
matéria se faça cinco perguntas in- 1
como identificar os líderes? Ents- no mercado antecipadamente, reunindo informações sobre o assunto;
convenientes: Será que ofereço uma “E há duas formas de ser um lí-
chev também dá dicas: “Um líder é
causa à minha equipe ou apenas der”, de acordo com ele. “Ou pela
aquele que consegue influenciar as
estou cobrando metas e tarefas? característica inata ou aprenden- 2 Conseguir ordenar o serviço a ser feito;
Será que estou formando outros lí-
pessoas com seu comportamento’’,
diz, salientando que existem vários do técnicas de liderança.’’ Para o 5
deres ou apenas seguidores? Será headhunter, a pessoa deve olhar
que faço mais que o combinado ou
tipos de líderes.
para dentro de si mesma e ques- 4 3 Conduzir subordinados;
apenas “bato metas”? Será que lide- Uma pessoa pode ser líder em um tionar os seus anseios e que papel 3
ro também clientes, fornecedores, ambiente e em outro não, na avalia- ela quer desempenhar. “Há líderes 2 4
Abraçar a causa (muitos líderes acabam fazendo sacrifícios pela
comunidades ou lidero apenas uma ção de Entschev. E a personalidade e seguidores e é preciso saber o 1 função, como o caso de Getúlio Vargas, como exemplifica o consultor);
equipe dentro da empresa como de liderança sempre vai aparecer que se pretende, honestamen-
se fosse um mero chefe? Será que quando se junta mais de uma pes- te’’, conclui. 5 Conquistar a admiração das pessoas.

18 19
20 21
Empreendedor individual Entrevista
Capacitação
Comportamento

Foto: Wilson Vieira/Videographic


Tendência
Associativismo

Paraná quer formalizar Feiras e Eventos


Serviço

55 mil até 2010 Mercado


Giro pelo Paraná
Conheça a história de trabalhadores informais
que, a partir de agora, passarão a ter direitos
previdenciários e empresariais
Por Leandro Donatti

dividual, além de vantagens previ- zado, vou pegar mais serviços, terei
Isaías Rosa,
pintor
denciárias como aposentadoria, benefícios do INSS (Instituto Nacio-
auxílio-doença e auxílio-maternidade, nal do Seguro Social) e penso em
também terá a vantagem de poder empregar mais uma pessoa. Perco
emitir nota fiscal. Será possível ainda muito trabalho atualmente porque
Quem aderir, além de
participar de licitação ou entrar nas não tenho nota fiscal para fornecer”,
chamadas dispensas de licitação. conta o pedreiro, que mora em São vantagens previdenciárias
O Sebrae/PR ressalta a importân- José dos Pinhais, na Grande Curiti- como aposentadoria,
cia do CNPJ para o empreendedor. ba, mas exerce a maioria de suas
atividades na Capital.
também poderá emitir
Com o documento, ele terá poder
nota fiscal
Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen

de negociação, poderá comprar de

Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa


Paulo Cesar Kaspreski também pro-

Foto: Wilson Vieira/Videographic


atacadistas e abrir conta em bancos curou o Sebrae/PR assim que soube
como pessoa jurídica, com taxas e que poderia virar um empreendedor
juros especiais. O informal precisa individual. Paulo Cesar tem há três
ter clareza sobre a natureza do seu anos seu próprio empreendimento.
empreendimento, pois serão acei- Ele atua na limpeza comercial de te-
tos apenas negócios que não ferem lhas e pisos em Pato Branco, no su-
a legislação local. doeste do Paraná. O empreendedor
O dia a dia do pedreiro Francisco Al- conta que tem acompanhado o as-
ves de Oliveira, 63 anos, também sunto pelo noticiário. “Eu já sentia a
Aproximadamente 55 mil empre- Na informalidade, os empreende- Ficou desesperado porque não ti-

Foto: Wilson Vieira/Videographic


não é nada fácil. Seu Francisco foi necessidade de formalizar a empre-
endedores que trabalham na infor- dores não têm direitos previden- nha seguro. “Para poder receber
o primeiro empreendedor informal sa. Agora ficou mais simples e mais
malidade devem se formalizar no ciários nem direitos empresariais. o pagamento pelo serviço que eu
a procurar orientações sobre o Em- barato, o que vai fazer a gente ante-
Paraná até o final de 2010. A esti- De acordo com o Anuário do Tra- já tinha começado, saí do hospital
preendedor Individual, no Sebrae/PR, cipar essa decisão.” A necessidade
mativa é do Sebrae/PR que, desde balho Sebrae/Dieese 2008, exis- sem me recuperar direito e voltei em Curitiba. Ele trabalha há 20 anos a que Paulo se refere veio com o
1º de julho, com a entrada em vigor tem aproximadamente 565 mil tra- ao trabalho assim mesmo”, conta. como autônomo e vê a formalização tempo. Ele conta que foi divulgando
do Empreendedor Individual, presta balhadores informais no Estado. O Além do direito ao benefício auxílio- de seu ofício como uma forma de seu próprio negócio com o trabalho
diariamente orientações para infor- prestador de serviços de pinturas e doença, o trabalhador vê outras ter reconhecimento profissional e e as oportunidades foram aparecen-
mais de todo o Estado que buscam letreiros, Isaías Rosa, conhece bem vantagens na formalização. “Não conquistar mais clientes. “Formali- do. Contudo, por não ter uma em-
a formalização. O Empreendedor In- as desvantagens de trabalhar sem vou mais perder oportunidades de
dividual é uma figura jurídica instituí- garantias. Aos 52 anos, espera que trabalho por falta de nota fiscal e
da pela Lei Complementar 128/08 o Empreendedor Individual lhe traga CNPJ (Cadastro Nacional para Pes-
que alterou dispositivo do Estatuto mais alívio e segurança. O pintor, soa Jurídica). Acho que vai melho-
Nacional da Microempresa e Em- que está na atividade há 37 anos,
rar muito e todo mundo só tem a
presa de Pequeno Porte, também em Londrina, no norte do Estado,
ganhar com essa lei”, aposta Isaías,
conhecido como Lei Geral da Micro espera não passar mais pelo sufoco
que está ansioso para ser reconhe-
e Pequena Empresa, com o objetivo ao qual se submeteu há dois anos,
cido como o mais novo Empreende-
de facilitar a formalização de mani- quando se acidentou no exercício da
cures, pintores, costureiras, carpin- dor Individual de Londrina.
profissão e viu-se desamparado. Isa-
teiros, cabeleireiros, artesãos, sa- ías foi parar no hospital porque que- De acordo com a nova legislação,
pateiros, entre outras profissões. brou o braço ao cair de uma escada. quem aderir ao Empreendedor In-

22 23
além dos portais dos órgãos envol-

Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen


vidos.
A orientação e o atendimento dire-
to a esse público estão sendo feitos
pelo Sebrae, Fenacon e sindicatos
filiados. Os escritórios de contabilida-
de integrantes do Simples Nacional
farão, gratuitamente, o registro e
a primeira declaração anual des-
ses empreendedores individuais, de
acordo com a Lei 128/08, que ins-
tituiu o Empreendedor Individual.

Perfil
Pesquisa qualitativa realizada pelo
Sebrae Nacional com 543 informais
brasileiros mostra que 70% dos en- Consultor entrega cartilha sobre Empreendedor Individual para feirante
trevistados consideram a formalida-
de mais vantajosa do que a informa- Com CNPJ, o empreendedor passa a ter poder de
lidade. Além disso, 75% afirmam
não ter medo da formalização. negociação e pode abrir conta em bancos como

Foto: Studio Alfa


A mesma pesquisa revela que a
pessoa jurídica, com taxas e juros especiais
maioria dos informais está satisfeita
com o trabalho que realiza, porém 25 e 39 anos de idade, enquanto des parceiras diretamente envolvi-
enfrenta graves problemas, como 46% estão entre 40 e 59 anos. das no processo.
falta de dinheiro para participar de Na Capital, consultores do
Marlene Falasca Roth, capacitações e treinamentos, de Demanda Sebrae/PR, Serviço Nacional de
financiamentos para investir em Aprendizagem Rural do Estado do
costureira A procura por informações sobre
infraestrutura e de divulgação de Paraná (Senar-PR) e Secretaria de
seus negócios. o Empreendedor Individual é inten-
Abastecimento de Curitiba percor-
presa formal, muitas vezes perdeu Podem se formalizar ço - exceto locação de mão-de-obra sa no Sebrae/PR, desde 1º julho, reram as principais feiras livres de
serviços. “Com essa chance, forma- e profissões regulamentadas por De acordo com a Pesquisa Econo- quando a nova legislação entrou
lizado, posso participar de concor-
empreendedores da indústria, lei - com receita bruta anual de
Curitiba e entregaram cartilhas e
mia Informal Urbana (Sebrae/IBGE, em vigor em todo o Brasil. Além panfletos com informações sobre
rências públicas e ampliar mercado comércio e serviço, com até R$ 36 mil. Os interessados, 2003), 64% das pessoas ocupadas de atendimentos, o Sebrae realizou o Empreendedor Individual. (Colabo-
também na iniciativa privada.” receita bruta anual de até que pagarão entre R$ 52,15 e neste setor são do sexo masculino; seminários regionais em Curitiba, raram nesta reportagem Adriano
R$ 57,15 de tributos, devem ter no 36% têm ensino fundamental in- Maringá, Cascavel, Pato Branco, Oltramari, Andrelise Daltoé, Cleide
Expectativa R$ 36 mil máximo um funcionário com renda completo; 37% dos donos de em- Francisco Beltrão e Londrina, para de Paula, Giselle Ritzmann Loures,
de até um salário mínimo mensal ou preendimentos informais têm entre discutir a proposta com as entida- Luciana Baroni e Octávio Rossi) S
Marlete Falasca Roth é costureira Com a mesma expectativa de Dona piso da categorial profissional.
em Maringá, no noroeste do Esta- Marlete, José Aparecido de Araújo,
do. Para ajudar na renda da famí- 38 anos, também sonha em virar Empreendedores do comércio e da
lia, compra retalhos em grandes empresário. José Aparecido tem indústria pagarão um valor fixo men-
confecções da cidade e, com arte, um carro de som, que ele chama de sal de 11% sobre o salário mínimo
- hoje R$ 51,15 - referente ao INSS Mais informações sobre o Em-
delicadeza e, acima de tudo, profis- “propaganda móvel”. Há seis anos preendedor Individual, acesse
sionalismo, transforma os retalhos trabalha na informalidade no Bairro pessoal, mais R$ 1,00 de ICMS (Im-
posto Sobre a Circulação de Merca- o Portal do Empreendedor, em
em lençóis. “Trabalho há anos cos- Canceli, em Cascavel, região oeste. www.portaldoempreendedor.
dorias e Serviços). Prestadores de
turando e vendendo meus lençóis, Sustenta sua família com o dinheiro gov.br. O portal contém uma
serviços arcarão com os mesmos
sempre na informalidade, agora po- que recebe pelo trabalho no carro série de informações úteis e
11% sobre o mínimo mais R$ 5,00
derei abrir minha empresa e conse- de som. “É muito complicado. Sem- traz as vantagens e obrigações
de ISS (Imposto Sobre Serviços). Já
guir garantias às quais tenho direi- pre fico com medo da fiscalização, para quem quer se formalizar.
os profissionais que atuam em ativi-
to”, aposta Dona Marlete, que ficou trabalho apenas no bairro, onde já dades mistas (indústria ou comércio
ansiosa antes mesmo de o Portal sou conhecido, sem muitas pers- com serviços) pagarão os 11% do
Seminário em Curitiba
do Empreendedor (www.portaldo- pectivas de crescimento”. Hoje, mínimo mais R$ 1,00 de ICMS e
empreendedor.gov.br), pelo qual José Aparecido vê no Empreende- R$ 5,00 de ISS.
são feitas as formalizações, aceitar dor Individual a chance de sair da
inscrições no Paraná. informalidade. “Agora poderei traba- As empresas que já são formais po-
lhar dentro da lei, emitir nota fiscal derão aderir em janeiro de 2010,
Para se tornar empreendedor indivi- prazo que se repetirá anualmente,
e quem sabe até expandir meu ne-
dual, os informais precisam inscre- de acordo com as regras do Sim-
gócio, pois sei que o projeto inclui
ver-se. Todo o processo de forma- ples Nacional. Os empreendedores
vários benefícios.”
lização é feito pela internet.“Quem interessados na formalização pode-
sabe, virando empreendedora indi-
vidual, poderei até contratar uma
Regras rão buscar informações nas cen-
trais de relacionamento do Sebrae
pessoa para me ajudar”, projeta a Podem se formalizar empreendedo- (0800 570 0800), do INSS (135) e
costureira. res da indústria, comércio e servi- da Receita Federal do Brasil (146),

24 25
Municípios Entrevista
Capacitação
Mais de a metade dos municípios do importância do papel regulamentador Comportamento
Paraná já instituíram legislações es- dos municípios, tomando como exem-
pecíficas para micro e pequenas em- plo a figura jurídica que instituiu des-
Tendência
presas. Levantamento do Sebrae/PR de julho o Empreendedor Individual. É Associativismo
mostra que 208 dos 399 municípios importante que os municípios se pre-
do Paraná já criaram Leis Gerais Muni- parem para atender os empreende- Feiras e Eventos
cipais. Criaram, mas isso não significa dores que buscarão a formalização. Serviço

Regulamentação
que todos regulamentaram o Estatuto Quem se formalizar como Empreen-
Nacional da Microempresa e Empresa dedor Individual, além dos registros Mercado
de Pequeno Porte, também conhecido no CNPJ, na Junta Comercial e na Giro pelo Paraná

operacionaliza Lei Geral


como Lei Geral da Micro e Pequena Previdência Social, também terá li-
Empresa, o que na prática impede que cença especial da prefeitura para
muitos benefícios da legislação, insti- funcionamento imediato.
tuída no final de 2006, cheguem aos
empreendedores e empresários. Mas, para isso, os futuros empreen-
208 dos 399 municípios do Paraná já criaram Os municípios têm um papel estraté-
dedores individuais terão que assinar
legislações específicas para micro e pequenas gico, em todo o Brasil, para que a Lei
o Termo de Ciência e Responsabilida-
de, com efeito de Alvará de Licença
empresas; próximo passo é regulamentar Geral torne-se operacional de fato. “A
regulamentação é o primeiro passo
de Funcionamento Provisório, a ser
enviado para a Junta Comercial. As
para termos uma ação mais concreta
Por Adriano Oltramari e Leandro Donatti prefeituras, num prazo de até 180
em favor das micro e pequenas em-
dias, terão que confirmar o alvará de
presas. Por isso, é importante que
funcionamento. “A concessão de al-
os municípios façam um esforço para
vará provisório e definitivo, variando
que não só implantem Leis Gerais Mu-
se a atividade é de risco ou não, será
nicipais, como também regulamentem É importante que os
feita dentro das prefeituras. É no mu-
a legislação, especifiquem como pre-
tendem colocar em prática os benefí-
nicípio que acontecerá o arranjo final municípios façam um
de todo esse processo. É onde a lei
cios que são concedidos ao segmen-
sai do papel para a prática. Logo, as
esforço para que não
to”, explica o coordenador estadual de só implantem Leis Gerais
prefeituras que instituírem sistemas
Políticas Públicas do Sebrae/PR,
de concessão de alvará mais ágeis, Municipais, como
Cesar Rissete.
cumprirão a legislação e atenderão
A mobilização, a regulamentação, as com mais presteza às demandas”, também regulamentem
compras governamentais, os proce- descreve Rissete. a legislação
dimentos simplificados, a integração
de cadastros são alguns pontos da Regulamentação
Lei Geral que podem fazer a diferença
A Associação dos Municípios do Su-
nos municípios, no que diz respeito ao
doeste do Paraná (AMSOP) trabalha
sucesso dos pequenos negócios. Por
para que os 42 municípios que a
exemplo, nas compras governamen-
integram estejam em dia com seus
tais, nas quais as micro e pequenas
deveres em relação à Lei Geral. Na
empresas têm preferência em licita-
região sudoeste, todos os municípios
ções de até R$ 80 mil, de acordo com
já criaram Leis Gerais Municipais.
a Lei Geral, essa preferência vai se tra-
O tema vem sendo tratado desde
duzir em geração de mais empregos e
2007. A discussão do momento é a
renda nas próprias cidades, uma vez
regulamentação. “O processo de re-
que fortalece o mercado local.
gulamentação já estava encaminha-
O coordenador estadual de Políticas do, porém a entrada em vigor da Lei
Públicas do Sebrae/PR ressalta a Complementar 128/08 (do Empre-
Foto: Adriano Oltramari

Município de Pato Branco/PR

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endedor Individual) forçou novos que já concluíram a primeira etapa transformar a lei em um instrumen- te para discutir os pontos fortes e workshops, encontros e assessoria
ajustes”, observa Celito Bevilaqua, do processo de municipalização, to de desenvolvimento local. Para fracos e as oportunidades e desa- especializada.
secretário executivo da AMSOP. complementam itens já previstos na isso, desenvolveu metodologias e fios dos municípios, sob o ponto de
Lei Geral de âmbito nacional. está colocando à disposição dos vista empresarial. Bem como medi- “Esse Programa é de fundamental
“A Lei Geral tem que ser encarada
municípios assessoria técnica. rão indicadores primários, seguindo importância porque cria uma agenda
pelos municípios como uma ferra- O Sebrae/PR, por meio de convê- os moldes de excelência da Funda- de trabalho, pactuada entre institui-
menta de desenvolvimento”, anali-
sa Bevilaqua. Segundo ele, outro
nios com associações de municípios
em todo o Estado, tem orientado
Desenvolvimento Local ção Nacional de Qualidade (FNQ). ções locais, entidades empresariais,
As Leis Gerais Municipais
ponto importante é que a munici- O diagnóstico, que servirá de base federações e Sebrae/PR, em favor
palização da Lei Geral mexeu com
para que as legislações municipais Os municípios do Paraná que já ins-
para um plano de desenvolvimento do desenvolvimento dos municípios complementam itens já
contenham regras quanto à insta- tituíram Leis Gerais Municipais têm a partir dos pequenos negócios. As previstos na Lei Geral, de
questões tributárias. “Dos 42, à disposição a partir de agora um local, trabalhará todas essas variá-
lação e implementação de comitês
apenas seis municípios não fize- programa específico do Sebrae/PR, veis. Para a implantação dos micro e pequenas empresas repre- âmbito nacional
gestores municipais, cadastros
ram alterações em seus códigos planos de desenvolvimento locais, os sentam 99% dos estabelecimentos
sincronizados, procedimentos sim- focado no desenvolvimento a partir
(tributários). Uma ação provocada das micro e pequenas empresas. O municípios terão apoio técnico das formais e respondem por 60% dos
plificados, estímulo à inovação, ao
pela Lei Geral que certamente vai Programa de Desenvolvimento Local entidades e instituições de apoio. O empregos com carteira assinada no
cooperativismo e ao associativismo,
beneficiar não só os empreende- Fundamentado na Lei Geral das Mi- Sebrae/PR, por exemplo, pretende Paraná e no Brasil. O que mostra
assistência técnica a produtores ru-
dores, empresários, mas a maio- croempresas e Empresas de Peque- disseminar ainda mais soluções em- que o empreendedorismo é uma ex-
rais, dentre outras.
ria dos contribuintes municipais”, no Porte, com duração de dois anos presariais nos municípios. A meto- celente oportunidade para o desen-
projeta o secretário executivo da Outro item que merece acolhimen- volvimento”, diz Cesar Rissete. S
e meio, tem como objetivo institucio- dologia prevê ainda a realização de
AMSOP. to, pelas legislações municipais, é o nalizar a Lei Geral nos municípios,
que trata da participação preferen- criando assim um ambiente legal e
A estimativa da Associação é que a
cial de micro e pequenas empresas favorável aos pequenos negócios e
partir da regulamentação, os mu-
em licitações públicas. As empresas contribuindo para o desenvolvimen-
nicípios do sudoeste estejam pron-
que faturam até R$ 2,4 milhões por to dos municípios.
tos para emitir o alvará provisório
para estabelecimentos comerciais
ano podem participar exclusivamen-
te de licitações públicas com valo- O Programa tem uma metodologia
que não apresentem riscos num
res até R$ 80 mil. A administração própria e prevê, por exemplo, a
prazo não maior de 48 horas.
pública pode ainda garantir por lei formação de Agentes de Desenvol-
Em Pato Branco, a regulamentação a subcontratação de micro ou pe- vimento, que serão indicados pelas
da Lei Geral passa também pela ins- quenas empresas até 30% do total prefeituras e capacitados pelo
talação da Sala do Empreendedor licitado. Levantamento feito pelo Sebrae/PR, e a criação de Comitês
no prédio da prefeitura. De acordo Ministério do Planejamento estima Gestores, formados por represen-
com o secretário de Finanças, Mau- que, se a participação das micro e tantes do poder público, de entida-
ro José Sbarain, a prefeitura pre- pequenas empresas aumentar dos des empresariais e de instituições
para-se para disponibilizar um local atuais 17% para 30% das aquisi- de apoio ao desenvolvimento dos
para atender os empreendedores e ções públicas da União, estados e municípios. Os Agentes de Desen-
empresários de micro e pequenas municípios, será gerado por ano no volvimento ajudarão na implantação
empresas. País cerca de 1 milhão de novos de ações, enquanto os Comitês
“Já temos o espaço, móveis e equi- empregos. Gestores responderão pela gover-
pamentos. A sala é uma boa estra- As Leis Gerais Municipais não pre- nança do Programa nos municípios
tégia para a informação. Quem tiver cisam obrigatoriamente conter dis- e pela regulamentação e aplicação
dúvidas, poderá vir direto no espaço das Leis Gerais Municipais.
que a prefeitura vai disponibilizar, A Lei Geral tem que ser
com um servidor para atender”, es- O Programa trabalha as temáticas
pecifica. O secretário de Finanças
encarada pelos municípios previstas na Lei Geral, como des-
confirma ainda que Pato Branco como uma ferramenta de burocratização, acesso ao crédito,
aguarda a votação do projeto que desenvolvimento desoneração tributária, acesso à
regulamenta a Lei Geral, que já está tecnologia, dentre outras, mas an-
na Câmara Municipal, mas enquanto positivos pertinentes à tributação, o tes faz um raio-x do ambiente para
isso vai arrumando os procedimen- que tem sido um engano recorrente os pequenos negócios. O Índice de
tos para atender principalmente os no processo de discussão de sua Desenvolvimento para Micro e Pe-
informais que podem ser enquadra- implantação. Os prefeitos e verea- quenas Empresas (ID-MPE), lançado Mapa do Paraná com a indicação dos municípios que já implantaram Leis Gerais.
dos no Empreendedor Individual. dores têm autonomia para comple- pelo Sebrae/PR, em parceria com
mentar a Lei Geral, criando facilida- o Instituto Brasileiro de Produtivida-
O que deve conter des e incentivos próprios. de e Qualidade (IBQP), no final do
A mobilização no Paraná em torno O Sebrae/PR tem auxiliado os mu- ano passado, é um dos balizadores
da criação de leis municipais para nicípios a implantarem os mecanis- que será utilizado no Programa. O
micro e pequenas empresas e sua mos da lei, desde a parte legal com ID-MPE avalia o estágio de evolução
regulamentação começou logo após a oferta de um CD-ROM contendo do ambiente empresarial, institucio-
a entrada em vigor da legislação fe- uma proposta de lei municipal e as- nal e de mercado nos municípios.
deral, no início de 2007. As Leis Ge- sessoria especializada gratuita, até
rais Municipais, como têm sido cha- a elaboração e acompanhamento de Os representantes dos Comitês
madas pelas prefeituras e câmaras um plano de ação para efetivamente Gestores se reunirão periodicamen-

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Revitalização Uma fábula, cuja origem e autoria em São Paulo. Para ela, a experiên-
Entrevista
Capacitação
se perderam no tempo, conta a cia de cidades brasileiras e norte- Comportamento
história de uma rua precária e mal americanas (como Manhattan, por
cuidada. As casas eram sujas e as exemplo) mostra a importância de Tendência

Cultura reinventada
fachadas decadentes. Certo dia, se revitalizar os espaços tanto para
uma moradora decidiu arrumar o os moradores e comerciantes locais
Associativismo
seu jardim. Limpou, plantou flores e como para a cidade em geral. Mas a Feiras e Eventos
logo viu sua casa mudar. Mas não consultora ressalta: “Não basta ape-
Serviço
Cada vez mais difundida, a Cultura do RE (Reciclar, foi só isso. Influenciados pela atitude
da moradora, os vizinhos decidiram
nas uma maquiagem. É preciso inse-
rir elementos novos”. E elementos Mercado
Reinventar e Reencantar) transforma regiões eles próprios arrumarem suas casas culturais e arquitetônicos são funda-
Giro pelo Paraná
e jardins e logo perceberam uma mentais para essa transformação,
degradadas em atrativos cultural e comercial verdadeira transformação na região. como defende Beth Furtado.
Bastou apenas uma iniciativa. A his-
Por Katia Michelle Pires tória, que já foi contada em várias Ela ressalta a importância do envol-
versões e culturas, pode ser usada vimento e parceria do poder público
para ilustrar um fenômeno cada vez e privado nas iniciativas de revitali-
mais recorrente em cidades de todo zação dos espaços. “Não tem como
o mundo, a Cultura do RE. ser uma atividade isolada”, salienta.
Além disso, é preciso levar em con-
O termo é utilizado pela consultora ta que transformações não aconte-
Beth Furtado para mostrar como cem de um dia para o outro. “É um
palavras como reciclar, reinventar, processo demorado, que envolve
restaurar e reutilizar podem trans- também uma mudança de hábito cul-
formar a paisagem urbana. Exemplos tural”, comenta. E nem sempre as Logomarca do projeto de
não faltam, como ela mesma cita. transformações radicais dependem revitalização da Rua Riachuelo
No Brasil, o conhecido Pelourinho, apenas de fatores externos. Os pró-
em Salvador, na Bahia, e a recente prios moradores ou comerciantes da
transformação da Praça Roosevelt, região devem sentir quando é hora A Cultura do RE mexe com
em São Paulo, em ponto de encon- de mudar, buscar recursos e pro-
tro cultural, a partir da iniciativa de mover uma “revolução” para movi- todos e mostra que todos
um grupo de teatro, mostram como mentar o espaço e trazer benefícios têm direito à renovação
regiões antes consideradas deca- coletivos.
dentes podem se tornar núcleos de
prosperidade se houver ação conjun- É hora de mudar?
ta entre o poder público e privado
“O comerciante deve mudar sem-
e, acima de tudo, a participação da
pre”, exemplifica Beth Furtado. Para Beth Furtado,
sociedade. consultora
ela, se uma rua voltada ao comércio
“A partir da beleza física, há a inser- está decadente, a culpa não deixa de em varejo
ção de negócios, que traz um novo ser dos próprios comerciantes. “É
frescor para a região e é capaz de preciso estar em constante renova-
movimentar o potencial econômico ção. Não dá para achar que o cliente
do espaço”, analisa Beth Furtado. vai entrar no estabelecimento só por-
Sócia diretora da Alia Consultoria que a casa está de portas abertas”,
em Marketing, ela atua há mais de diz a consultora ressaltando que o
duas décadas nas áreas de marke- consumidor é “mutante” e, portanto,
ting e comunicação. Escreveu livros o comerciante deve acompanhar a
como “Horizontes do Consumo” e evolução e não parar no tempo. Para
“Desejos Contemporâneos” e é colu- Beth Furtado, todas as cidades têm

Foto: Divulgação
nista do Programa Comercial & Cia espaços com potencial de prosperi-
On Radio, veiculado na BandNews, dade. Avaliar essas regiões, investir
Foto: Agência La Imagen

Evento Vitrines na Calçada,


realizado em julho na
Rua Riachuelo, em Curitiba

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parcerias também são importantes midores e a comunidade em geral”,

Foto: Agência La Imagen

Foto: Agência La Imagen


Foto: Agência La Imagen

nesse sentido. “Não dá para ‘varrer’ ressalta Walderes Bello. Segundo


os usuários de drogas e prostitutas a gestora, a revitalização da região
que eventualmente frequentavam o é fruto de um processo de integra-
local para outro lugar, mas eu acre- ção que começa a ganhar vida pró-
dito que as pessoas se sentem im- pria. Sobretudo porque conta com o
pactadas com a mudança, com a apoio técnico de entidades como o
limpeza da rua, por exemplo, e que Sebrae/PR, Fecomércio/PR, SESC,
isso pode modificar também o modo SENAC e Prefeitura, cada uma con-
das pessoas agirem”, salienta, com- tribuindo com o seu conhecimento e
plementando: “A Cultura do RE é especialidade.
uma cultura que mexe com todos e
mostra que todos têm direito à re- Entusiasmo
novação.” A especialista em varejo
conta que, no princípio, nem todos A empresária Regina Soares Nas-
os comerciantes olharam a mudan- cimento, dona do Brechó Curitiba
ça com bons olhos, mas que a ade- Semi-Novos, participou do evento,
são já é cada vez maior. Tanto que Regina Soares Nascimento, aprova a reforma da rua e é entu- Jerson Mattos,
no primeiro evento para mostrar o empresária siasta do projeto. Para ela, o volume empresário
projeto, o Vitrines na Calçada, reali- de vendas do brechó deve aumentar
zado no dia 12 de julho, o clima era mas foi apenas uma amostra do que com as alterações. Alguns empresá- ção esteja concluída, mudando defi-
de otimismo e camaradagem. pode ser feito quando há conjugação rios apostam também na divulgação nitivamente o cenário de uma região
de esforços. Mostrou que a união dos seus produtos, que deve ser que antes parecia abandonada. E
Vitrine na rua, montada por lojista da Riachuelo Diagnóstico ampliada com as reformas. “Que- assim como na fábula, bastou ape-
das empresas participantes traz re-
O Vitrines na Calçada foi formatado sultados positivos, como aumento remos mostrar para as pessoas o nas uma iniciativa. E a participação
a partir da análise de dados levan- das vendas, da circulação de pesso- que nós temos aqui e a revitalização de todos. S
Regiões decadentes podem se tornar núcleos as”, avalia. vai nos ajudar nesse processo”,
tados em um estudo realizado pelo
de prosperidade se houver ação conjunta entre Sebrae/PR, na região do entorno aposta Jerson Mattos, proprietário O nome da fábula citada nessa re-
“Muitos empresários redescobriram da Eletromóveis. portagem é Vestido Azul, conheça na
o público e privado do Paço da Liberdade - SESC Para- a vocação comercial de suas lojas, íntegra em http://www.f9.felipex.
ná. O levantamento destacou quais o que é muito importante porque A expectativa é que até o primeiro com.br/f9/contos.htm
eram as necessidades e oportuni- ganham os empresários, os consu- semestre de 2010 essa revitaliza-
e realizar ações conjuntas são inicia- mente habitada por lojas de móveis dades na região, o que resultou no
tivas que fazem não apenas a cidade usados e brechós - foram convidados Diagnóstico do Ambiente Econômico
crescer, mas as pessoas enquanto a participar de reuniões para discu- e Empresarial do Paço da Liberdade.
cidadãs. tir as vantagens da revitalização dos Esse trabalho é fruto da percepção
seus negócios, desde a recuperação de empresários, consumidores e tu-
Em Curitiba, um exemplo recente de suas fachadas, passando pelo vi- ristas.
da prática da Cultura do RE é um sual merchandising (de mercado) e
projeto que está sendo colocado em O diagnóstico apontou, entre outros
modernização da gestão de suas em-
prática na Rua Riachuelo, centro da fatores, as características gerais
presas. Eles também terão direito a
cidade. Uma ação conjunta entre das empresas; o poder aquisitivo de
linhas de crédito que podem facilitar a
a Prefeitura de Curitiba, o Sistema consumidores; principais produtos
reforma de cada ambiente.
Fecomércio/PR e o Sebrae/PR procurados; e principais investimen-
tos que melhorariam o movimento
está movimentando um espaço que Potencial do comércio na região. Outro ponto
já tem grande potencial comercial,
mas que estava se deteriorando por Aparecida de Fátima Nogarolli, espe- de destaque levantado no diagnós-
uma série de fatores. cialista em varejo, contratada para o tico foi o potencial de trabalhar a
projeto de revitalização do entorno do Riachuelo como um eixo que aborda
O processo de revitalização come- antigo Paço Municipal, ressalta que um conceito, ou seja, uma rua que
çou com a reinauguração do prédio a rua já tinha um potencial para re- apresenta uma vocação. Esses da-
do antigo Paço Municipal, na Praça vitalização. “Uma vocação para um dos deram subsídios para o Projeto
Generoso Marques. O espaço que comércio específico”, explica. Mas da Nova Rua Riachuelo - A Rua do
também abrigou o Museu Paranaen- faltava estrutura para uma mudança Reciclar, do Reinventar e do Reen-
se e que estava em avançado estado radical, e é aí que entra o poder pú- cantar.
de deterioração foi totalmente res- blico e privado. Além das linhas de
taurado e transformado em unidade créditos facilitadas, oferecidas pelo Novo ânimo
cultural do SESC Paraná. O restauro Banco do Brasil, a Prefeitura vai mo-
foi o ponto de partida para a revitali- Para a consultora do Sebrae/PR e
dificar a rua, fazendo reformas e me-
zação da Rua Riachuelo, um comple- gestora do projeto, Walderes Bello,
lhorias, como a instalação de fios de
xo de cerca de cinco quadras da Rua a revitalização do centro de Curitiba
luz subterrâneos.
Riachuelo, que leva até outra Praça: está dando um novo ânimo aos em-
a 19 de dezembro. Sobre uma possível elitização do es- presários. “Juntos, eles perceberam
paço, uma das inevitáveis contrapar- que podem promover mudanças em
Para fazer parte da mudança, os tidas questionáveis dos processos de seus negócios e na região onde atu-
empresários da região - potencial- revitalização, a especialista diz que as am. O Vitrines na Calçada contagiou,

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SIGA Entrevista
Capacitação
empresa, poderíamos lavar o copo A ideia é trabalhar, de forma integra-
de plástico, antes de depositar no da e participativa, ações que envol- Comportamento
cesto do lixo específico para plásti- vam colaboradores e empresários, Tendência
cos. “Na minha empresa só temos diz o diretor. “Vivemos um momento
um local para todo o lixo. Afinal, fi- no qual a consciência da importância Associativismo
caria inviável ter duas ou três cestas de se preservar o meio ambiente é Feiras e Eventos
de lixo, ao lado de cada mesa. E tem fundamental. Os empresários tam-
mais, se toda vez que eu tomar café bém precisam fazer a sua parte. E Serviço
no dia, eu levantar para colocar em organizações como o Sebrae/PR Mercado
um lugar específico, vou perder mui- têm o dever de ampliar a cultura
to tempo. O pessoal recolhe meu lixo com relação a ações mais respon- Giro pelo Paraná
e leva meus copinhos sujos de café sáveis.” Com o SIGA, os colaborado-
também”, explicaria rapidamente res serão ecoagentes, capacitados
um empresário nada consciente às como gestores e disseminadores da
mudanças de comportamento que o nova cultura na empresa. Eles serão
meio ambiente exige. responsáveis diretos. Vão monitorar
e implantar ações de gestão ambien-
Pensando na responsabilidade que
tal. Com os ecoagentes devidamente
todos os empresários têm e em pe-
capacitados, o copo de plástico do
quenas ações que podem fazer a di-
cafezinho será reaproveitável e não
ferença no dia a dia dos negócios, o
vai mais para o lixo comum da em-
Sebrae/PR desenvolveu um progra-
presa. Ele terá destinação correta.
ma para micro e pequenas empre-
sas: o SIGA - Solução Integrada de O diretor de Controle de Recursos
Gestão Ambiental, que ensina como Ambientais do IAP, Harry Luiz Ávila A ideia é buscar um
agir respeitando o meio ambiente. Telles, diz que o Sebrae/PR se tor- modelo de gestão
“A proposta, fruto de uma discussão nará um grande aliado no trabalho ambiental, com atenção
de quase dois anos pelo corpo téc- de licenciamento, monitoramento
nico do Sebrae/PR, tem como ob- e fiscalização que o IAP realiza em à legislação, fim dos
jetivo sensibilizar e colocar as micro micro e pequenas empresas do Pa- desperdícios e
e pequenas empresas, de fato, no raná. “Com a implantação do SIGA,
caminho da sustentabilidade, pro- vamos evoluir e agilizar grande parte
responsabilidade
socioambiental

O valor da gestão ambiental


porcionando um modelo de gestão dos processos.” O IAP também fará
ambiental que vai além do conven- cursos de qualificação e capacitação
cional, que considera aspectos téc- para formar e orientar os técnicos
nicos como legislação, minimização do Sebrae/PR. “Depois disso, eles
de desperdícios e responsabilidade poderão, por exemplo, auxiliar os
Certificações ganham espaço no cenário empresarial; socioambiental”, explica o diretor de empresários no processo de licen-
Sebrae/PR sai na frente com solução para micro e Gestão e Produção do Sebrae/PR,
Vitor Roberto Tioqueta.
ciamento ambiental, conforme as
exigências do IAP, evitando assim,
pequenas empresas Por Andrelise Daltoé multas futuras.”
Segundo Telles, a empresa que im-
plantar o SIGA terá mais segurança
ao encaminhar um projeto para o
Ações de responsabilidade socioam- ambiente, o planeta está em risco e IAP, por exemplo. “Acredito também
biental já se tornaram comuns no as micro e pequenas empresas, pre-

Foto: Mauro Frasson/Arquivo Sebrae/PR


que com esse trabalho mais perso-
mundo corporativo, mas ainda são sentes fortemente em todos os pa- nalizado, por parte do Sebrae/PR,
uma realidade um pouco distante da íses, também precisam fazer a sua o empresário ganhará agilidade no
maioria das micro e pequenas em- parte. A palavra de ordem no mundo processo.” Segundo ele, para pre-
presas. Papel, plástico, lixo. Tudo é corporativo é sustentabilidade, base- servar o meio ambiente e respeitar
reciclável e reaproveitável. Grandes ada nas pessoas, no meio ambiente as pessoas, a empresa, indepen-
empresas, aparentemente sensíveis e na saúde financeira das empre- dente do seu porte, precisa ter uma
a temas como a variação climática, sas. Conceito que também deve ser cota de responsabilidade e basear-
a poluição de rios e mares, a ma- aplicável ao dia a dia dos pequenos se em ações de sustentabilidade.
tança indiscriminada de animais e o negócios. Catástrofes naturais, nun- “Qualquer empresa está direta ou
desmatamento de florestas, inves- ca antes vistas e que ganham espa- indiretamente ligada ao governo e
tem, cada vez mais, em campanhas ço nos noticiários, despertam essa à sociedade. Não dá para escapar
encabeçadas por Organizações Não preocupação. desse fato. Por isso, precisa seguir
Governamentais (ONGs) de apoio ao as leis.”
Quem já se perguntou de onde vem
meio ambiente. Muitas ações já vira-
todas as coisas e para onde vão Todo material didático do SIGA foi
ram documentários na tevê.
quando nos desfazemos delas? Sa- preparado para despertar mudan-
Mesmo assim, com tantos exem- bemos, por exemplo, o quanto é Vitor Roberto Tioqueta, ças culturais em colaboradores e
plos de ações e informações sobre importante separar o lixo? No dia diretor de Gestão e Produção empresários, segundo o gerente
as questões relacionadas ao meio a dia, ao tomar um cafezinho na do Sebrae/PR da Unidade de Gestão Estratégica

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a mudança de mentalidade do em-
(UGE) do Sebrae/PR, Luiz Marcelo
presário. O consultor do Sebrae/PR, Econegócios
Padilha. “Tentamos fugir dos jar-
gões. Não queremos ser ‘profes- Amberson Bezerra, cita o exemplo O SIGA é uma solução economica-
sores’ em meio ambiente, do que é de uma pequena empresa que, dia- mente viável para resíduos. O pro-
certo ou errado, mas sensibilizar os riamente, gera uma pilha de papéis grama identifica oportunidades de
empresários sobre a importância da com aproximadamente 50 folhas. negócios, o que passa a ser cha-
sua preservação. Isso já tem sido Com a implantação do SIGA, essa mado de econegócio. Uma pequena
feito pelo próprio corpo técnico do empresa terá que reduzir a quan- empresa que trabalha na fabricação
Sebrae/PR em palestras, seminá- tidade de papéis. “O ideal é zerar, de camisetas poderá doar seus re-
rios, treinamentos, consultorias. O mas como trabalhamos de acordo talhos para uma instituição carente
diferencial do SIGA é provocar uma com a realidade de cada empresa, da cidade onde atua. Talvez, hoje ela
atuação de forma integrada, envol- caso não seja possível, imaginamos já o faça.
vendo empresários e colaborado- que a pilha de 50 folhas diárias con-
siga ser diminuída em pelos menos O diferencial é que os técnicos do
res. Queremos sugerir mudanças,

Foto: Claiton Biaggi


80%. Já teremos um grande avan- Sebrae/PR farão, nesse caso, um
ações concretas, com resultados.”
ço. E o que fazer com as 10 folhas estudo de viabilidade econômica,
A intenção é provocar naturalmente de papel diárias sem destino?” que irá gerar renda de forma orga-
nizada para essa entidade. Assim, a
doação passa a ser uma ação, tam-
bém, de sustentabilidade. A empre-
sa desenvolve o seu papel responsá-
vel na comunidade onde atua.
A administradora e gerente finan-
ceira da Distribuidora de Plásticos e
Tecidos Estrela Verde, em Cascavel,
oeste do Estado, Camila Gnoato, ad-
quiriu com o tempo uma consciência
ambiental. “Estamos constantemen-
te procurando produtos de fibras
naturais ou reciclados para comer- Gilberto Boita,
cializar. Alguns, nós já conseguimos empresário
substituir, mantendo e até mesmo
aumentando a qualidade.” as pilhas para depositar no nosso Foi assim na Gráfica Imprecolor.
posto de recolhimento, temos a cer- “Os custos de produção perma-
Na Estrela Verde, o lixo é separado teza que estamos fazendo a nossa necem praticamente os mesmos,
e foi montado um posto de coleta de parte.” mas, como somos a primeira grá-
A responsabilidade pilhas e baterias. Segundo Camila, fica da região e a 11ª no Brasil a
socioambiental deve ser o mais importante é o trabalho de Mais clientes conquistar a Certificação FSC, já
conscientização com os colaborado- temos procura de novos clientes.”
aplicada dentro e fora res. “Aproveitamos os horários das A Gráfica Imprecolor, também em
Cascavel, recentemente conquistou Com seu exemplo, recomenda aos
dos muros da empresa, aulas de ioga, que ocorrem na em- empresários de qualquer segmento
presa três vezes por semana, para a Certificação FSC (Forest Steward-
começa em casa ship Council, em português, Conse- que iniciem, o mais rápido possível,
despertar a consciência e a cultura algum tipo de ação socioambiental.
ecológica, para que os nossos cola- lho de Administração de Florestas),
por tratar de produtos com origem “Todo investimento em meio am-
boradores coloquem em prática es- biente dará retorno a longo prazo e
sas ações também em suas casas.” em plantações florestais geridas
de forma sustentável. A certifi- isso o empresário precisa ter bem
Outra medida que já foi adotada na cação veio reforçar ainda mais o claro, para não desistir.”
empresa tem relação com o mate- interesse da gráfica em aperfeiçoar Amberson Bezerra concorda
rial de expediente. “Tudo é reciclado suas práticas. com Gilberto Boita. Ao apli-
ou certificado, até mesmo as cane- car o conceito de sustenta-
tas.” Ela diz que gostaria de fazer Segundo o proprietário, Gilberto Boi-
ta, estudos realizados por institui- bilidade em seu empreen-
muito mais e sabe que é possível, dimento, o empresário
ções especializadas e independentes
tanto que tem novos projetos para não só poderá ver o
comprovaram que papéis reciclados
este ano. Um deles é a implantação crescimento da em-
e brancos, certificados e produzidos
de um jardim comestível no pátio presa e dos lucros a
com desempenho ambiental adequa-
Foto: Claiton Biaggi

da empresa. longo prazo, como se


do, são a melhor opção existente no
Camila lamenta que poucas empresas mercado para as instituições que sentirá bem com os
tenham esse tipo de preocupação e querem diminuir os impactos ambien- impactos positivos
elogia a iniciativa do Sebrae/PR com o tais. Para o empresário, qualquer que causará ao seu
SIGA. “Com essas pequenas ações, investimento com atenção especial redor. Com isso,
já conseguimos diminuir, por exem- ao meio ambiente é sempre um bom os empresários
Camila Gnoato, plo, o consumo de papel e, quando negócio, apesar de não apresentar de pequenas em-
empresária vemos um colaborador chegar com resultados imediatos. presas começam

36 37
a entender, mesmo que de forma
ainda lenta, que desperdícios, am-
mento do mercado nos últimos tem-
pos: a constatação da necessidade SIGA
biente de trabalho ruim e o não de atestar qualidade, posteriormen-
cumprimento da legislação vigente te respeito ao meio ambiente e tam-
são práticas que podem se trans- bém responsabilidade social”, diz o
formar em lacunas na responsabili- consultor do Sebrae/PR.
dade socioambiental, se não forem
Um ponto importante do SIGA é que
Objetivo
cumpridas conforme determinados
parâmetros. a pequena empresa poderá ter a
certificação parcial. Depois da ava- Proporcionar modelo de Gestão Ambiental,
A responsabilidade socioambiental liação inicial, ela recebe uma lista-
deve ser aplicada dentro e fora dos gem com os itens que precisam ser
considerando aspectos técnicos como legis-
muros da empresa. “Responsabili- adequados para a gestão ambien- lação, minimização de desperdícios e respon-
dade sociombiental começa na pró- tal. Se ela tiver condições financei-
pria casa, depois alcança o mundo ras para resolver apenas uma par- sabilidade socioambiental, de forma integra-
lá fora”, avalia Amberson Bezerra, te dos itens, receberá certificação da e participativa, entre colaboradores e as
lembrando que o processo de reco- proporcional.
nhecer as falhas e mudar costuma ações da empresa.
ser muito difícil. “Qualquer adequa- “Vamos pensar num caso, onde um
ção envolve negociações comple- dos itens seja a substituição do sis-
O diferencial do SIGA é tema de energia de uma empresa.
xas, treinamento e muito diálogo
provocar uma atuação para deixar tudo transparente. Nós Isso teria um custo elevado e seria
inviável naquele momento. Mas os
de forma integrada, estamos preparados para trabalhar
essas questões. É uma maneira de outros itens, a empresa poderia Benefícios
envolvendo empresários pensar na imagem da empresa a cumprir. Nesse caso, ela se com-
e colaboradores promete apenas com aquilo que Economia gerada devido à minimização de des-
longo prazo.”
pode cumprir e recebe certificação perdícios. Exemplo: redução de consumo de
proporcional. Dessa forma, não limi-
Certificação tamos o selo à questão financeira”,
energia, água, matéria-prima e insumos;
No SIGA, os técnicos do Sebrae/PR explica Amberson Bezerra. Ganhos financeiros com a comercialização de
farão a avaliação e o monitoramento subprodutos advindos de processos de geren-
Na sua avaliação, qualquer empre- ciamento de resíduos. Exemplo: venda de mate-
de todo trabalho com as empresas
sa moderna precisa seguir requisi-
que aderirem ao programa. A em- rial reciclado;
tos fundamentais. “É um respaldo
presa assinará um termo de com- Adequação ambiental na empresa, de acordo
no mercado, algo que garante a
promisso, ainda na primeira fase, com a legislação do setor;
própria sobrevivência do negócio.
que servirá de base para a avalia-
Pode-se interpretar isso como um Credibilidade e fortalecimento da imagem da
ção dos resultados. Depois que a
planejamento estratégico da em- empresa, de acordo com a legislação do setor;
empresa implantar 100% do que foi
presa. Se o empresário quer fa-
recomendado no termo de compro- Credibilidade e fortalecimento da imagem da
zer sua empresa crescer, tem de
misso, ela recebe uma certificação. empresa reconhecidos pela sociedade;
preservar seu produto e contribuir
“O selo se tornará um diferencial para a qualidade. Com responsabili- Desenvolvimento da cultura ambiental, inovação
para o mercado. O debate sobre dade e sem agredir o meio ambien- e empresas mais competitivas.
certificações empresariais deixa te.” (Colaborou nesta reportagem
muito claro a evolução do pensa- Leandro Donatti) S

Para saber mais sobre Fases de implantação


o tema, acesse: Sensibilização – Proporcionar uma visão ge- disseminadores da implementação do SIGA
ral da solução, para que o empresário tenha na empresa.
Site do Instituto Ethos – www1. ciência da importância da implantação da
gestão ambiental na sua empresa. Implantação e monitoramento – Os ecoagen-
ethos.org.br; Site do CEATS – Cen- tes, munidos do plano de ação, farão a im-
tro de Empreendedorismo Social e Análise ambiental – Realizar na empresa diag- plantação e a gestão das ações propostas.
Administração em Terceiro Setor nóstico integrado considerando três aspectos,
www.ceats.org.br; Site da Revista sendo eles de legislação, de desperdício, de Avaliação de resultados – Acompanhamen-
Primeiro Plano – www.primeiropla- responsabilidade socioambiental adotados pela to, por parte do Sebrae/PR, para a avaliação
no.org.br; Revista Eletrônica de Res- empresa. Os técnicos do Sebrae/PR fazem das ações implantadas na empresa.
uma espécie de fotografia geral da empresa.
ponsabilidade Social – www.respon- Certificação/Selo – Se as ações acordadas
sabilidadesocial.com. Informações Formação de ecoagentes – Capacitar equi- no termo de compromisso estiverem 100%
sobre o SIGA podem ser obtidas no pe de colaboradores da empresa, denomina- implementadas, a empresa receberá o certi-
Sebrae/PR. dos ecoagentes, para que sejam gestores e ficado de conformidade.

38 39
Uso de tecnologia A maioria das micro e pequenas em- adquirimos um (programa) com as-
Entrevista
Capacitação
presas brasileiras já descobriu as sistência”, conta. “Em 2008 troca- Comportamento
vantagens da tecnologia para alavan- mos novamente, atualizando. Pago
car os negócios. Mas muitas outras uma mensalidade e recebo assis- Tendência
ainda não aderiram à era digital. tência. É um impacto pequeno no Associativismo
orçamento, que vale a pena”, diz o
Pesquisa realizada pelo Sebrae/SP,
empresário, que paga R$ 250 men- Feiras e Eventos
no final de 2008, revela que 75%
das micro e pequenas empresas do
sais pelo sistema, incluindo a assis- Serviço
tência.
Brasil utilizam microcomputadores e Mercado
71% delas têm acesso à internet. “Se um cliente reclamar de algu-
ma peça ou serviço e eu não tiver Giro pelo Paraná
No Paraná, o cenário é parecido
controle do que foi feito e trocado,
com a média nacional: 73% das mi-
tenho zero de razão para argumen-
cro e pequenas empresas possuem
tar com ele e questionar”, comenta
computador, conforme o levanta-
Joel. “Evitar arcar com problemas já

Informatização
mento. Na Região Sul, o Estado fica
me compensa o investimento no sis-
atrás de Santa Catarina. No estado
tema”, avalia o empresário.
vizinho, 81% das micro e pequenas

com ‘inteligência’
empresas possuem computador. Já Hoje, todo o movimento da loja de 66% das empresas com
no Rio Grande do Sul, o percentual é Joel é controlado pelo programa:
um pouco menor, de 70%. caixa, estoque, cadastro de clien- computador disseram
O objetivo da pesquisa foi identificar
tes, contatos, troca de peças, da- não ter software para
tas dos atendimentos. “Temos com- administrar, de forma
75% das micro e pequenas empresas utilizam computador; o grau de utilização de equipamen-
tos das Tecnologias de Informação
putadores, todos interligados. O do
integrada, atividades
desafio é usar sistemas que cruzem informações e e Comunicação (TICs) e o grau de
administrativo, do caixa e do balcão.
No caixa e no balcão, por exemplo, do negócio
incrementem os negócios importância dado pelos empresários
a essas ferramentas. Para se ter
posso limitar as informações que fi-
Por Maria Duarte cam disponíveis nas máquinas, pois
uma ideia, na área de serviços, 68%
nem todos precisam desse acesso.
dos empresários brasileiros usam o
Assim, o administrativo controla
computador para acessar a internet
tudo”, explica.
e 59% para cadastrar os clientes.
Apenas 27% fazem controle de esto-
que informatizado e 1% faz o contro-
le financeiro dessa maneira. Já no
comércio, 50% fazem controle de
estoque pelo computador e 2% fa-
zem controle financeiro. Outro dado
que chama a atenção é que 34%
das empresas com computador dis-
seram ter software para adminis-
trar, de forma integrada, atividades
do negócio como compras, vendas,
contas a pagar, contas a receber
e estoques. O restante, 66%, não
utiliza.
O empresário Joel da Silva, de Dois
Vizinhos, sudoeste do Paraná, é um
exemplo de empreendedor que se
beneficia das facilidades oferecidas
pela tecnologia. Ele abriu sua empre-
sa, a Joel Motos, em 2003.
Com o passar dos meses, a carteira
de clientes de Joel foi crescendo, e
com isso o estoque da loja também.
Logo, ele abandonou o chamado “ca-
dernão” para controlar o movimento
e resolveu investir em um programa

Foto: Zanella
de computador para dar suporte à
gerência da loja.
“Compramos um programa pronto,
em 2004, mas não supria nossas
necessidades. Então, em 2005,
Silvania e Joel Silva,
empresários

40 41
Foto: Erlei Schade Uso de microcomputadores nas MPEs brasileiras Proporção de MPEs que possuem
gerada pela tecnologia, ela não está microcomputadores (por UFs)
ajudando a empresa e, pior, pode
estar distraindo a atenção quanto
ao foco do negócio”. “Para ser bem
usada, a tecnologia necessita de
pesquisas periódicas, de conversas
com clientes, fornecedores e até
concorrentes”, aconselha Belletti.

A era da internet
As vantagens que a tecnologia pode
trazer às empresas - grandes, mé-
dias ou pequenas - são destacadas
também pelo professor Luiz Augusto
Pelisson, do Departamento de Infor-
mática da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR). Para o
professor, além dos computadores Nota: o percentual acumulado foi identificado a partir da pergunta
e de uma rede, a internet é uma fer- “Há quantos anos sua empresa utiliza microcomputadores?”
ramenta que não pode ser ignorada
pelos empresários.
Uso de internet nas MPEs brasileiras Empresas com software
“Quem não tem, está perdendo para administrar, de forma
mercado”, avalia Pelisson. “O cliente integrada, atividades
hoje vai buscar informações sobre do negócio
as empresas e a concorrência na in-
ternet. Por isso é interessante tam-
66%
Claudinei Benzi, bém cadastrar aqueles clientes que
não possuem
empresário “Às vezes (os empresários) até utili- quiserem, encaminhar mala-direta
zam a tecnologia, mas não de manei- ou outras informações interessan-
ra sistemática e organizada, usando tes da empresa. Afinal, quem não é
por exemplo o computador só para visto não é lembrado”, alerta o pro-
O empresário precisa escrever ou guardar uma agenda”, fessor, lembrando que na internet
aprender a fazer uso alerta o consultor do Sebrae/PR, não importa se a empresa é grande
Luiz Eduardo Belletti. “Além disso, ou pequena.
sistemático da informação,
é possível pesquisar nichos de mer-
seu monitoramento cado, o que as redes sociais estão Para todos os bolsos
e análise discutindo sobre certos produtos,
Claudinei Benzi, diretor executivo da
pesquisar preços, ficar de olho na
Totvs, empresa de Tecnologia da In-
concorrência e até descobrir o que
O empresário compara seu sistema formação, desmistifica a ideia de que 34%
certos grupos de consumidores não Nota: o percentual acumulado foi identificado a partir da pergunta
de computadores à luz numa indús- tecnologia e inovações são apenas “Há quantos anos o sr.(a) utiliza internet em benefício da empresa?” possuem
toleram na concorrência, evitando
tria. “É uma ferramenta para mim para empresas de grande porte. Ele
erros”, complementa o consultor.
como a luz para alimentar uma in- cita que para o varejo há produtos
dústria. Se eu fico sem o sistema, é “Hoje tudo isso é possível pela web. disponíveis na faixa de preço entre Principais finalidades na utilização
uma escuridão”, ilustra. A tecnologia não pode ser um fim R$1,5 mil e R$ 2 mil. “Há soluções de microcomputadores
em si mesma, mas um meio, uma simples e de baixo custo”, diz. Outros equipamentos de informática
utilizados nas empresas
Uso inteligente ferramenta”, comenta o consultor.
Belletti reforça que o foco tem que
Benzi acredita que os empresá-
das informações ser o negócio. “Não adianta se dis-
rios estão cada vez mais conscien-
tes da necessidade de investir em
A gerente da Unidade de Ges- trair com a tecnologia. A internet,
tecnologias, para dar inteligência
tão do Conhecimento (UGC) do por exemplo, é sedutora, você pode
aos computadores. “No Paraná, as
Sebrae/PR, Lilian Langwinski, cha- passar horas navegando. O foco
micro e pequenas empresas pre-
ma a atenção para o fato de que precisa ter relação com o negócio”,
cisam de ferramentas de gestão.”
não basta ter computadores e ou- alerta o consultor.
Segundo Benzi, investir em softwa-
tras facilidades da tecnologia, é pre- Segundo Belletti, “se não for possível re, por exemplo, pode ajudar a dar
ciso saber usar essas ferramentas mensurar qual a economia (de tem- mais sustentação e competitividade Nota: 100% – total de empresas entrevistadas. Nota: 100% – total de empresas entrevistadas.
de maneira eficiente para o negócio. po ou recursos) ou a receita extra aos negócios. S (*) Outras finalidades = pesquisa de fornecedores, controle de compras e ven- (*) = matricial, jato de tinta, laser e multifuncional
da, emissão de boletos, comunicação (e-mail, Skype, MSN, Voip), segurança
“O empresário precisa aprender a
e apicações específicas à atividade.
fazer uso sistemático da informa- ACESSO A TECNOLOGIAS
ção, seu monitoramento e análise. Software integrado = compras, vendas, contas a pagar, contas a receber e estoques.
Para esse monitoramento, podem 75% das micro e pequenas empresas do Brasil utilizam computador
Fonte dos quadros: Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae/SP
ser utilizadas ferramentas gratui- 71% contam com acesso à internet
tas, tais como sites de busca e 91% usam telefone celular Para baixar a pesquisa completa, acesse:
redes sociais.” http://www.sebraesp.com.br/conhecendo_mpe/estudos_tematicos/tecnologia_informacao

42 43
Integração Entrevista
Capacitação

Foto: Agência La Imagen


Comportamento
Tendência

Cooperação na fronteira Associativismo


Feiras e Eventos
Serviço
Sebrae CDT-AL é um elo importante na troca de Mercado
metodologias e informações sobre empreendedorismo Giro pelo Paraná
entre os países da América Latina
Por Ellen Taborda

Zandra Balbinot,
doutora em Gestão Internacional

Apenas uma rua. Para muitos em- tem vantagem de saber o que acon-
presários de micro e pequenas em- tece do outro lado, mas pode errar
presas brasileiras que atuam na re- ao supor que conhece a nação vi-
gião de fronteira, essa é a distância zinha como um todo. “A cultura de
que os separam de um mercado que fronteira é diferente do restante do
pode ser promissor. Mas, para apro- país.” Quando se fala em arranjos
veitar as oportunidades nos países e composições entre países, a situ-
vizinhos, é preciso antes conhecer ação tende a ficar mais complexa.
bem outras realidades comerciais e Exige das partes envolvidas um es-
culturais. A cooperação entre os pa- forço extra em nome da integração.
íses é o caminho mais indicado para “É um processo gradual. A cultura
aproximar as diversas realidades do da cooperação facilita o processo
empreendedorismo nessas regiões de desenvolvimento. O objetivo é
e promover o desenvolvimento de que grupos alcancem a capacidade É fundamental que
projetos comuns, baseados na con- de agir coletivamente, com objetivos
comuns”, explica o diretor de Ope- instituições sem muitas
fiança e no intercâmbio de conheci-
mento. rações do Sebrae/PR, Julio Cezar assimetrias conversem
Agostini. para que a integração
“O desafio de atravessar fronteiras é
enorme”, explica a professora da Uni- Para o analista de Assuntos Inter- ocorra mais facilmente
versidade Federal do Paraná (UFPR), nacionais do Sebrae Nacional, Pau-
Zandra Balbinot, doutora em Gestão lo Volker, a principal dificuldade dos
Internacional pela HEC, em Montre- empreendedores que atuam nas re-
al, no Canadá. Segundo ela, o prin- giões de fronteira são os marcos le-
cipal obstáculo a ser superado pelos gais diferenciados entre os países.
países que buscam a integração e a “Mas, ao mesmo tempo em que ele
cooperação, é o conhecimento uns enfrenta complexidades, também
dos outros e a compreensão da cul- tem oportunidades”, afirma. Um
tura, política, sociedade, economia e exemplo de ponto positivo é o me-
legislação das partes envolvidas. “É lhor aproveitamento das variações
mais ou menos como um casamen- do câmbio ao seu favor. Segundo
to. À medida que se toca em pontos Volker, um fato que preocupa são
mais específicos, a aliança começa as grandes assimetrias existentes
a degringolar.” entre um lado e outro da fronteira,
que têm que diminuir. “A importa-
De acordo com a professora da ção da pobreza e da miséria não
UFPR, o empreendedor de fronteira interessa”, diz.

44 45
Artigo

Foto: Arquivo Sebrae


A especificidade dos territórios de entre os países. “Não é impor, é
fronteira levou o Sebrae Nacional, sentar e descobrir quem é o parcei-
numa aliança de peso entre o ro. E para o parceiro também desco-
Sebrae/PR, Itaipu Binacional, Fun- brir quem é o Brasil. E saber como
dação Parque Tecnológico de Itaipu é que se faz negócio nesses países”,

Certificações ISO:
(PTI) e Banco Interamericano de De- analisa. realizado pelos não certificados. Fica
senvolvimento (BID), a inaugurar, em claro que a certificação, além de con-
maio deste ano, em Foz do Iguaçu, o A doutora em Gestão Internacional tribuir para a melhoria gerencial num
avalia que esse conhecimento torna-
o que são e seus benefícios
Centro de Desenvolvimento de Tec- sentido amplo, funciona como uma
nologias para Integração Transfron- rá mais fácil qualquer negociação, estratégia de marketing para a empre-
teiriça de Micro e Pequenas Empre- o que abrirá, com mais segurança, sa, ajudando a empresa a ampliar seu
sas do Mercosul e América Latina novos mercados para as micro e José Cezar Castanhar mercado. Esse auxílio pode ser ainda
(Sebrae CDT-AL). É a primeira uni- pequenas empresas. “As pequenas mais importante para a estratégia de
dade do Sistema Sebrae para o de- têm poucos recursos. Se ‘quebra- internacionalização de empresas, onde
A trajetória das empresas é marcada zation (ISO) e resultaram de estudos
senvolvimento de micro e pequenas rem a cara’ fora do Brasil, podem o Certificado ISO pode compensar o
por etapas que têm características e sistemáticos originados em diversos
empresas em regiões de fronteira. acabar tendo que fechar as portas fato de a empresa ser desconhecida
desafios distintos. Na fase da criação países para estabelecer padrões de
aqui dentro.” num determinado mercado.
O Sebrae CDT-AL, que funciona nas de um novo negócio, o desafio para o gestão voltados para a melhoria con-
dependências do PTI, foi idealizado Para unir economias tão diferentes, empreendedor é o de estar atento para tínua de qualidade de processos, pro- Curiosamente, segundo o INMETRO,
para desenvolver tecnologias que Zandra acredita que os países de- identificar oportunidades com potencial dutos e serviços, tendo como objeti- o número de certificações conferidas
facilitem a integração produtiva e a vem conversar de igual para igual. econômico e construir alianças estraté- vo final a satisfação dos clientes (ISO a empresas brasileiras ainda é muito
transferência de metodologias e so- “Não deve haver imposição, nem gicas para “colocar o negócio no ar”, 9.000) ou o controle dos impactos baixo, com um estoque de empresas
luções para as empresas da região. sentimento de opressor e oprimido. com o mínimo de recursos possível. Na ambientais de atividades empresariais certificadas pouco superior a 30 mil,
Outra atribuição é a capacitação de É fundamental que instituições sem fase seguinte, de consolidação do negó- (ISO 14.000). A certificação é con- desde o início desse processo no País
empreendedores em projetos em- Julio Cezar Agostini, muitas assimetrias conversem para cio, a atenção se volta para a ampliação ferida por instituições independentes na década de 1980. Assim, os recur-
presariais entre os países de frontei- diretor de Operações do que a integração ocorra mais facil- do mercado e das fontes de financia- acreditadas pelo Instituto Nacional de sos eventualmente destinados para a
ra. “Os primeiros passos para apro- Sebrae/PR mente.” De acordo com ela, também mento. Nessas fases iniciais do negó- Metrologia, Normalização e Qualidade obtenção dessas certificações podem
ximar os países do Mercado Comum é importante que sejam colocadas, cio, o empresário usualmente utiliza um Industrial (INMETRO). Existem atual- ser considerados um investimento de
do Sul (Mercosul) em torno de uma claramente, as possibilidades de ga- estilo de gestão em que características mente cerca de 30 instituições acre- alto retorno, seja pelos benefícios ob-
Moura, nesses primeiros meses de empreendedoras como capacidade de ditadas, sendo duas delas do Paraná. jetivos que pode trazer, seja porque
pauta focada no empreendedoris- nhos reais para ambos os lados.
atividade, o Sebrae CDT-AL já iniciou inovar, agir de forma proativa, assumir diferencia a empresa no universo em-
mo, no fortalecimento das micro e o processo de estruturação de apoio Para o analista Paulo Volker, do A empresa que solicita a certificação
pequenas empresas”, complementa riscos e aproveitar oportunidades que presarial, o que é crucial num mundo
ao projeto Ñandeva (de fortalecimen- Sebrae Nacional, o projeto de inte- poderá contratar previamente uma
Julio Agostini. surgem em ambientes turbulentos ou globalizado em que a competição se
to ao artesanato da tríplice frontei- gração só funciona quando o par- consultoria para se preparar para o
favoráveis são determinantes para o torna cada vez mais acirrada. S
ra – Brasil, Paraguai e Argentina) e ceiro reconhece a importância da processo, dependendo do estado atu-
êxito do negócio.
A cultura da cooperação Profronteira (de desenvolvimento do iniciativa, “que deve ser apresentada al dos seus processos gerenciais.
sudoeste do Paraná e oeste de San- de maneira clara, num processo de A terceira fase caracteriza-se pelo
facilita o processo de ta Catarina na região de fronteira crescimento acelerado e continuado.
O processo de certificação compreen-
discussão”. O diretor de Operações de, então, “matar dois coelhos com
desenvolvimento e seu com a Argentina). do Sebrae/PR concorda e diz que é Nesta fase, o estilo de gestão base-
ado na intuição, no improviso e na uma única cajadada”. Por um lado,
objetivo é que grupos “Foram desenvolvidas e testadas fundamental a sensibilização das en- para obter a certificação, a empresa
tidades dos países envolvidos numa capacidade empreendedora do seu
alcancem a capacidade de duas metodologias-piloto, em elabo- criador não é mais suficiente. O desa- deve adequar seus sistemas de ges-
ração de projetos e de planejamento cooperação técnica, por exemplo. tão às exigências da norma, o que
agir juntos “Todos precisam se envolver no pro- fio nesta fase é dotar a empresa de
estratégico participativo, que foram competências que permitam aprimo- requer um processo integrado e si-
aplicadas e transferidas para insti- cesso. A pactuação precisa ser fir- multâneo de aperfeiçoamento desses
me e representar uma composição rar os sistemas empresariais de ges-
Fronteiras do Brasil tuições e parceiros do Brasil, Para-
de vontades entre as partes”, desta- tão (finanças, operações, controle, sistemas. Por outro lado, a obtenção
guai e Argentina. Com mais de 40 comercialização, marketing, gestão da certificação funciona como um aval
O Centro faz parte do plano de in- técnicos e parceiros capacitados de ca Julio Agostini. S
de pessoas, etc). externo sobre a qualidade dos siste-
ternacionalização do Sebrae e con- instituições dos três países”, afirma mas de gestão da empresa e do seu
tará com recursos financeiros de Rolim de Moura. O tema dispõe de uma biblio- A demora em reconhecer a necessi-
grafia extensa. Seguem algu- comprometimento com o bom atendi-
R$5,8 milhões até 2011. O Projeto

Foto: Divulgação
dade de investir no aperfeiçoamento mento de seus clientes e com o im-
Fronteiras do Brasil, como foi batiza- O Sebrae CDT-AL também deve re- mas sugestões de livros, para
gerencial ou a decisão de fazer esse pacto ambiental das suas atividades.
do, tem o BID como parceiro. A ins- alizar três workshops de empreen- aprofundar o assunto: Relações
internacionais contemporâne- investimento de forma fragmentada e
tituição internacional viu na proposta dedorismo, entre agosto e outubro, descontínua costuma estar na base Pesquisa recente do INMETRO con-
com participantes do Paraguai, Bra- as: da construção do mundo
brasileira uma iniciativa interessante do fracasso de empresas que tiveram firma que a obtenção da certificação
liberal à globalização, de José
de promover cooperações técnicas sil e Argentina. Uma rede de parcei- Flávio Sombra Saraiva, Editora uma trajetória inicial bastante exitosa traz benefícios objetivos para a ima-
entre instituições de apoio às micro ros públicos e privados será forma- Paralelo; Argentina y Brasil en e promissora. Uma estratégia interes- gem das empresas certificadas. As-
e pequenas empresas dos países. De lizada no Seminário Internacional de el Mercosur; políticas comunes sante para implementar as melhorias sim, segundo a pesquisa, 75% das
acordo com Volker, o Sebrae já cons- Cooperação Produtiva Transfrontei- y alianzas regionales, de Mario gerenciais de forma integrada e, ao empresas consideram que a qualida-
tituiu uma rede de parcerias com riça, programado para outubro. Rapoport, Grupo Editor Latino- mesmo tempo, agregar valor para a de intrínseca dos produtos fornecidos
Argentina, Uruguai e Paraguai. No americano; Cooperação, Inte- empresa, pode ser a obtenção das por empresas certificadas é de me-
futuro, os demais países da Amé- Elos de confiança gração e Processo Negociador:
Certificações ISO, sendo as mais co- lhor qualidade, 67% consideram que
rica Latina também deverão ser a construção do Mercosul, de o atendimento é melhor nos forne-
Segundo a professora Zandra Balbi- nhecidas as famílias de normas deno-
atingidos. Alcides Costa Vaz, IBRI; Diplo-
minadas ISO 9.000 e ISO 14.000. cedores certificados e mais de 75% José Cezar Castanhar
not, o Sebrae CDT-AL é “uma exce- macia brasileira: palavras, con- consideram que o tratamento das re- é engenheiro civil, doutor em Gestão e professor
Segundo o consultor do Sebrae/PR lente ideia” para construir mecanis- textos e razões, de Luiz Felipe As normas são estabelecidas pela In-
da Escola Brasileira de Administração Pública e
clamações realizadas junto a um for- de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, no
em Foz do Iguaçu, Luiz Rolim de mos de criação de elos de confiança Lampreia, Lacerda Editora.
ternational Organization for Standardi- necedor certificado é melhor do que o Rio de Janeiro.

46 47
Cooperação Entrevista
Capacitação
que podem ajudar no fortalecimento A FIAR 2009, que aconteceu no
Comportamento
Tendência
FIAR 2009
do empreendedorismo em Rosario. Salão Metropolitano de Rosario,
A cooperação é importante porque inovou mais uma vez, com oportu-
representa uma troca de informa- nidades comerciais e exposição de
Associativismo
ções e de experiências”, disse o pre- empresas para mais de 25 países Feiras e Eventos
sidente do Conselho Deliberativo. participantes. Ao todo, foram 22
Sebrae divulga soluções em empreendedorismo, agronegócio Nogaroli falou para uma plateia de
mil metros quadrados de exposição, Serviço
e turismo na maior feira agroalimentar da Argentina empresários argentinos sobre o
divididos em sete salões temáticos:
carnes, vinhos, panificação, tecnolo-
Mercado
acordo de cooperação iniciado há
gia para o leite, soluções tecnológi- Giro pelo Paraná
Por Leandro Donatti cerca de oito meses, parte de uma
cas, inovações e salão gourmet.
estratégia de internacionalização do
Sistema Sebrae, para fortalecer o
empreendedorismo nos países da
América Latina que fazem fronteira
com o Brasil.
“Temos programas e projetos que
podem ser adaptados à realidade
argentina e que servirão de apoio
nesse intercâmbio. As micro e pe-
quenas empresas brasileiras e ar-
gentinas têm excelentes experiên-

Foto: Divulgação
cias que podem ser compartilhadas.
Com isso, contribuímos cada vez
mais para a integração do Merco-
sul”, destacou Nogaroli.
O governador de Santa Fe, Hermes Da esquerda para a direita: Ricardo Diab, Miguel Lifschitz, Hermes
Binner, falou da política econômica Binner, Clara García e Nogaroli, abertura oficial da FIAR 2009
argentina e destacou a importância
da cooperação com o Brasil. “Nos- Um grupo de empresários parana- Foram expostos: café orgânico (Or-
sos povos vivem em irmandade, o enses participou da FIAR 2009 e ganivida), mel (Coofamel), cachaça
Paraná tem experiências extraordi- também fez visitas técnicas. Uma (Quaty) e açúcar mascavo (Curió),
nárias em agricultura familiar, que delas foi à Sancor Argentina, coope- do oeste do Paraná; cafés especiais
podem nos ajudar muito.” rativa de laticínios. Todos empresá- do norte Pioneiro; mel e açúcar mas-
rios que visitaram a FIAR participam cavo (Coopafi), doces (Cascatinha);
Para o prefeito de Rosario, a coope- dos projetos de agronegócio desen-
ração é importante e a participação bolacha, pé de moleque e rapadura
volvidos pelo Sebrae/PR. (Agroindústria Terra Boa), melado
do Sebrae/PR na FIAR 2009 foi fru-
to dessa aproximação das entidades O estande do Sebrae/PR, de 100 (Pé de Cana), cachaça (Coachaça);
e instituições dos dois países. O côn- metros quadrados, trouxe também vinhos da ABEVI (Betiatto, Frâncio,
sul do Brasil em Rosario e coorde- produtos apoiados por projetos de- Graciani, Confrades), bolacha (Bis-
nador da FIAR 2009, Ricardo Diab, senvolvidos pela entidade no agro- coitos Bace), açúcar mascavo (Cana
Foto: Divulgação

agradeceu o apoio e a participação negócio, em diversas áreas como Vivo); e geleia de uva e doce de figo
do Sebrae/PR. “A FIAR é um evento associativismo, inovação, tecnologia (Agroindústria Graciani), todos do
consolidado na Argentina”, disse. e mercado. sudoeste do Paraná. S

Estande do Sebrae/PR na FIAR 2009

O Sistema Sebrae levou em maio apresentadas soluções em empreen- Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson
Cooperação com Rosario
deste ano soluções empresariais dedorismo, agronegócio e turismo, e Nogaroli, e o prefeito de Rosario, Mi-
para Rosario, na Argentina. A enti- também algumas parcerias como o guel Lifschitz, assinaram um acordo prevê a adaptação de
dade, representada pelo Sebrae/PR, Paraná Business Collection e o Cen- de cooperação técnica. O Sebrae/PR programas e projetos do
participou da Feira Internacional da Ali- tro de Desenvolvimento de Tecnolo- presta desde então assessoria à Pre-
mentação de Rosario (FIAR 2009). gias para Integração Transfronteiriça feitura de Rosario com o objetivo de
Sebrae à realidade argentina
Rosario fica na província de Santa de Micro e Pequenas Empresas do transferir tecnologia no apoio ao de-
Foto: Divulgação

Fé, região argentina fortemente liga- Mercosul e América Latina (Sebrae senvolvimento de pequenas empresas,
da ao agroalimento e agroengenha- CDT-AL). visando à futura criação de um serviço
ria e reconhecida como polo agroali- de apoio às micro e pequenas empre-
O Sebrae e a Prefeitura de Rosa-
mentar e exportador. sas em território argentino.
rio firmaram uma parceria durante
No estande da entidade, foram a Feira. O presidente do Conselho “O Sebrae/PR tem soluções empresariais Nogaroli, com a comitiva paranaense na FIAR 2009

48 49
Semana da Pequena Empresa desde 2006, a Semana da Peque-
Entrevista
Capacitação
na Empresa. O evento, que neste
ano será de 5 a 9 de outubro, tem
Comportamento
como principal objetivo apresentar, Tendência
para o Estado, como o Sebrae/PR
Associativismo

Soluções para todos


pode ser um aliado importante para
quem já é empresário e também Feiras e Eventos
para os empreendedores que bus-
cam ser donos do próprio negócio. Serviço
Em comemoração ao Dia da Micro e Pequena Empresa, o Os preparativos para a quarta edi- Mercado
ção da Semana da Pequena Empre-
Sebrae/PR realiza, de 5 a 9 de outubro, a quarta edição sa já começaram. Giro pelo Paraná
da Semana da Pequena Empresa Especialistas de renome nacional se-
rão convidados para falar sobre em-
Por Leandro Donatti preendedorismo. As palestras-mag-
nas serão realizadas em Cascavel,
Curitiba, Londrina, Maringá e Pato
Branco, cidades paranaenses onde Semana da Pequena Empresa, terceira edição
estão localizadas as cinco regionais
do Sebrae/PR. Já estão confirma- sobrevivem revelam ter algo em co- quenos negócios, respeitando suas
Foto: Agência La Imagen

das as presenças de Bernardinho, mum, também segundo a pesquisa. particularidades e aumentando seu
técnico da seleção brasileira de Seus empreendedores não busca- grau de competitividade.”
vôlei; Carlos Hilsdorf, economista; ram qualquer auxílio técnico para o
Renata Todescato lembra que, com
Waldemar Niclevicz, alpinista; Mar- gerenciamento dos negócios e toma-
o apoio do Sebrae/PR, a taxa de su-
cos Pontes, astronauta; e Waldez da de decisões. Muitos agiram por
cesso das micro e pequenas empre-
Ludwig, consultor de empresas. A impulso e sem qualquer respaldo
sas pode chegar a 80%, de acordo
programação especial será ofere- técnico, o que para o Sebrae/PR
com levantamentos internos feitos
cida gratuitamente, para mostrar é causa certa para a mortalidade
pela entidade com participantes do
à sociedade como o empreendedo- de micro e pequenas empresas. “A
Programa Próprio, uma solução
rismo, com planejamento e infor- Semana da Pequena Empresa é um
que auxilia na abertura planejada de
mação, pode render bons frutos. A evento feito para mostrar a impor-
uma empresa. “Os empreendedores
taxa de sucesso das micro e peque- tância da informação no mundo dos
e empresários devem estar recep-
nas empresas no Paraná, conforme negócios”, diz a gerente de Marke-
tivos às mudanças. A Semana da
pesquisa nacional (a mais recente) ting e Comunicação do Sebrae/PR,
Pequena Empresa é um momento
divulgada em agosto de 2007, gira Renata Todescato.
de atualização e de adquirir novos
em torno de 75%. A pesquisa ana-
Segundo a gerente, para enfrentar conhecimentos. Para o Sebrae/PR,
lisou a mortalidade dos pequenos
a concorrência e atender consumi- uma oportunidade de mostrar o que
negócios abertos entre os anos de
dores cada vez mais exigentes, os de melhor oferece para os peque-
2003 e 2005 e os fatores de so-
empreendedores e empresários de nos negócios”, assinala S
brevivência e fechamento nos dois
micro e pequenas empresas preci-
primeiros anos após sua abertura,
considerado o período mais críti- sam estar preparados, aliar plane-
co. Ou seja, de cada 100 negócios jamento e conhecimento, para não Mais informações sobre como
abertos no Paraná, 75 em média perderem as oportunidades que se participar da Semana da Pe-
dão certo, conseguem manter-se apresentam com a globalização. “O quena Empresa podem ser ob-
de portas abertas. Sebrae/PR é um parceiro importan- tidas pelo 0800 570 0800.
Semana da Pequena Empresa 2008 te nesse processo, porque desenvol-
Os outros 25 negócios que não ve soluções sob medida para os pe-

5 de outubro é o Dia Nacional da mam atualmente um dos segmentos nal e pelo Departamento Intersindical
Micro e Pequena Empresa. A data, que mais movimentam a economia. de Estatística e Estudos Socioeco-
instituída simbolicamente para mar- Isso é fato no Paraná, no Brasil e no nômicos (Dieese), aponta 450 mil
car o início da vigência do primeiro mundo. Os pequenos negócios ge- empresas formais no Paraná e 565
Estatuto Nacional da Microempresa ram empregos, renda e dão dinamis- mil informais. As micro e pequenas
e Empresa de Pequeno Porte, em 5 mo às cidades. O empreendedorismo empresas respondem por 60% dos
de outubro de 1999, é motivo de co- também está presente no campo, empregos com carteira assinada no
Brasil, dado confirmado no Estado
É um momento de
memoração para o Sebrae/PR. Afinal com a profissionalização do agrone-
de contas, o Sebrae/PR foi criado gócio. No Brasil, segundo o Instituto pelo Cadastro Geral de Empregados atualização e aquisição de
há mais de 36 anos para apoiar, no Brasileiro de Geografia e Estatística e Desempregados (Caged). Os pe- novos conhecimentos
Paraná, empreendedores e empre- (IBGE), existem 6 milhões de micro e quenos negócios movimentam 38%
sários de pequenos negócios com o pequenas empresas formais e mais da massa salarial no País e 44% no
sonho de se transformarem em em- de 10 milhões informais. Estado.
presários bem-sucedidos. Motivos para apoiar o empreende-
O Anuário do Trabalho 2008, levan- dorismo não faltam. Razão pela qual
As micro e pequenas empresas for- tamento realizado pelo Sebrae Nacio- o Sebrae/PR promove anualmente, Movimentação da Semana

50 51
ENINC Entrevista
Capacitação
A inovação ainda não é uma prática cadeia produtiva da construção civil
comum na construção civil brasilei- do Paraná. Comportamento
ra. Especialistas são categóricos ao
afirmar que, apesar de responder
Durante o evento, que acontece de Tendência
28 a 30 de outubro, os participan-
por uma fatia significativa do Pro- tes assistirão a uma série de painéis Associativismo
duto Interno Brasileiro (PIB), cerca e conferências com autoridades, Feiras e Eventos

Inovação para a
de 5% do total, a construção civil especialistas de renome nacional,
é, talvez, o único setor da economia representantes de entidades, dire- Serviço
que ainda não se industrializou por tores de empresas e empresários
completo, não deu um salto tecno- Mercado

construção civil
que possuam produtos e serviços
lógico significativo. Setores como a inovadores para o setor. Está pro- Giro pelo Paraná
agricultura e a produção têxtil, que gramado também um showroom
até bem pouco tempo estavam num de materiais e equipamentos inova-
mesmo patamar, mostram-se mais dores, apresentação de produtos
De 28 a 30 de outubro, Maringá, no noroeste propensos a absorver as mudan-
ças.
desenvolvidos com tecnologias que
do Paraná, será palco de encontro nacional, “A inovação na construção civil foi de
proporcionem ganho de qualidade
e produtividade, e oficinas técnicas,
aberto para toda a cadeia produtiva do setor certa forma significativa na década
para a demonstração de modernas
práticas construtivas.
Por Octávio Rossi de 1990 e anos 2000, mas aquém
do que de fato precisaria ser para Em pauta, o que há de mais moder-
melhorar os patamares de produti- no em produtos, processos cons-
vidade, reduzir custos, avançar na trutivos e oportunidades, dentre os
qualidade, segurança e impacto am- quais: lean construction, Sistema
biental”, explica a engenheira civil, Steel Frame, Built to Suit, Progra-
mestre e doutora em Engenharia, mas Setoriais de Qualidade (PSQ),
Maria Angélica Covelo Silva, direto- especificação e normatização téc-
ra da NGI Consultoria e Desenvolvi- nica de produtos, alvenaria racio-
mento Ltda. “As inovações no setor nalizada com blocos cerâmicos,
foram predominantemente puxadas pré-moldados de concretos, Siste-
pela indústria de materiais e siste- ma Tilt-up, Sistema PEX, alvenaria
mas construtivos.” estrutural com blocos de concreto,
fachadas em vidro, responsabilida- Na construção civil, a
Segundo Maria Angélica, há neces- de civil, exigências construtivas da inovação melhora a
sidade de se criar uma cultura da Caixa Econômica Federal, gestão
inovação no setor, na qual as em- ambiental no canteiro de obras e
produtividade, reduz custos,
presas - pequenas, médias e gran- reciclagem de resíduos. representa avanço na
des - passem a investir mais em qualidade, segurança e
tecnologia da informação e metodo- Ritmo acelerado impacto ambiental
logias de gestão da produção. “Na
construção civil, a inovação está re- Para o coordenador estadual da
Construção Civil do Sebrae/PR, Ed-
lacionada a ganhos de produtivida-
valdo Pires Correa, o setor tem se
de, qualidade e desempenho para o
revelado estratégico para o desen-
cliente, possibilidade de redução de
volvimento econômico do Paraná,
custos e diferenciação competitiva.
com base na mão-de-obra emprega-
Esses são requisitos, obtidos com a
da e no valor agregado que circula
inovação, que se tornam necessá- em toda a cadeia produtiva. “O ce-
rios para competir no mercado.” nário atual é de oportunidades e de
Com o objetivo de contribuir para grande demanda para as construto-
a formação de uma cultura da ino- ras, profissionais e empresas liga-
vação e levar tecnologia às micro das à cadeia produtiva. A inovação é
e pequenas empresas da constru- um ingrediente importante para as
ção civil, o Sebrae/PR, Sindicato oportunidades não se perderem”,
da Indústria da Construção Civil da assinala.
Região Noroeste do Paraná (Sindus- A construção civil cresce no Paraná
con-NOR/PR) e o Serviço Nacional e no País, lembra Edvaldo Correa.
de Aprendizagem Industrial (SENAI) Os programas lançados recente-
promovem em Maringá, noroeste mente pelo governo federal, que
do Estado, em outubro próximo, a possibilitaram acesso fácil e rápido
segunda edição do Encontro Nacio- ao crédito imobiliário, impulsionam
nal de Inovação na Construção Civil o setor. Segundo relatório da Cadeia
(ENINC 2009). A ideia é reunir no Produtiva da Construção do Sebrae/PR,
Centro de Eventos Araucária em- o setor da construção civil represen-
presários de vários segmentos da ta 9,18% de todo o Produto Inter-

52 53
desperdício”, afirma o professor da Resultados
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR), Cezar Augusto Ro- O número de micro e pequenas em-
mano, que recentemente participou presas que passam a apostar na
no Sebrae/PR, em Curitiba, de um inovação, como diferencial no mer-
evento sobre a inovação na constru- cado, ganha densidade no Paraná.
ção civil, acompanhado de outros Na Grande Curitiba, multiplicam-se,
dois especialistas em inovação da a cada ano, os exemplos de como a
instituição, Hélio Gomes de Carvalho inovação pode fazer a diferença na
e Dálcio Roberto dos Reis. construção civil. O empresário Nil-
son Luis Tortato, da Olaria Tortato,
Segundo os estudiosos da UTFPR, em São José dos Pinhais, buscou
em 20 anos, as empresas que não o auxílio de profissionais qualifica-
investirem em inovação estarão dos pelo Sebrae/PR e pela UTFPR,
fora do mercado. “Os processos para introduzir soluções simples,
de inovação dependem muito da mas inovadoras, na sua empresa. O
capacitação de pessoas. É por isso empresário melhorou os processos
Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa

que ela deve começar dentro das de controle, financeiro e de redução


instituições de ensino, para que os do desperdício de materiais em sua
empresários e futuros empresários empresa.
consigam investir em um processo “Não dávamos muita importância
sistemático contínuo, com mentali- para a diferença de centimetragem
dades voltadas para a inovação”, diz na confecção dos produtos, o que
Dálcio dos Reis. Pesquisas recentes acarretava em grande desperdício
revelaram que as micro e pequenas ao final de um ano. Adaptar a fábri-
empresas que investem em inova- ca para corrigir esse problema aju-
ção gastam, em média, R$1 mil dou a reduzirmos o preço e aumen-
Marcos Mauro Pena de Araújo Moreira, para adequar seus processos, ge- tarmos a qualidade dos produtos
empresário e presidente do Sinduscon-NOR/PR rando retornos financeiros que vão oferecidos às construtoras e consu-
muito além desse custo. “Observar midores finais”, contabiliza Tortato.
o funcionário, por exemplo, é uma O empresário também destaca que
Segundo os estudiosos
no Bruto (PIB) paranaense. O Estado Universitário de Maringá (Cesumar) e o que requer algum investimento. As excelente maneira de gerar econo- os avanços dependeram de um pro- da UTFPR, em 20 anos,
possui aproximadamente 16 mil em- da Universidade Estadual de Maringá empresas do setor que não reinves- mia para a empresa. É simples e fá- cesso, na sua avaliação delicado, de as empresas que não
presas ligadas diretamente ao setor (UEM). tem no negócio ou reinvestem uma cil, mas muitas vezes o empresário busca de informações e mudança
da construção e as micro e peque- taxa muita baixa de suas receitas acaba se esquecendo desse deta- de mentalidade. “Essencialmente foi investirem em inovação
nas empresas representam 90% Motor correm o risco de operar num pata- lhe”, assinala o professor. mais uma ação comportamental do estarão fora do mercado
desse total. mar abaixo do que é necessário para
Na avaliação da diretora da NGI Con- assegurar tecnologia, desempenho
sultoria e Desenvolvimento, a inova-
De olho no crescimento ção sempre será “o motor dos mer-
dos produtos, segurança no trabalho
e gestão do impacto ambiental da ati-
O consultor do Sebrae/PR, Jover- cados” que, mesmo em momentos vidade de construção.
si Rezende, diz que a escolha por de crise, estão em profunda transfor-
Maringá para sediar o ENINC 2009 mação devido às mudanças do perfil O engenheiro Marcos Mauro Pena
deve-se à estrutura que a cidade e características do consumidor, do de Araújo Moreira Filho, empresário
oferece, além de possuir inúmeras cenário econômico e das condições e presidente do Sinduscon-NOR/PR,
obras em andamento e também ser- de competitividade. “A empresa que afirma que inovar também é planejar
vir de sede para muitas empresas do não introduz algum tipo de inovação custos e investir em equipamentos.
ramo. “A inovação é uma realidade. O a médio ou longo prazo pode ser su- “Em um primeiro momento, a inovação
ENINC 2009 é uma ferramenta para plantada por outras e pode perder gera um custo, porém com o tempo
mostrar aos empresários de micro mercado. Não será um desafio se a esse custo diminui e é absorvido pelo
e pequenas empresas o que há de empresa der os passos certos”, ensi- mercado. Vale lembrar que a inova-
mais moderno e oferecer novas for- na Maria Angélica. A inovação requer ção também pode ser tratada como
mas para gerir a empresa, pensando metodologia, conhecimento e investi- marketing estratégico para a empre-
sempre em tecnologias que possibili- mento. “Mas, acima de tudo, visão sa e deve ser bem aproveitada.”
Foto:Agência La Imagen
tem crescimento”, afirma. empresarial para enxergar suas van-
tagens.” Necessidade
O consultor do Sebrae/PR em Ma- “A inovação não é capricho, é uma
O empresário da construção civil que
ringá também destaca a parceria, necessidade. As empresas precisam
enxergar todos os ângulos da inova-
para a realização do evento. O ENINC inovar constantemente e trazer no-
ção - gestão, tecnologia, processos,
tem até, o momento, o apoio da As- vos conceitos para seu dia a dia, bus-
produtos, etc - pode desenvolver so-
sociação dos Engenheiros e Arquite-
luções inovadoras com criatividade e cando sempre novas informações e
tos de Maringá (AEAM), do Conselho
baixo investimento. Mas, alerta Ma- formas de atender seus clientes da
Regional de Engenharia e Arquitetu-
ria Angélica, é preciso entender que maneira mais satisfatória possível, Nilson Tortato,
ra do Paraná (CREA-PR), do Centro
a construção civil envolve engenharia, focando em qualidade e redução do empresário

54 55
Artigo

Agregue valor
O empresário que
enxergar todos os ângulos
e aumente seus lucros! Carlos Hilsdorf

da inovação pode desenvolver


soluções com criatividade e
A margem de lucro que se pode obter na Se você pensar que um copo de capuccino mo preço e, se quiser margens maiores,
baixo investimento produção e venda de qualquer produto e na Starbucks, nos Estados Unidos, custa ofereça uma experiência, um conceito e
serviço não depende somente da qualidade em média 15 dólares (aproximadamente um posicionamento tão especiais que o
e dos custos envolvidos na sua fabricação 30 reais), você perceberá que a margem cliente tenha orgulho de pagar mais para
e comercialização, mas do quanto de valor de lucro aumentou exponencialmente. fazer negócios especificamente com você!
conseguimos agregar aos produtos e ser- Você não compra o capuccino, compra
viços e oferecer aos nossos clientes finais, a experiência de tomar capuccino na Prepare-se para vencer! Assim agem os
Foto:Agência La Imagen

lembrando sempre que é o valor efetiva- Starbucks. empreendedores. Procure o Sebrae e


mente percebido pelo cliente que conta. É o mesmo que ocorre se você comer descubra como agregar mais valor e
fondue em Gramado, no inverno, em um encantar seus clientes. S
Ficar preso à competição via preço é muito
aconchegante restaurante no estilo ale-
perigoso e acaba sendo ruim para todos,
mão. Você não está comprando e pagando
diminuindo cada vez mais as margens de
apenas pelo fondue, mas pelo ambiente,
lucro no segmento e prejudicando a saúde
pelo serviço, pela experiência de comer
financeira dos negócios.
fondue em Gramado, no Rio Grande do Sul,
Vamos observar como cresce a margem no inverno, em um ambiente de atmosfera
Rimones José Vorakoski, de lucro, à medida que agregamos valor, tão especial.
empresário neste exemplo envolvendo “compra de Em todos os segmentos da economia po-
café”: demos vender qualquer “mercadoria” como
que um grande investimento em ter- fabricação de produtos; diminuiu o commoditie, produto, serviço ou experiên-
1) Eu posso comprar café em grão direto
mos de capital. A partir do momento espaço de transporte, de uma má- do produtor. Neste caso, estarei compran-
cia. Tudo depende do seu posicionamento.
em que melhoramos os processos
de gestão dentro da fábrica, os fun-
quina para outra, gerando economia
em tempo de trabalho; e passou a
ENINC 2009 do uma commoditie e o preço é definido
pelos brokers (corretores) na Bolsa de
O mesmo café ou capuccino em duas ca-
feterias diferentes na mesma cidade e até
na mesma rua podem apresentar uma dife-
cionários passaram a aceitar essa utilizar agregados maiores, para a Mercadorias & Futuros. A saca de café rença de mais de 100% no seu preço final.
nova metodologia de trabalho e isso produção de materiais resistentes, (do mesmo tipo e qualidade) do produtor As pessoas não compram sempre apenas
já pode ser percebido em termos de substituindo o cimento. “Com es- Data: de 28 a 30 de outubro A será vendida pelo mesmo preço da do o café. Compram o conjunto de benefícios,
sas medidas básicas, passamos a produtor B em um mesmo momento do diferenciais e experiências que compõem
retorno financeiro efetivo”, afirma. Local: Centro de Eventos Araucária

Foto: Divulgação
produzir um produto de maior qua- mercado. comprar este café da sua empresa e não
A fábrica de artefatos de concreto lidade, com menos desperdício de Cidade: Maringá de outra! Seu café deve tornar-se “único”!
2) Eu posso comprar o café industrializado,
Ouro Preto, localizada em Campo tempo e material, nos garantindo moído, solúvel, granulado, em pó ou ins- Quando você encanta seus clientes e
Largo, é outro exemplo de gestão 47% a mais de economia”, comenta Público: micro e pequenas empresas tantâneo, como produto em um supermer- agrega mais valor a seus produtos e
focada na inovação. O empresário satisfeito o proprietário da Ouro Pre- (construtoras de obras residenciais, cado. Eu pago muito mais caro, proporcio- serviços, está garantindo que poderá
Rimones José Vorakoski investiu na to. (Colaboraram nesta reportagem públicas, comerciais e industriais; nalmente, por esse produto industrializado escapar da prejudicial guerra de preços,
padronização de materiais para a Luciana Baroni e Leandro Donatti) S projetistas como arquitetos, enge- do que quando compro café como com- vendendo valor.
nheiros civis, engenheiros eletricistas moditie. Por quê? Porque o processo de
Se seu único diferencial é preço, então
e afins; indústrias cujos produtos são industrialização agregou valor e, ao fazer
você não tem diferencial nenhum!
Para saber mais sobre o tema, acesse www.facadiferente.com.br ou aplicados na construção civil, como isso, aumentou a margem de lucro.
www.finep.gov.br/imprensa/sala_imprensa/manual_de_oslo.pdf. O Mo- olarias e fábricas de lajes de concre- Claro que, na maioria dos casos, agregar
3) Eu posso comprar café em uma cafe- mais valor aumenta seus custos, mas
vimento Faça Diferente é uma iniciativa do Sebrae Nacional que traz uma to; empresas de transformação de teria ou confeitaria e, neste caso, estou lembre-se, a margem de lucro aumenta de
série de 120 programas de rádio, veiculados em todo o País. Cada epi- produtos, como vidraçarias e empre- comprando o serviço deste café ter sido maneira mais que proporcional, por isso
sódio, com duração média de três minutos, apresenta aos empresários sas de esquadrias de alumínio; pro- preparado e servido para mim. Neste vale a pena. Além disso, em muitos casos,
oportunidades de como inovar, sair da mesmice e melhorar os resul- fissionais autônomos, como pintores, caso, o café custará proporcionalmente para agregar mais valor, melhorando a
tados dos negócios. Já o Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para pedreiros, encanadores e empreitei- mais caro do que quando o compro como qualidade do serviço e da experiência, você Carlos Hilsdorf
Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica tem por ros; imobiliárias; lojas de materiais produto. Esta empresa agregou valor atra- precisa investir muito mais consciência e
Palestrante do Congresso Mundial de Admi-
objetivo orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de de construção e outras revendas de vés do serviço de prepará-lo e servi-lo. atitude que dinheiro.
nistração (Alemanha), Carlos Hilsdorf é econo-
estatísticas e indicadores de pesquisa de P&D de países industrializados. produtos ligados ao setor; empre- 4) Eu posso comprar café em uma cafe- O grande segredo é oferecer aos seus mista, pós-graduado em Marketing pela FGV e
No Brasil, a primeira tradução para o português foi produzida e divulgada sas de coleta de resíduos sólidos da teria onde existam diferenciais no prepa- clientes uma maior percepção de valor, consultor de empresas. Autor do best seller “Ati-
S
pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em meio eletrônico, em construção civil) ro, um serviço de atendimento superior oferecer o maior valor pelo melhor (não tudes Vencedoras”, apontado como uma das 5
2004. A edição mais recente do Manual de Oslo, de 2005, agrega as e uma atmosfera envolvente e memorá- menor) preço. Hoje, você não precisa pra- melhores obras do gênero, é referência nacional
atualizações apresentadas na terceira edição do documento. vel. Neste caso, eu estarei comprando ticar preços minúsculos, precisa oferecer em desenvolvimento humano.
Mais informações: (44) 3220-3474
uma experiência! mais valor que a concorrência pelo mes- Site oficial: www.carloshilsdorf.com.br

56 57
Prêmio Entrevista
Capacitação
O Sebrae/PR venceu o Prêmio Me- empresariais, com oportunidades
lhor Feira do Empreendedor Circui- concretas de novos negócios e todo Comportamento
to 2008 - no Bloco Regional Sul/ conhecimento técnico de apoio. A
Sudeste, numa disputa com as uni- Feira do Empreendedor é um evento
Tendência
dades do Sebrae de Minas Gerais, completo por disponibilizar o que de Associativismo
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. melhor o Sebrae tem num só even-
O anúncio oficial foi feito em Brasília, to”, diz André Basso, consultor do Feiras e Eventos
em junho deste ano. Sebrae/PR em Londrina e o então Serviço
gestor da Feira do Empreendedor
A Feira do Empreendedor do Para-
2008. Mercado
ná, realizada em Londrina de 14 a
17 de agosto de 2008, ficou entre Giro pelo Paraná
as três vencedoras nacionais, jun-
Memória

Melhor Feira do
to com a de Mato Grosso do Sul,
considerada a melhor feira no Bloco
Regional Norte/Centro-Oeste, for-

Empreendedor 2008!
mado pelo Sebrae/MS, Sebrae/TO

Foto: Gabriel Teixeira/Arquivo Sebrae/PR


e Sebrae/PA, e com a do Rio Gran-
de do Norte, no Bloco Regional Nor-
deste, representado pelos Sebrae
de Sergipe, Piauí, Ceará, Pernam-
Evento estadual, realizado em Londrina, buco e Rio Grande do Norte.

vence premiação regional concedida pelo “A Feira do Empreendedor é uma


ação que tem como objetivo pro-
Sebrae Nacional mover o desenvolvimento do empre-
Por Leandro Donatti endedorismo no Estado. A edição
2008, realizada em Londrina, foi
muito mais que uma vitrine de opor-
tunidades para empreendedores e Feira do Empreendedor do Paraná 2008
empresários de micro e pequenas
empresas. Foi uma ação que mobi- Durante a Feira do Empreendedor
lizou todo o Estado, em prol do em- do Paraná, em Londrina, foram
preendedorismo”, diz o diretor-su- realizados 191 eventos de conhe-
perintendente do Sebrae/PR, Allan cimento, com a participação de
Marcelo de Campos Costa. 11.002 empreendedores de todo
o Estado. Palestras sobre os mais
Segundo ele, “foi um evento que
variados temas ligados ao empreen-
nasceu de um compromisso com-
dedorismo complementaram a área
partilhado e se traduziu num ins-
de exposição, na qual 92 empresas
trumento de desenvolvimento que
Foto: Gabriel Teixeira/Arquivo Sebrae/PR

ofereceram mais de 100 oportuni-


vai fazer a diferença nos próximos
dades reais de negócios. Em 2010, o Sebrae/PR
anos, quando novos empreendimen-
tos que nasceram durante a Feira Ao todo, o Sebrae/PR, com o apoio realiza mais uma edição
passem a ser estruturados.” de associações comerciais, prefeitu-
ras e entidades parceiras, mobilizou
da Feira do Empreendedor,
Para Allan Marcelo de Campos Cos- em local e data a serem
231 caravanas, com 7.129 empre-
ta, o recebimento do Prêmio sela o
trabalho desenvolvido pela entidade
endedores e empresários de micro definidos
e pequenas empresas. Toda a pro-
que, no Paraná, atende os 399 mu-
gramação da Feira foi gratuita. Com
nicípios com soluções para quem
as palestras-magnas, proferidas
quer ser empresário e quem já é.
por personalidades de renome na-
O diretor-superintendente do cional, a entidade arrecadou quase
Sebrae/PR anuncia que o Paraná quatro toneladas de alimentos não
participará novamente do circuito perecíveis, doadas para instituições
nacional da Feira do Empreendedor de caridade.
em 2010. Diversas cidades do Es-
A edição do ano passado foi a quar-
tado já manifestaram interesse em
ta realizada no Estado. A primeira
sediar o maior evento de empreen-
foi em Curitiba, em 1997; a se-
dedorismo do Brasil. O Sebrae/PR ain-
gunda em Arapongas, em 1998 e
da não definiu a cidade-sede, nem a
a terceira novamente em Curitiba,
data da realização.
em 2004. Em 2008, um dos des-
“Mostramos aos empreendedores taques do evento foi o “Espaço Jo-
Movimentação em Londrina, durante a Feira em 2008 e empresários de todo o Estado vem”, focado no empreendedorismo
que o Sebrae/PR oferece soluções entre jovens. S

58 59
Paraná Business Collection Em fevereiro de 1990, Cléia Ma-
Entrevista
Capacitação
ria Mira Mazoti confeccionou uma
camiseta, a primeira peça de rou-
Comportamento
pa com a marca da sua empresa, Tendência
em Joaquim Távora, região norte
do Paraná. Nos fundos da casa, a
Associativismo
Feiras e Eventos
Um ‘desfile’ de
pequena confecção, batizada de Mi-
ravest, era gerenciada por Cléia em
parceria com a irmã. Hoje, perto Serviço
de comemorar 20 anos à frente da Mercado
competitividade empresa, a fundadora da Miravest
colhe os frutos de uma gestão foca-
da na busca por resultados.
Giro pelo Paraná

Foto:Agência La Imagen
A profissionalização e o comprome-
Realizado pelo Sebrae/PR e Sistema Fiep, timento da empresária Cléia trans-
formaram a pequena confecção de
evento destaca o potencial da indústria ‘fundo de quintal’ em uma empresa
têxtil e do vestuário no Estado que gera 96 empregos diretos e
produz uma média de 18 mil peças
Por Giselle Ritzmann Loures de roupas por mês em um barracão
próprio, construído com recursos Cléia Maria Mira Mazoti,
próprios. Uma vitória para a empre- empresária
sária, filha de uma costureira e que
sempre gostou de moda.
esteve em Curitiba em maio deste grifes, lojistas e representantes co-
Com duas marcas próprias, “Mi- ano para participar do showroom de merciais. E a quarta edição já tem
ravest” e “Altas Horas”, as roupas negócios, realizado durante o Para- data marcada, será de 22 a 26 de
criadas por dois estilistas são con- ná Business Collection. O evento é fevereiro de 2010, no Cietep, em
feccionadas para atender o público uma iniciativa do Sebrae/PR e Fe- Curitiba “A experiência foi muito
feminino. Ao todo, 36 representan- deração das Indústrias do Estado do positiva. Participar do showroom
tes são responsáveis por comercia- Paraná (Fiep), por meio do Conselho do Paraná Business Collection foi
lizar as peças produzidas em Joa- da Indústria do Vestuário, e reuniu, importante para realizar novos con-
quim Távora para lojas nos estados de 25 a 29 de maio, cerca de 10 tatos, em um evento que mostra a
do Rio Grande do Sul, Santa Catari- mil empresários, especialistas, pro- qualidade da moda produzida no Es-
na, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, fissionais e estudantes de moda. tado”, avalia a empresária Cléia, da
Maranhão, Pará, Pernambuco, Goi- Miravest.
Na terceira edição, o Paraná Busi-
ás, Mato Grosso, Mato Grosso do
ness Collection se consolida como O Showroom de Negócios do Para-
Sul e Paraná.
um importante evento que integra ná Business Collection reuniu 25
Para apresentar as marcas, pro- moda e varejo e cria canais de re- empresas de todas as regiões do
duzidas pela empresa e ampliar o lacionamento entre empresários Estado, que mostraram a qualidade
leque de contatos comerciais, Cléia de pequenas empresas e grandes e a criatividade da moda paranaen-

Foto:Agência La Imagen

Desfile da Picnic Delefante Rudimar Mariga, empresário, e o representante comercial Luiz Renato Machado

60 61
se e, também, a competitividade das calizada em Curitiba, decidiu dedicar Negócios do Paraná Business Collec- de 100 representantes comerciais
empresas para lojistas, compradores seu trabalho para impulsionar o pe- tion, o empresário avalia que a parti- levam para as vitrines de lojas, es-
de redes de lojas e boutiques de São queno negócio fundado pelos pais. cipação foi importante pela prospec- palhadas por diversas regiões do
Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Thais fez faculdade de Administração ção de clientes. “Fui para mostrar a Brasil, as três marcas de roupas
Federal e Paraná. Em quatro dias de e há dez anos participa da gestão da cara”, diz Pechek. criadas pela Krindges.
showroom, as empresas movimenta- empresa, que soma uma trajetória
ram aproximadamente R$ 5 milhões de 15 anos no mercado. Na empresa, um estilista é respon- “Foi interessante participar do show-
em negócios fechados e prospecta- sável por criar as coleções da Chek room. Realizamos um cadastro com
No segmento de fitness, sport wear e outro está sendo preparado. “Esse os contatos desses novos clientes
dos. Cifra que ultrapassou 10% em
e moda praia, a Misma produz pe- profissional está cursando moda e e passamos para nossos represen-
média a mais que o valor apurado
ças que são comercializadas em três trabalha conosco”, conta. O empre- tantes visitarem”, diz Stela Máris
na segunda edição do evento, em
lojas próprias na capital paranaense. sário Carlos Pechek também é pre- Giese Krindges, gerente de marke-
2008.
Consciente da importância de lançar sidente do Sindicato da Indústria do

Foto:Agência La Imagen
ting da Krindges e que há 12 anos
A principal proposta do Paraná Busi- no mercado produtos que atendam Vestuário de Maringá (Sindvest) e trabalha na empresa. Para Stela,
ness Collection é consolidar o Paraná às necessidades de seus clientes, há ressalta a importância de preparar um dos destaques do Paraná Bu-
como um estado produtor de moda, sete anos Thais passou a contar com profissionais para atuarem no setor. siness Collection foram os desfiles,
referência na qualidade das marcas a criatividade de um estilista. “Senti- Além de participar do Showroom de pela projeção que as empresas con-
paranaenses e, ainda, divulgar a mos a necessidade de ter um profis- Negócios, a proposta da Chek para o quistam ao apresentar suas cole-
Marca Paraná. sional com esse perfil na empresa”, verão 2010 também pode ser confe- ções na passarela.
observa a empresária. rida na terceira noite de desfiles do
Rudimar Mariga, da Akamizaria Con-
fecções, também participou do show- “Participamos do Showroom de Ne-
Paraná Business Collection. Moda e negócios
room. “Conhecemos clientes novos gócios do Paraná Business para lan- Da pequena Ampére, cidade do su- Além de reunir empresas paranaen-
no evento, houve a prospecção de Thais Romanini Conceição, çar a marca no mercado de atacado doeste do Paraná, a Krindges trouxe ses em um Showroom de Negócios,
negócios e ainda estamos negocian- empresária e tornar a empresa conhecida nesse para o showroom três marcas pro- uma experiência bem-sucedida já
do com os contatos que fizemos du- mercado. E esse objetivo foi alcança- duzidas pela empresa: “Guilherme consolidada nas duas edições ante-

Foto:Agência La Imagen
rante o showroom”, diz o empresá- produção exclusiva para essas mar- do. Fizemos contatos com o merca- Ludwer”; “Docthos” e “Aicone”. A riores do evento, em 2009, o Para-
rio, que levou ao evento as marcas cas”, diz o empresário. Já as peças do de Santa Catarina e também de confecção soma uma trajetória de ná Business Collection apresentou
“Vip Reserva” e “Aquela Moça”. “Par- da “Vip Reserva” e “Aquela Moça”, outras regiões do Brasil, que conhe- 32 anos na criação e desenvolvimen- como novidade antecipar as ten-
ticipar do showroom foi importante criadas e desenvolvidas pela Akami- ceram nosso produto”, conta a em- to de moda masculina. Nas duas uni- dências dos estilistas para o verão
para que as pessoas conhecessem zaria para o público masculino e fe- presária. Thais diz ainda que durante dades da empresa, uma em Ampére 2010, com a realização do evento
a empresa e, também, fortalecer a minino, respectivamente, são comer- o showroom também “tirou” pedidos e outra em São Miguel do Iguaçu, em maio.
imagem da empresa com aqueles cializadas em lojas no Paraná, Mato e que tem interesse em participar da no oeste do Paraná, a capacidade
clientes que já a conhecem.” Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa próxima edição do evento. Carlos Pechek, de produção pode chegar a 200 mil Os compradores convidados para
Catarina e Espírito Santo. empresário peças de roupas por mês. Cerca o Paraná Business Collection
“Tenho interesse em participar da Criar uma “marca de estrada”, que
próxima edição”, antecipa Mariga. O vestisse mulheres elegantes e fosse
empresário, filho de alfaiate e costu-
Estreantes levada a vários estados por repre-
reira, fundou a Akamizaria em 2001, Miravest e Akamizaria participaram sentantes comerciais, fez com que o Desfiles mostram
em Cascavel, região oeste do Para- pela primeira vez do Showroom de empresário Carlos Pechek lançasse, criatividade em alta
ná. A fábrica produz de 12 a 15 mil Negócios do Paraná Business Col- em 2001, a marca Chek. A fábrica
peças de roupas por mês, e 80% lection. Outras confecções também em Mandaguaçu, região noroeste do
da produção são direcionados para fizeram sua estreia no evento, entre Paraná, produz uma média de 15 mil
o mercado de São Paulo, na moda- elas a Misma, a Chek e a Krindges. peças por mês e emprega, direta-
lidade private label. “Atendemos 12 Thais R. Romanini Conceição, sócia- mente, 160 funcionários. Da “estra-
grifes nacionais nesse sistema, com proprietária da Misma, empresa lo- da” para as “araras” do Showroom de
Foto:Agência La Imagen

Foto:Agência La Imagen

Desfile de Fabio Bartz


Stela Máris Giese Krindges, empresária, e Ivoni Potrick, funcionária

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do Setor Têxtil e Vestuário, o impac- lection. Sob o tema “Passaporte
to do cenário global e retração dos para a Moda”, inspirado nas Catara- Empresas que partici-
mercados na indústria da confecção tas do Iguaçu, foram inscritos 152 param do Showroom
e na produção da moda do Paraná trabalhos de 14 cursos de moda do de Negócios
foram discutidos. Estado. Gilmara Aparecida Liques,
da Universidade Estadual de Ponta
Fechando a programação do even- Grossa, foi a grande vencedora e Akamizaria
to, 12 finalistas do 6º Prêmio João levou o troféu assinado pelo artista (Cascavel);

Foto:Agência La Imagen
Turin de Incentivo a Novos Desig- plástico Valdir Francisco e, também, All Purpose
ners desfilaram suas criações na uma viagem para Milão (Itália). S (Santo Antonio do Sudoeste);
passarela do Paraná Business Col-
Atitude Jeans/Nítido
(Cianorte);
Camoa Brasil
(Curitiba);
Chek
(Mandaguaçu);
Deepsky/Lunegil
(Barracão);
Dijuly´s - Mark Jeans
(Santo Antonio do Sudoeste);
Dona Dita
(Rolândia);
Movimentação intensa no lounge do Sebrae/PR Fabio Bartz
(Curitiba);
Fatiota
conheceram a qualidade, o estilo e a (Santa Helena);
competitividade da indústria da con-
Get Shape
fecção paranaense nos mais varia- (Curitiba);
dos segmentos. As 25 empresas do
showroom trouxeram para Curitiba Krindges
(Ampére);

Foto:Agência La Imagen
peças em moda feminina, masculi-
na, infantil, fitness, malharia e moda Lua Morena
praia. (Londrina);
Além do showroom, a passarela tam- Lucia Figueredo
bém foi outra vitrine-destaque do Pa- (Cianorte);
raná Business Collection. Em cinco Madame Lulu
dias de desfiles, Silmar Alves, Jeffer- (Maringá);
son Kulig, Fabio Bartz, All Purpose, A dimensão da indústria têxtil e
Meteora
Lucia Figueredo, Lafort, Lua More- do vestuário no Paraná (Curitiba);
na, Picnic Delefante, Chek e Raffer,
apresentaram suas coleções Verão Miravest
2010. Segundo dados do Departa- Norte, que concentra mais de (Joaquim Távora);
mento Econômico da Federa- 2.200 empresas, representan- Misma
A programação do Paraná Business ção das Indústrias do Estado do do 42% do total de indústrias
Collection ainda contou com eventos (Curitiba);
Paraná, são 5,4 mil indústrias, do setor no Paraná. Também
paralelos, que estimularam o debate a maioria micro e pequenas possuem alta concentração de Otero Confecções
sobre a moda produzida no Estado. empresas; empresas as regiões Noroeste (Curitiba);
Estudantes e profissionais da área (18,71%) e Metropolitana de OU
participaram de uma oficina de cria- As empresas empregam qua-
Curitiba (13,13%); (Cianorte);
ção, com o tema “Pesquisa de Moda se 90 mil trabalhadores, o que
e Análise de Tendências de Mundo”, representa 6,8% de todos os O setor produz 150 milhões de Oyster
ministrada pela estilista Karlla Girotto. empregados do setor no País; peças ao ano e fatura anualmen- (Cianorte);
te R$ 4 bilhões; Raffer
Um ciclo de palestras, com especia- No Paraná, o setor é o segundo
Fotos:Agência La Imagen

que mais emprega entre toda No ranking da Associação Bra- (Francisco Beltrão);
listas, discutiu temas relacionados à
indústria da moda. Ao final do ciclo, a indústria do Estado. Um dos sileira da Indústria Têxtil e de Rezzum/Nighteen
as análises e observações levantadas destaques da indústria parana- Confecção (ABIT), que mede a (Maringá);
durante as palestras foram aborda- ense é a descentralização da participação do PIB Têxtil e de Risca de Giz
das na mesa-redonda “Perspectivas produção. Existem indústrias Confecção, o Estado aparece (Francisco Beltrão);
para o Mercado Paranaense”. Ainda em todas as regiões do Estado, entre os quatro principais polos
com destaque para a região produtivos do Brasil. Traymon
como tema do debate, os planos de
(Santo Antonio do Sudoeste).
ação, resultantes do Fórum Setorial Desfile da Raffer Desfile de Silmar Alves

64 65
Ideias de negócios Entrevista
Capacitação
São mais de 240 títulos, com apre- preendedores que participam do
sentações de negócios, noções de Programa Próprio, uma solução do Comportamento
mercado e informações sobre loca- Sebrae/PR que ensina para quem
lização, exigências legais, estrutura, quer ser empresário o passo a pas- Tendência
pessoal, equipamentos, matéria-pri- so da abertura planejada de uma Associativismo
ma/mercadoria, processo produti- empresa.
Feiras e Eventos
Solução para
vo, automação, canais de distribui-
Depois de consultar o Ideias de Ne-
ção, investimentos, capital de giro,
gócios, é importante que o futuro Serviço
custos, diversificação/agregação
empresário invista na elaboração de Mercado
empreendedores indecisos
de valor, divulgação, tributação,
um plano de negócios, que também
eventos, entidades, normas técni- Giro pelo Paraná
pode ser desenvolvido com base
cas, glossário, dicas de negócio, ca-
em um roteiro descritivo presente
racterísticas específicas do empre-
no Portal do Sebrae/PR, intitulado
endedor de cada setor específico e
Portal do Sebrae/PR oferece mais de 240 opções de bibliografia complementar.
“Como Elaborar um Plano de Negó-
cio”.
negócios, com informações sobre mercado, processo Os candidatos a empresário têm
produtivo, capital de giro e custos acesso às informações, focadas
por ramos de negócios, de forma
Análise de mercado
Por Luciana Baroni didática. Segundo o coordenador O candidato a empresário Ricardo
estadual de Empreendedorismo do Vieira de Almeida, que também tra-
Sebrae/PR, Emerson Cechin, o ser- balha no setor de instrumentação
viço é rico em informações e ajuda industrial e eletrônica de uma em-
na tomada de decisão. “Conhecer o presa de laticínios, é um exemplo
ramo de atividade, definir produtos de empreendedor com disposição
e analisar o local de estabelecimen- para montar um negócio, mas que Conhecer a atividade,
to constituem algumas medidas que até bem pouco tempo atrás não ti-
o empreendedor tem de levar em nha noção alguma de como deveria definir produtos e analisar
consideração na hora de montar o proceder com relação às questões o local de estabelecimento
seu negócio. Isso exige um aprofun- administrativas de uma empresa.
são medidas que o
damento de seus conhecimentos O engenheiro desenvolveu em Pon-
O empreendedor indeciso, que sonha analisando dezenas de oportunida- empreendedor deve levar
ta Grossa, há aproximadamente
em ser empresário de uma micro ou des de negócios”, afirma Cechin. um ano, um protótipo de robô que em conta
pequena empresa no Paraná, mas que
Dentre as opções disponíveis no realiza inspeções em tubulações,
ainda tem dúvidas sobre qual o melhor
Ideias de Negócios estão orienta- facilitando o trabalho de alcance a
negócio para investir, conta agora com
ções para quem quer, por exemplo, espaços onde não é possível que
mais um apoio. É o Ideias de Negócios,
abrir uma academia de ginástica, o homem chegue e que, hoje, é
um serviço disponibilizado pelo Sebrae
uma empresa de animação de fes- realizado com cabos de apenas 6
Nacional e oferecido gratuitamente
ta infantil, de alimentos congelados, metros de extensão, que criam a
pelo Sebrae/PR no Portal:
aluguel de trajes para casamento, necessidade de uma série de per-
www.sebraepr.com.br.
banca de revistas, borracharia, furações nos canos. O robô criado
brechó, floricultura, casa de sucos, por Ricardo Vieira de Almeida fun-
chaveiro, curso de idiomas, cyber ciona por comando de rádio e che-
café, gráfica, hotel para animais ga a alcançar até 250 metros de
domésticos, home office (escritório distância da pessoa que o opera.
em casa), mercearia, marcenaria,
padaria, pizzaria, pastelaria, pousa-
da, restaurante self-service (onde
os próprios clientes se servem),
representação comercial, tradução
de textos, vidraçaria, videolocadora,
dentre outras.
“Muitos empreendedores procuram
o Sebrae/PR interessados em virar

Foto: Agência La Imagen


empresários, mas sem noção do
que pretendem. Os títulos ofereci-
dos como Ideias de Negócios aca-
bam sendo úteis por que trazem
informações de apoio, que ajudam
na decisão”, diz a consultora do
Sebrae/PR em Curitiba, Clarice
Fidalski. A consultora explica que
a entidade estimula a consulta, em Ricardo Vieira de Almeida,
todo o Estado, sobretudo aos em- candidato a empresário

66 67
“É uma grande inovação nessa área. Brasil Robots, uma pequena empre-
Percebi que, no Brasil, não existiam sa que vai fornecer os serviços do Os 5 ramos mais
equipamentos que realizassem esse protótipo e, possivelmente num futu- acessados:
tipo de trabalho, mesmo havendo ro próximo, trabalhar na produção e
uma demanda latente. Foi então venda dos robôs”, comemora. Café expresso
que resolvi montar esse protótipo”, Segundo Ricardo Vieira de Almeida, Casa de sucos
Depois de definir o ramo comenta o engenheiro. Porém, com os serviços de tecnologia de inspe-
o robô funcionando e, a partir das ção ainda pertencem a um nicho Ateliê de costura
em que pretende atuar, o solicitações de empresas que ma- muito carente de informação no
futuro empresário precisa nifestaram interesse em alugá-lo, Restaurante self-service
Brasil, especialmente quando envol-
o engenheiro se deparou com uma vem robótica. “Estou tentando estu-
investir na elaboração de Assistência técnica em informática
nova realidade, para a qual ainda dar os equipamentos e o laboratório
um plano de negócios não estava preparado. de eletrônica do SENAI/PR, fazendo
testes na indústria e pesquisando na Confira a lista de setores de atuação
“Não passo de uma pessoa internet empresas que atuam nesse que podem ser consultados no link
que gosta de robôs e ele- ramo. A parte prática, de estudos
trônica, nunca fui empresá- Ideias de Negócios do portal:
de mercado e noções administrati- www.sebraepr.com.br
rio, não sabia como montar vas, pretendo aprender após fazer
um negócio e nunca en- cursos e ter muito auxílio de con-
tendi nada de mercado. O sultores do Sebrae/PR. É um ramo
Sebrae/PR tem me ajuda- muito novo, ainda a ser pesquisado,
Agricultura orgânica
do muito nessa empreitada especialmente para mim, que nunca Agroenergia
e, hoje, estou estudando a havia tido noções de empreendedo-
viabilidade para montar a rismo”, constata. Apicultura

Foto: Agência La Imagen


Aquicultura e Pesca
Artesanato
Café
Carne
Comércio Varejista
Sandro Roza e a mulher Romina, Construção Civil
empresários
Cosméticos

Conhecimento Couro e Calçados

Sandro Roza e sua mulher, Romina Sandro Roza sugere aos candidatos Cultura e Entretenimento
Roza, são nutricionistas, mas já ti- a empresário que o acessem como
Derivados de Cana
nham noções de administração de uma forma de conhecer melhor a
empresas quando decidiram ser em- área de atuação pretendida. Segun- Floricultura
presários no ramo de alimentação. do ele, por experiência própria, para
Mesmo assim, eles também procu- investir num negócio, é preciso sa- Fruticultura
raram o Sebrae/PR para montar ber o máximo possível sobre área Horticultura
um plano de negócios detalhado de atuação pretendida, como loca-
quando decidiram abrir seu segun- lização, estrutura necessária, pes- Leite e Derivados
do restaurante. “Já conhecíamos soal, equipamentos, organização do
o mercado de Curitiba, pois nosso processo produtivo, investimentos, Madeira e Móveis
primeiro restaurante já funciona há capital de giro, entre outros. “No Mandiocultura
quatro anos, mas sabíamos que nosso caso, a reunião de todas es-
precisávamos nos aprimorar para sas informações de forma detalha- Metal Mecânica
montar essa filial, já que o mercado da nos ajudou a conseguir um finan-
ciamento que foi fundamental para
Ovinocaprinocultura
muda de região para região e iría-
mos investir num segmento diferen- a realização deste sonho”, analisa o Petróleo e Gás
Foto: Agência La Imagen

te, o à la carte (quando os clientes empresário. S


fazem seus pedidos com base no Química e Plásticos
cardápio). Até o momento, estamos Rochas Ornamentais
seguindo as orientações e o plano Para consultar a lista de opções
de negócios que foi elaborado há de negócios, acesse o Portal do Serviços
Protótipo do robô desenvolvido um ano e três meses, e tudo está
por Ricardo Vieira de Almeida Sebrae/PR, Turismo
correndo bem.” www.sebraepr.com.br. Basta cli-
Sobre o serviço oferecido pelo car no ícone Ideias de Negócios. Têxtil e Confecções
Sebrae/PR, o Ideias de Negócios,

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Novas regras Entrevista
Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Feiras e Eventos
Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná

SPED leva tecnologia da


informação às empresas
Empresários de micro e pequenas empresas precisam
estar atentos às novas regras do Fisco; sistema gera
negócios para empresas de TI
Por Adriana Ribeiro

A criação do Sistema Público de renciado do Ministério da Fazenda e


Escrituração Contábil (SPED), há Receita Federal, indicadas pela Co-
dois anos, pelo governo federal, ordenação Especial de Acompanha-
está exigindo um grande esforço mento dos Maiores Contribuintes
das empresas que precisam se (COMAC), e as empresas sujeitas à
adequar às novas regulamenta- tributação do Imposto de Renda com
ções do Fisco. Os empresários base no Lucro Real. Neste caso, as
que correm contra o tempo para empresas precisam ter uma receita
encaminhar suas informações fis- bruta total, no ano-calendário ante-
cais e contábeis de acordo com rior, superior a R$ 48 milhões.
as novas regras sabem que quem
não se adaptar ou enviar dados Nesse processo que inicialmente
errados aos órgãos controladores envolve cerca de 30 mil corpora-
poderá receber multas e penalida- ções de todo o Brasil, mas que tam-
des. bém atingirá micro e pequenas em-
presas a curto prazo, o empresário
Estão vinculadas ao SPED, por que ainda não se informou sobre o
enquanto, as pessoas jurídicas tema deve ter atenção redobrada.
sujeitas ao acompanhamento dife- O alerta é do coordenador estadu-

70 71
oportu nidade de negócios e bus- Tecnologia, Informática e Comunica- 20 cidades de São Paulo e Minas
quem qualificação para oferecer so- ção (APL-TIC) do Oeste do Paraná, Gerais.
luções em SPED específicas para as que tem apoio do Sebrae/PR.
pequenas empresas. “Atualmente, Leandro Lorenzetti, diretor comer-
A empresa pretende lançar até o cial da Softpharma, explica que as
a oferta ainda está focada nas gran-
des empresas.”
fim deste ano um módulo adequa- palestras são gratuitas e promovi-
do à nova legislação do SPED, para das com a ajuda de um patrocina-
Oportunidades atender o varejo farmacêutico, públi-
co-alvo da Softpharma. Isso porque,
dor. Mas de olho no mercado, a
Softpharma espera vender a solu-
Os primeiros fornecedores de so- futuramente, as farmácias também ção que está desenvolvendo para
luções em TI no Paraná começa- terão que se adequar ao SPED, as- pelo menos 300 empresários de O SPED é composto por
ram a enxergar o SPED como uma sim como pequenas e médias em- todo o País. Escrituração Contábil
oportunidade de negócio, logo que presas de outros setores.
Digital (ECD), Escrituração
entrou em vigor a NF-e. Desde en-
Enquanto isso não acontece, técni- Demanda em alta
tão, empresas de TI, algumas de pe-
cos da Softpharma estão viajando
Fiscal Digital (EFD) e Nota
queno porte, passaram a oferecer A EBS Sistemas também oferece
serviços de readequação de siste- o País oferecendo palestras para Fiscal Eletrônica (NF-e)
treinamento para seus clientes. A
mas e capacitação sobre o SPED. orientar e conscientizar os empre-
empresa, de Curitiba, já possui um
O Paraná possui atualmente 178 sários e também contadores sobre
software contábil há 22 anos. Como
empresas produtoras de software e o novo sistema. Com o tema “Inova-
a solução é modular, a empresa pre-
destas pelo menos 10% já têm solu- ções da Legislação Fiscal”, as pales-
cisou fazer adequações para que o
ções ou estão adequando sistemas tras tiveram início em janeiro deste
produto passasse a atender as exi-
al de Tecnologia da Informação A EFD é um arquivo digital, que se para atender às regulamentações ano e já aconteceram em sete ci-
dades de Mato Grosso do Sul e dez
gências do SPED. Todo o trabalho
do Sebrae/PR, Ricardo Almeida constitui de um conjunto de escri- do SPED.
cidades catarinenses. A empresa teve a ajuda de contabilistas.
Pereira. O SPED, explica o coorde- turações de documentos fiscais e
de outras informações de interesse A MobiOn está envolvida no sistema programa agora a capacitação em Marilucia Rodrigues da Silva, direto-
nador, foi instituído pelo Decreto nº
dos fiscos dos estados e da Secre- nacional desde 2005. “A empresa
6.022, de 22 de janeiro de 2007,
taria da Receita Federal do Brasil. foi uma das primeiras a ingressar
e faz parte do Programa de Acele-
Também consiste em um conjunto no projeto. Em 2006, nossos pro-
ração do Crescimento (PAC) do Go-
de registros de apuração de impos- fissionais atuaram diretamente na
verno Federal.
tos referentes às operações e pres- definição dos padrões de comunica-
O sistema está sendo considera- tações praticadas pelo contribuinte. ção fazendários, fornecendo inclusi-
do pelos especialistas como uma Este arquivo deverá ser assinado ve software para a Receita Federal”,
das maiores revoluções digitais, no digitalmente e transmitido, via inter- conta José Manuel Catarino Barbo-
campo da contabilidade, já vistas no net, ao ambiente SPED. sa, diretor comercial da MobiOn.
País. De modo geral, consiste numa O empresário considera que a im-
modernização da sistemática atu- Já a NF-e, um documento de exis-
tência digital, gerado e armazenado plantação do SPED se tornou uma Leandro Lorenzetti,
al do cumprimento das obrigações oportunidade de mercado para as
acessórias, transmitidas pelos con- eletronicamente que documenta as empresário
operações de prestação de servi- empresas de tecnologia. Mas o di-
tribuintes às administrações tribu- retor acredita que esta oportunida-
tárias e aos órgãos fiscalizadores. ços.
de, que tem um tempo limitado, é
Para as empresas de TI, sem dúvi- Segundo Ricardo Pereira, os em- vantajosa apenas as empresas de TI
da, o SPED passou a ser uma opor- presários de micro e pequenas em- que já possuem maturidade tecnoló-
tunidade de negócios que só tende presas do Paraná precisam ficar gica. “Quem não estiver preparado
a crescer. atentos, de quando o seu software vai quebrar e, além do mais, irá pre-
O SPED é composto por Escritura- precisará de adequação às regras judicar os empresários.”
ção Contábil Digital (ECD) e Escritu- da Receita e buscar auxílio junto
Ricardo Pereira diz que o novo siste-
ração Fiscal Digital (EFD), que pas- aos seus fornecedores de softwa-
ma está provocando gradualmente
saram a valer recentemente, e pela re ou empresas de software que
um aumento nas receitas das em-
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), em já fizeram essas readequações. O
presas desenvolvedoras de softwa-
vigor no País desde abril de 2006. coordenador informa que já existem
re. “É que as empresas atingidas
O sistema é uma iniciativa integrada no Paraná algumas empresas de TI
pelo SPED estão sendo obrigadas a
das administrações tributárias nas especializadas no assunto, o que fa-
fazer readequações dos softwares
três esferas dos governos federal, cilita o processo.
que já eram oferecidos por seus
estadual e municipal. “Apesar de ainda não haver um pra- fornecedores. E esse processo tem
A ECD foi instituída para fins fis- zo para que as micro e pequenas um custo”, explica.
cais e previdenciários e deverá ser empresas se adequem às regras,
O coordenador estadual de TI do
transmitida pelas pessoas jurídicas. os empresários precisam colher o
Foto: Claiton Biaggi

Sebrae/PR também diz que esta


Estão compreendidos nesta versão máximo de informações. O SPED vai
movimentação pode trazer novos
digital os livros: Diário, Razão, Ba- exigir o uso da TI, o que, nos pe- clientes para as empresas que es-
lancetes Diários, Balanços, Fichas quenos negócios, ajuda a elevar o tão investindo em capacitação. É o
de Lançamento e Auxiliares, quando patamar de competitividade.” Para caso da Softpharma, empresa de
existirem, que deverão ser assina- os empresários de TI, o coordena- Cascavel, oeste do Estado, que faz
dos digitalmente. dor sugere que apostem nesta parte do Arranjo Produtivo Local de

72 73
Sem fronteiras Entrevista
Capacitação
Comportamento
Os empresários de micro e
pequenas empresas do Internacionalizar Tendência
Associativismo
Paraná precisam ficar
é um bom negócio Feiras e Eventos

Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen


atentos sobre as Serviço
adequações necessárias às Mercado
regras da Receita quanto Programa do Sebrae/PR auxilia pequenas Giro pelo Paraná
aos processos contábeis, empresas paranaenses a se qualificarem e
fiscais e também atenderem às exigências do mercado externo
tecnológicos como o
Por Mirian Gasparin e Leandro Donatti
software de gestão
A internacionalização de uma em- do País. Queremos consolidar sua No entanto, não é obrigatória a
presa é muito mais que conquistar articulação e integração junto ao participação em todas as etapas”,
o mercado externo, é também um mercado mundial.” assinala o consultor do Sebrae/PR,
diferencial de competitividade no Rafael Tortato. Ele lembra que a
Marilucia Rodrigues da Silva, próprio País, onde a disputa com
O Programa de Internacionalização
participação das micro e pequenas
empresária para MPEs do Paraná funciona em
produtos e empresas estrangeiras empresas no comércio exterior bra-
três etapas. A primeira consiste
ra comercial da EBS, conta que a bém acredita nisso. Ele lembra que Estado, foi credenciado como órgão está cada vez mais acirrada. Com o sileiro e paranaense ainda é tímida,
num atendimento coletivo, com du-
procura pelo produto está em pleno o mercado da tecnologia está “cheio técnico para análise funcional do desafio de internacionalizar as micro representa cerca de 2% do volume
ração média de uma hora e meia.
vapor. O termômetro, segundo ela, de aventureiros” e que os empresá- Programa Aplicativo Fiscal - Emis- e pequenas empresas do Paraná, o total de exportações. “Com a globa-
Para participar, basta os empre-
são os cursos oferecidos aos clien- rios precisam ter alguns cuidados na sor de Cupom Fiscal (PAF-ECF). O Sebrae/PR lançou em junho deste lização, as pequenas empresas têm
sários interessados buscarem
tes. Só este ano, a empresa promo- hora de adquirir uma solução. Uma PAF-ECF é um software que contro- ano um programa para os empre- condições de ganhar o mercado
orientação pelo 0800 570 0800.
veu quatro cursos que atenderam prova disso, segundo ele, é que há la o funcionamento das impressoras endedores que querem conquistar o externo, mas, para isso, precisam
A segunda, trata-se de um auto-
120 interessados. dois anos o cadastro da Receita Fe- que emitem cupom fiscal utilizadas mercado internacional. estar preparadas.”
diagnóstico, realizado pelo próprio
deral tinha 50 desenvolvedores de por diversos estabelecimentos co- O Programa de Internacionalização empresário na sua empresa ou
A diretora comercial da EBS acre- software cadastrados para oferecer merciais. para as MPEs do Paraná iniciou residência, por meio da internet,
dita que o SPED está fazendo com equipamentos capazes de emitir
que as empresas de TI assumam um O Unifil e o Instituto de Tecnologia como um projeto-piloto para um gru- no site www.internacionalizacao.
NF-e. Hoje, no Brasil, este número po de empresários em Curitiba. A in- sebrae.com.br. A terceira etapa
novo papel junto aos seus clientes. chega a 500 e entre eles há até do Paraná (Tecpar), empresa pú-
“Até então nossa missão era infor- blica com sede em Curitiba, são as tenção é estender, ainda em 2009, prevê uma consultoria especializa-
pessoas físicas. a proposta para todo o Estado. A da, com duração de uma hora,
matizar um processo de negócio e duas únicas entidades credenciadas
gestão, mas agora nossa atividade É por isso que todo cuidado é pou- no Paraná a emitir laudos de análise primeira turma de empresários in- em Comércio Exterior, no valor
passa a ter um caráter de gerencia- co. Com mais responsabilidade as funcional de PAF-ECF. teressados no comércio exterior de R$ 40.
mento. Passamos a ter responsabi- empresas desenvolvedoras de sof- recebeu gratuitamente orientações
O uso do PAF-ECF para gerenciar “O cliente pode partici-
lidade contábil”, diz. tware não podem colocar no mer- sobre como se internacionalizar.
a emissão dos cupons fiscais nas par de qualquer uma
cado um produto que não atenda a
Para aproveitar essa onda e tirar transações comerciais do contri- Para o Sebrae, explica o gerente da das fases; o ideal
todas as exigências do Fisco. Qual-
proveito dela, Lorenzetti diz que as buinte passa a ser obrigatório a Unidade de Desenvolvimento de So- é que ele siga
quer dado transmitido errado online
software house (fabricantes de sof- partir de 1º de outubro de 2009. A luções (UDS), Agnaldo Castanharo, a sequência.
para a Receita Federal acarretará
tware) devem incluir o tema SPED determinação é do Conselho Nacio- a internacionalização não se resume
em multas aos empresários.
na atual estratégia da empresa. nal de Política Fazendária (CONFAZ) a exportar, mas também a impor-
Outra dica é adequar seus produtos Para o diretor da MobiOn, na hora e objetiva padronizar as normas tar, fazer acordos de parcerias com
e serviços aos princípios contábeis de comprar uma solução o empre- seguidas pelos desenvolvedores do empresas no exterior para vender
e fiscais, estar atenta ao calendá- sário não deve pensar apenas no Programa Aplicativo Fiscal de todo para terceiros, fornecer produtos e
rio exigido pelo Fisco e dar preços preço. Ele deve avaliar a experiência o País para adequação à legislação comprar e vender tecnologia, rea-
adequados aos produtos e soluções da empresa fornecedora, se ela usa tributária nacional. (Colaboraram lizar pesquisas cooperadas com
que oferecem. Por fim, divulgar no uma tecnologia de vanguarda ou nesta reportagem Cleide de Paula e instituições internacionais.
mercado que a sua empresa está se ainda trabalha com um sistema Leandro Donatti) S “É um processo amplo, que
adequada à nova legislação. obsoleto, e quais são seus clientes. permite às empresas
Catarino Barbosa aconselha ainda de pequeno porte
Divisor de águas que o empresário entre em conta-
Para saber mais sobre o SPED,
tornarem-se mais
to com esses clientes para saber competitivas
Lorenzetti acredita que o SPED será o grau de satisfação que eles têm leia Big Brother Fiscal – Na Era dentro e fora
um divisor de águas. “O momento com relação ao produto que adqui- do Conhecimento, do administra-
eliminará do mercado as empresas riram. dor Roberto Dias Duarte. A pu-
com pouca capacidade de inova- blicação, feita em parceria com
ção”, diz. PAF-ECF - Em junho deste ano, o a Mastermaq e com a Zethos
Centro Universitário Filadélfia (Uni- Consulting, é o primeiro livro do
Catarino Barbosa, da MobiOn, tam- fil), com sede em Londrina, norte do Brasil que aborda o SPED.

74 75
Fotos: Agência La Imagen

Rita de Cassia Graf,


empresária

Aprendizado no nosso sistema de informática,


seja no nosso estoque, seja no nos-
Preparação que a empresária Rita so setor de modelagem, acabou nos
de Cassia Graf adquiriu só com o fortalecendo empresarialmente.” “A
tempo. Há três anos, sua empresa, bandeira da nossa empresa se for-
a Dentro D´Água, em funcionamento taleceu, passamos a virar referên-
há 12 anos em Curitiba, virou forne- cia na produção de vestuário para
cedora de peças de vestuário para natação”, afirma a empresária, que As pequenas empresas do
natação para a espanhola Mosconi comemora outra vitória recente, re-
do Brasil. A Dentro D´Água foi indica- sultado do esforço que a empresa
Paraná ocupam o terceiro
da para o representante da empre- teve ao se internacionalizar. lugar no ranking das
sa espanhola no Brasil, que estava exportações por estado,
com dificuldades para conseguir um “O marketing da Mosconi é muito
fornecedor que entregasse produtos forte e, aliado com o nosso traba- atrás de São Paulo e Evento Prospecção de Mercados Internacionais, com a Câmara do Comércio Brasil-Portugal no Paraná
com qualidade e no prazo. “Tivemos lho, passamos a ser referência no Rio Grande do Sul
de fazer uma série de mudanças e mercado interno. Conseguimos li-
adaptações, a começar pela instala- cenciamento da marca Flamengo
ção de um programa de computador e produzimos roupas de natação Prospecção Brasil. Os empresários de micro e serem explorados pelas micro e pe-
para controlar o estoque e os pe- também para o Clube de Regatas
Flamengo”, conta Rita de Cassia.
de mercado pequenas empresas de olho no mer- quenas empresas: Portugal, Ango-
didos e garantir uma comunicação cado português puderam conhecer la, Moçambique, Guiné e Macau.
online e eficiente com os represen- A empresária diz que a internacio- Paralelamente ao Programa de In- os principais requisitos para buscar
nalização também ajudou a redire- ternacionalização para MPEs do Pa- parcerias com os portugueses, bem Almeida Pinheiro explica que a lín-
tantes da empresa no Brasil e na
cionar o foco do negócio. A Dentro raná, o Sebrae/PR tem promovido como tiveram uma visão da deman- gua portuguesa é considerada uma
Espanha. Tudo para garantir a quali-
D´Água produz, além de eventos com foco na Prospecção de da dos consumidores portugueses. aliada no momento das negocia-
dade e especificações dos produtos
roupas para natação, Mercados Internacionais. A ideia é re- E vice-versa. Esse tipo de troca de ções com esses países e que mui-
fornecidos”, lembra Rita de Cassia.
moda praia e fitness. alizar ciclo de eventos com diversas experiências é bom para as micro tas empresas brasileiras ainda não
Hoje, a Dentro D´Água é um exem- “O mercado de biquínis Câmaras de Comércio do Paraná. e pequenas empresas dos dois paí- perceberam que se estiverem pre-
plo de pequena empresa que for- está saturado, até por- A proposta é que cada Câmara de ses”, avalia Rafael Tortato. paradas, num momento econômico
nece cerca de 4 mil peças ao mês que muitos polos produ- Comércio parceira realize também, favorável para o câmbio, podem se
para a Mosconi, que, por sua vez, tores estão localizados conjuntamente com o Sebrae, even- Oportunidades deparar com um grande potencial
comercializa produtos para nata- em regiões mais quen- tos em cidades-polo como Maringá, para vendas nos países da língua
ção em todo o Brasil. Em meses de tes que Curitiba. Ao Londrina, Cascavel e Pato Branco. Para o vice-presidente da Câmara portuguesa.
pico, a produção mensal da Den- adaptarmos nossa pro- de Comércio Brasil-Portugal no Pa-
tro D´Água fica entre 5 mil e 6 mil O primeiro evento foi em junho, raná, Luis Alberto Palma Almeida Pi- Angola, por exemplo, é um país que
dução para a Mosconi,
peças. “Acabei aprendendo muito numa parceria com a Câmara de nheiro, a quantidade de oportunida- precisa de todos os tipos de tecno-
acabamos descobrindo
com a internacionalização da nossa Comércio Brasil-Portugal do Para- des no exterior é bem maior do que logias e é um dos que mais cresce
nossa vocação para o
empresa. Criar um espaço para a ná. Em pauta, “Portugal - Porta de o número de empreendedores bra- no mundo, depois de três décadas
mercado de roupas de
Mosconi em nossa empresa, seja Entrada para Negócios com a Euro- sileiros que as estão aproveitando. de uma sangrenta guerra civil. Al-
natação”, assinala.
pa”. “Portugal é um país irmão do Ele cita como grandes mercados a meida Pinheiro lembra que o país

76 77
possui 17 milhões de habitantes; a associação é uma boa opção para encontramos pela frente um mer- MPEs, Louise Alves Machado, expli-
até 2020, o número deve saltar as pequenas empresas que querem cado de US$ 20 bilhões”, conclui. ca que no encontro, os empresários
para mais de 20 milhões de pesso- se lançar no mercado internacional, tiveram a oportunidade de compre-
as. Só no ano passado, o Produto mas que não se sentem capazes de Mercosul ender como a internacionalização
Interno Bruto (PIB) de Angola cres- buscarem sozinhas. “Cerca de 20 pode aumentar a competitividade da
ceu 28%, ou seja, sete vezes mais ou 30 empresas trabalhando em Nos dias 16 e 17 de setembro, em-
empresa, inclusive no mercado in-
que o PIB brasileiro. conjunto podem produzir em maior presários interessados em investir
terno. “Quando o empresário impor-
escala, especializar-se em etapas no processo de internacionalização
ta uma máquina, ele também está
Estudo realizado pela Agência Bra- no processo produtivo, obter vanta- de suas empresas e fechar parce-
importando tecnologia, que vai refle-
sileira de Promoção de Exportações gens no acesso ao crédito e dividir rias com os países vizinhos ao Brasil
tir em mais competitividade para a
e Investimentos (Apex-Brasil), ligada os custos operacionais do processo tiveram um encontro em Foz do Igua-
sua empresa. Isso já é um processo
ao governo federal, identificou boas de exportação ou de desenvolvimen- çu, região oeste do Paraná. Aconte-
de internacionalização, para o qual
possibilidades de negócios em An- to de tecnologia.” ceu na cidade o Encomex Mercosul
o empresário precisa estar prepa-
gola para produtos, como frutas,
Almeida Pinheiro cita como exem-
Internacionalização é – Encontros de Comércio Exterior.
rado”, avalia.
carnes, peixes, aparelhos e instru- Durante dois dias, foram realizados
plo a American Soybean Associa- também um diferencial seminários, painéis e oficinas, com Já o analista do Sebrae Nacional,
mentos mecânicos, ferramentas
tion (ASA), entidade que representa de competitividade no palestras ministradas por represen- Iuri Andrade, diz que a entidade
eletromecânicas, máquinas para a
os produtores de soja nos Estados tantes de setores, público e priva- está criando uma metodologia para
Quando o empresário
industrialização de alimentos e be-
Unidos. “Depois de se associarem próprio País, onde a
bidas, aparelhos para trabalhar pe- do, nacionais e internacionais, so- intensificar o processo de interna-
importa uma máquina, dra e minério, produtos de metais
à ASA, os pequenos produtores de disputa com produtos e bre comércio exterior. O encontro cionalização, com foco no mercado
soja dos Estados Unidos instalaram empresas estrangeiras intensificou o debate sobre como de fronteira. “É uma ação que está
não-ferrosos, plásticos, produtos
também está importando escritórios em Portugal, de onde promover a integração dos países sendo pilotada nos estados do Acre,
cerâmicos, vidros, embarcações e é acirrada
tecnologia que vai refletir efetuam vendas do produto para o pertencentes ao Mercado Comum Rondônia e Mato Grosso para en-
veículos automotores.
Mercado Comum Europeu. Por que do Sul – Argentina, Brasil, Paraguai tender como acontece a dinâmica
em mais competitividade os brasileiros não podem fazer o mercado internacional. A previsão
Associativismo mesmo?”, indaga o vice-presidente é que até o final do ano deixará a e Uruguai – e também a Venezuela. das relações com os países que fa-
condição de pequena empresa para zem fronteira com esses estados.
As micro e pequenas empresas do da Câmera de Comércio Brasil-Por- O Programa de Internacionalização
Essa ação faz parte do Programa
Paraná ocupam o terceiro lugar no tugal no Paraná. se tornar uma empresa de médio para MPEs estava na programação
de Internacionalização para MPEs
ranking das exportações por estado, porte e, a partir de 2010, passa- do Encomex. Consultores do Sebrae
e essa metodologia, que deve ficar
ficando atrás apenas de São Paulo e Qualificação rá a atuar nas mesmas condições apresentaram a iniciativa e presta-
pronta em outubro, será levada a
do Rio Grande do Sul. Em 2007, o de uma Sociedade Anônima (S/A) ram consultorias aos empresários
Como resultado do empenho para outras regiões do Brasil”, explica
segmento exportou US$ 356,8 mi- para poder comprar ou incorporar interessados em ampliar o leque
exportar, as empresas também aca- Iuri. (Colaborou nesta reportagem
lhões, sendo que o maior número outras empresas. de negociação de suas empresas
bam tornando-se mais competitivas Giselle Ritzmann Loures) S
de vendas ao exterior se destinou com os países vizinhos. O Sebrae
no mercado interno, reforça o em- Para Marcelo Ávila, o mercado ex-
aos Estados Unidos, Argentina, Itá- ainda promoveu no evento palestras
presário Marcelo Ávila, diretor da terno exige mais preparação por
lia, Paraguai e Espanha, de acordo sobre os desafios e oportunidades
TechResult, empresa de Curitiba. parte das empresas, porém a sua para micro e pequenas empresas
com o Conselho de Comércio Exte- Sites indicados, para aprofundar seu
internacionalização permitirá encon- brasileiras no mercado de fronteira,
rior da Associação Comercial do Pa- A empresa é provedora de soluções conhecimento em internacionalização:
trar um vasto potencial à sua fren- e apresentações de casos de em-
raná (ACP). em tecnologia para o mercado corpo- te. No caso de software, o número presas das regiões sul, centro-oeste www.internacionalizacao.sebrae.com.br;
Para o vice-presidente da Câmara de rativo, nas áreas da construção civil, de negócios pode triplicar. Já o re-
distribuição e logística, setor florestal e norte do País, que já buscaram a www.portaldoexportador.gov.br;
Comércio Brasil-Portugal no Paraná torno do investimento no mercado internacionalização. www.bb.com.br;www.braziltradenet.gov.br;
e industrial, e tem como objetivo ser internacional é duas vezes maior, www.apexbrasil.com.br;
referência nacional em Gestão e Tec- informa o empresário. “Na área de A coordenadora nacional do Pro- www.encomex.gov.br/mercosul.
nologia da Informação pela qualidade Tecnologia da Informação, nós grama de Internacionalização para
dos serviços prestados. Desenvolve
também sistema sob medida, forne-

Foto: Agência La Imagen


cendo soluções personalizadas para
atender às necessidades específicas
de cada cliente.
Fundada em 2003, com recursos
da Financiadora de Estudos e Proje-
tos (Finep), a TechResult há um ano
e meio ingressou no mercado exter-
no realizando negócios com o Japão
e Estados Unidos. “A crise mundial
Foto: Agência La Imagen

chegou a afetar o fechamento de al-


guns contratos, mas há quatro me-
ses nossos negócios estão superan-
do as expectativas”, afirma Ávila.
A TechResult tem projetos de forma
cooperada e agora está se unindo
à Mira Sistemas, empresa também
com sede em Curitiba, que atua no
Evento Prospecção de Mercados, realizado pelo Sebrae/PR e Câmara Brasil-Portugal Atendimento coletivo do Programa de Internacionalização para MPEs, em Curitiba

78 79
Unificação “Vai facilitar a vida de todo o mun-
Entrevista
Capacitação
do, porque poderemos vender para Comportamento
outros municípios e também para
outros estados. Além disso, vai Tendência

Sistema facilita comércio


permitir pensarmos também em Associativismo
exportar.” A conclusão é do produ-
tor e empresário Marcelo Francisco Feiras e Eventos

de produtos alimentícios
Braga, dono da Braga Doces, em Serviço
Mandaguaçu, município próximo de
Maringá, no noroeste do Paraná, Mercado
sobre a unificação da fiscalização
municipal, estadual e federal sob o
Giro pelo Paraná
Equivalência de inspeção dará agilidade ao sistema ‘guarda-chuva’ do Sistema Unificado
de Atenção à Sanidade Agropecuá-
que libera para a venda produtos de origem animal ria (Suasa), que, em síntese, trata
no Paraná, primeiro estado habilitado pelo Ministério da questão de segurança alimentar
e sanidade de produtos de origem
da Agricultura e Abastecimento animal, vegetal, insumos e serviços.

Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa


Por Sílvio Oricolli O Paraná é o primeiro estado habi-
litado pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa)
a adotar o Sistema Brasileiro de O novo sistema vai romper
Inspeção de Produtos de Origem barreiras que impedem a
Animal (Sisbi/POA), o que confere
equivalência à legislação federal so-
expansão da agricultura
bre o assunto ao Serviço de Inspe- familiar
ção Municipal (SIM) e ao Serviço de Marcelo Braga,
Inspeção do Paraná/Produtos de produtor
Origem Animal (SIP/POA). A habi-
litação ocorreu no dia 22 de junho

Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa


legislação vai facilitar a vida de todo
deste ano. Com isso, os produtos
mundo, e todos, do empresário ao
que não tenham o selo do Serviço de
consumidor, incluindo funcionários,
Inspeção Federal (SIF) poderão ser
saem ganhando”, avalia.
comercializados em todo o Brasil. E,
a exemplo da Braga Doces, que está O empresário garante que se tives-
no mercado há 13 anos, vai bene- se a certificação, haveria aumen-
ficiar centenas de pequenas agroin- to de demanda, o que contribuiria
dústrias paranaenses, devido ao rito para elevar a produção diária para
mais curto e custo menor para a ob- 500 vidros de 700 gramas de doce
tenção do selo Sisbi/POA. ante a média de 200 unidades atu-
ais. “No mínimo, estaria no merca-
Marcelo Braga diz que, dos 16 tipos
do nacional. Ocorre que, durante
de doce de leite com frutas que pro-
muito tempo, não me preocupei
duz atualmente, tem licença estadu-
em crescer. No entanto, de quatro
al para comercializar apenas três,
anos para cá, depois de um curso
restringindo, com isso, a expansão
que fiz no Sebrae/PR, surgiu a von-
do negócio. Por essa razão, o produ-
tade de mostrar a cara e aumentar
tor entende que a adoção do Suasa
a produção, enfim desenvolver a
permitiria que aumentasse o portfo-
agroindústria”, revela.
lio de doces certificados e, assim,
fossem colocados mais produtos em Marcelo Braga, que também é pre-
outros municípios paranaenses e até sidente da Associação Regional da
mesmo em outros estados. Agroindústria (Area), com sede em
Maringá, mas abrangência no no-
“Eu considero o atual sistema ul-
roeste e norte do Paraná, funda-
trapassado, porque se tenho auto-
da há dois anos e oito meses e
rização para vender dentro do mu-
com 65 associados, diz que até
nicípio, por ter o SIM, por que não

Foto:Cristiane Shinde/Studio Alfa


o ano que vem é
posso vender em uma cidade vizi-
possível que os
nha? Ora, se temos de cumprir a pequenos em-
lei, observando o controle sanitário preendimentos
e a manipulação dos alimentos, com
instalações dentro do padrão, não
há motivo para restringir o mercado
em que posso atuar. Por isso, a nova

80 81
agronegócio como um dos setores peção no Estado. foram os dois primeiros municípios
estratégicos da entidade, pela alta paranaenses que pedirem a inscri-
A primeira auditoria foi realizada em
concentração de agroindústrias no ção no sistema.
março de 2008, mais com o senti-
Paraná”, assinala. A coordenadora
do de orientar os técnicos. Em maio Ele lembra que, em um congresso
estadual lembra que as propriedades
deste ano, foi realizada a segunda do Dipoa, em Florianópolis (SC), fi-
rurais devem ser encaradas como
auditoria, de caráter operacional, cou claro que o presidente Luiz Iná-
pequenas empresas.
quando os auditores federais visita- cio Lula da Silva havia determinado
ram várias empresas, que haviam que, até 2010, 500 municípios bra-
Na frente demonstrado interesse em fazer sileiros deveriam ter aderido ao sis-

Foto: Prefeitura de Curitiba


Após a assinatura do termo de ade- parte do Sisbi/POA, na área de de- tema. “No entanto, em junho, em
são Sisbi/POA, do Suasa, entre os rivados de carnes, leite, mel, ovos e Salvador, conseguimos reunir che-
Foto: SEAB/PR

secretários de Defesa Agropecuária peixes. “Depois disso, os auditores fes e técnicos de inspeção de 12
do Ministério da Agricultura, Inácio nos mandaram o relatório da audi- estados, que representam quase
Kroetz, e de Agricultura e Abasteci- toria indicando o que faltava para 3,3 mil municípios”, esclarece.
mento do Paraná (Seab), Valter Bian- atender a legislação. Como nos ade-
No dia 3 de agosto foi realizado, em
chini, em meio ao lançamento do Pla- quamos às exigências, o Paraná foi
Curitiba, o primeiro treinamento no
no Safra 2009-2010, em Londrina, o primeiro estado habilitado para o
novo sistema com 12 fiscais dos
Inácio Kroetz, na região norte, Kroetz avaliou que a serviço no País”, explica. Atualmen-
estados que já pediram a inscrição, Norberto Ortigara,
secretário do Ministério da consigam autorização para vender medida vai tornar mais competitiva a te, estão registradas no SIP/POA 472
que são, além do Paraná, a Bahia, secretário municipal
Agricultura os produtos no Estado todo e mes- indústria e o comércio paranaenses, empresas que produzem alimentos de
Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
mo no País. “Estamos trabalhando enquanto Bianchini, em entrevista à origem animal. obter a autorização para comerciali-
“Com isso, o Paraná obteve o reco-
bastante neste sentido, envolvendo Agência Brasil, afirmou que “o siste- zar a sua produção. “Não se propõe
nhecimento efetivo no sistema, que
deputados, prefeituras e até o pes- ma vai romper barreiras que impe- Melhora da qualidade será implantado, inicialmente, em abrandar a legislação, mas median-
soal de mercados. E o Sebrae/PR dem a expansão da agricultura fami- te auditoria do Estado e da União,
Almeida diz que a adoção do Sisbi/POA seis empresas ‘sipadas’. A partir
tem promovido reuniões mensais liar”. E observou ainda que a adesão determinar a capacidade técnica
encontra muita resistência, espe- daí, será estendido para as demais
visando acelerar o processo. Mas pode contribuir para a abertura de e a metodologia de trabalho para
cialmente por parte das grandes interessadas”, explica, ao acrescen-
também precisamos do engajamen- mercados importantes para a peque- tornar mais ágil e mais barato o
empresas, que temem o aumento tar que o sistema contribuirá para
to do maior número de prefeituras”, na agroindústria familiar. serviço por meio do consórcio”, diz,
da concorrência no mercado inter- melhorar a qualidade dos produtos,
comenta. O veterinário João Carlos Rocha Al- no, por entender que todos pode- “mesmo porque ajuda a diminuir o lembrando, por exemplo, que, em
O Sebrae/PR, para auxiliar as meida, chefe da Divisão do Serviço de rão comercializar seus produtos no problema dos clandestinos e o fim Curitiba, existem 400 açougues,
agroindústrias de alimentos a se Inspeçao de Produtos de Origem Ani- Brasil. “Mas não é bem assim, pois da fraude econômica. Aliás, o Minis- 40 peixarias, 230 supermercados
prepararem com a entrada em vi- mal do Estado do Paraná (SIP/POA) quem quiser entrar no mercado, tério da Agricultura e a Secretaria e 21 hipermercados e que, em 17
gor das novas regras, tem realizado da Seab, explica que o sistema já se tem de cumprir todo um processo da Agricultura, junto com o Ministé- municípios dos 26 que compõem a
atividades de orientação junto a co- encontra em fase de implantação no de pré-requisitos. E para exportar, rio Público e a Polícia Federal, vão Região Metropolitana de Curitiba,
operativas e associações, informa Estado porque “iniciamos o processo precisa ter registro no SIF (Serviço agir com rigor contra essas frau- existem 169 mil bovinos, 3,3 mil
a coordenadora estadual do Agro- no começo de 2008”, quando foram de Inspeção Federal)”, comenta. E des, que consistem em colocar ex- bubalinos, 133 mil suínos, 11,5
A adesão pode contribuir negócio do Sebrae/PR, Andreia enviadas propostas ao ministro da acrescenta ainda que esse é “um cesso de água no frango, no suíno mil caprinos, 27 mil ovelhas e a
Agricultura, Reinhold Stephanes, e momento fantástico para as peque- e no pescado e adulteração do leite produção diária de leite é de 51 mil
para a abertura de mercados Claudino. O trabalho começou no
noroeste do Estado e a intenção é agendadas auditorias pelo Departa- nas agroindústrias, mesmo porque e do mel”, esclarece. litros, entre outros. A população é
importantes para a pequena expandi-lo para todo o Paraná. De mento de Inspeção de Produtos de é complicado para elas consegui- estimada em 2,4 milhões de pes-
agroindústria acordo com a coordenadora esta- Origem Animal (Dipoa) do Mapa para rem o SIF, devido à burocracia, o Mais em conta soas. “Um serviço de inspeção de
dual, o novo sistema de fiscalização avaliar como estava o serviço de ins- que demora muito tempo.” qualidade, por exemplo, permitirá a
Para Norberto Ortigara, secretário um produtor de Balsa Nova colocar
de produtos alimentícios facilita a
O chefe do SIP/POA da Seab afirma do Abastecimento de Curitiba, cada a produção no mercado de Curitiba,
abertura de novos mercados. A co-
que o Sisbi/POA vai contribuir mui- vez mais aumenta a necessidade o que não pode ser feito hoje, se ele
ordenadora destaca que os proce-
to para se ter um processo mais rá- de se abrir canais de comercializa- tiver apenas o SIM”, defende. S
dimentos de auditoria continuam os
pido no atendimento às empresas. ção especialmente para a pequena
mesmos, ou seja, a necessidade de
“Ocorre que as inspeções munici- agricultura familiar, diante dos em-
garantia da qualidade é um requisi-
pais têm agilidade muito maior para pecilhos para acessar o mercado, Para saber mais detalhes das
to para que agroindústrias possam
atender as empresas e o trâmite é principalmente pela dificuldade de novas regras que afetam a co-
aderir ao novo sistema. “Pensando
mais rápido também.” Isso se dá ter o selo de controle de qualidade. mercialização de produtos ali-
nisso, em 2010, o Sebrae/PR tra-
porque o município solicita a inclu- “Estamos discutindo com os demais mentícios no Paraná, acesse
balhará fortemente com as agroin-
dústrias na implantação das Boas são de seu sistema de inspeção no municípios da região metropolitana www.seab.pr.gov.br. O site da
Práticas de Fabricação – BPF, ponto Sisbi/POA, obtendo, assim, a equi- a possibilidade de se instituir um Secretaria de Estado da Agricul-
de partida para que a qualidade es- valência de inspeção da legislação consórcio para operar o serviço de tura e Abastecimento traz escla-
teja garantida e então seja possível federal, garantindo a segurança ali- inspeção recíproco, ou seja, que recimentos, legislação e docu-
na prática aderir ao Sisbi/Suasa.” mentar e assegurando que o pro- atendesse a todos os municípios, mentos sobre o tema. Acesse
Foto: SEAB/PR

A nova política, explica Andreia Clau- duto está dentro dos padrões para dentro da legislação. Entendemos ainda o site do Ministério da
dino, aliada à garantia da qualidade, o consumo humano. “A partir daí, que isso resultaria em ganho co- Agricultura, Pecuária e Abas-
proporcionará às agroindústrias o estabelecimento que tiver esse letivo, a começar pela redução de tecimento no www.agricultura.
paranaenses a ampliação do raio reconhecimento poderá vender o despesas”, conceitua. gov.br, que contém detalhes do
de comercialização, promovendo a produto no Brasil todo”, comenta Sistema Unificado de Atenção à
Ortigara diz que atualmente é muito
Almeida, ao adiantar que Cianorte, Sanidade Agropecuária.
competitividade desses empreendi- Valter Bianchini, caro para uma pequena empresa
mentos. “O Sebrae/PR elegeu o no noroeste, e Cascavel, no oeste,
secretário de Estado

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Especialização Entrevista

Foto: Divulgação
Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Produtores participam
Feiras e Eventos
de feiras para expor o
produto Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná

Pequenos descobrem
oportunidades
Nichos inexplorados, territorialização, associativismo

Foto: Divulgação
e formação de arranjos produtivos projetam produtos
de micro e pequenas empresas
Por Cleide de Paula

Cachaça Sudoeste

A valorização de recursos e atividades de arranjos produtivos locais. Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP). tabilização. Ao contrário das grandes
locais tem levado os produtos de mi- Pautados pela cultura da eficiência, empresas, os empresários de micro
cro e pequenas empresas paranaen- Das regiões sudoeste e oeste do Pa- comercializam cafés de alta qualida- e pequeno negócios, por estarem em
raná surgem cachaças produzidas
ses a se destacarem em mercados de, produzidos sob o uso intensivo de maior contato com os clientes, têm Mário Ney
de maneira artesanal, com aromas
competitivos. São exemplos de va- novas tecnologias, melhoria da gestão mais agilidade para detectar mudan- Pacagnan,
riados produtos produzidos nas dife- exclusivos e gostinho de cooperação e conquista de certificações. Tanta de- ças e constituir relacionamentos du- professor
rentes regiões do Estado que, com o que estão conquistando apreciadores dicação e planejamento valem a pena, radouros com o mercado”, analisa.
A especialização é um passar do tempo, ganham projeção, no Brasil e no mundo. Para chegar uma saca de 60 quilos de café espe-
à comercialização, a Cachaça do Su- Pacagnan considera que as micro
bom caminho para identidade e, em alguns casos, uma cial chega a valer R$840, enquanto
e pequenas empresas levam
‘marca registrada’. Quem já não ouviu doeste, nome comercial da bebida que uma saca de café comum gira
os empreendedores produzida pela Cooperativa Coachaça, vantagem no atendimento
falar da força do jeans de Cianorte? em torno de R$250. O mercado-alvo
e empresários de percorreu um longo caminho. Exigiu de determinados nichos de
Dos móveis de Arapongas? Dos bonés desses produtores são lojas especia-
esforço e planejamento de 27 produ- mercado. “Se comparadas
pequenos negócios de Apucarana? Da cachaça do oeste
tores, localizados em 18 municípios
lizadas na venda de café em grãos e
às grandes corporações,
e sudoeste do Paraná? Dos cafés do cafeterias do Brasil e exterior.
da região. Trajetória semelhante tra- as pequenas empresas
Norte Pioneiro? Do mel de Santa He-
çou a Cachaça Quaty. Resultado do Para o professor da Universidade Es- são mais eficientes na
lena e Ortigueira? Dos cosméticos de
trabalho de 30 produtores do oeste, tadual de Londrina (UEL) Mário Nei atuação dos nichos em
Curitiba e Região? Da moda bebê de
que transformaram a bebida base da Pacagnan, doutor em Administração razão de fatores como a
Terra Roxa? E do artesanato Ñandeva
caipirinha no principal produto da Co- pela Faculdade de Economia, Admi- capacidade que os em-
da região de fronteira?
operativa Copercachaça. nistração e Contabilidade da Univer- preendimentos têm de
Os exemplos são muitos e listá-los um sidade de São Paulo (FEA/USP), a responderem rapidamen-

Foto: Wilson Vieira/Videographic


a um, sem ser traído pela memória, é Na região norte do Estado, cerca de especialização é um bom caminho te às necessidades do
impossível. Dentre as estratégias en- 100 cafeicultores iniciaram há três para os empreendedores e empre- mercado, possuírem uma
contradas pelos empresários de mi- anos um novo ciclo. Atentos à deman- sários de pequenos negócios. “As mi- estrutura enxuta, terem
cro e pequenas empresas do Paraná, da crescente por cafés especiais e às cro e pequenas empresas só têm a facilidade de sinergia com
para conquistar o mercado, estão a novas exigências dos consumidores, ganhar com a especialização de pro- outras empresas e atitu-
aposta em novos nichos, a territoriali- eles uniram interesses e constituíram dutos. Quanto mais se especializam, des empreendedoras”,
Marca Cafés Especiais do Norte Pioneiro zação, o associativismo e a constituição a Associação de Cafés Especiais do maior será a sua capacidade de ren- explica o professor.

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Vantagem competitiva inovação e vocação empreende-
dora, a capacidade de superação
Tendo em vista que a competitivi- e motivação da equipe e o espírito
dade das empresas é fortemente investigativo são essenciais para o
influenciada por fatores externos sucesso dos empreendedores e em-
como infraestrutura, políticas públi- presários”, afirma.
cas, marcos regulatórios, centros Pesquisas de mercado dão uma visão
de educação e dependência de mão- Segundo o doutor em Administra- do todo e abrem espaço para análises
de-obra, a reunião de uma cadeia ção, é possível sim, que um empre-
sário de pequena empresa adapte o mais específicas de tendências e
produtiva em um Arranjo Produtivo
Local (APL), por exemplo, torna-se seu produto ou serviço de maneira a demandas ocultas
uma vantagem competitiva a mais. atender às necessidades exclusivas
Um bom exemplo de empresas que de clientes potenciais. “Uma dica in-
alcançaram sucesso concentradas teressante é observar o que os de-
geograficamente é o município de mais concorrentes têm feito e ofer-
Apucarana, no norte do Paraná. tado aos clientes. Depois disso, os
interessados no segmento, devem
Com uma produção anual de apro- adaptar seus produtos ou serviços
ximadamente 60 milhões de peças com possíveis diferenciais que não Portal do Boné divulga ações do APL de Apucarana

Foto: Divulgação
de bonés, a cidade responde por incorram em elevação exagerada de
mais da metade da produção nacio- preços”, aconselha Pacagnan.
nal do setor. Os empresários da re-
Para os empresários interessados Desenvolvimento
gião especializaram-se tanto no ne-
gócio que estão aptos a atender às em identificar as brechas de mer- sustentável
mais variadas necessidades como cado deixadas pelas grandes em-
O que era uma saída para driblar a as pessoas se tornam mais críticas
na confecção de bonés destinados presas, o professor sugere o uso Eloi Zanetti, dependência da agricultura na dé- em suas compras e mais avessas a
ao uso promocional, à fabricação de algumas técnicas do marketing. profissional de Marketing cada de 1960 fez de Arapongas, falhas, erros e dispendio de esfor-
de peças exclusivas com a marca “As pesquisas de mercado são mui-
norte do Paraná, o segundo maior ço que leve à perda de tempo, filas,
dos clientes, à produção de bonés to interessantes, especialmente as
o empresário subir, mas tem que polo moveleiro do País e o primeiro demoras e atrasos”, avalia o profes-
de marcas próprias, aos bonés de- desenvolvidas pelo Sebrae que dão
ser tratada com atenção constan- do Paraná, um exemplo bem-suce- sor.
senvolvidos e produzidos sob enco- uma visão do todo e abrem espaço
para análises mais específicas de te. Não é algo que dá para se fazer dido de como a especialização e o Para Zanetti, entrar no mundo virtual
menda para grandes grifes da moda um dia e parar. A cultura marque- associativismo trazem resultados
e à confecção de bonés para uso tendências, e demandas ocultas”, é uma boa estratégia de marketing
recomenda Pacagnan. teira tem que entrar dentro da em- e como a marca ganhou projeção. para micro e pequenas empresas
profissional. presa e permear todos os setores, Hoje, a cada 100 móveis fabricados alavancarem seus negócios. “A in-
Na opinião de Pacagnan, o domínio Ferramenta poderosa de forma integrada. Todos têm que no Brasil, 10 são de Arapongas. ternet deve ser utilizada porque abre
de algumas habilidades contribui participar e ajudar. O que é muito fronteiras. É fácil, barato e rápido.
Contudo, apenas uma gestão bem O grande diferencial desses fabri-
para que os empresários sejam bem- comum é que, ao primeiro sucesso, Para as empresas localizadas em
feita não garante o sucesso do ne- cantes é a aposta no desenvolvi-
sucedidos nos nichos escolhidos. “O o empresário para todo o procedi- pequenas cidades, também indico o
gócio. O especialista em Marketing mento que vinha desenvolvendo e mento sustentável. Todas as fa-
desenvolvimento de habilidades em bricantes de móveis do município, uso das rádios locais. Dá um bom
e Comunicação Corporativa, Eloi Za- não evolui, justo na hora em que ele resultado. A participação das ativida-
netti, também escritor e palestran- tem que se empenhar mais”, adver- cerca de 170 empresas, utilizam
madeira certificada e destinam cor- des comunitárias regionais e o apoio
te, nota que muitos empresários de te Zanetti.
micro e pequenos negócios não uti- retamente cerca de 200 toneladas
às atividades e comemorações do A cultura do marketing
município são maneiras poderosas
lizam o marketing adequadamente, Justificar o não uso das técnicas de de resíduos diariamente. Para evitar
da empresa criar uma identidade”, tem que entrar dentro
seja por desconhecimento ou falta marketing porque é complicado e a escassez de matéria-prima, as fa-
oneroso não convence Eloi Zanetti. comenta Zanetti. da empresa e permear
de tempo. “O marketing é uma fer- bricantes mantêm o SIMFLOR, uma
ramenta poderosa. Projeta e faz “Marketing não é algo caro e sofisti- fazenda que cultiva eucalipto nativo, A comunicação com o mercado é todos os setores, de
cado. Tem que apostar na simplici- com objetivo de desenvolver a auto- outra dica do profissional de como forma integrada
dade das coisas. Para os empresá- sustentabilidade da madeira para o utilizar as ferramentas de marketing.
rios de micro e pequenas empresas polo nos próximos anos. “Antes de tudo, o empresário de pe-
é até mais fácil fazer marketing. Eles quena empresa tem que se preocu-
podem começar a pensar em como Questionado sobre a tendência de par em se mostrar para o mercado.
vender o seu produto ou serviço. segmentação de mercado para os Tem que se importar com isso, ter
Para isso, têm que definir bem o pú- próximos anos, Pacagnan compre- essa consciência. A comunicação é
blico que querem atingir. Isso exige ende que o fator tempo será uma fundamental. O uso dos veículos de
tempo, concentração e criatividade. das principais demandas dos con- comunicação é muito importante.
Tenho observado que gerentes e sumidores. “Sem dúvida, algo que Tem que buscar a mídia gratuita.
empresários permanecem tão volta- não podemos ignorar é a fragilida- É importante ser notícia. Se der,
dos para a ação que não têm tempo de do processo de diferenciação. O o empresário com pouco dinheiro
nem energia para pensar nas estra- consumidor é um alvo que se move pode contratar uma assessoria de
tégias de vendas e negócios, mas é muito rapidamente. Os empresários imprensa, o que traz bons resulta-
justamente pelo trabalho da estra- devem analisar a utilidade de forma dos. Uma citação em um meio de
tégia e do pensamento que serão e utilidade de tempo dos produtos comunicação vale muito. Basta ter
julgados”, assinala o escritor. que serão ofertados daqui para uma boa história, um bom produto”,
frente, pois, a cada dia que passa, finaliza Zanetti. S

86 87
Comércio Entrevista
Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Feiras e Eventos
Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná

As empresas do comércio varejista do atendimento, inadimplência, entre ou-


Paraná estão mais competitivas, mais tros, também são trabalhados com os
preparadas para enfrentar a concor- empresários.
rência acirrada, fruto da globalização
Dividido em modalidades, o Varejo-
da economia. Parte desse avanço vem
MAIS leva soluções sob medida às
de uma experiência bem-sucedida fir-
empresas. O VarejoMAIS - Câmara
mada entre o Sebrae/PR e o Sistema
Fecomércio/PR em 2005, que tem
da Mulher Empreendedora é exclusivo Até 2008, Sebrae/PR
para empresárias filiadas à entidade. O e Fecomércio já haviam
mudado o perfil do comércio parana-
VarejoMAIS Multisetorial reúne empre-
ense. É o VarejoMAIS – Mais Vendas, atendido 5,3 mil
sários de um mesmo segmento, como
Mais Competitividade, um programa
focado para o comércio varejista, com
lojas de autopeças, iluminação, floricul- empresas e 15,6 mil
turas, por exemplo. Uma estratégia
o apoio e orientações de consultores empresários, gerentes
que dá a oportunidade aos empresá-
e especialistas em varejo. e funcionários
rios discutirem problemas comuns e
O Programa atende atualmente 1,5 mil encontrar soluções em conjunto.
micro e pequenas empresas do co-
O VarejoMAIS 2ª Fase é para empre-
mércio, espalhadas em 68 municípios
sários que já fizeram o Programa, mas
do Paraná. Até o final do 2008, já ha-
querem continuar. E o VarejoMAIS
via atendido cerca de 5,3 mil empre-
em Ação, uma versão mais compac-
sas e 15,6 mil empresários, gerentes

O poder do varejo
ta do Programa, para empresas do
e funcionários. Segundo o coordena-
comércio varejista de municípios de
dor estadual do Varejo do Sebrae/PR,
menor porte.
Osmar Dalquano, o Programa é um
sucesso porque faz os empresários
Mais competitividade
Parceria do Sistema Fecomércio/PR e do setor a pensar o negócio de forma
efetiva, com visão de mercado, estra-
Sebrae/PR atende mais de 1,5 mil micro tégia e planejamento. “As ações do
Em Francisco Beltrão, sudoeste do
Paraná, a empresária Iraci dos Santos
e pequenas empresas do varejo, em 68 VarejoMAIS preveem ainda missões
técnicas nacionais e internacionais,
Ruaro participa do VarejoMAIS desde
o início de 2008 e até o que julgava
municípios do Estado Por
Por Leandro
Leandro Donatti
Donatti
uma oportunidade para os empresá- sem interesse para o seu ramo de ne-
rios reverem os conceitos aprendidos gócio, descobriu que era importante.

Foto Zanella
durante o Programa.” Iraci tem uma empresa de alimentos
no ramo de panificação e bolos e,
Durante o VarejoMAIS, os lojistas graças ao Programa, participou de
aprendem como melhorar e ampliar treinamentos e recebeu consultorias.
a gestão da carteira de clientes, de- Iraci conta que dentro do VarejoMAIS
finir novos produtos, serviços e pro- resolveu integrar a turma do curso de
cessos, aprimorar a administração da vitrinismo, mesmo achando que não
loja, desenvolver a equipe de trabalho, seria útil para a sua empresa. “A gen-
fidelizar clientes, aumentar o volume te trabalhou com gestão, liderança e
de vendas e a qualidade dos serviços quando foi para o vitrinismo não via
ofertados a consumidores cada vez como utilizar isso na minha empresa.
mais exigentes. Temas como ven- Mas, pelo contrário, aproveitei as in-
das, promoções, visual de loja, mar- formações e o resultado me surpre- Iraci dos Santos Ruaro,
keting, recursos humanos, finanças, endeu”, testemunha. comerciante

88 89
A empresária conta ainda que infor-
matizou a gestão e ganhou em lucra- cursando o segundo módulo do
tividade. “A gente sabia que vendia, Programa, com foco em visual de
mas não sabia quanto e como. Hoje, loja e nós mesmos estamos fazen-
temos tudo controlado, o custo de do algumas alterações nas vitrines,

Cristiane Shinde/Studio Alfa


cada ingrediente para a formação buscando atender as necessidades
de preço dos produtos, quanto pro- do nosso cliente. O mais importante
duzimos, quanto vendemos, onde é que o consultor nos ensina a fa-

Foto: Agência La Imagen


temos que investir, enfim, trabalha- zer mudanças no empreendimento
mos com mais seguranças graças e nós mesmos podemos agir, sem
à gestão dos processos”, completa. precisar pagar um profissional para
Iraci, que dirige sua empresa junto fazer isso”, conclui.
com a sua família, acredita que os
resultados foram positivos. “No ge- Mais planejamento
ral, dá para afirmar que ganhamos Há 25 anos no mercado da constru-
em competitividade, pois pudemos ção civil, a empresária de Maringá,
aplicar o que se aprendeu no dia a no noroeste do Estado, Tânia Reis
dia da empresa”, conclui a empresá- Leal Tavares, administra sua loja de
ria beltronense. forma dinâmica e planejada. Tama-
Com o VarejoMAIS, o empresário nha dedicação lhe rendeu o título de
Referência no Prêmio “O Melhor do
Rafael Luiz Nava Ferro, de Casca- Tânia Reis Leal Tavares,
vel, oeste do Estado, também se Rosalina Cappellazi e a sócia Sandra, VarejoMais 2008”. “A premiação é
comerciante
sente mais preparado para enfren- comerciantes muito importante, mas o mais valio-
tar o mercado. “Conseguimos au- so foi a satisfação em utilizar todos em artigos esportivos, caça, pesca em 2006, o VarejoMAIS e, a partir
mentar o lucro, bem como a com- os conhecimentos das consultorias e camping, passava por dificulda- de então, vem aprimorando sua ges-
petitividade da nossa empresa”, a apresentação da loja, tanto inter- Mais faturamento dentro da minha empresa e com os
des. Em setembro de 1999, decidiu tão e colhendo bons resultados. “De
afirma. Farmacêutico e proprietário na como externa, de acordo com o meus funcionários e colaboradores”,
perfil do nosso cliente e agora es- A proprietária da loja de calçados adquirir parte da empresa e passou lá para cá, foram muitas mudanças.
da Farmácia Medicinal, Nava Fer- diz. A empresária, que participa da Com o apoio das consultorias, apren-
tamos colhendo os resultados.” Ele Capellazzi, no bairro Sítio Cercado, de funcionária à proprietária. A em-
ro diz que “aprendemos muito com Câmara da Mulher Empreendedora, di a importância de ter um controle
afirma que o VarejoMAIS é o grande em Curitiba, Rosalina Cappellazi, preendedora nem imaginava o que
todas as etapas do Programa.” destaca que, com o VarejoMAIS, financeiro e de estoque e a investir,
responsável pelo aperfeiçoamento e procurou o Sebrae/PR após rece- soube identificar problemas e solu- lhe aguardava pela frente. “Foi um
“Aplicamos várias soluções apre- início difícil. A empresa estava des- sempre que possível, recursos pró-
crescimento de sua empresa. Se- ber indicações de amigos, ao perce- cioná-los, capacitar funcionários e
sentadas durante o treinamento e capitalizada e não tínhamos acesso prios. Melhorei a comunicação visu-
gundo ele, todas as etapas do pro- ber que a loja não estava faturando destacar os pontos positivos e dina-
logo percebemos mudanças positi- ao crédito porque não possuíamos al da loja, mudando a iluminação, o
vas”, destaca. grama são adequadas à realidade conforme seu planejamento inicial. mizá-los. “Por conta disso, estamos
do mercado e por isso aplicáveis. Participando do VarejoMAIS, moda- bens para oferecer como garantia”, piso, as paredes, a vitrine, a exposi-
em constante evolução”, assinala. ção e apresentação dos produtos”,
Nava Ferro aponta o visual da loja e “Considero o programa fundamen- lidade Multisetorial, há dois meses, lembra Nilza.
as atitudes de sua equipe de vende- tal para todo empresário que quiser Depois de trabalhar dez anos como conta Nilza. (Colaboraram nesta re-
Rosalina passou a posicionar seu
gerente da Esporte Camisa 10, Nilza Determinada a tornar seu negócio portagem Adriano Oltramari, Andre-
dores, que também participaram de crescer, independente da área que empreendimento de uma manei-
Christ de Carvalho, 43 anos, perce- bem-sucedido, a empresária de Apu- lise Daltoé, Cleide de Paula, Luciana
um curso, como os principais dife- atua, inclusive já recomendei para ra diferenciada, com base em um
renciais. “Melhoramos e adequamos vários amigos empreendedores.” beu que a companhia, especializada carana, norte do Estado, integrou, Baroni e Octávio Rossi) S
trabalho minucioso de captação de
dados de mercado e concorrência,
realizado com acompanhamento de
consultores do Sebrae/PR e Feco-
mércio. “A partir dos cursos e das
visitas dos consultores, percebemos
a importância de formalizar todo tipo Lojistas aprendem como
de dado para mensurar resultados. melhorar e ampliar a gestão
Com um plano completo, descobri- da carteira de clientes,
mos que o ponto fraco de nossa loja
definir novos produtos,

Foto: Wilson Vieira/Videographic


não era exatamente o que imaginá-
vamos”, comenta Rosalina. serviços e processos
Segundo ela, a loja foi criada com
a ideia inicial de atingir o público
de Classe B da região, mas, após
oito meses de funcionamento, a
empresária percebeu que seu real
Foto: Claiton Biaggi

público-alvo, a população da região, Para saber mais sobre o Varejo-


pertencia às Classes B/C. “O Va- MAIS – Mais Vendas, Mais Com-
rejoMAIS nos ajudou muito a partir petitividade, acesse o Portal do
do momento em que identificamos Sistema Fecomércio:
essa dificuldade e, agora, também (www.fecomerciopr.com.br) e o
está nos ajudando a reformular Portal do Sebrae/PR
Rafael Luiz Nava Ferro, a loja para atingir nosso público e Nilza Christ de Carvalho, (www.sebraepr.com.br).
comerciante aumentar nossas vendas. Estamos comerciante

90 91
Sebrae/PR Entrevista
Tendência
Comportamento
Mercado
Atitude Sebrae Feiras e Eventos
Os empresários de academias, óticas e lojas esporti-
Capacitação
vas das regiões de Curitiba, Londrina e Maringá não Serviço

Foto: Agência La Imagen


podem perder essa oportunidade. O Sebrae/PR e
o Sistema Fecomércio/PR lançaram em agosto o Associativismo
Atitude Sebrae, um programa completo com treina- Giro pelo Paraná
mentos, consultorias, palestras, cursos e acompa-
nhamento. Feito sob medida para os três setores, o
Atitude Sebrae ensina como crescer com segurança
e superar os obstáculos, com informações sobre fi-
nanças, recrutamento e seleção de pessoas, rela- Sebrae/PR no shopping
cionamento e fidelização de clientes, indicadores de
resultado e comunicação visual de lojas. O Sebrae/PR instalou um ponto de atendimento no ção de eventos de capacitação, treinamentos e orien-
Para se inscrever é fácil, ligue para 0800 570 0800 Shopping São José, em São José dos Pinhais, muni- tações para legalização de empresas, marcas e pa-
ou preencha formulário de inscrição no: cípio da Região Metropolitana de Curitiba. O espaço, tentes, franquias, acesso ao crédito, cooperativismo,
www.atitudesebrae.com.br uma experiência inédita do Sebrae, no Paraná, está exportação e importação, impostos e contribuições,
em funcionamento há cerca de dois meses e conta modelos de contratos, publicações, além de fornecer
com atendentes que prestam consultoria gratuita a informações relacionadas a finanças, marketing e re-
empresários e futuros empresários, tanto das lojas do cursos humanos. A iniciativa da criação do ponto de
shopping, quanto de toda a comunidade local. O ponto atendimento é parceria entre o Sebrae/PR e a Asso-
de atendimento também é responsável pela realiza- ciação Comercial de São José dos Pinhais (ACIAP).
Tour virtual
Os empresários de micro e pequenas empresas que participam ou queiram parti- Central de atendimento
cipar do Prosperar - Programa de Excelência em Performance Empresarial podem
‘navegar’ no site do Programa. Basta acessar o www.sebraepr.com.br/prosperar Os dekasseguis, nipo-brasileiros que vivem tempora- ponto de apoio o Sebrae/PR. Todas as ligações fei-
e conhecer a ideia por meio de um tour virtual. Lançado neste ano, o Prosperar já riamente no Japão em busca de novas oportunida- tas por dekasseguis no Japão cairão automatica-
beneficia cerca de 700 micro e pequenas empresas no Paraná. Os empresários des, terão, a partir de setembro, um novo serviço mente na Central de Relacionamento do Sebrae/PR,
avaliam e medem a excelência da gestão e a competitividade dos negócios, valen- de apoio no Japão. É a Central de Relacionamento com sede em Curitiba. Os dekasseguis poderão tirar
do-se dos critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) que são liderança, Dekassegui Sebrae, para os dekasseguis que preten- dúvidas sobre gestão e soluções empresariais ofere-
estratégias e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, dem retornar ao Brasil e abrir uma micro ou peque- cidas pelo Sebrae como o Programa Dekassegui Em-
processos e resultados. Tudo inicia quando os interessados se inscrevem para o na empresa. O lançamento oficial da linha telefônica preendedor e demais temas de interesse. O serviço
Programa em qualquer uma das unidades do Sebrae/PR e fazem um autodiag- 0120 98 2366 será no dia 7 de setembro, durante ainda dispõe de consultorias a distância. Técnicos no
nóstico que analisa o ambiente empresarial, a gestão e os processos da empresa. o Brazilian Day Japan. A Central de Relacionamento é Brasil esclarecem dúvidas técnicas de dekasseguis
Isso é feito sob a orientação de consultores da entidade e acontece em sala de um projeto-piloto do Sebrae Nacional que terá como no Japão.
aula, durante cinco encontros que totalizam 20 horas. Ao final desse período, a
empresa já tem condições de potencializar seus pontos fortes e desenvolver um
plano de ação para seu desenvolvimento.
Cafés especiais
Representantes da cadeia produtiva do café na Es-
panha desembarcaram em julho no norte do Esta-
do. A comitiva, formada por especialistas, conhe-
Líder na Argentina ceu o Projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro do
Paraná, iniciativa do Sebrae/PR e da Associação
O presidente do Sebrae Nacional, Paulo Okamoto, do Paraná e Oeste de Santa Catarina na Região da de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná
lançou no final de julho o Programa Líder, na fron- Fai­xa de Fronteira com o Extremo-Oriente da Argentina (ACENPP). Os espanhóis conheceram fazendas cen-
teira entre o Paraná, Santa Catarina e Argentina. (Profronteira). O público-alvo do Programa são empre- tenárias na região. Na oportunidade, negociantes
Embora já realizado em Mato Grosso, Minas Gerais sários, prefeitos e líderes ligados ao terceiro setor. O industriais, baristas (preparadores de café) e degus-
e Rio Grande do Sul, será a primeira vez que o Pro- Líder é um programa de mobilização, formação e inte- tadores percorreram as lavouras, acompanharam a
grama atenderá outro país do Mercosul, no caso, a gração de lideranças para o desenvolvimento regional. colheita que é realizada mecânica ou manualmente
Argentina. O lançamento ocorreu durante encontro Um trabalho que vai estimular e alinhar os mais de 30 e conferiram as fases do processamento do café
na cidade de Dionísio Cerqueira, fronteira seca com municípios envolvidos no Profronteira, direcionando as como a secagem, classificação e armazenagem. Os
Barracão (PR) e Bernardo de Irigoyen (Província de ações propostas para sensibilizar as lideranças para cafeicultores do Norte Pioneiro do Paraná são res-
Misiones-Argentina). O Líder terá a participação do o desenvolvimento regional integrado. O Programa vai ponsáveis pela produção de aproximadamente 50%
Sebrae/PR, Sebrae/SC, Fórum de Integração Mu- acontecer em sete módulos - três etapas em 2009 e dos grãos colhidos no Estado. Atualmente, a região
nicipal Transfronteiriço, Consórcio Intermunicipal da quatro em 2010. Paraná e Santa Catarina receberão conta com 7.500 médios e pequenos produtores
Fronteira e Projeto de Desenvolvimento do Sudoeste três etapas e a Argentina também terá uma. distribuídos em 45 municípios.

92 93
High-tech
Regina Martelli, coordenadora de moda do jornalismo
da Rede Globo, falou para um grupo de empresários
do setor de cosméticos, no dia 30 de junho, no auditó-
rio do Sebrae/PR em Curitiba. Na palestra “Compor-
tamento e Atitudes do Novo Consumidor da Indústria
da Beleza”, Regina Martelli deixou um recado para o
setor: os empresários precisam investir em pesquisa,
tecnologia e inovação. A oferta de produtos de beleza
cresce a cada dia e só fideliza o cliente o empresário
de olho nas novidades. Outra dica da especialista: vai-
dade não é mais só prerrogativa feminina. Os homens
também são consumidores. Regina Martelli esteve
Foto: Agência La Imagen

em Curitiba a convite do Sebrae/PR, numa ação do


Projeto Cosméticos do Paraná.

Educação Empreendedora

Fotos: Agência La Imagen


Histórias, metáforas, citações de grandes pensado- plateia de educadores e consultores a sua larga vi-
res e experiências de vida. Esse foi o tom da pales- vência como um estudioso do processo de aprendi-
tra “Imaginação e Encantamento: a educação para zagem e como o educador pode auxiliar seus alunos
o empreendedorismo”, ministrada por Rubem Alves a aprender verdadeiramente. Para ele, o princípio
no final de julho, em Curitiba. Bacharel em Teolo- de todas as ações humanas é o desejo. “O ato de
gia, psicanalista, professor emérito da Unicamp e tentar ensinar? Não, talvez o certo fosse o ato de
autor de diversas publicações, o educador Rubem despertar o desejo do aluno. Com o desejo, há uma
Alves esteve em Curitiba a convite do Sebrae/PR. A transformação rápida na sua cabeça que desperta
entidade elegeu como uma das sete ações estraté- a inteligência e a inteligência é a ponte que liga o
gicas, para os anos de 2009 e 2010, promover a desejo ao objeto desejado”, disse Alves. Segundo o Mutirão da solidariedade
educação e a cultura empreendedora entre crianças educador, o professor deve oferecer algo prazero-
e jovens. Na palestra, que aconteceu no auditório so para o estudante. “Não quero ensinar regras de
do Sebrae/PR e foi transmitida ao vivo, via internet como ser professor. Quero ensinar um jeito de ser
(pelo www.sebraepr.com.br), Alves dividiu com uma professor”, disse Alves.

Pesquisa em vídeo
O Sistema Fecomércio/PR e o Sebrae/PR disponibi- forma de uma entrevista com perguntas e respostas.

Fotos: Cesar Machado


lizam, desde julho, pela internet, vídeos sobre a Pes- O economista e consultor da Fecomércio, Vamberto
quisa Conjuntural do Comércio do Paraná. A ideia é Santana, responsável pela coleta e análise dos dados,
levar aos empresários do comércio varejista um re- é o entrevistado da jornalista Adriane Werner, âncora
sumo dos principais dados apurados na pesquisa, em dos programas. A Pesquisa Conjuntural do Comércio
do Paraná produz indicadores de curto prazo, men-
sais, que permitem acompanhar e avaliar o desem-
penho do comércio varejista no Estado. A amostra
é formada por empresas escolhidas, de acordo com Um grupo de eletricistas, encanadores e pintores, e janelas. Essa mesma ação já havia sido feita no ano
critérios estatísticos. A área de abrangência é consti- que fazem parte dos núcleos setoriais do Projeto Obra passado, no Recanto da Criança, também em Casca-
tuída pelas cidades de Curitiba e Região Metropolita- Nota 10, parceria entre Sebrae/PR e Associação Co- vel. O material para o trabalho foi doado por fornece-
na, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa mercial e Industrial de Cascavel (ACIC), realizou em dores locais. O Projeto Obra Nota 10 é uma iniciativa
e Região Oeste. Esses municípios representam uma julho a primeira edição do Projeto Obra Feliz é 10, que une toda a cadeia da construção do oeste para-
população de 5,1 milhões de habitantes. São pesqui- na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais naense na busca pela melhoria dos níveis de qualidade
sados 14 ramos de atividades. Os primeiros vídeos da (APAE) de Cascavel. Mais de 30 empreendedores e e competitividade do setor. O Projeto é coordenado
parceria Fecomércio/PR e Sebrae/PR - um deles que representantes de pequenas empresas prestadoras pelo Sebrae/PR, Sinduscon/Oeste e Fiep-Senai e ob-
explica a metodologia da pesquisa - já estão disponí- de serviço fizeram uma ação comunitária para con- jetiva fortalecer empresas, reduzir o custo final das
veis e podem ser acessados pelos sites: sertar encanamentos, reparar a parte elétrica, trocar obras e ampliar as oportunidades para as pessoas
www.sebraepr.com.br e www.fecomerciopr.com.br lâmpadas, tomadas e inclusive pintar paredes, portas adquirirem seu imóvel.

94 95
Artigo

Cidadania empresarial
Allan Marcelo de Campos Costa

No último dia 1º de julho, teve início formalizar vale a pena. E é isso que a
uma das mais importantes revoluções Lei do Empreendedor Individual busca
na economia do nosso País com a en- proporcionar. Na sua essência, a Lei
trada em vigor da Lei do Empreende- simplifica enormemente o processo
dor Individual. Muito mais do que uma de formalização da Empresa Indivi-
simples lei que assegura aos empre- dual e prevê o pagamento de tributos

0800 570 0800


endedores individuais um tratamento que não ultrapassam os R$57,15
diferenciado e justo, trata-se de um para empresas que faturem até Analisar a questão da Procure o SEBRAE mais perto de voc�.
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formais, que não têm qualquer ampa- tratar empréstimos e financiamentos Ivaipor‹ (43) 3472 - 1307
ro legal para assegurar seus direitos como pessoa jurídica, o que se traduz Escritório – Guarapuava Ivaiporã
como consumidores; e, principalmen- em taxas de juros muito mais civiliza- Jacarezinho
Rua Arlindo Ribeiro, 892 - Bairro Centro – CEP: 85.010-070 (43) 3527 Diva
Rua Professora - 1221
Proença, 1190 – Bairro Centro – CEP: 86.870-000
Fone: (42) 3623-6720 – Fax: (42) 3623-6720 Fone: (43) 3472-1307 – Fax: (43) 3472-1307
te, perdem os próprios informais, que das do que aquelas praticadas para Londrina (43) 3373 - 8000
existem à margem de todo o sistema pessoas físicas; passa a ter cobertura Jacarezinho

Foto: Mauro Frasson/Arquivo Sebrae/PR


Ponta Grossa
legal, econômico e financeiro, e, por- previdenciária e a contar com amparo Maring‡
Rua XV de Novembro, 120 - Bairro Centro – CEP: 84.010-020 (44)
Rua Dr.3220
Heráclio - 3474
Gomes, 732 – Bairro Centro – CEP: 86.400-000
Fone: (42) 3225-1229 – Fax: (42) 3225-1229 Fone: (43) 3527-1221 – Fax: (43) 3527-1221
tanto, sem qualquer tipo de direito ou em caso de doença e afastamento, Paranava’ (44) 3423 - 2865
oportunidade. além de adquirir direito a aposenta- REGIONAL NOROESTE REGIONAL OESTE
doria. Dessa forma, o resultado da Maringá Pato Branco (46) 3220 - 1250
Cascavel
Entretanto, analisar a questão da eco- Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, 1116 – Bairro Zona 07 – CEP: 87.030-010 Avenida Pres. Tancredo Neves, 1262 – Bairro Alto Alegre – CEP: 85.805-000
nomia informal exige a compreensão
equação se altera significativamente, Fone: (44) 3220-3474 – Fax: (44) 3220-3402 Ponta Grossa (42) 3225
Fone: (45) - –1229
3321-7050 Fax: (45) 3226-1212
e o benefício da formalização passa a
de um ponto essencial: ninguém é
ser evidente e significativo. Escritório – Campo Mourão Toledo (45) 3252– Foz
ESCRITÓRIO - do0631
Iguaçu
informal porque quer! Os milhões de Avenida Manoel M. de Camargo, 1111 – Bairro Centro – CEP: 87.302-080 Rua das Guianas, 151 – Bairro Jardim América – CEP: 85.864-470
Fone: (44) 3523-5386 – Fax: (44) 3523-5386 Umuarama (44) 3622
Fone: (45) - –7028
3522-3312 Fax: (45) 3573-6510
empreendedores que atuam na infor- Finalmente, a Lei do Empreendedor In-
malidade, na ampla maioria das ve- dividual transforma o discurso de que Paranavaí Toledo

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zes, lá estão porque não têm alterna- “justiça é tratar os diferentes de ma- Rua Mato Grosso, 1874 A – Bairro Centro – CEP: 87.702-030 Largo São Vicente de Paulo, 1333 – 3º andar – sala 30 e 31 – CEP: 85.900-210
tiva. A formalização, antes do advento neira diferente” em algo efetivo e tan-
Fone: (44) 3423-2865 – Fax: (44) 3423-2794 0800 0800
Fone: (45) 3252-0631 – Fax: (45) 3252-6175

da Lei, trazia uma série de complica- gível. E ao fazê-lo, torna possível para www.sebraepr.com.br
ções e entraves burocráticos e obri- o enorme contingente de empresas
gava o empreendedor ao pagamento informais adquirir o que chamamos
de tributos excessivos e injustos. Em de Cidadania Empresarial. É o direito
outras palavras, representava pratica- de existir! O direito de fazer parte do
mente uma sentença de morte para mundo real, com dignidade e oportuni-
Allan Marcelo
qualquer microempresa nascente e dade para crescer e se consolidar. de Campos Costa
carente de oportunidades para se de- é diretor-superintendente do Sebrae/PR.
Por isso, entendemos o advento da Mestre em Gestão Empresarial pela Funda-
senvolver. Em suma, a única alternati-
Lei como uma revolução. Não ape- ção Getúlio Vargas e Mestre pela Univer-
va para sobreviver quase sempre era sidade de Lancaster, Inglaterra, tem MBA
nas econômica, mas principalmente,
permanecer na informalidade. em Gestão de Negócios pelo IBMEC Busi-
de cidadania. É a micro e a pequena ness School, é pós-graduado em Desenvol-
Como em quase tudo na vida, tudo empresa ampliando sua importância vimento Gerencial pela FAE/CDE e cursou
o Programa de Desenvolvimento de Diri-
gira em torno de uma simples equa- e consolidando o seu papel de mola gentes Empresariais do INSEAD, França.
ção de custo x benefício. O princi- propulsora do desenvolvimento do Coautor do livro “Electronic Business in De-
pal combustível para o processo de País, ocupando o espaço que é seu veloping Countries”, possui artigos publica-
dos no Brasil e no exterior, em países como
formalização é a percepção, por por direito. Essa é, sem dúvida, uma Chile, África do Sul, Reino Unido, Holanda,
parte do empreendedor, de que se grande conquista! S Hungria e Eslovênia.

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