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Kultur Dokumente
líder influencia as
pessoas pelo seu
comportamento
Gestão
compartilhada
Boas práticas de governança tornam empresas
mais transparentes e competitivas
Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná 99
Índice
PÁG. 52 – FEIRAS E EVENTOS PÁG. 75 – MERCADO
Inovação para a construção civil Internacionalizar é um
Foto: Divulgação
Carlos Hilsdorf ensina, de forma didática,
como agregar valor e aumentar seus lucros.
PÁG. 06 – ENTREVISTA PÁG. 30 – TENDÊNCIA
A força da classe média A Cultura do RE
Confira entrevista com o jornalista Paulo Henrique Amorim. Para Revitalizar espaços urbanos pode ser uma alternativa para aque-
ele, classe C é o grande mercado consumidor. cer o comércio e o turismo.
PÁG. 16 – CAPACITAÇÃO
Foto: Divulgação
PÁG. 66 – SERVIÇO
Solução ajuda indecisos
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Sebrae/PR – Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas no Paraná
Editorial
Jefferson Nogaroli
Presidente do Conselho Deliberativo
Boa notícia! O Paraná registrou um aumento no número de empresas abertas nos seis primei-
ros meses deste ano. A maioria delas, micro e pequenas empresas. De acordo com números
Allan Marcelo de Campos Costa da Junta Comercial do Paraná, foram abertas de janeiro a junho deste ano 28.207 novas
Diretor Superintendente empresas. Em 2008, o total foi de 26.454. Ou seja, 1.753 empresas a mais em 2009.
O número de empresas que fecharam as portas no primeiro semestre deste ano também é
Julio Cezar Agostini
um indicador de que a crise não atingiu de forma tão avassaladora os pequenos negócios como
Diretor de Operações
se projetava. O número registrado de empresas fechadas foi menor se comparado com o ano
Vitor Roberto Tioqueta
passado: deram baixa 8.988 empresas em 2009, contra 9.223 em 2008.
Diretor de Gestão e Produção Uma das explicações para esse resultado positivo é o otimismo dos empreendedores que, mesmo
diante do cenário extremamente negativo, mantiveram-se firmes na ideia de abrir novos negócios,
Expediente
respaldados por políticas de incentivos fiscais. Já para justificar a redução no número de empresas
fechadas, podemos, por exemplo, apontar o uso do planejamento antes de abrir uma pequena
Coordenação
empresa como possível variável. Empresários preparados sobrevivem mais.
Renata Todescato
Gerente de Marketing Nesta edição, o leitor confere entrevistas, artigos de opinião, matérias de serviço e reportagens
e Comunicação especiais sobre diversos temas: associativismo, mercado, comportamento, capacitação, tendên-
cias, feiras e eventos. Material jornalístico que tem como objetivo reforçar conceitos, divulgar no-
Edição/Jornalista Responsável vidades e agregar ainda mais conhecimento aos empresários de micro e pequenas empresas.
Leandro Donatti
Registro Profissional - 2874/11/57-PR Destaque para a matéria de capa que trata de governança corporativa e também para a
reportagem especial que aborda a importância da gestão socioambiental pelas empresas. Dois
Reportagens: Adriana Ribeiro, temas muito comuns em grandes empresas, mas ainda pouco explorados pelas pequenas.
Adriano Oltramari, Andréa Bordinhão,
Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, A sexta edição da Revista Soluções – A Revista da Pequena Empresa no Paraná traz ainda
Ellen Taborda, Giselle Ritzmann Loures, reportagens sobre liderança, Empreendedor Individual, municipalização da Lei Geral, revitali-
Katia Michelle Pires, Leandro Donatti, zação de espaços urbanos, inovação na construção civil, oportunidades de negócios, SPED,
Luciana Baroni, Maria Duarte, novo sistema de fiscalização de produtos alimentícios e internacionalização focada nas micro
Mirian Gasparin, e pequenas empresas.
Octávio Rossi e Sílvio Oricolli.
Boa leitura!
Fotos: Claiton Biaggi,
Cristiane Shinde, Hugo Harada, Leandro Donatti, o editor
Luiz Costa, Marcos Zanella e
Wilson Vieira.
Construção coletiva
Colaboraram nesta edição:
Adriana Schiavon Gonçalves,
Dianalu Almeida Caldato,
Leandro Krug Batista,
e Paula Andreia de Castro.
Prezado leitor, nesta edição, a Revista So- empresas. Uma tarefa que, para ter validade
sebrae@pr.sebrae.com.br luções encarta uma pesquisa de opinião. efetiva, precisa demonstrar-se útil para você.
http://asn.sebraepr.com.br Queremos saber o que você acha desta pu-
blicação que já está na sua sexta edição, seu A pesquisa é simples. Basta preencher e enviar
Críticas e comentários, conteúdo, e pontos que precisam ser melho- gratuitamente pelos Correios ou responder pelo
mande um e-mail para rados e trabalhados. Precisamos ainda medir site www.sebraepr.com.br.
revistasolucoes@pr.sebrae.com.br questões logísticas como periodicidade. Hoje, Ajudem-nos nessa construção, afinal a Revista
a Revista Soluções circula a cada três me- Soluções é para você!
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pr.sebrae.com.br
Por que estamos realizando uma pesquisa
Impressão junto aos nossos leitores? Porque assim
como acontece nos projetos desenvolvidos Renata Todescato,
Artes Gráficas Renascer Ltda.
gerente de Marketing e
(Mult-graphic) pelo Sebrae/PR hoje, para nós, o sucesso de
Comunicação do Sebrae/PR
uma proposta como a Revista Soluções de-
Design Gráfico e Diagramação pende de uma construção coletiva. E ninguém
Ingrupo//chp Propaganda melhor que você para nos ajudar nesse pro-
cesso. As suas opiniões e os seus interesses
Tiragem serão a base de nossas decisões. O Sebrae/PR
20 mil exemplares faz questão disso!
4 5
Paulo Henrique Amorim Entrevista
Capacitação
Comportamento
Tendência
tes do mundo - Brasil, Rússia, Índia e Chi- está conectado à internet. A rede mundial
O consumidor da classe média, descreve na) quando passarem os efeitos da crise”, de computadores tem 62 milhões de usu- “Há um espaço grande para explorar as economias
afirma. A Revista Soluções – A Revista da ários no Brasil. Este é o meio de comu-
Amorim, é “ávido” para prosperar. Por
Pequena Empresa no Paraná acompanhou nicação que mais cresce em penetração
domésticas. Em 2030, 2 bilhões de novos
isso busca educação e, consequentemen-
te, atinge aumento de renda e faz a cadeia a palestra do jornalista no Sebrae/PR. A no País. O público é jovem, tem dinheiro, consumidores entrarão na classe média.”
econômica crescer. Além disso, a popula- seguir, alguns trechos da conversa com estão todo tempo online e adoram com-
ção desta faixa de renda tem, agora, mais Paulo Henrique Amorim. prar. É o mecanismo certo para vender
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Governança corporativa As ferramentas de gestão têm sido e pequenas empresas têm neces-
Entrevista
Capacitação
apontadas por especialistas em Ad- sidade de se profissionalizar. Mas Comportamento
ministração como um dos papéis de forma alguma isso significa que
fundamentais para a estruturação os membros da família não possam Tendência
das atividades das empresas. Há participar da gestão. Eles podem Associativismo
quem diga que o sucesso de uma sim, mas devem ser preparados
Feiras e Eventos
Gestão compartilhada
empresa depende exclusivamente para assumir seus cargos”, afirma
da forma como ela é gerenciada. Kaiser.
Nesse sentido, uma boa governan-
Serviço
ça corporativa proporciona aos ad- Feito o acordo de acionistas e ade- Mercado
ministradores, proprietários, acio- quada a gestão da empresa, parte-
Com boas práticas de governança, companhias tornam-se nistas ou cotistas de uma empresa se para a terceira etapa da gover- Giro pelo Paraná
nança corporativa, que é a criação
mais transparentes e mais competitivas a gestão estratégica e o efetivo mo-
nitoramento da direção executiva de um conselho. “Em caso de pe-
Por Mirian Gasparin da companhia.
Mas, afinal de contas, o que é gover-
nança corporativa? Muitas são as
definições para essa prática. Para
o Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC), governança cor-
porativa é um sistema pelo qual as
sociedades são dirigidas e monito-
radas, envolvendo os relacionamen-
tos entre acionistas/cotistas, con-
selhos e administração, diretorias,
auditorias independentes e conse-
lhos fiscais.
Foto: Divulgação
Para o coordenador do IBGC no
Paraná, Marcio Kaiser, hoje se re-
conhece cada vez mais que a go-
vernança corporativa é importante
para a geração de valores das em-
presas, pois além de ajudar a dimi-
Marcio Kaiser,
nuir os custos de capital e melhorar
coordenador do IBGC
o acesso a financiamentos públicos
ou privados, a governança contri-
bui também para a perenidade das quenas empresas, o conselho não Lançado em 1999, o Código das
companhias. Diante desse quadro, se faz necessário”, observa o coor- Melhores Práticas está em sua
a demanda por essa prática profis- denador do IBGC no Paraná. terceira versão. Atualmente seu
sional vem aumentando nos últimos conteúdo está sendo revisto e
anos. Código de boas práticas será submetido à audiência públi-
ca antes de sua publicação. As
Kaiser explica que o primeiro pon- O IBGC tem um código que é consi- modificações do código refletem
to a se considerar em governança derado a principal referência sobre as constantes discussões e o
corporativa é a elaboração de um as boas práticas de governança do aprofundamento dos temas liga-
acordo de acionistas, que muitas Brasil. O documento, chamado de dos à governança corporativa,
vezes é confundido com o estatuto Código das Melhores Práticas em motivo que fez do documento re-
da empresa. “O acordo é um instru- Governança Corporativa, foi elabo- ferência nacional em conduta de
mento privado, ou seja, um acordo rado após análise de documentos gestão empresarial, e nas esco-
entre os sócios, e vai muito além do similares no exterior e extensos las de negócios.
estatuto da empresa. É esse acor- debates entre associados da enti-
do que vai regular os assuntos ex- dade, que procuraram adaptá-lo à Na sua primeira edição, o Código
clusivos da família e da empresa, no realidade corporativa brasileira. concentrou-se no funcionamen-
caso de empresa familiar. Um acor- to, composição e atribuições dos
do de acionistas vai determinar, por O Código está subdividido em seis conselhos de administração, re-
exemplo, como os herdeiros pode- capítulos: Propriedade (sócios), fletindo claramente a tendência
rão ingressar na empresa e esta- Conselho de Administração, Ges- dominante na época e a partir de
belecerá a questão dos salários dos tão, Auditoria Independente, Con- reflexões sobre a Lei das Socie-
membros da família”, explica. selho Fiscal, Conduta e Conflito de dades Anônimas, então vigente,
Interesses. O documento apresenta e das discussões e conclusões
Segundo o coordenador do IBGC também os quatro princípios bá- de um grupo de empresários
no Paraná, depois do acordo de sicos da governança corporativa, reunido em abril de 1997. A se-
acionistas a segunda etapa da go- que são a transparência, equidade, gunda versão, de abril de 2001,
vernança, corporativa é adequar prestação de contas e responsabi- tratou do princípio da equidade
a gestão da empresa. “As micro lidade corporativa. entre acionistas. A terceira, de
8 9
março de 2004, é marcada pela e que são definidas nos respectivos (Citpar), Federação da Agricultura
inclusão do princípio de responsabi- conselhos. do Estado do Paraná (Faep), Fede-
lidade corporativa. ração das Associações Comerciais,
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10 11
Conheça as entidades
que formam o Conselho
AGÊNCIA DE FOMENTO
do Sebrae/PR
BANCO DO BRASIL CAIXA ECONÔMICA
A Agência de Fomento do Para- A missão do Banco do Brasil A Caixa Econômica Federal é o
ná S.A. é uma instituição finan- é ser a solução em serviços e principal agente das políticas
ceira que opera prioritariamen- intermediação financeira, aten- públicas do governo federal e,
te com recursos próprios, que der às expectativas de clientes de uma forma ou de outra, está
são aplicados no financiamento e acionistas, fortalecer o com- presente na vida de milhões de
de iniciativas compatíveis com promisso entre os funcionários brasileiros. Isso porque a Caixa
a política de governo do Estado. e a empresa e contribuir para – uma empresa 100% pública –
Através de seus programas, e o desenvolvimento do Paraná e atende não só os seus clientes
em parceria com secretarias e do Brasil. Com 24,6 milhões de bancários, mas todos os traba-
outros órgãos do Estado, os re- clientes correntistas, 15,1 mil lhadores formais do Brasil, es-
cursos são direcionados à oferta pontos de atendimento em 3,1 tes por meio do pagamento de
de crédito e financiamentos sem mil cidades e 22 países, o Ban- FGTS, PIS e seguro-desempre-
burocracia e em condições favo- co do Brasil é hoje a maior insti- go; beneficiários de programas
ráveis de taxas, prazos e garan- tuição financeira do País. sociais e apostadores das lote-
tias. www.afpr.pr.gov.br www.bb.com.br rias. www.caixa.gov.br
12 13
FAMPEPAR FECOMÉRCIO FIEP
A Federação das Associações O Sistema Fecomércio Sesc A Federação das Indústrias do
de Micro e Pequenas Empresas Senac-PR dá ao empresário do Estado do Paraná - Fiep, Ciep,
do Estado do Paraná desenvol- comércio as melhores condi- Sesi, Senai e IEL - é uma enti-
ve projetos que buscam o for- ções possíveis de sobrevivência dade de representação da indús-
talecimento de associações de e sustentabilidade do seu negó- tria do Paraná. Braço político-
pequenas empresas em todo cio, numa época em que a com- institucional da indústria, a Fiep
o Estado. O trabalho consiste petição pelo cliente é cada vez é a voz da indústria paranaense,
na realização de palestras e na mais acirrada. A intenção da a quinta maior do Brasil. A Fede-
capacitação de lideranças e em- Federação é ampliar cada vez ração presta assessoria direta
presários. A entidade represen- mais suas ações com qualida- aos sindicatos empresariais fi-
ta as micro e pequenas empre- de e abrangência, contribuindo liados à entidade, que represen-
sas no Fórum Permanente das para o desenvolvimento do Esta- tam mais de 30 mil indústrias,
Microempresas e Empresas de do. www.fecomerciopr.com.br que geram 670 mil postos de
Pequeno Porte. trabalho. www.fiepr.org.br
Anúncio
OCEPAR SEIM UFPR
O Sistema Ocepar é formado por A Secretaria da Indústria, do Co- A Universidade Federal do Pa-
três sociedades sem fins lucrati- mércio e Assuntos do Mercosul raná é a mais antiga universida-
vos que, em parceria, se dedi- existe para promover a articula- de do Brasil e símbolo de Curi-
cam à representação, fomento, ção do governo do Paraná com tiba. Envolta por uma história
desenvolvimento, capacitação e o setor privado. Entre suas prin- de muitas conquistas, desde
promoção social das cooperati- cipais linhas de ação, estão o es- 1912 a UFPR é referência no
vas paranaenses: o Sindicato e tímulo à criação de empresas e ensino superior para o Estado
Organização das Cooperativas a promoção das exportações. A e para o Brasil. Símbolo maior
do Estado do Paraná - Ocepar, SEIM executa programas e pro- da cultura paranaense, a UFPR
o Serviço Nacional de Aprendiza- jetos visando implantar e coorde- demonstra sua importância e
gem do Cooperativismo - Sesco- nar a política governamental para excelência através dos cursos
op PR e a Federação e Organiza- os setores secundário e terciário de graduação, especialização,
ção das Cooperativas do Estado da economia do Estado. mestrado e doutorado, além
do Paraná - Fecoopar. www.seim.pr.gov.br de suas áreas de extensão e
www.ocepar.org.br pesquisa. www.ufpr.br
SEBRAE NACIONAL
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é uma enti-
dade privada sem fins lucrativos que tem como missão promover em todo
o País, de norte a sul, a competitividade e o desenvolvimento sustentável
dos empreendimentos das micro e pequenas empresas. A instituição foi
criada em 1972, como resultado de iniciativas pioneiras que tinham como
foco estimular o empreendedorismo no Brasil. www.sebrae.com.br
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Comando Entrevista
Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Feiras e Eventos
Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná
Líder 2.0 O Líder 2.0, explica o consultor, é quem reúne cinco forças:
Para especialista, liderança
é a arte de influenciar as 1. Oferece causas, em vez de apenas empregos, tarefas ou
metas. O Líder 2.0 oferece às pessoas aquilo que mais dese-
pessoas, não é cargo, não jam: uma bandeira, uma razão para suas vidas. Acredita que
as pessoas estão dispostas a oferecer o melhor de si e até
é posição e muito menos mesmo a fazer sacrifícios, desde que se identifiquem com uma
causa, um porquê para o seu cotidiano;
sinônimo de carisma
2. Forma outros líderes, em vez de apenas seguidores. O Líder
Por Katia Michelle Pires 2.0 não se satisfaz em ter atrás de si um grupo de pessoas
seguindo fielmente o rumo traçado e recompensado pela sua
lealdade. É aquele que tem em torno de si pessoas capazes
de exercer a liderança quando necessário. Cria mecanismos,
atitudes e posturas que estimulam o desenvolvimento do líder
que existe dentro de cada um com quem convive. Forma, as-
sim, outros líderes, seu maior legado para o futuro da orga-
nização;
O mundo está em constante mudança e não é por 3. Lidera 360 graus, em vez de apenas 90 graus. O Líder 2.0
atua onde faz diferença. Não comanda apenas uma equipe de
acaso que as personalidades que lideram empre-
subordinados dentro das paredes de uma empresa. Exerce
sas e comunidades devem se adequar a essas a liderança também “fora”, para cima e para os lados: lidera
alterações. O consultor César Souza, autor de di- clientes, parceiros, comunidades e influencia chefes, colegas
versos livros, defende a formação de “um novo e acionistas;
líder”, chamado de Líder 2.0, que seria capaz de
lidar com a evolução. 4. Surpreende pelos resultados, em vez de fazer apenas o
combinado. O Líder 2.0 não é aquele que apenas chega aonde
Com sólida experiência como executivo, César anunciou antes. Não basta cumprir metas. É aquele que faz
Souza foi até 1998 vice-presidente da Odebrecht mais do que o combinado, surpreende pelos resultados inco-
of América Inc, radicada em Washington nos Es- muns que obtém de pessoas comuns. Sabe “compatibilizar” o
Foto: Divulgação
16 17
Fotos: Vanderson Faria
Para César Souza, vivemos uma ca- inspiro os outros por valores ou
rência de líderes nas escolas, nas apenas pelo carisma e hierar-
comunidades, na vida política. “Se quia? Essas perguntas ajudam
quisermos criar famílias mais felizes, a perceber se você está sendo
empresas mais saudáveis e comuni- um líder.”
dades mais solidárias, precisamos
mudar a nossa forma de pensar so- Papel indispensável
bre a liderança e a nossa maneira de Falar em liderança é quase sem-
exercer a liderança”, ensina. pre associar o termo às gran-
Quando questionado sobre o “boom” des personalidades que marca-
do termo liderança e a proliferação ram a história mundial. Gandhi,
de cursos sobre o tema, o consul- Hitler, Nelson Mandela e Che
tor faz uma crítica. “Infelizmente, a Guevara são alguns exemplos
maioria desses cursos e livros so- de nomes que influenciaram ge-
bre liderança está formando líderes rações e mudaram a forma de
para uma realidade que já não exis- pensar de milhares de pessoas.
te mais. No máximo formam geren- Mas a liderança não está asso-
tes mais eficientes em vez de líde- ciada apenas a grandes dimen-
res eficazes. A liderança tal qual a sões. É uma característica que
conhecemos hoje está com os dias está presente na personalidade
contados. O Líder 1.0 deve ser es- das pessoas, de forma inata ou Kuniko Maeda,
Foto: Divulgação
tudado em aulas de História e não adquirida, em todas as etnias e empresária
mais em aulas de Administração ou classes sociais e nos negócios,
Gerenciamento. Precisamos de Lí- desde uma multinacional até
deres 2.0 nas nossas empresas.” uma pequena empresa.
Na direção certa
Como então os empresários podem Bernt Entschev,
se proteger? “Existem muitos cur- headhunter A empresária Kuniko Maeda, de To- Para ela, um líder é um cidadão Cabe ao líder, portanto, motivar sis-
sos que prometem formar líderes ledo, no oeste do Paraná, sabe bem completo que influencia pela com- temática e periodicamente as pes-
em 24 horas, como se fosse um a importância da liderança no mundo petência e capacidade de compre- soas que confiam nele. “É importan-
passe de mágica. Mas não adianta dos negócios. Proprietária de uma ender o meio em que está. “E essa te dinamizar esse processo para ter
tentar aprender técnicas, pois lide- loja de produtos médico-hospitalares competência vale tanto para a for-
rança não é uma questão técnica. Há duas formas de ser um líder: ou pela que comercializa mais de 30 mil mação profissional como espiritual’’,
um melhor resultado. Um bom líder
deve propor reuniões, saber escu-
Trata-se de uma questão de atitu- característica inata ou aprendendo técnicas itens e gera três empregos diretos e diz. Como líder de duas empresas, tar as pessoas, motivá-las e acima
des”, aconselha César Souza. de liderança, mas sempre a pessoa deve olhar sócia de uma pizzaria que tem cerca ela relata que é preciso estar sem- de tudo manter-se atualizado’’. So-
de 30 funcionários, Kuniko precisa pre presente nos negócios e em bre sua própria experiência, Kuniko
Ver como o líder age, é na opinião para dentro de si e questionar “liderar” o tempo inteiro para garan- contato com tudo o que acontece é categórica: “Um líder deve obter
do consultor, a melhor forma de tir o sucesso de seus negócios. dentro da empresa. respeito, sem gritar, sem pressio-
identificá-lo. “O exemplo é a ação,
é a essência. Não adianta um belo Ela acredita, no entanto, que a nar. Deve se impor, colocar limites,
“A liderança está na sabedoria de
liderança não está ligada ao au- mas também saber ser amigo’’. S
discurso, nem diplomas de cursos “Um líder pode ser o presidente da soa. “No mundo dos negócios, essa saber cobrar, mas também de sa-
de liderança. O melhor é na hora do República ou o síndico do prédio. liderança é fundamental para condu- toritarismo. “Pelo contrário. Mui- ber confiar’’, diz. Para ela, essa
sufoco, da ação. Por exemplo, sem- Basta saber identificar”, ensina o zir decisões e dar o direcionamento ta gente confunde liderança com competência já nasce com a pes-
pre digo que ‘as estrelas brilham na headhunter (caça-talentos) Bernt essencial para o sucesso do empre- comando, mas não é só isso. Um soa e pode ser observada no grupo
de amigos, na escola ou mesmo em Para saber mais sobre o tema,
escuridão’ e na hora da crise é que Entschev, que também comparti- endimento. Ou fracasso.” Conforme líder deve, antes de tudo, se fazer
escalas maiores, na sociedade, em leia o livro “Você é do tamanho dos
dá para distinguir o joio do trigo. lhou sua experiência no Fórum Glo- ressalta Entschev, que tem mais respeitar e conquistar as pessoas
cargos políticos, por exemplo. seus sonhos”, de César Souza.
Como o líder se comporta”, diz. bal de Liderança. Para ele, o líder de duas décadas de experiência na pela confiança’’, ensina.
tem um papel indispensável na con- área de Executive Search e já foi
Para César Souza, as cinco forças
do Líder 2.0 ajudam a identificar o
dução dos negócios e, portanto, é
fundamental identificar líderes em
eleito o 4º Melhor Headhunter do Como ser um líder em cinco lições, por Bernt Entschev
Brasil pelo Canal RH, há lideranças
líder. “Sugiro que cada leitor dessa
potencial no mundo corporativo. E positivas e negativas. Prever o futuro, ou seja, ter a capacidade de saber o que pode acontecer
matéria se faça cinco perguntas in- 1
como identificar os líderes? Ents- no mercado antecipadamente, reunindo informações sobre o assunto;
convenientes: Será que ofereço uma “E há duas formas de ser um lí-
chev também dá dicas: “Um líder é
causa à minha equipe ou apenas der”, de acordo com ele. “Ou pela
aquele que consegue influenciar as
estou cobrando metas e tarefas? característica inata ou aprenden- 2 Conseguir ordenar o serviço a ser feito;
Será que estou formando outros lí-
pessoas com seu comportamento’’,
diz, salientando que existem vários do técnicas de liderança.’’ Para o 5
deres ou apenas seguidores? Será headhunter, a pessoa deve olhar
que faço mais que o combinado ou
tipos de líderes.
para dentro de si mesma e ques- 4 3 Conduzir subordinados;
apenas “bato metas”? Será que lide- Uma pessoa pode ser líder em um tionar os seus anseios e que papel 3
ro também clientes, fornecedores, ambiente e em outro não, na avalia- ela quer desempenhar. “Há líderes 2 4
Abraçar a causa (muitos líderes acabam fazendo sacrifícios pela
comunidades ou lidero apenas uma ção de Entschev. E a personalidade e seguidores e é preciso saber o 1 função, como o caso de Getúlio Vargas, como exemplifica o consultor);
equipe dentro da empresa como de liderança sempre vai aparecer que se pretende, honestamen-
se fosse um mero chefe? Será que quando se junta mais de uma pes- te’’, conclui. 5 Conquistar a admiração das pessoas.
18 19
20 21
Empreendedor individual Entrevista
Capacitação
Comportamento
dividual, além de vantagens previ- zado, vou pegar mais serviços, terei
Isaías Rosa,
pintor
denciárias como aposentadoria, benefícios do INSS (Instituto Nacio-
auxílio-doença e auxílio-maternidade, nal do Seguro Social) e penso em
também terá a vantagem de poder empregar mais uma pessoa. Perco
emitir nota fiscal. Será possível ainda muito trabalho atualmente porque
Quem aderir, além de
participar de licitação ou entrar nas não tenho nota fiscal para fornecer”,
chamadas dispensas de licitação. conta o pedreiro, que mora em São vantagens previdenciárias
O Sebrae/PR ressalta a importân- José dos Pinhais, na Grande Curiti- como aposentadoria,
cia do CNPJ para o empreendedor. ba, mas exerce a maioria de suas
atividades na Capital.
também poderá emitir
Com o documento, ele terá poder
nota fiscal
Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen
22 23
além dos portais dos órgãos envol-
Perfil
Pesquisa qualitativa realizada pelo
Sebrae Nacional com 543 informais
brasileiros mostra que 70% dos en- Consultor entrega cartilha sobre Empreendedor Individual para feirante
trevistados consideram a formalida-
de mais vantajosa do que a informa- Com CNPJ, o empreendedor passa a ter poder de
lidade. Além disso, 75% afirmam
não ter medo da formalização. negociação e pode abrir conta em bancos como
24 25
Municípios Entrevista
Capacitação
Mais de a metade dos municípios do importância do papel regulamentador Comportamento
Paraná já instituíram legislações es- dos municípios, tomando como exem-
pecíficas para micro e pequenas em- plo a figura jurídica que instituiu des-
Tendência
presas. Levantamento do Sebrae/PR de julho o Empreendedor Individual. É Associativismo
mostra que 208 dos 399 municípios importante que os municípios se pre-
do Paraná já criaram Leis Gerais Muni- parem para atender os empreende- Feiras e Eventos
cipais. Criaram, mas isso não significa dores que buscarão a formalização. Serviço
Regulamentação
que todos regulamentaram o Estatuto Quem se formalizar como Empreen-
Nacional da Microempresa e Empresa dedor Individual, além dos registros Mercado
de Pequeno Porte, também conhecido no CNPJ, na Junta Comercial e na Giro pelo Paraná
26 27
endedor Individual) forçou novos que já concluíram a primeira etapa transformar a lei em um instrumen- te para discutir os pontos fortes e workshops, encontros e assessoria
ajustes”, observa Celito Bevilaqua, do processo de municipalização, to de desenvolvimento local. Para fracos e as oportunidades e desa- especializada.
secretário executivo da AMSOP. complementam itens já previstos na isso, desenvolveu metodologias e fios dos municípios, sob o ponto de
Lei Geral de âmbito nacional. está colocando à disposição dos vista empresarial. Bem como medi- “Esse Programa é de fundamental
“A Lei Geral tem que ser encarada
municípios assessoria técnica. rão indicadores primários, seguindo importância porque cria uma agenda
pelos municípios como uma ferra- O Sebrae/PR, por meio de convê- os moldes de excelência da Funda- de trabalho, pactuada entre institui-
menta de desenvolvimento”, anali-
sa Bevilaqua. Segundo ele, outro
nios com associações de municípios
em todo o Estado, tem orientado
Desenvolvimento Local ção Nacional de Qualidade (FNQ). ções locais, entidades empresariais,
As Leis Gerais Municipais
ponto importante é que a munici- O diagnóstico, que servirá de base federações e Sebrae/PR, em favor
palização da Lei Geral mexeu com
para que as legislações municipais Os municípios do Paraná que já ins-
para um plano de desenvolvimento do desenvolvimento dos municípios complementam itens já
contenham regras quanto à insta- tituíram Leis Gerais Municipais têm a partir dos pequenos negócios. As previstos na Lei Geral, de
questões tributárias. “Dos 42, à disposição a partir de agora um local, trabalhará todas essas variá-
lação e implementação de comitês
apenas seis municípios não fize- programa específico do Sebrae/PR, veis. Para a implantação dos micro e pequenas empresas repre- âmbito nacional
gestores municipais, cadastros
ram alterações em seus códigos planos de desenvolvimento locais, os sentam 99% dos estabelecimentos
sincronizados, procedimentos sim- focado no desenvolvimento a partir
(tributários). Uma ação provocada das micro e pequenas empresas. O municípios terão apoio técnico das formais e respondem por 60% dos
plificados, estímulo à inovação, ao
pela Lei Geral que certamente vai Programa de Desenvolvimento Local entidades e instituições de apoio. O empregos com carteira assinada no
cooperativismo e ao associativismo,
beneficiar não só os empreende- Fundamentado na Lei Geral das Mi- Sebrae/PR, por exemplo, pretende Paraná e no Brasil. O que mostra
assistência técnica a produtores ru-
dores, empresários, mas a maio- croempresas e Empresas de Peque- disseminar ainda mais soluções em- que o empreendedorismo é uma ex-
rais, dentre outras.
ria dos contribuintes municipais”, no Porte, com duração de dois anos presariais nos municípios. A meto- celente oportunidade para o desen-
projeta o secretário executivo da Outro item que merece acolhimen- volvimento”, diz Cesar Rissete. S
e meio, tem como objetivo institucio- dologia prevê ainda a realização de
AMSOP. to, pelas legislações municipais, é o nalizar a Lei Geral nos municípios,
que trata da participação preferen- criando assim um ambiente legal e
A estimativa da Associação é que a
cial de micro e pequenas empresas favorável aos pequenos negócios e
partir da regulamentação, os mu-
em licitações públicas. As empresas contribuindo para o desenvolvimen-
nicípios do sudoeste estejam pron-
que faturam até R$ 2,4 milhões por to dos municípios.
tos para emitir o alvará provisório
para estabelecimentos comerciais
ano podem participar exclusivamen-
te de licitações públicas com valo- O Programa tem uma metodologia
que não apresentem riscos num
res até R$ 80 mil. A administração própria e prevê, por exemplo, a
prazo não maior de 48 horas.
pública pode ainda garantir por lei formação de Agentes de Desenvol-
Em Pato Branco, a regulamentação a subcontratação de micro ou pe- vimento, que serão indicados pelas
da Lei Geral passa também pela ins- quenas empresas até 30% do total prefeituras e capacitados pelo
talação da Sala do Empreendedor licitado. Levantamento feito pelo Sebrae/PR, e a criação de Comitês
no prédio da prefeitura. De acordo Ministério do Planejamento estima Gestores, formados por represen-
com o secretário de Finanças, Mau- que, se a participação das micro e tantes do poder público, de entida-
ro José Sbarain, a prefeitura pre- pequenas empresas aumentar dos des empresariais e de instituições
para-se para disponibilizar um local atuais 17% para 30% das aquisi- de apoio ao desenvolvimento dos
para atender os empreendedores e ções públicas da União, estados e municípios. Os Agentes de Desen-
empresários de micro e pequenas municípios, será gerado por ano no volvimento ajudarão na implantação
empresas. País cerca de 1 milhão de novos de ações, enquanto os Comitês
“Já temos o espaço, móveis e equi- empregos. Gestores responderão pela gover-
pamentos. A sala é uma boa estra- As Leis Gerais Municipais não pre- nança do Programa nos municípios
tégia para a informação. Quem tiver cisam obrigatoriamente conter dis- e pela regulamentação e aplicação
dúvidas, poderá vir direto no espaço das Leis Gerais Municipais.
que a prefeitura vai disponibilizar, A Lei Geral tem que ser
com um servidor para atender”, es- O Programa trabalha as temáticas
pecifica. O secretário de Finanças
encarada pelos municípios previstas na Lei Geral, como des-
confirma ainda que Pato Branco como uma ferramenta de burocratização, acesso ao crédito,
aguarda a votação do projeto que desenvolvimento desoneração tributária, acesso à
regulamenta a Lei Geral, que já está tecnologia, dentre outras, mas an-
na Câmara Municipal, mas enquanto positivos pertinentes à tributação, o tes faz um raio-x do ambiente para
isso vai arrumando os procedimen- que tem sido um engano recorrente os pequenos negócios. O Índice de
tos para atender principalmente os no processo de discussão de sua Desenvolvimento para Micro e Pe-
informais que podem ser enquadra- implantação. Os prefeitos e verea- quenas Empresas (ID-MPE), lançado Mapa do Paraná com a indicação dos municípios que já implantaram Leis Gerais.
dos no Empreendedor Individual. dores têm autonomia para comple- pelo Sebrae/PR, em parceria com
mentar a Lei Geral, criando facilida- o Instituto Brasileiro de Produtivida-
O que deve conter des e incentivos próprios. de e Qualidade (IBQP), no final do
A mobilização no Paraná em torno O Sebrae/PR tem auxiliado os mu- ano passado, é um dos balizadores
da criação de leis municipais para nicípios a implantarem os mecanis- que será utilizado no Programa. O
micro e pequenas empresas e sua mos da lei, desde a parte legal com ID-MPE avalia o estágio de evolução
regulamentação começou logo após a oferta de um CD-ROM contendo do ambiente empresarial, institucio-
a entrada em vigor da legislação fe- uma proposta de lei municipal e as- nal e de mercado nos municípios.
deral, no início de 2007. As Leis Ge- sessoria especializada gratuita, até
rais Municipais, como têm sido cha- a elaboração e acompanhamento de Os representantes dos Comitês
madas pelas prefeituras e câmaras um plano de ação para efetivamente Gestores se reunirão periodicamen-
28 29
Revitalização Uma fábula, cuja origem e autoria em São Paulo. Para ela, a experiên-
Entrevista
Capacitação
se perderam no tempo, conta a cia de cidades brasileiras e norte- Comportamento
história de uma rua precária e mal americanas (como Manhattan, por
cuidada. As casas eram sujas e as exemplo) mostra a importância de Tendência
Cultura reinventada
fachadas decadentes. Certo dia, se revitalizar os espaços tanto para
uma moradora decidiu arrumar o os moradores e comerciantes locais
Associativismo
seu jardim. Limpou, plantou flores e como para a cidade em geral. Mas a Feiras e Eventos
logo viu sua casa mudar. Mas não consultora ressalta: “Não basta ape-
Serviço
Cada vez mais difundida, a Cultura do RE (Reciclar, foi só isso. Influenciados pela atitude
da moradora, os vizinhos decidiram
nas uma maquiagem. É preciso inse-
rir elementos novos”. E elementos Mercado
Reinventar e Reencantar) transforma regiões eles próprios arrumarem suas casas culturais e arquitetônicos são funda-
Giro pelo Paraná
e jardins e logo perceberam uma mentais para essa transformação,
degradadas em atrativos cultural e comercial verdadeira transformação na região. como defende Beth Furtado.
Bastou apenas uma iniciativa. A his-
Por Katia Michelle Pires tória, que já foi contada em várias Ela ressalta a importância do envol-
versões e culturas, pode ser usada vimento e parceria do poder público
para ilustrar um fenômeno cada vez e privado nas iniciativas de revitali-
mais recorrente em cidades de todo zação dos espaços. “Não tem como
o mundo, a Cultura do RE. ser uma atividade isolada”, salienta.
Além disso, é preciso levar em con-
O termo é utilizado pela consultora ta que transformações não aconte-
Beth Furtado para mostrar como cem de um dia para o outro. “É um
palavras como reciclar, reinventar, processo demorado, que envolve
restaurar e reutilizar podem trans- também uma mudança de hábito cul-
formar a paisagem urbana. Exemplos tural”, comenta. E nem sempre as Logomarca do projeto de
não faltam, como ela mesma cita. transformações radicais dependem revitalização da Rua Riachuelo
No Brasil, o conhecido Pelourinho, apenas de fatores externos. Os pró-
em Salvador, na Bahia, e a recente prios moradores ou comerciantes da
transformação da Praça Roosevelt, região devem sentir quando é hora A Cultura do RE mexe com
em São Paulo, em ponto de encon- de mudar, buscar recursos e pro-
tro cultural, a partir da iniciativa de mover uma “revolução” para movi- todos e mostra que todos
um grupo de teatro, mostram como mentar o espaço e trazer benefícios têm direito à renovação
regiões antes consideradas deca- coletivos.
dentes podem se tornar núcleos de
prosperidade se houver ação conjun- É hora de mudar?
ta entre o poder público e privado
“O comerciante deve mudar sem-
e, acima de tudo, a participação da
pre”, exemplifica Beth Furtado. Para Beth Furtado,
sociedade. consultora
ela, se uma rua voltada ao comércio
“A partir da beleza física, há a inser- está decadente, a culpa não deixa de em varejo
ção de negócios, que traz um novo ser dos próprios comerciantes. “É
frescor para a região e é capaz de preciso estar em constante renova-
movimentar o potencial econômico ção. Não dá para achar que o cliente
do espaço”, analisa Beth Furtado. vai entrar no estabelecimento só por-
Sócia diretora da Alia Consultoria que a casa está de portas abertas”,
em Marketing, ela atua há mais de diz a consultora ressaltando que o
duas décadas nas áreas de marke- consumidor é “mutante” e, portanto,
ting e comunicação. Escreveu livros o comerciante deve acompanhar a
como “Horizontes do Consumo” e evolução e não parar no tempo. Para
“Desejos Contemporâneos” e é colu- Beth Furtado, todas as cidades têm
Foto: Divulgação
nista do Programa Comercial & Cia espaços com potencial de prosperi-
On Radio, veiculado na BandNews, dade. Avaliar essas regiões, investir
Foto: Agência La Imagen
30 31
parcerias também são importantes midores e a comunidade em geral”,
32 33
SIGA Entrevista
Capacitação
empresa, poderíamos lavar o copo A ideia é trabalhar, de forma integra-
de plástico, antes de depositar no da e participativa, ações que envol- Comportamento
cesto do lixo específico para plásti- vam colaboradores e empresários, Tendência
cos. “Na minha empresa só temos diz o diretor. “Vivemos um momento
um local para todo o lixo. Afinal, fi- no qual a consciência da importância Associativismo
caria inviável ter duas ou três cestas de se preservar o meio ambiente é Feiras e Eventos
de lixo, ao lado de cada mesa. E tem fundamental. Os empresários tam-
mais, se toda vez que eu tomar café bém precisam fazer a sua parte. E Serviço
no dia, eu levantar para colocar em organizações como o Sebrae/PR Mercado
um lugar específico, vou perder mui- têm o dever de ampliar a cultura
to tempo. O pessoal recolhe meu lixo com relação a ações mais respon- Giro pelo Paraná
e leva meus copinhos sujos de café sáveis.” Com o SIGA, os colaborado-
também”, explicaria rapidamente res serão ecoagentes, capacitados
um empresário nada consciente às como gestores e disseminadores da
mudanças de comportamento que o nova cultura na empresa. Eles serão
meio ambiente exige. responsáveis diretos. Vão monitorar
e implantar ações de gestão ambien-
Pensando na responsabilidade que
tal. Com os ecoagentes devidamente
todos os empresários têm e em pe-
capacitados, o copo de plástico do
quenas ações que podem fazer a di-
cafezinho será reaproveitável e não
ferença no dia a dia dos negócios, o
vai mais para o lixo comum da em-
Sebrae/PR desenvolveu um progra-
presa. Ele terá destinação correta.
ma para micro e pequenas empre-
sas: o SIGA - Solução Integrada de O diretor de Controle de Recursos
Gestão Ambiental, que ensina como Ambientais do IAP, Harry Luiz Ávila A ideia é buscar um
agir respeitando o meio ambiente. Telles, diz que o Sebrae/PR se tor- modelo de gestão
“A proposta, fruto de uma discussão nará um grande aliado no trabalho ambiental, com atenção
de quase dois anos pelo corpo téc- de licenciamento, monitoramento
nico do Sebrae/PR, tem como ob- e fiscalização que o IAP realiza em à legislação, fim dos
jetivo sensibilizar e colocar as micro micro e pequenas empresas do Pa- desperdícios e
e pequenas empresas, de fato, no raná. “Com a implantação do SIGA,
caminho da sustentabilidade, pro- vamos evoluir e agilizar grande parte
responsabilidade
socioambiental
34 35
a mudança de mentalidade do em-
(UGE) do Sebrae/PR, Luiz Marcelo
presário. O consultor do Sebrae/PR, Econegócios
Padilha. “Tentamos fugir dos jar-
gões. Não queremos ser ‘profes- Amberson Bezerra, cita o exemplo O SIGA é uma solução economica-
sores’ em meio ambiente, do que é de uma pequena empresa que, dia- mente viável para resíduos. O pro-
certo ou errado, mas sensibilizar os riamente, gera uma pilha de papéis grama identifica oportunidades de
empresários sobre a importância da com aproximadamente 50 folhas. negócios, o que passa a ser cha-
sua preservação. Isso já tem sido Com a implantação do SIGA, essa mado de econegócio. Uma pequena
feito pelo próprio corpo técnico do empresa terá que reduzir a quan- empresa que trabalha na fabricação
Sebrae/PR em palestras, seminá- tidade de papéis. “O ideal é zerar, de camisetas poderá doar seus re-
rios, treinamentos, consultorias. O mas como trabalhamos de acordo talhos para uma instituição carente
diferencial do SIGA é provocar uma com a realidade de cada empresa, da cidade onde atua. Talvez, hoje ela
atuação de forma integrada, envol- caso não seja possível, imaginamos já o faça.
vendo empresários e colaborado- que a pilha de 50 folhas diárias con-
siga ser diminuída em pelos menos O diferencial é que os técnicos do
res. Queremos sugerir mudanças,
36 37
a entender, mesmo que de forma
ainda lenta, que desperdícios, am-
mento do mercado nos últimos tem-
pos: a constatação da necessidade SIGA
biente de trabalho ruim e o não de atestar qualidade, posteriormen-
cumprimento da legislação vigente te respeito ao meio ambiente e tam-
são práticas que podem se trans- bém responsabilidade social”, diz o
formar em lacunas na responsabili- consultor do Sebrae/PR.
dade socioambiental, se não forem
Um ponto importante do SIGA é que
Objetivo
cumpridas conforme determinados
parâmetros. a pequena empresa poderá ter a
certificação parcial. Depois da ava- Proporcionar modelo de Gestão Ambiental,
A responsabilidade socioambiental liação inicial, ela recebe uma lista-
deve ser aplicada dentro e fora dos gem com os itens que precisam ser
considerando aspectos técnicos como legis-
muros da empresa. “Responsabili- adequados para a gestão ambien- lação, minimização de desperdícios e respon-
dade sociombiental começa na pró- tal. Se ela tiver condições financei-
pria casa, depois alcança o mundo ras para resolver apenas uma par- sabilidade socioambiental, de forma integra-
lá fora”, avalia Amberson Bezerra, te dos itens, receberá certificação da e participativa, entre colaboradores e as
lembrando que o processo de reco- proporcional.
nhecer as falhas e mudar costuma ações da empresa.
ser muito difícil. “Qualquer adequa- “Vamos pensar num caso, onde um
ção envolve negociações comple- dos itens seja a substituição do sis-
O diferencial do SIGA é tema de energia de uma empresa.
xas, treinamento e muito diálogo
provocar uma atuação para deixar tudo transparente. Nós Isso teria um custo elevado e seria
inviável naquele momento. Mas os
de forma integrada, estamos preparados para trabalhar
essas questões. É uma maneira de outros itens, a empresa poderia Benefícios
envolvendo empresários pensar na imagem da empresa a cumprir. Nesse caso, ela se com-
e colaboradores promete apenas com aquilo que Economia gerada devido à minimização de des-
longo prazo.”
pode cumprir e recebe certificação perdícios. Exemplo: redução de consumo de
proporcional. Dessa forma, não limi-
Certificação tamos o selo à questão financeira”,
energia, água, matéria-prima e insumos;
No SIGA, os técnicos do Sebrae/PR explica Amberson Bezerra. Ganhos financeiros com a comercialização de
farão a avaliação e o monitoramento subprodutos advindos de processos de geren-
Na sua avaliação, qualquer empre- ciamento de resíduos. Exemplo: venda de mate-
de todo trabalho com as empresas
sa moderna precisa seguir requisi-
que aderirem ao programa. A em- rial reciclado;
tos fundamentais. “É um respaldo
presa assinará um termo de com- Adequação ambiental na empresa, de acordo
no mercado, algo que garante a
promisso, ainda na primeira fase, com a legislação do setor;
própria sobrevivência do negócio.
que servirá de base para a avalia-
Pode-se interpretar isso como um Credibilidade e fortalecimento da imagem da
ção dos resultados. Depois que a
planejamento estratégico da em- empresa, de acordo com a legislação do setor;
empresa implantar 100% do que foi
presa. Se o empresário quer fa-
recomendado no termo de compro- Credibilidade e fortalecimento da imagem da
zer sua empresa crescer, tem de
misso, ela recebe uma certificação. empresa reconhecidos pela sociedade;
preservar seu produto e contribuir
“O selo se tornará um diferencial para a qualidade. Com responsabili- Desenvolvimento da cultura ambiental, inovação
para o mercado. O debate sobre dade e sem agredir o meio ambien- e empresas mais competitivas.
certificações empresariais deixa te.” (Colaborou nesta reportagem
muito claro a evolução do pensa- Leandro Donatti) S
38 39
Uso de tecnologia A maioria das micro e pequenas em- adquirimos um (programa) com as-
Entrevista
Capacitação
presas brasileiras já descobriu as sistência”, conta. “Em 2008 troca- Comportamento
vantagens da tecnologia para alavan- mos novamente, atualizando. Pago
car os negócios. Mas muitas outras uma mensalidade e recebo assis- Tendência
ainda não aderiram à era digital. tência. É um impacto pequeno no Associativismo
orçamento, que vale a pena”, diz o
Pesquisa realizada pelo Sebrae/SP,
empresário, que paga R$ 250 men- Feiras e Eventos
no final de 2008, revela que 75%
das micro e pequenas empresas do
sais pelo sistema, incluindo a assis- Serviço
tência.
Brasil utilizam microcomputadores e Mercado
71% delas têm acesso à internet. “Se um cliente reclamar de algu-
ma peça ou serviço e eu não tiver Giro pelo Paraná
No Paraná, o cenário é parecido
controle do que foi feito e trocado,
com a média nacional: 73% das mi-
tenho zero de razão para argumen-
cro e pequenas empresas possuem
tar com ele e questionar”, comenta
computador, conforme o levanta-
Joel. “Evitar arcar com problemas já
Informatização
mento. Na Região Sul, o Estado fica
me compensa o investimento no sis-
atrás de Santa Catarina. No estado
tema”, avalia o empresário.
vizinho, 81% das micro e pequenas
com ‘inteligência’
empresas possuem computador. Já Hoje, todo o movimento da loja de 66% das empresas com
no Rio Grande do Sul, o percentual é Joel é controlado pelo programa:
um pouco menor, de 70%. caixa, estoque, cadastro de clien- computador disseram
O objetivo da pesquisa foi identificar
tes, contatos, troca de peças, da- não ter software para
tas dos atendimentos. “Temos com- administrar, de forma
75% das micro e pequenas empresas utilizam computador; o grau de utilização de equipamen-
tos das Tecnologias de Informação
putadores, todos interligados. O do
integrada, atividades
desafio é usar sistemas que cruzem informações e e Comunicação (TICs) e o grau de
administrativo, do caixa e do balcão.
No caixa e no balcão, por exemplo, do negócio
incrementem os negócios importância dado pelos empresários
a essas ferramentas. Para se ter
posso limitar as informações que fi-
Por Maria Duarte cam disponíveis nas máquinas, pois
uma ideia, na área de serviços, 68%
nem todos precisam desse acesso.
dos empresários brasileiros usam o
Assim, o administrativo controla
computador para acessar a internet
tudo”, explica.
e 59% para cadastrar os clientes.
Apenas 27% fazem controle de esto-
que informatizado e 1% faz o contro-
le financeiro dessa maneira. Já no
comércio, 50% fazem controle de
estoque pelo computador e 2% fa-
zem controle financeiro. Outro dado
que chama a atenção é que 34%
das empresas com computador dis-
seram ter software para adminis-
trar, de forma integrada, atividades
do negócio como compras, vendas,
contas a pagar, contas a receber
e estoques. O restante, 66%, não
utiliza.
O empresário Joel da Silva, de Dois
Vizinhos, sudoeste do Paraná, é um
exemplo de empreendedor que se
beneficia das facilidades oferecidas
pela tecnologia. Ele abriu sua empre-
sa, a Joel Motos, em 2003.
Com o passar dos meses, a carteira
de clientes de Joel foi crescendo, e
com isso o estoque da loja também.
Logo, ele abandonou o chamado “ca-
dernão” para controlar o movimento
e resolveu investir em um programa
Foto: Zanella
de computador para dar suporte à
gerência da loja.
“Compramos um programa pronto,
em 2004, mas não supria nossas
necessidades. Então, em 2005,
Silvania e Joel Silva,
empresários
40 41
Foto: Erlei Schade Uso de microcomputadores nas MPEs brasileiras Proporção de MPEs que possuem
gerada pela tecnologia, ela não está microcomputadores (por UFs)
ajudando a empresa e, pior, pode
estar distraindo a atenção quanto
ao foco do negócio”. “Para ser bem
usada, a tecnologia necessita de
pesquisas periódicas, de conversas
com clientes, fornecedores e até
concorrentes”, aconselha Belletti.
A era da internet
As vantagens que a tecnologia pode
trazer às empresas - grandes, mé-
dias ou pequenas - são destacadas
também pelo professor Luiz Augusto
Pelisson, do Departamento de Infor-
mática da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR). Para o
professor, além dos computadores Nota: o percentual acumulado foi identificado a partir da pergunta
e de uma rede, a internet é uma fer- “Há quantos anos sua empresa utiliza microcomputadores?”
ramenta que não pode ser ignorada
pelos empresários.
Uso de internet nas MPEs brasileiras Empresas com software
“Quem não tem, está perdendo para administrar, de forma
mercado”, avalia Pelisson. “O cliente integrada, atividades
hoje vai buscar informações sobre do negócio
as empresas e a concorrência na in-
ternet. Por isso é interessante tam-
66%
Claudinei Benzi, bém cadastrar aqueles clientes que
não possuem
empresário “Às vezes (os empresários) até utili- quiserem, encaminhar mala-direta
zam a tecnologia, mas não de manei- ou outras informações interessan-
ra sistemática e organizada, usando tes da empresa. Afinal, quem não é
por exemplo o computador só para visto não é lembrado”, alerta o pro-
O empresário precisa escrever ou guardar uma agenda”, fessor, lembrando que na internet
aprender a fazer uso alerta o consultor do Sebrae/PR, não importa se a empresa é grande
Luiz Eduardo Belletti. “Além disso, ou pequena.
sistemático da informação,
é possível pesquisar nichos de mer-
seu monitoramento cado, o que as redes sociais estão Para todos os bolsos
e análise discutindo sobre certos produtos,
Claudinei Benzi, diretor executivo da
pesquisar preços, ficar de olho na
Totvs, empresa de Tecnologia da In-
concorrência e até descobrir o que
O empresário compara seu sistema formação, desmistifica a ideia de que 34%
certos grupos de consumidores não Nota: o percentual acumulado foi identificado a partir da pergunta
de computadores à luz numa indús- tecnologia e inovações são apenas “Há quantos anos o sr.(a) utiliza internet em benefício da empresa?” possuem
toleram na concorrência, evitando
tria. “É uma ferramenta para mim para empresas de grande porte. Ele
erros”, complementa o consultor.
como a luz para alimentar uma in- cita que para o varejo há produtos
dústria. Se eu fico sem o sistema, é “Hoje tudo isso é possível pela web. disponíveis na faixa de preço entre Principais finalidades na utilização
uma escuridão”, ilustra. A tecnologia não pode ser um fim R$1,5 mil e R$ 2 mil. “Há soluções de microcomputadores
em si mesma, mas um meio, uma simples e de baixo custo”, diz. Outros equipamentos de informática
utilizados nas empresas
Uso inteligente ferramenta”, comenta o consultor.
Belletti reforça que o foco tem que
Benzi acredita que os empresá-
das informações ser o negócio. “Não adianta se dis-
rios estão cada vez mais conscien-
tes da necessidade de investir em
A gerente da Unidade de Ges- trair com a tecnologia. A internet,
tecnologias, para dar inteligência
tão do Conhecimento (UGC) do por exemplo, é sedutora, você pode
aos computadores. “No Paraná, as
Sebrae/PR, Lilian Langwinski, cha- passar horas navegando. O foco
micro e pequenas empresas pre-
ma a atenção para o fato de que precisa ter relação com o negócio”,
cisam de ferramentas de gestão.”
não basta ter computadores e ou- alerta o consultor.
Segundo Benzi, investir em softwa-
tras facilidades da tecnologia, é pre- Segundo Belletti, “se não for possível re, por exemplo, pode ajudar a dar
ciso saber usar essas ferramentas mensurar qual a economia (de tem- mais sustentação e competitividade Nota: 100% – total de empresas entrevistadas. Nota: 100% – total de empresas entrevistadas.
de maneira eficiente para o negócio. po ou recursos) ou a receita extra aos negócios. S (*) Outras finalidades = pesquisa de fornecedores, controle de compras e ven- (*) = matricial, jato de tinta, laser e multifuncional
da, emissão de boletos, comunicação (e-mail, Skype, MSN, Voip), segurança
“O empresário precisa aprender a
e apicações específicas à atividade.
fazer uso sistemático da informa- ACESSO A TECNOLOGIAS
ção, seu monitoramento e análise. Software integrado = compras, vendas, contas a pagar, contas a receber e estoques.
Para esse monitoramento, podem 75% das micro e pequenas empresas do Brasil utilizam computador
Fonte dos quadros: Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae/SP
ser utilizadas ferramentas gratui- 71% contam com acesso à internet
tas, tais como sites de busca e 91% usam telefone celular Para baixar a pesquisa completa, acesse:
redes sociais.” http://www.sebraesp.com.br/conhecendo_mpe/estudos_tematicos/tecnologia_informacao
42 43
Integração Entrevista
Capacitação
Zandra Balbinot,
doutora em Gestão Internacional
Apenas uma rua. Para muitos em- tem vantagem de saber o que acon-
presários de micro e pequenas em- tece do outro lado, mas pode errar
presas brasileiras que atuam na re- ao supor que conhece a nação vi-
gião de fronteira, essa é a distância zinha como um todo. “A cultura de
que os separam de um mercado que fronteira é diferente do restante do
pode ser promissor. Mas, para apro- país.” Quando se fala em arranjos
veitar as oportunidades nos países e composições entre países, a situ-
vizinhos, é preciso antes conhecer ação tende a ficar mais complexa.
bem outras realidades comerciais e Exige das partes envolvidas um es-
culturais. A cooperação entre os pa- forço extra em nome da integração.
íses é o caminho mais indicado para “É um processo gradual. A cultura
aproximar as diversas realidades do da cooperação facilita o processo
empreendedorismo nessas regiões de desenvolvimento. O objetivo é
e promover o desenvolvimento de que grupos alcancem a capacidade É fundamental que
projetos comuns, baseados na con- de agir coletivamente, com objetivos
comuns”, explica o diretor de Ope- instituições sem muitas
fiança e no intercâmbio de conheci-
mento. rações do Sebrae/PR, Julio Cezar assimetrias conversem
Agostini. para que a integração
“O desafio de atravessar fronteiras é
enorme”, explica a professora da Uni- Para o analista de Assuntos Inter- ocorra mais facilmente
versidade Federal do Paraná (UFPR), nacionais do Sebrae Nacional, Pau-
Zandra Balbinot, doutora em Gestão lo Volker, a principal dificuldade dos
Internacional pela HEC, em Montre- empreendedores que atuam nas re-
al, no Canadá. Segundo ela, o prin- giões de fronteira são os marcos le-
cipal obstáculo a ser superado pelos gais diferenciados entre os países.
países que buscam a integração e a “Mas, ao mesmo tempo em que ele
cooperação, é o conhecimento uns enfrenta complexidades, também
dos outros e a compreensão da cul- tem oportunidades”, afirma. Um
tura, política, sociedade, economia e exemplo de ponto positivo é o me-
legislação das partes envolvidas. “É lhor aproveitamento das variações
mais ou menos como um casamen- do câmbio ao seu favor. Segundo
to. À medida que se toca em pontos Volker, um fato que preocupa são
mais específicos, a aliança começa as grandes assimetrias existentes
a degringolar.” entre um lado e outro da fronteira,
que têm que diminuir. “A importa-
De acordo com a professora da ção da pobreza e da miséria não
UFPR, o empreendedor de fronteira interessa”, diz.
44 45
Artigo
Certificações ISO:
(PTI) e Banco Interamericano de De- analisa. realizado pelos não certificados. Fica
senvolvimento (BID), a inaugurar, em claro que a certificação, além de con-
maio deste ano, em Foz do Iguaçu, o A doutora em Gestão Internacional tribuir para a melhoria gerencial num
avalia que esse conhecimento torna-
o que são e seus benefícios
Centro de Desenvolvimento de Tec- sentido amplo, funciona como uma
nologias para Integração Transfron- rá mais fácil qualquer negociação, estratégia de marketing para a empre-
teiriça de Micro e Pequenas Empre- o que abrirá, com mais segurança, sa, ajudando a empresa a ampliar seu
sas do Mercosul e América Latina novos mercados para as micro e José Cezar Castanhar mercado. Esse auxílio pode ser ainda
(Sebrae CDT-AL). É a primeira uni- pequenas empresas. “As pequenas mais importante para a estratégia de
dade do Sistema Sebrae para o de- têm poucos recursos. Se ‘quebra- internacionalização de empresas, onde
A trajetória das empresas é marcada zation (ISO) e resultaram de estudos
senvolvimento de micro e pequenas rem a cara’ fora do Brasil, podem o Certificado ISO pode compensar o
por etapas que têm características e sistemáticos originados em diversos
empresas em regiões de fronteira. acabar tendo que fechar as portas fato de a empresa ser desconhecida
desafios distintos. Na fase da criação países para estabelecer padrões de
aqui dentro.” num determinado mercado.
O Sebrae CDT-AL, que funciona nas de um novo negócio, o desafio para o gestão voltados para a melhoria con-
dependências do PTI, foi idealizado Para unir economias tão diferentes, empreendedor é o de estar atento para tínua de qualidade de processos, pro- Curiosamente, segundo o INMETRO,
para desenvolver tecnologias que Zandra acredita que os países de- identificar oportunidades com potencial dutos e serviços, tendo como objeti- o número de certificações conferidas
facilitem a integração produtiva e a vem conversar de igual para igual. econômico e construir alianças estraté- vo final a satisfação dos clientes (ISO a empresas brasileiras ainda é muito
transferência de metodologias e so- “Não deve haver imposição, nem gicas para “colocar o negócio no ar”, 9.000) ou o controle dos impactos baixo, com um estoque de empresas
luções para as empresas da região. sentimento de opressor e oprimido. com o mínimo de recursos possível. Na ambientais de atividades empresariais certificadas pouco superior a 30 mil,
Outra atribuição é a capacitação de É fundamental que instituições sem fase seguinte, de consolidação do negó- (ISO 14.000). A certificação é con- desde o início desse processo no País
empreendedores em projetos em- Julio Cezar Agostini, muitas assimetrias conversem para cio, a atenção se volta para a ampliação ferida por instituições independentes na década de 1980. Assim, os recur-
presariais entre os países de frontei- diretor de Operações do que a integração ocorra mais facil- do mercado e das fontes de financia- acreditadas pelo Instituto Nacional de sos eventualmente destinados para a
ra. “Os primeiros passos para apro- Sebrae/PR mente.” De acordo com ela, também mento. Nessas fases iniciais do negó- Metrologia, Normalização e Qualidade obtenção dessas certificações podem
ximar os países do Mercado Comum é importante que sejam colocadas, cio, o empresário usualmente utiliza um Industrial (INMETRO). Existem atual- ser considerados um investimento de
do Sul (Mercosul) em torno de uma claramente, as possibilidades de ga- estilo de gestão em que características mente cerca de 30 instituições acre- alto retorno, seja pelos benefícios ob-
Moura, nesses primeiros meses de empreendedoras como capacidade de ditadas, sendo duas delas do Paraná. jetivos que pode trazer, seja porque
pauta focada no empreendedoris- nhos reais para ambos os lados.
atividade, o Sebrae CDT-AL já iniciou inovar, agir de forma proativa, assumir diferencia a empresa no universo em-
mo, no fortalecimento das micro e o processo de estruturação de apoio Para o analista Paulo Volker, do A empresa que solicita a certificação
pequenas empresas”, complementa riscos e aproveitar oportunidades que presarial, o que é crucial num mundo
ao projeto Ñandeva (de fortalecimen- Sebrae Nacional, o projeto de inte- poderá contratar previamente uma
Julio Agostini. surgem em ambientes turbulentos ou globalizado em que a competição se
to ao artesanato da tríplice frontei- gração só funciona quando o par- consultoria para se preparar para o
favoráveis são determinantes para o torna cada vez mais acirrada. S
ra – Brasil, Paraguai e Argentina) e ceiro reconhece a importância da processo, dependendo do estado atu-
êxito do negócio.
A cultura da cooperação Profronteira (de desenvolvimento do iniciativa, “que deve ser apresentada al dos seus processos gerenciais.
sudoeste do Paraná e oeste de San- de maneira clara, num processo de A terceira fase caracteriza-se pelo
facilita o processo de ta Catarina na região de fronteira crescimento acelerado e continuado.
O processo de certificação compreen-
discussão”. O diretor de Operações de, então, “matar dois coelhos com
desenvolvimento e seu com a Argentina). do Sebrae/PR concorda e diz que é Nesta fase, o estilo de gestão base-
ado na intuição, no improviso e na uma única cajadada”. Por um lado,
objetivo é que grupos “Foram desenvolvidas e testadas fundamental a sensibilização das en- para obter a certificação, a empresa
tidades dos países envolvidos numa capacidade empreendedora do seu
alcancem a capacidade de duas metodologias-piloto, em elabo- criador não é mais suficiente. O desa- deve adequar seus sistemas de ges-
ração de projetos e de planejamento cooperação técnica, por exemplo. tão às exigências da norma, o que
agir juntos “Todos precisam se envolver no pro- fio nesta fase é dotar a empresa de
estratégico participativo, que foram competências que permitam aprimo- requer um processo integrado e si-
aplicadas e transferidas para insti- cesso. A pactuação precisa ser fir- multâneo de aperfeiçoamento desses
me e representar uma composição rar os sistemas empresariais de ges-
Fronteiras do Brasil tuições e parceiros do Brasil, Para-
de vontades entre as partes”, desta- tão (finanças, operações, controle, sistemas. Por outro lado, a obtenção
guai e Argentina. Com mais de 40 comercialização, marketing, gestão da certificação funciona como um aval
O Centro faz parte do plano de in- técnicos e parceiros capacitados de ca Julio Agostini. S
de pessoas, etc). externo sobre a qualidade dos siste-
ternacionalização do Sebrae e con- instituições dos três países”, afirma mas de gestão da empresa e do seu
tará com recursos financeiros de Rolim de Moura. O tema dispõe de uma biblio- A demora em reconhecer a necessi-
grafia extensa. Seguem algu- comprometimento com o bom atendi-
R$5,8 milhões até 2011. O Projeto
Foto: Divulgação
dade de investir no aperfeiçoamento mento de seus clientes e com o im-
Fronteiras do Brasil, como foi batiza- O Sebrae CDT-AL também deve re- mas sugestões de livros, para
gerencial ou a decisão de fazer esse pacto ambiental das suas atividades.
do, tem o BID como parceiro. A ins- alizar três workshops de empreen- aprofundar o assunto: Relações
internacionais contemporâne- investimento de forma fragmentada e
tituição internacional viu na proposta dedorismo, entre agosto e outubro, descontínua costuma estar na base Pesquisa recente do INMETRO con-
com participantes do Paraguai, Bra- as: da construção do mundo
brasileira uma iniciativa interessante do fracasso de empresas que tiveram firma que a obtenção da certificação
liberal à globalização, de José
de promover cooperações técnicas sil e Argentina. Uma rede de parcei- Flávio Sombra Saraiva, Editora uma trajetória inicial bastante exitosa traz benefícios objetivos para a ima-
entre instituições de apoio às micro ros públicos e privados será forma- Paralelo; Argentina y Brasil en e promissora. Uma estratégia interes- gem das empresas certificadas. As-
e pequenas empresas dos países. De lizada no Seminário Internacional de el Mercosur; políticas comunes sante para implementar as melhorias sim, segundo a pesquisa, 75% das
acordo com Volker, o Sebrae já cons- Cooperação Produtiva Transfrontei- y alianzas regionales, de Mario gerenciais de forma integrada e, ao empresas consideram que a qualida-
tituiu uma rede de parcerias com riça, programado para outubro. Rapoport, Grupo Editor Latino- mesmo tempo, agregar valor para a de intrínseca dos produtos fornecidos
Argentina, Uruguai e Paraguai. No americano; Cooperação, Inte- empresa, pode ser a obtenção das por empresas certificadas é de me-
futuro, os demais países da Amé- Elos de confiança gração e Processo Negociador:
Certificações ISO, sendo as mais co- lhor qualidade, 67% consideram que
rica Latina também deverão ser a construção do Mercosul, de o atendimento é melhor nos forne-
Segundo a professora Zandra Balbi- nhecidas as famílias de normas deno-
atingidos. Alcides Costa Vaz, IBRI; Diplo-
minadas ISO 9.000 e ISO 14.000. cedores certificados e mais de 75% José Cezar Castanhar
not, o Sebrae CDT-AL é “uma exce- macia brasileira: palavras, con- consideram que o tratamento das re- é engenheiro civil, doutor em Gestão e professor
Segundo o consultor do Sebrae/PR lente ideia” para construir mecanis- textos e razões, de Luiz Felipe As normas são estabelecidas pela In-
da Escola Brasileira de Administração Pública e
clamações realizadas junto a um for- de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, no
em Foz do Iguaçu, Luiz Rolim de mos de criação de elos de confiança Lampreia, Lacerda Editora.
ternational Organization for Standardi- necedor certificado é melhor do que o Rio de Janeiro.
46 47
Cooperação Entrevista
Capacitação
que podem ajudar no fortalecimento A FIAR 2009, que aconteceu no
Comportamento
Tendência
FIAR 2009
do empreendedorismo em Rosario. Salão Metropolitano de Rosario,
A cooperação é importante porque inovou mais uma vez, com oportu-
representa uma troca de informa- nidades comerciais e exposição de
Associativismo
ções e de experiências”, disse o pre- empresas para mais de 25 países Feiras e Eventos
sidente do Conselho Deliberativo. participantes. Ao todo, foram 22
Sebrae divulga soluções em empreendedorismo, agronegócio Nogaroli falou para uma plateia de
mil metros quadrados de exposição, Serviço
e turismo na maior feira agroalimentar da Argentina empresários argentinos sobre o
divididos em sete salões temáticos:
carnes, vinhos, panificação, tecnolo-
Mercado
acordo de cooperação iniciado há
gia para o leite, soluções tecnológi- Giro pelo Paraná
Por Leandro Donatti cerca de oito meses, parte de uma
cas, inovações e salão gourmet.
estratégia de internacionalização do
Sistema Sebrae, para fortalecer o
empreendedorismo nos países da
América Latina que fazem fronteira
com o Brasil.
“Temos programas e projetos que
podem ser adaptados à realidade
argentina e que servirão de apoio
nesse intercâmbio. As micro e pe-
quenas empresas brasileiras e ar-
gentinas têm excelentes experiên-
Foto: Divulgação
cias que podem ser compartilhadas.
Com isso, contribuímos cada vez
mais para a integração do Merco-
sul”, destacou Nogaroli.
O governador de Santa Fe, Hermes Da esquerda para a direita: Ricardo Diab, Miguel Lifschitz, Hermes
Binner, falou da política econômica Binner, Clara García e Nogaroli, abertura oficial da FIAR 2009
argentina e destacou a importância
da cooperação com o Brasil. “Nos- Um grupo de empresários parana- Foram expostos: café orgânico (Or-
sos povos vivem em irmandade, o enses participou da FIAR 2009 e ganivida), mel (Coofamel), cachaça
Paraná tem experiências extraordi- também fez visitas técnicas. Uma (Quaty) e açúcar mascavo (Curió),
nárias em agricultura familiar, que delas foi à Sancor Argentina, coope- do oeste do Paraná; cafés especiais
podem nos ajudar muito.” rativa de laticínios. Todos empresá- do norte Pioneiro; mel e açúcar mas-
rios que visitaram a FIAR participam cavo (Coopafi), doces (Cascatinha);
Para o prefeito de Rosario, a coope- dos projetos de agronegócio desen-
ração é importante e a participação bolacha, pé de moleque e rapadura
volvidos pelo Sebrae/PR. (Agroindústria Terra Boa), melado
do Sebrae/PR na FIAR 2009 foi fru-
to dessa aproximação das entidades O estande do Sebrae/PR, de 100 (Pé de Cana), cachaça (Coachaça);
e instituições dos dois países. O côn- metros quadrados, trouxe também vinhos da ABEVI (Betiatto, Frâncio,
sul do Brasil em Rosario e coorde- produtos apoiados por projetos de- Graciani, Confrades), bolacha (Bis-
nador da FIAR 2009, Ricardo Diab, senvolvidos pela entidade no agro- coitos Bace), açúcar mascavo (Cana
Foto: Divulgação
agradeceu o apoio e a participação negócio, em diversas áreas como Vivo); e geleia de uva e doce de figo
do Sebrae/PR. “A FIAR é um evento associativismo, inovação, tecnologia (Agroindústria Graciani), todos do
consolidado na Argentina”, disse. e mercado. sudoeste do Paraná. S
O Sistema Sebrae levou em maio apresentadas soluções em empreen- Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson
Cooperação com Rosario
deste ano soluções empresariais dedorismo, agronegócio e turismo, e Nogaroli, e o prefeito de Rosario, Mi-
para Rosario, na Argentina. A enti- também algumas parcerias como o guel Lifschitz, assinaram um acordo prevê a adaptação de
dade, representada pelo Sebrae/PR, Paraná Business Collection e o Cen- de cooperação técnica. O Sebrae/PR programas e projetos do
participou da Feira Internacional da Ali- tro de Desenvolvimento de Tecnolo- presta desde então assessoria à Pre-
mentação de Rosario (FIAR 2009). gias para Integração Transfronteiriça feitura de Rosario com o objetivo de
Sebrae à realidade argentina
Rosario fica na província de Santa de Micro e Pequenas Empresas do transferir tecnologia no apoio ao de-
Foto: Divulgação
Fé, região argentina fortemente liga- Mercosul e América Latina (Sebrae senvolvimento de pequenas empresas,
da ao agroalimento e agroengenha- CDT-AL). visando à futura criação de um serviço
ria e reconhecida como polo agroali- de apoio às micro e pequenas empre-
O Sebrae e a Prefeitura de Rosa-
mentar e exportador. sas em território argentino.
rio firmaram uma parceria durante
No estande da entidade, foram a Feira. O presidente do Conselho “O Sebrae/PR tem soluções empresariais Nogaroli, com a comitiva paranaense na FIAR 2009
48 49
Semana da Pequena Empresa desde 2006, a Semana da Peque-
Entrevista
Capacitação
na Empresa. O evento, que neste
ano será de 5 a 9 de outubro, tem
Comportamento
como principal objetivo apresentar, Tendência
para o Estado, como o Sebrae/PR
Associativismo
das as presenças de Bernardinho, mum, também segundo a pesquisa. particularidades e aumentando seu
técnico da seleção brasileira de Seus empreendedores não busca- grau de competitividade.”
vôlei; Carlos Hilsdorf, economista; ram qualquer auxílio técnico para o
Renata Todescato lembra que, com
Waldemar Niclevicz, alpinista; Mar- gerenciamento dos negócios e toma-
o apoio do Sebrae/PR, a taxa de su-
cos Pontes, astronauta; e Waldez da de decisões. Muitos agiram por
cesso das micro e pequenas empre-
Ludwig, consultor de empresas. A impulso e sem qualquer respaldo
sas pode chegar a 80%, de acordo
programação especial será ofere- técnico, o que para o Sebrae/PR
com levantamentos internos feitos
cida gratuitamente, para mostrar é causa certa para a mortalidade
pela entidade com participantes do
à sociedade como o empreendedo- de micro e pequenas empresas. “A
Programa Próprio, uma solução
rismo, com planejamento e infor- Semana da Pequena Empresa é um
que auxilia na abertura planejada de
mação, pode render bons frutos. A evento feito para mostrar a impor-
uma empresa. “Os empreendedores
taxa de sucesso das micro e peque- tância da informação no mundo dos
e empresários devem estar recep-
nas empresas no Paraná, conforme negócios”, diz a gerente de Marke-
tivos às mudanças. A Semana da
pesquisa nacional (a mais recente) ting e Comunicação do Sebrae/PR,
Pequena Empresa é um momento
divulgada em agosto de 2007, gira Renata Todescato.
de atualização e de adquirir novos
em torno de 75%. A pesquisa ana-
Segundo a gerente, para enfrentar conhecimentos. Para o Sebrae/PR,
lisou a mortalidade dos pequenos
a concorrência e atender consumi- uma oportunidade de mostrar o que
negócios abertos entre os anos de
dores cada vez mais exigentes, os de melhor oferece para os peque-
2003 e 2005 e os fatores de so-
empreendedores e empresários de nos negócios”, assinala S
brevivência e fechamento nos dois
micro e pequenas empresas preci-
primeiros anos após sua abertura,
considerado o período mais críti- sam estar preparados, aliar plane-
co. Ou seja, de cada 100 negócios jamento e conhecimento, para não Mais informações sobre como
abertos no Paraná, 75 em média perderem as oportunidades que se participar da Semana da Pe-
dão certo, conseguem manter-se apresentam com a globalização. “O quena Empresa podem ser ob-
de portas abertas. Sebrae/PR é um parceiro importan- tidas pelo 0800 570 0800.
Semana da Pequena Empresa 2008 te nesse processo, porque desenvol-
Os outros 25 negócios que não ve soluções sob medida para os pe-
5 de outubro é o Dia Nacional da mam atualmente um dos segmentos nal e pelo Departamento Intersindical
Micro e Pequena Empresa. A data, que mais movimentam a economia. de Estatística e Estudos Socioeco-
instituída simbolicamente para mar- Isso é fato no Paraná, no Brasil e no nômicos (Dieese), aponta 450 mil
car o início da vigência do primeiro mundo. Os pequenos negócios ge- empresas formais no Paraná e 565
Estatuto Nacional da Microempresa ram empregos, renda e dão dinamis- mil informais. As micro e pequenas
e Empresa de Pequeno Porte, em 5 mo às cidades. O empreendedorismo empresas respondem por 60% dos
de outubro de 1999, é motivo de co- também está presente no campo, empregos com carteira assinada no
Brasil, dado confirmado no Estado
É um momento de
memoração para o Sebrae/PR. Afinal com a profissionalização do agrone-
de contas, o Sebrae/PR foi criado gócio. No Brasil, segundo o Instituto pelo Cadastro Geral de Empregados atualização e aquisição de
há mais de 36 anos para apoiar, no Brasileiro de Geografia e Estatística e Desempregados (Caged). Os pe- novos conhecimentos
Paraná, empreendedores e empre- (IBGE), existem 6 milhões de micro e quenos negócios movimentam 38%
sários de pequenos negócios com o pequenas empresas formais e mais da massa salarial no País e 44% no
sonho de se transformarem em em- de 10 milhões informais. Estado.
presários bem-sucedidos. Motivos para apoiar o empreende-
O Anuário do Trabalho 2008, levan- dorismo não faltam. Razão pela qual
As micro e pequenas empresas for- tamento realizado pelo Sebrae Nacio- o Sebrae/PR promove anualmente, Movimentação da Semana
50 51
ENINC Entrevista
Capacitação
A inovação ainda não é uma prática cadeia produtiva da construção civil
comum na construção civil brasilei- do Paraná. Comportamento
ra. Especialistas são categóricos ao
afirmar que, apesar de responder
Durante o evento, que acontece de Tendência
28 a 30 de outubro, os participan-
por uma fatia significativa do Pro- tes assistirão a uma série de painéis Associativismo
duto Interno Brasileiro (PIB), cerca e conferências com autoridades, Feiras e Eventos
Inovação para a
de 5% do total, a construção civil especialistas de renome nacional,
é, talvez, o único setor da economia representantes de entidades, dire- Serviço
que ainda não se industrializou por tores de empresas e empresários
completo, não deu um salto tecno- Mercado
construção civil
que possuam produtos e serviços
lógico significativo. Setores como a inovadores para o setor. Está pro- Giro pelo Paraná
agricultura e a produção têxtil, que gramado também um showroom
até bem pouco tempo estavam num de materiais e equipamentos inova-
mesmo patamar, mostram-se mais dores, apresentação de produtos
De 28 a 30 de outubro, Maringá, no noroeste propensos a absorver as mudan-
ças.
desenvolvidos com tecnologias que
do Paraná, será palco de encontro nacional, “A inovação na construção civil foi de
proporcionem ganho de qualidade
e produtividade, e oficinas técnicas,
aberto para toda a cadeia produtiva do setor certa forma significativa na década
para a demonstração de modernas
práticas construtivas.
Por Octávio Rossi de 1990 e anos 2000, mas aquém
do que de fato precisaria ser para Em pauta, o que há de mais moder-
melhorar os patamares de produti- no em produtos, processos cons-
vidade, reduzir custos, avançar na trutivos e oportunidades, dentre os
qualidade, segurança e impacto am- quais: lean construction, Sistema
biental”, explica a engenheira civil, Steel Frame, Built to Suit, Progra-
mestre e doutora em Engenharia, mas Setoriais de Qualidade (PSQ),
Maria Angélica Covelo Silva, direto- especificação e normatização téc-
ra da NGI Consultoria e Desenvolvi- nica de produtos, alvenaria racio-
mento Ltda. “As inovações no setor nalizada com blocos cerâmicos,
foram predominantemente puxadas pré-moldados de concretos, Siste-
pela indústria de materiais e siste- ma Tilt-up, Sistema PEX, alvenaria
mas construtivos.” estrutural com blocos de concreto,
fachadas em vidro, responsabilida- Na construção civil, a
Segundo Maria Angélica, há neces- de civil, exigências construtivas da inovação melhora a
sidade de se criar uma cultura da Caixa Econômica Federal, gestão
inovação no setor, na qual as em- ambiental no canteiro de obras e
produtividade, reduz custos,
presas - pequenas, médias e gran- reciclagem de resíduos. representa avanço na
des - passem a investir mais em qualidade, segurança e
tecnologia da informação e metodo- Ritmo acelerado impacto ambiental
logias de gestão da produção. “Na
construção civil, a inovação está re- Para o coordenador estadual da
Construção Civil do Sebrae/PR, Ed-
lacionada a ganhos de produtivida-
valdo Pires Correa, o setor tem se
de, qualidade e desempenho para o
revelado estratégico para o desen-
cliente, possibilidade de redução de
volvimento econômico do Paraná,
custos e diferenciação competitiva.
com base na mão-de-obra emprega-
Esses são requisitos, obtidos com a
da e no valor agregado que circula
inovação, que se tornam necessá- em toda a cadeia produtiva. “O ce-
rios para competir no mercado.” nário atual é de oportunidades e de
Com o objetivo de contribuir para grande demanda para as construto-
a formação de uma cultura da ino- ras, profissionais e empresas liga-
vação e levar tecnologia às micro das à cadeia produtiva. A inovação é
e pequenas empresas da constru- um ingrediente importante para as
ção civil, o Sebrae/PR, Sindicato oportunidades não se perderem”,
da Indústria da Construção Civil da assinala.
Região Noroeste do Paraná (Sindus- A construção civil cresce no Paraná
con-NOR/PR) e o Serviço Nacional e no País, lembra Edvaldo Correa.
de Aprendizagem Industrial (SENAI) Os programas lançados recente-
promovem em Maringá, noroeste mente pelo governo federal, que
do Estado, em outubro próximo, a possibilitaram acesso fácil e rápido
segunda edição do Encontro Nacio- ao crédito imobiliário, impulsionam
nal de Inovação na Construção Civil o setor. Segundo relatório da Cadeia
(ENINC 2009). A ideia é reunir no Produtiva da Construção do Sebrae/PR,
Centro de Eventos Araucária em- o setor da construção civil represen-
presários de vários segmentos da ta 9,18% de todo o Produto Inter-
52 53
desperdício”, afirma o professor da Resultados
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR), Cezar Augusto Ro- O número de micro e pequenas em-
mano, que recentemente participou presas que passam a apostar na
no Sebrae/PR, em Curitiba, de um inovação, como diferencial no mer-
evento sobre a inovação na constru- cado, ganha densidade no Paraná.
ção civil, acompanhado de outros Na Grande Curitiba, multiplicam-se,
dois especialistas em inovação da a cada ano, os exemplos de como a
instituição, Hélio Gomes de Carvalho inovação pode fazer a diferença na
e Dálcio Roberto dos Reis. construção civil. O empresário Nil-
son Luis Tortato, da Olaria Tortato,
Segundo os estudiosos da UTFPR, em São José dos Pinhais, buscou
em 20 anos, as empresas que não o auxílio de profissionais qualifica-
investirem em inovação estarão dos pelo Sebrae/PR e pela UTFPR,
fora do mercado. “Os processos para introduzir soluções simples,
de inovação dependem muito da mas inovadoras, na sua empresa. O
capacitação de pessoas. É por isso empresário melhorou os processos
Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa
54 55
Artigo
Agregue valor
O empresário que
enxergar todos os ângulos
e aumente seus lucros! Carlos Hilsdorf
Foto: Divulgação
produzir um produto de maior qua- mercado. comprar este café da sua empresa e não
A fábrica de artefatos de concreto lidade, com menos desperdício de Cidade: Maringá de outra! Seu café deve tornar-se “único”!
2) Eu posso comprar o café industrializado,
Ouro Preto, localizada em Campo tempo e material, nos garantindo moído, solúvel, granulado, em pó ou ins- Quando você encanta seus clientes e
Largo, é outro exemplo de gestão 47% a mais de economia”, comenta Público: micro e pequenas empresas tantâneo, como produto em um supermer- agrega mais valor a seus produtos e
focada na inovação. O empresário satisfeito o proprietário da Ouro Pre- (construtoras de obras residenciais, cado. Eu pago muito mais caro, proporcio- serviços, está garantindo que poderá
Rimones José Vorakoski investiu na to. (Colaboraram nesta reportagem públicas, comerciais e industriais; nalmente, por esse produto industrializado escapar da prejudicial guerra de preços,
padronização de materiais para a Luciana Baroni e Leandro Donatti) S projetistas como arquitetos, enge- do que quando compro café como com- vendendo valor.
nheiros civis, engenheiros eletricistas moditie. Por quê? Porque o processo de
Se seu único diferencial é preço, então
e afins; indústrias cujos produtos são industrialização agregou valor e, ao fazer
você não tem diferencial nenhum!
Para saber mais sobre o tema, acesse www.facadiferente.com.br ou aplicados na construção civil, como isso, aumentou a margem de lucro.
www.finep.gov.br/imprensa/sala_imprensa/manual_de_oslo.pdf. O Mo- olarias e fábricas de lajes de concre- Claro que, na maioria dos casos, agregar
3) Eu posso comprar café em uma cafe- mais valor aumenta seus custos, mas
vimento Faça Diferente é uma iniciativa do Sebrae Nacional que traz uma to; empresas de transformação de teria ou confeitaria e, neste caso, estou lembre-se, a margem de lucro aumenta de
série de 120 programas de rádio, veiculados em todo o País. Cada epi- produtos, como vidraçarias e empre- comprando o serviço deste café ter sido maneira mais que proporcional, por isso
sódio, com duração média de três minutos, apresenta aos empresários sas de esquadrias de alumínio; pro- preparado e servido para mim. Neste vale a pena. Além disso, em muitos casos,
oportunidades de como inovar, sair da mesmice e melhorar os resul- fissionais autônomos, como pintores, caso, o café custará proporcionalmente para agregar mais valor, melhorando a
tados dos negócios. Já o Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para pedreiros, encanadores e empreitei- mais caro do que quando o compro como qualidade do serviço e da experiência, você Carlos Hilsdorf
Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica tem por ros; imobiliárias; lojas de materiais produto. Esta empresa agregou valor atra- precisa investir muito mais consciência e
Palestrante do Congresso Mundial de Admi-
objetivo orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de de construção e outras revendas de vés do serviço de prepará-lo e servi-lo. atitude que dinheiro.
nistração (Alemanha), Carlos Hilsdorf é econo-
estatísticas e indicadores de pesquisa de P&D de países industrializados. produtos ligados ao setor; empre- 4) Eu posso comprar café em uma cafe- O grande segredo é oferecer aos seus mista, pós-graduado em Marketing pela FGV e
No Brasil, a primeira tradução para o português foi produzida e divulgada sas de coleta de resíduos sólidos da teria onde existam diferenciais no prepa- clientes uma maior percepção de valor, consultor de empresas. Autor do best seller “Ati-
S
pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em meio eletrônico, em construção civil) ro, um serviço de atendimento superior oferecer o maior valor pelo melhor (não tudes Vencedoras”, apontado como uma das 5
2004. A edição mais recente do Manual de Oslo, de 2005, agrega as e uma atmosfera envolvente e memorá- menor) preço. Hoje, você não precisa pra- melhores obras do gênero, é referência nacional
atualizações apresentadas na terceira edição do documento. vel. Neste caso, eu estarei comprando ticar preços minúsculos, precisa oferecer em desenvolvimento humano.
Mais informações: (44) 3220-3474
uma experiência! mais valor que a concorrência pelo mes- Site oficial: www.carloshilsdorf.com.br
56 57
Prêmio Entrevista
Capacitação
O Sebrae/PR venceu o Prêmio Me- empresariais, com oportunidades
lhor Feira do Empreendedor Circui- concretas de novos negócios e todo Comportamento
to 2008 - no Bloco Regional Sul/ conhecimento técnico de apoio. A
Sudeste, numa disputa com as uni- Feira do Empreendedor é um evento
Tendência
dades do Sebrae de Minas Gerais, completo por disponibilizar o que de Associativismo
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. melhor o Sebrae tem num só even-
O anúncio oficial foi feito em Brasília, to”, diz André Basso, consultor do Feiras e Eventos
em junho deste ano. Sebrae/PR em Londrina e o então Serviço
gestor da Feira do Empreendedor
A Feira do Empreendedor do Para-
2008. Mercado
ná, realizada em Londrina de 14 a
17 de agosto de 2008, ficou entre Giro pelo Paraná
as três vencedoras nacionais, jun-
Memória
Melhor Feira do
to com a de Mato Grosso do Sul,
considerada a melhor feira no Bloco
Regional Norte/Centro-Oeste, for-
Empreendedor 2008!
mado pelo Sebrae/MS, Sebrae/TO
58 59
Paraná Business Collection Em fevereiro de 1990, Cléia Ma-
Entrevista
Capacitação
ria Mira Mazoti confeccionou uma
camiseta, a primeira peça de rou-
Comportamento
pa com a marca da sua empresa, Tendência
em Joaquim Távora, região norte
do Paraná. Nos fundos da casa, a
Associativismo
Feiras e Eventos
Um ‘desfile’ de
pequena confecção, batizada de Mi-
ravest, era gerenciada por Cléia em
parceria com a irmã. Hoje, perto Serviço
de comemorar 20 anos à frente da Mercado
competitividade empresa, a fundadora da Miravest
colhe os frutos de uma gestão foca-
da na busca por resultados.
Giro pelo Paraná
Foto:Agência La Imagen
A profissionalização e o comprome-
Realizado pelo Sebrae/PR e Sistema Fiep, timento da empresária Cléia trans-
formaram a pequena confecção de
evento destaca o potencial da indústria ‘fundo de quintal’ em uma empresa
têxtil e do vestuário no Estado que gera 96 empregos diretos e
produz uma média de 18 mil peças
Por Giselle Ritzmann Loures de roupas por mês em um barracão
próprio, construído com recursos Cléia Maria Mira Mazoti,
próprios. Uma vitória para a empre- empresária
sária, filha de uma costureira e que
sempre gostou de moda.
esteve em Curitiba em maio deste grifes, lojistas e representantes co-
Com duas marcas próprias, “Mi- ano para participar do showroom de merciais. E a quarta edição já tem
ravest” e “Altas Horas”, as roupas negócios, realizado durante o Para- data marcada, será de 22 a 26 de
criadas por dois estilistas são con- ná Business Collection. O evento é fevereiro de 2010, no Cietep, em
feccionadas para atender o público uma iniciativa do Sebrae/PR e Fe- Curitiba “A experiência foi muito
feminino. Ao todo, 36 representan- deração das Indústrias do Estado do positiva. Participar do showroom
tes são responsáveis por comercia- Paraná (Fiep), por meio do Conselho do Paraná Business Collection foi
lizar as peças produzidas em Joa- da Indústria do Vestuário, e reuniu, importante para realizar novos con-
quim Távora para lojas nos estados de 25 a 29 de maio, cerca de 10 tatos, em um evento que mostra a
do Rio Grande do Sul, Santa Catari- mil empresários, especialistas, pro- qualidade da moda produzida no Es-
na, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, fissionais e estudantes de moda. tado”, avalia a empresária Cléia, da
Maranhão, Pará, Pernambuco, Goi- Miravest.
Na terceira edição, o Paraná Busi-
ás, Mato Grosso, Mato Grosso do
ness Collection se consolida como O Showroom de Negócios do Para-
Sul e Paraná.
um importante evento que integra ná Business Collection reuniu 25
Para apresentar as marcas, pro- moda e varejo e cria canais de re- empresas de todas as regiões do
duzidas pela empresa e ampliar o lacionamento entre empresários Estado, que mostraram a qualidade
leque de contatos comerciais, Cléia de pequenas empresas e grandes e a criatividade da moda paranaen-
Foto:Agência La Imagen
Desfile da Picnic Delefante Rudimar Mariga, empresário, e o representante comercial Luiz Renato Machado
60 61
se e, também, a competitividade das calizada em Curitiba, decidiu dedicar Negócios do Paraná Business Collec- de 100 representantes comerciais
empresas para lojistas, compradores seu trabalho para impulsionar o pe- tion, o empresário avalia que a parti- levam para as vitrines de lojas, es-
de redes de lojas e boutiques de São queno negócio fundado pelos pais. cipação foi importante pela prospec- palhadas por diversas regiões do
Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Thais fez faculdade de Administração ção de clientes. “Fui para mostrar a Brasil, as três marcas de roupas
Federal e Paraná. Em quatro dias de e há dez anos participa da gestão da cara”, diz Pechek. criadas pela Krindges.
showroom, as empresas movimenta- empresa, que soma uma trajetória
ram aproximadamente R$ 5 milhões de 15 anos no mercado. Na empresa, um estilista é respon- “Foi interessante participar do show-
em negócios fechados e prospecta- sável por criar as coleções da Chek room. Realizamos um cadastro com
No segmento de fitness, sport wear e outro está sendo preparado. “Esse os contatos desses novos clientes
dos. Cifra que ultrapassou 10% em
e moda praia, a Misma produz pe- profissional está cursando moda e e passamos para nossos represen-
média a mais que o valor apurado
ças que são comercializadas em três trabalha conosco”, conta. O empre- tantes visitarem”, diz Stela Máris
na segunda edição do evento, em
lojas próprias na capital paranaense. sário Carlos Pechek também é pre- Giese Krindges, gerente de marke-
2008.
Consciente da importância de lançar sidente do Sindicato da Indústria do
Foto:Agência La Imagen
ting da Krindges e que há 12 anos
A principal proposta do Paraná Busi- no mercado produtos que atendam Vestuário de Maringá (Sindvest) e trabalha na empresa. Para Stela,
ness Collection é consolidar o Paraná às necessidades de seus clientes, há ressalta a importância de preparar um dos destaques do Paraná Bu-
como um estado produtor de moda, sete anos Thais passou a contar com profissionais para atuarem no setor. siness Collection foram os desfiles,
referência na qualidade das marcas a criatividade de um estilista. “Senti- Além de participar do Showroom de pela projeção que as empresas con-
paranaenses e, ainda, divulgar a mos a necessidade de ter um profis- Negócios, a proposta da Chek para o quistam ao apresentar suas cole-
Marca Paraná. sional com esse perfil na empresa”, verão 2010 também pode ser confe- ções na passarela.
observa a empresária. rida na terceira noite de desfiles do
Rudimar Mariga, da Akamizaria Con-
fecções, também participou do show- “Participamos do Showroom de Ne-
Paraná Business Collection. Moda e negócios
room. “Conhecemos clientes novos gócios do Paraná Business para lan- Da pequena Ampére, cidade do su- Além de reunir empresas paranaen-
no evento, houve a prospecção de Thais Romanini Conceição, çar a marca no mercado de atacado doeste do Paraná, a Krindges trouxe ses em um Showroom de Negócios,
negócios e ainda estamos negocian- empresária e tornar a empresa conhecida nesse para o showroom três marcas pro- uma experiência bem-sucedida já
do com os contatos que fizemos du- mercado. E esse objetivo foi alcança- duzidas pela empresa: “Guilherme consolidada nas duas edições ante-
Foto:Agência La Imagen
rante o showroom”, diz o empresá- produção exclusiva para essas mar- do. Fizemos contatos com o merca- Ludwer”; “Docthos” e “Aicone”. A riores do evento, em 2009, o Para-
rio, que levou ao evento as marcas cas”, diz o empresário. Já as peças do de Santa Catarina e também de confecção soma uma trajetória de ná Business Collection apresentou
“Vip Reserva” e “Aquela Moça”. “Par- da “Vip Reserva” e “Aquela Moça”, outras regiões do Brasil, que conhe- 32 anos na criação e desenvolvimen- como novidade antecipar as ten-
ticipar do showroom foi importante criadas e desenvolvidas pela Akami- ceram nosso produto”, conta a em- to de moda masculina. Nas duas uni- dências dos estilistas para o verão
para que as pessoas conhecessem zaria para o público masculino e fe- presária. Thais diz ainda que durante dades da empresa, uma em Ampére 2010, com a realização do evento
a empresa e, também, fortalecer a minino, respectivamente, são comer- o showroom também “tirou” pedidos e outra em São Miguel do Iguaçu, em maio.
imagem da empresa com aqueles cializadas em lojas no Paraná, Mato e que tem interesse em participar da no oeste do Paraná, a capacidade
clientes que já a conhecem.” Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa próxima edição do evento. Carlos Pechek, de produção pode chegar a 200 mil Os compradores convidados para
Catarina e Espírito Santo. empresário peças de roupas por mês. Cerca o Paraná Business Collection
“Tenho interesse em participar da Criar uma “marca de estrada”, que
próxima edição”, antecipa Mariga. O vestisse mulheres elegantes e fosse
empresário, filho de alfaiate e costu-
Estreantes levada a vários estados por repre-
reira, fundou a Akamizaria em 2001, Miravest e Akamizaria participaram sentantes comerciais, fez com que o Desfiles mostram
em Cascavel, região oeste do Para- pela primeira vez do Showroom de empresário Carlos Pechek lançasse, criatividade em alta
ná. A fábrica produz de 12 a 15 mil Negócios do Paraná Business Col- em 2001, a marca Chek. A fábrica
peças de roupas por mês, e 80% lection. Outras confecções também em Mandaguaçu, região noroeste do
da produção são direcionados para fizeram sua estreia no evento, entre Paraná, produz uma média de 15 mil
o mercado de São Paulo, na moda- elas a Misma, a Chek e a Krindges. peças por mês e emprega, direta-
lidade private label. “Atendemos 12 Thais R. Romanini Conceição, sócia- mente, 160 funcionários. Da “estra-
grifes nacionais nesse sistema, com proprietária da Misma, empresa lo- da” para as “araras” do Showroom de
Foto:Agência La Imagen
Foto:Agência La Imagen
62 63
do Setor Têxtil e Vestuário, o impac- lection. Sob o tema “Passaporte
to do cenário global e retração dos para a Moda”, inspirado nas Catara- Empresas que partici-
mercados na indústria da confecção tas do Iguaçu, foram inscritos 152 param do Showroom
e na produção da moda do Paraná trabalhos de 14 cursos de moda do de Negócios
foram discutidos. Estado. Gilmara Aparecida Liques,
da Universidade Estadual de Ponta
Fechando a programação do even- Grossa, foi a grande vencedora e Akamizaria
to, 12 finalistas do 6º Prêmio João levou o troféu assinado pelo artista (Cascavel);
Foto:Agência La Imagen
Turin de Incentivo a Novos Desig- plástico Valdir Francisco e, também, All Purpose
ners desfilaram suas criações na uma viagem para Milão (Itália). S (Santo Antonio do Sudoeste);
passarela do Paraná Business Col-
Atitude Jeans/Nítido
(Cianorte);
Camoa Brasil
(Curitiba);
Chek
(Mandaguaçu);
Deepsky/Lunegil
(Barracão);
Dijuly´s - Mark Jeans
(Santo Antonio do Sudoeste);
Dona Dita
(Rolândia);
Movimentação intensa no lounge do Sebrae/PR Fabio Bartz
(Curitiba);
Fatiota
conheceram a qualidade, o estilo e a (Santa Helena);
competitividade da indústria da con-
Get Shape
fecção paranaense nos mais varia- (Curitiba);
dos segmentos. As 25 empresas do
showroom trouxeram para Curitiba Krindges
(Ampére);
Foto:Agência La Imagen
peças em moda feminina, masculi-
na, infantil, fitness, malharia e moda Lua Morena
praia. (Londrina);
Além do showroom, a passarela tam- Lucia Figueredo
bém foi outra vitrine-destaque do Pa- (Cianorte);
raná Business Collection. Em cinco Madame Lulu
dias de desfiles, Silmar Alves, Jeffer- (Maringá);
son Kulig, Fabio Bartz, All Purpose, A dimensão da indústria têxtil e
Meteora
Lucia Figueredo, Lafort, Lua More- do vestuário no Paraná (Curitiba);
na, Picnic Delefante, Chek e Raffer,
apresentaram suas coleções Verão Miravest
2010. Segundo dados do Departa- Norte, que concentra mais de (Joaquim Távora);
mento Econômico da Federa- 2.200 empresas, representan- Misma
A programação do Paraná Business ção das Indústrias do Estado do do 42% do total de indústrias
Collection ainda contou com eventos (Curitiba);
Paraná, são 5,4 mil indústrias, do setor no Paraná. Também
paralelos, que estimularam o debate a maioria micro e pequenas possuem alta concentração de Otero Confecções
sobre a moda produzida no Estado. empresas; empresas as regiões Noroeste (Curitiba);
Estudantes e profissionais da área (18,71%) e Metropolitana de OU
participaram de uma oficina de cria- As empresas empregam qua-
Curitiba (13,13%); (Cianorte);
ção, com o tema “Pesquisa de Moda se 90 mil trabalhadores, o que
e Análise de Tendências de Mundo”, representa 6,8% de todos os O setor produz 150 milhões de Oyster
ministrada pela estilista Karlla Girotto. empregados do setor no País; peças ao ano e fatura anualmen- (Cianorte);
te R$ 4 bilhões; Raffer
Um ciclo de palestras, com especia- No Paraná, o setor é o segundo
Fotos:Agência La Imagen
que mais emprega entre toda No ranking da Associação Bra- (Francisco Beltrão);
listas, discutiu temas relacionados à
indústria da moda. Ao final do ciclo, a indústria do Estado. Um dos sileira da Indústria Têxtil e de Rezzum/Nighteen
as análises e observações levantadas destaques da indústria parana- Confecção (ABIT), que mede a (Maringá);
durante as palestras foram aborda- ense é a descentralização da participação do PIB Têxtil e de Risca de Giz
das na mesa-redonda “Perspectivas produção. Existem indústrias Confecção, o Estado aparece (Francisco Beltrão);
para o Mercado Paranaense”. Ainda em todas as regiões do Estado, entre os quatro principais polos
com destaque para a região produtivos do Brasil. Traymon
como tema do debate, os planos de
(Santo Antonio do Sudoeste).
ação, resultantes do Fórum Setorial Desfile da Raffer Desfile de Silmar Alves
64 65
Ideias de negócios Entrevista
Capacitação
São mais de 240 títulos, com apre- preendedores que participam do
sentações de negócios, noções de Programa Próprio, uma solução do Comportamento
mercado e informações sobre loca- Sebrae/PR que ensina para quem
lização, exigências legais, estrutura, quer ser empresário o passo a pas- Tendência
pessoal, equipamentos, matéria-pri- so da abertura planejada de uma Associativismo
ma/mercadoria, processo produti- empresa.
Feiras e Eventos
Solução para
vo, automação, canais de distribui-
Depois de consultar o Ideias de Ne-
ção, investimentos, capital de giro,
gócios, é importante que o futuro Serviço
custos, diversificação/agregação
empresário invista na elaboração de Mercado
empreendedores indecisos
de valor, divulgação, tributação,
um plano de negócios, que também
eventos, entidades, normas técni- Giro pelo Paraná
pode ser desenvolvido com base
cas, glossário, dicas de negócio, ca-
em um roteiro descritivo presente
racterísticas específicas do empre-
no Portal do Sebrae/PR, intitulado
endedor de cada setor específico e
Portal do Sebrae/PR oferece mais de 240 opções de bibliografia complementar.
“Como Elaborar um Plano de Negó-
cio”.
negócios, com informações sobre mercado, processo Os candidatos a empresário têm
produtivo, capital de giro e custos acesso às informações, focadas
por ramos de negócios, de forma
Análise de mercado
Por Luciana Baroni didática. Segundo o coordenador O candidato a empresário Ricardo
estadual de Empreendedorismo do Vieira de Almeida, que também tra-
Sebrae/PR, Emerson Cechin, o ser- balha no setor de instrumentação
viço é rico em informações e ajuda industrial e eletrônica de uma em-
na tomada de decisão. “Conhecer o presa de laticínios, é um exemplo
ramo de atividade, definir produtos de empreendedor com disposição
e analisar o local de estabelecimen- para montar um negócio, mas que Conhecer a atividade,
to constituem algumas medidas que até bem pouco tempo atrás não ti-
o empreendedor tem de levar em nha noção alguma de como deveria definir produtos e analisar
consideração na hora de montar o proceder com relação às questões o local de estabelecimento
seu negócio. Isso exige um aprofun- administrativas de uma empresa.
são medidas que o
damento de seus conhecimentos O engenheiro desenvolveu em Pon-
O empreendedor indeciso, que sonha analisando dezenas de oportunida- empreendedor deve levar
ta Grossa, há aproximadamente
em ser empresário de uma micro ou des de negócios”, afirma Cechin. um ano, um protótipo de robô que em conta
pequena empresa no Paraná, mas que
Dentre as opções disponíveis no realiza inspeções em tubulações,
ainda tem dúvidas sobre qual o melhor
Ideias de Negócios estão orienta- facilitando o trabalho de alcance a
negócio para investir, conta agora com
ções para quem quer, por exemplo, espaços onde não é possível que
mais um apoio. É o Ideias de Negócios,
abrir uma academia de ginástica, o homem chegue e que, hoje, é
um serviço disponibilizado pelo Sebrae
uma empresa de animação de fes- realizado com cabos de apenas 6
Nacional e oferecido gratuitamente
ta infantil, de alimentos congelados, metros de extensão, que criam a
pelo Sebrae/PR no Portal:
aluguel de trajes para casamento, necessidade de uma série de per-
www.sebraepr.com.br.
banca de revistas, borracharia, furações nos canos. O robô criado
brechó, floricultura, casa de sucos, por Ricardo Vieira de Almeida fun-
chaveiro, curso de idiomas, cyber ciona por comando de rádio e che-
café, gráfica, hotel para animais ga a alcançar até 250 metros de
domésticos, home office (escritório distância da pessoa que o opera.
em casa), mercearia, marcenaria,
padaria, pizzaria, pastelaria, pousa-
da, restaurante self-service (onde
os próprios clientes se servem),
representação comercial, tradução
de textos, vidraçaria, videolocadora,
dentre outras.
“Muitos empreendedores procuram
o Sebrae/PR interessados em virar
66 67
“É uma grande inovação nessa área. Brasil Robots, uma pequena empre-
Percebi que, no Brasil, não existiam sa que vai fornecer os serviços do Os 5 ramos mais
equipamentos que realizassem esse protótipo e, possivelmente num futu- acessados:
tipo de trabalho, mesmo havendo ro próximo, trabalhar na produção e
uma demanda latente. Foi então venda dos robôs”, comemora. Café expresso
que resolvi montar esse protótipo”, Segundo Ricardo Vieira de Almeida, Casa de sucos
Depois de definir o ramo comenta o engenheiro. Porém, com os serviços de tecnologia de inspe-
o robô funcionando e, a partir das ção ainda pertencem a um nicho Ateliê de costura
em que pretende atuar, o solicitações de empresas que ma- muito carente de informação no
futuro empresário precisa nifestaram interesse em alugá-lo, Restaurante self-service
Brasil, especialmente quando envol-
o engenheiro se deparou com uma vem robótica. “Estou tentando estu-
investir na elaboração de Assistência técnica em informática
nova realidade, para a qual ainda dar os equipamentos e o laboratório
um plano de negócios não estava preparado. de eletrônica do SENAI/PR, fazendo
testes na indústria e pesquisando na Confira a lista de setores de atuação
“Não passo de uma pessoa internet empresas que atuam nesse que podem ser consultados no link
que gosta de robôs e ele- ramo. A parte prática, de estudos
trônica, nunca fui empresá- Ideias de Negócios do portal:
de mercado e noções administrati- www.sebraepr.com.br
rio, não sabia como montar vas, pretendo aprender após fazer
um negócio e nunca en- cursos e ter muito auxílio de con-
tendi nada de mercado. O sultores do Sebrae/PR. É um ramo
Sebrae/PR tem me ajuda- muito novo, ainda a ser pesquisado,
Agricultura orgânica
do muito nessa empreitada especialmente para mim, que nunca Agroenergia
e, hoje, estou estudando a havia tido noções de empreendedo-
viabilidade para montar a rismo”, constata. Apicultura
Sandro Roza e sua mulher, Romina Sandro Roza sugere aos candidatos Cultura e Entretenimento
Roza, são nutricionistas, mas já ti- a empresário que o acessem como
Derivados de Cana
nham noções de administração de uma forma de conhecer melhor a
empresas quando decidiram ser em- área de atuação pretendida. Segun- Floricultura
presários no ramo de alimentação. do ele, por experiência própria, para
Mesmo assim, eles também procu- investir num negócio, é preciso sa- Fruticultura
raram o Sebrae/PR para montar ber o máximo possível sobre área Horticultura
um plano de negócios detalhado de atuação pretendida, como loca-
quando decidiram abrir seu segun- lização, estrutura necessária, pes- Leite e Derivados
do restaurante. “Já conhecíamos soal, equipamentos, organização do
o mercado de Curitiba, pois nosso processo produtivo, investimentos, Madeira e Móveis
primeiro restaurante já funciona há capital de giro, entre outros. “No Mandiocultura
quatro anos, mas sabíamos que nosso caso, a reunião de todas es-
precisávamos nos aprimorar para sas informações de forma detalha- Metal Mecânica
montar essa filial, já que o mercado da nos ajudou a conseguir um finan-
ciamento que foi fundamental para
Ovinocaprinocultura
muda de região para região e iría-
mos investir num segmento diferen- a realização deste sonho”, analisa o Petróleo e Gás
Foto: Agência La Imagen
68 69
Novas regras Entrevista
Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Feiras e Eventos
Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná
70 71
oportu nidade de negócios e bus- Tecnologia, Informática e Comunica- 20 cidades de São Paulo e Minas
quem qualificação para oferecer so- ção (APL-TIC) do Oeste do Paraná, Gerais.
luções em SPED específicas para as que tem apoio do Sebrae/PR.
pequenas empresas. “Atualmente, Leandro Lorenzetti, diretor comer-
A empresa pretende lançar até o cial da Softpharma, explica que as
a oferta ainda está focada nas gran-
des empresas.”
fim deste ano um módulo adequa- palestras são gratuitas e promovi-
do à nova legislação do SPED, para das com a ajuda de um patrocina-
Oportunidades atender o varejo farmacêutico, públi-
co-alvo da Softpharma. Isso porque,
dor. Mas de olho no mercado, a
Softpharma espera vender a solu-
Os primeiros fornecedores de so- futuramente, as farmácias também ção que está desenvolvendo para
luções em TI no Paraná começa- terão que se adequar ao SPED, as- pelo menos 300 empresários de O SPED é composto por
ram a enxergar o SPED como uma sim como pequenas e médias em- todo o País. Escrituração Contábil
oportunidade de negócio, logo que presas de outros setores.
Digital (ECD), Escrituração
entrou em vigor a NF-e. Desde en-
Enquanto isso não acontece, técni- Demanda em alta
tão, empresas de TI, algumas de pe-
cos da Softpharma estão viajando
Fiscal Digital (EFD) e Nota
queno porte, passaram a oferecer A EBS Sistemas também oferece
serviços de readequação de siste- o País oferecendo palestras para Fiscal Eletrônica (NF-e)
treinamento para seus clientes. A
mas e capacitação sobre o SPED. orientar e conscientizar os empre-
empresa, de Curitiba, já possui um
O Paraná possui atualmente 178 sários e também contadores sobre
software contábil há 22 anos. Como
empresas produtoras de software e o novo sistema. Com o tema “Inova-
a solução é modular, a empresa pre-
destas pelo menos 10% já têm solu- ções da Legislação Fiscal”, as pales-
cisou fazer adequações para que o
ções ou estão adequando sistemas tras tiveram início em janeiro deste
produto passasse a atender as exi-
al de Tecnologia da Informação A EFD é um arquivo digital, que se para atender às regulamentações ano e já aconteceram em sete ci-
dades de Mato Grosso do Sul e dez
gências do SPED. Todo o trabalho
do Sebrae/PR, Ricardo Almeida constitui de um conjunto de escri- do SPED.
cidades catarinenses. A empresa teve a ajuda de contabilistas.
Pereira. O SPED, explica o coorde- turações de documentos fiscais e
de outras informações de interesse A MobiOn está envolvida no sistema programa agora a capacitação em Marilucia Rodrigues da Silva, direto-
nador, foi instituído pelo Decreto nº
dos fiscos dos estados e da Secre- nacional desde 2005. “A empresa
6.022, de 22 de janeiro de 2007,
taria da Receita Federal do Brasil. foi uma das primeiras a ingressar
e faz parte do Programa de Acele-
Também consiste em um conjunto no projeto. Em 2006, nossos pro-
ração do Crescimento (PAC) do Go-
de registros de apuração de impos- fissionais atuaram diretamente na
verno Federal.
tos referentes às operações e pres- definição dos padrões de comunica-
O sistema está sendo considera- tações praticadas pelo contribuinte. ção fazendários, fornecendo inclusi-
do pelos especialistas como uma Este arquivo deverá ser assinado ve software para a Receita Federal”,
das maiores revoluções digitais, no digitalmente e transmitido, via inter- conta José Manuel Catarino Barbo-
campo da contabilidade, já vistas no net, ao ambiente SPED. sa, diretor comercial da MobiOn.
País. De modo geral, consiste numa O empresário considera que a im-
modernização da sistemática atu- Já a NF-e, um documento de exis-
tência digital, gerado e armazenado plantação do SPED se tornou uma Leandro Lorenzetti,
al do cumprimento das obrigações oportunidade de mercado para as
acessórias, transmitidas pelos con- eletronicamente que documenta as empresário
operações de prestação de servi- empresas de tecnologia. Mas o di-
tribuintes às administrações tribu- retor acredita que esta oportunida-
tárias e aos órgãos fiscalizadores. ços.
de, que tem um tempo limitado, é
Para as empresas de TI, sem dúvi- Segundo Ricardo Pereira, os em- vantajosa apenas as empresas de TI
da, o SPED passou a ser uma opor- presários de micro e pequenas em- que já possuem maturidade tecnoló-
tunidade de negócios que só tende presas do Paraná precisam ficar gica. “Quem não estiver preparado
a crescer. atentos, de quando o seu software vai quebrar e, além do mais, irá pre-
O SPED é composto por Escritura- precisará de adequação às regras judicar os empresários.”
ção Contábil Digital (ECD) e Escritu- da Receita e buscar auxílio junto
Ricardo Pereira diz que o novo siste-
ração Fiscal Digital (EFD), que pas- aos seus fornecedores de softwa-
ma está provocando gradualmente
saram a valer recentemente, e pela re ou empresas de software que
um aumento nas receitas das em-
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), em já fizeram essas readequações. O
presas desenvolvedoras de softwa-
vigor no País desde abril de 2006. coordenador informa que já existem
re. “É que as empresas atingidas
O sistema é uma iniciativa integrada no Paraná algumas empresas de TI
pelo SPED estão sendo obrigadas a
das administrações tributárias nas especializadas no assunto, o que fa-
fazer readequações dos softwares
três esferas dos governos federal, cilita o processo.
que já eram oferecidos por seus
estadual e municipal. “Apesar de ainda não haver um pra- fornecedores. E esse processo tem
A ECD foi instituída para fins fis- zo para que as micro e pequenas um custo”, explica.
cais e previdenciários e deverá ser empresas se adequem às regras,
O coordenador estadual de TI do
transmitida pelas pessoas jurídicas. os empresários precisam colher o
Foto: Claiton Biaggi
72 73
Sem fronteiras Entrevista
Capacitação
Comportamento
Os empresários de micro e
pequenas empresas do Internacionalizar Tendência
Associativismo
Paraná precisam ficar
é um bom negócio Feiras e Eventos
74 75
Fotos: Agência La Imagen
76 77
possui 17 milhões de habitantes; a associação é uma boa opção para encontramos pela frente um mer- MPEs, Louise Alves Machado, expli-
até 2020, o número deve saltar as pequenas empresas que querem cado de US$ 20 bilhões”, conclui. ca que no encontro, os empresários
para mais de 20 milhões de pesso- se lançar no mercado internacional, tiveram a oportunidade de compre-
as. Só no ano passado, o Produto mas que não se sentem capazes de Mercosul ender como a internacionalização
Interno Bruto (PIB) de Angola cres- buscarem sozinhas. “Cerca de 20 pode aumentar a competitividade da
ceu 28%, ou seja, sete vezes mais ou 30 empresas trabalhando em Nos dias 16 e 17 de setembro, em-
empresa, inclusive no mercado in-
que o PIB brasileiro. conjunto podem produzir em maior presários interessados em investir
terno. “Quando o empresário impor-
escala, especializar-se em etapas no processo de internacionalização
ta uma máquina, ele também está
Estudo realizado pela Agência Bra- no processo produtivo, obter vanta- de suas empresas e fechar parce-
importando tecnologia, que vai refle-
sileira de Promoção de Exportações gens no acesso ao crédito e dividir rias com os países vizinhos ao Brasil
tir em mais competitividade para a
e Investimentos (Apex-Brasil), ligada os custos operacionais do processo tiveram um encontro em Foz do Igua-
sua empresa. Isso já é um processo
ao governo federal, identificou boas de exportação ou de desenvolvimen- çu, região oeste do Paraná. Aconte-
de internacionalização, para o qual
possibilidades de negócios em An- to de tecnologia.” ceu na cidade o Encomex Mercosul
o empresário precisa estar prepa-
gola para produtos, como frutas,
Almeida Pinheiro cita como exem-
Internacionalização é – Encontros de Comércio Exterior.
rado”, avalia.
carnes, peixes, aparelhos e instru- Durante dois dias, foram realizados
plo a American Soybean Associa- também um diferencial seminários, painéis e oficinas, com Já o analista do Sebrae Nacional,
mentos mecânicos, ferramentas
tion (ASA), entidade que representa de competitividade no palestras ministradas por represen- Iuri Andrade, diz que a entidade
eletromecânicas, máquinas para a
os produtores de soja nos Estados tantes de setores, público e priva- está criando uma metodologia para
Quando o empresário
industrialização de alimentos e be-
Unidos. “Depois de se associarem próprio País, onde a
bidas, aparelhos para trabalhar pe- do, nacionais e internacionais, so- intensificar o processo de interna-
importa uma máquina, dra e minério, produtos de metais
à ASA, os pequenos produtores de disputa com produtos e bre comércio exterior. O encontro cionalização, com foco no mercado
soja dos Estados Unidos instalaram empresas estrangeiras intensificou o debate sobre como de fronteira. “É uma ação que está
não-ferrosos, plásticos, produtos
também está importando escritórios em Portugal, de onde promover a integração dos países sendo pilotada nos estados do Acre,
cerâmicos, vidros, embarcações e é acirrada
tecnologia que vai refletir efetuam vendas do produto para o pertencentes ao Mercado Comum Rondônia e Mato Grosso para en-
veículos automotores.
Mercado Comum Europeu. Por que do Sul – Argentina, Brasil, Paraguai tender como acontece a dinâmica
em mais competitividade os brasileiros não podem fazer o mercado internacional. A previsão
Associativismo mesmo?”, indaga o vice-presidente é que até o final do ano deixará a e Uruguai – e também a Venezuela. das relações com os países que fa-
condição de pequena empresa para zem fronteira com esses estados.
As micro e pequenas empresas do da Câmera de Comércio Brasil-Por- O Programa de Internacionalização
Essa ação faz parte do Programa
Paraná ocupam o terceiro lugar no tugal no Paraná. se tornar uma empresa de médio para MPEs estava na programação
de Internacionalização para MPEs
ranking das exportações por estado, porte e, a partir de 2010, passa- do Encomex. Consultores do Sebrae
e essa metodologia, que deve ficar
ficando atrás apenas de São Paulo e Qualificação rá a atuar nas mesmas condições apresentaram a iniciativa e presta-
pronta em outubro, será levada a
do Rio Grande do Sul. Em 2007, o de uma Sociedade Anônima (S/A) ram consultorias aos empresários
Como resultado do empenho para outras regiões do Brasil”, explica
segmento exportou US$ 356,8 mi- para poder comprar ou incorporar interessados em ampliar o leque
exportar, as empresas também aca- Iuri. (Colaborou nesta reportagem
lhões, sendo que o maior número outras empresas. de negociação de suas empresas
bam tornando-se mais competitivas Giselle Ritzmann Loures) S
de vendas ao exterior se destinou com os países vizinhos. O Sebrae
no mercado interno, reforça o em- Para Marcelo Ávila, o mercado ex-
aos Estados Unidos, Argentina, Itá- ainda promoveu no evento palestras
presário Marcelo Ávila, diretor da terno exige mais preparação por
lia, Paraguai e Espanha, de acordo sobre os desafios e oportunidades
TechResult, empresa de Curitiba. parte das empresas, porém a sua para micro e pequenas empresas
com o Conselho de Comércio Exte- Sites indicados, para aprofundar seu
internacionalização permitirá encon- brasileiras no mercado de fronteira,
rior da Associação Comercial do Pa- A empresa é provedora de soluções conhecimento em internacionalização:
trar um vasto potencial à sua fren- e apresentações de casos de em-
raná (ACP). em tecnologia para o mercado corpo- te. No caso de software, o número presas das regiões sul, centro-oeste www.internacionalizacao.sebrae.com.br;
Para o vice-presidente da Câmara de rativo, nas áreas da construção civil, de negócios pode triplicar. Já o re-
distribuição e logística, setor florestal e norte do País, que já buscaram a www.portaldoexportador.gov.br;
Comércio Brasil-Portugal no Paraná torno do investimento no mercado internacionalização. www.bb.com.br;www.braziltradenet.gov.br;
e industrial, e tem como objetivo ser internacional é duas vezes maior, www.apexbrasil.com.br;
referência nacional em Gestão e Tec- informa o empresário. “Na área de A coordenadora nacional do Pro- www.encomex.gov.br/mercosul.
nologia da Informação pela qualidade Tecnologia da Informação, nós grama de Internacionalização para
dos serviços prestados. Desenvolve
também sistema sob medida, forne-
78 79
Unificação “Vai facilitar a vida de todo o mun-
Entrevista
Capacitação
do, porque poderemos vender para Comportamento
outros municípios e também para
outros estados. Além disso, vai Tendência
de produtos alimentícios
Braga, dono da Braga Doces, em Serviço
Mandaguaçu, município próximo de
Maringá, no noroeste do Paraná, Mercado
sobre a unificação da fiscalização
municipal, estadual e federal sob o
Giro pelo Paraná
Equivalência de inspeção dará agilidade ao sistema ‘guarda-chuva’ do Sistema Unificado
de Atenção à Sanidade Agropecuá-
que libera para a venda produtos de origem animal ria (Suasa), que, em síntese, trata
no Paraná, primeiro estado habilitado pelo Ministério da questão de segurança alimentar
e sanidade de produtos de origem
da Agricultura e Abastecimento animal, vegetal, insumos e serviços.
80 81
agronegócio como um dos setores peção no Estado. foram os dois primeiros municípios
estratégicos da entidade, pela alta paranaenses que pedirem a inscri-
A primeira auditoria foi realizada em
concentração de agroindústrias no ção no sistema.
março de 2008, mais com o senti-
Paraná”, assinala. A coordenadora
do de orientar os técnicos. Em maio Ele lembra que, em um congresso
estadual lembra que as propriedades
deste ano, foi realizada a segunda do Dipoa, em Florianópolis (SC), fi-
rurais devem ser encaradas como
auditoria, de caráter operacional, cou claro que o presidente Luiz Iná-
pequenas empresas.
quando os auditores federais visita- cio Lula da Silva havia determinado
ram várias empresas, que haviam que, até 2010, 500 municípios bra-
Na frente demonstrado interesse em fazer sileiros deveriam ter aderido ao sis-
secretários de Defesa Agropecuária peixes. “Depois disso, os auditores fes e técnicos de inspeção de 12
do Ministério da Agricultura, Inácio nos mandaram o relatório da audi- estados, que representam quase
Kroetz, e de Agricultura e Abasteci- toria indicando o que faltava para 3,3 mil municípios”, esclarece.
mento do Paraná (Seab), Valter Bian- atender a legislação. Como nos ade-
No dia 3 de agosto foi realizado, em
chini, em meio ao lançamento do Pla- quamos às exigências, o Paraná foi
Curitiba, o primeiro treinamento no
no Safra 2009-2010, em Londrina, o primeiro estado habilitado para o
novo sistema com 12 fiscais dos
Inácio Kroetz, na região norte, Kroetz avaliou que a serviço no País”, explica. Atualmen-
estados que já pediram a inscrição, Norberto Ortigara,
secretário do Ministério da consigam autorização para vender medida vai tornar mais competitiva a te, estão registradas no SIP/POA 472
que são, além do Paraná, a Bahia, secretário municipal
Agricultura os produtos no Estado todo e mes- indústria e o comércio paranaenses, empresas que produzem alimentos de
Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
mo no País. “Estamos trabalhando enquanto Bianchini, em entrevista à origem animal. obter a autorização para comerciali-
“Com isso, o Paraná obteve o reco-
bastante neste sentido, envolvendo Agência Brasil, afirmou que “o siste- zar a sua produção. “Não se propõe
nhecimento efetivo no sistema, que
deputados, prefeituras e até o pes- ma vai romper barreiras que impe- Melhora da qualidade será implantado, inicialmente, em abrandar a legislação, mas median-
soal de mercados. E o Sebrae/PR dem a expansão da agricultura fami- te auditoria do Estado e da União,
Almeida diz que a adoção do Sisbi/POA seis empresas ‘sipadas’. A partir
tem promovido reuniões mensais liar”. E observou ainda que a adesão determinar a capacidade técnica
encontra muita resistência, espe- daí, será estendido para as demais
visando acelerar o processo. Mas pode contribuir para a abertura de e a metodologia de trabalho para
cialmente por parte das grandes interessadas”, explica, ao acrescen-
também precisamos do engajamen- mercados importantes para a peque- tornar mais ágil e mais barato o
empresas, que temem o aumento tar que o sistema contribuirá para
to do maior número de prefeituras”, na agroindústria familiar. serviço por meio do consórcio”, diz,
da concorrência no mercado inter- melhorar a qualidade dos produtos,
comenta. O veterinário João Carlos Rocha Al- no, por entender que todos pode- “mesmo porque ajuda a diminuir o lembrando, por exemplo, que, em
O Sebrae/PR, para auxiliar as meida, chefe da Divisão do Serviço de rão comercializar seus produtos no problema dos clandestinos e o fim Curitiba, existem 400 açougues,
agroindústrias de alimentos a se Inspeçao de Produtos de Origem Ani- Brasil. “Mas não é bem assim, pois da fraude econômica. Aliás, o Minis- 40 peixarias, 230 supermercados
prepararem com a entrada em vi- mal do Estado do Paraná (SIP/POA) quem quiser entrar no mercado, tério da Agricultura e a Secretaria e 21 hipermercados e que, em 17
gor das novas regras, tem realizado da Seab, explica que o sistema já se tem de cumprir todo um processo da Agricultura, junto com o Ministé- municípios dos 26 que compõem a
atividades de orientação junto a co- encontra em fase de implantação no de pré-requisitos. E para exportar, rio Público e a Polícia Federal, vão Região Metropolitana de Curitiba,
operativas e associações, informa Estado porque “iniciamos o processo precisa ter registro no SIF (Serviço agir com rigor contra essas frau- existem 169 mil bovinos, 3,3 mil
a coordenadora estadual do Agro- no começo de 2008”, quando foram de Inspeção Federal)”, comenta. E des, que consistem em colocar ex- bubalinos, 133 mil suínos, 11,5
A adesão pode contribuir negócio do Sebrae/PR, Andreia enviadas propostas ao ministro da acrescenta ainda que esse é “um cesso de água no frango, no suíno mil caprinos, 27 mil ovelhas e a
Agricultura, Reinhold Stephanes, e momento fantástico para as peque- e no pescado e adulteração do leite produção diária de leite é de 51 mil
para a abertura de mercados Claudino. O trabalho começou no
noroeste do Estado e a intenção é agendadas auditorias pelo Departa- nas agroindústrias, mesmo porque e do mel”, esclarece. litros, entre outros. A população é
importantes para a pequena expandi-lo para todo o Paraná. De mento de Inspeção de Produtos de é complicado para elas consegui- estimada em 2,4 milhões de pes-
agroindústria acordo com a coordenadora esta- Origem Animal (Dipoa) do Mapa para rem o SIF, devido à burocracia, o Mais em conta soas. “Um serviço de inspeção de
dual, o novo sistema de fiscalização avaliar como estava o serviço de ins- que demora muito tempo.” qualidade, por exemplo, permitirá a
Para Norberto Ortigara, secretário um produtor de Balsa Nova colocar
de produtos alimentícios facilita a
O chefe do SIP/POA da Seab afirma do Abastecimento de Curitiba, cada a produção no mercado de Curitiba,
abertura de novos mercados. A co-
que o Sisbi/POA vai contribuir mui- vez mais aumenta a necessidade o que não pode ser feito hoje, se ele
ordenadora destaca que os proce-
to para se ter um processo mais rá- de se abrir canais de comercializa- tiver apenas o SIM”, defende. S
dimentos de auditoria continuam os
pido no atendimento às empresas. ção especialmente para a pequena
mesmos, ou seja, a necessidade de
“Ocorre que as inspeções munici- agricultura familiar, diante dos em-
garantia da qualidade é um requisi-
pais têm agilidade muito maior para pecilhos para acessar o mercado, Para saber mais detalhes das
to para que agroindústrias possam
atender as empresas e o trâmite é principalmente pela dificuldade de novas regras que afetam a co-
aderir ao novo sistema. “Pensando
mais rápido também.” Isso se dá ter o selo de controle de qualidade. mercialização de produtos ali-
nisso, em 2010, o Sebrae/PR tra-
porque o município solicita a inclu- “Estamos discutindo com os demais mentícios no Paraná, acesse
balhará fortemente com as agroin-
dústrias na implantação das Boas são de seu sistema de inspeção no municípios da região metropolitana www.seab.pr.gov.br. O site da
Práticas de Fabricação – BPF, ponto Sisbi/POA, obtendo, assim, a equi- a possibilidade de se instituir um Secretaria de Estado da Agricul-
de partida para que a qualidade es- valência de inspeção da legislação consórcio para operar o serviço de tura e Abastecimento traz escla-
teja garantida e então seja possível federal, garantindo a segurança ali- inspeção recíproco, ou seja, que recimentos, legislação e docu-
na prática aderir ao Sisbi/Suasa.” mentar e assegurando que o pro- atendesse a todos os municípios, mentos sobre o tema. Acesse
Foto: SEAB/PR
A nova política, explica Andreia Clau- duto está dentro dos padrões para dentro da legislação. Entendemos ainda o site do Ministério da
dino, aliada à garantia da qualidade, o consumo humano. “A partir daí, que isso resultaria em ganho co- Agricultura, Pecuária e Abas-
proporcionará às agroindústrias o estabelecimento que tiver esse letivo, a começar pela redução de tecimento no www.agricultura.
paranaenses a ampliação do raio reconhecimento poderá vender o despesas”, conceitua. gov.br, que contém detalhes do
de comercialização, promovendo a produto no Brasil todo”, comenta Sistema Unificado de Atenção à
Ortigara diz que atualmente é muito
Almeida, ao adiantar que Cianorte, Sanidade Agropecuária.
competitividade desses empreendi- Valter Bianchini, caro para uma pequena empresa
mentos. “O Sebrae/PR elegeu o no noroeste, e Cascavel, no oeste,
secretário de Estado
82 83
Especialização Entrevista
Foto: Divulgação
Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Produtores participam
Feiras e Eventos
de feiras para expor o
produto Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná
Pequenos descobrem
oportunidades
Nichos inexplorados, territorialização, associativismo
Foto: Divulgação
e formação de arranjos produtivos projetam produtos
de micro e pequenas empresas
Por Cleide de Paula
Cachaça Sudoeste
A valorização de recursos e atividades de arranjos produtivos locais. Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP). tabilização. Ao contrário das grandes
locais tem levado os produtos de mi- Pautados pela cultura da eficiência, empresas, os empresários de micro
cro e pequenas empresas paranaen- Das regiões sudoeste e oeste do Pa- comercializam cafés de alta qualida- e pequeno negócios, por estarem em
raná surgem cachaças produzidas
ses a se destacarem em mercados de, produzidos sob o uso intensivo de maior contato com os clientes, têm Mário Ney
de maneira artesanal, com aromas
competitivos. São exemplos de va- novas tecnologias, melhoria da gestão mais agilidade para detectar mudan- Pacagnan,
riados produtos produzidos nas dife- exclusivos e gostinho de cooperação e conquista de certificações. Tanta de- ças e constituir relacionamentos du- professor
rentes regiões do Estado que, com o que estão conquistando apreciadores dicação e planejamento valem a pena, radouros com o mercado”, analisa.
A especialização é um passar do tempo, ganham projeção, no Brasil e no mundo. Para chegar uma saca de 60 quilos de café espe-
à comercialização, a Cachaça do Su- Pacagnan considera que as micro
bom caminho para identidade e, em alguns casos, uma cial chega a valer R$840, enquanto
e pequenas empresas levam
‘marca registrada’. Quem já não ouviu doeste, nome comercial da bebida que uma saca de café comum gira
os empreendedores produzida pela Cooperativa Coachaça, vantagem no atendimento
falar da força do jeans de Cianorte? em torno de R$250. O mercado-alvo
e empresários de percorreu um longo caminho. Exigiu de determinados nichos de
Dos móveis de Arapongas? Dos bonés desses produtores são lojas especia-
esforço e planejamento de 27 produ- mercado. “Se comparadas
pequenos negócios de Apucarana? Da cachaça do oeste
tores, localizados em 18 municípios
lizadas na venda de café em grãos e
às grandes corporações,
e sudoeste do Paraná? Dos cafés do cafeterias do Brasil e exterior.
da região. Trajetória semelhante tra- as pequenas empresas
Norte Pioneiro? Do mel de Santa He-
çou a Cachaça Quaty. Resultado do Para o professor da Universidade Es- são mais eficientes na
lena e Ortigueira? Dos cosméticos de
trabalho de 30 produtores do oeste, tadual de Londrina (UEL) Mário Nei atuação dos nichos em
Curitiba e Região? Da moda bebê de
que transformaram a bebida base da Pacagnan, doutor em Administração razão de fatores como a
Terra Roxa? E do artesanato Ñandeva
caipirinha no principal produto da Co- pela Faculdade de Economia, Admi- capacidade que os em-
da região de fronteira?
operativa Copercachaça. nistração e Contabilidade da Univer- preendimentos têm de
Os exemplos são muitos e listá-los um sidade de São Paulo (FEA/USP), a responderem rapidamen-
84 85
Vantagem competitiva inovação e vocação empreende-
dora, a capacidade de superação
Tendo em vista que a competitivi- e motivação da equipe e o espírito
dade das empresas é fortemente investigativo são essenciais para o
influenciada por fatores externos sucesso dos empreendedores e em-
como infraestrutura, políticas públi- presários”, afirma.
cas, marcos regulatórios, centros Pesquisas de mercado dão uma visão
de educação e dependência de mão- Segundo o doutor em Administra- do todo e abrem espaço para análises
de-obra, a reunião de uma cadeia ção, é possível sim, que um empre-
sário de pequena empresa adapte o mais específicas de tendências e
produtiva em um Arranjo Produtivo
Local (APL), por exemplo, torna-se seu produto ou serviço de maneira a demandas ocultas
uma vantagem competitiva a mais. atender às necessidades exclusivas
Um bom exemplo de empresas que de clientes potenciais. “Uma dica in-
alcançaram sucesso concentradas teressante é observar o que os de-
geograficamente é o município de mais concorrentes têm feito e ofer-
Apucarana, no norte do Paraná. tado aos clientes. Depois disso, os
interessados no segmento, devem
Com uma produção anual de apro- adaptar seus produtos ou serviços
ximadamente 60 milhões de peças com possíveis diferenciais que não Portal do Boné divulga ações do APL de Apucarana
Foto: Divulgação
de bonés, a cidade responde por incorram em elevação exagerada de
mais da metade da produção nacio- preços”, aconselha Pacagnan.
nal do setor. Os empresários da re-
Para os empresários interessados Desenvolvimento
gião especializaram-se tanto no ne-
gócio que estão aptos a atender às em identificar as brechas de mer- sustentável
mais variadas necessidades como cado deixadas pelas grandes em-
O que era uma saída para driblar a as pessoas se tornam mais críticas
na confecção de bonés destinados presas, o professor sugere o uso Eloi Zanetti, dependência da agricultura na dé- em suas compras e mais avessas a
ao uso promocional, à fabricação de algumas técnicas do marketing. profissional de Marketing cada de 1960 fez de Arapongas, falhas, erros e dispendio de esfor-
de peças exclusivas com a marca “As pesquisas de mercado são mui-
norte do Paraná, o segundo maior ço que leve à perda de tempo, filas,
dos clientes, à produção de bonés to interessantes, especialmente as
o empresário subir, mas tem que polo moveleiro do País e o primeiro demoras e atrasos”, avalia o profes-
de marcas próprias, aos bonés de- desenvolvidas pelo Sebrae que dão
ser tratada com atenção constan- do Paraná, um exemplo bem-suce- sor.
senvolvidos e produzidos sob enco- uma visão do todo e abrem espaço
para análises mais específicas de te. Não é algo que dá para se fazer dido de como a especialização e o Para Zanetti, entrar no mundo virtual
menda para grandes grifes da moda um dia e parar. A cultura marque- associativismo trazem resultados
e à confecção de bonés para uso tendências, e demandas ocultas”, é uma boa estratégia de marketing
recomenda Pacagnan. teira tem que entrar dentro da em- e como a marca ganhou projeção. para micro e pequenas empresas
profissional. presa e permear todos os setores, Hoje, a cada 100 móveis fabricados alavancarem seus negócios. “A in-
Na opinião de Pacagnan, o domínio Ferramenta poderosa de forma integrada. Todos têm que no Brasil, 10 são de Arapongas. ternet deve ser utilizada porque abre
de algumas habilidades contribui participar e ajudar. O que é muito fronteiras. É fácil, barato e rápido.
Contudo, apenas uma gestão bem O grande diferencial desses fabri-
para que os empresários sejam bem- comum é que, ao primeiro sucesso, Para as empresas localizadas em
feita não garante o sucesso do ne- cantes é a aposta no desenvolvi-
sucedidos nos nichos escolhidos. “O o empresário para todo o procedi- pequenas cidades, também indico o
gócio. O especialista em Marketing mento que vinha desenvolvendo e mento sustentável. Todas as fa-
desenvolvimento de habilidades em bricantes de móveis do município, uso das rádios locais. Dá um bom
e Comunicação Corporativa, Eloi Za- não evolui, justo na hora em que ele resultado. A participação das ativida-
netti, também escritor e palestran- tem que se empenhar mais”, adver- cerca de 170 empresas, utilizam
madeira certificada e destinam cor- des comunitárias regionais e o apoio
te, nota que muitos empresários de te Zanetti.
micro e pequenos negócios não uti- retamente cerca de 200 toneladas
às atividades e comemorações do A cultura do marketing
município são maneiras poderosas
lizam o marketing adequadamente, Justificar o não uso das técnicas de de resíduos diariamente. Para evitar
da empresa criar uma identidade”, tem que entrar dentro
seja por desconhecimento ou falta marketing porque é complicado e a escassez de matéria-prima, as fa-
oneroso não convence Eloi Zanetti. comenta Zanetti. da empresa e permear
de tempo. “O marketing é uma fer- bricantes mantêm o SIMFLOR, uma
ramenta poderosa. Projeta e faz “Marketing não é algo caro e sofisti- fazenda que cultiva eucalipto nativo, A comunicação com o mercado é todos os setores, de
cado. Tem que apostar na simplici- com objetivo de desenvolver a auto- outra dica do profissional de como forma integrada
dade das coisas. Para os empresá- sustentabilidade da madeira para o utilizar as ferramentas de marketing.
rios de micro e pequenas empresas polo nos próximos anos. “Antes de tudo, o empresário de pe-
é até mais fácil fazer marketing. Eles quena empresa tem que se preocu-
podem começar a pensar em como Questionado sobre a tendência de par em se mostrar para o mercado.
vender o seu produto ou serviço. segmentação de mercado para os Tem que se importar com isso, ter
Para isso, têm que definir bem o pú- próximos anos, Pacagnan compre- essa consciência. A comunicação é
blico que querem atingir. Isso exige ende que o fator tempo será uma fundamental. O uso dos veículos de
tempo, concentração e criatividade. das principais demandas dos con- comunicação é muito importante.
Tenho observado que gerentes e sumidores. “Sem dúvida, algo que Tem que buscar a mídia gratuita.
empresários permanecem tão volta- não podemos ignorar é a fragilida- É importante ser notícia. Se der,
dos para a ação que não têm tempo de do processo de diferenciação. O o empresário com pouco dinheiro
nem energia para pensar nas estra- consumidor é um alvo que se move pode contratar uma assessoria de
tégias de vendas e negócios, mas é muito rapidamente. Os empresários imprensa, o que traz bons resulta-
justamente pelo trabalho da estra- devem analisar a utilidade de forma dos. Uma citação em um meio de
tégia e do pensamento que serão e utilidade de tempo dos produtos comunicação vale muito. Basta ter
julgados”, assinala o escritor. que serão ofertados daqui para uma boa história, um bom produto”,
frente, pois, a cada dia que passa, finaliza Zanetti. S
86 87
Comércio Entrevista
Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Feiras e Eventos
Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná
O poder do varejo
ta do Programa, para empresas do
e funcionários. Segundo o coordena-
comércio varejista de municípios de
dor estadual do Varejo do Sebrae/PR,
menor porte.
Osmar Dalquano, o Programa é um
sucesso porque faz os empresários
Mais competitividade
Parceria do Sistema Fecomércio/PR e do setor a pensar o negócio de forma
efetiva, com visão de mercado, estra-
Sebrae/PR atende mais de 1,5 mil micro tégia e planejamento. “As ações do
Em Francisco Beltrão, sudoeste do
Paraná, a empresária Iraci dos Santos
e pequenas empresas do varejo, em 68 VarejoMAIS preveem ainda missões
técnicas nacionais e internacionais,
Ruaro participa do VarejoMAIS desde
o início de 2008 e até o que julgava
municípios do Estado Por
Por Leandro
Leandro Donatti
Donatti
uma oportunidade para os empresá- sem interesse para o seu ramo de ne-
rios reverem os conceitos aprendidos gócio, descobriu que era importante.
Foto Zanella
durante o Programa.” Iraci tem uma empresa de alimentos
no ramo de panificação e bolos e,
Durante o VarejoMAIS, os lojistas graças ao Programa, participou de
aprendem como melhorar e ampliar treinamentos e recebeu consultorias.
a gestão da carteira de clientes, de- Iraci conta que dentro do VarejoMAIS
finir novos produtos, serviços e pro- resolveu integrar a turma do curso de
cessos, aprimorar a administração da vitrinismo, mesmo achando que não
loja, desenvolver a equipe de trabalho, seria útil para a sua empresa. “A gen-
fidelizar clientes, aumentar o volume te trabalhou com gestão, liderança e
de vendas e a qualidade dos serviços quando foi para o vitrinismo não via
ofertados a consumidores cada vez como utilizar isso na minha empresa.
mais exigentes. Temas como ven- Mas, pelo contrário, aproveitei as in-
das, promoções, visual de loja, mar- formações e o resultado me surpre- Iraci dos Santos Ruaro,
keting, recursos humanos, finanças, endeu”, testemunha. comerciante
88 89
A empresária conta ainda que infor-
matizou a gestão e ganhou em lucra- cursando o segundo módulo do
tividade. “A gente sabia que vendia, Programa, com foco em visual de
mas não sabia quanto e como. Hoje, loja e nós mesmos estamos fazen-
temos tudo controlado, o custo de do algumas alterações nas vitrines,
90 91
Sebrae/PR Entrevista
Tendência
Comportamento
Mercado
Atitude Sebrae Feiras e Eventos
Os empresários de academias, óticas e lojas esporti-
Capacitação
vas das regiões de Curitiba, Londrina e Maringá não Serviço
92 93
High-tech
Regina Martelli, coordenadora de moda do jornalismo
da Rede Globo, falou para um grupo de empresários
do setor de cosméticos, no dia 30 de junho, no auditó-
rio do Sebrae/PR em Curitiba. Na palestra “Compor-
tamento e Atitudes do Novo Consumidor da Indústria
da Beleza”, Regina Martelli deixou um recado para o
setor: os empresários precisam investir em pesquisa,
tecnologia e inovação. A oferta de produtos de beleza
cresce a cada dia e só fideliza o cliente o empresário
de olho nas novidades. Outra dica da especialista: vai-
dade não é mais só prerrogativa feminina. Os homens
também são consumidores. Regina Martelli esteve
Foto: Agência La Imagen
Educação Empreendedora
Pesquisa em vídeo
O Sistema Fecomércio/PR e o Sebrae/PR disponibi- forma de uma entrevista com perguntas e respostas.
94 95
Artigo
Cidadania empresarial
Allan Marcelo de Campos Costa
No último dia 1º de julho, teve início formalizar vale a pena. E é isso que a
uma das mais importantes revoluções Lei do Empreendedor Individual busca
na economia do nosso País com a en- proporcionar. Na sua essência, a Lei
trada em vigor da Lei do Empreende- simplifica enormemente o processo
dor Individual. Muito mais do que uma de formalização da Empresa Indivi-
simples lei que assegura aos empre- dual e prevê o pagamento de tributos
570
zes, lá estão porque não têm alterna- “justiça é tratar os diferentes de ma- Rua Mato Grosso, 1874 A – Bairro Centro – CEP: 87.702-030 Largo São Vicente de Paulo, 1333 – 3º andar – sala 30 e 31 – CEP: 85.900-210
tiva. A formalização, antes do advento neira diferente” em algo efetivo e tan-
Fone: (44) 3423-2865 – Fax: (44) 3423-2794 0800 0800
Fone: (45) 3252-0631 – Fax: (45) 3252-6175
da Lei, trazia uma série de complica- gível. E ao fazê-lo, torna possível para www.sebraepr.com.br
ções e entraves burocráticos e obri- o enorme contingente de empresas
gava o empreendedor ao pagamento informais adquirir o que chamamos
de tributos excessivos e injustos. Em de Cidadania Empresarial. É o direito
outras palavras, representava pratica- de existir! O direito de fazer parte do
mente uma sentença de morte para mundo real, com dignidade e oportuni-
Allan Marcelo
qualquer microempresa nascente e dade para crescer e se consolidar. de Campos Costa
carente de oportunidades para se de- é diretor-superintendente do Sebrae/PR.
Por isso, entendemos o advento da Mestre em Gestão Empresarial pela Funda-
senvolver. Em suma, a única alternati-
Lei como uma revolução. Não ape- ção Getúlio Vargas e Mestre pela Univer-
va para sobreviver quase sempre era sidade de Lancaster, Inglaterra, tem MBA
nas econômica, mas principalmente,
permanecer na informalidade. em Gestão de Negócios pelo IBMEC Busi-
de cidadania. É a micro e a pequena ness School, é pós-graduado em Desenvol-
Como em quase tudo na vida, tudo empresa ampliando sua importância vimento Gerencial pela FAE/CDE e cursou
o Programa de Desenvolvimento de Diri-
gira em torno de uma simples equa- e consolidando o seu papel de mola gentes Empresariais do INSEAD, França.
ção de custo x benefício. O princi- propulsora do desenvolvimento do Coautor do livro “Electronic Business in De-
pal combustível para o processo de País, ocupando o espaço que é seu veloping Countries”, possui artigos publica-
dos no Brasil e no exterior, em países como
formalização é a percepção, por por direito. Essa é, sem dúvida, uma Chile, África do Sul, Reino Unido, Holanda,
parte do empreendedor, de que se grande conquista! S Hungria e Eslovênia.
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