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SUMÁRIO
SUMÁRIO.................................................................................................................................. 1
Capítulo - I.................................................................................................................................. 4
1. 1 – Objetivos do Capítulo......................................................................................................4
1. 2 - Introdução ........................................................................................................................5
1. 3 - Comportamento Mecânico dos Materiais Sólidos até a Ruptura .....................................7
1.3.2 – Determinação do Módulo Elástico e da Flexibilidade de um Material ...................9
1.3.3 - A Energia Elástica Armazenada em um Sólido .....................................................10
1.3.4 - Comportamento Elástico ........................................................................................11
1.3.5 - Comportamento Plástico ........................................................................................11
1.3.6 - Tensão de fluência ou escoamento.........................................................................12
1.3.7 - Tensão de ruptura ...................................................................................................13
1. 4 – Propriedades Mecânicas dos Materiais..........................................................................14
1.4.1 - Tensão ...................................................................................................................14
1.4.2 - Deformação ............................................................................................................15
1.4.3 - Módulo de Elasticidade de Young (E) ...................................................................16
1.4.4 - Maleabilidade e Ductilidade...................................................................................17
1.4.5 - Diagramas Tensão-Deformação .............................................................................18
1.4.6 - Limite de Resistência à Tração ..............................................................................19
1.4.7 - Dureza ...................................................................................................................20
1.4.8 - Tenacidade .............................................................................................................22
1.4.9 - Fluência ..................................................................................................................23
1.4.10 - Resistência à Fluência ..........................................................................................25
1.4.11 - Fadiga ...................................................................................................................26
Capítulo - II .............................................................................................................................. 29
2. 1 - Introdução ......................................................................................................................29
2. 2 - Análise do Estado das Tensões ......................................................................................30
2.2.1 – Tração e Vetores de Acoplamento das Tensões ....................................................32
2.2.2 – Componentes das Tensões.....................................................................................33
2.2.3 – Tensão em um Ponto .............................................................................................35
2.2.4 – Tensões sobre um Plano Normal ...........................................................................38
2.2.5 – Representação Dyádica das Tensões .....................................................................40
2. 3 - Equações de Equilíbrio...................................................................................................41
1
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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2.3.1 – Princípios Físicos e Matemáticos ..........................................................................41
2.3.2 – Momento Linear ....................................................................................................43
2.3.2 – Momento Angular..................................................................................................44
2. 4 - Tensões Principais..........................................................................................................47
2. 5 – Análise do Movimento de uma Deformação Elástica dos Corpos u .....................49
2.5.1 - Definição do vetor deslocamento u ......................................................................49
2.5.2 - Análise das Deformações .......................................................................................51
2.5.3 – A Definição Tensor das Deformações...................................................................54
2.5.4 - A Definição do Tensor Gradiente de Deformação.................................................55
2.5.5 – Equações de Compatibilidade ...............................................................................56
Capítulo - III ............................................................................................................................. 57
3. 1 - Objetivos do Capítulo ....................................................................................................57
3. 2 - Introdução ......................................................................................................................58
3. 3 – Introdução a Elasticidade Linear .............................................................................59
3. 4 - Fundamentos da Teoria da Elasticidade Linear .......................................................60
3.4.1 – Densidade de Energia de Deformação...................................................................60
3.4.2 – Materiais Elásticos Lineares ..................................................................................61
3. 5 - Teoria Elastodinâmica Linear ........................................................................................64
3.4.2 – Equação Constitutiva o Fluxo de Deformações em um Material Sólido Elástico-
Linear ...................................................................................................................64
3.4.3 – A Lei de Hooke Generalizada para Sólidos Elásticos Lineares ............................66
3.4.4 – Equação Constitutiva o Fluxo de Deformações em um Material Sólido Elástico-
Linear ...................................................................................................................69
3.4.5 - A Visão do Contínuo para a Lei de Hooke ............................................................70
3.4.6 – - Densidade de Energia de Deformação na Elasticidade .......................................73
3.4.7 - Equações de compatibilidade .................................................................................74
3.4.8 – Equação Constitutiva dos Materiais Elásticos Lineares ........................................74
3.4.9 -– Complementaridade da Densidade da Energia de Deformação ...........................75
3.4.10 – Equação do Potencial Vetorial Generalizado para a Deformação Elástica .........77
3.4.11 - Equação Constitutiva para o Fluxo do Potencial Vetorial das Taxas de Deformações
nos Fluidos ...................................................................................................................77
3.4.12 – Equação do Potencial Vetorial Generalizado para a Massa Fluida .....................79
3.4.13 – A Equação de Movimento Elastodinâmico Linear..............................................80
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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3.4.14 – Problemas de Valor de Contorno ........................................................................83
3. 6 – ...................................................................................................................84
3.7 – O Campo de Tensão Elástico Linear ..............................................................................85
3.6.1 – Equações Básicas da Elasticidade para o Corpo Homogêneo e Isotrópico...........85
3.6.2 – Equilíbrio de um corpo elástico sob uma força de corpo ......................................90
3.8 – Problemas Planos da Teoria da Elasticidade ..................................................................91
3.7.1 – Problemas Bidimensionais na Elasticidade ...........................................................91
3.7.2 - Equações de Equilíbrio e Compatibilidade para os Problemas Planos ..................92
3.7.3 – Estado Plano de Tensão ou Deformação ...............................................................93
3.7.4 – Função de Tensão de Airy para Problemas Bi-Dimensionais ...............................95
3.7.5 - Problema de Deformação Plana: ..........................................................................100
3.7.6 - Problema de Tensão Plana ...................................................................................107
3.7.7 - Funções de Airy em Coordenadas Cartesianas ....................................................108
3.7.8 - Equação Bi-harmônica .........................................................................................111
3.7.9 - Condições de Contorno ........................................................................................112
3.7.10 - Funções de Airy Coordenadas Polares...............................................................112
3.7.11 - O Laplaciano e a Equação Bi-Harmônica em termos das Variáveis Complexas115
3.7.12 - Equação de Laplace em termos de Variáveis Complexas..................................117
3.7.13 - Representação de Funções Bi-Harmônicas de Airy-Westergard por Funções
Analíticas de uma Variável Complexa ............................................................................119
3.7.14 - As Funções de Airy-Westergard em termos de uma Variável Complexa..........121
3.7.15 - Funções de Airy-Westergard para a Equação Bi-harmônica da MEL ...............123
3.7.16 – Forma Complexa da Função Harmônica de Tensão..........................................125
3.7.17 – Funções de Tensão em termos de Funções Harmônicas Complexas ................127
3.7.18 – Deslocamento Correspondente a uma dada Função de Tensão.........................129
3.7.19 - Equações de Kosolov .........................................................................................132
3. 9 - Referências Bibliográficas .....................................................................................135
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Capítulo - I
RESUMO
1. 1 – Objetivos do Capítulo
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Vamos agora estudar as propriedades dos materiais sob o ponto de vista básico do
princípio de Causa e Efeito ou Estímulo e Resposta dado pelos sistemas físicos em estudo.
Pode-se dizer que a física que estuda as propriedades fenomenológicas dos materiais está
baseada neste princípio junto com as relações da álgebra e geometria dos corpos em estudo.
Tabela - I. 1.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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O estudo experimental das propriedades mecânicas dos materiais sólidos é feito
utilizando-se basicamente o chamado princípio de “causa” e “efeito“ ou “estímulo” e
“resposta”. Este princípio se baseia no fato de que as propriedades dos materiais podem ser
inferidas da função de transferência que associa a causa ao seu efeito.
A causa utilizada no estudo das propriedades mecânicas é a aplicação de uma
força externa F sobre o corpo de prova, conforme mostra a figura abaixo:
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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E , (1. 2)
onde = F/A é a tensão aplicada e A é a área da secção transversal do corpo sob ação da força
F. E é o módulo elástico do material. O alongamento percentual ou deformação é dada por:
= l/l, conforme mostra a Figura - 1. 3.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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A partir da relação (1. 2), percebe-se que um material frágil ideal apresenta
módulo elástico constante até a ruptura, enquanto que o dúctil não. Isto significa que, a
separação entre os planos cristalinos do material frágil ideal se dá continuamente, sem que
ocorra quase nenhum acúmulo de defeitos na forma de discordâncias (Figura - 1. 3).
Os dúcteis, por outro lado, são aqueles que após o limite elástico apresentam
deformações plásticas por meio de discordâncias na rede cristalina, acumulando defeitos e se
rompendo após o encruamento (processo irreversível, Figura - 1. 2). De acordo com a teoria
do encruamento (hardening) a relação entre a tensão, , e a deformação, , é dada por:
m
ref ,
(1. 3)
ref
onde:
ref é a tensão inical e ref é a deformação inicial e m, é um expoente fracionário.
Observe que a relação (1. 3), mostra o termo em potência, que pode ser
relacionada a uma auto-similaridade com a escala da deformação, ref, que afeta o aspecto
microestrutural da superfície de fratura. Será mostrado, no modelamento fractal da superfície
de fratura no Capítulo – IV, que este fato está relacionado com a rugosidade desta superfície,
devido a auto-similaridade fractal onde o expoente de encruamento, m, estará relacionado
com a dimensão fractal, D, da mesma. Porque o material encrua antes de abrir uma trinca
rugosa.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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A partir da relação (1. 3), percebe-se que no caso do material dúctil, tanto a tensão
de fratura, f, como o módulo elástico, E, passa a depender da presença, ou não, deste
acúmulo de defeitos microscópicos.
S3 X
E , (1. 4)
4w3e u
onde
S é a separação dos cilindros de apoio, w é a largura do corpo de prova, e é a sua espessura, X
é a carga aplicada e u é a sua deflexão do ponto de aplicação da força na direção vertical.
Figura - 1. 4. Montagem experimental do ensaio de flexão a três pontos com entalhe plano.
Até o limite de ruptura, o valor do módulo elástico do material pode ser calculado
pela equação (1. 4), conforme mostra na Figura - 1. 2. Caso ocorra um crescimento de trinca
acima deste limite máximo de carga tolerável pelo material, o valor da equação (1. 4) passa a
representar a flexibilidade do material ao invés do seu módulo elástico.
Para materiais frágeis, ou até mesmo dúcteis, a relação (1. 2) é muito útil, porque
ela constitui a base da mecânica da fratura elástica linear, conforme será visto a seguir.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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1.3.3 - A Energia Elástica Armazenada em um Sólido
u ( ) ( )d . (1. 5)
o
E 2
u ( ) Ed , (1. 6)
o
2 0
2
u ( ) . (1. 7)
2E
Considerando o corpo totalmente distendido até o limite máximo de sua
resistência mecânica, tem-se que a tensão máxima de alongamento corresponde a tensão de
fratura do material, f. Logo, para o caso da fratura elástica linear (material frágil ideal), de
acordo com a lei de Hooke dado em (1. 2), tem-se:
f E max , (1. 8)
onde, f, é o módulo de ruptura ou a tensão de fratura do material, E é o seu módulo elástico,
máx é o alongamento máxima do corpo em relação ao seu comprimento inicial. De acordo
com a Figura - 1. 2, para os materiais frágeis, a integral é obtida susbtituindo-se (1. 8) em (1.
7) obtendo-se a energia de deformação elástica total por unidade de volume que pode ser
armazenada no corpo antes que ele se rompa, fornecendo
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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f2
uf . (1. 9)
2E
Para um corpo de volume, Vc, tem-se que:
dU
u , (1. 10)
dV
Logo, substituindo-se (1. 9) em (1. 10) tem-se:
f2
Uf Vc . (1. 11)
2E
Esta é a quantidade máxima de energia por unidade de volume que um corpo pode
armazenar, desde que se considere que este é formado por um material idealmente frágil,
como uma cerâmica, por exemplo.
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12
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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1.3.7 - Tensão de ruptura
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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1.4.1 - Tensão
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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em termos de valores finitos. Então, a tensão é calculada dividindo a forca pela área na qual
ela está agindo.
1.4.2 - Deformação
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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geralmente expresso como módulo de elasticidade específico, no qual E está relacionado à
densidade relativa do material:
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Figura - 1. 9.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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resistentes e menos dúcteis do que os mesmos materiais que estão nas condições normais de
dureza. Isto é indicado na curva tensão/deformação da Fig. 5 (ii).
1.4.7 - Dureza
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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dureza superficial de qualquer substância pode ser vinculada à Escala de Mohr, determinando-
se quais as substâncias padrão desta escala que riscam a referida substância.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Figura - 1. 12. Componentes da maioria das máquinas de dureza. A bilha pode ser uma esfera de
aço como indicado na figura, ou então uma pirâmide de diamante ou um cone de diamante
1.4.8 - Tenacidade
Figura - 1. 13. Diagramas tensão/deformação para (i) uma liga tratada para aumentar a resistência,
(ii) a mesma liga na condição dúctil ou de pouca dureza. A energia, indicada pela área sob a curva, necessária
para fraturar o corpo de prova, é maior no caso do material menos resistente e mais dúctil.
Figura - 1. 14. Componentes das máquinas de ensaio de impacto. A energia necessária para
fraturar a atmosfera é medida na escala, em joules.
1.4.9 - Fluência
A fluência pode ser definida como sendo uma deformação contínua, com a
passagem do tempo, em materiais sujeitos a uma tensão constante. Esta deformação é plástica
e ocorre mesmo que a tensão atuante esteja abaixo do limite de escoamento do material. A
temperaturas abaixo de 0,4 T (onde T é a temperatura absoluta de fusão do material (escala
Kelvin)) a taxa de fluência á altamente importante. Por esta razão a fluência é muito pequena
mas a temperaturas maiores que esta, a fluência é altamente importante. Por esta razão a
fluência é comumente vista como sendo um fenômeno de elevadas temperaturas, associado a
plantas de vapor e tecnologia de turbinas de gás.
No entanto, para alguns dos metais e ligas mais macios e com baixo ponto de
fusão, a fluência ocorrerá de forma significativa a temperaturas ambientes. Antigos telhados
de chumbo fluindo ao longo dos séculos, devido ao seu próprio peso, adquiram uma diferença
de espessura mensurável entre a cumeeira, mais fina, e os beirais, mais grossos.
Quando um material metálico é tensionado de forma adequada, origina-se de
imediato uma deformação elástica (Fig. 10), que é seguida por uma deformação plástica que
ocorre em três estágios:
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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(i) Fluência primária, ou transiente, OP, iniciando-se com uma velocidade rápida que diminui
com o tempo, à medida que o encruamento prossegue.
(iii) Fluência terciária, SX, na qual a velocidade de deformação aumenta rapidamente, até que
a fratura ocorra em X. Este estágio coincide com o empescoçamento da peça.
A fluência em materiais poliméricos abaixo da temperatura de transição vítrea
segue, de forma grosseira, a mesma configuração dos metais. A relação que existe entre
tensão, temperatura e a resultante taxa de fluência está mostrada na figura 11. A baixas
tensões e/ou baixas temperaturas pode ocorrer alguma fluência primária, mas essa cai a um
valor desprezível no estágio secundário e presume-se que é devido ao encruamento do
material. Com o aumento das tensões e/ou temperaturas (curvas B e C) a taxa de fluência
secundária também aumenta levando à fluência secundária também aumenta levando à
fluência terciária e inevitavelmente à fratura.
Figura - 1. 15. Curva típica de fluência mostrando os três estágios de fluência durante um ensaio à
alta temperatura e durante longo tempo.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Figura - 1. 16. Variação das velocidades de fluência com a tensão e com a temperatura. Na curva
A o estágio final de fluência torna-se desprezível, provavelmente devido ao encruamento. Na curva C a
velocidade de fluência secundária é mais elevada que na curva B, devido à utilização de uma tensão mais
elevada e/ou elevada temperatura.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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precipitação, sendo essencial que à temperatura de serviço tais partículas permaneçam
finamente dispersas e não coalesçam. Os precipitados finamente dispersos formam barreiras
dispersivas ao movimento de discordâncias.
(iii) Tratamento de liga para garantir grãos grandes quando for possível, já que isto reduz a
superfície total de contornos de grão por unidade de volume do material, e, desse modo,
reduzindo a formação de vazios, o que auxilia bastante o movimento de discordâncias.
1.4.11 - Fadiga
Figura - 1. 17. O deslizamento localizado que dá origem a extrusões e intrusões que podem iniciar
as trincas de fadiga.
Figura - 1. 18. Os estágios de falha de fadiga. Uma fratura por fadiga é geralmente fácil de
identificar, já que a região de crescimento da trinca surge polida devido ao esfregamento das superfícies de
fratura, uma contra a outra, a medida que a tensão se alterna. A fratura final é cristalina.
Questionário
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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7 - Em automóveis por que se usa alta tenacidade. Qual você escolheria para do
automóvel : tensão de fluência e de escoamento.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Capítulo - II
RESUMO
2. 1 - Introdução
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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2. 3 – Vetores e Tensores
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Fn dFn
f lim ; (vetor ) (a)
Vn 0 V dVn
n
Fn dFn
Tn lim ; (tensor ) (b) , (2. 1)
An 0 A dAn
n
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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M n dM n
Cn lim ; (tensor ) (c) ,
An 0 A dAn
n
enquanto a tração Tn representa a intensidade das tensões em um ponto para uma orientação
particular de elemento de área especificada por n̂ . Uma descrição completa no ponto requer
que o estado das tensões seja conhecido para todas as direções, tal que Tn ele mesmo é
necessário, mas não suficiente, para esta proposta.
mostrado na Figura – 2.2 correspondente a cada eixo coordenado existe um vetor unitário eˆi .
Mostrado na figura são as trações Ti que atuam sobre cada face i, com o subscrito escolhido
correspondente a face normal êi. Novamente enfatiza-se que, em geral, Ti não é paralelo a eˆi ,
o qual é perpendicular a face do paralelepípedo.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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ij , onde i é a direção do vetor normal o elemento de área e j é a direção da componente do
vetor tensão.
Cada tração pode ser escrita em termos das componentes cartesianas na forma:
f f1eˆ1 f 2eˆ2 f 3eˆ3 fi eˆi , (2. 2)
Na notação de somatória de Einstein (convenção de soma), ou
ê1
f f1 f 2 f 3 ê2 f i êi
(2. 3)
31 ê 11
3
13
Mas
Ti ij ê j (2. 4)
a qual expandindo explicitamente em três equações fornece:
T1 11ê1 12 ê2 13ê3 1 j ê j (2. 5)
T2 21ê1 22 ê2 23ê3 2 j ê j (2. 6)
T3 31ê1 32 ê2 33ê3 3 j ê j (2. 7)
ou ainda
11 12 13 ê1 T1
T 21 22 23 ê2 T2 ij ê j (2. 8)
32 33 ê3 T3
31
31 13 33
ou
T ê j ij ê j (2. 9)
Os coeficientes 11, 12, ...., 33, são conhecidos como componentes das tensões
ou simplesmente como tensões, enquanto que toda a matriz forma o tensor das tensões quando
a regra de transformação apropriada é verificada. O subscrito e a convenção dos sinais para as
componentes das tensões ij são como segue:
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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1) O primeiro subscrito i refere-se à normal eˆi , a qual denota a face sobre a qual
Ti atua.
cada um dos três planos eˆi as quais pela equação (2. 5) a (2. 7), é equivalente a especificar as
nove componentes das tensões ij . Então, se a tração Tn atua sobre qualquer elemento
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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O tetraedro diferencial na Figura - 2. 3 mostra a tração Tn atuando sobre o plano
identificado por n̂ , ao longo com trações sobre as faces indicadas por êi e a força interna f
por unidade de volume. A força sobre a face inclinada é Tn dAn enquanto a força sobre cada
uma das outras faces é Ti dAi , i 1, 2,3 , desde que elas têm normais unitárias nas direções
negativas êi.
As áreas dos planos estão relacionadas por (2. 8), onde
dAi dAi
dAn (2. 11)
nˆ.eˆi ni
onde
1
Tn dAn T1dA1 T2 dA2 T 3dA3 f ( hdAn ) 0 (2. 13)
3
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Onde h é a altura do tetraedro. Usando as equações (2. 10) a (2. 12), a equação (2. 13) torna-
se:
h
(Tn dAn Ti ni f )dAn 0 (2. 14)
3
Logo, resolvendo Tn em componentes cartesianas Ti êi e tomando o limite quando h 0 a
Ti ji n j (2. 17)
Reciprocamente, se as componentes Ti são conhecidas, a magnitude de Tn pode ser avaliada
como:
Tn Tn (TiTi )1 / 2 (2. 18)
desde que Tn representa uma componente da tração que atua sobre um plano arbitrário como
das tensões são conhecidas em um sistema de coordenadas, dito o sistema xi, elas podem ser
avaliadas por outro sistema de coordenadas, dito o sistema xi’, pela lei de transformação para
os tensores de segunda ordem.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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É algumas vezes útil resolver Tn em componentes que são normais e tangenciais
ao elemento diferencial de superfície dAn, conforme mostrado na Figura - 2. 4.
Ti .êi .nˆ (2. 22)
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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nn ij n j ni (2. 24)
a componente tangencial é:
ns s Tn sˆ (2. 25)
Ti .êi .sˆ (2. 26)
ns ji n j si (2. 28)
onde
nn nk (2. 32)
ji n j ni nk (2. 33)
onde k = 1, 2, 3.
a partir da equação (2. 24) para ns, a simples adição dá
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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2.2.5 – Representação Dyádica das Tensões
Conceitualmente, pode ser útil ver o tensor das tensões como uma grandeza tipo
vetorial tendo uma magnitude e direções associadas, especificadas por vetores unitários. O
dyádico, atribuído ao matemático J. Willard Gibbs, é uma tal representação. Nós escrevemos
o tensor das tensões ou dyádico das tensões como:
Tn .nˆ (2. 39)
Tn .sˆ (2. 42)
40
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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2. 5 - Equações de Equilíbrio
O estado das tensões em um ponto em qualquer direção tem sido mostrado ser
completamente determinado pelas componentes do tensor cartesiano das tensões ij.
Naturalmente, as tensões variam dentro do corpo. As equações que governam a distribuição
das tensões são conhecidas como as equações de equilíbrio e são derivadas a partir da
aplicação dos princípios fundamentais da física do momento angular e do momento linear à
região mostrada como na Figura - 2. 5 com a área superficial A e o volume V.
41
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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..
no qual é a densidade de massa; u é o vetor deslocamento, e o símbolo ( ) significa a
derivada em relação ao tempo duas vezes.
As equações precedentes podem ser escritas na forma de componentes
reconhecendo-se que:
f f i .êi (a) (2. 45)
e
T Ti êi (2. 46)
logo
ij
Fext dV (2. 51)
V
x j
Logo substituindo (2. 49) e (2. 51) em (2. 52) temos:
ij
V x j fint dV V rdV (2. 52)
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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2.3.2 – Momento Linear
Para problemas estáticos, o r.h.s. das equações (2. 44) são zero. Substituindo-se as
equações (2. 53),(2. 46) e (2. 45) em (2. 44) nós temos que as equações estáticas do momento
linear são:
f .dV [T ].nˆ dA 0 (2. 53)
V A
ou equivalentemente
f i .dV ji n j dA êi 0 (2. 55)
V A
Supondo que as componentes ij das tensões são funções contínuas de classe C1 e
possuem derivadas contínuas, pode-se usar o teorema da divergência para transformar a
integral de superfície em uma integral de volume. Portanto,
ji
( fi x j
)dV 0 (2. 60)
V
43
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Como todo elemento de V em equilíbrio, a região de integração é arbitrária, valendo para
qualquer volume V, a equação (2. 60) é satisfeita se o integrado desaparece. Portanto,
ji
fi 0 (2. 61)
x j
Esta é a condição de equilíbrio para o momento linear, a qual representa as três equações de
equilíbrio em termos das nove componentes desconhecidas da tensão ij.
onde
r x1ê1 x2 ê2 x3ê3 (2. 64)
a forma escalar de (2. 63) é:
onde
xl ( ijk x j lk )dV ijk x j lk nl dA 0 (2. 67)
V A
44
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
x j lk
ijk ( xl lk x j xl
)dV ijk x j f k dV 0 (2. 68)
V V
lk x j
ijk [ x j ( xl
f k ) lk
xl
]dV 0 (2. 69)
V
x j 1 se j l
ijk lk xl
dV ijk lk jl dV 0; jl
0 se j l
(2. 70)
V V
lk
ijk [x j (
xl
f k ) lk jl ]dV 0
(2. 71)
V
0
32 23 (2. 77)
45
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
31 13 (2. 78)
21 12 (2. 79)
ou ainda de forma geral
ij ji (2. 80)
a qual é uma condição da simetria do tensor das tensões e que, além disso, implica que ij tem
seis componentes independentes, em vez de nove componentes. A equação (2. 80) é muito
importante em todo o campo da mecânica dos sólidos.
Nós podemos reescrever a equação (2. 17) como:
Ti ij n j (2. 81)
e a equação (2. 61) como:
ij
fi 0 (2. 82)
x j
A qual é agora uma série de três equações e seis incógnitas. Desde que elas são usadas
repetidamente, esta é útil escrever as últimas equações na forma explícita:
11 12 13
f1 0 (a) (2. 83)
x1 x2 x3
21 22 23
f2 0 (b) (2. 84)
x1 x2 x3
31 32 33
f3 0 (c) (2. 85)
x1 x2 x3
a qual representa um sistema que é ainda estaticamente indeterminado.
46
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2. 6 - Tensões Principais
Em todo ponto em um corpo existe um plano, chamado de plano principal, tal que
o vetor tensão se estende ao longo da normal n a este plano. Isto é,
( ji ij )n j 0 (2. 87)
A qual é uma série de três equações homogêneas para a direção dos cossenos ni que definem a
direção principal. Desde que nini = 1, então para evitar a solução trivial (0, 0, 0) devemos ter:
11 12 13
22 23 0
21 (2. 89)
31 32 33
Esta é uma equação cúbica em que pode ser escrita como:
I1 ii (2. 91)
1
I 2 ( ii jj ij ij ) (2. 92)
2
1
I 3 ijk pqr ip jq kr (2. 93)
6
47
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Em uma forma extendida temos:
I1 11 22 33 (2. 94)
2 2 2
I 2 ( 11 22 22 33 33 11 ) 12 23 31 (2. 95)
11 12 13
I 3 21 22 23 (2. 96)
31 32 33
Devido à simetria do tensor das tensões existem três raízes reais (1, 2, 3),
referente as tensões principais da equação (2. 89). Associado a cada tensão principal existe
uma direção principal satisfazendo a equação (2. 87) e nini =1. As três direções principais e os
planos associados são mutuamente ortogonais. Pode ser mostrado que as tensões principais
correspondem ao valor máximo, intermediário e mínimo das tensões normais em um ponto
(circulo de Mohr). Contudo, a máxima tensão de cisalhamento neste ponto é igual a metade da
diferença entre as tensões principais máxima e mínima que atua sobre o plano, fazendo um
ângulo de 45o graus com a direção das tensões. Um conhecimento das tensões principais é
importante porque elas formam a base da teoria das falhas dos materiais.
48
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2.5.1 - Definição do vetor deslocamento u
Figura - 2. 6. Vetor deslocamento u provocado por uma deformação elástica.
50
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2.5.2 - Análise das Deformações
u r r ' ( x1 ' x1 )ê1 ( x2 ' x2 )ê2 ( x3 ' x3 )ê3 (2. 106)
onde
u1 l1 u 2 l 2 u3 l3
; ; deformações normais ou de tração (2. 107)
x1 l1 x2 l 2 x3 l3
u1 l1 u 2 l 2 u1 l1
; ;
x2 l 2 x1 l1 x3 l3
defor. tangenciais ou de cisalhamento (2. 108)
u3 l3 u 2 l 2 u3 l3
; ;
x1 l1 x3 l3 x 2 l 2
Chamando de:
51
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
li
ij , (2. 109)
lj
podemos escrever:
ui ij x j . (2. 110)
Para uma deformação qualquer temos:
ui
ij , (2. 111)
x j
Para o caso de i j temos duas situações:
l1 l2
l2 l1 , (2. 112)
12 21
e
( 21 12 )
12 , (2. 114)
2
e para o caso de rotação pura temos:
l1 l
2
l2 l1 , (2. 115)
12 21
e
12 12 21 12
, (2. 116)
0 21 12
2
logo
( 21 12 )
12 0 , (2. 117)
2
Para que uma rotação pura não seja incluida no cálculo das deformações,
conforme é mostrado no exemplo da Figura - 2. 8 acima, devemos construir um tensor de
deformações simétrico onde ij = ji, logo de uma forma geral devos ter:
1 u j ui
ij ( ) , (2. 118)
2 xi x j
Observe que esta construção também inclui as deformações normais, sendo portanto uma
definição absolutamente geral.
53
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2.5.3 – A Definição Tensor das Deformações
u1 11 x1 12 x2 13 x3 , (2. 119)
u 2 21 x1 22 x2 23 x3 , (2. 120)
u3 31 x1 32 x2 33 x3 , (2. 121)
Escrevendo sob a forma de matriz nós temos que o tensor das deformações é dado por:
u1 11 12 13 x1
u 2 21 22 23 x2 , (2. 122)
u 33 x3
3 31 32
Escolhendo a origem onde o vetor u = (u1, u2, u3) é nulo, o tensor ij dá a relaçào
entre dois vetores; o vetor coordenada r = (x1, x2, x3) e o vetor deslocamento u = (u1, u2, u3).
54
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2.5.4 - A Definição do Tensor Gradiente de Deformação
1
E u u ou E 1 u j ,i ui , j (2. 123)
2 2
e
1
W u u ou W 1 u j ,i ui , j (2. 124)
2 2
onde
u E W (2. 125)
O u é definido como:
u u u u
u (2. 126)
xi x y z
Observe que se o tensor das deformações é simétrico o tensor das torções é nulo,
ou seja, se
u u (2. 127)
logo
1
ij
2
u T u (2. 129)
55
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2.5.5 – Equações de Compatibilidade
56
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Capítulo - III
RESUMO
3. 1 - Objetivos do Capítulo
57
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3. 2 - Introdução
58
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Figura - 3. 1. Estudo de causa (força) e efeito (deformação) aplicado sobre um sólido contínuo.
59
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
60
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3.4.2 – Materiais Elásticos Lineares
F l, (3. 1)
Esta relação é conhecida como Lei de Hooke. A elongação l da barra dependerá
também de seu comprimento. Nós podemos representar isto com o seguinte argumento.
61
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Se cementarmos dois blocos um ao outro, extremidade a extremidade, as mesmas
forças atuarão em cada bloco, cada um distenderá l. Então a elongação de um bloco de
comprimento, 2l, será duas vezes maior do que o de um bloco de mesma secção transversal,
mas com comprimento, l. De forma a obter um número mais característico do material, e
menos de qualquer forma particular, nós escolhemos tratar com a razão l/l da extensão do
comprimento original. Esta razão é proporcional à força mas independente de l.
F l/l, (3. 2)
Se expressarmos a dependência de F(l) em série de Taylor teremos:
F ~ Al/l , (3. 6)
Para obter a lei na qual o coeficiente de proporcionalidade é independente das
dimensões do corpo, nós escrevemos a Lei de Hooke para um bloco retangular na forma:
F = YAl/l , (3. 7)
Como conseqüência direta da lei de Hooke nós temos que a densidade volumétrica de forças,
f, é uma constante, independente da deformação, l, dada por:
= Y , (3. 11)
Existe uma outra parte da Lei de Hooke ...
63
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Figura - 3. 3
64
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
du
du dr . (3. 16)
dr
e a velocidade é:
dx dX du
v (3. 17)
dt dt dt
E a aceleração é então:
d 2 x d 2 X d 2u
a 2 2 2 (3. 18)
dt dt dt
E o estiramento é dado por:
dx
F I u (3. 19)
dX
Definindo a deformação E e a torção W , como sendo:
1
E u u ou E 1 u j ,i ui , j (3. 20)
2 2
e
1
W u u ou W 1 u j ,i ui , j (3. 21)
2 2
onde
u E W (3. 22)
O u é definido como:
u u u u
u (3. 23)
xi x y z
Observe que se o tensor das deformações é simétrico o tensor das torções é nulo,
ou seja, se
u u (3. 24)
logo
65
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1
ij
2
u T u (3. 26)
yz G yz , (3. 30)
e
zx G zx , (3. 31)
e
yz G yz , (3. 32)
logo
ij G kl , (3. 33)
e o módulo de Poisson para i j ,como
66
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
ii
vij , (3. 34)
jj
As equações de tensões podem ser escritas em termos do módulo elástico, E,
como:
xx E vE vE 0 0 0 xx
yy vE E vE 0 0 0 yy
vE vE E 0 0 0
zz zz , (3. 38)
yz 0 0 0 G 0 0 yz
zx 0 0 0 0 G 0 zx
0 0 0 0 0 G xy
xy
De uma forma geral, isto é, para um material isotrópico as equações de tensão
podem escritas como:
v
ij 2 ( ij ij kk ) , (3. 40)
1 2v
onde G : é o módulo de cisalhamento
As equações de deformação podem ser escritas em termos do módulo elástico, E,
como:
1
xx [ xx v( yy zz )] , (3. 41)
E
e
67
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1
yy [ yy v( xx zz )] , (3. 42)
E
e
1
zz [ zzx v( xx zz )] , (3. 43)
E
Sabendo que:
1 v v
E 0 0 0
E E
v 1 v
0 xx
xx 0 0
E E E
yy
yy v v 1
zz E 0 0 0
E E zz
, (3. 46)
yz 0 0 0
1
0 0 yz
zx G zx
1
xy 0 0 0 0 0 xy
G
1
0 0 0 0 0
G
De uma forma geral, isto é, para um material isotrópico as equações de tensão
podem escritas como:
1 v
ij ( ij ij kk ) , (3. 47)
2 1 v
Onde G : é o módulo de cisalhamento
68
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3.4.4 – Equação Constitutiva o Fluxo de Deformações em um Material Sólido
Elástico-Linear
Mais uma vez usando as mesmas considerações de Gibbs para os fluxos derivados
de potenciais os quais podem ser geralmente expressos em temos de gradiente de grandezas
escalares ou vetoriais, no calo da teoria da elasticidade temos a lei de Hooke generalizada a
qual é dada por:
J Uo ε kk I 2 γ ij . (3. 48)
como o tensor deformação é dado por (3. 20) e (3. 26):
1
E u u. (3. 49)
2
Logo (3. 48) torna-se:
J Uo .u u u . (3. 50)
ou finalmente na notação tensorial temos:
J Uo tr E 2 E . (3. 51)
Observe que as notações (3. 20) e (3. 26), assim como as notações (3. 40), (3. 48), (3. 50) e (3.
51) são todas equivalentes.
A equação de fluxo (3. 48) ou (3. 50) também pode ser escrita em termos da
equação geral Erro! Fonte de referência não encontrada. proposta por Gibbs usando-se a
seguinte relação:
E
. (3. 52)
2(1 v)
e obtendo-se
1
JUo .uI u u (3. 53)
2(1 v)
1
como .u .u T .u , pode-se definir o Tensor de Eshelby-Rice como sendo:
2
1 1
Tv .u T .u I u u (3. 54)
2 (1 v)
temos:
69
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
JUo Tv . (3. 55)
xx , (3. 57)
x
yy , (3. 58)
y
70
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
zz . (3. 59)
z
Da resistência dos materiais, sabemos que as tensões e deformações normais estão
relacionadas com pequenas deformações pela Lei de Hooke da seguinte maneira:
1
xx [ xx v( yy zz )] , (3. 60)
E
1
yy [ yy v( xx zz )] , (3. 61)
E
1
zz [ zz v( xx zz )] . (3. 62)
E
Onde E é o módulo elástico de Young e v é o coeficiente de Poisson. Recordamos que o
módulo de cisalhamento, G, é relacionado com E e v, pela seguinte relação
E
G . (3. 63)
2(1 v)
Para chegar a lei de deformação de Hooke, obtemos as tensões normais em termos
dos deslocamentos. Para fazê-lo, somamos as equações (3. 60) a (3. 62) e coletamos os termos
da seguinte forma:
1 2v
xx yy zz [ xx yy zz ] . (3. 64)
E
Observando as definições de (3. 56) a (3. 59) pode-se verificar que o primeiro
membro da equação (3. 64) é o divergente de S, ou .S, logo reordenando (3. 64), obtemos:
E
xx yy zz .S . (3. 65)
1 2v
Resolvendo a equação (3. 60) para xx, temos:
71
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
xx E v( xx yy zz ) v xx , (3. 67)
x
Empregando a equação (3. 65) para substituir a soma das tensões normais, podemos reordenar
a equação acima da seguinte forma:
vE
xx (1 v) E .S , (3. 68)
x 1 2v
Dividindo por (1 + v) e observando a equação (3. 65) junto com a definição de , dada por:
1
xx yy zz . (3. 69)
3
A partir de (3. 65) temos que:
1 E
.S , (3. 70)
3 (1 2v)
Logo podemos escrever a equação (3. 68) na forma:
E vE 1 E
xx .S .S , (3. 71)
(1 v) x (1 v)(1 2v) 3 (1 2v)
Onde os últimos termos são adicionais, cuja soma é zero. Logo, pondo em evidência os
termos semelhantes
E v 1 E
xx .S , (3. 72)
(1 v) x (1 v) 3 (1 2v)
e combinado os coeficientes do termo .S, obtemos:
E 2v 1 E
xx .S , (3. 73)
(1 v) x 3(1 v) (1 2v)
Ou
E 1 E
xx .S , (3. 74)
(1 v) x 3 (1 v)
Substituído agora E /(1 v ) por 2G, dado de acordo com (3. 63), obtemos:
2
xx 2G G.S , (3. 75)
x 3
72
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Coletando os termos e exprimindo as equações correspondentes para outros componentes de
tensão, obtemos as relações desejadas de tensão-deslocamento, ou seja:
2
xx 2G G.S , (3. 76)
x 3
e
2
yy 2G G.S , (3. 77)
y 3
e
2
zz 2G G.S , (3. 78)
z 3
kl
W ( ij ) ij d ij , (3. 79)
0
W
W ( ' 'ij ) W ( ij ) ( ' ' kl kl ) , (3. 80)
kl ij
dW ( ij ) ij d ij , (3. 81)
onde
W kl
ij Cijkl kl , (3. 82)
ij
Logo
73
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3.4.7 - Equações de compatibilidade
2W 2W
, (3. 84)
ij kl kl ij
Portanto
kl ij
, (3. 85)
ij kl
Desta forma o Jacobiano fica:
2W 2W
2
2W ij ij kl
, (3. 86)
ij kl 2W 2W
2
kl ij kl
Logo
2W 2W 2W 2W
2 2
0, (3. 87)
ij kl ij kl kl ij
1 W ( ij )
W ( kl ) W (0) ij kl ... , (3. 88)
2 ij kl
Considerando que o primeiro termo da expansão acima se anula por ser uma posição de
equilíbrio, nível zero da densidade de energia potencial, temos:
1
W ( kl ) Cijkl ij kl , (3. 89)
2
Combinando as equações (3. 89) e (3. 27) ou (3. 82) temos:
74
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1
W ij ij , (3. 90)
2
Substituindo a equação (3. 47) em (3. 90) temos:
v
W ( ij ) ( ij ji ii jj ) , (3. 91)
1 2v
ij kl
, (3. 92)
kl ij
Assegura a existência da complementaridade da densidade de energia de deformação, W* =
W*(ij), definida por transformada de Legendre como:
W * ij ij W , (3. 93)
A partir da regra da cadeia derivando a equação (3. 93) temos:
W * W ij
ij , (3. 94)
ij ij ij
ij
Substituindo a equação (3. 27) ou (3. 82), para 0 temos:
ij
W * ij
ij ij , (3. 95)
ij ij
Portanto,
W *
ij , (3. 96)
ij
É direta a tarefa de mostrar que a convexidade de W* segue da convexidade de W.
Para um material frágil elástico linear a combinação de (3. 90) com (3. 93)
fornece:
75
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1
W W * ij ij , (3. 97)
2
Pode-se escrever para este caso que:
1
W * ( kl ) C *ijkl ij kl , (3. 98)
2
Onde o tensor C*ijkl é o inverso do tensor Cijkl e da mesma forma:
W * ( kl )
ij C *ijkl kl , (3. 100)
ij
Para um material isotrópico a equação (3. 100) se reduz a
1 v v
ij ij ij kk , (3. 101)
E E
e W* torna-se:
1 v v
W * ( kl ) kl kl kk ll , (3. 102)
2E 2E
Se uma lei de potência entre tensão e deformação existe, dada pela equação (3.
27), de tal forma que a deformação é uma função homogênea de grau n da tensão (equação (3.
100)), então a equação (3. 97) implica que W* deve ser uma função homogênea das
componentes da tensão de grau n+1. Isto segue do teorema de Euler para funções
homogêneas, portanto:
1 W * 1
W* ij ij ij , (3. 103)
n 1 ij n 1
Combinado (3. 93) com (3. 103) temos:
n
W ij ij , (3. 104)
n 1
Quando a tensão é proporcional a deformação (n = 1) então as equações (3. 97),
(3. 103) e (3. 104) tornam-se idênticas a equação (3. 90) e (3. 97).
76
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3.4.10 – Equação do Potencial Vetorial Generalizado para a Deformação Elástica
d
.J Xo Xo . (3. 105)
dt
Substituindo (3. 53) em (3. 105) temos:
. .uI
1
u u
d
u
. (3. 106)
2(1 v) dt
Logo
1 u
2 .uI
2(1 v)
.u u v u
t
. (3. 109)
Caso I)
Para fluxos estacionários temos:
1
2 .uI
2(1 v)
.u u v u . (3. 110)
Caso II) Para regimes onde os fluxos são perpendiculares aos gradientes( v u ) temos:
1
2 .uI .u u 0 . (3. 111)
2(1 v)
Onde v . u 0
Nós sabemos que um fluido se dilata continuamente sob a ação de uma força.
Logo, de forma análoga, ao caso de deformação elástica podemos escrever a Lei de Hooke
77
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
para a teoria de fluidos, e obter uma expressão analítica para o fluxo de energia sob a forma
de tensão nos fluidos, a partir do que chamamos tensão em um ponto, ou seja, de acordo com
a descrição da tensão em um volume qualquer, da seguinte forma:
1 j i
ij ( ), (3. 113)
2 xi x j
Seguindo o mesmo raciocínio feito para os sólidos podemos escrever as relações
entre os coeficientes de viscosidade, e a partir da relação (3. 52).
. (3. 114)
2(1 v)
Para um fluido incompressível onde o volume se conserva temos que o módulo de Poisson
vale v 0.5 , logo teremos uma relação entre os coeficientes de viscosidade e dado por:
. (3. 115)
3
De uma forma geral a força viscosa pode ser dada substituindo-se (3. 112) em
Erro! Fonte de referência não encontrada. e considerando a situação de estado
estacionário, obtém-se:
f vis .J ij .(2 ij ij kk ) . (3. 116)
sendo
( T )
, (3. 117)
2
Finalmente temos:
J Uo .v v v . (3. 118)
Na forma vetorial podemos escrever:
( T )
J 2 .v , (3. 119)
2
chamando de:
78
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1
D v v . (3. 120)
2
Portanto,
J Uo tr D 2 D . (3. 121)
A densidade de momento linear sob a forma de taxa de cisalhamento (ou gradiente
de velocidades) é dada pela transferência de momento durante a taxa de cisalhamento (ou
gradiente de velocidades) cuja densidade generalizada é dada por:
d
.J Xo Xo . (3. 122)
dt
Substituindo Erro! Fonte de referência não encontrada. em (3. 122) temos:
d
. Xo Xo . (3. 123)
dt
Para = cte, temos:
d
2 Xo Xo . (3. 124)
dt
Onde a derivada material de X é dada por:
d
Xo . Xo Xo . (3. 125)
dt t
Logo
2 Xo . Xo Xo . (3. 126)
t
Caso I)
Para fluxos estacionários temos:
1
2 Xo . Xo 0 . (3. 127)
Caso II)
Para regimes onde os fluxos são perpendiculares aos gradientes( ) temos:
79
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1 Xo
2 Xo 0. (3. 128)
t
Onde . 0
ou seja, o campo das tensões aplicado sobre a superfície de um sólido em equilíbrio é igual a
densidade volumétrica de força armazenada por este sólido.
Da condição de não-rotação temos:
r f dV r T .d S 0 (3. 130)
V S
As equações (3. 26) e (3. 27) constituem a base matemática para a teoria da
elasticidade linear. Contudo, considerando que o deslocamento u se propaga no espaço e no
tempo temos:
du du dr u
(3. 131)
dt dr dt t
ou
du dr u
u (3. 132)
dt dt t
ou
dr u
u u (3. 133)
dt t
As equações de equilíbrio podem a partir de agora serem expressos de forma a
incluir a propagação dinâmica da deformação u , de acordo com a 2ª e 3ª Leis de Newton.
fdV T.dS udV (3. 134)
V S V
80
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
fdV T.dS 0 (3. 135)
V S
Aplicando o teorema da divergência no segundo termo do lado esquerdo da equação (3. 134)
temos:
T.d S .TdV (3. 136)
S V
Como o volume em (3. 137) é arbitrário ele pode ser escolhido igual ao volume de controle V
ficando portanto, as equações do balanço do momentum (3. 134)
fdV .T u ou Tij ,i f j u (3. 138)
onde é a densidade do corpo.
Observe que de uma forma geral temos:
T.nˆ nˆ.T T (3. 139)
A relação tensão-deformação linear é dada a partir da Lei de Hooke, na forma
tensorial, onde:
E vE
e (3. 142)
21 v 1 v 1 2v
onde e são as constantes elásticas do sólido e E é o módulo elástico de Young e v é o
módulo de Poisson.
Substituindo (3. 140) em (3. 138) temos:
f .Itr E 2 E u (3. 143)
ou
81
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
f .Itr E 2 .E u (3. 144)
Substituindo (3. 140) em (3. 139) temos:
Itr E 2Enˆ T (3. 145)
logo
Itr E nˆ 2Enˆ T (3. 146)
Mas a partir de (3. 26) temos:
1
E u u (3. 147)
2
Substituindo (3. 26) ou (3. 147) em (3. 144) e (3. 146) temos:
1 1
f . Itr u u 2 . u u u (3. 148)
2 2
e
Itr
u u 1
nˆ 2 u u nˆ T (3. 149)
2 2
ou logicamente para a equação (3. 148) temos:
f ..u .u . .u u u (3. 150)
2
Reescrevendo (3. 150) temos:
f .u .u u (3. 151)
ou
f 2 .u u u (3. 152)
e para a equação (3. 150) temos:
nˆ.
u u
nˆ.u u T (3. 153)
2
sendo
nˆ.u u 2 nˆ.u nˆ u (3. 154)
temos:
82
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
nˆ..u 2nˆ.u nˆ u T (3. 155)
ou
nˆ..u 2nˆ.u nˆ u T (3. 156)
Portanto,
f 2 .u u u (3. 157)
e
nˆ..u 2nˆ.u nˆ u T (3. 158)
como
f k (3. 159)
Ficamos com,
k 2 .u u u (3. 160)
e
nˆ .u 2nˆ.u nˆ u T (3. 161)
Esta é a equação diferencial parcial dependente do tempo para problemas em elasticidade em
um corpo de volume V, onde k é a densidade volumétrica de força (força por unidade de
volume) em alguma função da posição e do tempo sujeita a condição (3. 161), sobre a
superfície S ligada ao volume V.
83
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3. 6 –
84
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Um corpo elástico tem um único estado natural, para o qual o corpo retorna
quando todas as cargas externas são removidas. Todas as tensões, deformações e
deslocamentos de partículas são medidas a partir deste estado natural; seus valores são
contados como zero naquele estado.
85
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Existem duas formas de descrever um corpo deformado: A abordagem material e
a espacial. Considere a descrição espacial. O movimento de um contínuo é descrito pelo
campo de velocidades instantâneas vi x1 , x2 , x3 , t . Para descrever a deformação no corpo, um
equação:
1 u u u u
ij j i k k , (3. 162)
2 xi x j xi x j
ui u
vi vj i , (3. 163)
t x j
A aceleração da partícula é dada pela derivada material da velocidade.
vi v
i vj i , (3. 164)
t x j
O movimento do corpo deve obedecer a equação da continuidade:
vi
0, (3. 165)
xi t
e a seguinte equação de movimento:
ij
X j i , (3. 166)
x j
Em acréscimo a equações de campo (3. 165) e (3. 166) a teoria da elasticidade
linear é baseada na lei de Hooke. Para um material isotrópico homogêneo, isto é:
1 u j ui
ij , (3. 168)
2 xi x j
ui v
vi ; i i , (3. 169)
t t
A menos que se estabeleça de outra forma, tudo o que for discutido abaixo será sujeito a esta
restrição de linearização. Felizmente muitos resultados úteis podem ser obtidos a partir desta
teoria linearizada.
As equações (3. 162)-(3. 167) ou (3. 165)-(3. 169) juntos são as 22 equações para
22 variáveis , ui , vi , eij , ij . Na teoria do deslocamento infinitesimal nós podemos
eliminar ij pela substituição da equação (3. 167) em (3. 166) e usando (3. 168) para obter a
2ui u j 2ui
G G X i , (3. 170)
x 2j x j xi t 2
Isto pode ser escrito na forma:
e 2u
G 2u G X i 2i , (3. 171)
x j t
onde
u j
e
x j , (3. 172)
e
2 ui
2ui , (3. 173)
x 2j
u v w
e , (3. 174)
x y z
e
87
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2
2 2 2
2 2 2, (3. 175)
x y z
Love escreveu a equação (3. 170) ou (3. 171) na forma:
2
G 2 u , v, w G e X , Y , Z 2 u , v, w , (3. 176)
x y z t
a qual é a forma mais curta para as três equações do tipo:
2 e 2u
G u G X 2 , (3. 177)
x t
Isto também pode ser escrito como:
1 e 2u
G 2u X , (3. 178)
1 2v x t 2
Se nós introduzirmos o vetor rotação
w , w , w 12 rot u, v, w ,
x y z (3. 179)
1 w v u w v u
, , (3. 180)
2 y z z x x y ,
e o uso da identidade:
2 u , v, w e 2rot wx , wy , wz , (3. 181)
x y z
então (3. 171) ou (3. 176) pode ser escrito como:
2
2G e 2G.rot wx , wy , wz X , Y , Z 2 u, v, w , (3. 182)
x y z t
ij
0 (3. 183)
x j
cuja equação constitutiva para um material elástico linear é dada por:
88
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
ui u j
ij (3. 184)
x j xi
onde x j denota as coordenadas ortogonais e cada ponto indica uma derivada no tempo. Para
problemas quasi-estáticos, o termo do lado direito de (3. 183) desaparece. Para um material
elástico linear, é possível escrever as equações de movimento em termos de deslocamentos e
constantes elásticas invocando as relações de tensão-deslocamento e tensão deformação da
seguinte forma:
ui u j
0 (3. 185)
x j x j xi
ou
2ui u j
2 0 (3. 186)
x j x j xi
2 v
(3. 187)
1 2v
2ui 2v u j
2
1 0 (3. 188)
x j 1 2v x j xi
e
2ui 2v 1 2v u j
2
0 (3. 189)
x j 1 2v 1 2v x j xi
logo
2ui 2 u j
0 (3. 190)
x 2j 1 2v x j xi
e
2ui 2 u j
0 (3. 191)
x 2j 1 2v x j xi
logo
89
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2ui 2 u j
0 (3. 192)
x 2j 1 2v x j xi
2ui 2 u j
G 2 G 2 0 , (3. 193)
xi x j xi x j
ou
2 u j
0 , (3. 194)
xi2 x j
logo isto é:
2 2 2
2 2
2
e 0 ou 2 e 0 , (3. 195)
x y z
a equação (3. 195) é uma equação de Laplace. Uma função que satisfaz a equação (3. 195) é
chamada de função harmônica. Então, a dilatação é uma função harmônica quando as forças
de corpo desaparecem. Mas
3 2G e xx yy zz 3 , (3. 196)
onde é a tensão média. Portanto, a tensão média é também uma função harmônica:
2 0 , (3. 197)
2u
Se nós pormos X 0 , 0 , e operar sobre a equação (3. 177) com o
t 2
Laplaciano 2 , nós temos:
2
G e G 2 2u 0 , (3. 198)
x
Com a equação (3. 194) ou (3. 195), isto implica que:
4u 0 , (3. 199)
onde, em coordenadas cartesianas retangulares
90
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
44 4 4 4 4 4
4 4 4 2 2 2 2 2 2 2 2 2 , (3. 200)
x y z x y y z z y
A equação (3. 199) é chamada de equação biharmônica, e sua solução é chamada
de função biharmônica. Portanto, a componente u do deslocamento é biharmônica. De forma
semelhante, os campo v, w são biharmônicos. Segue-se que quando a força de corpo é zero,
cada componente das deformações e cada componente das tensões sendo combinações
lineares das primeiras derivadas de u , v, w , são todas funções biharmônicas.
2 ij 0 , (3. 201)
e
2 ij 0 , (3. 202)
91
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
variável complexa é disponível. Nós discutiremos este método brevemente e ilustramos sua
utilidade na solução de alguns problemas importantes.
Em todo este capítulo x, y, z representa uma série de coordenadas Cartesianas
retangulares, com relação as quais as componentes dos deslocamentos são escritas como
u , v, w , e as componentes da deformação são xx , xy ,... , etc e as componentes das tensões são
1
xx , xy ,... , etc. Nós usaremos o fator em nossas definições das componentes das
2
deformações:
1 u j ui
ij , (3. 203)
2 xi x j
quando as coordenadas curvilíneas são usadas nós reteremos as notações do Capítulo IV, no
qual ui e ij denotam as componentes do tensor deslocamento e do tensor deformação,
xz yz 0 . (3. 204)
As tensões normais na direção z, z diferem entre as duas classes de problemas
planos; notadamente:
Claramente as equações de equilíbrio dos estados de tensões simplificados (3.
183)( )-( ) reduz-se à:
x , x xy , y 0 . (3. 205)
e
y , y xy , x 0 . (3. 206)
em (3. 206), as forças de corpo foram desprezadas.
A equação de compatibilidade das deformações em ambos os problemas planos é:
e x , yy e y , xx e xy , xy 2 e xy , xy . (3. 207)
onde a superscrito “e” denota o estado elástico.
92
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3.7.3 – Estado Plano de Tensão ou Deformação
zz zx zy 0 , (3. 208)
O estado de tensão é dito ser tensão plana paralelo ao plano x y . Neste caso,
1 1
xx
E
xx v yy ; yy yy v zz ,
E
(3. 209)
v 1
zz
E
xx yy ; xy
2G
xy (3. 210)
,
xz yz 0
, (3. 211)
e
E E
2 xx
xx v yy ; yy yy v xx , (3. 212)
1 v 1 v2
E
xy xy (3. 213)
1 v ,
E
xx yy
1 v
xx yy (3. 214)
,
u v
xx yy (3. 215)
x y ,
ij
X j i , (3. 216)
x j
Nós obtemos as equações básicas para a tensão plana.
2u 2u 1 v u v 2u
G 2 2 G X , (3. 217)
x y 1 v x x y t 2
2 v 2v 1 v u v 2v
G 2 2 G Y 2 (3. 218)
x y 1 v y x y t ,
93
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
Se a componente z do deslocamento w desaparece em todo lugar, e se os deslocamentos u e v
são funções de x,y somente, e não de z, o campo é dito estar em deformação plana paralela ao
plano x,y. Na deformação plana nós devemos ter:
u v
w 0 ; zz v xx yy , (3. 219)
z z
Uma vez que zz 0 .
A equação básica
e 2u
G 2ui G X i 2i , (3. 220)
xi t
torna-se na deformação plana:
2u 2u 1 u v 2u
G 2 2 G X 2 (3. 221)
x y 1 2v x x y t ,
2 v 2v 1 u v 2v
G 2 2 G Y (3. 222)
x y 1 2v y x y t 2 ,
Se v é substituído por v / 1 v na equação (3. 221) e (3. 222), então ela assume a forma (3.
217) e (3. 218). Portanto, qualquer problema de um estado plano de deformação pode ser
resolvido como um problema de estado plano de tensão após a substituição do valor
verdadeiro de v pelo seu “valor aparente” v / 1 v . Inversamente, qualquer problema de
tensão plana pode ser resolvido como um problema de deformação plana substituindo o valor
verdadeiro de v por um valor aparente v / 1 v .
Estas substituições referem-se somente à equações de campo (3. 217), (3. 218) e
(3. 221), (3. 222). As condições de contorno, a relação tensão-deformação, e o módulo de
cisalhamento G não deve ser mudado.
O estado de deformação em um longo corpo cilíndrico atuado por cargas que são
normais ao eixo do cilindro e uniforme na direção axial freqüentemente pode ser aproximado
por um estado plano de deformação. Uma deformação axial zz constante pode ser imposta
sobre um estado de deformação plana sem qualquer variação nas tensões no plano-x,y.
Portanto, uma extensão mínima da definição da deformação plana pode ser formulada
requerendo que zz seja uma constante e que u e v sejam funções de x,y somente, e que w seja
uma função linear de z somente.
94
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3.7.4 – Função de Tensão de Airy para Problemas Bi-Dimensionais
ji
Xi 0 , (3. 223)
x j
são explicitamente escritas como:
xx xy
X , (3. 224)
x y
yy yx
Y (3. 225)
y x ,
com as condições de contorno
l xx m xy p
, (3. 226)
m yy l xy q
, (3. 227)
onde l , m são os cossenos diretores do vetor normal externo à curva do contorno e p, q , são
as trações superficiais que atuam sobre a superfície do contorno.
As componentes da deformação são:
a) No caso de tensão plana
1 1
xx
E
xx v yy ; yy yy v xx ,
E
(3. 228)
xy
1
xy
1 v
2G E
xy (3. 229)
,
b) No caso de deformação plana
95
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1
xx
E
1 v 2 xx v 1 v yy
, (3. 230)
1
yy
E
1 v 2 yy v 1 v xx
xy
1 v
E
xy (3. 231)
,
Na visão do que foi discutido na secção precedente, para muitas placas finas nós
podemos supor xx , yy , xy serem independente de z. Então o problema da tensão plana
2 yy 2 zz 2 yz
2 (3. 233)
z 2 y 2 yz ,
2 zz 2 xx 2 xz
2 (3. 234)
x 2 z 2 xz ,
2 xx yz xz xy
(3. 235)
yz x x y z ,
2 yy yz xz xy
(3. 236)
xz y x y z ,
2 xx yz xz xy
(3. 237)
yz x x y z ,
i) A substituição de (3. 228) e (3. 229) nas equações (3. 232) e (3. 235), nós obtemos, no caso
de tensão plana,
2 2 2 xy
y 2
xx v yy x 2 yy v xx 2 1 v xy (3. 238)
,
Derivando (3. 224) em relação a x e (3. 225) em relação a y e somando, nós obtemos:
96
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2
2 xx yy X Y 2 xy
2 (3. 239)
x 2 y 2 x y xy ,
2 2 X Y
2 xx
2 yy 1 v (3. 240)
x y x y ,
ii) A substituição de (3. 230) e (3. 231) nas equações (3. 232) e (3. 235), nós obtemos, no
caso de deformação plana,
2 2 2 xy
y 2
xx v yy x 2 yy v xx 2 1 v xy (3. 241)
,
Derivando (3. 224) em relação a x e (3. 225) em relação a y e somando, nós obtemos:
2
2 xx yy X Y 2 xy
2 (3. 242)
x 2 y 2 x y xy ,
Eliminando xy entre (3. 241) e (3. 242), nós obtemos de forma análoga ao caso de tensão
plana:
2 2 1 X Y
2 xx
2 yy (3. 243)
x y 1 v x y
,
As equações (3. 224), (3. 225), (3. 226), (3. 227) e (3. 240) ou (3. 243) definem os
problemas planos em termos das componentes das tensões xx , yy , xy . Se as condições de
contorno de um problema são tais que as superfícies de tração são bem conhecidas, então o
problema pode ser resolvido em termos das tensões, sem necessidade de mencionar os
deslocamentos a menos que eles sejam desejados. Mesmo em um problema de valor de
contorno misto no qual parte do contorno possui deslocamentos prescritos, ele ainda pode ser
vantajoso resolver para o primeiro estado de tensão. Estas considerações práticas levam-nos
ao método das funções de tensão de Airy. Para problemas de deslocamentos prescritos sobre
todo o contorno do corpo, o potencial do deslocamento ou outros dispositivos devem ser
tentados primeiro.
O método de Airy é baseado na observação de que o lado esquerdo das equações
(3. 224) e (3. 225) aparecem como a divergência de um vetor. Na hidrodinâmica nós estamos
familiarizados com o fato de que a conservação da massa, se expressa na equação da
continuidade.
97
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
u v
0 (3. 244)
x y ,
onde u, v são as componentes do vetor velocidade, pode ser derivadas a partir de uma função
corrente x, y ,onde:
u ; v (3. 245)
y x ,
Em outras palavras, se u, v são derivadas de uma função arbitrária x, y de acordo com (3.
V V
X ; y (3. 246)
x y ,
xx V xy 0 , (3. 247)
x y
xy
x
y
yy V 0 (3. 248)
,
Agora, como em (3. 244), estas equações são identicamente satisfeitas se nós introduzimos
duas funções de corrente e de tal forma que:
xx V ; xy , (3. 249)
y x
xy ; yy V (3. 250)
y x ,
Em outras palavras, a substituição de (3. 249) e (3. 250) em (3. 247) e (3. 248) reduzem (3.
247) e (3. 248) a uma identidade em e . Agora, as equações (3. 249) e (3. 250) podem ser
combinadas se nós fizermos:
; , (3. 251)
x y
isto é:
98
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2 2
xx V 2 ; xy , (3. 252)
y xy
2 2
xy ; yy V 2 (3. 253)
yx x ,
arbitrária x, y de acordo com (3. 249) e (3. 250) então as equações (3. 247) e (3. 248) são
equilíbrio, mas x, y não é inteiramente arbitrária, uma vez que é requerido gerar somente
4 4 4 2V 2V
2 1 v 2 2 (3. 254)
x 4 x 2 y 2 y 4 x y ,
E no caso de deformação plana:
4
2
4
4
1 2v 2V 2V
(3. 255)
x 4 x 2 y 2 y 4 1 v x 2 y 2 ,
Se as forças de corpo são nulas, então em ambos os casos tensão plana e deformação plana,
x, y é governada pela equação:
4 4 4
2 0 (3. 256)
x 4 x 2y 2 y 4 ,
Uma solução regular da equação (3. 256) é chamada de uma função biharmônica.
A solução de problemas da elasticidade plana pelas funções biharmônicas serão discutidas nas
secções seguintes.
Contudo, a respeito das outras cinco condições de compatibilidade nas equações
(3. 232) a (3. 237) “left alone so far”? No caso da deformação plana é claro que elas são
identicamente satisfeitas. No caso da tensão plana, contudo, elas não podem ser satisfeitas em
99
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
geral se supormos xx , xy , yy serem independentes da coordenada z . Sob uma tal suposição
2 zz 2 zz 2 zz
0 (3. 257)
x 2 y 2 xy ,
Portanto, zz e então xx yy deve ser uma função linear de x e y , ou seja:
v
zz
E
xx yy (3. 258)
,
A qual é a exceção além do que a regra na solução dos problemas de tensão plana. Portanto,
em geral, a suposição de que o estado de tensão plana é bi-dimensional, tal que xx , xy , yy
são funções de x, y somente, não pode ser verdade; e as soluções obtidas sob esta suposição
pode não serem exatas. Contudo, como nós temos discutidos previamente, elas são boas
aproximações para placas finas. De qualquer forma, o método de função-tensão pode ser
estendido para três dimensões.
u1 u1 x, y , u2 u2 x, y , u3 0 . (3. 259)
ele será desenvolvido de acordo com a seguinte equação
1 u u
ij i j . (3. 260)
2 x j xi
Logo
1 u u
3i 3 i 0 . (3. 261)
2 xi x3
1 u u
3i 3 i 0 . (3. 262)
2 xi x3
onde
100
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1 u3 u1
31 0. (3. 263)
2 x1 x3
0 0
1 u3 u2
32 0. (3. 264)
2 x2 x3
0 0
1 u3 u3
33 0. (3. 265)
2 x3 x3
0 0
v
2 . (3. 266)
1 2v
para , a partir de (3. 266) nós temos que:
v
2 . (3. 267)
1 2v
Portanto, usando o fato de que para 3 , 33 0, 1, 2 , temos que:
E
x 1 v xe v ye . (3. 269)
1 v 1 2v
E
y 1 v ye v xe . (3. 270)
1 v 1 2v
vE
z xe ye xy G xye . (3. 271)
1 v 1 2v
101
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
xy yz 0 . (3. 273)
usando-se (3. 263) a (3. 265) em (3. 266) temos que:
v
31 2 31 31 . (3. 274)
1 2v
0 0
logo
31 0 . (3. 275)
e ainda
v
32 2 32 32 . (3. 276)
1 2v
0 0
logo
32 0 . (3. 277)
e
v
33 2 33 .
(3. 278)
33 1 2v 33
11 22
0 1 0
logo
2 v
33 . (3. 279)
1 2v 11 22
ii) Do ponto de vista da deformação temos que, os mesmos resultados podem ainda serem
obtidos a partir de ( ) onde:
1 v v
. (3. 280)
E E
para , temos:
1 v v
. (3. 281)
E E
Portanto, usando o fato de que 3 , 33 0, 1, 2 ,
102
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1 v v
. (3. 282)
E E
Portanto para o problema de deformação plana as relações de tensão-deformação
são
xe
1 v 1 v v .
E x y (3. 283)
ye
1 v 1 v v .
E y x (3. 284)
1
xye xy . (3. 285)
G
1 v v
31 31 . (3. 287)
E 31 E
0 0
logo
31 0 . (3. 288)
e ainda
1 v v
32 32 . (3. 289)
E 32 E
0 0
logo
32 0 . (3. 290)
e também
1 v v
33 33 . (3. 291)
E 33 E
0 1
v
33 . (3. 292)
1 v
ou
103
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
v
33 11 22 33 . (3. 293)
1 v
logo
v v
1 33 11 22 . (3. 294)
1 v 1 v
ou
1 v v v
33 11 22 . (3. 295)
1 v 1 v 1 v
ou
1 v v v
33 11 22 . (3. 296)
1 v 1 v
ou
1 v
33 11 22 . (3. 297)
1 v 1 v
Logo, cancelando os termos semelhantes:
33 v 11 22 . (3. 298)
Portanto,
z v x y . (3. 299)
onde v é a razão de Poisson.
Portanto,
3 0 . (3. 300)
e
33 v . (3. 301)
onde x1 , x2 .
Uma forma alternativa de se obter o mesmo resultado segue de (3. 278), ou seja:
v
33 2 33 .
(3. 302)
33 1 2v 33
11 22
0 1 0
logo
104
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2 v
33 33 11 22 . (3. 303)
1 2v 1
1 v v
11 11 11 22 33 . (3. 304)
E E
e
1 v v
22 22 11 22 33 . (3. 305)
E E
Somando as duas equações acima tem-se:
1 v 2v 2v
11 22 11 22 33 . (3. 306)
E E E
Substituindo (3. 303) em (3. 306) tem-se:
1 2v 1 v 2v 2v
33 11 22 33 . (3. 307)
2 v E E E
e
1 2v 2v 1 v 2v
2 v E 33 E E 11 22 . (3. 308)
Mas a constante é dada por:
E 1 1 v
. (3. 309)
2 1 v 2 E
logo
1 1 2v 1 v 2v
2 v E 33 E E 11 22 . (3. 310)
e
1 v 1 2 1 v 2v 1 v
33 11 22 . (3. 311)
E v E E E
e
1 v 2 1 v v 2v 2 1 v
33 11 22 . (3. 312)
Ev E
e
105
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1 v 2v 2v 2 2v 2
33 1 v 11 22 . (3. 313)
v
e
1 v
v 33 1 v 11 22 . (3. 314)
Portanto,
33 v 11 22 . (3. 315)
0. (3. 316)
x
ou
11 21
x x 0 , 1, 2 ; 1
1 2
. (3. 317)
12 22 0 , 1, 2 ; 2
x1 x2
a equação de compatibilidade não-trivial (3. 207) torna-se:
2 2
0 . (3. 318)
x x x2
para 1, 2 e 1, 2 temos:
211 211 2 21 2 22
2
x1 x12 x2 x1 x12
0
. (3. 319)
12 211 2 22 2 22
2
2
0
x1x2 x2 x22 x22
0
ou
2 21 2 22 212 211
2
2 0 . (3. 320)
x2x1 x1 x1x2 x2
logo
106
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
212 211 2 22
2 0. (3. 321)
x1x2 x22 x12
Substituindo (3. 280) em (3. 318) ficamos com:
1 v v 2 1 v v
2
E E E E 0 . (3. 322)
2
x x x
ou
2 2 2 2
1 v v 1 v v
2
0 . (3. 323)
E x x E x x E x E x2
ou
2 2
1 v v
2
2
0 . (3. 324)
E x x x2 E x x x2
Observe que para o termo se anula totalmente e para
2
1 v
2 v 2
0 . (3. 325)
E x x x2 E x
2
v . (3. 326)
logo
2
1 v v 2 1 v 2
0 . (3. 327)
E x x
2
E E x
z 0. (3. 328)
i) Do ponto de vista da tensão temos que:
Portanto, para o problema de tensão plana as relações de tensão-deformação são
E
x
v xe v ye . (3. 329)
1 v 2
107
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
E
y
v ye v xe . (3. 330)
1 v 2
xy G xye . (3. 331)
z xy yz 0 . (3. 332)
ii) Do ponto de vista da deformação temos que:
Portanto, para o problema de tensão plana as relações de tensão-deformação são
1
xe v x v y . (3. 333)
E
1
ye v y v x . (3. 334)
E
v
ze
E
x y . (3. 335)
1
xye xy . (3. 336)
G
z x, y . (3. 338)
Portanto, para ambos os problemas planos a função de tensão x, y são comuns
2 2
2 . (3. 339)
x x x
e
108
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2 2
2 2 . (3. 340)
x x
que pode ser escrita como:
2
p / . (3. 341)
x x
e
2 2
p / . (3. 342)
x2 x2
x , yy . (3. 343)
y , xx . (3. 344)
xy , xy . (3. 345)
Substituindo (3. 343) e (3. 344) em (3. 299) temos:
z v , yy , xx . (3. 346)
ou
z v 2 . (3. 347)
as equações de equilíbrio dos estados de tensões simplificados são satisfeitas automaticamente
pelas tensões (3. 343)-(3. 345), derivadas a partir da função de tensão x, y .
1 v
2 2 v 2 1 v 2 2 2
2 2 2 0 . (3. 348)
E x x x x E E x x x
ou
1 v
2 2 v 2 1 v 2 2 2
2 2 2 0 . (3. 349)
E x x x x E E x x x
ou
109
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1 v
2 2 v 2 1 v 2 2
2 2
E x x x x E E x x .
(3. 350)
v 2 1 v 2 2
2 2 0
E E x x
a partir de (3. 279) podemos escrever:
2 v
. (3. 351)
1 2v
Logo
2 2 v
. (3. 352)
x 1 2v
2
1 v
2 2 v 2 1 v 2 2
2 2
E x x x x E E x x
. (3. 353)
v 2 1 v 2 2 v
2 0
E E x 1 2v
trocando a ordem das derivadas temos:
2
1 v 2 v 2 1 v 2 2
2 2 2 2
E x x E E x x
. (3. 354)
v 2 1 v 2 2 v
2 0
E E x 1 2v
Cancelando os termos semelhantes
v 2 2 2 v 2 1 v 2 2 v
2 2 2 0
E x x E E x 1 2v . (3. 355)
Considerando o último termo nulo tanto para deformação plana como para tensão plana
temos:
v2 2 2
2 2 0 . (3. 356)
E x x
note que;
110
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2 2
x2
2 2
2 0 . (3. 357)
x
4 0 . (3. 359)
onde
chamadas de funções de tensão de Airy. Esta função x, y representa a solução plana que
satisfaz ambas as equações de equilíbrio (3. 205), (3. 206) e as equações de compatibilidade
(3. 207).
Uma representação de uma solução da equação biharmônica em coordenadas
cartesianas é [Ref]
111
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
3.7.9 - Condições de Contorno
,x s e , y s em . (3. 363)
onde s é um parâmetro que define as funções sobre , ou especificando a função de tensão
em si e sua derivada parcial normal ao contorno / n , isto é:
112
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
, x ,r r , x , , x
. (3. 371)
,r cos , sen / r
Para a primeira derivada parcial com relação à y, nós temos:
, y ,r r , y , , y
. (3. 372)
,r sen , cos / r
ii) Para a segunda derivada com relação à x nós temos:
, xx , x ,r r , x , x , , x
. (3. 373)
,r cos , sen / r , r r , x , r cos , sen / r , , x
, yy , y ,r r , y , y , , y
. (3. 375)
,r cos , sen / r ,r r , y ,r cos , sen / r , , y
, xy , x , r r , y , x , , y
. (3. 377)
,r cos , sen / r ,r r , y ,r cos , sen / r , , y
113
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
A convenção dos sinais para as tensões expressas em um sistema de coordenadas
polares são mostradas na Figura - 3. 6. As fórmulas entre uma função de tensão r , e
r , / r 2 ,r r
,rr . (3. 379)
2
r , / r ,r , r / r , / r
ou
114
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
r ,r r , r / r 0
. (3. 382)
, / r r ,r 2 r / r 0
r ur ,r
u , ur / r . (3. 384)
r 2 r ur , u / r u , r
onde r e são deformações normais nas direções r e , respectivamente, e r e r são a
deformação de cisalhamento de engenharia e a deformação de cisalhamento, respectivamente,
no plano r . Estas equações são aplicáveis a ambas as deformações elásticas e totais.
x z z / 2 ; y z z / 2i . (3. 385)
onde i 1
Seja
z x iy . (3. 386)
ou
115
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
z x iy . (3. 388)
ou
z re i . (3. 389)
Logo segue que:
x Re z z z / 2 ; y Im z z z / 2i . (3. 390)
nós temos que:
x y
. (3. 391)
z x z y z
x 1 y 1
sendo e então
z 2 z 2i
1 1
. (3. 392)
z x 2 y 2i
logo
2 i . (3. 393)
z x y
e ainda
x y
. (3. 394)
z x z y z
x 1 y 1
sendo e então
z 2 z 2i
1 1
. (3. 395)
z x 2 y 2i
logo
2 i . (3. 396)
z x y
e portanto
2
2 i . (3. 397)
z z z x y
Substituindo (3. 396) em (3. 397)
116
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2 x y
2 i . (3. 398)
z z x x z y xy z
então
2 2 1 2 1
2 i . (3. 399)
z z x 2 2 y 2 2i
logo
2 2 1 2 1
2 . (3. 400)
z z x 2 2 y 2 2
Portanto,
2 2 2
4 2 2 2 . (3. 401)
z z x y
Portanto, a equação (3. 347) pode ser escrita como:
2
z 4v . (3. 402)
z z
Portanto, as equações (3. 358), (3. 359) e (3. 360) pode ser escrita como:
2 2
4 2 2 4 4 0.
z z z z
(3. 403)
escrever:
f z u x, y iv x, y . (3. 405)
onde u e v são funções reais de x e y dadas por:
117
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
1
u x, y Re f z f z f z
2 . (3. 406)
1
v x, y Im f z f z f z
2i
sendo permitido escrever:
f f z
. (3. 407)
x z x
f f z
. (3. 408)
y z y
como z x iy
z
1. (3. 409)
x
z
i. (3. 410)
y
Portanto,
f f z f
f ' z
x z x z
. (3. 411)
f f z f
i if ' z
y z y z
logo
f f
f ' z i . (3. 412)
x y
Substituindo (3. 405) em (3. 412) temos:
u v v u
f ' z i i . (3. 413)
x x y y
Logo igualando as partes reais e imaginárias temos:
u v u v
i . (3. 414)
x y y x
satisfaz as condições da Cauchy-Riemann
u v u v
e . (3. 415)
x y y x
Tomando a segunda derivada temos:
118
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2u v 2u v
2
e 2
. (3. 416)
x x y y y x
Por outro lado temos:
u 2 v u 2v
e 2 . (3. 417)
y x y 2 x y x
Somando o primeiro grupo de equações e subtraindo o segundo grupo temos:
2 u 2u 2 v 2 v
0. (3. 418)
x 2 y 2 y 2 x 2
Desde que seja satisfeita a desigualdade de Cauchy-Schwartz:
v v u u
e . (3. 419)
x y y x y x x y
A partir de (3. 418) vemos então as partes reais e imaginárias de qualquer função holomórfica
são soluções da equação de Laplace.
2 z 0 . (3. 421)
2 z 0 . (3. 422)
Na secção anterior mostramos que a parte real e a parte imaginária de qualquer
função analítica de variável complexa z x iy , onde i 1 , é harmônica, ou seja, satisfaz
seguinte forma:
f z u x, y iv x, y . (3. 423)
a derivada desta função f z é:
119
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
df z u v v u
i i . (3. 424)
dx x x y y
onde
u v v u
i 0. (3. 425)
x y x y
logo
u v
0. (3. 426)
x y
e
v u
0. (3. 427)
x y
Então ela satisfaz as condições de Cauchy-Riemmann:
u v v u
e . (3. 428)
x y x y
Derivando (3. 428) em relação a x temos:
2u v 2v u
2
e 2
. (3. 429)
x x y x x y
agora derivando (3. 428) em relação a y temos:
u 2 v v 2u
e . (3. 430)
y x y 2 y x y 2
Usando a fórmula de Cauchy-Schwartz, onde:
u u v v
e . (3. 431)
x y y x x y y x
temos que:
2u 2u 2v 2v
e . (3. 432)
x 2 y 2 x 2 y 2
logo
2u 2u 2v 2 v
0 e 0. (3. 433)
x 2 y 2 x 2 y 2
Então
120
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
2 u x, y 0 e 2 v x , y 0 . (3. 434)
2 2
onde 2 . Retornando a equação (3. 423) temos finalmente que:
x 2 y 2
equação:
P x, y 2 z . (3. 437)
Observamos, naturalmente, que a função P x, y no interior do parêntesis da equação (3.
436) deve ser uma funçào harmônica e analítica, pois reescrevendo a equação (3. 436) em
termos da equação (3. 437) temos:
2 P x, y 0 . (3. 438)
que é a definição de função harmônica (pois satisfaz a equação de Laplace).
Agora temos uma função P x, y garantidamente harmônica. A estratégia é
caso, temos por meio das condições de Cauchy-Riemann que deve existir uma função
conjugada a P x, y chamada de Q x, y que é também harmônica, pois satisfaz a equação
de Laplace.
2 Q x, y 0 . (3. 439)
Logo, uma função geral f z dada por:
121
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
f z P x, y iQ x, y . (3. 440)
cuja função conjugada também existe e é dada por:
f z P x, y iQ x, y . (3. 441)
que também são funções harmônicas que satisfazem ambas a equação de Laplace.
2 f z 2 P x, y i 2Q x, y 0 . (3. 443)
De posse de todas estas informações importantes podemos escrever funções
P x, y e Q x, y em termos das funções de variáveis complexas f z e f z da seguinte
forma:
1
P x, y f z f z . (3. 444)
2
e a sua conjugada fica:
1
Q x, y f z f z . (3. 445)
2
Logo, para que a equação (3. 438) e (3. 439) sejam satisfeitas devemos utilizar as funções
complexas f z e f z , da seguinte forma:
1 2
2 P x, y f z f z 0 . (3. 446)
2
e
1 2
2 Q x, y f z f z 0 . (3. 447)
2
Substituindo-se a equação (3. 444) na (3. 437) temos que:
1
2 z f z f z . (3. 448)
2
Observamos que a função real x, y agora está expressa em termos de duas funções f z
e f z de variáveis complexas dadas por (3. 440) e (3. 441). Esta estratégia matemática
2 1
2 x, y 4 f z f z . (3. 449)
z z 2
2
2 4 f z f z . (3. 450)
z z
Onde f z é uma função holomórfica. A equação (3. 450) pode ser integrada para fornecer a
função real:
1
f z f z dz . (3. 451)
z 4
Integrando mais uma vez:
1 1
f z f z dz dz . (3. 452)
2 2
ou
1 1 1
f z dz f z dz dz . (3. 453)
2 2 2
ou reescrevendo temos:
1 1 1 1
f z dz dz f z dz dz . (3. 454)
2 2 2 2
Como f z e f z são analíticas podemos trocar a ordem das integrações obtendo:
1 1 1 1
f z dz dz f z dz dz .
2 2 2
2 (3. 455)
F z Fz
Chamando de:
1 1
F z f z dz e F z f z dz . (3. 456)
4 4
123
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
temos:
F z dz F z dz . (3. 457)
Integrando por partes temos:
dF z dF z
F z z z dz F z z z dz . (3. 458)
dz dz
chamando de:
dF z dF z
G z z dz e G z z dz . (3. 459)
dz dz
Temos:
F z z G z F z z G z . (3. 460)
onde F z e G z são funções holomórficas.
Portanto, a equação diferencial parcial de quarta ordem em (3. 404) pode agora ser
integrada para fornecer uma função real de da forma:
z , z zF z zF z G z G z . (3. 461)
onde F z e G z são funções holomórficas arbitrárias. Este resultado foi primeiro obtido
z , z x iy F z x iy F z G z G z . (3. 462)
ou
1
Re z F z F z . (3. 464)
2
1
Im z F z F z . (3. 465)
2i
1
Re z G z G z . (3. 466)
2
logo
124
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
z, z 2 xP x, y 2 yQ x, y 2 P1 x, y . (3. 468)
z, z xp x, y yq x, y p1 x, y . (3. 469)
2 2 2
2 . (3. 470)
x 2 y 2 z 2
a equação
4 4 4
2 0. (3. 471)
x 4 x 2y 2 y 4
pode ser escrita como:
2 2 0 . (3. 472)
ou
4 0 . (3. 473)
Chamando 2 de P, observe que P é uma função harmônica, de modo que
existirá uma função harmônica conjugada Q. Consequentemente, P iQ é uma função
analítica de z, e podemos escrever:
f z P iQ . (3. 474)
A integral dessa função com relação a z será outra função analítica. Seja esta outra função
analítica igual a 4 z . Então, chamando de p e q a parte real e imaginária de z , temos:
f z dz 4 z p iq . (3. 475)
Veja que esta integral é novamente analítica seja nas partes real e imaginária denotadas por R
e I , respectivamente:
125
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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z
1
z P iQ dz R iI . (3. 476)
4 z0
de forma que:
1
' z f z. (3. 477)
4
teremos também:
z d z z 1
' z f z . (3. 478)
x dz x x 4
1 p q
P iQ i . (3. 479)
4 x x
igualando as partes reais do primeiro e do segundo membros encontramos:
p 1
P. (3. 480)
x 4
Uma vez que p e q são funções conjugadas, elas satisfazem as equações de Cauchy-Riemann
e assim
q 1
P. (3. 481)
x 4
recordando que P 2 , as equações (3. 480) e (3. 481) nos permite mostrar que xp yq
é uma função harmônica, pois
p q
2 xp yq 2 2 2 0. (3. 482)
x y
temos então, para qualquer função de tensão ,
xp yq p1 . (3. 483)
onde p1 é uma função harmônica. Consequentemente
xp yq p1 . (3. 484)
o que demonstra que qualquer função de tensão pode ser formada por meio de duas funções
conjugadas p e q , e uma função harmônica p1 , convenientemente escolhidas.
126
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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3.7.17 – Funções de Tensão em termos de Funções Harmônicas Complexas
2 2 2 2
2 2 x x 2 2 2 . (3. 485)
x y x y x
Se for harmônica, o parêntesis do segundo membro desta equação será zero. Também
/ x será uma função harmônica, pois:
2 2 2 2
2 2
2 2 0. (3. 486)
x y x x x y
Então, uma outra aplicação do operador laplaciano em (3. 470) resulta em:
2 2 2 2
2
2 2 2
x 0 . (3. 487)
x y x y
que é o mesmo que:
4 4 4
4 2 2 2 4 x 0 . (3. 488)
x x y y
A comparação com a equação (3. 471) mostra que x pode ser utilizada como
uma função de tensão, contando que seja harmônica. O mesmo resultado é válido para y
e também evidentemente para a função isoladamente. Logo a partir da equação (3. 471) e
(3. 475) podemos ver que as seguintes relações são satisfeitas:
p d P
2 xp x 2 p 2
2 pq
x dz 2
. (3. 489)
2 2 q d P
yq y q 2 2 pq
y dz 2
Portanto,
xp yq p1 . (3. 490)
onde p1 é uma função harmônica. A última fórmula (3. 490) pode ser escrita como uma parte
real de uma função analítica na forma:
Re z z z . (3. 491)
127
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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é p1 . A fórmula (3. 491) é devido ao matemático Frances Goursat. Esta fórmula é o ponto de
partida de um método muito poderoso de solução por problemas elásticos bidimensionais.
A utilidade da equação (3. 484) será provada adiante, mas pode-se constatar de
imediato que o uso das funções p e q não necessárias. Em lugar de (3. 482), podemos
escrever:
p
2 2 xp 2 4 0. (3. 492)
x
demonstrando assim que 2xp é uma função harmônica, digamos igual a p2 , de maneira
que qualquer função de tensão pode ser expressa da forma:
considerando 2 yq , podemos mostrar que qualquer função de tensão também pode ser
expressa na forma:
2 yq p3 . (3. 494)
onde q e p3 são funções harmônicas convenientes.
Re z f z dz p1 iq1 Re z 4 z p1 iq1
. (3. 496)
Re x iy p iq p1 iq1 xp yq p1
Re z z z . (3. 497)
onde Re significa a “parte real de”, z representa x iy , e z e z são funções
analíticas corretamente escolhidas. Reciprocamente, (3. 497) produz uma função de tensào,
128
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
___________________________________________________________________________
que é uma solução da equação (3. 471) quaisquer que sejam z e z . Isto será aplicado
z
Re zz z . (3. 498)
z
e observando que zz r 2 e que z / z é ainda uma função de z, achamos que qualquer
r 2 p4 p5 . (3. 499)
onde p4 e p5 são funções harmônicas.
1
xe v x v y . (3. 500)
E
1
ye v y v x . (3. 501)
E
1 2 1 v 1
xye xy xy . (3. 502)
G E
podem ser escritas da seguinte forma:
u
E x v y . (3. 503)
x
e
v
E y v x . (3. 504)
y
e
v u
G xy . (3. 505)
x y
129
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Introduzindo a função de tensão na equação (3. 503) e (3. 504) lembrando que P 2
temos:
u 2 2 2 2
E 2 v 2 P 2 v 2
x y x x x
. (3. 506)
2
1 v 2 P
x
e analogamente
v 2 2 2 2
E 2 v 2 P 2 v 2
y x y y y
2
. (3. 507)
1 v 2 P
y
Mas, de acordo com as equações (3. 480) e (3. 481) e (3. 482), podemos substituir P na
equação (3. 506) por 4p / x e na equação (3. 507) por 4q / y . Então, após a divisão por
1 v , temos:
u 2 4 p
2G 2 . (3. 508)
x x 1 v x
v 2 4 q
2G 2 . (3. 509)
y y 1 v y
e estas, por integração nos fornecem
4
2Gu p f y . (3. 510)
x 1 v
4
2Gv q f1 x . (3. 511)
y 1 v
2 2 p q 1 df 1 df1
xy . (3. 512)
xy 1 v y x 2 dy 2 dx
O primeiro termo do primeiro membro da equação é igual a xy , e a expressào
entre parêntesis se anula, pois p e q são funções harmônicas conjugadas que satisfazem as
equações de Cauchy-Riemann. Portanto,
130
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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df df1
0. (3. 513)
dy dx
o que implica que:
df df1
A ; A . (3. 514)
dy dx
Sendo A uma constante. Segue-se disto que os termos f y e f1 x nas equações (3. 510)
e (3. 511) representam um deslocamento de corpo rígido suprimindo estes termos, podemos
escrever as equações (3. 510) e (3. 511) como:
4
2Gu p. (3. 515)
x 1 v
4
2Gv q . (3. 516)
y 1 v
entendendo-se que um deslocamento de corpo rígido pode ser adicionado. Essas equações nos
possibilitam obter u e v quando é conhecido. Temos primeiramente que encontrar P 2 ,
em seguida, determinamos sua função conjugada Q por meio das equações de Cauchy-
Riemann.
P Q P Q
; . (3. 517)
x y y x
(3. 475). Os termos das equações (3. 515) e (3. 516) podem ser calculados.
A utilidade das equações (3. 515) e (3. 516) será vista em aplicações posteriores,
nos quais o método de determinação dos deslocamentos usados nos Capítulos – III e IV são
adequados.
2
p / . (3. 518)
x x
e
2 2
2 2 p / . (3. 519)
x x
Logo
131
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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2
zF z zF z G z G z . (3. 520)
x x
e
2
zF z zF z G z G z
x2
. (3. 521)
2
2 zF z zF z G z G z
x
1 1
F z z ; G z z dz . (3. 522)
2 2
z , z zF z zF z G z G z . (3. 523)
e
1
z, z z z z z z z . (3. 524)
2
da qual por derivação resulta em:
2 z ' z z ' z z ' z z ' z . (3. 525)
x
2 i z ' z z ' z z ' z z ' z . (3. 526)
y
132
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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Estas duas expressões podem ser combinadas em uma única, multiplicando a
segunda por i e somando com a primeira. Logo,
i z z ' z ' z . (3. 527)
x y
as componentes de tensão x , y e xy podem obtidas diretamente a partir das derivadas
segundas de (3. 524). Mas tendo em vista aplicações posteriores em coordenadas curvilíneas,
é preferível proceder de outro modo. Derivando a equação (3. 527) em relação a x, temos:
2
2
i ' z z " z ' z " z . (3. 528)
x x y
Derivando a equação (3. 527) em relação a y, e multiplicando por i temos:
2
i ' z z " z ' z " z . (3. 529)
x y y 2
Formas mais simples são obtidas somando e subtraindo as equações (3. 528) e (3. 529). Assim
obtendo:
As duas expressões da equação (3. 515) e (3. 516) podem ser combinadas em
uma única, multiplicando-se a segunda por i e somando a primeira encontramos.
4
2G u iv i p iq . (3. 533)
x y 1 v
ou, usando a equação (3. 529) e a equaçào (3. 527) da secção anterior temos:
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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3 v
2G u iv z z ' z ' z . (3. 534)
1 v
Esta equação determina u e v para os estados planos de tensão quando são
conhecidos os potenciais complexos z e z . Para os estados planos de deformação de
acordo com a secção a secção 9.1, devemos substituir v por v / 1 v no segundo membro da
possível estado de tensão segundo as equações (3. 530) e (3. 532), por meio de (3. 534) os
deslocamentos correspondentes são facilmente determinados.
k 3 4v . (3. 538)
Para a deformação plana e
3v
k . (3. 539)
1 v
Para a tensão plana.
134
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA MECÂNICA DA FRATURA
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3. 9 - Referências Bibliográficas
DOS SANTOS, Sergio Francisco; Aplicação do conceito de fractais para análise do processo
de fratura de materiais cerâmicos, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São
Carlos. Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Engenharia de Materiais, São Carlos, 1999.
MARDER, Michael and Jay Fineberg, “How things break”, Physics Today, p. 24-29,
September 1996.
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