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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Procuradoria do Trabalho no Município de PELOTAS


Rua Barros Cassal, 601, Areal, Pelotas/RS, CEP 96077-540 - Fone (53) 3260-2950

prt4.pelotas@mpt.mp.br - http://www.prt4.mpt.mp.br
Horário de expediente externo: das 11h às 17h

CARTA DE NOTIFICAÇÃO Nº 4728.2019

Referência: NF 000202.2019.04.004/5-04º PTM de PELOTAS/RS


Inquirido: SISTEMA NACIONAL DE EMPREGO - AGÊNCIA PELOTAS

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ANA PAULA SOARES GOUVÊA
asoaresgouvea0812@gmail.com

Por ordem do(a) Procurador(a) do Trabalho Laura Freire Fernandes,


NOTIFICO Vossa Senhoria, na qualidade de denunciante, para comunicar o
arquivamento do(a) NF 000202.2019.04.004/5, cujo(a) investigado(a) é SISTEMA
NACIONAL DE EMPREGO - AGENCIA PELOTAS. Vide decisão:

APRECIAÇÃO PRÉVIA
1. RELATÓRIO
Trata-se de notícia de fato registrada por Ana Paula Soares Gouvea, a
partir de comparecimento perante esta Procuradoria do Trabalho. Relata que “[...] em
razão do seu quadro de deficiência, caracterizado como leve autismo e deficiência
intelectual, tem encontrado dificuldades em conseguir um emprego. Que possui cadastro

Documento assinado eletronicamente por Leandro Brum Fonseca em 19/06/2019, às 15h32min34s.


no SINE, como PCD, e as possibilidades de vaga que teve foram através deste. Que já
fez várias entrevistas em empresas, tendo sido recusada (Pompéia, Brascon,
Supermercado Paraíso). Que trabalhou no Supermercado Nacional da Lobo da Costa,
tendo sido desligada após o período de experiência. Que no NAI (Nucleo de
Acessibilidade e Inclusão) da UFPEL, recebe ajuda de intermediação entre
aluno/professor, tendo sido encaminhada a esta Procuradoria pelo referido Núcleo. Que já
fez várias entrevistas, sendo que o entrevistador faz as perguntas de praxe, dizendo que
entrará em contato, não o fazendo. Que não sabe o motivo pelo qual não consegue
emprego, pois se dispõe a realizar qualquer atividade. Que necessita se ocupar. Que
atualmente está aguardando vaga para realizar uma segunda graduação. É formada em
história. Já exerceu funções de diarista, empacotadora e operadora de loja”.
Aduz ainda, que está procurando emprego desde janeiro de 2019,
quando foi dispensada após o período de experiência em um supermercado.
É o breve relatório.
2. FUNDAMENTAÇÃO
Ao Ministério Público do Trabalho incumbe promover a defesa da ordem
jurídica, dos interesses sociais, difusos, coletivos e individuais indisponíveis na esfera
trabalhista (arts. 127 e 129, inc. II e III, da CRFB; artigo 84, II, da LC n.º 75/93; e art. 8º da
Lei n.º 7.347/85).
O Brasil ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, promulgada pelo Decreto 6.949/2009, a qual foi incluída no
ordenamento jurídico pátrio como Emenda Constitucional, nos termos do artigo 5º, §3º da
CRFB/88.
À vista de tais dispositivos, a Convenção menciona em seu artigo 27 o
direito das pessoas com deficiência ao trabalho, o qual “abrange o direito à oportunidade
de se manter com um trabalho de sua livre escolha ou aceito no mercado laboral em
ambiente de trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoas com deficiência.”

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Outrossim, é necessário frisar que o artigo 34, §3º da Lei 13.146/2015
prevê que “é vedada a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer
discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção,
contratação, admissão, exame admissional e periódico, permanência no emprego,
ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.”.
Além disso, o artigo 88 da referida lei prevê como conduta criminosa a prática de
discriminação da pessoa em razão de sua deficiência, cominando em pena de reclusão
de um a três anos e multa.
Ademais, o artigo 93 da Lei 8.213/91 prevê que as empresas com 100
(cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco
por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de
deficiência.
Em decorrência do Princípio da Igualdade, deve-se garantir
oportunidades igualitárias às pessoas com deficiência, resguardando a sua dignidade e
repelindo condutas discriminatórias, sendo imprescindível a atuação do Ministério Público
do Trabalho para apuração e implementação das medidas cabíveis para proteção da
ordem jurídica.

Documento assinado eletronicamente por Leandro Brum Fonseca em 19/06/2019, às 15h32min34s.


Atualmente, esta PTM trabalha no desenvolvimento de Procedimento
Promocional com foco na inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho,
no âmbito da Procuradoria de Pelotas, o que gera a expectativa de auxiliar, em um futuro
próximo, PCDs e/ou reabilitados que buscam o ingresso no mercado de trabalho
(PROMO 000236.2014.04.004/3) . Ainda, se mantém atenta ao cumprimento de cotas
legais pelas empresas com 100 (cem) ou mais empregados.
Entretanto, não há, neste momento, razões para instauração de
investigação, já que na denúncia não há caracterização de conduta com consequências
que reclamem a atuação do Ministério Público do Trabalho, instituição incumbida da
defesa da ordem jurídica, dos interesses sociais, difusos, coletivos e individuais
indisponíveis na esfera trabalhista (arts. 127 e 129, inc. II e III, da CRFB; art. 84, inc. II, da
LC n.º 75/93; e art. 8º da Lei n.º 7.347/85).
Analisando o caso concreto, é possível observar que a noticiante já se
encontra cadastrada no SINE, como PCD, bem como possui auxílio do Núcleo de
Acessibilidade e Inclusão da Universidade Federal de Pelotas, e assim, deve se manter
atenta as vagas de trabalho que surgirem. Pode ainda, entrar em contato com o Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), com o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul
(SESC), e o Serviço Social da Indústria (SESI), afim de buscar o recrutamento para
futuras oportunidades.
3. CONCLUSÃO
Ante o exposto, nos termos da fundamentação, indefiro o pedido de
instauração de inquérito civil, com fulcro no art. 5º da Resolução n.º 69 do CSMPT.
Sem remessa à C. Câmara de Coordenação e Revisão (art. 5º da Res.
69 do CSMPT).
Determino à Secretaria:
1) notifique-se a noticiante por correio eletrônico (art. 4º, §1º, Res. 174 do

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CNMP), dando-lhe ciência do processamento da denúncia formulada, salientando o prazo
de 10 dias para recorrer da presente decisão (art. 5º, §1º, da Res. 69 do CSMPT);
2) interposto recurso, notifique-se a parte contrária para contrarrazões, e
após, voltem conclusos (art. 5º, §1º e 3º, da Res. 69 do CSMPT);
3) não havendo recurso, arquivem-se os autos, após a devida
certificação (arts. 5º, §5º, e 10-A, par. único, da Res. 69 do CSMPT).
Pelotas/RS, 18 de junho de 2019
LAURA FREIRE FERNANDES
Procuradora do Trabalho

Informa-se, também, o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento


desta correspondência, para, querendo, oferecer recurso administrativo.
Quaisquer informações e documentos deverão ser apresentados por
meio do serviço de peticionamento eletrônico do MPT, acessível, via internet, no endereço
http://www.prt4.mpt.mp.br. Por esse serviço pode-se, sem uso de papel, peticionar com
assinatura eletrônica, consultar a tramitação de procedimentos e acompanhar o
andamento de requerimentos realizados.

Documento assinado eletronicamente por Leandro Brum Fonseca em 19/06/2019, às 15h32min34s.


Pelotas, 19/06/2019.

(Assinado eletronicamente de acordo com a Lei 11.419/2006.)


Leandro Brum Fonseca
TÉCNICO DO MPU/ADMINISTRAÇÃO

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