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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A
Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas
com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social.

Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII expandiu-se pelo mundo a partir do


século XIX.

Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos
dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova
relação entre capital e trabalho foi imposta, novas relações entre nações se estabeleceram
e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.

Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o


liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o
motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.

CONTEXTO HISTÓRICO

Antes da Revolução Industrial, a atividade


produtiva era artesanal e manual (daí o termo
manufatura), no máximo com o emprego de algumas
máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de
artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas
do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão
cuidava de todo o processo, desde a obtenção da
matéria-prima até à comercialização do produto final.
Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas
dos próprios artesãos e os profissionais da época
dominavam muitas (se não todas) etapas do processo
produtivo.

Com a Revolução Industrial os trabalhadores


O escocês James Watt. perderam o controle do processo produtivo, uma vez
que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade
de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do
lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos
meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com
as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.

Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução


tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade
Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a
influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao
catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado
de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países
protestantes.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-
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Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII,
responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o
industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos
Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas,
assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o
capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.

Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi
marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso
econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos
trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha
Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do
período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente
produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências
industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que
culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).

O PIONEIRISMO DO REINO UNIDO

Coalbrookdale, cidade britânica, considerada um dos berços da Revolução


Industrial.O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos
fatores:

Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII.
Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam
cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos
competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberalização da
indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento
da produtividade em um curto espaço de tempo.

O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução


Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os
investimentos e ampliar os lucros.

A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países.


Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia
absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os
seus produtos no mercado português.

A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu


subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra
em abundância desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os
trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas
manufaturas.

A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir


matérias-primas e máquinas e contratar empregados.

Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se


constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na
China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de
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30% ao ano.

O LIBERALISMO DE ADAM SMITH

As novidades da Revolução Industrial trouxeram


muitas dúvidas. O pensador escocês Adam Smith procurou
responder racionalmente às perguntas da época.

Seu livro A Riqueza das Nações (1776) é considerado


uma das obras fundadoras da ciência econômica. Ele dizia que
o egoísmo é útil para a sociedade.

Seu raciocínio era este: quando uma pessoa busca o


melhor para si, toda a sociedade é beneficiada. Exemplo:
quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada,
você saberia explicar quais os motivos dela? Será porque ama
o seu patrão e quer vê-lo feliz ou porque está pensando, em
O escocês Adam Smith
primeiro lugar, nela mesma ou no pagamento que receberá no
final do mês? De qualquer maneira, se a cozinheira pensa no salário dela, seu
individualismo será benéfico para ela e para seu patrão.

E por que um açougueiro vende uma carne muito boa para uma pessoa que nunca
viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou porque está olhando para o lucro que
terá com futuras vendas? Graças ao individualismo dele o freguês pode comprar boa
carne. Do mesmo jeito, os trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para
poder garantir seu salário e emprego.

Portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros. Mas, para
lucrar, têm que vender produtos bons e baratos. O que, no fim, é ótimo para a sociedade.

Então, já que o individualismo é bom para toda a sociedade, o ideal seria que as
pessoas pudessem atender livremente a seus interesses individuais. E, para Adam Smith, o
Estado é quem atrapalhava a liberdade dos indivíduos.

Para o autor escocês, "o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre a
economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a economia poderia crescer com
vigor. Desse modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital, sem ter
de obedecer a nenhum regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio
seriam totalmente liberados. Sem a intervenção do Estado, o mercado funcionaria
automaticamente, como se houvesse uma "mão invisível" ajeitando tudo. Ou seja, o
capitalismo e a liberdade individual promoveria o progresso de forma harmoniosa.

PRINCIPAIS AVANÇOS TECNOLÓGICOS

O PIB per capita mudou muito pouco durante a parte da história da humanidade
anterior a Revolução Industrial.

• 1698 - Thomas Newcomen, em Staffordshire, na Grã-Bretanha, instala um motor a


vapor para esgotar água em uma mina de carvão.
• Século XVIII
• 1708 - Jethro Tull (agricultor), em Berkshire, na Grã-Bretanha, inventa a primeira
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máquina de semear puxada a cavalo, permitindo a mecanização da agricultura.
• 1709 - Abraham Darby, em Coalbrookdale, Shropshire, na Grã-Bretanha, utiliza o
carvão para baratear a produção do ferro.
• 1733 - John Kay, na Grã-Bretanha, inventa uma lançadeira volante para o tear,
acelerando o processo de tecelagem.
• 1740 - Benjamin Huntsman, em Handsworth, na Grã-Bretanha, descobre a técnica do
uso de cadinho para fabricação de aço.
• 1761 - Abertura do Canal de Bridgewater, na Grã-Bretanha, primeira via aquática
inteiramente artificial.
• 1764 - James Hargreaves, na Grã-Bretanha, inventa a fiadora "spinning Jenny", uma
máquina de fiar rotativa que permitia a um único artesão fiar oito fios de uma só
vez[1].
• 1765 - James Watt, na Grã-Bretanha, introduz o condensador na máquina de
Newcomen, componente que aumenta consideravelmente a eficiência do motor a
vapor.
• 1768 - Richard Arkwright, na Grã-Bretanha, inventa a "spinning-frame", uma máquina
de fiar mais avançada que a "spinning jenny".
• 1771 - Richard Arkwright, em Cromford, Derbyshire, na Grã-Bretanha, introduz o
sistema fabril em sua tecelagem ao acionar a sua máquina - agora conhecida como
"water-frame" - com a força de torrente de água nas pás de uma roda.
• 1776 - 1779 - John Wilkinson e Abraham Darby, em Ironbridge, Shrobsihire, na Grã-
Bretanha, constroem a primeira ponte em ferro fundido.
• 1779 - Samuel Crompton, na Grã-Bretanha, inventa a "spinning mule", combinação da
"water frame" com a "spinning jenny", permitindo produzir fios mais finos e
resistentes. A mule era capaz de fabricar tanto tecido quanto duzentos trabalhadores,
apenas utilizando alguns deles como mão-de-obra.
• 1780 - Edmund Cartwright, de Leicestershire, na Grã-Bretanha, patenteia o primeiro
tear a vapor.
• 1793 - Eli Whitney, na Geórgia, Estados Unidos da América, inventa o descaroçador de
algodão.
• 1800 - Alessandro Volta, na Itália, inventa a bateria elétrica.
• Século XIX
• 1803 - Robert Fulton desenvolveu uma embarcação a vapor na Grã-Bretanha.
• 1807 - A iluminacão de rua, a gás, foi instalada em Pall Mall, Londres, na Grã-Bretanha.
• 1808 - Richard Trevithick expôs a "London Steam Carriage", um modelo de locomotiva
a vapor, em Londres, na Grã-Bretanha.
• 1825 - George Stephenson concluiu uma locomotiva a vapor, e inaugura a primeira
ferrovia, entre Darlington e Stockton-on-Tees, na Grã-Bretanha.
• 1829 - George Stephenson venceu uma corrida de velocidade com a locomotiva
"Rocket", na linha Liverpool - Manchester, na Grã-Bretanha.
• 1830 - A Bélgica e a França iniciaram as respectivas industrializações utilizando como
matéria-prima o ferro e como força-motriz o motor a vapor.
• 1843 - Cyrus Hall McCormick patenteou a segadora mecânica, nos Estados Unidos da
América.
• 1844 - Samuel Morse inaugurou a primeira linha de telégrafo, de Washington a
Baltimore, nos Estados Unidos da América.
• 1856 - Henry Bessemer patenteia um novo processo de produção de aço que aumenta
a sua resistência e permite a sua produção em escala verdadeiramente industrial.
• 1865 - O primeiro cabo telegráfico submarino é estendido através do leito do oceano
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Atlântico, entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos da América.
• 1869 - A abertura do Canal de Suez reduziu a viagem marítima entre a Europa e a Ásia
para apenas seis semanas.
• 1876 - Alexander Graham Bell inventou o telefone nos Estados Unidos da América (em
2002 o congresso norte-americano reconheceu postumamente o italiano Antonio
Meucci como legítimo invetor do telefone)
• 1877 - Thomas Alva Edison inventou o fonógrafo nos Estados Unidos da América.
• 1879 - A iluminação elétrica foi inaugurada em Mento Park, New Jersey, nos Estados
Unidos da América.
• 1885 - Gottlieb Daimler inventou um motor a explosão.
• 1895 - Guglielmo Marconi inventou a radiotelegrafia na Itália.

O MOTOR A VAPOR

Um motor a vapor.As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra


durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e
fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito.
E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os
empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.

As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças


tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução
Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram,
numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da
mudança incessante triunfou.

As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram tão
importantes quanto as máquinas que produziam tecidos.

As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de


ser trocados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir
centenas de quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como
essas máquinas substituiam a força dos cavalos, convencionou-se em medir a potência
desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força).

A CLASSE TRABALHADORA

A produção manual que antecede à Revolução Industrial conheceu duas etapas


bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:

O artesanato foi a forma de produção industrial característica da Baixa Idade


Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma
produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os meios de produção
(era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua
própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima,
até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização para a
confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante,
porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela
utilização das ferramentas.
É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle
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das corporações de ofício, assim como o comércio também se encontrava sob controle de
associações, limitando o desenvolvimento da produção.

A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade


Clássica, resultou da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do
comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do
trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa
na confecção de um único produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se
diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à
América. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo
produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção.

A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta
Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo,
seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII),
num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto
momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da
informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos séculos XX e XXI
(aspectos, porém, ainda discutíveis).

Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi a transformação nas


condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo
uma mudança progressiva das necessidades de consumo da população conforme novas
mercadorias foram sendo produzidas.

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador


braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as
cidades. Criando enormes concentrações urbanas; a população de Londres cresceu de 800
000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. Durante o início
da Revolução Industrial, os operários viviam em condições horríveis se comparadas às
condições dos trabalhadores do século seguinte. Muitos dos trabalhadores tinham um
cortiço como moradia e ficavam submetidos a jornadas de trabalho que chegavam até a 80
horas por semana. O salário era medíocre (em torno de 2.5 vezes o nível de subsistência) e
tanto mulheres como crianças também trabalhavam, recebendo um salário ainda menor.

A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o
trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar
apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade ficava maior. Como sua
produtividade aumentava os salários reais dos trabalhadores ingleses aumentaram em
mais de 300% entre 1800 até 1870. Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos
de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca
de 50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana).

Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indústrias têxteis:

• 1780 - em torno de 80 horas por semana


• 1820 - 67 horas por semana
• 1860 - 53 horas por semana
• 2007 - 46 horas por semana

Segundo os socialistas, o salário, medido a partir do que é necessário para que o


trabalhador sobreviva (deve ser notado de que não existe definição exata para qual seja o
"nível mínimo de subsistência"), cresceu à medida que os trabalhadores pressionam os
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seus patrões para tal, ou seja, se o salário e as condições de vida melhoraram com o tempo,
foi graças à organização e aos movimentos organizados pelos trabalhadores.

MOVIMENTOS

Alguns trabalhadores, indignados com sua situação, reagiam das mais diferentes
formas, das quais se destacam:

MOVIMENTO LUDISTA (1811-1812)

(Movimento contrário à mecanização do trabalho trazida pela Revolução Industrial.


Adaptado aos dias de hoje, o termo ludita (do inglês luddite) identifica toda pessoa que se
opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias)

Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-


de-obra já eram normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento
ludista, uma forma mais radical de protesto. O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes
do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e
destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens,
tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os
manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação
e até à forca. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".

Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais


eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.

MOVIMENTO CARTISTA (1837-1848)

Em seqüência veio o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos


Operários", que exigia melhores condições de trabalho como:

• particularmente a limitação de oito horas para a jornada de trabalho


• a regulamentação do trabalho feminino
• a extinção do trabalho infantil
• a folga semanal
• o salário mínimo

Este movimento lutou ainda pelos direitos políticos, como o estabelecimento do


sufrágio universal (apenas para os homens, nesta época) e extinção da exigência de
propriedade para se integrar ao parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se
destacou por sua organização, e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos
direitos políticos para os trabalhadores.

AS "TRADE-UNIONS"

Os empregados das fábricas também formaram associações denominadas trade


unions, que tiveram uma evolução lenta em suas reivindicações. Na segunda metade do
século XIX, as trade unions evoluíram para os sindicatos, forma de organização dos
trabalhadores com um considerável nível de ideologização e organização, pois o século XIX
foi um período muito fértil na produção de idéias antiliberais que serviram à luta da classe
operária, seja para obtenção de conquistas na relação com o capitalismo, seja na
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organização do movimento revolucionário cuja meta era construir o socialismo
objetivando o comunismo. O mais eficiente e principal instrumento de luta das trade
unions era a greve.

SAÚDE E BEM-ESTAR ECONÔMICO

Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa,


sugerem que o progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas
até beneficiar a população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte
europeu durante o início da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os
que viveram 700 anos antes, na Alta Idade Média.

É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente durante os
anos de 1100 até o início da revolução industrial em 1780, quando a altura média
começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações voltaram a ter
altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI[2]. A variação da altura média de
uma população ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar
econômico.

A INDUSTRIALIZAÇÃO NA EUROPA: A PARTIR DE 1815

Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países


industrializados. Embora outros países já contassem com fábricas e equipamentos
modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os
vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos, porém não possuíam
a tecnologia das fábricas inglesas.

Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as


regiões mineradoras de carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e
Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica. A
Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre
esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871,
quando a Prússia venceu a Guerra Franco-Prussiana.

Fora estes lugares, a industrialização ficou presa:

• Às principais cidades, como Paris e Berlim;


• Aos centro de interligação viária, como Lyon, Colônia, Frankfurt, Cracóvia e Varsóvia;
• Aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterdã, Le Havre, Marselha;
• A polos têxteis, como Lille, Região do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld (Wuppertal),
Chemmitz, Lodz e Moscou;
• E a distritos siderurgicos e indústria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre, e da
Silésia.

DE 1830 A 1929 : A EXPANSÃO PELO MUNDO

Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu


rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos
Estados Unidos da América. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente
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baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.

Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a


Unificação Alemã que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país
que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa época que a produção de ferro
fundido começou a aumentar de forma exponencial.

Na Itália a unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na


Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrialização do país. Essa só atingiu ao
norte da Itália, pois o sul continuou basicamente agrário.

Muito mais tarde, começou a industrialização na Rússia, nas últimas décadas do


século XIX. Os principais fatores para que ela acontecesse foram a grande disponibilidade
de mão-de-obra, intervenção governamental na economia através de subsídios e
investimentos estrangeiros à indústria.

Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi


somente após a Guerra da Secessão que todo o país se tornou industrializado. A
industrialização relativamente tardia dos EUA em relação à Inglaterra pode ser explicada
pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia pouca terra
per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à
Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais
importante que a agricultura. Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que
retardava a acumulação de capital, como tinham muita terra eram essencialmente
agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade do século
XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.

O término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a


produtividade da mão de obra. aumentando assim a velocidade de acumulação de capital,
e também muitas riquezas naturais foram encontradas no período incentivando a
industrialização.

A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação


do feudalismo unificou o país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade
política foi centralizada possibilitando a intervenção estatal do governo central na
economia, o que resultou no subsidio a indústria. E como a mão-de-obra ficou livre dos
senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão passou de um dos
países mais atrasados do mundo a um país industrializado.

AS CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou


extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser
maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e
deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a
concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de
um salário.

Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento


econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para
que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per capita e a
população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por
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exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5,
já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade
infantil.

A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações


dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se
tornaram cada vez maiores e mais importantes.

Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais
pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se
aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as
habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande
melhoria se comparadas as condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas
de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando
riachos nas ruas esburacadas.

O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas


monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A
cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.

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