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Superior Tribunal de Justiça

AgInt no RE no AgInt no AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL


Nº 955.054 - PR (2016/0191603-1)

RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS


AGRAVANTE : MARISTELA YARED
ADVOGADO : HERMANN SCHAICH IV E OUTRO(S) - PR035114
AGRAVADO : CESAR AUGUSTO BUENO KOTVISKI
ADVOGADOS : ANTONIO VALMOR JUNKES E OUTRO(S) - PR023414
CLEUZA VISSOTTO JUNKES - PR026210

EMENTA

AGRAVO INTERNO EM RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.
AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 890/STF.
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA
COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. INEXISTÊNCIA
DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 181/STF.
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
ARE 950.787/SP (Tema 890/STF), já se manifestou quanto à
inexistência de repercussão geral em casos em que a alegada ofensa
ao princípio da dignidade da pessoa humana, inserto no art. 1º,
inciso III, da Constituição Federal, é feita de forma genérica, como
no caso, sendo necessária para o deslinde da controvérsia a
interpretação de leis infraconstitucionais.
2. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE
598.365/MG-RG, decidiu inexistir repercussão geral na questão
alusiva aos pressupostos de admissibilidade de recursos de outros
tribunais, pois a matéria está restrita ao exame de legislação
infraconstitucional (Tema 181/STF).
Agravo interno improvido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima


indicadas, acordam os Ministros da CORTE ESPECIAL do Superior Tribunal de
Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator. A Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura e os Srs.
Ministros Herman Benjamin, Og Fernandes, Mauro Campbell Marques, Benedito
Gonçalves, Raul Araújo e Felix Fischer votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Francisco Falcão,
Nancy Andrighi, João Otávio de Noronha, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge
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Mussi e Luis Felipe Salomão.

Brasília (DF), 1º de fevereiro de 2018(Data do Julgamento).

MINISTRA LAURITA VAZ


Presidente

MINISTRO HUMBERTO MARTINS


Vice-Presidente

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09/02/2018
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no RE no AgInt no AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
Nº 955.054 - PR (2016/0191603-1)

RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS


AGRAVANTE : MARISTELA YARED
ADVOGADO : HERMANN SCHAICH IV E OUTRO(S) - PR035114
AGRAVADO : CESAR AUGUSTO BUENO KOTVISKI
ADVOGADOS : ANTONIO VALMOR JUNKES E OUTRO(S) - PR023414
CLEUZA VISSOTTO JUNKES - PR026210

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS


(Relator):

Cuida-se de agravo interno interposto por MARISTELA YARED


contra decisão monocrática de minha lavra, por meio da qual neguei seguimento
ao recurso extraordinário da agravante.

A ementa da decisão guarda o seguinte teor (fl. 1.417, e-STJ):

"RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE


REPERCUSSÃO GERAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.
TEMAS 890 E 660 DO STF. PRESSUPOSTOS DE
ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA COMPETÊNCIA DE
OUTROS TRIBUNAIS. CONTROVÉRSIA RESTRITA AO EXAME
DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INEXISTÊNCIA
DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 181/STF. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO".

O recurso extraordinário foi interposto contra acórdão da Quarta


Turma desta Corte assim ementado (fl. 1.156, e-STJ):

"AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. INTERDITO PROIBITÓRIO. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. FUNDAMENTOS
DO ARESTO RECORRIDO NÃO IMPUGNADOS. APLICAÇÃO
DAS SÚMULAS 283 E 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
RECURSO NÃO PROVIDO.
1. Na hipótese em exame, aplica-se o Enunciado 2 do
Plenário do STJ: "Aos recursos interpostos com fundamento no
CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de
2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na
forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então, pela
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jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça."
2. Não enseja interposição de recurso especial matéria que
não tenha sido ventilada no v. aresto atacado e sobre a qual,
embora devidamente opostos os embargos declaratórios, o órgão
julgador não se pronunciou e a parte interessada não alegou
ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil de 1973. A simples
oposição dos aclaratórios não é suficiente para caracterizar o
requisito do prequestionamento. Incidência da Súmula 211 do
Superior Tribunal de Justiça.
3. A ausência de impugnação dos fundamentos do acórdão
recorrido enseja o não conhecimento do recurso, incidindo, por
analogia, o enunciado das Súmulas 283 e 284 do Supremo
Tribunal Federal.
4. Agravo interno a que se nega provimento."

Alega a agravante, em síntese, a improcedência da negativa de


seguimento ao recurso extraordinário, ao reiterar as alegações recursais de
ofensa aos arts. 1º, incisos II e III, e 5º, inciso XXII, da Constituição Federal em
virtude da violação à dignidade da pessoa humana e à garantia ao direito de
propriedade.

Pugna pela reconsideração da decisão agravada ou pelo


encaminhamento do presente recurso à apreciação da Corte.

O agravado manteve-se silente (fl. 1.730, e-STJ).

É, no essencial, o relatório.

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Superior Tribunal de Justiça
AgInt no RE no AgInt no AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
Nº 955.054 - PR (2016/0191603-1)

EMENTA

AGRAVO INTERNO EM RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.
AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 890/STF.
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA
COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. INEXISTÊNCIA
DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 181/STF.
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
ARE 950.787/SP (Tema 890/STF), já se manifestou quanto à
inexistência de repercussão geral em casos em que a alegada ofensa
ao princípio da dignidade da pessoa humana, inserto no art. 1º,
inciso III, da Constituição Federal, é feita de forma genérica, como
no caso, sendo necessária para o deslinde da controvérsia a
interpretação de leis infraconstitucionais.
2. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE
598.365/MG-RG, decidiu inexistir repercussão geral na questão
alusiva aos pressupostos de admissibilidade de recursos de outros
tribunais, pois a matéria está restrita ao exame de legislação
infraconstitucional (Tema 181/STF).
Agravo interno improvido.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS


(Relator):

Não merece prosperar a irresignação.

Insurge-se a agravante, no caso dos autos, contra a negativa de


seguimento ao recurso extraordinário, ao reiterar as alegações recursais de ofensa
aos arts. 1º, incisos II e III, e 5º, inciso XXII, da Constituição Federal em virtude
da violação à dignidade da pessoa humana e à garantia ao direito de propriedade.
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Conforme assentado na decisão agravada, quanto à alegação de


ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana, inserto no art. 1º, inciso III,
da Constituição Federal, consigne-se que o Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do ARE 950.787/SP (Tema 890/STF), já se manifestou quanto à
inexistência de repercussão geral em casos em que a alegada ofensa ao princípio
da dignidade da pessoa humana é feita de forma genérica, como no caso, sendo
necessária para o deslinde da controvérsia a interpretação de leis
infraconstitucionais.

A propósito, a ementa do julgado:

"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECISÃO


CONTRATUAL. INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS
CONSTRUÍDAS. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE.
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PRINCÍPIOS DA
LEGALIDADE, DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DO ACESSO
À JUSTIÇA. IMPOSSIBILIDADE DE REDISCUSSÃO DE
CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INEXISTÊNCIA DE MATÉRIA
CONSTITUCIONAL. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. TEMA 890.
INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL." (ARE 950.787 RG,
Relator Min. EDSON FACHIN, julgado em 28/4/2016, processo
eletrônico DJe-024, divulgado em 7/2/2017, publicado em
8/2/2017.)

Outrossim, extrai-se dos autos que, ao negar provimento ao agravo


interno interposto pela recorrente, o órgão julgador confirmou a decisão singular
fundamentada na inviabilidade de análise do mérito recursal, em razão dos óbices
contidos nas Súmulas 211/STJ, 283/STF e 284/STF. É o que se depreende do
seguinte excerto do voto condutor (fls. 1.151/1.153, e-STJ):

"Observa-se que os argumentos trazidos pela recorrente


mostram-se insuficientes para infirmar a decisão agravada, a qual
deve ser mantida.
(...)
De fato, no que se refere à alegada violação aos arts. 6º, 36,
38, 164, 165, 234, 236, 538, 572, 620, 621, 686, II, 694, I e II, 926,
927, II, e 928 do Código de Processo Civil de 1973; 166, 169,
1.209, 1.231, 1.267 e 1.268, § 2º, do Código Civil de 2002,
verifica-se que o conteúdo normativo dos dispositivos invocados no
apelo nobre não foram apreciados pelo Tribunal a quo, ainda que
a parte ora recorrente tenha oposto embargos de declaração a fim
de sanar eventual irregularidade.
Ressalte-se que esta eg. Corte de Justiça consagra orientação
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no sentido da necessidade de prequestionamento dos temas
ventilados no recurso especial, não sendo suficiente a simples
invocação da matéria na petição de embargos de declaração.
Caberia à recorrente, na hipótese, alegar violação ao art. 535 do
Código de Processo Civil de 1973, providência, todavia, da qual
não se desincumbiu. Dessa forma, à falta do indispensável
prequestionamento, incide, na espécie, a Súmula 211 do Superior
Tribunal de Justiça.
(...)
Efetivamente, como se vê, o Tribunal de origem assentou que
na apelação a recorrente não combateu o principal motivo do
indeferimento da inicial: a existência da coisa julgada, e, em assim
sendo, consoante o artigo 471 do Código de Processo Civil, ser o
pedido juridicamente impossível; ocorre que o recorrente não
rebateu de forma específica e suficiente referida fundamentação, o
que atrai, na hipótese, a incidência, por analogia, das Súmulas 283
e 284 do Supremo Tribunal Federal."

Nesse contexto, o Pretório Excelso já se pronunciou no sentido de


que não existe repercussão geral quando a matéria versar sobre pressupostos de
admissibilidade de recurso, pois a solução da controvérsia envolve o exame, tão
somente, de legislação infraconstitucional, o que configuraria, em última análise,
apenas situação de ofensa indireta ou reflexa ao texto constitucional (Tema
181/STF).

O paradigma do STF sobre o tema ostenta o seguinte teor:

"PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS


DA COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO
GERAL.
A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência
de outros Tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional.
Precedentes.
Não havendo, em rigor, questão constitucional a ser
apreciada por esta nossa Corte, falta ao caso 'elemento de
configuração da própria repercussão geral', conforme salientou a
ministra Ellen Gracie, no julgamento da Repercussão Geral no RE
584.608." (RE 598.365-RG, Rel. Min. AYRES BRITTO, julgado
em 14/8/2009, publicado em 26/3/2010.)

Nessa linha de entendimento, por ausência de repercussão geral


sobre a matéria, os fundamentos do aresto atacado não são passíveis de revisão
pela Suprema Corte.
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Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno.

É como penso. É como voto.

MINISTRO HUMBERTO MARTINS


Vice-Presidente

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
CORTE ESPECIAL

AgInt no RE no AgInt no AgInt no


Número Registro: 2016/0191603-1 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 955.054 / PR

Números Origem: 0022472009 00554817520108160001 1197579802 1197579804 201500280852


426792010 697562000
PAUTA: 01/02/2018 JULGADO: 01/02/2018

Relator
Exmo. Sr. Ministro VICE-PRESIDENTE DO STJ
Relator AgInt no RE no AgInt no AgInt
Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO MARTINS
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. LUCIANO MARIZ MAIA
Secretária
Bela. VÂNIA MARIA SOARES ROCHA
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : MARISTELA YARED
ADVOGADO : HERMANN SCHAICH IV E OUTRO(S) - PR035114
AGRAVADO : CESAR AUGUSTO BUENO KOTVISKI
ADVOGADOS : ANTONIO VALMOR JUNKES E OUTRO(S) - PR023414
CLEUZA VISSOTTO JUNKES - PR026210
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Coisas - Posse

AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : MARISTELA YARED
ADVOGADO : HERMANN SCHAICH IV E OUTRO(S) - PR035114
AGRAVADO : CESAR AUGUSTO BUENO KOTVISKI
ADVOGADOS : ANTONIO VALMOR JUNKES E OUTRO(S) - PR023414
CLEUZA VISSOTTO JUNKES - PR026210

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia CORTE ESPECIAL, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Corte Especial, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator.
A Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura e os Srs. Ministros Herman Benjamin, Og
Fernandes, Mauro Campbell Marques, Benedito Gonçalves, Raul Araújo e Felix Fischer votaram
com o Sr. Ministro Relator.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Francisco Falcão, Nancy Andrighi, João
Otávio de Noronha, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Luis Felipe Salomão.

Documento: 1670128 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 09/02/2018 Página 9 de 9

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