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Superior Tribunal de Justiça

HABEAS CORPUS Nº 381.593 - RS (2016/0322146-3)

RELATOR : MINISTRO RIBEIRO DANTAS


IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
ADVOGADOS : RAFAEL RAPHAELLI - RS032676
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
PACIENTE : FABIANA DA SILVA DE ALMEIDA
EMENTA

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE


RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. REVISTA ÍNTIMA EM
ESTABELECIMENTO PRISIONAL. OBSERVÂNCIA DAS NORMAS
FISCALIZATÓRIAS E FUNDADA SUSPEITA DE QUE A RÉ
TRANSPORTAVA DROGAS. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO
DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PROVA LÍCITA. CRIME
IMPOSSÍVEL. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE MANIFESTA
ILEGALIDADE. WRIT NÃO CONHECIDO.
1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação de que não
cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente previsto para a
hipótese, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo quando
constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado.
2. Não viola o princípio dignidade da pessoa humana, a revista íntima realizada
conforme as normas administrativas que disciplinam a atividade fiscalizatória,
e quando há fundada suspeita de que a visitante esteja trazendo a seu corpo
droga para o interior do estabelecimento prisional, pois, diante da inexistência
de direito absoluto, a proteção da intimidade da ré não pode ser usada como
escudo para práticas ilícitas. Precedentes.
3. A revista íntima no estabelecimento prisional, por se tratar de atividade
humana, sujeita a falhas, não impede, de forma absoluta, a consumação do
delito de tráfico de drogas, ou seja, a entrada do entorpecente no
estabelecimento prisional, sendo, portanto, típica a conduta praticada pela
recorrente. Precedentes.
4. Habeas corpus não conhecido.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
não conhecer do pedido. Os Srs. Ministros Joel Ilan Paciornik, Felix Fischer, Jorge Mussi e
Reynaldo Soares da Fonseca votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 16 de maio de 2017(data do julgamento)

Ministro RIBEIRO DANTAS


Documento: 1602513 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2017 Página 1 de 9
Superior Tribunal de Justiça
Relator

Documento: 1602513 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2017 Página 2 de 9
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 381.593 - RS (2016/0322146-3)
RELATOR : MINISTRO RIBEIRO DANTAS
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
ADVOGADOS : RAFAEL RAPHAELLI - RS032676
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
PACIENTE : FABIANA DA SILVA DE ALMEIDA

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO RIBEIRO DANTAS (Relator):

Trata-se de habeas corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de


FABIANA DA SILVA DE ALMEIDA, apontando como autoridade coatora o Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
Extrai-se dos autos que a paciente foi condenado à pena de 2 anos, 1 mês e 20
dias de reclusão, no regime inicial aberto, e ao pagamento de 550 dias-multa, por infração aos
arts. 33, caput , e 40, III, da Lei n. 11.343/2006.
A defesa e o Ministério Público interpuseram apelação perante o Tribunal de
origem, que negou provimento ao apelo ministerial e acolheu em parte o da defesa,
tão-somente, para reduzir a pena de multa para 210 dias- multa, bem como para suspender a
exigibilidade do pagamento das custas processuais.
A defesa interpôs embargos infringentes, os quais não foram providos.
Neste writ, a impetrante alega, em suma, que a) a revista íntima realizada pelos
policiais militares violou a dignidade da paciente, porque ausente situação que a legitimasse;
b) a introdução de drogas em presídio, escondidas no corpo da visitante, é crime impossível,
uma vez que a revista pessoal impede a consumação do delito.
Requer, assim, a concessão da ordem para que a paciente seja absolvida.
Liminar indeferida (STJ, fls. 377-378).
O Ministério Público Federal manifestou-se pelo não conhecimento da ordem
(e-STJ, fls. 439-442).
É o relatório.

Documento: 1602513 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2017 Página 3 de 9
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RELATOR : MINISTRO RIBEIRO DANTAS
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ADVOGADOS : RAFAEL RAPHAELLI - RS032676
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
PACIENTE : FABIANA DA SILVA DE ALMEIDA

EMENTA

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE


RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. REVISTA ÍNTIMA EM
ESTABELECIMENTO PRISIONAL. OBSERVÂNCIA DAS NORMAS
FISCALIZATÓRIAS E FUNDADA SUSPEITA DE QUE A RÉ
TRANSPORTAVA DROGAS. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO
DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PROVA LÍCITA. CRIME
IMPOSSÍVEL. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE MANIFESTA
ILEGALIDADE. WRIT NÃO CONHECIDO.
1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação de que não
cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente previsto para a
hipótese, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo quando
constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado.
2. Não viola o princípio dignidade da pessoa humana, a revista íntima realizada
conforme as normas administrativas que disciplinam a atividade fiscalizatória,
e quando há fundada suspeita de que a visitante esteja trazendo a seu corpo
droga para o interior do estabelecimento prisional, pois, diante da inexistência
de direito absoluto, a proteção da intimidade da ré não pode ser usada como
escudo para práticas ilícitas. Precedentes.
3. A revista íntima no estabelecimento prisional, por se tratar de atividade
humana, sujeita a falhas, não impede, de forma absoluta, a consumação do
delito de tráfico de drogas, ou seja, a entrada do entorpecente no
estabelecimento prisional, sendo, portanto, típica a conduta praticada pela
recorrente. Precedentes.
4. Habeas corpus não conhecido.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO RIBEIRO DANTAS (Relator):

Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação de que não


cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o
não conhecimento da impetração, salvo quando constatada a existência de flagrante
ilegalidade no ato judicial impugnado.
Documento: 1602513 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2017 Página 4 de 9
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Sob tal contexto, passo ao exame da alegação trazida pela defesa, a fim de
verificar a ocorrência de manifesta ilegalidade que autorize a concessão da ordem, de ofício.
O Tribunal de origem afastou a alegada ilicitude da prova obtida mediante
revista íntima, bem como a ocorrência de crime impossível pelos seguintes fundamentos:

O Relator considera vexatória a revista íntima, frente aos novos meios de


revista mecânica para visitantes em estabelecimentos prisionais, tais como
aparelhos de raio-x e detectores de metais.
Argumenta, ainda, que a revista íntima proporciona degradação à
integridade física e psíquica da acusada, ferindo sua dignidade humana,
motivo pelo qual faz prevalecer o voto vencido.
Todavia, ao meu sentir, é caso de negar provimento ao recurso defensivo,
afastando-se a suposta nulidade da prova e, por conseguinte, mantendo a
condenação da ré.
De início, transcrevo trecho de análise da prova oral realizada no acórdão
que decidiu a apelação:
A Policial Militar DAIANA FRACALOSSI GARCIA (77. 171) relatou que,
ao realizar revista na ré, notou que a ré estava nervosa, motivo pelo qual
realizou revista íntima na acusada, tendo visualizado a ponta de um
preservativo inserido em seu corpo. Assim, solicitou que esta retirasse o que
tinha inserido, o que foi atendido de pronto. Afirmou que a ré não informou
para quem estaria levando a substância entorpecente.
GIOVANI FERREIRA VAQUEIROS (fl. 171), Policial Militar, corroborou
a versão de sua colega, confirmando ter visualizado a droga apreendida, que
se tratava de "maconha" e crack . Referiu que não se recorda da ré ter
informado para quem seriam os entorpecentes.
A Policial Militar GENI SCHUH (fl 171) referiu que estava na sala de
revista, realizando revista em outra pessoa, quando foi chamada pela colega,
que estava revistando a ré, presenciando o momento em que a acusada retirou
um preservativo masculino do ânus, que continha em seu interior as
substâncias entorpecentes "maconha" e crack.
Da análise dos autos, observa-se que, durante a visita da acusada na
Penitenciária Estadual do Jacuí - PEJ, essa fora selecionada para se
submeter à revista íntima, visualizando a policial militar a ponta de um
preservativo inserido em seu corpo, momento em que foi solicitada a retirar
o invólucro, que continha cerca de 68g (sessenta e oito gramas) de maconha
e uma pedra de crack pesando cerca de 43g (quarenta e três gramas).
Ressalte-se que a citada revista íntima foi realizada por meio de policiais
militares do sexo feminino e seguiu as normas administrativas1 que
regulamentam essa espécie de atividade fiscalizatória.
Ademais, ao meu ver, as normas para selecionar quem seria submetida à
revista íntima, baseada em escolha aleatória das mulheres visitantes, não
estão em desacordo com o art. 244 do Código de Processo Penal2,
especialmente em se tratando de ambiente prisional, no qual é
expressamente proibida a entrada portando drogas ilícitas, nem sequer
violam os direitos fundamentais à integridade física e psíquica e à
intimidade da ré, os quais não são absolutos.
[...]
Não há comprovação de que houve a prática de coação física e nem moral
em face da denunciada, pois havia plena ciência por essa da fiscalização a
que se submeteria quando da entrada no referido estabelecimento prisional,
tanto que ela buscou burlar a citada forma de controle a partir da introdução
da droga em sua cavidade anal.

Documento: 1602513 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2017 Página 5 de 9
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Assim, não há de se falar em prova ilícita, posto que a própria ré retirou o
objeto de dentro de sua cavidade anal, em momento algum tendo as policiais
militares lhe tocado ou violado sua dignidade.
Não somente, tal entendimento já foi aplicado em situação semelhante nesta
mesma Câmara no julgamento da Apelação-crime ne 700617745013 realizada
no corrente ano.
[...]
Na mesma linha de raciocínio, é necessário analisar se os meios de provas
que evidenciam a materialidade do delito cometido no caso concreto se
encontram em conformidade com os parâmetros do princípio da
proporcionalidade ao ocasionar uma situação de restrição lícita e suportável
a um direito fundamental. Já escrevi a respeito do assunto, nos seguintes
termos5: "(...) convém lembrar que, no campo da proporcionalidade em
sentido estrito, exige-se à comparação entre a importância da realização do
fim e a intensidade da restrição aos direitos fundamentais, examinando, em
síntese, se as vantagens produzidas pela adoção do meio superam as
desvantagens advindas da sua utilização."
Ora, não se pode considerar o direito fundamental à intimidade como
estando acima da necessidade de se assegurar a segurança pública em uma
suposta hierarquia normativa, porque essa não existe entre normas
princípios. Se assim fosse, qualquer cidadão poderia utilizar-se de tal
entendimento para cometer atos ilícitos. Há sim que falar em medida de
proteção suficiente a possibilitar a incidência do direito fundamental à
segurança pública, no caso concreto, por compreender necessária, adequada
e apta a ocasionar menos prejuízos à esfera de direitos fundamentais
envolvidos, o que demanda que o direito à intimidade da acusada possa ser
mitigado sem configurar violação insuperável à dignidade humana dessa.
Desse modo, não reconhecida a ilicitude da prova principal, há que analisar
se estão presentes indicações de materialidade e autoria do delito imputado à
ré.

Como se verifica, a paciente ao deixar transparecer seu nervosismo foi


selecionada para revista íntima, realizada por policiais militares do sexo feminino, que ao
visualizarem a ponta de um preservativo inserido em seu corpo, solicitaram-lhe a retirada do
objeto, que foi prontamente atendida.
Na esteira da jurisprudência desta Corte, não viola o princípio dignidade da
pessoa humana, a revista íntima realizada conforme as normas administrativas que
disciplinam a atividade fiscalizatória, e quando há fundada suspeita de que a visitante esteja
trazendo a seu corpo droga para o interior do estabelecimento prisional, pois, diante da
inexistência de direito absoluto, a proteção da intimidade do agente não pode ser usada como
escudo para práticas ilícitas.
No mesmo sentido, confira-se:

[...] TRÁFICO DE DROGAS. INGRESSO EM PRESÍDIO COM


SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES. DROGA LOCALIZADA POR
MEIO DE REVISTA ÍNTIMA. LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO.
INEXISTÊNCIA DE ABUSO OU ADOÇÃO DE MEDIDAS
INVASIVAS. LICITUDE DA PROVA. COAÇÃO ILEGAL NÃO
CONFIGURADA.
1. De acordo com o Regulamento Geral para Ingresso de Visitas e
Materiais em Estabelecimentos Prisionais da Superintendência dos
Serviços Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul, a revista é feita,
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via de regra, por inspeção visual e por detector de metal ou outro aparelho
hábil a detectar materiais ilícitos, sendo que, em caso de fundada suspeita
e mulheres em período menstrual, é realizada a revista íntima, que pode
ser recusada pelo visitante, tendo como consequência a proibição de
ingresso no estabelecimento prisional.
2. No caso dos autos, embora tivesse o direito de recusar-se a ser revistada
intimamente, a paciente submeteu-se ao procedimento adotado no
presídio, o que resultou na localização, em suas partes íntimas, de maconha
embalada em um preservativo, que seria entregue ao seu marido, que se
encontra preso no local.
3. Tal revista não pode ser acoimada de ilegal, pois, como se sabe, não
existem direitos absolutos, sendo certo que a intimidade da pessoa não
pode servir de escudo para a prática de ilícitos. Doutrina. Precedentes do
STF.
4. Havendo fundada suspeita de que o visitante do presídio esteja portando
drogas, armas, telefones ou outros objetos proibidos, é possível a revista
íntima que, por si só, não ofende a dignidade da pessoa humana,
notadamente quando realizada dentro dos ditames legais, exatamente
como ocorreu na espécie. Precedente do STJ.
5. Habeas corpus não conhecido.
(HC 344.121/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em 07/06/2016, DJe 14/06/2016).

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE


RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. NOVA ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL. ART. 33, CAPUT, C.C. ART. 40, INCISO III, DA
LEI Nº 11.343/2006. INGRESSO DE ENTORPECENTES EM
ESTABELECIMENTO PRISIONAL. ILICITUDE DA PROVA
DECORRENTE DE REVISTA ÍNTIMA. INOCORRÊNCIA. HABEAS
CORPUS NÃO CONHECIDO.
[...]
III - Não se configura a ilicitude da prova decorrente de revista íntima na
qual se encontraram entorpecentes no corpo de denunciada, se tal
procedimento não excedeu os limites do objetivo do ato, que é a garantia da
segurança pública quando da entrada de visitantes em estabelecimentos
prisionais. Em outras palavras, é possível a mitigação do direito à
intimidade da pessoa, como na espécie, em benefício da preservação de
outros direitos constitucionais igualmente consagrados, uma vez que não há,
no ordenamento jurídico-constitucional, direitos fundamentais de caráter
absoluto (MS n. 23.452/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
de 12/5/2000).
IV - O direito à intimidade, portanto, não pode servir de escudo protetivo
para a prática de ilícitos penais, como o tráfico de entorpecentes no interior
de estabelecimentos prisionais, notadamente quando, em casos como o
presente, há razoabilidade e proporcionalidade na revista íntima, realizado
por agente do sexo feminino e sem qualquer procedimento invasivo
(precedente).
[...]
Habeas corpus não conhecido.
Ordem concedida de ofício para fixar o regime semiaberto para o início de
cumprimento da pena das pacientes, mantidos, no mais, os termos da
condenação.
Documento: 1602513 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2017 Página 7 de 9
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(HC 328.843/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA,
julgado em 15/10/2015, DJe 09/11/2015)

Quanto a alegação de crime impossível, esta Corte já se posicionou no sentido


de que a revista íntima no estabelecimento prisional, por se tratar de atividade humana, sujeita
a falhas, não impede, de forma absoluta, a consumação do delito de tráfico de drogas, ou seja,
a entrada do entorpecente no estabelecimento prisional. Logo, é típica a conduta praticada
pela recorrente.
A propósito:

"[...] TRÁFICO DE DROGAS. TENTATIVA DE INGRESSO EM


ESTABELECIMENTO PRISIONAL COM SUBSTÂNCIAS
ENTORPECENTES. POTENCIALIDADE LESIVA DA CONDUTA.
CRIME QUE SE CARACTERIZA COM A PRÁTICA DE UM DOS
NÚCLEOS DO ARTIGO 33 DA LEI 11.343/2006. INEXISTÊNCIA DE
ABSOLUTA INEFICÁCIA DO MEIO. IMPOSSIBILIDADE DE
RECONHECIMENTO DE CRIME IMPOSSÍVEL. COAÇÃO ILEGAL
NÃO EVIDENCIADA.
1. Para que se configure o crime impossível pela absoluta impropriedade do
objeto é necessário que o bem jurídico protegido pela norma penal não sofra
qualquer risco.
2. A mera existência de rigorosa revista na entrada dos visitantes ao
presídio não é capaz de afastar, por completo, a possibilidade da prática
do tráfico de drogas, uma vez que se trata de atividade humana falível,
sendo viável que o agente ludibrie a segurança e alcance o seu intento
de ingressar no estabelecimento com as drogas.
3. O delito tipificado no artigo 33 da Lei 11.343/2006 se consuma com a
prática de algum dos núcleos nele previstos, motivo pelo qual a simples
conduta de trazer consigo substância entorpecente já é suficiente para a
caracterização do ilícito, que independe da efetiva entrega das drogas ao
destinatário. Precedentes. [...]"
(HC 298.618/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em 27/10/2015, DJe 04/11/2015.)

À vista do exposto, não conheço do habeas corpus .


É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

Número Registro: 2016/0322146-3 HC 381.593 / RS


MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 00026249220148210156 01187468920158217000 03015941020168217000


1187468920158217000 15621400017540 26249220148210156
3015941020168217000 70064333685 70070914007
EM MESA JULGADO: 16/05/2017

Relator
Exmo. Sr. Ministro RIBEIRO DANTAS
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MÁRIO FERREIRA LEITE
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
ADVOGADOS : RAFAEL RAPHAELLI - RS032676
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PACIENTE : FABIANA DA SILVA DE ALMEIDA
CORRÉU : LUCAS RAFAEL DOS SANTOS BRITO
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes de Tráfico Ilícito e
Uso Indevido de Drogas - Tráfico de Drogas e Condutas Afins

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, não conheceu do pedido."
Os Srs. Ministros Joel Ilan Paciornik, Felix Fischer, Jorge Mussi e Reynaldo Soares da
Fonseca votaram com o Sr. Ministro Relator.

Documento: 1602513 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2017 Página 9 de 9

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