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Aula 01

Políticas do SUS p/ Ministério da Saúde - Todas as áreas do grupo 5

Professor: Ali Mohamad Jaha


Política do SUS p/ INCA-MS (Grupo 5)
Teoria e Questões Comentadas
Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

AULA 01

Tema: Disposições Gerais sobre o SUS.

Assuntos Abordados: Evolução das Políticas de Saúde no Brasil.


Epidemiologia, História Natural e Prevenção de Doenças. Vigilância
em Saúde. Indicadores de Nível de Saúde da População. Doenças
de Notificação Compulsória. Participação Popular e Controle
Social. A Organização Social e Comunitária. Os Conselhos de
Saúde. Sistema de Informação em Saúde. Noções de Planejamento
em Saúde e Diagnóstico Situacional.

Sumário Página
Saudações Iniciais. 1-1
01. Constituição da República Federativa do Brasil (Saúde). 1-2
02. Evolução das Políticas de Saúde no Brasil. 2 - 16
03. Epidemiologia, História Natural e Prevenção de Doenças. 16 - 21
04. Sistema Único de Saúde (SUS). 21 - 23
05. Vigilância em Saúde. 23 - 27
06. Participação Popular e Controle Social. 27 - 29
07. Sistema de Informação em Saúde. 29 - 31
08. Planejamento Estratégico em Saúde. 31 - 35
09. Noções de Planejamento em Saúde e Diagnóstico
35 - 39
Situacional.
10. Questões Comentadas. 40 - 48
11. Questões Sem Comentários. 49 - 51
12. Gabarito das Questões. 52 - 52

Saudações Iniciais.

Olá Concurseiro! Tudo bem? 40184731844

Vamos iniciar efetivamente o nosso curso de Política do SUS p/


INCA-MS (Grupo 5)?

Não vamos perder tempo! Bons estudos! =)

01. Constituição da República Federativa do Brasil (Saúde).

A Saúde, uma das três áreas da Seguridade Social junto à


Previdência e à Assistência Social, é prevista expressamente entre o Art.
196 e o Art. 200 da CF/1988, que traz em suas linhas gerais:

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A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.

Do artigo acima conseguimos vislumbrar que a saúde é um direito


de todos, não se exigindo nenhuma contribuição por parte da pessoa
usuária. Qualquer pessoa, pobre ou rica, tem direito de ser atendido nos
postos públicos de saúde, sem qualquer distinção. Podemos perceber
claramente isso nas campanhas de vacinação para a população. Nada é
cobrado ou previamente exigido daqueles que se dirigem aos postos de
saúde ou pontos de vacinação.

As disposições constitucionais sobre a Saúde serão aprofundadas em


aula futura. =)

02. Evolução das Políticas de Saúde no Brasil.

A literatura da Saúde afirma que no Brasil, bem como em todo o


mundo, as origens do setor da saúde sempre tiveram relação intensa com
a religião. As primeiras instituições hospitalares no Brasil foram as Santas
Casas. Cronologicamente a evolução do setor de saúde foi a seguinte:

 1514 - Regimento de capelas e hospitais de D. Manuel o


Venturoso;

 1532 - Fundação da Santa Casa de São Vicente (São Paulo);

 1549 - Fundação da segunda Santa Casa, em Salvador;

 1565 - Fundação da terceira Santa Casa, no Rio de Janeiro;


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 1753 - Aparecimento dos primeiros hospitais militares.

Na realidade, até o século XIX (entre 1.800 e 1.900), os hospitais


podiam ser encarados como instituições de espera da morte e de
segregação. Só a partir do século XIX com a descoberta da assepsia e da
anestesia, os hospitais passaram a ser encarados como locais destinados
à reabilitação de doentes.

As políticas de saúde no Brasil praticamente iniciaram-se com a


estruturação dos serviços de saúde em 1923. Foi nesse ano que o direito
à saúde passou a ser relevante para as políticas sociais, desenvolvidas
numa sociedade extremamente liberal, de âmbito rural e natureza

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excludente. Havia nesta época uma industrialização incipiente (iniciante) e


em termos de serviços, prevalecia a assistência prestada pelas Santas
Casas de Misericórdia, ligadas à Igreja.

O processo supracitado de modificação da situação teve a sua


origem principalmente na greve operária de 1917, conhecida como Greve
Geral, na qual operários anarquistas reivindicavam benefícios tais como:
Aposentadoria, Férias, Jornada laboral de 8 horas, Afastamento por
Invalidez, Pensões, aumento de salários, dentre outras reivindicações.
Tais reclamações foram precursoras das chamadas caixas de assistência.

Em 1923, no governo de Artur Bernardes, por meio da Lei Eloy


Chaves, iniciou o que a literatura chama de Fase Pródiga da estruturação
do setor da saúde no Brasil. Foi essa a Lei que criou os Fundos de
Aposentadorias e Pensões aos Ferroviários (Caixa de Assistência), e previa
entre outros benefícios a Assistência Médica e a Compra de
Medicamentos. A partir de 1930 com o fim da política “Café com Leite”1,
no governo de Washington Luís, houve ampliação da Fase Pródiga com o
aparecimento de outras Caixas de Assistência destinados aos empregados
de outros ramos operários. Durante a década de 30 foi criado seis
institutos de previdência, estendendo os benefícios a trabalhadores do
setor público e privado. A Fase Pródiga era caracterizada pela ampliação
de benefícios das Caixas de Assistência, incluindo nesses a Assistência
Médica. Era, como já citado, um sistema de atendimento particularista e
excludente.

O modelo pródigo não seguia a estrutura dos seguros que utilizavam


o cálculo atuarial para a concessão de benefícios. Esses, de um modo
geral, eram concedidos tendo como base aspectos políticos. A fase pródiga
se estendeu aproximadamente até 1935 (Governo Getúlio Vargas),
quando se verificou que os gastos com benefícios tinham atingido cerca de
65% da receita total para pagamento dos mesmos. 40184731844

Nessa época a Assistência Médica chegou a utilizar em média cerca


de 15% dos recursos das Caixas de Assistência, dispendendo no final do
período, 30% do total disponível. Entre 1937 e 1945 (Estado Novo,
Ditadura de Vargas), iniciou-se um novo modelo assistencial denominado
de Contencionista, para fazer face às despesas crescentes originadas
pelos gastos com benefícios.

1Alternância política ocorrida durante a República Velha (1889 e 1930), de presidentes do setor agrário, especificamente
do setor cafeeiro do Estado de São Paulo, e do setor leiteiro, do Estado de Minas Gerais, maior produtor de leite da época
no País. Essa alternância só veio a ser quebrada no governo de Washington Luiz, quando esse apoiou como sucessor outro
candidato paulista, Júlio Prestes.

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Neste período Contencionista o estado imprimiu ações com o


objetivo de eliminar os déficits existentes, que obedeceram as seguintes
lógicas:

 Aumento da intervenção do Estado.

 Diminuição de benefícios

 Aumento de arrecadação

Havia neste período uma dúvida: a Previdência deveria se comportar


como um seguro ou como uma instituição de assistência? Para organizar
as Caixas de Assistência o governo Vargas estimulou ao longo dos anos a
criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), como é
possível verificar abaixo:

 1933 - IAPM - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos


Marítimos;

 1934 - IAPC - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos


Comerciários;

 1934 - IAPB - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos


Bancários;

 1936 - IAPI - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos


Industriários;

 1938 - IPASE - Instituto de Pensões e Assistência dos Servidores


do Estado;

 1938 - IAPETEC - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos


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Empregados em Transportes e Cargas;

 1939 - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Operários


Estivadores;

 1945 - ISS - O Decreto n.º 7.526 dispôs sobre a criação do


Instituto de Serviços Sociais do Brasil;

 1945 – IAPTEC - O Decreto-Lei n.º 7.720 incorporou ao Instituto


dos Empregados em Transportes e Cargas o da Estiva e passou a
se chamar Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Estivadores
e Transportes de Cargas;

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 1953 - CAPFESP - Caixa de Aposentadoria e Pensões dos


Ferroviários e de Empresa do Serviço Público;

 1960 - IAPFESP - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos


Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos.

Iniciou-se com Era Vargas um processo de universalização que


gerou um clima de satisfação social, apesar das limitações impostas nos
gastos com Assistência Médica, que não deveriam ultrapassar 8% da
arrecadação. Neste processo de universalização, patrões, empregados e
Estado contribuiriam com 33,33% cada para a manutenção do Sistema
Previdenciário e de Assistência Médica, culminando no aumento da
arrecadação. Esse aumento financiou a industrialização, os planos
habitacionais, as anistias fiscais e outros projetos governamentais.

Com a criação dos citados Institutos houve também uma


modificação na estrutura administrativa e no processo de gestão. As
Caixas de Assistência eram geridas por Conselhos de Empregados
diretamente eleitos. No caso dos IAPs, como o governo participava com
“capital”, este também passou a ser gestor do sistema. Os presidentes
dos IAPs eram nomeados pelo governo que também era o responsável
pela nomeação do Conselho de Empregados e Empregadores, indicados
pelos presidentes dos órgãos. Nessa época, existiam corporações fortes
representadas pelos Institutos de Assistência e Pensões dos Bancários,
Marítimos, Servidores Públicos Federais, Comerciários e Industriários.

1923 1937 1945

FASE FASE CONTENCIONISTA FASE DA


PRÓDIGA 40184731844
DEMOCRATIZAÇÃO
Início do processo de
Lei Eloy Chaves; universalização: Retorno à fase
pródiga;
Criação do fundo aumento da
de aposentadorias arrecadação; Aumento de
e pensão, benefícios e
assistência médica redução dos benefícios; assistência médica.
e compras de
medicamentos. intervenção do estado.

No período Contencionista a Assistência Médica foi encolhida em


detrimento a outros benefícios. Foi somente entre os anos de 1945 e
1960, período conhecido como fase de Democratização, que o modelo

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Contencionista passou a sofrer significativas alterações. O sistema


previdenciário retornou ao que chamamos de Fase Pródiga, com aumento
substancial de benefícios e consequentemente de assistência médica.

Nesse período os Estados Unidos da América passaram a ter


hegemonia mundial, tanto militar como econômica. Paralelamente houve
a incorporação da ideia do Estado do Bem estar Social (“Wellfare
State”), de inspiração Keynesiana e da Social Democracia, principalmente
pelos Países da Europa Ocidental. No Brasil citamos como evento
marcante a Constituição Federal de 1946, que incorporou a Assistência
Sanitária como um dever da Previdência Social.

Na fase Contencionista o percentual mais baixo dos gastos com


saúde em relação à arrecadação da previdência ocorreu no governo de
Getúlio Vargas e atingiu a 2,3% da receita. Em contraposto, em 1960
esse percentual chegou a atingir cerca de 15% da receita, ano em que
também foi criada a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) com o
objetivo de diminuir os déficits previdenciários por meio de um aumento
de contribuições, estabelecendo a alíquota de 8% tanto para empregados
como para empregadores.

Além de estabelecer tetos de contribuição, a Lei em questão


uniformizou os benefícios dos Institutos de Previdência que eram de
característica eminentemente urbana, e representativa de corporações.
Com a LOPS/60 iniciou-se uma padronização de ações dos Institutos e a
regulação de benefícios mínimos a serem concedidos, tais como:

 Auxílio Natalidade;

 Auxílio Doença;

 Assistência Hospitalar; 40184731844

 Aposentadoria;

 Pensões.

Em 1963, surgiu o Estatuto da Terra e com ele a extensão dos


benefícios previdenciários aos trabalhadores rurais, caracterizando uma
segunda tentativa do processo de universalização. Em 1964, cerca de
22% da população Brasileira possuía benefícios em função do sistema de
previdência social vigente, ano esse em que foi criada uma comissão para
reformular o sistema previdenciário, que culminou com a fusão de todos
os IAPs no Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), em 1966.

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IAPM
+
IAPC
+
IAPB
+
IAPI
+
IPASE INPS
+ Instituto Nacional de
IAP Operários e Estivadores Previdência social
+
ISS
+
IAPTEC
+
CAPFESP
+
IAPFESP

Seu objetivo era reduzir o controle dos sindicatos sobre a


previdência, aumentar a arrecadação do sistema, dinamizar projetos
governamentais e diminuir as despesas do Estado com o sistema, pois até
então os serviços de saúde eram em sua maioria executados por unidades
próprias dos Institutos de Assistência e Pensões. Não bastando, a criação
do INPS trouxe significativa modificação no processo de gestão que deixou
de ser tripartite (trabalhadores, empregadores e governo) para ser gerido
exclusivamente pelo governo.

O modelo pródigo até então em vigor, fez com que em 1966 as


despesas com assistência médica atingissem cerca de 20% das despesas
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totais da previdência. Os gastos com assistência médica possuíam uma


tendência crescente desde 1959, fato que levou o governo a repensar o
sistema previdenciário desembocando na criação do então Instituto.

Entre 1967 e 1970, as despesas com assistência médica duplicaram,


chegando em 1976 a 30% das despesas totais da previdência social. Um
dos responsáveis pela elevação desse índice foi a incorporação, em 1967,
dos Acidentes de Trabalho como benefícios previdenciários. Comparando
os dados em questão com os indicadores de gastos no início do processo
no governo Vargas, podemos verificar que houve um crescimento
significativo das despesas com Saúde. Em 1967 era possível verificar que
dos 2.800 hospitais existentes no País, 2.300 (82%) eram contratados

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pelo Sistema Previdenciário. Houve um aumento visível da cobertura pela


privatização do setor.

Enquanto cresciam substancialmente os gastos com assistência


médica de base eminentemente individual na Previdência, diminuíam as
verbas destinadas ao Ministério da Saúde que atendia as expectativas da
saúde coletiva.

Em 1971 com a criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador Rural


(FUNRURAL) e também da Central de Medicamentos (CEME), houve nova
tentativa de aumentar o processo de universalização do direito à saúde. A
cobertura de benefícios que somente atingia cerca de 22% da população
cresceu substancialmente atingindo um bloco de cerca de 50%, tendo
novamente como consequência um aumento expressivo de despesa com o
setor de saúde.

O FUNRURAL regulamentou os benefícios dos trabalhadores rurais e


incorporou efetivamente a massa de trabalhadores dessa categoria na
previdência social. Entretanto, a lógica do benefício não obedecia aos
mesmos padrões estabelecidos para os trabalhadores urbanos,
prevalecendo o padrão de subsídios fixos.

Em 1972 houve a incorporação dos trabalhadores domésticos no


sistema previdenciário, e em 1973 foi a vez dos trabalhadores autônomos,
mantendo excluídos apenas os trabalhadores dos setores informais da
economia. O período em questão foi caracterizado pela urbanização dos
municípios de um modo geral e pela “universalização” do sistema
previdenciário, que passou a cobrir cerca de 70% da população.

Apesar do aumento da cobertura e do crescimento universalizado do


atendimento é importante destacar que entre 1964 e 1967 houve uma
tendência radical por parte do governo vigente de privatizar o setor da
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saúde.

O processo de privatização desenvolvido neste período foi reforçado


pelo Decreto-Lei n.º 2.300/1968, que claramente dirigia a maioria das
ações executadas pelo setor público para a área privada, restringindo a
ação do setor público à normatização.

A crise financeira da previdência social decorrente de um período


caracterizado pela recessão, desemprego e consequente diminuição da
arrecadação contribuiu para que o governo militar novamente repensasse
a Previdência Social criando, em 1974 o Instituto Nacional de Assistência
Médica e Previdência Social (INAMPS), autarquia desmembrada do INPS.
O Instituto tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que

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contribuíam com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira


assinada.

Sua rede hospitalar possuía hospitais públicos, mas a maioria dos


atendimentos eram realizados pela iniciativa privada, remunerada por
meio de convênios. Àqueles que não contribuíam, restava o atendimento
nas Santas Casas de Misericórdia ou outras instituições filantrópico-
religiosas que acolhiam os enfermos.

O processo de privatização do setor da saúde chegou a tal ponto


que em 1977, 90% dos recursos do INAMPS eram gastos com pagamento
de leitos contratados, cabendo cerca de 7% dos recursos ao pagamento
de convênios e somente 3% dos recursos eram destinados às Unidades
Próprias.

Ainda em 1974, foi criado por meio da Lei n.º 6.036, o Ministério da
Previdência e da Assistência Social (MPAS), desmembrado do Ministério do
Trabalho e Previdência social, e em 1977, o Sistema Nacional de
Previdência e Assistência Social (SINPAS), constituído pelos seguintes
órgãos:

 Instituto Nacional de Previdência Social (INPS);

 Instituto de Arrecadação da Previdência e Assistência Social


(IAPAS);

 Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social


(INAMPS);

 Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social


(DATAPREV);

 Legião Brasileira de Assistência (LBA);


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 Fundação Nacional de Bem Estar do Menor (FUNABEM), e;

 Central de Medicamentos (CEME).

Evidentemente, com o crescimento da cobertura houve necessidade


de mais receita, o que culminou no aparecimento em 1976 do Fundo de
Apoio a Ação Social (FAS), que tinha como objetivo estimular o
desenvolvimento local através de financiamento de equipamentos,
construções e etc.

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Este Fundo tinha a sua receita oriunda da Loteria Esportiva da


própria União e do lucro operacional da Caixa Econômica Federal. Foi por
meio desse fundo que foram construídos cerca de 1.000 hospitais,
dobrando a rede de assistência hospitalar privada.

1966
IAPM
IAPC
IAPB 1977
IAPI
IPASE
IAP Oper. Estiv. INPS
ISS
IAPTEC
CAPFESP IAPAS
IAPFESP

INAMPS

DATAPREV SINPAS
Sistema Nacional de
Previdência
e Assistência Social
LBA
40184731844

FUNABEM

CEME

Com a criação do Ministério da Previdência e Assistência Social


(MPAS) em 1977, foi definido teto orçamentário para o desenvolvimento
da Assistência Médica por meio do INAMPS. Ficou a cargo do IAPAS a
arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições e demais recursos
à Previdência e Assistência Social, além da distribuição destes às demais

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entidades do SINPAS. Ou seja, o IAPAS funcionava como uma espécie de


caixa do sistema previdenciário.

Em 1981, surgiu o Conselho Consultivo da Administração de Saúde


Previdenciária (CONASP), ao qual competia o reconhecimento da
existência das redes hospitalares Estadual e Municipal que se
encontravam completamente sucateadas.

O CONASP passou a reconhecer a importância dos Hospitais


Universitários e mudou a forma de pagamento das internações
hospitalares para o setor privado. Esse pagamento, até então, tinha como
base o atendimento médico realizado em um dado paciente, ou seja, os
convênios estabeleciam a remuneração por procedimento, consolidando a
lógica de cuidar da doença e não da saúde.

A proposta operacional do CONASP foi parcialmente concretizada no


Programa de Ações Integradas de Saúde (PAIS), posteriormente
denominado de Ações Integradas de Saúde (AIS), executado de forma
tripartite pelo MPAS, pelo INAMPS, pelo Ministério da Saúde (MS) e pelas
Secretarias Estaduais de Saúde.

As Ações Integradas de Saúde nunca chegaram a ser hegemônicas


na gestão. No entanto, podem ser consideradas como um passo
importante na consolidação do ideal da reforma sanitária, nascida no início
da década de 70 como forma de oposição técnica e política ao regime
militar, sendo imediatamente recebido pelos opositores partidários e
outros setores descontentes da sociedade.

Ainda que fosse o carro chefe do Plano do CONASP, as dotações


orçamentárias das AIS não foram além de 6,5% do orçamento do
INAMPS, enquanto os recursos gastos com a rede contratada chegavam a
cerca de 59%. 40184731844

Entretanto, as AIS tiveram o mérito de demarcar o início de um


processo de coordenação interinstitucional e de gestão colegiada, por
meio da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação
(CIPLAN), envolvendo os Ministérios da Saúde, Previdência, Educação e
Trabalho.

A partir de 1985, período conhecido como Nova República, com


Waldir Pires no Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e
Hésio Cordeiro e José Carvalho de Noronha no Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), dentre outros
colaboradores de igual relevância, as AIS começaram a ganhar expressão
nacional.

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A universalização do acesso aos serviços de saúde, a integralidade


das ações para superar a clássica dicotomia prevenção/cura e a unificação
dos serviços através das AIS foram vetores da ação estratégica das
mudanças pensadas.

As AIS se transformaram em eixo fundamental de política de saúde


na primeira fase do governo de transição democrática, constituindo-se em
importante estratégia no processo de descentralização da saúde.

As referidas ações passaram a significar um movimento de


reorganização setorial no sentido da Reforma Sanitária. Elas permitiram
caminhar gradativamente para a superação da organização sanitária,
abandonando o cunho centralizador e desordenado, em direção a novas
formas de organização descentralizada, integrada e democratizada. É
importante saber que essa nova forma de organização setorial iniciada em
meados dos anos 80, compreendeu uma gestão colegiada que atingiu
todas as instituições, direta ou indiretamente relacionadas com o setor
público, com todos os seus recursos e com todas as suas atividades, no
sentido de dar respostas às necessidades da população.

Em 17 de março de 1986 foi aberta a 8.ª Conferência Nacional de


Saúde (CNS) por José Sarney, primeiro presidente civil após o período da
ditadura militar. Foi um marco na história do sistema de saúde do país
pois foi a primeira CNS a ser aberta à sociedade, não obstante sua
importância na propagação do movimento da Reforma Sanitarista.

A 8.ª CNS resultou na implantação do Sistema Unificado e


Descentralizado de Saúde (SUDS), criado em 1987. Esse sistema foi
precursor do atual Sistema Único de Saúde (SUS) e surgiu sob forma de
convênio do INAMPS com as Secretarias de Saúde dos Estados. Também
assumiram universalização da equidade no acesso aos serviços de saúde,
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integralidade dos cuidados assistenciais, regionalização e integração dos


serviços de saúde, descentralização das ações de saúde, implementação
de distritos sanitários, desenvolvimento de instituições colegiadas
gestoras e desenvolvimento de uma política de recursos humanos.

Tais diretrizes objetivaram sacramentar conceitos relativos à


democratização do acesso aos serviços de saúde, no sentido de reduzi-las
a um grupo comum, e a organização da rede sob padrões técnicos
apropriados.

Uma proposição central no desenvolvimento do SUDS era a


normatização e a regulamentação do relacionamento do setor público com
o setor privado. A execução direta de serviços ficaria restrita àqueles de

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abrangência nacional. Aos estados e municípios competiria à proteção da


saúde em âmbito estadual e municipal, respectivamente, das atividades
nacionais, destacando o caráter normativo complementar assumido pelo
nível estadual e a execução direta de serviços. Tais serviços abrangeriam
tanto cuidados individuais quanto coletivos, no âmbito da cidadania e
saúde, intervenção pública e demandas sociais.

Verificou-se assim que o SUDS teve como função principal a


reformulação do INAMPS que, prescindindo (dispensando) de sua atuação
em nível estadual, delegou às Secretarias Estaduais de Saúde grande
parte de seu poder decisório.

O SUDS adquiriu ainda materialidade jurídico-formal uniforme por


meio do convênio padrão SUDS n.º 01/1988. Ele buscava compatibilizar
aspectos legais normatizados pelo Decreto n.º 95.861/1988 (que dispõe
sobre o SUDS) com as diretrizes gerais contidas na Exposição de motivos
em sua redação original, as quais apontavam para questões de caráter
mais amplo do que a formalidade institucional.

Alguns pontos referentes ao SUDS merecem ser destacados:

 Descentralização;

 Hierarquização;

 Sistema de referência e contra referência;

 Humanização do atendimento;

 Acompanhamento, controle e avaliação;

 Relacionamento com os prestadores de serviços assistenciais.


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O SUDS não esperou a nova Constituição para traçar as estratégias


e táticas de mudança. Pelo contrário. Interveio no processo político,
inclusive como determinante sobre que a Constituição tratou em seu texto
como “Da Saúde”.

A estratégia do SUDS buscou, dentro de suas limitações


institucionais, focalizar a atenção no processo de descentralização e
fortalecimento dos níveis periféricos do sistema, envolvendo num primeiro
momento os Estados, mas apontando, em médio prazo, os municípios. A
nova Constituição Brasileira incorporou a essência do SUDS no plano
político, transformando Estados e Municípios em atores fundamentais para

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a aprovação do capítulo da seguridade social/saúde, constituindo o marco


do direito à saúde no Brasil.

Sob as propostas de mudanças do setor saúde, a Constituição de


1988 introduziu o conceito de Seguridade Social. Assim, a proteção social
passou a ser entendida como a lógica da universalização e como um
direito de cidadania. Os direitos passaram a integrar um conjunto de
ações, segundo o artigo 194 da CF/88:

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações


de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.

O direito de acesso à saúde, trazido pelo texto constitucional no


âmbito do capítulo da Seguridade Social, foi então estendido ao conjunto
de cidadãos independente de contribuição. Assim, encontramos disposto
na CF/88, além da Assistência Médica, alguns outros benefícios de forma
extensiva e abrangente como por exemplo:

 Equiparação dos direitos urbanos e rurais;

 A todos os idosos e deficientes sem meios de manutenção, serão


assegurados direito a um salário mínimo, independente de
contribuição previdenciária;

 Programa do seguro desemprego.

A nova Constituição preocupou-se em ratificar as mudanças supra


mencionadas na proteção social, trazendo no parágrafo único do artigo
194 os seguintes Princípios:

 Universalização da Cobertura do Atendimento;


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 Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às


Populações Urbanas e Rurais;

 Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e


Serviços;

 Irredutibilidade no Valor dos Benefícios;

 Equidade na Forma de Participação e Custeio;

 Diversidade na Base de Financiamento;

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 Caráter Democrático e Descentralização da Gestão


Administrativa, com a Participação da Comunidade, em especial
Trabalhadores, Empresários.

Entre a homologação da Constituição Brasileira e os dias atuais,


avanços e retrocessos se sucederam em relação ao direito à saúde no
País, desembocando no modelo que conhecemos atualmente por Sistema
Único de Saúde (SUS), inserido ineditamente no novo texto constitucional.
Historicamente, a reforma sanitária representada no início pelas Ações
Integradas de Saúde (AIS), evoluiu posteriormente para o SUDS e
finalmente para o SUS, consolidando-se na referida Lei Maior. Apesar dos
obstáculos, o SUDS sobreviveu até a aprovação da Lei Orgânica da Saúde
(LOS) em 1990.

Inicialmente, o SUS foi gestado na previdência social por um grupo


de profissionais de saúde que acreditavam na possibilidade de se
conseguir atingir patamares mais próximos da equidade, da
universalização e da humanização do atendimento. Além disso, visavam à
possibilidade de hierarquizar as redes de saúde no que se referia ao
atendimento da população. Foi através dessas ações que se iniciou um
processo mais democrático que tinha como ponto de partida o processo de
cidadania.

A fórmula “Saúde - Direito dos Cidadãos, Dever do Estado”


elaborada no meio do movimento sanitarista e consagrado como princípio
constitucional em 1988, sintetiza a ideia da primeira experiência brasileira
de uma política social universalizante. A reforma Sanitária, não obstante
seus percalços, configura uma ruptura pioneira no padrão de intervenção
estatal no campo social moldado na década de 30.

A instituição de um sistema de saúde de acesso universal e


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igualitário rompe definitivamente com o modelo corporativista até então


delineado, do benefício como privilégio, e, adicionalmente assume a
obrigação de quitar parte da dívida social do Estado para com o cidadão.

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1932 Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública.


Criação do Ministério da Saúde – Lei n.º 1.920, que desdobrou o
1953 então Ministério da Educação e Saúde em dois Ministérios: Saúde
e Educação e Cultura.
Criação do MPAS. A Lei n.º 6.036 criou o MPAS, desmembrado do
Ministério do Trabalho e Previdência Social.
1974
Criação do Instituto INAMPS.
1977 Criação do SINPAS – Lei n.º 6.439.
1960 Lei Orgânica da Previdência e Saúde – LOPS – Lei n.º 3.807.
1966 Criação do INPS – Decreto-Lei n.º 72.
1981 Criação do CONASP.
1987 Criação do SUDS – Decreto n.º 94.657.
1988 Promulgação da CF/88 – inclusão do SUS no texto constitucional.
Decreto n.º 99.060: incorporação do INAMPS ao Ministério da
Saúde.
1990
Lei Orgânica da Saúde (LOS) fundou o SUS - Lei n.º 8.080.
1993 Extinção do INAMPS – Lei n.º 8.689.

03. Epidemiologia, História Natural e Prevenção de Doenças

01. Conceito.

Inicialmente, temos que uma definição precisa do termo


epidemiologia não existe, pois sua temática é dinâmica e seu objeto,
complexo. Pode-se, de uma maneira simplificada, conceituá-la como:

A ciência que estuda o processo saúde-doença em


coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores
determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos
associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de
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prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo


indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,
administração e avaliação das ações de saúde.

Por seu turno, a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA),


em seu “Guia de Métodos de Ensino”, define Epidemiologia como:

O estudo dos fatores que determinam a frequência e a


distribuição das doenças nas coletividades humanas. Enquanto a
clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, analisando
caso a caso, a epidemiologia debruça-se sobre os problemas de
saúde em grupos de pessoas – às vezes pequenos grupos – na
maioria das vezes envolvendo populações numerosas.

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Atualmente, muitas doenças, cujas origens até bem recentemente


não encontravam explicação, têm tido suas causas esclarecidas pela
metodologia epidemiológica, que tem por base o método científico
aplicado da maneira mais abrangente possível a problemas de doenças
ocorrentes em nível coletivo.

A Epidemiologia é o eixo da saúde pública. Proporciona as bases


para avaliação das medidas de profilaxia, fornece pistas para diagnose de
doenças transmissíveis e não transmissíveis e enseja a verificação da
consistência de hipóteses de causalidade.

Por fim, além do supracitado, estuda a distribuição da morbidade a


fim de traçar o perfil de saúde-doença nas coletividades humanas; realiza
testes de eficácia e de inocuidade de vacinas desenvolve a vigilância
epidemiológica; analisa os fatores ambientais e socioeconômicos que
possam ter alguma influência na eclosão de doenças e nas condições de
saúde; constitui um dos elos de ligação comunidade/governo, estimulando
a prática da cidadania através do controle, pela sociedade, dos serviços de
saúde.

02. História Natural da Doença.

Conforme determina a doutrina, História Natural da doença é o


nome dado ao conjunto de processos interativos compreendendo as inter-
relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o
processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que
criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro
lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até às alterações
que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte.

Portanto, a História Natural da doença tem desenvolvimento em dois


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períodos sequenciados: o período epidemiológico e o período


patológico. No primeiro, o interesse é dirigido para as relações
suscetível-ambiente, no segundo, interessam as modificações que se
passam no organismo vivo.

Assim, estamos diante de dois domínios interagentes, consecutivos


e mutuamente exclusivos, que se completam: o meio ambiente, onde
ocorrem as pré-condições, e o meio interno, onde se processaria, de
forma progressiva, uma série de modificações bioquímicas, fisiológicas e
histológicas, próprias de uma determinada enfermidade.

Ao tratar a História Natural de uma doença em particular como


sendo uma descrição de sua evolução, desde os seus primórdios no

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ambiente biopsicossocial até seu surgimento no suscetível e consequente


desenvolvimento no doente, deve-se ter um esquema básico, de caráter
geral, onde ancorar as descrições específicas.

Este esquema geral, arbitrário, é apenas uma aproximação da


realidade, sem pretensão de funcionar como uma descrição da mesma. A
História Natural das doenças, sob este ponto de vista, nada mais é do que
um quadro esquemático que dá suporte à descrição das múltiplas e
diferentes enfermidades. Sua utilidade maior é de apontar os diferentes
métodos de prevenção e controle, servindo de base para a compreensão
de situações reais e específicas, tornando operacionais as medidas de
prevenção.

Para constar, observe o quadro esquemático supracitado:

40184731844

Não vamos nos aprofundar nos conceitos apresentados, bem como


no esquema supra exposto, uma vez que acredito que a prova não chegue
neste grau de detalhamento e cobrança.

Por fim, você deve ter em mente que existem n-fatores ligados à
História Natural da Doença, entre eles, os fatores socioeconômicos, os
fatores sócio-políticos, os fatores socioculturais, os fatores psicossociais,
os fatores ambientais e os fatores genéticos.

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03. Prevenção da Doença.

Desde os primórdios, Prevenção de Doenças sempre caminhou


concomitantemente com a Saúde Pública, sendo que esta pode ser assim
definida:

Saúde pública é a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar


a vida e desenvolver a saúde física e mental e a eficiência,
através de esforços organizados da comunidade, para o
saneamento do meio ambiente, o controle de infecções na
comunidade, a organização de serviços médicos e paramédicos
para o diagnóstico precoce e o tratamento preventivo de doenças,
e o aperfeiçoamento da máquina social que irá assegurar a cada
indivíduo, dentro da comunidade, um padrão de vida adequado à
manutenção da saúde.

A prevenção é um aspecto muito abrangente, inclui a ação dos


profissionais em saúde, mas não é só. A estes cabem uma importante
parcela da ação preventiva: a decisão técnica, a ação direta e parte da
ação educativa. O sucesso da prevenção em termos genéricos, na sua
vertente de promoção da saúde, com vistas a uma sociedade sadia, só
parcialmente depende da ação dos especialistas. No coletivo, a ação
preventiva deve começar ao nível das estruturas socioeconômicas da
população.

Como podemos observar, a prevenção é realizada pelos profissionais


da saúde e pela própria população por meio de ações e atitudes realizadas
no dia a dia.

Por sua vez, deve-se ter em mente que a prevenção se divide em


três níveis de atuação, a saber:
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 Prevenção primária: é a que se faz com a intercepção dos


fatores pré-patogênicos. Nesta etapa temos a promoção da saúde
e a proteção específica;

 Prevenção secundária: é aquela realizada no indivíduo, já sob


a ação do agente patogênico, ao nível do estado de doença.
Nesta etapa temos o diagnóstico, o tratamento precoce e a
limitação da invalidez, e;

 Prevenção terciária: esse nível consiste na prevenção da


incapacidade através de medidas destinadas à reabilitação.
Assim, o processo de reeducação e readaptação de pessoas com

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defeitos após acidentes ou devido a sequelas de doenças é


exemplo de prevenção em nível terciário.

Para finalizar, temos o seguinte detalhamento esquemático sobre o


tema prevenção:

1. Prevenção Primária:

1.1. Promoção da Saúde (medidas de ordem geral):

- Moradia adequada;
- Escolas;
- Áreas de lazer;
- Alimentação adequada, e;
- Educação em todos dos níveis.

1.2. Proteção Específica:

- Imunização;
- Saúde ocupacional;
- Higiene pessoal e do lar;
- Proteção contra acidentes;
- Aconselhamento genético, e;
- Controle dos vetores.

2. Prevenção Secundária:

2.1. Diagnóstico Precoce:

- Inquérito para descoberta de casos na comunidade;


- Exames periódicos, individuais, para detecção precoce de casos;
- Isolamento para evitar a propagação de doenças, e;
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- Tratamento para evitar a progressão da doença.

2.2. Limitação da Incapacidade:

- Evitar futuras complicações, e;


- Evitar sequelas.

3. Prevenção Terciária:

- Reabilitação (impedir a incapacidade total);


- Fisioterapia;
- Terapia ocupacional, e;

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- Emprego para o reabilitado.

04. Sistema Único de Saúde (SUS).

1. Conceitos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal


de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 8.080/1990 (Lei Orgânica da
Saúde) e n.º 8.142/1990 (que dispõe sobre a participação da comunidade
na gestão do SUS), com a finalidade de alterar a situação de desigualdade
na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento
público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob
qualquer pretexto.

Por sua vez, o SUS é formado pelo conjunto de todas as ações e


serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais, distritais e municipais, da administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público. À iniciativa privada é permitido
participar desse sistema de maneira complementar.

Por fim, o SUS pode ser considerado uma das maiores


conquistas sociais consagradas na CF/1988. Seus princípios apontam para
a democratização nas ações e nos serviços de saúde que deixam de ser
restritos e passam a ser universais, da mesma forma, deixam de ser
centralizados e passam a nortear-se pela descentralização.

2. Fundamentação Legal.

O SUS encontra amparo legal nos seguintes atos normativos:

 Constituição Federal (Art. 196 ao Art. 200);


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 Lei n.º 8.080/1990;

 Lei n.º 8.142/1990, e;

 Decreto n.º 7.508/2011.

Devo ressaltar que todos esses diplomas legais serão objeto de


aulas futuras.

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3. Financiamento.

As Ações e Serviços de Saúde, implementados pelos Estados,


Municípios e Distrito Federal são financiados com Recursos Próprios da
União, Estados e Municípios e de outras fontes suplementares de
financiamento, todos devidamente contemplados no Orçamento da
Seguridade Social (OSS).

Cada esfera governamental deve assegurar o aporte regular de


recursos ao respectivo fundo de saúde de acordo com a Emenda
Constitucional n.º 29/2000. As transferências, regulares ou eventuais, da
União para estados, municípios e Distrito Federal estão condicionadas à
contrapartida destes níveis de governo, em conformidade com as normas
legais vigentes. Esses repasses ocorrem por meio de transferências
"Fundo a Fundo", realizadas pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS)
diretamente para os Estados, Distrito Federal e Municípios, ou pelo Fundo
Estadual de Saúde aos municípios, de forma regular e automática,
propiciando que gestores estaduais e municipais contem com recursos
previamente pactuados, no devido tempo, para o cumprimento de sua
programação de ações e serviços de Saúde.

As transferências regulares e automáticas constituem a principal


modalidade de transferência de recursos federais para os estados,
Municípios e Distrito Federal. Estas também são fontes de recursos para
financiamento das ações e serviços de saúde, contemplando as
transferências "Fundo a Fundo" e os pagamentos diretos a prestadores de
serviços e beneficiários cadastrados de acordo com os valores e condições
estabelecidas em portarias do Ministério da Saúde.

As transferências voluntárias são, por sua vez, entregas de recursos


correntes ou de capital a outra esfera da federação para cooperação,
auxílio ou assistência financeira não decorrente de determinação
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constitucional, legal, ou destinadas ao SUS.

5. Princípios, Diretrizes e Articulação com Serviços de Saúde.

Os Princípios dos SUS previstos na Lei Orgânica que o instituiu (Lei


n.º 8.080/1990), as Diretrizes do referido Sistema previstas na
Constituição Federal, bem como a articulação do deste com o Serviços de
Saúde, serão explorados a fundo em aula futura. Por enquanto, ficamos
apenas com os Princípios e Diretrizes do SUS dispostos abaixo:

Diretrizes (CF/1988):

1. Descentralização;

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2. Atendimento Integral;

3. Participação da Comunidade.

Princípios (Lei Orgânica da Saúde):

1. Universalidade;

2. Integralidade;

3. Preservação;

4. Igualdade;

5. Direito à Informação;

6. Divulgação de Informações;

7. Utilização da Epidemiologia;

8. Participação da Comunidade;

9. Descentralização;

10. Integração;

11. Conjugação dos recursos;

12. Capacidade de Resolução

13. Organização. 40184731844

05. Vigilância em Saúde.

A Vigilância em Saúde tem por objetivo a observação e análise


permanentes da situação de saúde da população no país. Articula-se em
um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e
danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios,
garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem
individual como coletiva dos problemas de saúde.

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1. Indicadores de Nível de Saúde da População.

Os indicadores de nível da saúde da população foram desenvolvidos


no intuito de facilitar a avaliação e a quantificação das informações que
são produzidas com tal finalidade. Nos termos gerais, os indicadores de
nível da saúde da população são considerados como medidas que contêm
informações importantes e relevantes sobre determinadas dimensões e
atributos relacionados ao estado de saúde, bem como o da atuação e do
desempenho do sistema de saúde.

Devem ainda refletir diretamente a situação sanitária da população


(de toda a sociedade) e servir também para a vigilância das condições de
saúde da população. A construção de um indicador de saúde é um
processo cuja a sua complexidade pode variar, a depender dos seguintes
fatores:

 Contagem direta de casos de uma determinada doença;

 Cálculo de proporções;

 Taxas;

 Razões;

 Índices, como por exemplo o de natalidade (da proporção da


esperança de vida de uma criança ao nascer).

Por seu turno, os indicadores de nível da saúde da população


definem os seguintes quesitos:

1. Saúde (incluindo as condições demográficas);


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2. Nutrição e alimentos;

3. Educação (incluindo desde a alfabetização até o ensino técnico);

4. Condições trabalhistas;

5. Situação em que se encontra o emprego do indivíduo;

6. Economia de forma geral e o consumo;

7. Transporte;

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8. Moradia (incluindo desde o saneamento até as instalações


domésticas);

9. Vestuário;

10. Meios de entretenimento (recreação);

11. Segurança social de maneira geral;

12. A liberdade humana.

As principais modalidades dos indicadores de saúde da população


são as seguintes:

1. Mortalidade/Sobrevivência;

2. Morbidade/Gravidade/Caso de Incapacidade;

3. Nutrição/Crescimento/Nível de Desenvolvimento;

4. Características dos Aspectos Demográficos;

5. Condições Sociais e Econômicas;

6. Saúde do Meio Ambiente, e;

7. Serviços de Saúde oferecidos a População.

Muita atenção quanto aos quesitos e as modalidades dos


indicadores, pois a banca poderá tentar confundi-lo. Educação, por
exemplo, não é uma modalidade de indicador de saúde. Cuidado!!!


40184731844

Quesitos definidos Modalidades dos


pelos indicadores da indicadores de saúde
saúde

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2. Doenças de Notificação Compulsória.

Notificação compulsória é um registro que obriga e universaliza as


notificações, visando o rápido controle de eventos que requerem pronta
intervenção.

Doenças de notificação compulsória são aquelas que constam na


Lista de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória (LDNC), podendo
ser assim classificada tanto em âmbito mundial, nacional, estadual ou
mesmo municipal. Essa lista constitui o Sistema de Doenças de Notificação
Compulsória (SDNC), e é composta por doenças cuja gravidade,
magnitude, transcendência, capacidade de disseminação do agente
causador e potencial de causar surtos e epidemias que exigem medidas
eficazes para a sua prevenção e controle.

Algumas doenças constantes na LDNC possuem um curto período de


incubação, sendo necessário medidas urgentes para seu controle assim
que for detectado o primeiro caso, impedindo dessa forma a disseminação
do agente para a comunidade ou localidade onde habita o infectado.

A LDNC traz em seu bojo a relação das doenças que são de


Notificação imediata, diferenciando-as inclusive daquelas que devem ser
notificadas imediatamente quando há uma simples suspeição. O não
cumprimento desta exigência pode vir a comprometer a eficácia das
medidas de prevenção e controle disponíveis.

A maioria das Doenças de Notificação Compulsória (DNC) requer


tratamento hospitalar específico devido a sua gravidade. Nesses casos, a
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) desempenha um
papel de suma importância, principalmente em ambientes hospitalares
nos quais não existe um núcleo de vigilância epidemiológico já
estruturado. 40184731844

Devido às alterações frequentes no perfil epidemiológico das


doenças listadas e monitoradas, há necessidade de revisões periódicas na
LDNC no sentido de mantê-la atualizada. A mesma necessidade se dá
quando da implementação de outras técnicas para o monitoramento de
doenças, o conhecimento de novas doenças ou ainda re-emergência das
mesmas.

No Brasil, a Lista de Notificação Compulsória (LNC) encontra-se


presente na Portaria MS n.º 1.271/2014, que pode ser acessada pelo
seguinte link:

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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1271_0
6_06_2014.html

Não é preciso decorar essa Lista! =)

06. Participação Popular e Controle Social.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e da Lei n.º


8.080/1990 (Lei orgânica da Saúde), criou-se o Sistema Único de Saúde
do Brasil (SUS). A partir daí toda a população brasileira passou a ter
direito de acesso ao atendimento público de saúde.

Com o intuito de regulamentar o controle social do SUS, foi criada


a Lei n.º 8.142/1990, que conferiu ao sistema em questão uma de suas
principais características: a participação social na área de saúde. Essa
lei define o papel da sociedade na gestão do serviço de saúde onde os
sujeitos ou atores sociais participam ativamente, por meios democráticos,
da formulação das políticas públicas de saúde. Neste sentido, o usuário do
serviço passa a ter o direito, bem como o dever de deliberar, sobre o
planejamento, formulação, execução e fiscalização das ações de saúde,
assim como da gestão financeira e administrativa do SUS.

Com a participação da comunidade na gestão do SUS se estabelece


uma nova relação entre Estado e sociedade. O SUS deve identificar o
usuário como membro da comunidade, com direitos e deveres, e não
apenas como recebedor passivo de benefícios do Estado.

Dessa forma, o controle social institucionalizou a participação da


população nas políticas de saúde nas três esferas (municipal, estadual e
federal), que passaram a contar com a presença de gestores,
trabalhadores do SUS e usuários do Sistema nas Conferências de Saúde,
na proporção abaixo indicada: 40184731844

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Gestores
25%

Usuários do Sistema
50% Trabalhadores do SUS
25%

Além disso, a Lei n.º 8.142/1990, institucionalizou os meios pelos


quais à população deveria exercer o controle social, particularmente as
Conferências e os Conselhos de saúde. As Conferências acontecem nas
três esferas de governo de forma periódica a cada quatro anos, nas quais
a população tem a oportunidade de avaliar, planejar e estabelecer metas
a serem alcançadas no próximo quadriênio. Já os Conselhos de saúde são
instâncias colegiadas permanentes e paritária dos usuários em relação aos
demais componentes. As reuniões dos Conselhos funcionam como canal
aberto, visto que qualquer pessoa pode participar das discussões acerca
da gestão dos serviços de saúde. Esta relação serviço-comunidade
possibilita que a população encaminhe suas demandas e proposições
condizentes com a realidade local, opinando, fiscalizando e acompanhando
a execução das ações de saúde por meio de seus representantes.

Apesar de a participação popular ser entendida como uma das


formas mais avançadas de democracia contemporânea, verifica-se que
mesmo com a institucionalização do modelo participativo, ainda não
temos um controle social real no que diz respeito ao controle da
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população sobre o Estado. É necessário um esforço para o


desencadeamento de ações de educação em saúde, difundindo e
ampliando o debate sobre a saúde junto aos profissionais da saúde e à
população de maneira geral, construindo conhecimentos compartilhados
sobre saúde, considerando as subjetividades e singularidades presentes
nas relações dos indivíduos e da coletividade.

Os investimentos em projetos de educação permanente para os


profissionais da área e o incentivo para projetos de educação popular em
saúde são pequenos. Além disso, a educação básica nas escolas leva a
uma prática individualista, própria do sistema capitalista, dificultando a

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criação de movimentos que representem a sociedade nos órgãos de


controle social.

Apesar dos significativos avanços na ação dos Conselhos de Saúde


quanto ao processo de formulação e controle da política pública de saúde
e do expressivo número de Conselhos espalhados país à fora, estes ainda
enfrentam obstáculos significativos, dentre os quais podem ser destacados
o não exercício do seu caráter deliberativo na maior parte dos municípios
e estados; as precárias condições operacionais e de infraestrutura; a falta
de regularidade de funcionamento; a ausência de outras formas de
participação; a falta de transparência nas informações da gestão pública;
a dificuldade e desmobilização do seu desenvolvimento na formulação de
estratégias e políticas para a construção do novo modelo de atenção à
saúde; e a baixa representatividade e legitimidade de conselheiros nas
relações com seus representados.

Fica evidente que essas dificuldades operacionais e políticas


requerem investimentos do governo para a qualificação e aperfeiçoamento
da atuação destas instâncias de gestão e controle social.

07. Sistema de Informação em Saúde.

Como em qualquer outra atividade, no setor saúde a informação


deve ser entendida como um redutor de incertezas, ou seja, um
instrumento para detectar as prioridades, visando o planejamento
responsável e a execução de ações que condicionem a realidade às
transformações necessárias. Esse planejamento deve conter decisões que,
associadas ao quadro atual, visem providências no sentido de buscar uma
condição diversa no futuro.

A Organização Mundial da Saúde define Sistema de Informação em


Saúde (SIS) como um mecanismo de coleta, processamento, análise e
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transmissão da informação necessária para se planejar, organizar,


operar e avaliar os serviços de saúde. É importante destacar que a
transformação de um dado em informação exige, além da análise, a
divulgação, incluindo recomendações para a ação.

Os Sistemas de Informação em Saúde são, portanto, aqueles que


reúnem, guardam, processam e facultam as informações a uma
organização de saúde. Essa deve ser útil e estar acessível àqueles que
dela necessitam. Um sistema de informação é, portanto, uma combinação
de procedimentos, informação, pessoas, tecnologias e vários outros
recursos. Nota-se que um sistema de informação pode (ou não) envolver

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a utilização de tecnologia informática, por isso não se deve confundir


sistema de informação com um sistema informático ou informatizado.

Os Sistemas de Informação em Saúde devem incluir todos os dados


necessários aos profissionais de saúde e utilizadores dos sistemas, com o
objetivo de desenvolver e proteger a saúde da população. Segundo a
OMS, o investimento realizado nesses sistemas de saúde implica em
vários benefícios aos seus usuários, como no caso dos tomadores de
decisões, no controle e detecção de problemas de saúde endêmicos, na
monitorização de progressos e metas pré-estabelecidos e na promoção da
equidade e da qualidade dos serviços.

Ainda, os SISs podem ser desenvolvidos para uso macroeconômico,


utilizados em Ministérios, Secretarias de Estado ou Prefeituras / Câmaras
Municipais (neste caso, condensando informações de outros subsistemas
ou redes locais), ou ainda para uso microeconômico (clínicas, hospitais,
redes empresariais). Podem conter informações clínicas e não clínicas, ou
somente administrativas. Em qualquer caso, conhecer os passos de cada
uma das etapas de um Sistema de Informações é de fundamental
importância para garantir não só a fidedignidade das bases de dados, mas
também a permanência e plena utilização das mesmas.

Além dos bancos de dados gerados por atividades de outros setores


como o IBGE e o IPEA, o SIS é composto por vários Subsistemas. Esses
produzem uma grande quantidade de dados correspondentes ao setor da
saúde nacional, os quais são possíveis destacar2:

40184731844

2Tabela parcialmente extraída de:


http://www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/artigos/Sistemas_de_Informacao/SistemasInformacaoSaude.pdf.

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INSTRUMENTO
SISTEMAS EVENTO USOS (ALGUNS)
DE COLETA
Estudos de
SIM - Sistema de
Declaração de mortalidade;
Informações sobre Óbito
óbito Vigilância de
mortalidade.
Óbitos, etc.
SINASC - Sistema Monitoramento da
de informações Declaração de Saúde, da
Nascido vivo
sobre nascidos nascido vivo Criança,
vivos. Vigilância, etc.
Acompanhamento
SINAN - Sistema
Ficha individual dos agravos sob
de informação de Agravos sob
de Notificação e notificação,
agravos de notificação
de Investigação surtos, epidemias,
notificação.
etc.

Morbidade
hospitalar, Gestão
SIH-SUS - Sistema Autorização de
Informação hospitalar,
de informações Internação
Hospitalar Custeio da
hospitalares. Hospitalar
Atenção
Hospitalar

Acompanhamento
SIA - Sistema de Boletim de
Produção da produção,
informações produção
Ambulatorial Gestão e custeio
ambulatorial ambulatorial
ambulatorial.

Outros sistemas:

SIAB: Sistema de informações da atenção básica.


SIOPS: Sistema de informação de orçamento em saúde.
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API: Avaliação do Programa de Imunizações.

08. Planejamento Estratégico em Saúde.

A priori, devemos entender o que é Planejamento Estratégico. Em


resumo, podemos dizer que é o processo de analisar uma organização sob
vários ângulos, definindo seus rumos por meio de um direcionamento que
possa ser monitorado nas suas ações concretas, utilizando-se, para tanto,
um instrumento denominado “plano estratégico”. Cabe dizer que o
enfoque do nível estratégico é global, ou seja, deve o gestor analisar o
problema como um todo, buscando desenvolver um plano de ação geral,

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com intuito erradicar a falha com ações nos níveis inferiores de atuação
(nível tático e operacional).

Em Administração, alguns aportes metodológicos e conceituais têm


provado seu valor, ainda que sejam reinventados com a prática ao longo
do tempo. A gestão estratégica é um deles.

Segundo o dicionário Houaiss, estratégia significa “a arte de aplicar


com eficácia os recursos de que se dispõe ou de explorar as condições
favoráveis de que porventura se desfrute, visando ao alcance de
determinados objetivos”. Já o dicionário Michaelis define estratégia
simplesmente como “a arte de dirigir coisas complexas”.

Ambas as definições conferem um tratamento de “arte” para a


imprescindível tarefa de direcionar todo o conjunto de recursos
organizacionais, representados nos esforços das pessoas (dons, talentos,
interesses e aptidões naturais), à aplicação dos meios materiais
disponíveis. Esse direcionamento e orientação na busca de um desejo e
um propósito coletivo é a própria definição de organização.

O setor público, principalmente a área da saúde, tem sido colocado


em xeque pela sociedade com relação às respostas que lhes são exigidas.
O cidadão-usuário demanda padrões de excelência nos serviços
oferecidos, exercendo seu direito de cobrar presteza no atendimento aos
anseios sociais e no cumprimento da missão das instituições. Estas, por
sua vez, não puderam acompanhar o ritmo do crescimento populacional
do país. O incremento da demanda tanto qualitativa quanto
quantitativamente no setor público é fato inegável.

Muitas organizações públicas, ao se depararem com a dificuldade de


mobilizar seus esforços, direcionando-os para a efetiva melhoria dos
serviços oferecidos, têm optado por definir um plano estratégico. Gerir
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estrategicamente uma organização pública significa, nos dias de hoje, a


possibilidade mais tangível, e talvez a única, de atingir os objetivos
institucionais pretendidos dentro dos parcos recursos disponibilizados.

As próprias diretrizes políticas na área da saúde exigem para sua


consecução, uma estratégia decorrente de uma previsão constitucional, ou
seja, o Sistema Único de Saúde. Esta estratégia constitui-se de um grupo
de movimentos táticos que devem se dar ordenadamente no âmbito de
três grandes componentes de transformação do sistema de saúde:
jurídico, institucional e operacional.

Componente Jurídico.

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É composto pelas macroestruturas jurídico-legais ou pelas regras


básicas que, de forma geral, regulam o funcionamento de um sistema de
saúde. Encontra respaldo na Constituição Federal, além das Constituições
Estaduais e Leis orgânicas Municipais. Esse componente é delimitador das
possibilidades de mudança passíveis de ocorrer no campo institucional
e/ou operacional.

Componente Institucional.

É o componente intermediário que representa o elo entre as estruturas


operacionais e as missões institucionais, conforme a instância em que
essas tenham se originado (federal, estadual ou municipal). Compõem
estruturas administrativas moldadas para assegurar os princípios de
descentralização e equidade do Sistema Único de Saúde, por meio de
Ministério e Secretarias de Saúde.

Componente Operacional

É o componente no qual o Sistema adquire efetividade, ou seja,


onde ocorre de fato as relações diretas entre as unidades prestadores dos
serviços de saúde e a população para a qual essa unidade foi inserida.

A importância prática desse componente consiste no fato de que as


mudanças nos componentes Jurídico e Institucional podem não ser
suficientes para assegurar a efetividade do Sistema de Saúde. Leis, siglas,
projetos e organogramas significam muito pouco à comunidade atendida
se não se apresentarem de forma claramente perceptíveis, como aumento
da oferta de serviços, disponibilidade de exames, medicamentos, leitos,
etc.

Podemos, dessa forma, perceber que o entendimento e satisfação


40184731844

do Sistema de saúde pela população se dará principalmente quando essa


vivenciar os novos serviços, podendo, inclusive, quantifica-los. Entretanto,
apesar dos esforços empreendidos desde a criação do SUS e os avanços
logrados, a área de planejamento do Sistema ainda carece, nas três
esferas de gestão, de recursos humanos em quantidade e qualidade.
Observa-se que falta infraestrutura e atualização contínua nas técnicas e
métodos do planejamento em si, sobretudo em se tratando de
monitoramento e avaliação.

Tais condições são estratégicas para a coordenação do processo de


planejamento e, portanto, para o funcionamento harmônico do
PlanejaSUS.

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O PlanejaSUS consiste no Sistema de Planejamento do Sistema


Único de Saúde cuja atuação contínua, articulada, integrada e solidária
das áreas de planejamento das três esferas de gestão do SUS possibilita a
consolidação da cultura de planejamento de forma transversal às demais
ações desenvolvidas no SUS.

Nesse sentido, o PlanejaSUS deve ser entendido como estratégia


relevante à efetivação do SUS. Para o seu funcionamento, são claramente
definidos os objetivos e as responsabilidades das áreas de planejamento
de cada uma das esferas de gestão, de modo a conferir efetiva
direcionalidade ao processo de planejamento que compreende o
monitoramento e a avaliação.

Na condição de sistema, e consoante à diretriz relativa à direção


única do SUS em cada esfera de gestão, o PlanejaSUS não envolve
nenhuma forma de subordinação entre as respectivas áreas de
planejamento. Nesse sentido, a sua organização e operacionalização
baseiam-se em processos que permitem o seu funcionamento harmônico
entre todas as esferas do Sistema. Para tanto, tais processos deverão ser
objeto de pactos objetivamente definidos, com estrita observância dos
papéis específicos de cada um, assim como das respectivas
peculiaridades, necessidades e realidades sanitárias. O desenvolvimento
de papéis específicos visa, principalmente, potencializar e conferir
celeridade e resolubilidade ao PlanejaSUS, tanto na sua implantação,
quanto no seu funcionamento, monitoramento e avaliação contínuos.

1. O Plano Estratégico.

A gestão estratégica trata em primeiro lugar da formulação de


estratégias que determinem rumos ou formas de atingir objetivos. Essas
estratégias são geralmente reunidas e descritas em um plano, que, por
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sua vez, é concebido didaticamente a partir de uma análise de cenários,


culminando com a elaboração de uma matriz que elucide ameaças e
oportunidades, sob os pontos de vista interno e externo à organização.

Dessa forma, o plano estratégico será consubstanciado num


instrumento esclarecedor quanto:

 À missão: para quê servimos, qual é nossa razão de ser;

 À visão: onde queremos chegar como instituição;

 Aos valores: quais são nossas premissas quanto às atitudes para


alcançar nossa visão;

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 À estratégia: como faremos para alcançar nossa visão, e;

 Aos desdobramentos da estratégia: as grandes ações que


precisamos conduzir e que comporão a estratégia, isto é, os
objetivos estratégicos.

A estratégia também deverá desdobrar-se indicando as


competências organizacionais, ou seja, quais são as capacidades que
possuímos coletivamente (ou precisaremos desenvolver) para
alcançarmos nossa visão.

2. Considerações Importantes.

O plano estratégico nada mais é do que uma consolidação de ideias,


que por si só não produzem resultado algum. Ao contrário, é na
implementação dessas ideias que a organização vai obter o melhor da
estratégia.

É necessário observar também que a estratégia precisa ser


constantemente reavaliada e reformulada, pois o processo todo –
formulação e implementação – não é construído apenas apoiado em
questões concretas, mas é produto de mecanismos altamente complexos.
Isso sem falar nas mudanças bruscas nos contextos dentro e fora da
organização, muitas vezes imprevisíveis.

Dessa forma, o maior desafio da gestão estratégica está relacionado


à sua efetividade prática no alcance dos objetivos organizacionais, isto é,
na sua capacidade de movimentar a organização e alinhá-la no sentido da
prescrição proposta pelo plano estratégico, com a adaptabilidade que esse
processo exige. Como toda função de gestão, isso pressupõe uma
dinâmica permanente de planejamento, execução, monitoramento,
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avaliação, ajustes e reajustes.

09. Noções de Planejamento em Saúde e Diagnóstico Situacional.

O Planejamento em Saúde, entendido como ação social, é um


processo que visa à transformação de uma situação em outra
melhor, por isso pode ser um forte aliado das equipes de saúde da
família, existentes nos municípios, uma vez que disponibiliza ferramentas
e tecnologias importantes para a identificação dos problemas e na
definição de intervenções eficientes e eficazes.

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Segundo a doutrina, planejamento pode ser definido como um


modo de explicitação do que vai ser feito, quando, onde, como,
com quem, e para quê. O documento que registra essas escolhas é o
Plano.

Por seu turno, o Plano é um produto momentâneo de um processo


de planejamento. É um instrumento de negociação, nunca está acabado,
mas sempre em construção.

Assim, no contexto do Planejamento em Saúde, o principal objetivo


do Plano deve ser o de orientar a ação da equipe de saúde do município,
apontar para correções de rumos e avaliação dos resultados obtidos em
relação aos objetivos propostos.

Dando continuidade, o enfoque estratégico exerceu grande


influência no movimento sanitário brasileiro, sendo que o Planejamento
Estratégico Situacional (PES) é o que mais foi difundido, utilizado e
atualizado.

No PES o ator que planeja está dentro da realidade e coexiste com


outros autores que também planejam, onde o planejador é um sujeito
separado da realidade, colocando-se fora dela e querendo controlá-la.
Nesse método o conceito de Situação é um conceito importante, a saber:

Nesse diapasão, Situação é lugar onde estão os atores e suas


ações. É a explicação da realidade que realiza uma força social
em função da sua ação e luta com outras forças sociais. Nessa
concepção, a contradição e o conflito são assumidos e o
planejamento passa a ser entendido como uma ação política.

O Planejamento Estratégico Situacional é um método de


planejamento muito importante e de grande valia para a saúde, por isso é
que precisamos conhecer um pouco mais sobre esse método. Observe a
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sua representação gráfica:

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Para se montar o PES eficiente, devemos levar em consideração os


seguintes parâmetros:

1. Participação do Governo: O Governo participa de três formas, por


meio de projeto de governo, da governabilidade e da capacidade do
governo, sendo que essa trinca recebe o nome de triângulo do
governo. Sendo que:

a) O projeto de governo é o plano estatal que tem por objetivo


o alcance das metas estipuladas para a área de saúde;

b) A governabilidade são os recursos necessários para a


implementação do plano, e;

c) A capacidade do governo é o acumulo de experiência e


conhecimento necessários para a implementação do plano.
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2. Estratégia: Na realidade ou na situação existem diversos atores


sociais com diferentes visões de mundo, interesses e compromissos.
São essas diferenças que provocam conflitos. Existindo conflitos, é
necessário pensar estrategicamente para enfrentar os oponentes
e alcançar os objetivos proposto.

3. Situação: Como já pontuado, situação é um espaço socialmente


produzido onde se inserem diversos atores sociais que
interpretam e explicam a realidade e sendo assim a situação é um
espaço de conflito.

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4. Ator social: pode ser uma pessoa ou um coletivo de pessoas que


atuando em uma determinada situação é capaz de transformá-la.

5. Problema: é uma situação insatisfatória acumulada, ou seja, é a


discrepância entre uma situação real e a situação ideal ou desejada.

Entrando em outra seara, tem-se que o planejamento situacional


refere-se à arte de governar em situações de poder compartilhado, ou
seja, nas situações da nossa realidade.

No âmbito do SUS considera-se plano de saúde o instrumento que, a


partir de uma análise situacional, apresenta as intenções e resultados a
serem buscados no período de longo prazo (4 anos), expressos em
diretrizes, objetivos e metas (mnemônico DOM).

Por sua vez, há uma importante diferença entre os conceitos de


análise situacional e de diagnóstico situacional. O conceito de situação
obriga a determinar quem explica, e toda explicação é dita por alguém a
partir de uma posição no jogo social. Logo, explicar é identificar-se com
uma leitura da realidade.

Neste sentido, a análise situacional obriga a diferenciar as


explicações. Cada ator avalia o jogo social de modo particular e atua
segundo sua própria interpretação da realidade. Por este raciocínio, passa
a fazer sentido a ideia de que “se ignoro a explicação do outro ou lhe
atribuo a minha, é impossível jogar bem e ser um bom estrategista.”
(Carlos Matus, economista chileno).

Conforme o autor supracitado, o conceito de diagnóstico é que “por


sua falta de rigor e por reduzir-se a uma explicação única, não pode
alimentar o cálculo interativo.”
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Por fim, em resumo, tem-se dois conceitos distintos, a saber:

 Situação: explicações assimétricas sobre a realidade; pressupõe


não apenas “respostas diferentes a perguntas iguais, mas
respostas diferentes a perguntas diferentes, e que para um
mesmo problema, há diferentes valores e chaves de
interpretação possíveis.”

 Diagnóstico: redução da realidade a uma explicação única.

(...)

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Teoria e Questões Comentadas
Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

Acabamos aqui a teoria da aula 01! A seguir, estão as questões


comentadas, mas se você quiser resolvê-las antes da leitura da resolução,
adiante um pouco mais a nossa aula e encontrará as questões sem os
respectivos comentários e com gabarito ao final. =)

Em caso de dúvida, escreva para mim:

alijaha@estrategiaconcursos.com.br

ali.tributario@gmail.com

www.facebook.com/amjaha (Adicione-me)

www.facebook.com/amjahafp (Curta a página!)

Sucesso sempre e bons estudos! =)

40184731844

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10. Questões Comentadas.

01. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
afirmar que na República Velha (1989-1930), foram organizadas as Caixas
de Aposentadorias e Pensões.

Em 1923, no governo de Artur Bernardes, por meio da Lei Eloy


Chaves, iniciou o que a literatura chama de Fase Pródiga da
estruturação do setor da saúde no Brasil. Foi essa a Lei que criou os
Fundos de Aposentadorias e Pensões aos Ferroviários (Caixa de
Assistência), além de prever outros benefícios como a Assistência
Médica e a Compra de Medicamentos.

Certo.

02. (Nutricionista/SEJUS-RO/FUNCAB/2010):
Durante 1981 e 1982, o governo federal buscou formular alternativas para
superar a crise financeira vivenciada no sistema da previdência. Dentre o
conjunto de medidas propostas, podemos citar a criação do Conselho
Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (CONASP).

Em 1981, surgiu o Conselho Consultivo da Administração de


Saúde Previdenciária (CONASP), ao qual competia o reconhecimento
da existência das redes hospitalares Estadual e Municipal que se
encontravam completamente sucateadas.

O CONASP passou a reconhecer a importância dos Hospitais


Universitários e mudou a forma de pagamento das internações
hospitalares para o setor privado. Esse pagamento, até então, tinha
como base o atendimento médico realizado em um dado paciente,
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ou seja, os convênios estabeleciam a remuneração por


procedimento, consolidando a lógica de cuidar da doença e não da
saúde.

Certo.

03. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
afirmar que no período do Autoritarismo (1964-1984), foi criado o SUDS
(Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde) como estratégia para a
implantação do SUS (Sistema Único de Saúde).

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Em 17 de março de 1986 foi aberta a 8.ª Conferência Nacional


de Saúde (CNS) por José Sarney, primeiro presidente civil após o
período da ditadura militar. Foi um marco na história do sistema de
saúde do país pois foi a primeira CNS a ser aberta à sociedade, não
obstante sua importância na propagação do movimento da Reforma
Sanitarista.

A criação e implantação do Sistema Unificado e


Descentralizado de Saúde (SUDS) em 1987 foi resultante da 8ª
CNS, portanto, posterior ao período da ditadura militar, contrariando
o enunciado da questão.

Esse sistema foi precursor do atual Sistema Único de Saúde


(SUS) e surgiu sob forma de convênio do INAMPS com as
Secretarias de Saúde dos Estados. Também assumiram
universalização da equidade no acesso aos serviços de saúde,
integralidade dos cuidados assistenciais, regionalização e integração
dos serviços de saúde, descentralização das ações de saúde,
implementação de distritos sanitários, desenvolvimento de
instituições colegiadas gestoras e desenvolvimento de uma política
de recursos humanos.

Errado.

04. (Sanitarista/FESF-BA/AOCP/2010):
Diversos fatores conjunturais contribuíram para a reformulação das
políticas de Saúde no Brasil e criação do SUS, na constituição de 1988,
dentre estes podemos citar, entre eles, a gestão descentralizada mais
ainda pouco participativa.

A estratégia do SUDS, criado em 1987, buscou, dentro de suas


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limitações institucionais, focalizar a atenção no processo de


descentralização e fortalecimento dos níveis periféricos do sistema,
envolvendo num primeiro momento os Estados, mas apontando, em
médio prazo, os municípios. A nova Constituição Brasileira
incorporou a essência do SUDS no plano político, transformando
Estados e Municípios em atores fundamentais para a
aprovação do capítulo da seguridade social/saúde,
constituindo o marco do direito à saúde no Brasil.

Certo.

05. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):

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Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto


afirmar que na era Vargas (1930-1945), são criados os Institutos de
Aposentadorias e Pensões (IAP).

Durante a década de 30 foi criado seis institutos de


previdência, estendendo os benefícios a trabalhadores do setor
público e privado. A Fase Pródiga era caracterizada pela ampliação
de benefícios das Caixas de Assistência, incluindo nesses a
Assistência Médica. Tratava-se de um sistema de atendimento
particularista e excludente.

Certo.

06. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
afirmar que no período do Autoritarismo (1964-1984), ocorreu a
unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) com a criação
do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1966 e o Instituto
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS).

Em 1964, cerca de 22% da população Brasileira possuía


benefícios em função do sistema de previdência social vigente, ano
esse em que foi criada uma comissão para reformular o sistema
previdenciário, que culminou com a fusão de todos os IAPs no
Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), em 1966.

Por sua vez, a crise financeira da previdência social decorrente


de um período caracterizado pela recessão, desemprego e
consequente diminuição da arrecadação contribuiu para que o
governo militar novamente repensasse a Previdência Social criando,
o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social
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(INAMPS), autarquia desmembrada do INPS, somente em 1974, e


não em 1966, como propõe o enunciado.

Errado.

07. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
afirmar no período pós-constituinte, foi aprovada a Lei Orgânica da Saúde,
a Lei n.º 8.080/1990.

Historicamente, a reforma sanitária representada no início


pelas Ações Integradas de Saúde (AIS), evoluiu posteriormente para

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o SUDS e finalmente para o SUS, consolidando-se na referida Lei


Maior. Apesar dos obstáculos, o SUDS sobreviveu até a aprovação
da Lei Orgânica da Saúde (LOS) em 1990.

Certo.

08. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


O antigo e extinto Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social
(SINPAS) era constituído dos seguintes órgãos: Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), Instituto de Arrecadação da Previdência e
Assistência Social (IAPAS), Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS), Empresa de Processamento de Dados da
Previdência Social (DATAPREV), Legião Brasileira de Assistência (LBA) e
Fundação Nacional de Bem Estar do Menor (FUNABEM).

O SINPAS era formado pelos seguintes órgãos:

 Instituto Nacional de Previdência Social (INPS);

 Instituto de Arrecadação da Previdência e Assistência Social


(IAPAS);

 Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social


(INAMPS);

 Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social


(DATAPREV);

 Legião Brasileira de Assistência (LBA);

 Fundação Nacional de Bem Estar do Menor (FUNABEM), e;

 Central de Medicamentos (CEME).


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Errado.

09. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas sociais
consagradas na CF/1988. Seus princípios apontam para a democratização
nas ações e nos serviços de saúde que deixam de ser restritos e passam a
ser setoriais, da mesma forma, deixam de ser centralizados e passam a
nortear-se pela descentralização.

O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas


sociais consagradas na CF/1988. Seus princípios apontam para a

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democratização nas ações e nos serviços de saúde que deixam de


ser restritos e passam a ser universais. Da mesma forma, deixam
de ser centralizados e passam a ser descentralizados.

Errado.

10. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Conforme dispõe a doutrina pátria, os indicadores de nível da saúde da
população são considerados como medidas que contêm informações
importantes e relevantes sobre determinadas dimensões e atributos
relacionados ao estado de saúde, bem como o da atuação e do
desempenho do sistema de saúde.

Os indicadores de nível da saúde da população foram


desenvolvidos no intuito de facilitar a avaliação e a quantificação das
informações que são produzidas com tal finalidade. Nos termos
gerais, os indicadores de nível da saúde da população são
considerados como medidas que contêm informações importantes e
relevantes sobre determinadas dimensões e atributos relacionados
ao estado de saúde, bem como o da atuação e do desempenho do
sistema de saúde.

Certo.

11. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Notificação compulsória é um registro que obriga e universaliza as
notificações, visando o rápido controle de eventos que requerem pronta
intervenção. Por sua vez, doenças de notificação compulsória são aquelas
que constam na Lista de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória
(LDNC), podendo ser assim classificada tanto em âmbito mundial,
nacional, estadual e municipal.
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Conforme foi visto na parte teórica, notificação compulsória é


um registro que obriga e universaliza as notificações, visando o
rápido controle de eventos que requerem pronta intervenção.

Por seu turno, doenças de notificação compulsória são aquelas


que constam na Lista de Doenças e Agravos de Notificação
Compulsória (LDNC), podendo ser assim classificada tanto em
âmbito mundial, nacional, estadual ou mesmo municipal. Constitui o
Sistema de Doenças de Notificação Compulsória (SDNC), e é
composta por doenças cuja gravidade, magnitude, transcendência,
capacidade de disseminação do agente causador e potencial de
causar surtos e epidemias que exigem medidas eficazes para a sua
prevenção e controle.

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Certo.

12. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Quanto à participação popular e controle social do SUS, é correto afirmar
que os conselhos acontecem nas três esferas de governo de forma
periódica a cada quatro anos, nas quais a população tem a oportunidade
de avaliar, planejar e estabelecer metas a serem alcançadas no próximo
quadriênio.

Não são os conselhos, mas sim as Conferências que


acontecem nas três esferas de governo de forma periódica a cada
quatro anos, nas quais a população tem a oportunidade de avaliar,
planejar e estabelecer metas a serem alcançadas no próximo
quadriênio. Muita atenção nessas pegadinhas!

Errado.

13. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Sistema de Informação em Saúde (SIS) é um mecanismo de coleta,
processamento, análise e transmissão da informação necessário para se
planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde.

A Organização Mundial da Saúde define Sistema de


Informação em Saúde (SIS) como um mecanismo de coleta,
processamento, análise e transmissão da informação necessária
para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde. É
importante destacar que a transformação de um dado em
informação exige, além da análise, a divulgação, incluindo
recomendações para a ação.

Os Sistemas de Informação em Saúde são, portanto, aqueles


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que reúnem, guardam, processam e facultam as informações a


uma organização de saúde. Essa deve ser útil e estar acessível
àqueles que dela necessitam. Um sistema de informação é,
portanto, uma combinação de procedimentos, informação, pessoas,
tecnologias e vários outros recursos. Nota-se que um sistema de
informação pode (ou não) envolver a utilização de tecnologia
informática, por isso não se deve confundir sistema de informação
com um sistema informático ou informatizado.

Certo.

14. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):

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Com relação ao planejamento estratégico, é correto afirmar que a missão


de uma instituição é onde ela quer chegar no futuro.

Não podemos confundir os conceitos administrativos


relacionados ao planejamento estratégico, a saber:

 Missão: para quê servimos, qual é nossa razão de ser;

 Visão: onde queremos chegar como instituição;

 Valores: quais são nossas premissas quanto às atitudes para


alcançar nossa visão;

 Estratégia: como faremos para alcançar nossa visão, e;

 Desdobramentos da estratégia: as grandes ações que


precisamos conduzir e que comporão a estratégia, isto é, os
objetivos estratégicos.

Errado.

15. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Atualmente, a Saúde é um direito devido apenas aos cidadãos que
contribuem para o Sistema Único de Saúde.

A Saúde, uma das três áreas da Seguridade Social junto à


Previdência e à Assistência Social, é prevista expressamente entre o
Art. 196 e o Art. 200 da CF/1988, que traz em suas linhas gerais:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para
40184731844

sua promoção, proteção e recuperação.

Do artigo acima conseguimos vislumbrar que a saúde é um


direito de todos, não se exigindo nenhuma contribuição por
parte da pessoa usuária. Qualquer pessoa, pobre ou rica, tem direito
de ser atendido nos postos públicos de saúde, sem qualquer
distinção. Podemos perceber claramente isso nas campanhas de
vacinação para a população. Nada é cobrado ou previamente exigido
daqueles que se dirigem aos postos de saúde ou pontos de
vacinação.

Errado.

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16. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Desde a década de 30 o Brasil tem observado a criação de vários
Institutos de Aposentadoria e Pensões de diversas classes trabalhadoras
(Marítimos, Comerciários, Industriais, Servidores Públicos, etc.). Em 1964,
cerca de 1/4 da população Brasileira possuía benefícios em função do
sistema de previdência social vigente, ano esse em que foi criada uma
comissão para reformular o sistema previdenciário, que culminou com a
fusão de todos os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) no
Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), em 1966.

A questão está corretíssima. Em 1964, cerca de 22% da


população Brasileira possuía benefícios em função do sistema de
previdência social vigente, ano esse em que foi criada uma comissão
para reformular o sistema previdenciário, que culminou com a fusão
de todos os IAPs no Instituto Nacional da Previdência Social (INPS),
em 1966. =)

Certo.

17. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


A criação do FUNRURAL e do CEME, no início da década de 70 foi uma
tentativa frustrada de aumentar o alcance da saúde para a população
brasileira.

Em 1971 com a criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador


Rural (FUNRURAL) e também da Central de Medicamentos (CEME),
houve nova tentativa de aumentar o processo de universalização do
direito à saúde. A cobertura de benefícios que somente atingia cerca
de 22% da população cresceu substancialmente atingindo
aproximadamente 50% da mesma, tendo como consequência
um aumento expressivo de despesa com o setor de saúde.
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Errado.

18. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


A Saúde Pública brasileira passou por muitas alterações na história
recente do país. Atualmente, é correto afirmar que o Sistema Único de
Saúde encontra amparo legal na Constituição Federal de 1988, na Lei n.º
8.080/1990, na Lei n.º 8.142/1990 e no Decreto n.º 7.508/2011.

O SUS encontra amparo legal nos seguintes atos normativos:

 Constituição Federal (Art. 196 ao Art. 200);

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 Lei n.º 8.080/1990;

 Lei n.º 8.142/1990, e;

 Decreto n.º 7.508/2011.

Certo.

19. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


As Ações e Serviços de Saúde, implementados pelos Estados, Municípios e
Distrito Federal são financiados com Recursos Próprios da União e de
outras fontes suplementares de financiamento, todos devidamente
contemplados no Orçamento da Seguridade Social (OSS).

Atualmente, as Ações e Serviços de Saúde, implementados


pelos Estados, Municípios e Distrito Federal são financiados com
Recursos Próprios da União, Estados e Municípios e de outras
fontes suplementares de financiamento, todos devidamente
contemplados no Orçamento da Seguridade Social (OSS).

Errado.

20. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


A Notificação compulsória é um registro que obriga e universaliza as
notificações, visando o rápido controle de eventos que requerem pronta
intervenção. Apesar da importância do tema, o Brasil não conta com uma
Lista de Notificação Compulsória (LNC) definida em ato normativo.

Pelo contrário! No Brasil, a Lista de Notificação Compulsória


(LNC) encontra-se presente na Portaria MS n.º 104/2011, que pode
ser acessada pelo seguinte link:
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bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt0104_25_01_2011.html

Errado.

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11. Questões Sem Comentários.

Marque C (Certo) ou E (Errado):

01. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
afirmar que na República Velha (1989-1930), foram organizadas as Caixas
de Aposentadorias e Pensões.

02. (Nutricionista/SEJUS-RO/FUNCAB/2010):
Durante 1981 e 1982, o governo federal buscou formular alternativas para
superar a crise financeira vivenciada no sistema da previdência. Dentre o
conjunto de medidas propostas, podemos citar a criação do Conselho
Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (CONASP).

03. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
afirmar que no período do Autoritarismo (1964-1984), foi criado o SUDS
(Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde) como estratégia para a
implantação do SUS (Sistema Único de Saúde).

04. (Sanitarista/FESF-BA/AOCP/2010):
Diversos fatores conjunturais contribuíram para a reformulação das
políticas de Saúde no Brasil e criação do SUS, na constituição de 1988,
dentre estes podemos citar, entre eles, a gestão descentralizada mais
ainda pouco participativa.

05. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
40184731844

afirmar que na era Vargas (1930-1945), são criados os Institutos de


Aposentadorias e Pensões (IAP).

06. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
afirmar que no período do Autoritarismo (1964-1984), ocorreu a
unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) com a criação
do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1966 e o Instituto
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS).

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07. (Médico Plantonista/Prefeitura Municipal de Camocim de São


Félix-PE/CONUPE/2011):
Sobre o desenvolvimento das Políticas de Saúde no Brasil, é correto
afirmar no período pós-constituinte, foi aprovada a Lei Orgânica da Saúde,
a Lei n.º 8.080/1990.

08. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


O antigo e extinto Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social
(SINPAS) era constituído dos seguintes órgãos: Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), Instituto de Arrecadação da Previdência e
Assistência Social (IAPAS), Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS), Empresa de Processamento de Dados da
Previdência Social (DATAPREV), Legião Brasileira de Assistência (LBA) e
Fundação Nacional de Bem Estar do Menor (FUNABEM).

09. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas sociais
consagradas na CF/1988. Seus princípios apontam para a democratização
nas ações e nos serviços de saúde que deixam de ser restritos e passam a
ser setoriais, da mesma forma, deixam de ser centralizados e passam a
nortear-se pela descentralização.

10. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Conforme dispõe a doutrina pátria, os indicadores de nível da saúde da
população são considerados como medidas que contêm informações
importantes e relevantes sobre determinadas dimensões e atributos
relacionados ao estado de saúde, bem como o da atuação e do
desempenho do sistema de saúde.

11. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Notificação compulsória é um registro que obriga e universaliza as
notificações, visando o rápido controle de eventos que requerem pronta
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intervenção. Por sua vez, doenças de notificação compulsória são aquelas


que constam na Lista de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória
(LDNC), podendo ser assim classificada tanto em âmbito mundial,
nacional, estadual e municipal.

12. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Quanto à participação popular e controle social do SUS, é correto afirmar
que os conselhos acontecem nas três esferas de governo de forma
periódica a cada quatro anos, nas quais a população tem a oportunidade
de avaliar, planejar e estabelecer metas a serem alcançadas no próximo
quadriênio.

13. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):

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Sistema de Informação em Saúde (SIS) é um mecanismo de coleta,


processamento, análise e transmissão da informação necessário para se
planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde.

14. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Com relação ao planejamento estratégico, é correto afirmar que a missão
de uma instituição é onde ela quer chegar no futuro.

15. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Atualmente, a Saúde é um direito devido apenas aos cidadãos que
contribuem para o Sistema Único de Saúde.

16. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


Desde a década de 30 o Brasil tem observado a criação de vários
Institutos de Aposentadoria e Pensões de diversas classes trabalhadoras
(Marítimos, Comerciários, Industriais, Servidores Públicos, etc.). Em 1964,
cerca de 1/4 da população Brasileira possuía benefícios em função do
sistema de previdência social vigente, ano esse em que foi criada uma
comissão para reformular o sistema previdenciário, que culminou com a
fusão de todos os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) no
Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), em 1966.

17. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


A criação do FUNRURAL e do CEME, no início da década de 70 foi uma
tentativa frustrada de aumentar o alcance da saúde para a população
brasileira.

18. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


A Saúde Pública brasileira passou por muitas alterações na história
recente do país. Atualmente, é correto afirmar que o Sistema Único de
Saúde encontra amparo legal na Constituição Federal de 1988, na Lei n.º
8.080/1990, na Lei n.º 8.142/1990 e no Decreto n.º 7.508/2011.
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19. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


As Ações e Serviços de Saúde, implementados pelos Estados, Municípios e
Distrito Federal são financiados com Recursos Próprios da União e de
outras fontes suplementares de financiamento, todos devidamente
contemplados no Orçamento da Seguridade Social (OSS).

20. (Questão do Autor/INÉDITA/AMJ/2013):


A Notificação compulsória é um registro que obriga e universaliza as
notificações, visando o rápido controle de eventos que requerem pronta
intervenção. Apesar da importância do tema, o Brasil não conta com uma
Lista de Notificação Compulsória (LNC) definida em ato normativo.

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12. Gabarito das Questões.

01. C
02. C
03. E
04. C
05. C
06. E
07. C
08. E
09. E
10. C
11. C
12. E
13. C
14. E
15. E
16. C
17. E
18. C
19. E
20. E

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