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Supremo Tribunal Federal

Revista Trimestral de
Jurisprudência

Volume 198 – Número 3


Outubro / Dezembro de 2006
Páginas 845 a 1382
Diretoria-Geral
Sérgio José Américo Pedreira
Secretaria de Documentação
Altair Maria Damiani Costa
Coordenadoria de Divulgação de Jurisprudência
Nayse Hillesheim

Seção de Preparo de Publicações


Leide Maria Soares Corrêa Cesar
Seção de Padronização e Revisão
Rochelle Quito
Seção de Distribuição de Edições
Margarida Caetano de Miranda

Diagramação: Cláudia Marques de Oliveira


Capa: Patrícia Weiss Martins de Lima
Edição: Supremo Tribunal Federal

(Supremo Tribunal Federal — Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal)

Revista trimestral de jurisprudência / Supremo Tribunal Federal,


Coordenadoria de Divulgação de Jurisprudência. — Ano 1,
n. 1 (abr./jun. 1957) - . – Brasília: Imprensa Nacional,
1957-2001; Editora Brasília Jurídica Ltda. 2002- .
v. 198; n. 3.
Trimestral.
ISSN 0035-0540
1. Direito - Jurisprudência - Brasil. I. Brasil. Supremo
Tribunal Federal (STF).
CDD-340.6

Solicita-se permuta. STF/CDJU


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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Ministra ELLEN GRACIE Northfleet (14-12-2000), Presidente


Ministro GILMAR Ferreira MENDES (20-6-2002), Vice-Presidente
Ministro José Paulo SEPÚLVEDA PERTENCE (17-5-1989)
Ministro José CELSO DE MELLO Filho (17-8-1989)
Ministro MARCO AURÉLIO Mendes de Farias Mello (13-6-1990)
Ministro Antonio CEZAR PELUSO (25-6-2003)
Ministro CARLOS Augusto Ayres de Freitas BRITTO (25-6-2003)
Ministro JOAQUIM Benedito BARBOSA Gomes (25-6-2003)
Ministro EROS Roberto GRAU (30-6-2004)
Ministro Enrique RICARDO LEWANDOWSKI (9-3-2006)
Ministra CÁRMEN LÚCIA Antunes Rocha (21-6-2006)

COMISSÃO DE REGIMENTO

Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE


Ministro GILMAR MENDES
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Ministro EROS GRAU – Suplente

COMISSÃO DE JURISPRUDÊNCIA

Ministro MARCO AURÉLIO


Ministro CEZAR PELUSO
Ministro JOAQUIM BARBOSA

COMISSÃO DE DOCUMENTAÇÃO

Ministro CELSO DE MELLO


Ministro CARLOS BRITTO
Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

COMISSÃO DE COORDENAÇÃO

Ministro GILMAR MENDES


Ministro CEZAR PELUSO
Ministro EROS GRAU

PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Doutor ANTONIO FERNANDO BARROS E SILVA DE SOUZA


COMPOSIÇÃO DAS TURMAS

PRIMEIRA TURMA

Ministro José Paulo SEPÚLVEDA PERTENCE, Presidente


Ministro MARCO AURÉLIO Mendes de Farias Mello
Ministro CARLOS Augusto Ayres de Freitas BRITTO
Ministro Enrique RICARDO LEWANDOWSKI
Ministra CÁRMEN LÚCIA Antunes Rocha
SEGUNDA TURMA

Ministro José CELSO DE MELLO Filho, Presidente


Ministro GILMAR Ferreira MENDES
Ministro Antonio CEZAR PELUSO
Ministro JOAQUIM Benedito BARBOSA Gomes
Ministro EROS Roberto GRAU
SUMÁRIO

Pág.
ACÓRDÃOS ................................................................................................ 845
ÍNDICE ALFABÉTICO ........................................................................... 1183
ÍNDICE NUMÉRICO ............................................................................... 1365
ACÓRDÃOS
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 554 — MT

Relator: O Sr. Ministro Eros Grau


Requerente: Governador do Estado de Mato Grosso — Requeridos: Governador
do Estado de Mato Grosso e Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 272, § 2º, da Lei Comple-
mentar n. 4 do Estado de Mato Grosso. Servidores públicos. Acordos e
convenções coletivas de trabalho. Violação do art. 61, § 1º, II, da Constitui-
ção do Brasil.
1. A celebração de convenções e acordos coletivos de trabalho
consubstancia direito reservado exclusivamente aos trabalhadores da
iniciativa privada. A negociação coletiva demanda a existência de partes
formalmente detentoras de ampla autonomia negocial, o que não se realiza
no plano da relação estatutária.
2. A Administração Pública é vinculada pelo princípio da legalidade.
A atribuição de vantagens aos servidores somente pode ser concedida a
partir de projeto de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, conso-
ante dispõe o art. 61, § 1º, inciso II, alíneas a e c, da Constituição, desde que
supervenientemente aprovado pelo Poder Legislativo. Precedentes.
Pedido julgado procedente para declarar inconstitucional o § 2º do
artigo 272 da Lei Complementar n. 4, de 15 de outubro de 1990, do Estado
de Mato Grosso.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie, na conformi-
dade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, julgar
procedente a ação direta de inconstitucionalidade, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 15 de fevereiro de 2006 — Eros Grau, Relator.
848 R.T.J. — 198

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Eros Grau: O Governador do Estado do Mato Grosso propõe ação
direta objetivando a declaração de inconstitucionalidade do § 2º do artigo 272 da Lei
Complementar n. 4, do Estado de Mato Grosso.
2. Eis o teor do texto normativo hostilizado:
“Art. 272. São assegurados ao servidor público os direitos de associação
profissional ou sindical e o de greve [...]
§ 2º Asseguram-se aos servidores os direitos de celebrarem acordos ou
convenções coletivas de trabalho”.
3. O requerente afirma que o preceito impugnado viola os artigos 37, 39, 61, § 1º,
inciso II, alínea a, e 114 da Constituição do Brasil, todos de observância obrigatória
pelos Estados-Membros.
4. Sustenta que as disposições do artigo 37 da Constituição afiguram-se incompa-
tíveis com a negociação coletiva de trabalho, uma vez que a atribuição de vantagens
pecuniárias aos servidores públicos somente pode ser conferida por lei, sendo impossível
à Administração Pública transigir judicialmente sobre matéria reservada à lei.
5. Alega ainda que não se aplicam aos servidores públicos direitos previstos além
das disposições do artigo 39, § 2º, da Constituição, eis que esse rol seria taxativo e
restritivo, não podendo ser ampliado pelo legislador estadual.
6. Ademais, segundo o requerente, o preceito atacado afronta o artigo 114 da CB/88,
dispositivo que alcançaria tão-somente situações oriundas de contrato de trabalho, e
não aquelas que decorrem da relação legal estabelecida pelo regime estatutário instituído
pelo artigo 39 do texto constitucional.
7. Destaca, outrossim, que o disposto no art. 61, § 1º, inciso II, alínea a, da Consti-
tuição do Brasil estabelece reserva legal, com iniciativa privativa do Chefe do Poder
Executivo, sobre leis que disponham sobre direitos ou remuneração de servidores
públicos. Acrescenta que a competência atribuída ao Chefe do Poder Executivo para
propor aumento de vencimentos submete-se ainda a disponibilidades orçamentárias.
8. Por fim, o requerente cita precedentes do Superior Tribunal de Justiça e do
Supremo Tribunal Federal, destacando cautelar deferida na ADI n. 492-1/DF, Relator o
Ministro Carlos Velloso, DJ de 12-3-93, em que esta Corte unanimemente suspendeu a
eficácia da alínea d do art. 240 da Lei n. 8.112/90 e, por maioria, igualmente suspendeu
a alínea e do mesmo artigo — dispositivos que, segundo o requerente, seriam análogos
ao preceito atacado.
9. A pretensão cautelar foi deferida, consoante o acórdão de fls. 50/54.
10. A Assembléia Legislativa apresentou informações às fls. 64/69, alegando que
a Constituição de 1988 tem uma conotação amplamente progressista e que o liberalismo
proclamado pelo constituinte seria fulminado se aos servidores públicos fosse defeso
participar do patrocínio dos seus próprios direitos por meio da negociação coletiva.
R.T.J. — 198 849

11. A Advocacia-Geral da União manifestou-se às fls. 81/96, sustentando a


constitucionalidade do preceito impugnado e citando a tese adotada pelo voto vencido
na ADI n. 492-1/DF1.
12. O Procurador-Geral da República, em seu parecer de fls. 99/102, opinou pela
procedência do pedido. Afirma que o preceito impugnado padece tanto de inconstitucio-
nalidade formal, por ofensa ao art. 61, § 1º, inciso II, alínea c, da Constituição, quanto de
vício material, diante da impossibilidade de se estender o reconhecimento das conven-
ções e dos acordos coletivos de trabalho aos servidores públicos, antes ou depois da
promulgação da Emenda Constitucional n. 19, que alterou a redação do artigo 39 da
Constituição do Brasil.
É o relatório, do qual se extrairão cópias para remessa aos Senhores Ministros
(RISTF, art. 172).

VOTO
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): O preceito legislativo atacado prevê a possibi-
lidade de servidores públicos estaduais, submetidos a regime jurídico estatutário, cele-
brarem acordos ou convenções coletivas de trabalho.
Dado que o preceito impugnado tem o mesmo teor da parte final do artigo 57 da
Lei Complementar n. 4 do Estado de Mato Grosso, lanço mão das razões do voto exarado
na ADI n. 559-6/MT para julgar procedente o pedido e declarar inconstitucional o § 2º
do artigo 272 da mesma Lei Complementar.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhora Presidenta, apenas ressalto que o § 3º do
artigo 39 da Constituição Federal, em reforço ao princípio da legalidade, ao aludir aos
dispositivos do artigo 7º dela constante — a versar sobre o direito dos trabalhadores
urbanos e rurais —, não remete àquele que impõe o respeito a acordos e convenções
coletivas. Portanto, reafirma que a Administração Pública, mesmo na relação mantida
com os prestadores de serviço, deve observar o princípio da legalidade.
Acompanho o Relator.

EXTRATO DA ATA
ADI 554/MT — Relator: Ministro Eros Grau. Requerente: Governador do Estado
de Mato Grosso (Advogado: Domingos Monteiro da Silva Neto). Requeridos: Governador
do Estado de Mato Grosso e Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
Decisão: O Tribunal, à unanimidade, julgou procedente a ação direta de incons-
titucionalidade, nos termos do voto do Relator. Votou a Presidente. Ausentes, justifi-
cadamente, o Ministro Carlos Britto e, neste julgamento, o Ministro Nelson Jobim
(Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra Ellen Gracie (Vice-Presidente).

1 ADI n. 492-1/DF, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 12-3-93.


850 R.T.J. — 198

Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda


Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso,
Joaquim Barbosa e Eros Grau. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando
Barros e Silva de Souza.
Brasília, 15 de fevereiro de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

EXTENSÃO NA EXTRADIÇÃO 787 — REPÚBLICA PORTUGUESA

Relator: O Sr. Ministro Eros Grau


Requerente: Governo de Portugal — Extraditando: Serafim Ferreira
Extradição. Pedido de extensão. Princípio da especialidade: impro-
cedência da alegação de que constitui óbice à concessão da extensão. Im-
possibilidade de renúncia a tal princípio. Exploração ilícita de jogo e ex-
posição ilícita de material de jogo: fatos que não configuram crimes no
Brasil, mas contravenções penais. Falsificação de documentos: regulari-
dade formal do pedido de extensão.
1. O princípio da especialidade (artigo 91, I, da Lei n. 6.815/80) não
é obstáculo ao deferimento do pedido de extensão. A regra que se extrai do
texto normativo visa a impedir, em benefício do extraditando, que o
Estado requerente instaure contra ele — sem o controle de legalidade
pelo Supremo Tribunal Federal — ação penal ou execute pena por conde-
nação referente a fatos anteriores àqueles pelos quais foi deferido o pleito
extradicional. Precedentes.
2. O pedido de renúncia ao princípio da especialidade é irrelevante,
porque não tem a virtude de afastar o controle de legalidade do pleito
extradicional a cargo do Supremo Tribunal Federal. Precedentes.
3. A exploração ilícita de jogo e a exposição ilícita de material de jogo
configuram contravenções penais no ordenamento jurídico brasileiro. A
extensão, nesse ponto, não pode ser concedida, por expressa vedação do
artigo 77, II, da Lei n. 6.815/80.
4. O pedido de extensão quanto ao crime de falsificação de documen-
tos obedece aos requisitos formais.
Extensão deferida em parte.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do Ministro Nelson Jobim, na confor-
midade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
R.T.J. — 198 851

deferir, em parte, o pedido de extensão exclusivamente em relação ao delito de falsifica-


ção de documento referente ao Processo n. 1879/97.7 TDPRT, da 2ª Secção do 3º Juízo
do Tribunal Criminal do Porto, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 23 de março de 2006 — Eros Grau, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Eros Grau: Adoto como relatório a parte expositiva do parecer da
Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio:
“1. O Governo de Portugal formula, com base em tratado específico existente
com a República Federativa do Brasil, pedido de extensão nos autos da extradição
n. 787-4/120, a fim de submeter o cidadão português Serafim Ferreira, extraditado
no dia 27 de outubro de 2003 (fl. 436), a processo judicial em virtude da alegada
prática dos crimes de detenção de arma proibida, emissão de cheque sem provisão
de fundos, falsificação de documentos, exploração ilícita de jogo e exposição
ilícita de material de jogo.
2. O Estado requerente instruiu o pedido com documentação de fls. 456/546.
3. O Ministro Relator, no despacho de fls. 550, determinou a expedição de
carta rogatória para realização do interrogatório do extraditando, considerando
que os fatos ora imputados ocorreram em data anterior à da concessão do pleito
extradicional.
4. O Estado requerente desistiu do pedido de extradição em relação aos fatos
apurados nos Processos n.s 3296/95 e 1880/97 (fls. 560 e 568).
5. O extraditando foi interrogado às fls. 1163.
6. Nomeado defensor dativo às fls. 1173, foi apresentada a defesa do extradi-
tando às fls. 1177/1185, na qual se alega a impossibilidade de renúncia ao princí-
pio da especialidade, devendo ser desconsiderada a declaração de fl. 460, ‘já que
não é passível de aceitação documento que ateste a renúncia de garantia
benefíca ao Extraditando’.
7. Ademais, sustentou a existência de violação ao princípio da especialidade,
haja vista a impossibilidade de o extraditando sofrer restrição à sua liberdade em
virtude de fatos distintos dos que fundamentam o pedido de extradição.
8. Por fim, asseverou ser impossível a concessão do pedido de extradição em
relação ao crime de exploração ilícita de jogo por se tratar de contravenção penal
cuja pena é igual a 1 (um) ano. Além disso, também destacou ser incabível a
concessão do pedido em relação ao crime de exposição ilícita de material de jogo,
em vitude da ausência do requisito da dupla tipicidade.
9. Em seguida, vieram os autos a esta Procuradoria-Geral da República para
manifestação.
10. De início, importa registrar que o Estado requerente informou, por meio
dos documentos de fls. 560 e 568, a desistência do pedido de extensão em relação
aos processos n. 3296/95 (crime de emissão de cheque sem provisão de fundos) e n.
1880/97 (crime de detenção de arma proibida).
852 R.T.J. — 198

11. Assim, apenas os demais pedidos de extensão — relativos aos crimes de


falsificação de documento, exploração ilícita de jogo e exposição ilícita de mate-
rial de jogo — deverão ser objeto de apreciação por essa Corte Suprema.”
2. A PGR é pela procedência parcial do pedido.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Afasto a tese da defesa, de que o princípio da
especialidade (artigo 91, I, da Lei n. 6.815/801) impede o deferimento do pedido de
extensão da extradição. A regra que se extrai do texto normativo visa a impedir, em
benefício do extraditando, que o Estado requerente instaure contra ele — sem o controle
de legalidade pelo Supremo Tribunal Federal — ação penal ou execute pena por
condenação referente a fatos anteriores àqueles pelos quais foi deferido o pleito
extradicional (cf., entre outras, a Extradição n. 571, Relator o Ministro Celso de Mello,
RTJ 165/447).
2. O pedido de renúncia ao princípio da especialidade, formulado pelo extraditando
à fl. 460, é de ser tido por irrelevante, porquanto não tem a virtude de afastar o controle
de legalidade do pleito extradicional a cargo do Supremo Tribunal Federal (cf. a Extra-
dição n. 583, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 4-3-1994).
3. O Estado requerente formalizou, nos termos dos documentos de fls. 560 e 568,
desistência quanto aos crimes de emissão de cheques sem provisão de fundos e detenção
de arma proibida, de modo que a análise do pedido de extensão há de ficar restrita aos
crimes de falsificação de documento, exploração ilícita de jogo e exposição ilícita de
material de jogo.
4. O delito de exploração ilícita de jogo está tipificado como contravenção no
artigo 50 do decreto-lei 3.688/1941. Logo, na linha da jurisprudência desta Corte, a
extensão, nesse ponto, não deve ser concedida, porquanto o artigo 77, II, da Lei n.
6.815/80 veda a extradição quando o fato não é crime no Brasil ou no Estado requerente
(cf. as Extradições 820, Relator o Ministro Nelson Jobim, DJ de 3-5-2002, e 716, Relator
o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 20-2-1998).
5. De igual modo, é de ser negado o pedido de extensão quanto ao delito de
exposição ilícita de material de jogo, por ausência do requisito da dupla tipicidade.
Ainda que se admita a correlação do tipo com a figura descrita no artigo 50 da LCP, o
pedido não pode ser deferido pelos mesmos fundamentos adotados para negar-se a
pretensão relativa à exploração ilícita de jogo, como bem observado no parecer da
PGR (fls. 8/9).
6. Finalmente, no que tange ao delito de falsificação de documento, o pleito de
extensão é procedente. Leio do parecer da Subprocuradora-Geral da República Cláudia
Marques Sampaio:

1 Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o compromisso:
I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedido.
R.T.J. — 198 853

“[e]ncontram-se presentes nos autos os documentos necessários ao pedido


formal de extradição, elencados no art. 80 do Estatuto do Estrangeiro, devida-
mente traduzidos para a língua portuguesa (art. 80, § 3º), de modo a permitir a
esse Supremo Tribunal Federal o exame seguro da legalidade da pretensão extra-
dicional.
O Estado requerente promoveu o encaminhamento de cópia da acusação (fls.
523/529), da decisão que a recebeu (fls. 531) assim como da que determinou a
notificação do extraditando (fls. 533). Consta ainda dos autos a descrição dos
dispositivos penais imputados ao extraditando e dos prazos prescricionais corres-
pondentes (fls. 544/546), bem como informações relativas ao local, data, natureza
e circunstâncias do fato criminoso (fls. 526/528).
Outrossim, ao crime indicado no pedido de extradição é imposta pena supe-
rior a um ano de detenção tanto pela legislação do Estado requerente quanto pela
lei brasileira.
Ademais, os fatos narrados no pedido de extradição também constituem cri-
me no Brasil, estando configurado, destarte, o requisito da dupla tipicidade.
Com efeito, imputa-se ao extraditando a prática do delito de falsificação de
documento, tipificado no artigo 256, n. 1, alíneas a e b e n. 3, do Código Penal
Português, nos termos transcritos na acusação oferecida no Estado requerente:
‘No dia 20 de dezembro de 1995, a hora que não foi possível apurar, o
argüido,

que tinha em seu poder n. 4703957951, da conta n. 00800000709, da
agência das Antas - Porto do Banco Pinto & Sotto Mayor, de que é titular o
seu irmão Eduardo Manuel Ferreira,

Pelo seu próprio punho, como se fora o titular da conta e imitando a
assinatura deste,

assinou o supra referido cheque, como se do respectivo titular se tratasse,
escrevendo o nome de ‘Eduardo Manuel Ferreira’

e preencheu-o, inscrevendo as expressões ‘135.000,00’, ‘Porto’, ‘20/
12/15’; ‘cento e trinta e cinco mil escudos’, ‘Rent Fama’;

após, entregou-a Maria Antonieta Mendes, funcionária da agência
rent-a-car denominada ‘Fama’, sita na Rua do Campo Alegre, 290 - Porto;

o que fez, bem sabendo que tal cheque não lhe pertencia, que dele não
podia dispor sem autorização do seu legítimo titular’ (fls. 526)
854 R.T.J. — 198

Os fatos acima narrados também são tipificados na legislação brasileira. Com


efeito, a subtração de cheque de terceiro, seguido da falsificação de assinatura e
posterior utilização para pagamento, com prejuízos patrimoniais ao seu titular,
caracteriza, no direito penal pátrio, a prática do delito de estelionato.
Assim, o requisito da dupla tipicidade encontra-se adequadamente preenchido
no pedido de extradição em exame, porquanto ‘o que realmente importa, na aferi-
ção do postulado da dupla tipicidade, é a presença dos elementos estruturantes
do tipo penal (‘essentialia delicti’), tais como definidos nos preceitos primários
de incriminação constantes da legislação brasileira e vigentes no ordenamento
positivo do Estado requerente, independentemente da designação formal por eles
atribuída aos fatos delituosos’ (Ext 953/RFA, Relator Ministro Celso de Mello,
DJ 11.11.2005).
Também não há que se falar em ocorrência da prescrição. O prazo prescricional
do delito de falsificação, no direito português, é de dez anos, na forma da legislação
juntada aos autos (fls. 545). Como o delito foi praticado em 20 de dezembro de
1995, e o prazo de prescrição foi suspenso durante o período em que o extraditando
foi declarado revel (14.10.99 a 20.03.03), não há que se falar em prescrição segundo
a legislação vigente no Estado requerente.
Pela lei brasileira, do mesmo modo, a prescrição não ocorreu. A prescrição,
antes de transitar em julgado a sentença, é regulada pelo artigo 109 do Código
Penal Brasileiro, o qual, em seu inciso III, fixa o prazo de 12 anos para os crimes
cuja pena máxima não exceda a 8 anos, como no caso do delito previsto no art. 171
do Código Penal Brasileiro.
Nesse sentido, em observância aos requisitos exigidos pela Lei 6.815/80,
deve o pedido de extensão ser deferido apenas em relação ao delito de falsificação
de documento, referente ao Processo n. 1879/97.7-TDPRT, da 2ª Seção do 3º Juízo
Criminal do Porto.
Assim, manifesta-se o Ministério Público Federal pela parcial procedência
do pedido de extradição.”
Na linha da manifestação ministerial, defiro, parcialmente, o pedido de extensão
formulado na Extradição 787.

EXTRATO DA ATA
Ext 787-Extensão/República Portuguesa — Relator: Ministro Eros Grau. Reque-
rente: Governo de Portugal. Extraditando: Serafim Ferreira (Advogados: Wellington
Jesus Silva e outro e José Aurélio Martins Ferreira). Advogado Dativo: Osmar Mendes
Paixão.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, deferiu, em parte, o pedido de extensão
exclusivamente em relação ao delito de falsificação de documento referente ao Processo
n. 1879/97.7 TDPRT, da 2ª Secção do 3º Juízo do Tribunal Criminal do Porto, nos
termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, a Ministra Ellen Gracie e, neste
julgamento, os Ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes. Presidiu o julgamento o
Ministro Nelson Jobim.
R.T.J. — 198 855

Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda


Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto,
Joaquim Barbosa, Eros Grau e Ricardo Lewandowski. Vice-Procurador-Geral da Repú-
blica, Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos.
Brasília, 23 de março de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

EXTRADIÇÃO 1.016 — COMUNIDADE DA AUSTRÁLIA

Relator: O Sr. Ministro Carlos Britto


Requerente: Governo da Austrália — Extraditando: Lawrence James Phillips ou
Jamie Keith Phillips ou Vaughan Shane Phillips ou Lawrence Jamieson ou Lawrence
Phillips
Extradição. Concordância do extraditando. Dispensa do interroga-
tório. Imprescindibilidade do controle da legalidade pelo Supremo Tribu-
nal Federal.
A concordância do extraditando com o deferimento do pedido não
afasta o controle da legalidade, efetuado pelo Supremo Tribunal Federal.
Precedentes.
É possível a dispensa da realização do interrogatório quando há
manifestação formal do extraditando, validamente representado por ad-
vogado — peça que faz as vezes da defesa técnica.
Extradição deferida.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, sob a Presidência do Ministro Nelson Jobim, na conformidade da ata do
julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, deferir o pedido de
extradição e determinar a comunicação antes do trânsito em julgado, nos termos do voto
do Relator.
Brasília, 19 de dezembro de 2005 — Carlos Ayres Britto, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto: O Governo da Austrália pediu a extradição do
nacional neozelandês Lawrence James Phillips, acusado de praticar apropriação in-
débita de aproximadamente US$151.000 e operar um esquema de investimento geren-
ciado sem o devido registro. Para tanto, encaminhou os documentos formalizadores e
justificativos do pedido (fls. 08/37).
856 R.T.J. — 198

2. Pois bem, segundo o pedido de extradição, o extraditando “(a) entre o dia vinte
e oito de janeiro de 2002 e o dia vinte e oito de março de 2003, parcialmente na Nova
Zelândia e parcialmente em Gympie e em outras partes no Estado de Queensland,
Lawrence Phillips, em violação à s 480C(1)(b) e de acordo com a ss 12(4) e 568(3) do
Código Penal de Queensland, executou a apropriação indébita, a saber, de valor em
dinheiro de diferentes pessoas. E a apropriação era de um valor de mais de $5.0000,00,
notadamente US$151.000,00.; e
(b) entre o dia vinte e nove de maio de 2002 e o dia quatorze de maio de 2003 em
Gympie, no Estado de Queensland e em outros lugares, Lawrence Phillips operou um
esquema de investimento gerenciado, a saber, o Hatcher Unit Trust, esquema esse que
possuía mais de 20 membros, sendo solicitado registro em conformidade às 601EB da
Lei de Sociedades de 2001, porém tal registro não foi efetuado, em violação às
subseções 601ED(5) e 1311(1) da referida Lei.”
3. Os documentos encaminhados pelo governo requerente sinalizam a expedição
de mandado de prisão contra o extraditando (fls. 36), razão pela qual decretei a respecti-
va custódia, tendo por fundamento o art. 81 da Lei n. 6.815/80 c/c o art. 7º do Tratado de
Extradição firmado entre o Brasil e a Austrália (Decreto n. 2.010/96).
4. Avanço neste relato para anotar que, efetuada a prisão do extraditando, este, por
meio de advogado validamente constituído, manifestou-se pelo integral atendimento
do pedido, com sua imediata entrega física ao país requerente. Para tanto, alegou que
não há nenhum defeito formal no pedido de extradição e requereu a dispensa das for-
malidades que antecedem ao julgamento, com vistas a abreviar o período de sua perma-
nência na prisão (fls. 72/81).
5. Diante disso, por meio do despacho de fls. 69/70, dispensei a realização do
interrogatório, pelo que os autos foram de pronto encaminhados à Procuradoria-Geral da
República, que opinou pela procedência do pedido extradicional, nos termos da seguin-
te ementa (fls. 83):
“Pedido de extradição formulado pelo Governo da Austrália. Pedido
devidamente instruído, nos termos do art. 80 da Lei 6.815/80. Competência
do Estado requerente para o julgamento dos fatos narrados no pedido extra-
dicional. Preenchimento do requisito da dupla tipicidade. Inocorrência de
prescrição pela lei do Estado requerente, tampouco pela lei brasileira. Parecer
pela procedência do pedido.”
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto (Relator): Feito o relatório, passo ao voto.
8. De início, no tocante ao assentimento do extraditando, pontuo que a jurispru-
dência deste Supremo Tribunal Federal é pacífica em reconhecer a indispensabilidade
da apreciação dos requisitos legais para a concessão do pedido. Confira-se:
“Extradição concordância do extraditando — Circunstância que não dis-
pensa o controle de legalidade do pedido extradicional, a ser efetuado pelo
R.T.J. — 198 857

Supremo Tribunal Federal. O desejo de ser extraditado, ainda que manifestado,


de modo inequívoco, pelo próprio súdito estrangeiro, não basta, só por si, para
dispensar as formalidades inerentes ao processo extradicional, posto que este re-
presenta garantia indisponível instituída em favor do extraditando. Precedentes.
(...)”
(Ext 909, Rel. Min. Celso de Mello)
9. Desse modo, não é de se afastar o exame da legalidade, mesmo que o extraditando
concorde com a extradição.
10. Neste lanço, passo a apreciar os requisitos necessários ao atendimento do pedido.
Ao fazê-lo, observo que a instrução do processo atende às exigências do artigo 7 do
Tratado Bilateral de Extradição Brasil/Austrália, bem como às do art. 80 da Lei n. 6.815/
80. Quanto aos demais requisitos para a concessão do pedido extradicional, tenho que
assiste razão à douta Procuradoria-Geral da República, motivo pelo qual transcrevo os
seguintes trechos do parecer de fls 83/85:
“Extrai-se dos documentos que acompanham a Nota Verbal do Estado reque-
rente (fls. 26/35) que o extraditando, durante os meses de janeiro de 2002 e março
de 2003, executou o delito de apropriação indébita contra diversas pessoas, em
violação à s408C(1)(b) do Código Penal de Queensland. O delito contra o
patrimônio totalizou a cifra de US$151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil dólares).
O extraditando também cometeu crime contra o sistema financeiro, pois,
entre os meses de maio de 2002 e maio de 2003, teria operado um esquema de
investimento gerenciado, com mais de 20 membros, em violação às subseções
601ED(5) e 1311(1) da Lei das Sociedades de 2001.
Os fatos atribuídos ao extraditando pelo Estado requerente encontram-se
minuciosamente descritos às fls. 27/28. O Estado requerente dispõe de competên-
cia jurisdicional para processar e julgar os delitos imputados ao extraditando, nos
termos do artigo 78, inciso I da Lei 6.815/80. Apesar de neozelandês, o extraditando
teria supostamente praticados os crimes em território australiano (fls. 26).
(...)
Ademais, o requisito da dupla tipicidade também se encontra presente no
caso em exame (artigos 168 do Código Penal e Lei 7.492/86 — Define crimes
contra o Sistema Financeiro Nacional).
Por fim, não há que se falar em prescrição dos delitos imputados ao extradi-
tando.
É que a pena máxima cominada, segundo a ordem jurídica do Estado reque-
rente, é de cinco anos de prisão, não havendo limite temporal para o início do
processo contra o extraditando (fls. 33).
Também não ocorreu a prescrição segundo a ordem jurídica pátria. Os crimes
atribuídos ao extraditando foram supostamente praticados entre os anos de 2002 e
2003, sendo que, no presente caso, a pena cominada aos delitos deve ser examinada
em abstrato. Desse modo não há que se falar em prescrição da pretensão punitiva,
aplicando-se o prazo disposto no artigo 109, inciso IV, do Código Penal Brasileiro.”
858 R.T.J. — 198

11. Diante de tudo isso, efetuado o controle da legalidade, defiro o pedido de


extradição e determino que seja comunicada a decisão ao Estado requerente, indepen-
dentemente do seu trânsito em julgado.
12. É o meu voto.

EXTRATO DA ATA
Ext 1.016/Comunidade da Austrália — Relator: Ministro Carlos Britto. Reque-
rente: Governo da Austrália. Extraditando: Lawrence James Phillips ou Jamie Keith
Phillips ou Vaughan Shane Phillips ou Lawrence Jamieson ou Lawrence Phillips (Advo-
gados: Marlus H. Arns de Oliveira e outros).
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, deferiu o pedido de extradição e determinou
a comunicação antes do trânsito em julgado, nos termos do voto do Relator. Ausentes,
justificadamente, os Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidiu o julgamento o
Ministro Nelson Jobim.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso,
Carlos Britto e Joaquim Barbosa. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando
Barros e Silva de Souza.
Brasília, 19 de dezembro de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

QUESTÃO DE ORDEM NO AGRAVO REGIMENTAL


NA AÇÃO CAUTELAR 1.033 — DF

Relator: O Sr. Ministro Celso de Mello


Agravante: União — Agravados: Estado do Amazonas, Estado da Bahia, Estado
do Ceará, Estado do Espírito Santo, Estado de Goiás, Estado de Mato Grosso, Estado de
Mato Grosso do Sul, Estado do Pará, Estado da Paraíba, Estado do Paraná, Estado de
Pernambuco, Estado do Rio Grande do Norte, Estado do Rio Grande do Sul, Estado do
Rio de Janeiro, Estado de Rondônia, Estado de Santa Catarina, Estado de Sergipe, Estado
do Tocantins e Distrito Federal — Litisconsorte ativo: Estado de Alagoas
Cadastro Único de Convênio (CAUC) — Secretaria do Tesouro Nacio-
nal — (Instrução Normativa n. 01/2005) — Inclusão, nesse cadastro federal,
de entidades estaduais da Administração Indireta, por efeito de inadim-
plemento obrigacional em que teriam elas incidido — Conseqüente im-
posição, ao Estado-Membro, em virtude de alegado descumprimento, por
seus entes menores, das respectivas obrigações, de limitações de ordem
jurídica, em decorrência da mera vinculação administrativa, a ele, en-
quanto ente político maior, das empresas estatais inadimplentes — Neces-
sária observância da garantia constitucional do devido processo legal
R.T.J. — 198 859

como requisito legitimador da inclusão, no CAUC, de qualquer ente estatal


ou de órgãos ou entidades a ele vinculados — Pretensão cautelar fundada
nas alegações de transgressão à garantia do “due process of law”, de ofen-
sa ao princípio da intranscendência das medidas restritivas de direitos e de
desrespeito ao postulado da reserva de lei formal — Medida cautelar defe-
rida — Decisão do Relator referendada pelo Plenário do Supremo Tribu-
nal Federal.
Inscrição no Cadastro Único de Convênio (CAUC) e alegação de ofen-
sa ao princípio da intranscendência das medidas restritivas de direitos.
— O postulado da intranscendência impede que sanções e restrições
de ordem jurídica superem a dimensão estritamente pessoal do infrator.
Em virtude desse princípio, as limitações jurídicas que derivam da inscri-
ção, no CAUC, das autarquias, das empresas governamentais ou das enti-
dades paraestatais não podem atingir os Estados-Membros ou o Distrito
Federal, projetando, sobre estes, conseqüências jurídicas desfavoráveis e
gravosas, pois o inadimplemento obrigacional — por revelar-se unica-
mente imputável aos entes menores integrantes da administração descen-
tralizada — só a estes pode afetar.
— Os Estados-Membros e o Distrito Federal, em conseqüência, não
podem sofrer limitações em sua esfera jurídica motivadas pelo só fato de se
acharem administrativamente vinculadas, a eles, as autarquias, as entidades
paraestatais, as sociedades sujeitas a seu poder de controle e as empresas
governamentais alegadamente inadimplentes e que, por tal motivo, ha-
jam sido incluídas em cadastros federais (Cauc, Siafi, Cadin, v.g.).
Limitação de direitos e necessária observância, para efeito de sua
imposição, da garantia constitucional do devido processo legal.
— A imposição estatal de restrições de ordem jurídica, quer se con-
cretize na esfera judicial, quer se realize no âmbito estritamente adminis-
trativo (como sucede com a inclusão de supostos devedores em cadastros
públicos de inadimplentes), supõe, para legitimar-se constitucionalmente,
o efetivo respeito, pelo Poder Público, da garantia indisponível do due
process of law, assegurada, pela Constituição da República (art. 5º, LIV), à
generalidade das pessoas, inclusive às próprias pessoas jurídicas de direito
público, eis que o Estado, em tema de limitação ou supressão de direitos,
não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva e arbitrária. Dou-
trina. Precedentes.
A reserva de lei em sentido formal qualifica-se como instrumento
constitucional de preservação da integridade de direitos e garantias funda-
mentais.
— O princípio da reserva de lei atua como expressiva limitação
constitucional ao poder do Estado, cuja competência regulamentar, por
tal razão, não se reveste de suficiente idoneidade jurídica que lhe permita
restringir direitos ou criar obrigações.
860 R.T.J. — 198

Nenhum ato regulamentar pode criar obrigações ou restringir direi-


tos, sob pena de incidir em domínio constitucionalmente reservado ao
âmbito de atuação material da lei em sentido formal.
— O abuso de poder regulamentar, especialmente nos casos em que
o Estado atua contra legem ou praeter legem, não só expõe o ato trans-
gressor ao controle jurisdicional, mas viabiliza, até mesmo, tal a gravidade
desse comportamento governamental, o exercício, pelo Congresso Nacio-
nal, da competência extraordinária que lhe confere o art. 49, inciso V, da
Constituição da República e que lhe permite “sustar os atos normativos do
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (...)”. Doutrina.
Precedentes (RE 318.873-AgR/SC, Rel. Min. Celso de Mello, v.g.). Plausi-
bilidade jurídica da impugnação à validade constitucional da Instrução
Normativa STN n. 01/2005.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tri-
bunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie, na con-
formidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
referendar a decisão de fls. 421 a 432, nos termos do voto do Relator. Ausentes,
justificadamente, o Ministro Sepúlveda Pertence e, neste julgamento, o Ministro Eros
Grau.
Brasília, 25 de maio de 2006 — Celso de Mello, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Celso de Mello: Trata-se de procedimento cautelar, de caráter
preparatório (fls. 02/18), instaurado por iniciativa de diversos Estados-Membros e, ainda,
do Distrito Federal, os quais, reunidos em litisconsórcio ativo, postularam a concessão
de provimento jurisdicional destinado a neutralizar a lesão alegadamente causada —
consoante sustentado na presente sede processual — pela arbitrária inscrição dos auto-
res no Cadastro Único de Convênio (CAUC) mantido pela União Federal.
Por entender configurados, na espécie, os requisitos pertinentes ao fumus boni
juris e ao periculum in mora, proferi decisão concessiva da medida cautelar postulada,
fazendo-o com apoio nas seguintes razões (fls. 421/432):
“Trata-se de ação cautelar preparatória, com pedido de medida liminar, ajui-
zada por 18 (dezoito) Estados-Membros da Federação e, também, pelo Distrito
Federal, todos em formação litisconsorcial ativa, que tem por objetivo suspender
os efeitos da inscrição dos autores no Cadastro Único de Convênio (CAUC),
assegurando-se-lhes, ainda, as transferências de recursos federais, sem quaisquer
outros obstáculos que não os fundados em lei ou na própria Constituição, além
daquelas transferências ‘decorrentes de operações de crédito, especialmente oriun-
das de processos de autorização de empréstimo externo’ (fl. 16).
Os litisconsortes ativos também postulam seja-lhes respeitada a garantia do
contraditório e da ampla defesa, a ser exercida, previamente, no que se refere ‘a
R.T.J. — 198 861

qualquer inscrição no Cauc, em relação a eventual pendência própria, na forma


preconizada pelo § 2º da Lei n. 10.522/02’ (fl. 17), além de se assegurar, aos
autores, ‘a observância das causas suspensivas da exigibilidade de crédito, a teor
do contido no art. 151 do CTN e do art. 7º da Lei n. 10.522/02 e, alfim, que as
irregularidades eventuais dos entes autônomos, indevidamente imputadas aos
Autores, e eventual pendência com outro ente, que não o transferidor dos recursos,
não constituam óbices à regularidade obrigacional dos Autores’ (fl. 17).
Os autores esclarecem que, em 17-10-2005, a Secretaria do Tesouro Nacio-
nal (STN) editou a Instrução Normativa n. 1 (fls. 21/23), com o objetivo de disci-
plinar o cumprimento das exigências para transferências voluntárias, previstas na
Lei Complementar n. 101, de 4-5-2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Consoante informam os autores, a referida Instrução Normativa estabeleceu
novo disciplinamento jurídico ao Cadastro Único de Convênio (CAUC), origi-
nalmente criado por meio da Instrução Normativa n. 01, de 4-5-2001 (fls. 25/28).
Alegam, os litisconsortes ativos, que a Lei de Responsabilidade Fiscal esta-
belece requisitos a serem observados pelos entes da Federação, para fins de
efetivação das transferências voluntárias. Tais exigências impõem ‘que o ente
beneficiário dos recursos esteja em dia com o pagamento de tributos, empréstimos
e financiamentos devidos ao ente transferidor’ (fl. 03).
Segundo alegam os autores, com o advento da Instrução Normativa n. 1, em
17-10-2005, o Cadastro Único de Convênio (CAUC) passou a incluir registros de
débitos próprios do Poder Executivo dos Estados-Membros e demais unidades
federadas, além daqueles concernentes aos entes integrantes das respectivas admi-
nistrações indiretas: ‘(...) essa nova ‘repaginação’ legislativa conferida ao Cauc,
pela IN STN n. 1/05, inovou no plano normativo para fazer constar, de forma
sumária, sem o resguardo do contraditório e da ampla defesa, registro de débitos
próprios do Poder Executivo do ente federativo e dos entes autônomos a eles
vinculados — Autarquias, fundações, estatais e paraestatais’ (fls. 05).
A pretensão de direito material ora deduzida pelos litisconsortes ativos
apóia-se, essencialmente, nos seguintes fundamentos: (a) ofensa à Lei de Respon-
sabilidade Fiscal (art. 25, § 1º, IV, a); (b) desrespeito ao princípio da legalidade; (c)
‘violação à intranscendência subjetiva das relações obrigacionais e das sanções
jurídicas correlatas’ (fls. 08); (d) transgressão aos postulados do devido processo
legal, do contraditório e da ampla defesa; e (e) inobservância do princípio da
programação orçamentária.
Em despacho exarado a fls. 369/370 dos autos, determinei a citação da
União, para oferecer contestação (CPC, art. 802, caput).
Posteriormente a esse despacho, o Estado de Alagoas formulou pedido de
ingresso, como litisconsorte ativo, na presente relação processual (fl. 373).
Os autores, tendo tomado ciência do despacho que ordenou a citação, dedu-
ziram pedido de reconsideração, objetivando a imediata apreciação do pedido
de medida liminar, considerada a efetiva concretização, na espécie, de situação
configuradora do periculum in mora (fls. 375/378):
862 R.T.J. — 198

‘Os requerentes, pois, pedem vênia a Vossa Excelência para retornar


nos autos pleiteando reconsideração dessa decisão, tendo em vista que o
aguardo da resposta da União inviabilizará diversos programas dos Esta-
dos requerentes, causando-lhes prejuízos sociais, políticos, financeiros e
econômicos, além de impossibilitar a análise da liminar antes do recesso
forense.
A título de exemplo dos danos de difícil reparação que podem surgir
diante da não-concessão da medida pleiteada na inicial, cita-se o caso do
Estado do Amazonas, que concluiu tratativas com o Banco Interamericano
de Desenvolvimento para um empréstimo externo no valor total de US$ 200
milhões de dólares americanos.
A operação visa a dar continuidade ao Programa Social e Ambiental
dos Igarapés de Manaus — PROSAMIM, que tem por objeto a recupera-
ção ambiental e a requalificação urbanística dos igarapés de Manaus,
Bittencourt, Mestre Chico e do Quarenta, que circundam a Capital do Estado,
programa este incluído na Lei Estadual n. 2.870, de 29 de dezembro de
2003, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o período de 2004 a 2007, e
que depende da verba externa para a reurbanização de várias áreas na capital
amazonense, contemplando o reassentamento habitacional de população
em outra área da cidade de Manaus, a recuperação e saneamento dos cursos
d’água que cortam a cidade, trazendo benefícios ambientais, inclusive, o
combate e prevenção de doenças que ameaçam se tornar epidemia em época
de vazante acentuada dos rios da bacia amazônica.
Mas tal operação depende ainda de autorização do Senado Federal,
nos termos do art. 52 da Constituição da República, sendo que o respectivo
processo administrativo se encontra precisamente na STN, que não o enca-
minhará ao Senado sem que as exigências do Cauc sejam observadas. Isso
está em vias de inviabilizar o Prosamim e afetar toda uma programação
financeira lançada no Plano Plurianual em curso.
Já demonstrado na inicial o fumus boni iuris, é patente também, neste
caso específico, o periculum in mora, uma vez que o recesso parlamentar tem
início em 15 de dezembro próximo, após o que a autorização para o emprés-
timo externo, pleiteado pelo Estado do Amazonas, somente será examinada
no exercício vindouro, com prejuízos de ordem social à população, e de
ordem administrativa, no que diz respeito ao cronograma do referido pro-
grama.
Como o Estado do Amazonas, cada um dos autores está na iminência
de sofrer prejuízos incalculáveis caso não seja deferida a liminar pleiteada.’
(Grifei)
Passo a analisar, desse modo, a postulação cautelar ora reiterada pelos
litisconsortes ativos.
Os elementos produzidos até o presente momento, nesta sede processual,
notadamente aqueles expostos a fls. 375/378, revelam-se suficientes para justificar,
R.T.J. — 198 863

na espécie, o integral acolhimento da pretensão cautelar ora deduzida pelos Esta-


dos-Membros e pelo Distrito Federal, litisconsortes ativos na presente relação pro-
cessual, eis que concorrem os requisitos autorizadores da concessão da medida
liminar ora pleiteada.
A plausibilidade jurídica da pretensão cautelar formulada na presente causa
resulta, dentre outros fundamentos invocados pelos autores, da aparente viola-
ção ao princípio da intranscendência (ou da personalidade) das sanções e das
medidas restritivas de ordem jurídica, eis que as conseqüências gravosas resul-
tantes do ato de inscrição no Cadastro Único de Convênio (CAUC) — por confi-
gurarem limitação de direitos — não podem ultrapassar a esfera individual das
empresas governamentais ou das entidades paraestatais alegadamente devedoras,
para atingir as próprias pessoas políticas (que nada devem), e de que os entes
supostamente devedores constituem meras instrumentalidades administrativas.
Essa orientação — é importante assinalar — mereceu o beneplácito do
Plenário do Supremo Tribunal Federal, quando do exame de matéria virtualmente
idêntica à que ora se analisa nesta sede processual:
‘Cadin (Lei n. 10.522/2002) — Inclusão, nesse cadastro federal, de
sociedade de economia mista estadual, por efeito de débitos alegadamente
não-quitados e cuja exigibilidade foi por ela contestada — Incidência,
sobre o Estado-Membro, de limitações de ordem jurídica, em decorrência
da vinculação administrativa, a ele, enquanto ente político maior, da em-
presa estatal devedora — Pretensão cautelar fundada nas alegações de
transgressão à garantia do ‘due process of law’ e de ofensa ao princípio da
intranscendência das medidas restritivas de direitos — Medida cautelar
deferida — Decisão referendada.
Inscrição no Cadin (Lei n. 10.522/2002) e alegação de ofensa ao
princípio da intranscendência das medidas restritivas de direitos.
— As conseqüências gravosas resultantes do ato de inscrição no
Cadin (Lei n. 10.522/2002), por configurarem limitação de direitos, não
podem ultrapassar a esfera individual das empresas governamentais ou
das entidades paraestatais alegadamente devedoras, que nesse cadastro
federal tenham sido incluídas, sob pena de violação ao princípio da
intranscendência (ou da personalidade) das sanções e das medidas restritivas
de ordem jurídica. Conseqüente impossibilidade de o Estado-Membro
sofrer limitações em sua esfera jurídica, motivadas pela só circunstância
de, a ele, enquanto ente político maior, acharem-se administrativamente
vinculadas as entidades paraestatais, as empresas governamentais ou as
sociedades sujeitas ao seu poder de controle. Precedentes.
Limitação de direitos e necessária observância do postulado do
devido processo legal.
— A imposição estatal de restrições de ordem jurídica, quer se concre-
tize na esfera judicial, quer se efetive no âmbito estritamente administrativo,
para legitimar-se em face do ordenamento constitucional, supõe o efetivo
respeito, pelo Poder Público, da garantia indisponível do due process of law,
864 R.T.J. — 198

assegurada à generalidade das pessoas pela Constituição da República (art.


5º, LIV), eis que o Estado, em tema de limitação de direitos, não pode exercer
a sua autoridade de maneira arbitrária. Precedentes. Alegação, pelo Estado-
Membro, de que a inscrição no Cadin, essencialmente limitadora de direi-
tos, desrespeitou, no processo de sua efetivação, o prazo legal a que se refere
o art. 2º, § 2º, da Lei n. 10.522/2002.’
(AC 266-QO/SP, Rel. Min. Celso de Mello, Pleno)
Disso resulta, considerado o princípio em questão, a conseqüente impossi-
bilidade de o Estado-Membro (ou o Distrito Federal) sofrer limitações em sua
esfera jurídica, motivadas pela só circunstância de, a ele, enquanto ente político
maior, acharem-se administrativamente vinculadas as entidades paraestatais, as
empresas governamentais ou as sociedades sujeitas ao seu poder de controle (AC
39-MC/PR, Rel. Min. Ellen Gracie — AC 235-MC/SP, Rel. Min. Sepúlveda Per-
tence).
Demais disso, cumpre reconhecer que a imposição estatal de restrições de
ordem jurídica, quer se concretize na esfera judicial, quer se efetive no âmbito
estritamente administrativo, para legitimar-se em face do ordenamento constitu-
cional, supõe o efetivo respeito, pelo Poder Público, da garantia indisponível do
due process of law, assegurada à generalidade das pessoas pela Constituição da
República (art. 5º, LIV), eis que o Estado, em tema de limitação de direitos, não
pode exercer a sua autoridade de maneira arbitrária.
Cumpre ter presente, bem por isso, que o Estado, em tema de restrição à
esfera jurídica de qualquer pessoa, física ou jurídica, não pode exercer a sua
autoridade de maneira abusiva ou arbitrária, desconsiderando, no exercício de sua
atividade, o postulado da plenitude de defesa, pois o reconhecimento da legitimi-
dade ético-jurídica de qualquer medida imposta pelo Poder Público — de que
resultem, como no caso, conseqüências gravosas no plano dos direitos e garantias
(mesmo aqueles titularizados por pessoas estatais) — exige a fiel observância do
princípio constitucional do devido processo legal (CF, art. 5º, LV).
A jurisprudência dos Tribunais, notadamente a do Supremo Tribunal Federal,
tem reafirmado a essencialidade desse princípio, nele reconhecendo uma
insuprimível garantia, que, instituída em favor de qualquer pessoa ou entidade
(pública ou privada), rege e condiciona o exercício, pelo Poder Público, de sua
atividade, ainda que em sede materialmente administrativa, sob pena de nulidade
da própria medida restritiva de direitos, revestida, ou não, de caráter punitivo
(RDA 97/110 — RDA 114/142 — RDA 118/99 — RTJ 163/790, Rel. Min. Carlos
Velloso — AI 306.626/MT, Rel. Min. Celso de Mello, in Informativo/STF n.
253/2002 — RE 140.195/SC, Rel. Min. Ilmar Galvão — RE 191.480/SC, Rel.
Min. Marco Aurélio — RE 199.800/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, v.g.):
‘Restrição de direitos e garantia do due process of law.
— O Estado, em tema de punições disciplinares ou de restrição a direi-
tos, qualquer que seja o destinatário de tais medidas, não pode exercer a sua
autoridade de maneira abusiva ou arbitrária, desconsiderando, no exercício
de sua atividade, o postulado da plenitude de defesa, pois o reconhecimento
R.T.J. — 198 865

da legitimidade ético-jurídica de qualquer medida estatal — que importe


em punição disciplinar ou em limitação de direitos — exige, ainda que se
cuide de procedimento meramente administrativo (CF, art. 5º, LV), a fiel
observância do princípio do devido processo legal.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reafirmado a
essencialidade desse princípio, nele reconhecendo uma insuprimível ga-
rantia, que, instituída em favor de qualquer pessoa ou entidade, rege e
condiciona o exercício, pelo Poder Público, de sua atividade, ainda que em
sede materialmente administrativa, sob pena de nulidade do próprio ato
punitivo ou da medida restritiva de direitos. Precedentes. Doutrina.’
(RTJ 183/371-372, Rel. Min. Celso de Mello)
Isso significa, portanto, que assiste, ao cidadão e a qualquer entidade (pú-
blica ou privada), mesmo em procedimentos de índole administrativa, a prerro-
gativa indisponível do contraditório e da plenitude de defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes, consoante prescreve, em caráter mandatório, o art. 5º,
inciso LV, da Constituição da República, tal como tem advertido, esta Suprema
Corte, em sucessivas decisões, na linha da orientação jurisprudencial acima men-
cionada:
‘Mandado de Segurança. (...). 3. Direito de defesa ampliado com a
Constituição de 1988. Âmbito de proteção que contempla todos os proces-
sos, judiciais ou administrativos, e não se resume a um simples direito de
manifestação no processo. (...). Pretensão à tutela jurídica que envolve não
só o direito de manifestação e de informação, mas também o direito de ver
seus argumentos contemplados pelo órgão julgador. 5. Os princípios do
contraditório e da ampla defesa, assegurados pela Constituição, aplicam-
se a todos os procedimentos administrativos. 6. O exercício pleno do con-
traditório não se limita à garantia de alegação oportuna e eficaz a respeito
de fatos, mas implica a possibilidade de ser ouvido também em matéria
jurídica. (...). Incidência da garantia do contraditório, da ampla defesa e do
devido processo legal ao processo administrativo. (...). Presença de um
componente de ética jurídica. Aplicação nas relações jurídicas de direito
público. 10. Mandado de Segurança deferido para determinar observância
do princípio do contraditório e da ampla defesa (CF, art. 5º, LV).’
(RTJ 191/922, Rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, Pleno — grifei)
O respeito efetivo à garantia constitucional do due process of law, ainda
que se trate de procedimento administrativo — como a inscrição no Cadastro
Único de Convênio (CAUC), que não pode processar-se sem prévia audiência
dos entes diretamente afetados —, condiciona, de modo estrito, o exercício dos
poderes de que se acha investida a Pública Administração, sob pena de desca-
racterizar-se, com grave ofensa aos postulados que informam a própria con-
cepção do Estado democrático de Direito, a legitimidade jurídica dos atos e
resoluções emanados do Estado.
Esse entendimento — que valoriza a perspectiva constitucional que deve
orientar o exame do tema em causa — tem o beneplácito de autorizado magisté-
866 R.T.J. — 198

rio doutrinário (Ada Pellegrini Grinover, ‘O Processo em Evolução’, pp. 82/


85, itens ns. 1.3, 1.4, 2.1 e 2.2, 1996, Forense Universitária; Manoel Gonçalves
Ferreira Filho, ‘Comentários à Constituição Brasileira de 1988’, vol. 1/68-69,
1990, Saraiva; Pinto Ferreira, ‘Comentários à Constituição Brasileira’, vol. 1/
176 e 180, 1989, Saraiva; Jessé Torres Pereira Júnior, ‘O Direito à Defesa na
Constituição de 1988’, pp. 71/73, item n. 17, 1991, Renovar; Edgard Silveira
Bueno Filho, ‘O Direito à Defesa na Constituição’, pp. 47/49, 1994, Saraiva;
Celso Ribeiro Bastos, ‘Comentários à Constituição do Brasil’, vol. 2/268-269,
1989, Saraiva; Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ‘Direito Administrativo’, pp.
401/402, 5ª ed., 1995, Atlas; Lúcia Valle Figueiredo, ‘Curso de Direito Adminis-
trativo’, pp. 290 e 293/294, 2ª ed., 1995, Malheiros; Hely Lopes Meirelles, ‘Di-
reito Administrativo Brasileiro’, p. 588, 17ª ed., 1992, Malheiros, v.g.).
Não se pode perder de perspectiva, portanto, considerada a essencialidade
da garantia constitucional da plenitude de defesa e do contraditório, que a Consti-
tuição da República estabelece, em seu art. 5º, incisos LIV e LV, que ninguém
pode ser privado de sua liberdade, de seus bens ou de seus direitos sem o devido
processo legal, notadamente naqueles casos em que se viabilize a possibilidade
de imposição, a determinada pessoa ou entidade, de sanções ou de medidas
gravosas consubstanciadoras de limitação de direitos.
A maneira como as inscrições no Cadastro Único de Convênio (CAUC)
foram realizadas parece indicar possível ocorrência de violação ao postulado
constitucional do devido processo legal (também aplicável aos procedimentos
de caráter administrativo), pondo em evidência um dado extremamente relevante,
eis que não teria sido facultada, na espécie, aos autores, a possibilidade de se
defenderem, antes que se tornasse efetiva, com todas as suas conseqüências jurídicas
lesivas, a questionada inscrição no mencionado cadastro, sequer precedida de
notificação dirigida aos entes estatais atingidos.
Há, ainda, um outro aspecto que parece conferir densidade jurídica à pre-
tensão cautelar ora deduzida pelos litisconsortes ativos.
Refiro-me à alegação de que a Secretaria do Tesouro Nacional, ao editar a
Resolução n. 1, de 17-10-2005, teria ofendido o princípio constitucional da reser-
va de lei em sentido formal, como procuraram demonstrar os autores (fls. 07/08).
Não se desconhece que as resoluções administrativas — enquanto atos
juridicamente subordinados à autoridade normativa da lei — não podem discipli-
nar matéria que foi posta, quanto ao seu regramento, sob a égide do postulado
constitucional da reserva de lei em sentido formal.
Na realidade, como se sabe, o princípio da reserva de lei atua como expres-
siva limitação constitucional ao poder do Estado, cuja competência regulamen-
tar, mesmo quando fundada na própria Constituição — como sucede, p. ex., com
o poder regulamentar do Presidente da República (CF, art. 84, incisos IV, in fine, e
VI) ou do Ministro de Estado (CF, art. 87, parágrafo único, II) — não se reveste de
idoneidade jurídica para restringir direitos ou para criar obrigações.
Nenhum ato regulamentar pode criar obrigações, sob pena de incidir em
matéria constitucionalmente reservada ao domínio normativo da lei formal.
R.T.J. — 198 867

O abuso de poder regulamentar, especialmente nos casos em que o Estado


atua contra legem ou praeter legem, não só expõe o ato transgressor ao controle
jurisdicional, mas viabiliza, até mesmo, tal a gravidade desse comportamento
governamental, o exercício, pelo Congresso Nacional, da competência extraor-
dinária que lhe confere o art. 49, V, da Constituição da República e que lhe
permite ‘sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar (...)’ (grifei).
É preciso pôr em relevo, neste ponto, ante a sua inquestionável atualidade,
o magistério de José Antônio Pimenta Bueno, Marquês de São Vicente (‘Direito
Público Brasileiro e Análise da Constituição do Império’, p. 232/234, itens ns.
324 a 327, 1858, reedição do Ministério da Justiça/Serviço de Documentação,
1958), cuja advertência vale rememorar, especialmente se se tiver presente a
censura que esse eminente jurisconsulto do Império já fazia a propósito do abuso
do poder regulamentar pelo Executivo e de suas graves implicações no plano
jurídico-constitucional:
‘(...) Do que temos exposto, e do princípio, também incontestável, que
o poder executivo tem por atribuição executar, e não fazer a lei, nem de
maneira alguma alterá-la, segue-se evidentemente que ele cometeria grave
abuso em qualquer das hipóteses seguintes:
1º) Em criar direitos, ou obrigações novas, não estabelecidos
pela lei, porquanto seria uma inovação exorbitante de suas atribui-
ções, uma usurpação do poder legislativo, que só poderá ser tolerada
por câmaras desmoralizadas (...).
(...)
O governo não deve por título algum falsear a divisão dos poderes
políticos, exceder suas próprias atribuições, ou usurpar o poder legislativo.
Toda e qualquer irrupção fora destes limites é fatal, tanto às liberda-
des públicas, como ao próprio poder.
(...)
Desde que o regulamento excede seus limites constitucionais, desde
que ofende a lei, fica certamente sem autoridade porquanto é ele mesmo
quem estabelece o dilema ou de respeitar-se a autoridade legítima e soberana
da lei, ou de violá-la para preferir o abuso do poder executivo.’ (Grifei)
Não constitui demasia observar, no que concerne à reserva de lei — conso-
ante adverte Jorge Miranda (‘Manual de Direito Constitucional’, tomo V/217-
220, item n. 62, 2ª ed., 2000, Coimbra) — que se trata de postulado revestido de
função excludente, de caráter negativo (que veda, nas matérias a ela sujeitas, como
parece suceder na espécie, quaisquer intervenções, a título primário, de órgãos
estatais não-legislativos), e cuja incidência também reforça, positivamente, o
princípio que impõe, à administração e à jurisdição, a necessária submissão aos
comandos fundados em norma legal, de tal modo que, conforme acentua o ilustre
Professor da Universidade de Lisboa, ‘quaisquer intervenções — tenham conteúdo
868 R.T.J. — 198

normativo ou não normativo — de órgãos administrativos ou jurisdicionais só


podem dar-se a título secundário, derivado ou executivo, nunca com critérios
próprios ou autônomos de decisão’ (grifei).
Vale relembrar, neste ponto, a propósito do postulado da reserva legal —
que traduz limitação constitucional ao exercício da atividade estatal — decisão
emanada da colenda Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal e que se acha
consubstanciada em acórdão assim ementado:
‘(...) A reserva de lei constitui postulado revestido de função
excludente, de caráter negativo, pois veda, nas matérias a ela sujeitas,
quaisquer intervenções normativas, a título primário, de órgãos estatais
não-legislativos. Essa cláusula constitucional, por sua vez, projeta-se em
uma dimensão positiva, eis que a sua incidência reforça o princípio, que,
fundado na autoridade da Constituição, impõe, à administração e à
jurisdição, a necessária submissão aos comandos estatais emanados,
exclusivamente, do legislador. (...).’
(RE 318.873-AgR/SC, Rel. Min. Celso de Mello)
Desse modo, consoante parecem evidenciar os documentos produzidos pelos
autores, as restrições resultantes do questionado ato de inscrição no Cadastro
Único de Convênio (CAUC), ao ultrapassarem a esfera individual dos entes
alegadamente devedores, culminaram por atingir e afetar terceiras pessoas (os
Estados-membros e o Distrito Federal, na espécie), a quem — ao menos em princí-
pio — não se poderia imputar, em caráter solidário, a responsabilidade pelo
adimplemento de uma obrigação que não se inseria em sua esfera de responsabi-
lidade.
Registre-se, finalmente, que os litisconsortes ativos justificaram, de maneira
inteiramente adequada, as razões que caracterizam a concreta ocorrência, na
espécie, da situação configuradora do periculum in mora (fls. 14/15 e 375/378),
enfatizando, no ponto, que ‘(...) a ilegal e inconstitucional inclusão dos Autores
no Cauc conduzirá, inexoravelmente, nos próximos dias, à paralisação das
transferências de recursos para execução de ações e serviços públicos, pade-
cendo com isso toda a sociedade’ (fls. 15).
Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas, defiro, ad
referendum do E. Plenário do Supremo Tribunal Federal, o pedido de medida
liminar, nos exatos termos em que deduzido pelos autores (fls. 15/16, item IV,
n. 4.1, i, ii e iii).
Os efeitos da presente medida cautelar prevalecerão até que, deduzida a
contestação pela União Federal, torne-se possível proceder à ponderação dos di-
reitos e interesses em situação de antagonismo.
Comunique-se, com urgência, para cumprimento imediato, o teor da presente
decisão, cuja cópia deverá ser encaminhada ao Senhor Ministro da Fazenda, ao
Senhor Procurador-Geral da Fazenda Nacional e ao Senhor Secretário do Tesouro
Nacional.
R.T.J. — 198 869

2. Admito, na condição de litisconsorte ativo, o Estado de Alagoas (fl. 373).


Proceda-se, em conseqüência, às anotações pertinentes.
(...)
Ministro Celso de Mello
Relator”
Assinalo, por necessário, que, não obstante a decisão em referência tenha sido por
mim proferida em 5-12-2005 (fls. 421/432), os presentes autos — em virtude de diver-
sas movimentações — foram encaminhados à douta Procuradoria-Geral da República,
em 2-2-2006 (fls. 569), por determinação da eminente Senhora Ministra Ellen Gracie,
então no exercício da Presidência, havendo retornado, os autos em questão, a esta
Corte, em 17-4-2006 (fls. 579).
Para os fins a que se refere o art. 21, V, do RISTF, submeto, Senhora Presidente, em
questão de ordem, ao referendo do E. Plenário desta Suprema Corte, o ato decisório em
causa.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Celso de Mello (Relator): Referendo, integralmente, por seus pró-
prios fundamentos, a decisão que proferi a fls. 421/432.
Assinalo, por necessário, que igual postulação foi deduzida pelo Estado de Minas
Gerais (MS 25.701-MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio) e pelo Estado do Espírito Santo
(AC 1.040-MC/ES, Rel. Min. Gilmar Mendes), cabendo registrar que os eminentes
Relatores de tais processos deferiram o provimento cautelar que lhes foi requerido.
O eminente Ministro Marco Aurélio, ao deferir, integralmente, a postulação
cautelar deduzida pelo Estado de Minas Gerais, suspendeu, “(...) até a decisão final
deste mandado de segurança, as inscrições do Estado de Minas Gerais no Cadastro
Único de Exigências para Transferências Voluntárias para Estados e Municípios —
CAUC —, afastando, assim, o móvel da interrupção dos repasses aludidos bem como a
inviabilidade de contração de empréstimo, tudo consideradas as inscrições envolvidas
neste caso” (grifei).
O eminente Ministro Gilmar Mendes, por sua vez, concedeu, em parte, a medida
cautelar que lhe havia sido requerida pelo Estado do Espírito Santo, em ordem a “(...)
suspender, para o autor e relativamente ao projeto de infra-estrutura descrito na peti-
ção inicial, as novas exigências contidas na IN/STN n. 01/2005, de forma a permitir-
lhe o regular prosseguimento de seus pleitos junto à União, nesta matéria, na forma da
regulamentação precedente” (grifei).
Também a eminente Ministra Ellen Gracie, em 6-1-2006, durante o período de
férias forenses, no exercício da Presidência deste Tribunal, deferiu, em parte, nos autos
da AC 1.074/PA, Rel. Min. Cezar Peluso, medida cautelar requerida pelo Estado do
Pará, em contexto virtualmente idêntico ao que se registra neste processo, em decisão
que suspendeu, em favor dessa unidade federada, “os efeitos da apontada inscrição do
requerente no Siafi, decorrente de sua situação de inadimplência relacionada ao Con-
vênio n. 047/04 (...)”.
870 R.T.J. — 198

Os fundamentos de todos esses atos decisórios refletem as mesmas considera-


ções — e preocupações — que me levaram a conceder o provimento liminar em causa,
mediante decisão que ora submeto ao referendo desta E. Suprema Corte.
Assinalo, finalmente, por necessário, Senhora Presidente, que os litisconsortes
ativos ajuizaram, em tempo oportuno, no prazo a que se refere o art. 806 do CPC, a
pertinente ação principal (ACO 840/DF), ora em tramitação perante esta Suprema Corte.
Sendo assim, com apoio nas razões expostas, e resolvendo a questão de ordem ora
suscitada, proponho seja integralmente referendada a decisão proferida a fls. 421/432.
É o meu voto.

EXTRATO DA ATA
AC 1.033-AgR-QO/DF — Relator: Ministro Celso de Mello. Agravante: União
(Advogado: Advogado-Geral da União). Agravados: Estado do Amazonas (Advogado:
PGE/AM – Ricardo Antonio Rezende de Jesus), Estado da Bahia (Advogado: Procura-
doria-Geral do Estado da Bahia), Estado do Ceará (Advogado: PGE/CE – Eduardo
Menezes Ortega), Estado do Espírito Santo (Advogado: Procuradoria-Geral do Estado
do Espírito Santo), Estado de Goiás (Advogado: Procuradoria-Geral do Estado de
Goiás), Estado de Mato Grosso (Advogado: Procuradoria-Geral do Estado de Mato
Grosso), Estado de Mato Grosso do Sul (Advogado: PGE/MS – Ulisses Schwarz Viana),
Estado do Pará (Advogado: Procuradoria-Geral do Estado do Pará), Estado da Paraíba
(Advogados: Ricardo de Sá Queiroga e outro), Estado do Paraná (Advogado: Procurado-
ria-Geral do Estado do Paraná), Estado de Pernambuco (Advogado: Procuradoria-Geral
do Estado de Pernambuco), Estado do Rio Grande do Norte (Advogado: Procuradoria-
Geral do Estado do Rio Grande do Norte), Estado do Rio Grande do Sul (Advogado:
Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul), Estado do Rio de Janeiro (Advogado:
Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro), Estado de Rondônia (Advogado: Pro-
curadoria-Geral do Estado de Rondônia), Estado de Santa Catarina (Advogado: Procura-
doria-Geral do Estado de Santa Catarina), Estado de Sergipe (Advogado: Procuradoria-
Geral do Estado de Sergipe), Estado do Tocantins (Advogado: Procuradoria-Geral do
Estado do Tocantins) e Distrito Federal (Advogado: Procuradoria-Geral do Distrito Fe-
deral). Litisonsorte Ativo: Estado de Alagoas (Advogado: Procuradoria-Geral do Estado
de Alagoas).
Decisão: O Tribunal, à unanimidade, referendou a decisão de fls. 421 a 432, nos
termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o Ministro Sepúlveda Pertence e,
neste julgamento, o Ministro Eros Grau. Presidiu o julgamento a Ministra Ellen Gracie.
Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Celso de
Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa,
Eros Grau e Ricardo Lewandowski. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio
Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 25 de maio de 2006 — Luiz Tomimatsu, Coordenador.
R.T.J. — 198 871

AÇÃO ORIGINÁRIA 1.300 — AM

Relator : O Sr. Ministro Carlos Britto


Apelante: Abdalla Isaac Sahdo Junior — Apelado: Ministério Público do Estado
do Amazonas — Assistentes: Gaspar Catunda de Souza e outro
Ação originária. Apelação criminal. Advogado condenado pelos cri-
mes de calúnia e difamação, cometidos contra magistrados por meio de
entrevista em emissora de televisão. Lei n. 5.250/67. Inviolabilidade (art.
133 da Magna Carta). Imunidade material (inciso I do art. 142 do Código
Penal). Cerceamento de defesa. Competência originária.
Conforme restou fixado no julgamento da AO 933, o Supremo Tri-
bunal Federal é competente para o processo e julgamento da presente
ação, em que manifestaram impedimento mais da metade dos membros
do Tribunal de origem.
Na mesma assentada, ratificou-se a orientação de que não é absoluta
a inviolabilidade do advogado, por seus atos e manifestações verbais.
Essa conclusão, todavia, não infirma a abrangência que a Carta de Outubro
conferiu ao instituto, de cujo manto protetor somente se excluem atos,
gestos ou palavras que manifestamente desbordem do exercício da profis-
são, como a agressão (física ou moral), o insulto pessoal e a humilhação
pública (ADI 1.127).
Não se configura o alegado cerceamento, ante a constatação de que
não houve prejuízo para a defesa e de que o Oficial de Justiça procurou
intimar o réu em um de seus conhecidos endereços. Ademais, com o adita-
mento da denúncia, a repetição dos atos instrutórios sanou eventual irre-
gularidade na realização de audiência anterior, destinada a colher o de-
poimento de uma só testemunha, arrolada pela acusação.
Apelação a que se nega provimento.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, por seu Tribunal Pleno, sob a Presidência do Ministro Nelson Jobim, na confor-
midade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 10 de novembro de 2005 — Carlos Ayres Britto, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto: Trata-se de apelação em causa própria, inter-
posta pelo advogado Abdalla Isaac Sahdo Júnior contra sentença da MMª Juíza da 4ª
Vara Criminal da Comarca de Manaus/AM, prolatada nos autos da Ação Penal n.
001.02.010062-1. Foi o réu condenado à pena de 5 (cinco) anos e 8 (oito) meses de
872 R.T.J. — 198

detenção, em regime semi-aberto, além da multa correspondente a 39 (trinta e nove)


salários mínimos — tudo por infração aos artigos 20 e 21, combinados com o inciso II do
art. 23, todos da Lei n. 5.250/67, estes combinados com o artigo 70 do Código Penal.
2. Volto à origem dos fatos para esclarecer que a ação penal pública foi instaurada
mediante representação do Desembargador amazonense Gaspar Catunda de Souza,
que se sentiu ofendido na sua honra subjetiva e objetiva, em decorrência de entrevista
concedida pelo ora apelante a uma emissora de televisão local. Isso aconteceu no dia 28-
11-2001. Naquela ocasião, o entrevistado teria imputado à vítima atos de corrupção
no exercício da magistratura, proferindo frases como: “Justiça local corrupta”;
“Desembargadores que cobram propina”; e “Banda podre do Poder Judiciário local”.
3. Essas investidas foram reiteradas em dezembro de 2001, quando o referido
causídico respondeu a pedido de explicações do magistrado e aproveitou a oportunidade
para abrir o leque de suas invectivas, de forma a incluir, nelas, outras duas vítimas.
4. Por isso é que a MMª Juíza aceitou aditamento à denúncia. E o fez levando em
conta as afirmações do réu, de acordo com as quais os Desembargadores Manuel
Neuzimar Pinheiro e Manuel de Melo Damasceno também teriam recebido, diretamente
ou por interposta pessoa, importâncias que variavam entre Cr$ 20.000,00 e Cr$
65.000,00, “para conceder um Mandado de Segurança ou um Agravo de Instrumento”,
em desfavor do sindicato que o denunciado representava. E, como a exigência de propinas
seria uma praxe antiga no âmbito daquele Tribunal, o advogado não hesitou em cunhar,
entre outras, a retumbante expressão “Banda podre do Poder Judiciário local”,
divulgada estrepitosamente pela imprensa.
5. Prossigo neste relatório para dizer que, antes da sentença condenatória, proferida
em 11-11-2003 (fls. 1644/1653), o acusado impetrou habeas corpus para trancar a ação
penal. Por força da norma inscrita na letra n do inciso I do art. 102 da Magna Carta, os
autos vieram à Suprema Corte (tal como aconteceu com a presente apelação criminal) e,
aqui, a ordem foi denegada (AO 933).
6. Dois meses depois, ao aplicar a pena acima enunciada, a MMª Juíza considerou
que os delitos objeto da denúncia “foram efetivamente consumados e comprovados,
haja vista que as imputações chegaram ao conhecimento não só das vítimas, como de
toda a população em geral, causando grande abalo moral tanto no seio jurídico quanto
na sociedade manauara.” A operação para se chegar à pena definitiva encontra-se descrita
às fls. 1652/1653.
7. Inconformado, apelou o réu, juntando as razões de fls. 1756/1786. Além da falta
de justa causa para a ação penal e do abuso de poder da autoridade impetrada na condu-
ção do processo, diz o recorrente que a defesa não teve acesso à “fita de vídeo” em que
fora gravada a entrevista — fita essa que teria sido obtida de forma ilícita.
8. Acrescenta o apelante que as expressões objeto de censura foram proferidas
sob o pálio da imunidade assegurada pelo art. 133 da Carta Magna e pelo art. 7º (§§ 1º e
2º) da Lei n. 8.906/94. De qualquer forma, tais expressões não estavam carregadas de
animus calumniandi ou animus difamandi. Ao pronunciá-las, a intenção do apelante era
apenas “narrar os fatos que estavam sendo objeto de investigação no Superior Tribu-
nal de Justiça, o Tribunal da cidadania.”
R.T.J. — 198 873

9. Contra-arrazoado o recurso (fls. 1797/1819 e 1856/1861) e colhida a manifesta-


ção do Ministério Público estadual (fls. 1868/1874), sobreveio o despacho de fls. 1903/
1904, que determinou o envio dos autos a esta egrégia Corte. Para tanto, considerou o
eminente Relator que, dos dezenove membros daquele Tribunal, apenas um estava de-
simpedido para o exame da apelação; isso porque três Desembargadores figuram como
vítimas no processo e os outros quinze disseram-se impedidos ou suspeitos para nele
oficiar.
10. Aqui, o ilustrado Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando Barros
e Silva de Souza, opinou pelo desprovimento da apelação (fls. 1915/1920).
11. Com o parecer, os autos me vieram conclusos no dia 21-10-2005 (sexta-feira),
às 18h50.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto (Relator): Preliminarmente, reconheço a compe-
tência do Supremo Tribunal Federal para o exame do feito, na esteira do que fora decidido
no habeas corpus mencionado no relatório. Ou seja, na AO 933, de que fui Relator, esta
colenda Corte se deu por competente para julgar o writ, por meio do qual o ora apelante
pretendia trancar a ação penal de que cuidam estes autos.
14. Dito isso, volto os olhos para o biênio prescricional de que trata o art. 41 da Lei
n. 5.250/67. De acordo com a jurisprudência da Casa, incidem, aqui, as causas de inter-
rupção da prescrição previstas no Código Penal. Menciono, ilustrativamente, os Habeas
Corpus 52.858, 67.047 e 77.962. Na ementa relativa ao Inquérito 1.034, da relatoria do
Ministro Celso de Melo, ficou assentado o entendimento:
“(...)
Tratando-se de crime de imprensa, e desde que não se tenha verificado, ain-
da, o trânsito em julgado da condenação penal, a prescrição da pretensão punitiva
do Estado ocorre, sempre, em dois (2) anos, qualquer que seja o quantum penal
cominado em abstrato.
(...)”
15. No caso, a sentença condenatória recorrível, que é uma causa interruptiva de
prescrição, foi proferida em 11-11-2003 (fls. 1644/1653). Portanto, ainda não consumado
o novo biênio prescricional, passo ao exame das razões de apelação. Ao fazê-lo, observo
que a maioria das questões levantadas pelo recorrente já havia sido enfrentada quando
do julgamento da mencionada AO 933, que resultou desfavorável ao acusado.
16. Nestes autos, o ilustrado Procurador-Geral da República atentou para tal cir-
cunstância, ao elaborar o parecer em que conclui pelo desprovimento do recurso. Porém,
antes de me ocupar da peça ministerial pública, passo ao exame de um tema a que o
recorrente deu suma importância no memorial recentemente apresentado. Refiro-me à
alegação de cerceamento de defesa, porque ele não teria sido intimado para a audiência
de instrução e julgamento, realizada no dia 25-4-2002. A falha foi atribuída ao aparato
judiciário, mais precisamente à Oficiala de Justiça, que não teve o cuidado de procurar o
réu no endereço correto: Rua Monsenhor Coutinho, n. 815.
874 R.T.J. — 198

17. Vamos, então, esclarecer os fatos. Na verdade, foram realizadas duas audiências
de instrução no espaço de dez dias: uma no dia 15 e a outra no dia 25 de abril. Na
primeira, foram ouvidas três testemunhas, além da única vítima que até então figurava
nos autos, ou seja, o Desembargador Gaspar Catunda de Souza. Na segunda audiência,
foi ouvida somente uma testemunha.
18. O réu e seu advogado não compareceram em nenhuma das oportunidades,
razão por que a MMª Juíza decretou a revelia do acusado e nomeou-lhe defensor, um
para cada ato.
19. Para a citação do réu, com respeito à audiência do dia 15, expediu-se mandado
a ser cumprido na Rua do Comércio, n. 115 (fls. 108 e 111). De acordo com a certidão de
fls. 107, esse endereço abriga o “escritório jurídico do Dr. Abdalla Isaac Sahado
Junior”, mencionado, também, no pedido de explicações de fl. 157. Anoto que, no
mesmo endereço, já havia sido cumprida, com sucesso, a diligência efetivada pouco
tempo antes, destinada à citação do então representado para oferecer defesa prévia (fl.
106). Anoto, mais, que este ato, no aludido endereço, foi considerado válido pelo pró-
prio recorrente, nas suas razões (fl. 1764).
20. Esclareço, agora, que o mandado acima referido, para a audiência do dia 15-4-
2002, foi cumprido na Rua Monsenhor Coutinho, casa n. 815 (certidão de fls. 112),
endereço que já constava, em 13-12-2001, no mandado de intimação de fl. 168.
21. Ora, realizada a audiência sem a presença do réu e de seu defensor, outra foi
marcada para o dia 25 do mesmo mês, a fim de se ouvir a testemunha faltante. Expediu-
se novo mandado, com o endereço profissional do réu: Rua do Comércio, 115. Lá, ele
não foi encontrado pela Oficiala de Justiça, que então devolveu o mandado ao Cartório,
sem diligenciar no endereço residencial (certidão de fl. 134).
22. É aqui, neste exato ponto, que se apega o autor do memorial. Segundo ele, a
negligência da serventuária é que teria motivado o não-comparecimento dele à segunda
audiência, com prejuízo da própria defesa.
23. Confesso que examinei com cuidado os autos, mas cheguei a conclusão diversa,
por várias razões. Primeira, porque todos os mandados eram expedidos com o endereço
profissional do réu. O único que continha o endereço residencial, o de 13-12-2001, foi
cumprido no interior do Cartório da 3ª Vara Criminal, “onde encontrava-se o requerido”
(certidão de fl. 168v). Todos os demais mandados — repito — mencionavam a Rua do
Comércio. O Oficial encarregado da penúltima diligência é que houve por bem se dirigir
à Rua Monsenhor Coutinho, onde foi bem sucedido. Mas a Oficiala incumbida da última
citação orientou-se pelo endereço usual, Rua do Comércio, que as razões do recurso
consideraram válido, conforme anteriormente afirmado. E o curioso é que, nessas mes-
mas razões, à fl. 1764, o apelante admite que não compareceu à audiência do dia 15 por
vontade própria — tudo levando a crer que se tratava de uma tática de defesa, repetida no
dia 25.
24. Mas não é só isso. Na audiência do dia 25, em que teria havido o cerceamento
de defesa, foi ouvida apenas uma testemunha, arrolada pela acusação, testemunha que
disse nada saber a respeito dos fatos. Nesse cenário, tudo indica que não houve prejuízo
para a defesa; e, sem prejuízo, não se declara nulidade.
R.T.J. — 198 875

25. Para fechar este tópico, cumpre-me deixar claro que todos os fatos aconteceram
na primeira fase da ação penal, isto é, antes do aditamento da denúncia, que foi feito para
incluir três outros ofendidos. Com o aditamento, realizaram-se novos atos processuais:
defesa prévia, interrogatório, inquirição de testemunhas e alegações finais. Esses atos,
por certo, convalidaram os anteriores, se é que alguma eiva pesava sobre eles.
26. Por tudo isso, eu repilo a alegação de cerceamento de defesa.
27. No mais, valho-me do parecer de fls. 1918/1920, vazado nos seguintes termos:
“Quanto ao mérito da condenação, também não procede a irresignação. Sus-
tenta o recorrente, em apertada síntese: a) ausência de justa causa para sua conde-
nação, uma vez que não atingiu a honra subjetiva, nem objetiva, das vítimas,
limitando-se a narrar os fatos trazidos ao seu conhecimento por dirigentes do Sin-
dicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Manaus; b) ausência de
dolo nas condutas descritas na denúncia; c) imunidade profissional no exercício
da advocacia.
Durante a instrução criminal não foi provado que as vítimas tenham recebido
quaisquer quantias em dinheiro ao concederem liminares favoráveis ao Sindicato
dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Manaus (fls. 121/122, 124/125,
126/128, 138/140, 952/958, 959/962, 963/966, 967/969, 1042/1045, 1047/1051,
1053/1057, 1059/1063, 1075/1077 e 1155/1156). Ressalte-se que tais fatos foram
levados ao conhecimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça (RP n. 213),
que determinou o arquivamento das investigações em face dos Desembargadores,
atendendo a pedido do Ministério Público Federal.
Por outro lado, foi comprovada a autoria dos crimes imputados ao ora apelante.
Acrescente-se que o réu perseverou nas afirmações criminosas mesmo depois de
chamado a juízo, mediante pedido de explicação de um dos ofendidos.
Ficou demonstrado, igualmente, que o réu agiu com dolo específico, necessá-
rio à configuração dos tipos penais descritos na peça acusatória. Consta da sentença:
“Ressaltando, que utilizou ainda a frase ‘com a maior satisfação’ ao
declinar os nomes das vítimas, ficando patente, como bem ressaltou a Senhora
Promotora Pública o animus calumniiandi e diffamandi com que manifestou-se
o réu, não podendo assim, jamais aceitar-se como mero animus narrandi” (fls.
1649)
Por fim, não está configurada in casu a imunidade a que se refere o art. 133, da
Constituição Federal, e o art. 7º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 8.906/94. Como já assentado
por essa Corte no julgamento da referida AO n. 933 “Pacificou-se também a juris-
prudência no sentido de que não é absoluta a invilabilidade do advogado, por seus
atos e manifestações, o que não infirma a abrangência que a Carta de Outubro
conferiu ao instituto, de cujo manto protetor somente se excluem atos, gestos ou
palavras que manifestamente desbordem do exercício da profissão, como a agres-
são (física ou moral), o insulto pessoal e a humilhação pública (ADI 1127).” Como
bem ressaltado por V. Exa., ao explicitar voto condutor do acórdão, “as ofensas
foram proferidas fora do âmbito judicial” e “sem nexo de causalidade” entre estas
e a causa posta em juízo.
A propósito deste tema, confira-se outro julgado dessa Corte:
876 R.T.J. — 198

“Ementa: Penal. Processual Penal. Habeas corpus. Trancamento da


ação penal. Calúnia. Imunidade penal do advogado. I - A imunidade pre-
vista no inciso I do art. 142 do Código Penal não abrange a ofensa caracteri-
zada como calúnia. II - Denúncia que atende aos requisitos do art. 41 do
Código de Processo Penal. III - A jurisprudência da Suprema Corte firmou-se
no sentido de que não se tranca a ação penal se a conduta descrita na denún-
cia configura, em tese, crime, como ocorre na hipótese. IV - HC indeferido
(HC 84107-SC, Rel. Min. Carlos Velloso, DJU 18.06.2004, pg. 6).”
28. Ante o exposto, nego provimento ao recurso.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Presidente, apenas para ressaltar um aspecto que diz
respeito à citação ou à intimação para audiência, quando se conta, no processo, com
mais de um endereço.
Creio que há de haver o esgotamento. O oficial deve procurar o envolvido nos
endereços constantes do processo.
Existe, porém, uma peculiaridade: o acusado declarou — isso está documentado
no processo, segundo o voto do Relator — que não compareceu à audiência por vontade
própria. Admitiu, portanto, o conhecimento da data designada e do local em que ocorre-
ria a referida audiência.
Tendo em conta essa particularidade, ressaltando que a imunidade do advogado
refere-se à atuação, em si, no processo ou no âmbito administrativo, relativa ao instru-
mento de mandato e não a entrevistas dadas em televisão, acompanho o voto do Relator.

VOTO (Aditamento)
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): Sem falar, Ministro Marco Aurélio, que, com
o aditamento da denúncia, realizaram-se novos atos processuais com suprimento de
eventuais falhas.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: É que, naquela audiência em que ouvida uma teste-
munha, muito embora da acusação, sem que ela revelasse fato que pudesse levar à
apenação do acusado, não teria havido o comparecimento.
De qualquer forma, no entanto, a questão ficou suplantada pela circunstância de o
acusado ter admitido que não compareceu por vontade própria e, portanto, que tinha
conhecimento da audiência designada.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Sr. Presidente, quero deixar expressa a minha
reserva quanto à afirmação apodítica de que a imunidade penal do advogado não cobre
fatos que, em tese, constituam crime. A ser assim, não se cuidaria de imunidade penal. O
que temos exigido, sim, é que a pretendida ofensa se faça, ou no processo, ou em estrita
conexão com fatos do processo. Isso ficou muito claro na decisão plenária do Inquérito
n. 1.674.
R.T.J. — 198 877

EXTRATO DA ATA
AO 1.300/AM — Relator: Ministro Carlos Britto. Apelante: Abdalla Isaac Sahdo
Junior (Advogados: Abdalla Isaac Sahdo Junior e outro). Apelado: Ministério Público
do Estado do Amazonas. Assistentes: Gaspar Catunda de Souza e outro (Advogado:
Délcio Luis Santos).
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos
do voto do Relator. Ausente, justificadamente, a Ministra Ellen Gracie. Presidiu o julga-
mento o Ministro Nelson Jobim.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso,
Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio
Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 10 de novembro de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO RESCISÓRIA 1.584 — SC

Relator: O Sr. Ministro Eros Grau


Agravante: União — Agravado: Weg Indústrias S.A.
Processo civil. Agravo regimental. Ação rescisória. Protocolo em data
próxima ao término do prazo do art. 495 do CPC. Despacho ordinatório
proferido após o biênio. Decadência. Inocorrência. Alteração da jurispru-
dência.
1. A obtenção do despacho ordinatório para citação dos réus após o
prazo do art. 495 do Código de Processo Civil não implica a decadência
do direito à rescisão do julgado.
2. Agravo regimental provido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do Ministro Nelson Jobim, na conformi-
dade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, dar provimento
ao agravo regimental.
Brasília, 2 de fevereiro de 2006 — Eros Grau, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Eros Grau: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão
monocrática do então Relator, Ministro Nelson Jobim, que negou seguimento à ação
rescisória, nos seguintes termos:
878 R.T.J. — 198

“(...)
A Ação Rescisória foi proposta em 18-9-2000 (fl. 2).
Quando os autos foram conclusos ao Min. Octavio Gallotti, a decadência já
havia-se consumado.
A citação tardia da Ré deve-se à Autora, que somente protocolizou a Ação
Rescisória no último dia do prazo decadencial.
Há precedente:
“Ação rescisória alcançada pela decadência por não haver sido pro-
movida a citação segundo os prazos e condições estabelecidos no art. 219 e
seus parágrafos do Código de Processo Civil.” (AR 1.322, Gallotti, 9-9-
1999).
No mesmo sentido: AR 1.672, Jobim, e AR 1.559, Moreira.
Na linha dos precedentes, nego seguimento à Ação Rescisória (RISTF, art.
21, § 1o).
Condeno a Autora ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios,
estes arbitrados em 10% sobre o valor da causa.
Arquivem-se os autos”.
2. A agravante alega que a ação rescisória foi proposta dentro do prazo decadencial.
Afirma que a citação dos réus foi promovida adequadamente, embora efetivada após o
biênio.
3. Sustenta que a promoção dos atos de citação consubstancia apenas o requeri-
mento na petição inicial, com o pagamento das despesas da diligência, cabendo aos
órgãos judiciários efetivá-la. Cita o Enunciado n. 106 da Súmula do STJ, segundo o
qual, “proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por
motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de
prescrição ou de decadência”.
4. Destaca, por fim, a parte final do § 2º do art. 219 do CPC, que exime a responsa-
bilidade do autor quando a demora na citação é imputada exclusivamente ao serviço
judiciário.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): O trânsito em julgado do acórdão rescindendo
deu-se no dia 17 de setembro de 1998, completando-se o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória no dia 18 de setembro de 2000.
2. A presente ação foi protocolada neste Tribunal no último dia do biênio, distri-
buída inicialmente ao Ministro Octavio Gallotti. Os autos foram encaminhados à con-
clusão em 5 de outubro, e o despacho que ordenou a citação da ré foi proferido no dia 10
de outubro de 2000.
R.T.J. — 198 879

3. Esta Corte tem entendido que a decadência da ação rescisória ocorre quando o
autor não obtiver o despacho ordinatório de citação dentro do biênio previsto no art. 495
do CPC, conforme precedente do RE n. 114.920, Relator o Ministro Carlos Madeira, DJ
de 2-9-1988:
“Ementa: Ação rescisória. Prazo de decadência (Código de Processo Ci-
vil, art. 495). Se o autor, apesar de protocolizar a petição dentro do biênio, não
obteve, por inércia, o despacho ordenando a citação naquele prazo, operou-se
a decadência do direito à rescisão. Sendo de decadência, o prazo do art. 495 não
se suspende nem se interrompe, mesmo com o advento das férias forenses. Re-
curso extraordinário conhecido e provido, para julgar extinto o processo, nos
termos do art. 269, IV, do CPC.”
4. De fato, a demora na obtenção do despacho ordinatório, bem como da citação
dos réus, quando não imputável ao autor, impedem a consumação da decadência, segundo
o disposto no art. 219, § 2º, do CPC1. Nesse sentido a jurisprudência desta Corte, conforme
trecho da ementa da AR n. 1.178, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 6-9-1996:
“Decadência — Citação tardia — Efeito. Dentre as hipóteses em que
admissível a citação após o prazo decadencial, distinguem-se aquelas ligadas a ato
ou fato estranho ao campo de atuação reservado ao autor, quando impossível é
falar de decadência, que, de resto, mostra-se incidente quando a citação tardia haja
resultado de inércia do autor, considerado um certo ônus processual.”
5. Nestes autos, no entanto, a inércia da União em obter o despacho ordinatório é
flagrante desde a petição inicial. Protocolada no último dia do biênio, não registrou no
pedido a urgência na citação da ré ou o requerimento de prorrogação prevista no art. 219,
§ 3º, do CPC2, em vista da iminência de consumar-se a decadência. Lembro, neste ponto,
o precedente da AR n. 1.327, Relator para o acórdão o Ministro Célio Borja, DJ de 26-
10-1990:
“Ação rescisória. Decadência. Citação. Prazo. Efeitos. Transcorridos os
dez dias inicialmente concedidos para a citação do réu (CPC, art. 219, § 2º), desde
que esta tiver de efetivar-se, por qualquer razão, após o biênio, deve o autor da
ação rescisória requerer, necessariamente, a prorrogação de que cogita o § 3º do
art. 219 do CPC, sob pena de configurar-se a hipótese do § 4º do aludido
dispositivo legal. Decadência declarada. Entendimento majoritário. Extinção do
processo com julgamento de mérito” [Grifos no original].
6. O autor da rescisória deve estar atento e diligente quanto ao andamento do
processo até a citação válida dos réus, especialmente quando ajuizada às vésperas do
biênio decadencial.
Nego provimento ao agravo regimental.

1 § 2º Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao despacho que a
ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
2 § 3º Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.
880 R.T.J. — 198

VOTO
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Ocorre o seguinte: pelos dados que estão
aqui no registro, ele ingressou com a ação no dia 18 — que era o último dia —, o feito só
foi distribuído no dia 19 — não foi nenhuma advertência — e cinco dias depois foi para
o Relator.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Ministro, decadência e prescrição decorrem da ne-
gligência da parte. A União, realmente, adotou postura nada louvável, mas é a postura
dos brasileiros em geral: deixou para o último dia a prática do ato. Porém, desincumbiu-
se do ônus respectivo, para não ver incidente a decadência e, em se tratando da União, a
citação independia, inclusive, de preparo.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Exato, porque nós já decidimos que promover
a citação, nos casos de nossa competência, resume-se simplesmente a pagar as custas
respectivas — fornecer os dados e pagar. A União não paga.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Fez tudo o que tinha de fazer: como exigir que fosse
à casa do Ministro Octavio Gallotti, à noite, incomodá-lo para despachar, sob argumento
de decadência.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Ministro, Vossa Excelência evolui?
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Não. Este é um convencimento que tenho há
bastante tempo e, neste caso, quero ficar não apenas com o despacho inicial do Ministro
Nelson Jobim, mas com essa jurisprudência que mencionei, o caso do Agravo Regimen-
tal n. 1.327, Relator para o acórdão o Ministro Célio Borja, de 1990, em que houve um
grande debate na Corte, no qual ele diz:
“Transcorridos os dez dias inicialmente concedidos para a citação do réu,
desde que esta tiver de efetivar-se, por qualquer razão, após o biênio, deve o autor
da ação rescisória requerer, necessariamente, a prorrogação de que cogita o § 3º do
art. 219 (...)”
O Sr. Ministro Cezar Peluso: V. Exa. me permite só uma ponderação? O prazo ou
os prazos a que se refere o § 4º são os prazos do § 2º. E o que significa o prazo do § 2º?
Significa o ônus que tem a parte de, nesse prazo, tomar as providências necessárias para
que se proceda à citação. Isto é, se ela não consegue tomar essas providências indispen-
sáveis a que o órgão jurisdicional promova a citação, como, por exemplo, se não conse-
guiu encontrar o endereço do réu nos dez dias, tem de pedir a prorrogação. Mas isso não
tem nada a ver com o impulso oficial que o processo deve receber da autoridade que o
preside, a qual não está sujeita a prazo nenhum. A parte não tem como interferir no prazo
do exercício dos atos jurisdicionais. O prazo que deve ser prorrogado é só o previsto para
a prática de ato da parte a título de ônus. E que outro ônus tem a parte depois que tomou
todas as providências?
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Assinado para ela se desincumbir do ônus.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Ônus dela. Ela já não tem nada por fazer. Vai pedir
prorrogação para fazer o quê? Vai pedir prorrogação para aliviar o órgão judiciário que está
assoberbado? Então, diria: como V. Exa. não consegue despachar em dez dias, por favor
prorrogue o seu próprio prazo. Isso não tem sentido, Ministro, com o devido respeito.
R.T.J. — 198 881

O prazo do § 4º é o prazo do § 2º; e o prazo do § 2º só diz respeito às hipóteses em


que a parte tenha que tomar alguma providência para “promover a citação”. Já não há o
que fazer.
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Entendo perfeitamente as razões de V. Exa.
Apenas observo que, neste caso específico, a ação sequer foi protocolada no Tribunal no
último dia; só o foi no dia seguinte.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Exigir que a parte advirta a autoridade de que ela não
deve praticar o ato?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Ela foi protocolada no último dia do prazo.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Foi protocolada no dia 18 e distribuída
no dia seguinte.
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Distribuída no último dia.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Sim. Então, toda vez que se protocolar no
último dia, tem-se de ir ao Presidente do Supremo Tribunal Federal para que ele, como
medida de urgência, determine a citação?
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Não, tem que requerer. Estou dizendo, apenas,
o que disse o Supremo antes: tem de requerer e apontar a urgência.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Já não há necessidade nenhuma. Diz o próprio Código
que, quando a demora é imputável ao mecanismo judiciário, não pode a parte ser preju-
dicada (art. 219, § 2º).
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): O problema tem de ser ajuizado na
data respectiva. Agora, se ele não promoveu, depois, o efeito antecipatório da inter-
rupção da data, desaparece, porque não promoveu, não pagou as despesas. Mas não é
o caso; ele ajuizou no último dia. O despacho ordenatório do Ministro Octavio
Gallotti foi no dia 10.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Ele já não tinha nada por fazer. Ficou aguardando que
o Supremo tomasse as providências.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Diante da retratação do autor do ato, Vossa Excelência
evolui, Ministro?
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Vamos evoluir, Ministro.
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Aí não se trata de evoluir. Essa questão vai
aparecer mais de uma vez.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Vamos criar para o Presidente do Supremo
Tribunal Federal mais um ônus: despachar a petição inicial da ação rescisória ajuizada
no último dia do prazo.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): No caso, o problema não existe. O que
teria ocorrido, no caso específico do Ministro Célio Borja, não existe nesta hipótese,
porque, neste caso, ele foi despachado no dia 10. Ou seja, o despacho se deu dentro da
normalidade, pois a distribuição se deu no dia 19; no dia 20, houve a intimação da
Procuradoria da Fazenda, referente a não sei o quê; depois, ficou normal.
882 R.T.J. — 198

VOTO (Aditamento)
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Sr. Presidente, mais de uma vez afirmei, aqui,
que o importante não é o entendimento de cada um dos Ministros isoladamente. Se o
Colegiado estiver perfeitamente de acordo no sentido de que, em uma hipótese como
esta, o que vale é o simples ajuizamento dentro do prazo, não tenho, absolutamente,
problema nenhum em aderir a esse entendimento.

EXTRATO DA ATA
AR 1.584-AgR/SC — Relator: Ministro Eros Grau. Agravante: União (Advogados:
PFN – Francisco Targino da Rocha Neto e outro). Agravado: Weg Indústrias S.A. (Advo-
gados: Romeo Piazera Júnior e outros).
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, deu provimento ao agravo regimental, nos
termos do voto do Relator. Impedidos, a Ministra Ellen Gracie e o Ministro Gilmar
Mendes. Ausente, justificadamente, o Ministro Joaquim Barbosa. Presidiu o julgamento
o Ministro Nelson Jobim.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso,
Carlos Britto e Eros Grau. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando Barros
e Silva de Souza.
Brasília, 2 de fevereiro de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.950 — SP

Relator: O Sr. Ministro Eros Grau


Requerente: Confederação Nacional do Comércio – CNC — Requeridos: Gover-
nador do Estado de São Paulo e Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei n. 7.844/92, do Estado de
São Paulo. Meia-entrada assegurada aos estudantes regularmente matri-
culados em estabelecimentos de ensino. Ingresso em casas de diversão,
esporte, cultura e lazer. Competência concorrente entre a União, os Esta-
dos-Membros e o Distrito Federal para legislar sobre Direito Econômico.
Constitucionalidade. Livre iniciativa e ordem econômica. Mercado. Inter-
venção do Estado na Economia. Artigos 1º, 3º, 170, 205, 208, 215 e 217, § 3º,
da Constituição do Brasil.
1. É certo que a ordem econômica, na Constituição de 1988, define
opção por um sistema no qual joga um papel primordial a livre iniciativa.
R.T.J. — 198 883

Essa circunstância não legitima, no entanto, a assertiva de que o Estado só


intervirá na economia em situações excepcionais.
2. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituição
enuncia diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado e pela
sociedade. Postula um plano de ação global normativo para o Estado e
para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus artigos
1º, 3º e 170.
3. A livre iniciativa é expressão de liberdade titulada não apenas
pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso, a Constituição, ao
contemplá-la, cogita também da “iniciativa do Estado”; não a privilegia,
portanto, como bem pertinente apenas à empresa.
4. Se de um lado a Constituição assegura a livre iniciativa, de outro
determina ao Estado a adoção de todas as providências tendentes a garantir
o efetivo exercício do direito à educação, à cultura e ao desporto — artigos
23, inciso V, 205, 208, 215 e 217, § 3º, da Constituição. Na composição
entre esses princípios e regras há de ser preservado o interesse da coletivi-
dade, interesse público primário.
5. O direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer são meios de
complementar a formação dos estudantes.
6. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo
Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do Ministro Nelson Jobim, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos,
julgar improcedente a ação, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 3 de novembro de 2005 — Eros Grau, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Eros Grau: A Confederação Nacional do Comércio – CNC ajuizou
ação direta, com pedido de medida cautelar, na qual pleiteia a declaração de inconsti-
tucionalidade do artigo 1º da Lei n. 7.844/92, do Estado de São Paulo.
2. O preceito impugnado tem o seguinte teor:
“Art. 1º Fica assegurado aos estudantes regularmente matriculados em esta-
belecimentos de ensino de primeiro, segundo e terceiro graus, existentes no
Estado de São Paulo, o pagamento de meia-entrada do valor efetivamente cobrado
para o ingresso em casas de diversão, de espetáculos teatrais, musicais e circenses,
em casas de exibição cinematográfica, praças esportivas e similares das áreas de
esporte, cultura e lazer do Estado de São Paulo, na conformidade da presente
Lei”.
884 R.T.J. — 198

3. A requerente sustenta que o preceito impugnado colide com os artigos 1701 e 1742
da Constituição do Brasil, porque institui indevida intervenção do Estado-Membro no do-
mínio econômico. Sustenta que há, também, no caso, inconstitucionalidade formal. Afirma
que a intervenção na economia somente é cabível, em termos excepcionais, à União.
4. A Assembléia Legislativa rebate a alegação de inconstitucionalidade formal,
ressaltando que, nos termos do artigo 24, inciso I, da CB/88, os Estados-Membros detêm
competência concorrente para legislar sobre direito econômico, que configuraria, no
caso em exame, competência legislativa plena, visto que a lei na qual se insere o dispo-
sitivo impugnado regulamenta campo não explorado por lei federal. Destaca que a
estipulação de meia-entrada não significa fixação de preços. Aduz, por fim, que o obje-
tivo da lei atacada é facultar e fomentar o acesso à cultura aos estudantes [fls. 28/50].
5. O Governador do Estado de São Paulo sustenta a existência de conformidade
entre o preceito hostilizado e os artigos 23, inciso V3, e 24, incisos I, IX e XV4, da

1 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 42, de 19-12-2003)
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e
que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 6, de 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
2 Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado.
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta
a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou
concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam
atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.
3 Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
(...)
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência.
4 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
R.T.J. — 198 885

Constituição do Brasil. Alega que a lei paulista não contraria a liberdade de empresa
dos promotores de eventos, eis que encontra sua base na diretriz que emerge dos artigos
2055, 208, inciso V6, 2157 e 217, § 3º8, da Constituição [53/65].
6. A medida liminar foi indeferida, por ausência de periculum in mora, já que o
lapso temporal decorrido entre o início da vigência da lei questionada e o ajuizamento
da ação direta é superior a seis anos [fls. 92/101].
7. O Advogado-Geral da União pugnou pela improcedência do pleito, aduzindo
que o preceito atacado é formal e materialmente compatível com os preceitos constitu-
cionais [fls. 106/113].
8. O Procurador-Geral da República opinou pela improcedência do pedido de
declaração de inconstitucionalidade, destacando que os Estados-Membros detêm com-
petência legislativa para editar normas que assegurem aos estudantes o direito ao paga-
mento de meia-entrada em espetáculos culturais, esportivos e de lazer. Acrescentou que,
ante os termos do artigo 1º da Medida Provisória n. 2.208/019, normas sobre descontos
concedidos a estudantes são, em princípio, de caráter específico.
É o relatório, do qual deverão ser extraídas cópias para envio aos Senhores Minis-
tros [RISTF, artigo 172].

VOTO
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Trata-se de ação direta na qual a Confedera-
ção Nacional do Comércio – CNC questiona a constitucionalidade da Lei n. 7.844/92,
do Estado de São Paulo, que assegura aos estudantes o direito ao pagamento de meia-
entrada em espetáculos esportivos, culturais e de lazer.

I - direito tributário, financeiro, econômico e urbanístico;


(...)
IX - educação, cultura, ensino e desporto;
(...)
XV - proteção à infância e à juventude;
5 Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
6 Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
(...)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
7 Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
8 Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de
cada um, observados:
(...)
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
9 Art. 1º A qualificação da situação jurídica de estudante, para efeito de obtenção de eventuais
descontos concedidos sobre o valor efetivamente cobrado para o ingresso em estabelecimentos de
886 R.T.J. — 198

2. Afasto desde logo a alegação de inconstitucionalidade formal. Bem ao contrário


do que sustenta a requerente, não apenas a União pode atuar sobre o domínio econômico,
isto é, na linguagem corrente, intervir na economia. Não somente a União, mas também
os Estados-Membros e o Distrito Federal, nos termos do disposto no artigo 24, inciso I,
da Constituição do Brasil10, detêm competência concorrente para legislar sobre direito
econômico. Também podem fazê-lo os Municípios, que, além de disporem normas de
ordem pública que alcançam o exercício da atividade econômica11, legislam sobre as-
suntos de interesse local, aí abrangidos os atinentes à sua economia, na forma do artigo
30, inciso I, da CB/8812.
3. Inexistindo lei federal para regular a matéria, o Estado-Membro editou a lei ataca-
da no exercício de competência legislativa plena, nos termos do disposto no artigo 24,
§ 3º, da Constituição do Brasil.
4. Não vislumbro, também no campo material, qualquer inconstitucionalidade.
5. É certo que a ordem econômica na Constituição de 1988 define opção por um
sistema, o sistema capitalista, no qual joga um papel primordial a livre iniciativa. Essa
circunstância não legitima, no entanto, a assertiva de que o Estado só intervirá na econo-
mia em situações excepcionais. Muito ao contrário.
6. A ordem econômica ou Constituição econômica pode ser definida, enquanto
parcela da ordem jurídica, mundo do dever ser, como o sistema de normas que define,
institucionalmente, determinado modo de produção econômica. A ordem econômica
diretiva contemplada na Constituição de 1988 propõe a transformação do mundo do ser.
Diz o seu artigo 170 que a ordem econômica [mundo do ser] deverá estar fundada na
valorização do trabalho e na livre iniciativa e deverá ter por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados determinados prin-
cípios. É Constituição diretiva. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa
Constituição enuncia diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado e pela
sociedade. Postula um plano de ação global normativo para o Estado e para a sociedade,
informado pelos preceitos veiculados pelos seus artigos 1º, 3º e 170. Os fundamentos e
os fins definidos em seus artigos 1º e 3º são os fundamentos e os fins da sociedade
brasileira.
7. É necessário considerarmos, de outra banda, como anota Avelãs Nunes13, que a
intervenção do Estado na vida econômica consubstancia um redutor de riscos tanto para

diversão e eventos culturais, esportivos e de lazer, será feita pela exibição de documento de identifica-
ção estudantil expedido pelos correspondentes estabelecimentos de ensino ou pela associação ou
agremiação estudantil a que pertença, inclusive pelos que já sejam utilizados, vedada a exclusividade de
qualquer deles.
10 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
11 Vide meu A Ordem Econômica na Constituição de 1988. 9. ed. Malheiros, São Paulo: 2004. p. 268.
12 Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
13 Do capitalismo e do socialismo. Atlântida, Coimbra: 1972. p. 125.
R.T.J. — 198 887

os indivíduos quanto para as empresas, identificando-se, em termos econômicos, com


um princípio de segurança: “A intervenção do Estado não poderá entender-se, com
efeito, como uma limitação ou um desvio imposto aos próprios objectivos das empresas
(particularmente das grandes empresas), mas antes como uma diminuição de riscos e
uma garantia de segurança maior na prossecução dos fins últimos da acumulação capita-
lista”. Vale dizer: a chamada intervenção do Estado no domínio econômico é não ape-
nas adequada, mas indispensável à consolidação e à preservação do sistema capitalista
de mercado; não é adversa à lógica do sistema, que em verdade não a dispensa como
elemento da sua própria essência.
8. Assim é porque o mercado é uma instituição jurídica. Dizendo-o de modo
mais preciso: os mercados são instituições jurídicas. A exposição de Natalino Irti14
é incisiva: o mercado não é uma instituição espontânea, natural — não é um locus
naturalis —, mas uma instituição que nasce graças a determinadas reformas institucio-
nais, operando com fundamento em normas jurídicas que o regulam, o limitam, o
conformam; é um locus artificialis. O fato é que, a deixarmos a economia de mercado
desenvolver-se de acordo com as suas próprias leis, ela criaria grandes e permanentes
males. “Por mais paradoxal que pareça — dizia Karl Polanyi15 — não eram apenas os
seres humanos e os recursos naturais que tinham que ser protegidos contra os efeitos
devastadores de um mercado auto-regulável, mas também a própria organização da produ-
ção capitalista”. O mercado, anota ainda Irti16, é uma ordem, no sentido de regularidade
e previsibilidade de comportamentos, cujo funcionamento pressupõe a obediência,
pelos agentes que nele atuam, de determinadas condutas. Essa uniformidade de condutas
permite a cada um desses agentes desenvolver cálculos que irão informar as decisões a
serem assumidas, de parte deles, no dinamismo do mercado. Ora, como o mercado é
movido por interesses egoísticos — a busca do maior lucro possível — e a sua relação
típica é a relação de intercâmbio, a expectativa daquela regularidade de comportamentos
é que o constitui como uma ordem. E essa regularidade, que se pode assegurar somente
na medida em que critérios subjetivos sejam substituídos por padrões objetivos de con-
duta — padrões definidos no direito posto pelo Estado —, implica sempre a superação do
individualismo próprio ao atuar dos agentes do mercado.
9. A liberdade, de outra parte, como observei em outra ocasião17, é consagrada, no
plano da Constituição de 1988, principiologicamente, como fundamento da República
Federativa do Brasil e como fundamento da ordem econômica. Ao princípio dá concre-
ção a própria Constituição nas regras (normas) inscritas, v.g., nos seus arts. 5º — incisos
II, VI, IX, XIII, XIV, XV, XVI, XVII, XX — e 206, II.
10. Vê-se para logo, destarte, que se não pode reduzir a livre iniciativa, qual consa-
grada no artigo 1º, IV, do texto constitucional, meramente à feição que assume como
liberdade econômica ou liberdade de iniciativa econômica.

14 L’ordine giuridico del mercato. 3. ed. Roma: Laterza, 1998.


15 A grande transformação: As origens da nossa época. Trad. portuguesa de Fanny Wrobel, 2. ed. Rio
de Janeiro: Campus, 2000. pp. 161 e 163.
16 Ob. cit., p. 5.
17 A ordem econômica na Constituição de 1988. cit., pp. 186 e ss.
888 R.T.J. — 198

11. Dir-se-á, contudo, que o princípio, como fundamento da ordem econômica, a


tanto se reduz. Aqui também, no entanto, isso não ocorre. Ou dizendo-o de modo preciso:
livre iniciativa não se resume, aí, a “princípio básico do liberalismo econômico” ou a
“liberdade de desenvolvimento da empresa” apenas — à liberdade única do comércio,
pois. Em outros termos: não se pode visualizar no princípio tão-somente uma afirmação
do capitalismo.
12. O conteúdo da livre iniciativa é bem mais amplo do que esse cujo perfil acabo
de debuxar.
13. Ela é expressão de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também
pelo trabalho. Por isso, a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da “iniciativa
do Estado”; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa.
14. Daí por que, de um lado, o artigo 1º, IV, do texto constitucional enuncia como
fundamento da República Federativa do Brasil o valor social e não as virtualidades
individuais da livre iniciativa; de outro, o seu art. 170, caput, coloca lado a lado trabalho
humano e livre iniciativa, curando porém no sentido de que o primeiro seja valorizado.
15. Os preceitos atinentes à ordem econômica contidos em nossa Constituição não
podem ser interpretados isoladamente, destacados da totalidade que o texto constitucio-
nal é. Disse-o já esta Corte, no exame da ADI n. 319-QO, Relator o Ministro Moreira
Alves, afirmando o poder do Estado de, por via legislativa, regular a política de preços
de bens e serviços. Dever de fazê-lo, diria eu. Função, dever-poder18 de dar concreção às
normas-objetivo19 veiculadas pelos artigos 3º e 170 da Constituição.
16. No caso, se de um lado a Constituição assegura a livre iniciativa, de outro
determina ao Estado a adoção de todas as providências tendentes a garantir o efetivo
exercício do direito à educação, à cultura e ao desporto [artigos 23, inciso V, 205, 208,
215 e 217, § 3º, da Constituição]. Ora, na composição entre esses princípios e regras há
de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público primário. A superação da
oposição entre os desígnios de lucro e de acumulação de riqueza da empresa e o direito
ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, como meio de complementar a formação dos
estudantes, não apresenta maiores dificuldades.
Ante o exposto, julgo improcedente o pedido formulado nesta ação direta.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, o caso é de abrangência maior,
envolve o entretenimento.
O preceito da Lei estadual n. 7.844/92 dispõe:
Art. 1º Fica assegurado aos estudantes regularmente matriculados em estabe-
lecimentos de ensino de primeiro, segundo e terceiro graus, existentes no Estado

18 Sobre a função como dever-poder, vide EROS, Roberto Grau; FORGIONI, Paula. O Estado, a
empresa e o contrato. São Paulo: Malheiros, 2005. pp. 118-119.
19 Vide meus A ordem econômica na Constituição de 1988, cit., pp. 150-151 e Ensaio e discurso sobre
a interpretação/aplicação do direito. 3. ed. Malheiros, São Paulo: 2005. pp. 128-132.
R.T.J. — 198 889

de São Paulo, o pagamento de meia-entrada do valor efetivamente cobrado para o


ingresso em casas de diversão, de espetáculos teatrais, musicais e circenses, em
casas de exibição cinematográfica, praças esportivas e similares das áreas de esporte,
cultura e lazer do Estado de São Paulo, na conformidade da presente Lei.
E o faz quanto a todo e qualquer estudante — da escola pública ou da privada —, do
primeiro ao terceiro grau.
Indaga-se: tem-se a competência do Estado para legislar a respeito? Acredito que
sim, presentes a regra mencionada da tribuna e a do artigo 24, inciso I, da Carta Federal.
Essa forma de dispor, entretanto, com interferência de fundo na livre iniciativa,
sem uma contrapartida, cumprimentando o Estado — e a premissa é esta — com chapéu
alheio, é consentânea com a Constituição Federal? A meu ver, não, por pecar até mesmo
no tratamento de desiguais de forma igual, sem distinguir aquele que tem recursos para
efetuar o pagamento daquele que não tem. A norma conflita com fundamento da Repú-
blica, que é a livre iniciativa. Ela contrasta com preceito expresso no Diploma Básico, ao
revelar o artigo 174 que:
“Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo” — incentivo
à atividade econômica! — “e planejamento, sendo este” — o planejamento e não
a gratuidade, muito embora a gratuidade de forma parcial — “determinante para o
setor público e indicativo para o setor privado.”
Não vejo como estabelecer, e de forma linear, o que apontei como gratuidade
parcial, a meia-entrada para ingresso em espetáculos diversificados. Não vejo como fixar
esse ônus, que acaba sendo suportado, ante a transferência, pela sociedade, tendo em
conta a majoração da entrada para aqueles que não gozam do benefício, mediante norma,
repito, não razoável, porque nela não se contém a contrapartida, ou seja, uma compensa-
ção — havendo desvantagem significativa — da perda por aqueles que se lançam no
mercado, na vida comercial, e precisam fugir à morte civil nessa mesma vida comercial,
que é a falência.
Senhor Presidente, o Estado não atua sequer no campo em que deveria atuar, o campo
do ensino fundamental, obrigatoriedade do Estado. Peço vênia àqueles que entendem de
maneira diversa para concluir que o preceito conflita e, sob o meu olhar, a mais não
poder, com a Constituição Federal.
Julgo procedente o pedido.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Senhor Presidente, os bens e valores culturais, em
regra, estão franqueados à exploração econômica, à iniciativa privada, mas são bens que
se põem, ao mesmo tempo, como dignos de proteção estatal, seja do ângulo da sua
produção, seja do ângulo da sua divulgação. Isso está expresso no art. 215 da Magna
Carta, a sinalizar, para mim, que esses bens e valores culturais, mesmo economicamente
explorados, têm de cumprir uma função social mais forte.
890 R.T.J. — 198

Ressai do voto do eminente Ministro Eros Grau a compreensão, a ilação de que


a função social da propriedade — e olhem bem, de propriedade de bens e valores
culturais — é um dos princípios regentes de toda atividade econômica — art. 170,
inciso III, CF.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Ministro, vamos falar claro, não há
problema nenhum, porque isso tudo é descontado em relação aos que pagam inteira.
Quer dizer, o cálculo da inteira é todo ele rateado, então não há problema. Ninguém está
pagando nada, é uma socialização dos menores.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Eu chegarei lá.
De outra parte, como sabemos que os estudantes são crianças e adolescentes, são
jovens, via de regra, o art. 227, cabeça, da Constituição, torna dever da família, da
sociedade e do Estado assegurar aos adolescentes, às crianças, com absoluta prioridade —
vejam que expressão radical da Constituição —, o direito, entre outras coisas, ao lazer e
à cultura.
E já que Vossa Excelência lembrou, a questão do custo é resolvida por um jogo de
mercado que se sabe, por antecipação, estar nesse subsídio cruzado. O próprio empresá-
rio se defende daquilo que lhe é exigido, em termos de redução de preços para os estu-
dantes, aumentando o valor dos ingressos de suas casas de espetáculo — quase tudo aqui
se refere a casas de espetáculo.
Finalmente, esse tipo de incentivo serve não só à divulgação da cultura, em si, que
é um dever do Estado, como também ao acesso de estudantes aos bens culturais. Por isso,
encontro na Constituição, de acordo com o voto do eminente Relator, fundamentos para
a sanidade jurídica da lei posta em xeque. Claro, com todas as vênias devidas ao Minis-
tro Marco Aurélio, que tão bem expôs o seu ponto de vista contrário.

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Senhor Presidente, também peço vênia aos eminentes
Ministros Relator e Carlos Britto para acompanhar a divergência, acrescentando outros
fundamentos.
Na verdade, essa norma está interferindo em contratos, está tabelando prestações
de contratos; para um universo determinado de contraentes, é verdade, mas está tabelando,
ao prescrever que um universo tal de contraentes paga a metade do valor dos contratos.
Isso, a meu ver, com o devido respeito, ofende o art. 22, I. E encontro grande
dificuldade para ajustar essa norma ao art. 23, V, ao dizer que compete ao Estado:
“V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação (...)”
Primeiro, o Estado não está proporcionando nada, está obrigando o particular a
proporcionar. Segundo, se o argumento fosse verdadeiro, o Estado poderia baixar norma
que estatua que menor de doze anos paga dez por cento da mensalidade escolar e outras
análogas. Aliás, o Ministro Eros Grau foi Relator da ADI n. 1.007, na qual o Plenário não
admitiu sequer fosse mudada a data de pagamento de contrato de mensalidade escolar!
O Sr. Ministro Carlos Britto: A meu ver, a situação era outra.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Neste caso, estamos admitindo teoricamente que o
Estado pode tabelar o valor de prestação de contratos.
R.T.J. — 198 891

O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Não é tabelamento.


O Sr. Ministro Cezar Peluso: E não entra, a meu ver, sequer no art. 24 — legislar
sobre educação, cultura, ensino e desporto —, porque não cumpre a condição do § 3º.
Não há nenhuma particularidade no Estado de São Paulo pela qual estudantes tenham
alguma condição especialíssima ou singularíssima que justifique essa exceção.
Sinto não ser muito simpática a minha posição, mas, com o devido respeito, é o que
entendo convir no caso, para a solução da espécie.
Julgo procedente a ação.
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Vossa Excelência me permite um esclareci-
mento?
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Pois não, com o maior prazer.
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Só para esclarecer que a ADI n. 1.007 tratava de
matéria de Direito Civil. A situação era inteiramente diferente.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Mas que contratos são esses, Ministro?
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Estou simplesmente mostrando que não há
incoerência.

EXPLICAÇÃO
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Só para esclarecer: a ADI n. 1.007 tratava de
matéria de Direito Civil. A situação é inteiramente diferente.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Que contratos são esses, Ministro?
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Se Vossa Excelência me permitir, estou sim-
plesmente mostrando que não há incoerência no vício formal.

VOTO (Aditamento)
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Presidente, evoluo para julgar, também, improce-
dente pelo vício formal, tendo em conta o voto que proferi no caso citado pelo Ministro
Cezar Peluso.

VOTO (Aditamento)
O Sr. Ministro Carlos Britto: Senhor Presidente, complemento o meu raciocínio
lembrando que os bens e valores culturais mereceram da Constituição um tratamento em
apartado, e é evidentemente para valorizar uns e outros — exatamente a Seção II do
Título que versa sobre a ordem social.
O artigo 215, cabeça, da Constituição Federal dispõe:
“Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais
e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais.”
892 R.T.J. — 198

O Estado, aqui, é pessoa jurídica de Direito Público de estatura Federal: Estado,


União, Distrito Federal e Município.
E mais: há uma regra específica — § 3º do artigo 216 — cujo teor é este:
“Art. 216 (...)
§ 3º A lei” — de qualquer um dos entes federativos — “estabelecerá incentivos
para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.”
Isso é coerente com aquela competência material concorrente de propiciar o acesso
à educação e à cultura.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: O Estado faria melhor se concedesse incentivo fiscal
para as empresas que admitissem meia-entrada.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Essa pode ser uma das formas, mas não é a única.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Não é a única, mas pode ser. Eu lembraria que há
certos direitos subjetivos que nascem condicionando os interesses da sociedade, mas há
direitos subjetivos que nascem condicionados pelos interesses da sociedade. Parece-me
que os bens e valores culturais se inscrevem nesta categoria: de direito subjetivo, sim,
porém condicionados permanentemente pelos interesses da sociedade.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Por que somente os estudantes, sem distinguir os
que podem dos que não podem custear?
O Sr. Ministro Carlos Britto: É para antecipar o convívio das pessoas com os bens
e valores culturais.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Por que só esses jovens?
O Sr. Ministro Eros Grau (Relator): Faz parte da cultura brasileira.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Faz parte da cultura brasileira, sem dúvida nenhuma.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Se há uma intervenção econômica de direito
consuetudinário, no Brasil, é essa.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Sem dúvida. Quando eu era criança, já pagava meia
entrada em circo.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Senhor Presidente, também peço vênia para não
descobrir essa inconstitucionalidade em uma intervenção na economia das empresas de
diversão pública tão consuetudinária no Brasil, como é a da meia-entrada estudantil.

EXTRATO DA ATA
ADI 1.950/SP — Relator: Ministro Eros Grau. Requerente: Confederação Nacional do
Comércio – CNC (Advogado: José Eduardo Rangel de Alckmin). Requeridos: Governador
do Estado de São Paulo e Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Advogados:
Yuri Carajelescov e Diana Coelho Barbosa).
R.T.J. — 198 893

Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou improcedente a ação, nos termos do voto
do Relator, vencidos os Ministros Marco Aurélio e Cezar Peluso. Votou o Presidente,
Ministro Nelson Jobim. Ausente, justificadamente, o Ministro Carlos Velloso. Falou
pelo requerido, Governador do Estado de São Paulo, o Dr. Marcos Ribeiro de Barros,
Procurador do Estado.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso,
Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Ausente, justificadamente, o Ministro Carlos
Velloso. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 3 de novembro de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

QUESTÃO DE ORDEM NA PETIÇÃO 2.676 — MS

Relator: O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence


Relator para o acórdão: O Sr. Ministro Gilmar Mendes
Requerente: Estado de Mato Grosso do Sul — Requeridas: Luiza Barboza de
Araújo Muniz e outra
Ação Cautelar. Questão de Ordem quanto à sua admissibilidade.
2. Efeito suspensivo a recurso extraordinário admitido na origem.
Concorrência de vias: o pedido de suspensão de segurança não impede
a formulação, pelo mesmo requerente, de pedido autônomo para a
concessão de excepcional efeito suspensivo a recurso extraordinário
articulado contra aquela mesma decisão, desde que observados os
requisitos processuais próprios a cada uma das espécies. 3. Suspensão
cautelar deferida.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a presidência do Ministro Marco Aurélio, na confor-
midade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, preliminarmente, por maioria,
admitir a ação cautelar, vencido o Relator, e, no mérito, também por maioria, deferir o
efeito suspensivo pleiteado no tocante ao recurso extraordinário.
Brasília, 23 de abril de 2003 — Gilmar Mendes, Relator para o acórdão.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: O Estado de Mato Grosso do Sul, à guisa de
medida cautelar, requer se conceda efeito suspensivo a recurso extraordinário interposto
e admitido na origem contra decisão do Tribunal de Justiça que deferiu mandado de
segurança a servidores públicos estaduais.
894 R.T.J. — 198

Após considerações atinentes ao mérito das questões constitucionais suscitadas,


aduz o requerente:
“A existência do periculum in mora, no caso, é evidente, uma vez que por
força da decisão objurgada, o Estado de Mato Grosso do Sul está sendo obrigado a
pagar os proventos das requeridas a maior, considerando-se, ainda mais, que exis-
tem inúmeras ações do mesmo talante correndo perante o E. Tribunal a quo.
Assim, mensalmente o requerente está desembolsando valores elevadíssi-
mos, cerca de R$600.000,00 a R$800.000,00, para poder cumprir as decisões
oriundas de mandado de segurança impetrados por professores.
Outrossim, acaso a final, venha o Estado a obter provimento dos recursos
extraordinários que interpôs, a recuperação de tais verbas se faz quase que impos-
sível. Isto porque, é da sabença de todos, não se pode descontar tudo de uma só vez
do salário do servidor, enquanto que, por outro lado, o Estado se vê obrigado a
pagar ao mesmo tudo, e, ainda, retroativamente.
Assim, os valores despendidos pelo Estado jamais voltarão integralmente, se
houver o provimento do recurso extraordinário interposto.”
Paralelamente, o Estado requerera a suspensão de segurança, pedido do qual não
conheceu o em. Ministro Presidente Marco Aurélio, por entendê-lo inadequado, verbis —
SS 2.139, DJ de 28-10-02:
“Na espécie dos autos, nota-se particularidade intransponível. Conforme
noticiado na inicial desta medida, o acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do
Estado de Mato Grosso do Sul veio a ser atacado mediante extraordinário. Ora,
está-se diante de situação concreta viabilizadora de pleito ao próprio relator do
recurso, ou seja, de ajuizamento de ação cautelar para imprimir eficácia suspensiva
ao extraordinário. A ordem jurídica em vigor é conducente à concentração, à atu-
ação de órgão único, não se podendo conceber que se lance mão, com êxito, de
pedido de suspensão de segurança, sempre de caráter excepcionalíssimo, em vez
de requerer-se, ao órgão competente, a concessão de providência acauteladora. O
jurisdicionado não conta com a escolha do julgador, devendo, isto sim, a partir de
interpretação teleológica e sistemática, observar a ordem natural das coisas, a
organicididade e a dinâmica do Direito, especialmente do instrumental.”
Essa decisão, não recorrida, transitou em julgado.
Em Mesa, no Plenário, para questão de ordem.

VOTO (Questão de Ordem)


O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Ao contrário de Vossa Excelência, Sr.
Presidente, estou em que a via adequada para o provimento pleiteado, data venia, é a da
suspensão de segurança (Lei 4.348/64, art. 4º; RISTF, art. 297), de competência preven-
tiva da presidência, e não a da medida cautelar (RISTF, art. 21, IV e V).
A previsão legal da suspensão de segurança e da reserva da competência para
deferi-la ao presidente do Tribunal competente para o recurso admissível contra a deci-
são concessiva do mandado de segurança é regra especial que afasta, no âmbito de sua
R.T.J. — 198 895

admissibilidade, a incidência da regra geral que comete ao Relator, ad referendum do


colegiado, deferir medidas cautelares na pendência de recursos da competência da Corte
(RISTF, art. 21, IV e V).
À eleição da via adequada para o mesmo fim — sustar a eficácia provisória imedi-
ata da decisão que concede o mandado de segurança, até a decisão do Tribunal — é
indiferente que o recurso já tenha ou não sido interposto.
Certo, no tocante ao periculum in mora, a suspensão de segurança tem pressupos-
tos mais estreitos que o da medida cautelar: exige a primeira o risco de “grave lesão à
ordem, à segurança e à economia públicas”.
No caso, entretanto, os fundamentos do pedido do Estado requerente neles, em
tese, se enquadrariam.
Na espécie, pretendeu o Estado trilhar simultaneamente os dois caminhos, o que
não me parece admissível.
Sucede que, julgada inviável a suspensão de segurança — que, data venia, me
parece adequada —, da decisão não recorreu.
A sucumbência, ainda que se considere injusta, na via própria, não faz admissível
a que não o seja.
Por isso, não conheço do pedido: é o meu voto.

VOTO (Preliminar)
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: O Estado de Mato Grosso do Sul propôs esta medida
cautelar para concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário admitido na ori-
gem, mas ainda não processado nesta Corte.
O Termo de Recebimento, Revisão, Autuação e Registro de Processo, à fl. 82,
certificou a existência, nos registros desta Corte, da Suspensão de Segurança n. 2.139-7,
que teve como origem o mesmo acórdão recorrido extraordinariamente.
Assim, o Relator, Sepúlveda Pertence, determinou se aguardasse a decisão naquele
processo.
O então Presidente, Marco Aurélio, em decisão monocrática que transitou em julgado,
indeferiu a SS 2.139, por entender inadequada a medida, nos seguintes termos (fl. 86):
“Na espécie dos autos, nota-se particularidade intransponível. Conforme
noticiado na inicial desta medida, o acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do
Estado de Mato Grosso do Sul veio a ser atacado mediante recurso extraordinário.
Ora, está-se diante de situação concreta viabilizadora de pleito ao próprio relator
do recurso, ou seja, de ajuizamento de ação cautelar para imprimir eficácia suspen-
siva ao extraordinário. A ordem jurídica em vigor é conducente à concentração, à
atuação de órgão único, não se podendo conceber que se lance mão, com êxito, de
período de suspensão de segurança, sempre de caráter excepcionalíssimo, em vez
de requerer-se ao órgão competente a concessão de providência acauteladora. O
jurisdicionado não conta com a escolha do julgador, devendo, isto sim, a partir de
896 R.T.J. — 198

interpretação teleológica e sistemática, observar a ordem natural das coisas, a orga-


nicidade e a dinâmica do Direito, especialmente do instrumental.
3. Tenho como inadequada a medida veiculada na inicial de folhas 2 a 5.”
(DJ de 28-10-02)
O Relator, Sepúlveda Pertence, ao contrário da decisão de Marco Aurélio acima
transcrita, concluiu no sentido de que “a via adequada para o provimento pleiteado, data
venia, é a da suspensão de segurança (Lei 4.348/64, art. 4º; RISTF, art. 297), de competên-
cia preventiva (sic) da presidência e não de medida cautelar (RISTF, art. 21, IV e V)”. E
justifica: “(...) o recurso admissível contra a decisão concessiva do mandado de segu-
rança é regra especial que afasta, no âmbito de sua admissibilidade, a incidência da
regra geral, que comete ao Relator, ad referendum do colegiado, deferir medidas
cautelares na pendência de recursos da competência da Corte (RISTF, art. 21, IV e V)”.
O que se considerou, também, como empecilho para o conhecimento da cautelar
foi o trânsito em julgado da decisão que teve por inviável a suspensão de segurança.
Sr. Presidente, peço vênia ao eminente Ministro Relator para conhecer da cautelar.
Entendo que, na espécie, há concorrência de remédios processuais, cada qual fun-
dado em pressupostos próprios.
Por se tratar de mandado de segurança, tanto cabia pedir, com fundamento nas
razões da Lei n. 4.348/64, a suspensão da liminar ao Presidente desta Corte, assim como
cabia pedir, a partir da demonstração dos requisitos inerentes às tutelas cautelares (fumus
boni iuris e periculum in mora) e aplicáveis a quaisquer casos de quaisquer partes
processuais, a concessão de efeito suspensivo por meio de procedimento cautelar —
como o fez, aliás.
Entendimento contrário resultaria em atribuir ao Poder Público, titular exclusivo
da invocação daquelas situações de excepcional interesse público próprias ao disposto
na Lei n. 4.348/64, uma efetiva capitio diminutio frente às partes processuais em geral,
porque, enquanto estas poderiam impedir a execução imediata contra si de quaisquer
decisões recorridas extraordinariamente por meio da articulação de simples medida
cautelar perante esta Corte, com articulação de fundamentos gerais de fumus boni iuris
e periculum in mora, o Poder Público estaria limitado a obter a mesma situação proces-
sual apenas se a hipótese fosse uma daquelas especificadas na Lei n. 4.348 e se conse-
guisse ele demonstrar a ocorrência dos seus pressupostos específicos.
No caso concreto, observo que ambas as ações foram distribuídas em 5 de abril de
2002.
Por força de norma regimental, a Suspensão de Segurança foi distribuída ao Presi-
dente da Corte, que a julgou inviável, em 17 de outubro de 2002.
Note-se que, à época em que julgada a Suspensão de Segurança, não havia sido
discutida, ainda, a superação da orientação contida na Súmula 506, do STF, o que só
veio a ocorrer em sessão plenária de 19-12-02, no julgamento da Questão de Ordem no
AgR no AgR no AgR na Suspensão de Segurança 1.945/AL, da qual fui Redator para o
acórdão (DJ de 1º-8-03), a partir de quando se passou a admitir a interposição de agravo
regimental de decisão que defere ou indefere a suspensão da segurança.
R.T.J. — 198 897

Aqui, da mesma forma, não faz sentido que o Tribunal fique impedido de examinar
a ação cautelar, quando a competência atribuída ao Presidente, no âmbito da suspensão
de segurança e das suspensões de liminares em geral, parece decorrer de um fenômeno de
metonímia processual.
Por ambas essas razões, não vejo óbice à submissão da questão em sede de medida
cautelar. Assim, conheço da presente ação.

VOTO (Questão de Ordem)


(Aditamento)
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Sr. Presidente, em matéria de suspen-
são de segurança, à guisa de proteção da ordem pública administrativa — alcunha plas-
mada pelo eminente Ministro Néri da Silveira —, o Tribunal tem considerado o efeito
multiplicador que possa ter uma decisão contrária ao Estado, para suspender o primeiro
caso que nos chega às mãos e os subseqüentes. Tenho dificuldade em aplicar isso no
campo da medida cautelar de um processo inter partes.
Trata-se, no caso, de duas professoras que pretendem manter uma vantagem
percentual que teria sido alterada por um regime novo de remuneração. Isso poderia dar-
lhes mais ou menos 20% na remuneração total.
Não reconheço periculum in mora maior do que o normal, da falta de efeito
suspensivo do recurso extraordinário, qualificado quando se cuida de mandado de segu-
rança que mantém o status quo e não concede vantagem nova ao servidor.
Considero que a inexistência do efeito suspensivo em mandado de segurança é a
regra. Só prova inequívoca de risco de danos graves e irreparáveis é que pode levar a
inverter a regra e dar efeito suspensivo ao recurso extraordinário, que, normalmente, não
o tem, ainda que não se trate de mandado de segurança.
Por isso, indefiro a medida cautelar.

DEBATE
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Sr. Presidente, não haveria uma concorrência de
remédios processuais?
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Resulta numa negação da prestação
jurisdicional. Indeferi a suspensão, porque entendi que o caso ensejaria a ação cautelar
para imprimir a eficácia suspensiva ao extraordinário.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Parece-me que haveria uma concorrência, porque o
pedido de suspensão se fundamenta em razões, as quais chamo de políticas. Já o pedido
de efeito suspensivo pode ter outros fundamentos.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Pode ter, mas, no caso, não tem.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Eu sei, mas a minha decisão está
preclusa, certa ou errada, porque não houve interposição de agravo quando eu disse ser
inadmissível a suspensão. Ele veio na via da cautelar; e, agora, vamos negar?
O Sr. Ministro Moreira Alves: A meu ver, o problema é o seguinte: ainda que fosse
cabível a suspensão de segurança, o certo é que o Presidente indeferiu, não houve recurso;
898 R.T.J. — 198

então, houve preclusão. Havendo preclusão, o Presidente do Tribunal declarou que —


ele é quem tem competência para isso — não cabia essa via; então, ele entra com uma
outra. A meu ver, aqui cabe julgar improcedente a petição ou, então, não conhecer — aí
se cria um problema.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Ministro, nessa época, creio, não cabia o recurso.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Aqui, não foi indeferimento, mas sim
inadmissibilidade.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Mas a única via era o agravo, que não cabia.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Não, nós sempre distinguimos, nesses
casos em que não admitimos agravo regimental, o problema de mérito em decisão
cautelar, o problema da admissibilidade.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Por que na improcedência e não na
procedência?
O Sr. Ministro Moreira Alves: É na improcedência, porque ele não alegou nenhum
daqueles motivos que permitem que o Relator — porque aí é matéria de direito apenas —
dê a suspensão.
O Sr. Ministro Sydney Sanches: Ele não alegou a plausibilidade do extraordinário?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Mas isso nós, a partir de alguns anos
atrás, vimos exigindo também na suspensão de segurança.
O Sr. Ministro Sydney Sanches: Sim, mas não tem outra finalidade?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Ministro, no caso concreto, eu jamais
concederia.
O Sr. Ministro Sydney Sanches: Mas aí seria o caso de indeferir e não de conhecer.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Não; por isso é que estou dizendo que
a própria fundamentação é de suspensão de segurança.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Para depois, se vencedoras, percorrerem
a via crucis do precatório.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Se perdedores, não pagarem nunca, não ressarcirem
os cofres públicos, o que também é um problema.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Não, desculpe-me, Excelência, des-
conta-se.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Em parcelas eternas.
O Sr. Ministro Moreira Alves: O problema aqui é mais delicado, porque o Presidente
do Tribunal, que tem competência, disse que não cabia a suspensão de segurança; e,
agora, o Tribunal vai dizer que não cabe o efeito suspensivo jurídico, dizendo que cabia
a suspensão de segurança pelo Presidente, sem ter havido um agravo regimental? Por
isso, acho que este caso é de improcedência. Quer dizer, o pedido não procede, porque
ele faz um pedido de efeito suspensivo, o qual não tem base nenhuma; ele não indica
qual é a plausibilidade jurídica desse pedido. Plausibilidade jurídica não no sentido de
ofensa à segurança, à saúde.
R.T.J. — 198 899

O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Mas isso está indicado.


O Sr. Ministro Moreira Alves: Isso era para a suspensão pelo Presidente.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Eu destaquei apenas aqueles funda-
mentos do periculum in mora.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Mas há fundamento?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Claro que sim, certamente.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Acho que se tem de examinar aquele, e, quanto ao
periculum in mora, dizer que não há.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Ministro Moreira Alves, a matéria de
fundo é aquela versada no recurso extraordinário sob a relatoria do Ministro Ilmar
Galvão: o problema da percepção de um plus.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Em face da Constituição de 1969. Se, no fundo, há
fundamento, agora o problema é do periculum in mora. Então, é de se julgar improce-
dente a petição, dado que não há periculum in mora.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Não é isso, não. Estou com a papeleta
do Ministro Ilmar. Aqui, a hipótese é diversa. Vamos ver o que é.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): O periculum in mora é evidente. Ele
fala que isso vai se reproduzir etc. Ora, isso é o que o Tribunal tem aceitado como
fundamento de suspensão.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Por isso, parece-me que, neste caso, seria de se dar pela
improcedência do pedido, justamente porque não se demonstrou o periculum in mora.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): O Ministro Relator concorda?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Ministro, mantenho o meu voto e fico
vencido.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Não conhece.
Ministro Gilmar Mendes?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Acho que, se a decisão de Vossa
Excelência era recorrível...
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Se Vossa Excelência não a subscreve,
não pode admitir a cautelar.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Em última análise, estamos dizendo que a decisão
não está correta e, de certa forma, estamos indo contra ela, porque aí não conhecemos, e
a parte diz: Bem, onde fico?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Acho que isso pode acontecer em
uma série de circunstâncias, em uma série de dilemas processuais. Preclusa a via que se
encontra adequada, a solução é não conhecer da outra via.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Vou fazer uma colocação: interposto o
recurso extraordinário, se o Estado não tivesse formulado o pedido de suspensão, ele não
poderia adentrar a via da cautelar para buscar a eficácia suspensiva do recurso? Poderia. Ou
será que a possibilidade de pleitear a suspensão breca essa caminhada? Acho que não breca.
900 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Moreira Alves: Agora, pode ocorrer que, na demonstração do periculum
in mora, essa demonstração se faça como se fosse suspensão por parte do Presidente; e, aí,
o que aconteceria?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): O Tribunal foi sempre muito zeloso
com essa reserva de competência.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Não há dúvida. Aí seria pela improcedência, pois
não foi demonstrado o periculum in mora.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Eu cheguei a sustentar, certa vez,
como Procurador-Geral, que, com aqueles pressupostos mais restritos — o caso era de um
litisconsorte em mandado de segurança e defendia o interesse individual, um problema
de cartório —, cabia a cautelar na suspensão de segurança, porque ele não poderia alegar
prejuízo à ordem pública, à economia. Isso seria da autoridade coatora, do Estado. O
Tribunal nem isso aceitou.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Mesmo se pudesse, não ficaria fechada
a via da ação cautelar para imprimir a eficácia suspensiva ao extraordinário.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Só me pergunto isto: se, com relação à matéria de
meio, há fundamentos — pelo menos a serem apreciados — exclusivamente jurídicos; e,
com relação ao periculum in mora, não se faz a demonstração como deveria ser feita,
então, sucede, a meu ver, que é de se conhecer e julgar improcedente, tendo em vista que
não se demonstrou o periculum in mora como deveria ter sido demonstrado. Acho que
essa é a solução, porque, senão, a parte fica em uma situação dramática: cabe em um e já
está precluso, e o outro diz: não, mas cabia naquele e está precluso. Por isso, não pode-
mos modificar e mandar de novo para que seja julgado.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Não há norma expressa estabelecendo que, em se
tratando de decisão contra a Fazenda Pública, deve-se aguardar o trânsito em julgado?
Nós não achamos que essa disposição é constitucional, justamente na ADC que...
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: 9.494, ADC n. 4.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Aí não seria, então, o pedido.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Parece-me que o que se quer é continuar
a perceber determinadas vantagens que o Estado cortou. Aí não se aplica aquela norma.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Eu conheceria e deferiria a cautelar.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Há um problema aí, porque aí temos que examinar a
fundamentação da eficácia da suspensão, alegada com fundamentos jurídicos.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Ninguém aqui sabe o que é.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Por isso, acho que a solução seria esta: conhecer e
devolver ao Relator para que ele examine; ou, então, o Relator, de pronto, dizer que falta
um dos requisitos, justamente o da demonstração correta do periculum in mora.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): É que o Relator ficou na preliminar de
não-cabimento, porque cabível seria o pedido de suspensão que ia indeferir.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Eu vejo o Tribunal, todo dia, deferir esses casos de
cautelar sem esse distinguishing. Não vejo como possamos fazer essa...
R.T.J. — 198 901

O Sr. Ministro Moreira Alves: É que precisamos ver se, realmente, há plausibilidade
do pedido de suspensão. Acho que a solução seria esta: conhecer e devolver ao Relator
para que ele examinasse.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Sou da escola do Ministro Gallotti:
não gosto de acórdão unânime. Então, mantenho o meu voto.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Não estou fazendo um apelo para Vossa Excelência
modificar o voto. Digo, apenas, que é uma situação...
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Ministro Gilmar, conhece?
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: (Nada falou).
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Ministra Ellen Gracie, conhece ou não
conhece?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Sr. Presidente, em matéria de suspen-
são de segurança, à guisa de proteção da ordem pública administrativa — alcunha plas-
mada pelo eminente Ministro Néri da Silveira —, o Tribunal tem considerado o efeito
multiplicador que possa ter uma decisão contrária ao Estado, para suspender o primeiro
caso que nos chega às mãos e os subseqüentes. Tenho dificuldade em aplicar isso no
campo da medida cautelar de um processo interpartes.
Trata-se, no caso, de duas professoras que pretendem manter uma vantagem
percentual que teria sido alterada por um regime novo de remuneração. Isso poderia dar-
lhes mais de 20% na remuneração total.
Não reconheço periculum in mora maior do que o normal da falta de efeito
suspensivo do recurso extraordinário, qualificado, quando se cuida de mandado de
segurança que mantém o status quo e não concede vantagem nova ao servidor.
Considero que a inexistência do efeito suspensivo em mandado de segurança é a regra.
Só prova inequívoca de risco de danos irreparáveis é que pode levar a inverter essa regra.
Por isso indefiro a medida cautelar.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Existe precedente, no Supremo Tribunal Federal,
em relação a essa matéria de fundo que está sendo discutida?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Ministro, eu não aprofundei. Aqui
também há uma página dizendo que é isto: houve uma mudança no regime de remune-
ração. Se é esse o problema, realmente a plausibilidade é bênção. Digo que não inverto
a regra da eficácia imediata do mandado de segurança, que vige, neste caso, de manuten-
ção de status quo, nem com relação à sentença de primeiro grau. Não vou inverter essa
regra para suspender uma sentença da mais alta instância do Estado, com relação a uma
vantagem percentual de duas funcionárias.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Embora se trate de uma questão que tem repercus-
são geral, porque é uma questão de massa?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Sim, por isso que acho que o caso era
de se pensar assim.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Então, defiro a suspensão cautelar.
A Sra. Ministra Ellen Gracie: O argumento do Relator diz respeito à pequena
repercussão...
902 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): Que não há o risco.


A Sra. Ministra Ellen Gracie: Pode haver um efeito multiplicador.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Há um problema: e se fosse uma grande empresa
privada? Poderia ser uma questão que dissesse respeito a dois funcionários, mas que
houvesse mais quinhentos. Não poderiam eles invocar? E não poderia haver o pedido de
suspensão para o Presidente, porque era uma pessoa jurídica de direito privado. Mas
poderiam pedir a cautelar.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: E isso ocorre.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Realmente, há esse problema.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): A regra do mandado de segurança,
sobretudo quando se cuida — creio que isso é importante ter em conta — de manter o
status quo.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Presidente): O julgamento foi originário pelo Tribu-
nal de Justiça, Ministro? No caso de deferimento, só cabe o extraordinário; no caso de
indeferimento, o ordinário. Quer dizer, há via mais estreita ainda em relação ao mandado
de segurança, com esta distinção: recorribilidade ordinária ou extraordinária.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): A falta de efeito suspensivo dos
recursos em mandado de segurança é qualificada, porque não diz apenas com os recursos
extraordinários.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Seria conveniente salientar que não é problema do
mandado de segurança.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: A repercussão de um caso como este é significativa.
O Sr. Ministro Moreira Alves: Se se entender assim, seria bom caracterizar que é
mandado de segurança.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Havendo plausibilidade jurídica do pedido, quer
dizer, um caso que se generaliza, quais são os pressupostos para o deferimento da sus-
pensão?

VOTO (Mérito)
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Sr. Presidente, o requerente demonstrou em sua
petição, articuladamente, a presença dos requisitos ordinariamente exigidos ao deferi-
mento de medidas cautelares nesta Corte para fins de concessão de efeito suspensivo a
recurso extraordinário, a saber:
I - haver tempestivamente interposto recurso extraordinário perante o Tribunal de
origem, e já haver este apelo extremo ali recebido juízo positivo de admissibilidade;
II - estar o seu recurso articulado em violação à jurisprudência reiterada e uniforme
desta Corte: inexistência de direito adquirido de servidor público a regime jurídico, no
que diz respeito à alteração de percentual de gratificações, desde que preservado o
montante global da remuneração — aliás, já se registram ao menos três decisões
monocráticas na Corte, transitadas em julgado, dando provimento aos apelos do reque-
rente (RREE n. 364.387, 365.311 e 368.975); e
R.T.J. — 198 903

III - importar a imediata exeqüibilidade do julgado local grave risco dúplice ao


recorrente: o montante financeiro que importa e o efeito de repercussão que conleva
sobre causas similares em curso naquela mesma jurisdição.
À vista desses elementos, peço vênia ao ilustre Relator, Ministro Sepúlveda Per-
tence, para deferir a medida cautelar pleiteada, atribuindo efeito suspensivo ao corres-
pondente recurso extraordinário.
É como voto.

EXTRATO DA ATA
Pet 2.676-QO/MS — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Relator para o acórdão:
Ministro Gilmar Mendes. Requerente: Estado de Mato Grosso do Sul (Advogados: PGE/
MS – Ulisses Schwarz Viana e outro). Requeridas: Luiza Barboza de Araújo Muniz e outra
(Advogada: Renata Barbosa Lacerda Oliva).
Decisão: Preliminarmente, o Tribunal, por maioria, admitiu a ação cautelar,
vencido o Relator, e, no mérito, após os votos dos Ministros Sepúlveda Pertence,
Relator, Maurício Corrêa e Ilmar Galvão, indeferindo o efeito suspensivo, e dos votos
dos Ministros Gilmar Mendes, Ellen Gracie e Nelson Jobim, deferindo-o, pediu vista o
Ministro Carlos Velloso. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Presi-
dência, sem voto, do Ministro Marco Aurélio.
Presidência do Ministro Marco Aurélio. Presentes à sessão os Ministros Moreira
Alves, Sydney Sanches, Sepúlveda Pertence, Carlos Velloso, Ilmar Galvão, Maurício
Corrêa, Nelson Jobim, Ellen Gracie e Gilmar Mendes. Procurador-Geral da República,
Dr. Geraldo Brindeiro.
Brasília, 5 de fevereiro de 2003 — Luiz Tomimatsu, Coordenador.

VOTO (Vista)
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Trata-se de ação cautelar, com pedido de liminar,
proposta pelo Estado de Mato Grosso do Sul, com fundamento no art. 804 do CPC,
objetivando atribuir efeito suspensivo a recurso extraordinário admitido (fls. 76/79),
mas, ainda, não distribuído nesta Corte, recurso esse interposto de acórdão que decidiu
que a gratificação de regência de classe, vantagem pessoal, “uma vez incorporada,
pelo efetivo exercício, aos vencimentos do professor e levada no ato de sua aposenta-
doria, segundo a lei vigente, passa a integrar o seu patrimônio jurídico, não sendo, por
isso, suscetível de modificação ou redução por lei posterior, sob pena de violação ao
direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e ao princípio da irredutibilidade de venci-
mentos” (fl. 37).
Sustenta o requerente, em síntese, o seguinte:
a) ocorrência do fumus boni juris, consubstanciado na ofensa aos arts. 7º da Lei
4.348/64 e 2º-B da Lei 9.494/97 (com a redação dada pelo art. 4º da Medida Provisória
2.180-34/2001), na medida em que o acórdão recorrido, em mandado de segurança,
determinou a inclusão em folha de pagamento da gratificação de regência de classe nos
percentuais fixados pelo Decreto estadual 7.524/93, e não de acordo com a Lei Comple-
mentar 87/2000 e com a Lei estadual 2.082/2000;
904 R.T.J. — 198

b) afronta à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da


inexistência de direito adquirido a regime jurídico (RREE 170.068-AgR/SP, 2ª
Turma, Ministro Néri da Silveira, DJ de 20-4-2001 e 256.091/SC, 1ª Turma, Ministro
Moreira Alves, DJ de 4-5-2001);
c) inocorrência de lesão ao princípio da irredutibilidade de vencimentos, mor-
mente porque esse princípio, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal,
vedaria apenas a redução do total da remuneração, e não dos vencimentos (RE
183.700/PR, 1ª Turma, Ministro Ilmar Galvão, DJ de 6-12-96), sendo certo que a
“Administração, legalmente, efetivou total revisão de vantagens pecuniárias que
compunham a remuneração dos professores e especialistas em educação, fato este
que resultou em significativo aumento do vencimento-base da categoria, propiciando
um reajuste de 23% aproximadamente” (fl. 9), não tendo havido, assim, redução no
quantum dos proventos das impetrantes;
d) ofensa ao art. 40, §§ 2º, 3º e 8º, da Constituição Federal, dado que as impetrantes
“passarão a perceber quase o dobro da remuneração do servidor ativo” (fl. 10);
e) existência do periculum in mora, consubstanciado no fato de que “mensalmente
o requerente está desembolsando valores elevadíssimos, cerca de R$ 600.000,00 a
R$ 800.000,00, para poder cumprir as decisões oriundas de mandados de segurança
impetrados por professores” (fl. 11). Ademais, caso, ao final, o recurso extraordinário
seja provido, a recuperação das verbas pagas será quase impossível.
Requer o Estado de Mato Grosso do Sul, ao final, a concessão do efeito suspensivo
ao recurso extraordinário em questão, “cessando até o julgamento final o pagamento da
gratificação de regência de classe nos percentuais previstos pelo Decreto 7.524/93,
aplicando-se, incontinenti, os percentuais estabelecidos pelas Leis ns. 87/00 e 2.082/00”
(fl. 13).
Em 9-4-2002, o eminente Relator, Ministro Sepúlveda Pertence, determinou que se
aguardasse decisão na Suspensão de Segurança 2.139/MS, tendo, posteriormente, o emi-
nente Ministro Marco Aurélio, Presidente desta Corte, julgado “inadequada a medida
veiculada” (fls. 86/89).
Na Sessão Plenária de 5-2-2003, o Tribunal, por maioria, admitiu a ação cautelar,
vencido o Relator, e, no mérito, os Srs. Ministros Sepúlveda Pertence, Relator, Maurício
Corrêa e Ilmar Galvão indeferiram o efeito suspensivo, enquanto os Srs. Ministros
Gilmar Mendes, Ellen Gracie e Nelson Jobim o deferiram (certidão de fl. 92).
Pedi vista dos autos e os trago, a fim de retomarmos o julgamento.
Passo a votar.
Pesquisando os registros do Supremo Tribunal Federal, verifiquei que, na 1ª Turma,
em dois casos, RREE 368.975/MS e 364.387/MS, ambos relatados pela eminente Ministra
Ellen Gracie, os recursos extraordinários interpostos pelo Estado de Mato Grosso do Sul
foram providos por decisão monocrática (DJ de 20-2-2003 e 10-2-2003). A matéria
objeto dos recursos é a mesma: gratificação de regência de classe.
Mais: na Pet 2.627-AgR/MS, a 1ª Turma confirmou decisão do eminente Ministro
Ilmar Galvão, que indeferiu efeito suspensivo ao RE interposto pelo Estado de Mato
Grosso do Sul (DJ de 2-8-2002).
R.T.J. — 198 905

Na Pet 2.626/MS, Relator o Ministro Nelson Jobim, foi concedido efeito suspensivo
ao recurso extraordinário, referendada a decisão pela 2ª Turma, em 19-3-2002.
Posta a questão nesses termos, parece-me, tendo em linha de conta os inúmeros
recursos extraordinários interpostos pelo Estado de Mato Grosso do Sul em casos iguais,
que é de ser deferido o pedido de efeito suspensivo.
Peço licença, pois, ao eminente Ministro Sepúlveda Pertence para deferir o pedido,
tal como, aliás, votei na 2ª Turma, na Pet 2.626/MS, acima indicada.
Defiro o pedido.
É o voto.

EXTRATO DA ATA
Pet 2.676-QO/MS — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Relator para o acórdão:
Ministro Gilmar Mendes. Requerente: Estado de Mato Grosso do Sul (Advogado: PGE/
MS – Ulisses Schwarz Viana). Requeridas: Luiza Barboza de Araújo Muniz e outra
(Advogada: Renata Barbosa Lacerda Oliva).
Decisão: Preliminarmente, o Tribunal, por maioria, admitiu a ação cautelar, vencido
o Relator, e, no mérito, também por maioria, deferiu o efeito suspensivo pleiteado no
tocante ao recurso extraordinário, vencidos os Ministros Sepúlveda Pertence, Relator,
Maurício Corrêa e Ilmar Galvão. Redigirá o acórdão o Ministro Gilmar Mendes. Presidiu
o julgamento, sem voto, o Ministro Marco Aurélio. Ausentes, justificadamente, o Ministro
Celso de Mello e, neste julgamento, os Ministros Maurício Corrêa e Nelson Jobim, que
proferiram voto anteriormente.
Presidência do Ministro Marco Aurélio. Presentes à sessão os Ministros Sydney
Sanches, Sepúlveda Pertence, Carlos Velloso, Ilmar Galvão, Maurício Corrêa, Ellen
Gracie e Gilmar Mendes. Procurador-Geral da República, Dr. Geraldo Brindeiro.
Brasília, 23 de abril de 2003 — Luiz Tomimatsu, Coordenador.

RECLAMAÇÃO 2.768 — PB

Relator: O Sr. Ministro Marco Aurélio


Reclamante: Estado da Paraíba — Reclamado: Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba — Interessados: José Felizardo do Nascimento ou José Felizardo Nascimento e
outro
Seqüestro — Precatório — Revisão de valor. Uma vez ocorrida subs-
tancial revisão do valor devido, descabe considerar a data da primeira
requisição, havendo de ser tomado de empréstimo o momento em que
extremo de dúvidas a quantia, verificada a respectiva requisição.
906 R.T.J. — 198

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade, julgar procedente a reclamação, nos termos do voto do
Relator. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Ministros Nelson Jobim, Pre-
sidente, e Carlos Velloso.
Brasília, 16 de junho de 2005 — Ellen Gracie, Presidente — Marco Aurélio,
Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Adoto como relatório o que tive oportunidade de
consignar quando da apreciação e do deferimento da medida acauteladora:
O Estado da Paraíba assevera descumprido o acórdão prolatado na Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 1.662-7/SP. Afirma que, em 2 de março de 1999,
deu-se a requisição de R$ 12.982.134,66, seguindo-se a inclusão da verba no
orçamento de 2000. Paralelamente, houve impugnação ao citado valor e, realiza-
dos novos cálculos, ocorreu diminuição de mais de R$ 11.000.000,00, chegando-
se à quantia de R$ 976.592,10, com a qual concordaram os credores. Então, o
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em junho de 2003, requi-
sitou o pagamento imediato.
O reclamante sustenta não configurada a preterição, buscando demonstrar que
se teria que considerar, como termo inicial da requisição, julho de 2003, somente
vencendo o prazo para liquidação ao término do presente exercício, ou seja, deste
ano de 2004. Remete ao que decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
1.662-7, evocando, mais, o precedente formalizado na Reclamação n. 1.892-0. Alega
ser firme a jurisprudência em admitir-se a medida reclamatória, a partir do acórdão
prolatado na mencionada Ação Direta de Inconstitucionalidade. Pleiteia o Estado a
suspensão imediata dos efeitos da ordem de seqüestro, vindo-se, após, a julgar proce-
dente o pedido formalizado, fulminando-a. Ressalta que, parcelado o seqüestro em
quatro prestações, pendem três delas, vencendo a próxima em 30 do corrente mês. A
peça primeira fez-se acompanhada dos documentos de folhas 11 a 497.
À folha 500, despachei, instando o Estado a juntar ao processo o acórdão
apontado como desrespeitado e a indicar os endereços dos interessados. À folha
502, por meio de fac-símile, a esta altura seguido do original, os interessados
ressaltam a existência de certidão a comprovar que outros precatórios com nume-
ração superior foram quitados em detrimento daquele do qual são titulares. O
Estado peticionou, dizendo-se perplexo com a certidão emitida pela Justiça do
Estado da Paraíba, a evidenciar exame e conclusão sobre o mérito do tema, sem os
necessários debate e pronunciamento judiciais. Procedeu à anexação de certidão
tida como esclarecedora sobre as idas e vindas do Precatório n. 1999.000870-2. Ao
processo veio, então, por fac-símile, petição dos interessados à qual acostada certi-
dão consignando tratar-se do 22º Precatório de 2000, havendo sido satisfeitos outros
cronologicamente posteriores. Às folhas 511 e 512, consta a relação dos interessados
e respectivos endereços, seguindo-se o acórdão atinente ao julgamento da Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 1.662-7/SP. O reclamante insiste na apreciação
R.T.J. — 198 907

imediata do pedido de concessão de medida acauteladora, ante a proximidade do


vencimento da segunda etapa do seqüestro. O processo voltou-me para estudo no
dia de ontem (folha 581).
O interessado José Felizardo do Nascimento procedeu à juntada ao processo de
peça acompanhada de certidão, revelando que o Precatório n. 1999.000870.2 foi inclu-
ído no orçamento do exercício do ano de 2000, situando-se na 22ª posição da listagem
de precatórios do referido exercício. Afirma que precatórios com numerações superiores
tiveram liquidação implementada, sendo quitados. Com a impugnação de folhas 642 a
644, ressalta que o valor devido encontra-se estampado em decisão condenatória em
ação ajuizada em 1995, admitida a erronia no valor inserido — de R$ 12.982.134,66 —,
reduzido a R$ 976.592,10. Busca demonstrar que, em momento algum, cogitou-se da
expedição de um novo precatório, aludindo ao disposto no artigo 30, § 7º, da Lei de
Responsabilidade Fiscal, a dispor que precatórios não satisfeitos têm os respectivos
valores integrados à dívida consolidada. Com a peça, visa à inadmissibilidade da pró-
pria reclamação.
Ao processo juntaram-se as informações de folhas 677 a 679, sobre os dados
atinentes à espécie. Consigna-se a existência de simples erro material nos cálculos do
valor devido, que não seria suficiente a viciar o precatório, ficando, assim, dispensada
nova requisição. Em anexo às informações, veio ato mediante o qual foi determinado o
seqüestro. À folha 688, tem-se notícia do referendo da liminar, seguindo-se o acórdão
pertinente.
A Procuradoria-Geral da República pronunciou-se pelo acolhimento do pedido
formulado na inicial. A peça aponta que, em face do erro de valor, há de se considerar,
para efeito de ordem cronológica de satisfação de precatórios, junho de 2003, não o ano
de 2000, razão pela qual se nota a dissonância do seqüestro ante o que decidido na Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 1.662-7/SP.
O processo voltou-me para exame em 1º de fevereiro de 2005, sendo que nele
lancei visto em 12 imediato (folhas 710 e 711).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): A premissa da concessão da medida
acauteladora permanece inabalada. Em síntese, situa-se a controvérsia, à luz do que
decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.662-7/SP, da relatoria do
Ministro Maurício Corrêa, em saber-se se prevalente, ou não, o primeiro precatório
expedido, com inclusão do valor no orçamento de 2000 e que alcançou a importância
de R$ 12.982.134,66, sendo que, em 2003, chegou-se à conclusão de serem devidos
R$ 976.592,10. Eis como explicitei o quadro:
Inicialmente, diante das reiteradas manifestações do Tribunal, ressalvo o
entendimento pessoal quanto à harmonia da reclamação com o quadro revelador
de pronunciamento judicial formalizado no processo objetivo, no processo refe-
rente ao controle concentrado de constitucionalidade, que, como é sabido, não
deságua em execução. Tenho sido voz isolada no tocante à impertinência da medida
e, fazendo aqui as vezes do Colegiado, não posso sobrepor a óptica própria àquela
dos demais componentes da Corte, sob pena de grassar a divergência que maior
908 R.T.J. — 198

descrédito ocasiona para o Judiciário — a intestina —, de modo a variar os


enfoques judicantes de acordo com a distribuição do pleito, como se esta possuísse
sabor lotérico. Então, admito a reclamação no caso retratado neste processo.
No mais, o que assentado pelo Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba
expõe, às escâncaras, a fase vivida no embate cidadão-Estado, quando o primeiro é
credor, em obrigação de dar, deste último. Presta-se tal decisão a uma mudança cultural,
tendo em vista especialmente a postura a ser adotada pelos dirigentes, pelo Chefe do
Poder Executivo de cada unidade federada e da Federação, uma mudança que sirva de
exemplo ao cidadão comum. Em Direito, entretanto, o meio justifica o fim, e não este,
aquele. Consideraram-se dados cronológicos que não direcionam à conclusão sobre a
boa procedência do seqüestro, como são os relativos à data do julgamento do pedido
formulado na ação que resultou no título executivo judicial — 1995 —, da expedição
do precatório inicial — 2 de março de 1999 — e da inclusão no orçamento de 2000.
Colocou-se em plano secundário o fato de não se haver mostrado aperfeiçoado o
primeiro precatório, no total de R$ 12.982.134,66, soma que veio a ser decotada para
se ficar, ante a vultosa cifra, nos quebrados. Os quase R$ 13.000.000,00 foram reduzi-
dos a R$ 976.592,10, dando-se, aí, a ordem de pagamento imediata, tomando-se de
empréstimo a data do precatório anterior, quando, em última análise, ter-se-ia que levar
em conta junho de 2003 — data em que se afigurou extremo de dúvidas, porque
contando com a anuência dos credores, o valor realmente devido.
Realmente, o primeiro precatório, alusivo ao orçamento de 2000, mostrou-se viciado
em elemento essencial — o valor. Daí a impossibilidade de se considerar a data respectiva,
ou seja, o ano de 2000. A circunstância de o valor primitivo haver sido inserido no orça-
mento de 2000 não é de molde a afastar as ocorrências posteriores, o fato de, somente em
2003, ter-se chegado à importância a ser satisfeita. Em última análise, apenas em 2003
ocorreu o surgimento do valor devido e, então, não subsiste a ordem de seqüestro determi-
nada. Julgo procedente o pedido formulado para afastar em definitivo do cenário jurídico
o seqüestro, devendo observar-se a data da requisição do valor realmente devido.

EXTRATO DA ATA
Rcl 2.768/PB — Relator: Ministro Marco Aurélio. Reclamante: Estado da Paraíba
(Advogados: PGE/PB – Luciano José Nóbrega Pires e Rodrigo de Sá Queiroga e outro).
Reclamado: Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Interessados: José Felizardo do
Nascimento ou José Felizardo Nascimento e outro (Advogados: Adriana Cavalcanti
Marinheiro Abrantes Vieira e outro).
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, julgou procedente a reclamação, nos ter-
mos do voto do Relator. Votou a Presidente. Subprocurador-Geral da República, Dr.
Haroldo Ferraz da Nóbrega. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Ministros
Nelson Jobim (Presidente) e Carlos Velloso. Presidiu o julgamento a Ministra Ellen
Gracie (Vice-Presidente).
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes,
Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Vice-Procurador-Geral da
República, Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 16 de junho de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.
R.T.J. — 198 909

AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO 2.795 — GO

Relator: O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski


Agravante: Companhia Energética de Goiás – CELG — Agravados: Tribunal Su-
perior do Trabalho e Juiz de Direito da 4ª Vara do Trabalho de Goiânia — Interessado:
Antônio Barbosa Dantas
Agravo regimental em reclamação. Súmula 734/STF. Improvimento.
I - Reclamação ajuizada quando já transitada a decisão reclamada.
II - Óbice da Súmula 734/STF.
III - Agravo regimental improvido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie, na conformi-
dade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, negar provimento
ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o
Ministro Celso de Mello e, neste julgamento, o Ministro Sepúlveda Pertence.
Brasília, 3 de agosto de 2006 — Ricardo Lewandowski, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Trata-se de agravo regimental interposto
contra decisão proferida pelo eminente Ministro Carlos Velloso, então Relator, o qual,
ao não conhecer da presente reclamação, assim se manifestou:
“Vistos. Trata-se de reclamação, com pedido de liminar, fundada no art. 102,
I, l, da Constituição Federal, proposta por Companhia Energética de Goiás –
CELG, em face do acórdão proferido pela Subseção II Especializada em
Dissídios Individuais do Eg. Tribunal Superior do Trabalho, no Recurso Ordi-
nário em Ação Rescisória n. TST-Roar-662.915/2000.3 (fls. 109-113), e do MM.
Juiz da 4ª Vara do Trabalho de Goiânia (Reclamação Trabalhista n. 303/96),
por desrespeito à autoridade da decisão proferida na ADI 1.552/DF.
Sustentando, em síntese, que a decisão do Supremo Tribunal Federal no
julgamento da medida liminar na ADI 1.552/DF foi desrespeitada, requer a recla-
mante, liminarmente, ‘seja sustada a execução definitiva no valor de R$
1.036.927,17 (um milhão e trinta e seis mil e novecentos e vinte e sete reais e
dezessete centavos), que se processa perante a Quarta Vara do Trabalho de
Goiânia, autos n. 303/96’ e, ao final, ‘que esse C. Supremo Tribunal Federal,
conheça da presente Reclamação, e (...) lhe dê provimento’ (fl. 16);
Requisitaram-se informações (fl. 193) que foram prestadas pelo MM. Juiz
do Trabalho Renato Hiendlmayer, da 4ª Vara do Trabalho de Goiânia (fls.
245-248) e pelo ilustre Presidente do Eg. Tribunal Superior do Trabalho, Mi-
nistro Vantuil Abdala (fls. 330-336).
910 R.T.J. — 198

Às fls. 201-209, Antonio Barbosa Dantas, ora interessado, manifestou-se


pelo não-cabimento da reclamação, nos termos da Súmula 734/STF.
A Companhia Energética de Goiás – CELG, às fls. 338-340, apresenta
informações subsidiárias.
Às fls. 344-347 indeferi a liminar, ‘diante das informações, que esclarecem
que o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do STF — o acórdão do
Tribunal Superior do Trabalho — transitou em julgado’.
O eminente Procurador-Geral da República, Prof. Claudio Fonteles, opi-
nou pelo não-conhecimento da presente reclamação (fls. 350-352).
Autos conclusos em 29-11-2004.
Decido.
Destaco do parecer do ilustre Procurador-Geral da República, Prof. Claudio
Fonteles:
‘(...)
4. De acordo com a certidão de fl. 211, a sentença prolatada pelo Juízo
da 4ª Vara do Trabalho de Goiânia-GO e as decisões proferidas nos autos da
Ação Rescisória n. TRT-18º-AR-0114/1999 transitaram em julgado, respec-
tivamente, nos dias 27.03.1998 e 07.06.2004.
5. Sabendo-se que a jurisprudência dessa Excelsa Corte já se encontra
representada por importantes precedentes no sentido de não ser cabível re-
clamação em face de decisão transitada em julgado, forçoso reconhecer o não
cabimento do presente ajuizamento.
(...)’ (fls. 350-351).
Está correto o parecer, que adoto. É que não cabe reclamação quando já
houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado deci-
são do Supremo Tribunal Federal, nos termos da Súmula 734-STF.
Do exposto, nego seguimento ao pedido e determino o seu arquivamento
(RISTF, art. 21, § 1º).
(...).” (Fls. 354-355)
Após reconhecer, na própria petição recursal, o trânsito em julgado das decisões
reclamadas, a Companhia Energética de Goiás – CELG manifesta sua irresignação (fls.
357-361), sustentando que “as razões que negaram seguimento ao processo de recla-
mação não se sustentam pela simples questão da segurança jurídica”, e que o “funda-
mento da negativa sedimenta-se em singela construção jurisprudencial” (fl. 359).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Bem examinada a questão, e sem
embargo dos argumentos expendidos pela agravante, verifica-se que não há qualquer
reparo a ser feito na decisão recorrida.
R.T.J. — 198 911

É que, nos termos da Súmula 734/STF:


“Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial
que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.”
Corretíssimo, portanto, o eminente Ministro Carlos Velloso, ao negar seguimento
à presente reclamação em razão do “trânsito em julgado das decisões proferidas nos
autos da ação rescisória em questão e da sentença prolatada pela 4ª Vara do Trabalho
de Goiânia, ocorrido nos dias 27-3-1998 e 7-6-2004, respectivamente, conforme certi-
ficado à fl. 211” (fl. 345).
Além disso, a orientação da jurisprudência do STF é no sentido de que a reclama-
ção não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso ou de ação rescisória (Rcl 603/RJ,
Rel. Min. Carlos Velloso; Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min. Octavio Gallotti; Rcl 1.169/PR,
Rel. Min. Sepúlveda Pertence; Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. Maurício Corrêa).
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhora Presidente, peço apenas uma informação. À
época em que houve o ajuizamento da reclamação, já teria ocorrido a preclusão maior?
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Sim. O trânsito em julgado.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Admito a reclamação tendo em conta trânsito em
julgado posterior, para que a morosidade da Justiça não acabe prejudicando a própria
parte.
Estou de acordo, considerada a explicitação.

EXTRATO DA ATA
Rcl 2.795-AgR/GO — Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Agravante: Com-
panhia Energética de Goiás – CELG (Advogados: Alcimar Luiz de Almeida e outro).
Agravados: Tribunal Superior do Trabalho e Juiz de Direito da 4ª Vara do Trabalho de
Goiânia. Interessado: Antônio Barbosa Dantas (Advogados: Tadeu de Abreu Pereira e
outro).
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental,
nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o Ministro Celso de Mello e,
neste julgamento, o Ministro Sepúlveda Pertence. Presidiu o julgamento a Ministra
Ellen Gracie.
Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa,
Eros Grau, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. Procurador-Geral da República, Dr.
Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 3 de agosto de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.
912 R.T.J. — 198

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.136 — MG

Relator: O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski


Requerente: Confederação Nacional do Transporte – CNT — Requeridos: Gover-
nador do Estado de Minas Gerais e Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei do Estado de Minas Ge-
rais. Licenciamento de motocicletas para transporte de passageiros
(“Mototáxi”). Competência privativa da União. Inconstitucionalidade
formal reconhecida.
I - Competência privativa da União para legislar sobre trânsito e
transporte (CF, art. 22, XI).
II - Exercício de atribuição pelo Estado que demanda autorização
em lei complementar.
III - Inexistência de autorização expressa quanto ao transporte re-
munerado de passageiros por motocicletas.
IV - Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucio-
nalidade da Lei mineira 12.618/97.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie, na conformi-
dade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, julgar procedente
a ação direta para declarar a inconstitucionalidade da Lei n. 12.618, de 24 de setembro
de 1997, do Estado de Minas Gerais, nos termos do voto do Relator. Votou a Presidente.
Brasília, 1º de agosto de 2006 — Ricardo Lewandowski, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Trata-se de ação direta, com pedido de
medida cautelar, ajuizada pela Confederação Nacional dos Transportes – CNT,
“objetivando a decretação judicial de inconstitucionalidade dos dispositivos da Lei
Estadual n. 12.618, de 24-9-1997” (fl. 02), que dispõe sobre o licenciamento, pelo
Departamento de Trânsito do Estado de Minas Gerais, de motocicletas destinadas ao
transporte remunerado de passageiros.
A entidade autora afirma possuir legitimidade ativa ad causam, nos termos do art.
103, IX, da Constituição Federal, e postula o reconhecimento do vínculo de pertinência
temática entre as suas finalidades estatutárias e o conteúdo das normas impugnadas em
sede de controle abstrato (fl. 03).
Alega que o art. 21, XX, e o art. 22, XI, da Lei Fundamental teriam sido violados
pela edição da Lei estadual mineira n. 12.618/97, que possui o seguinte teor (fl. 58):
R.T.J. — 198 913

“Lei n. 12.618 de 24 de setembro de 1997.


Dispõe sobre o licenciamento de motocicletas destinadas ao transporte
remunerado de passageiros e dá outras providências.
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em
seu nome, sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Ficam autorizados o licenciamento e o emplacamento, pelo Departa-
mento de Trânsito de Minas Gerais – Detran/MG, de motocicleta destinada ao
transporte remunerado de passageiro, moto-taxi.
Art. 2º O licenciamento e o emplacamento a que se refere esta Lei ficam
condicionados à prévia regulamentação da atividade, por lei municipal, na locali-
dade onde o serviço será oferecido.
Art. 3º Somente será licenciada e emplacada para o transporte remunerado de
passageiros a motocicleta que satisfizer as condições previstas no artigo 43 do
Código Nacional de Trânsito, observado o disposto no artigo 2º desta Lei.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.
Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 24 de setembro de 1997.
Eduardo Azeredo
Agostinho Patrús
Santos Moreira da Silva.”
Sustenta que o diploma legislativo impugnado invadiu “competência privativa e
exclusiva da União para legislar sobre matéria relativa a trânsito e transporte” (fl. 05),
o que terminou por afetar, também, os valores constitucionais da saúde, da segurança e
da higiene.
Após mencionar o entendimento predominante na doutrina, aduz as seguintes
razões (fls. 2-20, 5-7):
“(...)
(...) tudo que diz respeito a trânsito, e conseqüentemente, aos tipos de veículos
que se prestam a usar as vias citadinas, bem como aos requisitos necessários para
que um serviço possa ser considerado como transporte para uso público, depende
de previsão de Lei Federal.
Por seu turno, o Código Nacional de Trânsito (Lei Federal n. 9.503, de 23 de
setembro de 1.997) e as Resoluções do Contran (artigo 314, parágrafo único, que
complementam a normatização infraconstitucional, quanto ao trânsito e transporte,
de qualquer natureza, nas vias terrestres do território nacional abertas à circulação
pública), nada dispõem a respeito do citado serviço de mototáxis.
(...)
O Estado-Membro deve obedecer às normas federais, no caso, o Código
Nacional de Trânsito e as Resoluções do Contran, quanto ao tipo de veículos e a
forma de prestação desses serviços, porque sobre trânsito e transporte legisla
privativamente o Ente federal.
914 R.T.J. — 198

E, frise-se, o atual Código Nacional de Trânsito, não menciona, em momento


algum, como transporte público de passageiros, o chamado mototáxi, apenas con-
templando as motocicletas como conduções de lazer, mas jamais para transporte
de pessoas, com a natureza pública de que se revestem os táxis e os ônibus.
Claro, portanto, que não comportando o Código Nacional de Trânsito como
modalidade de transporte coletivo de passageiros os veículos ciclomotores ou
similares, mas somente os automotores, não pode o Estado instituí-la.
(...).”
Em que pese o pedido de medida cautelar deduzido pela Confederação Sindical
autora, cumpre registrar, desde logo, que o eminente Ministro Carlos Velloso, então
Relator, aplicou à presente ação direta de inconstitucionalidade o procedimento abre-
viado previsto no art. 12 da Lei n. 9.868/99 (fl. 87).
Solicitadas as informações de estilo, o Senhor Presidente da Assembléia Legislativa
do Estado de Minas Gerais sustentou, em suma, o seguinte (fls. 98-117, 100):
“(...)
A competência do Estado federado para legislar sobre trânsito, em campo de
normatização restrita a questões específicas, demandaria, em face do que dispõe o
parágrafo único do mencionado art. 22 da Carta Republicana, lei complementar
autorizativa do exercício de competência legislativa complementar.
(...)
(...) não obstante a defenda uma desmedida abrangência do que supõe ser o
campo de capacidade legislativa federal sobre trânsito, a Autora, rendendo-se à
previsão do parágrafo único do citado art. 22, admite que possam os Estados legis-
lar sobre questões específicas de trânsito e transporte, desde que autorizados por
lei complementar.
Ora, se fosse certo que o campo monopolístico de competência legislativa da
União tivesse a dimensão pretendida pela Autora, albergando tudo que fosse de-
corrente ou relacionado com trânsito, não haveria a possibilidade, aberta pelo
próprio Diploma Magno, de exercício suplementar, pelos Estados, da competência
legislativa sobre a matéria.
(...)
(...) de fato, não cuidou ainda o legislador federal de editar a mencionada lei
complementar autorizativa do exercício da competência estadual supletiva em
matéria de trânsito e transporte.
A ausência da mencionada lei não desnatura, todavia, a abrangência da atu-
ação estatal relacionada com o trânsito e transporte que, como espontaneamente se
infere, desdobra-se em múltiplas atividades, algumas delas claramente situadas
nas esferas de competência estadual e municipal, máxime no que respeita à ativi-
dade administrativa, em especial na prestação de serviço públicos.
(...).”
R.T.J. — 198 915

Por sua vez, o Senhor Governador do Estado de Minas Gerais, ao prestar as infor-
mações que lhe foram solicitadas, afirmou que não houve criação de nova modalidade
de transporte e alegou que:
“(...)
A competência privativa da União, fixada pela Constituição da República,
para legislar sobre trânsito e transporte, conferiu, ao referido ente político-admi-
nistrativo, a legitimidade para ditar as normas gerais pertinentes à espécie, não
retirando das demais entidades da Federação as respectivas competências, signifi-
cando dizer que aos Estados ficou garantida a competência residual para o
licenciamento circulatório de veículos e, aos Municípios, esssencialmente por se
tratar de um serviço a ser prestado no âmbito local de seu território, a competência
para regulamentar a matéria.
(...).” (Fl. 159)
De outro lado, o eminente Advogado-Geral da União ressalta ser “necessária ex-
pressa autorização em lei complementar para que a unidade federada possa exercer
atividade legiferante definidora da disciplina relativa a transportes urbanos. Dessa
forma, os Estados-membros não detêm competência para dispor sobre matéria
concernente ao implemento de nova modalidade de transporte remunerado de passa-
geiros, exceto se houver a referida autorização, hipótese essa ainda não existente” (fls.
147-152, 150).
Por fim, a douta Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo reconheci-
mento da inconstitucionalidade formal do diploma legislativo estadual em causa e,
portanto, pela procedência do pedido formulado pela Confederação Nacional do Trans-
porte – CNT.
O então Vice-Procurador-Geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de
Souza, assim se manifestou:
“(...)
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei n. 12.618/97, do Estado de
Minas Gerais. Licenciamento de motocicletas destinadas ao transporte
remunerado de passageiros. Competência legislativa privativa da União,
por força da determinação constante do art. 22, XI, da Constituição Fede-
ral. Inexistência de lei complementar federal autorizando a delegação do
poder normativo sobre a matéria ao Estado. Vício formal configurado.
Parecer pela procedência do pedido.
1. Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de liminar, pro-
posta pela Confederação Nacional do Transporte em face da lei n. 12.618, de 25 de
setembro de 1997, do Estado de Minas Gerais, que ‘dispõe sobre o licenciamento de
motocicletas destinadas ao transporte remunerado de passageiros’.
2. Sustenta o requerente violação ao art. 22, XI, da Constituição Federal, que
trata da competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte e,
ainda, ofensa aos arts. 21, XX, 37, § 3º, 144, 175, e 196, considerando especialmente
os riscos a que ficam sujeitos os eventuais usuários do denominado serviço de
moto-táxi instituído pela lei estadual.
916 R.T.J. — 198

3. Nas informações de fls. 97/117, a Assembléia Legislativa do Estado de


Minas Gerais, considerando que o tema trânsito e transporte se desdobra em ‘múl-
tiplas atividades, algumas delas claramente situadas nas esferas de competência
estadual e municipal’, afirma que a lei não trata daquele aspecto de competência
privativa da União, mas sobre o poder de polícia ‘situado na órbita de sua compe-
tência normativa e material’, por força do que dispõe o art. 22, III, do Código de
Trânsito Brasileiro (abaixo transcrito), prevendo inclusive a necessidade de regu-
lamentação da atividade pelo Município, em obediência ao art. 30, V, da Consti-
tuição Federal:
‘Art. 22. Compete aos órgãos ou entidade executivos de trânsito dos
Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição:
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança veicular,
registrar, emplacar, selar a placa e licenciar veículos, expedindo o Certificado
de Registro e o Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão federal
competente’.
‘Art. 30. Compete aos Municípios:
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
coletivo, que tem caráter essencial’.
4. A manifestação do Governador do Estado, de conteúdo semelhante àquele
da Assembléia Legislativa estadual, foi acostada às fls. 154/165.
5. A Advocacia-Geral da União (fls. 147/152), lembrando da ausência de auto-
rização expressa em lei complementar para que o Estado-membro possa legislar
sobre transportes urbanos, pugna pela procedência do pedido.
6. Após, vieram os autos para manifestação dessa Procuradoria-Geral da Re-
pública.
7. O pedido deve ser julgado procedente.
8. A competência para legislar sobre trânsito e transporte, porque assim deter-
minado pelo texto constitucional (art. 22, XI) —, é privativa da União Federal. A
delegação aos Estados e Municípios para o exercício da função legiferante, a
respeito de questões específicas sobre a matéria, viabiliza-se apenas mediante a
edição prévia de lei complementar assim autorizando, conforme previsão do pará-
grafo único do dispositivo mencionado. Não há, todavia, ato normativo dessa
natureza quanto às hipóteses de transporte remunerado de passageiros.
9. Há peculiaridades sobre a matéria, é verdade, cujo disciplinamento mos-
tra-se, efetivamente, da alçada estadual e municipal, conforme doutrina e jurispru-
dência pátrias e disposições da própria legislação infraconstitucional do país. O
aspecto versado na lei combatida, no entanto, não se enquadra em qualquer dessas
competências.
10. O requerente afirma que a lei impugnada apenas autorizou o licenciamento
e emplacamento pelo Detran/MG — o que faria com esteio no art. 22 do CNT — de
motocicleta destinada ao transporte remunerado de passageiros, o denominado
R.T.J. — 198 917

moto-táxi — serviço que seria regulamentado, como dispôs o art. 2º da lei, e por força
da competência prevista no art. 30, V, da Constituição Federal, pelo Município.
11. A competência para a realização de atos formais de licenciamento e
emplacamento é realmente de órgão estadual de trânsito, como determinado por
lei federal. A lei guerreada, todavia, envolve muito mais do que simples autoriza-
ção de licenciamento, na medida em que define e torna oficial, desde logo, nova
forma de transporte coletivo remunerado, não contemplada em lei federal.
12. Incorreta, além disso, a afirmação de que seria do Município a competên-
cia para legislar sobre transporte coletivo. Ora, a norma constitucional (art. 30, V)
fala apenas em competência para organização e prestação do serviço público de
transporte coletivo. Em trecho algum permite o exercício da função legiferante
pelo Município que ultrapasse a simples regulamentação do que já previsto por
regra federal, mormente para inovar e decidir quais veículos estariam habilitados à
prestação do serviço.
13. O Código Nacional de Trânsito, ao fazer previsão dos veículos automoto-
res classificados como de aluguel, não deixa dúvida, em seu art. 97, quanto à
competência federal para o disciplinamento e caracterização dos mesmos:
‘Art. 97. As características dos veículos, suas especificações básicas,
configuração e condições essenciais para registro, licenciamento e circula-
ção serão estabelecidas pelo Contran, em função de suas aplicações’.
14. Desse modo, é inconstitucional o dispositivo de lei estadual, como a
presente, que determina a regulamentação da atividade por lei municipal, pois em
confronto direto com o próprio art. 30, V, da CF/88.
15. Igualmente relevantes as assertivas formuladas na inicial referentes à
necessidade de preservação da saúde e incolumidade dos eventuais usuários do
transporte, descritos pelo constituinte como ‘dever do Estado’. Não se pode auto-
rizar a adoção de motocicletas como transporte remunerado urbano de passageiros,
considerando os riscos que gera, sem a realização de prévio e criterioso estudo
pelas autoridades federais competentes para tanto.
16. Por oportuno, ressalte o posicionamento desse Supremo Tribunal Federal
sobre o tema, quando da análise de lei do Estado de Santa Catarina de teor idêntico
ao do ato ora examinado, nos autos da ADIn n. 2.606/SC:
‘Ação direta de inconstitucionalidade. Lei do Estado de Santa
Catarina. Licenciamento de motocicletas destinadas ao transporte remu-
nerado de passageiros. Competência da União. Inconstitucionalidade for-
mal. 1. É da competência exclusiva da União legislar sobre trânsito e trans-
porte, sendo necessária expressa autorização em lei complementar para que a
unidade federada possa exercer tal atribuição (CF, artigo 22, inciso XI, e pará-
grafo único). 2. Inconstitucional a norma ordinária estadual que autoriza a
exploração de serviços de transporte remunerado de passageiros realizado
por motocicletas, espécie de veículo de aluguel que não se acha contemplado
no Código Nacional de Trânsito. 3. Matéria originária e de interesse nacional
918 R.T.J. — 198

que deve ser regulada pela União após estudos relacionados com os requisitos
de segurança, higiene, conforto e preservação da saúde pública. Ação direta
de inconstitucionalidade procedente’. (ADIn n. 2.606, STF/Pleno, Relator
Min. Maurício Corrêa, DJ de 07.02.2003, pg. 21)
17. Porque abrangida pelo preceito que define a competência federal para
dispor sobre matéria versada na lei estadual, esta revela-se formalmente inconstitu-
cional.
Por tais razões, manifesta-se o Ministério Público Federal pela procedência
do pedido.” (Fls. 177-181)
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Reconheço, desde logo, a legiti-
midade ativa ad causam da Confederação Nacional do Transporte – CNT.
Assim é porque, como explicitado quando do julgamento da ADI 2.606/SC, Rel.
Min. Maurício Corrêa, a alteração dos Estatutos da CNT culminou no afastamento da
possibilidade de participação de “quaisquer outras pessoas jurídicas, de direito público
ou privado, que tenham transporte como seu objetivo principal” (antigo art. 5º, § 2º,
agora suprimido). Assim, permitiu-se reconhecer à entidade autora a qualidade de Con-
federação Sindical, e não mais a de entidade híbrida (ADI 1.912/RJ, Rel. Min. Marco
Aurélio), o que, em outras ocasiões, impedira o seu acesso à via de controle normativo
abstrato.
No tocante à necessidade, reafirmada pela jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, da existência de um vínculo de pertinência temática entre o objeto social da
entidade sindical e o conteúdo das normas impugnadas em sede de controle concentrado,
entendo ocorrente o vínculo, pois, como se vê de seu Estatuto Social, cumpre à Confede-
ração Nacional do Transporte atuar “nos casos de interesse comum de todas as modali-
dades de transporte” (art. 2º, VI).
Passo a apreciar o pedido formulado na presente ação direta.
Entendo que a Lei estadual mineira 12.618/97, ao autorizar o licenciamento de
motocicletas destinadas ao transporte remunerado de passageiros, acabou por instituir,
na prática, de modo oficial, o serviço de transporte denominado “mototáxi”.
Tendo em consideração a competência privativa da União para “legislar sobre
trânsito e transporte” (CF, art. 22, XI), resta saber se, no que diz respeito à situação em
apreço, existe expressa autorização em lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único) a
viabilizar a possibilidade excepcional de o Estado-Membro editar norma sobre a especí-
fica questão tratada nestes autos.
No tocante a essa questão, acolho o parecer da Procuradoria-Geral da República no
ponto em que afirma que a lei estadual impugnada “envolve (...) muito mais do que simples
autorização de licenciamento, na medida em que define e torna oficial, desde logo, nova
forma de transporte coletivo remunerado, não contemplada em lei federal” (fl. 179).
R.T.J. — 198 919

O Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de se pronunciar sobre questão


similar, na ADI 2.606/SC, Relator o eminente Ministro Maurício Corrêa, relativa à edição
de norma de idêntico conteúdo, pelo Estado de Santa Catarina, o que fez nos seguintes
termos:
“Ementa: Ação direta de inconstitucionalidade. Lei do Estado de Santa
Catarina. Licenciamento de motocicletas destinadas ao transporte remunerado
de passageiros. Competência da União. Inconstitucionalidade formal.
1. É da competência exclusiva da União legislar sobre trânsito e transporte,
sendo necessária expressa autorização em lei complementar para que a unidade
federada possa exercer tal atribuição (CF, artigo 22, inciso XI e parágrafo único).
2. Inconstitucional a norma ordinária estadual que autoriza a exploração de
serviços de transporte remunerado de passageiros realizado por motocicletas, es-
pécie de veículo de aluguel que não se acha contemplado no Código Nacional de
Trânsito.
3. Matéria originária e de interesse nacional que deve ser regulada pela União
após estudos relacionados com os requisitos de segurança, higiene, conforto e pre-
servação da saúde pública.
Ação direta de inconstitucionalidade procedente.” (DJ de 7-2-2003)
Naquela oportunidade, o Ministro Relator esclareceu que o tema não se encontra
no rol das competências comuns e concorrentes (CF, arts. 22 e 23), definidas em numerus
clausus, e concluiu, corretamente, que é vedado aos Estados-Membros disciplinar a
matéria na ausência de lei complementar.
Várias situações, já apreciadas por esta Corte, seguiram no sentido de declarar a
inconstitucionalidade de norma relativa a transporte e trânsito, cuja edição, pelo Estado-
Membro, não encontrava autorização derivada de lei complementar.
Transcrevo, no ponto, os precedentes desta Corte colacionados no voto do Ministro
Maurício Corrêa, Relator da ADI 2.606/SC:
“(...)
9. Nesse sentido decidiu o Tribunal com relação às leis estaduais que, antes
da edição do atual Código Nacional de Trânsito, obrigavam o uso do cinto de
segurança (ADI 874-MC, Néri da Silveira, DJ de 20-8-93); que permitiam a habili-
tação como motoristas dos menores de dezesseis e maiores de dezoito anos (ADI
476-MC, Celso de Mello, DJ de 28-6-91); que isentavam do exame teórico, para
obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, os estudantes com formação para o
trânsito (ADI 1.991-MC, de que sou Relator, DJ de 25-6-99); ou que tornavam
obrigatória a notificação pessoal dos condutores nos casos de utilização de celular
com o veículo em movimento e da não-utilização do cinto de segurança (ADI
2.101, Maurício Corrêa, DJ de 5-10-01).
(...).” (DJ de 7-2-2003)
Em face do exposto, acolho o parecer da douta Procuradoria-Geral da República
(fls. 177-181), para reconhecer que se revela formalmente inconstitucional a Lei estadual
920 R.T.J. — 198

mineira n. 12.618/97, porque “abrangida pelo preceito que define a competência federal
para dispor sobre matéria versada na lei estadual” (fl. 181).
Isso posto, tendo em consideração o precedente firmado por esta Corte (ADI 2.606/
SC, Rel. Min. Maurício Corrêa) quando da apreciação de matéria em tudo idêntica à que
trago à apreciação do Egrégio Plenário do Supremo Tribunal Federal, julgo procedente
esta ação direta para declarar a inconstitucionalidade da Lei estadual n. 12.618/97, haja
vista a usurpação, pelo Estado de Minas Gerais, da competência privativa da União para
legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI).
É o meu voto.

VOTO
A Sra. Ministra Cármen Lúcia: Senhora Presidente, Senhor Relator, Senhores Minis-
tros, até concluo acompanhando o eminente Relator, mas queria fazer duas observações
breves.
Em primeiro lugar, é a segunda vez que essa lei é submetida ao controle abstrato,
porque ela foi submetida no tribunal estadual e, agora, de novo, ao controle abstrato
neste Tribunal.
As duas observações que gostaria de fazer são no seguinte sentido: concordo que
uma inconstitucionalidade não justifica outra. A circunstância de os municípios estarem
a legislar sobre essa matéria ou sobre a matéria de um tipo de transporte coletivo que não
é criado pela legislação nacional, realmente, não os autoriza.
Mas enfatizo também que, na verdade, a inconstitucionalidade mostra-se não
porque a lei não tenha tratado da sua entidade estadual, que é o Departamento de Trân-
sito, mas porque, por isso, o Departamento poderia autorizar o transporte no âmbito
municipal. Portanto, ela convalida uma situação ou, de alguma forma, garante que aquilo
que se passa no plano municipal — porque a legislação que cria o transporte é no plano
municipal — acabará sendo cada vez mais fortalecido pelo comportamento do Estado.
Por isso, acho que há inconstitucionalidade, e a lei ficaria inclusive sem objeto.
Queria também dizer que acho muito grave a situação aqui apreciada. Não se pode
imaginar que essa matéria não tenha uma gravidade enorme. Os números trazidos, inclu-
sive nos autos desta ação direta, são de uma mortandade grande em acidentes com
mototáxis, portanto, nosso nobre Procurador Daniel Cateb tem razão. Não se pode ignorar
o fato, em que pese isso não ser de competência do Estado. Mas a lei que cuida disso não
pode, de jeito nenhum, solapar a competência da União.
Por isso, acompanho, na conclusão, o nobre Relator.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Senhora Presidente, também acompanho o Relator —
não exatamente pelos fundamentos, permito-me dizer, mas sigo Sua Excelência quanto
à conclusão.
R.T.J. — 198 921

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Senhora Presidente, se compete à União legislar e
instituir diretrizes, nos termos do artigo 21, XX, e artigo 22, XI, da Constituição, sobre
transporte urbano público em caráter geral e, portanto, sobre veículos hábeis à prestação
desse mesmo serviço e sobre condições de segurança de trânsito, que são matérias envol-
vidas na questão, evidentemente, não pode o município regulamentar e licenciar veícu-
lo não autorizado pela legislação federal para transporte público e remunerado de passa-
geiro, até porque tal regulamentação implica realmente disciplina de condições particu-
lares de trânsito, dada a periculosidade do veículo.
Acompanho o Relator.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Senhora Presidente, não tenho como objetar,
também, à premissa básica do voto do eminente Relator de que a legislação sobre trân-
sito envolve necessariamente a individualização dos veículos autorizados a transitar
nas vias terrestres.
Subscrevo, também, a preocupação da eminente Ministra Cármen Lúcia quanto a
um dado da realidade, que está a reclamar assim a disciplina federal competente sobre a
matéria: é uma realidade que se vê hoje em todo o país, o chamado “mototáxi”. Tão real
quanto as nossas carroças, que transitam pela via por trás do Tribunal a arrecadar papel
das repartições: uma verdadeira contemporaneidade do não coetâneo à Karl Mannheim.
Não tenho como objetar ao raciocínio do eminente Relator e o acompanho para
julgar procedente a ação.

EXTRATO DA ATA
ADI 3.136/MG — Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Requerente: Confedera-
ção Nacional do Transporte – CNT (Advogados: Paulo Abi-Ackel e outro). Requeridos:
Governador do Estado de Minas Gerais e Assembléia Legislativa do Estado de Minas
Gerais.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, julgou procedente a ação direta para declarar
a inconstitucionalidade da Lei n. 12.618, de 24 de setembro de 1997, do Estado de
Minas Gerais, nos termos do voto do Relator. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie.
Falaram, pela requerente, o Dr. Juthay Magalhães Neto e, pelo requerido, Governador do
Estado de Minas Gerais, o Dr. Daniel Bueno Capeb, Procurador do Estado.
Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto,
Joaquim Barbosa, Eros Grau, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. Procurador-Geral
da República, Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 1º de agosto de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.
922 R.T.J. — 198

MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE 3.395 — DF

Relator: O Sr. Ministro Cezar Peluso


Requerentes: Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE e Associação
Nacional dos Magistrados Estaduais – ANAMAGES — Requerido: Congresso Nacional
Inconstitucionalidade. Ação direta. Competência. Justiça do Tra-
balho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus
servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de
trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça
Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/
2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O
disposto no art. 114, I, da Constituição da República não abrange as cau-
sas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por
relação jurídico-estatutária.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo
Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria, rejeitar a
questão preliminar de legitimidade das requerentes suscitada pelo Ministro Marco
Aurélio. Prosseguindo, o Tribunal, também por maioria, vencido o Ministro Marco
Aurélio, referendou a liminar concedida, nos termos do voto do Relator. Votou a
Presidente, Ministra Ellen Gracie (Vice-Presidente no exercício da Presidência).
Ausentes, justificadamente, os Ministros Gilmar Mendes e Eros Grau. Falou pelo
amicus curiae, Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho –
ANAMATRA, o Dr. Alberto Pavie Ribeiro.
Brasília, 5 de abril de 2006 — Cezar Peluso, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: 1. Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade,
com pedido de liminar, movida pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE),
e em que se impugna a introdução, pelo art. 1º da Emenda Constitucional n. 45/2004, do
inciso I do art. 114 da Constituição Federal (fls. 02/49).
Em primeiro lugar, sustenta a autora padecer a norma de inconstitucionalidade
formal. A proposta de emenda, aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados
(n. 96/1992), conferiu-lhe a seguinte redação:
“Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios”.
R.T.J. — 198 923

O Senado Federal aprovou-lhe o texto, também em dois turnos, com o seguinte


acréscimo: “exceto os servidores ocupantes de cargos criados por lei, de provimento
efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e fundações públicas dos referidos
entes da federação” (PEC 29/2000).
À norma promulgada, no entanto, suprimiu-se o trecho acrescentado pelo Senado,
resultando a redação final idêntica àquela aprovada na Câmara dos Deputados.
Diante desse quadro, afirma a Ajufe ter sido violado o disposto no art. 60, § 2º, da
Constituição Federal, uma vez que o texto promulgado não foi efetivamente aprovado
pelas duas Casas legislativas (fls. 16 e ss.).
Em caráter subsidiário, a autora alega a necessidade de se conferir ao art. 114, inc. I,
interpretação conforme à Constituição da República, para que se excluam do seu âmbito
material de abrangência os conflitos que envolvam “servidores ocupantes de cargos
criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e funda-
ções públicas dos entes da federação” e o Poder Público.
Daí, pede seja julgada procedente a demanda, a fim de se “declarar a inconstitucio-
nalidade formal do inciso I do artigo 114 da CF/88, inserido pela EC 45/2004, com
eficácia ex tunc” ou “sucessivamente, caso rejeitada a inconstitucionalidade formal,
declarar a inconstitucionalidade do inciso I do art. 114 da CF/88, com eficácia ex tunc,
para que lhe seja dada interpretação conforme, sem redução de texto, reconhecendo-se a
inconstitucionalidade da interpretação que inclua na competência da Justiça do Traba-
lho a relação da União, Estados, Distrito Federal e Municípios com os seus servidores
ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as
autarquias e fundações públicas, de cada ente da Federação” (fls. 48/49).
Durante as férias, o Min. Nelson Jobim concedeu liminarmente a tutela pedida
pela autora (art. 13, inc. VIII, do RISTF), ad referendum do Plenário, para o fim de
suspender “toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na
redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a
‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus
servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter
jurídico-administrativo” (fl. 521).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): 1. Esse é o teor da decisão liminar exarada
pelo Min. Nelson Jobim, ora trazida ao referendo deste Plenário:
“A Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE propõe a presente
ação contra o inciso I do art. 114 da CF, na redação dada pela EC n. 45/2004.
Sustenta que, no processo legislativo, quando da promulgação da emenda
constitucional, houve supressão de parte do texto aprovado pelo Senado.
1. Câmara dos Deputados.
Informa que a Câmara dos Deputados, na PEC n. 96/92, ao apreciar o art. 115,
924 R.T.J. — 198

“aprovou em dois turnos, uma redação (...) que (...) ganhou um inciso I
(...)” (fls. 4 e 86).
Teve tal dispositivo a seguinte redação:
“Art. 115. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de
direito público externo e da administração pública direta e indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.”
2. Senado Federal.
A PEC, no Senado Federal, tomou o número 29/200.
Naquela Casa, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania manifestou-
se pela divisão da
“(...) proposta originária entre (a) texto destinado à promulgação e (b)
texto destinado ao retorno para a Câmara dos Deputados” (Parecer 451/
04, fls. 4, 177 e 243).
O SF aprovou tal inciso com acréscimo.
O novo texto ficou assim redigido:
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de
direito público externo e da administração pública direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, exceto os servidores
ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comis-
são, incluídas as autarquias e fundações públicas dos referidos entes da
federação”. (Fls. 4 e 280)
Informa, ainda, que, na redação final do texto para promulgação, nos ter-
mos do Parecer n. 1.747 (fl. 495), a parte final acima destacada foi suprimida.
Por isso, remanesceu, na promulgação, a redação oriunda da Câmara dos
Deputados, sem o acréscimo.
No texto que voltou à Câmara dos Deputados (PEC 358/2005), o SF fez
constar a redação por ele aprovada, com o referido acréscimo (Parecer 1.748/04,
fl. 502).
Diz, mais, que a redação da EC n. 45/2004, nesse inciso, trouxe dificuldades
de interpretação ante a indefinição do que seja “relação de trabalho”.
Alega que há divergência de entendimento entre os juízes trabalhistas e os
federais,
“(...) ausente a precisão ou certeza, sobre a quem coube a competência
para processar as ações decorrentes das relações de trabalho que envolvam a
União, quando versem sobre servidores ocupantes de cargos criados por lei,
de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e fundações
públicas.” (Fl. 7)
R.T.J. — 198 925

Em face da alegada violação ao processo legislativo constitucional, requer


liminar para sustar os efeitos do inciso I do art. 114 da CF, na redação da EC n. 45/
2004, com eficácia ex tunc, ou que se proceda a essa sustação, com interpretação
conforme. (Fl. 48)
3. Decisão.
A CF, em sua redação, dispunha:
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios
individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os
entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta
dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da
lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os
litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, in-
clusive coletivas.”
O Supremo, quando dessa redação, declarou a inconstitucionalidade de dis-
positivo da Lei 8.112/90, pois entendeu que a expressão “relação de trabalho” não
autorizava a inclusão, na competência da Justiça Trabalhista, dos litígios relativos
aos servidores públicos.
Para estes o regime é o “estatutário e não o contratual trabalhista” (Celso
de Mello, ADI 492).
Naquela ADI, disse mais Carlos Velloso (Relator):
“(...)
Não com referência aos servidores de vínculo estatutário regular ou ad-
ministrativo especial, porque o art. 114, ora comentado, apenas diz respeito
aos dissídios pertinentes a trabalhadores, isto é, ao pessoal regido pela Conso-
lidação das Leis do Trabalho, hipótese que, certamente, não é a presente.
(...)”
O SF, quando apôs o acréscimo referido acima e não objeto de inclusão no
texto promulgado, meramente explicitou, na linha do decidido na ADI 492, o que
já se continha na expressão “relação de trabalho”, constante da parte inicial do
texto promulgado.
A Requerente, porque o texto promulgado não contém o acréscimo do SF,
sustenta a inconstitucionalidade formal.
Entendo não ser o caso.
A não inclusão do enunciado acrescido pelo SF em nada altera a proposição
jurídica contida na regra.
Mesmo que se entendesse a ocorrência de inconstitucionalidade formal,
remanesceria vigente a redação do caput do art. 114, na parte que atribui à Justiça
Trabalhista a competência para as “relações de trabalho”, não incluídas as rela-
ções de Direito Administrativo.
Sem entrar na questão da duplicidade de entendimentos levantada, insisto
no fato de que o acréscimo não implica alteração de sentido da regra.
926 R.T.J. — 198

A esse respeito o Supremo tem precedente.


Destaco do voto por mim proferido no julgamento da ADC 4, da qual fui
Relator:
“O retorno do projeto emendado à Casa iniciadora não decorre do fato
de ter sido simplesmente emendado.
Só retornará se, e somente se, a emenda tenha produzido modificação
de sentido na proposição jurídica.
Ou seja, se a emenda produzir proposição jurídica diversa da proposi-
ção emendada. Tal ocorrerá quando a modificação produzir alterações em
qualquer dos âmbitos de aplicação do texto emendado: material, pessoal,
temporal ou espacial.
Não basta a simples modificação do enunciado pelo qual se expressa a
proposição jurídica.
O comando jurídico — a proposição — tem que ter sofrido alteração.
(...)”
Não há que se entender que a Justiça Trabalhista, a partir do texto promulga-
do, possa analisar questões relativas aos servidores públicos.
Essas demandas vinculadas a questões funcionais a eles pertinentes, regidos
que são pela Lei 8.112/90 e pelo Direito Administrativo, são diversas dos contra-
tos de trabalho regidos pela CLT.
Leio Gilmar Mendes, há
“Oportunidade para interpretação conforme à Constituição (...) sempre
que determinada disposição legal oferece diferentes possibilidades de in-
terpretação, sendo algumas delas incompatíveis com a própria Constituição.
(...) Um importante argumento que confere validade à interpretação conforme à
Constituição é o princípio da unidade da ordem jurídica (...)” (Jurisdição
Constitucional. São Paulo: Saraiva, 1998. pp. 222/223).
É o caso.
A alegação é fortemente plausível.
Há risco.
Poderá, como afirma a inicial, estabelecerem-se conflitos entre a Justiça Fe-
deral e a Justiça Trabalhista, quanto à competência desta ou daquela.
Em face dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e da ausên-
cia de prejuízo, concedo a liminar, com efeito ex tunc.
Dou interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da CF, na redação da EC
n. 45/2004.
Suspendo, ad referendum, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do
art. 114 da CF, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da
Justiça do Trabalho, a
R.T.J. — 198 927

“(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder
Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem esta-
tutária ou de caráter jurídico-administrativo”.
Publique-se.
Brasília, 27 de janeiro de 2005.” (Fls. 515/521) (grifos no original)
2. Entendo presentes os requisitos para a concessão e a manutenção da liminar.
A necessidade de se definir a interpretação do art. 114, inc. I, acrescido pela Emen-
da Constitucional n. 45/2004, conforme à Constituição da República, é consistente.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu, no julgamento da ADI n. 492 (Rel. Min.
Carlos Velloso, DJ de 12-3-93), ser inconstitucional a inclusão, no âmbito de compe-
tência da Justiça do Trabalho, das causas que envolvam o Poder Público e seus servido-
res estatutários. A razão é porque entendeu alheio ao conceito de “relação de trabalho”
o vínculo jurídico de natureza estatutária, vigente entre servidores públicos e a Admi-
nistração. Como consta do voto do Relator:
“(...) não há como sustentar a constitucionalidade da citada disposição legal,
que confere competência à Justiça do Trabalho para processar e julgar os litígios
individuais dos servidores estatutários.
O eminente Ministro Orlando Teixeira da Costa, do Tribunal Superior do
Trabalho, magistrado e professor, em trabalho doutrinário que escreveu a respeito
do tema — ‘Os Servidores Públicos e a Justiça do Trabalho’, in Rev. TRT/8ª R., 25/
48, 11-23, Jan.-Jun/1992 —, registra que a Constituição de 1988 distingue o traba-
lhador do servidor público, ‘tanto que versou a respeito de ambos em partes distintas
do texto constitucional e atribuiu a cada um deles direitos e obrigações diversas,
como não poderia deixar de ser’.
O registro é procedente. A Constituição distingue, aliás, entre os seus próprios
servidores: há os servidores públicos da organização central (Poder Legislativo,
Poder Judiciário e Administração Direta do Poder Executivo), das autarquias e
fundações públicas federais e os servidores das empresas públicas, sociedades
mistas e outras entidades que explorem atividade econômica, estes últimos regidos
pela CLT, assim empregados (CF, art. 173, § 1º). Há, ainda, os temporários, sob
regime contratual (CF, art. 37, IX). É perfeitamente adequado o registro do Ministro
Orlando Costa: a Constituição distingue o servidor público daquele que trabalha
para os entes privados, assim do trabalhador. No artigo 7º a Constituição se refere
aos trabalhadores urbanos e rurais. Trabalhadores, pois, são ‘os que prestam
serviços a empregadores e a empresas privadas’, e os ‘empregados das empresas
públicas, das sociedades de economia mista e de outras entidades, estatais ou
paraestatais’, leciona o juiz e professor Floriano Corrêa Vaz da Silva (‘Servidor
Público versus Administração: Competência da Justiça Comum’, in Repertório
IOB de Jurisprudência, 1ª quinzena de agosto/91, 15/91, p. 265). Os servidores
públicos civis são referidos nos artigos 39, 40 e 41, cuidando a Constituição, tam-
bém, dos servidores militares (art. 42). Quando a Constituição quis estender ao servidor
público um direito do trabalhador, foi expressa (CF, art. 39, § 2º; art. 42, § 11).
928 R.T.J. — 198

Trabalhador e servidor público, pois, têm conceito próprio, conceitos diferentes:


trabalhador é, de regra, quem trabalha para empregador privado, inclusive os que
prestam serviço a empresas públicas, sociedades mistas e entidades estatais que
explorem atividade econômica (CF, art. 173, § 1º). Trabalhador é, de regra, o que
mantém relação de emprego, é o empregado, o que tem empregador, e empregador
é, em princípio, o ente privado. Porque poderá haver, no serviço público, trabalha-
dores regidos pela CLT; o poder público, nestes casos, assumirá a condição de
empregador.
(...)
Sob o ponto de vista legal, portanto, trabalhador é o ‘prestador de serviços tute-
lado’, de cujo conceito excluem-se os servidores públicos civis e militares sujeitos a
regime jurídico próprio.
(...)
Se, conforme vimos de ver, o conceito de trabalhador não é o mesmo de servidor
público, a Justiça do Trabalho não julgará dissídios de servidor público e poder
público, mesmo porque poder público não emprega, dado que o regime do servidor
público com o poder público é ‘o regime de cargo, de funcionário público — não o
de emprego’, ou o ‘regime designado, entre nós, como estatutário.’ (Celso Antônio
Bandeira de Mello, ob. cit., p. 106).
(...)
Com propriedade, escreve o professor e magistrado Orlando Teixeira da Costa:
‘o caput do artigo 114 da Constituição atribui competência à Justiça do Trabalho
para resolver litígios decorrentes de relações de trabalho e não de relações
estatutárias, pois se refere a dissídios entre trabalhadores e empregadores. Quando
quis tratar dos servidores públicos civis, previu que eles seriam sujeitos a um
regime único, regime que, por opção manifestada pelo legislador ordinário, através
da Lei n. 8.122/90, foi o estatutário e não o contratual trabalhista.’ (Ob. e loc. cits.)”
Na oportunidade, sustentou o Min. Moreira Alves: “o texto constitucional, a meu
ver, só se aplica a relação de trabalho propriamente dita, e, portanto, aos entes públicos
quando há relação de trabalho como sucede com referência a empregos temporários”. E
o Min. Celso de Mello não destoou:
“(...) as relações jurídico-estatutárias não se submetem, nas controvérsias delas
resultantes, à jurisdição especial dos órgãos da Justiça do Trabalho, aos quais
compete processar e julgar, dentre outras hipóteses, os dissídios individuais que
antagonizem o Estado-empregador e os agentes que, com ele, mantenham vínculos
de natureza estritamente contratual.
(...)
Refoge, pois, Senhor Presidente, à competência constitucional da Justiça do
Trabalho a apreciação jurisdicional de causas que, não obstante concretizando e
exteriorizando conflitos individuais, sejam instauradas entre o Poder Público e os
seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de
caráter jurídico-administrativo”.
R.T.J. — 198 929

A decisão foi que a Constituição da República não autoriza conferir à expressão


relação de trabalho alcance capaz de abranger o liame de natureza estatutária que vincula
o Poder Público e seus servidores. Daí, ter-se afirmado a incompetência da Justiça do
Trabalho para julgar litígios entre ambos.
Ora, ao atribuir à Justiça do Trabalho competência para apreciar “as ações oriundas
da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administra-
ção pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios”, o art. 114, inc. I, da Constituição não incluiu, em seu âmbito material de validade,
as relações de natureza jurídico-administrativa dos servidores públicos.
Logo, é pertinente a interpretação conforme à Constituição, emprestada pela deci-
são liminar, diante do caráter polissêmico da norma.
E, à sua luz, perde força o argumento de inconstitucionalidade formal. A redação
dada pelo Senado Federal à norma e suprimida à promulgação em nada alteraria o âmbito
semântico do texto definitivo. Afinal, apenas tornaria expressa, naquela regra de compe-
tência, a exceção relativa aos servidores públicos estatutários, que o art. 114, inc. I, já
contém implicitamente, ao referir-se só a “ações oriundas da relação de trabalho”, com
a qual não se confunde a relação jurídico-administrativa (ADI n. 492, Rel. Min. Carlos
Velloso, DJ de 12-3-93).
Ora, se proposição jurídica emendada pelo Senado não possui âmbito de validade
diverso da aprovada pela Câmara e como tal promulgada, não há excogitar violação ao
art. 60, § 2º, da Constituição da República (ADI n. 2.666, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de
6-12-2002; ADC n. 3, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 9-5-03; ADI n. 2.031, Rel. Min.
Ellen Gracie, DJ de 17-10-03).
3. Também reputo presente o requisito do periculum in mora. O transtorno e o
retardamento no trâmite dos processos oriundos de conflitos de competência que pode-
riam suscitados, com graves danos às partes e à própria Jurisdição, demonstram o grave
risco que produziria indeferimento da liminar.
4. Do exposto, voto por referendar a decisão liminar.

PRELIMINAR
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhora Presidente, regimentalmente, suscito ques-
tão preliminar que diz respeito à legitimidade da Associação requerente. Assento, em
primeiro lugar, o que venho sustentando no Plenário, ou seja, a necessidade de
flexibilização quanto ao processo objetivo, a qual, no entanto, não pode conduzir a
abrangência ímpar que se distancie do próprio texto constitucional.
Tem-se, no caso, como objeto da ação direta de inconstitucionalidade uma emen-
da constitucional que versa sobre competência. Ora, uma associação de classe é parte
legítima para argüir a constitucionalidade da regra de competência? Indago se a Associ-
ação conta, em termos de atividade a ser desenvolvida, com a possibilidade de, até
mesmo, extravasar o que poderia ser feito por cada qual dos associados. Questiono se um
juiz contestaria, em juízo, uma norma constitucional que disponha sobre competência
deste ou daquele órgão do Judiciário pátrio. A meu ver, não têm os juízes esse interesse
930 R.T.J. — 198

jurídico, e, não o tendo aqueles congregados, não posso reconhecer que a Associação o
tenha. No caso, perquirindo a pertinência temática, aponto que não se faz presente. Uma
coisa é a Associação defender os interesses da categoria profissional ou da categoria
econômica, os direitos e obrigações daqueles que ela congrega. Algo diverso é, a partir
de um pseudo-interesse, atacar norma de competência e fazê-lo objetivando infirmar a
atuação de um ramo do Judiciário — os órgãos da jurisdição especializada do trabalho.
Por isso, preliminarmente, assento a ilegitimidade da Associação dos Juízes Federais
do Brasil – AJUFE e, também, da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais.

VOTO (Sobre preliminar)


O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Senhora Presidente, com o devido respeito,
a minha interpretação é um pouco mais ampla, um pouco mais generosa nessa matéria.
Penso que se deva admitir a apreciação do mérito dessa questão mediante a provo-
cação de entidade que, reunindo os juízes federais, em âmbito nacional, tenha interesse
jurídico em definir e deixar claros os contornos da própria competência dos mesmos
juízes federais, porque, também, está em jogo a questão da sua competência.
Seria contrário aos princípios deixar de apreciar o mérito dessa matéria, de alta
relevância, e que já vem ensejando polêmicas, conflitos, suspensão de processos, etc., sob
o fundamento de que se deveria dar ao caso interpretação estritíssima para reconhecer à
Associação apenas a tutela de interesses econômicos da categoria. Os outros interesses
de caráter funcional, que implicam dar definição clara de competência da Justiça Federal
também — porque isso é que está envolvido — legitima a Associação.
É como penso e voto, Senhora Presidente.

VOTO (Sobre preliminar)


O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Senhora Presidente, manifesto-me no sentido
da legitimidade da Associação.

VOTO (Sobre preliminar)


O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Senhora Presidente, também vejo total pertinência
entre os objetivos da associação requerente e o objeto da ação. Os membros da Ajufe são
juízes federais cuja competência jurisdicional se encontra posta em xeque pela ambigüi-
dade criada com a Emenda Constitucional 45. Portanto, vislumbro, em sua integralidade,
o vínculo objetivo entre a atividade dos membros da associação, de um lado, e o teor da
norma ora impugnada.
Acompanho o voto do Relator.

VOTO (Sobre preliminar)


O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Senhora Presidente, talvez já, cansativamente,
tenha insistido em que o requisito da pertinência temática — construção audaciosa da
jurisprudência do Tribunal no processo objetivo de controle abstrato — não se pode
R.T.J. — 198 931

reduzir ao âmbito de defesa de interesses corporativos, tal como se tratasse de um man-


dado de segurança coletivo: exige-se apenas que haja uma relação de pertinência entre
os objetivos institucionais da entidade de classe e a norma questionada ou a questão
constitucional suscitada.
Lembra-me que, quando a Emenda Constitucional 03/1993 criou a ação declaratória
de constitucionalidade, a Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB propôs ação
direta de inconstitucionalidade. O meu voto lhe reconhecia esse requisito adicional da
legitimação, que é a pertinência temática. Fiquei vencido. Prevaleceu, naquela assentada,
o voto do Relator, o eminente Ministro Moreira Alves, entendendo que, em se tratando
de uma questão de redivisão interna de funções no Judiciário, a Associação dos Magis-
trados Brasileiros, pretendendo-se representante de todos os magistrados brasileiros,
não poderia interferir na discussão. Não me conformei — jamais me conformei intima-
mente — com essa decisão, no caso sem conseqüências, porque a questão de constitucio-
nalidade foi trazida em questão de ordem na ADC 1, pelo eminente Ministro Moreira
Alves.
No caso, parece-me mais clara esta pertinência temática: está a Ajufe, de um lado,
como autora da ação direta, e acabamos de ouvir o ilustre advogado constituído pela
Anamatra, como amicus curiae, em sentido contrário.
Na verdade, há um questionamento: a Ajufe pretende defender a própria compe-
tência constitucional da Justiça Federal, e os magistrados do Trabalho também, susten-
tando a ampliação dessa competência para apreciar as relações de trabalho estatutárias
dos servidores públicos.
Por isso, peço vênia ao eminente Ministro Marco Aurélio e acompanho o voto do
eminente Relator para conhecer da ação direta.

VOTO (Sobre preliminar)


A Sra. Ministra Ellen Gracie (Presidente): Tenho voto na matéria.
Também peço vênia ao eminente Ministro Marco Aurélio para acompanhar o voto
do Relator e reconhecer a legitimidade ativa da Associação Nacional dos Juízes Federais.

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Senhora Presidente, peço vênia para, desde
logo, acompanhar o Relator no sentido de prestigiar a liminar concedida pelo eminente
Ministro Nelson Jobim integralmente. Afasto, também, qualquer inconstitucionalidade
formal porque entendo que a alteração feita no Senado não altera o sentido da regra
impugnada.
De outra parte, venho acompanhando essa polêmica de longa data — já no tribunal
estadual ao qual pertenci —, registrando que essa matéria causa uma grande perplexida-
de não só no âmbito da Justiça federal, mas também no da Justiça estadual.
Penso, data venia, que essa matéria deve ser examinada não só à luz da alteração
pontual operada pela Emenda Constitucional n. 45. É preciso examinar a matéria, com
932 R.T.J. — 198

todo o respeito, dentro de uma perspectiva histórica. Historicamente, a partir da cons-


tituição da Justiça do trabalho, desde a época do Estado Novo, inegavelmente a vocação
da Justiça laboral é no sentido de dirimir dissídios de natureza trabalhista.
Parece-me um certo exagero, com todo o respeito, querer-se ampliar essa compe-
tência e avançar para campos tradicionalmente, historicamente, delimitados para a Jus-
tiça estadual e a Justiça federal.
Dentro dessa perspectiva histórica, também dou interpretação conforme a Consti-
tuição no sentido de afastar do conteúdo jurídico da expressão “relação de trabalho” os
servidores estatutários ou com vínculo de caráter jurídico-administrativo.

VOTO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Senhora Presidente, também entendo que a rela-
ção entre a Administração e os servidores detentores de vínculo estatutário — legal,
portanto — em nada se assemelha à relação contratual que une o trabalhador do setor
privado às empresas regidas pela legislação trabalhista. Não há — todos nós sabemos —
contornos negociais. São dois universos distintos.
Por isso, com a devida vênia, considero relevante o fundamento trazido na ação
direta, razão por que confirmo a cautelar concedida.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Senhora Presidente, eu supero, também, na linha do
voto do eminente Relator, a questão formal. Pelos mesmos fundamentos, entendo que a
intervenção do Senado se deu sem alteração de substância.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Não entendi bem essa argüição de inconstitu-
cionalidade formal, porque aquele adendo do Senado não foi promulgado na EC 45.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Mas não foi remetido novamente para a
Câmara para ser apreciado o decote do acréscimo?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Contra o entendimento do Ministro Jobim, o
Senado entendeu que havia alteração, fosse ela, ou não, de mera explicitação. Certo é
que não a promulgou, devolvendo-a à Câmara dos Deputados.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Cabe uma pergunta: o texto promulgado permite
interpretação conforme no sentido da liminar?
O que ocorreria se não tivesse havido o acréscimo redacional, porque não foi
resultante de emenda, no Senado da República?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Mas esse não existe ainda.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: O questionamento é outro, porque estamos diante
de liminar que emprestou uma interpretação conforme, como se o texto promulgado
fosse o mesmo da redação primitiva do artigo 114 e considerada a interpretação que foi
emprestada na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 492-1. O texto promulgado, a
meu ver, não autoriza sequer esse entendimento, mas vou votar na oportunidade própria.
R.T.J. — 198 933

O Sr. Ministro Carlos Britto: Supero o obstáculo de ordem formal, na linha do


pensamento do eminente Relator, por entender que o acréscimo que adviria da interven-
ção do Senado teve caráter meramente expletivo, porque ele já se contém logicamente
na atual redação do art. 114, I. Acho que o Ministro Peluso votou nessa linha e eu o sigo
integralmente.
Quanto à questão de fundo, tenho preocupação em precisar o alcance material da
liminar agora submetida ao nosso referendo, porque o Ministro Nelson Jobim exclui,
dando interpretação conforme ao art. 114, I, da competência da Justiça do Trabalho, toda
causa instaurada entre o Poder Público e os seus servidores por típica relação de ordem
estatutária ou de caráter jurídico-administrativo.
Esse “ou” é uma conjunção disjuntiva? Significa uma coisa ou outra?
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Dou elemento histórico para ajudá-lo a
compreender. Essa expressão foi tirada do voto do eminente Ministro Celso de Mello,
intérprete autêntico. A impressão que tive é que, no voto da ADI 492, Vossa Excelência
quis dizer relação jurídico-administrativa como sinônimo da relação estatutária.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Exatamente.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): É mero reforço.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Porque, se for assim, aquelas relações de trabalho
instauradas entre o Poder Público e os servidores temporários...
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Fora de dúvida que é da Justiça do Trabalho.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Agora, porque, embora ela se instaure por efeito de um
contrato administrativo, não tem caráter estatutário, porque, se o tivesse, também não
teria traço de contratualidade.
Se todo cargo provido estatutariamente é de caráter jurídico-administrativo, nem
toda relação de trabalho de caráter jurídico-administrativa é estatutária. Então, quero
deixar bem claro que, de fora à parte as investiduras em cargo efetivo ou em cargo em
comissão, tudo o mais cai sob a competência da Justiça do Trabalho.
Então, precisado o alcance material da decisão agora posta à nossa apreciação,
também referendo a decisão do Ministro Nelson Jobim.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhora Presidente, o texto primitivo da Constitui-
ção Federal quanto à competência da Justiça do Trabalho — que, a rigor, não seria,
principalmente considerado o pronunciamento na Ação Direta de Inconstitucionalidade
n. 492, uma Justiça propriamente do trabalho ou que detivesse a competência abrangente
para julgar todo e qualquer conflito de interesses resultante da relação de trabalho,
talvez fosse o caso de falar-se em Justiça dos empregados e dos empregadores e, melhor
diria, Justiça dos desempregados e dos ex-empregadores — tinha o seguinte teor:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios indivi-
duais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do
934 R.T.J. — 198

Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias


decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no
cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.
Quando, na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 492, formalizada não por
associação, mas pelo Procurador-Geral da República, perquiriu-se o alcance desse texto,
potencializou-se, a meu ver de forma acentuada, a mais não poder, o emprego do vocá-
bulo “empregadores”, sabidamente a pressupor uma relação jurídica regida pela Conso-
lidação das Leis do Trabalho, com o envolvimento de figuras qualificadas como empre-
gado e empregador.
O que houve em decorrência da Emenda Constitucional n. 45/2004? Uma ampliação
marcante — talvez considerados os novos ares da Justiça do Trabalho, com a anterior
exclusão dos leigos — da competência dessa mesma Justiça do Trabalho. E, aí, a Câmara
dos Deputados aprovou este texto:
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho” — não há mais a referência a
empregadores, tendo-se a alusão implícita a tomador de serviços — “abrangidos os
entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;”
A Proposta de Emenda à Constituição seguiu para o Senado, e, na Câmara Alta —
esse dado é importantíssimo —, sem que fosse apresentada qualquer emenda, houve a
inserção da seguinte expressão — esvaziando, portanto, a rigor, e segundo o vernáculo,
o que aprovado na Câmara: “exceto os servidores ocupantes de cargos criados por lei, de
provimento efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e fundações públicas dos
referidos entes da federação”, ou seja, Municípios, Estados e União.
O Sr. Ministro Carlos Britto: O art. 114, I, se Vossa Excelência me permite, não
necessita dessa explicitação.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Não é explicitação, mas uma restrição.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Porque esse conteúdo já se contém no art. 114, I.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Seria uma restrição ao texto aprovado pela Câmara.
O que se verificou? Constatou-se que tinha sido inserido algo que não refletiria a mani-
festação do Senado da República. Então, a duas mãos, tal como previsto no artigo 60 da
Constituição Federal, houve a promulgação do texto aprovado na Câmara e também no
Senado. Este, em passo seguinte, remeteu à outra Casa Legislativa uma nova redação,
considerado o resquício da reforma do Judiciário, com aquele trecho que, sem votação,
fora incluído e depois expungido. Reconheceu-se explicitamente que a expressão — já
referida por mim — “exceto os servidores ocupantes” não fora objeto de deliberação.
Leio o texto que está em vigor, decorrente da Emenda Constitucional n. 45/2004:
“Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo ou da administração pública direta e indireta da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios; (...)”
R.T.J. — 198 935

Não tivesse havido aquela inserção, já reconhecida pelo próprio Senado como
indevida, seria dado questionar, a ponto de emprestar interpretação conforme a Carta,
não o texto primitivo, mas o novo teor do inciso I do artigo 114?
A resposta, para mim, é desenganadamente negativa. A interpretação conforme,
estampada na liminar do Ministro Nelson Jobim, implica, sim, a prevalência do que teria
sido inserido indevidamente — como veio a reconhecer, repito, mediante promulgação,
o próprio Senado da República — no texto. Estaremos, prevalente a liminar de Sua
Excelência, a atuar como legisladores positivos e não como legisladores negativos. Por
quê? Porque, consoante foi promulgado, o texto não permite dúvidas quanto à impossi-
bilidade de se distinguir a espécie de relação jurídica a aproximar o prestador dos servi-
ços do tomador de serviços, envolvido o ente público.
Assim, peço vênia ao Relator e aos que o acompanharam para não referendar a
liminar.

ESCLARECIMENTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: O texto anterior aludia a empregadores. Tanto que,
no julgamento da ação direta de inconstitucionalidade, assentamos que compete à Jus-
tiça do Trabalho julgar as ações oriundas do contrato de trabalho — porque levamos em
consideração a referência, na cabeça do artigo, a empregadores — e à Justiça Federal ou
à Justiça comum, conforme o tomador dos serviços, as causas decorrentes de regime
especial.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Embora continue esta cláusula, acho que inu-
tilmente.
Mas, tirante a menção à administração indireta, veja V. Exa.:
No inciso I:
“Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho” (...)
E, no inciso IX:
“IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.”
Ficou redundante.
O certo é que a argüição de inconstitucionalidade formal, com todas as vênias, é
incompreensível, porque o texto promulgado é exatamente aquele aprovado, em dois
turnos, pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. O Senado aditava-lhe outro texto —
não vou discutir se substancialmente novo, se redundante ou não. Esse outro texto não
foi promulgado. Então, em relação ao controle de inconstitucionalidade da norma pro-
mulgada, a argüição de inconstitucionalidade formal é absolutamente impertinente. Ela
não tem objeto.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Mas, se a alegação for mal, nós a rejeitamos.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Então, Vossa Excelência não vê distinção entre o
texto primitivo, que levou ao pronunciamento na Ação Direta de Inconstitucionalidade
n. 492-1, e o atual?
936 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Marco Aurélio: E também a empregadores. O atual não se refere


mais.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Mas essa cláusula não altera o teor da cabeça,
porque continua existindo.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): A redação do caput, hoje, é diferente.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Então, nós assentamos que, via emenda constituci-
onal, não se pode realmente ampliar a competência da Justiça do Trabalho, mas é viável
mediante legislação ordinária.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Mas, Ministro, para que a lei ordinária se o próprio
texto que veio à balha, mediante a Emenda Constitucional n. 45/2004, é abrangente? Já
não distingue se envolvido o empregador ou não?

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Sra. Presidente, devo deixar esclarecido, ape-
nas para documentação, que a minha convicção permanece a mesma do voto que proferi
na ADI 492.
Depois de haver acompanhado o eminente Relator, Ministro Carlos Velloso, no
que declarava inconstitucional a previsão de dissídios coletivos, que me pareciam efeti-
vamente incompatíveis com o estrito regime de legalidade do regime jurídico dos servi-
dores públicos, prossegui.
“Com relação aos dissídios individuais, no entanto, peço vênia ao eminente
Relator para acompanhar o brilhante voto do eminente Ministro Marco Aurélio.
Muito sinteticamente, Senhor Presidente, no artigo 114, há duas normas dis-
tintas: uma, de outorga constitucional direta e imediata de competência à Justiça
do Trabalho para os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empre-
gadores. Essa alusão a ‘empregadores’, a meu ver, na linguagem constitucional,
exclui as pessoas de direito público enquanto parte na relação de trabalho com os
seus servidores, quando regida pelo Direito Administrativo. É ela exclusiva dos
dissídios decorrentes da relação de emprego, de que podem ser partes a União, os
Estados e os Municípios, como se depreende da explícita e reiterada menção a
‘empregos públicos’ em várias passagens do artigo 37 da Constituição, as quais,
evidentemente, não se limitam a referir-se a situações residuais de emprego público:
tanto, por exemplo, que o inciso II submete ao princípio do concurso público
também o acesso aos empregos públicos. Conseqüências dessa dicotomia, cargos
e empregos públicos, em face da regra do regime único, é questão que, a meu ver,
ultrapassa os limites da presente argüição.
Mas há — acentuei então —, no artigo 114 da Constituição, outra norma,
Senhor Presidente, que já não é de outorga direta de competência à Justiça do
Trabalho, mas de expressa reserva de competência ao legislador ordinário para
estender à jurisdição da Justiça do Trabalho a ‘outras controvérsias decorrentes da
relação de trabalho’. Não consigo me convencer — concluí — que a relação do
Estado com os seus servidores, ainda que regida pelo chamado regime estatutário,
R.T.J. — 198 937

não seja uma ‘relação de trabalho’. Ficou à opção do legislador definir a Justiça
competente para compor as lides dela oriundas. Por isso, legitimamente, a meu ver,
optou a lei pela competência da Justiça do Trabalho.”
Não obstante, para não contrariar a solidão do Ministro Marco Aurélio, eu vou
acompanhar, com todas as ressalvas, o voto do eminente Ministro Relator.
Já tenho manifestado, neste Plenário, o horror que me causa o estado de incerteza
jurídica acerca de competência.
E, efetivamente, a maioria que se formou é coerente com a decisão da ADI 492.
Veja-se que o meu voto fundava-se não naquela passagem do caput do original art.
114 da Constituição, que se referia a dissídios entre empregadores e trabalhadores, mas
sim na possível inclusão por lei, na competência da Justiça do Trabalho, de “outras
controvérsias decorrentes da relação de trabalho”. Mas o Plenário, naquele caso, não
aceitou essa leitura de “relação de trabalho” e, por isso, declarou a inconstitucionalidade
da Lei do Regime Jurídico Único que as atribuía, expressamente, à Justiça do Trabalho,
no meu modo de ver, porém vencido, autorizada expressamente pela cláusula de abertura
da Constituição.
Ora, neste caso e se cuidando de medida cautelar, acho que manter essa coerência
com a decisão anterior é de alta conveniência para não deixar em aberto a discussão e
gerar uma polêmica jurisdicional entre a Justiça do Trabalho, a Justiça Federal e a Justiça
Estadual acerca da matéria.
Por isso — já não tenho esperança de participar da decisão de mérito —, creio que,
até a decisão de mérito, o mais prudente é manter o status quo, coerente, repito, com a
decisão da maioria, que entendeu que alusão constitucional à relação de trabalho não
compreendia a chamada relação estatutária da função pública.
Assim, embora concordando, no fundo, com o Ministro Marco Aurélio, eu acom-
panho o voto do Ministro Relator por esse juízo de conveniência num julgamento
liminar.

ESCLARECIMENTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Sr. Presidente, eu não vou fazer objeção,
pois acho que a esta altura é inútil levantar polêmica, mas trazer um dado. Eu não quis
adentrar mais profundamente a questão, nesse juízo superficial, de cognição sumária,
mas, parece-me, também, com o devido respeito, que a expressão “relação de trabalho”
pode ser tomada em dois sentidos: primeiro, no sentido sociológico; segundo, no sentido
jurídico.
No sentido sociológico, ela tem uma abrangência dentro da qual cabe até a locação
de serviço disciplinada pelo Código Civil. A pergunta é: quando a Constituição, na sua
redação original, aludiu à relação de trabalho, remeteu ao significado corrente na área
sociológica ou tomou emprestado conceito típico do Direito do Trabalho? A relação de
trabalho é também conceito típico no campo do Direito do Trabalho e exclui do seu
âmbito as relações estatutárias.
Acho que essa era uma das causas não explicitadas que compuseram as razões da
maioria na ADI n. 492.
938 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Carlos Britto: Tenho para mim, Excelência, a propósito do seu
questionamento, que o uso do substantivo “trabalho”, desde a Constituição originária,
foi ampliativo, no sentido sociológico. Daí por que o artigo 193 contém a mais enfática
proclamação de prestígio a essa atividade, ao dizer a Constituição que “A ordem social
tem como base o primado do trabalho”.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Não me refiro à palavra “trabalho”, mas à
expressão “relação de trabalho”, que é conceito típico do Direito do Trabalho e que
equivale a “relação de emprego”.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Ministro, é possível que, na Constituição originária, a
expressão, não a palavra, mas a expressão “relação de trabalho” se cingisse ao aspecto
trabalhista, propriamente dito, ou ao aspecto empregatício. Não mais depois da Emenda 45.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Ministro Carlos Ayres Britto, posso testemunhar
que, no setor público, trabalha-se muito.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sem dúvida. Mas, aqui, a Constituição estabelece um
vínculo, um enlace lógico entre cargo público e regime estatutário.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Quando se negou a legitimação da CUT, o
Ministro Moreira Alves dizia que não aceitava que a sociedade se dividisse entre traba-
lhadores e vagabundos, porque ficaríamos na segunda categoria. Mas eu não concordei.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Nesta nossa decisão, agora tomada, penso que está
claro que somente se exclui da Justiça do Trabalho a relação propriamente estatutária, a
compreender, exclusivamente, a investidura em cargo em comissão e efetivo.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: No âmbito federal é contratual, segundo o disposto
no artigo 13 da Lei n. 8.112/90.
O Sr. Ministro Carlos Britto: V. Exa. tem essa tese da qual ouso discordar, respeito-
samente.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Está revelado no preceito que, na admissão do
servidor, será lavrado termo do qual constarão direitos e obrigações inalteráveis por
qualquer das partes.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Isso na Lei do Regime Único. Mas é uma improprie-
dade técnica que me parece, assim, flagrante, data venia.

VOTO
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Presidente): Tenho voto na matéria.
Acompanho o eminente Relator, para referendar a liminar deferida.

EXTRATO DA ATA
ADI 3.395-MC/DF — Relator: Ministro Cezar Peluso. Requerentes: Associação dos
Juízes Federais do Brasil – AJUFE (Advogados: Paulo Roberto Saraiva da Costa Leite e
outro) e Associação Nacional dos Magistrados Estaduais – ANAMAGES (Advogado:
Gustavo Alexandre Magalhães). Requerido: Congresso Nacional.
R.T.J. — 198 939

Decisão: O Tribunal, por maioria, rejeitou a questão preliminar de legitimidade


das requerentes suscitada pelo Ministro Marco Aurélio. Prosseguindo, o Tribunal, tam-
bém por maioria, vencido o Ministro Marco Aurélio, referendou a liminar concedida,
nos termos do voto do Relator. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie (Vice-Presi-
dente no exercício da Presidência). Ausentes, justificadamente, os Ministros Gilmar
Mendes e Eros Grau. Falou pelo amicus curiae, Associação Nacional dos Magistrados
da Justiça do Trabalho – ANAMATRA, o Dr. Alberto Pavie Ribeiro.
Presidência da Ministra Ellen Gracie, Vice-Presidente no exercício da Presidência.
Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Cezar
Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski. Procurador-Geral da
República, Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 5 de abril de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE 3.540 — DF

Relator: O Sr. Ministro Celso de Mello


Requerente: Procurador-Geral da República — Requerido: Presidente da Repú-
blica — Interessados: Estado de São Paulo, Estado de Minas Gerais, Confederação
Nacional da Indústria – CNI, Estado do Espírito Santo, Estado da Bahia, Instituto Brasilei-
ro de Mineração – IBRAM, Estado de Mato Grosso do Sul e Estado do Amazonas.
Meio ambiente — Direito à preservação de sua integridade (CF,
art. 225) — Prerrogativa qualificada por seu caráter de metaindividuali-
dade — Direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão) que con-
sagra o postulado da solidariedade — Necessidade de impedir que a
transgressão a esse direito faça irromper, no seio da coletividade, conflitos
intergeneracionais — Espaços territoriais especialmente protegidos
(CF, art. 225, § 1º, III) — Alteração e supressão do regime jurídico a eles
pertinente — Medidas sujeitas ao princípio constitucional da reserva de
lei — Supressão de vegetação em área de preservação permanente —
Possibilidade de a administração pública, cumpridas as exigências legais,
autorizar, licenciar ou permitir obras e/ou atividades nos espaços territo-
riais protegidos, desde que respeitada, quanto a estes, a integridade dos
atributos justificadores do regime de proteção especial — Relações entre
economia (CF, art. 3º, II, c/c o art. 170, VI) e ecologia (CF, art. 225) —
Colisão de direitos fundamentais — Critérios de superação desse estado
de tensão entre valores constitucionais relevantes — Os direitos básicos
da pessoa humana e as sucessivas gerações (fases ou dimensões) de direitos
(RTJ 164/158, 160–161) — A questão da precedência do direito à pre-
servação do meio ambiente: uma limitação constitucional explícita à
atividade econômica (CF, art. 170, VI) — Decisão não referendada —
Conseqüente indeferimento do pedido de medida cautelar.
940 R.T.J. — 198

A preservação da integridade do meio ambiente: expressão constitu-


cional de um direito fundamental que assiste à generalidade das pessoas.
— Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Trata-se de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimen-
são), que assiste a todo o gênero humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, ao
Estado e à própria coletividade, a especial obrigação de defender e pre-
servar, em benefício das presentes e futuras gerações, esse direito de
titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158-161). O
adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, representa a garantia
de que não se instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos
intergeneracionais marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade,
que a todos se impõe, na proteção desse bem essencial de uso comum das
pessoas em geral. Doutrina.
A atividade econômica não pode ser exercida em desarmonia com os
princípios destinados a tornar efetiva a proteção ao meio ambiente.
— A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida
por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de ín-
dole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a ativi-
dade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está
subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a
“defesa do meio ambiente” (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo
e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente
cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente
laboral. Doutrina.
Os instrumentos jurídicos de caráter legal e de natureza constitucional
objetivam viabilizar a tutela efetiva do meio ambiente, para que não se alterem
as propriedades e os atributos que lhe são inerentes, o que provocaria inacei-
tável comprometimento da saúde, segurança, cultura, trabalho e bem-estar
da população, além de causar graves danos ecológicos ao patrimônio
ambiental, considerado este em seu aspecto físico ou natural.
A questão do desenvolvimento nacional (CF, art. 3º, II) e a necessidade
de preservação da integridade do meio ambiente (CF, art. 225): o princípio
do desenvolvimento sustentável como fator de obtenção do justo equilí-
brio entre as exigências da economia e as da ecologia.
— O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado
de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador
em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e re-
presenta fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da eco-
nomia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postu-
lado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais
relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa
nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos
fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem
de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor
das presentes e futuras gerações.
R.T.J. — 198 941

O art. 4º do Código Florestal e a Medida Provisória n. 2.166-67/2001:


um avanço expressivo na tutela das áreas de preservação permanente.
— A Medida Provisória n. 2.166-67, de 24-8-2001, na parte em que
introduziu significativas alterações no art. 4o do Código Florestal, longe
de comprometer os valores constitucionais consagrados no art. 225 da
Lei Fundamental, estabeleceu, ao contrário, mecanismos que permitem
um real controle, pelo Estado, das atividades desenvolvidas no âmbito
das áreas de preservação permanente, em ordem a impedir ações preda-
tórias e lesivas ao patrimônio ambiental, cuja situação de maior vulne-
rabilidade reclama proteção mais intensa, agora propiciada, de modo
adequado e compatível com o texto constitucional, pelo diploma norma-
tivo em questão.
— Somente a alteração e a supressão do regime jurídico pertinente
aos espaços territoriais especialmente protegidos qualificam-se, por
efeito da cláusula inscrita no art. 225, § 1º, III, da Constituição, como
matérias sujeitas ao princípio da reserva legal.
— É lícito ao Poder Público — qualquer que seja a dimensão
institucional em que se posicione na estrutura federativa (União, Estados-
Membros, Distrito Federal e Municípios) — autorizar, licenciar ou permitir
a execução de obras e/ou a realização de serviços no âmbito dos espaços
territoriais especialmente protegidos, desde que, além de observadas as
restrições, limitações e exigências abstratamente estabelecidas em lei, não
resulte comprometida a integridade dos atributos que justificaram, quanto
a tais territórios, a instituição de regime jurídico de proteção especial (CF,
art. 225, § 1º, III).

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tri-
bunal Federal, em Sessão Plenária, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por maioria de votos, negar referendo à decisão que deferiu o pedido de
medida cautelar, restaurando-se, desse modo, em plenitude, a eficácia e a aplicabilidade
do diploma legislativo ora impugnado nesta sede de fiscalização abstrata, nos termos do
voto do Relator, vencidos os Ministros Carlos Britto e Marco Aurélio. Votou o Presidente,
Ministro Nelson Jobim. Ausentes, justificadamente, o Ministro Carlos Velloso e, neste
julgamento, o Ministro Gilmar Mendes. Falaram, pelo requerente, o Dr. Antonio
Fernando Barros e Silva de Souza, Procurador-Geral da República; pela Advocacia-
Geral da União, o Dr. Álvaro Augusto Ribeiro Costa, Advogado-Geral da União; pelos
amici curiae, Estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, pela Confederação
Nacional da Indústria – CNI e pelo Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, respec-
tivamente, os Doutores José do Carmo Mendes Júnior, Procurador-Geral do Estado em
exercício, Lyssandro Norton Siqueira, Procurador-Geral do Estado, Maria Cristina de
Moraes, Procuradora-Geral do Estado em exercício, Maria Luiza Werneck dos Santos e
Marcelo Lavocat Galvão.
Brasília, 1º de setembro de 2005 — Nelson Jobim, Presidente — Celso de Mello,
Relator.
942 R.T.J. — 198

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Celso de Mello: O eminente Senhor Procurador-Geral da República,
ao ajuizar a presente ação direta, argüiu a inconstitucionalidade do art. 4º, caput e §§
1º a 7º, da Lei n. 4.771, de 15-9-1965 (Código Florestal), na redação dada pela Medida
Provisória n. 2.166-67, de 24-8-2001.
As normas legais ora impugnadas possuem o seguinte conteúdo material (fls.
09/16):
“Art. 4º A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente
poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devida-
mente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando
inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto.
§ 1º A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização
do órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando couber, do
órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º deste
artigo.
§ 2º A supressão de vegetação em área de preservação permanente situada em
área urbana, dependerá de autorização do órgão ambiental competente, desde que
o município possua conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e plano
diretor, mediante anuência prévia do órgão ambiental estadual competente funda-
mentada em parecer técnico.
§ 3º O órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão eventual e
de baixo impacto ambiental, assim definido em regulamento, da vegetação em
área de preservação permanente.
§ 4º O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da auto-
rização para a supressão de vegetação em área de preservação permanente, as medi-
das mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreendedor.
§ 5º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e
mangues, de que tratam, respectivamente, as alíneas c e f do art. 2º deste Código,
somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.
§ 6º Na implantação de reservatório artificial é obrigatória a desapropriação
ou aquisição, pelo empreendedor, das áreas de preservação permanente criadas no
seu entorno, cujos parâmetros e regime de uso serão definidos por resolução do
Conama.
§ 7º É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação perma-
nente, para obtenção de água, desde que não exija a supressão e não comprometa
a regeneração e a manutenção a longo prazo da vegetação nativa.” (Grifei)
O eminente Senhor Ministro-Presidente do Supremo Tribunal Federal, durante o
período de férias forenses (julho de 2005), ao suspender, cautelarmente, a eficácia e
aplicabilidade do art. 1º da Medida Provisória n. 2.166-67, de 24-8-2001, na parte em
que alterou o art. 4º, caput e parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º, da Lei n. 4.771, de 15 de
setembro de 1965, que instituiu o Código Florestal, proferiu decisão que tem o seguinte
conteúdo (fls. 23/27):
R.T.J. — 198 943

“O Procurador-Geral da República ajuíza ADI contra o art. 1º da Medida


Provisória n. 2.166-67, de 24 agosto de 2001, na parte em que alterou o art. 4º,
caput e parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º, da Lei n. 4.771, de 15 de setembro de
1965.
Aponta a inconstitucionalidade formal dos referidos dispositivos por vio-
lação ao art. 225, § 1º, III, da Constituição Federal.
Está na inicial:
‘(...)
[os dispositivos ora atacados] tornam possível a supressão de área de
preservação permanente mediante mera autorização administrativa do órgão
ambiental, quando, em verdade, o legislador constituinte determinou que tal
supressão somente poderá ocorrer por meio de lei formal.
(...)
(...) somente a lei em sentido formal e específica, entendida esta como o
ato normativo emanado do Poder Legislativo e elaborada segundo os precei-
tos do devido processo legislativo constitucional, poderá autorizar a altera-
ção e/ou supressão dos espaços territoriais especialmente protegidos (...)
(...)’
Alega que o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, com fun-
damento na Medida Provisória atacada
‘(...)
(...) está prestes a autorizar, por meio de resolução, que o gestor
ambiental local apure a ‘utilidade pública’ de um empreendimento de mine-
ração e autorize, sem lei, a supressão da vegetação em área de preservação
permanente.
(...)’ (fl. 7)
E que
‘(...)
Tal fato (...) poderá acarretar prejuízos irreparáveis ao bem ambiental, uma
vez que fundado unicamente na discricionariedade do gestor ambiental de dizer o
que é utilidade pública, quando essa avaliação evidentemente extrapola a questão
ambiental. [via de conseqüência] Abre-se a porta, por exclusivos interesses econô-
micos, especialmente minerários, para a extinção de espaços territoriais protegidos
e essenciais à proteção e defesa dos ecossistemas.
(...)’ (fl. 7)
E ainda que
‘(...)
A 78ª Reunião do Conama será realizada nos próximos dias 27 e 28 de
julho de 2005 (...), o que comprova a necessidade de concessão de medida
944 R.T.J. — 198

cautelar com base no art. 10, § 3º, da Lei n. 9.868/99, ‘sem a audiência dos
órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impug-
nado’.
(...)’ (fl. 7)
Requer a concessão de medida cautelar com fundamento no art. 10, § 3º, da
Lei 9.868/99 e no art. 170 do Regimento Interno.
Decido.
Em exame prévio, verificam-se presentes os pressupostos necessários para o
deferimento da medida cautelar.
A inicial anuncia a proximidade da 78ª Reunião Ordinária do Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão consultivo e deliberativo do
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente, que será realizada nos dias 27
e 28 de julho de 2005 (fls. 17/20).
Ocorre que, com fundamento no art. 4º da Medida Provisória ora impugnada,
o Conama, por meio de Resolução, pode vir a autorizar o gestor ambiental local a
suprimir a vegetação de uma área de preservação permanente, para fins de ‘empre-
endimento de mineração’ (fl. 7).
A Constituição Federal impõe ao Poder Público o dever de defender e proteger
o meio ambiente para as presentes e futuras gerações (art. 225, caput, da CF).
Ora, a extração de minério causa danos irreparáveis e irreversíveis ao meio
ambiente, eis que a área em que a atividade for desenvolvida não voltará ao seu
estado anterior, presente por este motivo o periculum in mora.
O fumus boni iuris encontra-se na norma constitucional (art. 225, § 3º, III, da
CF) que autoriza a supressão de área de preservação permanente somente por lei.
Daí que a concessão da medida permitirá uma análise mais aprofundada
sobre o tema e, ao mesmo tempo, não impedirá o perecimento do direito de even-
tuais interessados na exploração ambiental.
Assim, defiro o pedido de medida cautelar para suspender, ad referendum
do Plenário, até o julgamento final desta ação, a eficácia do art. 4º, caput, e
parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º, da Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965.
Comunique-se, com urgência, o teor desta decisão ao Diretor do Conama e
ao Procurador-Geral da República.
Solicitem-se informações.” (Grifei)
O Senhor Presidente da República prestou as informações que lhe foram solicita-
das (fls. 48/133) e, nelas, defendeu a legitimidade constitucional da Medida Provisória
n. 2.166-67/2001, editada por seu antecessor, assinalando que o diploma legislativo
em causa não transgrediu a norma constitucional de parâmetro (CF, art. 225, § 1º, n. III).
Em conseqüência de tal posição, o Chefe do Poder Executivo da União pediu a
reconsideração do ato decisório ora submetido ao referendo desta Suprema Corte (fls.
178/195), destacando, com apoio em parecer do ilustre Consultor Jurídico do Ministé-
rio do Meio Ambiente, Dr. Gustavo Trindade, as seguintes conclusões:
R.T.J. — 198 945

“I - as áreas de preservação permanente incluem-se no conceito de ‘espaços


especialmente protegidos’, nos termos do art. 225, § 1º, inciso III da Constituição
Federal, juntamente com as Unidades de Conservação e a Reserva Legal;
II - a interpretação/aplicação dos preceitos constitucionais em debate não
podem desbordar da lógica do razoável. Com efeito, o preceito constitucional em
foco não poderá conduzir à conclusão de que qualquer atividade humana, em
‘espaços territoriais especialmente protegidos’, dependa, diretamente, de autori-
zação legislativa. A interpretação do enunciado em tais termos esvaziaria a ação
administrativa, concentrando-a no Parlamento;
III - o texto constitucional em análise expressa a necessidade de lei especifica
para a alteração e a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos,
jamais para a supressão de vegetação nestas áreas. O corte de vegetação em área de
preservação permanente não acarreta a supressão da APP, tanto que o Código
Florestal Federal reconhece, textualmente (art.1º, § 2º, inciso II), a existência de área
de preservação permanente, mesmo em espaços desprovidos de vegetação;
IV - não depende de lei o ato administrativo que, nos termos da legislação que
disciplina referido espaço, nele autoriza, licencia ou permite obras ou atividade;
V - o art. 225, § 1º, inciso III da Constituição Federal determina uma dupla
condição para que se promovam alterações ou supressões de espaços territoriais
especialmente protegidos: a) existência de prévia lei autorizativa e b) vedação de
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
VI - a lei autorizativa para uma eventual supressão de vegetação em área de
preservação permanente estabelecida pelo artigo 4º é o próprio Código Florestal
(art. 3º, § 1º e art. 4º). Portanto, não há necessidade de uma lei específica que
autorize a supressão de vegetação em área de preservação permanente;
VII - a segunda condição constitucional, para que se possa alterar ou suprimir
um espaço territorial especialmente protegido, é que tal alteração ou supressão
não implique qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção. Tal dispositivo só pode ser compreendido em conso-
nância com a exigência constitucional do licenciamento ambiental para obras ou
atividades potencialmente poluidoras ou causadoras de degradação do meio am-
biente;
VIII - entender que não é possível aos órgãos ambientais autorizar a supres-
são de vegetação em APP, cabendo tal possibilidade, exclusivamente, ao Poder
Legislativo é subverter o sistema constitucional das competências dos três pode-
res, atribuindo ao Legislativo o que é de competência do Executivo. Não depende
de lei o simples ato administrativo, que, vinculado à norma geral legal que disci-
plina o uso de determinado espaço territorial especialmente protegido, decide
sobre obras ou atividades a serem nele executadas;
IX - com as modificações introduzidas na legislação ambiental, as áreas de
preservação permanente se consolidaram como espaços em regra insuscetíveis
de utilização, ressalvados os casos em que, constatada a presença dos requisitos
946 R.T.J. — 198

previstos em lei, o órgão ambiental competente possa, com fulcro no interesse


público, devidamente caracterizado e motivado em procedimento administrativo
próprio, autorizar a retirada da vegetação e a conseqüente intervenção nesses
locais;
X - assim sendo, as disposições do art. 4º do Código Florestal Federal encon-
tram-se em perfeita harmonia com a Constituição Federal, em especial o seu art.
225, § 1º, inciso III.” (Grifei)
Os Estados de Minas Gerais (fls. 139/150), de São Paulo (fls. 153/154), do Espí-
rito Santo (fls. 268/274), da Bahia (fls. 280/285), de Mato Grosso do Sul (fls. 328/341)
e do Amazonas (fls. 364/377), bem assim a Confederação Nacional da Indústria – CNI
(fls. 205/239) e o Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM (fls. 294/295), foram por
mim admitidos na presente relação processual (fls. 201, 203, 264, 277, 287, 326, 343 e
379), na condição formal de “amici curiae” (Lei n. 9.868/99, art. 7º, § 2º), cabendo
assinalar que esses intervenientes, ao sustentarem a plena validade constitucional da
Medida Provisória em referência, postulam não seja referendada a r. decisão proferida
pelo eminente Senhor Ministro-Presidente desta Suprema Corte.
Para os fins a que se refere o art. 21, inciso V, do RISTF, submeto a decisão em
causa ao exame do Egrégio Plenário do Supremo Tribunal Federal.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Celso de Mello (Relator): Trata-se de ação direta, que, ajuizada
pelo eminente Procurador-Geral da República, objetiva o reconhecimento da inconsti-
tucionalidade do artigo 1º da Medida Provisória n. 2.166-67, de 24-8-2001, na parte em
que alterou o art. 4º, caput e §§ 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º, da Lei n. 4.771, de 15-9-1965, que
instituiu o Código Florestal.
O eminente Chefe do Ministério Público da União, ao deduzir a pretensão de
inconstitucionalidade que motivou a decisão ora objeto de apreciação por esta Suprema
Corte, sustenta que a referida Medida Provisória teria ofendido a norma inscrita no art.
225, § 1º, inciso III, da Constituição Federal, que assim dispõe:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibra-
do, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presen-
tes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
(...)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. (...).” (Grifei)
O autor da presente ação direta, para sustentar a pretendida declaração de
inconstitucionalidade, apóia-se na alegação de que, em face da norma de parâmetro
supostamente transgredida pela Medida Provisória em causa, os atos de modificação e/
R.T.J. — 198 947

ou de supressão dos espaços territoriais especialmente protegidos submetem-se ao pos-


tulado constitucional da reserva absoluta de lei em sentido formal (fls. 04/07):
“Depreende-se desta norma constitucional que somente a lei em sentido
formal e específica, entendida esta como o ato normativo emanado do Poder
Legislativo e elaborada segundo os preceitos do devido processo legislativo
constitucional, poderá autorizar a alteração e/ou supressão dos espaços territoriais
especialmente protegidos, condicionada à integridade dos atributos que justifi-
quem sua proteção.
Nesta esteira de raciocínio, tem-se, portanto, que a competência para auto-
rizar qualquer supressão de área de preservação permanente é exclusiva do Poder
Legislativo, não sendo tal competência objeto de delegação a autoridade admi-
nistrativa, in casu, órgão ambiental.
Não obstante o citado mandamento constitucional, a Medida Provisória
2.166-67/2001, nos dispositivos supra transcritos, transgredindo a ordem vigente,
tornou possível que o gestor de um órgão ambiental, portanto, de natureza admi-
nistrativa, subtraia uma competência que o Poder Constituinte atribui expressa-
mente ao Legislativo.
Deste modo, a Medida Provisória, ineludivelmente, viola o Princípio da
Reserva Legal consubstanciado no art. 225, § 1º, inciso III, da Carta Política, eis
que a expressão contida no dispositivo — ‘sendo a alteração ou supressão permi-
tidas somente através de lei’ — abriga uma manifestação absoluta do Princípio da
Reserva Legal, implicando dizer que a Constituição excluiu qualquer outra fonte
infralegal para disciplinar a matéria.
(...)
Ressai, assim, que as áreas de preservação permanente são espécies do
gênero espaço territorialmente protegido, recaindo sobre elas a vedação imposta
pelo dispositivo constitucional que não permite a sua alteração ou supressão,
exceto quando prevista em lei.
Portanto, é evidente a inconstitucionalidade dos dispositivos citados, pois
somente a lei em sentido estrito e específica poderá dispor das áreas de preser-
vação permanente e, ainda assim, desde que cuidando de não comprometer a
‘integridade dos atributos que justifiquem sua proteção’ (art. 225, § 1º, III). A lei
em hipótese alguma pode delegar ao administrador ou a ato normativo infralegal
o poder de determinar as hipóteses, em tese, ou os pressupostos para a supressão
de APP, ainda que criadas por ato administrativo.” (Grifei)
O exame da pretensão cautelar deduzida pelo eminente Procurador-Geral da Re-
pública — que veio a ser acolhida, no período de férias forenses, pelo Excelentíssimo
Senhor Ministro-Presidente do Supremo Tribunal Federal, em decisão ora submetida ao
referendo desta Corte — impõe algumas considerações preliminares em torno da
relevantíssima questão constitucional pertinente à proteção do meio ambiente.
Todos sabemos que os preceitos inscritos no art. 225 da Carta Política traduzem,
na concreção de seu alcance, a consagração constitucional, em nosso sistema de direito
positivo, de uma das mais expressivas prerrogativas asseguradas às formações sociais
contemporâneas.
948 R.T.J. — 198

Essa prerrogativa, que se qualifica por seu caráter de metaindividualidade, con-


siste no reconhecimento de que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado.
Trata-se, consoante já o proclamou o Supremo Tribunal Federal (RTJ 158/205-
206, Rel. Min. Celso de Mello), com apoio em douta lição expendida por Celso Lafer
(“A reconstrução dos Direitos Humanos”, pp. 131/132, 1988, Companhia das Letras),
de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste, de
modo subjetivamente indeterminado, a todo o gênero humano, circunstância essa que
justifica a especial obrigação — que incumbe ao Estado e à própria coletividade (Paulo
Affonso Leme Machado, “Direito Ambiental Brasileiro”, pp. 121/123, item n. 3.1, 13ª
ed., 2005, Malheiros) — de defendê-lo e de preservá-lo em benefício das presentes e
futuras gerações, evitando-se, desse modo, que irrompam, no seio da comunhão social,
os graves conflitos intergeneracionais marcados pelo desrespeito ao dever de solidari-
edade na proteção da integridade desse bem essencial de uso comum de todos quantos
compõem o grupo social.
Vale referir, Senhor Presidente, neste ponto, até mesmo em face da justa preo-
cupação revelada pelos povos e pela comunidade internacional em tema de direitos
humanos, que estes, em seu processo de afirmação e consolidação, comportam diversos
níveis de compreensão e abordagem, que permitem distingui-los em ordens, dimensões
ou fases sucessivas resultantes de sua evolução histórica.
Nesse contexto, e tal como enfatizado por esta Suprema Corte (RTJ 164/158-
161), impende destacar, na linha desse processo evolutivo, os direitos de primeira
geração (direitos civis e políticos), que compreendem as liberdades clássicas, negativas
ou formais, e que realçam o princípio da liberdade.
Os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais), de
outro lado, identificam-se com as liberdades positivas, reais ou concretas, pondo em
relevo, sob tal perspectiva, o princípio da igualdade.
Cabe assinalar, Senhor Presidente, que os direitos de terceira geração (ou de
novíssima dimensão), que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos,
genericamente, e de modo difuso, a todos os integrantes dos agrupamentos sociais,
consagram o princípio da solidariedade e constituem, por isso mesmo, ao lado dos
denominados direitos de quarta geração (como o direito ao desenvolvimento e o direito
à paz), um momento importante no processo de expansão e reconhecimento dos direi-
tos humanos, qualificados estes, enquanto valores fundamentais indisponíveis, como
prerrogativas impregnadas de uma natureza essencialmente inexaurível, consoante
proclama autorizado magistério doutrinário (Celso Lafer, “Desafios: ética e política”,
p. 239, 1995, Siciliano).
Cumpre rememorar, bem por isso, na linha do que vem de ser afirmado, a precisa
lição ministrada por Paulo Bonavides (“Curso de Direito Constitucional”, p. 481, item
n. 5, 4ª ed., 1993, Malheiros), que confere particular ênfase, dentre os direitos de terceira
geração (ou de novíssima dimensão), ao direito a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado:
“Com efeito, um novo pólo jurídico de alforria do homem se acrescenta
historicamente aos da liberdade e da igualdade. Dotados de altíssimo teor de
R.T.J. — 198 949

humanismo e universalidade, os direitos da terceira geração tendem a cristalizar-


se neste fim de século enquanto direitos que não se destinam especificamente à
proteção dos interesses de um indivíduo, de um grupo ou de um determinado
Estado. Têm primeiro por destinatário o gênero humano mesmo, num momento
expressivo de sua afirmação como valor supremo em termos de existencialidade
concreta. Os publicistas e juristas já os enumeram com familiaridade, assinalando-
lhes o caráter fascinante de coroamento de uma evolução de trezentos anos na
esteira da concretização dos direitos fundamentais. Emergiram eles da reflexão
sobre temas referentes ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comuni-
cação e ao patrimônio comum da humanidade.” (Grifei)
A preocupação com a preservação do meio ambiente — que hoje transcende o
plano das presentes gerações, para também atuar em favor das gerações futuras (Paulo
Affonso Leme Machado, “Direito Ambiental Brasileiro”, pp. 123/124, item n. 3.2, 13ª
ed., 2005, Malheiros) — tem constituído, por isso mesmo, objeto de regulações
normativas e de proclamações jurídicas, que, ultrapassando a província meramente
doméstica do direito nacional de cada Estado soberano, projetam-se no plano das de-
clarações internacionais, que refletem, em sua expressão concreta, o compromisso das
Nações com o indeclinável respeito a esse direito fundamental que assiste a toda a
Humanidade.
A questão do meio ambiente, hoje, especialmente em função da Declaração de
Estocolmo sobre o Meio Ambiente (1972) e das conclusões da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio/92), passou a compor um dos
tópicos mais expressivos da nova agenda internacional (Geraldo Eulálio do Nasci-
mento e Silva, “Direito Ambiental Internacional”, 2ª ed., 2002, Thex Editora), parti-
cularmente no ponto em que se reconheceu, ao gênero humano, o direito fundamental
à liberdade, à igualdade e ao gozo de condições de vida adequada, em ambiente que lhe
permita desenvolver todas as suas potencialidades em clima de dignidade e de bem-
estar.
Extremamente valioso, sob o aspecto ora referido, o douto magistério expendido
por José Afonso da Silva (“Direito Ambiental Constitucional”, pp. 69/70, item n. 7, 4ª
ed./2ª tir., 2003, Malheiros):
“A ‘Declaração de Estocolmo’ abriu caminho para que as Constituições
supervenientes reconhecessem o meio ambiente ecologicamente equilibrado
como um ‘direito fundamental’ entre os direitos sociais do Homem, com sua
característica de ‘direitos a serem realizados’ e ‘direitos a não serem perturbados.
(...)
O que é importante (...) é que se tenha a consciência de que o direito à vida,
como matriz de todos os demais direitos fundamentais do Homem, é que há de
orientar todas as formas de atuação no campo da tutela do meio ambiente. Cumpre
compreender que ele é um fator preponderante, que há de estar acima de quaisquer
outras considerações como as de desenvolvimento, como as de respeito ao direito
de propriedade, como as da iniciativa privada. Também estes são garantidos no
texto constitucional, mas, a toda evidência, não podem primar sobre o direito
fundamental à vida, que está em jogo quando se discute a tutela da qualidade do
950 R.T.J. — 198

meio ambiente. É que a tutela da qualidade do meio ambiente é instrumental no


sentido de que, através dela, o que se protege é um valor maior: ‘a qualidade da
vida’.” (Grifei)
Dentro desse contexto, Senhor Presidente, emerge, com nitidez, a idéia de que o
meio ambiente constitui patrimônio público a ser necessariamente assegurado e pro-
tegido pelos organismos sociais e pelas instituições estatais, qualificando-se como en-
cargo irrenunciável que se impõe — sempre em benefício das presentes e das futuras
gerações — tanto ao Poder Público quanto à coletividade em si mesma considerada
(Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “Polícia do Meio Ambiente”, in Revista Forense
317/179, 181; Luís Roberto Barroso, “A proteção do meio ambiente na Constituição
brasileira”, in Revista Forense 317/161, 167-168, v.g.).
Na realidade, Senhor Presidente, o direito à integridade do meio ambiente cons-
titui prerrogativa jurídica de titularidade coletiva, refletindo, dentro do processo de
afirmação dos direitos humanos, a expressão significativa de um poder deferido, não
ao indivíduo identificado em sua singularidade, mas, num sentido verdadeiramente
mais abrangente, atribuído à própria coletividade social.
O reconhecimento desse direito de titularidade coletiva, tal como se qualifica o
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, constitui, portanto, uma realidade
a que não mais se mostram alheios ou insensíveis, como precedentemente enfatizado, os
ordenamentos positivos consagrados pelos sistemas jurídicos nacionais e as formulações
normativas proclamadas no plano internacional, como enfatizado por autores eminentes
(José Francisco Rezek, “Direito Internacional Público”, pp. 223/224, item n. 132, 1989,
Saraiva; José Afonso da Silva, “Direito Ambiental Constitucional”, pp. 46/57 e 58/70, 4ª
ed./2ª tir., 2003, Malheiros).
Dentro desse contexto, e com absoluta fidelidade aos valores constitucionais
suscetíveis de tutela estatal e de proteção social, editou-se a Medida Provisória em
questão, e de cuja prática, ao longo destes últimos quatro (04) anos — tal como ates-
tam as informações prestadas pelo Senhor Presidente da República (fls. 48/132) e acen-
tuam as diversas manifestações produzidas pelos amici curiae (fls. 139/150, 153/176,
268/275, 280/285, 328/341, 205/262, 294/324 e 364/377) — não resultou o alegado
efeito lesivo e predatório ao patrimônio ambiental, como temido pelo eminente Senhor
Procurador-Geral da República.
É por essa razão, salvo melhor juízo, e não obstante o justo receio divisado pelo
eminente Senhor Ministro-Presidente desta Suprema Corte, cuja decisão reflete o alto
espírito público que a norteou, que entendo não deva subsistir, na espécie, a medida
que implicou a suspensão cautelar da eficácia do ato estatal impugnado, especialmente
se se considerarem os elementos referidos pelo ilustre Consultor Jurídico do Ministério
do Meio Ambiente, Dr. Gustavo Trindade, em sua excelente análise do sentido, do
alcance e da finalidade das normas ora impugnadas:
“Importante analisar, pontualmente, alguns dos dispositivos do art. 4º do
Código Florestal Federal que restam suspensos, bem como avaliar os efeitos de
tal decisão cautelar.
a) ‘Art. 4º A supressão de vegetação em área de preservação permanente so-
mente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social,
R.T.J. — 198 951

devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio,


quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto’.
— A suspensão do caput do art. 4º retira a garantia de que a supressão de
vegetação em área de preservação permanente somente poderia ser permitida em
caso de utilidade pública ou de interesse social. (...).
— o caput do art. 4º prevê a possibilidade de supressão de vegetação em área
de preservação permanente somente nos casos de utilidade pública e interesse
social e quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento
proposto. A possibilidade de permissão de supressão de vegetação em área de
preservação permanente, quando tal intervenção for possível ou viável noutra
área, fere diretamente o regime jurídico em questão.
b) ‘§ 1º A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autoriza-
ção do órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando cou-
ber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º
deste artigo’.
— a decisão cautelar retirou a possibilidade de órgão ambiental, no estrito
cumprimento da legislação ambiental, autorizar a supressão de vegetação em
APP. Ou seja, aos órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente — SISNAMA,
com longa tradição e competência técnica na avaliação de estudos de impactos
ambientais, não mais compete praticar atos administrativos que envolvam autori-
zação para a supressão de vegetação em APP. Como efeito da decisão cautelar,
cabe ao Poder Legislativo autorizar a supressão de vegetação, invertendo-se o
sistema constitucional de competências, atribuindo-se ao Legislativo o que é
competência do Poder Executivo.
c) ‘§ 3º O órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão eventual
e de baixo impacto ambiental, assim definido em regulamento, da vegetação em
área de preservação permanente’.
— a suspensão de tal dispositivo impede que o órgão ambiental possa auto-
rizar a supressão eventual e de baixo impacto ambiental de vegetação em área de
preservação permanente. A implantação de um pontilhão para a travessia de um
curso d’água, a implantação de instalações para captação e condução de água para
abastecimento doméstico, a construção de cerca de divisas de propriedades, a
realização de trilhas de ecoturismo, a pesquisa científica, dentre outras atividades
usuais e de pequeno impacto ambiental, estão vedadas de serem realizadas. So-
mente lei específica poderá autorizar tais tipos de intervenções.
d) ‘§ 4º O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da
autorização para a supressão de vegetação em área de preservação permanente,
as medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empre-
endedor’.
— não há mais a exigência legal de que a supressão de vegetação em área de
preservação permanente seja condicionada à realização de medidas mitigadoras e
compensatórias pelo empreendedor.
952 R.T.J. — 198

e) ‘§ 7º É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação


permanente, para obtenção de água, desde que não exija a supressão e não compro-
meta a regeneração e a manutenção a longo prazo da vegetação nativa’.
— (...) a decisão cautelar que suspendeu a eficácia do art. 4º do Código
Florestal impede o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação permanen-
te, para obtenção de água. O acesso de pessoas e animais às áreas de preservação
permanente, para obtenção de água, por ilegal, submete seus infratores às penali-
dades da Lei 9.605, de 12-2-1998, que dispõe sobre as sanções penais e administra-
tivas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências.” (Grifei)
Os motivos que me levam a assim compreender a questão, ao menos em juízo de
estrita delibação, prendem-se a essas razões e, ainda, aos fundamentos que o Excelen-
tíssimo Senhor Presidente da República, com igual consistência, bem expôs em sua
manifestação, na qual sustentou a plena validade jurídico-constitucional da Medida
Provisória editada por seu antecessor (fls. 180/190):
“Primeiramente, cumpre esclarecer que é equivocada a interpretação
conferida pelo requerente ao dispositivo constitucional utilizado como parâmetro
de controle (artigo 225, § 1º, inciso III).
Isso, porque o que a Constituição da República prevê como sendo de defini-
ção exclusivamente através de lei é a alteração e supressão de espaços territoriais
especialmente protegidos. Em contrapartida, o texto normativo impugnado auto-
riza, mediante procedimento administrativo próprio, a supressão de vegetação
em área de preservação permanente. Vale transcrever os dispositivos concer-
nentes, litteris:
Constituição da República:
‘Art. 225. (...)
§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pú-
blico:
(...)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.’
(Grifou-se);
Lei n. 4.771, de 15.09.65, com a redação dada pela MP n. 2.166-67, de
24.08.2001:
‘Art. 4º. A supressão de vegetação em área de preservação perma-
nente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de
interesse social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
empreendimento proposto.’ (Grifou-se).
R.T.J. — 198 953

Da leitura dos citados artigos, percebe-se que a nova redação conferida ao


Código Florestal não interfere na exigência constitucional de que os espaços
territoriais especialmente protegidos sejam alterados ou suprimidos somente atra-
vés de lei, pois o que se disciplinou foi a supressão da vegetação em área de
preservação permanente.
(...)
No mesmo sentido, ensina Édis Milaré:
‘Pensamos que a alteração e a supressão sujeitas à lei são as do próprio
regime jurídico que rege o espaço protegido. Vale dizer, depende de lei a
alteração ou revogação da legislação (...) que institui, delimita e disciplina
esse espaço protegido. Não depende de lei o ato administrativo que, nos
termos da legislação que disciplina referido espaço, nele autoriza, licen-
cia ou permite obras ou atividade’ (Grifou-se).
(...)
Ressalte-se, por fim, que, mesmo Paulo Affonso Leme Machado, que defende
que a ‘área de preservação permanente’ é espécie do gênero ‘espaço territorial
especialmente protegido’, não vislumbra inconstitucionalidade na norma im-
pugnada na presente ação direta, considerando que as alterações ao Código Flo-
restal, realizadas pela MP n. 2.166-67, de 2001, embora insuficientes, foram
benéficas e trouxeram certo avanço ao Direito Ambiental Brasileiro. Assim
preleciona o mencionado doutrinador:
‘O art. 4º do Código Florestal não usou a terminologia ‘Estudo Prévio
de Impacto Ambiental’, mas utilizou ‘procedimento administrativo pró-
prio’, que deverá compreender: a) as alternativas técnicas e locacionais
(art. 4º, caput) b) análise do impacto ambiental (art. 4º, § 2º), para poder
classificar o grau de importância desse impacto; e c) estudo de medidas
mitigadoras e compensatórias a serem adotadas se houver a supressão da
vegetação. Ao requerente da eliminação da APP caberá provar a não-exis-
tência de outras alternativas para o projeto, pois, sem essa prova, o pedido
obrigatoriamente será indeferido (art. 4º, caput).
Merece aplausos esta parte da legislação florestal (...).’ (destacou-se).
Com base em tal afirmação, vale evidenciar que a Medida Provisória n.
2.166-67, de 2001, trouxe mudanças benéficas à disciplina da supressão de vege-
tação em área de preservação permanente, pois, no regime anterior, não se garantia
que tal supressão apenas fosse autorizada quando existisse interesse social ou utili-
dade pública. Também não era previsto que somente diante de inexistência de
alternativa técnica e locacional ao empreendimento é que se permitiria a supressão.
(...).
(...)
Cumpre, então, ressaltar que o desígnio do legislador constituinte não foi
exigir lei específica para cada hipótese de supressão de vegetação em áreas de
preservação permanente. Exigiu-se, na verdade, uma lei autorizativa genérica,
954 R.T.J. — 198

disciplinando a forma pela qual tal supressão pode ser feita sem prejuízos para o
meio ambiente. E tal lei — genérica e abstrata como todas devem ser — já existe,
pelo menos em relação às APP’s, consubstanciando-se justamente no Código Flo-
restal.
Outro aspecto a ser considerado é que, ao prevalecer a tese defendida pelo
ilustre Procurador-Geral da República, de que haveria necessidade de lei em sen-
tido formal para qualquer caso de supressão de vegetação em espaço territorial
especialmente protegido, está-se conferindo elevado grau de casuísmo à edição
de normas que, por sua natureza, devem prever situações abstratas.
Com efeito, além de se impedir os órgãos públicos ambientais de autorizar
ou licenciar qualquer tipo de intervenção em espaços protegidos, ter-se-á a neces-
sidade de lei específica para cada caso de supressão de vegetação em tais áreas,
desde a implantação de um pequeno corredor de acesso de pessoas para obtenção
de água, por exemplo, até a construção de portos, gasodutos, hidrelétricas, dentre
inúmeras outras atividades de suma relevância para o desenvolvimento nacional.
Da mesma forma, com a concessão da medida cautelar, para que se possa derrubar
uma árvore em área protegida, é necessário que se edite uma lei.
Para que se possa vislumbrar a inviabilidade deste entendimento, vale
transcrever trecho da Informação n. 460/2005/CONJUR/MMA (em anexo), in
verbis:
‘24. Da mesma forma, haverá necessidade de lei específica, em sentido
estrito, para que possa ocorrer a supressão de uma árvore em área de Reserva
Legal. Cada autorização de corte deve, no entendimento exposto pelo Pro-
curador-Geral da República e acolhido, cautelarmente, pelo Presidente do
STF, ser objeto de aprovação de uma lei em sentido formal. Importante
referir que a Reserva Legal abrange 80% da área das propriedades rurais
situadas na Amazônia Legal, 35% da área das propriedades rurais localizadas
nas zonas de cerrado da Amazônia Legal e 20% da área das propriedades
rurais localizadas nas demais regiões do país.
25. Destaca-se, também, que supressão de qualquer vegetação em uni-
dade de conservação dependerá de autorização legislativa, caso a caso. Ve-
jamos o seguinte exemplo: a cidade de Brasília e sua região de entorno estão
localizados no interior de uma Área de Proteção Ambiental (APA do Planalto
Central), uma unidade de conservação de uso sustentável, criada nos termos
do art. 15 da Lei n. 9.985/00, que institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação. Vingando o entendimento exposto na peça inicial, toda e
qualquer intervenção nos recursos naturais, como o simples corte de uma
árvore exótica, somente será possível após lei autorizativa específica.’
Diante desse panorama, resta clara a improcedência da alegação no sentido
de se exigir lei específica para cada supressão de vegetação em área especial-
mente protegida. Esvazia-se o Poder Executivo, através dos órgãos competentes,
de suas atribuições, abarrotando-se o Poder Legislativo — Federal, Estadual e
Municipal — de projetos de leis desnecessárias.
R.T.J. — 198 955

Observe-se, ainda, que aquele que pretender a supressão de vegetação em


área protegida terá de se submeter à realização de ‘lobbies’ junto ao Congresso
Nacional, à Assembléia Legislativa ou à Câmara dos Vereadores, conforme o ente
federativo ao qual esteja sujeita a área que se pretende desmatar. (...).
Outro aspecto de relevo é a alegação do requerente de que a autorização,
pelo gestor ambiental local, de supressão de vegetação em área de preservação
permanente, por ser fundada ‘unicamente na discricionariedade (...) de dizer o que
é utilidade pública’, poderia viabilizar a extinção destes espaços ‘por exclusivos
interesses econômicos, especialmente minerários’. Ora, é evidente que a discriciona-
riedade de que se revestem os atos administrativos não permite que se possa
realizá-los em desconformidade com as restrições legais e constitucionais. Assim,
para que o gestor ambiental confira a autorização para a supressão de vegetação
em APP, ele deverá observar também a legalidade, a moralidade e todos os de-
mais princípios que regem o Direito Administrativo.
Diante de todo o exposto, conclui-se que não se faz presente o requisito do
‘fumus boni iuris’ para a concessão da medida cautelar.” (Grifei)
Sem prejuízo do reconhecimento da procedência de todos esses elementos expos-
tos pelo Senhor Presidente da República, em defesa da plena validade constitucional do
diploma normativo ora questionado, não constitui demasia destacar, na linha desse
mesmo entendimento, a precisa observação expendida por Édis Milaré (“Direito do
Ambiente”, pp. 220/222, item n. 8.4, 2000, RT), em magistério no qual ressalta, tendo
presente o que dispõe o art. 225, § 1º, III, da Constituição, que não depende de lei o ato
da Pública Administração que autoriza, licencia ou permite a execução de obras ou de
atividades nos espaços territoriais especialmente protegidos.
Eis, no ponto, Senhor Presidente, a lição desse eminente autor:
“Os ‘espaços territoriais especialmente protegidos’ a que alude a Consti-
tuição figuram hoje no rol dos Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambi-
ente (...). Vale dizer, o espaço territorial especialmente protegido é um dos instru-
mentos jurídicos para a implementação do direito constitucional ao ambiente
hígido e equilibrado, em particular no que se refere à estrutura e funções dos
ecossistemas.
Na prática, confundem-se eles com as conhecidas ‘unidades de conserva-
ção’, ou seja, aquelas áreas de interesse ecológico que, por características naturais
relevantes, recebem tratamento legal próprio, de molde a reduzir a possibilidade
de intervenções danosas ao meio ambiente.
(...)
Os espaços territoriais especialmente protegidos têm sido criados ora por
lei, ora por decreto, definindo-se seus limites e estabelecendo-se a disciplina do
uso, conservação ou preservação de seu território e dos recursos nele existentes.
É nesse contexto que se deve entender a Constituição.
O Poder Público deve definir espaços territoriais a serem protegidos. Pode
fazê-lo por lei ou por decreto. Porém, a alteração ou supressão desses espaços só
pode ser feita por lei, mesmo se criados, delimitados e disciplinados por decreto.
956 R.T.J. — 198

Questão que tem suscitado controvérsia diz com a necessidade de ‘lei’


para executar qualquer obra ou serviço nesses espaços territoriais, mesmo quando
admissíveis nos termos da lei ou do decreto que instituiu e disciplinou qualquer
desses territórios protegidos.
Pensamos que a alteração e a supressão sujeitas à lei são as do próprio
regime jurídico que rege o espaço protegido. Vale dizer, depende de lei a alteração
ou revogação da legislação — portanto também do decreto — que institui, delimita
e disciplina esse espaço protegido. Não depende de lei o ato administrativo que,
nos termos da legislação que disciplina esse espaço, nele autoriza, licencia ou
permite obras ou atividades.
Com efeito, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são independentes
e harmônicos entre si (art. 2º da Constituição). Ao Poder Legislativo cabe fazer as
leis (normas impessoais e gerais) que disciplinam determinada matéria, no caso o
espaço territorial protegido. Ao Poder Executivo cabe executar as leis e praticar os
atos administrativos (atos específicos e determinados) que, à luz da lei, decidem as
pretensões dos administrados.
Entender que ato administrativo, no caso, depende de lei é subverter o sistema
constitucional das competências dos três poderes, atribuindo ao Legislativo o que
é de competência do Executivo. Para que isso fosse possível seria necessária
expressa previsão constitucional, como é o caso do § 6º do art. 225 da Constitui-
ção, que sujeita à lei a localização de usinas nucleares.
À míngua dessa exceção, conclui-se, portanto: não depende de lei o simples
ato administrativo que, vinculado à norma legal que disciplina determinado
espaço territorial protegido, decide sobre obras ou atividades a serem nele exe-
cutadas.” (Grifei)
Esse entendimento é também exposto por José Afonso da Silva (“Direito
Ambiental Constitucional”, pp. 174/176, item n. 6, 4ª ed./2ª tir., 2003, Malheiros), cujo
magistério vale reproduzir, in extenso:
“O art. 4º, com redação da Medida Provisória 2.166-67, de 2001, estatui
que a ‘supressão de vegetação’ em área de preservação permanente somente poderá
ser autorizada em caso de utilidade pública ou interesse social, devidamente carac-
terizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir
alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. A autorização há de
ser dada pelo órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando
couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente; mas se a área estiver
situada em área urbana, a autorização do órgão ambiental competente só poderá
ocorrer se o Município possuir Conselho de Meio Ambiente com caráter deliberativo
e Plano Diretor, e ainda dependerá de anuência prévia do órgão ambiental estadual
competente e deverá ser fundamentada em parecer técnico. Em qualquer caso, o
órgão ambiental competente, antes de emitir a autorização, terá que indicar as
medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreende-
dor. Aqui (...) expressamente está admitida a supressão de vegetação em área de
preservação permanente por força da lei; é o que se autoriza no § 5º do art. 4º, com
cautela e rígida limitação, em relação à vegetação nativa protetora de nascente ou
de dunas e mangues, apenas em caso de utilidade pública.
R.T.J. — 198 957

Veja-se que aqui não se admite a supressão de áreas de preservação perma-


nente em si, mas apenas a ‘supressão de vegetação’. A diferença de redação em
relação ao art. 3º, § 1º (supressão total ou parcial), orienta a compreensão do art.
4º, que não autoriza o corte raso. Além de todas as cautelas e limitações formais
indicadas acima com base nos parágrafos do art. 4º, a supressão de vegetação só
será admissível no caso de utilidade pública e interesse social. Para tal efeito, a
própria lei define esses institutos. Têm-se como ‘utilidade pública’ (a) as atividades
de segurança nacional e proteção sanitária, (b) as obras essenciais de infra-estrutura
destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia e (c) demais
obras, planos, atividades ou projetos previstos em resolução do Conselho Nacional
do Meio Ambiente – CONAMA (art. 1º, § 2º, IV); e como ‘interesse social’ (a) as
atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais
como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de
invasores e proteção de plantios com espécies nativas, conforme resolução do
Conama, (b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pe-
quena propriedade ou posse rural familiar que não descaracterizem a cobertura
vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área e (c) demais obras, planos,
atividades ou projetos definidos em resolução do Conama.
Vê-se que a ‘utilidade pública’ inclui obras, atividades e serviços públicos
ainda quando o empreendimento seja realizado por particulares, tais como con-
cessionários de serviços públicos. Daí a razão do disposto no § 6º do art. 4º
quando declara que na implantação de reservatório artificial é obrigatória a desa-
propriação ou aquisição, pelo empreendedor, das áreas de preservação permanente
criadas no seu entorno, cujos parâmetros e regime de uso serão definidos por reso-
lução do Conama. Já no caso de ‘interesse social’, a supressão de vegetação em
área de preservação permanente só é admitida no interesse da proteção da própria
área. Tanto no caso da utilidade pública como no de interesse social se dá uma
faculdade ao Conama para, mediante resolução, definir demais obras, planos,
atividades ou projetos que possam gerar a possibilidade de supressão da vegetação
na área de preservação permanente. É preciso que se esclareça que a faculdade
que assim se confere ao Conama não é um cheque em branco que o autorize a
aplicar os ditames legais: tais obras, planos, atividades e projetos hão que se
enquadrar na mesma natureza dos que foram enumerados, respectivamente, como
de utilidade pública e de interesse social.” (Grifei)
Vê-se, portanto, que somente a alteração e a supressão do regime jurídico perti-
nente aos espaços territoriais especialmente protegidos é que se qualificam, por efeito
da cláusula inscrita no art. 225, § 1º, III, da Constituição, como matérias sujeitas ao
princípio da reserva de lei formal.
Quando se tratar, porém, de execução de obras ou de serviços a serem realizados em
tais espaços territoriais, cumpre reconhecer que, observadas as restrições, limitações e
exigências abstratamente estabelecidas em lei, tornar-se-á lícito ao Poder Público —
qualquer que seja o nível em que se posicione na estrutura federativa (União, Estados-
Membros, Distrito Federal e Municípios) — autorizar, licenciar ou permitir a realização
de tais atividades no âmbito dos espaços territoriais especialmente protegidos, desde que
não resulte comprometida a integridade dos atributos que justificaram, quanto a tais
territórios, a instituição de um regime jurídico de proteção especial.
958 R.T.J. — 198

Todas essas razões, associadas aos pronunciamentos emanados das entidades


intervenientes, convencem-me, ao menos em juízo de estrita delibação, de que a preten-
são de inconstitucionalidade deduzida pelo eminente Senhor Procurador-Geral da Re-
pública não se reveste da necessária plausibilidade jurídica.
Cabe referir, também, por necessário, que não me parece devidamente caracte-
rizada a situação configuradora de periculum in mora.
Tenho para mim, sob tal perspectiva, que a descaracterização desse pressuposto
essencial à concessão do provimento cautelar deriva de uma relevante circunstância de
ordem temporal, eis que o diploma normativo em questão, embora reeditado em 24-8-
2001 (há mais de quatro anos, portanto — fl. 16), só veio a ser impugnado, nesta sede
de fiscalização abstrata, em 18-7-2005 (fl. 02).
Vale registrar, neste ponto, não obstante a presente impugnação tenha por objeto
a MP n. 2.166-67/2001, que as alterações introduzidas no art. 4º do Código Florestal
resultaram de diploma normativo anterior consubstanciado na MP n. 1.956-50, de 26-
5-2000.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao pronunciar-se sobre esse es-
pecífico aspecto concernente à questão do periculum in mora, já advertiu que “O tardio
ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade, quando já decorrido lapso tem-
poral considerável desde a edição do ato normativo impugnado, desautoriza — não
obstante o relevo jurídico da tese deduzida — o reconhecimento da situação
configuradora do periculum in mora, o que inviabiliza a concessão da medida cautelar
postulada” (RTJ 152/692-693, Rel. Min. Celso de Mello).
Há, ainda, um outro aspecto que assume relevo na espécie ora em exame, consi-
derada a preocupação revelada pelo eminente Senhor Ministro-Presidente desta Su-
prema Corte, quando, em sua decisão, assinalou que “a extração de minério causa
danos irreparáveis e irreversíveis ao meio ambiente, eis que a área em que a atividade
for desenvolvida não voltará ao seu estado anterior, presente por este motivo o
periculum in mora” (fl. 26).
Refiro-me ao fato de que, tal como bem observou o Senhor Presidente da Repú-
blica, a própria Constituição Federal, ao autorizar a interferência humana no meio
ambiente, com propósitos empresariais voltados à exploração econômica de recursos
minerais, impôs medida destinada a permitir a restauração das áreas afetadas por tal
atividade, prescrevendo, em seu art. 225, § 2º, que “Aquele que explorar recursos
minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solu-
ção técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei”.
É por tal motivo que o Chefe do Poder Executivo da União fez consignar, nestes
autos, a seguinte observação (fl. 191): “(...) é evidente que as resoluções que autorizem
a exploração de recursos minerais observarão este ditame constitucional, não existindo,
portanto, o risco apontado na inicial e na decisão concessiva de medida cautelar”.
Cumpre também destacar, neste ponto, as conseqüências, que, derivadas da
decisão ora em exame, já começam a se verificar, gerando, na espécie, verdadeiro
periculum in mora em sentido inverso, cuja ocorrência recomenda a pronta restaura-
ção da eficácia da Medida Provisória em causa.
R.T.J. — 198 959

Esse particular aspecto da questão assume especial gravidade, quando se tem


presente a ponderação feita pelo Senhor Presidente da República, fundada, não em um
receio puramente abstrato, mas apoiada em fatos efetivamente ocorrentes (fls. 191/
193):
“Na verdade, há a ocorrência de ‘periculum in mora’ inverso, pois o deferi-
mento da liminar, ao impor que qualquer supressão de vegetação se dê apenas
mediante lei em sentido estrito, além de gerar interferência indevida do Poder
Legislativo em seara que sempre pertenceu ao Poder Executivo, atingindo o prin-
cípio federativo, implicará na paralisação de atividades econômicas, obras de
saneamento básico e outros serviços. (...).
(...)
Todavia, esta situação já está se verificando. A Secretaria de Petróleo,
Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, atra-
vés do Memo n. 165/05/SPG, em anexo, lista os processos de emissão de licença
ambiental para a construção de gasodutos que estão suspensos em virtude da
concessão da medida liminar: são investimentos que variam de US$ 172 milhões
(cento e setenta e dois milhões de dólares) a US$ 1.300 milhões (um bilhão e
trezentos milhões de dólares). Ressalte-se que a paralisação desses empreendimen-
tos poderá comprometer o abastecimento de energia elétrica da Região Nor-
deste em 2007, uma vez que as usinas termelétricas representam cerca de 30%
(trinta por cento) da energia elétrica ali consumida. Com relação à Região Norte,
a implantação do gasoduto Urucu-Porto Velho permitirá a utilização de gás natural
em substituição ao óleo diesel e ao óleo combustível no abastecimento das usinas
termelétricas do Estado de Rondônia, o que reduzirá custos e trará benefícios ao
meio ambiente, através da menor emissão de gases poluentes.
Esses são apenas alguns exemplos dos impactos da medida deferida na
presente ação direta. São inúmeros os empreendimentos de pequeno, médio e
grande porte que foram interrompidos à espera do devido equacionamento dessa
questão, que, mantida nos termos atuais, gerará prejuízos incalculáveis ao país.”
(Grifei)
Cabe assinalar, Senhor Presidente, que igual preocupação foi também externada
tanto pelos Estados-Membros da Federação que ingressaram, como amici curiae, na
presente relação processual, quanto pelas demais entidades intervenientes, considera-
das as razões que produziram nestes autos e que renovaram, nesta sessão plenária, em
suas sustentações orais.
Concluo o meu voto: atento à circunstância de que existe um permanente estado
de tensão entre o imperativo de desenvolvimento nacional (CF, art. 3º, II), de um lado,
e a necessidade de preservação da integridade do meio ambiente (CF, art. 225), de outro,
torna-se essencial reconhecer que a superação desse antagonismo, que opõe valores
constitucionais relevantes, dependerá da ponderação concreta, em cada caso ocorrente,
dos interesses e direitos postos em situação de conflito, em ordem a harmonizá-los e a
impedir que se aniquilem reciprocamente, tendo-se como vetor interpretativo, para
efeito da obtenção de um mais justo e perfeito equilíbrio entre as exigências da econo-
mia e as da ecologia, o princípio do desenvolvimento sustentável, tal como formulado
960 R.T.J. — 198

nas conferências internacionais (a “Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente


e Desenvolvimento de 1992”, p. ex.) e reconhecido em valiosos estudos doutrinários
que lhe destacam o caráter eminentemente constitucional (Celso Antônio Pacheco
Fiorillo, “Curso de Direito Ambiental Brasileiro”, pp. 27/30, item n. 2, 6ª ed., 2005,
Saraiva; Luís Paulo Sirvinskas, “Manual de Direito Ambiental”, p. 34, item n. 6.2, 2ª
ed., 2003, Saraiva; Marcelo Abelha Rodrigues, ”Elementos de Direito Ambiental —
Parte Geral”, pp. 170/172, item n. 4.3, 2ª ed., 2005, RT; Nicolao Dino de Castro e
Costa Neto, “Proteção Jurídica do Meio Ambiente”, pp. 57/64, item n. 6, 2003, Del
Rey, v.g.).
Isso significa, portanto, Senhor Presidente, que a superação dos antagonismos
existentes entre princípios e valores constitucionais há de resultar da utilização de
critérios que permitam, ao Poder Público (e, portanto, aos magistrados e Tribunais),
ponderar e avaliar, hic et nunc, em função de determinado contexto e sob uma perspec-
tiva axiológica concreta, qual deva ser o direito a preponderar no caso, considerada a
situação de conflito ocorrente, desde que, no entanto — tal como adverte o magistério
da doutrina na análise da delicadíssima questão pertinente ao tema da colisão de
direitos (Daniel Sarmento, “A Ponderação de Interesses na Constituição Federal” pp.
193/203, “Conclusão”, itens ns. 1 e 2, 2000, Lumen Juris; Luís Roberto Barroso,
“Temas de Direito Constitucional”, pp. 363/366, 2001, Renovar; José Carlos Vieira
de Andrade, “Os Direitos Fundamentais na Constituição Portuguesa de 1976”, pp.
220/224, item n. 2, 1987, Almedina; J. J. Gomes Canotilho, “Direito Constitucional”,
p. 661, item n. 3, 5ª ed., 1991, Almedina; Edilsom Pereira de Farias, “Colisão de
Direitos”, pp. 94/101, item n. 8.3, 1996, Fabris Editor; Wilson Antônio Steinmetz,
“Colisão de Direitos Fundamentais e Princípio da Proporcionalidade”, pp. 139/172,
2001, Livraria do Advogado Editora; Suzana de Toledo Barros, “O Princípio da
Proporcionalidade e o Controle de Constitucionalidade das Leis Restritivas de Di-
reitos Fundamentais”, p. 216, “Conclusão”, 2ª ed., 2000, Brasília Jurídica, v.g.) —, a
utilização do método da ponderação de bens e interesses não importe em esvaziamento
do conteúdo essencial dos direitos fundamentais, dentre os quais avulta, por sua signi-
ficativa importância, o direito à preservação do meio ambiente.
Essa asserção torna certo, portanto, que a incolumidade do meio ambiente não
pode ser comprometida por interesses empresariais nem ficar dependente de motiva-
ções de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente — tal como
adverte Paulo de Bessa Antunes (“Direito Ambiental”, p. 63, item n. 2.1, 7ª ed., 2004,
Lumen Juris) — que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional
que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a
“defesa do meio ambiente” (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente
das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente
artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral, consoante ressalta o magistério
doutrinário (Celso Antônio Pacheco Fiorillo, “Curso de Direito Ambiental Brasileiro”,
pp. 20/23, item n. 4, 6ª ed., 2005, Saraiva; José Afonso da Silva, “Direito Ambiental
Constitucional”, pp. 21/24, itens ns. 2 e 3, 4ª ed./2ª tir., 2003, Malheiros; José Roberto
Marques, “Meio Ambiente Urbano”, pp. 42/54, item n. 4. 2005, Forense Universitária,
v.g.).
Daí os instrumentos jurídicos — de caráter legal e de natureza constitucional —
que, previstos no ordenamento positivo, objetivam viabilizar a tutela efetiva do meio
R.T.J. — 198 961

ambiente, para que não se alterem as propriedades e os atributos que lhe são inerentes,
o que provocaria inaceitável comprometimento da saúde, segurança, cultura, trabalho
e bem-estar da população, além de causar graves danos ecológicos ao patrimônio
ambiental, considerado este em seu aspecto físico ou natural.
Como precedentemente assinalado neste voto, o diploma normativo em causa,
longe de comprometer os valores constitucionais consagrados no art. 225 da Lei Fun-
damental, estabeleceu, ao contrário, mecanismos que permitem um real controle, pelo
Estado, das atividades desenvolvidas no âmbito das áreas de preservação permanente,
em ordem a impedir ações predatórias e lesivas ao patrimônio ambiental, cuja situação
de maior vulnerabilidade reclama proteção mais intensa, agora propiciada, de modo
adequado e compatível com o texto constitucional, pela MP n. 2.166-67/2001, no ponto
em que introduziu significativas alterações no art. 4º do Código Florestal.
Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas, peço vênia para propor,
a este Egrégio Plenário, não seja referendada a r. decisão que deferiu o pedido de medida
cautelar, restaurando-se, desse modo, em plenitude, a eficácia e a aplicabilidade do diploma
legislativo ora impugnado nesta sede de fiscalização abstrata.
É o meu voto.

VOTO
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Peço licença aos Colegas, considerando
que sou o autor do despacho objeto de decisão neste momento.
O Ministro Relator, Celso de Mello, propôs, em seu voto, não referendar a decisão
que proferi no dia 25 de julho de 2005. Deferi a liminar, considerando a leitura que fiz,
naquele momento, do inciso III do § 1º do art. 225, na linha suscitada pelo Excelentíssimo
Senhor Procurador-Geral.
Quero afirmar que, naquele primeiro momento, surgiram-me dúvidas em relação à
redação do artigo e, também, à abrangência da expressão “a alteração e a supressão”.
Entendi, então, conveniente, por política judiciária, a concessão da liminar, porque
evitaria as dificuldades que poderiam surgir no sentido contrário. Assim, fizemos um
apelo, prontamente atendido pelo Ministro Celso de Mello, para trazer o despacho de
imediato, uma vez que o indeferimento da liminar, naquele momento, poderia protelar a
decisão.
Então, agora, ouvindo atentamente o voto do Ministro Celso de Mello, ficou, no
meu ponto de vista, absolutamente claro que as alterações e a supressão referidas no
inciso III do § 1º do art. 225 dizem respeito à própria constituição do espaço geográfico
abrangido pela área de preservação.
Aliás, recordei-me, enquanto ouvia o voto do Ministro Celso de Mello, que chega-
mos a discutir isso no caso da Chapada dos Veadeiros, em que foi advogado, tenho
impressão, alguém relacionado ao Ministro Xavier de Albuquerque, e verificamos exa-
tamente que as alterações que tinham sido introduzidas naquele caso haviam sido feitas
por meio de ato administrativo e não de lei. Discutimos, então, se a supressão e a altera-
ção tinham de ser feitas por lei, e o Tribunal entendeu que não só a supressão, ou seja, a
962 R.T.J. — 198

extinção da área de preservação, mas também a alteração no seu desenho topográfico


deveria ser objeto de lei, não ficando, portanto, ao alvedrio do Poder Executivo.
Mas, no caso em espécie, ficou muito claro, pelo voto do Ministro Celso de Mello,
que aqui se trata, meramente, da forma pela qual se viabiliza ou se legitima a exploração
de área estabelecida de preservação ambiental. Porque, evidentemente, a preservação do
ambiente ecologicamente equilibrado não significa a sua estagnação; significa, sim,
que os atos de exploração não serão aqueles permitidos na forma do Direito comum, mas,
sim, por meio de uma série de medidas de preservação.
Em face dessas considerações — não me estendo mais —, acompanho o Relator no
sentido de não referendar a decisão por mim prolatada no dia 25 de julho.

VOTO
O Sr. Ministro Eros Grau: Sr. Presidente, o inciso III do § 1º do artigo 225 da
Constituição do Brasil respeita a espaços territoriais especialmente protegidos (unidades
de conservação), não à vegetação existente nessas áreas. Não impõe legalidade estrita,
reserva de lei, para que se dê a supressão da vegetação de que trata o artigo 4º da Medida
Provisória n. 2.166.
A supressão de vegetação em espaços territoriais especialmente protegidos, sujeita
à autorização do órgão ambiental competente, pode ser definida caso a caso, por esse
órgão. O que se não pode é suprimir qualquer dos espaços territoriais especialmente
protegidos sem que a lei em sentido formal o determine. Aqui se trata mesmo de lei em
sentido formal, ainda que não em sentido material. Lei, em sentido formal, que permita
a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos consubstanciará autêntica
lei-medida, que a doutrina alemã chama de “Massnahmegesetze”, produto do movimento
que Vincenzo Spagnuolo Vigorita refere como “amministrativizzazione” do direito
público: aí a fratura entre hierarquia formal e substancial e a divergência entre força e
valor jurídico-formal e relevância efetiva dos atos legislativos e administrativos.
As leis-medida são leis apenas em sentido formal, não o sendo, contudo, em sentido
material. Cuida-se, então, de lei não-norma, lei que não é norma jurídica dotada de
generalidade e abstração; lei que não constitui preceito primário, no sentido de que se
impõe por força própria, autônoma.
A supressão de espaços territoriais especialmente protegidos depende de manifes-
tação do Legislativo, lei-medida, nos termos do disposto no inciso III do § 1º do artigo
225 da Constituição do Brasil; não, no entanto, a supressão de vegetação existente
nessas áreas.
Por essas razões, além daquelas enunciadas pelo eminente Relator, voto no sentido
de que não seja referendada a decisão, acompanhando, pois, o Ministro Relator.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, permito-me dizer que me preocupa a
redação da MP posta em cheque a partir do seu art. 4º ou da nova redação do art. 4º dada
ao Código Florestal, que diz:
“A supressão de vegetação em área de preservação permanente” (...)
R.T.J. — 198 963

E já começo a me preocupar, porque suprimir é extinguir, extirpar, arrancar,


erradicar, eliminar; e vegetação, o que é? Não é uma árvore, não são duas árvores, é
coletivo de vegetal. Então, é todo um conjunto de espécimes botânicos. De repente, fica
o Poder Executivo autorizado — os órgãos administrativos e entidades de caráter admi-
nistrativo —, a seu talante, a processar esse tipo de supressão, definindo cada órgão, em
ato administrativo próprio, as situações de utilidade pública ou de interesse social.
Aqui, lembro-me do seguinte: quando se trata de desapropriar um bem individual,
notadamente um imóvel, quem define, quem lista as hipóteses de interesse social, de
utilidade social, de necessidade pública é a lei, lei formal. Aqui, não. Tudo fica a critério
das entidades administrativas, com o que me parece uma agravante. Diz o § 1º que:
“A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização”(...)
De que órgão ambiental? Do Estado, de órgão ambiental estadual, que só necessi-
tará de anuência prévia de órgão federal ou municipal quando couber. Ou seja, entendo
que a lei é excessivamente frouxa, leniente. O caráter concessivo da Medida Provisória
me assusta.
Tentaria, se Vossas Excelências entenderem assim, dar uma interpretação conforme.
Preocupa-me muito o problema da desertificação no Brasil, porque se suprimirmos vege-
tação de uma área de preservação permanente, como está aqui, a própria vegetação pode
ser totalmente erradicada. Pergunto: o que sobrará dessa área de proteção especial sem a
sua vegetação? Claro que não se erige em área de proteção especial um espaço geográ-
fico simplesmente a partir de sua vegetação, há outros elementos. Sabemos que fauna,
flora, floresta, sítios arqueológicos concorrem para isso. Mas essa redação assim tão
radical:
“Art. 4º A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente
poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devida-
mente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio”(...)
Vale dizer, o que a Medida Provisória faz é delegar aos órgãos e entidades de
caráter administrativo uma discricionariedade que realmente me preocupa, coloca-me
em situação de perplexidade.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: A desertificação.
O Sr. Ministro Celso de Mello (Relator): É inquestionável a gravidade, para o meio
ambiente, da situação resultante do processo de desertificação. Ocorre, no entanto, que
a Medida Provisória em causa, longe de permitir que se comprometa a integridade dos
atributos que justificaram a instituição de áreas territoriais sob proteção especial, estabe-
leceu mecanismos destinados a protegê-las de modo eficaz.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: E esse temperamento, esse condicionamento
posto pela lei, a meu ver, elimina a hipótese de desertificação da APA.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Diz o § 4º do artigo 4º da Medida Provi-
sória n. 2.166-67/2001:
“§ 4º O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da auto-
rização para a supressão de vegetação em área de preservação permanente, as medi-
das mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreendedor.”
964 R.T.J. — 198

Ou seja, estabelece a forma, que não representa exatamente essa desertificação.


O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, não deveríamos dar interpretação con-
forme para deixar claro que essa autorização não significa, em nenhum modo, desnaturar
o espaço e, muito menos, extirpá-lo ou extingui-lo?
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Não, deixa como obiter dictum. Mas está
vista, está no próprio texto. Vossa Excelência pode colocar como obiter dictum.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Fico preocupado com isso: a supressão de vegetação;
está autorizando suprimir toda a vegetação em área de proteção especial, de proteção
permanente.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: A supressão de toda a vegetação não diz com o
dispositivo discutido.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Na própria cláusula constitucional.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Seria suficiente a cláusula constitucional?
O Sr. Ministro Celso de Mello (Relator): A incidência da parte final da cláusula
constante do art. 225, § 1º, III, da Constituição independe de qualquer ato de
intermediação normativa, quer dizer, é uma norma proibitiva de eficácia plena e de
aplicabilidade direta.
A cláusula vedatória em questão, tal como inscrita no texto constitucional (CF, art.
225, § 1º, III, in fine), tem aplicabilidade imediata: “(...) vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção”.
O que significa, no caso, o estabelecimento de uma clara limitação constitucional
ao poder daqueles que venham a executar obras ou a realizar atividades em espaços
territoriais especialmente protegidos.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Ministro Celso de Mello, sabe como eu interpreto
essa parte final do inciso III do artigo 225 da Constituição Federal? Como imposição de
limite à própria lei, quer dizer, nem a lei pode incidir nesse tipo de comprometimento;
mais do que se dirigir à atividade administrativa, é limite que se impõe à própria lei.
Porque aqui está dizendo: “somente através de lei”. Ainda assim, através de lei: “vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos”.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Mas é de utilização, não de supressão ou
alteração.
O Sr. Ministro Celso de Mello (Relator): Essa cláusula de vedação neutraliza
eventuais excessos que possam resultar da ação do empreendedor, uma vez satisfeitas as
várias exigências de cautela e proteção que a própria Medida Provisória estabeleceu.
A leitura comparativa dos diversos textos que compõem a legislação ambiental
brasileira permite reconhecer que as limitações definidas no art. 4º do Código Florestal,
na redação dada pela MP n. 2166-67/2001, representaram um avanço significativo
no fortalecimento das medidas destinadas a preservar a integridade dos atributos que
caracterizam as áreas de preservação permanente.
As limitações postas no diploma normativo ora questionado definem uma típica
situação de discricionariedade regrada, que restringe, por isso mesmo, no tema ora em
R.T.J. — 198 965

análise, o próprio exercício, pela autoridade pública, dos seus poderes administrativos,
em ordem a impedir a manipulação de sua competência, ajustando-lhe o exercício às
exigências superiores ditadas pelo interesse público.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Vejo que perpassa por toda a medida provisória um
espírito de leniência, frouxidão. Impressiona-me muito também o § 5º do artigo 4º da
Medida Provisória n. 2.166-67/2001, que diz:
“§ 5º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e
mangues, de que tratam, respectivamente, as alíneas ‘c’ e ‘f’ do art. 2º deste Código,
somente poderá ser autorizada” — quer dizer, até isso pode ser autorizado adminis-
trativamente — “em caso de utilidade pública.”
A ser definido o caso, também, administrativamente.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Não pode haver uma norma de caráter geral sobre
esses casos específicos?
O Sr. Ministro Carlos Britto: Até as nascentes poderão ser desprotegidas, quer
dizer, a vegetação protetora de nascentes pode ser também supressa.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Por que, a priori, não pode ser supressa?
O Sr. Ministro Carlos Britto: Porque essas vegetações protegem nascentes, cursos
d’água.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Vai ter de ser estabelecido caso por caso. Se Vossa
Excelência estabelece uma proibição de caráter geral, não se pode mudar nada.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Peço vênia ao eminente Ministro Relator, ao eminente
Ministro Nelson Jobim, que reconsiderou o seu voto, mas, nos termos em que está
redigida a Medida Provisória, sou, neste momento, ainda em um juízo de delibação, pelo
referendo.

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Sr. Presidente, peço vênia ao eminente Ministro
Carlos Britto. Estou inteiramente de acordo com a interpretação do eminente Ministro
Relator e com a que Vossa Excelência agora também deu.
Acho que a cláusula constitucional distingue duas situações, as quais me parecem
muito claras. Na primeira oração do período, ela trata da alteração e da supressão; e, na
segunda, trata do uso. Ela só impõe a exigência de lei à alteração e à supressão. Portanto,
não se cuida de alteração nem de supressão decorrentes de regulamentação do uso, porque
a disciplina do uso não depende de lei, mas de ato administrativo. Isso a mim me parece
corresponder à racionalidade da norma, em primeiro lugar, porque, de outro modo — como
os eminentes Advogados, que sustentaram da tribuna, demonstraram —, inviabilizar-se-ia
uma série de projetos, de atividades e de obras de interesse público e de caráter urgente, por
dependerem de regulamentação, de autorização ou de licenciamento mediante ato do
Poder Legislativo, o que demanda tempo. E, em segundo lugar, acho relevante tal inter-
pretação também do ângulo de controle dos atos administrativos, porque é mais fácil
controlar a prática de um ato administrativo do que a edição de uma lei em sentido formal.
966 R.T.J. — 198

Entendo que essa racionalidade da norma mostra também que o uso, diante das circunstân-
cias do caso concreto, pode, eventualmente, implicar desvio de poder, mas suscetível de
correção imediata, o que seria dificílimo se o uso dependesse de ato legislativo, o qual não
pode ser questionado sob o aspecto do seu merecimento, etc.
Acompanho integralmente o voto do eminente Ministro Relator.

VOTO
A Sra. Ministra Ellen Gracie: Sr. Presidente, também eu, pedindo vênia ao Ministro
Carlos Britto, acompanho o brilhantíssimo voto do eminente Ministro Relator, e mais,
além das razões postas por Sua Excelência, por conta dos dados que nos foram trazidos
nas sustentações orais, nas quais os amici curiae elencaram um grande número de
iniciativas de obras importantes, inviabilizadas pela manutenção desta medida liminar,
o que indica, portanto, a ocorrência do periculum in mora inverso.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, no processo objetivo, todos
sabemos que a causa de pedir é aberta. O pedido, sim, deve ser específico, claro, formu-
lado pela parte. E essa causa de pedir aberta é linear. Tanto faz deparar o Plenário com o
julgamento de fundo da ação direta de inconstitucionalidade ou com pedido de conces-
são de medida cauteladora ou referendo do ato praticado — proposta de referendo que,
penso, não ocorreu ante o voto do Relator e, agora, o reajuste da óptica de Vossa Exce-
lência.
Faço esse registro para assentar, de início, que não havia campo à atuação do Chefe
do Poder Executivo. Não lhe cabia disciplinar uma matéria que pode implicar prejuízo
projetado no tempo, irrecuperável, como se urgência e necessidade concorressem para
alterar-se Código, em vigor há muitos anos, mediante medida provisória.
Creio que se configura, de início, vício formal na normatização da matéria. O tema,
evidentemente, deveria passar, considerado o conteúdo da medida provisória e por meio
de projeto de lei, pelo crivo dos representantes do povo brasileiro — os deputados
federais — e pelos representantes dos Estados — os senadores.
Os efeitos da medida provisória não são precários e efêmeros.
O Sr. Ministro Nelson Jobim: Ministro, só para lembrar: esta medida provisória
está sob a égide da Emenda Constitucional n. 32, artigo 2º.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Então, não temos de examiná-la; temos de declarar
inadequada a ação ajuizada, já que concorreria um bill de indenidade, sobrepondo-se,
até mesmo, a medida provisória à própria Carta da República, aos preceitos permanentes
dessa Carta.
O Sr. Ministro Nelson Jobim: O fundamento do não-uso de medida provisória está
referendado. O problema é saber se tem de ser por lei ou não.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Perdão, mas uma coisa é dizer que aquelas medidas
provisórias, pendentes de apreciação à época da Emenda, passariam a viger por período
R.T.J. — 198 967

indeterminado. Algo diametralmente oposto é concluir que não cumpre ao guardião, ao


guarda maior da Constituição Federal — o Supremo — apreciar a harmonia, ou não,
dessa medida provisória pendente com a Constituição Federal.
O Sr. Ministro Nelson Jobim: Então, teria que declarar inconstitucional o artigo 2º
da Medida Provisória.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Não. Aprecio apenas o ato em mesa e vou ficar
jungido ao pedido formulado pelo Procurador-Geral da República, no que direcionado
a fulminar o ato atacado mediante ação direta de inconstitucionalidade.
Presidente, para mim, seria suficiente esse aspecto para o endosso de um ato da
Presidência, um ato de Vossa Excelência — que já evoluiu, ou involuiu —, que repercutiu
muito na imprensa. Hoje, entendo, até mesmo, o móvel dessa repercussão, no que ouvi
cinco sustentações da tribuna; todas elas, ou quase todas, calcadas em um interesse
isolado e momentâneo: o interesse econômico. Não ouvi, a não ser a do Procurador-
Geral da República, autor da ação, uma única voz em defesa do meio ambiente, do ato de
Vossa Excelência.
Contenta-me, a esta altura, constatar que surgiu no Plenário o ponto de vista de um
dos integrantes, do Ministro Carlos Ayres Britto, no sentido do referendo — apesar de
Vossa Excelência haver excomungado o próprio filho — da liminar deferida por Vossa
Excelência.
O que nos vem, considerado o meio ambiente, da Lei Fundamental? Vem uma
proclamação das mais salutares, que é a constante da cabeça do artigo 225:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presen-
tes e futuras gerações.
Temos que o § 1º revela balizamento a ser observado pelo poder público. Vislumbro
o poder público sob o ângulo do gênero, como o Poder Público Administrativo, o Poder
Público Legislativo e o poder público estampado na atuação do próprio Judiciário.
Incisos e parágrafos do artigo 225 remetem à lei. É sabença geral que toda vez que,
na Carta, alude-se à lei, trata-se de lei no sentido formal e material; não contém o texto
constitucional referência a instrumental que faça as vezes de lei, como é a própria medida
provisória. Jamais o Supremo Tribunal Federal assentou ser possível a regulamentação,
em si, da Constituição Federal via medida provisória.
Nesses parágrafos e incisos, há diversas remessas à normatização pura, porque deve
emanar do Poder que tem a incumbência, como atividade precípua e essencial, de
normatizar. Há dispositivos que versam sobre a necessidade de lei geral e outros de lei que
deve ser específica, quase especial — melhor rotular como lei específica. Assim é que, por
exemplo, o § 6º — vou começar do último parágrafo do artigo 225 — consigna que:
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Aqui se tem a necessidade de lei específica, que se refira, portanto, à localização de
uma determinada usina que opere com reator nuclear.
968 R.T.J. — 198

Da mesma forma, notamos a existência do inciso VII do § 1º do citado artigo:


VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais a crueldade.
A lei exigida é a abrangente.
No inciso IV do mesmo parágrafo, temos:
“IV - exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencial-
mente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental,” — também se cuidando do território como um grande todo —
“a que se dará publicidade;”
Requer-se uma lei, portanto, específica, direcionada a viabilizar a instalação de
obra ou atividade potencialmente causadora de dano.
E vem o inciso que está ligado à medida provisória. Volto ao § 1º:
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
(...)
“III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração” — uma vez
definidos esses espaços, e imagino que a definição ocorra mediante lei — “e a
supressão” — alteração dos espaços e a supressão dos espaços, alteração, portanto,
que não implica o afastamento peremptório, e aqui temos o conectivo “e” entre os
vocábulos alteração e supressão — “permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;”
O preceito está direcionado a ter-se, necessariamente, a edição de uma lei que,
apreciadas as circunstâncias envolvidas no projeto respectivo, abra exceção à preserva-
ção, à intangibilidade do espaço territorial que se tenha como protegido, como de pre-
servação do meio ambiente.
O vocábulo “alteração” tem significado vernacular próprio, e o constituinte de
1988 não estabeleceu exceções quanto ao objeto dessa mesma alteração. Vale dizer: não
fixou uma gradação no tocante à modificação a sofrer o espaço territorial preservado.
Não posso dizer que, onde a lei fundamental exige a existência de uma lei,
excepcionando algo que, para mim, salta aos olhos como salutar, que é a integridade
ambiental nos mais diversos aspectos, é possível ler-se que a disciplina para a alteração —
e alteração quanto à supressão de vegetação é de natureza substancial — possa ocorrer
por meio de medida provisória. E o que é pior: a medida provisória não encerra, por si
mesma, a alteração. Revela algo que foi rechaçado pela Carta de 1988, ou seja, a delega-
ção ao Poder Executivo.
Termino dizendo: pobre Mãe-Terra, pobres gerações presentes e futuras no que se
acaba por olvidar os parâmetros da Carta da República, os parâmetros voltados à preser-
vação, tanto quanto possível, do meio ambiente, à integridade do meio ambiente, ao
respeito ao meio ambiente, no que indispensável ao bem-estar do próprio homem.
R.T.J. — 198 969

Peço vênia a Vossa Excelência — aliás, não pediria se Vossa Excelência tivesse
mantido o ato formalizado —, peço vênia ao Relator e aos que o acompanharam, para
assentar que, sopesados os valores relativos ao desenvolvimento econômico, à explora-
ção — não no sentido pejorativo — econômica e à preservação visada pela Constituição
Federal, vejo risco maior em manter-se essa avenida, em termos de delegação, aberta pela
medida provisória.
E, repito, se a medida provisória vier a ser rechaçada pelo Congresso, o mal já
estará consumado — e este, no Brasil, tem um efeito incrível — em termos de alteração
que a Constituição Federal visa a afastar, que é a alteração do meio ambiente com a
supressão da vegetação, devendo ser frisado que a vegetação é indispensável, em se
tratando de território, é indispensável a ter-se como preservado o meio ambiente.
Referendo, portanto, o ato inicial de Vossa Excelência e que foi formalizado no
processo, seguindo-se a ele estardalhaço incrível, da mídia, e, hoje, com as sustentações
da tribuna, compreendi a razão de ser desse alarde.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Sr. Presidente, também me convenceu o bri-
lhante voto do eminente Relator. A Medida Provisória questionada não ofende — Sua
Excelência diria neste mero juízo de delibação, e fico a imaginar o que será o juízo mais
profundo — o inciso III do art. 225, § 1º.
E mais, Sua Excelência já o demonstrara e acaba de insistir no ponto, que muito me
impressionou, de que, na verdade, estamos tratando essa Medida Provisória como se ela
estivesse isolada, mas, de fato, ela veio substituir redação original do Código Florestal,
muito mais aberta do que a desta Medida Provisória, o que elide também, com todas as
vênias, o argumento de que lhe faltaria a urgência para a decretação.
Acompanho o voto do eminente Relator, com as vênias devidas aos Ministros
Carlos Britto e Marco Aurélio para negar referendo à decisão.

EXTRATO DA ATA
ADI 3.540-MC/DF — Relator: Ministro Celso de Mello. Requerente: Procurador-
Geral da República. Requerido: Presidente da República (Advogado: Advogado-Geral
da União). Interessados: Estado de São Paulo (Advogado: PGE/SP – Jose do Carmo
Mendes Junior), Estado de Minas Gerais (Advogados: José Bonifácio Borges de
Andrada e outros), Confederação Nacional da Indústria – CNI (Advogada: Maria Luiza
Werneck dos Santos), Estado do Espírito Santo (Advogada: PGE/ES – Maria Christina
de Moraes), Estado da Bahia (Advogada: PGE/BA – Cândice Ludwig Romano), Instituto
Brasileiro de Mineração – IBRAM (Advogdo: Marcelo Lavocat Galvão), Estado de
Mato Grosso do Sul (Advogado: PGE/MS – Ulisses Schwarz Viana) e Estado do Amazonas
(Advogados: PGE/AM – Patrícia Cunha e Silva Petruccelli e outra).
Decisão: O Tribunal, por maioria, negou referendo à decisão que deferiu o pedido de
medida cautelar, restaurando-se, desse modo, em plenitude, a eficácia e a aplicabilidade do
diploma legislativo ora impugnado nesta sede de fiscalização abstrata, nos termos do voto
do Relator, vencidos os Ministros Carlos Britto e Marco Aurélio. Votou o Presidente,
970 R.T.J. — 198

Ministro Nelson Jobim. Ausentes, justificadamente, o Ministro Carlos Velloso e, neste


julgamento, o Ministro Gilmar Mendes. Falaram, pelo requerente, o Dr. Antonio Fernando
Barros e Silva de Souza, Procurador-Geral da República; pela Advocacia-Geral da União,
o Dr. Álvaro Augusto Ribeiro Costa, Advogado-Geral da União; pelos amici curiae, Estados
de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo; Confederação Nacional da Indústria – CNI e
Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, respectivamente, os Doutores José do Carmo
Mendes Júnior, Procurador-Geral do Estado, em exercício; Lyssandro Norton Siqueira,
Procurador-Geral do Estado; Maria Cristina de Moraes, Procuradora-Geral do Estado, em
exercício; Maria Luiza Werneck dos Santos e Marcelo Lavocat Galvão.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso,
Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio
Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 1º de setembro de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE 3.580 — MG

Relator: O Sr. Ministro Gilmar Mendes


Requerente: Procurador-Geral da República — Requeridos: Governador do Estado
de Minas Gerais e Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais
Ação Direta de Inconstitucionalidade. Art. 17, I e II, da Lei n. 12.919,
de 29 de junho de 1998, do Estado de Minas Gerais. 2. Concurso Público
de Ingresso e Remoção nos Serviços Notarias e de Registro. 3. Apresenta-
ção dos seguintes títulos: a) “tempo de serviço prestado como titular, inte-
rino, substituto ou escrevente em serviço notarial e de registro” (art. 17, I);
b) “apresentação de temas em congressos relacionados com os serviços
notariais e registrais” (art. 17, II). 4. Violação ao princípio constitucional
da isonomia. 5. Precedentes: ADI 3.522/RS; ADI 3.443/MA; ADI 2.210/AL.
6. Medida cautelar julgada procedente.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do Ministro Nelson Jobim, na confor-
midade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
deferir a medida cautelar para suspender a eficácia do inciso I do artigo 17 e da expressão
“e apresentação de temas em congressos relacionados com os serviços notariais e
registrais”, contida no inciso II do mesmo artigo, da Lei n. 12.919, de 29 de junho de
1998, do Estado de Minas Gerais, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 8 de fevereiro de 2006 — Gilmar Mendes, Relator.
R.T.J. — 198 971

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade,
com pedido de medida cautelar, proposta pelo Procurador-Geral da República, em face
do inciso I do art. 17 e da expressão “e apresentação de temas em congressos relaciona-
dos com os serviços notariais e registrais”, constante do inciso II do mesmo artigo, da
Lei n. 12.919, de 29 de junho de 1998, do Estado de Minas Gerais.
Os dispositivos normativos impugnados possuem o seguinte teor:
“Art. 17. O candidato não eliminado nas provas de conhecimento poderá
apresentar títulos, considerando-se como tais os seguintes:
I - tempo de serviço prestado como titular, interino, substituto ou
escrevente em serviço notarial ou de registro;
II - trabalhos jurídicos publicados, de autoria única, e apresentação de
temas em congressos relacionados com os serviços notariais e registrais;”
O Procurador-Geral da República alega que os referidos dispositivos violam o
princípio da isonomia, consagrado no art. 5º, caput, da Constituição da República.
Assim está consignado nos fundamentos da peça inicial, verbis:
“A distinção imposta pelo inciso I e pela expressão combatida do inciso II,
ambos do art. 17 da lei mineira, desiguala os concorrentes, conferindo àqueles que
desempenharam atividades em cartórios extrajudiciais ou apresentaram temas em
congressos relacionados aos serviços notariais e de registro, uma melhor classifica-
ção no concurso.
Em suma, ao impor esse injustificável fator de discrímen, ou seja, essa con-
cessão de vantagem flagrantemente anti-isonômica, os textos combatidos viola-
ram o preceito magno da igualdade, que não admite a edição de lei para concessão
de privilégios ou favoritismos.” (Fls. 3-4)
Assim, diante do fumus boni iuris e do periculum in mora, que estaria consubstan-
ciado na existência de concurso público em andamento, o Procurador-Geral da República
pede a concessão de medida cautelar para suspender a eficácia dos dispositivos im-
pugnados até o advento da decisão final.
Adotado o rito cautelar do art. 10 da Lei n. 9.868/99, prestaram informações a Assem-
bléia Legislativa (fls. 58-67) e o Governador do Estado de Minas Gerais (fls. 99-115).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): A questão não é nova na jurisprudência
desta Corte. No recente julgamento da ADI n. 3.522/RS, Rel. Min. Marco Aurélio (julgado
em 24-11-2005), o Tribunal entendeu que existia ofensa aos princípios do concurso
público (CF, art. 37, II) e da isonomia (CF, art. 5º, caput), e julgou procedente pedido
formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade dos incisos I, II, III e X do
art. 16 e do inciso I do art. 22, ambos da Lei 11.183/98, do Estado do Rio Grande do Sul,
972 R.T.J. — 198

que estabeleciam, como títulos de concurso público, atividades relacionadas a serviços


notariais e de registro, e, como critério de desempate entre candidatos, a preferência para
o mais antigo na titularidade desses serviços. O Tribunal considerou que os dispositivos
impugnados estabeleciam tratamento diferenciado que se afastava dos objetivos da
exigência do concurso público, visto que fixavam critérios arbitrários de sobrevaloriza-
ção dos títulos da atividade cartorária, conferindo privilégio a um determinado grupo de
candidatos em detrimento dos demais (Vide: Informativos STF n. 407 e 410).
Em outro recente julgamento (ADI n. 3.443-0/MA, Rel. Min. Carlos Velloso, jul-
gado em 8-9-2005), o Tribunal considerou como atentatória ao princípio constitucional
da isonomia a norma que estabelece como título o mero exercício de função pública.
No mesmo sentido, o julgamento da ADI n. 2.210-5/AL, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence (DJ de 24-5-2002), no qual o Tribunal entendeu ser plausível a invocação do
princípio constitucional da isonomia, que há de reger toda a disciplina das competições
públicas, contra a validade de normas que considerem como título o mero exercício de
cargos públicos, efetivos ou comissionados, privativos ou não de graduados em Direito.
Cito, ainda, os seguintes julgados com teor semelhante: ADI-MC n. 2.206/AL, Rel.
Min. Nelson Jobim, DJ de 8-11-2000; ADI n. 598/TO, Rel. Min. Paulo Brossard, DJ de
12-11-1993.
Com base nesses precedentes, é possível vislumbrar a inconstitucionalidade pre-
sente nos incisos I e II do art. 17 da Lei n. 12.919, de 29 de junho de 1998, do Estado de
Minas Gerais. Esses dispositivos normativos possuem o seguinte teor:
“Art. 17. O candidato não eliminado nas provas de conhecimento poderá
apresentar títulos, considerando-se como tais os seguintes:
I - tempo de serviço prestado como titular, interino, substituto ou escre-
vente em serviço notarial ou de registro;
II - trabalhos jurídicos publicados, de autoria única, e apresentação de temas
em congressos relacionados com os serviços notariais e registrais;”
Segundo o § 1º do art. 17 da lei estadual, aos títulos mencionados no inciso I será
atribuída pontuação total máxima de 8% do total de pontos distribuídos no concurso; e
aos títulos referidos no inciso II do mesmo artigo, pontuação máxima de 2% do total de
pontos distribuídos no concurso.
Assim, é plausível a alegação de violação ao princípio constitucional da isonomia
(CF, art. 5º, caput), o qual constitui, a meu entender, a base do sistema republicano de
acesso aos cargos públicos, e que torna possível uma participação plural e universal dos
cidadãos na prestação dos serviços públicos.
Entendo presente o requisito do periculum in mora, tendo em vista estar em anda-
mento o concurso público de ingresso e remoção nas serventias vagas no Estado de
Minas Gerais, de acordo com o Edital n. 1/2005, do Tribunal de Justiça daquele Estado
(fls. 28-39).
Com essas considerações, o meu voto é pela procedência do pedido de medida
cautelar, para suspender, até o julgamento definitivo da presente ação, a vigência do
R.T.J. — 198 973

inciso I do art. 17 e da expressão “e apresentação de temas em congressos relacionados


com os serviços notariais e registrais”, constante do inciso II do mesmo artigo, da Lei n.
12.919, de 29 de junho de 1998, do Estado de Minas Gerais.

EXTRATO DA ATA
ADI 3.580-MC/MG — Relator: Ministro Gilmar Mendes. Requerente: Procurador-
Geral da República. Requeridos: Governador do Estado de Minas Gerais e Assembléia
Legislativa do Estado de Minas Gerais.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, deferiu a medida cautelar para suspender a
eficácia do inciso I do artigo 17 e da expressão “e apresentação de temas em congressos
relacionados com os serviços notariais e registrais”, contida no inciso II do mesmo
artigo, da Lei n. 12.919, de 29 de junho de 1998, do Estado de Minas Gerais, nos termos
do voto do Relator. Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso,
Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio
Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 8 de fevereiro de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA 24.069 — DF

Relator: O Sr. Ministro Marco Aurélio


Recorrente: Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo.
Recorrida: União — Litisconsortes passivos: Sindicato das Entidades Mantenedoras de
Escolas de Educação Infantil do Município de São Paulo – SEMEEI, Sindicato das Enti-
dades Mantenedoras de Ensino Fundamental do Município de São Paulo – SEMEF,
Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Médio do Município de São Paulo –
SEMEM e Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Técnico do Município de
São Paulo – SEMET
Unicidade sindical mitigada — Categoria — Segmentos agrupados —
Desmembramento — Viabilidade — Artigos 5º, inciso XVII, e 8º, inciso II, da
Constituição Federal, 570, parágrafo único, e 571 da Consolidação das Leis
do Trabalho — Recepção. A liberdade de associação, observada, relativa-
mente às entidades sindicais, a base territorial mínima — a área de um
município —, é predicado do Estado Democrático de Direito. Recepção
da Consolidação das Leis do Trabalho pela Carta da República de 1988,
no que viabilizados o agrupamento de atividades profissionais e a
dissociação, visando a formar sindicato específico.
974 R.T.J. — 198

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, negar
provimento ao recurso ordinário em mandado de segurança, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 22 de março de 2005 — Marco Aurélio, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: O Superior Tribunal de Justiça denegou a segurança
impetrada pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, ante
fundamentos assim sintetizados (folha 307):
Sindicato — Criação — Desmembramento — Desnecessidade de autori-
zação legal — Base territorial — Definição.
Não pode o Poder Público estabelecer condições ou restrições para se criar
uma associação sindical.
A base territorial de um sindicato não é mais estabelecida e delimitada pela
lei, pelo Estado ou pelas associações sindicais, e sim pelos próprios interessados.
Sindicato dos estabelecimentos de ensino não é a mesma coisa que sindicato
de ensino médio, ensino técnico, ensino infantil ou de Escola de Ensino Funda-
mental. São entidades diversas que podem ter bases territoriais diversas.
Segurança denegada.
No recurso ordinário de folhas 310 a 328, o recorrente sustenta que a discussão
trazida a juízo não diz respeito a “saber se, com o ‘deferimento’ de registros de sindicato
de uma mesma categoria econômica em uma mesma base territorial, viola-se, ou não, a
unidade sindical recomendada na Constituição. O que se debate é a não-validade do ato
administrativo que deferiu o registro de tais outros sindicatos” (folha 311). Esclarece ter
sido constituído em 9 de novembro de 1978, sob a égide do Diploma Maior anterior, e
que representa, no Estado de São Paulo, todos os estabelecimentos de ensino infantil,
primário, fundamental, técnico e médio. Salienta que conta com autorização, reconheci-
mento e registro sindical no Ministério do Trabalho e que, após a vigência da atual
Carta, adaptou os estatutos à nova ordem constitucional, tudo devidamente registrado
no citado Ministério. Em 11 de setembro de 1997, pedira registro o Sindicato das Enti-
dades Mantenedoras de Ensino Médio do Município de São Paulo – SEMEM/SP, tendo
o recorrente impugnado o pleito, que ficou sem exame até 17 de maio de 1999. Da
mesma forma, em 6 de fevereiro de 1998, outros três entes sindicais pediram registro,
havendo o recorrente apresentado impugnação também. São eles: Sindicato das Entidades
Mantenedoras de Escolas de Ensino Técnico do Município de São Paulo – SEMET/SP;
Sindicato das Entidades Mantenedoras de Escolas de Educação Infantil do Município
de São Paulo – SEMEEI/SP e Sindicato das Entidades Mantenedoras de Escolas de
Educação Fundamental do Município de São Paulo – SEMEF/SP. O Ministério do Tra-
balho, em 17 de maio de 1999, decidira deferir o registro sindical aos quatro sindicatos
R.T.J. — 198 975

mencionados, circunstância que ensejou a impetração deste mandado de segurança.


Assevera que os atos de concessão de registro sindical são vinculados e não discricioná-
rios e que, na espécie, são nulos, porque baseados em falsa causa. Informa que os quatro
sindicatos haviam impetrado mandado de segurança perante a Justiça Federal com vis-
tas a obter ordem para que o Secretário de Relações do Trabalho procedesse aos regis-
tros. No entanto, em 6 de maio de 1999, protocolaram petições de desistência e, na
mesma data, dirigiram-se ao Ministro do Trabalho e do Emprego, nos seguintes termos
(folha 313):
A entidade sindical abaixo assinada vem perante Vossa Excelência apresentar
a cópia da petição anexa de desistência de Mandado de Segurança impetrado por
ela contra o Senhor Secretário das Relações do Trabalho desse Ministério, para que
surta os devidos efeitos legais.
Requer, outrossim, que Vossa Excelência venha se dignar em lhes expedir
cópia do r. despacho, exarado no referenciado procedimento administrativo e fa-
vorável ao pedido de seu registro como entidade sindical.
O recorrente questiona se foi mediante o exercício de algum dom de adivinhação
que os sindicatos sabiam, em 6 de maio, que os pedidos de registro sindical haviam sido
deferidos, circunstância que só veio a ocorrer em 14 imediato. Além disso, entende que
a concessão dos registros fere o princípio da unicidade sindical previsto no inciso II do
artigo 8º da Constituição Federal, segundo o qual é vedada a criação de mais de uma
organização sindical que represente categoria profissional ou econômica na mesma base
territorial. Alude a voto proferido no Recurso Ordinário em Mandado de Segurança n.
21.305-1/DF e defende que a definição dos limites da base territorial cabe aos trabalha-
dores e aos empregadores. Alega que, no caso concreto, os registros teriam sido deferidos
com base no argumento de que a edição da Lei n. 9.394/96 (que deu nova nomenclatura
a velhos cursos) fez desaparecer a solidariedade de interesses econômicos. Procede à
transcrição do parecer no qual o Ministro do Trabalho e do Emprego se esteou para
deferir os pleitos dos quatro sindicatos e conclui:
42. Mas, no que interessa à presente impetração, o que se tem é um único
“motivo” ou “fundamento” para a concessão dos registros, que nas palavras do
parecer retrotranscrito é o “(...) critério da especificidade, dadas as alterações
introduzidas pela Lei n. 9.394/96”.
43. De certa feita, notou o em. Francisco Campos, com essas ou outras pala-
vras, que a demonstração do óbvio é sempre tormentosa. No Estado de São Paulo,
os estabelecimentos de Ensino que ministravam educação infantil, continuam
ministrando educação infantil. O mesmo se diga dos estabelecimentos de primeiro
grau, de segundo grau, técnicos, etc. É a mesma atividade, exercida com outro
nome, o nome novo que lhe deu a Lei 9.394/96.
44. Nota o em. Min. Marco Aurélio (RMS 21.305 cit.) que “A organização
sindical pressupõe a representação de categoria econômica ou profissional”. Sem
dúvida alguma, os quatro “sindicatos” a que se concedeu registro e que congregam
um número assustadoramente pequeno de associados, se representam alguma coi-
sa, representam estabelecimentos de ensino da mesma categoria econômica daque-
les, efetivamente representados pelo Sindicato impetrante, vale dizer, os estabele-
cimentos de ensino privado — infantil, médio, fundamental e técnico.
976 R.T.J. — 198

45. Poder-se-ia alegar, é bem verdade, que os registros concedidos o foram para
sindicatos municipais e que o Sindicato impetrante tem base territorial estadual.
46. A tal alegação, se vier a ser feita, responde-se, com vantagem. Primeiro
porque, este tema — base territorial municipal ou estadual — não foi objeto de
qualquer indagação ou exame do parecer em que se baseou a autoridade impetrada
para a prática do ato que, sendo vinculado, só pode ser examinado em razão dos
motivos e fundamentos que teriam autorizado sua prática.
47. E segundo porque, por princípio constitucional, (CF., 8º, II), a base
territorial de um sindicato — nacional, estadual ou municipal — há de ser definida
por trabalhadores ou empregadores e, no caso, não há a mais mínima notícia de tal
definição.
O recurso foi admitido mediante o ato de folha 331.
A União apresentou as contra-razões de folhas 333 a 347. Aponta, inicialmente,
não terem sido infirmados os fundamentos do julgado impugnado, o que leva à impos-
sibilidade de o recurso ser conhecido. Depois, ressalta o acerto da conclusão adotada
pela Corte de origem, aludindo a precedentes deste Tribunal, no mesmo sentido.
A Procuradoria-Geral da República, no parecer de folhas 357 a 361, preconiza o
não-conhecimento ou o desprovimento do recurso. Eis o resumo da peça:
Recurso Ordinário — Mandado de segurança contra ato do Ministro do Traba-
lho — Sindicatos de estabelecimentos de ensino — Desmembramento — Princípio
da unicidade sindical (CF, art. 8º, II) — Razões recursais dissociadas dos fundamentos
do aresto recorrido — Inocorrência (sic) de superposição de bases territoriais —
Esferas de representatividade diversas, sendo a do sindicato-recorrente genérica e a
dos demais sindicatos litigantes específica — Parecer pelo não-conhecimento do
recurso e, se conhecido, pelo seu improvimento.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Na interposição deste recurso, foram ob-
servados os pressupostos gerais de recorribilidade. Os documentos de folhas 66 e 329
evidenciam a regularidade da representação processual e do preparo. Quanto à oportuni-
dade, a notícia do acórdão atacado restou veiculado no Diário de 4 de junho de 2001,
segunda-feira (folha 309), ocorrendo a manifestação do inconformismo em 19 imediato,
terça-feira (folha 310), no prazo assinado em lei.
No tocante ao não-conhecimento do recurso, ante a circunstância de não se haver
logrado, com as razões respectivas, infirmar o acórdão proferido, admita-se a dualidade.
Descabe confundir preliminar do recurso com o mérito da impugnação, cumprindo notar
que se está no campo da recorribilidade ordinária. Conheço do recurso.
Colho da inicial que, em 1978, foi constituído o Sindicato recorrente que, a partir
da própria nomenclatura, surgiu com representatividade maior — Sindicato dos Estabe-
lecimentos de Ensino no Estado de São Paulo. Vale dizer que, conforme previsto no
artigo 1º do estatuto do recorrente, foi ele constituído “para fins de estudo, defesa,
R.T.J. — 198 977

coordenação e representação dos interesses culturais, políticos, econômicos e profissio-


nais de todos os estabelecimentos de ensino sitos na base territorial, cursos e educação
infantil, 1º grau, 1ª a 8ª série, 2º grau, ensino geral, cursos supletivos, cursos de suprimen-
to e suplência, cursos de balllet (sic), música, datilografia, cursos de idiomas, academias
de esportes, academias de natação e outros cursos livres de qualquer natureza, excluin-
do-se apenas os cursos de 3º grau e as auto e moto-escolas (...)” (folha 33). Antes mesmo
da vigência da Constituição Federal de 1988, que veio a proclamar, de forma clara e
precisa, a liberdade de associação — inciso XVII do artigo 5º — e, no tocante aos
sindicatos, a pertinência de ser criada mais de uma organização sindical em qualquer
grau, representativa de categoria profissional e econômica, desde que respeitada a base
mínima, a base territorial correspondente à área de um município (inciso II do artigo 8º),
admitia-se desmembramento de sindicatos, a ocorrer a partir de especialização de ativi-
dades ou profissões.
A Consolidação das Leis do Trabalho, voltada a estimular a atuação conjunta, a
organização sindical, fez-se ao mundo jurídico com texto viabilizador da sindicalização
pelo critério de categorias similares ou conexas, entendendo-se como tais as que se
acham compreendidas nos limites de cada grupo constante do quadro de atividades e
profissões. Observando, contudo, até mesmo a representatividade das categorias econô-
micas e profissionais específicas, previu-se, com o teor do artigo 571 da Consolidação
das Leis do Trabalho, uma eventual dissociação, formando-se o sindicato específico —
submetendo-se, é certo, o fenômeno à comissão de enquadramento sindical, para aferir a
possibilidade de vida associativa regular e de ação sindical eficiente. Pois bem, se, na
vigência da Constituição Federal anterior, jamais foi colocada em dúvida a constitucio-
nalidade, quer do artigo 570, quer do artigo 571 da Consolidação das Leis do Trabalho,
forçoso é concluir pela recepção dos textos, pela prevalência da norma constitucional
que, ao vedar, em unicidade sindical mitigada, a criação de mais de um sindicato na
mesma base, implementa restrição toda própria, no que ressalvado o respeito à área
correspondente a de um município. Vale dizer que apenas não é possível a duplicidade
sindical quando se tem área única de atuação correspondente à área de um município.
No caso do processo em exame, tudo leva a crer que segmentos do grande todo que
é o dos estabelecimentos de ensino no Estado de São Paulo deliberaram constituir sindi-
catos específicos e, aí, surgiram os Sindicatos das Entidades Mantenedoras de Ensino
Médio do Município de São Paulo — SEMEM/SP, das Mantenedoras de Escolas de
Ensino Técnico do Município de São Paulo — SEMET/SP, das Mantenedoras de Esco-
las de Educação Infantil do Município de São Paulo — SEMEEI/SP e das Mantenedoras
de Escolas de Educação Fundamental do Município de São Paulo — SEMEF/SP, seguin-
do-se o arquivamento dos atos respectivos no Ministério do Trabalho, em face do novo
texto constitucional. O que se depreende do processo é o desmembramento, dadas as
atividades específicas, e, em razão da natureza, em si, do mandado de segurança, inviável
se mostrou demonstrar a persistência da representatividade do Sindicato recorrente, con-
siderada a filiação dos estabelecimentos de ensino.
Ante o quadro, desprovejo o recurso ordinário, ressalvando o questionamento da
representatividade, em si, da sobreposição de sindicatos na base territorial de certo
município, na via ordinária. É como voto.
978 R.T.J. — 198

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, a Constituição, no artigo 8º, cabeça,
consagrou a liberdade de associação profissional ou sindical, estabelecendo, contudo,
algumas restrições. Uma delas é a do chamado princípio da unicidade sindical para
impedir que uma mesma categoria profissional ou econômica fosse representada de
modo pulverizado, de modo atomizado, na mesma base territorial, que é de âmbito
municipal.
Acontece que, em matéria de estabelecimentos de ensino, para não dizer de ensino
mesmo, estou convencido de que há várias categorias profissionais, pois a Constituição
mesma fala de ensino médio, ensino técnico, ensino infantil, ensino fundamental, ensi-
no superior isolado, ensino superior universitário. E ela faz essas distinções para vários
efeitos jurídicos, até para gozo de direito subjetivo. Por exemplo, o professor de nível
médio e fundamental se aposenta, voluntariamente, com menos cinco anos de contribui-
ção e de idade.
A Constituição também faz essa distinção entre as diversas categorias de ensino
para efeito de repasse de verbas, para efeito de definição de competências federadas. Em
suma, é a Constituição mesma que estabelece a distinção, no âmbito do ensino, distin-
ção que termina se desdobrando em categorias fundamentais específicas.
No caso, há um sindicato gênero a abarcar todos os estabelecimentos de ensino,
mas há também sindicatos que têm uma esfera de abrangência profissional menor e, a
meu ver, as duas categorias de sindicato podem conviver. Há situações em que estão em
jogo interesses de todos os estabelecimentos de ensino, indistintamente, e há situações
que só dizem respeito àqueles estabelecimentos que, por força mesmo da nova Consti-
tuição, se especializaram.
Diante do exposto e daquilo que consta do voto do Ministro Marco Aurélio, tam-
bém recebo o recurso, mas para desprovê-lo.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): A única restrição que o Tribunal
pôs à cisão ou desmembramento, por especialização, de entidades sindicais, de uma
categoria mais ampla, foi quando — e fiquei vencido no leading case (RMS 21.305,
Marco Aurélio) — a profissão tinha uma disciplina legal unificada. Foi o caso de
pilotos e comissários de aeronaves, quando os pilotos queriam se diferenciar, entre os
aeronautas, dos comissários. Fiquei vencido com o Ministro Célio Borja, mas a maioria
do Plenário, no RMS 21.305, entendeu que a cisão seria, então, inadmissível.
No caso, entretanto, parece patente, como demonstraram o Relator e o Ministro
Carlos Britto, que é possível diferenciar as categorias, conforme o grau de ensino a que
se dediquem os diferentes estabelecimentos.
Nem há superposição no mesmo território, dado que os litisconsortes são sindicatos
municipais da cidade de São Paulo, ao passo que o recorrente é um sindicato estadual:
apenas dele se subtraíram determinadas categorias por grau de ensino para criar sindicatos
específicos e municipais.
R.T.J. — 198 979

Como bem acentuou o eminente Relator, há problema da representatividade des-


ses novos sindicatos; isso, obviamente, não é matéria para deslinde em mandado de
segurança.
Acompanho o voto do eminente Relator.

EXTRATO DA ATA
RMS 24.069/DF — Relator: Ministro Marco Aurélio. Recorrente: Sindicato dos Esta-
belecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Advogados: José Gerardo Grossi e outra).
Recorrida: União (Advogado: Advogado-Geral da União). Litisconsortes passivos: Sin-
dicato das Entidades Mantenedoras de Escolas de Educação Infantil do Município de São
Paulo – SEMEEI (Advogados: Ricardo Adolpho Borges de Albuquerque e outro), Sindicato
das Entidades Mantenedoras de Ensino Fundamental do Município de São Paulo – SEMEF
(Advogados: Ricardo Adolpho Borges de Albuquerque e outro), Sindicato das Entidades
Mantenedoras de Ensino Médio do Município de São Paulo – SEMEM e Sindicato das
Entidades Mantenedoras de Ensino Técnico do Município de São Paulo – SEMET (Advo-
gados: Ricardo Adolpho Borges de Albuquerque e outro).
Decisão: A Turma negou provimento ao recurso ordinário em mandado de segu-
rança, nos termos do voto do Relator. Unânime. Ausente, justificadamente, o Ministro
Eros Grau. Falou pelo recorrente o Dr. José Gerardo Grossi e pelos litisconsortes passivos
o Dr. Ricardo Adolpho Borges de Albuquerque.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso e Carlos Britto. Ausente, justificadamente, o Ministro Eros Grau.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Delza Curvello Rocha.
Brasília, 22 de março de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO MANDADO


DE SEGURANÇA 24.268 — MG
(MS na RTJ 191/922)

Relator: O Sr. Ministro Gilmar Mendes


Embargante: União — Embargada: Fernanda Fiuza Brito
Embargos declaratórios. 2. Alegação de contradição, obscurida-
de e omissão. 3. Dúvida quanto à exata conformação da parte disposi-
tiva do julgado embargado. 4. Segurança deferida para assegurar ob-
servância do princípio do contraditório e da ampla defesa (CF, art. 5º,
LV) 5. Explicitação, na parte dispositiva do julgado embargado, do
restabelecimento imediato da percepção do benefício previdenciário
cancelado pelo Tribunal de Contas da União. 6. Embargos declarató-
rios acolhidos.
980 R.T.J. — 198

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a presidência da Ministra Ellen Gracie, na conformi-
dade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, acolher
os embargos de declaração, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 3 de maio de 2006 — Gilmar Mendes, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Trata-se de embargos declaratórios opostos pela
União contra decisão que deferiu pedido em mandado de segurança para assegurar a
observância do princípio do contraditório e da ampla defesa em processo administrativo
de cancelamento de benefício previdenciário junto ao TCU, em decisão assim ementada:
“Ementa: Mandado de Segurança. 2. Cancelamento de pensão especial pelo
Tribunal de Contas da União. Ausência de comprovação da adoção por instrumento
jurídico adequado. Pensão concedida há vinte anos. 3. Direito de defesa ampliado
com a Constituição de 1988. Âmbito de proteção que contempla todos os processos,
judiciais ou administrativos, e não se resume a um simples direito de manifestação
no processo. 4. Direito constitucional comparado. Pretensão à tutela jurídica que
envolve não só o direito de manifestação e de informação, mas também o direito de
ver seus argumentos contemplados pelo órgão julgador. 5. Os princípios do con-
traditório e da ampla defesa, assegurados pela Constituição, aplicam-se a todos os
procedimentos administrativos. 6. O exercício pleno do contraditório não se limita
à garantia de alegação oportuna e eficaz a respeito de fatos, mas implica a possibi-
lidade de ser ouvido também em matéria jurídica. 7. Aplicação do princípio da
segurança jurídica, enquanto subprincípio do Estado de Direito. Possibilidade de
revogação de atos administrativos que não se pode estender indefinidamente. Poder
anulatório sujeito a prazo razoável. Necessidade de estabilidade das situações
criadas administrativamente. 8. Distinção entre atuação administrativa que
independe da audiência do interessado e decisão que, unilateralmente, cancela
decisão anterior. Incidência da garantia do contraditório, da ampla defesa e do
devido processo legal ao processo administrativo. 9. Princípio da confiança como
elemento do princípio da segurança jurídica. Presença de um componente de ética
jurídica. Aplicação nas relações jurídicas de direito público. 10. Mandado de Se-
gurança deferido para determinar observância do princípio do contraditório e da
ampla defesa (CF art. 5º LV).” (Fl. 284)
Nos embargos declaratórios, sustenta-se:
a) a existência de obscuridade e contradição, tendo em vista que o pedido do
mandado de segurança era o imediato restabelecimento do benefício previdenciário e a
decisão embargada teria se limitado a deferir a realização de novo processo administra-
tivo, com a observância do princípio do contraditório e da ampla defesa; e
b) caracterização de omissão quanto ao exato provimento expedido no julgado
embargado, ou seja, esclarecimento se a referida decisão autorizou, ou não, o restabele-
cimento imediato do pagamento de benefício previdenciário que fora cancelado pelo
Tribunal de Contas da União (fls. 288-294).
É o relatório.
R.T.J. — 198 981

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator):
1. Conhecimento
Tempestivos os embargos (fls. 286 e 288) e regular a representação, deles conheço.
2. Mérito
Os embargos declaratórios estão previstos no Título X — Dos Recursos — do
Código de Processo Civil (arts. 496, IV). O objetivo desse recurso é o aperfeiçoamento
do pronunciamento judicial, seja para esclarecê-lo ou para complementá-lo, com a eli-
minação de contradição, obscuridade ou omissão. No entanto, por vezes, visa reformar
ou invalidar a decisão, pela ocorrência de manifesto equívoco.
Nessa hipótese é que se tem admitido o efeito infringente ou modificativo do
julgado, por não haver, no sistema legal, previsão de outro recurso para a correção de
eventual erro cometido. A única ressalva que fazem a doutrina e a jurisprudência, em tais
casos, é quanto à observância do contraditório.
No caso dos autos, o mandado de segurança foi deferido pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal para determinar a observância do princípio do contraditório e da
ampla defesa (CF, art. 5º, LV, da CF/88) no processo administrativo de investigação da
legalidade de pensão da Impetrante junto ao Tribunal de Contas da União (fls. 220-284),
nos seguintes termos:
“É possível que, no caso em apreço, fosse até de se cogitar da aplicação do
princípio da segurança jurídica, de forma integral, de modo a impedir o desfazi-
mento do ato. Diante, porém, do pedido formulado e da causa petendi limito-me
aqui a reconhecer a forte plausibilidade jurídica desse fundamento.
Entendo, porém, que se há de deferir a segurança postulada para determinar a
observância do princípio do contraditório e da ampla defesa na espécie (CF, art. 5º,
LV).” (Fl. 249)
A Embargante, alegando obscuridade, contradição e omissão, pretende ver sanada
dúvida quanto à exata conformação da parte dispositiva do julgado embargado. Eis as
razões dos embargos declaratórios:
“Surge, daí, a obscuridade que se visa sanar através dos presentes embargos
declaratórios, porquanto não resta claro se a segurança foi integralmente concedi-
da, o que acarretaria o restabelecimento imediato da pensão, ou se, ao contrário,
houve tão-somente a concessão parcial do writ, apenas para os fins de determinar
que o processo administrativo observe os direitos constitucionalmente previstos
da ampla defesa e do contraditório.”
(...)
“Sendo assim, é necessário que o Supremo Tribunal Federal esclareça se o
julgado proferido no presente feito autoriza, ou não, a percepção imediata do
benefício previdenciário cancelado pelo Tribunal de Contas da União, no exercí-
cio de sua competência constitucionalmente fixada.” (Fls. 291-293)
Diante das circunstâncias dos autos e da redação da parte dispositiva da decisão
embargada, reputo fundadas as razões dos presentes embargos, de forma que os acolho,
por omissão e obscuridade, para que conste expressamente da sua parte dispositiva:
982 R.T.J. — 198

“Entendo, porém, que se há de deferir a segurança postulada para determinar a obser-


vância do princípio do contraditório e da ampla defesa na espécie (CF, art. 5º, LV),
restabelecendo-se, de imediato, a percepção do benefício previdenciário cancelado
pelo Tribunal de Contas da União.”

EXTRATO DA ATA
MS 24.268-ED/MG — Relator: Ministro Gilmar Mendes. Embargante: União
(Advogada: Advogado-Geral da União). Embargada: Fernanda Fiuza Brito (Advogados:
Carlos Augusto de Araujo Cateb e outros).
Decisão: O Tribunal, à unanimidade, acolheu os embargos de declaração, nos
termos do voto do Relator. Presidiu o julgamento a Ministra Ellen Gracie.
Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto,
Joaquim Barbosa, Eros Grau e Ricardo Lewandowski. Procurador-Geral da República,
Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 3 de maio de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

MEDIDA CAUTELAR NO MANDADO DE SEGURANÇA 24.832 — DF

Relator: O Sr. Ministro Cezar Peluso


Impetrante: Law Kin Chong — Impetrado: Presidente da Comissão Parlamentar de
Inquérito da Câmara dos Deputados – CPI da Pirataria
Comissão Parlamentar de Inquérito. Depoimento. Indiciado. Sessão
pública. Transmissão e gravação. Admissibilidade. Inexistência aparente
de dano à honra e à imagem. Liminar concedida. Referendo negado. Votos
vencidos. Não aparentam caracterizar abuso de exposição da imagem
pessoal na mídia a transmissão e a gravação de sessão em que se toma
depoimento de indiciado, em Comissão Parlamentar de Inquérito.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos,
vencido o Ministro Marco Aurélio, entender cabível, a critério do Relator, o referendo
da decisão concessiva da liminar em mandado de segurança. No mérito, o Tribunal, por
maioria, nega o referendo, vencidos os Ministros Cezar Peluso, Relator, Joaquim Bar-
bosa e Gilmar Mendes, sendo que a Ministra Ellen Gracie e os Ministros Marco Aurélio
e Joaquim Barbosa entendem, preliminarmente, prejudicado o pedido de mandado de
segurança. Ausente, justificadamente, o Ministro Nelson Jobim e, neste julgamento, o
Ministro Maurício Corrêa.
Brasília, 18 de março de 2004 — Cezar Peluso, Relator.
R.T.J. — 198 983

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Sr. Presidente, Law Kin Chong impetrou mandado de
segurança, com pedido de liminar, alegando, em resumo, que, intimado a comparecer,
sem que ficasse esclarecida a sua condição de depoente ou envolvido como indiciado,
para depor na data de hoje perante a Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos
Deputados formada para investigar fatos relacionados com pirataria de produtos indus-
trializados e sonegação fiscal, o impetrante já tinha sido objeto de uma liminar conce-
dida por mim, num mandado de segurança anterior, em que, em resguardo do seu direito
de imagem, foi interditada à aludida comissão o televisamento do seu depoimento.
Alega, em resumo, o impetrante, neste caso, que, no depoimento pretérito, a despeito
da eficácia clara da medida liminar, a TV Câmara pôs no ar as imagens sonoras do
depoimento que, evidentemente, foram captadas por outras emissoras de televisão e
postas no ar, alegando que isso é de certo modo uma fraude à liminar anterior e que,
como devia o impetrante depor nesta data, requeria a concessão de idêntica liminar, com
a particularidade de a garantia ser estendida contra a não-transmissão do seu depoimento
pela TV Câmara, pelo fato já relatado.
Porque nada havia por acrescentar quanto ao merecimento do pedido já apreciado
no mandado de segurança anterior, limitei-me a reiterar os termos da decisão anterior e,
para atender à particularidade deste segundo mandado de segurança, a minha decisão
estendia a interdição à TV Câmara. De modo que concedi, ontem à noite, a medida
liminar.
O Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente da Comissão Parlamentar de
Inquérito requereram, esta manhã, reconsideração da liminar.
Sr. Presidente, eu teria apreciado pessoalmente esse pedido de reconsideração, não
fossem dois fatos que vou justificar após o Relatório. Mas, aproveitando a oportunidade
do pedido de reconsideração, estou trazendo à consideração do Plenário a liminar.
É o relatório.

PRELIMINAR
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Senhor Presidente, quero fazer duas conside-
rações. A primeira: poderia parecer que o pedido de reconsideração e a própria apreciação,
ad referendum, da liminar estariam prejudicados em virtude da realização do depoimento,
que deveria ter sido tomado às dez horas da manhã. Recebi, pessoalmente, no meu
gabinete, o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que me comu-
nicou ter sido o depoimento suspenso até ser apreciado o pedido de reconsideração. A
segunda consideração é que recebi, neste instante, uma petição do impetrante que alega
o seguinte:
“Em obediência à intimação recebida e, juntada em ambos os processos, o
impetrante se encontra, desde às 10.00 horas, em uma sala da Câmara dos Deputados,
fechada e guardada por seguranças, aguardando para prestar seu depoimento, após
o cumprimento da liminar concedida nos autos do mandado de segurança.
984 R.T.J. — 198

A autoridade coatora, no entanto, desde aquele momento, está discutindo


com seus pares o cumprimento da liminar, tendo decidido, a poucos instantes, ou
seja, por volta das 13.45 horas, que dará início à sessão em que será colhido o
depoimento do impetrante, sem cumprimento da liminar.
Decidiu aquela autoridade que a liminar deferida por este Eminente Ministro
não tem validade naquela casa. Mais do que isso, está tentando, sob pena de prisão,
levar o impetrante ao Plenário, com todas as câmeras, gravadores, máquinas e seus
respectivos operadores a postos. Está, efetivamente descumprindo a liminar con-
cedida, empregando, inclusive, força bruta para obrigar o impetrante a depor na-
quelas condições.
Sendo assim requer o impetrante, digne-se este Eminente Ministro em determi-
nar seja a autoridade coatora notificada, por oficial de justiça, para que cumpra a
liminar, sob pena de prática de crime de desobediência ou, conceda salvo-conduto
ao impetrante, para que o mesmo possa deixar de comparecer a sessão designada, já
que não cumprida a liminar deferida, sem que esta ausência implique na prática de
qualquer ilícito, tudo nos termos das medidas já impetradas.
A presente petição é levada à Vossa Excelência em caráter de extrema urgên-
cias, em três vias, para que possa fazer parte dos processos em que concebidas as
liminares, na data de ontem, tendo em vista ainda, a própria urgência do quanto ora
requerido.” (Sic)
Esse fato, aliado à circunstância de que o depoimento teria sido suspenso, torna
relevante a apreciação, por este Plenário, para referendar ou não a concessão da liminar,
até porque se trata de matéria de extrema importância para a cidadania.
Peço vênia aos eminentes Ministros, porque este pedido entrou para reconsidera-
ção hoje de manhã, e não pude organizar sistematicamente meu voto de outra maneira.
Dentro do possível, tentarei esclarecer aos eminentes Colegas, que já receberam cópias
de todo o processado.

QUESTÃO DE ORDEM
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, se o Ministro Cezar Peluso me
permite, gostaria de suscitar uma questão a respeito do crivo, em si, do Colegiado.
A liminar no mandado de segurança é da competência do Relator, não ficando
sujeita ao referendo da Corte. Mais do que isso: defrontou-se o Relator — e por isso
trouxe o processo à bancada — com pedido de reconsideração. Esse pleito é suficiente
a abrir margem ao pronunciamento do Plenário? Podemos tomá-lo como um agravo, que
nossa jurisprudência, já sedimentada em verbete de súmula, aponta como incabível?
Essa é a questão de ordem que coloco.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Senhor Presidente, não estou trazendo ao
Plenário a liminar em virtude do pedido de reconsideração, mas nos termos do art. 21,
inciso IV, do Regimento Interno, em que se prevê o dever do Relator:
R.T.J. — 198 985

“Art. 21.
IV - submeter ao Plenário ou à Turma, nos processos de competência respec-
tiva, medidas cautelares necessárias à proteção de direito suscetível de grave dano
de incerta reparação, ou ainda destinadas a garantir a eficácia da ulterior decisão da
causa;”
Incidentalmente, na apreciação da liminar, ficará ou não prejudicado o pedido de
reconsideração. Não estou submetendo ao Plenário esse pedido, dirigido exclusivamente
ao signatário da decisão; estou submetendo ao Plenário a medida liminar como tal.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, jamais observamos, pelo menos
nos meus anos nesta Corte, esse dispositivo quanto ao mandado de segurança. Agora,
abriremos precedente para trazer-se toda e qualquer medida acauteladora ao referendo
do Plenário?
O Sr. Ministro Maurício Corrêa (Presidente): Senhor Ministro Marco Aurélio, a
questão, no caso, é envolver um outro Poder. Já chegam ao nosso conhecimento discursos
pronunciados na tribuna da Câmara extremamente desairosos e pesados contra o
Relator. É uma questão que merece exame da Corte.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: É o funcionamento da democracia.

VOTO (Explicação)
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Senhor Presidente, recordo que essa mesma
preliminar já foi examinada e rejeitada pelo Tribunal algumas vezes.
Lembro-me de um dos casos de interesse do Senhor Fernando Afonso Collor de
Mello durante o curso do processo de impeachment, MS 21.564-QO, 10-9-92, Gallotti,
DJ de 27-8-93; a que se seguiu o MS 22.864, 4-6-97, Sanches (RTJ 182/148), e mais
recentemente o MS 23.047, de 11-2-98, do qual fui Relator, atinente à tramitação da já
superada proposta de Emenda Constitucional de reforma previdenciária.
Por isso, apenas para informar aos Colegas mais modernos, a orientação do Tribu-
nal sempre deixou a critério do Relator, ante a relevância e a gravidade da questão, trazer
à consideração do Plenário matérias de sua competência individual, incluída — especi-
ficamente — a liminar em mandado de segurança.

VOTO (Explicação)
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Sr. Presidente, quero fazer um esclarecimento à Casa.
Em um dos mandados de segurança impetrados pelo então Presidente Collor con-
tra ato da Presidência do Senado — no processo de impeachment —, a mim distribuído,
trouxe a liminar à apreciação do Plenário, que, entretanto, a recusou. O argumento — o
mesmo posto agora pelo Ministro Marco Aurélio — foi que a competência é do Relator.
Assim o proclamou, naquela oportunidade, o Ministro Moreira Alves, e a Casa o seguiu.
Sustentara eu, na ocasião, haver trazido o pedido de liminar à apreciação da Casa,
porque esta admitira tal apreciação em outro mandado de segurança do então Presidente
Collor, distribuído ao Ministro Octavio Gallotti. A justificativa apresentada foi que, na
primeira vez, ou no primeiro mandado de segurança, havia como que um confronto do
986 R.T.J. — 198

Supremo com a Presidência da Câmara dos Deputados e, por isso mesmo, o Supremo
Tribunal admitiu que o então Relator, Ministro Octavio Gallotti, trouxesse a liminar
para decisão da Casa. Parece-me que este é o caso. Penso que o Plenário pode conhecer,
sim, porque acaba, inclusive, de esclarecer o Sr. Ministro-Presidente, que parece estar
surgindo uma situação conflituosa entre o Poder Legislativo e o Supremo Tribunal
Federal, certo que esta Casa, é bom registrar, está cumprindo justamente com a sua
atribuição constitucional, está tornando realidade a garantia constitucional da inafasta-
bilidade do controle judicial no caso de alegação de ofensa ou ameaça a direito (CF, art.
5º, XXXV). Onde houver tal alegação, lá deverá estar o juiz para curar a lesão ou afastar
a ameaça. Essa garantia constitucional, Senhor Presidente, é um dos pilares do Estado
Democrático de Direito.

EXPLICAÇÃO
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): V. Exa. me permite? Há um segundo motivo.
Quero fazer breves parênteses para dizer que, depois de trinta e sete anos de magistratura,
em que já ouvi — em recursos e fora deles — tudo aquilo que um Juiz tem direito a ouvir,
evidentemente não seria este o momento nem o meio pelo qual eu traria à responsabili-
dade do Plenário uma suposta posição.
Não me sinto ofendido em coisa alguma, Sr. Presidente. Sou um Juiz isento e vou
examinar com isenção o caso. Nem sei do que se trata. Não é problema de ordem pessoal.
Mas acho que se trata de problema extremamente grave, que atinge a autoridade da
Corte. E, não apenas isso, mas, diante da petição, pode configurar-se hipótese de habeas
corpus de ofício — mais uma razão para que não fosse subtraído ao conhecimento do
Plenário. Aliás, recordo-me de que, em uma das primeiras sessões após a minha posse, o
Ministro Joaquim Barbosa suscitou, não sem razão, a tese de que, sobretudo nesses
casos, deve-se privilegiar o princípio da colegialidade.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Também penso assim. O inciso IV do artigo 21 não me
parece excepcionar classe alguma de processo. Entendo que ele é extensivo a mandados
de segurança, no tocante à faculdade que tem o Relator de submeter a sua cautelar à
decisão do Plenário.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Espero que isso ocorra em casos especiais, excep-
cionais.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): E esse caso é especial.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: O apelo ao art. 21, IV e V, leva ao referendo
quando o Relator deferir individualmente a medida cautelar. No caso, creio não encon-
trar, realmente, previsão expressa. Agora, há três decisões de típico caráter regimental —
peço à Presidência que anote, pois sei que S. Exa. ainda vai propor reformas regimentais.
Para documentar, lembro o Mandado de Segurança 21.268, Gallotti; o Mandado
de Segurança 22.864, Sydney; e o Mandado de Segurança 23.047, Pertence.

VOTO (Sobre preliminar de conhecimento)


O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Sr. Presidente, conheço da ação, não só em razão
da necessidade premente da medida cautelar, tal como proposta pelo Relator, mas tam-
bém em razão da gravidade, em si, da situação: conflito latente entre Poderes.
R.T.J. — 198 987

VOTO (Sobre preliminar de conhecimento)


O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, estou na mesma linha de pensamento
do Ministro Joaquim Barbosa.

VOTO (Sobre preliminar de conhecimento)


O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Sr. Presidente, também tive oportunidade de ressaltar
que esses poderes do Relator, a rigor, são manifestados por um fenômeno de metonímia
processual. Não tenho constrangimento algum. Já tive oportunidade de discutir isso
quando da superação da Súmula n. 506 e entendo que deve haver, também, essa possibi-
lidade.
Portanto, acompanho o voto do Relator.

VOTO (Sobre preliminar de conhecimento)


O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, apenas para ressaltar que, em
relação à autoridade do que decidido pelo Plenário, pelo Relator, pela Turma, tem-se
medida constitucional — a reclamação — que pressupõe a provocação da parte interes-
sada, em termos. Continuo convencido de que a espécie não sugere a vinda, por inicia-
tiva do Relator, do processo à bancada, com a devida vênia do convencimento dos
colegas.

VOTO (Sobre preliminar de conhecimento)


O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Sr. Presidente, já adiantei o meu voto, nos
termos das precedentes decisões, que tem natureza de definição regimental do Tribunal,
que aplico.
Conheço da questão suscitada pelo Relator.

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Sr. Presidente, vou ler — porque não é muito
longa — a minha decisão, transcrita, porque retratava caso idêntico:
“É grave e delicada a questão agora reproposta no requerimento de liminar,
porque, com o envolver modalidade de colisão de princípios constitucionais, im-
plicará o reconhecimento da limitação do âmbito de um deles, ponderada no exa-
me das circunstâncias do caso concreto, qualquer que seja o teor da resposta, que
há de ser pronta.
“O que pretende o impetrante nada tem de razoável, pois, não se furtando ao
dever de comparecimento à audiência da CPI (...) (Lê fls. ) (...) Tudo isso já foi
objeto de liminar em caso idêntico (Mandado de Segurança 24.706).”
Do exposto, concedi a liminar, de forma clara, para que não fosse permitido o
televisionamento da sessão pela TV Câmara.
988 R.T.J. — 198

O Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente da Comissão Parlamentar


pedem reconsideração da decisão. Farei referências a seus argumentos ou contra-argu-
mentos para examiná-los. Alegam, em resumo, o seguinte:
“Primeiro, que o caso não seria de colisão de direitos, mas de invasão de
competência constitucional do Poder Legislativo, porque vulnerados o art. 93, IX,
da Constituição, o art. 792, caput, § 1º, do Código de Processo Penal, e art. 48, c/c
51, III, e 78 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados...(Lê fls.)...censura
prévia, sendo inexeqüível a decisão no capítulo que impede qualquer gravação de
imagem ou voz em outro recinto da Câmara.”
A meu ver, Sr. Presidente, com o devido respeito, não procede nenhum dos argu-
mentos.
Vossas Excelências me interromperão, eventualmente, em relação à jurisprudência
aturadíssima da Corte, se eu estiver-me excedendo na leitura de precedentes.
“O princípio constitucional da universalidade da jurisdição garante que
nenhuma lesão a direito individual fica imune à apreciação judicial. A jurispru-
dência assentada da Corte é que não é a natureza da norma que a matéria interna
corporis ou não, mas a questão de saber se o ato fundado aparentemente na Cons-
tituição ou Regimento pode, em tese, violar ou não direito subjetivo dos próprios
congressistas ou de terceiros.”
Cito decisão da Corte no Mandado de Segurança n. 22.503, do Distrito Federal, e
em que V. Exa. ficou sendo Relator para o acórdão. Leio trecho do voto do eminente
Ministro Sepúlveda Pertence:
“No primeiro desses casos” — fazendo referência ao Agravo no RMS n. 21.
754 —, “situei a minha posição a respeito, recusando a afirmação apodídica, cons-
tante de algum dos precedentes, de que a interpretação de norma regimental é
sempre matéria infensa à apreciação judicial. Entendo que não é a natureza da
norma aplicável no processo legislativo ou na deliberação da Câmara que faz da
deliberação matéria interna corporis ou não. O problema para excluir-se o contro-
le jurisdicional é saber se a deliberação, seja ela fundada diretamente na Constitui-
ção ou no Regimento Interno, pode, em tese, violar direito subjetivo dos próprios
congressistas ou de terceiros.
Por isso, no voto proferido no MS n. 21.574, concluí — depois de lembrar que
como um critério pragmático, prático, empírico se repete muito no tema que, sobre
processo legislativo ou qualquer deliberação das Câmaras, o que o Judiciário pode
apurar são as violações de normas constitucionais, não é norma regimental:
Verbis:
‘Minha ótica no ponto é um pouco diversa. Não me sinto, neste momento,
autorizado à afirmação apodídica de que, da violação da norma regimental,
não possa surgir jamais uma questão susceptível de solução jurisdicional. O
que me parece essencial é saber, seja qual for a norma jurídica invocada, se há,
em tese, direito subjetivo a proteger. Se existe, pode a norma de referência ser
regimental. Assim como pode a violação de norma constitucional não trazer
viabilidade ao mandado de segurança, se não há direito subjetivo em jogo: aí,
R.T.J. — 198 989

a ofensa à Constituição poderá gerar, sim, a inconstitucionalidade formal da


norma dela decorrente a ser declarada, porém, em outras vias’.
Recordei — continua S. Exa. —, além dos casos referidos, o ‘Caso Itamar
Franco’, o MS n. 21.247, Relator Ministro Moreira Alves, que, como depois acen-
tuarei, ainda me parece a construção mais adequada a respeito, e lembrei outros
processos, entre eles um que apreciei como Procurador-Geral da República: trata-
va-se do MS n. 20.499 — mandado de segurança de Deputado Federal, questio-
nando a validade das normas regimentais consagradoras do chamado ‘voto de
liderança’. Ponderei, então, no parecer, depois de dizer que o pedido cifrava-se na
proteção do mais fundamental direito-função congressista, que é o de exercer o seu
direito de voto nas deliberações das Casas Legislativas. (Pareceres do Procura-
dor-Geral da República, 1985-87, p. 62):
E cita:
‘Não há negar, finalmente, a possibilidade jurídica do pedido, sob o
pretexto desgastado de cuidar-se de questão interna corporis, de natureza
política.
De fato. O que se tem reputado interna corporis, de modo a afastar o
controle jurisdicional, é a aplicação, in concreto, das normas de procedimen-
to das casas legislativas pelos respectivos órgãos diretores.
Assim, por exemplo, a proclamação do resultado da votação de deter-
minado projeto. Ainda, aí, porém, com uma ressalva: cessa a indenidade e
abre-se a via jurisdicional de controle, sempre que à decisão interna corporis
se possa opor a pretensão de um direito subjetivo contrariado. É ponto assen-
te na construção jurisprudencial ameridana (cf. Corwin. The Constitution of
the USA, 1953, p. 97), que constitui, entre nós corolário inafastável de garan-
tia de universalidade da jurisdição (art. 153, § 4º, da CF).’
‘Mas, em todos esses casos, é evidente que se estava em face de uma
pretensão de direito subjetivo, pretensão que, data venia, não precisa ser de
alguém estranho às causas do Parlamento. O congressista não sofre nenhuma
capitis diminutio em seus direitos subjetivos, pelo contrário, precisamente
porque congressista tem uma série de direitos-função, que pode defender por
todas as vias judiciais cabíveis. Mas o essencial é que, para admitir esses
mandados de segurança, inicialmente se verificou haver uma pretensão do
direito subjetivo, em tese, susceptível de afirmação judiciária.’
E S. Exa. continua na mesma linha de raciocínio.
Antes de prosseguir, invocando precedentes mais recentes, encontrei, hoje, um
caso que, diria, é histórico, porque data de 1953. É o Mandado de Segurança n. 1.959, do
Distrito Federal, relatado pelo Ministro Luís Gallotti. A ementa é tão clara, nítida,
insofismável, que até me dispensaria de ler o acórdão. Dizia esta Corte em 23 de janeiro
de 1953:
“Desde que se recorre ao Judiciário, alegando que um direito individual foi
lesado por ato de outro Poder, cabe-lhe examinar se esse direito existe e foi lesado.
Eximir-se com a escusa de tratar-se de ato político seria fugir ao dever que a Cons-
tituição lhe impõe, maxime a postelera inscrito entre as garantias fundamentais
990 R.T.J. — 198

como nenhuma outra antes fizera — referia-se à Constituição de 1946 — o princípio


de que nem a lei poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão
a direito individual. Compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer do mandado
de segurança contra ato da Mesa de uma Câmara Legislativa; competente também
há de ser, por mais forte razão, já que outro Tribunal Superior a ele não existe, para
conhecer do pedido quando o ato impugnado é da própria Câmara.”
O Sr. Ministro Carlos Velloso: O Ministro Pedro Lessa já isso proclamava, nesta
Casa, quando se discutia a natureza do ato político.
O Sr. Ministro Celso de Mello: É verdade. Mostra-se lapidar, sob tal aspecto, o
magistério — sempre douto e erudito — que Pedro Lessa, já Ministro do Supremo
Tribunal Federal, expôs em obra clássica (“Do Poder Judiciário”, pp. 65/66, 1915,
Livraria Francisco Alves):
“Em substância: exercendo atribuições políticas, e tomando resoluções po-
líticas, move-se o Poder Legislativo num vasto domínio, que tem como limites
um círculo de extenso diâmetro, que é a Constituição Federal. Enquanto não
transpõe essa periferia, o Congresso elabora medidas e normas, que escapam à
competência do Poder Judiciário. Desde que ultrapassa a circunferência, os seus
atos estão sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, que, declarando-os
inaplicáveis por ofensivos a direitos, lhes tira toda eficácia jurídica.” (Grifei)
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): V. Exa. me permite?
O Sr. Ministro Celso de Mello: Pois não.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Queria prestar homenagem ao eminente
Ministro Celso de Mello e ler o seu voto. Mas Sua Excelência poderá, se for o caso,
retomar o tema e sintetizar seu pensamento, poupando o Tribunal a esta penosa leitura
da sua própria jurisprudência.
Não há, portanto, não vejo, não enxergo, nem com lupa, Sr. Presidente, invasão de
competência legislativa. Trata-se, em tese, de violação a direitos individuais: direitos à
honra objetiva e direitos à própria imagem.
Depois, a mim me parece evidente — aliás, isso ficou claro nas minhas decisões,
que, por sinal, em outro caso, tive a honra de ver citadas pela Ministra Ellen Gracie —
que a decisão não obstava nem obsta à publicidade das sessões, mas apenas limita a
exposição perniciosa da imagem de quem não se sabe se é testemunha ou se é indiciado,
porque a Comissão Parlamentar de Inquérito não predefine a condição em que o cidadão
intimado deva comparecer e depor perante ela. Isto é, o cidadão não sabe se comparecerá
na condição debuxada de indiciado ou se comparece como testemunha. Pode ser apre-
sentado, sem julgamento nem recurso, como um criminoso execrável, com ofensa
irreparável à sua honra objetiva e à sua imagem pública. Todos os poderes da Comissão
estão intactos, e também os da imprensa, que pode assistir ao ato, fazer anotações, publi-
cações, noticiar, etc. Não há, em nenhuma das minhas decisões anteriores, não apenas
nessa, nenhuma restrição a tais poderes. Nem sei, Sr. Presidente, se me excedo em trazer
fato que é público e notório, que qualquer pessoa do povo é capaz de verificar: relembrar
os excessos, que, nos termos, por exemplo, da observação do voto do Ministro
Sepúlveda Pertence, podem ser cometidos por Comissões Parlamentares de Inquérito.
R.T.J. — 198 991

Mas vou citar uma, sem identificá-la, porque acho que não é o caso, e a que assisti antes
de ter tido a honra de ser nomeado Ministro desta Corte, apenas como magistrado do
Poder Judiciário de São Paulo, estarrecido. Tratava-se de sessão de Comissão Parlamentar
de Inquérito em que um dos parlamentares, velho e experimentado, fez em relação a um
diretor de banco, que ali se encontrava na mera condição de testemunha, não diria uma
catilinária (porque Cícero, perto daquilo, foi muito suave), mais do que uma catilinária
contra o cidadão. Ele foi ali, pública e ostensivamente, ofendido, processado e condenado,
tudo sem recurso! Terminada a Comissão Parlamentar de Inquérito, o cidadão não foi
indiciado, não foi processado, não foi nada. Mas a sua imagem...
Gostaria de ser expressivo, Sr. Presidente, se pudesse imaginar a hipótese inimagi-
nável — porque se trataria de magistrado desta Corte — de que ouvisse um parlamentar,
mandasse gravar a sessão do depoimento, se permitisse — evidentemente que estou
raciocinando pelo mais absurdo dos absurdos — fazer observações sobre a culpa do
mesmo parlamentar e autorizasse que tudo fosse televisionado e divulgado!
Aliás, Sr. Presidente, Nelson Sampaio, num livro famosíssimo, Do Inquérito Parla-
mentar, diz textualmente, mas nem precisava dizê-lo:
“A inquisição parlamentar pode significar uma forma de punição sem recurso
e não prevista no Código penal. É uma pena acessória à margem da lei — à margem
do ordenamento jurídico — que atinge culpados e inocentes. Que pena é essa? A
pena do escárnio público.”
Não fiz na oportunidade da liminar, mas vou fazer agora uma observação, Sr.
Presidente, a respeito de norma que está no novo Código Civil, a qual apenas formalizou
prescrição que já seria decorrência das normas constitucionais e que está inserida no
Capítulo II, dos Direitos da Personalidade. Diz o Código Civil, nos artigos 20 e 21:
“Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou
à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,
ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser
proibidas , a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
comerciais.”
“Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento
do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato
contrário a esta norma.”
É o reconhecimento textual, por norma subalterna, de um direito irrenunciável da
personalidade.
A esse respeito, os autores, hoje, entre outras coisas, advertem:
“A hipótese de necessidade” — quero ser mais incisivo, estão cuidando da
administração da justiça, Sr. Presidente, que é a mais alta e nobre das funções —
“para administração da justiça se refere a processos judiciais ou mesmo administra-
tivos, que exijam, durante dilação probatória, a quebra de sigilo bancário, fiscal ou
telefônico (...) No caso de processo administrativo, a autoridade processante deverá
requerer autorização ao juiz competente, para que a providência seja levada a
efeito.”
992 R.T.J. — 198

Sintetizando posições da Casa, a doutrina reconhece:


“As Comissões Parlamentares de Inquérito, portanto e em regra, terão os
mesmos poderes instrutórios que os magistrados possuem durante instrução pro-
cessual penal” — trinta e oito anos de magistratura, Sr. Presidente, nunca vi um
magistrado impor a imagem pública de ninguém à execração, de ninguém —,
“inclusive com a possibilidade de invasão das liberdades públicas individuais,
mas deverão exercê-los dentro dos limites constitucionais impostos ao Poder Judi-
ciário, seja em relação aos direitos fundamentais, seja em relação à necessária
fundamentação e publicidade de seus atos, seja, ainda, na necessidade do resguar-
do de informações confidenciais, impedindo que as investigações sejam realiza-
das com a finalidade de perseguição política ou de aumentar o prestígio pessoal
dos investigadores, humilhando os investigados e devassando desnecessária e
arbitrariamente suas intimidades e vidas privadas”.
Sr. Presidente, eu não gostaria de estar numa situação dessas.
De notinha de rodapé consta ainda:
“Conforme decidiu o Ministro Nelson Jobim (verbis), “no exercício desses
poderes, tais Comissões” — só para relembrar, Sr. Presidente, o Ministro Nelson
Jobim foi um dos mais ilustres parlamentares — “devem respeitar os mesmos limi-
tes formais a que estão submetidos os membros do Poder Judiciário, quando da
instrução de processo criminal. (STF — Pleno, MS 79.790-3/SP). Esse é o mesmo”
— continua — “ entendimento da Suprema Corte Norte-americana, que entende a
possibilidade de invasão das liberdades individuais por parte dos inquéritos parla-
mentares, desde que de forma fundamentada, equilibrada e com extrema cautela.”
A própria publicidade dos processos e dos julgamentos judiciais, que são os mais
graves da ordem jurídica e aos quais a investigação das Comissões Parlamentares não
pode equiparar-se — embora sejam elas expressão legítima do poder político do Parla-
mento — em dignidade e gravidade, até essa publicidade pode ser restrita, quando o
exija o interesse público ou a intimidade das pessoas. É a Constituição que estatui.
Seria truísmo, Sr. Presidente, dizer que o direito à publicidade, assim como qual-
quer direito, inclusive o direito à vida, não é absoluto. Não há direitos absolutos no
ordenamento e na ordem jurídica, e sua restrição não pode, portanto, configurar ultraje a
direito à informação, muito menos censura prévia. Estamos pura e simplesmente, Sr.
Presidente, diante de um caso clássico de colisão aparente de direitos, que se resolve na
delimitação dos âmbitos materiais de eficácia, diante da particularidade da hipótese.
E pergunto, finalmente, Sr. Presidente, pedindo escusas pela minha insistência em
coisas tão óbvias, se seria lícito, num quadro em que há grave risco de ofensa irreparável
à honra objetiva e à imagem do impetrante, por parte da mídia, imaginar-se que fosse
permitido à TV da Câmara transmitir o mesmo depoimento com os mesmos riscos, sob o
fundamento de que se trata de um órgão do Poder Legislativo.
Em primeiro lugar, se isso fosse possível, ter-se-ia fraude à decisão e com o seguinte
absurdo não menos expressivo: que reduziríamos, mas não impediríamos, a publicidade
danosa perante o universo dos pagantes, porque só quem paga tem acesso às televisões
fechadas. Isto é, o direito do cidadão valeria aí pela metade; valeria para quem não paga,
pois quem paga teria direito de assistir ao espetáculo!
R.T.J. — 198 993

Essas são as razões, em suma, Sr. Presidente, por que eu quis e quero, com grande
tranqüilidade nesse aspecto — não para, supostamente, livrar-me dos ataques a que
todos os juízes estão sujeitos no exercício da sua função —, compartilhar com o
Colegiado a apreciação deste caso grave, em que se deve definir não apenas os poderes
constitucionais da Corte mas a necessidade de preservar direitos fundamentais do cidadão
contra qualquer ato abusivo do Estado. É para isto que serve o Poder Judiciário: permitir
a cada cidadão realizar, mediante resguardo dos seus direitos fundamentais, seu projeto
histórico de convivência, sem o que ninguém pode manter uma vida digna e ninguém
teria direito de dormir tranqüilo, como lembrou Couture.
De modo que, Sr. Presidente, com o devido respeito, não vejo procedência nos
argumentos opostos à minha decisão, e o meu voto é pelo referendo da liminar.

VOTO (Sobre preliminar)


O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Sr. Presidente, como sempre, serei brevíssimo.
Acompanho, com tranqüilidade, o eminente Relator, anotando, apenas, en passant, que
há de fato, no caso, uma aparente colisão entre direitos fundamentais. De um lado, estaria
a liberdade de imprensa e, do outro, o direito de imagem. Contrapondo esses dois valores,
não vejo neles o mesmo peso, porque, no que diz respeito à suposta liberdade fundamental
concernente à liberdade de imprensa, não tenho como algo indissociável ao exercício
do Poder Legislativo a divulgação por mídia eletrônica dos seus trabalhos. Nesse caso,
não teria a menor dúvida em, realizando a ponderação entre esses interesses supostamente
em conflito, pender em favor da preservação do direito à intimidade.
Por outro lado, há, nitidamente, não só uma ameaça patente, mas um abuso evidente
ao direito da pessoa do impetrante.
Por essas razões, Sr. Presidente, acompanho o Relator e concedo o referendo.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, também acompanhei atentamente os
dois votos — sem dúvida, de bela feitura, notadamente o do Relator, mais circunstan-
ciado — e começo por dizer que também entendo presente a competência do Supremo
Tribunal Federal.
O caso não é absolutamente interna corporis, não diz respeito apenas às compe-
tências e aos interesses estritamente internos da Câmara dos Deputados; é de relevância
constitucional suficiente para atrair a competência desta excelsa Corte.
Proclamo a soberania do princípio insculpido no art. 5º, XXXV, da Constituição,
segundo o qual nem a lei — e aí incluo as emendas — pode excluir da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito.
Entretanto, percebi que, no início de que fala o Ministro Cezar Peluso disse que
estava a se fundamentar, na sua decisão cautelar, no eventual abuso de exposição na
mídia; ou seja, que a imagem do impetrante pudesse sofrer execração — também palavra
colhida da fala de S. Exa. Entendo que não se pode, com o receio do abuso, proibir o uso.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): V. Exa. me permite um esclarecimento?
994 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Carlos Britto: Pois não.


O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Estamos tratando do terceiro mandado de
segurança. Além disso, com essa notícia, é preciso dizer mais alguma coisa? É preciso
observar que a minha preocupação era fundadíssima?
O Sr. Ministro Carlos Britto: Perfeito. Mas em que consiste o abuso? Segundo
colhi do voto de V. Exa., Ministro Cezar Peluso, consiste em que, por ocasião do
televisamento — não digo televisionamento — da inquirição da sessão parlamentar,
abusos pudessem ser cometidos de sorte a prejudicar a imagem.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Faço mais um esclarecimento para ajudar a
formação do seu juízo: no primeiro mandado de segurança, fazia-se referência a algumas
investigações que já teriam sido realizadas em São Paulo, relativas ao então impetrante,
das quais ele saiu apontado como criminoso.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Em última análise, o que receia o próprio impetrante,
pedindo a nossa proteção para um direito subjetivo dele, líquido e certo, como deve ser
próprio do mandado de segurança: que a imagem dele venha a ser conspurcada pelo
televisamento, ao vivo, do seu depoimento, seja em TV fechada seja em TV aberta.
Aí, entendo que a exposição televisiva da imagem de quem quer que seja não é, por
si só, um atentado a essa imagem.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Teoricamente, não é mesmo.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Entendo que não, sobretudo porque se trata de uma
comissão parlamentar de inquérito dotada de poderes de instrução próprios do Poder
Judiciário.
Aí, sem dúvida que a regra do art. 93, IX, há de prosperar, prima facie, dado cuidar-
se da publicação que é própria dos atos do Poder Judiciário.
De outra parte, claro que há interesse da imprensa em cobrir um ato típico de um
processo parlamentar de inquérito. Aí, temos que nos remeter à Constituição, que dis-
pensou ao tema da comunicação social 5 artigos e 27 dispositivos — artigos 220 a 224,
desdobrados em 27 dispositivos —, a significar a importância com que lidou com o tema
da comunicação social.
Percebe-se, sem maior esforço intelectivo, que a comunicação social é versada pela
Constituição como a possibilidade de buscar a informação, o núcleo duro da comunica-
ção social, transmiti-la, comentá-la, ilustrá-la e torná-la, se for o caso, em denúncia. Daí
falar-se tanto, hoje, em imprensa investigativa e, ao mesmo tempo, denunciativa, porque
é assim que está na Constituição.
A Constituição começa, no trato da matéria, por se fazer extremamente garantística
da liberdade de comunicação, a partir do caput do art. 220, que só admite, na transmissão
do pensamento, da expressão, da informação e da criação, as restrições dela própria,
Constituição.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): V. Exa. me permite só uma indagação?
O Sr. Ministro Carlos Britto: Pois não.
R.T.J. — 198 995

O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Se V. Exa. estivesse diante de antecedentes


que justificassem esse receio, V. Exa. acha que seria razoável a prevenção do dano? Se
houvesse fatos antecedentes que justificassem o receio, diante dos quais haveria um
risco muito grande de ter sua honra e a imagem violadas, V. Exa. a admitiria?
O Sr. Ministro Carlos Britto: Em tese, sim.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Deixei a V. Exa., não sem razão, uma cópia
da petição inicial. Leio a V. Exa. — dispensando-o de fazê-lo — a fundamentação da
primeira impetração:
“Em 02 de novembro p.p, os impetrantes foram tomados de surpresa com a
publicação no Jornal Folha de São Paulo, edição n. 27.241, pág. A22 (...) (lê fls. 04)
(...) A reboque das maledicentes divulgações acima referidas (...)”
V. Exa. acha que ele seria recebido como “Rainha da Inglaterra” na CPI?
O Sr. Ministro Carlos Britto: Ouvi a leitura de V. Exa. Nenhum desses fatos é
atribuível à Mesa da Câmara dos Deputados.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): A presunção é de que a Mesa da Câmara dos
Deputados o convidou para testemunhar contra os jornais?
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Não, mas é preciso ficar claro que quem está
fazendo os ataques é a imprensa, não a Câmara, e é ela que vai processar o indiciado.
No caso, Excelência, parece-me que devemos fazer a conciliação possível.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): É igual ao caso do senador, só que lá estáva-
mos a protegê-lo. V. Exa. se recorda bem da sessão retrasada? Da investigação contra o
senador?
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sim.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Para demonstrar a isenção — aliás, indubi-
tável — desta Corte, protegemos o parlamentar contra um ato de investigação da Polícia
perante o juízo de primeiro grau, só pelo fato de ele ter sido intimado por referência de
uma acusação.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Votei assim também. Mas o caso aqui é diferente.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Estou com uma expectativa fundadíssima
no voto de V. Exa.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, o que diz a Constituição, especifica-
mente, em matéria de liberdade de imprensa? Diz o seguinte sobre informação jornalística:
“Art. 220. (...)
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social,
observado o disposto no art. 5º, IV,V, X, XIII e XIV.”
Vamos fazer a conciliação possível. No artigo 5º, é assegurada a liberdade de
pensamento, sendo vedado o anonimato. No artigo 4º, é dado o direito de resposta.
Então, a Constituição, no artigo 9º, protege, torna inviolável a honra, a imagem, a vida
privada e a intimidade. No caso, seria esse dispositivo. A Constituição assegura a
inviolabilidade, mas ela não pode ser aferida simplesmente a priori.
996 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Tem que ser violada, para depois...
O Sr. Ministro Carlos Britto: Não é assim. Eu disse: simplesmente a priori.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): V. Exa. me perdoe. Vamos deixar acontecer
para dizer: ah, então, agora vamos proteger. Proteger o quê?
O Sr. Ministro Carlos Britto: Estamos vivendo uma idade “mídia”, por paráfrase
com a idade média. Nessa idade “mídia” é natural que tudo venha a lume, porque é
próprio da democracia que todos se tomem dessa santa curiosidade pelas coisas do
poder, pelas coisas que dizem respeito a toda a coletividade. A democracia é um regime
de informação por excelência e, por isso mesmo, prima pela excelência da informação. É
claro que a informação televisada ganha essa tonalidade de excelência, de transparência.
No caso, entendo que não houve, não existe o direito líquido e certo do impetrante de
ver sua imagem subtraída do televisamento direto.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): V. Exa. me permite? Estamos em sede de
liminar, não estamos examinando ainda o mérito do mandado de segurança. Estamos
naquilo que os técnicos do direito chamam de cognição sumária.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Mas o núcleo da liminar é a proibição do televisamento,
quanto mais...
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Se for denegada a segurança depois, a Co-
missão Parlamentar de Inquérito poderá chamar novamente o impetrante e fazer com ele
tudo aquilo que V. Exa. acha que pode fazer.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Para concluir, não voto com o Relator. Peço vênia,
não dou o referendo. Digo isso sentido, peço todas as vênias.
Agora, diante dessa notíci de que a liminar do eminente Ministro foi desrespeitada,
entendo que esta Casa deve posicionar-se no sentido de apurar os fatos e tomar as
providências reativas, corretivas, que a gravidade do caso está a exigir. Estamos aqui,
graças a Deus, participando desta assentada, com o eminente Procurador-Geral da Repú-
blica a quem também concito para refletir sobre essa última notícia que nos chegou pela
balizada voz de V. Exa., Sr. Presidente.

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Sr. Presidente, quanto à questão sobre se se trataria
de uma questão interna corporis ou não, tenho a impressão de que o eminente Relator já
deu a resposta cabal.
Temos aqui uma discussão clara sobre direitos fundamentais, e é pacífica e reiterada
a jurisprudência desta Corte no sentido de que nesta seara não há, então, invocar a
alegada questão política ou a questão interna corporis.
Quanto à liberdade, que foi objeto dessa discussão, tenho algumas notas:
“Muito se tem discutido entre nós sobre os limites da liberdade de imprensa
e da liberdade artística em relação aos direitos de personalidade, especialmente em
relação ao direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem (...) (lê Informa-
tivo Consulex, 25-10-93, e Revista dos Tribunais n. 5, out/dez 1993, pp. 16-20 e
R.T.J. — 198 997

RIL n. 122, abr/jun, 1994, p. 297) (...) Tem-se, pois, aqui expressa a reserva legal
qualificada, que autoriza o estabelecimento de restrição à liberdade de imprensa
com vistas a preservar outros direitos individuais não menos significativos, como
os direitos da personalidade em geral.”
Essas colocações hão de servir, pelo menos, para mostrar que o tema não pode ser
tratado de maneira simples e que nós estamos diante de casos que evocam, como já foi
também aqui mencionado, a hipótese de uma colisão de direitos.
Na espécie — eu poderia fazer outras considerações, mas vou me abster, Sr. Presi-
dente, tendo em vista o adiantado da hora — vou lembrar um caso que guarda pequena
pertinência com a discussão que estamos a travar no presente momento, um caso da corte
constitucional alemã:
“o chamado ‘caso Lebach’, de 5 de junho 1973, no qual se discutiu
problemática concernente à liberdade de imprensa face aos direitos de perso-
nalidade. Cuidava-se de pedido (...) (lê ‘Colisão de Direitos Fundamentais:
Liberdade de Expressão e de Comunicação de direito à Honra e à Imagem’)
(...) que identifica o autor de fato delituoso pouco antes da concessão de seu
livramento condicional ou mesmo após a sua soltura, ameaça seriamente o
seu processo de reintegração social.”
Portanto, Sr. Presidente, isso mostra de forma muito clara — acredito que o prece-
dente guarda pertinência absoluta com a discussão que estamos a travar neste momento,
que é possível se fazer nesse juízo sumário de cognição — que é legítima a intervenção
do Judiciário no tema e, mais do que isso, parece-me plenamente legítima a decisão
tomada pelo Ministro Cezar Peluso.
De modo que, também, a referendo.

VOTO
A Sra. Ministra Ellen Gracie: Senhor Presidente, minha primeira consideração de-
corre da dificuldade que tenho e gostaria de manifestá-la ao Plenário.
Parece-me que o Poder Judiciário só se manifesta e só se movimenta quando isso
seja estritamente necessário. Tivemos notícia, por Vossa Excelência, no curso desta
sessão mesmo, de que a ordem emanada do Ministro Relator teria sido descumprida.
Diante dessa situação, indago: qual a utilidade do pronunciamento do Colegiado nessas
circunstâncias, supondo-se, e é sempre possível supor, que o Colegiado, afinal, não
confirme a decisão do eminente Relator. Teria essa circunstância o efeito de eliminar o
descumprimento da ordem judicial, que já se verificou? Entendo que não. Por isso
mesmo, manifesto, inicialmente, o prejuízo da continuidade do julgamento. Agora, já se
manifestaram quatro Colegas, pelo conhecimento e prosseguimento, enfim, da análise
do caso. De modo que essa é a minha primeira posição.
Com relação ao mérito, Senhor Presidente, peço todas as vênias ao eminente
Relator para dele divergir e conceder, em parte, o pedido que foi aviado pela Casa
Legislativa.
Já se disse que se pondera contraposição entre dois direitos de estatura constitucio-
nal, ambos válidos, ambos extremamente importantes, no estado democrático: um deles, o
998 R.T.J. — 198

direito à informação; o outro, o direito que o convocado pela CPI tem à inviolabilidade da
sua própria imagem. Eu tive, o Senhor Relator fez a gentileza de referir, oportunidade, sim,
de já deferir pedidos semelhantes, idênticos até, de outros convocados desta mesma CPI da
Pirataria. Na ocasião, garanti — era uma senhora a requerente — que ela não fosse
assediada indevidamente, mas ressalvei o direito que tem a Casa Legislativa de documen-
tar e de transmitir suas reuniões, quando isso seja da ordem natural dos trabalhos, vale
dizer, a menos que a sessão seja daquelas raríssimas em que a Casa delibera em segredo.
Portanto, entendo que se deva resguardar o depoente da indevida exposição, mas
disso não pode decorrer que se impeça a regular divulgação dos trabalhos da Casa
Parlamentar. Qualquer restrição a acesso ou divulgação pelo canal próprio da Câmara
dos Deputados só poderia, assim me parece, ser imposta pelo seu próprio Regimento
Interno. É que a sessão é pública, e a ela pode ter acesso qualquer do povo. Estamos em
tempos novos, em tempos que o Ministro Carlos Britto bem denomina, tempos de mídia,
era da mídia. Hoje, temos uma democracia muito mais participativa devido, exatamente,
a esse acesso generalizado da população não só às Casas Legislativas, mas às delibera-
ções desta Casa, em razão da divulgação feita pelos canais próprios.
A restrição feita pelo eminente Relator de que esse canal seja ainda um canal
fechado é uma questão eminentemente técnica que, ao que estou informada, deverá ser
superada brevemente para que os canais abertos também possam transmitir as delibera-
ções das Casas Legislativas e deste Supremo Tribunal.
Portanto, o que vemos hoje é que a sessão da Comissão, que é acessível a qualquer do
povo e que as presenças só se limitam, evidentemente, à capacidade física do ambiente,
amplia-se mediante essa divulgação que a Casa Legislativa, por sua deliberação, por
haver montado um sistema de rádio e teledifusão, quer fazer chegar à população.
O eventual mau comportamento de um ou outro parlamentar, vilipendiando a
pessoa de alguém que vem prestar depoimento, há de ter o seu corretivo próprio e há de
sofrer, inclusive, a mais severa das censuras, que é a censura do seu próprio eleitorado.
Apenas para concluir esse raciocínio, entendo que os exemplos que nos foram
trazidos do estado norte-americano não nos servem como parâmetro, porque lá, ao con-
trário do que aqui ocorre, as Casas Judiciárias não só não deliberam em público como
não permitem a transmissão dos seus julgamentos. Na Suprema Corte americana, sequer
notas à mão se podem tomar. Tive, pessoalmente, oportunidade de verificar isso. Ao
contrário, nas Casas Legislativas, em todas as correspondentes comissões parlamentares,
a divulgação é ampla pela televisão, em canais abertos. E, em determinadas ocasiões,
quando a matéria é de grande relevo, o país praticamente se paralisa para ouvir essas
inquirições de pessoas. Lembro-me de ter tido a oportunidade de ouvir as inquirições
dos representantes da indústria de cigarros quanto aos malefícios do fumo. Essas são
necessariamente abertas, e parece-me que a sua divulgação deve obedecer aos ditames e
ao sentido de conveniência e de oportunidade da Casa Legislativa.
Por isso, com todas as vênias do Relator, não posso pressupor que este ou aquele
convocado, seja como testemunha, seja em que qualidade for a convocação do impe-
trante, venha a ser desrespeitado pelos membros da Comissão.
É assim que voto.
R.T.J. — 198 999

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, creio que, quanto à matéria
preliminar — tratar-se, ou não, de um ato interna corporis —, estamos todos de acordo,
porque vinga, em um Estado Democrático de Direito, o primado do Judiciário.
É cláusula contida no rol das garantias constitucionais que não se pode — não vou
aludir sequer à lei — retirar do Judiciário o exame de lesão a direito ou o exame de
ameaça de lesão a direito. Evidentemente, a legislação é aplicável em todo o território
nacional. A soberania é do Brasil, não deste ou daquele Poder.
Na espécie, permito-me dizer que o ato, em si — e vou retroagir porque deveria ter
aludido a isso —, perdeu o seu objeto pelo descumprimento — a notícia chegou a Vossa
Excelência — pela Casa Legislativa.
Comungo com a Ministra Ellen Gracie no que Sua Excelência aponta a falta total
de utilidade e necessidade de o Colegiado reunir-se para referendar o ato do Relator. O
ato se mostrou precário e efêmero, o ato se mostrou dirigido a certa sessão da Comissão
Parlamentar de Inquérito, e essa sessão, pelo que tive notícia — repito —, mediante a fala
de Vossa Excelência, está em pleno curso, se é que ainda não terminou.
Admito que, no caso, na inicial do mandado de segurança, porque este se mostrou
preventivo, temos a evocação de ameaça a direito do impetrante e, portanto, abre-se o
campo para o pronunciamento do Tribunal.
Senhor Presidente, pelo que percebi, o ato que ora examinamos, do Relator, Ministro
Cezar Peluso, afigura-se linear. Não ouvi um dado concreto que pudesse ser imaginado,
ligado à atuação dos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito, que estivesse a
respaldar, em si, o pedido formulado. Não creio que possamos pinçar o que veiculado
anteriormente em jornais quanto ao perfil do convocado. Evidentemente, precisamos ter
presente o que pode surgir do trabalho desenvolvido pela Comissão Parlamentar de Inqué-
rito. E nesse campo, devo presumir, como também na vida gregária em geral, o que normal-
mente ocorre, ou seja, uma postura razoável, digna, por parte daqueles que representam, na
Comissão Parlamentar de Inquérito, o povo brasileiro.
A rigor, estamos diante — e peço vênia para dizer isso em Plenário — de uma
liminar que serviria para toda e qualquer convocação, já que — repito — não temos
dados concretos que individualizem a situação do impetrante, a não ser o que publicado,
no âmbito da liberdade de informar, da liberdade de expressão, e com os consectários
previstos na Carta da República, por grandes jornais. Não foi pela “imprensa marrom”,
mas por grandes jornais.
A atuação do Parlamento é aberta, devendo ser acompanhada pela sociedade bra-
sileira. Não consigo imaginar um ato que obstaculize a divulgação da atividade desen-
volvida por qualquer Casa Legislativa, muito menos — e já não temos mais em vigor a
Portaria 11-B — partindo do próprio Judiciário, ou seja, o Judiciário interferindo na
Casa para ditar certas regras. Há um princípio que rege a administração — gênero —
como um grande todo, que é o princípio da publicidade, o princípio da transparência, a
pressupor — e é a forma de a sociedade acompanhar os trabalhos — a atuação da imprensa
escrita, falada, televisada.
1000 R.T.J. — 198

Temos, Senhor Presidente, na Carta da República, dispositivos que, numa visão


primeira, podem surgir até em conflito, mas o conflito é aparente. Temos que o inciso IV
do artigo 5º da Constituição Federal preceitua ser livre a manifestação de pensamento.
Resguarda o artigo 220:
A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição.
O legislador constituinte de 1988 foi pedagógico e, na esteira, inclusive, da Emenda
n. 1 da Constituição Americana, fez inserir parágrafo no artigo 220 da Constituição
Federal, revelando que:
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social,
observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
E, no § 2º desse mesmo artigo, tem-se uma norma linear, que compele à observân-
cia, também, pelo Judiciário:
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e
artística.
Dir-se-á que, em jogo, presumindo o excepcional, o teratológico, o extravagante, e
não o trato da matéria como deve ser, está a intangibilidade do perfil do convocado, e
que, no rol das garantias constitucionais, tem-se a proteção à intimidade.
O conflito, aqui, todavia, é aparente, Presidente. O legislador previu a possibilidade
de a imagem ser alcançada e aí dispôs sobre a responsabilidade: a responsabilidade no
campo civil e, também, no campo penal. Mais do que isso, Presidente. Se estou diante de
um conflito entre o coletivo e o individual, devo homenagear o coletivo. E vejo aqui,
como a estampar o coletivo, o interesse da sociedade em geral em acompanhar os traba-
lhos do Parlamento, os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito. Tivemos, inclu-
sive em tramitação no Senado Federal, um projeto de lei para substituir a Lei n. 5.250/67,
e nele — interpretando-se a Carta da República, tirando-se dela a ilação segundo a qual,
no conflito entre o coletivo e o individual, há de prevalecer o coletivo — havia dispositivo
que proclamava que os conflitos entre a liberdade de informação e os direitos de persona-
lidade — entre eles os relativos à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem — seriam
resolvidos em favor do interesse público, objetivado pela informação.
A única forma de o cidadão acompanhar — eis o papel insuplantável da imprensa —
o que vem sendo feito, em prol de uma mudança de cultura, é mediante a informação. Por
isso, a informação é um direito subjetivo político do cidadão. E não podemos, Presidente,
muito menos a partir de simples presunção, não podemos, a priori, implementar uma
censura e obstaculizar a própria informação. Diria que vivemos novos ares e não devemos
ter a mínima saudade do período anterior a 1988. Digo que a época é de luz e não de treva.
Presidente, até mesmo considerada uma impossibilidade quase que física de tornar preva-
lecente o pronunciamento judicial, não posso cogitar de bloqueio relativo aos trabalhos
da Comissão Parlamentar de Inquérito. E há bloqueio quando se determina que a imprensa,
inclusive o canal de TV da própria Câmara, não terá acesso ao que desenvolvido na
Comissão Parlamentar de Inquérito.
R.T.J. — 198 1001

Veja, Vossa Excelência, o que está ocorrendo. As nossas decisões se sustentam


pela harmonia irrestrita com a Carta da República. A partir do momento em que não
ocorre essa harmonia, começa a haver uma resistência democrática, democrático-repu-
blicana, à observância do que decidido e veiculado.
Receio, Presidente, o precedente. E receio por isto: porque não temos a considera-
ção de dados concretos ligados em si ao impetrante e verificamos a dificuldade de se
impor a decisão proferida, porque, sob a minha óptica, ela discrepa da ordem constitu-
cional em vigor, da liberdade de informação, da liberdade de expressão, da liberdade de
veiculação de fatos, prevista na Constituição Federal.
Peço vênia ao Relator. Reconheço que há uma preocupação de Sua Excelência
quanto ao perfil individual dos cidadãos em geral — também tenho essa preocupação.
No caso concreto, contudo, o interesse não de cada qual dos deputados, o interesse não
de cada qual dos jornais ou de cada qual das TVs, mas o interesse da sociedade dita a
transparência. E, veja Vossa Excelência, o que publicado anteriormente, quanto ao
impetrante, é móvel, inclusive, para que se tenha a divulgação de seu depoimento, para
que se esclareça à sociedade a improcedência do que versado nos jornais.
Senhor Presidente, não cumpre à Comissão Parlamentar de Inquérito julgar. A
atividade é simplesmente de investigação. Se cumprisse, talvez tivéssemos até uma
regra quanto ao prejulgamento, que seria da parte daquele deputado que a preside, e a
conseqüente impossibilidade de atuação.
Entre a apatia e o excesso, prefiro conviver com o excesso, que é controlável, mas
não pelo silêncio, não pelo cerceio, quanto ao acesso da imprensa, no que desenvolve —
repito — atividade em prol não de si própria, mas em prol dos cidadãos, do povo brasi-
leiro. Não imagino, por ato do Judiciário, o fechamento das portas do Parlamento à
imprensa.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Não. De onde Vossa Excelência tirou que foi
proibido isso, Ministro?
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Sim, Vossa Excelência o fez mediante liminar.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Só televisão, Ministro. Não sabia que im-
prensa é só televisão.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Pela liminar deferida:
(...) deferi medida liminar para proibir o acesso de câmeras de televisão, grava-
dores e máquinas fotográficas, de propriedade de particulares ou concessionárias,
inclusive as da TV Câmara e TV Senado, nas dependências do recinto em que o ora
impetrante será ouvido pelos ilustres membros da CPI e enquanto lá deponha (...)
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Então, Ministro, é só para não expor a
imagem. Não é para proibir informação, Ministro.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Será que o povo brasileiro não tem interesse em
acompanhar o que vai ser questionado, o que vai ser indagado pelos integrantes da
Comissão Parlamentar de Inquérito e o que será respondido pelo impetrante?
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Tem até interesse mórbido.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Creio que há interesse, Presidente.
1002 R.T.J. — 198

Conversava com o Ministro Carlos Ayres Britto e dizia a Sua Excelência de minha
preocupação quanto a esse julgamento, até mesmo em termos de funcionamento das
instituições. É um dos julgamentos mais importantes dos últimos tempos.
Senhor Presidente, torno a frisar que, entre o interesse individual e o coletivo,
homenageio o interesse coletivo. E o interesse coletivo reside na informação do que
ocorra. Não consigo conceber que se verifique, no âmbito do Parlamento, algo que possa
ser isolado e afastado do conhecimento do povo, pouco importando o veículo de comu-
nicação.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Sr. Presidente, no que toca às questões interna
corporis, questões que dizem respeito, por exemplo, à interpretação regimental das
Casas Legislativas, tais questões, de regra, constituem interna corporis não sujeitas ao
controle jurisdicional. Isso ficou muito bem exposto no magnífico voto do Ministro
Cezar Peluso, Relator.
Todavia, ocorrendo alegação de ofensa a direito, o ato estará sujeito à fiscalização
judicial, ao controle jurisdicional. Essa é uma jurisprudência velha do Supremo Tribu-
nal, a partir dos primeiros anos do Supremo Tribunal republicano, com base em votos
magníficos de Pedro Lessa que, repetidos hoje, têm a maior atualidade.
Em síntese: se ocorrer alegação de lesão ou ameaça a direito, o juízo ou o Tribunal
decidirá, primeiro, se existe o direito alegado; segundo, se houve a lesão. Se existir o
direito, e a lesão tiver ocorrido, o Tribunal concederá a tutela jurisdicional. No caso,
houve essa alegação, de modo que o eminente Relator fez bem em conhecer do pedido.
Examinemos, agora, se há o direito a ser protegido e se, existindo o direito, é
procedente a alegação de lesão ou mesmo de ameaça a esse mesmo direito.
A Constituição Federal dispõe no art. 58, § 3º:
“As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal
(...)”
Quero ressaltar que a Constituição confere às comissões parlamentares de inquérito
“poderes de investigação próprios das autoridades judiciárias”. Noutras palavras, a CPI
age, pois, como autoridade judicial na investigação, sem poderes para julgar, mas, simples-
mente, para investigar. Se assim é, sujeita-se a comissão parlamentar de inquérito às regras
a que estão sujeitos os magistrados. Por exemplo — e esta talvez seja a mais importante
dessas regras, e esta Corte inclusive decidiu no sentido de que está sujeita a comissão
parlamentar de inquérito —, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos e fundamentadas todas as decisões. Já decidimos que as decisões da comissão
parlamentar de inquérito, como aquelas que quebram o sigilo bancário, fiscal ou telefôni-
co de pessoas sujeitas a investigação na comissão, devem ser fundamentadas, sob pena de
nulidade, na forma do que estabelece o art. 93, inciso IX, da Constituição. As comissões
estão sujeitas também ao que está posto no próprio inciso IX:
“IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos
(...)”.
R.T.J. — 198 1003

É dizer, as sessões das comissões parlamentares de inquérito deverão ser públicas


também.
Assentemos então, por primeiro, esta premissa. A Constituição acrescenta, tam-
bém, no mesmo dispositivo que:
“IX - (...) podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes;”
Em certos casos, portanto, se assim o exigir o interesse público, poderá a lei auto-
rizar que certas sessões do Poder Judiciário, assim também da comissão parlamentar de
inquérito, sejam reservadas de forma parcial, porque, diz a Constituição: “podendo a lei,
se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes.”
Na segunda questão que ponho, pergunto: a hipótese que estamos examinando
configuraria caso de sessão reservada? Não ouvi aqui a menção a qualquer lei que
estabelecesse essa exigência.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Ministro, o art. 792 do Código de Processo
Penal, combinado com a lei que rege o inquérito parlamentar.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Tenho como não recebidas pela Constituição de
1988 diversas disposições que estabelecem sessões reservadas.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): É expressa. A lei do inquérito parlamentar é
expressa em remeter-se, subsidiariamente, às normas processuais penais.
O art. 792 do Código de Processo Civil dispõe:
“Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públi-
cos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães,
do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou
previamente designados.
§ 1º Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder
resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem,” —
aqui uma enumeração exemplificativa — “o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma,
poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar
que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que
possam estar presentes.”
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Grande parte dessas normas mencionadas por Vossa
Excelência tenho como não recebidas pela Constituição de 1988. É que esta dispõe,
como vimos, que todas as sessões serão públicas.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Mas a sessão não deixou de ser pública,
Excelência.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: O que estou sustentando é que as sessões serão
públicas, conforme dispõe o art. 93, inciso IX, da Constituição. Essa disposição, aliás,
transporta para o Poder Judiciário o que hoje é princípio constitucional a ser observado
pela administração pública.
1004 R.T.J. — 198

Diz o art. 37, caput, da Constituição:


“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”
Quer dizer, o princípio da publicidade é expressamente estabelecido para a admi-
nistração pública.
No caso, não vejo razão para que a sessão fosse secreta ou mesmo reservada. Ela, no
ponto, há de ser mesmo pública. Sendo pública a sessão, poderia haver restrição à infor-
mação, à liberdade de informação?
A Constituição, no artigo 5º, inciso IX, é expressa ao estabelecer:
“IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;”
Essa é a regra geral. No que toca à comunicação social, a regra específica posta no
art. 220, Capítulo V, da Constituição estabelece:
“Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informa-
ção, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, ob-
servado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social,
observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e
artística.”
Há quem sustente, por exemplo, que a censura, no ponto, é qualificada. É dizer: ela
ocorreria naquelas questões de natureza política, ideológica e artística. Não ocorreria,
por exemplo, em se tratando de censura dos bons costumes. Argúem outros que a regra
geral, entretanto, não qualifica a censura. Respondem os primeiros, com bons argumen-
tos, é elementar em hermenêutica que a norma especial afasta a norma geral naquilo que
ela está dispondo a respeito da questão específica. Mas não precisamos entrar nesse
debate. Podemos afirmar que a Constituição não quer e não deseja a censura, proíbe a
censura e quer que os excessos sejam resolvidos, a posteriori, nos Tribunais.
É o que está posto no artigo 5º, incisos V, X e XIV:
“V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorren-
te de sua violação;”
De certa forma, no inciso XIV:
“XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional;”
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Mas, Ministro, de que serve a inviolabilidade
constitucional, se a tese é de que o direito pode ser violado e, depois, vamos ver como
fica a indenização?
R.T.J. — 198 1005

O Sr. Ministro Carlos Velloso: Ministro, no antigo Tribunal Federal de Recursos,


discutíamos essas questões. Na época, infelizmente, era permitida a censura prévia.
Quantas vezes, naquele Tribunal, que tive a honra de integrar, mesmo diante daquele
dispositivo, sustentei o que ora estou sustentando. Resolvem-se os excessos a posteriori.
Precisamos de uma legislação realmente mais severa até para tornar realidade a possibi-
lidade de serem coibidos esses excessos. Vejam Vossas Excelências que muitos hoje
pensam duas vezes antes de se excederem diante da ação indenizatória por dano moral.
Essa é a grande punição aos que atentam contra a honra alheia.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Daqui para a frente, eventualmente, não vão
pensar duas vezes para violar direito individual. Faço uma observação: de que censura
prévia estamos falando, se o de que se trata é, pura e simplesmente, não permitir que se
associe à imagem da pessoa, ou à projeção de sua personalidade, acusação partida de um
órgão constitucional que não tem poder para prejulgar ninguém? Que censura prévia há
nisso, Ministro? É só para não publicar a fotografia do cidadão como réu já condenado
pelo Deputado Medeiros, que disse que, se não pegar aqui, pega como “Al Capone”.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: O Ministro Marco Aurélio, por mais de uma vez,
esclareceu.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): É para que não fique conhecido na sociedade
até que o Poder Judiciário o condene como “Al Capone” nacional. O Deputado
Medeiros já disse que é. E eu sei do rosto dele, porque vi na televisão o tempo inteiro. Dá
para conviver com isso, Ministro?
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Acho que não. Muitos de nós, aqui, já fomos vítimas
desses excessos irresponsáveis. Tanto que votei aqui e gostosamente fiquei vencido,
sozinho, quando sustentei que calúnia, difamação e injúria não fazem parte, não têm
nexo com o exercício do mandato parlamentar. Sustentei, fiquei vencido e continuarei
sustentando, Sr. Presidente.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Mas de que adianta Vossa Excelência ficar
vencido? Não adianta nada.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: É preciso que os Tribunais compreendam isto: não
há nexo de causalidade entre difamação, calúnia e injúria com exercício do mandato
parlamentar. Para que precisa o parlamentar caluniar? Para que precisa o parlamentar
difamar? Para que precisa o parlamentar injuriar? Para quê? Não há necessidade, não há
nexo de causalidade com o exercício do mandato. Por exemplo, esse deputado que
Vossa Excelência diz já ter chamado de contrabandista a pessoa que está como testemu-
nha deveria ser processado por calúnia. Assistiria ao querelado-réu opor a exceção da
verdade se tem prova do crime. Acho que assim, civilizadamente, teríamos a solução da
questão.
Voltamos ao cidadão objeto das nossas cogitações nesta tarde. O Ministro Marco
Aurélio esclareceu que a grande imprensa — e é verdade, também li na grande imprensa —
noticiou a respeito. Esse deputado, simplesmente, repercute, parece-me, o que a grande
imprensa noticiou. O eminente Ministro Carlos Britto tem razão. É hora de esse cidadão,
impetrante deste mandado de segurança, esclarecer para a sociedade brasileira que não é
verdade o que a imprensa noticiou.
1006 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Só para amenizar o debate, quero deixar
claro que não estou preocupado com minhas fotografias amanhã, com legenda embaixo,
nos jornais. Depois, o meu receio é de que retornemos ao velho faroeste. Põe-se a fotogra-
fia na parede, com a legenda: “Procurado pela CPI”.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Essa fotografia já foi publicada em vários jornais.
Ele tem essa fotografia nos arquivos dos jornais. Se os jornais estão a injuriá-lo, estão a
difamá-lo, estão a caluniá-lo, tem ele ação contra os jornais, ação penal e ação de inde-
nização.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): Excelência, não são os jornais.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: A grande imprensa noticiou.
O Sr. Ministro Cezar Peluso (Relator): A função da imprensa é noticiar mesmo o
que os outros dizem. É por isso que não admitimos censura à imprensa. Deixemos que ela
publique.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Ora, os excessos poderão ser coibidos. Por que esses
veículos de comunicação não são processados? Civilizadamente, todo homem que tem
a sua honra atacada tem a obrigação de se dirigir aos Tribunais.
Sr. Presidente, vou pedir vênias ao Ministro Cezar Peluso, cujos votos tenho o
costume de respeitar, de admirar, mas, no caso, peço licença a Sua Excelência para não
referendar a medida liminar. Penso que é possível e até republicano que o que se passa na
sessão da CPI seja transmitido, pela televisão, para que tenha dela conhecimento a
sociedade brasileira.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): O caso é de concessão de liminar —
que o Relator traz espontaneamente ao referendo do Tribunal — pela qual Sua Excelên-
cia, em mandado de segurança, proibiu fosse televisado o depoimento do impetrante
perante CPI cujos trabalhos se desenvolvem na Câmara dos Deputados.
A base para o despacho é respeitável. A base empírica desse despacho é a evidência
de que o declarante será indagado sobre práticas criminosas, conforme tem antecipado a
imprensa.
Que não se trata de questão interna corporis, também não tenho a menor dúvida.
Honrou-me o eminente Relator, recordando os votos que tenho repetido em vários casos
e nos quais tenho situado a minha posição a respeito.
A rigor, nada há de peculiar no que se tem chamado questões interna corporis das
Casas parlamentares.
No regime brasileiro, o que existe é uma indagação básica: há ou não uma preten-
são de direito subjetivo a resolver em relação a atos ou decisões de qualquer dos Poderes
da República?
Se há uma pretensão de direito, a decisão sobre ela, positiva ou negativa, é função
jurisdicional confiada ao Poder Judiciário, em última instância a esta Casa, que cumpre
o seu dever sem invadir a área dos demais Poderes.
R.T.J. — 198 1007

Isso se torna mais evidente quando se trata de uma reivindicação de direito partido
de um cidadão, de um particular, não sujeito normalmente às regras, ao direito discipli-
nar das Câmaras Legislativas, e não se cogitando do exercício do seu poder de polícia,
que, este sim, pode eventualmente alcançar particulares que estejam nas dependências
do Congresso Nacional.
No mérito, vou-me restringir ao caso concreto. Não vou tecer loas a uma liberdade
absoluta de imprensa e de informação que possa desconsiderar inteiramente os direitos
individuais à honra e à imagem. Até porque muito me preocupa, no panorama brasileiro —
mas não só brasileiro —, a multiplicação de programações da televisão absolutamente
atentatórias, mais que à honra e à imagem dos indivíduos, à dignidade da pessoa humana.
Não quero me comprometer com o absolutismo da liberdade de informação neste campo.
A questão que o caso suscita, e à qual me manterei restrito, é a possibilidade de
vedar-se a transmissão, pela televisão, e até pela televisão oficial, da sessão de uma
comissão da Câmara dos Deputados, no caso uma comissão parlamentar de inquérito.
E a minha perplexidade inicial nesta sessão de hoje se acalmou quando aqui se
frisou tratar-se de uma sessão pública, de um órgão, de um Colegiado da Câmara dos
Deputados; não vejo como, em nosso sistema, impedir sua divulgação.
Creio que, mutatis mutandis, o caso recorda e permite a evocação de um julgado do
Tribunal, antiqüíssimo, o Habeas Corpus 3.535, de 1914, da lavra do Ministro Oliveira
Ribeiro, requerido por Rui Barbosa. Na petição, conforme o resumo de Edgar Costa (Os
Grandes Julgamentos do STF, volume 1, página 190), Rui sustentara:
“A publicidade das sessões, pelo uso universal dos corpos legislativos, pres-
supõe quatro condições, igualmente imprescindíveis à sua existência real: 1ª) a
fixação taquigráfica dos debates; 2ª) o livre acesso às galerias, em ambas as câma-
ras, a todos os cidadãos; 3ª) a autenticação dos debates mediante a sua inserção
quotidiana na ata dos trabalhos, estampada no Diário do Congresso; 4ª) a sua livre
reprodução pela imprensa.”
Então, fixou o Supremo Tribunal Federal que, dada a imunidade material dos
discursos parlamentares, era inviável a proibição de que os divulgasse a imprensa escrita.
Hoje, aqui, também, se se trata de uma sessão pública, de um órgão da Câmara dos
Deputados. E não vejo como vedar-lhe a transmissão.
Claro, aqui se fala, é manifesto que, como a transmissão de discursos parlamentares,
a transmissão de uma sessão de CPI pode trazer imputações e agressões quiçá injustas à
honorabilidade do cidadão a ela convocado para depor: são conseqüências inevitáveis
da imunidade parlamentar, da inviolabilidade dos discursos parlamentares.
Fala-se que se arrisca o impetrante a ter a sua imagem vinculada a acusações talvez
improcedentes, mas não vejo como distinguir a proteção da honra da proteção da ima-
gem nessas circunstâncias.
Tanto mais que há uma circunstância: afora o problema da imagem pessoal, as
acusações, as indagações, as suspeitas contra esse cidadão poderão ser formuladas
não só na CPI, mas em Plenário ou em qualquer comissão da Câmara dos Deputados;
a sua publicação está imune à responsabilidade penal e civil, à luz da jurisprudência
firmada — repito — desde 1914.
1008 R.T.J. — 198

Há mais. Este Tribunal — que, por isso, na época também recebeu agressões —
protegeu, perante as comissões parlamentares de inquérito, uma garantia fundamental — a
de não ser compelido a incriminar-se — sem indagar, sem distinguir se a convocação se
fazia formalmente a título de testemunha ou de indiciado.
E, salvo engano, neste caso, o impetrante já é titular de uma liminar para, se enten-
der do seu interesse, calar-se. Então, o que se terá transmitido, além da imagem, que é
incensurável, serão as palavras de parlamentares, palavras dos membros da CPI, que são,
essencialmente, insuscetíveis de censura.
Evocou o eminente Ministro Relator o art. 792, § 1º, do Código de Processo Penal,
que prevê a possibilidade de se restringir a publicidade de sessões judiciais. Com efeito,
depois de o caput do art. 792 prescrever a publicidade das audiências, sessões e atos
processuais, dispõe o § 1º:
“Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar
escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o
Tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do
Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando
o número de pessoas que possam estar presentes.”
Não discuto; admito, em princípio, que essa disposição seja aplicada às sessões das
comissões parlamentares de inquérito, se e quando for o caso. Mas, ao observar a prática
mesma dos juízos e tribunais, Brasil afora (e abstraída a publicidade, que é extensão da
publicidade das sessões do parlamento), não tenho notícia da aplicação desse dispositivo
à instrução de casos de crimes patrimoniais. E é disso que se suspeita, e é disso que se
cogita na presente comissão parlamentar de inquérito.
Por isso, com o testemunho de meu velho respeito pela figura do eminente Relator
e pela seriedade da sua decisão, peço também todas as vênias para negar o referendo.

VOTO (Retificação)
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Sr. Presidente, gostaria de reformular meu voto
porque, logo após havê-lo proferido, nos chegou a informação de que a imagem do
impetrante já havia sido veiculada pela televisão. Diante desse fato novo, aliando-me ao
que sustentou a Ministra Ellen Gracie, penso que a medida realmente perdeu o objeto.
A reformulação do meu voto é nesse sentido.

EXTRATO DA ATA
MS 24.832-MC/DF — Relator: Ministro Cezar Peluso. Impetrante: Law Kin
Chong (Advogados: Elcio Scapaticio e outro). Impetrado: Presidente da Comissão Par-
lamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados – CPI da Pirataria.
Decisão: O Tribunal, por maioria, vencido o Ministro Marco Aurélio, entendeu
cabível, a critério do Relator, o referendo da decisão concessiva da liminar em mandado
de segurança. No mérito, o Tribunal, por maioria, negou o referendo, vencidos os Ministros
Cezar Peluso, Relator, Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, sendo que, a Ministra Ellen
Gracie e os Ministros Marco Aurélio e Joaquim Barbosa entendiam, preliminarmente,
R.T.J. — 198 1009

prejudicado o pedido de mandado de segurança. Votou o Presidente. Ausente, justifica-


damente, o Ministro Nelson Jobim e, neste julgamento, o Ministro Maurício Corrêa,
Presidente. Presidiu o julgamento o Ministro Sepúlveda Pertence.
Presidência do Ministro Maurício Corrêa. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes,
Cezar Peluso, Carlos Britto e Joaquim Barbosa. Procurador-Geral da República, Dr.
Cláudio Lemos Fonteles.
Brasília, 18 de março de 2004 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

MANDADO DE SEGURANÇA 25.198 — DF

Relator: O Sr. Ministro Marco Aurélio


Impetrante: Ana Augusta Lira Moreno ou Ana Augusta Lira Moreno Luna —
Impetrado: Tribunal de Contas da União
Administração Pública — Fiscalização — Servidores requisitados —
Desnecessidade de participação no processo administrativo-fiscal. Tratando-
se de atuação do Tribunal de Contas da União, considerado certo órgão da
Administração Pública, não há como concluir pelo direito dos servidores
requisitados de serem ouvidos no processo em que glosadas as requisições.
Justiça Eleitoral — Cargos — Preenchimento — Servidores requisi-
tados — Balizamento no tempo. Cumpre aos tribunais eleitorais preen-
cher os cargos existentes no quadro funcional, fazendo cessar a prática
das requisições, de modo a atender as balizas da Lei n. 6.999/82. O servi-
dor não conta com o direito líquido e certo de permanecer no órgão
cessionário, cabendo, isso sim, o retorno ao cedente.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade, indeferir a ordem, nos termos do voto do Relator. Au-
sentes, justificadamente, o Ministro Cezar Peluso e, neste julgamento, os Ministros
Carlos Velloso e Gilmar Mendes.
Brasília, 9 de junho de 2005 — Nelson Jobim, Presidente — Marco Aurélio,
Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Ao proceder ao exame do pedido de concessão de
medida acauteladora e indeferi-lo, assim sintetizei o quadro revelado neste processo:
1010 R.T.J. — 198

O Tribunal de Contas da União, em auditoria realizada no Tribunal Regional


Eleitoral da Paraíba, glosou o sistema de requisições de pessoal, determinando a
tomada de providências para o retorno dos servidores à origem, isso ante con-
trariedade à norma de regência, Lei n. 6.999/82.
Com a longa petição de folhas 2 a 28, busca a impetrante demonstrar a
insubsistência do ato atacado, quer diante da necessidade de o órgão requisitante
contar com a força de trabalho proporcionada pelos requisitados, quer considerado
o fato de não se haver observado o princípio do devido processo legal. Alega que,
ocupando função comissionada no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, com o
retorno ao cargo de agente administrativo do Instituto Nacional de Seguridade
Social, terá prejuízo, daí resultando o interesse de participar do processo relativo à
auditoria, constituindo, até mesmo, advogado. É pleiteada medida acauteladora
que implique a suspensão da eficácia do acórdão do Tribunal de Contas da União
de n. 2.060/2004, prolatado no Processo n. 011.992/2002-6, vindo-se, alfim, a
conceder a segurança para anular o que decidido.
O Tribunal de Contas da União apresentou informações, calcadas em pronuncia-
mento da própria consultoria jurídica, que tem a seguinte ementa (folha 103):
Mandado de Segurança, com pedido de liminar, em face dos Acórdãos do
Plenário/TCU n. 521/2003 e 2.060/2004, que determinaram o retorno aos órgãos
de origem de todos os servidores requisitados pelo Tribunal Regional Eleitoral da
Paraíba – TRE/PB cujos prazos de permanência no órgão estivessem em desacordo
com a Lei n. 6.999/1982.
1. Ausência de interesse processual por parte da Impetrante, conduzindo,
assim, à extinção do processo, sem julgamento de mérito (art. 267, inc. VI, CPC),
uma vez que não restou demonstrado conflito de interesses entre as partes,
tampouco nenhum prejuízo à Impetrante. Precedentes do TRF 1ª Região e do STJ.
2. Ausência de ofensa, pelo TCU, dos princípios do devido processo legal, do
contraditório e da ampla defesa, tendo este órgão agido dentro de sua competência
constitucional e legal. Precedentes do STF.
3. Impossibilidade de resolução de tribunal superior contrariar dispositivo
expresso de lei federal, ante o princípio da hierarquia das leis. Entendimento pací-
fico do STJ.
4. Impossibilidade de invocar-se princípios gerais e abstratos para justificar a
desobediência a texto expresso de lei, ao qual deve se submeter todo administrador
público. Precedentes do STJ e do STF.
5. A recente convocação de servidores concursados, em 20.1.2005, para to-
marem posse no TRE/PB, em decorrência dos cargos criados pela Lei n. 10.842/04,
soçobra eventuais argumentos de carência de pessoal a justificar a manutenção de
servidores requisitados em desacordo com a Lei n. 6.999/1982.
6. Inexistência de direito de permanência de servidor requisitado no órgão
para o qual foi cedido. Precedentes do TRF 1ª Região e do STJ.
7. Não-cabimento da liminar ante a ausência do fumus boni juris e do
periculum in mora.
8. Denegação da segurança, diante da ilegalidade da situação da Impetrante
junto ao TRE/PB e da ausência de direito em permanecer cedida ao Órgão.
R.T.J. — 198 1011

O Procurador-Geral da República reportou-se, procedendo à juntada da cópia, à


manifestação ocorrida no Mandado de Segurança n. 25.193-0/DF. Em suma, na peça, o
Ministério Público Federal conclui que:
A relação levada a exame pelo TCU está afinada com a condução da coisa
pública, no que é gerida pela Administração sem adentrar imediatamente nas rela-
ções funcionais subjacentes. Não há razão, portanto, para se invocar suposta viola-
ção ao devido processo legal.
Resolução n. 21.412/03 do TSE, que garantiria ao impetrante o direito de
permanecer a serviço do TRE/PB, estando em cabal divergência com a Lei n.
6.999/82 não pode subsistir, em face da hierarquia entre as normas.
(...)
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Quando do indeferimento da medida
acauteladora, tive oportunidade de consignar:
Ao proceder à leitura da peça inicial, imaginei impetração formalizada pelo
Tribunal Regional Eleitoral. É que foram tomadas de empréstimo razões por este
apresentadas no pedido de revisão encaminhado ao Tribunal de Contas da União.
Tanto é assim que se tem o seguinte trecho lançado à folha 16:
Diante dessas considerações, o Tribunal Regional Eleitoral requer seja
reexaminada a matéria e, em conseqüência, seja reformada a decisão que ora
se questiona, ampliando-se o prazo de permanência dos servidores requisita-
dos na Secretaria deste Tribunal, o que evitará um verdadeiro caos nas ativi-
dades administrativas e judiciais do TRE/PB.
De qualquer modo, extrai-se da inicial que a causa de pedir alusiva ao inte-
resse jurídico da impetrante está ligada à circunstância de a Corte de Contas não
haver convocado, para integrar o processo referente à auditoria, todos os servido-
res requisitados e que se encontram no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.
Surge, neste exame preliminar, a insubsistência do que articulado. O contraditório,
consoante dispõe o inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal, pressupõe a
existência de litigantes ou acusados, o que, a toda evidência, não ocorre quando o
cenário revela requisição sempre norteada pelo interesse não individual do servi-
dor, mas da Administração Pública. A própria impetrante admite que espontanea-
mente o Tribunal Regional da Paraíba poderia devolvê-la ao órgão de origem,
cumprindo ter presente também a possibilidade de este se manifestar em tal senti-
do. O que não cabe é potencializar o contraditório, inviabilizando, até mesmo, a
atuação fiscalizadora do Tribunal de Contas, cuja decisão, à primeira vista, está em
harmonia com o arcabouço normativo.
Ressalto que o Tribunal de Contas da União atuou no campo da fiscalização,
relativamente à gestão administrativa do Tribunal Regional Eleitoral, determinando
providência que lhe pareceu pertinente, a partir da submissão da Administração ao
princípio da legalidade estrita. Notando desvirtuamento, consideradas as balizas da Lei
1012 R.T.J. — 198

n. 6.999/82, alusivas à requisição, glosou-o, surgindo, então, o consectário, ou seja, a


necessidade de o Tribunal Regional Eleitoral proceder à cessação da prática indevida,
devolvendo os servidores aos órgãos de origem. Assim, descabe assentar que tal proces-
so, a envolver, repita-se, na via direta, o Tribunal de Contas da União e o Tribunal
Regional Eleitoral, deveria contar, na respectiva relação, com possíveis interessados na
manutenção do quadro. Improcede integralmente a alegação de desrespeito ao devido
processo legal, no que aqueles não foram instados a se manifestar antes da deliberação
ocorrida. A questão resolve-se não em face do interesse de agir, mas da inexistência do
direito líquido e certo sustentado na inicial. A assim não se entender, ter-se-á verdadeiro
caos na atuação do Tribunal de Contas da União, perpetuando-se, a mais não poder, todo
e qualquer processo cuja definição fiscalizadora repercuta, embora de forma indireta, na
vida dos servidores.
No mais, a Corte de Contas atuou a partir do disposto na Lei n. 6.999/82. Quanto ao
serviço na zona eleitoral, o artigo 3º da citada lei consigna as requisições pelo prazo
máximo improrrogável de seis meses, podendo, nesse período, ser estendido, desde que
verificada a excepcionalidade, a critério do Tribunal Superior Eleitoral. Extravasado o
tempo de requisição, preceitua a lei que o servidor será desligado automaticamente da
Justiça Eleitoral, retornando à repartição de origem.
Atente-se para as balizas da lei regedora das requisições na Justiça Eleitoral. Peda-
gogicamente, previu-se que nova requisição do mesmo servidor somente poderia ocor-
rer no interstício de um ano. Já no tocante às secretarias dos tribunais eleitorais, revela a
lei prazo de requisição de um ano, excetuada nomeação para cargo em comissão, mais
uma vez constatando-se norma relativa ao afastamento da cessão.
É sabença que, durante um longo período, a Justiça Eleitoral valeu-se de mão-de-
obra emprestada. A situação sempre se mostrou excepcional. Já agora, tem-se que, medi-
ante lei, foram criados cargos nos diversos tribunais eleitorais e o que se nota é a resistên-
cia no preenchimento respectivo, deixando-se mesmo, em postura nada harmônica com
os princípios constitucionais, de convocar os aprovados, projetando-se, com isso, as
requisições. Não há como cogitar da existência de direito líquido e certo da impetrante
a permanecer requisitada.
A ordem natural das coisas e a organização funcional da administração pública
não se coadunam com a indeterminação das cessões de servidores, que, ante a própria
natureza, devem ser temporárias. Na Justiça Eleitoral, é hora de se preencher os cargos
criados por lei, convocando-se candidatos aprovados em concurso público e, com isso,
observando-se fundamento da República, concernente à dignidade do homem. Cumpre
abandonar a velha prática das requisições, no que viabilizam, até mesmo, procedimen-
tos contrários aos parâmetros que devem reinar no serviço público.
Indefiro a ordem.

EXTRATO DA ATA
MS 25.198/DF — Relator: Ministro Marco Aurélio. Impetrante: Ana Augusta Lira
Moreno ou Ana Augusta Lira Moreno Luna (Advogados: Stanislaw Costa Eloy e outro).
Impetrado: Tribunal de Contas da União.
R.T.J. — 198 1013

Decisão: O Tribunal, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do


Relator. Ausentes, justificadamente, o Ministro Cezar Peluso e, neste julgamento, os Mi-
nistros Carlos Velloso e Gilmar Mendes. Presidiu o julgamento o Ministro Nelson Jobim.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes,
Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Vice-Procurador-Geral da República, Dr.
Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 9 de junho de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

AGRAVO REGIMENTAL NO MANDADO DE SEGURANÇA 25.279 — SP

Relator: O Sr. Ministro Carlos Britto


Agravante: Valdemar Dias Paião — Agravado: Presidente do Colégio Recursal do
Juizado Especial de Pequenas Causas Cíveis e Criminais da Circunscrição Judiciária de
Assis
Agravo regimental. Mandado de segurança impetrado contra Colé-
gio Recursal dos Juizados Especiais. Incompetência do STF. Pretendida
remessa dos autos ao Juízo competente. Impossibilidade. Prevalência, ante
a sua especialidade, da norma inscrita no § 1º do art. 21 do RISTF, sobre o
§ 2º do art. 113 do CPC.
Em razão da taxatividade da competência deste Supremo Tribunal
em sede de mandado de segurança (alínea d do inciso I do art. 102), é da
própria Turma Recursal a competência para julgar ações mandamentais
impetradas contra seus atos. Precedentes.
Ante a sua especialidade, a norma regimental (recebida como lei
federal) do § 1º do art. 21 prepondera sobre a regra do § 2º do art. 113 do
CPC; pelo que não compete a este Supremo Tribunal Federal proceder à
remessa, ao juízo competente, dos autos de processos indevidamente
ajuizados diretamente nesta Casa de Justiça. Entendimento contrário
autorizaria o STF a deliberar, de modo definitivo, sobre a competência
de determinado Tribunal, antes mesmo que esse Tribunal pudesse
decidir a respeito. Em típica atuação per saltum, e, por isso mesmo,
concentradora de autoridade. Sem falar na grave conseqüência de
transmutar o Supremo Tribunal Federal num órgão de distribuição de
processos, de maneira a estimular a lógica de que, “em caso de dúvida,
ajuíze-se no Supremo, e este dará o devido destino à causa”.
Em se tratando de processo remetido ao Supremo Tribunal Federal
por outro órgão judiciário, aí então será imperiosa a devolução do feito à
autoridade remetente, não podendo a parte ser prejudicada por equívoco
a que não deu causa.
Agravo regimental desprovido.
1014 R.T.J. — 198

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, por seu Tribunal Pleno, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie (Vice-
Presidente), na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria
de votos, negar provimento ao recurso de agravo regimental, por entender aplicável a
parte final do 2º do artigo 113 do Código de Processo Civil, vencidos, parcialmente, os
Ministros Marco Aurélio, Joaquim Barbosa, Cezar Peluso e Sepúlveda Pertence. Votou
a Presidente.
Brasília, 1º de junho de 2005 — Carlos Ayres Britto, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Cuida-se de agravo regimental interposto contra
decisão singular que negou seguimento ao presente mandado de segurança.
2. O decisum impugnado está assim redigido:
Trata-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado contra
ato do Colégio Recursal do Juizado Especial de Pequenas Causas Cíveis e Crimi-
nais da Circunscrição Judiciária de Assis/SP.
2. Por ele, mandado de segurança, o acionante busca a anulação do julga-
mento daquele colegiado no Processo n. 46/04, determinando-se a realização de
outro em que lhe seja oportunizado o exercício do contraditório e da ampla defesa.
3. Todavia, à luz dos dispositivos constitucionais versantes sobre a compe-
tência originária do Supremo Tribunal Federal, verifica-se que a autoridade aqui
apontada como coatora não é nenhuma daquelas enumeradas no artigo 102, inciso
I, d, da Carta Republicana de 1988.
4. Nessa linha de raciocínio, cumpre reconhecer a total incompetência desta
Corte de Justiça para processar e julgar o mandamus, razão pela qual, com funda-
mento no artigo 21, inciso XVII, § 1º, do RISTF, nego seguimento à ação, restando
prejudicada, por conseguinte, a análise da medida liminar requestada.”
3. Pois bem, postula o impetrante seja reconhecida a competência do Supremo
Tribunal Federal para analisar o writ, ou, se assim não se entender, seja determinada a
“remessa do feito ao órgão judiciário competente para apreciá-lo e julgá-lo”.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto (Relator): Consoante relatado, o agravante pede
seja reconhecida a competência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar
mandado de segurança impetrado contra ato proferido por Turma Recursal ou por um de
seus integrantes. Alternativamente, pretende sejam os autos encaminhados ao juízo tido
como competente para a análise da causa.
5. Em boa verdade, a questão, apesar de interessante, não é nova, já existindo
pronunciamento deste egrégio Plenário a propósito de situações semelhantes. Quero
R.T.J. — 198 1015

dizer: no tocante à incompetência desta Casa de Justiça para apreciar mandado de


segurança contra ato de Turma Recursal ou de seus integrantes, o tema já está conso-
lidado desde 4-12-2003, ocasião em que (MS 24.691-QO, Relator Ministro Sepúlveda
Pertence) o Plenário, atento à natureza taxativa da competência deste Supremo Tri-
bunal em sede de mandado de segurança (art. 102, inciso I, d), entendeu ser da própria
Turma Recursal a competência para julgar aquelas ações mandamentais impetradas
contra seus atos (dela, Turma Recursal) — orientação que tem sido iterativamente
perfilhada pelos Ministros que formam esta Casa de Justiça.
6. Por outro giro, também já foi analisada a aplicabilidade, ou não, do § 2º do art.
113 do CPC1 a esta Corte (MS 22.313-ED-AgR, Rel. Min. Sydney Sanches; MS 23.621-
AgR, Rel. Min. Moreira Alves; MS 24.615-ED, Rel. Min. Nelson Jobim; MS 24.674-QO,
Rel. p/ o acórdão Min. Carlos Velloso; MS 25.137, Rel. Min. Celso de Mello; AO 175-
ED-AgR, Rel. Min. Octavio Gallotti; Inq 1.793-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie). Tendo
prevalecido, por sua especialidade mesma, a norma regimental (recebida como lei federal)
do § 1º do art. 21, que apenas atribui ao Ministro Relator a possibilidade de “arquivar” ou
“negar seguimento” ao pedido, naqueles casos em que “for evidente a sua incompetên-
cia”, não se lhe facultou, pois, a remessa do processo a quem entender de direito. E a
razão deste proceder se me afigura clara. É que o Supremo Tribunal Federal, por se situar
no topo da organização judiciária brasileira, emite seus pronunciamentos de modo der-
radeiro e irrecorrível, enquadrando e reformando manifestações anteriores, eventual-
mente contrárias ao seu entendimento das coisas. Daqui decorre que, uma vez julgada
uma causa, resta apenas aos demais Tribunais judiciários dar cumprimento àquilo que
foi estabelecido nesta nossa Corte.
7. Nesse diapasão, devo ressaltar que o pressuposto lógico da possibilidade de
decidir por último é a preexistência de manifestação formal do órgão recorrido, mani-
festação que, além de permitir uma pluralização do debate e democratizar a distribuição
da Justiça, prestigia a chamada “magistratura ordinária”. Logo, excepcionadas as hipó-
teses de competência originária do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, inciso I), o
pronunciamento desta colenda Corte há de incidir sobre deliberação prévia, alhures
externada sobre o mesmo tema, sob pena de o Supremo Tribunal Federal vir a
açambarcar as competências dos demais Tribunais, antecipando-se a eles no julgamento
de questões por eles, Tribunais, ainda não apreciadas.
8. Foi debaixo dessas coordenadas mentais que se desenvolveu a idéia de que o
prequestionamento explícito da matéria constitucional se torna requisito de cognoscibili-
dade do recurso extraordinário, dirigido a esta Suprema Corte. Também assim é que se
estabeleceu, em habeas corpus, que o direito nele vinculado somente é de ser apreciado se
previamente submetido a exame da autoridade tida como coatora2.
9. Pois bem, ainda segundo essa concepção das coisas foi que o Supremo Tribunal
Federal deliberou não caber a ele encaminhar autos de processos que, por equívoco,
foram instaurados diretamente nesta Casa. Isso porque estaria a Corte a deliberar, de

1 Art. 113, § 2º: Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remeten-
do-se os autos ao juízo competente (sem grifos no original).
2 Excepcionando-se, aí, as hipóteses de concessão da ordem de ofício.
1016 R.T.J. — 198

modo definitivo, sobre a competência de determinado Tribunal, antes mesmo que esse
Tribunal pudesse decidir a respeito. Em típica atuação per saltum e, por isso mesmo,
concentradora de autoridade. Sem falar na grave conseqüência de transmutar esta Casa
num órgão de distribuição de processos, de maneira a estimular a lógica de que, “em caso
de dúvida, ajuíze-se no Supremo, e este dará o devido destino à causa”.
10. Há mais o que dizer: ainda que extraordinariamente se cogitasse dessa remessa,
em face de controvérsia existente sobre a definição de determinada competência, a
excepcionalidade seria de todo inexistente na espécie. É que, segundo já acentuado, a
competência das próprias Turmas Recursais para julgar mandados de segurança contra
seus atos foi definida pelo Plenário deste Supremo Tribunal em 4-12-2003, ou seja,
mais de um ano antes da presente impetração.
11. Neste ritmo de argumentação, devo consignar que a solução da causa seria
diversa se, em vez de originariamente deduzido perante o Supremo Tribunal Federal, o
presente mandado de segurança chegasse por direta remessa de outra Corte Judiciá-
ria, caso em que não caberia falar em equívoco da parte, que deve ficar a salvo de
prejuízo por erro a que não deu causa. Por isso mesmo, naquelas hipóteses de mandado
de segurança indevidamente encaminhado a esta Corte, mister se faz a devolução dos
autos ao órgão de origem, nos termos de diferenciação que já é feita por esta nossa Corte
(MS 24.793-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; MS 24.796, Rel. Min. Sepúlveda Pertence;
MS 25.190, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).
12. Nessa contextura, não sendo caso nem de competência originária deste STF
nem de devolução dos autos, meu voto nega provimento ao presente recurso de agravo
regimental.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhora Presidente, o Regimento Interno vem de
uma época em que cabia ao Supremo Tribunal Federal reger ações situadas na respectiva
competência originária e recursos também alusivos à competência recursal. Ora, se mer-
gulharmos um pouco mais fundo, subsiste essa norma que autoriza, à margem da legisla-
ção processual comum — e o Código de Processo é posterior ao Regimento Interno —,
a negativa de seguimento pura e simples? A meu ver, não. Tanto quanto possível, deve-
mos homenagear a economia, a celeridade processuais e, também, a desburocratização
do processo.
É regra geral que o órgão que conclua pela própria incompetência deve apontar
o órgão competente e remeter-lhe o processo. É o que faço, acionando não o Regimento
Interno — pois entendo que não mais subsiste, no particular, o previsto no artigo 21,
§ 1º —, mas o Código de Processo Civil.
Sabemos que há lei mitigando a envergadura do mandado de segurança ao estabe-
lecer um prazo decadencial para a impetração. E o brasileiro, normalmente, deixa para
formalizar o pedido no último dia desse prazo. Resulta que, se o Tribunal, inexistente a
competência, extingue o processo sem apreciação do mérito, ter-se-á a incidência do
prazo decadencial.
R.T.J. — 198 1017

De qualquer forma, por entender que, em primeiro lugar, a autorização constitucio-


nal, quanto à normatização, ao Supremo ficou restrita, sob a Carta anterior — a atual não
versa essa autorização —, à disciplina de processos da respectiva competência — e, no
caso do processo, ele não o é —, não cabe a extinção a partir do artigo 21, § 1º, do
Regimento Interno.
Peço vênia a Sua Excelência o Relator para prover parcialmente o agravo e deter-
minar a remessa dos processos para o órgão competente. Sua Excelência, inclusive,
exclui a possibilidade de o Colegiado pousar de Órgão consultivo, já que a jurisprudên-
cia é pacífica. Não se veio ao Supremo por se ter dúvida quanto à competência para
julgar o mandado de segurança, mas em face da interpretação das normas de regência,
principalmente a da Lei Complementar n. 35/79, que prevê que compete — aí revela a
norma — ao Tribunal — e turma recursal não é tribunal, o que sugere dúvida quanto à
competência — julgar os mandados de segurança impetrados contra atos dos respectivos
órgãos.
Peço vênia para, nessa visão, até mesmo passível de ser enquadrada como flexível,
prover parcialmente o agravo e determinar a remessa dos processos às turmas recursais.

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Sra. Presidente, estou de acordo com a observação do
Ministro Marco Aurélio, porque já decidimos isso no Agravo Regimental no Mandado
de Segurança n. 24.700, Relator Ministro Celso de Mello, em 24 de junho do ano
passado.
A Corte modificou a sua jurisprudência e entendeu de remeter o Mandado de
Segurança para o órgão que julgava competente para conhecer da causa.

VOTO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Senhora Presidente, sobre a questão de remeter ou
não, de indicar o órgão jurisdicional competente, nesse ponto acompanho a divergência.

VOTO
O Sr. Ministro Celso de Mello: Peço vênia, Senhora Presidente, para acompanhar o
douto voto do eminente Ministro Carlos Britto, que corretamente deixou de ordenar o
encaminhamento deste processo mandamental ao órgão judiciário competente, por não
caber, ao Relator da causa, considerados os limites fixados no art. 21, § 1º, do RISTF, a
efetivação de tal medida.
Cabe registrar, por necessário, que esse entendimento encontra apoio em orien-
tação jurisprudencial firmada pelo Supremo Tribunal Federal, cujas decisões, no tema,
têm proclamado a inaplicabilidade, no âmbito desta Corte, do art. 113, § 2º, do CPC
(AO 175-AgR-ED/RN, Rel. Min. Octavio Gallotti — Inq 1.793-AgR/DF, Rel. Min.
Ellen Gracie, Pleno — MS 22.313-AgR-ED/BA, Rel. Min. Sydney Sanches, Pleno —
MS 23.621-AgR/RS, Rel. Min. Moreira Alves, Pleno — MS 24.261/DF, Rel. Min.
Celso de Mello — Pet 2.160/SP, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 19-3-2001):
1018 R.T.J. — 198

“Medida cautelar — Incompetência do Supremo Tribunal Federal — Pre-


tendido encaminhamento do processo ao juízo competente — Inaplicabilidade
do art. 113, § 2º, do CPC — Incidência, na espécie, do art. 21, § 1º do RISTF —
Recurso de agravo improvido.
— Revela-se inaplicável, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o art. 113,
§ 2º, do CPC, eis que o art. 21, § 1º do RISTF estabelece que o Relator da causa, na
hipótese de incompetência deste Tribunal, deve limitar-se a negar seguimento ao
pedido, sem ordenar, contudo, o encaminhamento dos autos ao juízo competente,
sob pena de o Supremo Tribunal Federal converter-se, indevidamente, em órgão de
orientação e consulta das partes, em tema de competência, quando estas tiverem
dúvida a respeito de tal matéria. Precedentes.
— A norma consubstanciada no art. 21, § 1º do RISTF foi recebida, pela
vigente Constituição, com força e eficácia de lei (RTJ 167/51), porque validamente
editada com fundamento em regra constitucional que atribuía, ao Supremo Tribunal
Federal, poder normativo primário para dispor sobre o processo e o julgamento dos
feitos de sua competência originária ou recursal (CF/69, art. 119, § 3º, c). Esse preceito
regimental — destinado a reger os processos no âmbito do Supremo Tribunal
Federal — qualifica-se, por isso mesmo, como lex specialis e, nessa condição, tem
precedência sobre normas legais, resolvendo-se a situação de antinomia aparente,
quando esta ocorrer, pela adoção do critério da especialidade (lex specialis derogat
generali).” (RTJ 189/1010-1011, Rel. Min. Celso de Mello)
Cumpre assinalar, finalmente, que este Egrégio Plenário do Supremo Tribunal
Federal vem de reafirmar essa orientação, enfatizando ser inaplicável, a esta Corte, em
situações como a ora versada nesta causa, a determinação constante do art. 113, § 2º, in
fine, do CPC (MS 24.615-ED/SP, Rel. Min. Nelson Jobim — MS 25.258-AgR/MG, Rel.
Min. Carlos Britto).
Com tais fundamentos, Senhora Presidente, nego provimento ao presente recurso
de agravo.
É o meu voto.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Sra. Presidente, congratulo-me com os juizados
especiais pela maioria já composta no sentido de determinar o arquivamento do mandado
de segurança.
Coerente, já que o assunto voltou à Mesa, vou acompanhar o Ministro Marco
Aurélio, não em função do que Sua Excelência sustentou — que estaria revogado no
ponto o Regimento Interno, porque o Regimento Interno, hoje, é cópia da Lei n. 8.038.
Apenas nele não leio que negar seguimento, isto é, não dar seguimento neste Tribunal ao
mandado de segurança, implica mandá-lo para o arquivo.
Agora me congratulo, repito, com a maioria que se formou em sentido contrário,
porque, com relação aos juizados especiais, eu temo muito que esses mandados de
segurança se transformem num mecanismo de chicana e de protelação absoluta, substi-
tuindo embargos da decisão, na apelação, da Turma recursal.
R.T.J. — 198 1019

Mas, posta a questão em termos da tese jurídica, acompanho o Ministro Marco


Aurélio, reportando-me a votos anteriores, sobretudo a longa discussão com o eminente
Ministro Moreira Alves, no sentido de remeter ao órgão competente o mandado de
segurança aqui ajuizado, mas que não seja de nossa competência, nos termos do art. 113,
§ 2º, do Código de Processo Civil (v.g., MS 21.345-AgR, Brossard).

EXTRATO DA ATA
MS 25.279-AgR/SP — Relator: Ministro Carlos Britto. Agravante: Valdemar Dias
Paião (Advogados: Orlando Machado da Silva Júnior e outro). Agravado: Presidente do
Colégio Recursal do Juizado Especial de Pequenas Causas Cíveis e Criminais da Cir-
cunscrição Judiciária de Assis.
Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao recurso de agravo regi-
mental, por entender inaplicável a parte final do § 2º do artigo 113 do Código de
Processo Civil, vencidos, parcialmente, os Ministros Marco Aurélio, Joaquim Barbosa,
Cezar Peluso e Sepúlveda Pertence. Votou a Presidente. Ausente, justificadamente, neste
julgamento, o Ministro Nelson Jobim (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra
Ellen Gracie (Vice-Presidente).
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes,
Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Procurador-Geral da República,
Dr. Cláudio Lemos Fonteles.
Brasília, 1º de junho de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

MANDADO DE SEGURANÇA 25.304 — DF

Relator: O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence


Impetrante: Eloi Rafaeli — Impetrado: Presidente da República
I - Desapropriação: reforma agrária: alegação improcedente de
fracionamento da propriedade rural em virtude de doação, do qual
resultaram diversas outras, caracterizadas como médias propriedades
rurais (CF, art. 185, I; Lei 8.629/93, art. 4º, parágrafo único).
1. Caso em que o imóvel rural desapropriado foi doado, por
escritura pública, com cláusula de reserva de usufruto vitalício em favor
dos doadores, extinta com o falecimento do doador-sobrevivente: não
providenciada a individualização das glebas pelos impetrantes após o
falecimento do usufrutuário sobrevivente e não registrada a escritura
pública de divisão elaborada para atender a exigência — ante a vedação
constante no § 4º do art. 2º da Lei 8.629/93 —, mantém-se a unidade do
imóvel para fins de reforma agrária.
1020 R.T.J. — 198

2. O recolhimento individualizado do Imposto Territorial Rural,


conforme o procedimento previsto no Estatuto da Terra (Lei 4.504/64),
se restringe a fins tributários, “não se prestando a ser usado como
parâmetro para o dimensionamento de imóveis rurais destinados à
reforma agrária, matéria afeta à Lei n. 8.629/93” (cf. MS 24.924, Eros
Grau, 10-3-2005).
II - Reforma agrária: desapropriação: processo administrativo:
ausência de ofensa ao contraditório e à ampla defesa.
1. Alegação de afronta aos arts. 26, § 1º, VI; e 50, I, da Lei 9.784/99,
que parte de premissa equivocada e é desmentida pelas informações
prestadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.
2. Improcedência da afirmação de descumprimento do prazo legal
para a conclusão do processo administrativo: o § 4º do art. 2º da Lei
8.629/93 não fixa prazo de validade para a vistoria, apenas determina
que, durante o referido período, as modificações introduzidas no imóvel
não deverão ser levadas em conta para o efeito de desapropriação (cf.
MS 24.113, Maurício Corrêa, DJ de 23-5-2003.
3. Recursos administrativos, ademais, que, recebidos apenas no seu
efeito devolutivo, nos termos do art. 61 da Lei 9.784/99, não obstam o
desenvolvimento do processo.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie, na confor-
midade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, denegar o
mandado de segurança, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 14 de junho de 2006 — Sepúlveda Pertence, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence:
I
1. Trago para julgamento conjunto os MMSS 25.304 e 25.299, impetrados contra
o decreto do Presidente da República, de 24 de fevereiro de 2005, que declarou de
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural denominado “São Roque –
Águas Sulfurosas”, localizado no Município de Correia Pinto, no Estado de Santa
Catarina.
2. O MS 25.304 foi impetrado por Eloi Rafaeli e a mim distribuído em 28-3-05,
tendo deferido o pedido de medida liminar no dia seguinte (29-3-05), para suspender a
eficácia do ato impugnado.
3. O MS 25.299 foi impetrado por Fernando Air Casagrande Rafaeli, Marco
Antônio Casagrande Rafaeli, Marlon Andrey Casagrande Rafaeli, Celso Arcanjo
R.T.J. — 198 1021

Rosa e Francisco Carlos Rosa, e distribuído, em 21-3-05, ao Ministro Carlos Velloso,


que, antes de decidir da liminar, solicitou informações.
4. Vindas, Sua Excelência — com apoio no art. 106 do Código de Processo
Civil1 — remeteu os autos ao Presidente do Tribunal, que determinou a sua redistri-
buição por prevenção.
5. Como o decreto objeto das impetrações já se encontrava suspenso devido à
decisão no MS 25.304, julguei prejudicado o pedido de liminar no MS 25.299.
II
6. O principal fundamento de ambas as impetrações reside no fato de o imóvel objeto
do decreto atacado ser a somatória de diversos outros caracterizados como médias propri-
edades rurais, insuscetíveis, portanto, de desapropriação (art. 4º, parágrafo único, da Lei
8.629/93; e art. 185, I, da Constituição Federal2.
7. Isso, devido à doação, em 1985, do referido imóvel pelos ascendentes — pais da
impetrante do MS 25.304 e avós dos impetrantes do MS 25.299 — aos seus descenden-
tes, com cláusula de reserva de usufruto vitalício em favor dos doadores, extinta por
conta do falecimento do doador-varão sobrevivente, em setembro de 2003.
8. Sustentam que o Incra deveria ter considerado — de acordo com o § 6º do art. 46
do Estatuto da Terra3 — a área resultante da fração que coube a cada impetrante na
doação, ou seja:
— quanto à Sra. Eloi Rafaeli, 153,66 ha, fruto da divisão do total da área doada
(307,32 ha) com o seu ex-marido (Erich Casagrande);
— quanto aos Srs. Fernando Air, Marco Antônio e Marlon Andrey, 101,89 ha, em
sucessão da parte que caberia ao seu pai, Air Rafaeli (305,7 ha);
— quanto aos Srs. Celso Arcanjo e Francisco Carlos, 152,8 ha, em sucessão do
total da área que caberia a sua mãe, Irene Rafaeli Rosa (305,7 ha).
9. Assim, considerado o módulo fiscal local de 20 ha, os imóveis constituiriam
médias propriedades rurais4.

1 Código de Processo Civil, art. 106: “Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm
a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar”.
2 Lei 8.629/93, art. 4º, parágrafo único: “São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma
agrária a pequena e a média propriedade rural, desde que o seu proprietário não possua outra propriedade
rural”.
Constituição Federal de 1988: “Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma
agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não
possua outra”.
3 Lei 4.504/64 (Estatuto da Terra), art. 46: “§ 6º No caso de imóvel rural em comum por força de
herança, as partes ideais, para os fins desta Lei, serão consideradas como se divisão houvesse, devendo
ser cadastrada a área que, na partilha, tocaria a cada herdeiro e admitidos os demais dados médios
verificados na área total do imóvel rural”.
4 Nos termos do art. 4º, III, a, da Lei 8.629/93, e do art. 3º, III, da Instrução Normativa n. 11 do Incra,
de 2003.
1022 R.T.J. — 198

10. Essa divisão — aduz-se do MS 25.304 — teria sido reconhecida quando da


averbação de uma desapropriação amigável destinada à implantação da VI Área Indus-
trial no Município de Correia Pinto/SC; ademais, a cobrança do Imposto Territorial
Rural viria sendo efetuada individualmente, de acordo com o art. 46, § 6º, do Estatuto da
Terra (Lei 4.504/64).
11. Sustentam os impetrantes, ainda, a violação da garantia do contraditório e da
ampla defesa, pois o Incra não teria indicado os critérios adotados no levantamento dos
dados, nem os fatos e os fundamentos que teriam levado à conclusão sobre a improduti-
vidade do imóvel.
12. Afirmam que se teria sido consumado o prazo decadencial para a conclusão do
processo administrativo de expropriação, de acordo com o § 4º do art. 2º da Lei 8.629/
935, já que a última notificação para o levantamento de dados foi recebida em 18-7-
2004; e o decreto expropriatório, publicado em 24-2-2005.
13. Ademais, a autoridade administrativa teria expedido o decreto expropriatório
antes mesmo da conclusão do processo administrativo, tendo em vista a recomendação
da Procuradoria especializada para que fosse concedido novo prazo de dez (10) dias para
recurso, em 18-2-05, sendo que o ofício recebido pela impetrante seria de 21-2-04 (fl.
51), e o decreto objeto da impetração, de 24-2-04.
14. Por fim, ressaltam que, em 17-2-2005, teria sido formalizada a “Escritura de
Divisão Amigável de Imóvel Rural com Retificação de Registro e Extinção de Comu-
nhão, referente ao imóvel expropriado” — anterior, portanto, ao decreto objeto da
impetração (24-2-2005) —, não tendo sido registrada devido ao ofício do Incra a co-
municar que o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) referente à área desa-
propriada encontrava-se bloqueado, o que resultaria em afronta ao disposto no art. 1.320
do novo Código Civil6.
15. Soma-se a esses argumentos a alegação dos impetrantes do MS 25.299 de que
consta, na Declaração para Cadastro de Imóveis Rurais, o código 14, “ou seja, proprie-
tário ou posseiro em comum” (fl. 5).
16. Requerem, então, a concessão do mandado de segurança para impedir a desa-
propriação da fração ideal do imóvel rural de sua propriedade.
17. Deferi a liminar pleiteada para suspender a eficácia do decreto questionado, até
o julgamento do pedido.
18. Em suas informações, a autoridade defende o ato impugnado.
19. A Procuradoria-Geral da República opinou pela denegação dos mandados de
segurança.
20. É o relatório.

5 Lei 8.629/93, art. 2º, § 4º: “Não será considerada, para os fins desta Lei, qualquer modificação,
quanto ao domínio, à dimensão e às condições de uso do imóvel, introduzida ou ocorrida até 6 (seis)
meses após a data da comunicação para levantamento de dados e informações de que tratam os §§ 2º e
3º.”
6 Código Civil, art. 1.320, caput: “A todo o tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa
comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão”.
R.T.J. — 198 1023

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence:
I
1. Este, o teor do parecer do Ministério Público Federal em ambas as impetrações,
da lavra do il. Procurador-Geral Cláudio Fonteles:
“O exame das dimensões da propriedade demanda que seja avaliado o estado
dos registros públicos do imóvel em questão. Esse estudo, formulado sobre os
documentos juntados a fls. 19-21, e seus versos, nos quais está representado o
registro do imóvel em tela, dá-nos a segura idéia de estarmos defrontados com bem
sujeitado a condomínio.
É claro o registro ‘R-1/6.794’ ao assentar que o bem foi dado em doação a
inúmeros herdeiros dos originais proprietários, Sr. Artibano Rafaeli e esposa, a
título de adiantamento de herança. Mantiveram usufruto vitalício do imóvel, anota-
ção que refutaria a tese de desmembramento do bem, ao menos até o cancelamento
do ônus, realizado em 30 de janeiro de 2004.
Os registros e averbações seguintes ao cancelamento nada acrescentam a essa
idéia.
Em momento algum o bem sofreu divisão ou desmembramento. Sem registro
desses atos nos ofícios competentes, não há como se imaginar qualquer eficácia de
eventual repartição do imóvel, ao menos no que toca a terceiros. O memorial
descritivo juntado a fls. 30-33 constitui estudo que serviria de base para o
desmembramento. Não tem eficácia para, desde logo, surtir efeito jurídico algum.
Houve ainda a tentativa de se partir concretamente para a divisão da área por
meio de escritura pública — fls. 39-41 —, mas, como sobejadamente demonstrado
nos autos, não foi levada a registro. Dessa maneira, o bem permanece, para os fins
legais, constituído como se fosse uma unidade, sem repartição de qualquer espé-
cie. Está adstrito a uma única matrícula no registro de imóveis.
A existência da comunhão de direito sobre o bem é, inclusive, retratada na
mencionada escritura pública que se propõe a dividir a propriedade. Após identi-
ficar os autores da pretendida divisão, anunciava o negócio que então se formali-
zava — verso de fls. 39:
‘(…) Então, pelos outorgantes e reciprocamente outorgados me foi dito
o seguinte: Primeiro: que a justos títulos, são donos, senhores e legítimos
proprietários do imóvel constante da matrícula n. 6.794, do livro 2 — Registro
Geral, fls. 1 e 2 e versos, do Cartório do 3º Ofício do Registro de Imóveis
desta Comarca, em comunhão entre eles, ou seja, de uma gleba de terras,
com a área superficial de 12.227.733,08 m2 (…), contendo pela superfície
sangas, matas, arroios, pedra-ferro, banhados, pinheiros, todos os seus perten-
ces e acessórios naturais, situada na localidade de Águas Sulfurosas, às mar-
gens da Rodovia Federal BR-116, município e Comarca de Correia Pinto (SC
(…)’
E prosseguem mais adiante — fls. 40:
1024 R.T.J. — 198

‘Segundo: que por meio deste público instrumento e na melhor forma


de direito, eles outorgantes e reciprocamente outorgados extingüem, como
de fato extinto tem a citada comunhão, dividindo amigavelmente a área
mencionada (…)’
Indiscutível, portanto, que o bem não vinha sendo tratado como se dividido
estivesse até aquela data. A comunhão de direitos sobre o bem comum reinava até
então, na mais clássica delimitação de um condomínio.
Por sua vez, a escritura pública que tenderia à divisão não chegou a ser
registrada na matrícula do bem. Alega a impetração que o registro teria sido nega-
do por imposição do Incra, mas tal fato é lançado sem nenhuma demonstração
cabal de sua efetiva ocorrência. Ineficaz, portanto, perante terceiros, como também
é ineficaz para os fins de modificação do direito de propriedade.
Outro dado que é preciso ser considerado é a superveniência da escritura ao
decreto presidencial. Ao tempo em que fora elaborado o ato ora atacado, o negócio
não havia tomado corpo. Portanto, não há afronta ao art. 46, § 6º, da Lei 4.504/64.
O Ministério Público Federal tem argumentado, em casos semelhantes,
como nos feitos em que o proprietário falece, que só ocorrerá com a partilha
definitiva dos bens e registro do formal no cartório próprio, com a abertura de
novas matrículas. Não ocorre imediato desmembramento de bem imóvel suscetí-
vel à desapropriação por interesse social. O tema, diga-se, deverá ganhar definitiva
conformação com o julgamento do MS 24.924. Com julgamento iniciado, está
sujeitado a pedido de vista do Eminente Ministro Gilmar Mendes. O desenrolar
de seu desfecho encontra-se no seguinte passo, segundo termos postos no Informa-
tivo n. 379/STF:
‘O Tribunal retomou julgamento de mandado de segurança impetrado
contra ato do Presidente da República que, por meio de decreto, declarara de
interesse social, para fins de reforma agrária, imóvel rural — v. Informativo
367. O Min. Eros Grau, em voto-vista, abriu divergência e indeferiu a segu-
rança. Ressaltou a necessidade de se interpretar o art. 1.784 em conjunto
com o disposto no art. 1.791 e seu parágrafo único, ambos do CC, conclu-
indo que a saisine somente torna múltipla a titularidade do imóvel, o qual
permanece uma única propriedade até a partilha, unidade que não pode
ser afastada quando da apuração da área do imóvel para fins de reforma
agrária, razão por que não se pode tomar cada parte ideal como proprie-
dade distinta. Salientou não ser aplicável, à espécie, o § 6º art. 46 do Esta-
tuto da Terra (Lei 4.504/64), já que a expressão ‘para os fins desta Lei’ nele
contida teria o objetivo apenas de instrumentar o cálculo do coeficiente de
progressividade do Imposto Territorial Rural – ITR, não servindo o pro-
cedimento previsto de parâmetro para o dimensionamento de imóveis ru-
rais destinados à reforma agrária, matéria afeta à Lei 8.629/93. (…) Em
seguida, o Min. Marco Aurélio negou a juntada de petição apresentada pelos
impetrantes, no que foi acompanhado por unanimidade, e, aditando o voto
primitivo quanto a não se ter propriedade em razão dos módulos capaz de
ensejar a reforma agrária, manteve a concessão da ordem. Acompanharam a
divergência os Ministros Joaquim Barbosa, Carlos Britto e Cezar Peluso.
Após, pediu vista dos autos o Min. Gilmar Mendes.’
R.T.J. — 198 1025

Em termos análogos, o pensamento a ser externado aqui será o mesmo. Sem o


desmembramento concreto do bem, deve ser tratado como uma unidade produtiva.
A singela doação é irrelevante para o fim retratado na impetração. É a leitura que a
Constituição da República, numa feição concretizadora de seus princípios regen-
tes, dá ao caso em exame. Descumprida a função social, ou seja, descuidado o uso
da terra, cede passo o direito de propriedade, que, por não ostentar caráter absoluto,
é subjulgado ao interesse maior, constituído no equacionamento de deficitário
sistema fundiário brasileiro.
Se o imóvel, tratado como uma unidade, não atende a quesitos técnicos
mínimos de aproveitamento e produtividade de terras rurais, sujeita-se à desapro-
priação por interesse social. O falecimento do proprietário não é marca para a
fragilização desse pensamento, como também a mera doação. Será, isso sim,
relevantíssimo no desfecho econômico da desapropriação, se caso incidente na
hipótese. A cada herdeiro caberá seu quinhão sobre o valor da indenização a ser
pago. Mas, daí considerar que a morte, ou, como no caso, a doação, como adian-
tamento de herança, suplanta a má administração do imóvel, pois deva ser, de
imediato, tido por desmembrado, é raciocínio que vilipendia a Carta da República.
No que toca à alegação de afronta aos arts. 26, § 1º, VI; e 50, I, da Lei 9.784/
99, a impetrante parte de uma equivocada premissa. Estaria a apuração da produti-
vidade decidida no comunicado que está juntado a fls. 23. Partindo desse docu-
mento, anuncia que é raso, e não fundamenta sua conclusão. Contudo, o citado
ofício é mera notificação. Serve ao papel de cientificar a parte interessada dos
resultados obtidos em estudo técnico realizado. As conclusões estão assentadas
nos autos do processo, que, conforme noticia a própria comunicação, fato reforça-
do pelas informações prestadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário —
fls. 102 —, ficam à disposição dos proprietários pelo prazo estipulado para defesa.
Quanto ao alegado descumprimento de prazo supostamente fixado pela or-
dem legal à conclusão do processo administrativo, é entendimento calmo da Su-
prema Corte que ‘(…) o § 4º do artigo 2º da Lei 8629/93 não fixa prazo de valida-
de para a vistoria, apenas determina que, durante o referido período, as modifi-
cações introduzidas no imóvel não deverão ser levadas em conta para o efeito de
desapropriação (…)’ (MS 24.113, Eminente Ministro Maurício Corrêa, DJ de
23-5-2003, p. 31).
Finalmente, em relação ao argumento de que o processo foi concluído sem o
exame de recurso administrativo, bem salientam as informações do Ministério do
Desenvolvimento Agrário que, após 9 (nove) impugnações, foram interpostos ou-
tros 9 (nove) recursos, contudo, recebidos sob a regra do art. 61 da Lei 9.784/99, ou
seja, apenas em seu efeito devolutivo. Não havia, portanto, obstáculo legal ao
desenvolvimento do processo.
Ante o exposto, o Ministério Público Federal opina pela denegação da or-
dem.”
2. Tenho como irrepreensível o parecer da Procuradoria-Geral.
1026 R.T.J. — 198

II
3. No caso, em 11-12-85, ocorre a doação do imóvel como adiantamento da legíti-
ma: é direito dos proprietários — pais e avós dos donatários —, exercitável a qualquer
tempo.
4. Certo, este Tribunal assentou que a doação de imóvel devidamente registrada
antes do decreto expropriatório — mesmo quando já iniciada a fase administrativa —
torna impossível a desapropriação-sanção, desde que preenchidos os requisitos do art.
185, I, da Constituição Federal (MS 21.919, Pleno, Celso, DJ de 6-6-97; MS 22.591,
Pleno, Moreira, DJ de 14-11-03; MS 22.645, Pleno, Corrêa, DJ de 24-8-01; MS
23.523, Pleno, Moreira, DJ de 14-2-03; MS 23.006, Pleno, Celso, DJ de 29-8-03).
5. Em algumas dessas ocasiões, externei – inicialmente, solitário e, após, juntamente
com os eminentes Ministros Ilmar Galvão, Nelson Jobim, Néri da Silveira e Carlos
Velloso — minha convicção de que a suspeita chapada de fraude elide a liquidez e a
certeza do direito, cuja demonstração é ônus do impetrante do mandado de segurança.
6. Extrato o seguinte trecho do voto proferido pelo Ministro Ilmar Galvão no MS
22.911 (DJ de 16-4-04), que bem elucida a questão:
“Em casos análogos, de divisão do imóvel realizada com nítido objetivo de
frustrar a execução do programa de reforma agrária, tem este relator manifestado o
entendimento de que a referida divisão deve ser simplesmente desconsiderada e
tida como não realizada, pelo Poder Judiciário (MS 21.919 e MS 22.645).
(...)
A doação, na verdade, é ato jurídico que visa a transferência da propriedade,
a título gratuito, do patrimônio do doador ao patrimônio do donatário. Deve ser
simplesmente ignorada quando, como no presente caso, desviada desse escopo,
teve por causa resultado com ele incompatível.
A sanção, nesse caso, não será a nulidade do ato, mas a sua ineficácia em
relação ao titular do direito que se frustou, no caso, o Poder Público, posto que o
vício não se acha nas doações em si, que continuam a produzir efeito, como, no
caso, o de definir a titularidade do direito ao crédito indenizatório decorrente da
desapropriação, mas no elemento intencional que determinou a sua efetivação.
(...)
Na verdade, a norma introduzida pela MP n. 1.573/97 ao § 4º do art. 2º da Lei
n. 8.629/93, nada mais fez do que consagrar o entendimento acima exposto, ao
dispor que
‘Não será considerada, para os fins desta Lei, qualquer modificação,
quanto ao domínio, à dimensão e às condições de uso do imóvel, introduzida
ou ocorrida até seis meses após a data da comunicação para levantamento de
dados e informações de que trata o § 2º.’
Acertadamente, o que consagrou o novel texto não foi o princípio da
invalidade do ato jurídico, mas o da superação deste, com o que, na verdade, não
introduziu novidade em nosso sistema jurídico, que, de há muito, o acolheu, con-
forme se deduz dos inúmeros textos legais que o sancionam.
R.T.J. — 198 1027

Assim, considerando que as alienações invocadas na inicial se fundam em


atos celebrados em fraude manifesta aos objetivos da reforma agrária, que, entre
nós, tem sede constitucional, impõe-se a conclusão de que deles não resulta direito
subjetivo suscetível de amparo por via do mandado de segurança.”
7. Ora, o comprometimento do alegado direito líquido e certo dos impetrantes é
evidente na espécie, não só pelo fato de as parcelas ideais do imóvel terem sido doadas
com as cláusulas de reserva de usufruto, de inalienabilidade, de impenhorabilidade, de
incomunicabilidade e de preferência dos donatários para a aquisição das frações (uma
contradição, ante a inalienabilidade), mas também pela preservação da propriedade —
na escritura de doação — “para os outorgantes doadores de todos os pinheiros bem
como as madeiras brancas industrializáveis existentes nos imóveis ora doados”, e ainda
de “todas as casas e demais benfeitorias existentes” (fl. 19 do MS 25.304).
III
8. Ainda, contudo, que o Tribunal mantenha a jurisprudência firmada no sentido
da prevalência da presunção iuris tantum do registro imobiliário, não há falar — como
bem ressaltou o em. Procurador-Geral da República — em prova de individualização
dos módulos resultantes da doação após o cancelamento do usufruto, já que a escritura
de divisão amigável da gleba total, firmada em 17-2-2005, não chegou a ser registrada
na matrícula respectiva.
9. E não demonstraram os impetrantes que esse registro não se tenha efetuado por
imposição do Incra, pois o ofício deste ao Cartório de Registro de Imóveis de Lages
comunica apenas a impossibilidade de desmembramento da área no prazo de seis meses,
estipulado pelo § 2º do art. 4º da Lei 8.629/93 (fl. 62 do MS 25.299), cujo dies ad quem
é 30-6-2004, data da primeira notificação para o levantamento de dados e informações
relativas à ocupação e à exploração do imóvel: assim, quando da lavratura da escritura
pública de divisão amigável, em 17-2-2005, esse prazo já havia expirado.
10. Ora, os próprios impetrantes assumem que, com o cancelamento da cláusula de
usufruto, passaram a ter a posse direta do imóvel e poderiam “iniciar o processo de
desmembramento de seu quinhão, para posterior registro imobiliário, possibilidade
essa ditada pelo art. 1.410, I, do Código Civil” (fl. 8 do MS 25.299); contudo, não o
fizeram.
IV
11. Deve-se realçar que o caso vertente é diverso daquele submetido ao Tribunal
no precedente mencionado pelo il. Procurador-Geral (MS 24.924), que aguarda o voto-
vista do em. Ministro Gilmar Mendes.
12. Aqui, diferentemente daquele caso, não há falar em aplicação do princípio da
saisine, tendo em vista a ocorrência da doação do imóvel como adiantamento da legítima.
13. Mas, se a doação gravada com as cláusulas de usufruto vitalício, de inalienabi-
lidade, de impenhorabilidade, de incomunicabilidade, e de reserva da propriedade de
bens aos doadores impedia o desmembramento da área — em evidente constituição de
um condomínio indiviso —, a extinção de tais ônus em razão do falecimento do usufru-
tuário, e por meio de averbação no registro do imóvel, não possui o condão de descons-
tituir a unidade antes formada.
1028 R.T.J. — 198

14. É que se faz imprescindível, nos termos dos §§ 3º e 4º do art. 176 da Lei
6.015/737 — que dispõe sobre registro públicos —, a especificação das glebas resul-
tantes da divisão para a efetivação do registro.
15. Como os impetrantes não providenciaram essa individualização após o faleci-
mento do usufrutuário sobrevivente, e a escritura pública de divisão elaborada para
atender essa exigência não pôde ser registrada ante a vedação constante no § 4º do art. 2º
da Lei 8.629/93 — certo que não há notícia de registro após o decurso do prazo —,
mantém-se a unidade do imóvel para fins de reforma agrária.
V
16. Quanto à alegação de que a divisão foi efetivada, tendo-se em vista o reco-
lhimento individualizado do Imposto Territorial Rural (ITR), compartilho do entendi-
mento manifestado pelo em. Ministro Eros Grau ao proferir o seu voto no MS 24.924
(sessão do dia 10-3-2005), quando ressaltou que o procedimento previsto no Estatuto da
Terra (Lei 4.504/64) se restringe a fins tributários, “não se prestando” — de acordo com
S. Exa. — “a ser usado como parâmetro para o dimensionamento de imóveis rurais
destinados à reforma agrária, matéria afeta à Lei n. 8.629/93”.
17. As demais questões suscitadas pelos impetrantes foram devidamente respon-
didas no parecer elaborado pelo Ministério Público Federal, cujos fundamentos adoto
como razão de decidir.
VI
18. De tudo, denego os mandados de segurança, prejudicada a liminar concedida:
é o meu voto.

7 Lei 6.015/73, alterada pela Lei 1.0267/01:


“Art. 177 O Livro n. 2 — Registro Geral — será destinado, à matrícula dos imóveis e ao registro ou
averbação dos atos relacionados no art. 167 e não atribuídos ao Livro n. 3.
§ 1º A escrituração do Livro n. 2 obedecerá às seguintes normas:
(...)
II - são requisitos da matrícula:
(...)
3) a identificação do imóvel, que será feita com indicação:
a - se rural, do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da denominação e de suas
características, confrontações, localização e área;
(...)
§ 3º Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis rurais, a identifi-
cação prevista na alínea a do item 3 do inciso II do § 1º será obtida a partir de memorial descritivo,
assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica — Art,
contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas ao
Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo Incra, garantida a isenção de
custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a quatro
módulos fiscais.
§ 4º A identificação de que trata o § 3º tornar-se-á obrigatória para efetivação de registro, em
qualquer situação de transferência de imóvel rural, nos prazos fixados por ato do Poder Executivo.”
R.T.J. — 198 1029

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Senhora Presidente, na sessão do dia 12-6 tive
oportunidade de ressaltar que, verificada a divisão do imóvel de maneira lícita, desde
que não impugnável na forma prevista na medida provisória que alterou a legislação
agrária, a meu ver não se poderia realizar licitamente a desapropriação. Portanto, não
haveria por que dar seguimento, uma vez que o imóvel estaria imune.
Discutimos, na assentada de segunda-feira, exatamente a situação decorrente do
falecimento do eventual proprietário do direito de saisine. Aqui, temos uma outra situa-
ção, que foi a decisão de doação mediante escritura pública, por antecipação de herança.
Pergunto ao eminente Relator: em relação à notificação, essa doação ocorreu?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: A doação é antiga. A notificação aí se deu e
passaram-se os seis meses em que não poderia haver alteração quanto ao domínio; não
obstante não se levou a registro a escritura de divisão amigável que individualizaria as
glebas.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Perante a tese que sustentei no sentido de que,
tendo havido a divisão do imóvel, a doação, não haveria a possibilidade de se fazer a
desapropriação, defiro a segurança.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhora Presidente, já externei no Plenário que o
objeto da reforma agrária é o imóvel, tal como documentado no registro de imóveis, ou
seja, pouco importa que a propriedade seja de uma única pessoa ou esteja em condomí-
nio. Incide, de qualquer maneira, a reforma agrária. O Relator esclareceu que, até o
momento, o imóvel permanece indiviso. Não houve o desmembramento, a divisão e o
surgimento, portanto, de matrículas individualizadas.
Daí acompanhar Sua Excelência, indeferindo a ordem.

EXTRATO DA ATA
MS 25.304/DF — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Impetrante: Eloi Rafaeli
(Advogados: Daltivio Alves Júnior e outro). Impetrado: Presidente da República (Advo-
gado: Advogado-Geral da União).
Decisão: O Tribunal, por maioria, denegou o mandado de segurança, nos termos do
voto do Relator, vencido o Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Mi-
nistro Celso de Mello e, neste julgamento, o Ministro Carlos Britto. Falou pelos
impetrantes o Dr. Cid Couto Filho. Presidiu o julgamento a Ministra Ellen Gracie.
Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa,
Eros Grau e Ricardo Lewandowski. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio
Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 14 de junho de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.
1030 R.T.J. — 198

QUESTÃO DE ORDEM NO MANDADO DE SEGURANÇA 25.624 — SP

Relator: O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence


Impetrante: Ordem dos Advogados do Brasil – Secção de São Paulo — Impetrado:
Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo — Litisconsortes Passi-
vos: Spencer Almeida Ferreira, Alcedo Ferreira Mendes e Martha Ochsenhofer
Supremo Tribunal Federal: competência originária: mandado de
segurança em que autarquia federal (OAB) controverte com Estado-
membro, pelo órgão mais alto de um dos seus poderes, o Tribunal de
Justiça, sobre suas respectivas atribuições constitucionais (questão relati-
va ao “quinto constitucional”): controvérsia jurídica relevante sobre de-
marcação dos âmbitos materiais de competência de entes que compõem a
Federação, que atrai a competência originária do Supremo Tribunal
(CF, art. 102, I, f); precedentes.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por maioria de votos, decidir a questão de ordem assentando a competên-
cia do Supremo Tribunal Federal para o julgamento do mandado de segurança, nos
termos do voto do Relator.
Brasília, 3 de novembro de 2005 — Nelson Jobim, Presidente — Sepúlveda
Pertence, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Em 3-11-2005, ao suscitar questão de ordem
relativa à competência originária do Supremo Tribunal Federal para conhecer deste
mandado de segurança, requerido pela OAB/SP contra ato do Tribunal de Justiça, assim
resumi os fatos e os fundamentos da impetração.
Cumprindo o seu papel no processo de provimento de cinco vagas de Desembargador,
correspondentes ao “quinto constitucional” da advocacia (cf. CF, art. 94), o Conselho
Seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil, ora impetrante, elegeu e
encaminhou ao Tribunal de Justiça do Estado cinco listas de candidatos, compostas,
cada uma, de seis diferentes nomes inscritos em seus quadros.
2. Aduz a petição inicial:
“4. Remetidas as cinco listas sêxtuplas ao E. Tribunal de Justiça de São
Paulo, o d. órgão impetrado ao votar a primeira delas e antes mencionada, apurou
os votos, tendo o candidato mais votado recebido 7 indicações.
5. Em seqüência, ao invés de proceder a novos escrutínios passou a votar as
listas subseqüentes, voltando, ao final, a escrutinar a lista inicial, substituindo-a
R.T.J. — 198 1031

por uma nova lista sêxtupla, estranha a deliberação do Conselho da OAB/SP, com
6 (seis) outros nomes figurantes das outras listas, e que não lograram integrar
suas listas originais, ficando a primeira lista correspondente a primeira vaga, assim
constituída:
Originária da
Gladys Maluf Chamma (5ª lista da OAB)
Spencer Almeida Ferreira (5ª lista da OAB)
Alcedo Ferreira Mendes (5ª lista da OAB)
Maria Tereza Rocha de Assis Moura (4ª lista da OAB)
José Carlos Ferreira Alves (3ª lista da OAB)
Martha Ochsenhofer (3ª lista da OAB)
3. Desse modo, pretende a OAB/SP que, desprezando a primeira lista sêxtupla
organizada pelo Conselho Seccional para a primeira das vagas e preterindo os seus
integrantes por nomes remanescentes das listas indicadas para as vagas subseqüentes, o
Tribunal teria usurpado a competência da Ordem e contrariado frontalmente o art. 94 e
seu parágrafo único da Constituição.
4. Pede-se, mediante liminar, a suspensão do envio da lista tríplice questionada ao
Governador do Estado e, ao final, a concessão do mandado de segurança para declarar a
nulidade de sua feitura e determinar que se proceda à escolha da lista tríplice dentre os
integrantes da primeira sêxtupla indicada pela impetrante.
5. Por constituir uma autarquia federal e dado o nível do Tribunal coator na hierar-
quia jurisdicional, a OAB sustenta a competência originária do Supremo Tribunal para
conhecer do mandado de segurança e invoca precedentes que lhe confortariam o entendi-
mento (RE 176.881, Ilmar Galvão; RE 266.689, Ellen Gracie; AO 455, Maurício
Corrêa; MS 21.452, Ilmar Galvão).
6. Submeto ao Plenário a questão de competência do Tribunal: é o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): 7. No primeiro dos precedentes — RE
176.881, Pleno, 13-3-97, DJ de 6-3-98 — o Tribunal, por maioria, reafirmou a Súmula
511 e entendeu competente o TRF para conhecer de mandado de segurança impetrado
por empresa pública federal contra decisão concessiva de liminar em ação cautelar, na
qual a impetrante pretendia ingressar como assistente da ré.
8. A ementa, da lavra do em. Ministro Ilmar Galvão, Redator do acórdão, sintetiza
com precisão a motivação da corrente majoritária:
“Mandado de segurança impetrado por autarquia federal contra ato de
juiz de Direito. Competência.
Em princípio, qualquer ação proposta pelos entes relacionados no inc. I do
art. 109 da Constituição é de competência da Justiça Federal. Tratando-se, entre-
tanto, de mandado de segurança, que, em nosso sistema jurídico-processual, se
rege também pelo princípio da hierarquia, prevê o inc. VIII do mesmo dispositivo
1032 R.T.J. — 198

a competência dos tribunais federais, obviamente, em razão do respectivo grau


hierárquico. Em relação aos juízes federais, a competência é dos tribunais regio-
nais federais (art. 108, I, c, da Carta da República), regra que, por simetria, é de
aplicar-se aos juízes de Direito.
Acórdão que, por encontrar-se orientado no sentido exposto, não merece
reparo.”
9. No RE 266.689, 17-8-04, Rel. a em. Ministra Ellen Gracie, a Segunda Turma,
por unanimidade, invocou a mencionada decisão plenária e afirmou a competência da
Justiça Federal para mandado de segurança requerido pela OAB contra ato de autoridade
municipal. Consigna a ementa:
“O art. 109, I, da Constituição não faz distinção entre as várias espécies de
ações e procedimentos, bastando, para a determinação da competência da Justiça
Federal, a presença, num dos pólos da relação processual, de qualquer dos entes
arrolados na citada norma. Precedente: RE 176.881.
3. Presente a Ordem dos Advogados do Brasil — autarquia federal de regime
especial — no pólo ativo de mandado segurança coletivo impetrado em favor de
seus membros, a competência para julgá-lo é da Justiça Federal, a despeito de a
autora não postular direito próprio.”
10. Noto que participou do julgamento o em. Ministro Carlos Velloso, um dos
vencidos no precedente anterior.
11. Recorda a impetrante o julgamento plenário da AO 455-AgR. Cuidava-se,
efetivamente, de MS impetrado pela OAB/MG contra ato do Tribunal de Justiça, girando
também a controvérsia acerca de provimento de vagas do “quinto”; o Relator, o em.
Ministro Maurício Corrêa, ainda que implicitamente, não repeliu a competência do
Tribunal, tanto que solicitou informações e indeferiu a liminar; a decisão do Plenário,
contudo, cingiu-se, na forma da jurisprudência, a não conhecer do agravo regimental
contra a decisão que negara a liminar (DJ de 22-5-98); no mérito, julgou-se prejudicada a
impetração (DJ de 16-10-98). Também o MS 21.452, 14-8-92, Rel. o em. Ministro Ilmar
Galvão — embora também impetrado pela OAB contra ato de Tribunal de Justiça,
relativo a concurso para a magistratura —, não aproveita ao caso presente, pois, naquela
oportunidade, a afirmação da competência do Supremo Tribunal firmou-se basicamente
na letra n do art. 102, I, CF, à vista do impedimento da quase totalidade dos Desembar-
gadores do Tribunal local.
12. Estou, não obstante, em que a nossa jurisprudência efetivamente se inclina
pelo reconhecimento, na espécie, da competência originária do Tribunal.
13. Que a presença da OAB, autarquia federal, como impetrante do mandado de
segurança, seja bastante à fixação da competência da Justiça Federal, já o assentara a
Súmula 511:
“Compete à Justiça Federal, em ambas as instâncias, processar e julgar as
causas entre autarquias federais e entidades públicas locais, inclusive mandados
de segurança, ressalvada a ação fiscal, nos termos da Constituição Federal de 1967,
art. 119, § 3º.”
R.T.J. — 198 1033

14. O assento jurisprudencial, como visto, foi reafirmado pelo Plenário, sob a
Constituição vigente e em caso de impetração dirigida contra ato de órgão judiciário
estadual (RE 178.881, cit.).
15. O mesmo entendimento prevaleceu, no que toca à competência da Justiça
Federal, no segundo precedente referido, por ser impetrante a Ordem dos Advogados.
16. Na espécie, a petição inicial parte dessas premissas para chegar à competência
do Supremo Tribunal, à base de raciocínio assim deduzido:
“8. Assim, tem a Impetrante prerrogativa de foro ratione personae, e embora
o Regimento Interno do E. TJSP preveja a competência originária do Órgão Espe-
cial para conhecer dos mandados de segurança contra atos próprios, sendo norma
hierarquicamente inferior à norma constitucional (art. 109-1), cede a prevalência à
última.
9. Como na Justiça Federal o órgão máximo estadual (regional) é o TRF, que,
entretanto, tem o mesmo patamar hierárquico que o Tribunal de Justiça, competente
para examinar o ato da autoridade estadual seria um dos Tribunais Superiores, com
jurisdição federal, ou seja, STJ ou STF; no caso, versando matéria constitucional,
a competência para o exame do mandamus é, em princípio, deste.”
17. A natureza constitucional da controvérsia, entretanto, não me bastaria para
acompanhar a impetrante na última fase do seu raciocínio, aquela em que, entre o Supre-
mo e o STJ, conclui por nossa competência.
18. Com efeito, diversamente do que ocorre quando se trata de optar entre o recurso
extraordinário e o recurso especial — e, por isso, quando se trata de suspensão de segu-
rança —, se se cuida de mandado de segurança, a alçada constitucional ou infraconstitu-
cional da lide não tem relevância na demarcação recíproca da competência originária
dos dois Tribunais.
19. O que, aí sim, me convenceu, no caso, da competência do Supremo Tribunal é
a qualificação das partes — de um lado, uma autarquia federal; do outro, o Estado-
Membro, pelo órgão mais alto de um dos seus poderes — em conflito acerca de suas
atribuições constitucionais.
20. O caso evoca a decisão tomada por este Plenário no MS 22.042 — coinciden-
temente relativo também ao “quinto constitucional” —, quando, para assentar a compe-
tência do Tribunal, aduziu o voto-condutor do em. Ministro Moreira Alves — RTJ 164/
122, 125:
“Tendo sido o presente mandado de segurança impetrado, por se tratar de ato
complexo, contra o governador e o Tribunal do Estado de Roraima, bem como
contra o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e versando ele a
questão de saber se a competência para a constituição da lista sêxtupla é do
impetrante — o Ministério Público desse Estado — ou de um dos impetrados — o
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios —, não há dúvida de que, nos
termos da impetração da segurança, há causa entre órgão do Distrito Federal, confi-
gurando-se, assim, hipótese prevista na competência originária desta Corte (artigo
102, I, f, da Constituição Federal), uma vez que o litígio existente envolve conflito
de atribuições entre órgãos de membros diversos da Federação, com evidente
substrato político.”
1034 R.T.J. — 198

21. Mais recentemente, decidimos caso similar — embora versando questão di-
versa — na ACO 684, 4-8-05, em que se opunham uma autarquia corporativa federal,
mas de âmbito local — o CRM — e o Estado-Membro.
22. Relator, aduzi:
“Não têm pertinência à espécie os precedentes recordados no parecer da
Procuradoria-Geral da República, nos quais o Tribunal se declarou incompetente.
Assim, v.g., na ACO 417, Pertence, cuidava-se de mera ação de cobrança de
contribuições previdenciárias movida pelo Iapas contra Estado-Membro; na ACO
597, Celso, instituição financeira de economia mista questionava ‘a validade jurí-
dica de operações de índole financeira e de conteúdo negocial e obrigacional’.
Para temas como esses, de cunho meramente patrimonial, é que entendo
sustentável a ‘redução teleológica’ a que procedeu o Tribunal na dicção literal do
art. 102, I, f, da Constituição.
Ao contrário, não há como negar que é desta Corte a competência originária
para conhecer de causa em que pessoas jurídicas relacionadas naquele inciso liti-
gam acerca da divisão constitucional de competência entre a União e os Estados-
Membros.
Nesse sentido, por exemplo, a afirmação da competência originária do Supre-
mo na ACO 593, 7-6-01, Relator o em. Ministro Néri da Silveira, que dizia ‘com
as competências da União Federal e dos Estados, acerca do aproveitamento dos
potenciais hidráulicos e da realização de obras que atinjam rios de curso interesta-
dual e ainda a respeito da partição de competências, no âmbito federativo, sobre a
proteção ambiental e os embaraços que Estados possam opor a obras atinentes à
geração de energia elétrica’.
Estou em que, igualmente, se impõe reconhecê-la na espécie, em que
autarquia federal controverte com Estado-Membro sobre a competência federal ou
estadual para credenciar e autorizar o funcionamento de curso de nível superior de
entidade privada de ensino.
Desnecessário demonstrar que, para o fim cogitado, não se reduz o risco de
‘conflito federativo’ à iminência de guerra civil ou similar; basta cuidar-se de
controvérsia jurídica relevante sobre a demarcação dos âmbitos materiais de com-
petência dos entes que compõem a Federação.”
23. Por isso, concluo, com a impetrante, pela competência originária do Supremo
Tribunal, embora a fonte dogmática do meu convencimento não seja o art. 109, I, mas,
sim, o art. 102, I, j, da Constituição: é o meu voto.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, folgo em perceber que, pela
primeira vez — pelo menos é a minha percepção —, a Ordem dos Advogados do Brasil
admite ser uma autarquia especial, uma autarquia corporativista, porque nem mesmo a
Lei n. 8.906/94, quando versa sobre a personalidade jurídica da entidade, refere-se a essa
qualificação. Há algo, porém, que deve ser alvo de reflexão: o artigo 44 daquela lei,
R.T.J. — 198 1035

Estatuto dos Advogados, revela que a Ordem é organizada na forma federativa. Isso
ocorre também com os diversos conselhos que fiscalizam certas atividades — há, geral-
mente, o Conselho Federal e os Conselhos Regionais. Esse dado, somado ao aspecto de
ser impetrante não o Conselho Federal, mas a seccional de São Paulo, conduz-me a
vislumbrar aí uma situação que não atrai, em si, a norma segundo a qual a Justiça Federal
é competente para julgar ações em que envolvida a União ou autarquias federais.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: A seccional também é autarquia federal.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Abandonei o argumento do art. 109.
Estou no art. 102.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Aí é que está o questionamento quanto à regra da
forma federativa contida no artigo 44 da Lei n. 8.906/94.
Está-se diante de um mandado de segurança impetrado contra ato do Tribunal de
Justiça de São Paulo. Não vejo base maior para se deslocar esse mandado de segurança —
que, a meu ver, é da competência do próprio Tribunal, ante o disposto na Lei Orgânica da
Magistratura — para o Supremo.
Por isso, peço vênia ao Relator para resolver a questão de ordem assentando a
incompetência do Supremo.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Essa questão, Ministro Marco Aurélio, tem seme-
lhança com aquela na qual Vossa Excelência foi Relator, em que havia conflito entre o
Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal, e Vossa Excelência encami-
nhou no sentido do conflito federativo.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Sim, mas ficara realmente configurado um conflito
federativo, porque tivemos uma situação concreta em que houve dúvida quanto à atri-
buição para denunciar. O Ministério Público do Estado da Bahia entendeu que não lhe
competia fazê-lo porque haveria um crime de competência da Justiça Federal, e o Minis-
tério Público Federal assentou justamente o contrário: que não estava em jogo o
descaminho e que, portanto, incumbia ao Ministério Público do Estado da Bahia atuar.
Aqui, não, o que temos é um mandado de segurança ajuizado contra ato do Tribunal de
Justiça, mediante o qual se reduziram cinco listas diferentes, quanto aos nomes inseridos,
a uma única lista, com mesclagem das seleções verificadas no âmbito da Ordem dos
Advogados do Brasil.
Por isso, peço vênia para solucionar a questão de ordem no sentido da competência
do próprio Tribunal de Justiça.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, tenho dificuldade em acompanhar o
eminente Ministro Relator.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): É coerente: Vossa Excelência ficou
vencido no caso do Conselho Regional de Medicina contra o Estado de Minas (ACO
684-QO, 4-8-05, Pertence): o caso, mutatis mutandis, é em tudo similar.
O Sr. Ministro Carlos Britto: É que o voto de Vossa Excelência, resolvendo a
questão de ordem, faz da OAB uma entidade da administração indireta para poder
encaixá-lo na letra f.
1036 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator):Declaramos inconstitucional a lei que


dizia ser ela e os demais organismos de fiscalização das profissões liberais entidades de
Direito Privado: (ADIn 1.717, Sydney Sanches). Então, a OAB é um ente autônomo de
Direito Público — isso me basta —, é federal.
O Sr. Ministro Carlos Britto: São duas coisas que me parecem distintas.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): A discussão sobre se é Administração
Indireta, se é uma autarquia propriamente dita, ou não, V. Exa. me perdoe, mas são
distinções de lana caprina para o efeito de que estou cuidando. É um ente público
federal, em conflito com um órgão estadual, um dos poderes do Estado-Membro, sobre o
alcance de sua competência, num processo previsto pela Constituição.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Tanto é que já se reconhece a competência da
Justiça Federal para processar estes casos.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Excelência, a distinção que me parece procedente e
que faço é: uma coisa é reconhecer à OAB o caráter de autarquia especial; outra coisa é
encaixar essa autarquia especial no rol dos entes da administração indireta.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Não usei essa expressão, data venia.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Mas a letra f pressupõe a inserção da entidade no rol
das pessoas estatais indiretas. E eu tenho dificuldade em classificar a OAB como entida-
de de Administração Pública. Seja direta, seja indireta.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Que é estatal nós o declaramos na
ADIn 1.717. V. Exa. ainda não nos honrava com a sua companhia.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: E as ações relativas à OAB correm perante a Justiça
Federal.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Mas o Tribunal declarou, ao procla-
mar inconstitucional a lei que transformava em entidades de Direito Privado essas
corporações de ofício das profissões liberais. Mas, se é da administração ou não, data
venia, é taxionomia acadêmica.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Mas, se não for da administração indireta, não cabe
invocar a aplicabilidade da letra f da Constituição, porque é possível conceber um ente
autárquico, especial, cuja particularidade consista em não fazer parte da administração
indireta.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Que é um ente estatal, é. Também vou
ficar nessa reserva em relação a esse problema, no compromisso com esse fundamento. É
outra linha.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Quando discutimos o conhecido
Caso Roboredo (MS 21.239) — salvo engano, os tempos passam tão depressa que, hoje,
creio, só aqui continuamos os Ministros Celso, Velloso, Marco Aurélio e eu mesmo —,
relativo à competência de nomeação do Procurador-Geral da Justiça do Trabalho, procu-
rei enfatizar que o problema de discutirmos, por exemplo, se o Ministério Público com-
põe ou não o Poder Executivo, parte muito de uma visão estritamente hierárquica do
Poder Executivo. Quando, a partir mesmo dos velhos acórdãos, da época de 1960, sobre
a autonomia universitária e, conseqüentemente, a intangibilidade dos mandatos de Reitor,
esta visão já não corresponde à complexidade da estrutura estatal contemporânea.
R.T.J. — 198 1037

Agora, não tenho dúvida de que — assim como este Tribunal há décadas divisou,
numa fundação, uma autarquia, inclusive para o efeito de competência jurisdicional —
essas corporações de fiscalização profissional são também autarquias. Se compõem ou
não a estrutura da administração pública stricto sensu do Poder Executivo, eu considero
irrelevante para esse fim. É que se trata de um ente estatal federal — quanto a isso acho
que nenhum de nós tem dúvida — a discutir com o Estado, presentado pelo órgão
máximo de um dos seus poderes, sobre os respectivos papéis num processo — o dos
provimentos das vagas reservadas a advogados nos Tribunais de Justiça — no qual a
Constituição mesclou a intervenção de uma autarquia federal, a OAB, e de dois poderes
do Estado-Membro.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Ministro, surge um problema: em que alínea enqua-
dramos, então, a situação para proclamar a competência do Tribunal, senão na alínea f?
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Na alínea f.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Mas a alínea f é clara.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Exatamente a minha indagação. A minha perplexida-
de é essa.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Pois é. Quanto à entidade da administração indireta.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Indireta é o pressuposto da inclusão da matéria na
competência do Supremo.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Pressuposto da hipótese de existirem só
essas personalidades. É que a ordem tem outra característica, mas não deixa de ser.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Senão também estaremos fazendo uma interpreta-
ção da Constituição, segundo a lei, o que não é recomendável, quer dizer, o que se
escreve como administração indireta é que vai dar esse sentido.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): O que entendemos, quando declara-
mos inconstitucional a lei que tentava converter todos esses conselhos em entidades de
Direito Privado, foi que exerciam eles uma função estatal típica, que pode chegar à
proibição do exercício de uma profissão liberal a um determinado cidadão. E, se é
função estatal e queremos classificá-la, não pode ser outra coisa que não seja administra-
ção, porque certamente não é nem jurisdição, nem legislação.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, peço vênia ao eminente Relator para
resolver a questão de ordem, assentando a incompetência judicante desta Corte.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): E de quem será a competência?
O Sr. Ministro Carlos Britto: No caso, do Tribunal estadual.

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Sr. Presidente, não vejo, aí, no caso, sobretudo diante
do caráter especialíssimo dessa pessoa jurídica que é a Ordem dos Advogados, conflito
federativo típico como objeto do art. 102, f.
1038 R.T.J. — 198

A mim me parece que o fato de reconhecermos que não se trata de entidade de


direito privado, mas de entidade especial, de âmbito federal, não significa, necessaria-
mente, que ela represente ou encarne algum interesse específico da federação como tal e
que, portanto, possa compor, no caso, um conflito federativo. A ordem dos Advogados
não é ente federado!
Com a devida vênia, reconheço a competência do Tribunal de Justiça.

EXTRATO DA ATA
MS 25.624-QO/SP — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Impetrante: Ordem
dos Advogados do Brasil – Secção de São Paulo (Advogado: Roberto Ferreira Rosas).
Impetrado: Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Litisconsortes
Passivos: Spencer Almeida Ferreira, Alcedo Ferreira Mendes e Martha Ochsenhofer.
Decisão: O Tribunal, por maioria, decidiu a questão de ordem, assentando a com-
petência do Supremo Tribunal Federal para o julgamento do mandado de segurança, nos
termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Carlos Britto e Cezar
Peluso, que assentavam a competência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim. Ausente, justificadamente, o Ministro
Carlos Velloso.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso,
Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Ausente, justificadamente, o Ministro
Carlos Velloso. Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de
Souza.
Brasília, 3 de novembro de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

AGRAVO REGIMENTAL NO MANDADO DE SEGURANÇA 25.893 — DF

Relator: O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski


Agravante: Luís Carlos Crema — Agravado: Presidente da República
Mandado de segurança. Agravo regimental. Lei em tese. Súmula 266/
STF.
I - Alegação de suposta concretude das prescrições contidas na Lei n.
9.433/97 sem a devida demonstração da existência de ato concreto da
autoridade estatal.
II - A Súmula 266/STF obsta o prosseguimento de ações mandamen-
tais que buscam a apreciação de lei em tese.
III - Agravo regimental improvido.
R.T.J. — 198 1039

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie, na conformi-
dade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, negar provimen-
to ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o
Ministro Celso de Mello.
Brasília, 3 de agosto de 2006 — Ricardo Lewandowski, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Trata-se de agravo regimental interposto
contra decisão, por mim proferida, do seguinte teor (fl. 51):
“Trata-se de mandado de segurança, com pedido de medida liminar, impetrado
‘para determinar que o Presidente da República aplique, imediata e plenamente, os
recursos já arrecadados com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos’ (fl. 11), nos
termos da Lei n. 9.433/97.
Reconheço, desde logo, a competência do Supremo Tribunal Federal para
processar e julgar mandado de segurança impetrado em face do Presidente da
República (CF, art. 102, I, d).
O impetrante pretende ver declarada a ‘inconstitucionalidade da cobrança
pelo uso de recursos hídricos, vez que não estão sendo aplicados conforme exige a
Lei’ (fl. 12).
A presente impetração encontra óbice na Súmula 266/STF, que impede a
apreciação de mandado de segurança contra lei em tese, bem assim em assentada
jurisprudência desta Corte (MS 25.829-MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MS
25.703/DF, Rel. Min. Marco Aurélio; MS 25.836/DF, Rel. Min. Eros Grau, v.g.),
que tem reafirmado a inviabilidade da utilização do writ mandamental como ins-
trumento de controle concentrado.
Sendo assim, não conheço desta ação mandamental, restando prejudicada,
em conseqüência, a apreciação do pedido de medida liminar.
Arquivem-se os presentes autos.”
Irresignado, recorre o impetrante (fls. 65-69), por entender que não se trata de
mandado de segurança contra lei em tese, já que, segundo sustenta, a Lei n. 9.433/97
versa sobre “arrecadação de recursos (ato concreto) pelo uso de recursos hídricos (ato
concreto) para aplicação na bacia hidrográfica em que os mesmos foram gerados (ato
concreto)” (fl. 68).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Bem examinada a questão, e sem
embargo dos argumentos expendidos pelo agravante, verifica-se que não há qualquer
reparo a ser feito na decisão recorrida.
1040 R.T.J. — 198

É que o agravante, no caso em análise, deixou de especificar qual seria o ato


concreto capaz de configurar direito líquido e certo a ser protegido no mandado de
segurança, indicando, apenas, as prescrições legais contidas na Lei n. 9.433/97, que
alega serem de “concretude e (...) mensuração (...) evidentes” (fl. 68).
Destarte, como se afirmou na decisão recorrida, a Súmula 266/STF obsta o prosse-
guimento de ações mandamentais que buscam a apreciação de lei em tese, sem a indica-
ção de ato concreto da autoridade estatal.
De outro lado, como se sabe, o mandado de segurança não é sucedâneo de ação
direta.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.

EXTRATO DA ATA
MS 25.893-AgR/DF — Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Agravante: Luís
Carlos Crema (Advogado: Luís Carlos Crema). Agravado: Presidente da República (Ad-
vogado: Advogado-Geral da União).
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental,
nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello.
Presidiu o julgamento a Ministra Ellen Gracie.
Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa,
Eros Grau, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. Procurador-Geral da República, Dr.
Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 3 de agosto de 2006 — Luiz Tomimatsu, Secretário.

HABEAS CORPUS 84.392 — RJ

Relator: O Sr. Ministro Gilmar Mendes


Paciente: Sérgio Augusto Naya — Impetrante: Bruno Rodrigues — Coator: Superior
Tribunal de Justiça
Habeas corpus. 2. Denúncia oferecida sem a prévia realização de
inquérito policial. Alegação de nulidade. Não configuração, uma vez que
a denúncia está adequadamente fundamentada de acordo com os requisi-
tos dos arts. 41 e 43 do CPP c/c art. 93, IX, da CF. 3. Irregularidade de
intimação para contra-arrazoar recurso em sentido estrito interposto
pelo Ministério Público em face da decisão que rejeitou a denúncia. Viola-
ção aos princípios do contraditório e da ampla defesa (CF, art. 5º, LV). 4.
Habeas corpus deferido para que seja anulada a decisão do juízo de 1º
grau que, em sede de retratação, recebeu a denúncia, de modo a que o
paciente seja devidamente intimado e tenha a oportunidade de apresentar
R.T.J. — 198 1041

suas contra-razões ao recurso em sentido estrito do Ministério Público


estadual. Somente após, o juízo competente deverá avaliar se é caso ou
não de recebimento da denúncia.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do Ministro Gilmar Mendes (RISTF,
art. 37, II), na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimi-
dade de votos, deferir o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 28 de março de 2006 — Gilmar Mendes, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes Relator: O parecer da lavra da Subprocuradora-
Geral da República Delza Curvello Rocha bem descreve a situação posta no presente
habeas corpus (fls. 233-248):
“Trata-se de habeas corpus impetrado pelos advogados Marcelo Luiz Ávila
de Bessa e Bruno Rodrigues em favor do engenheiro Sérgio Augusto Naya, que
atualmente se encontra preso na carceragem do ‘Ponto Zero’, no Rio de Janeiro, em
face da denegação do Habeas Corpus n. 34.949, pela 5ª Turma do Superior Tribunal
de Justiça, cujo acórdão, ainda não publicado à data da impetração, foi juntado por
cópia às fls. 36/47.
2. Consta dos autos que o paciente foi denunciado perante a 34ª Vara Criminal
da Comarca do Rio de Janeiro pela prática dos crimes dos artigos 297 e 304 do
Código Penal (falsificação e uso de documento falso), após ter sido encontrada,
nos autos de processo cível em trâmite perante a 4ª Vara Empresarial da Capital,
uma escritura falsa de imóvel, escritura essa que teria o escopo de possibilitar fosse
levantada a indisponibi1idade de imóvel vinculado à garantia do pagamento de
indenização das vítimas do desabamento do edifício Palace II (denúncia — fls.
114/115).
3. Inicialmente, a denúncia não foi recebida, nem deferido o pedido de prisão
preventiva que a acompanhou, tendo a magistrada que despachou o feito argu-
mentado que a denúncia encontrava-se instruída apenas com cópias parciais de
documentos, tinha origem em manchetes de jornais, não fora precedida da oitiva
de qualquer testemunha, e que a decisão judicial não poderia se lastrear em prova
produzida unilateralmente por parte no processo.
4. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, inconformado, inter-
pôs recurso em sentido estrito alegando que a principal prova de que a escritura era
falsa, era a informação do 3º Ofício de Notas de Vitória da Conquista no sentido de
que a escritura mencionada não teria sido lavrada naquele cartório, por isso have-
ria justa causa para a ação. Ademais, entendia o representante do parquet que a
prisão preventiva era recomendada para a preservação da ordem pública, conside-
rando que o denunciado, sem escrúpulos, teria tentado desbloquear bem objeto de
garantia no processo cível de indenização. Diante da profunda repulsa no meio
1042 R.T.J. — 198

social, causada pelos fatos, seria preciso garantir a credibilidade na Justiça, que se
inclui no âmbito da ordem pública (recurso em sentido estrito — fls. 140/154).
5. Ocorre que a publicação da intimação do réu para apresentar as contra-
razões do recurso do Ministério Público ocorreu em nome do advogado Jorge Luiz
de Azevedo, que o representava no processo cível de onde fora extraída a escritura
considerada falsa. Intimado, o referido advogado peticionou informando que se-
quer havia sido constituído pelo réu para aquele processo criminal e que apenas
encontrava-se constituído para atuar no processo cível, requerendo, portanto, que
o seu nome fosse riscado da capa e intimado o réu, pessoalmente, na forma da lei
(fls. 139).
6. Não obstante tal fato, encaminhados os autos ao juiz, apreciou aquela
autoridade judiciária o recurso em sentido estrito, superando esse incidente, argu-
mentando que não era de se acreditar que aquele advogado não tivesse informado
a seu cliente do recurso, recurso esse, inclusive, noticiado amplamente pela im-
prensa. Além disso, entendeu o magistrado que a denúncia poderia ter sido ofere-
cida independentemente de inquérito penal e que existiam indícios de autoria,
tudo autorizando a atuação do Ministério Público, motivo pelo qual recebeu a
denúncia. Foi além. A maneira como o réu vinha agindo para não pagar as indeni-
zações das vítimas do desabamento do Palace II, no processo cível, impunha a sua
custódia para assegurar a instrução do processo penal, já que a mesma estratégia
poderia ser usada em sede penal, razão pela qual decretou a sua prisão preventiva
(decisão — fls. 135/138).
7. Em face dessas decisões, houve interposição do Habeas Corpus n. 1226,
distribuído à 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
A liminar requerida foi denegada, o que motivou a interposição [impetração] do
Habeas Corpus n. 34.415, perante o Superior Tribunal de Justiça, que acabou
sendo julgado prejudicado ante a breve superveniência de decisão de mérito do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro naquele primeiro Habeas Corpus
(n. 1226). Em síntese, as questões decididas pelo Tribunal de Justiça estadual
foram as seguintes: dispensabilidade de inquérito para o oferecimento da denún-
cia; inocorrência de cerceamento de defesa quanto à intimação do advogado do
processo cível para oferecer, no processo penal as contra-razões ao recurso em
sentido estrito; inexistência de constrangimento a ser sanado; e necessidade de
custódia cautelar do réu (HC 1226 — acórdão — fls. 194/197).
8. Com o julgamento de mérito daquele habeas corpus, foi interposto o
Habeas Corpus n. 34.949/RJ, perante o Superior Tribunal de Justiça, que denegou
a ordem em acórdão vazado nos seguintes fundamentos (acórdão — fls. 36/47).
8.1. o inquérito policial é dispensável ao oferecimento da denúncia,
existindo fase própria no processo para a dilação probatória;
8.2. a denúncia descreve a conduta com todos os seus elementos e o
contraditório e a ampla defesa foram garantidos ao réu;
8.3. a imputação, simultânea, das condutas de falsificação e do uso de
documento falso (arts. 297 e 304 do CP) não macula a denúncia, sendo a
segunda mero exaurimento da primeira, e fato impunível;
R.T.J. — 198 1043

8.4. a intimação, no processo criminal, do mesmo advogado que atuava


no processo cível, onde ocorreu a juntada da escritura falsa, foi regular e
legítima, e o prazo para oferecimento de razões havia vencido in albis;
8.5. a noticiada existência de outras ações criminais em andamento
para apurar tentativas do réu de liberar bens garantidos para a indenização
das vítimas do desabamento do Palace II seria razão suficiente para o seu
encarceramento preventivo;
8.6. o réu, além de não efetuar pagamentos devidos, e tentar levantar a
indisponibilidade dos bens mediante a utilização de documento falso, de
negócio forjado, teria sido preso em Porto Alegre, tentando embarcar para o
Uruguai, na intenção de furtar-se à aplicação da lei penal;
8.7. as questões do despacho de recebimento da denúncia e do decreto
de prisão preventiva já haviam sido analisadas pela Corte Estadual; e
8.8. o pleito de prisão domiciliar, em face de alegada precariedade do
estado de saúde do paciente, não foi submetido à apreciação das instâncias
ordinárias, o que impediria o Superior Tribunal de Justiça de analisá-lo, ainda
mais quando não se poderia concluir, de plano, que o tratamento específico
pudesse ou não ser prestado na prisão em que se encontra o paciente.
9. Por fim, diante da denegação da ordem pelo Superior Tribunal de Justiça,
os impetrantes intentam o presente Habeas Corpus, perante essa Excelsa Corte,
com os seguintes argumentos:
9.1. a ausência do inquérito policial teria causado a nulidade da denún-
cia e os fatos não haviam sido descritos com todas as suas circunstâncias (o
crime de falsificação sequer teria autoria, além de ter-se concretizado, segundo
a denúncia, ‘em data e local não precisado’);
9.2. a intimação do advogado que atuava no processo cível para apresen-
tar contra-razões ao recurso em sentido estrito, portanto, em autos de processo
penal, foi inválida — por essa razão, o processo seria nulo desde o recebimento
da denúncia e da decretação da prisão preventiva, que somente ocorreram em
momento processual propiciado pelo recurso em sentido estrito;
9.3. não presentes os pressupostos legais autorizadores da decretação
da prisão preventiva, que ocorreu em decisão desfundamentada, uma vez que
as questões relativas ao desabamento do Palace II, em 1998, são diversas e
tratadas em processo criminal próprio, bem como alegações de que o pacien-
te estaria causando tumulto no processo cível no qual a falsificação teria
ocorrido, ou clamor da imprensa, em nada comprometeriam a conveniência
da instrução criminal do processo que apura a falsidade da escritura, não
havendo razão lógica para a decretação da prisão;
9.4. o paciente não se encontrava judicialmente proibido de viajar e o
fato de ter sido preso quando embarcava para o exterior, no aeroporto de
Porto Alegre, não demonstra qualquer intenção de furtar-se à aplicação da lei
penal;
1044 R.T.J. — 198

9.5. não havia necessidade da decretação da prisão preventiva, que


medida visivelmente desproporcional aos fatos descritos na denúncia, que
embora capitulados nessa peça nos arts. 297 e 304 do Código Penal, na
verdade caracterizavam tentativa de estelionato ou fraude processual — arts.
171 c/c 14, II, e 347, do CP); e
9.6. o estado agravado de saúde do paciente, que sofreu acidente
vascular isquêmico, indica a necessidade de cuidados que não poderiam ser
prestados na prisão onde ele se encontra, razão pela qual, pelo menos a prisão
domiciliar deveria ser autorizada.
10. Ao final, requerem:
10.1. a concessão de liminar determinando a sustação do processo, até
decisão final quanto às nulidades, e determinando a imediata liberação do
paciente, ou, alternativamente ao segundo pedido, que o paciente possa
aguardar em prisão domiciliar o julgamento do mérito do habeas corpus; e
10.2. no mérito, que seja declarada a inépcia da denúncia; ou, não
atendido esse pedido, que seja declara (sic) a nulidade do processo a partir do
recebimento da denúncia, tornando sem efeito a decisão de decretação da
prisão preventiva, concedendo ao paciente o direito de ser legalmente inti-
mado para apresentar contra-razões ao recurso em sentido estrito do Ministé-
rio Público; e, que seja permitido ao paciente responder ao processo criminal
em liberdade, por ser desnecessária a prisão preventiva.
11. Ao receber o feito, Vossa Excelência, antes de despachar o pedido de
liminar, determinou fosse aberta vista à Procuradoria-Geral da República.” (Fls.
233-239)
O parecer ministerial é pelo conhecimento e pela concessão parcial do habeas
corpus (fls. 233-248).
Em seguida, encontrando-me ausente de Brasília, foram os autos redistribuídos ao
Ministro Celso de Mello — nos termos do art. 38, I do RISTF —, que indeferiu a liminar
requerida (fls. 255-256) em decisão (DJ de 1º-7-2004) que tem o seguinte teor:
“Decisão: Esta decisão é por mim proferida em face da ausência eventual,
desta Suprema Corte, do eminente Relator da presente causa (certidão a fl. 250),
justificando-se, em conseqüência, a aplicação da norma inscrita no art. 38, I, do
RISTF (fl. 251).
O E. Superior Tribunal de Justiça, ao denegar a ordem de habeas corpus
impetrada em favor do ora paciente, proferiu decisão consubstanciada em
acórdão assim ementado (fls. 39/40):
‘Habeas corpus. Processual penal. Crimes de falsificação e uso do
documento falsificado. Rejeição da denúncia e indeferimento da prisão
preventiva. Recurso em sentido estrito. Intimação do patrono do réu para
oferecer contra-razões. Transcurso do prazo in albis. Juízo de retratação.
Recebimento da denúncia e decretação da custódia preventiva. Decreto
fundamentado. Ausência de nulidade. Argüição de inépcia da acusação.
R.T.J. — 198 1045

Improcedência. Prescindibilidade do inquérito policial. Pedido de prisão


domiciliar. Questão não levada à apreciação das instâncias ordinárias.
(...).’ (Grifei)
O exame desse acórdão evidencia que um dos fundamentos em que se
apoiou o Tribunal ora apontado como coator, para denegar o writ constitucional,
refere-se à circunstância — fundada, segundo a decisão em referência (fl. 46), em
fatos reais devidamente comprovados — de que o paciente estaria tentando eva-
dir-se do território nacional (fls. 39/40):
(‘...) Merece especial destaque o relevante fato de que o réu, depois de
não efetuar pagamentos devidos, de tentar levantar dinheiro forjando um
suposto negócio de bem bloqueado pela Justiça, foi preso, após a decretação
de sua prisão preventiva, no aeroporto de Porto Alegre, tentando embarcar
para o Uruguai. O contexto delineado denota claramente a intenção do réu
de furtar-se à aplicação da lei penal, dando razão aos fundados receios do
Juiz processante, ao antever tal conduta.’ (Grifei)
Essas específicas razões, constantes do acórdão ora impugnado, parecem
descaracterizar, ao menos em juízo de estrita delibação, a plausibilidade jurídica
da pretensão deduzida nesta sede processual, considerado, no ponto, para efeito
de eventual subsistência da prisão preventiva do ora paciente, o entendimento
que a Colenda Segunda Turma desta Suprema Corte tem assentado sobre o tema
em questão, em decisões que dão especial relevo à evasão (ou à tentativa de
evasão) empreendida pelo suposto autor do fato delituoso, admitindo-a como
fundamento legitimador da decretação da privação cautelar da liberdade do
indiciado ou do réu:
‘A fuga do réu, do distrito da culpa, por si só, justifica o decreto de
prisão preventiva.’
(HC 81.468/SP, Rel. Min. Carlos Velloso — grifei)
A respeito desse tópico específico constante do acórdão ora questionado, e
não obstante o meu pessoal entendimento sobre a matéria (RTJ 180/262-264,
263, v.g.), devo reconhecer que a Colenda Segunda Turma do Supremo Tribunal
Federal tem proferido decisões em sentido diverso (HC 81.780/RJ, Rel. Min.
Nelson Jobim — HC 82.904/PA, Rel. Min. Ellen Gracie — HC 82.949/RJ, Rel.
Min. Gilmar Mendes, v.g.).
Não posso, dessa maneira, em sede monocrática, dissentir dessa orientação,
em respeito ao postulado da colegialidade, notadamente porque a matéria em
questão assume relevo evidente, não obstante outros aspectos em que também se
fundamenta a presente impetração.
Sendo assim, tendo presentes as razões expostas e considerando, ainda, que
se revela iminente o julgamento desta ação de habeas corpus, indefiro o pedido
de medida liminar.” (Fls. 255-256)
O advogado do paciente atesta que tomou conhecimento da daquela decisão,
independentemente de publicação (fl. 257).
1046 R.T.J. — 198

Em 2-7-2004 (DJ de 2-8-2004), reconsiderei a decisão liminar proferida pelo


Ministro Celso de Mello, nos seguintes termos:
“Decisão: Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de Sérgio Augusto
Naya em que se requer liminar para: 1) determinar-se a sustação do processo, até
decisão final quanto às nulidades; 2) determinar-se a imediata libertação do paci-
ente; 3) alternativamente ao pedido n. 2, que o paciente possa aguardar em prisão
domiciliar o julgamento do mérito do habeas corpus.
Inicialmente, requeri manifestação da Procuradoria-Geral da República, que
opinou pelo conhecimento e pela concessão parcial do writ (fls. 233-248).
Encontrando-me ausente de Brasília no período de 20 a 27 de junho, conforme
certidão de fl. 250, foram os autos redistribuídos ao Ministro Celso de Mello, nos
termos do art. 38, I, do RISTF. Sua Excelência indeferiu o pedido de liminar (fls.
255-256).
Em 29 de junho, o impetrante protocolou pedido de reconsideração da refe-
rida decisão, requerendo a imediata soltura do paciente ou, alternativamente, a sua
prisão domiciliar. Concluiu: ‘qualquer que seja o pleito atendido, também se re-
quer liminar para se determinar a imediata sustação do curso da ação penal e,
conseqüentemente, impedir o prosseguimento de atos processuais inúteis frente a
plausibilidade da tese de nulidade da ação penal desde o seu recebimento.’ (Fl.
264)
Na data de ontem, informou o impetrante que foi deferida ordem de habeas
corpus pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ressaltando ao final: ‘vem
requerer o impetrante que o pedido de reconsideração se restrinja ao pedido de que
seja determinada a imediata sustação do curso da ação penal, impedindo, assim, o
prosseguimento de realização de novos atos processuais (...)’ (fl. 268)
Diante do início das férias forenses e da impossibilidade de o writ ser julgado
pelo colegiado, passo a analisar o pedido de reconsideração.
Esse ponto foi assim relatado no parecer da lavra da Subprocuradora-Geral da
República Delza Curvello Rocha, verbis:
‘3. Inicialmente, a denúncia não foi recebida, nem deferido o pedido de
prisão preventiva que a acompanhou, tendo a magistrada que despachou o
feito argumentado que a denúncia encontrava-se instruída apenas com cópias
parciais de documentos, tinha origem em manchetes de jornais, não fora
precedida da oitiva de qualquer testemunha, e que a decisão judicial não
poderia se lastrear em prova produzida unilateralmente por parte no processo.
4. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, inconformado,
interpôs recurso em sentido estrito alegando que a principal prova de que a
escritura era falsa, era a informação do 3º Ofício de Notas de Vitória da Con-
quista no sentido de que a escritura mencionada não teria sido lavrada na-
quele cartório, por isso haveria justa causa para a ação. Ademais, entendia o
representante do parquet que a prisão preventiva era recomendada para a
preservação da ordem pública, considerando que o denunciado, sem escrú-
pulos, teria tentado desbloquear bem objeto de garantia no processo cível de
R.T.J. — 198 1047

indenização. Diante da profunda repulsa no meio social, causada pelos fatos,


seria preciso garantir a credibilidade na Justiça, que se inclui no âmbito da
ordem pública (recurso em sentido estrito — fls. 140/154).
5. Ocorre que a publicação da intimação do réu para apresentar as con-
tra-razões do recurso do Ministério Público ocorreu em nome do advogado
Jorge Luiz de Azevedo, que o representava no processo cível de onde fora
extraída a escritura considerada falsa. Intimado, o referido advogado
peticionou informando que sequer havia sido constituído pelo réu para
aquele processo criminal e que apenas encontrava-se constituído para atuar
no processo cível, requerendo, portanto, que o seu nome fosse riscado da
capa e intimado o réu, pessoalmente, na forma da lei (fl. 139).
6. Não obstante tal fato, encaminhados os autos ao juiz, apreciou aquela
autoridade judiciária o recurso em sentido estrito, superando esse incidente,
argumentando que não era de se acreditar que aquele advogado não tivesse
informado a seu cliente do recurso, recurso esse, inclusive, noticiado ampla-
mente pela imprensa. Além disso, entendeu o magistrado que a denúncia
poderia ter sido oferecida independentemente de inquérito penal e que exis-
tiam indícios de autoria, tudo autorizando a atuação do Ministério Público,
motivo pelo qual recebeu a denúncia. Foi além. A maneira como o réu vinha
agindo para não pagar as indenizações das vítimas do desabamento do
Palace II, no processo cível, impunha a sua custódia para assegurar a instru-
ção do processo penal, já que a mesma estratégia poderia ser usada em sede
penal, razão pela qual decretou a sua prisão preventiva (decisão — fls. 135/
138).’ (Fls. 234-235)
Quanto a esse aspecto, assim se manifestou o parquet:
‘21.1. com efeito, o nome do advogado Jorge Luiz de Azevedo foi
incluído na intimação pelo único fato de ser ele advogado do paciente no
processo cível, nos autos do qual foi encontrada a escritura falsa;
21.2. não existe permissivo no Código de Processo Penal ou em qual-
quer outro diploma legal no sentido de que a própria Escrivã da Serventia
possa escolher, antecipadamente, quem será o advogado do réu, ainda mais
quando se tratava de processo novo, onde o único ato praticado havia sido a
própria rejeição da denúncia (pela magistrada que primeiro analisou o caso);
21.3. mesmo diante da informação prestada de forma expressa e clara
pelo advogado do paciente no processo cível (de indenização), o juiz não
procedeu a intimação do paciente para que ele pudesse exercer seu direito de
constituir, livremente, o advogado específico para exercer a sua defesa
naquele processo penal, em face das acusações de falsificação e uso de
documento falso, e em especial para apresentar as contra-razões ao recurso
em sentido estrito; e
21.4. em tema relacionado com as garantias constitucionais do cida-
dão, qual seja, o devido processo legal, não se pode considerar como válida
a intimação realizada totalmente à margem do ordenamento legal, ou con-
1048 R.T.J. — 198

siderá-la válida pelo fato de ter sido o recurso noticiado pela imprensa visto
que a notícia jornalística não se encontra incluída entre as formas legais de
intimação.’ (Fl. 242)
Entendo que essas razões justificam a concessão da liminar requerida. É
nesse sentido também a Súmula 707 desta Corte (‘Constitui nulidade a falta de
intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da re-
jeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.’)
Nesses termos, defiro a liminar para determinar a sustação da Ação Penal n.
2004.001.016253-3 até o julgamento do presente habeas corpus.
Comunique-se com urgência ao Juízo da Trigésima Quarta Vara Criminal da
Comarca do Rio de Janeiro.” (Fls. 270-273)
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Como se depreende do relatório, o presente
habeas corpus apresenta os seguintes argumentos: i) a ausência de inquérito policial
tornaria o processo nulo; e ii) a falta de intimação válida do paciente para contra-arrazoar
o recurso em sentido estrito constituiria nulidade.
I) Nulidade processual decorrente da não-realização de inquérito policial
Quanto à alegação de nulidade processual em razão da não-realização de inquérito
policial (item i), o parecer ministerial bem elucida a questão (fls. 239-240), nos seguintes
termos:
“14. A primeira alegação, de que a ausência do inquérito policial, preceden-
do a denúncia, causaria a nulidade do processo, não se sustenta. O próprio Código
de Processo Penal elenca hipóteses em que pode ocorrer a dispensabilidade do
inquérito (ex. vi. arts. 39, § 5º, e 46, § 1º). Sob esse aspecto, portanto, não se pode
alegar violação ao princípio do devido processo legal (artigo 5o, inciso LIV, da
Constituição Federal).
15. Quanto aos elementos necessários para que o inquérito fosse dispensado,
é necessário lembrar que a denúncia foi oferecida diante da informação do
Tabelionato de Notas do 3º Ofício da Comarca de Vitória da Conquista no sentido
de que a escritura apresentada no processo cível, visando liberar o imóvel da
indisponibilidade, não fora lavrada ou registrada naquela repartição, o que, por si
só, indica a sua falsidade.
16. Ademais, a afirmação de que o delito de falsificação da escritura teria
ocorrido em ‘data e local’ não conhecidos não implica em nulidade da peça
acusatória, uma vez que se trata de um crime que deixa vestígios, sendo certo que,
durante a instrução do processo, será possível realizar perícia nas assinaturas cons-
tantes do documento, além do que, não se deve esquecer que o nome do próprio
paciente consta da escritura, na qualidade de vendedor do imóvel, e, em tese, foi
ele próprio quem, representado por advogado, fez juntar aquela escritura no pro-
cesso cível a que respondia (e ainda responde).
R.T.J. — 198 1049

17. Os indícios de autoria e materialidade dos delitos de falsificação e uso de


documento falso foram apresentados, razão pela qual, no tocante a essa matéria,
também não houve qualquer violação às garantias constitucionais do devido pro-
cesso legal e da ampla defesa (artigo 5º, inciso LIV e LV da Constituição Federal).”
(Fls. 239-240)
Como se observa, o simples fato de a denúncia ter sido ofertada sem a realização
prévia de inquérito policial não enseja a nulidade do processo. É dizer, desde que a peça
acusatória esteja adequadamente fundamentada, o inquérito policial é dispensável.
II) Falta de intimação válida do paciente para contra-arrazoar o recurso em
sentido estrito
Sobre a alegação de nulidade pela falta de intimação válida do paciente para
contra-arrazoar o recurso em sentido estrito (item “ii”), o Parquet desenvolve a seguinte
tese, verbis:
“19. É preciso observar inicialmente os termos do próprio despacho de rece-
bimento da denúncia e decretação da prisão preventiva, do qual se extrai os se-
guintes trechos (fls. 135/138):
‘Fica registrado que a Escrivã da Serventia abriu vista ao até então
patrono do acusado e este, ao invés de contra-arrazoar o recurso, deixou fluir
in albis o prazo para fazê-lo e disse ser advogado do réu apenas na esfera
civil.
Não podemos acreditar que o advogado não tenha entrado em
contacto com o seu cliente para avisá-lo do presente recurso, que inclusive
foi noticiado pela imprensa.
A atitude de ambos foi de nada fazer, ganhando tempo e contribuindo
com isso para que o público tenha a errônea impressão de que o acusado está
imune à máquina do judiciário.
O artigo 589 é claro ao dispor que com ou sem as razões o recurso em
sentido estrito deva ser submetido à apreciação do Juiz que irá manter ou
reformar a decisão guerreada.’
20. Registre-se, por oportuno, que realmente foi apresentada a petição do
advogado que atuava no processo cível, nos seguintes termos (fls. 139):
‘Jorge Luiz de Azevedo, brasileiro, casado, advogado, inscrito na
OAB/RI sob o n. 32.785, com escritório conforme dados ao pé desta, ciente
de que seu nome constou erroneamente no processo referenciado como ad-
vogado do Réu (Sérgio Augusto Naya), informa que somente advoga para
o mesmo e empresas dele na área cível, informação que faz para todos os
efeitos legais requerendo desta forma, seja o nome riscado da capa e inti-
mado o Réu na forma da Lei.’
21. Da análise dos trechos extraídos dessas duas peças processuais, constata-se
que:
21.1. com efeito, o nome do advogado Jorge Luiz de Azevedo foi in-
cluído na intimação pelo único fato de ser ele advogado do paciente no
processo cível, nos autos do qual foi encontrada a escritura falsa;
1050 R.T.J. — 198

21.2. não existe permissivo no Código de Processo Penal ou em qual-


quer outro diploma legal no sentido de que a própria “Escrivã da Serventia”
possa escolher, antecipadamente, quem será o advogado do réu, ainda mais
quando se tratava de processo novo, onde o único ato praticado havia sido a
própria rejeição da denúncia (pela magistrada que primeiro analisou o caso);
21.3. mesmo diante da informação prestada de forma expressa e
clara pelo advogado do paciente no processo cível (de indenização), o juiz
não procedeu a intimação do paciente para que ele pudesse exercer seu
direito de constituir, livremente, o advogado específico para exercer a
sua defesa naquele processo penal, em face das acusações de falsificação e
uso de documento falso, e em especial para apresentar as contra-razões
ao recurso em sentido estrito; e
21.4. em tema relacionado com as garantias constitucionais do cida-
dão, qual seja, o devido processo legal, não se pode considerar como válida
a intimação realizada totalmente à margem do ordenamento legal, ou consi-
derá-la válida pelo fato de ter sido o recurso ‘noticiado pela imprensa’ visto
que a notícia jornalística não se encontra incluída entre as formas legais de
intimação.
22. Nesse contexto, cabe observar que o Código de Processo Penal, ao tratar,
especificamente, do recurso em sentido estrito, dispõe o seguinte:
‘Capítulo II
Do recurso em sentido estrito
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou
sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
(...)
Art. 588. Dentro de 2 (dois) dias, contados da interposição do recurso,
ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorren-
te, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por
igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na
pessoa do defensor.
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso
concluso ao juiz, que, dentro de 2 (dois) dias, reformará ou sustentará o seu
despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que lhe parecerem
necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrá-
ria, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso,
não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de
novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.’
23. A leitura dos dispositivos indica que é direito do réu ser regularmente
intimado para contra-arrazoar o recurso em sentido estrito interposto contra a
R.T.J. — 198 1051

decisão que não recebe a denúncia; ademais, o próprio rito procedimental adotado
pelo Código de Processo Penal, impõe seja aberto para o réu o prazo para apresen-
tar as contra-razões, e, somente após, ‘com ou sem a resposta’ (e só há resposta de
algo que foi objeto de intimação) é que o juiz pode exercer o seu juízo de retrata-
ção. Assim, não poderia o Juízo retratar-se sem que fosse oferecida a oportunidade
prévia de resposta ao denunciado, refletindo, esse procedimento, o princípio cons-
titucional do contraditório.” (Fls. 241-243)
Entendo que essas razões justificam a concessão da ordem nessa parte. É nesse
sentido também a Súmula 707 desta Corte (“Constitui nulidade a falta de intimação do
denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia,
não a suprindo a nomeação de defensor dativo.”)
Ademais, conforme se observa, essa questão não pode ser desvinculada da confor-
mação constitucional do direito de defesa.
Nesse particular, permito-me reiterar os fundamentos constantes do voto que pro-
feri no MS n. 24.268/MG (DJ de 17-9-2004):
“(...) as dúvidas porventura existentes na doutrina e na jurisprudência sobre a
dimensão do direito de defesa foram afastadas de plano, sendo inequívoco que
essa garantia contempla, no seu âmbito de proteção, todos os processos judiciais
ou administrativos.
Assinale-se, por outro lado, que há muito vem a doutrina constitucional
enfatizando que o direito de defesa não se resume a um simples direito de manifes-
tação no processo. Efetivamente, o que o constituinte pretende assegurar — como
bem anota Pontes de Miranda — é uma pretensão à tutela jurídica (Comentários
à Constituição de 1967/69, tomo V, p. 234).
Não é outra a avaliação do tema no direito constitucional comparado. Apre-
ciando o chamado ‘Anspruch auf rechtliches Gehör’ (pretensão à tutela jurídica)
no direito alemão, assinala o Bundesverfassungsgericht que essa pretensão envol-
ve não só o direito de manifestação e o direito de informação sobre o objeto do
processo, mas também o direito de ver os seus argumentos contemplados pelo
órgão incumbido de julgar (cf. decisão da Corte Constitucional alemã — BVerfGE
70, 288-293; sobre o assunto; ver, também, Pieroth e Schlink, Grundrechte —
Staatsrecht II, Heidelberg, 1988. p. 281; Battis, Ulrich, Gusy, Christoph,
Einführung in das Staatsrecht. 3. ed., Heidelberg, 1991. pp. 363-364).
Conforme se afirma, correntemente, a pretensão à tutela jurídica, que
corresponde exatamente à garantia consagrada no art. 5º, LV, da Constituição,
contém os seguintes direitos:
1) direito de informação (Recht auf Information), que obriga o órgão
julgador a informar à parte contrária dos atos praticados no processo e sobre
os elementos dele constantes;
2) direito de manifestação (Recht auf Äusserung), que assegura ao
defendente a possibilidade de manifestar-se oralmente ou por escrito sobre
os elementos fáticos e jurídicos constantes do processo;
1052 R.T.J. — 198

3) direito de ver seus argumentos considerados (Recht auf


Berücksichtigung), que exige do julgador capacidade apreensão e isenção
de ânimo (Aufnahmefähigkeit und Aufnahmebereitschaft) para contemplar
as razões apresentadas (cf. Pieroth e Schlink, Grundrechte –Staatsrecht II,
Heidelberg, 1988. p. 281; Battis e Gusy, Einführung in das Staatsrecht,
Heidelberg, 1991. pp. 363-364; ver, também, Dürig/Assmann, in: Maunz-
Dürig, Grundgesetz-Kommentar, Art. 103, vol IV, n. 85-99).
Sobre o direito de ver os seus argumentos contemplados pelo órgão julgador
(Recht auf Berücksichtigung), que corresponde, obviamente, ao dever do juiz ou
da Administração de a eles conferir atenção (Beachtenspflicht), pode-se afirmar
que envolve não só o dever de tomar conhecimento (Kenntnisnahmepflicht),
como também o de considerar, séria e detidamente, as razões apresentadas
(Erwägungspflicht) (Cf. Dürig/Assmann, in: Maunz-Dürig, Grundgesetz-
Kommentar, Art. 103, vol. IV, n. 97).”
No caso concreto, conforme relatado, o juízo de 1º grau, num primeiro momento,
rejeitou a denúncia oferecida contra o ora paciente. Em face disso, o MP estadual inter-
pôs recurso em sentido estrito, vindo o mesmo juízo de 1º grau a se retratar e a receber a
denúncia.
No entanto, o ora paciente não foi regularmente intimado para contra-arrazoar o
mencionado recurso em sentido estrito. Esse fato comprometeu o exercício do direito
constitucional à ampla defesa pelo ora paciente, uma vez que, em decorrência do recurso
interposto pelo Parquet, o juízo originário se retratou e, por conseguinte, recebeu a
denúncia. Conclui-se, portanto, que o prejuízo causado à defesa é inequívoco.
Por essa razão, no ponto, voto pela concessão da ordem para que seja anulada a
decisão do juízo de 1º grau que, em sede de retratação, recebeu a denúncia, de modo a
que o paciente seja devidamente intimado e tenha a oportunidade de apresentar suas
contra-razões ao recurso em sentido estrito do Ministério Público estadual. Somente
após, o juízo competente deverá avaliar se é caso ou não de recebimento da denúncia.

EXTRATO DA ATA
HC 84.392/RJ — Relator: Ministro Gilmar Mendes. Paciente: Sérgio Augusto
Naya. Impetrante: Bruno Rodrigues. Coator: Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: A Turma, por decisão unânime, deferiu o pedido de habeas corpus, nos
termos do voto do Relator. Falou, pelo paciente, o Dr. Bruno Rodrigues. Não participou
deste julgamento a Ministra Ellen Gracie. Ausente, justificadamente, neste julgamento,
o Ministro Celso de Mello. Presidiu este julgamento o Ministro Gilmar Mendes.
Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Gilmar Men-
des, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de
Mello. Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Brasília, 28 de março de 2006 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.
R.T.J. — 198 1053

HABEAS CORPUS 84.829 — PR

Relator: O Sr. Ministro Marco Aurélio


Paciente: Júnior César da Silva — Impetrante: Defensoria Pública da União —
Coator: Superior Tribunal Militar
Indulto — Condição. O indulto está no campo da discricionariedade,
razão pela qual é possível a imposição de condições para tê-lo como aper-
feiçoado, presente a harmonia com a Constituição Federal.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Primeira Turma, sob a presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, indefe-
rir o pedido de habeas corpus.
Brasília, 22 de fevereiro de 2005 — Marco Aurélio, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Com a inicial de folhas 2 a 17, sustenta-se que o
Presidente da República, ao editar o Decreto n. 4.904, de 1º de dezembro de 2003, e
impor condição relativamente ao indulto — manter bom comportamento e não ser
indiciado ou processado por crime doloso, excetuadas as infrações penais de menor
potencial ofensivo, por vinte e quatro meses —, acabou por legislar em campo reservado
à União, ou seja, em direito processual penal. São tecidas considerações a respeito, à luz
do princípio da legalidade, remetendo-se a artigo de autoria do Ministro do Superior
Tribunal Militar Carlos Alberto Marques Soares. Requer-se seja concedida a ordem e
declarada a extinção da punibilidade do crime praticado por Júnior César da Silva — o
crime de deserção, artigo 187 do Código Penal Militar. À inicial juntaram-se as peças de
folhas 19 a 57.
As informações do Superior Tribunal Militar, de folhas 66 e 67, consignam fatos
ligados à espécie, havendo sido encaminhado o acórdão tido como a revelar o ato de
constrangimento. Proclamou aquela Corte que, no caso, descabe cogitar de inconstituciona-
lidade, porquanto o indulto faz-se ao mundo jurídico com base nos princípios da conve-
niência e da oportunidade, não estando o Presidente da República impossibilitado de
impor balizas para a adequada implementação da medida.
A Procuradoria-Geral da República emitiu o parecer, de folhas 80 a 83, pelo
indeferimento da ordem.
Lancei visto no processo em 9 de fevereiro de 2005, designando como data de
julgamento a de hoje, 22 imediato, isso objetivando a ciência do impetrante.
É o relatório.
1054 R.T.J. — 198

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Observe-se a natureza, em si, do indulto.
É ato do Presidente da República — praticado a partir do disposto no inciso XII do artigo
84 da Constituição Federal — que se situa no grande âmbito da política criminal. Surge
a discricionariedade.
Pois bem, no caso, jungiu-se o aperfeiçoamento do indulto ao comportamento do
beneficiário, afastando-se a medida no caso de desvio de conduta, especialmente quando
a alcançar a instauração de processo por crime doloso. Teve-se o cuidado de aludir à
necessidade de julgamento definitivo do processo. Ora, em momento algum, versou-se
sobre matéria processual. Tomou-se de empréstimo certo fato para obstaculizar o bene-
fício, sem a óptica de, em contrariedade à Carta da República, presumir-se a culpa do
cidadão. A jurisprudência do Tribunal admite o estabelecimento de condições para a
implementação do indulto, desde que não se extravase o que previsto na Lei Máxima.
Confira-se com o que decidido nos Habeas Corpus n. 71.400-5 e 77.676-9, relatados
pelo Ministro Ilmar Galvão. Também a doutrina admite a submissão do indulto a condi-
ção, valendo notar que a estipulada, dado o próprio objetivo do fenômeno, situa-se no
campo da razoabilidade. Indefiro a ordem.

EXTRATO DA ATA
HC 84.829/PR — Relator: Ministro Marco Aurélio. Paciente: Júnior César da
Silva. Impetrante: Defensoria Pública da União. Coator: Superior Tribunal Militar.
Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocuradora-Geral da República,
Dra. Maria Caetana Cintra Santos.
Brasília, 22 de fevereiro de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

RECURSO EM HABEAS CORPUS 84.904 — RJ

Relator: O Sr. Ministro Joaquim Barbosa


Recorrente: Marcelo Soares de Medeiros — Recorrido: Ministério Público Federal
Recurso em habeas corpus. Alegação de bis in idem. Condenação do
paciente no âmbito federal e no estadual pela prática do mesmo crime — art.
14 da Lei 6.368/1976.
Na hipótese de concurso de infrações penais, a competência da Jus-
tiça Federal para uma delas atrai, por conexão, a competência para o
julgamento das demais. Entretanto, se já houver sentença condenatória
no âmbito da Justiça Estadual referente ao crime de sua competência, a
R.T.J. — 198 1055

conexão com a Justiça Federal só ocorre posteriormente, para efeito de


soma ou unificação das penas, conforme dispõe o art. 82 do Código de
Processo Penal.
No caso, a sentença condenatória estadual é anterior à federal. Afi-
gura-se mais correta a anulação da sentença condenatória proferida pela
Justiça Federal, no que concerne à condenação pelo crime do art. 14 da
Lei 6.368/1976. Precedentes.
Improcedência do pedido de nulidade da sentença condenatória fe-
deral quanto ao crime do art. 180 do Código Penal, por ausência de moti-
vação quanto à fixação da pena.
Habeas corpus parcialmente deferido, para anular-se a sentença
condenatória do paciente proferida pela Justiça Federal, no tocante ao
crime do art. 14 da Lei 6.368/1976, a fim de que prevaleça a condenação
proferida no âmbito da Justiça Estadual, evitando-se que o recorrente
sofra duas condenações pelo mesmo ato criminoso.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do Ministro Carlos Velloso, na con-
formidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
deferir, em parte, o pedido, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 7 de junho de 2005 — Joaquim Barbosa, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus
interposto por Marcelo Soares de Medeiros em face de acórdão do Superior Tribunal de
Justiça cuja ementa tem o seguinte teor (fl. 404):
“Processual penal. Habeas corpus. Art. 14 da Lei 6.368/76 e art. 180 do
Código Penal. Paciente condenado quanto ao delito do art. 14 da Lei de tóxicos
(mesmos fatos) nas Justiças Estadual e Federal. Bis in idem. Exclusão do delito
da r. sentença penal condenatória proferida na Justiça Federal. Pena-base fixa-
da acima do mínimo. Fundamentação.
I - Se o Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do RHC 7024/RJ
reconheceu a impossibilidade de extinção da ação penal instaurada em favor do
paciente e de seus co-réus, perante a Justiça Federal, por ser essa a competente para
julgar o crime de receptação de armas contrabandeadas, e cuja competência se
prorroga aos crimes que lhe sejam conexos, não há que se falar em exclusão de sua
condenação na Justiça Federal referente ao delito insculpido do art. 14, da Lei n.
6.368/76.
II - A fixação das penas-base pouco acima do mínimo legal está devidamente
fundamentada em face da existência de circunstâncias judiciais desfavoráveis ao
paciente, nos termos do art. 59 do CP. (Precedentes).
Writ denegado.”
1056 R.T.J. — 198

O recorrente, junto com outros réus, foi condenado pela 25ª Vara Federal da Seção
Judiciária do Rio de Janeiro (absorvida pela 3ª Vara Federal) como incurso no art. 14 da Lei
6.368/1976 e no art. 180 do Código Penal. Quanto ao primeiro delito, a pena foi estipulada
em quatro anos de reclusão, em regime fechado, e vinte dias-multa; quanto ao segundo, a
pena foi definida em um ano e seis meses de reclusão, em regime semi-aberto, e quinze
dias-multa. Tal decisão (Ação Penal 95.0033871-8) data de 28 de maio de 1997.
Contudo, o recorrente já havia sido condenado a quatro anos de reclusão pelos
mesmos fatos, como incurso no art. 14 da Lei 6.368/1976, em julgamento da 3ª Vara
Criminal da Comarca do Rio de Janeiro datado de 19 de janeiro de 1996.
A defesa do recorrente interpôs, então, recurso de apelação, buscando o reconheci-
mento do bis in idem. Tal recurso foi julgado deserto, em virtude da evasão do recorrente.
No entanto, os demais co-réus tiveram os recursos parcialmente providos, tendo sido
excluída a condenação no âmbito federal pelo delito do art. 14 da Lei 6.368/1976. O
Tribunal Regional Federal da 2ª Região reconhecera a ocorrência de bis in idem, uma
vez que os acusados já haviam sido condenados pela prática do crime de associação para
o tráfico em sentença anterior da Justiça Estadual.
Transcrevo, a seguir, trecho do voto do desembargador relator da apelação inter-
posta (fls. 118-124):
“Recebida a denúncia pelo MM. Juízo da 25ª Vara Federal, após o regular
processamento do feito, foi proferida sentença condenatória (fls. 674/689), tendo
sido cominadas aos ora apelantes penas privativas de liberdade variáveis entre 5
(cindo) anos de reclusão em regime fechado e 2 (dois) anos e 6 (seis) meses em
regime semi-aberto e 4 (quatro) anos de reclusão em regime fechado e 1 (um) ano e
6 (seis) meses em regime semi-aberto, por incursão nas sanções do art. 14 da Lei n.
6.368/76 e art. 180, caput, do Código Penal, em concurso material.
Todavia, teve prosseguimento o processo instaurado no âmbito da Justiça
Estadual, autuado sob o n. 7.511/95, tendo o Ilustre Magistrado titular da 1ª Vara
Criminal do Fórum Regional da Ilha do Governador sentenciado naqueles autos
condenando os réus como incursos no mesmo art. 14 da Lei n. 6.368/76, exatamente
pelos mesmos fatos em apreciação na esfera federal. Interpostos recursos de ape-
lação por todos os condenados e pelo MP, foram os mesmos julgados pela
Colenda 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
no dia 3/03/98.
Ressalte-se que, configurada a conexão entre os dois delitos, uma vez que as
armas contrabandeadas, ao que tudo indica, destinavam-se a assegurar a supremacia
da quadrilha, a competência para o julgamento do delito de associação, na espécie,
deveria ser da Justiça Federal, a teor da Súmula n. 122 do Superior Tribunal de
Justiça, que assim dispõe: ‘Compete à Justiça Federal o processo e julgamento
unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando
a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal.’
Por outro lado, tendo em vista que a decisão proferida pelo Egrégio Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro transitou em julgado aos 25/6/98, conforme
comprova a certidão de fls. 883, não há que se falar em conflito positivo de jurisdi-
ção, inadmissível quando já formada a coisa julgada (RT 491/292).
R.T.J. — 198 1057

Portanto, resta a esta Corte excluir da r. sentença apelada a condenação rela-


tiva ao crime tipificado no art. 14 da Lei de Entorpecentes, afastando, dessa forma,
a hipótese de bis in idem.” (Fls. 118-119)
O ora recorrente, então, pleiteou ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, pela
via do habeas corpus, a extensão, para si, do referido benefício. O pedido foi negado, em
ocasião em que o eminente desembargador federal Rogério Vieira de Carvalho mudou
de entendimento, conforme se depreende do seguinte trecho do voto de fls. 135-136,
proferido nos autos do HC 3.215:
“Daí que, não exatamente pelo fato de tratar-se o primeiro posicionamento
de uma orientação firmada no seio da Superior Instância, ao qual me curvo, de
qualquer maneira, pelo seu valor uniformizante, e para rever o meu anterior
posicionamento, tem-se, em verdade, que a impetração não trouxe a certeza de que
em sede jurisdicional estadual já não foi buscado um provimento consentâneo
com a observação feita pelo MM. Juiz Federal Lafredo Lisboa, ou seja, o de anula-
ção da sentença proferida pela 1ª Vara Criminal do Fórum Regional da Ilha do
Governador, com fulcro na incompetência absoluta do órgão judicante.”
Segundo entendeu aquela Corte, era a sentença proferida pela Justiça Estadual que
deveria ser anulada, por incompetência para o julgamento do feito.
Irresignado, o paciente impetrou habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça,
mas o pedido foi indeferido, conforme consta da ementa já transcrita.
A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem.
Visa o recorrente à reforma da sentença condenatória prolatada pela Justiça Federal,
com o intuito de ter excluída a condenação quanto ao delito do art. 14 da Lei 6.368/
1976 e, cumulativamente, anulada a referida sentença quanto ao crime do art. 180 do
Código Penal, por falta de motivação na dosimetria da pena.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa (Relator): Em síntese, pretende o recorrente anular
sua condenação no âmbito federal pelo crime do art. 14 da Lei 6.368/1976, ante a
existência de sentença condenatória anterior no âmbito da Justiça Estadual, pela prática
do mesmo crime. Alega que se trata de nítido bis in idem.
Busca, ainda, a anulação da sentença condenatória federal quanto ao crime do art.
180 do Código Penal, por ausência de motivação quanto à fixação da pena.
Verifico, primeiro, a admissibilidade do recurso.
Consta dos autos que o recurso foi interposto em 12-8-2004 (fl. 407), de acórdão
publicado em 9-8-2004 (fl. 405). O recurso é, portanto, tempestivo, porquanto apresen-
tado dentro do qüinqüídio legal.
Passo ao exame do primeiro pedido.
Compulsando os autos, verifico que o recorrente, acusado pela prática do delito do
art. 14 da Lei 6.368/1976, foi condenado, na Justiça Estadual, em 19 de janeiro de 1996
(fls. 147-175) e, na Justiça Federal, em 28 de maio 1997 (fls. 65-80).
1058 R.T.J. — 198

É pacífico na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal o entendimento de que,


na hipótese de concurso de infrações penais, a competência da Justiça Federal para uma
delas atrai por conexão a competência para o julgamento das demais. Entretanto, se já
tiver havido sentença condenatória no âmbito da Justiça Estadual referente ao crime de
sua competência, a conexão com a Justiça Federal só ocorre posteriormente, para efeito
de soma ou unificação das penas, conforme dispõe o art. 82 do Código de Processo
Penal.
No caso, a sentença condenatória estadual é anterior à federal. Não há, portanto,
que se falar em nulidade da sentença proferida no âmbito estadual, nos termos do dispos-
to no art. 82 do Código de Processo Penal. Diante disso, afigura-se mais correta a anula-
ção da sentença condenatória proferida pela Justiça Federal, no que concerne à condena-
ção referente ao crime do art. 14 da Lei 6.368/1976. Nesse sentido:
“Ementa: Penal. Processual penal. Habeas corpus. Questão nova: excesso
de prazo. Competência. Justiça Federal. Conexão. Sentença condenatória.
CPP, art. 82. Exame de provas: Impossibilidade. I - O habeas corpus não pode
ser conhecido quanto à alegação de excesso de prazo, tendo em vista que tal
questão não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça. II - No concurso de
crimes, a competência criminal da Justiça Federal para um deles atrai o processo
dos crimes conexos. Isso não ocorrerá, entretanto, quando já exista sentença
condenatória proferida pela Justiça estadual, hipótese em que, embora os crimes
tenham sido reunidos em processo único na Justiça do Estado, aplica-se o art. 82
do Código de Processo Penal, restringindo-se a nulidade ao delito federal. Prece-
dentes: HC 57.949/SP, Xavier de Albuquerque, DJ de 17-10-80; HC 74.788/MS,
Sepúlveda Pertence, DJ de 12-9-97”. III - O exame da alegação de que a denúncia
implicitamente fez referência à prática de tráfico internacional de entorpecentes
implicaria o revolvimento do conjunto probatório, o que não se admite nos estrei-
tos limites do habeas corpus. IV - HC conhecido em parte e, nessa parte, indeferi-
do.” (HC 81.617, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 28-6-2002)
Confira-se, ainda, o HC 74.788 (Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 12-9-1997) e
o HC 76.276 (Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ de 5-6-1998).
No ponto, peço vênia para divergir do eminente Procurador-Geral da República,
que, no parecer de fls. 455-457, asseverou o seguinte:
“5. Assim, como bem apontado pelo acórdão vergastado, a decisão configu-
radora do alegado bis in idem que deve ser anulada — em tese — é a emanada de
Justiça incompetente, qual seja, a Justiça Estadual.
6. Não se poderia chegar a nenhuma outra conclusão, tendo em vista que, caso
invalidada a decisão proferida pela Justiça competente, poderia ainda o paciente, a
qualquer tempo, ter a decisão proferida pela Justiça incompetente revista e anulada
e, desta forma, acabar impune.”
É inviável a invalidação da sentença proferida pela Justiça Estadual, na medida em
que a condenação do paciente na esfera estadual é anterior à da Justiça Federal, o que a
torna perfeitamente lícita, à luz da jurisprudência desta Suprema Corte e do art. 82 do
Código de Processo Penal, em cujos termos, em casos como o presente, tendo sido
proferida sentença definitiva pela Justiça Estadual, a unidade dos processos só se dará
ulteriormente, e para efeito de soma ou de unificação das penas:
R.T.J. — 198 1059

“Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados pro-
cessos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos
que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva.
Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma
ou de unificação das penas.” (Grifei)
Ressalto que esse entendimento foi, inclusive, adotado pelo Tribunal Regional
Federal da 2ª Região com relação aos demais co-réus. Pelas mesmas razões, tenho que tal
raciocínio deve ser aplicado ao recorrente, até porque está em total consonância com os
precedentes apontados.
Ademais, o problema relativo a eventual invalidação posterior da sentença profe-
rida pela Justiça Estadual pode ser resolvido com a comunicação da decisão proferida
nos presentes autos ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e ao Juízo da
Primeira Vara Criminal do Fórum Regional da Ilha do Governador.
No tocante ao segundo pedido formulado pelo impetrante, tenho por improcedente
a alegação de ausência de fundamentação da sentença quanto à fixação da pena.
Alega o impetrante que a sentença não fundamentou o aumento da pena-base,
limitando-se a fazer referência ao dolo da ação.
Assim dispôs a referida sentença:
“Com relação ao delito previsto no artigo 180, do Código Penal, estabeleço
a pena-base em 1 (um) ano e 6 (seis) meses de reclusão [...], em razão do dolo da
ação, as quais torno definitivas por inexistirem causas de aumento ou de diminui-
ção.” (Fl. 76 — Grifei)
O uso da expressão “dolo da ação” não pode ser considerado, por si só, falta de
fundamentação, pois a expressão foi devidamente explicitada no âmbito da decisão, à fl.
73. Não se pode, portanto, analisá-la fora do contexto decisório. Senão, vejamos:
“Dessume-se da quantidade de material apreendida a intensidade do dolo do
grupo. Armamentos pesados, de alto potencial lesivo, destinados ao uso em guer-
ras, além de farta munição e até granadas, são indícios de intensa atividade e
muitos lucros da quadrilha.” (Fl. 73)
Do exposto, julgo parcialmente procedente o recurso, somente para anular a senten-
ça condenatória do paciente proferida pela Justiça Federal, no tocante ao crime do art. 14
da Lei 6.368/1976, a fim de que prevaleça a condenação proferida no âmbito estadual,
evitando-se que o recorrente sofra duas condenações pelo mesmo ato criminoso.
Comunique-se o teor desta decisão ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro e ao Juízo da Primeira Vara Criminal do Fórum Regional da Ilha do Governador.

EXTRATO DA ATA
RHC 84.904/RJ — Relator: Ministro Joaquim Barbosa. Recorrente: Marcelo Soares
de Medeiros (Advogada: Karine Faria Braga de Carvalho). Recorrido: Ministério Público
Federal.
1060 R.T.J. — 198

Decisão: A Turma, por unanimidade, deferiu, em parte, o pedido, nos termos do


voto do Relator. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Ministros Celso de
Mello e Gilmar Mendes. Presidiu este julgamento o Ministro Carlos Velloso.
Presidência do Ministro Carlos Velloso. Presentes à sessão a Ministra Ellen Gracie
e o Ministro Joaquim Barbosa. Ausentes, justificadamente, os Ministros Celso de Mello
e Gilmar Mendes. Subprocurador-Geral da República, Dr.Haroldo Ferraz da Nóbrega.
Brasília, 7 de junho de 2005 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.

HABEAS CORPUS 85.141 — SP

Relator: O Sr. Ministro Carlos Britto


Paciente: José Mário Alves Façanha. Impetrante: PGE/SP – Waldir Francisco
Honorato Júnior (Assistência Judiciária) — Coator: Superior Tribunal de Justiça.
Habeas corpus. Condenação a 58 anos de reclusão. Progressão no
regime de cumprimento da pena. Cometimento de falta grave (fuga).
Recontagem do lapso de 1/6 para a obtenção do benefício.
Em caso de falta grave, é de ser reiniciada a contagem do prazo de
1/6, exigido para a obtenção do benefício da progressão no regime de
cumprimento da pena. Adotando-se como paradigma, então, o quantum
remanescente da pena. Em caso de fuga, este prazo apenas começa a fluir
a partir da recaptura do sentenciado.
Entendimento contrário implicaria tornar despidas de sanção as
hipóteses de faltas graves cometidas por sentenciados que já estivessem
cumprindo a pena em regime fechado, de modo que não seria possível a
regressão no regime (sabido que o fechado já é o mais severo) nem seria
reiniciada a contagem do prazo de 1/6 — conduzindo ao absurdo de o
condenado, imediatamente após sua recaptura, tornar a pleitear a pro-
gressão prisional com apoio em um suposto “bom comportamento”.
Habeas corpus indeferido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos,
indeferir o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro
Marco Aurélio, que o deferia em parte.
Brasília, 5 de abril de 2005 — Carlos Ayres Britto, Relator.
R.T.J. — 198 1061

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto: Cuida-se de habeas corpus, impetrado de deci-
são denegatória, também em habeas corpus, do egrégio Superior Tribunal de Justiça.
Decisão assim ementada:
“Criminal. HC. Execução. Progressão de regime. Falta grave. Reinício
da contagem do lapso temporal para concessão do benefício da progressão.
Manutenção do réu no regime fechado. Legalidade. Ordem denegada.
I. Não se caracteriza como constrangimento ilegal o indeferimento de pro-
gressão do regime prisional de fechado para semi-aberto quando, inequivocamen-
te, demonstrada a prática de falta grave.
II. O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido
para a concessão do benefício da progressão de regime prisional.
III. Ordem denegada.”
2. No caso, o paciente, condenado a pouco mais de cinqüenta e oito anos de
reclusão pela prática de dezessete delitos (roubos, furtos e dois homicídios), postula seja
determinada ao Juízo da execução a abertura “de incidente para apurar o preenchimen-
to dos requisitos subjetivos que autorizam a progressão para regime menos rigoroso”.
Já estaria preenchido o requisito objetivo, consistente no cumprimento de 1/6 da
reprimenda. É que, para o impetrante, após o “cometimento de falta grave, o sentenciado
fica obrigado a demonstrar que tem mérito para obter a progressão de regime
prisional, não sendo exigida nova contagem de 1/6 da pena”; ou seja, a tese da
impetração é a de que o cometimento de falta grave (fuga, no caso) não ensejaria a
recontagem do prazo de 1/6, exigido para fins de progressão em regime prisional.
3. Por esse modo de ver as coisas, já estaria atendido o requisito objetivo necessá-
rio à progressão, faltando, apenas, a aferição dos pressupostos subjetivos (LEP, art. 112),
a ser feita pelo juízo da execução, em cumprimento a ordem emanada desta Suprema
Corte, por efeito do julgamento desta ação. Daí o presente writ, uma vez que a progres-
são no regime foi sucessivamente negada ao paciente, que, tendo empreendido sua
última fuga em 12-5-1999 e sendo recapturado apenas em 24-4-2000, não teria cumpri-
do, a partir desta última data, 1/6 do restante da reprimenda.
4. Prossigo neste relato para informar que indeferi o pedido de medida liminar, por
entender ausentes os seus pressupostos autorizadores, ao que se seguiu manifestação do
Ministério Público Federal, que, em peça subscrita pela ilustre Subprocuradora-Geral
Dra. Delza Curvello Rocha, opinou “pelo conhecimento parcial da presente ordem de
habeas corpus e, na parte em que conhecida, pela sua denegação”.
5. No entender da ilustrada Subprocuradora, “o exame dos requisitos subjetivos
para autorização da progressão para regime menos rigoroso é matéria incabível na via
eleita, pelo que não deve ser conhecida a impetração quanto ao mencionado pleito. Já
no que concerne ao pedido de afastamento da exigência do cumprimento de 1/6 da
pena após a prática do cometimento de falta grave, a jurisprudência dessa Colenda
Corte de Justiça é farta (...)” em sentido contrário.
É o relatório.
1062 R.T.J. — 198

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto (Relator): Consoante relatado, a tese da presente
impetração consiste em saber se o cometimento de falta grave (fuga) impõe o reinício do
lapso temporal de 1/6 da pena, exigido para efeito de progressão de regime penitenciário.
7. Os dispositivos da Lei de Execuções Penais relativos ao tema são os seguintes:
“Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progres-
siva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz,
quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior
e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do esta-
belecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma
regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando
o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da
pena em execução, torne incabível o regime (...)”.
8. Pois bem, da leitura dos referidos textos legais extraem-se algumas ilações: a
primeira está em que o regime de cumprimento da pena é, em regra, progressivo, exigin-
do-se, para tanto, o cumprimento de no mínimo 1/6 do total da pena (requisito objetivo)
e a presença de elementos meritórios que recomendem a progressão do sentenciado
(requisitos subjetivos, a serem aferidos pelo exame criminológico – LEP, arts. 6º a 9º e
112); a segunda é a de que o regime de cumprimento pode se dar de forma regressiva, se,
dentre outras hipóteses, sobrevier a prática de crime doloso ou de falta grave.
9. Daqui se conclui que determinado sentenciado, cumprindo pena em regime
semi-aberto, pode vir a ser reconduzido para o regime fechado, se ocorrer falta grave.
Nessa hipótese, pergunta-se: e quando este mesmo sentenciado voltará a se beneficiar
com o regime semi-aberto? A resposta se me afigura clara, uma vez que decorrente da
própria literalidade do art. 112 da LEP: fará jus à progressão, se e quando “tiver cumprido
ao menos um sexto da pena no regime anterior e seu mérito indicar a progressão”.
10. O período de 1/6, portanto, deverá ser calculado com apoio no restante da pena a
ser cumprida, adotando-se como termo inicial de contagem a data em que o sentenciado
retornou ao regime fechado.
11. Da mesma forma ocorre com os sentenciados que já estão a cumprir suas penas
no regime fechado, que é a situação do paciente. Aqui, não há que se falar em regressão
no regime, porque não existe em nosso sistema regime mais severo que o fechado. O
condenado deverá, então, prosseguir no cumprimento da pena sob o mesmo regime em
que já se encontra.
12. Diga-se, porém, que o prazo de 1/6 exigido para a obtenção do benefício da
progressão, deverá ser reiniciado, adotando-se por paradigma o quantum remanescente
da pena. Assim, por hipótese, se determinado condenado a 10 anos de reclusão vier a
fugir após cumprir 4 anos da reprimenda, ter-se-á que poderá (presentes os requisitos
subjetivos) progredir no regime, quando vier a cumprir 1 ano de prisão, contado da data
de sua recaptura (1/6 de 6 anos, que é a pena residual).
R.T.J. — 198 1063

13. Não fosse assim, qualquer condenado que empreendesse fuga após cumprir 1/6
da pena poderia automaticamente pleitear sua transferência para o regime semi-aberto,
invocando bom comportamento, o que nulificaria o próprio objetivo da lei, que previu
sanções a incidir sobre a prática de faltas graves com o objetivo de mais severamente
coibi-las.
14. Em palavras outras, o acolhimento da pretensão do impetrante implicaria tornar
despidas de sanção as hipóteses de faltas graves praticadas por sentenciados que já
estivessem cumprindo a pena em regime fechado, de modo que não seria possível a
regressão no regime (sabido que o fechado já é o mais severo) nem seria reiniciada a
contagem do prazo de 1/6 — conduzindo ao absurdo de o condenado, imediatamente
após sua recaptura, tornar a pleitear a progressão prisional com apoio em um suposto
“bom comportamento”.
15. Vale insistir na afirmação de que este é exatamente o caso dos autos. O paciente,
condenado a mais de cinqüenta e oito anos de reclusão, fugiu do estabelecimento
prisional por duas vezes. Na primeira delas, permaneceu evadido por quase dois anos,
tendo voltado a delinqüir nesse período (fl. 32). A outra fuga ocorreu em 12-5-1999, sendo
reenclausurado em 24-4-2000. Dois anos depois, em julho de 2002, já estava a pleitear a
progressão, tendo renovado este pleito cinco meses depois, em 26-12-2002 (fls. 45/46),
quando ainda restavam aproximadamente 50 anos de reclusão a ser cumpridos (fl. 32).
16. É de se exigir, por consequência, que a fuga do preso determine o reinício da
contagem do prazo de 1/6. Até porque é a partir da captura do sentenciado foragido que
se inicia um novo prazo de readaptação, de observação mesmo, quanto ao comporta-
mento do condenado a partir de sua reinserção no sistema prisional.
17. De se consignar, no ponto, que não é outro o entendimento desta Casa Maior da
Justiça brasileira, como se vê dos HCs 82.291, Rel. Min. Nelson Jobim, e 74.249, Rel.
Min. Néri da Silveira. Mais: realço, por sua importância, o recente julgamento do HC
85.049, Rel. Min. Joaquim Barbosa, assim noticiado pelo Informativo desta Suprema
Corte (Informativo/STF n. 378):
“A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a
concessão do benefício da progressão de regime prisional. Com base nesse entendi-
mento, a Turma indeferiu habeas corpus em que se sustentava a possibilidade da
utilização do prazo de 1/6 da pena cumprida pela paciente antes de sua fuga do
estabelecimento prisional, para fins de nova progressão, quando de sua captura.
Entendeu-se que, havendo regressão de regime nos termos do art. 118 do LEP (...), a
paciente deverá cumprir 1/6 da pena, além de obedecer aos requisitos subjetivos para
a obtenção de novo benefício (LEP, art. 112). Asseverou-se, ainda, que seria inócua
a regressão para o regime fechado após a fuga da condenada se, imediatamente
depois de sua recaptura, ela pudesse pleitear novamente a progressão para o regime
semi-aberto, sob o fundamento de que ostenta bom comportamento.”
18. Uma última observação: mesmo que se afaste a exigência do reinício do prazo
de 1/6, ainda assim não seria possível, desde já, transferir o paciente para o regime semi-
aberto. É que o juízo da execução não só acentuou o não-atendimento do requisito
objetivo, como também pontuou não estarem preenchidos os requisitos subjetivos para
a obtenção do benefício, in verbis:
1064 R.T.J. — 198

“Ainda que assim não se entenda, e em que pese o parecer favorável ao


pedido formulado pelo requerente, não preenche ele o requisito subjetivo, por-
quanto registra diversas evasões durante o período em que esteve recolhido ao
cárcere e, em liberdade ilegal, retornou à criminalidade, demonstrando perso-
nalidade voltada ao crime. Assim, notória a ausência de méritos para novamente
usufruir do referido regime”.
19. Tais razões, de ordem subjetiva, embasam por si mesmas o ato impugnado. Sem
falar que não é possível, em sede de habeas corpus, o aprofundado reexame factual dos
elementos indicados pelo magistrado. Também assim é que se pronunciou a Procurado-
ria-Geral da República.
20. Presente esta moldura fático-jurídica, meu voto indefere a presente ordem de
habeas corpus.
21. É como voto.

VOTO
O Sr. Ministro Eros Grau: Sr. Presidente, acompanho o voto do Ministro Relator
fazendo referência ao Habeas Corpus n. 84.627, julgado em setembro do ano passado.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Presidente, aqui não se trata de regressão quanto ao
regime de cumprimento da pena, porque ele não estava em um sistema mais benéfico
após haver passado pelo regime fechado. Questionam-se as balizas do cálculo a ser feito,
ante o fato de ele ter cometido falta grave. Realmente cometeu. Ele fugiu — e a fuga é
considerada, na Lei de Execução Penal, como falta grave —, mas foi recapturado. A meu
ver, o condenado simplesmente retorna ao statu quo ante. Então, não se pode desprezar
aquele período anterior de cumprimento de pena, porque se estaria inserindo na ordem
jurídica norma restritiva não contida na lei de execução penal; não se pode deixar de
levar em conta, para efeito de se saber se cumpriu, ou não, um sexto da pena, o período
anterior. Somente há regramento quanto à regressão e, repito, de regressão não se cuida.
O condenado é recapturado e volta ao regime que vinha cumprindo, ou seja, o mais
gravoso, que é o fechado.
Ora, a progressão fica afastada, começa um novo período, tem-se um novo termo
inicial para se chegar à conclusão sobre o cumprimento de um sexto da pena? A meu ver,
não, senão estar-se-á elastecendo norma restritiva de perda do benefício alusivo à pro-
gressão. Uma coisa é dizer-se: se estava no regime semi-aberto e fugiu, volta ao regime
fechado. Aí admito, numa interpretação até visando a beneficiar o condenado, que se
tomará para o cálculo de um sexto o que sobejou da pena, porque ele volta, tem início,
como que por uma ficção jurídica, o regime fechado. Agora, algo diverso é a situação
concreta em que ele estava no fechado, fugiu, foi recuperado e deu-se seqüência ao
cumprimento da pena. Evidentemente, não é dado partir, sem norma restritiva prevendo-a,
para a exclusão do período transcorrido antes da fuga.
R.T.J. — 198 1065

Por isso é que tendo a conceder apenas parcialmente a ordem. Não asseguro a
progressão. Somente afasto o óbice, ou seja, o que se consignou quanto ao desprezo do
período de pena cumprido antes da fuga. Penso que esse período deve ser computado
também, para se saber se ele cumpriu, ou não, o requisito temporal.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Com reserva de exame mais detido
em outra oportunidade, por ora acompanho o eminente Relator.

EXTRATO DA ATA
HC 85.141/SP — Relator: Ministro Carlos Britto. Paciente: José Mário Alves Fa-
çanha. Impetrante: PGE/SP – Waldir Francisco Honorato Júnior (Assistência Judiciária).
Coator: Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: Por maioria de votos, a Turma indeferiu o pedido de habeas corpus, nos
termos do voto do Relator; vencido o Ministro Marco Aurélio, que o deferia em parte.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocurador-Geral da República, Dr.
Paulo de Tarso Braz Lucas.
Brasília, 5 de abril de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS 85.340 — SP

Relator: O Sr. Ministro Marco Aurélio


Relatora para o acórdão: A Sra. Ministra Ellen Gracie
Agravante: Ivo Noal — Agravada: Presidência do Superior Tribunal de Justiça
Habeas corpus. Agravo regimental. Apelação criminal. Reforma do
acórdão, pelo Superior Tribunal de Justiça, exclusivamente quanto ao ca-
pítulo da dosimetria da pena aplicada. Decreto de condenação mantido na
sua íntegra. Pretensão de se aguardar o reajuste dosimétrico em liberdade
rejeitada pela maioria dos membros do Plenário do Supremo Tribunal
Federal.
1. Subsistente, de forma autônoma, a condenação reafirmada em
segunda instância, não tem a anulação, pelo STJ, do capítulo relativo à
dosimetria da pena o condão de restabelecer a liberdade que fora conce-
dida ao réu, em sentença de primeiro grau, até o julgamento do recurso de
apelação.
2. Agravo regimental improvido.
1066 R.T.J. — 198

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Nelson Jobim, na confor-
midade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, negar
provimento ao agravo regimental, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, Joa-
quim Barbosa, Cezar Peluso e Gilmar Mendes.
Brasília, 17 de fevereiro de 2005 — Ellen Gracie, Relatora para o acórdão.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Em 24 de dezembro de 2004, a Ministra Ellen
Gracie, com fundamento no artigo 37, inciso I, do Regimento Interno, negou seguimen-
to ao habeas, fazendo-o nos seguintes termos (folha 45):
1. Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de Ivo Noal contra acórdão
do Superior Tribunal de Justiça que, sem prejuízo da condenação do paciente,
anulou a parte do acórdão do Tribunal Regional Federal referente à dosimetria da
pena.
Alega o impetrante que da anulação da pena imposta resulta injustificado o
encarceramento do paciente, ante a evidente ausência de pena a ser cumprida.
Noticia que peticionou ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região e ao Superior
Tribunal de Justiça, mas não logrou a obtenção de alvará de soltura, em virtude da
ausência de deliberação expressa do órgão julgador que apreciou o writ, bem
como do desconhecimento dos termos do voto condutor daquele julgado, ainda
não publicado.
2. Inviável a impetração. A decisão proferida pela Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça mostrou-se expressa quanto à manutenção da condenação im-
posta ao paciente, em consonância com a jurisprudência deste Supremo Tribunal
que já proclamou que vícios na individualização da pena não afetam o juízo
condenatório (HC 82.407, Rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, unânime, DJ de 19-
12-2002; HC 80.524, Rel. Min. Ilmar Galvão, 1ª Turma, unânime, DJ de 23-3-
2001). Por essa razão, a concessão do writ foi apenas parcial, do que não decorre
como conseqüência a expedição de alvará de soltura do paciente.
3. Nego seguimento ao habeas corpus, prejudicado o pedido de medida
liminar.
Publique-se.
Sobreveio o agravo de folhas 136 a 140, no qual os impetrantes insistem em que a
decisão proferida pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça está causando cons-
trangimento ilegal ao paciente. Esclarecem, de plano, que a Quinta Turma daquela Corte
concedeu parcialmente a ordem requerida no Habeas Corpus n. 39.061/SP para anular o
acórdão impugnado quanto à dosimetria da pena. Diante disso, postularam, no Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, a expedição de alvará de soltura, uma vez que o paciente
permanece preso, sem que haja a fixação de pena. Como a relatora do processo estivesse
em férias e o substituto regimental tivesse determinado que se aguardasse a comunicação
R.T.J. — 198 1067

oficial do Superior Tribunal de Justiça, os impetrantes dirigiram-se ao Presidente daque-


la Corte Superior, buscando obter o alvará. O Ministro Edson Vidigal, no entanto, inde-
feriu o pleito, por entender que não havia margem à conclusão de que a colocação do réu
em liberdade fosse conseqüência da decisão proferida pelo Colegiado, porquanto não
houve deliberação expressa quanto à expedição de alvará de soltura.
Afirmam os impetrantes ser esse o ato impugnado, e não o acórdão da Turma, como
equivocadamente constara da decisão atacada. Asseveram que, anulada a decisão, não
há mais pena a ser cumprida, não se justificando a permanência da prisão. Aludem a
precedentes desta Casa — Habeas Corpus 79.937-0/SC, Relator Ministro Maurício
Corrêa, e Habeas Corpus n. 77.824-8/SP, Relator Ministro Nelson Jobim.
A Ministra Ellen Gracie, à folha 144, indeferiu o pedido de reconsideração formu-
lado.
À folha 148, prolatei o seguinte despacho:
1. Observe-se que agravantes são os impetrantes. Retifique-se a autuação.
2. Em jogo tem-se ato da Presidência do Tribunal, seguindo impróprio o
exame individual.
3. Seguem, em fita magnética, relatório e voto.
4. Indico como data para o julgamento do agravo, pelo Plenário, 16 próximo.
Ao Gabinete, para a ciência aos impetrantes.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Na interposição deste agravo, foram
atendidos os pressupostos de recorribilidade que lhe são inerentes. A peça, subscrita
pelos impetrantes do habeas, restou protocolada em 29 de dezembro de 2004, antes da
publicação do ato impugnado, ainda não verificada. Conheço.
Observo a submissão deste processo ao Plenário, tendo em conta a autoria do ato
atacado. A Ministra Ellen Gracie o praticou no exercício da Presidência. É certo que o
fez em substituição ao Relator. Não se pode deixar de levar em conta, todavia, a
organicidade do Judiciário, a circunstância de haver exercido atividade regimental pró-
pria do Presidente. Este também foi o motivo pelo qual deixei de reconsiderar a decisão
proferida, trazendo o agravo à mesa.
Convenci-me da procedência do inconformismo. Em primeiro lugar, o ato im-
pugnado ganhou contornos inerentes à apreciação do pedido formulado no habeas
corpus. Proclamou-se inviável a impetração, consignando-se que a decisão prolatada
pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça mostrou-se expressa no tocante à
manutenção da condenação, embora anulado o acórdão do Tribunal Regional Federal
da 3ª Região — já que se trata de crime relativo a tributo federal — quanto à dosimetria
da pena. Em síntese, ocorreu o julgamento da impetração mediante decisão monocrática.
Entendo que somente Colegiado poderia formalizar o ato.
Ainda que afastada essa fundamentação, contudo, tem-se que o processo revela
singularidades. Depreende-se da sentença condenatória que o paciente respondeu ao
1068 R.T.J. — 198

processo em liberdade. Constou do fecho da peça o direito de recorrer sem se submeter à


custódia. Pois bem, não se encontra ainda aperfeiçoado o julgamento da apelação. Anu-
lado o acórdão, e sem que se discuta o alcance da cláusula constante da sentença — se a
referir-se apenas à apelação ou aos demais recursos — bem como o princípio da não-
culpabilidade, forçoso é concluir que, voltando o processo ao Regional Federal para
completar o julgamento, glosada a dosimetria da pena, prevalece a situação garantida
pelo Juízo e, assim, o direito de aguardar o paciente em liberdade o novo pronunciamento
do Colegiado. Esse dado é conducente a prover-se o agravo interposto.
Assentada essa óptica como sendo a da maioria deste Colegiado, preconizo a
concessão do habeas, para assegurar-se ao paciente o direito a aguardar em liberdade, tal
como previsto em sentença (folha 82), a complementação do julgamento da apelação
por si interposta. É como voto na espécie.

ESCLARECIMENTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): A situação concreta é esta: a sentença
assegurou a ele o recurso em liberdade. Não houve interposição de recurso pelo Minis-
tério Público. A apelação — ele estava, portanto, sem a custódia do Estado — foi
julgada, glosando-se o acórdão quanto à dosimetria da pena, chegando-se à declaração
de insubsistência parcial desse acórdão, determinando-se o retorno, ou seja, novo julga-
mento para fixação da pena.
Ora, não se restabeleceu a situação jurídica anterior ao acórdão glosado parcial-
mente? A meu ver, sim.

VOTO
A Sra. Ministra Ellen Gracie: Sr. Presidente, como fui a prolatora do despacho de
que ora se agrava, embora já passe algum tempo não tenho a perfeita lembrança dos
fatos. O próprio Relator, todavia, me deu alguns elementos pelos quais recordo que o
STJ, de fato, anulou em parte a decisão do Tribunal Regional Federal e o fez apenas no
que diz respeito à dosimetria da pena. Manteve a condenação, reduzindo minimamente
essa dosimetria.
Portanto, com base em precedentes da Casa, mantive e mantenho, com vênia do
eminente Relator, o entendimento de que persiste, sim, a obrigatoriedade de recolhi-
mento para efeito de apelação e de manutenção no cárcere até que se restabeleça essa
mínima parcela que houve de alteração.
O Ministro Marco Aurélio tem os autos em mãos e pode verificar e nos dar com
exatidão essa redução que houve no STJ.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Sem dúvida alguma foi o que ocorreu.
Declaração de nulidade parcial do acórdão proferido por força da apelação.
Agora, a premissa de meu voto é que, se não se aperfeiçoou o julgamento da
apelação, como não se aperfeiçoou até aqui — a condenação foi mantida —, temos a
cláusula da sentença, facultando, ao réu, eventual recurso em liberdade até o julgamento
desse recurso, julgamento complementado.
R.T.J. — 198 1069

A Sra. Ministra Ellen Gracie: Isso é deliberação de sentença que não foi alterada.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): A minha dificuldade está aí, ou seja, resta-
beleceu-se o statu quo ante, no que assegurado ao paciente o julgamento da apelação
em liberdade. Se o julgamento ainda não se aperfeiçoou, porque anulado o acórdão
inicialmente proferido, tem-se que a ele assiste o direito de aguardar essa complementa-
ção do pronunciamento do órgão revisor em liberdade, tal como assegurado na sentença,
contra a qual não houve recurso do Ministério Público.
Daí ter dito que o processo revela singularidade.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Qual foi a divergência em relação à
dosimetria? O regime era inicialmente fechado?
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Não sei. Vossa Excelência está com o
processo e pode melhor informar ao Colegiado.
Para mim, não é significante o regime, no caso, diante da cláusula da sentença, a
qual permanece produzindo eficácia, ou seja, ele tem o direito — aí há preclusão — a
aguardar o aperfeiçoamento do julgamento do recurso interposto em liberdade.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: De qualquer maneira, anulado o capítulo sobre a
pena, não se pode, a priori, dizer que dali resultaria necessidade de prisão em caso de
trânsito em julgado da condenação. É preciso que se apure qual é a pena imposta.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): A condenação já transitou em julgado. O
que se está discutindo é a dosimetria da pena exclusivamente. Condenado já foi. Esse
assunto já transitou.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Condenado, mas não se sabe a que pena. Esse é o
problema.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Mas a tradição foi essa.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Condenado ele foi pelo Juízo. O título foi
formalizado, assegurando-se o recurso em liberdade. O recurso foi apreciado. Ele poderia,
segundo a óptica de alguns, vir a ser preso, mas logrou a declaração de insubsistência do
acórdão quanto à fixação da pena, devendo o Tribunal Regional Federal complementar,
então, o julgamento da apelação.
Ora, não ficou restabelecida a cláusula no sentido de aguardar em liberdade o
julgamento da apelação?
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Sim. Na verdade, determinou-se fosse julgada nova-
mente a apelação no capítulo que foi objeto da anulação pelo Superior Tribunal de
Justiça. Em outras palavras, ao tribunal local resta apreciar, ainda, um capítulo residual
do recurso, que é a fixação da pena.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): A condenação do Tribunal Regional foi
de cinco anos de reclusão e redução da sanção pecuniária.
Qual foi o teor da decisão do STJ?
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): O Superior Tribunal de Justiça sufragou à
nossa jurisprudência, em relação à qual, com a devida vênia, ouso manter entendimento
1070 R.T.J. — 198

pessoal contrário, de que é possível — vejo nessa jurisprudência uma eficácia quanto à
prescrição — declarar-se a insubsistência parcial do acórdão como se não fosse um todo.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Mas essa insubsistência também implica o não-trân-
sito em julgado da decisão.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Sim, mas, nesse caso, temos essa singula-
ridade. É que, com a declaração de insubsistência parcial do acórdão, não se aperfeiçoou
o julgamento da apelação. Como na sentença a ele se assegurou o julgamento da apela-
ção em liberdade, há de se aguardar.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Enquanto não se complete o julgamento da apelação.
O Sr. Ministro Carlos Britto: A partir de que momento ele foi recolhido à prisão?
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Ele foi recolhido a partir do momento em
que julgada a apelação. Esse julgamento, todavia, foi fulminado parcialmente, ou seja,
retirou-se do mundo jurídico a dosimetria da pena, a fixação da pena.
Aí, não se discute o problema da declaração de nulidade parcial do acórdão, mas se
aquela cláusula da sentença de aguardar o julgamento — e julgamento se entende total —
da apelação em liberdade, do recurso em liberdade, foi, ou não, restabelecida. Para mim,
a cláusula foi escancaradamente restabelecida.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Essa cláusula não ficou vencida por efeito do julga-
mento da apelação?
A Sra. Ministra Ellen Gracie: O STJ anulou em parte.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Mas o julgamento da apelação não foi concluído, esse
é o problema.
Anulado foi o capítulo decisório impugnado na apelação quanto à dosimetria da
pena. O tribunal, no julgamento original da apelação, reduziu a pena, mas o Superior
Tribunal de Justiça entendeu que o capítulo do cálculo da pena devia ser revisto, por
força da apelação.
Em outras palavras, o Tribunal tem que concluir o julgamento da apelação, exami-
nando agora o capítulo da dosimetria da pena. Enquanto não o faça, não se cumpre a
condição da sentença; então que possa o réu recorrer em liberdade. O recurso dele ainda
não foi julgado totalmente.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Mas, recorrer em liberdade?
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Recorrer em liberdade.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Isso é habeas. Aqui não há problema de
recurso.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): E recorrer em liberdade não é apenas
interpor o recurso: é aguardar o julgamento do recurso.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): A orientação da Segunda Turma, à época,
era exatamente, nessas hipóteses em que concedíamos habeas corpus — o Ministro
Marco Aurélio era constantemente vencido — para discutir a dosimetria da pena, a de
manter-se a prisão.
R.T.J. — 198 1071

O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Não, Presidente, nunca enfrentamos preci-
samente o caso.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: A sentença lhe tinha assegurado o direito de recorrer
em liberdade. Foi o que ele fez: apelou. Enquanto a apelação não for totalmente julgada,
a condição da sentença vige.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Permita-me só insistir um pouco mais: a
premissa de meu voto — não ousaria sustentar uma tese contrária ao entendimento da
maioria — é única, ou seja, a cláusula assegurou a ele — a cláusula constante da senten-
ça e não impugnada pelo Ministério Público — o julgamento da apelação em liberdade.
Se esse julgamento foi parcialmente anulado, ele não está aperfeiçoado e, aí, prevalece
a cláusula da sentença.
A Sra. Ministra Ellen Gracie: Mas a prisão sobreveio ao julgamento da primeira
apelação.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): O que ele não determinou foi a prisão,
tendo em vista a decisão do primeiro grau: “Faculto ao réu eventual recurso em liberda-
de”. A interposição do recurso em liberdade, ou seja, agora, a natureza e a decisão do
recurso são problemas do órgão julgador.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Esse é o problema, porque esse recurso ainda não foi
julgado totalmente.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): A condenação já está estabelecida, o
tempo da condenação não está fixado, ou seja, só o tempo da condenação, mas não havia
prejuízo quanto ao início do cumprimento da pena.
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Sim, mas isso é objeto da apelação. É isso que o
Tribunal local tem que examinar.

VOTO
O Sr. Ministro Eros Grau: Sr. Presidente, mais um esclarecimento: a insubsistência
do julgado da primeira apelação é parcial; há uma condenação; falta única e exclusiva-
mente a dosimetria. Esse aspecto me impressiona muito.
Peço vênia ao Ministro Marco Aurélio para acompanhar o voto da Ministra Ellen
Gracie.

VOTO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Senhor Presidente, acompanho o eminente
Relator única e exclusivamente em função da situação peculiaríssima, por ele trazida ao
conhecimento do Plenário, de que ao paciente fora assegurado o direito de recorrer em
liberdade e, como disse o Ministro Cezar Peluso, o julgamento da apelação ainda não se
aperfeiçoou. Portanto, restaura-se a situação anterior.
Concedo a ordem.
1072 R.T.J. — 198

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, deixei-me convencer pelos argumentos
lançados pela Ministra Ellen Gracie e pelo Ministro Nelson Jobim.
Peço vênia ao eminente Relator para discordar.

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Sr. Presidente, peço vênia aos votos divergentes para
acompanhar o Ministro-Relator, não apenas por esse fundamento, que, a meu ver, é
decisivo, mas por outro que não é de menor tomo: é fora de dúvida que a sentença não
transitou em julgado. Não tendo transitado em julgado, estamos diante de caso típico de
execução provisória, objeto da Reclamação n. 2.391 e, a meu ver, inadmissível.
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Adiro à óptica de Vossa Excelência. É o
que sustento nesta Casa.

ESCLARECIMENTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Senhor Presidente, apenas ressalto mais
uma vez que, no caso, não houve decretação de preventiva quando do julgamento da
apelação e que esse julgamento não conduziu, por si próprio, à prisão. Que a prisão
resultou da própria sentença prolatada, no que só teria assegurado ao paciente o recurso
em liberdade. Como o recurso foi julgado, entendeu-se que esse recurso seria apenas a
apelação.

EXTRATO DA ATA
HC 85.340-AgR/SP — Relator: Ministro Marco Aurélio. Relatora para o acórdão:
Ministra Ellen Gracie. Agravante: Ivo Noal (Advogados: Newton Azevedo e outro).
Agravada: Presidência do Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, vencidos
os Ministros Marco Aurélio, Relator, Joaquim Barbosa, Cezar Peluso e Gilmar Mendes.
Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim. Redigirá o acórdão a Ministra Ellen Gracie.
Ausentes, justificadamente, os Ministros Sepúlveda Pertence e Carlos Velloso.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Celso de
Mello, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim
Barbosa e Eros Grau. Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando Barros
e Silva de Souza.
Brasília, 17 de fevereiro de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.
R.T.J. — 198 1073

RECURSO EM HABEAS CORPUS 85.510 — MG

Relator: O Sr. Ministro Marco Aurélio


Recorrente: Getúlio Andrade Braga — Recorrido: Ministério Público Federal
Defesa — Julgamento originário por tribunal — Ausência do profis-
sional da advocacia — Artigo 12 da Lei n. 8.038/90 — Alcance. O fato de
a sessão no Tribunal ser de julgamento e não de instrução e julgamento
afasta a conclusão, ante a ausência do defensor, de o réu encontrar-se
indefeso.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, negar
provimento ao recurso ordinário em habeas corpus.
Brasília, 22 de junho de 2005 — Marco Aurélio, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Mediante o acórdão de folhas 157 a 165, o Superior
Tribunal de Justiça concedeu parcialmente a ordem, ante fundamentos assim sintetizados:
Processual Penal. HC. Prefeito. Crime de responsabilidade. Audiência
de julgamento. Presença do advogado de defesa. Sustentação oral. Abdicação
do direito de falar na tribuna. Cerceamento de defesa. Nulidade inexistente.
Embargos declaratórios interpostos pelo Parquet. Tempestividade. Dúvida.
Interpretação em favor do embargante. Efeito modificativo. Inexistência de
intimação da defesa. Ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa.
Constrangimento ilegal evidenciado. Precedentes do STF e do STJ. Ordem
parcialmente concedida.
I - Evidenciada a presença do advogado do paciente na sessão de julgamento
da ação penal originária, o qual renunciou ao direito de utilizar a tribuna para a
realização de sustentação oral, é imprópria a alegação posterior de nulidade por
cerceamento de defesa.
II - O acolhimento da pretensão de anulação do aresto, por falta de exposição
oral do patrono do réu, representaria in casu, um contra-senso, pois demonstraria a
aquiescência com a possibilidade de a defesa, em processos de competência originá-
ria, simplesmente declinar da realização da sustentação oral para, posteriormente,
alegar a nulidade do ato em proveito próprio.
III - Havendo discrepância entre a data do despacho que abre vista dos autos
para o Ministério Público e a data do recebimento destes na Secretaria do Órgão,
ocasionando dúvida relevante, esta deve ser interpretada em favor do embargante,
considerando-se tempestivos os embargos de declaração. Precedentes do STJ.
1074 R.T.J. — 198

IV - Opostos embargos declaratórios, com o excepcionalíssimo objetivo


modificativo, o embargado deve ser intimado para contra-arrazoar, em observân-
cia aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Precedentes
desta Corte e do STF.
V - Tratando-se de nulidade prontamente verificada, ante a efetiva ausência
de intimação da defesa para contra-arrazoar os embargos opostos pelo Parquet
estadual, é permitido o devido saneamento via habeas corpus.
VI - Deve ser cassado o Acórdão n. 1.0000.00.268083-3/004, bem como
anulados os atos dele decorrentes, a fim de que o advogado do paciente seja regu-
larmente intimado do oferecimento dos embargos pelo Parquet, possibilitando o
oferecimento de contra-razões.
VII - Ordem parcialmente concedida, nos termos do voto do Relator.
Embargos declaratórios foram desprovidos, ficando assim redigida a ementa do
acórdão:
Criminal. HC. Embargos de declaração. Prefeito. Condenação por crime
de responsabilidade. Audiência de julgamento. Sustentação oral. Tempestivi-
dade de embargos interpostos pelo Ministério Público. Omissão, obscuridade,
ambigüidade ou contradição não demonstradas. Embargos rejeitados.
I - Persistem as razões do acórdão embargado, que decidiu a questão sub
judice levando em conta os fundamentos entendidos suficientes ao embasamento
da decisão, ressaltando a regra imposta na Lei n. 8.038/90, bem como a exceção
verificada no caso concreto, o que ocorreu, da mesma forma, no exame referente à
tempestividade dos embargos declaratórios interpostos pelo Ministério Público.
II - As peculiaridades da situação dos autos não autorizam o acolhimento da
pretensão do embargante.
III - Razões dos embargos declaratórios que não se ocupam em evidenciar
qualquer omissão, ambigüidade, contradição, obscuridade ou equívoco e, sim,
visam a atacar os fundamentos do julgado com o intuito de lograr a reforma do
decisum, o que não é, contudo, a sua eficácia normal.
IV - Embargos rejeitados.
No recurso ordinário constitucional, alega-se que a ausência de sustentação oral,
por ser esta um direito irrenunciável do réu, gera nulidade, nos termos do Verbete n. 523
da Súmula do Supremo. Aponta-se ofensa ao devido processo legal, tendo em conta que
nem todos os integrantes da Câmara Criminal manifestaram-se sobre a preliminar —
suscitada de ofício pelo revisor — relativa à falta de defesa oral. Por fim, alude-se à
intempestividade dos embargos declaratórios opostos pelo Ministério Público e que
imprimiram efeito modificativo à decisão condenatória, afirmando-se inexistir dúvida
acerca da data de entrada dos autos no setor administrativo do referido Órgão, mas, ainda
que houvesse, deveria ser dirimida em favor do réu.
Nas contra-razões, apresentadas às folhas 221 a 224, sustenta-se a manutenção do
acórdão recorrido.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo desprovimento do recurso.
É o relatório.
R.T.J. — 198 1075

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Na interposição deste recurso, foram aten-
didos os pressupostos de recorribilidade que lhe são inerentes. A peça, subscrita por
advogado credenciado pelos instrumentos de folhas 12 e 15, restou protocolada no
prazo. Publicado o acórdão dos declaratórios no Diário de 3 de novembro de 2004,
quarta-feira (folha 202), veio à balha o inconformismo, por meio de fac-símile, em 8
imediato, segunda-feira (folha 204), ocorrendo a apresentação do original em 9 subse-
qüente, terça-feira (folha 212). Conheço.
Inicialmente, tenho como prejudicado o pedido formulado no recurso, por falta de
objeto, relativamente à intempestividade dos embargos declaratórios, cujo julgamento
implicou a ordem de afastamento imediato do recorrente do cargo ocupado, de prefeito
municipal. A impetração data de 17 de dezembro de 2003 e, portanto, a citada ordem fez-
se ligada ao mandato em curso, que findou em dezembro de 2004, consideradas as
eleições realizadas nesse mesmo ano para mandatos que tiveram início em 2005.
A celeuma relativa à nulidade do julgamento originário verificado no Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais fez-se a partir da seguinte óptica exteriorizada pelo
revisor (folha 40):
Antes de adentrar na preliminar, com devido respeito a Vossa Excelência e
aos demais acompanhantes da Turma Julgadora, entendo que, tratando-se de jul-
gamento final de um processo-crime originário, as partes, obrigatoriamente, teriam
que fazer uso da palavra, conforme comanda o art. 12 da Lei 8.038 e dispõe o art.
362 do Regimento Interno (...)
Observe-se que o artigo 12 da Lei n. 8.038/90 versa, estritamente, sobre o julgamento
pelo Plenário. Tanto é assim que o texto legal tem início com alusão ao término da instru-
ção. Fosse a audiência, no Tribunal, de instrução e julgamento, não teria a menor dúvida
em placitar a óptica do revisor na Corte de origem, entendendo olvidado o devido processo
legal e, portanto, a necessidade de se contar com a participação da defesa, pouco importando
se credenciada pela própria parte ou feita por defensor dativo. Todavia, a fase de que trata
o artigo 12 referido é de deliberação pelo Tribunal e aí a ocupação da tribuna, nos prazos
estabelecidos, não é obrigatória. Por isso mesmo, o Supremo, ao julgar o Habeas Corpus n.
80.717-8/SP, proclamou que a falta da sustentação oral não implica violência ao princípio
da ampla defesa, sendo facultativa a participação do causídico. No precedente, também
comparecera à sessão a advogada credenciada.
Nego provimento ao recurso.

EXTRATO DA ATA
RHC 85.510/MG — Relator: Ministro Marco Aurélio. Recorrente: Getúlio
Andrade Braga (Advogados: Wagner de Oliveira Lopes e outro). Recorrido: Ministério
Público Federal.
Decisão: A Turma negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus.
Unânime.
1076 R.T.J. — 198

Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco


Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocuradora-Geral da República,
Dra. Maria Caetana Cintra Santos.
Brasília, 22 de junho de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

HABEAS CORPUS 85.526 — RJ

Relator: O Sr. Ministro Carlos Britto


Paciente: João Batista Bernardo — Impetrantes: Alberto Silva dos Santos Louvera
e outros — Coator: Superior Tribunal de Justiça
Habeas corpus. Alegação de constrangimento ilegal decorrente da
admissibilidade e do julgamento de recurso especial interposto pelo Minis-
tério Público. Condenação em primeira instância e absolvição na segunda.
Recurso especial que teve por objetivo restaurar a sentença condenatória.
Superada a decisão condenatória com a qual assentiu, recobra o
Ministério Público legitimidade para o recurso cabível. Inexistência de
constrangimento ilegal.
Habeas corpus indeferido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
indeferir o pedido de habeas corpus.
Brasília, 23 de agosto de 2005 — Carlos Ayres Britto, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto: Trata-se de habeas corpus, no qual se argúi
constrangimento ilegal por efeito do provimento de recurso especial pelo Superior Tri-
bunal Justiça. Recurso, esse, interposto pelo Ministério Público Federal contra acórdão
do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, tribunal que reformou sentença condenató-
ria do paciente, absolvendo-o da acusação de infração ao art. 168-A do Código Penal.
2. Pois bem, no entender do impetrante, como deixou de ser manejada apelação
pelo Parquet após a prolação da sentença condenatória, esta passou em julgado para a
acusação. Daí reputar inaceitável a admissão do recurso especial interposto pelo órgão
ministerial público, já agora contra a decisão absolutória que veio de proferir a Corte
Regional, em recurso do réu. Por esse motivo, o impetrante pede, liminarmente, a expe-
dição de alvará de soltura em favor do paciente, e, no mérito, a decretação de nulidade do
recurso especial.
R.T.J. — 198 1077

3. Na seqüência, indeferi a liminar pleiteada, ao tempo que solicitei informações à


autoridade apontada como coatora. Prestadas tais informações, sobreveio parecer da
Procuradoria-Geral da República pela denegação do writ.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto (Relator): Conforme relatado, a controvérsia
jurídica a ser equacionada no presente mandamus consiste em saber se é processual-
mente possível que, à ausência de interposição de recurso de apelação da sentença
condenatória, o Ministério Público venha a recorrer da decisão de segunda instância
em sentido contrário àquela com a qual se satisfez. In casu, houve condenação em
primeira instância, com a qual se conformou o Parquet. O paciente, entretanto, recorreu,
logrando absolvição no Tribunal Regional Federal da 2a Região. Daí a interposição
do recurso especial pelo órgão ministerial público, visando à restauração da sentença
condenatória.
6. Pois bem, o que alega o impetrante é estar a sofrer constrangimento ilegal decor-
rente da admissibilidade e do julgamento do referido recurso especial. Isso porque a
decisão monocrática transitou em julgado para a acusação, não havendo mais ensejo
processual para atuação do órgão ministerial público.
7. Começo por anotar que, ao despachar a liminar, deixei consignado (fls. 73/74):
“É bem verdade que o Ministério Público, ao não recorrer da sentença conde-
natória, se deu por satisfeito com a decisão, tal como proferida, vedado recurso
posterior para aumentar a pena ou qualquer outro pedido que prejudique o réu.
Mas o parâmetro a ser observado não deixa de ser a condenação, sendo este o
pronunciamento judicial aceito pela acusação. Assim, posterior decisão absolutó-
ria do tribunal de apelação alterando esse quadro, por certo, devolve legitimidade
ao Parquet, que pode contra ela se insurgir, muito embora tal recurso fique adstrito
aos parâmetros da sentença condenatória reformada”.
8. Prossigo neste voto para dizer que a primeira impressão acerca da quaestio juris,
expressa quando da sumária cognição da medida liminar, está a se confirmar neste exame
mais aprofundado do mérito da impetração, sobretudo por mérito do parecer ofertado
pela Procuradoria-Geral da República, parecer do qual se extrai o seguinte trecho (fls.
109/110):
“No caso em tela, quer o impetrante fazer crer que se o MP não recorreu da
sentença, não teria ele direito de demonstrar sua insatisfação em outro momento.
Ora, deve-se ter em mente que o único efeito de não ter recorrido, já que se confor-
mou com a pena aplicada, seria a impossibilidade, em sede de recurso, de agravar
a sanção imposta ao ora paciente, tendo em vista que, nesse ponto, de fato, houve
o trânsito em julgado para o parquet.
Entretanto, em havendo, como houve, uma decisão do TRF Segunda Região
no sentido de extinguir a sanção outrora aplicada, com a qual concordou o órgão
1078 R.T.J. — 198

ministerial, foi-lhe devolvida a possibilidade de recorrer para ver restabelecida a


pena anteriormente imposta.
(...)
Não se vislumbrando, na espécie, qualquer constrangimento ilegal, opina o
Ministério Público Federal pela denegação da presente ordem de habeas corpus”.
8. É como penso na matéria. E por assim pensar, indefiro o writ.

EXTRATO DA ATA
HC 85.526/RJ — Relator: Ministro Carlos Britto. Paciente: João Batista Bernardo.
Impetrantes: Alberto Silva dos Santos Louvera e outro. Coator: Superior Tribunal de
Justiça.
Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocurador-Geral da República, Dr.
Eitel Santiago de Brito Pereira.
Brasília, 23 de agosto de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

HABEAS CORPUS 85.609 — MS

Relator: O Sr. Ministro Carlos Britto


Paciente: Lucilene Cunha dos Santos da Silva — Impetrantes: Ricardo Trad e
outro. Coator: Superior Tribunal de Justiça
Habeas corpus. Sentença do Tribunal do Júri. Apelação Ministerial
Pública. Devolutividade. Súmulas 160 e 713 do STF.
I - O efeito devolutivo dos recursos manejados contra as sentenças
proferidas pelo Tribunal do Júri há de ser analisado em sua dimensão
mais restritiva, devido à soberania dos veredictos desse Conselho de Sen-
tença (alínea c do inciso XXXVIII do art. 5º da Constituição Federal).
II - Naqueles casos em que a peça de interposição recursal é vaga,
genérica, os limites de atuação da Corte de segunda instância hão de ser
dimensionados pelas razões de apelação, desde que tempestivamente
apresentadas.
III - É ilegítima a atuação do Tribunal de segunda instância, que,
baseado em proposição estranha à peça recursal-acusatória, declara nu-
lidades desfavoráveis ao acusado.
IV - Ordem concedida.
R.T.J. — 198 1079

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
deferir o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 28 de junho de 2005 — Carlos Ayres Britto, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto: Cuida-se de habeas corpus, impetrado contra
decisão do Superior Tribunal de Justiça. Decisão assim ementada:
“Habeas corpus. Direito Processual Penal. Homicídio. Anulação do julga-
mento por fundamento diverso. Identidade do quesito impugnado. Súmula n.
160 do Supremo Tribunal Federal. Inaplicabilidade.
1. Em se mostrando induvidoso que a nulidade declarada foi precisamente a
do quesito impugnado como nulo, nada importa que o vício reconhecido seja
diverso daqueloutro apontado pelo Ministério Público, cabendo, como cabe, ao
Estado-Jurisdição dizer o direito incidente.
2. Ordem denegada.”
2. Pois bem, a paciente foi pronunciada por haver “ajustado a execução do crime
de homicídio contra o seu esposo, José Luiz da Silva”. Submetida a Júri, foi condenada
a 10 anos de reclusão por homicídio privilegiado qualificado (inciso IV do § 2º do art.
1211 e § 1º do art. 1212).
3. Em seguida, e inconformado com o decisum, apelou o Ministério Público local.
Em sua petição de interposição, pontuou o Parquet:
“O Ministério Público, por sua 18ª Promotoria de Justiça que oficia junto a
essa d. 1ª Vara do Júri, irresignado com a decisão do E. Tribunal Popular do Júri,
ocorrido ontem, 13.03.03, no julgamento dos autos acima identificados, em que é
ré Lucilene Cunha da Silva dos Santos, com fulcro no art. 593 do CPP, vem,
tempestivamente, manifestar o desejo de apelar à superior instância, requerendo,
para tanto, baixa dos autos para oferecimento de suas razões de apelo”.
(Sem grifos no original)
4. Muito bem. Apesar de não declinar, no momento da interposição, qual vício
conspurcaria o pronunciamento do Júri, as razões de apelação (tempestivamente apre-
sentadas) incorporaram a seguinte passagem:

1 Art. 121, § 2º, IV: “(...) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”.
2 Art. 121, § 1º: “Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral,
ou sob o domínio de violente emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço”.
1080 R.T.J. — 198

“(...)
Lucilene Cunha dos Santos da Silva (...) foi julgada e condenada (...), por ter
ajustado a execução de crime, em que terceira pessoa, utilizando-se de um revól-
ver, efetuou disparo contra a vítima José Luiz da Silva, à época seu esposo, matan-
do-o. A conduta delitiva da ré foi julgada como homicídio privilegiado e qualifi-
cado, ou seja, art. 121, § 1º e 2º, IV), tendo o Magistrado que presidiu o feito fixado
a pena definitiva (...) em 10 anos de reclusão (...).
O Ministério Público insurgiu-se contra os termos da elaboração dos quesi-
tos estipulados no item 5º do Termo de Votação, requerendo constasse da Ata o
pedido de impugnação, no que foi atendido.
Primeiro, a quesitação que versa sobre o incompatível quesito do privilégio
restou incorreta, pois é cediço no nosso ordenamento jurídico que ‘é creto que, três
são as condições para que se autorize a diminuição da pena, pelo homicidium
privilegiatum: 1º) a emoção violenta; 2º) a injusta provocação da vítima; 3º a
sucessão imediata entre a provocação e a reação’(...).
Ainda, ‘para a caracterização do homicídio privilegiado pelo relevante valor
social ou moral exige-se o preenchimento de duplo pressuposto, qual seja, reação
em seguida mais injusta provocação da vítima’(...).
Assim, temos que o quesito de n. 5º incidiu em falta de fórmula na quesitação,
vício esse previsto no art. 564, III, letra k do CPP.
Não é compreensível, Senhores Julgadores, que tenha sido reconhecida a ré
como mandante mediante promessa de recompensa, na consumação criminosa, e,
ao mesmo tempo, que ela tenha pautado sua conduta sob o manto do ‘homicídio
privilegiado’ que como se sabe é próprio do executor e não daquele que ajustou o
homicídio.
Em outras palavras: não se pode mandar alguém cometer um assassinato e
alegar em seu favor o privilégio do parágrafo 1º do art. 121.
Não resta dúvida de que o valor moral, para justificar o crime privilegiado,
não pode nem deve aproveitar a terceiros. Outra interpretação não cabe, a não ser
que a causa de diminuição de penal atinja subjetivamente o executor do ilícito que
tenha sofrido por parte da vítima uma provocação severa e, ao mesmo tempo, injusta.
Tal instituto, a toda evidência, não se comunica a terceiros contratados sob pro-
messa de recompensa que executaram a empreitada criminosa.
Tal tipo (o privilégio) é impregnado de circunstâncias legais ou especiais, mas
destituído por completo de elementares. O crime permanece com a mesma
tipificação, mudando-se tão-somente a qualidade da pena.
O caso em julgamento envolveu vários agentes, que não podem ser atingidos
pelos mesmos motivos de relevância moral que somente permeia, repetido, a ação
do executor, quando ele tiver sofrido provocação antijurídica.
A interpretação literal, gramatical, da norma jurídica do artigo 30, do Código
Penal, conduz ao entendimento inquebrantável de que havendo concursos de
pessoas, não podem nem devem as circunstâncias aproveitar aos concorrente.
R.T.J. — 198 1081

Ora, se a condenação contra a qual se apela foi exarada contra a mandante


(que participou ativamente da cogitação, da preparação) é de se questionar que o
valor moral defendido não pode ter sido o móvel do homicídio, que foi consumado
por terceiras pessoas, pois elas não tinham qualquer valor moral subjetivo a ser
amparado.
O adjetivo impelido remete ao entendimento denotativo de motivado, esti-
mulado, instigado. Então, cometer um crime impelido por motivos de relevante
valor moral significa que o autor do homicídio (executor) é forçado a cometer o
delito em defesa da integridade de sua honra, da continuidade de sua virtude, da
manutenção de sua dignidade (...).”
5. Deu-se que o referido apelo foi provido pelo Tribunal de Justiça local, tribunal
que submeteu a paciente a novo julgamento pelo Júri, com apoio nas seguintes razões:
“O 5º quesito foi assim redigido:
“5º) A acusada agiu impelida por relevante valor moral em razão de injusta
provocação da vítima?
De início, anota-se que de fato incidiu em defeito de forma o quesito atacado,
visto que englobou em uma só pergunta as duas modalidades previstas para a
caracterização do homicídio privilegiado: a) quando o agente é impelido por mo-
tivo de relevante valor social ou moral, e b) quando o agente se encontra sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.
É certo que o representante ministerial aduz que o vício de quesitação reside
no fato de ter sido reconhecido o privilégio na modalidade de violenta emoção,
sem que tivessem ocorrido os demais requisitos necessários à sua caracterização.
Entretanto, analisada a ata de julgamento, constata-se que o privilégio foi reco-
nhecido na modalidade de relevante valor moral.
Entretanto, ainda que por motivo diverso do alegado pelo promotor, na hipó-
tese sob exame, restou de fato mal formulado o quesito referente à tese do privilé-
gio, pois, ao questionar sobre a ocorrência da modalidade de relevante valor moral,
utilizou-se de expressão (= injusta provocação da vítima) que é requisito para a
caracterização da modalidade do privilégio por ter o agente agido sob o domínio
da violenta emoção, causando, sem dúvida, confusão nos jurados.
Conclui-se, desse modo, que restou caracterizada a ocorrência de vício de
quesitação, nos termos do art. 564, III, letra K, do CPP, o que torna nulo o julga-
mento realizado pelo Tribunal do Júri com relação à apelada Lucilene Cunha dos
Santos da Silva.
Desse modo, resta prejudicada a alegação de incompatibilidade da quesita-
ção formulada com o reconhecimento da apelada Lucilene como mandante do
crime, uma vez que ela deverá ser submetida a novo julgamento.”
6. Tal decisum, porém, trouxe inconformismo à paciente, que impetrou habeas
corpus no Superior Tribunal de Justiça, cuja denegação motivou o presente pedido.
Aqui, afirma que não poderia a Corte de segunda instância prover o apelo ministerial por
fundamento diverso daquele expressamente invocado no recurso. É dizer: ao ver do
1082 R.T.J. — 198

impetrante, ocorrera “manifesta violação do princípio ‘tantum devolutum quantum


appellatum’, que envolve a limitação material do âmbito do recurso penal”. Além de
ofensa “à súmula 160 da Excelsa Corte”.
7. O objeto da presente ação, portanto, é o restabelecimento do “resultado profe-
rido no primeiro julgamento perante o júri popular, do qual se viu condenada ao
cumprimento da pena de 10 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado”.
8. Devo consignar, nesta marcha batida, que a paciente já foi submetida a novo
julgamento e condenada a 14 anos e 6 meses de reclusão, em regime integralmente
fechado.
9. O pedido de medida liminar foi por mim indeferido, por ausência de seus pressu-
postos, ao que se seguiu a remessa dos autos à Procuradoria-Geral da República.
10. A seu turno, o Ministério Público Federal opinou pela concessão da ordem, em
parecer assim ementado:
“Habeas corpus. Constitucional e Processual Penal. Habeas corpus. Nuli-
dade arguida de ofício por Tribunal. Súmula 160 do STF.
1. A Súmula n. 160 do Supremo Tribunal Federal estabelece que ‘é nula a
decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso da
acusação, ressalvados os casos de recursos de ofício’.
2. Parecer pela concessão da ordem”.
É o relatório.

PEDIDO DE ESCLARECIMENTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Indago ao Ministro Relator: O
Tribunal rejeitou, por motivo de nulidade, o invocado pelo Ministério Público?
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): Sim, e acolheu o outro.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Acolheu o outro, embora com
relação ao mesmo quesito?
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): Sim, ao mesmo quesito impugnado pelo
Ministério Público.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, lendo o parecer da Procuradoria,
atentando para as razões do Ministério Público e para o voto do Relator, não vislumbrei
descompasso entre a causa de pedir do recurso do Ministério Público e o pronunciamento
da Corte. Por quê? Veja, Vossa Excelência, o trecho transcrito no parecer da peça do
Ministério Público:
(...) restou mal formulado o quesito referente à tese do privilégio, pois, ao
questionar sobre a ocorrência da modalidade de relevante valor moral, utilizou-se
de expressão (= injusta provocação da vítima) que é requisito para a caracterização
da modalidade do privilégio por ter o agente agido sob o domínio da violenta
emoção, causando, sem dúvida, confusão nos jurados. (Folha 94)
Essas são as razões.
R.T.J. — 198 1083

O Relator realmente concluiu que haveria descompasso, mas, ao sinalizá-lo, aca-


bou por infirmar a própria colocação.
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): V. Exa. acha a mesma coisa?
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Sim, a mesma coisa, porque assentou:
“Entretanto, ainda que por motivo diverso do alegado pelo promotor”, —
afasto-o, porque é a opinião dele — “na hipótese sob exame, restou de fato mal
formulado o quesito referente à tese do privilégio, pois, ao questionar sobre a ocor-
rência da modalidade de relevante valor moral, utilizou-se de expressão (= injusta
provocação da vítima), que é requisito (...)”. (Folhas 94 e 95)
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): De outra modalidade.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: É a mesma coisa.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Foi o que o promotor disse, Exce-
lência.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Foi, não se tem como escapar disso.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): O promotor pode até ter usado
outros argumentos, mas a síntese do tema é que realmente se misturaram, no quesito, os
dois privilégios.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: O valor moral e a violenta emoção.
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): O Tribunal entendeu que isso seria motivo
para anular o julgamento.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Diz o Desembargador:
“(...) na hipótese sob exame, restou de fato mal formulado o quesito refe-
rente à tese do privilégio, pois, ao questionar sobre a ocorrência da modalidade de
relevante valor moral, utilizou-se de expressão (= injusta provocação da vítima),
que é requisito para caracterização da modalidade do privilégio” (...) (fls.107)
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): Acresce que o Ministério Público alegou
que o privilégio não poderia se estender ao autor intelectual e sim aos executores.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Sim, mas aí é outro tema.
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): Quer dizer, a causa de pedir era diferente.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Mas isso é mérito, Excelência!
Isso, data venia, não é nulidade.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Não estendo, realmente, à modalidade “violenta
emoção”; não estendo ao autor intelectual, mas é extensível ao valor social.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Regicídio mediante contratação
de mandante, não seria relevante o valor social, em tese?
O Sr. Ministro Marco Aurélio: É uma coisa que fica sendo remoída e acaba desa-
guando, então, em algo desastroso.
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): Então V. Exas. entendem que não houve
descompasso.
1084 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Marco Aurélio: Não houve esse descompasso. Há sutileza no jogo
das palavras, apenas isso.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Sutileza excessiva.
O Sr. Ministro Carlos Britto (Relator): Então, Sr. Presidente, vou requerer uma
revisão. Volto com os autos ao meu gabinete para reestudar, a partir das contraditas aqui
lançadas por V. Exas.

EXTRATO DA ATA
HC 85.609/MS — Relator: Ministro Carlos Britto. Paciente: Lucilene Cunha dos
Santos da Silva. Impetrantes: Ricardo Trad e outro. Coator: Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: Adiado o julgamento por indicação do Relator.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocuradora-Geral da República,
Dr. Edson Oliveira de Almeida.
Brasília, 14 de junho de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto (Relator): Consoante relatado, a tese da
impetração consiste em saber se o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
poderia, ou não, prover o apelo ministerial em ordem a acolher fundamento diverso
daquele aventado pelo Ministério Público.
13. O Superior Tribunal de Justiça respondeu que sim. Isso porque o quesito anu-
lado pelo TJ/MS (5º quesito) era o mesmo impugnado pelo Parquet. O objeto do
acórdão, portanto — no entender do STJ —, não transbordou dos limites materiais do
recurso da acusação, muito embora haja utilizado razões não gizadas pelo órgão minis-
terial público.
14. E o Supremo Tribunal Federal, como tem tratado o assunto? Sobre o tema,
anoto que esta Casa da Justiça brasileira conta com duas súmulas pertinentes: as de
números 160 e 713, assim legendadas:
“É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida
no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”. (Súmula 160)
“O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fun-
damentos da sua interposição”. (Súmula 713)
15. Ora bem, de logo se percebe que os limites do campo de atuação da Corte de
segunda instância hão de ser dimensionados pela peça de interposição recursal-
acusatória. Este o marco temático a ser respeitado pelos Tribunais, na linha da jurispru-
dência firmada por esta Suprema Corte de Justiça (HCs 59.594, Rel. Min. Rafael Mayer;
68.878, Rel. Min. Celso de Mello).
16. Nada obstante, casos há em que a peça de interposição do apelo é vaga, genérica,
não especificando qual vício de nulidade contamina a decisão recorrida. É a situação dos
R.T.J. — 198 1085

autos, pois o membro do Ministério Público, no ato da interposição recursal, apenas


mencionou o art. 593 do Código de Processo Penal, sem indicar em quais incisos ou
alíneas apoiava sua pretensão.
17. Pergunto: a vacuidade do termo de interposição recursal afasta os limites
temáticos que se impõem aos Tribunais, permitindo que eles, Tribunais, reexaminem a
causa em sua inteireza? Respondo negativamente, pois o efeito devolutivo dos apelos
há de ser analisado em seu aspecto mais restritivo, em se tratando de Júri popular — isso
devido à soberania dos veredictos desse Conselho de Sentença, constitucionalmente
proclamada (alínea c do inciso XXXVIII do art. 5º da CF). Quero dizer: quando ausente
da peça de interposição qualquer indicativo sobre as irregularidades a ser corrigidas por
efeito do apelatório, estas haverão de ser enxergadas nas razões de apelação, desde que
tempestivamente apresentadas — isso para que o réu (apelado) saiba exatamente do que
se defender, sem que necessite especular sobre todos os argumentos suscetíveis de aco-
lhimento quando do julgamento do recurso.
18. Outro não é o entendimento desta Suprema Corte. Menciono, por sua relevân-
cia, os HCs 84.460, Rel. Min. Marco Aurélio, e 71.456, Rel. Min. Ilmar Galvão, este
último writ assim ementado:
“Penal. Habeas corpus. Apelação. Júri. Limitações. Âmbito devolutivo.
Fundamentação. Interposição. Arrazoamento tempestivo. Nulidade. Alínea a
do inciso III do art. 593 do CPP. Não-conhecimento.
A apelação da decisão do júri comporta especificidades, entre as quais, a
de que não é, por natureza, ampla, cabendo ao advogado, quando da interposi-
ção, o ônus de especificar os fundamentos, podendo a omissão ser eventualmente
suprida, definindo-se o âmbito devolutivo nas próprias razões, desde que tem-
pestivamente oferecidas (RE n. 80.423, RTJ 75/243) (...)”
19. Presente esta ampla moldura, sou pela concessão da ordem de habeas corpus,
isso porque a nulidade do 5º quesito, tal como reconhecida pelo Tribunal de Justiça,
não constava nem da peça de interposição nem das razões recursais do Ministério
Público, fato reconhecido pelo próprio Desembargador-Relator, quando afirma, em seu
voto, que “ainda que por motivo diverso do alegado pelo promotor, na hipótese sob
exame, restou de fato mal formulado o quesito referente à tese do privilégio (...)”.
20. Em boa verdade, a afirmação feita pelo Tribunal de Justiça local, de que num
mesmo quesito foram conjugadas duas hipóteses distintas de privilégio, não se
dessume de nenhuma das irresignações vocalizadas pelo Ministério Público. Veja-se:
I) já na ata de julgamento do Júri, o Parquet estadual “protestou, requerendo a
impugnação do 5º quesito, entendendo que o relevante valor moral só se aplica ao
executor do crime e não ao eventual partícipe”. Nada mais disse;
II) em seguida, apenas fez constar da petição de interposição recursal “o desejo de
apelar”, o que fizera com base “no art. 593 do CPP”. Só e só!
III) finalmente, quando da apresentação das razões de apelação, o Ministério Pú-
blico se louvou em duplo fundamento: a) vício de quesitação, porque são três as condi-
ções autorizadoras da diminuição da pena (emoção violenta + injusta provocação e +
sucessão imediata entre a provocação e a reação) e não apenas uma (injusta provocação
1086 R.T.J. — 198

da vítima), tal como redigido no 5º quesito (quesito que estaria incompleto quanto aos
pressupostos necessários ao reconhecimento do privilégio); e b) aplicabilidade do privi-
légio tão-somente ao executor do crime, e não ao seu mandante.
21. Pois bem, o primeiro ponto levantado pelo Ministério Público estadual foi
assim rechaçado pela Corte de segunda instância:
“É certo que o representante ministerial aduz que o vício de quesitação resi-
de no fato de ter sido reconhecido o privilégio na modalidade de violenta emoção,
sem que tivessem ocorrido os demais requisitos necessários à sua caracterização.
Entretanto, analisada a ata de julgamento, constata-se que o privilégio foi reco-
nhecido na modalidade de relevante valor moral (...)”.
22. Quanto ao segundo ponto, este nem sequer foi apreciado. Ficou prejudicado
por efeito do acolhimento do apelo, “por motivo diverso do alegado pelo promotor”.
23. Ora, de toda esta narrativa, tenho como inválida a atuação do Tribunal de
Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, tribunal que se valeu de fundamento não
esgrimido pela acusação, pois o vício reconhecido no 5º quesito foi absolutamente
distinto daquele apontado pelo Parquet.
24. No caso, pouco importa que o quesito anulado seja exatamente o mesmo que
foi impugnado pelo Ministério Público. O que realmente conta é o fato de que as razões
de tais nulidades são idênticas às apontadas pelo Parquet, não outras, pois, se assim não
for, o acusado fica prejudicado por nulidade de cujo reconhecimento não teve a oportu-
nidade de contraditar. Em desconformidade, repise-se, com os próprios motivos
subjacentes à Súmula 160, aplicável até mesmo às nulidades absolutas (HC 80.263, Rel.
Min. Ilmar Galvão, Pleno)
25. Por tudo quanto colocado, meu voto acolhe o parecer do Ministério Público e
concede a ordem, para restabelecer o primeiro julgamento do Júri (efetuado nos autos da
Ação Penal n. 001.02.003573-8), julgamento que condenou Lucilene Cunha dos Santos
da Silva à pena de 10 anos de reclusão em regime inicialmente fechado.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, a esta altura, estou mais bem
esclarecido pelo Relator. Realmente, nas razões do Ministério Público, nada se disse
sobre matéria ligada à motivação do acórdão. O Fiscal da Lei não atacou o que decidido,
no quesito alusivo ao privilégio — o valor moral —, sobre o questionamento quanto à
violenta emoção, à prática do crime mediante violenta emoção. E o órgão julgador,
apreciando uma apelação restrita a certas matérias, a certas causas de pedir, acabou
adentrando tema que não compôs aquelas razões, fazendo-o numa via muita estreita, que
é a via que leva à declaração de insubsistência do veredicto dos jurados.
Por isso acompanho o Relator, deferindo a ordem.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Também eu, que na primeira cha-
mada do processo tivera dúvidas, hoje me dou por esclarecido e acompanho o voto do
eminente Relator.
R.T.J. — 198 1087

EXTRATO DA ATA
HC 85.609/MS — Relator: Ministro Carlos Britto. Paciente: Lucilene Cunha dos
Santos da Silva. Impetrantes: Ricardo Trad e outro. Coator: Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: A Turma deferiu o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do
Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocuradora-Geral da República,
Dra. Delza Curvello Rocha.
Brasília, 28 de junho de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

HABEAS CORPUS 86.042 — RS

Relator: O Sr. Ministro Joaquim Barbosa


Paciente: Rafaela de Mattos Moraes ou Rafaela de Matos Moraes ou Rafaela
Mattos Moraes — Impetrante: Rafaela de Mattos Moraes — Coatora: Turma Recursal
Criminal do Estado do Rio Grande do Sul
Habeas corpus. Crimes contra a honra. Difamação e injúria. Ação
penal privada.
O trancamento de ação penal pela via do habeas corpus, por ausên-
cia de justa causa, é perfeitamente possível, mas é medida de caráter ex-
cepcional. Precedentes.
No caso concreto, os requisitos do art. 41 do Código de Processo
Penal estão devidamente preenchidos.
Habeas corpus indeferido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do Ministro Carlos Velloso, na con-
formidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
indeferir a ordem.
Brasília, 4 de outubro de 2005 — Joaquim Barbosa, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de
Rafaela de Mattos Moraes, em que se alega ausência de justa causa na propositura de
ação penal ao Juizado Especial Criminal da Comarca de Pelotas (RS).
1088 R.T.J. — 198

Relata-se que a paciente impetrou habeas corpus à Turma Recursal Criminal do


Estado do Rio Grande do Sul antes da realização de audiência preliminar, mas o pedido
foi denegado. Posteriormente, já na audiência preliminar, ela aceitou proposta de transa-
ção penal formulada pelo Ministério Público estadual, e o acordo foi homologado pelo
Juízo (fl. 24). Contudo, em seguida, interpôs recurso de apelação, cuja inadmissão deu
ensejo à interposição de recurso em sentido estrito.
Sustenta-se que a queixa-crime apresentada contra a paciente carece de suporte
probatório mínimo, pois as ofensas supostamente infligidas contra o autor foram com-
provadas apenas por documento unilateral, não tendo sido instaurado termo circunstan-
ciado para instruir a peça inaugural.
Indeferi a liminar às fls. 57-58 e solicitei as informações de praxe, inclusive quanto
ao cumprimento das condições pactuadas em audiência.
Em resposta, a autoridade tida por coatora informou que a ordem foi denegada, por
unanimidade, em sessão de 24-2-2005. Quanto ao cumprimento das condições pactuadas
em audiência, declarou que, a despeito de ter aceitado a proposta de transação penal, a
ora paciente apelou da decisão, razão por que não houve o cumprimento do acordo (fls.
62-63).
Em parecer de fls. 104-107, a Subprocuradora-Geral da República Dra. Delza
Curvello Rocha opina pela denegação da ordem.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa (Relator): O presente habeas corpus tem por obje-
tivo o trancamento da ação penal, por ausência de justa causa, pois o querelante não teria
apresentado nenhum elemento de prova para embasar a pretensão.
Desde logo, ressalto que o trancamento da ação penal pela via do habeas corpus,
por ausência de justa causa, apesar de perfeitamente possível, é tido como medida de
caráter excepcional, conforme entendimento pacífico da Corte (cf. HC 82.393, Rel. Min.
Celso de Mello, Segunda Turma, DJ de 22-8-2003).
Assim, a questão central a ser resolvida diz respeito a saber se a queixa-crime está
em consonância com o que dispõe o art. 41 do Código de Processo Penal.
A meu ver, os requisitos desse dispositivo estão adequadamente preenchidos. Verifico
que estão presentes, na queixa-crime de fls. 11-13, elementos indicativos de materialidade
do crime e de indícios de autoria suficientes para deflagração da ação penal.
Sobre esse aspecto, elucidativo é o teor do parecer da Subprocuradora-Geral da
República Dra. Delza Curvello Rocha, do qual transcrevo o seguinte trecho (fls. 105-106):
“7. Após a análise dos autos, entende o Ministério Público Federal que a
fundamentação exarada no voto condutor do acórdão guerreado está perfeitamente
apta a rechaçar in totum as teses trazidas pela impetrante para justificar um suposto
constrangimento ilegal, por justa causa para trancamento da ação penal, merecendo
destaque os seguintes trechos do referido decisum, quais sejam:
‘(...)
R.T.J. — 198 1089

A inicial acusatória descreve a prática, em tesem de crimes contra a


honra.
Via de regra, tais infrações não deixam vestígios, especialmente quan-
do são realizadas de forma verbal.
No caso dos autos, o querelante anexou correspondência enviada ao
Direito da Escola de Direito da UCPEL solicitando a instauração de sindi-
cância administrativa contra a querelada, haja vista as alegadas ofensas teriam
ocorrido no interior daquele estabelecimento e no relacionamento aluna X
professor.
Tal documento sustenta plenamente o ajuizamento da ação penal,
cumprindo, entretanto, que o querelado, no seu curso, venha a demonstrar a
veracidade da acusação, especialmente porque apresentado tempestivo rol
de testemunhas.
Diante de tais circunstâncias, inviável o pleito de abortar-se a ação
penal, já no seu iniciar, sem viabilizar ao querelante a produção das provas
indicadas.
Preenchidos os pressupostos do artigo 41 do Código de Processo Penal
e, incorrendo qualquer das hipóteses do artigo 43 do mesmo Diploma Legal,
a ação deve ter o seu regular processamento.
(...)’ (fls. 98/99)”
Noutro ponto, quanto ao trancamento da ação penal, a ilustre representante do
Ministério Público Federal afirma (fl. 107):
“8. Ademais, constata-se ser inidôneo o mandamus, com vistas à exclusão
das condutas suso referidas da tutela do Estado, a não ser que se tratasse de hipótese
em que de pronto fosse constatada a atipicidade. Entretanto, tal não socorre a ora
paciente nos presentes autos. As imputações constantes da queixa-crime (fls. 64/66)
são expressas em determinar os tipos penais, entendendo a acusação que as condutas
são típicas. Desta forma, a irresignação da paciente adentra na comprovação de sua
inocência que somente poderia ser demonstrada com o revolvimento da prova
carreada aos autos da ação penal, sendo incabível na via eleita.”
Da mesma forma, entendo que não estamos diante de flagrante atipicidade da
conduta nem de nenhum outro motivo suscetível de conduzir ao trancamento da ação
penal por ausência de justa causa. Com efeito, “a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal firmou-se no sentido de que não se tranca a ação penal quando a conduta
descrita na denúncia configura, em tese, crime” (HC 83.184, Rel. Min. Carlos Velloso,
Segunda Turma, DJ de 3-10-2003).
Do exposto, indefiro a ordem impetrada.

EXTRATO DA ATA
HC 86.042/RS — Relator: Ministro Joaquim Barbosa. Paciente: Rafaela de Mattos
Moraes ou Rafaela de Matos Moraes ou Rafaela Mattos Moraes. Impetrante: Rafaela de
Mattos Moraes (Advogada: Nara Dias da Costa Moraes). Coatora: Turma Recursal Cri-
minal do Estado do Rio Grande do Sul.
1090 R.T.J. — 198

Decisão: Indeferiu-se a ordem, decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste


julgamento, o Ministro Celso de Mello. Presidiu este julgamento o Ministro Carlos
Velloso.
Presidência do Ministro Carlos Velloso. Presentes à sessão a Ministra Ellen Gracie
e os Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o Ministro
Celso de Mello. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Brasília, 4 de outubro de 2005 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.

HABEAS CORPUS 86.248 — MT

Relator: O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence


Paciente e Impetrante: Adalto de Freitas Filho — Coatora: Turma Recursal Criminal
dos Juizados Especiais Criminais de Cuiabá.
I - STF: Habeas corpus: competência originária.
“É da jurisprudência consolidada no STF que lhe compete conhecer
originariamente do habeas corpus, se o Tribunal inferior, em recurso da
defesa, manteve a condenação do paciente, ainda que sem decidir explici-
tamente dos fundamentos da subseqüente impetração da ordem: na apela-
ção do réu, salvo limitação explícita quando da interposição, toda a causa
se devolve ao conhecimento do Tribunal competente, que não está adstrito
às razões aventadas pelo recorrente” (HC 70.497, Pertence, Pleno, 25-8-93,
RTJ 152/553). Também a apelação da defesa à Turma Recursal, regra
geral, como no caso, possui devolutividade ampla.
II - Denúncia: recebimento: assente a jurisprudência do STF em que,
regra geral — da qual o caso não constitui exceção —, “o despacho que
recebe a denúncia ou a queixa, embora tenha também conteúdo decisório,
não se encarta no conceito de ‘decisão’, como previsto no art. 93, IX, da
Constituição, não sendo exigida a sua fundamentação — art. 394 do CPP;
a fundamentação é exigida, apenas, quando o juiz rejeita a denúncia ou a
queixa — art. 516 do CPP, aliás, único caso em que cabe recurso — art.
581, do CPP” (v.g. HHCC 72.286, 2ª T., Maurício Corrêa, DJ de 16-2-96;
70.763, 1ª T., Celso de Mello, DJ de 23-9-94).
III - Suspensão condicional do processo (Lei 9.099/95, art. 89):
inadmissibilidade quando o acusado esteja sendo processado ou já tiver
sido condenado por outro crime.
IV - Juizado especial criminal: exame de corpo de delito: suprimento.
O art. 77, § 1º, da Lei 9.099/95 admite, no procedimento sumaríssimo
dos Juizados Especiais, o suprimento do exame de corpo de delito pelo
boletim médico ou prova equivalente.
V - Juizado especial criminal: crime de lesões corporais simples: di-
reito de representação exercido tempestivamente.
R.T.J. — 198 1091

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
indeferir o pedido de habeas corpus.
Brasília, 8 de novembro de 2005 — Sepúlveda Pertence, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Insurge-se a impetração contra acórdão da
Turma Recursal de Cuiabá/MT, que negou provimento à apelação do paciente, conde-
nado à pena de 3 meses de detenção — substituída por restritiva de direitos —, por
infração do art. 129, caput, do Código Penal.
Alega-se: (a) ausência de fundamentação no despacho de recebimento da denúncia
(CF/88, art. 93, IX); (b) falta de motivação, quanto aos “maus antecedentes”, para a
recusa de proposta de suspensão condicional do processo pelo Ministério Público; (c)
extinção da punibilidade pela decadência; (d) ausência de exame de corpo de delito.
Indeferida a liminar (fls. 219/220), sobreveio o parecer do Ministério Público Federal,
da lavra da Il. Subprocuradora-Geral Delza Rocha, que opinou pelo conhecimento parcial
do habeas corpus — dado que a alegada ausência de fundamento da decisão que recebeu
a denúncia não foi examinada pelo acórdão da apelação — e, na parte conhecida, pela sua
denegação (fls. 222/227).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator):
I
No HC 70.497, de que fui Relator, em 25-8-93, o Plenário assentou, por unanimi-
dade — RTJ 152/553:
“1. É da jurisprudência consolidada no STF que lhe compete conhecer origina-
riamente do habeas corpus, se o Tribunal inferior, em recurso de defesa, manteve a
condenação do paciente, ainda que sem decidir explicitamente dos fundamentos da
subseqüente impetração da ordem; na apelação do réu, salvo limitação explícita
quando da interposição, toda a causa se devolve ao conhecimento do Tribunal com-
petente, que não está adstrito às razões aventadas pelo recorrente.”
Regra geral, a apelação da defesa à Turma Recursal, como no caso, também possui
devolutividade ampla.
Conheço do habeas corpus.
II
Assente a jurisprudência do STF em que, regra geral — da qual o caso não constitui
exceção —, o “despacho que recebe a denúncia ou a queixa, embora tenha também
1092 R.T.J. — 198

conteúdo decisório, não se encarta no conceito de ‘decisão’, como previsto no art. 93, IX,
da Constituição, não sendo exigida a sua fundamentação — art. 394 do CPP; a funda-
mentação é exigida, apenas, quando o juiz rejeita a denúncia ou a queixa — art. 516 do
CPP, aliás, único caso em que cabe recurso — art. 581, do CPP.” (v.g., HHCC 72.286, 2ª
T., Maurício Corrêa, DJ de 16-2-96; 70.763, 1ª T., Celso de Mello, DJ de 23-9-94).
III
Também não há falar em suspensão condicional do processo, nem em ausência de
exame de corpo de delito.
Correto, no ponto, o acórdão impugnado, do qual extrato (fl. 126/127):
“A respeito da primeira preliminar argüida, de que o processo é nulo por
omissão de formalidade, notadamente com que se refere à falta de oportunidade
para a suspensão condicional do processo, conforme norma estampada no artigo
89 da Lei n. 9.099/95, tenho que não procede.
Como bem salientou os ilustres Representantes do Ministério Público, so-
mente é aplicável a suspensão condicional do processo, prevista no artigo 89 da
Lei n. 9.099/95, se preenchidos os requisitos legais, dentre os quais não estar o réu
respondendo a outro processo, bem como, recomendar seus antecedentes.
Consta às fls.63 [fl. 77 – STF] que o apelante responde por outros crimes, de
modo que não preenche os requisitos para admissibilidade da suspensão do feito.
(...)
A respeito da segunda preliminar levantada, tratando-se da ausência de exame
pericial, nos crimes que deixam vestígios, leva-se em consideração que o laudo
juntado às fls. 50, consiste em exame de corpo de delito, pois contêm os requisitos,
imprescindíveis à existência de crime.
(...)
Deste modo, o relatório médico, as fotografias juntadas nos autos, foi sufi-
ciente para demonstrar a materialidade do delito e de conseqüência, elementos
suficientes para o oferecimento da denúncia.”.
Ressalte-se que o art. 77, § 1º, da Lei 9.099/95, admite, no procedimento sumarís-
simo dos Juizados Especiais, o suprimento do exame de corpo de delito pelo boletim
médico ou prova equivalente.
E, no caso, foi realizado o referido exame médico, que verificou as lesões corporais
(fl. 20).
IV
Por fim, conforme destacou o parecer do Ministério Público Federal, também não
há falar de decadência do direito de representação, que foi oferecida tempestivamente
(fl. 4 do Apenso).
Os fatos ocorreram no dia 7 de setembro de 2002 e, já no dia 3 de outubro seguinte,
a vítima foi à Delegacia da Mulher e manifestou seu interesse na persecução penal (fl. 4
e verso, do apenso).
Este o quadro, indefiro a ordem: é o meu voto.
R.T.J. — 198 1093

EXTRATO DA ATA
HC 86.248/MT — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Paciente e Impetrante:
Adalto de Freitas Filho (Advogados: Ismar Estulano Garcia e outro). Coatora: Turma
Recursal Criminal dos Juizados Especiais Criminais de Cuiabá.
Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime. Não participou
deste julgamento o Ministro Marco Aurélio.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocurador-Geral da República, Dr.
Paulo de Tarso Braz Lucas.
Brasília, 8 de novembro 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

HABEAS CORPUS 86.289 — GO

Relator: O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski


Paciente: Carlos Alberto Guerreiro do Valle — Impetrantes: Luiz Vicente Cernic-
chiaro e outros — Coator: Superior Tribunal de Justiça
Processo penal. Competência. Crime tipificado no Estatuto da Criança
e do Adolescente. Consumação e exaurimento no exterior. Competência da
Justiça Federal.
I - Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes cuja
consumação se deu em território estrangeiro (art. 109, V, da CF).
II - O crime tipificado no art. 241 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, consubstanciado na divulgação ou publicação, pela internet,
de fotografias pornográficas ou de cenas de sexo explícito envolvendo
crianças ou adolescentes, cujo acesso se deu além das fronteiras nacio-
nais, atrai a competência da Justiça Federal para o seu processamento e
julgamento.
III - Ordem denegada.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos,
indeferir o pedido de habeas corpus, vencido o Ministro Marco Aurélio, que o deferia.
Brasília, 6 de junho de 2006 — Ricardo Lewandowski, Relator.
1094 R.T.J. — 198

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Trata-se de habeas corpus impetrado em
favor de Carlos Alberto Guerreiro do Valle, contra acórdão proferido pela 6ª Turma do
Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que denegou o HC 24.858/GO, assim ementado:
“Habeas Corpus.
— Competência da Justiça Federal estabelecida no art. 109, V, da Constitui-
ção de 1988, para o processo e julgamento de crime previsto ‘em tratado ou con-
venção internacional, quando iniciada a execução no País, o resultado tenha ou
devesse ter ocorrido no estrangeiro (...)’
— Ordem denegada.” (Fl. 24)
Consta dos autos que o paciente foi condenado pela 5ª Vara da Seção Judiciária
Federal do Estado de Goiás, às penas de 03 (três) anos e 04 (quatro) meses de reclusão,
como incurso no art. 241 da Lei 8.069/90 (divulgar ou publicar, pela internet, fotografias
pornográficas ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente) e a 03
(três) anos e 09 (nove) meses de reclusão pelo delito tipificado no art. 218 do Código
Penal (corrupção de menores).
Sustenta a impetração a incompetência da Justiça Federal para processar o feito,
porquanto a ação e o resultado do delito teriam ocorrido integralmente no território
brasileiro. Afirma que o delito não se consumou no exterior. O fato de os acessos às fotos
que veiculavam pedofilia ter ocorrido na França e na Bélgica consubstanciam, tão-
somente, o exaurimento do crime.
Requer, por fim, seja concedida a ordem para que se declare a incompetência da
Justiça Federal, com a conseqüente anulação dos atos processuais praticados, bem como
a declaração de competência da Justiça estadual para o processamento do feito.
A liminar foi indeferida às fls. 49-50.
O Ministério Público Federal, pelo parecer da douta Subprocuradora-Geral da Re-
pública, Dra. Delza Curvello Rocha, oficiando às fls. 52-57, opina pelo conhecimento e
indeferimento da ordem.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Insurge-se a impetração contra o
acórdão da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça que denegou o HC 24.858/GO,
reconhecendo “a competência da Justiça Federal para o processo e julgamento de
crime previsto ‘em tratado ou convenção internacional, quando iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro’” (fl. 24).
Consta dos autos que o paciente foi condenado pela 5ª Vara da Seção Judiciária
Federal do Estado de Goiás, às penas de 03 (três) anos e 04 (quatro) meses de reclusão,
como incurso no art. 241 da Lei 8.069/90 (divulgar ou publicar, pela internet, fotografias
com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente) e a 03
(três) anos e 09 (nove) meses de reclusão pelo delito tipificado no art. 218 do Código
Penal (corrupção de menores).
R.T.J. — 198 1095

A impetração cinge em questionar a competência para conhecimento e julgamento


de crime tipificado no art. 241 da Lei 8.069/90 — Estatuto da Criança e do Adolescente,
em sua redação anterior à edição da Lei 10.764/03.
Assim dispunha o artigo:
“Artigo 241. Fotografar ou publicar cenas de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente.
Pena — reclusão de um a quatro anos.”
O curso processual deu-se perante a Justiça Federal, baseado na regra do inciso V
do artigo 109 da Constituição Federal, o qual transcrevo:
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, ini-
ciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro,
ou reciprocamente;”
A competência da Justiça Federal foi ratificada pelo acórdão proferido pela 5ª
Turma do Superior Tribunal de Justiça, o que ensejou a impetração do presente habeas
corpus.
Tenho que a questão foi corretamente analisada.
Já decidiu esta Corte, à unanimidade, que o verbo “publicar” existente no antigo
artigo 241 do ECA, na esteira da doutrina e da jurisprudência, deve ser entendido como
a utilização de qualquer meio hábil a viabilizar a divulgação de imagens ao público em
geral (HC 76.689/PB, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, e HC 84.561/PR, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma).
Mas tratavam referidos habeas corpus acerca da própria adequação dos fatos im-
putados aos pacientes à norma, mais especificamente quanto à subsunção da conduta à
elementar “publicar”, do artigo 241. Resumiram-se à análise da tipicidade da conduta.
Não foram analisadas as peculiaridades da publicação no ambiente virtual. Consignou-se,
tão-só, que, havendo a realização do núcleo do tipo, somando-se à idoneidade técnica
do veículo utilizado à difusão da imagem, a norma é aberta, assim entendida como apta
a ser realizada por qualquer meio.
Ora, o avanço da tecnologia não significa permissão de que a conduta humana
esteja livre de responsabilização penal, ainda que se analise essa vertente jurídica como
a razão última — ultima ratio — do ordenamento dirigido à proteção de bens jurídicos.
O desenvolvimento da rede mundial de computadores, em ambiente virtual de
armazenamento de informações binárias, ultrapassou as possibilidades de previsão do
legislador acerca das eventuais decorrências do fenômeno — a previsão do legislador
infra-constitucional, certamente, tanto que a lei foi posteriormente alterada para adequá-la
às circunstâncias da realidade.
O questionamento que aqui se apresenta, no entanto, trata em se saber quando
ocorre o resultado do crime do artigo 241 do ECA, na sua redação original, se praticado
no ambiente virtual.
1096 R.T.J. — 198

Ora, tradicionalmente a ofensa ao bem jurídico tutelado ocorria por meio da divul-
gação, impressa ou transmitida, de imagem ao público em geral. Publicar teria o signifi-
cado, então, de disponibilizar visualmente, independentemente da ação do receptor.
No ambiente virtual há a disponibilização de material eletrônico, o qual somente
passa a ser inteligível ao ser humano quando de seu acesso por outro usuário. A sensação
de imediatidade da imagem nos leva a crer que tenhamos entrado em outro ambiente,
mas, na verdade, solicitamos o envio da informação digital. Acessar, portanto, em ambi-
ente virtual, significa solicitar o envio de informações, e recebê-las. Ao recebermos o
sinal transmitido pelo servidor de arquivos, essa informação é então processada e trans-
formada em imagem. A consumação da conduta “publicar”, em ambiente virtual, na
modalidade de disponibilizar imagens, como é o caso que se apresenta, somente ocorre
quando a informação binária passa a ser inteligível ao receptor. E isso somente ocorre
após o efetivo recebimento das informações eletrônicas pelo solicitador do acesso.
Exaure-se o crime no mesmo instante da consumação, sendo dela dependente.
O ambiente utilizado, o meio pelo qual a prática delituosa é efetivada, implica,
portanto, na diferenciação das conseqüências daí decorrentes, entre as quais a aferição
da competência.
Conforme observa Guilherme de Souza Nucci, “exaurimento do crime significa a
produção de resultado lesivo a bem jurídico após o delito já estar consumado, ou seja,
é o esgotamento da atividade criminosa, implicando em outros prejuízos, além dos
atingidos pela consumação” (Código Penal Comentado. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 5. ed., 2005. p. 153). Mas somente podemos tratar de exaurimento crimi-
noso do tipo penal consumado. Neste caso em concreto, o tipo penal examinado, pelo
meio empregado, somente pode gerar a consumação quando há a ocorrência da efetiva
disponibilização da imagem. Até aquele momento, ao teor do tipo analisado em sua
redação originária, viabilizar a transmissão de imagens configuraria, em tese, eventual-
mente outro tipo penal qualquer, mas não o do artigo 241 do ECA.
Essa a razão pela qual, ainda que seja da lógica da proteção da criança e do adoles-
cente que esta se dê em bases abstratamente consideradas, a impossibilidade do mero
exaurimento da conduta criminosa quando da obtenção das imagens com cenas de sexo
explícito ou pornográficas envolvendo criança ou adolescente.
A competência firmada no caso em concreto deveu-se ao fato de que a consumação
do ilícito ocorreu além das fronteiras nacionais, especificamente em território europeu.
Portanto, por considerar que, na redação original do artigo 241 do Estatuto da
Criança e do Adolescente, o núcleo do tipo “publicar”, quando utilizado o meio eletrô-
nico de disponibilização de arquivos, exaure-se o crime concomitantemente à sua con-
sumação, tenho por correto o acórdão impugnado ao fixar a competência da Justiça
Federal para o processamento e julgamento da causa.
Isso posto, denego a ordem.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Senhor Presidente, creio irretocável o voto do Minis-
tro Ricardo Lewandowski, com todo respeito, pelo desempenho como sempre elogiável
do eminente Advogado Vicente Cernicchiaro.
R.T.J. — 198 1097

No caso, penso que o resultado do crime é a própria ocorrência do dano sofrido


pelo bem jurídico tutelado. O que se deu com o instantâneo, o desembaraçado acesso de
qualquer pessoa às fotos exibidas pela rede mundial de computadores, o momento da
consumação do crime, no caso, deu-se exatamente com a disponibilização das fotos para
qualquer pessoa.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é particularmente rigoroso e
elucidativo quando diz — vejam o propósito abrangente do Código ao dilatar, ampliar
o núcleo do tipo penal — no seu artigo 241:
“Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer
meio de comunicação,” — aí, vem a previsibilidade específica — “inclusive rede
mundial de computadores ou internet”(...)
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Essa alteração é posterior ao fato,
mas antes já havíamos afirmado a tipicidade da divulgação pela Internet.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sem dúvida. Mas essa disposição do legislador de
proteger o adolescente mediante definição de um tipo penal, não diria aberto, mas bem
dilatado, rima toante e consoantemente com a própria Constituição Federal.
Em matéria de proteção à criança e ao adolescente, diz a Constituição, no § 4º do
artigo 227, que:
“A lei punirá severamente” — olhem o comando da Constituição — “o abuso,
a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.”
Sem dúvida, que esse tipo de exibição visual é uma forma de “exploração sexual
da criança e do adolescente”. No caso, penso que resultado e exaurimento, na verdade, se
imbricam, de modo, a meu ver, a atrair mesmo a competência do artigo 109, inciso V, da
Constituição Federal, para o processamento e julgamento do feito no âmbito da Justiça
Federal.
Entendo preciso o voto do eminente Relator e o acompanho comodamente.

VOTO
O Sr. Ministro Cezar Peluso: Senhor Presidente, também agradeço as gentis refe-
rências do eminente Professor e Ministro, muito próprias de sua postura sempre cava-
lheiresca, mas receio que a causa lhe seja ingrata.
O tipo era publicar. Com inserção das fotos na rede internacional, deu-se a publica-
ção instantaneamente, de modo que os resultados, também, se produziram no exterior
desde aí.
Assim, acompanho inteiramente o voto do eminente Relator.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, observo a competência da Justiça
Federal, contida no artigo 109, inciso V, da Constituição Federal, como a encerrar exce-
ção, no que se passa a ter o deslocamento da competência da Justiça comum para a
Justiça Federal. O dispositivo, a meu ver, está — em bom vernáculo e não há, na Cons-
tituição, vocábulo inútil — a revelar que:
1098 R.T.J. — 198

“V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,


iniciada a execução no País,” — não se consuma, portanto, o crime no Brasil — “o
resultado” — em termos de consumação — “tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;”
Em primeiro lugar, quanto ao artigo 218 do Código Penal, não haveria qualquer
dúvida, no que preceitua ser crime:
Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor
de 18 (dezoito) anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a
praticá-lo ou presenciá-lo [...]
Tem-se tipo penal que deve ser, sob o ângulo da persecução, apreciado, julgada a
prática do agente, pela Justiça comum.
Surge a questão alusiva ao Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, cujo
artigo 241 preconiza que:
Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer
meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, foto-
grafias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo crian-
ça ou adolescente [...]
É realmente tipo penal.
Ora, existe tratado, endossado pelo Brasil, dispondo sobre esse crime ou o do
artigo 218 do Código Penal? Retiro do parecer da Procuradoria-Geral da República a
resposta negativa. O que há — e isso considerado o decreto legislativo que implicou a
aprovação do texto da Convenção sobre os Direitos da Criança — é o comprometimento
do Estado brasileiro de protegê-la contra todas as formas de exploração e abuso sexual.
Confiro à primeira cláusula do artigo 109, inciso V, o efeito de direcionar à previ-
são do crime em convenção ou tratado.
E mais, consoante a segunda parte do preceito, o que se exige para que se tenha a
competência da Justiça Federal? O entrelaçamento na configuração da prática do crime.
O crime há de ter início no território nacional, ou vice-versa, e consumação no exterior
ou no território nacional.
Indago: onde configurado o crime, que não está previsto no tratado, do referido
artigo 218? No Brasil. Onde praticado o crime versado no artigo 241 do ECA? No Brasil,
no que se inseriu em sítio na internet ou mesmo se veiculou, considerados endereços,
fotografias de menores glosadas pelo citado artigo 241.
Não tenho a menor dúvida de que o crime se consumou no Brasil. A partir dessa
consumação — e a publicação se fez na inserção no computador que aqui se encon-
trava —, a partir dessa publicação é que se procedeu a diversas remessas, possivelmente,
até mesmo, para endereços da internet situados no País.
Não tenho como confundir o que se contém no mencionado inciso V a ponto de
proceder à leitura desse preceito como a revelar o englobamento, o alcance de apanhar
não a prática do crime como está no dispositivo, mas as repercussões diversas, múltiplas,
que não se referem à configuração do tipo ocorridas no estrangeiro.
Se se potencializar o artigo 34 da Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada
pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em 20 de novembro de 1989, desprezando o
R.T.J. — 198 1099

que está na Carta da República, para concluir-se pela competência da Justiça Federal, e
não da Justiça comum, que, normalmente, há de atuar em crimes tais que não se enqua-
drem no preceito, terei de assentar que a apreciação de todo e qualquer crime cometido
contra a criança incumbirá doravante à Justiça Federal.
Presidente, para mim, a referência, na norma constitucional, a crime previsto em
tratado é específica e — repito — a Convenção apenas direciona os países convenentes a
adotarem medidas visando a proteger a criança. Mais do que isso, vislumbro, na parte final
do dispositivo, a necessidade de envolvimento de ato, a compor o tipo penal, verificado no
Brasil ou no exterior, e a respectiva consumação no estrangeiro ou neste País.
Reconhecendo o bom voto elaborado do Relator, digo que não logrei, considerados
esses parâmetros, formar convencimento sobre a improcedência da impetração. Por isso
peço vênia a Sua Excelência e aos colegas que já o acompanharam para, divergindo,
conceder a ordem e assentar a competência da Justiça comum.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Peço vênia ao eminente Ministro
Marco Aurélio para acompanhar o voto do Relator, Ministro Ricardo Lewandowski.
Não dou à locução constitucional “crimes previstos em tratado ou convenção
internacional” o sentido de crimes tipificados nos tratados ou convenções: ou seria a
mais inócua das disposições constitucionais, porque, séculos afora, não conheço nenhu-
ma convenção ou tratado que haja tipificado crime e cominado pena.
Por outro lado, também não me convenceu a argumentação exposta com brilho
pelo ilustre professor e impetrante de que, no caso, a acessibilidade, no exterior, da
publicação tenha ocorrido em momento diverso daquele em que se consumou a publica-
ção. Realmente, creio que há certo anacronismo, quando o ilustre advogado referiu-se à
mensagem, atravessando de Goiás, pelo Pacífico ou pelo Atlântico, até chegar à Europa,
como se tivesse sido remetida por via postal.
A mim, também, me parece que não há a cogitar aqui de que este momento no
estrangeiro fosse simples exaurimento do crime. Exaurimento tem-se, por exemplo, no
próprio artigo 241 do ECA, na hipótese prevista no seu § 2º, II:
“Art. 241.(...)
§ 2º A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos:
I - (...)
II - se o agente comete o crime com o fim de obter para si ou para outrem
vantagem patrimonial.”
Aí, sim, como em todo crime de mera conduta, ter-se-ia a consumação e, no mo-
mento posterior e eventual, indiferente à realização do tipo, é que se teria ou não a
obtenção da vantagem patrimonial pretendida.
Aqui, não. Aqui o crime se consuma com a publicação, que é tornar disponível,
acessível, pela rede da internet, determinada mensagem.
Então, não há a cogitar de momentos distintos.
Por isso, peço vênia ao Ministro Marco Aurélio e, também, indefiro a ordem.
1100 R.T.J. — 198

VOTO (Confirmação)
O Sr. Ministro Carlos Britto: Senhor Presidente, também entendo que, hoje em dia,
quem entra na rede mundial de computadores em casos tais não tem como deixar de
iniciar o crime no Brasil e se expor ao risco da consumação fora do Brasil. É imediata.
Uma coisa puxa a outra. É da natureza desse tipo de comunicação eletrônica.
Também, como Vossa Excelência, não interpreto o artigo 109, V, da Constituição
com esse rigor científico a ponto de exigir que tratado ou convenção internacional
defina, contenha todos os elementos do crime. A mim me basta a previsibilidade, que,
aliás, encontramos até na Carta da ONU, embora não se possa considerá-la rigorosamente
um tratado ou convenção, mas a proteção à criança e ao adolescente, esse cuidado
especial, está também na declaração universal dos direitos humanos.
Então, mantenho o voto com os adendos que Vossa Excelência acaba de vocalizar.

EXTRATO DA ATA
HC 86.289/GO — Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Paciente: Carlos Alberto
Guerreiro do Valle. Impetrantes: Luiz Vicente Cernicchiaro e outros. Coator: Superior
Tribunal de Justiça.
Decisão: Por maioria de votos, a Turma indeferiu o pedido de habeas corpus;
vencido o Ministro Marco Aurélio, que o deferia. Falou pelo paciente o Dr. Luiz Vicente
Cernicchiaro.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Ricardo Lewandowski. Subprocurador-Geral da
República, Dr. Edson Oliveira de Almeida.
Brasília, 6 de junho de 2006 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

HABEAS CORPUS 86.597 — RJ

Relator: O Sr. Ministro Joaquim Barbosa


Paciente: Jaime Catarino de Almeida Filho ou Jayme Catarino de Almeida Filho —
Impetrante: Gilberto Talésfero — Coator: Superior Tribunal de Justiça
Habeas corpus. Sentença que concede ao paciente o direito de apelar
em liberdade e condiciona a expedição do mandado de prisão ao trânsito
em julgado da decisão. Decisão impugnada apenas pela defesa. Princípio
da proibição da reformatio in pejus.
Não tendo havido interposição de recurso da sentença pela acusa-
ção, a ordem favorável ao paciente não poderia ter sido alterada pelo
Tribunal de Justiça, sob pena de contrariedade ao disposto no art. 617 do
Código de Processo Penal, que abriga o princípio da proibição da
reformatio in pejus.
Habeas corpus deferido.
R.T.J. — 198 1101

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do Ministro Carlos Velloso, na con-
formidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
deferir a ordem, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 29 de novembro de 2005 — Joaquim Barbosa, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Trata-se de habeas corpus, com pedido de
liminar, impetrado em favor de Jaime Catarino de Almeida Filho, em face de acórdão da
5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça cuja ementa tem o seguinte teor (fl. 36):
“Habeas corpus. Processual Penal. Sentença que condiciona a expedição
de mandado de prisão ao trânsito em julgado. Recurso apenas da defesa, im-
procedente. Determinação de imediato cumprimento da pena. Interposição de
recurso extraordinário. Reformatio in pejus. Inocorrência. O acórdão substitui
a sentença, não ficando adstrito à determinação de primeiro grau. Fiança.
Matéria a ser questionada nas instãncias inferiores. Ordem denegada. Liminar
cassada.
1. Não há que se falar em piora na situação do condenado por acórdão que, ao
manter a condenação, determina seu imediato cumprimento, em oposição à sen-
tença que determinara que tal só ocorresse após o trânsito em julgado.
2. O acórdão substitui a sentença recorrida, que perde toda sua eficácia em
face do pronunciamento em sentido contrário do Tribunal.
3. Quanto ao cabimento da fiança, a matéria não foi ventilada nas instâncias
inferiores, devendo o Juízo a quo decidir a respeito de sua aplicação.
4. Ordem denegada. Liminar cassada.”
Alega-se constrangimento ilegal do paciente, em virtude de violação do princípio
da vedação à reformatio in pejus. Argumenta-se que, embora a sentença condenatória
tenha determinado que o mandado de prisão fosse expedido somente após o trânsito em
julgado da decisão, o Tribunal de Justiça, ao julgar apelação exclusiva da defesa, man-
teve a decisão e determinou a expedição do referido mandado.
Deferi a liminar (fls. 44-45), para que o paciente aguardasse em liberdade o julga-
mento do recurso extraordinário.
A Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra do Dr. Haroldo Ferraz da
Nóbrega (fls. 76-82), manifesta-se pelo indeferimento da ordem.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa (Relator): O ponto central da presente impetração
é o velho tema da reformatio in pejus. Extraio dos autos o que segue.
1102 R.T.J. — 198

O juízo de primeiro grau, ao proferir a sentença de fls. 16-22, não só concedeu ao


paciente o direito de apelar em liberdade como também condicionou a expedição do
mandado de prisão ao trânsito em julgado da decisão. Confira-se, textualmente:
“Após o trânsito em julgado, expeça-se a carta de sentença e o mandado de
prisão, efetuando-se os registros e comunicações e arquivando-se.”
Considero que a determinação constante da sentença, favorável ao paciente, não
poderia ter sido alterada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sob pena de
se contrariar o disposto no art. 617 do Código de Processo Penal, que abriga o princípio da
proibição da reformatio in pejus.
Reporto-me ao precedente firmado no HC 83.128 (Rel. Min. Marco Aurélio, Primei-
ra Turma, DJ de 25-11-2003), em cujo julgamento manifestei-me favoravelmente à tese
dos impetrantes, por entender violado o princípio da proibição da reformatio in pejus.
Esta Segunda Turma, em processo recente, de relatoria do Ministro Carlos Velloso,
também aderiu à tese da ilegalidade da expedição de mandado de prisão contra o réu
unicamente em razão do fato de se terem esgotado as instâncias ordinárias, quando a
acusação se mantém inerte e não recorre da sentença condenatória que garantiu ao réu o
direito de recorrer em liberdade. Destaco o noticiado pelo Informativo 407, de 24-10-
2005 a 4-11-2005, a respeito do recente entendimento firmado pela Turma, cujo teor
transcrevo por não ter ainda sido publicada sua ementa:
“A Turma deferiu habeas corpus para assegurar a condenado pela prática de
homicídio qualificado o direito de permanecer em liberdade até o trânsito em
julgado da sentença. No caso concreto, fora expedido mandado de prisão contra o
réu, quando ainda pendente de julgamento o agravo de instrumento visando à
subida de recurso especial. Considerando a especificidade do caso, qual seja, o
fato de a sentença ter assegurado esse direito e de não ter havido interposição de
recurso contra a condenação por parte da acusação, entendeu-se que a determina-
ção da prisão do paciente antes do trânsito em julgado configurara constrangimen-
to ilegal” (HC 85.856, Rel. Min. Carlos Velloso, j. em 25-10-2005).
É exatamente a hipótese dos autos.
Do exposto, concedo a ordem, para assegurar ao paciente o direito de permanecer
em liberdade até o trânsito em julgado da sentença condenatória.

EXTRATO DA ATA
HC 86.597/RJ — Relator: Ministro Joaquim Barbosa. Paciente: Jaime Catarino de
Almeida Filho ou Jayme Catarino de Almeida Filho. Impetrante: Gilberto Talésfero.
Coator: Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: Deferiu-se a ordem; decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste
julgamento, o Ministro Celso de Mello. Presidiu este julgamento o Ministro Carlos
Velloso.
Presidência do Ministro Carlos Velloso. Presentes à sessão a Ministra Ellen Gracie
e os Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o Ministro
Celso de Mello. Subprocurador-Geral da República, Dr. Haroldo Ferraz da Nóbrega.
Brasília, 29 de novembro de 2005 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.
R.T.J. — 198 1103

HABEAS CORPUS 86.605 — SP

Relator: O Sr. Ministro Gilmar Mendes


Paciente: Giovani Silva Mendes de Brito — Impetrante: Khaled Ali Fares —
Coator: Superior Tribunal de Justiça
Habeas corpus. Prisão preventiva. Fundamentação. Preenchimento
dos requisitos do art. 312 do CPP. Inexistência de constrangimento ilegal.
2. Os indícios da autoria e da materialidade do crime, quando acompa-
nhados da necessidade de garantir a ordem pública e de assegurar a apli-
cação da lei, e sendo conveniente para a instrução criminal, constituem
motivos suficientes para a prisão preventiva. 3. As condições pessoais
favoráveis do paciente, como a residência fixa e a ocupação lícita, não são
suficientes para afastar a necessidade da custódia provisória. 4. A funda-
mentação da decisão que decreta a prisão preventiva não precisa ser
exaustiva, bastando que sejam analisados, ainda que de forma sucinta, os
requisitos justificadores da segregação cautelar. Precedentes. 5. Ordem
de habeas corpus a que se nega provimento.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie (RISTF, art.
37, II), na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade
de votos, negar provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 14 de fevereiro de 2006 — Gilmar Mendes, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Trata-se de habeas corpus impetrado por Khaled
Ali Fares, em favor de Giovani Silva Mendes de Brito, contra decisão da Quinta Turma
do Superior Tribunal de Justiça, que negou ordem de habeas corpus no HC n. 43.806/SP,
cujo acórdão restou assim ementado:
“Habeas corpus. Prisão preventiva. Constrangimento ilegal. Violação
aos requisitos legais. Inexistência. Vinculação concreta.
A decretação da prisão preventiva é justificada para garantir a ordem pública,
assegurar a instrução criminal e a aplicação da lei penal, requisitos devidamente
demonstrados.
Se o Juiz, frente aos indícios do crime e da autoria, entendeu de forma concreta
pela prisão, indicando a proteção da ordem pública e o resguardo da instrução,
porquanto o delito é tido por grave e o agente mostrou-se perigoso e habilidoso em
tentar ludibriar as autoridades, cumpridos estão os requisitos da medida extrema.
Ordem denegada.”
1104 R.T.J. — 198

O paciente, após cumprir prisão temporária, teve a prisão preventiva decretada


pelo Juiz de Direito do Departamento de Inquéritos Policiais da Capital (DIPO), em
razão de seu envolvimento na prática dos crimes dispostos no art. 157, § 2º, I e II, § 3º,
última parte, c/c o art. 14, II, e no art. 304, todos do Código Penal.
Alega-se que o decreto da prisão preventiva fundamentou-se apenas na gravidade
do crime, não indicando elementos concretos que justificassem a prisão cautelar. O
impetrante ressalta, ainda, que o paciente é primário, possui residência fixa e ocupação
lícita.
A autoridade coatora prestou informações às fls. 43-59.
O Ministério Público Federal opina pelo deferimento da ordem (fls. 63-66).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): A decisão que decretou a prisão preventiva
do paciente está assim fundamentada:
“A materialidade está demonstrada e há indícios da autoria (o indiciado
Giovani confessou a autoria, além do que ficou demonstrado vínculo entre referi-
do agente e o veículo utilizado na realização do crime — fls. 21/23 e 34/37).
E o delito em tese praticado é gravíssimo e desassossega a sociedade, pondo-
a em pânico permanente, circunstância apta a demonstrar a periculosidade e má
índole do agente que, pois, deve ser encaminhado ao cárcere, para garantia da
ordem pública.
Vale anotar que não há prova relativa a residência fixa ou a exercício de
atividade lícita, de modo que nada vincula o agente ao ‘distrito da culpa’, daí a
necessidade de encaminhá-lo ao cárcere, agora para assegurar a aplicação da lei.
Por fim, deve-se garantir a presença do indiciado à audiência de instrução,
para o reconhecimento, daí, também, a necessidade da prisão.
Assim, para garantia da ordem pública, para assegurar a aplicação da lei e em
prol da instrução, decreto a prisão preventiva de Giovani Silva Mendes de Brito,
qualificado no inquérito, consoante o artigo 312 do Código de Processo Penal.”
Como se pode constatar, o decreto de prisão preventiva está baseado em quatro
fundamentos: a) existência de indícios da autoria dos crimes; b) garantia da ordem
pública; c) necessidade de assegurar a aplicação da lei; d) conveniência da instrução
criminal.
Quanto ao primeiro fundamento, a decisão deixa expresso que o paciente confes-
sou a autoria, além de ter ficado demonstrado o “vínculo entre referido agente e o
veículo utilizado na realização do crime” (fl. 85, apenso). Segundo a jurisprudência
desta Corte, os indícios da autoria do crime não são suficientes para respaldar a prisão
preventiva (HC 85.646/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 21-6-2005; HC 85.713/SP,
Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 17-5-2005). No entanto, quando a presença de indícios
da autoria e materialidade do delito vem acompanhada da necessidade de garantir a
R.T.J. — 198 1105

ordem pública e de assegurar a aplicação da lei, e sendo conveniente para a instrução


criminal, constitui motivo idôneo para a segregação cautelar (HC 84.121/SP, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, DJ de 4-3-2005). Ressalte-se, nesse ponto, que a locução “indício de
autoria” não tem o sentido específico de prova indireta, e eventualmente conclusiva,
mas, sim, apenas, o de indicação, começo de prova ou prova incompleta. Dessa forma,
existente um indício, só a contraprova inequívoca ou a própria e gritante inidoneidade
dele pode elidir a legitimidade da prisão preventiva que nele se fundamenta (RHC
83.179/PE, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 1º-7-2003).
Em relação à garantia da ordem pública, a decisão analisa a periculosidade e a má
índole do agente, que, no entendimento do Juiz de primeira instância, representa uma
ameaça para a sociedade. Como analisou o parecer do Ministério Público Federal ofere-
cido no HC n. 43.806, do Superior Tribunal de Justiça, “a imposição da cautela é
medida de rigor, tendo em vista tratar-se de crime gravíssimo que provoca repercussão
na sociedade, abalando a ordem pública, não se olvidando que se busca com isso não
apenas a prevenção de futuros fatos criminosos, mas também acautelar o meio social e
a própria credibilidade na Justiça” (fl. 47).
A ordem pública, como requisito da prisão preventiva, foi discutida pelo Plenário
desta Corte no HC 80.717, relatora para o acórdão Min. Ellen Gracie, DJ de 5-3-04.
Nesse precedente, firmou-se entendimento no sentido de que a ordem pública funda-se
na magnitude da lesão causada, bem como na necessidade de se resguardar a credibilidade
das instituições públicas.
Vale destacar, no ponto, o seguinte excerto do voto do Min. Carlos Britto no HC
84.680 (DJ de 15-4-05), verbis:
“15. Muito já se escreveu sobre esse fundamento específico da prisão preven-
tiva, previsto no art. 312 do CPP. Para alguns estudiosos, serviria ele de instrumento
a evitar que o delinqüente, em liberdade, praticasse novos crimes ou colocasse em
risco a vida das pessoas que desejassem colaborar com a Justiça, causando insegu-
rança no meio social. Outros associam a ‘ordem pública’ à credibilidade do Poder
Judiciário e às instituições públicas. Por fim, há também aqueles que encaixam no
conceito de ‘ordem pública’ a gravidade do crime ou a reprovabilidade da conduta,
sem falar no famoso clamor público, muitas vezes confundido com a repercussão
na mídia causada pelo delito.”
Cito, ainda, os seguintes julgados, que traduzem o entendimento da Corte sobre as
hipóteses em que se conforma o requisito ordem pública:
“(...)
Além de a prisão preventiva ter como objetivo, no caso, a prevenção quanto
à reprodução de outros fatos criminosos — e a ocorrência de quatro incêndios
anteriores recomenda essa cautela —, objetiva ela, também, garantir a incolumidade
física das pessoas, que traduz uma das dimensões do conceito de ordem pública,
tendo em vista que o crime em questão é daqueles que podem causar tumulto e
pânico.” (HC 82.149, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 13-12-02.)
“Prisão preventiva. Decreto que se encontra suficientemente fundamentado
na garantia da ordem pública, por ser o acusado dono de outros ‘desmanches’,
1106 R.T.J. — 198

havendo, inclusive, receio de que, se permanecesse solto, continuasse a delinqüir.”


(HC 82.684, Rel. Min. Maurício Corrêa, 1º-8-03.)
“Prisão preventiva — Excepcionalidade. Ante o princípio constitucional
da não-culpabilidade, a custódia acauteladora há de ser tomada como exceção,
cumprindo interpretar os preceitos que a regem de forma estrita, reservando-a a
situações em que a liberdade do acusado coloque em risco os cidadãos, especial-
mente aqueles prontos a colaborarem com o Estado na elucidação de crime.” (HC
83.157, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 5-9-03.)
Quanto aos demais requisitos substanciais do art. 312 do CPP, a decisão enfatiza
que não há prova da residência fixa ou do exercício de atividade lícita pelo paciente e,
diante disso, ressalta a necessidade de se garantir a presença do paciente à audiência de
instrução.
De qualquer forma, anote-se que, ainda que existentes, como defende o impetrante,
as condições pessoais favoráveis do ora paciente, como a residência fixa e a ocupação
lícita, não seriam suficientes para afastar a custódia provisória, ante a presença dos
demais requisitos.
Portanto, entendo como devidamente fundamentado o decreto de prisão preventiva
do paciente, diante da sua expressa alusão aos requisitos legais do art. 312 do CPP. Sobre
a fundamentação da prisão preventiva, o Tribunal tem decidido que ela não precisa ser
exaustiva, bastando que a decisão analise, ainda que de forma sucinta, os requisitos
ensejadores da custódia preventiva. Assim ficou decidido no HC n. 79.237/MS, Rel.
Min. Nelson Jobim (DJ de 12-4-2002), cujo acórdão restou assim ementado:
Ementa: Habeas corpus substitutivo de recurso ordinário. Processo penal.
Prisão preventiva. Fundamentação. Crime de autoria coletiva. Pedido genérico.
Ausência de justa causa. Prisão preventiva decretada com base nos pressupostos
de garantia da ordem pública, da aplicação da lei penal e por conveniência da
instrução criminal (CPP, art. 312), em adequação de fatos concretos à norma abstrata,
está suficientemente fundamentada. A jurisprudência do Tribunal firmou-se no
sentido de não exigir a individualização das ações de cada agente quando se trata
de crime de autoria coletiva. Decreto de prisão preventiva com fundamento em
denúncia que descreve a forma como os integrantes da quadrilha agiam não pode
ser desconstituído por falta de justa causa. Habeas corpus conhecido e indeferido.”
(HC n. 79.237/MS, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 12-4-2002.)
Com essas considerações, o meu voto é pela denegação da ordem de habeas
corpus.

EXTRATO DA ATA
HC 86.605/SP — Relator: Ministro Gilmar Mendes. Paciente: Giovani Silva Mendes
de Brito. Impetrante: Khaled Ali Fares. Coator: Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: A Turma, por unanimidade, denegou o habeas corpus, nos termos do
voto do Relator. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Ministro Celso de
Mello. Presidiu este julgamento a Ministra Ellen Gracie.
R.T.J. — 198 1107

Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Gilmar Mendes


e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Subprocura-
dor-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Brasília, 14 de fevereiro de 2006 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.

HABEAS CORPUS 86.703 — ES

Relator: O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence


Paciente: Maria das Graças Santos Reginaldo — Impetrantes: Leonardo Picoli
Gagno e outro — Coator: Superior Tribunal de Justiça
I. Habeas corpus e pronúncia: sedimentada a jurisprudência do Su-
premo em que, se a pronúncia, para conservar preso o réu, silencia total-
mente a respeito ou se remete aos fundamentos do decreto de prisão
cautelar anterior, a eventual inidoneidade deles contamina de nulidade a
prisão processual e, por isso, não prejudica o habeas corpus pendente que
a impugna.
II. Prisão preventiva: motivação inidônea.
1. Não constituem fundamentos idôneos à prisão preventiva a invo-
cação da gravidade abstrata ou concreta do delito imputado, definido ou
não como hediondo ou das hipóteses previstas no artigo 312 do Código de
Processo Penal, sem indicação de fatos concretos que as justifiquem: pre-
cedentes.
2. Crimes hediondos: vedação da liberdade provisória: inteligên-
cia. Não se aplica a vedação da liberdade provisória contida no art. 2º, II,
da Lei 8.072/90 — na qual se fundou a sentença de pronúncia para manter
a prisão do paciente —, por não se tratar de prisão em flagrante, mas de
prisão preventiva cuja fundamentação se repute inidônea.
III. Liberdade provisória concedida.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
deferir o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 8 de novembro de 2005 — Sepúlveda Pertence, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Trata-se de habeas corpus — substitutivo de
recurso ordinário —, com pedido de liminar, contra acórdão do STJ, de cuja ementa se
extrai (fl. 14):
1108 R.T.J. — 198

“Habeas corpus. Homicídio qualificado. Prisão preventiva. Decreto fun-


damentado. Art. 312 do CPP.
(...)
Primariedade, bons antecedentes e ocupação lícita. Circunstâncias que, iso-
ladamente, não inviabilizam a custódia preventiva, quando fundada nos requisi-
tos do artigo 312 do CPP.”
Este o teor do decreto da prisão preventiva (fls. 12/13):
“Cuida-se de pedido de prisão preventiva formulado pela ilustre represen-
tante do Ministério Público em relação aos denunciados Ezequiel de Oliveira
Lima, Robson Santos Dettman e Maria Das Graças dos Santos Reginaldo, (...).
Os crimes imputados aos agentes estão previstos nos artigos 121, §2º, II e IV,
c.c. o art. 29, ambos do Código Penal.
Decido.
Nos termos do artigo 312, do Código de Processo Penal, além da prova da
existência do crime e dos indícios suficientes de autoria, a prisão preventiva deve
ser orientada para a satisfação das seguintes regras:
a) para garantir a ordem pública;
b) por conveniência da instrução criminal;
c) para assegurar a aplicação da lei penal.
No caso vertente, pelos documentos informações e depoimentos constantes
nos autos, estão presentes todas as hipóteses previstas na Lei, pois o crime de
homicídio praticado contra a vítima Astrogildo Reginaldo ocorreu em 05 de março
do corrente ano de 2004, e só agora aparecem indícios de quem sejam os seus
autores.
Por outro lado, justifica-se a prisão preventiva quando ocorre, em princípio, a
prática de crime hediondo, onde os acusados revelam torpeza, maldade, perversão,
cupidez ou insensibilidade, ou, ainda, quando profissional o crime (TACrimSP, 9ª
C., Rec. 360.121/3, Rel. Juiz Bonaventura Guglicirai, j. Em 11.4.84). E, ainda, “A
periculosidade do réu, evidenciada pelas circunstâncias em que o crime foi come-
tido, basta, por si só, para embasar a custódia cautelar no resguardo da ordem
pública e mesmo por conveniência da instrução criminal” (STJ, Rel. Min. Costa
Leite, DJU 28.8.89).
Em suma, expeça-se mandado de prisão preventiva.”
Posteriormente, a paciente requereu a revogação do decreto, que o Juízo local
indeferiu com estes fundamentos (fls. 127/128):
“Tenho que o presente pedido de revogação da prisão preventiva decretada
em face de Maria das Graças dos Santos Reginaldo, não merece prosperar, tendo
em vista que o artigo 2º, II, da L. 8.072/90, veda a concessão da liberdade provisó-
ria para aqueles acusados de terem praticado crimes hediondos, não havendo de se
falar de inconstitucionalidade da mencionada lei, por estar a mesma em pleno
vigor.
R.T.J. — 198 1109

Ademais, o crime de homicídio qualificado, dado a sua hediondez, por si só,


autoriza a medida coercitiva da prisão preventiva.”
Sobreveio a sentença de pronúncia que, no relatório, se limitou a fazer referência
ao decreto anterior (fl. 105).
Opostos embargos de declaração, alegando omissão quanto à manutenção da pri-
são da paciente, assim decidiu o Juízo local (fls. 126/127):
“(...) razão assiste a embargante, (...) especificamente, no que tange à sua
prisão preventiva, não obstante o entendimento de que a omissão mantém a situa-
ção existente, in casu, a permanência de sua custódia.
Com efeito, respectiva custódia deverá ser mantida, tendo em vista ser a
acusação pertinente a homicídio qualificado por motivo fútil e à traição, enqua-
drando-se a hipótese dentre as especificadas na Lei 8.072/90, que abrange os cri-
mes hediondos justificadores da aplicação do art. 2º, II, da referida lei.
Acerca do pedido de apreciação de condições autorizativas da custódia
cautelar da embargante, deixo de apreciá-lo por não ser matéria afeta a Embargos
de Declaração.”
Alega-se ausência de fundamento cautelar no decreto da prisão processual que,
ademais, sequer invoca qualquer fato concreto que a justifique.
Deferida a liminar, sobreveio o parecer do Ministério Público Federal, da lavra do
Subprocurador-Geral Edson de Almeida, que opinou pelo deferimento da ordem (fls.
164/171).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator):
I
Sedimentou-se em nossa jurisprudência que, se a pronúncia, para conservar preso
o réu, silencia totalmente a respeito ou se remete aos fundamentos do decreto de prisão
cautelar anterior, a eventual inidoneidade deles contamina de nulidade a prisão proces-
sual e, por isso, não prejudica o habeas corpus pendente que o impugna (v.g., HHCC
79.200, 1ª T., 22-6-99, Pertence, RTJ 172/184; 82.797, 1ª T., 1º-4-03, Pertence, 2-5-03;
85.583, 1ª T., 9-8-05, Pertence, pp.; 84.474, 1ª T., 10-10-04, Pertence, DJ de 12-11-04;
RHC 83.465, 1ª T., 25-11-03, Britto, DJ de 19-12-03).
Conheço do habeas corpus.
II
No mérito, estou convencido de que a ordem deve ser deferida.
Conforme ressaltei ao deferir a liminar, o Supremo Tribunal tem repelido, sistema-
ticamente, a prisão preventiva que se funda na gravidade abstrata ou concreta do delito
imputado, definido ou não como hediondo (v.g., HHCC 69.950, Rezek, RTJ 128/147;
68.631, Pertence, RTJ 137/287; 76.730, Gallotti, 1º-3-98; 79.204, Pertence, 1º-6-99;
79.392, Pertence, 31-8-99), fundamento real da prisão.
1110 R.T.J. — 198

Certo, o decreto da prisão invocou as hipóteses previstas no art. 312 do Código de


Processo Penal, mas não indicou nenhum fato concreto.
Nem se trata de prisão decorrente de flagrante por crime hediondo, quando, aí
sim, da proibição da liberdade provisória — contida no art. 2º, II, da Lei 8.072 e
decorrente, aliás, da inafiançabilidade imposta pela Constituição — não se subtrai a
hipótese de ausência dos motivos autorizadores da prisão preventiva (v.g., HHCC
83.468, 1ª T., 11-9-03, Pertence, DJ de 27-2-04; 82.695, 2ª T., 13-5-03, Velloso, DJ de
6-6-03; 79.386, 2ª T., 5-10-99, Marco Aurélio, DJ de 4-8-00; 78.086, 1ª T., 11-12-98,
Pertence, DJ de 9-4-99).
Donde o equívoco da sentença de pronúncia ao manter a prisão da paciente com
fundamento no art. 2º, II, da Lei 8.072/90.
Este o quadro, defiro a ordem, para conceder liberdade provisória ao paciente, se
por al: é o meu voto.

EXTRATO DA ATA
HC 86.703/ES — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Paciente: Maria das Graças
Santos Reginaldo. Impetrantes: Leonardo Picoli Gagno e outro. Coator: Superior Tribunal
de Justiça.
Decisão: A Turma deferiu o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Não participou deste julgamento o Ministro Eros Grau.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocurador-Geral da República, Dr.
Paulo de Tarso Braz Lucas.
Brasília, 8 de novembro de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

HABEAS CORPUS 86.843 — GO

Relator: O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence


Paciente: Jorge Reis da Costa — Impetrante: Aldo de Campos Costa — Coatora:
Turma Julgadora Criminal dos Juizados Especiais da Comarca de Goiânia
I. Habeas corpus: recurso ordinário ou impetração substitutiva
dele: exigência de fundamentação não satisfeita.
Do recurso ordinário de habeas corpus ou da impetração originária
que a substitua exige-se que contenha “fundamentação pertinente à deci-
são denegatória que impugna” ou, ao menos, “desenvolva tese contrária à
sua motivação” (HHCC 79.804, 1ª T., 8-2-00, Pertence, DJ de 3-3-00;
80.620, 1ª T., 6-3-01, Pertence, DJ de 27-4-91).
R.T.J. — 198 1111

2. Juizado Especial estadual: incompetência para o processo por


crime de imprensa — cuja apuração é regida por lei especial, com rito
próprio (Lei 5.250/67): subsistência, nos Juizados estaduais, do art. 61, in
fine, da Lei 9.099/95: ordem deferida, de ofício, para declarar nulo o
processo a partir do recebimento da denúncia, inclusive, e determinar a
remessa dos autos ao Juízo competente.
Precedentes (HC 83.814, 1ª T., Pertence, DJ de 2-4-04; HC 86.102, 1ª
T., 27-9-05, Eros Grau, Inf. 403).

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
deferir, de ofício, a ordem, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 13 de dezembro de 2005 — Sepúlveda Pertence, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: No dia 9-8-02, J. Câmara & Irmãos S.A. —
Jornal O Popular e Rádio Araguaia Ltda. ofereceram queixa-crime contra o paciente e
dois co-réus, imputando-lhes a prática do crime de difamação previsto no art. 21 da Lei
de Imprensa, combinado com os arts. 29; 61, a e g; e 70 (segunda parte) do Código Penal
(fls. 9/30).
Colhida a resposta preliminar, o Juízo da 12ª Vara Criminal de Goiânia/GO decli-
nou da competência para o Juizado Especial Criminal, com estes fundamentos:
“Versam os presentes autos de suposta prática de crime de difamação, capitu-
lada no art. 21 da Lei 5.250/67, o qual prevê pena máxima de 18 (meses) de
detenção, sendo, portanto, crime de menor potencial ofensivo, de acordo com o
parágrafo único do artigo segundo da Lei 10.259/01, tornando esse Juízo incom-
petente para apreciação do presente feito. Muito embora o delito em tela preveja
rito especial, é certo que a Lei 10.259/01, que dispõe sobre a instituição dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal, não menciona
a exceção ocorrida no artigo 61 da Lei 9.099/95. Assim, de acordo com o parágrafo
único do artigo segundo da Lei 10.359/01, deverão ser considerados delitos de
menor potencial ofensivo todos os crimes com pena máxima de 02 (dois) anos.”
Distribuído o feito ao 4º Juizado Especial Criminal de Goiânia, este recebeu “a
queixa-crime na sua integralidade” (fls. 31/32).
Alegando incompetência do Juizado Especial, o paciente impetrou habeas corpus
à Turma Recursal de Goiânia, que dele não conheceu.
Lê-se da ementa do julgado (fls. 50/53):
“I - Se possível a interposição de exceção e de conflito de jurisdição por parte
do querelado, temerária se torna a utilização do habeas corpus, máxime se o obje-
tivo da ordem consiste primacialmente em resolver conflito de jurisdição. II -
1112 R.T.J. — 198

Provas deficientes obstam ao conhecimento do writ, vez que o estreito âmbito que
lhe é próprio impede a dilação probatória. III - Não é a Turma Recursal competente
para resolver eventual conflito de competência entre Juiz de Vara Criminal Comum
e Juiz de Juizado Especial Criminal. IV - Ordem não conhecida.”
Donde a presente impetração, na qual se repisa a alegação de que o concurso
formal (Código Penal, art. 70, segunda parte) objeto da queixa, que fora recebida inte-
gralmente, não pode ser desconsiderado para o fim de estabelecer-se a competência do
Juizado Especial.
Aduz que, com o advento da Lei 10.259/01 (art. 2º, parágrafo único), devem ser
considerados delitos de menor potencial ofensivo todos aqueles a que a lei comine pena
máxima não superior a 2 (dois) anos, independentemente do procedimento ao qual
submetido.
Daí que, como a pena máxima prevista no art. 21 da Lei 5.250/67 é de 18 meses,
dada a imputação de concurso formal resultante de “desígnios autônomos” — que im-
põe a cumulação das penas —, esta passa a ser de 36 meses, inviabilizando a aplicação
da Lei 10.259/01.
Nesse sentido, invoca o HC 80.811, 1ª T., Moreira, DJ de 22-3-02, assim
ementado:
“Habeas corpus. Incompetência do Juizado Especial Criminal — Havendo
concurso de infrações penais, que isoladamente sejam consideradas de menor po-
tencial ofensivo, deixam de sê-lo, levando-se em consideração, em abstrato, a
soma das penas ou do acréscimo em virtude desse concurso. Habeas corpus defe-
rido para declarar a incompetência do Juizado Especial Criminal, e determinar que
os autos sejam encaminhados à Justiça Estadual comum”.
Requer a concessão da liminar, para suspender o curso da ação penal e, no mérito,
que seja reconhecida a competência da Justiça Comum.
Deferida a liminar, sobreveio o parecer do Ministério Público Federal, da lavra do
Il. Subprocurador-Geral Edson de Almeida (fl. 95), que opinou pelo sobrestamento do
feito até a decisão no HC 83.163, Pertence, no qual o Plenário rediscute “o cabimento
ou não da suspensão condicional do processo na hipótese de crimes cometidos em
concurso” (Inf. 317).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator):
I
Já decidiu a Turma que cabe recurso ordinário das decisões de Turma Recursal
denegatórias de habeas corpus (v.g., RHC 85.241, 1ª T., 6-9-05, Marco Aurélio, DJ de
28-10-05).
Daí que, a rigor, o presente habeas corpus é substitutivo do recurso ordinário e,
sendo assim, deve conter “fundamentação pertinente à decisão denegatória que im-
R.T.J. — 198 1113

pugna”, ou ao menos “desenvolva tese contrária à sua motivação” (v.g., HHCC 79.804,
1ª T., 8-2-00, Pertence, DJ de 3-3-00; 80.620, 1ª T., 6-3-01, Pertence, DJ de 27-4-91), o
que não ocorre: limitou-se a impetração a afirmar que a competência, no caso, seria do
Juízo da 12ª Vara Criminal de Goiânia/GO.
Não atacou, pois, os fundamentos pelos quais a Turma Recursal não conheceu da
impetração lá requerida.
II
Ocorre que esta 1ª Turma, recentemente, reconheceu a incompetência, na hipótese
de crime de imprensa, do Juizado Especial estadual (v.g., HC 86.102, 27-9-05, Eros
Grau, Inf. 403).
Na mesma linha o HC 83.814, 16-3-04, Sepúlveda Pertence, DJ de 2-4-04, invocado
no precedente.
Este o quadro, defiro de ofício a ordem, para anular o processo a partir do recebi-
mento da denúncia, inclusive, e determinar a remessa dos autos ao Juízo competente,
qual seja, a da 12ª Vara Criminal de Goiânia/GO: é o meu voto.

EXTRATO DA ATA
HC 86.843/GO — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Paciente: Jorge Reis da
Costa. Impetrante: Aldo de Campos Costa. Coatora: Turma Julgadora Criminal dos
Juizados Especiais da Comarca de Goiânia.
Decisão: A Turma deferiu, de ofício, a ordem, nos termos do voto do Relator.
Unânime. Falou pelo paciente o Dr. Aldo de Campos Costa.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocurador-Geral da República, Dr.
Rodrigo Janot Monteiro de Barros.
Brasília, 13 de dezembro de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

HABEAS CORPUS 86.915 — SP

Relator: O Sr. Ministro Gilmar Mendes


Paciente: Jakson Gonçalves de Macedo — Impetrante: Damião Tavares dos Santos —
Coator: Superior Tribunal de Justiça
Habeas corpus. Homicídio qualificado e tentativas de homicídio.
Prisão preventiva. Excesso de prazo. 1. A duração prolongada da prisão
cautelar afronta princípios constitucionais, especialmente o da dignidade
da pessoa humana, o do devido processo legal, o da presunção de inocência
e o da razoável duração do processo. 2. A demora na instrução e julga-
mento de ação penal, desde que gritante, abusiva e irrazoável, caracteriza
1114 R.T.J. — 198

o excesso de prazo. 3. Manter uma pessoa presa cautelarmente por mais


de dois anos é desproporcional e inaceitável, constituindo inadmissível
antecipação executória da sanção penal. 4. Precedentes. 5. Ordem de
habeas corpus deferida de ofício.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Celso de Mello, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
conceder, de ofício, o habeas corpus em favor do paciente, determinando a imediata
expedição de alvará de soltura se, por al, não estiver preso, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 21 de fevereiro de 2006 — Gilmar Mendes, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de
Jakson Gonçalves de Macedo contra decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de
Justiça no HC n. 42.378/SP, Rel. Min. Laurita Vaz. Eis o teor da ementa (fl. 36):
“Habeas corpus. Processual Penal. Crimes de homicídio qualificado e ten-
tativas de homicídios. Réu que, preso em flagrante delito, permaneceu durante
toda a instrução criminal custodiado cautelarmente. Possibilidade de manu-
tenção do cárcere em sede de pronúncia que, inclusive, guarda fundamentação
legal. Excesso de prazo. Instrução criminal desenvolvida normalmente e que
aguarda, para a designação do júri popular, o julgamento do recurso em senti-
do estrito nos próprios autos e a realização de incidente de sanidade mental
requerido pela própria defesa.
1. Tendo sido o paciente, preso em flagrante delito e mantido sob cárcere
durante toda a instrução criminal, deverá o acusado aguardar segregado a realiza-
ção do julgamento popular, nos termos do artigo 408, § 1º, do Código de Processo
Penal. Precedentes do STJ.
2. Verifica-se, na hipótese, ainda, que a necessidade da manutenção da custó-
dia cautelar do paciente foi satisfatoriamente motivada na gravidade dos delitos —
que são hediondos — e na periculosidade do agente demonstrada na execução do
crime.
3. Pronunciado o réu, resta superada a alegação de excesso de prazo na forma-
ção da culpa, mormente se, afastadas as qualificadoras pelo juízo processante, o
feito aguarda para a designação da sessão plenária, o julgamento do recurso em
sentido estrito, nos próprios autos, interposto pelo Ministério Público e, também,
a realização de incidente mental do acusado, requerido pela defesa do paciente.
4. Ordem denegada, recomendando-se, todavia, urgência no julgamento do
recurso em sentido estrito interposto pelo órgão ministerial, em se tratando de
recurso contra pronúncia prolatada há mais de um ano.”
R.T.J. — 198 1115

O paciente foi preso preventivamente como incurso no art. 121, caput e § 2º (crime
de homicídio e homicídio duplamente qualificado), juntamente com o art. 14, II (crime
tentado, por duas vezes), todos do Código Penal.
Alega-se: a) que o paciente é réu primário, com bons antecedentes, exercendo
ocupação lícita e residindo no distrito da culpa; b) que o princípio da presunção da
inocência, de que nenhuma pessoa poderá ser considerada culpada antes do trânsito em
julgado da sentença; e, por fim, c) que o crime se deu em um clima de forte emoção,
configurando um desajuste entre amantes.
E ainda, sustenta-se o constrangimento ilegal decorrente da falta de fundamenta-
ção do decreto de prisão cautelar, nos termos do art. 93, IX, da CF, assim como em razão
do descumprimento dos requisitos do art. 312 do CPP.
Indeferi o pedido de liminar (fls. 50-53).
O parecer do Parquet é pelo indeferimento do writ (fls. 56-60).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Na sentença de pronúncia, são esclarecidas
as circunstâncias do crime:
“Consta dos autos que o acusado teria, quando do inquérito policial, confes-
sado à Autoridade Policial haver produzido os disparos que atingiram as vítimas,
acrescendo que o fez em face de Antonia porque, tendo rompido o relacionamento
amoroso com ela antes mantido, no dia dos fatos a viu dançar com terceiros
provocativamente, animando-se então o acusado a ir até a sua casa, armar-se e
retornar ao local para, afinal, disparar em Antonia e, em acréscimo, também nas
demais vítimas (fls. 11-12). Já em juízo, embora dizendo o réu não ter qualquer
recordação desses fatos, todavia a testemunha de fl. 116 confirmou haver dele
colhido, logo após os acontecimentos, a confissão de autoria dos disparos em face
de Antonia. Outrossim, os depoimentos de pessoas então presenciais confirmaram
que o réu realmente disparou contra Antonia, Estefânia e Cloves (fls. 117-117-v e
119). (Fl. 11)
À fl. 12, constam as razões da negativa do direito de aguardar em liberdade o
julgamento, dentre as quais destaco o seguinte excerto, verbis:
“De resto, em que se pese ser o réu primário e não registrar outros envolvi-
mentos com a Justiça criminal, não poderá ele aguardar seu julgamento em liberdade.
É que se trata de fatos demonstrativos de alto potencial criminógeno do agente,
havendo notícias de promessas de morte anteriores que teriam apenas em parte se
consumado, razão pela qual se fundamenta concreta preocupação quanto à possi-
bilidade de uma soltura ainda precipitada. Assim, em razão de sua estrita necessi-
dade para exata garantia da ordem pública, mantenho a prisão cautelar do acusado.
(Fl. 12)”
1116 R.T.J. — 198

Como se pode constatar, o decreto de prisão preventiva está baseado em três funda-
mentos: a) periculosidade do agente; b) garantia da ordem pública; c) conveniência da
instrução criminal.
Em relação à periculosidade e à garantia da ordem pública, a decisão analisa a má
índole do agente, que, no entendimento do Juiz de primeira instância, representa uma
ameaça para a sociedade.
O impetrante alega que o princípio da presunção da inocência estaria sendo violado
com a manutenção dos fundamentos do decreto de sua custódia preventiva. Nesse ponto,
vale destacar o seguinte excerto do parecer da PGR, verbis:
“Sobre o invocado princípio da presunção da inocência, ‘conforme já decidiu
esta Corte, tal postulado não é absoluto, sendo admitida a prisão cautelar na hipó-
tese em que verificada a necessidade e conveniência da medida’, o que aliás, restou
devidamente assentado pela Eg. Quinta Turma do STJ, ao julgar o acórdão impug-
nado (HC n. 42.378/SP).” (Fl. 58)
A ordem pública, como requisito da prisão preventiva, foi discutida pelo Plenário
desta Corte no HC 80.717, Relatora para o acórdão Min. Ellen Gracie, DJ de 5-3-04.
Nesse precedente, firmou-se entendimento no sentido de que a ordem pública funda-se
na magnitude da lesão causada, bem como na necessidade de se resguardar a credibilidade
das instituições públicas.
Vale destacar, no ponto, o seguinte excerto do voto do Min. Carlos Britto no HC
84.680 (DJ de 15-4-05), verbis:
“15. Muito já se escreveu sobre esse fundamento específico da prisão preven-
tiva, previsto no art. 312 do CPP. Para alguns estudiosos, serviria ele de instrumen-
to a evitar que o delinqüente, em liberdade, praticasse novos crimes ou colocasse
em risco a vida das pessoas que desejassem colaborar com a Justiça, causando
insegurança no meio social. Outros associam a ‘ordem pública’ à credibilidade do
Poder Judiciário e às instituições públicas. Por fim, há também aqueles que encai-
xam no conceito de ‘ordem pública’ a gravidade do crime ou a reprovabilidade da
conduta, sem falar no famoso clamor público, muitas vezes confundido com a
repercussão na mídia causada pelo delito.”
Cito, ainda, os seguintes julgados, que traduzem o entendimento da Corte sobre as
hipóteses em que se conforma o requisito ordem pública:
“(...)
Além de a prisão preventiva ter como objetivo, no caso, a prevenção quanto
à reprodução de outros fatos criminosos — e a ocorrência de quatro incêndios
anteriores recomenda essa cautela —, objetiva ela, também, garantir a incolumidade
física das pessoas, que traduz uma das dimensões do conceito de ordem pública,
tendo em vista que o crime em questão é daqueles que podem causar tumulto e
pânico.” (HC 82.149, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 13-12-02.)
“Prisão preventiva. Decreto que se encontra suficientemente fundamentado na
garantia da ordem pública, por ser o acusado dono de outros ‘desmanches’, havendo,
inclusive, receio de que, se permanecesse solto, continuasse a delinqüir.” (HC
82.684, Rel. Min. Maurício Corrêa, 1º-8-03.)
R.T.J. — 198 1117

“Prisão preventiva — Excepcionalidade. Ante o princípio constitucional


da não-culpabilidade, a custódia acauteladora há de ser tomada como exceção,
cumprindo interpretar os preceitos que a regem de forma estrita, reservando-a a
situações em que a liberdade do acusado coloque em risco os cidadãos, especial-
mente aqueles prontos a colaborarem com o Estado na elucidação de crime.” (HC
83.157, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 5-9-03.)
Quanto aos demais requisitos substanciais do art. 312 do CPP, a decisão enfatiza que,
apesar de o paciente ser primário, sua periculosidade justificaria a prisão cautelar, para
garantia da ordem pública (fl. 12). De qualquer forma, anote-se que, ainda que existentes
bons antecedentes, ocupação lícita e residência fixa no distrito da culpa, como defende o
impetrante, tais condições pessoais favoráveis do ora paciente não seriam suficientes para
afastar a custódia provisória, ante a presença dos demais requisitos.
Portanto, entendo como devidamente fundamentado o decreto de prisão preventiva
do paciente, diante da presença dos pressupostos do art. 312 do CPP, quais sejam, a
garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal.
Sobre a fundamentação da prisão preventiva, o Tribunal tem decidido que ela não
precisa ser exaustiva, bastando que a decisão analise, ainda que de forma sucinta, os
requisitos ensejadores da custódia preventiva. Assim ficou decidido no HC n. 79.237/MS,
Rel. Min. Nelson Jobim (DJ de 12-4-2002), cujo acórdão restou assim ementado:
Ementa: Habeas corpus substitutivo de recurso ordinário. Processo penal.
Prisão preventiva. Fundamentação. Crime de autoria coletiva. Pedido genérico.
Ausência de justa causa. Prisão preventiva decretada com base nos pressupostos
de garantia da ordem pública, da aplicação da lei penal e por conveniência da
instrução criminal (CPP, art. 312), em adequação de fatos concretos à norma abstrata,
está suficientemente fundamentada. A jurisprudência do Tribunal firmou-se no
sentido de não exigir a individualização das ações de cada agente quando se trata
de crime de autoria coletiva. Decreto de prisão preventiva com fundamento em
denúncia que descreve a forma como os integrantes da quadrilha agiam não pode
ser desconstituído por falta de justa causa. Habeas corpus conhecido e indeferido.”
(HC n. 79.237/MS, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 12-4-2002.)
Entretanto, verifica-se pelos documentos dos autos que o paciente foi preso em
flagrante em 13-9-03 (fl. 21), encontrando-se nessa situação, portanto, há quase dois
anos e meio.
Ora, a duração prolongada da prisão cautelar afronta princípios constitucionais,
especialmente o da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88); o do devido proces-
so legal (art. 5º, LIV, CF/88); o da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88) e o da
razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, CF/88).
Em julgamento plenário, esta Corte já se posicionou nesse sentido, deixando as-
sente que nada justifica a mantença de uma pessoa na prisão, sem culpa formada, quando
a sua segregação cautelar, excepcional, já dura por prazo maior do que seria razoável. Eis
a ementa dessa decisão:
“Ementa: Processo penal — Prisão cautelar — Excesso de prazo — Inad-
missibilidade — Ofensa ao postulado constitucional da dignidade da pessoa
humana (CF, art. 1º, III) — Transgressão à garantia do devido processo legal
1118 R.T.J. — 198

(CF, art. 5º, LIV) — Habeas corpus conhecido em parte e, nessa parte, deferido.
O excesso de prazo, mesmo tratando-se de delito hediondo (ou a este equipara-
do), não pode ser tolerado, impondo-se, ao Poder Judiciário, em obséquio aos
princípios consagrados na Constituição da República, o imediato relaxamento
da prisão cautelar do indiciado ou do réu. — Nada pode justificar a permanência
de uma pessoa na prisão, sem culpa formada, quando configurado excesso irrazo-
ável no tempo de sua segregação cautelar (RTJ 137/287 — RTJ 157/633 — RTJ
180/262-264 — RTJ 187/933-934), considerada a excepcionalidade de que se
reveste, em nosso sistema jurídico, a prisão meramente processual do indiciado ou
do réu, mesmo que se trate de crime hediondo ou de delito a este equiparado. — O
excesso de prazo, quando exclusivamente imputável ao aparelho judiciário — não
derivando, portanto, de qualquer fato procrastinatório causalmente atribuível ao
réu — traduz situação anômala que compromete a efetividade do processo, pois,
além de tornar evidente o desprezo estatal pela liberdade do cidadão, frustra um
direito básico que assiste a qualquer pessoa: o direito à resolução do litígio, sem
dilações indevidas (CF, art. 5º, LXXVIII) e com todas as garantias reconhecidas
pelo ordenamento constitucional, inclusive a de não sofrer o arbítrio da coerção
estatal representado pela privação cautelar da liberdade por tempo irrazoável ou
superior àquele estabelecido em lei. — A duração prolongada, abusiva e irrazoável
da prisão cautelar de alguém ofende, de modo frontal, o postulado da dignidade da
pessoa humana, que representa — considerada a centralidade desse princípio es-
sencial (CF, art. 1º, III) — significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte
que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País
e que traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre
nós, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de direito consti-
tucional positivo. Constituição Federal (art. 5º, incisos LIV e LXXVIII). EC 45/
2004. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (art. 7º, n. 5 e 6). Doutrina.
Jurisprudência. — O indiciado ou o réu, quando configurado excesso irrazoável na
duração de sua prisão cautelar, não podem permanecer expostos a tal situação de
evidente abusividade, ainda que se cuide de pessoas acusadas da suposta prática
de crime hediondo (Súmula 697/STF), sob pena de o instrumento processual da
tutela cautelar penal transmudar-se, mediante subversão dos fins que o legitimam,
em inaceitável (e inconstitucional) meio de antecipação executória da própria
sanção penal. Precedentes.” (HC 85.237/DF, Rel. Min. Celso de Mello, Pleno,
17-3-05.)
Outrossim, desde algum tempo, a jurisprudência da Corte vem sendo consolidada
no sentido de que a demora na instrução e julgamento da ação penal, desde que gritante,
abusiva e irrazoável, caracteriza o excesso de prazo, não sendo admissível manter uma
pessoa sob coerção estatal, cautelarmente, por tempo indeterminado. Nesse sentido, os
precedentes mais recentes: RHC 83.177/PI, Rel. Min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ
de 19-3-04; HC 85.237/DF, Rel. Min. Celso de Mello, Pleno, 17-3-05; HC 85.068/RJ,
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de 3-6-05; HC 86.019/RS, Rel. Min.
Carlos Britto, Segunda Turma, julgamento em 27-9-05.
Com essas considerações, o meu voto é pela concessão de ofício da ordem de
habeas corpus, determinando seja expedido alvará de soltura em favor do ora Paciente,
se por outro motivo não estiver preso.
R.T.J. — 198 1119

VOTO
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Senhor Presidente, entendo que seja o caso de se
conceder; sobretudo nessa região de São Paulo, há precedentes, envolvendo situações
bem mais graves, em que temos concedido.

DEBATE
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): Da tribuna, afirmou-se que o paciente
estaria preso há dois anos, aguardando julgamento. Vossa Excelência, no entanto, men-
cionou, se não me engano, um ano.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): No habeas corpus falava-se em um ano,
isso quando do julgamento no STJ.
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): Quando ocorreu o julgamento no
Superior Tribunal de Justiça?
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Setembro de 2005.
Nesse caso, houve a pronúncia, e pendia de julgamento o recurso em sentido
estrito contra a decisão.
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Houve um caso recente, de minha relatoria, no
final do ano passado, em que se tratava de uma situação muito mais grave do que essa —
réu envolvido em atividades criminosas em dois Estados: Goiás e Rio de Janeiro — ao
qual concedemos a ordem.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Prazo menor?
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Mais ou menos o mesmo prazo: dois anos e meio.
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): Trata-se de homicídio simples?
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Crime de homicídio e homicídio qualificado.
Senhor Presidente, na verdade, a questão pende desse recurso em sentido estrito e
há esse incidente quanto à sanidade mental.
Vossa Excelência tenderia a considerar excessivo o prazo?
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): Manter-se presa uma pessoa, sem jul-
gamento, por um período tão prolongado, especialmente conhecendo-se a realidade do
foro paulistano, cujos julgamentos nem sempre são tão céleres como deveriam ser, ainda
mais perante o Tribunal do Júri, não obstante a inteira dedicação de seus ilustres magis-
trados, parece-me que o caso em exame justificaria a concessão, ex officio, da ordem de
habeas corpus.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Sim, poderíamos conceder de ofício, não
haveria nenhuma dificuldade em fazê-lo.
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): O Ministro Joaquim Barbosa entende
possível essa solução?
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Sobretudo nessa região de São Paulo. Nós temos
precedentes, envolvendo situações bem mais graves, em que temos concedido.
A Sra. Ministra Ellen Gracie: A rigor, a instrução está completa?
1120 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Sim. Eu não tive oportunidade de verificar.
Imagino que não deva ter havido o exame do recurso estrito da pronúncia. Por essa razão,
óbvio, que há demora na definição do júri.
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): Especialmente se se considerar o que
dispõe o art. 416 do CPP.
A Sra. Ministra Ellen Gracie: De modo que, toda vez que o réu, paciente, manifestar
recurso, teremos que liberar.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Nesse caso, o recurso é do Ministério
Público?
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): Foi interposto pelo Ministério Público.
A Sra. Ministra Ellen Gracie: Então, nesse caso, com mais razão.
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): interposto o recurso em sentido estrito
da sentença de pronúncia, suspende-se o julgamento pelo júri, consoante determina o
art. 584, § 2º, do CPP.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): Teremos que fazer ponderações, claro,
tendo em vista os recursos interpostos, eventualmente, pelo réu e os fundamentos da
prisão.
Então, neste caso, concedemos a ordem de ofício.

EXTRATO DA ATA
HC 86.915/SP — Relator: Ministro Gilmar Mendes. Paciente: Jakson Gonçalves de
Macedo. Impetrante: Damião Tavares dos Santos. Coator: Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: A Turma, por votação unânime e nos termos do voto do Relator, concedeu,
de ofício, o habeas corpus em favor do paciente, determinando a imediata expedição de
alvará de soltura se por al não estiver preso. Falou, pelo paciente, o Dr. Damião Tavares
dos Santos.
Presidência do Ministro Celso de Mello. Presentes à sessão a Ministra Ellen Gracie
e os Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Subprocurador-Geral da República,
Dr. Paulo da Rocha Campos.
Brasília, 21 de fevereiro de 2006 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.

HABEAS CORPUS 87.338 — SE

Relator: O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski


Paciente: Luciano Franco Barreto — Impetrantes: Ana Cláudia Maranhão Alves e
outros — Coator: Turma Recursal dos Juizados Especiais Criminais da Comarca de Aracaju
Habeas corpus. Processo penal. Princípios do contraditório e da am-
pla defesa. Turma Recursal de Juizado Especial Criminal. Prazo recursal.
R.T.J. — 198 1121

I - Não obstante a realização de sustentação oral perante Turma


Recursal nos Juizados Especiais Criminais, a contagem do prazo para a
oposição de embargos de declaração inicia, tão-somente, a partir da efe-
tiva ciência do inteiro teor da decisão, que se dá com a publicação da
decisão recorrida ou com o recibo expresso da referida ciência (art. 83 da
Lei 9.099/95).
II - Tempestividade dos embargos de declaração opostos dentro do
prazo de 5 (cinco) dias da publicação do inteiro teor do acórdão.
III - Ordem concedida.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, deferir
o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Impedido o Ministro Carlos
Britto.
Brasília, 6 de junho de 2006 — Ricardo Lewandowski, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Trata-se de habeas corpus impetrado em
favor de Luciano Franco Barreto contra decisão da Turma Recursal dos Juizados Cri-
minais da Capital do Estado de Sergipe que considerou intempestivos os embargos de
declaração opostos.
Os impetrantes sustentam que o teor do acórdão da Turma Recursal fora disponi-
bilizado em 13-8-05 (fl. 124, verso), com publicação em 21-9-05 (fl. 129), e que o
prazo para recurso de embargos somente correria da data da publicação da decisão
pela imprensa oficial.
Indeferida a liminar (fl. 153), foram prestadas as informações de estilo pela auto-
ridade apontada como coatora, com cópia integral dos autos (fls. 165-249). A Procurado-
ria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem (fls. 255-257).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Trata-se de habeas corpus que
ventila, em essência, questão acerca do termo inicial do prazo para oferecimento de
recurso perante Turma Recursal de Juizado Especial Criminal.
No caso sob exame, o paciente viu-se impossibilitado de tomar conhecimento do
conteúdo da decisão, conforme depreende-se das certidões constantes nos autos.
Com efeito, vê-se que os embargos de declaração do paciente, ora querelado, foram
opostos no período legal de cinco dias da data da publicação do acórdão da Turma
Recursal. Tempestivos, portanto.
1122 R.T.J. — 198

Em que pese aos princípios inerentes aos Juizados Especiais, há que ser observado
o princípio maior da garantia do contraditório e da ampla defesa. Não é razoável a
declaração de intempestividade em razão da existência de sustentação oral dos procura-
dores, muito menos quando inexistentes registros expressos da ciência do conteúdo da
decisão colegiada.
Inaplicável o art. 19, § 1º, da Lei 9.099/95, que segue transcrito:
“Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para a citação, ou por
qualquer outro meio idôneo de comunicação.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as
partes.”
O disposto no § 1º do referido artigo tem por objeto tão-somente os atos praticados
em audiência, entendidos, restritivamente, como os atos de primeira instância ou, quando
nas Turmas Recursais, aqueles que podem ser aferidos mediante termo de ciência nos
autos.
Sem razão, também, a fundamentação dada com base no art. 49 da Lei dos Juizados
Especiais, uma vez que trata das ocorrências em matéria civil, ainda que de conteúdo
igual ao § 1º do art. 83. O art. 49 possui o seguinte teor:
“Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oral-
mente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.”
A questão é tratada, quanto aos juizados criminais, no art. 83 da Lei 9.099/95, o
qual impõe a contagem do prazo também a partir da ciência da decisão, que se dá com a
intimação ou com o recibo de ciência do decidido. Registro, por oportuno, que a Reso-
lução n. 8/1999 do Tribunal de Justiça de Sergipe trata da matéria em seu art. 112, que
impõe a publicação das decisões e a certificação da data de intimação nos autos.
Isso posto, concedo a ordem do presente writ para declarar a tempestividade dos
embargos de declaração opostos perante a Turma Recursal Criminal, que deverá analisar
o recurso e proceder como entender de direito.
É como voto.

EXTRATO DA ATA
HC 87.338/SE — Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Paciente: Luciano
Franco Barreto. Impetrantes: Ana Cláudia Maranhão Alves e outro. Coator: Turma
Recursal dos Juizados Especiais Criminais da Comarca de Aracaju.
Decisão: A Turma deferiu o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Impedido o Ministro Carlos Britto.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Ricardo Lewandowski. Subprocurador-Geral da
República, Dr. Edson Oliveira de Almeida.
Brasília, 6 de junho de 2006 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.
R.T.J. — 198 1123

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS 87.580 — RS

Relator: O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski


Agravante: André Sniadower — Agravada: Relatora do Habeas Corpus n. 51.228
do Superior Tribunal de Justiça
Penal. Processual Penal. Habeas corpus: Súmula 691/STF. Aplica-
ção. Supressão de instância: impossibilidade.
I - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas
corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus reque-
rido a tribunal superior, indefere a liminar, nos exatos termos da Súmula
691/STF.
II - Impossibilidade da atuação jurisdicional do STF quando os ar-
gumentos expostos não foram enfrentados pela Corte de origem, sob pena
de supressão de instância.
III - Negado seguimento ao habeas corpus. Agravo regimental
improvido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por decisão unânime,
negar provimento ao agravo regimental no habeas corpus.
Brasília, 8 de agosto de 2006 — Ricardo Lewandowski, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Trata-se de agravo regimental interposto
por André Sniadower, da decisão de fls. 122-130, que negou seguimento a pedido de
habeas corpus, tendo em vista a aplicação da Súmula 691/STF.
Alega que o decreto de prisão preventiva carece de fundamentação, dado que o
agravante permaneceu preso somente pelo fato de se tratar de crime hediondo. Sustenta,
ainda, que há nos autos comprovação da dependência química do agravante, não havendo
qualquer indício de que ele seja um traficante.
Aduz, mais, que não foi observado o rito previsto na Lei 10.409/02 e que se trata de
acusado primário, com residência certa. Assim, tem-se, no caso, situação excepcional,
que ensejaria o conhecimento do habeas corpus.
Diz, ainda, que, em caso semelhante — HC 86.864/SP, impetrado em favor de
Flávio Maluf —, foi deferido o pedido de medida liminar.
Ao final, requer o agravante a reconsideração da decisão impugnada ou, caso assim
não se entenda, o provimento do presente agravo regimental, objetivando reformar a deci-
são agravada, com a conseqüente expedição de alvará de soltura em favor do agravante.
É o relatório.
1124 R.T.J. — 198

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Trata-se de agravo regimental
interposto por André Sniadower contra decisão monocrática proferida pelo eminente
Ministro Carlos Velloso, então Relator, que negou seguimento a pedido de habeas
corpus, dada a aplicação, ao caso, do teor da Súmula 691/STF.
Sustentando a inaplicabilidade da Súmula 691/STF, o recorrente argumenta, em
síntese, o seguinte:
a) a carência de fundamentação do decreto de prisão preventiva;
b) inexistência de comprovação de que o recorrente é traficante de drogas;
c) inobservância do rito previsto na Lei 10.409/02.
Bem examinados os autos, penso não ter razão o recorrente.
A decisão proferida pela eminente Ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de
Justiça, ao indeferir o pedido de liminar nos autos do HC 51.228/RS, consignou:
“(...)
Observo, em juízo de cognição sumária, após a leitura do acórdão ora atacado,
que a tese relativa à inobservância, pelo juízo processante, do rito procedimental
previsto na Lei n. 10.409/02, não foi objeto de apreciação pelo Tribunal a quo,
razão pela qual o seu exame, pelo Superior Tribunal de Justiça, implicaria em
vedada supressão de instância.
Ademais, impende dizer que o imediato reconhecimento do noticiado constran-
gimento ilegal, no tocante à validade do decreto judicial de prisão preventiva, com a
conseqüente reforma do julgado hostilizado, confunde-se com o próprio mérito da
impetração, cuja análise competirá ao órgão colegiado, no momento oportuno.
(...).” (Fls. 116-117)
O caso está a revelar, de forma clara, a aplicabilidade do entendimento já sumulado
desta Casa, no sentido de que não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de
habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar, nos exatos termos da Súmula 691/STF.
Observo, ainda, que os argumentos expostos pelo recorrente não foram enfrenta-
dos pela decisão que motivou a impetração do presente writ, tornando impossível a
atuação jurisdicional desta Corte, sob pena de supressão de instância.
Portanto, no presente caso, não reconheço a existência de elementos suficientes a
superar o óbice decorrente do entendimento firmado na Súmula 691 do Supremo Tribunal
Federal.
Nego provimento ao agravo.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, tenho estabelecido, nessas
impetrações contra ato que implique o indeferimento de medida acauteladora, distin-
ções. Examino sempre a excepcionalidade do caso.
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Também eu, Ministro Marco Aurélio.
R.T.J. — 198 1125

O Sr. Ministro Marco Aurélio: Vossa Excelência, procedendo a esse exame, entende
que não se tem constrangimento ilegal configurado?
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Exatamente. Examinei, o decreto
de prisão preventiva, está bem fundamentado. Trata-se de uma acusação de tráfico de
drogas. E não vi nada de excepcional que justificasse o provimento.
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Ante essas premissas, Senhor Presidente, acompanho
o Relator no voto proferido e desprovejo o agravo.

EXTRATO DA ATA
HC 87.580-AgR/RS — Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Agravante:
André Sniadower (Advogado: Antônio Dionísio Lopes). Agravada: Relatora do Habeas
Corpus n. 51.228 do Superior Tribunal de Justiça.
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no habeas corpus.
Unânime.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Carlos Britto, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. Subprocuradora-Geral da
República, Dra. Cláudia Sampaio Marques.
Brasília, 8 de agosto de 2006 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

HABEAS CORPUS 87.776 — SP

Relator: O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski


Paciente: Wilson Alfredo Perpétuo — Impetrantes: Maria Elizabeth Queijo e
outro — Coator: Superior Tribunal de Justiça
Processo penal. Habeas corpus. Prisão preventiva. Excesso de prazo.
Princípio da razoabilidade.
I - O princípio da razoabilidade impõe o reconhecimento do excesso
de prazo da prisão preventiva quando a delonga no curso processual não
for atribuível à defesa.
II - Habeas corpus concedido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por decisão unânime,
deferir o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Não participou,
justificadamente, deste julgamento a Ministra Cármen Lúcia.
Brasília, 29 de junho de 2006 — Ricardo Lewandowski, Relator.
1126 R.T.J. — 198

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Trata-se de habeas corpus impetrado em
favor de Wilson Alfredo Perpétuo contra acórdão da 5ª Turma do Superior Tribunal de
Justiça que denegou o HC 45.818/SP. Esta a ementa do julgado:
“Processual Penal. Habeas corpus. Operação Lince. Prevenção não confi-
gurada. Lavagem de dinheiro por delegado e agente da Polícia Federal. Prisão
preventiva. Decisão devidamente fundamentada. Prevenção à reiteração de prá-
ticas criminosas. Excesso de prazo para o encerramento da instrução criminal.
Incidência, na hipótese, da Súmula 52/STJ. Constrangimento ilegal inexistente.
Ordem denegada.
1. Nos termos do art. 71 do RISTJ, a distribuição do habeas corpus torna
preventa a competência do relator para todos os recursos posteriores, tanto na ação
como na execução, referentes ao mesmo processo. Não-ocorrência na hipótese.
2. A existência de uma organização criminosa, pelo menos em tese, incrustada
dentro de uma delegacia de polícia federal, com a finalidade de praticar variados
delitos, utilizando-se das prerrogativas das funções públicas ocupadas pelos seus
integrantes (delegados e agentes), configura grave ameaça à ordem pública, tendo
em vista a potencialidade corrosiva das estruturas sociais formais, que deveriam
estar voltadas ao combate à criminalidade que assola a sociedade, ao invés de com
ela estar compactuada.
3. Estando o processo penal na fase de alegações finais, com recente expedi-
ção de mandado para a intimação da defesa, incide o disposto na Súmula 52/STJ,
segundo a qual: ‘Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de cons-
trangimento por excesso de prazo’.
4. Ordem denegada.” (Fl. 45)
O paciente, Delegado da Polícia Federal, foi denunciado como incurso nas sanções
do art. 1º, V e VII, da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro), juntamente com outros co-réus.
Com base no art. 312 do Código de Processo Penal, foi decretada prisão preventiva
do paciente em 19-7-2004.
Sustentam as impetrantes, em síntese, a carência de fundamentação no decreto de
prisão preventiva, bem como o excesso de prazo para o encerramento da instrução crimi-
nal, dado que o paciente encontra-se preso há quase 2 (dois) anos.
Postulam, ao final, a concessão da ordem para que seja cassado o decreto de prisão
preventiva “ou, quando menos, seja reconhecido a final o excesso de prazo na prisão
cautelar” (fl. 10).
Indeferida a liminar pelo então Presidente, Ministro Nelson Jobim (fls. 19-20), a
douta Procuradoria-Geral da República opinou pela denegação da ordem (fls. 22-28).
Requisitadas as informações de estilo, foram elas prestadas pelo eminente Ministro
Barros Monteiro, Presidente do Superior Tribunal de Justiça (fls. 37-50).
É o relatório.
R.T.J. — 198 1127

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Trata-se de habeas corpus
impetrado em favor de Wilson Alfredo Perpétuo contra acórdão da 5ª Turma do Supe-
rior Tribunal de Justiça que denegou o HC 45.818/SP ao argumento de que, “estando o
processo penal na fase de alegações finais, com recente expedição de mandado para a
intimação da defesa, incide o disposto na Súmula 52/STJ, segundo a qual: ‘Encerrada
a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de
prazo’” (fl. 40).
Observo, de início, que a persecução penal contra o paciente iniciou-se como
desdobramento das investigações realizadas pela chamada “Operação Lince”, intentada
pelo Serviço de Inteligência da Polícia Federal, na qual “foram coletadas provas da
participação de agentes e delegados da Polícia Federal na prática de diversos crimes,
que deram origem a diversos processos criminais” (fl. 42).
O ora paciente, Delegado da Polícia Federal, foi denunciado pela prática do crime
previsto no art. 1º, V e VII, da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro), juntamente com
outros co-réus, por haver ocultado e dissimulado a origem e a movimentação de valores
obtidos na prática de crime contra a administração pública.
Após o recebimento da denúncia pelo juízo federal de 1º grau (fl. 44 do apenso), foi
decretada a prisão preventiva do paciente (fls. 38-43 do apenso), em 19-7-2004, lastreada
em farto material investigatório, em especial material oriundo de interceptação telefônica,
judicialmente autorizada, que originou a instauração de 12 (doze) ações penais contra o
paciente e outros envolvidos.
Da decisão cautelar constritiva da liberdade do paciente foram impetrados habeas
corpus perante o Tribunal Regional Federal da 3ª Região e o Superior Tribunal de
Justiça, os quais restaram denegados. Em ambas as ações, com pouquíssimas variações,
a impetração sustenta a inocorrência dos pressupostos para a decretação da medida
extrema, dispostos no art. 312 do Código de Processo Penal.
Ao denegar a ordem no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, julgando presentes
os pressupostos da prisão preventiva, bem como por não reconhecer o alegado excesso
de prazo da constrição da liberdade, o eminente Ministro Arnaldo Esteves Lima, Relator
do HC 45.818/SP, consignou:
“(...)
Verifica-se, assim, que, tanto a decisão do Juízo processante como o acórdão
que denegou o writ, originário demonstraram de forma satisfatória a necessidade da
medida, principalmente pelo fato da existência de fortes indícios de que o paciente
utiliza-se do cargo para a reiteração de práticas delituosas, sendo um dos integrantes
da organização criminosa instalada no âmbito da Polícia Federal, com papel de
destaque em razão de sua ascendência funcional como delegado de polícia.
(...)
Portanto, conforme relatado pelo Juízo processante, por meio de monitoramento
telefônico autorizado judicialmente, chega-se à conclusão de que a Delegacia de
1128 R.T.J. — 198

Polícia Federal em Ribeirão Preto transformou-se numa central criminosa, uma


verdadeira ‘agência de prestação de serviços criminosos, com a participação de
delegados, dentre eles o ora paciente, agentes e terceiros’ (fls. 180-181).
Dessa forma, ‘Resta devidamente fundamentado o decreto prisional, com o
reconhecimento da materialidade do delito e de indícios de autoria, e expressa
menção à situação concreta que se caracteriza pela garantia da ordem pública, em
virtude da real possibilidade de prática de novos delitos’ (RHC 16.254/MG, Rel.
Min. Felix Fischer, DJ de 16.11.2004, p. 302).
(...)
Por fim, no que toca ao alegado excesso de prazo para o encerramento da
instrução criminal, melhor sorte não assiste aos impetrantes, uma vez que o proces-
so penal encontra-se na fase de alegações finais, cujo mandado para a intimação da
defesa foi expedido no dia 29/9/2005, conforme se vê em consulta ao endereço
eletrônico do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, incidindo, na hipótese, o
disposto na Súmula 52/STJ, segundo a qual: ‘Encerrada a instrução criminal, fica
superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo’”. (Fls. 41-43)
Com efeito, em que pese a complexidade dos desdobramentos havidos com a
denominada “Operação Lince”, urge reconhecer que o paciente encontra-se preventi-
vamente preso, em decorrência da apuração de infrações acerca de crimes da Lei n.
9.613/98 (lavagem ou ocultação de valores), há quase dois anos, haja vista sua decreta-
ção em 19-7-04.
Esta Corte vem reiterando o posicionamento de que o excesso de prazo, para fins
de manutenção de prisão cautelar, ainda que se trate de crime hediondo ou a ele equipa-
rado, ofende o princípio da dignidade da pessoa humana. Paradigmático, neste sentido,
o acórdão proferido pelo Plenário, em votação unânime, no HC 85.237/DF, Rel. Min.
Celso de Mello. Referido acórdão abordou também a inaceitável subversão dos fins do
instrumento processual como meio de antecipação executória da própria sanção penal.
Na esteira do citado acórdão, vasta gama de decisões proferidas pela Corte: HC
87.241/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; HC 86.915/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes; HC
84.931/CE, Rel. Min. Cezar Peluso; HC 84.934/RO, Rel. Min. Marco Aurélio; HC
86.233/PA, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; HC 88.050-MC/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes.
Registro, por oportuno, que consulta processual acerca do processo n.
2004.61.02007179-1, nos sistemas do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, indicam a
finalização da instrução processual em 16-1-06, com a juntada ao processo de alegações
finais de um dos réus. Encontram-se os autos conclusos para sentença desde 15-2-06, há
mais de quatro meses, portanto, sem que se possa responsabilizar a defesa pela delonga
em ser proferida decisão de mérito.
Ponderando-se que a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal vem entendendo que
o encerramento da instrução criminal desqualifica a argumentação de excesso de prazo
para fins de manutenção de prisão provisória (HC 85.611, Rel. Min. Ellen Gracie; HC
86.618, Rel. Min. Ellen Gracie; HC 81.878, Rel. Min. Nelson Jobim), há que se balancear
os bens jurídicos considerados, parecendo-me razoável admitir que, no presente caso, o
lapso temporal da prisão preventiva seja afrontoso ao ordenamento constitucional.
R.T.J. — 198 1129

Pelo exposto, concedo a ordem para, reconhecendo o excesso de prazo na prisão


cautelar do paciente, determinar que ele aguarde em liberdade o julgamento de 1º grau,
se por al não estiver preso.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Presidente): Também restrinjo-me, por ora, ao
excesso de prazo. Ultrapassou-se o limite da razoabilidade, a que temos condicionado o
reconhecimento do excesso de prazo, depois de finda a instrução ou após a pronúncia.

EXTRATO DA ATA
HC 87.776/SP — Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Paciente: Wilson
Alfredo Perpétuo. Impetrantes: Maria Elizabeth Queijo e outro. Coator: Superior Tribunal
de Justiça.
Decisão: A Turma deferiu o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento a Ministra Cármen
Lúcia. Falou pelo paciente a Dra. Maria Elizabeth Queijo.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Carlos Britto e Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, a Ministra
Cármen Lúcia. Compareceu o Ministro Cezar Peluso a fim de julgar processos a ele
vinculados, assumindo a cadeira da Ministra Cármen Lúcia. Subprocurador-Geral da
República, Dr. Rodrigo Janot.
Brasília, 29 de junho de 2006 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 287.905 — SC

Relatora: A Sra. Ministra Ellen Gracie


Relator para o acórdão: O Sr. Ministro Joaquim Barbosa (art. 38, IV, b, do RISTF)
Recorrente: Estado de Santa Catarina — Recorrida: Elizandra Maria Fontana
Constitucional. Licença-maternidade. Contrato temporário de tra-
balho. Sucessivas contratações. Estabilidade provisória. Art. 7º, XVIII, da
Constituição. Art. 10, II, b, do ADCT. Recurso desprovido.
A empregada sob regime de contratação temporária tem direito à
licença-maternidade, nos termos do art. 7º, XVIII, da Constituição e do
art. 10, II, b, do ADCT, especialmente quando celebra sucessivos contra-
tos temporários com o mesmo empregador.
Recurso a que se nega provimento.
1130 R.T.J. — 198

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do Ministro Celso de Mello, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos,
conhecer e negar provimento ao recurso extraordinário, vencida a Ministra Relatora
Ellen Gracie, que lhe dava provimento.
Brasília, 28 de junho de 2005 — Joaquim Barbosa, Relator para o acórdão (RISTF,
art. 38, IV, b).

RELATÓRIO
A Sra. Ministra Ellen Gracie: Trata-se de recurso extraordinário interposto contra
acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina que concedeu parcialmente
mandado de segurança à recorrida, para assegurar-lhe o gozo da licença-maternidade,
com as vantagens constitucionalmente asseguradas. É esta a ementa do acórdão:
“Administrativo. Professora temporária.
A temporariedade do contrato das professoras admitidas no regime da Lei n.
8.391/91 não prejudica a percepção da licença à gestante, se os últimos 120 dias da
gestação têm início na vigência do contrato.
É que, à duração por prazo certo do contrato sobrevém acontecimento natural
que a Constituição Federal protege com licença por 120 dias que não é uma
benesse ao trabalhador, mas uma proteção ao nascituro e ao infante.
Quanto à admissão da impetrante com professora temporária em 1998, não há
prova de que ela tivesse se submetido a processo seletivo ou comparecido perante
a Junta Médica, como alega.
Segurança parcialmente deferida.” (Fl. 62)
Alega o recorrente ofensa aos arts. 2º; 7º, XVIII; c/c 39, § 2º; 37, caput, II e IX, da
CF, eis que se “estará conferindo estabilidade, mesmo que temporária, à contratação
por tempo certo, já que implica em elastecer o prazo para o qual a Recorrida foi
admitida” (fl. 78). Argumenta, apontando julgados do TST, que o art. 10, II, b, do ADCT
é inaplicável ao caso, pois, “quando finda a admissão por prazo certo, tal ocorrência
não implica em exoneração ou demissão, mas tão somente concretiza o termo final de
prazo para o qual houve a admissão, portanto a idéia de estabilidade mesmo que
transitória choca de frente com a característica da admissão, sendo incompatíveis (...)”
(fl. 77).
O parecer do Ministério Público Federal é pelo parcial conhecimento do recurso e,
nessa parte, pelo seu improvimento (fls. 100-102).
É o relatório.

VOTO (Antecipação)
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): Sr. Presidente, chamo a atenção dos Cole-
gas porque, ainda na sessão anterior, julgamos um caso assemelhado, relativo a professora
temporária do Estado de Minas Gerais. Neste caso, estamos diante também de situação
R.T.J. — 198 1131

de professora com contratação temporária. Trata-se da licença em que se defere aquela


estabilidade provisória própria da gestante.
Estou encaminhando meu voto na linha do parecer do Ministério Público, para
conhecer do recurso e lhe dar provimento, cassando a segurança. Alerto Vossas Excelên-
cias, embora a mim agradasse muito deferir este mandado de segurança, que vejo com
preocupação as conseqüências que podem advir para as mulheres em geral no mercado
de trabalho, que poderão, a partir de uma tal orientação, deixar de ser admitidas para
esses contratos temporários, já que o empregador nunca saberá se, ao término do contra-
to, não terá, em face de uma gravidez, que prorrogar pagamentos por mais um período
que não estava nas suas previsões.

VOTO
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): Colho dos autos que a recorrida foi contra-
tada temporariamente como professora no período entre 3-2-1997 e 30-12-1997. Em 2-
2-1998, compareceu à Delegacia de Polícia de Chapecó e disse ter procurado a 11ª CRE
para solicitar sua admissão como professora no ano de 1998, o que lhe teria sido negado
tendo em vista estar a impetrante no 8º mês de gravidez.
Sob o fundamento de que “não fez prova a impetrante de que tivesse se submetido
a processo seletivo e a perícia médica”, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa
Catarina indeferiu o pedido de recontratação para o ano de 1998. No entanto, concedeu
parcialmente a ordem “para assegurar à impetrante, independentemente do término do
contrato de trabalho para professora temporário em 1997, o gozo de licença materni-
dade, com as vantagens constitucionalmente asseguradas (art. 7º, XVIII)” (fl. 66).
O acórdão recorrido tem por fundamento, verbis:
“Estando a menos de dois meses do parto ao encerrar-se o contrato de trabalho,
neste há de integrar-se, sem dúvida, a licença a gestante que a Constituição garante
por 120 dias, sem prejuízo do salário, pois à duração por prazo certo do contrato,
sobreveio acontecimento natural que a Constituição protege com licença por 120
dias, o que não é uma benesse ao trabalhador, mas uma proteção ao nascituro e
ao infante” (fl. 65).
A tese deduzida no recurso extraordinário merece prosperar.
O art. 10 do ADCT estabelece:
“Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º,
I, da Constituição:
(...)
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
(...)
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses
após o parto.”
Com efeito, não se tratando de dispensa arbitrária ou sem justa causa, mas de
encerramento do prazo regular de duração de contrato temporário sob regime adminis-
1132 R.T.J. — 198

trativo especial regulado pela Lei estadual 8.391/19911, não há se falar em incidência
do art. 10, II, b, do ADCT ao caso. Nesse sentido, a decisão proferida pelo Ministro
Marco Aurélio no AI 253.844 (DJ de 14-12-1999).
Dessa forma, a interpretação dada pelo Tribunal estadual ao art. 7º, XVIII, c/c o art.
39, § 2º (redação original), CF, importa em ter por absoluta a estabilidade garantida à
gestante no art. 10, II, b, do ADCT, exegese contrária à própria literalidade do dispositivo.
Ante o exposto, conheço do recurso e lhe dou provimento, para cassar a segurança
concedida. Custas ex lege.

EXTRATO DA ATA
RE 287.905/SC — Relatora: Ministra Ellen Gracie. Relator para o acórdão: Ministro
Joaquim Barbosa (art. 38, IV, b, do RISTF). Recorrente: Estado de Santa Catarina (Advo-
gado: PGE/SC – Ivan S. Thiago de Carvalho). Recorrida: Elizandra Maria Fontana (Ad-
vogados: Luís Claudio Fritzen e outra).
Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, conhecendo do recurso e dando-lhe
provimento, pediu vista o Ministro Joaquim Barbosa. Ausentes, justificadamente, neste
julgamento, os Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes. Presidiu este julgamento o
Ministro Carlos Velloso.
Presidência do Ministro Carlos Velloso. Presentes à sessão a Ministra Ellen Gracie
e o Ministro Joaquim Barbosa. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Minis-
tros Celso de Mello e Gilmar Mendes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Haroldo
Ferraz da Nóbrega.
Brasília, 5 de outubro de 2004 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.

VOTO (Vista)
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Antes de proferir meu voto, farei uma breve
recapitulação do caso.
O Estado de Santa Catarina ajuizou recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Cons-
tituição) alegando violação dos arts. 2º; 7º, XVIII; 37, caput, II e IX; e 39, § 2º, da Carta
Magna.

1 Lei 8.391/1991/SC
Art. 2º A admissão de professor dar-se-á, exclusivamente, para o desempenho de atividades
docentes por tempo determinado, em substituição aos afastamentos legais dos titulares.
§ 1º A admissão de que trata este artigo poderá ocorrer excepcionalmente nos seguintes casos:
I - em virtude de existência de vaga não ocupada em concurso público;
II - por imperativo de convênio com a Fundação Catarinense de Educação Especial – FCEE ou
desta com Associação de Pais e Amigos de Excepcionais – APAE;
III - em decorrência de abertura de novas vagas por criação ou por dispensa de seu ocupante;
§ 2º Nas hipóteses referidas nos incisos acima, a necessidade da admissão deverá estar devidamente
comprovada e o prazo não poderá exceder ao término do ano civil.”
R.T.J. — 198 1133

A recorrida foi admitida em caráter temporário (3-2-1997 a 30-12-1997) como


professora da rede oficial de ensino do Estado de Santa Catarina (fls. 02-03). Findo o
contrato, por decurso do prazo prefixado, impetrou mandado de segurança pleiteando a
nulidade do ato de dispensa em razão da estabilidade temporária decorrente de seu
estado de gravidez, bem como a garantia de emprego e a licença-maternidade.
O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina concedeu parcialmente a segu-
rança, para assegurar à impetrante, independentemente do término do contrato de traba-
lho temporário, o gozo de licença-maternidade, com as vantagens constitucionais asse-
guradas (fl. 66).
Segundo alega o recorrente, ao deferir parcialmente o mandado de segurança
impetrado pela recorrida, assegurando a esta a licença-maternidade independentemente
da data previamente fixada para o término de sua admissão, o Tribunal de Justiça provo-
cou uma dilação do prazo do contrato de trabalho, o que resultaria em violação dos
preceitos constitucionais supracitados.
Em 5 de outubro de 2004, a eminente Relatora trouxe o feito para julgamento. Em
seu voto, conheceu do recurso e deu-lhe provimento, para cassar a segurança concedida.
Profiro meu voto.
É fato inconteste que a recorrida fora admitida como temporária, nos termos da Lei
estadual 8.391/1991 (sem as alterações legais posteriores). Dispunha o art. 2º do referido
diploma legal:
“Art. 2º A admissão de professor dar-se-á, exclusivamente, para o desempe-
nho de atividades docentes por tempo determinado, em substituição aos afasta-
mentos legais dos titulares.
§ 1º A admissão de que trata este artigo poderá ocorrer excepcionalmente nos
seguintes casos:
I - em virtude de existência de vaga não ocupada em concurso público;
II - por imperativo de convênio com a Fundação Catarinense de Educação
Especial – FCEE ou desta com Associação de Pais e Amigos de Excepcionais –
APAE;
III - em decorrência de abertura de novas vagas por criação ou por dispensa de
seu ocupante;
§ 2º Nas hipóteses referidas nos incisos acima, a necessidade da admissão
deverá estar devidamente comprovada e o prazo não poderá exceder ao término
do ano civil.” (Grifei)
Ou seja, ao firmar o contrato de trabalho com o ente público, a recorrida já tinha
ciência de que aquele era um contrato temporário, espécie de contrato por prazo determi-
nado, e celebrado mediante termo fixo (ou termo certo), tendo o término do ano civil
como termo final da avença.
A questão em debate é a possibilidade de coexistência da garantia de emprego
(também denominada estabilidade provisória) com o contrato por prazo determinado.
Faz-se necessário analisar os dois conceitos.
1134 R.T.J. — 198

No que concerne ao instituto da estabilidade, dispõe o art. 10, II, b, do ADCT:


“II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
[...]
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses
após o parto.” (Grifei)
A Constituição federal de 1988, no ato das disposições constitucionais transitórias,
estabeleceu que, até a promulgação da lei complementar a que faz alusão o art. 7º, I, da
Carta Magna, ficava vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa. Trata-se de norma
transitória, a produzir efeitos até o advento da lei complementar, e que disciplina cate-
gorias jurídicas objetivas e precisas.
No caso em exame, a extinção do contrato deu-se por ocorrência de termo prefixado
(término do ano civil), de sorte que não estão presentes os dois requisitos objetivos —
dispensa arbitrária ou sem justa causa —, que, em conjunto com o estado de gravidez da
recorrida, dão ensejo à estabilidade provisória no emprego.
Relativamente ao contrato temporário, este é uma exceção à regra do contrato por
prazo indeterminado, vigorante no sistema celetista, advindo dos princípios da conti-
nuidade da relação de emprego e da inserção do trabalhador na empresa. Como se trata
de uma exceção, o contrato por prazo determinado segue regras próprias. Assim, caso se
admitisse a estabilidade provisória no curso de um contrato por prazo determinado,
violado estaria o princípio da autonomia da vontade, pois, ao pactuar o contrato tempo-
rário, o empregador quis apenas que este vigorasse por um certo lapso de tempo, e não
que os efeitos dele decorrentes o equiparassem ao contrato por prazo indeterminado.
Ao pesquisar os julgados do Tribunal Superior do Trabalho, constatei que a juris-
prudência daquela Corte é unânime em afirmar que contratos por prazo determinado e
estabilidade provisória são incompatíveis (RR 572.675, Segunda Turma, DJ de 16-11-
2001; RR 598.420, Terceira Turma, DJ de 6-6-2003; RR 274.694, Quarta Turma, DJ de
24-3-2000).
Entendo, pelas razões expostas, que a estabilidade provisória e o contrato por
prazo determinado não são institutos compatíveis. Noutras palavras, penso que não se
pode aplicar a garantia de emprego por ocorrência de uma gravidez, quando já se sabe
previamente a data em que o contrato vai findar.
Assim, acompanho a eminente Relatora e dou provimento ao recurso extraordinário.

VOTO (Vista)
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Sr. Presidente, qual foi o prazo?
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Ministro Carlos Velloso, não tenho esse dado
aqui, mas o fato é que ela ficou grávida no curso do contrato temporário.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Foi um contrato só?
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Sim.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Sr. Presidente, peço vista.
R.T.J. — 198 1135

EXTRATO DA ATA
RE 287.905/SC — Relatora: Ministra Ellen Gracie. Relator para o acórdão: Ministro
Joaquim Barbosa (art. 38, IV, b, do RISTF). Recorrente: Estado de Santa Catarina (Advo-
gado: PGE/SC – Ivan S. Thiago de Carvalho). Recorrida: Elizandra Maria Fontana (Ad-
vogados: Luís Claudio Fritzen e outra).
Decisão: Depois dos votos da Ministra Relatora e do Ministro Joaquim Barbosa,
conhecendo e dando provimento ao recurso extraordinário, o julgamento foi suspenso
em virtude do pedido de vista formulado pelo Ministro Carlos Velloso. Ausente,
justificadamente, neste julgamento, o Ministro Gilmar Mendes.
Presidência do Ministro Celso de Mello. Presentes à sessão os Ministros Carlos
Velloso, Ellen Gracie e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o Ministro Gilmar
Mendes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha.
Brasília, 26 de abril de 2005 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.

VOTO (Vista)
Ementa: Constitucional. Gestante: Licença. CF, art. 7º, XVIII; ADCT, art.
10, II, b. Contrato temporário.
I - À duração por prazo certo do contrato sobrevém gravidez que a Constitui-
ção protege com licença por 120 dias — CF, art. 7º, VIII — que não protege a
mulher-trabalhadora, mas ao nascituro e ao infante. Por isso, a temporariedade do
contrato não prejudica a percepção da licença à gestante, se os últimos 120 dias da
gestação têm início ainda na vigência do contrato.
II - RE conhecido e não provido.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: O Segundo Grupo de Câmaras do eg. Tribunal de
Justiça do Estado de Santa Catarina, às fls. 62-66, em mandado de segurança, decidiu
pelo direito da professora admitida em caráter temporário na rede oficial de ensino
catarinense à percepção da licença à gestante, desde que os últimos cento e vinte dias
da gestação se iniciem na vigência do contrato de trabalho, por se tratar de proteção
conferida pela Lei Maior ao nascituro.
Daí o recurso extraordinário interposto pelo Estado de Santa Catarina, às fls.
71-79, fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal, com alegação de ofensa aos
arts. 2º; 7º, XVIII; 37, caput, II e IX; e 39, § 2º, da mesma Carta.
Inadmitido o recurso (fl. 87), subiram os autos em virtude do provimento do
agravo de instrumento em apenso.
A Procuradoria-Geral da República, em parecer lavrado pela ilustre Subprocura-
dora-Geral da República Maria Caetana Cintra Santos, opinou pelo parcial conheci-
mento do recurso e, nessa parte, pelo seu desprovimento (fls. 98-102).
Na sessão de 5-10-2004, a eminente Relatora, Ministra Ellen Gracie, conheceu
do recurso e deu-lhe provimento, no que foi acompanhada, posteriormente, pelo emi-
nente Ministro Joaquim Barbosa, em voto vista proferido em 26-4-2005 (certidões de
fls. 104 e 107).
1136 R.T.J. — 198

Pedi vista dos autos, que me foram encaminhados em 20-6-2005. Em 27-6-05,


mandei os autos à Mesa, a fim de retomarmos o julgamento do recurso.
Passo a votar.
O Tribunal a quo decidiu:
“— Administrativo. Professora temporária.
— A temporariedade do contrato das professoras admitidas no regime da Lei
n. 8.391/91 não prejudica a percepção da licença à gestante, se os últimos 120 dias
da gestação têm início ainda na vigência do contrato.
— É que, à duração por prazo certo do contrato, sobrevém acontecimento
natural que a Constituição Federal protege com licença por 120 dias, que não é
uma benesse ao trabalhador, mas uma proteção ao nascituro e ao infante.
— Quanto à admissão da impetrante como professora temporária em 1998,
não há prova de que ela tivesse se submetido a processo seletivo ou comparecido
perante a Junta Médica, como alega.
— Segurança parcialmente deferida.” (Fl. 62)
Com a vênia da eminente Ministra Ellen Gracie e do não menos eminente Ministro
Joaquim Barbosa, penso que o acórdão recorrido decidiu com acerto.
No julgamento do RMS 24.263/DF, por mim relatado, decidiu esta 2ª Turma:
“Ementa: Constitucional. Administrativo. Servidor público. Licença à ges-
tante. Exoneração. CF, art. 7º, XVIII; ADCT, art. 10, II, b.
I - Servidora pública exonerada quando no gozo de licença à gestante: a
exoneração constitui ato arbitrário, porque contrário à norma constitucional: CF,
art. 7º, XVIII; ADCT, art. 10, II, b.
II - Remuneração devida no prazo da licença à gestante, vale dizer, até cinco
meses após o parto. Inaplicabilidade, no caso, das Súmulas 269 e 271/STF.
III - Recurso provido.” (DJ de 9-5-2003)
No RMS 21.328/DF, também de minha relatoria, decidiu esta 2ª Turma:
“Ementa: Constitucional. Processual civil. Recurso. Fungibilidade. CF,
art. 102, II, a. Constitucional. Estabilidade provisória. Gravidez. CF, art. 7º, I;
ADCT, art. 10, II, b.
I - Conversão do recurso extraordinário em ordinário, tendo em vista a ocor-
rência da hipótese inscrita no art. 102, II, a, da Constituição.
II - Estabilidade provisória decorrente da gravidez (CF, art. 7º, I; ADCT, art.
10, II, b). Extinção do cargo, assegurando-se à ocupante, que detinha estabilidade
provisória decorrente da gravidez, as vantagens financeiras pelo período constitu-
cional da estabilidade.
III - Recurso improvido.” (DJ de 3-5-2002)
No RE 273.801/DF, acentuei que a responsabilidade do empregador, no caso da
estabilidade provisória da gestante é objetiva (ADCT, art. 10, II, b). Confirmada a gravidez,
R.T.J. — 198 1137

adquire a empregada estabilidade provisória até cinco meses após o parto. Ora, se a
dispensa, com o término do prazo contratual, ocorreu quando a gravidez já existia,
ofendeu ela o dispositivo constitucional.
No caso, o acórdão concedeu apenas a licença à gestante (CF, art. 7º, XVIII), bene-
fício estendido aos servidores públicos pelo art. 39, § 3º, da mesma Carta.
Com acerto, decidiu o acórdão, conforme voto do eminente Desembargador João
José Schaefer:
“(...)
Estando a menos de dois meses do parto ao encerrar-se o contrato de trabalho,
neste há de integrar-se, sem dúvida, a licença a gestante que a Constituição garante
por 120 dias, sem prejuízo do salário, pois à duração por prazo certo do contrato,
sobreveio acontecimento natural que a Constituição protege com licença por 120
dias, o que não é uma benesse ao trabalhador, mas uma proteção ao nascituro e ao
infante.
(...).” (Fl. 65)
Nos AI 448.572/SP e 395.255/SP, o eminente Ministro Celso de Mello, examinan-
do questões semelhantes, anotou que “a empregada gestante tem direito subjetivo à
estabilidade provisória prevista no art. 10, II, b, do ADCT/88, bastando, para efeito de
acesso a essa inderrogável garantia social de índole constitucional, a confirmação
objetiva do estado fisiológico de gravidez, independentemente, quanto a este, de sua
prévia comunicação, revelando-se írrita, de outro lado e sob tal aspecto, a exigência de
notificação à empresa, mesmo quando pactuada em sede de negociação coletiva” (DJ
de 22-4-2004 e 2-12-2003).
Do exposto, com a vênia da eminente Relatora e do não menos eminente Ministro
Barbosa, conheço do recurso e nego-lhe provimento.

EXPLICAÇÃO
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): Sr. Presidente, com a devida vênia do meu
eminentíssimo Colega Carlos Velloso, relembrando o que disse na sessão anterior em
que apresentei esse relatório e voto, temo sinceramente que esta decisão da Corte Suprema
venha exatamente em prejuízo das mulheres trabalhadoras, porque nenhum empregador
haverá mais de querer contratar por tempo determinado, se ele ficar sujeito, desde que a
contratada esteja em idade fértil, à prorrogação de tal contrato por mais alguns meses.
Quer dizer, o empregador que contrata por esse tempo, e só precisa daquela trabalhadora
por três meses, não vai mais contratar mulheres. Vai procurar contratar ou mulheres mais
idosas, ou homens.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Vai exigir exame de gravidez?
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): Não. Acho que seria inconstitucional.
Agora, dentro da atividade negocial, é perfeitamente possível que o empregador, agente
econômico, faça este raciocínio: não contratarei dentro de uma determinada faixa da
população.
1138 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Carlos Velloso: Vossa Excelência sabe que esse mesmo argumento
foi utilizado na Assembléia Nacional Constituinte com relação à concessão dessa esta-
bilidade provisória e dessa licença à gestante. Está-se protegendo tanto que vai acabar
prejudicando a mulher trabalhadora, argumentavam.
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): Aí não divirjo de Vossa Excelência. Quando
o contrato é por prazo indeterminado, realmente, a ocorrência de gravidez não pode ser
causa, e esse contrato não pode ser rescindido. Agora, neste caso, em que o contrato é por
prazo determinado e já tem a sua extinção fixada para uma determinada data, a situação
é diferente.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Veja Vossa Excelência como o Estado foi cruel:
terminou o contrato, ela grávida, e não admitiu um novo contrato porque estava ela
grávida, o que equivale à despedida.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Por quanto tempo?
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Certamente pelo prazo do ano letivo. Não cheguei
a consultar.
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): É exatamente a mesma situação das profes-
soras temporárias de Minas Gerais, que julgamos aqui na Turma.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Foi uma crueldade praticada pelo Estado.
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): A Justiça, no caso concreto, não se faz
nesse nível.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Não reconheceu a licença à gestante, nem a estabi-
lidade provisória, até cinco meses, que deflui da Constituição.
A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): Sim, mas a estabilidade é para o contrato
de prazo indeterminado.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Ora, a Constituição não distingue.
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: A jurisprudência do TST, a Justiça especializada,
é unânime e sem discrepância com relação a isso: ela não se aplica a contrato por prazo
determinado.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Prefiro ficar com o entendimento do Supremo Tri-
bunal Federal, com o nosso entendimento a respeito da Constituição — e somos os
guardiões da Constituição — do que invocar jurisprudência, não obstante de um notável
Tribunal, mas que decide as questões sob o ponto de vista infraconstitucional. Esta
questão, que estamos a examinar, é eminentemente constitucional.
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Mas aí, acho, o contrato de trabalho ainda está em
vigência.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: E o TST admitiu?
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Mas, na colocação da Ministra Ellen Gracie, essa
preocupação com relação às conseqüências da decisão é que me levou a aderir ao voto
da Relatora.
Lembro-me de que na ADI 1.946, se não me engano, o Supremo se defrontou com
algo parecido, que é aquela questão da limitação do valor do auxílio à licença à gestante.
R.T.J. — 198 1139

O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Isso era em relação à Emenda 20.


O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Pois é. A lei estabelecia um limite.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: A lei estabelecia um limite a ser pago pela Previdência
e mandava que o empregador pagasse o restante.
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: A conseqüência daquilo é fechar o mercado de
trabalho às mulheres, em salários superiores àquele limite.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: O Supremo não decidiu em detrimento da segurada;
ao contrário.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Por isso o Tribunal decidiu que o Estado deveria
arcar com esse ônus.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Exatamente.
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: O Tribunal simplesmente julgou inconstitucional.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Não; o Tribunal fez uma interpretação conforme
para determinar que, nesse caso, a Previdência Social pagasse, com base no princípio da
isonomia.
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: O raciocínio é o mesmo. É a mesma preocupação.
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Não, Ministro, aqui o raciocínio de V. Exa. viria em
detrimento da gestante.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Naquele caso, foi extensivo para solver a contro-
vérsia em favor da gestante e abrindo essa possibilidade a que se referiu a Ministra Ellen
Gracie: garantindo o mercado de trabalho ou não criando, tecnicamente, a possibilidade
de seleção a partir do...
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Mas não em detrimento da gestante, sempre em
favor dela.

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Sr. Presidente, peço vênia à Ministra Ellen Gracie,
mas também não tenho como não acompanhar o voto proferido pelo Ministro Carlos
Velloso na espécie. Mas tão bem caracterizado que, no caso, a prorrogação do contrato
não se deu a mandado de segurança, exatamente porque a impetrante estava no oitavo
mês de gestação e aí me parece que isso gera um modelo de summum jus, summa injuria.
Tenho a impressão de que não faríamos justiça à cláusula do art. 7º, referente a esse tema,
se aplicássemos a norma nessa perspectiva restritiva.
Assim, pedindo vênias enfáticas à Ministra Ellen Gracie e ao Ministro Joaquim
Barbosa...
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Eu vou reformular em razão de um dado que foi
realçado pelo Ministro Carlos Velloso: o fato de que houve sucessivas recontratações.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Neste caso não me pareceu; até tinha ouvido isso.
Fala-se que foi admitida no ano de 97 para lecionar em duas escolas públicas.
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Esse detalhe me escapou.
1140 R.T.J. — 198

A Sra. Ministra Ellen Gracie (Relatora): Em 98 compareceu à delegacia e disse ter


procurado a 11ª. Foram dois anos, de 3-2-97 a 30-12-97, foi o primeiro período; em
fevereiro de 98 ela tentou a readmissão, que lhe foi negada, porque estava grávida.
O Sr. Ministro Joaquim Barbosa: Eu acho bastante relevante o fato de que, dois
anos, sucessivos contratos temporários de três meses, realmente, isso aí me impressiona.
Vou reformular.
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Sr. Presidente, então, nessa linha, tendo em vista o
caso concreto e também a aplicação do direito social estabelecido na Constituição,
acompanho o voto do Ministro Carlos Velloso.

VOTO
O Sr. Ministro Celso de Mello (Presidente): Ao apreciar o tema versado na pre-
sente sede recursal, tive o ensejo de proferir decisão que está assim ementada:
“Empregada gestante. Estabilidade provisória (ADCT, art. 10, II, b). Pro-
teção à maternidade e ao nascituro. Desnecessidade de prévia comunicação do
estado de gravidez ao empregador. Recurso conhecido e provido.
— A empregada gestante tem direito subjetivo à estabilidade provisória
prevista no art. 10, II, b, do ADCT/88, bastando, para efeito de acesso a essa
inderrogável garantia social de índole constitucional, a confirmação objetiva
do estado fisiológico de gravidez, independentemente, quanto a este, de sua pré-
via comunicação ao empregador, revelando-se írrita, de outro lado e sob tal as-
pecto, a exigência de notificação à empresa, mesmo quando pactuada em sede de
negociação coletiva. Precedentes.”
(AI 448.572/SP, Rel. Min. Celso de Mello, in Informativo/STF n. 338/2004)
É importante rememorar, neste ponto, que o legislador constituinte, consciente
das responsabilidades assumidas pelo Estado brasileiro no plano internacional (Con-
venção OIT n. 103, de 1952, promulgada pelo Decreto n. 58.821/66, Artigo VI) e
tendo presente a necessidade de dispensar efetiva proteção à maternidade e ao nascituro
(Francisco Antonio de Oliveira, “Comentários aos Enunciados do TST”, p. 614, 4ª
ed., 1997, RT), veio a estabelecer, em favor da empregada gestante (e, também, do
próprio nascituro), expressiva garantia de índole social consistente na outorga, a essa
trabalhadora, de estabilidade provisória, nos termos previstos no art. 10, II, b, do
ADCT.
O e. Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, ao apreciar a controvérsia
ora em exame, observou, com absoluta fidelidade, a diretriz jurisprudencial consagrada
tanto pelo órgão de cúpula da Justiça do Trabalho quanto por esta Suprema Corte.
Com efeito, o e. Tribunal Superior do Trabalho, demonstrando possuir plena com-
preensão do alto significado dessa relevante conquista da mulher trabalhadora, tem
enfatizado, a respeito do alcance da garantia constitucional da estabilidade provisória
(ADCT, art. 10, II, b), que esta — precisamente por visar à tutela da maternidade e do
nascituro — prescinde da comunicação prévia da gravidez ao empregador, assim se
pronunciando, em sucessivos julgamentos, sobre a questão em exame:
R.T.J. — 198 1141

“Empregada gestante. Estabilidade provisória.


O desconhecimento da gravidez pelo empregador e, até mesmo, pela empre-
gada não retira o benefício da proteção constitucional — maternidade. Basta,
para a aquisição da estabilidade provisória, a concepção ao tempo do vínculo
empregatício. A responsabilidade objetiva do empregador dispensa a comuni-
cação do estado gestacional como condição ao direito da obreira. O artigo 10,
inciso II, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias não condicionou a
proteção da obreira ao conhecimento da gestação pelo empregador, ao prever a
estabilidade a partir da confirmação da gravidez. A confirmação se dá pelo fato
consumado, que é a concepção.”
(RR 349.992/1997.2, Rel. Min. Valdir Righetto, DJ de 24-3-2000, Seção I,
p. 112 — grifei)
O valor jurídico-social dessa inderrogável garantia de índole constitucional, que
busca dar efetividade à proclamação constante do art. 6º da Lei Fundamental da Repú-
blica, teve a sua importância igualmente reconhecida pela jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, que, por mais de uma vez, já deixou assentado, a propósito desse
tema, que o acesso à estabilidade provisória depende da confirmação objetiva do estado
fisiológico de gravidez da empregada, independentemente, quanto a este, de sua prévia
comunicação ao empregador, revelando-se írrita, de outro lado e sob tal aspecto, a
exigência de notificação à empresa, mesmo quando pactuada em sede de negociação
coletiva (RTJ 180/395, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).
Esse entendimento — a que se ajusta o acórdão ora recorrido — acha-se consa-
grado em decisões proferidas por ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal
(RTJ 180/395, Rel. Min. Sepúlveda Pertence — RE 339.713-AgR/SP, Rel. Min.
Maurício Corrêa, v.g.):
“O art. 10, II, b, do ADCT confere estabilidade provisória à obreira, exi-
gindo para o seu implemento apenas a confirmação de sua condição de gestante,
não havendo, portanto, de se falar em outros requisitos para o exercício desse
direito, como a prévia comunicação da gravidez ao empregador.
Precedente da Primeira Turma desta Corte.
Recurso extraordinário não conhecido.”
(RE 259.318/RS, Rel. Min. Ellen Gracie — grifei)
“Estabilidade provisória decorrente da gravidez (CF, art. 7º, I; ADCT, art.
10, II, b). Extinção do cargo, assegurando-se à ocupante, que detinha estabilida-
de provisória decorrente da gravidez, as vantagens financeiras pelo período
constitucional da estabilidade.”
(RTJ 181/996, Rel. Min. Carlos Velloso — grifei)
A orientação jurisprudencial referida, por sua vez, tem sido observada em
outras decisões emanadas de eminentes Juízes deste Supremo Tribunal (AI 315.965/
DF, Rel. Min. Sydney Sanches — AI 395.255/SP, Rel. Min. Celso de Mello — RE
220.567/DF, Rel. Min. Carlos Velloso), que reconhecem, no tema ora em análise, a
responsabilidade objetiva do empregador, inerente aos riscos derivados da própria
1142 R.T.J. — 198

atividade empresarial, satisfazendo-se, esta Corte, por isso mesmo e para efeito de
incidência da garantia constitucional da estabilidade provisória da gestante, com o
mero estado fisiológico de gravidez da trabalhadora, independentemente do prévio
conhecimento desse fato pelo empregador, mesmo que se cuide, como na espécie, do
Estado-empregador.
Cabe mencionar, ainda, que essa percepção da ratio subjacente à cláusula consti-
tucional asseguradora da estabilidade provisória instituída em favor da trabalhadora
gestante reflete-se, por igual, no magistério da doutrina (Eduardo Gabriel Saad,
“Constituição e Direito do Trabalho”, p. 92, item n. 6.1, 2ª ed., 1989, LTr; Nei
Frederico Cano Martins, “Estabilidade Provisória no Emprego”, pp. 84-87, itens n.
4.2.1, 4.3.1 e 4.3.3, 1995, LTr; Alice Monteiro de Barros, “Proteção do Trabalho da
Mulher e do Menor”, in “Curso de Direito do Trabalho”, pp. 325-326, item n. 1.8.15,
2000, Forense; João Carlos Franckini, “Contrato de prova — Instrumento de fraude
à legislação trabalhista, como forma de frustrar a estabilidade provisória da empre-
gada gestante”, in Síntese Trabalhista, Ano VII — Março de 1996, n. 81/27-29; Zéu
Palmeira Sobrinho, “A Estabilidade da Empregada Gestante”, in Síntese Trabalhista,
Ano XII — Setembro de 2000, n. 135/35-40, 36; Ari Pedro Lorenzetti, “Os Limites da
Garantia de Emprego da Gestante”, in Revista do TRT/18ª Região, Ano 4 — Dezem-
bro de 2001, n. 1/39-46).
O acórdão objeto do presente recurso extraordinário, ao dirimir a controvérsia
constitucional em questão, deu correta interpretação à norma inscrita no art. 10, II, b,
do ADCT, ajustando-se, quanto a tal exegese, à orientação jurisprudencial prevalecente
nesta Suprema Corte.
Sendo assim, e pelas razões expostas, peço vênia à eminente Relatora para acom-
panhar a divergência inaugurada pelo eminente Ministro Carlos Velloso, negando
provimento, em conseqüência, ao presente recurso extraordinário interposto pelo Estado
de Santa Catarina.
É o meu voto.

EXTRATO DA ATA
RE 287.905/SC — Relatora: Ministra Ellen Gracie. Relator para o acórdão: Ministro
Joaquim Barbosa (art. 38, IV, b, do RISTF). Recorrente: Estado de Santa Catarina (Advo-
gado: PGE/SC – Ivan S. Thiago de Carvalho). Recorrida: Elizandra Maria Fontana (Ad-
vogados: Luís Claudio Fritzen e outra).
Decisão: A Turma, por votação majoritária, conheceu e negou provimento ao re-
curso extraordinário, vencida a Ministra Relatora, que lhe dava provimento. O Ministro
Joaquim Barbosa retificou o seu voto. Redigirá o acórdão o Ministro Carlos Velloso.
Presidência do Ministro Celso de Mello. Presentes à sessão os Ministros Carlos
Velloso, Ellen Gracie, Gilma Mendes e Joaquim Barbosa. Subprocuradora-Geral da Re-
pública, Dra. Sandra Verônica Cureau.
Brasília, 28 de junho de 2005 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.
R.T.J. — 198 1143

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 351.489 — PR

Relator: O Sr. Ministro Gilmar Mendes


Recorrentes: Edir Jasper e outros — Recorrido: Município de Cafelândia
Recurso extraordinário. 2. Concurso público. Irregularidades.
Anulação do concurso anterior à posse dos candidatos nomeados. 3. Ne-
cessidade de prévio processo administrativo. Observância do contraditó-
rio e da ampla defesa. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Celso de Mello, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
conhecer e dar provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 7 de fevereiro de 2006 — Gilmar Mendes, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Trata-se de recurso extraordinário fundado no art.
102, III, a e c, da Constituição Federal, contra acórdão assim ementado (fls. 253-254):
“Direito Administrativo — Nulidade de ato jurídico — Concurso público.
1. Candidatos aprovados e nomeados, mas que não tomaram posse — Falta
de prova desta — Inexistência de termo de compromisso perante a autoridade
competente — art. 37 do Estatuto dos Funcionários Civis do Estado — Aplica-
ção subsidiária ao servidor municipal.
2. Possibilidade de anulação do concurso pela administração antes da
posse, ainda que posterior ao ajuizamento da presente demanda.
3. Ausência de violação ao art. 517 do CPC — Fato superveniente —
Extintivo do direito dos autores — Incumbe ao Tribunal levar em considera-
ção no julgamento — Inteligência do art. 462 do Código de Processo Civil.
4. Perda de objeto — Falta de interesse processual — Carência de ação —
Inexistência de sucumbência — Recurso provido.
Antes da posse do servidor nomeado pode a administração anular o concurso,
observando que antes de tudo deve prevalecer o interesse público sobre o indivi-
dual. A Súmula n. 16 do STF deve ser interpretada em consonância com as Súmulas
n. 346 e 473 do Excelso Pretório.”
Alega-se violação ao art. 5º, LIV e LV, da Carta Magna. Sustenta-se que (fl. 284):
“O ponto fundamental para o deslinde do feito é a questão de como pôde a
Câmara Municipal revogar e depois anular o concurso imotivadamente, apenas
por supor que ocorreram irregularidades no concurso, sem a instauração de proce-
dimento administrativo que comprovasse inequivocamente as supostas nulidades.
1144 R.T.J. — 198

Como é sabido, os atos administrativos têm como pressuposto sua motivação, e


não tendo a Câmara comprovado as nulidades apontadas, apenas supondo que elas
teriam acontecido, imotivado se torna o ato.
Da forma como aparece no corpo do processo, o ato que impediu os auto-
res de exercerem seus cargos, denota-se apenas como uma vendeta política,
com o único motivo de contrariar a atuação da gestão anterior. Esta vendeta
prejudicou os autores e suas famílias, não podendo o Judiciário compactuar
com atitudes desta estirpe.”
A Subprocuradora-Geral da República, Dra. Sandra Cureau, em seu parecer de fls.
422-425, manifestou-se pelo não-provimento do recurso nos seguintes termos:
“Recurso extraordinário. Administrativo. Servidor. Concurso público.
Anulação de nomeação. Alegada ofensa ao art. 5º, LIV e LV, da CF. I - Satisfa-
ção dos pressupostos inerentes à via. conhecimento. II - Mérito. Essa corte é
assente no sentido de que as garantias constitucionais do contraditório e da
ampla defesa pressupõem a existência de litígio, acusação e sanção, o que não
ocorre quando a administração restaura a legalidade maculada por procedi-
mento prévio viciado. Enunciado 473 do STF. III - Parecer pelo conhecimento
e desprovimento do recurso.”
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): O presente caso refere-se a concurso público
para os cargos de Escriturário, Técnico de Contabilidade e Advogado da Câmara Muni-
cipal de Cafelândia, realizado em 1990. Os habilitados no concurso foram nomeados pelos
Decretos n. 004/90, n. 005/90 e n. 006/90, publicados em 29-12-90. Em 3-1-91, com o
início da nova legislatura municipal, por um Ato da Mesa Diretiva da Câmara Municipal
(Ato da Mesa n. 001/91), foram revogadas tais nomeações, pois somente após a realização
do concurso foi publicada a lei que criou os cargos. Em ato posterior, datado de 4-11-91,
a Câmara Municipal de Cafelândia anulou o referido concurso (fl. 166).
Questionam os recorrentes a ilegalidade do ato da Câmara Municipal, visto que
não lhes foi concedida a oportunidade do contraditório e da ampla defesa após a nomea-
ção para os cargos.
No voto do Relator da apelação, restou consignado (fls. 218-260):
“16. Em segundo lugar, em consequência da falta de posse dos autores nos
cargos respectivos, poderia a Administração Pública anular o concurso como fez,
ainda que depois do ingresso da presente demanda (fls. 165/172). Cumpre salientar
que antes de tudo deve prevalecer o interesse público sobre o individual.
[...]
18. Sobreleva frisar que a Súmula n. 16 do STF (funcionário público nomeado
por concurso tem direito à posse) deve ser interpretada em consonância com as
Súmulas n. 346 e 473 do Excelso Pretório. Por outras palavras significa dizer que
seria absurdo que constatado pela Administração vícios graves (fls. 56/63 e 165/
172) em concurso público, após a nomeação e antes da posse, não pudesse anulá-lo.
R.T.J. — 198 1145

19. Cumpre salientar que se publicou o ato de anulação do concurso em


06.11.91, conforme consta do documento de fl. 166. Documento este que advém
de autoridade administrativa e contém presunção de veracidade. Incumbia aos
autores demonstrar qualquer irregularidade na publicação. Não fizeram.
[...]
22. Em quinto lugar, deu-se a perda de objeto da demanda e ausente o inte-
resse processual dos autores. Caracteriza-se a carência de ação. Somente em ação
própria e adequada os autores podem discutir a validade do ato que anulou o
concurso. Aqui a causa de pedir é diversa. Restou prejudicada.”
O acórdão recorrido diverge da jurisprudência desta Corte, conforme se depreende
do julgamento do MS 24.268, Pleno, de minha relatoria, DJ de 5-2-04; do RE 452.721, 2ª
T., também de minha relatoria, DJ de 3-2-06; e do AgRRE 223.927, 2ª T., Rel. Maurício
Corrêa, DJ de 2-3-01, assim ementado:
“Ementa: Agravo regimental em recurso extraordinário. Constitucional.
Administrativo. Demissão de servidor público não estável. Garantia do contra-
ditório e da ampla defesa. Inobservância.
1. Servidor público não estável. Demissão por motivo de conveniência ad-
ministrativa e interesse público. Inexistência de processo administrativo. Nulidade
do ato de dispensa por inobservância da garantia constitucional do contraditório e
da ampla defesa.
Agravo regimental não provido.”
Neste mesmo sentido: RE 223.904, 2ª T., Rel. Ellen Gracie, DJ de 8-6-04; RE
222.523, 1ª T., Rel. Sepúlveda Pertence, DJ de 1º-9-00, e, monocraticamente, AI
436.387, 1ª T., Rel. Sepúlveda Pertence, DJ de 22-4-04.
Vale destacar também o RE 199.733, 2ª T., Rel. Marco Aurélio, DJ de 30-4-99:
“Ato administrativo — Repercussões — Presunção de legitimidade —
Situação constituída — Interesses contrapostos — Anulação — Contraditório.
Tratando-se de ato administrativo cuja formalização haja repercutido no campo de
interesses individuais, a anulação não prescinde da observância do contraditório,
ou seja, da instauração de processo administrativo que enseje a audição daqueles
que terão modificada situação já alcançada. Presunção de legitimidade do ato
administrativo praticado, que não pode ser afastada unilateralmente, porque é
comum à Administração e ao particular.”
Ressaltem-se, ainda, os julgados mais antigos sobre o tema, o RMS 9.483, Pleno,
Rel. Cunha Mello, DJ de 30-5-62, e o RE 100.555, 1ª T., Rel. Rafael Mayer, DJ de 10-8-
84, assim ementado:
“Funcionário público. Concurso. Nomeação. Anulação. Súmula 473 (ina-
plicação). — A decisão que considera indispensável o prévio processo adminis-
trativo, com defesa dos interessados, para legitimar a anulação de concurso e
conseqüente desfazimento da nomeação dos concursados, já empossados, não
incorre em manifesta divergência com a Súmula 473. — Recurso extraordinário
não conhecido.”
1146 R.T.J. — 198

No caso em espécie, não se discutem as alegadas irregularidades do concurso, mas


a possibilidade de os nomeados procederem à sua defesa.
Assim, conheço e dou provimento ao recurso extraordinário (art. 557, § 1º-A, do
CPC), para que se assegure aos recorrentes a oportunidade de defesa, garantindo, assim,
a observância dos princípios da ampla defesa e do contraditório. Fixo em 5% (cinco por
cento) sobre o valor atualizado da causa a verba honorária a ser suportada pela parte
sucumbente.

EXTRATO DA ATA
RE 351.489/PR — Relator: Ministro Gilmar Mendes. Recorrentes: Edir Jasper e
outros (Advogados: Arnaldo David Baracat e outros e Lauro Franco Leitão e outro).
Recorrido: Município de Cafelândia (Advogados: Ulysses Vieira Silva e outros).
Decisão: A Turma, por votação unânime, conheceu e deu provimento ao recuso
extraordinário, nos termos do voto do Relator. Falou, pelos recorrentes, o Dr. José Anto-
nio Fischer Dias. Ausente, justificadamente, neste julgamento, a Ministra Ellen Gracie.
Presidência do Ministro Celso de Mello. Presentes à sessão os Ministros Gilmar
Mendes e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, a Ministra Ellen Gracie.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Brasília, 7 de fevereiro de 2006 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 422.740 — RJ

Relator: O Sr. Ministro Marco Aurélio


Agravante: Caixa Econômica Federal – CEF — Agravada: Maria Clara Ferreira de
Oliveira Leitão
Recurso extraordinário — Decisão de Turma Recursal. O acesso ao
Supremo Tribunal Federal pressupõe o esgotamento da jurisdição na ori-
gem. Acionado pelo Relator integrante da Turma Recursal o disposto no
artigo 557 do Código de Processo Civil, há de ser manuseado o agravo
nele previsto, instando-se a própria Turma a apreciar o tema e a prolatar
decisão passível de ser impugnada perante o Supremo Tribunal Federal.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, negar
provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário.
Brasília, 23 de novembro de 2004 — Marco Aurélio, Relator.
R.T.J. — 198 1147

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Por meio da decisão de folha 125, neguei seguimento
ao extraordinário, consignando:
Recurso extraordinário — Decisão passível de impugnação na ori-
gem — Impropriedade.
1. O recurso extraordinário pressupõe o esgotamento da jurisdição na ori-
gem — inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. Nota-se que a relatora, na
Turma Recursal, acionou o disposto no artigo 557 do Código de Processo Civil.
Contra essa decisão era cabível o agravo previsto no § 1º do citado artigo 557. No
caso, foi realmente observada esta regra. A relatora, todavia, recebeu o agravo
como embargos declaratórios e os julgou, passando tal decisão a integrar a anterior.
Surgiu oportunidade, então, para acionar-se o § 1º referido. Isso não ocorreu, inter-
pondo-se, de imediato, o extraordinário.
2. Ante o quadro, nego seguimento a este extraordinário.
3. Publique-se.
A Caixa, no agravo de folhas 128 a 132, evoca as Leis n. 9.099/95 e 10.259/2001,
além dos Verbetes n. 25 e 26 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro,
e sustenta que os recursos, no âmbito do Juizado, ficaram limitados ao recurso de senten-
ça definitiva e às medidas de urgência para atacar liminares. Restou autorizada, ainda, a
utilização de embargos de declaração. Na espécie, a recorrente diz ter protocolado dois
agravos inominados: um contra a sentença e o outro contra a decisão do relator. Trans-
creve os Verbetes n. 25 e 26 citados. No primeiro, há autorização para o relator negar
seguimento ao recurso; no segundo, prevê-se o não-cabimento de agravo para a Turma
Recursal, na hipótese de decisão monocrática do relator. Dessa forma, conclui, não
havendo outro recurso, a decisão impugnada era de última instância, mostrando-se viá-
vel o extraordinário. Passa a discorrer sobre o tema de fundo, relativo à impossibilidade
de se proceder à anulação do termo de adesão, conforme ocorrido no âmbito do Juizado
Especial.
A agravada, apesar de instada a manifestar-se, permaneceu silente (folha 146).
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio (Relator): Na interposição deste agravo, foram
observados os pressupostos de recorribilidade que lhe são inerentes. A peça, subscrita
por profissional da advocacia credenciada mediante o documento de folha 133, restou
protocolada no qüinqüídio. Conheço.
A regência do processo nos juizados especiais faz-se no sentido de, tanto quanto
possível, simplificar-se a tramitação, afastadas normas que têm conteúdo formal maior.
Daí entender-se viável, na Turma Recursal, a evocação do disposto no artigo 557 do
Código de Processo Civil, atuando o próprio relator nos casos contemplados. Ora, assen-
tada essa premissa, forçoso é concluir que o ato do relator não pode ficar imune ao crivo
1148 R.T.J. — 198

do Colegiado. Na hipótese de recurso inominado para a Turma Recursal e a ele sendo


negada seqüência pelo relator, ou julgado a partir do mencionado artigo do Código de
Processo Civil, abre-se a via do agravo e este, no caso, não foi apresentado. Então, a
decisão não se mostrou de última instância. Não houve o esgotamento da jurisdição na
origem e, se pertinente o exame do Supremo Tribunal Federal, dar-se-á a quebra do
próprio sistema, vindo a Corte a fazer as vezes da Turma Recursal, apreciando o acerto,
ou desacerto, não de sentença por esta proferida, mas do ato monocrático.
Desprovejo este agravo.

EXTRATO DA ATA
RE 422.740-AgR/RJ — Relator: Ministro Marco Aurélio. Agravante: Caixa Econô-
mica Federal – CEF (Advogados: Alison Miranda de Freitas e outro). Agravada: Maria
Clara Ferreira de Oliveira Leitão (Advogados: Ana Maria de Souza Gomes Milioni e
outros).
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordiná-
rio. Unânime.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocuradora-Geral da República,
Dra. Delza Curvello Rocha.
Brasília, 23 de novembro de 2004 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 446.767 — PE

Relator: O Sr. Ministro Carlos Britto


Agravantes: Albertina Batista Pereira e outro — Agravado: Estado de Pernambuco
Agravo regimental em recurso extraordinário. Servidor público esta-
dual. Estabilidade financeira. Constitucionalidade da lei que desvincula a
vantagem da remuneração do cargo em que se deu a incorporação, para
sujeitá-la aos critérios das revisões gerais do funcionalismo. Inexistência
de direito adquirido a regime jurídico.
“É legítimo que, por lei superveniente, sem ofensa a direito adquirido,
o cálculo da vantagem seja desvinculado, para o futuro, dos vencimentos do
cargo em comissão outrora ocupado pelo servidor, passando a quantia a
ela correspondente a ser reajustada segundo os critérios das revisões gerais
de remuneração do funcionalismo. Ademais, não havendo ‘decesso de re-
muneração’, não cabe a invocação da garantia da irredutibilidade de ven-
cimentos. Precedente: RE 233.958, Sepúlveda Pertence, 1ª T., DJ de 17-9-
99.” (AI 465.090-AgR, Rel. Min. Pertence, DJ de 23-4-04).
R.T.J. — 198 1149

Outros precedentes: RE 423.886-AgR, Relator Ministro Carlos


Velloso; RE 358.788-AgR, Relator Ministro Nelson Jobim; RE 235.299-
AgR, Relatora Ministra Ellen Gracie; RE 288.374-AgR, Relator Ministro
Cezar Peluso; e RE 384.903-AgR, Relator Ministro Eros Grau.
Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto
do Relator.
Brasília, 30 de agosto de 2005 — Carlos Ayres Britto, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto: Cuida-se de agravo regimental contra decisão
singular assim redigida:
“Recurso extraordinário, com fundamento no artigo 102, inciso III, alínea a,
da Constituição Republicana, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco.
2. A Corte de origem decidiu que os recorridos, servidores públicos estaduais,
têm direito a receber a estabilidade financeira que incorporaram de acordo com os
novos valores dos cargos comissionados estabelecidos pela Lei n. 11.200/95, em
respeito ao princípio do direito adquirido. Com isso, entendeu inaplicáveis, ao
caso, os preceitos da Lei Complementar estadual n. 13/95, que estabeleceu nova
forma de cálculo da estabilidade financeira, sujeitando-a aos índices de reajustes
gerais do funcionalismo.
3. O recorrente aponta violação aos artigos 5º, incisos XXXVI, LIV e LV; 7º,
inciso VI; 37, incisos XI, XIII e XV; 39; 40, § 4º; e 169, todos da Carta de Outubro.
Sustenta que o Tribunal a quo se distanciou do entendimento firmado nesta
colenda Corte a respeito da matéria.
4. É o que se verifica, de fato.
5. Como se sabe, a chamada ‘estabilidade financeira’ garante ao servidor
efetivo, após certo tempo de exercício de cargo em comissão ou assemelhado, a
continuidade da percepção da diferença entre os vencimentos desse cargo e os do
seu cargo efetivo. Ocorre que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal admi-
te que tal benefício seja desvinculado dos vencimentos do cargo em comissão que
ensejou a sua incorporação (tal como fez a Lei Complementar estadual n. 13/95) e
fique sujeito apenas aos índices gerais de reajuste da remuneração do funcionalis-
mo. Isso por conta de outra remansosa jurisprudência deste excelso Tribunal: a de
que não existe direito adquirido a regime jurídico, assim como não se constata
ofensa à garantia da irredutibilidade de vencimentos se preservado o valor nomi-
nal da remuneração do servidor.
1150 R.T.J. — 198

6. Consulte-se, a propósito, o RE 226.462, Plenário, Relator Ministro


Sepúlveda Pertence. Aqui destaco, por conter diversos precedentes, a ementa do
RE 423.886-AgR, Relator Ministro Carlos Velloso:
‘Constitucional. Administrativo. Servidor público: estabilidade fi-
nanceira.
I - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido da
constitucionalidade de leis estaduais instituidoras da estabilidade financeira
e não ilide a possibilidade, sem ofensa a direito adquirido, que o cálculo da
vantagem seja desvinculado, para o futuro, dos vencimentos do cargo em
comissão outrora ocupado pelo servidor, passando a quantia a ela correspon-
dente a ser reajustada segundo os critérios das revisões gerais de remunera-
ção do funcionalismo.
II - Precedentes do STF: SS 844, Pertence, DJ de 1º-2-96; RE 233.958/
PE, Pertence; RE 293.503/PE, M. Corrêa, DJ de 24-9-2001; RE 285.494/PE,
Néri da Silveira; RE 294.983/PE, Velloso; RE 324.875-ED/PE, Velloso, DJ
de 22-11-2002; RE 310.001-AgR/PE, Velloso, DJ de 22-11-2002; RE
244.213-AgR/PE, Maurício Corrêa, DJ de 17-3-2000; bem como AI
465.090-AgR/PE, Pertence, DJ de 23-4-2004.
III - Agravo não provido.’
7. Registro, por fim, que nesse mesmo sentido dirimi os REs 324.874,
411.270, 411.946, 433.323 e 435.230, que tratavam de casos semelhantes ao pre-
sente, também oriundos do Estado de Pernambuco e cujas decisões já transitaram
em julgado.
Assim, frente ao art. 557, § 1º-A, do CPC, dou provimento ao recurso.”
2. Pois bem, os agravantes sustentam que a alegada violação ao Magno Texto —
em especial à garantia do direito adquirido — tem natureza indireta ou reflexa, o que
impede o conhecimento do recurso extraordinário. No mérito, entendem que a jurispru-
dência conformadora da máxima “servidor público não tem direito adquirido a regime
jurídico” foi aplicada ao caso de forma distorcida. Aduzem que o fato de terem adquirido
a vantagem denominada “estabilidade financeira” na vigência da regra antiga lhes ga-
rante o direito inconteste de continuarem a recebê-la segundo o mesmo critério de cálculo
(na hipótese sob exame, 100% do valor atribuído ao cargo em comissão em que se deu a
incorporação).
3. Mantenho a decisão atacada e, por isso, submeto o feito à apreciação da Turma.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Ayres Britto (Relator): Continuam incólumes os fundamentos
da decisão agravada.
6. Com efeito, a matéria ventilada no extraordinário foi devidamente prequestio-
nada pelo recorrente, por meio dos competentes embargos de declaração (fls. 95-98). E a
R.T.J. — 198 1151

alegação de ofensa meramente indireta ou reflexa também não prospera, pois o aresto
atacado está calcado na garantia constitucional do direito adquirido. Sucede que, no
caso, tal garantia não pode ser reconhecida, ante o repisado entendimento de que o
servidor não possui direito adquirido a regime jurídico.
7. Não bastasse, o fato é que existe pronunciamento explícito e específico desta
colenda Corte sobre a matéria em apreço (desvinculação e cálculo da “estabilidade
financeira”). Inclusive em relação a casos semelhantes, oriundos do Estado de Pernam-
buco e envolvendo os mesmos diplomas legais (Lei Complementar estadual n. 13/95 e
Lei estadual n. 11.220/95).
8. São exemplos: RE 423.886-AgR, Relator Ministro Carlos Velloso; RE 358.788-
AgR, Relator Ministro Nelson Jobim; RE 235.299-AgR, Relatora Ministra Ellen Gracie;
RE 288.374-AgR, Relator Ministro Cezar Peluso; RE 384.903-AgR, Relator Ministro
Eros Grau; e AI 465.090-AgR, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, que ementou o
acórdão nos seguintes termos:
“Servidor público estadual: ‘estabilidade financeira’: é legítimo que por lei
superveniente, sem ofensa a direito adquirido, o cálculo da vantagem seja
desvinculado, para o futuro, dos vencimentos do cargo em comissão outrora
ocupado pelo servidor, passando a quantia a ela correspondente a ser reajustada
segundo os critérios das revisões gerais de remuneração do funcionalismo. Ademais,
não havendo ‘decesso de remuneração’, não cabe a invocação da garantia da
irredutibilidade de vencimentos. Precedente: RE 233.958, Sepúlveda Pertence, 1ª
T., DJ de 17-9-99.”
9. Como já assinalara o mesmo Ministro Pertence ao votar no RE 233.958, DJ de
17-9-99, “malgrado constitucional o instituto da estabilidade financeira, nada impede
que o legislador desvincule o cálculo da referida vantagem da remuneração atribuída
aos cargos ou funções em que se dera a incorporação, desde que o faça para o futuro,
hipótese em que o STF não reconhece a existência de direito adquirido dos titulares da
vantagem ao regime remuneratório anterior”.
10. Portanto, firme na jurisprudência da Casa, desprovejo o agravo regimental.
11. É o meu voto.

EXTRATO DA ATA
RE 446.767-AgR/PE — Relator: Ministro Carlos Britto. Agravantes: Albertina
Batista Pereira e outro (Advogados: Edgar Arlindo de Mattos Oliveira e outro). Agra-
vado: Estado de Pernambuco (Advogado: PGE/PE – Edgar Moury Fernandes Neto).
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordiná-
rio, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocurador-Geral da República, Dr.
Rodrigo Janot Monteiro de Barros.
Brasília, 30 de agosto de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.
1152 R.T.J. — 198

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 453.365 — DF

Relator: O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence


Recorrente: Distrito Federal — Recorridos: Agnaldo Machado Cruz e outro
Policiais civis do Distrito Federal: legitimidade da majoração da
contribuição previdenciária determinada pela MP 560/94 e suas reedi-
ções, observado o princípio da anterioridade nonagesimal, contado o
prazo a partir da edição da referida medida provisória.
No caso, as parcelas a serem restituídas aos servidores foram
alcançadas pela prescrição qüinqüenal.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
conhecer do recurso extraordinário e lhe dar provimento, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 6 de dezembro de 2005 — Sepúlveda Pertence, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: Cuida-se de ação ordinária proposta por servi-
dores públicos da Polícia Civil do Distrito Federal, visando à restituição da quantia paga
a título de contribuição social — no período que intermedeia julho de 1994 e abril de
1998 — em porcentagem superior a 6% (seis por cento), conforme o previsto na Lei
6.439/77.
Alegam os autores que o Distrito Federal, por meio de disposições legais próprias,
acolheu, em seu ordenamento jurídico, a legislação federal que disciplina o regime
jurídico administrativo e o regime de contribuição previdenciária dos servidores da
União.
Com isso, passou a ser descontada de suas remunerações a contribuição previden-
ciária instituída pela Medida Provisória 560/94 e sucessivas reedições, ou seja, em
escala progressiva e porcentagem superior à da legislação precedente.
Sustentam que ditas medidas provisórias são inconstitucionais por não atenderem
aos requisitos de relevância e urgência e por não respeitarem o princípio da anterioridade
mitigada previsto no art. 195, § 6º, da Constituição Federal.
O Distrito Federal, na contestação, primeiramente, afirma serem os autores policiais
civis, integrantes de carreira mantida e organizada pela União, nos termos do art. 21,
XIV, da Constituição.
Defende a constitucionalidade das medidas provisórias, alegando que não houve
criação ou majoração de contribuição que fizesse incidir o princípio da anterioridade
mitigada: para o DF, a MP 560/94 simplesmente prorrogara o termo ad quem previsto na
Lei 8.688/93.
R.T.J. — 198 1153

Aduz, invocando jurisprudência do Supremo, não caducar a medida provisória


não convertida em lei, se reeditada dentro do prazo constitucional de trinta dias.
Afasta o argumento dos autores de que o Supremo Tribunal Federal teria declarado
a inconstitucionalidade da MP 560/94 e suas reedições; houve apenas declaração de
que deveria ter sido respeitado o prazo nonagesimal para a exigência da contribuição
previdenciária.
O Juízo da Terceira Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal julgou procedente
a ação e, no julgamento dos embargos de declaração, limitou a restituição ao período
não atingido pela prescrição qüinqüenal até o nonagésimo dia posterior à publicação da
Lei 9.630/98.
A Terceira Turma do Tribunal de Justiça local deu provimento em parte à apelação
do Distrito Federal, resumido o acórdão nesta ementa (fl. 273):
“Constitucional e Previdenciário. Servidores públicos distritais. Contribui-
ção social. Desconto superior à alíquota de 6%. Lei Local n. 260/92. Inaplicabili-
dade. MP 560/94 e reedições. Inconstitucionalidade. Reembolso dos valores pagos
a maior. Juros moratórios. Caráter tributário. Art. 167 do CTN.
1. A Lei Distrital n. 260/92 não é auto-aplicável. Assim, enquanto ficou
pendente de regulamentação, seus efeitos e obrigatoriedade restaram suspensos.
2. Os descontos realizados com esteio na MP n. 560/94 e suas reedições
foram indevidos, razão pela qual, o que foi cobrado acima da alíquota de 6%, deve
ser devidamente reembolsado.
3. O caráter tributário da contribuição para a seguridade social, impõe a
observância do disposto no art. 167, do CTN, que determina a restituição com
incidência de juros moratórios, a partir do trânsito em julgado da decisão.
4. Apelo e remessa oficial parcialmente providos.”
Lê-se no voto condutor do il. Desembargador Arnoldo Camanho de Assis:
“Com o advento da Lei local n. 197/91, o Distrito Federal passou a adotar o
disposto na Lei Federal n. 8.112/90 que, previa, em seu art. 249, que, até o advento
da lei prevista no § 1º, do art. 231, a contribuição previdenciária continuaria sendo
regulamentada pelo Decreto n. 83.081/79, alterado pelo Decreto n. 90.817/85, que
fixava o percentual de 6% para a alíquota de contribuição dos servidores públicos
federais.
Posteriormente, veio a Lei Distrital n. 260/92 que, todavia, por não ser auto-
aplicável, enquanto pendente de regulamentação, não poderia produzir efeitos.
Assim, somente com a Lei n. 8.688/93, que elevou o percentual referido para
alíquotas variáveis entre 9% a 12%, temporariamente, é que os servidores públicos
locais tiveram o aumento de sua contribuição, observando-se, contudo, o início de
sua vigência — 90 dias após sua publicação —, bem como o seu termo a quo — 30
de junho de 1994.
Em 26 de julho de 1994, foi editada a Medida Provisória n. 560, mantendo as
alíquotas fixadas Lei n. 8.688/93, com vigência retroativa a 1º de julho de 1994.
Todavia, há de se ressaltar que a referida MP padece de inconstitucionalidade, eis
1154 R.T.J. — 198

que majorou e exigiu o desconto das contribuições sociais, sem observar o disposto
no art. 195, § 6º, da CF/88. Logo, apenas com o advento da Lei Federal n. 9.630/98
é que a alíquota previdenciária sofreu alteração, passando a ser fixada em 11%. No
âmbito local, a referida lei passou a ser aplicada aos servidores públicos distritais
por força da Lei Complementar n. 196/99, revogada pela Lei Complementar n.
232/99, hoje em vigor.
Conclui-se, portanto, que os descontos realizados com esteio na MP 560/94
e suas reedições foram indevidos, razão pela qual o que foi cobrado acima da
alíquota de 6%, deve ser devidamente reembolsado.”
Daí a interposição pelo Distrito Federal do RE, a e b: invoca-se a violação dos arts.
62, caput e parágrafo único; 84, XXVI; 150, I; e 195, §§ 4º e 6º, da Constituição Federal.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator):
I
Policiais civis do Distrito Federal, estão os recorridos submetidos ao regime jurídico
e previdenciário dos servidores da União: de todo ociosa, por conseguinte, a discussão
acerca de leis locais, aliás, sem relevância para o deslinde da causa.
II
No julgamento da ADIn 1.135, 13-8-1997, de cujo acórdão fui redator, o Supremo
Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da cláusula “com vigência a partir
de 1º de julho de 1994” contida no art. 1º da MP 560/94 e suas sucessivas reedições, até
a MP 1.482-33/97.
Naquela oportunidade ressaltei:
“A Lei 8.688/93, ao instituir alíquotas progressivas para a contribuição do
servidor público para o Plano de Seguridade Social, estabeleceu, no § 1º do art. 2º,
que as referidas alíquotas seriam aplicadas ‘até 30 de junho de 1994’.
Essa lei, é claro, revogou a legislação anterior sobre a matéria.
Desse modo, cessada a sua vigência em 30 de junho de 1994, à falta de
alíquotas, a própria contribuição social dos servidores públicos se tornou inope-
rante; um sino sem badalo.
Reviveu-a a primeira das medidas provisórias da série — a MP 560, de 26-7-
94 ao estabelecer nova tabela progressiva de alíquotas, que valeu pela própria
reinstituição do tributo, o que torna induvidosa a submissão de sua exigibilidade
à regra da anterioridade mitigada do art. 195, § 6º, da Constituição:
‘§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as
houver instituído ou modificado (...)’
R.T.J. — 198 1155

Não obstante, dispôs o edito, no art. 1º, que a contribuição do servidor público
passaria a ser calculada ‘mediante aplicação das alíquotas estabelecidas na tabela
a seguir, com vigência a partir de 1º de julho de 1994’.
Essa cláusula temporal — que, em 26 de julho, data da primeira medida
provisória da cadeia, visou a cobrir o lapso corrido desde 30 de junho, termo final
da vigência da tabela legal anterior — se me afigura de patente inconstitucionali-
dade pelo desrespeito ao referido § 6º do art. 195 da Constituição.”
Com a declaração de inconstitucionalidade, não poderia a Administração Pública —
evidentemente, quando regida pelas disposições da norma impugnada — efetuar des-
contos a título de contribuição previdenciária — fosse qual fosse o índice utilizado —
relativa ao período compreendido entre 1º-7-1994 até os noventa dias posteriores à publi-
cação da MP 560/94: de todo esse período, vinte e sete dias correspondem à total ausência
de previsão de alíquotas e os demais, à aplicação do princípio da anterioridade mitigada.
Poderia questionar-se incidência da alíquota única de 11%, instituída a partir da
MP 1.482-34/97 — integrante da cadeia sucessória que se iniciou com a MP 560/94 e
culminou na Lei 9.630/98.
Ocorre que aquela medida provisória foi editada em 14-3-1997, prevendo a inci-
dência da alíquota única apenas em 1º-7-1997, ou seja, com observância do art. 195, §
6º, da Constituição.
Teriam os recorridos direito à restituição do que lhes foi descontado apenas com
relação ao período que se inicia em 1º-7-1994 até os noventa dias subseqüentes à edição
da MP 560/94, da qual, como visto, só se declarou inconstitucional a norma de retroação
dos seus efeitos a 1º-7-94.
No entanto, o Juízo de primeira instância, ao verificar a ocorrência de prescrição
em relação a algumas parcelas, limitou o direito dos recorridos à restituição do que
contribuído entre 24-11-1995 e 24-7-1998 (fl. 235): assim, em razão da prescrição, não
há mais o que lhes deva ser restituído.
Conheço do recurso extraordinário e lhe dou provimento para julgar improcedente
a ação: é o meu voto.

EXTRATO DA ATA
RE 453.365/DF — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Recorrente: Distrito
Federal (Advogado: PG/DF – Felix Angelo Palazzo). Recorridos: Agnaldo Machado
Cruz e outro (Advogados: Verônica Balbino de Souza e outro).
Decisão: Após os votos dos Ministros Sepúlveda Pertence, Relator, Cezar Peluso,
Carlos Britto e Eros Grau, dando provimento ao recurso extraordinário, pediu vista dos
autos o Ministro Marco Aurélio.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocuradora-Geral da República,
Dra. Delza Curvello Rocha.
Brasília, 28 de junho de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.
1156 R.T.J. — 198

VOTO (Vista)
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Na ocasião em que iniciado o julgamento, o Relator
concluiu no sentido do conhecimento e provimento do extraordinário para julgar im-
procedente o pedido formulado pelos recorridos. Fez consignar que, a rigor, presente o
que decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.135-9/DF, ter-se-ia o afasta-
mento da majoração da contribuição social relativamente aos primeiros noventa dias de
vigência do ato normativo, mas que, diante da prescrição, nada havia a acolher, tal como
assentado pelo Juízo.
O voto é irreprochável. Vale ressaltar que a fundamentação do acórdão impugnado
mediante o extraordinário conduziria apenas a afastar-se, ante o que seria o desrespeito
ao princípio da anterioridade mitigada, a cobrança nos noventa dias, mas chegou-se ao
acolhimento em extensão maior do pedido formulado, como se o vício levasse a tanto e
não apenas à devolução do que cobrado dentro daquele período. Acompanho o Relator,
conhecendo e provendo o recurso.

EXTRATO DA ATA
RE 453.365/DF — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Recorrente: Distrito
Federal (Advogado: PG/DF – Felix Angelo Palazzo). Recorridos: Agnaldo Machado
Cruz e outro (Advogados: Verônica Balbino de Souza e outro).
Decisão: Renovado o pedido de vista do Ministro Marco Aurélio, de acordo com
o art. 1º, § 1º, in fine, da Resolução n. 278/2003. 1ª Turma, 30-8-2005.
Decisão: Adiado o julgamento por indicação do Ministro Marco Aurélio. 1ª Turma,
13-9-2005.
Decisão: A Turma conheceu do recurso extraordinário e lhe deu provimento, nos
termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocurador-Geral da República, Dr.
Francisco Xavier Pinheiro Filho.
Brasília, 6 de dezembro de 2005 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 456.679 — DF

Relator: O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence


Recorrente: Ministério Público Federal — Recorrido: José Edmar de Castro Cordeiro
Parlamentar distrital: imunidade formal: CF, art. 53, § 2º, c/c os arts.
27, § 1º, e 32, § 3º: incidência.
Com o advento da Constituição de 1988 (art. 27, § 1º), que tornou
aplicáveis, sem restrições, aos membros das Assembléias Legislativas dos
R.T.J. — 198 1157

Estados e do Distrito Federal, as normas sobre imunidades parlamenta-


res dos integrantes do Congresso Nacional, ficou superada a tese da
Súmula 3/STF (“A imunidade concedida a Deputados Estaduais é restrita
à Justiça do Estado”), que tem por suporte necessário que o reconheci-
mento aos deputados estaduais das imunidades dos congressistas não de-
rivava necessariamente da Constituição Federal, mas decorreria de deci-
são autônoma do constituinte local.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Sessão Plenária, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade de votos, conhecer e negar provimento ao recurso extraor-
dinário, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 15 de dezembro de 2005 — Nelson Jobim, Presidente — Sepúlveda Per-
tence, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence: O recorrido, Deputado Distrital José Edmar de
Castro Cordeiro, foi preso em flagrante delito, sob a acusação da prática de crimes de
formação de quadrilha, corrupção passiva, parcelamento irregular do solo urbano e lava-
gem de dinheiro.
Posteriormente, o TRF/1ª Região decretou sua prisão preventiva e confirmou o
auto de prisão em flagrante, que, no entanto, foi posteriormente relaxada por decisão da
Câmara Distrital, conforme a Resolução n. 196/03.
Impetrou-se então habeas corpus ao STJ, alegando que o auto de prisão em fla-
grante e o decreto da prisão preventiva são nulos, pois infringem os preceitos inscritos
nos arts. 53, § 2º; 27, § 1º; e 32, § 3º, todos da Constituição.
Quanto ao flagrante, sustentou-se que, além de não estarem preenchidos os pressu-
postos do art. 5º, LXI, da Constituição, os supostos crimes atribuídos ao Deputado eram
afiançáveis.
Alegou-se ainda a impossibilidade de decretar a prisão preventiva do Deputado,
bem como a ausência de motivação cautelar idônea.
O Superior Tribunal de Justiça deferiu a ordem, considerando que a questão
concernente ao flagrante estaria superada pela superveniente deliberação da Câmara
Distrital, que relaxou a prisão.
Após invocar o Inq 510, Pleno, Celso de Mello, DJ de 19-4-91, decidiu o STJ que
a prisão preventiva, no caso, não possui amparo constitucional e, por isso, a revogou.
Donde o RE, do Ministério Público Federal (fls. 16-22).
As contra-razões, da lavra do Il. Advogado Nabor Bulhões, expõem o caso e
aduzem (fls. 324-9):
1158 R.T.J. — 198

“(...)
Para o recorrente, o acórdão recorrido teria violado ‘as normas contidas nos
dispositivos constitucionais apontados, na medida que considerou como irrestrita
a imunidade formal conferida aos parlamentares estaduais, quando, na verdade, tal
instituto restringe-se ao âmbito de atuação de seu mandato, ou seja, a crimes que
atinjam bens ou interesses estaduais ou distritais, já que essa garantia constitucional
qualifica-se como condição e instrumento de independência do Poder Legislativo
local’.
Prossegue dizendo que ‘O constituinte originário, ao inserir a norma do art.
27, § 1º, na Constituição Federal não pretendeu que essa imunidade fosse ampla,
podendo ser invocada em face de crimes cometidos por parlamentar estadual que
atinjam bens ou interesses da União, mas que tenham limite no âmbito de sua
representação política!’.
Acresce que esse entendimento teria sido, inclusive, sumulado pela Suprema
Corte, ‘dando origem à Súmula n. 3, que, embora em desuso, não foi cancelada’,
sendo esse o seu teor: ‘A imunidade concedida a Deputados Estaduais é restrita à
Justiça do Estado’.
(...)
Concessa vênia, não assiste qualquer razão ao Ministério Público Federal,
porquanto a matéria questionada encontra-se resolvida por texto constitucio-
nal expresso, como destacado, aliás, pelo v. acórdão injustamente impugnado.
Como ressabido, dentre as prerrogativas de caráter político-institucional
irrenunciáveis que a Constituição Federal de 1988 estabeleceu em defesa da inde-
pendência do Poder Legislativo e dos que o integram, seja no âmbito federal, seja
no âmbito estadual ou distrital, destaca-se o instituto da imunidade parlamentar,
que se projeta em duas dimensões de induvidoso relevo jurídico, com a seguinte
configuração após a edição da Emenda Constitucional n. 35/2001:
— A primeira, de natureza material (imunidade parlamentar material), a
consagrar a inviolabilidade dos membros do Congresso Nacional, das As-
sembléias Legislativas Estaduais e da Câmara Legislativa do Distrito Federal,
por suas opiniões, palavras e votos (art. 53, caput, c/c os arts. 27, § 1º, e 32, §
3º, todos da Constituição Federal); e
— A segunda, de caráter formal (imunidade parlamentar formal), a gerar
o estado de relativa incoercibilidade pessoal dos membros do Poder Legislativo
Federal, Estadual e Distrital (freedom from arrest), pelo que só poderão eles
sofrer prisão provisória ou cautelar numa única e singular hipótese: situação
de flagrância em crime inafiançável (art. 53, § 2º, c/c os arts. 27, § 1º, e 32, §
3º, todos da Constituição Federal).
Esse, aliás, é o entendimento desde sempre proclamado pelo Supremo Tribunal
Federal — Corte incumbida de dizer de forma terminante o direito constitucional
(art. 102, I, a e III, a, b e c e § 1º da CF) —, como se vê do julgamento de questão
incidente do Inquérito n. 510/DF, de que foi relator perante o Plenário o eminente
Ministro Celso de Mello.
R.T.J. — 198 1159

Assim, ao proferir o voto condutor do aresto unânime da Suprema Corte


naquela questão incidental, destacou o em. relator, em comentário ao art. 53 da
Constituição Federal, que as ‘prerrogativas de caráter político-institucional que
inerem ao Poder Legislativo e aos que o integram’ são irrenunciáveis e consubs-
tanciam tradição consolidada ‘ao longo da evolução de nossa história constitucio-
nal republicana (CF de 1891, arts. 19/20; CF de 1934, arts. 31/32; CF de 1937, arts.
42/43; CF de 1946, arts. 44/45; CF de 1967, art. 34; CF de 1969, art. 32; CF de
1988, art. 53)’ — RTJ 135/509-515.
É certo que, na vigência da Constituição Federal de 1946 (arts. 44 e 45), sob
cuja vigência o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula n. 3, essas prerrogativas
de caráter político-institucional só alcançavam o Poder Legislativo Federal, vale
dizer, os Deputados Federais e os Senadores da República. Daí porque as Consti-
tuições estaduais cuidaram de estabelecer, em prol dos Deputados Estaduais, prer-
rogativas idênticas às instituídas pela Constituição Federal em prol dos Parlamen-
tares Federais.
De conseqüência, enquanto vigeu esse modelo, a Suprema Corte sempre
entendeu que as prerrogativas político-institucionais instituídas pelas Constitui-
ções estaduais em favor dos Deputados às Assembléias Legislativas Estaduais se
limitavam ao âmbito dos próprios Estados, como adverte Roberto Rosas em seu
consagrado Direito Sumular
(...)
Não é o que ocorre com o advento da Constituição Federal de 1988 que, em
seus arts. 27, § 1º, e 32, § 3º, determinou expressamente que se aplicam aos Depu-
tados Estaduais e aos Deputados Distritais ‘as regras desta Constituição sobre
sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos (...)’, revogando com isto a Súmula n. 3 do Supremo Tribu-
nal Federal, editada à época em que as inviolabilidades e imunidades daqueles
agentes políticos decorriam das Constituições estaduais.
Bem por isso, e com absoluta razão, a eg. Quinta Turma do STJ invocou como
aplicável à espécie o aresto unânime com que o Plenário do Supremo Tribunal
Federal julgou a questão incidente no Inquérito n. 510/DF, de que foi relator o em.
Ministro Celso de Mello, tendo por objeto as prerrogativas político-institucionais
asseguradas aos parlamentares pela Constituição Federal (art. 53, § 2º). Não poderia
ser diferente, já que a própria Constituição Federal manda aplicar essas prerrogativas
aos Deputados Estaduais e aos Deputados Distritais (arts. 27, § 1º e 32, § 3º).
Essa também é a conclusão de Roberto Rosas, ao concluir seus comentários
sobre a Súmula n. 3 do STF: ‘A Constituição de 1988 manda aplicar as suas regras
sobre imunidade aos deputados estaduais (art. 27, § 1º); logo, ampliou as imuni-
dades, além dos limites da Súmula’ (ob. cit., pág. 13).”
É o relatório.
VOTO
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): A questão impõe algumas considerações,
que trouxe ao Plenário no Inq 316, Néri, 11-12-91, DJ de 28-9-01, cujo julgamento, contudo,
não se concluiu, dado que, antes de seu término, cessara a competência do Tribunal.
1160 R.T.J. — 198

I
Extrato do voto que então proferi, que se referia a Deputado estadual:
Certo, ao tempo do fato, e cuidando-se de um Deputado estadual — além de
a Constituição do Paraná ainda excluir, então, do âmbito da inviolabilidade, os
crimes contra a honra (art. 12) —, as imunidades parlamentares, segundo se assen-
tou na Súmula 3, não eram oponíveis à jurisdição federal, incluída a da Justiça
Eleitoral.
Todavia, estou em que a situação se inverteu, sob ambos os prismas, com o
advento da Constituição de 1988 (art. 27, § 1º) que, ela própria, tornou aplicáveis,
sem restrições aos da Assembléias Legislativas dos Estados, as normas sobre imu-
nidades parlamentares dos integrantes do Congresso Nacional.
Convenci-me de que a tese da Súmula 3 ficou efetivamente superada com a
inovação constitucional, que não tem precedentes no texto das anteriores Consti-
tuições da República.
É sabido, aliás, que, no Brasil, curiosamente, no tema das imunidades par-
lamentares, a Federação, com a autonomia dos Estados-Membros, acabara —
segundo a jurisprudência vitoriosa da Corte — por situar os deputados estaduais
em situação mais precária que a dos membros das Assembléias Provinciais do
Império unitário.
A esses últimos, com efeito, o Ato Adicional de 1834 fizera “invioláveis
pelas opiniões que emitirem no exercício de suas funções” (art. 21), e a imunidade
sobreviveu à sístole centralizadora da Lei de Interpretação de 1840.
Deu-se que, na República, na linha do modelo norte-americano, a Constitui-
ção de 1891 calou sobre as imunidades dos deputados estaduais, silêncio que, até
1988, os sucessivos documentos constitucionais mantiveram.
A omissão das Constituições Federais alimentou polêmica revivida sob cada
uma delas (cf. para a resenha das questões suscitadas a propósito, v.g., Barbosa
Lima Sobrinho, As Imunidades dos Deputados Estaduais, ed. Revista Brasileira de
Estudos Políticos, BH, 1966, pp 79 e ss.; Raul Machado Horta, Imunidades Parla-
mentares, Revista de Informação Legislativa, 16/41,57; J. Flósculo da Nóbrega, As
imunidades Parlamentares e as Constituições Estaduais, Revista Forense, 115/32;
Antônio E. Caccuri, “Imunidades Parlamentares”, Revista de Informação Legislati-
va, 75/45,65).
Poucos, é certo, são os que extraíram, da mudez constitucional a respeito, a
inadmissibilidade da concessão de quaisquer imunidades aos parlamentares esta-
duais (v.g., Flósculo da Nóbrega, ob. loc. cits.; Antônio E. Caccuri, ob. loc. cits.).
No extremo oposto, vozes autorizadíssimas defenderam que as imunidades,
porque inerentes ao livre exercício do mandato legislativo, e, pois, essencial à
independência do Poder, constituíam princípio constitucional de observância
compulsória no regime de poderes do Estado-Membro (v.g., Ruy Barbosa, apud
Leitão de Abreu, RTJ 95/107; Carlos Maximiliano, Comentários à Constituição
Brasileira, 1928, p. 301; Castro Nunes, As Constituições Estaduais no Brasil,
1922, p. 27).
R.T.J. — 198 1161

No início da República, essa doutrina prevaleceu na jurisprudência da Corte,


como testemunhado por Pires e Albuquerque, ainda Juiz Federal, em despacho
publicado na Revista Forense XXV/124:
“Em uma longa série de acórdãos, entre os quaes o que foi proferido
nesta própria causa e se encontra a fls. dos autos, o Egrégio Supremo Tribunal
tem firmado o princípio de que são obrigatórias para a Justiça Federal, quando
haja de processar e julgar os representantes dos poderes políticos estadoaes,
as normas estabelecidas nas respectivas constituições para regular a matéria
das immunidades.
Tem-se entendido mesmo que estas immunidades, constituindo um
systema destinado a assegurar a independência recíproca dos três órgãos da
soberania, interessam de tal sorte a essencia do regimen que não é lícito aos
Estados, em face do art. 63, omittil-as nas suas organizações”
Confiram-se alguns julgados dessa primeira fase (HC 3.513, 4-4-14, M.
Murtinho, Revista Forense XXII/304; HC 4.522, 11-5-18, Coelho e Campos, Revista
Forense XXXII/189; HC 16.246, 18-9-25, Viveiros de Castro, Revista Forense
XLVIII/408, estes, já concedido, com a soma de outros fundamentos, dada a disper-
são dos votos majoritários).
Posteriormente, contudo, ainda antes de 1930, a orientação da Casa mudou
de rumo, para reputar não automática a extensão, aos parlamentares estaduais, do
modelo federal, ainda que legítima a decisão autonômica do constituinte local,
que o imitasse total ou parcialmente.
Não obstante a tese da compreensão extensiva aos Estados do regime federal
de imunidades parlamentares continuasse a ter, na Casa, votos do maior peso —
assim Hermenegildo de Barros (Arch. Jud., II/414; Viveiros de Castro, Revista Fo-
rense XLVIII/409; Castro Nunes, Revista Forense, 120/213, 216; Annibal Freire,
Revista Forense 120/213, 224; RDA 17/215, 224) e sobretudo Hahnemann Guima-
rães (Revista Forense 120/213, 214ss.; RDA 17/215, 221) —, o certo é que a tese
intermediária referida — que começa a afirmar-se com voto vencido de Pedro dos
Santos, no HC 16.246 (Revista Forense XLVIII/409) — subsistiu incólume, desde
a virada da jurisprudência — situada por Raul Machado Horta (ob. loc. cits., p. 79)
no RCr 552, de 9-7-26, Heitor de Souza (Arch. Jud., II/414) — até o regime consti-
tucional decaído de 69 (v.g., HC 29.866, 27-8-47, Ribeiro da Costa, RDA 17/215 e
Arch. Jud., LXXV/481). Já quase ao final dele — embora contra quatro votos, que
se punham na linha de Hahnemann: Décio Miranda, Cunha Peixoto, Xavier de
Albuquerque e Leitão de Abreu, o último, com voto sem favor antológico (RTJ
95/96, 104) —, o Tribunal a reafirmou — HC 57.173, 24-10-79, Cordeiro Guerra,
RTJ 95/96: à base de que a “imunidade dos deputados federais não é automatica-
mente deferida aos deputados estaduais”, a maioria negou que devesse aproveitar,
a membros de Assembléia Legislativa, a EC 11/78, que cancelara, do art. 32 da
Carta de então, a cláusula que excluía os crimes contra a honra do âmbito da
imunidade material dos congressistas.
Ora — aqui o ponto fundamental no caso presente —, estreita é a conexão
entre essa premissa central e o assentado na Súmula 3, a teor da qual “a imunidade
concedida a deputados estaduais é restrita à Justiça do Estado”.
1162 R.T.J. — 198

Certo, jurista de grande e merecida autoridade, Raul Machado Horta (ob. loc.
cits.) dissocia os dois problemas: malgrado entender que “Os dispositivos sobre
imunidades, nas Constituições Estaduais, dispõem da natureza de normas autôno-
mas em relação às quais ‘não ocorre vinculação obrigatória entre Constituição
Federal e Constituição Estadual’ (Rev. cit., 16/58) — até aí, pois, conforme a
jurisprudência do STF —, dela dissente o renomado mestre de Minas para sustentar
que, uma vez asseguradas nas Constituições locais, “As imunidades dos Deputados
Estaduais, decorrendo do exercício de competência constitucional do Estado-
Membro, sem afronta aos princípios da Constituição Federal, são, portanto,
oponíveis às autoridades federais”(Rev. cit., 16/63).
Sob a ótica da jurisprudência da Corte, entretanto, a inoponibilidade à juris-
dição da União das imunidades do deputado estadual, depois consagrada na
Súmula 3, sempre esteve, histórica e logicamente, vinculada à premissa de não
constituírem elas decorrência da Constituição Federal, mas, sim, de decisão autô-
noma do constituinte local, por isso, sem força bastante para criar embaraço ao
exercício da competência constitucional dos poderes centrais.
Assim, é clara a associação entre a doutrina da sua fonte local e o alcance
limitado das imunidades dos Deputados estaduais na interpelação de Pires e
Albuquerque, à época em que se firmava a mudança do entendimento do Tribunal
(apud Barbosa Lima Sobrinho, ob. cit., p. 92):
“Admitis que uma Lei ordinária, que uma Constituição ou uma Lei
local tenha poder de subtrair da jurisdição do Poder Judiciário Federal, nos
casos de sua competência constitucional, outras pessoas, além daquelas que
a Própria Constituição excetuou? Admitis que uma Lei ordinária, uma Cons-
tituição ou Lei estadual possa subordinar o exercício da função jurisdicional
do Poder Judiciário Federal ao cometimento de uma autoridade federal ou
local?”
Também em Muniz Barreto fica clara a conexão entre os dois problemas, na
passagem do RCr 427, também citada por Barbosa Lima Sobrinho (ob. cit., p. 92),
quando se reafirmava que, tratando-se “de crime sujeito constitucionalmente à juris-
dição do Judiciário Federal e qualquer que seja o lugar em que a infração haja
ocorrido esse órgão da soberania nacional não pode ter a lhe estorvar a função
julgadora dispositivo de lei estadual, ainda que emanada de autoridade constituinte
(...)”.
Tempos depois, no HC 30.256, de 20-4-48, o voto de Orozimbo Nonato demons-
trava como o seu dissenso com Hahnemann, quanto à premissa da fonte da imunidade
dos legisladores locais, é que levava à conseqüência de negar-lhes eficácia em relação à
Justiça Federal (Revista Forense 120/213, 223):
“(...) a imunidade parlamentar — encontra entre os publicistas caloro-
sos elogistas e pindarizadores (...).
Não o tenho a esse privilégio, como conseqüência necessária do princí-
pio da harmonia e independência dos poderes, embora ele se explique e
justifique amplamente.
R.T.J. — 198 1163

Estou plenamente convencido de que se trata de um princípio natural


ao regime sem alçar-se, porém, logicamente, a categoria de necessário, virtual
ou implícito.
Deve constar, pois, como no art. 45 da Constituição, do texto legal e
expresso. Sem a sua tradução em texto de lei, não existiria por derivação
necessária do sistema constitucional. O eminente Sr. Ministro Hahnemann
Guimarães, cujo luminoso voto suscitou a elevada réplica do preclaro Sr.
Ministro Castro Nunes, coloca o problema em outros termos. Entende S.
Exa. que essa imunidade é, por assim dizer, adesa ao exercício do mandato
legislativo e em todos os seus ramos, em todas as suas manifestações, assim
na vida federal, como na vida estadual e até na vida municipal.
Guardo, nesse particular, pesarosamente, divergência ex diametro,
quando S. Exa. entende que se trata de privilégio que resulta necessariamente
do regime.
Ora, o art. 45 só atribuiu, especificamente, ao Congresso Nacional essa
imunidade, conferindo-a desde a expedição do diploma até a inauguração da
legislatura seguinte. Não ampliou, entretanto, o privilégio aos deputados
estaduais, sequer, e muito menos ainda aos vereadores, que fazem obra de
legislação por meio de dispositivos de âmbito simplesmente municipal.
Já se admitiu que as Constituições estaduais possam também outorgar
a imunidade aos deputados estaduais. Mas este colégio judiciário já decidiu,
aliás com brilhantes votos divergentes, que essa imunidade não se alteia até
a órbita dos poderes federais, não assoberba a atividade dos órgãos federais.
Contra os votos de eminentes colegas, foi, assim, deliberado e, a meu ver, e
data venia dos que votaram de modo contrário, com acerto, em face dos
motivos enunciados”.
No pólo oposto, também os votos de Hahnemann Guimarães deixam explícito
que a extensão que empresta às imunidades a todas as órbitas da Federação parte
do pressuposto de que elas são corolário essencial do regime, como estruturado
pela própria Constituição Federal. Recorde-se, no HC 29.866 — em que a questão
era exatamente a oponibilidade das imunidades de um Deputado estadual à Justiça
Militar da União, negada pela maioria —, essa passagem de meridiana clareza do
seu voto vencido (Arch. Jud. LXXXV/481, 487):
“Trata-se é de verificar se a disposição do art. 45 deve ou não ser esten-
dida aos representantes estaduais. Trata-se de uma interpretação extensiva.
Ainda que não existisse a disposição do art. 17 da Constituição Mineira,
a mim se afigura que era indiscutivelmente devida aos deputados a garantia
estabelecida no art. 45 para os membros das Casas do Congresso Nacional.
Trata-se de uma interpretação extensiva apenas. A garantia que o art. 45
outorga é uma garantia para o exercício da função legislativa. Esta, quer
exercida na Câmara dos Deputados, quer no Senado, quer na Assembléia
Legislativa, é a mesma. Exerce-se o mesmo poder. O poder é o mesmo,
1164 R.T.J. — 198

essencialmente. Não há diferença qualificativa quanto à função legislativa


exercida nas Casas do Congresso Nacional e a função legislativa exercida
nas Assembléias estaduais. A função é a mesma, essencialmente. Quantitati-
vamente, pode ser diversa.
Ora, se a Constituição confere à função legislativa a imunidade contra
a prisão, contra o processo, nos termos do art. 45, se essa imunidade é a
garantia do exercício do próprio Poder Legislativo, por que não se há de
conceder esse privilégio aos membros do Poder Legislativo estadual por uma
interpretação extensiva, que se impõe até de acordo com a tradição do nosso
Direito, que vem desde os primeiros ímpetos da descentralização, já sentida
durante o próprio Império?”
De tudo isso, creio lícito afirmar que a doutrina da Súmula 3 tem por suporte
necessário que o reconhecimento, aos deputados estaduais, das imunidades dos con-
gressistas, desde o primeiro sistema republicano, não derivava necessariamente da
Constituição Federal, mas decorreria de decisão autônoma do constituinte local.
Se, ao contrário, na Constituição de 1988, por mandamento explícito do art.
27, § 1º, aos deputados estaduais se aplicam as regras, nela contidas, sobre imuni-
dades dos membros do Congresso Nacional, a conseqüência é inelutável: a Súmula
3, que era um corolário, há de cair por força do desaparecimento da premissa consti-
tucional de que derivava.
Um apelo ao direito comparado reforça a conclusão. Uma única constituição
federal precedeu a brasileira vigente na declarada extensão das imunidades ao
Legislativo dos Estados-Membros, a Constituição de Weimar (arts. 36 a 38). Esse
dispositivo — testemunha Alcino Pinto Falcão (Da Imunidade Parlamentar, p. 61,
apud Barbosa Lima Sobrinho, ob. cit., p. 84) — “vinculava as autoridades federais
e as dos outros Estados, todas devendo aos deputados do Estado particular um
tratamento correspondente ao dos deputados federais. Ambas as Constituições em
vigor, hoje, na dividida Alemanha, silenciam sobre os deputados estaduais. Daí as
respectivas Constituições dos diversos Laender consignarem, em termos particula-
res e nem sempre iguais, imunidades para os respectivos deputados. A validade
dessas imunidades é reconhecida” — conclui —, “mas o seu âmbito de eficácia e
contra quem eficazes é que dá margem à dúvida”.
A evolução brasileira tomou o caminho inverso. Na Alemanha, o silêncio da
Lei Fundamental de Bonn tornou problemática a solução que o texto expresso de
Weimar fazia indiscutível; aqui, ao contrário, a mesma controvérsia gerada pela
omissão das cartas anteriores — e resolvida, na jurisprudência, pela Súmula 3 —
ficou superada com a norma de extensão aos estaduais das imunidades dos parla-
mentares federais, que induz agora à resposta contrária à daquela orientação
jurisprudencial.
II
Finalmente, não tenho dúvida de que a inovação constitucional traduz lei
penal mais favorável ao acusado, de conseqüente eficácia retroativa, de modo a
cobrir o fato anterior com o manto da imunidade material.
R.T.J. — 198 1165

Certo, ainda não se entenderam os penalistas quanto à natureza jurídica da


inviolabilidade parlamentar. O Prof. Antônio Edwing Caccuri, da Universidade de
Londrina, dá resenha precisa da divergência doutrinária (ob. cit., Revista de Infor-
mação Legislativa, 73/54):
“Controverte-se bastante sobre a natureza jurídica da imunidade ma-
terial. Pontes de Miranda, Nelson Hungria e José Celso de Mello Filho en-
tendem-na como uma causa excludente de crime e, semelhantemente, Basileu
Garcia, como causa que se opõe à formação do crime; Heleno Cláudio
Fragoso considera-a causa pessoal de exclusão de pena; Damásio de Jesus,
causa funcional de exclusão ou isenção de pena; Aníbal Bruno, causa pessoal
e funcional de isenção de pena; Vicente Sabino Júnior, causa de exclusão de
criminalidade; Magalhães Noronha, causa de irresponsabilidade; José
Frederico Marques, causa de incapacidade penal por razões políticas”.
Não importa aqui tomar posição na polêmica: seja qual for a natureza da
inviolabilidade — excludente da própria criminalidade do fato, da responsabili-
dade do agente ou da simples punibilidade do crime —, o certo é que, na medida
em que incide sobre as conseqüências penais de um fato típico, para excluí-las, em
relação ao denunciado: cuida-se, pois, de norma penal nova e mais favorável, o
que leva à extinção da punibilidade, tomada a abolitio criminis, no art. 107, III,
Código Penal, com o sentido lato que o art. 5º, XL, da Constituição Federal impõe.
(...).
II
Pelos mesmos fundamentos, Sr. Presidente, considerando superada a Súmula 3, e
com base no art. 53, § 2º, c/c os arts. 27, § 1º, e 32, § 3º, da Constituição, nego provimento
ao recurso: é o meu voto.

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Britto: Sr. Presidente, também entendo que houve uma supe-
ração da súmula por efeito da edição da Constituição de 88, a qual, de fato, estendeu aos
deputados estaduais o seu próprio sistema de inviolabilidade e imunidade, no campo
parlamentar, sem fazer a restrição que fez para os vereadores. Prevê a Constituição:
“Art. 29. (...)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no
exercício do mandato e na circunscrição do Município;” — Coisa que não fez com
o Estado.
Em verdade, a nossa Constituição tomou de empréstimo, na matéria de inviolabi-
lidade dos deputados e dos vereadores, a própria normatividade da Constituição de
1967. A Constituição de 1967 dispôs sobre a imunidade dos deputados estaduais em
condições igualitárias às imunidades dos deputados federais — art. 27, § 1º. Em matéria
de imunidade dos vereadores, também a Constituição de 1967 limitou essa imunidade à
circunscrição do município — de sorte que não houve novidade normativa nesse ponto;
foi uma reprodução quase ipisis litteris da Constituição anterior.
1166 R.T.J. — 198

O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Só que ele saiu no exercício do mandato.
O Sr. Ministro Carlos Britto: No exercício do mandato e na circunscrição do
município.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Na federação, a expressão “do exercício
do mandato” foi retirada.
O Sr. Ministro Carlos Britto: No exercício do mandato e na circunscrição do
município.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Sim, mas para os federais a expressão
“exercício do mandato” desapareceu.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Não tenha dúvida de que desapareceu. Aliás, também
não aparecia na Constituição de 1967.
De outra parte, permito-me discutir com V. Exas. o seguinte: a propósito de tutela do
princípio de separação dos Poderes, a Constituição, algumas vezes, também tutela o pró-
prio princípio federativo. Ou seja, há uma zona de intercessão entre o princípio da separa-
ção dos Poderes e o princípio da Federação, de modo que ambos os princípios saiam
fortalecidos. Por exemplo: as Assembléias Legislativas dos Estados podem participar do
processo legislativo federal, emendando a Constituição Republicana. Quero dizer, inicia-
tiva de emenda à Constituição Federal por parte das assembléias legislativas.
O Sr. Ministro Sepúlveda Pertence (Relator): Usei de argumento semelhante a
propósito da necessidade da autorização das assembléias para o processo criminal con-
tra os governadores, mostrando (RE 159.230, Pleno, 28-3-94): mais do que o princípio
da separação de poderes, incide princípio da Federação, na medida em que o recebimento
da denúncia — conforme o modelo federal do Presidente da República — envolve o
afastamento do governador do Estado.
O Sr. Ministro Carlos Britto: Para terminar, a Constituição, no seu art. 85, inciso II,
estatui:
“Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República
que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
(...)
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;”
Então, essa zona de confluência ou intercessão dos dois princípios foi bem captada
no voto magistral do Ministro Sepúlveda Pertence, de sorte que concordar com S. Exa. é
fortalecer a um só tempo o princípio da separação dos Poderes e o princípio da Federação.
O Sr. Ministro Nelson Jobim (Presidente): Registro que a Constituição de 1967,
art. 34, e a de 1969, art. 39, quanto à imunidade dos deputados e senadores, referiam-se
a exercício de mandato.
A supressão da expressão “do exercício do mandato” apareceu na Constituição de
1988.
R.T.J. — 198 1167

VOTO
O Sr. Ministro Carlos Velloso: Sr. Presidente, quero dizer que estou de acordo com
o voto do Sr. Ministro Sepúlveda Pertence.
Gostaria de dizer duas palavras de agradecimento ao Dr. Antônio Nabor Areias
Bulhões, notável advogado. As palavras de Sua Excelência tocaram fundo o meu cora-
ção; agradeço-as, sensibilizado. Elas vêm de um advogado, o Dr. Nabor, que aprendi a
respeitar, admirar e estimar. As suas palavras, tão significativas, brotaram do seu coração
generoso, estou certo. Vou lembrar o cancioneiro popular de minha Minas, Milton Nas-
cimento, quando diz: “o que importa é ouvir a voz que vem do coração”. Eu sinto, Dr.
Nabor, que ouvi a voz do seu coração generoso. E é isto o que importa, ela me fez feliz.
Muito e muito obrigado.

VOTO
O Sr. Ministro Celso de Mello: O e. Superior Tribunal de Justiça, ao deferir ordem
de habeas corpus em favor do ora recorrido, que é Deputado Distrital, proferiu decisão
consubstanciada em acórdão assim ementado:
“Processual Penal. Habeas corpus. Crimes contra o parcelamento do solo
urbano. Deputado distrital. Prisão em flagrante. Prisão preventiva.
I - Aos deputados distritais, em sede de prisão em flagrante, aplica-se o
disposto no art. 53 § 2º, ex vi arts. 27 § 1º e 32 § 3º, todos da Lex Maxima.
II - Os deputados distritais só poderão, em princípio, sofrer prisão cautelar
decorrente de situação de flagrância (Precedente do Pretório Excelso, Inq. n.
510, Pleno).
Writ concedido.”
(HC 29.951/DF, Rel. Min. Felix Fischer — grifei)
O Ministério Público Federal insurge-se contra tal decisão, invocando, como su-
porte de sua pretensão recursal, a Súmula 3 do Supremo Tribunal Federal, cujo enunciado
assim dispõe: “A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à Justiça do
Estado”.
Não assiste razão ao Ministério Público, pois a Súmula 3/STF não mais subsiste
em face da nova ordem jurídica fundada na vigente Constituição republicana.
Como se sabe, a Constituição promulgada em 1988 ampliou, de modo significa-
tivo, as prerrogativas deferidas aos Deputados Estaduais (art. 27, § 1º) e aos Deputados
Distritais (art. 32, § 3º), outorgando-lhes as mesmas garantias de imunidade e de
inviolabilidade reconhecidas aos membros do Congresso Nacional, tais como previstas
no art. 53 da Lei Fundamental.
O legislador constituinte, ao assim proceder, objetivou dispensar, aos membros das
Assembléias Legislativas estaduais (CF, art. 27, § 1º) e da Câmara Legislativa do Distrito
Federal (CF, art. 32, § 3º), um grau maior de proteção, em ordem a permitir-lhes — à
semelhança do que sucede com os Deputados Federais e Senadores da República (CF, art.
53) — o desempenho independente do mandato representativo, assegurando-lhes, por
1168 R.T.J. — 198

isso mesmo, desde que na prática das múltiplas funções que compõem o ofício parla-
mentar, não só a liberdade de expressão, ainda que exercida fora do recinto da própria
Casa legislativa (RTJ 131/1039 — RTJ 133/90 — RTJ 135/509-510 — RTJ 155/396-
397 — RT 648/318), mas garantindo-lhes, também, especial prerrogativa consistente na
outorga de um estado de relativa incoercibilidade pessoal (freedom from arrest), de tal
modo que os membros integrantes do Poder Legislativo da União, dos Estados-Membros
e do Distrito Federal só possam ser presos em situação de flagrância, por crime
inafiançável, vedada, em conseqüência, contra eles, a efetivação de prisão preventiva.
Na realidade, todas essas prerrogativas de ordem político-jurídica, deferidas,
ratione muneris, aos membros do Congresso Nacional — e, agora, também, aos inte-
grantes das Assembléias Legislativas (Deputados Estaduais) e da Câmara Legislativa do
Distrito Federal (Deputados Distritais) — compõem o estatuto constitucional dos par-
lamentares (José Afonso da Silva, “Curso de Direito Constitucional Positivo”, pp.
532/539, 23ª ed., 2004, Malheiros), que representa um complexo de direitos (e de
limitações) concebido com o propósito de tornar mais efetiva a independência do
parlamentar no exercício do mandato representativo, tal como tem sido proclamado,
em sucessivos pronunciamentos, pelo magistério da doutrina (Pontes de Miranda,
“Comentários à Constituição de 1967 com a Emenda n. 1 de 1969”, tomo III/10 e 43,
2ª ed., 1970, RT; João Barbalho, “Constituição Federal Brasileira”, p. 64, edição
fac-similar, 1992, Senado Federal; Pinto Ferreira, “Comentários à Constituição
Brasileira”, vol. 2/625, 1990, Saraiva; José Cretella Júnior, “Comentários à Consti-
tuição de 1988”, vol. V/2624-2625, item n. 204, 1991, Forense Universitária; Michel
Temer, “Elementos de Direito Constitucional”, pp. 129/130, item n. 5, 18ª ed., 2002,
Malheiros; Pedro Aleixo, “Imunidades Parlamentares”, p. 59/65, 1961, Belo Hori-
zonte; Celso Ribeiro Bastos, “Comentários à Constituição do Brasil”, vol. 4, tomo I/
187, 1995, Saraiva; René Ariel Dotti, “Curso de Direito Penal — Parte Geral”, p. 398,
item n. 25, 2001, Forense, v.g.).
Como precedentemente salientado, as imunidades e prerrogativas dos Deputados
Estaduais e dos Deputados Distritais, porque ampliadas, estendem-se para além dos
limites delineados pela Súmula 3/STF, eis que são, agora, oponíveis a qualquer órgão do
Poder Judiciário, não mais se restringindo, portanto, como antes, à esfera da Justiça local.
Eis o motivo pelo qual não mais subsiste o enunciado constante da formulação
contida na referida Súmula 3/STF, tornada incompatível por efeito da superveniência
da Constituição de 1988, notadamente por força do que prescrevem o art. 27, § 1º, e o
art. 32, § 3º, ambos da Lei Fundamental da República.
Cabe observar, finalmente, considerado o contexto ora em exame, que se revela
incensurável a decisão objeto do presente recurso extraordinário, eis que os Deputados
Distritais (CF, art. 32, § 3º) e os Deputados Estaduais (CF, art. 27, § 1º) também gozam,
por efeito do estatuto constitucional que lhes rege a atividade legislativa, de imunidade
à prisão cautelar, pois, à semelhança do que dispõe o art. 53, § 2º, da Constituição da
República, quanto aos Deputados Federais e Senadores, os membros integrantes das
Assembléias Legislativas dos Estados-Membros e da Câmara Legislativa do Distrito
Federal não poderão ser presos, desde a expedição do diploma, “salvo em flagrante de
crime inafiançável”.
R.T.J. — 198 1169

Daí a clara advertência que resulta da lição expendida pelo eminente Professor
José Afonso da Silva (“Curso de Direito Constitucional Positivo”, p. 533, item n. 15,
23ª ed., 2004, Malheiros):
“‘Quanto à prisão’, estatui-se que, salvo flagrante de crime inafiançável,
os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos dentro do período que
vai desde a sua diplomação até o encerramento definitivo de seu mandato por
qualquer motivo, incluindo a não reeleição. Podem, pois, ser presos nos casos de
flagrante de crime inafiançável, mas, nesse caso, os autos serão remetidos, dentro
de 24 horas, à Câmara respectiva, para que, pelo voto da maioria (absoluta) de seus
membros, resolva sobre a prisão (art. 53, § 2º, EC-35/2001). Convém ponderar a
respeito da questão da afiançabilidade de crime, hoje importante, diante do dis-
posto no art. 5º, LXVI, segundo o qual ninguém será levado à prisão ou nela
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. Se o
crime for daqueles que admitem liberdade provisória, o tratamento a ser dado
ao congressista há de ser idêntico ao dos crimes afiançáveis, ou seja: ‘vedada a
prisão’.” (Grifei)
Não foi por outra razão que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, examinando
o alcance da cláusula constitucional garantidora das imunidades deferidas aos con-
gressistas (CF, art. 53) — estendidas aos Deputados Estaduais (CF, art. 27, § 1º) e aos
Deputados Distritais (CF, art. 32, § 3º) —, advertiu, após destacar a teleologia da norma
constitucional em referência, que o estatuto jurídico dos parlamentares outorga-lhes,
dentre as várias prerrogativas previstas na Carta Política, aquela que lhes assegura um
“estado de relativa incoercibilidade pessoal (...) (freedom from arrest)”, pois “só pode-
rão sofrer prisão provisória ou cautelar numa única e singular hipótese: situação de
flagrância em crime inafiançável” (RTJ 135/509-510, Rel. Min. Celso de Mello).
Com estas considerações, Senhor Presidente, acompanho o brilhante voto profe-
rido pelo eminente Ministro Relator.
É o meu voto.

EXTRATO DA ATA
RE 456.679/DF — Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Recorrente: Ministério
Público Federal. Recorrido: José Edmar de Castro Cordeiro (Advogados: Antonio Nabor
Areias Bulhões e outro).
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu e negou provimento ao recurso
extraordinário, nos termos do voto do Relator, e declarou superada a Súmula n. 3 desta
Corte. Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim.
Presidência do Ministro Nelson Jobim. Presentes à sessão os Ministros Sepúlveda
Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar Mendes,
Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Procurador-Geral da República,
Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Brasília, 15 de dezembro de 2005 — Luiz Tomimatsu, Secretário.
1170 R.T.J. — 198

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 464.963 — GO

Relator: O Sr. Ministro Gilmar Mendes


Recorrentes: Ângela Pinto Ribeiro Miro e outro — Recorrido: Lenir de Souza e
Silva
Recurso extraordinário. 2. Diretor-geral de Tribunal Regional
Eleitoral. Exercício da advocacia. Incompatibilidade. Nulidade dos atos
praticados. 3. Violação aos princípios da moralidade e do devido processo
legal (fair trial). 4. Acórdão recorrido cassado. Retorno dos autos para
novo julgamento. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência da Ministra Ellen Gracie (RISTF, art.
37, II), na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade
de votos, dar provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 14 de fevereiro de 2006 — Gilmar Mendes, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes: Trata-se de recurso extraordinário interposto com
fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal, no qual se alega ofensa aos arts.
5º, LV; 37, caput; e 93, IX, da Carta Magna.
O Relator do acórdão recorrido, ao apreciar a controvérsia, assim se pronunciou
(fls. 296-313):
“Entre as nulidades levantadas pelos embargantes consta a mirante a tornar
absolutamente nulo o julgamento, a pretexto de o advogado Homero Sabino de
Freitas, na condição de Diretor-Geral do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás,
encontrar-se no desempenho de atividade incompatível, mesmo em causa própria,
com o exercício da advocacia.
Na verdade, a Lei n. 8.906, de 04 de julho de 1994, que dispõe sobre o
Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, é taxativa, na
textura do seu art. 28, quanto à incompatibilidade da advocacia, ainda que em
causa própria, dentre outras atividades, dos membros do Poder Judiciário.
A rigor, portanto, tal como suscitado pelos embargantes, o fato de o Dr.
Homero Sabino de Freitas ter sido nomeado para o cargo de Diretor-Geral do Tribu-
nal Regional Eleitoral de Goiás, o colocaria na condição de ocupante de atividade
incompatível com o exercício da advocacia.
Impende ressaltar, a propósito, que o Pretório Excelso, no julgamento da
Medida Liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127-8-DF (in DJU
de 14.10.94, seção 1, p. 27.596), deu ao dispositivo em relevo a interpretação de
que, de sua abrangência, estão excluídos os membros da Justiça Eleitoral e os
Juízes Suplentes não remunerados.
R.T.J. — 198 1171

Demais disso, no tocante às inocorrentes omissões, no julgado, assim respei-


tando a pseuda-nulidade quanto à intervenção, do Dr. Homero Sabino de Freitas,
como advogado do ora embargado, peticionando e fazendo sustentação oral,
quando estava impedido de advogar, por ocupação do mencionado cargo de Dire-
tor-Geral do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, como ao impedimento da Se-
cretária da egrégia 1ª Câmara Cível, para praticar quaisquer atos neste processo,
por ser filha do Dr. Homero Sabino de Freitas, tenho em linha de total inconsistên-
cia os argumentos estereotipados.
É que, por não terem sido alegadas na fase própria, ou seja, ‘na primeira
oportunidade’ em que falaram nos autos, particularmente a da sustentação oral,
operou-se, irremediavelmente, a preclusão (inteligência do art. 245 do CPC).
O Dr. Homero Sabino de Freitas ingressou no feito, como advogado do
embargado, juntando substabelecimento de mandato, em 08 de maio de 2.001,
como pode ser verificado às fls. 204v. e 205, data em que também realizou-se a
sessão onde houve sustentação oral por parte do mesmo.
Mister se faz salientar que na mesma sessão houve sustentação oral também
por parte do advogado dos embargantes, Dr. Luiz Mauro Pires, que nada alegou a
respeito naquela ocasião, nem sobre o impedimento de advogar do Dr. Homero,
por exercer cargo de diretor do T.R.E.-GO, nem de sua filha, que é secretária da
Primeira Câmara Cível.
Também não consta dos autos nenhuma petição protocolada após a sessão,
argüindo tais nulidades.
Por que somente agora, através de embargos declaratórios, após vários meses,
vêm os embargantes alegar tal matéria?
Se o fato era público e notório, e de conhecimento de todos, como afirmam às
fls. 224 (‘Todavia, conforme é de conhecimento público e notório, (...)’), deveria o
advogado dos embargantes ter alegado tais nulidades na primeira oportunidade
que tivesse de falar nos autos, o que poderia ter ocorrido na própria sessão ou em
momento posterior próximo e oportuno, e não em embargos declaratórios, após
vários meses do conhecimento de tal situação, coincidentemente após verem
improvido seu recurso.
Ademais, nenhum prejuízo causou às partes o ingresso de tal advogado como
patrono do embargado, mormente quando se restringiu a fazer sustentação oral, o
que não altera a força das provas constantes dos autos.”
Os recorrentes sustentam que (fls. 356/374):
“2.1. Nos embargos de declaração interpostos pelos os ora recorrentes, foi
suscitada nulidade absoluta consubstanciada no fato de que na data em que o
ilustre patrono dos apelantes proferiu sustentação oral no julgamento do presente
feito, o exercício da advocacia era e ainda é vedado ao mesmo pelo Estatuto da
Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil.
2.2. É que, em fevereiro de 2001, o patrono do apelante, Doutor Homero
Sabino de Freitas, foi nomeado e empossado no cargo de Diretor Geral do Tribunal
Regional Eleitoral do Estado de Goiás, conforme demonstra a cópia do Diário da
1172 R.T.J. — 198

Justiça de 19 de fevereiro de 2001 (cf. documentos que acompanham os embargos


de declaração). E tal cargo público é incompatível com a advocacia. A respeito,
vejamos o teor dos artigos 27 e 28 da Lei n. 8.906, de 1994:
‘Art. 27. A incompatibilidade determina a proibição total, e o impedi-
mento, a proibição parcial do exercício da advocacia.
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as
seguintes atividades:
IV- ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indireta-
mente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços
notariais e de registro;’
2.3. Apesar disto, no dia 8 de maio de 2001, o ilustre causídico proferiu
sustentação oral no julgamento da apelação, acarretando o pedido de adiamento
do julgamento pelo próprio Relator, o que demonstra à exaustão a importância da
intervenção do eminente patrono do apelante, ora recorrido (cf. fl. 209).Conforme
decorre de disposição expressa da Lei n. 8.906, trata-se de nulidade absoluta e,
portanto, insanável, in verbis:
‘Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa
não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado
impedido — no âmbito do impedimento — suspenso, licenciado ou que
passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.’ (Grifou-se)
[...]
2.6. Apesar disto, violando manifestamente o disposto no caput do artigo 37
da CF, a Colenda Turma do TJGO rejeitou tal nulidade entendendo que ocorreu a
preclusão e que não houve prejuízo. Com relação à preclusão, tal parte da decisão
já foi objeto do recurso especial interposto, meio hábil para tanto. Já no que se
refere à parte do acórdão que reconheceu a inexistência de prejuízo como funda-
mento da rejeição da nulidade, tal decisão violou manifestamente o aludido dispo-
sitivo constitucional.
2.7. É que a matéria evidentemente não pode ser analisada pela face do
prejuízo que tenham sofrido as partes, pois a decretação da nulidade não pretende
apenas garantir a regularidade do processo, mas proteger a moralidade adminis-
trativa consagrada no artigo 37, caput, da Constituição Federal. Ao rejeitar a
aplicação do princípio da moralidade administrativa, a Corte a quo contrariou a
referida norma constitucional. Conforme ensina a doutrina:
[...]
2.8. Ademais, a existência de prejuízo é evidente. Não é demais lembrar que
o eminente Desembargador-Relator pediu vista dos autos após as sustentações
orais, o que revela à exaustão a importância da sustentação proferida pelo advo-
gado substabelecido à folha 206 e os notórios prejuízos sofridos pelos ora recor-
rentes. Realmente, a apelação interposta pelo ora recorrido foi provida, com a
conseqüente reforma da r. sentença de folhas 136/141, que reconheceu o direito
dos embargantes, ora recorrentes.
R.T.J. — 198 1173

[...]
3.1. Além da nulidade suscitada nos itens anteriores, nos embargos de decla-
ração os ora recorrentes suscitaram também nulidade absoluta consubstanciada
no fato de que a filha do patrono do ora recorrido, Dra. Yasmine Saad Sabino de
Freitas, participou do julgamento do feito como Diretora da 1ª Secretaria da
Câmara Cível, tendo até mesmo assinado o extrato da ata (cf. certidão de fl.
211).
[...]
3.3. Em sendo parente consangüíneo em linha reta, a Dra. Yasmine Saad
Sabino de Freitas jamais poderia ter praticado ato no processo em que seu pai, o
Doutor Homero Sabino de Freitas, é advogado de uma das partes. Se não bastasse
ter participado do julgamento e assinado o extrato da ata (cf. certidão de fl. 211),
tal servidora impedida também praticou outros atos no processo após o ingresso de
seu pai como procurador do embargado (cf. fls. 205/206). Basta conferir as certi-
dões de fls. 212 e 221.
3.4. Da mesma forma da nulidade anterior, a Colenda Turma do TJGO rejei-
tou tal nulidade ao fundamento de que ocorreu a preclusão e que não houve preju-
ízo. Ao reconhecer a inexistência de prejuízo como fundamento da rejeição da
nulidade, tal decisão também violou manifestamente o caput do artigo 37 da CF.
3.5. E o fundamento de tal violação é o mesmo do exposto para a nulidade
anterior. Sem dúvida, a matéria evidentemente não pode ser analisada pela face do
prejuízo que tenham sofrido as partes, pois a decretação da nulidade em face da
prática de ato por serventuária da justiça impedida não pretende garantir apenas a
regularidade do processo, mas proteger a moralidade administrativa consagrada
no artigo 37, caput, da Constituição Federal.”
O Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz Lucas, em parecer
de fls. 521-523, manifestou-se pelo improvimento do recurso nos seguintes termos:
“Ementa: Recurso extraordinário — Ausência de fundamentação do
acórdão — Nulidade absoluta — Incompatibilidade do advogado — Impedi-
mento do serventuário da Justiça — Alegação de ofensa aos arts. 5º, LV, e 93,
IX, e 37, caput — Incabível — Ofensa reflexa à CF — Matéria infraconstitu-
cional — Ausência da pretendida dimensão constitucional — Parecer pelo não
conhecimento do recurso e, se conhecido, pelo seu improvimento.”
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Gilmar Mendes (Relator): O acórdão recorrido deu provimento à
apelação, para reformar a sentença e julgar improcedentes os embargos de terceiros
interpostos pelos recorrentes, invertendo a condenação por litigância de má-fé.
Dessa decisão foram opostos embargos de declaração nos quais se argüiu a nulidade
absoluta do julgado, por ter o Dr. Homero Sabino de Freitas, na qualidade de Diretor-
Geral do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás, proferido, no julgamento da
apelação, sustentação oral como patrono dos ora recorridos.
1174 R.T.J. — 198

Argüiu-se, ainda, nos embargos de declaração, o impedimento da Dra. Yasmine


Saad Sabino de Freitas para a prática de qualquer ato no processo, como Secretária da 1ª
Câmara Cível, onde tramitou o feito, por ser filha do referido advogado, Dr. Homero,
também Diretor-Geral do TRE/GO.
Alegou-se violação ao princípio da moralidade, previsto no artigo 37, caput, da
Carta Magna, ao princípio do devido processo legal e ao art. 93, IX, da Constituição,
especialmente no que diz respeito à litigância de má-fé.
Preliminarmente, afasto o fundamento do acórdão dos embargos de declaração, no
tocante à preclusão em virtude da não-alegação da nulidade, uma vez que o referido
vício foi argüido na primeira oportunidade após o julgamento da apelação, ou seja, pela
via dos embargos de declaração.
Por outro lado, tendo em vista o sistema legal existente (art. 4º e arts. 27 e 28 do
Estatuto da Advocacia), não há nenhuma dúvida quanto à incompatibilidade da advo-
cacia com o exercício do cargo de Diretor-Geral de Tribunal Regional Eleitoral, o que
gera a nulidade de todos os atos praticados no processo pelo Dr. Homero Sabino de
Freitas, nulidade esta que, ao meu ver, é de ordem absoluta.
Esta 2ª Turma, ao julgar o RE 199.088, DJ de 16-4-99, entendeu ser incompatível
com a advocacia o exercício do cargo de assessor de juiz ou desembargador, tendo o
Relator, Carlos Velloso, consignado em seu voto que tal incompatibilidade assenta-se
na ética e na moralidade pública, verbis:
“É claro que as condições para o exercício de profissão deverão ser razoáveis.
No caso, parece-me perfeitamente razoável ficar incompatível com a advocacia
quem exerce cargo de assessor de juiz ou desembargador. A incompatibilidade, em
tal caso, assenta-se, sobretudo, na ética, na moralidade administrativa, que é o
princípio constitucional imposto à Administração Pública, direta ou indireta (CF,
art. 37). Ora, o exercício da advocacia tem coloração pública, ainda mais se tiver-
mos presente a sua indispensabilidade à administração da justiça, conforme está
expresso na Constituição, art. 133.”
Ressalte-se que, ao contrário do afirmado no acórdão recorrido, não se aplica ao
caso em tela o entendimento desta Corte no julgamento da ADI 1.127, Rel. Paulo
Brossard, DJ de 29-6-01, que excluiu do rol dos impedidos de exercer a advocacia
apenas os membros da Justiça Eleitoral e os Juízes suplentes ‘não remunerados’, conforme
se pode verificar do trecho do voto do Relator, verbis:
“Assim, parece-me que a alteração pretendida pela lei de impedir os advogados
que compõem, como juristas, o Tribunal Superior Eleitoral e o Tribunal Regional
Eleitoral, de advogar, ofende diretamente esses artigos da Constituição, gerando
proibição oblíqua, mas real e efetiva.
[...]
Entendo que no caso não foi feliz o legislador quando teve a idéia de estabe-
lecer esta proibição para os Juízes dos Tribunais Eleitorais — de exercer a advocacia
até em causa própria, pelo fato de serem Juízes — advogados. Nunca existiu essa
incompatibilidade, e a fórmula está incorporada ao nosso direito; temos uma expe-
R.T.J. — 198 1175

riência de sessenta anos a esse respeito, e não me consta ter havido, nesses anos,
motivo de queixa, de censura, de critica, à atuação desses juízes; ao contrário, do
depoimento de todos que têm servido ou freqüentado a Justiça Eleitoral, os juízes
saídos da classe dos advogados têm prestado à Justiça Eleitoral os maiores e me-
lhores serviços.
Assim, defiro em parte a liminar para dar ao dispositivo a interpretação de
que a abrangência nele contida não se estende aos advogados membros da Justiça
Eleitoral e aos Juízes Suplentes não remunerados, em respeito ao que dispõe os
artigos 119, II, e 120, § 1º, III, da Constituição.”
Assim, entendo que existe, no caso em exame, violação aos princípios da morali-
dade, no sentido já delineado no citado precedente desta 2ª Turma (RE 199.088, Rel.
Min. Carlos Velloso, DJ de 16-4-99) e do devido processo legal.
O princípio do devido processo legal, que lastreia todo o leque de garantias cons-
titucionais voltadas para a efetividade dos processos jurisdicionais e administrativos,
assegura que todo julgamento seja realizado com a observância das regras procedimentais
previamente estabelecidas, e, além disso, representa uma exigência de fair trial, no
sentido de garantir a participação equânime, justa, leal, enfim, sempre imbuída pela boa-
fé e pela ética dos sujeitos processuais.
A máxima do fair trial é uma das faces do princípio do devido processo legal
positivado na Constituição de 1988, a qual assegura um modelo garantista de jurisdi-
ção, voltado para a proteção efetiva dos direitos individuais e coletivos, e que depende,
para seu pleno funcionamento, da boa-fé e da lealdade dos sujeitos que dele participam,
condição indispensável para a correção e a legitimidade do conjunto de atos, relações e
processos jurisdicionais e administrativos.
Nesse sentido, tal princípio possui um âmbito de proteção alargado, que exige o
fair trial não apenas dentre aqueles que fazem parte da relação processual, ou que atuam
diretamente no processo, mas de todo o aparato jurisdicional, o que abrange todos os
sujeitos, instituições e órgãos, públicos e privados, que exercem, direta ou indiretamente,
funções qualificadas constitucionalmente como essenciais à Justiça.
Contrárias à máxima do fair trial — como corolário do devido processo legal, e
que encontra expressão positiva, por exemplo, nos arts. 14 e seguintes do Código de
Processo Civil — são todas as condutas suspicazes praticadas por pessoas às quais a lei
proíbe a participação no processo em razão de suspeição, impedimento ou incompatibi-
lidade; ou nos casos em que esses impedimentos e incompatibilidades são forjados pelas
partes com o intuito de burlar as normas processuais.
Em face do exposto, tendo em vista as condições que levaram à produção de um
julgamento contaminado por fortes irregularidades e eventual suspicácia, entendo
como violados, no presente caso, tanto o princípio da moralidade como o do devido
processo legal.
Assim, conheço e dou provimento ao recurso extraordinário. Determino o retorno
dos autos ao Tribunal de origem, para que seja realizado novo julgamento da apelação
cível.
1176 R.T.J. — 198

EXTRATO DA ATA
RE 464.963/GO — Relator: Ministro Gilmar Mendes. Recorrentes: Ângela Pinto
Ribeiro Miro e outro (Advogados: José Leite Saraiva Filho e outro). Recorrido: Lenir de
Souza e Silva (Advogados: Homero Sabino de Freitas e outro).
Decisão: A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso, para anular o
julgamento e determinar que um novo seja realizado na Corte de origem, nos termos do
voto do Relator. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Ministro Celso de
Mello. Presidiu este julgamento a Ministra Ellen Gracie.
Presidência da Ministra Ellen Gracie. Presentes à sessão os Ministros Gilmar Mendes
e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Subprocura-
dor-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Brasília, 14 de fevereiro de 2006 — Carlos Alberto Cantanhede, Coordenador.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 466.211 — RS

Relatora: A Sra. Ministra Cármen Lúcia


Agravante: Caixa Econômica Federal – CEF — Agravado: Luiz Antônio Teixeira
Raguzoni
Constitucional. Limitação da taxa de juros em 12% ao ano. Súmula
283. Preclusão do fundamento infraconstitucional. Agravo regimental des-
provido.
Correta a decisão agravada que negou seguimento ao recurso ex-
traordinário da instituição financeira com base na aplicação da Súmula
283/STF, ante a preclusão do fundamento infraconstitucional de que se
valeu o acórdão recorrido para fixar em 12% ao ano a taxa de juros
exigida contratualmente. Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto da
Relatora. Não participaram, justificadamente, deste julgamento os Ministros Marco
Aurélio e Carlos Britto.
Brasília, 15 de agosto de 2006 — Cármen Lúcia, Relatora.

RELATÓRIO
A Sra. Ministra Cármen Lúcia: Trata-se de agravo regimental contra decisão profe-
rida em 3 de fevereiro de 2006 (DJ de 24-2-2006 — fl. 120), pela eminente Ministra
Ellen Gracie, então Relatora, cujo teor é o seguinte:
R.T.J. — 198 1177

“1. Cuida-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão que estabe-


leceu em 12% mais a taxa média de captação — Taxa Selic — os juros relativos ao
contrato de financiamento pactuado entre as partes, com base no art. 192, § 3º, da
CF/88 e na legislação infraconstitucional.
2. A recorrente também interpôs recurso especial contra esse acórdão, para
afastar o argumento infraconstitucional sobre a limitação dos juros. Foi-lhe, toda-
via, negado seguimento (fls. 112-113).
3. Esse fundamento, suficiente per se para manter o acórdão recorrido no
tocante ao teto dos juros, tornou-se, portanto, definitivo, obstando a impugnação,
mediante recurso extraordinário, com base no art. 192, § 3º, da Carta Magna. Inci-
dente, pois, a Súmula STF n. 283.
4. Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (art. 557, caput, do CPC).
Publique-se.”
Insurge-se contra aquela decisão a agravante, tendo apresentado tempestivamente
o seu recurso com o argumento de que (fl. 123):
“Os fundamentos da decisão agravada, data vênia, estão equivocados, pois o
acórdão recorrido não se valeu do Código de Defesa do Consumidor para
limitar a taxa de juros em 12% (doze porcento) ao ano. O Exo. Sr. Relator do
TRF, ao destacar em seu voto que ‘Pertinente salientar, por primeiro, que as regras
previstas no Código de Defesa do Consumidorsão plenamente aplicáveis ao caso,
pois dizem com operações bancárias, expressamente tuteladas nos moldes do art.
3º, § 2º, da Lei 8.078/90.’, não menciona qual artigo do CDC limita a taxa de
juros em 12% ao ano.” (sic)
Não obstante o reconhecimento da própria agravante de que o acórdão recorrido
funda-se em legislação infraconstitucional — suficiente, como disse a ilustre Ministra
Relatora, para manter per se a decisão — insiste a Caixa Econômica Federal que ela se
basearia apenas na interpretação do artigo 192, § 3º, da Constituição Federal (norma
originariamente vigente), tornando-se, pois, dispensável a interposição de recurso espe-
cial para a desconstituição de fundamento infraconstitucional, que não teria havido na
espécie.
É o relatório.

VOTO
A Sra. Ministra Cármen Lúcia (Relatora): A agravante não tem razão de direito.
A leitura atenta do voto condutor do acórdão recorrido da lavra do Il. Desembargador
Federal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Edgard Lippmann Jr., evidencia que
todo o esforço interpretativo empreendido para concluir-se, na espécie, pela limitação dos
juros cobrados pela instituição financeira, lastreou-se na premissa de que contratos bancá-
rios devem sujeitar-se aos princípios e regras do Código de Defesa do Consumidor.
Confira-se, a propósito, a seguinte passagem do voto acima mencionado:
1178 R.T.J. — 198

“No caso em exame, estamos diante de contrato de mútuo, logo, típica moda-
lidade de contrato de adesão cujas cláusulas e condições vieram pré-impressas,
conforme documentos juntados aos autos. Assim, não vejo como excluí-lo de
subsunção às normas da legislação protetora do consumidor”.
Correta, portanto, a decisão agravada ao fazer incidir, no caso, a Súmula 283 deste
Supremo Tribunal Federal, em face da preclusão do fundamento infraconstitucional do
acórdão recorrido (RE-AgR 465.985, Ricardo Lewandowski, DJ de 23-6-06; RE-AgR
412.346, Ellen Gracie, DJ de 20-4-06; RE-AgR 450.919, Sepúlveda Pertence, DJ de 16-
9-05).
Pelos fundamentos acima expostos, nego provimento ao agravo regimental: é
como voto.

EXTRATO DA ATA
RE 466.211-AgR/RS — Relatora: Ministra Cármen Lúcia. Agravante: Caixa Eco-
nômica Federal – CEF (Advogados: José Linhares Prado Neto e outro). Agravado: Luiz
Antônio Teixeira Raguzoni (Advogado: João Batista Martins).
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordiná-
rio. Unânime. Não participaram, justificadamente, deste julgamento os Ministros Marco
Aurélio e Carlos Britto.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Carlos Britto, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. Subprocurador-Geral da
República, Dr. Edson Oliveira de Almeida.
Brasília, 15 de agosto de 2006 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO


DE INSTRUMENTO 499.022 — SP

Relator: O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski


Embargantes: Espólio de Eduardo Pereira Mendes e outro — Embargado: Estado
de São Paulo
Processual Civil. Embargos declaratórios em agravo de instrumento.
Conversão em agravo regimental. Precatórios. Impossibilidade de expedi-
ção de precatório complementar. Análise de temas estritamente constitucio-
nais.
I - Decisão monocrática que deu provimento ao agravo de instru-
mento e, desde logo, conheceu do recurso extraordinário e lhe deu provi-
mento em parte, para determinar a expedição de novo precatório para a
execução de débitos relativos a parcelamento pago sem a observância do
disposto no art. 33 do ADCT.
R.T.J. — 198 1179

II - Inexistência de novos argumentos capazes de afastar as razões


expendidas na decisão ora atacada, que deve ser mantida.
III - Embargos de declaração convertidos em agravo regimental ao
qual se nega provimento.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos,
converter os embargos de declaração no agravo de instrumento em agravo regimental no
agravo de instrumento, vencido, nesta parte, o Ministro Marco Aurélio. Por unanimidade,
negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Não participou, justificadamente,
deste julgamento a Ministra Cármen Lúcia.
Brasília, 29 de junho de 2006 — Ricardo Lewandowski, Relator.

RELATÓRIO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski: Trata-se de embargos de declaração opostos
pelo Espólio de Eduardo Pereira Mendes e outros (fls. 84-96) contra decisão do emi-
nente Ministro Carlos Velloso, então Relator, que deu provimento ao agravo de instru-
mento e, desde logo, conheceu do recurso extraordinário e lhe deu provimento em parte,
com base na jurisprudência da Corte, para excluir da condenação a incidência dos juros
compensatórios no caso de pagamento de parcelas de precatório sem a observância do
disposto no art. 33 do ADCT, mantidos os juros moratórios, a serem pagos mediante
expedição de novo precatório (fls. 80-81).
Irresignados, os recorridos interpõem os presentes embargos de declaração. Sus-
tentam, em suma, a existência de obscuridade na decisão embargada, uma vez que a
decisão embargada não mencionou se a expedição de novo precatório será realizada
com ou sem nova citação da Fazenda Pública.
Alegam, ainda, que a matéria envolve aspectos infraconstitucionais que já foram
decididos pelo Superior Tribunal de Justiça.
Diante do caráter infringente atribuído aos embargos, foi concedida vista à parte
embargada, que apresentou impugnação às fls. 101-104.
É o relatório.

VOTO
O Sr. Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Recebo os embargos de declaração
como agravo regimental, dado que opostos a decisão monocrática.
Assim a decisão agravada, proferida pelo eminente Ministro Carlos Velloso:
“O acórdão recorrido, em fase de execução, manteve a decisão que determi-
nou a expedição de ofício requisitório complementar, sem citação da Fazenda
Pública, para cobrança de juros moratórios e compensatórios no caso de atraso no
pagamento do parcelamento obtido com base no art. 33 do ADCT.
1180 R.T.J. — 198

Daí o recurso extraordinário, fundado no art. 102, III, a, da Constituição


Federal, alegando ofensa aos arts. 5º, LIV e LV; e 100 da mesma Carta, bem como
ao art. 33 do ADCT.
O recurso foi inadmitido na origem.
No que tange à impossibilidade de expedição de ofício requisitório, assiste
razão ao recorrente. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 168.019/SP,
Ministro Ilmar Galvão, decidiu que os débitos da Fazenda Pública decorrentes de
decisões judiciais subordinam-se exclusivamente ao regime constitucional dos
precatórios. Nesse sentido, menciono, inter plures: AI 489.125/SP, de minha
Relatoria; AI 476.645/SP, Ministro Sepúlveda Pertence; AI 449.596/SP, Ministra
Ellen Gracie; e RE 432.221/SP, Ministro Carlos Britto.
Quanto à incidência de juros, o Plenário decidiu, no julgamento do RE
155.979/SP, com base no art. 33 do ADCT, pela exclusão dos juros moratórios e
compensatórios no pagamento de precatórios decorrentes de desapropriação, des-
de que observadas as épocas próprias de vencimento das prestações, o que não
ocorreu no presente caso.
Esta Corte, no julgamento do RE 193.210/SP, Rel. Ministro Néri da Silveira,
decidiu que apenas os juros moratórios são cabíveis nos casos de inadimplência da
Fazenda Pública no pagamento do parcelamento previsto no art. 33 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. No mesmo sentido: RE 400.413-AgR/SP,
Rel. Ministro Carlos Britto, DJ de 8-11-2004; e AI 494.526-AgR/SP, Rel. Ministro
Sepúlveda Pertence, DJ de 23-2-2005.
Recentemente, a Primeira Turma, julgando o RE 402.892/SP, Rel. Ministro
Sepúlveda Pertence, DJ de 25-2-2005, reafirmou a necessidade da incidência de
juros moratórios sobre as parcelas em atraso e destacou a impossibilidade de veri-
ficação, em recurso extraordinário, da efetiva quitação de todas as parcelas do
precatório ou de erro na elaboração das planilhas apresentadas pelo recorrente e
nos depósitos efetuados com base nelas ou nos cálculos elaborados pelo contador
judicial, por demandarem o reexame de matéria de fato, o que encontra óbice na
Súmula 279/STF.
Assim também o decidido nos AI 501.443/SP e AI 499.119/SP, ambos de
Relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence.
Do exposto, forte no disposto no art. 544, § 3º e § 4º do CPC, com redação da
Lei 9.756/98, dou provimento ao agravo e, desde logo, conheço do recurso extra-
ordinário e dou-lhe provimento em parte, para excluir da condenação a incidência
dos juros compensatórios no caso de pagamento das parcelas sem a observância do
disposto no art. 33 do ADCT, mantidos os juros moratórios, que deverão ser pagos
mediante a expedição de novo precatório.” (Fls. 80-81)
Bem reexaminada a questão, e sem embargo dos ponderáveis argumentos expendi-
dos pelos agravantes, verifica-se que a decisão não merece reforma.
Os agravantes não aduzem novos argumentos capazes de afastar as razões
expendidas na decisão ora atacada, que deve ser mantida por seus próprios fundamentos.
R.T.J. — 198 1181

Cumpre ressaltar que a decisão recorrida, ao mencionar a necessidade de expedi-


ção de novo precatório, se ateve ao que dispõe o art. 100 da Constituição Federal, que
não admite outra forma de execução de pagamentos devidos pela Fazenda Estadual,
senão o precatório judicial. O procedimento de citação e demais aspectos processuais
são determinados pela legislação pertinente, que não tem nos presentes autos o foro
adequado para discussão.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.

VOTO
O Sr. Ministro Marco Aurélio: Senhor Presidente, quanto a receber os embargos de
declaração como agravo regimental, divirjo de Vossa Excelência, ante razões já expostas
nos Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento n. 278.549-5/SP:
Entendo que os embargos declaratórios são cabíveis, quer direcionados a
decisão definitiva, terminativa do processo, interlocutória, de colegiado ou indi-
vidual, não sofrendo, sequer, esse recurso sui generis, as peias decorrentes da
cláusula da irrecorribilidade, já que prescinde até mesmo do gravame, ou seja, da
sucumbência.
No caso, a parte, vislumbrando não sei se omissão, obscuridade ou contradi-
ção na decisão que implicara a apreciação do agravo de instrumento, protocolizou
os declaratórios. A meu ver, incumbia o julgamento desses declaratórios, não sen-
do possível — como ia iniciando o voto, antes do pregão do processo — inverter
o princípio da fungibilidade, mesmo porque, caso se assentasse que não cabem os
embargos declaratórios, estaríamos diante de um erro grosseiro, que não ensejaria,
portanto, a conversão desse recurso em agravo regimental.
Penso que há um prejuízo enorme para a parte, quando se procede a essa
conversão. É que as causas de pedir dos embargos declaratórios são diversas e
devem estar centradas num daqueles defeitos que os respaldam — em omissão,
contradição ou dúvida —, enquanto, no agravo, a articulação é outra: afirma-se o
desacerto da decisão proferida, sob o ângulo do vício de procedimento ou de
julgamento. Por isso, peço vênia para não conhecer do recurso interposto como
agravo inominado, agravo interno, na dicção do professor Sálvio de Figueiredo.
Nessa parte, quanto à conversão, fico vencido.
É como voto.

EXTRATO DA ATA
AI 499.022-ED/SP — Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Embargantes: Es-
pólio de Eduardo Pereira Mendes e outro (Advogados: Renato Rodrigues Tucunduva
Junior e outro). Embargado: Estado de São Paulo (Advogado: PGE/SP – Amilcar Aquino
Navarro).
Decisão: Por maioria de votos, a Turma converteu os embargos de declaração no
agravo de instrumento em agravo regimental no agravo de instrumento, vencido, nesta
1182 R.T.J. — 198

parte, o Ministro Marco Aurélio. Por unanimidade, negou-lhe provimento, nos termos
do voto do Relator. Não participou, justificadamente, deste julgamento a Ministra Cár-
men Lúcia.
Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à sessão os Ministros Marco
Aurélio, Carlos Britto e Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, a Ministra
Cármen Lúcia. Compareceu o Ministro Cezar Peluso a fim de julgar processos a ele
vinculados, assumindo a cadeira da Ministra Cármen Lúcia. Subprocurador-Geral da
República, Dr. Rodrigo Janot.
Brasília, 29 de junho de 2006 — Ricardo Dias Duarte, Coordenador.
ÍNDICE ALFABÉTICO
A
Int “Abolitio criminis”: inocorrência. (...) Extradição. Ext 925 RTJ 197/18
PrPn Absolvição. (...) Habeas corpus. RHC 84.849 RTJ 195/518
Ct Abuso do poder de legislar: inocorrência. (...) Medida provisória. ADI 3.290
RTJ 196/506
Adm Ação cível originária: prosseguimento. (...) Acordo administrativo. ACO
541-AgR RTJ 196/371
Ct Ação de interesse da magistratura. (...) Competência originária. Rcl 2.370-
AgR RTJ 196/484
PrCv Ação de interesse da magistratura: não-configuração. (...) Competência
jurisdicional. AO 1.122-AgR RTJ 197/815
Adm Ação declaratória em curso: irrelevância. (...) Desapropriação. MS 25.006
RTJ 197/522
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Cabimento. Ato normativo. Regula-
mento de Tribunal de Justiça. ADI 3.443 RTJ 196/552
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Cabimento. Ato normativo. Resolu-
ção administrativa do TSE. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
Ct Ação direta de inconstitucionalidade. (...) Competência jurisdicional. RE
199.293 RTJ 196/320
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Conversão em ação direta de
inconstitucionalidade por omissão: impossibilidade. ADI 1.442 RTJ 195/752
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Descabimento. Ato regulamentar.
ADI 2.618-AgR RTJ 197/204
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Descabimento. Omissão parcial. ADI
1.442 RTJ 195/752
1186 Açã-Açã — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Emenda à inicial: excepcionalidade.


Lei impugnada: inversão de sentido. Atuação do STF como legislador posi-
tivo: impossibilidade. ADI 1.949-MC RTJ 197/70
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Federação Nacional dos Trabalhadores
do Judiciário Federal e Ministério Público da União – FENAJUFE. “Amicus
curiae”. Lei n. 9.868/99, art. 7º, § 2º. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
Ct Ação direta de inconstitucionalidade. Ilegitimidade ativa. Central Única
dos Trabalhadores – CUT. ADI 1.442 RTJ 195/752
Ct Ação direta de inconstitucionalidade. Ilegitimidade ativa. Federação Nacio-
nal dos Condomínios – FENACOND. Entidade sindical de segundo grau.
ADI 3.506-AgR RTJ 195/924
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. (...) Impedimento. ADI 2.321-MC RTJ
195/812
Ct Ação direta de inconstitucionalidade. Legitimidade ativa. Associação dos
Juízes Federais do Brasil – AJUFE. Pertinência temática. ADI 3.395-MC RTJ
198/922
Ct Ação direta de inconstitucionalidade. Legitimidade ativa. Partido político.
Perda superveniente da representação no Congresso Nacional. ADI 2.618-
AgR-AgR RTJ 197/822
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. (...) Medida cautelar. ADI 3.519-MC
RTJ 196/557 – ADI 3.578-MC RTJ 198/92
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Medida cautelar: apreciação. Mandato.
Poderes específicos: inexigibilidade. ADI 1.266 RTJ 196/92
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Medida provisória: conversão em lei.
Mudança substancial: inexistência. Aditamento à inicial. ADI 3.290 RTJ
196/506
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Não-conhecimento. Proposta de
emenda constitucional. ADI 3.367 RTJ 197/909
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Ofensa indireta. Lei de Diretrizes
Orçamentárias. CF/88, art. 169. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Petição inicial. Interpretação confor-
me à Constituição: possibilidade. ADI 3.324 RTJ 198/64
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Petição inicial: inépcia inocorrente.
Lei n. 9.868/99, art. 3º. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Prejudicialidade. Revogação super-
veniente da norma impugnada. ADI 1.442 RTJ 195/752
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Prejudicialidade. Revogação super-
veniente da norma impugnada. Emenda Constitucional n. 45/04. ADI 3.085
RTJ 197/875
ÍNDICE ALFABÉTICO — Açã-Açã 1187

PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Propositura. Publicação da norma


impugnada antes do acórdão. Carência da ação: inocorrência. CPC/73, art.
267, VI. ADI 3.367 RTJ 197/909
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. (...) Representação processual. ADI
2.461 RTJ 195/897
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade. Suspensão cautelar: eficácia. Lei
primitiva idêntica. ADI 1.949-MC RTJ 197/70
PrCv Ação direta de inconstitucionalidade: natureza objetiva. (...) Exceção de
suspeição. AC 349 RTJ 196/15
PrSTF Ação direta de inconstitucionalidade por omissão. (...) Medida cautelar. ADI
1.442 RTJ 195/752
Ct Ação direta: descabimento. (...) Controle concentrado de constitucionali-
dade. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Ação direta estadual. (...) Controle concentrado de constitucionalidade. RE
199.293 RTJ 196/320
PrSTF Ação direta proposta no Estado-Membro e no STF. (...) Medida cautelar. AC
349 RTJ 196/15
PrCv Ação ordinária e mandado de segurança. (...) Litispendência. RMS 25.153
RTJ 196/581
Ct Ação originária especial. Objeto restrito. Ressarcimento por danos morais:
descabimento. ADCT da Constituição Federal/88, art. 9º. AOE 16 RTJ 197/3
PrCv Ação originária especial e ação em curso na Justiça Federal. (...) Litispen-
dência. AOE 16 RTJ 197/3
PrPn Ação penal. Aditamento da denúncia. Atos processuais: repetição. Irregula-
ridade eventual sanada. Cerceamento de defesa: inocorrência. AO 1.300 RTJ
198/871
PrPn Ação penal. Anulação a partir das alegações finais. Prejuízo à defesa. CPP/41,
art. 384: ofensa. HC 86.276 RTJ 197/630
PrPn Ação penal. Atipicidade da conduta. Convênio: licitação dispensável. Dis-
pensa irregular de licitação. Lei n. 8.666/93, art. 89. Inq 1.957 RTJ 196/101
PrPn Ação penal. Conexão. Reunião de processos: faculdade do juiz. CPP/41,
art. 80. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Ação penal. Crime material contra a ordem tributária. Processo administrativo
pendente. Condição objetiva de punibilidade: inocorrência. Justa causa:
ausência. Prescrição: suspensão. Lei n. 8.137/90, art. 1º. HC 84.092 RTJ 196/
218 – HC 84.262 RTJ 195/114
PrPn Ação penal. Incompetência absoluta. Sentença: anulação. Prescrição pela
pena concretizada: impossibilidade. HC 84.950 RTJ 196/251
1188 Açã-Açã — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Ação penal. Inquérito policial: prescindibilidade. Elemento de prova: pro-


cesso administrativo. Investigação pelo Ministério Público: inocorrência.
Inq 1.957 RTJ 196/101
PrPn Ação penal. Justa causa. Crime de deserção. Prazo: contagem em horas.
Código de Processo Penal Militar – CPPM, art. 451, § 1º. RHC 84.986 RTJ
196/254
PrPn Ação penal. Justa causa. Crime material contra a ordem tributária. Procedi-
mento administrativo fiscal exaurido. Lei n. 8.137/90, arts. 1º, I e II, e 3º, III.
RHC 85.513 RTJ 196/302
PrPn Ação penal. Justa causa. Crime material contra a ordem tributária. Procedi-
mento administrativo fiscal exaurido: publicação pendente. Lei n. 8.137/90,
art. 1º, II e III. HC 85.207 RTJ 195/567
PrPn Ação penal. Procedimento especial. Crime de imprensa. Juizado Especial:
incompetência. Lei de Imprensa. Lei n. 9.099/95, art. 61. HC 86.102 RTJ
197/626 – HC 86.843 RTJ 198/1110
PrPn Ação penal. Programa de Recuperação Fiscal – REFIS. Inclusão antes do
recebimento da denúncia: desnecessidade. Suspensão da pretensão punitiva.
Lei n. 9.964/2000, art. 15. RE 409.730 RTJ 197/672
PrPn Ação penal. Reconhecimento fotográfico. Irregularidade: não-comprova-
ção. Acusado reconhecido em audiência. HC 86.052 RTJ 195/991
PrPn Ação penal. Trancamento. Atipicidade da conduta. Interceptação telefônica
não demonstrada. HC 84.388 RTJ 198/643
PrPn Ação penal. Trancamento. Atipicidade da conduta. Princípio da insignifi-
cância: avaliação objetiva. AI 559.904-QO RTJ 195/741
PrPn Ação penal. Trancamento. Justa causa: ausência. Crime ambiental. Autoriza-
ção para transporte de produto florestal. Lei n. 9.605/98, art. 46, parágrafo
único. RHC 85.214 RTJ 196/923
PrPn Ação penal. Trancamento. Justa causa: ausência. Crime contra a honra de
magistrado. HC 82.992 RTJ 195/953
PrPn Ação penal. Trancamento: descabimento. Justa causa. HC 84.738 RTJ
197/618
PrPn Ação penal. Trancamento: descabimento. Justa causa. Crime em tese. HC
85.726 RTJ 196/945
PrPn Ação penal. Trancamento: descabimento. Justa causa. Crime em tese. CPP/
41, art. 41. Lei n. 1.521/51, art. 4º, “a”. HC 85.478 RTJ 196/640
PrPn Ação penal. Trancamento: descabimento. Justa causa. Materialidade do
crime e indícios de autoria. CPP/41, art. 41. HC 86.042 RTJ 198/1087
PrSTF Ação penal originária do STF. (...) Embargos de declaração. HC 83.157-ED
RTJ 196/822
ÍNDICE ALFABÉTICO — Açã-Açã 1189

PrPn Ação penal privada. (...) Busca e apreensão. HC 85.177 RTJ 195/208
PrPn Ação penal privada. Injúria. Complexidade da matéria. Rito: decisão do
juiz. Lei n. 9.099/95, art. 77, § 3º. HC 86.049 RTJ 197/1077
PrPn Ação penal: proposição. (...) Ministério Público. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Ação penal pública condicionada. Legitimidade ativa. Ministério Público.
Estupro e atentado violento ao pudor. Miserabilidade: presunção. Represen-
tação: comparecimento à autoridade policial. HC 85.556 RTJ 195/266
PrPn Ação penal pública condicionada. Representação do ofendido. Identifica-
ção do autor: termo inicial. Decadência: inocorrência. CP/40, art. 103. CPP/41,
art. 38. HC 85.872 RTJ 196/644
PrPn Ação penal pública incondicionada. (...) Busca e apreensão. HC 85.177 RTJ
195/208
Ct Ação popular. (...) Competência originária. Rcl 2.833 RTJ 195/24
Ct Ação popular. Competência originária do STF: ausência. Ato do presidente
da República. Pet 3.422-AgR RTJ 197/499
PrSTF Ação popular. Negativa de seguimento. Remessa dos autos ao juízo com-
petente: impossibilidade. Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal –
RISTF, art. 21, § 1º. CPC/73, art. 113, § 2º: inaplicabilidade. Pet 3.422-AgR
RTJ 197/499
PrCv Ação principal: demora no julgamento e sobrestamento. (...) Arresto. AC
244-QO RTJ 198/421
PrSTF Ação rescisória. Acórdão de Turma do STF. Recurso extraordinário
inadmitido. Agravo de instrumento: negativa de seguimento. Decisão de
mérito: inexistência. Competência originária do STF: ausência. AR 1.848-
AgR RTJ 197/67
PrCv Ação rescisória. Acórdão rescindendo. Recurso extraordinário: mérito não
apreciado. Competência originária do STF: ausência. AR 1.850-AgR RTJ
195/416
PrSTF Ação rescisória. (...) Competência jurisdicional. Rcl 2.314 RTJ 198/47
PrCv Ação rescisória. Decadência: inocorrência. Protocolização no último dia do
prazo. Despacho de citação após o biênio: irrelevância. AR 1.584-AgR RTJ
198/877
PrSTF Ação rescisória. Decisão rescindenda conforme jurisprudência do STF. De-
cisão de relator. Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF,
art. 21, § 1º. AR 1.754-AgR RTJ 195/3 – AR 1.766-AgR RTJ 195/414
PrCv Ação rescisória. Improcedência. Acórdão rescindendo do STF. Imposto sobre
Operações Financeiras – IOF: cobrança. Matéria declarada constitucional.
Inconstitucionalidade no tribunal “a quo”. AR 1.866-AgR RTJ 196/463
1190 Açã-Acó — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrSTF Ação rescisória. (...) Recurso extraordinário. AI 506.691-ED RTJ 196/1043


PrSTF Ação rescisória: cabimento e aplicação da Súmula 343. (...) Recurso extraor-
dinário. AI 460.868-AgR RTJ 197/716
Adm Acidente automobilístico. (...) Responsabilidade civil do Estado. RE
302.622 RTJ 195/1036
Ct Acidente de trabalho. (...) Competência jurisdicional. CC 7.204 RTJ 197/
236 – RE 348.707 RTJ 196/328
TrGr Acidente de trabalho. Estabilidade provisória. Lei n. 8.213/91, art. 118. RE
409.919-AgR RTJ 195/313
Adm Acidente de trânsito. (...) Responsabilidade civil do Estado. AI 473.381-
AgR RTJ 198/837
PrCv Acórdão contrário a outra decisão do STF: irrelevância. (...) Embargos de
declaração. ADI 1.878-ED RTJ 195/793
PrPn Acórdão criminal. Acusação e condenação: identidade. Princípio da corre-
lação: ofensa inocorrente. HC 83.658 RTJ 197/557
PrPn Acórdão criminal. Decisão do STJ. Nulidade. Pressuposto fático equivocado:
morte do paciente. HC 84.870 RTJ 197/625
PrPn Acórdão criminal. Decisão do STJ em HC. Dosimetria da pena: anulação.
Prisão: manutenção. Constrangimento ilegal inocorrente. HC 85.340-AgR
RTJ 198/1065
PrPn Acórdão criminal. Fundamentação suficiente. Quadrilha ou bando e facili-
tação de contrabando ou descaminho. HC 85.192 RTJ 195/556
PrPn Acórdão criminal. Nulidade. “Habeas corpus”: concessão de ofício. HC
81.319 RTJ 197/267
PrPn Acórdão criminal. Nulidade inocorrente. “Mutatio libelli”: não-configura-
ção. CPP/41, art. 384: inaplicabilidade. RHC 85.623 RTJ 198/703
PrPn Acórdão criminal. Nulidade inocorrente. Vista: não-apreciação. Julgamento:
adiamento. Publicação da nova pauta. Prejuízo não demonstrado. RHC
84.174 RTJ 196/848
PrPn Acórdão criminal. Regime prisional. Recurso exclusivo da defesa. Reinci-
dência. Fato estranho à sentença: descabimento. HC 83.509 RTJ 196/204
PrPn Acórdão criminal. Suspensão condicional da pena – “sursis”: omissão. HC
84.636 RTJ 195/513
PrSTF Acórdão de Turma do STF. (...) Ação rescisória. AR 1.848-AgR RTJ 197/67
PrCv Acórdão recorrido. Duplo fundamento (constitucional e infraconstitucional).
Recurso especial: preclusão. Recurso extraordinário: inadmissibilidade. Sú-
mula 283. RE 466.211-AgR RTJ 198/1176
ÍNDICE ALFABÉTICO — Acó-ADC 1191

PrSTF Acórdão recorrido: ausência de declaração de inconstitucionalidade. (...)


Recurso extraordinário. RE 401.102-AgR RTJ 195/691
PrCv Acórdão rescindendo. (...) Ação rescisória. AR 1.850-AgR RTJ 195/416
PrCv Acórdão rescindendo do STF. (...) Ação rescisória. AR 1.866-AgR RTJ
196/463
PrSTF Acórdão-paradigma: inaplicabilidade. (...) Reclamação. Rcl 2.568 RTJ
196/766
PrPn Acórdãos do STJ e do TJ: cassação. (...) Embargos infringentes. HC 81.263
RTJ 198/626
Adm Acordo administrativo. Desconstituição após vigência: possibilidade. Ação
cível originária: prosseguimento. ACO 541-AgR RTJ 196/371
PrSTF Acordo coletivo de empresa representada. (...) Embargos de declaração. RE
194.662-ED-ED-QO RTJ 195/1010
Ct Acordo judicial. (...) Precatório. Rcl 2.848 RTJ 198/55
Adm Acumulação. (...) Proventos. MS 24.742 RTJ 197/515 – MS 24.958 RTJ
198/154 – MS 25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
Adm Acumulação tríplice vedada. (...) Cargo público. RE 381.204 RTJ 196/670
Adm Acumulação vedada. (...) Cargo público. RE 252.540-AgR RTJ 196/652
PrPn Acusação e condenação: identidade. (...) Acórdão criminal. HC 83.658 RTJ
197/557
PrPn Acusado: ausência. (...) Denúncia. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Acusado reconhecido em audiência. (...) Ação penal. HC 86.052 RTJ 195/991
Ct ADCT da Constituição do Estado de Rondônia/89, art. 34: inconstituciona-
lidade. (...) Processo legislativo. ADI 106 RTJ 196/3
PrCv ADCT da Constituição Federal/88, art. 8º. (...) Mandado de segurança. RMS
25.272 RTJ 196/586
Ct ADCT da Constituição Federal/88, arts. 8º e 9º. (...) Competência legislativa.
ADI 2.639 RTJ 198/536
Ct ADCT da Constituição Federal/88, art. 9º. (...) Ação originária especial.
AOE 16 RTJ 197/3
Ct ADCT da Constituição Federal/88, art. 9º. (...) Militar. AOE 16 RTJ 197/3
Ct ADCT da Constituição Federal/88, art. 10, II, “b”. (...) Licença-maternidade.
RE 287.905 RTJ 198/1129
Ct ADCT da Constituição Federal/88, art. 14, § 2º. (...) Bem público. ACO 640
RTJ 198/437
Adm ADCT da Constituição Federal/88, art. 19. (...) Cargo público. RE 199.293
RTJ 196/320
1192 ADC-Adv — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm ADCT da Constituição Federal/88, art. 19. (...) Servidor público estadual.
ADI 3.332 RTJ 196/155
Ct ADCT da Constituição Federal/88, art. 29, § 3º. (...) Ministério Público
estadual. ADI 2.836 RTJ 197/446
Ct ADCT da Constituição Federal/88, art. 33. (...) Precatório. AI 499.022-ED
RTJ 198/1178
Trbt ADCT da Constituição Federal/88, art. 41, §§ 1º, 2º e 3º. (...) Imposto sobre
Serviços – ISS. RE 361.829-AgR RTJ 195/299
Adm ADCT da Constituição Federal/88, art. 67. (...) Demarcação administrativa.
MS 24.566 RTJ 196/807
Adm ADCT da Constituição Federal/88, art. 89: inaplicabilidade. (...) Policial
militar. RMS 25.386 RTJ 196/819
Adm Adicional de etapa alimentar: não-extensão. (...) Proventos. RE 411.998 RTJ
196/1028
Adm Adicional de insalubridade. (...) Servidor público. RE 255.827 RTJ 197/360
Adm Adicional de magistério: incidência. (...) Servidor público estadual. RE
208.156 RTJ 195/288
Adm Adicional por tempo de serviço. (...) Remuneração. MS 24.527 RTJ 195/51
Adm Adicional por tempo de serviço. (...) Servidor público. RE 235.623 RTJ
195/639
Adm Adicional por tempo de serviço: cálculo. (...) Vantagem. AI 242.946-AgR
RTJ 198/370 – RE 254.602 RTJ 195/654
PrSTF Aditamento à inicial. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 3.290
RTJ 196/506
PrPn Aditamento da denúncia. (...) Ação penal. AO 1.300 RTJ 198/871
PrPn Aditamento por instância superior: impossibilidade. (...) Prisão preventiva.
HC 83.782 RTJ 196/598
Adm Administração pública indireta. Entidade estadual: inadimplemento de obri-
gação. Cadastro Único de Convênio – CAUC: inclusão. Estado-Membro:
limitação de direito. Princípio da intranscendência: ofensa. Princípio do devido
processo legal: observância necessária. AC 1.033-AgR-QO RTJ 198/858
Ct Advocacia. Exercício por diretor-geral de TRE. Atos praticados: nulidade.
Princípio da moralidade e do devido processo legal: ofensa. Lei n. 8.906/94,
arts. 27 e 28. RE 464.963 RTJ 198/1170
Pn Advogado. (...) Imunidade judiciária. AO 1.300 RTJ 198/871 – RHC 80.429
RTJ 197/262 – HC 82.992 RTJ 195/953 – RE 387.945 RTJ 198/823
PrPn Advogado da ação cível: ausência de procuração para a ação penal. (...)
Intimação criminal. HC 84.392 RTJ 198/1040
ÍNDICE ALFABÉTICO — Adv-Agr 1193

PrPn Advogado de defesa: acompanhamento. (...) Instrução criminal. HC 86.711


RTJ 198/231
PrSTF Advogado e procurador. (...) Representação processual. ADI 2.461 RTJ
195/897
PrCv Advogado único. (...) Litisconsórcio. AI 530.658-AgR RTJ 196/354
Adm Aeronáutica. (...) Militar. RE 316.882-AgR RTJ 196/1001
PrCv Afastamento. (...) Arresto. AC 244-QO RTJ 198/421
Adm Agência reguladora de serviço público. Conselho superior: exoneração.
Assembléia Legislativa: aprovação. Demissão “ad nutum”. Justa causa: ne-
cessidade. ADI 1.949-MC RTJ 197/70
Adm Agência reguladora de serviço público. Ex-diretor: quarentena. Vinculação
remunerada a órgão público. Lei Complementar estadual n. 66/99/MT, art. 9º,
parágrafo único: inconstitucionalidade. ADI 3.244 RTJ 196/793
Adm Agência reguladora de serviço público. Natureza autárquica. ADI 1.949-
MC RTJ 197/70
Pn Agravante: desconsideração. (...) Concurso material. HC 86.566 RTJ 198/220
PrPn Agravante e atenuante: inversão de ordem inocorrente. (...) Júri. HC 84.560
RTJ 197/1056
PrCv Agravo. Inovação temática. Decisão agravada e petição recursal. Divórcio
ideológico. AI 536.030-AgR RTJ 197/721
PrCv Agravo. Razões. Decisão agravada: ausência de impugnação. AI 536.030-
AgR RTJ 197/721
PrCv Agravo de instrumento. Assinatura do advogado: falta. Saneamento: impos-
sibilidade. AI 496.967-AgR RTJ 196/721
PrCv Agravo de instrumento. Decisão interlocutória: manutenção por TRF. Re-
curso extraordinário: retenção. Suspensão de liminar e petição: conexão
inocorrente. Pet 3.515-QO RTJ 196/166
PrCv Agravo de instrumento. Formação perante o juízo “a quo”. Juntada de peça
essencial no STF: inadmissibilidade. AI 525.293-AgR RTJ 196/724
PrSTF Agravo de instrumento. Provimento para exame do RE. Preclusão: hipóteses.
Súmula 289. AI 466.032-AgR RTJ 195/720
PrCv Agravo de instrumento. Tempestividade: reconsideração. AI 495.880-AgR
RTJ 196/1037
PrSTF Agravo de instrumento. Traslado. Peça obrigatória: extravio. Cópia
substitutiva. AI 515.168-AgR-ED RTJ 196/1047
PrCv Agravo de instrumento. Traslado de peça: autenticidade. Responsabilidade
pessoal do advogado. CPC/73, art. 544, § 1º. AI 466.032-AgR RTJ 195/720
1194 Agr-Agr — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Agravo de instrumento. Traslado deficiente. Certidão de publicação do


acórdão recorrido: ausência. Princípio da legalidade: ofensa inocorrente.
Súmula 288. AI 179.560-AgR RTJ 195/281
PrCv Agravo de instrumento. Traslado deficiente. Data do protocolo: carimbo
ilegível. Tempestividade: prova. Súmula 288. AI 498.494-ED RTJ 196/352
PrCv Agravo de instrumento. Traslado deficiente. Procuração outorgada ao advo-
gado subscritor. Certidão de intimação. CPC/73, art. 544, § 1º. AI 549.756-
AgR RTJ 196/358
PrCv Agravo de instrumento. Traslado deficiente. Tempestividade: prova. Suspen-
são do expediente forense: não-comprovação. AI 525.293-AgR RTJ 196/724
PrSTF Agravo de instrumento: negativa de seguimento. (...) Ação rescisória. AR
1.848-AgR RTJ 197/67
PrCv Agravo de instrumento: negativa de seguimento. (...) Mandado de segurança.
MS 23.605-AgR-ED RTJ 196/170
PrSTF Agravo: necessidade. (...) Recurso extraordinário. RE 422.740-AgR RTJ
198/1146 – RE 426.183-AgR RTJ 197/698 – AI 483.466-AgR RTJ 198/415
PrCv Agravo regimental. Caráter abusivo. Litigância de má-fé. Multa. CPC/73,
art. 557, § 2º, c/c arts. 14, II e III, e 17, VII. RE 397.551-AgR RTJ 196/1017
PrCv Agravo regimental. Caráter abusivo. Litigância de má-fé. Multa. CPC/73,
art. 557, § 2º. AI 268.866-AgR-ED-ED-AgR RTJ 197/363
PrCv Agravo regimental. Descabimento. Decisão do Plenário ou Turma do STF.
AI 268.866-AgR-ED-ED-AgR RTJ 197/363
PrSTF Agravo regimental. Descabimento. Decisão monocrática pendente de refe-
rendo. Pet 1.886-AgR-QO RTJ 198/39
PrCv Agravo regimental. Inexistência. Assinatura do advogado: falta. RE
281.134-AgR RTJ 196/999
PrCv Agravo regimental. Inovação do pedido: inadmissibilidade. RE 385.639-
AgR RTJ 195/680
PrSTF Agravo regimental. Intempestividade. “Fax” e original não recebidos. Reso-
lução n. 179/99-STF, art. 2º. AI 519.283-AgR RTJ 196/722
PrCv Agravo regimental. Intempestividade. Interposição em tribunal diverso.
Protocolização tardia na Secretaria do STF. AI 396.789-AgR RTJ 196/1015 –
AI 409.545-AgR RTJ 196/1026
PrCv Agravo regimental. Intempestividade. Interposição fora do prazo. AI
179.337-AgR RTJ 197/356
PrCv Agravo regimental. Intempestividade. Interposição por “fax”. Original apre-
sentado fora do prazo. Lei n. 9.800/99, art. 2º. Resolução n. 287/04-STF. AI
532.180-AgR RTJ 196/1056
ÍNDICE ALFABÉTICO — Ali-Ape 1195

Cv Alienação fiduciária em garantia. (...) Prisão civil. HC 81.319 RTJ 197/267


Cv Alienação parcial do bem. (...) Prisão civil. HC 83.416 RTJ 197/294
Trbt Alíquota: alteração. (...) Imposto Territorial Rural – ITR. RE 448.558 RTJ
197/712
Trbt Alíquota: fixação diferenciada por região. (...) Imposto sobre Produtos In-
dustrializados – IPI. AI 515.168-AgR-ED RTJ 196/1047
Trbt Alíquota: majoração. (...) Contribuição previdenciária. RE 453.365 RTJ
198/1152
Trbt Alíquota progressiva. (...) Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU.
AI 500.920-AgR RTJ 196/1041
Ct Ameaça à liberdade de locomoção. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito –
CPI. HC 80.240 RTJ 197/1021
PrSTF Ameaça à liberdade de locomoção. (...) Recurso extraordinário. AI
559.904-QO RTJ 195/741
PrPn Ameaça à liberdade de locomoção: ausência. (...) Habeas corpus. HC
83.966-AgR RTJ 197/587
PrPn Ameaça a testemunha. (...) Prisão preventiva. HC 84.680 RTJ 195/155
PrSTF “Amicus curiae”. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 2.321-MC
RTJ 195/812
Ct Animal submetido a crueldade. (...) Meio ambiente. ADI 2.514 RTJ 197/442
Ct Anistia. (...) Competência. ADI 2.639 RTJ 198/536
Ct Anistia. Concessão. Congresso Nacional e chefe do Executivo: competência.
Juízo de oportunidade e conveniência. Controle judicial. Lei n. 8.985/95.
ADI 1.231 RTJ 197/413
PrCv Anistia. (...) Mandado de segurança. RMS 25.272 RTJ 196/586
Ct Anistia constitucional. (...) Competência legislativa. ADI 2.639 RTJ 198/536
Pn Antecedentes: irrelevância. (...) Pena-base. HC 83.658 RTJ 197/557
PrSTF Antecipação de tutela em ação civil pública. (...) Medida cautelar. AC 929-QO
RTJ 196/58
PrPn Anulação a partir das alegações finais. (...) Ação penal. HC 86.276 RTJ
197/630
Adm Anulação anterior à posse. (...) Concurso público. RE 351.489 RTJ 198/1143
Adm Anulação pelo TCU. (...) Cargo público. MS 23.780 RTJ 197/994
PrPn Apelação. (...) Competência recursal. HC 85.350 RTJ 195/243
PrCv Apelação. (...) Petição inicial. AI 427.533-AgR RTJ 198/387
1196 Ape-Apo — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Apelação criminal. (...) Competência originária. AO 1.300 RTJ 198/871


PrPn Apelação criminal. Direito de recorrer em liberdade: ausência. Prisão
cautelar: manutenção. CPP/41, art. 312. HC 85.569 RTJ 195/603
PrPn Apelação criminal. Juizado Especial. Interposição e razões simultâneas:
necessidade. Lei n. 9.099/95, art. 82, § 1º. HC 85.210 RTJ 196/627
PrPn Apelação criminal. Ministério Público. Decisão do Júri. Efeito devolutivo:
limite. Princípio da soberania dos veredictos. HC 85.609 RTJ 198/1078
PrPn Apelação criminal. Ministério Público. Decisão do Júri: legítima defesa
putativa. Fundamento diverso: legítima defesa real. Súmula 713. HC 85.702
RTJ 196/935
PrPn Apelação criminal. Ministério Público: intimação pessoal. Entrada dos autos
em setor administrativo do MP: termo inicial. RHC 81.787 RTJ 198/632
PrPn Apelação criminal. Réu preso. Julgamento: demora excessiva. Pena quase
cumprida. HC 84.539-MC-QO RTJ 196/852
PrPn Apelação criminal. Tempestividade: prova. Certidão: ausência de data. HC
70.119 RTJ 197/255
PrPn Apelação criminal. Tese examinada. Omissão inocorrente. HC 84.560 RTJ
197/1056
PrPn Apelação: desprovimento. (...) Habeas corpus. HC 84.761 RTJ 195/175
PrPn Apelação exclusiva da defesa: absolvição. (...) Processo criminal. HC
85.526 RTJ 198/1076
PrPn Aplicação da lei penal. (...) Prisão preventiva. HC 84.202 RTJ 195/109 – HC
85.335 RTJ 195/980 – HC 85.764 RTJ 196/306 – HC 85.880 RTJ 198/208
PrPn Aplicação de recurso concedido. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395
Cv Aplicação financeira: CDB. (...) Contrato. RE 141.190 RTJ 198/246
Ct Aplicação imediata pelo Tribunal de Justiça. (...) Controle concentrado de
constitucionalidade. Pet 3.476-AgR RTJ 198/88
Adm Aplicação no mesmo exercício financeiro: impossibilidade. (...) Fundo de
Participação dos Municípios. MS 24.151 RTJ 197/253
Adm Aposentadoria. Ato administrativo complexo. Registro no TCU: necessidade.
Decadência administrativa: inocorrência. MS 24.958 RTJ 198/154 – MS
25.192 RTJ 195/478 – MS 25.256 RTJ 197/1009
Adm Aposentadoria. Servidor público. Cargo em comissão. CF/88, art. 40, § 2º,
redação original. CF/88, art. 40, § 13, redação da EC n. 20/98. RE 408.674-
AgR RTJ 196/673
Adm Aposentadoria. Servidor público. Regência: lei vigente ao implemento das
condições. Súmula 359. MS 24.958 RTJ 198/154
ÍNDICE ALFABÉTICO — Apo-Arg 1197

Adm Aposentadoria. (...) Servidor público estadual. RE 255.827 RTJ 197/360


Adm Aposentadoria. Servidor público municipal. Cargo em comissão. Tempo de
serviço na administração pública e na iniciativa privada: contagem recíproca.
Tempo mínimo de serviço na administração pública. CF/88, art. 40, § 2º,
redação original: ofensa inocorrente. RE 229.348 RTJ 197/358
TrGr Aposentadoria espontânea. (...) Empregado. RE 449.420 RTJ 196/716
Ct Aposentadoria: julgamento de legalidade. (...) Tribunal de Contas da União –
TCU. MS 24.742 RTJ 197/515 – MS 24.958 RTJ 198/154 – MS 25.256 RTJ
197/1009
Adm Aposentadoria posterior em cargo civil. (...) Proventos. MS 24.742 RTJ 197/
515 – MS 24.958 RTJ 198/154 – MS 25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ
195/478
Adm Aposentadoria proporcional ao tempo de serviço. (...) Servidor público esta-
dual. RE 400.344 RTJ 195/686
Ct Apreensão e leilão de veículo. (...) Competência legislativa. ADI 2.796 RTJ
196/491
Pn Apropriação indébita previdenciária. (...) Extinção da punibilidade. HC
85.452 RTJ 195/249
Adm Aprovação pelo TCU: desnecessidade. (...) Competência. MS 23.219-AgR
RTJ 195/38
PrSTF Aproveitamento como ação direta de inconstitucionalidade. (...) Argüição
de descumprimento de preceito fundamental. ADPF 72-QO RTJ 196/363
Ct Aproveitamento de potencial hidráulico. (...) Competência originária. Rcl
3.074 RTJ 196/142
Ct Aquisição sob condição resolutiva. (...) Nacionalidade. RE 415.957 RTJ
196/679
Ct Aquisição sob condição suspensiva. (...) Nacionalidade. RE 415.957 RTJ
196/679
Ct Área alagada. (...) Município. RE 253.906 RTJ 195/643
Ct Área de preservação permanente. (...) Meio ambiente. ADI 3.540-MC RTJ
198/939
Adm Área indígena Córrego João Pereira. (...) Demarcação administrativa. MS
24.566 RTJ 196/807
Ct Área indígena “Raposa Serra do Sol”. (...) Competência originária. Rcl
2.833 RTJ 195/24
PrSTF Argüição de descumprimento de preceito fundamental. Aproveitamento como
ação direta de inconstitucionalidade. Conflito entre Estados da Federação.
ADPF 72-QO RTJ 196/363
1198 Arg-Ass — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Argüição de descumprimento de preceito fundamental. Legitimidade ativa.


Rol taxativo. Lei n. 9.882/99, art. 2º, I. CF/88, art. 103. ADPF 75-AgR RTJ
198/3
Ct Arma de fogo apreendida: destinação. (...) Competência legislativa. ADI
3.258 RTJ 195/915
PrPn Arquivamento. (...) Inquérito. Inq 1.884 RTJ 195/796
PrPn Arquivamento. (...) Inquérito policial. HC 83.346 RTJ 195/85 – HC 84.253
RTJ 196/223
PrCv Arquivamento pelo STF: impossibilidade. (...) Competência jurisdicional.
AO 1.139-AgR RTJ 196/460
PrPn Arquivamento requerido pelo procurador-geral: atendimento facultativo.
(...) Inquérito policial. Pet 3.297 RTJ 198/579
PrPn Arrependimento eficaz: omissão. (...) Denúncia. HC 84.653 RTJ 196/855
PrCv Arresto. Afastamento. Ação principal: demora no julgamento e sobresta-
mento. Réu idoso e com doença grave. AC 244-QO RTJ 198/421
Adm Ascensão funcional. (...) Ato administrativo. RE 442.683 RTJ 197/700
Ct Assembléia-geral. (...) Contribuição confederativa. RE 461.451-AgR RTJ
198/835
Ct Assembléia Legislativa. Tribunal de Contas estadual. Relatório trimestral e
anual: encaminhamento obrigatório. Constituição do Estado do Pará/89,
art. 92, XXVII. ADI 687 RTJ 198/452
Adm Assembléia Legislativa: aprovação. (...) Agência reguladora de serviço pú-
blico. ADI 1.949-MC RTJ 197/70
PrCv Assinatura do advogado: falta. (...) Agravo de instrumento. AI 496.967-AgR
RTJ 196/721
PrCv Assinatura do advogado: falta. (...) Agravo regimental. RE 281.134-AgR
RTJ 196/999
PrPn Assinatura do MP: falta. (...) Instrução criminal. HC 70.231 RTJ 197/543
PrPn Assinatura do termo de compromisso: desobrigação. (...) Testemunha. HC
83.703 RTJ 197/318
PrCv Assistência e intervenção de terceiro. (...) Mandado de segurança. MS
24.999-ED RTJ 195/75
TrPrv Assistência social. Idoso ou deficiente. Benefício mensal. Renda familiar
não inferior a um quarto do salário mínimo. Decisão na ADI n. 1.232: ofensa.
Rcl 2.303-AgR RTJ 195/419
Adm Assistente jurídico autárquico do Detran. (...) Vencimentos. Rcl 1.865 RTJ
197/819
ÍNDICE ALFABÉTICO — Ass-Ato 1199

Pn Associação de mais de três pessoas: necessidade. (...) Quadrilha ou bando.


HC 85.457 RTJ 195/253
Ct Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE. (...) Ação direta de
inconstitucionalidade. ADI 3.395-MC RTJ 198/922
Adm Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho – ANAMATRA:
ilegitimidade ativa. (...) Subsídio. AO 1.230-AgR RTJ 197/407
Int Associação para o tráfico internacional de entorpecente. (...) Extradição. Ext
936 RTJ 196/443
Pn Atentado violento ao pudor. (...) Extinção da punibilidade. HC 84.922 RTJ
196/880
Pn Atentado violento ao pudor. (...) Regime prisional. RHC 86.807 RTJ 197/344
PrPn Atipicidade da conduta. (...) Ação penal. Inq 1.957 RTJ 196/101 – HC
84.388 RTJ 198/643 – AI 559.904-QO RTJ 195/741
PrPn Atipicidade da conduta. (...) Inquérito policial. RE 467.923 RTJ 198/397
PrPn Atipicidade da conduta. (...) Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO.
HC 85.910 RTJ 198/707
PrPn Atipicidade do fato. (...) Inquérito. Inq 1.884 RTJ 195/796
PrPn Atipicidade do fato. (...) Inquérito policial. HC 83.346 RTJ 195/85
PrPn Atipicidade do fato ou extinção da punibilidade. (...) Inquérito policial. Pet
3.297 RTJ 198/579
Int Atipicidade no Brasil. (...) Extradição. Ext 900-extensão RTJ 196/35
Adm Ato administrativo. Ascensão funcional. Desconstituição: limite temporal.
Estabilidade da situação criada administrativamente. Princípio da segurança
jurídica. RE 442.683 RTJ 197/700
PrCv Ato administrativo. (...) Competência jurisdicional. AO 1.160-AgR RTJ
197/396
Adm Ato administrativo. Demissão de servidor público. Conceito indeterminado.
Controle jurisdicional. RMS 24.699 RTJ 195/64
Adm Ato administrativo complexo. (...) Aposentadoria. MS 24.958 RTJ 198/154 –
MS 25.192 RTJ 195/478 – MS 25.256 RTJ 197/1009
Adm Ato administrativo discricionário. Conceito indeterminado: distinção.
RMS 24.699 RTJ 195/64
PrCv Ato administrativo do TCU: execução. (...) Mandado de segurança. MS
25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
PrCv Ato administrativo impositivo. (...) Mandado de segurança. MS 23.780 RTJ
197/994 – MS 25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
1200 Ato-Ato — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Ato administrativo: validade. (...) Servidor público. RE 394.677-AgR RTJ


198/824
PrCv Ato concreto. (...) Mandado de segurança. MS 24.527 RTJ 195/51
Ct Ato de juiz. (...) Competência legislativa. ADI 2.257 RTJ 195/16
PrPn Ato de membro do Ministério Público do Distrito Federal. (...) Competência
criminal. RE 467.923 RTJ 198/397
Ct Ato de Tribunal de Justiça. (...) Competência originária. HC 85.838-ED RTJ
197/1075
PrPn Ato de Turma Recursal de Juizado Especial. (...) Embargos de declaração.
HC 87.338 RTJ 198/1120
PrCv Ato de Turma Recursal de Juizado Especial. (...) Mandado de segurança. MS
25.258-AgR RTJ 198/617 – MS 25.279-AgR RTJ 198/1013
PrPn Ato descisório anterior: nulidade. (...) Competência criminal. Rcl 2.123 RTJ
197/428
Ct Ato do presidente da República. (...) Ação popular. Pet 3.422-AgR RTJ
197/499
Ct Ato do primeiro secretário da Câmara dos Deputados. (...) Competência
originária. MS 24.189-AgR RTJ 196/173
Ct Ato do superintendente regional do Incra. (...) Competência originária. MS
25.271-AgR RTJ 197/534
PrSTF Ato impugnado: participação na elaboração. (...) Impedimento. ADI 2.321-
MC RTJ 195/812
PrSTF Ato impugnado: resolução de tribunal. (...) Impedimento. ADI 2.321-MC
RTJ 195/812
Ct Ato: invalidade por ausência de selo. (...) Competência legislativa. ADI
3.151 RTJ 197/889
Cv Ato jurídico perfeito. (...) Caderneta de poupança. RE 393.021-AgR RTJ
197/660
Cv Ato jurídico perfeito: ofensa inocorrente. (...) Contrato. RE 141.190 RTJ
198/246 – RE 247.593-AgR RTJ 197/634
PrPn Ato jurisdicional do STF em outro HC. (...) Habeas corpus. HC 85.468-AgR
RTJ 196/295
PrSTF Ato normativo. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 2.321-MC
RTJ 195/812 – ADI 3.443 RTJ 196/552
Adm Ato omissivo. (...) Responsabilidade civil do Estado. AI 489.254-AgR RTJ
195/359
PrPn Ato processual. Certidão de serventuário da justiça. Presunção de veracidade
“juris tantum”. HC 70.175 RTJ 195/489
ÍNDICE ALFABÉTICO — Ato-Aut 1201

PrSTF Ato regulamentar. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 2.618-


AgR RTJ 197/204
Ct Atos praticados: nulidade. (...) Advocacia. RE 464.963 RTJ 198/1170
PrPn Atos processuais: repetição. (...) Ação penal. AO 1.300 RTJ 198/871
Ct Atribuição de Município. (...) Educação infantil. RE 463.210-AgR RTJ
197/1124
Adm Atribuição do Poder Judiciário. (...) Servidor público. RMS 24.699 RTJ
195/64
PrSTF Atuação como ministro do TSE. (...) Impedimento. ADI 2.321-MC RTJ
195/812
PrSTF Atuação do STF como legislador positivo: impossibilidade. (...) Ação direta
de inconstitucionalidade. ADI 1.949-MC RTJ 197/70
PrCv Atuação processual: parte e não testemunha. (...) Presidente da República.
HC 85.029 RTJ 195/538
PrPn Audiência. (...) Instrução criminal. HC 70.231 RTJ 197/543 – HC 85.314
RTJ 195/583
Adm Auditor-fiscal da Previdência Social. (...) Proventos. RE 349.465-AgR RTJ
196/1005
Ct Aumento de despesa sem contrapartida orçamentária. (...) Processo
legislativo. RE 302.803 RTJ 195/659
Pn Aumento de ofício: inadmissibilidade. (...) Pena. HC 83.545 RTJ 198/635
PrCv Aumento ou extensão de vantagens: inocorrência. (...) Tutela antecipada.
Rcl 2.482 RTJ 195/435
PrPn Ausência em ato processual. (...) Habeas corpus. HC 85.200 RTJ 198/194
Adm Autarquia. Execução por precatório. CF/88, art. 173: inaplicabilidade. RE
356.711 RTJ 197/1094
Trbt Autarquia. (...) Imunidade tributária recíproca. RE 388.838-AgR RTJ
195/306
Adm Autarquia federal. (...) Servidor público. ADI 3.068 RTJ 196/772
Ct Autonomia municipal. (...) Competência legislativa. ADI 687 RTJ 198/452
Adm Autonomia municipal: ofensa. (...) Professor. ADI 3.114 RTJ 197/488
PrPn Autor: identificação por testemunha e perícia grafotécnica. (...) Habeas
corpus. HC 83.658 RTJ 197/557
PrPn Autoria: discussão. (...) Habeas corpus. HC 85.705 RTJ 195/613
PrPn Autoridade coatora. (...) Habeas corpus. HC 83.966-AgR RTJ 197/587
Adm Autoridade competente. (...) Processo administrativo. MS 22.127 RTJ 195/36
1202 Aut-Bem — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Autoridade competente: TRF. (...) Interceptação telefônica. HC 84.301 RTJ


197/1033
Adm Autorização. (...) Poder Executivo. ADI 2.751 RTJ 197/226
Adm Autorização. Televisão a cabo: distribuição de sinal. Natureza precária.
Juízo de conveniência e oportunidade. Direito subjetivo: inocorrência. RMS
22.665 RTJ 198/584
TrGr Autorização ou não-oposição do trabalhador: necessidade. (...) Contribui-
ção assistencial. RE 461.451-AgR RTJ 198/835
PrPn Autorização para transporte de produto florestal. (...) Ação penal. RHC
85.214 RTJ 196/923
TrPrv Auxílio-doença: cessação. (...) Contrato de trabalho. ADI 639 RTJ 196/731

B
Ct Banco estadual: privatização. (...) Estado-Membro. ADI 3.578-MC RTJ
198/92
Ct Banco: porta eletrônica. (...) Competência legislativa. AI 347.717-AgR RTJ
197/645 – AI 429.070-AgR RTJ 195/711
Ct Banco: tempo máximo de espera na fila. (...) Competência legislativa. RE
432.789 RTJ 196/345
Adm Base de cálculo. (...) Gratificação. RE 433.233 RTJ 196/348
PrSTF Base de cálculo do PIS e da Cofins: majoração. (...) Medida cautelar. AC
754-AgR RTJ 196/739
Trbt Base de cálculo: potencial de poluição. (...) Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental – TCFA. RE 416.601 RTJ 196/686
Trbt Base de cálculo: redução. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços – ICMS. RE 174.478 RTJ 198/724
Trbt Base de cálculo: redução por lei estadual. (...) Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS. AI 389.871-AgR-ED RTJ 195/682
TrGr Base territorial mínima: mitigação. (...) Unicidade sindical. RMS 24.069
RTJ 198/973
Pn Bem de pequeno valor. (...) Pena. HC 84.424 RTJ 196/235
Trbt Bem destinado a uso próprio. (...) Imposto sobre Produtos Industrializados –
IPI. RE 255.682-AgR RTJ 197/636
Cv Bem penhorado: não-restituição. (...) Prisão civil. HC 84.484 RTJ 196/240
Ct Bem público. União Federal. Utilização pelo Território de Roraima. Transfe-
rência para o Estado de Roraima. Lei Complementar n. 41/81, art. 15. ADCT
da Constituição Federal/88, art. 14, § 2º. ACO 640 RTJ 198/437
ÍNDICE ALFABÉTICO — Ben-Cad 1203

Adm Beneficiário de bolsa de estudo no exterior. (...) Servidor público. MS 24.519


RTJ 197/999
Trbt Benefício fiscal. Remissão e anistia. Concessão pelo Executivo. Lei especí-
fica. CF/88, art. 150, § 6º. ADI 3.462-MC RTJ 195/918
PrCv Benefício fiscal para o Estado de destino. (...) Embargos de declaração. RE
338.681-AgR-ED RTJ 197/642
TrPrv Benefício mensal. (...) Assistência social. Rcl 2.303-AgR RTJ 195/419
PrSTF Benefício previdenciário. Gratificação de incentivo: incorporação. Tutela
antecipada. Decisão na ADC n. 4: inaplicabilidade. Súmula 729. Rcl 2.380-
AgR RTJ 196/489
PrCv Benefício previdenciário: restabelecimento de pagamento. (...) Tutela ante-
cipada. Rcl 1.013 RTJ 197/389
PrCv Benefício previdenciário: restabelecimento imediato. (...) Embargos de
declaração. MS 24.268-ED RTJ 198/979
Pn Bilateralidade: inaplicabilidade. (...) Corrupção ativa. HC 83.658 RTJ
197/557
Int Brasileiro nato. (...) Extradição. Ext 916 RTJ 196/50
Ct Briga de galos. (...) Meio ambiente. ADI 2.514 RTJ 197/442
PrPn Busca e apreensão. Crime contra a propriedade intelectual. Rito processual
específico. Ação penal privada. CP/40, art. 184, “caput”. CPP/41, art. 527.
HC 85.177 RTJ 195/208
PrPn Busca e apreensão. Crime contra a propriedade intelectual. Rito processual
específico: inaplicabilidade. Ação penal pública incondicionada. CP/40,
art. 184, §§ 1º e 2º. CPP/41, art. 240, § 1º. HC 85.177 RTJ 195/208

C
PrSTF Cabimento. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 2.321-MC RTJ
195/812 – ADI 3.443 RTJ 196/552
Ct Cabimento. (...) Controle concentrado de constitucionalidade. ADI 2.925
RTJ 197/842
PrPn Cabimento. (...) Habeas corpus. RHC 81.740 RTJ 195/80 – HC 83.346 RTJ
195/85 – HC 84.869 RTJ 195/183 – HC 85.410 RTJ 198/694 – HC 85.457
RTJ 195/253 – HC 85.673 RTJ 195/274
PrSTF Cabimento. (...) Reclamação. Rcl 1.013 RTJ 197/389
Adm Cadastro Único de Convênio – CAUC: inclusão. (...) Administração pública
indireta. AC 1.033-AgR-QO RTJ 198/858
Cv Caderneta de poupança. Contrato de depósito. Ato jurídico perfeito. Lei
nova: inaplicabilidade. RE 393.021-AgR RTJ 197/660
1204 Cál-Car — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Cálculo de complementação federal: controvérsia. (...) Tutela antecipada.


ACO 700-tutela antecipada RTJ 195/750
PrPn Calúnia, difamação e injúria. (...) Queixa. Inq 2.081 RTJ 196/467
Pn Calúnia e difamação contra magistrado. (...) Imunidade judiciária. AO 1.300
RTJ 198/871
Ct Câmara dos Deputados: aprovação. (...) Processo legislativo. ADI 3.367 RTJ
197/909 – ADI 3.395-MC RTJ 198/922
PrPn Câmara Municipal. (...) Competência criminal. ADI 687 RTJ 198/452
El Candidato: ex-genro do prefeito. (...) Mandato eletivo. RE 446.999 RTJ
195/342
PrPn Capacidade postulatória. Inexigibilidade. “Habeas corpus” e recurso. HC
84.716 RTJ 196/617
PrCv Caráter abusivo. (...) Agravo regimental. AI 268.866-AgR-ED-ED-AgR RTJ
197/363 – RE 397.551-AgR RTJ 196/1017
PrSTF Caráter abusivo. (...) Recurso extraordinário. AI 403.312-ED RTJ 196/1023
PrCv Caráter descritivo. (...) Súmula. AI 179.560-AgR RTJ 195/281
PrCv Caráter infringente. (...) Embargos de declaração. HC 82.770-ED RTJ 197/
553 – HC 83.617-ED RTJ 196/833 – AI 284.847-AgR-ED-ED RTJ 196/657 –
AI 414.207-AgR-ED RTJ 198/382
PrCv Caráter protelatório. (...) Embargos de declaração. Ext 936-ED RTJ 196/744 –
AI 284.847-AgR-ED-ED RTJ 196/657
PrCv Carência da ação. (...) Mandado de segurança. MS 24.511 RTJ 196/176
PrSTF Carência da ação: inocorrência. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.
ADI 3.367 RTJ 197/909
Adm Cargo em comissão. (...) Aposentadoria. RE 229.348 RTJ 197/358 – RE
408.674-AgR RTJ 196/673
Ct Cargo ou função de confiança: exercício na própria instituição. (...) Ministé-
rio Público estadual. ADI 2.836 RTJ 197/446
Adm Cargo público. Acumulação tríplice vedada. Direito adquirido: inexistên-
cia. Teoria do fato consumado: rejeição. Súmula 473. RE 381.204 RTJ
196/670
Adm Cargo público. Concurso público: necessidade. Estabilidade “versus” efeti-
vação. ADCT da Constituição Federal/88, art. 19. RE 199.293 RTJ 196/320
Adm Cargo público. Extinção. Servidor público: aproveitamento. Concurso pú-
blico: ausência. Identidade dos cargos: inocorrência. Emenda Constitucional
estadual n. 52/01/MG: inconstitucionalidade. ADI 3.051 RTJ 197/871
ÍNDICE ALFABÉTICO — Car-Cen 1205

Adm Cargo público. Professor. Acumulação tríplice vedada. Fundação pública:


pessoa jurídica de direito público. RE 381.204 RTJ 196/670
Adm Cargo público. Professor e cargo técnico. Acumulação vedada. Incompatibi-
lidade de horário. Servidor público inativo. RE 252.540-AgR RTJ 196/652
Adm Cargo público. Provimento e exoneração. Presidente da República: com-
petência. Ministro de Estado: delegação. CF/88, art. 84, parágrafo único.
Decreto n. 3.035/99. RMS 24.128 RTJ 195/42
Adm Cargo público. Provimento em comissão. Anulação pelo TCU. Nepotismo.
Princípio da moralidade. MS 23.780 RTJ 197/994
Adm Cargo público. Transferência. Servidor público estadual. Concurso público:
ausência. ADI 3.211-MC RTJ 196/496
Ct Cargo público: extinção. (...) Processo legislativo. ADI 3.051 RTJ 197/871
Adm Carreiras distintas. (...) Militar. RE 316.882-AgR RTJ 196/1001
Adm Cartório de notas e registro. Titular: efetivação. Concurso público: necessi-
dade. CF/88, arts. 37, II, e 236, § 3º. ADI 3.519-MC RTJ 196/557
Pn Casamento da vítima com terceiro. (...) Extinção da punibilidade. HC
84.922 RTJ 196/880
PrSTF Caso concreto: exame. (...) Recurso extraordinário. RE 398.407 RTJ 196/331
Adm Caso fortuito: não-configuração. (...) Desapropriação. MS 24.442 RTJ 195/47
Ct Cassação. (...) Mandato eletivo. RE 413.327 RTJ 195/702
Ct “Cassação”: alcance da expressão. (...) Militar. AOE 16 RTJ 197/3
Adm Cassação de aposentadoria. (...) Competência. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Adm Cassação de aposentadoria. (...) Processo administrativo. MS 23.219-AgR
RTJ 195/38
Pn Causa especial de aumento. (...) Pena. HC 85.673 RTJ 195/274
Cv Celebração anterior à norma instituidora. (...) Contrato. RE 141.190 RTJ
198/246 – RE 247.593-AgR RTJ 197/634
PrSTF Celetista convertido em estatutário. (...) Recurso extraordinário. RE
394.677-AgR RTJ 198/824
Adm Celetista convertido em estatutário. (...) Servidor público. RE 255.827 RTJ
197/360 – RE 394.677-AgR RTJ 198/824
Adm Celetista sob condições de isalubridade, periculosidade e penosidade. (...)
Servidor público. RE 433.305 RTJ 198/830
PrPn Cena de pedofilia na internet: divulgação. (...) Competência criminal. HC
86.289 RTJ 198/1093
Ct Central Única dos Trabalhadores – CUT. (...) Ação direta de inconstitucio-
nalidade. ADI 1.442 RTJ 195/752
1206 Cer-CF/ — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Cerceamento de defesa. (...) Habeas corpus. HC 85.200 RTJ 198/194


PrPn Cerceamento de defesa: inocorrência. (...) Ação penal. AO 1.300 RTJ 198/871
PrPn Cerceamento: inocorrência. (...) Defesa criminal. RHC 84.849 RTJ 195/518 –
HC 84.920 RTJ 196/624
PrPn Certidão: ausência de data. (...) Apelação criminal. HC 70.119 RTJ 197/255
PrCv Certidão de intimação. (...) Agravo de instrumento. AI 549.756-AgR RTJ
196/358
PrPn Certidão de oficial de justiça: presunção de veracidade “juris tantum”. (...)
Júri. HC 69.179 RTJ 195/482
PrCv Certidão de publicação do acórdão recorrido: ausência. (...) Agravo de ins-
trumento. AI 179.560-AgR RTJ 195/281
PrPn Certidão de serventuário da justiça. (...) Ato processual. HC 70.175 RTJ
195/489
Adm Certidão de tempo de serviço: emissão pelo INSS. (...) Servidor público. RE
433.305 RTJ 198/830
PrSTF Certidão do tribunal de origem: insuficiência. (...) Recurso extraordinário.
AI 498.494-ED RTJ 196/352
Adm CF/67, art. 93, § 9º. (...) Proventos. MS 24.742 RTJ 197/515 – MS 24.958
RTJ 198/154
Adm CF/67, art. 93, § 9º, redação da EC n. 1/69. (...) Proventos. MS 25.045 RTJ
196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
Adm CF/88, arts. 1º, IV, e 170. (...) Responsabilidade civil do Estado. RE 422.941
RTJ 197/678
TrGr CF/88, arts. 5º, XVII, e 8º, II. (...) Unicidade sindical. RMS 24.069 RTJ 198/973
PrCv CF/88, art. 5º, XXXV. (...) Mandado de segurança. MS 23.789 RTJ 195/926
Pn CF/88, art. 5º, XXXVI: ofensa inocorrente. (...) Remição. HC 86.093 RTJ
197/1084 – RE 140.541 RTJ 197/351
PrCv CF/88, art. 5º, LIV e LV. (...) Petição inicial. AI 427.533-AgR RTJ 198/387
PrPn CF/88, art. 5º, LVII. (...) Sentença criminal. HC 83.128 RTJ 195/503
Pn CF/88, art. 5º, LXIII. (...) Pena-base. HC 83.960 RTJ 196/843
Cv CF/88, art. 5º, LXVII. (...) Prisão civil. HC 81.319 RTJ 197/267 – HC 84.484
RTJ 196/240
TrGr CF/88, art. 7º, I. (...) Empregado. RE 449.420 RTJ 196/716
TrPrv CF/88, art. 7º, I: ofensa inocorrente. (...) Contrato de trabalho. ADI 639 RTJ
196/731
Cv CF/88, art. 7º, IV. (...) Responsabilidade civil. AI 356.810-AgR RTJ 196/1009
ÍNDICE ALFABÉTICO — CF/-CF/ 1207

Ct CF/88, art. 7º, XVIII. (...) Licença-maternidade. RE 287.905 RTJ 198/1129


Ct CF/88, art. 7º, XXIX, “a”: irretroatividade. (...) Prescrição. AI 136.486-AgR
RTJ 197/346
Ct CF/88, art. 8º, IV. (...) Contribuição confederativa. RE 461.451-AgR RTJ
198/835
Adm CF/88, art. 12, II, “b”. (...) Concurso público. RE 264.848 RTJ 196/325
Adm CF/88, arts. 14, § 3º, e 98, II. (...) Juiz de paz. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct CF/88, art. 14, § 5º. (...) Mandato eletivo. RE 366.488 RTJ 196/665
El CF/88, art. 14, § 7º: interpretação teleológica. (...) Mandato eletivo. RE
446.999 RTJ 195/342
Ct CF/88, art. 15, III. (...) Direitos políticos. RMS 22.470-AgR RTJ 198/130
Ct CF/88, art. 20, § 1º. (...) Município. RE 253.906 RTJ 195/643
Ct CF/88, art. 21, I: ofensa. (...) Competência legislativa. ADI 3.069 RTJ 197/485
Ct CF/88, art. 21, XVII. (...) Competência. ADI 2.639 RTJ 198/536
Ct CF/88, art. 22, I. (...) Competência legislativa. ADI 2.257 RTJ 195/16 – ADI
2.938 RTJ 197/452 – ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct CF/88, art. 22, I e XXI. (...) Competência legislativa. ADI 3.258 RTJ 195/915
Ct CF/88, art. 22, VII. (...) Competência legislativa. RE 313.060 RTJ 197/367
Ct CF/88, art. 22, XI. (...) Competência legislativa. ADI 2.819 RTJ 197/834
Ct CF/88, arts. 22, XXIV, e 24, IX: ofensa. (...) Competência legislativa concor-
rente. ADI 3.098 RTJ 197/879
Ct CF/88, art. 24, I e § 3º. (...) Competência legislativa concorrente. ADI 1.950
RTJ 198/882
Ct CF/88, arts. 27, § 1º, e 55, § 2º. (...) Mandato parlamentar. ADI 2.461 RTJ
195/897 – ADI 3.208 RTJ 198/561
Ct CF/88, art. 30, I. (...) Competência legislativa. AI 347.717-AgR RTJ 197/645 –
RE 432.789 RTJ 196/345
Ct CF/88, art. 30, V. (...) Competência legislativa. ADI 2.349 RTJ 197/172
Adm CF/88, art. 37, II. (...) Servidor público estadual. ADI 3.332 RTJ 196/155
Adm CF/88, arts. 37, II, e 236, § 3º. (...) Cartório de notas e registro. ADI 3.519-
MC RTJ 196/557
Adm CF/88, art. 37, III. (...) Concurso público. RE 452.721 RTJ 196/1030
Adm CF/88, art. 37, XI. (...) Remuneração. RE 192.364 RTJ 198/752
Adm CF/88, art. 37, XI. (...) Vantagem. AI 242.946-AgR RTJ 198/370 – RE
254.602 RTJ 195/654
1208 CF/-CF/ — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm CF/88, art. 37, XI, redação anterior às EC n. 19/98 e EC n. 41/03. (...)
Remuneração. RE 174.742 RTJ 198/735
Adm CF/88, art. 37, § 6º. (...) Responsabilidade civil do Estado. AI 473.381-AgR
RTJ 198/837
Adm CF/88, art. 37, § 6º: interpretação. (...) Responsabilidade civil do Estado. RE
302.622 RTJ 195/1036
Adm CF/88, art. 40, III, “c”, redação anterior à EC n. 20/98. (...) Servidor público
estadual. RE 400.344 RTJ 195/686
Adm CF/88, art. 40, § 2º, redação original. (...) Aposentadoria. RE 408.674-AgR
RTJ 196/673
Adm CF/88, art. 40, § 2º, redação original: ofensa inocorrente. (...) Aposentadoria.
RE 229.348 RTJ 197/358
Adm CF/88, art. 40, § 8º. (...) Proventos. RE 349.465-AgR RTJ 196/1005 – RE
411.998 RTJ 196/1028 – AI 518.402-AgR RTJ 196/1054
Adm CF/88, art. 40, § 8º, redação da EC n. 20/98. (...) Proventos. RE 372.503 RTJ
197/1107
Adm CF/88, art. 40, § 13, redação da EC n. 20/98. (...) Aposentadoria. RE
408.674-AgR RTJ 196/673
Ct CF/88, art. 53, § 2º, c/c arts. 27, § 1º, e 32, § 3º. (...) Imunidade parlamentar.
RE 456.679 RTJ 198/1156
Ct CF/88, art. 53, § 3º, redação da EC n. 35/01. (...) Imunidade parlamentar. AC
700-AgR RTJ 196/31
Ct CF/88, art. 60, § 2º: ofensa inocorrente. (...) Processo legislativo. ADI 3.367
RTJ 197/909 – ADI 3.395-MC RTJ 198/922
Adm CF/88, art. 61, § 1º, II, “a” e “c”. (...) Servidor público estadual. ADI 554 RTJ
198/847
Ct CF/88, art. 61, § 1º, II, “a” e “c”: ofensa. (...) Processo legislativo. ADI 3.051
RTJ 197/871
Ct CF/88, art. 61, § 1º, II, “e”. (...) Processo legislativo. ADI 2.405-MC RTJ 197/
176 – ADI 2.750 RTJ 195/19
Ct CF/88, art. 62, § 1º, I, “b”: ofensa inocorrente. (...) Medida provisória. ADI
3.290 RTJ 196/506
Ct CF/88, art. 71, II. (...) Tribunal de Contas da União – TCU. MS 25.092 RTJ
198/166
Ct CF/88, arts. 73, § 2º, I, e 75. (...) Tribunal de Contas estadual. ADI 3.361-MC
RTJ 195/444
PrPn CF/88, art. 84, XII. (...) Indulto. HC 84.829 RTJ 198/1053
ÍNDICE ALFABÉTICO — CF/-CF/ 1209

Adm CF/88, art. 84, parágrafo único. (...) Cargo público. RMS 24.128 RTJ 195/42
Adm CF/88, art. 93, II, “b”: inaplicabilidade. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ
195/926
PrSTF CF/88, art. 93, II, “b” e “d”. (...) Reclamação. Rcl 2.772 RTJ 198/551
Ct CF/88, art. 94. (...) Tribunal Regional Eleitoral – TRE. RMS 24.232 RTJ
198/143 – RMS 24.334 RTJ 195/456
Ct CF/88, art. 96, II, “d”, c/c art. 236, § 1º. (...) Competência legislativa. ADI
3.151 RTJ 197/889
Ct CF/88, art. 97. (...) Controle difuso de constitucionalidade. RE 432.597-
AgR RTJ 196/713
Ct CF/88, art. 98, II. (...) Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ 197/452
Adm CF/88, arts. 98, II, e 225. (...) Juiz de paz. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct CF/88, art. 100, § 1º, redação anterior à EC n. 30/2000. (...) Precatório. AI
343.804-AgR-ED RTJ 196/1003
Ct CF/88, art. 100, §§ 3º e 5º. (...) Precatório. ADI 3.344-MC RTJ 196/801
Ct CF/88, art. 102, I, “d”. (...) Competência originária. MS 24.189-AgR RTJ
196/173 – MS 25.271-AgR RTJ 197/534
Ct CF/88, art. 102, I, “f”. (...) Competência originária. ACO 684-QO RTJ 196/
25 – Rcl 2.833 RTJ 195/24 – MS 25.624-QO RTJ 198/1030
Ct CF/88, art. 102, I, “i”. (...) Competência originária. HC 80.240 RTJ 197/1021
Ct CF/88, art. 102, I, “n”. (...) Competência originária. AO 1.300 RTJ 198/871 –
Rcl 2.370-AgR RTJ 196/484
Ct CF/88, art. 102, I, “r”. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ. ADI 3.367
RTJ 197/909
PrSTF CF/88, art. 102, III, “b”. (...) Recurso extraordinário. RE 401.102-AgR RTJ
195/691
Ct CF/88, art. 103. (...) Argüição de descumprimento de preceito fundamental.
ADPF 75-AgR RTJ 198/3
PrSTF CF/88, art. 103-A, § 3º: inaplicabilidade. (...) Reclamação. Rcl 3.979-AgR
RTJ 198/127
Ct CF/88, art. 105, I, “d”: interpretação extensiva. (...) Conflito de atribuições.
ACO 756 RTJ 197/797
PrSTF CF/88, art. 105, III: ofensa inocorrente. (...) Recurso extraordinário. RE
397.551-AgR RTJ 196/1017
Adm CF/88, art. 107, II. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ 195/926
PrPn CF/88, art. 108, I, “a”, c/c art. 128, I, “d”. (...) Competência criminal. RE
467.923 RTJ 198/397
1210 CF/-CF/ — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn CF/88, art. 109, IV. (...) Competência criminal. RE 135.243 RTJ 195/626
PrPn CF/88, art. 109, V. (...) Competência criminal. HC 86.289 RTJ 198/1093
Ct CF/88, art. 109, § 3º. (...) Competência jurisdicional. RE 390.664 RTJ
195/1060
Ct CF/88, art. 114, I, redação da EC n. 45/04: interpretação conforme à Consti-
tuição. (...) Competência jurisdicional. ADI 3.395-MC RTJ 198/922
Ct CF/88, art. 114, VI. (...) Competência jurisdicional. CC 7.204 RTJ 197/236
Pn CF/88, art. 133. (...) Imunidade judiciária. RHC 80.429 RTJ 197/262 – RE
387.945 RTJ 198/823
Trbt CF/88, art. 145, II. (...) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA.
RE 416.601 RTJ 196/686
Trbt CF/88, art. 146, III: natureza exemplificativa. (...) Tributo. RE 407.190 RTJ
197/1111
Trbt CF/88, art. 146, III, “b”. (...) Crédito tributário. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Trbt CF/88, art. 150, VI, “a”, e § 2º. (...) Imunidade tributária recíproca. RE
388.838-AgR RTJ 195/306
Trbt CF/88, art. 150, § 6º. (...) Benefício fiscal. ADI 3.462-MC RTJ 195/918
Trbt CF/88, arts. 150, § 6º, e 155, XII, “g”. (...) Crédito tributário. ADI 2.405-MC
RTJ 197/176
Trbt CF/88, art. 151, III. (...) Imposto sobre Serviços – ISS. RE 361.829-AgR RTJ
195/299
Trbt CF/88, art. 155, § 2º, II, “b”. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços – ICMS. RE 174.478 RTJ 198/724
PrCv CF/88, art. 155, § 2º, X, “b”. (...) Embargos de declaração. RE 338.681-AgR-
ED RTJ 197/642
Trbt CF/88, art. 155, § 2º, XII, “g”. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços – ICMS. ADI 2.823-MC RTJ 198/51
PrCv CF/88, art. 156, III e § 3º, I, II e III. (...) Embargos de declaração. RE 361.829-
AgR-ED RTJ 196/661
Trbt CF/88, arts. 156, § 1º, e 182, §§ 2º e 4º. (...) Imposto Predial e Territorial
Urbano – IPTU. AI 500.920-AgR RTJ 196/1041
Trbt CF/88, arts. 156, § 1º, e 182, § 4º, II. (...) Imposto Predial e Territorial
Urbano – IPTU. AI 488.871-AgR RTJ 195/733
Trbt CF/88, art. 158, III e parágrafo único. (...) Receita tributária estadual. ADI
2.405-MC RTJ 197/176
Trbt CF/88, arts. 158, IV e parágrafo único, e 161, I. (...) Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços – ICMS. RE 253.906 RTJ 195/643
ÍNDICE ALFABÉTICO — CF/-Cir 1211

Ct CF/88, art. 164, § 3º. (...) Estado-Membro. ADI 3.578-MC RTJ 198/92
Adm CF/88, art. 164, § 3º. (...) Remuneração. Rcl 3.872-AgR RTJ 198/112
Trbt CF/88, art 167, IV. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços –
ICMS. ADI 2.823-MC RTJ 198/51
Adm CF/88, art. 168. (...) Vencimentos. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrSTF CF/88, art. 169. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 2.321-MC
RTJ 195/812
Adm CF/88, art. 173: inaplicabilidade. (...) Autarquia. RE 356.711 RTJ 197/1094
Ct CF/88, art. 173, § 1º. (...) PIS/Pasep. RE 369.252-AgR RTJ 195/1056
Adm CF/88, art. 173, § 1º, II. (...) Sociedade de economia mista. AC 669 RTJ
198/441
Trbt CF/88, art. 177, § 4º, II, “a”, “b” e “c”. (...) Lei orçamentária. ADI 2.925 RTJ
197/842
Trbt CF/88, art. 195, I. (...) Contribuição social. RE 451.988-AgR RTJ 198/832
Trbt CF/88, art. 195, § 7º: inaplicabilidade. (...) Contribuição social. AC 720-
AgR RTJ 196/375
Ct CF/88, art. 211, § 2º, redação da EC n. 14/96. (...) Educação infantil. RE
463.210-AgR RTJ 197/1124
Pn CF/88, art. 220. (...) Crime contra a honra. HC 85.629 RTJ 195/985
Ct CF/88, art. 225, § 1º, III. (...) Meio ambiente. ADI 3.540-MC RTJ 198/939
Ct CF/88, art. 225, § 1º, VII: ofensa. (...) Meio ambiente. ADI 2.514 RTJ 197/442
Ct CF/88, art. 231, § 5º. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. HC
80.240 RTJ 197/1021
Adm CF/88, art. 236: ofensa inocorrente. (...) Servidor público. RE 235.623 RTJ
195/639
Pn Chamada de co-réu. (...) Roubo. HC 85.457 RTJ 195/253
PrPn Chamada de co-réu. (...) Sentença condenatória. RHC 81.740 RTJ 195/80
PrPn Chamada de co-réu: fundamento único. (...) Sentença criminal. RHC 84.845
RTJ 195/179
Pn Circunstância agravante: não-consideração. (...) Pena. HC 85.176 RTJ
195/553
Pn Circunstância judicial desfavorável. (...) Pena. HC 86.002 RTJ 196/969
Pn Circunstância judicial desfavorável. (...) Pena-base. HC 83.658 RTJ 197/557
Pn Circunstância judicial desfavorável. (...) Regime prisional. RHC 86.807 RTJ
197/344
1212 Cir-Coe — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Circunstância judicial desfavorável: ausência. (...) Regime prisional. HC


83.509 RTJ 196/204 – HC 85.108 RTJ 195/550
PrSTF Citação: descabimento. (...) Medida cautelar. Pet 1.886-AgR-QO RTJ 198/39
PrCv Citação para contra-razões: desnecessidade. (...) Petição inicial. AI 427.533-
AgR RTJ 198/387
PrPn Citação-edital. Militar. Fuga e deserção. Defesa técnica: constituição. Prejuízo
inocorrente. HC 85.950 RTJ 198/709
PrPn Citação-edital. Revelia. Defensor dativo: nomeação. Defesa prévia apresen-
tada. Nulidade inocorrente. HC 85.438 RTJ 196/292
PrPn Clamor social e credibilidade do Judiciário. (...) Prisão preventiva. HC
83.040 RTJ 196/200
Adm Classificação além do número de vagas. (...) Concurso público. RE 367.460-
AgR RTJ 197/655
TrGr CLT/43, art. 453, “caput”. (...) Empregado. RE 449.420 RTJ 196/716
TrGr CLT/43, arts. 570 e 571: recepção. (...) Unicidade sindical. RMS 24.069 RTJ
198/973
PrPn Coação atribuída a TRT. (...) Competência criminal. HC 85.096 RTJ 196/917
PrPn Código de Processo Penal Militar – CPPM, art. 451, § 1º. (...) Ação penal.
RHC 84.986 RTJ 196/254
PrPn Código de Trânsito Brasileiro – CTB, arts. 303, 306 e 308. (...) Competência
criminal. HC 85.350 RTJ 195/243
Adm Código Eleitoral e norma federal específica: observância compulsória. (...)
Juiz de paz. ADI 2.938 RTJ 197/452
PrCv Código Eleitoral/65, art. 281. (...) Mandado de segurança. RMS 22.470-
AgR RTJ 198/130
PrPn Código Eleitoral/65, art. 299. (...) Denúncia. HC 86.159 RTJ 196/975
PrPn Código Eleitoral/65, art. 350. (...) Denúncia. Inq 2.170 RTJ 197/439
PrPn Código Penal Militar – CPM, arts. 9º, III, “a”, e 255. (...) Competência
criminal. HC 86.430 RTJ 196/988
Pn Código Penal Militar – CPM, art. 254. (...) Pena. HC 86.002 RTJ 196/969
Adm Código Tributário Nacional – CTN, arts. 91, § 3º, e 92. (...) Fundo de
Participação dos Municípios. MS 24.151 RTJ 197/253
Trbt Código Tributário Nacional – CTN, arts. 173 e 174. (...) Prescrição. ACO 261
RTJ 196/13
Adm Coeficiente: redução. (...) Fundo de Participação dos Municípios. MS
24.151 RTJ 197/253
ÍNDICE ALFABÉTICO — Coi-Com 1213

Adm Coisa julgada. (...) Gratificação. MS 25.460 RTJ 197/537


PrSTF Coisa julgada: limite. (...) Recurso extraordinário. AI 529.942-AgR RTJ
197/1129
PrPn Coisa julgada material. (...) Inquérito policial. Pet 3.297 RTJ 198/579 – HC
83.346 RTJ 195/85 – HC 84.253 RTJ 196/223
PrCv Coisa julgada material ou preclusão: inocorrência. (...) Petição inicial. AI
427.533-AgR RTJ 198/387
Adm Comissão: mesma hierarquia. (...) Processo administrativo. MS 22.127 RTJ
195/36
PrPn Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. Convocação para depor.
“Habeas corpus” preventivo: possibilidade. HC 80.240 RTJ 197/1021
Ct Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. Depoimento de indiciado: trans-
missão e gravação da sessão. Honra e imagem: ofensa inocorrente. MS
24.832-MC RTJ 198/982
Ct Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. Índio. Depoimento. Local diverso
do “habitat”. Ameaça à liberdade de locomoção. CF/88, art. 231, § 5º. HC
80.240 RTJ 197/1021
Ct Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. Poderes de investigação. Sigilo
fiscal, bancário, telefônico e telemático: quebra. Fundamentação exaustiva:
desnecessidade. CPI do Banestado. MS 24.749 RTJ 196/186
Ct Comissão Parlamentar de Inquérito estadual. Sigilo bancário: quebra. Fun-
ção fiscalizadora: “checks and counterchecks”. Lei Complementar n. 105/01:
omissão. ACO 730 RTJ 196/379
Ct Comissão Parlamentar de Inquérito estadual e autarquia federal. (...) Compe-
tência originária. ACO 730-QO RTJ 198/8 – ACO 730 RTJ 196/379
Int Companheiro e filho brasileiros. (...) Extradição. Ext 973 RTJ 196/757
Trbt Compensação. (...) Crédito tributário. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
PrPn Competência. Justiça Federal de Alagoas. Interceptação telefônica: autori-
zação. Juízo competente ao início da investigação. Prova: aproveitamento.
HC 84.388 RTJ 198/643
PrSTF Competência. Plenário do STF. “Habeas corpus”. Decisão monocrática de
ministro do STF em recurso extraordinário. HC 81.319 RTJ 197/267
Adm Competência. Presidente da República. Cassação de aposentadoria. Aprova-
ção pelo TCU: desnecessidade. Súmula 6: inaplicabilidade. MS 23.219-AgR
RTJ 195/38
Ct Competência. Supremo Tribunal Federal – STF. Sentença estrangeira. Desis-
tência: homologação. Julgamento anterior à EC n. 45/04. SEC 5.404 RTJ
195/448
1214 Com-Com — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Competência. (...) Tribunal de Contas da União – TCU. MS 24.742 RTJ 197/


515 – MS 24.958 RTJ 198/154 – MS 25.092 RTJ 198/166 – MS 25.256 RTJ
197/1009
Ct Competência. (...) Tribunal de Justiça. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Competência. União Federal. Anistia. CF/88, art. 21, XVII. ADI 2.639 RTJ
198/536
PrPn Competência criminal. Câmara Municipal. Crime de responsabilidade. Pro-
cesso e julgamento. Prefeito. Constituição do Estado do Pará/89, art. 65. ADI
687 RTJ 198/452
PrPn Competência criminal. Ex-deputado federal e ministro aposentado do STJ.
Crime praticado durante o exercício do cargo. Prerrogativa de função
inexistente. Competência do STF: inocorrência. CPP/41, art. 84, §§ 1º e 2º,
redação da Lei n. 10.628/02. Inq 1.871-AgR RTJ 198/35
PrPn Competência criminal. Justiça comum. Crime de trânsito. Infração penal de
menor potencial ofensivo: não-caracterização. Código de Trânsito Brasileiro –
CTB, arts. 303, 306 e 308. HC 85.350 RTJ 195/243
PrPn Competência criminal. Justiça Federal. Cena de pedofilia na internet: divul-
gação. Consumação e exaurimento no exterior. Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA, art. 241. CF/88, art. 109, V. HC 86.289 RTJ 198/1093
PrPn Competência criminal. Justiça Federal. Crime conexo da Justiça estadual:
extensão. Uso de documento falso e estelionato. CF/88, art. 109, IV. RE
135.243 RTJ 195/626
PrPn Competência criminal. Justiça Federal. Suspeita de envolvimento de depu-
tado federal. Denúncia: ausência. Prerrogativa de foro inexistente. Desloca-
mento para o STF: descabimento. Inq 1.819-AgR RTJ 198/500
PrPn Competência criminal. Justiça Federal. Tráfico internacional de entorpecen-
te. Crime praticado a bordo de aeronave. HC 85.059 RTJ 195/194
PrPn Competência criminal. Justiça Militar da União. Crime militar praticado por
civil. Patrimônio sob a administração militar. Código Penal Militar – CPM,
arts. 9º, III, “a”, e 255. HC 86.430 RTJ 196/988
PrPn Competência criminal. Justiças Federal e estadual. Concurso de crimes.
Justiça estadual: primeira sentença condenatória. Conexão: unificação de
penas. CPP/41, art. 82. RHC 84.904 RTJ 198/1054
PrPn Competência criminal. Prefeito e co-réu. Decisão no HC n. 71.551:
descumprimento. Perda de mandato. Ato descisório anterior: nulidade. Rcl
2.123 RTJ 197/428
PrPn Competência criminal. Superior Tribunal de Justiça – STJ. “Habeas corpus”.
Depositário infiel. Coação atribuída a TRT. Julgamento anterior à EC n. 45/04.
HC 85.096 RTJ 196/917
ÍNDICE ALFABÉTICO — Com-Com 1215

PrPn Competência criminal. Tribunal Regional Federal – TRF. “Habeas corpus”.


Ato de membro do Ministério Público do Distrito Federal. CF/88, art. 108, I,
“a”, c/c art. 128, I, “d”. RE 467.923 RTJ 198/397
PrSTF Competência do STF. (...) Medida cautelar. Pet 3.515-QO RTJ 196/166
PrPn Competência do STF: inocorrência. (...) Competência criminal. Inq 1.871-
AgR RTJ 198/35
PrCv Competência do STF: inocorrência. (...) Competência jurisdicional. AO
1.122-AgR RTJ 197/815 – AO 1.158 RTJ 196/89
PrCv Competência do STF: inocorrência. (...) Mandado de segurança. MS
25.258-AgR RTJ 198/617 – MS 25.279-AgR RTJ 198/1013
PrSTF Competência do STF: usurpação. (...) Reclamação. Rcl 2.224 RTJ 198/503
PrSTF Competência do STF: usurpação inocorrente. (...) Recurso extraordinário.
AI 403.312-ED RTJ 196/1023
Ct Competência do STJ. (...) Conflito de atribuições. ACO 756 RTJ 197/797
PrPn Competência do STJ e do STF. (...) Habeas corpus. HC 85.702 RTJ 196/935
Adm Competência funcional. (...) Juiz de paz. ADI 2.938 RTJ 197/452
PrCv Competência jurisdicional. Ação de interesse da magistratura: não-configu-
ração. Competência do STF: inocorrência. Súmula 731: inaplicabilidade.
AO 1.122-AgR RTJ 197/815
Ct Competência jurisdicional. Acidente de trabalho. RE 348.707 RTJ 196/328
PrPn Competência jurisdicional. Juiz da Vara da Infância e Juventude. Medida
socioeducativa. Internação-sanção. Lei n. 8.069/90, art. 122, I e II. HC
85.503 RTJ 195/259
PrPn Competência jurisdicional. Juiz de direito como juiz-auditor da jurisdição
militar. Excepcionalidade. Feito criminal genérico. RHC 84.944 RTJ 195/523
Ct Competência jurisdicional. Justiça comum. Servidor público. Regime
estatutário. Relação de trabalho: não-caracterização. Justiça do Trabalho:
incompetência. CF/88, art. 114, I, redação da EC n. 45/04: interpretação
conforme à Constituição. ADI 3.395-MC RTJ 198/922
Ct Competência jurisdicional. Justiça do Trabalho. Indenização por dano mo-
ral e patrimonial. Acidente de trabalho. CF/88, art. 114, VI. Emenda Consti-
tucional n. 45/04. CC 7.204 RTJ 197/236
Ct Competência jurisdicional. Justiça estadual. Execução fiscal. Empresa pú-
blica e INSS. Vara federal: ausência. Lei n. 5.010/66, art. 15, I. CF/88, art.
109, § 3º. RE 390.664 RTJ 195/1060
PrSTF Competência jurisdicional. Relator. Petição: negativa de seguimento. Regi-
mento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 21, § 1º. Pet 3.476-
AgR RTJ 198/88
1216 Com-Com — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrGr Competência jurisdicional. Superior Tribunal de Justiça – STJ. Reclamação.


Decisão judicial: descumprimento. HC 85.226 RTJ 195/573
PrSTF Competência jurisdicional. Supremo Tribunal Federal – STF. Ação rescisória.
Súmula 249. Rcl 2.314 RTJ 198/47
Ct Competência jurisdicional. Tribunal de Justiça. Ação direta de inconstitu-
cionalidade. Lei municipal em face da Constituição estadual. Reprodução
de preceito da Constituição Federal. RE 199.293 RTJ 196/320
Ct Competência jurisdicional. Tribunal de Justiça. Impedimento ou suspeição
de mais da metade dos membros de tribunal de origem: não-apreciação.
Súmula 623. AO 1.153-AgR RTJ 196/82
PrCv Competência jurisdicional. Tribunal de Justiça estadual. Impedimento ou
suspeição de mais da metade dos membros de tribunal de origem: ausência.
Competência do STF: inocorrência. Princípio do juiz natural. CPC/73, art.
134, parágrafo único, segunda parte: aplicação analógica. AO 1.158 RTJ
196/89
PrCv Competência jurisdicional. Tribunal Regional Federal – TRF. Mandado de
segurança. Ato administrativo. Eleição para cargo de direção. Loman/79, art.
102. Súmulas 623 e 624. AO 1.160-AgR RTJ 197/396
PrCv Competência jurisdicional. Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Mandado de
segurança: ato judicial. Arquivamento pelo STF: impossibilidade. CPC/73,
art. 113, § 2º. AO 1.139-AgR RTJ 196/460
PrSTF Competência jurisdicional. Turma Recursal de Juizado Especial. Mandado
de segurança. Declinação de competência. MS 24.700-AgR RTJ 196/181
Ct Competência jurisdicional: ausência. (...) Conselho Nacional de Justiça –
CNJ. ADI 3.367 RTJ 197/909
Ct Competência legislativa. Estado-Membro. Divulgação de informação de
veículo apreendido. Lei estadual n. 3.867/02/RJ. ADI 2.819 RTJ 197/834
Ct Competência legislativa. Estado-Membro. Juiz de paz: arrecadar bem,
funcionar como perito, nomear escrivão “ad hoc”. CF/88, art. 98, II. Lei
estadual n. 13.454/2000/MG. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Competência legislativa. Município. Banco: porta eletrônica. AI 429.070-
AgR RTJ 195/711
Ct Competência legislativa. Município. Banco: porta eletrônica. Interesse lo-
cal. CF/88, art. 30, I. AI 347.717-AgR RTJ 197/645
Ct Competência legislativa. Município. Banco: tempo máximo de espera na
fila. Interesse local. CF/88, art. 30, I. RE 432.789 RTJ 196/345
Ct Competência legislativa. Município. Estabelecimento comercial: horário
de funcionamento. Súmula 645. AI 481.886-AgR RTJ 195/356
ÍNDICE ALFABÉTICO — Com-Com 1217

Ct Competência legislativa. Município. Prefeito e vice-prefeito: substituição


ou sucessão. Autonomia municipal. Constituição do Estado do Pará/89, art.
78: inconstitucionalidade. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Competência legislativa. Município. Transporte coletivo urbano: vedação de
gratuidade. CF/88, art. 30, V. Constituição do Estado do Espírito Santo/89, art.
229, § 2º, redação da EC n. 25/99: inconstitucionalidade. ADI 2.349 RTJ
197/172
Ct Competência legislativa. Poder constituinte originário. Anistia constitucio-
nal. ADCT da Constituição Federal/88, arts. 8º e 9º. Emenda Constitucional
estadual n. 14/01/PR: inconstitucionalidade. ADI 2.639 RTJ 198/536
Ct Competência legislativa. Tribunal de Justiça. Selo de controle de serviço
notarial e de registro: instituição. CF/88, art. 96, II, “d”, c/c art. 236, § 1º. ADI
3.151 RTJ 197/889
Ct Competência legislativa. União Federal. Crime de responsabilidade:
tipificação. Convocação de prefeito e auxiliar pela Câmara Municipal.
Constituição do Estado do Pará/89, art. 60: inconstitucionalidade. ADI 687
RTJ 198/452
Ct Competência legislativa. União Federal. Crime de responsabilidade:
tipificação. Substituição ou sucessão de prefeito: não-transmissão do cargo.
Constituição do Estado do Pará/89, art. 78, § 2º: inconstitucionalidade. ADI
687 RTJ 198/452
Ct Competência legislativa. União Federal. Desapropriação. Constituição do
Estado de Rondônia/89, art. 177: inconstitucionalidade. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Competência legislativa. União Federal. Direito do trabalho. Feriado para
todos os efeitos legais. CF/88, art. 21, I: ofensa. Lei distrital n. 3.083/02/DF,
art. 2º: inconstitucionalidade. ADI 3.069 RTJ 197/485
Ct Competência legislativa. União Federal. Direito penal e material bélico.
Arma de fogo apreendida: destinação. CF/88, art. 22, I e XXI. Lei estadual n.
1.317/04/RO: inconstitucionalidade. ADI 3.258 RTJ 195/915
Ct Competência legislativa. União Federal. Direito processual. Ato de juiz. CF/
88, art. 22, I. Lei Complementar estadual n. 851/98/SP, art. 26: inconstitucio-
nalidade. ADI 2.257 RTJ 195/16
Ct Competência legislativa. União Federal. Juiz de paz: assistência a empregado
em rescisão de contrato de trabalho. CF/88, art. 22, I. Lei estadual n. 13.454/
2000/MG, art. 15, IX: inconstitucionalidade. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Competência legislativa. União Federal. Juiz de paz: elegibilidade. CF/88,
art. 22, I. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Competência legislativa. União Federal. Juiz de paz: prisão especial.
Loman/79, art. 112, § 2º. CF/88, art. 22, I. Lei estadual n. 13.454/2000/MG,
art. 22: inconstitucionalidade. ADI 2.938 RTJ 197/452
1218 Com-Com — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Competência legislativa. União Federal. Juiz de paz: processar auto de


corpo de delito, lavrar auto de prisão. CF/88, art. 22, I. Lei estadual n. 13.454/
2000/MG, art. 15, VIII: inconstitucionalidade. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Competência legislativa. União Federal. Registros públicos. Ato: invali-
dade por ausência de selo. Lei estadual n. 8.033/03/MT, art. 2º, § 1º: incons-
titucionalidade. ADI 3.151 RTJ 197/889
Ct Competência legislativa. União Federal. Seguro contra furto e roubo de
automóvel. CF/88, art. 22, VII. Leis municipais n. 10.927/91 e 11.362/93,
São Paulo/SP: inconstitucionalidade. RE 313.060 RTJ 197/367
Ct Competência legislativa. União Federal. Trânsito. Direção sob influência de
álcool ou substância entorpecente. Apreensão e leilão de veículo. Lei
distrital n. 2.959/02/DF: inconstitucionalidade. ADI 2.796 RTJ 196/491
Ct Competência legislativa. União Federal. Trânsito. Estacionamento em local
proibido: aquisição de medicamento. Lei estadual n. 10.331/99/SP: incons-
titucionalidade. ADI 2.928 RTJ 195/33
Ct Competência legislativa. União Federal. Trânsito. Leilão de veículo. CF/88,
art. 22, XI. Lei estadual n. 3.867/02/RJ, art. 2º: inconstitucionalidade. ADI
2.819 RTJ 197/834
Ct Competência legislativa. União Federal. Trânsito. Multa: parcelamento. Lei
estadual n. 7.723/99/RS: inconstitucionalidade. ADI 2.432 RTJ 195/431
Ct Competência legislativa. União Federal. Trânsito. Veículo irrecuperável:
desmonte e comercialização. Lei estadual n. 7.755/04/ES: inconstitucionali-
dade. ADI 3.254 RTJ 196/500
Ct Competência legislativa. União Federal. Trânsito. Vistoria de automóvel.
Lei complementar: ausência. Lei distrital n. 3.425/05/DF: inconstitucionali-
dade. ADI 3.323 RTJ 196/797
Ct Competência legislativa. União Federal. Trânsito e transporte. Motocicleta:
transporte remunerado de passageiros (“mototáxi”). Lei estadual n. 12.618/
97/MG: inconstitucionalidade. ADI 3.136 RTJ 198/912
Ct Competência legislativa concorrente. Estado-Membro. Direito econômico.
Estudante: pagamento de meia-entrada. CF/88, art. 24, I e § 3º. ADI 1.950
RTJ 198/882
Ct Competência legislativa concorrente. União Federal. Educação: norma geral.
CF/88, arts. 22, XXIV, e 24, IX: ofensa. Lei estadual n. 10.860/01/SP: incons-
titucionalidade. ADI 3.098 RTJ 197/879
Ct Competência originária. Declinação para o STF. Reclamação: processa-
mento imediato. Decisão do juízo “a quo” ainda não efetuada: irrelevância.
Ação de interesse da magistratura. CF/88, art. 102, I, “n”. Rcl 2.370-AgR RTJ
196/484
ÍNDICE ALFABÉTICO — Com-Com 1219

Ct Competência originária. Superior Tribunal de Justiça – STJ. “Habeas


corpus”. Ato de Tribunal de Justiça. HC 85.838-ED RTJ 197/1075
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Ação popular.
Conflito federativo. Área indígena “Raposa Serra do Sol”. CF/88, art. 102, I,
“f”. Rcl 2.833 RTJ 195/24
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Apelação
criminal. Impedimento ou suspeição de mais da metade dos membros de
tribunal de origem. CF/88, art. 102, I, “n”. AO 1.300 RTJ 198/871
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Comissão Parla-
mentar de Inquérito estadual e autarquia federal. Conflito federativo poten-
cial. Sigilo bancário: quebra. ACO 730 RTJ 196/379 – ACO 730-QO RTJ
198/8
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Distrito Federal e
União Federal: entidades políticas. Conflito federativo. ACO 555-QO RTJ
196/21
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Estado-Membro e
autarquia federal. Conflito federativo. Aproveitamento de potencial hidráulico.
Rcl 3.074 RTJ 196/142
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Estado-Membro
e autarquia federal. Conflito federativo. Ensino superior: autorização. CF/
88, art. 102, I, “f”. ACO 684-QO RTJ 196/25
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. “Habeas
corpus”. Decisão monocrática de ministro do TSE em HC. HC 86.159 RTJ
196/975
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. “Habeas
corpus”. Presidente de CPI. CF/88, art. 102, I, “i”. HC 80.240 RTJ 197/1021
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. “Habeas
corpus”. Turma Recursal de Juizado Especial. HC 83.801 RTJ 196/609
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Mandado de
segurança. Ato do primeiro secretário da Câmara dos Deputados. CF/88, art.
102, I, “d”. MS 24.189-AgR RTJ 196/173
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Mandado de
segurança. Ato do superintendente regional do Incra. Referendo do presidente
da República. CF/88, art. 102, I, “d”. MS 25.271-AgR RTJ 197/534
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Quinto constitu-
cional. Conflito de atribuições: autarquia federal e Estado-Membro. CF/88,
art. 102, I, “f”. MS 25.624-QO RTJ 198/1030
Ct Competência originária. Supremo Tribunal Federal – STF. Secretário de
Estado. Prerrogativa de função. Inq 2.051-QO RTJ 195/5
1220 Com-Con — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Competência originária do STF: ausência. (...) Ação popular. Pet 3.422-AgR


RTJ 197/499
PrCv Competência originária do STF: ausência. (...) Ação rescisória. AR 1.848-
AgR RTJ 197/67 – AR 1.850-AgR RTJ 195/416
PrSTF Competência recursal. Plenário do STF. Recurso em “habeas corpus”. Deci-
são monocrática de ministro do STF em HC. RHC 85.243-QO RTJ 195/227
PrPn Competência recursal. Tribunal de Justiça. Apelação. Infração penal de
menor potencial ofensivo: não-caracterização. Sentença proferida pelo
Juizado Especial. HC 85.350 RTJ 195/243
PrPn Competência territorial. Jornal: local da impressão. Lei de Imprensa, art. 42.
HC 86.102 RTJ 197/626
PrPn Complexidade da causa e pluralidade de réus. (...) Prisão preventiva. HC
85.764 RTJ 196/306
PrPn Complexidade da matéria. (...) Ação penal privada. HC 86.049 RTJ 197/1077
Pn Comportamento do réu durante o processo. (...) Pena-base. HC 83.960 RTJ
196/843
Ct Composição. (...) Conselho de Governo. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Composição. (...) Tribunal de Contas estadual. ADI 397 RTJ 198/433 – ADI
3.361 RTJ 196/549 – ADI 3.361-MC RTJ 195/444
Ct Composição. (...) Tribunal Regional Eleitoral – TRE. RMS 24.232 RTJ
198/143 – RMS 24.334 RTJ 195/456
Int Compromisso formal: necessidade. (...) Extradição. Ext 855 RTJ 196/403 –
Ext 944 RTJ 197/384
Ct Comunicação à Câmara Municipal: desnecessidade. (...) Controle concen-
trado de constitucionalidade. RE 199.293 RTJ 196/320
Ct Comunicação à Casa legislativa: distinção. (...) Controle de constitucionali-
dade. RE 199.293 RTJ 196/320
PrPn Comutação da pena: impossibilidade. (...) Execução penal. HC 85.279 RTJ
195/234
Int Comutação em pena não superior a trinta anos. (...) Extradição. Ext 855 RTJ
196/403 – Ext 944 RTJ 197/384
Adm Conceito indeterminado. (...) Ato administrativo. RMS 24.699 RTJ 195/64
Adm Conceito indeterminado: distinção. (...) Ato administrativo discricionário.
RMS 24.699 RTJ 195/64
Ct Concessão. (...) Anistia. ADI 1.231 RTJ 197/413
PrPn Concessão. (...) Indulto. HC 84.829 RTJ 198/1053
PrPn Concessão. (...) Liberdade provisória. HC 86.703 RTJ 198/1107
ÍNDICE ALFABÉTICO — Con-Con 1221

PrCv Concessão. (...) Medida cautelar. AC 663-MC-AgR RTJ 198/5


Adm Concessão. Obra pública. Pedágio: isenção e desconto. Contrato: desequi-
líbrio econômico-financeiro. Princípio da independência e harmonia dos
Poderes: ofensa. Lei estadual n. 7.304/02/ES: inconstitucionalidade. ADI
2.733 RTJ 197/219
PrPn Concessão de ofício. (...) Habeas corpus. Rcl 2.636 RTJ 197/209 – HC
87.263 RTJ 198/720
Trbt Concessão pelo Executivo. (...) Benefício fiscal. ADI 3.462-MC RTJ 195/918
Ct Concessão, permissão ou autorização: desnecessidade. (...) Educação. ADI
1.266 RTJ 196/92
Adm Concessionária de serviço público. (...) Responsabilidade civil do Estado.
RE 302.622 RTJ 195/1036
Int Concordância do extraditando. (...) Extradição. Ext 917 RTJ 197/803 – Ext
1.016 RTJ 198/855
Int Concordância do extraditando: irrelevância jurídica. (...) Extradição. Ext
909 RTJ 195/373 – Ext 977 RTJ 198/21
PrSTF Concordata preventiva: correção monetária. (...) Recurso extraordinário.
RE 235.042-AgR RTJ 195/1019
PrCv Concorrente qualificado não incluído na lista. (...) Mandado de segurança.
MS 23.789 RTJ 195/926
Adm Concurso: aprovação. (...) Servidor público. RE 283.620-AgR RTJ 196/654
PrPn Concurso de crimes. (...) Competência criminal. RHC 84.904 RTJ 198/1054
Pn Concurso material. Inocorrência. Falsificação de documento e estelionato.
Princípio da consunção. Ext 931 RTJ 197/376
Pn Concurso material. Promoção de fuga e lesão corporal. Pena: dosimetria.
Agravante: desconsideração. HC 86.566 RTJ 198/220
Adm Concurso público. Classificação além do número de vagas. Prazo de validade:
término. Prorrogação: inocorrência. Convocação para segunda fase: impos-
sibilidade. RE 367.460-AgR RTJ 197/655
Adm Concurso público. Estrangeiro. Naturalização: requerimento anterior à posse.
CF/88, art. 12, II, “b”. RE 264.848 RTJ 196/325
Adm Concurso público. Ingresso e remoção. Serviço notarial e de registro. Título:
tempo de serviço como titular, interino, substituto ou escrevente e apresenta-
ção em congresso. Princípio da isonomia. ADI 3.580-MC RTJ 198/970
Adm Concurso público. Nomeação. Anulação anterior à posse. Processo adminis-
trativo: necessidade. Princípio do contraditório e da ampla defesa. RE
351.489 RTJ 198/1143
1222 Con-Con — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Concurso público. Prazo de validade não previsto no edital. Prorrogação


após término do biênio. Nomeação dentro das vagas. Princípio do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório. CF/88, art. 37, III. RE
452.721 RTJ 196/1030
Adm Concurso público. Prova de título: exercício de função pública. Princípio da
isonomia: ofensa. Regulamento n. 7/04-TJ/MA, art. 31, I e II: inconstitucio-
nalidade. ADI 3.443 RTJ 196/552
Adm Concurso público. Prova física. Lesão temporária. Nova data para o exame.
Princípio da impessoalidade: ofensa. RE 351.142 RTJ 195/295
Adm Concurso público: ausência. (...) Cargo público. ADI 3.051 RTJ 197/871 –
ADI 3.211-MC RTJ 196/496
Adm Concurso público: ausência. (...) Servidor público estadual. ADI 3.332 RTJ
196/155
Adm Concurso público: necessidade. (...) Cargo público. RE 199.293 RTJ 196/320
Adm Concurso público: necessidade. (...) Cartório de notas e registro. ADI 3.519-
MC RTJ 196/557
Pn Condenação. (...) Corrupção ativa. HC 83.658 RTJ 197/557
Int Condenação e inquérito policial no Brasil. (...) Extradição. Ext 936 RTJ
196/443
PrPn Condenação intercorrente: conhecimento após termo final. (...) Livramento
condicional. RHC 85.287 RTJ 195/577
Int Condenação no Brasil. (...) Extradição. Ext 855 RTJ 196/403 – Ext 936 RTJ
196/443
PrPn Condenação: nulidade. (...) Sentença criminal. RHC 84.845 RTJ 195/179
Ct Condenação penal transitada em julgado. (...) Direitos políticos. RMS
22.470-AgR RTJ 198/130
PrPn Condição de investigado. (...) Testemunha. HC 83.703 RTJ 197/318
PrPn Condição objetiva de punibilidade: inocorrência. (...) Ação penal. HC
84.092 RTJ 196/218 – HC 84.262 RTJ 195/114
PrPn Condição objetiva de punibilidade: inocorrência. (...) Inquérito policial. HC
86.120 RTJ 196/972
PrPn Condição: possibilidade de imposição. (...) Indulto. HC 84.829 RTJ 198/1053
PrPn Conexão. (...) Ação penal. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Conexão: unificação de penas. (...) Competência criminal. RHC 84.904 RTJ
198/1054
Pn Configuração. (...) Tráfico de entorpecente. HC 70.231 RTJ 197/543
ÍNDICE ALFABÉTICO — Con-Con 1223

Pn Confissão espontânea: irrelevância. (...) Pena-base. HC 87.263 RTJ 198/720


Pn Confissão extrajudicial. (...) Roubo. HC 85.457 RTJ 195/253
Ct Conflito de atribuições. Ministério Público Federal e estadual. Competência
do STJ. CF/88, art. 105, I, “d”: interpretação extensiva. ACO 756 RTJ 197/797
Ct Conflito de atribuições: autarquia federal e Estado-Membro. (...) Competência
originária. MS 25.624-QO RTJ 198/1030
Ct Conflito de competência. Tribunal Regional Federal – TRF e Superior
Tribunal de Justiça – STJ. Decisão do STJ: obrigatoriedade. CC 7.161 RTJ
196/169
PrPn Conflito de competência: excesso de prazo no julgamento. (...) Habeas
corpus. HC 86.360 RTJ 196/984
PrSTF Conflito entre Estados da Federação. (...) Argüição de descumprimento de
preceito fundamental. ADPF 72-QO RTJ 196/363
Ct Conflito federativo. (...) Competência originária. ACO 555-QO RTJ 196/21 –
ACO 684-QO RTJ 196/25 – Rcl 2.833 RTJ 195/24 – Rcl 3.074 RTJ 196/142
Ct Conflito federativo potencial. (...) Competência originária. ACO 730 RTJ
196/379 – ACO 730-QO RTJ 198/8
Ct Congresso Nacional e chefe do Executivo: competência. (...) Anistia. ADI
1.231 RTJ 197/413
Int Conjugação de normas mais favoráveis: impossibilidade. (...) Extradição.
Ext 925 RTJ 197/18
Adm Cônjuge: falecimento. (...) Desapropriação. MS 24.442 RTJ 195/47
Ct Conselheiro: critério de escolha. (...) Tribunal de Contas estadual. ADI 397
RTJ 198/433 – ADI 3.361 RTJ 196/549 – ADI 3.361-MC RTJ 195/444
Ct Conselho de Governo. Composição. Constituição do Estado de Rondônia/89,
art. 72, III, IV e V: inconstitucionalidade. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Conselho de Governo. Criação e atribuição. Constituição do Estado de
Rondônia/89, arts. 72 e 73. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Controle de órgão jurisdicional
estadual. Poder Judiciário: caráter nacional. Princípio federativo: ofensa
inocorrente. ADI 3.367 RTJ 197/909
Ct Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Controle jurisdicional pelo STF. CF/88,
art. 102, I, “r”. ADI 3.367 RTJ 197/909
Ct Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Criação e composição. Controle admi-
nistrativo, financeiro e disciplinar do Judiciário. Competência jurisdicional:
ausência. Princípio da independência e harmonia dos Poderes: ofensa inocor-
rente. Súmula 649: inaplicabilidade. Emenda Constitucional n. 45/04. ADI
3.367 RTJ 197/909
1224 Con-Con — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Natureza administrativa. Órgão interno


do Judiciário. Controle externo: inocorrência. ADI 3.367 RTJ 197/909
Adm Conselho superior: exoneração. (...) Agência reguladora de serviço público.
ADI 1.949-MC RTJ 197/70
PrPn Conselho Tutelar: provocação. (...) Ministério Público. HC 86.711 RTJ
198/231
Pn Consórcio e instituição financeira: equiparação. (...) Crime contra o sistema
financeiro. RHC 84.182 RTJ 196/611
Pn Consórcio sem autorização legal. (...) Crime contra o sistema financeiro.
RHC 84.182 RTJ 196/611
Ct Constituição do Estado de Minas Gerais/89, art. 78, §§ 1º, I e II, e 3º:
inconstitucionalidade. (...) Tribunal de Contas estadual. ADI 3.361 RTJ
196/549
Ct Constituição do Estado de Rondônia/89, arts. 72 e 73. (...) Conselho de
Governo. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Constituição do Estado de Rondônia/89, art. 72, III, IV e V: inconstituciona-
lidade. (...) Conselho de Governo. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Constituição do Estado de Rondônia/89, art. 77, parágrafo único: inconsti-
tucionalidade. (...) Processo legislativo. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Constituição do Estado de Rondônia/89, art. 177: inconstitucionalidade.
(...) Competência legislativa. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Constituição do Estado de São Paulo/89, art. 31, § 2º, itens 1 e 3: inconstitu-
cionalidade. (...) Tribunal de Contas estadual. ADI 397 RTJ 198/433
Ct Constituição do Estado de São Paulo/89, art. 90, § 3º: inconstitucionalidade.
(...) Controle concentrado de constitucionalidade. RE 199.293 RTJ 196/320
Ct Constituição do Estado do Espírito Santo/89, art. 229, § 2º, redação da EC n.
25/99: inconstitucionalidade. (...) Competência legislativa. ADI 2.349 RTJ
197/172
Ct Constituição do Estado do Pará/89, art. 60: inconstitucionalidade. (...) Com-
petência legislativa. ADI 687 RTJ 198/452
PrPn Constituição do Estado do Pará/89, art. 65. (...) Competência criminal. ADI
687 RTJ 198/452
Ct Constituição do Estado do Pará/89, art. 78: inconstitucionalidade. (...) Com-
petência legislativa. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Constituição do Estado do Pará/89, art. 78, § 1º: inconstitucionalidade. (...)
Município. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Constituição do Estado do Pará/89, art. 78, § 2º: inconstitucionalidade. (...)
Competência legislativa. ADI 687 RTJ 198/452
ÍNDICE ALFABÉTICO — Con-Con 1225

Ct Constituição do Estado do Pará/89, art. 92, XXVII. (...) Assembléia Legisla-


tiva. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Constituição do Estado do Pará/89, arts. 92, XXX, expressão, e 122, expres-
são: inconstitucionalidade. (...) Tribunal de Contas dos Municípios. ADI
687 RTJ 198/452
Ct Constituição do Estado do Rio de Janeiro/89, art. 104: inconstitucionali-
dade. (...) Mandato parlamentar. ADI 2.461 RTJ 195/897
Ct Constituição do Estado do Rio de Janeiro/89, art. 104, § 2º, redação da EC n.
17/01: inconstitucionalidade. (...) Mandato parlamentar. ADI 3.208 RTJ
198/561
PrPn Constrangimento ilegal. (...) Embargos infringentes. HC 81.263 RTJ 198/626
PrPn Constrangimento ilegal. (...) Habeas corpus. HC 86.360 RTJ 196/984
Cv Constrangimento ilegal. (...) Prisão civil. HC 83.416 RTJ 197/294
PrPn Constrangimento ilegal. (...) Suspensão condicional do processo penal –
“sursis” processual. HC 84.643 RTJ 195/516
PrPn Constrangimento ilegal flagrante. (...) Habeas corpus. HC 87.263 RTJ
198/720
PrPn Constrangimento ilegal inocorrente. (...) Acórdão criminal. HC 85.340-AgR
RTJ 198/1065
PrPn Constrangimento ilegal inocorrente. (...) Inquérito policial. HC 86.149 RTJ
197/325
PrPn Constrangimento ilegal inocorrente. (...) Processo criminal. HC 85.526 RTJ
198/1076
PrCv Consultor jurídico. (...) Sustentação oral. MS 25.092 RTJ 198/166
PrPn Consumação e exaurimento no exterior. (...) Competência criminal. HC
86.289 RTJ 198/1093
Pn Consumação: momento. (...) Roubo. HC 85.262 RTJ 195/228
Ct Conteúdo mínimo essencial. (...) Contraditório e ampla defesa. RE 427.339
RTJ 196/703
Pn Continuidade delitiva: aplicabilidade. (...) Pena. HC 83.575 RTJ 196/209
PrCv Contradição. (...) Embargos de declaração. RE 338.681-AgR-ED RTJ
197/642
PrCv Contradição inexistente. (...) Embargos de declaração. RE 395.121-ED RTJ
197/664
Ct Contraditório e ampla defesa. Conteúdo mínimo essencial. Lei ordinária:
independência de interpretação. RE 427.339 RTJ 196/703
1226 Con-Con — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Contraditório: inaplicabilidade. (...) Tribunal de Contas da União – TCU. MS


24.742 RTJ 197/515 – MS 24.958 RTJ 198/154 – MS 25.256 RTJ 197/1009
PrPn Contra-razões a recurso em sentido estrito. (...) Intimação criminal. HC
84.392 RTJ 198/1040
Adm Contratação sem concurso. (...) Serviço público. RE 400.896-AgR RTJ
196/1021
Adm Contratação temporária. (...) Servidor público. ADI 3.068 RTJ 196/772 – RE
283.620-AgR RTJ 196/654
Cv Contrato. Aplicação financeira: CDB. Celebração anterior à norma
instituidora. Plano Bresser: deflação (tablita). Ato jurídico perfeito: ofensa
inocorrente. Decreto-Lei n. 2.335/87, redação do Decreto-Lei n. 2.342/87.
RE 141.190 RTJ 198/246
Cv Contrato. Celebração anterior à norma instituidora. Fator de deflação
(tablita): aplicação imediata. Ato jurídico perfeito: ofensa inocorrente. Lei n.
8.177/91, art. 27. RE 247.593-AgR RTJ 197/634
Cv Contrato de depósito. (...) Caderneta de poupança. RE 393.021-AgR RTJ
197/660
TrPrv Contrato de trabalho. Manutenção por doze meses. Auxílio-doença: cessa-
ção. CF/88, art. 7º, I: ofensa inocorrente. Lei n. 8.213/91, art. 118. ADI 639
RTJ 196/731
TrGr Contrato de trabalho: continuidade. (...) Empregado. RE 449.420 RTJ
196/716
Cv Contrato de venda de cota de sociedade. (...) Depositário judicial. HC
86.160 RTJ 197/1088
Adm Contrato: desequilíbrio econômico-financeiro. (...) Concessão. ADI 2.733
RTJ 197/219
Ct Contrato temporário. (...) Licença-maternidade. RE 287.905 RTJ 198/1129
Int Contravenção. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850
TrGr Contribuição assistencial. Convenção coletiva. Desconto em folha. Autori-
zação ou não-oposição do trabalhador: necessidade. RE 461.451-AgR RTJ
198/835
Ct Contribuição confederativa. Assembléia-geral. Entidade sindical: cobrança.
Filiação: necessidade. CF/88, art. 8º, IV. RE 461.451-AgR RTJ 198/835
Trbt Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE. (...) Lei orça-
mentária. ADI 2.925 RTJ 197/842
Trbt Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE. (...) Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. RE
401.823-AgR RTJ 195/696
ÍNDICE ALFABÉTICO — Con-Con 1227

PrSTF Contribuição para PIS/Pasep e Cofins. (...) Medida cautelar. AC 959-MC-


QO RTJ 196/458
Trbt Contribuição previdenciária. Policial civil do Distrito Federal. Alíquota:
majoração. Princípio da anterioridade nonagesimal: ofensa. Restituição: pres-
crição qüinqüenal. Medida Provisória n. 560/94. RE 453.365 RTJ 198/1152
Trbt Contribuição social. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS.
Entidade beneficente. Imunidade tributária: inocorrência. Lei Complementar
n. 110/01. CF/88, art. 195, § 7º: inaplicabilidade. AC 720-AgR RTJ 196/375
Trbt Contribuição social. Isenção: revogação pela Lei n. 9.430/96. Sociedade
civil de profissão. Lei Complementar n. 70/91. CF/88, art. 195, I. RE
451.988-AgR RTJ 198/832
Ct Controle administrativo, financeiro e disciplinar do Judiciário. (...) Conselho
Nacional de Justiça – CNJ. ADI 3.367 RTJ 197/909
Ct Controle concentrado de constitucionalidade. Ação direta: descabimento.
Efeito repristinatório. Norma ab-rogatória e revogada: necessidade de im-
pugnação. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Controle concentrado de constitucionalidade. Ação direta estadual. Comu-
nicação à Câmara Municipal: desnecessidade. Constituição do Estado de
São Paulo/89, art. 90, § 3º: inconstitucionalidade. RE 199.293 RTJ 196/320
Ct Controle concentrado de constitucionalidade. Cabimento. Lei orçamentária:
autonomia e abstração. ADI 2.925 RTJ 197/842
Ct Controle concentrado de constitucionalidade. Efeito vinculante. Eficácia
“erga omnes”. Aplicação imediata pelo Tribunal de Justiça. Pet 3.476-AgR
RTJ 198/88
Ct Controle concentrado de constitucionalidade. Independência dos disposi-
tivos. Outro dispositivo impugnado em ação direta diversa: irrelevância.
ADI 3.462-MC RTJ 195/918
Ct Controle de constitucionalidade. Difuso e concentrado. Comunicação à
Casa legislativa: distinção. RE 199.293 RTJ 196/320
Int Controle de legalidade. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850 –
Ext 909 RTJ 195/373
Int Controle de legalidade: exigibilidade. (...) Extradição. Ext 917 RTJ 197/
803 – Ext 977 RTJ 198/21 – Ext 1.016 RTJ 198/855
Ct Controle de órgão jurisdicional estadual. (...) Conselho Nacional de Justiça –
CNJ. ADI 3.367 RTJ 197/909
PrSTF Controle difuso de constitucionalidade. (...) Recurso extraordinário. AI
500.920-AgR RTJ 196/1041
Ct Controle difuso de constitucionalidade. Reserva de Plenário. Inconstitucio-
nalidade implícita. CF/88, art. 97. RE 432.597-AgR RTJ 196/713
1228 Con-Con — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Controle externo. (...) Tribunal de Contas da União – TCU. MS 24.742 RTJ


197/515 – MS 24.958 RTJ 198/154 – MS 25.198 RTJ 198/1009 – MS
25.200 RTJ 197/1005 – MS 25.256 RTJ 197/1009
Ct Controle externo: inocorrência. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
ADI 3.367 RTJ 197/909
Ct Controle judicial. (...) Anistia. ADI 1.231 RTJ 197/413
Adm Controle jurisdicional. (...) Ato administrativo. RMS 24.699 RTJ 195/64
Ct Controle jurisdicional. (...) Medida provisória. ADI 3.290 RTJ 196/506
Int Controle jurisdicional: limite. (...) Extradição. Ext 915 RTJ 196/43 – Ext
972 RTJ 197/812
Ct Controle jurisdicional pelo STF. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
ADI 3.367 RTJ 197/909
Cv Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica). (...) Prisão civil. HC 81.319 RTJ 197/267
TrGr Convenção coletiva. (...) Contribuição assistencial. RE 461.451-AgR RTJ
198/835
Int Convenção Única de Nova Iorque. (...) Extradição. Ext 962 RTJ 196/69
PrPn Conveniência da instrução criminal. (...) Prisão preventiva. HC 84.352 RTJ
196/614 – HC 86.751 RTJ 196/993
Trbt Convênio ICMS n. 66/88, art. 32, II. (...) Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS. RE 174.478 RTJ 198/724
Trbt Convênio interestadual: ausência. (...) Imposto sobre Circulação de Merca-
dorias e Serviços – ICMS. ADI 2.823-MC RTJ 198/51
PrPn Convênio: licitação dispensável. (...) Ação penal. Inq 1.957 RTJ 196/101
PrPn Conversa telefônica. (...) Prova criminal. AI 503.617-AgR RTJ 195/363
PrSTF Conversão em ação direta de inconstitucionalidade por omissão: impossibi-
lidade. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 1.442 RTJ 195/752
PrSTF Conversão em agravo regimental. (...) Embargos de declaração. AI 498.494-
ED RTJ 196/352 – AI 499.022-ED RTJ 198/1178
PrCv Conversão em reclamação. (...) Mandado de segurança. MS 23.605-AgR-ED
RTJ 196/170
Adm Conversão em tempo de serviço. (...) Licença-prêmio. RE 394.661-AgR RTJ
196/1013
Adm Conversão em URV. (...) Proventos. RE 370.614-AgR RTJ 195/675
Adm Conversão em URV. (...) Vencimentos. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrPn Convocação com caráter de ato de investigação. (...) Inquérito policial. Rcl
2.349 RTJ 196/760
ÍNDICE ALFABÉTICO — Con-CP/ 1229

Ct Convocação de prefeito e auxiliar pela Câmara Municipal. (...) Competência


legislativa. ADI 687 RTJ 198/452
PrPn Convocação para depor. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. HC
80.240 RTJ 197/1021
Ct Convocação para depor em CPI. (...) Magistrado. HC 86.581 RTJ 198/224
Adm Convocação para segunda fase: impossibilidade. (...) Concurso público. RE
367.460-AgR RTJ 197/655
Int Cooperação internacional na repressão penal: restrição. (...) Extradição. Ext
917 RTJ 197/803
PrCv Coordenador-geral de recursos humanos da Abin. (...) Mandado de segurança.
MS 25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
PrSTF Cópia substitutiva. (...) Agravo de instrumento. AI 515.168-AgR-ED RTJ
196/1047
PrPn Co-réu beneficiado. (...) Delação premiada. HC 85.176 RTJ 195/553
Trbt Correção monetária. (...) Imposto de Renda – IR. RE 196.336-AgR RTJ
195/635
TrGr Correção monetária de conta vinculada. (...) Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço – FGTS. RE 418.918 RTJ 195/321
Pn Correção pelo presidente do Júri. (...) Pena. HC 83.575 RTJ 196/209
Pn Corrupção ativa. Condenação. Corrupção passiva: absolvição de um dos
denunciados. Bilateralidade: inaplicabilidade. HC 83.658 RTJ 197/557
Pn Corrupção passiva: absolvição de um dos denunciados. (...) Corrupção ativa.
HC 83.658 RTJ 197/557
Pn CP/40, art. 33. (...) Regime prisional. HC 85.043 RTJ 196/895
Pn CP/40, art. 44. (...) Pena. HC 84.988 RTJ 196/888
Pn CP/40, art. 44, I, II e III. (...) Pena. HC 85.603 RTJ 196/930
PrPn CP/40, arts. 59, 61, I, e 68. (...) Sentença condenatória. RHC 84.295 RTJ
198/640
Pn CP/40, art. 60, § 2º: inaplicabilidade. (...) Pena. HC 84.721 RTJ 195/166
Pn CP/40, art. 71. (...) Pena. HC 83.575 RTJ 196/209
Pn CP/40, arts. 86, I, 89 e 90. (...) Livramento condicional. RHC 86.317 RTJ
197/341
PrPn CP/40, arts. 86, I, e 90. (...) Livramento condicional. RHC 85.287 RTJ 195/577
PrPn CP/40, art. 103. (...) Ação penal pública condicionada. HC 85.872 RTJ
196/644
1230 CP/-CPC — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn CP/40, arts. 109, III; 111, I; 115 e 299. (...) Extinção da punibilidade. HC
73.033 RTJ 197/259
Pn CP/40, arts. 115 e 117, IV. (...) Prescrição. AI 394.065-AgR-ED-ED RTJ
195/310
PrPn CP/40, art. 121, § 2º, IV. (...) Pronúncia. HC 86.163 RTJ 196/980
Pn CP/40, art. 157, § 2º, II. (...) Roubo. HC 85.262 RTJ 195/228
PrPn CP/40, art. 184, “caput”. (...) Busca e apreensão. HC 85.177 RTJ 195/208
PrPn CP/40, art. 184, §§ 1º e 2º. (...) Busca e apreensão. HC 85.177 RTJ 195/208
PrPn CP/40, art. 299. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395
Pn CP/40, art. 299. (...) Falsidade ideológica. HC 85.064 RTJ 197/1063
Pn CP/40, art. 315. (...) Emprego irregular de verbas ou rendas públicas. AP
375 RTJ 196/366
PrCv CPC/73, art. 113, § 2º. (...) Competência jurisdicional. AO 1.139-AgR RTJ
196/460
PrSTF CPC/73, art. 113, § 2º: inaplicabilidade. (...) Ação popular. Pet 3.422-AgR
RTJ 197/499
PrCv CPC/73, art. 113, § 2º: inaplicabilidade. (...) Mandado de segurança. MS
25.258-AgR RTJ 198/617 – MS 25.279-AgR RTJ 198/1013
PrCv CPC/73, art. 134, I a VI. (...) Magistrado. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60
PrCv CPC/73, art. 134, parágrafo único, segunda parte: aplicação analógica. (...)
Competência jurisdicional. AO 1.158 RTJ 196/89
PrCv CPC/73, art. 138, § 1º. (...) Magistrado. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60
PrCv CPC/73, art. 191. (...) Litisconsórcio. AI 530.658-AgR RTJ 196/354
PrCv CPC/73, art. 236, § 1º. (...) Intimação. RE 255.967-AgR RTJ 195/657
Adm CPC/73, art. 241: inaplicabilidade. (...) Desapropriação. MS 24.484 RTJ
198/145
PrSTF CPC/73, art. 267, VI. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 3.367
RTJ 197/909
PrCv CPC/73, art. 296, parágrafo único: interpretação conforme à Constituição.
(...) Petição inicial. AI 427.533-AgR RTJ 198/387
PrCv CPC/73, art. 301, §§ 1º, 2º e 3º. (...) Litispendência. RMS 25.153 RTJ 196/581
PrCv CPC/73, art. 344 c/c art. 411 e parágrafo único. (...) Presidente da República.
HC 85.029 RTJ 195/538
PrCv CPC/73, art. 538, parágrafo único. (...) Embargos de declaração. AI
284.847-AgR-ED-ED RTJ 196/657
ÍNDICE ALFABÉTICO — CPC-CPP 1231

PrSTF CPC/73, art. 542, § 3º: inaplicabilidade. (...) Medida cautelar. AC 929-QO
RTJ 196/58
PrSTF CPC/73, art. 542, § 3º: inaplicabilidade. (...) Recurso extraordinário. Pet
3.515-QO RTJ 196/166
PrSTF CPC/73, arts. 542, § 3º, e 800, parágrafo único. (...) Medida cautelar. Pet
3.515-QO RTJ 196/166
PrCv CPC/73, art. 544, § 1º. (...) Agravo de instrumento. AI 466.032-AgR RTJ
195/720 – AI 549.756-AgR RTJ 196/358
PrSTF CPC/73, art. 557, § 1º. (...) Recurso extraordinário. RE 422.740-AgR RTJ
198/1146 – RE 426.183-AgR RTJ 197/698
PrCv CPC/73, art. 557, § 2º. (...) Agravo regimental. AI 268.866-AgR-ED-ED-AgR
RTJ 197/363
PrCv CPC/73, art. 557, § 2º. (...) Embargos de declaração. AI 546.296-AgR-ED
RTJ 196/356
PrCv CPC/73, art. 557, § 2º, c/c arts. 14, II e III, e 17, VII. (...) Agravo regimental.
RE 397.551-AgR RTJ 196/1017
Adm CPC/73, art. 678. (...) Sociedade de economia mista. AC 669 RTJ 198/441
PrSTF CPC/73, arts. 796 e seguintes: inaplicabilidade. (...) Medida cautelar. Pet
1.886-AgR-QO RTJ 198/39
Ct CPI do Banestado. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. MS
24.749 RTJ 196/186
PrPn CPP/41, art. 2º. (...) Interrogatório. HC 83.836 RTJ 196/840
PrPn CPP/41, art. 18. (...) Inquérito policial. HC 84.253 RTJ 196/223
PrPn CPP/41, art. 18: inaplicabilidade. (...) Inquérito policial. HC 84.253 RTJ
196/223
PrPn CPP/41, art. 38. (...) Ação penal pública condicionada. HC 85.872 RTJ
196/644
PrPn CPP/41, art. 41. (...) Ação penal. HC 85.478 RTJ 196/640 – HC 86.042 RTJ
198/1087
PrPn CPP/41, art. 41. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395
PrPn CPP/41, arts. 41 e 569. (...) Denúncia. HC 85.424 RTJ 196/278
PrPn CPP/41, art. 44. (...) Queixa. HC 85.863 RTJ 196/315
PrPn CPP/41, art. 80. (...) Ação penal. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn CPP/41, art. 82. (...) Competência criminal. RHC 84.904 RTJ 198/1054
PrPn CPP/41, art. 84, §§ 1º e 2º, redação da Lei n. 10.628/02. (...) Competência
criminal. Inq 1.871-AgR RTJ 198/35
1232 CPP-Cré — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn CPP/41, arts. 92, 93, 225 e 366. (...) Processo criminal. RHC 83.709 RTJ
196/589
PrPn CPP/41, art. 158. (...) Prova pericial. HC 85.744 RTJ 195/987
PrPn CPP/41, art. 175, redação da Lei n. 10.792/03. (...) Interrogatório. RHC
87.172 RTJ 198/716
PrPn CPP/41, art. 186. (...) Instrução criminal. HC 84.969 RTJ 195/528
PrPn CPP/41, art. 240, § 1º. (...) Busca e apreensão. HC 85.177 RTJ 195/208
Pn CPP/41, arts. 261, 263 e 366: inaplicabilidade. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ
195/395
PrPn CPP/41, art. 271. (...) Instrução criminal. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn CPP/41, art. 312. (...) Apelação criminal. HC 85.569 RTJ 195/603
PrPn CPP/41, art. 312. (...) Prisão preventiva. HC 84.680 RTJ 195/155
PrPn CPP/41, art. 384: inaplicabilidade. (...) Acórdão criminal. RHC 85.623 RTJ
198/703
PrPn CPP/41, art. 384: ofensa. (...) Ação penal. HC 86.276 RTJ 197/630
PrPn CPP/41, art. 527. (...) Busca e apreensão. HC 85.177 RTJ 195/208
PrPn CPP/41, art. 568: inaplicabilidade. (...) Defesa criminal. RHC 83.800 RTJ
196/604
PrPn CPP/41, art. 580. (...) Habeas corpus. HC 84.409-AgR RTJ 195/149
PrPn CPP/41, art. 617. (...) Sentença criminal. HC 86.597 RTJ 198/1100
Pn CPP/41, art. 637. (...) Pena. HC 85.886 RTJ 196/964
PrPn CPP/41, art. 664. (...) Sustentação oral. HC 85.789 RTJ 195/616
PrPn CPP/41, art. 732. (...) Livramento condicional. RHC 85.287 RTJ 195/577
Pn CPP/41, arts. 732 e 733. (...) Livramento condicional. RHC 86.317 RTJ
197/341
PrPn Credibilidade das instituições públicas. (...) Prisão preventiva. HC 85.298-QO
RTJ 196/258
Trbt Crédito decorrente de dação em pagamento. (...) Receita tributária estadual.
ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Trbt Crédito: possibilidade. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços – ICMS. AI 389.871-AgR-ED RTJ 195/682
Trbt Crédito suplementar. (...) Lei orçamentária. ADI 2.925 RTJ 197/842
Trbt Crédito tributário. Compensação. Precatório: cessão a pessoa jurídica. ADI
2.405-MC RTJ 197/176
ÍNDICE ALFABÉTICO — Cré-Cri 1233

Trbt Crédito tributário. Extinção. Dação em pagamento: criação por lei estadual.
CF/88, art. 146, III, “b”. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Trbt Crédito tributário. Extinção. Transação e moratória. CF/88, arts. 150, § 6º, e
155, XII, “g”. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Ct Criação e atribuição. (...) Conselho de Governo. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Criação e composição. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ. ADI 3.367
RTJ 197/909
Ct Criação: impossibilidade. (...) Município. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Criação por Estado-Membro. (...) Tribunal de Contas dos Municípios. ADI
687 RTJ 198/452
PrPn Crime ambiental. (...) Ação penal. RHC 85.214 RTJ 196/923
Ct Crime após diplomação. (...) Imunidade parlamentar. AC 700-AgR RTJ
196/31
Pn Crime autônomo. (...) Falsidade ideológica. HC 80.801 RTJ 196/192
PrPn Crime conexo da Justiça estadual: extensão. (...) Competência criminal. RE
135.243 RTJ 195/626
Pn Crime continuado. (...) Extinção da punibilidade. HC 83.960 RTJ 196/843
Pn Crime contra a honra. Difamação contra magistrado: não-configuração.
Secretário de juiz conduzindo a audiência. Fato veiculado em jornal. Direito
de informação. CF/88, art. 220. HC 85.629 RTJ 195/985
Pn Crime contra a honra. Difamação contra promotor de justiça: não-configu-
ração. Crítica à atuação de agente público. Lei de Imprensa. Inq 2.154 RTJ
197/436
Pn Crime contra a honra. Injúria e difamação contra magistrado: não-configu-
ração. Crítica à decisão judicial. HC 85.797 RTJ 198/206
PrPn Crime contra a honra de magistrado. (...) Ação penal. HC 82.992 RTJ 195/953
PrPn Crime contra a ordem tributária. (...) Inquérito policial. RHC 83.717 RTJ
196/836
Adm Crime contra a ordem tributária. (...) Procedimento administrativo fiscal. HC
85.088 RTJ 195/978
PrPn Crime contra a propriedade intelectual. (...) Busca e apreensão. HC 85.177
RTJ 195/208
Pn Crime contra o sistema financeiro. Consórcio sem autorização legal. Con-
sórcio e instituição financeira: equiparação. Lei n. 7.492/86, arts. 1º, parágrafo
único, I, e 16. RHC 84.182 RTJ 196/611
PrPn Crime de apropriação indébita previdenciária. (...) Recurso em “habeas
corpus”. RHC 86.072 RTJ 197/1081
1234 Cri-Cri — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Crime de autoria coletiva. (...) Denúncia. HC 85.224 RTJ 196/630 – HC


85.424 RTJ 196/278 – HC 85.726 RTJ 196/945
PrPn Crime de deserção. (...) Ação penal. RHC 84.986 RTJ 196/254
Pn Crime de desobediência. Ordem judicial: descumprimento. Sanção civil e
penal: cumulação. Princípio da independência das instâncias civil, adminis-
trativa e penal. HC 86.047 RTJ 198/712
PrPn Crime de imprensa. (...) Ação penal. HC 86.102 RTJ 197/626 – HC 86.843
RTJ 198/1110
PrPn Crime de responsabilidade. (...) Competência criminal. ADI 687 RTJ 198/452
PrPn Crime de responsabilidade e peculato: continuidade delitiva. (...) Habeas
corpus. HC 82.011 RTJ 196/195
Ct Crime de responsabilidade: tipificação. (...) Competência legislativa. ADI
687 RTJ 198/452
PrPn Crime de trânsito. (...) Competência criminal. HC 85.350 RTJ 195/243
Pn Crime doloso contra a vida. (...) Pena. HC 83.575 RTJ 196/209
PrPn Crime eleitoral. (...) Denúncia. Inq 2.170 RTJ 197/439
PrPn Crime eleitoral contra a honra. (...) Inquérito. Inq 1.884 RTJ 195/796
PrPn Crime em tese. (...) Ação penal. HC 85.478 RTJ 196/640 – HC 85.726 RTJ
196/945
Pn Crime equiparado a hediondo. (...) Regime prisional. HC 85.906 RTJ 195/621
PrPn Crime hediondo. (...) Execução penal. HC 85.279 RTJ 195/234
PrPn Crime hediondo. (...) Liberdade provisória. HC 86.703 RTJ 198/1107
Pn Crime hediondo. (...) Pena. HC 85.585 RTJ 195/268
PrPn Crime hediondo. (...) Prisão preventiva. HC 85.237 RTJ 195/212 – HC
86.915 RTJ 198/1113
Pn Crime hediondo. (...) Regime prisional. HC 85.379 RTJ 195/588 – HC
86.711 RTJ 198/231
PrPn Crime hediondo. (...) Sentença condenatória. HC 82.770-ED RTJ 197/553
Pn Crime instantâneo de efeitos permanentes e crime permanente: distinção. (...)
Prescrição. RHC 83.446 RTJ 195/509
Pn Crime intercorrente: conhecimento após termo final. (...) Livramento condi-
cional. RHC 86.317 RTJ 197/341
PrPn Crime material contra a ordem tributária. (...) Ação penal. HC 84.092 RTJ
196/218 – HC 84.262 RTJ 195/114 – HC 85.207 RTJ 195/567 – RHC
85.513 RTJ 196/302
ÍNDICE ALFABÉTICO — Cri-Dec 1235

PrPn Crime material contra a ordem tributária. (...) Inquérito policial. HC 86.120
RTJ 196/972
PrPn Crime militar praticado por civil. (...) Competência criminal. HC 86.430 RTJ
196/988
Pn Crime permanente. (...) Extinção da punibilidade. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Crime praticado a bordo de aeronave. (...) Competência criminal. HC 85.059
RTJ 195/194
PrPn Crime praticado durante o exercício do cargo. (...) Competência criminal.
Inq 1.871-AgR RTJ 198/35
Pn Crime previsto em lei especial. (...) Pena. HC 84.721 RTJ 195/166
PrPn Crime societário. (...) Denúncia. HC 85.549 RTJ 198/698 – HC 86.294 RTJ
197/328
PrPn Crime societário. (...) Habeas corpus. HC 85.549 RTJ 198/698
Adm Critério diferenciado em razão do sexo. (...) Militar. RE 316.882-AgR RTJ
196/1001
PrPn Critério trifásico: inobservância. (...) Sentença condenatória. RHC 84.295
RTJ 198/640
Pn Crítica à atuação de agente público. (...) Crime contra a honra. Inq 2.154
RTJ 197/436
Pn Crítica à decisão judicial. (...) Crime contra a honra. HC 85.797 RTJ 198/206
Pn Culpabilidade: fundamento. (...) Pena-base. RE 427.339 RTJ 196/703
Ct Cultura e lazer. Meia-entrada: pagamento. Estudante: matrícula regular em
estabelecimento de ensino. Lei estadual n. 7.844/92/SP, art. 1º. ADI 1.950
RTJ 198/882
Trbt Custo do serviço: desproporcionalidade. (...) Taxa de expediente. ADI
2.551-MC-QO RTJ 198/508
D
Trbt Dação em pagamento: criação por lei estadual. (...) Crédito tributário. ADI
2.405-MC RTJ 197/176
Cv Dano moral. (...) Responsabilidade civil. AI 356.810-AgR RTJ 196/1009
PrCv Data do protocolo: carimbo ilegível. (...) Agravo de instrumento. AI
498.494-ED RTJ 196/352
Pn Débito: pagamento após o recebimento da denúncia. (...) Extinção da
punibilidade. HC 85.452 RTJ 195/249
PrCv Decadência. (...) Mandado de segurança. RMS 25.040 RTJ 196/568
1236 Dec-Dec — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Decadência administrativa: inocorrência. (...) Aposentadoria. MS 24.958


RTJ 198/154 – MS 25.192 RTJ 195/478 – MS 25.256 RTJ 197/1009
PrPn Decadência: inocorrência. (...) Ação penal pública condicionada. HC
85.872 RTJ 196/644
PrCv Decadência: inocorrência. (...) Ação rescisória. AR 1.584-AgR RTJ 198/877
PrCv Decadência: inocorrência. (...) Mandado de segurança. MS 24.579 RTJ 196/
810 – RMS 24.736 RTJ 196/814 – MS 25.256 RTJ 197/1009
Adm Decadência: inocorrência. (...) Processo administrativo. MS 22.127 RTJ
195/36
PrCv Decisão agravada: ausência de impugnação. (...) Agravo. AI 536.030-AgR
RTJ 197/721
PrCv Decisão agravada e petição recursal. (...) Agravo. AI 536.030-AgR RTJ
197/721
PrCv Decisão concessiva de liminar: referendo do Plenário. (...) Mandado de
segurança. MS 24.832-MC RTJ 198/982
PrSTF Decisão confrontada: questão processual diferente. (...) Embargos de diver-
gência. RE 214.788-ED-EDv-AgR RTJ 195/1012
PrSTF Decisão de mérito: inexistência. (...) Ação rescisória. AR 1.848-AgR RTJ
197/67
PrSTF Decisão de relator. (...) Ação rescisória. AR 1.754-AgR RTJ 195/3 – AR
1.766-AgR RTJ 195/414
PrSTF Decisão de relator. (...) Embargos de declaração. AI 498.494-ED RTJ 196/
352 – AI 499.022-ED RTJ 198/1178
PrSTF Decisão de relator de Turma Recursal de Juizado Especial. (...) Recurso
extraordinário. RE 422.740-AgR RTJ 198/1146 – RE 426.183-AgR RTJ
197/698
PrSTF Decisão de relator do TST. (...) Recurso extraordinário. AI 483.466-AgR
RTJ 198/415
PrPn Decisão denegatória de mandado de segurança. (...) Habeas corpus. HC
84.869 RTJ 195/183
PrCv Decisão desfavorável. (...) Prestação jurisdicional. RE 329.391-AgR RTJ
195/664 – AI 498.757-AgR RTJ 195/738
Ct Decisão do juízo “a quo” ainda não efetuada: irrelevância. (...) Competência
originária. Rcl 2.370-AgR RTJ 196/484
PrPn Decisão do Júri. (...) Apelação criminal. HC 85.609 RTJ 198/1078
PrPn Decisão do Júri: legítima defesa putativa. (...) Apelação criminal. HC 85.702
RTJ 196/935
ÍNDICE ALFABÉTICO — Dec-Dec 1237

PrCv Decisão do Plenário ou Turma do STF. (...) Agravo regimental. AI 268.866-


AgR-ED-ED-AgR RTJ 197/363
PrSTF Decisão do STF: descumprimento. (...) Reclamação. Rcl 2.772 RTJ 198/551
PrSTF Decisão do STF: descumprimento não demonstrado. (...) Reclamação. Rcl
2.632-AgR RTJ 196/769
PrSTF Decisão do STF em “habeas corpus”: extensão. (...) Reclamação. Rcl 2.190
RTJ 196/134
PrPn Decisão do STF: ofensa inocorrente. (...) Sentença condenatória. Rcl 2.636
RTJ 197/209
PrPn Decisão do STJ. (...) Acórdão criminal. HC 84.870 RTJ 197/625
PrPn Decisão do STJ: dissídio jurisprudencial. (...) Habeas corpus. HC 85.410
RTJ 198/694
PrPn Decisão do STJ em HC. (...) Acórdão criminal. HC 85.340-AgR RTJ 198/1065
PrPn Decisão do STJ em HC substitutivo de recurso ordinário. (...) Habeas corpus.
RHC 80.967 RTJ 197/1030
PrPn Decisão do STJ em recurso especial: devolução restrita. (...) Habeas corpus.
HC 85.858-ED RTJ 196/960
Ct Decisão do STJ: obrigatoriedade. (...) Conflito de competência. CC 7.161
RTJ 196/169
PrPn Decisão dos jurados: influência. (...) Júri. RHC 85.166 RTJ 198/190
PrSTF Decisão em ação civil pública. (...) Reclamação. Rcl 2.224 RTJ 198/503
PrPn Decisão fundamentada e razoável. (...) Interceptação telefônica. HC 84.388
RTJ 198/643
PrCv Decisão interlocutória: manutenção por TRF. (...) Agravo de instrumento.
Pet 3.515-QO RTJ 196/166
PrGr Decisão judicial: descumprimento. (...) Competência jurisdicional. HC
85.226 RTJ 195/573
PrCv Decisão judicial transitada em julgado. (...) Mandado de segurança. RMS
22.470-AgR RTJ 198/130
PrPn Decisão: manutenção. (...) Habeas corpus. RHC 85.621 RTJ 195/608
PrSTF Decisão monocrática de ministro do STF em HC. (...) Competência recursal.
RHC 85.243-QO RTJ 195/227
PrSTF Decisão monocrática de ministro do STF em recurso extraordinário. (...)
Competência. HC 81.319 RTJ 197/267
Ct Decisão monocrática de ministro do TSE em HC. (...) Competência originária.
HC 86.159 RTJ 196/975
1238 Dec-Dec — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrSTF Decisão monocrática pendente de referendo. (...) Agravo regimental. Pet


1.886-AgR-QO RTJ 198/39
PrSTF Decisão na ADC n. 4: inaplicabilidade. (...) Benefício previdenciário. Rcl
2.380-AgR RTJ 196/489
PrCv Decisão na ADC n. 4: ofensa. (...) Tutela antecipada. Rcl 1.013 RTJ 197/389
PrCv Decisão na ADC n. 4: ofensa inocorrente. (...) Tutela antecipada. Rcl 2.482
RTJ 195/435
TrGr Decisão na ADI n. 492: ofensa inocorrente. (...) Recurso administrativo. Rcl
2.873 RTJ 195/440
TrPrv Decisão na ADI n. 1.232: ofensa. (...) Assistência social. Rcl 2.303-AgR RTJ
195/419
PrPn Decisão no HC n. 71.551: descumprimento. (...) Competência criminal. Rcl
2.123 RTJ 197/428
Adm Decisão no RE n. 216.647: descumprimento. (...) Vencimentos. Rcl 1.865
RTJ 197/819
Adm Decisão normativa do TCU. (...) Fundo de Participação dos Municípios. MS
24.151 RTJ 197/253
Ct Decisão plenária. Efeito vinculante. Súmula anterior à EC n. 45/04. “Quorum”
de dois terços: necessidade. Emenda Constitucional n. 45/04, art. 8º. AI
414.207-AgR-ED RTJ 198/382
PrSTF Decisão plenária do STF. (...) Reclamação. Rcl 1.013 RTJ 197/389
PrSTF Decisão que concede ou denega medida liminar. (...) Recurso extraordinário.
RE 289.764-AgR RTJ 195/293
PrSTF Decisão rescindenda conforme jurisprudência do STF. (...) Ação rescisória.
AR 1.754-AgR RTJ 195/3 – AR 1.766-AgR RTJ 195/414
PrSTF Declaração de inconstitucionalidade. (...) Reclamação. Rcl 2.224 RTJ
198/503
Trbt Declaração de inconstitucionalidade: inocorrência. (...) Imposto Predial e
Territorial Urbano – IPTU. AI 488.871-AgR RTJ 195/733
Adm Declaração de interesse social. (...) Desapropriação. MS 24.484 RTJ 198/
145 – MS 24.764 RTJ 198/594
PrSTF Declinação de competência. (...) Competência jurisdicional. MS 24.700-
AgR RTJ 196/181
Ct Declinação para o STF. (...) Competência originária. Rcl 2.370-AgR RTJ
196/484
Adm Decreto expropriatório. (...) Recurso administrativo. MS 25.304 RTJ 198/1019
Adm Decreto expropriatório: edição. (...) Desapropriação. MS 24.484 RTJ 198/
145 – MS 24.764 RTJ 198/594
ÍNDICE ALFABÉTICO — Dec-Def 1239

Adm Decreto Legislativo n. 444/02. (...) Remuneração. MS 24.527 RTJ 195/51


Adm Decreto n. 2.250/97: orientação administrativa. (...) Desapropriação. MS
25.006 RTJ 197/522
Adm Decreto n. 3.035/99. (...) Cargo público. RMS 24.128 RTJ 195/42
PrPn Decreto n. 3.226/99. (...) Execução penal. HC 85.279 RTJ 195/234
Adm Decreto proibindo a nomeação. (...) Servidor público. RE 283.620-AgR RTJ
196/654
Ct Decreto-Lei n. 509/69. (...) Empresa pública. RE 220.906 RTJ 198/768
Cv Decreto-Lei n. 911/69, art. 4º. (...) Prisão civil. HC 81.319 RTJ 197/267
Cv Decreto-Lei n. 2.335/87, redação do Decreto-Lei n. 2.342/87. (...) Contrato.
RE 141.190 RTJ 198/246
PrCv Dedução do valor: impedimento. (...) Tutela antecipada. ACO 700-tutela
antecipada RTJ 195/750
PrPn Defensor: ausência. (...) Interrogatório. HC 83.836 RTJ 196/840
PrPn Defensor constituído ou dativo. (...) Sentença condenatória. HC 73.681 RTJ
195/498
PrPn Defensor dativo: indicação pelo réu. (...) Defesa criminal. HC 70.175 RTJ
195/489
PrPn Defensor dativo: nomeação. (...) Citação-edital. HC 85.438 RTJ 196/292
PrPn Defensor do acusado: não-notificação. (...) Júri. HC 85.052 RTJ 195/191
Adm Defensor público. Estágio probatório. Exoneração “ad nutum”. Processo
administrativo: ausência. Súmula 21: ofensa. RE 452.721 RTJ 196/1030
PrPn Defensor público. Intimação pessoal: ausência. Sessão de julgamento.
Preclusão temporal. RHC 83.770 RTJ 196/215
PrSTF Defensor público: estabilidade financeira. (...) Recurso extraordinário. RE
397.002-AgR RTJ 195/1063
PrPn Defensor único para co-réus. (...) Defesa criminal. HC 70.175 RTJ 195/489
PrPn Defensoria Pública. (...) Intimação criminal. HC 83.801 RTJ 196/609
PrPn Defensoria Pública: ausência de intimação pessoal. (...) Recurso em sentido
estrito. RHC 85.443 RTJ 196/638
PrPn Defesa: alegação oportuna. (...) Júri. RHC 85.166 RTJ 198/190
PrPn Defesa conflitante: não-configuração. (...) Defesa criminal. HC 70.175 RTJ
195/489
PrPn Defesa criminal. Cerceamento: inocorrência. Diligência: indeferimento.
Questão não apreciada pelo tribunal “a quo”. RHC 84.849 RTJ 195/518
1240 Def-Dem — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Defesa criminal. Cerceamento: inocorrência. Pluralidade de procuradores.


Publicação: nome do advogado falecido e expressão “e outro”. HC 84.920
RTJ 196/624
PrPn Defesa criminal. Defensor único para co-réus. Defesa conflitante: não-confi-
guração. Nulidade inocorrente. HC 70.175 RTJ 195/489
PrPn Defesa criminal. Defesa técnica: ausência. Falso advogado. Lei n. 8.906/94,
art. 4º. CPP/41, art. 568: inaplicabilidade. RHC 83.800 RTJ 196/604
PrPn Defesa criminal. Deficiência. Prejuízo não demonstrado. Súmula 523. HC
86.711 RTJ 198/231
PrPn Defesa criminal. Memorial: ausência. Manifestação expressa do defensor.
Princípio do devido processo legal: ofensa. RHC 85.512 RTJ 196/299
PrPn Defesa criminal. Termo de compromisso: falta de assinatura. Defensor
dativo: indicação pelo réu. Nulidade inocorrente. HC 70.175 RTJ 195/489
Adm Defesa do meio ambiente. (...) Juiz de paz. ADI 2.938 RTJ 197/452
El Defesa escrita. (...) Investigação judicial eleitoral. HC 85.029 RTJ 195/538
Int Defesa: limites. (...) Extradição. Ext 936 RTJ 196/443
PrPn Defesa preliminar: inocorrência. (...) Processo criminal. HC 84.835 RTJ
196/872
PrPn Defesa prévia. Juntada extemporânea. Desentranhamento. Princípio do con-
traditório e da ampla defesa: ofensa inocorrente. HC 70.175 RTJ 195/489
PrPn Defesa prévia apresentada. (...) Citação-edital. HC 85.438 RTJ 196/292
PrPn Defesa técnica: ausência. (...) Defesa criminal. RHC 83.800 RTJ 196/604
PrPn Defesa técnica: ausência. (...) Interrogatório. RHC 87.172 RTJ 198/716
PrPn Defesa técnica: constituição. (...) Citação-edital. HC 85.950 RTJ 198/709
PrPn Defesa técnica: presença. (...) Sessão de julgamento. RHC 85.510 RTJ
198/1073
PrPn Deficiência. (...) Defesa criminal. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Deficiência da defesa técnica. (...) Habeas corpus. HC 85.297 RTJ 195/580
PrPn Delação premiada. Co-réu beneficiado. Extensão a co-réu delatado: impos-
sibilidade. HC 85.176 RTJ 195/553
PrPn Delegado de polícia. (...) Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO. HC
85.910 RTJ 198/707
Int Delito de associação criminosa. (...) Extradição. Ext 931 RTJ 197/376
Adm Demarcação administrativa. Área indígena Córrego João Pereira. Prazo
decadencial: inocorrência. ADCT da Constituição Federal/88, art. 67. MS
24.566 RTJ 196/807
ÍNDICE ALFABÉTICO — Dem-Den 1241

PrCv Demarcação administrativa de terra indígena: abrangência. (...) Mandado de


segurança. MS 24.566 RTJ 196/807
Adm Demissão. (...) Processo administrativo. RMS 24.128 RTJ 195/42
Adm Demissão “ad nutum”. (...) Agência reguladora de serviço público. ADI
1.949-MC RTJ 197/70
Adm Demissão de servidor público. (...) Ato administrativo. RMS 24.699 RTJ
195/64
Adm Demissão: ilegalidade. (...) Processo administrativo. RMS 24.699 RTJ 195/64
PrPn Demonstração do prejuízo: prova impossível. (...) Processo criminal. HC
84.835 RTJ 196/872
PrPn Demonstração do prejuízo: prova impossível. (...) Recurso em sentido estrito.
RHC 85.443 RTJ 196/638
Trbt Demonstração financeira. (...) Imposto de Renda – IR. RE 196.336-AgR RTJ
195/635
PrPn Demora no julgamento. (...) Prisão preventiva. HC 87.776 RTJ 198/1125
PrPn Denúncia. Despacho de recebimento: fundamentação desnecessária. Nulidade
inocorrente. HC 86.248 RTJ 198/1090
PrPn Denúncia. Fase preliminar. Notificação do acusado: ausência de resposta.
Lei n. 8.038/90, art. 6º. CPP/41, arts. 261, 263 e 366: inaplicabilidade. Inq
1.608 RTJ 195/395
PrPn Denúncia. Fase preliminar. Notificação do acusado: inexigibilidade. Publica-
ção da pauta no Diário Oficial. Lei n. 8.038/90, art. 6º. HC 83.595 RTJ 196/828
PrPn Denúncia. Fase preliminar: tipificação. Fraude em financiamento junto a
instituição financeira. Aplicação de recurso concedido. Falsidade ideológica.
Lei n. 7.492/86, arts. 19 e 20. CP/40, art. 299. Inq 1.608 RTJ 195/395
PrPn Denúncia. Impropriedade. Existência de crime continuado ou concurso mate-
rial: definição. Inq 1.608-ED RTJ 196/98
PrPn Denúncia. Inépcia. Descrição insuficiente do fato. Falsidade ideológica. HC
84.388 RTJ 198/643
PrPn Denúncia. Inépcia. Narração genérica. Crime de autoria coletiva. Vínculo
entre o réu e o ato ilícito: ausência. HC 85.224 RTJ 196/630
PrPn Denúncia. Inépcia. Narração genérica. Quadrilha ou bando. Princípio da
dignidade da pessoa humana: ofensa. HC 84.409 RTJ 195/126
PrPn Denúncia. Inépcia. Venda de bem alienado fiduciariamente. Elemento sub-
jetivo não demonstrado. HC 84.161 RTJ 197/604
PrPn Denúncia. Inépcia inocorrente. Crime de autoria coletiva. Individualização
da conduta: suficiência. HC 85.424 RTJ 196/278 – HC 85.726 RTJ 196/945
1242 Den-Den — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Denúncia. Inépcia inocorrente. Crime societário. Descrição suficiente da


conduta. HC 86.294 RTJ 197/328
PrPn Denúncia. Inépcia inocorrente. Crime societário. Individualização da con-
duta: ausência. Responsabilidade diferenciada de sócios e gerentes: impos-
sibilidade de verificação de plano. HC 85.549 RTJ 198/698
PrPn Denúncia. Inépcia inocorrente. Descrição insuficiente do fato. Irregularidade
sanável. HC 85.726 RTJ 196/945
PrPn Denúncia. Inépcia inocorrente. Descrição insuficiente do fato. Irregularidade
sanável. CPP/41, arts. 41 e 569. HC 85.424 RTJ 196/278
PrPn Denúncia. Inépcia inocorrente. Descrição suficiente do fato. Código Elei-
toral/65, art. 299. HC 86.159 RTJ 196/975
PrPn Denúncia. Inépcia inocorrente. Mandado de busca e apreensão irregular.
Prova autônoma. HC 84.679-ED RTJ 197/322
PrPn Denúncia. Inépcia inocorrente. Tráfico de entorpecente. Descrição suficiente
da conduta. HC 70.231 RTJ 197/543
PrPn Denúncia. Inquérito policial: prescindibilidade. Elemento de prova: ação
cível. HC 84.392 RTJ 198/1040
PrPn Denúncia. Nulidade. Incompetência de juízo. Princípio do juiz natural:
ofensa. Inq 2.051-QO RTJ 195/5
PrPn Denúncia. Nulidade: argüição após a sentença. Preclusão. RHC 84.849 RTJ
195/518
PrPn Denúncia. Pressupostos. Procedência da acusação: desnecessidade. CPP/41,
art. 41. Inq 1.608 RTJ 195/395
PrPn Denúncia. Recebimento. Acusado: ausência. Princípio da ampla defesa:
ofensa inocorrente. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Denúncia. Recebimento. Crime eleitoral. Deputado federal. Suspensão con-
dicional do processo penal – “sursis” processual: proposta aceita. Código
Eleitoral/65, art. 350. Inq 2.170 RTJ 197/439
PrPn Denúncia. Recebimento. “Operação Anaconda”. Pluralidade de réus e com-
plexidade dos fatos. Desembargador: parcialidade não demonstrada. Nulida-
de inocorrente. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Denúncia. Recebimento. Questão não apreciada pelo tribunal “a quo”. Su-
pressão de instância. RHC 84.404 RTJ 197/1042
PrPn Denúncia. Rejeição. Descrição insuficiente do fato. Arrependimento eficaz:
omissão. HC 84.653 RTJ 196/855
PrPn Denúncia: ausência. (...) Competência criminal. Inq 1.819-AgR RTJ 198/500
PrPn Denúncia: ausência. (...) Processo criminal. HC 84.301 RTJ 197/1033
ÍNDICE ALFABÉTICO — Den-Dep 1243

PrPn Denúncia: ciência dos termos. (...) Instrução criminal. HC 84.969 RTJ
195/528
PrPn Denúncia e sentença: descompasso. (...) Sentença condenatória. HC 85.043
RTJ 196/895
Ct Depoimento. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. HC 80.240
RTJ 197/1021
Ct Depoimento de indiciado: transmissão e gravação da sessão. (...) Comissão
Parlamentar de Inquérito – CPI. MS 24.832-MC RTJ 198/982
PrPn Depoimento do réu: fundamento da condenação. (...) Interrogatório. RHC
87.172 RTJ 198/716
PrPn Depoimento em CPI. (...) Testemunha. HC 83.703 RTJ 197/318
El Depoimento pessoal: inexigibilidade. (...) Investigação judicial eleitoral.
HC 85.029 RTJ 195/538
PrCv Depoimento pessoal: prerrogativa de função. (...) Presidente da República.
HC 85.029 RTJ 195/538
PrPn Depositário infiel. (...) Competência criminal. HC 85.096 RTJ 196/917
Cv Depositário infiel e devedor fiduciante: equiparação. (...) Prisão civil. HC
81.319 RTJ 197/267
Cv Depositário infiel: não-caracterização. (...) Prisão civil. HC 83.416 RTJ
197/294
Cv Depositário judicial. Contrato de venda de cota de sociedade. Transferência
do encargo: impossibilidade. HC 86.160 RTJ 197/1088
PrCv Depositário judicial. Intimação por edital: nulidade. Meios para localização
do depositário não esgotados. HC 86.160 RTJ 197/1088
Cv Depositário judicial infiel. (...) Prisão civil. HC 84.484 RTJ 196/240
Adm Depósito em banco privado. (...) Remuneração. Rcl 3.872-AgR RTJ 198/112
Ct Depósito judicial: manutenção. (...) Estado-Membro. ADI 3.578-MC RTJ
198/92
Cv Depósito necessário. (...) Prisão civil. HC 84.484 RTJ 196/240
Ct Deputado distrital: extensão. (...) Imunidade parlamentar. RE 456.679 RTJ
198/1156
Ct Deputado estadual. (...) Imunidade parlamentar. AC 700-AgR RTJ 196/31
Ct Deputado estadual. (...) Mandato parlamentar. ADI 2.461 RTJ 195/897 –
ADI 3.208 RTJ 198/561
PrPn Deputado federal. (...) Denúncia. Inq 2.170 RTJ 197/439
Ct Deputado federal. (...) Imunidade parlamentar. RE 456.679 RTJ 198/1156
1244 Dep-Des — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Deputado federal pensionista. (...) Mandado de segurança. MS 24.527 RTJ


195/51
Adm Deputado federal pensionista. (...) Remuneração. MS 24.527 RTJ 195/51
PrPn Desaforamento. (...) Júri. HC 85.052 RTJ 195/191
PrSTF Desaparecimento em regime de exceção. (...) Recurso extraordinário. RE
313.915 RTJ 198/376
Ct Desapropriação. (...) Competência legislativa. ADI 106 RTJ 196/3
Adm Desapropriação. Laudo pericial: prazo de validade. Lei n. 8.629/93, art. 2º,
§ 4º. MS 25.016 RTJ 198/163
PrCv Desapropriação. (...) Mandado de segurança. MS 24.999-ED RTJ 195/75
Adm Desapropriação. Recurso administrativo. Laudo Agronômico de Fiscaliza-
ção. Termo inicial: recebimento. CPC/73, art. 241: inaplicabilidade. MS
24.484 RTJ 198/145
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Ação declaratória em curso: irrelevância.
MS 25.006 RTJ 197/522
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Desmembramento de área. Registro até
seis meses após notificação de vistoria. Produtividade: manutenção do crité-
rio. Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 4º. MS 24.657 RTJ 195/472
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Imóvel invadido. Vistoria: possibilidade.
Decreto n. 2.250/97: orientação administrativa. MS 25.006 RTJ 197/522
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Invasão por “sem-terra” posterior à vistoria.
Esbulho possessório: não-caracterização. Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 6º, redação
da MP n. 2.183/01. MS 24.484 RTJ 198/145
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Média propriedade rural: não-caracteriza-
ção. Doação com reserva de usufruto vitalício. Falecimento do doador.
Desmembramento de área: inocorrência. Recolhimento individualizado do
ITR: irrelevância. Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 4º. MS 25.304 RTJ 198/1019
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Notificação: período de até seis meses.
Modificação do imóvel: não-consideração. Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 4º. MS
25.304 RTJ 198/1019
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Notificação prévia. Vistoria: acompanha-
mento por preposto. MS 25.016 RTJ 198/163 – MS 25.351 RTJ 196/816
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Produtividade do imóvel. Cônjuge: fale-
cimento. Caso fortuito: não-configuração. MS 24.442 RTJ 195/47
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Produtividade do imóvel. Prejuízo pela
seca. Prova: necessidade. MS 25.016 RTJ 198/163
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Recurso sem efeito suspensivo. Decreto
expropriatório: edição. Declaração de interesse social. MS 24.484 RTJ 198/
145 – MS 24.764 RTJ 198/594
ÍNDICE ALFABÉTICO — Des-Des 1245

Adm Desapropriação. Reforma agrária. Vistoria. Notificação prévia: recebimento


por empregado com procuração. Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 2º. MS 25.360 RTJ
197/1017
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Vistoria parcelada: admissibilidade.
Glebas autônomas. MS 24.764 RTJ 198/594
Adm Desapropriação. Reforma agrária. Vistoria: prazo. Invasão por “sem-terra”.
Improdutividade. Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 6º, redação da MP n. 2.183-56/01.
MS 24.764 RTJ 198/594
Adm Desapropriação. Relatório Agronômico de Fiscalização. Notificação. MS
24.484 RTJ 198/145
PrPn Desarquivamento. (...) Inquérito policial. HC 84.253 RTJ 196/223
PrSTF Descabimento. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 1.442 RTJ
195/752 – ADI 2.618-AgR RTJ 197/204
PrSTF Descabimento. (...) Agravo regimental. Pet 1.886-AgR-QO RTJ 198/39 – AI
268.866-AgR-ED-ED-AgR RTJ 197/363
PrCv Descabimento. (...) Exceção de suspeição. AC 349 RTJ 196/15
Int Descabimento. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850 – Ext 936
RTJ 196/443
PrPn Descabimento. (...) Habeas corpus. RHC 81.740 RTJ 195/80 – HC 83.966-
AgR RTJ 197/587 – RHC 85.105-AgR RTJ 196/920 – HC 85.468-AgR RTJ
196/295 – HC 85.549 RTJ 198/698 – HC 85.554 RTJ 195/599
PrPn Descabimento. (...) Liberdade provisória. HC 85.673 RTJ 195/274
PrCv Descabimento. (...) Mandado de segurança. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60 –
MS 25.456-AgR RTJ 198/624
PrSTF Descabimento. (...) Medida cautelar. AC 349 RTJ 196/15 – ADI 1.442 RTJ
195/752
Cv Descabimento. (...) Prisão civil. HC 83.416 RTJ 197/294
PrSTF Descabimento. (...) Reclamação. Rcl 2.568 RTJ 196/766 – Rcl 2.795-AgR
RTJ 198/909 – Rcl 3.979-AgR RTJ 198/127
PrSTF Descabimento. (...) Recurso extraordinário. RE 289.764-AgR RTJ 195/293 –
RE 397.551-AgR RTJ 196/1017 – RE 401.102-AgR RTJ 195/691 – RE
422.740-AgR RTJ 198/1146 – RE 426.183-AgR RTJ 197/698 – AI 483.466-
AgR RTJ 198/415 – AI 506.691-ED RTJ 196/1043
PrPn Desclassificação de crime. (...) Habeas corpus. HC 69.780 RTJ 195/486
Adm Desconstituição após vigência: possibilidade. (...) Acordo administrativo.
ACO 541-AgR RTJ 196/371
Adm Desconstituição: limite temporal. (...) Ato administrativo. RE 442.683 RTJ
197/700
1246 Des-Des — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Desconto. (...) Proventos. MS 24.544 RTJ 197/503


TrGr Desconto em folha. (...) Contribuição assistencial. RE 461.451-AgR RTJ
198/835
PrPn Descrição insuficiente do fato. (...) Denúncia. HC 84.388 RTJ 198/643 – HC
84.653 RTJ 196/855 – HC 85.424 RTJ 196/278 – HC 85.726 RTJ 196/945
PrPn Descrição suficiente da conduta. (...) Denúncia. HC 70.231 RTJ 197/543 –
HC 86.294 RTJ 197/328
PrPn Descrição suficiente do fato. (...) Denúncia. HC 86.159 RTJ 196/975
PrPn Descrição suficiente do fato. (...) Queixa. HC 85.863 RTJ 196/315
Pn Descumprimento reiterado: inocorrência. (...) Medida socioeducativa. HC
85.503 RTJ 195/259
PrPn Desembargador: parcialidade não demonstrada. (...) Denúncia. HC 84.301
RTJ 197/1033
PrPn Desentranhamento. (...) Defesa prévia. HC 70.175 RTJ 195/489
Ct Desincompatibilização dos candidatos. (...) Ministério Público estadual.
ADI 2.836 RTJ 197/446
Ct Desistência: homologação. (...) Competência. SEC 5.404 RTJ 195/448
Int Deslocamento da competência originária para o STJ. (...) Sentença estrangeira.
SEC 5.404 RTJ 195/448
PrPn Deslocamento da competência para o STJ: descabimento. (...) Processo cri-
minal. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Deslocamento para o STF: descabimento. (...) Competência criminal. Inq
1.819-AgR RTJ 198/500
Adm Deslocamento sem prejuízo de vencimentos. (...) Professor. ADI 3.114 RTJ
197/488
Adm Desmembramento de área. (...) Desapropriação. MS 24.657 RTJ 195/472
Adm Desmembramento de área: inocorrência. (...) Desapropriação. MS 25.304
RTJ 198/1019
TrGr Desmembramento: viabilidade. (...) Unicidade sindical. RMS 24.069 RTJ
198/973
PrCv Despacho de citação após o biênio: irrelevância. (...) Ação rescisória. AR
1.584-AgR RTJ 198/877
PrPn Despacho de recebimento: fundamentação desnecessária. (...) Denúncia. HC
86.248 RTJ 198/1090
PrPn Desvio de finalidade: inocorrência. (...) Interceptação telefônica. HC 84.388
RTJ 198/643
ÍNDICE ALFABÉTICO — Det-Dir 1247

Int Detração penal. (...) Extradição. Ext 973 RTJ 196/757


Adm Devolução ao órgão de origem. (...) Servidor público. MS 25.194 RTJ 197/
524 – MS 25.198 RTJ 198/1009
Pn Difamação contra magistrado: não-configuração. (...) Crime contra a honra.
HC 85.629 RTJ 195/985
Pn Difamação contra promotor de justiça: não-configuração. (...) Crime contra a
honra. Inq 2.154 RTJ 197/436
PrTr Diferença salarial anterior à Lei n. 8.112/90. (...) Sentença trabalhista. RE
330.835-AgR RTJ 195/1053
PrPn Dificuldade financeira: alegação. (...) Recurso em “habeas corpus”. RHC
86.072 RTJ 197/1081
Ct Difuso e concentrado. (...) Controle de constitucionalidade. RE 199.293
RTJ 196/320
PrCv Dilação probatória: inadmissibilidade. (...) Mandado de segurança. MS
24.484 RTJ 198/145 – MS 24.566 RTJ 196/807
PrPn Diligência: indeferimento. (...) Defesa criminal. RHC 84.849 RTJ 195/518
Int Diligência não cumprida. (...) Extradição. Ext 988-QO RTJ 198/31
Int Diplomas diversos: conflito intertemporal. (...) Extradição. Ext 925 RTJ
197/18
Ct Direção sob influência de álcool ou substância entorpecente. (...) Competên-
cia legislativa. ADI 2.796 RTJ 196/491
PrPn Direito à intimidade: proteção. (...) Habeas corpus. HC 83.966-AgR RTJ
197/587
Adm Direito à nomeação. (...) Servidor público. RE 283.620-AgR RTJ 196/654
Adm Direito adquirido. (...) Servidor público. RE 255.827 RTJ 197/360
Adm Direito adquirido a regime jurídico: ausência. (...) Servidor público estadual.
RE 446.767-AgR RTJ 198/1148
Adm Direito adquirido antes da EC n. 20/98. (...) Licença-prêmio. RE 394.661-
AgR RTJ 196/1013
Trbt Direito adquirido e anterioridade tributária: ofensa inocorrente. (...) Imposto
de Renda – IR. RE 196.336-AgR RTJ 195/635
Adm Direito adquirido: inexistência. (...) Cargo público. RE 381.204 RTJ 196/670
Adm Direito adquirido: inexistência. (...) Pensão. RE 290.776 RTJ 195/1023
PrSTF Direito adquirido: verificação. (...) Recurso extraordinário. RE 414.828-
AgR RTJ 197/1118
PrPn Direito ao silêncio. (...) Testemunha. HC 83.703 RTJ 197/318
1248 Dir-Doa — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Direito de apelar em liberdade. (...) Sentença condenatória. HC 82.770-ED


RTJ 197/553
PrPn Direito de apelar em liberdade. (...) Sentença criminal. HC 86.328 RTJ 196/647
PrPn Direito de apelar em liberdade até o trânsito em julgado. (...) Sentença
criminal. HC 83.128 RTJ 195/503 – HC 85.144 RTJ 198/682 – HC 85.429
RTJ 195/594 – HC 86.597 RTJ 198/1100
Pn Direito de informação. (...) Crime contra a honra. HC 85.629 RTJ 195/985
PrPn Direito de recorrer em liberdade: ausência. (...) Apelação criminal. HC
85.569 RTJ 195/603
PrPn Direito de responder em liberdade até o trânsito em julgado. (...) Sentença
criminal. HC 75.753 RTJ 195/942
Ct Direito do trabalho. (...) Competência legislativa. ADI 3.069 RTJ 197/485
Ct Direito econômico. (...) Competência legislativa concorrente. ADI 1.950
RTJ 198/882
Ct Direito penal e material bélico. (...) Competência legislativa. ADI 3.258 RTJ
195/915
Ct Direito processual. (...) Competência legislativa. ADI 2.257 RTJ 195/16
Adm Direito subjetivo: inocorrência. (...) Autorização. RMS 22.665 RTJ 198/584
Int Direitos humanos. (...) Extradição. Ext 917 RTJ 197/803
Ct Direitos políticos. Suspensão. Condenação penal transitada em julgado.
Período de prova do “sursis”: irrelevância. CF/88, art. 15, III. RMS 22.470-
AgR RTJ 198/130
PrPn Dispensa irregular de licitação. (...) Ação penal. Inq 1.957 RTJ 196/101
Adm Disponibilidade. (...) Processo administrativo. RE 415.760 RTJ 196/333
Ct Disponibilidade de caixa: depósito. (...) Estado-Membro. ADI 3.578-MC
RTJ 198/92
Adm Disponibilidade de caixa: não-caracterização. (...) Remuneração. Rcl 3.872-
AgR RTJ 198/112
Ct Distrito Federal e União Federal: entidades políticas. (...) Competência origi-
nária. ACO 555-QO RTJ 196/21
PrCv Divórcio ideológico. (...) Agravo. AI 536.030-AgR RTJ 197/721
El Divórcio no curso de mandato de ex-sogro. (...) Mandato eletivo. RE
446.999 RTJ 195/342
Ct Divulgação de informação de veículo apreendido. (...) Competência
legislativa. ADI 2.819 RTJ 197/834
Adm Doação com reserva de usufruto vitalício. (...) Desapropriação. MS 25.304
RTJ 198/1019
ÍNDICE ALFABÉTICO — Dol-Efe 1249

PrPn Dolo eventual e qualificadora: incompatibilidade. (...) Pronúncia. HC


86.163 RTJ 196/980
PrPn Dosagem da pena: análise. (...) Habeas corpus. HC 85.554 RTJ 195/599
Pn Dosimetria. (...) Pena. HC 83.545 RTJ 198/635 – HC 85.176 RTJ 195/553
PrPn Dosimetria da pena: anulação. (...) Acórdão criminal. HC 85.340-AgR RTJ
198/1065
Int “Double jeopardy” (duplo risco de condenação). (...) Extradição. Ext 936
RTJ 196/443
Pn Droga: grande quantidade. (...) Pena-base. HC 85.554 RTJ 195/599 – HC
85.789 RTJ 195/616
Adm Duas listas tríplices: equivalência. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ 195/926
Adm Duas vagas. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ 195/926
PrPn Dupla impetração no STJ. (...) Habeas corpus. HC 84.798 RTJ 196/621
PrPn Dupla intimação: necessidade. (...) Sentença condenatória. HC 73.681 RTJ
195/498
Int Dupla punibilidade: ausência de elementos. (...) Extradição. Ext 909 RTJ
195/373
Int Dupla tipicidade. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850 – Ext 855
RTJ 196/403 – Ext 900-extensão RTJ 196/35 – Ext 909 RTJ 195/373 – Ext
915 RTJ 196/43 – Ext 917 RTJ 197/803 – Ext 925 RTJ 197/18 – Ext 931
RTJ 197/376 – Ext 936 RTJ 196/443 – Ext 939 RTJ 195/393 – Ext 944 RTJ
197/384 – Ext 946 RTJ 196/751 – Ext 947 RTJ 196/64 – Ext 972 RTJ 197/
812 – Ext 973 RTJ 196/757 – Ext 976 RTJ 198/11 – Ext 977 RTJ 198/21
PrCv Duplo fundamento (constitucional e infraconstitucional). (...) Acórdão re-
corrido. RE 466.211-AgR RTJ 198/1176

E
Ct Educação. Serviço público não privativo. Concessão, permissão ou autori-
zação: desnecessidade. Norma geral e suplementar: obediência. ADI 1.266
RTJ 196/92
Ct Educação infantil. Garantia de vaga em creche. Atribuição de Município.
Poder Judiciário: dever de proteção. CF/88, art. 211, § 2º, redação da EC n.
14/96. RE 463.210-AgR RTJ 197/1124
Ct Educação: norma geral. (...) Competência legislativa concorrente. ADI
3.098 RTJ 197/879
PrSTF Efeito. (...) Recurso extraordinário. AI 500.920-AgR RTJ 196/1041
Adm Efeito devolutivo. (...) Recurso administrativo. MS 25.304 RTJ 198/1019
1250 Efe-Emb — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrSTF Efeito devolutivo limitado. (...) Recurso extraordinário. AI 347.717-AgR


RTJ 197/645
PrPn Efeito devolutivo: limite. (...) Apelação criminal. HC 85.609 RTJ 198/1078
PrSTF Efeito “ex tunc”. (...) Medida cautelar. ADI 3.519-MC RTJ 196/557
PrCv Efeito modificativo. (...) Embargos de declaração. RE 194.662-ED-ED RTJ
195/993 – AI 418.402-AgR-ED-ED-ED RTJ 195/316
Ct Efeito repristinatório. (...) Controle concentrado de constitucionalidade.
ADI 2.938 RTJ 197/452
PrSTF Efeito suspensivo a agravo de instrumento: impossibilidade. (...) Medida
cautelar. AC 865-AgR RTJ 198/485
PrSTF Efeito suspensivo a recurso extraordinário. (...) Medida cautelar. AC 731-
MC RTJ 198/484 – Pet 1.886-AgR-QO RTJ 198/39
PrSTF Efeito suspensivo a recurso extraordinário admitido. (...) Medida cautelar.
AC 754-AgR RTJ 196/739 – AC 959-MC-QO RTJ 196/458 – Pet 2.676-QO
RTJ 198/893
Ct Efeito vinculante. (...) Controle concentrado de constitucionalidade. Pet
3.476-AgR RTJ 198/88
Ct Efeito vinculante. (...) Decisão plenária. AI 414.207-AgR-ED RTJ 198/382
PrSTF Efeito vinculante. (...) Reclamação. Rcl 1.013 RTJ 197/389
Ct Eficácia “erga omnes”. (...) Controle concentrado de constitucionalidade.
Pet 3.476-AgR RTJ 198/88
El Elegibilidade. (...) Mandato eletivo. RE 366.488 RTJ 196/665 – RE 446.999
RTJ 195/342
Adm Eleição e investidura. (...) Juiz de paz. ADI 2.938 RTJ 197/452
PrCv Eleição para cargo de direção. (...) Competência jurisdicional. AO 1.160-
AgR RTJ 197/396
PrPn Elemento de prova: ação cível. (...) Denúncia. HC 84.392 RTJ 198/1040
PrPn Elemento de prova: processo administrativo. (...) Ação penal. Inq 1.957 RTJ
196/101
PrPn Elemento subjetivo não demonstrado. (...) Denúncia. HC 84.161 RTJ 197/604
PrSTF Embargos de declaração. Ação penal originária do STF. Prazo: cinco dias.
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 337, § 1º. HC
83.157-ED RTJ 196/822
PrPn Embargos de declaração. Ato de Turma Recursal de Juizado Especial.
Prazo: termo inicial. Lei n. 9.099/95, art. 83. HC 87.338 RTJ 198/1120
ÍNDICE ALFABÉTICO — Emb-Emb 1251

PrCv Embargos de declaração. Contradição. Imposto sobre Circulação de Merca-


dorias e Serviços – ICMS. Benefício fiscal para o Estado de destino. Lubrifi-
cante e combustível derivado de petróleo. Operação interestadual. CF/88,
art. 155, § 2º, X, “b”. RE 338.681-AgR-ED RTJ 197/642
PrCv Embargos de declaração. Contradição inexistente. Tribunal “a quo”: matéria
constitucional no voto vencido. RE 395.121-ED RTJ 197/664
PrSTF Embargos de declaração. Decisão de relator. Conversão em agravo regi-
mental. AI 498.494-ED RTJ 196/352 – AI 499.022-ED RTJ 198/1178
PrCv Embargos de declaração. Efeito modificativo. Premissa incorreta adotada
no acórdão embargado. RE 194.662-ED-ED RTJ 195/993
PrCv Embargos de declaração. Efeito modificativo. Tribunal de origem: erro de
processamento. AI 418.402-AgR-ED-ED-ED RTJ 195/316
PrCv Embargos de declaração. Intempestividade. Publicação do acórdão embar-
gado: necessidade. AC 738-QO-ED RTJ 197/373
PrCv Embargos de declaração. Matéria de defesa não examinada. Princípio do
devido processo legal: ofensa. RE 398.407 RTJ 196/331
PrPn Embargos de declaração. Ministério Público: intimação pessoal. Entrada dos
autos em setor administrativo do MP: termo inicial. HC 83.915 RTJ 195/104
PrCv Embargos de declaração. Não-conhecimento. Multa em agravo regimental:
pagamento não comprovado. CPC/73, art. 557, § 2º. AI 546.296-AgR-ED
RTJ 196/356
PrCv Embargos de declaração. Omissão. Hora extra: forma de pagamento. AI
543.822-AgR-ED RTJ 196/726
PrCv Embargos de declaração. Omissão. Imposto sobre Serviços – ISS: lista de
serviços. CF/88, art. 156, III e § 3º, I, II e III. RE 361.829-AgR-ED RTJ 196/661
PrCv Embargos de declaração. Omissão e obscuridade. Benefício previdenciá-
rio: restabelecimento imediato. Princípio da ampla defesa e do contraditório.
MS 24.268-ED RTJ 198/979
PrCv Embargos de declaração. Parâmetro de controle: decisão embargada.
Acórdão contrário a outra decisão do STF: irrelevância. ADI 1.878-ED RTJ
195/793
PrCv Embargos de declaração. Pressupostos inocorrentes. RHC 82.390-ED RTJ
197/549
PrCv Embargos de declaração. Pressupostos inocorrentes. Caráter infringente.
HC 82.770-ED RTJ 197/553 – HC 83.617-ED RTJ 196/833 – AI 284.847-
AgR-ED-ED RTJ 196/657 – AI 414.207-AgR-ED RTJ 198/382
PrCv Embargos de declaração. Pressupostos inocorrentes. Caráter protelatório.
Ext 936-ED RTJ 196/744
1252 Emb-Eme — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Embargos de declaração. Pressupostos inocorrentes. Mérito da causa:


rediscussão. RMS 23.841-AgR-ED RTJ 195/454
PrCv Embargos de declaração. Segundos embargos. Caráter protelatório. Multa.
CPC/73, art. 538, parágrafo único. AI 284.847-AgR-ED-ED RTJ 196/657
PrSTF Embargos de declaração. Suspensão: indeferimento. Recurso extraordinário
trabalhista. Acordo coletivo de empresa representada. RE 194.662-ED-ED-
QO RTJ 195/1010
PrSTF Embargos de declaração: omissão do acórdão. (...) Recurso extraordinário.
RE 415.760 RTJ 196/333
PrSTF Embargos de divergência. Decisão confrontada: questão processual diferente.
Imunidade tributária. Entidade fechada de previdência privada. Súmula 279:
afastamento excepcional. RE 214.788-ED-EDv-AgR RTJ 195/1012
PrPn Embargos infringentes. Erro no não-conhecimento. Constrangimento ilegal.
Acórdãos do STJ e do TJ: cassação. HC 81.263 RTJ 198/626
PrCv Emenda à inicial: ato coator diverso. (...) Mandado de segurança. MS
25.291-AgR RTJ 196/189
PrSTF Emenda à inicial: excepcionalidade. (...) Ação direta de inconstitucionali-
dade. ADI 1.949-MC RTJ 197/70
Ct Emenda Constitucional estadual n. 14/01/PR: inconstitucionalidade. (...)
Competência legislativa. ADI 2.639 RTJ 198/536
Adm Emenda Constitucional estadual n. 52/01/MG: inconstitucionalidade. (...)
Cargo público. ADI 3.051 RTJ 197/871
Adm Emenda Constitucional n. 20/98, art. 11. (...) Proventos. MS 25.045 RTJ 196/
577 – MS 25.192 RTJ 195/478
Ct Emenda Constitucional n. 35/01. (...) Imunidade parlamentar. Inq 1.326
RTJ 198/488
PrSTF Emenda Constitucional n. 45/04. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.
ADI 3.085 RTJ 197/875
Ct Emenda Constitucional n. 45/04. (...) Competência jurisdicional. CC 7.204
RTJ 197/236
Ct Emenda Constitucional n. 45/04. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
ADI 3.367 RTJ 197/909
Int Emenda Constitucional n. 45/04. (...) Sentença estrangeira. SEC 5.404 RTJ
195/448
Ct Emenda Constitucional n. 45/04, art. 8º. (...) Decisão plenária. AI 414.207-
AgR-ED RTJ 198/382
Ct Emenda parlamentar sem aumento de despesa. (...) Processo legislativo. ADI
3.114 RTJ 197/488
ÍNDICE ALFABÉTICO — Emp-Ent 1253

TrGr Empregado. Aposentadoria espontânea. Readmissão: inocorrência. Contrato


de trabalho: continuidade. Garantia da despedida arbitrária ou sem justa
causa. CLT/43, art. 453, “caput”. CF/88, art. 7º, I. RE 449.420 RTJ 196/716
Cv Empregado: impossibilidade da custódia. (...) Prisão civil. HC 83.416 RTJ
197/294
Pn Emprego irregular de verbas ou rendas públicas. Não-configuração. Verba
pública: destinação não prevista em lei. CP/40, art. 315. AP 375 RTJ 196/366
Ct Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. (...) Empresa pública. RE
220.906 RTJ 198/768
Trbt Empresa prestadora de serviços de transporte: enquadramento. (...) Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. RE
401.823-AgR RTJ 195/696
Ct Empresa pública. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT.
Impenhorabilidade de bens, rendas e serviços. Precatório: necessidade. De-
creto-Lei n. 509/69. RE 220.906 RTJ 198/768
Ct Empresa pública e INSS. (...) Competência jurisdicional. RE 390.664 RTJ
195/1060
Ct Empresa pública e privada. (...) PIS/Pasep. RE 369.252-AgR RTJ 195/1056
Ct Empresa pública e sociedade de economia mista: fiscalização. (...) Tribunal
de Contas da União – TCU. MS 25.092 RTJ 198/166
PrPn Endereço: alteração sucessiva. (...) Prisão preventiva. HC 84.202 RTJ 195/109
Adm Ensino superior. Transferência obrigatória de aluno. Instituição de ensino
congênere: matrícula. Princípio da isonomia. Lei n. 9.536/97, art. 1º: inter-
pretação conforme à Constituição. ADI 3.324 RTJ 198/64
Ct Ensino superior: autorização. (...) Competência originária. ACO 684-QO
RTJ 196/25
Trbt Entidade beneficente. (...) Contribuição social. AC 720-AgR RTJ 196/375
Adm Entidade estadual: inadimplemento de obrigação. (...) Administração públi-
ca indireta. AC 1.033-AgR-QO RTJ 198/858
PrSTF Entidade fechada de previdência privada. (...) Embargos de divergência. RE
214.788-ED-EDv-AgR RTJ 195/1012
Ct Entidade sindical: cobrança. (...) Contribuição confederativa. RE 461.451-
AgR RTJ 198/835
Ct Entidade sindical de segundo grau. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.
ADI 3.506-AgR RTJ 195/924
PrPn Entrada dos autos em setor administrativo do MP: não-comprovação. (...)
Recurso. HC 83.915 RTJ 195/104
1254 Ent-Est — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Entrada dos autos em setor administrativo do MP: termo inicial. (...) Apela-
ção criminal. RHC 81.787 RTJ 198/632
PrPn Entrada dos autos em setor administrativo do MP: termo inicial. (...) Embargos
de declaração. HC 83.915 RTJ 195/104
PrPn Entrada dos autos em setor administrativo do MP: termo inicial. (...) Recurso.
HC 83.255 RTJ 195/966
Int Entrega do extraditando. (...) Extradição. Ext 855 RTJ 196/403 – Ext 936
RTJ 196/443 – Ext 947 RTJ 196/64 – Ext 962 RTJ 196/69 – Ext 976 RTJ
198/11
Int Entrega do extraditando adiada até o término da ação penal. (...) Extradição.
Ext 944 RTJ 197/384
Pn Entrevista. (...) Imunidade judiciária. AO 1.300 RTJ 198/871
PrSTF Enunciado do TST: aplicação. (...) Recurso extraordinário. AI 529.942-AgR
RTJ 197/1129
TrGr Enunciado n. 21 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro:
inconstitucionalidade. (...) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS.
RE 418.918 RTJ 195/321
Adm Equiparação com os de procurador de Estado. (...) Vencimentos. Rcl 1.865
RTJ 197/819
Pn Erro de cálculo. (...) Pena. HC 83.545 RTJ 198/635
PrPn Erro no não-conhecimento. (...) Embargos infringentes. HC 81.263 RTJ
198/626
PrPn Erro ou perplexidade: inocorrência. (...) Júri. HC 84.560 RTJ 197/1056
Adm Esbulho possessório: não-caracterização. (...) Desapropriação. MS 24.484
RTJ 198/145
Ct Estabelecimento comercial: horário de funcionamento. (...) Competência
legislativa. AI 481.886-AgR RTJ 195/356
Adm Estabilidade da situação criada administrativamente. (...) Ato administrativo.
RE 442.683 RTJ 197/700
Adm Estabilidade financeira. (...) Servidor público estadual. RE 446.767-AgR
RTJ 198/1148
TrGr Estabilidade provisória. (...) Acidente de trabalho. RE 409.919-AgR RTJ
195/313
Ct Estabilidade provisória. (...) Licença-maternidade. RE 287.905 RTJ 198/1129
Adm Estabilidade “versus” efetivação. (...) Cargo público. RE 199.293 RTJ
196/320
Ct Estacionamento em local proibido: aquisição de medicamento. (...) Compe-
tência legislativa. ADI 2.928 RTJ 195/33
ÍNDICE ALFABÉTICO — Est-Est 1255

Ct Estádio: acesso gratuito. (...) Polícia Civil. ADI 3.000 RTJ 198/60
Adm Estado de Rondônia. (...) Policial militar. RMS 25.386 RTJ 196/819
Ct Estado-Membro. (...) Competência legislativa. ADI 2.819 RTJ 197/834 –
ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Estado-Membro. (...) Competência legislativa concorrente. ADI 1.950 RTJ
198/882
Ct Estado-Membro. Disponibilidade de caixa: depósito. Depósito judicial:
manutenção. Instituição financeira privada. Banco estadual: privatização.
Princípio da moralidade. CF/88, art. 164, § 3º. ADI 3.578-MC RTJ 198/92
Ct Estado-Membro e autarquia federal. (...) Competência originária. ACO 684-
QO RTJ 196/25 – Rcl 3.074 RTJ 196/142
Adm Estado-Membro: limitação de direito. (...) Administração pública indireta.
AC 1.033-AgR-QO RTJ 198/858
Ct Estado-Membro: restrição de direito. (...) Poder Executivo. AC 1.033-AgR-
QO RTJ 198/858
Adm Estágio probatório. (...) Defensor público. RE 452.721 RTJ 196/1030
Adm Estágio probatório. (...) Servidor público. RE 378.041 RTJ 195/677
Pn Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, arts. 110, 111 e 122. (...)
Medida socioeducativa. HC 84.682 RTJ 197/611
PrPn Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, art. 136, IV. (...) Ministério
Público. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, art. 201, VII e VIII. (...)
Procedimento administrativo. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, art. 241. (...) Competência
criminal. HC 86.289 RTJ 198/1093
Int Estelionato. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850 – Ext 931 RTJ
197/376 – Ext 939 RTJ 195/393 – Ext 977 RTJ 198/21
Int Estelionato e sonegação de imposto. (...) Extradição. Ext 925 RTJ 197/18
Adm Estrangeiro. (...) Concurso público. RE 264.848 RTJ 196/325
Ct Estudante: matrícula regular em estabelecimento de ensino. (...) Cultura e
lazer. ADI 1.950 RTJ 198/882
Ct Estudante: pagamento de meia-entrada. (...) Competência legislativa con-
corrente. ADI 1.950 RTJ 198/882
PrPn Estupro e atentado violento ao pudor. (...) Ação penal pública condicionada.
HC 85.556 RTJ 195/266
Int Estupro e atentado violento ao pudor. (...) Extradição. Ext 917 RTJ 197/803
1256 Exa-Exe — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Exame de corpo de delito. (...) Prova criminal. HC 86.248 RTJ 198/1090
PrPn Exame de corpo de delito: inexistência. (...) Prova pericial. HC 85.744 RTJ
195/987
PrPn Exame de corpo de delito: realização. (...) Júri. HC 69.179 RTJ 195/482
Int Exame de mérito: impossibilidade. (...) Extradição. Ext 915 RTJ 196/43 –
Ext 917 RTJ 197/803 – Ext 925 RTJ 197/18 – Ext 972 RTJ 197/812
Pn Exame de ofício pelo STF. (...) Prescrição. HC 86.149 RTJ 197/325
PrCv Exaurimento da via administrativa: desnecessidade. (...) Mandado de segu-
rança. MS 23.789 RTJ 195/926
PrCv Exceção de suspeição. Descabimento. Ação direta de inconstitucionalidade:
natureza objetiva. AC 349 RTJ 196/15
PrPn Exceção de suspeição. Prazo. Júri. HC 88.188 RTJ 198/244
PrSTF Excepcional urgência. (...) Medida cautelar. ADI 3.578-MC RTJ 198/92
PrPn Excepcionalidade. (...) Competência jurisdicional. RHC 84.944 RTJ 195/523
PrPn Excesso de diligência: não-configuração. (...) Prova criminal. HC 84.869
RTJ 195/183
PrPn Excesso de linguagem: inocorrência. (...) Pronúncia. HC 86.163 RTJ 196/980
PrPn Excesso de prazo. (...) Prisão. HC 83.579 RTJ 196/824
PrPn Excesso de prazo. (...) Prisão preventiva. HC 84.907 RTJ 196/875 – HC
85.068 RTJ 196/907 – HC 85.237 RTJ 195/212 – HC 86.915 RTJ 198/1113 –
HC 87.776 RTJ 198/1125
PrPn Excesso de prazo: indício de discriminação em relação aos co-réus. (...)
Prisão preventiva. HC 85.238 RTJ 198/687
PrPn Excesso de prazo: inocorrência. (...) Habeas corpus. HC 85.670 RTJ 195/271
PrPn Excesso de prazo: inocorrência. (...) Prisão preventiva. Ext 946 RTJ 196/751 –
HC 85.764 RTJ 196/306
Adm Exclusão da corporação. (...) Policial militar. AI 510.503-AgR RTJ 198/839
PrPn Ex-deputado federal e ministro aposentado do STJ. (...) Competência criminal.
Inq 1.871-AgR RTJ 198/35
Adm Ex-diretor: quarentena. (...) Agência reguladora de serviço público. ADI
3.244 RTJ 196/793
Ct Execução fiscal. (...) Competência jurisdicional. RE 390.664 RTJ 195/1060
PrPn Execução penal. Crime hediondo. Indulto coletivo: não-extensão. Comuta-
ção da pena: impossibilidade. Decreto n. 3.226/99. Lei n. 8.072/90, art. 2º, I.
HC 85.279 RTJ 195/234
ÍNDICE ALFABÉTICO — Exe-Ext 1257

PrPn Execução penal. Falta grave. Nova progressão de regime: reinício do prazo.
Lei de Execução Penal – LEP, arts. 112 e 118. HC 85.141 RTJ 198/1060
PrPn Execução penal. Falta grave. Regressão de regime. Nova progressão de
regime: reinício do prazo. Lei de Execução Penal – LEP, art. 118. HC 85.049
RTJ 196/904
Adm Execução por precatório. (...) Autarquia. RE 356.711 RTJ 197/1094
Pn Execução provisória. (...) Pena. HC 85.886 RTJ 196/964
PrPn Execução provisória: inadmissibilidade. (...) Sentença condenatória. HC
84.802 RTJ 197/621
Pn Execução provisória: vedação. (...) Pena. HC 84.741 RTJ 196/868 – HC
84.859 RTJ 195/520 – HC 85.289 RTJ 195/241
Ct Exercício por diretor-geral de TRE. (...) Advocacia. RE 464.963 RTJ 198/1170
Adm Exercício temporário de cargo no TSE. (...) Remuneração. MS 24.527 RTJ
195/51
PrPn Existência de crime continuado ou concurso material: definição. (...) De-
núncia. Inq 1.608-ED RTJ 196/98
Adm Exoneração “ad nutum”. (...) Defensor público. RE 452.721 RTJ 196/1030
Adm Exoneração “ad nutum”. (...) Servidor público. RE 378.041 RTJ 195/677
Adm Ex-prefeito. (...) Pensão. RE 290.776 RTJ 195/1023
Int Extensão. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850 – Ext 900-extensão
RTJ 196/35
PrPn Extensão a co-réu. (...) Interrogatório. RHC 87.172 RTJ 198/716
PrPn Extensão a co-réu delatado: impossibilidade. (...) Delação premiada. HC
85.176 RTJ 195/553
PrPn Extensão a co-réu: descabimento. (...) Habeas corpus. HC 84.409-AgR RTJ
195/149
PrPn Extensão a co-réu: impossibilidade. (...) Habeas corpus. HC 85.260-extensão
RTJ 196/927
PrPn Extensão a co-réu: indeferimento. (...) Habeas corpus. HC 84.409-AgR RTJ
195/149
Int Extensão: indeferimento. (...) Extradição. Ext 900-extensão RTJ 196/35
Adm Extinção. (...) Cargo público. ADI 3.051 RTJ 197/871
Trbt Extinção. (...) Crédito tributário. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Pn Extinção da punibilidade. Apropriação indébita previdenciária. Débito:
pagamento após o recebimento da denúncia. Retroatividade de lei benéfica.
Lei n. 10.684/03, art. 9º, § 2º. HC 85.452 RTJ 195/249
1258 Ext-Ext — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Extinção da punibilidade. Inocorrência. Atentado violento ao pudor. Vio-


lência real e grave ameaça. Casamento da vítima com terceiro. HC 84.922
RTJ 196/880
PrPn Extinção da punibilidade. (...) Inquérito policial. HC 84.253 RTJ 196/223
Pn Extinção da punibilidade. Prescrição da pretensão punitiva. Falsidade ideo-
lógica. Réu menor. CP/40, arts. 109, III; 111, I; 115 e 299. HC 73.033 RTJ
197/259
Pn Extinção da punibilidade. Prescrição retroativa da pretensão punitiva. Pena
imposta na sentença. Crime continuado. Súmula 497. HC 83.960 RTJ 196/843
Pn Extinção da punibilidade. Prescrição retroativa da pretensão punitiva:
inocorrência. Crime permanente. Termo inicial: dia do término da permanên-
cia. HC 86.711 RTJ 198/231
Int Extorsão mediante seqüestro. (...) Extradição. Ext 947 RTJ 196/64
Int Extradição. Companheiro e filho brasileiros. Súmula 421. Ext 973 RTJ
196/757
Int Extradição. Concordância do extraditando. Controle de legalidade: exigi-
bilidade. Ext 917 RTJ 197/803 – Ext 1.016 RTJ 198/855
Int Extradição. Concordância do extraditando: irrelevância jurídica. Controle
de legalidade: exigibilidade. Ext 977 RTJ 198/21
Int Extradição. Condenação e inquérito policial no Brasil. Entrega do extradi-
tando. Faculdade do presidente da República. Lei n. 6.815/80, art. 89 c/c arts.
67 e 90. Ext 936 RTJ 196/443
Int Extradição. Cooperação internacional na repressão penal: restrição. Direitos
humanos. Ext 917 RTJ 197/803
Int Extradição. Descabimento. Contravenção. Jogo de azar. Ext 787-extensão
RTJ 198/850
Int Extradição. Descabimento. Tráfico internacional de entorpecente. Conde-
nação no Brasil. Fato delituoso idêntico. “Double jeopardy” (duplo risco de
condenação). Princípio do “non bis in idem”. Ext 936 RTJ 196/443
Int Extradição. Dupla punibilidade: ausência de elementos. Homicídio culposo,
condução de veículo automotor sem habilitação, omissão de socorro e obstru-
ção da justiça. Concordância do extraditando: irrelevância jurídica. Ext 909
RTJ 195/373
Int Extradição. Dupla tipicidade. Associação para o tráfico internacional de
entorpecente. Prescrição inocorrente. Tratado Brasil—Itália. Ext 936 RTJ
196/443
Int Extradição. Dupla tipicidade. Estelionato. Prescrição inocorrente. Lei por-
tuguesa. Ext 931 RTJ 197/376
ÍNDICE ALFABÉTICO — Ext-Ext 1259

Int Extradição. Dupla tipicidade. Estelionato. Prescrição inocorrente. Tratado


Brasil—Portugal. Ext 787-extensão RTJ 198/850 – Ext 977 RTJ 198/21
Int Extradição. Dupla tipicidade. Estelionato. Tratado Brasil—Estados Unidos
da América. Ext 939 RTJ 195/393
Int Extradição. Dupla tipicidade. Estelionato e sonegação de imposto. Lei
superveniente: não-alteração de elemento do tipo. Nova denominação à
mesma conduta criminosa. “Abolitio criminis”: inocorrência. Ext 925 RTJ
197/18
Int Extradição. Dupla tipicidade. Extorsão mediante seqüestro. Prescrição
inocorrente. Tratado Brasil—Paraguai. Ext 947 RTJ 196/64
Int Extradição. Dupla tipicidade. Fraude postal, telegráfica e estelionato. Pres-
crição inocorrente. Tratado Brasil—Estados Unidos da América. Ext 915
RTJ 196/43
Int Extradição. Dupla tipicidade. Homicídio, quadrilha ou bando e extorsão
mediante seqüestro. Prescrição inocorrente. Tratado Brasil—Chile. Ext 855
RTJ 196/403
Int Extradição. Dupla tipicidade. Latrocínio. Prescrição inocorrente. Tratado
Brasil—Argentina. Ext 972 RTJ 197/812
Int Extradição. Dupla tipicidade. Moeda falsa e quadrilha ou bando. Prescrição
inocorrente. Tratado Brasil—Portugal. Ext 976 RTJ 198/11
Int Extradição. Dupla tipicidade. Roubo. Prescrição da pretensão executória:
inocorrência. Detração penal. Tratado Brasil—Itália. Ext 973 RTJ 196/757
Int Extradição. Dupla tipicidade. Subtração de incapazes. Prescrição
inocorrente. Promessa de reciprocidade entre Brasil e França. Ext 946 RTJ
196/751
Int Extradição. Dupla tipicidade. Tráfico de entorpecente e associação criminosa.
Prescrição inocorrente. Promessa de reciprocidade entre Brasil e Israel. Ext
909 RTJ 195/373
Int Extradição. Dupla tipicidade. Tráfico internacional de entorpecente. Tratado
Brasil—Estados Unidos da América. Ext 944 RTJ 197/384
Int Extradição. Exame de mérito: impossibilidade. Controle jurisdicional: limite.
Ext 915 RTJ 196/43
Int Extradição. Exame de mérito: impossibilidade. Controle jurisdicional: limite.
Lei n. 6.815/80, art. 85, § 1º. Ext 972 RTJ 197/812
Int Extradição. Extensão. Fato anterior ao pedido originário. Dupla tipicidade.
Falsificação de documento público. Tratado Brasil—Suíça. Ext 900-extensão
RTJ 196/35
Int Extradição. Extensão. Fato anterior ao pedido originário. Princípio da espe-
cialidade: ofensa inocorrente. Ext 787-extensão RTJ 198/850
1260 Ext-Ext — ÍNDICE ALFABÉTICO

Int Extradição. Extensão: indeferimento. Fato anterior ao pedido originário.


Atipicidade no Brasil. “Leasing”: não-devolução do objeto. Trânsito: excesso
de velocidade. Ext 900-extensão RTJ 196/35
Int Extradição. Extradição executória. Condenação no Brasil. Entrega do extra-
ditando. Faculdade do presidente da República. Lei n. 6.815/80, art. 89. Ext
855 RTJ 196/403
Int Extradição. Extradição executória. Dupla tipicidade. Estupro e atentado
violento ao pudor. Prescrição inocorrente. Tratado Brasil—França. Ext 917
RTJ 197/803
Int Extradição. Extradição executória. Pressupostos formais: existência. Exame
de mérito: impossibilidade. Sistema de contenciosidade limitada. Ext 917
RTJ 197/803
Int Extradição. Extradição instrutória. Pressupostos formais: existência. Exame
de mérito: impossibilidade. Tratado Brasil—Paraguai. Ext 925 RTJ 197/18
Int Extradição. Filho brasileiro. Súmula 421. Ext 947 RTJ 196/64 – Ext 972
RTJ 197/812
Int Extradição. Importação e exportação de entorpecente: distinção. Convenção
Única de Nova Iorque. Ext 962 RTJ 196/69
Int Extradição. Impossibilidade. Brasileiro nato. Ext 916 RTJ 196/50
Int Extradição. Indeferimento. Delito de associação criminosa. Pedido impreciso.
Lei n. 6.815/80, art. 80. Ext 931 RTJ 197/376
Int Extradição. Indeferimento. Instrução deficiente. Diligência não cumprida.
Ext 988-QO RTJ 198/31
Int Extradição. Indeferimento. Pedido: governo alemão. Extraditando austríaco.
Fato ocorrido na Áustria: autos arquivados. Ext 913 RTJ 195/388
Int Extradição. “Indictment” e pronúncia: equivalência. Prescrição inocorrente.
Ext 944 RTJ 197/384
Int Extradição. “Indictment” e recebimento da denúncia: equivalência. Prescri-
ção: interrupção. Ext 939 RTJ 195/393
Int Extradição. Inquérito policial no Brasil. Entrega do extraditando. Faculdade
do presidente da República. Lei n. 6.815/80, art. 89. Ext 962 RTJ 196/69
Int Extradição. Interrogatório: dispensa. Manifestação formal do extraditando.
Representação processual válida. Ext 1.016 RTJ 198/855
Int Extradição. Mérito da acusação. Reexame de prova: impossiblidade. Defesa:
limites. Sistema de contenciosidade limitada. Lei n. 6.815/80, art. 85, § 1º.
Ext 936 RTJ 196/443
Int Extradição. Prescrição inocorrente. Diplomas diversos: conflito intertem-
poral. Conjugação de normas mais favoráveis: impossibilidade. Ext 925 RTJ
197/18
ÍNDICE ALFABÉTICO — Ext-Fal 1261

Int Extradição. Princípio da especialidade: renúncia irrelevante. Controle de


legalidade. Ext 787-extensão RTJ 198/850
Int Extradição. Prisão perpétua. Comutação em pena não superior a trinta anos.
Compromisso formal: necessidade. Ext 855 RTJ 196/403 – Ext 944 RTJ
197/384
Int Extradição. (...) Prisão preventiva. HC 85.381 RTJ 198/202
Int Extradição. Processo criminal no Brasil. Entrega do extraditando. Faculdade
do presidente da República. Lei n. 6.815/80, art. 89 c/c arts. 66 e 67. Ext 976
RTJ 198/11
Int Extradição. Processo criminal no Brasil. Entrega do extraditando. Faculdade
do presidente da República. Lei n. 6.815/80, art. 89 c/c arts. 67 e 90. Ext 947
RTJ 196/64
Int Extradição. Processo criminal no Brasil. Entrega do extraditando adiada até
o término da ação penal. Ext 944 RTJ 197/384
Int Extradição. Quadrilha ou bando. Prescrição. Ext 939 RTJ 195/393
Int Extradição. Renúncia pelo extraditando: impossibilidade. Controle de le-
galidade. Ext 909 RTJ 195/373
Int Extradição. Revelia: irrelevância. Ext 917 RTJ 197/803
Int Extradição. Tráfico de entorpecente, detenção de arma, receptação e homi-
cídio. Prescrição inocorrente. Tratado Brasil—Itália. Ext 923 RTJ 196/52
Int Extradição executória. (...) Extradição. Ext 855 RTJ 196/403 – Ext 917 RTJ
197/803
Int Extradição instrutória. (...) Extradição. Ext 925 RTJ 197/18
Int Extradição: pedido formalizado. (...) Prisão preventiva. Ext 946 RTJ 196/751
Int Extraditando austríaco. (...) Extradição. Ext 913 RTJ 195/388
F
Int Faculdade do presidente da República. (...) Extradição. Ext 855 RTJ 196/
403 – Ext 936 RTJ 196/443 – Ext 947 RTJ 196/64 – Ext 962 RTJ 196/69 –
Ext 976 RTJ 198/11
PrPn Faculdade do presidente da República. (...) Indulto. HC 84.829 RTJ 198/1053
Adm Falecimento do doador. (...) Desapropriação. MS 25.304 RTJ 198/1019
Pn Falsidade ideológica. Crime autônomo. Sonegação fiscal: desvinculação.
HC 80.801 RTJ 196/192
PrPn Falsidade ideológica. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395 – HC 84.388
RTJ 198/643
Pn Falsidade ideológica. (...) Extinção da punibilidade. HC 73.033 RTJ 197/259
1262 Fal-Fat — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Falsidade ideológica. Não-configuração. Petição de advogado: documento


inidôneo. CP/40, art. 299. HC 85.064 RTJ 197/1063
Pn Falsificação de certidão. (...) Prescrição. RHC 83.446 RTJ 195/509
Pn Falsificação de documento e estelionato. (...) Concurso material. Ext 931
RTJ 197/376
Int Falsificação de documento público. (...) Extradição. Ext 900-extensão RTJ
196/35
PrPn Falso advogado. (...) Defesa criminal. RHC 83.800 RTJ 196/604
PrPn Falta grave. (...) Execução penal. HC 85.049 RTJ 196/904 – HC 85.141 RTJ
198/1060
PrPn Falta grave. (...) Remição. HC 86.093 RTJ 197/1084 – HC 86.990 RTJ 198/
241 – RE 140.541 RTJ 197/351
PrPn Fase de alegações finais. (...) Processo criminal. HC 86.276 RTJ 197/630
PrPn Fase de alegações finais e crime inafiançável: irrelevância. (...) Prisão. HC
83.579 RTJ 196/824
Pn Fase preliminar. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395 – HC 83.595 RTJ
196/828
PrPn Fase preliminar: tipificação. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395
Int Fato anterior ao pedido originário. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ
198/850 – Ext 900-extensão RTJ 196/35
PrPn Fato concreto. (...) Prisão preventiva. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Fato concreto: ausência. (...) Prisão preventiva. HC 83.148 RTJ 195/960
PrPn Fato concreto: não-demonstração. (...) Habeas corpus. HC 83.966-AgR RTJ
197/587
Int Fato delituoso idêntico. (...) Extradição. Ext 936 RTJ 196/443
PrPn Fato em tese estranho às investigações. (...) Interceptação telefônica. HC
84.388 RTJ 198/643
PrPn Fato estranho à sentença: descabimento. (...) Acórdão criminal. HC 83.509
RTJ 196/204
Trbt Fato gerador: poder de polícia. (...) Serviço notarial e de registro. ADI 3.151
RTJ 197/889
Trbt Fato gerador: poder de polícia. (...) Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental – TCFA. RE 416.601 RTJ 196/686
Int Fato ocorrido na Áustria: autos arquivados. (...) Extradição. Ext 913 RTJ
195/388
Pn Fato superveniente. (...) Pena. HC 84.988 RTJ 196/888
ÍNDICE ALFABÉTICO — Fat-For 1263

Pn Fato veiculado em jornal. (...) Crime contra a honra. HC 85.629 RTJ 195/985
Cv Fator de deflação (tablita): aplicação imediata. (...) Contrato. RE 247.593-
AgR RTJ 197/634
Trbt Fator de indexação: substituição legal. (...) Imposto de Renda – IR. RE
196.336-AgR RTJ 195/635
Adm “Faute de service” (falta do serviço): não-configuração. (...) Responsabilidade
civil do Estado. AI 489.254-AgR RTJ 195/359
PrSTF “Fax” e original não recebidos. (...) Agravo regimental. AI 519.283-AgR
RTJ 196/722
Ct Federação Nacional dos Condomínios – FENACOND. (...) Ação direta de
inconstitucionalidade. ADI 3.506-AgR RTJ 195/924
PrSTF Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério
Público da União – FENAJUFE. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.
ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrPn Feito criminal genérico. (...) Competência jurisdicional. RHC 84.944 RTJ
195/523
Ct Feriado para todos os efeitos legais. (...) Competência legislativa. ADI 3.069
RTJ 197/485
Int Filho brasileiro. (...) Extradição. Ext 947 RTJ 196/64 – Ext 972 RTJ 197/812
Ct Filho de pai ou mãe brasileiros. (...) Nacionalidade. RE 415.957 RTJ 196/679
Ct Filiação: necessidade. (...) Contribuição confederativa. RE 461.451-AgR
RTJ 198/835
Adm Filiação partidária: obrigatoriedade. (...) Juiz de paz. ADI 2.938 RTJ 197/452
Cv Finalidade: conotação penal. (...) Prisão civil. HC 83.416 RTJ 197/294
Trbt Finalidade extrafiscal. (...) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.
AI 515.168-AgR-ED RTJ 196/1047
Pn Fixação abaixo do mínimo legal: impossibilidade. (...) Pena-base. HC
87.263 RTJ 198/720
Pn Fixação acima do máximo legal. (...) Pena. HC 85.673 RTJ 195/274
Pn Fixação acima do mínimo legal. (...) Pena-base. HC 83.658 RTJ 197/557 –
HC 83.960 RTJ 196/843 – HC 85.033 RTJ 195/547 – HC 85.297 RTJ 195/
580 – HC 85.554 RTJ 195/599 – HC 85.789 RTJ 195/616 – RE 427.339 RTJ
196/703
Pn Fixação no máximo legal. (...) Pena. HC 86.002 RTJ 196/969
Pn Fixação no máximo legal. (...) Pena-base. HC 87.263 RTJ 198/720
PrCv Formação perante o juízo “a quo”. (...) Agravo de instrumento. AI 525.293-
AgR RTJ 196/724
1264 For-Fun — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrSTF Formalização do pedido: necessidade. (...) Processo. Inq 1.884 RTJ 195/796
PrPn Fraude em financiamento junto a instituição financeira. (...) Denúncia. Inq
1.608 RTJ 195/395
Int Fraude postal, telegráfica e estelionato. (...) Extradição. Ext 915 RTJ 196/43
PrPn Fuga do acusado. (...) Prisão preventiva. HC 85.335 RTJ 195/980 – HC
85.764 RTJ 196/306
PrPn Fuga e deserção. (...) Citação-edital. HC 85.950 RTJ 198/709
Ct Função fiscalizadora: “checks and counterchecks”. (...) Comissão Parla-
mentar de Inquérito estadual. ACO 730 RTJ 196/379
Trbt Função social da propriedade. (...) Imposto Predial e Territorial Urbano –
IPTU. AI 488.871-AgR RTJ 195/733
Adm Fundação pública: pessoa jurídica de direito público. (...) Cargo público. RE
381.204 RTJ 196/670
PrPn Fundamentação: ausência. (...) Suspensão condicional do processo penal –
“sursis” processual. HC 84.643 RTJ 195/516
PrPn Fundamentação em fato ocorrido no período. (...) Suspensão condicional do
processo penal – “sursis” processual. HC 84.660 RTJ 197/608
Ct Fundamentação exaustiva: desnecessidade. (...) Comissão Parlamentar de
Inquérito – CPI. MS 24.749 RTJ 196/186
PrPn Fundamentação inidônea. (...) Prisão preventiva. HC 85.238 RTJ 198/687
Pn Fundamentação insuficiente. (...) Pena-base. HC 85.033 RTJ 195/547 – HC
87.263 RTJ 198/720
PrPn Fundamentação insuficiente. (...) Prisão preventiva. HC 83.040 RTJ 196/
200 – HC 83.148 RTJ 195/960 – HC 83.782 RTJ 196/598
PrPn Fundamentação insuficiente. (...) Sentença condenatória. RHC 81.740 RTJ
195/80 – HC 84.802 RTJ 197/621
PrPn Fundamentação: necessidade. (...) Habeas corpus. HC 86.843 RTJ 198/1110
PrPn Fundamentação suficiente. (...) Acórdão criminal. HC 85.192 RTJ 195/556
Pn Fundamentação suficiente. (...) Pena-base. HC 85.297 RTJ 195/580
PrPn Fundamentação suficiente. (...) Prisão preventiva. HC 82.770-ED RTJ 197/
553 – HC 83.040 RTJ 196/200 – HC 84.202 RTJ 195/109 – HC 84.301 RTJ
197/1033 – HC 84.352 RTJ 196/614 – HC 84.680 RTJ 195/155 – HC
84.761 RTJ 195/175 – HC 84.949 RTJ 196/883 – HC 85.298-QO RTJ 196/
258 – HC 85.335 RTJ 195/980 – HC 85.764 RTJ 196/306 – HC 85.880 RTJ
198/208 – HC 86.605 RTJ 198/1103 – HC 86.751 RTJ 196/993 – HC
86.915 RTJ 198/1113
PrPn Fundamentação suficiente. (...) Prova criminal. HC 84.869 RTJ 195/183
ÍNDICE ALFABÉTICO — Fun-Gar 1265

PrPn Fundamentação suficiente. (...) Sentença condenatória. HC 85.906 RTJ


195/621
PrPn Fundamentação suficiente. (...) Sentença criminal. HC 85.744 RTJ 195/987
PrPn Fundamento diverso. (...) Habeas corpus. HC 85.858-ED RTJ 196/960
PrPn Fundamento diverso: legítima defesa real. (...) Apelação criminal. HC
85.702 RTJ 196/935
PrSTF Fundamento inatacado. (...) Recurso extraordinário. RE 234.951-AgR RTJ
196/997
PrSTF Fundamentos da decisão rescindenda: impugnação. (...) Recurso extraordi-
nário. AI 506.691-ED RTJ 196/1043
Adm Fundo de Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Fundamental: recursos.
(...) Professor. ADI 3.114 RTJ 197/488
Trbt Fundo de Desenvolvimento Industrial – FUNDEI. (...) Imposto sobre Circu-
lação de Mercadorias e Serviços – ICMS. ADI 2.823-MC RTJ 198/51
Trbt Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. (...) Contribuição social.
AC 720-AgR RTJ 196/375
Trbt Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. Natureza jurídica. RE
418.918 RTJ 195/321
TrGr Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. Termo de adesão:
desconsideração. Correção monetária de conta vinculada. Lei Complementar
n. 110/01. Enunciado n. 21 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio
de Janeiro: inconstitucionalidade. RE 418.918 RTJ 195/321
PrSTF Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS: correção de saldo. (...)
Recurso extraordinário. AR 1.754-AgR RTJ 195/3
PrCv Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental –
FUNDEF. (...) Tutela antecipada. ACO 700-tutela antecipada RTJ 195/750
Adm Fundo de Participação dos Municípios. Coeficiente: redução. Decisão
normativa do TCU. Aplicação no mesmo exercício financeiro: impossibili-
dade. Código Tributário Nacional – CTN, arts. 91, § 3º, e 92. Regimento
Interno do TCU, art. 244. MS 24.151 RTJ 197/253
PrCv Fungibilidade: impossibilidade. (...) Mandado de segurança. MS 23.605-
AgR-ED RTJ 196/170
Pn Furto. (...) Pena. HC 84.424 RTJ 196/235
Pn Furto. (...) Princípio da insignificância. HC 84.424 RTJ 196/235

G
TrGr Garantia da despedida arbitrária ou sem justa causa. (...) Empregado. RE
449.420 RTJ 196/716
1266 Gar-Hab — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Garantia da ordem pública. (...) Prisão preventiva. HC 82.770-ED RTJ 197/
553 – HC 83.148 RTJ 195/960 – HC 84.680 RTJ 195/155 – HC 84.761 RTJ
195/175 – HC 84.949 RTJ 196/883
PrPn Garantia da ordem pública, aplicação da lei penal e conveniência da instru-
ção criminal. (...) Prisão preventiva. HC 86.605 RTJ 198/1103
PrPn Garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. (...) Prisão
preventiva. HC 86.915 RTJ 198/1113
Ct Garantia de vaga em creche. (...) Educação infantil. RE 463.210-AgR RTJ
197/1124
Adm Glebas autônomas. (...) Desapropriação. MS 24.764 RTJ 198/594
Adm Gratificação. Servidor público. Incorporação. Sentença judicial transitada
em julgado. Supressão pelo TCU: impossibilidade. Coisa julgada. MS
25.460 RTJ 197/537
Adm Gratificação. Servidor público estadual. Base de cálculo. Vinculação ao
salário mínimo. Lei estadual n. 9.503/94/SC, art. 1º, § 6º: inconstitucionali-
dade. RE 433.233 RTJ 196/348
Ct Gratificação de apoio fazendário. (...) Processo legislativo. ADI 2.249 RTJ
196/480
Adm Gratificação de Desempenho de Atividade Tributária – GDAT: extensão. (...)
Proventos. RE 349.465-AgR RTJ 196/1005
Adm Gratificação de incentivo: extensão. (...) Proventos. AI 518.402-AgR RTJ
196/1054
PrSTF Gratificação de incentivo: incorporação. (...) Benefício previdenciário. Rcl
2.380-AgR RTJ 196/489
Adm Gratificações administrativas (GATA, GAAS e GAAF): extensão. (...)
Proventos. RE 372.503 RTJ 197/1107
PrPn Gravação por interlocutor. (...) Prova criminal. AI 503.617-AgR RTJ 195/363
PrPn Gravidade do delito, clamor público e credibilidade da justiça. (...) Prisão
preventiva. HC 83.782 RTJ 196/598

H
PrPn Habeas corpus. Cabimento. Decisão denegatória de mandado de segurança.
HC 84.869 RTJ 195/183
PrPn Habeas corpus. Cabimento. Decisão do STJ: dissídio jurisprudencial. HC
85.410 RTJ 198/694
PrPn Habeas corpus. Cabimento. Idoneidade jurídica da prova: aferição. RHC
81.740 RTJ 195/80 – HC 85.410 RTJ 198/694 – HC 85.457 RTJ 195/253
ÍNDICE ALFABÉTICO — Hab-Hab 1267

PrPn Habeas corpus. Cabimento. Prequestionamento: inexigibilidade. Recurso


ordinário ou extraordinário: independência. HC 85.673 RTJ 195/274
PrPn Habeas corpus. Cabimento. Recurso ordinário ou extraordinário: indepen-
dência. HC 83.346 RTJ 195/85
PrPn Habeas corpus. Cabimento. Sigilo bancário e fiscal: quebra. Prova em proce-
dimento penal. HC 84.869 RTJ 195/183
PrSTF “Habeas corpus”. (...) Competência. HC 81.319 RTJ 197/267
PrPn “Habeas corpus”. (...) Competência criminal. HC 85.096 RTJ 196/917 – RE
467.923 RTJ 198/397
PrPn Habeas corpus. Competência do STJ e do STF. Prequestionamento: desne-
cessidade. HC 85.702 RTJ 196/935
Ct “Habeas corpus”. (...) Competência originária. HC 80.240 RTJ 197/1021 –
HC 83.801 RTJ 196/609 – HC 85.838-ED RTJ 197/1075 – HC 86.159 RTJ
196/975
PrPn Habeas corpus. Concessão de ofício. Constrangimento ilegal flagrante. HC
87.263 RTJ 198/720
PrPn Habeas corpus. Concessão de ofício. Pena-base: renovação. Rcl 2.636 RTJ
197/209
PrPn Habeas corpus. Conflito de competência: excesso de prazo no julgamento.
Juízo provisório: não-designação. Constrangimento ilegal. HC 86.360 RTJ
196/984
PrPn Habeas corpus. Decisão do STJ em HC substitutivo de recurso ordinário.
Prequestionamento explícito: inexigibilidade. RHC 80.967 RTJ 197/1030
PrPn Habeas corpus. Descabimento. Ato jurisdicional do STF em outro HC. HC
85.468-AgR RTJ 196/295
PrPn Habeas corpus. Descabimento. Autoridade coatora. Fato concreto: não-
demonstração. HC 83.966-AgR RTJ 197/587
PrPn Habeas corpus. Descabimento. Crime societário. Verificação de efetivo
exercício de gestão. HC 85.549 RTJ 198/698
PrPn Habeas corpus. Descabimento. Dosagem da pena: análise. HC 85.554 RTJ
195/599
PrPn Habeas corpus. Descabimento. Matéria de prova. RHC 81.740 RTJ 195/80
PrPn Habeas corpus. Descabimento. Sindicância administrativa: trancamento.
RHC 85.105-AgR RTJ 196/920
PrPn Habeas corpus. Direito à intimidade: proteção. Sigilo telefônico: quebra.
Relação entre advogado e cliente. Ameaça à liberdade de locomoção: ausên-
cia. HC 83.966-AgR RTJ 197/587
1268 Hab-Hab — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Habeas corpus. Dupla impetração no STJ. Reiteração: inocorrência. Segundo


“habeas corpus”: questão não apreciada. HC 84.798 RTJ 196/621
PrPn Habeas corpus. Extensão a co-réu: descabimento. Situação objetivamente
idêntica: inocorrência. CPP/41, art. 580. HC 84.409-AgR RTJ 195/149
PrPn Habeas corpus. Extensão a co-réu: impossibilidade. Processo criminal
desmembrado. HC 85.260-extensão RTJ 196/927
PrPn Habeas corpus. Extensão a co-réu: indeferimento. Matéria nova: inclusão.
Supressão de instância. HC 84.409-AgR RTJ 195/149
PrPn Habeas corpus. Ilegitimidade passiva “ad causam”. Procurador-geral da
República. HC 83.966-AgR RTJ 197/587
PrPn Habeas corpus. Impetração sucessiva: inadmissibilidade. Medida liminar
em “habeas corpus”: indeferimento. Súmula 691. HC 84.009 RTJ 195/976 –
HC 87.580-AgR RTJ 198/1123
PrPn Habeas corpus. Incompetência do STF. Decisão do STJ em recurso especial:
devolução restrita. Fundamento diverso. HC 85.858-ED RTJ 196/960
PrPn Habeas corpus. Interceptação telefônica: pedido. Ameaça à liberdade de
locomoção: ausência. HC 83.966-AgR RTJ 197/587
PrPn Habeas corpus. Julgamento pelo STJ: demora. Excesso de prazo: inocorrên-
cia. Liberdade de locomoção: ofensa inocorrente. HC 85.670 RTJ 195/271
PrPn Habeas corpus. Matéria de prova. Prefeito. Crime de responsabilidade e
peculato: continuidade delitiva. HC 82.011 RTJ 196/195
PrPn Habeas corpus. Ministério Público: juntada de documento. Ilegalidade
inocorrente. RHC 84.404 RTJ 197/1042
PrPn Habeas corpus. Prejudicialidade. Apelação: desprovimento. Prisão: manu-
tenção como efeito da condenação. HC 84.761 RTJ 195/175
PrPn Habeas corpus. Prejudicialidade inocorrente. Pronúncia: fundamentação da
prisão preventiva. HC 86.703 RTJ 198/1107
PrPn Habeas corpus. Questão decidida em HC anterior. Decisão: manutenção.
RHC 85.621 RTJ 195/608
PrPn Habeas corpus. Questão não apreciada pelo STJ. Ilegalidade da citação por
edital. Deficiência da defesa técnica. HC 85.297 RTJ 195/580
PrPn Habeas corpus. Questão não apreciada pelo STJ. Supressão de instância. HC
84.835 RTJ 196/872 – HC 85.226 RTJ 195/573 – HC 85.262 RTJ 195/228 –
HC 85.789 RTJ 195/616 – HC 86.163 RTJ 196/980
PrPn Habeas corpus. Reexame de prova. Absolvição. RHC 84.849 RTJ 195/518
PrPn Habeas corpus. Reexame de prova. Autoria: discussão. HC 85.705 RTJ
195/613
ÍNDICE ALFABÉTICO — Hab-Hor 1269

PrPn Habeas corpus. Reexame de prova. Desclassificação de crime. HC 69.780


RTJ 195/486
PrPn Habeas corpus. Reexame de prova. Inexigibilidade de conduta diversa: análise.
RHC 85.214 RTJ 196/923
PrPn Habeas corpus. Réu preso. Ausência em ato processual. Cerceamento de
defesa. HC 85.200 RTJ 198/194
PrPn Habeas corpus. Substitutivo de recurso ordinário. Fundamentação: necessi-
dade. Pertinência com a decisão recorrida. HC 86.843 RTJ 198/1110
PrPn “Habeas corpus”. (...) Sustentação oral. HC 85.789 RTJ 195/616 – HC
85.845 RTJ 196/310
PrPn Habeas corpus. Vedação de análise probatória: parcimônia. Autor: identifi-
cação por testemunha e perícia grafotécnica. Prova produzida na instrução
processual. HC 83.658 RTJ 197/557
PrPn “Habeas corpus”: concessão de ofício. (...) Acórdão criminal. HC 81.319
RTJ 197/267
Pn “Habeas corpus”: concessão de ofício. (...) Pena-base. HC 87.263 RTJ 198/
720 – RE 427.339 RTJ 196/703
PrSTF “Habeas corpus”: concessão de ofício. (...) Recurso extraordinário. AI
559.904-QO RTJ 195/741
PrPn “Habeas corpus” e recurso. (...) Capacidade postulatória. HC 84.716 RTJ
196/617
PrPn “Habeas corpus” preventivo: possibilidade. (...) Comissão Parlamentar de
Inquérito – CPI. HC 80.240 RTJ 197/1021
Ct Hidrelétrica: construção. (...) Município. RE 253.906 RTJ 195/643
Int Homicídio culposo, condução de veículo automotor sem habilitação, omissão
de socorro e obstrução da justiça. (...) Extradição. Ext 909 RTJ 195/373
Int Homicídio, quadrilha ou bando e extorsão mediante seqüestro. (...) Extradi-
ção. Ext 855 RTJ 196/403
Int Homologação. (...) Sentença estrangeira. SEC 5.404 RTJ 195/448
Ct Homologação judicial: necessidade. (...) Nacionalidade. RE 415.957 RTJ
196/679
Ct Honra e imagem: ofensa inocorrente. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito –
CPI. MS 24.832-MC RTJ 198/982
PrCv Hora extra: forma de pagamento. (...) Embargos de declaração. AI 543.822-
AgR-ED RTJ 196/726
PrSTF Hora extra: forma de pagamento. (...) Recurso extraordinário. AI 543.822-
AgR-ED RTJ 196/726
1270 Iba-Imp — ÍNDICE ALFABÉTICO

I
Trbt Ibama. (...) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA. RE 416.601
RTJ 196/686
Pn Idade inferior a setenta anos. (...) Prescrição. AI 394.065-AgR-ED-ED RTJ
195/310
PrCv Identidade de causa de pedir: inocorrência. (...) Litispendência. AOE 16 RTJ
197/3
PrCv Identidade de parte e objeto. (...) Litispendência. RMS 25.153 RTJ 196/581
Adm Identidade dos cargos: inocorrência. (...) Cargo público. ADI 3.051 RTJ
197/871
PrPn Identificação do autor: termo inicial. (...) Ação penal pública condicionada.
HC 85.872 RTJ 196/644
PrPn Idoneidade jurídica da prova: aferição. (...) Habeas corpus. RHC 81.740 RTJ
195/80 – HC 85.410 RTJ 198/694 – HC 85.457 RTJ 195/253
TrPrv Idoso ou deficiente. (...) Assistência social. Rcl 2.303-AgR RTJ 195/419
PrPn Ilegalidade da citação por edital. (...) Habeas corpus. HC 85.297 RTJ 195/580
PrPn Ilegalidade inocorrente. (...) Habeas corpus. RHC 84.404 RTJ 197/1042
PrCv Ilegitimidade. (...) Mandado de segurança. MS 24.999-ED RTJ 195/75
Ct Ilegitimidade ativa. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 1.442
RTJ 195/752 – ADI 3.506-AgR RTJ 195/924
PrCv Ilegitimidade da Mesa do Senado Federal. (...) Mandado de segurança. MS
24.527 RTJ 195/51
PrCv Ilegitimidade passiva. (...) Mandado de segurança. MS 25.045 RTJ 196/577 –
MS 25.192 RTJ 195/478
PrPn Ilegitimidade passiva “ad causam”. (...) Habeas corpus. HC 83.966-AgR RTJ
197/587
Adm Ilicitude da prova: inocorrência. (...) Processo administrativo. RE 415.760
RTJ 196/333
Trbt Iluminação pública, coleta de lixo e limpeza pública. (...) Taxa. AI 500.920-
AgR RTJ 196/1041
Adm Imóvel invadido. (...) Desapropriação. MS 25.006 RTJ 197/522
PrSTF Impedimento. Inocorrência. Ministro do STF. Ação direta de inconstitucio-
nalidade. Atuação como ministro do TSE. Ato impugnado: participação na
elaboração. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrSTF Impedimento. Inocorrência. Ministro do STF. Ação direta de inconstitucio-
nalidade. Informações como presidente do TSE. Ato impugnado: resolução
de tribunal. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
ÍNDICE ALFABÉTICO — Imp-Imp 1271

PrCv Impedimento: inocorrência. (...) Magistrado. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60


Ct Impedimento ou suspeição de mais da metade dos membros de tribunal de
origem. (...) Competência originária. AO 1.300 RTJ 198/871
PrCv Impedimento ou suspeição de mais da metade dos membros de tribunal de
origem: ausência. (...) Competência jurisdicional. AO 1.158 RTJ 196/89
Ct Impedimento ou suspeição de mais da metade dos membros de tribunal de
origem: não-apreciação. (...) Competência jurisdicional. AO 1.153-AgR RTJ
196/82
Ct Impenhorabilidade de bens, rendas e serviços. (...) Empresa pública. RE
220.906 RTJ 198/768
PrPn Impetração sucessiva: inadmissibilidade. (...) Habeas corpus. HC 84.009
RTJ 195/976 – HC 87.580-AgR RTJ 198/1123
Int Importação e exportação de entorpecente: distinção. (...) Extradição. Ext
962 RTJ 196/69
Trbt Importação por pessoa física não empresária. (...) Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI. RE 255.682-AgR RTJ 197/636
Int Impossibilidade. (...) Extradição. Ext 916 RTJ 196/50
Trbt Imposto de Renda – IR. Demonstração financeira. Correção monetária. Fator
de indexação: substituição legal. Direito adquirido e anterioridade tributária:
ofensa inocorrente. Lei n. 8.200/91, art. 3º, I. RE 196.336-AgR RTJ 195/635
Trbt Imposto de Renda – IR. Tabela progressiva: correção monetária. Previsão
legal: ausência. RE 415.322-AgR RTJ 196/677
Trbt Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. Alíquota progressiva. Lei
municipal anterior à EC n. 29/2000: inconstitucionalidade. CF/88, arts. 156,
§ 1º, e 182, §§ 2º e 4º. Súmula 668. AI 500.920-AgR RTJ 196/1041
Trbt Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. (...) Imunidade tributária
recíproca. RE 388.838-AgR RTJ 195/306
Trbt Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. Progressividade. Declaração
de inconstitucionalidade: inocorrência. Leis municipais n. 691/84, art. 67, e
2.080/93, Rio de Janeiro/RJ. Lei n. 9.868/99, art. 27: inaplicabilidade. AI
488.871-AgR RTJ 195/733
Trbt Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. Progressividade. Função
social da propriedade. CF/88, arts. 156, § 1º, e 182, § 4º, II. AI 488.871-AgR
RTJ 195/733
Trbt Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Base de
cálculo: redução. Isenção parcial. RE 174.478 RTJ 198/724
Trbt Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Crédito:
possibilidade. Produto de cesta básica. Base de cálculo: redução por lei
estadual. Princípio da não-cumulatividade: ofensa. AI 389.871-AgR-ED
RTJ 195/682
1272 Imp-Imp — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. (...) Embargos


de declaração. RE 338.681-AgR-ED RTJ 197/642
Trbt Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Incentivo e
benefício fiscal. Programa de Incentivo às Usinas Produtoras de Álcool de
Mato Grosso – Pró-Álcool. Convênio interestadual: ausência. CF/88, art.
155, § 2º, XII, “g”. ADI 2.823-MC RTJ 198/51
Trbt Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Operação
subseqüente: redução da base de cálculo. Operação anterior: estorno propor-
cional do crédito. Princípio da não-cumulatividade. CF/88, art. 155, § 2º, II,
“b”. Convênio ICMS n. 66/88, art. 32, II. Lei estadual n. 6.374/89/SP, art. 41,
IV. RE 174.478 RTJ 198/724
Trbt Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Parcela de
arrecadação: critério de distribuição. Valor adicionado: cálculo. Lei comple-
mentar federal: necessidade. CF/88, arts. 158, IV e parágrafo único, e 161, I.
Resolução n. 2.389/93-Secretário de Fazenda/MG, art. 5º, § 2º: inconstituciona-
lidade. RE 253.906 RTJ 195/643
Trbt Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Vinculação
vedada. Fundo de Desenvolvimento Industrial – FUNDEI. CF/88, art 167, IV.
ADI 2.823-MC RTJ 198/51
PrCv Imposto sobre Operações Financeiras – IOF: cobrança. (...) Ação rescisória.
AR 1.866-AgR RTJ 196/463
Trbt Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. Alíquota: fixação diferenciada
por região. Operação relativa a açúcar e álcool. Finalidade extrafiscal. Princípio
da uniformidade da tributação e da essencialidade: ofensa inocorrente. AI
515.168-AgR-ED RTJ 196/1047
Trbt Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. Não-incidência. Veículo
automotor. Importação por pessoa física não empresária. Bem destinado a
uso próprio. RE 255.682-AgR RTJ 197/636
Trbt Imposto sobre Serviços – ISS. Inexigibilidade. Instituição autorizada a
funcionar pelo Banco Central. Lista de serviços: taxatividade. Lei Comple-
mentar n. 56/87. Lei municipal n. 2.277/94, Rio de Janeiro/RJ: inaplicabili-
dade. RE 361.829 RTJ 198/811
Trbt Imposto sobre Serviços – ISS. Isenção concedida pela União: revogação.
CF/88, art. 151, III. ADCT da Constituição Federal/88, art. 41, §§ 1º, 2º e 3º.
RE 361.829-AgR RTJ 195/299
PrCv Imposto sobre Serviços – ISS: lista de serviços. (...) Embargos de declaração.
RE 361.829-AgR-ED RTJ 196/661
Trbt Imposto Territorial Rural – ITR. Medida provisória reeditada. Alíquota:
alteração. Princípio da anterioridade tributária: ofensa. RE 448.558 RTJ
197/712
ÍNDICE ALFABÉTICO — Imp-Inc 1273

Adm Improbidade administrativa. (...) Servidor público. RMS 24.699 RTJ 195/64
PrCv Improcedência. (...) Ação rescisória. AR 1.866-AgR RTJ 196/463
Adm Improdutividade. (...) Desapropriação. MS 24.764 RTJ 198/594
PrPn Impropriedade. (...) Denúncia. Inq 1.608-ED RTJ 196/98
Pn Imunidade judiciária. Limite. Advogado. Entrevista. Calúnia e difamação
contra magistrado. AO 1.300 RTJ 198/871
Pn Imunidade judiciária. Limite. Advogado. Ofensa irrogada em sede pessoal.
CF/88, art. 133. RE 387.945 RTJ 198/823
Pn Imunidade judiciária. Limite. Advogado. Prerrogativa profissional: defesa.
HC 82.992 RTJ 195/953
Pn Imunidade judiciária. Limite. Advogado. Representação contra magistrado.
CF/88, art. 133. RHC 80.429 RTJ 197/262
Ct Imunidade parlamentar. Deputado estadual. Crime após diplomação. CF/88,
art. 53, § 3º, redação da EC n. 35/01. AC 700-AgR RTJ 196/31
Ct Imunidade parlamentar. Deputado federal. Deputado distrital: extensão.
CF/88, art. 53, § 2º, c/c arts. 27, § 1º, e 32, § 3º. RE 456.679 RTJ 198/1156
Ct Imunidade parlamentar. Licença prévia: extinção. Retomada do curso do
processo. Prescrição inocorrente. Emenda Constitucional n. 35/01. Inq 1.326
RTJ 198/488
PrSTF Imunidade tributária. (...) Embargos de divergência. RE 214.788-ED-EDv-
AgR RTJ 195/1012
Trbt Imunidade tributária: inocorrência. (...) Contribuição social. AC 720-AgR
RTJ 196/375
Trbt Imunidade tributária recíproca. Imposto Predial e Territorial Urbano –
IPTU. Autarquia. Locação de imóvel a terceiro. CF/88, art. 150, VI, “a”, e § 2º.
RE 388.838-AgR RTJ 195/306
PrPn Inadmissibilidade. (...) Suspensão condicional do processo penal – “sursis”
processual. HC 86.248 RTJ 198/1090
Adm Inativo. (...) Servidor público estadual. RE 208.156 RTJ 195/288
Trbt Incentivo e benefício fiscal. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços – ICMS. ADI 2.823-MC RTJ 198/51
Trbt Incidência. (...) Taxa de expediente. ADI 2.551-MC-QO RTJ 198/508
PrPn Inclusão antes do recebimento da denúncia: desnecessidade. (...) Ação penal.
RE 409.730 RTJ 197/672
PrSTF Inclusão ou recusa formal da impetrante: necessidade. (...) Reclamação. Rcl
2.772 RTJ 198/551
1274 Inc-Ind — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Incompatibilidade de horário. (...) Cargo público. RE 252.540-AgR RTJ


196/652
PrPn Incompetência absoluta. (...) Ação penal. HC 84.950 RTJ 196/251
PrSTF Incompetência absoluta. (...) Recurso extraordinário. RE 349.427-AgR RTJ
195/672
PrPn Incompetência de juízo. (...) Denúncia. Inq 2.051-QO RTJ 195/5
PrPn Incompetência do STF. (...) Habeas corpus. HC 85.858-ED RTJ 196/960
PrPn Incomunicabilidade dos jurados: alegação de quebra. (...) Júri. HC 69.179
RTJ 195/482
Ct Inconstitucionalidade implícita. (...) Controle difuso de constitucionalidade.
RE 432.597-AgR RTJ 196/713
PrCv Inconstitucionalidade no tribunal “a quo”. (...) Ação rescisória. AR 1.866-
AgR RTJ 196/463
Ct Inconstitucionalidade por omissão parcial. (...) Salário mínimo. ADI 1.442
RTJ 195/752
Adm Incorporação. (...) Gratificação. MS 25.460 RTJ 197/537
Adm Incorporação de 11,98%. (...) Vencimentos. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrCv Incra. (...) Mandado de segurança. MS 24.999-ED RTJ 195/75
Int Indeferimento. (...) Extradição. Ext 913 RTJ 195/388 – Ext 931 RTJ 197/
376 – Ext 988-QO RTJ 198/31
PrCv Indeferimento. (...) Petição inicial. AI 427.533-AgR RTJ 198/387
Adm Indenização. (...) Responsabilidade civil do Estado. AI 473.381-AgR RTJ
198/837
Ct Indenização por dano moral e patrimonial. (...) Competência jurisdicional.
CC 7.204 RTJ 197/236
Ct Independência dos dispositivos. (...) Controle concentrado de constitucio-
nalidade. ADI 3.462-MC RTJ 195/918
Ct Índice. (...) Salário mínimo. ADI 1.442 RTJ 195/752
Cv Índice de correção monetária. (...) Responsabilidade civil. AI 356.810-AgR
RTJ 196/1009
PrPn Indiciamento: elementos. (...) Inquérito policial. HC 86.149 RTJ 197/325
Int “Indictment” e pronúncia: equivalência. (...) Extradição. Ext 944 RTJ
197/384
Int “Indictment” e recebimento da denúncia: equivalência. (...) Extradição. Ext
939 RTJ 195/393
ÍNDICE ALFABÉTICO — Índ-Ino 1275

Ct Índio. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. HC 80.240 RTJ


197/1021
PrPn Individualização da conduta: ausência. (...) Denúncia. HC 85.549 RTJ
198/698
PrPn Individualização da conduta: suficiência. (...) Denúncia. HC 85.424 RTJ
196/278 – HC 85.726 RTJ 196/945
PrPn Individualização da pena. (...) Sentença criminal. HC 85.226 RTJ 195/573
PrPn Indulto. Concessão. Faculdade do presidente da República. Condição: pos-
sibilidade de imposição. CF/88, art. 84, XII. HC 84.829 RTJ 198/1053
PrPn Indulto coletivo: não-extensão. (...) Execução penal. HC 85.279 RTJ 195/234
PrPn Inépcia. (...) Denúncia. HC 84.161 RTJ 197/604 – HC 84.388 RTJ 198/643 –
HC 84.409 RTJ 195/126 – HC 85.224 RTJ 196/630
PrPn Inépcia inocorrente. (...) Denúncia. HC 70.231 RTJ 197/543 – HC 84.679-
ED RTJ 197/322 – HC 85.424 RTJ 196/278 – HC 85.549 RTJ 198/698 – HC
85.726 RTJ 196/945 – HC 86.159 RTJ 196/975 – HC 86.294 RTJ 197/328
PrPn Inexigibilidade. (...) Capacidade postulatória. HC 84.716 RTJ 196/617
Trbt Inexigibilidade. (...) Imposto sobre Serviços – ISS. RE 361.829 RTJ 198/811
PrPn Inexigibilidade de conduta diversa: análise. (...) Habeas corpus. RHC
85.214 RTJ 196/923
PrCv Inexistência. (...) Agravo regimental. RE 281.134-AgR RTJ 196/999
PrSTF Informações como presidente do TSE. (...) Impedimento. ADI 2.321-MC RTJ
195/812
Adm Infração disciplinar na atividade. (...) Processo administrativo. MS 23.219-
AgR RTJ 195/38
Pn Infração: ínfimo e pequeno valor. (...) Princípio da insignificância. HC
84.424 RTJ 196/235
PrPn Infração penal de menor potencial ofensivo: não-caracterização. (...) Compe-
tência criminal. HC 85.350 RTJ 195/243
PrPn Infração penal de menor potencial ofensivo: não-caracterização. (...) Compe-
tência recursal. HC 85.350 RTJ 195/243
Adm Ingresso e remoção. (...) Concurso público. ADI 3.580-MC RTJ 198/970
Adm Ingresso na carreira. (...) Policial militar. RMS 25.386 RTJ 196/819
PrPn Injúria. (...) Ação penal privada. HC 86.049 RTJ 197/1077
Pn Injúria e difamação contra magistrado: não-configuração. (...) Crime contra
a honra. HC 85.797 RTJ 198/206
Pn Inocorrência. (...) Concurso material. Ext 931 RTJ 197/376
1276 Ino-Ins — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Inocorrência. (...) Extinção da punibilidade. HC 84.922 RTJ 196/880


PrSTF Inocorrência. (...) Impedimento. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrCv Inovação do pedido: inadmissibilidade. (...) Agravo regimental. RE 385.639-
AgR RTJ 195/680
PrCv Inovação temática. (...) Agravo. AI 536.030-AgR RTJ 197/721
PrPn Inquérito. Arquivamento. Crime eleitoral contra a honra. Atipicidade do
fato. Inq 1.884 RTJ 195/796
PrPn Inquérito policial. Arquivamento. Atipicidade do fato. Coisa julgada mate-
rial. HC 83.346 RTJ 195/85
PrPn Inquérito policial. Arquivamento. Extinção da punibilidade. Coisa julgada
material. CPP/41, art. 18: inaplicabilidade. Súmula 524: inaplicabilidade.
HC 84.253 RTJ 196/223
PrPn Inquérito policial. Arquivamento requerido pelo procurador-geral: atendi-
mento facultativo. Atipicidade do fato ou extinção da punibilidade. Coisa
julgada material. Pet 3.297 RTJ 198/579
PrPn Inquérito policial. Desarquivamento. Prova substancialmente nova. CPP/41,
art. 18. Súmula 524. HC 84.253 RTJ 196/223
PrPn Inquérito policial. Indiciamento: elementos. Constrangimento ilegal ino-
corrente. HC 86.149 RTJ 197/325
PrPn Inquérito policial. Parlamentar. Tramitação perante a Justiça Federal. Con-
vocação com caráter de ato de investigação. Remessa ao STF: necessidade.
Rcl 2.349 RTJ 196/760
PrPn Inquérito policial. Trancamento. Atipicidade da conduta. Patrocínio infiel:
não-configuração. RE 467.923 RTJ 198/397
PrPn Inquérito policial. Trancamento. Crime contra a ordem tributária. Processo
administrativo pendente. RHC 83.717 RTJ 196/836
PrPn Inquérito policial. Trancamento. Crime material contra a ordem tributária.
Condição objetiva de punibilidade: inocorrência. Processo administrativo
pendente. Lei n. 8.137/90, art. 1º. HC 86.120 RTJ 196/972
Int Inquérito policial no Brasil. (...) Extradição. Ext 962 RTJ 196/69
PrPn Inquérito policial: prescindibilidade. (...) Ação penal. Inq 1.957 RTJ 196/101
PrPn Inquérito policial: prescindibilidade. (...) Denúncia. HC 84.392 RTJ 198/1040
PrPn Inquirição de testemunha. (...) Instrução criminal. HC 70.231 RTJ 197/543
PrSTF Instalação de linha telefônica: cobrança. (...) Recurso extraordinário. AI
498.757-AgR RTJ 195/738
PrSTF Instância ordinária não esgotada. (...) Recurso extraordinário. RE 422.740-
AgR RTJ 198/1146 – RE 426.183-AgR RTJ 197/698 – AI 483.466-AgR RTJ
198/415
ÍNDICE ALFABÉTICO — Ins-Int 1277

PrPn Instância superior: vinculação. (...) Sentença criminal. HC 83.128 RTJ 195/
503 – HC 85.429 RTJ 195/594 – HC 86.597 RTJ 198/1100
Adm Instauração. (...) Processo administrativo. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Trbt Instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central. (...) Imposto sobre
Serviços – ISS. RE 361.829 RTJ 198/811
Adm Instituição de ensino congênere: matrícula. (...) Ensino superior. ADI 3.324
RTJ 198/64
Ct Instituição financeira privada. (...) Estado-Membro. ADI 3.578-MC RTJ
198/92
PrPn Instrução criminal. Audiência. Inquirição de testemunha. Ministério Público:
ausência. Intimação regular. Nulidade inocorrente. HC 70.231 RTJ 197/543
PrPn Instrução criminal. Audiência. Oitiva de testemunha. Juízo deprecado.
Intimação das partes: ausência. Princípio da ampla defesa: ofensa
inocorrente. HC 85.314 RTJ 195/583
PrPn Instrução criminal. Nulidade inocorrente. Interrogatório. Denúncia: ciência
dos termos. CPP/41, art. 186. HC 84.969 RTJ 195/528
PrPn Instrução criminal. Oitiva de testemunha e vítima. Retirada do réu da sala de
audiência. Termo de Audiência: motivação. Advogado de defesa: acompa-
nhamento. Nulidade inocorrente. CPP/41, art. 271. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Instrução criminal. Termo de audiência. Assinatura do MP: falta. Nulidade
inocorrente. HC 70.231 RTJ 197/543
PrPn Instrução criminal encerrada. (...) Prisão preventiva. HC 87.776 RTJ 198/1125
Int Instrução deficiente. (...) Extradição. Ext 988-QO RTJ 198/31
Adm Integração por decreto-lei. (...) Policial militar. RMS 25.386 RTJ 196/819
PrCv Intempestividade. (...) Agravo regimental. AI 179.337-AgR RTJ 197/356 –
AI 396.789-AgR RTJ 196/1015 – AI 409.545-AgR RTJ 196/1026 – AI
519.283-AgR RTJ 196/722 – AI 532.180-AgR RTJ 196/1056
PrCv Intempestividade. (...) Embargos de declaração. AC 738-QO-ED RTJ
197/373
PrSTF Intempestividade. (...) Recurso extraordinário. AI 504.961-AgR RTJ
195/1071
PrPn Interceptação telefônica. Nulidade inocorrente. Autoridade competente:
TRF. Prazo: renovação. Lei n. 9.296/96, art. 5º. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Interceptação telefônica. Policial federal e magistrado: envolvimento em
crime. Fato em tese estranho às investigações. Desvio de finalidade:
inocorrência. HC 84.388 RTJ 198/643
PrPn Interceptação telefônica. Prorrogação sucessiva: possibilidade. Decisão
fundamentada e razoável. HC 84.388 RTJ 198/643
1278 Int-Int — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Interceptação telefônica: autorização. (...) Competência. HC 84.388 RTJ


198/643
PrPn Interceptação telefônica não demonstrada. (...) Ação penal. HC 84.388 RTJ
198/643
PrPn Interceptação telefônica: pedido. (...) Habeas corpus. HC 83.966-AgR RTJ
197/587
Ct Interesse local. (...) Competência legislativa. AI 347.717-AgR RTJ 197/645 –
RE 432.789 RTJ 196/345
Adm Interesse público excepcional. (...) Servidor público. ADI 3.068 RTJ 196/772
PrPn Internação-sanção. (...) Competência jurisdicional. HC 85.503 RTJ 195/259
PrPn Internacionalidade do delito: dupla valoração. (...) Sentença condenatória.
Rcl 2.636 RTJ 197/209
PrPn Interposição e razões simultâneas: necessidade. (...) Apelação criminal. HC
85.210 RTJ 196/627
PrCv Interposição em tribunal diverso. (...) Agravo regimental. AI 396.789-AgR
RTJ 196/1015 – AI 409.545-AgR RTJ 196/1026
PrCv Interposição fora do prazo. (...) Agravo regimental. AI 179.337-AgR RTJ
197/356
PrCv Interposição por “fax”. (...) Agravo regimental. AI 532.180-AgR RTJ
196/1056
PrSTF Interposição por “fax” no prazo: não-comprovação. (...) Recurso extraordi-
nário. AI 504.961-AgR RTJ 195/1071
PrSTF Interpretação conforme à Constituição: possibilidade. (...) Ação direta de
inconstitucionalidade. ADI 3.324 RTJ 198/64
PrPn Interrogatório. (...) Instrução criminal. HC 84.969 RTJ 195/528
PrPn Interrogatório. Nulidade absoluta. Defesa técnica: ausência. Depoimento
do réu: fundamento da condenação. Extensão a co-réu. CPP/41, art. 175,
redação da Lei n. 10.792/03. RHC 87.172 RTJ 198/716
PrPn Interrogatório. Nulidade inocorrente. Defensor: ausência. Lei n. 10.792/03:
irretroatividade. CPP/41, art. 2º. HC 83.836 RTJ 196/840
Int Interrogatório: dispensa. (...) Extradição. Ext 1.016 RTJ 198/855
Adm Interrupção. (...) Prescrição. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Pn Interrupção: sentença condenatória recorrível. (...) Prescrição. AI 394.065-
AgR-ED-ED RTJ 195/310
PrSTF Intervenção de terceiro. (...) Reclamação. Rcl 2.772 RTJ 198/551
Adm Intervenção estatal na economia. (...) Responsabilidade civil do Estado. RE
422.941 RTJ 197/678
ÍNDICE ALFABÉTICO — Int-Inv 1279

PrCv Intimação. Pluralidade de procuradores. Publicação feita a um dos advoga-


dos: suficiência. CPC/73, art. 236, § 1º. RE 255.967-AgR RTJ 195/657
PrPn Intimação criminal. Contra-razões a recurso em sentido estrito. Advogado
da ação cível: ausência de procuração para a ação penal. Intimação do réu:
inocorrência. Princípio da ampla defesa e do contraditório: ofensa. Súmula
707. HC 84.392 RTJ 198/1040
PrPn Intimação criminal. Defensoria Pública. Juizado Especial. Intimação pessoal:
desnecessidade. Princípio da especialidade. HC 83.801 RTJ 196/609
PrPn Intimação criminal. Procurador do estado de São Paulo: assistência judiciária.
Intimação pessoal. Lei n. 1.060/50, art. 5º, § 5º. HC 84.747 RTJ 195/172
PrPn Intimação das partes: ausência. (...) Instrução criminal. HC 85.314 RTJ
195/583
PrPn Intimação: desnecessidade. (...) Sustentação oral. HC 85.789 RTJ 195/616 –
HC 85.845 RTJ 196/310
PrPn Intimação do réu: inocorrência. (...) Intimação criminal. HC 84.392 RTJ
198/1040
PrPn Intimação para depoimento em Plenário: ausência. (...) Testemunha. RE
427.339 RTJ 196/703
PrPn Intimação pessoal. (...) Intimação criminal. HC 84.747 RTJ 195/172
PrPn Intimação pessoal: ausência. (...) Defensor público. RHC 83.770 RTJ 196/215
PrPn Intimação pessoal: desnecessidade. (...) Intimação criminal. HC 83.801 RTJ
196/609
PrPn Intimação pessoal do Ministério Público: termo inicial. (...) Recurso. HC
83.915 RTJ 195/104
PrCv Intimação por edital: nulidade. (...) Depositário judicial. HC 86.160 RTJ
197/1088
PrPn Intimação regular. (...) Instrução criminal. HC 70.231 RTJ 197/543
PrPn Intimidação de perito e violência contra testemunha. (...) Prisão preventiva.
HC 84.352 RTJ 196/614
Adm Invasão por “sem-terra”. (...) Desapropriação. MS 24.764 RTJ 198/594
Adm Invasão por “sem-terra” posterior à vistoria. (...) Desapropriação. MS 24.484
RTJ 198/145
El Investigação judicial eleitoral. Defesa escrita. Depoimento pessoal:
inexigibilidade. Silêncio eloqüente da lei. Lei Complementar n. 64/90, art.
22. Lei n. 9.504/97, art. 96. HC 85.029 RTJ 195/538
PrPn Investigação pelo Ministério Público: inocorrência. (...) Ação penal. Inq
1.957 RTJ 196/101
1280 Irr-Jui — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Irregularidade eventual sanada. (...) Ação penal. AO 1.300 RTJ 198/871
Adm Irregularidade inocorrente. (...) Procedimento administrativo fiscal. HC
85.088 RTJ 195/978
PrCv Irregularidade não sanada. (...) Mandado de segurança. MS 25.291-AgR
RTJ 196/189
PrPn Irregularidade: não-comprovação. (...) Ação penal. HC 86.052 RTJ 195/991
PrPn Irregularidade sanável. (...) Denúncia. HC 85.424 RTJ 196/278 – HC 85.726
RTJ 196/945
Trbt Isenção concedida pela União: revogação. (...) Imposto sobre Serviços – ISS.
RE 361.829-AgR RTJ 195/299
Trbt Isenção parcial. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços –
ICMS. RE 174.478 RTJ 198/724
Trbt Isenção: revogação pela Lei n. 9.430/96. (...) Contribuição social. RE
451.988-AgR RTJ 198/832

J
Int Jogo de azar. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850
Adm Jornada de quatro horas. (...) Servidor público. MS 25.027 RTJ 196/560
PrPn Jornal: local da impressão. (...) Competência territorial. HC 86.102 RTJ
197/626
PrPn Juiz da Vara da Infância e Juventude. (...) Competência jurisdicional. HC
85.503 RTJ 195/259
PrPn Juiz de direito como juiz-auditor da jurisdição militar. (...) Competência
jurisdicional. RHC 84.944 RTJ 195/523
Adm Juiz de paz. Competência funcional. Defesa do meio ambiente. Vigilância
sobre mata, rio e fonte. CF/88, arts. 98, II; e 225. ADI 2.938 RTJ 197/452
Adm Juiz de paz. Eleição e investidura. Filiação partidária: obrigatoriedade. CF/88,
arts. 14, § 3º; e 98, II. ADI 2.938 RTJ 197/452
Adm Juiz de paz. Legislação estadual: criação da justiça de paz. Código Eleitoral e
norma federal específica: observância compulsória. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Juiz de paz: arrecadar bem, funcionar como perito, nomear escrivão “ad hoc”.
(...) Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Juiz de paz: assistência a empregado em rescisão de contrato de trabalho. (...)
Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Juiz de paz: elegibilidade. (...) Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ
197/452
ÍNDICE ALFABÉTICO — Jui-Jul 1281

Ct Juiz de paz: prisão especial. (...) Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ
197/452
Ct Juiz de paz: processar auto de corpo de delito, lavrar auto de prisão. (...)
Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ 197/452
Adm Juiz federal. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ 195/926
PrPn Juiz federal. (...) Prisão especial. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Juizado Especial. (...) Apelação criminal. HC 85.210 RTJ 196/627
PrPn Juizado Especial. (...) Intimação criminal. HC 83.801 RTJ 196/609
PrPn Juizado Especial. (...) Prova criminal. HC 86.248 RTJ 198/1090
PrPn Juizado Especial. (...) Sentença condenatória. HC 85.043 RTJ 196/895
PrPn Juizado Especial: competência. (...) Processo criminal. HC 86.276 RTJ
197/630
PrPn Juizado Especial: incompetência. (...) Ação penal. HC 86.102 RTJ 197/626 –
HC 86.843 RTJ 198/1110
PrPn Juízo competente ao início da investigação. (...) Competência. HC 84.388
RTJ 198/643
PrPn Juízo condenatório: manutenção. (...) Sentença criminal. HC 85.226 RTJ
195/573
PrSTF Juízo de admissibilidade imediato. (...) Recurso extraordinário. Pet 3.515-QO
RTJ 196/166
PrSTF Juízo de admissibilidade não realizado. (...) Reclamação. Rcl 3.366-AgR
RTJ 196/158
Adm Juízo de conveniência e oportunidade. (...) Autorização. RMS 22.665 RTJ
198/584
Ct Juízo de oportunidade e conveniência. (...) Anistia. ADI 1.231 RTJ 197/413
PrPn Juízo deprecado. (...) Instrução criminal. HC 85.314 RTJ 195/583
PrPn Juízo provisório: não-designação. (...) Habeas corpus. HC 86.360 RTJ
196/984
PrSTF Julgamento. (...) Medida cautelar. ADI 3.578-MC RTJ 198/92
PrPn Julgamento: adiamento. (...) Acórdão criminal. RHC 84.174 RTJ 196/848
Ct Julgamento anterior à EC n. 45/04. (...) Competência. SEC 5.404 RTJ 195/448
PrPn Julgamento anterior à EC n. 45/04. (...) Competência criminal. HC 85.096
RTJ 196/917
PrPn Julgamento: demora excessiva. (...) Apelação criminal. HC 84.539-MC-QO
RTJ 196/852
1282 Jul-Jus — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Julgamento fora do prazo. (...) Processo administrativo. MS 22.127 RTJ


195/36
PrPn Julgamento pelo STJ: demora. (...) Habeas corpus. HC 85.670 RTJ 195/271
PrPn Julgamento “ultra petita”. (...) Sentença condenatória. HC 85.043 RTJ
196/895
PrCv Juntada de peça essencial no STF: inadmissibilidade. (...) Agravo de instru-
mento. AI 525.293-AgR RTJ 196/724
PrPn Juntada extemporânea. (...) Defesa prévia. HC 70.175 RTJ 195/489
PrPn Júri. Desaforamento. Defensor do acusado: não-notificação. Princípio do
contraditório: ofensa. HC 85.052 RTJ 195/191
PrPn Júri. (...) Exceção de suspeição. HC 88.188 RTJ 198/244
PrPn Júri. Nulidade. Ministério Público: divulgação de fato estranho ao processo.
Decisão dos jurados: influência. Defesa: alegação oportuna. RHC 85.166
RTJ 198/190
PrPn Júri. Nulidade inocorrente. Exame de corpo de delito: realização. Laudo
pericial. HC 69.179 RTJ 195/482
PrPn Júri. Nulidade inocorrente. Incomunicabilidade dos jurados: alegação de
quebra. Certidão de oficial de justiça: presunção de veracidade “juris tantum”.
HC 69.179 RTJ 195/482
PrPn Júri. Quesito: formulação adequada. Agravante e atenuante: inversão de
ordem inocorrente. HC 84.560 RTJ 197/1056
PrPn Júri. Quesito: motivo torpe. Erro ou perplexidade: inocorrência. Protesto
oportuno: ausência. HC 84.560 RTJ 197/1056
PrPn Júri. Quesitos em séries distintas. Respostas dos jurados: contradição ino-
corrente. HC 85.144 RTJ 198/682
PrPn Júri: desaforamento. (...) Testemunha. RE 427.339 RTJ 196/703
Ct Jurisprudência: revisão. (...) Tribunal de Contas da União – TCU. MS
25.092 RTJ 198/166
Ct Juros compensatórios: exclusão. (...) Precatório. AI 499.022-ED RTJ
198/1178
Ct Juros moratórios: incidência. (...) Precatório. AI 499.022-ED RTJ 198/1178
Ct Juros moratórios: não-incidência. (...) Precatório. AI 343.804-AgR-ED RTJ
196/1003
PrPn Justa causa. (...) Ação penal. HC 84.738 RTJ 197/618 – RHC 84.986 RTJ
196/254 – HC 85.207 RTJ 195/567 – HC 85.478 RTJ 196/640 – RHC
85.513 RTJ 196/302 – HC 85.726 RTJ 196/945 – HC 86.042 RTJ 198/1087
PrPn Justa causa: ausência. (...) Ação penal. HC 82.992 RTJ 195/953 – HC 84.092
RTJ 196/218 – HC 84.262 RTJ 195/114 – RHC 85.214 RTJ 196/923
ÍNDICE ALFABÉTICO — Jus-Leg 1283

Adm Justa causa: necessidade. (...) Agência reguladora de serviço público. ADI
1.949-MC RTJ 197/70
PrPn Justiça comum. (...) Competência criminal. HC 85.350 RTJ 195/243
Ct Justiça comum. (...) Competência jurisdicional. ADI 3.395-MC RTJ 198/922
Ct Justiça do Trabalho. (...) Competência jurisdicional. CC 7.204 RTJ 197/236
Ct Justiça do Trabalho: incompetência. (...) Competência jurisdicional. ADI
3.395-MC RTJ 198/922
Ct Justiça estadual. (...) Competência jurisdicional. RE 390.664 RTJ 195/1060
PrPn Justiça estadual: primeira sentença condenatória. (...) Competência criminal.
RHC 84.904 RTJ 198/1054
PrPn Justiça Federal. (...) Competência criminal. Inq 1.819-AgR RTJ 198/500 – HC
85.059 RTJ 195/194 – HC 86.289 RTJ 198/1093 – RE 135.243 RTJ 195/626
PrPn Justiça Federal de Alagoas. (...) Competência. HC 84.388 RTJ 198/643
PrPn Justiça Militar da União. (...) Competência criminal. HC 86.430 RTJ 196/988
PrPn Justiças Federal e estadual. (...) Competência criminal. RHC 84.904 RTJ
198/1054

L
Int Latrocínio. (...) Extradição. Ext 972 RTJ 197/812
Adm Latrocínio praticado por presidiário foragido. (...) Responsabilidade civil do
Estado. AI 489.254-AgR RTJ 195/359
Adm Laudo Agronômico de Fiscalização. (...) Desapropriação. MS 24.484 RTJ
198/145
PrPn Laudo pericial. (...) Júri. HC 69.179 RTJ 195/482
Adm Laudo pericial: prazo de validade. (...) Desapropriação. MS 25.016 RTJ
198/163
PrPn Lavagem de dinheiro: suspeita razoável. (...) Prova criminal. HC 84.869 RTJ
195/183
Int “Leasing”: não-devolução do objeto. (...) Extradição. Ext 900-extensão RTJ
196/35
Adm Legislação estadual: criação da justiça de paz. (...) Juiz de paz. ADI 2.938
RTJ 197/452
PrPn Legitimidade. (...) Ministério Público. HC 86.711 RTJ 198/231
Ct Legitimidade ativa. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 2.618-
AgR-AgR RTJ 197/822 – ADI 3.395-MC RTJ 198/922
1284 Leg-Lei — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Legitimidade ativa. (...) Ação penal pública condicionada. HC 85.556 RTJ
195/266
Ct Legitimidade ativa. (...) Argüição de descumprimento de preceito funda-
mental. ADPF 75-AgR RTJ 198/3
PrCv Legitimidade ativa. (...) Mandado de segurança. MS 23.789 RTJ 195/926
PrSTF Legitimidade ativa. (...) Reclamação. Rcl 2.190 RTJ 196/134
PrCv Legitimidade passiva. (...) Mandado de segurança. MS 24.544 RTJ 197/503 –
MS 25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
PrCv Legitimidade passiva da Mesa da Câmara dos Deputados. (...) Mandado de
segurança. MS 24.527 RTJ 195/51
PrCv Legitimidade passiva do TCU. (...) Mandado de segurança. MS 23.780 RTJ
197/994
Ct Lei complementar. Lei materialmente ordinária. Revogação por lei ordinária.
Princípio da hierarquia das leis: ofensa inocorrente. RE 451.988-AgR RTJ
198/832
Ct Lei complementar: ausência. (...) Competência legislativa. ADI 3.323 RTJ
196/797
Adm Lei Complementar estadual n. 4/90/MT, art. 272, § 2º: inconstitucionalidade.
(...) Servidor público estadual. ADI 554 RTJ 198/847
Adm Lei Complementar estadual n. 43/92/SC. (...) Remuneração. RE 192.364
RTJ 198/752
Adm Lei Complementar estadual n. 66/99/MT, art. 9º, parágrafo único: inconsti-
tucionalidade. (...) Agência reguladora de serviço público. ADI 3.244 RTJ
196/793
Ct Lei Complementar estadual n. 106/03/RJ, art. 9º, § 1º, “c”. (...) Ministério
Público estadual. ADI 2.836 RTJ 197/446
Ct Lei Complementar estadual n. 106/03/RJ, art. 165. (...) Ministério Público
estadual. ADI 2.836 RTJ 197/446
Ct Lei Complementar estadual n. 239/02/ES: inconstitucionalidade. (...) Pro-
cesso legislativo. ADI 2.750 RTJ 195/19
Adm Lei Complementar estadual n. 645/89/SP. (...) Servidor público estadual. RE
208.156 RTJ 195/288
Ct Lei Complementar estadual n. 836/97/SP, art. 25, parágrafo único. (...) Pro-
cesso legislativo. ADI 3.114 RTJ 197/488
Adm Lei Complementar estadual n. 836/97/SP, art. 46: inconstitucionalidade. (...)
Professor. ADI 3.114 RTJ 197/488
Ct Lei Complementar estadual n. 851/98/SP, art. 26: inconstitucionalidade. (...)
Competência legislativa. ADI 2.257 RTJ 195/16
ÍNDICE ALFABÉTICO — Lei-Lei 1285

Trbt Lei complementar federal: necessidade. (...) Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços – ICMS. RE 253.906 RTJ 195/643
Trbt Lei complementar: necessidade. (...) Tributo. RE 407.190 RTJ 197/1111
Ct Lei Complementar n. 41/81, art. 15. (...) Bem público. ACO 640 RTJ 198/437
Trbt Lei Complementar n. 56/87. (...) Imposto sobre Serviços – ISS. RE 361.829
RTJ 198/811
El Lei Complementar n. 64/90, art. 22. (...) Investigação judicial eleitoral. HC
85.029 RTJ 195/538
Trbt Lei Complementar n. 70/91. (...) Contribuição social. RE 451.988-AgR RTJ
198/832
Ct Lei Complementar n. 105/01: omissão. (...) Comissão Parlamentar de In-
quérito estadual. ACO 730 RTJ 196/379
Trbt Lei Complementar n. 110/01. (...) Contribuição social. AC 720-AgR RTJ
196/375
TrGr Lei Complementar n. 110/01. (...) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço –
FGTS. RE 418.918 RTJ 195/321
PrSTF Lei de Diretrizes Orçamentárias. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.
ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrPn Lei de Execução Penal – LEP, arts. 112 e 118. (...) Execução penal. HC
85.141 RTJ 198/1060
PrPn Lei de Execução Penal – LEP, art. 118. (...) Execução penal. HC 85.049 RTJ
196/904
PrPn Lei de Execução Penal – LEP, art. 118, I. (...) Remição. HC 86.990 RTJ
198/241
Pn Lei de Execução Penal – LEP, art. 127. (...) Remição. HC 86.093 RTJ 197/
1084 – RE 140.541 RTJ 197/351
Pn Lei de Execução Penal – LEP, arts. 145 e 146. (...) Livramento condicional.
RHC 85.287 RTJ 195/577 – RHC 86.317 RTJ 197/341
Pn Lei de Execução Penal – LEP, art. 147. (...) Pena. HC 84.741 RTJ 196/868 –
HC 84.859 RTJ 195/520 – HC 85.289 RTJ 195/241
PrPn Lei de Imprensa. (...) Ação penal. HC 86.102 RTJ 197/626 – HC 86.843 RTJ
198/1110
Pn Lei de Imprensa. (...) Crime contra a honra. Inq 2.154 RTJ 197/436
PrPn Lei de Imprensa. (...) Queixa. Inq 2.081 RTJ 196/467
PrPn Lei de Imprensa, art. 42. (...) Competência territorial. HC 86.102 RTJ 197/626
Ct Lei de iniciativa parlamentar. (...) Processo legislativo. ADI 2.249 RTJ 196/
480 – ADI 2.405-MC RTJ 197/176 – RE 302.803 RTJ 195/659
1286 Lei-Lei — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Lei distrital n. 2.959/02/DF: inconstitucionalidade. (...) Competência legis-


lativa. ADI 2.796 RTJ 196/491
Ct Lei distrital n. 3.083/02/DF, art. 2º: inconstitucionalidade. (...) Competência
legislativa. ADI 3.069 RTJ 197/485
Ct Lei distrital n. 3.425/05/DF: inconstitucionalidade. (...) Competência legis-
lativa. ADI 3.323 RTJ 196/797
PrCv Lei em tese. (...) Mandado de segurança. MS 25.456-AgR RTJ 198/624 –
MS 25.893-AgR RTJ 198/1038
Trbt Lei específica. (...) Benefício fiscal. ADI 3.462-MC RTJ 195/918
Ct Lei estadual n. 1.317/04/RO: inconstitucionalidade. (...) Competência legis-
lativa. ADI 3.258 RTJ 195/915
Adm Lei estadual n. 3.756/02/RJ. (...) Poder Executivo. ADI 2.751 RTJ 197/226
Ct Lei estadual n. 3.867/02/RJ. (...) Competência legislativa. ADI 2.819 RTJ
197/834
Ct Lei estadual n. 3.867/02/RJ, art. 2º: inconstitucionalidade. (...) Competência
legislativa. ADI 2.819 RTJ 197/834
Trbt Lei estadual n. 6.374/89/SP, art. 41, IV. (...) Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS. RE 174.478 RTJ 198/724
Adm Lei estadual n. 7.304/02/ES: inconstitucionalidade. (...) Concessão. ADI
2.733 RTJ 197/219
Ct Lei estadual n. 7.723/99/RS: inconstitucionalidade. (...) Competência
legislativa. ADI 2.432 RTJ 195/431
Ct Lei estadual n. 7.755/04/ES: inconstitucionalidade. (...) Competência
legislativa. ADI 3.254 RTJ 196/500
Ct Lei estadual n. 7.844/92/SP, art. 1º. (...) Cultura e lazer. ADI 1.950 RTJ 198/
882
Adm Lei estadual n. 8.032/03/MA, art. 13: inconstitucionalidade. (...) Servidor
público estadual. ADI 3.332 RTJ 196/155
Ct Lei estadual n. 8.033/03/MT, art. 2º, § 1º: inconstitucionalidade. (...) Compe-
tência legislativa. ADI 3.151 RTJ 197/889
Adm Lei estadual n. 9.503/94/SC, art. 1º, § 6º: inconstitucionalidade. (...) Gratifi-
cação. RE 433.233 RTJ 196/348
Ct Lei estadual n. 10.331/99/SP: inconstitucionalidade. (...) Competência le-
gislativa. ADI 2.928 RTJ 195/33
Ct Lei estadual n. 10.860/01-SP: inconstitucionalidade. (...) Competência
legislativa concorrente. ADI 3.098 RTJ 197/879
Ct Lei estadual n. 11.366/2000/SC: inconstitucionalidade. (...) Meio ambiente.
ADI 2.514 RTJ 197/442
ÍNDICE ALFABÉTICO — Lei-Lei 1287

Ct Lei estadual n. 12.618/97/MG: inconstitucionalidade. (...) Competência


legislativa. ADI 3.136 RTJ 198/912
Ct Lei estadual n. 13.454/2000/MG. (...) Competência legislativa. ADI 2.938
RTJ 197/452
Ct Lei estadual n. 13.454/2000/MG, art. 15, VIII: inconstitucionalidade. (...)
Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Lei estadual n. 13.454/2000/MG, art. 15, IX: inconstitucionalidade. (...)
Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ 197/452
Ct Lei estadual n. 13.454/2000/MG, art. 22: inconstitucionalidade. (...) Compe-
tência legislativa. ADI 2.938 RTJ 197/452
PrSTF Lei estadual: suspensão da eficácia. (...) Medida cautelar. AC 349 RTJ 196/15
PrSTF Lei impugnada: inversão de sentido. (...) Ação direta de inconstitucionali-
dade. ADI 1.949-MC RTJ 197/70
Ct Lei materialmente ordinária. (...) Lei complementar. RE 451.988-AgR RTJ
198/832
Trbt Lei municipal anterior à EC n. 29/2000: inconstitucionalidade. (...) Imposto
Predial e Territorial Urbano – IPTU. AI 500.920-AgR RTJ 196/1041
Ct Lei municipal em face da Constituição estadual. (...) Competência
jurisdicional. RE 199.293 RTJ 196/320
Adm Lei municipal inconstitucional. (...) Pensão. RE 290.776 RTJ 195/1023
PrSTF Lei municipal: inconstitucionalidade. (...) Recurso extraordinário. AI
500.920-AgR RTJ 196/1041
Trbt Lei municipal n. 2.277/94, Rio de Janeiro/RJ: inaplicabilidade. (...) Imposto
sobre Serviços – ISS. RE 361.829 RTJ 198/811
Adm Lei municipal n. 10.430/88, São Paulo/SP, art. 42. (...) Remuneração. RE
215.612 RTJ 198/761
PrPn Lei n. 1.060/50, art. 5º, § 5º. (...) Intimação criminal. HC 84.747 RTJ 195/172
PrPn Lei n. 1.521/51, art. 4º, “a”. (...) Ação penal. HC 85.478 RTJ 196/640
PrCv Lei n. 1.533/51, art. 18. (...) Mandado de segurança. RMS 24.736 RTJ 196/
814 – RMS 25.040 RTJ 196/568
PrCv Lei n. 1.535/51, art. 5º, I. (...) Mandado de segurança. MS 24.511 RTJ 196/176
Ct Lei n. 5.010/66, art. 15, I. (...) Competência jurisdicional. RE 390.664 RTJ
195/1060
Ct Lei n. 6.015/73, art. 32, § 2º. (...) Nacionalidade. RE 415.957 RTJ 196/679
Pn Lei n. 6.368/76, arts. 14 e 18, I. (...) Pena. HC 85.673 RTJ 195/274
Int Lei n. 6.815/80, art. 80. (...) Extradição. Ext 931 RTJ 197/376
1288 Lei-Lei — ÍNDICE ALFABÉTICO

Int Lei n. 6.815/80, art. 82, § 2º. (...) Prisão preventiva. Ext 946 RTJ 196/751
Int Lei n. 6.815/80, art. 84, parágrafo único. (...) Prisão preventiva. HC 85.381
RTJ 198/202
Int Lei n. 6.815/80, art. 85, § 1º. (...) Extradição. Ext 936 RTJ 196/443 – Ext 972
RTJ 197/812
Int Lei n. 6.815/80, art. 89. (...) Extradição. Ext 855 RTJ 196/403 – Ext 962 RTJ
196/69
Int Lei n. 6.815/80, art. 89 c/c arts. 66 e 67. (...) Extradição. Ext 976 RTJ 198/11
Int Lei n. 6.815/80, art. 89 c/c arts. 67 e 90. (...) Extradição. Ext 936 RTJ 196/
443 – Ext 947 RTJ 196/64
Trbt Lei n. 6.938/81, arts. 17-B, 17-C, 17-D e 17-G, redação da Lei n. 10.165/
2000. (...) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA. RE 416.601
RTJ 196/686
Adm Lei n. 6.999/82. (...) Servidor público. MS 25.194 RTJ 197/524 – MS 25.198
RTJ 198/1009
Pn Lei n. 7.492/86, arts. 1º, parágrafo único, I; e 16. (...) Crime contra o sistema
financeiro. RHC 84.182 RTJ 196/611
PrPn Lei n. 7.492/86, arts. 19 e 20. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395
PrPn Lei n. 8.038/90, art. 6º. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395 – HC 83.595
RTJ 196/828
PrPn Lei n. 8.038/90, art. 12. (...) Sessão de julgamento. RHC 85.510 RTJ 198/1073
PrSTF Lei n. 8.038/90, art. 15. (...) Reclamação. Rcl 2.772 RTJ 198/551
Pn Lei n. 8.069/90, arts. 112, IV, e 122, III. (...) Medida socioeducativa. HC
85.503 RTJ 195/259
PrPn Lei n. 8.069/90, art. 122, I e II. (...) Competência jurisdicional. HC 85.503
RTJ 195/259
PrPn Lei n. 8.072/90, art. 2º, I. (...) Execução penal. HC 85.279 RTJ 195/234
PrPn Lei n. 8.072/90, art. 2º, II: inteligência. (...) Liberdade provisória. HC 86.703
RTJ 198/1107
Pn Lei n. 8.072/90, art. 2º, § 1º. (...) Pena. HC 85.585 RTJ 195/268 – HC 85.906
RTJ 195/621
Pn Lei n. 8.072/90, art. 2º, § 1º. (...) Regime prisional. HC 85.379 RTJ 195/588 –
HC 85.906 RTJ 195/621
Pn Lei n. 8.072/90, art. 2º, § 1º: inconstitucionalidade declarada no HC n. 82.959.
(...) Regime prisional. HC 86.711 RTJ 198/231
Pn Lei n. 8.072/90, art. 8º. (...) Pena. HC 85.673 RTJ 195/274
ÍNDICE ALFABÉTICO — Lei-Lei 1289

Adm Lei n. 8.112/90, art. 19, § 2º. (...) Servidor público. MS 25.027 RTJ 196/560
Adm Lei n. 8.112/90, arts. 45 e 46. (...) Proventos. MS 24.544 RTJ 197/503
Adm Lei n. 8.112/90, art. 142, I e § 3º. (...) Prescrição. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Adm Lei n. 8.112/90, arts. 143 e 149. (...) Processo administrativo. MS 22.127
RTJ 195/36
PrPn Lei n. 8.137/90, art. 1º. (...) Ação penal. HC 84.092 RTJ 196/218 – HC
84.262 RTJ 195/114
PrPn Lei n. 8.137/90, art. 1º. (...) Inquérito policial. HC 86.120 RTJ 196/972
PrPn Lei n. 8.137/90, arts. 1º, I e II; e 3º, III. (...) Ação penal. RHC 85.513 RTJ
196/302
PrPn Lei n. 8.137/90, art. 1º, II e III. (...) Ação penal. HC 85.207 RTJ 195/567
PrSTF Lei n. 8.162/91, art. 7º, I e III. (...) Recurso extraordinário. RE 394.677-AgR
RTJ 198/824
Cv Lei n. 8.177/91, art. 27. (...) Contrato. RE 247.593-AgR RTJ 197/634
Trbt Lei n. 8.200/91, art. 3º, I. (...) Imposto de Renda – IR. RE 196.336-AgR RTJ
195/635
Trbt Lei n. 8.212/91, art. 35, redação da Lei n. 9.528/97: inconstitucionalidade.
(...) Tributo. RE 407.190 RTJ 197/1111
TrGr Lei n. 8.213/91, art. 118. (...) Acidente de trabalho. RE 409.919-AgR RTJ
195/313
TrPrv Lei n. 8.213/91, art. 118. (...) Contrato de trabalho. ADI 639 RTJ 196/731
Adm Lei n. 8.429/92. (...) Servidor público. RMS 24.699 RTJ 195/64
Adm Lei n. 8.429/92, art. 20. (...) Servidor público. RMS 24.699 RTJ 195/64
Ct Lei n. 8.443/92, art. 1º, I. (...) Tribunal de Contas da União – TCU. MS
25.092 RTJ 198/166
Adm Lei n. 8.443/92, art. 28, I. (...) Proventos. MS 24.544 RTJ 197/503
Adm Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 2º. (...) Desapropriação. MS 25.360 RTJ 197/1017
Adm Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 4º. (...) Desapropriação. MS 24.657 RTJ 195/472 –
MS 25.016 RTJ 198/163 – MS 25.304 RTJ 198/1019
Adm Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 6º, redação da MP n. 2.183/01. (...) Desapropriação.
MS 24.484 RTJ 198/145
Adm Lei n. 8.629/93, art. 2º, § 6º, redação da MP n. 2.183-56/01. (...) Desapropria-
ção. MS 24.764 RTJ 198/594
PrPn Lei n. 8.666/93, art. 89. (...) Ação penal. Inq 1.957 RTJ 196/101
Adm Lei n. 8.666/93, arts. 109 e 110. (...) Licitação. RMS 23.546 RTJ 198/140
1290 Lei-Lei — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Lei n. 8.906/94, art. 4º. (...) Defesa criminal. RHC 83.800 RTJ 196/604
Ct Lei n. 8.906/94, arts. 27 e 28. (...) Advocacia. RE 464.963 RTJ 198/1170
Ct Lei n. 8.985/95. (...) Anistia. ADI 1.231 RTJ 197/413
PrPn Lei n. 9.099/95, art. 61. (...) Ação penal. HC 86.102 RTJ 197/626 – HC
86.843 RTJ 198/1110
PrPn Lei n. 9.099/95, art. 77, § 1º. (...) Prova criminal. HC 86.248 RTJ 198/1090
PrPn Lei n. 9.099/95, art. 77, § 3º. (...) Ação penal privada. HC 86.049 RTJ
197/1077
PrPn Lei n. 9.099/95, art. 82, § 1º. (...) Apelação criminal. HC 85.210 RTJ 196/627
PrPn Lei n. 9.099/95, art. 83. (...) Embargos de declaração. HC 87.338 RTJ
198/1120
PrPn Lei n. 9.099/95, art. 89. (...) Suspensão condicional do processo penal –
“sursis” processual. HC 86.248 RTJ 198/1090
PrPn Lei n. 9.099/95, art. 89, § 5º. (...) Suspensão condicional do processo penal –
“sursis” processual. HC 84.660 RTJ 197/608
PrPn Lei n. 9.296/96, art. 5º. (...) Interceptação telefônica. HC 84.301 RTJ
197/1033
Adm Lei n. 9.436/97, art. 1º. (...) Servidor público. MS 25.027 RTJ 196/560
El Lei n. 9.504/97, art. 96. (...) Investigação judicial eleitoral. HC 85.029 RTJ
195/538
Adm Lei n. 9.536/97, art. 1º: interpretação conforme à Constituição. (...) Ensino
superior. ADI 3.324 RTJ 198/64
PrPn Lei n. 9.605/98, art. 46, parágrafo único. (...) Ação penal. RHC 85.214 RTJ
196/923
PrSTF Lei n. 9.718/98. (...) Medida cautelar. AC 754-AgR RTJ 196/739 – AC 959-
MC-QO RTJ 196/458
Adm Lei n. 9.784/99, art. 61. (...) Recurso administrativo. MS 25.304 RTJ 198/1019
PrCv Lei n. 9.800/99, art. 2º. (...) Agravo regimental. AI 532.180-AgR RTJ
196/1056
PrSTF Lei n. 9.868/99, art. 3º. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI
2.321-MC RTJ 195/812
PrSTF Lei n. 9.868/99, art. 7º, § 2º. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI
2.321-MC RTJ 195/812
PrSTF Lei n. 9.868/99, art. 10, § 3º. (...) Medida cautelar. ADI 3.578-MC RTJ 198/92
Trbt Lei n. 9.868/99, art. 27: inaplicabilidade. (...) Imposto Predial e Territorial
Urbano – IPTU. AI 488.871-AgR RTJ 195/733
ÍNDICE ALFABÉTICO — Lei-Lei 1291

Ct Lei n. 9.882/99, art. 2º, I. (...) Argüição de descumprimento de preceito


fundamental. ADPF 75-AgR RTJ 198/3
PrPn Lei n. 9.964/2000, art. 15. (...) Ação penal. RE 409.730 RTJ 197/672
PrPn Lei n. 10.409/02, art. 38. (...) Processo criminal. HC 84.835 RTJ 196/872
PrCv Lei n. 10.559/02. (...) Mandado de segurança. RMS 25.272 RTJ 196/586
Trbt Lei n. 10.640/03, art. 4º, I, “a”, “b”, “c” e “d”: interpretação conforme à
Constituição. (...) Lei orçamentária. ADI 2.925 RTJ 197/842
Pn Lei n. 10.684/03, art. 9º, § 2º. (...) Extinção da punibilidade. HC 85.452 RTJ
195/249
PrPn Lei n. 10.792/03: irretroatividade. (...) Interrogatório. HC 83.836 RTJ
196/840
Adm Lei n. 10.843/04. (...) Servidor público. ADI 3.068 RTJ 196/772
Ct Lei n. 11.036/04. (...) Medida provisória. ADI 3.290 RTJ 196/506
Ct Lei n. 13.330/03, art. 1º, § 1º. (...) Polícia Civil. ADI 3.000 RTJ 198/60
Cv Lei nova: inaplicabilidade. (...) Caderneta de poupança. RE 393.021-AgR
RTJ 197/660
Trbt Lei orçamentária. Crédito suplementar. Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico – CIDE. CF/88, art. 177, § 4º, II, “a”, “b” e “c”. Lei n.
10.640/03, art. 4º, I, “a”, “b”, “c” e “d”: interpretação conforme à Constitui-
ção. ADI 2.925 RTJ 197/842
Ct Lei orçamentária: autonomia e abstração. (...) Controle concentrado de
constitucionalidade. ADI 2.925 RTJ 197/842
Ct Lei ordinária: independência de interpretação. (...) Contraditório e ampla
defesa. RE 427.339 RTJ 196/703
Adm Lei Orgânica do TCU, art. 31. (...) Servidor público. MS 24.519 RTJ 197/999
Int Lei portuguesa. (...) Extradição. Ext 931 RTJ 197/376
PrSTF Lei primitiva idêntica. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI
1.949-MC RTJ 197/70
PrPn Lei regulamentar: ausência. (...) Ministério Público. HC 85.424 RTJ 196/278
Int Lei superveniente: não-alteração de elemento do tipo. (...) Extradição. Ext
925 RTJ 197/18
Ct Leilão de veículo. (...) Competência legislativa. ADI 2.819 RTJ 197/834
Ct Leis distritais n. 1.916/98/DF e 2.153/98/DF: inconstitucionalidade. (...)
Processo legislativo. ADI 2.249 RTJ 196/480
Trbt Leis municipais n. 691/84, art. 67, e 2.080/93, Rio de Janeiro/RJ. (...) Imposto
Predial e Territorial Urbano – IPTU. AI 488.871-AgR RTJ 195/733
1292 Lei-Lis — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Leis municipais n. 10.927/91 e 11.362/93, São Paulo/SP: inconstitucionali-


dade. (...) Competência legislativa. RE 313.060 RTJ 197/367
Adm Leis n. 8.622/93 e 8.627/93. (...) Vencimentos. RE 370.760-AgR RTJ 195/
1059 – RE 442.334-AgR RTJ 195/716
Adm Lesão temporária. (...) Concurso público. RE 351.142 RTJ 195/295
PrSTF Levantamento de depósito: inadmissibilidade. (...) Medida cautelar. AC 754-
AgR RTJ 196/739
Pn Liberdade assistida. (...) Medida socioeducativa. HC 85.503 RTJ 195/259
PrPn Liberdade de locomoção: ofensa inocorrente. (...) Habeas corpus. HC 85.670
RTJ 195/271
PrPn Liberdade provisória. Concessão. Crime hediondo. Prisão preventiva: fun-
damentação insuficiente. Prisão em flagrante: inocorrência. Lei n. 8.072/90,
art. 2º, II: inteligência. HC 86.703 RTJ 198/1107
PrPn Liberdade provisória. Descabimento. Prisão preventiva: legalidade. HC
85.673 RTJ 195/274
Int Liberdade vigiada, prisão domiciliar ou prisão-albergue: impossibilidade.
(...) Prisão preventiva. HC 85.381 RTJ 198/202
Ct Licença prévia: extinção. (...) Imunidade parlamentar. Inq 1.326 RTJ 198/488
Ct Licença-maternidade. Estabilidade provisória. Contrato temporário. Suces-
sivas contratações. CF/88, art. 7º, XVIII. ADCT da Constituição Federal/88,
art. 10, II, “b”. RE 287.905 RTJ 198/1129
Adm Licença-prêmio. Conversão em tempo de serviço. Direito adquirido antes da
EC n. 20/98. RE 394.661-AgR RTJ 196/1013
Adm Licitação. Recurso: prazo. Termo inicial. Lei n. 8.666/93, arts. 109 e 110.
RMS 23.546 RTJ 198/140
PrPn Licitude. (...) Prova criminal. AI 503.617-AgR RTJ 195/363
Ct Limitação. (...) Polícia Civil. ADI 3.000 RTJ 198/60
PrSTF Limitação temática. (...) Recurso extraordinário. RE 432.597-AgR RTJ
196/713
Pn Limite. (...) Imunidade judiciária. AO 1.300 RTJ 198/871 – RHC 80.429
RTJ 197/262 – HC 82.992 RTJ 195/953 – RE 387.945 RTJ 198/823
PrTr Limite temporal. (...) Sentença trabalhista. RE 330.835-AgR RTJ 195/1053
Trbt Lista de serviços: taxatividade. (...) Imposto sobre Serviços – ISS. RE
361.829 RTJ 198/811
Adm Lista quádrupla. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ 195/926
Adm Lista tríplice: composição. (...) Magistrado. MS 25.118 RTJ 195/933
ÍNDICE ALFABÉTICO — Lis-Mag 1293

PrSTF Lista tríplice: recomposição. (...) Reclamação. Rcl 2.772 RTJ 198/551
PrCv Litigância de má-fé. (...) Agravo regimental. AI 268.866-AgR-ED-ED-AgR
RTJ 197/363 – RE 397.551-AgR RTJ 196/1017
PrSTF Litigância de má-fé. (...) Recurso extraordinário. AI 403.312-ED RTJ
196/1023
PrCv Litisconsórcio. Advogado único. Prazo em dobro: inaplicabilidade. CPC/73,
art. 191. AI 530.658-AgR RTJ 196/354
PrCv Litispendência. Ação ordinária e mandado de segurança. Identidade de parte
e objeto. CPC/73, art. 301, §§ 1º, 2º e 3º. RMS 25.153 RTJ 196/581
PrCv Litispendência. Ação originária especial e ação em curso na Justiça Federal.
Identidade de causa de pedir: inocorrência. AOE 16 RTJ 197/3
PrPn Livramento condicional. Condenação intercorrente: conhecimento após
termo final. Revogação após período de prova: impossibilidade. Pena:
extinção. CP/40, arts. 86, I, e 90. CPP/41, art. 732. Lei de Execução Penal –
LEP, arts. 145 e 146. RHC 85.287 RTJ 195/577
Pn Livramento condicional. Crime intercorrente: conhecimento após termo
final. Revogação após período de prova: impossibilidade. Pena: extinção.
CP/40, arts. 86, I; 89 e 90. CPP/41, arts. 732 e 733. Lei de Execução Penal –
LEP, arts. 145 e 146. RHC 86.317 RTJ 197/341
Trbt Locação de imóvel a terceiro. (...) Imunidade tributária recíproca. RE
388.838-AgR RTJ 195/306
Ct Local diverso do “habitat”. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI.
HC 80.240 RTJ 197/1021
PrPn Local do crime: insegurança, isolamento e falta de apoio estatal. (...) Prisão
preventiva. HC 84.680 RTJ 195/155
Adm Loman/79, arts. 80, 82, 84 e 88. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ 195/926
PrCv Loman/79, art. 102. (...) Competência jurisdicional. AO 1.160-AgR RTJ
197/396
Ct Loman/79, art. 112, § 2º. (...) Competência legislativa. ADI 2.938 RTJ 197/452
PrCv Lubrificante e combustível derivado de petróleo. (...) Embargos de declara-
ção. RE 338.681-AgR-ED RTJ 197/642
M
Ct Magistrado. Convocação para depor em CPI. Matéria de atribuição do
Judiciário. Princípio da independência e harmonia dos Poderes: ofensa.
Regimento Interno do Senado Federal, art. 146, II. HC 86.581 RTJ 198/224
PrCv Magistrado. Impedimento: inocorrência. CPC/73, art. 134, I a VI. RMS
24.613-AgR RTJ 195/60
1294 Mag-Man — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Magistrado. Juiz federal. Promoção a TRF. Tempo como juiz substituto:
contagem. CF/88, art. 107, II. CF/88, art. 93, II, “b”: inaplicabilidade. MS
23.789 RTJ 195/926
Adm Magistrado. (...) Processo administrativo. RE 415.760 RTJ 196/333
Adm Magistrado. Promoção por merecimento a TRF. Duas vagas. Lista quádrupla.
Duas listas tríplices: equivalência. Loman/79, arts. 80, 82, 84 e 88. MS
23.789 RTJ 195/926
Adm Magistrado. Promoção por merecimento a TRF. Lista tríplice: composição.
“Quorum”: maioria absoluta. Regimento Interno do TRF da 2ª Região, art. 34.
MS 25.118 RTJ 195/933
PrCv Magistrado. Suspeição. Presunção relativa. Preclusão. CPC/73, art. 138, § 1º.
RMS 24.613-AgR RTJ 195/60
Adm Magistrado. (...) Vencimentos. AO 1.056-AgR RTJ 197/392
PrSTF Magistrado: promoção por merecimento a TRT. (...) Reclamação. Rcl 2.772
RTJ 198/551
Ct Maioridade. (...) Nacionalidade. RE 415.957 RTJ 196/679
Adm Majoração. (...) Subsídio. AO 1.230-AgR RTJ 197/407
PrPn Mandado de busca e apreensão irregular. (...) Denúncia. HC 84.679-ED RTJ
197/322
Ct Mandado de injunção. Perda do objeto. Norma constitucional revogada. MI
646-AgR RTJ 195/749
PrCv Mandado de segurança. Assistência e intervenção de terceiro. Ilegitimidade.
Incra. Desapropriação. MS 24.999-ED RTJ 195/75
PrCv Mandado de segurança. Ato de Turma Recursal de Juizado Especial. Com-
petência do STF: inocorrência. Remessa dos autos ao juízo competente:
impossibilidade. CPC/73, art. 113, § 2º: inaplicabilidade. Regimento Interno
do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 21, § 1º. MS 25.258-AgR RTJ
198/617 – MS 25.279-AgR RTJ 198/1013
PrSTF Mandado de segurança. (...) Competência jurisdicional. AO 1.160-AgR RTJ
197/396 – MS 24.700-AgR RTJ 196/181
Ct Mandado de segurança. (...) Competência originária. MS 24.189-AgR RTJ
196/173 – MS 25.271-AgR RTJ 197/534
PrCv Mandado de segurança. Conversão em reclamação. Fungibilidade: impossi-
bilidade. Recurso extraordinário inadmitido. Agravo de instrumento: negativa
de seguimento. MS 23.605-AgR-ED RTJ 196/170
PrCv Mandado de segurança. Decadência. Prazo: termo inicial. Lei n. 1.533/51,
art. 18. Súmula 632. RMS 25.040 RTJ 196/568
PrCv Mandado de segurança. Decadência: inocorrência. Prazo: termo inicial. MS
24.579 RTJ 196/810
ÍNDICE ALFABÉTICO — Man-Man 1295

PrCv Mandado de segurança. Decadência: inocorrência. Prestação de trato suces-


sivo. Prazo: renovação a cada ato. MS 25.256 RTJ 197/1009
PrCv Mandado de segurança. Decadência: inocorrência. Prestação de trato suces-
sivo. Prazo: renovação a cada ato. Lei n. 1.533/51, art. 18. RMS 24.736 RTJ
196/814
PrCv Mandado de segurança. Decisão concessiva de liminar: referendo do Plená-
rio. MS 24.832-MC RTJ 198/982
PrCv Mandado de segurança. Decisão judicial transitada em julgado. Súmula
268. RMS 22.470-AgR RTJ 198/130
PrCv Mandado de segurança. Descabimento. Lei em tese. Substituição de ação
direta de inconstitucionalidade. MS 25.456-AgR RTJ 198/624
PrCv Mandado de segurança. Descabimento. Título da Dívida Agrária – TDA.
Parcela remanescente: resgate. Súmula 269. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60
PrCv Mandado de segurança. Dilação probatória: inadmissibilidade. Demarcação
administrativa de terra indígena: abrangência. MS 24.566 RTJ 196/807
PrCv Mandado de segurança. Emenda à inicial: ato coator diverso. Irregularidade
não sanada. MS 25.291-AgR RTJ 196/189
PrCv Mandado de segurança. Exaurimento da via administrativa: desnecessidade.
CF/88, art. 5º, XXXV. MS 23.789 RTJ 195/926
PrCv Mandado de segurança. Ilegitimidade passiva. Coordenador-geral de recur-
sos humanos da Abin. Ato administrativo do TCU: execução. MS 25.045
RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
PrCv Mandado de segurança. Legitimidade ativa. Concorrente qualificado não
incluído na lista. Promoção de magistrado por merecimento. MS 23.789 RTJ
195/926
PrCv Mandado de segurança. Legitimidade passiva. Presidente da 1ª Câmara do
TCU. Ato administrativo impositivo. MS 25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192
RTJ 195/478
PrCv Mandado de segurança. Legitimidade passiva. Tribunal de Contas da União –
TCU. Proventos: determinação de desconto. MS 24.544 RTJ 197/503
PrCv Mandado de segurança. Legitimidade passiva da Mesa da Câmara dos
Deputados. Ilegitimidade da Mesa do Senado Federal. Deputado federal
pensionista. Ato concreto. MS 24.527 RTJ 195/51
PrCv Mandado de segurança. Legitimidade passiva do TCU. Ato administrativo
impositivo. MS 23.780 RTJ 197/994
PrCv Mandado de segurança. Lei em tese. Súmula 266. MS 25.893-AgR RTJ
198/1038
PrCv Mandado de segurança. Matéria de fato controvertida. Dilação probatória:
inadmissibilidade. Produtividade do imóvel. MS 24.484 RTJ 198/145
1296 Man-Mat — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Mandado de segurança. Matéria de prova. Anistia. Lei n. 10.559/02. ADCT


da Constituição Federal/88, art. 8º. RMS 25.272 RTJ 196/586
PrCv Mandado de segurança. Matéria de prova. Notificação de vistoria: data de
recebimento. MS 25.351 RTJ 196/816
PrCv Mandado de segurança. Matéria de prova. Produtividade do imóvel. MS
25.006 RTJ 197/522
PrCv Mandado de segurança. Pedido impossível. Parlamentar. Passagem aérea:
especificação de despesa. MS 24.189-AgR RTJ 196/173
PrCv Mandado de segurança. Recurso administrativo com efeito suspensivo.
Carência da ação. Lei n. 1.535/51, art. 5º, I. MS 24.511 RTJ 196/176
PrCv Mandado de segurança. Recurso ordinário. Matéria eleitoral. Prazo recursal.
Código Eleitoral/65, art. 281. RMS 22.470-AgR RTJ 198/130
PrCv Mandado de segurança. (...) Sustentação oral. MS 25.092 RTJ 198/166
PrCv Mandado de segurança: ato judicial. (...) Competência jurisdicional. AO
1.139-AgR RTJ 196/460
PrSTF Mandato. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 1.266 RTJ 196/92
Ct Mandato eletivo. Cassação. Vereador. Votação: quebra de sigilo. Princípio
do devido processo legal: ofensa. RE 413.327 RTJ 195/702
El Mandato eletivo. Elegibilidade. Candidato: ex-genro do prefeito. Divórcio
no curso de mandato de ex-sogro. Separação de fato anterior ao mandato. CF/
88, art. 14, § 7º: interpretação teleológica. RE 446.999 RTJ 195/342
Ct Mandato eletivo. Elegibilidade. Vice-governador. Substituição ou suces-
são: irrelevância. Reeleição: impropriedade. CF/88, art. 14, § 5º. RE 366.488
RTJ 196/665
Ct Mandato parlamentar. Perda: voto aberto. Deputado estadual. CF/88, arts.
27, § 1º; e 55, § 2º. Constituição do Estado do Rio de Janeiro/89, art. 104, §
2º, redação da EC n. 17/01: inconstitucionalidade. ADI 3.208 RTJ 198/561
Ct Mandato parlamentar. Perda: voto aberto. Deputado estadual. CF/88, arts.
27, § 1º; e 55, § 2º. Constituição do Estado do Rio de Janeiro/89, art. 104:
inconstitucionalidade. ADI 2.461 RTJ 195/897
PrPn Manifestação expressa do defensor. (...) Defesa criminal. RHC 85.512 RTJ
196/299
Int Manifestação formal do extraditando. (...) Extradição. Ext 1.016 RTJ 198/855
PrPn Manutenção. (...) Prisão preventiva. HC 84.981 RTJ 195/534 – HC 85.070
RTJ 196/914 – HC 86.751 RTJ 196/993
TrPrv Manutenção por doze meses. (...) Contrato de trabalho. ADI 639 RTJ 196/731
PrSTF Matéria constitucional. (...) Recurso extraordinário. AI 495.880-AgR RTJ
196/1037
ÍNDICE ALFABÉTICO — Mat-Méd 1297

PrSTF Matéria constitucional suscitada em embargos de declaração. (...) Recurso


extraordinário. RE 429.476-AgR RTJ 198/828
Ct Matéria de atribuição do Judiciário. (...) Magistrado. HC 86.581 RTJ 198/224
PrCv Matéria de defesa não examinada. (...) Embargos de declaração. RE 398.407
RTJ 196/331
PrCv Matéria de fato controvertida. (...) Mandado de segurança. MS 24.484 RTJ
198/145
Ct Matéria de iniciativa do Executivo. (...) Processo legislativo. ADI 106 RTJ
196/3 – ADI 2.750 RTJ 195/19 – ADI 3.051 RTJ 197/871
Pn Matéria de ordem pública. (...) Prescrição. HC 86.149 RTJ 197/325
PrPn Matéria de prova. (...) Habeas corpus. RHC 81.740 RTJ 195/80 – HC 82.011
RTJ 196/195
PrCv Matéria de prova. (...) Mandado de segurança. MS 25.006 RTJ 197/522 –
RMS 25.272 RTJ 196/586 – MS 25.351 RTJ 196/816
PrCv Matéria declarada constitucional. (...) Ação rescisória. AR 1.866-AgR RTJ
196/463
PrCv Matéria eleitoral. (...) Mandado de segurança. RMS 22.470-AgR RTJ
198/130
PrSTF Matéria infraconstitucional. (...) Recurso extraordinário. AR 1.754-AgR
RTJ 195/3 – RE 235.042-AgR RTJ 195/1019 – AI 356.810-AgR RTJ 196/
1009 – RE 394.677-AgR RTJ 198/824 – AI 460.868-AgR RTJ 197/716 – AI
498.757-AgR RTJ 195/738 – AI 527.561-AgR RTJ 198/842 – AI 529.942-
AgR RTJ 197/1129
PrPn Matéria nova: inclusão. (...) Habeas corpus. HC 84.409-AgR RTJ 195/149
PrPn Matéria pendente de julgamento no Plenário do STF: Rcl n. 2.391. (...)
Sentença condenatória. HC 82.770-ED RTJ 197/553
PrSTF Matéria pendente de julgamento no Plenário do STF: RE n. 346.084. (...)
Medida cautelar. AC 731-MC RTJ 198/484
PrPn Matéria pendente de julgamento no STF. (...) Sentença criminal. HC 86.328
RTJ 196/647
PrSTF Matéria processual penal. (...) Recurso extraordinário. RE 329.391-AgR
RTJ 195/664
PrPn Materialidade do crime e indícios de autoria. (...) Ação penal. HC 86.042
RTJ 198/1087
PrPn Materialidade do crime e indícios de autoria. (...) Prisão preventiva. HC
84.301 RTJ 197/1033 – HC 86.605 RTJ 198/1103
Adm Média propriedade rural: não-caracterização. (...) Desapropriação. MS
25.304 RTJ 198/1019
1298 Méd-Med — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Médico. (...) Servidor público. MS 25.027 RTJ 196/560


PrSTF Medida cautelar. Ação direta de inconstitucionalidade. Efeito “ex tunc”.
ADI 3.519-MC RTJ 196/557
PrSTF Medida cautelar. Ação direta de inconstitucionalidade. Julgamento. Pedido
de informações: dispensa. Excepcional urgência. Lei n. 9.868/99, art. 10, § 3º.
ADI 3.578-MC RTJ 198/92
PrSTF Medida cautelar. Competência do STF. Recurso extraordinário retido: pro-
cessamento. CPC/73, arts. 542, § 3º, e 800, parágrafo único. Pet 3.515-QO
RTJ 196/166
PrCv Medida cautelar. Concessão. Prejuízo financeiro ao Poder Público: não-
demonstração. AC 663-MC-AgR RTJ 198/5
PrSTF Medida cautelar. Descabimento. Ação direta de inconstitucionalidade por
omissão. ADI 1.442 RTJ 195/752
PrSTF Medida cautelar. Descabimento. Ação direta proposta no Estado-Membro e
no STF. Lei estadual: suspensão da eficácia. AC 349 RTJ 196/15
PrSTF Medida cautelar. Efeito suspensivo a agravo de instrumento: impossibili-
dade. Recurso extraordinário inadmitido. Súmulas 634 e 635. AC 865-AgR
RTJ 198/485
PrSTF Medida cautelar. Efeito suspensivo a recurso extraordinário. Citação: des-
cabimento. CPC/73, art. 796 e seguintes: inaplicabilidade. Pet 1.886-AgR-
QO RTJ 198/39
PrSTF Medida cautelar. Efeito suspensivo a recurso extraordinário. Matéria pen-
dente de julgamento no Plenário do STF: RE n. 346.084. AC 731-MC RTJ
198/484
PrSTF Medida cautelar. Efeito suspensivo a recurso extraordinário. Pressupostos.
Pet 1.886-AgR-QO RTJ 198/39
PrSTF Medida cautelar. Efeito suspensivo a recurso extraordinário admitido. Contri-
buição para PIS/Pasep e Cofins. Lei n. 9.718/98. AC 959-MC-QO RTJ 196/458
PrSTF Medida cautelar. Efeito suspensivo a recurso extraordinário admitido. Le-
vantamento de depósito: inadmissibilidade. Base de cálculo do PIS e da
Cofins: majoração. Lei n. 9.718/98. AC 754-AgR RTJ 196/739
PrSTF Medida cautelar. Efeito suspensivo a recurso extraordinário admitido.
Suspensão de segurança anterior não conhecida. Pet 2.676-QO RTJ 198/893
PrSTF Medida cautelar. Recurso extraordinário: retenção. Antecipação de tutela
em ação civil pública. Processamento imediato. CPC/73, art. 542, § 3º:
inaplicabilidade. AC 929-QO RTJ 196/58
PrSTF Medida cautelar: apreciação. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI
1.266 RTJ 196/92
ÍNDICE ALFABÉTICO — Med-Mem 1299

PrSTF Medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade. (...) Reclama-


ção. Rcl 1.013 RTJ 197/389
PrPn Medida liminar em “habeas corpus”: indeferimento. (...) Habeas corpus. HC
84.009 RTJ 195/976 – HC 87.580-AgR RTJ 198/1123
Ct Medida provisória. Organização administrativa. Presidente do Banco Cen-
tral: equiparação a ministro de Estado. CF/88, art. 62, § 1º, I, “b”: ofensa
inocorrente. Lei n. 11.036/04. ADI 3.290 RTJ 196/506
Ct Medida provisória. Relevância e urgência. Abuso do poder de legislar:
inocorrência. Controle jurisdicional. ADI 3.290 RTJ 196/506
PrSTF Medida provisória: conversão em lei. (...) Ação direta de inconstitucionali-
dade. ADI 3.290 RTJ 196/506
Trbt Medida Provisória n. 560/94. (...) Contribuição previdenciária. RE 453.365
RTJ 198/1152
Adm Medida Provisória n. 2.131/2000: limite temporal. (...) Vencimentos. RE
410.778 RTJ 195/700
Trbt Medida provisória reeditada. (...) Imposto Territorial Rural – ITR. RE
448.558 RTJ 197/712
PrPn Medida socioeducativa. (...) Competência jurisdicional. HC 85.503 RTJ
195/259
Pn Medida socioeducativa. Liberdade assistida. Substituição por outra de
internação: impossibilidade. Descumprimento reiterado: inocorrência. Lei
n. 8.069/90, arts. 112, IV, e 122, III. HC 85.503 RTJ 195/259
Pn Medida socioeducativa. Regime de semiliberdade. Substituição por
internação sem prazo determinado: impossibilidade. Estatuto da Criança e
do Adolescente – ECA, arts. 110, 111 e 122. HC 84.682 RTJ 197/611
Ct Meia-entrada: pagamento. (...) Cultura e lazer. ADI 1.950 RTJ 198/882
Ct Meio ambiente. Área de preservação permanente. Supressão de vegetação:
autorização de órgão ambiental. Regime jurídico de proteção especial. Prin-
cípio da reserva legal. CF/88, art. 225, § 1º, III. ADI 3.540-MC RTJ 198/939
Ct Meio ambiente. Proteção. Animal submetido a crueldade. Briga de galos.
CF/88, art. 225, § 1º, VII: ofensa. Lei estadual n. 11.366/2000/SC:
inconstitucionalidade. ADI 2.514 RTJ 197/442
PrCv Meios para localização do depositário não esgotados. (...) Depositário judi-
cial. HC 86.160 RTJ 197/1088
Ct Membro admitido antes da CF/88. (...) Ministério Público estadual. ADI
2.836 RTJ 197/446
Ct Membro da Procuradoria da Fazenda do Estado: impossibilidade. (...) Tribunal
de Contas estadual. ADI 397 RTJ 198/433
1300 Mem-Min — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Memorial: ausência. (...) Defesa criminal. RHC 85.512 RTJ 196/299
Ct Menor nascido no estrangeiro e residente no Brasil. (...) Nacionalidade. RE
415.957 RTJ 196/679
Int Mérito da acusação. (...) Extradição. Ext 936 RTJ 196/443
PrCv Mérito da causa: rediscussão. (...) Embargos de declaração. RMS 23.841-
AgR-ED RTJ 195/454
Adm Metrô/SP. (...) Sociedade de economia mista. AC 669 RTJ 198/441
Adm Militar. Aeronáutica. Promoção. Critério diferenciado em razão do sexo.
Carreiras distintas. Princípio da isonomia: ofensa inocorrente. RE 316.882-
AgR RTJ 196/1001
Ct Militar. “Cassação”: alcance da expressão. “Vício grave”: formal e material.
Promoção por merecimento: critério subjetivo e objetivo. ADCT da Consti-
tuição Federal/88, art. 9º. AOE 16 RTJ 197/3
PrPn Militar. (...) Citação-edital. HC 85.950 RTJ 198/709
Adm Militar. (...) Vencimentos. RE 398.778-AgR RTJ 195/1066 – RE 442.334-
AgR RTJ 195/716
Adm Militar: extensão a outra hierarquia. (...) Vencimentos. RE 410.778 RTJ
195/700
Adm Militar reformado. (...) Proventos. MS 24.742 RTJ 197/515 – MS 24.958 RTJ
198/154 – MS 25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
PrPn Ministério Público. (...) Ação penal pública condicionada. HC 85.556 RTJ
195/266
PrPn Ministério Público. (...) Apelação criminal. HC 85.609 RTJ 198/1078 – HC
85.702 RTJ 196/935
PrPn Ministério Público. Legitimidade. Ação penal: proposição. Conselho Tutelar:
provocação. Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, art. 136, IV. HC
86.711 RTJ 198/231
PrPn Ministério Público. Princípio do promotor natural. Lei regulamentar: ausên-
cia. HC 85.424 RTJ 196/278
PrPn Ministério Público: ausência. (...) Instrução criminal. HC 70.231 RTJ 197/543
PrPn Ministério Público: competência. (...) Procedimento administrativo. HC
86.711 RTJ 198/231
PrPn Ministério Público: divulgação de fato estranho ao processo. (...) Júri. RHC
85.166 RTJ 198/190
Ct Ministério Público estadual. Membro admitido antes da CF/88. Regime
anterior: opção a qualquer tempo. Cargo ou função de confiança: exercício
na própria instituição. ADCT da Constituição Federal/88, art. 29, § 3º. Lei
Complementar estadual n. 106/03/RJ, art. 165. ADI 2.836 RTJ 197/446
ÍNDICE ALFABÉTICO — Min-Mul 1301

Ct Ministério Público estadual. Procurador-geral de justiça: eleição. Desin-


compatibilização dos candidatos. Lei Complementar estadual n. 106/03/RJ,
art. 9º, § 1º, “c”. ADI 2.836 RTJ 197/446
Ct Ministério Público Federal e estadual. (...) Conflito de atribuições. ACO 756
RTJ 197/797
PrPn Ministério Público: intimação pessoal. (...) Apelação criminal. RHC 81.787
RTJ 198/632
PrPn Ministério Público: intimação pessoal. (...) Embargos de declaração. HC
83.915 RTJ 195/104
PrPn Ministério Público: intimação pessoal. (...) Recurso. HC 83.255 RTJ 195/966
PrPn Ministério Público: juntada de documento. (...) Habeas corpus. RHC 84.404
RTJ 197/1042
PrPn Ministro de Estado. (...) Queixa. Inq 2.081 RTJ 196/467
Adm Ministro de Estado: delegação. (...) Cargo público. RMS 24.128 RTJ 195/42
PrSTF Ministro do STF. (...) Impedimento. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
Adm Ministro do STF. (...) Subsídio. AO 1.230-AgR RTJ 197/407
PrPn Miserabilidade: presunção. (...) Ação penal pública condicionada. HC
85.556 RTJ 195/266
Adm Modificação do imóvel: não-consideração. (...) Desapropriação. MS 25.304
RTJ 198/1019
Int Moeda falsa e quadrilha ou bando. (...) Extradição. Ext 976 RTJ 198/11
Pn Motivação inidônea. (...) Pena-base. HC 83.960 RTJ 196/843
Adm Motivação inválida. (...) Processo administrativo. RMS 24.699 RTJ 195/64
Ct Motocicleta: transporte remunerado de passageiros (“mototáxi”). (...) Com-
petência legislativa. ADI 3.136 RTJ 198/912
PrSTF Mudança substancial: inexistência. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.
ADI 3.290 RTJ 196/506
Ct Mudança substancial: inexistência. (...) Processo legislativo. ADI 3.367 RTJ
197/909 – ADI 3.395-MC RTJ 198/922
PrCv Multa. (...) Agravo regimental. AI 268.866-AgR-ED-ED-AgR RTJ 197/363 –
RE 397.551-AgR RTJ 196/1017
PrCv Multa. (...) Embargos de declaração. AI 284.847-AgR-ED-ED RTJ 196/657
PrCv Multa em agravo regimental: pagamento não comprovado. (...) Embargos de
declaração. AI 546.296-AgR-ED RTJ 196/356
PrSTF Multa imposta pelo presidente do STJ. (...) Recurso extraordinário. AI
403.312-ED RTJ 196/1023
1302 Mul-Não — ÍNDICE ALFABÉTICO

Trbt Multa: parâmetro. (...) Tributo. RE 407.190 RTJ 197/1111


Ct Multa: parcelamento. (...) Competência legislativa. ADI 2.432 RTJ 195/431
Pn Multa substitutiva: impossibilidade. (...) Pena. HC 84.721 RTJ 195/166
Ct Município. (...) Competência legislativa. ADI 687 RTJ 198/452 – ADI 2.349
RTJ 197/172 – AI 347.717-AgR RTJ 197/645 – AI 429.070-AgR RTJ 195/
711 – RE 432.789 RTJ 196/345 – AI 481.886-AgR RTJ 195/356
Ct Município. Hidrelétrica: construção. Área alagada. Participação ou compen-
sação financeira. CF/88, art. 20, § 1º. RE 253.906 RTJ 195/643
Ct Município. Prefeito. Substituição ou sucessão por juiz de direito: impossi-
bilidade. Constituição do Estado do Pará/89, art. 78, § 1º: inconstituciona-
lidade. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Município. Tribunal de Contas. Criação: impossibilidade. ADI 687 RTJ
198/452
Adm Município: ressarcimento ao Estado-Membro. (...) Professor. ADI 3.114 RTJ
197/488
PrPn “Mutatio libelli”. (...) Processo criminal. HC 86.276 RTJ 197/630
PrPn “Mutatio libelli” em segunda instância: impossibilidade. (...) Sentença
condenatória. HC 85.043 RTJ 196/895
PrPn “Mutatio libelli”: não-configuração. (...) Acórdão criminal. RHC 85.623
RTJ 198/703

N
Ct Nacionalidade. Aquisição sob condição resolutiva. Filho de pai ou mãe
brasileiros. Menor nascido no estrangeiro e residente no Brasil. Registro
civil provisório. Lei n. 6.015/73, art. 32, § 2º. RE 415.957 RTJ 196/679
Ct Nacionalidade. Aquisição sob condição suspensiva. Filho de pai ou mãe
brasileiros. Maioridade. Opção: caráter personalíssimo. Homologação judi-
cial: necessidade. RE 415.957 RTJ 196/679
Pn Não-configuração. (...) Emprego irregular de verbas ou rendas públicas. AP
375 RTJ 196/366
Pn Não-configuração. (...) Falsidade ideológica. HC 85.064 RTJ 197/1063
Pn Não-configuração. (...) Peculato. AP 375 RTJ 196/366
PrSTF Não-conhecimento. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 3.367
RTJ 197/909
PrCv Não-conhecimento. (...) Embargos de declaração. AI 546.296-AgR-ED RTJ
196/356
ÍNDICE ALFABÉTICO — Não-Nor 1303

Trbt Não-incidência. (...) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. RE


255.682-AgR RTJ 197/636
Ct Não-inclusão no orçamento. (...) Precatório. Rcl 2.848 RTJ 198/55
Adm Não-usuário do serviço. (...) Responsabilidade civil do Estado. RE 302.622
RTJ 195/1036
PrPn Narração genérica. (...) Denúncia. HC 84.409 RTJ 195/126 – HC 85.224 RTJ
196/630
Adm Naturalização: requerimento anterior à posse. (...) Concurso público. RE
264.848 RTJ 196/325
Adm Natureza. (...) Responsabilidade civil do Estado. AI 473.381-AgR RTJ
198/837
Ct Natureza administrativa. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ. ADI
3.367 RTJ 197/909
Adm Natureza autárquica. (...) Agência reguladora de serviço público. ADI 1.949-
MC RTJ 197/70
Trbt Natureza jurídica. (...) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. RE
418.918 RTJ 195/321
Trbt Natureza jurídica: taxa. (...) Serviço notarial e de registro. ADI 3.151 RTJ
197/889
Adm Natureza precária. (...) Autorização. RMS 22.665 RTJ 198/584
PrCv Natureza: proposição jurídica. (...) Súmula. AI 179.560-AgR RTJ 195/281
PrSTF Negativa de seguimento. (...) Ação popular. Pet 3.422-AgR RTJ 197/499
PrCv Negativa inocorrente. (...) Prestação jurisdicional. RE 329.391-AgR RTJ
195/664 – AI 498.757-AgR RTJ 195/738
Adm Negociação coletiva: incompatibilidade. (...) Servidor público estadual.
ADI 554 RTJ 198/847
Adm Nepotismo. (...) Cargo público. MS 23.780 RTJ 197/994
Adm Nexo de causalidade: ausência. (...) Responsabilidade civil do Estado. AI
489.254-AgR RTJ 195/359
Adm Nomeação. (...) Concurso público. RE 351.489 RTJ 198/1143
Adm Nomeação anterior à CF/88. (...) Servidor público estadual. ADI 3.332 RTJ
196/155
Adm Nomeação dentro das vagas. (...) Concurso público. RE 452.721 RTJ
196/1030
Ct Norma ab-rogatória e revogada: necessidade de impugnação. (...) Controle
concentrado de constitucionalidade. ADI 2.938 RTJ 197/452
1304 Nor-Nul — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Norma constitucional revogada. (...) Mandado de injunção. MI 646-AgR


RTJ 195/749
Adm Norma especial. (...) Servidor público. MS 25.027 RTJ 196/560
Ct Norma geral e suplementar: obediência. (...) Educação. ADI 1.266 RTJ 196/92
Adm Notificação. (...) Desapropriação. MS 24.484 RTJ 198/145
PrCv Notificação de vistoria: data de recebimento. (...) Mandado de segurança.
MS 25.351 RTJ 196/816
Pn Notificação do acusado: ausência de resposta. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ
195/395
PrPn Notificação do acusado: inexigibilidade. (...) Denúncia. HC 83.595 RTJ
196/828
Adm Notificação: período de até seis meses. (...) Desapropriação. MS 25.304 RTJ
198/1019
Adm Notificação prévia. (...) Desapropriação. MS 25.016 RTJ 198/163 – MS
25.351 RTJ 196/816
Adm Notificação prévia: recebimento por empregado com procuração. (...) Desa-
propriação. MS 25.360 RTJ 197/1017
Adm Nova data para o exame. (...) Concurso público. RE 351.142 RTJ 195/295
Int Nova denominação à mesma conduta criminosa. (...) Extradição. Ext 925
RTJ 197/18
PrPn Nova ocorrência: constatação. (...) Procedimento administrativo. HC 86.711
RTJ 198/231
PrPn Nova progressão de regime: reinício do prazo. (...) Execução penal. HC
85.049 RTJ 196/904 – HC 85.141 RTJ 198/1060
PrPn Nulidade. (...) Acórdão criminal. HC 81.319 RTJ 197/267 – HC 84.870 RTJ
197/625
PrPn Nulidade. (...) Denúncia. Inq 2.051-QO RTJ 195/5
PrPn Nulidade. (...) Júri. RHC 85.166 RTJ 198/190
PrPn Nulidade. (...) Processo criminal. HC 84.835 RTJ 196/872
PrPn Nulidade. (...) Pronúncia. RE 329.391-AgR RTJ 195/664
PrPn Nulidade. (...) Recurso em sentido estrito. RHC 85.443 RTJ 196/638
PrPn Nulidade. (...) Sentença condenatória. Rcl 2.636 RTJ 197/209 – RHC
84.295 RTJ 198/640
PrPn Nulidade absoluta. (...) Interrogatório. RHC 87.172 RTJ 198/716
PrPn Nulidade: argüição após a sentença. (...) Denúncia. RHC 84.849 RTJ 195/518
ÍNDICE ALFABÉTICO — Nul-Omi 1305

PrPn Nulidade inocorrente. (...) Acórdão criminal. RHC 84.174 RTJ 196/848 –
RHC 85.623 RTJ 198/703
PrPn Nulidade inocorrente. (...) Citação-edital. HC 85.438 RTJ 196/292
PrPn Nulidade inocorrente. (...) Defesa criminal. HC 70.175 RTJ 195/489
PrPn Nulidade inocorrente. (...) Denúncia. HC 84.301 RTJ 197/1033 – HC 86.248
RTJ 198/1090
PrPn Nulidade inocorrente. (...) Instrução criminal. HC 70.231 RTJ 197/543 – HC
84.969 RTJ 195/528 – HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Nulidade inocorrente. (...) Interceptação telefônica. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Nulidade inocorrente. (...) Interrogatório. HC 83.836 RTJ 196/840
PrPn Nulidade inocorrente. (...) Júri. HC 69.179 RTJ 195/482
PrPn Nulidade inocorrente. (...) Sentença condenatória. HC 85.410 RTJ 198/694 –
HC 85.906 RTJ 195/621
PrPn Nulidade parcial. (...) Sentença criminal. HC 85.226 RTJ 195/573
PrPn Nulidade processual: não-configuração. (...) Prova pericial. HC 85.744 RTJ
195/987

O
Ct Objeto restrito. (...) Ação originária especial. AOE 16 RTJ 197/3
Adm Obra pública. (...) Concessão. ADI 2.733 RTJ 197/219
Ct Obrigação de pequeno valor. (...) Precatório. ADI 3.344-MC RTJ 196/801
Adm Obrigatoriedade de retorno após período de concessão: descumprimento. (...)
Servidor público. MS 24.519 RTJ 197/999
PrSTF Ofensa indireta. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 2.321-MC
RTJ 195/812
PrSTF Ofensa indireta. (...) Recurso extraordinário. RE 329.391-AgR RTJ 195/664 –
AI 356.810-AgR RTJ 196/1009 – RE 398.407 RTJ 196/331 – RE 414.828-
AgR RTJ 197/1118 – RE 436.580-AgR RTJ 195/1069 – RE 437.829-AgR
RTJ 195/714 – AI 498.757-AgR RTJ 195/738 – AI 529.942-AgR RTJ 197/
1129 – AI 543.822-AgR-ED RTJ 196/726
Pn Ofensa irrogada em sede pessoal. (...) Imunidade judiciária. RE 387.945 RTJ
198/823
PrPn Oitiva de testemunha. (...) Instrução criminal. HC 85.314 RTJ 195/583
PrPn Oitiva de testemunha e vítima. (...) Instrução criminal. HC 86.711 RTJ
198/231
PrCv Omissão. (...) Embargos de declaração. RE 361.829-AgR-ED RTJ 196/661 –
AI 543.822-AgR-ED RTJ 196/726
1306 Omi-Par — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Omissão e obscuridade. (...) Embargos de declaração. MS 24.268-ED RTJ


198/979
PrPn Omissão inocorrente. (...) Apelação criminal. HC 84.560 RTJ 197/1056
PrSTF Omissão parcial. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 1.442 RTJ
195/752
Ct Opção: caráter personalíssimo. (...) Nacionalidade. RE 415.957 RTJ 196/679
PrPn “Operação Anaconda”. (...) Denúncia. HC 84.301 RTJ 197/1033
Trbt Operação anterior: estorno proporcional do crédito. (...) Imposto sobre Cir-
culação de Mercadorias e Serviços – ICMS. RE 174.478 RTJ 198/724
PrCv Operação interestadual. (...) Embargos de declaração. RE 338.681-AgR-ED
RTJ 197/642
Trbt Operação relativa a açúcar e álcool. (...) Imposto sobre Produtos Industriali-
zados – IPI. AI 515.168-AgR-ED RTJ 196/1047
Trbt Operação subseqüente: redução da base de cálculo. (...) Imposto sobre Circu-
lação de Mercadorias e Serviços – ICMS. RE 174.478 RTJ 198/724
Ct Ordem cronológica: quebra inocorrente. (...) Precatório. Rcl 2.848 RTJ 198/55
Pn Ordem judicial: descumprimento. (...) Crime de desobediência. HC 86.047
RTJ 198/712
Ct Organização administrativa. (...) Medida provisória. ADI 3.290 RTJ 196/506
PrPn Organização criminosa: indícios de existência. (...) Prisão preventiva. HC
85.298-QO RTJ 196/258
Ct Órgão interno do Judiciário. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ. ADI
3.367 RTJ 197/909
Ct Órgão público: criação, estruturação e atribuição. (...) Processo legislativo.
ADI 2.405-MC RTJ 197/176
PrCv Original apresentado fora do prazo. (...) Agravo regimental. AI 532.180-AgR
RTJ 196/1056
Ct Outro dispositivo impugnado em ação direta diversa: irrelevância. (...) Con-
trole concentrado de constitucionalidade. ADI 3.462-MC RTJ 195/918

P
Ct Pagamento irregular. (...) Precatório. Rcl 2.848 RTJ 198/55
Pn Parâmetro de aplicação. (...) Princípio da insignificância. HC 84.424 RTJ
196/235
PrCv Parâmetro de controle: decisão embargada. (...) Embargos de declaração.
ADI 1.878-ED RTJ 195/793
ÍNDICE ALFABÉTICO — Par-Pen 1307

Adm Parcela autônoma de equivalência: não-incidência. (...) Vencimentos. AO


1.056-AgR RTJ 197/392
Trbt Parcela de arrecadação: critério de distribuição. (...) Imposto sobre Circula-
ção de Mercadorias e Serviços – ICMS. RE 253.906 RTJ 195/643
Ct Parcela em atraso. (...) Precatório. AI 499.022-ED RTJ 198/1178
PrCv Parcela remanescente: resgate. (...) Mandado de segurança. RMS 24.613-
AgR RTJ 195/60
Ct Parcelamento. (...) Precatório. AI 499.022-ED RTJ 198/1178
PrPn Parecer do Ministério Público: acolhimento. (...) Sentença criminal. HC
85.744 RTJ 195/987
PrPn Parlamentar. (...) Inquérito policial. Rcl 2.349 RTJ 196/760
PrCv Parlamentar. (...) Mandado de segurança. MS 24.189-AgR RTJ 196/173
Ct Participação ou compensação financeira. (...) Município. RE 253.906 RTJ
195/643
Ct Partido político. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 2.618-AgR-
AgR RTJ 197/822
PrCv Passagem aérea: especificação de despesa. (...) Mandado de segurança. MS
24.189-AgR RTJ 196/173
PrPn Patrimônio sob a administração militar. (...) Competência criminal. HC
86.430 RTJ 196/988
PrPn Patrocínio infiel: não-configuração. (...) Inquérito policial. RE 467.923 RTJ
198/397
PrSTF Peça obrigatória: extravio. (...) Agravo de instrumento. AI 515.168-AgR-ED
RTJ 196/1047
Pn Peculato. Não-configuração. Verba pública: aplicação em obra diversa. AP
375 RTJ 196/366
Adm Pedágio: isenção e desconto. (...) Concessão. ADI 2.733 RTJ 197/219
PrSTF Pedido de informações: dispensa. (...) Medida cautelar. ADI 3.578-MC RTJ
198/92
Int Pedido: governo alemão. (...) Extradição. Ext 913 RTJ 195/388
PrCv Pedido impossível. (...) Mandado de segurança. MS 24.189-AgR RTJ 196/173
Int Pedido impreciso. (...) Extradição. Ext 931 RTJ 197/376
PrCv Pedido posterior ao julgamento: impossibilidade. (...) Renúncia. RE
123.328-AgR RTJ 196/649
Pn Pena. Crime doloso contra a vida. Continuidade delitiva: aplicabilidade.
Sentença: erro. Correção pelo presidente do Júri. CP/40, art. 71. HC 83.575
RTJ 196/209
1308 Pen-Pen — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Pena. Crime hediondo. Regime fechado: omissão do advérbio integralmente.


Progressão: impossibilidade. Lei n. 8.072/90, art. 2º, § 1º. HC 85.585 RTJ
195/268
Pn Pena. Dosimetria. Circunstância agravante: não-consideração. Tráfico de
entorpecente: intuito comercial. HC 85.176 RTJ 195/553
Pn Pena. Dosimetria. Erro de cálculo. Recurso exclusivo da defesa. Aumento de
ofício: inadmissibilidade. Princípio da vedação da “reformatio in pejus”. HC
83.545 RTJ 198/635
Pn Pena. Execução provisória. Recurso sem efeito suspensivo. Princípio da
não-culpabilidade: ofensa inocorrente. CPP/41, art. 637. HC 85.886 RTJ
196/964
Pn Pena. Fixação acima do máximo legal. Causa especial de aumento. Princípio
da individualização: ofensa inocorrente. Lei n. 6.368/76, arts. 14 e 18, I. Lei
n. 8.072/90, art. 8º. HC 85.673 RTJ 195/274
Pn Pena. Fixação no máximo legal. Circunstância judicial desfavorável. Recep-
tação de arma de uso exclusivo das Forças Armadas. Código Penal Militar –
CPM, art. 254. HC 86.002 RTJ 196/969
Pn Pena. Furto. Bem de pequeno valor. Princípio da insignificância. HC 84.424
RTJ 196/235
Pn Pena. Privativa de liberdade. Substituição por restritiva de direitos. Fato
superveniente. CP/40, art. 44. HC 84.988 RTJ 196/888
Pn Pena. Privativa de liberdade. Substituição por restritiva de direitos. Questão
não apreciada pelo STJ. Supressão de instância. HC 85.744 RTJ 195/987
Pn Pena. Privativa de liberdade. Substituição por restritiva de direitos: impossi-
bilidade. Pressuposto cumulativo: inocorrência. CP/40, art. 44, I, II e III. HC
85.603 RTJ 196/930
Pn Pena. Privativa de liberdade. Substituição por restritiva de direitos: impossi-
bilidade. Tráfico de entorpecente. Lei n. 8.072/90, art. 2º, § 1º. HC 85.906
RTJ 195/621
Pn Pena. Privativa de liberdade e pecuniária: cumulação. Substituída por
restritiva de direitos. Multa substitutiva: impossibilidade. Crime previsto em
lei especial. CP/40, art. 60, § 2º: inaplicabilidade. HC 84.721 RTJ 195/166
Pn Pena. Restritiva de direitos. Execução provisória: vedação. Trânsito em
julgado: termo inicial. Lei de Execução Penal – LEP, art. 147. HC 84.741
RTJ 196/868 – HC 84.859 RTJ 195/520 – HC 85.289 RTJ 195/241
Pn Pena: detenção. (...) Regime prisional. HC 85.043 RTJ 196/895
Pn Pena: dosimetria. (...) Concurso material. HC 86.566 RTJ 198/220
Pn Pena: extinção. (...) Livramento condicional. RHC 85.287 RTJ 195/577 –
RHC 86.317 RTJ 197/341
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pen-Per 1309

Pn Pena imposta na sentença. (...) Extinção da punibilidade. HC 83.960 RTJ


196/843
Pn Pena inferior a oito anos. (...) Regime prisional. HC 83.509 RTJ 196/204 –
HC 85.108 RTJ 195/550 – RHC 86.807 RTJ 197/344
PrPn Pena quase cumprida. (...) Apelação criminal. HC 84.539-MC-QO RTJ
196/852
Pn Pena-base. Fixação abaixo do mínimo legal: impossibilidade. Confissão
espontânea: irrelevância. HC 87.263 RTJ 198/720
Pn Pena-base. Fixação acima do mínimo legal. Circunstância judicial desfavo-
rável. Antecedentes: irrelevância. HC 83.658 RTJ 197/557
Pn Pena-base. Fixação acima do mínimo legal. Culpabilidade: fundamento.
“Habeas corpus”: concessão de ofício. RE 427.339 RTJ 196/703
Pn Pena-base. Fixação acima do mínimo legal. Droga: grande quantidade. HC
85.789 RTJ 195/616
Pn Pena-base. Fixação acima do mínimo legal. Droga: grande quantidade.
Primariedade: irrelevância. HC 85.554 RTJ 195/599
Pn Pena-base. Fixação acima do mínimo legal. Fundamentação insuficiente.
HC 85.033 RTJ 195/547
Pn Pena-base. Fixação acima do mínimo legal. Fundamentação suficiente. HC
85.297 RTJ 195/580
Pn Pena-base. Fixação acima do mínimo legal. Motivação inidônea. Comporta-
mento do réu durante o processo. Princípio “nemo tenetur se detegere”. CF/
88, art. 5º, LXIII. HC 83.960 RTJ 196/843
Pn Pena-base. Fixação no máximo legal. Fundamentação insuficiente. “Habeas
corpus”: concessão de ofício. HC 87.263 RTJ 198/720
PrPn Pena-base: cálculo. (...) Sentença condenatória. RHC 84.295 RTJ 198/640
PrPn Pena-base: fixação. (...) Sentença condenatória. Rcl 2.636 RTJ 197/209
PrPn Pena-base: renovação. (...) Habeas corpus. Rcl 2.636 RTJ 197/209
Adm Penalidade: aplicação. (...) Servidor público. RMS 24.699 RTJ 195/64
Adm Penhora: suspensão. (...) Sociedade de economia mista. AC 669 RTJ 198/441
Adm Pensão. Ex-prefeito. Subsídio mensal e vitalício. Lei municipal inconstitu-
cional. Direito adquirido: inexistência. RE 290.776 RTJ 195/1023
Adm Pensionista. (...) Proventos. RE 370.614-AgR RTJ 195/675
PrPn Pequena quantia em dinheiro: devolução a traficante. (...) Termo Circuns-
tanciado de Ocorrência – TCO. HC 85.910 RTJ 198/707
Adm Perda de função. (...) Servidor público. RMS 24.699 RTJ 195/64
1310 Per-PIS — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Perda de mandato. (...) Competência criminal. Rcl 2.123 RTJ 197/428
Ct Perda do objeto. (...) Mandado de injunção. MI 646-AgR RTJ 195/749
Ct Perda superveniente da representação no Congresso Nacional. (...) Ação
direta de inconstitucionalidade. ADI 2.618-AgR-AgR RTJ 197/822
Ct Perda: voto aberto. (...) Mandato parlamentar. ADI 2.461 RTJ 195/897 –
ADI 3.208 RTJ 198/561
PrPn Periculosidade do réu e aplicação da lei penal. (...) Prisão preventiva. HC
83.040 RTJ 196/200
PrPn Periculosidade do réu e garantia da ordem pública. (...) Prisão preventiva.
HC 84.981 RTJ 195/534
Adm Período anterior à EC n. 20/98. (...) Proventos. MS 24.742 RTJ 197/515 – MS
24.958 RTJ 198/154 – MS 25.045 RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
Adm Período de afastamento: término. (...) Servidor público. MS 25.194 RTJ 197/
524 – MS 25.198 RTJ 198/1009
Ct Período de prova do “sursis”: irrelevância. (...) Direitos políticos. RMS
22.470-AgR RTJ 198/130
PrPn Período de prova findo. (...) Suspensão condicional do processo penal –
“sursis” processual. HC 84.660 RTJ 197/608
Ct Período entre a expedição e o pagamento. (...) Precatório. AI 343.804-AgR-ED
RTJ 196/1003
PrPn Pertinência com a decisão recorrida. (...) Habeas corpus. HC 86.843 RTJ
198/1110
Ct Pertinência temática. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 3.395-
MC RTJ 198/922
Pn Petição de advogado: documento inidôneo. (...) Falsidade ideológica. HC
85.064 RTJ 197/1063
PrSTF Petição inicial. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 3.324 RTJ
198/64
PrCv Petição inicial. Indeferimento. Apelação. Citação para contra-razões: des-
necessidade. Coisa julgada material ou preclusão: inocorrência. CF/88, art.
5º, LIV e LV. CPC/73, art. 296, parágrafo único: interpretação conforme à
Constituição. AI 427.533-AgR RTJ 198/387
PrSTF Petição inicial: inépcia inocorrente. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.
ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrSTF Petição: negativa de seguimento. (...) Competência jurisdicional. Pet 3.476-
AgR RTJ 198/88
Ct PIS/Pasep. Empresa pública e privada. Sociedade de economia mista. Tra-
tamento diferenciado. Princípio da isonomia: ofensa inocorrente. CF/88, art.
173, § 1º. RE 369.252-AgR RTJ 195/1056
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pla-Pol 1311

Cv Plano Bresser: deflação (tablita). (...) Contrato. RE 141.190 RTJ 198/246


PrPn Plenário de Tribunal de Justiça. (...) Sessão de julgamento. RHC 85.510 RTJ
198/1073
PrSTF Plenário do STF. (...) Competência. HC 81.319 RTJ 197/267
PrSTF Plenário do STF. (...) Competência recursal. RHC 85.243-QO RTJ 195/227
PrPn Pluralidade de procuradores. (...) Defesa criminal. HC 84.920 RTJ 196/624
PrCv Pluralidade de procuradores. (...) Intimação. RE 255.967-AgR RTJ 195/657
PrPn Pluralidade de réus e complexidade dos fatos. (...) Denúncia. HC 84.301 RTJ
197/1033
Ct Poder constituinte estadual. (...) Processo legislativo. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Poder constituinte originário. (...) Competência legislativa. ADI 2.639 RTJ
198/536
Adm Poder de polícia. (...) Poder Executivo. ADI 2.751 RTJ 197/226
PrPn Poder econômico do réu: instrumento de prossecução de práticas ilícitas. (...)
Prisão preventiva. HC 85.298-QO RTJ 196/258
Adm Poder Executivo. Autorização. Veículo irregular de transporte coletivo:
apreensão e “desemplacamento”. Poder de polícia. Lei estadual n. 3.756/02/
RJ. ADI 2.751 RTJ 197/226
Ct Poder Executivo. Estado-Membro: restrição de direito. Princípio da reserva
legal. Poder regulamentar: limitação constitucional. AC 1.033-AgR-QO RTJ
198/858
Ct Poder Judiciário: caráter nacional. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
ADI 3.367 RTJ 197/909
Ct Poder Judiciário: dever de proteção. (...) Educação infantil. RE 463.210-
AgR RTJ 197/1124
Ct Poder regulamentar: limitação constitucional. (...) Poder Executivo. AC
1.033-AgR-QO RTJ 198/858
Ct Poderes de investigação. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. MS
24.749 RTJ 196/186
PrSTF Poderes especiais: necessidade. (...) Representação processual. ADI 2.461
RTJ 195/897
PrSTF Poderes específicos: inexigibilidade. (...) Ação direta de inconstitucionali-
dade. ADI 1.266 RTJ 196/92
Ct Polícia Civil. Estádio: acesso gratuito. Limitação. Lei n. 13.330/03, art. 1º, §
1º. ADI 3.000 RTJ 198/60
Trbt Policial civil do Distrito Federal. (...) Contribuição previdenciária. RE
453.365 RTJ 198/1152
1312 Pol-Pra — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Policial federal e magistrado: envolvimento em crime. (...) Interceptação


telefônica. HC 84.388 RTJ 198/643
Adm Policial militar. Estado de Rondônia. Ingresso na carreira. Integração por
decreto-lei. ADCT da Constituição Federal/88, art. 89: inaplicabilidade.
RMS 25.386 RTJ 196/819
Adm Policial militar. Exclusão da corporação. Processo administrativo: necessi-
dade. Princípio do contraditório e da ampla defesa. AI 510.503-AgR RTJ
198/839
Adm Policial militar. (...) Proventos. RE 411.998 RTJ 196/1028
Adm Policial rodoviário federal. (...) Processo administrativo. RMS 24.128 RTJ
195/42
Ct Política urbanística. (...) Processo legislativo. RE 302.803 RTJ 195/659
Pn Porte de arma de fogo. (...) Regime prisional. HC 85.043 RTJ 196/895
Pn Porte de substância tóxica. (...) Tráfico de entorpecente. HC 70.231 RTJ
197/543
Pn Posse tranqüila sobre a “res”: irrelevância. (...) Roubo. HC 85.262 RTJ 195/228
PrPn Prazo. (...) Exceção de suspeição. HC 88.188 RTJ 198/244
Trbt Prazo. (...) Prescrição. ACO 261 RTJ 196/13
TrGr Prazo: aplicação. (...) Recurso administrativo. Rcl 2.873 RTJ 195/440
PrSTF Prazo: cinco dias. (...) Embargos de declaração. HC 83.157-ED RTJ 196/822
Pn Prazo: contagem. (...) Prescrição. RHC 83.446 RTJ 195/509
PrPn Prazo: contagem em horas. (...) Ação penal. RHC 84.986 RTJ 196/254
Ct Prazo de atividade profissional: dez anos. (...) Tribunal Regional Eleitoral –
TRE. RMS 24.232 RTJ 198/143 – RMS 24.334 RTJ 195/456
Adm Prazo de validade não previsto no edital. (...) Concurso público. RE 452.721
RTJ 196/1030
Adm Prazo de validade: término. (...) Concurso público. RE 367.460-AgR RTJ
197/655
Adm Prazo decadencial: inocorrência. (...) Demarcação administrativa. MS
24.566 RTJ 196/807
Cv Prazo: desproporcionalidade. (...) Prisão civil. HC 83.416 RTJ 197/294
PrCv Prazo em dobro: inaplicabilidade. (...) Litisconsórcio. AI 530.658-AgR RTJ
196/354
Ct Prazo para envio ao Legislativo: fixação. (...) Processo legislativo. ADI 106
RTJ 196/3
PrCv Prazo recursal. (...) Mandado de segurança. RMS 22.470-AgR RTJ 198/130
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pra-Pre 1313

PrPn Prazo: renovação. (...) Interceptação telefônica. HC 84.301 RTJ 197/1033


PrCv Prazo: renovação a cada ato. (...) Mandado de segurança. RMS 24.736 RTJ
196/814 – MS 25.256 RTJ 197/1009
PrPn Prazo: termo inicial. (...) Embargos de declaração. HC 87.338 RTJ 198/1120
PrCv Prazo: termo inicial. (...) Mandado de segurança. MS 24.579 RTJ 196/810 –
RMS 25.040 RTJ 196/568
Adm Prazo: termo inicial. (...) Prescrição. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Ct Precatório. Acordo judicial. Pagamento irregular. Não-inclusão no orça-
mento. Ordem cronológica: quebra inocorrente. Rcl 2.848 RTJ 198/55
Ct Precatório. Obrigação de pequeno valor. Regulamentação. Provimento ex-
pedido por TRT. CF/88, art. 100, §§ 3º e 5º. ADI 3.344-MC RTJ 196/801
Ct Precatório. Parcelamento. Parcela em atraso. Juros moratórios: incidência.
Juros compensatórios: exclusão. ADCT da Constituição Federal/88, art. 33.
AI 499.022-ED RTJ 198/1178
Ct Precatório. Período entre a expedição e o pagamento. Juros moratórios: não-
incidência. CF/88, art. 100, § 1º, redação anterior à EC n. 30/2000. AI
343.804-AgR-ED RTJ 196/1003
Ct Precatório. Requisição: termo inicial. Quantia: alteração substancial. Revi-
são de valor. Rcl 2.768 RTJ 198/905
Trbt Precatório: cessão a pessoa jurídica. (...) Crédito tributário. ADI 2.405-MC
RTJ 197/176
Ct Precatório: necessidade. (...) Empresa pública. RE 220.906 RTJ 198/768
PrPn Preclusão. (...) Denúncia. RHC 84.849 RTJ 195/518
PrCv Preclusão. (...) Magistrado. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60
PrSTF Preclusão: hipóteses. (...) Agravo de instrumento. AI 466.032-AgR RTJ
195/720
PrPn Preclusão temporal. (...) Defensor público. RHC 83.770 RTJ 196/215
Adm Preço: fixação. (...) Responsabilidade civil do Estado. RE 422.941 RTJ
197/678
PrPn Prefeito. (...) Competência criminal. ADI 687 RTJ 198/452
PrPn Prefeito. (...) Habeas corpus. HC 82.011 RTJ 196/195
Ct Prefeito. (...) Município. ADI 687 RTJ 198/452
PrPn Prefeito e co-réu. (...) Competência criminal. Rcl 2.123 RTJ 197/428
Ct Prefeito e vice-prefeito: substituição ou sucessão. (...) Competência legisla-
tiva. ADI 687 RTJ 198/452
1314 Pre-Pre — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrSTF Prejudicialidade. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 1.442 RTJ


195/752 – ADI 3.085 RTJ 197/875
PrPn Prejudicialidade. (...) Habeas corpus. HC 84.761 RTJ 195/175
PrPn Prejudicialidade inocorrente. (...) Habeas corpus. HC 86.703 RTJ 198/1107
PrPn Prejuízo à defesa. (...) Ação penal. HC 86.276 RTJ 197/630
PrCv Prejuízo financeiro ao Poder Público: não-demonstração. (...) Medida
cautelar. AC 663-MC-AgR RTJ 198/5
PrPn Prejuízo inocorrente. (...) Citação-edital. HC 85.950 RTJ 198/709
PrPn Prejuízo não demonstrado. (...) Acórdão criminal. RHC 84.174 RTJ 196/848
PrPn Prejuízo não demonstrado. (...) Defesa criminal. HC 86.711 RTJ 198/231
Adm Prejuízo pela seca. (...) Desapropriação. MS 25.016 RTJ 198/163
Trbt Prêmio do seguro DPVAT. (...) Taxa de expediente. ADI 2.551-MC-QO RTJ
198/508
PrCv Premissa incorreta adotada no acórdão embargado. (...) Embargos de decla-
ração. RE 194.662-ED-ED RTJ 195/993
PrSTF Prequestionamento. (...) Recurso extraordinário. RE 415.760 RTJ 196/333
PrSTF Prequestionamento: ausência. (...) Recurso extraordinário. RE 349.427-
AgR RTJ 195/672 – RE 397.002-AgR RTJ 195/1063 – RE 429.476-AgR
RTJ 198/828 – AI 503.617-AgR RTJ 195/363
PrPn Prequestionamento: desnecessidade. (...) Habeas corpus. HC 85.702 RTJ
196/935
PrPn Prequestionamento explícito: inexigibilidade. (...) Habeas corpus. RHC
80.967 RTJ 197/1030
PrSTF Prequestionamento explícito: necessidade. (...) Recurso extraordinário. AI
495.880-AgR RTJ 196/1037
PrPn Prequestionamento: inexigibilidade. (...) Habeas corpus. HC 85.673 RTJ
195/274
PrSTF Prequestionamento: irrelevância. (...) Recurso extraordinário. AI 559.904-
QO RTJ 195/741
PrPn Prerrogativa de foro inexistente. (...) Competência criminal. Inq 1.819-AgR
RTJ 198/500
Ct Prerrogativa de função. (...) Competência originária. Inq 2.051-QO RTJ 195/5
PrPn Prerrogativa de função inexistente. (...) Competência criminal. Inq 1.871-
AgR RTJ 198/35
Pn Prerrogativa profissional: defesa. (...) Imunidade judiciária. HC 82.992 RTJ
195/953
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pre-Pre 1315

Int Prescrição. (...) Extradição. Ext 939 RTJ 195/393


Adm Prescrição. Interrupção. Processo administrativo. Prazo: termo inicial. Lei n.
8.112/90, art. 142, I e § 3º. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Pn Prescrição. Prazo: contagem. Crime instantâneo de efeitos permanentes e
crime permanente: distinção. Falsificação de certidão. RHC 83.446 RTJ
195/509
Pn Prescrição. Questão não apreciada pelo STJ. Matéria de ordem pública.
Exame de ofício pelo STF. Prescrição da pretensão punitiva: inocorrência.
HC 86.149 RTJ 197/325
Ct Prescrição. Reclamação trabalhista. CF/88, art. 7º, XXIX, “a”: irretroatividade.
AI 136.486-AgR RTJ 197/346
Pn Prescrição. Redução do prazo: inocorrência. Idade inferior a setenta anos.
Interrupção: sentença condenatória recorrível. CP/40, arts. 115 e 117, IV. AI
394.065-AgR-ED-ED RTJ 195/310
Trbt Prescrição. Tributo. Prazo. Código Tributário Nacional – CTN, arts. 173 e
174. ACO 261 RTJ 196/13
Int Prescrição da pretensão executória: inocorrência. (...) Extradição. Ext 973
RTJ 196/757
Pn Prescrição da pretensão punitiva. (...) Extinção da punibilidade. HC 73.033
RTJ 197/259
Pn Prescrição da pretensão punitiva: inocorrência. (...) Prescrição. HC 86.149
RTJ 197/325
Int Prescrição inocorrente. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850 –
Ext 855 RTJ 196/403 – Ext 909 RTJ 195/373 – Ext 915 RTJ 196/43 – Ext
917 RTJ 197/803 – Ext 923 RTJ 196/52 – Ext 925 RTJ 197/18 – Ext 931
RTJ 197/376 – Ext 936 RTJ 196/443 – Ext 944 RTJ 197/384 – Ext 946 RTJ
196/751 – Ext 947 RTJ 196/64 – Ext 972 RTJ 197/812 – Ext 976 RTJ 198/
11 – Ext 977 RTJ 198/21
Ct Prescrição inocorrente. (...) Imunidade parlamentar. Inq 1.326 RTJ 198/488
Int Prescrição: interrupção. (...) Extradição. Ext 939 RTJ 195/393
PrPn Prescrição pela pena concretizada: impossibilidade. (...) Ação penal. HC
84.950 RTJ 196/251
Pn Prescrição retroativa da pretensão punitiva. (...) Extinção da punibilidade.
HC 83.960 RTJ 196/843
Pn Prescrição retroativa da pretensão punitiva: inocorrência. (...) Extinção da
punibilidade. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Prescrição: suspensão. (...) Ação penal. HC 84.092 RTJ 196/218 – HC
84.262 RTJ 195/114
1316 Pre-Pre — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Presidente da 1ª Câmara do TCU. (...) Mandado de segurança. MS 25.045


RTJ 196/577 – MS 25.192 RTJ 195/478
PrCv Presidente da República. Atuação processual: parte e não testemunha. De-
poimento pessoal: prerrogativa de função. CPC/73, art. 344 c/c art. 411 e
parágrafo único. HC 85.029 RTJ 195/538
Adm Presidente da República. (...) Competência. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Adm Presidente da República: competência. (...) Cargo público. RMS 24.128 RTJ
195/42
Ct Presidente de CPI. (...) Competência originária. HC 80.240 RTJ 197/1021
Ct Presidente do Banco Central: equiparação a ministro de Estado. (...) Medida
provisória. ADI 3.290 RTJ 196/506
Pn Pressuposto cumulativo: inocorrência. (...) Pena. HC 85.603 RTJ 196/930
PrPn Pressuposto fático equivocado: morte do paciente. (...) Acórdão criminal.
HC 84.870 RTJ 197/625
PrPn Pressupostos. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ 195/395
PrSTF Pressupostos. (...) Medida cautelar. Pet 1.886-AgR-QO RTJ 198/39
Int Pressupostos formais: existência. (...) Extradição. Ext 917 RTJ 197/803 –
Ext 925 RTJ 197/18
PrCv Pressupostos inocorrentes. (...) Embargos de declaração. Ext 936-ED RTJ
196/744 – RMS 23.841-AgR-ED RTJ 195/454 – RHC 82.390-ED RTJ 197/
549 – HC 82.770-ED RTJ 197/553 – HC 83.617-ED RTJ 196/833 – AI
284.847-AgR-ED-ED RTJ 196/657 – AI 414.207-AgR-ED RTJ 198/382
PrSTF Pressupostos inocorrentes. (...) Reclamação. Rcl 2.632-AgR RTJ 196/769
Ct Prestação de contas à Assembléia Legislativa: impossibilidade. (...) Tribunal
de Contas dos Municípios. ADI 687 RTJ 198/452
Adm Prestação de serviço público. (...) Sociedade de economia mista. AC 669 RTJ
198/441
PrCv Prestação de trato sucessivo. (...) Mandado de segurança. RMS 24.736 RTJ
196/814 – MS 25.256 RTJ 197/1009
PrCv Prestação jurisdicional. Decisão desfavorável. Negativa inocorrente. RE
329.391-AgR RTJ 195/664 – AI 498.757-AgR RTJ 195/738
Adm Prestação laboral. (...) Serviço público. RE 400.896-AgR RTJ 196/1021
PrPn Presunção de veracidade “juris tantum”. (...) Ato processual. HC 70.175 RTJ
195/489
PrCv Presunção relativa. (...) Magistrado. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60
PrPn Prevaricação: não-configuração. (...) Termo Circunstanciado de Ocorrência –
TCO. HC 85.910 RTJ 198/707
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pre-Pri 1317

Trbt Previsão legal: ausência. (...) Imposto de Renda – IR. RE 415.322-AgR RTJ
196/677
Pn Primariedade e bons antecedentes. (...) Regime prisional. HC 85.108 RTJ
195/550
PrPn Primariedade e bons antecedentes: irrelevância. (...) Prisão preventiva. HC
84.949 RTJ 196/883 – HC 86.751 RTJ 196/993
Pn Primariedade: irrelevância. (...) Pena-base. HC 85.554 RTJ 195/599
PrPn Princípio da ampla defesa. (...) Sentença condenatória. HC 73.681 RTJ
195/498
PrCv Princípio da ampla defesa e do contraditório. (...) Embargos de declaração.
MS 24.268-ED RTJ 198/979
Adm Princípio da ampla defesa e do contraditório. (...) Processo administrativo.
RE 415.760 RTJ 196/333
PrPn Princípio da ampla defesa e do contraditório: ofensa. (...) Intimação criminal.
HC 84.392 RTJ 198/1040
Ct Princípio da ampla defesa e do contraditório: ofensa inocorrente. (...) Tribunal
de Contas da União – TCU. MS 25.198 RTJ 198/1009 – MS 25.200 RTJ
197/1005
Adm Princípio da ampla defesa: ofensa. (...) Processo administrativo. RMS
24.699 RTJ 195/64
PrPn Princípio da ampla defesa: ofensa inocorrente. (...) Denúncia. HC 84.301 RTJ
197/1033
PrPn Princípio da ampla defesa: ofensa inocorrente. (...) Instrução criminal. HC
85.314 RTJ 195/583
PrPn Princípio da ampla defesa: ofensa inocorrente. (...) Sessão de julgamento.
RHC 85.510 RTJ 198/1073
PrPn Princípio da ampla defesa: ofensa inocorrente. (...) Testemunha. RE 427.339
RTJ 196/703
Trbt Princípio da anterioridade nonagesimal: ofensa. (...) Contribuição previden-
ciária. RE 453.365 RTJ 198/1152
Trbt Princípio da anterioridade tributária: ofensa. (...) Imposto Territorial Rural –
ITR. RE 448.558 RTJ 197/712
Pn Princípio da consunção. (...) Concurso material. Ext 931 RTJ 197/376
Adm Princípio da continuidade da atividade estatal. (...) Servidor público. ADI
3.068 RTJ 196/772
Adm Princípio da continuidade do serviço público. (...) Sociedade de economia
mista. AC 669 RTJ 198/441
1318 Pri-Pri — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Princípio da correlação: ofensa inocorrente. (...) Acórdão criminal. HC


83.658 RTJ 197/557
PrPn Princípio da dignidade da pessoa humana. (...) Prisão preventiva. HC 85.237
RTJ 195/212
PrPn Princípio da dignidade da pessoa humana, do devido processo legal, da
presunção de inocência e da razoável duração do processo. (...) Prisão
preventiva. HC 86.915 RTJ 198/1113
PrPn Princípio da dignidade da pessoa humana e da razoabilidade. (...) Prisão
preventiva. HC 87.776 RTJ 198/1125
PrPn Princípio da dignidade da pessoa humana: ofensa. (...) Denúncia. HC 84.409
RTJ 195/126
PrPn Princípio da especialidade. (...) Intimação criminal. HC 83.801 RTJ 196/609
Int Princípio da especialidade: ofensa inocorrente. (...) Extradição. Ext 787-
extensão RTJ 198/850
Int Princípio da especialidade: renúncia irrelevante. (...) Extradição. Ext 787-
extensão RTJ 198/850
Ct Princípio da hierarquia das leis: ofensa inocorrente. (...) Lei complementar.
RE 451.988-AgR RTJ 198/832
Adm Princípio da impessoalidade: ofensa. (...) Concurso público. RE 351.142
RTJ 195/295
Pn Princípio da independência das instâncias civil, administrativa e penal. (...)
Crime de desobediência. HC 86.047 RTJ 198/712
Ct Princípio da independência e harmonia dos Poderes. (...) Processo legislativo.
ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Adm Princípio da independência e harmonia dos Poderes: ofensa. (...) Concessão.
ADI 2.733 RTJ 197/219
Ct Princípio da independência e harmonia dos Poderes: ofensa. (...) Magistrado.
HC 86.581 RTJ 198/224
Ct Princípio da independência e harmonia dos Poderes: ofensa. (...) Processo
legislativo. RE 302.803 RTJ 195/659
Ct Princípio da independência e harmonia dos Poderes: ofensa inocorrente. (...)
Conselho Nacional de Justiça – CNJ. ADI 3.367 RTJ 197/909
Pn Princípio da individualização: ofensa inocorrente. (...) Pena. HC 85.673 RTJ
195/274
Pn Princípio da insignificância. Parâmetro de aplicação. Infração: ínfimo e
pequeno valor. Furto. HC 84.424 RTJ 196/235
Pn Princípio da insignificância. (...) Pena. HC 84.424 RTJ 196/235
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pri-Pri 1319

PrPn Princípio da insignificância: avaliação objetiva. (...) Ação penal. AI


559.904-QO RTJ 195/741
Adm Princípio da intranscendência: ofensa. (...) Administração pública indireta.
AC 1.033-AgR-QO RTJ 198/858
Adm Princípio da irredutibilidade de vencimentos. (...) Vencimentos. ADI 2.321-
MC RTJ 195/812
Adm Princípio da irredutibilidade de vencimentos: não-aplicabilidade. (...) Ser-
vidor público estadual. RE 446.767-AgR RTJ 198/1148
Adm Princípio da irredutibilidade de vencimentos: ofensa inocorrente. (...) Servidor
público. RE 394.677-AgR RTJ 198/824
Adm Princípio da irretroatividade: ofensa inocorrente. (...) Servidor público esta-
dual. RE 208.156 RTJ 195/288
Adm Princípio da isonomia. (...) Concurso público. ADI 3.580-MC RTJ 198/970
Adm Princípio da isonomia. (...) Ensino superior. ADI 3.324 RTJ 198/64
Adm Princípio da isonomia: ofensa. (...) Concurso público. ADI 3.443 RTJ 196/552
Adm Princípio da isonomia: ofensa inocorrente. (...) Militar. RE 316.882-AgR
RTJ 196/1001
Ct Princípio da isonomia: ofensa inocorrente. (...) PIS/Pasep. RE 369.252-AgR
RTJ 195/1056
PrSTF Princípio da legalidade. (...) Recurso extraordinário. AI 498.757-AgR RTJ
195/738 – AI 529.942-AgR RTJ 197/1129
Adm Princípio da legalidade. (...) Servidor público estadual. ADI 554 RTJ 198/847
PrSTF Princípio da legalidade e do devido processo legal. (...) Recurso extraordi-
nário. RE 329.391-AgR RTJ 195/664
PrCv Princípio da legalidade: ofensa inocorrente. (...) Agravo de instrumento. AI
179.560-AgR RTJ 195/281
Adm Princípio da livre iniciativa. (...) Responsabilidade civil do Estado. RE
422.941 RTJ 197/678
Adm Princípio da moralidade. (...) Cargo público. MS 23.780 RTJ 197/994
Ct Princípio da moralidade. (...) Estado-Membro. ADI 3.578-MC RTJ 198/92
Ct Princípio da moralidade e do devido processo legal: ofensa. (...) Advocacia.
RE 464.963 RTJ 198/1170
Trbt Princípio da não-confiscatoriedade e da proporcionalidade: ofensa. (...) Taxa
de expediente. ADI 2.551-MC-QO RTJ 198/508
Pn Princípio da não-culpabilidade: ofensa inocorrente. (...) Pena. HC 85.886
RTJ 196/964
1320 Pri-Pri — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Princípio da não-culpabilidade: ofensa inocorrente. (...) Prisão. HC 84.500


RTJ 196/247
Trbt Princípio da não-cumulatividade. (...) Imposto sobre Circulação de Merca-
dorias e Serviços – ICMS. RE 174.478 RTJ 198/724
Trbt Princípio da não-cumulatividade: ofensa. (...) Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS. AI 389.871-AgR-ED RTJ 195/682
PrPn Princípio da privacidade: ofensa inocorrente. (...) Prova criminal. HC 84.869
RTJ 195/183
Trbt Princípio da proporcionalidade. (...) Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental – TCFA. RE 416.601 RTJ 196/686
Adm Princípio da razoabilidade. (...) Servidor público. RE 283.620-AgR RTJ
196/654
Ct Princípio da reserva legal. (...) Meio ambiente. ADI 3.540-MC RTJ 198/939
Ct Princípio da reserva legal. (...) Poder Executivo. AC 1.033-AgR-QO RTJ
198/858
Adm Princípio da reserva legal: ofensa inocorrente. (...) Vencimentos. ADI 2.321-
MC RTJ 195/812
Adm Princípio da segurança jurídica. (...) Ato administrativo. RE 442.683 RTJ
197/700
PrPn Princípio da soberania dos veredictos. (...) Apelação criminal. HC 85.609
RTJ 198/1078
Trbt Princípio da uniformidade da tributação e da essencialidade: ofensa
inocorrente. (...) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. AI 515.168-
AgR-ED RTJ 196/1047
Pn Princípio da vedação da “reformatio in pejus”. (...) Pena. HC 83.545 RTJ
198/635
PrPn Princípio da vedação da “reformatio in pejus”. (...) Sentença criminal. HC
83.128 RTJ 195/503 – HC 85.429 RTJ 195/594 – HC 86.597 RTJ 198/1100
Adm Princípio do contraditório e da ampla defesa. (...) Concurso público. RE
351.489 RTJ 198/1143
Adm Princípio do contraditório e da ampla defesa. (...) Policial militar. AI
510.503-AgR RTJ 198/839
PrPn Princípio do contraditório e da ampla defesa: ofensa inocorrente. (...) Defesa
prévia. HC 70.175 RTJ 195/489
Adm Princípio do contraditório e da ampla defesa: ofensa inocorrente. (...) Processo
administrativo. RMS 24.128 RTJ 195/42
PrPn Princípio do contraditório: ofensa. (...) Júri. HC 85.052 RTJ 195/191
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pri-Pri 1321

PrPn Princípio do contraditório: ofensa. (...) Processo criminal. RHC 83.709 RTJ
196/589
PrSTF Princípio do devido processo legal. (...) Recurso extraordinário. RE
398.407 RTJ 196/331
Adm Princípio do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. (...)
Concurso público. RE 452.721 RTJ 196/1030
Adm Princípio do devido processo legal: observância necessária. (...) Administra-
ção pública indireta. AC 1.033-AgR-QO RTJ 198/858
PrPn Princípio do devido processo legal: ofensa. (...) Defesa criminal. RHC
85.512 RTJ 196/299
PrCv Princípio do devido processo legal: ofensa. (...) Embargos de declaração.
RE 398.407 RTJ 196/331
Ct Princípio do devido processo legal: ofensa. (...) Mandato eletivo. RE
413.327 RTJ 195/702
PrCv Princípio do juiz natural. (...) Competência jurisdicional. AO 1.158 RTJ
196/89
PrPn Princípio do juiz natural: ofensa. (...) Denúncia. Inq 2.051-QO RTJ 195/5
Int Princípio do “non bis in idem”. (...) Extradição. Ext 936 RTJ 196/443
PrPn Princípio do promotor natural. (...) Ministério Público. HC 85.424 RTJ
196/278
Ct Princípio federativo: ofensa inocorrente. (...) Conselho Nacional de Justiça –
CNJ. ADI 3.367 RTJ 197/909
PrSTF Princípio “jura novit curia”: inaplicabilidade. (...) Recurso extraordinário.
AI 347.717-AgR RTJ 197/645
Pn Princípio “nemo tenetur se detegere”. (...) Pena-base. HC 83.960 RTJ 196/843
PrPn Prisão. Pronúncia. Revogação. Prisão preventiva: nulidade. HC 83.782 RTJ
196/598
PrPn Prisão. Recurso sem efeito suspensivo. Princípio da não-culpabilidade:
ofensa inocorrente. HC 84.500 RTJ 196/247
PrPn Prisão. Relaxamento. Excesso de prazo. Fase de alegações finais e crime
inafiançável: irrelevância. HC 83.579 RTJ 196/824
PrPn Prisão. Sentença condenatória recorrível. Recurso sem efeito suspensivo.
HC 85.351 RTJ 195/247
PrPn Prisão. (...) Sentença criminal. HC 86.328 RTJ 196/647
PrPn Prisão cautelar: fundamento inocorrente. (...) Sentença criminal. HC 85.429
RTJ 195/594
PrPn Prisão cautelar: manutenção. (...) Apelação criminal. HC 85.569 RTJ 195/603
1322 Pri-Pri — ÍNDICE ALFABÉTICO

Cv Prisão civil. Alienação fiduciária em garantia. Depositário infiel e devedor


fiduciante: equiparação. Convenção Americana sobre Direitos Humanos
(Pacto de São José da Costa Rica). Decreto-Lei n. 911/69, art. 4º. CF/88, art. 5º,
LXVII. HC 81.319 RTJ 197/267
Cv Prisão civil. Depositário judicial infiel. Depósito necessário. Bem penhorado:
não-restituição. CF/88, art. 5º, LXVII. Súmula 619. HC 84.484 RTJ 196/240
Cv Prisão civil. Descabimento. Depositário infiel: não-caracterização. Empre-
gado: impossibilidade da custódia. Alienação parcial do bem. HC 83.416
RTJ 197/294
Cv Prisão civil. Prazo: desproporcionalidade. Finalidade: conotação penal.
Constrangimento ilegal. HC 83.416 RTJ 197/294
PrPn Prisão: descabimento. (...) Sentença criminal. HC 75.753 RTJ 195/942
PrPn Prisão em flagrante: inocorrência. (...) Liberdade provisória. HC 86.703 RTJ
198/1107
PrPn Prisão especial. Juiz federal. Questão não apreciada pelo STJ. Supressão de
instância. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Prisão: manutenção. (...) Acórdão criminal. HC 85.340-AgR RTJ 198/1065
PrPn Prisão: manutenção como efeito da condenação. (...) Habeas corpus. HC
84.761 RTJ 195/175
Int Prisão perpétua. (...) Extradição. Ext 855 RTJ 196/403 – Ext 944 RTJ 197/384
PrPn Prisão preventiva. Excesso de prazo. Responsabilidade da defesa: ausência.
HC 84.907 RTJ 196/875 – HC 85.068 RTJ 196/907
PrPn Prisão preventiva. Excesso de prazo. Responsabilidade da defesa: ausência.
Crime hediondo. Princípio da dignidade da pessoa humana. HC 85.237 RTJ
195/212
PrPn Prisão preventiva. Excesso de prazo. Responsabilidade da defesa: ausência.
Crime hediondo. Princípio da dignidade da pessoa humana, do devido
processo legal, da presunção de inocência e da razoável duração do processo.
HC 86.915 RTJ 198/1113
PrPn Prisão preventiva. Excesso de prazo. Responsabilidade da defesa: ausência.
Instrução criminal encerrada. Demora no julgamento. Princípio da dignidade
da pessoa humana e da razoabilidade. HC 87.776 RTJ 198/1125
PrPn Prisão preventiva. Excesso de prazo: inocorrência. Complexidade da causa
e pluralidade de réus. HC 85.764 RTJ 196/306
Int Prisão preventiva. Extradição. Liberdade vigiada, prisão domiciliar ou pri-
são-albergue: impossibilidade. Lei n. 6.815/80, art. 84, parágrafo único. HC
85.381 RTJ 198/202
Int Prisão preventiva. Extradição: pedido formalizado. Excesso de prazo:
inocorrência. Lei n. 6.815/80, art. 82, § 2º. Ext 946 RTJ 196/751
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pri-Pri 1323

PrPn Prisão preventiva. Fundamentação inidônea. Suprimento por instância su-


perior: impossibilidade. HC 85.238 RTJ 198/687
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação insuficiente. Aditamento por instância
superior: impossibilidade. Gravidade do delito, clamor público e credibili-
dade da justiça. HC 83.782 RTJ 196/598
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação insuficiente. Clamor social e credibilidade
do Judiciário. HC 83.040 RTJ 196/200
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação insuficiente. Garantia da ordem pública.
Fato concreto: ausência. HC 83.148 RTJ 195/960
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Aplicação da lei penal. HC
85.880 RTJ 198/208
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Aplicação da lei penal. Ende-
reço: alteração sucessiva. HC 84.202 RTJ 195/109
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Aplicação da lei penal. Fuga
do acusado. HC 85.335 RTJ 195/980 – HC 85.764 RTJ 196/306
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Conveniência da instrução
criminal. Intimidação de perito e violência contra testemunha. HC 84.352
RTJ 196/614
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Garantia da ordem pública.
HC 82.770-ED RTJ 197/553
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Garantia da ordem pública.
Ameaça a testemunha. Local do crime: insegurança, isolamento e falta de
apoio estatal. CPP/41, art. 312. HC 84.680 RTJ 195/155
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Garantia da ordem pública.
Primariedade e bons antecedentes: irrelevância. HC 84.949 RTJ 196/883
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Garantia da ordem pública.
Reiteração de prática criminosa. HC 84.761 RTJ 195/175
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Garantia da ordem pública e
conveniência da instrução criminal. HC 86.915 RTJ 198/1113
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Materialidade do crime e
indícios de autoria. Fato concreto. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Materialidade do crime e
indícios de autoria. Garantia da ordem pública, aplicação da lei penal e
conveniência da instrução criminal. HC 86.605 RTJ 198/1103
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Periculosidade do réu e apli-
cação da lei penal. HC 83.040 RTJ 196/200
PrPn Prisão preventiva. Fundamentação suficiente. Poder econômico do réu:
instrumento de prossecução de práticas ilícitas. Organização criminosa:
indícios de existência. Credibilidade das instituições públicas. HC 85.298-QO
RTJ 196/258
1324 Pri-Pro — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Prisão preventiva. Manutenção. Fundamentação suficiente. Conveniência


da instrução criminal. Revelia em processo do Júri. Primariedade e bons
antecedentes: irrelevância. HC 86.751 RTJ 196/993
PrPn Prisão preventiva. Manutenção. Periculosidade do réu e garantia da ordem
pública. HC 84.981 RTJ 195/534
PrPn Prisão preventiva. Manutenção. Pronúncia. Questão não apreciada pelo STJ.
Supressão de instância. HC 85.070 RTJ 196/914
PrPn Prisão preventiva. Relaxamento. Fundamentação inidônea. Excesso de prazo:
indício de discriminação em relação aos co-réus. HC 85.238 RTJ 198/687
PrPn Prisão preventiva: fundamentação insuficiente. (...) Liberdade provisória.
HC 86.703 RTJ 198/1107
PrPn Prisão preventiva: legalidade. (...) Liberdade provisória. HC 85.673 RTJ
195/274
PrPn Prisão preventiva: nulidade. (...) Prisão. HC 83.782 RTJ 196/598
Pn Prisão provisória em processo diverso: irrelevância. (...) Regime prisional.
HC 85.043 RTJ 196/895
Pn Privativa de liberdade. (...) Pena. HC 84.988 RTJ 196/888 – HC 85.603 RTJ
196/930 – HC 85.744 RTJ 195/987 – HC 85.906 RTJ 195/621
Pn Privativa de liberdade e pecuniária: cumulação. (...) Pena. HC 84.721 RTJ
195/166
PrPn Procedência da acusação: desnecessidade. (...) Denúncia. Inq 1.608 RTJ
195/395
PrPn Procedimento administrativo. Nova ocorrência: constatação. Ministério
Público: competência. Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, art. 201,
VII e VIII. HC 86.711 RTJ 198/231
Adm Procedimento administrativo fiscal. Crime contra a ordem tributária. Que-
bra de sigilo bancário. Irregularidade inocorrente. HC 85.088 RTJ 195/978
PrPn Procedimento administrativo fiscal exaurido. (...) Ação penal. RHC 85.513
RTJ 196/302
PrPn Procedimento administrativo fiscal exaurido: publicação pendente. (...)
Ação penal. HC 85.207 RTJ 195/567
PrPn Procedimento especial. (...) Ação penal. HC 86.102 RTJ 197/626 – HC
86.843 RTJ 198/1110
PrSTF Processamento imediato. (...) Medida cautelar. AC 929-QO RTJ 196/58
PrSTF Processo. Retirada dos autos de cartório. Formalização do pedido: necessi-
dade. Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 86. Inq
1.884 RTJ 195/796
PrCv Processo. Saneamento: momento. Rcl 2.370-AgR RTJ 196/484
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pro-Pro 1325

Adm Processo administrativo. Autoridade competente. Comissão: mesma hie-


rarquia. Lei n. 8.112/90, arts. 143 e 149. MS 22.127 RTJ 195/36
Adm Processo administrativo. Instauração. Infração disciplinar na atividade. Ser-
vidor público inativo: irrelevância. Cassação de aposentadoria. MS 23.219-
AgR RTJ 195/38
Adm Processo administrativo. Julgamento fora do prazo. Decadência: inocorrên-
cia. MS 22.127 RTJ 195/36
Adm Processo administrativo. Magistrado. Disponibilidade. Ilicitude da prova:
inocorrência. Princípio da ampla defesa e do contraditório. RE 415.760 RTJ
196/333
Adm Processo administrativo. Policial rodoviário federal. Demissão. Princípio do
contraditório e da ampla defesa: ofensa inocorrente. RMS 24.128 RTJ 195/42
Adm Processo administrativo. (...) Prescrição. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Adm Processo administrativo. Publicação: boletim informativo interno. Regula-
ridade. MS 22.127 RTJ 195/36
Adm Processo administrativo. Servidor público. Demissão: ilegalidade. Motiva-
ção inválida. Princípio da ampla defesa: ofensa. RMS 24.699 RTJ 195/64
Adm Processo administrativo: ausência. (...) Defensor público. RE 452.721 RTJ
196/1030
Adm Processo administrativo: ausência. (...) Servidor público. RE 378.041 RTJ
195/677
Adm Processo administrativo: necessidade. (...) Concurso público. RE 351.489
RTJ 198/1143
Adm Processo administrativo: necessidade. (...) Policial militar. AI 510.503-AgR
RTJ 198/839
PrPn Processo administrativo pendente. (...) Ação penal. HC 84.092 RTJ 196/218 –
HC 84.262 RTJ 195/114
PrPn Processo administrativo pendente. (...) Inquérito policial. RHC 83.717 RTJ
196/836 – HC 86.120 RTJ 196/972
PrPn Processo criminal. “Mutatio libelli”. Fase de alegações finais. Juizado Espe-
cial: competência. HC 86.276 RTJ 197/630
PrPn Processo criminal. Nulidade. Tráfico de entorpecente. Defesa preliminar:
inocorrência. Demonstração do prejuízo: prova impossível. Lei n. 10.409/02,
art. 38. HC 84.835 RTJ 196/872
PrPn Processo criminal. Sentença condenatória. Apelação exclusiva da defesa:
absolvição. Recurso especial do Ministério Público. Constrangimento ilegal
inocorrente. HC 85.526 RTJ 198/1076
1326 Pro-Pro — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Processo criminal. Subprocurador-geral da República. Denúncia: ausência.


Deslocamento da competência para o STJ: descabimento. HC 84.301 RTJ
197/1033
PrPn Processo criminal. Suspensão. Réu revel. Produção antecipada de prova:
urgência não demonstrada. Princípio do contraditório: ofensa. CPP/41, arts.
92, 93, 225 e 366. RHC 83.709 RTJ 196/589
PrPn Processo criminal desmembrado. (...) Habeas corpus. HC 85.260-extensão
RTJ 196/927
Int Processo criminal no Brasil. (...) Extradição. Ext 944 RTJ 197/384 – Ext 947
RTJ 196/64 – Ext 976 RTJ 198/11
PrPn Processo e julgamento. (...) Competência criminal. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Processo legislativo. Lei de iniciativa parlamentar. Órgão público: criação,
estruturação e atribuição. Princípio da independência e harmonia dos Poderes.
CF/88, art. 61, § 1º, II, “e”. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Ct Processo legislativo. Lei de iniciativa parlamentar. Política urbanística. Au-
mento de despesa sem contrapartida orçamentária. Princípio da independência
e harmonia dos Poderes: ofensa. RE 302.803 RTJ 195/659
Ct Processo legislativo. Lei de iniciativa parlamentar. Servidor público. Grati-
ficação de apoio fazendário. Leis distritais n. 1.916/98/DF e 2.153/98/DF:
inconstitucionalidade. ADI 2.249 RTJ 196/480
Ct Processo legislativo. Matéria de iniciativa do Executivo. Cargo público:
extinção. CF/88, art. 61, § 1º, II, “a” e “c”: ofensa. ADI 3.051 RTJ 197/871
Ct Processo legislativo. Matéria de iniciativa do Executivo. Sociedade de
economia mista: criação. CF/88, art. 61, § 1º, II, “e”. Lei Complementar
estadual n. 239/02/ES: inconstitucionalidade. ADI 2.750 RTJ 195/19
Ct Processo legislativo. Poder constituinte estadual. Matéria de iniciativa do
Executivo. Servidor público: regime jurídico. ADCT da Constituição do
Estado de Rondônia/89, art. 34: inconstitucionalidade. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Processo legislativo. Projeto de lei de iniciativa do Executivo. Emenda
parlamentar sem aumento de despesa. Lei Complementar estadual n. 836/97/
SP, art. 25, parágrafo único. ADI 3.114 RTJ 197/488
Ct Processo legislativo. Projeto de lei de iniciativa do Judiciário. Prazo para
envio ao Legislativo: fixação. Constituição do Estado de Rondônia/89, art.
77, parágrafo único: inconstitucionalidade. ADI 106 RTJ 196/3
Ct Processo legislativo. Proposta de emenda constitucional. Câmara dos Depu-
tados: aprovação. Senado Federal: acréscimo de expressão. Promulgação da
redação da Câmara. Mudança substancial: inexistência. CF/88, art. 60, § 2º:
ofensa inocorrente. ADI 3.395-MC RTJ 198/922
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pro-Pro 1327

Ct Processo legislativo. Proposta de emenda constitucional. Câmara dos Depu-


tados: aprovação. Senado Federal: supressão de expressão. Retorno à Casa
iniciadora: desnecessidade. Mudança substancial: inexistência. CF/88, art. 60,
§ 2º: ofensa inocorrente. ADI 3.367 RTJ 197/909
PrCv Procuração outorgada ao advogado subscritor. (...) Agravo de instrumento.
AI 549.756-AgR RTJ 196/358
PrPn Procuração: requisitos. (...) Queixa. HC 85.863 RTJ 196/315
Adm Procurador de Estado. (...) Remuneração. RE 174.742 RTJ 198/735
PrPn Procurador do estado de São Paulo: assistência judiciária. (...) Intimação
criminal. HC 84.747 RTJ 195/172
PrPn Procurador-geral da República. (...) Habeas corpus. HC 83.966-AgR RTJ
197/587
Ct Procurador-geral de justiça: eleição. (...) Ministério Público estadual. ADI
2.836 RTJ 197/446
PrPn Produção antecipada de prova: urgência não demonstrada. (...) Processo
criminal. RHC 83.709 RTJ 196/589
PrPn Produção anterior à ação penal: possibilidade. (...) Prova criminal. HC
85.064 RTJ 197/1063
Adm Produtividade do imóvel. (...) Desapropriação. MS 24.442 RTJ 195/47 – MS
25.016 RTJ 198/163
PrCv Produtividade do imóvel. (...) Mandado de segurança. MS 24.484 RTJ 198/
145 – MS 25.006 RTJ 197/522
Adm Produtividade: manutenção do critério. (...) Desapropriação. MS 24.657
RTJ 195/472
Trbt Produto de cesta básica. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços – ICMS. AI 389.871-AgR-ED RTJ 195/682
Adm Professor. (...) Cargo público. RE 381.204 RTJ 196/670
Adm Professor. Deslocamento sem prejuízo de vencimentos. Município: ressarci-
mento ao Estado-Membro. Fundo de Desenvolvimento e Manutenção do
Ensino Fundamental: recursos. Autonomia municipal: ofensa. Lei Comple-
mentar estadual n. 836/97/SP, art. 46: inconstitucionalidade. ADI 3.114 RTJ
197/488
Adm Professor e cargo técnico. (...) Cargo público. RE 252.540-AgR RTJ 196/652
Trbt Programa de Incentivo às Usinas Produtoras de Álcool de Mato Grosso – Pró-
Álcool. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.
ADI 2.823-MC RTJ 198/51
PrPn Programa de Recuperação Fiscal – REFIS. (...) Ação penal. RE 409.730 RTJ
197/672
1328 Pro-Pro — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Progressão: impossibilidade. (...) Pena. HC 85.585 RTJ 195/268


Pn Progressão: impossibilidade. (...) Regime prisional. HC 85.379 RTJ 195/588 –
HC 85.906 RTJ 195/621
Pn Progressão: possibilidade. (...) Regime prisional. HC 86.711 RTJ 198/231
Trbt Progressividade. (...) Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. AI
488.871-AgR RTJ 195/733
Ct Projeto de lei de iniciativa do Executivo. (...) Processo legislativo. ADI
3.114 RTJ 197/488
Ct Projeto de lei de iniciativa do Judiciário. (...) Processo legislativo. ADI 106
RTJ 196/3
Int Promessa de reciprocidade entre Brasil e França. (...) Extradição. Ext 946
RTJ 196/751
Int Promessa de reciprocidade entre Brasil e Israel. (...) Extradição. Ext 909 RTJ
195/373
Adm Promoção. (...) Militar. RE 316.882-AgR RTJ 196/1001
Adm Promoção a TRF. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ 195/926
Pn Promoção de fuga e lesão corporal. (...) Concurso material. HC 86.566 RTJ
198/220
PrCv Promoção de magistrado por merecimento. (...) Mandado de segurança. MS
23.789 RTJ 195/926
Adm Promoção por merecimento a TRF. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ 195/926 –
MS 25.118 RTJ 195/933
Ct Promoção por merecimento: critério subjetivo e objetivo. (...) Militar. AOE
16 RTJ 197/3
Ct Promulgação da redação da Câmara. (...) Processo legislativo. ADI 3.395-MC
RTJ 198/922
PrPn Pronúncia. Excesso de linguagem: inocorrência. Dolo eventual e qualifica-
dora: incompatibilidade. CP/40, art. 121, § 2º, IV. HC 86.163 RTJ 196/980
PrPn Pronúncia. Nulidade. Qualificadora não examinada. RE 329.391-AgR RTJ
195/664
PrPn Pronúncia. (...) Prisão. HC 83.782 RTJ 196/598
PrPn Pronúncia. (...) Prisão preventiva. HC 85.070 RTJ 196/914
PrPn Pronúncia: fundamentação da prisão preventiva. (...) Habeas corpus. HC
86.703 RTJ 198/1107
PrSTF Propositura. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI 3.367 RTJ
197/909
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pro-Pro 1329

PrSTF Proposta de emenda constitucional. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.


ADI 3.367 RTJ 197/909
Ct Proposta de emenda constitucional. (...) Processo legislativo. ADI 3.367 RTJ
197/909 – ADI 3.395-MC RTJ 198/922
Adm Prorrogação após término do biênio. (...) Concurso público. RE 452.721 RTJ
196/1030
Adm Prorrogação: inocorrência. (...) Concurso público. RE 367.460-AgR RTJ
197/655
PrPn Prorrogação sucessiva: possibilidade. (...) Interceptação telefônica. HC
84.388 RTJ 198/643
Ct Proteção. (...) Meio ambiente. ADI 2.514 RTJ 197/442
PrPn Protesto oportuno: ausência. (...) Júri. HC 84.560 RTJ 197/1056
PrCv Protocolização no último dia do prazo. (...) Ação rescisória. AR 1.584-AgR
RTJ 198/877
PrCv Protocolização tardia na Secretaria do STF. (...) Agravo regimental. AI
396.789-AgR RTJ 196/1015 – AI 409.545-AgR RTJ 196/1026
PrPn Prova: aproveitamento. (...) Competência. HC 84.388 RTJ 198/643
PrPn Prova autônoma. (...) Denúncia. HC 84.679-ED RTJ 197/322
PrPn Prova criminal. Juizado Especial. Exame de corpo de delito. Suprimento por
boletim médico ou prova equivalente. Lei n. 9.099/95, art. 77, § 1º. HC
86.248 RTJ 198/1090
PrPn Prova criminal. Licitude. Conversa telefônica. Gravação por interlocutor. AI
503.617-AgR RTJ 195/363
PrPn Prova criminal. Produção anterior à ação penal: possibilidade. HC 85.064
RTJ 197/1063
PrPn Prova criminal. Registro público: informação. Excesso de diligência: não-
configuração. Princípio da privacidade: ofensa inocorrente. HC 84.869 RTJ
195/183
PrPn Prova criminal. Sigilo bancário e fiscal: quebra. Fundamentação suficiente.
Lavagem de dinheiro: suspeita razoável. HC 84.869 RTJ 195/183
Adm Prova de título: exercício de função pública. (...) Concurso público. ADI
3.443 RTJ 196/552
PrPn Prova em procedimento penal. (...) Habeas corpus. HC 84.869 RTJ 195/183
Adm Prova física. (...) Concurso público. RE 351.142 RTJ 195/295
PrPn Prova ilícita: ausência. (...) Sentença condenatória. HC 85.906 RTJ 195/621
Adm Prova: necessidade. (...) Desapropriação. MS 25.016 RTJ 198/163
1330 Pro-Pro — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Prova pericial. Exame de corpo de delito: inexistência. Suprimento por


outras provas. Nulidade processual: não-configuração. CPP/41, art. 158. HC
85.744 RTJ 195/987
PrPn Prova produzida na instrução processual. (...) Habeas corpus. HC 83.658
RTJ 197/557
PrPn Prova substancialmente nova. (...) Inquérito policial. HC 84.253 RTJ 196/223
PrPn Prova válida e suficiente. (...) Sentença condenatória. HC 85.410 RTJ 198/694
Adm Proventos. Acumulação. Militar reformado. Aposentadoria posterior em cargo
civil. Período anterior à EC n. 20/98. CF/67, art. 93, § 9º. MS 24.742 RTJ
197/515 – MS 24.958 RTJ 198/154
Adm Proventos. Acumulação. Militar reformado. Aposentadoria posterior em cargo
civil. Período anterior à EC n. 20/98. CF/67, art. 93, § 9º, redação da EC n. 1/69.
Emenda Constitucional n. 20/98, art. 11. MS 25.045 RTJ 196/577 – MS
25.192 RTJ 195/478
Adm Proventos. Auditor-fiscal da Previdência Social. Gratificação de Desempenho
de Atividade Tributária – GDAT: extensão. Vantagem de caráter geral. CF/88,
art. 40, § 8º. RE 349.465-AgR RTJ 196/1005
Adm Proventos. Desconto. Ressarcimento ao erário. Tomada de contas especial
pelo TCU. Lei n. 8.112/90, arts. 45 e 46. Lei n. 8.443/92, art. 28, I. MS 24.544
RTJ 197/503
Adm Proventos. Pensionista. Conversão em URV. Reajuste de 11,98%: inclusão.
RE 370.614-AgR RTJ 195/675
Adm Proventos. Policial militar. Adicional de etapa alimentar: não-extensão. Van-
tagem de caráter específico. CF/88, art. 40, § 8º. RE 411.998 RTJ 196/1028
Adm Proventos. Servidor público estadual. Gratificação de incentivo: extensão.
Vantagem de caráter geral. CF/88, art. 40, § 8º. AI 518.402-AgR RTJ 196/1054
Adm Proventos. Servidor público estadual. Gratificações administrativas (GATA,
GAAS e GAAF): extensão. Vantagem de caráter geral. CF/88, art. 40, § 8º,
redação da EC n. 20/98. RE 372.503 RTJ 197/1107
PrCv Proventos: determinação de desconto. (...) Mandado de segurança. MS
24.544 RTJ 197/503
Adm Proventos equivalentes aos de secretário de Estado. (...) Remuneração. RE
174.742 RTJ 198/735
Adm Proventos proporcionais. (...) Servidor público estadual. RE 400.344 RTJ
195/686
Adm Provimento e exoneração. (...) Cargo público. RMS 24.128 RTJ 195/42
Adm Provimento em comissão. (...) Cargo público. MS 23.780 RTJ 197/994
Ct Provimento expedido por TRT. (...) Precatório. ADI 3.344-MC RTJ 196/801
ÍNDICE ALFABÉTICO — Pro-Que 1331

PrSTF Provimento para exame do RE. (...) Agravo de instrumento. AI 466.032-AgR


RTJ 195/720
Adm Publicação: boletim informativo interno. (...) Processo administrativo. MS
22.127 RTJ 195/36
PrSTF Publicação da norma impugnada antes do acórdão. (...) Ação direta de
inconstitucionalidade. ADI 3.367 RTJ 197/909
PrPn Publicação da nova pauta. (...) Acórdão criminal. RHC 84.174 RTJ 196/848
PrPn Publicação da pauta no Diário Oficial. (...) Denúncia. HC 83.595 RTJ 196/828
PrCv Publicação do acórdão embargado: necessidade. (...) Embargos de declara-
ção. AC 738-QO-ED RTJ 197/373
PrCv Publicação feita a um dos advogados: suficiência. (...) Intimação. RE
255.967-AgR RTJ 195/657
PrPn Publicação: nome do advogado falecido e expressão “e outro”. (...) Defesa
criminal. HC 84.920 RTJ 196/624

Q
Pn Quadrilha ou bando. Associação de mais de três pessoas: necessidade. HC
85.457 RTJ 195/253
PrPn Quadrilha ou bando. (...) Denúncia. HC 84.409 RTJ 195/126
Int Quadrilha ou bando. (...) Extradição. Ext 939 RTJ 195/393
PrPn Quadrilha ou bando e facilitação de contrabando ou descaminho. (...)
Acórdão criminal. HC 85.192 RTJ 195/556
Adm Quadro de pessoal permanente: inexistência. (...) Servidor público. ADI
3.068 RTJ 196/772
PrPn Qualificadora não examinada. (...) Pronúncia. RE 329.391-AgR RTJ 195/
664
Ct Quantia: alteração substancial. (...) Precatório. Rcl 2.768 RTJ 198/905
Pn Quantidade apreendida: divergência irrelevante. (...) Tráfico de entorpecente.
HC 70.231 RTJ 197/543
Adm Quebra de sigilo bancário. (...) Procedimento administrativo fiscal. HC
85.088 RTJ 195/978
PrPn Queixa. Procuração: requisitos. Descrição suficiente do fato. CPP/41, art. 44.
HC 85.863 RTJ 196/315
PrPn Queixa. Rejeição. Ministro de Estado. Calúnia, difamação e injúria. Lei de
Imprensa. Inq 2.081 RTJ 196/467
PrPn Quesito: formulação adequada. (...) Júri. HC 84.560 RTJ 197/1056
1332 Que-Rea — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrPn Quesito: motivo torpe. (...) Júri. HC 84.560 RTJ 197/1056


PrPn Quesitos em séries distintas. (...) Júri. HC 85.144 RTJ 198/682
PrPn Questão decidida em HC anterior. (...) Habeas corpus. RHC 85.621 RTJ
195/608
PrPn Questão não apreciada pelo STJ. (...) Habeas corpus. HC 84.835 RTJ 196/
872 – HC 85.226 RTJ 195/573 – HC 85.262 RTJ 195/228 – HC 85.297 RTJ
195/580 – HC 85.789 RTJ 195/616 – HC 86.163 RTJ 196/980
Pn Questão não apreciada pelo STJ. (...) Pena. HC 85.744 RTJ 195/987
Pn Questão não apreciada pelo STJ. (...) Prescrição. HC 86.149 RTJ 197/325
PrPn Questão não apreciada pelo STJ. (...) Prisão especial. HC 84.301 RTJ
197/1033
PrPn Questão não apreciada pelo STJ. (...) Prisão preventiva. HC 85.070 RTJ
196/914
PrPn Questão não apreciada pelo tribunal “a quo”. (...) Defesa criminal. RHC
84.849 RTJ 195/518
PrPn Questão não apreciada pelo tribunal “a quo”. (...) Denúncia. RHC 84.404
RTJ 197/1042
PrSTF Questão não apreciada pelo tribunal “a quo”. (...) Recurso extraordinário.
RE 349.427-AgR RTJ 195/672
PrSTF Questão processual: exame. (...) Recurso extraordinário. AI 527.561-AgR
RTJ 198/842
PrSTF Questão suscitada na interposição. (...) Recurso extraordinário. RE
432.597-AgR RTJ 196/713
Ct Quinto constitucional. (...) Competência originária. MS 25.624-QO RTJ
198/1030
PrSTF Quintos: incorporação. (...) Recurso extraordinário. RE 394.677-AgR RTJ
198/824
Adm Quintos: supressão. (...) Servidor público. RE 394.677-AgR RTJ 198/824
Ct “Quorum” de dois terços: necessidade. (...) Decisão plenária. AI 414.207-
AgR-ED RTJ 198/382
Adm “Quorum”: maioria absoluta. (...) Magistrado. MS 25.118 RTJ 195/933
R
PrCv Razões. (...) Agravo. AI 536.030-AgR RTJ 197/721
TrGr Readmissão: inocorrência. (...) Empregado. RE 449.420 RTJ 196/716
Ct Reajuste. (...) Salário mínimo. ADI 1.442 RTJ 195/752
ÍNDICE ALFABÉTICO — Rea-Rec 1333

Adm Reajuste de 11,98%: inclusão. (...) Proventos. RE 370.614-AgR RTJ 195/675


Adm Reajuste de 28,86%. (...) Vencimentos. RE 410.778 RTJ 195/700 – RE
442.334-AgR RTJ 195/716
Adm Reajuste de 28,86%: compensação eventual. (...) Vencimentos. RE 370.760-
AgR RTJ 195/1059
Adm Reajuste de 28,86%: compensação pela Lei n. 8.627/93. (...) Vencimentos.
RE 398.778-AgR RTJ 195/1066
PrPn Recebimento. (...) Denúncia. Inq 2.170 RTJ 197/439 – HC 84.301 RTJ 197/
1033 – RHC 84.404 RTJ 197/1042
Trbt Receita tributária estadual. Repartição. Crédito decorrente de dação em
pagamento. CF/88, art. 158, III e parágrafo único. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Pn Receptação de arma de uso exclusivo das Forças Armadas. (...) Pena. HC
86.002 RTJ 196/969
PrSTF Reclamação. Cabimento. Decisão plenária do STF. Medida cautelar em
ação declaratória de constitucionalidade. Efeito vinculante. Rcl 1.013 RTJ
197/389
PrGr Reclamação. (...) Competência jurisdicional. HC 85.226 RTJ 195/573
PrSTF Reclamação. Decisão do STF: descumprimento. Magistrado: promoção por
merecimento a TRT. Lista tríplice: recomposição. Inclusão ou recusa formal da
impetrante: necessidade. CF/88, art. 93, II, “b” e “d”. Rcl 2.772 RTJ 198/551
PrSTF Reclamação. Decisão em ação civil pública. Declaração de inconstituciona-
lidade. Competência do STF: usurpação. Rcl 2.224 RTJ 198/503
PrSTF Reclamação. Descabimento. Acórdão-paradigma: inaplicabilidade. Rcl
2.568 RTJ 196/766
PrSTF Reclamação. Descabimento. Súmulas 634 e 635: natureza processual.
Súmula vinculante: não-caracterização. CF/88, art. 103-A, § 3º: inaplicabi-
lidade. Rcl 3.979-AgR RTJ 198/127
PrSTF Reclamação. Descabimento. Trânsito em julgado da decisão reclamada.
Súmula 734. Rcl 2.795-AgR RTJ 198/909
PrSTF Reclamação. Intervenção de terceiro. Lei n. 8.038/90, art. 15. Rcl 2.772 RTJ
198/551
PrSTF Reclamação. Legitimidade ativa. Decisão do STF em “habeas corpus”:
extensão. Rcl 2.190 RTJ 196/134
PrSTF Reclamação. Pressupostos inocorrentes. Decisão do STF: descumprimento
não demonstrado. Rcl 2.632-AgR RTJ 196/769
PrSTF Reclamação. Usurpação de competência do STF: inocorrência. Recurso
extraordinário. Juízo de admissibilidade não realizado. Rcl 3.366-AgR RTJ
196/158
1334 Rec-Rec — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Reclamação: processamento imediato. (...) Competência originária. Rcl


2.370-AgR RTJ 196/484
Ct Reclamação trabalhista. (...) Prescrição. AI 136.486-AgR RTJ 197/346
PrPn Recolhimento à prisão: condição para apelar. (...) Sentença condenatória.
HC 84.802 RTJ 197/621
Adm Recolhimento individualizado do ITR: irrelevância. (...) Desapropriação.
MS 25.304 RTJ 198/1019
PrPn Reconhecimento fotográfico. (...) Ação penal. HC 86.052 RTJ 195/991
PrPn Recurso. Ministério Público: intimação pessoal. Entrada dos autos em setor
administrativo do MP: termo inicial. HC 83.255 RTJ 195/966
PrPn Recurso. Tempestividade. Intimação pessoal do Ministério Público: termo
inicial. Entrada dos autos em setor administrativo do MP: não-comprovação.
HC 83.915 RTJ 195/104
Adm Recurso administrativo. Decreto expropriatório. Efeito devolutivo. Lei n.
9.784/99, art. 61. MS 25.304 RTJ 198/1019
Adm Recurso administrativo. (...) Desapropriação. MS 24.484 RTJ 198/145
TrGr Recurso administrativo. Tribunal Superior do Trabalho – TST. Prazo: apli-
cação. Decisão na ADI n. 492: ofensa inocorrente. Rcl 2.873 RTJ 195/440
PrCv Recurso administrativo com efeito suspensivo. (...) Mandado de segurança.
MS 24.511 RTJ 196/176
PrSTF Recurso de revista: pressupostos de admissibilidade. (...) Recurso extraordi-
nário. AI 529.942-AgR RTJ 197/1129
PrPn Recurso do Ministério Público em outro sentido. (...) Sentença criminal. HC
75.753 RTJ 195/942
PrSTF Recurso em “habeas corpus”. (...) Competência recursal. RHC 85.243-QO
RTJ 195/227
PrPn Recurso em “habeas corpus”. Reexame de prova. Crime de apropriação
indébita previdenciária. Dificuldade financeira: alegação. RHC 86.072 RTJ
197/1081
PrPn Recurso em sentido estrito. Nulidade. Defensoria Pública: ausência de
intimação pessoal. Sustentação oral: inocorrência. Demonstração do prejuí-
zo: prova impossível. RHC 85.443 RTJ 196/638
PrPn Recurso especial do Ministério Público. (...) Processo criminal. HC 85.526
RTJ 198/1076
PrCv Recurso especial: preclusão. (...) Acórdão recorrido. RE 466.211-AgR RTJ
198/1176
PrSTF Recurso especial: pressupostos de admissiblidade. (...) Recurso extraordi-
nário. RE 397.551-AgR RTJ 196/1017
ÍNDICE ALFABÉTICO — Rec-Rec 1335

PrPn Recurso exclusivo da defesa. (...) Acórdão criminal. HC 83.509 RTJ 196/204
Pn Recurso exclusivo da defesa. (...) Pena. HC 83.545 RTJ 198/635
PrPn Recurso exclusivo da defesa. (...) Sentença criminal. HC 83.128 RTJ 195/
503 – HC 85.144 RTJ 198/682 – HC 85.429 RTJ 195/594 – HC 86.597 RTJ
198/1100
PrSTF Recurso extraordinário. Caráter abusivo. Litigância de má-fé. Multa imposta
pelo presidente do STJ. Competência do STF: usurpação inocorrente. AI
403.312-ED RTJ 196/1023
PrSTF Recurso extraordinário. Controle difuso de constitucionalidade. Lei muni-
cipal: inconstitucionalidade. Efeito. AI 500.920-AgR RTJ 196/1041
PrSTF Recurso extraordinário. Descabimento. Ação rescisória. Fundamentos da
decisão rescindenda: impugnação. AI 506.691-ED RTJ 196/1043
PrSTF Recurso extraordinário. Descabimento. Acórdão recorrido: ausência de
declaração de inconstitucionalidade. CF/88, art. 102, III, “b”. RE 401.102-
AgR RTJ 195/691
PrSTF Recurso extraordinário. Descabimento. Decisão que concede ou denega
medida liminar. RE 289.764-AgR RTJ 195/293
PrSTF Recurso extraordinário. Descabimento. Instância ordinária não esgotada.
Decisão de relator de Turma Recursal de Juizado Especial. Agravo: necessi-
dade. CPC/73, art. 557, § 1º. RE 422.740-AgR RTJ 198/1146 – RE 426.183-
AgR RTJ 197/698
PrSTF Recurso extraordinário. Descabimento. Instância ordinária não esgotada.
Decisão de relator do TST. Agravo: necessidade. AI 483.466-AgR RTJ
198/415
PrSTF Recurso extraordinário. Descabimento. Recurso especial: pressupostos de
admissiblidade. CF/88, art. 105, III: ofensa inocorrente. RE 397.551-AgR
RTJ 196/1017
PrSTF Recurso extraordinário. Efeito devolutivo limitado. Princípio “jura novit
curia”: inaplicabilidade. AI 347.717-AgR RTJ 197/645
PrSTF Recurso extraordinário. Fundamento inatacado. Súmula 283. RE 234.951-
AgR RTJ 196/997
PrSTF Recurso extraordinário. Intempestividade. Interposição por “fax” no prazo:
não-comprovação. AI 504.961-AgR RTJ 195/1071
PrSTF Recurso extraordinário. Limitação temática. Questão suscitada na interpo-
sição. RE 432.597-AgR RTJ 196/713
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria constitucional. Prequestionamento ex-
plícito: necessidade. Súmulas 282 e 356. AI 495.880-AgR RTJ 196/1037
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Ação rescisória: cabi-
mento e aplicação da Súmula 343. AI 460.868-AgR RTJ 197/716
1336 Rec-Rec — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Concordata preventiva:


correção monetária. RE 235.042-AgR RTJ 195/1019
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço – FGTS: correção de saldo. AR 1.754-AgR RTJ 195/3
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Ofensa indireta. Coisa
julgada: limite. Princípio da legalidade. AI 529.942-AgR RTJ 197/1129
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Ofensa indireta. Prin-
cípio da legalidade. Súmula 636. AI 498.757-AgR RTJ 195/738
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Ofensa indireta.
Súmula 279. AI 356.810-AgR RTJ 196/1009
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Questão processual:
exame. AI 527.561-AgR RTJ 198/842
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Recurso de revista:
pressupostos de admissibilidade. Enunciado do TST: aplicação. AI 529.942-
AgR RTJ 197/1129
PrSTF Recurso extraordinário. Matéria infraconstitucional. Servidor público.
Celetista convertido em estatutário. Tempo de serviço: contagem. Quintos:
incorporação. Lei n. 8.162/91, art. 7º, I e III. RE 394.677-AgR RTJ 198/824
PrSTF Recurso extraordinário. Ofensa indireta. Caso concreto: exame. Princípio
do devido processo legal. RE 398.407 RTJ 196/331
PrSTF Recurso extraordinário. Ofensa indireta. Direito adquirido: verificação. RE
414.828-AgR RTJ 197/1118
PrSTF Recurso extraordinário. Ofensa indireta. Hora extra: forma de pagamento.
AI 543.822-AgR-ED RTJ 196/726
PrSTF Recurso extraordinário. Ofensa indireta. Matéria processual penal. Princípio
da legalidade e do devido processo legal. RE 329.391-AgR RTJ 195/664
PrSTF Recurso extraordinário. Ofensa indireta. Servidor público estadual. Vale-
refeição: reajuste. Súmula 280. RE 437.829-AgR RTJ 195/714
PrSTF Recurso extraordinário. Ofensa indireta. Servidor público estadual: reajuste
de vale-refeição. Súmula 280. RE 436.580-AgR RTJ 195/1069
PrSTF Recurso extraordinário. Prequestionamento. Embargos de declaração:
omissão do acórdão. Súmulas 282 e 356: inaplicabilidade. RE 415.760 RTJ
196/333
PrSTF Recurso extraordinário. Prequestionamento: ausência. Defensor público:
estabilidade financeira. Súmulas 282 e 356. RE 397.002-AgR RTJ 195/1063
PrSTF Recurso extraordinário. Prequestionamento: ausência. Matéria constitu-
cional suscitada em embargos de declaração. RE 429.476-AgR RTJ 198/828
ÍNDICE ALFABÉTICO — Rec-Rec 1337

PrSTF Recurso extraordinário. Prequestionamento: ausência. Questão não apre-


ciada pelo tribunal “a quo”. Incompetência absoluta. RE 349.427-AgR RTJ
195/672
PrSTF Recurso extraordinário. Prequestionamento: ausência. Teoria dos frutos da
árvore envenenada. Súmula 282. AI 503.617-AgR RTJ 195/363
PrSTF Recurso extraordinário. Prequestionamento: irrelevância. Ameaça à liber-
dade de locomoção. “Habeas corpus”: concessão de ofício. AI 559.904-QO
RTJ 195/741
PrSTF Recurso extraordinário. (...) Reclamação. Rcl 3.366-AgR RTJ 196/158
PrSTF Recurso extraordinário. Reexame de prova. Instalação de linha telefônica:
cobrança. Súmulas 279 e 454. AI 498.757-AgR RTJ 195/738
PrSTF Recurso extraordinário. Reexame de prova. Responsabilidade civil do Es-
tado. Desaparecimento em regime de exceção. RE 313.915 RTJ 198/376
PrSTF Recurso extraordinário. Reexame de prova. Vínculo empregatício de esta-
giário. Súmula 279. AI 357.644-AgR RTJ 196/1011
PrCv Recurso extraordinário. (...) Renúncia. RE 123.328-AgR RTJ 196/649
PrSTF Recurso extraordinário. Retenção: afastamento. Juízo de admissibilidade
imediato. Reintegração de posse contra indígena. CPC/73, art. 542, § 3º:
inaplicabilidade. Pet 3.515-QO RTJ 196/166
PrSTF Recurso extraordinário. Tempestividade: verificação. Certidão do tribunal
de origem: insuficiência. AI 498.494-ED RTJ 196/352
PrCv Recurso extraordinário: inadmissibilidade. (...) Acórdão recorrido. RE
466.211-AgR RTJ 198/1176
PrSTF Recurso extraordinário inadmitido. (...) Ação rescisória. AR 1.848-AgR RTJ
197/67
PrCv Recurso extraordinário inadmitido. (...) Mandado de segurança. MS 23.605-
AgR-ED RTJ 196/170
PrSTF Recurso extraordinário inadmitido. (...) Medida cautelar. AC 865-AgR RTJ
198/485
PrCv Recurso extraordinário: mérito não apreciado. (...) Ação rescisória. AR
1.850-AgR RTJ 195/416
PrCv Recurso extraordinário: retenção. (...) Agravo de instrumento. Pet 3.515-QO
RTJ 196/166
PrSTF Recurso extraordinário: retenção. (...) Medida cautelar. AC 929-QO RTJ
196/58
PrSTF Recurso extraordinário retido: processamento. (...) Medida cautelar. Pet
3.515-QO RTJ 196/166
1338 Rec-Reg — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrSTF Recurso extraordinário trabalhista. (...) Embargos de declaração. RE


194.662-ED-ED-QO RTJ 195/1010
PrCv Recurso ordinário. (...) Mandado de segurança. RMS 22.470-AgR RTJ
198/130
PrPn Recurso ordinário ou extraordinário: independência. (...) Habeas corpus. HC
83.346 RTJ 195/85 – HC 85.673 RTJ 195/274
Adm Recurso: prazo. (...) Licitação. RMS 23.546 RTJ 198/140
Adm Recurso sem efeito suspensivo. (...) Desapropriação. MS 24.484 RTJ 198/
145 – MS 24.764 RTJ 198/594
Pn Recurso sem efeito suspensivo. (...) Pena. HC 85.886 RTJ 196/964
PrPn Recurso sem efeito suspensivo. (...) Prisão. HC 84.500 RTJ 196/247 – HC
85.351 RTJ 195/247
PrPn Recurso sem efeito suspensivo. (...) Sentença criminal. HC 86.328 RTJ
196/647
PrCv Redução de verba salarial: impedimento. (...) Tutela antecipada. Rcl 2.482
RTJ 195/435
Pn Redução do prazo: inocorrência. (...) Prescrição. AI 394.065-AgR-ED-ED
RTJ 195/310
Ct Reeleição: impropriedade. (...) Mandato eletivo. RE 366.488 RTJ 196/665
PrPn Reexame de prova. (...) Habeas corpus. HC 69.780 RTJ 195/486 – RHC
84.849 RTJ 195/518 – RHC 85.214 RTJ 196/923 – HC 85.705 RTJ 195/613
PrPn Reexame de prova. (...) Recurso em “habeas corpus”. RHC 86.072 RTJ
197/1081
PrSTF Reexame de prova. (...) Recurso extraordinário. RE 313.915 RTJ 198/376 –
AI 357.644-AgR RTJ 196/1011 – AI 498.757-AgR RTJ 195/738
Int Reexame de prova: impossiblidade. (...) Extradição. Ext 936 RTJ 196/443
Ct Referendo do presidente da República. (...) Competência originária. MS
25.271-AgR RTJ 197/534
Adm Reforma agrária. (...) Desapropriação. MS 24.442 RTJ 195/47 – MS 24.484 RTJ
198/145 – MS 24.657 RTJ 195/472 – MS 24.764 RTJ 198/594 – MS 24.764
RTJ 198/594 – MS 25.006 RTJ 197/522 – MS 25.016 RTJ 198/163 – MS
25.304 RTJ 198/1019 – MS 25.351 RTJ 196/816 – MS 25.360 RTJ 197/1017
PrPn “Reformatio in pejus”. (...) Sentença criminal. HC 86.328 RTJ 196/647
Adm Regência: lei vigente ao implemento das condições. (...) Aposentadoria. MS
24.958 RTJ 198/154
Ct Regime anterior: opção a qualquer tempo. (...) Ministério Público estadual.
ADI 2.836 RTJ 197/446
ÍNDICE ALFABÉTICO — Reg-Reg 1339

Pn Regime de semiliberdade. (...) Medida socioeducativa. HC 84.682 RTJ


197/611
Ct Regime estatutário. (...) Competência jurisdicional. ADI 3.395-MC RTJ
198/922
Pn Regime fechado: omissão do advérbio integralmente. (...) Pena. HC 85.585
RTJ 195/268
Pn Regime inicial fechado. (...) Regime prisional. RHC 86.807 RTJ 197/344
Pn Regime inicial fechado: descabimento. (...) Regime prisional. HC 83.509
RTJ 196/204 – HC 85.043 RTJ 196/895 – HC 85.108 RTJ 195/550
Ct Regime jurídico de proteção especial. (...) Meio ambiente. ADI 3.540-MC
RTJ 198/939
PrPn Regime prisional. (...) Acórdão criminal. HC 83.509 RTJ 196/204
Pn Regime prisional. Atentado violento ao pudor. Pena inferior a oito anos.
Circunstância judicial desfavorável. Regime inicial fechado. RHC 86.807
RTJ 197/344
Pn Regime prisional. Crime equiparado a hediondo. Progressão: impossibi-
lidade. Lei n. 8.072/90, art. 2º, § 1º. HC 85.906 RTJ 195/621
Pn Regime prisional. Crime hediondo. Progressão: impossibilidade. Lei n.
8.072/90, art. 2º, § 1º. HC 85.379 RTJ 195/588
Pn Regime prisional. Crime hediondo. Progressão: possibilidade. Lei n. 8.072/
90, art. 2º, § 1º: inconstitucionalidade declarada no HC n. 82.959. HC 86.711
RTJ 198/231
Pn Regime prisional. Porte de arma de fogo. Pena: detenção. Regime inicial
fechado: descabimento. Prisão provisória em processo diverso: irrelevância.
CP/40, art. 33. HC 85.043 RTJ 196/895
Pn Regime prisional. Roubo qualificado. Pena inferior a oito anos. Circunstância
judicial desfavorável: ausência. Regime inicial fechado: descabimento. HC
83.509 RTJ 196/204
Pn Regime prisional. Roubo qualificado. Primariedade e bons antecedentes.
Pena inferior a oito anos. Circunstância judicial desfavorável: ausência.
Regime inicial fechado: descabimento. Súmula 718. HC 85.108 RTJ 195/550
Ct Regimento Interno do Senado Federal, art. 146, II. (...) Magistrado. HC
86.581 RTJ 198/224
PrSTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 21, § 1º. (...)
Ação popular. Pet 3.422-AgR RTJ 197/499
PrSTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 21, § 1º. (...)
Ação rescisória. AR 1.754-AgR RTJ 195/3 – AR 1.766-AgR RTJ 195/414
PrSTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 21, § 1º. (...)
Competência jurisdicional. Pet 3.476-AgR RTJ 198/88
1340 Reg-Rej — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 21, § 1º. (...)
Mandado de segurança. MS 25.258-AgR RTJ 198/617 – MS 25.279-AgR
RTJ 198/1013
PrSTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 86. (...) Pro-
cesso. Inq 1.884 RTJ 195/796
PrSTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – RISTF, art. 337, § 1º. (...)
Embargos de declaração. HC 83.157-ED RTJ 196/822
Adm Regimento Interno do TCU, art. 1º, X. (...) Servidor público. MS 24.519 RTJ
197/999
Adm Regimento Interno do TCU, art. 244. (...) Fundo de Participação dos Muni-
cípios. MS 24.151 RTJ 197/253
Adm Regimento Interno do TRF da 2ª Região, art. 34. (...) Magistrado. MS 25.118
RTJ 195/933
Adm Registro até seis meses após notificação de vistoria. (...) Desapropriação. MS
24.657 RTJ 195/472
Ct Registro civil provisório. (...) Nacionalidade. RE 415.957 RTJ 196/679
Adm Registro no TCU: necessidade. (...) Aposentadoria. MS 24.958 RTJ 198/154 –
MS 25.192 RTJ 195/478 – MS 25.256 RTJ 197/1009
PrPn Registro público: informação. (...) Prova criminal. HC 84.869 RTJ 195/183
Ct Registros públicos. (...) Competência legislativa. ADI 3.151 RTJ 197/889
PrPn Regressão de regime. (...) Execução penal. HC 85.049 RTJ 196/904
Ct Regulamentação. (...) Precatório. ADI 3.344-MC RTJ 196/801
PrSTF Regulamento de Tribunal de Justiça. (...) Ação direta de inconstitucionali-
dade. ADI 3.443 RTJ 196/552
Adm Regulamento n. 7/04-TJ/MA, art. 31, I e II: inconstitucionalidade. (...) Con-
curso público. ADI 3.443 RTJ 196/552
Adm Regularidade. (...) Processo administrativo. MS 22.127 RTJ 195/36
PrPn Reincidência. (...) Acórdão criminal. HC 83.509 RTJ 196/204
PrSTF Reintegração de posse contra indígena. (...) Recurso extraordinário. Pet
3.515-QO RTJ 196/166
PrPn Reiteração de prática criminosa. (...) Prisão preventiva. HC 84.761 RTJ
195/175
PrPn Reiteração: inocorrência. (...) Habeas corpus. HC 84.798 RTJ 196/621
PrPn Rejeição. (...) Denúncia. HC 84.653 RTJ 196/855
PrPn Rejeição. (...) Queixa. Inq 2.081 RTJ 196/467
ÍNDICE ALFABÉTICO — Rel-Rem 1341

Ct Relação de trabalho: não-caracterização. (...) Competência jurisdicional.


ADI 3.395-MC RTJ 198/922
PrPn Relação entre advogado e cliente. (...) Habeas corpus. HC 83.966-AgR RTJ
197/587
PrSTF Relator. (...) Competência jurisdicional. Pet 3.476-AgR RTJ 198/88
Adm Relatório Agronômico de Fiscalização. (...) Desapropriação. MS 24.484
RTJ 198/145
Ct Relatório trimestral e anual: encaminhamento obrigatório. (...) Assembléia
Legislativa. ADI 687 RTJ 198/452
PrPn Relaxamento. (...) Prisão. HC 83.579 RTJ 196/824
PrPn Relaxamento. (...) Prisão preventiva. HC 85.238 RTJ 198/687
Ct Relevância e urgência. (...) Medida provisória. ADI 3.290 RTJ 196/506
PrPn Remessa ao STF: necessidade. (...) Inquérito policial. Rcl 2.349 RTJ 196/760
PrSTF Remessa dos autos ao juízo competente: impossibilidade. (...) Ação popular.
Pet 3.422-AgR RTJ 197/499
PrCv Remessa dos autos ao juízo competente: impossibilidade. (...) Mandado de
segurança. MS 25.258-AgR RTJ 198/617 – MS 25.279-AgR RTJ 198/1013
PrPn Remição. Falta grave. Tempo remido: perda. Lei de Execução Penal – LEP,
art. 118, I. HC 86.990 RTJ 198/241
Pn Remição. Falta grave. Tempo remido: perda. Lei de Execução Penal – LEP,
art. 127. CF/88, art. 5º, XXXVI: ofensa inocorrente. HC 86.093 RTJ 197/
1084 – RE 140.541 RTJ 197/351
Trbt Remissão e anistia. (...) Benefício fiscal. ADI 3.462-MC RTJ 195/918
Adm Remuneração. Deputado federal pensionista. Teto constitucional. Vantagem
pessoal: exclusão. Adicional por tempo de serviço. Exercício temporário de
cargo no TSE. Decreto Legislativo n. 444/02. MS 24.527 RTJ 195/51
Adm Remuneração. Procurador de Estado. Proventos equivalentes aos de secretário
de Estado. Teto constitucional. Vantagem pessoal: exclusão. Verba relativa
à natureza do cargo: inclusão. CF/88, art. 37, XI, redação anterior às EC n.
19/98 e EC n. 41/03. RE 174.742 RTJ 198/735
Adm Remuneração. Servidor público. Depósito em banco privado. Disponibili-
dade de caixa: não-caracterização. CF/88, art. 164, § 3º. Rcl 3.872-AgR RTJ
198/112
Adm Remuneração. Servidor público. Teto estadual. Secretário de Estado:
parâmetro. Lei Complementar estadual n. 43/92/SC. RE 192.364 RTJ 198/752
Adm Remuneração. Servidor público. Teto estadual inferior ao federal: possibili-
dade. CF/88, art. 37, XI. RE 192.364 RTJ 198/752
1342 Rem-Res — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Remuneração. Servidor público municipal. Teto constitucional. Vantagem


pessoal: exclusão. Lei municipal n. 10.430/88, São Paulo/SP, art. 42. RE
215.612 RTJ 198/761
Adm Remuneração total: incidência. (...) Servidor público estadual. RE 400.344
RTJ 195/686
Adm Remuneração total: incidência. (...) Vantagem. AI 242.946-AgR RTJ 198/
370 – RE 254.602 RTJ 195/654
TrPrv Renda familiar não inferior a um quarto do salário mínimo. (...) Assistência
social. Rcl 2.303-AgR RTJ 195/419
PrCv Renúncia. Recurso extraordinário. Pedido posterior ao julgamento: impossi-
bilidade. RE 123.328-AgR RTJ 196/649
Int Renúncia pelo extraditando: impossibilidade. (...) Extradição. Ext 909 RTJ
195/373
Trbt Repartição. (...) Receita tributária estadual. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
PrPn Representação: comparecimento à autoridade policial. (...) Ação penal pú-
blica condicionada. HC 85.556 RTJ 195/266
Pn Representação contra magistrado. (...) Imunidade judiciária. RHC 80.429
RTJ 197/262
PrPn Representação do ofendido. (...) Ação penal pública condicionada. HC
85.872 RTJ 196/644
PrSTF Representação processual. Ação direta de inconstitucionalidade. Advogado
e procurador. Poderes especiais: necessidade. ADI 2.461 RTJ 195/897
Int Representação processual válida. (...) Extradição. Ext 1.016 RTJ 198/855
Ct Reprodução de preceito da Constituição Federal. (...) Competência
jurisdicional. RE 199.293 RTJ 196/320
Ct Requisição de servidor público: prazo. (...) Tribunal de Contas da União –
TCU. MS 25.198 RTJ 198/1009 – MS 25.200 RTJ 197/1005
Adm Requisição pela Justiça Eleitoral. (...) Servidor público. MS 25.194 RTJ 197/
524 – MS 25.198 RTJ 198/1009
Ct Requisição: termo inicial. (...) Precatório. Rcl 2.768 RTJ 198/905
Ct Reserva de Plenário. (...) Controle difuso de constitucionalidade. RE
432.597-AgR RTJ 196/713
PrSTF Resolução administrativa do TSE. (...) Ação direta de inconstitucionalidade.
ADI 2.321-MC RTJ 195/812
PrSTF Resolução n. 179/99/STF, art. 2º. (...) Agravo regimental. AI 519.283-AgR
RTJ 196/722
PrCv Resolução n. 287/04/STF. (...) Agravo regimental. AI 532.180-AgR RTJ
196/1056
ÍNDICE ALFABÉTICO — Res-Res 1343

Trbt Resolução n. 2.389/93-Secretário de Fazenda/MG, art. 5º, § 2º: inconstituciona-


lidade. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.
RE 253.906 RTJ 195/643
Cv Responsabilidade civil. Dano moral. Índice de correção monetária.
Vinculação ao salário mínimo: vedação. CF/88, art. 7º, IV. AI 356.810-AgR
RTJ 196/1009
Adm Responsabilidade civil do Estado. Acidente automobilístico. Concessionária
de serviço público. Não-usuário do serviço. Responsabilidade objetiva:
inaplicabilidade. CF/88, art. 37, § 6º: interpretação. RE 302.622 RTJ 195/1036
Adm Responsabilidade civil do Estado. Ato omissivo. Latrocínio praticado por
presidiário foragido. Nexo de causalidade: ausência. “Faute de service”
(falta do serviço): não-configuração. AI 489.254-AgR RTJ 195/359
Adm Responsabilidade civil do Estado. Ato omissivo. Responsabilidade subjetiva.
AI 489.254-AgR RTJ 195/359
Adm Responsabilidade civil do Estado. Intervenção estatal na economia. Preço:
fixação. Princípio da livre iniciativa. CF/88, arts. 1º, IV, e 170. RE 422.941
RTJ 197/678
Adm Responsabilidade civil do Estado. Natureza. Indenização. Acidente de trânsito.
Vítima servidor público. CF/88, art. 37, § 6º. AI 473.381-AgR RTJ 198/837
PrSTF Responsabilidade civil do Estado. (...) Recurso extraordinário. RE 313.915
RTJ 198/376
PrPn Responsabilidade da defesa: ausência. (...) Prisão preventiva. HC 84.907
RTJ 196/875 – HC 85.068 RTJ 196/907 – HC 85.237 RTJ 195/212 – HC
86.915 RTJ 198/1113 – HC 87.776 RTJ 198/1125
PrPn Responsabilidade diferenciada de sócios e gerentes: impossibilidade de
verificação de plano. (...) Denúncia. HC 85.549 RTJ 198/698
Adm Responsabilidade objetiva: inaplicabilidade. (...) Responsabilidade civil do
Estado. RE 302.622 RTJ 195/1036
PrCv Responsabilidade pessoal do advogado. (...) Agravo de instrumento. AI
466.032-AgR RTJ 195/720
Adm Responsabilidade subjetiva. (...) Responsabilidade civil do Estado. AI
489.254-AgR RTJ 195/359
PrPn Respostas dos jurados: contradição inocorrente. (...) Júri. HC 85.144 RTJ
198/682
Adm Ressarcimento ao erário. (...) Proventos. MS 24.544 RTJ 197/503
Adm Ressarcimento ao erário. (...) Servidor público. MS 24.519 RTJ 197/999
Ct Ressarcimento por danos morais: descabimento. (...) Ação originária especial.
AOE 16 RTJ 197/3
1344 Res-Rev — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Restabelecimento da confissão: inidoneidade. (...) Roubo. HC 85.457 RTJ


195/253
Trbt Restituição: prescrição qüinqüenal. (...) Contribuição previdenciária. RE
453.365 RTJ 198/1152
Pn Restritiva de direitos. (...) Pena. HC 84.741 RTJ 196/868 – HC 84.859 RTJ
195/520 – HC 85.289 RTJ 195/241
PrSTF Retenção: afastamento. (...) Recurso extraordinário. Pet 3.515-QO RTJ
196/166
PrPn Retirada do réu da sala de audiência. (...) Instrução criminal. HC 86.711 RTJ
198/231
PrSTF Retirada dos autos de cartório. (...) Processo. Inq 1.884 RTJ 195/796
Ct Retomada do curso do processo. (...) Imunidade parlamentar. Inq 1.326 RTJ
198/488
Ct Retorno à Casa iniciadora: desnecessidade. (...) Processo legislativo. ADI
3.367 RTJ 197/909
Pn Retratação em juízo. (...) Roubo. HC 85.457 RTJ 195/253
Pn Retroatividade de lei benéfica. (...) Extinção da punibilidade. HC 85.452
RTJ 195/249
PrCv Réu idoso e com doença grave. (...) Arresto. AC 244-QO RTJ 198/421
Pn Réu menor. (...) Extinção da punibilidade. HC 73.033 RTJ 197/259
PrPn Réu preso. (...) Apelação criminal. HC 84.539-MC-QO RTJ 196/852
PrPn Réu preso. (...) Habeas corpus. HC 85.200 RTJ 198/194
PrPn Réu preso. (...) Sentença condenatória. HC 73.681 RTJ 195/498
PrPn Réu processado ou condenado por outro crime. (...) Suspensão condicional
do processo penal – “sursis” processual. HC 86.248 RTJ 198/1090
PrPn Réu revel. (...) Processo criminal. RHC 83.709 RTJ 196/589
PrPn Reunião de processos: faculdade do juiz. (...) Ação penal. HC 84.301 RTJ
197/1033
PrPn Revelia. (...) Citação-edital. HC 85.438 RTJ 196/292
PrPn Revelia em processo do Júri. (...) Prisão preventiva. HC 86.751 RTJ 196/993
Int Revelia: irrelevância. (...) Extradição. Ext 917 RTJ 197/803
Ct Revisão de valor. (...) Precatório. Rcl 2.768 RTJ 198/905
PrPn Revogação. (...) Prisão. HC 83.782 RTJ 196/598
PrPn Revogação após período de prova: impossibilidade. (...) Livramento condi-
cional. RHC 85.287 RTJ 195/577 – RHC 86.317 RTJ 197/341
ÍNDICE ALFABÉTICO — Rev-Seg 1345

Ct Revogação por lei ordinária. (...) Lei complementar. RE 451.988-AgR RTJ


198/832
PrPn Revogação posterior: possibilidade. (...) Suspensão condicional do processo
penal – “sursis” processual. HC 84.660 RTJ 197/608
PrSTF Revogação superveniente da norma impugnada. (...) Ação direta de incons-
titucionalidade. ADI 1.442 RTJ 195/752 – ADI 3.085 RTJ 197/875
PrPn Rito: decisão do juiz. (...) Ação penal privada. HC 86.049 RTJ 197/1077
PrPn Rito processual específico. (...) Busca e apreensão. HC 85.177 RTJ 195/208
PrPn Rito processual específico: inaplicabilidade. (...) Busca e apreensão. HC
85.177 RTJ 195/208
Ct Rol taxativo. (...) Argüição de descumprimento de preceito fundamental.
ADPF 75-AgR RTJ 198/3
Pn Roubo. Confissão extrajudicial. Retratação em juízo. Chamada de co-réu.
Restabelecimento da confissão: inidoneidade. HC 85.457 RTJ 195/253
Pn Roubo. Consumação: momento. Posse tranqüila sobre a “res”: irrelevância.
CP/40, art. 157, § 2º, II. HC 85.262 RTJ 195/228
Int Roubo. (...) Extradição. Ext 973 RTJ 196/757
Pn Roubo qualificado. (...) Regime prisional. HC 83.509 RTJ 196/204 – HC
85.108 RTJ 195/550

S
Ct Salário mínimo. Reajuste. Índice. ADI 1.442 RTJ 195/752
Ct Salário mínimo. Valor insuficiente. Inconstitucionalidade por omissão par-
cial. ADI 1.442 RTJ 195/752
Pn Sanção civil e penal: cumulação. (...) Crime de desobediência. HC 86.047
RTJ 198/712
PrCv Saneamento: impossibilidade. (...) Agravo de instrumento. AI 496.967-AgR
RTJ 196/721
PrCv Saneamento: momento. (...) Processo. Rcl 2.370-AgR RTJ 196/484
Pn Secretário de juiz conduzindo a audiência. (...) Crime contra a honra. HC
85.629 RTJ 195/985
Ct Secretário de Estado. (...) Competência originária. Inq 2.051-QO RTJ 195/5
Adm Secretário de Estado: parâmetro. (...) Remuneração. RE 192.364 RTJ 198/752
PrPn Segundo “habeas corpus”: questão não apreciada. (...) Habeas corpus. HC
84.798 RTJ 196/621
1346 Seg-Sen — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Segundos embargos. (...) Embargos de declaração. AI 284.847-AgR-ED-ED


RTJ 196/657
Ct Seguro contra furto e roubo de automóvel. (...) Competência legislativa. RE
313.060 RTJ 197/367
Trbt Selo de controle. (...) Serviço notarial e de registro. ADI 3.151 RTJ 197/889
Ct Selo de controle de serviço notarial e de registro: instituição. (...) Competência
legislativa. ADI 3.151 RTJ 197/889
Ct Senado Federal: acréscimo de expressão. (...) Processo legislativo. ADI
3.395-MC RTJ 198/922
Ct Senado Federal: supressão de expressão. (...) Processo legislativo. ADI 3.367
RTJ 197/909
PrPn Sentença: anulação. (...) Ação penal. HC 84.950 RTJ 196/251
PrPn Sentença condenatória. Direito de apelar em liberdade. Crime hediondo.
Matéria pendente de julgamento no Plenário do STF: Rcl n. 2.391. HC
82.770-ED RTJ 197/553
PrPn Sentença condenatória. Fundamentação insuficiente. Chamada de co-réu.
RHC 81.740 RTJ 195/80
PrPn Sentença condenatória. Juizado Especial. Julgamento “ultra petita”. De-
núncia e sentença: descompasso. “Mutatio libelli” em segunda instância:
impossibilidade. Súmula 453. HC 85.043 RTJ 196/895
PrPn Sentença condenatória. Nulidade. Pena-base: cálculo. Critério trifásico:
inobservância. CP/40, arts. 59, 61, I, e 68. RHC 84.295 RTJ 198/640
PrPn Sentença condenatória. Nulidade. Pena-base: fixação. Internacionalidade
do delito: dupla valoração. Decisão do STF: ofensa inocorrente. Rcl 2.636
RTJ 197/209
PrPn Sentença condenatória. Nulidade inocorrente. Fundamentação suficiente.
Prova ilícita: ausência. HC 85.906 RTJ 195/621
PrPn Sentença condenatória. Nulidade inocorrente. Prova válida e suficiente. HC
85.410 RTJ 198/694
PrPn Sentença condenatória. (...) Processo criminal. HC 85.526 RTJ 198/1076
PrPn Sentença condenatória. Recolhimento à prisão: condição para apelar. Fun-
damentação insuficiente. Trânsito em julgado: inocorrência. Execução pro-
visória: inadmissibilidade. HC 84.802 RTJ 197/621
PrPn Sentença condenatória. Réu preso. Defensor constituído ou dativo. Dupla
intimação: necessidade. Princípio da ampla defesa. HC 73.681 RTJ 195/498
PrPn Sentença condenatória recorrível. (...) Prisão. HC 85.351 RTJ 195/247
PrPn Sentença criminal. Condenação: nulidade. Chamada de co-réu: fundamento
único. Tráfico de entorpecente. RHC 84.845 RTJ 195/179
ÍNDICE ALFABÉTICO — Sen-Ser 1347

PrPn Sentença criminal. Direito de apelar em liberdade. Recurso sem efeito


suspensivo. Prisão. “Reformatio in pejus”. Matéria pendente de julgamento
no STF. HC 86.328 RTJ 196/647
PrPn Sentença criminal. Direito de apelar em liberdade até o trânsito em julgado.
Recurso exclusivo da defesa. HC 85.144 RTJ 198/682
PrPn Sentença criminal. Direito de apelar em liberdade até o trânsito em julgado.
Recurso exclusivo da defesa. Instância superior: vinculação. Princípio da
vedação da “reformatio in pejus”. CF/88, art. 5º, LVII. HC 83.128 RTJ 195/503
PrPn Sentença criminal. Direito de apelar em liberdade até o trânsito em julgado.
Recurso exclusivo da defesa. Instância superior: vinculação. Princípio da
vedação da “reformatio in pejus”. CPP/41, art. 617. HC 86.597 RTJ 198/1100
PrPn Sentença criminal. Direito de apelar em liberdade até o trânsito em julgado.
Recurso exclusivo da defesa. Instância superior: vinculação. Prisão cautelar:
fundamento inocorrente. Princípio da vedação da “reformatio in pejus”. HC
85.429 RTJ 195/594
PrPn Sentença criminal. Direito de responder em liberdade até o trânsito em
julgado. Recurso do Ministério Público em outro sentido. Prisão: descabi-
mento. HC 75.753 RTJ 195/942
PrPn Sentença criminal. Fundamentação suficiente. Parecer do Ministério Público:
acolhimento. HC 85.744 RTJ 195/987
PrPn Sentença criminal. Nulidade parcial. Individualização da pena. Juízo
condenatório: manutenção. HC 85.226 RTJ 195/573
Pn Sentença: erro. (...) Pena. HC 83.575 RTJ 196/209
Ct Sentença estrangeira. (...) Competência. SEC 5.404 RTJ 195/448
Int Sentença estrangeira. Homologação. Deslocamento da competência origi-
nária para o STJ. Emenda Constitucional n. 45/04. SEC 5.404 RTJ 195/448
Adm Sentença judicial transitada em julgado. (...) Gratificação. MS 25.460 RTJ
197/537
PrPn Sentença proferida pelo Juizado Especial. (...) Competência recursal. HC
85.350 RTJ 195/243
PrTr Sentença trabalhista. Limite temporal. Servidor público: regime estatutário.
Diferença salarial anterior à Lei n. 8.112/90. RE 330.835-AgR RTJ 195/1053
El Separação de fato anterior ao mandato. (...) Mandato eletivo. RE 446.999
RTJ 195/342
Adm Serventuário em cartório não oficializado. (...) Servidor público. RE 235.623
RTJ 195/639
Ct Serviço auxiliar: criação. (...) Tribunal de Justiça. ADI 106 RTJ 196/3
1348 Ser-Ser — ÍNDICE ALFABÉTICO

Trbt Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE.


Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE. Empresa
prestadora de serviços de transporte: enquadramento. RE 401.823-AgR RTJ
195/696
Adm Serviço notarial e de registro. (...) Concurso público. ADI 3.580-MC RTJ
198/970
Trbt Serviço notarial e de registro. Selo de controle. Natureza jurídica: taxa. Fato
gerador: poder de polícia. ADI 3.151 RTJ 197/889
Adm Serviço público. Contratação sem concurso. Prestação laboral. Tempo de
serviço: reconhecimento. RE 400.896-AgR RTJ 196/1021
Trbt Serviço público indivisível e inespecífico. (...) Taxa. AI 500.920-AgR RTJ
196/1041
Ct Serviço público não privativo. (...) Educação. ADI 1.266 RTJ 196/92
Adm Servidor público. Adicional por tempo de serviço. Serventuário em cartório
não oficializado. Tempo: cômputo. CF/88, art. 236: ofensa inocorrente. RE
235.623 RTJ 195/639
Adm Servidor público. (...) Aposentadoria. MS 24.958 RTJ 198/154 – RE
408.674-AgR RTJ 196/673
Adm Servidor público. Autarquia federal. Quadro de pessoal permanente:
inexistência. Contratação temporária. Interesse público excepcional. Princí-
pio da continuidade da atividade estatal. Lei n. 10.843/04. ADI 3.068 RTJ
196/772
Adm Servidor público. Beneficiário de bolsa de estudo no exterior. Obrigatorie-
dade de retorno após período de concessão: descumprimento. Ressarcimento
ao erário. Lei Orgânica do TCU, art. 31. Regimento Interno do TCU, art. 1º, X.
MS 24.519 RTJ 197/999
Adm Servidor público. Celetista convertido em estatutário. Adicional de insalu-
bridade. Direito adquirido. RE 255.827 RTJ 197/360
Adm Servidor público. Celetista convertido em estatutário. Quintos: supressão.
Ato administrativo: validade. Princípio da irredutibilidade de vencimentos:
ofensa inocorrente. RE 394.677-AgR RTJ 198/824
Adm Servidor público. Celetista sob condições de isalubridade, periculosidade e
penosidade. Certidão de tempo de serviço: emissão pelo INSS. RE 433.305
RTJ 198/830
Ct Servidor público. (...) Competência jurisdicional. ADI 3.395-MC RTJ
198/922
Adm Servidor público. Concurso: aprovação. Decreto proibindo a nomeação.
Contratação temporária. Direito à nomeação. Princípio da razoabilidade. RE
283.620-AgR RTJ 196/654
ÍNDICE ALFABÉTICO — Ser-Ser 1349

Adm Servidor público. Estágio probatório. Exoneração “ad nutum”. Processo


administrativo: ausência. Súmula 21: ofensa. RE 378.041 RTJ 195/677
Adm Servidor público. (...) Gratificação. MS 25.460 RTJ 197/537
Adm Servidor público. Improbidade administrativa. Penalidade: aplicação. Atri-
buição do Poder Judiciário. Lei n. 8.429/92. RMS 24.699 RTJ 195/64
Adm Servidor público. Improbidade administrativa. Perda de função. Trânsito em
julgado: necessidade. Lei n. 8.429/92, art. 20. RMS 24.699 RTJ 195/64
Adm Servidor público. Médico. Jornada de quatro horas. Norma especial. Lei n.
8.112/90, art. 19, § 2º. Lei n. 9.436/97, art. 1º. MS 25.027 RTJ 196/560
Adm Servidor público. (...) Processo administrativo. RMS 24.699 RTJ 195/64
Ct Servidor público. (...) Processo legislativo. ADI 2.249 RTJ 196/480
PrSTF Servidor público. (...) Recurso extraordinário. RE 394.677-AgR RTJ 198/824
Adm Servidor público. (...) Remuneração. Rcl 3.872-AgR RTJ 198/112 – RE
192.364 RTJ 198/752
Adm Servidor público. Requisição pela Justiça Eleitoral. Período de afastamento:
término. Devolução ao órgão de origem. Lei n. 6.999/82. MS 25.194 RTJ
197/524 – MS 25.198 RTJ 198/1009
Adm Servidor público. (...) Vencimentos. ADI 2.321-MC RTJ 195/812 – RE
370.760-AgR RTJ 195/1059
Adm Servidor público: aproveitamento. (...) Cargo público. ADI 3.051 RTJ
197/871
Adm Servidor público estadual. Aposentadoria. Sistema previdenciário diverso.
Tempo de serviço: contagem recíproca. RE 255.827 RTJ 197/360
Adm Servidor público estadual. Aposentadoria proporcional ao tempo de serviço.
Proventos proporcionais. Remuneração total: incidência. CF/88, art. 40, III,
“c”, redação anterior à EC n. 20/98. RE 400.344 RTJ 195/686
Adm Servidor público estadual. (...) Cargo público. ADI 3.211-MC RTJ 196/496
Adm Servidor público estadual. Estabilidade financeira. Vantagem desvinculada
da remuneração: incorporação. Direito adquirido a regime jurídico: ausência.
Princípio da irredutibilidade de vencimentos: não-aplicabilidade. RE
446.767-AgR RTJ 198/1148
Adm Servidor público estadual. (...) Gratificação. RE 433.233 RTJ 196/348
Adm Servidor público estadual. Inativo. Adicional de magistério: incidência.
Princípio da irretroatividade: ofensa inocorrente. Lei Complementar estadual
n. 645/89/SP. RE 208.156 RTJ 195/288
Adm Servidor público estadual. Nomeação anterior à CF/88. Transposição de
cargo. Concurso público: ausência. CF/88, art. 37, II. ADCT da Constituição
Federal/88, art. 19. Lei estadual n. 8.032/03/MA, art. 13: inconstitucionali-
dade. ADI 3.332 RTJ 196/155
1350 Ser-Sin — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Servidor público estadual. (...) Proventos. RE 372.503 RTJ 197/1107 – AI


518.402-AgR RTJ 196/1054
PrSTF Servidor público estadual. (...) Recurso extraordinário. RE 437.829-AgR
RTJ 195/714
Adm Servidor público estadual. Vantagem. Negociação coletiva: incompatibili-
dade. Princípio da legalidade. CF/88, art. 61, § 1º, II, “a” e “c”. Lei Comple-
mentar estadual n. 4/90/MT, art. 272, § 2º: inconstitucionalidade. ADI 554
RTJ 198/847
PrSTF Servidor público estadual: reajuste de vale-refeição. (...) Recurso extraordi-
nário. RE 436.580-AgR RTJ 195/1069
Adm Servidor público inativo. (...) Cargo público. RE 252.540-AgR RTJ 196/652
Adm Servidor público inativo: irrelevância. (...) Processo administrativo. MS
23.219-AgR RTJ 195/38
Adm Servidor público municipal. (...) Aposentadoria. RE 229.348 RTJ 197/358
Adm Servidor público municipal. (...) Remuneração. RE 215.612 RTJ 198/761
PrTr Servidor público: regime estatutário. (...) Sentença trabalhista. RE 330.835-
AgR RTJ 195/1053
Ct Servidor público: regime jurídico. (...) Processo legislativo. ADI 106 RTJ
196/3
PrPn Sessão de julgamento. (...) Defensor público. RHC 83.770 RTJ 196/215
PrPn Sessão de julgamento. Plenário de Tribunal de Justiça. Defesa técnica:
presença. Sustentação oral: renúncia. Princípio da ampla defesa: ofensa
inocorrente. Lei n. 8.038/90, art. 12. RHC 85.510 RTJ 198/1073
PrPn Sigilo bancário e fiscal: quebra. (...) Habeas corpus. HC 84.869 RTJ 195/183
PrPn Sigilo bancário e fiscal: quebra. (...) Prova criminal. HC 84.869 RTJ 195/183
Ct Sigilo bancário: quebra. (...) Comissão Parlamentar de Inquérito estadual.
ACO 730 RTJ 196/379
Ct Sigilo bancário: quebra. (...) Competência originária. ACO 730-QO RTJ
198/8 – ACO 730 RTJ 196/379
Ct Sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático: quebra. (...) Comissão Parla-
mentar de Inquérito – CPI. MS 24.749 RTJ 196/186
PrPn Sigilo telefônico: quebra. (...) Habeas corpus. HC 83.966-AgR RTJ 197/587
El Silêncio eloqüente da lei. (...) Investigação judicial eleitoral. HC 85.029
RTJ 195/538
PrPn Sindicância administrativa: trancamento. (...) Habeas corpus. RHC 85.105-
AgR RTJ 196/920
ÍNDICE ALFABÉTICO — Sis-Sub 1351

Int Sistema de contenciosidade limitada. (...) Extradição. Ext 917 RTJ 197/803 –
Ext 936 RTJ 196/443
Adm Sistema previdenciário diverso. (...) Servidor público estadual. RE 255.827
RTJ 197/360
PrPn Situação objetivamente idêntica: inocorrência. (...) Habeas corpus. HC
84.409-AgR RTJ 195/149
Trbt Sociedade civil de profissão. (...) Contribuição social. RE 451.988-AgR RTJ
198/832
Ct Sociedade de economia mista. (...) PIS/Pasep. RE 369.252-AgR RTJ 195/1056
Adm Sociedade de economia mista. Prestação de serviço público. Metrô/SP.
Penhora: suspensão. Princípio da continuidade do serviço público. CPC/73,
art. 678. CF/88, art. 173, § 1º, II. AC 669 RTJ 198/441
Ct Sociedade de economia mista: criação. (...) Processo legislativo. ADI 2.750
RTJ 195/19
Pn Sonegação fiscal: desvinculação. (...) Falsidade ideológica. HC 80.801 RTJ
196/192
PrPn Subprocurador-geral da República. (...) Processo criminal. HC 84.301 RTJ
197/1033
Adm Subsídio. Majoração. Ministro do STF. Associação Nacional dos Magistrados
da Justiça do Trabalho – ANAMATRA: ilegitimidade ativa. AO 1.230-AgR
RTJ 197/407
Adm Subsídio mensal e vitalício. (...) Pensão. RE 290.776 RTJ 195/1023
PrCv Substituição de ação direta de inconstitucionalidade. (...) Mandado de segu-
rança. MS 25.456-AgR RTJ 198/624
PrPn Substituição: decisão fundamentada. (...) Testemunha. RE 427.339 RTJ
196/703
Ct Substituição ou sucessão de prefeito: não-transmissão do cargo. (...) Compe-
tência legislativa. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Substituição ou sucessão: irrelevância. (...) Mandato eletivo. RE 366.488
RTJ 196/665
Ct Substituição ou sucessão por juiz de direito: impossibilidade. (...) Município.
ADI 687 RTJ 198/452
Pn Substituição por internação sem prazo determinado: impossibilidade. (...)
Medida socioeducativa. HC 84.682 RTJ 197/611
Pn Substituição por outra de internação: impossibilidade. (...) Medida socioe-
ducativa. HC 85.503 RTJ 195/259
Pn Substituição por restritiva de direitos. (...) Pena. HC 84.988 RTJ 196/888 –
HC 85.744 RTJ 195/987
1352 Sub-Súm — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Substituição por restritiva de direitos: impossibilidade. (...) Pena. HC 85.603


RTJ 196/930 – HC 85.906 RTJ 195/621
Pn Substituída por restritiva de direitos. (...) Pena. HC 84.721 RTJ 195/166
PrPn Substitutivo de recurso ordinário. (...) Habeas corpus. HC 86.843 RTJ
198/1110
Int Subtração de incapazes. (...) Extradição. Ext 946 RTJ 196/751
Ct Sucessivas contratações. (...) Licença-maternidade. RE 287.905 RTJ
198/1129
PrCv Súmula. Natureza: proposição jurídica. Caráter descritivo. AI 179.560-AgR
RTJ 195/281
Adm Súmula 6: inaplicabilidade. (...) Competência. MS 23.219-AgR RTJ 195/38
Adm Súmula 21: ofensa. (...) Defensor público. RE 452.721 RTJ 196/1030
Adm Súmula 21: ofensa. (...) Servidor público. RE 378.041 RTJ 195/677
PrSTF Súmula 249. (...) Competência jurisdicional. Rcl 2.314 RTJ 198/47
PrCv Súmula 266. (...) Mandado de segurança. MS 25.893-AgR RTJ 198/1038
PrCv Súmula 268. (...) Mandado de segurança. RMS 22.470-AgR RTJ 198/130
PrCv Súmula 269. (...) Mandado de segurança. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60
PrSTF Súmula 279. (...) Recurso extraordinário. AI 356.810-AgR RTJ 196/1009 –
AI 357.644-AgR RTJ 196/1011
PrSTF Súmula 279: afastamento excepcional. (...) Embargos de divergência. RE
214.788-ED-EDv-AgR RTJ 195/1012
PrSTF Súmula 280. (...) Recurso extraordinário. RE 436.580-AgR RTJ 195/1069 –
RE 437.829-AgR RTJ 195/714
PrSTF Súmula 282. (...) Recurso extraordinário. AI 503.617-AgR RTJ 195/363
PrCv Súmula 283. (...) Acórdão recorrido. RE 466.211-AgR RTJ 198/1176
PrSTF Súmula 283. (...) Recurso extraordinário. RE 234.951-AgR RTJ 196/997
PrCv Súmula 288. (...) Agravo de instrumento. AI 179.560-AgR RTJ 195/281 – AI
498.494-ED RTJ 196/352
PrSTF Súmula 289. (...) Agravo de instrumento. AI 466.032-AgR RTJ 195/720
Adm Súmula 359. (...) Aposentadoria. MS 24.958 RTJ 198/154
Int Súmula 421. (...) Extradição. Ext 947 RTJ 196/64 – Ext 972 RTJ 197/812 –
Ext 973 RTJ 196/757
PrPn Súmula 431. (...) Sustentação oral. HC 85.789 RTJ 195/616 – HC 85.845
RTJ 196/310
PrPn Súmula 453. (...) Sentença condenatória. HC 85.043 RTJ 196/895
ÍNDICE ALFABÉTICO — Súm-Súm 1353

Adm Súmula 473. (...) Cargo público. RE 381.204 RTJ 196/670


Pn Súmula 497. (...) Extinção da punibilidade. HC 83.960 RTJ 196/843
PrPn Súmula 523. (...) Defesa criminal. HC 86.711 RTJ 198/231
PrPn Súmula 524. (...) Inquérito policial. HC 84.253 RTJ 196/223
PrPn Súmula 524: inaplicabilidade. (...) Inquérito policial. HC 84.253 RTJ 196/223
Cv Súmula 619. (...) Prisão civil. HC 84.484 RTJ 196/240
Ct Súmula 623. (...) Competência jurisdicional. AO 1.153-AgR RTJ 196/82
PrCv Súmula 632. (...) Mandado de segurança. RMS 25.040 RTJ 196/568
PrSTF Súmula 636. (...) Recurso extraordinário. AI 498.757-AgR RTJ 195/738
Ct Súmula 645. (...) Competência legislativa. AI 481.886-AgR RTJ 195/356
Ct Súmula 649: inaplicabilidade. (...) Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
ADI 3.367 RTJ 197/909
Ct Súmula 653. (...) Tribunal de Contas estadual. ADI 397 RTJ 198/433 – ADI
3.361 RTJ 196/549
Trbt Súmula 668. (...) Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. AI 500.920-
AgR RTJ 196/1041
PrPn Súmula 691. (...) Habeas corpus. HC 84.009 RTJ 195/976 – HC 87.580-AgR
RTJ 198/1123
PrPn Súmula 707. (...) Intimação criminal. HC 84.392 RTJ 198/1040
PrPn Súmula 713. (...) Apelação criminal. HC 85.702 RTJ 196/935
Pn Súmula 718. (...) Regime prisional. HC 85.108 RTJ 195/550
PrSTF Súmula 729. (...) Benefício previdenciário. Rcl 2.380-AgR RTJ 196/489
PrCv Súmula 731: inaplicabilidade. (...) Competência jurisdicional. AO 1.122-
AgR RTJ 197/815
PrSTF Súmula 734. (...) Reclamação. Rcl 2.795-AgR RTJ 198/909
Ct Súmula anterior à EC n. 45/04. (...) Decisão plenária. AI 414.207-AgR-ED
RTJ 198/382
PrSTF Súmula vinculante: não-caracterização. (...) Reclamação. Rcl 3.979-AgR
RTJ 198/127
PrSTF Súmulas 279 e 454. (...) Recurso extraordinário. AI 498.757-AgR RTJ
195/738
PrSTF Súmulas 282 e 356. (...) Recurso extraordinário. RE 397.002-AgR RTJ 195/
1063 – AI 495.880-AgR RTJ 196/1037
PrSTF Súmulas 282 e 356: inaplicabilidade. (...) Recurso extraordinário. RE
415.760 RTJ 196/333
1354 Súm-Sus — ÍNDICE ALFABÉTICO

PrCv Súmulas 623 e 624. (...) Competência jurisdicional. AO 1.160-AgR RTJ


197/396
PrSTF Súmulas 634 e 635. (...) Medida cautelar. AC 865-AgR RTJ 198/485
PrSTF Súmulas 634 e 635: natureza processual. (...) Reclamação. Rcl 3.979-AgR
RTJ 198/127
PrPn Superior Tribunal de Justiça – STJ. (...) Competência criminal. HC 85.096
RTJ 196/917
PrGr Superior Tribunal de Justiça – STJ. (...) Competência jurisdicional. HC
85.226 RTJ 195/573
Ct Superior Tribunal de Justiça – STJ. (...) Competência originária. HC 85.838-
ED RTJ 197/1075
Ct Supremo Tribunal Federal – STF. (...) Competência. SEC 5.404 RTJ 195/448
PrSTF Supremo Tribunal Federal – STF. (...) Competência jurisdicional. Rcl 2.314
RTJ 198/47
Ct Supremo Tribunal Federal – STF. (...) Competência originária. ACO 555-QO
RTJ 196/21 – ACO 684-QO RTJ 196/25 – ACO 730 RTJ 196/379 – ACO
730-QO RTJ 198/8 – AO 1.300 RTJ 198/871 – Inq 2.051-QO RTJ 195/5 –
Rcl 2.833 RTJ 195/24 – Rcl 3.074 RTJ 196/142 – MS 24.189-AgR RTJ 196/
173 – MS 25.271-AgR RTJ 197/534 – MS 25.624-QO RTJ 198/1030 – HC
80.240 RTJ 197/1021 – HC 83.801 RTJ 196/609 – HC 86.159 RTJ 196/975
PrPn Supressão de instância. (...) Denúncia. RHC 84.404 RTJ 197/1042
PrPn Supressão de instância. (...) Habeas corpus. HC 84.409-AgR RTJ 195/149 –
HC 84.835 RTJ 196/872 – HC 85.226 RTJ 195/573 – HC 85.262 RTJ 195/
228 – HC 85.789 RTJ 195/616 – HC 86.163 RTJ 196/980
Pn Supressão de instância. (...) Pena. HC 85.744 RTJ 195/987
PrPn Supressão de instância. (...) Prisão especial. HC 84.301 RTJ 197/1033
PrPn Supressão de instância. (...) Prisão preventiva. HC 85.070 RTJ 196/914
Ct Supressão de vegetação: autorização de órgão ambiental. (...) Meio ambiente.
ADI 3.540-MC RTJ 198/939
Adm Supressão pelo TCU: impossibilidade. (...) Gratificação. MS 25.460 RTJ
197/537
PrPn Suprimento por boletim médico ou prova equivalente. (...) Prova criminal.
HC 86.248 RTJ 198/1090
PrPn Suprimento por instância superior: impossibilidade. (...) Prisão preventiva.
HC 85.238 RTJ 198/687
PrPn Suprimento por outras provas. (...) Prova pericial. HC 85.744 RTJ 195/987
PrCv Suspeição. (...) Magistrado. RMS 24.613-AgR RTJ 195/60
ÍNDICE ALFABÉTICO — Sus-Sus 1355

PrPn Suspeita de envolvimento de deputado federal. (...) Competência criminal.


Inq 1.819-AgR RTJ 198/500
Ct Suspensão. (...) Direitos políticos. RMS 22.470-AgR RTJ 198/130
PrPn Suspensão. (...) Processo criminal. RHC 83.709 RTJ 196/589
PrSTF Suspensão cautelar: eficácia. (...) Ação direta de inconstitucionalidade. ADI
1.949-MC RTJ 197/70
PrPn Suspensão condicional da pena – “sursis”: omissão. (...) Acórdão criminal.
HC 84.636 RTJ 195/513
PrPn Suspensão condicional do processo penal – “sursis” processual. Funda-
mentação: ausência. Constrangimento ilegal. HC 84.643 RTJ 195/516
PrPn Suspensão condicional do processo penal – “sursis” processual.
Inadmissibilidade. Réu processado ou condenado por outro crime. Lei n.
9.099/95, art. 89. HC 86.248 RTJ 198/1090
PrPn Suspensão condicional do processo penal – “sursis” processual. Período de
prova findo. Revogação posterior: possibilidade. Fundamentação em fato
ocorrido no período. Lei n. 9.099/95, art. 89, § 5º. HC 84.660 RTJ 197/608
PrPn Suspensão condicional do processo penal – “sursis” processual: proposta
aceita. (...) Denúncia. Inq 2.170 RTJ 197/439
PrPn Suspensão da pretensão punitiva. (...) Ação penal. RE 409.730 RTJ 197/672
PrCv Suspensão de liminar e petição: conexão inocorrente. (...) Agravo de instru-
mento. Pet 3.515-QO RTJ 196/166
PrSTF Suspensão de segurança anterior não conhecida. (...) Medida cautelar. Pet
2.676-QO RTJ 198/893
PrCv Suspensão do expediente forense: não-comprovação. (...) Agravo de instru-
mento. AI 525.293-AgR RTJ 196/724
PrSTF Suspensão: indeferimento. (...) Embargos de declaração. RE 194.662-ED-
ED-QO RTJ 195/1010
PrPn Sustentação oral. “Habeas corpus”. Intimação: desnecessidade. CPP/41, art.
664. Súmula 431. HC 85.789 RTJ 195/616
PrPn Sustentação oral. “Habeas corpus”. Intimação: desnecessidade. Súmula
431. HC 85.845 RTJ 196/310
PrCv Sustentação oral. Mandado de segurança. Consultor jurídico. Tribunal de
Contas da União – TCU. MS 25.092 RTJ 198/166
PrPn Sustentação oral: inocorrência. (...) Recurso em sentido estrito. RHC 85.443
RTJ 196/638
PrPn Sustentação oral: renúncia. (...) Sessão de julgamento. RHC 85.510 RTJ
198/1073
1356 Tab-Tem — ÍNDICE ALFABÉTICO

T
Trbt Tabela progressiva: correção monetária. (...) Imposto de Renda – IR. RE
415.322-AgR RTJ 196/677
Trbt Taxa. Iluminação pública, coleta de lixo e limpeza pública. Serviço público
indivisível e inespecífico. AI 500.920-AgR RTJ 196/1041
Trbt Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA. Ibama. Fato gerador:
poder de polícia. Base de cálculo: potencial de poluição. Princípio da
proporcionalidade. CF/88, art. 145, II. Lei n. 6.938/81, arts. 17-B, 17-C, 17-D
e 17-G, redação da Lei n. 10.165/2000. RE 416.601 RTJ 196/686
Trbt Taxa de expediente. Incidência. Prêmio do seguro DPVAT. Custo do serviço:
desproporcionalidade. Princípio da não-confiscatoriedade e da proporciona-
lidade: ofensa. ADI 2.551-MC-QO RTJ 198/508
Adm Televisão a cabo: distribuição de sinal. (...) Autorização. RMS 22.665 RTJ
198/584
PrPn Tempestividade. (...) Recurso. HC 83.915 RTJ 195/104
PrCv Tempestividade: prova. (...) Agravo de instrumento. AI 498.494-ED RTJ
196/352 – AI 525.293-AgR RTJ 196/724
PrPn Tempestividade: prova. (...) Apelação criminal. HC 70.119 RTJ 197/255
PrCv Tempestividade: reconsideração. (...) Agravo de instrumento. AI 495.880-
AgR RTJ 196/1037
PrSTF Tempestividade: verificação. (...) Recurso extraordinário. AI 498.494-ED
RTJ 196/352
Adm Tempo como juiz substituto: contagem. (...) Magistrado. MS 23.789 RTJ
195/926
Adm Tempo: cômputo. (...) Servidor público. RE 235.623 RTJ 195/639
PrSTF Tempo de serviço: contagem. (...) Recurso extraordinário. RE 394.677-AgR
RTJ 198/824
Adm Tempo de serviço: contagem recíproca. (...) Servidor público estadual. RE
255.827 RTJ 197/360
Adm Tempo de serviço na administração pública e na iniciativa privada: contagem
recíproca. (...) Aposentadoria. RE 229.348 RTJ 197/358
Adm Tempo de serviço: reconhecimento. (...) Serviço público. RE 400.896-AgR
RTJ 196/1021
Adm Tempo mínimo de serviço na administração pública. (...) Aposentadoria. RE
229.348 RTJ 197/358
Pn Tempo remido: perda. (...) Remição. HC 86.093 RTJ 197/1084 – HC 86.990
RTJ 198/241 – RE 140.541 RTJ 197/351
ÍNDICE ALFABÉTICO — Teo-Tít 1357

Adm Teoria do fato consumado: rejeição. (...) Cargo público. RE 381.204 RTJ
196/670
PrSTF Teoria dos frutos da árvore envenenada. (...) Recurso extraordinário. AI
503.617-AgR RTJ 195/363
PrPn Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO. Trancamento. Prevaricação:
não-configuração. Atipicidade da conduta. Delegado de polícia. Pequena
quantia em dinheiro: devolução a traficante. HC 85.910 RTJ 198/707
TrGr Termo de adesão: desconsideração. (...) Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço – FGTS. RE 418.918 RTJ 195/321
PrPn Termo de audiência. (...) Instrução criminal. HC 70.231 RTJ 197/543
PrPn Termo de Audiência: motivação. (...) Instrução criminal. HC 86.711 RTJ
198/231
PrPn Termo de compromisso: falta de assinatura. (...) Defesa criminal. HC 70.175
RTJ 195/489
Adm Termo inicial. (...) Licitação. RMS 23.546 RTJ 198/140
Pn Termo inicial: dia do término da permanência. (...) Extinção da punibilidade.
HC 86.711 RTJ 198/231
Adm Termo inicial: recebimento. (...) Desapropriação. MS 24.484 RTJ 198/145
PrPn Tese examinada. (...) Apelação criminal. HC 84.560 RTJ 197/1056
PrPn Testemunha. Depoimento em CPI. Condição de investigado. Assinatura do
termo de compromisso: desobrigação. Direito ao silêncio. HC 83.703 RTJ
197/318
PrPn Testemunha. Júri: desaforamento. Substituição: decisão fundamentada.
Intimação para depoimento em Plenário: ausência. Princípio da ampla defesa:
ofensa inocorrente. RE 427.339 RTJ 196/703
Adm Teto constitucional. (...) Remuneração. MS 24.527 RTJ 195/51 – RE
174.742 RTJ 198/735 – RE 215.612 RTJ 198/761
Adm Teto constitucional: exclusão. (...) Vantagem. AI 242.946-AgR RTJ 198/
370 – RE 254.602 RTJ 195/654
Adm Teto estadual. (...) Remuneração. RE 192.364 RTJ 198/752
Adm Teto estadual inferior ao federal: possibilidade. (...) Remuneração. RE
192.364 RTJ 198/752
Adm Titular: efetivação. (...) Cartório de notas e registro. ADI 3.519-MC RTJ
196/557
PrCv Título da Dívida Agrária – TDA. (...) Mandado de segurança. RMS 24.613-
AgR RTJ 195/60
1358 Tít-Tra — ÍNDICE ALFABÉTICO

Adm Título: tempo de serviço como titular, interino, substituto ou escrevente e


apresentação em congresso. (...) Concurso público. ADI 3.580-MC RTJ
198/970
Adm Tomada de contas especial pelo TCU. (...) Proventos. MS 24.544 RTJ 197/503
Pn Tráfico de entorpecente. Configuração. Porte de substância tóxica. Quanti-
dade apreendida: divergência irrelevante. HC 70.231 RTJ 197/543
PrPn Tráfico de entorpecente. (...) Denúncia. HC 70.231 RTJ 197/543
Pn Tráfico de entorpecente. (...) Pena. HC 85.906 RTJ 195/621
PrPn Tráfico de entorpecente. (...) Processo criminal. HC 84.835 RTJ 196/872
PrPn Tráfico de entorpecente. (...) Sentença criminal. RHC 84.845 RTJ 195/179
Int Tráfico de entorpecente, detenção de arma, receptação e homicídio. (...)
Extradição. Ext 923 RTJ 196/52
Int Tráfico de entorpecente e associação criminosa. (...) Extradição. Ext 909
RTJ 195/373
Pn Tráfico de entorpecente: intuito comercial. (...) Pena. HC 85.176 RTJ 195/553
PrPn Tráfico internacional de entorpecente. (...) Competência criminal. HC
85.059 RTJ 195/194
Int Tráfico internacional de entorpecente. (...) Extradição. Ext 936 RTJ 196/
443 – Ext 944 RTJ 197/384
PrPn Tramitação perante a Justiça Federal. (...) Inquérito policial. Rcl 2.349 RTJ
196/760
PrPn Trancamento. (...) Ação penal. HC 82.992 RTJ 195/953 – HC 84.388 RTJ
198/643 – RHC 85.214 RTJ 196/923 – AI 559.904-QO RTJ 195/741
PrPn Trancamento. (...) Inquérito policial. RHC 83.717 RTJ 196/836 – HC 86.120
RTJ 196/972 – RE 467.923 RTJ 198/397
PrPn Trancamento. (...) Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO. HC 85.910
RTJ 198/707
PrPn Trancamento: descabimento. (...) Ação penal. HC 84.738 RTJ 197/618 – HC
85.478 RTJ 196/640 – HC 85.726 RTJ 196/945 – HC 86.042 RTJ 198/1087
Trbt Transação e moratória. (...) Crédito tributário. ADI 2.405-MC RTJ 197/176
Adm Transferência. (...) Cargo público. ADI 3.211-MC RTJ 196/496
Cv Transferência do encargo: impossibilidade. (...) Depositário judicial. HC
86.160 RTJ 197/1088
Adm Transferência obrigatória de aluno. (...) Ensino superior. ADI 3.324 RTJ 198/64
Ct Transferência para o Estado de Roraima. (...) Bem público. ACO 640 RTJ
198/437
ÍNDICE ALFABÉTICO — Trâ-Tra 1359

Ct Trânsito. (...) Competência legislativa. ADI 2.432 RTJ 195/431 – ADI 2.796
RTJ 196/491 – ADI 2.819 RTJ 197/834 – ADI 2.928 RTJ 195/33 – ADI 3.254
RTJ 196/500 – ADI 3.323 RTJ 196/797
Ct Trânsito e transporte. (...) Competência legislativa. ADI 3.136 RTJ 198/912
PrSTF Trânsito em julgado da decisão reclamada. (...) Reclamação. Rcl 2.795-AgR
RTJ 198/909
PrPn Trânsito em julgado: inocorrência. (...) Sentença condenatória. HC 84.802
RTJ 197/621
Adm Trânsito em julgado: necessidade. (...) Servidor público. RMS 24.699 RTJ
195/64
Pn Trânsito em julgado: termo inicial. (...) Pena. HC 84.741 RTJ 196/868 – HC
84.859 RTJ 195/520 – HC 85.289 RTJ 195/241
Int Trânsito: excesso de velocidade. (...) Extradição. Ext 900-extensão RTJ
196/35
Ct Transporte coletivo urbano: vedação de gratuidade. (...) Competência
legislativa. ADI 2.349 RTJ 197/172
Adm Transposição de cargo. (...) Servidor público estadual. ADI 3.332 RTJ 196/155
PrSTF Traslado. (...) Agravo de instrumento. AI 515.168-AgR-ED RTJ 196/1047
PrCv Traslado de peça: autenticidade. (...) Agravo de instrumento. AI 466.032-
AgR RTJ 195/720
PrCv Traslado deficiente. (...) Agravo de instrumento. AI 179.560-AgR RTJ 195/
281 – AI 498.494-ED RTJ 196/352 – AI 525.293-AgR RTJ 196/724 – AI
549.756-AgR RTJ 196/358
Int Tratado Brasil—Argentina. (...) Extradição. Ext 972 RTJ 197/812
Int Tratado Brasil—Chile. (...) Extradição. Ext 855 RTJ 196/403
Int Tratado Brasil—Estados Unidos da América. (...) Extradição. Ext 915 RTJ
196/43 – Ext 939 RTJ 195/393 – Ext 944 RTJ 197/384
Int Tratado Brasil—França. (...) Extradição. Ext 917 RTJ 197/803
Int Tratado Brasil—Itália. (...) Extradição. Ext 923 RTJ 196/52 – Ext 936 RTJ
196/443 – Ext 973 RTJ 196/757
Int Tratado Brasil—Paraguai. (...) Extradição. Ext 925 RTJ 197/18 – Ext 947
RTJ 196/64
Int Tratado Brasil—Portugal. (...) Extradição. Ext 787-extensão RTJ 198/850 –
Ext 976 RTJ 198/11 – Ext 977 RTJ 198/21
Int Tratado Brasil—Suíça. (...) Extradição. Ext 900-extensão RTJ 196/35
1360 Tra-Tri — ÍNDICE ALFABÉTICO

Ct Tratamento diferenciado. (...) PIS/Pasep. RE 369.252-AgR RTJ 195/1056


PrCv Tribunal “a quo”: matéria constitucional no voto vencido. (...) Embargos de
declaração. RE 395.121-ED RTJ 197/664
Ct Tribunal de Contas. (...) Município. ADI 687 RTJ 198/452
Ct Tribunal de Contas da União – TCU. Competência. Aposentadoria: julga-
mento de legalidade. Controle externo. Contraditório: inaplicabilidade. MS
24.742 RTJ 197/515 – MS 24.958 RTJ 198/154 – MS 25.256 RTJ 197/1009
Ct Tribunal de Contas da União – TCU. Competência. Empresa pública e
sociedade de economia mista: fiscalização. CF/88, art. 71, II. Lei n. 8.443/92,
art. 1º, I. Jurisprudência: revisão. MS 25.092 RTJ 198/166
Ct Tribunal de Contas da União – TCU. Controle externo. Requisição de
servidor público: prazo. Princípio da ampla defesa e do contraditório: ofensa
inocorrente. MS 25.198 RTJ 198/1009 – MS 25.200 RTJ 197/1005
PrCv Tribunal de Contas da União – TCU. (...) Mandado de segurança. MS 24.544
RTJ 197/503
PrCv Tribunal de Contas da União – TCU. (...) Sustentação oral. MS 25.092 RTJ
198/166
Ct Tribunal de Contas dos Municípios. Criação por Estado-Membro. Prestação
de contas à Assembléia Legislativa: impossibilidade. Constituição do Estado
do Pará/89, arts. 92, XXX, expressão, e 122, expressão: inconstitucionalidade.
ADI 687 RTJ 198/452
Ct Tribunal de Contas estadual. (...) Assembléia Legislativa. ADI 687 RTJ
198/452
Ct Tribunal de Contas estadual. Composição. Conselheiro: critério de escolha.
Vaga reservada ao Legislativo e ao Executivo: proporção. CF/88, arts. 73, §
2º, I, e 75. ADI 3.361-MC RTJ 195/444
Ct Tribunal de Contas estadual. Composição. Conselheiro: critério de escolha.
Vaga reservada ao Legislativo e ao Executivo: proporção. Membro da Procura-
doria da Fazenda do Estado: impossibilidade. Súmula 653. Constituição do
Estado de São Paulo/89, art. 31, § 2º, itens 1 e 3: inconstitucionalidade. ADI
397 RTJ 198/433
Ct Tribunal de Contas estadual. Composição. Conselheiro: critério de escolha.
Vaga reservada ao Legislativo e ao Executivo: proporção. Súmula 653.
Constituição do Estado de Minas Gerais/89, art. 78, §§ 1º, I e II, e 3º:
inconstitucionalidade. ADI 3.361 RTJ 196/549
Ct Tribunal de Justiça. Competência. Serviço auxiliar: criação. ADI 106 RTJ
196/3
Ct Tribunal de Justiça. (...) Competência jurisdicional. AO 1.153-AgR RTJ
196/82 – RE 199.293 RTJ 196/320
ÍNDICE ALFABÉTICO — Tri-Tut 1361

Ct Tribunal de Justiça. (...) Competência legislativa. ADI 3.151 RTJ 197/889


PrPn Tribunal de Justiça. (...) Competência recursal. HC 85.350 RTJ 195/243
PrCv Tribunal de Justiça estadual. (...) Competência jurisdicional. AO 1.158 RTJ
196/89
PrCv Tribunal de origem: erro de processamento. (...) Embargos de declaração. AI
418.402-AgR-ED-ED-ED RTJ 195/316
Ct Tribunal Regional Eleitoral – TRE. Composição. Vaga de advogado. Prazo
de atividade profissional: dez anos. CF/88, art. 94. RMS 24.232 RTJ 198/
143 – RMS 24.334 RTJ 195/456
PrPn Tribunal Regional Federal – TRF. (...) Competência criminal. RE 467.923
RTJ 198/397
PrCv Tribunal Regional Federal – TRF. (...) Competência jurisdicional. AO
1.160-AgR RTJ 197/396
Ct Tribunal Regional Federal – TRF e Superior Tribunal de Justiça – STJ. (...)
Conflito de competência. CC 7.161 RTJ 196/169
TrGr Tribunal Superior do Trabalho – TST. (...) Recurso administrativo. Rcl 2.873
RTJ 195/440
PrCv Tribunal Superior Eleitoral – TSE. (...) Competência jurisdicional. AO
1.139-AgR RTJ 196/460
Trbt Tributo. Multa: parâmetro. Lei complementar: necessidade. CF/88, art. 146,
III: natureza exemplificativa. Lei n. 8.212/91, art. 35, redação da Lei n.
9.528/97: inconstitucionalidade. RE 407.190 RTJ 197/1111
Trbt Tributo. (...) Prescrição. ACO 261 RTJ 196/13
PrSTF Turma Recursal de Juizado Especial. (...) Competência jurisdicional. MS
24.700-AgR RTJ 196/181
Ct Turma Recursal de Juizado Especial. (...) Competência originária. HC
83.801 RTJ 196/609
PrSTF Tutela antecipada. (...) Benefício previdenciário. Rcl 2.380-AgR RTJ 196/489
PrCv Tutela antecipada. Benefício previdenciário: restabelecimento de paga-
mento. Decisão na ADC n. 4: ofensa. Rcl 1.013 RTJ 197/389
PrCv Tutela antecipada. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental – FUNDEF. Cálculo de complementação federal: controvérsia.
Dedução do valor: impedimento. ACO 700-tutela antecipada RTJ 195/750
PrCv Tutela antecipada. Redução de verba salarial: impedimento. Aumento ou
extensão de vantagens: inocorrência. Decisão na ADC n. 4: ofensa inocor-
rente. Rcl 2.482 RTJ 195/435
1362 Uni-Van — ÍNDICE ALFABÉTICO

U
Ct União Federal. (...) Bem público. ACO 640 RTJ 198/437
Ct União Federal. (...) Competência. ADI 2.639 RTJ 198/536
Ct União Federal. (...) Competência legislativa. ADI 106 RTJ 196/3 – ADI 687
RTJ 198/452 – ADI 2.257 RTJ 195/16 – ADI 2.432 RTJ 195/431 – ADI 2.796
RTJ 196/491 – ADI 2.819 RTJ 197/834 – ADI 2.928 RTJ 195/33 – ADI 2.938
RTJ 197/452 – ADI 2.938 RTJ 197/452 – ADI 3.069 RTJ 197/485 – ADI 3.136
RTJ 198/912 – ADI 3.151 RTJ 197/889 – ADI 3.254 RTJ 196/500 – ADI 3.258
RTJ 195/915 – ADI 3.323 RTJ 196/797 – RE 313.060 RTJ 197/367
Ct União Federal. (...) Competência legislativa concorrente. ADI 3.098 RTJ
197/879
TrGr Unicidade sindical. Base territorial mínima: mitigação. Desmembramento:
viabilidade. CLT/43, arts. 570 e 571: recepção. CF/88, arts. 5º, XVII, e 8º, II.
RMS 24.069 RTJ 198/973
PrPn Uso de documento falso e estelionato. (...) Competência criminal. RE
135.243 RTJ 195/626
PrSTF Usurpação de competência do STF: inocorrência. (...) Reclamação. Rcl
3.366-AgR RTJ 196/158
Ct Utilização pelo Território de Roraima. (...) Bem público. ACO 640 RTJ
198/437

V
Ct Vaga de advogado. (...) Tribunal Regional Eleitoral – TRE. RMS 24.232
RTJ 198/143 – RMS 24.334 RTJ 195/456
Ct Vaga reservada ao Legislativo e ao Executivo: proporção. (...) Tribunal de
Contas estadual. ADI 397 RTJ 198/433 – ADI 3.361 RTJ 196/549 – ADI
3.361-MC RTJ 195/444
PrSTF Vale-refeição: reajuste. (...) Recurso extraordinário. RE 437.829-AgR RTJ
195/714
Trbt Valor adicionado: cálculo. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços – ICMS. RE 253.906 RTJ 195/643
Ct Valor insuficiente. (...) Salário mínimo. ADI 1.442 RTJ 195/752
Adm Vantagem. Adicional por tempo de serviço: cálculo. Teto constitucional:
exclusão. Remuneração total: incidência. CF/88, art. 37, XI. AI 242.946-
AgR RTJ 198/370 – RE 254.602 RTJ 195/654
Adm Vantagem. (...) Servidor público estadual. ADI 554 RTJ 198/847
Adm Vantagem de caráter específico. (...) Proventos. RE 411.998 RTJ 196/1028
ÍNDICE ALFABÉTICO — Van-Ver 1363

Adm Vantagem de caráter geral. (...) Proventos. RE 349.465-AgR RTJ 196/1005 –


RE 372.503 RTJ 197/1107 – AI 518.402-AgR RTJ 196/1054
Adm Vantagem desvinculada da remuneração: incorporação. (...) Servidor público
estadual. RE 446.767-AgR RTJ 198/1148
Adm Vantagem pessoal: exclusão. (...) Remuneração. MS 24.527 RTJ 195/51 –
RE 174.742 RTJ 198/735 – RE 215.612 RTJ 198/761
Ct Vara federal: ausência. (...) Competência jurisdicional. RE 390.664 RTJ
195/1060
PrPn Vedação de análise probatória: parcimônia. (...) Habeas corpus. HC 83.658
RTJ 197/557
Trbt Veículo automotor. (...) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. RE
255.682-AgR RTJ 197/636
Ct Veículo irrecuperável: desmonte e comercialização. (...) Competência
legislativa. ADI 3.254 RTJ 196/500
Adm Veículo irregular de transporte coletivo: apreensão e “desemplacamento”.
(...) Poder Executivo. ADI 2.751 RTJ 197/226
Adm Vencimentos. Assistente jurídico autárquico do Detran. Equiparação com os
de procurador de Estado. Decisão no RE n. 216.647: descumprimento. Rcl
1.865 RTJ 197/819
Adm Vencimentos. Magistrado. Verba de representação: cálculo. Parcela autônoma
de equivalência: não-incidência. AO 1.056-AgR RTJ 197/392
Adm Vencimentos. Militar. Reajuste de 28,86%. Leis n. 8.622/93 e 8.627/93. RE
442.334-AgR RTJ 195/716
Adm Vencimentos. Militar. Reajuste de 28,86%: compensação pela Lei n. 8.627/93.
RE 398.778-AgR RTJ 195/1066
Adm Vencimentos. Militar: extensão a outra hierarquia. Reajuste de 28,86%.
Medida Provisória n. 2.131/2000: limite temporal. RE 410.778 RTJ 195/700
Adm Vencimentos. Servidor público. Conversão em URV. Incorporação de
11,98%. Princípio da irredutibilidade de vencimentos. Princípio da reserva
legal: ofensa inocorrente. CF/88, art. 168. ADI 2.321-MC RTJ 195/812
Adm Vencimentos. Servidor público. Reajuste de 28,86%: compensação eventual.
Leis n. 8.622/93 e 8.627/93. RE 370.760-AgR RTJ 195/1059
PrPn Venda de bem alienado fiduciariamente. (...) Denúncia. HC 84.161 RTJ
197/604
Adm Verba de representação: cálculo. (...) Vencimentos. AO 1.056-AgR RTJ
197/392
Pn Verba pública: aplicação em obra diversa. (...) Peculato. AP 375 RTJ 196/366
1364 Ver-Vot — ÍNDICE ALFABÉTICO

Pn Verba pública: destinação não prevista em lei. (...) Emprego irregular de


verbas ou rendas públicas. AP 375 RTJ 196/366
Adm Verba relativa à natureza do cargo: inclusão. (...) Remuneração. RE 174.742
RTJ 198/735
Ct Vereador. (...) Mandato eletivo. RE 413.327 RTJ 195/702
PrPn Verificação de efetivo exercício de gestão. (...) Habeas corpus. HC 85.549
RTJ 198/698
Ct Vice-governador. (...) Mandato eletivo. RE 366.488 RTJ 196/665
Ct “Vício grave”: formal e material. (...) Militar. AOE 16 RTJ 197/3
Adm Vigilância sobre mata, rio e fonte. (...) Juiz de paz. ADI 2.938 RTJ 197/452
Adm Vinculação ao salário mínimo. (...) Gratificação. RE 433.233 RTJ 196/348
Cv Vinculação ao salário mínimo: vedação. (...) Responsabilidade civil. AI
356.810-AgR RTJ 196/1009
Adm Vinculação remunerada a órgão público. (...) Agência reguladora de serviço
público. ADI 3.244 RTJ 196/793
Trbt Vinculação vedada. (...) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Ser-
viços – ICMS. ADI 2.823-MC RTJ 198/51
PrSTF Vínculo empregatício de estagiário. (...) Recurso extraordinário. AI
357.644-AgR RTJ 196/1011
PrPn Vínculo entre o réu e o ato ilícito: ausência. (...) Denúncia. HC 85.224 RTJ
196/630
Pn Violência real e grave ameaça. (...) Extinção da punibilidade. HC 84.922
RTJ 196/880
PrPn Vista: não-apreciação. (...) Acórdão criminal. RHC 84.174 RTJ 196/848
Adm Vistoria. (...) Desapropriação. MS 25.360 RTJ 197/1017
Adm Vistoria: acompanhamento por preposto. (...) Desapropriação. MS 25.016
RTJ 198/163 – MS 25.351 RTJ 196/816
Ct Vistoria de automóvel. (...) Competência legislativa. ADI 3.323 RTJ 196/797
Adm Vistoria parcelada: admissibilidade. (...) Desapropriação. MS 24.764 RTJ
198/594
Adm Vistoria: possibilidade. (...) Desapropriação. MS 25.006 RTJ 197/522
Adm Vistoria: prazo. (...) Desapropriação. MS 24.764 RTJ 198/594
Adm Vítima servidor público. (...) Responsabilidade civil do Estado. AI 473.381-
AgR RTJ 198/837
Ct Votação: quebra de sigilo. (...) Mandato eletivo. RE 413.327 RTJ 195/702
ÍNDICE NUMÉRICO
ACÓRDÃOS
16 (AOE) Rel.: Min. Eros Grau ................................... 197/3
72 (ADPF-QO) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 196/363
75 (ADPF-AgR) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski .............. 198/3
106 (ADI) Rel. p/ o ac.: Min. Gilmar Mendes ............. 196/3
244 (AC-QO) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/421
261 (ACO) Rel.: Min. Marco Aurélio ......................... 196/13
349 (AC) Rel.: Min. Carlos Britto ............................ 196/15
375 (AP) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/366
397 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/433
541 (ACO-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/371
554 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/847
555 (ACO-QO) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 196/21
639 (ADI) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/731
640 (ACO) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/437
646 (MI-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/749
663 (AC-MC-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes .......................... 198/5
669 (AC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/441
684 (ACO-QO) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 196/25
687 (ADI) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 198/452
700 (AC-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ............................ 196/31
700 (ACO-tutela antecipada) Rel. p/ o ac.: Min. Sepúlveda Pertence .. 195/750
720 (AC-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/375
730 (ACO) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/379
730 (ACO-QO) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ....................... 198/8
731 (AC-MC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/484
738 (AC-QO-ED) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/373
1368 ÍNDICE NUMÉRICO

754 (AC-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/739


756 (ACO) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/797
787 (Ext-extensão) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/850
855 (Ext) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 196/403
865 (AC-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/485
900 (Ext-extensão) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 196/35
909 (Ext) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/373
913 (Ext) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/388
915 (Ext) Rel.: Min. Gilmar Mendes ........................ 196/43
916 (Ext) Rel.: Min. Carlos Britto ............................ 196/50
917 (Ext) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/803
923 (Ext) Rel.: Min. Carlos Velloso ......................... 196/52
925 (Ext) Rel.: Min. Carlos Britto ............................ 197/18
929 (AC-QO) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 196/58
931 (Ext) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 197/376
936 (Ext) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/443
936 (Ext-ED) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/744
939 (Ext) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/393
944 (Ext) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/384
946 (Ext) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/751
947 (Ext) Rel.: Min. Carlos Velloso ......................... 196/64
959 (AC-MC-QO) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/458
962 (Ext) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 196/69
972 (Ext) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/812
973 (Ext) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/757
976 (Ext) Rel.: Min. Carlos Velloso ......................... 198/11
977 (Ext) Rel.: Min. Celso de Mello ........................ 198/21
988 (Ext-QO) Rel.: Min. Gilmar Mendes ........................ 198/31
1.013 (Rcl) Rel. p/ o ac.: Min. Nelson Jobim ............ 197/389
1.016 (Ext) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/855
1.033 (AC-AgR-QO) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 198/858
1.056 (AO-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/392
1.122 (AO-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/815
1.139 (AO-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/460
1.153 (AO-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ......................... 196/82
1.158 (AO) Rel.: Min. Carlos Britto ............................ 196/89
1.160 (AO-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 197/396
1.230 (AO-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/407
1.231 (ADI) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/413
1.266 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ................................. 196/92
1.300 (AO) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/871
1.326 (Inq) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/488
1.442 (ADI) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/752
1.584 (AR-AgR) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/877
1.608 (Inq) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 195/395
ÍNDICE NUMÉRICO 1369

1.608 (Inq-ED) Rel.: Min. Marco Aurélio ......................... 196/98


1.754 (AR-AgR) Rel.: Min.Carlos Britto .............................. 195/3
1.766 (AR-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/414
1.819 (Inq-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/500
1.848 (AR-AgR) Rel.: Min. Eros Grau ................................. 197/67
1.850 (AR-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/416
1.865 (Rcl) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/819
1.866 (AR-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/463
1.871 (Inq-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ............................ 198/35
1.878 (ADI-ED) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/793
1.884 (Inq) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 195/796
1.886 (Pet-AgR-QO) Rel.: Min. Celso de Mello ........................ 198/39
1.949 (ADI-MC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 197/70
1.950 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/882
1.957 (Inq) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/101
2.051 (Inq-QO) Rel.: Min. Gilmar Mendes .......................... 195/5
2.081 (Inq) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/467
2.123 (Rcl) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 197/428
2.154 (Inq) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/436
2.170 (Inq) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/439
2.190 (Rcl) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/134
2.224 (Rcl) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/503
2.249 (ADI) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/480
2.257 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ................................. 195/16
2.303 (Rcl-AgR) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/419
2.314 (Rcl) Rel.: Min. Gilmar Mendes ........................ 198/47
2.321 (ADI-MC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/812
2.349 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/172
2.349 (Rcl) Rel. p/ o ac.: Min. Cezar Peluso ............. 196/760
2.370 (Rcl-AgR) Rel. p/ o ac.: Min. Marco Aurélio .......... 196/484
2.380 (Rcl-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/489
2.405 (ADI-MC) Rel. p/ o ac.: Min. Sepúlveda Pertence .. 197/176
2.432 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/431
2.461 (ADI) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/897
2.482 (Rcl) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/435
2.514 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/442
2.551 (ADI-MC-QO) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 198/508
2.568 (Rcl) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/766
2.618 (ADI-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/204
2.618 (ADI-AgR-AgR) Rel. p/ o ac.: Min. Gilmar Mendes ......... 197/822
2.632 (Rcl-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/769
2.636 (Rcl) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 197/209
2.639 (ADI) Rel.: Min. Nelson Jobim ........................ 198/536
2.676 (Pet-QO) Rel. p/ o ac.: Min. Gilmar Mendes ......... 198/893
2.733 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/219
1370 ÍNDICE NUMÉRICO

2.750 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ................................. 195/19


2.751 (ADI) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/226
2.768 (Rcl) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/905
2.772 (Rcl) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/551
2.795 (Rcl-AgR) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski .......... 198/909
2.796 (ADI) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/491
2.819 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/834
2.823 (ADI-MC) Rel.: Min. Ilmar Galvão ............................ 198/51
2.833 (Rcl) Rel.: Min. Carlos Britto ............................ 195/24
2.836 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/446
2.848 (Rcl) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ..................... 198/55
2.873 (Rcl) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/440
2.925 (ADI) Rel. p/ o ac.: Min. Marco Aurélio .......... 197/842
2.928 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ................................. 195/33
2.938 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/452
3.000 (ADI) Rel.: Min. Carlos Velloso ......................... 198/60
3.051 (ADI) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/871
3.068 (ADI) Rel. p/ o ac.: Min. Eros Grau .................. 196/772
3.069 (ADI) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 197/485
3.074 (Rcl) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/142
3.085 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/875
3.098 (ADI) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/879
3.114 (ADI) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/488
3.136 (ADI) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski .......... 198/912
3.151 (ADI) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/889
3.208 (ADI) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 198/561
3.211 (ADI-MC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/496
3.244 (ADI) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/793
3.254 (ADI) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 196/500
3.258 (ADI) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 195/915
3.290 (ADI) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/506
3.297 (Pet) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/579
3.323 (ADI) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/797
3.324 (ADI) Rel.: Min. Marco Aurélio ......................... 198/64
3.332 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/155
3.344 (ADI-MC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/801
3.361 (ADI-MC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/444
3.361 (ADI) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/549
3.366 (Rcl-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/158
3.367 (ADI) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 197/909
3.395 (ADI-MC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/922
3.422 (Pet-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/499
3.443 (ADI) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/552
3.462 (ADI-MC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/918
3.476 (Pet-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ........................ 198/88
ÍNDICE NUMÉRICO 1371

3.506 (ADI-AgR) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/924


3.515 (Pet-QO) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/166
3.519 (ADI-MC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/557
3.540 (ADI-MC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 198/939
3.578 (ADI-MC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 198/92
3.580 (ADI-MC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 198/970
3.872 (Rcl-AgR) Rel. p/ o ac.: Min. Carlos Velloso .......... 198/112
3.979 (Rcl-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 198/127
5.404 (SEC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/448
7.161 (CC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/169
7.204 (CC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/236
22.127 (MS) Rel.: Min. Ellen Gracie ............................ 195/36
22.470 (RMS-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 198/130
22.665 (RMS) Rel. p/ o ac.: Min. Nelson Jobim ............ 198/584
23.219 (MS-AgR) Rel.: Min. Eros Grau ................................. 195/38
23.546 (RMS) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/140
23.605 (MS-AgR-ED) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/170
23.780 (MS) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 197/994
23.789 (MS) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/926
23.841 (RMS-AgR-ED) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/454
24.069 (RMS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/973
24.128 (RMS) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 195/42
24.151 (MS) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 197/253
24.189 (MS-AgR) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/173
24.232 (RMS) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 198/143
24.268 (MS-ED) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 198/979
24.334 (RMS) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/456
24.442 (MS) Rel.: Min. Gilmar Mendes ........................ 195/47
24.484 (MS) Rel. p/ o ac.: Min. Eros Grau .................. 198/145
24.511 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/176
24.519 (MS) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/999
24.527 (MS) Rel. p/ o ac.: Min. Gilmar Mendes ........... 195/51
24.544 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/503
24.566 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/807
24.579 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/810
24.613 (RMS-AgR) Rel.: Min. Eros Grau ................................. 195/60
24.657 (MS) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/472
24.699 (RMS) Rel.: Min. Eros Grau ................................. 195/64
24.700 (MS-AgR) Rel. p/ o ac.: Min. Marco Aurélio .......... 196/181
24.736 (RMS) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/814
24.742 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/515
24.749 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/186
24.764 (MS) Rel. p/ o ac.: Min. Gilmar Mendes ......... 198/594
24.832 (MS-MC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/982
24.958 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/154
1372 ÍNDICE NUMÉRICO

24.999 (MS-ED) Rel.: Min. Carlos Velloso ......................... 195/75


25.006 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/522
25.016 (MS) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 198/163
25.027 (MS) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/560
25.040 (RMS) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/568
25.045 (MS) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/577
25.092 (MS) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 198/166
25.118 (MS) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/933
25.153 (RMS) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/581
25.192 (MS) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/478
25.194 (MS) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/524
25.198 (MS) Rel.: Min. Marco Aurélio ..................... 198/1009
25.200 (MS) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 197/1005
25.256 (MS) Rel.: Min. Carlos Velloso ..................... 197/1009
25.258 (MS-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/617
25.271 (MS-AgR) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 197/534
25.272 (RMS) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/586
25.279 (MS-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 198/1013
25.291 (MS-AgR) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/189
25.304 (MS) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 198/1019
25.351 (MS) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/816
25.360 (MS) Rel.: Min. Eros Grau ............................. 197/1017
25.386 (RMS) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/819
25.456 (MS-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/624
25.460 (MS) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/537
25.624 (MS-QO) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 198/1030
25.893 (MS-AgR) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski ........ 198/1038
69.179 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello. ..................... 195/482
69.780 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/486
70.119 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/255
70.175 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/489
70.231 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/543
73.033 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/259
73.681 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/498
75.753 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 195/942
80.240 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 197/1021
80.429 (RHC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/262
80.801 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/192
80.967 (RHC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 197/1030
81.263 (HC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/626
81.319 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/267
81.740 (RHC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 195/80
81.787 (RHC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/632
82.011 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 196/195
82.390 (RHC-ED) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 197/549
ÍNDICE NUMÉRICO 1373

82.770 (HC-ED) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 197/553


82.992 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/953
83.040 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/200
83.128 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 195/503
83.148 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/960
83.157 (HC-ED) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/822
83.255 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 195/966
83.346 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ................. 195/85
83.416 (HC) Rel. p/ o ac.: Min. Cezar Peluso ............. 197/294
83.446 (RHC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 195/509
83.509 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/204
83.545 (HC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/635
83.575 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/209
83.579 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/824
83.595 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/828
83.617 (HC-ED) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/833
83.658 (HC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 197/557
83.703 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/318
83.709 (RHC) Rel. p/ o ac.: Min. Cezar Peluso ............. 196/589
83.717 (RHC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/836
83.770 (RHC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/215
83.782 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/598
83.800 (RHC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/604
83.801 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/609
83.836 (HC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/840
83.915 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/104
83.960 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/843
83.966 (HC-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/587
84.009 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/976
84.092 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 196/218
84.161 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 197/604
84.174 (RHC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/848
84.182 (RHC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/611
84.202 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/109
84.253 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 196/223
84.262 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/114
84.295 (RHC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/640
84.301 (HC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................. 197/1033
84.352 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/614
84.388 (HC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 198/643
84.392 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 198/1040
84.404 (RHC) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 197/1042
84.409 (HC) Rel. p/ o ac.: Min. Gilmar Mendes ......... 195/126
84.409 (HC-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/149
84.424 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/235
1374 ÍNDICE NUMÉRICO

84.484 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/240


84.500 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/247
84.539 (HC-MC-QO) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/852
84.560 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................. 197/1056
84.636 (HC) Rel. p/ o ac.: Min. Eros Grau .................. 195/513
84.643 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/516
84.653 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/855
84.660 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/608
84.679 (HC-ED) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/322
84.680 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/155
84.682 (HC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 197/611
84.690 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/679
84.716 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/617
84.721 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/166
84.738 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/618
84.741 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/868
84.747 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/172
84.761 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/175
84.798 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/621
84.802 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/621
84.829 (HC) Rel.: Min. Marco Aurélio ..................... 198/1053
84.835 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/872
84.845 (RHC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/179
84.849 (RHC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/518
84.859 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/520
84.869 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/183
84.870 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 197/625
84.904 (RHC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................. 198/1054
84.907 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/875
84.920 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/624
84.922 (HC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/880
84.944 (RHC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/523
84.949 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/883
84.950 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/251
84.969 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/528
84.981 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/534
84.986 (RHC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/254
84.988 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/888
85.029 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/538
85.033 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/547
85.043 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/895
85.049 (HC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 196/904
85.052 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/191
85.059 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/194
85.064 (HC) Rel. p/ o ac.: Min. Gilmar Mendes ....... 197/1063
ÍNDICE NUMÉRICO 1375

85.068 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/907


85.070 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/914
85.088 (HC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/978
85.096 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/917
85.105 (RHC-AgR) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/920
85.108 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/550
85.141 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 198/1060
85.144 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/682
85.166 (RHC) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/190
85.176 (HC) Rel. p/ o ac.: Min. Eros Grau .................. 195/553
85.177 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/208
85.192 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/556
85.200 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/194
85.207 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/567
85.210 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/627
85.214 (RHC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/923
85.224 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/630
85.226 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/573
85.237 (HC) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/212
85.238 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/687
85.243 (RHC-QO) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/227
85.260 (HC-extensão) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/927
85.262 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/228
85.279 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/234
85.287 (RHC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/577
85.289 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/241
85.297 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/580
85.298 (HC-QO) Rel. p/ o ac.: Min. Carlos Britto ............. 196/258
85.314 (HC) Rel. p/ o ac.: Min. Eros Grau .................. 195/583
85.335 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/980
85.340 (HC-AgR) Rel. p/ o ac.: Min. Ellen Gracie ............ 198/1065
85.350 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/243
85.351 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/247
85.379 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/588
85.381 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/202
85.410 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/694
85.424 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/278
85.429 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/594
85.438 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/292
85.443 (RHC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/638
85.452 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/249
85.457 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/253
85.468 (HC-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/295
85.478 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/640
85.503 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/259
1376 ÍNDICE NUMÉRICO

85.510 (RHC) Rel.: Min. Marco Aurélio ..................... 198/1073


85.512 (RHC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/299
85.513 (RHC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/302
85.526 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 198/1076
85.549 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/698
85.554 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/599
85.556 (HC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/266
85.569 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/603
85.585 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/268
85.603 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/930
85.609 (HC) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 198/1078
85.621 (RHC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/608
85.623 (RHC) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/703
85.629 (HC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/985
85.670 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/271
85.673 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/274
85.702 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/935
85.705 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 195/613
85.726 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/945
85.744 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/987
85.764 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/306
85.789 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/616
85.797 (HC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 198/206
85.838 (HC-ED) Rel.: Min. Celso de Mello .................... 197/1075
85.845 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/310
85.858 (HC-ED) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/960
85.863 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/315
85.872 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/644
85.880 (HC) Rel. p/ o ac.: Min. Carlos Britto ............. 198/208
85.886 (HC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 196/964
85.906 (HC) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/621
85.910 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/707
85.950 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/709
86.002 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/969
86.042 (HC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................. 198/1087
86.047 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/712
86.049 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................. 197/1077
86.052 (HC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/991
86.072 (RHC) Rel.: Min. Eros Grau ............................. 197/1081
86.093 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................. 197/1084
86.102 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/626
86.120 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/972
86.149 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/325
86.159 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/975
86.160 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................. 197/1088
ÍNDICE NUMÉRICO 1377

86.163 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/980


86.248 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 198/1090
86.276 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/630
86.289 (HC) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski ........ 198/1093
86.294 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 197/328
86.317 (RHC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 197/341
86.328 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/647
86.360 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/984
86.430 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/988
86.566 (HC) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/220
86.581 (HC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 198/224
86.597 (HC) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................. 198/1100
86.605 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 198/1103
86.703 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 198/1107
86.711 (HC) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski .......... 198/231
86.751 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/993
86.807 (RHC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 197/344
86.843 (HC) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 198/1110
86.915 (HC) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 198/1113
86.990 (HC) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski .......... 198/241
87.172 (RHC) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/716
87.263 (HC) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski .......... 198/720
87.338 (HC) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski ........ 198/1120
87.580 (HC-AgR) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski ........ 198/1123
87.776 (HC) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski ........ 198/1125
88.188 (HC) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 198/244
123.328 (RE-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/649
135.243 (RE) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/626
136.486 (AI-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/346
140.541 (RE) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/351
141.190 (RE) Rel. p/ o ac.: Min. Nelson Jobim ............ 198/246
174.478 (RE) Rel. p/ o ac.: Min. Cezar Peluso ............. 198/724
174.742 (RE) Rel.: Min. Nelson Jobim ........................ 198/735
179.337 (AI-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/356
179.560 (AI-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/281
192.364 (RE) Rel. p/ o ac.: Min. Nelson Jobim ............ 198/752
194.662 (RE-ED-ED) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/993
194.662 (RE-ED-ED-QO) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 195/1010
196.336 (RE-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/635
199.293 (RE) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/320
208.156 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/288
214.788 (RE-ED-EDv-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 195/1012
215.612 (RE) Rel. p/ o ac.: Min. Nelson Jobim ............ 198/761
220.906 (RE) Rel.: Min. Maurício Corrêa .................... 198/768
229.348 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 197/358
1378 ÍNDICE NUMÉRICO

234.951 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/997


235.042 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ..................... 195/1019
235.623 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/639
242.946 (AI-AgR) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/370
247.593 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/634
252.540 (RE-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/652
253.906 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/643
254.602 (RE) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/654
255.682 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/636
255.827 (RE) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 197/360
255.967 (RE-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/657
264.848 (RE) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/325
268.866 (AI-AgR-ED-ED-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/363
281.134 (RE-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/999
283.620 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/654
284.847 (AI-AgR-ED-ED) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 196/657
287.905 (RE) Rel. p/ o ac.: Min. Joaquim Barbosa .... 198/1129
289.764 (RE-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/293
290.776 (RE) Rel. p/ o ac.: Min. Carlos Velloso ........ 195/1023
302.622 (RE) Rel.: Min. Carlos Velloso ..................... 195/1036
302.803 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/659
313.060 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 197/367
313.915 (RE) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 198/376
316.882 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ..................... 196/1001
329.391 (RE-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/664
330.835 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 195/1053
338.681 (RE-AgR-ED) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/642
343.804 (AI-AgR-ED) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1003
347.717 (AI-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/645
348.707 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/328
349.427 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/672
349.465 (RE-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 196/1005
351.142 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie ........................... 195/295
351.489 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 198/1143
356.711 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 197/1094
356.810 (AI-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1009
357.644 (AI-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1011
361.829 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/299
361.829 (RE-AgR-ED) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/661
361.829 (RE) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 198/811
366.488 (RE) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/665
367.460 (RE-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 197/655
369.252 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ..................... 195/1056
370.614 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/675
370.760 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 195/1059
ÍNDICE NUMÉRICO 1379

372.503 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 197/1107


378.041 (RE) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/677
381.204 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 196/670
385.639 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/680
387.945 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/823
388.838 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/306
389.871 (AI-AgR-ED) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/682
390.664 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie ........................ 195/1060
393.021 (RE-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/660
394.065 (AI-AgR-ED-ED) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/310
394.661 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ..................... 196/1013
394.677 (RE-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/824
395.121 (RE-ED) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 197/664
396.789 (AI-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1015
397.002 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 195/1063
397.551 (RE-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1017
398.407 (RE) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/331
398.778 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 195/1066
400.344 (RE) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/686
400.896 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ..................... 196/1021
401.102 (RE-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 195/691
401.823 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/696
403.312 (AI-ED) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1023
407.190 (RE) Rel.: Min. Marco Aurélio ..................... 197/1111
408.674 (RE-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/673
409.545 (AI-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1026
409.730 (RE) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/672
409.919 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/313
410.778 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/700
411.998 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 196/1028
413.327 (RE) Rel.: Min. Joaquim Barbosa ................... 195/702
414.207 (AI-AgR-ED) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 198/382
414.828 (RE-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello .................... 197/1118
415.322 (RE-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/677
415.760 (RE) Rel. p/ o ac.: Min. Eros Grau .................. 196/333
415.957 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/679
416.601 (RE) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 196/686
418.402 (AI-AgR-ED-ED-ED) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/316
418.918 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/321
422.740 (RE-AgR) Rel.: Min. Marco Aurélio ..................... 198/1146
422.941 (RE) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/678
426.183 (RE-AgR) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 197/698
427.339 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/703
427.533 (AI-AgR) Rel. p/ o ac.: Min. Cezar Peluso ............. 198/387
429.070 (AI-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 195/711
1380 ÍNDICE NUMÉRICO

429.476 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/828


432.597 (RE-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/713
432.789 (RE) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 196/345
433.233 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/348
433.305 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/830
436.580 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 195/1069
437.829 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/714
442.334 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/716
442.683 (RE) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 197/700
446.767 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 198/1148
446.999 (RE) Rel.: Min. Ellen Gracie .......................... 195/342
448.558 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 197/712
449.420 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 196/716
451.988 (RE-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 198/832
452.721 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 196/1030
453.365 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 198/1152
456.679 (RE) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............. 198/1156
460.868 (AI-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/716
461.451 (RE-AgR) Rel.: Min. Eros Grau ............................... 198/835
463.210 (RE-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ..................... 197/1124
464.963 (RE) Rel.: Min. Gilmar Mendes .................... 198/1170
466.032 (AI-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/720
466.211 (RE-AgR) Rel.: Min. Cármen Lúcia ...................... 198/1176
467.923 (RE) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 198/397
473.381 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 198/837
481.886 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/356
483.466 (AI-AgR) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 198/415
488.871 (AI-AgR) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/733
489.254 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/359
495.880 (AI-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1037
496.967 (AI-AgR) Rel.: Min. Marco Aurélio ....................... 196/721
498.494 (AI-ED) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/352
498.757 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 195/738
499.022 (AI-ED) Rel.: Min. Ricardo Lewandowski ........ 198/1178
500.920 (AI-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1041
503.617 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Velloso ....................... 195/363
504.961 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 195/1071
506.691 (AI-ED) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1043
510.503 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/839
515.168 (AI-AgR-ED) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1047
518.402 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto ........................ 196/1054
519.283 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 196/722
525.293 (AI-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 196/724
527.561 (AI-AgR) Rel.: Min. Carlos Britto .......................... 198/842
529.942 (AI-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello .................... 197/1129
ÍNDICE NUMÉRICO 1381

530.658 (AI-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/354


532.180 (AI-AgR) Rel.: Min. Cezar Peluso ........................ 196/1056
536.030 (AI-AgR) Rel.: Min. Celso de Mello ...................... 197/721
543.822 (AI-AgR-ED) Rel.: Min. Cezar Peluso .......................... 196/726
546.296 (AI-AgR-ED) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/356
549.756 (AI-AgR) Rel.: Min. Gilmar Mendes ...................... 196/358
559.904 (AI-QO) Rel.: Min. Sepúlveda Pertence ............... 195/741

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