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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 21/07/2019

Aluna: Nádia Regina Ferreira Damascena


Professor: Antônio Vieira.

ANGICO ‘’40 horas na memória’’- UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL


do SEMI-ARIDO, UFERSA.

O documentário “Angico 40 horas na memória’’ retrata a experiencia do


projeto de Alfabetização com Jovens e Adultos desenvolvido por Paulo Freire em
1963 na cidade de Angico, sertão do Rio Grande do Norte. A história
documentada é dividida em 3 partes e descreve no seu primeiro momento a
trajetória da região castigada pela seca, descrita pelos moradores como
ambiente de muita pobreza e dificuldade de sobrevivência sem perspectiva de
melhora de vida e com um alto índice de analfabetismo.
Na sequência, o documentário trata da chegada dos universitários à
cidade de Angico com o projeto de alfabetização desenvolvido por Paulo Freire,
convidando a população para ser alfabetizada em 40 horas. O convite era feito
aos moradores por meio de um carro de som. Embora o projeto fosse
direcionado para alfabetização de Jovens e Adultos, em algumas famílias as
crianças também participavam das atividades.
O documentário relata aspectos de fundamental importância na prática
educativa destacando o compromisso e a dedicação dos professores, que
estavam sempre disponíveis ao diálogo, a aceitação, independente de cor raça
credo idade, ou nível social, e mais ainda o cuidado com os alunos que
chegavam do trabalho muito cansados, e desistiam de ir assistir as aulas os
professores iam em suas casas e os convenciam a ir para a escola
A proposta de Paulo Freire, utilizava-se do método dialógico, que
estimulava a alfabetização dos adultos mediante a discussão de suas
experiencias através das palavras ‘’geradoras’’ que foram selecionadas por um
grupo de universitários que estavam envolvidos com a proposta, e antes de
começar o projeto fizeram um levantamento de dados do universo vocabular da
população, de sua história de vida, e do contexto aonde estavam inseridos a
partir daí selecionaram as palavras, para os alunos que trabalhavam com
construção o estudo era desenvolvido com palavras como , casa tijolo, cimento,
telhado e para os agricultores era enxada terra colheita e outras relacionadas
ao cotidiano.
É interessante destacar também a importância de um espaço escolar
bem estruturado, que proporcione condições favoráveis ao desenvolvimento da
aprendizagem, porém de acordo com os relatos que aqui vimos, alguns pontos
deixavam a desejar ali em Angicos; não havia energia elétrica, utiliza-se velas e
lampiões para iluminar a sala de aula, para os alunos se acomodarem, cada um
levava sua cadeira e o monitor, utilizava como recurso para desenvolver a aula,
um projetor passando as imagens e palavras geradoras relacionadas as próprias
experiencias dos alunos. O processo de alfabetização era desenvolvido através
do método fonético utilizando-se da relação direta entre fonema e grafema. Outro
detalhe importante, é que o objetivo do trabalho não era apenas ensinar a ler e
escrever, ia muito além disso, tinha a finalidade de desenvolver nos alunos uma
conscientização política para que os mesmos tivessem consciência de seus
direitos e deveres como cidadão.
O projeto não foi a frente, o trabalho foi interrompido, mas, apesar da
interrupção das perseguições, prisão e exilo de Paulo Freire, pela Ditadura
Militar, nada disso conseguiu desfazer o conhecimento adquirido por aqueles
que participaram do projeto. A terceira parte do documentário retrata o legado
deixado por esse educador na vida de tais educandos. Como afirma o próprio
Paulo Freire, mudar é difícil, mas, é possível, a educação libertadora vislumbrada
por esse educador é a educação por meio da qual as pessoas são agentes que
operam e transformam o mundo, e foi isso que vimos aqui através desse
trabalho.
De tudo que se passou o que mais ficou marcado, que ficou do seu
legado é sentir-se cidadão, assinar com precisão, com caneta no papel
Vale mais que um coronel, sem leitura sem escrita que precisa de
guarita, um escudeiro fiel. (Hilton Mangueira)

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