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SENAI-SP, 2003
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2
Sumário
Tiristores 05
SCR 09
SCR em circuitos CA 17
Controle de SCR por UJT 23
TRIAC 31
Oscilador de Relaxação 41
Retificação Controlada 43
Retificação Controlada por circuito de disparo 59
Características de Máquinas CC 75
Controle eletrônico de Potência 81
Regime de funcionamento de conversores CC-CC 97
Circuitos Inversores Transistorizados 101
Circuitos Inversores com Tiristores 109
Controle de Tensão de Saída nos Inversores 112
Controle de Tensão e Freqüência nos Inversores 127
Bibliografia 137
3
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4
TIRISTORES
Introdução
5
Essa característica faz com que esses dispositivos sejam utilizados no controle
eletrônico de potência e na conversão de energia.
DIAC
Utilização
O DIAC é utilizado basicamente na eletrônica de potência para disparar SCRs e
TRIACs.
6
A tensão de disparo para a maioria dos DIACs pode variar entre 28V (mínimo) e
42V (máximo).
Funcionamento
O DIAC é um componente bidirecional, ou seja, para que ele dispare, não é
necessário saber de que lado a tensão é positiva (em relação ao outro lado).
A medida que a tensão sobre o DIAC aumenta, não há circulação de corrente
por ele até que a tensão de disparo seja atingida.
Nesse instante, o componente, que apresentava altíssima impedância, tem
essa impedância reduzida ao mínimo, o que permite uma intensa circulação de
corrente.
Essa corrente é limitada apenas pela resistência do circuito externo. Quando
isso acontece, o DIAC entra em condução.
Esse efeito cessa quando a corrente que circula no componente (ou a tensão
sobre ele) se aproxima de zero.
O circuito a seguir mostra um DIAC alimentado por uma corrente alternada
onde Ue é a tensão de alimentação, Id é a corrente do DIAC, Url é a tensão
sobre o resistor de carga, Ud é a tensão do DIAC.
7
Curva característica do DIAC
A figura a seguir mostra a curva característica de um DIAC.
8
SCR-DISPOSITIVO
RETIFICADOR CONTROLADO
9
O SCR de baixa corrente é parecido com um tiristor cujos três terminais estão
contidos em um invólucro hermeticamente fechado.
Funcionamento
O SCR funciona de modo idêntico ao de um diodo de quatro camadas (DIAC).
Porém enquanto o DIAC dispara quando atinge a tensão de disparo, e este
ponto não é controlado, o SCR permite o disparo no instante em que isso é
necessário. Isso acontece por meio de um pulso de corrente aplicado ao gate.
Uma vez que existe a circulação de corrente anodo-catodo, esta só cessará a
partir do ponto em que a corrente IAK estiver abaixo da corrente mínima de
manutenção (próxima de zero) ou a tensão anodo-catodo VAK estiver próxima
de zero.
10
Uma tensão positiva no gate polariza diretamente a junção base-emissor do
transistor NPN e satura-o, isto permite a passagem da corrente através do
coletor NPN (base do PNP).
11
Depois de ligado, o transistor PNP supre o NPN com corrente de base.
Removidas a tensão e a corrente de gate, o SCR estará ainda em condução
devido ao ciclo: o NPN supre o PNP com corrente de base e, por sua vez, o
PNP supre o NPN com corrente de base.
13
Quando o SCR está diretamente polarizado, uma pequena corrente direta de
fuga (ou corrente direta de bloqueio - ID), permanece com baixo valor até que a
tensão de ruptura direta (VBO) seja alcançada. Inicia-se, então, a avalancha
direta.
Na região de condução direta, a tensão no SCR é muito baixa, pois quase toda
a tensão da fonte fica sobre a carga sem série com o retificador controlado de
silício.
Observação
É a resistência de carga que limita a corrente através do SCR a valores
adequados a sua especificação.
14
Os dois estados de operação do SCR correspondem aos estados ligados e
desligado do interruptor.
Quando a tensão aplicada ao SCR abaixo do ponto de ruptura (VBO), ele não
conduz.
Se a tensão atingir um valor igual ou maior que o ponto de ruptura, o SCR será
acionado.
O SCR pode ser disparado mesmo com uma tensão anodo-catodo abaixo da
tensão de ruptura. Para isso, é suficiente aplicar um pulso de gate, polarizando
diretamente a junção gate-catodo.
Se o SCR opera com corrente alternada, ele será levado ao corte durante a
alternância negativa de cada ciclo, quando o circuito anodo-catodo estiver
inversamente polarizado.
15
Para se verificar, na prática, as características de controle do SCR, vamos
analisar o circuito a seguir.
16
SCR EM CIRCUITOS
ALIMENTADOS POR CA
SCR em CA
Para que o SCR permaneça sempre conduzindo, quando alimentado por CA, é
necessário que a cada meio ciclo positivo, o gate receba um pulso de disparo.
17
Esse pulso deve ser fornecido por um circuito de disparo sincronizado com a
CA de alimentação.
Em função do sincronismo desse pulso, pode-se exercer um controle da forma
de onda sobre a carga. Isso permite que essa forma de onda possa variar de
zero ao máximo valor.
Nesse caso, onde é necessário exercer uma variação da tensão média sobre a
carga, os métodos de disparo mais usados são o controle por deslocamento
de fase e controle por UJT.
Deslocamento de fase
A tensão de saída (ES) varia em relação à tensão de entrada (E) de zero até
aproximadamente 90º, dependendo do valor ajustado para o resistor R.
Considerando-se o valor do potenciômetro igual a zero, o circuito apresentará a
configuração mostrada a seguir.
18
Nesse caso, a tensão de saída (ES) será a mesma tensão de entrada (E), e a
defasagem entre ambas é de 0º (zero grau).
A figura a seguir mostra a forma de onda do circuito onde EC está em fase e
com o mesmo valor de E. Portanto, uma forma de onda está sobreposta a
outra.
19
Para concluir, adotamos a tensão do capacitor (EC) como tensão de saída (ES).
Então, variando o valor do potenciômetro de zero ao máximo, teremos uma
defasagem da tensão de saída variando de zero até próximo de 90º.
O gráfico a seguir mostra o gate alimentado com a tensão VGK em fase com a
tensão VAK. Mostra também a tensão mínima do gate necessária para dispará-
lo.
20
No momento “t”, a tensão de alimentação do gate ultrapassa o valor mínimo de
VG, provocando com isso o disparo. Sobre a carga obtém-se, então, a seguinte
forma de onda:
21
A malha RC propicia a tensão de disparo do gate do SCR e permite que, ao se
variar o valor do potenciômetro, haja um atraso da tensão presente no gate com
relação à tensão de entrada.
Porém, por causa dessa características esse controle, só pode ser exercido até
90. Para que se controle os 180 do semiciclo positivo, é necessária a
introdução de um DIAC no circuito.
Esse circuito permite controlar cargas alimentadas por CC com tensão variável.
É um circuito retificador de meia onda.
Para uma carga que necessite funcionar com onda completa, utiliza-se o
artifício de retificar a tensão alternada através de uma ponte retificadora e
entregar esta corrente contínua ao circuito do SCR e da carga.
22
CONTROLE DE SCR POR UJT
A sigla UJT vem da expressão em inglês “unijunction transistor”, que quer dizer
transistor de unijunção.
Ele é fabricado com uma barra de silício do tipo N, fracamente dopada com
uma junção PN. Apresenta três terminais: emissor (E), base 1 (B1) e base 2
(B2).
23
Veja a seguir o esquema de construção de um UJT e sua representação
simbólica.
24
Nesse circuito equivalente:
V é o diodo que representa a junção PN formada entre emissor-base;
VBB é a tensão de polarização aplicada entre as bases B1 e B2. Os limites
dessa tensão dependem das características de cada UJT, que são indicadas no
manual do fabricante.
VE é a tensão que se aplica à entrada do componente no qual VBB ) VE.
VV é a queda de tensão no diodo, formado pela junção PN, que é de 0,2 ou
0,6V.
Esses valores dependem do cristal empregado na fabricação do UJT (germânio
ou silício).
RBB é a resistência do cristal N entre as bases B1 e B2, representada pela
soma de RB1 e RB2. RBB é determinada pela dopagem e pela geometria da
barra de cristal N. Assim, para VE = 0, RBB terá um valor compreendido entre
4k e 10k.
Razão n (eta)
A razão n é uma das características do UJT fornecida pelo fabricante. Ela serve
para determinar a tensão de disparo do transistor. A razão n representa a
relação entre RB1 e RBB. Para calculá-la, emprega-se a seguinte fórmula:
RB1 RB1
n= =
RB1 + RB2 RBB
Essa curva se caracteriza pelo ponto do pico (VP) e o ponto de vale (VV).
Indica também as regiões de corte, de saturação e de resistência negativa.
25
Normalmente, a curva característica do emissor tem o formato mostrado a
seguir.
Região de corte
Observando a figura abaixo, vemos que no ponto de pico (VP), a inclinação da
curva característica do emissor é zero. Em Pontos à esquerda de VP, a junção
base-emissor 1 está inversamente polarizada e não há corrente de emissor.
Essa região é denominada de região de corte.
26
Região de resistência negativa
De acordo com o gráfico a seguir, nos pontos à direita de VP, a junção está
diretamente polarizada. Nesse caso, há corrente de emissor.
27
Polarização do UJT
VP = n (VBB + VV)
O esquema a seguir mostra um circuito típico de estabilização e polarização do
UJT.
28
A base B2 do UJT é polarizada com potencial positivo em relação à base B1
com uma tensão VBB.
A junção do emissor deve ser polarizada inversamente e a tensão emissor-base
1 (VEB1 deve ser menor que VBB).
Observações
• Em caso de inversão da fonte, o UJT não sofre danos, apenas não dispara.
• Na polarização direta, os valores das resistências BB1D e RB2D são
pequenos e muito variados. Isso ocorre a resistência do diodo polarizado
depende diretamente da corrente que circula através dele.
• Na polarização inversa, os valores de resistência encontrados devem ser
infinitos, ou muito altos, se comparados com as outras medidas na
polarização direta, pois as junções de comportam como diodos.
O SCR também pode ser disparado a qualquer instante no ciclo com o auxílio
do UJT, empregado como oscilador de relaxação.
Este é o método mais empregado para circuitos de controle de disparo de
SCRs em equipamentos industriais.
A baixa dissipação de potência no gate, constitui-se na vantagem de se disparar
um SCR com um UJT. Isso é possível porque o UJT fornece pulsos de curta
duração, mas suficiente para disparar o SCR cujo gate permanece
desenergizado o restante do ciclo.
29
Esses pulsos são sincronizados com a tensão de entrada e permitem um
perfeito controle do semiciclo positivo variando o ângulo de disparo de zero a
180.
A freqüência de oscilação do circuito é variável através de R4, que é o
potenciômetro responsável pela alteração da constante de tempo RC (R3 + R4
e C).
Já que é possível controlar os pulsos no tempo, é possível também controlar o
instante de disparo do SCR em diferentes pontos da forma de onda que
alimenta o anodo.
A tensão responsável pelo disparo do gate é gerada pela corrente desenvolvida
sobre o resistor R1, que, por sua vez, é proveniente da descarga do capacitor.
Ela é formada por um pulso de curtíssima duração que, no osciloscópio
assemelha-se a uma agulha.
Para entender o que ocorre no circuito, basta observar as variações das formas
de onda em vários pontos do circuito em função de dois ajustes diferentes do
potenciômetro R4, conforme mostra a figura a seguir.
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TRIAC – TRIODO DE
CORRENTE ALTERNADA
TRIAC
A potência do TRIAC é menor que 100A a 1kV. Por isso, ele é usado para
substituir o SCR em situações em que se necessita uma aplicação de baixa
potência, tais como controle de velocidade de pequenos motores, controle de
iluminação ou de temperatura.
31
A figura a seguir mostra o circuito equivalente a um TRIAC, montado a partir de
dois SCRs.
Nesse circuito, quando o terminal T2 é mais positivo que T1, o SCR V1 fica
diretamente polarizado e V2, inversamente.
Nessa condição, o SCR está em condição de conduzir, desde que receba um
pulso em seu gate, enquanto V2 permanece em corte.
32
Observação
Aos terminais (T) do TRIAC não se aplicam as denominações anodo e catodo,
mas usam-se os coeficientes 1 e 2 (T1 e T2) para designá-los.
Funcionamento
O TRIAC permanece em bloqueio enquanto não houver sinal no gate; e não
conduz se a tensão entre T1 e T2 não ultrapassa a tensão de ruptura (VBO).
34
Circuitos com TRIAC
Nesse circuito, o TRIAC é disparado por um relé reed, que pode ser substituído
por outros elementos de controle, uma vez que a corrente que atravessa os
contatos do interruptor é mínima, com duração de microssegundos.
Variações:
a. Circuito disparado por uma fonte CC em qualquer polaridade.
35
b. Circuito disparado por sinal elétrico alternado de qualquer freqüência.
Comando a distância
O circuito a seguir pode ser usado em sistemas que necessitem de pouca
potência e de baixa tensão no circuito de controle. Ele permite ligar, à distância,
equipamentos ou conjuntos de lâmpadas como os usados para evitar choques
ou prevenir incêndios.
36
aumento de tensão sobre R1 que, ao atingir o ponto de comutação do TRIAC,
dispara-o e alimenta a carga.
Observação
R1 deve ser ajustável. Para evitar disparos acidentais, deve-se ajustar R1 para
o valor máximo, mantendo o TRIAC em corte S1 aberta.
Controle de temperatura
O circuito a seguir serve para controlar temperatura automaticamente. É um
circuito de baixo custo e de alta precisão, empregado para regular a
temperatura de fornos, estufas, aquecedores, depósitos de líquidos.
37
Neste circuito, o controle de fase é realizado pelo resistor R1 com o capacitor
C1.
Ao ligar o circuito, é necessário elevar gradativamente o valor de R1 até que a
corrente que circula por ele seja suficiente para carregar o capacitor C1 ao
ponto de disparo do DIAC.
38
C1, L1, C2 e R1, colocados à entrada do circuito, constituem um filtro que evita
as interferências na rede, devido à rapidez de comutação do TRIAC.
Funcionamento
Com o disparo do DIAC, C4 descarrega-se rapidamente. C3 mantém-se
carregado, pois o resistor R4 dificulta sua descarga instantânea e aumenta a
constante de tempo RC.
Com este circuito é possível ligar, por exemplo, uma lâmpada com
luminosidade mínima, ou seja, obtém-se níveis baixos de tensão na carga.
39
O LDR (do inglês “light dependent resistor”, que quer dizer resistor que
depende da luz), por ser um sensor de luz, varia a resistência de acordo com a
intensidade da luz do ambiente.
Observação
A presença do LDR quase não altera o funcionamento do circuito.
40
OSCILADOR DE RELAXAÇÃO
Funcionamento
O período de oscilação do circuito pode ser dividido em dois intervalos:
• No primeiro, o UJT está em corte e o capacitor se carrega com a constante de
tempo RC;
• No segundo, o transistor está saturado e capacitor se descarrega através do diodo
e da resistência R1.
41
Assim, quando S é acionada, o capacitor C começa a se carregar através de R, até
atingir a tensão de disparo VP dada por:
VP = VBB + VV
1
T = RC 1
1- ƒ
1
ƒ=
RC
42
RETIFICAÇÃO CONTROLADA
43
Vinv = VDmax = 3 . VSmax
• Valor médio da corrente direta no diodo
1 0,827 VC max
IDmed = . VCmed = .
3 3 R
• Valor eficaz da corrente direta no diodo
ID max
IDef =
3
44
• Corrente eficaz direta nos diodos
Im ax
IDef =
3
• Tensão de pico inversa nos diodos
VPinv = VDmax = 3 . VSmax
45
Veja a seguir o circuito com as respectivas formas de onda para uma carga
resistiva.
46
isso, tensão e corrente aparecem na carga e só desaparecem após a tensão da
ponte inverter seus sinal (semiciclo negativo).
Vamos ver agora como são as formas de onda do circuito se a carga conectada
à saída da ponte for indutiva.
47
desenvolve uma fcem. A forma de onda na carga aparece como uma tensão
negativa sobre a carga.
Observação
Quando um tiristor é disparado com o anterior ainda conduzindo, este pára de
conduzir, pois uma corrente em sentido contrário e que o bloqueia, tende a
circular.
48
combinações de L/R e tais que o regime não seja contínuo, indutores são
adicionados no ramo da carga até que um regime contínuo seja conseguido.
Nessas condições, a tensão média na carga será:
2 VR max
VCmed = . cos α
π
2 VR max
Se ∝ = 0< então cos = 1 e VCmed =
π
π
Se ∝ = , então cos ∝ = 0 e VCmed = 0
2
49
Observação
Para cargas altamente indutivas, existe a tendência de Q1 e D2 permanecerem
em condução. Se D2 continuar conduzindo, isso levará D4 à condução e D2 ao
bloqueio.
Com D1 e D4 em condução, a carga seria curto-circuitada e a tensão de saída
(VO) é igual a zero neste trecho. Como existe energia armazenada na
indutância da carga, esta mantém a corrente circulando pela carga. Com Q3 e
D2 ocorre algo semelhante.
Para evitar a condução simultânea de Q1-D4 ou Q3-D2 e permitir que um dado
SCR recupere a sua condição de bloqueio antes do disparo do outro SCR, é
comum conectar-se um diodo de retorno, (roda livre ou diodo volante) em
antiparalelo com a carga.
50
Este circuito tem a vantagem de, em carga indutiva, permitir que a corrente
continue fluindo através dos diodos após o corte da condução dos tiristores até
que a energia armazenada no indutor seja consumida.
Observação
Quando a potência da carga ultrapassa cerca de 2kw, é conveniente utilizar
retificadores trifásicos.
Tomando-se o tiristor com tensão de anodo mais positiva do que a dos outros
tiristores, ele pode ser disparado de 0 a 180. A referencia (0) para o disparo é o
ponto de cruzamento entre as fases (ponto de comutação natural) onde a fase
começa a ser positiva em relação às outras.
51
O disparo se dá dentro da faixa de 0 até 180 em qualquer ponto desejado. Veja
gráfico a seguir.
Para cargas resistivas, o circuito funciona como retificador de 0 até 180º. Para
cargas indutivas, o circuito funciona como retificador se o ângulo de disparo
estiver entre 0 e 90º (0 ( ( /2).
Isso pode ser comprovado, calculando o valor médio da tensão na carga para
valores de ∝ 90º. O resultado da tensão será negativo e como a corrente
continua no mesmo sentido, a potência será negativa, ou seja, a carga fornece
potência para a rede.
VCmed = 0,827VCmax cos
A seguir são mostradas as formas de onda para o retificador trifásico com carga
resistiva e com carga indutiva disparados com ângulo de 30 e 60
respectivamente.
52
No retificador trifásico de meia onda, a tensão reversa máxima em cada SCR
será igual `tensão de linha = 3 . VF.
53
Veja a seguir a forma de onda da tensão reversa nos SCRs quando o retificador
estiver operando com ∝ = 30º.
54
Assim, consegue-se uma variação da tensão média de saída variando o ângulo
de disparo dos tiristores. Veja circuito a seguir.
6
VC = VCmax cos = VCmed cos
2
55
Os tiristores 1 e 6 são inicialmente envolvidos na condução de corrente através
dos pulsos de disparo. O próximo pulso dispara o tiristor 2 que corta a corrente
do tiristor 6 porque nesses instante seu potencial de catodo é menor que o do
tiristor 6. Isso pode ser observado nas curvas da tensão de fase.
Esse processo de comutação é repetido a cada 60º de acordo com a lógica da
condução.
Observação
O ângulo de condução de cada tiristor é 120º.
56
Retificador trifásico semicontrolado em ponte (ou híbrido)
O controle da tensão média na carga também pode ser conseguido com um
retificador trifásico semicontrolado em ponte montado a partir de 3 SCRs e 3
diodos como mostra o circuito a seguir.
57
Desta forma, através dos dois tiristores haverá um curto-circuito entre os
catodos. Consequentemente, entre os catodos circulará uma corrente contrária
no tiristor em final de condução.
58
RETIFICAÇÃO CONTROLADA -
CIRCUITOS DE DISPARO
Funcionamento
Para explicar o funcionamento desse circuito, vamos dividi-lo em três blocos e analisa-
los separadamente.
59
Bloco A
A entrada não-inversora liga-se à massa. Na entrada inversora é colocada a tensão da
rede, a qual é isolada por um transformador. Essa é a tensão de sincronismo para o
momento de disparo do SCR.
Bloco B
No bloco B está situado o integrador somador, cujas entradas são formadas pelos
sinais de saída do bloco A e pelo nível CC positivo. Esse nível é determinado pelo
ajuste do potenciômetro R6.
60
A onda na saída do bloco B tem a forma de dente de serra e está sincronizada com a
rede conforme mostra a figura a seguir.
Bloco C
No bloco C, o amplificador operacional funciona como comparador. A entrada inversora
do operacional liga-se à massa. Por sua vez, o sinal de entrada, na entrada não-
inversora, é a soma da onda dente de serra que provém do bloco B e o nível contínuo
(tensão de referência) vindo de um potenciômetro (Rs).
61
Para entender como funciona o circuito no bloco C, mostramos a seguir a forma de
onda para dois diferentes ajustes de nível de CC.
• Ponto A
Se o valor do nível contínuo ajustado for baixo (primeiro nível de CC), o pulso de saída
ocorrerá no final do semiciclo positivo. Isso provoca o disparo do SCR no final do
semiciclo e libera uma baixa potência para a carga.
62
• Ponto B
Se o valor contínuo for maior (segundo nível), o pulso ocorrerá logo no início do
semiciclo positivo. Isso faz o SCR disparar e, como conseqüência, libera maior
potência à carga. Dessa forma, é possível regular o ângulo de disparo dos tiristores,
regulando a potência enviada à carga.
Para garantir o disparo do SCR, o circuito descrito pode ser melhorado. Isso é feito
quando se modula o pulso de saída do comparador do bloco C por meio de um
transistor e de um multivibrador astável. Desse modo, ao invés de apenas um pulso,
temos um trem de pulsos que garante o melhor funcionamento do transformador que
interliga o bloco C ao gate do SCR.
63
TCA 780 - PPO
Características
As principais características do TCA 780 são:
• Amplo campo de aplicação graças à possibilidade de controle externo;
• Operação em circuitos trifásicos, utilizando-se três CIs.
• Compatibilidade com LSL (lógica digital de alta imunidade a ruído);
• Duas saídas com corrente de disparo de 55mA;
• Duas saídas adicionais complementares;
• Duração do pulso de disparo determinado por um capacitor externo;
• Detecção de passagem de tensão de 0V;
• Utilização como “chave de ponto zero” e conversor tensão/freqüência;
• Possibilidade de inibição dos pulsos de disparo;
• Faixa de tensão de alimentação de 8 a 18V;
• Consumo interno de corrente de apenas 5mA.
64
Dados técnicos
A figura a seguir mostra o diagrama de blocos do TCA - 780.
Sincronizadas com os “zeros” em 0 e 180º, existem duas rampas, uma para cada semi-
período, de tal forma que o início é sempre no começo do semi-período e o final no seu
término.
65
Esta rampa é gerada por uma fonte de corrente cuja amplitude é controlada por uma
resistência R9, conectada ao pino 9 do TCA. O capacitor que é conectado no pino 10
limita a inclinação da rampa.
66
Quando a tensão de rampa, no capacitor do pino 10, atinge o valor máximo, é dado um
comando para que o transistor de descarga entre em condução, permitindo a descarga
do capacitor para que se inicie um novo semiciclo para a rampa.
Observação
Variando-se VRef, varia-se o ângulo de disparo.
Caso se deseje a inibição das saídas A1 e A2, o pino 6 deve ser conectado à terra via
um transistor NPN.
67
A saída no pino 3 (tensão no pino U3) está defasada de 180º da tensão Z do pino 7.
A corrente de fonte que vai carregar o capacitor (Ic) deve ser de, no máximo, 100µA.
68
As tensões de rampa e de referência (controle) devem ser compatíveis de tal modo
que, para cada semi-período, elas possam se interceptar para que o comparador
apresente uma mudança de tensão na sua saída (VComp).
Este é o motivo pelo qual VCmax e VRefmax possuem a mesma amplitude, igual a VS - 2.
Quando VComp muda de +V para -V, deve ocorrer um disparo para o respectivo SCR.
O pino 12 é usado para controlar a duração dos pulsos nas saídas A1 (pino 14) e A2
(pino 15), através de um capacitor externo (C12). Caso esse pino seja conectado
diretamente ao terra, esse pulso será em torno de 180º -∝, onde ∝ é o ângulo de
disparo.
O pino 13 é usado para controlar a duração dos pulsos em A 1 (pino 4) e A 2 (pino 2).
Se este pino é conectado à terra, a duração de cada pulso A 1 e A 2 é de
aproximadamente 180º -∝. Se o pino for conectado a uma tensão positiva, as saídas
A 1 e A 2 serão as complementares normais.
Para pulsos estreitos, a tensão do pino 13 deve ser alta e igual a 3,5V. A corrente
máxima de entrada no pino 13 deve ser da ordem de 100µA.
69
O pino 6 é usado para inibir as saídas (todas elas). Isso é conseguido através de um
transistor NPN, conforme o esquema já visto.
Para que o TCA tenha as saídas inibidas, VSL deve ser de 2V e IS deve ser de 10µA.
70
Unidade de controle para ponte totalmente controlada. Circuito para 2 tiristores de
potência (1 fase - R).
71
Circuito de controle para ponte semi controlada com 2 transformadores de pulso.
O pino 12 é conectado à terra via capacitor C2. Portanto, a duração dos pulsos em A1 e
A2 (pinos 15 e 14) é controlável.
72
Assim que A2 muda do nível alto para o nível baixo, o temporizador libera um pulso Q1
de duração de 180º que é “processado” para permitir o disparo de SCR1.
Se o circuito for usado para fase A, teremos que fazer mais dois circuitos iguais para as
fases B e C. Veja a seguir o circuito de potência para as três fases.
Observação
Para conhecer todos os dados técnicos do TCA 780, você deve consultar o “databook”.
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74
Característica da máquina de
CC
Aplicações da máquina de CC
Constituição da máquina de CC
Nos pólos principais localiza-se o enrolamento de excitação principal (F1 - F2, também
chamados de campo paralelo). Eventualmente, nesses pólos, podem também se
75
localizar o enrolamento de excitação auxiliar (D1-D2, também chamado de
enrolamento série) e, em casos especiais, o enrolamento de compensação (C1-C2).
O comutador, por sua vez, é constituído por lâminas de cobre isoladas umas das
outras por Lâminas de mica. Ao comutador são ligados os fios do enrolamento do rotor,
que tem a função de fazer o contato elétrico entre o rotor e a armadura.
Controle da velocidade
Como já foi visto anteriormente, os motores CC podem ser ligados de três formas:
série, paralela e mista.
76
A forma mais usada é a ligação
paralela ou de excitação
independente. Veja a seguir um
diagrama elétrico desse tipo de
ligação.
Portanto: UA=E+RA.IA
Portanto: UA − RA.IA
n=
KE.O
77
Através da fórmula, podemos, perceber que o controle da velocidade da máquina pode
ser feito de duas formas que resultarão em duas curvas distintas de potência e
conjugado. Essas formas são:
a) Por meio da variação da tensão UA ou controle da armadura, na qual a velocidade
é diretamente proporcional à tensão;
b) Por meio da variação do fluxo O ou controle pelo campo, na qual a velocidade é
inversamente proporcional ao fluxo.
Cálculo da potência
A potência da máquina de CC pode ser calculada pela seguinte fórmula:
O.n
P=
k
Legenda:
______ = P (potência)
___ __ = P (conjugado)
n
Então, P = Pn
nN
P N = potência nominal
n N = velocidade nominal
78
Observação
O motor CC deve trabalhar com pelo menos 20 rpm para não travar, a não ser que seja
um motor especialmente projetado para funcionar em baixa velocidade.
Essas quatro faixas podem ser representadas nos quatro quadrantes de um sistema
de coordenadas retangulares. Veja figura a seguir.
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80
Controle eletrônico de
potência
Introdução
81
Controle eletrônico de potência
Retificador CA-CC
Esse tipo de retificador converte tensão alternada em tensão contínua. Esse retificador
pode ser de dois tipos: controlado e não-controlado.
82
O retificador de tensão contínua controlado funciona através de comando pulsante, ou
seja, através de fornecimento de apenas uma parte da tensão alternada que é
convertida em tensão contínua, por meio de tristores. Veja ilustração a seguir.
Observação
O fluxo magnético no retificador tem sempre o sentido do lado alternado para o lado
contínuo.
Esse tipo de conversor possibilita a conversão de uma dada tensão contínua em uma
outra tensão contínua constante ou variável. A conversão pode ser direta ou indireta.
83
A conversão é indireta (ou com circuito intermediário de tensão alternada entre a
entrada e a saída) quando a tensão de saída independente da tensão de entrada.
Observação
O uso de transformador no circuito intermediário permite também uma separação
galvânica entra a fonte geradora e o consumidor.
Inversor (CC-CA)
Veja, agora, um inversor controlado pela rede ligado a uma rede com características
definidas.
84
Conversor de tensão alternada em tensão alternada (CA-CA)
Esse tipo de conversor permite a conversão de uma tensão alternada com amplitude
U 1 , freqüência f1 e número de fases M 1 em outra tensão alternada com amplitude U 2 ,
freqüência f2 e número de fases M 2 .
O conversor direto opera sem circuitos intermediários. A entrada e a saída são ligadas
diretamente através de elementos estáticos controláveis. A tensão de saída de
conversores diretos é formada por pulsos da tensão de entrada e depende da
freqüência de entrada.
85
Conversor “chopper”
Quando se utiliza transistor, o circuito é mais simples pois ele conduzirá, ou não
dependendo da polarização de base.
Com SCR, o circuito precisa ser mais elaborado porque o SCR, após ser disparado,
necessita de uma redução na corrente de manutenção para deixar de conduzir e
precisa ser mantido desligado por um tempo suficiente para que ele não volte a
conduzir.
86
Para possibilitar o corte do SCR, utilizam-se pontes para fornecer uma polarização
reversa por um curto espaço de tempo. Essas fontes são geralmente formadas por
capacitores e indutores colocados no circuito.
Para um melhor entendimento, vamos recordar o funcionamento do capacitor e do
indutor quando alimentamos por uma tensão elétrica.
Carga do capacitor
Carga do indutor
Quando se liga um indutor a uma fonte de CC, observa-se que, no instante da ligação,
ele representa um circuito aberto. A tenção em seus terminais é máxima, mas a
corrente não circula pelo indutor. Após um período de tempo, a corrente se estabiliza e
a energia é armazenada em forma de campo magnético. Veja ilustração a seguir.
87
Circuito LC alimentado por CC
com diodo de retorno
Funcionamento
Quando se liga a chave S, o capacitor começa a se carregar com a polaridade (+) e (-)
indicada e a formação do campo magnético do indutor é iniciada. Decorrido o tempo de
carga no capacitor, a corrente tenderia a não mais circular. Porém, devido ao campo
magnético armazenado no indutor, a corrente contínua circulando e carrega o capacitor
através do diodo de retorno com uma tensão igual a duas vezes a tensão da fonte.
Nesse instante, o capacitor começa a se descarregar.
Até que as tensões do capacitor e da fonte sejam iguais, essa energia em forma de
tensão devolvida pelo capacitor é armazenada pelo indutor em forma de campo
magnético que será devolvido ao capacitor descarregando-o completamente. Observe
o gráfico abaixo.
88
Circuito LC alimentado por CC através de SCR
Funcionamento
89
No circuito mostrado, vamos considerar que o capacitor está carregado inicialmente
com a polaridade (+) (-) indicada. Quando o SCR é disparado, o capacitor começa a se
descarregar através do indutor e do SCR. Quando a tensão entre seus terminais for
zero, a energia acumulada no indutor em forma de campo magnético será máxima e
será devolvida ao capacitor em forma de tensão. Isso faz com que o capacitor se
carregue agora com a tensão (+) (-) indicada na figura e o SCR deixa de conduzir.
No circuito, para garantir a carga inicial do capacitor com a polaridade (+) (-) indicada,
Ta (tiristor auxiliar) é disparado.
90
A principal desvantagem desse circuito é que uma eventual falha de comutação de Tp
faz com que o capacitor se descarregue o que impossibilita comutações posteriores.
Neste caso, o circuito deve ser desligado e, quando novamente energizado, Ta deve
ser disparado em primeiro lugar.
91
Esta corrente aumenta até Ic = IL. Neste momento, a corrente se anula e Tp se abre.
O diodo Dp começa a conduzir.
Quando a corrente Ic é
menor que IL, Dp pára de
conduzir e D começa a
conduzir devido à fcem da
carga.
Observação
A carga é altamente indutiva.
Quando T2 é disparado, C se descarrega sobre T2, D e L. O capacitor, então, se
carrega com polaridade contrária (-) (+), em virtude da ação do circuito oscilante LC.
92
Chopper de Jones
Funcionamento
93
Observação
O valor da carga adquirida pelo capacitor irá depender diretamente da corrente de
carga, pois quanto maior for a corrente que circula em L1, maior será a tensão em L2.
Considerando-se que o tempo de desligamento dos tiristores (toff) aumenta com a
corrente, a carga adicional recebida pelo capacitor ajuda na comutação do tiristor
principal.
94
Os pulsos positivos acontecerão sempre no início da rampa e os negativos devem
aparecer no intervalo entre dois pulsos positivos. O momento em que ocorre o pulso
negativo depende do ajuste do nível contínuo no potenciômetro P1.
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96
Regimes de funcionamento
dos conversores CC-CC
Introdução
A carga para um conversor CC-CC pode ser de três tipos: puramente resistiva (R),
muito rara na prática; indutiva (R+L) e indutiva com fcem em série (R + L + E).
O terceiro tipo (carga indutiva com fcem em série) é o mais comum na prática porque
representa exatamente o comportamento de um motor CC. Este é o assunto do
presente capítulo.
Para aprender este conteúdo com mais facilidade, você deve ter conhecimentos
anteriores relativos a comportamento de indutores e capacitores e funcionamento dos
circuitos recortadores (chopper).
97
Neste circuito, quando Tp (tiristor principal)
começa a conduzir, surge uma corrente na
carga que cresce exponencialmente
acumulando energia na indutância durante
o tempo em que Tp estiver conduzindo
(Ton).
Logo após a abertura de Tp, a corrente de carga é comutada para o diodo Dr quando a
indutância La passa a restituir energia acumulada para Ra e Ea.
Regimes de condução
Para esse tipo de carga, o chopper pode operar em dois regimes de condução:
condução descontínua e condução contínua.
98
Tensão média na carga
Ton
Vo =
T
Onde Vo é o valor médio da tensão de saída; Ton = tempo em que Tp fica ligado; Toff
é o tempo em que Tp fica bloqueado e T é o período Ton + Toff.
99
Observação
Existe ainda o regime crítico em que o próximo disparo de Tp ocorre exatamente no
instante em que a corrente de carga chega a zero. Veja o gráfico a seguir.
100
Circuitos inversores
transistorizados
Introdução
101
Circuitos inversores transistorizados
Apesar da facilidade de comutação dos transistores, seu uso é limitado pela potência
de dissipação. Por isso, eles são empregados nos inversores de baixa e média
potência (5 a 10 kWs).
102
O inversor monofásico de carga com tomada central normalmente utiliza um
transformador com tomada central (center tap) para simular uma carga simétrica e a
comutação é feita por dois transistores (um de cada vez) alternando a ligação ora num
extremo do transformador, ora no outro extremo.
103
Funcionamento
Devido à inversão da corrente, no instante t2, esta deixa de passar por D2 e começa a
circular por T2.
A corrente de carga contínua crescente no sentido negativo até que, no instante t3, o
transistor T2 é cortada e T1 entra em saturação. Com isso, completa-se o semiciclo de
operação do inversor. O outro semiciclo é idêntico, com T1 e T2 alternando os estados
de corte e condução.
Observação
Os sinais de comando aplicados às bases dos transistores T1 e T2 podem variar a
freqüência da tensão de saída, porém não podem variar a freqüência da tensão de
saída, porém não podem variar seu valor eficaz.
Este tipo de inversor leva este nome devido à sua semelhança com a configuração dos
amplificadores de potência que têm esse mesmo nome .
O inversor “push-pull” é auto-excitado, ou seja, não usa comando externo para ligar e
desligar os transistores. Possui, portanto uma freqüência natural de funcionamento.
104
Veja essa configuração no diagrama que abaixo.
Funcionamento
A corrente de coletor de T1, então começa a decrescer, uma vez que não existe mais o
sinal de realimentação que o mantinha saturado. Nesse momento, há o colapso do
campo magnético, ou seja, o núcleo saí do estado de saturação. Este retorno gera um
sinal de realimentação com polaridade tal que leva T2 ao estado de saturação e força
T1 a manter o estado de corte.
105
A corrente em T2 agora aumenta linearmente seguindo a mesma relação vista
anteriormente até que o núcleo seja saturado, desta vez com o fluxo magnético em
sentido contrário.
A partir desse ponto, o ciclo se repete de forma análoga com cada transistor mudando
de estado (saturado ou em corte) o que resulta numa corrente alternada no secundário
do transformador.
a) Da variação do fluxo que é triangular como a da corrente uma vez que ambos
crescem e decrescem linearmente.
b) Da tensão no secundário do transformador que será constante durante cada meio
ciclo e de forma quadrada.
Vcc
f=
n1. 0s
Observação
1. Essa configuração pode ser usada na conversão CC/CC, mediante o acréscimo de
um retificador e um filtro no secundário do transformador do inversor.
106
2. Para se conseguir uma componente senoidal fundamental nestes inversores, usa-
se em sua saída um filtro passa-baixa (LC). Esse procedimento, porém, reduz o
rendimento geral do inversor.
Os sinais para o chaveamento dos seis transistores são gerados por multivibradores
que operam em sincronismo de freqüência, porém defasados de 120º com a finalidade
de simular as condições de um sistema trifásico real.
Veja a seguir o circuito de potência do inversor trifásico bem como as formas de onda
dos sinais na base dos transistores e a corrente resultante em cada fase para os
diversos intervalos de condução dos dispositivos.
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108
Circuitos inversores com
tiristores
Introdução
109
Um esquema simplificado de um
circuito inversor com capacitor em
paralelo é mostrado a seguir.
Funcionamento:
A fonte E é ligada alternadamente aos primários do transformador através dos SCRs
V1 e V2. Ao ser disparado o SCR V1, a corrente circula pela metade (N1) do
transformador, pelo SCR, pela fonte e pela indutância L. Com isto, o capacitor é
carregado com tensão 2E indicada e no secundário aparecerá uma tensão induzida
que dependerá do número de espiras.
O diagrama esquemático do
circuito inversor comutado
por impulso auxiliar é
mostrado a seguir.
Funcionamento:
Inicialmente, o capacitor está carregado com a polaridade (+,-) indicada no desenho.
Suponhamos também que Q1 está conduzindo a corrente de carga. Ao ser disparado
110
Q1’ , uma corrente circulará através de Q1, indutor e capacitor e levará Q1 ao corte
pois, à medida que a corrente cresce em Q1’, diminui em Q1.
111
Funcionamento:
supondo inicialmente que Q1 e Q4 estão
em condução, o capacitor C2 estará
carregado com polaridade (+ -) indicada
no circuito acima. Para simplificar, o
circuito pode ser apresentado da seguinte
maneira:
Como nos circuitos anteriores, o disparo de Q1 e Q4 fará com que a corrente na carga
seja positiva, ao passo que a condução de Q2 e Q3 será negativa.
Funcionamento:
Na condição inicial, vamos considerar Q1 e Q2 conduzindo. Nessa condição, a
corrente na carga circulará por Q1 e D1, pela carga, por D4 e Q4. Com isso, temos os
capacitores C1 e C2 carregados com a polaridade + - indicada no desenho.
À medida que a corrente na carga diminui, haverá uma mudança gradual da corrente
que circula por D1 e D4, para D2 e D3 respectivamente.
Quando essa transição tiver sido completada, as tensões Vc1 e Vc2 serão ambas
negativas (+), (-) indicadas no desenho, a corrente de carga estará circulando por Q2 e
D2, pela carga, por D3 e Q3 e o circuito estará preparado para uma nova comutação.
113
Inversores trifásicos
Os inversores descritos até aqui podem ser arranjados de forma a gerar em sua saída
tensão trifásica. Veja ilustrações a seguir.
O funcionamento dos dois tipos pode ser melhor entendido observando-se as formas
de onda mostradas a seguir.
114
a) Formas de onda para inversor com dois tiristores conduzindo simultaneamente.
115
b) Formas de onda para inversor com três transistores conduzindo simultaneamente.
Circuitos inversores com tiristores
116
Controle da tensão de saída
nos inversores
Introdução
Neste capítulo, estudaremos os métodos para se controlar a tensão de modo que essa
relação se mantenha em níveis ideais.
A variação de tensão produzida pelos inversores pode ser conseguida pelos seguintes
processos:
• Controle da tensão na saída;
• Controle da tensão na entrada;
• Controle da tensão dentro do inversor.
117
Controle da tensão na saída
Este processo consiste na inserção de um transformador com taps ajustáveis entre a
saída do inversor e a carga. A tensão no secundário do transformador pode ser
ajustada automaticamente mediante realimentação. A ilustração a seguir exemplifica
uma aplicação prática.
O processo que usa transformador com taps na entrada consiste em inserir um auto-
transformador na entrada do retificador. O ajuste dos taps pode ser feito por um
processo semelhante através de um controle em malha fechada, com o auxílio de um
servo-motor.
119
Entretanto, para baixas tensões de saída (ângulo de disparo grande para os tiristores),
o fator de potência fica bastante reduzido.
Além disso, em baixas tensões, o aumento da ondulação (“ripple”) exige a utilização de
filtros de grande capacidade de aplainamento antes da alimentação do inversor. Veja
circuito a seguir.
O valor médio da tensão de saída do “chopper” pode ser controlado por dois processos
diferentes:
1. Com período constante e TON variável,
2. Com TON constante e período variável.
120
Veja esquema básico a seguir.
121
O esquema a seguir mostra o
princípio de ligação dos dois
inversores. Para simplificação,
foram omitidos os circuitos de
disparo e comutação.
A seguir são mostradas algumas formas de onda de saída para defasagens diferentes.
122
Esse processo de controle de tensão dos inversores trifásicos é bastante complexo e
implica em custos elevados para sua instalação. Assim, seu uso não se justifica em
níveis pequenos de potência.
Em aplicações de alta potência, contudo, o sistema merece maior atenção e pode ser
o mais indicado para determinados tipos de acionamento. Cabe lembrar ainda que
para baixas tensões de saída o conteúdo de harmônicos de alta freqüência é elevado.
Isso desaconselha sua utilização no acionamento de motores em baixas rotações
durante longos períodos de tempo já que as perdas aumentam consideravelmente em
tais condições.
Na prática, relações da ordem de até 5:1 podem ser obtidas na variação da freqüência
utilizando este processo.
123
O momento do disparo e bloqueio dos
tiristores é conseguido através da
comparação de uma onda triangular
com um nível de tensão contínuo
conforme ilustração a seguir.
A forma de onda conseguida com esse processo é rica em harmônicos que geralmente
não interessam para o funcionamento da carga e ainda podem perturbar o
funcionamento dos aparelhos das proximidades.O conteúdo harmônico da tensão de
saída pode ser muito reduzido se os intervalos de permanência da tensão de saída em
um valor máximo forem diferentes. A largura do pulso é regulada de forma que fique
maior nas proximidades do pico da senóide fundamental, como pode ser visto na figura
a seguir.
124
Ao se variar a amplitude da senóide de referência altera-se o tempo em que os SCRs
icam ligados ou desligados. Assim, se a amplitude da senóide for reduzi da pela
metade, o tempo em que os SCRs permanecem ligados também são reduzidos pela
metade. Isso pode ser melhor entendido, observando-se a figura a seguir.
125
Em todos os exemplos citados até agora, a forma de onda na saída possui intervalos
em que a tensão se mantém em zero, ou seja, a tensão de saída e só positiva ou só
negativa. desejarmos evitar esses intervalos em que a tensão permanece em zero
devemos ter onda triangular variando entre + V e - V como ilustrado a seguir.
126
Controle de tensão e
freqüência em inversores
Introdução
Controle de freqüência
No instante T1, Q1 e Q4 iniciam a condução fazendo com que a tensão de saída seja
V. No instante T/2, Q2 e Q3 são disparados, comutando Q1 e Q4.
127
Como a carga é indutiva, a corrente deve continuar circulando no mesmo sentido. Para
que isto ocorra, D2 e D3 conduzem até t2, quando a corrente se anula e, invertendo a
polaridade, passa a circular por Q2 e Q3.
Observação
É interessante observar a necessidade de disparo contínuo ou de pulsos de alta
freqüência para disparar os tiristores, pois não se sabe em que ponto a corrente de
carga se anula para que os SCRs possam começar a conduzir.
128
Controle da tensão de saída
Deve-se observar que Q4 não entrou em bloqueio porque a corrente não se anulou e
porque Q3 não foi disparado. Deste modo, a tensão na carga se anula e a corrente cai
exponencialmente.
129
Em T/2, o disparo de Q3 faz com que Q4 seja bloqueado uma vez que a i0 ainda é
positiva, a condução se dá através de D2 e D3.
Quando i0 se anula, Q2 e Q3 assumem condução da corrente de carga até t4, quando
Q1 é disparado e comuta Q2. A corrente i0 ainda negativa passa a circular por D1 e Q3
até o disparo de Q4 em T.
O momento do disparo e do
bloqueio dos tiristores é
conseguido através da
comparação de um onda
triangular com um nível contínuo
de tensão conforme gráfico
abaixo.
A forma de onda conseguida com esse processo é rica em harmônicos que geralmente
não interessam ao funcionamento da carga e ainda podem perturbar o funcionamento
dos aparelhos das proximidades.
Redução de harmônicos
O conteúdo harmônico da tensão de saída pode ser muito reduzido por uma técnica
chamada PWM (“pulse width modulation”, ou seja, modulação de largura de pulso) que
130
consiste em fazer com que os intervalos de permanência da tensão de saída em valor
máximo sejam diferentes. A largura do pulso é maior nas proximidades do pico da
senóide fundamental. Veja gráfico a seguir, onde também é mostrada a obtenção dos
instantes de disparo dos SCRs.
No gráfico, uma senóide de referência é superposta a uma onda triangular de
amplitude constante. A cada cruzamento da senóide de referência com a onda
triangular, os SCRs mudam de estado.
O uso de uma onda triangular pode ser justificado se observarmos a figura a seguir.
131
As formas de onda mostradas foram obtidas pela introdução de zeros tanto no semi-
ciclo positivo quanto no negativo da senóide fundamental. Isso significa que a tensão
PWM resultante é ou só positiva ou só negativa.
132
Comando do módulo de potência
Por isso, é escolhida a relação de freqüência dos pulsos (Fp) pela freqüência dos
Fp
pulsos pela freqüência da onda fundamental (FG), segundo a relação = K .Veja a
Fg
tabela a seguir.
133
Comandos de baixas freqüências
À medida que a freqüência de saída aumenta, deve ser diminuída a relação Fp/FG = K,
ou seja, o chaveamento da onda é reduzido.
Para uma melhor taxa fundamental, a tensão passa a ser modulada a partir de uma
tensão de referência não mais senoidal e sim retangular.
134
Comando em altas freqüências de saída
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BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, José Luiz A. de. Eletrônica Industrial. 3ª ed. São Paulo, Erica, 1987.
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