Sie sind auf Seite 1von 32

FANIELLY CRISTINA ROMERO MALDONADO

ABUSO SEXUAL INFANTIL INTRAFAMILIAR

Campo Grande - MS
2018
FANIELLY CRISTINA ROMERO MALDONADO

ABUSO SEXUAL INFANTIL INTRAFAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


UNIDERP como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em direito.

Orientador: Denise Alcântara.

Campo Grande - MS
2018
FANIELLY CRISTINA ROMERO MALDONADO

ABUSO SEXUAL INFANTIL INTRAFAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


UNIDERP como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em direito.

BANCA EXAMINADORA

Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)

Campo Grande, de dezembro de 2018


Dedico este trabalho a Deus e minha
família.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, pois sem ele nada disso seria possível pois sempre
nas minhas maiores dificuldades que me deu forças para nunca desistir desse sonho
e objetivo; à meus pais Tania Marina,Sandro Miranda, meus irmãos Cristiane
Maldonado e Alessandro Maldonado,a meu namorado Antônio Marcos que mesmo
não estando perto ao meu lado me apoiaram e me incentivaram e principalmente me
deram força de alguma maneira pra continuar nessa luta até o final.
RESUMO

A crianças e o adolescente merecem muita atenção e um cuidado especial, pois estão


em fase de se desenvolver fisicamente e psicologicamente. Infelizmente, são
constantes essas praticas de violência contra crianças e adolescentes, isso já vem
desde a antiguidade, a principal é a violência sexual infantil que na maioria dos casos
ocorre no âmbito familiar dentro da própria residência da vítima, tendo como agressor
um componente da família, muitas vezes legitimado pelos próprios costumes da
sociedade local. Mesmo que no brasil atualmente seja dado rígida proteção legal, são
impunes muitos casos de abusos, por vergonha e medo quase sempre a vitima não
denuncia e nem expõe o que está acontecendo. As consequências de tais atos de
agressão são arrasadores, no ofendido, causando danos graves e ferindo a dignidade
tanto física como psicológica. Quem deveria estar protegendo são as pessoas que
tem o dever moral e legal porem acabam sendo os principais criminosos.

Palavras-chave: criança; adolescente; família; pedofilia; violência.

Está faltando o cabeçalho com os dados do trabalho. Verifique o


modelo.
ABSTRACT

Children and adolescents deserve a lot of attention and special care because they are
in the process of developing physically and psychologically. Unfortunately, these
practices of violence against children and adolescents are constant, this has been
since antiquity, the main one being child sexual violence, which in most cases occurs
within the family within the victim's own residence, with an aggressor as a component
of the family, this often legitimized by the very customs of local society. Even though
in Brazil today there is rigid legal protection, many cases of abuse are unpunished, out
of shame and fear, almost always the victim does not denounce or expose what is
happening. The consequences of such acts of aggression are overwhelming, the
offended, causing serious damage and injuring both physical and psychological
dignity. Who should be protecting are the people who have the moral and legal duty,
but they end up being the main criminals.

Keywords: child; adolescent; family; pedophilia; violence.

Está faltando o cabeçalho com os dados do trabalho. Verifique o


modelo.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

OMS Organização Mundial da ou de Saúde


10

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2. ABUSO SEXUAL CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE ......................... 12
2.1 CONCEITO ......................................................................................................... 12
2.2 MODALIDADES DE AGRESSÃO SEXUAL INFANTIL: O ESTUPRO, A
PEDOFILIA E O ASSEDIO SEXUAL ....................................................................... 13
2.3 ESTUPRO ........................................................................................................... 13
2.4 PEDOFILIA ......................................................................................................... 14
2.5 EXPLORAÇÃO SEXUAL ................................................................................... 15
3. NO ÂMBITO FAMILIAR A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A CRIANÇA E O
ADOLESCENTE ....................................................................................................... 17
3.1 CONCEITO ......................................................................................................... 17
3.2 PERFIL DA VÍTIMA DE ABUSO SEXUAL ......................................................... 18
3.3 PERFIL DO ABUSADOR ................................................................................... 19
3.4 MÉTODOS UTILIZADOS PELO ABUSADOR ................................................... 20
3.5 FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL
............................................................................................................................20
4. A TUTELA LEGAL ............................................................................................... 23
4.1 A EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL DA CRIANÇA ............................... 23
4.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988............................................................. 24
4.3 O CÓDIGO PENAL ............................................................................................. 25
4.4 O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ........................................ 26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 28
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 30
11

1. INTRODUÇÃO

O abuso sexual contra criança no âmbito familiar, está mais comum na


sociedade, as crianças antes não eram vistas como sujeito de direitos, sendo sempre
submetidos à figura dos pais. Em decorrência dessa situação a criança sempre ficou
à mercê de seus genitores e aos demais familiares, sendo presas fáceis das diferentes
formas de violência.
Essa pesquisa tem como base buscar a conscientização de toda a sociedade,
para que as denúncias não parta apenas das vítimas, mas de toda pessoa que
perceba mudança de comportamento ou que fique ciente de tal fato, pois nem sempre
a criança pode ou consegue denunciar seu agressor por serem indefesas, as vezes a
vítima é ameaçada por seu agressor, e por medo acaba não denunciando.
Dessa forma o presente trabalho estuda-se sobre questões acerca do abuso
sexual de menores que ainda são temas presentes no Brasil.
Buscar através de uma pesquisa jurídico doutrinária, como identificar e quais
medidas de proteção cabíveis a serem tomadas contra o abuso sexual infantil
intrafamiliar.
Compreende-se que o abuso sexual e a negligência acarreta um
desenvolvimento físico e mental prejudicando a criança que está em fase de
crescimento, é preciso buscar formas de amenizar essa situação pois é no ambiente
familiar que essas crianças devem receber carinho, amor e ter confiança, porém é
onde se registra o maior índice deste tipo de violência.
Desta forma, é muito importante a proteção dos direitos das crianças e dos
adolescentes, são imprescindíveis para que cada vez mais se tente diminuir a
ocorrência de casos sobre o abuso sexual contra esses seres humanos
hipossuficientes que não tem a capacidade para se defender sozinho.
12

2. ABUSO SEXUAL CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

2.1 CONCEITO

A problemática abordada neste trabalho de conclusão focaliza nas vítimas


menores de idade, que, pelo seu desenvolvimento incompleto, ainda não tem o
discernimento necessário para integral autodefesa. Atualmente, a violência é um dos
piores problemas enfrentados pela sociedade.
O abuso sexual infantil é uma forma de abuso infantil que inclui atividade sexual
com menor podendo ser tanto física como psicológica na qual o abusador mais velho
utiliza a vítima para satisfazer seus desejos, pois este menor não tem capacidade
emocional ou cognitiva para consentir ou julgar o que se está acontecendo.
A OMS (1999), ao referir-se à violência sexual em que a vítima é uma criança
ou um adolescente, adota o termo abuso sexual infantil.

Abuso sexual infantil é o envolvimento de uma criança em atividade sexual


que ele ou ela não compreende completamente, é incapaz de consentir, ou
para a qual, em função de seu desenvolvimento, a criança não está
preparada e não pode consentir, ou que viole as leis ou tabus da sociedade.
O abuso sexual infantil é evidenciado por estas atividades entre uma criança
e um adulto ou outra criança, que, em razão da idade ou do desenvolvimento,
está em uma relação de responsabilidade, confiança ou poder (World Health
Organization - WHO -, 1999, p. 7).

Em seu estudo Veleda Dobke (2001, p.26) compreende que:

Definir abuso sexual infantil não é tarefa fácil, pois os limites entre os contatos físicos
normais, importantes para o desenvolvimento da criança, e aqueles que visam à
satisfação dos desejos sexuais dos adultos são imprecisos. [...] A falta de
consentimento da criança e a violência física e/ou psicológica, no entanto, estão
sempre presentes na prática abusiva.

Pode se ver que este conceito de Veleda Dobke fala de uma série de atos que
configuram tal espécie de violência pode incluir desde carícias, manipulação dos
genitais, mama ou ânus, voyeurismo, exibicionismo e até o ato sexual com ou sem
penetração.

Como foi exposto, ocorrem inúmeras práticas de abuso contra a criança e ao


adolescente em diversas sociedades do mundo todo, sendo tais atos legitimados pela
13

cultura de cada povo. Um estudo do governo indiano de 2007 relata cerca de 53%
dessas crianças reportaram uma ou mais formas de abuso sexual. Outros relatos,
também citados, afirmam que mais de 7.200 menores de idade – incluindo bebês –
são estuprados por dia na Índia.

2.2 MODALIDADES DE AGRESSÃO SEXUAL INFANTIL: O ESTUPRO, A


PEDOFILIA E O ASSEDIO SEXUAL

De diversas maneiras ocorre a violência sexual contra a criança e ao


adolescente, Pode ocorrer dentro do âmbito familiar de duas formas, a intrafamiliar
que é praticado por pessoa dentro do seio familiar, e o extrafamiliar acontece fora do
lar, ou tem como abusador alguém não próximo à família da vítima, o mais frequente
é o intrafamiliar pois é uma das formas mais cruéis de se maltratar uma criança
utilizando a para a satisfação dos desejos sexuais de um adulto dentro do seu próprio
lar.
Por sua vez, Leila Paiva (2014) afirma que o abuso sexual pode expressar-se
de duas formas: intrafamiliar e extrafamiliar:

a. O abuso sexual pode expressar-se de duas formas: intrafamiliar e


extrafamiliar: a. O abuso sexual intrafamiliar é assim considerado quando a
agressão ocorre dentro da família, ou seja, a vítima e o agressor possuem
alguma relação de parentesco. Aqui é importante considerar o contexto
familiar ampliado, já que a diferença estabelecida sob o aspecto conceitual
objetivou apenas diferenciar as estratégias e metodologias de prevenção,
proteção e responsabilização. Assim, quando o agressor compõe a chamada
família ampliada ou possui vínculos afetivos familiares, o abuso deve ser
caracterizado como intrafamiliar.
b. O abuso sexual extrafamiliar se dá quando não há vínculo de parentesco
entre o agressor e a criança ou adolescente.

Existem quatro categorias distintas de abuso sexual segundo o entendimento


de Luciana da Silva Parissoto (2005). São eles: o Estupro, a Pedofilia, o Assédio
Sexual e a Exploração Sexual Profissional.

2.3 ESTUPRO
14

O Estupro é definido pelo art. 213 do Código Penal como “constranger alguém
(lei 12.015 de 7 de agosto de 2009), mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.
A “conjunção carnal” corresponde ao coito vaginal, o que limita o crime ao sexo
feminino.
Os crimes sexuais contra vulnerável abrangem os crimes de estupro de
vulnerável (art. 217-A) (MIRABETE, 2012, p. 412)
Reza o tipo penal:

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
menor de 14 (catorze) anos:

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.


§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput
com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer
outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2º (vetado)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4º Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

O estupro também pode ser considerado aquele em que se consuma o ato


sexual sem consentimento, já no caso de crianças e adolescentes que não tem idade
para consentir será sempre constituído o estupro.
Conforme André Estefam (2009), a violência sexual, provavelmente seja a que
mais deixa marcas na criança e no adolescente e mais importante do que isso, a
vítima não tem capacidade de consentir com o ato sexual tendo idade inferior a 14
anos.
Cabe aos pais ou responsável observar os sintomas e quando detectado
qualquer tipo de abuso ou agressão seja por parte de familiares ou estranhos, deve
ser encaminhada denúncia para que sejam tomadas as devidas providências.

2.4 PEDOFILIA

A palavra pedofilia tem origem na língua grega, e decorre das palavras


15

pedos que significa criança e phyla, que pode ser interpretada como amizade ou amor,
sendo definida, portanto como atração sexual por crianças ou amor pelas crianças.
Pedofilia é a perversão que leva um indivíduo adulto a se sentir sexualmente
atraído por crianças obsessivamente.
De acordo com Martins:

‘‘A pedofilia refere-se à atração sexual por crianças e pode se manifestar em


diferentes atividades, tais como olhar, despir, expor-se a elas, acariciar,
masturbar-se em sua presença, engajar-se em sexo oral, penetrar-lhe a
vagina, a boca ou o ânus, com os dedos ou com o pênis’’.(Martins, 2013)

O pedófilo na maioria dos casos não necessita utilizar-se da violência, pois


desenvolve com a criança uma relação onde busca tranquilizá-la de que os atos que
com ela pratica são comuns gerando uma confusa sensação de normalidade. O
ambiente que o pedófilo demonstra para a criança é uma falsa sensação de
familiaridade e de segurança e é através desse sentimento que o abusador começa a
agir, pois a criança passa a ter medo de perder essa vivência.
Então, a pedofilia é uma prática doentia do agressor que sente desejo por
crianças e adolescentes, a fim de satisfazer de forma compulsiva, seu objetivo.

2.5 EXPLORAÇÃO SEXUAL

É a atividade sexual não desejada, onde o agressor usa a força, faz ameaças
ou exclui vantagens da vítima que se torna incapaz de negar consentimento.
Ocorre principalmente como consequência da pobreza, que faz jovens, crianças e
adolescentes fugirem de seus lares e se refugiarem em locais que os exploram em
troca de moradia. Em geral as vítimas são coagidas ou persuadidas por um aliciador,
um delinquente sexual que pode ser homem ou mulher, e que consegue atraí-las com
falsas promessas, suborno, sedução, ou induzindo-as a se rebelarem contra os pais.
Acontece em redes de prostituição, pornografia, tráfico e turismo sexual.
Ao examinar aspectos legais do abuso sexual infantil, Furniss (1993,p.12)
define:
A exploração sexual das crianças refere-se ao envolvimento de crianças e
adolescentes dependentes, imaturos mentalmente, em atividades sexuais
16

que eles não compreendem totalmente, às quais são incapazes de dar um


consentimento informado e que violam os tabus sociais dos papéis familiares,
e que objetivam a gratificação das demandas e desejos sexuais da pessoa
que comete o abuso.

A exploração sexual é crime previsto no Código Penal e no Estatuto da Criança


e do Adolescente, imputável ao próprio agressor, ao aliciador, ao intermediário que se
beneficia comercialmente do abuso.
Em seu art. 218-B o Código Penal Brasileiro estabelece o crime de
favorecimento de prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.
É ilícita a exploração sexual quando ocorre com criança e menor de idade, já
para os acima de 18 anos não há crime previsto no ordenamento jurídico brasileiro. O
aliciador é um profissional já acostumado a enganar crianças e adolescentes para
explorá-los sexualmente. Ele aproveita-se da ingenuidade, imaturidade, falta de
experiência ou qualquer vulnerabilidade deles para explorá-los comercialmente como
se fossem mercadoria.
17

3. NO ÂMBITO FAMILIAR A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A CRIANÇA E O


ADOLESCENTE

3.1 CONCEITO

É em suas próprias residências que acontece grande parte das formas de


violência sexual contra a criança e ao adolescente, local este onde supostamente
estaria protegida da violência, fica exposta a uma situação de grande desamparo.
A violência intrafamiliar praticada contra crianças e adolescentes é uma prática
histórica na sociedade brasileira, neste tipo de abusos não há um perfil social
específico, assim estando presente em todos os países, nas diferentes culturas e nas
variadas classes sociais, com isso se desenvolvendo de várias maneiras.
Durante anos pode durar a violência sexual contra a criança e ao adolescente,
a vítima desse abuso por ser menor de idade, não consegui compreende de forma
clara essa situação pois ainda não atingiu uma formação psicológica completa.
A criança muita das vezes com medo do agressor se cala por vergonha de vir
a público o ocorrido. Essa atitude, na maioria das vezes, ocorre pois o abuso acontece
repetidamente.
Sanderson (2005, p. 79) afirma que:

O abuso sexual dentro da família pode incluir tanto o pai biológico ou os


padrastos quanto quaisquer outras figuras masculinas em que a criança
deposita confiança e para quais têm algum poder ou autoridade sobre elas.
Podem estar incluídos os namorados da mãe, tios, avós, amigos do sexo
masculinos próximos da família, assim como irmãos mais velhos. Pessoas do
sexo feminino também abusam de crianças dentro da família [...]

A casa que o abusador é do sexo masculino mais também a casos de este ser
do sexo feminino. Ocorre, portanto, em um cenário de relações vinculares entre
marido e esposa, pais e filhos, filhos e pais, entre irmãos, ou seja, os agressores e
vítimas são pessoas que se conhecem e mantêm relações afetivas, ainda que
ambivalentes.
Muitas das vezes a mãe está ciente que seus filhos estão sendo abusados, no
entanto, ela não faz nada, porque tem medo ou por ser sustentada pelo seu
companheiro acaba sendo conivente com essa situação. Por isso a vítima não tem a
18

quem pedir ajuda, porque quem deveria ou poderia ajudá-la não se manifesta com
relação ao que está acontecendo.
Segundo uma pesquisa do ministério público de 2011 mostram que a violência
sexual também ocupa o segundo lugar na faixa etária de 10 a 14 anos, com 10,5%
das notificações, ficando atrás apenas da violência física (13,3%). Na faixa de 15 a 19
anos, esse tipo de agressão ocupa o terceiro lugar, com 5,2%, atrás da violência física
(28,3%) e da psicológica (7,6%). Os dados apontam também que 22% do total de
registros (3.253) envolveram menores de 1 ano e 77% foram na faixa etária de 1 a 9
anos. O percentual é maior em crianças do sexo masculino (17%) do que no sexo
feminino (11%).
Portanto, a violência sexual intrafamiliar contra a criança e ao adolescente é
aquela que ocorre dentro de sua própria residência, onde o abusador não é
desconhecido sendo ele membro da família ou responsável, que mantêm com a
criança relação próxima e vínculo afetivo.

3.2 PERFIL DA VÍTIMA DE ABUSO SEXUAL

O grande alvo é aquela criança ou adolescente que tem mais fragilidade ou que
tenha algum tipo de deficiência, com esse tipo de dificuldade se torna mais difícil de
pedir ajuda ou até mesmo de como se defender. Não é definida a idade padrão dessas
vítimas e nem sua classe social, isso vai depender sempre do desejo do pedófilo.
No entendimento de Christiane Sanderson (2005, p. 145):

O pedófilo pode escolher uma criança específica que preencha


certas características desejadas, tais como idade ou uma faixa estaria
específica, determinadas características físicas, personalidade ou grau de
vulnerabilidade. Exemplos comuns podem ser crianças pequenas que ainda
usam fraldas, crianças de 3 a 5 anos, de s6 a 8 anos, pré-adolescentes ou
crianças que estão na puberdade. A maioria dos pedófilos escolhe apenas as
crianças que se enquadram na faixa etária de sua preferência e demonstram
pouco ou nenhum interesse pelas crianças de outras idades.

A maioria das vítimas abusadas são crianças e adolescentes do sexo feminino,


não existe um perfil específico de vítimas que sofrem abuso sexual no âmbito familiar,
então aquelas que são mais vulneráveis acabam sendo alvo desse crime.
19

3.3 PERFIL DO ABUSADOR

Em via de regra o abusador é do meio familiar ou muito próximo da vítima que


prática esse ato ilícito sexual contra a criança e ao adolescente, muitas vezes essa
pessoa usa sua autoridade sobre a vítima, podendo ser o pai, a mãe, o irmão, a irmã,
padrastos e tios, quase sempre é mais velho e não só usa da força física como da
psicológica.
Ocorre sempre entre agressor do sexo masculino, e a vítima do sexo feminino,
mais não se limita só a esse gênero, também pode ocorrer o contrário agressora
feminina e vítima masculino ou até mesmo agressor do mesmo sexo.
Segundo (Claudemir,2011),a pedofilia é mais comum em homens, em especial
aqueles com problemas de satisfação sexual com mulheres adultas.
Muito dos agressores acima de qualquer suspeita tentam parecerem
indivíduos socialmente corretos com uma boa conduta e uma boa reputação.
Christiane Sanderson (2005,p. 56) afirma que:

Os pedófilos possuem um comportamento “normal”. Realmente, o fato de


eles parecerem pessoas normais e assim se comportarem cria um laço de
confiança em adultos e de segurança nas crianças. Por não parecerem
esquisitos, diferentes ou estranhos, ou por não se comportarem de maneira
suspeita e anormal, fica mais difícil identificá-los. Também se torna mais fácil
para eles escolher tanto os pais quanto os filhos e conquistar sua confiança.

É muito importante também falar sobre as características das mães que


cometem abusos sexuais em seus próprios filhos menores, segundo Maria Regina
Azambuja (2004):
Elas têm um comportamento impulsivo e imaturo, vivem isoladas, fazendo
com quem percebam seus filhos mais velhos como se tivessem mais idade
do que aparenta e utilizando-os como uma forma de se“ confortar”. É comum
a associação com quadros psicóticos graves.

Por isso não se pode determinado o agressor, por um perfil específico, por
muitas das vezes aparenta ser um indivíduo comum sem indício de qualquer tipo de
suspeita.
20

3.4 MÉTODOS UTILIZADOS PELO ABUSADOR

Os abusadores que praticam essa violência intrafamiliar, sempre busca atingir


o seu objetivo pois tem uma prévia relação de confiança com a vítima. Nesse caso
são os pais, mães e parentes muitos próximos, que adquiriram esse nível de relação
ao longo do tempo. O abusador usa da confiança do menor para fazer o suborno, no
qual pode acontecer por muito tempo, semanas, meses e até mesmo anos se
baseando na intimidade e na amizade que vai sendo criado com a criança e ao
adolescente.

Assim, Christiane Sanderson(2005,p. 141) afirma que:

O afeto e a confiança ocupa papel central nas interações entre os


molestadores e as crianças. O processo de aliciamento de um abusador é,
em geral, muito fácil porque leva pouco tempo para que se descubra que a
sedução emocional é o modo mais eficaz de manipular as crianças.

A técnica desse violador é criar uma relação de dependência entre ele e a


criança existem outros métodos que o violador aproveita de momentos onde fica a
sós com a vítima, assim com facilidade prática a sua ação.
É assim também que o pedófilo utiliza suas artimanhas para criar uma relação
com a criança, oferecendo presentes, balas, doces, promessas, recompensa, drogas,
suborno dentre outros.
Muitas das vezes para ter seus desejos realizados o ofensor ameaça, age
com ato de violência física com a vítima, nesse caso o ofensor aproveita do poder que
tem sobre a criança ou o adolescente.
O violador sabe que é contra a lei esse ato ilícito então utiliza várias formas
para poder comprar a vítima e não ser descoberto.

3.5 FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL

Existem muitas e variam de um caso para o outro as formas e as


consequências de identificação, dependendo de diversos fatores, tanto na forma
física, quanto no psicológico da vítima, destacam-se entre eles:
21

Segundo SANDERSON,( 2005, p. 170):

A idade do adolescente na época do abuso; a duração e frequência do abuso


sexual; o(s) tipo(s) de ato(s) sexual(is); o uso da força ou da violência; o
relacionamento da criança com o abusador; a idade e o sexo do abusador;
os efeitos da revelação.

As sequelas físicas, psicológicas e a mudança de comportamento da vítima


são as principais sinas para a identificação do abuso sexual. Conforme a doutrina de
Christiane Sanderson, são classificadas em seis modalidades os efeitos que gera nas
vítimas que sofrem de abuso sexual, são; os efeitos comportamentais, emocionais,
cognitivos, interpessoais, físicos e sexuais.
O comportamento da vítima molestada, se apresenta geralmente da seguinte
maneira: aparecer com presentinhos ou com dinheiro sem explicação; agressividade
repentina tanto com as pessoas como com seus brinquedos, comportamento inferior
a sua idade, como chupar o dedo, urinar na cama ou na roupa, depender muito dos
pais; comportamento sexual inapropriado para a idade; atos perigosos como fugir de
casa.
Os comportamentos emocionais se apresentam, na demonstração do medo do
que possa acontecer caso conte a verdade; no medo do abusador; no medo de ficar
sozinha; estar sempre triste até no momento que deveria estar alegre e no
desenvolvimento de sentimentos obsessivos.
Em sua cognição a vítima demostra as seguintes características: rendimento
escolar baixo; perda de concentração e atenção; problemas de memória; criação de
fantasias para fugir da realidade.
Os efeitos interpessoais acontecem com o afastamento de pessoas próximas;
medo de ter intimidade com outra pessoa, medo de beijar, abraçar e fazer carícias; se
auto exclui; falta de confiança no próximo e principalmente em si mesmo.
De natureza física os sinais são: dor ou inchaço na área genital e anal; doenças
sexualmente transmissíveis; coceira inflamação ou infecção nas áreas orais,
hematomas pelo corpo; vaginal ou retal; presença de sêmen em partes do corpo ou
em roupas íntimas; sangramentos e odores anormais no órgão sexual feminino.
Variam de indivíduo para indivíduo esses sintomas e também se o abusador fara ou
não utilização de força.
22

As vítimas apresentam os seguintes efeitos sexuais: comportamentos sexuais


impróprios para a idades praticadas com outras crianças, adultos e com os seus
brinquedos; engravidar, masturbação compulsiva; prostituição; medo de sexo, o qual
pode se desenvolver em adolescentes que foram vítimas no passado “SANDERSON
(2005,P.201-227)”.
E através do laudo do IML que pode se diagnosticar e determinar se a há
existência de vestígios físicos que possam provar o abuso contra a criança e ao
adolescente. São também fundamentais a avaliação psicológica e o
acompanhamento psiquiátrico, e tem principalmente um papel muito importante na
hora de constatar o problema.
De acordo com cada indivíduo vária os sinais apresentados da vítima de abuso
sexual por isso que é utilizado esses métodos para identificar o comportamento e os
efeitos gerados pelo abuso, pois tem que ter muito cuidado ao diagnosticar o abuso,
as vezes a criança ou adolescente apresenta um dos sinais elencados, pode ser por
outro motivo e não por abuso.
23

4. A TUTELA LEGAL

4.1 A EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL DA CRIANÇA

Até o início do século XX as crianças e o adolescente, eram tidas na sociedade


como um sujeito de direitos, tendo como resultado a garantia imediata da doutrina da
proteção integral, como autoridade o pai exercia poder absoluto sobre seus filhos,
enquanto vivessem na mesma casa, independentemente de menoridade, não
havendo naquela época distinção entre maioridade e menoridade. Os filhos eram
tratados não como sujeitos de direito, mas como objeto de relações jurídicas, em que
o pai exercia sobre eles um direito de proprietário., devido a cultura antiga.
Conforme André Karst Kaminski (2002,p. 13):

As primeiras crianças brasileiras, ou estrangeiras residentes no Brasil, nunca


ocuparam uma posição muito privilegiada na sociedade, sobretudo sob o
ponto de vista de uma atenção especial aos seus direitos, o que decorria de
uma ótica de tratá-las como simples objetos da vontade dos adultos, que
sobre elas detinham total poder.

As crianças e os adolescentes sempre sofreram diversos tipos de violência,


principalmente de ordem sexual.
Foi presentado por José Bonifácio no Brasil o primeiro projeto de lei brasileira
que demostrava uma preocupação com a criança nacional, o qual tinha o plano de
conferir direitos humanos aos menores escravos, porém tal projeto não virou lei, em
virtude da outorga da Constituição no dia 25 de março de 1824″
KAMINSKI(2002,p.15).
A primeira proteção legal aos menores foi a Lei em 12 de junho de 1862, na
qual era proibido a venda de crianças escravas separadas de seus pais
“KAMINSKI(2002,p.17)”.
O Decreto nº 16.272/23,de 20 de dezembro de 1923 instituiu o Regulamento
da Assistência e Proteção aos Menores Abandonados e Delinquentes
“KAMINSKI(2002,p.23)”.
Em 1926 foi publicado o Decreto nº 5.083, primeiro Código de Menores do
Brasil que cuidava dos infantes expostos e menores abandonados.
24

Em 12 de outubro de 1927, veio a ser substituído pelo Decreto 17.943-A, mais


conhecido como Código Mello Mattos. De acordo com a nova lei, caberia ao Juiz de
Menores decidir-lhes o destino. A família, independentemente da situação econômica,
tinha o dever de suprir adequadamente as necessidades básicas das crianças e
jovens, de acordo com o modelo idealizado pelo Estado. Medidas assistenciais e
preventivas foram previstas com o objetivo minimizar a infância de rua.
Em 10 de outubro de 1979 foi publicada a Lei nº6.697, novo Código de
Menores, que, sem pretender surpreender ou verdadeiramente inovar, consolidou a
doutrina da Situação Irregular.
Em 1990 foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente, o que representa
um marco jurídico que instaurou a proteção integral e uma carta de direitos
fundamentais à infância e à juventude.

4.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A Constituição Federal da República de 1988 no Brasil foi a primeira legislação


que colocou efetivamente a criança e ao adolescente como sujeitos de direitos,
colocados de forma definitiva no quadro social, como merecedores de tutela, tanto
estatal quanto social.
A Convenção definiu a base da Doutrina da Proteção Integral ao proclamar um
conjunto de direitos de natureza individual, difusa, coletiva, econômica, social e
cultural, reconhecendo que criança e adolescente são sujeitos de direitos e,
considerando sua vulnerabilidade, necessitam de cuidados e proteção especiais.
Exige a Convenção, com força de lei internacional[3], que os países signatários
adaptem as legislações às suas disposições e os compromete a não violarem seus
preceitos, instituindo, para isto, mecanismos de controle e fiscalização. (VERONESE;
OLIVEIRA, 2008)
O Brasil, com base nas discussões sobre a Convenção, adota no texto
constitucional de 1988 a Doutrina da Proteção Integral, está consagrado em seu artigo
227.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança,
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
25

dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,


além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

Extrai-se do art. 227 da Constituição Federal especial parágrafo 4º que o


dever de assegurar este sistema especial de proteção as crianças e os adolescentes,
tutelando direitos que tem em vista sua proteção, e punição para quem praticar esse
abuso.

§ 4º – A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual


da criança e do adolescente.

Pela nova ordem estabelecida, criança e adolescente são sujeitos de direitos


e não simplesmente objetos de intervenção no mundo adulto, portadores não só de
uma proteção jurídica comum que é reconhecida para todas as pessoas, mas detém
ainda uma “supraproteção ou proteção complementar de seus direitos”. (BRUNÕL,
2001, p.92). A proteção é dirigida ao conjunto de todas as crianças e adolescentes,
não cabendo exceção.

4.3 O CÓDIGO PENAL

A finalidade do Código Penal Brasileiro e caracterizar e punir condutas através


de normas, muitas são referentes à violência sexual em face da criança e do
adolescente.
O Código Penal vigente, trouxe, com diversas alterações através dos anos,
tipos penais que regulam a prática de crimes, em especiais sexuais, em face da
criança e do adolescente.
A Lei 12.015 de agosto de 2009 trouxe inúmeras alterações no que cerne aos
Crimes Sexuais, os dispositivos do art. 217-A que tipifica o crime de estupro de
vulnerável, art. 218-A, crime de satisfação da lascívia mediante presença de criança
ou adolescente e art. 218-B, crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de
exploração sexual de vulnerável, bem como os enquadrou como crimes hediondos.
A frente das inovações legais, o ordenamento jurídico-penal busca dar mais
ênfase e efeito real na repressão das condutas tuteladas pelas garantias antigas
expostas na Constituição de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
26

4.4 O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

A Lei n.º 8.069/90, mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente,


foi fruto de uma ampla negociação com a sociedade civil, o ECA é uma norma que
tornou a legislação infraconstitucional brasileira compatível como paradigma
introduzido pela Constituição Federal de 1998, prima pela proteção integral e pelo
melhor interesse das pequenas vítimas, garantindo a prioridade absoluta dos direitos
fundamentais dos destinatários do referido estatuto.
Cristiane Dupret(DUPRET, 2010, p. 21).

O Direito da Criança e do Adolescente vem se tornando um ramo autônomo,


formado por uma rede de proteção com variados diplomas legais e
normativos em geral. O Estatuto da Criança e do Adolescente é um dos
diplomas mais expressivos desse Direito, formado ainda pela Constituição
Federal, pela Convenção Internacional dos Direitos da Criança, pela
Declaração dos Direitos da Criança e por várias Portaria e Resoluções que
dispõe sobre variados assuntos que visam à proteção do menor de 18
(dezoito) anos.

Com o surgimento do Estatuto da Criança e Adolescente foi possível buscar a


efetividade desses direito que a criança e ao adolescente tem, são três os princípios
básicos que conduzem o Estatuto, são eles: princípio da proteção integral, em que a
criança e ao adolescente têm direito à proteção na totalidade das esferas de sua vida
(art. 1º); garantia de absoluta prioridade, que confere o direito da criança e do
adolescente serem protegidos e atendidos com prioridade em suas necessidades, no
recebimento de socorro, na utilização de serviços públicos e na destinação de verbas
e políticas sociais públicas (art. 4º); e, por fim, a condição de pessoa em
desenvolvimento, no qual a criança e ao adolescente são indivíduos que necessitam
de cuidados especiais em cada fase da vida, para que possam ter um
desenvolvimento sadio e harmonioso (art. 6º).
Assim, toda criança e adolescente terá a assistência necessária para seu
desenvolvimento e ter uma vida e um futuro com dignidade.
Cury, Garrido & Marçura(2002, p. 21) ensinam que:

A proteção integral tem como fundamento a concepção de que crianças e


adolescentes são sujeitos de direitos, frente à família, à sociedade e ao
Estado. Rompe com a ideia de que sejam simples objetos de intervenção no
27

mundo adulto, colocando-os como titulares de direitos comuns a toda e


qualquer pessoa, bem como de direitos especiais decorrentes da condição
peculiar de pessoas em processo de desenvolvimento.

Conforme Luciana da Silva Duarte(2009),estabelece o estatuto que o menor de


18 anos precisa de uma proteção necessária especial por ser um ser humano em
desenvolvimento:

Da legislação mostrada se verifica que por se reconhecer o menor de 18 anos


como um ser humano em desenvolvimento, não plenamente pronto e
suficiente desenvolvido para o trabalho da vida, há necessidade de que o
direito o proteja, já que suas condições físicas e mentais o colocam em
situação de fragilidade frente ao mundo adulto. Então, conclui-se que a
legislação voltada à proteção da criança e do adolescente é, genuinamente,
norma de Direitos Humanos, posto que as Normas de Direitos Humanos
trazem como principal característica a proteção dos mais vulneráveis.

Segundo os conceitos de Fonseca(FONSECA, 2008, p. 43)

O Estatuto é destinado a todas as pessoas com menos de 18 anos de idade


e não somente destinado a menores de 18 anos em situações especiais,
como era no Código. Está pautado nos princípios da Constituição Brasileira
de 1988, expressos especialmente nos artigos 227 e 228 (FONSECA, 2008,
p. 43).

Essencialmente, ressalta-se que o Estatuto da criança e do adolescente,


surgiu com o apelo e súplica populacional por um sistema mais firme e justo de
proteção aos direitos desses indivíduos.
28

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

São diversos os casos de crianças e adolescentes que sofrem violência, seja


ela física, psicológica ou sexual. Durante o século XX, devagar essas crianças
passaram a ser tuteladas pelo ordenamento jurídico, com o surgimento da Constituição
Federal de 1988, as crianças e adolescentes fixaram seu papel na sociedade,
aproveitando-se dos princípios da dignidade da pessoa e da proteção integral, os quais
têm como objetivo principal garantir direitos e uma vida digna. A situação de tutela
chegou a ponto máximo com a chegada do Estatuto da Criança e do Adolescente, que
reforçou as disposições constitucionais, que também buscou prepará-las.

O abuso sexual se dá de duas formas dentro do âmbito familiar que é a


intrafamiliar e a extrafamiliar que acontece fora do seio familiar, a mais graves de toda
é aquela que acontece dentro da família contra a criança e ao adolescente, por não
ser denunciada ou revelada ela é a mais difícil de ser descoberta. Em alguns casos a
mãe e ciente do abuso mais não conta para ninguém, por não ter como sustentar seus
filhos sozinha, ou por ter vergonha de pedir ajuda com medo de expor o problema e
ser descoberta a verdade pois quem deveria zelar por sua proteção é quem comete o
crime.

O agressor utiliza da confiança, do seu domínio moral, emocional e físico que


tem sobre essa vítima para abusar dela, é ainda o pedófilo que utiliza de sua força
física e faz valer sua vontade e a falta de respeito para poder ter seus desejos
realizados, essa vítima não tem idade suficiente para compreender a realidade e nem
podendo ser conscientizada através das campanhas sociais, não tendo como se
defender sozinha desse agressor. Os abusos são contra ambos os sexos, mais a mais
frequente é a do sexo feminino, esse tipo de violência gera várias consequências que
só se conhece quando aparecem os sintomas físico e mental da criança e do
adolescente, uma das grandes dificuldades no combate deste tipo de crime.

O legislador, preocupado alterou o ordenamento vigente através da Lei no


12.015/2009, incluindo novos tipos penais específicos que tutelam a criança e ao
adolescente, como tornou estes crimes hediondos, conferindo maior grau de
punibilidade a estas condutas. Várias ações ainda devem ser tomadas, como o
objetivo de diminuir cada vez mais qualquer forma de violência contra a criança e ao
adolescente. Para que se possa efetivar a proteção integral da criança e do
adolescente, é preciso além das medidas repressivas, o investimento de todos em
medidas de prevenção, principalmente na área da educação, pois a informação
destinada a quem pode vir a ser abusado e as pessoas de seu convívio social é
fundamental, a fim de coibir possíveis agressores.
29

Existem Órgãos Federais, Estaduais e/ou Municipais que visam à prevenção


destas práticas ilícitas, e já se uniram no combate contra estes crimes, como o
Conselho Tutelar, Rede de Proteção, Vara da Infância e da Juventude, Instituições e
Delegacias Especializadas. Pois, eles exercem principalmente a função de prevenir e
de conscientizar a todos sobre os malefícios e consequências que geram com essas
práticas. Assim para diminuir o acontecimento desses abusos, é bom desenvolver
campanhas de conscientização, bem como promover ações integradas em todos os
setores da sociedade, visando à prevenção e a punição.

Espaço de 1,5 cm entre linhas.


30

REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Penal Brasileiro. Disponível em:


<http://www.dji.com.br/codigos/1940_dl_002848_cp/cp217a218.htm>. Acessado em
21 de outubro de 2018.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm. Acessado em 20 de outubro de
2018.

BRUÑOL, Miguel Cillero. O interesse superior da criança no marco da


Convenção Internacional sobre Direitos da Criança.

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte especial. 2ª ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2012.

CURY, Munir. comentado: comentários jurídicos e sociais. 12ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2013.

DUARTE, Luciana da Silva. Enfrentamento à exploração sexual de crianças e


adolescentes. Departamento de Polícia Rodoviária Federal. 2009.

DUPRET, Cristiane. Curso de direito da criança e do adolescente. Belo


Horizonte: Ius, 2010

DOBKE, Veleda. Abuso sexual: a inquirição das crianças uma abordagem


interdisciplinar. Porto Alegre: Ricardo Lenzor, 2001.

ESTEFAM, André. Crimes sexuais. São Paulo: Saraiva, 2009.

FONSECA, Antonio Cesar Lima da. Direitos da Criança e do Adolescente. 2. Ed. –


São Paulo: Atlas, 2012.

FURNISS, Tilman. Abuso sexual da criança: Uma abordagem multidisciplinar.


Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1993, p. 35.

KAMINSKI, André Karst. O Conselho Tutela, a criança e o ato infracional: proteção


ou punição.Canoas: Ulbra, 2002

MÉNDEZ, Emilio García; BELOFF, Mary. Infância, lei e democracia na América


Latina. 1. ed. vol. 1. Santa Catarina: EDIFURB, 2001.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Abuso sexual é o 2º tipo de violência mais comum


contra crianças. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2012/05/abuso-sexual-e-o-segundo-maior-
tipo-de-violencia-contra-criancas-mostra-pesquisa>. Acesso em 23 de outubro de
2018.
31

PAIVA, Leila. Violência sexual – conceitos. Disponível em:


<http://www.observatoriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-231.pdf> Acessado em 24
de outubro de 2018.

PEDRO, Jonathan. Pedofilia - Aspectos psicológicos e jurídicos. Disponível em:


<???>Acessado em 20 de outubro de 2018.

VERONESE, Josiane Rose Petry ; Oliveira, Luciane de Cássia Policarpo. Educação


versus Punição: a educação e o direito no universo da criança e do adolescente.
Blumenau: Nova Letra, 2008.

CRITÉRIOS VALORES NOTA

 Elementos pré e 0–2 1


pós-textuais
 Introdução clara e 0–4 4
coerente com o
trabalho.
 Considerações 0–4 4
finais coerentes
com os objetivos
propostos.
 Desenvolvimento 0 – 20 20
(Capítulos 1, 2 e 3)
de forma clara e
estruturada ao
longo de todo o
trabalho.
 Apresenta 0–6 6
coerência,
linguagem formal e
impessoal.
 Respeita as regras
ortogramaticais.
 Referências 0–4 3
contemplam todas
as obras e autores
que foram citados
no trabalho,
atendendo à
formatação de
acordo com a
ABNT.
NOTA: 38
32

Das könnte Ihnen auch gefallen