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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Síntese e reflexões de Paulo Dullius

Hoje há sinais de certo sentimento de angústia, uma vez que o homem está
sentindo certo vazio por dentro e para a frente. Tem certa necessidade de
conhecer-se. Os gregos distinguiam epistéme (conhecimento dos princípios
materiais) de Sophia (conhecimento do significado radical).

Hoje predomina o homem com um cérebro tecnocéfalo com seus prolongamentos


técnicos. Sua Sofia sofre pela ausência de energias espirituais e por isso não pode
abrir-se à esperança. Hoje volta a pergunta: Quem é o homem. Ele é objeto ou
sujeito? É uma parte do mundo ou um mundo à parte. O homem é mistério (por
que existo eu e não poderia um outro estar aqui e agora e assim?) e paradoxo,
encarnando limite-ilimite, erro e verdade, tempo e eternidade.

Em geral segue-se o método fenomenológico, como certo realismo filosófico.


Podemos analisar o homem através de sua constituição antropológica, nos níveis
do em si, do por si e do por outros. O ponto culminante é o amor como télos da
estrutura do ser, que parte do em si ou do por si e se abre ap outro-de-si. A
antropologia do coração é o coração da antropologia.

Através dos tempos, o homem está envolvido em contradições: miséria e


maravilha. É um ente tão vasto, variado e poliforme que qualquer definição se
mostra demasiado limitado.

Platão deriva anthropos de anathréin, que significa acolher-se, perceber-se.


Perguntar é tomar distância de qualquer fenômeno com a re-flexão, dentro da qual
se processa a problematização. Surge o por quê presente na infância e em
qualquer idade. Só o homem pode perguntar-se sobre seu próprio eu, tomando
distância do eu que é, re-fletindo, ou seja, ajoelhando-se sobre si mesmo, para
colher as dimensões diversificadas, perguntando-se sobre os porquês particulares,
radicais e globais. É assim que se identifica: “Conhece-te a ti mesmo” implica
vários confrontos que incluem: radical-genético: de onde venho?; a questão
metafísica: por que meu ser e não o meu não-ser?; antropológico: quem é o
homem que verdadeiramente eu sou?

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A pergunta fundamental

Para conhecer o homem requer-se que caiam os ídolos interiores para abrir à
capacidade de auto-transcendência e voltar à consciência daquilo que foi reprimido
nos depósitos do não-usado porque se achava inútil ou não útil imediatamente. Há
experiências vertigens existenciais em momentos de grande ameaça, como a
morte de pessoas caras. Só o significado último decide o valor da essência em
relação ao quem é o homem.

Podemos falar também do êxtase existencial para falar de momentos de intensa


alegria, percebida como plenitude do ser. Quando é autêntica e não superficial,
mas é uma forma de estar no cerne da verdade sobre o homem. É a alegria que
está no amor de estar vivo. Maravilhoso não só o que é, mas o que pode ser.

A ciência hermenêutica recorda que cada conhecimento está dentro de uma pré-
compreensão. Entramos no mistério do ser e dos seres com nossa bagagem
mental, estruturada de idéias, experiências sedimentadas, preconceitos. Se nesta
pré-compreensão partimos do abismo que existe entre o homem e o infra-humano,
graças à capacidade de sorrir, amar, conquistar, entender, doar-se, dançar, criar,
comover-se, esperar, construir projetos... tudo será maravilhoso, diverso dos
animais. O mistério humano é objeto da filosofia.

Époché e maravilha. A époché significa colocar entre parênteses certos conceitos


polarizados como o preconceito dualístico da alma separada do corpo e do corpo
como simples instrumento de ordem inferior, temos, neste caso, a desvalorização
de um aspecto essencial ao ser e à vida do homem.

Na filosofia o homem é o objeto de sua pergunta e olha a realidade com uma


intenção, a intencionalidade. A antropologia como reflexão do homem sobre o
homem a fazemos cada dia e a enriquecemos com ossos pensamentos tácitos ou
comunicados. Cada um possui algum traço de antropologia de base, tem sua
filosofia de vida, e cada filosofia de vida se concentra ao redor de uma
antropologia implícita ou articulada.

A antropologia filosófica se pergunta: o que a natureza faz do homem; a


antropologia pragmática se pergunta: o que o homem como ser livre faz ou deve
fazer de si mesmo. Num sentido amplo, a antropologia se move na área

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fenomênica, que considera o dado objetual: o homem como, quanto e quando; e
na área da antropologia filosófica: o homem como presença sujeitual na ótica
radical da auto-pergunta: quem é.

A fundamentalidade da antropologia filosófica pode ser vista em três níveis:

- Nível epistemológico: De Kant em diante, o saber filosófico sobre o homem


tende a considerar como um nó que liga as diversas análises dos outros aspectos.
Kant se pergunta: o que posso saber? (metafísica), o que devo fazer? (moral), o
que posso legitimamente esperar? (religião), o que é o homem? (antropologia).

- Nível humanístico. O humanismo é a afirmação da centralidade do homem,


promovido em todas as suas dimensões e expressões. A antropologia integral é a
exploração do mistério-homem, com seus paradoxos, com suas quedas.
Conhecer-se para possuir-se; possuir-se para oferecer-se.

- Nível testemunhal: É importante testemunhar a presença, mostrar que é


possível fazer-se homem porque é possível ser homem; requer um dinamismo de
sentido direcional. A vida se transmite com a vida. Só transmite significado quem
está carregado dele.

Etapas da análise e do estudo sobre o homem:

A constituição do homem se pode fazer em três etapas (segundo Palumbieri): o


em-si ou dimensão do ser envolvido em seu espaço e tempo; o por-si conota o
ser enquanto se vê junto a si, capaz de tomar distância de si, tensão em direção
ao que está para além dele; por-outros: o ser enquanto tendente ao outro de si,
simétrico a si, ou ao totalmente Outro de si.

Estas três dimensões podem ser vistas como três movimentos metafísicos do ser
homem em três dimensões: o primeiro, em direção a si, o segundo a partir de si, o
terceiro em direção a um outro eu.

Em si: o homem se percebe como corpo, corpo sentido ou corporeidade.

Por si: o homem se percebe como pensamento, vontade, axiotropicidade,


comunicação.

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Por outros: o homem que se percebe na atitude de socialidade, solidariedade,
amor, comunhão, esperança.

História das concepções antropológicas

Este ‘discurso’ sobre o homem teve significados diferentes na história. Platão diz
que anthropos está ligado a anathréin e oráo, o seja, dar-se conta e ver. O homem
vê e avalia o que percebe. Há autores que, decompondo o termo explicam-no com
a raiz én-trépo-phós: o ente que se orienta em direção da luz. O pensamento latino
designa a realidade humana com o termo homo que deriva de húmus, terra.
Acentua-se sua fragilidade, caducidade, condição espácio-temporal limitante.
Assim, tem-se a dialeticidade de um vivente que ao mesmo tempo é luz e trevas,
ser e não ser, tendente ao infinito e preso pelo finito e pelo fim.

Na consideração sobre o homem podemos considerar vários horizontes: cosmo-


ontocêntrico, onde o cosmo é o centro e o homem é considerado parte do cosmos;
teo-antropocêntrico, olhado na relação Deus-homem com os temas da liberdade e
história. O homem é interlocutor do transcendente absoluto; mono-antropocêntrico,
da modernidade do século XX e XXI, do só-homem ao homem só; contemporâneo,
fenomenológico-personalístico, tentando superar as parcialidades precedentes.

Idade Arcaica. O homem é dominado pelo cosmo, respeitando a sacralidade da


natureza com a qual estabelece uma relação de temor. A religião lhe faz ler as
realidades cósmicas como símbolos divinos e como espaços teofânicos. As
religiões arcaicas cultuam e se centralizam ao redor da culpa. Capazes de ler os
sinais sagrados da própria natureza ( sol = divindade) e estabelece uma relação de
adoração, aplacação, louvor.

Idade pré-aristotélica. O homem é objeto de pesquisa em todos os níveis.


Procura-se o primeiro princípio, o arché. Procura-se a especificidade do homem, o
logos, com sede na alma. Por isso, centralizam-se ao redor da alma. Para
Protágoras o ponto focal começa a ser a vida do homem, com sua necessidade de
ascese e catarse, graças ao conhecimento religioso e racional em função da
harmonia. “O homem é a medida de todas as coisas”.

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Sócrates, Platão, Aristóteles. Com Sócrates, o homem é colocado no centro da
reflexão. Descobre-se capaz de conceituar, da fala como função da justiça, da
virtude para conseguir a felicidade.

Platão se concentra na psyché, ancorada no logos. A originalidade do indivíduo


está na alma. Inicialmente Platão pensava no ideal do homem em harmonia entre
o soma e o prazer dos sentidos. Depois chega à idéia do homem composto de
corpo e alma, passagem do soma ao sema, o cárcere da psyché. E se estabelece
o dualismo entre espírito e matéria. A alma é incorruptível, imortal. A virtude faz
viver segundo a razão. O homem – como eros – atraído pela perfeição que lhe
falta, é filho de penía e poros, fragilidade e esforço de superação.

Aristóteles radica sua antropologia na bipolaridade do ser, aplicada como sínolo de


animalidade e racionalidade. Corpo e alma não são justapostos, mas, são unidade
de dois co-entes, constituindo a unidade do ser. Na contemplação da beleza se
encontra a felicidade como fim supremo do homem; precisa a prática da virtude. A
felicidade depende das virtudes contemplativas. Do ponto de vista político, define o
homem como animal político.

Antropologia pós-aristotélica. Move-se no horizonte do fazer, prevalentemente


ético. O estoicismo e o epicurismo procuram interpretar a vida do homem como
busca da felicidade. A lei comum fundamenta a igualdade entre os homens. Para o
epicurismo a felicidade coincide com prazer, mas sempre entendido como razão,
consistindo em satisfazer todas as exigências do homem, dando espaço ao gozo
físico, psíquico e espiritual.

O homem ainda é objeto, sujeito a, ao lado de outros objetos da natureza. Ainda


não é o homem como sujeito de transformação do cosmo.

Antropologia do hebraísmo-cristianismo. O específico é a estrutura da


iconicidade. Desde o início da bíblia, o homem é apresentado como imagem e
semelhança. Para conhecer o homem é necessário conhecer a estrutura do ser de
seu modelo. Os aspectos de Deus são dynamis e ágape. Deus não é só potência e
amor, mas é apresentado como onipresença em função do amor. A alma da
onipotência de amor é a liberdade. O homem é – pela primeira vez – considerado
como senhor do cosmo e como capacidade de oblatividade, encontrando alegria
na vida de comunhão. Inaugura-se a história como via reta e a historiologia se
transforma em soteriologia. O homem está estruturado – com sua liberdade e

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agapicidade – como ser responsável. Deus o chama de ‘tu’. O homem é o ouvinte
da Palavra. Esta responsabilidade é celebrada na Aliança com o povo. Já não
tantas leis, mas uma pessoa que é preciso aceitar na fé. Agora é sujeito criatural.
Deus é o primeiro absoluto; o homem é o segundo absoluto. Quem toca o homem
toca a Deus. Sobre esta sacralidade se apóia a solidariedade e a fraternidade,
dever de justiça. Dar a cada um o que merece, ou seja, reconhecer a cada um o
caráter de imagem vivente originada da mesma raiz. O homem é finalidade em si
mesma.

Assim, temos o horizonte teo-antropo-cêntrico. Os antigos nunca chamam Deus,


de amor, mas, eros, porque para eles o amor é eros, atração e não relacionamento
gratuito. A onipotência é em função do amor, e o amor se onipotência é estéril.

Antropologias em perspectiva cristã:

Santo Agostinho: O homem é perene peregrinom um ser em direção ao Absoluto.


É um inquietum cor. Inquietação enquanto tensão para um fim de incomensurável
e inesgotável concentração de valores: justiça, bondade, beleza, liberdade,
comunhão. O coração é a categoria hebraico-cristã na qual se concentra todo ser
do homem. Designa o homem que ama, que pensa, que quer, que espera, que se
desespera, que aponta para a verdade concreta e completa. O homem é imagem
trinitária, reproduzido a nível de intelecto, vontade e memória. “O homem é alma
racional que tem um corpo; não faz duas pessoas, mas um homem”.

Sto. Tomás de Aquino: O homem é uma relação essencial com Deus. Sai de um
projeto eterno e o realiza no tempo, e goza-o plenamente na eternidade. A vida
humana está entre um êxodo de Deus e um voltar a Deus. O homem é uma
unidade substancial de racionalidade e materialidade, não como justaposição, mas
como união substancial causada pela subsistência do espírito, de dar
constitutivamente forma ao corpo do homem. Esta unidade se desfaz com a morte.
A alma é incorruptível porque espiritual.

Antropologia da idade moderna. A visão do homem é contemplativo-dinâmico. O


homem é colaborador de Deus e artífice de seu destino. O reino do homem é o
espaço que Deus lhe dá para que se possa gerir autonomamente.

René Descartes: Inaugura a idade moderna. Coloca a subjetividade como o ponto


focal da problemática filosófica. O sujeito humano é considerado como o eu que
pensa e, pensando, se assume como existente. “Esta é a verdade: Eu penso,
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portanto, existo”. Descartes apresenta o homem como seccionado como res
cogitans e res extensa. De um lado está o eu pensante com se de na alma,
independente do corpo, e por outro, o corpo é considerado como uma máquina
absolutamente privada de animação. Esta impostação inaugura o pensamento
moderno com a bifurcação entre a corrente idealista e a materialista. Com a
subjetividade se inicia o antropocentrismo.

Os post-cartesianos assinalam a passagem da centralidade do homem como


pensante para chegar ao homem como mero momento do pensamento
omniincludente. A primeira fase é oferecida por Descartes; a segunda pelo eu-
transcendental de Kant; a terceira pelo Espírito Absoluto de Hegel.

E. Kant: O discurso filosófica fica ao redor do homem. O homem se aproxima da


realidade pelo conhecimento transcendental – capacidade de transcender a
individualidade (razão pura que estabelece as regras dos conhecimentos que vêm
do mundo das coisas). O homem chega à verdade pela razão prática. O homem
também se aproxima da realidade através da razão prática. O conhecimento do
homem é confiado à experiência interior de ordem prática e dirigida aos outros
planos como a história, a cultura, as religiões.

Hegel: Identifica-se sujeito e objeto, e a distinção é apenas dialética. Mas, o sujeito


aumenta como Espírito Absoluto. O homem-indivíduo se tornou o grande momento
e lugar revelativo no qual o Absoluto toma consciência de si como absoluto. A
subjetividade assume o máximo de sua expansão. O Espírito é o Absoluto.
Inaugura-se o pensamento totalizante no idealismo dialético. A razão encarnada na
comunidade humana coincide com o Estado.

Karl Marx: Assume o princípio da matéria no lugar do Espírito e do ponto de vista


econômico. O homem é capaz de transformar e produzir. O homem é práxis. Para
ele o essencial é a concretitude.

Resgate da singularidade – São reações contra o pensamento do idealismo


dialético e do materialismo coletivístico.

Antonio Rosmini. Tenta conjugar o método transcendental com o metafísico, para


um fundamento sólido de uma ética. Apresenta a teoria do sentimento da
corporeidade e da espiritualidade intelectivo-volitiva.

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S. Kierkegaard. Insiste na dimensão inextirpável da singularidade, sem a qual o
homem é privado de sua essência. Olha o homem em sua existência individual,
com sua condição de posibilidade-que, mas também com a possibilidade-que-não.
Diante desta última se estabelece a angústia.

E. Husserl. Com sua fenomenologia que se opõe aos sistemas da totalização


absorventes da singularidade e contra o historicismo. Procura recuperar a
intencionalidade subjetual e a objetividade do mundo não considerada na bruta
datidade como no positivismo, mas carregada de sentido, como se apresenta na
consciência. A consciência é sempre consciência-de. Para chegar aos objetos é
necessário a epoquização e o comportamento des-interessado.

M. Heidegger. Mantém a centralidade da consciência, mas podendo reificar o ser


em sua representação interior. O homem se configura como da-sein. O homem é
colocado como ser aqui, agora e assim. O da-sein que é o homem é o sujeito para
o qual as coisas se tornam presentes. O estatuto constitutivo é o: da-Sein e mit-
Sein, zum Tode sein. Angústia por poder ser privado do bem que é o ser no
mundo.

K. Jaspers. O homem é um ser em si, ex-sistente como força de seu auto-


transcendimento constante, graças à consciência do mundo e de si, que a
consciência de existir no ser e para o horizonte do ser.

Jean-Paul Sartre. Propõe uma antropologia que parte do aspecto do em si que


compreende o homem como um objeto não chamado, injustificado entre todos os
objetos do universo dos seres. O por si expressa o homem como capacidade de
superar o em si para tender constantemente para além de si. Se o homem é
tensão para Deus e se Deus não existe, então o homem é paixão inútil. O homem
não outra coisa do que aquilo que se faz.

A desujeitualização antropológica. O filósofo é síntese do clima de seu tempo.

Pensamento fraco – pós-moderno. A modernidade sempre colocou o homem no


centro. O sonho da modernidade desabou. Pensava que o progresso maior traria
maior felicidade; quanto mais estruturados, mais instruídos = mais felizes e mais
virtuosos... assim se pensava. Mas a felicidade não acompanhou o progresso.
Com a implosão surgiu o pensamento pós-moderno: a verdade não é absoluta, é
tolerável e tolerante. Por isso se fala em ‘pensiero debole’, pensamento fraco. O
movimento complexo do estruturalismo procura des-construir a imagem ocidental
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de homem para construir uma nova, mais fundamentada, enraizada
cientificamente.

Com isso surge o estruturalismo e a lingüística. Reduz o homem a objeto, como o


fazem as ciências positivas. É uma des-subjetivização do homem, ou seja, não
dever considera-lo mais na sua liberdade imprevisível e em sua historicidade. A
língua é a estruturação antropológica. O homem é reduzido a um espaço no qual
amadurecem certos processos, resultantes de fatores internos e externos a ele, e
que se manifestam como o impessoal na consciência. Já não é mais sujeito de,
mas sujeito a. Tudo acaba num relativismo. Não é amo, mas ama-se a mim. Não é
penso, mas pensa-se em mim. Não quero, mas querer-se em mim.

Antropologia e personalismo

A contraposição da modernidade entre hiper-subjetualização e des-sujeitualização


impulsiona a recuperar o sujeito nas suas exatas dimensões, radicado na objetiva
verdade da qual é portador e não manipulador. Exige-se fundamento: a verdade
objetiva que transcende o homem. O individualismo compreende apenas uma
parte do homem, o coletivismo compreende o homem como uma parte de.

A totalidade e a individualidade humana são dois pólos da única realidade,


mantidas em equilíbrio dialético. Personalismo designa cada doutrina que atribui
às pessoas um lugar importante na realidade. Jacques Maritain e E. Mounier são
autores que mais colocam a pessoa no centro. A pessoa é um todo, mas não um
todo fechado; é um todo aberto, tendendo, por natureza, à vida social e à
comunhão. Mounier considera a pessoa como síntese vivente, equilíbrio total do
homem. No início existe a relação.

Antropologia comparada

O século XIX assistiu à morte do homem e a sua des-construção, mas também


registrou a reação personalística comunitária e relacional primária; além disso,
usou a fenomenologia com outras ciências antropológicas fenomênicas: é a
antropologia comparada. A reflexão sobre o homem foi feita de forma sistemática,
articulada e confrontada.

Max Scheler fala da ciência fundamental da essência e das estruturas essenciais


do homem, de seu relacionamento com os níveis da terra e com o fundamento de
todas as coisas; da origem metafísica da sua essência e do seu início no mundo

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sob o aspecto físico, psíquico e espiritual; das forças e potências que o movem e
ele mesmo se move; das direções, leis fundamentais do seu desenvolvimento
biológico, psíquico, histórico, espiritual, social, seja quanto se refere às suas
possibilidades essenciais quanto às suas efetivas realizações. Assim Scheler e
Gehlen estruturaram a antropologia filosófica. Ela é a exploração das posições do
homem no cosmo. O homem é pessoa com as conotações de originalidade
(irrepetibilidade e responsabilidade), de totalidade (unidade de corpo e alma), de
individualidade, de axiotropicidade, de espiritualidade.

Scheler compara o homem ao animal. A realidade do homem é articulada em


diversas esferas: biopsíquica (nível do impulso), instinto (seleciona os estímulos de
atração-repulsa), memória associativa (reflexo condicionado), inteligência prática
(compreensão a partir de um conjunto de relações), meta-psíquica (Geist ou
espírito) o que faz com que o homem seja propriamente homem, um princípio
oposto a cada forma de vida em geral, desvinculado da ligação com o que é
orgânico e da vida em geral. É a capacidade de ser livre e aberto ao mundo (e não
ao ambiente, como os animais).

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