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Hoje há sinais de certo sentimento de angústia, uma vez que o homem está
sentindo certo vazio por dentro e para a frente. Tem certa necessidade de
conhecer-se. Os gregos distinguiam epistéme (conhecimento dos princípios
materiais) de Sophia (conhecimento do significado radical).
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A pergunta fundamental
Para conhecer o homem requer-se que caiam os ídolos interiores para abrir à
capacidade de auto-transcendência e voltar à consciência daquilo que foi reprimido
nos depósitos do não-usado porque se achava inútil ou não útil imediatamente. Há
experiências vertigens existenciais em momentos de grande ameaça, como a
morte de pessoas caras. Só o significado último decide o valor da essência em
relação ao quem é o homem.
A ciência hermenêutica recorda que cada conhecimento está dentro de uma pré-
compreensão. Entramos no mistério do ser e dos seres com nossa bagagem
mental, estruturada de idéias, experiências sedimentadas, preconceitos. Se nesta
pré-compreensão partimos do abismo que existe entre o homem e o infra-humano,
graças à capacidade de sorrir, amar, conquistar, entender, doar-se, dançar, criar,
comover-se, esperar, construir projetos... tudo será maravilhoso, diverso dos
animais. O mistério humano é objeto da filosofia.
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fenomênica, que considera o dado objetual: o homem como, quanto e quando; e
na área da antropologia filosófica: o homem como presença sujeitual na ótica
radical da auto-pergunta: quem é.
Estas três dimensões podem ser vistas como três movimentos metafísicos do ser
homem em três dimensões: o primeiro, em direção a si, o segundo a partir de si, o
terceiro em direção a um outro eu.
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Por outros: o homem que se percebe na atitude de socialidade, solidariedade,
amor, comunhão, esperança.
Este ‘discurso’ sobre o homem teve significados diferentes na história. Platão diz
que anthropos está ligado a anathréin e oráo, o seja, dar-se conta e ver. O homem
vê e avalia o que percebe. Há autores que, decompondo o termo explicam-no com
a raiz én-trépo-phós: o ente que se orienta em direção da luz. O pensamento latino
designa a realidade humana com o termo homo que deriva de húmus, terra.
Acentua-se sua fragilidade, caducidade, condição espácio-temporal limitante.
Assim, tem-se a dialeticidade de um vivente que ao mesmo tempo é luz e trevas,
ser e não ser, tendente ao infinito e preso pelo finito e pelo fim.
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Sócrates, Platão, Aristóteles. Com Sócrates, o homem é colocado no centro da
reflexão. Descobre-se capaz de conceituar, da fala como função da justiça, da
virtude para conseguir a felicidade.
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agapicidade – como ser responsável. Deus o chama de ‘tu’. O homem é o ouvinte
da Palavra. Esta responsabilidade é celebrada na Aliança com o povo. Já não
tantas leis, mas uma pessoa que é preciso aceitar na fé. Agora é sujeito criatural.
Deus é o primeiro absoluto; o homem é o segundo absoluto. Quem toca o homem
toca a Deus. Sobre esta sacralidade se apóia a solidariedade e a fraternidade,
dever de justiça. Dar a cada um o que merece, ou seja, reconhecer a cada um o
caráter de imagem vivente originada da mesma raiz. O homem é finalidade em si
mesma.
Sto. Tomás de Aquino: O homem é uma relação essencial com Deus. Sai de um
projeto eterno e o realiza no tempo, e goza-o plenamente na eternidade. A vida
humana está entre um êxodo de Deus e um voltar a Deus. O homem é uma
unidade substancial de racionalidade e materialidade, não como justaposição, mas
como união substancial causada pela subsistência do espírito, de dar
constitutivamente forma ao corpo do homem. Esta unidade se desfaz com a morte.
A alma é incorruptível porque espiritual.
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S. Kierkegaard. Insiste na dimensão inextirpável da singularidade, sem a qual o
homem é privado de sua essência. Olha o homem em sua existência individual,
com sua condição de posibilidade-que, mas também com a possibilidade-que-não.
Diante desta última se estabelece a angústia.
Antropologia e personalismo
Antropologia comparada
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sob o aspecto físico, psíquico e espiritual; das forças e potências que o movem e
ele mesmo se move; das direções, leis fundamentais do seu desenvolvimento
biológico, psíquico, histórico, espiritual, social, seja quanto se refere às suas
possibilidades essenciais quanto às suas efetivas realizações. Assim Scheler e
Gehlen estruturaram a antropologia filosófica. Ela é a exploração das posições do
homem no cosmo. O homem é pessoa com as conotações de originalidade
(irrepetibilidade e responsabilidade), de totalidade (unidade de corpo e alma), de
individualidade, de axiotropicidade, de espiritualidade.
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