Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
.
H.S.O - Henry Steel Olcott, discípulo de M., fundador e 1º presidente da Soc.Teosófica.
NOTAS INTRODUTÓRIAS ÀS
CARTAS
DOS MAHATMAS PARA
A.P.SINNETT
Virginia Hanson
(Teósofa norte-americana que se especializou no estudo das Cartas dos
Mahatmas)
As Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett é considerada uma das obras
mais difíceis da literatura teosófica. Ela aborda muitas situações complexas
e contém muitos conceitos profundos, que se tornam mais obscuros porque,
na época em que elas foram escritas, não havia sido desenvolvida uma
nomenclatura por meio da qual os Mahatmas pudessem comunicar a sua
filosofia - profundamente oculta - a pessoas de idiomas ocidentais. Apesar
disso, a obra tem um poder e uma percepção interna tremendos, e reflete o
drama humano da aspiração, do êxito e do fracasso. Ela conta uma história
ocorrida no tempo, mas a sua mensagem é eterna, quer a consideremos
como narrativa, como filosofia oculta ou como revelação.
O que é um Mahatma?
Depois, falando dos Mahatmas, ela diz: “São homens vivos, não ‘espíritos’,
nem mesmo Nirmanakayas . . . (1). O seu conhecimento e erudição são
imensos, e a santidade da sua vida pessoal é maior ainda - entretanto, eles
são homens mortais e nenhum deles tem a idade de 1.000 anos, ao contrário
do que algumas pessoas imaginam.”
Foi em Simla que aconteceram os fatos que resultaram nas cartas publicadas
na obra Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett. H.P.B. realizava alguns
fenômenos surpreendentes e os atribuía aos Mahatmas, com quem ela
estava em contato psíquico mais ou menos constante. Sinnett estava
convencido da veracidade desses fenômenos, e em seu livro O Mundo Oculto
fez um vasto trabalho para comprovar a sua autenticidade.
Ele tinha também uma mentalidade prática e científica, e desejava saber mais
a respeito das leis que governavam essas manifestações. Queria,
especificamente, saber mais sobre aqueles seres poderosos que H. P. B.
chamava de “Mestres” e que, segundo ela, eram os responsáveis pelos
fenômenos. Ele lhe perguntou se seria possível entrar em contato com eles
e receber instruções.
H.P.B. disse-lhe que não era muito provável, mas que tentaria. De início, ela
consultou o seu Mestre, o Mahatma Morya, com quem ela estava
estreitamente ligada através do treinamento oculto a que se submetera
anteriormente no Tibete, mas ele se recusou categoricamente a
comprometer-se com essa tarefa. (Mais tarde, entretanto, chegou a assumir
a correspondência durante alguns meses, devido a circunstâncias muito
especiais.)
LISTA DE ABREVIAÇÕES
Carta Nº 001
Assim, Sinnett decidiu que, em sua primeira carta para o Mahatma, ele
sugeriria um teste que, em sua firme convicção, seria absolutamente à
prova de qualquer tolo contestador e não deixaria de convencer o
cético mais profundo. Esse teste era a produção simultânea em Simla
(na presença do grupo de lá) de um exemplar, em qualquer dia, das
edições do "London Times" e do "The Pioneer".
Carta Nº 003a
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 003b
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 003c
Vosso fielmente,
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 004
Olcott pensou que Sinnett publicaria imediatamente
relatórios de todos os fenômenos de Simla no "Pioneer".
Quando isto não aconteceu, ele escreveu um artigo
intitulado "Um Dia com Madame Blavatsky", no qual ele
descreve alguns destes fenômenos. Neste artigo ele
mencionou os nomes de vários ingleses eminentes que
estiveram presentes nessas ocasiões. Ele mandou o
relato para Bombaim, para Damodar Mavalankar, que
estava à frente da sede central durante a ausência dos
fundadores, para ser reproduzido e circulado entre os
membros locais da Sociedade Teosófica.
Vosso fielmente,
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 005
KOOT' HOOMI
o Abreviações usadas nas Cartas
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 006
KOOT' HOOMI
Carta Nº 007
K. H.
o Abreviações usadas nas Cartas
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 008
Sempre seu,
K.H.
K.H.
Carta Nº 009
Sinceramente vosso,
K. H.
Carta Nº 010
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 011
Recebida por A. O. Hume, 30 de Junho de 1882.
Enquanto isso
Sinceramente vosso,
K. H.
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 012
Ele tem e não razão. Está certo quanto a que a raça era
"muda", pois se necessitaram longas idades de silêncio
para a evolução e a mútua compreensão da linguagem,
desde os gemidos e grunhidos da primeira diferenciação
do homem em relação ao antropóide mais elevado (raça
hoje extinta pois a Natureza "fecha a porta atrás de si",
em mais de um sentido, a medida que avança) até o
primeiro homem que emitiu monossílabos. Mas se
equivoca ao dizer o resto.
Seu,
M.
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 013
M.
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 014
K. H.
NOTAS SUPLEMENTARES
Sempre que qualquer questão de evolução ou
desenvolvimento, em qualquer reino, se vos apresenta,
tende sempre em conta, que tudo está regido pela Lei
Setenária de séries em suas correspondências e na
relação mútua através de toda a Natureza.
6ª. Ronda.
7ª. Ronda.
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 015
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 016
Fielmente,
K. H.
Seu
K.H.
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 017
Recebida em Simla
K. H.
Carta Nº 018
Recebida em Simla
APÊNDICE
AS CARTAS DOS
MAHATMAS
PARA A.P.SINNETT
Carta Nº 019
Carta Nº 020a
Querido Mestre:
Vosso afetuosamente,
A. O. Hume
Carta Nº 020b
Simla, 25 de Julho.
Minha cara Velha Dama,
Sempre seu,
A. P. S.
K. H.
Carta Nº 021
CORRETO.
A. P. S.
Afetuosamente seu,
K. H.
Carta Nº 022
II
(Outubro de 1882).
II
muito sinceramente.
K. H.
Carta Nº 024a
AS FAMOSAS CONTRADIÇÕES
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
"Nem podemos chamá-lo de recordação plena,
mas somente parcial. X. O amor e ódio são os
únicos sentimentos imortais, os únicos
sobreviventes do naufrágio do Ye-damma ou
mundo fenomenal. Imaginai, então, a vós
mesmos no Devachan, com aqueles que
atastes com tal imortal amor, com as cenas
familiares difusas conectadas com eles como
fundo, e um vazio perfeito para tudo o mais
relacionado com sua vida interior social,
política e literária". Carta anterior: ou seja,
Notas.
(10)
(11)
(12 A)
(12 B)
(APÊNNDICE 1 A)
Nesta etapa de nossa correspondência, mal
compreendidos como geralmente parecemos
ser, mesmo por vós, meu fiel amigo, pode valer
a pena e ser útil para ambos que fiqueis a par
de alguns fatos (muito importantes)
relacionados com o adeptado. Tenha presente,
pois, os seguintes pontos:
Um não-Adepto é falível.
(1)
(2)
(3)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
Respondida.
(12A e 12B)
Seu,
K.H.
Carta Nº 025
RESPOSTAS E PERGUNTAS
Seu fielmente,
K.H.
Carta Nº 026
SEÇÃO III
PROVAÇÃO E CHELADO
K.H.
M.
Carta Nº 030
PRIVATIVA
K.H.
Seu
K.H.
Carta Nº 032
Tendo reolvido não perder tão útil instrumento (útil em certa direção,
naturalmente) e Chohan permitiu que o peruadíssimos a ponto de dar
consentimento à minha correspondência com o senhor Hume. Eu
lhehavia empenhado a minha palavra de que ele estava arrependido -
era um homem diferente. E agora como poderei mesmo enfrentar o
meu Grande Mestre, de quem se rediculariza, e está sendo objeto do
sarcasmo do senhor Hume, que o chama de "Ramsés o Grande", e
outras obsservaçõess indecentes como essa? E ele empregou em
suas cartas termos cuja grosseria brutal me impede de repeti-los, que
revoltaram a minha alma quando os leio; palvras tão ujas que poluem
o próprio ar que as tocam, e que eu me apresei a vos enviar com a
carta que as contém, para asim não ter essas páginas em minha casa,
cheia de jovens e inocentes chelas, que eu sempre evitaria que jamais
escutassem tais termos.
Logo vós, meu amigo, influenciado nisto por ele, mai do que sabeis ou
suspeitais - vós mesmo tirais conclusões muito prontamente de uma
"contradição inconsistente". A novidade ou o aspecto inexplicável de
qualquer fato afirmado em nossa Ciência, não é razão suficiente para
qualificá-lo imediatamente como sendo uma contradição, e proclamar,
como o faz Hume em seu artigo, que ele poderia ensinr numa semana
o que conseguiu extrair de nó em dezoito mêses, porque o vosso
conhecimento é até agora tão limitado, que seria difícil para ele dizer
quanto nós sabemos ou não.
K.H.
Carta Nº 033
K.H.
Carta Nº 034
O senhor Hume sustenta que ele não diz: "K.H. ou qualquer outro irmão
estão equivocados. Contudo, em cada linha de suas numerosas cartas
para mim e para H.P.B. respiram o espírito de queixa e de amarga
acusação! Eu vos digo, meu bom amigo, que ele nunca estará
satisfeito, não importa o que façamos! E como não podemos permitir
que o mundo seja inundado, sob o risco de afogá-los, com uma
doutrina que precisa ser divulgada, cautelosamente, aos poucos, como
um tônico demasiadamente poderoso que poderá matar em vez de
curar, o resultado será uma reação nesse insaciável desejo dele, e
então, bem: vós mesmo conheceis as consequências. Incluo duas
cartas escritas e dirigidas a ela, com vistas a mim. Bem, nada podemos
fazer de melhor agora. A Sociedade nunca perecerá como uma
instituição, embora lojas e pessoas possam. Tenho condescendido
com ele ultimamente mais do que fiz convosco, e podereis julgar a
situação pelas caóticas, ainda que no geral, razoáveis observações
que H.P.B. dirige hoje ao senhor Hume.
Vosso
K.H.
Carta Nº 035
Tudo isto não foi dito para o vosso desânimo, e sim para o vosso
estímulo. Se sois um verdadeiro anglo-saxão, nenhum obstáculo
intimidará o vosso zelo, e se o meu Olho não foi nublado, tal é o vosso
caráter - au fond2. Nós temos uma palavra para todos os aspirantes -
TENTAI.
E agora quanto a Morya. (Isto deve ser estritamente privado entre nós
e não deve ser revelado nem à senhora Gordon). Eglington estava se
preparando para ausentar-se, deixando na mente da pobre senhora G.
o temor de que havia sido enganada; de que não existiam "Irmãos" pois
que Eglington havia negado a sua existência, e que os "Espíritos"
permaneciam silenciosos diante desse problema. Então, na semana
passada, M. intervindo na heterogênea multidão, pegou os fantasmas
pela garganta e - o resultado foi a inesperada admissão dos "Irmãos",
e a sua existência real e a proclamada honra de um conhecimento
pessoal com o "Ilustre". A lição para vós e para os outros, derivada do
precedente, pode ser útil no futuro: tendo os acontecimentos que
crescer e se desenvolver.
Seu sinceramente,
K.H.
Carta Nº 036
Esta carta foi recebida por Sinnett antes que o Mahatma K.H.
retornasse de seu retiro.
M.
Carta Nº 037
Privativa
Honrado Senhor,
Estas são as palavras do Mestre e com Sua ajuda sou capaz de dispô-
las em nossa linguagem, honrado senhor. Tenho a liberdade, ao
mesmo tempo, de vos agradecer com muito afeto pela genuina
simpatia que sentistes por mim, por ocasião de um ligeiro acidente,
resultado de um descuido meu, e que me reteve enfermo no leito.
"O Deserdado"
"Dd"
Carta Nº 038
O vosso "ilustre" amigo não quiz ser "satírico", qualquer que fôsse a
interpretação que se desse às suas palavras. O vosso "ilustre" amigo
simplesmente se sentia triste ao pensar na grande decepção que
seguramente terá K.H. no seu regresso entre nós. A primeira olhada
retrospectiva no trabalho que tanto estima em seu coração, lhe
mostrará tais mostras de sentimento intercambiadas como as duas
aqui incluídas. O tom grosseiro, amargo e sarcástico de uma lhe dará
tão escasso motivo para se alegrar, como o tom grosseiro, insensato e
pueril da outra. Eu teria deixado o assunto intocado, se não tivésseis
mal interpretado tanto o sentimento que ditou a minha última. É melhor
que eu seja franco convosco. O tratamento de "Alteza" a que não tenho
o menor direito, sugere muito mais sátira do que qualquer coisa que eu
tenha dito até agora. Não obstante, como "nenhum epíteto se fixará no
colarinho da camisa de um "Bodpa", não a levo em conta,
aconselhando-vos que façais o mesmo e que não vejais sátira onde
nada disso se pretende e há somente a franqueza no falar e a correta
definição do estado geral dos vossos sentimentos em relação aos
nativos.
Seu,
M.
Carta Nº 039
M.
Parece claro que esta carta para Sinnett foi mandada através de outra
pessoa que não H.P.B., porque na ocasião ela não conhecia o plano
de fazer com que ela fosse para Allahabad.
Tenho pouco a responder à sua primeira: "podeis fazer algo para ajudar
a Sociedade? Quer que vos fale com franqueza? Bem, eu digo NÃO:
nem vós nem mesmo Lord Sang-yias enquanto não se provar que a
equívoca posição dos fundadores é, perfeita e inegavelmente, devida
à perversa malícia e a sistemática intriga, poderíamos ajudá-la. Tal é a
situação como eu a encontrei, segundo a ordem dos chefes. Observai
os periódicos: todos, exceto dois ou três, ridicularizam a "querida Velha
Dama (H.P.B.)" quando não a caluniam positivamente. Olcott é
atacado por todos os mastins da imprensa e das missões. Um panfleto
intitulado "Teosofia", impresso e posto em circulação pelos Cristãos em
Tinevelly no dia 23 de Outubro, no dia da chegada lá, de Olcott, com
os delegados Budistas - um panfleto contendo o artigo do Saturday
Review e outro ataque sujo e pesado, feito por um jornal americano.
Os C. e M.4 de Lahore mal deixam passar um dia sem lançar algum
ataque e outros periódicos os reproduzem, etc., etc. Vós, ingleses,
tende as vossas idéias: nós temos as nossas sobre o assunto. Se
guardais um lenço limpo em vosso bolso e jogais o que está sujo entre
a multidão, quem o recolherá? Basta. Devemos ter paciência e fazer,
por ora, o que pudermos. Minha opinião é que se o vosso Rattingan
não é totalmente um malandro, um dos seus periódicos tendo
arremessado e arremessa diariamente desonra sobre uma inocente
mulher, seria o primeiro a vos sugerir a idéia de traduzir e publicar as
cartas do seu tio (a vós e a ela) no Pioneer; com algumas palavras
como introdução, dizendo que se espera em breve do Príncipe D. uma
prova oficial mais substancial, a qual esclarecerá para sempre o
desagradável assunto da identidade dela. Mas sabereis o que é
melhor. A idéia pode ter ocorrido a vós; mas ela será vista deste modo
pelos outros?
Nenhum dano e sim muita instrução pode vos chegar caso façais parte
da sua Sociedade. Prossigai até que ele reclame o que estejais
obrigado a recusar. Aprendai e estudai. Tendes razão: eles dizem e
afirmam que o Deus uno e único do Universo se encarnou no gurú
deles, e caso um indivíduo como esse existisse, seria certamente mais
elevado que qualquer "Planetário". Mas eles são idólatras, meu amigo!
O gurú deles era um iniciado, apenas um homem de extraordinária
pureza de vida e poderes de resistência. Nunca consentiu em desistir
de suas noções de um deus pessoal, e mesmo de deuses, embora isso
lhe fôsse sugerido por mais de uma vez. Nasceu hindú ortodoxo e
morreu hindú auto reformado, algo semelhante a Kechub Chunder-
Sen, mas mais elelvado, mais puro e sem ambição alguma que
pudesse manchar a sua brilhante alma. Muitos de nós deploraram a
sua auto-ilusão, mas era demasiado bom para ser forçado a uma
interferência. Reuni a eles e aprendai, mas recordai a vossa sagrada
promessa a K.H. Dois mêses mais e ele estará conosco. Estou
pensando em enviá-la a vós. Creio que poderíeis persuadí-la, pois eu
não desejo exercer a minha autoridade nesse caso.
M.
Carta Nº 041
Ao mesmo tempo devo dizer que ela sofre agudamente e sou incapaz
de ajudá-la, porque tudo isso é o efeito de causas que não podem ser
anuladas - ocultismo em Teosofia. Ela tem agora que vencer ou morrer.
Quando chegar a hora, ela será devolvida ao Tibet.
M.
Carta Nº 042
Digo novamente o que não gostais que eu diga, isto é, que não é
possível, entre nós, nenhuma instrução ou comunicação regular, antes
que a nossa senda mútua esteja livre dos seus muitos obstáculos e o
maior deles é o conceito público errôneo acerca dos Fundadores. Não
podeis ser culpado pela vossa impaciência, nem o farei. Mas se
falhardes em fazer um uso proveitoso de vossos privilégios recém
adquiridos, seríeis, sem dúvida, meu amigo, indigno. Dentro de três ou
quatro semanas mais eu me retiro para dar lugar entre vós, a aquele,
a quem pertence tal posição e que eu poderia ocupar senão muito
inadequadamente, já que eu não sou nem um escritor nem um erudito
ocidental.
O que H.P.B. vos repetiu é correto: "os nativos não vêem a rudeza de
Bennett e K.H. é também um nativo" o que eu quiz dizer? Que
simplesmente o nosso amigo, semelhante a um Buda, pode ver,
através do verniz, a textura da madeira embaixo, e dentro da viscosa e
mau-cheirosa ostra - " a inapreciável pérola interna"! B. é um homem
honesto e de coração sincero, além de possuir um tremendo valor
moral e ser um mártir em potencial. É a seres como este que o nosso
K.H. ama, enquanto que só teria desprezo por um Chesterfield e um
Grandison10. Suponho que a condescendência do consumado
"cavalheiro" K.H. para com o toscamente consstituido e pagão Bennett,
não é mais surpreendente do que a alegada condescendência do
"cavalheiro" Jesus para com a prostituta Madalena.
Existe um olfato moral, assim como um físico, bom amigo. Vêde quão
bem K.H. leu o vosso caráter quando ele não enviou o jovem de Lahore
para falar convosco antes que mudasse de roupa. A doce polpa da
laranja está dentro da casca, Sahib: tentai procurar as jóias dentro das
caixas e não confieis naquelas que estão na tampa. Digo novamente:
o homem é honesto e muito ardoroso; não exatamente um anjo - esses
têm que ser caçados nas igrejas elegantes, em festas em mansões
aristocráticas, teatros e clubes e outros sanctums - mas como os anjos
estão fora da nosa cosmogonia, estamos alegres com a ajuda de
homens honestos e resolutos, ainda que sujos.
Namascar.
Seu,
M.
Carta Nº 044
Sinnett, não sabendo que o Mahatma K.H. havia lhe escrito, pois ainda
não havia recebido a carta, mandou outra carta para M., que muito
atenciosamente lhe respondeu.
Saúde e prosperidade.
M.
Carta Nº 045
Meu Irmão:
Digo tudo isso, não porque em essência não tenha sido vos contada
antes, mas porque lí em vosso coração e detectei nele uma sombra de
tristeza, para não dizer desapontamento, ali pairando. Jáa tivestes
outros correspondentes, mas não estais completamente satisfeito.
Para satisfazê-lo, eu vos escrevo, com um certo empenho para pedir-
vos que conserveis um estado legre de ânimo. Vossos esforços,
perplexidades e pressentimentos sõ igualmente notados, meu bom e
leal amigo. Foram inscritos todos por vós no imperecível REGISTRO
dos Mestres. Alí está registrado cada um dos vossos pensamentos e
ações, pois ainda que não um chela, como dizeis ao meu Irmão Morya,
nem mesmo um "protegé" (protegido), tal como entendeis o termo, no
entanto, entrastes no círculo de nosso trabalho, cruzastes alinh mística
que separa o vossso mundo do nosso; e agora, se persevereis ou não;
se nos tornemos mais tarde, na vossa visão, entidades reais ainda
mais vivas ou desapareçamos de vossa mente como tantas ficções de
sonhos - talvez um feio pesadelo - sois virtualmente NOSSO. O vosso
EU oculto se refletiu no nosso Akasa; a vossa natureza é vossa, a
vossa essência é nossa. A chama é distinta da lenha que a serve
temporariamente como combustível; quando terminar o vosso
nascimento fenomênico - caso nos encontremos face a face em nossos
mais grosseiros rupas - não podereis evitar encontrar-nos na
Existência Real. Sim, é verdade meu bom amigo, o vosso Karma é
nosso porque o imprimistes diariamente, hora após hora, sobre as
páginas desse livro em que se conservam s mínimas particularidades
dos indivíduos que entram dentro do nosso círculo e esse vosso Karma
é unicamente a vossa personalidade futura, quando passais para o
além. Em pensamento e em ação durante o dia, naa luta da alma
durante as noites, estivestes escrevendo a história de vossos desejos
e desenvolvimento espiritual.
Isto é o que faz todo aquele que se aproxima de nós com algum
veemente anseio de se tornar nosso colaborador; ele mesmo
"precipita" as anotações mediante o processo idêntico usado por nós
quando escrevemos dentro das vossas cartas fechadas e nas páginas
ainda por cortar dos livros e folhetos em trânsito. (Vêde uma vez mais,
as páginas 32 e 35 do Relatório enviado por Olcott). Digo-vos isso para
a vossa informação particular e que não deve figurar no próximo folheto
de Simla. Durante os últimos mêses, especialmente quando o vosso
fatigado cérebro estava mergulhado no torpor do sono, a vossa
anelante alma com frequência me buscava, e a corrente de vosso
pensamento esstava golpeando contra as minhas barreiras protetoras
do Akasa como pequenas ondas chocando-se contra uma encosta
rochosa. Aquilo a que esse "Eu interno", impaciente e ansioso - anelou
se unir, o homem carnal, o senhor mundano não ratificou: os laços da
vida são ainda tão fortes como cadeias de aço. Sagradas, entretanto,
são algumas delas, e ninguém vos pediria que as quebrasse. Aí
embaixo, está o vosso campo de empresa e utilidade há tanto tempo
acarinhado. O nosso nunca pode ser mais do que um brilhante mundo
fantasma para o homem dotado de cabal sentido prático. E se o vosso
caso é excepcional, em certo grau, é porque a vossa natureza tem
inspirações mais profundas que os outros, que são, no entanto, "mais
práticos" e cuja fonte de eloquencia está no cérebro, não no coração,
que nunca esteve em contato com o coração puro e misteriosamente
resplandecente do Tathagata.
"Aqueles que estão sãos não necessitam de médico, mas sim os que
estão enfermos", é um axioma, seja quem for o autor da frase.
Seu, fielmente.
K.H.
Carta Nº 046
Bombaim, Byculla
Vosso sempre,
A.O. Hume
Não obstante seus arranques de mal humor, rogo-vos que lhe diga que
tivestes notícias minhas e que vos pedi dar-lhe conhecimento de meu
ultimatum: se não estiver disposto a afastar-se totalmente da
Sociedade, de uma vez para sempre, não tolerarei que intervenha com
a sua sabedoria entre a nossa ignorância e a Sociedade Matriz. Nem
deve descarregar seu mal humor contra quem não é responsável pelo
que nós podemos fazer ou dizer: Uma mulher tão enferma que, como
em 1877, me vejo de novo obrigado a afastá-la da Sede Central (onde
é tão necessária), por receio que caia toda em pedaços. E que este
seu deplorável estado foi ocasionado ultimamente por ele, devido à sua
constante angústia pela Sociedade e parcialmente (senão totalmente)
pelo procedimento dele em Simla, tudo isso podeis crer, sob minha
palavra. Toda a situação e o futuro da Eclética recaem sobre Koot
Hoomi, caso não o ajudeis. Se não obstante, a minha advertência e o
evidente desagrado do Chohan5 ele persistir em fazer-se de tonto,
sacrificando-se por um homem, que em certo sentido é o gênio do mal
da Sociedade, bem, é o seu próprio assunto; apenas que não tenho
nada a ver com isso. Permanecerei sempre vosso verdadeiro amigo,
ainda que volteis contra mim um dia destes. Fern foi testado e mostrou-
se ser um Dugpa cabal em sua natureza moral. Veremos, veremos;
mas pouca esperença resta, apesar das suas esplêndidas faculdades.
Tivesse eu insinuado que enganasse o seu próprio pai e mãe, ele teria
incluido além deles, os pais e mães deles. Vil, vil natureza, e contudo
irresponsável. Oh vós, Ocidentais, que se vangloriam da vossa
moralidade! Possam os brilhantes Chohans afastar-vos e todos
aqueles ligados a vós, do mal que se aproxima, este é o sincero desejo
do vosso amigo.
M.
Carta Nº 047
M.
Carta Nº 048
Como nós não "exigimos uma mente passiva", mas, pelo contrário,
estamos buscando as que são mais ativas e possam tirar conclusões
uma vez que estejam na pista correta, nós, se o desejardes,
abandonaremos o tema. Que a vossa mente resolva o problema por si
mesma.
K.H.
Carta Nº 049
A referência a Hume e seu "programa inicial" pode ter tido relação com
o estabelecimento do novo ramo da S.T. em Simla, porque esse
deveria ser o assunto desta reunião em sua casa. Inicialmente este
ramo era para ser chamado de Sociedade Teosófica Anglo-Indiana,
mas o nome sob o qual veio a ser estabelecido foi o de Sociedade
Teosófica Eclética de Simla. Estando finalmente organizada, seus
objetivos eram:
1. Apoiar e sustentar o movimento Teosófico mediante a demonstração
aos indianos que muitos europeus respeitam, simpatizam com ela e
estão desejosos de promovê-la.
Vosso sinceramente.
K.H
Que isto seja estritamente privado e não permitais que ele saiba senão
o que ler em minha carta. Quero que lêdes as duas cartas antes que
as entregueis e que estejais presente quando ele as ler.
Verei o que posso fazer pelo coronel Chesney e creio que Djual Khool
está cuidando dele. Pela primeira vez na minha vida penso que me
sinto realmente desanimado. Contudo, pelo bem da Sociedade, não
gostaria de perdê-lo. Bem, farei tudo o que puder, mas estou
seriamente temeroso de que ele ponha a perder tudo qualquer dia
desses.
K.H.
Carta Nº 051
PRIVATIVA
K.H.
Carta Nº 052
Mas nunca houve, nem pode haver, qualquer discrepância radical entre
os ensinamentos em "Isis" e os deste período posterior, porque ambos
procedem de uma única fonte - os IRMÃOS ADEPTOS.
Isto dá a entender que o Mahatma K.H. deve ter escrito, ou uma parte
ou toda a nota de editor para H.P.B., em resposta à crítica de Massey,
porque era nisso que ele tinha de exercer o seu engenho. De fato, na
pág.26 das Cartas de H.P.B. para Sinnett, H.P.B. diz: "K.H. foi tão
bondoso para mim ao ditar na noite passada quase toda a minha
resposta para Massey".
E agora, a primeira vez que eu contradigo o que ele diz no seu artigo,
ele voltará com fúria e expressará o seu desgosto para o que ele chama
de minhas (não suas) contradições. Eu fico triste de ter que - o que
parece para vós - denuciá-lo. Mas tenho que atrair a vossa atenção
para o fato de que, nove vêzes em dez, quando ele me acusa de ter
interpretado inteiramente o seu pensamento, diz o que qualquer um
teria o direito de considerar como sendo um deliberada falsidade. O
exemplo de E. Levi....4 é um bom exemplo. A fim de provar que eu
cometo um erro, teve que se tornar um Adwaita e negar seu
"Governador moral e Dirigente do Universo", jogando-o para fora "pelos
últimos 20 anos". Isto não é honesto, meu amigo, e eu não vejo
nenhum remédio para isso. Pois quem pode provar (quando ele diz que
os argumentos incorporados em suas cartas para mim não eram a
expressão de suas próprias crenças e opiniões pessoais, e sim que os
apresentava simplesmente para responder as prováveis objeções de
um público teísta) que isso não é outra coisa senão enganar? Com
semelhante acrobata intelectual, sempre pronto a executar no "grande
trapézio", seja com respeito ao que declara verbalmente ou põe no
papel, mesmo nós temos que aparecer como derrotados. Este último
caso nos importa muito pouco, pessoalmente. Mas ele está sempre
disposto a cantar vitória em suas cartas privadas e mesmo no que
publica. De bom grado aceita que nós existamos (é bastante inteligente
para arriscar-se agora de coisas a ser apanhado por falta de
perspicácia, pois que sabe, através de correspondentes que se opõem
completamente aos "Fundadores", da verdadeira existência de nossa
Fraternidade), mas nunca admitirá reconhecer tais poderes ou
conhecimento em nós, o que tornaria o seu não solicitado conselho e
interferência tão ridículos como inúteis, e ele trabalha nesse sentido.
Seu,
K.H.
Carta Nº 053
Esta carta é escrita no dia seguinte àquele em que ele postou a sua
nota anexando a longa carta para Hume.
Ontem fiz que vos fôsse enviada pelo correio uma curta nota,
acompanhada de uma longa carta para Hume - eu a fiz registrar em
algum lugar do Correio Central por um amigo feliz e livre; hoje é uma
longa carta para vós, e intencionalmente é acompanhada por um
repicar de jeremiadas, uma triste história de uma confusão que pode
ou não fazer-vos rir, como o faz a esse volumoso Irmão meu, mas que
me faz sentir como o poeta que não podia dormir bem:
Naturalmente sabeis, (creio que isso vos foi dito pela V.D.) que quando
tomamos candidatos para chelas, eles assumem o voto de segredo e
silêncio a respeito de toda ordem que possam receber. Deve cada um
mostrar-se apto para o chelado, antes de verificar se está apto para o
adeptado.
Agora, quanto ao Coronel Chesney: dado que, segundo parece, foi real
e sinceramente bastante bondoso para se discernir algo nos contornos
do semblante de vosso pobre e humilde amigo, uma impressão obtida,
muito provavelmente, mais das profundidades da sua imaginação do
que de uma presença real de uma expressão semelhante àquela
elaborada, por Dj. Khool ou M., o primeiro sentiu-se sumamente
estimulado e solicitou a minha permissão para precipitar outro retrato
semelhante para o Coronel Chesney. Como é natural, foi concedida a
permissão, ainda que eu me risse da idéia e M. disse a D.K. que o
Coronel também iria se rir do que suspeitaria fôsse vaidade minha. Mas
D.K. insistiu em fazê-lo e solicitou, então, permissão para entregá-lo
pessoalmente ao Coronel Chesney, o que lhe foi negado pelo Chohan,
que o repreendeu. Mas o retrato foi terminado em três minutos depois
que eu consenti e D.K. pareceu enormemente orgulhoso com a obra.
Disse (e me parece ter razão) que a semelhança é a melhor das três.
Bem, foi enviado da maneira habitual via Djual Khool, Deb e Fern;
naquela ocasião H.P.B. e Damodar estavam em Poona, M. estava
treinando e testando Fern para um fenômeno (naturalmente um
fenômeno autêntico) para que Fern pudesse produzir uma
manifestação pukka na casa do Coronel Chesney; mas, enquanto Fern
jurava que necessitava só de três mêses de preparação, M. sabia que
ele nunca estaria pronto para esta estação do ano - nem, penso eu,
para o próximo ano. De qualquer modo, confiou a Fern o novo retrato,
repetindo que seria melhor que o remetesse pelo correio, pois se o
Coronel soubesse que Fern tinha tido algo a ver com o mesmo, se
mostraria incrédulo quanto a sua produção por precipitação. Mas D.K.
queria entregá-lo de imediato, e enquanto o coronel (como ele dizia)
"tinha ainda o Mestre vívido em sua mente", mas Fern o orgulhoso
jovem tolo, responde - "Não, antes que eu faça alguma coisa em
relação ao "pacote", eu tenho que estudá-lo (o Coronel Chesney) mais
plenamente!! Eu quero, nesta ocasião, obter os mais altos resultados
possíveis na primeira tentativa. Pelo que vi do autor da "Batalha de
Dorkinng" não pude me convencer a respeito dele...Meu pai me disse
que eu deveria ser os "seus olhos" e "ouvidos" (por não ter sempre
tempo) e eu devo averiguar a pessoa com que temos de tratar"!!
Nesse intervalo, eu, temendo que "mestre" Fern podia, talvez, colocar
o retrato nas dobras do guardanapo do Cel. Chesney e produzir alguma
manifestação "espiritual com o seu pé" - eu vos escrevi, de Poona, por
intermédio de Damodar, dando-vos uma sugestão muito ampla, eu
creio, que naturalmente só compreendestes agora. Entretanto, na
manhã de ontem, D.K. veio e me contou que Fern ainda tinha o retrato,
e temia que algum truque fôra ou poderia ser executado. Então, de
imediato tirei de sua apatia o meu Irmão demasiadamente indiferente.
Mostrei-lhe como era perigosa a situação deixada nas mãos de um
rapaz inescrupuloso, cujo sentido de moralidade estava mais
embotado ainda pelas experiências da "provação" e pelo engano que
ele considerava quase como justo e permissível, e por fim o impulsionei
à ação. Foi enviado um telegrama a Fern, desta vez na própria escrita
de M. das Províncias Centrais (parece ter sido de Bussawal, onde vive
um chela), ordenando a Fern que remetesse, de imediato, por correio,
para o endereço do Coronel Chesney, o pacote que retinha, e Fern o
recebeu ontem pela manhã, como vi, de acôrdo com o nosso horário
(terça-feira 22). E assim, quando receberdes notícia dele, sabereis toda
a verdade.
K.H.
Não o considerai como elogio, mas creia-me quando digo que vossas
duas Cartas e em particular "A Evolução do Homem" são simplesmente
ESPLÊNDIDAS. Não temais em incorrer em contradições e
inconsistências.
Vosso,
M.
Carta Nº 054
"Nós não cremos em Deus porque até agora não temos provas, etc."
Isto é ridiculamente absurdo; se ele publica o que eu li, terei que fazer
que H.P.B. ou Djual Khool neguem tudo, pois não posso permitir que a
nossa sagrada filosofia seja desfigurada deste modo. Ele diz que as
pessoas não aceitariam toda a verdade; a não ser que nos
adaptássemos a elas dando-lhes a esperança de que deve haver um
"Pai amante no céu, criador de tudo", a nossa filosofia seria rechaçada
a priori. Nesse caso, quanto menos ouçam de nossas doutrinas tais
idiotas, tanto melhor será para ambas as partes. Se não querem toda
a verdade e nada mais do que a verdade, são benvindos. Mas jamais,
em nenhum caso, nos acharão admitindo compromissos com os
preconceitos públicos e fomentando-os. Chamai a isso "sincero e
honesto" do ponto de vista Europeu? Lêde a carta dele e julgai. A
verdade é, meu querido amigo, que, não obstante a grande onda de
misticismo que está afetando agora a um setor das classes intelectuais
da Europa, o público ocidental apenas aprendeu a reconhecer, aquilo
que denominamos de sabedoria no seu mais elevado sentido. Até
agora no mundo só se reconhece como verdadeiro sábio aquele que
mais habilmente conduz os negócios na vida, de modo que possa
produzir o maior rendimento material, honrarias ou dinheiro. A
qualidade da sabedoria sempre foi e será negada por muito tempo (até
o fim da Quinta Raça) a quem busca a riqueza da mente para o seu
próprio benefício e para o seu próprio gozo e resultado, sem o
propósito secundário de aproveitá-lo para a realização de benefícios
materiais. Para a maioria de vossos compatriotas, adoradores do ouro,
nossos fatos e teoremas serão considerados como fantásticas
divagações, sonhos de loucos. Deixai que os Fragmentos e mesmo as
vossas próprias e magníficas Cartas (publicadas agora no Light) caiam
nas mãos e sejam lidas pelo público em geral, sejam eles materialistas,
teístas ou cristãos, e eu aposto dez por um, que cada leitor comum
franzirá os seus lábios num esgar de zombaria com este comentário:
"tudo isto pode ser muito profundo e instrutivo, mas qual é a sua
utilidade para a vida prática? - e tirará as Cartas e Fragmentos, do seu
pensamento, uma vez por todas.
Mas agora a vossa posição para com C.C.M. parece mudar e estais
atraindo-o gradualmente. Ele anseia, com sinceridade, submeter-se a
outra prova no Ocultismo e está "aberto à convicção"; não devemos
decepcioná-lo. Mas eu não posso me comprometer em proporcionar,
nem a eles nem a vós mesmo, novos fatos, até que tudo o que dei seja
posto em forma desde o começo, (vêde os Ensaios do Senhor Hume)
e ensinados a eles sistematicamente, e por eles aprendidos e
digeridos. Estou agora respondendo as vossas numerosas séries de
questões - científicas e psicológicas - e tereis bastante material para
um ano ou dois. Naturalmente eu estarei sempre pronto para novas
explicações, e portanto para adições inevitáveis, mas recuso, de modo
positivo, ensinar qualquer outra coisa antes que tenham compreendido
e aprendido tudo que já foi dado. Nem quero que imprimais qualquer
coisa das minhas cartas, a menos que anteriormente já editadas por
vós e colocadas na devida forma. Não disponho de tempo para
escrever "ensaios" completos, nem se extende tão longe a minha
habilidade literária para isso.
Não há pedra que esses dois homens deixassem sem virar a fim de
alcançarem os seus maléficos propósitos. Hurrychund Chintamon
nunca deixou durante os três anos passados, de atrair para a sua
intimidade a cada teósofo que encontrou, vertendo nos seus ouvidos
falsas notícias procedentes de Bombaim, acerca da fraude dos
Fundadores; e difundir informes entre os espíritas acerca dos
pretendidos fenômenos de Mad. B. mostrando-os todos como simples
"truques descarados", alegando que ela não tem idéia, na realidade,
dos poderes da ioga; ou, outras vêzes, mostrando cartas dela,
recebidas por ele enquanto ela estava na América e, nas quais ela o
aconselha que pretenda ser um "Irmão" e assim enganando melhor os
teósofos ingleses; enquanto H.C. está fazendo tudo isso e muito mais,
Billing está "trabalhando" os místicos londrinos. Apresenta-se diante
deles como sendo uma vítima de sua extrema confiança em uma
esposa a qual descobriu ser uma médium falsa e enganadora, ajudada
e sustentada nisso por H.P.B. e H.S.O.; queixa-se do seu cruel destino
e jura por sua honra (!) que a abandonou somente porque descobriu
que era uma impostora, e sua honestidade se revoltava ante tal união.
Assim pois é, baseando-se na força e na autoridade das informações
de tais homens e pessoas demasiado crédulas que crendo neles, os
ajudam, que C.C.M. chegou a negar e a repudiar, gradualmente, o
desfigurado substituto que lhe foi imposto sob a figura de H.P.B. Creia-
me, não é assim. Se ele vos diz que foi mostrada uma prova
documentária, diga-lhe que pode ser falsificada com facilidade (como
qualquer outro documento) uma carta que tinha a sua própria letra e
assinatura, a qual, se colocada nas mãos da lei o levaria em 24 horas,
ao banco dos criminosos. Um homem que, em um falso testamento, foi
capaz de fasilficar a firma do testamenteiro, tomando a mão do morto
com uma pena nela, guiando-a sobre os traços da assinatura já escrita,
para propiciar às testemunhas a oportunidade de jurarem que tinham
visto o homem assiná-lo - estará pronto para fazer um trabalho mais
sério do que simplesmente caluniar um forasteiro impopular.
E quanto a S. Moses? Ah! ele, pelo menos, jamais é homem que diga
uma falsidade deliberada, e muito menos, repita uma caluniosa
informação. Ele, ao menos, como C.C.M., é um cavalheiro dos pés à
cabeça e um homem honesto. Bem, e o que há com isso? Esqueceis
a sua profunda, sincera irritação conosco e com H.P.B., na condição
de Espírita, o vaso escolhido, eleito por Imperator? C.C.M. está na
ignorância a respeito das leis e mistérios da mediunidade e é seu firme
amigo. Tomai outra vez Light e vêde quão claramente cresce a sua
irritação e se torna mais em suas Notes By The Way. Ele interpretou
de modo totalmente errado, ou melhor, as citações (seguidas sem
explicações) de uma carta minha dirigida a vós, que, por sua vez,
nunca compreendeu corretamente a situação. O que eu então disse
agora repito: - Há um abismo entre os graus mais altos e baixos dos
Planetários (em resposta à vossa pergunta - É + um Espírito
Planetário?) e, então, a minha afirmativa: "+ é um "Irmão". Mas o que
é um "Irmão", na realidade, sabeis? Em relação ao que H.P.B.
acrescentou, talvez, das profundezas da sua própria consciência, eu,
não sustento; porque ela não sabe, em absoluto, nada de certo acerca
de + e, com frequência, "sonhando sonhos" extrai deles as suas
próprias e originais conclusões. Reultado: S.M. nos julga impostores e
mentirosos, a não ser que sejamos apenas uma ficção, em cujo caso
a amabilidade se volta para H.P.B.
Agora C.C.M. sabe que certos fenômenos produzidos por ela são
indiscutivelmente genuinos; sua posição com relação a isso é
precisamente a vossa posição e a de vossa esposa, com referência ao
anel de pedra amarela. Ao pensar que tivestes razões para crer que a
pedra em questão foi simplesmente trazida (como a boneca) e não
duplicada, como ela afirma, e ao desagradar-vos nas profundezas de
vossa alma tal engano inútil de parte dela, como sempre pensastes,
não a repudiastes por tudo isso, nem a acusastes ou queixastes dela
nos jornais como ele fez. Em resumo, mesmo quando recusando a ela
o benefício da dúvida em vossos próprios corações, não duvidastes do
fenômeno, mas somente da sua exatidão ao explicá-lo; e apesar de
estardes completamente errado, estáveis indiscutivelmente correto em
agir com tal discrição nesse assunto. Não assim no caso dele. Após
manter uma fé cega nela durante um período de três anos, chegando
quase a um sentimento de veneração, ao primeiro sopro de uma
exitosa calúnia, ele, um firme amigo e um excelente advogado cai
vítima de um perverso complô e sua consideração por ela se converte
num positivo menosprezo e numa convicção da sua culpabilidade. Em
vez de proceder como teríeis procedido em um caso como esse, ou
seja, jamais lhe mencionando o fato, pedindo-lhe uma explicação,
dando à acusada uma oportunidade de se defender e proceder assim
de acôrdo com a sua natureza honesta, ele preferiu dar expressão aos
seus sentimentos em impressos públicos e a satisfazer o seu rancor
contra ela e contra nós, adotando um recurso indireto de ataque contra
as suas afirmações em ISIS. A propósito e pedindo-lhe desculpa por
esta digressão, não parece que ele considera "sincera" a resposta dela
no Teosofista. Extranha lógica, quando vem de um lógico tão agudo!
Tivesse ele proclamado em todos os periódicos e a plena voz que o
autor ou autores de ISIS não foram sinceros enquanto escreviam o
livro; que com frequência e deliberadamente desorientaram o leitor
retendo as explicações necessárias e dando só fragmentos da
verdade; tivesse mesmo declarado, como faz o senhor Hume, que a
obra está cheia de "erros práticos" e afirmativas deliberadamente
errôneas, ele teria sido desculpado com glória, (porque havia tido razão
"do ponto de vista de um europeu") e desculpado por nós, de todo o
coração, devido outra vez à sua maneira européia, algo que é inato
nele e que não pode remediar. Mas chamar de "não sincera" uma
explicação correta e verdadeira é algo que dificilmente posso
compreender; embora esteja perfeitamente ciente de que o seu ponto
de vista é compartilhado mesmo por vós. Ah, meu amigo: temo muito
que as nossas respectivas normas do que é certo e errado não estarão
nunca de acôrdo, pois que o motivo é tudo para nós e que jamais ireis
além das aparências. Contudo, voltemos ao assunto principal.
Estais livre para dizer tudo isso a C.C.M. Tenho-o vigiado de perto e
me sinto bastante seguro de que o que lhe disserdes terá muito mais
efeito sobre ele do que uma dúzia de "K.H." poderiam dizer-lhe em
pessoa. "Imperator" se interpõe entre nós dois e temo que assim se
manterá para sempre. Sua lealdade e fé nas afirmações contrárias,
feitas por asiáticos, que para ele são, senão meras invenções,
"comparsas" inescrupulosos. Mas queria, se fôsse possível, mostrar-
vos a sua grande injustiça e o mal que ele fez a uma inocente mulher
que é, em todo caso, relativamente inocente. Por extravagante e
entusiasta que possa vos parecer, dou-vos a minha palavra de honra
de que ela, nunca uma impostora, nem tão pouco pronunciou
intencionalmente alguma falsidade, embora a sua posição, com
frequência se torne, inustentável e tenha que ocultar várias coisas por
ter-se comprometido a isso pelos seus solenes votos. E agora terminei
esse assunto.
Voltando à reforma das Lojas, esta questão tem, naturalmente, que ser
seriamente pensada e ponderada antes de ser finalmente decidida.
Não deve haver mais desapontamentos nos membros uma vez que se
filiaram. Cada Loja tem que escolher a sua missão bem definida para
trabalhar, e o maior cuidado deve ser tomado na escolha dos
Presidentes. Tivesse sido a "Eclética" colocada, desde o princípio,
nessa condição de independência bem definida, pode ser que tivesse
se conduzido melhor. Deve haver sempre solidariedade de
pensamentos e ação entre a Sociedade Mater e as Lojas, dentro dos
amplos limites dos princípios gerais e básicos da Sociedade;
entretanto, deve se permitir a cada uma daquelas a sua ação própria e
independente em que não se choque com aqueles princípios. Assim,
uma Loja composta de Cristãos moderados, que simpatizem com os
objetivos da Sociedade, poderia permanecer neutra no que diz respeito
a qualquer outra religião e indiferente por completo e sem se interessar
nas crenças pessoais dos "Fundadores"; o Teosofista deve dar espaço,
com toda boa vontade, tanto para os hinos ao Cordeiro como para as
slokas sobre o caráter sagrado da vaca. Caso possais elaborar esta
idéia, eu a submeteria ao nosso venerável Chohan, que agora sorri
gentilmente com o canto do olho, em vez de franzir a fronte como de
costume, desde quando viu que vos tornastes Presidente. Se no ano
passado, devido à truculência do ex-Presidente, não tivesse sido
"enviado ao retiro", antes do tempo previsto, já o teria proposto. Eu
tenho uma carta de orgulhosa reprovação, datada de 8 de outubro, do
"Eu sou". Nela, ele lhe envia no dia 5 e explica a sua "pouca vontade
para continuar no posto" e "seu grande desejo" de que tomásseis o seu
lugar. Ele condena por "completo a política e o sistema" da nossa
Ordem. Parece-lhe "bastante errado". Prossegue dizendo:
"naturalmente vos pedirei que obtenhas da Velha Dama que se
abstenha de me propor para o Conselho da Sociedade". Não há por
que temer; ele pode dormir profundamente, sem ser perturbado, e ver-
se em sonho como o Dalai Lama dos Teosofistas. Mas devo apressar-
me em registrar o meu indignado e enfático protesto contra sua
definição de nosso "defeituoso" sistema. Porque conseguiu captar
somente umas poucas chispas perdidas dos princípios de nossa
Ordem e não se podia permitir-lhe que examinasse e remodelasse
todos eles, por isso, devemos todos nós ser o que ele imagina de nós!
Sustentássemos doutrinas tais como as que ele quiz nos impor; se
fôssemos algo parecidos com o quadro que ele traçou; se pudéssemos
submeter-nos por uma só hora, a nos manter silenciosos sob o peso
de tais imputações como as que lançou contra nós na sua carta de
setembro; na verdade, mereceríamos perder todo o crédito que temos
com os teosofistas! Deveríamos ser expulsos e desalojados da
Sociedade e dos pensamentos das pessoas como charlatães e
impostores; como lobos vestidos com pele de ovelha que chegam para
roubar os corações dos homens com promessas místicas, mantendo o
tempo todo as mais despóticas intenções, tratando de escravizar os
nossos confiantes chelas e afastando as massas da verdade e da
"divina revelação da voz da natureza" para levá-las até o "vazio e
lôbrego ateismo"; isto é, a uma completa descrença no "bom e
misericordioso Pai e Criador de tudo" (do mal e da miséria, devemos
supor?), que descansa reclinado, de eternidade em eternidade, com os
seus ombros sutentados por um leito de meteoros incandescentes e
palitando os seus dentes com um tridente de relâmpagos...
Seu,
K.H.
Carta Nº 055
Ouvistes falar do paso que foi permitido a H.P.B. dar. Uma tremenda
responsabilidade é lançada sobre o Sr. Olcott; e uma maior ainda
devido ao "mundo oculto" e ao "Budismo Esotérico", sobre vós. Pois
esse passo dado por ela está em relação direta, e é o resultado direto
do aparecimento desses livros. Desta vez é o vosso Karma, bom
amigo. Espero que compreendeis bem o que quero dizer. Mas se
mantiverdes constante e leal em relação à S.T. podeis contar com a
nossa ajuda, assim como todos os demais em toda extensão que
mereçam. A política original da S.T. deve ser sustentada se não
quiserdes vê-la cair em ruinas e enterrar a vossa reputação debaixo
dela. Eu vos disse isso há muito tempo. Não é possível que a
Sociedade se mantenha nos anos vindouros caso esteja somente
baseada nos "Irmãos Tibetanos" e em fenômenos. Tudo isto deveria
ficar limitado a um círculo interno MUITO SECRETO. Há uma
tendência para a adoração ao herói que se mostra claramente e vós,
meu amigo, não estais de todo livre dela. Eu percebo plenamente a
mudança que tendes apresentado ultimamente, mas isso não muda a
questão principal. Se quiserdes continuar com os vossos estudos
ocultos e trabalho literário então aprendei a ser leal à idéia, mais do
que à minha pobre pessoa. Quando algo tenha de ser feito, nunca
pensais se eu a desejo, antes de agir. Eu desejo tudo o que possa, em
grau grande ou pequeno, fomentar esse debate. Mas estou muito longe
de ser perfeito e, portanto, infalível em tudo o que faço, embora não
seja exatamente como imaginais ter descoberto agora. Porque
conheceis ou pensais que conheceis um K.H. e só podeis conhecer
um, quando que há nele dois personagens distintos que respondem
por esse nome que conheceis. O enigma é só aparente e fácil de
resolver caso soubésseis o que é um verdadeiro Mahatma. Vistes pelo
episódio Kiddle, que se permitiu, talvez, que e desenrolasse até o seu
amargo fim, com um propósito, que mesmo um "Adepto", quando atua
em seu corpo, não está isento de erros, devido ao descuido humano.
Compreendeis agora, que é muito possível que ele apareça como
absurdo, ao olhos daqueles que não tem nenhuma compreenão correta
dos fenômenos da transferência de pensamento e das precipitações
astrais, e tudo isso por falta de um simples cuidado. Existe sempre
esse perigo caso se descuide de averiguar se as palavras e as frases
que se amontoam na mente vieram todas do íntimo ou se algumas
puderam ser impressas de fora. Lamento ter-vos colocado em uma
posição tão embaraçosa diante dos vossos muitos inimigos, e mesmo
diante dos vossos amigos. Esta foi uma das razões pelas quais hesitei
em dar o meu consentimento para publicar as minhas cartas privadas
e porque exclui especificamente da proibição algumas do conjunto.
Não tive tempo para verificar o seu conteúdo, nem tenho agora. Tenho
o hábito de fazer frequentes citações, sem as respectivas haspas,
devido à confusão que faço dos incontáveis texto de nossas bibliotecas
Akásicas, por assim dizer, com os olhos fechados. Algumas vêzes
posso emitir pensamentos que se tornarão públicos muitos anos
depois; em outras ocasiões, o que um orador, um Cícero, pode ter
pronunciado em épocas anteriores, e em outras, não só o que já foi
pronunciado por lábios modernos, como já o foi escrito ou impresso,
como no caso Kiddle. Tudo isso faço (não sendo um escritor treinado
para a Imprensa) sem a menor preocupação acerca de onde provêm
as frases e a sequência de palavras, desde que sirvam para me
expressar e se adaptem aos meus próprios pensamentos. Recebi
agora uma lição no nível europeu, do perigo de corresponder-me com
literatos ocidentais! Mas o meu "inspirador", o senhor Kiddle, não
obstante, é ingrato, pois que somente a mim ele deve a distinta honra
de ter ficado conhecido pelo nome, e de que as suas, fôssem repetidas,
mesmo pelos circunspectos lábios dos "Reitores" de Cambridge. Se
para ele a fama é doce, por que não há de se sentir consolado com o
pensamento de que o caso das "comunicações análogas Kiddle-K.H."
se tornaram agora mais um caso célebre no âmbito de "quem é quem"?
e "qual dos dois plagiou o outro"?, tão célebre como o mistério Bacon-
Shakespeare e que, em intensidade de investigação científica, senão
de mérito, o nosso caso se iguala com o dos nossos dois grandes
predecessores.
K.H.
Carta Nº 057
Recebida em 6/01/1883.
No dia 9 do mesmo mês ele escreveu para o Sr. Olcott a respeito "do
manifesto egoismo da Fraternidade, concentrada somente no seu
desenvolvimento espiritual".
Tendo ele mesmo forjado esta arma tão eficiente para a conversão dos
infiéis em seu país, quanto à nossa existência real, e impossibilitado
daqui por diante de negá-la, qual melhor antídoto senão acrescentar
às insinuações ali contidas, acusações plenas e bem caracterizadas
de feitiçaria, etc.?
Fiz uma tarefa desagradável e enfadonha, mas uma grande coisa será
alcançada se ela vos auxiliar a nos conhecer melhor, seja para qual
lado o vosso critério europeu de certo e errado faça pender a vossa
opinião.Talvez podereis reconhecer a vós mesmo na atitude de C.C.M.
lamentando achar-vos obrigado a aceitar ou rejeitar, para sempre, um
"paradoxo moral" penoso como eu sou. Ninguém o lamentaria mais
profundamente do que eu; mas as nossas Regras provaram ser sábias
e benéficas para o mundo ao longo do tempo; e o mundo em geral e,
em especial, as suas unidades individuais, são tão terrivelmente
perversas que temos que combater cada uma com as próprias armas
que ele ou ela empregam.
K.H.
Carta Nº 058
K.H.
Carta Nº 059
Sejam quais foram as falhas que o meu sempre indulgente "chela laico"
possa me atribuir, parece que reconhecerá que lhe dei uma nova fonte
de satisfação; pois nem mesmo a sombria profecia de Sir Charles
Turner (um obscurecimento recente seu) de que iríeis cair no
catolicismo romano, como resultado inevitável de imiscuir-se com a
Teosofia e crer no maya de "K.H.", diminuiu o ardor de vossa
propaganda no alegre mundo londrinense. E se este zêlo fôsse citado
pelo Altruista de Rothney em apoio a sua declaração de que as vossas
vesículas cinzentas se encontram sobrecarregadas com o Akasa de
Shigatse, será, no entanto, não há dúvida, um bálsamo para os vossos
sentimentos feridos saber que estais ajundando, em especial, a
construir a ponte através da qual podem os metafísicos ingleses
aproximarem-se de nós em pensamento.
De novo e uma vez mais se fez um esforço para dispensar parte dessa
nebulosidade que encontro no Devachan4 do senhor Massey.
Aparecerá como uma contribuição no número de agosto de "O
Teosofista" e para isso chamarei a atenção do senhor Massey e a
vossa. É muito possível que ainda então a "obscuridade" não se
dispersará, e poderá se supor que a explicação tentada não é a que se
espera; e que, em vez de darmos corda ao relógio, uma mão
desastrada nada mais fez senão quebrar alguns dentes das
engrenagens. Essa é a nossa desgraça, e duvido que nos livremos por
completo dessas obscuridades e alegadas contradições, pois não há
maneira de colocar frente a frente os que, perguntam e os que
respondem. Mas, no pior dos casos, devemos admitir que há alguma
satisfação no fato de que há agora uma passagem através deste rio e
que estais construindo os arcos para a ponte real. É muito bom que
batizeis o bebê recém-nascido no vosso cérebro, com as águas da
Esperança, e que, dentro dos limites do possível, através disso se dê,
"um impulso adicional e maior ao movimento atual". Mas, amigo; até o
"queijo verde" da brilhante lua é comido periodicamente por Rahu;
assim não pensei que estais livre de todo das vicissitudes da
volubilidade popular, que rechassaria a vossa luz em favor do brilho de
uma simples vela de algum novo homem. A cultura da sociedade se
inclina com frequência mais para a filosofia de tênis do que para a dos
proscritos "Adeptos", cujo jogo mais amplo tem como bolas, os
mundos, e como gramado aparado o espaço etéreo. A trama do vosso
primeiro livro estava temperada com fenômenos, de modo a deleitar o
paladar espírita; este segundo é um prato de fria filosofia e mal
encontrareis na vossa "grande seção da Sociedade Londrina",
suficiente quantidade do vinho da simpatia para ingerí-lo. Muitos dos
que crêem agora que sois um louco inofensivo, comprarão o livro para
ver se uma Comissão sobre loucos se manifestará para impedir-vos de
fazer mais danos; de todos os vossos leitores muito poucos,
provavelmente, seguirão a vossa liderança até o nosso asharam. Não
obstante o dever do teósofo é semelhante ao do semeador; revirar a
terra e semear os seus grãos o melhor que puder: o resultado fica com
a natureza e ela é escrava da Lei.
Agora, ao dizer que significa "o Senhor que, do alto, olha para baixo"
ou, como amavelmente explica mais adiante: "o Espírito dos Budas
presente na igreja", é inverter por completo o sentido. É equivalente a
dizer: "o senhor Sinnett, do alto, olha para baixo, (seus Fragmentos da
Verdade Oculta) na Sociedade Teosófica Britânica" quando que a
última é que olha para cima, para o senhor Sinnett, ou melhor, para os
seus Fragmentos como a (única possível, para eles) expressão e
culminação do conhecimento procurado. Esta não é uma imagem vã e
define com exatidão a situação. Resumindo, Avalokita Isvar,
interpretado literalmente, significa "o Senhor que é visto". "Iswara",
indica, além disso, mais o adjetivo do que o substantivo, senhoril, auto-
existente senhoridade, não Senhor. Quando interpretado
corretamente, é um sentido "o divino Eu percebido ou visto pelo Eu", o
Atman ou Sétimo Princípio liberado de sua distinção mayavica, da sua
Fonte Universal (que se converte no objeto de percepção para e pela
individualidade centrada um Buddhi, o Sexto Princípio), algo que só
acontece no estado mais elevado de Samadhi. É assim, aplicando-o
ao microcosmo. Em outro sentido, Avalokitesvara indica o Sétimo
Princípio Universal, como o objeto percebido por Buddhi, "Mente" ou
Inteligência Universal, que é a agregação sintética de todos os Dhyan
Chohans, como de todas as outras inteligências, sejam grandes ou
pequenas, que existiram, existem ou existirão. Nem é "o Espírito dos
Budas presente na Igreja", mas o Espiríto Universal Onipresente no
templo da Natureza, em um caso; e o Sétimo Princípio (o Atman no
templo-homem) no outro. O senhor Rhys Davids poderia ter se
recordado, pelo menos, do símile (para ele) familiar feito pelo Adepto
Cristão, o Kabalista Paulo; "Não sabeis vós sois o templo de Deus e
que o Espírito de Deus mora em vós", e assim teria evitado fazer uma
confusão com o nome. Embora como gramático ele notou o uso do
"particípio passado", contudo mostra estar muito longe de ser um
inspirado "Panini"1, ao esquecer a verdadeira causa e salvar a sua
gramática elevando o clamor público contra a metafísica. E, entretanto,
cita a Catena de Beal como sua autoridade para a invenção, quando
em verdade, este trabalho é possivelmente o único em inglês que dá,
de qualquer forma, uma explicação aproximadamente correta da
palavra, na página 374. "Auto-manifestado" - como? Pergunta-se. "A
fala ou Vãch era considerada como o Filho ou a manifestação do
Eterno Eu, e era adorada sob nome de Avalokitesvara, o Deus
manifestado". Isto mostra, tão claro como pode ser, que Avalokitesvara
é ambos: O Pai não manifestado e o Filho manifesstado, o último
procedendo de, e idêntico ao outro; ou seja, o Parabrahman e o
Jivâtman, o Sétimo Princípio, o Universal e o individualizado; o Passivo
e o Ativo; o último, a Palavra, Logos, o Verbo. Chamai-o por qualquer
nome, apenas que estes infortunados e enganados cristãos saibam
que o verdadeiro Cristo de todo cristão é Vãch, "a voz mística",
enquanto que o homem Jeshu não era senão um mortal como qualquer
um de nós, um Adepto, mais por sua natureza inerente e ignorância do
Mal verdadeiro do que pelo que havia aprendido com seus iniciados
Rabinos e com Hierofantes e sacerdotes egípcios, nesse período já se
degenerando com rapidez. Beal comete também um grande erro, ao
dizer: este nome (Avalokitesvara) tomou em chinês a forma de Kwan-
Shai-yin, e a divindade adorada sob esse nome (foi), em grau,
considerada como feminina", (374). Kwan-shai-yin, a voz
universalmente manifestada "é ativa-masculina; e não deve ser
confundida com Kwan-yin ou Buddhi, a alma Espiritual (o sexto
Princípio) e o veículo do seu "Senhor". Kwan-yin é o princípio feminino
ou o passivo manifestado, manifestando-se "para cada criatura no
Universo para liberar todos os homens das consequências do pecado"
- tal como traduziu Beal, desta vez com absoluta correção (383) -
enquanto que Kwan-shai-yin "o Filho idêntico a seu Pai" é a atividade
absoluta, daí, não tendo relação alguma com os objetos do sentido, é
Passividade.
K.H.
Carta Nº 060
Não devo encerrar esta sem vos fazer saber que na crítica severa de
Kingsford a justiça não está mais do vosso lado. Embora não estejais
disposto a confessá-lo, vós demonstrais rancor, Sahib, rancor pessoal.
Já a derrotastes e agora quereis mortificá-la e castigá-la. Isso não está
bem. Deveríeis aprender a dissociar a vossa consciência, de seu eu
externo, mais do que fazeis, se não quereis perder K.H. Pois ele está
muito aborrecido com o que acontece. Perdoai-me as minhas
observações, mas são para o vosso benefício. Assim desculpai-me.
M.
Carta Nº 062
Não direi nada mais. Mas, se derdes uma outra olhada no Karma,
pensai no que foi dito acima, e lembrando que o Karma sempre
trabalha nas mais inesperadas maneiras. E agora fazei a pergunta a
vós mesmo, até que ponto estáveis correto em manter suspeitas contra
Olcott, que não sabia em absoluto nada das circunstâncias, e contra
H.P.B., que se encontrava em Paris e sabia menos ainda. Entretanto,
meras suspeitas degeneram em convicção (!) e se fizeram objetivas
em reprovações escritas e expressões muito pouco generosas as
quais, desde a primeira até a última, eram imerecidas. Não obstante,
tudo isso, ontem vos queixastes com amargura, para a senhorita A.4
sobre a resposta de Mme. B. para vós; a qual, considerando todas as
circunstâncias especiais e seu próprio temperamento, foi, o que é
surpreendente, uma carta suave quando a confrontamos com a vossa
carta para ela. Tampouco posso aprovar a vossa atitude em relação a
Olcott, se é que o meu conselho e opinião são desejados. Se
estivésseis em sua posição e fôsseis culpado, dificilmente teríeis lhe
permitido que vos acusasse em termos tais como falsificação, calúnia,
mentiras, falsidades e da mais estúpida incopetência para o seu
trabalho. E Olcott é inocente, por completo, de qualquer um de tais
pecados! Quanto ao seu trabalho, devemos permitir-nos na verdade,
conhecer melhor. O que queremos são bons resultados e verificareis
que os temos.
E agora terminei. tendes dois caminhos diante de vós, um, que leva a
uma senda árida, em direção ao conhecimento e à Verdade, o
outro...mas, na verdade, não devo influenciar a vossa mente. Se não
estiverdes disposto a romper conosco de uma vez, então vos pedirei
não só que estajais presente na reunião, como também que falai, pois
de outra maneira causareis uma impressão muito desfavorável. Isto
vos peço que façais em meu favor, e também para o seu.
K.H.
Carta Nº 063
Bom amigo:
K.H.
Carta Nº 064
De novo Sinnett datou errado a carta. Ele anotou que esta carta foi
recebida no "Verão, 1884", mas não poderia ter sido tão anterior, pelo
seu conteúdo, e também porque foi a carta ditada para a escrita por
Djual Khul na cabine de H.P.B., quando ela estava a caminho do Egito
e dali para a Índia. Provavelmente foi escrita em 8 de novembro. F.A.
era a Srta. Francesca Arundale, membro proeminente da Sociedade
na Inglaterra, na época tesoureira da Loja de Londres, e uma das
poucas pessoas que receberam uma carta do Mahatma K.H.
Bom amigo:
Esta não é uma resposta à vossa última. A carta para o meu endereço,
enviada por vós através de Mohini, jamais foi escrita por vós mesmo.
Na verdade, foi escrita por alguém, que na ocasião, estava por
completo sob a influência de uma criatura de Attavada
"O pecado do Eu, que no Universo
Embora muito fique sem explicação o pouco que possais extrair desta
carta servirá ao seu propósito. Canalizará os vossos pensamentos em
uma nova direção e revelará outro véu de domínio psicológico de "Isis".
K.H.
Carta Nº 065
Meu amigo:
Ele pode alegar como uma desculpa excusa a frustração pessoal que
experimentou, que fez com que se voltasse com fúria contra os
pretendidos autores da "gigantesca fraude"; mas não há dúvida que,
se a Sociedade Teosófica se desmorona isso será devido a ele.
Podemos acrescentar que também se deveria aos louváveis esforços
de nosso mútuo amigo de Simla (A.O. Hume), que, entretanto, não
renunciou; e as do senhor Lane-Fox. Que Sociedade poderia resistir
no seu todo aos efeitos de duas línguas tais como as dos senhores H.
e L.F.! Enquanto o primeiro, tomando a cada teosofista proeminente
como confidente, assegura-lhe que, desde o começo da Sociedade,
nem uma só das cartas que se dizem terem vindo dos Mestres foi
genuína, o senhor Fox ocupa-se de predicar que é o único a realizar
os desejos do Mestre (M.) ao informar aos teósofos todos os defeitos
da S.T. e os erros de seus fundadores, cuja Karma, disse, é de trair a
sagrada confiança que receberam de seus Gurus.
É uma velha verdade que nenhum de vós já formou uma idéia exata,
seja dos "Mestres"ou das leis do Ocultismo pelas quais eles se guiam.
Por exemplo: eu, pelo fato de haver recebido um pouco de educação
ocidental, devo ser imaginado como o tipo de "cavalheiro" que segue
na sua ação as leis da etiqueta e que ajusta as suas relações com os
europeus de acôrdo com as regras do vosso mundo e sociedade! Nada
poderia ser mais errado; a absurda imagem de um asceta indo-tibetano
desempenhando o papel de Sir. C. Grandison dificilmente deve ser
considrada. Entretanto, tendo deixado de corresponder a tal imagem,
fui desfigurado, marcado e degradado em público, como diria Mad. B.
Que pobre paródia! Quando compreendereis que eu não sou nada
disso? Que se, até certo ponto, estou familiarizado com as vossas
noções peculiares (para mim) sobre a propriedade desta ou aquela
coisa e com as obrigações de um cavalheiro ocidental, assim também
estais, até certo grau, familiarizado com as maneiras e costumes da
China e do Tibet. Por tudo isso, da mesma maneira que recusaríeis
amoldar-vos aos nossos hábitos e viver de acôrdo com os nossos
costumes, assim eu também prefiro os nossos modos de vida em vez
dos vossos, e as nossas idéias às do ocidente. Acusam-me de
"plagiário". Nós, do Tibet e da China, ignoramos o que quereis dizer
com essa palavra. Eu o sei, mas essa não é de modo , uma razão para
que aceite as vossas leis literárias. Qualquer escritor tem o privilégio
de extrair frases inteiras do dicionário de Pai-Wouen-Yen-Fu, o maior
de todo o mundo, cheio de citações de todos os escritores conhecidos,
e que contém todas as frases que podem ser usadas e combiná-las
para expressar o seu pensamento. Isto não se aplica ao caso Kiddle,
que ocorreu como eu vos contei. Mas é possível que possais encontrar
em todas as minhas cartas umas vinte frases soltas que podem ter sido
já empregadas em livros ou em manuscritos. Quando escreveis sobre
algum tema, rodeiai-vos de livros de referência, etc.; quando nós
escrevemos sobre alguma coisa, da qual não conhecemos a opinião
ocidental, rodeamo-nos de centenas de parágrafos ou frases sobre
esse assunto particular, extraídos de dúzias de diferentes escritos
impressos sobre o Akasa. Que tem de estranho, pois, em que, não
somente um chela, encarregado do trabalho e que desconhece o
sentido de plágio, mas mesmo eu, usemos, às vêzes, uma frase inteira
já existente, aplicando-a apenas a uma outra, à nossa própria idéia?
Já lhe falei antes sobre isso, e não é culpa minha, por não ficarem
satisfeitos os seus amigos e inimigos com a explicação. Quando tiver
de escrever um ensaio original para ganhar um concurso, tratarei de
ser mais cuidadoso. Quanto ao incidente Kiddle, é culpa vossa. Por
que imprimistes O Mundo Oculto sem me enviar para que fizesse a
revisão? Eu não teria nunca permitido que esse trecho passasse, nem
o "Lal Sing" que foi inventado tontamente por Djwal K. como a metade
de um pseudônimo de escritor, e que permiti descuidadamente que se
firmasse sem pensar nas consequências. Nós não somos "Mahatmas"
infalíveis, oni-previsores a cada hora do dia, bom amigo: nenhum de
vós aprendeu a recordar isso. E agora, ao Ocultismo.
K.H.
Creio que devia dizer-vos uma vez mais o que desejaria que
recordásseis sempre. Ficaria satisfeito se pudesse responder a cada
pergunta com tanta facilidade quanto à vossa sobre o "doloroso
acontecimento". Por que as dúvidas e as suspeitas impuras parecem
acossar cada aspirante ao chelado? Amigo meu, nas Lojas Maçônicas
da antiguidade, o neófito passava por uma série de terríveis testes para
da sua constância, valor e presença de ânimo. Por meio de impressões
psicológicas complementadas por efeitos mecânicos e substâncias
químicas, ele era levado a crer que ele caia em precipícios, que era
esmagado por rochas, que passava através do fogo, que estava
afogando-se e que era atacado por bestas selvagens. Isto era uma
reminiscência de um sistema copiado dos Mistérios Egípcios. Tendo o
Ocidente perdido os segredos do Oriente, teve, como disse, que
recorrer ao artifício. Mas, em nosso dias, a vulgarização da ciência
tornou antiquadas aquelas provas de menor importância. Agora o
aspirante é atacado totalmente na parte psicológica de sua natureza.
Seus sistema de provação é, tanto na Europa com na Índia, o do Raja-
Ioga e seu resultado é, como já explicado inúmeras vêzes,
desenvolverem em seu temperamento cada germem bom e mau. A
regra é inflexível e ninguém escapa, seja que ele nos escreva apenas
uma carta ou que no íntimo de seu coração surja um forte desejo de
comunicação oculta e conhecimento. Da mesma maneira que a chuva
não pode tornar frutífera a rocha, assim também o ensinamento oculto
não tem nenhum efeito sobre a mente não receptiva; e da mesma
maneira que a água desenvolve o calor da cal cáustica, assim também
o ensinamento transforma em ação impetuosa cada potencialidade
insuspeitada, latente no aspirante.
K.H.
Carta Nº 066
K.H.
Carta Nº 067
Esta carta é dirigida ao Cel. Olcott e recebida por ele quando chegou a
Adyar em 26 de maio de 1883, após uma longa viagem na qual realizou
muitas curas. Os Sinnetts, de acordo com o planejado, tinham viajado
para a Inglaterra em 30 de março, e é provável que ele recebeu esta
carta em meados de junho. Assim, pode-se ver que transcorreu um
certo tempo desde que ele tivera a última notícia do Mahatma K.H.
M. vos envia, por meu intermédio, estes vasos como uma saudação de
boa vinda ao lar.
É melhor que digais com clareza, ao senhor Sinnett, que seu ex-amigo
de Simla, não importa sob que influência, fez um dano efetivo ao
projeto do jornal, não só com Maharajá de Cachemira, mas também
com muitos outros na Índia. Tudo o que ele vos insinua em sua carta e
ainda mais, fez ou está se preparando para fazer.
Esta é "uma carta de K.H." e podeis dizer isso ao senhor Sinnett.
K.H.
Carta Nº 068
(7 de Abril de 1884)
Acabo de retirar a vossa nota de onde foi colocada por ela, pois embora
eu pudesse tomar conhecimento do seu conteúdo de outra maneira,
preferireis que o papel mesmo passe às minhas mãos. Parece-vos
insignificante que o ano passado tenha sido empregado somente em
vossas obrigações familiares? Não, mas que melhor motivo de
recompensa, que melhor disciplina, senão a obrigação cumprida a
cada dia e a cada hora? Crêde-me, meu "discípulo", a mulher ou o
homem que é colocado pelo Karma em meio de pequenas e simples
obrigações, sacrifícios e atos de bondade, caso as cumpra fielmente,
se elevará à medida mais ampla de Dever, Sacrifício e Caridade para
com toda a Humanidade. Que melhor senda rumo à iluminação
buscais, senão a conquista diária do eu, a perseverança, apesar da
ausência de progresso psíquico visível, suportar a má sorte com aquela
serena fortaleza que torna aquela em superioridade espiritual, pois que
o bem e o mal não devem ser medidos por acontecimentos no plano
inferior ou físico. Não desanimeis porque a vossa prática não
corresponda às vossas aspirações, entretanto, não vos satisfazei com
isso, pois que reconheceis evidentemente que a vossa tendência é,
inúmeras vêzes para a indolência mental e moral, propenso a seguir
as correntes da vida, em vez de tornar um rumo inequívoco e próprio.
O vosso progresso espiritual é bastante maior do que conheceis ou
podeis conceber e fazeis bem em crer esse desenvolvimento é, em si
mesmo, mais importante que a comprovação do mesmo por meio de
vossa consciência no plano físico. Não vou entrar agora em outros
assuntos já que estas são apenas algumas linhas de reconhecimento
simpático de vossos esforços e de sincero estímulo para que
mantenhais no presente, um ânimo sereno e valoroso em relação aos
acontecimentos externos, e um espírito de esperança para o futuro em
todos os planos. Seu, na verdade.
K.H.
Carta Nº 069
(Escrita depois de 29 de Junho de 1882)
Vosso sinceramente.
K.H
Carta Nº 070
(Provavelmente recebida depois do dia 7 de Dezembro de 1882).
Já deveis ter entendido, meu amigo, que eu não estava surdo ao vosso
apelo, embora eu estivesse impossibilitado de responder, tal como vós,
e eu também, pudéssemos ter desejado, levantando, por um momento,
o véu sempre transparente entre nós. Perguntais: quando? Eu só
posso responder: "ainda não". A vossa provação não terminou ainda,
paciência um pouco mais. Enquanto isso conheceis a senda a ser
percorrida, ela se estende muito claramente ante vós no presente,
embora a escolha de uma senda mais fácil, porém, mais longa pode
estar à vossa espera no futuro distante.
K.H.
Carta Nº 071
Seu sempre.
M.
Carta Nº 072
Seu,
K.H.
Carta Nº 073
Senhor Sinnett:
M.
Carta Nº 074
De M. para Sinnett. Outubro?
Vosso,
M.
Carta Nº 075
Lamentavelmente vosso,
K.H.
Carta Nº 076
Esta é a continuação dos comentários do Mahatma K.H. na carta nº.59
(CM-132) que, de algum modo, ficaram separados da primeira parte da
carta. O papel é diferente, o que pode explicar porque não foram
conservados juntos.
Esta é a questão...
K.H.
Carta Nº 077
SEÇÃO IV
O dia 30 é tão bom como qualquer outro depois do 27. Não; uma Loja
em Madras não é absolutamente necessária inicialmente. Mas é
razoável que, se Madras há de fornecer a maior parte dos fundos,
tenha também a preferência, depois de Calcutá. Enquanto o dinheiro
não entrar, é inútil fixar qualquer data. Uma vez que o nosso periódico
esteja estabelecido, eu não me ocuparei mais de nenhum outro
empreendimento material. Sim, eu me preocupei e fiquei molestado,
indubitavbelmente, mas isso era de se esperar; e nenhum peixe que
esteja passeando nas margens do rio, fora do seu elemento, pode se
queixar se se machuca. Aproximamo-nos do final, agora, de uma
maneira ou de outra, e uma vez que eu me lance de novo na cristalina
onda, poucos terão a oportunidade de me ver assomar de novo. A
humanidade não é sempre o que aparenta ser e perdi muito do meu
otimismo no último conflito. A humanidade foi denominada, em algum
lugar, como a poesia da criação, e a mulher, a poesia da terrra. Quando
ela não é um anjo, tem que ser uma fúria. É nessa última caracterísctica
que sempre a encontrarei no meu caminho quando Rajás e Zemindars
estavam bastante dispostos a desembolsar os fundos necessários.
Bem; o conflito está ainda ardendo e poderíamos ganhar ainda
brilhantemente o dia.
Vosso afetuosamente
K.H.
Carta Nº 078
II - Esse esforço deve ser feito pelos vossos amigos no mundo, e por
todos os teósofos indianos que desejem, de coração, melhorar o seu
país e não temam gastar as suas energias e tempo. Deve ser feito
pelos profanos, isto é, por aqueles que não pertencem diretamente à
nossa ordem; quanto a nós:
VII - É melhor que todo o capital seja integralizado antes que o jornal
surja, pois é sempre desagradável e embaraçoso pedir contribuições
enquanto se está sofrendo perdas iniciais. Mas deverá ser estipulado
que tudo que não seja imediatamente necessário, renda juros. E que
seja criado um fundo de amortização com a receitra do periódico para
atender a qualquer necessidade urgente e imprevista. Devem ser
distribuídos ocasionalmente o superavit, bem como os lucros.
Vosso sinceramente,
K.H.
Carta Nº 079
K.H.
Carta Nº 080
K.H.
Carta Nº 081
Esta é a carta mais pessoal que o Mahatma escreveu para Sinnett por
volta de meados de junho, e provavelmente mandada para ele junto
com a Carta nº.111 (CM-59).
K.H.
Carta Nº 082
(Agosto de 1883)
Esta carta bastante longa, e para nós, bastante confusa, a menos que
estejamos familiarizados com a história política indiana, é a tentativa
final do Mahatma K.H. para tentar reviver o projeto "Fênix",
evidentemente agonizante. A proposta que ele faz a Sinnett é muito
complicada e tão mesclada à emaranhada situação política, então
existente na Índia, que é difícil seguir o raciocínio. Entretanto, o
problema parece ter se relacionado com dificuldades entre os
proprietários de terra e os camponeses. A Lei de Arrendamento, de
Bengala, prevista para auxiliar os camponeses, estava sendo
discutida, mas a questão toda ficou confusa com a votação iminente
da Lei Ilbert, uma tentativa de Lorde Ripon, então Vice-Rei da Índia,
para instituir algumas reformas para desenvolver o governo autônomo
local; o Sr. (mais tarde, Sir) Courtenay Ilbert, membro do Judiciário do
Conselho, havia apresentado uma lei destinada a fazer algumas
mudanças na administração da justiça.
Estritamente confidencial
K.H.
Carta Nº 083
Esta é a situação atual dos assuntos e é muito mal para a Índia. Por
enquanto é prematuro dizer-vos mais sobre as influências secretas que
a causaram, mas poderíeis saber algo disso mais adiante. Nem posso
predizer o futuro, exceto no referente a chamar mais do que nunca a
vossa atenção para as nuvens negras que estão se agrupando no céu
político. Deveis recordar que vos disse há muito tempo para esperar
muitos e grandes distúrbios de todas as espécies, pois um ciclo estava
se encerrando e outro começando as suas consequências fatais.
Podeis ver uma prova nos fenômenos sísmicos ocorridos ultimamente
e dentro em pouco vereis muitas outras. E se temos que lamentar o
fracasso de um projeto humanitário, deve ao menos mitigar a
severidade de vossa desilusão ao sentir que numa época má como
esta, temos que lutar contra as influências visíveis e invisíveis da mais
hostil natureza.
K.H.
PRIVADA
K.H.
Carta Nº 085
(7 de Dezembro de 1883).
Amigos e oponentes,
K.H.
7 de dezembro de 1883.
Carta Nº 086
K.H.
Carta Nº 087
Antes de sair de Nice para Londres, ele tinha distribuido uma carta
circular a todos os membros da Loja de Londres, pedindo que lhe
mandassem individualmente, para Paris e em confiança, os seus
respectivos pontos de vista sobre a situação. Ele trouxe essas cartas
consigo para ler no trem para Londres. Ele estava justamente lendo um
trecho na carta de Bertram Keightley (um dos membros mais leais da
Loja e que ajudou muito mesmo H.P.B. mais tarde quando ela estava
escrevendo a "Doutrina Secreta"), no qual ele afirmava a sua inteira
confiança de que os Mestres ordenariam bem todas as coisas, quando,
do teto do vagão, acima da cabeça de Mohini, uma carta caiu,
flutuando. Verificou-se que estava dirigida a Olcott e dava-lhe o
necessário conselho para a abordagem da dificuldade.
Esta carta trazia também a afirmação de que "um dos mais valiosos
efeitos da missão de Upasika (H.P.B.) é que leva as pessoas ao auto-
estudo e destroi nelas o servilismo às pessoas".
K.H.
SEÇÃO VI
Espiritualismo e Fenômenos
Curta nota recebida em Allahabad durante a estadia de Olcott e
Bhavani Rao.
As três cartas que se seguem são consideradas uma só por causa das
datas e das circunstâncias sob as quais foram recebidas. Todas foram
recebidas em Allahabad durante a visita do Cel. Olcott e do chela
Bhavani Rao (Shankar).
Um dia antes de Sinnett receber esta carta, ele tinha escrito para K.H.
e deu a carta para Bhavani Rao. Na manhã seguinte Bhavani Rao
achou esta nota sob o seu travesseiro. Ele explicou que a carta de
Sinnett tinha sido remetida na noite anterior.
Aconteceu que no dia em que esta foi escrita, (11 de março), Sinnett
havia retornado para casa ao anoitecer e achou vários telegramas para
ele. Estes, disse, estavam todos encerrados do modo costumeiro em
envelopes firmemente fechados, antes de serem remetidos pelo posto
de telégrafo. Os telegramas eram todos de pessoas comuns.
Entretanto, dentro de um dos envelopes, ele achou uma pequena nota
dobrada, do Mahatma M. "O simples fato de que ela tenha sido assim
transferida, por métodos ocultos, para dentro do envelope fechado, era
um fenômeno em si", diz ele, mas o fenômeno sobre o qual a nota
dava-lhe informação era "mais ainda obviamente maravilhoso".
Depois que ele recebeu esta nota (Carta nº.50 - CM-88) através de
Bhavani Rao, ele escreveu de novo no dia seguinte para K.H., achando
que ele poderia aproveitar da situação decorrente da presença de
Olcott e do jovem. Ele deu essa carta para Bhavani Rao no anoitecer
de 13 de março. No dia 14 ele recebeu uma nota curta de K.H.,
dizendo: "Impossível: nenhum poder. Escreverei através de Bombaim".
K.H.
No dia 22, após o Vega ter deixado o Ceilão (sua primeira escala
saindo da Índia) K.H. visitou Eglinton em seu "Mayava rupa" (corpo
ilusório que os Mahatmas eram capazes de criar) e eles tiveram uma
longa conversa. Dois dias depois, a 24, quando o Vega estava a 825
Kilometros de viagem, foram transmitidas instantaneamente cartas (ou
praticamente instantaneamente) do Vega para Bombaim; e dali (junto
com alguns outros assuntos), de novo, quase instantaneamente, para
Howrah, para a casa do Cel. e Sra. Gordon.
CONFIDENCIAL
Bom amigo:
Eu não renovarei, ao enviar a carta, as muitas advertências que
poderiam ser feitas sobre várias objeções que temos o direito de
apresentar, contra os fenômenos espíritas e seus médiuns. Nós temos
cumprido o nosso dever, e porque a voz da verdade chegou por um
conduto que a poucos agradava, foi declarada falsa, e junto com ela o
Ocultismo. O tempo de persuadir já passou, e está próxima a hora em
que será provado ao mundo que a Ciência Oculta, em vez de ser nas
palavras do Dr. R. Chambers "a própria superstição"- como pode estar
inclinado a crer - será a explicação e será a extinção de todas as
superstições. Por razões que apreciareis embora, a princípio estareis
inclinado a considerar injustas (em relação a vós mesmo) estou
disposto a fazê-lo, desta vez, aquilo que até agora nunca fiz: isto é,
personificar-me sob outra forma e, talvez, caráter. Portanto, não deveis
invejar Eglington2 pelo prazer de me ver em pessoa, de falar comigo e
de que o deixe "assombrado", e com resultados da minha visita a ele,
a bordo do "O Vega". Isto será feito entre os dias 21 e 22 deste mês,e
quando lerdes esta carta, será uma "visão do passado", caso Olcott
vos envie a carta hoje.
Agora quanto ao Sr. Hume. Ele tem trabalhado para nós, e tem
certamente direito à nossa consideração, até agora. Eu estaria
disposto a lhe escrever, mas poderia ser que a visão das minhas
conhecidas letras produzisse um desvio em seus sentimentos para
pior, antes que se decidisse a ler o que tenho para dizer. Podereis, por
favor, empreender a delicada tarefa de notificá-lo do que agora vos
escrevo? Contai-lhe que existem pessoas, inimigos, que estão
ansiosos por surpreender a "Velha Dama" (H.P.B.) como se estivesse
cometendo FRAUDES, a fim de fazê-la cair numa armadilha, por assim
dizer, e por essa mesma razão, estou decidido a resolver essa questão
de uma vez por todas. Dizei-lhe que, aproveitando a sugestão dele, eu,
K.H., aparecerei diante de Eglington efetivamente em pessoa, no mar
entre os dias 21 e 22 deste mês, e que se tiver êxito em trazer ao bom
senso o rebelde que nega os "Irmãos", a senhora Gordon e seu esposo
serão notificados do fato imediatamente, isto é tudo. Esperamos de
propósito para provocar a nossa experiência até a sua partida, e agora
é NOSSA INTENÇÃO AGIR.
Sempre vosso,
K.H.
K.H.
Carta Nº 090
Eu devia ter respondido antes a vossa carta, mas esperei até que
tivesse tido o prazer de uma troca de idéias com a senhora Sinnett. É
o que fiz, para muita satisfação de minha parte. Ela está
completamente convencida, como me levastes a esperar, da realidade
do que viu e ouviu. Como eu, ela não sabe como interpretar o último
desdobramento, quero dizer, com respeito às minhas experiências
espíritas. Na verdade, não sei o que dizer disso. Não há maneira de
harmonizar os fatos com o que se pretendeu; e quanto à vossa crença
de que os "Irmãos não podem ser ignorantes... não podem estar
equivocados", eu só posso responder que indubitavelmente as duas
coisas ocorrem no que a mim se refere. Isto, entretanto, seria
meramente a minha opinião se eu não possuisse toda uma cadeia de
documentação e outras evidências, que se apresentam em absoluta
sequência desde o primeiro momento que Imperator apareceu, até
ontem. Todas elas são comunicações datadas, notas e registros que
falam por si mesmas e que, em resumo, podem ser testemunhadas
pelo conhecimento de meus amigos que têm me acompanhado em
toda essa questão. Quando a Velha Dama (H.P.B.), insinuou, pela
primeira vez, certa conexão entre a "Loja" e eu, abordei de imediato o
assunto com Imperator e expus o caso reiteradamente. Aqui está um
registro que transcrevo: 24 de Dezembro de 1876. "Fiz algumas
perguntas a respeito de uma carta de H.P.B. na qual diz, em resposta
a uma feita por mim: "Se tendes profunda certeza de que eu não vos
compreendi, tanto a vossa intuição como a mediunidade falharam... Eu
nunca disse que havíeis tomado Imperator por outro espírito. Não se
pode confundí-lo, uma vez que é conhecido. Ele conhece, e que o seu
nome seja abençoado para sempre. Desejais uma prova objetiva da
Loja. Não tendes Imperator e não podeis preguntar-lhe se eu digo ou
não a verdade?"
A resposta a essa pergunta foi longa e precisa. Dentre outras coisa
está isto: (I. sempre usa a primeira pessoa do plural) por que?
Não escapará, todavia, à vossa mente crítica, que uma alegação como
esta, confrontada por um testemunho tão claro e perfeito como o que
apresento, deve ser capaz de provar algo, caso seja considerada
seriamente. É lamentável que não somente a alegação seja
incompatível com todos os fatos, mas que os fatos assim apresentados
sejam justamente aqueles, e somente aqueles que chegaram ao meu
conhecimento; e as suposições são tão ridiculamente distantes da
verdade, como pode ser demonstrado por uma evidência que não
dependa somente de mim, que fica muito claro serem elas muito
precárias.
Vosso sempre,
W. Staiton Moses
Carta Nº 091a
K.H.
Carta Nº 091b
(8 de Janeiro de 1883)
Seu,
K.H.
Carta Nº 092
O conteúdo da Carta nº.96 foi discutido nas notas à Carta nº.83 (CM-
125).
K.H.
Carta Nº 093
A carta em questão foi concebida por mim enquanto fazia uma viagem
a cavalo. Ditei-a mentalmente e a "precipitei" na direção de um chela
que ainda não era um perito nesta espécie de química psíquica e, que
teve de transcrevê-la de caracteres muito pouco visíveis. Portanto, o
"artista" omitiu metade dela e a outra metade ele a desfigurou mais ou
menos. Quando me perguntou na ocasião se eu a revisaria e corrigiria,
respondi imprudentemente, confesso: "de qualquer modo servirá, meu
filho; não é de muita importância se você omite certas palavras". Eu
estava cansado fisicamente depois de cavalgar por 48 horas seguidas,
e (fisicamente também) semi adormecido. Tinha ademais assuntos
mais importantes que atender psiquicamente, e portanto restava muito
pouco de mim mesmo para poder prestar atenção a essa carta. Já
estava condenada, suponho. Quando despertei, verifiquei que já havia
sido enviada, e como então eu não previa a sua publicação, não lhe
dei a menor atenção desde esse momento. Pois bem; eu não havia
nunca evocado a fisionomia epiritual do senhor Kiddle, nunca havia
sabido de sua existência e nem conhecia o seu nome. Tendo me
sentido interessado, devido a nossa correspondência e aos vossos
vizinhos e amigos de Simla, pelo progresso intelectual dos
Fenomenalistas, progresso que, a propósito, encontrei mais movendo-
se para trás, no caso dos espíritas americanos, dirigi a minha atenção,
dois mêses antes, ao grande acampamento anual do movimento
destes últimos, em vários lugares, entre outros no do Lago ou Monte
Pleasant. Algumas das idéias e frases curiosas, representativas das
esperanças e aspirações em geral dos espíritas americanos, ficaram
impressas na minha memória e apenas recordei essas idéias e frases
soltas, alheio por completo às personalidades que as tinham em sua
mente ou que as pronunciaram. Daí a minha total ignorância sobre a
existência do conferencista a quem defraudei de maneira inocente,
como se concluiria e que levanta agora um clamor público. Entretanto,
tivesse eu ditado a carta na forma que aparece agora impressa,
certamente pareceria suspeitosa e, conquanto longe do que
geralmente se denomina plágio, mas devido a ausência de quaisquer
aspas, pode dar origem à censura. Mas não fiz nada disso, como o
texto original agora diante de mim mostra com clareza. E antes de
prosseguir, devo vos dar uma explicação sobre este método de
precipitação. As recentes experiências da Sociedade de Pesquisas
Psíquicas vos ajudarão muito a compreender a base racional desta
"telegrafia mental". Observastes na Revista dessa sociedade como a
transferência do pensamento tem efeitos acumulativos. A imagem da
figura geométrica ou de outra qualquer que ficou impressa no cérebro
ativo, é impressa gradualmente no cérebro do sujeito passivo, como se
pode notar na sequência de ilustrações reproduzidas na revista. São
necessários dois fatores para produzir uma telegrafia mental perfeita e
instantânea: concentração fixa no operador e completa passividade
receptiva no indivíduo "leitor". Se se produz uma perturbação em
qualquer um dos dois, o resultado será proporcionalmente imperfeito.
O "leitor" não vê a imagem como ela ocorre no cérebro do "telegrafista",
mas sim, como ela surge no seu. Quando os pensamentos do último
vagueiam, a corrente psíquica se rompe e a comunicação fica
desarticulada e incoerente. Num caso como o meu, o chela tinha, por
assim dizer, que recolher o que pudesse da corrente que eu estava lhe
enviando, como indicado acima, e encadear os pedaços incompletos,
o melhor que pudesse. Não vêdes a mesma coisa no mesmerismo
comum: o maya impresso sobre a imaginação do sujeito pelo operador,
se mantém, ora mais forte, ora mais fraca, à medida que o operador
mantém a imagem ilusória mais ou menos forte, diannte da sua prórpia
imaginação? E quão frequentemente os clarividentes acusam o
magnetizador de afastar os seus pensamentos do sujeito sob exame!
E o curador mesmérico sempre vos declarará que se pensar em algo
que não seja a corrente vital que está canalizando para o seu paciente,
ele, de imediato se vê obrigado a restabelecê-la ou a abandonar o
tratamento. E assim eu, neste caso, tendo naquele momento de modo
mais vívido, em minha mente o diagnóstico psíquico do pensamento
espírita comum, do qual a conferência do Lago Pleasant era um
exemplo bem nítido, transferi inconscientemente aquela recordação
mais nitidamente que as minhas próprias observações sobre a mesma
e as minhas deduções tiradas de tudo isso. Ou seja, as declarações do
senhor Kiddle, a "despojada vítima", ficaram mais focalizadas e foram
fotografadas mais vivamente (primeiro no cérebro do chela e daí no
papel que tinha diante de si, um processo duplo e muito mais difícil que
a simples "leitura do pensamento"), tal como agora vejo, estão
dificilmente visíveis e bastante distorcidas nos fragmentos originais que
tenho diante de mim. Ponde entre as mãos de um sujeito mesmerizado
uma folha de papel em branco, diga-lhe que contém um certo capítulo
de algum livro que tenhais lido, concentrai os vossos pensamentos
sobre as palavras e vêde como, desde que o sujeito mesmo não leu o
capítulo mas só o retira da vossa memória, a sua leitura refletirá as
vossas recordações sucessivas, de uma maneira mais ou menos
nítidas, da linguagem do vosso autor. O mesmo quanto à precipitação,
pelo chela, dos pensamentos transferidos sobre (ou melhor dito dentro)
do papel: se a imagem mental recebida for débil, a sua reprodução
visível também o será. E mais o será na proporção do rigor de atenção
que ele prestar. Se fosse simplesmente uma pessoa de um verdadeiro
temperamento mediúnico, poderia ser empregado pelo seu "Mestre"
como uma espécie de máquina psíquica de imprimir, produzindo
impressões litografadas ou psicografadas do que o operador tenha na
sua mente, sendo a máquina o seu sistema nervoso, a sua aura
nervosa, o fluido que imprime; as cores seriam retiradas desse
inexaurível depósito de pigmentos (como de tudo o mais), o Akasa.
Mas o médium e o chela são diametralmente diferentes, e o último atua
conscientemente, exceto sob circunstâncias excepcionais durante o
seu desenvolvimento, o que não é necessário tratar aqui.
Desta vez as transcrevo com minha própria letra, pois a carta que
possuis foi escrita por um chela. Peço-vos também que compareis esta
caligrafia com a de algumas das primeiras cartas que recebestes de
mim. Recordai também a enfática negativa da "Velha Dama" em Simla,
de que a minha primeira carta tinha sido escrita por mim mesmo. Senti-
me molestado por sua murmuração e comentários naquela ocasião;
agora pode ser útil para alguma coisa. Ah! Sem dúvida que todos nós
somos "deuses"; especialmente quando recordais que, desde os
florescentes dias das "impressões" e "precipitações", "K.H." surgiu em
uma luz nova e mais elevada, e mesmo esta, de forma alguma, é a
mais brilhante que pode ser atingida nesta terra. Na verdade, a Luz da
Onisciência e Infalível Previsão nesta Terra, que somente brilha para o
mais elevado CHOHAN, exclusivamente, ainda está bastante distante
de mim!
É certamente muito lisongeiro saber por ele que a senhora K.16 "tem
tentado o melhor que possa para me encontrar em um ou mais dos
seus transes" e muito triste saber que "embora ela tivesse me invocado
com toda a sua determinação espiritual - ela não obteve resposta". É
muito ruim, realmente, que essa "gentil dama" tenha se dado ao
trabalho de buscar esterilmente através do espaço a minha
insignificante pessoa. Evidentemente, movemos-nos em "círculos
astrais diferentes e o caso dela não é o primeiro exemplo de pessoas
que se tornaram céticas acerca da existência de coisas fora do próprio
meio. Existem, como sabeis, "Alpes sobre os Alpes", e de dois picos
diferentes não se vê o mesmo problema. Entretanto, é como vos disse,
lisongeiro encontrá-la invocando-me pelo meu nome, enquanto
preparava para mim e os meus colegas um desastroso Waterloo. Para
dizer a verdade, eu não estava consciente do primeiro, embora
dolorosamente do segundo. Entretanto, mesmo que o triste plano não
tivesse entrado em sua mente espiritual, eu não penso, para ser
honesto, que pudesse ter respondido, nalgum momento, ao seu
chamado. Como o diria um espírita americano: parece haver muito
pouca afinidade entre as nossas duas naturezas. Para mim ela é muito
arrogante e imperiosa, demasiado enfatuada; além disso, é muito
jovem e "fascinante" para um pobre mortal como eu. Falando
seriamente, senhora Gebhard é outro tipo de pessoa muito diferente.
Ela é de uma natureza genuinamente sincera; uma ocultista nata em
suas intuições, e eu fiz algumas experiências com ela, embora isso
seja mais uma tarefa de M. do que minha e porque, como dirieis, não
fui encarregado de início com a tarefa de conhecer todas as sílabas e
sereias do sistema Teosófico. As minhas próprias preferências me
inclinam a me manter no lado mais seguro dos sois sexos em meus
contatos ocultos com eles, embora por certas razões, mesmo essas
visistas, fisicamente, devem ser extremamente restritas e limitadas.
Anexo um telegrama do senhor Brown à "Velha Dama". Em uma
semana estarei em Madras, de Singapura, Ceilão e Birmania. Irei vos
responder por intermédio de um dos chelas da Sede Central.
A pobre "Velha Dama" em desgraça? Oh! meu caro, não! Nada temos
contra a velha senhora, a não ser o fato de que ela é assim. Para evitar
que sejamos insultados, como ela o chama, está disposta a dar os
nossos endereços verdadeiros e assim produzir uma catástrofe. A
verdadeira razão é que a desventurada criatura se viu muito
comprometida e insultada muito amargamente, devido à nossa
existência. Tudo cai sobre ela e portanto, é muito justo que seja
resguardada nalgumas coisas.
Sim; se possível, gostaria de vê-lo, Presidente. A não ser que seja
permitido pelo Chohan20 (que lhe envia as suas bençãos) a atuar em
outro nível quanto a negócios, isto é, psicologicamente, eu renuncio a
acreditar no renascimento do Phoenix, contando com a boa vontade
de meus compatriotas. Os sentimentos entre as duas raças estão
agora intensamente amargos, e qualquer coisa que os indianos
empreendam agora, é seguro que terá a oposição sem tréguas dos
europeus na Índia. Vamos deixá-lo por algum tempo. Responderei as
vossas perguntas na minha próxima carta. Se encontrardes tempo para
escrever para o Theosophist, e se puderdes induzir a alguém mais a
fazê-lo, como o senhor Myers, por exemplo, vos agradecerei
pessoalmente. Estais equivocado ao desconfiar dos escritos de Subba
Row. Não escreveu intencionalmente, é certo, mas nunca faria uma
afirmação falsa. Vejai o seu último artigo no número de novembro. A
sua afirmação a respeito dos erros do general Cunnigham deveria ser
considerada como uma completa revelação conduzindo à uma
revolução na arqueologia indiana. Certeza quase total de que nunca
receberá a atenção que merece. Por que? Simplesmente porque as
suas afirmações contêm fatos verdadeiros, e o que vós, os europeus
preferem em geral, são as ficções, desde que elas se ajustem às
teorias preconcebidas, e a elas respondam.
K.H.
Seu apressadamente,
K.H.
Carta Nº 095
(Maio de 1882)
Esta carta está em duas folhas de papel diferente, em tinta azul fosca.
A primeira folha, em papel encorpado dobrado, traz o timbre "Governo
das Províncias de Noroeste e de Oudh", (o Sr. Hume tinha sido antes
Oficial Distrital das Províncias do Noroeste). A segunda folha é fina,
trazendo o timbre "The Pioneer, Allahabad". Como a questão do
transporte de papel escrito por meios ocultos foi levantada por Sinnett
na pergunta que se segue à Pergunta e Resposta nº.5, surge a
suposição de que K.H., tinha retirado uma folha de papel, igualmente
de Sinnett e de Hume, para nelas escrever este texto de Apêndice,
talvez exatamente para mostrar quão fácil era fazer isso.
K.H.
Carta Nº 096
Bem, Sahib, não deveis ser muito severo com o pobre e desgraçado
jovem. Essa noite ele era um irresponsável absoluto. Naturalmente o
fato de pertencer à vossa Loja de Londres da Sociedade Teosófica é
uma tolice, pois um médium que cobra e de quem se suspeita, não está
à altura dos cavalheiros ingleses. Entretanto, é honesto ao seu modo
e por mais que K.H. o tivesse gracejado no seu cartão dirigido aos
Gordons, e que todos vós levaram a sério na ocasião, na verdade ele
é honesto à sua maneira e merece compaixão. Trata-se de um pobre
epilético sujeito a ataques, especialmente nos dias em que espera ser
convidado para ceiar conosco. Penso pedir a K.H. que solicite um favor
ao senhor Ward: que salve o pobre desgraçado dos dois elementais
que aderiram a ele como sanguessugas. É fácil para o bom "Tio
Samuel" conseguir para ele uma nomeação em alguma parte e salvá-
lo assim de uma vida de infâmia que o está matando; fará assim um
ato meritório de caridade teosófica. O senhor Ward está equivocado.
W.E. não é culpado de qualquer trapaça consciente e deliberada
aquela noite; ele tinha um desejo apaixonado de ingressar na Loja de
Londres, e como o desejo é pai da ação, os seus sanguessugas astrais
fabricaram aquela minha carta, usando meios próprios. Se ele mesmo
o tivesse feito, teria recordado que não era a minha letra, que ele já
conhece por intermédio dos Gordon. Ai dos espíritas! Seu karma pesa
com a ruina de homens e mulheres que incitam à mediunidade e que
depois abandonam para definharem como um cão desdentado. De
qualquer modo, peça-lhe o cartão de Upasika com a sua pretendida
escrita. É bom conservá-lo e mostrá-lo ocasionalmente aos Massey da
Loja de Londres que acreditam em simples mentiras e suspeitarão de
fraudes onde não há nenhuma. Estais livre para considerar-me como
um "negro" e um selvagem Sahib. Mas, embora eu seja o primeiro a
aconselhar a reeleição da senhora K.8, apesar disso confiaria mais na
clarividência de W.E.9 que na da senhora K., ou melhor, na
interpretação que ela dá de suas visões. Mas isso terminará logo.
Subba Row está vos inocentando. Escrevo uma resposta ao
australiano convertido.
M.
Carta Nº 097
Por algum tempo não houve cartas, e a última, vinda do Mahatma K.H.,
não foi encorajadora. Na ocasião em que esta carta foi recebida, H.P.B.
havia deixado Adyar pela última vez em março e tinha ido para a
Alemanha, onde ela estava trabalhando na "A Doutrina Secreta". Um
outro chela indiano, Babaji ou Bawajee, tinha vindo com ela da Índia e
evidentemente Mohini tinha vindo para encontrá-los.
M.
Carta Nº 098
Esta carta é uma resposta a uma carta de Sinnett para o Mahatma K.H.
na qual ele contou ao Mahatma a respeito de um fato em sua vida que
haveria de ter grandes repercussões.
Obviamente Hume mandou essa carta para o Mahatma K.H. para que
lesse, e a carta retornou através de H.P.B. Ao devolvê-la para Hume,
ela disse que o Mahatma tinha dado ordens "através dela para o
Conselho Geral" para convidar o Sr. Chatterji a renunciar. Isto
desagradou Hume, que declarou que o Mahatma não foi de modo
algum cavalheiro; de que a carta era privada. O Mahatma diz que a
carta não era privada, dado que Hume a circulara entre os membros.
O Mahatma soube de tudo isso através de Djual Khul que "tomou
conhecimento do fato pessoalmente e tem uma excelente memória".
Isto indica que Djual Khul estava lá em seu corpo sutil, porque ele não
figura entre as pessoas citadas pelo Mahatma como presentes.
H.P.B. acaba de ter uma discussão com Djual Khool, que sutentava
que o procedimento desagradável não foi anotado nas atas por
Davidson, enquanto que ela afirmava que sim. naturalmente, ele
estava certo e ela equivocada. Entretanto, se a sua memória lhe falhou
neste particular, serviu-a bem quanto ao fato em si. Certamente
recordais o fato. Reunião dos Ecléticos no salão dos bilhares.
Testemunhas: vós mesmo, os dois Hume, o casal Gordon, Davidson e
H.P.B. Assuntos: S.K. Chatterji, a sua carta a Hume expressando o seu
desprezo pela Teosofia e suspeitas da boa fé de H.P.B. Passando ao
senhor Hume a carta que eu devolvi a ela, disse que eu havia
determinado ao Conselho Geral, por seu intermédio, para que se
convidasse o Babu a renunciar. Em consequência, o senhor Hume
proclamou muito enfaticamente: "Em tal caso, o vosso Koot Hoomi não
é um cavalheiro. A carta é uma comunicação resevada e, em tais
circunstâncias nenhum cavalheiro pensaria em atuar como ele deseja".
Entretanto, a carta não era reservada, pois foi dada a conheceer entre
os membros pelo senhor Hume. Nesse momento não prestei nenhuma
atenção a essa insinuação, nem tampouco cheguei a saber dela por
intermédio de H.P.B., mas por D. Khool, que a ouviu mesmo e tem uma
excelente memória.
Agora, quereis fazer-me o favor de me escrever duas linhas, contando-
me o episódio tal como vós o recordais? Foram as palavras "não é um
cavalheiro" aplicadas ao vosso humilde servidor ou em geral? Eu vos
pergunto como um cavalheiro, e não como um amigo. Isto tem uma
importante relação com o futuro. Uma vez feito isso, eu vos farei ver os
últimos desenvolvimentos da infinita "fertilidade de recursos" ao serviço
de nosso mútuo amigo. Pode ser que, em quaisquer outras
circunstâncias, as fanfarronadas do senhor H. a respeito da alta opinião
que Lord Ripon tem do conhecimento teosófico de Hume, e da sua
falação de que os seus serviços que nos prestou, literários, monetários
ou de outra natureza, tivessem passado desapercebidos, pois todos
conhecemos as suas debilidades; mas no caso presente, devem ser
tratados de forma a não deixar para ele nenhum motivo em que se
aferre, porque a última carta que me dirigiu (que vereis) não só está
em desacordo com as reconhecidas regras de urbanidade, mas
também porque, a menos que se provém de fato as suas próprias
afirmações errôneas, ele se vangloriará daqui por diante, de ter dado
um desmentido direto a nossa Fraternidade, e isso nenhum membro
desta poderia nunca permitir. Não podeis deixar de notar o absurdo
contraste entre a sua aparente confiança nos seus maravilhosos
poderes e superioridade e o ressentimento que exibe, à menor
observação que faço sobre ele. Ele deve ser levado a entender que se
ele fosse tão grande como afirma, ou mesmo que estivesse totalmente
satisfeito com a sua grandeza e da infalibilidade do poder da sua
memória, permaneceria como agora, tão vulgarmente ofensivo. A sua
sensibilidade é, em si mesma, uma evidência das dúvidas emboscadas
na sua mente sobre a validade das pretensões que tão arrogantemente
apresenta; daí advém a sua irritabilidade excitada por qualquer coisa e
por tudo que possa perturbar as suas auto-ilusões.
K.H.
Carta Nº 099
E agora acerca do vaquil que fala inglês. Seria o homem tão culpado?
Vós e os que vos rodeiam nunca o ensinaram que existe algo na "Yog
Vidya". As únicas pessoas que se deram decididamente ao trabalho de
educá-lo, ao fazê-lo, ensinaram-lhe o materialismo; estais desgostoso
com ele, mas quem tem culpa?...Talvez eu julgue como um
estrangeiro, mas parece-me que o véu impenetrável de segredo com o
qual vos rodeais, as enormes dificuldades que opondes à comunicação
de vosso conhecimento espiritual, são a maior causa do desenfreado
materialismo que tanto deplorais.
Seu sinceramente,
A.O. Hume
Carta nº. 9 (CM-98) Recebida em 1 de Dezembro de 1880 (ou mais
tarde)
(4) AMEN! Meu querido amigo; a vós deve ser creditado por não iniciar
na sua mente a gloriosa idéia de oferecer os seus serviços como
Mestre-Escola Geral do Tibet, Reformador das antigas superstições e
Salvador das futuras gerações. Naturalmente, se ele lêsse isto,
mostraria imediatamente que eu argumento como um "macaco
educado".
Outro dia coloquei no correio, em Umballa, uma carta para vós. Noto
que ainda não a recebestes.
Koot' Hoomi.
Carta Nº 100
O novo guia tem, entretanto, que vos dizer algumas palavras. Caso vos
importeis com nossas relações futuras, então é melhor que trateis que
vosso amigo e colega, o senhor Hume, abandone a sua idéia louca de
ir ao Tibet. Pensa ele, realmente, a menos que o permitamos, que ele
ou um exército de Pellings, poderá nos encontrar ou regressar com a
notícia de que somos, afinal, apenas uma "ficção", como ele nos o
chama? Louco é aquele homem que imagine que mesmo o Governo
Britânico é bastante forte, rico e poderoso para ajudá-lo a realizar o seu
plano tão disparatado! Aqueles que desejamos que nos conheçam nos
encontrarão na própria fronteira. Aqueles que colocaram contra eles
mesmos o Chohans, como ele o fez, não nos encontrariam, ainda que
fossem até Lhasa com um exército. O seu intento de realizar o plano
assinalará a absoluta separação entre o vosso mundo e o nosso. A sua
idéia de pedir ao Governo permissão para ir ao Tibet é ridícula.
encontrará perigos a cada passo, e não ouvirá nem mesmo as mais
remotas notícias sobre nós ou sobre o nosso paradeiro. Na noite
passada uma carta seria transmitida para ele bem como para a
senhora Gordon. O Chohan o proibiu. Estais advertido, bom amigo, e
aji de acordo.
K.H.
Carta Nº 101
(Outubro de 1882).
Vosso,
K.H.
Carta Nº 118
Notei o seu temor outro dia, na casa do senhor Hume, de levar consigo
para o lar os gérmens da enfermidade, pois a minha atenção foi atraida
para ela pelo "Deserdado", que estava vigiando. Não temeis em
nenhum caso. Espero que me perdoareis se vos aconselho costurar
numa pequena bolsinha o que vos envio - uma parte dele bastará - e
que pendureis no pescoço da criança.
Vosso,
K.H.
K.H.
Vosso,
K.H.
RECORTE DO JORNAL
Usai o cabelo que anexo, numa fita de algodão, (e se prefereir num bracelete
metálico) em vosso braço esquerdo, um pouco mais abaixo de sua axila. Segui
o conselho que vos será dado por Henry Olcott. É bom e nada temos a objetar.
Não guardeis maus sentimentos, contra um inimigo ou alguém que vos
produziu dano, pois o ódio atua como um antídoto e pode prejudicar até o efeito
deste cabelo.
Carta Nº 121
Vosso sempre,
K.H.
Carta Nº 122
Curiosamente, esta carta é datada de Londres, Inglaterra, em 27
de abril. Não há explicação para isso. No "Guia do Leitor das
Cartas dos Mahatmas para A.P. Sinnett" de George Elinton e
Virginia Ranson, comenta-se que "pode-se talvez cogitar que ela
foi transmitida através de Eglinton como um teste de sua
habilidade e da possibilidade de ser aproveitado para essa
finalidade caso retornasse para a Índia. Isto está mencionado nas
Cartas de H.P.B. para Sinnett, 193 e 193A, p.361 (Veja o Apêndice
III deste livro)
Vosso,
K.H.
Londres, 27 de abril.
K.H.
Carta Nº 124
K.H.
Carta Nº 125
1 Seja quem for o que Sr. Oxley tenha visto e com ele conversado
nas referidas ocasiões, não foi com Koot Hommi, o autor das cartas
publicadas no Mundo Oculto.
Por ordem,
Tanto B.1 como eu, haviamos contado muito com o jovem, cujo
sentimentalismo verificamos que o incapacita para o trabalho útil de
intermediário. Entretanto, não cessarei de buscar e tenho a
esperança de vos enviar o nome de um posto do correio, no Punjab
ou nas Províncias do Noroeste, por onde um dos nossos amigos
passará e voltará a passar uma ou duas vezes a cada mês.
K.H.
Carta Nº 127
Telégrafo da Índia
Telégrafo da Índia
Classe P. Local No 48
K.H.
Prezado Senhor,
Madame Blavatsky pediu-me várias vezes nos últimos três mêses
para vos dar aquelas instruções práticas de nossa Ciência Oculta
que me é permitido dar a uma pessoa na vossa posição: e agora...
me ordena...2 que vos ajude a levantar, até certo ponto, uma parte
do primeiro véu do mistério. A rigor, quase não é necessário dizer-
vos que dificilmente se pode esperar que os Mahatmas tomem ao
seu cargo a instrução e vigilância pessoal de principiantes como vós,
por mais sincero e sério que possais ser na sua crença na existência
deles e na realidade de sua ciência, assim como nos esforços que
fazeis para investigar os mistérios dessa ciência. Quando
reconhecerdes mais acerca deles e da vida peculiar que levam,
estou seguro que não vos sentireis inclinado a culpá-los por não vos
dar pessoalmente a instrução que estais tão ansioso de receber
deles.
(2) Deveis levar uma vida de tal natureza, que guarde relação com o
espírito das regras que já vos foram dadas como orientação.
T. Subba Row
Carta Nº 131
Subba Row escreveu, então, uma carta para Sinnett (Carta nº.58),
estabelecendo as condições as quais o inglês deveria aceitar, caso
essa instrução fosse dada. Sinnett respondeu a Subba Row,
concordando de um modo um tanto relutante e com reservas e
estabelecendo algumas condições que os dois inglêses desejavam,
de sua parte, impor.
Subba Row mandou esta carta para o Mahatma M., dando a sua
opinião sobre as possibilidades quanto a essa instrução. Sinnett
escreveu ao Mahatma K.H. para saber o que Subba Row dissera a
respeito dele, opondo-se um pouco às condições estritas que tinham
sido impostas, caso os ensinamentos fossem prestados. O Mahatma
K.H. copiou alguns comentários da carta de Subba Row (então em
poder do Mahatma M.) com a permissão de M., e entregou-os a
Sinnett, ao mesmo tempo aconselhando a este não empreender uma
tarefa além de uas forças e capacidades e indicando que ele não
estava de acordo com a proposta do Mahatma M. de instruir Sinnett
na maneira verdadeira de chela - levando em conta as capacidades
de Sinnett (Veja Carta nº.59).
Estimado senhor:
T. Subba Row
Carta Nº 132
Sinnett havia escrito para Subba Row e este remeteu a carta para o Mahatma
M. com estes comentários. O Mahatma K.H. copiou-os da carta de Subba
Row em proveito de Sinnett, dado que certamente ele acha que o Mahatma
M. pode não dar atenção imediata à carta.
Mas eu não estou em condições de assegurar agora ao Sr. Sinnett que lhe
ensinarei qualquer das correlações mais elevadas. O que pretendo ensinar-
lhe agora, é a preparação preliminar necessária para estudar tais correlações
..........................................................................................................................
............................
Como tenho estado me deslocando daqui para ali desde a minha chegada
aqui, não pude completar o meu segundo artigo com referência ao livro do
Sr. Oxley.
Mas farei o melhor que possa para concluí-lo o mais cedo possível.
T. Subba Row
Vossa,
H.P.B.
Carta Nº 134
H.P. Blavatsky
Vossa,
H.P.B.
Carta Nº 136
Mas tudo isso não deixará de ser para vós senão aborrecimento
do espírito. Direis: "A pobre Velha Dama está de novo
desequilibrada". E permita-me profetizar que chegará o dia em
que acusareis K.H. também de ter-vos enganado, apenas por
deixar de dizer-vos o que não tem o direito de dizer a niguém.
Sim, podereis blasfemar mesmo contra ele, pois sempre esperais
secretamente que ele possa fazer uma exceção a vosso favor.
H.P.B.
H.P. Blavatsky
Carta Nº 138
Provavelmente esta será minha última carta para vós, querido Sr.
Sinnett. Levou-me quase uma semana para escrevê-la, tão débil
estou, e não creio, então, que terei outra oportunidade. Não
posso dizer-vos por que; muito provavelmente não o sentireis.
Não podereis permanecer fiel por muito tempo mais, vivendo
como viveis no mundo. Myers e a S.I.P. rirão de vós até o
desprezo. Hume, que vai a Londres em abril, colocará todos
contra os Mestres e a mim. Necessita-se outra espécie de
homens e mulheres do que a que tendes na Loja de Londres, à
exceção da senhorita Arundale e dois ou três mais para resistir a
uma tal perseguição e tormenta. E tudo isso porque profanamos
a Verdade ao dá-la indiscriminadamente e esquecido o lema do
verdadeiro ocultista: Saber, Ousar e MANTER-SE EM
SILÊNCIO.
Despeço-me, pois queridos senhor e senhora Sinnett. É
indiferente que eu morra em alguns mêses ou permaneça dois
ou três anos em solidão, estou já um tanto morta. Esqueçam de
mim e tratem de merecer a comunicação pessoal com o Mestre.
Então podereis predicar a Sua existência e caso tenhais o êxito
que eu tive, sereis insultado aos gritos como eu fui, e vereis se
podeis resistir a isso. Os Oakley me incitam a escrever à minha
tia e à minha irmã, pedindo-lhes que enviem o desenho do
broche de pérolas que lhes enviei em 1880. Eu recuso. Por que
haveria de fazê-lo? Caso seja provado o fenômeno do broche,
aparecerão outros que, com a ajuda de falsos testemunhos,
serão mostrados como falsos e eu estou cansada, cansada, tão
cansada e tão desgostosa, que a própria morte, com suas
primeiras horas de horror, é preferível a tudo isso. Que todo
mundo creia que sou uma farsante, com exceção de uns poucos
amigos e dos meus ocultistas indianos. Eu não negarei isso,
mesmo em frente deles. Dizei isso ao senhor Myers e aos outros.
Adeus, outra vez. Que a vossa vida seja feliz e próspera e que a
velhice da senhora Sinnett seja mais saudável do que a sua
juventude. Perdoai-me os aborrecimentos que eu possa ter vos
causado... e esquecei.
H.P. Blavatsky
Carta Nº 139
H.P.B.
Carta Nº 140
H.P. Blavatsky
Carta Nº 141
Por que a senhora Sinnett não viria com Dennie? Onde está o
mal e por que não deverá ficar comigo se encontro um bom
alojamento? Não me sentiria feliz se ela não estivesse comigo,
assim por que alojar-se em outra parte? Somente seria um
incômodo para ela e um aborrecimento de espírito para mim.
H.P.B.
Carta Nº 142a
A Carta 14A está escrita por Damodar Mavalankar, que era uma
figura importante nos primeiros dias da S.T. Ele era um chela do
Mahatma K.H. e finalmente juntou-se ao Mestre
permanentemente.
A SOCIEDADE TEOSÓFICA
DAMODAR K. MAVALANKAR
K.H.
Carta Nº 143
Sempre vosso,
A.P. Sinnett
Carta Nº 144
Veja Notas à Carta nº.50
K.H.
Carta Nº 145
K.H.