Sie sind auf Seite 1von 2

NOTÍCIAS / ALEMANHA

AL EM AN H A

Intelectuais se engajam por candidato oposicionista à
presidência alemã
Em 30 de junho de 2010 a Alemanha escolhe seu novo presidente e, mesmo em clima de Copa, a discussão em torno dos
candidatos é acalorada. A intelectualidade do país toma a palavra a favor do oposicionista Joachim Gauck.

Uwe Kolbe, Herbert Grönemeyer, Jürgen Trimborn, Roger Willemsen, Susanne Kippenberger, Klaus
Ungerer... a lista é imponente, quase um who is who da atual cena intelectual e literária do país. A
duas semanas da escolha do novo presidente da Alemanha, 146 escritores e editores, historiadores,
publicistas e cientistas redigiram um apelo em prol do candidato dos social­democratas (SPD) e
verdes, Joachim Gauck.

O grupo colocou online um abaixo­assinado (www.wir­fuer­gauck.de), no qual cita a conservadora
chanceler federal Angela Merkel como autora do melhor argumento a favor do concorrente da
Joachim Gauck
oposição.

Gauck é teólogo, foi ativista pelos direitos civis na Alemanha comunista, e durante anos
chefe do órgão encarregado de processar os arquivos da Stasi (antiga polícia secreta da
República Democrática Alemã). Os demais candidatos à presidência federal são o
governador da Baixa Saxônia, Christian Wullff, pelos conservadores cristãos
(CDU/CSU), e Luc Jochimsen, do partido A Esquerda. Também o NPD, de extrema
direita, apresenta candidato próprio.

"Historicamente correta, grande valor social"

"Os abaixo assinados estão convencidos de que Joachim Gauck deva ser o futuro Horst Köhler (2º da esq. para a dir.) renunciou
presidente federal. Ele possui todos os pré­requisitos para esse cargo. Sua escolha seria inesperadamente ao cargo
uma decisão historicamente correta, de grande valor social", pontifica o conciso texto
publicado no Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), um dos mais conceituados jornais alemães, de orientação centro­direita.

Entre os signatários encontra­se o autor Burkhard Spinnen. Para ele, Gauck é o melhor candidato por refletir "a experiência da divisão, a
vida na parte mais complicada da Alemanha – durante 40 anos". Além disso, em sua pessoa estariam contidas "as vivências das
dificuldades que os alemães têm de se unirem", comentou, em entrevista à Deutsche Welle.

Nas semanas anteriores, outros autores já haviam advogado publicamente a causa de Joachim Gauck. Katja Lange­Müller escreveu no
FAZ de 8 de junho: "Com Gauck, os realmente poderosos não teriam mais uma de suas cômodas figuras de papelão e camaradas
decorativos, aos quais entregam com prazer o cargo de presidente, para então, ao contrário da mídia, apenas caçoar dele pelas costas".

Autoridade inerente

Desde o início do debate, pouco após a renúncia de Horst Köhler do cargo, o filósofo e escritor
Rüdiger Safranski se pronunciara por Gauck. Entre outros motivos, por ele não ser um político de
carreira, mas sim alguém que entrou na política movido por outros interesses, vindo de uma área
diferente.

Monika Maron, por sua vez, declarou­se francamente indignada, num artigo de 14 de junho, para o
Website 'www.wir­fuer­gauck.de' semanário Der Spiegel. Para ela, o cargo presidencial é "visto como butim pelos partidos", e o povo é
"ludibriado".

Segundo a escritora, "a enorme aceitação de Joachim Gauck" nasceria "da necessidade de um voz clara, não deformada pelo cálculo
tático; de uma autoridade que não emane do cargo, mas sim da pessoa, credenciada por sua trajetória de vida e por seus atos".

Resignação ou mudança de paradigma
Tais depoimentos significam que os intelectuais da Alemanha estão conformes e inócuos demais? Burkhard Spinnen não concorda, em
absoluto. Para ele, o atual envolvimento significa, antes, uma mudança de paradigma. Pois, durante décadas, a classe intelectual esteve
fixada em atuar em campos políticos semelhantes aos dos partidos.

"Sempre houve uma certa conexão, a vanguarda sempre foi meio de esquerda. [Mas] artistas e intelectuais sentiram bem forte que o
engajamento partidário, isto é, o apoio a determinados grupos políticos, não mais é o caminho do futuro, em termos de participação
política."

Para Spinnen, o clamor por Joachim Gauck é representativo do engajamento social de uma nova geração, menos comprometida com o
repetitivo dia­a­dia da política partidária e, portanto, talvez mais capaz de interferir.

Autoria: Jochen Kürten / Augusto Valente
Revisão: Alexandre Schossler

L EIA M AIS

Partido A Esquerda apresenta candidata à Presidência da Alemanha
Deputada Luc Jochimsen é a única mulher entre os três candidatos já indicados para disputar o cargo. Escolha será no dia 30 de junho. (08.06.2010)  

Christian Wulff deverá ser presidente da Alemanha
Após a renúncia de Horst Köhler, o político democrata­cristão conhecido por seu tom conciliador foi indicado pela coalizão de governo à presidência da
Alemanha. (03.06.2010)  

Presidente alemão Horst Köhler renuncia
Motivo do afastamento foram polêmicas declarações associando missões das Forças Armadas alemãs à defesa de interesses econômicos da Alemanha no
exterior. (01.06.2010)  

Arquivos de espionagem da Stasi somam 110 quilômetros de papel
Quando o tema é a antiga Alemanha Oriental, é quase inevitável falar sobre a Stasi, o órgão de espionagem do regime comunista. Desde 1992, vítimas de
espionagem têm acesso aos relatórios de espionagem e observação. (27.10.2009)  

Data 19.06.2010

Assuntos relacionados Joachim Gauck, Adam Fletcher , Liechtenstein, Fusca, Fritz Lang, Wim Wenders, Volker Schlöndorff, Werner Herzog, Wolfgang Petersen,
Roland Emmerich

Palavras­chave Joachim Gauck, presidente federal, alemão, Frankfurter Allgemeine Zeitung, FAZ, Christian Wullf, Luc Jochimsen, social­democratas, verdes

Compartilhar  Facebook   Twitter   google+   Mais

Imprimir  Imprimir a página

Link permanente http://dw.com/p/NxU9

Das könnte Ihnen auch gefallen