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APOSTILA
NORMA REGULAMENTADORA
NR20
Segurança e Saúde no
Trabalho com Inflamáveis e
Combustíveis
24 horas/aula
A NOVA NR20 – aprovada pela portaria 308/2012 apresenta muitos avanços quando comparada com a anterior. Entre os avanços temos:
Incorpora marcos internacionais, como a convenção 174 da OIT (Prevenção de acidentes industriais ampliados), a Diretiva de Sevesso
(COMAH – União europeia), o Process Safty Management (PSM – EUA) e o Sistema Globalmente harmonizado de classificação e
rotulagem de produtos químicos (GHS – ONU).
A NR20 já está articulada e utiliza os conceitos das NRs e NBR’s mais modernas, entre elas: NR4 (SESMT – análise de risco), NR5 (CIPA
– inspeção no ambiente de trabalho), NR7 (PCMSO – riscos psicossociais), NR9 (PPRA – articulação e anexo I), NR10 (Eletricidade –
áreas classificadas), NR12 (Máquinas – manuais inspeção e manutenção), NR26 (Sinalização e GHS – definições e sinalização), NR33
(Espaços confinados – proficiência, riscos psicossociais), NBR’s 17505 e 14725.
A nova NR20 também já engloba o conceito de CICLO de VIDA da INSTALAÇÃO e é baseada em pilares estratégicos (projeto,
classificação, procedimentos operacionais, planos de manutenção e emergências, análise de riscos envolvidos, capacitação de
trabalhadores, prontuário, acesso a informação e direito de recusa).
A NR20 agora apresenta Glossário dos termos adotados, e é progressiva nos prazos de implementação, além de possuir uma CNTT
NR20 (comissão nacional tripartite temática da NR20) com trabalhos contínuos em busca de melhorias e adequação desta NR.
NOTA IMPORTANTE:
A NR20 – no item 20.1.1 – descreve: esta Norma Regulamentadora NR estabelece requisitos mínimos para a GESTÃO da segurança e saúde no
trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.
É importante então observarmos que GESTÃO significa: ato de gerir, administrar, direcionar.
Abaixo colocamos uma sugestão de um PLANO DE GESTÃO PARA NR 20:
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA NR20 (SUGESTÃO)
META FATORES DE RISCO DE ACIDENTES GERENCIADOS
Nível da análise de Análise crítica dos resultados Tomada de ações corretivas nos insucessos Padronização dos sucessos
resultados e decisão
Nível de operação Procedimentos Plano de prevenção e Plano de Emergência Permissão de Trabalho Controle de fontes de
operacionais controle ignição
Nível de projeto Regulamentação Documentos de projeto Classificação de áreas Análise de riscos Gestão de modificações
Nível estrutural Política de SSMA Dimensionamento Capacitação dos Indicadores Comunicação Prontuário
da equipe trabalhadores
Ao longo desta apostila iremos detalhar alguns dos tópicos acima indicados.
INSTALAÇÃO: Unidade de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis (líquidos e gases) e
líquidos combustíveis, em caráter permanente ou transitório, incluindo todos os equipamentos, máquinas, estruturas, tubulações, tanques,
edificações, depósitos, terminais e outros necessários para seu funcionamento.
A NR 20 não se aplica a plataformas e instalações de apoio empregadas na exploração e produção de petróleo e gás no subsolo marinho; assim
como também não se aplica a edificações residenciais unifamiliares.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES
De acordo com o novo texto da NR20, as instalações que trabalham com líquidos inflamáveis e combustíveis são classificadas pelos seguintes
parâmetros:
CLASSE I
a) Quanto à atividade:
A.1 – postos de serviço com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou transitória:
b.1 – gases inflamáveis: acima de 2 toneladas até 60 toneladas
b.2 – líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 10 m3 a até 5.000 m3
CLASSE II
a) Quanto à atividade:
a.1 – engarrafadoras de gases inflamáveis
a.2 – atividades de transporte dutoviário de gases e líquidos inflamáveis e/ou combustíveis
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou transitória:
b.1 – gases inflamáveis: acima de 60 toneladas até 600 toneladas
b.2 – líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 5.000 m3 a até 50.000 m3
CLASSE III
a) Quanto à atividade:
a.1 – refinarias
a.2 – unidades de processamento de gás natural
a.3 – instalações petroquímicas
a.4 – usinas de fabricação de etanol e/ou unidades de fabricação de álcool
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou transitória:
b.1 – gases inflamáveis: acima de 600 toneladas
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b.2 – líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 50.000 m
Notas:
A NR20 estabelece através do Item 20.4.1.1 – para critérios de classificação, o tipo de atividade enunciada possui prioridade sobre a capacidade
de armazenamento.
No item 20.4.1.2 temos: quando a capacidade de armazenamento da instalação se enquadrar em duas classes distintas, por armazenar líquidos
inflamáveis e/ou combustíveis e gases inflamáveis, deve-se utilizar a classe de maior gradação.
EXEMPLOS DE INSTALAÇÕES
INSTALAÇÃO CLASSE I
POSTO DE SERVIÇO
Instalação onde se exerce a atividade de fornecimento varejista de
inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos combustíveis.
INSTALAÇÃO CLASSE II
ENGARRAFADORA DE GLP
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
INSTALAÇÃO CLASSE III
Refinaria
EXCEÇÕES NO ENQUADRAMENTO:
A NR20 estabelece ainda, no anexo I, as duas exceções que não são enquadradas pelas classes acima:
1 – As instalações que desenvolvem atividades de manuseio, armazenamento, manipulação e transporte com gases inflamáveis acima de 1
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tonelada até 2 toneladas e de líquidos inflamáveis e/ou combustíveis acima de 1 m até 10 m devem contemplar no Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais, além dos requisitos previstos na NR9:
a) O inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
b) Os riscos específicos relativos aos locais e atividades com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
c) Os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
d) As medidas para atenuação em situações de emergência.
Para estas instalações o empregador deverá treinar, no mínimo, três trabalhadores da instalação que estejam diretamente envolvidos com
inflamáveis e/ou líquidos combustíveis, em curso previsto no anexo II da NR20.
O empregador deve treinar trabalhadores da instalação que estejam diretamente envolvidos com inflamáveis, em curso básico, na proporção
definida na tabela abaixo:
Capacidade armazenada (gases inflamáveis e/ou líquidos inflamáveis e/ou combustíveis) Número trabalhadores treinados
3 3
Acima de 1 tonelada até 5 toneladas e/ou acima de 1 m até 9 m Mínimo 2
3 3
Acima de 5 toneladas até 10 toneladas e/ou acima de 9 m até 42 m Mínimo 3
Acima de 10 toneladas até 20 toneladas e/ou acima de 42 m3 até 84 m3 Mínimo 4
3
Para cada 20 toneladas e/ou 84 m Mais 2 trabalhadores
É importante observar que para efeito destes pontos acima a NR20 aceita o curso de prevenção e combate à incêndios já realizado pelo
trabalhador a até dois anos da data em que foi publicada a NR20, desde que a carga horária mínima foi de 6 horas e que contemple no mínimo
80% do conteúdo programático do curso básico.
A NR20 ainda prevê que podem ser enquadrados nesta situação descrita acima instalações de armazenamento de recipientes de até 20 litros,
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fechados ou lacrados de fabricação, contendo líquidos inflamáveis e/ou combustíveis até o limite máximo de 10.000 m e de gases inflamáveis
até o limite de máximo de 1200 toneladas, desde que a instalação de armazenamento esteja separada por parede da instalação onde ocorre a
fabricação, envase e embalagem do produto a ser armazenado. Caso a instalação ultrapasse estes volumes máximos, a instalação deverá contar
com análise de riscos, conforme disposto na NR20, bem como plano de resposta a emergências também disposto na NR20.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
A NR20 estabeleceu a capacitação mínima para os profissionais que trabalham em instalações que exploram, produzem, armazenam,
manuseiam e manipulam líquidos inflamáveis e combustíveis, conforme descrito abaixo:
Capacitação para trabalhadores que adentram na área e NÃO mantêm contato direto com o processo ou processamento.
Instalação CLASSE I Instalação CLASSE II Instalação CLASSE III
Curso de integração (4 horas) Curso de integração (4 horas) Curso de integração (4 horas)
Capacitação para trabalhadores que adentram na área e mantêm contato direto com o processo ou processamento.
Atividade Classe da Instalação
Instalação CLASSE I Instalação CLASSE II Instalação CLASSE III
Específica, pontual e de Curso básico Curso básico Curso básico
curta duração (8 horas) (8 horas) (8 horas)
Manutenção e Inspeção Curso intermediário Curso intermediário Curso intermediário
(16 horas) (16 horas) (16 horas)
Operação e atendimento Curso intermediário Curso avançado I Curso avançado II
a emergências (16 horas) (24 horas) (32 horas)
Segurança e Saúde no -- Curso Específico Curso Específico
Trabalho (16 horas) (16 horas)
A NR20 também indica a atualização:
Curso Peridiocidade Carga horária
Básico Trienal 4 horas
Intermediário Bienal 4 horas
Avançados I e II Anual 4 horas
Outro aspecto importante é o conteúdo programático mínimo que também é estabelecido conforme abaixo:
CURSO DE INTEGRAÇÃO – Carga horária de 4 horas
1) Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos.
2) Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis.
3) Fontes de ignição e seu controle.
4) Procedimentos básicos em situações de emergência com inflamáveis.
CURSO BÁSICO – Carga horária de 8 horas
Conteúdo teórico:
1) Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos.
2) Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis.
3) Fontes de ignição e seu controle.
4) Proteção contra incêndio com inflamáveis.
5) Procedimentos básicos em situações de emergência com inflamáveis.
Conteúdo prático:
1) Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com inflamáveis
VAPORIZAÇÃO
Uma atmosfera explosiva ocorre somente quando uma substância inflamável está presente no estado gasoso e se mistura com o ar em
proporções adequadas. Se a substância inflamável ocorre não como um gás, mas como um líquido, ela deve mudar o seu estado de agregação
para forma gasosa antes que ela possa formar uma mistura explosiva.
Os líquidos mudam seu estado de agregação (também conhecido como estado físico) pelo processo físico de VAPORIZAÇÃO ou EVAPORAÇÃO.
Como cada molécula de um líquido exerce uma força de atração sobre as moléculas vizinhas, decorre então que aquelas que estão internas ao
líquido estão em estado de equilíbrio, devido à igualdade entre as forças de atração. Por outro lado, aquelas que estão situadas na superfície do
líquido são atraídas somente pelas que estão abaixo e ao lado de cada uma, ocasionando desta forma um desequilíbrio de forças de tal modo
que aparece então uma tensão superficial.
Por este motivo, elas podem, em função desse desequilíbrio de forças, ganhar o espaço acima do líquido. O líquido VAPORIZA ou EVAPORA. A
palavra evaporação tem para alguns o significado de vaporização lenta de um líquido numa determinada temperatura. Nesta nossa apostila,
ambas as palavras terão o mesmo significado. Os esforços das moléculas do líquido para ganhar o espaço acima de sua superfície são
denominados PRESSÃO DE VAPOR. Ela é uma constante física. Como a vibração natural das moléculas varia com a temperatura, o fenômeno da
vaporização também varia fortemente com a temperatura. O grau de evaporação é caracterizado pelo COEFICIENTE DE EVAPORAÇÃO.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
O coeficiente de evaporação de uma substância é uma característica que pode ser utilizada como fator de segurança. Como a vaporização varia
com a pressão de vapor e o calor latente de vaporização, o coeficiente de evaporação é uma expressão que engloba todos os efeitos principais
de significância para a velocidade de evaporação de um líquido sob as condições normais, sendo definido como a relação entre o período de
evaporação e o período de evaporação do éter. Logo, o coeficiente de evaporação indica o tempo necessário que um líquido leva para evaporar
completamente sem deixar resíduo, expresso em relação ao tempo de evaporação do éter.
Para dar uma ideia da ordem de grandeza da velocidade de evaporação, podemos tomar como exemplo que a acetona (coeficiente de
evaporação 2,1) distribuída numa superfície de um metro quadrado a uma temperatura de 25C desenvolve em um minuto uma quantidade de
tal (77 gramas) de vapor de acetona capaz de formar uma atmosfera explosiva de dois metros cúbicos de volume. A tabela, abaixo, mostra o
coeficiente de evaporação de algumas substâncias.
Substância Coeficiente de evaporação (Éter = 1) Densidade relativa (ar = 1) Ponto de fulgor (C)
Metano CH4 --- 0,55 ---
Benzeno C6H6 3 2,7 -11
Éter etílico (C2H5)2º 1 2,55 -40
Álcool etílico C2H5OH 8,3 1,59 12
Dissulfeto de carbono CS2 1,8 2,64 < -30
Hidrogênio H2 --- 0,07 ---
Acetileno C2H2 --- 0,91 ---
Óleo diesel 120 7 55
EBULIÇÃO
Se devido à aplicação externa de calor, a temperatura de um líquido é elevada e a pressão de vapor do líquido é acrescida até a pressão
externa, o líquido desenvolve bolhas de vapor no seu interior. Esse processo é chamado de EBULIÇÃO, e a temperatura na qual a ebulição se
inicia é chamada de PONTO DE EBULIÇÃO. O desenvolvimento de vapor em líquidos em ebulição é muito mais violento que os líquidos em
evaporação.
PONTO DE FULGOR
O fato de haver uma mistura de vapor acima da superfície do líquido por si só não significa que esta mistura seja inflamável. Quando a
quantidade de vapor gerada é muito baixa (difusão e convecção fraca) o enriquecimento do ar acima do líquido com vapores é, às vezes, tão
baixo que pode ser considerado desprezível. No entanto, quando a temperatura é suficientemente alta, o líquido irá desenvolver grandes
quantidades de vapor por evaporação, capaz de formar uma mistura inflamável.
É importante observar que “ponto de fulgor”, também conhecido pelo seu nome em língua inglesa “FLASH POINT” é a menor temperatura a
qual uma substância libera vapores em quantidade suficiente para que propague a chama, quando exposta a uma fonte de calor (energia).
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Na temperatura do PONTO de FULGOR, a quantidade de vapor não é suficiente para assegurar uma combustão contínua. Após ter atingido o
ponto de fulgor, a pequena quantidade de vapor formada pode ser inflamada na forma de uma chama rápida (‘flash”). Essa chama se extingue,
uma vez que a temperatura na superfície do líquido ainda não é bastante elevada para que seja capaz de produzir vapor em quantidade
suficiente para manter a combustão. Então, a menor temperatura na qual a mistura de vapor com o ar é inflamada por uma fonte externa de
ignição contínua a queimar constantemente acima da superfície do líquido chama-se PONTO DE COMBUSTÃO!
EXEMPLO: Considerando a temperatura ambiente num local de 25C e ocorrendo um vazamento de um produto com ponto de fulgor de 15C,
significa que este produto nessas condições está liberando vapores inflamáveis em quantidade suficiente, bastando apenas uma fonte de
ignição para que haja ocorrência de um incêndio ou uma “explosão”. Por outro lado, se o ponto de fulgor do produto for de 30C, significa que
este não estará liberando vapores inflamáveis suficientes para criar uma situação potencialmente perigosa.
TETRAEDRO DO FOGO
É interessante observar que a grande maioria dos líquidos inflamáveis e combustíveis são de origem orgânica, como por exemplo:
hidrocarbonetos (do petróleo e de origem vegetal), alcoóis, aldeídos, cetonas, solventes aromáticos e alifáticos, entre outros. Alguns gases
inflamáveis, como, por exemplo, o hidrogênio, pode ser obtido através de reações químicas de oxidação de ligas metálicas.
Outro aspecto muito importante a ser observado para os líquidos e gases inflamáveis é que os mesmos podem formar atmosferas
potencialmente “explosivas”, ou melhor, atmosferas que podem se inflamar subitamente (termo correto seria deflagração e/ou explosão como
veremos mais adiante). A formação de uma atmosfera potencialmente explosiva está ligada a dois fatores. São eles: a temperatura ambiente e
a área de contato da substância inflamável com o ar atmosférico. Abaixo esclarecemos estes dois fatores.
TEMPERATURA
A temperatura pode ser explicada como a grandeza física que indica o nível de
agitação dos átomos e moléculas de uma determinada matéria. Quanto maior for à
temperatura de um material, maior é o nível de agitação de suas moléculas.
Considerando um líquido inflamável em uma temperatura A e o mesmo líquido em
uma temperatura B maior que a temperatura A, temos que na temperatura B
encontraremos uma maior emanação de vapores, devido ao fato das moléculas do
líquido apresentar maior agitação, possibilitando maior desprendimento da fase
líquida.
RISCO DE UM VAZAMENTO DE
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
Por exemplo, em uma situação real de
vazamento de um líquido inflamável, à partir de
um tambor, como indicado no desenho ao lado,
temos que quanto maior for a área atingida pelo
vazamento, maior será a área de evaporação do
líquido, consequentemente, no caso de a
mistura entrar em combustão, maior será a área
inflamada!
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
EXPLOSIVIDADE
Quando uma determinada quantidade de vapor de um líquido inflamável (ou gás inflamável ou líquido combustível) está presente no ar
ambiente, a mistura (vapor + oxigênio) pode entrar em reação de combustão, se propagando rapidamente em todas as direções, com súbito
aumento da pressão no local. Este tipo de reação é chamada comumente de “explosão”.
O QUE É UMA EXPLOSÃO?
Uma explosão é uma reação química envolvendo uma substância inflamável que ocorre muito rapidamente e que durante sua ocorrência libera
grandes quantidades de energia (ocasionando um rápido aumento da pressão).
NOTA IMPORTANTE: VELOCIDADE DE COMBUSTÃO
A combustão pode ocorrer com velocidades diferentes. No caso de uma combustão em regime estável, como num bico de BUNSEN, a
velocidade de combustão é baixa, resultando em uma leve elevação de pressão. A velocidade de combustão pode cresce proporcionalmente na
razão entre a quantidade de substância inflamável e a quantidade de oxigênio no instante da ignição. Dependendo da velocidade de combustão
podemos distinguir entre: deflagração, explosão ou detonação!
DEFLAGRAÇÃO
A velocidade de combustão no caso de uma deflagração atinge a ordem de cm/s. Resulta num ligeiro acréscimo de pressão e um ligeiro efeito
de ruído. Misturas que estejam a uma temperatura próxima de seu ponto de inflamabilidade inferior ou superior usualmente queimam na
forma de deflagração.
EXPLOSÃO
A velocidade de combustão no caso de uma explosão atinge a ordem de m/s. O processo de combustão ocorre de maneira instável, e há um
considerável aumento da pressão (3 a 10 bar). O ruído resultante é forte, devido à expansão dos gases provocada pela alta temperatura.
DETONAÇÃO
A velocidade de combustão no caso de uma detonação é da ordem de km/s. A mistura explosiva se decompõe quase instantaneamente, e o
acréscimo de pressão pode ser superior a 20 bar. O ruído proveniente de uma detonação é extremamente forte.
É muito importante ainda observar a diferença entre uma explosão volumétrica e uma explosão concentrada. Uma explosão volumétrica é uma
reação de uma substância inflamável que está distribuída na forma de uma mistura com o ar circulante. Uma explosão concentrada é entendida
como sendo a reação que ocorre com explosivos, isto é, a substância contendo o oxigênio necessário para a combustão está na forma
quimicamente combinada; assim sendo poucos milímetros cúbicos de explosivo podem causar um grande volume para que ocorra uma
explosão volumétrica de efeito equivalente. Exemplos:
Mistura de vapor de petróleo com ar explode com uma velocidade de combustão de 20 a 25 m/s.
A explosão de pólvora de revólver ocorre com uma velocidade de 300 m/s.
Dependendo da composição de uma mistura de gases ou vapores inflamáveis com o ar, a mesma pode queimar na forma de chama, causar
deflagração, causar explosão ou até mesmo uma detonação! Por exemplo: uma explosão em uma longa tubulação pode ser desenvolver para
uma detonação.
LIMITES DE EXPLOSIVIDADE
Observando os conceitos acima, percebemos que para ocorrer a explosão, temos que ter uma quantidade mínima de gases e/ou vapores
inflamáveis (ou combustíveis) no ar ambiente. A quantidade mínima de gases e/ou vapores inflamáveis no ar para permitir que a reação de
combustão seja mantida é determinada como Limite Inferior de Explosividade (comumente indicada pela sigla LIE).
Uma mistura que não alcançou o Limite Inferior de Explosividade não
consegue sustentar a reação de combustão e normalmente este tipo
de mistura é chamada de “MISTURA POBRE”.
Já uma mistura que apresenta quantidade muito grande de vapores
inflamáveis, onde não há quantidade suficiente de oxigênio para que
a combustão ocorra é chamada de “MISTURA RICA”.
Entre a MISTURA POBRE e a MISTURA RICA há uma faixa de
concentrações que são inflamáveis; sendo estas concentrações
determinada pela faixa denominada MISTURA IDEAL!
Qualquer concentração compreendida entre os dois limites (inferior e
superior) pode formar uma atmosfera explosiva!
Uma característica que é importante observar é que para cada uma
das substâncias denominadas inflamáveis há uma concentração que
determina o Limite Inferior de Explosividade (LIE) e outra que
determina o Limite Superior de Explosividade (LSE). Estas
concentrações são diferentes para cada substância.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Abaixo temos uma tabela com alguns dos valores dos LIE e LSE para diversas substâncias.
Produto % em vol. LIE % em vol. LSE Produto % em vol. LIE % em vol. LSE
Acetaldeído 4,0 60,0 Estireno 1,1 6,1
Acetato de Butila 1,7 7,6 Etano 2,9 13,0
Acetato de Amila 1,0 8,0 Etanol 4,0 19,0
Acetato de Etila 2,5 12,0 Éter etílico 2,0 47,0
Acetona 2,5 13,0 Fenol 1,7 8,6
Acido Acético 5,5 16,0 Furfural 2,1 19,3
Acrilonitrila 3,05 17,0 Gasolina 1,3 7,1
Amônia 15,5 27,0 Hexana 1,2 7,7
Benzeno 1,5 7,5 Hidrazina 4,7 100,0
Benzina 1,0 6,0 Metano 5,0 15,0
Butadieno 2,0 11,5 Metanol 6,0 36,5
Butanol 1,5 11,0 Metiletilcetona MEK 1,8 11,5
Ciclohexana 1,5 8,5 Óxido de etileno 3,0 100,0
Cloreto de etila 3,5 15,0 Pentano 1,4 8,3
Cloreto de metila 8,1 17,2 Propano 2,1 9,5
Cloreto de vinila 4,0 26,0 Propanol 2,1 13,5
Clorobenzeno 1,5 8,0 Querosene 0,7 5,0
Cresol 1,1 ND Tolueno 1,2 7,0
Dietilamina 2,0 10,0 Tolueno diisocianato 0,9 9,5
Dissulfeto Carbono 1,5 45,0 Xileno 1,1 6,4
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA
Alguns produtos podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição (neste caso a
própria temperatura ambiente é suficiente para fornecer a energia para que a mistura entre em combustão) . Estes produtos
são transportados, na sua maioria, em recipientes com atmosferas inertes ou submersos em querosene ou água. O fósforo
branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exe mplos de produtos que entram em combustão espontaneamente, quando
em contato com o ar.
É importante observar que no parágrafo passado colocamos que o produto que entra em combustão espontânea pode estar
imerso no “querosene” que também é um líquido inflamável; no entanto, a função do querosene neste caso é evitar que o
material que sofre combustão espontânea tenha contato com o ar e também com a água (ver item abaixo) !
Quando da ocorrência de um acidente envolvendo este tipo de produto , a perda da fase líquid a poderá propiciar o contato
do mesmo com o ar (oxigênio e água na forma de vapor que é a umidade d o ar), motivo pelo qual deverá ser realizado o
estancamento do vazamento o mais rápido possível .
Outra ação a ser desencadeada (em casos específicos) em caso de acidente é o lançamento de água sobre o produto, de
forma a mantê-lo constantemente úmido, desde que o mesmo seja compatível com água, evitando -se assim sua ignição
espontânea.
Classificações de toxicidade
Uma explanação das classificações de toxicidade é dada como nos seguintes parágrafos:
U (Unknown - Desconhecido): esta designação é dada para substâncias que caem em uma das seguintes categorias:
(a) Informações toxicológicas não puderam ser encontradas na literatura e em outras fontes.
(b) Apenas informações limitadas (baseadas em experimentos com animais) estavam disponíveis, mas na opinião de peritos estas informações
não podem ser aplicadas para exposição humana. Em alguns casos esta informação é mencionada tanto que o leitor poderá saber que algum
trabalho experimental foi desenvolvido.
(c) Informações de dados foram omitidas por serem de validade questionável.
0 = Não tóxico: esta designação é dada para materiais que caem em uma das seguintes categorias:
(a) materiais que não causam risco algum sob qualquer condição de uso.
(b) materiais que produzem efeitos tóxicos em humanos somente em condição muito fora do comum ou através de dosagem excessivamente
alta.
1 = Levemente tóxico:
(a) Aguda local. Materiais que em uma única exposição durante segundos, minutos ou horas causam apenas efeitos brandos na pele ou
membranas mucosas indiferente da extensão da exposição.
(b) Aguda sistêmica. Materiais que podem ser absorvidos pelo corpo por inalação, ingestão ou através da pele e que produzem somente efeitos
brandos seguido de uma única exposição durante segundos, minutos ou horas; ou seguido de ingestão de uma única dose, indiferente da
quantidade absorvida ou da extensão de exposição.
(c) Crônica local. Materiais que em exposições contínuas ou repetitivas, estendendo-se durante períodos de dias, meses ou anos causam
apenas danos leves para a pele ou membrana mucosa. A extensão de exposição pode ser grande ou pequena.
(d) Crônica sistêmica. Materiais que podem ser absorvidos pelo corpo por inalação, ingestão ou através da pele e que produz somente efeitos
brandos seguidos de exposições contínuas ou repetitivas durante dias, meses ou anos. A extensão da exposição pode ser grande ou pequena.
Em geral aquelas substâncias classificadas como sendo levemente tóxicas, produzem mudanças no corpo humano que são prontamente
reversíveis e que irão desaparecer ao término da exposição, mesmo com ou sem tratamento médico.
2 = Moderadamente tóxico:
(a) Aguda local. Materiais que podem em simples exposição durante segundos, minutos ou horas, causar efeitos moderados na pele ou
membranas mucosas. Estes efeitos podem resultar de segundos de exposição intensa ou exposição moderada durante horas.
(b) Aguda sistêmica. Materiais que podem ser absorvidos pelo corpo por inalação, ingestão ou através da pele e que produzem efeitos
moderados seguidos de simples exposição durante segundos, minutos ou horas, ou seguidos de ingestão de uma única dose.
(c) Crônica local. Materiais que em exposições repetitivas ou contínuas, estendendo-se a períodos de dias, meses, ou anos causam danos
moderados para a pele ou membranas mucosas.
(d) Crônica sistêmica. Materiais que podem ser absorvidos pelo corpo por inalação, ingestão ou através da pele e que produzem efeitos
moderados seguidos de exposição contínua ou repetitiva, estendendo-se por períodos de dias, meses ou anos.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Aquelas substâncias classificadas como sendo moderadamente tóxico podem produzir mudanças irreversíveis, bem como, reversíveis no corpo
humano. Estas mudanças não são tão severas como ameaçar a vida ou produzir séria incapacidade física permanente.
3 = Severamente tóxico:
(a) Aguda local. Materiais que em uma simples exposição durante segundos ou minutos causam danos para pele ou membranas mucosas de
severidade suficiente para ameaçar a vida ou para causar danos físicos permanentes ou até desfiguração.
(b) Aguda sistêmica. Materiais que podem ser absorvidos pelo corpo por inalação, ingestão ou através da pele e que podem causar danos
severos o suficiente para ameaçar a vida, com uma simples exposição durante segundos, minutos ou horas, ou com a ingestão de uma simples
dose.
(c) Crônica local. Materiais que em exposições contínuas ou repetitivas, estendendo-se por períodos de dias, meses ou anos podem causar
danos à pele ou membranas mucosas de severidade suficiente para ameaçar a vida ou para causar danos físicos permanentes ou até
desfiguração (mudanças irreversíveis).
(d) Crônica sistêmica. Materiais que podem ser absorvidos pelo corpo através de inalação, ingestão ou através da pele e que podem causar
morte ou sérios danos físicos, seguidos de exposições contínuas ou repetitivas de pequenas quantidades durante períodos de dias, meses ou
anos.
Definição de Toxicologia
Em termos simples, toxicologia pode ser definida como a ciência da ação de venenos em organismos vivos. Toxicologia Industrial é relacionada
com o organismo humano e consequentemente está coligada ao campo da medicina. Desde que a medicina não pode ser considerada uma
ciência exata como a química, física ou matemática, o fenômeno da toxicologia não pode sempre ser previsto com precisão ou explicado com
base nas leis da física ou química. Este fato, que não pode ser previsto, frequentemente reduz as conclusões e decisões para opinião melhor do
fato. Genericamente falando, Toxicologia Industrial é relacionada com os efeitos de substâncias que penetram em alguma parte do corpo
humano.
Definição de veneno
O veneno pode ser considerado como substância que causa danos para os tecidos vivos, quando aplicados em doses relativamente pequenas.
Não é sempre fácil fazer uma distinção entre substâncias venenosas e não venenosas. A consideração mais importante quando definimos o
termo veneno, é relacionar a quantidade ou dosagem a partir da qual o produto se torna perigoso.
Dosagem efetiva
Certas substâncias podem causar danos quando aplicadas diretamente sobre a pele. Entre os fatores que são relacionados com dosagem
efetiva, os mais importantes são:
(1) Quantidade ou concentração do material.
(2) Duração da exposição.
(3) Estado de dispersão (tamanho da partícula ou estado físico, por exemplo: pó, fumos, gás, etc.).
(4) Afinidade ao tecido do corpo humano.
(5) Solubilidade nos fluidos dos tecidos humanos.
(6) Sensibilidade dos órgãos ou tecidos do corpo humano.
Obviamente existem possibilidades de grandes variações em qualquer um destes fatores.
Vias de Absorção
No sentido fisiológico, um material é tido como absorvido somente quando ele tenha conseguido entrada na corrente sanguínea e
consequentemente tenha sido carregado para todas as partes do corpo. Algo que foi engolido e que é posteriormente excretado mais ou
menos sem mudanças nas fezes não foi necessariamente absorvido, mesmo que possa ter permanecido no sistema gastrointestinal por horas
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ou mesmo dias. A Toxicologia Industrial se refere primeiramente com três rotas de absorção ou portas de entrada que os materiais podem
utilizar para atingir a corrente sanguínea: a pele, o trato gastrointestinal e os pulmões.
Absorção através da Pele - A pele é o maior órgão do corpo humano, e apresenta uma área de contato de 2,5 metros quadrados em média.
Antigamente a absorção pela pele, também chamada de absorção cutânea não era tida como verdadeira, tanto que alguns tratamentos como o
da sífilis, uma parte do padrão de terapia consistia no tratamento com mercúrio diretamente sobre a pele!
Hoje é reconhecido que absorção pela pele pode ser um fator significante em envenenamento ocupacional por
mercúrio, bem como, um número de outras doenças industriais. Um fato muito importante a ser observado é
que nem todos os produtos químicos passam pela pele, no entanto, alguns metais tais como o mercúrio, e uma
grande parte de solventes orgânicos alifáticos e aromáticos, solventes halogenados e compostos
organometálicos, como chumbo tetraetila passam pela pele em quantidades muito significativa em um curto
período de tempo. Uma fonte adicional de exposição é encontrada na prática muito comum de usar solventes
industriais para remoção de graxas e sujeira das mãos e dos braços, em outras palavras, para propósitos de
lavagem. Este procedimento, incidentalmente, é uma grande fonte de dermatites. Na figura ao lado temos um
desenho esquemático da pele humana, onde podemos observar as três camadas: derme, epiderme e sub-
cutânea.
O mecanismo de proteção oferecido pela pele é a oleosidade, que recobre toda a superfície da mesma. Esta oleosidade é gerada na glândula
sebácea e acaba sendo expelida para a parte mais externa da pele chamada de queratina. Esta oleosidade que é natural é facilmente degradada
por substâncias como solventes orgânicos em geral. Uma vez que a oleosidade é destruída, o produto químico acaba permeando para as
camadas mais profundas do tecido, entrando posteriormente na corrente sanguínea. Outros produtos químicos que também apresentam
passagem pela pele são os corrosivos fortes, tais como ácido sulfúrico e soda cáustica. Estes produtos não apresentam o que chamamos de
permeação (passagem através das camadas), mas sim penetração, pois os mesmos quando entram em contato com a pele, destroem
completamente todas as camadas da epiderme, derme e tecidos gordurosos da subcutis, entrando desta maneira na corrente sanguínea. O
tempo efetivo para que um indivíduo se contamine através da absorção pela pele depende de inúmeros fatores, tais como: tipo do produto
químico; tempo de contato com a pele; propriedades específicas da pele do indivíduo; temperatura da pele e do produto químico.
Historicamente, tem sido observado que cerca de 8% de todas as contaminações que acontecem dentro das indústrias se devem a absorção
através da pele.
Absorção Gastrointestinal - O simples fato que algo tenha sido colocado na boca e engolido, não significa necessariamente que tenha sido
absorvido. Naturalmente quanto menos solúvel o material é, menor é a possibilidade de absorção. O próprio trato estomacal possui
características bastante agressivas (pH bastante baixo), portanto para um produto vencer tal meio o mesmo precisa apresentar características
agressivas bastante fortes ou ser inerte ao meio ácido. No passado era comum atribuir certos casos de envenenamento ocupacional a hábitos
sem higiene por parte da vítima, particularmente falta de lavagem das mãos antes de alimentar-se.
Atualmente esta via de entrada não é considerada como a principal via de absorção, no entanto não há dúvidas
que alguns materiais tóxicos, que são utilizados na indústria, podem ser absorvidos através do trato intestinal.
Como exemplo, temos um caso ocorrido no Brasil, há alguns anos, em Franca (interior de SP), onde a rota de
penetração de um agente tóxico (chumbo) foi o trato gastrointestinal. Foi constatado que as vítimas, algumas
fatais, colocavam pregos para sapatos nos lábios, estando desta maneira ingerindo quantidades muito elevadas de
chumbo que se encontrava presente nos pregos. Ingestão acidental de quantidades perigosas de compostos
venenosos em uma única dose tem também sido registrada nos últimos anos, mas sempre em número reduzido,
considerando-se o ambiente industrial. Na figura ao lado podemos ver os órgãos que compõem o trato
gastrointestinal: Nariz, boca, faringe, laringe, esôfago, todo estômago e aparelho intestinal, fígado, vesícula biliar,
pâncreas e baço. Os rins não são visíveis neste corte. Devemos observar que os órgãos mais atingidos em tais
contaminações são: intestinos, fígado e rins. Muitos produtos tóxicos que são absorvidos pelo organismo, não
apenas pela via gastrointestinal, acabam sendo acumulados no fígado e nos rins. Análises laboratoriais,
principalmente hemogramas e análises da urina, podem dar uma série de informações sobre a existência ou não
de contaminações.
Absorção através dos pulmões - A inalação de ar contaminado é de longe o mais importante meio pelo qual os venenos ocupacionais ganham
entrada no corpo. É seguro estimar que pelo menos 90% de todo envenenamento industrial (excluindo dermatites) pode ser atribuído à
absorção através dos pulmões. Substâncias perigosas podem estar suspensas no ar na forma de pós, fumos, névoa ou vapor, e podem estar
misturados com o ar respirável no caso de verdadeiros gases. Desde que um indivíduo, sob condições de exercício moderado irá respirar cerca
de 10 metros cúbicos de ar no curso normal de 8 horas de trabalho diário, é prontamente entendido que qualquer material venenoso presente
no ar respirável oferece uma séria ameaça. Felizmente todos os materiais estranhos que são inalados, não são necessariamente absorvidos pelo
sangue. Uma certa quantidade, particularmente que está em um estado muito bem dividido, será imediatamente exalada. Outra parte do
material particulado inalado é captada pela mucosa que se localiza na passagem do ar (traqueia) e é subsequentemente expelida junto com o
muco. Nesta conexão é necessário ser mencionado que algum muco pode ser (conscientemente ou inconscientemente) engolido, desta
maneira aumentando a oportunidade para absorção intestinal. Outras partículas são captadas por algumas células que podem entrar na
corrente sanguínea ou ser depositadas em vários tecidos ou órgãos. Gases verdadeiros irão passar diretamente pelos pulmões até o sangue, da
mesma maneira como o oxigênio no ar inspirado. Por causa do fato que a grande maioria dos venenos industriais conhecidos podem em um
determinado espaço de tempo estar presente como contaminante atmosférico e verdadeiramente constituir uma ameaça potencial à saúde,
programas diretamente relacionados à prevenção de envenenamento ocupacional, geralmente dão mais ênfase à ventilação para redução do
perigo.
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Um dos fatores que eleva muito a facilidade de contaminação pela inalação é o fato que os
pulmões contém aproximadamente 700 milhões de alvéolos, que perfazem cerca de 100
metros quadrados de área de contato. Os mecanismos naturais de proteção (pelos nas narinas,
mucosas e cílios pulmonares) não apresentam eficiência suficiente para impedir a entrada de
partículas inferiores a 5 micra nos bronquíolos e alvéolos pulmonares. As partículas que
apresentam tamanhos de 2 micra ou menos, efetivamente podem chegar aos alvéolos
pulmonares, sendo as mesmas responsáveis por pneumoconioses. Partículas ainda menores
tais como gases e vapores entram diretamente na corrente sanguínea!
Algumas substâncias químicas agem diretamente no sangue, causando intoxicação química no
sangue, podendo inclusive causar efeitos nefastos em segundos, como o caso de gás
cianídrico, por exemplo, que pode ser fatal em segundos mesmo em pequenas quantidades no
ar (de 200 a 300 ppm).
Acúmulo e excreção
Algumas substâncias tóxicas podem ser retidas ou acumuladas no corpo por períodos de tempo indefinidos, sendo excretadas vagarosamente
por períodos de meses ou anos. Chumbo, por exemplo, é acumulado primeiramente nos ossos e o mercúrio nos rins. Pequenas quantidades
podem ser acumuladas em outros órgãos ou tecidos. O material particulado quando inalado pode ser fagocitado e permanecer em nódulos no
plasma regional, onde pode ter pequenos efeitos como no caso de pó de carvão, ou produzir mudanças patológicas como no caso da sílica e
Berílio. A excreção de agentes tóxicos toma parte através dos mesmos canais como faz a absorção, isto é, pulmões, intestinos e pele, mas os
rins (urina) são os maiores órgãos excretores para muitas substâncias. Suor, saliva e outros fluidos podem participar com uma pequena
extensão no processo excretor. Gases e vapores voláteis são comumente excretados pelos pulmões, através da exalação. Isto pode ser usado
como uma medida de absorção anterior (exemplo: bafômetro). Muitos compostos orgânicos não são excretados sem mudanças, mas passam
pelo que é conhecido como biotransformação. O processo pelo qual isto ocorre é também chamado “Mecanismo de Desintoxicação”. O novo
composto resultante, ou metabólito, pode ser encontrado na urina e é usado como evidência da absorção de uma substância próxima.
Suscetibilidade Individual
O termo “suscetibilidade individual” tem sido há muito tempo usado para expressar o fato bem conhecido que sob condições semelhantes de
exposição a substâncias potencialmente perigosas, existe normalmente uma variação acentuada na maneira em que indivíduos irão responder.
Alguns podem não mostrar evidencias de intoxicação sejam quais forem; outros podem mostrar sinais de envenenamento brando, enquanto
outros podem apresentar danos severos ou até mesmo fatais. Comparativamente pouco é conhecido sobre os fatores que são responsáveis por
estas variações. É acreditado que diferenças na estrutura anatômica do nariz pode estar relacionada com diferentes graus de eficiência na
filtragem de poeiras perigosas no ar inspirado. Infecções prévias nos pulmões, particularmente a tuberculose, são conhecidas como
aceleradores da suscetibilidade da silicose. A maioria dos toxicologistas acredita que obesidade é um fator de predisposição importante entre
pessoas que estão sujeitas à exposições ocupacionais a solventes orgânicos e produtos relacionados. Idade e sexo também são acreditados a
participar como parte e doenças anteriores podem ser significativas.
Outros fatores possíveis relacionados com a suscetibilidade individual são ainda menos compreendidos que aqueles apenas mencionados. Têm
sido sugerido que diferentes razões de velocidade de trabalho, resultando em variações na razão de respiração, no pico da respiração bem
como na razão da pulsação, podem tomar parte também. A ação dos cílios pulmonares pode ter alguma importância. A permeabilidade dos
pulmões pode influenciar a absorção e a eficiência dos rins pode governar a razão pela qual alguns materiais tóxicos são excretados, mas a
natureza subjacente destas variações de possibilidades não é conhecida. Desde que o fígado atua uma grande parte na desintoxicação e
excreção de substâncias perigosas, o funcionamento abaixo do normal deste órgão pode conduzir a uma maior suscetibilidade.
Existe uma considerável literatura propondo mostrar que fatores nutricionais podem ter algo relacionado com suscetibilidade ao
envenenamento ocupacional. A maioria do material publicado, talvez, não seja científica e não é convincente, mas poucos relatórios sugerem
fortemente que realmente existe uma relação entre a natureza da dieta e a suscetibilidade ao envenenamento. Existe ainda, não como
evidência substancial, que a adição de concentrados de vitaminas, leite ou comidas especiais tem qualquer valor de proteção, mas quando as
dietas são deficientes em algum dos elementos nutricionais essenciais parece que o envenenamento é mais comum de ocorrer. Existe
considerável evidência que indulgência de álcool etílico irá aumentar significativamente a possibilidade de envenenamento ocupacional
ocorrer, particularmente por solventes orgânicos.
Absorção e envenenamento
Como mencionado anteriormente, com a exceção dos irritantes externos, substâncias tóxicas geralmente são absorvidas pelo corpo e
distribuídas através da corrente sanguínea na ordem para o envenenamento ocorrer. Em outras palavras, envenenamento comumente não
ocorre sem absorção. Na outra mão, absorção não resulta necessariamente ou sempre em envenenamento. O corpo humano é provido de um
sistema elaborado de mecanismos de proteção e é hábil para tolerar uma presença surpreendente e graus de muitos materiais tóxicos. Alguns
materiais estranhos são excretados sem alterações através da urina e das fezes. Gases tóxicos, seguindo absorção, podem ser eliminados
através dos pulmões. Alguns compostos químicos vão através de processos do metabolismo e são excretados de uma forma alterada. Alguns
destes processos são conhecidos como mecanismos de desintoxicação. Em alguns casos o produto intermediário no processo de desintoxicação
pode ser mais tóxico que a substância original, como, por exemplo, ácido fórmico e formaldeído a partir do álcool metílico.
Desde que a absorção necessita preceder ao envenenamento, a questão sempre surge onde à linha de divisão entre absorção e
envenenamento está para ser desenhada. A resposta para esta questão frequentemente vincula uma dificuldade considerável. Não há dúvida
que quando a absorção alcança um ponto onde causa enfraquecimento da saúde, o envenenamento ocorreu. Saúde enfraquecida manifesta
por si só a presença de estrutura, funções e química alterada, ou uma combinação destes. Estes enfraquecimentos, em turno, são resultados de
sintomas físicos anormais ou descobrimentos através de testes de laboratórios, ou combinação dos mesmos.
Quando absorção produziu ambos: sintomas anormais e descobrimentos objetivos anormais, não há dúvida que o envenenamento ocorreu. Na
opinião de muitos estudiosos, absorção que produz evidência objetiva de estrutura alterada ou função deve também ser chamada
envenenamento, mesmo que não haja sintomas subjetivos anormais. Quando sintomas subjetivos constituem a única base para distinção entre
absorção e envenenamento, a distinção se torna uma matéria de opinião médica requerendo uma avaliação pessoal.
Primeiros socorros
Tratamento de emergência em envenenamentos agudos
Envenenamento agudo pode ser o resultado da entrada na corrente sanguínea de grande quantidade ou dose concentradas de um veneno,
através de:
(a) respiração (inalação),
(b) ingestão,
(c) absorção pela pele,
(d) Injeção (hipodérmica ou intravenosa).
É obvio que a rota de entrada irá influenciar o tipo de tratamento de emergência. Em cada caso de envenenamento agudo, é necessário que a
assistência médica seja imediata. O nome e telefone direto do médico ou médicos, o hospital mais próximo e o serviço de ambulância devem
ser colocados próximos aos telefones de emergência apropriados.
Se a polícia, corpo de bombeiros e companhias de água e energia elétrica necessitarem atuar na emergência, os telefones também devem ser
colocados com os demais telefones do parágrafo acima. Cada estabelecimento industrial, não importa o tamanho, deve ter pelo menos uma
pessoa treinada para emergências, durante todo o tempo, que é responsável no caso de uma emergência ocorrer por envenenamento. Este
indivíduo deve ser treinado e preparado com os tipos de emergência particular que pode enfrentar. Primeiros socorros inadequados podem ser
até mais perigosos do que nenhum socorro. A pronta ação é sempre importante, mas, existem relativamente poucos casos em que um atraso
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de segundos ou minutos terão um significativo valor no resultado final. Quando possível, uma amostra do veneno suspeito, ou do recipiente de
onde o mesmo veio, deve ser preservado para servir de base para tratamento médico, para a polícia ou médico legal.
FISPQ’s
As informações de segurança e saúde dos líquidos inflamáveis e/ou combustíveis são amplamente difundidas atualmente, graças a exigência
legal da FISPQ (NBR 14.725), que é um documento de várias páginas, que além de todas as informações como nome do fabricante, formulação,
métodos adequados para combate à incêndios, também indica os riscos para a saúde, incluindo efeitos agudos e crônicos, e até mesmo efeitos
ao meio ambiente.
Como regra geral de segurança no trabalho com produtos químicos (e não apenas com líquidos inflamáveis e/ou combustíveis) é
expressamente recomendada que o departamento de segurança tenha cópias de todas as FISPQ’s dos produtos presentes na planta, e que tais
cópias devem ficar devidamente armazenadas em pastas localizadas em pontos estratégicos como, por exemplo, ponto de encontro da brigada
de emergência. Desta maneira, caso ocorra algum acidente de intoxicação, a equipe de emergência terá um acesso rápido as informações
necessárias.
FAGULHAS DE FRICÇÃO
Fagulhas de fricção podem ser causadas quando objetos metálicos atingem superfícies duras.
Exemplos familiares incluem ferramentas de aço atingindo e/ou desgastando outros objetos
metálicos, ou até mesmo objetos metálicos atingindo concreto. Fagulhas de fricção resultam
quando o calor do impacto causa a fragmentação de pequenas partículas de metal que quando
imediatamente expostas ao ar oxidam rapidamente, aumento ainda mais a temperatura.
Enquanto a temperatura de metal incandescente pode alcançar a temperatura de 1.300 ºC, o
potencial de ignição depende do calor total acumulado na partícula. Esta quantidade de calor
muitas vezes é muito pequena, desde que muitas fagulhas de fricção mecânicas possuem uma
superfície muito pequena e esfriam rapidamente.
SUPERFÍCIES AQUECIDAS
Se superfícies expostas são grandes suficientes e quentes o suficiente às mesmas também podem se tornar fontes de ignição. Como mostrado
na tabela abaixo, a cor de um material incandescente pode ser usada para indicar aproximadamente a temperatura. Superfícies aquecidas que
podem ser encontradas com certa frequência em diversos tipos de equipamentos e processos, tais como: linhas de vapor, aquecedores
elétricos, motores elétricos (sobrecarregados), lâmpadas incandescentes expostas, etc. As figuras abaixo demonstram a temperatura que
lâmpadas incandescentes podem alcançar temperaturas próximas de 300 ºC, que é a temperatura de ignição de muitos gases e vapores.
Cor do metal aquecido Faixa Temperatura ºF Faixa temperatura ºC
Vermelho apagado 930 – 1100 500 – 600
Vermelho escuro 1100 – 1470 600 – 800
Vermelho claro 1470 – 1830 800 – 1000
Vermelho amarelado 1830 – 2190 1000 – 1200
Amarelo claro 2190 – 2550 1200 – 1400
Branco 2550 – 2910 1400 – 1600
Lâmpada Incandescente de 100 W - Temperaturas em graus Celcius Lâmpada incandescente de 500 W - Temperaturas em graus Celcius
Exposta ao ar com temperatura ambiente de 25ºC Exposta ao ar com temperatura ambiente de 25º C
ELETRICIDADE ESTÁTICA
A eletricidade estática é criada pelo fluxo de elétrons que resulta do contato e separação de dois materiais. O fluxo de elétrons não é
normalmente o mesmo entre os materiais e se os mesmos são separados um do outro é possível ocorrer o acúmulo de elétrons em um dos dois
materiais, no momento da separação. Quando este material entra em contato com uma superfície aterrada ao solo esta diferença de cargas
entre os dois materiais é equalizada com o resultado de uma faísca de energia estática. Os processos que são reconhecidos como fontes de
eletricidade estática incluem fluxo de fluidos em tubulações, contato e separação entre cabos e polias e transferência pneumática de sólidos
finamente divididos. Cargas estáticas podem ser controladas geralmente com cabos condutores de corrente elétrica aterrados ao solo, que
evitam acúmulo de cargas elétricas.
O acúmulo de eletricidade estática já foi responsabilizado por diversos acidentes trágicos, envolvendo a perda de vidas e imensos danos á
propriedades.
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REAÇÕES QUÍMICAS
Algumas reações químicas exotérmicas produzem calor suficiente para fazer com que materiais combustíveis entrem em combustão. Por
exemplo: o calor liberado quando glicerina é misturada com pó finamente dividido de permanganato de potássio e grande o bastante para
produzir chamas. Enquanto reações que liberam calor são raramente encontradas em ambientes (confinados ou não) devidamente preparados,
uma que deve ser observada com cuidado é a formação de depósitos de polisulfetos de ferro finamente divididos, que podem ocorrer em
tanques de estocagem de aço carbono, utilizados para armazenar compostos aromáticos “azedos” (que possuem enxofre). O polisulfeto de
ferro é um material “pirofórico”, ou seja, pode entrar em combustão espontânea em contato com ar. Depósitos de polisulfetos de ferro que
acumulam sobre as paredes de tanques de estocagem irão reagir de maneira exotérmica quando expostos ao ar. A menos que o calor seja
dissipado de maneira muito rápida, a temperatura em certos pontos pode subir alto o suficiente para inflamar resíduos inflamáveis. Este perigo
pode ser controlado através molhando a superfície interna no tanque com água, utilizando um nebulizador posicionado em uma abertura do
espaço confinado. Desde que a água fluindo através do bico nebulizador é uma fonte potencial de geração de carga estática o bico nebulizador
deve estar aterrado a estrutura do tanque.
Para os aparelhos mais modernos é comum encontrar a função AUTO-TESTE (AUTO-CHECK), que é uma verificação inicial que o aparelho faz
automaticamente quando é ligado, e indicando possíveis erros e até mesmo condições inapropriadas para uso. Para alguns aparelhos mais
modernos (dependendo do fabricante) a função “auto-check” trava o equipamento quando detecta qualquer anomalia, evitando assim que o
mesmo seja utilizado e coloque o trabalhador em risco devido a uma medição inadequada. Saber reconhecer tais indicações é também muito
importante.
Ao realizar as medições, especialmente em espaços confinados, tais como tanque e galerias, devemos sempre lembrar que os gases e vapores
podem ter densidades diferentes do ar comum, portanto a leitura deve ser sempre realizada no maior número de pontos, e em todo o
deslocamento vertical, quando presente, conforme ilustrado mais abaixo.
Além das considerações colocadas acima, ainda devemos levar em consideração que o desenho de um espaço confinado pode permitir a
formação de um bolsão de gás em um determinado ponto, conforme o desenho abaixo.
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Considerando o desenho ao lado, temos os seguintes aspectos:
1º - o ponto de amostragem, onde o trabalhador está realizando a medição
faz parte do mesmo espaço confinado.
2º - o local da execução do serviço, apesar de próximo, não está acessível
do ponto de amostragem externo.
3º - há a presença de gás tóxico no mesmo espaço confinado, no entanto,
do ponto de amostragem utilizado, não é possível que o trabalhador
obtenha uma leitura adequada com o detector.
Para o caso do desenho ao lado, torna-se óbvio que a abertura de uma
segunda boca de visita para que sejam feitas medições em outros pontos é
necessária. É de extrema importância observar que a NR 33, no item
33.3.2.3 exige que as medições iniciais sejam realizadas fora do espaço
confinado; e, portanto, medições adicionais podem ser feitas no interior do
espaço confinado, sempre com o intuito de aumentar a segurança da
atividade para o trabalhador envolvido. Outro ponto muito importante da
NR 33 e que algumas empresas enfrentam dificuldades sobre a aplicação
prática, é que a medição de gases e vapores tóxicos deve ser feita de
maneira contínua enquanto o trabalhador estiver no interior do espaço
confinado, conforme indicado no item 33.3.2 alínea h.
O fato que ocorre na prática é que muitas empresas não possuem um número elevado de detectores, e quando ocorrem atividades de
manutenção geral da planta industrial (conhecidas como paradas), em diversas vezes o número de atividades realizadas em espaços confinados
de maneira simultânea é maior que a disponibilidade de aparelhos de medição.
Antes da Norma Regulamentadora NR33 o procedimento que muitas empresas adotavam era que as medições eram feitas antes do início do
trabalho, e posteriormente em intervalos regulares ou não, durante a execução dos trabalhos no interior do espaço confinado. Esta prática
apresenta como principal problema o fato de que, durante intervalos de tempo em que a atividade está sendo realizada no interior do espaço
confinado, os trabalhadores podem estar expostos a condições de risco sem o devido aviso adequado. Esta exposição pode acarretar em sérios
riscos aos trabalhadores e eventualmente a até condições fatais!
No mercado atual, as empresas podem seguir dois caminhos distintos para não permitir que este problema prejudique os trabalhadores. As
empresas podem adquirir vários detectores, em número suficiente para atender todas as operações simultâneas, ou optar por locar os
detectores, pois este tipo de serviço já está disponível no mercado brasileiro.
4) ÁREAS CLASSIFICADAS
Conforme descrito no capítulo anterior as áreas onde há o risco de que se formem atmosferas potencialmente explosivas são denominadas
áreas classificadas. As áreas classificadas podem conter gases e vapores inflamáveis, poeiras inflamáveis ou fibras inflamáveis.
PADRÃO AMERICANO
O CÓDIGO ELÉTRICO NACIONAL dos ESTADOS UNIDOS da AMÉRICA classifica as áreas potencialmente explosivas por CLASSE, DIVISÃO e GRUPO,
de acordo com as tabelas abaixo:
Classe Significado
I Locais onde gases e vapores inflamáveis podem estar presentes em quantidade suficiente para produzir misturas explosivas
e/ou inflamáveis
II Locais onde podem estar presentes poeiras inflamáveis que podem gerar ambientes potencialmente explosivos
III Locais onde fibras inflamáveis ou explosivas podem estar presentes, gerando ambientes potencialmente explosivos
Divisão Significado
1 Local ou ambiente onde a presença de gases e vapores inflamáveis, e/ou poeiras inflamáveis e/ou fibras inflamáveis existem em
condições normais de trabalho (exemplo posto de abastecimento de combustíveis)
2 Local ou ambiente onde a presença de gases e vapores inflamáveis, e/ou poeiras inflamáveis e/ou fibras inflamáveis não existem
em condições normais de trabalho, mas apenas em situações específicas
Grupo Significado
A Atmosferas contendo acetileno
B Atmosferas contendo hidrogênio, gases e vapores de perigo similar, tais como gases manufaturados
C Atmosferas contendo vapores de etil-éter, etileno e ciclo-propano
D Atmosferas contendo gasolina, hexano, nafta, benzeno, butano, propano, álcool, acetona, benzol, solventes de tintas e vernizes
e gás natural.
E Atmosferas contendo poeiras de metais, incluindo alumínio, magnésio e fósforo e suas ligas comerciais, bem como metais de
características similares
F Atmosferas contendo carvão mineral, negro de fumo, poeira de coqueria, e outros.
G Atmosferas contendo farinha, amido de milho e poeiras de grãos.
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PADRÃO BRASILEIRO (INTERNACIONAL)
O padrão Brasileiro de classificação de áreas é estabelecido de acordo com as tabelas indicadas abaixo.
Grupo de Periculosidade Produto
I Gás grisú
Acetona
Amônia
Benzeno
Butano
IIA Ciclohexano
Gasolina
Hexano
Propano
Tolueno
Xileno
Etileno
IIB Ciclopropano
Sulfeto de hidrogênio
IIC Hidrogênio
Acetileno
Dissulfeto de carbono
Classe de temperatura Temperatura máxima na superfície
T1 450ºC
T2 300 ºC
T3 200ºC
T4 135ºC
T5 100ºC
T6 85ºC
Definição de Zonas pelo Padrão Brasileiro:
ZONA 0 – local onde a ocorrência de mistura inflamável / explosiva é contínua, ou existe por longos períodos.
ZONA 1 - local onde a ocorrência de mistura inflamável / explosiva é provável de acontecer em condições normais de operação do
equipamento de processo.
ZONA 2 – local onde a ocorrência de mistura inflamável / explosiva é pouco provável de acontecer, e se acontecer, é por curtos períodos,
estando associado à operação anormal do equipamento de processo.
Os locais denominados de ZONA 0, que não tem equivalente na designação americana, são definidos como sendo aqueles locais realmente
muito perigosos, onde praticamente existe uma mistura inflamável/explosiva durante todo o tempo. Este conceito é oriundo da normalização
europeia, e significa aqueles ambientes internos a equipamentos de processo e que tenham comunicação com o meio externo e portanto
formem mistura inflamável/explosiva. O exemplo típico de um local ZONA 0 é a parte situada acima da superfície do líquido inflamável e interna
a um tanque de armazenamento, onde existem uma altíssima probabilidade de formação de mistura inflamável/explosiva durante
praticamente todo o tempo. São áreas restritas a partes internas de equipamentos de processo. É muito fácil perceber que há sérias restrições
de uso de equipamentos elétricos nestes locais, permitidos apenas equipamentos de “segurança intrínseca” ou especialmente aprovados para
este fim.
No ao lado temos o padrão adotado para tanques de
armazenamento com teto fixo de líquidos inflamáveis; no
entanto para elevadas vazões de enchimento ou operações
de mistura podem requerer áreas classificadas de maior
extensão.
NOTA: a classificação da área também considera as
características do local da instalação, especialmente sobre
as características de ventilação no local.
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EQUIPAMENTOS CLASSIFICADOS (MOTORES)
Método de Proteção Código Princípios
à prova de explosão Ex d Confinamento
Pressurizado Ex p Segregação
Encapsulado Ex m Segregação
Imersão em óleo Ex o Segregação
Imersão em areia Ex q Segregação
Proteção por invólucro Ex t Segregação
Intrinsecamente seguro Ex i Supressão
Segurança aumentada Ex e Supressão
Não acendível Ex n Supressão
Especial Ex s Especial
CÓDIGO DE INGRESSO IP
O CÓDIGO DE INGRESSO IP definido na Norma Internacional IEC 60529 classifica o nível de proteção fornecido contra a intrusão de objetos
sólidos (inclusive partes de corpos como mãos, dedos), poeiras, contato acidental e água. O código IP consiste das letras IP (para razão de
proteção internacional e algumas vezes também interpretado por razão de proteção de ingresso) seguido por dois dígitos e uma letra opcional.
Os dígitos (numerais) indicam conformidade com as condições preconizadas nas tabelas abaixo. Quando não há razão de proteção com relação
a um dos critérios, o dígito é substituído pela letra X.
Como por exemplo: um soquete elétrico indicado como IP22 é protegido contra inserção de dedos e não irá ser danificado ou se tornar
inseguro durante o teste específico em que o esmo está exposto para queda vertical (ou quase vertical) de gotas de água. IP22 ou IP2X são os
requerimentos mínimos típicos para o desenho de acessórios elétricos de uso interno. O padrão ajuda a fornecer informações mais detalhadas
do que a marca vaga de marketing como “à prova d’água”.
PRIMEIRO DÍGITO
O primeiro dígito indica o nível de proteção que o “fechamento do item” fornece contra o acesso a partes perigosas (como exemplo:
condutores elétricos, partes móveis, etc...) e o ingresso de objetos estranhos sólidos. O primeiro dígito é dado de acordo com a tabela abaixo:
Nível Proteção contra objetos do Proteção efetiva contra
tamanho
0 - Sem proteção contra contatos ou ingresso de objetos
1 > 50 mm Qualquer parte grande do corpo, como por exemplo a parte de trás das mãos, mas sem
proteção contra contato deliberado com uma parte do corpo
2 >12,5 mm Dedos ou objetos similares
3 2,5 mm Ferramentas, fios finos, etc.
4 > 1mm Maioria dos fios parafusos, etc.
5 Proteção contra pó Entrada de poeira não é totalmente prevenida, mas não deve entrar em quantidade suficiente
para interferir a operação satisfatória do equipamento; proteção completa contra contatos.
6 Proteção efetiva contra pó Não há ingresso de poeiras, completa proteção contra contatos.
SEGUNDO DÍGITO
Proteção do equipamento internamente ao fechamento contra ingresso perigoso de água. Segue o padrão da tabela:
Nível Proteção contra Detalhes
0 Não protegido --
1 Gotas de água Gotas de água verticais não devem apresentar efeitos perigosos.
2 Gotas de água com objeto em Gotas de água, caindo na vertical não devem apresentar efeitos perigosos quando o objeto
ângulos de até 15º (fechamento) for inclinado a 15º da posição normal.
3 Spray de água Água caído com SPRAY a qualquer ângulo até 60º a partir da posição vertical não deve
apresentar efeitos perigosos
4 Espirros de água Água em espirros contra o fechamento em qualquer direção não devem apresentar efeitos
perigosos
5 Jatos de água Água projetada de um bico contra o fechamento em qualquer direção não devem apresentar
efeitos perigosos
6 Fortes Jatos de água Fortes jatos de água projetada de um bico contra o fechamento em qualquer direção não
devem apresentar efeitos perigosos
7 Imersão até 1 metro Ingresso de água em quantidade suficiente para causar danos ou perigo não deve ser possível
quando o fechamento for imerso na água em condições definidas de pressão e tempo (até um
metro de imersão)
8 Imersão acima de 1 metro Este equipamento é adequado para imersão contínua em água sob condições que o fabricante
especificar. NOTA: normalmente, Ito significa que o equipamento é hermeticamente fechado;
entretanto, em certos tipos de equipamentos, pode informar que a água pode entrar mas
apenas de maneira que não produza efeitos perigosos.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
LETRAS ADICIONAIS
O padrão define letras adicionais que podem ser adicionadas para classificar apenas o nível de proteção contra acesso à partes perigosas por
pessoas:
Nível Proteção contra acesso a perigos pelas partes
A Parte da trás das mãos
B Dedos
C Ferramentas
D Fios
Letras adicionais podem ser inseridas para prover informação adicional relacionada a proteção do equipamento:
LETRA INDICA
H Dispositivo de alta voltagem
M Dispositivo em movimento durante teste com água
S Dispositivo fixo durante teste com água
W Condições meteorológicas
IP69K
O padrão Alemão DIN 40050-9 ultrapassa o padrão IEC 60529 descrito acima, indicado como IP69K, para testes de aplicações de lavagens de
alta pressão e alta temperatura. Tais “fechamentos” devem não apenas ser a prova de pó (IP6X), mas também devem suportar alta pressão e
lavagem com vapor. Os testes para este padrão especificam um bico de spray que é alimentado com água a 80ºC e a uma pressão entre 80 a
100 bar (8-10 MPa) e um fluxo entre 14 a 16 litros por minuto. A distância para teste é entre 10 a 15 centímetros do objeto testado em ângulos
de 0º, 30º, 60º e 90º por 30 segundos cada. A base de teste ainda apresenta rotação de 5 RPM.
O padrão de teste IP69K foi inicialmente desenvolvido para veículos rodoviários, especialmente para aqueles que necessitam de limpeza pesada
regular (exemplo: caminhões de coleta de lixo, betoneiras), mas também são aplicados em outras áreas como indústria de alimentos.
TREINAMENTO
“ A SISTEMÁTICA DE PT SERÁ TÃO BOA QUANTO A COMPETÊNCIA DAS PESSOAS QUE A UTILIZA”
O treinamento é recomendado para:
Emitentes de PT’s
Encarregado pelo trabalho (Líder ou Supervisor dos executantes)
Executantes
Requisitos de treinamento para emitentes e encarregados:
Legislação (em especial a NR20)
Sistemática de PT (procedimento)
Política, Normas e Procedimentos da Empresa
Responsabilidades
Casos de acidentes e incidentes envolvendo falhas na sistemática de PT
O Emitente de PT deve ser capaz de demonstrar conhecimentos e competência nas seguintes áreas:
Lay-out das instalações e equipamentos
Processo produtivo da instalação
Perigos potenciais existentes na instalação e processo
Características físico-químicas dos inflamáveis/combustíveis
Meios para mitigar os riscos antes da emissão da PT
Legislação, normas e padrões aplicáveis
Ações a tomar em caso de emergências
O encarregado do serviço deve ser capaz de demonstrar conhecimentos e competência nas seguintes áreas:
Perigos potenciais associados a instalação e ao processo
Perigos potenciais da atividade de manutenção
Precauções necessárias antes de iniciar os serviços
Conhecer lay-out da instalação
Ações a tomar em caso de emergências
Os trabalhadores devem receber informações sobre a sistemática de PT e suas responsabilidades.
NOTA: especialistas/visitas técnicas: os especialistas que visitam as instalações para executar tarefas de curta duração devem receber
informações sobre a sistemática de PT e serem supervisionados até o fim da tarefa.
COMUNICAÇÃO
A comunicação é o fator de suma importância na sistemática de PT, devido ao número de pessoas envolvidas e potencialmente a um grande
número de interfaces.
Envolvidos diretamente Pontos relevantes na comunicação
Líder (responsável pelo Exato escopo e natureza do trabalho
trabalho) Perigos potenciais vinculador as atividades
Número de trabalhadores
Ferramentas/equipamentos/materiais especiais
Comunicação dos perigos, precauções necessárias e ações em caso de emergência aos trabalhadores
Comunicação ao emitente caso haja mudanças nas condições de trabalho
Emitente Perigos potenciais de instalação
Precauções que ele precisa tomar
Precauções que o responsável pelo trabalhador precisa tomar
Assegura que outras pessoas ou áreas que possam ser afetadas pelo serviço estejam informadas
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
PREPARAÇÃO
Planejamento / Coordenação:
É muito importante realizar o planejamento prévio das atividades de manutenção que exigem emissão de PT. Neste caso é sempre importante
(e extremamente recomendado) que seja envolvida uma equipe multidisciplinar, para que todos os aspectos das atividades que serão
desenvolvidas sejam devidamente observadas e analisadas.
Sempre Importante: evitar sempre que possível a simultaneidade de atividades em uma mesma região de um instalação.
A Coordenação deve ser sempre feita por uma pessoa, e/ou setor, com os profissionais devidamente capacitados.
VERIFICAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
O alcance e a frequência do acompanhamento e verificação das PT’s dependerá:
Tamanho da instalação
Número de PT’s emitidas
Histórico e irregularidades encontradas nas PT’s
RECOMENDAÇÃO:
A verificação pode ser diária e realizada pelo Supervisor da Instalação, Técnico de Segurança.
O acompanhamento deve ser feito no mínimo pelo emitente da PT e a fim de assegurar que as condições previstas na PT sejam
mantidas.
O que deve ser verificado?
A PT está disponível na frente de trabalho?
A PT foi preenchida adequadamente?
Equipamentos de segurança especificados estão disponível no local?
Prevenções especificadas estão implementadas?
Trabalhadores tem perfeita ciência do escopo e natureza do trabalho, riscos envolvidos e precauções necessárias?
Uma auditoria detalhada, baseada em Check List, deve ser realizada conforme calendário pré-definido.
Análise de Riscos
O procedimento de análise de risco é o elemento chave na sistemática de Permissões de Trabalho. A análise de risco pode ser elaborada por:
Emitente em conjunto com o requisitante com apoio de check-list.
Havendo complexidade no trabalho pode ser feita por equipe de especialistas.
Devem ser utilizadas técnicas de análise: APP e What-if.
Deve considerar perigos do ambiente, da instalação e da atividade.
Deve considerar os perigos de processo e os ocupacionais.
Categorias de Serviços
As Permissões de Trabalho (PT’s) são utilizadas em diversos tipos de serviços (não rotineiros) que envolvem os casos abaixo:
Manutenção
Inspeção e testes
Construção e montagem
Desmontagem / desativação
Modificações de projeto
Os tipos de trabalho que devem ser observados, e que quando não são rotineiros, devem ser realizados com PT são:
Trabalhos a quente (solda, oxi-corte, esmirilhamento, etc.)
Uso de equipamentos elétrico portáteis em área classificada
Teste de pressão (testes hidrostáticos)
Escavação
Montagem de andaimes
Hidrojateamento
Trabalhos com eletricidade (equipamentos energizados)
Trabalhos em altura (NR35)
Trabalhos em espaços confinados (NR33)
Isolamento / bloqueio
O Isolamento (Lock-out) das fontes de energia é elemento essencial para o trabalho seguro. São exemplos de energias perigosas que devem ser
bloqueadas: energia elétrica, energia mecânica e hidráulica, pressão, substâncias perigosas, falta de oxigênio, equipamentos com partes móveis
(rotativos), etc. Os pontos que devem ser considerados para a aplicação de método de bloqueio são os seguintes:
Procedimentos específicos
Isolamentos complexos de mapear em desenho e diagramas
Numerar raquetes e outros dispositivos de bloqueio
Anexar desenhos dos isolamentos a PT
Identificar pontos de isolamento nos desenhos de projeto e no campo
Raquetes devem ser identificadas por classe de pressão
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Medidas preventivas
O emitente da PT com apoio do responsável pelo serviço deve definir as medidas preventivas necessárias para execução de um trabalho seguro.
As medidas mínimas requeridas podem estar em forma de check-list no formulário de PT. O tipo de medida dependerá da natureza d trabalho.
Em termos gerais o foco deve ser direcionado para:
Pessoas envolvidas
Instalação ou equipamento associado ao trabalho
Tarefa/atividade
Abaixo colocamos um modelo de CHECK-LIST de medidas preventivas:
1 – PERIGOS POTENCIAIS
Serviço com chama aberta
Serviço com emissão de centelhas
Utilização de máquinas à explosão
Acesso de veículos
Utilização de ferramentas elétricas não especificadas para área classificada
Outros (especificar)___________________________________________
2 – INSTALAÇÃO / EQUIPAMENTOS
Drenado / isento de líquidos
Lavado / limpo
Vaporizado / Steam-out
Descontaminado
Despressurizado
Etiquetado
Isolado do processo (raquetes?)
Desenergizado
3 – SEGURANÇA (EPI’s e EPC’s)
Capacete
Luvas
Cinto de segurança
Protetor facial
Equipamentos de proteção respiratória (dependentes ou independentes?)
Linha de vida
Anteparos
4 – Procedimentos/Medidas/Proteções requeridas
Isolamento do serviço de solda
Extintores disponíveis
Isolar a área
Ventilar (purgar)
Monitoramento contínuo da atmosfera inflamável
Disponibilizar mangueiras de incêndio
Sistemas de alarme disponíveis
Rádios comunicadores portáteis (disponíveis e classificados)
Acompanhamento do serviço a quente (observador)
5 – Recomendações adicionais
Sistema de aterramento (?)
Medições
A correta detecção da existência de atmosfera explosiva é fundamental em qualquer emissão de Permissão de Trabalho, e a mesma deverá ser
realizada nas proximidades onde ocorrerá o serviço. Entre os pontos que devem ser medidos estão: válvulas, flanges, drenos, vents, bombas,
compressores, e demais componentes mecânicos envolvidos. Como observação adicional, é importante medir bocas de visita e de coleta de
águas pluviais (e de efluentes) próximas.
A pessoa responsável por realizar a medição deve ser devidamente capacitada para o uso correto do aparelho, bem como a interpretação dos
resultados; além de ter conhecimento das características físico-químicas dos produtos inflamáveis envolvidos.
Todas as leituras devem ser devidamente registradas na PT.
Exposição da PT
Uma cópia da PT deve sempre ficar disponível (devidamente exposta) na frente de trabalho, preferencialmente protegida de agentes externos e
intempéries, através de envelopes plásticos. As outras vias da PT devem ficar no escritório operacional, para o devido arquivamento posterior a
execução do serviço.
NOTA: com receio de extravio de cópias de documentos importantes, diversos profissionais de segurança adotam como medida adicional, o
arquivamento de cópias de PT’s em sua própria residência (arquivo pessoal)!
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Validade e Revalidação de PT
As Permissões de Trabalho são válidas para o turno de trabalho dos executantes. Havendo troca de turno do emitente a Permissão de Trabalho
(PT) deverá ser revalidada. Quando ocorrer a revalidação, o novo emitente deve tomar ciência do trabalho, precauções, proteções necessárias e
adotadas, equipe de executantes como o emitente anterior. O novo emitente deve reavaliar os perigos na frente de trabalho, e após suas
considerações deve fazer a revalidação. Nestes casos, também pode-se adotar a seguinte estratégia: cancelar a PT atual e emitir uma nova PT*.
NOTA(*): muitas empresas adotam esta postura como procedimento padrão para os casos de término de turno dos emitentes responsáveis das
PT’s.
Suspensão da Permissão de Trabalho
A permissão de trabalho (PT) deve ser suspensa e as atividades devem ser interrompidas quando forem observadas as seguintes situações:
Ocorrência de emergência
Evitar interação com outras atividades
Interrupção do serviço por períodos superiores a duas horas
Descumprimento do previsto na PT
Fechamento da Permissão de Trabalho
No término do serviço as cópias da PT (2 a 3 vias) devem ser reunificadas e retornar ao ponto de emissão. Neste momento o emitente e o
requisitante, após avaliação do local de serviço, atestam na PT que o trabalho foi concluído satisfatoriamente.
Nesta etapa é importante observar que drenos e vents com cap’s, assim como proteções de equipamentos, parafusos e demais componentes
foram recolocados nos devidos lugares e que estão adequadamente fixados.
Também deve ser observado se a área do entorno está limpa e devidamente organizada, e que nenhum equipamento, ferramenta ou outro
objeto qualquer ficou “abandonado no local”.
Após estas etapas o emitente e o requisitante assinam a PT, encerrando sua aplicação.
Pelo menos uma das vias (muitas vezes chamada de via fixa) deve ser encaminhada para o correto arquivamento.
Retorno da instalação/equipamento a operação
A empresa deve possuir um procedimento formal para a colocação em marcha do equipamento e/ou instalação que sofreu os trabalhos de
manutenção. Para estes casos devem ser sempre considerados os seguintes pontos importantes:
A PT aplicada ao local foi encerrada com sucesso.
Que isolamento e bloqueios aplicados foram retirados dos equipamentos e sistemas.
A instrumentação do local foi restabelecida.
Proteções de máquinas foram restabelecidas.
Os devidos testes requeridos foram realizados.
REVISÃO CRÍTICA
Não assuma que seu sistema é bom porque até agora não aconteceu um acidente sério!
Você deve revisar/auditar periodicamente seu sistema.
Faça você mesmo às perguntas abaixo:
Existe uma identificação clara de quem pode autorizar atividades específicas (e quais são os limites de sua autoridade)?
A sistemática de PT está totalmente documentada e estabelece como o sistema funciona?
Quais são as atividades em e que deve ser utilizada a PT?
A sistemática de PT estabelece as responsabilidades e o treinamento dos envolvidos?
A sistemática de PT estabelece como pode ser verificado o seu funcionamento?
Há uma identificação clara de quem é responsável por especificar as precauções necessárias (ex.: isolamento, medidas de emergência, etc.)?
O formulário da PT está claramente definido?
São evitadas declarações ou questões ambíguas?
O formulário da PT permite o uso em circunstâncias especiais?
A sistemática cobre os trabalhadores contratados (terceiros)?
As pessoas que emitem PT estão suficientemente informadas quanto aos perigos associados ao trabalho proposto e sobre as precauções
necessárias?
Eles têm imaginação e experiência suficiente para fazer perguntas do tipo: E se...? que lhes permitam identificar perigos potenciais?
Os empregados e contratados compreendem plenamente a importância da PT e são treinados para seu uso?
A PT identifica claramente o trabalho a ser feito e os perigos associados?
Plantas e diagramas podem ser utilizados para auxiliar na descrição do trabalho a ser feito, sua localização e limitações?
As instalações (planta) são bem identificadas, facilitando a correta identificação do local onde será realizado o serviço?
A sistemática requer a remoção dos perigos, e quando não for razoavelmente praticável, seu efetivo controle?
As precauções cobrem os riscos residuais e aqueles que podem ser introduzidos pelo trabalho, por exemplo, fumos de solda?
A PT contém regras claras a cerca de como se deve proceder em caso de emergência?
A sistemática prevê que a planta, após termino do serviço de manutenção, deve retornar a operação com condições de segurança?
A sistemática define prazo de validade da PT e como se dá a passagem de turno?
Está claro na sistemática o procedimento a ser seguido se o trabalho for suspenso por qualquer razão?
A PT fica visível na frente de trabalho?
As frentes de trabalhos são verificadas regulamente para assegurar que a sistemática de PT está sendo usada adequadamente?
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
PERMISSÕES DE TRABALHO SALVAM VIDAS! DÊ A ELAS A ATENÇÃO APROPRIADA!
Modelo de Permissão de Trabalho
Data:
Logotipo Permissão para Trabalho Hora de ABERTURA:
PT nº XY.XYZ Hora de FECHAMENTO:
Área / Local: Equipamento / TAG / Classe:
Descrição do Trabalho:
EQUIPE DE TRABALHO
Nome Assinatura Matrícula Nome Assinatura Matrícula
RIO DE JANEIRO – BACIA DE CAMPOS – Novembro de 2011 – 163 km2 – reincidência em março de 2012.
GERENCIAMENTO DE RISCOS
Engloba todas as atividades na identificação e avaliação dos riscos em plantas industriais, ao longo de seu ciclo de vida, de forma a garantir que
os riscos aos empregados, público externo, meio ambiente e instalações estejam consistentemente controlado dentro dos limites de tolerância
da organização*.
* Guidelines for Risk Based Process Safety, CCPS.
O que pode dar errado?
Com que frequência?
Quais as consequências?
Ferramentas para simples identificação dos perigos ou análise qualitativa dos riscos: APR / HAZOP / WHAT IF / CHECK LIST / FMEA / AST
Ferramentas para avaliação semi-quantitativa dos riscos: LOPA
Ferramentas para análise quantitativa detalhada dos riscos: AQR – AF - AE
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
CONCEITO
“ Consiste no desenvolvimento de uma estimativa qualitativa ou quantitativa do risco de
uma determinada instalação ou atividade com base em uma avaliação de
engenharia/técnica utilizando métodos específicos para identificação dos possíveis
cenários de acidente, suas frequências e consequências associadas.”
Existem várias técnicas que podem ser utilizadas para realizar a análise de risco. A seguir
iremos estudar duas das mais comuns que podem ser aplicadas as necessidades da NR20.
Efeito – Tocha / Jato de fogo – efeito relacionado à formação de jato de material inflamável, devido a furo em linhas e/ou equipamento
pressurizado, com posterior ignição.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Efeito – Incêndio em nuvem – efeito relacionado à liberação de líquido pressurizado ou gás inflamável com formação de nuvem, seguida de
ignição em local não confinado.
Efeito – Explosão em nuvem – efeito relacionado à liberação de líquido pressurizado ou gás inflamável com formação de nuvem, seguida de
ignição em local confinado.
Efeito – BLEVE – efeito relacionado á explosão por expansão de vapor líquido em ebulição, gerando ondas de sobrepressão e projeção de
fragmentos. Se o líquido for inflamável, haverá ocorrência da bola de fogo.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
FATORES RELEVANTES (SALVAGUARDAS, MODOS DE DETECÇÃO)
Abaixo colocamos uma lista de fatores relevantes que devem ser sempre considerados como salvaguardas (modos de detecção).
Não detectável;
Odor (operador de campo)
Visual (operador de campo)
Visual (operador da sala de controle)
Ruído / vibração
Alarmes locais
Alarmes na sala de controle
Sistemas de controle
Sistemas Instrumentados de segurança (SIS)
Diques de contenção
Válvulas de alívio
Procedimentos operacionais estabelecidos
Políticas de manutenção
Detectores de gases
QUALIFICAÇÃO DO RISCO
Nos processos de elaboração de uma análise preliminar de risco é importante qualificar o risco, ou seja, gradua-lo de maneira a verificar se o
mesmo é critico ou não para a continuidade de uma tarefa. Nas tabelas abaixo temos duas ferramentas que são utilizadas para qualificar um
risco – Matriz de frequência (probabilidade) e Matriz de Severidade (efeito do perigo).
MATRIZ DE FREQUÊNCIA (PROBABILIDADE)
NÍVEL DESCRIÇÃO
A REMOTA – existe redundância plena
B IMPROVÁVEL – evento sob controle com existência de meios de proteção
C POSSÍVEL – evento teoricamente possível, porém sem registros (sem meios de proteção)
D PROVÁVEL – evento que já ocorreu (mínimo uma vez)
E FREQUENTE – existe registros de ocorrência frequente
MATRIZ DE SEVERIDADE (EFEITO DO PERIGO)
NÍVEL IMPACTO CARACTERÍSTICAS
I LEVE Lesões leves (primeiros socorros), sem danos à propriedade, perda não significativa na produção, sem impactos
ambientais (poluição limitada à unidade/área).
II MÉDIO Lesões com afastamento do trabalho (15 dias), danos leves a equipamentos, redução significativa da produção (parada
de dias), com algum impacto ambiental controlável pelos sistemas existentes (restritos ao site).
III GRAVE Lesões com efeitos reversíveis, danos severos a equipamentos, parada temporária e parcial da produção (semanas ou
meses), impacto ambiental que necessita arregimentar recursos adicionais para seu controle ou externo ao site.
IV MUITO Lesões irreversíveis, morte, perda total de produção, impacto ambiental irreversível externo ao site.
GRAVE
Considerando a união da matriz de frequência e da matriz de severidade temos a matriz de risco abaixo:
MATRIZ DE RISCO
SEVERIDADE FREQUÊNCIA
A B C D E
I 1 1 1 2 3
II 1 1 2 3 4
III 1 2 3 4 5
IV 2 3 4 5 5
Categoria de risco:
1 DESPREZÍVEL
2 MENOR
3 MODERADO
4 SÉRIO
5 CRÍTICO
Fonte: FEPAM – Manual de Análise de Riscos Industriais
É importante observar que existem outros modelos de qualificação de riscos, como indicados pelo NIOSH, OSHA, BS, etc.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Exemplo prático de aplicação: fogão residencial com gás encanado
Perigo Causa Fatores relevantes Efeito
Pequeno vazamento de gás Mangueira de gás ressecou e Atenuante Perda de gás
inflamável trincou Detecção pelo olfato
Conexão folgada vazou
Pequeno vazamento de gás Mangueira de gás ressecou e Atenuante Incêndio em nuvem seguido de
inflamável trincou Detecção pelo olfato jato de fogo
Conexão folgada vazou
Grande vazamento de gás Mangueira de gás ressecou e Atenuante Perda de gás
inflamável partiu Detecção pelo olfato Necessidade de evasão dos
Conexão folgada soltou moradores
Grande vazamento de gás Mangueira de gás ressecou e Atenuante Explosão de nuvem confinada
inflamável partiu Detecção pelo olfato Morte
Conexão folgada soltou
SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES
Sempre que as salvaguardas existentes forem incompatíveis com o nível de risco do cenário de acidente identificado, devem ser feias
recomendações para reduzir o nível de risco.
Sempre que houver oportunidade de melhoria por redução do risco (da frequência, da consequência ou de ambas), sugestões ou
recomendações de melhoria de segurança podem ser feitas.
RECOMENDAÇÃO MUITO IMPORTANTE
Para elaborar uma análise preliminar de risco é de extrema importância que a análise seja feita no local. Lá pode ser observado que:
O desenho está diferente do real;
A cópia do procedimento que está no local não é a revisão mais nova;
O sistema esta em condições inadequadas de manutenção;
Há outros sistemas próximos ao local.
Para muitos especialistas a APR (análise preliminar de riscos) apresenta uma garantia inicial de 80% na redução de acidentes, e quando o
sistema está implantado e operando regularmente o resultado na diminuição de acidentes é crescente!
Intenção: Documentos:
DESVIOS
Estes desvios são formados por palavras-guia associadas com os principais parâmetros monitorados durante a operação normal do sistema.
Todos os desvios devem ser registrados, mesmo que não aplicáveis ao nó determinado para a análise.
Abaixo colocamos alguns parâmetros que são utilizados em processos contínuos.
PARÂMETRO PALAVRA-GUIA DESVIO CONSIDERADO
Fluxo / vazão Nenhum Nenhuma vazão
Menos Menor vazão
Mais Maior vazão
Reverso Fluxo reverso
Pressão Menos Menor pressão
Mais Maior pressão
Temperatura Menos Menor temperatura
Mais Maior temperatura
Nível Menos Menor nível
Mais Maior nível
Viscosidade Menos Menor viscosidade
Mais Maior viscosidade
Composição Diferente Presença de contaminante - Composição mais (contaminação ou aumento de presença de um
componente na mistura – também); Composição menos (ausência ou redução da presença de
um componente na mistura)- parte de; Composição outro que (substituição por outra
substância)
Reação Nenhum Nenhuma reação
Menos Reação incompleta
Mais Reação descontrolada
Reverso Reação reversa
Diferente Reação secundária
Rotação Menos Menor rotação
Mais Maior rotação
DESVIOS E CAUSAS
DESVIO POSSÍVEIS CAUSAS
Maior pressão Confinamento de líquidos, bloqueio da descarga de bombas, falha no controle e injeção de gás inerte, presença de
compostos leves, aquecimento indevido
Menor pressão Geração de vácuo, condensação, dissolução de gás em líquido, linha de sucção de bomba/compressor obstruída,
vazamento não detectado, drenagem de vaso, bloqueio de válvula de gás inerte, etc.
Maior temperatura Condições ambientais, incêndio externo, tubos de trocadores de calor entupidos ou defeituosos, falha no sistema de
resfriamento/refrigeração, falha de controle de aquecedor/fornalha, falha no controle da reação, passagem indevida
de fluído aquecido, etc.
Menor temperatura Condições ambientais, redução de pressão, expansão de gases, tubos de trocadores entupidos ou defeituosos, falha
no sistema de controle de resfriamento/refrigeração, etc.
Maior viscosidade Especificação incorreta de material / reagente, menor temperatura, falha de controle de solvente, vazamento de
solvente para o processo, etc.
Menor viscosidade Especificação incorreta de material / reagente, maior temperatura, alta concentração de sólidos, etc.
Mudança de Vazamento através de válvula de bloqueio, alinhamento indevido, vazamento em trocador de calor, mudança de fase,
composição especificação incorreta da matéria-prima, controle inadequado de qualidade, formação de produto
intermediário/subprodutos, etc.
NOTAS IMPORTANTES:
A busca por causas deve ficar restrita ao nó de análise ou a sistemas que já foram analisados.
A busca por efeitos pode ser feita para todo o sistema.
HAZOP X APR
Os dois métodos de análise são utilizados para a identificação de perigoso e classificação de riscos. Cada um dos métodos apresenta alguma
vantagem e também desvantagem, quando comparados entre si. Abaixo colocamos uma lista de vantagens e desvantagens de cada método.
APR é uma metodologia mais simples que:
Aborda somente problemas de segurança e meio ambiente;
Utilização mais fácil e rápida;
Pode ser utilizada para maior variedade de instalações;
Requer menor quantidade de recursos e menos informações das instalações.
HAZOP é uma metodologia mais complexa que:
Pode avaliar também os efeitos operacionais;
Permite uma avaliação e resultados mais detalhados;
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Agrega pouco para instalações de estocagem e transferência;
Requer mais recursos e informações.
LIDERANÇA
É muito importante que o profissional que esteja na liderança em um estudo de Análise Preliminar de Riscos e/ou HAZOP observe:
A postura do Líder e a abrangência dos conhecimentos da equipe que participa da análise são os principais fatores que causam
interferência no resultado do trabalho.
A realização da análise com uma liderança feita de uma forma deficiente levará à uma análise deficiente, por não saber conduzir a
equipe durante o trabalho;
Por outro lado, a realização da análise com uma equipe que tenha o conhecimento necessário para a análise da tarefa, levará a uma
análise incorreta!
6) GERENCIAMENTO DE MODIFICAÇÕES
ELEMENTO ESSENCIAL NO SISTEMA DE GESTÃO – NR20
Contexto
NR20 – Item 20.5.5 – Modificações ou ampliações das instalações passíveis de afetar a segurança e a integridade física dos trabalhadores
devem ser precedidas de projeto que contemple estudo da análise de risco.
Modificações ou ampliações das instalações – Qualquer alteração de instalação industrial que:
I – altere a tecnologia de processo ou processamento empregada;
II – altere as condições de segurança da instalação industrial;
III – adapte fisicamente instalações e/ou equipamentos de plantas industriais existentes provenientes de outros segmentos produtivos;
IV – aumente a capacidade de processamento de quaisquer insumos;
V – aumente a capacidade de armazenamento de insumos ou de produtos;
VI – Altere o perfil de produção ou a qualidade dos produtos.
Item 20.7.2 – Os procedimentos operacionais referidos no item 20.7.1 devem ser revisados e/ou atualizados, no máximo trienalmente para as
instalações classe I e II e quinquenalmente para instalações classe III ou em uma das seguintes situações:
a) Recomendações decorrentes do sistema de gestão de mudanças;
b) Recomendações decorrentes das análises de riscos;
c) Modificações ou ampliações da instalação;
d) Recomendações decorrentes das análises de acidentes e/ou incidentes nos trabalhos relacionados com inflamáveis e líquidos
combustíveis;
e) Solicitações da CIPA ou SESMT.
O “gerenciamento de mudanças” ainda é citado textualmente no anexo II - aliena e) curso avançado II – carga horária de 32 hora – item 12 –
Noções básicas de gestão de mudanças, ou seja, o mesmo é parte integrante da formação para os participantes deste curso avançado.
No caso da planta de Flixborough, uma sistemática de gerenciamento de mudanças poderia ter prevenido este acidente!
LEMBRETE IMPORTANTE: Devemos sempre considerar que uma das principais recomendações da investigação é: “Qualquer modificação deve
ser projetada, construída, testada e mantida de acordo com os mesmos padrões utilizados na planta original!”.
Toda mudança que entrará em estudo deve ser devidamente documentada e o processo deve apresentar uma folha de rosto, como o exemplo
abaixo:
1 – DESCRIÇÃO DA MODIFICAÇÃO:
2 – JUSTIFICATIVA:
3 – REQUISITANTE: MATRÍCULA:
ÁREA: DEPT:
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Outro documento que pode ajudar muito na aplicação da Sistemática do Gerenciamento de Modificações é a lista de verificação que contém
uma série de perguntas que podem ser respondidas diretamente com SIM ou NÃO.
É importante frisar que caso alguma das respostas da LISTA de VERIFICAÇÃO seja SIM, será necessário realizar um procedimento de análise de
risco como HAZOP (ou equivalente).
Representa alteração nos parâmetros de processo (condições de pressão, temperatura, vazão, nível, concentração) fora
dos limites pré-estabelecidos para os sistemas?
Altera tubulações e alinhamentos existentes na instalação?
Introduz ou altera qualquer causa potencial de sobrepressão (entupimento ou bloqueio indevido de tubulações ou
equipamentos, por exemplo) no sistema ou parte do sistema?
Introduz ou altera qualquer causa potencial de subpressão / vácuo no sistema ou parte do sistema?
SE SIM PARA PELO MENOS UMA DAS PERGUNTAS ACIMA É OBRIGATÓRIO REALIZAR HAZOP PARA A MODIFICAÇÃO!
O Plano de Resposta a Emergências como documento tem o objetivo de consolidar (colocar junto) de forma estruturada o conjunto de
diretrizes, informações, recursos e ações necessárias para o controle de uma situação emergencial.
Existem diversas normas que indicam os requisitos do Plano de Resposta a Emergências, sendo que abaixo colocamos algumas destas normas.
PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS – REFERÊNCIAS NORMATIVAS
ABNT NBR 15.219:2005 – Plano de Emergência conta incêndio – Requisitos
ABNT NBR 14.276:2006 – Brigada de incêndio – Requisitos
ABNT NBR 14.277:2005 – Instalações e equipamentos para treinamento de combate a incêndio – Requisitos
ABNT NBR 14.608:2007 – Bombeiro Profissional Civil – Versão corrigida: 2008
NFPA 30 – Código de líquidos inflamáveis e combustíveis
NFPA 550 – Guia para segurança contra incêndio – Árvore de conceitos
NFPA 600 – Brigadas Industriais de Combate a Incêndio
Manual de Análise de riscos industriais da FEPAM
Polícia Militar do Estado de São Paulo – Corpo de Bombeiros – Instrução Técnica N17 - Brigada de Incêndio – 2004
API RP 2021 – Procedimentos específicos de controle de incêndios em parques de tancagem de líquidos inflamáveis e combustíveis
DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS
O Plano de Resposta a Emergências pode ser desenvolvido em etapas para facilitar sua concepção, e o mesmo pode ser dividido nas seguintes
etapas:
1 – Identificação dos cenários acidentais
2 – Análise da consequência e vulnerabilidade
3 – Estabelecimento das ações de controle
4 – Definição dos recursos humanos e recursos materiais
5 – Definição das responsabilidades/atribuições
6 – Definição de Plano de Implantação
7 – Definição de sistemática de avaliação
Abaixo iremos detalhar estas etapas para facilitar ao desenvolvimento de um Plano de Resposta a Emergências
IDENTIFICAÇÃO DOS CENÁRIOS ACIDENTAIS
A identificação dos possíveis cenários acidentais de uma planta é o ponto chave para qualquer Plano de Resposta a Emergências. Apesar de
parecer simples à primeira vista, esta etapa pode ser complexa, pois eventualmente, a pessoa e/ou a equipe responsável por esta etapa, muitas
vezes pode cometer o erro de não incluir riscos que estão presentes, mas deixaram de ser considerados. Para evitar tal possibilidade, são
recomendadas as seguintes ações para a realização desta etapa:
Análise história de acidentes – sempre realize uma pesquisa de acidentes passados, não apenas em vossa planta, mas em plantas
similares de outras empresas. Atualmente este tipo de pesquisa é mais rápida e fácil com auxílio de recursos da internet.
Levantamento de perigos e cenários plausíveis, por grupo multidisciplinar experiente – ao formar a equipe de estudo, garanta a
presença de profissionais de diversas áreas, como engenharia, manutenção, processo/operação, etc. para que a visão do possível
cenário seja a mais abrangente possível. Profissionais de longa experiência na planta são os mais recomendados para esta parte.
Pesquisa em bibliografia – existem diversos livros e artigos técnicos que comentam acidentes e são excelentes casos de estudo para
que, por analogia, possam ser determinados os cenários de acidentes.
Estudos de análise de riscos – uma das maneiras eficientes de verificar quais são os possíveis cenários de acidentes, é realizar uma
análise de risco da planta e de seus processos. Esta etapa normalmente deverá ser realizada por profissionais de perfil prevencionista,
enriquecer a visão global de possíveis acidentes.
Durante esta fase sempre devemos perguntar a todos os envolvidos:
“Para quais cenários acidentais potenciais deveremos nos preparar, considerando tipo e magnitute das consequências?”
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Devemos sempre considerar cenários de médio e grande porte, que pode estar divididos da seguinte maneira:
Cenários acidentais digno de crédito
Cenários acidentais digno de crédito – pior caso
Cenários acidentais não digno de crédito – pior caso
Para os casos acima, devemos registrar no Plano de resposta a Emergências os Limites e abrangência do plano.
CENÁRIOS ACIDENTAIS DIGNOS DE CRÉDITO
São cenários possíveis de ocorrer com maior probabilidade tais como princípios de incêndios, vazamentos em
pontos específicos, etc., e para estes casos precisamos das seguintes ações de controle:
Capacitação da equipe de resposta a emergências
Plano de simulados (periódicos)
Pré-planejamento de ações
Planos de evacuação local e geral
A grande maioria dos Planos de Respostas e Emergências considera estes como os principais casos de possíveis
emergências.
TÁTICAS OFENSIVAS
As táticas ofensivas são aplicadas quando estão presentes os seguintes fatores:
Disponibilidade de recursos
Pessoal capacitado
Condições meteorológicas favoráveis
Tempo de queima
NOTA IMPORTANTE: para que as táticas ofensivas sejam eficazes é sempre necessário
que o Plano de controle de emergências tenha no nível Tático-operacional, um
procedimento específico para cada tanque e/ou equipamento, indicando as principais
características de cada tanque (e/ou equipamento), dados físico-químicos do produto,
toxidade do produto, sentido predominante dos ventos, recursos materiais necessários,
recursos humanos necessários, bem como descrição das atividades a serem adotadas de
acordo com os cenários encontrados.
Exemplo de diagrama de procedimento específico para controle de emergência de incêndio em tanque de material combustível.
ZONAS DE ATENDIMENTO
É muito importante que em qualquer emergência sejam estabelecidas zonas de atendimento, normalmente chamadas de Zona Quente, Zona
Morna e Zona Fria. Este conceito é utilizado em emergências como incêndios, vazamentos de produtos químicos, desabamentos, etc.. Abaixo
temos um diagrama clássico da delimitação por zonas de atendimento.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
O diagrama ao lado é adotado principalmente para emergência com
produtos perigosos, mas também pode ser adotado para situações
como incêndios, desabamentos, etc.. O tamanho das zonas poderá
ser determinado de acordo com a percepção do comando da equipe
de emergência, especialmente para os casos de incêndio,
desabamento, entre outros. Já para o caso de emergências
envolvendo vazamentos de produtos químicos, a distância a ser
isolada é dada pelo Manual Proteção da ABQUIM e/ou Manual de
Autoproteção do Transporte de Cargas Perigosas, que utiliza a mesma
tabela da ABQUIM. Esta tabela leva em consideração o produto
químico (suas características e toxicidade), quantidade envolvida no
acidente e o período (diurno ou noturno), indicando então a distância
mínima a ser isolada.
NOTA: esta tabela de distâncias a serem isoladas não é fruto exclusivo da ABQUIM, mas sim adaptações de legislações dos EUA e da Europa.
NÍVEIS DE RESPOSTA
As respostas as possíveis emergências podem ser divididas nos seguintes níveis:
PRIMEIRO NÍVEL – efetuado normalmente pelo pessoal de operação. Incidentes são normalmente de pequeno porte com efeitos apenas
localizados.
SEGUNDO NÍVEL – efetuado por grupos estruturados, equipados e especialmente treinado dentro da empresa. Denominados, normalmente,
como Brigada de Emergência (brigada de incêndio). Atuam principalmente em incidentes de médio porte.
TERCEIRO NÍVEL – efetuado por Planos de Auxílio Mútuo (PAM’s) interempresariais e/ou por instituições tais como Corpo de Bombeiros, Defesa
Civil, etc. Normalmente acionados em incidentes de grande porte.
QUALIDADE DA RESPOSTA X TREINAMENTOS
Já foi observado por diversos especialistas que, apesar de
receber treinamentos iniciais adequados, as equipes de
atendimento a emergências apresentam perda de qualidade
na resposta a emergências quando não recebem
treinamentos complementares. Entretanto, quando são
aplicados treinamentos regulares é observada uma melhora
contínua na resposta até que a mesma se estabilize após um
determinado tempo. O gráfico ao lado leva em consideração
estes aspectos, e foi publicado originalmente na: CEP
MAGANIZE 08-2006 – Improved safety by improving human
performance.
É extremamente importante observar para a evolução da
qualidade de resposta da brigada de emergência que
critérios de avaliação sejam estabelecidos para os
treinamentos regulares e para os simulados.
AVALIAÇÃO DOS PLANOS DE CONTROLE DE EMERGÊNCIAS
Entre os vários métodos possíveis de serem aplicados para realizar a avaliação dos Planos de Controle de Emergências, são comumente
utilizados:
Exercícios simulados – planejados e estruturados com base nos cenários acidentais identificados
Para que a avaliação seja realizada adequadamente, uma pessoa experiente (no controle de emergências) deve ser colocada como observador,
que irá realizar a avaliação e recomendar os possíveis tratamentos dos desvios observados.
CAPACITAÇÃO DA BRIGADA DE EMERGÊNCIA
A capacitação da brigada de emergência é dada pela NBR
14.276 que estabelece o conteúdo programático e a carga
horária a ser seguida. Nesta NBR é observado que para
indústrias de médio e grande porte e de alto nível de perigo é
recomendável fazer uma adaptação do conteúdo
programático aos principais cenários acidentais.
Ao lado vemos dois tipos de exercícios para brigada de
emergência, sendo um mais simples e outro mais complexo
(destinado a empresas com maior risco).
Um ponto muito importante estabelecido na NR20 – no item 20.14.6 diz: os integrantes da equipe de resposta a emergências devem ser
submetidos a exames médicos específicos para a função que irão desempenhar, conforme estabelece a NR07, incluindo os fatores de riscos
psicossociais, com a emissão do respectivo atestado de saúde ocupacional.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
RECURSOS MATERIAIS
Os recursos materiais necessários para um controle efetivo de uma possível emergência com produtos inflamáveis são de elevado valor
agregado, e a quantidade dos mesmos deve ser calculada de acordo com a quantidade de material inflamável e o tipo de planta industrial
presente. Entre os principais equipamentos, podemos citar:
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS DE COMBATE A INCÊNDIOS
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS NO CONTROLE DE VAZAMENTOS DE PRODUTOS INFLAMÁVEIS
EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DE VAZAMENTOS DE PRODUTOS INFLAMÁVEIS
EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE PREVENÇÃO
EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO
EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE CONTROLE / COMBATE
Abaixo iremos detalhar um pouco de cada um dos itens acima colocados.
Capacete combate à incêndios Balaclava antichama Bota de combate incêndio Luva de combate à incêndio
Outro equipamento de proteção individual muito importante nas operações de combate a incêndio, bem como nas emergências envolvendo
produtos perigosos é o chamado EPR (equipamento de proteção respiratória autônomo), também conhecido no Brasil pela sigla PA. Os
equipamentos de proteção autônomos são caracterizados pela presença de um cilindro de ar respirável que fica acondicionado em um suporte
preso às costas do usuário. Apesar dos equipamentos autônomos não apresentarem uma autonomia ilimitada, os mesmos oferecem a
possibilidade de liberdade de movimentos, sendo então ideais para diversas atividades, tais como, combate a incêndio, resgate em espaços
confinados, atendimento a emergências com produtos perigosos, entre outras. Existem duas tecnologias distintas utilizadas na construção de
equipamentos autônomos:
Equipamentos autônomos de circuito aberto
Equipamentos autônomos de circuito fechados (re-respiradores ou rebreather’s)
Nesta apostila iremos tratar apenas dos respiradores autônomos de circuito aberto, que são os mais comuns para operações de combate a
incêndios.
RESPIRADORES AUTÔNOMOS DE CIRCUITO ABERTO
Os respiradores autônomos são equipamentos compostos por um cilindro com ar respirável, um suporte dotado de
arreios e cintos para fixar o cilindro ás costas do usuário, um regulador de pressão, uma válvula de demanda e um
respirador facial. No Brasil, os equipamentos autônomos são conhecidos pela sigla PA (de proteção autônoma). As
primeiras versões de equipamentos autônomos datam do início do século XX, sendo que tais equipamentos eram
pesados, com pouca autonomia e de baixa confiabilidade. Com o avanço de diversas tecnologias durante as últimas
décadas, os equipamentos autônomos se tornaram mais confiáveis, leves e apresentam autonomia muito superior as
versões iniciais. Os equipamentos autônomos modernos são construídos com as mais recentes tecnologias e matérias
primas, tornando-os equipamentos de excepcional qualidade e confiabilidade, podendo ser empregados nas situações
mais extremas, como o combate a incêndios, vazamentos de produtos químicos, resgates em espaços confinados,
etc.Abaixo iremos detalhar os componentes de um equipamento autônomo.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
CILINDRO DE AR RESPIRÁVEL
Os primeiros cilindros de ar respirável utilizados pelos equipamentos autônomos
eram de aço carbono, e apresentavam massa muito grande (aproximadamente 12
kg), tornando os equipamentos pesados e desconfortáveis. Já na década de 80
surgiram os primeiros cilindros de ar de alta pressão com construção em material
composto, chamados de COMPOSITE.
Detector por Fotoelétrico Detecção de chama Detecção de gases Detector infravermelho Detector térmico
ionização (fumaça (fumaça visível) (radiações infravermelha e e vapores
com poucos ultravioletas) inflamáveis
particulados)
NOTA – a NBR 17.240 substituiu a NBR 9441 – Sistemas de detecção e alarme de incêndio – projeto instalação, comissionamento e manutenção
de sistemas de detecção e alarme de incêndio – requisitos.
Os fatores importantes que devem ser considerados para o posicionamento dos detectores de gás são:
Localização dos pontos possíveis de vazamento;
Localização de possíveis fontes de ignição e distâncias envolvidas;
A direção predominante dos ventos;
Particularidades locais como obstáculos e espaços “mortos”;
Características físico-químicas dos produtos (estado físico, densidade em relação ao ar, limite inferior de explosividade, etc.);
Facilidade de acesso aos detectores para calibração;
Possibilidade de choque mecânico;
Alarme do detector em local de fácil visualização e audição (presença de pessoas próximas);
Posicionamento dos detectores o mais próximo possível dos locais de vazamento (flanges e vedações de válvulas, selos de bombas,
compressores, etc.);
Casos em que é indefinida a direção do vento, ou nos casos de unidades cobrindo grandes áreas, os detectores deverão ser
distribuídos pelas unidade tanto na vertical como na horizontal.
No diagrama ao lado temos a condição de segurança ideal que os detectores
devem apresentar em uma instalação, onde temos:
LEGENDA:
Tf – tempo decorrido entre o início do vazamento e a formação de uma mistura
com concentração superior ao Limite Inferior de Explosividade, junto a uma fonte
de ignição.
Td – Tempo decorrido entre o início do vazamento e a chegada no sensor de uma
mistura com concentração suficiente para ativa-lo.
Tr – Tempo de resposta do instrumento (sensor).
Tm – Tempo necessário para que as medidas de proteção sejam efetivadas.
CONDIÇÃO DE SEGURANÇA
Tf > (Td + Tr + Tm)
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
SISTEMAS DE PREVENÇÃO – PROTEÇÃO PASSIVA
Existem diversos tipos de sistemas de prevenção passiva que podem ser aplicados para minimizar os possíveis danos em casos de vazamentos
e/ou incêndios. Entre os mais comuns podemos colocar:
FIRE-PROOFING
Consiste na aplicação de materiais inertes que não entram em combustão em elementos estruturais considerados vitais para a operação e
segurança de instalações químicas e petroquímicas, com intuito de evitar o colapso estrutural dos mesmos durante um incêndio.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO
Os sistemas de comunicação de emergências já são muito difundidos nas empresas, mas no geral, a maioria das empresas possuem os
seguintes equipamentos de comunicação de são acionados em emergências:
Rádio Telefone de emergência Alarmes Central de emergência (em conjunto com portaria)
Normas que devem ser observadas: NBR 9077 – saídas de emergência em edifícios; NBR 17.240 (substitui a NBR 9441) – sistemas de detecção e
alarme de incêndio – projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – requisitos; NFPA72 –
National Fire Alarm Code.
INTRODUÇÃO
O CSB (Comitê Americano de Investigação de Riscos e Segurança Química) identificou
mais de 60 fatalidades desde 1990, devido a explosões e incêndios ocasionados por
trabalhos à quente em tanques e proximidades. Trabalho a quente é definido como
atividade envolvendo queima, soldagens ou operações similares que são capazes de
iniciar incêndios ou explosões. Trabalhos a quente também incluem outras atividades
com potencial de criar fontes de ignição, tais como cortes, brasagem e desbaste. Os
trabalhadores estão expostos a riscos potencialmente grandes, não apenas nas
indústrias de petróleo e química, mas também nas indústrias de alimentos, papel,
tratamento de água, etc.
Este BOLETIM de segurança irá resumir 11 acidentes, 9 dos quais já foram alvos de
investigações desta agência, para destacar SETE LIÇÕES CHAVES que foram
encontradas para serem aplicadas para a grande maioria dos incidentes, especialmente
a necessidade para análise efetiva dos riscos e monitoramento adequado de ANIMAÇÃO DO VÍDEO DE SEGURANÇA - CSB 2008 – MORTE
concentrações potencialmente inflamáveis de gases e vapores nos locais de trabalho. NO CAMPO DE ÓLEO
O Padrão OSHA de trabalho a quente 29CFR1910.252, que está vinculada a soldagem, corte e brasagem, e o consenso voluntário padrão da
Associação Nacional Proteção contra Fogo (NFPA), define práticas que devem ser implementadas durante as atividades de trabalhos à quente.
Este BOLETIM, entretanto, foca em sete lições chaves desenhadas a partir de acidentes para enfatizar assuntos de segurança recorrentes que
merecem especial atenção durante as atividades em trabalhos a quente. Para um entendimento maior de uma discussão sobre trabalhos a
quente, o leitor deve consultar tais padrões, assim como outras fontes de informação indicadas nas referências na parte final deste documento.
Este BOLETIM foi elaborado após um número de recentes acidentes envolvendo trabalho à quente que dividem todas ou muitas das mesmas
lições de segurança. Sete dos acidentes ocorreram desde Julho de 2008. Enquanto cada acidente tem características únicas, todos resultaram à
partir de vapores inflamáveis vindo em contato com uma fonte de ignição criada por soldagem ou corte que foi realizada no e/ou próxima ao
tanque que continha produto inflamável. Em alguns casos a presença de material inflamável era completamente desconhecida pelos
trabalhadores, e em todos os casos, os trabalhadores não tinham conhecimento que uma quantidade explosiva de vapores inflamáveis tinha
sido acumulada. Apesar de poder aprender muito sobre estes acidentes com trabalhos a quente, este BOLETIM destaca SETE LIÇÕES
ESPECÍFICAS que o CSB conclui que terão grande impacto na segurança se implementadas no local de trabalho.
É comum testar a presença de gases e/ou vapores inflamáveis com um detector de gases inflamáveis (combustíveis) antes de iniciar a
manutenção a ser realizada, especialmente quando soldagem ou outro trabalho à quente estiver envolvido. (Trevor Kletz – O que ocorreu de
errado?, 1999 – 4ª Edição, página 16).
O que é monitoramento de gás combustível (inflamável)?
As concentrações de gases e vapores combustíveis são geralmente determinadas utilizando um detector portátil de gases e
vapores inflamáveis, também conhecidos como explosímetros. Os detectores de gases e vapores inflamáveis são relativamente
baratos e disponíveis em vários modelos de vários fabricantes. O treinamento do uso correto deste tipo de equipamento é a
chave principal para um teste efetivo no local do trabalho e é um aspecto crítico na efetividade de um programa de segurança
em trabalhos à quente.
Esforços das equipes de resposta, seguidos ao acidente de 5
de junho de 2006 na empresa PARTRIDGE RALEIGH OILFIELD
– cortesia do escritório do SHERIFF de Smith County.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
SETE LIÇÕES CHAVES DOS ACIDENTES RECENTES EM TRABALHOS À QUENTE
1 – USE ALTERNATIVAS – sempre que possível, evite o trabalho à quente considerando métodos alternativos. 4
2 – ANALISE OS RISCOS – antes de iniciar os trabalhos à quente, realize uma análise de riscos que identifique o escopo do serviço, os riscos
potenciais e os métodos de controle dos riscos (5).
3 – MONITORE A ATMOSFERA – conduza uma monitoração efetiva na área do trabalho utilizando adequadamente um detector (explosímetro)
calibrado (6) antes e durante as atividades de trabalhos à quente, mesmo em áreas onde uma atmosfera inflamável não é esperada.
4 – TESTE A ÁREA – nas áreas de trabalho onde produtos inflamáveis são armazenados e manuseados, drene e/ou purgue todos os
equipamentos e tubos antes de conduzir os trabalhos à quente (7). Quando soldando nos tanques de armazenamento ou em suas áreas
circunvizinhas, teste adequadamente, e se necessário, de maneira contínua todos os tanques ao redor e as áreas adjacentes (não apenas o
tanque e/ou container que está sofrendo o reparo) para a presença de gases e vapores inflamáveis para eliminar possíveis fontes de destes
gases e vapores.
5 – USE PERMISSÃO DE TRABALHO – assegure que um profissional qualificado (com formação em segurança do trabalho – no Brasil),
familiarizado com os riscos específicos da área, realize uma revisão e autorize todo o trabalho à quente, através da emissão de permissão de
trabalho, identificando especificamente o trabalho a ser realizado e as precauções necessárias para segurança (8).
6 – TREINE VIGOROSAMENTE – treine todas as pessoas envolvidas no trabalho à quente, incluindo os procedimentos adequados, uso adequado
de detectores de gases e vapores inflamáveis, uso correto dos equipamentos de proteção individuais e coletivos e aos riscos específicos do
trabalho à quente e suas medidas de controle, sempre de maneira clara e objetiva que seja entendida por todos trabalhadores (9).
7 – SUPERVIONE AS EMPREITEIRAS – forneça supervisão de segurança do trabalho para os prestadores de serviços externos (empreiteiras) que
irão conduzir trabalhos à quente (10). Informe de maneira clara os trabalhadores terceirizados sobre os riscos específicos do site, incluindo a
presença de materiais inflamáveis (11).
A importância destas lições é evidente quando revisamos os 11 acidentes brevemente descritos neste BOLETIM. Enquanto cada lição irá reduzir
a probabilidade de um acidente catastrófico com trabalho à quente, especial atenção deve ser dada as Lições números 2 e 3 – a importância de
analisar os riscos utilizando detectores de gases e vapores inflamáveis para verificação de uma atmosfera potencialmente inflamável.
Estas lições de segurança não são novas; em 1997 a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) editou um ALERTA de SEGURANÇA QUÍMICA
avisando dos acidentes sérios e recentes de explosões de tanques subterrâneos, sendo que um bom número de acidentes tinha ocorrido devido
a ignição por trabalhos à quente. A EPA recomendou medidas de redução de riscos que incluíam melhor avaliação de riscos e detecção
“apropriada” para teste de atmosferas explosivas (12).
Enquanto o Padrão da OSHA proíbe o trabalho á quente em atmosferas inflamáveis (explosivas), a mesma não explicita a necessidade de uso de
um detector de gases e vapores inflamáveis. Entretanto, outro Guia de Boas Práticas da Associação Nacional de Prevenção ao Fogo (NFPA),
Instituto Americano do Petróleo (API), e FACTORY MUTUAL GLOBAL (FM) reforçam a necessidade de monitorar gases e vapores para prevenir
incêndios e explosões. Por exemplo, a NFPA 326 indica a necessidade do uso de detectores quando conduzindo trabalhos de limpeza, reparos e
trabalhos à quente nos e/ou no interior de tanques, containers que contenham ou contiveram produtos inflamáveis. (Todos os 11 acidentes
descritos neste BOLETIM envolveram trabalhos à quente nos, e/ou próximos, à tanques que continham produtos inflamáveis). Testes da
presença de gases e vapores inflamáveis devem ser realizados antes e durante todo o trabalho à quente (corte, solda, ou operações que
envolvam aquecimento) (13). Se a concentração do Limite Inferior de Explosividade alcançar 10%, a NFPA326 exige que todos os trabalhos
devem ser interrompidos e a fonte de gases e/ou vapores de atmosferas inflamáveis sejam localizadas, eliminadas ou controladas.
Para os casos descritos neste BOLETIM, um programa de gerenciamento de segurança, incluindo a análise de risco e o uso apropriado de
detectores de gases e vapores inflamáveis, teria alertado aos trabalhadores a presença de uma atmosfera inflamável antes do desastre ocorrer.
Os 11 acidentes estão divididos em duas categorias: 1) casos em que não foram realizadas detecção de gases e vapores; e 2) casos em que o
monitoramento de gases e vapores foi realizado de maneira inadequada.
“Evite trabalho à quente de qualquer natureza em áreas onde líquidos e gases inflamáveis são manuseados,
processados ou estocados”.
Use um detector portátil de gases e vapores inflamáveis (explosímetro) antes e durante o trabalho. Se
qualquer leitura for observada, então o trabalho não pode ser iniciado ou continuado até que a fonte de
gases e/ou vapores inflamáveis seja encontrada e adequadamente mitigada de maneira que a concentração
seja mantida abaixo de 10% do Limite Inferior de Explosividade (considerando que o explosímetro esteja
calibrada para o gás ou vapor que esteja detectando)! (FM GLOBAL, Folha de Dados de Prevenção de Perdas
de Propriedade 10-3, 2006 – página 4)
EXEMPLO DE EXPLOSÍMETRO
UITLIZADO PARA DETECTAR GASES
E VAPORES INFLAMÁVEIS.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
11 ACIDENTES DE TRABALHOS À QUENTE ONDE NÃO FORAM REALIZADOS DETECÇÃO DE GASES E
VAPORES INFLAMÁVEIS
Em sete dos onze acidentes discutidos neste BOLETIM, nenhuma detecção de gases e vapores foi realizada antes ou durante a atividade de
trabalho à quente. Nestes casos, uma avaliação efetiva dos riscos e uso apropriado de monitoramente de gases teria alertado os trabalhadores
das condições inseguras de trabalho.
A.V. THOMAS PRODUCE
ATWATER, Califórnia, 31 de março de 2009.
2 empregados severamente queimados
Dois empregados da A.V.THOMAS PRODUCE estavam usando uma tocha de maçarico acetileno/oxigênio para soltar uma conexão em um
suporte de um tanque de combustível, que a empresa esperava recuperar para estocar diesel em operações de campo. Os trabalhadores,
entretanto, não estavam avisados que o tanque continha resíduos líquidos e na forma de vapore de hidrocarbonetos de um uso desconhecido
anteriormente. O tanque não foi limpo ou purgado antes do trabalho iniciar. Logo após aplicar aquecimento no tanque, uma explosão ocorreu,
empurrando para longe a parte de baixo do tanque. Ambos empregados foram transportados por helicóptero para um centro regional de
atendimento a queimados, onde foram tratados com queimaduras cobrindo de 30% a 50% de seus corpos.
Vista exterior e
interior de tanque de
combustível
envolvido em
acidente de trabalho
à quente – A V
THOMAS PRODUCE.
A empresa não possuía um programa formal para trabalhos à quente, e nenhuma permissão de trabalho foi preenchida. Nenhuma medição de
gás ou vapor foi realizada antes do início do trabalho a quente, e a empresa não possuía um procedimento que requeria tal medição. Em adição
a este fato, muitos trabalhadores eram fluentes apenas em espanhol, tendo dificuldade de entender a língua inglesa, e não foram treinados em
procedimentos de segurança do trabalho ou no uso de detectores de gases em sua língua mãe.
Lições Chave Aplicáveis: Analise os riscos, monitore a atmosfera, teste a área ao redor, utilize permissão de trabalho, treine adequadamente.
A flange estava localizada na parte superior de um tanque de 24 metros de altura que continha água reciclada com resíduos de fibra. Os
trabalhadores da planta não estavam avisados da presença potencial de gases e vapores inflamáveis provenientes da decomposição de
materiais orgânicos acumulados no interior do tanque, e a medição de gases e vapores inflamáveis não era tipicamente requerida ou executada
antes do início dos trabalhos. Na hora do acidente, três trabalhadores estavam na passarela sobre o tanque, um deles começou o processo de
solda da flange quando fagulhas da solda deram ignição em vapores e gases inflamáveis dentro do tanque. A explosão resultante abriu a parte
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
superior do tanque, lançando dois trabalhadores no piso 24 metros abaixo. Os três trabalhadores morreram de traumatismos. Um quarto
trabalhador que estava observando o trabalho à distância sobreviveu com ferimentos menores.
A análise do Comitê do CBS do conteúdo do tanque determinou que bactérias anaeróbicas haviam se multiplicado no interior do tanque com
água que era reciclada inúmeras vezes, alimentando as bactérias com resíduos orgânicos. As bactérias neste processo produziram hidrogênio
que é um gás altamente inflamável, que entrou em ignição durante o trabalho de solda. O Comitê do CBS encontrou que na hora do acidente os
trabalhadores e supervisores da PCA estavam desavisados dos riscos da produção de gases inflamáveis por bactérias anaeróbicas que podiam
estar se multiplicando no interior do tanque. A PCA não realizou uma análise de risco ou reconhecia que o tanque com resíduos contendo fibras
como potencialmente perigoso. A detecção de gases e vapores inflamáveis com explosímetro não era “necessária” para o trabalho.
Lições Chave Aplicáveis: Analise os riscos, monitore a atmosfera, teste a área ao redor.
PARTRIDGE-RALEIGH OILFIELD
RALEIGH, MISSISSIPPI, 5 de junho de 2006
3 trabalhadores mortos, 1 trabalhador seriamente ferido
Em 5 de junho de 2006, trabalhadores contratados estavam instalando uma nova
tubulação entre dois tanques de óleo em uma instalação rural de óleo quando
fagulhas do processo de soldagem causaram a ignição de vapores inflamáveis de
hidrocarbonetos, provenientes de um respiro de um dos tanques. Aquele tanque e
outro próximo explodiram matando três trabalhadores que estavam sobre os
tanques, e ferindo gravemente um quarto trabalhador. Assim como no caso do
acidente da MAR OIL, todos os tanques estavam interconectados por tubulações, e
um dos tanques continha óleo cru, que foi a fonte de vapores que alimentou as
explosões.
Os trabalhadores não tinham realizado medições de gases e vapores inflamáveis antes do início dos trabalhos à quente, e lançaram mão de um
procedimento prático inseguro e não confiável de usar um bico de maçarico acesso para verificar se o tanque continha gases e vapores
inflamáveis. Os trabalhadores não esvaziaram ou isolaram o tanque que continha óleo cru antes de iniciar os trabalhados à quente.
Tanto a empreiteira contratada, assim como a empresa PARTRIDGE- RALEIGH tinham procedimentos ou requeriam permissões escritas para o
trabalho á quente. O empreiteiro não forneceu treinamentos de segurança para trabalho á quente para seus empregados. Ainda pior a
PARTDRIGE-RALEIGH não tinha qualquer requerimento (padrão) de segurança do trabalho para as empresas contratadas para serviços nesta
planta.
No site da CSB há um vídeo informativo deste acidente assim como um relatório completo do mesmo, que podem ser acessados através de:
www.csb.gov
Lições Chave Aplicáveis: Use alternativas, analise os riscos, monitore a atmosfera, teste a área, use permissões escritas, treine adequadamente
e supervisione os terceiros.
TEPPCO PARTNERS, LP
Garner, Arkansas, 12 de maio de 2009
3 trabalhadores mortos
3 trabalhadores terceirizados estavam usando um bico de corte em um maçarico
no topo de um teto interno flutuante de um tanque de 67.000 barris de
capacidade de gasolina no terminal da TEPPCO PARTNERS McRAE, quando uma
explosão interna lançou os dois tetos do tanque (o flutuante e o externo
abobadado). Todos os três trabalhadores morreram. Os trabalhadores estavam
preparando para instalar um medidor de nível.
O medidor possuía uma haste que media a quantidade de produto no interior do tanque. Parte da instalação envolvia cortar uma abertura no
teto flutuante para a haste ser instalada. A atividade de corte com o maçarico foi a causa mais provável da ignição do tanque. Antes de iniciar as
atividades, os trabalhadores foram treinados em dois assuntos: espaços confinados com permissão de entrada e permissão para trabalho à
quente (para realizar o corte do teto). A permissão para o trabalho à quente indicava que o monitoramente de gases e vapores inflamáveis
ocorreu as 07:00 horas, no início do turno de trabalho. Entretanto, nenhuma documentação existe indicando que novas medições foram
realizadas, mesmo após o retorno dos trabalhadores do intervalo de almoço, ou quando eles iniciaram as atividades de trabalho à quente, logo
antes da explosão, as 14:30 horas. As atmosferas no interior dos tanques podem mudar rapidamente; os procedimentos de detecção de gases
devem ser feitos imediatamente antes e durante toda a atividade de trabalho à quente para assegurar que os trabalhadores estejam avisados
sobre o potencial desenvolvimento de uma atmosfera explosiva.
Lições Chave Aplicáveis: Analise os riscos, monitore a atmosfera, teste a área, supervisione os terceiros.
Para utilizar efetivamente um detector de gases e vapores inflamáveis, considere as características do gás (mais leve ou mais pesado que o ar)
assim como os locais apropriados e a frequência dos testes. Treinamento de pessoal e manutenção adequada, testes de resposta e calibração
válida do equipamento também são cruciais para o uso efetivo dos detectores. (Recomendação Prática do Instituto do Petróleo Americano –
API – 2009, 2002 – página 12).
CONAGRA FOODS
Boardman, Oregon, 16 de fevereiro de 2009.
1 trabalhador morto
Um soldador contratado foi morto enquanto reparava uma rachadura de 1¼” x ½” (32
x 13 mm) na parte inferior de um tanque de clarificação de água na planta da ConAgra
Foods. O tanque de 7 metros de altura era utilizado para separar sujeiras e resíduos do
efluente da área do processo de lavagem de batatas. O tanque estava aberto em sua
parte superior e possuía uma saia (de chapas de metal) no seu fundo cônico. Enquanto TANQUE DE LAVAGEM DE BATATAS ENVOLVIDO NO
o soldador estava trabalhando no interior do tanque, uma explosão ocorreu e a ACIDENTE
estrutura do interior do tanque entrou em colapso, resultando na morte do soldador.
O Comitê do CSB determinou que aproximadamente 36 cm de água com resíduos orgânicos do processo de lavagem de batatas vazaram pela
rachadura e se acumularam no espaço “escondido” pela saia do tanque. Exames de amostras do líquido indicaram que a decomposição do
resíduo orgânico por bactérias produziram gases inflamáveis, que entrou em ignição com o processo de soldagem.
Neste caso, a equipe da ConAgra havia testado o interior do tanque para presença de gases e
vapores inflamáveis antes de iniciar o trabalho à quente, mas apenas pela abertura da boca de
visita, e nenhum gás ou vapor foi detectado. Não foi realizada nenhuma detecção de gases e
vapores inflamáveis no local da rachadura no momento do início da atividade de solda, ou nas
áreas adjacentes ao tanque para verificar se havia gás e/ou vapor inflamável no local. Os
trabalhadores envolvidos haviam recebido treinamento inadequado no uso específico de
detectores de gases e vapores inflamáveis (explosímetros) que foi utilizado, e nenhuma
permissão de trabalho à quente foi preenchida antes no início do processo de soldagem.
Lições Chave Aplicáveis: Analise os riscos, monitore a atmosfera, teste a área, utilize permissões escritas e treine adequadamente.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
MOTIVA ENTERPRISES REFINARY
Delaware City, Delaware, 17 de julho de 2001.
1 trabalhador morto e 8 trabalhadores feridos
Uma explosão muito grande destruiu um tanque de grandes dimensões contendo
uma mistura de ácido sulfúrico com hidrocarbonetos na refinaria Motiva Enterprises
na cidade de Delaware. Um trabalhador contratado foi morto e oito trabalhadores
sofreram ferimentos, além do ácido sulfúrico do tanque destruído poluir o rio
Delaware. A explosão ocorreu durante uma operação reparo com solda em uma
passarela sobre o tanque de ácido, quando vapores inflamáveis entraram em ignição
com as fagulhas de solda.
A ignição resultou em uma explosão muito forte dentro do tanque que deixou buracos no teto do tanque, em sua lateral e no sistema de
deficiente de inertização. No dia do acidente, testes com detectores para verificar a presença de gases e vapores inflamáveis foi realizado
apenas no início das atividades do trabalho à quente, mas nenhum monitoramente foi conduzido durante o trabalho à quente em si. Durante as
cinco horas durante a última medição de gases e a explosão, a temperatura ambiente havia aumentado cerca de 8 graus Celcius. Este
aquecimento aumentou a evaporação de hidrocarbonetos dentro do tanque, e os vapores inflamáveis resultantes vazaram para fora do tanque
até a área do trabalho à quente. A MOTIVA ENTERPRISES tinha um programa de trabalho à quente que inclui permissões escritas, mas o
programa era inadequado. O trabalho à quente era permitido em áreas próximas a tanques contendo produtos inflamáveis, incluindo aqueles
que era sabido haver furos devido a corrosão. Medição da atmosfera contínua durante os trabalhos à quente, assim como o controle para
fagulhas de processos de soldagem não eram necessários.
Tais informações podem ser obtidas no relatório final deste acidente na REFINARIA MOTIVA ENTERPRISES (em agosto de 2002), que está
disponível no site: www.csb.gov
Lições Chave Aplicáveis: Use alternativas, Analise os riscos, monitore a atmosfera, teste a área, supervisione os contratados.
REFINARIA PENZZOIL
Rouseville, Pennsylvania, 16 de outubro de 1995.
5 trabalhadores mortos
Apesar deste caso não ter sido investigado pelo Comitê CSB, devido a agência não existir
e estar operacional quando ocorreu este acidente, a natureza catastrófica deste acidente
de trabalho à quente e as lições aprendidas do mesmo, tornam este caso importante
para este BOLETIM. Uma explosão e incêndio decorrente da mesma, durante um
trabalho à quente resultou na morte de cinco trabalhadores e exigiu que os bombeiros
evacuassem a refinaria e as área próximas.
A agência de proteção ambiental dos EUA (EPA) investigou o acidente e encontrou que uma operação de solda que estava sendo realizada em
uma escada localizada entre dois tanques de estocagem de mistura de resíduos de hidrocarbonetos foi a causa do acidente. A explosão foi
atribuída a ignição de vapores inflamáveis provenientes de um dos tanques. O relatório da EPA indicou que “os tanques contendo vapores de
produtos inflamáveis e/ou combustíveis não eram rigorosamente isolados do local do trabalho à quente... Apesar de medições com detectores
de gases e vapores inflamáveis terem sido realizadas de manhã cedo antes do trabalho à quente não indicarem presença de vapores
inflamáveis, o gradual aquecimento durante o dia (e da atividade) poderiam ter tornado a presença de gases e vapores inflamáveis mais fácil” 16.
De acordo com o relatório, a detecção de gases e vapores inflamáveis não foi repetida durante o período da manhã, quando no final da manhã
ocorreu a explosão. A EPA recomendou que as plantas industriais de produtos inflamáveis devem realizar a medição de gases e vapores
inflamáveis continuamente durante todas as atividades de trabalhos à quente.
Lições Chave Aplicáveis: Analise os riscos, monitore a atmosfera, teste a área.
CONCLUSÃO
Apesar de existirem regulamentos e guias de boas práticas para os
riscos conhecidos envolvendo trabalhos à quente, mortes e danos à
saúde sérios continuam a ocorrer em explosões envolvendo trabalhos á
quente. O Comitê CSB verificou que os acidentes envolvendo trabalhos
à quente é uma das causas mais comuns da morte de trabalhadores dos
casos investigados. Seguir as sete lições chave deste BOLETIM,
conjuntamente com a aplicação de boas práticas de segurança, podem
prevenir mortes e danos a saúde dos trabalhadores em casos de
trabalho à quente.
TRABALHOS DE RESGATE NO ACIDENTE DA CONAGRA
De maneira particular, as empresas que contratam serviços de terceiros, empreiteiros, técnicos de segurança do trabalho, soldadores e outros
trabalhadores de manutenção devem analisar os riscos de maneira efetiva e realizar detecção de gases e vapores inflamáveis antes e durante
as atividades envolvendo trabalhos à quente. O treinamento no uso adequado de aparelhos como os explosímetros é imperativo para a
prevenção de futuros acidentes.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
REFERÊNCIAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS
API (INSTITUTO DE PETRÓLEO AMERICANO). Segurança em soldas, cortes e práticas seguras em trabalhos à quente na indústria química e
petroquímica. Práticas recomendadas – 2009 – Washington DC, 2002.
Associação de Empresas de Serviços de Energia (AESC). Trabalho à quente, Grupo de Aviso - Comitê técnico de saúde, segurança e meio
ambiente – publicado – disponível on-line: http://www.aesc.net – pdf Trabalho à quente – 25 de agosto de 2009.
Agência de Proteção Ambiental (EPA) – Alerta de segurança química – falha catastrófica em tanques de armazenamento causada por explosão
de vapor, EPA 550-G-97-002b, maio de 1997.
Agência de Proteção Ambiental (EPA) – Relatório de investigação de acidente químico – Refinaria PENNZOIL Co. Rouseville, Pennsylvania, Março
de 1998.
FM GLOBAL – Folha de dados de Prevenção de Perda de propriedade 10-3: Gerenciamento de Trabalhos à quente, Norwood MA, 2006.
Kletz Trevor. O que deu de errado? Casos históricos de desastres em plantas de processo. 4 Edição, Woburn, MA, 1999.
Levine, Steven P. & Thornton James, R. Monitoramento do risco de Explosividade durante análise de trabalhos á quente com permissão – a
necessidade de requerimentos definitivos. Segurança profissional. Fevereiro de 2004.
Associação Nacional de Proteção contra incêndios (NFPA). Padrão para Prevenção de Incêndios durante soldagem, cortes e outros trabalhos à
quente, NFPA 51B, 2009.
Associação Nacional de Proteção contra incêndios (NFPA) – Padrão de segurança para Entrada, limpeza e reparos em tanques e containers –
NFPA 326, 2005.
Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA). Padrões gerais para Soldas, cortes e brasagem, 29 CFR1910.252
NOTAS FINAIS
1 – NFPA 51B, 2009 p. 51B-5.
2 – No livro O QUE DEU ERRADO? Kletz descreve um número de acidentes que demonstram as sérias consequências da falha ao conduzir testes
da presença de gases e vapores inflamáveis.
3 – O LIE (limite inferior de explosividade) é a menor concentração de um combustível no ar, capaz de propagar chamas na presença de uma
fonte de ignição. Também é conhecida como Limite de inflamabilidade inferior.
4 – A folha de dados FM GLOBAL 10-3, 2006, página 2-3. OSHA 1910.252 requer que os trabalhos à quente sejam deslocados para uma área
segura. Este guia se aplica a trabalhos à quente que devem ser conduzidos para fora da área, em um local designado para trabalhos à quente,
como uma área de manutenção. Se o trabalho á quente não puder ser relocado, a OSHA requer dispositivos para guardar e confinar as fontes
de ignição a proteção dos riscos de incêndio. Para informações adicionais, veja a NFPA51B, 2009, página 51B-6.
5 – Para maiores informações sobre conduzindo uma análise de trabalho à quente, veja o documento OSHA 1910.252 (a)(2)(xiv)(A) e (B); NFPA
51B, 2009, página 51B-6; Documento de Levine, S.P.& Thornton J.R., 2004 – páginas 31 a 39 e API RP2009, 2002, página 5.
6 – Para maiores informações sobre uso recomendado de detectores de gases e vapores inflamáveis, veja documento FM GLOBAL 2006, Levine,
S.P. & Thornton J.R., páginas 31 a 39, e o Guia de Segurança de trabalho à quente da Associação das empresas de serviços de eletricidade
(AESC), adicionalmente ao API RP2009, 2002, página 12, indica “(a) pessoa competente utilizando um detector de gases e vapores inflamáveis
apropriado deve realizar o teste para determinar as concentrações de vapores inflamáveis antes do trabalho à quente ser iniciado”; enquanto o
relatório API RP2009 se aplica expressamente a empresas de petróleo e petroquímica, indica um guia persuasivo para gerenciamento de
trabalhos à quente nas indústrias em geral, incluindo práticas específicas onde vapores inflamáveis podem estar presentes.
7 – O documento OSHA 1910.252 (a)(3)(i) proíbe o trabalho à quente em tambores, tanques e outros contentores até que os mesmos tenham
sido vigorosamente limpos e removidos de qualquer material inflamável ou outras substâncias que podem produzir vapores inflamáveis ou
tóxicos. Para maiores informações de procedimentos adequados de limpeza e inertização de equipamentos, veja folha de dados FM GLOBAL,
10-3, 2006 – página 4.
8 – Para maiores informações, veja OSHA 29 CFR 1910.252 (a)(2)(iv). Esta regulamentação indica mas não em caráter mandatório a permissão
escrita para trabalhos à quente, entretanto, o Guia de boas práticas da NFPA 51B, 2009, páginas 51B-6 e o Relatório do API RP 2009, 2002,
página 13, ambos recomendam as permissões escritas para trabalhos à quente. Ainda sobre este caso, as plantas cobertas pelos Padrões e
Processos de Gerenciamento de Segurança da OSHA, 1910.119 uma permissão é necessária para trabalhos à quente conduzidos em ou
próximos a locais cobertos pelo padrão 1910.119 (k)(1).
9 – A OSHA 29CFR 1910.252 (a)(2)(xiii)(C); NFPA 51B, 2009, página 51B-5, e a folha de dados FM GLOBAL 10-3, 2006, página 4 requerem
treinamentos em práticas de segurança para trabalhos à quente. NOTA: indicação similar aos preceitos da NR20 no Brasil.
10 – Folha de dados FM GLOBAL, 10-3, 2006, página 8 indica “Relatório do FM GLOBAL - Dados históricos de perdas mostram riscos de incêndio
aumentam 100% quando trabalhadores externos estão envolvidos em trabalhos à quente sem supervisão”.
11 – Documento OSHA 29 CFR 1910.252 (a)(2)(xiii)(D) indica necessidade e a NFPA 51B recomenda que a gerência informe todos os
terceirizados sobre a presença de todas as substâncias inflamáveis, processos perigosos e condições potencialmente perigosas.
12 – Documento EPA, Falha catastrófica em tanques de armazenamento causadas por explosão de vapores, Maio de 1997 – pagina 4.
13 – NFPA326, 2005 – pagina 326-8 – o texto da NFPA padrão geral para trabalho à quente 51B não requer o teste de gases inflamáveis, mas o
material de explanação da 51B (A.5.3) são referências da NFPA326.
14 – O Comitê CBS não lançou uma investigação na PHILIP SERVICES CORPORATION no Hawaii, mas revisou as evidências do caso, incluindo
relatório final cedido pelo Departamento de Incêndios de Honolulu – relatório de incidente 2008-0038474-000.
15 – Supressores de chamas são dispositivos de segurança que, quando instalados e bem cuidados, retém chamas mas deixam gases e vapores
fluírem livremente.
16 – Documento EPA, 1998, Relatório de Investigação de Acidente Químico – Refinaria Pennzoil Company – página iii.
NOTA FINAL: este documento foi traduzido livremente e comentado por: Sergio Rivaldo – engenheiro de segurança do trabalho. O original
pode ser baixado no site: www.csb.gov
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
ANEXO B
NORMA REGULAMENTADORA NR20 – LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS (ANTIGA)
20.1 – Líquidos combustíveis.
20.1.1 Para efeito desta Norma Regulamentadora fica definido “líquido combustível” como todo aquele que possua ponto de fulgor igual ou superior a 70ºC
(setenta graus centígrados) e inferior a 93,3ºC (noventa e três graus e três décimos de graus centígrados).
20.1.1.1 O líquido combustível definido no item 20.1.1 é considerado líquido combustível da classe III.
20.1.2 Os tanques de armazenagem de líquidos combustíveis serão construídos de aço ou de concreto, a menos que a característica do líquido requeira material
especial, segundo normas técnicas oficiais vigentes no país.
20.1.3 Todos os tanques de armazenamento de líquidos combustíveis, de superfície ou equipados com respiradouros de emergência deverão ser localizados de
acordo com a Tabela A.
TABELA A
Capacidade do Tanque (litros) Distância mínima do tanque Distância mínima do tanque
à linha de divisa da às vias públicas
propriedade adjacente
Acima de 250 até 1.000 1,5 m 1,5 m
“ “ 1.001 “ 2.800 3m 1,5 m
“ “ 2.801 “ 45.000 4,5 m 1,5 m
“ “ 45.001 “ 110.000 6m 1,5 m
“ “ 101.001 “ 200.000 9m 3m
“ “ 200.001 “ 400.000 15 m 4,5 m
“ “ 400.001 “ 2.000.000 25 m 7,5 m
“ “ 2.000.001 “ 4.000.000 30 m 10,5 m
“ “ 4.000.001 “ 7.500.000 40 m 13,5 m
“ “ 7.500.001 “ 10.000.000 50 m 16,5 m
“ “ 10.000.001 ou mais 52,5 m 18 m
20.1.4 A distância entre dois tanques de armazenamento de líquidos combustíveis não deverá ser inferior a 1 m (um metro).
20.1.5 O espaçamento mínimo entre dois tanques de armazenamento de líquidos combustíveis diferentes, ou de armazenamento de qualquer outro combustível,
deverá ser de 6 (seis) metros.
20.1.6 Todos os tanques de superfície deverão ter dispositivos que liderem pressões internas excessivas, causadas pela exposi ção à fonte de calor.
20.2 Líquidos inflamáveis.
20.2.1 Para efeito desta Norma Regulamentadora, fica definido “líquido inflamável” como todo aquele que possua ponto de fulgor inferior a 70ºC (setenta graus
2
centígrados) e pressão de vapor que não exceda 2,8 kg/cm absoluta a 37,7ºC.
20.2.1.1 Quando o líquido inflamável tem o ponto de fulgor abaixo de 37,7ºC ele se classifica com líquido combustível da clas se I.
20.2.1.2 Quando o líquido inflamável tem o ponto de fulgor superior a 37,7ºC e inferior a 70ºC, ele se classifica como líquido combustível da classe II.
20.2.1.3 Define-se líquido “instável” ou “líquido reativo”, quando um líquido na sua forma pura, comercial, como é produzido ou transportado, se polimerize, se
decomponha ou se condense, violentamente, ou que se torne auto-reativo sob condições de choques, pressão ou temperatura.
20.2.2 Os tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis serão constituídos de aço ou concreto, a menos que a característica do líquido requeira material
especial, segundo normas técnicas oficiais vigentes no país.
20.2.3 Todos os tanques de superfície usados para armazenamento de líquidos inflamáveis ou equipados com respiradouros de emergência deverão ser
localizados de acordo com a tabela A do item 20.1.3 e a tabela B.
TABELA B
TIPO DE TANQUE PROTEÇÃO DISTÂNCIA MÍNIMA DO TANQUE À LINHA DE DISTÂNCIA MÍNIMA DO TANQUE ÀS VIAS PÚBLICAS
DIVISA DA PROPRIEDADE ADJACENTE
PROTEÇÃO CONTRA UMA E MEIA VEZ AS DISTÂNCIAS DA TABELA A, UMA E MEIA VEZ AS DISTÂNCIAS DA TABELA A, MAS
EXPOSIÇÃO MAS NUNCA INFERIOR A 7,5 m. NUNCA INFERIOR A 7,5 m.
QUALQUER TIPO NENHUMA UMA E MEIA VEZ AS DISTÂNCIAS DA TABELA A, TRÊS VEZES AS DISTÂNCIAS DA TABELA A, MAS NUNCA
MAS NUNCA INFERIOR A 7,5 m. INFERIOR A 15 m.
20.2.4 O distanciamento entre tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis instalados na superfície deverá obedecer ao disposto nos itens 20.1.4 e 20.1.5.
20.2.5 Todos os tanques de superfície utilizados para o armazenamento de líquidos instáveis deverão ser localizados de acordo com a Tabela “A” do item 20.1.3 a
e Tabela “C”.
TABELA C
TIPO DE TANQUE PROTEÇÃO DISTÂNCIA MÍNIMA DO TANQUE À LINHA DE DISTÂNCIA MÍNIMA DO TANQUE ÀS
DIVISA DA PROPRIEDADE ADJACENTE VIAS PÚBLICAS
Horizontal ou vertical com Neblina de água ou inertizado As mesmas distâncias da tabela A, mas nunca Nunca menos de 7,5 metros
respiradouros de emergência ou isolado e resfriado ou menos de 7,5 m.
que impeçam pressões barricadas.
2
superiores a 0,175 Kg/cm Proteção contra exposição Duas vezes e meia a distância da Tabela A, mas Nunca menos de 15 metros
manométricas (2,5 psig). nunca menos que 15 metros.
Nenhuma Cinco vezes a distância da Tabela A, mas nunca Nunca menos de 30 metros
menos que 30 metros.
Horizontal ou vertical com Neblina de água ou inertizado Duas vezes a distância da Tabela A, mas nunca Nunca menos de 15 metros
respiradouros de emergência ou isolado e resfriado ou menos que 15 metros.
que permitam pressões barricadas.
2
superiores a 0,175 kg/cm Proteção contra exposição. Quatro vezes a distância da tabela A, mas nunca Nunca menos de 30 metros
manométricas (2,5 psig). menos que 30 metros.
Nenhuma Oito vezes a distância da Tabela A, mas nunca Nunca menos de 45 metros
menos de 45 metros.
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
20.2.6 os tanques que armazenam líquidos inflamáveis, instalados enterrados no solo dev erão obedecer aos seguintes distanciamentos mínimos:
a) 1 m (um metro) de divisa de outras propriedades;
b) 0,30 m (trinta centímetros) de alicerces de paredes, poços ou porão.
20.2.7 Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser instalados no interior de edifícios sob a forma de tanques enterrados.
20.2.8 Os tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis deverão ser equipados com respiradouros de pressão a vácuo ou corta-chama.
20.2.9 Os respiradores dos tanques enterrados deverão ser localizados de forma que fiquem fora de edificações e no mínimo a 3,5 metros de altura do nível do
solo.
20.2.10 Todos os tanques de superfície deverão ter dispositivos que liberem pressões internas excessivas, causadas pela exposição à fonte de calor.
20.2.11 Todos os tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis deverão ser aterrados segundo recomendações da Norma Regulamentadora NR10.
20.2.12 Para efetuar-se o transvazamento de líquidos inflamáveis de um tanque para outro, ou entre um tanque e um carro-tanque, obrigatoriamente os dois
deverão estar aterrados como no item 20.2.11, ou ligados ao mesmo potencial elétrico.
20.2.13 O armazenamento de líquidos inflamáveis dentro do edifício só poderá ser feito com recipientes cuja capacidade máxima seja de 250 litros por recipiente.
20.2.14 As salas de armazenamento interno deverão obedecer os seguintes itens:
a) As paredes, pisos e tetos deverão ser construídos de material resistente ao fogo, e de maneira que facilite a limpeza e não provoque centelha por
atrito de sapatos ou ferramentas.
b) As passagens e portas serão providas de soleiras ou rampas com pelo menos 0,15 m (quinze centímetros) de desnível ou valetas abertas cobertas
com grade de aço com escoamento para local seguro.
c) Deverá ter instalação elétrica apropriada à prova de explosão, conforme recomendações da Norma Regulamentadora NR10.
d) Deverá ser ventilada, de preferência com ventilação natural.
e) Deverá ter sistema de combate a incêndio com extintores apropriados próximo à porta e acesso.
f) Nas portas de acesso deverá estar escrito de forma bem visível “INFLAMÁVEL” e “NÃO FUME”.
20.2.15 Os compartimentos e armários usados para armazenamento de combustíveis inflamáveis, localizados no interior de salas, deverão ser construídos em
chapas metálicas e demarcados com dizeres bem visíveis “INFLAMÁVEL”.
20.2.16 O armazenamento de líquidos inflamáveis da classe I, em tambores com capacidade de até 250 litros, deverá ser feito e m lotes de no máximo 100 (cem)
tambores.
20.2.16.1 Os lotes a que se refere o item 20.2.16 que possuam no mínimo 30 e no máximo 100 tambores, deverão estar distanciados no mínimo, 20 (vinte)
metros de edifícios ou limites de propriedade.
20.2.16.2 Quando houver mais de um lote, os lotes existentes deverão estar distanciados entre si de no mínimo 15 (quinze) metros.
20.2.16.3 Deverá existir letreiro com dizeres “NÃO FUME” e “INFLAMÁVEL” em todas as vias de acesso ao local de armazenagem.
20.2.17 Nos locais de descarga de líquidos inflamáveis deverá existir fio terra apropriado, conforme recomendações da Norma Regulamentadora NR10, para se
descarregar a energia estática dos carros transportadores, antes de efetuar a descarga do líquido inflamável.
20.2.17.1 A descarga deve se efetuar com o carro transporte ligado a terra.
20.2.18 Todo equipamento elétrico para manusear líquidos inflamáveis deverá ser especial, à prova de explosão, conforme recomendações da Norma
Regulamentadora NR10.
20.3 Gases liquefeitos de petróleo (GLP)
20.3.1 Para efeito desta Norma Regulamentadora (NR) fica definido com Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) o produto constituído predominantemente, pelo
hidrocarboneto propano, butano e buteno.
20.3.2 Os recipientes estacionários (com mais de 250 litros de capacidade) para armazenamento de GLP serão construídos segundo técnicas oficiais vigentes no
país.
20.3.2.1 a capacidade máxima permitida para cada recipiente de armazenagem de GLP será de 115.000 litros, salvo instalações d e refinaria, terminal de
distribuição ou terminal portuário.
20.3.3 Cada recipiente de armazenagem de GLP deverá ter uma placa metálica que deverá ficar visível depois de instalado, com os seguintes dados escr itos de
modo indelével:
a) indicação da norma ou código de construção;
b) as marcas exigidas pela norma ou código de construção;
c) indicação no caso afirmativo, se o recipiente foi construído para instalação subterrânea;
d) identificação do fabricante;
e) capacidade do recipiente em litros;
f) pressão de trabalho;
g) identificação da tensão de vapor a 38ºC que seja admitida para os produtos serem armazenados no recipiente;
2
h) identificação da área da superfície externa em m (metros quadrados).
2
20.3.4 Todas válvulas diretamente conectadas no recipiente de armazenagem deverão ter uma pressão de trabalho mínima de 18 kg /cm .
20.3.4.1 Todas as válvulas e acessórios usados nas instalações de GLP serão de material e construção apropriadas para tal final idade e não poderão ser
construídos em ferro fundido.
20.3.5 Todas as ligações ao recipiente com exceção das destinadas às válvulas de segurança e medidores de nível de líquido, ou as aberturas tamponadas,
deverão ter válvula de fechamento rápido próxima ao recipiente.
20.3.6 As conexões para enchimento, retirada e para utilização do GLP deverão ter válvula de retenção ou válvula de excesso de fluxo.
20.3.7 Todos os recipientes de armazenagem de GLP serão equipados com válvulas de segurança.
20.3.7.1 As descargas das válvulas de segurança serão afastadas, no mínimo, 3 metros da abertura de edificações situadas em nível inferior à descarga.
20.3.7.2 A descarga será através de tubulação vertical, com o mínimo de 2,5 (dois e meio) metros de altura acima do recipient e, ou do solo quando o recipiente
for enterrado.
20.3.8 Os recipientes de armazenagem de GLP deverão obedecer os seguintes distanciamentos:
20.3.8.1 Recipientes de 500 a 8.000 litros deverão estar distanciados entre si de no mínimo 1 metro.
20.3.8.2 Recipiente acima de 8.000 litros deverão estar distanciados entre si de no mínimo 1,5 metro.
20.3.8.3 Os recipientes com mais de 500 litros deverão estar separados de edificações e divisa de outra propriedade segundo a tabela D.
TABELA D
Capacidade de recipiente (C) Afastamento mínimo (m)
De 500 a 2.000 3,0
De 2.000 a 8.000 7,5
Acima de 8.000 15,0
NR20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
20.3.8.4 Deve ser mantido um afastamento mínimo de 6 (seis) metros entre recipientes de armazenamento de GLP e qualquer outro recipiente que contenha
líquidos inflamáveis.
20.3.9 Não é permitida a instalação de recipiente de armazenamento de GLP, sobre laje de forro ou terraço de edificações, inclusive de edificações subterrâneas.
20.3.10 Os recipientes de armazenagem de GLP serão devidamente ligados à terra conforme recomendações da Norma Regulamentador a (NR10).
20.3.11 Os recipientes de armazenagem de GLP enterrados não poderão ser instalados sob edificações.
20.3.12 As tomadas de descarga de veículo, para enchimento do recipiente de armazenamento de GLP, deverão ter os seguintes afastamentos:
a) 3,0 (três) metros das vias públicas;
b) 7,5 (sete e meio) metros das edificações e divisas de propriedades que possam ser edificadas;
c) 3,0 (três) metros das edificações das bombas e compressores para a descarga.
20.3.13 A área de armazenagem de GLP incluindo a tomada de descarga e is seus aparelhos será delimitada por um alambrado de material vazado que permita
boa ventilação e de altura mínima de 1,8 metro (um metro e oitenta centímetros).
20.3.13.1 Para recipiente de armazenamento de GLP enterrado dispensável a delimitação de área através de alambrado.
20.3.13.2 O distanciamento do alambrado dos recipientes deverá obedecer os distanciamentos da tabela E:
TABELA E
Capacidade de recipiente (C) Distância mínima entre o alambrado e o recipiente (m)
Até 2.000 1,5
De 2.000 a 8.000 3,0
Acima de 8.000 7,5
20.3.13.3 O alambrado deve distar no mínimo 3,0 (três) metros da edificação de bombas ou compressores, e 1,5 (um e meio) metro da tomada de descarga.
20.3.13.4 No alambrado deverão ser colocadas placas com dizeres “PROIBIDO FUMAR” e “INFLAMÁVEL”, de forma visível.
20.3.13.5 Deverão ser colocados extintores de incêndio, e outros equipamentos de combate à incêndio quando for o caso, junto ao alambrado.
20.3.14 os recipientes transportáveis para armazenamento de GLP serão construídos segundo normas técnicas oficiais vigentes n o país.
20.3.15 Não é permitida a instalação de recipientes transportáveis, com capacidade acima de 40 (quarenta) litros, dentro de edificações.
20.3.15.1 Para o disposto no item 20.3.15, excetuam-se as instalações para fins industriais, que deverão obedecer normas técnicas oficiais vigentes no país.
20.3.16 O GLP não poderá ser canalizado na sua fase líquida dentro da edificação, salvo se a edificação for construída com as características necessárias, e
exclusivamente para tal finalidade.
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20.3.17 O GLP canalizado no interior de edificações não deverá ter pressão superior a 1,5 (um e meio) kg/cm .
20.4 Outros gases inflamáveis
20.4.1 Aplicam-se a outros gases inflamáveis, os itens relativos a Gases Liquefeitos de Petróleo (GLP), à exceção de 20.3.1 e 20.3.4.
Brasília, 8 de junho de 1978 - Roberto Raphael Weber - Subsecretário