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Serviço Público Federal

Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA DA AMÉRICA


UFMS/CPAq

Disciplina: História da Educação na América Latina


Docente: Profa. Dra. Maria Neusa
Acadêmica: Sabrina Rodrigues Marques

História da Educação na América Latina

Objetivo do trabalho será uma breve análise sobre a história da educação na


América Latina. Este texto tem com base teórica dois artigos, o primeiro artigo é da Vera
Maria Ferrão Candau e Kelly Russo que abordam a “Interculturalidade e Educação na
América latina: uma construção plural, original e complexa”, já o segundo artigo, a
autora Elizabeth Weber Medeiros trata em seu texto “A Educação na América Latina,
trajetórias e perspectivas”, ambos os artigos faz uma abordagem sobre a educação na
América Latina.
No texto da Candau e Russo (CANDAU, V. M. F.; RUSSO, K, 2010) autoras
afirmam que a educação na América latina teve um papel fundamental na
homogeneização cultural e na formação dos estados nacionais. “A educação escolar na
América Latina teve a função de difundir e consolidar uma cultura de base ocidental e
eurocêntrica, silenciando e inviabilizando vozes, saberes e cores, crenças e
sensibilidades”. (CANDAU, V. M. F.; RUSSO, K, 2010, p.154.)
Dentro de um contexto nacional, o debate escolar inicia-se sobre o
desenvolvimento da educação escolar indígena, que se desenvolve no período colonial
até as primeiras décadas do século XX e pode ser caracterizada por uma violência
etnocêntrica explícita de imposição da cultura hegemônica sobre as populações indígenas.
Para Candau e Russo “a construção de uma identidade nacional para cada novo
Estado latino-americano significou a exclusão e invisibilidade para todos aqueles que não
se reconheciam na cultura europeia”. (CANDAU, V. M. F.; RUSSO, K, 2010, p.158.)
Nesse sentido, Candau e Russo afirmam que no contexto escolar latino americano
a incorporação do discurso da interculturalidade se dá com uma abordagem orientada a
inibir conflitos explícitos ou latentes, e não provocar mudanças de caráter estrutural.
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Para ambas autoras, os países latino-americanos conquistaram desde o século XIX


sua independência política, no entanto, segundo o grupo modernidade/colonialidade, a
lógica colonial penetrou profundamente as estruturas, instituições, mentalidades e
subjetividades de tal maneira que continua presente e configura as sociedades latino-
americanas.
A colonialidade do poder refere-se aos padrões de poder baseados em
uma hierarquia (racial, sexual) e na formação e distribuição de
identidades (brancos, mestiços, índios, negros). Quanto à colonialidade
do saber, refere-se ao caráter eurocêntrico e ocidental como única
possibilidade de se construir um conhecimento considerado científico e
universal, negando-se outras lógicas de compreensão do mundo e
produção de conhecimento, consideradas ingênuas ou pouco
consistentes. (CANDAU, V. M. F.; RUSSO, K, 2010, p.165.)

A interculturalidade (CANDAU, V. M. F.; RUSSO, K, 2010, p.167) é então


concebida como uma estratégia ética, política e epistêmica. Nesta perspectiva, os
processos educativos são fundamentais, é por meio deles questiona-se a colonialidade
presente na sociedade e na educação. Em diferentes países, a interculturalidade foi
assumida por políticas públicas distintas, particularmente no âmbito educacional, mas,
em geral, essa incorporação se deu na lógica da integração ao modelo social e econômico
hegemônico.
Já no texto de Elizabeth Weber Medeiros “A Educação na América Latina,
trajetórias e perspectivas” (2001) teve como objetivo demonstrar-se que a educação latino
americana é marcada por três séculos de colonização, quando foram moldadas nossas
características sociais e culturais. Os momentos mais significativos dessa trajetória
seguem diversos paradigmas que influenciaram os sistemas educacionais do continente,
desde o modelo jesuítico até as grandes questões colocadas hoje pelo neoliberalismo.
Para Weber América Latina, é historicamente marcada pelas colonizações
portuguesa e espanhola, que lhe impuseram sua língua, religião e todas as suas instituições
sociais. América Latina é o resultado da expansão do capitalismo europeu, surge
dependente das metrópoles, internalizando a imagem, os hábitos e as utopias do
colonizador. Para autora, América latina é uma nação que busca construir sob precárias
condições de autonomia, a identidade, seja no contraponto da lógica do colonizador, seja
no sincretismo cultural.
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A história da educação na América Latina vai adquirir um caráter regular e


sistemático somente a partir do século XX. Segundo Bosi (APUD WEBER) a escola será
uma escola de massa à qual cumpre o desafio de incorporar os amplos contingentes
populares dos nossos países. O modelo educacional brasileiro era extremamente
tradicional e elitizado. A educação do Brasil iniciou com uma base jesuítica direcionada
para os indígenas, depois para os negros e logo em seguida para a formação escolar das
futuras elites do país.
Na América latina a educação pública foi um mecanismo político usado para a
consolidação do Estado e a construção da nação, mediante a integração das populações.
Além disso, a educação foi utilizada também como um mecanismo de controle a serviço
dos grupos dominantes, que determinava quem controlaria o sistema e que valores seriam
considerados. Segundo Casassus (APUD WEBER, p.141) os sistemas educativos passam
a determinar quem são os que devem aprender, quais são as coisas que devem aprende e
com que finalidades especificas. O que se verifica é um complexo processo de inserção
dessas correntes na realidade de cada país latino americano.
Para Weber, em um dado momento, a educação é concebida como “variável
modernizadora”, o instrumento que tem o poder de incorporar à chamada “civilização”,
um maior número de pessoas, transformando em massas em povo, construindo-se então
uma proposta de universalizar o ensino.
No início do século XX, a educação privilegiava mais os setores urbanos,
enquanto que a população rural ficava no completo abandono. Com consolidação do
“modelo desenvolvimentista para fora” no final do século XX, a educação será o veículo
necessário para a obtenção do consenso em torno modelo, estando, portanto, a seu serviço.
Na expansão dos sistemas educativos na América latina, o acesso ao exercício da
docência foi um fator de mobilidade social e de criação dos setores médios. A educação
passou por diferentes fases desde a pedagogia tradicional, correntes da Escola nova e a
tecnicista.
Durante o período militar a educação passou por um intenso processo de
burocratização. A partir dos anos 80 verifica-se em todos os países da América Latina,
uma tendência, de influência externa, de desmantelamento dos sistemas educacionais de
ensino, apontando como saídas a privatização e a municipalização da educação. Hoje, os
sistemas educacionais da América latina enfrentam graves problemas de democratização
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e de universalização. A tentativa de dar “Escola para todos”, nas últimas décadas, resultou
em sistema educacionais massificados e de baixa qualidade.
De acordo com Weber a educação hoje para os países latino-americanos possui
um fator decisivo para o fortalecimento da identidade cultural e para a melhoria da
qualidade de vida da maioria da população

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