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Hoje iremos falar sobre a equação de Darcy-Weisbach. Como havíamos dito no post
anterior “Limitações do uso da Equação de Hazen-Williams para Determinação da
Perda de Carga”, Bombardelli e García (2003) verificaram que o mau uso da equação
de Hazen-Williams causou um erro de projeto em um sistema de suprimentos de água.
Para evitar que tais erros sejam cometidos, eles sugerem o uso da Equação de Darcy-
Weisbach.
Conforme o fluido escoa ao longo do tubo a pressão diminui devido a fricção do fluido
com a parede do tubo. A equação de Darcy pode ser usada para calcular essa diminuição
da pressão.
sendo:
L o comprimento do tubo,
g a aceleração da gravidade.
Uma das formas mais tradicionais de se obter o fator de atrito de Darcy é através do
diagrama de Moody. Para isto é necessário que se conheça o numero de Reynolds (Re) e
a rugosidade relativa do tubo (e/D) que será utilizado. Re é calculado da seguinte
forma:
sendo:
ρ a densidade do fluido,
Para avaliar a diferença entre a perda de carga obtida pela equação de Darcy-Weisbach
e a equação de Hazen-Williams, um sistema considerando um tubo RPVC Standard
AWWA CR 5000 DN 250 com um comprimento de 100 metros e rugosidade de 0,06
milímetros foi considerado. As propriedades da água consideradas foram viscosidade
dinâmica 1e-3 Pa.s e densidade de 1000 kg/m3. Para os cálculos da perda de carga
através do método de Hazen-Williams um coeficiente de rugosidade, C = 150, foi
utilizado.
Aproveito a oportunidade para complementar um fato que ficou esquecido no post
anterior, para o uso da equação de Hazen-Williams deve-se considerar um fator de
conversão de unidades. De forma que quando se trabalha em unidades no sistema
internacional (SI) deve-se multiplicar a perda de carga encontrada por 10,67 e quando se
trabalha com as unidade imperiais (US) deve-se multiplicar a perda de carga por 10,44.
O gráfico acima apresenta os resultados para baixas vazões. A partir destes gráficos
pode-se observar que para estas vazões a diferença entre os modelos são muito grandes,
atingindo diferenças maiores que 50%. Isso é decorrente do fato de a equação de
Hazen-Williams ter sido formulada para escoamentos plenamente turbulentos, e para
baixas vazões encontramos um escoamento laminar. Além disso, pode-se observar que
conforme a vazão aumenta, as diferenças diminuem.
Estes resultados demonstram que devemos ter cuidado nos projetos em que
encontramos escoamentos laminar. Para a tubulação adotada neste caso, a condição de
escoamento laminar só é alcançada para baixa velocidade de escoamento. No entanto,
para tubulações de menores diâmetros estas condições são mais facilmente encontradas.
Pode-se notar que no inicio do regime de transição, as diferenças entre os modelos ainda
são grandes (17%). No entanto, conforme a vazão é aumentada as diferenças caem,
atingindo valores mínimos de 5%, e depois voltam a aumentar, como pode ser
observado pela tendência da linha vermelha indicada no gráfico acima. Para esta faixa
de vazão, a diferença entre os modelos foi de aproximadamente 10% em média,
apresentando diferenças de perda de carga de mais 1 m de H2O para altas vazões de
escoamento, o que pode impactar significantemente nos projetos.
Muito obrigado pela atenção! Espero que vocês tenham gostado deste post. No próximo
post discutiremos sobre as equações de Colebrook e White, muito utilizadas para
determinar o coeficiente de Darcy, ou fator de atrito.
Referências
Bombardelli, F. A., García, M. H. (2003). “Hydraulic Design of Large-Diameter
Pipes.” J. Hydraul. Eng., 129(11), 839-846.