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História do Pensamento Geográfico

ƒƒ Pei Hsiu (224-273), cartógrafo, lançou as de recursos naturais, levantamentos


bases da cartografia científica chinesa. técnicos empreendidos pelas Socieda-
Representou o império desde a Pérsia des Geográficas nacionais (as Socieda-
até o Japão. Os mapas de Hsiu permi- des Geográficas eram instituições que
tem depreender que os chineses pare- serviam aos interesses imperialistas das
ciam desconhecer o Ocidente; nações europeias);
ƒƒ Os jesuítas (século XVI) encontraram ƒƒ Aprimoramento das técnicas cartográ-
mapas de boa qualidade e confecciona- ficas: representação e localização dos
ram um atlas do império; fenômenos observados a partir da ex-
ƒƒ Marco Polo (1254-1324), mercador ve- pansão do comércio exigiram precisão
neziano, percorreu a rota da seda em de mapas e cartas.
uma longa viagem pelo interior da Ásia
até a China (1270-1295). Viajou também Destaques:
a serviço do rei mongol Kublai Khan,
neto de Gengis Khan: percorreu a Tartá-
ƒƒ Bernhard Varenius (1622-1650): sua
ria, a China e a Indonésia. “O Livro das
principal obra foi batizada como “Geo-
Maravilhas”, de Marco Polo, foi durante
grafia Geral”, na qual se manifestava um
muito tempo uma das poucas fontes
debate entre racionalismo e empiricis-
de informação sobre a Ásia no Ociden-
mo. Nesse sentido, a Geografia Geral
te. Nele, há descrições de interesse ge-
passou a defender os métodos racio-
ográfico, a despeito das descrições de
nalistas. Além disso, era preciso forjar
lendas e históricas fantásticas.
uma “Geografia específica”, a partir do
estudo das regiões concretas (divisões,
A formação da Geografia como ciência moder- limites, descrições de áreas, ocupando-
na e a sistematização do conhecimento geo- -se dos aspectos terrestre, celeste e hu-
gráfico no Século XIX mano). Por fim, Varenius preocupou-se
com os debates acerca da natureza da
O rápido avanço do conhecimento do mun- Geografia (epistemologia), separando-
do pelos europeus, como consequência dos des- -a dos estudos cosmográficos;
cobrimentos dos séculos XV e XVI, colocou as ba- ƒƒ Immanuel Kant (1724-1804): o famoso
ses para o gradual nascimento de uma Geografia filósofo, antes de ser encarado como
oficial no século XIX. tal, denominava-se geógrafo. Para Kant,
Principais pressupostos que possibilitaram Geografia (espaço) e História (tempo)
a institucionalização da Geografia: são ciências empíricas e derivam de
experiências do homem, mas também
sistematizam e classificam os fatos cir-
ƒƒ Conhecimento efetivo da extensão real
cunscritos à superfície da Terra. Sua
do planeta: pensamento unitário de
principal obra geográfica, “Geografia
seu conjunto graças às explorações, for-
Física”, estabelecia uma doutrina: arti-
jando um espaço mundial;
culação entre Política, Geografia física
ƒƒ Existência de um repositório de infor- e contemplação matemática (forma da
mações sobre variados lugares da Terra, Terra). Kant acreditava que Geografia e
fornecendo base empírica para a com- História acabam por se distinguir por-
paração em Geografia: conhecimento que a primeira descreve a natureza no
das realidades locais garantido pelas presente e no espaço (dimensão espa-
conquistas coloniais, com inventários cial em três dimensões), enquanto a

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segunda descreve a evolução linear do Com o expansionismo napoleônico, a uni-


homem ao longo do tempo (dimensão ficação alemã se realiza ao mesmo tempo que é
temporal, uma dimensão). decretado o bloqueio continental.
Algumas características justificam determi-
A contribuição de Humboldt e Ritter nados encaminhamentos e orientações executa-
dos na Alemanha. A ausência de um Estado ao
lado da diversidade dos membros da Confedera-
Alexander Von Humboldt (1769-1859) e ção Germânica, bem como a ausência de relações
Carl Ritter (1779-1859). duráveis entre eles, somou-se à inexistência de
A sistematização da Geografia, sua colo- um centro organizador do espaço. Dessa forma,
cação como uma ciência particular (parcelar) e havia a necessidade da Geografia para a constru-
autônoma, foi um desdobramento das transfor- ção do Império!
mações operadas na vida social pela emergência A Geografia surge na Alemanha devido a
do modo de produção capitalista. A Geografia foi questões políticas e territoriais, visando à unifica-
um instrumento da etapa final desse processo de ção. Os fundamentos científicos da Geografia são
consolidação do capitalismo em determinados uma contribuição dos prussianos, desenvolvendo
países da Europa, principalmente a ALEMANHA. a Geografia no plano prático. Nesse sentido, havia
No que se refere à Alemanha, sua primeira uma questão central: quais seriam os conceitos
unificação deu-se em 1870, com uma estrutura bases do conhecimento?
socioeconômica que apresentava um feudalismo A grande discussão no plano filosófico en-
modernizado, ou seja, o capitalismo penetra no tre Racionalismo e Empiricismo possuía como ex-
quadro agrário alemão, sem alterar a estrutura poentes:
fundiária.

Racionalismo X Empiricismo
Descartes Francis Bacon
Spinoza Locke
Leibniz Hume
Kant

No caso da Geografia propriamente dita, ƒƒ Utilizam avanços técnicos e conceituais


consolida-se a ideia generalizada de que Hum- das expedições (África, América e Ásia),
boldt e Ritter são considerados, universalmente, organizando conhecimento para expli-
os fundadores da Geografia moderna. car realidades espaciais:
ƒƒ Humboldt, naturalista: ponto de vis-
ƒƒ Estabelecem novas regras: ta ecológico;
ƒƒ Observações diretas; ƒƒ Ritter, historiador: ponto de vista
ƒƒ Descrições detalhadas; histórico;
ƒƒ Comparações; ƒƒ Produzem, no período de 1800 a 1840,
ƒƒ Raciocínios gerais e evolutivos; um dos mais importantes pensamentos
científicos e filosóficos na Europa. Nes-
ƒƒ Revivem material empírico sobre o
se momento, há o positivismo (Comte),
mundo conhecido, a partir de políticas
o materialismo (Hegel) e a crítica da
de exploração e colonização;
economia política (Marx);
ƒƒ Desenvolvem método comparativo e
classificação;

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ƒƒ Destacam o papel da ciência compara- A Geografia, enquanto ciência integradora,


tiva e da Geografia como ciência inte- caminhava na contramão da constituição de uma
gradora. ciência com conhecimento científico específico,
isto é, representava uma contradição no seio do
positivismo.
No processo de fortalecimento dos povos
germânicos, a Geografia se institucionaliza na A seguir, quadro síntese com as caracterís-
Prússia por decreto. Antes mesmo da institucio- ticas e contribuições de Humboldt e Ritter:
nalização e de ser considerada uma ciência mo-
derna, Ritter já lecionava Geografia na faculdade
(assim como Kant).

HUMBOLDT RITTER

Utiliza o método indutivo (empirismo de Desenvolve sua vida em instituições


Bacon). acadêmicas e militares.

Associou tanto o Romantismo alemão


(idealismo) quanto o mecanicismo francês Sofre as mesmas influências de Humboldt.
(a prática científica).

A característica que vai diferenciá-lo é


Defende a necessidade de compilar e a influência da Teologia Naturalista: a
analisar dados sobre as diferentes partes do Terra havia sido desenhada por Deus, em
mundo para melhor compreensão da Terra. benefício da humanidade. A associação com
o sagrado dificulta a aceitação de sua obra.

As pessoas formavam parte da natureza. Sistema natural: área delimitada dotada de


uma individualidade.

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1.6 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, aprendemos o que é a Geografia, suas origens e bases de conhecimento, seu objeto
de estudo, várias definições e princípios. Vimos também o percurso dessa disciplina através dos tempos
e principais contribuições.

1.7 Atividades Propostas

Marco Polo

Mercador e viajante (1254-1324). Nasce em Curzola, na Dalmácia (atual Croácia), na época provín-
cia veneziana. Aos 17 anos, acompanha o pai e o tio, ambos mercadores, numa viagem ao Extremo
Oriente. Passa pela Turquia, atravessa o golfo da Pérsia, o Afeganistão (onde fica um ano, curando-se
de malária) e o Paquistão, até chegar à capital do Império Mongol, em 1275.
Permanece na China por 17 anos, exercendo funções administrativas e diplomáticas na corte do so-
berano Kublai Khan, neto de Gengis Khan. O pai e o tio provavelmente desempenham funções técni-
cas, talvez de aconselhamento militar. Em 1295, os Polo se oferecem para acompanhar uma princesa
mongol até a Pérsia, e então voltam a Veneza, com riquezas e especiarias.
Três anos depois, Marco Polo é feito prisioneiro em uma batalha entre venezianos e genoveses, tradicionais
rivais. Na prisão, em Gênova, narra as aventuras no Oriente ao escritor toscano Rustichello, que redige o Livro
das Maravilhas – A Descrição do Mundo. Marco Polo torna-se famoso. Ao sair da prisão, volta para Veneza, onde
fica até a morte. No decorrer dos séculos, o Livro das Maravilhas transforma-se num clássico traduzido para inú-
meras línguas. As informações geográficas nele contidas são utilizadas durante a era das viagens marítimas nos
séculos XV e XVI.

Agora, responda à questão:

1. No final da Idade Média, reapareceram os trajetos e os itinerários de viagens, bem como a


curiosidade pelos lugares desconhecidos. O navegador Marco Polo narrou suas histórias, re-
pletas de aventuras e lendas, bem como plenas de caracteres importantes no que se refere à
descrição das terras visitadas.

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Na sua opinião, o que o autor quer dizer quando afirma que “quanto mais se perdia em bairros
desconhecidos de cidades distantes, melhor compreendia as outras cidades que havia atra-
vessado para chegar até lá, e reconstituía as etapas de suas viagens, e aprendia a conhecer o
porto de onde havia zarpado, e os lugares familiares de sua juventude, e os arredores de casa,
e uma pracinha de Veneza em que corria quando era criança”? Qual seria a relação entre o
entendimento do mundo desconhecido pelas viagens e sua própria experiência?

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