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A Incapacidade de Ser Verdadeiro

“Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo


que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e
lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana
seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço
de lua. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi
proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino
voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela
chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para
transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após
o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
– Não há nada a fazer, Dona Colo. Este menino é mesmo um caso
de poesia.”

(Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. A incapacidade de ser verdadeiro. Em: Poesia e prosa. Rio de janeiro: Nova
Aguilar, 1988.)

Por dentro do Texto


1. Que motivos conduziram as pessoas a achar que Paulo era mentiroso?

2. Apesar de ser castigado, Paulo continua relatando à mãe situações fantasiosas. Por que você
acha que isso ocorre?

3. Releia o diagnóstico do médico:

- Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia.

a) A afirmação do médico confirma a ideia de que Paulo é mentiroso? Explique sua


resposta.

4. Depois de ler o texto, explique por que Paulo é incapaz de ser verdadeiro.

5. Que outro título poderia ter o texto?

6. Ao escrever a expressão “caso de poesia”, o autor fez referência a outra expressão muito usada
pelas pessoas no dia a dia. Ele reescreveu uma expressão conhecida, dando-lhe um novo sentido
de acordo com as ideias do texto. Você sabe que expressão é essa? Escreva-a.

7. Assim como acontece no texto de Drummond, muitas outras expressões são recriadas no dia a
dia. Leia algumas e, em seguida, escreva no caderno as frases que lhes deram origem.

a) Água mole em pedra dura tanto bate até que molha tudo.
b) Devo, não pago. Nego enquanto puder.
c) Depois da tempestade, o trânsito para!
d) Devagar... nunca se chega.
e) Os últimos serão desclassificados.
f) Em terra de cego quem tem olho é caolho.

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