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da Ordem dos Enfermeiros em que o seu ocupante deve k) Coordenar e supervisionar enfermeiros em con-
estar inscrito. texto de integração profissional;
3 — Para os efeitos previstos no número anterior, l) Supervisionar, quando adequado, a formação de
salvo situações excecionais, em que a segurança na outros perfis profissionais;
prestação de cuidados de enfermagem determine ou- m) Participar e colaborar em projetos de investigação;
tras necessidades, o número total de postos de trabalho n) Integrar júris de procedimentos concursais para
correspondentes à categoria de enfermeiro especialista recrutamento.
não deve ser superior a 25 % do total de enfermeiros
de que o serviço ou estabelecimento careça para o de- Artigo 11.º
senvolvimento das respetivas atividades. [...]
4 — A alteração do número de postos de trabalho
depende de parecer prévio favorável dos membros do 1 — [...].
Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da Ad- 2 — [...].
ministração Pública e da saúde. 3 — A admissão para a categoria de enfermeiro espe-
5 — A previsão, nos mapas de pessoal, de postos cialista faz-se de entre os enfermeiros, com pelo menos
de trabalho que devam ser ocupados por enfermeiros quatro anos de exercício profissional, detentores do
gestores depende da necessidade de gerir uma unidade título de enfermeiro especialista exigido para o preen-
ou serviço com, pelo menos, 10 enfermeiros. chimento do correspondente posto de trabalho.
6 — Os enfermeiros gestores podem acumular a 4 — A admissão para a categoria de enfermeiro gestor
gestão de duas ou mais unidades ou serviços, caso as faz-se de entre enfermeiros especialistas, com três anos
mesmas, individualmente, não completem o número de exercício de funções na especialidade correspon-
mínimo de enfermeiros previstos no número anterior. dente à do serviço ou unidade a que respeita o posto de
trabalho a ocupar, e preferencialmente habilitados com
Artigo 9.º formação em gestão de serviços de saúde.»
[...] Artigo 3.º
1 — O conteúdo funcional da categoria de enfermeiro, Aditamento ao Decreto-Lei n.º 247/2009, de 22 de setembro
desenvolvido com plena autonomia técnico-científica, é
inerente às respetivas qualificações e competências em São aditados ao Decreto-Lei n.º 247/2009, de 22 de
enfermagem e tem como foco o indivíduo, a família e a setembro, na sua redação atual, os artigos 10.º-A, 10.º-B,
comunidade, ao longo de todo o seu ciclo de vida. 12.º-A, 12.º-B e 12.º-C, com a seguinte redação:
2 — Ao enfermeiro incumbe, designadamente:
«Artigo 10.º-A
a) Identificar necessidades de cuidados de enferma-
Conteúdo funcional da categoria de enfermeiro especialista
gem no âmbito da promoção de saúde, da prevenção
da doença, do tratamento, da reabilitação e readaptação Para além do conteúdo funcional da categoria de
funcional e da paliação; enfermeiro, o enfermeiro especialista desenvolve com-
b) Planear os cuidados de enfermagem, tendo em petências próprias inerentes à sua área de especialização,
conta as necessidades de cuidados identificadas, es- competindo-lhe designadamente:
tabelecendo prioridades de acordo com os recursos a) Identificar as necessidades em saúde do indiví-
disponíveis; duo, família, grupo ou comunidade, planear cuidados,
c) Prestar cuidados de enfermagem ao longo do ciclo coordenar e desenvolver intervenções em enfermagem
de vida e nos três níveis de prevenção, documentando na sua área de especialidade;
apropriadamente todas as intervenções e informações b) Prestar cuidados de enfermagem diferenciados
relevantes para a garantia da continuidade e qualidade e complexos, dentro da sua área de especialidade, ao
dos cuidados e para a avaliação da sua eficiência; longo do ciclo de vida e nos três níveis de prevenção,
d) Avaliar os cuidados de enfermagem, ajustando-os documentando apropriadamente todas as intervenções
sempre que necessário; e informações relevantes para a garantia da continui-
e) Registar e produzir informação relativa ao exercí- dade e qualidade dos cuidados e para a avaliação da
cio profissional, incluindo a relevante para os sistemas sua eficiência;
de informação; c) Avaliar as intervenções de enfermagem diferencia-
f) Avaliar as suas intervenções, contribuindo para o das e complexas, ajustando-as sempre que necessário;
desenvolvimento de uma prática baseada na evidência, d) Avaliar as intervenções de enfermagem na sua área
tendo em vista a eficiência e qualidade dos cuidados de especialidade, contribuindo para o desenvolvimento
de enfermagem, a autonomia e a valorização profis- de uma prática baseada na evidência, tendo em vista a
sional; eficiência e qualidade dos cuidados de enfermagem, a
g) Participar nos processos de decisão próprios da sua autonomia e a valorização profissional;
atividade integrando as equipas multidisciplinares; e) Responsabilizar-se pela área de enfermagem, nas
h) Promover e participar em ações que visem articular equipas multiprofissionais, no que diz respeito ao diag-
as diferentes redes e níveis de cuidados de saúde; nóstico de enfermagem na sua área de especialidade e à
i) Participar em processos formativos, contribuindo consecução das intervenções delas decorrentes;
para a sua valorização profissional e para a valorização f) Exercer funções de consultadoria de natureza
profissional dos seus pares; técnico-científica na sua área de especialidade;
j) Colaborar no processo de formação de estudantes g) Definir indicadores sensíveis aos cuidados de en-
de enfermagem; fermagem na sua área de especialidade e monitorizar
2628 Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019
à gestão do departamento, área ou conjunto de unidades ções de estrutura, ao nível de qualificação e ao perfil de
ou serviços. competência, nos termos previstos na caracterização do
5 — O exercício das funções referidas nos números posto de trabalho no respetivo mapa de pessoal;
anteriores não impede a manutenção da atividade de e) Colaborar com o enfermeiro diretor ou vogal do
prestação de cuidados de saúde por parte dos enfermei- conselho clínico e de saúde na monitorização e análise
ros, mas prevalece sobre a mesma. de indicadores sensíveis aos cuidados de enfermagem,
bem como na definição de padrões de qualidade e polí-
Artigo 12.º-B ticas ou diretivas formativas a desenvolver pelo serviço
Seleção dos trabalhadores enfermeiros
ou estabelecimentos de saúde na área de enfermagem;
para o exercício de funções de direção f) Colaborar com o enfermeiro diretor ou vogal do
conselho clínico e de saúde na definição de protoco-
1 — Para os efeitos previstos n.º 1 do artigo an- los de articulação com os estabelecimentos de ensino
terior, o procedimento concursal é obrigatoriamente superior no âmbito da formação pré e pós-graduada e
publicitado na bolsa de emprego público e na página investigação em enfermagem;
eletrónica do respetivo serviço ou estabelecimento de g) Avaliar o desempenho profissional dos enfermei-
saúde, durante 10 dias úteis, com a indicação dos re- ros, em especial dos gestores, bem como colaborar,
quisitos formais de provimento, do perfil exigido, tal quando adequado, na avaliação de desempenho de
qual se encontra caracterizado no mapa de pessoal, da outros profissionais que dele estejam funcionalmente
composição do júri e dos métodos de seleção, que in- dependentes;
cluem, necessariamente, a realização de uma fase final h) Participar e/ou coordenar grupos de trabalho ou
de entrevistas públicas. comissões institucionais;
2 — Os candidatos ao procedimento concursal devem i) Integrar júris de procedimentos concursais para
integrar no correspondente processo de candidatura um seleção de enfermeiros para o exercício de funções de
programa de ação para três anos de desenvolvimento direção;
da organização a dirigir. j) Exercer as demais competências que lhe sejam
3 — A publicitação referida no n.º 1 é precedida de atribuídas por lei ou regulamento.»
aviso a publicar em órgão de imprensa de expansão
nacional e na 2.ª série do Diário da República. Artigo 4.º
4 — O júri é constituído:
Alteração ao Decreto-Lei n.º 248/2009, de 22 de setembro
a) Pelo enfermeiro diretor ou pelo enfermeiro vogal
do conselho clínico e de saúde, ou por quem estes de- Os artigos 7.º, 9.º, 12.º e 18.º do Decreto-Lei n.º 248/2009,
signem, que preside; de 22 de setembro, na sua redação atual, passam a ter a
b) Por dois enfermeiros em exercício de funções de seguinte redação:
direção, um do respetivo mapa de pessoal do serviço ou
organismo em cujo mapa se encontre o cargo a prover «Artigo 7.º
e outro de diferente serviço ou organismo, designados [...]
pelo respetivo dirigente máximo.
1 — [...]:
5 — Findo o procedimento concursal, o júri elabora a) [...];
a lista final de ordenação, submetendo-a ao respetivo b) Enfermeiro especialista;
órgão máximo de gestão, para efeitos de homologação. c) Enfermeiro gestor.
6 — O procedimento concursal previsto no presente
artigo é urgente e de interesse público. 2 — As categorias referidas no número anterior de-
vem estar expressamente previstas na caracterização dos
Artigo 12.º-C postos de trabalho dos mapas de pessoal dos respetivos
Competências do enfermeiro com funções de direção serviços ou estabelecimentos, discriminando-se a ativi-
dade a executar, bem como, tratando-se da categoria de
Compete ao enfermeiro com funções de direção: enfermeiro especialista, qual o colégio de especialidade
a) Elaborar o plano de ação e o respetivo relatório da Ordem dos Enfermeiros em que o seu ocupante deve
anual das atividades de enfermagem da unidade ou ser- estar inscrito.
viço, alinhado com o plano estratégico de enfermagem 3 — Para os efeitos previstos no número anterior,
para a instituição; salvo situações excecionais, em que a segurança na
b) Promover a partilha de experiências e a dissemi- prestação de cuidados de enfermagem determine ou-
nação de boas práticas entre os enfermeiros gestores tras necessidades, o número total de postos de trabalho
que integrem a sua unidade ou serviço, coordenando correspondentes à categoria de enfermeiro especialista
reuniões periódicas; não deve ser superior a 25 % do total de enfermeiros
c) Implementar auditorias internas com vista à me- de que o serviço ou estabelecimento careça para o de-
lhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados; senvolvimento das respetivas atividades.
d) Colaborar com o enfermeiro diretor ou vogal do 4 — A alteração do número de postos de trabalho
conselho clínico e de saúde no processo de gestão de depende de parecer prévio favorável dos membros do
enfermeiros, incluindo a identificação de necessidades, Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da Ad-
o recrutamento e alocação de recursos necessários para ministração Pública e da saúde.
assegurar cuidados de saúde de qualidade, atendendo, 5 — A previsão, nos mapas de pessoal, de postos
para o efeito, à complexidade dos cuidados, às condi- de trabalho que devam ser ocupados por enfermeiros
2630 Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019
gestores depende da necessidade de gerir uma unidade título de enfermeiro especialista exigido para o preen-
ou serviço com, pelo menos, 10 enfermeiros. chimento do correspondente posto de trabalho.
6 — Os enfermeiros gestores podem acumular a 4 — A admissão para a categoria de enfermeiro gestor
gestão de duas ou mais unidades ou serviços, caso as faz-se de entre enfermeiros especialistas, com três anos
mesmas, individualmente, não completem o número de exercício de funções na especialidade correspon-
mínimo de enfermeiros previstos no número anterior. dente à do serviço ou unidade a que respeita o posto de
trabalho a ocupar, e preferencialmente habilitados com
Artigo 9.º formação em gestão de serviços de saúde.
[...]
Artigo 18.º
1 — O conteúdo funcional da categoria de enfermeiro, Funções de direção
desenvolvido com plena autonomia técnico-científica, é
inerente às respetivas qualificações e competências em 1 — Podem exercer funções de direção, na sequência
enfermagem e tem como foco o indivíduo, a família e a de procedimento concursal, desenvolvido nos termos do
comunidade, ao longo de todo o seu ciclo de vida. artigo seguinte, os enfermeiros gestores com pelo menos
2 — Ao enfermeiro incumbe, designadamente: três anos de antiguidade nessa categoria.
2 — Sem prejuízo do disposto em lei especial, e de
a) Identificar necessidades de cuidados de enferma- acordo com a organização interna e conveniência de
gem no âmbito da promoção de saúde, da prevenção serviço, o exercício de funções de direção é cumprido
da doença, do tratamento, da reabilitação e readaptação em regime de comissão de serviço, com a duração de
funcional e da paliação; três anos, renovável por iguais períodos.
b) Planear os cuidados de enfermagem, tendo em 3 — A renovação do contrato de trabalho em co-
conta as necessidades de cuidados identificadas, es- missão de serviço está dependente da entrega de um
tabelecendo prioridades de acordo com os recursos programa de ação e de relatório de desempenho, a apre-
disponíveis; sentar até 60 dias antes do seu termo, que carecem de
c) Prestar cuidados de enfermagem ao longo do ciclo apreciação obrigatória no prazo de 30 dias.
de vida e nos três níveis de prevenção, documentando 4 — Nas situações em que a cessação da comissão de
apropriadamente todas as intervenções e informações serviço seja da iniciativa do órgão máximo de gestão, tal
relevantes para a garantia da continuidade e qualidade cessação carece de fundamentação e tem por base a não
dos cuidados e para a avaliação da sua eficiência; comprovação superveniente da capacidade adequada a
d) Avaliar os cuidados de enfermagem, ajustando-os garantir a observação das orientações superiormente
sempre que necessário; fixadas ou a necessidade de imprimir nova orientação
e) Registar e produzir informação relativa ao exercí- à gestão do departamento, área ou conjunto de unidades
cio profissional, incluindo a relevante para os sistemas ou serviços.
de informação; 5 — O exercício das funções referidas nos números
f) Avaliar as suas intervenções, contribuindo para o anteriores não impede a manutenção da atividade de
desenvolvimento de uma prática baseada na evidência, prestação de cuidados de saúde por parte dos enfermei-
tendo em vista a eficiência e qualidade dos cuidados ros, mas prevalece sobre a mesma.
de enfermagem, a autonomia e a valorização profis- 6 — [Revogado.]
sional; 7 — [Revogado.]
g) Participar nos processos de decisão próprios da sua 8 — [Revogado.]
atividade integrando as equipas multidisciplinares; 9 — [Revogado.]»
h) Promover e participar em ações que visem articular
as diferentes redes e níveis de cuidados de saúde; Artigo 5.º
i) Participar em processos formativos, contribuindo Aditamento ao Decreto-Lei n.º 248/2009, de 22 de setembro
para a sua valorização profissional e para a valorização
profissional dos seus pares; São aditados ao Decreto-Lei n.º 248/2009, de 22 de
j) Colaborar no processo de formação de estudantes setembro, na sua redação atual, os artigos 10.º-A, 10.º-B,
de enfermagem; 18.º-A, 18.º-B e 18.º-C, com a seguinte redação:
k) Coordenar e supervisionar enfermeiros em con-
texto de integração profissional; «Artigo 10.º-A
l) Supervisionar, quando adequado, a formação de Conteúdo funcional da categoria de enfermeiro especialista
outros perfis profissionais;
m) Participar e colaborar em projetos de investigação; Para além do conteúdo funcional da categoria de
n) Integrar júris de procedimentos concursais para enfermeiro, o enfermeiro especialista desenvolve com-
recrutamento. petências próprias inerentes à sua área de especialização,
competindo-lhe designadamente:
Artigo 12.º a) Identificar as necessidades em saúde do indiví-
[...]
duo, família, grupo ou comunidade, planear cuidados,
coordenar e desenvolver intervenções em enfermagem
1 — [...]. na sua área de especialidade;
2 — [...]. b) Prestar cuidados de enfermagem diferenciados
3 — A admissão para a categoria de enfermeiro espe- e complexos, dentro da sua área de especialidade, ao
cialista faz-se de entre os enfermeiros, com pelo menos longo do ciclo de vida e nos três níveis de prevenção,
quatro anos de exercício profissional, detentores do documentando apropriadamente todas as intervenções
Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019 2631
e informações relevantes para a garantia da continui- ambiente de trabalho saudável na unidade ou serviço,
dade e qualidade dos cuidados e para a avaliação da salvaguardando a dignidade e autonomia de exercício
sua eficiência; profissional e promovendo o desenvolvimento pessoal
c) Avaliar as intervenções de enfermagem diferencia- e profissional dos enfermeiros;
das e complexas, ajustando-as sempre que necessário; d) Garantir uma prática de enfermagem na unidade
d) Avaliar as intervenções de enfermagem na sua área ou serviço baseada em normas de boas práticas e na
de especialidade, contribuindo para o desenvolvimento melhor evidência disponível;
de uma prática baseada na evidência, tendo em vista a e) Garantir a implementação dos processos de melho-
eficiência e qualidade dos cuidados de enfermagem, a ria contínua da qualidade dos cuidados de enfermagem
autonomia e a valorização profissional; e participar nos processos de acreditação e certificação;
e) Responsabilizar-se pela área de enfermagem, nas f) Promover uma cultura de segurança na prestação
equipas multiprofissionais, no que diz respeito ao diag- de cuidados de saúde, gerindo os riscos na sua unidade
nóstico de enfermagem na sua área de especialidade e à ou serviço, integrando grupos de trabalho e comissões
consecução das intervenções delas decorrentes; nesta área;
f) Exercer funções de consultadoria de natureza g) Promover a divulgação de informação relevante
técnico-científica na sua área de especialidade; para o exercício profissional de enfermagem na unidade
g) Definir indicadores sensíveis aos cuidados de en- ou serviço;
fermagem na sua área de especialidade e monitorizar h) Responsabilizar-se pela valorização de compe-
os resultados obtidos em articulação com o enfermeiro tências da equipa que gere, facilitando e promovendo
gestor ou com o que exerça funções de direção; os processos formativos de acordo com as diretrizes
h) Coordenar a supervisão clínica de estudantes de institucionais;
enfermagem; i) Avaliar o desempenho profissional dos enfermeiros
i) Coordenar a supervisão clínica de enfermeiros e enfermeiros especialistas, bem como colaborar, quando
especialistas da sua área de especialidade; adequado, na avaliação de desempenho de outros profis-
j) Coordenar e supervisionar enfermeiros especialis- sionais que estejam funcionalmente dependentes;
tas em contexto de integração profissional; j) Implementar auditorias internas com vista à melho-
k) Coordenar, quando adequado, a formação de outros ria da qualidade dos cuidados de saúde prestados;
perfis profissionais; k) Promover o desenvolvimento da investigação e
l) Identificar oportunidades relevantes para a inves- inovação em enfermagem, envolvendo a equipa na uti-
tigação em saúde, investigando ou colaborando em es- lização dos resultados para a melhoria da qualidade dos
tudos de investigação e divulgando os seus resultados; cuidados e criação de valor;
m) Colaborar nos processos de avaliação de desempe- l) Promover a formação pré e pós-graduada da en-
nho dos enfermeiros e enfermeiros especialistas, desde fermagem, criando condições facilitadoras do processo
que funcionalmente dependentes; de ensino e aprendizagem;
n) Participar em projetos institucionais na área da m) Garantir a documentação da prática clínica e a
acreditação e certificação, gestão da qualidade e do monitorização de indicadores sensíveis aos cuidados
risco, em particular na sua área de especialidade; de enfermagem, com o recurso às tecnologias de in-
o) Integrar júris de procedimentos concursais para formação;
recrutamento de enfermeiros e enfermeiros especialistas n) Participar na determinação dos postos de trabalho
na sua área de especialidade. de trabalhadores enfermeiros e enfermeiros especia-
listas a prever no mapa de pessoal para a unidade ou
Artigo 10.º-B serviço, tendo em vista os cuidados de enfermagem a
prestar, baseada em instrumentos de cálculo validados,
Conteúdo funcional da categoria de enfermeiro gestor que garantam a segurança na prestação de cuidados de
Para além das funções inerentes às categorias de enfermagem;
enfermeiro e de enfermeiro especialista, ao enfermeiro o) Participar, em articulação com a direção do ser-
gestor, cujo conteúdo funcional integra, na generali- viço, no processo de contratualização interna relativo
dade, as funções de planeamento, organização, direção à respetiva unidade ou serviço;
e avaliação dos cuidados de enfermagem, utilizando um p) Participar na determinação das necessidades de
modelo facilitador do desenvolvimento organizacional recursos materiais e equipamentos para a prestação de
e promotor da qualidade e segurança, compete ainda e cuidados na unidade ou serviço, tendo em conta critérios
em especial: de custo, efetividade e segurança;
q) Emitir pareceres, exercer funções de assessoria téc-
a) Gerir os recursos da unidade ou serviço, otimi- nica e participar nas comissões de escolha de materiais
zando as respostas às necessidades em cuidados de e equipamentos para a prestação de cuidados.
saúde das pessoas, grupos e comunidade, defendendo
os princípios do Serviço Nacional de Saúde, bem como Artigo 18.º-A
o respeito pela ética e pela deontologia do exercício da
enfermagem; Seleção dos trabalhadores enfermeiros
para o exercício de funções de direção
b) Gerir os recursos humanos funcionalmente de-
pendentes em função das necessidades de cuidados, 1 — Para os efeitos previstos n.º 1 do artigo an-
nomeadamente através da elaboração de planos de terior, o procedimento concursal é obrigatoriamente
trabalho, escalas e planos de férias, otimizando a efi- publicitado na bolsa de emprego público e na página
ciência e a produtividade; eletrónica do respetivo serviço ou estabelecimento de
c) Criar as condições para um trabalho cooperativo e saúde, durante 10 dias úteis, com a indicação dos re-
de efetiva articulação da equipa multiprofissional e um quisitos formais de provimento, do perfil exigido, tal
2632 Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019
c) Aufiram o suplemento remuneratório previsto no no montante de € 200, fixado no n.º 1 do artigo 4.º do
n.º 3 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 122/2010, de 11 de Decreto-Lei n.º 122/2010, de 11 de novembro, alterado
novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 27/2018, de 27 de pelo Decreto-Lei n.º 27/2018, de 27 de abril, até que
abril. venha a ser desenvolvido, e concluído, um procedi-
mento de seleção destinado à ocupação do posto de
3 — Transitam para a categoria de enfermeiro os demais trabalho para a categoria de enfermeiro gestor, cuja
trabalhadores. caraterização corresponda às funções que presentemente
4 — O disposto no presente artigo, com exceção do desenvolvem.
n.º 1, aplica-se aos trabalhadores enfermeiros com contrato
de trabalho celebrado com entidades públicas empresariais Artigo 10.º
do setor da saúde, exceto se abrangidos por instrumento de
regulamentação coletiva de trabalho que regule a estrutura Disposição transitória
da correspondente carreira. 1 — Salvaguardadas as transições previstas no n.º 1
5 — As transições previstas no presente artigo devem
do artigo 8.º, mantêm-se até ao final do respetivo prazo,
constar de lista nominativa a elaborar pelo respetivo ser-
viço ou estabelecimento de saúde, que deve ser afixada sem possibilidade de renovação, as comissões de serviço
em local visível e público e disponibilizada no correspon- ou os contratos em regime de comissão de serviço dos
dente sítio na Internet, sendo ainda publicado um aviso na trabalhadores enfermeiros, celebrados, respetivamente,
2.ª série do Diário da República com informação sobre a ao abrigo do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 248/2009, de
sua publicitação. 22 de setembro, na sua redação originária, ou do Código
do Trabalho, destinadas ao exercício de funções de direção
Artigo 9.º ou chefia.
2 — O disposto nos artigos 12.º -A e 12.º -B do
Reposicionamento na tabela remuneratória e integração
do suplemento remuneratório devido pelo exercício Decreto-Lei n.º 247/2009, de 22 de setembro, com a
de funções de enfermeiro especialista e de funções de chefia redação introduzida pelo presente decreto-lei, e no
artigo 18.º-A do Decreto-Lei n.º 248/2009, de 22 de
1 — Na transição para a carreira especial de enfer- setembro, com a redação introduzida pelo presente
magem prevista nos n.os 1 e 2 do artigo anterior, os tra- decreto-lei, aplica-se às situações a constituir após a
balhadores enfermeiros são reposicionados na posição
remuneratória da tabela constante do anexo I ao presente sua entrada em vigor.
decreto-lei, de nível remuneratório não inferior ao da 3 — O disposto na alínea d) do n.º 2 do artigo 113.º
primeira posição da categoria para a qual transitam, cor- da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, na sua redação
respondente ao somatório da remuneração base mensal a atual, aplica-se às avaliações de desempenho ocorridas
que atualmente têm direito e do suplemento remuneratório até 2014, inclusive.
de função, consoante o caso, de enfermeiro especialista e
de chefia, respetivamente, de € 150 e de € 200, auferidos Artigo 11.º
nos termos do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 122/2010, de Disposição final
11 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 27/2018,
de 27 de abril. Sem prejuízo do disposto no n.º 4 dos artigos 11.º
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, em e 12.º, respetivamente, dos Decretos-Leis n.os 247/2009
caso de falta de identidade, os trabalhadores são reposicio- e 248/2009, ambos de 22 de setembro, com a redação
nados em posição remuneratória automaticamente criada, introduzida pelo presente decreto-lei, os enfermeiros que
cujo montante pecuniário seja igual ao montante pecuniário se encontrem nomeados, à data da entrada em vigor do
a considerar para efeitos de reposicionamento. presente decreto-lei, em regime de comissão de serviço
3 — Os enfermeiros titulares de categorias subsis- ou detenham um contrato em comissão de serviço para
tentes que se encontrem nomeados em data anterior à o exercício de funções de direção ou chefia, e ainda os
entrada em vigor do presente decreto-lei para o exer- enfermeiros nomeados no cargo de enfermeiro diretor,
cício de funções de direção, nos termos previstos no podem, independentemente da categoria detida, ser opo-
artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 248/2009, de 22 de se- sitores a procedimento de seleção para a categoria de
tembro, na sua redação originária, mantêm o direito ao enfermeiro gestor, tendo ainda preferência, na lista de
suplemento remuneratório no montante de € 300, fixado ordenação final dos candidatos, em caso de igualdade
no n.º 1 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 122/2010, de de classificação.
11 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 27/2018,
de 27 de abril, sendo posicionados na respetiva tabela
remuneratória em função da remuneração base auferida, Artigo 12.º
exceto no caso dos enfermeiros titulares das categorias Norma revogatória
subsistentes abrangidas pelo n.º 1 do artigo anterior, São revogados:
relativamente aos quais se considera, com efeitos à data
da cessação das funções aqui salvaguardadas, o soma- a) O artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 247/2009, de 22 de
tório da remuneração base mensal auferida acrescida setembro, na sua redação atual;
do montante de € 200. b) O artigo 10.º, o n.º 4 do artigo 13.º, o artigo 14.º,
4 — Com exceção dos abrangidos pelo n.º 1 do artigo os n.os 6 a 9 do artigo 18.º, o n.º 2 do artigo 21.º, e os ar-
anterior, os enfermeiros que se encontrem nomeados em tigos 22.º a 25.º e 27.º do Decreto-Lei n.º 248/2009, de
regime de comissão de serviço ou detenham um contrato 22 de setembro, na sua redação atual;
em comissão de serviço para o exercício de funções de c) Os artigos 4.º, 6.º e 7.º do Decreto-Lei n.º 122/2010,
chefia, mantêm o direito ao suplemento remuneratório de 11 de novembro, na sua redação atual.
2634 Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019
Categoria de enfermeiro
Conteúdo funcional da categoria de enfermeiro especialista a) Gerir os recursos da unidade ou serviço, otimizando
as respostas às necessidades em cuidados de saúde das
Para além do conteúdo funcional da categoria de enfer- pessoas, grupos e comunidade, defendendo os princípios
meiro, o enfermeiro especialista desenvolve competências do Serviço Nacional de Saúde, bem como o respeito pela
próprias inerentes à sua área de especialização, competindo- ética e pela deontologia do exercício da enfermagem;
-lhe designadamente: b) Gerir os recursos humanos funcionalmente dependen-
a) Identificar as necessidades em saúde do indivíduo, tes em função das necessidades de cuidados, nomeadamente
família, grupo ou comunidade, planear cuidados, coordenar através da elaboração de planos de trabalho, escalas e planos
e desenvolver intervenções em enfermagem na sua área de férias, otimizando a eficiência e a produtividade;
de especialidade; c) Criar as condições para um trabalho cooperativo e
b) Prestar cuidados de enfermagem diferenciados e de efetiva articulação da equipa multiprofissional e um
complexos, dentro da sua área de especialidade, ao longo ambiente de trabalho saudável na unidade ou serviço,
do ciclo de vida e nos três níveis de prevenção, documen- salvaguardando a dignidade e autonomia de exercício
tando apropriadamente todas as intervenções e informações profissional e promovendo o desenvolvimento pessoal e
relevantes para a garantia da continuidade e qualidade dos profissional dos enfermeiros;
cuidados e para a avaliação da sua eficiência; d) Garantir uma prática de enfermagem na unidade ou
c) Avaliar as intervenções de enfermagem diferenciadas serviço baseada em normas de boas práticas e na melhor
e complexas, ajustando-as sempre que necessário; evidência disponível;
d) Avaliar as intervenções de enfermagem na sua área e) Garantir a implementação dos processos de melhoria
de especialidade, contribuindo para o desenvolvimento contínua da qualidade dos cuidados de enfermagem e par-
de uma prática baseada na evidência, tendo em vista a ticipar nos processos de acreditação e certificação;
eficiência e qualidade dos cuidados de enfermagem, a f) Promover uma cultura de segurança na prestação de
autonomia e a valorização profissional; cuidados de saúde, gerindo os riscos na sua unidade ou
e) Responsabilizar-se pela área de enfermagem, nas serviço, integrando grupos de trabalho e comissões nesta
equipas multiprofissionais, no que diz respeito ao diag- área;
nóstico de enfermagem na sua área de especialidade e à g) Promover a divulgação de informação relevante para
consecução das intervenções delas decorrentes; o exercício profissional de enfermagem na unidade ou
f) Exercer funções de consultadoria de natureza técnico- serviço;
-científica na sua área de especialidade; h) Responsabilizar-se pela valorização de competências
g) Definir indicadores sensíveis aos cuidados de en- da equipa que gere, facilitando e promovendo os processos
fermagem na sua área de especialidade e monitorizar os formativos de acordo com as diretrizes institucionais;
resultados obtidos em articulação com o enfermeiro gestor i) Avaliar o desempenho profissional dos enfermeiros
ou com o que exerça funções de direção; e enfermeiros especialistas, bem como colaborar, quando
h) Coordenar a supervisão clínica de estudantes de en- adequado, na avaliação de desempenho de outros profis-
fermagem; sionais que estejam funcionalmente dependentes;
i) Coordenar a supervisão clínica de enfermeiros espe- j) Implementar auditorias internas com vista à melhoria
cialistas da sua área de especialidade; da qualidade dos cuidados de saúde prestados;
j) Coordenar e supervisionar enfermeiros especialistas k) Promover o desenvolvimento da investigação e ino-
em contexto de integração profissional; vação em enfermagem, envolvendo a equipa na utilização
k) Coordenar, quando adequado, a formação de outros dos resultados para a melhoria da qualidade dos cuidados
perfis profissionais; e criação de valor;
l) Identificar oportunidades relevantes para a investiga- l) Promover a formação pré e pós-graduada da enfer-
ção em saúde, investigando ou colaborando em estudos de magem, criando condições facilitadoras do processo de
investigação e divulgando os seus resultados; ensino e aprendizagem;
m) Colaborar nos processos de avaliação de desempenho m) Garantir a documentação da prática clínica e a moni-
dos enfermeiros e enfermeiros especialistas, desde que torização de indicadores sensíveis aos cuidados de enfer-
funcionalmente dependentes; magem, com o recurso às tecnologias de informação;
Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019 2637
n) Participar na determinação dos postos de trabalho de ação e de relatório de desempenho, a apresentar até 60 dias
trabalhadores enfermeiros e enfermeiros especialistas a antes do seu termo, que carecem de apreciação obrigató-
prever no mapa de pessoal para a unidade ou serviço, tendo ria pelo órgão máximo de gestão do respetivo serviço ou
em vista os cuidados de enfermagem a prestar, baseada em estabelecimento de saúde, no prazo de 30 dias.
instrumentos de cálculo validados, que garantam a segu- 4 — Nas situações em que a cessação da comissão de
rança na prestação de cuidados de enfermagem; serviço seja da iniciativa do órgão máximo de gestão, tal
o) Participar, em articulação com a direção do serviço, cessação carece de fundamentação e tem por base a não
no processo de contratualização interna relativo à respetiva comprovação superveniente da capacidade adequada a ga-
unidade ou serviço; rantir a observação das orientações superiormente fixadas
p) Participar na determinação das necessidades de recur- ou a necessidade de imprimir nova orientação à gestão do
sos materiais e equipamentos para a prestação de cuidados departamento, área ou conjunto de unidades ou serviços.
na unidade ou serviço, tendo em conta critérios de custo, 5 — O exercício das funções referidas nos números
efetividade e segurança; anteriores não impede a manutenção da atividade de pres-
q) Emitir pareceres, exercer funções de assessoria téc- tação de cuidados de saúde por parte dos enfermeiros, mas
nica e participar nas comissões de escolha de materiais e prevalece sobre a mesma.
equipamentos para a prestação de cuidados.
Artigo 12.º-B
Artigo 11.º
Seleção dos trabalhadores enfermeiros
Condições de admissão para o exercício de funções de direção
1 — O exercício de funções no âmbito da carreira es- 1 — Para os efeitos previstos n.º 1 do artigo anterior,
pecial de enfermagem depende da obtenção do título pro- o procedimento concursal é obrigatoriamente publicitado
fissional atribuído pela Ordem dos Enfermeiros. na bolsa de emprego público e na página eletrónica do
2 — Para admissão à categoria de enfermeiro é exigida respetivo serviço ou estabelecimento de saúde, durante
a titulação em cédula profissional definitiva, atribuída pela 10 dias úteis, com a indicação dos requisitos formais de
Ordem dos Enfermeiros. provimento, do perfil exigido, tal qual se encontra ca-
3 — A admissão para a categoria de enfermeiro espe- racterizado no mapa de pessoal, da composição do júri e
cialista faz-se de entre os enfermeiros, com pelo menos dos métodos de seleção, que incluem, necessariamente, a
quatro anos de exercício profissional, detentores do título realização de uma fase final de entrevistas públicas.
de enfermeiro especialista exigido para o preenchimento 2 — Os candidatos ao procedimento concursal devem
do correspondente posto de trabalho. integrar no correspondente processo de candidatura um
4 — A admissão para a categoria de enfermeiro gestor programa de ação para três anos de desenvolvimento da
faz-se de entre enfermeiros especialistas, com três anos organização a dirigir.
de exercício de funções na especialidade correspondente 3 — A publicitação referida no n.º 1 é precedida de aviso
à do serviço ou unidade a que respeita o posto de trabalho a publicar em órgão de imprensa de expansão nacional e
a ocupar, e preferencialmente habilitados com formação na 2.ª série do Diário da República.
em gestão de serviços de saúde. 4 — O júri é constituído:
a) Pelo enfermeiro diretor ou pelo enfermeiro vogal do
Artigo 12.º conselho clínico e de saúde, ou por quem estes designem,
Recrutamento que preside;
b) Por dois enfermeiros em exercício de funções de
1 — O recrutamento para os postos de trabalho sujei- direção, um do respetivo mapa de pessoal do serviço ou
tos ao regime do Código do Trabalho, correspondentes à organismo em cujo mapa se encontre o cargo a prover e
carreira de enfermagem, incluindo mudança de categoria, outro de diferente serviço ou organismo, designados pelo
é feito mediante processo de seleção com observância do respetivo dirigente máximo.
disposto no artigo 11.º do presente decreto-lei.
2 — Os requisitos de candidatura e a tramitação do 5 — Findo o procedimento concursal, o júri elabora a
processo de seleção previstos no número anterior são re- lista final de ordenação, submetendo-a ao respetivo órgão
gulados por instrumento de regulamentação coletiva de máximo de gestão, para efeitos de homologação.
trabalho. 6 — O procedimento concursal previsto no presente
artigo é urgente e de interesse público.
Artigo 12.º-A
Funções de direção Artigo 12.º-C
1 — Podem exercer funções de direção, na sequência Competências do enfermeiro com funções de direção
de procedimento concursal, desenvolvido nos termos do Compete ao enfermeiro com funções de direção:
artigo seguinte, os enfermeiros gestores com pelo menos
três anos de antiguidade nessa categoria. a) Elaborar o plano de ação e o respetivo relatório anual
2 — Sem prejuízo do disposto em lei especial, e de das atividades de enfermagem da unidade ou serviço, ali-
acordo com a organização interna e conveniência de ser- nhado com o plano estratégico de enfermagem para a
viço, o exercício de funções de direção é cumprido em re- instituição;
gime de contrato de trabalho em comissão de serviço, com b) Promover a partilha de experiências e a dissemina-
a duração de três anos, renovável por iguais períodos. ção de boas práticas entre os enfermeiros gestores que
3 — A renovação do contrato de trabalho em comissão integrem a sua unidade ou serviço, coordenando reuniões
de serviço está dependente da entrega de um programa de periódicas;
2638 Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019
a) O dever de contribuir para a defesa dos interesses do Para além do conteúdo funcional da categoria de enfer-
utente no âmbito da organização das unidades e serviços, meiro, o enfermeiro especialista desenvolve competências
incluindo a necessária atuação interdisciplinar, tendo em próprias inerentes à sua área de especialização, competindo-
vista a continuidade e garantia da qualidade da prestação -lhe designadamente:
de cuidados;
a) Identificar as necessidades em saúde do indivíduo,
b) O dever de esclarecer devidamente o utente sobre os
família, grupo ou comunidade, planear cuidados, coordenar
cuidados a prestar e prestados, na medida das suas com-
e desenvolver intervenções em enfermagem na sua área
petências, assegurando a efetividade do consentimento
de especialidade;
informado.
b) Prestar cuidados de enfermagem diferenciados e
complexos, dentro da sua área de especialidade, ao longo
Artigo 9.º do ciclo de vida e nos três níveis de prevenção, documen-
Conteúdo funcional da categoria de enfermeiro tando apropriadamente todas as intervenções e informações
relevantes para a garantia da continuidade e qualidade dos
1 — O conteúdo funcional da categoria de enfermeiro,
cuidados e para a avaliação da sua eficiência;
desenvolvido com plena autonomia técnico-científica, é
c) Avaliar as intervenções de enfermagem diferenciadas
inerente às respetivas qualificações e competências em
e complexas, ajustando-as sempre que necessário;
enfermagem e tem como foco o indivíduo, a família e a
d) Avaliar as intervenções de enfermagem na sua área
comunidade, ao longo de todo o seu ciclo de vida.
de especialidade, contribuindo para o desenvolvimento
2 — Ao enfermeiro incumbe, designadamente:
de uma prática baseada na evidência, tendo em vista a
a) Identificar necessidades de cuidados de enfermagem eficiência e qualidade dos cuidados de enfermagem, a
no âmbito da promoção de saúde, da prevenção da doença, autonomia e a valorização profissional;
2640 Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019
e) Responsabilizar-se pela área de enfermagem, nas serviço, integrando grupos de trabalho e comissões nesta
equipas multiprofissionais, no que diz respeito ao diag- área;
nóstico de enfermagem na sua área de especialidade e à g) Promover a divulgação de informação relevante para
consecução das intervenções delas decorrentes; o exercício profissional de enfermagem na unidade ou
f) Exercer funções de consultadoria de natureza técnico- serviço;
-científica na sua área de especialidade; h) Responsabilizar-se pela valorização de competências
g) Definir indicadores sensíveis aos cuidados de en- da equipa que gere, facilitando e promovendo os processos
fermagem na sua área de especialidade e monitorizar os formativos de acordo com as diretrizes institucionais;
resultados obtidos em articulação com o enfermeiro gestor i) Avaliar o desempenho profissional dos enfermeiros
ou com o que exerça funções de direção; e enfermeiros especialistas, bem como colaborar, quando
h) Coordenar a supervisão clínica de estudantes de en- adequado, na avaliação de desempenho de outros profis-
fermagem; sionais que estejam funcionalmente dependentes;
i) Coordenar a supervisão clínica de enfermeiros espe- j) Implementar auditorias internas com vista à melhoria
cialistas da sua área de especialidade; da qualidade dos cuidados de saúde prestados;
j) Coordenar e supervisionar enfermeiros especialistas k) Promover o desenvolvimento da investigação e ino-
em contexto de integração profissional; vação em enfermagem, envolvendo a equipa na utilização
k) Coordenar, quando adequado, a formação de outros dos resultados para a melhoria da qualidade dos cuidados
perfis profissionais; e criação de valor;
l) Identificar oportunidades relevantes para a investiga- l) Promover a formação pré e pós-graduada da enfer-
ção em saúde, investigando ou colaborando em estudos de magem, criando condições facilitadoras do processo de
investigação e divulgando os seus resultados; ensino e aprendizagem;
m) Colaborar nos processos de avaliação de desempenho m) Garantir a documentação da prática clínica e a moni-
dos enfermeiros e enfermeiros especialistas, desde que torização de indicadores sensíveis aos cuidados de enfer-
funcionalmente dependentes; magem, com o recurso às tecnologias de informação;
n) Participar em projetos institucionais na área da acre- n) Participar na determinação dos postos de trabalho
ditação e certificação, gestão da qualidade e do risco, em de trabalhadores enfermeiros e enfermeiros especialistas a
particular na sua área de especialidade; prever no mapa de pessoal para a unidade ou serviço, tendo
o) Integrar júris de procedimentos concursais para re- em vista os cuidados de enfermagem a prestar, baseada em
crutamento de enfermeiros e enfermeiros especialistas na instrumentos de cálculo validados, que garantam a segurança
sua área de especialidade. na prestação de cuidados de enfermagem;
o) Participar, em articulação com a direção do serviço,
Artigo 10.º-B no processo de contratualização interna relativo à respetiva
unidade ou serviço;
Conteúdo funcional da categoria de enfermeiro gestor p) Participar na determinação das necessidades de recur-
Para além das funções inerentes às categorias de enfer- sos materiais e equipamentos para a prestação de cuidados
meiro e de enfermeiro especialista, ao enfermeiro gestor, na unidade ou serviço, tendo em conta critérios de custo,
cujo conteúdo funcional integra, na generalidade, as fun- efetividade e segurança;
ções de planeamento, organização, direção e avaliação dos q) Emitir pareceres, exercer funções de assessoria téc-
cuidados de enfermagem, utilizando um modelo facilitador nica e participar nas comissões de escolha de materiais e
do desenvolvimento organizacional e promotor da quali- equipamentos para a prestação de cuidados.
dade e segurança, compete ainda e em especial:
Artigo 11.º
a) Gerir os recursos da unidade ou serviço, otimizando
as respostas às necessidades em cuidados de saúde das Grau de complexidade funcional
pessoas, grupos e comunidade, defendendo os princípios A carreira especial de enfermagem é classificada como
do Serviço Nacional de Saúde, bem como o respeito pela de grau 3 de complexidade funcional.
ética e pela deontologia do exercício da enfermagem;
b) Gerir os recursos humanos funcionalmente dependen- Artigo 12.º
tes em função das necessidades de cuidados, nomeadamente
Condições de admissão
através da elaboração de planos de trabalho, escalas e planos
de férias, otimizando a eficiência e a produtividade; 1 — O exercício de funções no âmbito da carreira es-
c) Criar as condições para um trabalho cooperativo e pecial de enfermagem depende da obtenção do título pro-
de efetiva articulação da equipa multiprofissional e um fissional atribuído pela Ordem dos Enfermeiros.
ambiente de trabalho saudável na unidade ou serviço, 2 — Para admissão à categoria de enfermeiro é exigida
salvaguardando a dignidade e autonomia de exercício a titulação em cédula profissional definitiva, atribuída pela
profissional e promovendo o desenvolvimento pessoal e Ordem dos Enfermeiros.
profissional dos enfermeiros; 3 — A admissão para a categoria de enfermeiro espe-
d) Garantir uma prática de enfermagem na unidade ou cialista faz-se de entre os enfermeiros, com pelo menos
serviço baseada em normas de boas práticas e na melhor quatro anos de exercício profissional, detentores do título
evidência disponível; de enfermeiro especialista exigido para o preenchimento
e) Garantir a implementação dos processos de melhoria do correspondente posto de trabalho.
contínua da qualidade dos cuidados de enfermagem e par- 4 — A admissão para a categoria de enfermeiro gestor
ticipar nos processos de acreditação e certificação; faz-se de entre enfermeiros especialistas, com três anos
f) Promover uma cultura de segurança na prestação de de exercício de funções na especialidade correspondente
cuidados de saúde, gerindo os riscos na sua unidade ou à do serviço ou unidade a que respeita o posto de trabalho
Diário da República, 1.ª série — N.º 101 — 27 de maio de 2019 2641
a ocupar, e preferencialmente habilitados com formação cessação carece de fundamentação e tem por base a não
em gestão de serviços de saúde. comprovação superveniente da capacidade adequada a ga-
rantir a observação das orientações superiormente fixadas
Artigo 13.º ou a necessidade de imprimir nova orientação à gestão do
Recrutamento departamento, área ou conjunto de unidades ou serviços.
5 — O exercício das funções referidas nos números
1 — O recrutamento para os postos de trabalho corres- anteriores não impede a manutenção da atividade de pres-
pondentes à carreira de enfermagem, incluindo mudança tação de cuidados de saúde por parte dos enfermeiros, mas
de categoria, é feito mediante procedimento concursal. prevalece sobre a mesma.
2 — Os requisitos e os trâmites de candidatura ao con- 6 — [Revogado.]
curso previsto no número anterior são aprovados por porta- 7 — [Revogado.]
ria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas 8 — [Revogado.]
áreas da Administração Pública e da saúde. 9 — [Revogado.]
3 — Na sequência de procedimento concursal para
recrutamento de trabalhadores necessários à ocupação Artigo 18.º-A
de postos de trabalho na carreira especial de enferma-
gem, a determinação do posicionamento remuneratório Seleção dos trabalhadores enfermeiros
do candidato realiza-se nos termos do artigo 55.º da Lei para o exercício de funções de direção
n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro. 1 — Para os efeitos previstos n.º 1 do artigo an-
4 — [Revogado.] terior, o procedimento concursal é obrigatoriamente
publicitado na bolsa de emprego público e na página
Artigo 14.º eletrónica do respetivo serviço ou estabelecimento de
[Revogado.] saúde, durante 10 dias úteis, com a indicação dos re-
quisitos formais de provimento, do perfil exigido, tal
Artigo 15.º qual se encontra caracterizado no mapa de pessoal,
da composição do júri e dos métodos de seleção, que
Posições remuneratórias
incluem, necessariamente, a realização de uma fase
A cada categoria da carreira especial de enfermagem final de entrevistas públicas.
corresponde um número variável de posições remunera- 2 — Os candidatos ao procedimento concursal devem
tórias, a constar de diploma próprio. integrar no correspondente processo de candidatura um
programa de ação para três anos de desenvolvimento da
Artigo 16.º organização a dirigir.
Reconhecimento de títulos e categorias 3 — A publicitação referida no n.º 1 é precedida de aviso
a publicar em órgão de imprensa de expansão nacional e
Os títulos atribuídos pela Ordem dos Enfermeiros no na 2.ª série do Diário da República.
âmbito da profissão de enfermagem, bem como as ca- 4 — O júri é constituído:
tegorias de carreira, são oponíveis para a elegibilidade
necessária aos procedimentos de recrutamento e mudança a) Pelo enfermeiro diretor ou pelo enfermeiro vogal do
de categoria previstos nas normas aplicáveis. conselho clínico e de saúde, ou por quem estes designem,
que preside;
Artigo 17.º b) Por dois enfermeiros em exercício de funções de
direção, um do respetivo mapa de pessoal do serviço ou
Duração e organização do tempo de trabalho
organismo em cujo mapa se encontre o cargo a prover e
O período normal de trabalho da carreira especial de outro de diferente serviço ou organismo, designados pelo
enfermagem é de 35 horas semanais. respetivo dirigente máximo.
c) Implementar auditorias internas com vista à melhoria prossegue objetivos de atualização técnica e científica, ou
da qualidade dos cuidados de saúde prestados; de desenvolvimento de projetos de investigação.
d) Colaborar com o enfermeiro diretor ou vogal do 2 — A formação prevista no número anterior deve ser
conselho clínico e de saúde no processo de gestão de enfer- planeada e programada, de modo a incluir informação in-
meiros, incluindo a identificação de necessidades, o recru- terdisciplinar e desenvolver competências de organização
tamento e alocação de recursos necessários para assegurar e gestão de serviços.
cuidados de saúde de qualidade, atendendo, para o efeito, 3 — A frequência de cursos de formação complementar
à complexidade dos cuidados, às condições de estrutura, ou de atualização profissional, com vista ao aperfeiço-
ao nível de qualificação e ao perfil de competência, nos amento, diferenciação técnica ou projetos de investiga-
termos previstos na caracterização do posto de trabalho ção, pode ser autorizada mediante licença sem perda de
no respetivo mapa de pessoal; remuneração por um período não superior a 15 dias úteis
e) Colaborar com o enfermeiro diretor ou vogal do por ano, ou nos termos que venham a ser definidos em
conselho clínico e de saúde na monitorização e análise de instrumento de regulamentação coletiva de trabalho.
indicadores sensíveis aos cuidados de enfermagem, bem 4 — O membro do Governo responsável pela área da
como na definição de padrões de qualidade e políticas ou saúde pode atribuir a licença prevista no número anterior
diretivas formativas a desenvolver pelo serviço ou estabe- por um período superior a 15 dias úteis, desde que a pro-
lecimentos de saúde na área de enfermagem; posta se encontre devidamente fundamentada e a formação
f) Colaborar com o enfermeiro diretor ou vogal do con- se revista de interesse para os serviços.
selho clínico e de saúde na definição de protocolos de
articulação com os estabelecimentos de ensino superior Artigo 21.º
no âmbito da formação pré e pós-graduada e investigação
Avaliação do desempenho
em enfermagem;
g) Avaliar o desempenho profissional dos enfermeiros, 1 — A avaliação de desempenho dos trabalhadores que
em especial dos gestores, bem como colaborar, quando ade- integrem a carreira especial de enfermagem rege-se por
quado, na avaliação de desempenho de outros profissionais sistema adaptado do Sistema Integrado de Gestão e Avalia-
que dele estejam funcionalmente dependentes; ção de Desempenho na Administração Pública (SIADAP),
h) Participar e/ou coordenar grupos de trabalho ou co- a estabelecer em diploma próprio.
missões institucionais; 2 — [Revogado.]
i) Integrar júris de procedimentos concursais para se-
leção de enfermeiros para o exercício de funções de di- Artigo 22.º
reção;
j) Exercer as demais competências que lhe sejam atri- [Revogado.]
buídas por lei ou regulamento.
CAPÍTULO IV
Artigo 18.º-C
Normas de transição
Remuneração das funções de direção
O exercício, em comissão de serviço, das funções a que Artigo 23.º
se refere o artigo anterior confere o direito à remuneração [Revogado.]
correspondente à remuneração base do trabalhador, acres-
cida de um suplemento remuneratório de € 300, sem pre-
juízo das atualizações salariais gerais anuais, a abonar nos Artigo 24.º
termos do n.º 4 do artigo 159.º da Lei Geral do Trabalho em [Revogado.]
Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, Artigo 25.º
de 20 de junho, na sua redação atual.
[Revogado.]
Artigo 19.º
Período experimental CAPÍTULO V
1 — O período experimental para os contratos de tra- Disposições finais
balho em funções públicas por tempo indeterminado, ce-
lebrados por enfermeiros, tem a duração de 90 dias. Artigo 26.º
2 — Considera-se cumprido o período experimental a
que se refere o número anterior sempre que o contrato por [...]
tempo indeterminado tenha sido imediatamente precedido
da constituição de uma relação jurídica de emprego pú- Artigo 27.º
blico para o exercício de formação em enfermagem, com [Revogado.]
o mesmo órgão ou serviço, por período igual ou superior
ao previsto no número anterior. Artigo 28.º
[...]
Artigo 20.º
Formação profissional Artigo 29.º
1 — A formação dos trabalhadores integrados na car- [...]
reira de enfermagem assume carácter de continuidade e 112292425