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Ɖ Í Ɖ ƒ F ˆ ) Ɖ Í Ɖ ` J % F
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F ƒ

EGITO
CAIRO + cruzeiro pelo NILO passando por LUXOR e ASSUÃ + deserto à beira do MAR VERMELHO
Testamos um roteiro redondinho,
prático e seguro para viajar sem perrengue.
E comprovamos: já dá para voltar a sonhar!

França
A rota do autêntico champanhe PURO MÉXICO

Peru
que vale a esticada de Paris Tequila, mariachis e muita
história em Guadalajara

Cachoeiras, comidinhas
e aventuras em BROTAS

Viajamos no MAIOR NAVIO

de cruzeiros do mundo
Bem-bolado entre Machu Picchu e Cuzco + Arequipa, Vale do Colca, Puno e Lago Titicaca
 CONHEÇA

JÁ ABERTA!

Venha se divertir “em tamanho família” no Disney’s Hollywood Studios, um dos quatro Parques
Temáticos do Walt Disney World Resort. Deixe sua imaginação correr solta na nova Toy Story Land
onde você pode experimentar duas novas atrações: encarando pontes, montanhas e curvas na Slinky
Dog Dash, e dando um giro pelo espaço na Alien Swirling Saucers. Além disso, você vai curtir a Toy
Story Mania!pµÕi?jՓ>v>ۜÀˆÌ>`i̜`œÃpL>Ìi˜`œÀiVœÀ`iÃi“Փyˆ«iÀ>“>{>œ>`œ
dos amigos de Toy Story. Junte a família toda e descubra novas diversões para grandes e pequenos
aventureiros!

Visite DisneyWorldBrasil.com/ToyStoryLand
 Foto: shutterstock.com
Carta do
EDITOR
&5VMQEZIVEˆVEFIGLEGSEPLSYS*KMXSHIYQEQERIMVEX­STVSJYRHE
que mudou não apenas os alicerces políticos e sociais do país como
fez o turismo despencar. Imagina um destino com o potencial do
Egito ver sua principal atividade econômica se esvaecer como areia MARÇO – EDIÇÃO 116 – 2019
RSHIWIVXS&SRHEHITVSXIWXSWEGSRXIGIYIQITEWWEHSWSMXS
anos da revolta contra o então presidente Hosni Mubarak, o turismo Publisher
EMRHEIRKEXMRLETEVEZSPXEVªWWYEWGMJVEWHIYQEH³GEHEEXV«W 7SHVMKS(YRLE
4GEQMRLS³PSRKSIXMVEVEWIRWE±­SHIMRWIKYVER±EHSZMENERXI Editora-chefe
R­S³YQEXEVIJEWMQTPIW3IWWEWLSVEW³TVIGMWSWIZEPIVHSZIPLS 8EVGMPE+IVVS 28'
tarcila@racmidia.com.br
HMXEHSƸ“ZIVTEVEGVIVƹƳIJSMSUYIǻ^IQSW*QFEVGEQSWIQYQE
Editora assistente
ZMEKIQUYIEFVE±SYFSETEVXIHSWPYKEVIWEPQINEHSWTIPSWXYVMWXEW Cristiane Sinatura
TEVEGSRXEVIQYQVIPEXSWMRGIVSSUYISZMENERXIZEMIRGSRXVEVTSV cristiane@racmidia.com.br
P«MRGIVSETSRXSHIHIWEGSRWIPLEVYQEZMEKIQWIQSETSMSHI Repórter/Mídias digitais
uma agência e de um bom guia para esquematizar o roteiro e facilitar 8LIPQE1EZEKRSPM

EPSK¸WXMGEHIYQEGMHEHIªSYXVEHIYQTEWWIMSESYXVSMRGIVSE Estagiária de redação

TSRXSHIXSGEVIQXIQEWGSQSXIVVSVMWQS ESVIPEXEVGSQSSWSPLEVIW EQMVEL2IPS+EOLSYVM
MRWMWXIRXIWHIEPKYRWLSQIRWIK¸TGMSWTSHIQGSRWXVERKIVEQYPLIV sami@racmidia.com.br

turista. Sincero ao murmurar sobre a irritante abordagem dos vendedores Mídias digitais
7EJEIP2EVUYIWweb@racmidia.com.br
SYWSFVIEUYEPMHEHIHE«KYEUYITSHIGEYWEVYQTMVMVMHEUYIPIW
Colaborador de texto
)ITSMWHIGSPSGEVXSHEWEWGEVXEWREQIWEEGSRWIPLEQSWWIQLIWMXEV )ERMIPPI2SXXE5EYPS2ERGLE)ƶ&QEVS
Z«TEVES*KMXS:«WIQQIHSHIQIVKYPLEVIQQEMWHIQMPERSWHI :MGXSV,SYZIE
LMWX¾VME Z«WIQVIGIMSWHIJE^IVSGVY^IMVSRS3MPSIREZIKEVREW«KYEWHSVMS Revisão Naomi Yokoyama
QEMWI\XIRWSHSQYRHS Z«ZMWMXEVSHIWIVXSZ«JE^IVYQWSFVIZSSHIFEP­S Direção de arte Rosy MacQueen
Z«ETVSZIMXEVYQVIWSVXEPPMRGPYWMZIRS2EV:IVQIPLSMQTPIWQIRXIZ« Designers5IHVS'EWEKPME

Distribuição e logística
2E]EVE(EVZEPLSadm@racmidia.com.br

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11/ 3774-6967
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A revista Viajar Pelo Mundo (ISSN 1984-7777) é uma publicação da RAC Mídia Editora Ltda - ME (tel.: 11 3774-6967). A RAC Mídia não se
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advindos da exibição dos anúncios em desacordo com as Leis Criminal, Civil e do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor.
Impressão:,VEǻPEV7YE(SVSRIP&QERHSMQÀIWƳ(*5Ƴ­S2ERSIP 5

8 VIAJAR pelo Mundo

WWW.VALLENEVADO.COM/PT - 0800-892-1047 - RESERVAS@VALLENEVADO.COM
 Sumário
12 Você na Viajar
14 Giro pelo Mundo
18 O Informante
Noruega

20 Viajar Indica
Vila Galé Touros, RN

24 Viajar Indica
Cana Brava All Inclusive
Resort, Ilhéus, BA

44 Viajar no Mar
Symphony of the Seas

114 Pacotes
EGITO

Destinos 50 Champagne
Bebericando na

Fotos: Shutterstock.com e divulgação

rota do autêntico
28 Brotas espumante francês
Aventuras no interior de São Paulo
58 Egito
Roteiro completo,
32 Guadalajara seguro e sem perrengue
O México da tequila, dos com Cairo, cruzeiro pelo
mariachis e dos sombreros Nilo e Mar Vermelho

90 Peru
Duas versões para explorar, passando por
Lima, Cuzco, Machu Picchu, Arequipa,
Puno, Titicaca e Vale do Colca
BROTAS

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ESTE SÍMBOLO LEVA VOCÊ
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PERU

10 VIAJAR pelo Mundo

 VOCÊ NA VIAJAR

envie sua foto e compartilhe suas descobertas | #revistaviajar

fotos: arquivo pessoal

Parque Nacional de Banff, Canadá (Rochele Biasus)

Amsterdã, Holanda (Juliana Ortiz @juliianaortiz )

Deserto em Dubai, Emirados Árabes Unidos (Cecilia Pinto Minussi)

Veneza, Itália (Débora Zimmer)

Mande sua foto para

revistaviajar@racmidia.com.br
ou poste com #ViajarCanon.
Se ela for selecionada como a
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Creta, Grécia (Lennon Julio)

*Uma mochila a cada edição, entre janeiro e dezembro de 2019

revistaviajar.com.br revistaviajar@racmidia.com.br RevistaViajarpeloMundo revistaviajar

12 VIAJAR pelo Mundo

 © 2019 SeaWorld Parks & Entertainment, Inc. Todos os direitos reservados.
NOT ANOTHER DAY. ANOTHER WORLD.
Viva a experiência de um dia com tudo incluído no Discovery Cove® – um paraíso
escondido no coração de Orlando. Nade com golfinhos, mergulhe com milhares
de peixes e arraias, relaxe em praias deslumbrantes e alimente pássaros com
suas próprias mãos.
Desfrute de refeições e bebidas ilimitadas durante todo o dia de sua visita.
Fuja do comum e experimente algo realmente extraordinário nas suas
próximas férias na Flórida.
O ingresso Discovery Cove Ultimate inclui entradas para SeaWorld,
Busch Gardens e Aquatica.

www.seaworldparks.com.br
 GIRO PELO MUNDO

Disney ao mar
Darth Vader, Chewbacca, Capitão América e Homem-Aranha serão alguns
MOMA MAIOR
Se você pretende visitar Nova York este
dos passageiros ilustres nos cruzeiros da Disney pelo Caribe em 2020. Em ano, é bom saber que o MoMA (Museu
de Arte Moderna) vai ficar fechado
datas selecionadas entre janeiro e março, o navio Disney Fantasy fará nove
para reformas entre junho e outubro.
viagens de sete noites saindo de Porto Canaveral, na Flórida. Ele servirá
Todas as galerias serão reorganizadas
de palco para o Star Wars at Sea, evento que promove encontros com e ampliadas para dar maior visibilidade
personagens, atividades inspiradas nos filmes, shows, comidas especiais a novos artistas de diferentes origens.
e festa temática com fogos de artifício. Também entre janeiro e março, o A exposição por ordem cronológica
navio Disney Magic sai de Miami em nove viagens de cinco noites com a das obras seguirá em vigor, mas agora
temática Marvel Day at Sea, trazendo a bordo super-heróis como Capitão serão misturadas entre si, sejam elas
América e a recém-chegada Capitã Marvel. Também haverá encontro com esculturas, pinturas, fotografias, vídeos
personagens e eventos inspirados nos quadrinhos. Para mais informações e até performances. moma.org
sobre datas e valores, consulte o site disneycruise.com.

BILHETE ÚNICO DA NEVE

Quem gosta de esquiar já pode se preparar para a próxima temporada
de neve, usando um único passe válido em estações nos Estados Unidos,
Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Chile e Japão. Trata-se do Ikon Pass,
que dá acesso a 38 destinos de neve por um preço fechado. Ou seja, com o
mesmo ski pass o viajante pode usar os teleféricos e descer as montanhas
nos destinos selecionados por até sete dias, na data que desejar. Alguns
dos lugares participantes são Aspen (Colorado), Mammoth (Califórnia) e
Valle Nevado (Chile). Mais informações e preços em ikonpass.com

Tirando de letra
Quem já foi à Holanda sabe: tirar foto com o letreiro
“I Amsterdam” na frente do Rijksmuseum era uma tarefa
quase impossível, dada a quantidade de gente. Pois bem, a
superlotação é provavelmente um dos motivos que levou, Los Angeles
em dezembro, à retirada da escultura, que lá estava desde Com quase dez metros de
2004. Mas tudo bem: outros lugares no mundo seguem altura, o icônico letreiro
ĀųĵåŸåüŅųƋåŸÏŅĵŸƚ±ŸĬåƋų±ŸåŞĬ±Ï±ŸĜĹŸƋ±čų±ĵ´ƴåĜŸ de Hollywood surgiu nos
anos 1920 para anunciar
um empreendimento
imobiliário e hoje virou
símbolo do cinema.
Chegar perto, porém, é
proibido – já teve até atriz
que morreu ao se atirar
do alto da letra H.
Nova York
Assinada pelo artista
Robert Indiana, a
famosa escultura
estampada com a
palavra “Love” fica
na esquina da 55th
St com a 6th Avenue.
Ela reproduz um selo
postal de pop art
lançado pelo museu
MoMA nos anos 1960.

14 VIAJAR pelo Mundo Letreiro de Amsterdam: 2004 – 2018

 SIMON APRESENTA
A rede Simon Shopping
Destinations é líder global
em destinos de primeira linha
de compras, restaurantes e
entretenimento
Peppa Pig vem aí
A porquinha mais famosa dos desenhos
infantis terá um parque de diversões indoor
no shopping Grapevine Mills©, no Texas.
O Peppa Pig World of Play terá 14 áreas de
NOVIDADE PARA OS FÃS DE BEATLES lazer focadas em atividades que estimularão
as habilidades criativas, físicas, sensoriais
O antigo orfanato Strawberry Field, que serviu de inspiração para a música
e sociais das crianças. Haverá também
dos Beatles, vai virar atração turística oficial em Liverpool, na Inglaterra.
Fotos: Prasit Rodphan/ bannosuke/ photo.ua/ cowardlion/ Pigprox/ Claudio Divizia / Shutterstock.com e divulgação

salas de festas
Se antes era possível apenas fotografar os portões vermelhos, a partir de temáticas para
setembro os fãs poderão entrar e visitar uma exposição interativa sobre aniversários,
a história do orfanato, a canção Strawberry Fields Forever e a infância de uma sala
John Lennon, que costumava brincar ali. Sua antiga casa também pode ser de cinema
visitada nas redondezas, assim como a de Paul McCartney. e, claro,
strawberryfieldliverpool.com muitas
poças de
lama.
TRUQUES PARA VOAR MAIS BARATO
O site de pesquisas de voos Skyscanner divulgou recentemente algumas
dicas para quem quer descolar passagens mais baratas, bem como
H&M em Orlando
Clientes do Orlando International
tendências para escolher sua próxima viagem. Confira: Premium Outlets©, na Flórida, já podem
f O dia mais barato para voar a destinos nacionais é terça-feira. Para comemorar: em junho, o shopping
comprar as passagens, o ideal é sábado e domingo. ganhará uma unidade da H&M (Hennes e
f Para outros países, o dia de embarque com tarifas mais baixas é Mauritz Inc.). A loja contará com mais de
segunda. Para comprar, a sexta é mais em conta. 2 mil m2 e, além de áreas com vestuário
f Fort Lauderdale (Flórida), Maldivas, Guatemala, Vitória e Brasília estão masculino e feminino, terá uma ala só para
entre os dez destinos com maior crescimento nas pesquisas em 2018. roupas infantis com opções de 0 a 14 anos.
f Entre os lugares que são tendência para 2019, estão Grécia, sul da Itália,
Bahia, Belfast (Irlanda do Norte), Colônia (Alemanha), Ilha do Sal (Cabo
Verde) e Cairo (Egito).

Sem barreiras com o idioma

Las Vegas Londres Paris O Waikele Premium Outlets®, no Havaí,
No início da avenida Na estação de King’s Além das populares é a primeira propriedade da Rede Simon
Strip, os visitantes Cross, uma placa sinaliza placas do metrô Shopping Destinations a disponibilizar o
são recepcionados a plataforma de número parisiense, outro serviço de Digital Voice Translator. O aparelho
com a lendária placa 9 ¾, onde, no universo letreiro faz sucesso consegue armazenar até 28 idiomas e basta
“Welcome to Fabulous de Harry Potter, passa o entre os fãs de cinema:
Las Vegas”, ali desde trem rumo a Hogwarts. o luminoso do cabaré o visitante fazer a pergunta em sua língua de
1959. Do outro lado, os Ali, os “passageiros” Moulin Rouge, em origem para o mecanismo efetuar a tradução.
dizeres de despedida podem tirar foto com um Montmartre, réplica do O aluguel do aparelho custa US$ 10 para
aconselham a dirigir carrinho de bagagem original do século 19 quatro horas.
com segurança e a que parece prestes a que queimou em um
voltar em breve. atravessar a parede. incêndio.

www.simon.com/travel
 ORLANDO É SEMPRE MAIS!
PUBLIEDITORIAL
Orlando para adultos
Nem só os pequenos são felizes em Orlando.
Os mais crescidos também encontram diversão em bons
restaurantes, cervejarias, baladas e piscinas exclusivas
Vida noturna: na International
Drive, ficam a casa noturna
Mango’s Tropical Café e o
bar com música ao vivo Howl
at the Moon. No centro, vale
rodar pela Wall St Plaza, onde
se concentram as opções
noturnas mais agitadas – por
ali fica o Bösendorfer Lounge,
dentro do Grand Bohemian
Hotel, com jazz e coquetéis.
Outras dicas diferentes são o
Enzo’s Hideaway Tunnel, em
Disney Springs, o Pharmacy, no
Restaurant Row District. Já as
festas LGBTQ acontecem no
bar Savoy.
LAZY RIVER DO FOUR SEASONS AT WALT DISNEY WORLD RESORT
16
Vinhos e cervejas: as cervejarias
Orlando Brewing e Crooked Can
Brewing Company oferecem
tours guiados com degustação.
Para visitar várias microcervejarias
em uma tacada só, vale embarcar
no ônibus Hop On! Central
Florida Brew Tours. Já para quem
gosta de vinho, dá para fazer
tours no Lakeridge Winery and
Vineyards e no Quantum Leap.
Gastronomia: Disney Springs
reúne opções como Masaharu
Morimoto’s Morimoto Asia, Art
Smith’s Homecomin’ Florida
Kitchen e Tony Mantuano’s
Para mais
informações sobre
o destino, acesse:
www.VisitOrlando.com
CROOKED CAN BREWERY COMPANY
Terralina Crafted Italian. Para
prestigiar chefs locais, visite o
Norman’s (de James Beard), o
The Rusty Spoon (de Kathleen
Blake), o The Ravenous Pig e o
The Polite Pig (ambos de James
e Julie Petrakis). Uma boa pedida
é o food tour semanal em Winter
Park e Celebration.
Piscinas: rios calmos, grutas
isoladas, hidromassagem, áudio
subaquático e cabanas privativas
são alguns dos atrativos das
piscinas exclusivas para adultos,
em hotéis como o Loews
Portofino Bay at Universal, o
Omni at ChampionsGate, o Hilton
e o Four Seasons at Walt Disney
World Resort.
 5 dicas para comprar bem em Orlando
1. Descontos: todos os principais
shoppings e outlets de Orlando
oferecem promoções. Vale visitar
o centro de visitantes assim que
chegar a qualquer um deles e
retirar seu livreto de cupons.
2. Economize 10% na Macy's:
com o programa Macy's Visitors
Savings, basta baixar o cupom no
site da Macy’s e apresentar junto
com o passaporte nas lojas da
rede no The Mall at Millenia e
The Florida Mall.
5 delícias de chocolate para
provar em Orlando
(LSGSPEXI8VYǾI(EOI
no The Glass Knife (Winter Park):
bolo em camadas de musse,
ganache e biscoito com pó
dourado e trufas.
THE MALL AT MILLENIA
3. Sacolas e crianças: os visitantes
podem guardar as compras no
quiosque de Guest Services. Para
os pequenos, há áreas especiais
com brinquedos interativos.
4. Transporte grátis: vários hotéis
oferecem transfer gratuito para
shoppings e outlets de Orlando.
O Hotel Shopper Service do
Orlando Vineland Premium Outlet
leva para resorts próximos.
+PSYVPIWW(LSGSPEXI(EOIno
Toothsome Chocolate Emporium
& Savory Feast Kitchen (Universal
CityWalk ): bolo de chocolate sem
farinha, servido com sorvete de
Nutella e molho de framboesa.
Saiba mais em www.VisitOrlando.com
5. Envie suas compras pelo
correio: o The Mall at Millenia
permite postar compras para
serem entregues direto na sua
casa no Brasil. Muitos hotéis
e resorts de Orlando também
oferecem o serviço.
(LSGSPEXI2SYWWI(EOI
no A Land Remembered (Rosen
Shingle Creek): bolo de chocolate
sem farinha, recheio de creme de
chocolate ao leite e nougat de
nozes com cobertura de frutas
frescas e ganache de framboesa.
(SSOMIW(VIEQ(EOI no
Gideon’s Bakehouse (Audubon
Park): camadas de bolo e de
biscoitos de chocolate, cobertura
de sorvete e biscoitos caseiros.
'SPSHIFVMKEHIMVS na Black
Fire Brazilian Steakhouse (perto
do Walt Disney World): bolo
feito com a receita tradicional
de brigadeiro brasileiro, com
chantilly e creme de chocolate.
17
 O INFORMANTE
AS BELEZAS NATURAIS DA
Noruega
Trilhas e aurora: veja as dicas para curtir as atrações do país no inverno e no verão
Por Raquel Furtado, do blog vamospraonde.com
VERÃO: AS TRILHAS MAIS LINDAS
Não dá para negar: a Noruega tem paisagens
de tirar o fôlego. Muitas podem ser alcançadas
de carro ou ainda observadas em um passeio
de barco pelos fiordes. Algumas, entretanto,
demandam mais esforço – mas valem a pena.
É o caso de três destinos que indico a seguir.
Preikestolen: é a famosa “pedra do púlpito”.
Ela exige uma trilha relativamente curta (oito
quilômetros, ida e volta), se comparada às duas
outras. O acesso é mais fácil e fica nos arredores
da cidade de Stavanger.
Kjeragbolten: também tem enorme fama e é
conhecida como a “pedra suspensa”. O início da
trilha é puxado, com uma subida bem intensa.
Se não bastasse o esforço durante cerca de
duas horas de caminhada até o mirante, há
ainda a oportunidade de subir na pedra que
está realmente pendurada a cerca de mil metros
de altura. Fica a cem quilômetros de Stavanger.
Trolltunga: para visitar o local, conhecido
como “língua de troll” por conta do formato da
rocha que avança sobre um fiorde, é necessário
enfrentar uma caminhada de quase um dia
inteiro. São 22 quilômetros ao todo (ida e volta) e
cerca de mil metros de subida. A vista lá de cima
é difícil de explicar em palavras. Vale cada minuto
de esforço. Fica a 150 quilômetros de Bergen.
18 VIAJAR pelo Mundo
INVERNO: A BUSCA PELA
AURORA BOREAL
No norte do país, Tromso é um ótimo lugar para
ver a aurora boreal por causa da sua localização
no Círculo Polar Ártico. E ainda tem vantagens
sobre as outras cidades da região, como a
temperatura mais “amena” (não fica inferior a
-15 °C). De quebra, existem vários microclimas
ao seu redor e isso praticamente garante pelo
menos uma área com céu limpo, sem nuvens,
para observar as luzes do norte.
Recomendo uma busca pela aurora de forma
independente. Alugue um carro e procure um
lugar escuro na cidade. Não é difícil encontrar.
Faça essa viagem entre o final de setembro e
o início de abril. Em janeiro, você ainda tem a
oportunidade de ver o dia que nunca amanhece.
Apesar de parecer estranho, não fica 100% claro,
mas sim com aquela linda luz do amanhecer e
Fotos: divulgação
entardecer no horizonte por algumas horas. Não
há fotos ou vídeos que traduzam bem a emoção
desses momentos. Só vivendo para entender.
 VIAJAR INDICA

SoSSego O novo resort

do grupo Vila Galé
une as mordomias

à moda
de um all-inclusive
à tranquilidade da
praia de Touros, a
80 quilômetros

potiguar de Natal
Por Rafael Marques

O
nordeste brasileiro tem sempre um ponto a mais para
ser explorado. São tantas as belezas da região que
o grupo Vila Galé resolveu ir além das hospedagens
já existentes e chegou com tudo ao Rio Grande do
Norte. A 80 quilômetros de Natal, o lugar escolhido foi a pe-
quena e histórica cidade de Touros, área em pleno desenvol-
vimento turístico por ser considerada o “calcanhar” do Brasil,
ou seja, ponto final da costa nordeste do país.
Em uma área de 113 mil m², o resort inaugurado no últi-
mo semestre de 2018 surgiu para ser o maior do estado, com
sistema all-inclusive e 514 quartos distribuídos em quatro ca-
tegorias: standard, família, suíte e bangalôs. Sobram opções
de lazer para atender os hóspedes, que aqui geralmente le-
vantam cedo, uma vez que o sol nasce por volta de 5h30.
São três piscinas externas (onde rolam atividades mo-
nitoradas), acesso à praia, com espreguiçadeiras e guarda-
-sóis à disposição, quadras poliesportivas, academia e spa, SUÍTE

Fotos: divulgação

20 VIAJAR pelo Mundo VISTA AÉREA DAS PISCINAS

 ƯȳȺȱȽȻȳΎƙȰȽȯɀȲ˻
ƛɀɃɈȳȷɀȽɁΎȾȳȺȽΎƛȯɀȷȰȳΎɡΎȱȽȻΎȯΎƪƛƙ˷

Referente ao trabalho artístico/propriedades Disney: © Disney

Navios Registrados: Nas Bahamas.
Incríveis Cruzeiros Disney Navio: Saída 1 de Novembro de 2019

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4 noites Acomodação em:
Cabine Standard,
a bordo! Categoria 11A
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celular ou tablet pessoal - Não há cobrança para usar o

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sendo 10% de entrada + taxas e o saldo em até 9x sem juros nos cartões MasterCard, Visa, Diners, Amex ou Elo ou cheques pré-datados (sujeito a análise). Tarifas sujeitas a
reajuste e disponibilidade sem prévio aviso e não incluem gorjetas, taxas portuárias e serviços no valor previsto em US$ 74,00. Parte aérea não está incluída nos cruzeiros,
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 VIAJAR INDICA
1 2
Fotos: divulgação
3 acompanhados pelos monitores do Vila Galé e ain-
PA S S E I O S P E L A R E G I ÃO
Para aqueles que querem desfrutar de
passeios pela bela região em que o Vila Galé
Touros está inserido, não faltam opções. Tem
passeio de bugue, mergulho nas piscinas
naturais de Parrachos de Perobas e também
as praias de São Miguel do Gostoso, famosas
pelo belo pôr do sol que oferecem. Os
serviços podem ser adquiridos diretamente
no lobby do complexo com as empresas
parceiras Luck Receptivo e Asbut.
4
22 VIAJAR pelo Mundo
1. Piscina do spa | 2. Lobby do hotel
3. Restaurante Potiguar | 4. Passeio de bugue
que, além de serviços de massagem, oferece um
circuito de águas, com piscina aquecida, hidromas-
sagens e saunas (a partir de R$ 90). Enquanto isso, a
criançada tem uma área especial com piscina rasa,
escorregadores aquáticos, área de pula-pula e o
Clube Nep, restaurante exclusivo para a faixa etária
de 4 a 12 anos. Os pequenos podem ficar o dia todo
da assim bem próximos à área de lazer dos adultos.
Para os menores, tem fraldário e três copas baby,
equipadas com todos os utensílios necessários.
Quando a fome bater, a farta oferta gastronô-
mica é tida como outro diferencial do resort. São
seis restaurantes, sendo o Versátil o principal de-
les, funcionando como bufê nas três refeições do
dia e onde os hóspedes podem fazer uma boqui-
nha durante a tarde. Os outros quatro, à la car-
te, voltados a culinárias especializadas/temáti-
cas, funcionam com um sistema de voucher, en-
tregue ao hóspede de acordo com o número de
estadias no complexo. Cada três noites dão di-
reito a um voucher; para cinco estadias, dois; e
além de sete diárias, três. Dentre as opções estão
o Fado, de comida portuguesa, o Massa Fina, de
culinária italiana, o Potiguar, de gastronomia re-
gional, e o Inevitável, com cozinha mediterrânea.
O Nordeste nunca foi tão saboroso.
› Vila Galé Touros – Fazenda das Garças, s/no. Diárias para
casal a partir de R$ 2.700, em sistema all-inclusive e cortesia
para uma criança de até 12 anos. bit.ly/vpm-vilagale-touros
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Embarque de Cartagena (Colômbia),

visitando Curaçao, Bonaire,
Aruba, Colón (Panamá)

TUDO INCLUÍDO
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 VIAJAR INDICA
Um refúgio em
ILHÉUS
No sul da Bahia, o resort all-inclusive
Cana Brava diverte a família com
atividades no rio e no mar
B
Por Samirah Fakhouri
arriguinha mais do que cheia, cansaço de
piscina batendo e um céu bem estrelado:
assim eram as minhas noites no resort Cana
Brava, em Ilhéus. A 23 quilômetros do aero-
porto da cidade, o complexo une diversão, lazer e
comodidade com sistema all-inclusive. Rodeado
de Mata Atlântica, ele dá vista para a praia de
Cana Brava e é cortado pelo Rio Jairi, que forma
um lago onde é possível nadar. Essas águas são
conhecidas pelas propriedades terapêuticas – di-
zem por lá que o ferro e o iodo são nutritivos para
os cabelos e a pele.
Se tem uma área em que o Cana Brava se des-
taca, certamente é a de lazer! Logo no check-in,
recebi um mapa da propriedade e a programa-
ção semanal. São duas piscinas: uma para ativi-
dades, com direito a um submarino para a crian-
çada, e outra só para descanso, mais afastada e
com deques para massagem e bares molhados.
Próximo ao lago está o circuito de aventura, pago
à parte (R$ 20), com parede de escalada, arvoris-
mo e tirolesa que pode acabar dentro da água.
Tem ainda kids club, quadras de tênis e vôlei, hi-
droginástica, caminhada para terceira idade, aulas de
24 VIAJAR pelo Mundo
ÁREA DA PISCINA
Fotos: divulgação
KIDS CLUB
dança, caiaque, stand up paddle... Quem viaja com
crianças pode ficar despreocupado: além da equipe
de recreação, o resort disponibiliza baldinhos para os
pequenos brincarem na praia. Na Baby Copa, os pais
podem preparar papinhas. O banho no mar limpo
e calmo em frente ao hotel também cai muito bem.
Depois de pegar um bronze, é uma boa ideia marcar
uma massagem (R$ 100) no final da tarde.
Da cama à mesa
Entre as 320 acomodações do Cana Brava, as
mais procuradas são os chalés que ficam em meio
às árvores, tendo como quintal uma das praias
mais desertas de Ilhéus. São quatro categorias de
quartos: Luxo, Chalé Master, Standard e Family.
Nesta última, passei meus dias circulando en-
tre dois ambientes: uma sala com minicozinha e
quarto com cama king size.
Quando o assunto é comida, vale saber que
aqui é tudo muito prático: há cinco anos, o Cana
 VIAJAR INDICA
1
1. Catedral de São Sebastião | 2. Tirolesa
3. Suíte Family | 3. Fazenda Do Cacao
Brava aderiu ao sistema all-inclusive, que cobre
também bebidas alcoólicas. São três opções de
lugar para comer. A maioria das refeições acon-
tece no restaurante Encontro das Águas, que tem
bufê e promove jantares temáticos (às quintas-fei-
ras, por exemplo, rola a noite nordestina, com co-
mida típica e muito forró, incluindo dançarinos
profissionais no palco externo).
Uma alternativa para jantar é o reformado Coco
Dendê, que serve comi-
O CANA BRAVA da à la carte sob reser-
FUNCIONA EM va. Comecei os traba-
SISTEMA lhos com uma salada de
ALL-INCLUSIVE palmito pupunha, shi-
take, tomate-cereja, fo-
lhas verdes e queijo; depois, segui para o meda-
lhão de filé grelhado com risoto de funghi e par-
mesão. Quem preferir também pode ir de moque-
ca de camarão ou risoto de quinoa com abobrinha.
Para beber, escolhi licor de cacau batido com suco
de maracujá e gelo, o drinque mais famoso do re-
sort. Já o restaurante Mar à Vista, como o nome já
diz, tem um lindo panorama da praia. Aberto até
as 23h, serve pizzas, hambúrgueres, crepes, salga-
dos e afins. Das 12h às 14h, o quiosque à sua fren-
te oferece o famoso acarajé da baiana. A Bahia, afi-
nal, é uma delícia.
› Cana Brava All Inclusive Resort – Águas de Olivença, Ilhéus, BA. Mínimo de três noites, a partir de R$ 800 a diária, para duas
pessoas e duas crianças de até 14 anos, em sistema all-inclusive. canabravaresort.com.br
26 VIAJAR pelo Mundo
2
Fotos: divulgação
4
Pa s s e a n d o P o r I l h é u s
No Cana Brava, é possível contratar com
custos extras alguns dos passeios mais
conhecidos da região de Ilhéus.
ƒ Fazenda de cacau: neste passeio, é
reconstruído um pouco do cenário das
propriedades que transformaram Ilhéus em
uma das maiores produtoras de cacau do
mundo há algumas décadas. O visitante
aprende sobre a produção, visitando a
plantação, a estufa e o museu. No fim, pode
degustar e comprar guloseimas.
ƒ City tour histórico: traça um panorama do
que foi a Capital do Cacau um dia, passando
pela catedral de São Sebastião, o Bar Vesúvio
(pertencente ao personagem Nacib, no
romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge
Amado), a Casa de Cultura Jorge Amado, o
antigo bordel Bataclan, o Mirante da Piedade
e o Palacete do Coronel Misael Tavares,
conhecido como Rei do Cacau.
ƒ Outros tours mais distantes: Morro de São
Paulo (a 190 km de Ilhéus), Itacaré (70 km),
escuna pelas ilhas (116 km)
 Brotas
Um final de
semana em
Conhecida pelo rafting, a cidade
no interior de São Paulo empolga
com outras atrações que vão bem
além do seu circuito de corredeiras
Por Tarcila Ferro
B
rotas entrou no radar do turismo na-
cional quando as quedas do Rio Ja-
caré Pepira passaram a empolgar
cada vez mais a turma ávida por descê-las
o rio em botes infláveis. Em pouco tem-
po, o rafting virou o esporte local e Brotas
CACHOEIRA ROSEIRA
28 VIAJAR pelo Mundo
se tornou referência em ecoturismo. Jun-
to com a fama brotaram diversas empre-
sas especializadas na atividade e hotéis e
pousadas ofertando pacotes de aventura.
Mas isso não quer dizer que os dias por
lá são apenas dentro d’água – caminha-
das, cavalgadas, arvorismo, tirolesa, qua-
driciclo e cerca de 20 cachoeiras ajudam
a preencher a agenda. Boa parte dessas
atrações estão reunidas nos ecoparques –
espaços privados que rendem um dia in-
teiro de diversão junto à natureza.
Um desses endereços é o Recanto
das Cachoeiras. Vale chegar cedo para
cair na trilha de dois quilômetros recorta-
da por cascatas e mirantes. O caminho é
bem demarcado, com calçamento de pe-
dra e corrimão em vários pontos. Depois
de 1.200 metros de andança surge a Ca-
choeira Roseira, com sua majestosa que-
da de 55 metros. Deixe para banhar-se na
cachoeira seguinte e aproveite a beleza
da Roseira para tirar muitas fotos encai-
xando o paredão rochoso e a água cain-
do. Mais selfies estão garantidas pouco à
frente, na ponte de madeira suspensa so-
bre a mata. Dali, a trilha segue por mais
800 metros de sobe e desce até a Cacho-
eira Santo Antônio, com 20 metros de al-
tura. Para quem não dispensa um banho
revigorante de água gelada, ali é o lugar.
Trilha feita e banho tomado, o res-
tante do dia no parque pode ser curtin-
do a bacanérrima piscina de borda in-
finita (a água é climatizada) com bar
molhado, hidromassagem ao ar livre e o
plus de oferecer paisagens lindíssimas
do vale de Brotas. O redário ao lado da
piscina também chama para o descan-
so. Uma minifazendinha com galinhas,
patos e ovelhas entretém as crianças,
que também gastam uns minutinhos no
playground. Todas essas atividades estão
 1. Superbike no parque Viva Brotas
2. Rafting no rio Jacaré Pepira
3. Piscina no Recanto das Cachoeiras
1 2
incluídas no ingresso de acesso ao Re-
canto das Cachoeiras.
Paga à parte, a Cavalgada da Fur-
na percorre um circuito de duas horas
e meia pela Serra de Brotas, com direi-
to a cruzar o Rio Jacaré e fazer uma pa-
rada na Cachoeira das Lebres. Outras
atividades do Recanto ficam por conta
da tirolesa de 250 metros que dá de ca-
ra com a Cachoeira Roseira e o circuito
de arvorismo com 13 estágios, entre tra-
vessia de corda, jogos de rede vertical e
horizontal e outros desafios. Bem diver-
tido, apesar do preço salgado (R$ 320
para duas pessoas), o passeio de quadri-
ciclo segue por terrenos de lama e mato
com paradas na Cachoeira do Taman-
duá. Mesmo parecendo mais radical, é
bem tranquilo de fazer com crianças.
Na mesma linha, o EcoParque Casso-
Fotos: Tarcila Ferro, Paulo Salles e divulgação
rova empolga com a cachoeira que carre-
ga o mesmo nome e soma 60 metros de
altura (considerada uma das mais bonitas
do estado) e a dos Quatis, com 46 metros.
Já no Parque Viva Brotas, a 15 minutos do
centro, a grande atração é a superbike,
uma bicicleta adaptada presa por cabos
de aço a 70 metros de altura, que percor-
re um trajeto de 300 metros de extensão.
Sabores do interior
Além de ser um destino de aventura,
Brotas tem trilhado um bom caminho pa-
ra fisgar os visitantes também pelo estô-
mago. Há sete anos sedia o festival Brotas
Gourmet, que agita os bares e restaurantes
da região (de 15 a 18 de agosto) com cria-
ções cheias de personalidade. Já a pegada
do Broteco é agitar a cidade durante o mês
de junho com comidinhas de boteco.
Fora os eventos, a cidade capricha no
tempero e oferece boas opções para co-
mer – seja nos restaurantes dos parques
ecológicos (o Recanto das Cachoeiras, o
Cassorova e o Viva Brotas montam um
bufezão com foco na comida de fazen-
da), seja em outros endereços espalha-
dos pela cidade.
VIAJAR pelo Mundo 29
 BROTAS

Para caprichar no jantar, aposte na atmosfera alto-astral

e nas porções bem servidas do Brotas Bar. Trata-se de um
bar com temática de rafting e canoísmo e tem um menu
que surpreende – entre os carros-chefes estão o prime rib
de Angus com batatas rústicas e alecrim e o carré de cor-
deiro ao molho de vinho tinto. As crianças também têm vez
ali com cardápio kids e brinquedoteca para se entreterem.
Outra boa pedida é esticar até o Fatto de Buffala, dica sa-
borosa para quem está a fim de comida italiana. O forte da ca-
sa, como o nome indica, são as massas e os risotos recheados
com muçarela de búfala. Para tacos, tortilhas e outros pratos
com viés mexicano e texano, a sugestão é ir até o Guadalupe.
Esses restaurantes ficam no centrinho da cidade, na
Av. Mario Pinotti, endereço também da Adega Casarão.
Aberta em um prédio centenário restaurado onde tam-
bém funciona o hotel Casarão, o espaço é uma parada in-
teressante para comprar pimentas, geleias, compotas, ca-
fés, queijos, mel, licores, cachaças, doces vindos de Minas
Gerais e artesanato. Aproveite para visitar a cachaçaria que
BROTAS BAR fica no subsolo e espie os robustos tonéis de carvalho uti-
lizados para envelhecer a bebida. Não vá embora sem bebe-
ricar uma branquinha e bater um papo com o dono da loja,
Fred Cardoso, que adora contar sobre a história da cacha-
çaria e se enche de orgulho ao falar sobre Brotas.

Para descansar
Com atmosfera romântica e bom custo-benefício, a
Pousada das Nascentes é destinada para casais em busca
de sossego e economia. Ao todo são 18 suítes amplas com
decorações individuais que remetem da África à Amazônia,
sendo que 14 contam com hidromassagem e quatro com
banheiras de cromoterapia. Os quartos são voltados para a
piscina e para o jardim e todos contam com ar-condiciona-
do, frigobar, TV e DVD. Uma sala de massagem dá umas
doses extras de relax ao casal. A internet é gratuita e os pets
Fotos: Tarcila Ferro e divulgação

são bem-vindos. Há pacotes especiais para lua de mel. Fi-

ca a cerca de 20 quilômetros do centro de Brotas, perto de
boa parte das cachoeiras.
Diárias para casal a partir de R$ 350, com café da ma-
nhã. Av. Antonio Mariano do Prado, 260, Patrimônio de São
POUSADA DAS NASCENTES Sebastião da Serra, pousadadasnascentes.com.br

h pa s s e a r Ecoparque Cassorova Ingressos h comer

Recanto das Cachoeiras
Ingressos a partir de R$ 70 (adultos) e
R$ 35 (crianças). Os bilhetes podem
ser comprados pela internet. A
bilheteria do parque não aceita
cartões. Estrada do Patrimônio, s/nº,
recantodascachoeirasbrotas.com.br.
Viva Brotas As atividades são
vendidas separadamente e
custam a partir de R$ 29. Rodovia
BRO 50, vivabrotas.com.br
a partir de R$ 70. Zona Rural, s/nº,
cachoeiracassorova.com.br
Rafting:
Ŕ
"ZBMB
3BGUJOH Com tirolesa, cachoeira
e almoço por R$ 174 por pessoa.
Av. Mario Pinotti, 230, ayala.com.br
Ŕ
5FSSJU¯SJP
4FMWBHFN
$BOPBS
Rafting com tirolesa, cachoeira e
almoço por R$ 169. Av. Mario Pinotti,
337, territorioselvagem.com.br
Brotas Bar Bons pratos em ambiente
temático de rafting e canoísmo.
Av. Mário Pinotti, 267,
brotasbar.com.br. $$
'BUUP
EJ
#VGBMB Comida italiana
com foco em massas e risotos
à base de muçarela de búfala.
Av. Mário Pinotti, 819-A. $$
(VBEBMVQF Comida tex-mex.
Av. Mario Pinotti, 317,
guadaluperestaurante.com.br. $$

30 VIAJAR pelo Mundo

 Puro México
Terra da tequila e dos mariachis, a segunda maior cidade do México é
para quem quer mergulhar fundo na cultura do país – de bônus, tem
sítio arqueológico de mais de 2 mil anos e o maior lago do país
Por Cristiane Sinatura
H
á décadas, Ismael corta, limpa e
poda centenas e mais centenas de
agaves azuis, plantas que dão ori-
gem à tequila. No México, a bebida é le-
vada tão a sério que a profissão de Ismael
tem nome próprio: jimador. Ele trabalha
na plantação da famosa José Cuervo, que
fica justamente na cidadezinha de Tequi-
la, no oeste do país. Ali, aprendemos que,
para um destilado ser chamado assim, é
preciso seguir uma série de requisitos –
como ser feito exatamente nesta ou em
outras quatro regiões mexicanas.
A tequila é uma das principais atrações
para quem vem a Guadalajara, a segunda
maior metrópole do México e capital do
estado de Jalisco. É aqui também onde ga-
nha vida outro famoso símbolo da cultura
nacional: os mariachis. Além disso, uma
viagem por Guadalajara garante boas do-
ses de arquitetura, artesanato, gastrono-
mia e história. É para mergulhar fundo na
autêntica cultura mexicana – e encaixa di-
reitinho no roteiro de quem já vai visitar
Puerto Vallarta e Riviera Nayarit, que fi-
cam a cerca de 300 quilômetros.
O passeio por Guadalajara começa em
seu centro histórico, onde estão as prin-
cipais atrações. A Catedral Metropolita-
na remete aos tempos de colonização es-
panhola, tendo sido construída a partir de
1561. Refeita algumas décadas mais tarde
por conta de um incêndio, foi severamen-
te afetada por um terremoto no século 19,
32 VIAJAR pelo Mundo
depois do qual ganhou um par de torres
neogóticas. Ela é dedicada à Nossa Se-
nhora de Zapopan, padroeira de Guada-
lajara, e suas criptas guardam os restos de
bispos importantes da comunidade local.
A catedral é rodeada por praças. Em
uma delas está o Palácio do Governo, do
século 18, que chegou a ser sede do par-
lamento nacional do México. Hoje abriga
o governo do estado de Jalisco. Para o tu-
rista, o grande destaque aqui são os mu-
rais de José Clemente Orozco, um dos
maiores expoentes do muralismo mexi-
cano, ao lado de Diego Rivera. Retratan-
do Miguel Hidalgo, considerado o “pai”
da independência do país, as pinturas
da década de 1930 seguem atuais, com
críticas à sociedade, ao governo e à igre-
ja. Anexo ao palácio, há um interessante
museu sobre a história de Guadalajara.
Mais trabalhos de Orozco podem
ser vistos no Instituto Cultural Ca-
bañas, antigo orfanato que ocupou um
dos maiores edifícios coloniais da Amé-
Fotos: Cristiane Sinatura e Luke.Travel/ Shutterstock.com
rica hispânica entre os séculos 18 e 20
– e declarado como Patrimônio Mun-
dial pela Unesco. Os 57 afrescos nas
paredes e no teto da capela impressio-
nam por conta da noção de perspecti-
va e profundidade. A 60 metros de altu-
ra, no centro da nave, está a obra-prima
de Orozco, chamada O Homem de Fogo.
Já na Praça Tapatía fica o Teatro De-
gollado, construção neoclássica do
 1 2

1. Teatro Degollado, em Guadalajara | 2. O jimador Ismael na

fazenda da José Cuervo | 3. Catedral Metropolitana de Guadalajara
4. Torta ahogada | 5. Mariachis em Tlaquepaque

VIAJAR pelo Mundo 33

4 5
 GUADALAJARA
século 19 que serve de palco para as
apresentações do Balé Folclórico da Uni-
versidade de Guadalajara. Vale a pena
checar a programação da temporada para
ver se, durante sua visita, estarão em car-
taz espetáculos que mostram as danças,
as músicas e o trajes típicos da região, in-
cluindo tradições ancestrais e indígenas.
É uma oportunidade para ver a dança do
sombrero (oficialmente jarabe tapatío) e
os famosos mariachis em ação.
Em restaurantes e bares da região de
Guadalajara, aliás, é comum que maria-
chis abordem os clientes em suas me-
sas, perguntando que músicas gosta-
riam de ouvir (gorjetas, nesse caso, são
C o m i da s t í p i C a s
Entre as especialidades de Guadalajara e região estão as tortas
ahogadas, um sanduíche de carne de porco banhado em
molho picante. Muito popular também são as birrias (espécie
de ensopado de carne de carneiro ou bode), os pozoles (sopa
à base de milho com frango ou porco), os menudos (sopa
de miúdos) e as carnes en su jugo (guisado de carne bovina
com feijão e toucinho). Para beber, as pedidas são a cazuela
(refresco de toranja com fatias de frutas cítricas, gelo e tequila
opcional, servido em uma tigela de cerâmica com canudos),
o tejuino (à base de milho fermentado) e a agua de horchata
(à base de arroz) com morangos. Um passeio pelo Mercado
Libertad (Av. Javier Mina, s/nº), em Guadalajara, permite
ver e experimentar os principais ingredientes e receitas da
cozinha local, seja nas barracas ou nos restaurantes. No centro
histórico, formam-se filas na porta do restaurante La Chata
(Av. Corona, 126, lachata.com.mx), aberto há mais de 70 anos.
34 VIAJAR pelo Mundo
Foto: Carolina Arroyo/ Shutterstock.com
DANÇA DO SOMBRERO
bem-vindas). Outros lugares para assis-
ti-los são a Praça dos Mariachis, a Cal-
zada Independencia e a Avenida Javier
Mina. Um grupo de mariachis é com-
posto por até 20 músicos, que cantam e
tocam instrumentos de corda e trompe-
tes, vestindo ternos coloridos inspirados
nos trajes dos charros – os vaqueiros me-
xicanos. Trata-se de um tipo de música
que incorpora influências nativas, espa-
nholas e africanas, inicialmente associa-
do à vida rural e à classe social baixa.
No início do século 20, porém, o gênero
ganhou popularidade e virou Patrimônio
Cultural Imaterial da Humanidade pela
Unesco, reconhecido em todo o mundo.
Outra tradição é a charreada, ativi-
dade nascida nas fazendas e hoje con-
siderada esporte nacional. É uma espé-
cie de rodeio que envolve competências
de montaria de cavalos, laço e manejo
do gado. Uma das partes mais interes-
santes é a escaramuza, performada por
mulheres. A música dos mariachis e a
charreada, aliás, estão entrelaçadas: am-
bas se desenvolveram simultaneamen-
te no ocidente do México. Todo mês de
setembro, em Guadalajara, acontece o
Campeonato Nacional Charro, com
shows e desfiles pelas ruas do centro
histórico. Em qualquer época do ano,
porém, é possível assistir a uma charrea-
da no Lienzo Charro de Jalisco.
 GUADALAJARA
E S T I C A DA S PA R A I N C R E M E N TA R A V I AG E M
ALUGUE UM CARRO E VÁ RODAR PELA VIZINHANÇA DE
GUADALAJARA PARA VER O MÉXICO EM SEU MAIS AUTÊNTICO ESPLENDOR
Tlaquepaque e Tonalá
Ambas as cidades fazem parte da re-
gião metropolitana de Guadalajara e são
famosas por seus artesanatos, rendendo
ótimos passeios de um dia. Tlaquepaque
é uma colorida cidade colonial com ru-
as exclusivas para pedestres, como a In-
dependencia, repleta de galerias de arte,
lojas, bares e restaurantes. Para ver mais
da arte local, o Museu Pantaleón Pan-
duro reúne peças ganhadoras de prê-
mios nacionais, enquanto o Museu da
Cerâmica expõe trabalhos manuais fei-
tos no estado de Jalisco e outras regiões
do México. Aqui fica também a Nues-
tros Dulces, loja com maior variedade
de tequilas do mundo segundo o Guin-
ness Book (são cerca de 1.890 tipos). Pa-
ra terminar, escolha um dos restauran-
tes típicos com mesas ao ar livre do El
Párian (Calle Juárez, 68), complexo que
reúne cerca de 20 estabelecimentos
e palco central para apresentações de
36 VIAJAR pelo Mundo
Foto: Shutterstock.com
TLAQUEPAQUE
mariachis e danças folclóricas. Ou en-
tão rume para o restaurante El Abajeño
(Calle Juárez, 231, abajeno.com), que
tem um gostoso pátio ao ar livre e ar-
borizado, servindo especialidades como
parrillada mixta, torta ahogada, birria de
chivo, cordeiro assado na lenha e queijo
tipo panela em salsa verde.
Tonalá, por sua vez, é um centro ar-
tesanal desde os tempos pré-hispânicos.
Hoje enfileira centenas de ateliês que fa-
bricam vidro soprado, ferro batido, papel
machê e móveis rústicos de madeira. Às
quintas-feiras e aos domingos é possível
encontrar um grande mercado ambulante.
Tequila
A mais ou menos uma hora de Gua-
dalajara, a cidade de Tequila é o epicen-
tro da região produtora da bebida des-
tilada à base de agave azul, tradição
que vem desde os povos pré-colombia-
nos. Os campos dessa planta do tipo
 GUADALAJARA
1 2
Fotos: Cristiane Sinatura e divulgação
3 diferentes tipos de tequila, de acordo
1. Trem temático suculenta preenchem a área ao redor do
José Cuervo Express
2. Hotel Matices vulcão Tequila, responsável pela fertili-
3. Degustação de dade da terra – toda essa paisagem re-
tequila a bordo do
José Cuervo Express
cebeu o título de Patrimônio da Huma-
nidade pela Unesco em 2006. Para ser
oficialmente chamada de tequila (com
direito a denominação de origem), a be-
bida precisa seguir uma série de crité-
rios, como usar o agave azul e ser pro-
duzida em regiões específicas de cinco
estados mexicanos: Jalisco, Guanajuato,
Nayarit, Michoacán e Tamaulipas. Se
tais fatores não forem obedecidos, a be-
bida atenderá pelo nome de mezcal.
Visitar plantações, aprender sobre
a fabricação e fazer degustações são as
principais atividades na chamada Rota
38 VIAJAR pelo Mundo
da Tequila, que aos sábados ganha ainda
mais graça a bordo do José Cuervo Ex-
press. Esse trem temático leva à destila-
ria da famosa marca de tequila, que ocu-
pa o casarão histórico La Rojeña. Ali, os
tours guiados podem incluir até mesmo
a adega em que repousam os melhores
rótulos da casa. No passeio, o visitante
aprende que o agave cozinha em fornos
por 40 horas, depois o mosto fermenta
por outras 60 antes de passar por pelo
menos duas destilações e ficar até qua-
tro anos envelhecendo em barris de car-
valho. E é claro que dá para degustar os
com o tempo de maturação: blanco, oro,
reposado, añejo, extra añejo...
Há opção de combinar o tour com
visita aos campos de agave, onde se
aprende sobre o trabalho do jimador,
responsável por cuidar das plantas – e
onde conhecemos Ismael que, ao final,
vende aos turistas produtos feitos por
ele mesmo com os restos de agave, co-
mo mel e uma pomada para irritações
na pele. Quem quiser passar mais tem-
po na região pode se hospedar em ho-
téis-butique, como o Solar de las Áni-
mas, da mesma família proprietária da
José Cuervo, e o Matices, da destilaria
Cofradía, cujos quartos têm forma de
barril. Neste último, vale a parada na
hora do almoço, pois seu restaurante
 GUADALAJARA

La Taberna del Cofrade (Calle La Co-

fradía, 1.297, tequilacofradia.com.mx)
serve receitas típicas dos cinco estados
produtores de tequila.

Guachimontones
Parte da Rota da Tequila, este sítio
arqueológico guarda três conjuntos de
pirâmides construídas em círculos con-
cêntricos pelo povo teuchitlán, a partir
do ano 350 a.C. Os espaços tinham fins
cerimoniais, servindo de palco para ritu-
ais em homenagem ao deus do vento. A
construção mais alta atinge 18 metros e,
aos pés dela, é possível ver vestígios de
um campo usado para o jogo de pelota,
tradição pré-hispânica em que se jogava
bola com a cintura e que podia resultar
em sacrifícios humanos (os maias tam-
GUACHIMONTONES bém praticavam o ritual). O sítio conta
com um curioso museu interativo sobre
Fotos: Cristiane Sinatura e Shutterstock.com

a história e os costumes desse povo.

Lago Chapala
A cerca de uma hora de Guadalajara
fica o maior lago do México, ao redor do
qual se espalham cidadezinhas ideais pa-
ra passeios bate-volta. A partir da cidade
de Mezcal, saem lanchas que levam até a
ilha de mesmo nome, no meio do lago. É
um passeio interessante para conhecer a
história local: ali os índios resistiram por
quatro anos aos avanços espanhóis du-
rante a Guerra da Independência, no sé-
culo 19. Segue de pé uma fortaleza da
época colonial, que também era usada
como presídio. Do alto das muralhas, é
linda a vista para o lago emoldurado por
montanhas. A viagem pode seguir por lo-
calidades vizinhas, como Jamay, famosa
pelo passeio em barcos trajineras e pela
gastronomia baseada em pescados locais.
No restaurante Bar del Lago (Ocotlan,
km 15), por exemplo, vale provar a car-
pa (em modos de preparo diversos: bir-
ria, papaloteada, caldo, etc.), as ovas de
peixe e os molcajetes (ensopado que qua-
se lembra a moqueca). Também é gosto-
so caminhar pelas ruelas tomadas por lo-
jinhas e galerias de Ajijic e pelo calçadão
de restaurantes à beira-lago em Chapala.
Viagem a convite do Conselho de Promoção
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40 VIAJAR pelo Mundo

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GUADALAJARA
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F U S O  - 3h
N A R E D E  visitjalisco.com.mx
 
Q UA N D O i R O período de chuvas
se concentra de junho a setembro,
quando também faz mais calor. Em
agosto e setembro, a cidade recebe
eventos de mariachis e charreada.
CAMiNhO CERtO
Saindo de várias cidades brasileiras
e com conexão curta na Cidade do
Panamá, a Copa Airlines (copaair.com)
voa para o aeroporto de Guadalajara
(GDL) a partir de US$ 600. São cerca
de sete horas de voo até o Panamá e
depois mais 4h30 até Guadalajara.
Com conexão, voam também Aeroméxico,
Latam, Delta, United e American. Se
a parada for nos Estados Unidos, é
necessário ter visto americano.
 
PAC O t E S
Submarino Viagens: 7 noites
em Guadalajara com aéreo
e hospedagem a partir de
R$ 2.213, submarinoviagens.com.br
Schultz: 13 noites no México,
passando por Guadalajara, com HOTEL PRESIDENTE
hospedagem, traslados e passeios a INTERCONTINENTAL
partir de US$ 1.633. schultz.com.br
Flot: 8 noites no México, passando por
Guadalajara, com hospedagem, traslados
e passeios a partir de R$ 5.341. flot.com.br
h h O S P E DA R
Presidente Intercontinental Este hotel
de perfil corporativo em Guadalajara tem
quartos modernos e amplos com cafeteira
e grandes janelas dando vista para a
cidade. Entre as opções gastronômicas,
destacam-se o bistrô francês La Bastille
e o Tequila Collection Bar, com uma
seleção de cem rótulos da bebida. Diárias
a partir de US$ 94. Av. Moctezuma,
Foto: divulgação
3.515, presidenteicguadalajara.com.
h PA S S E A R
Palácio do Governo  Av. Ramón Corona,
31. Entrada grátis
Instituto Cultural Cabañas Plaza Tapatía,
$ 70, hospiciocabanas.jalisco.gob.mx
José Cuervo Express Trem com visita aos Moeda cotada em 20/2/2019. Todos
campos de agave e à destilaria: a partir os valores aqui apresentados foram
de $ 2.100. Somente visita à destilaria: apurados em fevereiro de 2019 e podem
sofrer alterações sem aviso prévio.
a partir de $ 250. mundocuervo.com
Classificação de restaurantes (valor
Sítio arqueológico Guachimontones médio do prato principal): $ até US$ 20
$ 30 / $$ até US$ 40 / $$$ acima de US$ 40
 VIAJAR NO MAR

É do Caribe!
O Symphony of the Seas,
maior navio de cruzeiro do
mundo, agora faz da Flórida
seu ponto de partida para as
ilhas caribenhas. Conheça
essa embarcação que mais
parece uma cidade

É
Por Paulo Mancha D’Amaro

um navio, mas tem cara de uma pe-

quena cidade. Tanto que, de modo
muito apropriado, o ambiente é di-
vidido em “bairros”. Sete deles, para
ser exato. Assim é o Symphony of the
Seas, embarcação da Royal Caribbean
que, desde o fim do ano passado, ado-
tou Miami como base e o Caribe como
cenário de suas andanças (ou seria “na-
veganças”?). Os cruzeiros duram três,
quatro ou sete dias e passam por
diversas ilhas.
Tudo é superlativo por ali. São 362
metros de comprimento – o equivalen-
te a três campos e meio de futebol. Há
nada menos que 18 andares – 16 deles
com cabines para passageiros. Eles abri-
gam 2.759 acomodações de vários tipos
que, somadas, comportam 6.680 turis-
tas. Sem falar nos 2.200 tripulantes de
77 nacionalidades, que servem com ex-
celência essa multidão de viajantes, seja
nas mais de 20 opções de restaurantes,
seja nos três shows, na meia dúzia de ba-
res temáticos ou nas mais de 20 opções
de lazer para todas as idades espalhadas
pelos deques.
Mas números não são suficientes para
ilustrar quão bacana é essa nave futurista.
Melhor descrever ponto a ponto. A come-
çar pelas atrações mais vistosas, aquelas
que ficam ao ar livre e enchem os olhos
logo de início. O Ultimate Abyss, por
CENTRAL PARK

44 VIAJAR pelo Mundo

 1. Simulador de surfe Flowrider
Fotos: divulgação
2. Tobogã The Perfect Storm
exemplo, é o maior tobogã já instalado em um na-
vio, com a altura de um prédio de dez andares. Ao
deslizar por ele, o hóspede atinge a velocidade de
quase 20 km/h. Tudo isso num tubo fechado reple-
to de luzes, efeitos especiais e sonoros.
Ele compete em popularidade com os dois si-
muladores de surfe FlowRider, instalados na popa (a
parte de trás da embarcação). Instrutores ensinam
o passo a passo da brincadeira, que consiste em se
manter em pé sobre uma prancha enquanto um flu-
xo constante de água passa sob ela, em uma espé-
cie de piscina com piso que se eleva. Para os surfis-
tas experientes, é moleza. Para nós, pobres mortais,
é um desafio divertidíssimo. Só tome o cuidado de
apertar bem seu traje de banho antes de entrar no
brinquedo – volta e meia alguém paga o mico de
ter seu biquíni ou shorts ligeiramente deslocados...
A adrenalina também sobe em outros “brinque-
dos”, como o Perfect Storm, um complexo de es-
corregadores aquáticos, além da tirolesa que per-
corre 25 metros a uma distância do chão equivalen-
te a nove andares. Ela fica pertinho das duas pare-
des de escalada com quatro metros de altura cada.
O Symphony of the Seas oferece ainda quadra de
basquete de dimensões profissionais, pista de pati-
nação no gelo, área para a prática de tênis de mesa
e campo de minigolfe com vista panorâmica.
Quase todas essas atrações são entremeadas
de piscinas e hidromassagens. Sobram água e es-
paço para quem quer se refrescar ou tomar sol.
São cinco opções ao todo, somadas a dez amplas
banheiras de hidromassagem espalhadas pelos
deques superiores, cada uma com capacidade
1 2
para pelo menos oito pessoas. Duas dessas hi-
dromassagens estão estrategicamente posta-
das com vista para o oceano. Dá para aproveitar
o sol, relaxar na sombra, degustar drinques dos
lounges de cortesia e curtir a música ao vivo que
garante o clima de festa das 10h às 17h. Convém
lembrar que uma das piscinas, a do Solarium, e al-
gumas das hidromassagens são reservadas para
maiores de 16 anos, de forma a garantir sossego
e privacidade.
O que não quer dizer que famílias com filhos
pequenos devam se intimidar. Um dos cantinhos
mais bacanas é o Splashaway Bay, um miniparque
aquático infantil, perto de uma das piscinas. Sem
falar no charmoso carrossel do Boardwalk, que
enche o ambiente de fanta-
sia. Em tempo: existem mui- O NAVIO TEM O
tas atividades gratuitas com TAMANHO DE
monitores, em grupos divi- TRÊS CAMPOS
didos por idade, dos 3 aos E MEIO DE
17 anos. Isso inclui berçário, FUTEBOL
lounge com mais de 30 jogos
de arcade e videogames, cinema 3-D e discoteca
para adolescentes. Aos pais, resta apenas relaxar
enquanto a molecada causa pelo navio...
Falando em relaxamento, o Symphony of the
Seas tem a bordo uma unidade gigante do Vitality
at Sea Spa. Quer rejuvenescer a pele com banda-
gens de algas marinhas? Eles têm tal tratamento.
Shiatsu e acupuntura? Tudo bem. Sauna com in-
fravermelho e terapia de pedras quentes? É para
já... Tudo isso acompanhado de manicure, pedi-
cure, cabeleireiro e consultores de medicina
VIAJAR pelo Mundo 45
 VIAJAR NO MAR
estética, bem ao lado da academia de última ge-
ração, com aulas de ioga e tai chi chuan.
Comida, muita comida!
Se tem uma coisa de que ninguém pode re-
clamar é das opções gastronômicas. Entre restau-
rantes, bares (que servem comida) e lanchonetes,
são 20 alternativas – parte delas no sistema all-
-inclusive da diária, outras pagas à parte. Dentre
os que estão inclusos na diária, tem o exagerado
Windjammer, com seu bufê infindável, que vai do
C a b i n e s pa r a
todos os gostos
Dentre as 2.759 cabines do Symphony of the
Seas, há de tudo. São 21 possibilidades, desde
as econômicas e espartanas Studio Single
Cabins, com 10 m², até as megalomaníacas Royal
Loft Suites, de 141 m², com dois quartos, sala
conversível para dormitório, sala de jantar, bar,
hidromassagem, varanda espaçosa de cara para o
mar e até um piano de cauda... Em comum, todas
elas têm TV e serviço de quarto a qualquer hora.
E um detalhe interessante: boa parte das cabines
internas (aquelas sem vista para o mar) está
voltada para agradáveis jardins ao ar livre ou para
deques onde ficam as opções de entretenimento.
Mesmo dentre as que não oferecem vista para
nenhum lugar, há inúmeras com janelas e varandas
virtuais, ou seja, telas de altíssima resolução
que mostram imagens do exterior do navio em
tempo real, garantindo luminosidade e um ar de
amplitude ao ambiente.
CABINE ULTIMATE FAMILY SUITE
46 VIAJAR pelo Mundo
IZUMI HIBACHI & SUSHI
vegano ao leitão defumado, passando por mas-
sas, peixes e o que mais você imaginar... É o prin-
cipal restaurante do navio.
Além dele, há os especializados, como o mexi-
cano El Loco Fresh (também incluso na diária) ou o
Sorrento’s Pizza. Os fãs de esportes ainda podem
degustar as legítimas “comidas de estádio” no
Playmakers Sports Bar & Arcade, com hot-dogs,
hambúrgueres, chicken wings e cervejas de várias
marcas à vontade, enquanto assistem a uma par-
tida nos telões ou disputam as suas próprias nos
inúmeros videogames espalhados pelo recinto. Dá
até para jogar basquete e arremessar bolas de fu-
tebol americano por ali! Para quem quer algo mais
refinado (e está disposto a pagar por isso), tem os
filés saborosos do Chops Grille, as iguarias japo-
nesas do Izumi Hibachi & Sushi e, ainda, os fru-
tos do mar fresquinhos do Hooked Seafood, ins-
pirado nos restaurantes de pescadores da Nova
Inglaterra. Sem falar no badaladíssimo Jamie’s
Italian, do chef celebridade Jamie Oliver.
A Royal Caribbean não economizou nas atra-
Fotos: divulgação
ções noturnas do Symphony of the Seas. Como
todo bom cruzeiro, tem um amplo cassino, com
vários bares e pubs anexos. Há desde ban-
das de jazz até comediantes stand-up e
baladas. No caminho para os mean-
dros do navio, onde fica tudo isso,
há o divertido Bionic Bar. Ele ocu-
pa uma parte nobre do Royal
Promenade, ainda que seja, a rigor,
um “boteco futurista”. Você esco-
lhe seu drinque entre dezenas de
opções num tablet e assiste ao
preparo feito por robôs, ao ritmo
de música eletrônica.
Mas o que encanta mes-
mo na noite do Symphony of
the Seas são os shows. Eles
mudam de tempos em
PLAYMAKERS SPORTS BAR
 Expresso das Montanhas Rochosas
7 noites. Este roteiro leva os passageiros a
Calgary, ao Parque Nacional de Ban, às
Montanhas Rochosas, ao Parque Nacional de
Jasper, passa pelo Parque Nacional de Mont
Robson e pelo interior da Colúmbia Britânica.
A partir de R$ 4.562* | CAD 1.531
Leste Tradicional
9 noites. Uma viagem que une beleza natural
com modernas metrópoles como Toronto e
Montreal, históricas cidades, como Quebec
e Ottawa, com toda a liberdade que o carro
oferece.
A partir de R$ 3.787* | CAD 1.271
Costa a Costa Mágico
14 noites. Conheça o Canadá por completo
com acompanhamento de um guia e muitos
passeios. Toronto, Montreal, Quebec, Ban,
Lake Louise, Jasper e Vancouver são algumas
das atrações.
A partir de R$ 13.615 * | CAD 4.569
Rota do Leste
7 noites. Pacote com guia para aproveitar
os mais belos pontos turísticos do Leste
Canadense, sua hospitalidade, história e
belas cidades, como Toronto, Niagara,
Ottawa, Quebec e Montreal.
A partir de R$ 5.283,00* | CAD 1.773
Valores por pessoa somente para parte terrestre incluindo todos os Impostos e Taxas. Consulte-nos para pacotes personalizados e outros destinos como Egito, Dubai e Suíça.
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19 3871-9999 /canadaturismo
*Valores por pessoa em apartamento duplo. Valores mínimos para baixa estação, calculados ao câmbio referencial de 1 CAD = R$ 2,91 de 11/01/2019
e serão recalculados ao câmbio turismo do dia da data da compra. Sujeitos a disponibilidade de lugares no ato da reserva e reajuste de preços sem aviso prévio.
Culturas Gêmeas
7 noites. Conhecendo pontos turísticos nas
províncias de Ontário e Quebec, utilizando os
confortáveis e modernos trens da Via Rail, que
fazem a conexão entre as cidades de Toronto,
Montreal e Quebec.
A partir de R$ 7.092* | CAD 2.380
Rocky Mountain Express
7 noites incríveis por Calgary, Ban, Lake
Louise, Jasper e Vancouver com guia acompa-
nhante, café da manhã e passeios por lagos
cristalinos, glaciares, montanhas e muito mais.
A partir de R$ 6.737* | CAD 2.261
Montanhas, Lagos e Glaciares
6 noites. O Trem Canadian da Via Rail nos fará
reencontrar a nostalgia dos anos 50. Este
trajeto é marcado por várias paisagens
belíssimas e românticas. Conheça Vancouver,
Kamloops e os parques de Jasper e Banff.
A partir de R$ 8.102 * | CAD 2.719
 VIAJAR NO MAR

Fotos: divulgação
ESPETÁCULO “FLIGHT”

tempos, mas nessa primeira temporada de
Caribe, dois em particular enchem os olhos dos
viajantes graças à tecnologia e à excelência ar-
tística. Primeiro o Flight, que viaja pela história
da aviação de forma emocionante, com os ato-
res e atrizes interagindo com drones, hologra-
fia e traquitanas ultratecnológicas para o espe-
táculo parecer um passe de mágica. A única res-
salva fica por conta da história em si, que colo-
ca os Irmãos Wright como inquestionáveis pais
da aviação, esquecendo-se de Santos Dumont –
fato que por vezes incomoda os brasileiros.
Outro show de fazer cair o queixo é o Hiro,
realizado num auditório ao ar livre, na par-
te de trás do navio. Esse local, batizado de
AquaTheather, impressiona pela tecnologia,
com acrobatas voando por cima do público e
mergulhando em piscinas e tanques que sim-
plesmente aparecem e desaparecem do nada.
Tudo com trilha sonora grandiosa e uma histó-
ria sem palavras sendo contada de forma épi-
ca. Uma união perfeita de desempenho artísti-
co com inovações eletrônicas.
Antes e depois dos shows, a pedida é passear
pelo pitoresco Central Park, com seu ambiente ar-
borizado e repleto de restaurantes e bares, ou pelo
suntuoso Royal Promenade e suas lojas de marcas
famosas e compras duty-free, seus cafés agradá-
veis, galerias de arte, karaokê e bares descolados.
Imperdível, por exemplo, desfrutar da grande
festa com música ao vivo que ali acontece perto da
meia-noite. É o jeito ideal de encerrar um dia que
passa voando, com tantas atrações à disposição.
Viagem a convite de Royal Caribbean

Uma ilha, Um dia perfeito

A Royal Caribbean anunciou ano passado um dos projetos mais ambiciosos de sua história: o Perfect Day Island
Collection (em português, algo como “Coleção de Dias Perfeitos na Ilha”). A ideia é ter ilhas particulares em diversas
partes do mundo, com megaestruturas de lazer destinadas aos cruzeiristas. Uma extensão do navio em terra firme.
O primeiro item da coleção deve ser inaugurado ainda este ano. É o Perfect Day at CocoCay. Fica nas Bahamas e
oferecerá atrações inéditas como o Thrill Waterpark, com 13 toboáguas (mais do que em qualquer parque aquático no
Caribe), além do Daredevil’s Peak, o toboágua mais alto da América do Norte, com seus 41 metros do chão ao topo.
Uma tirolesa de 487 metros vai atravessar a ilha a 15 metros de altura e um balão de gás hélio levará os turistas a
135 metros de altura – o ponto de observação mais alto das Bahamas. Duas praias especialmente projetadas
oferecerão centenas de cabanas e espreguiçadeiras para relaxamento. Uma delas, a South Beach, terá local
apropriado para jogar vôlei, basquete, futebol, assim como para praticar stand up paddle e passear em um caiaque
com fundo de vidro, que permite ver a rica vida marinha do lugar.

› Symphony of the Seas – As tarifas variam conforme a época do ano, tipo de cabine, duração do cruzeiro e fatores como refeições
inclusas. Uma viagem de três dias sai a partir de R$ 2.330 por pessoa nas cabines internas mais econômicas, podendo ultrapassar
R$ 11 mil nas cabines externas mais luxuosas. royalcaribbean.com.br

48 VIAJAR pelo Mundo

 O maior evento temático da Páscoa no Brasil.
DE 08 DE MARÇO A 21 DE ABRIL.

Imagine uma Páscoa com muita luz, música,

teatro e fantasia. Tudo isso num castelo
cheio de magia e encantamento!

Shows de padrão mundial com muitos efeitos especiais,

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 Na trilha do
CHAMPANHE

CATEDRAL DE REIMS

50 VIAJAR pelo Mundo

 Paris
Reims
Parque Natural
das Montanhas Le Phare de
de Reims Verzenay
Floresta de

França Faux de Verzy Argonne

Reuil Suippes
Hautvillers
Épernay
REGIÃO DE Condé-sur-Marne
CHAMPAGNE-ARDENNE
Chalôns-en-Champagne

hampagne
C
Lac du Der

A 45 minutos de Paris em trem rápido, uma rota permeada

por vinhedos e vilarejos medievais revela os segredos e
a história do vinho espumante mais famoso do mundo
Por Cristiane Sinatura

P
ara um vinho ter o nome “champanhe” estampado em seu
rótulo, é preciso que ele seja produzido numa região mui-
to específica do nordeste da França, que se chama, veja
só... Champagne! Distante 150 quilômetros de Paris, a região
torna-se um passeio irresistível para quem está a fim de apro-
veitar uns dias em clima de campo – três dão conta do recado,
ainda que o bate-volta seja muito comum. A viagem leva apenas
45 minutos em trem rápido (o TGV) ou cerca de duas horas de
ônibus. Pode valer a pena chegar em carro alugado, que também
será bem-vindo na hora de desbravar os atrativos dos arredores.
Acompanhando o Rio Marne, a paisagem champanhesa de
vinhedos e vilarejos é tombada como Patrimônio Mundial da
Unesco, mais precisamente o conjunto de encostas, caves e
lojas que formam a Rota Turística do Champanhe, mais ou
menos acompanhando a estrada D26. São 600 quilômetros de
vias demarcadas e sinalizadas, compondo cinco itinerários dis-
tintos: Massif de Saint-Thierry, Montanhas de Reims, Vale do
Marne, Colinas de Vitry e Côte des Blancs. Em todos eles, vi-
sitar vinícolas e degustar as especialidades da cozinha regional
estão entre os principais programas. Noventa mil viticultores
atuam por aqui, produzindo independentemente, em coopera-
tivas ou em parceria com as grandes maisons.
Foto: Shutterstock.com

Para montar base, a melhor cidade é Reims, que recebe os

trens de Paris e de outras cidades da área.

VIAJAR pelo Mundo 51

 FRANÇA

Fotos: divulgação
2

1. Vinhedos da
G.H. Mumm
2. Adega subterrânea
na vinícola Ruinart
1 3. Biscuit rose da
confeitaria Maison
Fossier

Guerras O q u e fa z e r e m r e i m s
Mundiais A cidade exibe uma orgulhosa cole-
Champagne foi ção de maisons, como são chamadas as
palco de uma sedes das vinícolas produtoras. Algumas
série de batalhas das mais famosas são G.H. Mumm,
e sofreu com os Taittinger, Ruinart e Veuve Clicquot. 3

bombardeios da Elas contam com tours guiados que, re-

Primeira Guerra
servados com antecedência, explicam as Entre um gole e outro, reserve um
Mundial, cujo
centenário foi diversas fases da produção, levam pa- tempinho para visitar a imponente Ca-
relembrado até ra ver as caves subterrâneas e degustar tedral de Notre-Dame, em estilo gótico
2018 em eventos a obra-prima final. Para quem está sem do século 13. Foi palco de coroações da
especiais. Além carro (que pode ser alugado nas ime- monarquia francesa, tradição iniciada
de memoriais diações da estação central de trem), há em 496 com o batizado de Clóvis, pri-
e cemitérios de agências especializadas em excursões de meiro rei dos francos.
veteranos, a região
guarda o Centre
um dia que combinam visita a vinícolas
d’Interprétation e vinhedos, degustação e almoço. Tam- a v i z i n h a É p e r n ay
Marne 14-18, bém os restaurantes de Reims servem e OutrOs cantinhOs
na comuna champanhe em taças (corrija-se: flutes) A meia hora de Reims, Épernay tam-
de Suippes, ou em menus de harmonização, acom- bém é escolhida como base por muitos
onde a história panhando especialidades regionais, co- turistas, mas a oferta de restaurantes
é repassada
em instalações
mo o escargot champenois, os pés de e hotéis é menor, bem como o movi-
multimídia. Reims, porco à la Sainte-Ménehould, o jambón mento. O charme aqui é a rua tida co-
por sua vez, foi (presunto envolto em migalhas de pão) mo “a mais cara do mundo”: a Avenue
palco da assinatura e as famosas mostardas. Por aqui, a cor de Champagne, onde se exibem, la-
do primeiro rosada do champanhe é inspiração até do a lado, as mais renomadas maisons
Instrumento de mesmo para o biscuit rose, carro-che- do mundo, em châteaux do século 19,
Rendição Alemã,
fe da confeitaria Maison Fossier – na- como Mercier, Perrier-Jouët e Moët &
que marcou o
fim da Segunda da mais é que a versão original da nossa Chandon. Seus subterrâneos somam,
Guerra. boa e velha “bolacha champanhe”. juntos, 110 quilômetros de caves

52 VIAJAR pelo Mundo

 FRANÇA
Rota de – imagine o valor total das mais de 200
peregrinação milhões de garrafas descansando ali...
A região de Agora, é verdade que carro não é essen-
Champagne cial nesta viagem, já que as maisons fi-
também é cam dentro de Reims e Épernay, a dis-
cortada por um tâncias caminháveis. Mas quem quiser
dos caminhos percorrer as paisagens de vinhedos e ter
de Santiago de
uma experiência mais imersiva não vai
Compostela. Sob
o nome de Trilha se arrepender de cair na estrada e se em-
654, o Caminho brenhar pelos vilarejos, especialmente o
de Vézelay (ou gracioso Hautvillers, conhecido como “o
Via Lemovicensis) berço do champanhe”. É aqui que fica a
tem aqui marcos abadia onde o monge Dom Pérignon co-
importantes para meçou os experimentos na produção de
os peregrinos,
como as catedrais
champanhe e onde repousa em seu tú-
de Reims e de mulo desde 1715. Dizem que, ao pro-
Châlons. var o resultado de seus trabalhos, ele te-
ria afirmado: “Venham rápido! Eu estou
saboreando as estrelas!” Pois então faça-
mos um brinde – de champanhe – a ele.
Pa s s e i o s d e b i c i c l e ta
Pedalar pelos vinhedos é um progra-
mão. Em Reims, a empresa Manu Loca
Vélo aluga bikes a € 15 por dia, entre-
gando-as em um raio de até 15 quilô-
metros. A região é cortada por ciclovias,
como os 28 quilômetros entre Condé-
-sur-Marne e Reuil. Os mais aventurei-
ros podem aproveitar os 11 quilômetros
de circuitos para mountain bike na Flo-
resta de Argonne.
54 VIAJAR pelo Mundo
Como nasCe um
autêntiCo Champanhe
Feito com uvas Chardonnay, Pinot Noir
e Pinot Meunier colhidas manualmente
entre setembro e outubro, o champanhe
é um vinho branco espumante que passa
por duas fermentações, responsáveis por
criar as bolhas de ar – a segunda ocorre
com a adição de uma mistura (liqueur
de tirage) de levedura, vinho-base e
açúcar já dentro da própria garrafa, que
justamente por isso precisa ser feita de
vidro bem grosso. O repouso acontece
em adegas subterrâneas, as crayères, a
pelo menos 15 metros de profundidade,
para garantir a temperatura ideal. Ali o
espumante fica, no mínimo, 15 meses.
Os da categoria vintage envelhecem por
três anos ou mais. Em seguida, vem o
procedimento para retirar as leveduras
mortas (remuage) e o acréscimo de
uma mistura com açúcar (dosage) para
preencher o líquido perdido no processo.
A quantidade de açúcar determinará o
tipo do champanhe, como extra-brut,
brut, sec ou demi-sec, por exemplo.
Ao estudar o preparo da bebida no
século 18, o monge Dom Pérignon
perpetuou a mistura de uvas prensadas
separadamente, o uso da garrafa de vidro
espesso e da rolha de cortiça e o repouso
em adegas profundas.
Foto: shutterstock.com
MAISON MOËT & CHANDON
 FRANÇA
Paradinhas para curtir na rota
Reims
Veuve Clicquot: na ativa
desde 1772, a maison tem
tour com degustação a € 28.
veuveclicquot.com
Ruinart: esta é a produtora
mais antiga da região,
fundada em 1729 pelo
sobrinho de Dom Ruinart,
outro monge estudioso
da bebida. A visita com
degustação sai por € 70.
ruinart.com
G.H. Mumm: nas caves da
maison fundada em 1827,
o tour custa a partir de € 23.
mumm.com
Taittinger: os
passeios que levam
para ver as crayères
situadas a 18 metros
de profundidade
custam € 21.
taittinger.com
Foto: divulgação
m o e da Euro (€). € 1 = R$ 4,19
F u s o h o R á R i o + 5h
em relação a Brasília
na Rede
tourisme-champagne-ardenne.com


q ua n d o i R Na primeira semana de
agosto acontece o Champagne en Fête,
quando pequenas vinícolas ao longo da
rota abrem suas portas para visitantes.
Setembro e outubro têm temperaturas
amenas e é a época da colheita, quando é
possível ver os trabalhadores nos vinhedos.
Caminho CeRto
Para o aeroporto Charles de Gaulle (CDG),
em Paris, há voos diretos da Air France
e Latam, além de opções com conexão
da KLM, Lufthansa, British, Alitalia, Air
Europa, Turkish, Iberia, Swiss e Royal
56 VIAJAR pelo Mundo
É p e R n ay
Moët & Chandon: em uma
das mais conceituadas maisons
do mundo, responsável pelo
champanhe Don Pérignon e
fundada em 1743, as adegas
somam 28 quilômetros de
extensão. As visitas começam em
€ 25. moet.com
pa R q u e n at u R a l da s
m o n ta n h a s d e R e i m s
Cortada pela Rota do
Champanhe, a área entre Reims
e Épernay é uma reserva natural,
mesclando vinhedos, colinas
e florestas. Apesar do nome,
a altura das “montanhas” não
ultrapassa 280 metros.
Air Maroc. De Paris, pode-se alugar
carro para dirigir por 150 quilômetros
até Reims ou ainda pegar o trem TGV
(sncf.com) ou ônibus (ouibus.com).
paC o t e s
Françatur: 3 noites em Reims e
Estrasburgo com hospedagem e
carro com motorista a partir de
US$ 3.865. francatur.com.br
Lufthansa CC: 8 noites passando
por Champagne, Alsácia e Borgonha
com hospedagem, traslados,
passagens de trem e passeios a partir
de € 1.080. lufthansacc.com
Abreu: 14 noites na França, incluindo
Champagne, com hospedagem,
traslados, passeios e visita a vinícolas, a
partir de R$ 17.951. abreutur.com.br
le phaRe
d e V e R z e n ay
20 km de Reims
O antigo farol de 100 anos hoje
abriga o Musée de la Vigne, que
conta a história da produção
de champanhe na região com
recursos multimídia, além de
descortinar vistas dos campos a
25 metros de altura. O ingresso
custa € 8. lepharedeverzenay.com
Châlons-
- e n - C h a m pag n e
50 km de Reims
A Veneza de Champagne é
conhecida por seus passeios
de barco em canais e galerias
subterrâneas, que combinam
paisagens meio urbanas, meio
rurais, coroadas por um show
noturno de projeções, luzes e sons.
l aC d u d e R
105 km de Reims
Este enorme lago com 77
quilômetros de orla e rodeado por
cidadezinhas é um santuário de
vida animal e recanto de lazer para
os franceses da região, que vêm
pescar, aproveitar uma das seis
praias, passear de barco, pedalar,
caminhar e tentar a sorte no cassino.
sem aviso prévio. Classificação de restaurantes (valor médio do prato
h h o s p e da R Moeda cotada em 20/2/2019. Todos os valores aqui apresentados
foram apurados em fevereiro de 2019 e podem sofrer alterações
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Reims, tem 165 quartos espaçosos principal): $ até US$ 20 / $$ até US$ 40 / $$$ acima de US$ 40
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 Uma jornada de epifanias
Em meio às inseguranças que viajar
ao país das pirâmides tem levantado
nos últimos tempos, nós atestamos:
com planejamento e apoio local, é uma
experiência inesquecível desbravar a
capital Cairo, explorar o Nilo a bordo
de um navio, cair na estrada através do
deserto e mergulhar no Mar Vermelho
Por Cristiane Sinatura

Confira a cobertura desta viagem nos

destaques do Instagram @revistaviajar

58 VIAJAR pelo Mundo

O
Cairo não pode ser considerado exatamen-
te uma cidade linda. Mas não é necessa-
riamente beleza que uma vista precisa ter
para provocar momentos de epifania. E ali, do al-
to da Cidadela de Saladino, eu tive um desses
episódios de estupefação que se repetiriam ain-
da outras vezes ao longo da viagem. À minha fren-
te se esparramava um amontoado disperso e con-
fuso de prédios encardidos, inacabados, cobertos
por uma camada escura de poluição no horizonte.
A comoção vinha de outra coisa que não beleza:
de imaginar tudo o que o Egito já testemunhou ao
longo dos séculos, desde a primeira pirâmide que
se ergueu não muito longe dali há mais de 4 mil
anos até os eventos da Primavera Árabe, que, em
2011, causaram uma série de revoltas, derruba-
ram um presidente ditatorial e dizimaram o tu-
rismo. Tanto que o número de visitantes caiu de
18 milhões para 8 milhões em menos de uma déca-
da, mas o país vem se recompondo a duras penas.
Para esta viagem, contei com o apoio da
Eagle Travel, uma empresa com base no Cairo que
presta serviços nos principais destinos turísticos do
Egito. É possível contratar pacotes deles junto

PIRÂMIDE DE QUÉFREN E ESFINGE

Foto: Shutterstock.com

VIAJAR pelo Mundo 59

 EGITO
a agências e operadoras brasileiras (veja
mais na página 88). Eles cuidam de tu-
do, começando pelo visto, que é neces-
sário emitir e pagar logo na chegada ao
aeroporto. É da Eagle também o barco
Solaris II, no qual embarquei para fazer
um cruzeiro pelo Rio Nilo. O roteiro foi
todo acompanhado por Bassam El Swefi,
guia gente finíssima que fala um portu-
guês afiado e sabe tudo sobre a história do
Egito. Ao longo de dez dias, começamos
pelo Cairo, voamos para Assuã, de barco
fomos até Luxor e dali caímos na estra-
da até Hurghada, no Mar Vermelho. Um
bem-bolado que contempla o melhor do
Egito: templos, pirâmides, Rio Nilo, de-
serto, túmulos e, por que não?, até praia!
Mas é seguro?
É natural que as pessoas tenham dú-
vidas sobre o atual cenário de segurança
no Egito. Meu guia garantiu de pés jun-
tos que é seguro andar pelo Cairo, mes-
mo mulheres sozinhas. Na prática, talvez
ele estivesse se referindo mais a assaltos
e outras formas de violência urbana. Is-
so, de fato, não é fator preocupante, até
porque as próprias leis rígidas do islamis-
mo dão conta de repreender tais compor-
tamentos por parte da maioria de seus fi-
éis. Mas é impossível dizer que, sendo
MAR MEDITERRÂNEO
CAIRO
Can
Península
lda
S do Sinai
e
ue
z
HURGHADA
Ri
o
Ni
lo
M
A longas negociações sobre preço, enquanto
R
VE
LUXOR
RM
EL
HO
Imagens: Shutterstock.com
ASSUÃ
60 VIAJAR pelo Mundo
mulher, você não será assediada pelo me-
nos uma vez por dia – e isso vem desde o
vendedor na rua até o funcionário do ho-
tel. Em geral são olhares insistentes e co-
mentários constrangedores, algo cultural
do homem árabe que pode irritar no de-
senrolar da viagem. Espere, porém, ouvir
muitas propostas bem-humoradas de ca-
samento em troca de camelos.
Agora, quando o assunto é terrorismo,
é difícil atestar algo como “não aconte-
ce”. Óbvio que o problema existe, decor-
rente daquele mesmo islamismo rígido
que inibe a violência urbana ao mesmo
tempo em que incita os mais fanáticos,
dentro de um contexto geopolítico con-
turbado desde sempre. Em algumas regi-
ões, a situação é mais tensa que em ou-
tras, como na Península do Sinai, mas a
probabilidade de acontecer alguma coisa
ao turista é pequena. Vale lembrar que,
nos últimos anos, o Egito não registrou
mais casos de terrorismo que a Europa,
certo? De qualquer forma, a segurança é
ostensiva: há soldados armados nas ruas,
fiscalização de carros com direito a cão
farejador, raio X na entrada de hotéis e
atrações, polícia especial para atender
aos turistas e até escolta militar para lu-
gares como o templo de Abu Simbel.
Não é necessário, portanto, privar-se da
viagem. Mas salvo para viajantes muito ex-
perientes, o Egito atualmente é um país
para ser visitado em
CONTAR COM roteiros guiados. Is-
APOIO DE so não quer dizer
UMA EMPRESA excursões com 50
LOCAL GARANTE pessoas. Quer dizer
PASSEIOS apenas que é reco-
TRANQUILOS E mendável contratar
uma empresa espe-
TRANSPORTE
SEGURO cializada para con-
tar com suporte lo-
cal, seja para ir do aeroporto ao hotel (o
simples ato de pegar um táxi pode levar a
encontrar o Uber no trânsito caótico po-
de estressar logo de cara), seja para fazer
os passeios com um egiptólogo que vai ex-
plicar tudo sobre o que você está vendo
(convenhamos que ruínas, quando vistas
em excesso e sem o devido entendimento,
tendem a ficar bem parecidas entre si).
 Dicas práticas
programe-se
¡ É necessário apresentar
certificado internacional de vacina
contra febre amarela.
¡Já no aeroporto do Cairo, o visto
de entrada pode ser solicitado em
guichês específicos, com custo de
US$ 25.
¡ A melhor época para viajar é
de setembro a maio, quando as
temperaturas são mais amenas.
Especialmente de junho a agosto,
é comum bater os 40 °C. De
novembro a abril, pode haver
formação de nevoeiro no começo
do dia. Não se engane: pode
fazer frio, principalmente à noite
e de manhã cedo, em dezembro
e janeiro.
¡ Para entrar nos aeroportos
do Egito, deve-se apresentar a
reserva da passagem aérea e o
passaporte, ainda do lado de
fora do terminal. Chegue com
antecedência, pois é preciso
passar por mais de um raio X.
c o m i Da e b e b i Da
¡ É muito comum que
os turistas passem mal,
provavelmente por conta
da água. Prefira comer
em restaurantes de hotéis
ou indicados por guias
e concierges. Leve uma
boa farmacinha consigo e
providencie seguro saúde.
¡ Beber muita água é essencial.
Compre sempre água mineral
em garrafinhas lacradas e não
as reabasteça.
¡ Nem todos os
estabelecimentos vendem
álcool, mesmo para turistas. Os
hotéis acabam sendo os lugares
mais práticos para comprar.
Dinheiro e compras
¡ Euro e dólar são amplamente
aceitos, mas é bom trocar uma
quantia em libras egípcias. Os
bancos funcionam como casa
de câmbio e ficam abertos 24h
– tem sempre um dentro dos
grandes hotéis.
¡ Esteja preparado para dar
gorjetas o tempo todo, inclusive
para usar banheiros públicos.
Para guias e motoristas, calcule
uma média de US$ 10 por dia.
Você também paga para tirar
foto com camelos, por aceitar
sugestões de moradores sobre o
melhor lugar para fazer fotos nos
monumentos, etc.
¡ É comum que os locais
abordem os turistas
querendo trocar euros
e dólares por libras
egípcias. Não é
necessariamente golpe
ou pegadinha, mas evite
dor de cabeça.
¡ Os vendedores são bastante
insistentes e, em lugares turísticos
como as pirâmides, chegam a
irritar. Não aceite “presentes” –
de um jeito ou de outro, você vai
acabar dando dinheiro. Portanto,
só dê trela se realmente tiver
interesse em comprar algo.
¡ Prepare-se para pechinchar. O
primeiro preço informado pelos
vendedores é inflacionado – sugira
entre 40% e 60% do valor inicial. É
comum que eles ofereçam chá ou
café e até arranhem alguma coisa
em português.
costumes locais
¡ É normal crianças,
adolescentes e até
adultos egípcios
pedirem para tirar selfies
com os turistas. Não tem
maldade nem perigo,
mas se não se sentir
confortável, apenas
recuse com educação.
¡ Fumar é um hábito
muito comum no Egito,
inclusive dentro de
restaurantes e quartos
de hotel. Para evitar
cheiro desagradável,
tente solicitar uma
acomodação de
não fumante.
¡ O Ramadã, que corresponde
ao nono mês do calendário
islâmico, é um período em que
os muçulmanos praticam jejum
entre o nascer e o pôr do sol por
cerca de 30 dias – em 2019, vai
de 5 de maio a 4 de junho, mas
varia de ano para ano. Nessa
época, muitos estabelecimentos
têm horário restrito e, segundo
nosso guia Bassam, é normal que
os locais fiquem mais impacientes
ou de mau humor. É de bom tom
que os turistas evitem comer e
beber em público.
VIAJAR pelo Mundo 61
 EGITO
Cairo
D
edicar um bom tempo ao Cairo é
essencial, pois cria um embasa-
mento para tudo o que o Egito vai
proporcionar no restante do roteiro. A
cidade é gigante, tem quase 20 milhões
de habitantes e não causa estranhamen-
to a quem está acostumado a São Pau-
lo – com a diferença de que o trânsito
consegue ser um tanto mais caótico. Na
capital do Egito, o Rio Nilo é a artéria
central e tudo funciona melhor às suas
margens (assim tem sido no país há mi-
lhares de anos, afinal). Portanto, os me-
lhores hotéis estão sempre perto da água
– o que também lhes garante vistas sur-
preendentes – e próximos à região cen-
tral. Isso já responde também à dúvida
frequente sobre onde se hospedar: redes
como Sheraton, Marriott e Conrad dão
acesso fácil à Praça Tahrir, o epicentro
das manifestações da Primavera Árabe.
Passeios a bordo dos
típicos barcos a vela (os
chamados felucca) são
programa clássico nas
águas do Nilo
62 VIAJAR pelo Mundo
É na praça que fica também o pri-
meiro ponto do nosso roteiro: o Mu-
seu Egípcio, com uma rica coleção de
artefatos arqueológicos de vários perí-
odos da história local. Bem, é verdade
que grandes estrelas do Egito Antigo
hoje estão expostas em outros lugares,
como Nova York, Londres, Paris e Ber-
lim. Então se você já esteve em algu-
ma dessas cidades para ver a Pedra de
Roseta ou o busto de Nefertiti, pode
não se impressionar tanto com o acer-
vo de 120 mil peças do museu do Cai-
ro, ainda que ele seja o maior do gê-
nero no mundo. De qualquer forma, a
visita não é dispensável por dois mo-
tivos principais. O primeiro é a cole-
ção de tesouros encontrados na tum-
ba do faraó Tutancâmon, a única a ser
encontrada intacta, sem nenhum ti-
po de saque – ao todo existem 5.400
RIO NILO
Fotos: Shutterstock.com e Carsten Frenzl/ Wikipedia

1. Rua Muizz,
peças, mas menos da metade está em De frente com as pirâmides no centro histórico
exibição. Entre os destaques, reluz a Pois bem, estamos quase chegando a 2. Máscara mortuária
de Tutancâmon
imponente e famosa máscara de ouro elas, as tão aguardadas pirâmides. Mas
pesando 11 quilos que adornava a mú- antes, vamos dar alguns toques impor-
mia do jovem faraó (a múmia não es- tantes e fazer duas paradas no caminho.
tá no museu, mas chegaremos a ela ao A visita, idealmente, não deve ser fei-
longo desta viagem). Controle o ím- ta no mesmo dia que o museu do Cai-
peto das fotos, pois nessa parte não ro, pois há outras coisas para ver na re-
são permitidas. gião dos monumentos mais faraônicos
Também não se pode registrar a ala do Egito – que, por incrível que pare-
das múmias, que é a segunda razão pe- ça, não ficam isolados no meio do de-
la qual você está no museu. Ali, há vá- serto, mas sim bem colados à feiosa ci-
rias múmias de faraós, incluindo a de dade de Gizé, na região metropolitana
Ramsés II, o governante mais poderoso
da história egípcia (prepare-se para ou-
vir falar muito dele nas próximas pági- Para
nas). Também é interessante visitar os fotografar, tem
achados da tumba do nobre Yuya e sua
esposa Thuya (cerca de 1400 a.C.), bem que pagar
como a sala de Aquenáton, o rei marido O ingresso do
Museu Nacional
de Nefertiti que substituiu o politeísmo Egípcio custa a
por um deus único e inaugurou uma no- partir de
va estética para as artes, como sua pró- 160 libras. Para
pria estátua que mescla traços mascu- visitar a ala das
linos com femininos. No restante do múmias, pagam-se
museu, você vai ver esculturas, joias, mais 180 libras e
para ter permissão
sarcófagos, utensílios, camas de mu- para fotografar
mificação e papiros (incluindo o Livro em todo o museu,
dos Mortos, o maior já encontrado, com cobram-se
20 metros de extensão). 2 50 libras.

VIAJAR pelo Mundo 63

 EGITO
Museu
faraônico
No próximo ano,
um novo museu
de arquitetura
bastante moderna
deverá abrigar
a coleção de
Tutancâmon na
íntegra. O Grande
Museu Egípcio
ficará bem perto
das pirâmides
e promete ser
o maior museu
arqueológico do
mundo.
do Cairo e a cerca de 20 quilômetros do
centro da capital.
A bordo do ônibus da Eagle Travel, o
dia de passeio às pirâmides começa com
Mênfis, sítio arqueológico que reme-
te à antiga capital no norte do Egito, a
30 quilômetros do Cairo. Fundada na
primeira dinastia de faraós, cerca de
3100 a.C., hoje ela nada mais é que um
museu a céu aberto com algumas das ru-
ínas encontradas na região, entre peda-
ços de colunas e esfinges completas. O
grande destaque fica por conta da está-
tua colossal de Ramsés II, que reinou por
tour turbinaDo
Em tours contratados com agências, o dia de passeio
pelas pirâmides pode incluir também visitas a uma loja
de tapetes, tradição artesanal e milenar em Sakkara, e
a uma loja de papiro, o papel ultrarresistente feito de
uma planta aquática desde os tempos do Egito Antigo.
Nosso almoço ficou por conta do restaurante Andrea
El Mariouteya (facebook.com/andreamariouteya), perto
das pirâmides, que tem um gostoso pátio ao ar livre com
vista panorâmica para o Cairo. A especialidade ali é o
galeto assado na brasa à vista do cliente, complemento
perfeito para as entradinhas típicas da culinária árabe,
como charutinho, almôndegas e pastinhas com pão pita,
também feito ali, e afins.
64 VIAJAR pelo Mundo
Fotos: Cristiane Sinatura, MikeDotta/ Shutterstock.com
ESTÁTUA DE RAMSÉS II
volta de 1213 a.C. e se tornou um dos
mais poderosos faraós egípcios por con-
ta de um grande legado de monumentos.
Sua estátua exposta em Mênfis, deitada
dentro de uma sala por não ter parte das
pernas e dos pés, media originalmente 13
metros de altura e pesava 125 toneladas.
Em seguida, o tour segue de ônibus
para Sakkara, um grande sítio arqueo-
lógico onde funcionava a necrópole de
Mênfis, reunindo uma série de tum-
bas. A importância do lugar se dá nada
mais, nada menos que pelo fato de aqui
ter sido construída a primeira pirâmide
da história egípcia – e ela segue de pé,
ainda que não em todo seu antigo es-
plendor de calcário branco. É a pirâmi-
de escalonada do faraó Djoser, construí-
da pelo arquiteto Imothep em 2650 a.C.
Ela foi erguida com a sobreposição de
degraus, originalmente ultrapassando os
60 metros de altura. Não dá para entrar,
mas quem espia por um orifício na pare-
de dá de cara com a réplica de uma es-
tátua em tamanho real do faraó. À fren-
te da pirâmide, uma grande esplanada
servia para eventos como aquele que de-
veria provar que o rei ainda tinha força
após 30 anos de governo, com uma série
de rituais e provas.
 1. Pirâmide de Djoser
2. Centro antigo do Cairo
1 2
Outros dois pontos interessantes
para visitar no sítio de Sakkara são a
tumba de Kagemni e a pirâmide do rei
Teti. A primeira pertenceu a um nobre
da sexta dinastia e seu túmulo preser-
va muitas pinturas em cerca de 30 sa-
las, retratando a vida cotidiana da épo-
ca, com cenas de dança, caça, pesca e
gado. Logo ao lado, algo que parece ser
um mero monte de areia e pedra é, na
verdade, uma pirâmide na qual é possí-
vel entrar e ver não apenas o teto pin-
tado de azul com estrelas, mas também
o sarcófago vazio do faraó Teti, datado
de aproximadamente 2330 a.C. Mas é
preciso passar, meio que agachado, por
uma íngreme descida em um corredor
claustrofóbico, vale dizer.
Mas isso tudo é apenas uma introdu-
ção ao momento mais esperado do dia:
a chegada às Pirâmides de Gizé, as mais
emblemáticas entre as cento e poucas já
descobertas no Egito. A surpresa de ver
uma delas pela primeira vez, despontan-
do ao fundo de uma rua caótica na cida-
de de Gizé, arranca exclamações de todos
os passageiros no nosso ônibus. O impac-
to de ver de perto, então, é tremendo –
não há qualquer chance de a gente se de-
cepcionar por ter criado expectativas
D e s ta v i Da , t u D o s e l e va
Na época em que as pirâmides foram construídas, o
curso do Rio Nilo era diferente, de forma que passava
bem próximo a elas. Logo às margens, havia um templo
de mumificação, onde o corpo do faraó era preparado
em cerca de 70 dias. Supervisionada pelo deus da morte
Anúbis, uma equipe de sacerdotes retirava os órgãos vitais
(o cérebro era puxado pelas narinas) e os acondicionava
em jarros para que pudessem ser reutilizados pelo faraó
na vida após a morte. O coração permanecia dentro do
corpo, pois se acreditava que seria pesado no julgamento
do deus Osíris, usando uma pluma de avestruz como
comparação para avaliar a bondade do morto. O corpo
então era desidratado com o uso de sais, preenchido com
materiais específicos e perfumado com óleos essenciais.
Depois de enfaixado com panos de linho, ele seguia
em uma procissão pela avenida de cortejo até o templo
funerário, onde era feito o “velório” antes de ser enfim
levado para o interior da pirâmide. Ali, junto ao sarcófago,
eram colocados todos os tesouros que o
faraó levaria para o pós-vida – sempre
saqueados ainda em tempos remotos.
Cabeça de
chacal (Anúbis),
instrumentos de
mumificação e
jarros para órgãos,
no Museu Egípcio,
no Cairo
VIAJAR pelo Mundo 65
 EGITO
Foto: Shutterstock.com
demais. Elas são muito mais monumen-
tais do que supõe qualquer imaginário
turístico. Se a sua abstração permitir, vai
ficar ainda mais impressionante imaginar
que elas eram revestidas por uma cama-
da reluzente de calcário branco. E vai fi-
cando mais e mais complexo: existe até
mesmo uma teoria defendendo que a dis-
tância entre as três pirâmides é propor-
cional à posição das estrelas conhecidas
como Três Marias.
Bassam, nosso guia, bem que tenta
explicar como se deu a construção de-
las (rampas? Animais? Areia molhada?),
mas no fim nada fica muito claro. Ele
66 VIAJAR pelo Mundo
diz também que os trabalhadores envol-
vidos na construção eram pagos (cerveja
conta como salário, não?) e eram sobre-
tudo camponeses que, durante a cheia
do Nilo, não tinham trabalho nas planta-
ções. Escravos seriam usados para o cor-
te e o transporte das pedras, que vinham
da cidade de Assuã, no sul do país, nave-
gando pelo Nilo. Enfim, cada um fica li-
vre para aceitar a teoria que quiser.
Quéops, a maior e primeira delas,
chegou a alcançar quase 150 metros
de altura – o que equivale a um prédio
de 50 andares – e foi feita com mais de
2 milhões de blocos de pedra meticu-
 A segunda pirâmide é do faraó
PIRÂMIDES DE GIZÉ E VISTA DO CAIRO
Quéfren, filho de Quéops. Ela conser-
va em seu topo trechos de revestimen-
to original e seu interior nem sempre
está aberto para visitas. A última pirâ-
mide da tríade é a de Miquerinos, ne-
to de Quéops. Apesar de ser a menor,
foi também a mais cara, pois ganhou
camada parcial de granito, que hoje já
não existe mais. Três pirâmides meno-
res a rodeiam e teriam sido feitas para
esposa e filhos de Miquerinos.
O ônibus faz uma parada estratégi-
ca no melhor mirante para tirar fotos do
complexo e então segue até a Grande Es-
finge, figura mitológica com rosto huma-
no e corpo de leão que, aqui, acredita-se
representar o faraó Quéfren. Talhada em
um único bloco de pedra com 20 metros
de altura e 70 de comprimento, servia
de proteção para as pirâmides e perma-
neceu soterrada na areia por muito tem-
po, tendo sido completamente escavada
apenas no século 20. Ela tem sinais apa-
rentes de deterioração – parte de sua bar-
ba, por exemplo, encontra-se exposta no
British Museum, em Londres. À noite,
vale dizer, as pirâmides viram cenário
para um show de luzes e projeções.

v i s i ta n D o a s
pirâmiDes sozinho
Você pode pegar um táxi/Uber
para chegar lá e fazer o passeio
por conta. Um único ingresso
(360 libras) dá acesso ao complexo
das pirâmides + esfinge, que pode
ser comprado na bilheteria da
losamente encaixados, pesando até entrada. Para ver o interior delas,
15 toneladas cada um. Isso tudo no ano porém, deve-se ter um bilhete à
2550 a.C. Não à toa, é a única das se- parte. O lugar é grande e ir de
te maravilhas do mundo antigo ainda um ponto a outro demanda boa
de pé. No interior da pirâmide, porém, caminhada sob sol quente. Por isso,
onde se entra com bilhete extra atra- pode ser uma boa negociar uma
vés de uma porta criada por saqueado- diária com o motorista que levou
res no século 9o, não há muito que ver, você até lá, o que permite também
exceto corredores estreitos e salas va- incluir Mênfis e Sakkara no trajeto
zias – saqueados há milhares de anos, (peça indicações na recepção do seu
os tesouros nunca foram encontrados. hotel). É grande a oferta de passeios
Ao lado, um museu expõe a recons- de camelo ou cavalo por ali. O preço
trução de um barco de madeira acha- oficial é de 100 libras por meia hora,
do nos arredores da pirâmide para ser mas isso varia de acordo com as
usado pelo faraó no pós-vida. suas habilidades para negociar.

VIAJAR pelo Mundo 67

 EGITO
Alá, Jesus e Moisés
juntos e misturados
Das múltiplas divindades do Egito
Antigo vamos para o único deus aceito
atualmente na religião nacional. O país
foi tomado pelos árabes no século 7º e
daí vem a herança islâmica que domina
não só a religião, mas também a arqui-
tetura do Egito. É o que se vê no Cai-
ro Antigo, o centro histórico amuralha-
do que remete ao século 10º, também
chamado de Medina. Ali, nos arredores
da Rua Muizz, espremem-se mesquitas,
madraças (escolas que ensinam o Al-
corão), mausoléus, comércios, restau-
rantes e casas de estilo tradicional. To-
do esse bagunçado conjunto medieval é
tombado como Patrimônio da Humani-
dade pela Unesco.
Não há como passar batido pe-
O CAIRO ANTIGO lo centro nervoso dessa região, o
MANTÉM VIVAS Khan El Khalili, autêntico souk
TRADIÇÕES (mercado árabe a céu aberto) com
ISLÂMICAS QUE centenas de lojas e barracas ven-
REMETEM À dendo lenços, trajes típicos, suve-
IDADE MÉDIA nires, luminárias, pratarias, espe-
ciarias e as camisetas de futebol
estampadas com o nome de Mohamed
Salah, venerado jogador da seleção egíp-
cia e do Liverpool FC, na Inglaterra. Es-
se é o melhor e mais barato lugar de to-
da a viagem para comprar, sempre tendo
em mente que pechinchar é de lei. De
noite, fica tudo mais interessante e mo-
vimentado: é quando os minaretes das
mesquitas ganham iluminação espe-
cial. Para comer, o restaurante Naguib
MESQUITA DE Mahfouz é bastante tradicional, mas é
ALABASTRO bom estar preparado para o fuma-
ceiro de narguilé (ou shisha, como
chamam por aqui), que toma pra-
ticamente todos os estabeleci-
mentos do Egito.
A incursão pe-
lo Cairo islâmico
continua na Cida-
dela de Saladino,
fortaleza funda-
da no século 12
68 VIAJAR pelo Mundo
pelo sultão que lhe dá nome, o primei-
ro do Egito. No alto de um morro, ela
foi a sede do governo por cerca de 700
anos. Seu cartão-postal é a Mesquita de
Alabastro, construída por volta de 1840
para competir com a Santa Sofia de Is-
tambul, na Turquia. É a mais bem con-
servada do Cairo e os turistas podem
visitá-la desde que estejam de pés des-
calços e roupas apropriadas (joelhos e
ombros devem estar cobertos, mas len-
ço na cabeça para as mulheres não é
obrigatório). No pátio dessa mesquita fi-
ca o relógio dado pela França em troca
do obelisco de Luxor, que hoje enfeita a
Praça da Concórdia, em Paris – o pre-
sente francês, porém, nunca funcionou.
Foi do alto da cidadela, aliás, que a vista
do Cairo me provocou aquele momen-
to de epifania que abre esta reportagem.
Mas nem só o islamismo marca pre-
sença no Cairo. O cristianismo habita as
vielas da cidade velha graças à Igreja Orto-
doxa Copta de Alexandria, criada por São
Marcos no século 1º. O coração copta do
Cairo fica a cinco quilômetros da Cidade
de Saladino, ocupando a antiga Fortale-
za de Babilônia, obra romana do século 1º
(mas sem ligação com a cidade homôni-
ma da Mesopotâmia). Ali ficam o Museu
Copta e a Igreja Suspensa; para cristãos
em geral, o lugar mais emblemático para
se visitar é, provavelmente, a Igreja de São
Sérgio e São Baco (Abu Serga), do sécu-
lo 4o. Em uma gruta nos subterrâneos do
templo, a Sagrada Família teria se escon-
dido da perseguição romana por três me-
ses, logo após o nascimento de Cristo – é
possível visitá-la por dentro e também ver
o poço de água de onde eles teriam bebi-
do. Uma placa do lado de fora da igreja,
Fotos: Cristiane Sinatura, eFesenko/ Merydolla/ Shutterstock.com
aliás, mostra a rota que Maria, José e Je-
sus teriam percorrido pelo Egito e que ho-
je é um conhecido caminho de peregrina-
ção religiosa. Bem próximo, fica ainda um
símbolo da presença judia no Cairo: a si-
nagoga Ben Ezra. Dizem que naquele exa-
to ponto, onde antes passava o Rio Nilo, o
bebê Moisés teria sido encontrado pela fi-
lha do faraó. E assim, devidamente apre-
sentados às várias fases da história egíp-
cia, estamos aptos a mergulhar ainda mais
fundo nas águas do Nilo.
 1

2 3

1. Gruta da Sagrada Família na Igreja de São Sérgio e São Baco | 2. A jornalista Cristiane Sinatura no alto da Cidadela de
Saladino, com a vista do Cairo mencionada no início desta reportagem | 3. Sinagoga Ben Ezra | 4. Mercado Khan El Khalili

VIAJAR pelo Mundo 69

4
 EGITO

4 dias navegando pelo

Rio Nilo

BARCOS FELUCCA NO RIO NILO

70 VIAJAR pelo Mundo

 E
is o cenário para mais um dos meus
momentos de epifania durante esta
viagem: eu deitada no gramado sin-
tético da pequena varanda da minha ca-
bine, a bordo de um navio que se movia
lentamente pelo Rio Nilo. A vegetação
abundante das margens se intercalava
com vilas bastante simples, onde os ha-
bitantes sempre apareciam para acenar
aos passageiros. Foi perto de uma dessas
cidades que meu devaneio acabou inter-
rompido com toalhas sendo atiradas na
minha direção por vendedores a bordo
de barquinhos. O tino comercial está tão
presente no sangue dos egípcios que eles
surgem até mesmo nos lugares mais inu-
sitados. É parte de uma autêntica experi-
ência pelo Rio Nilo, afinal.
Ir ao Egito e não fazer um cruzeiro po-
deria ser considerado um dos pecados
capitais no quesito turismo. Afinal, o rio
mais extenso do mundo, único no plane-
ta a nascer no sul e correr para o norte ao
longo de 6.550 quilômetros, é a grande ra-
zão de ser do Egito, cujo território é 94%
de deserto. Ou seja, foi nas margens do
Nilo, férteis graças a suas cheias, que a
por Dentro Do solaris ii
O navio Solaris II opera quatro
roteiros pelo Nilo: o de três noites
entre Assuã e Luxor; o de quatro, no
sentido contrário; o de sete saindo
de Luxor até Assuã e retornando a
Luxor; e o de sete saindo e voltando
para Assuã. A opção mais curta já
dá conta dos principais passeios,
que podem ser contratados em
um pacote fechado – e também
há alguns tours extras. Ao todo,
são 74 cabines espaçosas (mas
antiguinhas) para até três pessoas,
todas com varanda; na cobertura
do navio, tem piscina com cadeiras
para tomar sol. A diária inclui café
da manhã, almoço e jantar, servidos
no restaurante a bordo em bufê.
Imagens: Shutterstock.com
A empresa Eagle Travel tem ainda
outros dois barcos para cruzeiros
no Nilo: o Solaris I e o Akhenaton.
solaris2-eg.com
civilização dos faraós floresceu e se man-
tém até hoje. Daqueles tempos, nessas
mesmas margens, restam templos ines-
quecíveis. E é justamente por causa deles
que o cruzeiro pelo Nilo se tornou um dos
programas mais populares do país.
Existem vários tipos de roteiros, co-
brindo mais ou menos templos, com du-
ração de até sete noites. A bordo do na-
vio Solaris II, operado pela Eagle Travel,
singrei as águas do Nilo por três noites,
saindo de Assuã com destino a Luxor.
O sentido contrário também é possí-
vel, mas leva uma noite a mais e, pes-
soalmente, eu acho que Assuã-Luxor
ganha pontos por deixar o melhor para
o final. As vistas que se têm durante a
navegação, porém, estão garantidas em
qualquer itinerário. Os navios se movi-
mentam apenas durante o dia; de noi-
te, ficam atracados e têm programação
de lazer a bordo. No Solaris, cada grupo
tem o acompanhamento de um guia fi-
xo para todos os passeios, que, é bom sa-
ber, começam bem cedo, ainda de ma-
drugada – nosso fiel escudeiro Bassam
continuou firme e forte conosco.
CAIRO
Ri
o
Ni
lo
LUXOR
EDFU
KOM OMBO
ASSUÃ
ABU SIMBEL
VIAJAR pelo Mundo 71
 EGITO
TEMPLO DE PHILAE
Fotos: EBONYEG/ Shutterstock.com e divulgação
Dia 1
Assuã
O
voo do Cairo até Assuã leva pou-
co mais de uma hora. Chegando
de manhã e com as malas sen-
do encaminhadas direto para o navio, é
possível aproveitar o dia na cidade, com
passeios já incluídos no cruzeiro. Loca-
lizada no sul do país (área conhecida co-
mo Alto Egito), a cidade serviu de fonte
para muitas das pedras usadas na cons-
trução dos templos antigos, que eram
transportadas pelo Rio Nilo. Ela tam-
bém é famosa pelas duas represas (alta e
baixa) construídas ao longo do século 20
com o intuito de gerar energia e conter
as cheias do rio, que causavam inunda-
ções frequentes, formando assim o Lago
Nasser. Foi para arcar com as despesas
da Represa Alta, por sinal, que o gover-
no egípcio nacionalizou o Canal de Suez
nos anos 1950, entrando em conflito
72 VIAJAR pelo Mundo
com Israel, Inglaterra e França no que
ficou conhecido como Guerra de Suez.
Outro ponto interessante para ver em
Assuã é o Obelisco Inacabado – um mo-
numento de 42 metros que não chegou
a ser retirado da pedreira de granito rosa
onde foi talhado pelos egípcios antigos.
O ponto alto de Assuã, porém, é o
Templo de Philae, uma bela amostra
de tudo o que será visitado nos próxi-
mos dias. Ele surpreende não só pela es-
trutura monumental, mas também pelo
fato de ter sido transplantado nos anos
1990 para a atual localização em uma
ilha no Lago Nasser. Isso porque, em
sua posição original, ele acabou inun-
dado por conta da construção da bar-
ragem de Assuã. Com influência gre-
co-romana, o templo foi construído no
ano 680 a.C., em homenagem à deusa
 1 3
2 terra congestionada por camelos. Na ca-
da fertilidade Ísis. Segundo a mitologia,
1. Piscina do navio
Solaris II naquele mesmo ponto estaria enterra-
2. Navio Solaris II
3. Vila núbia do seu irmão-marido Osíris, que mor-
reu em uma armadilha preparada pelo
outro irmão invejoso, Set. Conta a len-
da que as lágrimas de tristeza de Ísis te-
riam causado a primeira enchente do
Nilo e que as imagens em que ela é re-
presentada com o filho Hórus
teria dado origem à Virgem
NAVEGAR PELO NILO Maria com Jesus – conforme
É A MELHOR FORMA se pode ver talhado na pare-
DE EXPLORAR O de da sala do altar. As marcas
CORAÇÃO DO EGITO cunhadas sobre alguns dos
desenhos originais foram fei-
tas por cristãos que buscavam
destruir o paganismo egípcio – o tem-
plo chegou a ser transformado em igre-
ja e o altar acrescido nessa época ainda
pode ser visto.
Outro passeio oferecido pelo Solaris
é a visita a uma vila do povo núbio – et-
nia negra originária dessa região do sul
do Egito e do vizinho Sudão, uma das
mais antigas civilizações africanas. Pa-
ra chegar lá, um passeio de barco reve-
la túmulos escavados nas montanhas ao
redor do rio; quem quiser também pode
acrescentar um passeio de camelo. A vi-
la é colorida e movimentada, com ven-
dedores brotando de todos os cantos e
barracas de artesanato ladeando a rua de
sa da família núbia, o anfitrião nos rece-
be com chá e pão, enquanto uma de su-
as quatro esposas se oferece para fazer
tatuagens de hena que não necessaria-
mente vão ficar muito bonitas (a cruz da
vida no meu tornozelo que o diga). Ele
também exibe seu filhotinho de croco-
dilo, animal onipresente no Nilo e vene-
rado no Antigo Egito. Não é um passeio
imperdível e, como não está incluído no
pacote padrão do cruzeiro, fica a seu cri-
tério fazê-lo ou não.
No fim deste dia, antes de finalmen-
te embarcar no Solaris, ainda dá tempo
de rodar um pouco pelo souk de Assuã –
mas é verdade que, depois de ter circu-
lado pelo Khan El Khalili do Cairo, o da-
qui pode não ser tão interessante assim.
Não vai mal seguir para o navio e dormir
cedo, pois o dia amanhã começa ainda
de madrugada.
VIAJAR pelo Mundo 73
 EGITO

Fotos: Shutterstock.com

74 VIAJAR pelo Mundo

ABU SIMBEL

Dia 2
Abu Simbel
e Kom Ombo
A
primeira noite de sono a bordo do
Solaris dura pouco: logo às 4h, o
grupo deve estar pronto para sair
rumo a um dos monumentos mais im-
pressionantes do Egito. Madrugar é pre-
ciso porque a distância a ser viajada em
ônibus será de quase 300  quilômetros
a partir de Assuã (onde o navio passa a
noite atracado) e é preciso estar de vol-
ta na hora do almoço para que o cru-
zeiro possa enfim começar. Mas existe
ainda outro motivo para a saída adian-
tada: pode ser que haja a formação de
um comboio com todos os veículos que
partirão rumo a Abu Simbel, para serem
acompanhados por escolta militar na
travessia do deserto. É uma medida de
segurança contra terrorismo – aparente-
mente ocasional, porque não aconteceu
no dia da minha visita. De qualquer for-
ma, você também vai agradecer por ter
vindo bem cedo e ir embora antes que o
calor atinja o auge.
A chegada a Abu Simbel cria mo-
mentos de expectativa, já que é preciso
caminhar uma pequena distância, con-
tornando o templo maior, até avistar sua
impressionante fachada. E quando ela
finalmente aparece diante dos nossos
olhos... uau! É como uma versão egípcia

VIAJAR pelo Mundo 75

 EGITO
TEMPLO DE KOM OMBO
de Petra, na Jordânia: são dois templos
escavados em uma montanha rochosa
a mando de Ramsés II. Com mais de
30 metros de altura, o maior é uma ho-
menagem a ele mesmo e aos deuses Rá,
Ptah e Amon. O menor reverencia Ne-
fertari, a esposa preferida do faraó (que
teve várias mulheres ao mesmo tempo),
e a deusa do amor Hator. É o único tem-
plo em que a estátua da rainha tem o
mesmo tamanho que a do rei, ainda que
haja mais estátuas dele do que dela. O
interior de ambos impressiona pelo óti-
mo estado de conservação dos hierógli-
fos – para fotografar, é preciso pagar bi-
lhete extra.
Igualmente impressionante é saber
que essa não é a localização original do
complexo. Para evitar que fosse inunda-
do com a criação da represa de Assuã
na década de 1960, ele foi transporta-
do, pedaço por pedaço, para um terreno
mais alto às margens do Lago Nasser, a
50 quilômetros da fronteira com o Su-
dão. É o que podemos chamar, literal-
mente, de mover montanhas. Outro fato
curioso é que todo ano, em 22 de feve-
reiro e 22 de outubro, um efeito natural
faz com que a luz do sol ilumine apenas
76 VIAJAR pelo Mundo
Fotos: Stig Alenas/ Shutterstock.com
três das quatro estátuas no interior do
templo maior – deixando no escuro ape-
nas a de Ptah, deus do submundo.
Assim que os passageiros retornam
de Abu Simbel, o navio finalmente apita
e sai de Assuã para ganhar as águas do
Nilo. No fim da tarde, chegamos à pró-
xima parada: o Templo de Kom Ombo,
dedicado ao deus-crocodilo Sobek e ao
deus-falcão Horus. O interessante de
fazer a visita à noite fica por conta da
iluminação, que dá um ar especial ao
monumento. Datado de 180 a.C., tem
como destaque as paredes com inscri-
ções que remetem a fórmulas farmacêu-
ticas e receitas médicas e também ao
calendário usado naquele tempo. Outro
ponto curioso a ser observado é o nilô-
metro, um poço que servia para medir a
cheia do Nilo e, assim, definir o imposto
cobrado sobre a colheita da temporada.
O passeio termina com o pequeno mu-
seu vizinho, onde estão cerca de 20 mú-
mias de crocodilos encontradas na área
– esses animais eram considerados sa-
grados pelos antigos egípcios. De volta
ao navio, é hora de continuar a navega-
ção rumo à cidade de Edfu, onde passa-
remos a noite atracados.
 Dia 3
Templos de Edfu e de Luxor
O
dia começa cedo mais uma vez.
Saindo do navio ainda no escu-
ro, embarcamos em charretes
para um trajeto rápido até o Templo de
Edfu, um dos mais bem conservados do
Egito. Construído por volta de 240 a.C.
em homenagem aos deuses Horus e Ha-
tor, já com influência greco-romana, ele
é marcado por suas muralhas altíssimas,
que alcançam quase 40 metros. Aban-
donado ao longo dos séculos e soterra-
do por areia, acabou sobreposto por mo-
radias de habitantes locais até o século
19, quando sua restauração foi inicia-
da. Uma das salas, que servia como la-
boratório, traz inscrições sobre a produ-
ção das essências perfumadas que eram
usadas como oferendas aos deuses.
Depois de Edfu, o Solaris II segue
para o trecho de navegação mais lon-
go do roteiro. Só no fim da tarde apor-
tamos em Luxor, o grand finale que re-
serva as melhores atrações da viagem
para esta noite e a manhã seguinte.
Antes conhecida como Tebas, Luxor
era a capital do Egito Antigo durante o
Império Novo. Hoje o conjunto de ru-
ínas e tumbas que testemunham sua
era de ouro é tombado como Patrimô-
nio da Humanidade pela Unesco. Já
está escuro quando temos o primeiro
vislumbre de todo esse esplendor, lin-
damente iluminado. É o Templo de
Luxor, um dos maiores do país, que co-
meçou a ser construído em 1400 a.C.
em homenagem ao deus Amon e sua
COLUNAS NO
TEMPLO DE EDFU
VIAJAR pelo Mundo 77
 EGITO

esposa Mut. Ganhou ainda mais impo-

nência no reinado de Ramsés II (sem-
pre ele), que é representado nas duas
estátuas na entrada do templo.
As colunas monumentais das salas
interiores são antecedidas por um cor-
redor de esfinges com cabeça de cabra
que, originalmente com mais de três
quilômetros, levavam até o Templo de
Karnak, um dos maiores complexos do
Egito Antigo. Logo na entrada de Lu-
xor, está o obelisco solitário, cujo irmão
gêmeo foi dado de presente à França

ENTRADA DO TEMPLO DE LUXOR

Foto: Stig Alenas/ Shutterstock.com

78 VIAJAR pelo Mundo

(aquele da Praça da Concórdia, em Pa-
ris). Entre os hieróglifos e desenhos nas
paredes, intriga o que parece represen-
tar um espermatozoide saindo do pê-
nis de Min, o deus da fertilidade. “Mas
como?”, pergunto ao guia Bassam, que
desconversa com um: “Eles sabiam, as-
sim como conheciam astronomia...”
Mistérios à parte, o Templo de Lu-
xor foi ganhando intervenções dos po-
vos e religiões que por aqui passaram
posteriormente. Assim, o monumen-
to guarda também heranças cristãs e
muçulmanas. Uma mesquita do sécu-
lo 13 se funde à construção original e
tem sua porta elevada porque, na épo-
ca, o templo estava soterrado por areia
e aquele era o nível do solo. Ali Bassam
nos conta que o minarete (nome dado à
torre das mesquitas) teria surgido como
uma resposta islâmica aos obeliscos egíp-
cios. Também é possível ver nas pare-
des pinturas cristãs de quando o tem-
plo foi transformado em igreja copta
no século 4º. À noite, há show de lu-
zes projetadas nas paredes.
VIAJAR pelo Mundo 79
 EGITO
Dia 4
7SFVIǛSHIFEP¡SI:EPIHSW6IMW
O
corpo reclama e o mau humor
quer dominar no terceiro dia se-
guido em que o despertador to-
ca antes das 5h e a gente precisa enca-
rar os surpreendentes 10  oC do inverno
egípcio. Mas é só manter o foco para lo-
go se animar: que motivação poderia ser
melhor do que a de ver o sol nascer do
alto de um balão de ar quente, sobre-
voando uma das regiões mais ricas em
monumentos do Egito? Tal como na Ca-
padócia turca, o céu acima de Luxor é
tomado por balões todas as manhãs – os
sobrevoos duram em torno de 40 minu-
tos e ultrapassam os 700 metros de al-
titude, conforme o sol vai subindo no
horizonte. É inesquecível ver lá do alto
como a vida no Egito de fato se concen-
tra nas margens do Nilo, que são toma-
das por campos de cultivo e casas mui-
tas vezes inacabadas, sem telhado, para
evitar o pagamento de impostos. De res-
to, tudo é deserto e montanhas cor de
areia. E é nelas que estão escondidos al-
guns dos sítios arqueológicos mais em-
blemáticos do Egito: as tumbas dos va-
les dos Reis, das Rainhas e dos Nobres
– chegaremos a eles a seguir, por terra.
O pouso acontece em lugares aleatórios,
de acordo com a direção dos ventos: o
nosso foi no meio do deserto, onde ime-
diatamente surgiu uma van para nos
TUMBA DE TUTANCÂMON
80 VIAJAR pelo Mundo
“resgatar” depois de uma das experiên-
cias de viagem mais marcantes da vida.
Do passeio de balão vamos direto ver
de perto aquilo que, do alto, só pudemos
imaginar como é. A fim de evitar os sa-
ques que acometiam as pirâmides, dizi-
mando todos os tesouros destinados ao
pós-vida dos faraós, o povo egípcio passou
a sepultar seus mortos mais importantes
em tumbas escavadas em montanhas de
calcário a partir de 1500 a.C., – dizem
que os trabalhadores envolvidos nas obras
eram decapitados depois, para que nun-
ca revelassem a localização secreta da ne-
crópole de Luxor. A ideia de sigilo, porém,
não deu muito certo: quase todas foram
roubadas em diversos períodos da Histó-
ria. A de Tutancâmon, porém, foi uma ri-
ca exceção – mas já chegamos lá.
Hoje os vales dos Reis, das Rainhas
e dos Nobres, que reúnem cerca de
70 túmulos, são muitíssimo bem conheci-
dos e visitados. É um verdadeiro labirinto
subterrâneo, mapeado em uma maquete
na entrada do complexo. Dali se pode pa-
gar pelo trenzinho que leva até o Vale dos
Reis, onde dá para entrar nas tumbas de
18 faraós (mas nem todas estão sempre
abertas ao público). O ingresso dá direito
a escolher três delas – a de Tutancâmon
é cobrada à parte, bem como a autoriza-
ção para fotografar. Na nossa visita, en-
tramos nas de Ramsés III, Ramsés IV e
Ramsés IX – a do todo-poderoso e onipre-
sente Ramsés II, porém, não é visitável. É
impressionante o estado de conservação
dos desenhos nas paredes, que, retratan-
do a vida e a morte do rei em questão, ain-
da preservam cores bem vivas.
Já a tumba de Tutancâmon expõe
a múmia do jovem faraó, cuja causa da
morte, aos 19 anos, é um mistério – mas
o guarda lá dentro nos apontou para o que
parece ser uma fissura no crânio, dando
a entender que ele foi golpeado. Misté-
rio, aliás, é palavra de ordem por aqui.
Fotos: Stig Alenas/ Shutterstock.com

VOO DE BALÃO NO VALE DOS REIS

VIAJAR pelo Mundo 81

TUMBA DE RAMSÉS IV
 EGITO
Esse foi o único túmulo intacto a ser des-
coberto (os tesouros, incluindo sua más-
cara de ouro, estão à mostra no Museu
do Cairo, lembra?) pelo arqueólogo inglês
Howard Carter, em 1922. A lenda da “mal-
dição do faraó” se popularizou por conta
da morte de pessoas que trabalharam com
Carter na década seguinte à abertura da
tumba. Por essas e outras, e não pela im-
portância de seu reinado, é que Tutancâ-
mon se tornou, nos tempos atuais, um dos
mais célebres faraós do Egito.
Outro ponto interessante a ser vi-
sitado perto do Vale dos Reis é o
Foto: Shutterstock.com
82 VIAJAR pelo Mundo
templo mortuário construído por volta de
1400 a.C. pela rainha Hatshepsut em ho-
menagem ao deus Amon-Rá. Ela se tor-
nou famosa na história egípcia por tomar
o trono do meio-irmão, alegando que seu
pai, o faraó Tutmés I, era uma incorpo-
ração do deus Amon-Rá. Assim, ela pas-
sou a ser representada com os atributos
de um faraó, como a saia curta, o rabo de
touro e a barba. Seu templo é grandio-
samente escavado aos pés de falésias de
300 metros de altura. Mais uma amostra
poderosa do que era capaz de construir
essa civilização à beira do Nilo.
entenDenDo os templos egípcios
Os antigos egípcios construíam monumentos funerários na margem ocidental do Nilo, que
era dedicada aos mortos. A parte oriental era ocupada pelos vivos, onde ficavam também
os templos em homenagem aos deuses. A estrutura dos monumentos religiosos era
basicamente a mesma: a avenida das esfinges era onde aconteciam procissões, levando à
entrada protegida por uma dupla de estátuas e uma de obeliscos. No interior, havia um pátio
descoberto seguido da sala hipóstila, escura e repleta de colunas, que podiam ter formato de
palmeira, papiro ou flor de lótus. Terminava com o santuário, de acesso restrito aos sacerdotes
e faraós. As paredes dos templos eram adornadas com hieróglifos em alto ou baixo-relevo,
pintados de verde, azul, amarelo, vermelho, branco ou preto e conservados com clara de ovo.

TEMPLO DE HATSHEPSUT

VIAJAR pelo Mundo 83

 EGITO

Hurghada
T
erminados os passeios em Luxor, é
hora de seguir viagem para conhe-
cer o outro lado do Egito, que mis-
tura praia com deserto. Mais de quatro ho-
ras de estrada nos levam até a costa do Mar
Vermelho, depois de cruzarmos uma emo-
cionante paisagem montanhosa
em pleno deserto. Che-
gamos então à cida-
de de Hurghada,
um destino-apos-
ta para fazer
contraponto à popularidade do balneário
de Sharm El Sheik, do outro lado do Gol-
fo de Suez. A ideia aqui é passar umas duas
noites para descansar do ritmo pesado de
passeios e poucas horas de sono. Para isso,
nada melhor que montar base em um dos
vários resorts all-inclusive à beira-mar, com
boa estrutura de praia (que tem água calma
e areia dourada), como o Hilton.
O Mar Vermelho é conhecido como um
dos melhores pontos de mergulho do mun-
do, por conta da sua visibilidade e rica fauna

PRAIA NO HOTEL HILTON

84 VIAJAR pelo Mundo

marinha. Apesar do nome, a água tem vá-
rios tons de azul – entre muitas outras
teorias, o “vermelho” seria por conta da
poeira que vem do deserto e cai sobre o
mar. São muito comuns por aqui os pas-
seios de barco para mergulhar, que po-
dem incluir almoço a bordo – dá para ver
muita coisa só usando snorkel, incluindo
embarcações naufragadas ainda perto da
costa. O melhor jeito de contratar o tour,
caso você não esteja com uma agência lo-
cal, é pedindo indicações na recepção do
seu hotel. Também é possível fazer pas-
seios de submarino para mergulhar ainda
mais fundo, literalmente, nas belezas do
Mar Vermelho. Pode ser uma boa ideia no
inverno, quando não faz calor suficiente
para encarar a água relativamente gelada.
Em questão de poucos quilômetros,
deixamos a costa e já estamos no Deser-
to de Sinai, outra atração imperdível pa-
ra quem vai a Hurghada. E o jeito mais
aventureiro de explorá-lo é em quadrici-
clos. Para garantir o conforto da experiên-
cia, é recomendado pagar pelos óculos
especiais e pelo lenço que cobre cabeça,
olhos e nariz (a expressão “comer poei-
ra”, aqui, ganha sentido literal). Capace-
te, é claro, é indispensável. Antes de nos
jogarmos na expedição, os instrutores
fazem uma espécie de treino prévio. Os
motoristas mais “medrosos” (ou seriam
menos habilidosos?) acabam formando
um grupo à parte, que percorre cami-
nhos menos acidentados – para falar a
verdade, só não se tornam entediantes
Foto: divulgação
VIAJAR pelo Mundo 85
 EGITO
porque a paisagem é linda demais (ops...
acabei de entregar que fiz parte do gru-
po dos retardatários?).
Quarenta minutos de trajeto depois,
com pausa no meio, todo mundo se en-
contra num vilarejo de beduínos, po-
vo árabe que habita os desertos da re-
gião. Antigamente eles eram nômades, e
hoje, em casos como este, já estão bas-
tante adaptados ao turismo. Assim, eles
nos servem chá e narguilé e quem qui-
1. Passeio de ser pode dar uma volta de camelo, um
quadriciclo
2. Mesquita na
animal historicamente ligado à sobre-
vila beduína vivência dos beduínos, principalmente
1
Fotos: Cristiane Sinatura e Shutterstock.com
86 VIAJAR pelo Mundo
à busca por água. Se por acaso você ti-
ver preocupações éticas quando se trata
de envolver bichos em atividades turís-
ticas (nós também temos), o que posso
atestar é que, nesse caso, não são ani-
mais retirados de seu habitat natural e
torturados para o puro entretenimento
humano. Esses camelos seguem viven-
do no deserto e não são treinados para
fazer truques – o uso deles como trans-
porte é cultural e histórico, assim como
o dos cavalos. A “cavalgada” em um ca-
melo, porém, é um pouco mais desajei-
tada e menos confortável. Dali, a volta
para Hurghada segue numa tacada só,
sem pausa, e o dedão reclama de tanto
pressionar o acelerador do quadriciclo.
Quem preferir algo menos “radical” po-
de optar pelos passeios a bordo de jipes,
com opção de estender com um jantar
típico na vila beduína. Foi assim, cortan-
do o deserto em um quadriciclo, tendo
nada mais que areia, montanhas e um
céu azulíssimo ao meu redor, que tive o
último momento de epifania desta jor-
nada pelo Egito.
Viagem a convite de Eagle Travel
e Ethiopian Airlines
 EGITO

OlHA O qUibE!
Os pratos típicos do Egito não chegam a
causar estranheza para nós, brasileiros, já
acostumados ao que aqui se convencionou
chamar de culinária árabe. A diferença é que
os temperos podem ser um pouco mais fortes.
A refeição normalmente é precedida por várias
entradinhas (as chamadas meze), entre as quais
charutinhos de folha de uva, tabule, quibe,
falafel e pastinhas para comer com pão tipo
pita, como homus (grão de bico), babaganuche
(berinjela), tahine (gergelim) e coalhada. Como
prato principal, espere carnes variadas que
chegam à mesa sobre uma grelha com carvão,
kafta, koshari (arroz com macarrão, lentilha
e grão de bico), pimentão recheado e fatah
(arroz, pão torrado, carne e molho de tomate).
M O E DA Libra egípcia (EGP). Edfu, Kom Ombo e Assuã) e seguro
de US$ 285, fourseasons.com/caironp),
no sofisticado bairro de Garden City,
e o First Residence (diárias a partir de
US$ 230, fourseasons.com/cairofr), já em
Gizé. Neste último, o restaurante Aura é
um misto de culinária sírio-libanesa que
cai muito bem ao paladar brasileiro.
Blue Nile Entre as opções gastronômicas,
são populares os barcos-restaurantes
que ficam atracados nas margens
do Nilo. Este, por exemplo, reúne
várias opções em seus deques, desde
comida japonesa até lounge-balada.
Rua Gezira, 20, bluenile.com.eg
ASSUÃ
Mövenpick Se você preferir passar
uma noite em Assuã antes ou depois de
embarcar no cruzeiro pelo Nilo, uma boa
opção é este resort localizado em uma
ilha, com piscina e bufê internacional

EGP 1 = R$ 0,21
F U S O + 5h
N A R E D E egypt.travel
V i S t O E VAC i N A Visto é
necessário e pode ser providenciado
na chegada ao aeroporto do Cairo,
ao custo de US$ 25. É necessário
apresentar certificado internacional
de vacinação contra febre amarela.
CAMiNHO CERtO
Não existem voos diretos do Brasil para
o aeroporto do Cairo (CAI). A Ethiopian
Airlines (ethiopianairlines.com) voa com
parada em Adis Abeba, cujo aeroporto
acaba de ser reformado. Os preços
começam em R$ 4.500, ida e volta, e a
duração mínima da viagem é de 18 horas
no total. Quem opta por um voo cuja
primeira conexão disponível é maior
que oito horas na capital etíope recebe
automaticamente hospedagem, traslados,
alimentação e visto providenciados
pela companhia aérea, sem custos. E há
também a opção de stopover, em que
o passageiro pode estender o tempo de
conexão na Etiópia para até 72 horas antes
de embarcar rumo à sua parada final (mas
sem a assistência mencionada acima).
Basta solicitar o stopover no momento da
compra on-line e também providenciar
o visto etíope em evisa.gov.et.
Leia mais em
bit.ly/ethiopian-viajar
PAC O t E S
Saída: 12/10
Inclui: visto, hospedagem (4 noites
com café da manhã no Cairo e 4 noites
em cruzeiro no Rio Nilo com pensão
completa), passeios com guia em
português (Museu do Cairo, pirâmides
com esfinge, Bairro Copta, mercado de
Khan El Khalili, Luxor, Vale dos Reis, Karnak,
Não inclui: voos internacionais e
domésticos, taxas de embarque,
gorjetas e bebidas
Preço: a partir de US$ 1.135
Quem leva:
Know How – knowhow.tur.br
Rhema Turismo – rhemaoperadora.com.br
Ylha Bela – ylhabelaoperadora.com.br
Visa – visaturismo.tur.br
Une World – uneworld.com.br
Viaje Comigo – planetaviagem.net
Just Tur – justtur.com.br
CT Operadora – ctoperadora.com.br
Inspire – machupicchubrasil.com.br
Investur – investur.com.br
Freeway – freeway.tur.br
H O S P E DA R E C O M E R
h
CAIRO
Marriott Numa ilha em meio ao Nilo,
ocupa um palácio do século 19. Hoje, alas
modernas foram anexadas, somando
1.087 quartos, além de spa, piscina,
academia, vários restaurantes
internacionais, lojas e cassino.
Diárias a partir de US$ 120.
Saray El, 16, Gezira, bit.ly/marriott-cairo
Sheraton Tem 660 suítes e belas vistas
para o Nilo. Vale a pena fazer uma
refeição por aqui – o restaurante tem
bufê internacional ou à la carte com
especialidades árabes. Diárias a partir de
US$ 132. Praça Galae, bit.ly/sheraton-cairo
Conrad As varandas generosas podem até
dar vista para as pirâmides ao longe. Os
quartos são espaçosos e há várias opções
gastronômicas. Diárias a partir de US$ 141.
Nile Corniche, 1.199, bit.ly/conradcairo
Four Seasons A rede de luxo tem duas
unidades: o Nile Plaza (diárias a partir
Moeda cotada em 20/2/2019. Todos os valores aqui apresentados foram apurados em fevereiro de 2019 e podem sofrer alterações sem aviso prévio.
de almoço e jantar. Diárias a partir de
US$ 140, bit.ly/movenpick-aswan)
LUXOR
Sonesta St George Para dormir antes
ou depois do cruzeiro e assim explorar a
cidade com mais calma, este elegante e
nada discreto hotel tem quartos voltados
para o Nilo e boas opções gastronômicas,
como o italiano Beban – bom para dar
uma pausa nos temperos árabes. Diárias
a partir de US$ 84, bit.ly/sonesta-luxor
HURGHADA
Hilton Segue o padrão dos demais
resorts da cidade, com piscinonas, acesso
à praia, vários restaurantes e possibilidade
de contratar pacotes all-inclusive
à parte. No restaurante Pebbles, tem
bufê internacional desde o café da
manhã até o jantar. Diárias a partir de
US$ 42, bit.ly/hilton-hurghada-viajar
Mövenpick Na vila de El Gouda, tem
mais de 400 quartos avarandados, praia
privativa e vários esportes aquáticos.
Também há restaurante com bufê
internacional. Diárias a partir de
US$ 119, bit.ly/movenpick-urghada
hPA S S E A R
Sakkara Ingresso: EGP 150
Mênfis Ingresso: EGP 80
Cidadela de Saladino Ingresso: EGP 140
Templo de Philae Ingresso: EGP
140 (não inclui barquinho)
Templo de Abu Simbel Ingresso:
EGP 200. Foto: EGP 300
Templo de Kom Ombo Ingresso: EGP 100
Templo de Edfu Ingresso: EGP 140
Templo de Luxor Ingresso: EGP 50
Vale dos Reis Ingresso: EGP 200 (três
tumbas). Tumba de Tutâncamon: EGP 100
Templo de Hatshepsut Ingresso: EGP 30

88 VIAJAR pelo Mundo

atendimento@freeway.tur.br - 11 5088.0999
 Peru
DUAS VERSÕES PARA O

Montamos dois roteiros – um abraça as cidades

sagradas dos incas com Machu Picchu no front; já o
segundo segue uma linha mais mística com desfecho
nas ilhas do Lago Titicaca. Feitos combinados ou em
viagens diferentes, os dois rendem um mergulho
profundo no belo e enigmático Peru – e, em qualquer
caso, uma passadinha na capital Lima é mandatória
Por Daniele Motta, Tarcila Ferro e Victor Gouvea

MACHU PICCHU

Imagens: Shutterstock.com

90 VIAJAR pelo Mundo

 LAGO TITICACA

A
primeira viagem sugerida re-
visita a trilogia turística mais
cobiçada do pedaço, com
Cuzco, Águas Calientes e Machu
Picchu, cobrindo toda a simbologia
que cerca a história e o legado dos
incas. Serve como um contato ini-
cial e cheio de expectativas para os
viajantes que chegam sedentos para
entender e vivenciar o Peru. A rota
traçada para o segundo roteiro une
Arequipa, os vulcões e cânions do Lima
Vale do Colca, e o Lago Titicaca,
incluindo duas de suas ilhas. É ro- Machu
teiro para um segundo ou mais den- Picchu Cuzco
Oceano Pacífico
so contato com o país. O resultado Vale Lago Titicaca
desse choque é uma experiência de do Colca
Arequipa Puno
viagem profundamente impactante.

VIAJAR pelo Mundo 91

 Lima
PERU
O COMEÇO DE TODA VIAGEM
T
udo começa pela capital peruana,
que recebe os voos diretos do Bra-
sil. A partir dali, quem segue para
Machu Picchu voa até Cuzco, e os que
optam em seguir para o sul deixam a capi-
tal em direção a Arequipa, em menos de
duas horas de voo. Aqueles mais apres-
sados aproveitam essas horinhas entre os
voos para esticar até o centro histórico de
Lima, em um passeio rápido de meio dia,
dando a cidade como conhecida.
O fato é que turistas desatentos pas-
sam batido e acabam perdendo não só
passeios e muita história, como também
deixam de lado a verdadeira vocação de
Lima: a gastronômica. Volta e meia seus
restaurantes aparecem entre os melhores
do mundo, em uma lista que não para de
MIRAFLORES
92 VIAJAR pelo Mundo
crescer: Central, Maido, La Mar, Astrid y
Gastón... O trabalho primoroso e a criati-
vidade de chefs estrelados, além de uma
pitada do típico tempero ají, consolidam
a fama, com uma boa ajudinha das águas
geladas do Pacífico, que proporcionam
peixes fresquinhos todo santo dia.
Para se aprofundar no assunto, reser-
var uma mesa no restaurante Chez Wong,
cujo chef foi precursor da renomada gas-
tronomia de  Lima, ajuda os visitantes a
conhecerem mais da culinária do país.
A partir de um linguado enorme, o tradi-
cional ceviche é preparado na frente dos
clientes. No El Mercado, do chef Rafael
Osterling, vale a pena fazer reserva para
curtir o ambiente descolado, com clima
de praia e comida sensacional. Para drin-
ques, o descontraído Barra 55 abusa de
coquetéis à base de gim.
Não vão faltar opções para você pro-
var o ceviche (peixe marinado em limão,
com sal e pimenta), o ají de galinha (ave
cozida com leite) e o lomo saltado (carne
fatiada com cebola e tomate). Na onda
das bebidas típicas, não podem ficar de
fora o drinque pisco sour (feito de pisco,
suco de limão, açúcar e clara de ovo) e a
colorida Inca Kola (refrigerante amarelo-
-limão com gosto de tutti-frutti).
H i s t ó r i a s p e r ua n a s
Além da vertente gourmet, Lima
tem um centro histórico elevado a Pa-
trimônio da Humanidade pela Unes-
co. Nas imediações da Plaza de Armas,
projetada a pedido do conquistador es-
panhol Francisco Pizarro no século 16,
está reunido todo o conjunto arquite-
tônico, que pode ser visitado em uma
simples caminhada.

A via-sacra começa na Basílica de Nos-
sa Senhora das Mercês, bem no calça-
dão da Jirón de la Unión. Inaugurada em
1535, ela foi palco da primeira missa ce-
lebrada em Lima, com a presença de Pi-
zarro. Já a Catedral de Lima ocupa uma
quadra inteira. Impressiona por fora e por
dentro, onde há altares barrocos e neo-
clássicos e muitas obras de arte. No Con-
vento de São Francisco, o interessante é
pagar o ingresso à parte para andar pelos
corredores claustrofóbicos das catacum-
bas subterrâneas, onde há mais de 25 mil
ossos de pessoas enterradas no século 18.
Hospedar-se no bairro de Miraflores é
uma ótima ideia: é um mosaico do que
existe de mais bacana na capital peruana.
Há praias, falésias, ruínas arqueológicas,
restaurantes moderninhos, cevicherias,
casas noturnas, bares, parques... Tem
até uma rua só de pizzas, a Calle de las
Pizzas, em frente ao Parque Kennedy, e
o Malecón Cisneros, um calçadão para o
Fotos: Shutterstock.com e divulgação
footing perto do mar. Aí fica o Parque del
Amor, no alto de uma falésia à beira-mar.
Com um quê de Parque Güell, em Barce-
lona, o lugar tem mosaicos coloridos e é
coroado pela escultura O Beijo, do artista
Victor Delfín. Se sobrar energia, vale ba-
ter perna no vizinho shopping Larcomar,
2
1 3
com lojas, cinema, praça de alimentação, 1. Plaza de Armas
2. Pirâmide de
boliche, discoteca, restaurantes e cafés Huallamarca
com mirante para o Pacífico. 3. Prato de pescados
do restaurante
Ainda em Miraflores, reserve pelo me- Astrid y Gastón
nos duas horas para visitar o sítio arqueo-
lógico Huaca Pucllana, antigo centro ce-
rimonial habitado por povos precursores
dos incas. Trata-se de um enorme espaço
com uma pirâmide de 25 metros, pátios
e praças bem preservados. Programe-se
para fazer o passeio guiado.
San Isidro  é outro bairro trendy, to-
mado por prédios novinhos e hotéis so-
fisticados. Ali fica o Bosque El Olivar,
um parque que rende deliciosas cami-
nhadas em meio a milhares de oliveiras.
Sem deixar San Isidro, outro sítio ar-
queológico que faz sucesso é o Hualla-
marca, mais um centro ce-
rimonial marcado por uma
grande pirâmide. No pe- PARQUE DEL AMOR
queno museu que fun-
ciona no espaço, o des-
taque fica por conta
dos artefatos do anti-
go povo hualla e das
múmias que im-
pressionam pelo
bom estado de
conservação.
VIAJAR pelo Mundo 93
 PERU
ROTEIRO 1
Aguas Calientes,
Machu Picchu e Cuzco
ag ua s C a l i e n t e s
Lima até Cuzco: 1h15 de voo
Chegar a Aguas Calientes, o vilarejo que ser-
ve como porta de entrada para Machu Picchu, exi-
ge logística: de Lima para o aeroporto de Cuzco dá
uma hora e 15 minutos de voo; e de lá, transfer até
o terminal para pegar o ônibus a Ollantaytambo,
de onde partem os trens da PeruRail com destino
a Aguas Calientes. A PeruRail domina a logística e
oferece três categorias de trem: a top Hiram Bin-
gham, da companhia Belmond, inclui refeições a
bordo, ingresso às ruínas e outras facilidades. Com
partidas de Ollantaytambo, as categorias Vistado-
me e Expedition não são luxuosas, mas têm lan-
chinho, audioguia e os janelões panorâmicos que
CIDADELA DE MACHU PICCHU
94 VIAJAR pelo Mundo
permitem ao viajante contemplar o belo visual do
trajeto pelo Vale Sagrado ao longo de duas horas
(preços a partir de US$ 70, perurail.com).
Já na pequena Aguas Calientes, perder longos
minutos no centrinho da vila tomando uma cerve-
ja peruana na companhia de viajantes do mundo
todo é a melhor pedida. Nesse miolo se espremem
muitos hostels e acomodações mais baratinhas.
Mas nem só de albergue vive Aguas Calientes. Às
margens do Rio Urubamba, o hotel Sumaq leva
cinco estrelas para o vilarejo com quartos amplos,
restaurantes sofisticados, spa e aulas de gastrono-
mia e de cultura peruana. O El Mapi e o Inkaterra
seguem uma linha parecida e já costumam incluir
nos pacotes o transporte até Machu Picchu, que
fica a 25 minutos de ônibus dali em um trajeto que
combina um jogo de subidas de tirar o fôlego.
 M aC H u p i C C H u Ônibus a partir de Aguas Calientes
C o M o v i s i ta r
O transporte de Aguas Calientes até
a porta da cidadela inca custa US$ 24
(ida e volta) e o primeiro ônibus sai
às 5h30 da manhã. As filas costumam
ser generosas, mas a expectativa é
que comecem a diminuir, uma vez
que as regras de visitação a Machu
Picchu mudaram desde o começo de
2019. Agora, os turistas só entram nas
ruínas com hora marcada e a visita
passou a ter limite de duração, não
podendo ultrapassar quatro horas (o
bilhete de entrada mostra a hora em
que o visitante deve sair).
Os ingressos podem ser comprados
com até seis meses de antecedência
pelo site oficial. Há nove horários
disponíveis, sendo o último às 14h.
Não adianta chegar antes da hora
marcada! Os viajantes que conciliarem
a visita à cidadela com as trilhas nas
montanhas de Huayna Picchu ou
Machu Picchu devem comprar os
ingressos casados no site e têm a visita
prolongada entre sete e oito horas,
dependendo de qual trilha vão fazer.
É importante reforçar que a subida às
montanhas têm número fechado de
visitantes por dia, sendo fundamental
fazer a reserva do passeio com meses
de antecedência. Outra coisa que
mudou (na verdade já era regra, mas
agora as autoridades serão mais
firmes na fiscalização) é que não será
mais possível fazer a visita sem a
contratação de um guia. Algo muito
simples de fazer, uma vez que há
diversos profissionais credenciados na
porta do parque.
Ingresso: US$ 45 somente a cidadela
ou US$ 60 com subida a uma das
montanhas. machupicchu.gob.pe
Foto: Shutterstock.com
Confira o passo a passo para
subir Huayna Picchu no nosso
site: bit.ly/huayna-viajar
A cidadela inca de Machu Picchu se
projeta de maneira perfeita em um va-
le entre dois grandes picos forrados de
vegetação. Reina absoluta, a 2.492 me-
tros de altitude. A arquitetura revela um
trabalho meticuloso, com o aproveita-
mento de pedras encaixadas e justapos-
tas usadas para criar templos, armazéns,
casas, terraços de cultivo, longas escada-
rias e até um palácio erguido para o im-
perador Pachacutec, o responsável pela
construção da cidadela em 1450.
O mundo só conheceu Machu Pic-
chu, que na língua quéchua significa
“Velha Montanha”, mais de quatro sécu-
los depois, quando o explorador ameri-
cano Hiram Bingham foi guiado por um
garoto camponês de 11 anos até o local.
A “descoberta” fez da cidade perdida dos
incas o maior e mais importante sítio ar-
queológico da América do Sul. Um lugar
que, misteriosamente, perdeu todos os
seus habitantes, antes mesmo de os co-
lonizadores europeus chegarem.
Várias teorias já surgiram para expli-
car a história e os motivos que levaram
ao seu abandono. As hipóteses são mui-
tas, as comprovações, poucas. “A cer-
teza que temos é de que os espanhóis
nunca chegaram até aqui e que os habi-
tantes de Machu Picchu não morreram
por falta de água. A ideia que se trata-
va de um santuário de mulheres tam-
bém não se sustenta mais”, explicam os
guias. Seja qual for a verdadeira razão,
o que vale mesmo é curtir a energia ini-
gualável desse lugar. Leve um lanche re-
forçado e água para aguentar o ritmo do
passeio, basicamente sobe e desce de
escadas, entrando e saindo das constru-
ções. Mesmo se não fosse obrigatório,
ter um guia faz toda a diferença na hora
de entender os templos do Sol, das Três
Janelas e do Condor, a Residência Real
e o relógio de sol Intihuatana.
VIAJAR pelo Mundo 95
 PERU
Foto: Shutterstock.com
CuzCo
Trem + ônibus a partir de Águas Calientes
O manual dos marinheiros de pri-
meira viagem no Peru adverte: se plane-
ja visitar Cuzco e Machu Picchu, dei-
xe Cuzco para depois. A razão é uma só:
a aclimatação. Cuzco está 3.400  me-
tros acima do nível do mar – quase mil
metros mais alta que Machu Picchu –
e isso inclui ar rarefeito e, certamente,
o mal-estar chatinho da altitude conhe-
cido como soroche (saiba como sobrevi-
ver a ele no quadro). Portanto, depois
de Aguas Calientes, faça o caminho in-
verso pegando o trem de volta a Ollan-
taytambo e depois o ônibus até Cuzco.
Quando os espanhóis fincaram sua
bandeira em Cuzco, lá pelo ano de 1532,
também trouxeram na bagagem a inten-
ção de deixar a cidade com um ar mais
espanhol. Só não esperavam dar de cara
com a engenhosidade da arquitetura in-
ca, resistente até mesmo a terremotos.
96 VIAJAR pelo Mundo
PLAZA DE ARMAS DE CUZCO
Por isso, muitas casas e igrejas ainda re-
pousam na solidez das pedras desses po-
vos pré-hispânicos. Vide o Palácio Arzo-
bispal, sede do Museu de Arte Religiosa,
erguido sobre a carcaça do antigo palá-
cio do imperador inca Roca. Ou então, o
Convento de Santo Domingo, justapos-
to sobre as ruínas de Qorikancha, tem-
plo dedicado ao culto do deus Sol.
A própria Plaza de Armas é a prova
da repaginação espanhola sofrida por
Cuzco. Os sobrados ao redor do chafa-
riz central exibem sacadas talhadas em
madeira, nos moldes das que embele-
zam as fachadas das casas de Sevilha. Já
a Igreja da Sagrada Companhia de Jesus
e a Catedral Basílica evidenciam a forte
presença católica.
No interior da catedral, há um qua-
dro inspirado em A Última Ceia, de
Leonardo da Vinci, feito por um artis-
ta da Escola Cuzquenha – movimen-
to artístico que mesclava a iconogra-
fia indígena com a espanhola em telas
de pintura a óleo, revelando o período
 Não importa onde você vá.
Esteja sempre bem acompanhado.
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 PERU

Fotos: Shutterstock.com
de dominação europeia. Na obra, a re-
feição de Jesus e dos apóstolos é com-
posta por elementos andinos, como a
chicha morada (suco de milho fermen-
tado) e o cuy, o porquinho-da-índia bas-
tante apreciado pelos locais.
Outras curiosidades da Escola Cuz-
quenha podem ser vistas no Museo
Inka, que detalha em dezenas de mu-
rais o que se sabe sobre a história in-
ca. O Museu de Arte Pré-Colombiano,
na Plaza Nazarenas, também tem uma
coleção de peças milenares, com ferra-
mentas de pedras, utensílios e joias de
ouro e prata. Ele fica na mesma praça
dos hotéis Palacio Nazarenas e Monas-
1
terio, ambos da rede Belmond, instala-
dos em edifícios religiosos históricos.
Não deixe de fora os sítios arqueo-
lógicos, alguns praticamente dentro da
cidade. É o caso de Sacsayhuamán, a
dois quilômetros da Plaza de Armas.
Para erguer essa fortaleza no século 15,
os incas se valeram de suas técnicas
apuradas de encaixar perfeitamente
pedras gigantescas e pesadíssimas sem
usar qualquer argamassa. Tão avança-
das que as paredes continuam de pé
há mais de 700 anos. Apesar da proxi-
2
midade com o centro, deixe de lado a
ideia de fazer o trajeto andando: a su-
DriblanDo o soroche bida íngreme parece não ter fim. Com-
Não é mito, é fato científico: quanto pensa mais pegar um táxi e também
maior a altitude, menos oxigênio pedir para o motorista parar no Cristo
disponível. Cada um sente de uma Blanco, vizinho a Sacsayhuamán, para
maneira os efeitos do chamado ver Cuzco do alto.
soroche. Sintomas corriqueiros são O mesmo ingresso de acesso a
náuseas, tonturas, falta de ar, dores Sacsayhuamán também serve para en-
de cabeça e sonolência. Esses são trar nas ruínas de Qenqo (um cen-
sinais de que seu corpo está se tro para rituais), na fortaleza de Puka
aclimatando – o processo completo Pukara e em Tambomachay, o templo
dura cerca de 15 dias, dependendo das águas. Para visitar Moray, a 50 qui-
3
do metabolismo. lômetros de Cuzco, paga-se extra (uma
1. Convento de Santo
Domingo sobre as
Ainda assim, para ajudar as infinidade de agências de viagem ofe-
ruínas de Qorikancha hemoglobinas assustadas, não rece o tour). O que os incas fizeram ali
2. Círculos em Moray corra, não pule nem realize esforços também é de impressionar: enormes
3. Chá de folhas
físicos como carregar peso. E nada
de coca círculos concêntricos, de até 30  me-
de bebidas alcoólicas nos primeiros
tros de profundidade, dispostos em
dias, só o famoso chá de folha de
degraus. A utilidade dessa trabalhei-
coca, que dá novo fôlego ao corpo
(mesmo!). Boas noites de sono são
ra toda é incerta. Mas diante da per-
um tanto improváveis na altitude, feição simétrica das linhas, diferente-
mas descansar é preciso. mente de nós, os incas sabiam muito
bem o que estavam fazendo...

98 VIAJAR pelo Mundo

 Conheça uma das 7 Maravilhas
do Mundo com quem mais
entende de Machu Picchu

a
Cortesira Classe
Pr i m ei u Picchu
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Mach 16
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ROTEIRO 2
Arequipa, Vale do Colca,
Puno e Lago Titicaca
A r e q u i pA
Lima até Arequipa: voo de 1h30
A Plaza de Armas é o coração do cen-
tro histórico de Arequipa, local em que
os primeiros sinais do domínio espanhol
vêm à tona. Situada em um lindo vale
cercado de montanhas e vulcões, a cida-
de fundada em 1540 foi peça-chave para
os conquistadores estabelecerem o con-
trole no sul do Peru e proteger a região.
Porém, não contavam que o primeiro e
mais devastador inimigo estava sob seus
pés. Com o terremoto que desmantelou
tudo em 1600, o centro histórico que se
vê, hoje Patrimônio da Humanidade da
Unesco, é a segunda versão, preparada
para aguentar chacoalhões sísmicos.
Construída em blocos de pedra de
sillar, uma rocha vulcânica branca re-
tirada de pedreiras da região, Arequipa
Fotos: marktucan/ Shutterstock.com
100 VIAJAR pelo Mundo
ganhou o apelido de Ciudad Blanca. A
técnica de extração e preparação manu-
al dos blocos (até hoje!) se tornou Patri-
mônio Imaterial do país e dá para visitar
pedreiras para aprender como os traba-
lhadores mantêm a tradição de 400 anos
com ferramentas rudimentares. Demo-
ram uma semana para levar abaixo um
blocão de pedra, que depois de uns toc-
-toc precisos aqui e ali vira paralelepípe-
dos de 50 centímetros de comprimento.
A Basílica Catedral de Arequipa, a
Igreja da Companhia de Jesus e os vis-
tosos arcos do Palácio Municipal se be-
neficiaram do trabalho dos pedreiros,
formando o impressionante e opulen-
to conjunto arquitetôni-
co derrubador de quei-
xos. Moradores e turistas
passeiam pelo principal BASÍLICA
cartão-postal da cidade CATEDRAL DE
AREQUIPA
no fim de tarde, onde
às vezes acontecem apresentações ani-
madas de música e dança.
Na Igreja da Companhia de Jesus
restam poucos pedaços de afrescos ori-
ginais da Escola Cuzquenha e tam-
bém há uma representação de A Última
Ceia, semelhante à encontrada na Cate-
dral de Cuzco. Anexa, a Capela de San
Ignacio tem o teto e as paredes pinta-
dos com tema floral e tropical bem re-
buscado, com representantes da fauna e
da flora amazônica. Na visão dos jesuí-
tas europeus, a floresta era uma espécie
de jardim prometido bíblico, e por isso
a decoração da capela rendeu essa bela
homenagem à natureza sul-americana.
A dois quarteirões da praça principal,
o Convento de Santa Catalina é outro
exemplo do início do domínio espanhol
na região, fundado em 1579 por uma
freira. No seu auge, chegaram a mo-
rar lá 250  madres e 650  mulheres em
20 mil m², quase três campos de fute-
bol. Por muito tempo, era orgulho das
famílias nobres casar a primeira filha e
entregar a segunda à catequese – com
ou sem vocação eclesiástica. Mas aque-
la era uma clausura diferente, de luxo.
As moças só rezavam e a família pagava
um dote gordo à instituição para man-
ter o conforto da rebenta. Tinham até
criadas e mordomias pouco usuais para
monjas, como móveis, cozinha própria
e quartos amplos. Hoje, é possível co-
nhecer a maior parte do Santa Catalina,
inclusive clausuras desativadas e ruas
CONVENTO DE SANTA CATALINA
internas inspiradas na arquitetura de cidades espanho-
las da região da Andaluzia.
O arequipenho mais famoso de todos os tempos é o
escritor Mario Vargas Llosa, ganhador do Nobel de litera-
tura, que nasceu em uma casa do centro histórico. Com
1 ano de idade, mudou-se de lá para Cochabamba com
a família, mas ainda conserva carinho pelo lugar. Hoje,
completamente restaurado, o endereço se tornou um mu-
seu interativo high tech, com direito a holograma de Var-
gas Llosa simpaticão recebendo os visitantes no primeiro
quarto. A exposição conta as etapas da vida do autor, as ci-
dades onde morou, suas amizades e a aventura na políti-
ca, quando se candidatou à presidência do Peru.
Bem menos célebre do que Vargas Llosa, a casa do
General Don Manuel Garcí de Carbajal também está
aberta a visitação na área rural. Mas quem foi esse ilus-
tre senhor? O fundador de Arequipa, ora! A construção
data de aproximadamente 1600 e mistura influências da
arquitetura moura, como o pátio central, e o teto aboba-
dado próprio da região para suportar terremotos. Alguns
móveis são originais e a casa está bem conservada.
No povoado tradicional de Paucarpata, a fachada da
igrejinha de Santa Ana estampa um entalhe do sincretis-
mo entre o catolicismo e as crenças pagãs incas. Um tigre
representando Kay Pacha, ou o mundo terreno, e a serpen-
te, símbolo do Ukhu Pacha, ou mundo dos mortos, mistu-
ram-se a santos. Em Paucarpata também se vê um exemplo
dos terraços pré-incas para cultivo agrícola, com irrigação
por escoamento de, acredite se quiser, um milênio de idade.
Cercando e testemunhando todas essas histórias pré
e pós-hispânicas estão os imponentes vulcões Misti e
Chachani, que podem ser admirados de quase qualquer
ponto de Arequipa, mas muito melhor do Mirante del
Carmen Alto. Os mais aventureiros, além de contempla-
rem e fotografarem como todos, deslizam em uma longa
e eletrizante tirolesa.
VIAJAR pelo Mundo 101
 PERU
VA l e d o C o l C A
Arequipa até Vale do Colca: 4h de carro
Apesar de longo, o trajeto até o Va-
le do Colca é lindo e passa pela Reser-
va Nacional de Salinas y Aguada Blan-
ca, e pelos Pampas de Toccra, que quer
dizer “limo” em quéchua, um dos idio-
mas nativos.
A primeira parada é no povoado de
Pataguassi, onde vivem cerca de dez fa-
mílias. Ela revela um cenário árido, de-
sértico, com formações rochosas e al-
guns tufos de vegetação seca espalhados
pelo chão de tons terrosos. Lhamas e al-
pacas caminham despreocupadamente,
sem disposição para interagir com huma-
nos. Sabendo que a estrada segue na la-
deira até atingir 4.910 metros de altitu-
de, é oportuno bebericar o chá de folhas
de coca com muno, uma erva digestiva, e
hierba blanca, um matinho com proprie-
dades medicinais. O preparado alivia o
mal-estar, empresta confiança para con-
tinuar subindo e, ainda por cima, é sabo-
roso – qualidade que não se atribui à co-
ca sozinha, sem que ela nos ouça.
102 VIAJAR pelo Mundo
Fotos: Shutterstock.com
Vicunhas selvagens, as primas me-
norezinhas das alpacas, cruzam a estra-
da de um lado para o outro. Ou talvez
sejam guanacos, outro parente dos ca-
melídeos andinos. Difícil é distinguir
quem é quem com eles correndo na sua
frente. Com sorte, podem aparecer ou-
tros exemplares da fauna local, como o
íbis-preto, a gaivota andina e até pumas.
Quando enfim chega o altiplano, de es-
trada reta e infinita, surgem alguns pe-
quenos lagos, congelados ou líquidos.
O clima desértico é assim: cuide-se pa-
ra não pegar uma insolação de dia e pa-
ra não ter hipotermia à noite.
O caminho ainda reserva passagem
pela cratera do vulcão Chucura e o Mira-
dor Patapampa, a 4.910 metros, o ponto
mais alto da estrada. De lá, a falta de oxi-
gênio pega de surpresa alguns viajantes,
que são surpreendidos também pela vis-
ta incrível de oito vulcões. Além do Misti
e do Chachani, velhos conhecidos desde
Arequipa, também enxergamos o Ampa-
to, com seu pico nevado; o Sabancaya,
em plena forma, com o topo fumegan-
te; o Hualca Hualca, o Chucura, o Ubi-
nas e o Mismi. Todos com plaquinhas
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indicando seus nomes e respectivas alti- de casinhas de paredes amarelo-mostar-

tudes a partir do mirante. da e teto de palha, onde às vezes só se
Dali em diante se desce um pouco ouve o vento agitando a bandeira do Pe-
até chegar ao povoado de Chivay, o lugar ru hasteada na pequenina praça central.
mais importante do Vale do Colca, onde As pequenas aldeias peruanas encaram
o visitante vai encontrar algumas opções dilemas parecidos. Os mais jovens mi-
de restaurantes e pousadas. Para en- gram à capital para estudar e acabam
trar, é preciso pagar uma taxa, como for- deixando para trás suas raízes. Em Si-
ma de preservar a cidadela. Mas a parte bayo não era diferente, até que ONGs
mais cativante da região fica perto dali e chegaram e capacitaram os moradores
1. Povoado de Chivay
2. Voo do
atende pelo nome de Sibayo. Vivem por para receber turistas interessados em
condor-dos-andes volta de mil pessoas nessa comunidade conhecer as populações e seus hábitos.
Os visitantes são recebidos em casebres
preparados para eles, comem junto com
os locais e dividem tarefas no campo,
além de compartilhar caminhadas pelas
montanhas e participar das festividades.
E não é só o patrimônio imaterial
que carece de proteção. Ave-símbolo
do Colca, o imenso condor-dos-andes
figura na lista de animais em risco de
extinção por ter sido caçado anos a fio
por curandeiros que creditavam a ele
poderes mágicos. Hoje protegida por
lei, a maior ave de rapina do mundo é
a protagonista de um espetáculo ines-
quecível: o voo em pleno Cânion do
Colca, que por si só já seria suficien-
temente extraordinário. Trata-se da se-
gunda mais profunda fenda do mundo,
com 3.800  metros, que por anos dis-
putou o título com o Cânion Cotahua-
si, também no Peru. Para efeitos de
1 comparação, é o dobro da fundura do
Grand Canyon, nos Estados Unidos.
Fotos: Matyas Rehak/ Shutterstock.com

Completando a paisagem, aproxima-

damente 50  condores vivem ali como
adereço de luxo.
Para assistir ao vaivém das aves, que
chegam a medir três metros de enverga-
dura e pesar 11 quilos, é preciso chegar
cedo aos mirantes do cânion. Com esse
tamanho todo, elas são obrigadas a apro-
veitar as correntes de ar quente forma-
das de manhã para planar para lá e pa-
ra cá. Ausência de poluição e de nuvens,
graças à umidade quase nula, garan-
te céu azul-royal constante e as paisa-
gens se superam a cada parada ao longo
do cânion. O mirante de Wayra Punku
mostra, em um ângulo de 180 graus, a
ampla fissura no chão com o rio corren-
2
do lá embaixo.

104 VIAJAR pelo Mundo

 Oriente Médio
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puno e Lago TiTicaca
Voo de Arequipa até Juliaca: 2h30, com
conexão em Cuzco
Há lugares no mundo que fazem a
gente se sentir dentro de uma história de
ficção. O Lago Titicaca é um deles, não
só pela particularidade de ser o lago na-
vegável mais alto do mundo, mas tam-
bém porque os tesouros arqueológicos e
humanos associados à lenda de ser o ber-
ço da civilização inca dão ao lago o gaba-
rito de ser um local único.
Puno é a cidade à beira do Titicaca que
concentra os visitantes do lado peruano.
Para chegar até ela, desembarcando no
aeroporto de Juliaca, a 40 minutos de dis-
tância, o sítio arqueológico de Sillustani
já está no caminho. A península, que en-
tra no Lago Umayo conferindo uma aura
de sagrado ao lugar, ostenta 30 torres dos
tiahuanacos, povo pré-incaico que domi-
nou a região, e mais dez dos próprios incas,
os manda-chuvas da área do século 15 até
a chegada dos espanhóis. Arqueólogos su-
punham que essas torres se tratavam de
silos de armazenamento de cereais, mas
em 1971 tiveram uma surpresa – que de-
ve ser como ganhar na loteria para um es-
tudioso do gênero. Uma tempestade de
raios destruiu uma das construções e re-
velou uma descoberta importante: eram,
na verdade, câmaras funerárias verticais,
em que múmias eram guardadas em sa-
cos de tecido em posição fetal e adorna-
das com peças de ouro e prata. Daí a ra-
zão pela qual atraíam tantos raios. Isso
levou a outras duas descobertas: as mú-
mias eram de nobres, e em volta das torres
VISTA DO LAGO TITICACA
E CIDADE DE PUNO
106 VIAJAR pelo Mundo
de pedra estavam enterrados animais e es-
cravos que, segundo acreditavam, traba-
lhariam para eles depois da morte. Final-
mente chegando a Puno, a imagem é de
uma cidade de cor ocre, deitada ao pé da
montanha. Não se tem o hábito de pintar
as residências por ali, e o visual em con-
traste com a cor azul-marinho do Titica-
ca é de alto impacto. Recorre-se a um bar-
co para conhecer algumas joias guardadas
pelo lago. Meia hora de navegação leva até
as ilhas flutuantes de Uros, onde seus ha-
bitantes vivem da mesma maneira há mais
de 400 anos – são construídas com a raiz
do junco que cresce em abundância no la-
go e precisam ser completamente refeitas
a cada ano e meio. Casas e chão são feitos
com o caule da planta. As residências têm
vida útil de três meses e o chão deve ter
novos caules espalhados quinzenalmente
sobre os pisoteados para garantir firmeza.
“Mas por que raios esse povo decidiu
viver dessa maneira?”, você deve estar se
perguntando agora. Bem, os espanhóis
chegaram escravizando todo mundo que
vivia à beira da água; os uros se rebela-
ram e decidiram se esconder dentro do
lago para escapar. Com o tempo, refina-
ram suas técnicas e deixaram de viver nos
barcos para começar a construir ilhas flu-
tuantes, técnica ensinada de geração pa-
ra geração. O único elemento moderno
são as placas solares, instaladas para faci-
litar a vida deles com eletricidade e redu-
zir os riscos de incêndios por causa de ve-
las e lampiões. Entre as 85 existentes, há
algumas ilhas turísticas e outras em que
Foto: Shutterstock.com
muitos ainda se comunicam em aymara,
idioma nativo, pescam, caçam e seguem
a tradição.
 PERU
ILHAS FLUTUANTES DE UROS
Tradição também é o que move a
ilha de Taquile, a três horas de barco a
partir de Uros. Ali moram 2 mil pesso-
as divididas em seis comunidades, que
usam o quéchua como idioma. Apor-
tando na ilha, uma subida íngreme com
pouco ar disponível aguarda os visitan-
tes e depois uma caminhada plana de
mais 20  minutos. Vale vencer o obs-
táculo inicial. No caminho, cruzamos
com alguns nativos e o chefe-geral, que
usa roupas totalmente pretas indicando
ser uma autoridade.
Não é só a roupa dele que passa al-
guma mensagem. Todo morador da ilha
deve usar um gorro, tecido por ele mes-
mo, indicando se está solteiro, compro-
metido ou casado. Gorrinhos de duas
cores indicam que o rapaz está solteiro;
108 VIAJAR pelo Mundo
Fotos: saiko3p/ Shutterstock.com
já os vermelhos querem dizer que é ca-
sado. O pompom na ponta do gorro joga-
do para o lado significa que ele já conhe-
ceu uma pretendente e está namorando.
Do alto da Casa Lorenzo, Hector
Quispe recebe visitantes para se hos-
pedarem em sua residência ou sim-
plesmente gozarem de um almoço com
dança típica. Avista-se uma cadeia de
montanhas que já está na margem bo-
liviana do Titicaca. O menu é uma sopa
de quinoa cultivada lá mesmo (a melhor
de todo o Peru, dizem) e peixe fresco
pescado no Titicaca. A gentileza dos an-
fitriões, a paisagem que lembra, em al-
guns momentos, a Costa Amalfitana, na
Itália, e o contato com uma cultura tão
forte e resistente emocionam. O Peru
não é para os fracos.
TORRE DOS TIAHUANACOS
WTM Latin America 2019
abre o credenciamento para
visitantes e imprensa
A WTM Latin America 2019 abre as inscrições para
o credenciamento de sua 7ª edição, que acontece em
São Paulo, entre os dias 2 e 4 de abril, no Expo Cen-
ter Norte. O credenciamento da edição 2019 vem in-
tegrado às mídias sociais e torna o registro do visitante
mais rápido e ágil. O principal evento mundial para a
indústria de turismo e viagens da América Latina inau-
gura a agenda do setor e traz para a capital paulista 600
expositores representando cerca de 50 países e média
de 12 mil profissionais da indústria de turismo da Améri-
ca Latina e do mundo.
Entre as novidades dessa edição, está a nova identida-
de do programa de agentes de viagens, desenvolvido
em parceria com a Interamerican Network. Intitulado
“Agente na Estrada”, o programa oferece um aplica-
tivo mobile interativo, que pontua e premia o agente de
viagens por intermédio de uma competição saudável e
divertida, além de trazer mais interação entre os cerca
de 700 agentes de viagens - vindos de todos os estados
brasileiros -, e as operadoras expositoras no evento.
Outra novidade na edição latino-americana é o progra-
ma Women in Travel (Mulheres no Turismo), que já
acontece na WTM London, WTM Africa e ATM (Arabian
Travel Market) e chega à edição da América Latina com
o objetivo central de orientar profissionais mulheres que
atuam no mercado investindo em suas carreiras e em-
preendendo, com conteúdo e mentoria personalizadas.
O projeto é conduzido por Alessandra Alonso, fundado-
ra da empresa social homônima.
O Inspire Theatre também permanece com uma série
de apresentações e debates em torno do setor turís-
tico e temas abrangentes discorridos por palestrantes
estratégicos. Especialistas do setor discutirão notícias,
novidades e inovações no segmento, além de promover
uma reflexão relevante sobre questões atuais da indús-
tria.
O tema Turismo Responsável também segue na
agenda, além de inovações no campo tecnológico com
nomes que são referência no Mercado.
A identidade da WTM Latin America também é comple-
mentada pelas Speed Networking Sessions, evento
de sucesso que facilita o contato entre compradores
e expositores em um curto espaço de tempo, e pelo
WTM Buyers’ Club, um clube de negócios para altos
executivos da indústria de viagens.
O programa de Turismo Corporativo também está
com presença forte nesta edição, mais uma vez com a
O logo da World Travel Market, WTM, RELX Group e o símbolo RE são marcas registradas da RELX Intellectual Properties SA e são usadas sob licença.
área exclusiva, porém ampliada, o que permite receber
mais atividades dos parceiros do setor.
O evento já conta com vários destinos nacionais e in-
ternacionais confirmados, além de seus parceiros do
setor privado, meios de hospedagens, operadoras de
turismo, companhias aéreas, locadoras de carro, entre
outros setores.
Aberto para: profissionais do setor de viagens e
turismo; imprensa (credenciais restritas para editores,
jornalistas, fotógrafos, difusores e blogueiros /
influenciadores) e autoridades governamentais.
Inscreva-se: latinamerica.wtm.com
LATIN AMERICA
São Paulo, 2–4 April 2019
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Foto: Shutterstock.com
F U S O - 2h
N A R E D E promperu.gob.pe

Q UA N D O i R As temperaturas de
Lima são medianas o ano inteiro e
não há estação de chuvas. Já em
Arequipa, Vale do Colca, Puno e Lago
Titicaca, é melhor evitar o verão, entre
novembro e março, pois faz muito calor
durante o dia. As noites de inverno
são geladas no alto das montanhas.

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e Aerolineas. Em trechos internos
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estar na entrada – hoje a recepção e o
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110 VIAJAR pelo Mundo

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2 anos por apartamento
hotelvilainglesa.com.br
GraNde Hotel e terMaS
de araxá, MG

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O charmoso castelo ganha ainda
mais graça com as fontes de
águas termais, a lama negra e os
tratamentos para o corpo. Durante
o fim de semana deste pacote,
acontece no hotel o evento Páscoa
Iluminada, com espetáculos
temáticos. Teatro, atividades
esportivas, bingo, pescaria,
passeios de caiaque fazem parte
da programação de lazer. Outras
atividades para as crianças são o
Ateliê da Vivi (espaço de beleza para
meninas) e o Criatividarte (espaço
que estimula a criatividade e a
consciência ambiental).
Check-in: 5 de abril
A partir de R$ 2.180 para casal com
cortesia para duas crianças de até
12 anos por apartamento.
taua.com.br
JureMa áGuaS QueNteS,
iretaMa, pr

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Com águas naturalmente quentes a
42 °C, o hotel está a 135 quilômetros do
aeroporto de Maringá. Os
184 apartamentos são modernos e
confortáveis, integrados à natureza.
Ainda neste ano, uma ampliação trará
205 novos quartos. Todas as piscinas do
complexo são abastecidas com água
mineral termal, que têm efeito relaxante
e desintoxicante. Tem ainda spa,
arvorismo, tirolesa e passeios diversos
pela propriedade.
Check-in: entre fevereiro e junho
(exceto férias e feriados)
Diárias a partir de R$ 910 para casal,
com cortesia para duas crianças de
até12 anos por apartamento.
juremaaguasquentes.com.br
Hotel eStâNCia
atibaiNHa, Nazaré
pauliSta, Sp

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Perto de São Paulo, o hotel-
-fazenda está dentro de uma
área de preservação ambiental.
Há tirolesa, lagos para pesca e
pedalinhos, cavalos, charretes, horta,
ordenha, trilhas ecológicas, pistas
de cooper, quadras e campos de
futebol. Das sete piscinas, três são
climatizadas com toboágua e duas
são cobertas. Para os pequenos, há
a brinquedoteca, espaços temáticos,
Fotos: Shutterstock.com
salão de jogos e até um castelo
medieval com vista panorâmica.
Check-in: sextas-feiras, entre março e
abril, exceto feriados
A partir de R$ 1.502 para casal, com
cortesia para uma criança de até
12 anos por apartamento.
atibainha.com.br