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mec014-Traçagem e Planificação de Chapas

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes

Lucas Izoton Vieira


Presidente

Senai – Departamento Regional do Espírito Santo

Manoel de Souza Pimenta


Diretor-gestor

Robson Santos Cardoso


Diretor-regional

Alfredo Abel Tessinari


Gerente de Operações

Fábio Vassallo Mattos


Gerente de Educação e Tecnologia

Agostinho Miranda Rocha


Gerente de Educação Profissional

Equipe técnica

Marcelo Bermudês Gusmão


Coordenação

Ananias Garcia Batista


Elaboração

Nilson Camargo
Revisão técnica

Marilia Marques
Adaptação de linguagem

Amanda Correa Freitas


Revisão gramatical

Larissa dos Santos Lugão


Revisão pedagógica

Andrelis Scheppa Gurgel


Projeto gráfico

Jackeline Oliveira Barbosa


Luisa Mollo
Diagramação

Fabrícia Resieri
Fernando Emeterio de Oliveira
Ilustração

Fernanda de Oliveira Brasil


Maria Carolina Drago
Organização
Metalmecânica
Traçagem e Planificação de Chapas
Versão 0

Vitória
2009
© 2009. Senai - Departamento Regional do Espírito Santo
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998. É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, por
quaisquer meios, sem autorização prévia do SENAI/ES.

Senai/ES
Divisão de Educação e Tecnologia - Detec

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do Senai-ES - Unidade Linhares

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)

SENAI. Departamento Regional do Espírito Santo.


Traçagem e planificação de chapas. / Serviço Nacional de Aprendizagem
S492t
Industrial, Departamento Regional do Espírito Santo. - Vitória : SENAI/ES,
2009.
46 p. : il.

Inclui bibliografia.

1. Traçagem e planificação de chapas. 2.Traçagem. 3. Chapas. 4. Traçados de


caldeiraria. I. Título.

CDU: 621.772

Senai-ES - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Departamento Regional do Espírito Santo


Av. Nossa Senhora da Penha, 2053
Ed. Findes - 6º andar CEP: 29056-913 - Vitória - ES
Tel: (27) 3334-5600 - Fax: (27) 3334-5772 - http://www.es.senai.br
Apresentação

A busca por especialização profissional é constante. Você, assim como a


maioria das pessoas que deseja agregar valor ao currículo, acredita nessa
idéia. Por isso, para apoiá-lo na permanente tarefa de se manter atuali-
zado, o Senai-ES apresenta este material, visando a oferecer as informa-
ções de que você precisa para ser um profissional competitivo.

Todo o conteúdo foi elaborado por especialistas da área e pensado a


partir de critérios que levam em conta textos com linguagem leve, gráfi-
cos e ilustrações que facilitam o entendimento das informações, além de
uma diagramação que privilegia a apresentação agradável ao olhar.

Como instituição parceira da indústria na formação de trabalhadores qua-


lificados, o Senai-ES está atento às demandas do setor. A expectativa é
tornar acessíveis, por meio deste material, conceitos e informações neces-
sárias ao desenvolvimento dos profissionais, cada vez mais conscientes
dos padrões de produtividade e qualidade exigidos pelo mercado.
Sumário

Traçados básicos de caldeiraria.......................................................................11


Planificação de peças para tubulação............................................................21
Interseção a 90º de um cilindro ....................................................................27
Bifurcação em Y .......................................................................................................31
Curva de gomo......................................................................................................33
Transição de quadrado .......................................................................................37
Tronco de pirâmide .............................................................................................41
Redução de tubo de base quadrada com uma das bases girada
em 90º........................................................................................................................43
Referência Bibliográficas.......................................................................................45

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
7
Traçagem e planificação de chapas

A caldeiraria é um ramo da metalúrgica e uma atividade industrial que


tem por objetivo fabricar peças que vão compor estruturas metálicas
como vigas, barras, chapas ou tubos.

O caldeireiro é o profissional que pode atuar na produção ou na manu-


tenção dessas peças. A fabricação ocorre de maneira repetitiva e quando
um equipamento apresenta defeito é necessário realizar a manutenção
das peças.

Para fabricar peças de caldeiraria, o profissional precisa muitas vezes utili-


zar chapas. E, para tanto, é preciso saber o processo de traçagem e desen-
volvimento, que dá forma à chapa para a obtenção de peças curvadas ou
dobradas, por exemplo.

A unidade a seguir tem o objetivo de informá-lo a respeito da a traçagem


das peças mais usadas em estruturas e tubulações industriais.

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
9
Traçagem e Planificação de Chapas
10
Traçados básicos de caldeiraria

Os traçados básicos de caldeiraria são operações que normalmente pre-


cedem as operações de conformação.

Trata-se da marcação de curvas, retas ou pontos sobre a chapa para a vi-


sualização dos locais a serem cortados, furados, dobrados ou curvados.

Os equipamentos e instrumentos de traçagem mais utilizados são: banca-


da de trabalho, riscador, compasso, punção, régua, esquadro, graminho,
transferidor e suta. A traçagem pode ser realizada em barras, perfis, tubos
ou chapas.

A qualidade do traçado está diretamente ligada à qualidade da peça final,


daí a importância da precisão dimensional, habilidade e conhecimento
que você como caldeireiro precisa ter.

A seguir, você vai ver alguns traçados básicos que serão essenciais e muito
usados nas diversas construções de traçados na caldeiraria. É importante
você exercitar esses traçados em uma cartolina ou mesmo em chapas de
metal.

Traçar uma perpendicular a uma reta


É importante saber traçar uma perpendicular a uma reta, pois esse tipo de
traçado é muito usado na caldeiraria. Ele é básico para o início de vários
outros e para ser feito é necessário o uso do esquadro.

O traçado pode ser feito de duas maneiras: a partir de um ponto na reta e


com o ponto fora da reta.

A partir de um ponto na reta


Para traçar uma perpendicular a partir de um ponto na reta, você deve
primeiro traçar a reta. Sendo A e B as extremidades da reta e X o ponto a
ser levantado na perpendicular, usando o compasso com ponta seca em
X marque com abertura do compasso os pontos C e D na reta.

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
11
Com ponta seca nos pontos C e D trace dois arcos e no cruzamento dos
arcos tem-se o ponto E. Ligue o ponto X ao ponto E e assim terá uma per-
pendicular à reta.

XE

A B
C X D

Com o ponto fora da reta


Para traçar uma perpendicular a uma reta, tendo o ponto fora da reta, pro-
ceda da seguinte maneira: com a reta e o ponto fora da reta, coloque a
ponta seca do compasso no ponto (Y). Fora da reta abra o compasso com
uma abertura qualquer e trace na reta os arcos C e D.

Agora, com a ponta seca em C e com a mesma abertura trace um arco


qualquer no lado oposto ao ponto Y. Com a mesma abertura no compasso
e com a ponta seca agora em D trace outro arco cruzando com o anterior.
Trace uma reta ligando o ponto Y ao ponto de cruzamento dos arcos (E) e
obterá a reta perpendicular. É bom lembrar que quanto maior a abertura
do compasso mais preciso será o traçado. Veja a ilustração.

B
C D

X E

Depois do traçado de reta, saiba como traçar uma bissetriz.

Traçagem e Planificação de Chapas


12
Traçar uma bissetriz de um ângulo qualquer

A bissetriz é o seguimento que divide ao meio uma abertura angular qual-


quer em dois ângulos exatamente iguais, portanto esse traçado é aplicado
quando se deseja dividir ao meio um arco de qualquer valor angular de
uma circunferência. Veja como obter uma bissetriz.

Dadas as retas que formam o ângulo a ser dividido, coloque a ponta seca
do compasso no vértice (ponto de encontro das retas) e com uma abertura
qualquer marque um arco em cada reta gerando dois pontos chamados
de A e B.

Agora, com a ponta seca em A trace um arco qualquer no espaço entre as


retas. Repita o procedimento agora com ponta seca em B, e com a mesma
abertura do compasso trace outro arco cruzando com o anterior. O ponto
de cruzamento desses arcos é G. Trace uma reta entre o vértice (V) e o
ponto de cruzamento dos arcos (G). Esta é a bissetriz, ou seja, ela dividiu a
abertura em dois ângulos exatamente iguais. Veja a ilustração. .

V XG

Traçar uma paralela a uma reta


A necessidade de obter uma reta que seja paralela a outra é muito comum
nos traçados de caldeiraria e para o serviço ser preciso é necessário um
traçado perfeito. Veja como traçar uma paralela a uma reta.

Tendo a reta e a distância entre as retas marque um ponto qualquer com a


distância pretendida. Nesse caso, use uma régua graduada ou uma trena.
Esse ponto se chamará Y. Com a ponta seca nesse ponto e a abertura qual-
quer do compasso trace um arco que corte a reta obtendo um ponto cha-
mado de C, lembrando que quanto maior a abertura do compasso mais
preciso será o traçado.

Agora, com a ponta seca em C e a mesma abertura do compasso trace um


arco passando por Y e cortando novamente a reta, obtendo outro ponto
chamado ponto D.

Traçagem e Planificação de Chapas


13
Centre o compasso em D, abra-o até tocar no ponto y, obtendo a abertura
Dy. Com essa abertura, centre o compasso em C e trace um arco cruzando
com o arco que gerou o ponto C. Trace uma reta ligando o ponto Y ao X e
seguirá a reta paralela. Observe a figura.

X Y

A
C D

Dividir um ângulo reto em três partes iguais


A divisão de um ângulo reto em três partes iguais é aplicada na planifica-
ção de peças cilíndricas. Com essa técnica, você pode dividir uma circunfe-
rência em doze partes iguais. Veja a sequência do traçado.

Com a ponta seca do compasso no vértice e com uma abertura qualquer


trace o arco que cruza as retas obtendo os pontos D e E.

Agora, com a mesma abertura do compasso, centre-o em D e trace um


arco cruzando com o arco existente e obtendo o ponto H. Repita o proce-
dimento centrando o compasso em E e obtendo o ponto G.

Trace retas partindo do vértice até cruzar os pontos G e H, obtendo assim


as divisões em ângulos exatamente iguais. Veja a figura a seguir.

G
D

C
X E
B

Traçagem e Planificação de Chapas


14
Divisão da circunferência
Você vai aprender a dividir uma circunferência em partes iguais e para tan-
to precisa ter noções do que é uma circunferência, um círculo, um diâme-
tro e um raio.

A circunferência é uma linha curva, plana e fechada com todos os seus


pontos à mesma distância de um ponto chamado centro. Já o círculo é o
espaço dentro dos limites da circunferência.

Diâmetro é um segmento de reta que divide a circunferência em duas par-


tes iguais passando pelo ponto centro A, enquanto o raio é um segmento
de reta que vai do ponto centro A a qualquer ponto que forma a circunfe-
rência.

Dividir circunferências em partes iguais


É importante saber dividir uma circunferência em partes iguais, pois esse
tipo de traçado é aplicado nas fabricações de flanges, ou seja, quando é
necessário ter furações circundando o centro desse tipo de peça.

Flange é um elemento que une dois componentes de um sistema de tubu-


lações, permitindo ser desmontado sem operações destrutivas.

Os flanges são montados em pares e, geralmente, unidos por parafusos,


mantendo a superfície de contato entre dois flanges sob força de com-
pressão, a fim de vedar a conexão.

As furações da flange são equidistantes, ou seja, possuem distâncias exata-


mente iguais entre si. É tarefa do caldeireiro traçar na chapa os centros das
furações, daí a importância de você saber fazer esse tipo de traçado.

Também é importante lembrar que para traçar um flange o caldeireiro terá


que traçar, no mínimo, três circunferências tendo elas o mesmo centro.
Uma para o diâmetro externo, outra para o do furo central do flange e a
última será a circunferência em que se tem os centros dos furos onde pas-
sarão os parafusos.

As divisões que serão ensinadas aqui são na circunferência em que estão


os parafusos. O raio dessa circunferência deve ser preciso, caso contrário,
você terá problemas na montagem com outro flange.Veja a seguir os tipos
de divisões mais comuns na prática.

Três partes iguais


Para dividir a circunferência em três partes iguais você tem que traçar na
chapa a circunferência utilizando o compasso com abertura igual ao res-
pectivo valor do raio.

Depois trace uma reta passando pelo centro e cortando a circunferência,


assim você obterá dois pontos A e B.

Traçagem e Planificação de Chapas


15
Com a mesma abertura do compasso igual ao raio centre em B e trace um
arco cortando a circunferência em dois pontos obtendo os pontos C e D.
Os pontos A, C e D dividem a circunferência em três partes iguais. Veja a
figura.

D D

O A O B A O B

C C

Quatro partes iguais


O processo de divisão da circunferência em quatro partes iguais é bem
parecido com o processo de divisão em três.

O procedimento é o seguinte: trace a circunferência com o compasso, de-


finindo bem o centro. Depois, trace uma reta cortando-a em dois pontos e
passando pelo centro.

Com esse traçado, você definiu dois pontos da divisão, que serão chama-
dos A e B.

Com a abertura qualquer do compasso centre-o em A e trace dois arcos


externos à circunferência, um na região superior e outro na inferior. Cen-
tre o compasso em B e com a mesma abertura do compasso trace arcos
cruzando com os arcos anteriores. Agora, trace uma reta ligando o centro
com o cruzamento desses arcos até tocar em dois pontos da circunferên-
cia, obtendo os pontos C e D. Os pontos A, B, C e D são os que dividem a
circunferência em quatro partes iguais. Observe a figura a seguir.

XD XD

O O O
A B A B

XC XC

Caso você precise fazer divisões de múltiplos de quatro, por exemplo, em


oito ou 16 partes, basta traçar a bissetriz entre os pontos já definidos.

Traçando a bissetriz entre as retas AD e AC, BD e BC, você terá a circunfe-


rência dividida em 8 partes. Se tiver dúvidas, reveja como traçar uma bis-
setriz de um ângulo qualquer, já ensinada anteriormente.

Traçagem e Planificação de Chapas


16
Cinco partes iguais
Para dividir uma circunferência em cinco partes iguais, usando o compas-
so primeiro trace a circunferência. Agora, trace uma reta passando pelo
centro para obter os pontos A e B. Depois, trace uma perpendicular ao se-
guimento AB que passe pelo centro (é o mesmo caso de divisão em quatro
partes) e toque na circunferência obtendo o ponto D.

Divida ao meio o seguimento do centro “O” ao ponto B (basta centrar em B


e, com abertura até o centro, traçar o arco que corta a circunferência e ligar
os cruzamentos) obtendo o ponto C.

Usando o compasso, obtenha a distância entre C e D. Centre o compasso


em C e trace um arco obtendo o ponto E.

Agora, usando novamente o compasso obtenha a distância entre D e E.


Centre em D e trace os arcos obtendo os pontos 1 e 4. Com a mesma aber-
tura centre em 1 e trace um arco obtendo o ponto 2. Centre em 4 e obte-
nha o ponto 3. Observe a ilustração.

XD XD XD
5

1 1 4
A O C B A E O C B A E O C B

2 3
X X X

Para obter dez divisões ou múltiplos de 5, basta traçar as bissetrizes entre


os pontos1 e 2, 2 e 3, 3 e 4, e entre 4 e 5.

Seis partes iguais


Para dividir a circunferência em seis partes iguais, primeiro trace a circun-
ferência com o compasso. Depois trace uma reta que passe pelo centro da
circunferência cruzando-a em dois pontos (diâmetro) A e B.
Com a abertura do compasso igual ao raio que construiu a circunferência,
centre em A e trace um arco cortando a circunferência em dois pontos.
Faça o mesmo centrando em B. Os pontos obtidos dividem a circunferên-
cia em seis partes iguais. Veja a figura.

F D F D

O A O B A O B

E C E C

Para obter doze divisões encontre as bissetrizes dos seguimentos AE, FD,
DB, BC e CE.

Traçagem e Planificação de Chapas


17
Por meio de cálculo matemático
Você aprendeu diversas maneiras de realizar divisões em circunferência,
mas existe outra forma de realizá-las, que é por meio de cálculo matemá-
tico.

Esse cálculo é obtido a partir de análises trigonométricas, das quais se ob-


tém uma constante para cada quantidade de divisões.

Para executar o traçado, você precisa conhecer o diâmetro da circunferên-


cia e multiplicar pela constante relativa ao número de divisões.

O resultado dessa multiplicação será o valor de abertura do compasso que


centrado num ponto qualquer da circunferência obterá arcos que, cruza-
dos com a própria circunferência, vão gerar os pontos da divisão.

A tabela abaixo fornece algumas constantes para realizar as divisões.

Números de divisões Fórmula


4 L= 0,707x D
5 L= 0,587x D
6 L= 0,5x D
7 L= 0,434x D
8 L= 0,382x D
9 L= 0,342x D
10 L= 0,309x D
12 L= 0,259x D
15 L= 0,208x D
20 L= 0,156x D
24 L= 0,130x D

Veja um exemplo para obter dez divisões em uma circunferência de 500


mm de diâmetro.

Primeiro trace a circunferência. Com o valor do diâmetro de 500 mm mul-


tiplique pela constante 0, 309 e obterá 154,5mm. Esse valor será a abertura
do compasso.

Agora, marque um ponto qualquer na circunferência com um punção.


Esse será um dos pontos a ser furado, ou seja, uma das divisões. Com o
auxilio do compasso, a partir do primeiro ponto, siga traçando arcos na
circunferência. Cada cruzamento de arco vai gerar um novo ponto que vai
dividir a circunferência.

No entanto, se você precisar fazer divisões que a tabela acima não conte-
nha use a seguinte fórmula: L= D x sen. (360/ nº de divisões x 2).

Traçagem e Planificação de Chapas


18
Observe o exemplo: se você precisar fazer 13 divisões em um diâmetro de
500 mm, siga os seguintes passos.

L= D x sen. (360/13x2)
L= Dx sen. (360/26)
L= Dx sen. (13, 84615)
L= Dx 0, 2393
L= 500x 0, 2393 = 119,65mm aproximadamente.

Nesta unidade você aprendeu a realizar traçados importantes. Agora, no


capítulo a seguir, irá aprender sobre como planificar peças usadas em tu-
bulação.

Traçagem e Planificação de Chapas


19
Traçagem e Planificação de Chapas
20
Planificação de peças para tubulação

Para montar linhas de tubulação é necessário o uso de peças confecciona-


das em oficinas de caldeiraria. Para isso, o profissional de caldeiraria pre-
cisa saber reduzir, fazer intercções de tubos e adaptar válvulas, que fazem
parte de uma instalação realizada em uma tubulação.
O caldeireiro vai ter que executar essas traçagens para as mais diversas
situações. Daí a importância de saber os traçados mais comuns que ocor-
rem em caldeiraria.

Planificação
A planificação de peças tridimensionais tem por objetivo determinar a
verdadeira grandeza de todas as partes do objeto representado em um
único plano. A seguir, você vai aprender a planificar o cilindro, o cone, o
tronco de cone, o cilindro com base inclinada e o cotovelo.

Cilindro
Um tubo cilindrico é constituído por uma superfície lateral curva. Para
planificá-lo é necessário um retângulo com alturas definidas, que darão o
comprimento do tubo, e a largura, que será o comprimento que quando
curvado determinará o diâmetro do tubo. Este tem de ser igual ao perí-
metro do círculo.

O cilindro desenvolvido a partir de chapa será conformado em calandras


ou por meio de dobradeiras, mas, antes, o caldeireiro terá que traçar as
linhas na chapa para o corte e possíveis dobramentos. Veja a sequência de
um traçado para o cilindro.

Basicamente, você vai ter linhas paralelas e perpendiculares formando um


retângulo cujo comprimento será obtido a partir de um cálculo matemáti-
co e a altura será o comprimento exato que terá o tubo depois de pronto.

A planificação lateral do cilindro é obtida a partir da multiplicação do di-


âmetro médio pela constante conhecida por PI, cujo símbolo é o . Na
caldeiraria usa-se como valor de 3,1416 que pelo critério de arredonda-
mento, pode chegar a 3,142.

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
21
O diâmetro médio é obtido com a soma do diâmetro interno e da espessu-
ra ou o diâmetro externo menos a espessura. Isso vai depender do que vier
indicado no desenho. Veja a figura da planificação do cilindro.

DM DM X 3,142

Por exemplo: para construir um tubo com diâmetro externo de 500 mm e


espessura de 8 mm, o comprimento lateral do cilindro deve ser C= 3, 142
x (500-4).

Portanto, o resultado de C (que equivale a 1558,4mm) vai ser o valor do


comprimento lateral da chapa.

Dependendo do tamanho do cilindro, ele pode ser desenvolvido em duas


partes ou até mais para facilitar a fabricação e o transporte.

Cone
O cone normalmente é usado em fim de chaminés e é também conhecido
como chapéu chinês, caracterizado por ter uma base de diâmetro conhe-
cido e altura. Estas são as variáveis para a construção de um cone. Veja a
sequência de desenvolvimento.

Primeiro, trace o desenho da frente do cone definindo bem o diâmetro


da base e a altura. Depois, com o compasso centre no vértice e obtenha a
distância até a base do cone, obtendo a chamada geratriz.

Com essa abertura, trace um arco CD. Multiplique o valor do diâmetro da


base por 3, 142 e, com o produto encontrado, divida em um número qual-
quer de partes iguais (lembrando que quanto mais divisões melhor). Com
o compasso marque essas divisões no arco.

Na última divisão, liga-se ao vértice completando a planificação.


Para facilitar o processo de fabricação a planificação pode ser dividida em
mais partes iguais.

Traçagem e Planificação de Chapas


22
A

D C
B
D X 3,142

Diâmetro da base X 3,142

Tronco de cone
O tronco de cone é uma peça muito usada em reduções de diâmetros de
tubulação. Esse elemento a união entre os tubos de diâmetros diferentes.
Para fabricar uma redução é necessário conhecer os diâmetros dos tubos
e a distância entre eles. Veja a sequência de planificação de um tronco de
cone.

Para planificar o tronco de um cone, trace a vista da frente deste. Depois,


prolongue as linhas inclinadas até estas se encontrarem no vértice. Assim,
obtêm-se a geratriz do cone.

Agora, abra o compasso com uma distância entre o vértice V e o ponto


B da base e trace um arco. Calcule o valor da circunferência da base (D x
3,142) e divida o produto em um número qualquer de partes iguais.

Depois, com o auxilio do compasso transfira para o arco essas divisões.


Una o último ponto ao vértice, e por último, trace outro arco com um valor
de abertura do compasso igual à distância entre o vértice V e o ponto D da
base menor.
3 4 5
2
Observe a figura.
6
F 7
E

8
2

9
3
4

8
5
I
6

7
7
8

V
9

5
8
7

G
Base menor
4
6

C D
5

3
4
3

2
2

A B
E
F

Base maior

Traçagem e Planificação de Chapas


23
Cilindro com uma base inclinada
A inclinação da base pode variar dependendo da necessidade, porém a
técnica de obtenção dos pontos para planificação é sempre a mesma.

Para qualquer situação, você deve traçar a vista de frente do tubo com
a base inclinada. Na base não inclinada trace um semicirculo e divida-o
em partes iguais (quanto maior o número de partes mais preciso será o
traçado).

No exemplo, o cilindro foi dividido em seis partes e como o tubo é simétri-


co, pode-se dizer que o número total de divisão de partes é doze.

Para realizar essa divisão da circunferência, reveja a técnica de dividir um


ângulo reto em três partes iguais.

Depois de dividir o semicírculo, levante linhas perpendiculares até tocar na


parte inclinada gerando pontos 1´, 2´, 3´, 4´, 5´, 6´ e 7´. Agora, multiplique
o diâmetro médio por 3,142 e sobre uma reta traçada ao lado da vista de
frente marque o comprimento encontrado.
Divida essa reta em partes iguais tantas quanto foram as divisões da cir-
cunferência e depois levante linhas perpendiculares nessa reta partindo
dos pontos.

Trace linhas horizontais partindo dos pontos 1´a 7´ na parte inclinada.


Essas linhas vão cruzar com as linhas verticais levantadas anteriormente
gerando os pontos 1”, 2”, 3”, 4”, 5”, 6” e 7”. Unindo esses pontos com curvas,
você vai obter o traçado.
7 7
6 6 6
5 5 5
4 4 4
3 3 3
1 2 1 2 2 1

A 1 2 3 4 5 6 7 6 5 4 3 2 B
DM X 3,142

Cotovelo
Cotovelo é a peça de caldeiraria usada para fazer mudança de direção de
um tubo. O cotovelo pode ter diversos valores angulares, mas o valor dos
ângulos não interfere na técnica, que é sempre a mesma. Os cotovelos
mais comuns são os de 45º e os de 90º.

Observando o exemplo a seguir você vai ser capaz de executar cotovelos


em qualquer inclinação. Observe também a semelhança com a planifica-

Traçagem e Planificação de Chapas


24
ção feita anteriormente.
Assim, para desenvolver planificações de cotovelo de 90º basta obter dois
cilindros com uma das partes inclinadas com 45º e soldá-las obtendo um
desvio de 90º.

Observe as figuras de planificação de um cotovelo de 90º e outro de 45º e


procure desenvolver essas planificações para fixar mais o entendimento.

Veja a figura de um cotovelo de 90º.


1
2 2
3 3
4 4
5
5
6 6
7 7

12 vãos igualmente espaçados


o Externo x 3,142

2 6
3 5
4

Agora, a figura de um cotovelo de 45º.

45º

7 1

6
2
5 3
4

6 7 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1

12 vão igualmente espaçados

Você aprendeu a fazer a planificação de peças tridimensionais nesta pri-


meira parte do capítulo. Na parte seguinte do capítulo de planificação
para peças para tubulação, terá noções de como fazer uma interseção a
90º de um cilindro.

Traçagem e Planificação de Chapas


25
Traçagem e Planificação de Chapas
26
Interseção a 90º de um cilindro

A interseção de um cilindro saindo a 90º de outro, também chamada boca


de lobo, é uma das peças mais usadas em funilaria industrial e de fácil
confecção. Você vai aprender as diversas maneiras de como fazer essa in-
terseção.

Diâmetros iguais
Para fazer uma interseção a 90º de um cilindro por outro de diâmetro igual,
primeiro desenhe a vista de frente traçando com precisão as dimensões
referentes ao diâmetro médio do tubo. Depois, trace na base do tubo um
semicírculo e divida-o em partes iguais.

Marque os pontos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e7 e levante retas perpendiculares até


tocar o tubo superior, obtendo os pontos 1’, 2’, 3’, 4’, 5’, 6’ e 7’.

Em seguida, multiplique o diâmetro médio por 3,142. Coloque o resulta-


do encontrado em uma reta na mesma direção da vista de frente.

Divida essa reta em partes iguais, sendo a quantidade o dobro de partes


em que foi dividida a semicircunferência. Obtenha os pontos M, N, O, P, Q,
R, S, R’, Q’, P’, N’, e M’ e, a partir destes, levante retas perpendiculares.

Agora, trace linhas horizontais a partir dos pontos 1’, 2’, 3’, 4’, entre outros,
cruzando com as retas verticais. Assim, obtêm-se os pontos 1”, 2”, 3”, 4”, 5”,
6” e 7”. Por último, una esses pontos com uma régua flexível. Veja a ilus-
tração.

4’
1 4’
7

6’ 3’ 5’
2’ 5’ 3’

5’ 2’ 6’ 6’
3’ 1’ 2’
4’ 7’ 1’

A B C D
1
7 M N O P Q R S R Q P O N M
6’
2’

3’ 5’
4’

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
27
Diâmetro menor
A interseção de cilindros com diâmetro diferentes saindo a 90º é realizada
da mesma forma que a vista anteriormente. A diferença é que quando os
diâmetros são iguais um tubo se encaixa no outro até a metade e quando
são diferentes isso não ocorre. Veja a figura.

1’ 7’ 4’ 4’
2’ 6’ 3’ 5’ 5’ 3’
3’ 5’ 2’ 6’ 6’1 2’ 1’
4’ 7’

A1 B C D
7 M N O P Q R S R Q P O N M
6’
2’

3’ 5’
4’

Com eixos excêntricos


Na divisão do semicírculo as retas levantadas na vertical e horizontal são
similares ao anterior. Observe que o traçado da vista de frente é essencial
para o bom desenvolvimento do traçado e o encontro das retas verticais
com as horizontais forma os pontos da planificação. Analise a imagem.

1’ 1

2’ 2’ 2’

3’ 3’ 3’
4’ 6’ 7’ Y 4’
5’ 6’ 5’ 4’
5’ 6’ X

A 2’ 3’ 4’ 5’ 4’ B C
1 7 D
M N O P Q R S R Q P O N M
2’ 6’

3’ 5’
4’

Traçagem e Planificação de Chapas


28
Oblíqua de tubos cilíndricos de
diâmetros iguais
Para fazer esse tipo de interseção você deve traçar a vista de frente com
precisão na inclinação entre os tubos. Observe que os centros destes se
encontram definindo os pontos L, M e K. Novamente, vê-se a divisão do
semicírculo, o levantamento das retas perpendiculares e as retas horizon-
tais que ao cruzarem com as verticais formarão os pontos que definirão o
traçado. Observe.

K L L
O O O
W W M N
8 M
D D

C C G C
K K
K

A B
1 2 3 4 5 6 7 6 5 4 3 2 1

Você já aprendeu a fazer os traçados básicos de caldeiraria, a planificar al-


gumas peças para tubulação e a fazer a interseção a 90º de um cilindro.
Agora irá aprender o que é a bifurcação em Y, e como é a sua planificação.

Traçagem e Planificação de Chapas


29
Traçagem e Planificação de Chapas
30
Bifurcação em Y

A bifurcação em “Y” pode ser construída em qualquer abertura, as mais


comuns são as de 45º, 60º e 120º. As traçagens são semelhantes, o que
muda é apenas o ângulo entre os tubos.

Veja na figura a seguir a traçagem de uma bifurcação com as bocas supe-


riores inclinadas a 45º em relação ao tubo central.

Inicie o traçado da vista de frente, lembrando que os centros dos tubos


devem coincidir com o ponto de interseção.

Em uma das bocas trace um semicírculo e divida-o em partes iguais. De-


pois, trace retas perpendiculares partindo desses pontos até tocar nas re-
tas de encontro dos tubos obtendo os pontos.

Agora, multiplique o diâmetro médio por 3,142. O valor encontrado deve


ser transportado para uma linha traçada ao lado da vista de frente.

Divida essa reta em partes iguais sendo a quantidade igual ao dobro do


valor em que foi dividida a semicircunferência. Trace linhas perpendicula-
res e, logo após, linhas horizontais partindo dos pontos 1’, 2’, 3’, 4’, 5’, 6’ e 7’
até cruzar com as verticais.

Nos cruzamentos das retas verticais com as horizontais tem-se os pontos


que formarão a planificação. Una esses pontos com uma régua flexível e
surgirá o traçado concluído. Faça o mesmo para o tubo central.

2 3
1 4
90º 5

1
2
3
4
5
6
7
6
5
4
3
2
1

3 2

A seguir, você vai ver o que é a curva de gomo e como fazê-la.

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
31
Traçagem e Planificação de Chapas
32
Curva de gomo

A curva de gomo tem por objetivo reduzir a perda de carga nas curvas
de uma tubulação, sendo que quanto mais gomos possuir a curva mais
suave será a passagem do fluído na linha.

Veja a seguir o desenvolvimento de uma curva de gomos com ângulo de


90º utilizando um gomo e dois semigomos.

Trace duas retas perpendiculares entre si e no vértice destas trace um


arco com raio de valor igual a 1,5 x o diâmetro.

Depois, trace a bissetriz das retas perpendiculares dividindo em 45º e faça


uma nova bissetriz do ângulo de 45º encontrando um valor angular de
22,5º. Trace agora a vista de frente da curva de gomo obtendo um gomo
completo e dois semigomos.

Em uma das bocas do tubo trace a semicircunferência e divida em partes


iguais. Multiplique o diâmetro médio (DM) por 3,142 e transfira esse valor
para uma reta ao lado da vista de frente. Divida esse comprimento em
partes iguais sendo o número de partes o dobro do que foi dividido a
semicircunferência.

Trace retas perpendiculares a esses pontos, sabendo que o encontro das re-
tas horizontais com as verticais define o traçado planificado do gomo.
Observe que o traçado da curva do gomo é idêntico ao do semigomo, de tal
forma que pode-se afirmar que um gomo é formado por dois semigomos.
1
2
3
4
5
6
7
6
5

102 C
4

A
3
2
1

X4

D
22,5
º

45
º
22,5

Achou importante? B
º

Faça aqui suas anotações.


Traçagem e Planificação de Chapas
33
Para traçar a vista de frente deve-se ter precisão para garantir a qualidade
do traçado da curva do gomo. A ilustração a seguir orienta no desenho da
vista de frente.

C B
A

D
45º

O raio é 1,5 X 0
Diametro médio

O raio é 1,5 vezes o diâmetro médio (DM) e você deve traçar o centro da
curva de gomos. Para dividir o ângulo de 90º use usar a técnica de traça-
gem da bissetriz, obtendo primeiro a divisão de 45º.

Em seguida, trace a bissetriz de 45º, obtendo o ponto A, representado no


desenho. Novamente traçando a bissetriz entre os pontos A e C encontre o
ponto B, assim dividi-se o quadrante (90º) em oito partes iguais.
Cada gomo vai ter um valor angular de 22,5º e cada semigomo 11,25º com
precisão.

Traçagem e Planificação de Chapas


34
Una essas retas construindo os gomos e semigomos. A sequência da ativi-
dade segue da mesma forma que a anterior. Veja o desenho a seguir.

1
2

C B
A
D 45º

Na unidade a seguir, você vai aprender a fazer a transição de um tubo cilín-


drico para o formato quadrado ou retangular.

Traçagem e Planificação de Chapas


35
Traçagem e Planificação de Chapas
36
Transição de quadrado

Na indústria de grãos ou em certos dutos para a ventilação ou refrige-


ração é comum ver trabalhos em chapas saindo de tubos cilíndricos e
finalizados no formato quadrado ou retangular. Veja.

Redondo concêntrico
Para fazer um traçado redondo concêntrico trace a vista de frente e a su-
perior. Estas servirão para você obter medidas que construirão as verda-
deiras grandezas para o traçado.

Em seguida, divida a circunferência em partes iguais. No exemplo, foi di-


vidida em 12 partes iguais. Agora, una os pontos de divisão da circunfe-
rência até o vértice do quadrado.
C
Altura
B

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
37
Para obter as verdadeiras grandezas trace duas linhas perpendiculares ten-
do a vertical o valor da altura. Com um compasso obtenha a medida do
ponto K até o ponto 4 e transfira para a horizontal.

Ligue esse ponto da linha horizontal até o ponto F da altura da linha ver-
tical e faça o mesmo para os pontos de A até o ponto 1 e de A até o ponto
2. Veja na figura.
F
Altura

3
e 4
2 e
1

E K4 A2 A1

Observe que os pontos 1 e 4 e os pontos 2 e 3 possuem as mesmas distân-


cias.

Para traçar a planificação, deve-se primeiro obter a base com o valor do


lado do quadrado a construir. Em seguida, deve se traçar uma perpendicu-
lar no ponto médio da base.

Ainda com o auxilio do compasso, abra do ponto K4 até o ponto F e trace o


seguimento K1. Una o ponto 1 até os extremos da reta da base.

A distância de A2 e A3 obtém-se abrindo o compasso e buscando a verda-


deira grandeza entre os pontos A2 e o ponto F da figura anterior.

Logo em seguida, trace arcos a partir do ponto A com essa distância. Bus-
que a medida entre os pontos 1 e 2 da circunferência da vista superior e
trace um arco a partir do ponto 1. No cruzamento dos arcos tem-se um
novo ponto. Faça o mesmo para o ponto 3 e para os demais pontos. Na
prática, essa peça é feita em duas ou mais partes. Veja o desenho da pla-
nificação.

Traçagem e Planificação de Chapas


38
K K

K K

A K A

Toda transição de quadrado pra redondo deve possuir base e colarinho


para o encaixe dos flanges que serão parafusados na tubulação.

Redondo excêntrico
Nesse caso, há dimensões distintas pelo fato de ser excêntrica a base qua-
drada em relação à boca. Novamente, deve-se traçar as vistas de frente e
superior, pois servirão de base para obter as verdadeiras grandezas. Obser-
ve as ilustrações das vistas.

A B

Traçagem e Planificação de Chapas


39
Para obter as verdadeiras grandezas das retas para a planificação é neces-
sário: traçar primeiramente linhas perpendiculares, com a dimensão da
vertical igual à altura. Com o compasso, buscar as distâncias a partir de
A até os pontos 4, 3, 2 e 1. Fazer o mesmo com o ponto B. Transferir essas
distâncias para a linha horizontal e unir esses pontos até a altura. Assim,
você terá a verdadeira grandeza. Veja as figuras.

A
Ca 4
A a 3
Aa 2
A a 4
A a 1

Em seguida, transfira as dimensões das verdadeiras grandezas e planifi-


que, conforme o desenho a seguir. Observe que a peça foi dividida em
duas partes. Essa prática é comum em oficinas de caldeiraria.

A seguir você vai ver o que é tronco de pirâmide e como desenhá-lo com
base quadrada e retangular.

Traçagem e Planificação de Chapas


40
Tronco de pirâmide

O tronco de pirâmide ocorre quando a base é um polígono regular para-


lelo e semelhante e quando as faces laterais são trapézios isósceles con-
gruentes. A seguir, você vai aprender a desenhar um tronco de pirâmide
com bases quadrada e retangular.

Base quadrada
Para desenhar um tronco de pirâmide com base quadrada você deve co-
nhecer as dimensões de base. Desenhe as vistas de frente e superior.

Na vista superior prolongue as diagonais até o centro. Depois, abra o


compasso com medida AB (diagonal) e trace o ponto F centrando em E na
vista de frente. Faça o mesmo com a medida AD centrando em G encontre
o ponto H. Trace uma reta passando pelos pontos F e H até tocar a linha de
centro. Esse seguimento é a geratriz.
E F
X

0 XH

Agora inicie a planificação traçando uma reta 1-2 e em seguida trace um


arco maior tendo a medida de VF centrando no ponto 2 da reta.

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
41
Faça outro arco partindo do mesmo ponto 2, porém com medida de VH.
Transfira com compasso a medida BC de um dos lados da pirâmide, centre
no ponto 1 marque os pontos 2 e 4 no arco maior.

Em seguida, centre no ponto 2 do arco maior e trace o arco gerando o pon-


to 3. Centre no ponto 4 e faça o ponto 5. Una esses pontos com uma régua
e terá as bases maiores da pirâmide.

Para traçar as bases menores basta ligar os pontos do arco maior até o cen-
tro dos arcos (ponto 2) completando assim o desenvolvimento.

Base retangular
Para desenhar um tronco de uma pirâmide com base retangular considere
uma pirâmide de base maior A e B e base menor C e D.

Depois, trace as vistas de frente e superior, que servirão de base para a


construção das linhas de planificação.

Prolongue na vista de frente as linhas inclinadas até o encontro do vértice


e na vista superior centre o compasso em X e trace os arcos 1 e 2 até a
linha de centro.

Agora, centre o compasso no vértice V e trace o arco maior partindo da


base inferior da pirâmide e com o mesmo centro trace outro arco partindo
da base superior.

Transfira para os arcos as medidas de comprimento A e C e as larguras B e


D da pirâmide, partindo dos pontos 1’ e 2’. Observe a figura.
D

C
B

B
A
X
1 2
C

Você já aprendeu diversos traçados muito importantes no trabalho de cal-


deireiro. Por fim, você aprenderá como fazer a redução de tubo de base
quadrada com uma das bases girada em 90º.

Traçagem e Planificação de Chapas


42
Redução de tubo de base quadrada com
uma das bases girada em 90º

Para fazer a redução de tubo de base quadrada com uma das bases gira-
da em 90º você deve construir as vistas de frente e superior a partir das
dimensões do desenho para, mais uma vez, obter a verdadeira grandeza
das arestas. Veja como.

Trace duas linhas perpendiculares tendo a vertical a altura do tubo. Na


linha horizontal transfira a dimensão do seguimento 1-2 da vista superior.
Observe que a peça é simétrica de tal forma que qualquer seguimento
(2-3, 4-5, 5-6 etc.) terá a mesma dimensão. Observe o desenho a seguir.

Linha de verdadeira

Altura
grandeza
D

Distancia entre
ponto 1 e 2 4
A
7 5

4 4

1 3

A planificação deve ser iniciada traçando-se a base com uma reta perpen-
dicular passando pelo centro da base.

Com o compasso no centro da extremidade da base do quadrado e com


a abertura igual à linha da verdadeira grandeza, trace um arco na reta
perpendicular à base e encontre o ponto 2.

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
Traçagem e Planificação de Chapas
43
Em seguida, faça as demais sempre transferindo medidas com o compasso
e terá a redução de tubo de base quadrada. Observe o desenho a seguir.

6 6

D D
4 4
2

5
7

1 3

Os estudos sobre traçagem e planificação de chapas se encerra aqui. Ago-


ra, você esta apto a fabricar as mais diversas peças de caldeiraria, pois
aprendeu a fazer a traçagem das peças mais usadas em estruturas e tubu-
lações industriais.

Traçagem e Planificação de Chapas


44
Referências bibliográficas

ARAÚJO, Etevaldo C. Curso Técnico de Caldeiraria. Hemus Livraria e Editora Ltda,


1976.

ECHEVERRIA, José M.S. Traçado da planificação de peças em chapas. Publica-


ções Europa América. Edições CETOP,1969.

GHIZZE, A. Traçados de caldeiraria, funilaria, encanador industrial e geometria


descritiva. IBRASA: SP,1987

LIMA, Vinicius Rabelo de Abreu. Fundamentos de caldeiraria e Tubulação indus-


trial. 1.ed. Editora Ciência moderna, 2008.

LOBJOIS, Ch. Desenvolvimento de Chapas. Tradução Edson Bini. Editora Hemus.


São Paulo,1976.

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
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