DIREITO CIVIL (COISAS)

02/08/11
DIREITO DAS COISAS (REAIS)
É O COMPLEXO DE NORMAS REGULADORAS DAS RELAÇÕES JURÍDICAS REFERENTES ÀS COISAS (NEM
TODAS AS COISAS SÃO BENS, APENAS AQUELAS QUE SÃO SUSCETÍVEIS DE APROPRIAÇÃO PELO HOMEM...
NAS QUAIS SE PODE EXERCER O PODER DE DOMÍNIO – VÍNCULO JURÍDICO)
COISA É GÊNERO DO QUAL BEM É ESPÉCIE!

O ARTIGO 202 TRAZ QUE É “TUD AQUILO QUE PODE SER OBJETO DE RELAÇÕES JURÍDICAS”. Contudo,
existem bens jurídicos que não são coisas: a LIBERDADE, a HONRA, a VIDA, etc.
ASSIM: COISA  BENS QUE SÃO OBJETO DE DIREITOS REAIS (TITULARIDADE)
O DIREITO DAS COISAS REGULA O PODER HUMANO NO ASPECTO JURÍDICO E TAMBÉM ABRANGE A
NATUREZA FÍSICA, NAS SUAS VARIADAS MANIFESTAÇÕES E, MAIS PRECISAMENTE, SOBRE OS BENS E SEUS
RESPECTIVOS MODOS DE UTILIZAÇÃO.
A PREPONDERÂNCIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO, INFLUIU DECISIVAMENTE NA FORMAÇÃO
ATUAL DO DIREITO DE PROPRIEDADE, QUE DEXOU DE APRESENTAR CARACTERÍSTICAS DE DIREITO
ABSOLUTO E ILIMITADO (ROMA) PARA SE TRANSFORMAR EM UM DIREITO DE FINALIDADE SOCIAL, A
EXEMPLO DO ARTIGO 5º, XXIII, CF/88, QUE NOS TRAZ O IMPORTANTE TEMA DA “FUNÇÃO SOCIAL DA
PROPRIEDADE”, ACOMPANHADA POR LEGISLAÇÕES COMO A LEI DO INQUILINATO, NORMAS DE
PROTEÇÃO AO MEIO- AMBIENTE...JUNTAS REPRESENTAM E IMPÕEM RESTRIÇÕES AO DIREITO DE
PROPRIEDADE.
ART. 1228, P. 1º

TEORIA CLÁSSICA OU TRADICIONAL

DIREITOS REAIS (JUS IN RE)  TRATAM DAS RELAÇÕES JURÍDICAS CONCERNENTES AOS BENS CORPÓREOS
SUSCETÍVEIS DE APROPRIAÇÃO PELO HOMEM – PODER JURÍDICO, DIRETO E IMEDIATO DO TITULAR SOBRE
A COISA, COM EXCLUSIVIDADE E OPONIBILIDADE ERGA OMNES, ESTANDO NO POLO ATIVO O TITULÇAR E
NO PASSIVO A COLETIVIDADE (TODOS DEVEM ABSTER-SE DE TURBAR O DIREITO DO TITULAR)... NO
MOMENTO EM QUE O DIREITO VIOLADO É QUE O DIREITO INDETERMINADO TORNA-SE DETERMINADO –
RELAÇÃO PESSOA X COISA (PERMANENTE) – ELEMENTOS (SUJ. ATIVO, A COISA E A RELAÇÃO DE PODER SO
SUJEITO SOBRE A COISA, VULGO DOMÍNIO) – SÃO ABSOLUTOS, RECAI SOBRE TODOS – NORMAS DE
ORDEM PÚBLICA – NÃO DEPENDE DE NENHUM SUJEITO PARA EXISTIR.
DIREITOS PESSOAIS (JUS AD REM) RELAÇÃO JURÍDICA PELA QUAL UM SUJEITO ATIVO PODE EXIGIR DE
UM PASSIVO DETERMINADA PRESTAÇÃO – O SUJEITO PASSIVO TEM A OBRIGAÇÃO DE ADIMPLIR UMA
PRESTAÇÃO PACTUADA OU LEGAL, ESTANDO NO POLO ATIVO O CREDOR, E NO PASSIVO O DEVEDOR –
PERMITE AS PARTES O LIVRE EXERCÍCIO DA AUTONOMIA DA VONTADE E O SUJEITO PASSIVO É
DETERMINADO DESDE O INÍCIO – RELAÇÃO PESSOA X PESSOA (TEMPORÁRIA) – ELEMENTOS (SUJEITO
ATIVO, SUJEITO PASSIVO, PRESTAÇÃO) – SÃO RELATIVOS, RECAINDO SOBRE DETERMINADA PESSOA OU
PESSOAS – NORMAS DE ORDEM PRIVADA (COGENTE) – IMPRESCINDE DE UMA INTERVENÇÃO DE OUTRO
SUJEITO PARA EXISTIR.

PRINCIPIOLOGIA DOS DIREITOS REAIS

--TAXATIVIDADE: DETERMINA QUE OS DIREITOS REAIS ESTÃO ELENCADOS NO ARTIGO 1225, DO CC/02,
POR MEIO DA TÉCNICA “NUMERUS CLAUSUS”, OU SEJA, A LEI OS ENUMERA DE FORMA TAXATIVA, NÃO
ADMITE APLICAÇÃO ANALÓGICA, SENDO, PORTANTO, LIMITADO (VIDE O ARTIGO).
NÃO HÁ ESPAÇO PARA CRIAÇÃO HUMANA, MEDIANTE DE CONTRATOS, POR EXEMPLO.
LEIS ESPECIAIS PODEM REGULAR OS DIREITOS REAIS, ASSIM COMO, NO PRÓPRIO CÓDIGO, PERCEBEMOS
QUE HÁ OUTROS COMO O DE RETENÇÃO (1219) E OUTRAS (LEI 11481/07 – regularização fundiária de
interesse social em imóveis da União)
--FORMALIDADE : DETERMINA QUE OS DIREITOS REAIS SE CONSTITUEM E SE EXTINGUEM DA MANEIRA
INDICADA NA NORMA – PELA TRADIÇÃO QUANTO A BENS MÓVEIS E SEMOVENTES E PELA TRANSCRIÇÃO
IMOBILIÁRIA (REGISTRO) QUANTO A BENS IMÓVEIS
* A TRADIÇÃO: A ENTREGA (ART. 1226 E 1267, CC/02)... ENGLOBA 2 ELEMENTOS : ENTREGA DO MATERIAL
(ELEMENTO OBJETIVO) + INTENÇÃO DE TRANSLATIVIDADE (ELEMTNO SUBJETIVO)
EX.: MARIA ENCONTRA O CACHORRO DE ANA, PARA TODOS OS EFEITOS, O ANIMAL É DELA, TENDO MARIA
QUE PROVAR O CONTRÁRIO.
A TRANSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA, POR SUA VEZ, É O ATO DO REGISTRO DA CAUSA AQUISITIVA.
EX.: QUER COMPRAR A CASA E GARANTIR QUE NÃO SERÁ VENDIDA A OUTREM. FAZ-SE UM CONTRATO
PRELIMINAR DE NATUREZA IRREBATÁVEL E REGISTRA EM CARTÓRIO APESAR DE NÃO SER PROPRIETÁRIO
DE DIREITO REAL. – NÃO HÁ DIREITO REAL SEM REGISTRO! –.

--PUBLICIDADE/VISIBILIDADE: TORNA VISÍVEL O DOMÍNIO (O PODER SOBRE A COISA) OPONÍVEL ERGA

OMNES, COM PRESUNÇÃO JURIS TANTUM (RELATIVA) DE TITULARIDADE.
FAZ NECESSÁRIA PARA QUE TODOS CONHEÇAM A TITULARIDADE DA COISA.
GERA O DIREITO DE CONTINUAR COM A COISA, NO CASO DE QUESTIONAMENTO, ATÉ QUE SE PROVE O
CONTRÁRIO.
MEIOS DE PUBLICAR: TRADIÇÃO (POSSE) E REGISTRO... OS DIREITOS REAIS SÓ PODEM SER EXERCIDOS
CONTRA TODOS SE FOREM OSTENTADOS PUBLICAMENTE.

--ADERÊNCIA: O DIREITO REAL RECAI SOBRE O BEM E O ACOMPANHA A TODAS AS SUAS DESTINAÇÕES –
ESTABELECE UM VINCULO “SUJEITO X COISA”, QUE, COMO JÁ FOI VISTO, NÃO DEPENDE DE OUTRA
PESSOA PARA EXISTIR.
O DIREITO REAL RESISTE/INCIDE SOBRE O BEM, AINDA QUE ESTE CIRCULE DE MÃO EM MÃO E SEJA
TRANSMITIDO A TERCEIROS (JUS PERSEQUENDI)... EM SUMA, O DIREITO SEGUE A COISA EM PODER DE
QUEM QUER QUE SE ENCONTRE.
FACULTA AO PROPRIETÁRIO USAR, GOZAR, DISPOR DA COISA E TAMBÉM REAVÊ-LA DO PODER DE QUEM
QUER QUE INJUSTAMENTE A POSSUA OU DETENHA, POR EXEMPLO.

04/08/11
...(CONTINUAÇÃO DE PRINCIPIOS)
--PRINCÍPIO DO ABSOLUTISMO:
-PODERES (DOMÍNIO): FACULDADE DE USO, DE FRUIÇÃO, DE DISPOSIÇÃO³, DE REIVINDICAÇÃO4.
-MODO DE EXERCÍCIO.

3. PRERROGATIVA ATRAVÉS DA QUAL O PROPRIETÁRIO PODE TRANSFERIR A COISA PARA QUEM QUER QUE
SEJA (ALIENAÇÃO A QUALQUER TIPO).
PERMITE AO TITULAR VINCULAR O BEM EM GARANTIA (INCLUSIVE A PROPRIEDADE SUPERFICIÁRIA, CUJO
PROPRIETÁRIO, “SUPERFICIÁRIO”, É DONO DO QUE TEM).
4. POSSIBILITA O EXERCÍCIO DA “SEQUELA” E A DEFESA, PORTANTO, DA TITULARIDADE (PELO TITULAR DO
BEM).
A SEQUELA É A POSSIBILIDADE DE PERSEGUIR JURIDICAMENTE O BEM (JUS PERSEQUENDI – AÇÃO
PETITÓRIA, OU MEDIDAS JUDICIAIS PARA A DEFESA DA TITULARIDADE, SENDO QUE A CAUSA DE PEDIR,
NUMA AÇÃO PETITÓRIA, SEMPRE SERÁ A PROTEÇÃO DE UMA TITULARIDADE).
EX: BANCO  NÃO PAGAMENTO DA HIPOTECA  AÇÃO REIVINDICATÓRIA (ESPÉCIE DO GÊNERO
PETITÓRIA).

--PRINCÍPIO DA EXCLUDÊNCIA:
PRINCÍPIO PELO QUAL 2 DIREITOS REAIS DA MESMA NATUREZA NÃO PODEM RECAIR SOBRE A
INTEGRALIDADE DO MESMO BEM, AO MESMO TEMPO. “OU MEU, OU SEU”.
“OPINIBILIDADE ERGA OMNES DA TITULARIDADE” – EXIGIR À TODA A SOCIEDADE QUE NINGUÉM VENHA A
AGIR, SUBREPTICIAMENTE OU NÃO, DE FORMA A OBSTACULIZAR, LESAR OU INVIABILIZAR O MEU
EXERCÍCIO DA TITULARIDADE...AFASTAMENTO DO BEM EM RELAÇÃO A QUALQUER UM QUE NÃO TENHA
DIREITO SOBRE ELE.

--PRINCÍPIO DO DESDOBRAMENTO DO DOMÍNIO:

PRINCÍPIO PELO QUAL O DOMÍNIO PODE SER COMPARTILHADO COM TERCEIRO, POR ATO JURÍDICO
(APENAS POR ESTE) DE NATUREZA REAL OU OBRIGACIONAL, VIABILIZANDO AOS ADIQUIRENTES O
EXERCÍCIO DE PRERROGATIVAS DOMINIAIS TEMPORÁRIAS SOBRE A COISA.
PELO DESDOBRAMENTO DO DOMÍNIO, ESTE SE TORNA ELÁSTICO, POSSIBILITANDO A CRIAÇÃO E O
EXERCIMENTO DE QUANTOS ATOS LEGÍTIMOS FOREM POSSÍVEIS.
EX: MULHER MELANCIA É PROPRIETÁRIA DE UM IMÓVEL (OU SEJA, DETÉM AS 4 FACULDADES). ENTÃO,
DECIDE CELEBRAR COM MULHER MELÃO UM CONTRATO DE LOCAÇÃO. A PARTIR DAQUI, MELÃO
ADIQUIRE AS FACULDADE DE USO E FRUIÇÃO. CIENTE DO QUE DETÉM, RESOLVE CELEBRAR UM CONTRARO
DE SUBLOCAÇÃO COM A MULHER JACA, QUE PASSA ENTÃO A POSSUIR A FACULDADE DE USO.
O GRANDE PONTO É SABER SE ISSO SE TRATA DE UM DESDOBRAMENTO OU “DESMEMBRAMENTO”. NO
SEGUNDO, É COMO SE OCORRESSE, COM O NOVO ATO JURÍDICO GERADO, A “PERDA” DE FACULDADES.
EM SALA, O TERMO “DESDOBRAMENTO” FOI DEFENDIDO PELA PROFESSORA.

(09/08/11)
POSSE (ESTADO DE APARÊNCIA) – FATO JURÍDICO
-VISIBILIDADE DO DOMÍNIO  EXERCITAR POSSE = EXERCITAR DOMÍNIO OU A POSSIBILIDADE DE
EXERCITAR POSSE = EXERCITAR DOMNÍNIO OU A POSSIBILIDADE DE EXERCITAR.
ART. 1196, CC/02 – DEFINE POSSE.

LEMBRANDO QUE CABE AO PROPRIETÁRIO ZELAR PELO BEM, NÃO DEIXANDO-O SEM DESTINAÇÃO.

TEORIAS EXPLICATIVAS DA POSSE (PARA SE DEFINIR QUEM É POSSUIDOR):

-TEORIA SUBJETIVISTA DE SAVIGNY: EXERCER SOBRE BEM VÍNCULO MATERIAL (BEM SEM PODER) –
DETENÇÃO – E ANIMUS DE TITULARIDADE (ELEMENTO SUBJETIVO).
-TEORIA OBJETIVISTA DE IHERING

*A TEORIA DE SAVIGNY NÃO É ACEITA, POIS NEM SEMPRE O POSSUIDOR TEM A INTENÇÃO DE
TITULARIDADE. O LOCATÁRIO, POR EXEMPLO, NÃO DESEJA, COM A RELAÇÃO DE LOCAÇÃO, ATINGIR A
TITULARIDADE.
*JÁ A DE IHRING NOS TRAZ QUE O POSSUIDOR É AQUELE QUE TEM O VINCULO MATERIAL COM O BEM
CORPUS (O BEM EM SI, SEM PODER) – ELEMENTO OBJETIVO.
COM O PASSAR DO TEMPO A INTERPRETAÇÃO PASSA A ACRESCENTAR: COMPORTAMENTE APARENTE DE
DONO E TAMBÉM OFERECER UMA DESTINAÇÃO À COISA.
PELO CONCEITO ANTERIOR BASTAVA UM EMPREGADO TOMAR CONTA DA CASA DE ALGUÉM PARA SE
TORNAR POSSUIDOR. COM A NOVA INTERPRETAÇÃO, A TEORIA É ACATADA PELO NOSSO ORDENAMENTO
JURÍDICO.

SITUAÇÕES CARACTERIZADORAS DA POSSE:

-CAUSAL (RESPALDO JURÍDICO A SUA EXISTÊNCIA)
-D. REAL (COISA PROPRIA – PROPRIEDADE OU COISA ALHEIA – USUFRUTO)
-D OBRIGACIONAL (COMODATO, LOCAÇÃO)
-FORMAL  POSSE AUTÔNOMA, ILEGÍTIMA (FAZ-SE POSSUIDOR, PASSA A GIR COMO TAL). AQUI
NÃO HOUVE CAUSA JURÍDICA DE SUA EXISTÊNCIA.. USOCAPIÃO, RESTITUIÇÃO DE BENFEITORIAS, ETC.

(10/08/11)
...(CONTINUAÇÃO DE POSSE)
SITUAÇÃOES QUE, A PRINCÍPIO, NÃO SERÃO INTERPRETADAS COMO POSSE (ART. 1208, CC/02) – ATOS
MATERIAIS, E NÃO JURÍDICAS:

1. VÍNCULOS DE MERA PERMISSÃO OU DE MERA TOLERÂNCIA

*UTILIZAÇÃO CIRCUNSTANCIAL DE ALGO POR ALGUÉM QUE, ORIGINALMENTE, NÃO DETÉM A POSSE.
A PERMISSÃO IMPLICA NUMA AUTORIZAÇÃO PRÉVIA PARA A PRÁTICA DE ATOS MATERIAIS,
CIRCUNSTANCIAIS E TRANSITÓRIOS E NÃO JURÍDICOS!
*NÃO É GERA UM EFEITO JURÍDICO DE APODERAÇÃO.
A PERMISSÃO DIFERE-SE DA TOLERÂNCIA NO TOCANTE “TEMPO EM QUE OCORRE”, OU SEJA, A
PERMISSÃO SIGNIFICA UMA AUTORIZAÇÃO MATERIAL (E PRÉVIA), E A TOLERÂNCIA, UMA AUTORIZAÇÃO
TÁCITA, PELA PERCEPÇÃO POSTERIOR.
*ENQUANTO PERMISSÃO/TOLERÂNCIA, SEMPRE PERMISSÃO/TOLERÂNCIA.
*PARA USO CAPIÃO É NECESSÁRIO QUE O “PERMITIDO” RECUSE DEIXAR OU DEVOLVER O BEM. ANTES ERA
UMA MERA PERMISSÃO OU TOLERÃNCIA, E A PARTIR DE AGORA SE COMEÇA A CONTAR O TEMPO PARA
USO CAPIÃO. POR ISSO É TÃO NECESSÁRIO QUE O PROPRIETÁRIO DE FATO E DE DIREITO TOME, O MAIS
RÁPIDO POSSÍVEL, AS MEDIDAS CABÍVEIS PARA REAVER O SEU BEM, PRINCIPALMENTE EM VIRTUDE DA
POSSE ADQUIRIDA PELO OUTRO.
*POSSE: SITUAÇÃO DE FATO EM QUE A SOCIEDADE PERCEBE UMA CONDUTA NORMAL DE DONO. OU SEJA,
SE O PROPRIETÁRIO TOMA CONHECIMENTO QUE ALGUÉM OU O “PERMITIDO” RECUSA-SE A SAIR DA
CASA, POR EXEMPLO, É IMPORTANTE EMITIR NOTIFICAÇÃO, RECORRER A JUSTIÇA (NO CASO DE
DESRESPEITO À NOTIFICAÇÃO), PARA QUE FIQUE EVIDENTE O CONFLITO À SOCIEDADE, A FIM DE QUE A
MESMA NÃO COMECE A VER O “DONO” ILEGÍTIMO DE FORMA NORMAL OU COMO DETENTOR DE UMA
APARENTE POSSE REAL.
*COM ISSO, PERCEBE-SE: A VISIBILIDADE DO CONFLITO BOICOTA O SURGIMENTO DA POSSE.
*A POSSE PARA USO CAPIÃO É A POSSE COM ANIMUS DE DOMÍNIO..LEMBRAR DO SURGIMENTO DESSA
POSSE!
EX: NO CASO DE COMODATO, SE FINDA O PRAZO DO EMPRESTÍMO, E O COMODATÁRIO NÃO ENTREGA O
BEM. APÓS A NOTIFICAÇÃO DO COMODANTE, NÃO ACATADA PELO COMODATÁRIO, COMEÇA-SE A
CONTAR O PRAZO PARA USO CAPIÃO.
AGORA, SE O PRAZO TERMINA O COMODANTE NADA FAZ, E O COMODOTÁRIO NÃO O PROCURA PARA
ENTREGAR O BEM, INCIDE-SE EM CLANDESTINIDADE...

... 2. VIOLÊNCIA¹ OU CLANDESTINIDADE²

SÃO ARTIFÍCIOS MALICIOSOS PARA O APODERAMENTO DO BEM/DA COISA.
*SE NÃO TIVESSE AGIDO DAQUELA FORMA (VIOLENTA/CLANDESTINA), O APODERAMENTO NÃO TERIA
SIDO VIÁVEL/POSSÍVEL.
TAIS ARTIFÍCIOS DEVEM CONSTAR NA ORIGEM/INÍCIO OU MOMENTO DA AQUISIÇÃO, ESTIGMATIZANDO O
VÍNCULO.

1- VIOLENCIA FÍSICA OU MATERIAL. É UMA CONDUTA DE AGRESSÃO, SEJA CONTRA O SUJEITO QUE ESTÁ
NA/COM A COISA OU CONTRA O PRÓPRIO BEM PARA QUE SE POSSA OBTÊ-LO (EXPLODIR O PORTÃO PARA
ENTRAR NUMA CASA, POR EXEMPLO)
*A VIOLÊNCIA MORAL (E TAMBÉM A REAL/FÍSICA) DEVE SER COMPROVADA.
*SEM PRAZO HÁBIL PARA USO CAPIÃO, SENDO QUE A VIOLÊNCIA PODE PERDURAR OU SER TRANSITÓRIA.
NO SEGUNDO CASO, PODE SER QUE A POSSE VENHA A SURGIR, COMEÇANDO TAMBÉM A CONTAR O
TEMPO PARA O USO CAPIÃO.
*PARA QUE CESSE A VIOLÊNCIA, SÃO NECESSÁRIOS DOIS FATORES EM CONJUNTO:
- FATOR DO PRÓPRIO AGRESSOR – DEIXAR A VIOLÊNCIA – NORMALIZAÇÃO DA CONDUTA;
- FATOR DA VÍTIMA – DEIXAR DE RESISTIR – NORMALIZAÇÃO DA CONDUTA.
*ENQUANTO HÁ VIOLÊNCIA, NÃO HÁ POSSE.
*MST – O STF ENTENDE QUE SE TRATA DE UMA VIOLÊNCIA CONTÍNUA, NUNCA SURGINDO, POIS, A POSSE.
*É NECESSÁRIO QUE HAJA A VISUALIZAÇÃO DO CONFLITO
2- ATOS DE OCULTAMENTO, SUBREPTÍCIOS, OBSCUROS.
*SOB UM PONTO DE VISTA CRIMINAL, É COMO SE A VIOLÊNCIA EQUIVALESSE A UM ROUBO, E A
CLANDESTINIDADE, A UM FURTO.
APROVEITAMENTO DA INOBSERVÂNCIA ALHEIA (AQUELE QUE TEM COMO EVITAR/AVISAR A VÍTIMA PARA
QUE ELA SE DEFEND...OU A PRÓPRIA VÍTIMA).
*O DONO, VITIMADO, NÃO SABE OU NÃO TEM COMO SABER... PARA REAGIR, CASO CONTRÁRIO, CESSA-SE
A CLANDESTINIDADE (SE SABIA OU TINHA COMO SABER E NADA FEZ)
EM SUMA:
POSSEVÍNCULO JURÍDICO: CAUSAL (DIREITO REAL OU DIREITO PESSOAL) E FORMAL.
Ñ POSSE (DETENÇÃO)VÍNCULO MATERIAL: VIOLÊNCIA/CLANDESTINIDADE E TOLERÂNCIA/PERMISSÃO.
*LEMBRANDO QUE: CESSADA A VIOLÊNCIA OU A CLANDESTINIDADE OU EXTINTA A TOLERÂNCIA OU
PERMISSÃO, SURGE, ENTÃO, A POSSE FORMAL.

O DETENTOR NÃO TEM DIREITO A RESSARCIMENTO POR BENFEITORIAS.

(11-08-11)
3. PRECARIEDADE
DESCUMPRIMENTO DO DEVER DE RESTITUIR BEM ALHEIO; APODERAMENTO DE BEM DE OUTREM PELO
APROVEITAMENTO DO FATO DE HAVER UMA DETENÇÃO MATERIAL ANTERIOR.
“ESTOU COM O BEM ALHEIO, SEJA POR PERMISSÃO/TOLERÂNCIA OU SIMPLES POSSE, E NÃO QUERO
DEVOLVÊ-LO” – APROPRIAÇÃO INDÉBITA.

*A DEPENDER DO VÍNCULO ANTERIOR (E SUA NATUREZA – QUE DEVE TER INCIDIDO EM POSSE), O ATO (E
NÃO “VÍNCULO”) DE PRECARIEDADE GERA OU NÃO PRESUNÇÃO DE POSSE.
EX: LUIS, COMODATÁRIO, POSSUIDOR, DEVE DEVOLVER O IMÓVEL EM DETERMINADA DATA “X”, QUE
MARCA O SURGIMENTO DO DEVER DE RESTITUIR – FIM DO CONTRATO –, ACONTECE QUE ELE SE RECUSA A
FAZÊ-LO. MARIA É A PROPRIETÁRIA, E QUER O BEM DE VOLTA, PROPONDO UMA AÇÃO REIVINDICATÓRIA
(REINTEGRAÇÃO DE POSSE). LUÍS, TENDO FEITO BENFEITORIAS NECESSÁRIAS (APENAS), TEM DIREITO A
RESSARCIMENTO, POIS TINHA A POSSE ANTES DA DATA DO FIM DO CONTRATO, E DEPOIS A PASSOU A
DETER UMA “PRESUNÇÃO DE POSSE”, QUE EXISTE EM VIRTUDE DO VÍNCULO ANTERIOR, QUE, POR SI, JÁ
IMPLICAVA NUMA SITUAÇÃO DE POSSE.
TAMBÉM, SE ELE TIVER CAUSADO ALGUM PREJUÍZO, DEVERÁ COMPENSÁ-LO/RESTITUÍ-LO.
*OS ATOS DE PRECARIEDADE ANTECEDIDOS POR UM VÍNCULO QUE NÃO GERAVA POSSE NÃO
INAUGURAM UM PERÍODO ONDE VIGERÁ A PRESUNÇÃO DE POSSE. INVERTE-SE O ÔNUS DA PROVA (QUE
ANTES CABIA AO PROPRIETÁRIO... AGORA, COMPROVAÇÃO DE POSSE, A SER AFIRMADA PELO DETENTOR),
E NÃO SE CONTA PRAZO PARA USO CAPIÃO.
*A “NOTIFICAÇÃO” FUNCIONA COMO UM DOCUMENTO DE CONVENCIMENTO PARA O JUIZ. É UM
“MARCO ZERO” QUE DETERMINA O INÍCIO DE UM NOVO MOMENTO. PODE SER BENÉFICA OU “MALÉFICA”
PARA O PROPRIETÁRIO, POR EXEMPLO.
*O QUE COMEÇA COMO DETENÇÃO TERMINA COMO DETENÇÃO, A NÃO SER QUE O DETENTOR PROVE O
CONTRÁRIO.
-----------DÚVIDA!!!!!!!!!!!...VER QUEM TEM O ÔNUS DA PROVA E QUANDO!

*ART. 1198,CC/02

4. FÂMULO DA POSSE
É AQUELE SUJEITO QUE SE VINCULA A UM BEM MATERIALMENTE (DETENTOR), CUMPRINDO ORDENS
ALHEIAS, EM RAZÃO DE UMA SUBORDINAÇÃO FUNCIONAL... “PODENDO INCIDIR NO APODERAMENTO DE
UM BEM EM VIRTUDE DO EXERCIMENTO DE UMA DETERMINADA ATIVIDADE LABORAL”.
ESSE DETENTOR NÃO PODE, POR EXEMPLO, MOVER AÇÃO REIVINDICATÓRIA NO CASO DE UMA INVASÃO
DA PROPRIEDADE POR SEM-TERRAS.
ELE, O DETENTOR, TEM O DEVER DE MANTER E CONSERVAR A POSSE ALHEIA, PODENDO PROMOVER ATOS
MATERIAIS DE DEFESA DA POSSE (“DESFORÇO IMEDIATO” E “LEGÍTIMA DEFESA”... MEDIDAS PROTETIVAS
DO PATRIMÔNIO):
- ATRAVÉS DA AUTOTUTELA (DE DIREITO ALHEIO), PARA POR OS INVASORES PARA FORA;
- ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS, PARA EVITAR A INVASÃO.

(16/08/11)
CLASSIFICAÇÃO DE POSSE (FORMA DE ANÁLISE DA POSSE)

I. POSSES PARALELAS (PARALELIDADE QUANTO A POSSE DO CONCEDENTE E DO ADQUIRENTE)

NATUREZA DA CLASSIFICAÇÃO: DESDOBRAMENTO DE POSSE;
SENDO QUE O DESDOBRAMENTO OCORRE SEMPRE A PARTIR DE UM ATO JURÍDICO..COMODATO,
LOCAÇÃO, ETC..OCORRENDO, POIS, O COMPARTILHAMENTO DA POSSE.

EX: VALESKA (PROPRIETÁRIA) (FAC.USO E FRUIÇÃO, LOCAÇÃO)PAULA(POSSUIDORA) (INVASÃO)

ISAAC(POSSE FORMAL).
VALESKA, PROPRIETÁRIA REAL DO BEM, PASSARIA A POSSUIR UMA POSSE IINDIRETA, QUE SE TRATA
DAQUELA QUE REMANESCE COM O CONCEDENTE APÓS O DESDOBRAMENTO.
PAULA, LOCATÁRIA, PASSARIA A POSSUIR UMA POSSE DIRETA, QUE SE TRATA DAQUELA QUE É SEMPRE
ATUAL, VISÍVEL..QUE PODE SER OU ESTÁ SENDO EXECUTADA, ESTANDO SEMPRE VINCULADA À POSSE
INDIRETA, AO DESDOBRAMENTO. PAULA ESTAVA COM O BEM EM RAZÃO DO DESDOBRAMENTO, E POR
ISSO PASSOU A TER POSSE DIRETA.
AS DUAS NÃO PODEM EXERCITAR A POSSE AO MESMO TEMPO.
ISAAC TAMBÉM PODERIA VIR A TER POSSE DIRETA, CONFORME O QUE JÁ FOI ESTUDADO.
PODE HAVER VÁRIAS POSSES INDIRETAS, DESDE QUE PRECEDIDAS POR ATOS DE DESDOBRAMENTO, QUE
TAMBÉM PODEM SER MUITOS..SEMPRE, É CLARO, HAVENDO APENAS UMA POSSE DIRETA.

*A POSSE DIRETA É SEMPRE TEMPORÁRIA;

*TAIS POSSES (DIRETA E INDIRETA) NÃO SE EXCLUEM. ART. 1197, CC/02 – SÃO COMPATÍVEIS, POIS QUE
CONCEDE POSSE NÃO A PERDE, COMPARTILHA.
*A POSSIBILIDADE DE MOVER AÇÃO POSSESSÓRIA EXISTE PARA OS POSSUIDORES DIRETOS E INDIRETOS.
POR ISSO TAMBÉM QUE NÃO SE TRATA DE UM “DESMEMBRAMENTO”, POIS ASSIM VALESKA PERDERIA A
POSSE, E TAMBÉM A LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO POSSESSÓRIA NO CASO DE INÉRCIA DE PAULA,
PERANTE A INVASÃO DE ISAAC, QUE PASSOU A “POSSUIR UMA POSSE”, AINDA QUE JURIDICAMENTE
INFERIOR.

II. POSSE JUSTA¹ E INJUSTA²

CLASSIFICAÇÃO FUNDADA NA PRESENÇA/AUSÊNCIA DE VIOLÊNCIA, CLANDESTINIDADE OU
PRECARIEDADE NA ORIGEM DA POSSE.
SÃO VÍCIOS OBJETIVOS: VIOLÊNCIA, CLANDESTINIDADE E PRECARIEDADE... MÁCULAS NA POSSE.

2. TRATA-SE DE UMA POSSE VICIADA... ENQUANTO EXISTE A MÁCULA NÃO HÁ A POSSE. CESSANDO O
VÍCIO, NASCE UMA POSSE MACULADA QUANTO À CONDUTA DO SUJEITO PARA A OBTENÇÃO DA COISA.
POR ISSO, “VÍCIO OBJETIVO”... O QUE FOI FEITO PARA OBTER A POSSE.
1. NÃO É VICIADA, ALÉM DE SER LIVRE DE MÁCULAS OBJETIVAS.
ACONTECE NEM TODA POSSE JUSTA É LEGÍTIMA/DEVIDA. EX: PESSOA QUE OCUPA TERRENO.

UMA POSSE INJUSTA NÃO SE TORNA JUSTA PELO DECURSO DO TEMPO (PRINCÍPIO DO CARÁTER DA
POSSE)
*PORÉM, A POSSE, MESMO INJUSTA, NÃO É NOCIVA À CONTAGEM DO PRAZO PARA USO CAPIÃO.
 O CARÁTER INJUSTO É RELATIVO, OU SEJA, A INJUSTIÇA É SENTIDA E CONSIDERADA PELA VÍTIMA,
MAS PARA A SOCIEDADE PODE SER UMA POSSE INJUSTA.
*O POSSUIDOR INJUSTA, NUMA AÇÃO POSSESSÓRIA, POSSUI UMA POSSE DEGRADADA PRESUMIDA, OU
UMA “POSSE MENOR” (JURIDICAMENTE INFERIOR) DO QUE A DO JUSTO... EFEITO.
*A POSSE “JUSTA OU INJUSTA” INTERFERE NO JUÍZO DE VALOR FUNDAMENTAL À IDENTIFICAÇÃO DA
MELHOR POSSE NO CASO DE UMA BATALHA JUDICIAL, POR EXEMPLO.

III. POSSE DE BOA-FÉ/MÁ-FÉ.

ESTADO ANÍMICO DO SUJEITO. (SABE, NÃO SABE)

A POSSE DE MÁ-FÉ TRATA-SE DE UMA POSSE SUBJETIVAMENTE VICIADA (≠ POSSE INJUSTA), SENDO A TAL
MÁ-FÉ O ELEMENTO VICIADOR.
JÁ A DE BOA-FÉ SE REFERE ÀQUELA EM QUE O SUJEITO CRÊ ESTAR AUTORIZADO AO EXERCÍCIO DE TAL
POSSE. ART. 1.201, CC/02.

A BOA-FÉ É UM ESTADO POSITIVO DO SUJEITO... ELE CRÊ QUE PODE EXERCER AQUELA POSSE, PODENDO
EXERCER TAMBÉM O DOMÍNIO.
O ÔNUS DA PROVA DA BOA-FÉ DEVE SER PROVADO POR QUEM ALEGA A BOA-FÉ (PRESUNÇÃO
NORMATIVA, “JUSTO TÍTULO” = JUSTA CAUSA/FORMA ADEQUADA – “INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA
DIVERSA”: QUALQUER UM, NAQUELAS CIRCUNSTÂNCIAS TAMBÉM ACREDITARIA SER POSSUIDOR¹)

*AQUELE QUE ALEGA BOA-FÉ, E INGNORA OBSTÁCULOS PARA A POSSE (NÃO TINHA CIÊNCIA DESTES OU
NÃO BUSCOU SABER SE EXISTIAM) ≠ DAQUELE QUE TEM CIÊNCIA DOS OBSTÁCULOS PARA O
EXERCIMENTO DA POSSE POR ELE, INSISTINDO NA MÁ CONDUTA.

¹ SE QUALQUER UM PUDESSE AGIR DA MESMA FORMA, NAQUELA SITUAÇÃO, CRENDO REALMENTE ESTAR
NA FIGURA DO POSSUIDOR, CABE, POIS, AO OUTRO, A CONTRAPROVA.

DETERMINAR A PRESENÇA/AUSÊNCIA DE MÁ OU BOA FÉ É IMPORTANTE PARA SE DECIDIR CASOS QUE

ENVOLVEM RESSARCIMENTO POR BENFEITORIAS, POR EXEMPLO.

*PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO CARÁTER SUBJETIVO: A POSSE DE MÁ-FÉ NÃO SE TRANSFORMA EM

BOA-FÉ PELO EXERCÍCIO DA MESMA POSSE. É POSSÍVEL QUE OCORRA A “INTERVERSÃO DO CARÁTER DA
POSSE”, ATO JURÍDICO ATRAVÉS DO QUAL É MODIFICADA A PRÓPRIA POSSE... NASCENDO UMA SEGUNDA
E NOVA POSSE, DISTINTA (USO CAPIÃO – “POSSE POSSE”; MÁ-FÉ – COMODATO – OUTRA POSSE).
O DECURSO DO TEMPO NÃO RETIRA O VÍCIO DA POSSE.
*UMA POSSE DE BOA-FÉ PODE SE TORNAR UMA DE MÁ-FÉ.
EX: UMA PESSOA ADQUIRE UM BEM, DE BOA-FÉ, MAS ESTE NÃO É TRANSFERIDO POR UM MOTIVO
QUALQUER. A PARTIR DAÍ, O “ANTIGO” PROPRIETÁRIO AJUIZA UMA AÇÃO. CHEGADA A FASE DA CITAÇÃO,
AQUELA PESSOA COMEÇA A FAZER BENFEITORIAS PELA CASA, POR EXEMPLO, A FIM DE SER RESSARCIDO
PELAS MESMAS, JÁ QUE VIRIA A PERDER O BEM.
É NECESSÁRIO ATENTAR-SE AO QUE É FEITO A PARTIR DO MOMENTO DA CITAÇÃO.

(17/08/11)
POSSE EXCLUSIVA (POSSE EXERCITADA POR UMA PESSOA EM FACE DA INTEGRALIDADE DO BEM) E
COMPOSSE (O Nº DE PESSOAS NO EXERCÍCIO DA POSSE)
-COMPOSSE: EXERCÍCIO SIMULTÂNEO DA POSSE, POR DUAS OU MAIS PESSOAS EM FACE DE BEM
INDIVISO OU EM ESTADO DE INDIVISÃO – A POSSE DE UM NÃO AGRIDE/VIOLA A DO OUTRO... SEM QUE
EXISTA UMA DELIMITAÇÃO QUANTO A ATUAÇÃO DE CADA UM.
EX.: GARAGEM PARA VISITANTES, PISCINA DO PRÉDIO E ESPÓLIO PARA HERDEIROS.
 É POSSÍVEL TAMBÉM FALAR EM COMPOSSE “PRO INDIVISO” (É A TÍPICA, O PRÓPRIO CONCEITO DE
COMPOSSE) E “PRO DIVISO” (CRIADA PELA DOUTRINA, E NA QUAL DUAS OU MAIS PESSOAS,
SIMULTANEAMENTE, EXERCITAM POSSE EM FACE DE BEM INDIVISÍVEL, SENDO QUE HÁ UMA
DEMARCAÇÃO TERRITORIAL OU TEMPORAL PARA QUE O DOMÍNIO DE CADA UM SEJA IMPLEMENTADO
SOBRE A COISA.
EX.: NUMA CASA (BEM ÚNICO), EXISTE UMA DIVISÃO: 1º ANDAR DE UM E 2º ANDAR DE OUTRO.

EFEITOS DA POSSE
1. POSSE X BENFEITORIAS
BENFEITORIAS SÃO ACRÉSCIMOS FEITOS AO BEM EXISTENTES, E PODEM SER: NECESSÁRIAS
(ESTRUTURAIS, INDISPENSÁVEIS AO BEM...COMO AÇÕES QUE EVITAM A RUINA OU O PERECIMENTO
ACELERADO DO BEM), ÚTEIS (MELHOR APROVEITAMENTO DA COISA, COMO, POR EXEMPLO, AMPLIAR A
GARAGEM OU POR UMA SUITE) E VOLUPTUÁRIAS (DISPENSÁVEIS)
PARA SE ANALISAR COMO SERÁ RESOLVIDA ESSA RELAÇÃO, É NECESSÁRIO QUE ANALISEMOS O TIPO DA
POSSE, OU SEJA, SE É:
-POSSE CAUSAL: AQUI, O POSSUIDOR SÓ PODERÁ FAZER AS MODIFICAÇÕES DO QUE FOI
PACTUADO (FOGE A REGRA GERAL). EX.: LOCATÁRIO E COMODATÁRIO.
SE O CONTRATO FOR SILENTE NESSE TOCANTE, HÁ A PRESUNÇÃO DO RESSARCIMENTO TÃO SOMENTE DAS
NECESSÁRIAS, JÁ QUE AS ÚTEIS E VOLUPTUÁRIAS DEPENDEM DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.

-POSSE DESVINCULADA DO DESDOBRAMENTO: DE BOA-Fɹ E DE MÁ-Fɲ

¹ SE BENFEITORIAS DIVERSAS (TODOS OS TIPOS), A PROPRIETÁRIA ENTRA COM AÇÃO, E A ATUAL
POSSUIDORA É CITADA.
EX.: A, POSSUIDORA, TEM DIREITO AS BENFEITORIAS ÚTEIS E NECESSÁRIAS (RESSARCIMENTO) +
LEVANTAMENTO DAS VOLUPTUÁRIAS (1219)...pertenças, pois estas podem ser retiradas e levadas
consigo...E TAMBÉM A RETENÇÃO DO BEM (MEIO COERCITIVO PELO QUAL O CONSUMIDOR DE BOA-FÉ
TEM O DIREITO DE PERMANECER NO BEM, CASO O RETOMANTE RESISTA AO RESSARCIMENTO DAS
BENFEITORIAS ÚTEIS E NECESSÁRIAS. NÃO SE APLICA ÀS VOLUPTUÁRIAS (SÓ OCORRE NO CASO DE
RECUSA, E PARA QUE POSSA OCORRER NOS CONFORMES, DEVE SER PRECEDIDA POR UMA AUTORIZAÇÃO
JUDICIAL, APÓS TÊ-LA REQUERIDO NO MOMENTO HÁBIL.)
-MOMENTO DA ARGUIÇÃO: SE AUTOR  NA INICIAL; SE RÉU  NA CONTESTAÇÃO –
EMBARGOS DE RETENÇÃO.
² SOMENTE TERÁ O DIREITO AO RESSARCIMENTO PELAS NECESSÁRIAS, SE FICAREM COMPROVADAS COMO
TAIS, NÃO CABENDO, AQUI, DIREITO DE RETENÇÃO (MESMO PROVANDO AS BENFEITORIAS, ETC). ALÉM
DISSO, O POSSUIDOR TEM O ÔNUS DA PROVA.
*PONDERAÇÃO: NO CASO CONCRETO DEVE-SE ANALISAR SE A BENFEITORIA VOLUPTUÁRIA FIGOROU
COMO UM FATOR IMPORTANTE NA SUPERVALORIZAÇÃO DO BEM IMÓVEL, POR EXEMPLO. ENTÃO, O JUIZ,
FOCADO EM FATORES COMO O BOICOTE DO “ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA” PODE DECIDIR PELO
RESSARCIMENTO.

(18/08/11)
PRERROGATIVA PARA A PROPOSITURA DE AÇÃO POSSESSÓRIA (OU INTERDITOS POSSESSÓRIOS)
AÇÃO POSSESSÓRIA
I. CONCEITO: MEDIDA JUDICIAL (POIS HÁ EXTRAJUDICIAIS) PARA A DEFESA DA POSSE.
NÃO IMPORTA O PORQUÊ DESSA POSSE, BASTA A PROVA DA EXISTÊNCIA DA POSSE, PARA QUE A
NORMA LHE GARANTA O DIREITO DE PRESERVAR TAL POSSE. CADA UM SÓ PODE DEFENDER O QUE
POSSUI.

II. NATUREZA JURÍDICA

AÇÃO POSSESSÓRIA X AÇÃO PETITÓRIA
A AÇÃO POSSESSÓRIA É DESTINADA À DEFESA DA POSSE, TENDO POR “CAUSA DE PEDIR” = PROTEÇÃO
POSSESSÓRIA.
É CABÍVEL SUA PROPOSITURA POR AQUELES QUE ESTEJAM EXERCITANDO A POSSE... QUE, POR ALGUM
MODO, MATERIAL OU NÃO, JÁ FOI EXERCIDA PELO SUJEITO.
JÁ A AÇÃO PETITÓRIA NÃO OLHA PARA A POSSE, MAS SIM PARA A DEFESA DA TITULARIDADE DE UM
DIREITO REAL, SENDO IRRELEVANTE SE O SUJEITO (ATIVO, DEMANDANTE) EXERCE OU NÃO A POSSE
NAQUELE MOMENTO.
*HÁ DETERMINADAS SITUAÇÕES EM QUE O AUTOR DA AÇÃO POSSUI TITULARIDADE E POSSE,
CONCOMITANTEMENTE, PODENDO, ASSIM, AJUIZAR OU AÇÃO PETITÓRIA OU POSSESSÓRIA, MAS NUNCA
AS DUAS (AO MESMO TEMPO), POIS NÃO SE TRATAM DE MEDIDAS JUDICIAIS CUMULATIVAS.
A DEPENDER DO MOMENTO EM QUE A AÇÃO É AJUIZADA, DETERMINAR-SE-Á QUAL DAS DUAS É MELHOR
PARA O CASO.
*AMABAS SÃO GÊNEROS

CABIMENTO
DEFINIÇÃO DA MELHOR POSSE, NÃO EM ERGA OMNES, MAS INTER PARTES, ENTRE AUTOR E RÉU.
A AÇÃO POS. POSSUI UMA SENTENÇA DE EFICÁCIA LIMITADA, AO CONTRÁRIO DA PETITÓRIA. UM DIREITO
PREVELACERÁ ENTRE OS DOIS.

a) ESBULHO (MAIS GRAVE)  PERDA DA POSSE; PRIVAÇÃO COMPLETA DA POSSE, EM VIRTUDE DA

CONDUTA DO RÉU. PERDA INDEVIDA – CONDUTA INJUSTA – PRECARIEDADE, ETC.
A CONDUTA DE TERCEIRO QUE, COM OU SEM VIOLÊNCIA/CLANDESTINIDADE, GERA POSSE INDEVIDA.
QUALQUER ATO QUE, PELA SUA NATUREZA, CONSIGA PRIVAR A POSSE DE UM SUJEITO QUE A TINHA.
POSSE PERDIDA PELA CONDUTA DE OUTREM – NEXO CAUSAL IMPRESCINDÍVEL.

b) TURBAÇÃO  É A INVIABILIZAÇÃO DA POSSE PLENA POR CONDUTA DE OUTREM. NÃO IMPEDE, MAS
ATRAPALHA A POSSE. FUNDA-SE NA FALTA DE AUTORIZAÇÃO E TAMBÉM GERA UMA POSSE INDEVIDA.
*NÃO É UM ESBULHO REDUZIDO!
*POSSE “PLENA” NÃO É O MESMO QUE “COMPLETA”

c) AMEAÇA PESSOAL  RISCO IMINENTE DE TURBAÇÃO OU ESBULHO. QUANDO HÁ FORTE INDÍCIO/ TUDO
INDICA QUE HAVERÁ A INVIABILIZAÇÃO/ATRAPALHAÇÃO DO EXERCIMENTO DA POSSE.
CONSTITUI A BASE PARA O INTENTAMENTO DE UMA AÇÃO PREVENTIVA

ESPÉCIES:
A AÇÃO POSSESSÓRIA É UM GÊNERO QUE ENGLOBA 3 ESPÉCIES...UMA PARA CADA DANO:
1. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE (RECUPERAÇÃO DE POSSE PERDIDA)
-HIPÓTESE: ESBULHO;
-REQUISITO: A PROVA DA POSSE ANTERIOR AO DANO, OU SEJA, A COMPROVAÇÃO DE QUE UMA
POSSE JÁ ESTAVA SENDO EXERCITADA, AINDA QUE NÃO DIRETAMENTE, NO MOMENTO DO ESBULHO.
DEVE-SE, PORTANTO, CONSTATAR A PERDA DE UMA POSSE ANTERIOR E O NEXO CAUSAL ENTRE A
CONDUTA DO AGRESSAR A AQUELA PERDA.
EX.: SE ALGUÉM RECEBEU AS CHAVES DE UMA CASA NOVA, E LOGO CELEBROU COM OUTREM UM
CONTRATO DE LOCAÇÃO, AQUELE ALGUÉM AINDA DETÉM A POSSE, INDIRETA, PODENDO PROPOR AÇÃO
POSSESSÓRIA NUM ATO DE PRECARIEDADE, POR EXEMPLO.

*O DENTENTOR NÃO PODE MOVER AÇÃO POSSESSÓRIA*

*A POSSE DO ANTECESSOR SOMA-SE A POSSE DO ADQUIRENTE.
*SE ALGUÉM “ADQUIRE (COMPRA E VENDA, POR EX.) UMA POSSE” ATINGIDA POR ESBULHO, ESSE
ADQUIRENTE PODE AJUIZAR AÇÃO POSSESSÓRIA – “TEORIA DOS DANOS DIRETOS E IMEDIATOS”.
(23/08/11)
2. AÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE
AÇÃO PARA FAZER CESSAR ATOS DE TURBAÇÃO, E É NESSA HIPÓTESE QUE RESIDE O SEU
CABIMENTO.
COMO REQUISITOS TÊM-SE: PROVA DA POSSE EXISTENTE DURANTE A IMPLEMENTAÇÃO DOS ATOS
TURBATÓRIOS – POSSE ATUAL E EXISTENTE NA CIRCUNSTÂNCIA DO DANO. ATUAL, MAS NÃO
NECESSARIAMENTE “DIRETA”; PROVA DA RELAÇÃO CAUSAL/CONSEQUENCIAL ENTRE A CONDUTA DO
AGENTE E O DANO CAUSADO À POSSE DO AUTOR, QUE CAUSOU O PREJUÍZO – NEXO CAUSAL.

3. INTERDITO PROIBITÓRIO
AÇÃO INTENTADA/AJUIZADA EM CARÁTER PREVENTIVO, ACAUTELATÓRIO... PARA EVITAR A
CONSUMAÇÃO DO ESBULHO OU DA TURBAÇÃO. A AMEAÇA, POR SÍ SÓ, JÁ PODE REPRESENTAR UM DANO.
*É IMPORTANTE DIZER E SEMPRE REFORÇAR QUE ESSA AÇÃO NÃO SE TRATA DE UMA “MEDIDA
CAUTELAR”
SEU CABIMENTO ESTÁ JUSTAMENTE NA INTENÇÃO DE SE EVITAR O ESBULHO OU A TURBAÇÃO.
COMO REQUISITOS TÊM-SE: A PROVA DA POSSE ATUAL, AMEAÇADA, NA IMINÊNCIA DE UM DANO
MAIOR E A AMEAÇA COMO UM REAL TEMOR DE DANO, CONFIGURADA PELA ATUALIDADE E IMINÊNCIA DE
ESBULHO OU TURBAÇÃO – FUNDADO TEMOR/REAL TEMOR JUSTIFICÁVEL – + NEXO CAUSAL.

*NO CASO DE UM GRUPO DE PESSOAS (AMEAÇADOR, POR ASSIM DIZER), PODE-SE CITAR TODAS (INTUITU
PERSONAE) OU APENAS O “CHEFE”, OU LÍDER DO GRUPO, EM PROVEITO DOS DEMAIS.
*A PROVA COMPETE A QUEM ALEGA.

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS ÁS AÇÕES POSSESSÓRIAS:

-FUNGIBILIDADE DOS INTERDITOS (TÍPICO DAS POSSESSÓRIAS): O AJUIZAMENTE INADEQUADO DE
UMA AÇÃO POSSESSÓRIA AO INVÉS DE OUTRA, SEJA POR EQUÍVOCO, SEJA PELA MODIFICAÇÃO DO STATUS
QUO, NÃO IMPEDE QUE O JUIZ CONHEÇA A AÇÃO E ESPEÇA A ORDEM PERTINENTE À SITUAÇÃO QUE SE
ENCONTRE NO CASO CONCRETO. É UMA ADEQUAÇÃO PRÁTICA (EM NOME DA PROTEÇÃO DA POSSE, NO
STATUS ANTERIOR AO DANO).
-CARÁTER DÚPLICE DAS POSSESSÓRIAS: PELA NATUREZA DA AÇÃO POSSESSÓRIA, O JUIZ DECIDE
QUEM TEM A MELHOR POSSE (!) ENTRE AUTOR E RÉU, PODENDO DECIDIR A FAVOR DESTE, INDEPENDENTE
DE PEDIDO CONTRAPOSTO (NO MOMENTO DA CONTESTAÇÃO) OU RECONVENÇÃO.

(24/08/11)
RITO DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS (SEU PROCEDIMENTO)
O RITO SERÁ DETERMINADO A DEPENDER DO MOMENTO EM QUE A AÇÃO É INTENTADA.
1. RITO SUMÁRIO  QUANDO AJUIZA-SE A AÇÃO DENTRO DO PRAZO DE ATÉ 1 ANO E 1 DIA A PARTIR DO
DANO. É UMA “AÇÃO DE FORÇA NOVA”... O VÍNCULO COM O AGRESSO É RECENTE, DATADO DE ATÉ 1
ANO//1DIA.
HÁ O CABIMENTO DE UMA LIMINAR (PARA EVITAR PREJUÍZOS AO PRÓPRIO MÉRITO... TRATA-SE DE UMA
MEDIDA “SATISFATIVA”, POIS SE APROXIMA DAQUILO QUE SE DESEJA COM O PROCESSO) PROTEÇÃO
SUPERFICIAL E IMEDIATA... ATINGINDO LOGO A REINTEGRAÇÃO, RESGUARDANDO O AUTOR, EM FACE DA
DEMORA PROCESSUAL – JULGAMENTO DE MÉRITO.
2. RITO ORDINÁRIO  MAIS DE UM ANO E UM DIA. É UMA “AÇÃO DE FORÇA VELHA”. NÃO CABE LIMINAR,
MAS CABE “ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA”, ou seja, UMA “ANTECIPAÇÃO DO MÉRITO”, CABÍVEL
APENAS NAS AÇÕES CUJO RITO É ORDINÁRIO.

LIMINAR
-COMO REGRA, NÃO ATINGE O MÉRITO
ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
-TEM CARÁTER PREPARATÓRIO/PREVENTIVO E ATINGE O MÉRITO
 -AMBAS PRODUZEM OS MESMOS EFEITOS, BASICAMENTE, SENDO DISTINTAS EM
VIRTUDE DA NOMENCLATURA E TAMBÉM DO RITO EM QUE CADA UMA SE ENCONTRA, ALÉM DO QUE A
SEGUNDA SÓ SERÁ CONCEDIDA DE HOUVEREM PROVAS MAIS CONCRETAS QUE, JUNTO COM O FUMUS
BOM IURIS, ATUEM COMO COMPROVADORES DO MELHOR DIREITO, ANTECIPANDO O MÉRITO QUE ESTÁ
SENDO JULGADO.

*1 ano//1 dia = prazo que demarcar/define o rito processual.

*QUANDO CESSA A CLANDESTINIDADE, POR EXEMPLO, É QUE SURGE O DIREITO DE AJUIZAR A AÇÃO,
COMEÇANDO-SE TAMBÉM A CONTAR O PRAZO SUPRACITADO.
TAL PRAZO, TENDO EM VISTA SUA TAXATIVIDADE, É SEMPRE PREJUDICIAL À VÍTIMA.

*O INTERDITO PROIBITÓRIO É UMA AÇÃO POSSESSÓRIA QUE, NECESSARIAMENTE, SEGUIRÁ O RITO

SUMÁRIO.

...CONTINUAÇÃO DOS EFEITOS DA POSSE

DEFESA MATERIAL DA POSSE (AUTOTUTELA – EXTRAJUDICIAL DA POSSE, E NÃO DO TÍTULO)..(EXERCÍCIO
REGULAR DE DIREITO)
EM POUQUÍSSIMAS SITUAÇÕES A NORMA PERMITE A AUTOTUTELA
1. LEGÍTIMA DEFESA: ATUAÇÃO PREVENTIVA PARA EVITAR ESBULHO OU TURBAÇÃO... SUPRIME A
NECESSIDADE DO INTERDITO PROIBITÓRIO, POR EXEMPLO.
2. DESFORÇO INCONTINENTE OU IMEDIATO: RECUPERAÇÃO DO BEM PERDIDO... SUPRIME A NECESSIDADE
DO AJUIZAMENTO DE UMA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, POR EXEMPLO.

*Art. 1210, CC/02

REQUISITOS À REGULARIZAÇÃO DO EXERCÍCIO: ATUAÇÃO IMEDIATA E UTILIZAÇÃO DE MEIOS

MODERADOS... “PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE”.

O DESFORÇO QUE NÃO É IMEDIATO, OU SEJA, PRATICADO APÓS O PRAZO DE 1 ANO//1 DIA É ENTENDIDO
COMO INDEVIDO (entendimento majoritário). O AGRESSOR TEM DIREITO A TER O BEM DE VOLTA ATÉ A
DECISÃO JUDICIAL, NESSE CASO.
O DESFORÇO IMEDIATO SÓ É ADMITIDO COMO TAL QUANDO OCORRE DENTRO DO PRAZO DE 1 ANO//1
DIA. HAVENDO TAMBÉM AQUELES QUE ENTENDEM QUE O “IMEDIATISMO” NO DESFORÇO SÓ SE
CONFIGURARIA LOGO APÓS A AGRESSÃO.

POSSE X FRUTOS
1. FRUTOS: BEM JURÍDICOS RENOVÁVEIS.
- ESPÉCIES:
. NATURAL: A SUA RENOVAÇÃO INDEPENDE DE DESPESAS DE PRODUÇÃO E CUSTEIO
. ARTIFICIAL: SÓ SE RENOVA A PARTIR DE INVESTIMENTO HUMANO..DESPESAS DE
PRODUÇÃO E CUSTEIO.

*PRODUTO ESGOTA. FRUTO RENOVA-SE.

. CIVIL: RENDIMENTO DO CAPITAL (JUROS E ALUGUÉIS, POR EXEMPLO)

*CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO VÍNCULO COM O BEM PRINCIPAL:
. PENDENTES: AINDA VINCULADOS (EM FACE DO ASPECTO TEMPORAL) AO BEM PRINCIPAL,
POIS O MOMENTO DA PERCEPÇÃO AINDA NÃO SE ULTIMOU.
“Fruto verde”; vaca que ainda não pariu; Aluguel que ainda não venceu; Cajueiro que ainda não deu fruto
por estar fora da temporada, por exemplo.
. COLHIDOS/PERCEBIDOS: DESTACADOS TEMPESTIVAMENTE DO BEM PRINCIPAL
. ESTANTES: AQUELES QUE, COLHIDOS E PERCEBIDOS, AINDA ESTÃO DISPONÍVEIS.
“Frutos armazenados”... Disponibilizados.
. PERCIPIENDOS: AQUELES CUJO MOMENTO DA PERCEPÇÃO OU COLHEITA JÁ FOI
ULTRAPASSADO... QUE JÁ DEVERIAM TER SIDO COLHIDOS/ PERCEBIDOS.
“Pendentes perecendo”

RELAÇÃO COM A POSSE DE BOA-FÉ.

- TEM DIREITO AOS FRUTOS COLHIDOS E PERCEBIDOS, ASSIM COMO AOS ESTANTES, PORÉM,
RESPONSABILIZA-SE PELOS PERCIPIENDOS QUE PERECEREM, A TÍTULO DE RESSARCÍ-LOS, MAS SEM
PRESUNÇÃO DE CULPA NO PERECIMENTO, CABENDO O ÔNUS DA PROVA AO RECLAMENTE. E MAIS: AINDA
TEM DIREITO DE SER RESSARCIDO PELOS INVESTIMENTOS QUANTO AOS FRUTOS PENDENTES ARTIFICIAIS.

RELAÇÃO COM A POSSE DE MÁ-FÉ.

- SÓ TEM DIREITO ÀQUILO QUE INVESTIU NOS PENDENTES, HAVENDO, AQUI, A PRESUNÇÃO DE CULPA
QUANTO AOS PERCEPIENDOS QUE PERECEREM, INVERTENDO-SE O ÔNUS DA PROVA. E MAIS: DEVE
RESTITUIR TODO O PROVEITO COM OS FRUTOS COLHIDOS, PERCEBIDOS E ESTANTES (O BEM OU O VALOR)
+ AUSÊNCIA DO DIREITO DE RETENÇÃO DO BEM.

(31/08/11)
AÇÕES PARA DEFESA DE DEMAIS DIREITOS EM FACE DAS COISAS (SÃO TAMBÉM “SECUNDÁRIAS PARA
DEFESA DA POSSE”, PORÉM, NA REALIDADE, REFEREM-SE À DEFESA DA TITULARIDADE.
1. AÇÃO DE IMISSSÃO NA POSSE (APLICA A BENS IMÓVEIS, EM REGRA)  AÇÃO ADEQUADA PARA A
INTEGRALIZAÇÃO DA PRIMEIRA POSSE AO TITULAR DE DIREITO REAL, QUE, OBSTADO PELO RÉU, NÃO
CONSEGUE EXERCITAR ATOS DOMINIAIS SEOBRE O BEM.
NÃO SE TRATA DE UMA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO, SENDO QUE AQUI NÃO HAVIA POSSE ANTERIOR.
POR EXEMPLO: COMPRO UM IMÓVEL NA PLANTA. JOÃO QUER COMPRÁ-LO COMIGO, E EU O VENDO. SE A
CONSTRUTORA NÃO QUISER ENTREGAR A JOÃO, ELE PODE INTENTAR UMA AÇÃO DE IMISSÃO DA POSSE,
CONTRA ESSA CONSTRUTORA, AFINAL, ELE É O TITULAR.
PARTE-SE DA EXISTÊNCI DA TITULARIDADE PARA A 1ª POSSE DO TITULAR. O AUTOR NUNCA TEVE POSSE,
MAS DESEJA EXERCE-LA.
 1ª POSSE EM RAZÃO DA TITULARIDADE ADQUIRIDA!
-RITO: NATUREZA EMERGENCIAL, OU SEJA, SUMÁRIO. NECESSITA-SE, AQUI, DE CONCESSÃO
IMEDIATA DE LIMINAR.
-CABIMENTO: QUANDO O AUTOR TEM TITULARIDADE, MAS NÃO TEM A POSSE.
- REQUISITOS: PROVA DA TITULARIDADE DE DIREITO REAL QUE CONDUZA À POSSE (EX.:
HIPOTECÁRIO – DIREITOS REAIS DE GARANTIA – NÃO JUSTIFICA, POIS NÃO TEM AUTONOMIA DOMINIAL...
NO CASO DE UM PENHOR DE DETERMINADO BEM EM UM BANCO, ESTE, O BANCO, NÃO PODE ENTRAR
COM ESSE TIPO DE AÇÃO); PROVA DA INEXISTÊNCIA DE ESBULHO – NÃO HOUVE POSSE (POR EX: ALGUÉM
COMPROU UM BEM, O REFORMOU, MAS NÃO FOI MORAR. NESSE INTERMÉDIO, ALGUÉM O “TOMA” PARA
MORADIA. NESSE CASO, NÃO CABE AÇÃO DE IMISSÃO); O RÉU DEVE SER AQUELE QUE TENHA O DEVER DE
VIABILIZAR A POSSE OU O VÍNCULO JURÍDICO PARA COISA/NEGÓCIO (VÍNCULO ANTERIOR JUSTIFICADO).

EM SUMA:
PETITÓRIAS-
 IMISSÃO DA POSSE – PROTEÇÃO DE TITULARIDADE (DIREITO DA POSSE INERENTE AO TÍTULO);
POSSE IMPEDIDA, NUNCA EXERCITADA; IMPEDIMENTO PRATICADO POR QUEM DEVERIA, A
PRINCÍPIO, VIABILIZAR A POSSE, OU QUEM JÁ TINHA VÍNCULO COM COISA OU NEGÓCIO (QUEM
DEU O MOTIVO FOI O RÉU).
 REIVINDICATÓRIA – PROTEÇÃO DA TITULARIDADE (LATO SENSU), SENDO IRRELEVANTE A POSSE DO
AUTOR; TITULARIDADE ESTÁ AFETADA SEJA POR ESBULHO, SEJA QUANDO UM 3º IMPEDE A 1ª
POSSE, SEJA QUANDO A POSSE FOR PERDIDA PELO SEU NÃO-EXERCÍCIO.

BUSCAR DIFERENCIAÇÃO.
 -EFEITOS: GERA UMA SENTENÇA DE EFICÁCIA LIMITADA RESTRITA ÀS PARTES (INTER
PARTES) – FINALIDADE DE DESOCUPAÇÃO PELO RÉU.

2. AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA (EMBARGO DE OBRA NOVA): VISA PARALISAR OBRA EM
ESTÁGIO INICIAL, SEJA PELA IRREGULARIADADE ADMINISTRATTIVA, SEJA POR CAUSAR DANOS AO IMÓVEL
DO AUTOR, OU A QUALQUER DIREITO QUE ELE TENHA SOBRE A COIA.
-NATUREZA JURÍDICA: MEDIDA EMBARGATÓRIA. EX.: VIZINHO ESTÁ FAZENDO UMA OBRA E
PERCEBE QUE A CONSTRUÇÃO, POR IRREGULARIDADE ADMINISTRATIVA, PODERÁ DANIFICAR O SEU
IMÓVEL.
EX.: MODIFICAÇÃO DA COR DA CASA EM UM CONDOMÍNIO CUJO ESTATUTO PROÍBE.
-CABIMENTO: IRREGULARIDADE (MATERIAL OU ADMINISTRATIVA) NA OBRA – INCIAL +
DANO REAL (PROVADO, MESMO QUE IMINENTE)
-LEGITIMIDADE: POSSUIDOR; TITULAR DO DIREITO REAL; QUEM TEM INTERESSE JURÍDICO
(MUNICÍPIO, CONDOMÍNIO, HERDEIROS OU ASSOCIAÇÕES, POR EXEMPLO)
-EFEITO: PARALIZAÇÃO PROVISÓRIA (PARA QUE SEJAM ADOTADAS MEDIDAS DE
ADEQUAÇÃO À REGULARIDADE, POR EXEMPLO) OU DEFINITIVA (QUANDO PERCEBER QUE O DANO NÃO
SERÁ SANADO DA OBRA MESMO COM QUALQUER MEDIDAD E ADEQUAÇÃO).

(01/09/11)
USOCAPIÃO
1. CONCEITO – FORMA ORIGINÁRIA¹ DE AQUISIÇÃO DE TITULARIDADE DE DIREITO REAL, ATRAVÉS DA
QUAL O POSSUIDOR PRETENDE OBTER SENTENÇA DECLARATÓRIA DE DOMÍNIO ÚTIL SOBRE A COISA.
*NÃO É SÓ PROPRIEDADE QUE É USOCAPÍVEL, MAS SIM, TAMBÉM, OUTROS DIREITOS REAIS COMO A
SERVIDÃO PREDIAL, DIREITO DE SUPERFÍCIE, USOFRUTO, USO, HABITAÇÃO, ETC.

¹ ESSA NATUREZA JURÍDICA SE DÁ ATRAVÉS DE UMA POSSE AUTÔNOMA, EXER