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Plano de Negócio
FORMAÇÃO
TÉCNICA
Empreendedorismo e Plano
de Negócio
2ª Edição
Inclui bibliograa.
ISBN: 978-85-7664-154-4
CDU: 658
Sumário
Introdução à unidade curricular –––––––––––––––––––––
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––––––––––– 6
3. Avaliando oportunidades---------------
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Referências ––––––––––––––––––––
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Fonte: Shutterstock.
Objetivos de aprendizagem
• Entender o que é um plano de negócio, seus objetivos, sua utilidade e sua estrutura.
O conteúdo foi organizado em temas e tópicos relevantes para sua atuação prossional.
Certique-se de estudá-los com atenção e, se preciso, conte com o apoio da tutoria a distância
desta unidade curricular.
Bons estudos!
Tópico 1: Empreendedorismo
Se você conversar com algumas pessoas, perceberá que muitas delas têm o sonho do negócio 9
próprio ou de melhorar seu negócio ou sua propriedade rural. É comum ouvirmos alguém
dizendo que essas pessoas são empreendedoras. Mas será que ter o seu próprio negócio é
sinônimo de empreendedorismo? O que realmente caracteriza o empreendedorismo? Como
funciona o processo empreendedor? E, no meio rural, como identicar o empreendedorismo?
Neste tópico, você descobrirá as respostas para essas e muitas outras questões!
1. O que é empreendedorismo?
O termo "empreendedorismo" vem da palavra francesa entrepreneur, que era utilizada no
século XII para designar aquele que incentivava brigas.
No nal do século XIII, passou a indicar a pessoa que criava e conduzia projetos e
empreendimentos. Foi nessa época que a palavra adquiriu seu signicado atual, designando
pessoas que identicavam uma oportunidade de negócio e assumiam riscos, pois compravam
matérias-primas (naquela época, produtos agrícolas geralmente), processavam-nas e,
posteriormente, vendiam-nas.
Século XII
Em francês, entrepreneur começa a significar
“aquele que está entre” ou “estar entre”.
Idade Média
Participante e pessoa encarregada de projetos
de produção em grande escala.
Século XVII
Pessoa que assume riscos de lucro ou prejuízo
em um contrato de valor fixo com o governo.
1725
Richard Cantillon inaugura a visão de que empreendedores são pessoas
que compram matéria-prima, processam-na e depois a comercializam,
aproveitando as oportunidades e assumindo os riscos.
1803
Para Jean Baptiste Say, o empreendedor é alguém que inova, é agente de
mudanças e movimenta recursos econômicos de um setor de menor
produtividade para outro de maior produtividade e melhor rendimento.
1876
Francis Walker distingue os empreendedores entre os que
fornecem fundos e recebem juros e os que obtêm lucro
com habilidades administrativas.
1934
Joseph Schumpeter traz a visão de que o empreendedor é
inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada.
1961
David McClelland acredita que o empreendedor é
alguém dinâmico que corre riscos moderados.
1975
Albert Shapero sistematiza o conceito de empreendedor como
aquele que toma a iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais
e econômicos e aceita os riscos de fracasso.
1983
Gifford Pinchot fala do intraempreendedor, um empreendedor
que atua dentro de uma organização já estabelecida.
1985
Robert Hisrich define o empreendedorismo como o processo de criar algo
diferente e com valor, dedicando tempo e esforço necessários, assumindo
os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo
as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.
Fonte: Hisrich, Peters e Shepherd (2009).
Como você pôde ver, ao longo do tempo o conceito foi integrando novas visões e ampliando
seus horizontes. Para entender melhor como o empreendedorismo é visto nos dias de hoje,
leia com atenção algumas denições mais recentes, apresentadas a seguir.
Vale ressaltar que ser empreendedor não consiste apenas em inovar e criar novas empresas
eoubuscar
negócios, maspadrão
ótimo perceberdenecessidades
qualidade dedentro do seue negócio,
produtos serviços,promover novas
enfrentando oscapacidades
desaos e
tornando o negócio mais competitivo. O empreendedorismo é recheado de trabalho, busca
de conhecimentos, persistência e desenvolvimento de competências.
O empreendedorismo conduz ao
desenvolvimento econômico,
gerando e distribuindo riquezas e
benefícios para a sociedade. Ele é,
portanto, o caminho para o futuro!
Fonte: Shutterstock.
O empreendedorismo no Brasil tem sido muito difundido nos últimos anos, especialmente pela
necessidade de criação de novos negócios, tanto pela oportunidade quanto pela necessidade.
Leitura complementar
c
Acesse a biblioteca no AVA e veja mais detalhes sobre a pesquisa "GEM
2015/2016". Ela apresenta informações muito interessantes sobre o cenário do
empreendedorismo no país e no mundo.
2. O processo empreendedor
O processo empreendedor inicia-se quando há a decisão de tornar-se um empreendedor, e
isso pode ocorrer por diversos fatores: busca de realização pessoal, insatisfação no trabalho,
demissão, busca de novas oportunidades, concorrência, oportunidade de investimentos,
inuências externas, entre outros. Alguns desses fatores, inclusive, podem ser críticos para o
desenvolvimento do novo negócio, por isso deverão ser entendidos como ponto de atenção
do futuro empreendedor.
Para que o processo empreendedor realmente ocorra, ele passa por quatro fases, que servem
como roteiro para o planejamento do negócio.
Fase 1 Fase
2 Fase
3 Fase
4
A segunda fase, desenvolver o plano de negócio, exige um pouco mais de atenção e alguns
esforços extras, pois envolve a compreensão e o conhecimento dos conceitos, o preenchimento
das informações, sintetizando a essência do negócio, a análise de mercado, a análise nanceira,
as estratégias, entre outros aspectos.
Para a terceira fase, o plano de negócio bem elaborado é fundamental, pois só é possível
determinar os recursos necessários com base no que já foi planejado; assim, a captação desses
recursos torna-se mais fácil, anal, quem elabora um bom plano de negócio consegue vender
a sua ideia com mais facilidade para investidores que passam a acreditar nela e concordam
em nanciar o novo empreendimento.
A quarta fase, administrar a empresa, assim como as demais, é um desafio, pois, quando
chega a hora de colocar as ideias em prática e partir para a ação, começam a surgir os
problemas – concorrência, falta de clientela, problemas com mão de obra, diferença entre os
estilos dos gestores, entre outros. Por isso, é preciso estar preparado para essa fase, buscando
conhecimento, informações, trocando experiências e fazendo uma boa gestão do negócio.
Informação extra
O agronegócio brasileiro contribuiu com 21,34% do produto interno bruto (PIB) em 2014.
Em um cenário econômico bastante conturbado, o setor fez com que o Brasil evitasse uma
situação ainda pior.
Vale lembrar que a produtividade do agronegócio brasileiro cresce a uma média de 3,5% ao
ano,
ao e as exportações
patamar de grandeagrícolas,
produtor nos últimos oito anos, aumentaram 468%, o que levou o país
mundial.
Contudo, já não basta saber produzir; é preciso planejar, organizar, controlar e liderar, ou seja,
administrar bem o negócio, uma vez que esbarrar em problemas de falta de planejamento e de
gestão pode implicar perdas signicativas. Assim, é necessário ter uma atitude empreendedora
também no meio rural. Vamos estudar um pouco mais sobre isso?
15
Fonte: Shutterstock.
A partir dessa época, o processo de urbanização do país fez com que mais de 70% da
população
necessário passassem
estimular o adesenvolvimento
viver nas cidades.agropecuário
Contudo, importar
por meioalimentos tornou-se
de pesquisas caro, e foi
de tecnologias
adaptadas ao meio ambiente nacional. Por exemplo, para a produção nos cerrados do Centro-
Oeste, a abertura de estradas, a reforma agrária e a distribuição de energia. Foi a partir desse
momento que o agronegócio começou a crescer, marcando os últimos 40 anos como uma era
de tecnologia, inovação e gestão (ZUIN et al., 2006).
Informação extra
Existem diversos exemplos de melhorias na tecnologia, inovação e gestão. Veja, agora, alguns
deles.
Em
Para começar, podemos citar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
1973, o Brasil possuía uma produção cientíca insuciente, mesmo tendo universidades e
centros de tecnologias voltados para agricultura.
Foi por meio dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela Embrapa que o Brasil deu um
grande salto de produtividade entre 1970 e os dias atuais. A área de produção de grãos passou
de 27 milhões para 57 milhões de hectares e elevou o volume produzido de 29 milhões para
208 milhões de toneladas de grãos, ou seja, passou-se a produzir mais do que o triplo em
cada hectare cultivado.
Fonte: Shutterstock.
Assim, o empreendedor rural precisa buscar os melhores resultados em relação à sua produção,
mas também precisa organizar a gestão do seu negócio, iniciando com o planejamento e
traçando estratégias com base em informações conáveis como preços, clima, mercados etc.
Essas ações permitem uma tomada de decisão a partir da análise de informações concretas
e tornam o produtor mais preparado para enfrentar as diversas situações que encontrará
durante o processo produtivo, visando ao lucro e ao crescimento e buscando equilíbrio entre
desenvolvimento humano, econômico, social e ambiental.
O setor agropecuário possui características próprias que o diferenciam dos demais setores da
economia. Isso ocorre pelos aspectos relativos à produção e pelas relações e interdependência
entre fornecedores, compradores e produtor rural. Ademais, a maioria das propriedades
passa de geração para geração, por isso há um grande cuidado com a condução dos negócios,
a gestão e a sucessão.
Você, na condição
informações de técnico
gerenciais, em agronegócio,
a permanência do produtorpode
rural incentivar, a partir da análise
no campo promovendo de
discussões
sobre a gestão do negócio, alternativas tecnológicas, gerenciais e organizacionais, estimulando
a criatividade, a capacidade de resolução de problemas e a busca de oportunidades. Além
disso, pode promover o melhor aproveitamento dos recursos já existentes na propriedade,
por meio do desenvolvimento de um plano de negócio que possibilite a tomada de decisão e
a mudança no enfoque da vida pessoal, familiar e prossional do produtor rural.
Dessa forma, você estimula o produtor rural na busca da melhoria do bem-estar e da renda
familiar, no aumento do valor do patrimônio e na manutenção e no crescimento do negócio,
agindo com proatividade e desenvolvendo seus comportamentos empreendedores, uma vez
que a sobrevivência e o crescimento das propriedades rurais dependem da capacidade de
gestão e do empreendedorismo.
Leitura complementar
Além disso, você viu como o empreendedorismo no Brasil se relaciona com o agronegócio,
bem como sua evolução e importância para o desenvolvimento do país, e conheceu histórias
empreendedoras e inspiradoras.
Você aprendeu também sobre o processo empreendedor, que é dinâmico e serve como
um roteiro para o planejamento do negócio, o qual detalharemos nos próximos temas. Siga
adiante e bons estudos!
Atividades de aprendizagem
1. O empreendedorismo é um conceito antigo que remonta à Idade Média. Com base na
história e na evolução do termo, verique as armativas a seguir e identique-as como
verdadeiras (V) ou falsas (F).
( Jean Batiste Say concebeu a ideia de que o empreendedor é aquele que inova e é agente
de mudanças, ideia que permanece até os dias atuais.
( O empreendedorismo no Brasil tem sido muito difundido nos últimos anos, e as pesquisas
revelam que, no país, o maior nível de empreendedorismo é por oportunidade.
Marque a opção de resposta que apresenta a ordem correta, de cima para baixo.
a F, V, F, V, F
b V, F, V, F, F
c V, F, F, V, F
d V, V, F, F, F
e F, V, F, V, V
II. Desenvolver o plano de negócio: é uma das etapas que pode ser removida do processo
empreendedor, pois se trata apenas de uma formalização.
a I, II e III.
b I, III e IV.
c II e IV.
d I e IV.
I. Até os anos 1970, a agricultura brasileira era, na maior parte, extrativista, e houve poucas
inovações.
II. Atualmente, o país não possui o compromisso de produzir alimentos para abastecer a
si e ao mundo.
de estradas, dado
consequências reforma
êxodoagrária, da distribuição
rural, quando de energia,
mais de 70% entre outros,
da população passoufoi uma nas
a viver das
cidades.
a I, II e III.
b II e IV.
c I, III e IV.
d III e IV.
e I, II e IV.
a I, II e V.
b I e IV.
c I, II e IV.
d II e IV.
e I, III e V.
O empreendedor é um ser social, fruto da relação constante entre os seus talentos, suas
características individuais e o meio em que vive. Dessa forma, ser empreendedor não é fruto
de herança genética, mas resultado de aprendizado, trabalho e desenvolvimento constante.
25
Fonte: Shutterstock.
Atenção
Para ser um empreendedor de sucesso, não basta ter um negócio nem ter uma
boa ideia e querer colocá-la em prática. O empreendedor é aquele que chama
`
para si a responsabilidade e busca a realização dos seus objetivos prossionais,
pessoais e familiares. Além disso, ele identica necessidades e oportunidades do
negócio, do mercado e da sociedade e toma iniciativa para aproveitá-las, busca
informações, faz parcerias, planeja, estabelece metas, corre riscos calculados,
faz uma boa gestão de sua atividade e conhece o seu negócio e as realidades do
mercado onde está inserido.
O Brasil é um país com número expressivo de empreendedores rurais, visto que ocupa
posição de destaque no cenário do agronegócio mundial, tanto na produção quanto
na geração de novas tecnologias. O empreendedorismo no agronegócio também está
O empreendedor rural também sabe que é um dos principais elementos da cadeia produtiva
e, como tal, precisa capacitar-se para desenvolver suas características empreendedoras de
modo a resultarem em melhores condições para ele enfrentar o mercado e garantir sua
permanência no negócio rural. Assim, o empreendedor busca o desenvolvimento constante 27
de seus conhecimentos e suas habilidades e da sua capacidade de liderança e a melhoria
da sua qualidade de vida e dos aspectos técnicos e econômicos do seu negócio dentro de uma
perspectiva de visão empresarial.
Fonte: Shutterstock.
C = Conhecimento
É o saber que o empreendedor possui sobre determinado assunto, o qual deve ser importante
para si e para o seu negócio.
H = Habilidade
A = Atitude
É o querer
iniciativa e éfazer , ou seja,
proativo: age osempre
empreendedor
de formanão ca esperando as coisas acontecerem, ele tem
assertiva.
Conhecimento
(saber) 29
Habilidade Atitude
(saber fazer) (querer fazer)
Competência
Da mesma forma, alguém entusiasmado e cheio de atitude pode ser um grande incompetente
se não dominar os conhecimentos necessários e a habilidade para um bom desempenho de
seu trabalho. É uma pessoa cheia de planos e ideias, mas que não sabe o que exatamente
quer e como fazer.
Comentário do autor
Dessa forma, se o seu comportamento permanecer o mesmo, é improvável que você tenha
resultados diferentes daqueles obtidos anteriormente.
Competência gerencial
É denida como a qualicação decorrente do conhecimento do gestor, suas atribuições,
habilidades e atitudes, as quais são necessárias para gerenciar um negócio em um setor
altamente competitivo como o do agronegócio.
• controle da produção e nanças por meio de sistemas que possibilitem medir e comparar
o desempenho entre o que foi planejado e o que foi realizado;
• conhecimento
recursos físicoseetc.)
compreensão dos
e externo do ambientes
negócio internopolíticas
(mercados, (processos, recursos
agrícolas, humanos,
oportunidades,
ameaças, entre outros).
• denir estratégias;
• analisar problemas;
Ao dirigir, por exemplo, a pessoa precisa conhecer o funcionamento do carro; ter noção espacial e habilidade para manipular
volante, pedais e outros comandos; e ter atitude de respeitar o pedestre e parar na faixa de segurança. Esses e outros
conhecimentos, habilidades e atitudes formam a competência “dirigir um automóvel”.
Fonte: Shutterstock.
De acordo com uma pesquisa conduzida pelo psicólogo David McClelland (1997), da
Universidade de Harvard (EUA), os empreendedores têm traços semelhantes e a mesma forma
de agir, independentemente das condições econômicas, da riqueza do país onde vivem, de
seu sexo, de sua idade ou da formação acadêmica. Essa pesquisa revelou dez características
do comportamento empreendedor. Conheça-as!
Quantas vezes você observou uma oportunidade, mas não teve iniciativa para aproveitá-la?
2. Persistência
As pessoas podem conquistar seus objetivos sendo persistentes. As diculdades existem. O
mais importante é não se deixar abater, é reavaliar e buscar soluções.
O empreendedor persistente não se deixa abater; sempre que necessário, reavalia e insiste
ou muda seus planos para superar diculdades e esforça-se além da média para atingir seus
objetivos.
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Fonte: Shutterstock.
34 O empreendedor que corre riscos calculados é capaz de enfrentar desaos sem colocar tudo
a perder, sem agir de forma impensada. Avalia o que pode ganhar e perder com as diferentes
escolhas para depois tomar uma decisão; assim, reduz as chances de erros e, ao assumir os
desaos, responde por eles.
Além disso, entre as várias alternativas que possui, avalia detalhadamente cada uma e opta
pelas que oferecem desaos moderados, isto é, que necessitam de esforço para serem
superados, mas trazem possibilidade real de conquista.
O empreendedor com essas características visa constantemente melhorar seu negócio ou seus
produtos, criando procedimentos para cumprir prazos e padrões de qualidade, objetivando
satisfazer e exceder as expectativas dos clientes.
5. Comprometimento
O empreendedor comprometido faz sacrifícios pessoais, busca colaboração dos demais
trabalhadores, atua em conjunto com sua equipe para atingir os melhores resultados e para
cumprir o que prometeu ou o que se propôs a fazer.
O cliente sempre é colocado acima das necessidades de curto prazo. O empreendedor deve
tratá-lo com esmero e valorizar as relações que se estabelecem. Com essa característica,
coloca seu negócio em primeiro lugar e, sempre que necessário, sai da zona de conforto por
algo importante para o negócio e o alcance de suas metas.
6. Busca de informações
Você conhece alguém que teve sucesso sem conhecer nada sobre o seu negócio? A atualização
constante de dados e informações sobre clientes, fornecedores, concorrentes e a respeito do
próprio negócio é fundamental para o empreendedor de sucesso.
7. Estabelecimento de metas
Só há sentido em fazer algo quando se sabe a direção a seguir. Por isso, o empreendedor tem
visão clara de onde quer chegar, sabe para onde quer ir e estabelece objetivos que sejam claros
para si e para o negócio, tanto em longo quanto em curto prazo. Além disso, esses objetivos
sempre são desaadores e importantes e provocam ainda mais motivação no empreendedor.
Para atingir seus objetivos, o empreendedor estabelece metas, que são as estratégias a
serem utilizadas no curto e médio prazos. Esse estabelecimento é fundamental para que o
empreendedor se mantenha motivado e possa mensurar seus resultados.
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Como você poderá mensurar sua meta?
Mensurável
Uma meta precisa ser mensurável, ter elementos que permitam medir se
ela foi atingida.
Por que essa meta é importante para você ou para o seu negócio?
A sua meta tem de ser importante, deve ser algo que você quer muito.
Signitificativa
Alcançável
Caso contrário, há grande possibilidade de você chegar ao meio do
percurso com a ideia de que, se for possível, alcançá-la, tudo bem, se
não, paciência. Não é essa a proposta.
A ordem dos elementos pode variar, mas todos estão presentes. Veja um
j exemplo:
(E) Comprar um trator marca X, modelo ABC; (M) ano 2016, zero quilômetro;
(T) até dezembro de 2016; (A) realizando o pagamento com entrada de 20% e o
restante
trabalho nanciado
na lavoura diretamente com
e facilitar o dia a loja
a dia da em cinco anos; (S) para otimizar o
propriedade.
Ficou mais fácil? Então, mãos à obra para elaborar suas metas.
Ao realizar um bom planejamento, o empreendedor dene as etapas que devem ser cumpridas
para atingir seu objetivo.
“Se você não sabe para qual porto está navegando, nenhum vento é
favorável.” (Sêneca)
Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir mais longe, vamos juntos. (Provérbio africano).
Fonte: Shutterstock.
Esse nal poderia ter sido diferente se você tivesse mais autonomia, otimismo e determinação
para seguir em frente, superar desaos e conar em si e no seu sucesso e transmitir para os
outros conança na sua própria capacidade.
Leitura complementar
Comentário do autor
Para que você possa fazer uma autoavaliação, vamos utilizar um teste de perl empreendedor
(DORNELAS, 2012). Não se trata de uma avaliação aprofundada e exata do seu perl, mas
possibilitará uma autorreexão sobre os fatores considerados críticos para o sucesso em
qualquer tipo de empreendimento.
e
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c B e r
F
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Características x R u
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54321
39
Comprometimento e determinação
1. Você é proativo na tomada de
decisão?
2. Você é tenaz e obstinado?
3. Você tem disciplina e dedicação?
4. Você é persistente ao resolver
problemas?
5. Você está disposto ao sacrifício para
atingir metas?
Agora some as notas obtidas para todas as características e analise seu resultado global com
base nas explicações a seguir.
TOTAL DE PONTOS
Menos de 59 pontos – você não é empreendedor e, se continuar a agir como age, dicilmente
será um. Isso não signica que você não tenha qualidades, apenas que prefere seguir a ser
seguido. Se você pretende ter um negócio próprio, reavalie sua carreira e seus objetivos
pessoais.
42
Principais pontos fortes Principais pontos fracos
Quais dos pontos fortes são mais importantes para o desempenho de suas atribuições
atuais? Quais dos pontos fracos deveriam ser trabalhados para que o seu desempenho seja
melhorado? É possível melhorá-los?
Aproveite essa reexão a m de criar um plano de ação para explorar as suas características
empreendedoras. Esse plano pode indicar estratégias de aproveitamento dos seus pontos
fortes, bem como de melhoria dos pontos fracos ou desenvolvimento de características que
Plano de ação
Curto prazo (Liste as estratégias que você pretende adotar.)
Comentário do autor
d
É claro que um teste composto de apenas algumas perguntas não tem
profundidade suciente para fornecer um diagnóstico preciso sobre o seu
perl empreendedor, mas ele lhe permite analisar aspectos relacionados ao
empreendedorismo que precisam mais de sua atenção.
Agora você já sabe onde concentrar esforços para desenvolver suas habilidades
empreendedoras; pode também buscar parcerias que complementem as suas competências
de forma a aumentar a probabilidade. Lembre-se: o sucesso depende de você!
Encerramento do tema
Finalizamos, assim, mais um tema. Se tiver alguma dúvida, entre em contato com a tutoria a
43
distância, que está à sua disposição para o que for preciso.
Atividades de aprendizagem
1. Ao longo dos anos, o conceito de competência deixou de lado a visão quantitativa, segundo
a qual competência era sinônimo do volume de conhecimento de um prossional, para
adotar uma visão qualitativa, que se preocupa com a forma com que o prossional é capaz
de fazer uso de seus conhecimentos e gerar resultados. Nesse contexto, nasceu o CHA.
Sabendo disso, analise as armações a seguir e identique-as como verdadeiras (V) ou falsas
(F).
( No CHA, o A signica atitude. É o saber fazer prático, de modo proativo, com iniciativa e
atitudes assertivas.
a F, V, F, F, V
b V, F, F, V, V
c V, V, V, F, F
d F, F, V, F, V
e V, V, F, F, V
II. Trabalhar evitando mudar o sistema de trabalho, anal, por que mudar o que sempre deu
certo?
a I, IV e V.
b III, IV e V.
c I, III e V.
d III e V.
e II e III.
3. Para atingir seus objetivos, o empreendedor estabelece metas, que são as estratégias a
serem utilizadas no curto e médio prazo. Uma forma de elaborar metas que possibilitem
o alcance dos seus objetivos é a utilização do acróstico “METAS”. Relacione as colunas
indicando a pergunta que dene corretamente cada letra do acróstico.
(5) S – Signifcatva ( ) Como você poderá mensurar sua meta? Com quanto?
a 3, 5, 2, 4, 1. 45
b 3, 5, 4, 2, 1.
c 1, 5, 3, 2, 4.
d 4, 2, 1, 3, 5.
e 3, 4, 5, 1, 2.
a Persistência
c Estabelecimento de metas
5. Márcia observou que uma boa oportunidade de negócio seria a produção de morangos.
No entanto, antes de investir nesse negócio, resolveu conhecer mais sobre o mercado.
Para isso, pesquisou diversas fontes e especialistas, visitou outros produtores, possíveis
fornecedores e conheceu o mercado consumidor. Após analisar a postura de Márcia,
marque a alternativa que apresenta a característica empreendedora que ela praticou.
a Busca de informações
d Independência e autoconança
• Avaliar as oportunidades.
Há inúmeros modelos de planos de negócio, que seguem algumas regras básicas, as quais não
são estáticas e permitem ao empreendedor utilizar sua criatividade ou o bom senso, de acordo
com a necessidade. Nos próximos subtópicos, você entenderá melhor o funcionamento e a
importância de um plano de negócio.
49
Fonte: Shutterstock.
Mesmo com todos esses procedimentos prévios, não há nenhuma garantia de que a rota será
percorrida conforme o planejado. Podem surgir áreas de instabilidades, ventos fortes, outras
aeronaves na rota e uma série de fatores que farão com que o piloto seja obrigado a realizar
pequenos desvios e ajustes de curso durante o voo. A única certeza é a de que o destino
estabelecido deve ser alcançado e, para isso, o piloto utilizará seu plano de voo, instrumentos
e habilidades disponíveis para chegar ao destino (MACHADO, 2014).
Muitas vezes, na ansiedade de iniciar um negócio, o empreendedor realiza ações sem planejá-
las. Um bom planejamento, adequado à sua necessidade, evita problemas. Além disso, um
bom planejamento com o plano de negócio possibilitará a apresentação de sua ideia para
possíveis investidores em negociações para a obtenção de recursos.
Lembre-se de que algumas oportunidades são únicas e não podem ser desperdiçadas; por
isso, seu plano de negócio deve ser elaborado cuidadosamente, analisado e revisado.
Outro fator importante que precisa ser avaliado pelo empreendedor antes da tomada de
No mundo dos negócios bem-sucedidos, não há chance para o amadorismo, por isso planejar é tão importante.
Fonte: Shutterstock.
Para que o seu planejamento dê certo, que atento aos seguintes itens:
• Dedique tempo suciente para o planejamento.
• Evite o retrabalho.
Não há uma estrutura especíca e inexível para elaborar um plano de negócio, pois cada
ramo tem particularidades e semelhanças, e é impossível denir um padrão que se aplique
a todos os negócios. No entanto, qualquer plano deve possuir um mínimo de elementos que
proporcionem um entendimento completo do negócio e sejam organizados de forma lógica.
Atividade prática
Sem respostas para essas questões, ca mais difícil para o empreendedor conseguir transformar
suas ideias em um empreendimento de sucesso; por isso a elaboração de um plano de negócio
é tão importante.
Essas perguntas, ao serem respondidas, compõem a estrutura básica do plano de negócio, que
deve ser elaborado com objetividade, sem perder a essência e os aspectos mais relevantes.
'
54 No AVA, você pode assistir a um vídeo interessante sobre plano de negócio,
que traz informações importantes a respeito de como elaborar um bom plano.
Acesse o AVA e conra!
Comentário do autor
d
Atrás de uma oportunidade existe sempre uma ideia, fruto da criatividade e
da descoberta, que somente faz sentido quando encontra alguém capaz de
transformá-la em realidade. Como diz Augusto Cury: "As grandes ideias surgem
Podemos armar, então, que uma ideia isolada não tem valor se não for transformada em
algo viável de ser implementado visando atender a um público-alvo que faça parte de um
nicho de mercado mal explorado. Isso é detectar uma oportunidade.
Da mesma forma que um pincel pode gerar uma obra-prima ou uma obra medíocre
dependendo das mãos que o utilizam, uma ideia depende de um bom empreendedor
Identicar uma oportunidade é uma forma de o empreendedor olhar o ambiente onde está
inserido e o setor no qual atua. Uma oportunidade geralmente surge de um problema não
resolvido ou de uma necessidade não satisfeita. Quanto mais o empreendedor conhece a
sua área de atuação e as variáveis que a cercam, mais poderá desenvolver seu senso de
observação e percepção das oportunidades. Assim, podemos armar que a capacidade de
identicar oportunidades é resultado do olhar, ou seja, de ver o que os outros não veem.
O professor Amar Bhidé (2002), da Escola de Negócios de Harvard, aponta as seguintes fontes
de ideias dos 100 empreendimentos que mais crescem nos Estados Unidos:
• 71% dos empreendedores copiaram ou modicaram uma ideia surgida em um emprego
anterior;
• 5% das ideias surgiram de outras fontes, como pesquisas setoriais, viagens ao exterior etc.
Diante desses dados, podemos citar o processo de observação como uma das principais fontes
de ideias; mas, para isso, é preciso sair da zona de conforto. Você já pensou nisso? Buscar
soluções para a escassez de recursos, serviços, bens e tempo aproveitando os movimentos de
conscientização ecológica e economia.
Outra fonte de ideias está no cotidiano. Ao se realizar uma observação atenta do dia a dia,
podem ser identicadas oportunidades de melhoria que tornem os afazeres diários mais
práticos, produtivos, baratos, ecientes, diferentes e melhores.
Observar o cotidiano, por exemplo, alguém descascando tomates, pode ter sido a fonte de inspiração para vender tomates
sem casca enlatados.
Fonte: Shutterstock.
Modismo
Algo que é popular, muito utilizado ou desejado em determinado momento, mas apenas por um
período. Dura pouco.
Dica
' Observe empresas ou negócios do mesmo ramo que o seu: analise os problemas
enfrentados, as relações com os clientes, a ulização de recursos e insumos e outros
fatores que podem se transformar em diferenciais para o seu negócio.
Você é uma pessoa criativa? Sim? Ótimo! Não? Tudo bem! A criatividade pode ser desenvolvida.
As ideias inovadoras dicilmente surgem do nada; elas em geral são resultado de conhecimentos,
experiências e estímulos de todas as áreas da vida do empreendedor. Por isso, a combinação
de conhecimentos, experiências, fatos e sentimentos também faz parte do processo criativo.
Para isso, é preciso sair da zona de conforto, ou seja, não reproduzir o que já é feito, conhecido
e supostamente seguro, mas abrir espaço para o novo, seja na forma de pensar, seja na de
agir. Lembre-se: a zona de conforto é aquele “espaço” onde as pessoas se sentem mais à
vontade por dominar as rotinas diárias e estar entre o que é conhecido. O problema é que,
ao se permanecer na zona de conforto, não se vislumbram as possibilidades de criação e
desenvolvimento, e a disposição à mudança é inibida.
57
O caminho de sempre é o mais confortável, mas tomar o mesmo caminho o levará às mesmas soluções. Procure novas
experiências e perspectivas.
Fonte: Shutterstock.
Com um olhar empreendedor, as situações rotineiras podem ser oportunidades para que
ideias inusitadas se desenvolvam quando se buscam soluções para os problemas do dia a dia.
Estimule sua criatividade na observação do seu cotidiano.
58
c Acesse o AVA e conheça histórias de alguns produtores rurais que usaram a
criavidade para melhorarem os seus negócios.
Muitas vezes, uma ideia criativa e inovadora pode ser, inicialmente, considerada um absurdo.
É possível que você tente e não tenha sucesso, mas lembre-se: só não erra e não fracassa
quem não tenta fazer algo. Muitas vezes, os erros são formas de se encontrar o caminho certo
e novas possibilidades. Não desista!
Dicas:
• Fuja do comodismo. Você pode estar cercado de oportunidades, mas, se continuar fazendo
as coisas do mesmo jeito, ignorando as mudanças que ocorrem à sua volta, nada vai mudar
ou melhorar.
• Tenha visão sistêmica: observe o que ocorre ao seu redor e busque novas soluções.
• Não tenha pressa. Nem sempre o processo criativo acontece de forma imediata.
Visão sistêmica
Ter visão sistêmica signica observar além dos elementos isolados. É analisar as partes e o
todo, entender a relação entre processos, pessoas, empresas, tecnologias etc. É ver a cadeia do
agronegócio como um conjunto de etapas e agentes que dependem uns dos outros.
Leitura complementar
Dornelas (2012) apresenta essa questão de forma bastante didática ao armar: "Talvez um
dos maiores mitos a respeito de novas ideias de negócio é que elas devem ser únicas. O fato
de uma ideia ser, ou não, única não importa". O que importa é como o empreendedor utiliza
sua ideia, inédita ou não, de modo a transformá-la em um produto ou serviço que faça a sua
empresa crescer.
Dornelas (2012) também sugere um checklist com alguns dos principais aspectos aos
quais o empreendedor deve estar atento na avaliação de uma oportunidade. Os critérios
possibilitam uma análise quantitativa do grau de atratividade da ideia em relação a
mercado, análise econômica, vantagem competitiva, habilid ades e experiênci a das pessoas
envolvidas com o negócio. 59
Período que
Muito rápido e não permite
permite recuperar
Ciclo de vida do produto/serviço. recuperar investimento e
investimento e
obter lucro.
obter lucro.
o Competição não
d
a
c
Competição consolidada,
r consolidada
e Estrutura do mercado. mercado maduro ou em
M ou mercado
declínio.
emergente.
Vendas acima de
Desconhecido ou com
R$ 50 milhões
Tamanho do mercado. vendas menores do que
anuais e poucos
R$10 milhões anuais (*).
concorrentes (*).
De 10% a 15%
Potencial lucro depois de ou mais, com
Menos de 5%, frágil (*).
impostos. perspectiva
a duradoura (*).
ic
m Tempo para se atingir o ponto
ô
n Menos de dois anos
o de equilíbrio e uxo de caixa Mais do que três anos (*).
c (*).
e positivo.
e
s
il
n
á Retorno potencial sobre
investimento. 25%
(*). ao ano ou mais De 15%(*).
menos a 20% ou
A
De baixa a
Necessidade de capital inicial. Altos investimentos.
moderada.
Custos com:
• produção;
Menores. Maiores.
• marketing;
• distribuição.
• redes de contato
estabelecidas.
61
Experientes, com
Inexperientes na direção de
Pessoas da equipe. competência
l negócio parecido.
a
i comprovada.
c
n
e
r Multidisciplinar, Todas com mesma
e Formação das pessoas. com habilidades formação, características e
g
e complementares. perl.
ip
u
q
E
Paixão pelo que Apenas interesse
Envolvimento com o negócio. fazem. nanceiro.
(*) Os valores devem ser determinados de acordo com a realidade do negócio que se pretende implantar.
Fonte: Adaptado de Timmons (1994 apud Dornelas, 2012).
Dessa forma, o empreendedor vericou que a oportunidade identicada estava muito distante
da sua realidade e optou pela análise de outro nicho de mercado que pudesse lhe trazer
melhores resultados em termos nanceiros, econômicos e pessoais.
Fonte: Shutterstock.
No caso de negócios que já estão em andamento, o plano de negócio deve mostrar a situação
atual da empresa, com seus valores e indicadores de desempenho, e a sua situação futura, ou
seja, onde se quer chegar.
Comentário do autor
1. Descrição do negócio
O plano de negócio se inicia com uma descrição básica do que é o negócio, a qual consiste em
uma apresentação do seu plano, por isso deve ser objetiva, realista e de fácil entendimento.
Para criar a descrição do seu plano de negócio, faça um breve relato, citando: 63
• o nome da propriedade rural ou negócio;
Lembre-se de que essas informações devem estar ligadas à sua ideia de negócio, ou seja, a
como você usará as suas competências a favor do seu negócio.
`
• dena as atividades, as funções, os investimentos e o pró-labore de cada sócio;
3. Missão
É uma declaração do propósito e das responsabilidades do negócio perante seus clientes, a
missão que dá direção para o negócio, uma vez que está diretamente ligada aos seus objetivos
e expressa sua razão de ser.
“Uma empresa não se dene pelo seu nome, estatuto ou pelo produto
que faz; ela se dene pela sua missão. Somente uma denição clara
da missão mostra a razão de existir da organização e torna possíveis,
claros e realistas os objetivos da empresa.” (Peter Drucker)
• Como funciona?
• Para quem?
Nem sempre é necessário responder a todas as perguntas nessa ordem ou mesmo explicitar
respostas para todas elas, mas certamente elas ajudarão você a denir a missão do seu negócio.
Stara
Aurora Alimentos
Atividade prática
j
Chegou a hora de exercitar os conceitos aprendidos até aqui! Vá até a biblioteca
do AVA e acesse o modelo de plano de negócio que preparamos para você.
Em seguida, preencha as três primeiras seções do plano: descrição do negócio,
dados dos empreendedores e missão. Bom trabalho!
4. Estudo de mercado
Essa é uma das etapas mais importantes da elaboração do seu plano. Anal, é preciso conhecer
o seu mercado! O estudo de mercado é o estudo de seus consumidores, concorrentes e
fornecedores, visando conhecê-los para melhorar o desempenho do seu negócio. 65
Fonte: Shutterstock.
Para que sua pesquisa tenha bons resultados, é importante que ela esteja de acordo com
a sua de
nicho realidade,
mercadoou seja,
para queLembre-se
atuar. deoque
você dena queumdeseja
negóciopesquisar . Para isso,
é viável quando tem escolha
clientes um
em
quantidade e com poder de compra suciente para realizar vendas que cubram as despesas
e gerem lucro.
Você pode utilizar diversas técnicas de pesquisa, como questionários, entrevistas, visitas,
conversas informais, entre outras. No entanto, é importante que a sua pesquisa junto ao
consumidor leve em consideração os seguintes itens:
Interesses e
comportamentos
Frequência com que compra, preço pago pelo produto ou serviço etc.
O que leva
Preço, qualidade, marca, prazo de entrega e de pagamento, atendimen
-
as pessoas a
to, entre outros.
comprarem
Dica
Existem diversos
pesquisa! recursos
Entre eles, disponíveis na internet para elaborar e aplicar a sua
destacamos:
Survey Monkey – é o principal fornecedor mundial de soluções de questioná -
rio pela web. Ele apresenta dicas e modelos de questionários de pesquisa de
' mercado.
Formulários Google – o Google também tem uma ferramenta para você criar
suas pesquisas e enviá-las pela internet.
A grande vantagem dessas ferramentas é que, além de aplicar o questionário,
você pode ver os resultados já consolidados em grácos. No AVA você encontra
os links para cada uma delas. Acesse e experimente!
Você pode analisar os pontos fortes e fracos dos seus concorrentes no que se refere à
qualidade dos produtos, ao preço, à localização, às condições de pagamento, ao atendimento
e aos serviços disponibilizados, entre outros aspectos.
Atividade prática
j
Continue exercitando e preenchendo o modelo de plano de negócio disponível
na biblioteca do AVA. Elabore o seu questionário de busca de informações
de mercado, colete os dados e faça o preenchimento da seção 4 do plano de
negócio. Bom trabalho!
5. Estratégias comerciais
Todo negócio precisa de clientes. Por isso, nesta seção, você deverá registrar suas estratégias
comerciais pensando na interação do seu negócio com o seu público-alvo e no posicionamento
dos seus produtos no mercado.
Para denir suas estratégias comerciais, você pode responder às seguintes perguntas:
• Quais são as exigências legais para os produtos que você vai produzir ou comercializar?
• Como você deseja que seus produtos e serviços sejam reconhecidos pelo mercado?
• Quais são as metas iniciais de venda e quais ações serão realizadas para que as projeções
sejam alcançadas?
Sempre que você for realizar a projeção do volume de produção, seja realista e leve em
conta a sazonalidade, ou seja, as oscilações do mercado. Há períodos do ano em que mais
pessoas querem
dependendo comprar
de fatores e também
como clima e há períodos em que se pode produzir mais ou menos,
chuvas.
69
Fonte: Shutterstock.
Você deve pensar em como serão feitas as várias atividades e descrever todas as etapas,
desde a chegada da matéria-prima ou dos insumos, seguida da produção e das vendas ou da
prestação dos serviços até as rotinas administrativas.
Nesse momento, além de identicar cada etapa, identique o que será feito, como será feito
e quais serão os recursos necessários.
Processos operacionais
Balde, enxada e
Coletar a amostra de solo e
1 Análisedesolo embalagem para
enviá-la para o laboratório.
armazenagem do solo
Distribuir o adubo
químico de acordo com a Análise de solo e adubo
3 Adubação
necessidade indicada na recomendado
análise de solo.
6.3 Insumos
Neste item, são identificados todos os insumos necessários para a produção. Você deverá
calcular a quantidade unitária para produção de uma unidade, uma área, um ciclo ou um
animal. Também fará o cálculo da quantidade total multiplicando a quantidade unitária pela
área de produção ou o número de animais pelo número de safras ou ciclos produtivos.
71
Fonte: Shutterstock.
Analise a disponibilidade de mão de obra qualicada na região. Se não for essa a situação,
procure investir no treinamento de sua equipe. O SENAR oferece excelentes cursos, de
qualidade e gratuitos! Ao contratar mão de obra, lembre-se de seguir a legislação trabalhista.
Se tiver dúvidas, procure o sindicato ou um contador para ajudá-lo.
j
informações sobre as estratégias comerciais e o seu planejamento operacional.
7. Planejamento nanceiro
Um dos motivos de falência de novos negócios está relacionado à falta de um bom planejamento
nanceiro orientado ao desenvolvimento do negócio.
7.1 Investimentos
Agora que você já sabe o que quer produzir e qual mercado vai atender, chegou a hora de
determinar o total de recursos a ser investido para que o negócio comece a funcionar.
Caso você já possua um negócio e esteja fazendo um plano de negócio para melhorá-lo, é
importante considerar os valores já investidos.
Dicas:
• Antes de fazer qualquer investimento, avalie a real necessidade da compra.
Leitura complementar
7.2 Receitas
A receita é o valor que você vai obter com a venda de sua produção, ou seja, seu faturamento.
Para esse cálculo, você precisa multiplicar os valores da produção pelo seu preço médio de
venda, que deve ser baseado em informação de mercado. Mas, antes de continuar, vamos
rever como obter o preço médio de venda.
73
O preço de venda é um ponto crítico do negócio. Se você deni-lo de
forma errada, pode inviabilizar o negócio.
Agora que você já deniu seu preço de venda, é hora de calcular sua receita, utilizando a
seguinte fórmula:
A seguir, vamos conhecer melhor cada um deles e entender como estão presentes em uma
empresa rural.
Dica
'
Você estudou sobre os custos em unidades curriculares anteriores, como
Economia Rural, Contabilidade Rural e Gestão de Custos. Lembra-se? Então,
revisite as apostilas dessas unidades curriculares sempre que considerar
necessário, seja para reforçar o estudo ou até mesmo para tirar alguma dúvida.
O custo operacional efetivo é composto pela soma de todos os desembolsos (custos) realizados
• Combustíveis.
• Comercialização da produção.
• Defensivos agrícolas.
• Energia.
• Fertilizantes.
• Impostos e taxas.
• Medicamentos veterinários.
• Rações.
• Sementes.
• Suplementos minerais.
Para denir o valor da remuneração da mão de obra familiar que trabalha diretamente no
processo produtivo, o produtor pode levar em consideração os seguintes fatores:
• O valor pago a essas pessoas caso trabalhassem fora da propriedade, exercendo a mesma
atividade, ou seja, qual é o valor de mercado dessa mão de obra.
• O valor pago para um prossional realizar a mesma atividade na empresa rural, ou seja, a
remuneração de um funcionário contratado
Comentário do autor
• Alguns custos são pagos apenas uma vez ao ano, como o Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural (ITR), que precisa ser pago mesmo que a terra
75
não esteja sendo utilizada.
O custo operacional total é composto pelo COE, pelo pró-labore e pela depreciação. Portanto:
O custo de pró-labore a ser lançado no COT está relacionado ao valor a ser pago para a mão
de obra familiar que não está envolvida diretamente no processo produtivo, por isso ele não
é considerado um desembolso, diferentemente do que ocorre quando o negócio possui
funcionários contratados, que precisam ser pagos mensalmente ou quando a mão de obra
familiar está envolvida diretamente na produção.
Fonte: Shutterstock.
Atenção
O cálculo da depreciação é realizado por meio do método linear, seguindo a seguinte fórmula:
Depreciação = ( V–S
)
n
S = valor residual
Sempre que realizar este cálculo, considere o valor residual como zero, visando evitar a
subjetividade no cálculo.
A estimativa de vida útil de um bem que é determinada pelas instituições baseada em estudos
realizados servem como referência. No entanto, em algumas atividades, os bens sofrem
desgastes maiores ou menores, e isso também deve ser levado em consideração na estimativa
da vida útil.
Leitura complementar
c
Conra na sua biblioteca virtual o material disponibilizado pela CONAB sobre a
vida útil dos bens.
Acesse: Custos de Produção Agrícola: A metodologia da CONAB.
Para que esse método se torne mais exível, algumas variações dessa fórmula são aplicadas
analisando-se cada caso. Conra a seguir alguns exemplos.
77
Bem adquirido novo
Um trator adquirido novo no valor de R$ 86.000,00, com vida útil de 10 anos, terá a seguinte
depreciação:
Depreciação = ( V–S
)
n
Depreciação = ( 86.000,00 - 0 )
10
Depreciação = R$ 8.600,00/ano
Depreciação = ( VC – S
)
nr
Em que:
VC = valor de compra
S = valor de residual (considerar sempre igual a zero no cálculo)
nr = vida útil residual
Depreciação = ( VC – S
)
nr
Depreciação = ( 49.000,00 - 0 )
7
Depreciação = R$ 7.000,00/ano
O custo total é a soma de todos os custos juntamente com a remuneração do capital investido
em construções, instalações, utensílios, benfeitorias, máquinas, implementos, equipamentos
e lavouras perenes e semiperenes, bem como outros itens considerados investimentos.
Portanto:
CT = COT + Remuneração do capital
Para que o cálculo possa car mais exível e menos subjetivo, algumas variações da fórmula
são necessárias conforme cada caso. Assim, no caso de um bem adquirido novo na propriedade
e que é somado a outros bens de várias idades, deve-se fazer o valor médio desses bens.
Por exemplo, uma máquina com valor de nova igual a R$ 74.000,00 e juros de 6% a.a. terá o
seguinte custo:
JA= ( (VC – S) ) x i
2
Em que:
VN = valor de novo
i = taxa de juros
JA= ( (VC – S) ) x i 79
2
JA= ( 74.000,00 – 0 ) x 6
2 100
37.000,00 – 0
JA= x 0,06
2
JA= R$ 2.220,00/ano
Nesse caso, o valor a ser utilizado não será o valor médio de novo, mas o valor atual do bem.
Por exemplo, a mesma máquina com valor de nova igual R$ 74.000,00, mas com valor de
mercado igual a R$ 16.000,00 e juros de 6% a.a., terá o seguinte custo de oportunidade do
capital:
JA=((VN-S)) i
6
JA = ( 16.000,00 – 0 ) x
100
JA= R$ 960,00/ano
A união de todos os custos possibilita compor o CT, conforme ilustra a gura a seguir.
Custo
Operacional = COE
Efetivo (COE)
=
Custo Pró-labore
Operacional + + = COT
Efetivo (COE) Depreciações
=
Remuneração
Custo Pró-labore
Operacional
Efetivo (COE)
+ +
Depreciações
+ do capital
investido na = CT
atividade
8. Indicadores de viabilidade
Os indicadores de viabilidade são calculados a partir de combinações entre os resultados
que você já levantou durante o seu plano nanceiro. Eles têm o objetivo de apresentar a
viabilidade do seu negócio. A partir dessas análises, você poderá denir se a sua ideia de
negócio é viável, ou seja, se vale a pena investir nesse projeto.
81
Fonte: Shutterstock.
Renda bruta
A renda bruta é o valor obtido com a venda da produção, ou seja, qual o faturamento do
negócio com a venda dos produtos. Ela compreende a soma dos valores da renda de outros
produtos ou subprodutos, como:
• Os produtos de srcem animal e vegetal comercializados.
Em que:
RB = renda bruta
Q = quantidade comercializada
RB = 9.000,00 + 200,00
RB = R$ 9.200,00
A análise da renda bruta de forma isolada é pouco conclusiva, por isso é importante compará-
la ao custo de produção para denir a rentabilidade da atividade.
Margem bruta
MB = RB - COE
Em que:
MB = margem bruta
RB = renda bruta
MB = R$ 143.000,00 - R$ 61.600,00
MB = R$ 81.400,00
Os resultados obtidos podem ser analisados anualmente por hectare ou pela unidade
padronizada para a cultura (saca, caixa, quilos, litros). Esse indicador é muito utilizado em
comparação a outras atividades agropecuárias, principalmente no que se refere à viabilidade
de arrendamento de terra.
Quando a margem bruta for negava ou menor que zero, indica que a
avidade está sendo aneconômica, ou seja, é inviável, já que o produ -
83
Quando a margem bruta for igual a zero, congura sinal de alerta, pois
apesar de os custos operacionais efevos estarem sendo pagos, a mão
MB = 0 de obra familiar não está sendo remunerada, assim como nenhum de
seus custos xos estão sendo pago. Nesse caso, a avidade connua
sendo inviável no curto prazo.
Quando a margem bruta for maior que zero, signica que a renda bruta
MB > 0 é superior
no aos custos
curto prazo, operacionais
a avidade efevos.
está sendo viável.Isso indica
Nesse que
caso, a pelo menos
análise tem
de avançar para a margem líquida e para o lucro.
84 A margem líquida é o resultado da renda bruta menos os custos operacionais totais. Assim,
para calculá-la, basta usar a seguinte fórmula:
ML = RB - COT
Em que:
ML = margem líquida
RB = renda bruta
COT = custo operacional total
Acompanhe um exemplo de cálculo de margem líquida:
ML = R$ 31.250,00 - R$ 22.000,00
ML = R$ 9.250,00
Utilizando o conceito de margem líquida, também é possível tirar algumas conclusões sobre
o desempenho da atividade produtiva conforme o seu resultado – se margem líquida menor
que zero (ML < 0), igual a zero (ML = 0) ou maior que zero (ML > 0). Veja a seguir.
Quando a margem líquida for menor que zero (com MB > 0), a avida-
de cobre os custos variáveis, mas não consegue pagar todas as depre-
ciações e os gastos com a mão de obra familiar. Além disso, não remu-
nera o capital invesdo na avidade.
ML < 0
Analisando economicamente a situação, podemos dizer que a avidade
é viável apenas no curto prazo e, caso a situação de margem líquida
negava persista, levará ao empobrecimento e ao sucateamento da
empresa, inviabilizando, assim, a avidade no médio e no longo prazo.
Quando a margem líquida for igual a zero, isso signica que, pelo me-
nos no médio prazo, o produtor se mantém na avidade, uma vez que
consegue manter o seu sistema de produção. No entanto, não é uma
ML = 0 situação estável no longo prazo, pois normalmente existe a necessidade
de se invesr em novas tecnologias e modelos produvos que deman-
dam novos invesmentos, caso contrário, o sistema produvo atual
cará obsoleto e não será mais compevo no mercado.
Quando a margem líquida for maior que zero, signica que a avidade
está sendo economicamente viável no curto e no médio prazo, pagan-
ML > 0
do os desembolsos, remunerando o produtor e cobrindo os custos com
depreciação. Nesse caso, a análise deve indicar o lucro da avidade.
O lucro é a diferença entre a renda bruta e o custo total, ou seja, ocorre quando se consegue
cobrir todos os custos, inclusive o custo de oportunidade do capital investido na atividade.
L = RB - CT
Em que:
L = lucro
RB = renda bruta
CT = custo total
L = R$ 78.000,00 - R$ 45.900,00
L = R$ 32.100,00 ano
85
Utilizando o conceito de lucro, é possível tirar algumas conclusões sobre o desempenho da
atividade produtiva conforme o seu resultado – se menor que zero (L < 0), igual a zero (L = 0)
ou maior que zero (L > 0). Acompanhe!
Quando o lucro for menor que zero (e com ML > 0), signica que a re-
muneração da avidade não está sendo suciente para cobrir o custo
de oportunidade do capital de acordo com a taxa de 6% (taxa mínima
de atravidade do mercado). Essa situação mostra uma avidade que
L<0 não está sendo economicamente atrava, pois traz prejuízo econômico.
Neste caso, se o empresário invesr todo o capital imobilizado na pro -
priedade em outro negócio que apresente maior rentabilidade, estará
fazendo um melhor invesmento. No longo prazo, manter-se na situa -
ção de lucro negavo inviabiliza a avidade.
Quando o lucro é maior que zero, signica que a empresa está cobrindo
todos os custos de produção. Dessa forma, a avidade pode ser con
-
L>0 siderada atrava economicamente, além de viável no curto, médio e
longo prazo. Essa situação demonstra a possibilidade de expansão da
avidade.
L = RB - CT
ML = RB - COT
MB = RB - COE
Desta forma, é possível observar que a margem bruta (MB) é a primeira avaliação a ser
realizada, seguida da margem líquida (ML) e, somente ao nal, está o lucro (L). Assim, temos
uma análise gradual dos indicadores.
ML
TRC=
( Estoque de capital médio
) x 100
Para calcular o capital médio sem o valor da terra , utilizamos a seguinte fórmula:
98.000,00+76.000,00
Capital médio =
2
Para calcular o capital médio com o valor da terra, utilizamos a seguinte fórmula:
98.000,00 + 76.000,00
+ 850.000,00
Capital médio =
2
( )
Capital médio = 87.000,00 + 850.000,00
ML
TRC =
( Estoque de capital médio
) x 100
30.000,00
TRC sem terra = x 100
87.000,00
( )
TRC sem terra = 0,3448 x 100
30.000,00
TRC com terra =
( 937.000,00 ) x 100
TRC com terra = 0,0320 x 100
Relação benefício/custo
A
umrelação benefício/custo
determinado m. determina o valor necessário para se alcançar
Para que uma alternativa seja considerada viável economicamente, a relação benefício/custo
deve ser maior que um (1). Caso contrário, será considerada antieconômica, pois não traz
benefícios sucientes para que o negócio cubra suas despesas.
Renda bruta
Relação benefício/custo =
Custo total
Vamos ao exemplo desse cálculo! Para isso, imagine uma empresa rural que tenha como
atividade principal a bovinocultura de leite, e considere os seguintes valores:
• Renda bruta da atividade leiteira: R$ 280.000,00/ano.
280.000,00
Relação benefício/custo =
230.000,00
Esse resultado indica que, para cada R$ 1,00 investido na atividade, há um retorno de R$ 0,22.
É calculado com base no estoque de capital com terra da atividade dividido pela produção
anual. Portanto:
Vamos ver um exemplo considerando uma empresa rural dedicada à fruticultura. Suponha
que o proprietário levantou os seguintes valores para produção de maçãs:
• Capital investido na atividade de fruticultura: R$ 800.000,00.
90
800.000,00
CEL =
425.000,00
CEL = R$ 1,88/quilo
O ponto de cobertura total representa a quantidade mínima de produto que deverá ser
comercializada para que a propriedade não tenha prejuízo nem lucro, ou seja, para se alcançar
a situação em que as entradas cobrem todos os gastos, não havendo lucro.
Custo total
Ponto de cobertura total =
Preço médio de venda (unitário)
75.600,00/ano
Ponto de cobertura total =
1,90
Investimento total
Prazo de retorno do investimento =
Lucro
75.000,00
Prazo de retorno do i nvestimento =
5.000,00
Isso signica que, após 15 anos, o empreendedor terá recuperado, sob a forma de lucro, todo
investimento realizado no negócio.
Para que o empreendedor possa avaliar se o prazo de retorno está adequado, ele deve
selecionar um certo período de corte, por exemplo: a maior vida útil de seus investimentos
ou a média da vida útil dos investimentos – não há regra. Caso o prazo de retorno seja menor 91
que esse número, o projeto pode ser aceito.
p
Após analisar os indicadores, responda às seguintes perguntas:
• Você descobriu se está planejando um negócio viável?
• Em caso negativo, o que pode ser alterado para que ele tenha viabilidade?
Com base nas suas respostas, se necessário, reveja o seu Plano de Negócio. Bom
trabalho!
92 Ao nalizar a análise nanceira do seu plano de negócio, é importante que você simule valores
e situações diversas nos diferentes cenários:
• Pessimista – queda nas vendas, aumento dos custos, redução de receitas.
Dica
' Para traçar os cenários, você pode atribuir percentuais aos valores já
encontrados na elaboração do seu plano de negócio, por exemplo, aumento de
5% nas receitas e redução de 3% nos custos.
Fonte: Shutterstock.
Construção de cenários
Cenário
Cenário pessimista Cenário otimista
Descrição provável
S Strengths (Forças) 93
W Weaknesses (Fraquezas)
O Opportunities (Oportunidades)
T Threats (Ameaças)
A análise de cenários pelo uso dessa matriz é uma forma eciente de identicar as forças e
fraquezas, visando tornar a empresa mais eciente e competitiva por meio da correção de
suas deciências. Além disso, ela permite analisar as oportunidades e ameaças existentes no
mercado, por isso é utilizada como base para a gestão e o planejamento.
s
o
n
r S - Strengths W - Weaknesses
e
t
n
i F - Força F - Fraquezas
s
e
r
o
t
a
F
SWOT
s FOFA
o
n
r
e
t
x
e
s
O - Opportunities T - Threats
e
r O - Oportunidades A - Ameaças
o
t
a
F
S – Forças: faça uso Para deni-las, você pode responder às seguintes perguntas:
das forças. • O que você, sua equipe e o negócio fazem bem?
de mercado
redução de seuou a
lucro. • impostos elevados;
Estão no ambiente
• exigências legais;
externo, “fora da
porteira”. • escassez de fornecedores.
Na análise SWOT, há situações que são, ao mesmo tempo, forças e fraquezas, oportunidades
e ameaças. Por exemplo, a legislação ambiental rigorosa pode ser uma oportunidade para
quem já está com sua área legalizada ou uma ameaça para quem ainda não regularizou sua
situação.
Após realizar a análise SWOT, estabeleça metas para melhoria dos itens que você considerar
prioritários, que o estejam ameaçando ou reduzindo seu desempenho. A partir dessas metas,
você pode potencializar seus pontos fortes e aproveitar as oportunidades.
Atividade prática
j
e preencher a matriz SWOT no modelo disponível na biblioteca do AVA. Aproveite
esta oportunidade para registrar todas as situações que identicar, aumentando
sua capacidade de análise e elaboração de estratégias com o intuito de usar
as forças e as oportunidades a seu favor e traçar estratégias para minimizar as
fraquezas e evitar as ameaças. Bom trabalho!
Encerramento do tema
Neste tema, você conheceu a importância do planejamento e da elaboração de um plano de
negócio, bem como de estabelecer objetivos – tanto os seus como os do negócio. Com isso,
pôde compreender os benefícios que o desenvolvimento e a aplicação dessa ferramenta de
gestão podem trazer.
a) 4, 2, 1, 3.
b) 2, 4, 1, 3.
c) 1, 2, 3, 4.
d) 1, 3, 4, 2.
e) 4, 2, 3, 1.
II. Como instrumento de diagnóstico, o plano de negócio avalia a evolução da empresa para
cada aspecto denido no plano e possibilita um acompanhamento comparativo entre o
que foi planejado e o que está sendo realizado. Assim, o empreendedor pode corrigir os
98 a) I, III e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
( Nome e formação são sucientes para preencher o item "dados dos empreendedores".
a) V, V, F, V, F.
b) F, V, F, F, F.
c) V, F, V, V, F.
d) F, V, F, F, V.
e) F, V, V, F, F.
a) I e V.
b) III, IV e V.
c) I, II, IV e V.
e) I, II e V.
Além disso, você aprendeu que o plano de negócio é uma ferramenta que mostra ao
empreendedor sua situação no futuro, com informações que possibilitam a tomada de
decisão e direcionam o negócio. Entendeu, inclusive, um pouco mais sobre o processo criativo
e a identicação de oportunidades inovadoras. Por m, você pôde exercitar seu aprendizado
por meio do preenchimento de um plano de negócio.
Fonte: Shutterstock.
Agora é com você! Continue estimulando a sua criatividade. Busque ideias e oportunidades,
potencialize as suas características empreendedoras e elabore bons planos de negócios.
Sucesso!
Referências
ANDRADE, J. G. de. Introdução à administração rural. Lavras: Ua/Faepe, 1996.
KELLEY, D.; SINGER, S.; HERRINGTON, M. Global Entrepreneurship Monitor: Global Report
2015/16. London Business School. Londres: United Kingdom Founding Institution, 2016.
MALHEIROS, R.; FERLA, L.; CUNHA, C. (Org.). Viagem ao mundo do empreendedorismo. 2. ed.
Florianópolis: Instituto de Estudos Avançados, 2005.
McCLELLAND, D.C.; BURHAM, D. H. O poder é o grande motivador. In: VROOM, V.H. (Org.)
Gestão de pessoas, não de pessoal. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
SARKAR, S. O empreendedor inovador: faça diferente e conquiste seu espaço no mercado. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2008.
SUN-TZU. A arte da guerra. Tradução de Candida de Sampaio Bastos. São Paulo: DPL, 2007.
Questão 2
Alternativa correta: E. Os diversos autores que participaram do desenvolvimento da teoria
do empreendedorismo e dos conceitos utilizados atualmente são unânimes ao armarem
que o empreendedorismo está relacionado a criatividade, inovação, ideias, oportunidades,
iniciativa e desenvolvimento. Conceitos como comodismo, pouca iniciativa, retrocesso e zona
de conforto vão na direção oposta ao que se espera de uma atitude empreendedora.
Questão 3
Alternativa correta: B. Ao identicar e avaliar uma oportunidade, o empreendedor tem a
possibilidade de analisar a sua ideia de negócio dentro do ambiente onde está inserido. Na 103
fase de determinação dos recursos necessários, de fato se dimensionam os recursos de que
o negócio necessita e os que ainda faltam; por m, a fase de administrar a empresa é a de
fazer a gestão do negócio, solucionar os problemas, implementar controles e desenvolver
estratégias de crescimento. É, por isso, uma fase bastante desaadora! Ademais, desenvolver
o plano de negócio é fundamental para o processo empreendedor, pois, nessa fase, é preciso
muita atenção e esforços extras; diferentemente do que arma a sentença, essa fase não
pode ser removida do processo empreendedor.
Questão 4
Alternativa correta: C. Até os anos 1970, o Brasil não produzia alimentos para abastecer
o país e o mundo; era um importador de alimentos. No entanto, esse cenário mudou e
vemos que o país está entre os maiores produtores mundiais de grãos, açúcar, café, suco de
laranja e carnes. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO), o Brasil pode ampliar sua produção de comida em 40% até 2020, enquanto a Austrália
deve ampliar a produção em 7% e o Canadá e os Estados Unidos em 14% para abastecer a
Questão 5
Alternativa correta: C. Por mais que o planejamento no agronegócio seja um pouco mais
trabalhoso do que nos demais negócios, você deve orientar o empreendedor a desenvolver
um plano de negócio que possibilite a tomada de decisão. Além disso, estimular a proatividade
e desenvolver comportamentos empreendedores faz com que o produtor valorize seu
trabalho e deseje sua permanência na propriedade como um recurso importante, mas essa
decisão não deve estar baseada na dependência. Por outro lado, é importante que você
incentive a permanência do produtor rural no agronegócio, com base na análise de dados
reais de produção e gestão. O empreendedor deve ser criativo e buscar solução para os seus
problemas. Dessa forma, você deve incentivar o produtor a buscar oportunidades, visando ao
melhor aproveitamento dos recursos já existentes na propriedade.
Questão 2
Alternativa correta: D. O empreendedor de sucesso no agronegócio sempre busca
conhecimentos, informações e atualização e utiliza o planejamento para melhorar seu negócio
e mudar o que for necessário. Além disso, ele controla as receitas, os investimentos e os
custos do negócio separadamente de seus recursos pessoais.
Questão 3
Alternativa correta: B. O acróstico “METAS” é utilizado para facilitar a elaboração de metas
que ajudem o empreendedor a atingir seus objetivos, pois possibilita a visualização e o
cumprimento das estratégias a serem realizadas. Uma meta é:
Mensurável. Para atingir esse critério, você deve responder: Como você poderá mensurar sua
meta? Com quanto? Com qual modelo?
Temporal. Até quando a meta será realizada? Esse critério responde sobre o prazo dentro do
qual você cumprirá a meta.
Alcançável. Apenas metas que são alcançáveis são viáveis. Por isso, ao criar uma meta, você
deve saber responder como fazer para alcançá-la.
Signicativa. Por que essa meta é importante para você ou para o seu negócio? Essa é a
importância da sua meta para você.
Questão 4
Alternativa correta: E. O empreendedor que corre riscos calculados é capaz de enfrentar
desaos sem colocar tudo a perder, sem agir de forma impensada. Ele avalia as diferentes
alternativas antes de tomar uma decisão e, ao assumir os desaos, responde por eles. A
persistência está relacionada à capacidade de não se deixar abater e reavaliar, insistir ou mudar
os planos para atingir seus objetivos. Ao buscar oportunidades e iniciativa, o empreendedor
observa as tendências de mercado e as aproveita. Além disso, ele sabe exatamente onde quer
chegar ao estabelecer suas metas e realizar um bom planejamento, organizar os detalhes e
revisá-los sempre que necessário, por meio do planejamento e do monitoramento sistemático
do negócio.
Questão 5
Alternativa
na tarefa de correta:
conhecerA.seu
Márcia praticou
mercado: a busca
buscou de informações
fontes e envolveu-se
conáveis e orientações depessoalmente
especialistas
que a ajudaram na tomada de decisão. Ao buscar oportunidades e iniciativa, o empreendedor
se antecipa aos fatos e cria oportunidades de negócios com novos produtos e serviços. Ao
realizar um bom planejamento, denem-se e monitoram-se as etapas que devem ser cumpridas
para atingir seu objetivo. Ao utilizar independência e autoconança, o empreendedor cona
105
em si e no seu potencial. Por m, a exigência de qualidade e eciência está relacionada a fazer
sempre mais e melhor.
em relação
de obra à concorrência.
qualicada As construções
e a disponibilidade e benfeitorias
de recursos em bomsão
nanceiros estado deexemplos
alguns conservação, a mão
de forças.
As fraquezas também são fatores internos, mas que colocam o negócio em desvantagem em
relação à concorrência, por exemplo, maquinário sucateado. Já as oportunidades e ameaças
estão relacionadas ao ambiente externo do negócio e não são controladas pelo empreendedor.
As oportunidades devem ser exploradas, de modo a aumentar a capacidade competitiva da
empresa, e as ameaças, evitadas, pois podem ocasionar a perda do mercado e a redução do
lucro do negócio.
Questão 3
Alternativa correta: C. O plano de negócio possui a seguinte estrutura: (1) descrição do
negócio; (2) dados dos empreendedores – onde deve ser preenchido o nome, as competências
e as atribuições no negócio, tanto do empreendedor quanto dos sócios; (3) missão; (4) estudo
de mercado, com a análise dos consumidores, fornecedores e concorrentes; (5) estratégias
comerciais; (6) planejamento operacional, que contém os itens de capacidade de produção
e comercialização, processos operacionais e insumos e equipe de trabalho; (7) planejamento
nanceiro, em que constam os investimentos, as receitas, os custos operacionais e o
demonstrativo de resultados; (8) indicadores de viabilidade; (9) construção de cenários, etapa
muito importante, uma vez que não há controle sobre as mudanças nos valores previstos; (10)
avaliação estratégica a partir da análise SWOT.
Questão 4
Alternativa correta: E. Ao realizar a projeção do volume de produção e comercialização, você
deve observar a capacidade do seu negócio e considerar a oferta e a demanda de mercado, as
características da região, o processo produtivo e as técnicas utilizadas no seu negócio, e não
as usadas pelos seus vizinhos.
Questão 5
Alternativa correta: A. Entre os diversos indicadores apresentados estão a margem bruta,
que é o resultado da renda bruta (faturamento) menos o custo operacional efetivo; a margem
líquida, que é o resultado da renda bruta menos os custos operacionais totais; o lucro, que é
o resultado da renda bruta menos os custos totais.
O ponto de cobertura total também é um indicador de viabilidade. Ele representa a quantidade
mínima de produto que deverá ser comercializada para que o negócio não tenha lucro nem
prejuízo. Outros indicadores são a taxa de retorno de capital, que está relacionada com a
rentabilidade do negócio; e a relação benefício/custo, que indica o valor necessário para se
alcançar um determinado m, devendo ser sempre maior que um. O custos xos e variáveis
são utilizados em algumas metodologias, mas a subjetividade na sua separação pode gerar
distorções na avaliação. Já a depreciação é um cálculo que compõe o custo operacional total.
A análise de cenário e a análise SWOT não são indicadores de viabilidade, mas sim análises que
permitem a elaboração de estratégias para que o empreendimento se torne mais competitivo
e preparado para as diversas situações que venha a enfrentar.
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