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Outro ponto válido acerca do Homem enquanto conceito é a ausência de contato entre
tais no processo de colonização. Para o autor não há nada entre colonizador e colonizado
que não o trabalho forçado, pressão, etc. Daí surge sua lógica em apontar que
colonização=coisificação. No pensamento de Cesaire, o conceito de Homem, dentro da
lógica colonial, está relacionado a degradação, em que há a inferiorização do oprimido e
o embrutecimento do opressor.
Mais ainda, o que o autor expõe é uma deficiência ocidental em considerar válidas as
outras formas de civilizações. Em sua crítica mais dura, Cesaire aponta a burguesia como
uma classe condenada por estar por trás da escravidão e do racismo, e por
consequentemente perpetuar uma centralidade europeia.
Se por um lado está apresentada a noção do Ocidente como percussor da Ciência, dotado
de lógica e racionalidade, Cesaire contrapõe apontando inovações técnico-científicas de
outros grupos não-europeus. E o que o autor conclui, em suma, é que este Ocidente está
extremamente longe de um verdadeiro humanismo.
2.
O embrutecimento desse sujeito, em minha visão, aparenta ser ainda pior do que no
momento em que Cesaire escreve, dado que o racismo e toda sua argumentação de defesa
já não possui um mínimo de coerência científica, política ou cultural. Ao deparar me com
uma pessoa racista, associo sua pessoa a mera ignorância, bem como o fazia Cesaire em
sua análise acerca do colonizador. O racismo nesse sentido se converteu em uma
colonização moderna que atua no campo das mentalidades.