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Fichamentos – Brasil Paralelo

Educação e Liberdade – Prof. Marcos Boeira


1. Introdução
Abordagem do Tema Liberdade pelas ciências da filosofia política, moral e do
Direito e as artes que se destinam à ação humana, ou a ciência econômica,
porém, não levam em consideração a importância da Educação.

Surge a pergunta: De que modo e forma então a liberdade foi tratada dentro
das grandes escolas pedagógicas do Ocidente? Sob quais condições podemos
dizer que a liberdade pode ser tomada como plena de sentido?

Não se pode acreditar que a liberdade é uma capacidade, uma potência, mas
um ato de uma vida dotada de sentido e de significado.

Três grandes projetos civilizatórios que forneceram a base necessária para o


entendimento da Liberdade serão explorados:

1.1 Civilização Grega – Paideia (παιδεία)


1.2 Gênio Medieval – Artes Liberais
Relações entre as disciplinas da matéria e as superiores
1.3 Ratio studiorum – Gênio Jesuítico (Amplamente empregado pela Companhia
de Jesus)

2. O que realmente significa Liberdade?


Tudo isso pautado sob à perspectiva de que : “A Liberdade é um ato da Virtude”.
Partindo do princípio de que toda ideia de Liberdade nasce atrelada à uma ética
das virtudes, totalmente contrário à ideia de que a liberdade seria agir de
qualquer maneira, sob quaisquer padrões, de acordo com perspectivas
arbitrárias elegidas por mim. Esta última visão de liberdade, na verdade, advém
de uma visão moderna de mundo. Sendo a cosmovisão (visão de mundo) da era
moderna fundamentada por três postulados:
a) Relativismo
b) Ceticismo
c) Inexistência do Conceito Objetivo de Verdade
A Inexistência do Conceito Objetivo de Verdade, por sua vez, autoriza que os
indivíduos possam definir a verdade a partir das suas impressões imediatas, de sua
imaginação. É por causa disto que as Ideologias de Massa, principalmente na Era
Moderna, ganharam tanta força.
Por outro lado, as civilizações antigas se diferenciam por partirem de uma
noção objetiva do que é a :
a) Verdade
b) Bem
c) Beleza
Estes valores, por sua vez, exigem que as faculdades humanas estejam dispostas
para o seu conhecimento e apreensão correspondente do verdadeiro significado de
cada um. Faculdade humana (conceito indiretamente já tratado por Píndaro, Hesíodo,
Sófocles, Eurípides, Ésquilo e Aristóteles) , são chamadas pelos antigos de
Faculdades da Alma. Diferenciando Corpo e Alma, esta última significaria o movimento
dos corpos, do grego, Anima ou Psyche.

 As Capacidades da Alma
Para o conhecimento do Ser e de seus predicados conceituais (bem, belo e
verdadeiro), a alma possuiria três potências :
A) Intelectual
B) Vontade
C) Memória

Diferentes filósofos, como Platão e Aristóteles, colocaram em evidência


diferentes capacidades da alma, assunto que foi aperfeiçoado posteriormente
por filósofos e pensadores medievais, como Tomás de Aquino.
De forma que, existe uma potência da alma (Intelectual, Vontade e Memória)
destinada diretamente para cada conceito transcendental do ser (bom, belo e
verdade.)

 A potência Intelectual
Se destinaria ao conhecimento da Verdade
Inteligir seria o reconhecimento do que é a verdade, reconhecer, com o intelecto,
de que algo ao seu redor, é verdadeiro. Do latim, Inter + legere + ens (leitura
interior do que alguma coisa é) – Fazer uma leitura mental (interna) da realidade
exterior.

 A potência da Vontade
Está relacionada com o querer (o) bem, desejar as coisas. Prof. Neste momento
cita Aristóteles dizendo que nós desejamos as coisas por serem apetecíveis
(saborosas, que causam desejo) e cita algumas obras de arte de italianos :
Andrea Palladio, Fireze (Florença, Itália), Giotto, Brunelleschi

 A Beleza seria a somatória do Bem e da Verdade. Sendo a Potência da Memória


responsável por tomar a Beleza como tal. Aqui ele cita Ambrogio Lorenzetti; Gian
Lorenzo Bernini.

O exercício do Intelecto, da Vontade e da Memória proporcionariam Beleza à


Alma, tornando a vida, bela por consequência. Uma articulação entre o interior e o
exterior, entre o princípio e a realização dos atos humanos.
A relação que se estabelece entre uma alma verdadeira, boa e bela com alguém
cuja vida também o é, exige algo que torne este alguém “íntegro”, que é sempre o
mesmo em todos os lugares, que não é duas caras, ter sintonia entre o interior e o
exterior, fazendo com que o indivíduo possua uma alma verdadeira que seja
transmutada numa vida verdadeira.
Esta conexão, comunicação, sintonia entre o interior e o exterior seria a Paideia
(παιδεία): a formação do espírito e do caráter. Educação, do latim, ex+dux (aquilo
que está para fora), se dirige ao exterior, sendo justamente o vínculo entre a beatitude
da alma e a beatitude da vida. A Paideia então é uma pedagogia que conduz a um
ideal de beleza, o ideal de uma vida bela, sendo esta, uma que é baseada na verdade
e no bem.
4. As exigências da Paideia
a. Artes Mecânicas ou Iliberais
Ensinamento passado de pai para filho a respeito da confecção de
coisas (jarros, mesa, carrinho). Criação de processos que criam
vínculos artificiais.

b. Empatia ou φιλíα (filia)


Estabelecimento da Hierarquia dos Afetos
Artes Liberais
Arte, do latim Ars, é o c. Gramática (γραμματική)
mesmo que Técnica em Capacitar o indivíduo a exprimir aquilo que possui dentro de si. O
processo se inicia com a audição. O conhecimento de outras línguas,
Grego, τέχνη. Diferente
sobretudo na infância, engendrará num alargamento fonemático e
das primeiras,
semântico, possibilitando raciocinar, refletir, perceber e se expressar
aprendidas por
usando uma série de vocábulos. Apreensão do esqueleto de signos e
imitação, as artes significados visando melhorar a expressão do interior e do que é
liberais permitem observado é o primeiro passo em direção da Educação.
determinar o sentido e d. Matemática (Μαθηματικά)
o objeto do que será Quantificação dos valores
feito e. Retórica ( Ρητορική )
Relação da Gramática com a Imaginação. Tornar o que se imagina
inteligível.

Por fim, o progressivo exercício, desenvolvimento e tomada de posse destas


artes possibilitaria ao indivíduo a verdadeira aquisição da Liberdade. A forma de vida
racional fundamentada pelo estudo destas artes, segundo os gregos, é a única
possível na pólis (πόλις), por ser a única espécie que é livre.
Que toma uma decisão sobre si mesmo com consciência. De modo que a
Liberdade, de fato, não pode existir sem uma Pedagogia, sem uma Educação
recebida. O mínimo exigido pela παιδεία no indivíduo promoverá o desenvolvimento
de uma consciência racional, cujos atos são avaliados, julgados, segundo um padrão
que é verdadeiro, bom e belo. De se tornar cada vez mais capazes de julgar conforme
estes valores. O intelecto (νοῦς), segundo os gregos, seria a potência da alma cujas
operações se destinam a este julgamento. Através da razão (διάνοια), operação do
intelecto, que o destina para valores elevados. A Razão teórica lidaria com as
verdades, a Razão Prática procuraria o bem e a Razão Memorativa (Técnica)
procuraria a beleza.
O desenvolvimento da Paideia fomenta :a) a busca pela verdade pelo intelecto,
a prática de atos cujo o centro é o bem pela Vontade e a memorização de imagens e
signos segundo um padrão Objetivo de Beleza.
De modo que o pensar, agir e memorizar se tornem um só; fazendo com que
haja uma unidade na existência. Um horizonte de expectativa sobre si mesmo será
traçado.Desta maneira, a inteligência, os atos e a Memória serão direcionados para
um mesmo objetivo.
O que define alguém cujo intelecto, vontade e memória se destinam para o
Bom, Belo e o Verdadeiro? Os gregos chamavam de Virtude, ou ἀρετή, a ação em
conformidade com a razão, que como observado anteriormente, conduz o homem
para que este paute o sua vida com hábitos que persigam a verdade, o bem e a
beleza. A aquisição disto se dá pelo exercício da Paideia.
Assim, o exercício da Retórica pode ser entendido como uma busca e não uma
aquisição da verdade. A Erística, diferente da retórica, praticada pelos sofistas, tinha o
intuito apenas de enganar, ser verossímil, ou seja, parecer verdade.
O patrimônio das artes é fundamental para capacitar o indivíduo a adquirir uma
vida íntegra, intelectual, moral e produtiva, unificada segundo uma razão de τέλος
(Telos). Desta maneira, a circunstância da condenação de Sócrates se dá pelo fato de que
o seu exercício da Paideia elucidava o quanto todos os outros estavam fora da verdade.

5. As Virtudes
A virude pode ser definida em geral como um hábito bom segundo à Razão, por
sua vez, esta agirá educando nosso interior.

a. Temperança (Auto-domínio) / Ira (Vício)


b. Fortaleza
c. Força
d. Justiça
e. Prudência ( φρόνησις ) ou a virtude intelectual da razão prática.
Aperfeiçoamento da ação em razão do bem. Ou como Aristóteles a
define como a Arquitetônica da Alma, uma vez que a primeira edifica a
segunda. Ela guiará quanto ao senso harmônico das proporções nas
faculdades da alma.
Dentro desse cenário, ser livre significaria libertar-se de si mesmo, isso se realiza
adquirindo as artes e destinação aos fins correspondentes.

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