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JULIO CESAR DE OLIVEIRA

BREVE RESUMO DO FILME


PONTO DE MUTAÇÃO

Prof. Irineu Letenski

Curitiba – PR
2019
Breve resumo do Filme Ponto de Mutação:

O filme aponta para uma reflexão de cunho filosófico que perpassou a história, mais
precisamente a partir do modernismo; a partir da história de alguns personagens que se
encontraram ocasionalmente diante de um relógio em funcionamento no alto de um edifício na
França. Entre estes personagens dois já sé conheciam: Jack que se candidatou ao cargo de
Presidente do Estados Unidos e seu amigo escritor, poeta que lhe auxiliou outros momentos na
formulação de discursos cujo nome é Thomas Harriman. Logo de início do filme é perceptível
o denso conteúdo filosófico que vai perpassar o longa-metragem, pelo viés das dúvidas, dos
questionamentos e dos diálogos entre os personagens. A terceira personagem que aparece no
início do filme é Sonia Hoffmann, uma cientista que logo de início o filme enfatiza sua
dedicação à vida intelectual por meio da leitura.
O diálogo filosófico inicial do filme dá-se no contexto da visão mecanicista do mundo,
quando os três personagens se encontram diante da grande máquina de um relógio e Sônia
procura elucidar a Jack e Thomas sobre a visão mecanicista que nasce em Descartes como
primeiro arquiteto da visão do mundo como um relógio. Nessa concepção do mundo é como se
a natureza funcionasse feito um relógio do qual é possível separar as partes e reduzi-las um
monte de peças simples, analisá-las uma a uma e compreendendo-as particularmente se passa
a entender o todo.
No diálogo que se dá em torno desse pensamento Sonia explica a Jack que embora tal
visão pareça ser o método próprio da ciência não foi sempre assim, que Descartes ao aplicar tal
teoria provocou uma ruptura revolucionária com a igreja uma crítica a supremacia do
pensamento da igreja na época. Fascinado pela máquina do relógio Descartes usou sua imagem
como metáfora principal de sua teoria, para tanto passou a ver que tudo funcionava como uma
máquina, e tal pensamento passou a dominar as mais diversas áreas do pensar como a arte, a
política, entre outras ao ponto que mesmo os seres vivos homens, animais, plantas, podiam ser
vistos sobre essa metáfora da máquina, e que Sônia já aponta como falsa afirmação para
surpresa de Jack, que até então demonstra-se adepto de uma visão cartesiana do mundo.
O filme não demonstra uma visão negativa do pensamento cartesiano, e enfatiza sua
excepcional contribuição para o pensamento do século XVII, mas aponta que com as mudanças
históricas se faz necessária uma nova maneira de entender a vida. Essa nova maneira vai sendo
apresentada por Sônia ao explicar a Jack e sob o olhar admirado de Thomas uma visão sistêmica
necessária para compreender os grandes desafios do mundo atual principalmente que atingem
o campo político uma vez que é nessa perspectiva que Jack se orienta. A conclusão que se chega
dessa visão sistêmica explicada por Sônia é que ao contrário da visão mecanicista cartesiana da
separação das partes e conhecimento dessas partes isoladamente se faz necessário verificar a
interligação que há entre essas partes, e atuar no tudo de uma vez ao mesmo tempo. Sônia fala
de uma conectividade entre as partes que permite uma visão total para o qual é preciso vencer
o que apontou como uma crise de percepção.
Sem condenar a visão mecanicista o diálogo que se dá em torno eixo da medicina
procura elucidar uma visão sistêmica de abordagem em contrapartida da visão mecanicista na
qual Sônia procura demonstrar que há limitações e aponta que o mundo muda mais rápido que
a percepção das pessoas.
Um segundo momento para abordagem filosófica dá-se em um novo ambiente, quando
os três personagens adentram uma sala de tortura, ao questionar sobre a então “crise de
percepção” Thomas afirma que talvez o homem seja atraído pela morte como lobos por
cordeiros. Neste ponto Sônia descreve uma crítica a filosofia de Francis Bacon, da qual a
natureza devia ser caçada, posta para trabalhar, escravizada, entre outras ações degradantes a
própria natureza.
No desenvolvimento do diálogo entre os personagens, surge o termo “pensamento
ecológico” denominado por Sônia e como um novo meio de ver as coisas e a superar a crise de
percepção. Tal pensamento ecológico da uma compreensão mais firme da realidade. Para dar
suporte nessa visão, o diálogo reforça a contribuição de Isaac Newton com as Leis do
movimento, tidas como maior feito da ciência do século XVII, tanto que foram adotadas como
a teoria correta da realidade as leis finais da natureza.
Adentrando o edifício, Sônia admira-se com a Luz e discorre um diálogo sobre a
natureza da Luz com, em termos científicos apresenta uma reflexão sobre o átomo e por
conseguinte sobre a matéria. Sônia afirma que para entender porque a matéria é tão sólida,
dentro do pensamento filosófico e cientifico foi preciso desafiar até as ideias convencionais
sobre a existência da matéria e após muitos anos tiveram que admitir que a matéria não existe
com certeza e em lugares definidos, mas sim mostra tendência a existir.
O diálogo ocorre em torno da definição de tendência e probabilidades, até chegar ao
ponto de Sônia conjugar probabilidades e conexões demonstrando a partir da visão física
cientifica que entre as partículas não há existência independente, ou seja, uma partícula é
essencialmente um conjunto de relações que se estendem para se conectarem a outras coisas.
Essa conexão gera uma cadeia de conexões, e assim por diante e são essas relações de conexão
que dão forma à matéria.
O diálogo entre os três personagens se desenrola em torno da física, concomitante com
reflexões filosóficas até mesmo de valores morais e éticos. Em um determinado momento Sônia
afirma que o cientificismo é uma crença irracional na verdade da ciência e tornou-se como uma
religião.
A ideia conclusiva do filme está na compreensão do mundo sob uma nova perspectiva,
que foi sendo apresentada por Sônia em todo o decorrer do longa-metragem, sob a possibilidade
de ajudar o vencido candidato a presidência dos EUA a adquirir uma nova abordagem da
realidade, da qual todos nós precisamos como uma nova visão do mundo, abandonando a velha
ótica patriarcal cartesiana, newtoniana. Essa nova visão do mundo e de uma ciência mais
abrangente que o apoia encontra-se em uma nova teoria emergente e que reuni aquela
perspectiva do pensamento ecológico discorrido durante o filme, uma teoria de estrutura
científica coesa e coerente denominada de Teoria dos Sistemas, dos sistemas vivos, ou seja, de
todos seres vivos bem como os sistemas sociais e os ecossistemas. Tal teoria ajudaria muito na
compreensão das ciências que lidam com a vida.
O filme conclui-se sobre o pensamento filosófico do sentido da vida, que na linguagem
dos sistemas a resposta seria que a essência da vida é a auto-organização. Em síntese isso
significa na Teoria dos Sistemas que um sistema vivo se mantém, se renova e se transcende
sozinho e que embora os sistemas dependam do ambiente não são determinados por ele. Em
torno dessa compreensão o diálogo final decorre em torno de exemplos de valores éticos e
morais cujo eixo está a defesa e demonstração do pensamento da Teoria dos Sistemas. Cabe
ressaltar o poema de Thomas ao final do filme, conjugando toda trama desenrolada em tão
longos diálogos em seu parecer poético sobre sua percepção da vida da qual afirma a vida ente
a si mesma, ressaltando a grandeza da vida que é infinitamente mais que as teorias a respeito
dela.

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