PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL DE I" INSTÂNCIA EM MINAS GERAIS

2" VARA DA SUBSEÇAO JUDICIÁRIA DE CONTAGEM - JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

Autos de Processon2: 2636-61.2017.4.01.3820

Classe: 51201- CíVE[JPREVIDCONCBEN/JEF
Autora: PATRICIA COSTA DE FIGUEIREDO DOS SANTOS
Réu: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
Classificação da Sentença: B

SENTENÇA

I. RELATÓRIO.

Dispensado o relatório, por aplicação subsidiária do art. 38 da Lei

9.099/1995 c/c art. 12 da Lei 10.259/2001. Passo a decidir.

11. FUNDAMENTAÇÃO.

A parte autora pretende com a presente Ação seja o réu condenado a

conceder/restabelecer benefício por incapacidade previdenciário, com o pagamento
de parcelas retroativas.

O auxílio-doença indica incapacidade e susceptibilidade de recuperação

de seu beneficiário, sendo concedido em caráter provisório, até que se conclua sobre
as consequências da lesão sofrida. A aposentadoria por invalidez será concedida ao
segurado que for considerado incapacitado e insuscetível de reabilitação para o
exercício de qualquer atividade, enquanto se mantiver em tal situação.

Além disso, o direito à concessão desses benefícios pressupõe a

qualidade de segurado e o cumprimento de período de carência, que não são,
entretanto, pontos controversos, vez que a parte autora recebeu benefício de auxílio-
doença, NB 610.301.011-3, no período compreendido entre 25/05/2015 e
02/02/2017, conforme Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS de fI. 77.

A incapacidade laborativa total e temporária da parte autora, por sua

vez, ficou comprovada pela perícia médica realizada em juízo em 19/05/2017 (fls.
79/81). em razão de estar acometida de 'Transtorno Bipo/ar, fase atua/ depressiva,
sem sintomas psicóticos. Na CID 10- OMS, F31.4", tendo o perito judicial fixado a
data de início da incapacidade (DII) em 31/01/2017 (fI. 81).

Diante dessas circunstâncias, concluo que deve ser restabelecido à

parte autora o benefício de auxílio-doença (NB 610.301.011-3). a partir de
03/02/2017, data imediatamente posterior à indevida cessação administrativa.

111. DISPOSITIVO.

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por

PATRICIA COSTA DE FIGUEIREDO DOS SANTOS, extinguindo o processo com resolução
de mérito, na forma do art. 487, I do NCPC, para condenar o INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL - INSS a (a) restabelecer o benefício de auxílio-doença (NB
610.301.011-3). a partir de 03/02/2017, com termo inicial de pagamento (DI) e
01/12/2017; e, (b) pagar as diferenças das prestações mensais vencidas, cor .
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segundo os parâmetros fixados no despacho de fI. 129, atualizadas até dezembro de

2017, no montante de R$9.766,74 (nove mil setecentos e sessenta e seis reais e
setenta e quatro centavos). conforme cálculos de fls. 130/131, elaborados pelo setor
respectivo, que são parte integrante desta sentença.

Ainda, tendo em vista o caráter alimentar do benefício pleiteado,

com apoio no art. 42 da Lei 10.259/2001, c/c com o art. 300 do NCPC, e com o
enunciado nQ 729 da Súmula do 5TF, ANTECIPO PARCIALMENTEos efeitos da
tutela jurisdicional deferida nesta sentença e determino ao réu que, no prazo de
30 (trinta) dias, ponha em manutenção, em favor do autor, o benefício ora
concedido, passando a pagar mensalmente os valores devidos, sem inclusão de
prestações retroativas, comprovando nos autos a data da efetivação da medida.

Não cessará o benefício ora deferido pelo prazo mínimo de 120 (cento e
vinte) dias ou mediante comprovação da cessação da incapacidade ou de que o
beneficiário dispõe de meios de prover sua subsistência, pOdendo ser tal duração
prorrogada em decorrência de requerimento do interessado (art. 60, 992 da Lei
8.213/1991). Fica a parte autora obrigada a submeter-se a exames médico-periciais
na periodicidade determinada pelo INSS.

Com base no art. 12, 9 1º da Lei 10.259/2001, condeno o réu ao

pagamento dos honorários periciais fixados nestes autos, os quais serão
reembolsados à Justiça Federal - SeçãoJudiciária de Minas Gerais.

Incabível condenação em custas e honorários advocatícios.

Considerando o disposto no art. 1010, 9 3º do NCPC, aqui aplicado

subsidiariamente, em havendo interposição de recurso, intime-se a parte ex adversa
para ciência da sentença, se ainda não o fez, bem como para apresentar
contrarrazões, caso queira, no prazo máximo de 10 (dez) dias. Decorrido o referido
prazo, com ou sem manifestação, remetam-se os autos à Turma Recursal
independentemente de novo despacho.

Após o trânsito em julgado da sentença, expeça-se RPV para

quitação do valor da condenação.

Executada a presente sentença, arquivem-se os autos após baixas.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se, inclusive para cumprimento da

tutela de urgência na forma e prazo determinados.

Contagem (MG). 12 de dezembro de 2017.

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