Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Por fim, concebendo-se o conceito de pesquisa questão (BACHELARD, 1938). Esse pensamento estudantes um percurso formativo que na minha
numa perspectiva Freiriana, em que “pesquiso conduzirá esta breve reflexão acerca da concepção tem contribuído para a construção
para constatar, constatando, intervenho, produção de conhecimento no âmbito de uma cultura de produção de conhecimento
intervindo educo e me educo. Pesquiso para educacional. que amplia o repertório de saberes tanto dos
conhecer o que ainda não conheço e comunicar estudantes como também contribui para
ou anunciar a novidade” (Freire, p.32, 1996). Nessa direção, somos levamos a pensar ampliação do corpo de conhecimento da área
Assim, percebemos o quanto estamos em acerca das contribuições dos conhecimentos foco da pesquisa.
processo de aprendizagem com eles, nesse produzidos tanto no âmbito educacional,
sentido, percebemos que mais do que oferecer quanto nas outras diversas áreas do Também, sob esta mesma ótica, a comissão
respostas definitivas, buscamos, nesta conhecimento. Pensar o percurso formativo de científica se constituiu enquanto uma equipe
intervenção, estimular discussões e proposições estudantes que estão imersos no movimento multidisciplinar com profissionais de diversas
de novos saberes teóricos e práticos e novos de busca pela profissionalização, é pensar além áreas do conhecimento. Destaca-se que,
desafios.
da formação profissional, compreendendo a equipe de profissionais buscou realizar
elementos essenciais que estão associados a o exercício de trazer para as avaliações o
essa construção que antes de tudo, é social. olhar formativo, no sentido de que, todas as
orientações fornecidas aos estudantes por
Considero que, a prática de pesquisa meio dos pareceres argumentativos sobre os
no decorrer do percurso formativo dos trabalhos ajudassem os estudantes a aprender
estudantes, tem sido elemento essencial para e ampliar os saberes acerca da dinâmica de
a ampliação do repertório de conhecimento e fazer pesquisa científica.
aprofundamento de questões de interesse dos
estudantes, contribuindo desta forma também Finalizo, pontuando que a concepção formativa
para a construção de um caminho a ser seguido na qual me filio está centrada essencialmente
pelos mesmos. sobre a gestão das aprendizagens dos
estudantes que estão imersos no movimento
Diante da diversidade de cenários nos quais de fazer pesquisa, ressaltando que se torna
os estudantes estão imersos desenvolvendo formativo o processo que ajuda o estudante a
suas atividades de estágio, inúmeras são as aprender e a se desenvolver.
questões que podem surgir, no entanto, saber
lidar com estas questões e transforma-las em
uma questão de pesquisa, tem sido um desafio.
Um olhar especial: crianças com déficit da atenção também aprendem...........................31 A Infância Diante do Cinema...............................................................................................................87
Maria Danieli Oliveira Rodrigues Renata Alves Pereira
Antonia Rejane Souza Bandeira Antônio Gonçalves de Azevedo
Heloisa Flora Brasil Nóbrega Bastos
Ayalla Camila Bezerra dos Santos
Ynah de Souza Nascimento
Resumo: O termo cena musical é muito comum ser atribuído a um determinado local (cena pernambucana, cena
carioca, cena paulistana etc.) e/ou a um determinado gênero musical (cena do rock, cena punk etc.). As práticas
musicais existentes em uma determinada cena tencionam pensar em territorialidade, que é constituída por
dimensões locais, econômicas, simbólicas e sociopolíticas. Devido à geografia expressada em suas mesorregiões
(São Francisco, Sertão Pernambucano, Agreste Pernambucano, Mata Pernambucana e Metropolitana do Recife)
e, principalmente, por apresentar uma pluralidade cultural proveniente dessas localidades, Pernambuco dispõe
de diversas cenas musicais, entretanto, este estudo teve como recorte a cena musical autoral. Constatamos que
a cena autoral pernambucana vem se fortalecendo a cada ano através da difusão proporcionada pelas redes
sociais e pela ampliação dos espaços para apresentações promovidos por projetos como a Mostra de Música
Leão do Norte (MMLN), Ouvindo e fazendo Música no Museu do Estado de Pernambuco e Hora do Frevo no
museu Paço do Frevo. Além disso, a facilidade de gravação através dos home studios tem contribuído para o
registro e divulgação das obras dos novos compositores. Assim, por meio da compreensão conceitual abordada
por Straw (1991) e Nogueira (2014) acerca da cena musical unida às experiências vivenciadas como ouvinte,
músico e estagiário de algumas das edições da MMLN promovida pelo Sesc-PE, buscou-se, neste relato de
experiência, identificar as contribuições dessa mostra para a cena musical autoral pernambucana. Desse modo,
foi possível constatar aspectos relevantes, como o fato de proporcionar um espaço para novos compositores
pernambucanos, para a música popular e também para a música instrumental, promovendo um intercâmbio
cultural com reflexões e troca de experiências entre os seus participantes.
Palavras-chaves: Cena musical. Música autoral. Mostra de Música Leão do Norte.
Abstract: It is common to associate the term “musical scenario” to a specific place (scenario of Pernambuco,
scenario of Rio de Janeiro etc.) and/or a specific musical gender (rock scenario, punk scenario etc). The musical
practices of an specific scenario induce to think about territoriality which means physical, economic, political and
social dimensions. Due to the geography expressed in its mesoregions (São Francisco, Sertão Pernambucano,
Agreste Pernambucano, Mata Pernambucana and Metropolitan of Recife) and, mainly, to present a cultural
plurality from these localities, Pernambuco has several musical scenes, however, this study had like clipping
the authorial music scene. We see that this scenario has become stronger every year through its diffusion in
social networks and the expansion of spaces for live presentations promoted by projects such as Leão do Norte
music festival (MMLN), “Hora do Frevo” at the Paço do Frevo museum, among others. Besides, the ease of
recording in home studios has contributing to register and spread new composer’s works. So, based on Straw
(1991) and Nogueira (2014) works regarding musical scenario linked to public lived experiences, musicians and
internships of MMLN promoted by Sesc Pernambuco, this study aims to identify the contributions of this festival
to the authorial musical scenario of Pernambuco. We see some relevant aspects as to provide an space for new
composers from Pernambuco, for popular music and for instrumental music as well, making it possible a cultural
exchange with reflections and experiences exchange by its participants.
Keywords: Musical scenario. Authorial music. Leão do Norte Music Festival.
1 Autor - Graduado em Licenciatura em Música com ênfase em prática instrumental (clarinete) pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) - angelolsf@gmail.com.
2 Orientadora – Licenciada em Artes Cênicas. Possui Especialização em Etnomusicologia pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) - sguimaraes@sescpe.com.br.
3 Editora do relato - Mestranda na Pós-Graduação em Artes Cênicas - PPGArC da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) .
Possui Especialização em Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas pela Universidade de Brasília (UnB) e Licenciatura em Educação
Artística/Artes Cênicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - fernanda.meelo@gmail.com.
NOGUEIRA, Bruno Pedrosa. Pensando a cena musical Abstrat: The present study aims to make a reflection about the combat against child labour policies based
a partir dos territórios informais. Contemporânea, on studying the Sesc Read São Lourenço da Mata, within the program of assistance, social work with
adolescents. Presents the objective synthesize the history of child labour and their political, cultural and
ed.24, vol.12, n.2, 2014. social developments; as well as instigating discussion about the impacts of early insertion of children and
adolescents into the labour market. In your development was noted the understanding of the Social Service,
OUVINDO E FAZENDO MÚSICA NO MEPE. as a profession inherently committed to the fight and the interests of the working class, with the struggle
for viability of the rights of their users, and even as a category to search incessantly contribute to the
Disponível em: <http://www.museudoestadope. strengthening and expansion of the rights of children and adolescents.
com.br/acontece> Acesso em: 01 de ago. de 2017.
Key words: Child Labour. Social Worker. Social Policies.
SESC, Nossa História.
1 Autora - Graduada em Serviço Social pelo Centro Universitário Maurício de Nassau. Pós-graduanda em Serviço Social e Gestão de Políti-
cas Públicas pela Faculdade Alpha. Inscrita pelo CRESS/PE Nº 10.993. E-mail: darvillyeveliny_@hotmail.com
2 Orientador – Graduada em Serviço Social pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Especialista em Saúde Pública e Assisten-
te Social d do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Pernambuco.
3 Editor do Artigo - Graduado em Serviço Social pela Universidade Estadual da Paraíba –(UEPB). Mestrando do Programa de Pós-Gradua-
ção em Serviço Social (PPGSS-UEPB), vinculado ao Núcleo de Pesquisas em Política Social da Saúde e Serviço Social. E-mail: girlan-sax@
outlook.com
pdf>. Acesso em: 06 julho. 2017. Keywords: School. Educating. Attention deficit. Learning. Inclusion.
E PROJETO PROFISSIONAL NAS POLÍTICAS 2 Orientadora – Graduada em História pela Faculdade de Formação de Professores de Araripina – FAFOPA e em Pedagogia pela Facul-
SOCIAIS. Brasília: CFESS, 2009. Disponível dade de Ciência, Tecnologia e Educação – FACITE. Pós- Graduada em História do Brasil pela Faculdade de Formação de Professores de
Araripina – FAFOPA. Mestre em Ciências da Educação pela Universidad Hispano Guarani; Del Paraguai. arbandeira@sescpe.com.br.
em:<http://www.cfess.org.br/arquivos/Cartilha_
3 Editora do Artigo – Graduada em Pedagogia pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins (2010). Pós-Graduada em Psicopedagogia
CFESS_Finalgrafica.pdf>. Acesso em: 14, julho. 2017. pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins (2011). ayallacamila@gmail.com.
1 Autora - Licencianda em Letras na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) – Unidade Acadêmica de Garanhuns. Ex-estagiá-
Referências ria do Sesc Ler Belo Jardim em Literatura nos anos de 2016 e 2017.
2 Orientadora - Doutora em Estudos Literários pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em 2010, Professora Adjunta da UFRPE e
Professora do PROFLETRAS - UAG/UFRPE.
ACAMPORA, Bianca. Inclusão e aprendizagem:
3 Orientador - Formado em Letras pela AUTARQUIA EDUCACIONAL DE BELO JARDIM (AEB), Professor de Literatura e supervisor de
novos rumos. Construir Notícias. Recife. Construir. Cultura no Sesc Ler Belo Jardim.
Ano 16, n. 90, setembro/outubro, 2016. 4 Editor do artrigo- Mestrando na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Especialista em Língua Portuguesa e Produção Textual
pelas Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão, em 2015.
que, no âmbito escolar, a literatura e a atividade Sobre o letramento literário, Cosson (2006) ex- a despertar.
O caráter humanizador da literatura (CÂNDI- artística não são valorizadas. Em nível regional, plica que há algo de singular nesse quesito, pois
DO, 1995) é um dos aspectos pelos quais ela é esse cenário pode se agravar. o lugar em que está inserida a literatura na lin- Dessa forma, faz-se necessário que a literatu-
tão importante de ser trabalhada em sala da de guagem ultrapassa os limites de tempo e espa- ra seja uma prática viva em sala de aula, par-
aula. Através da literatura, o indivíduo passa a O Laboratório de Autoria Literária Gilvan Lemos ço, de material e real, ao mesmo tempo em que tindo do conhecido para o desconhecido. Se-
desenvolver uma consciência social e uma vi- leva o nome de um autor são-bentense premia- materializa as sensações humanas do mundo. guindo esta trilha, o aluno conseguirá construir
são de mundo mais consolidada. Infelizmente, do regional e nacionalmente, que ocupou a 26ª Essa concepção problematiza a escolarização um sentido para si e para o mundo em que vive
o que se observa em sala de aula é que, ape- cadeira da Academia Pernambucana de Letras, da literatura, em que transformar o texto lite- (COSSON, 2006). Consciente disso, o Sesc, em
sar do que defendem os padrões curriculares conhecido pelo seu refinamento estilístico, re- rário em atividade pedagógica, sem a devida seus projetos voltados para literatura tanto na
em relação à importância da literatura na esco- corrente sátira, variedade ficcional e ressal- adequação, apresenta um problema, resultando escola da instituição quanto na comunidade em
la, quando passamos para uma observação da va constante dos aspectos espaciais ligados à na desconexão e no desrespeito com o traba- geral, busca trabalhar essas habilidades, pro-
prática em si e da realidade das escolas, vemos natureza local em suas obras. No estudo e na lho literário. Uma das formas de contextualizar porcionando uma nova visão da literatura, não
um ensino defasado e pouco aprofundado. investigação de seu acervo, um dos aspectos socialmente e trabalhar a leitura no intuito de como algo distante e de difícil compreensão,
que mais se sobressaíram foi a ligação de sua formação crítica é a realização de projetos que mas como algo presente em nossa cultura e
Existem muitas formas de propagação de co- escrita com sua terra natal, São Bento do Una envolvam leituras que possibilitem a socializa- perfeitamente alcançável.
nhecimento artístico-cultural na sociedade. que, mesmo indiretamente, ecoa em toda sua ção e a construção conjunta de conhecimentos.
A Política Cultural do Sesc (SESC, DEPARTA- obra, abordando aspectos históricos e culturais Souza e Cosson (2011) explicam a importância Na infância, trabalhar o lúdico, aproveitando-se
MENTO NACIONAL, 2015) considera o direito específicos da cidade (SILVERMAN, 1994). dessa atividade, tendo em foco as habilidades do conhecimento prévio da criança é uma ati-
à cultura inerente à condição de dignidade hu- do ato de ler que são: conhecimento prévio, vidade importante e traz diferentes possibilida-
mana e suprir essa necessidade tanto para o Ao perceber a necessidade de reconhecimento conexão, inferência, visualização, perguntas ao des de leitura. Já na adolescência, desenvolver
comerciário quanto para comunidade em geral e propagação da literatura no lugar de origem texto, sumarização e síntese (PRESSLEY, 2002 as questões ligadas à identidade e aos confli-
está inserido na missão desta instituição. Des- do autor, que pertence ao corredor cultural apud SOUZA E COSSON, 2011, p.104). tos é um trabalho necessário. Explorar esses
de 1982, o Sesc tem se preocupado cada vez deste Sesc Ler, decidimos executar um projeto elementos faz parte do processo de motivação
mais com a assistência à comunidade, visando de pesquisa em escolas públicas que trabalhe a A preocupação do Sesc com a formação cul- que Cosson (2006) aponta como o processo de
ao bem-estar da sociedade. Para tanto, esta memória e os aspectos de verossimilhança na tural da população inclui uma concepção de preparação do aluno, antes da inserção no tex-
instituição tem realizado ações voltadas para obra do autor, voltado principalmente para a letramento literário baseada nesses conceitos, to. Em vista disso, trazer elementos do cotidia-
Resumo: O presente artigo tem por finalidade apresentar considerações sobre a relevância do Projeto
Habilidades de Estudo (PHE), no sentido de contribuir para a cidadania das crianças que deste fazem parte.
Neste sentido, temos as atividades realizadas nesse projeto como um elemento muito importante, visto que
permite a essas crianças acesso a expressões artísticas, atividades esportivas e lúdicas. Desta maneira, este
trabalho apresenta como principal objetivo compreender como as atividades vivenciadas no projeto atuam
como instrumento de cidadania para crianças de Caruaru-PE. Sendo assim, nos propomos a identificar as
principais práticas voltadas à cidadania, a refletir sobre o contato com as expressões artísticas e o lazer na
realidade social e, ainda, analisar a reação entre cidadania e lazer. Para tanto, adentramos ao espaço de
uma sala de aula onde funciona o PHE e utilizamos como procedimentos de coleta de dados a observação
do cotidiano das crianças no âmbito do projeto e a aplicação de questionários. Assim, traremos à discussão
temáticas como a cidadania, as leis que garantem o direito da criança ao lazer, à arte, à cultura e à educação
de qualidade. Ainda abordamos a questão histórica do lazer e sua relevância para que os indivíduos exerçam
sua cidadania. Para tanto, usaremos como base para nossa discussão autores como Oliveira (2002),
Libâneo (2004), Melo (2003), Saviani (2003), entre outros, que embasam as discussões das temáticas aqui
apresentadas. Os dados evidenciaram que os professores e as crianças entendem a relevância do projeto,
sobretudo, no sentido de contribuir com o acesso à arte e à cultura, onde os professores costumam tratar
de temáticas voltadas à cidadania, como relações sociais de respeito às diferenças, cuidados e preservação
do meio ambiente.
Palavras-Chave: Educação. Cidadania. Arte. Lazer.
Abstract:The purpose of this article is to present considerations about the relevance of the Projeto Habilidades
de Estudo (PHE), in order to contribute to the citizenship of the children who are part of it. In this sense we
have the activities carried out in this project as a very important element, since it allows to these children
access artistic expressions, sports activities and playful. In this way, this work presents as main objective
to understand how the activities experienced in the Projeto Habilidades de Estudo, act as an instrument
of citizenship for Caruaru-Pe children. Therefore we propose to identify the main practices focused on
citizenship, reflect on the contact with artistic expressions and leisure in the social reality and also analyze
the reaction between citizenship and leisure. To do so, we enter the space of a classroom where the PHE
works, where we use as data collection procedures the observation of children’s daily activities within the
scope of the project, and the application of questionnaires. Thus we will bring to the discussion, themes such
as citizenship, laws that guarantee children’s right to leisure, art, culture and quality education, we will also
address the historical issue of leisure and its relevance for individuals to exercise their citizenship, (2002),
Libanio (2004), Melo (2003), Saviani (2003) among others, which will be the basis for the discussions of
the themes presented here. The data showed that teachers and children understand the relevance of the
project, especially in the sense of contributing to access to art and culture, where teachers usually deal with
issues related to citizenship, such as social relations respect for differences, care and preservation of the
environment environment.
Key words: Education. Citizenship. Art. Recreation.
1 Autor - Graduanda em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco, no Centro Acadêmico do Agreste- (CAA-
-UFPE). E-mail: natanielleslima@gmail.com.
3 Editor do Artigo - Mestre em Educação Contemporânea pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea (PPGEDUC-
UFPE) e licenciada em Pedagogia pela UFPE - Centro Acadêmico de Agreste. E-mail: rochellyramos@hotmail.com.
Assim sendo, ao mesmo tempo que aprendem, suas tardes em frente à TV, tablets, smarthpho- e outras funções cognitivas estão
bre as diferenças. Os professores também nos
nes, sem interação com outras crianças e sem profundamente interligadas. A
as crianças se divertem e, consequentemente, apontaram algumas práticas voltadas à cidada-
brincadeira favorece o equilíbrio afetivo
crescem e desenvolvem sua cidadania, pois o nia que costumam desenvolver em aula como: praticar atividades físicas ou artísticas. Neste
da criança e contribui para o processo
lazer possibilita trabalhar a diversidade cultu- rodas de conversa, atividades com utilização sentido, o professor, ao ser indagado sobre a
de apropriação de signos sociais. Cria
ral, sem discriminações ou subordinações de de materiais recicláveis, além de confecção de relevância do PHE para os estudantes, enfatiza:
condições para uma transformação
uma manifestação cultural em relação à outra, Tem uma grande importância por ser
jogos e brinquedos com sucata, atividades em significativa da consciência infantil,
um espaço de convivência e de troca de
sem fazer distinção a que públicos as mesmas grupo, exposição e debates. Inclusive, o pro- por exigir das crianças formas mais
saberes, ampliando os conhecimentos
são destinadas. Seguindo essa linha de compre- fessor de música desenvolve trabalhos susten- complexa de relacionamento com o
e promovendo o acesso a várias
ensão, Melo (2003) ressalta que: táveis produzindo instrumentos de percussão mundo (OLIVEIRA, 2005, p.160).
atividades integradas com os setores
Os momentos de lazer não podem ser com materiais reutilizáveis. de Cultura,Esportes e Recreação. Essa
compreendidos como mero momento rotina vai ajudando na formação das Em outras palavras, mais do que entretenimen-
de alienação, desconectados da crianças e influenciando ações para to, as crianças têm na brincadeira uma maneira
Além disso, observamos, no cotidiano, um fator
realidade social, tampouco como toda a vida (PROFESSOR P3, 2017, de ver e representar o mundo, de se posicionar
importante quando se trata da relação entre os
espaços de fuga, o que não significa que questionário).
alunos, que é a resolução de conflitos, onde em ao mesmo tempoque fazem escolhas, compar-
devamos desconsiderar o prazer, uma
geral, o professor atua como mediador, chaman- tilham ideias, seguem orientações e aprendem
das características fundamentais de sua
Com isso, é reafirmada a importância de pro- a interagir com o coletivo e, assim, considera-
definição (MELO, 2003, p. 51). do os alunos à parte e dialogando com eles sobre
piciar às crianças uma vivência em coletivida- mos as seguintes respostas quando ressalta-
a origem do conflito, questionando quais as pos-
de, compartilhando saberes e experimentando mos o aprendizado construído ao brincar:
Na educação, o lazer é considerado também sibilidades de resolução e, desta forma, criando
uma multiplicidade de atividades, além das que Aluno 1: Trabalho em equipe, respeito
como um instrumento de desenvolvimento in- um ambiente de conciliação entre as crianças.
envolvam aparatos tecnológicos da atualidade, aos amigos etc. (ALUNO 1, 2017,
telectual, que desperta a criticidade dos alunos, Desta maneira, o professor oferece ao aluno ins-
como atividades de lazer, artes e esportes, pro- questionário).
pois, na sociedade atual, existe um consenso de trumentos de resolução de seus próprios con-
piciando conhecimento de si mesmo e do ou- Aluno 2: A conviver com outras
que o acesso à arte e ao lazer é essencial para flitos, sem uso de violência, através do diálogo, pessoas e a se divertir (ALUNO 2, 2017,
tro, em momentos de aprendizagem prazerosa
cidadãos de qualquer idade, mas que, na práti- sendo assim, compreendemos que aprender a questionário).
individual e em grupo.
ca isso, não tem se materializado, ficando trans- lidar com as situações de maneira harmoniosa Aluno 3: A respeitar e a brincar em
vestido de um discurso político e demagógico. também é um exercício de cidadania. grupo (ALUNO 3, 2017, questionário).
Portanto, acreditamos que os profissionais da O Lazer na Educação a Partir das Práticas Vi-
educação, do lazer e da arte trabalham em par- Neste projeto, as crianças têm acesso à arte e vênciadas Sobre o exposto pelos estudantes, observamos
ceria podendo educar para o lazer e pelo lazer, às manifestações culturais que visam principal- que há uma frequência em citar a questão do
numa perspectiva crítica, cujo objetivo central mente reforçar a identidade cultural nordestina As crianças têm bastante espaço para brincar respeito e a vivência em coletividade. Na ati-
é o crescimento do aluno nos seus variados e pernambucana, valorizando, assim, as produ- se comparado com o tempo reservado para tude de brincar, a criança desenvolve habilida-
sentidos. ções artísticas regionais a partir do acesso à ga- brincar nas salas de aulas tradicionais do ensi- des, tais como: liderança, compartilhamento de
leria de arte e participação de aulas de dança no regular. Nos momentos das brincadeiras, os ideias, tomada de decisão, criação de estraté-
e música. O projeto conta também com ativi- professores evitam o uso de tecnologias. Bus- gias, escolhas. Ela também compreende que
As Práticas Voltadas à Cidadania: Discutindo dades de natação e de recreação dirigidas por cam resgatar jogos e brincadeiras tradicionais, ser cidadão exige de ter consciência dos di-
os Resultados profissionais qualificados, sem falar nos mo- como pé de lata, queimada, pega-pega, pula reitos e deveres. Entende, ainda, que cidadão
mentos livres de brincadeiras, que são impres- corda, elástico, entre outros. Neste sentido, é um sujeito de direitos e deveres e, mesmo
Durante o percurso de estágio, foi possível ob- cindíveis ao desenvolvimento infantil. percebemos que a forma de diversão e lazer tendo direitos definidos em lei, é preciso lutar
servar, a preocupação em abordar temas rela- característica da infância é justamente o brincar para fazê-los efetivos. Além disso, as crianças
cionados à realidade social, à convivência na Essa variedade de ações possibilita à criança e que essa atitude não é uma atitude meramen- no estudo afirmam que os direitos da criança,
2 Orientadora - Especialista em Psicopedagogia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap); Psicopedagogia Institucional
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da pela Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire) e Psicologia Clínica Infantil pela Faculdade do Vale do Ipojuca (Unifavip). Graduada em Peda-
Escola: Teoria e Prática. 5ª ed. Goiânia, Alternativa, gogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru- (Fafica). amoraes@sescpe.com.br.
2004. 3 Editora do Artigo - Mestre em Ensino de Ciências pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Graduada em Licenciatura
em Química pelo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) – Campus Vitória de Santo Antão. Técnica em Agroindústria pelo Instituto Fede-
ral de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – Campus Vitória de Santo Antão. pallomaflor@gmail.com.
Resumo: O Programa de Estágio do Sesc em Pernambuco transporta o estudante ao conhecimento das mais
diversas experiências dentro do campo corporativo. Durante a vivência em uma determinada área, é possível
aprender sobre o funcionamento de outras, deixando visível a importância do trabalho inter e multidisciplinar
entre elas, fortalecendo a rede existente em todas as Unidades Operacionais. Neste Trabalho, aprecia-se o
relato de experiência de um dos maiores Projetos da grade programática da Atividade Recreação do Sesc
no estado, que trata do aproveitamento do tempo livre nas férias escolares, utilizando o lazer educativo
como mote. O referido projeto é concebido através de um tema gerador para todas as Unidades que o
realizam. A escolha do tema deste trabalho surgiu a partir do reconhecimento de uma prática profissional
motivadora, advinda da coordenação da atividade, quando o estagiário se reconhece como parte de uma
equipe pensante, onde se garante o espaço para expressão de ideias, não restringindo o estagiário apenas ao
papel de um tarefeiro aprendiz. Estas elucubrações são um estímulo à adoção de um modelo de intervenção,
onde o estagiário coloca-se em uma posição participativa dentro de um projeto, de modo a criar, opinar,
intervir e elaborar estudos que contribuam para uma das maiores realizações da Atividade Recreação.
Pretende-se, com este estudo, propagar as oportunidades que são disponibilizadas aos estagiários, gerando
motivação para estudar, pensar, criar, recriar, repensar e inovar, traduzindo à práxis no âmbito profissional,
além do sentimento de autonomia e da importância que é proporcionada ao estagiário no processo.
Palavras-chaves: Lazer Educativo. Recreação. Educação. Estágio. Práxis.
Abstract: The SESC / PE Internship Program transports the student to the knowledge of the most diverse
experiences within the corporate field. During the experience in a certain area, it is possible to learn about
the operation of others, making visible the importance of inter and multidisciplinary work between them,
strengthening the existing network in all the Operational Units. In this paper, the experience report of one
of the major projects of the programmatic grade of the Recreation Activity of Sesc Pernambuco, which
deals with the use of free time during school holidays, is used. The said project is conceived through a
generator theme, for all Sesc Units of the State that perform it. The choice of the theme of this work arose
from the recognition of a motivating professional practice, from the coordination of the activity, when the
trainee recognizes himself as part of a thinking team, where space is guaranteed for expressing ideas, not
restricting the trainee only to the role of an apprentice apprentice. These elucubrações are a stimulus to the
adoption of a model of intervention, where the trainee places himself in an active participatory position within
a project, in order to create, express opinions, intervene and elaborate studies that contributes to one of the
greatest achievements of the Recreation Activity. The aim of this study is to propagate the opportunities that
are available to the trainees, generating motivation to study, think, create, recreate, rethink and innovate,
translating to praxis in the professional scope, beyond the sense of autonomy and importance that is trainee
in the process.
Key-words: Educational Leisure. Recreation. Education. Internship. Praxis.
2 Orientadora - Graduada em Licenciatura Plena em Educação Física (ESEF-Universidade de Pernambuco UPE) e especialista em Ativida-
des Físicas para Portadores de Doenças Crônico-Degenerativas e Idosos pela UPE;
3 Editor do relato - Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Campus de Vitória de Santo Antão, e
especialista em Avaliação da Performance Humana pela Universidade de Pernambuco (UPE).
Resumo: Este artigo tem o objetivo de investigar a percepção dos clientes do Sesc Piedade e dos funcionários
do Turismo Social ao avaliar o interesse destes na comercialização online de pacotes de viagem, visto
que atualmente o Sesc apenas comercializa seus pacotes de forma presencial. Para tanto, realizou-se um
levantamento de informações que envolvem: análise do processo de comercialização de pacotes de viagem
dos websites das principais operadoras de turismo da América Latina: CVC Turismo, Submarino Viagens
e Decolar.com; aplicação de um questionário com os clientes inscritos em passeios e excursões do Sesc
Piedade que ocorreram entre o período de janeiro a agosto de 2017, procurando identificar o interesse
destes na compra de pacotes de viagem do Sesc pela internet; e por fim, foi enviado um formulário via
e-mail para os profissionais ligados ao setor do Turismo Social do Sesc de outras regiões, com o intuito
de investigar se há alguma iniciativa de inscrição pela internet em pacotes de viagem, bem como saber
a opinião dos profissionais do setor sobre a possível implantação de um sistema de inscrição online. O
levantamento dessas informações resultou na composição de dados suficientes que demonstram os
benefícios da aplicabilidade de um sistema de comercialização online de pacotes de viagem, tanto para a
empresa e profissionais, quanto para os clientes. Seus estudos consideram o uso das novas tecnologias da
informação e comunicação uma importante ferramenta de inclusão social, pois se adequa aos novos hábitos
de consumo, estreitamente ligados à rotina de acesso às plataformas digitais das pessoas. Além de que
corrobora para a democratização do produto turístico e entende que as mudanças devem estar condizentes
com a capacidade de auto sustentabilidade que diferencia o turismo social do turismo meramente comercial.
Palavras-Chaves: Turismo Social. Inscrição Online. Sesc
Abstract: This article aims to investigate the perception of Sesc Piedade customers and Social Tourism
employees in evaluating their interest in the online marketing of travel packages, since currently Sesc
only sells its packages in person. Therefore, a information survey was carried out involving: analysis of the
process of marketing travel packages of the main Latin America tourism operators websites: CVC Turismo,
Submarino Viagens and Decolar.com; a questionnaire application with clients enrolled in Sesc Piedade tours
and excursions that occurred between January and August 2017, seeking to identify their interest in the
purchase of Sesc travel packages over the internet; and, finally, an e-mail form was sent to the professionals
from Sesc's social tourism sector in other regions, with the purpose of investigating whether there is an
initiative of internet enrollment in travel packages, as well as to know the opinion of professionals in the field
about the possible implementation of an online enrollment system. The collection of this information resulted
in the sufficient compilation data, demonstrating the applicability benefits of an travel packages online sales
system, both for the company and professionals, as well as for customers. Its studies consider the use of new
information and communication technologies as an important tool for social inclusion, as it adapts to the
new consumption habits, closely linked to the routine of access to people's digital platforms. Besides that it
corroborates for the tourist product democratization and understands that the changes must be in keeping
with the capacity of self-sustainability that differentiates social tourism from purely commercial tourism.
Key Words: Social Tourism. Online Registration. Sesc
1 Autor-Bacharela em Turismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E-mail: rayannekalline@hotmail.com
2 Orientador-Especialista em Planejamento e Gestão Organizacional pela Universidade de Pernambuco (UPE). Bacharela em Turismo pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Analista de Turismo do Serviço Social do Comércio (Sesc). E-mail: talitapoliana@gmail.com
3 Editor do Artigo-Mestrando em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável pela Universidade de Pernambuco (UPE). Especialista em
Administração Pública pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Graduado em Tecnologia em Gestão de Turismo pela Universidade Es-
tácio de Sá (Unesa). Técnico-Administrativo em Educação / Professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernam-
buco (IFPE). E-mail: derek_rec@hotmail.com
quisa afirmaram que esse tipo de inscrição per- A realização desta pesquisa compreende que
CVC. Pacotes. Disponível em< https://www.cvc.
mite um maior alcance de clientes, uma vez que o desenvolvimento das TIC permite a criação
com.br/>. Acesso em 10 de jun de 2017.
de novos tipos de intermediários no âmbito da
a relevância da descrição da oferta dos pacotes
comercialização turística e, uma vez que estes
de viagem irá fornecer informações aos clientes DECOLAR.COM. Pacotes. Disponível em < https://
desenvolvem a sua presença na internet, criam
na web. www.decolar.com/>. Acesso em 11 de jun de 2017.
um ambiente que proporciona e disponibiliza
informação aos clientes, ou seja, criam sistemas FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber Matemá-
Além disso, 27% reconhecem que um sistema na tentativa de eliminar alguns entraves ineren- tica. Livro do professor. São Paulo: Scipione, 2002.
online proporciona a redução das limitações tes ao mercado turístico, neste caso, no setor
causadas pelas distâncias geográficas e dis- de agenciamento. GIL, Antônio Carlos; et al. Como elaborar projetos
posição de tempo dos clientes, pois é fato que de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
A partir dessa lógica, visando atender às ne-
estes não precisam ir à agência física, circuns-
cessidades e ao interesse por parte dos clien- MAIA, L. F. A. G.; MENDES FILHO, L. A. M. Aspectos
tância que proporciona rapidez na execução do do comércio eletrônico nas agências de viagens: um
tes e profissionais do turismo social, a presente
atendimento e facilidades para contatos com o estudo de múltiplos casos. In: Seminário de Pesqui-
pesquisa destaca como principais resultados: a
cliente. Ademais, 16% acreditam na redução de sa do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA),
possibilidade técnica da implantação de um sis-
2003, Natal. IX Seminário de Pesquisa do Centro de
custos com materiais de gabinete, posto que tema de inscrição online de pacotes de viagens
Ciências Sociais Aplicadas, 2003.
haveria menos gastos com papel para emissão do Sesc, o interesse de uma expressiva parcela
dos recibos e vouchers que podem ser entre- de clientes por esta modalidade de inscrição e MARÍN, Aitor. Tecnologia da informação nas agên-
gues pela própria web, por exemplo, via e-mail. os principais fatores de influência na tomada de cias de viagens. Em busca da Produtividade e do va-
Por fim, 10% entendem que confere uma van- decisão destes clientes. lor agregado. São Paulo: Aleph, 2004.
Resumo: No ano de 2017, realizamos o projeto “A infância diante do cinema” com uma turma de Educação
Infantil da Unidade Sesc Garanhuns, cuja proposta era a exibição de diversos trechos de filmes para crianças
com o objetivo de enriquecer a experiência estética delas. Este trabalho apresenta as reflexões da experiência
realizada, considerando a livre interpretação das crianças sobre as imagens trabalhadas em sala de aula, bem
como a possibilidade de oferecer às crianças a oportunidade de vivenciarem um repertório cinematográfico
comprometido com as dimensões artísticas, estéticas e culturais do Cinema. Partindo do pressuposto de que
o Cinema é uma forma artística específica, dialogamos com estudos da Arte/Educação que investigam as
maneiras como as crianças leem imagens, em diálogo com as contribuições indispensáveis da teoria brasileira
“Abordagem Triangular, sistematizada pela arte/educadora Ana Mae Barbosa, e com a Proposta Pedagógica
da Educação Infantil no Sesc (SESC, 2015). Como uma alternativa significativa de trabalho com o Cinema na
Educação Infantil, o projeto se apropriou da metodologia de Articulação e da Combinação de Fragmentos
(A.C.F.), de Alain Bergala (2008), o que possibilitou a leitura de diferentes imagens cinematográficas pelas
crianças da turma que participou do projeto. Constatamos que a autonomia da criança, seu processo de
significação de imagens cinematográficas, é um do pontos basilares para se pensar o Cinema na Educação
Infantil, uma vez que, nesse processo semiótico, são desenvolvidas potencialidades de caráter cognitivo e
interpretativo. Acreditamos que o relato da experiência de reunir autores reconhecidos com experiências na
área do Cinema na Educação poderá vir a contribuir para práticas pedagógicas que venham a se apropriar
do Cinema em turma da Educação Infantil.
Palavras-chave: Leitura de Imagens na Educação Infantil. Abordagem Triangular. Cinema. Arte/Educação.
Articulação e Combinação de Fragmentos.
Abstract: In the year 2017, we realized the project "Childhood in front of the cinema" with a group of Children's
Education of the Sesc Garanhuns Unit, whose proposal was the exhibition of several stretches of films for
children with the purpose of enriching their aesthetic experience. This work presents the reflections of the
experience, considering the free interpretation of the children on the images worked in the classroom, as
well as the possibility of offering the children the opportunity to experience a cinematographic repertoire
committed to the artistic, aesthetic and cultural dimensions of Cinema. Based on the assumption that Cinema
is a specific artistic form, we have dialogues with Art/Education studies that investigate the ways children
read images, in dialogue with the indispensable contributions of the Brazilian theory "Triangular Approach,
systematized by art/educator Ana Mae Barbosa, and with the Pedagogical Proposal of Early Childhood
Education at SESC (SESC, 2015). As a significant alternative work with Cinema in Early Childhood Education,
the project appropriated Alain Bergala's Articulation and Combination of Fragments (ACF) methodology,
which allowed the reading of different cinematographic images by children of the class who participated in
the project. We find that the autonomy of the child, its process of meaning of cinematographic images, is one
of the basic points to think about Cinema in Childhood Education, since in this semiotic process cognitive and
interpretative potentialities are developed. We believe that the report of the experience of bringing together
recognized authors and experiences in the area of Cinema in Education may contribute to pedagogical
practices that will appropriate the Cinema in the class of Early Childhood Education.
Keywords: Reading of Images in Early Childhood Education. Triangular Approach. Movie theater. Art /
Education. Articulation and Combination of Fragments.
1 Autor - Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/UAG) e
pós-graduada em Ensino de Artes: Técnicas e Procedimentos pela Faculdade ÚNICA. renata.led11@gmail.com
2 Orientador - Doutor em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre em Artes pela Universidade de São Paulo
(USP), especialista em Ensino da Arte pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), especialista em Artes Cênicas pela UFPE
e graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Professor do curso de Pedagogia na Unidade Acadêmica
de Garanhuns da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE/UAG). Participa do Grupo de Pesquisa em Educação e Arte – GEAR-
TE, DGP/CNPq. f_azevedo@hotmail.com
3 Orientador - Doutora em Educação pela University Of Surrey, mestre em Engenharia Nuclear pela UFRJ, especialista em Metodologia do
Ensino Superior pela Universidade Católica de Pernambuco e bacharela em Física pela UFPE. Professora titular do Curso de Pedagogia da
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE/UAG). heloisaflorabastos@yahoo.com.br
4 Editor do Artigo - Mestra em Língua Portuguesa pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), especialista em Linguística pela Universi-
dade Federal de Pernambuco (UFPE) e graduada em Letras – Português/Literaturas Brasileira e Portuguesas – pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutoranda em Educação do Centro de Educação da UFPE. Atua como professora de língua portuguesa da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). ynah@terra.com.br
DUARTE, Rosália. Cinema & Educação. Belo Hori- Accompaniment of supervision of the reform and expansion
zonte: Autêntica, 2002. of the Restaurant of Sesc in Riomar Shopping
FAVERO, L. L.; KOCH, I. G. V. Linguística Textual:
uma introdução. 3 o ed. São Paulo; Cortez, 2009. Thulio Roberto Silva do Nascimento1
Fabiana Lacerda Siqueira Campos2
FRESQUET, Adriana. Currículo de Cinema para Es- Júlio Cesar Azevedo Luz de Lima3
colas de Educação Básica. Adriana Fresquet (org.),
2015. Disponível em: < http://www.cinead.org/files/
Resumo: O presente trabalho trata de um relato de experiência produzido durante o estágio de nível técnico
curriculo_cinema.pdf>. Acesso em: 16. abr. 2017. em edificações desenvolvido na Gerência de Projetos e Obras do Departamento Regional do Sesc em
Pernambuco, que possibilitou a participação na fiscalização da obra de ampliação e reforma do restaurante
HILGERT, ANANDAS. V. Alteridade e experiência do Sesc no RioMar Shopping, acompanhando o trabalho desenvolvido pela engenheira civil Fabiana
Lacerda. O restaurante tem a finalidade de atender os funcionários das lojas pertencentes ao shopping. A
estética: o olhar, o outro e o cinema. 2014. 120 f. obra contemplou uma área de ampliação dos setores da administração, de recebimento e de estocagem de
Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de alimentos do restaurante, buscando uma acomodação apropriada para os funcionários do Sesc e disposição
adequada dos ambientes de armazenamento dos alimentos, garantido mais qualidade às refeições servidas
Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educa-
ao público. A reforma ocorreu na cozinha do restaurante, tendo por finalidade o redimensionamento dos
ção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio ambientes de cocção, pré-preparo e preparo das refeições convertendo-os em áreas apropriadas para o
Grande do Sul. 2014. trabalho demandado. No decorrer da obra foram identificados problemas que não haviam sido percebidos
durante o período de elaboração dos projetos por serem de origem superveniente. As atualizações de projetos
para compatibilizar ao que já havia executado na área do restaurante, além da contratação de novos projetos
MARCUSCHI, L. A. Produção Textual, análise de gê- e da execução de serviços que se mostraram necessários para garantir a qualidade do empreendimento,
nero e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, foram atitudes tomadas e devidamente estudadas e acompanhadas pela fiscalização da obra. De maneira
geral, a obra e a reforma foram realizadas para proporcionar melhorias ao serviço prestado pelo Sesc ao seu
2008 público, além de garantir as condições ideais de trabalho para os seus funcionários.
Palavras-Chaves: Acompanhamento. Fiscalização de Obras. Restaurante do Sesc.
PILLAR, Analice Dutra. Inquietações e mudanças no
ensino da arte. Ana Mae Barbosa (org.). – São Paulo:
Cortez, 2012. Abstract: This work treats about an experience report produced during the technical internship in buildings
developed in the Projects and Works Management Department of the Sesc Regional Department in
Pernambuco, which made it possible to participate in the inspection of the expansion and renovation work of
RIZZI, Maria C.S. Inquietações e mudanças no ensino the Sesc restaurant in RioMar Shopping, following the work developed by the civil engineer Fabiana Lacerda.
da arte. Ana Mae Barbosa (org.). – São Paulo: Cortez, The restaurant has the purpose of serving the employees of the stores belonging to the mall. The work included
an area of expansion of the administration, reception and food storage sectors of the restaurant, seeking
2012. appropriate accommodation for Sesc’s employees and adequate provision of food storage environments,
ensuring a higher quality of meals served to the public. The renovation took place in the kitchen of the
restaurant, with the purpose of re-dimensioning the cooking, pre-preparation and preparation of meals areas,
SESC/DN. PROPOSTA PEDAGÓGICA DA EDUCA- converting them into appropriate for the work demanded. In the course of the work, problems were identified
ÇÃO INFANTIL NO SESC. Rio de Janeiro, 2015. that were not perceived during the projects preparation period because they were of supervening origin.
The updates of projects to make compatible with what had already done in the restaurant's area, besides
the contracting of new projects and execution of services that were necessary to guarantee the quality of
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. the enterprise were actions done and properly studied and accompanied by the supervision of the work. In
2ª. ed. São Paulo: Cortez, 1986. general, the work and reform were carried out to provide improvements to the service provided by Sesc to
its public, in addition to ensuring the ideal working conditions for its employees.
TRUFFAUT, F. Reflexões sobre as crianças e o cine- Key Words: Accompaniment. Supervision of Constructions. Sesc Restaurant.
ma. In: O prazer dos olhos. Rio de Janeiro: Zahar,
2005. 1 Autor - Técnico em Edificações pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Pernambuco. Graduando em Engenharia
Civil na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (Poli/UPE). E-mail: thulioroberto.17@gmail.com
2 Orientador- Engenheira Civil pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Especialista em Engenharia de Segurança pela Escola
Politécnica da Universidade de Pernambuco (Poli/UPE). Gerente de Projetos e Obras do Sesc em Pernambuco. E-mail: flacerda@sesc.com.br
3 Editor do Relato -Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (Poli/UPE). Professor do Instituto Federal de
Pernambuco (IFPE). Mestre em Engenharia Civil, com ênfase em Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE). Doutorando em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E-mail: juliocesarazevedo@
gmail.com
100 | Revista Conhecer & Produzir | Sesc Volume 2 - 2017 | Recife - Pernambuco | 101
RESTAURANTE Sesc RioMar. Disponível em: <ht-
tps://www.sescpe.org.br/unidades/restaurante-ses-
O ensino da matemática através da ludicidade:
c-riomar/>. Acesso em: 30 maio 2017 jogos e oficinas
ROCHA, Ruth; PIRES, Hindenburg da Silva. Minidi-
cionário da Língua Portuguesa. 12. ed. São Paulo:
The teaching of mathematics through the deceit: games and
Scipione, 2006. 831 p.
offices
Williamar Figueredo de Oliveira1
Mary Rodrigues da Silva2
Jessica Flaíne dos Santos Costa3
Resumo: Este artigo tem o intuito de compartilhar as experiências vivenciadas na turma do 5º ano "A", do Sesc
Ler Araripina, na oportunidade da realização do estágio supervisionado do curso de Pedagogia oferecido
pela Faculdade de Ciências, Tecnologia e Educação (Facite). O foco principal das ações desenvolvidas foi
possibilitar os meios necessários para o reconhecimento de que se faz imprescindível desenvolver o ensino
da matemática, usando como base a ludicidade, buscando, através de jogos e oficinas, promover uma
aprendizagem significativa. Devido às dificuldades historicamente encontradas no processo pedagógico
de ensino-aprendizagem da matemática, muitos estudantes criam um pensamento negativo sobre a
mesma. Sendo assim, buscou-se aproximar o aprendiz da disciplina, possibilitando-lhe uma aprendizagem
diferenciada, considerando os conhecimentos prévios e saberes dos estudantes, para que estes pudessem se
identificar com os conteúdos estudados e, assim, tornar o aprendizado algo fascinante, contribuindo para o
desenvolvimento integral do discente e a melhoria do seu rendimento, combatendo a pressão muitas vezes
sofrida, onde ele percebe a matemática como uma disciplina muito difícil, que irá reprová-lo. Dessa maneira,
o uso do lúdico torna as aulas mais agradáveis, atrativas e motivadoras. Para tal trabalho, foram realizadas
pesquisas com embasamento em diferentes autores, observação do campo de estágio e realização de jogos
e oficinas com os discentes. A partir das reflexões acerca das vivências construídas ao longo do estágio,
concluiu-se que, através da ludicidade na matemática, é possível possibilitar o desenvolvimento de diversas
habilidades nos estudantes, favorecendo o aperfeiçoamento intelectual, resgatando a autoconfiança na
capacidade e no potencial individual e possibilitando o alcance da segurança com relação a aprendizagem
da referida área do conhecimento.
Palavras - chave: Aprendizagem de Matemática. Ludicidade. Jogos. Oficinas.
Abstract: This article intends to share the experiences lived in the 5th grade class "A" of SESC Ler Araripina,
in the opportunity to perform the supervised internship of the pedagogy course offered by the Faculty of
Science, Technology and Education - FACITE. The main focus of the actions developed was to provide the
necessary means for the recognition that it is essential to develop the teaching of mathematics, based on
playfulness, seeking through games and workshops, to promote meaningful learning. Due to the difficulties
historically encountered in the teaching-learning process of mathematics, many students create negative
thinking about mathematics. Thus, the aim was to bring the apprentice closer to the subject, making possible
a differentiated learning, considering the previous knowledge and knowledge of the students, so that they
could identify with the contents studied and, thus, make the learning something fascinating, contributing to
the integral development of the student and the improvement of his performance, fighting the pressure often
suffered, where he perceives mathematics as a very difficult discipline that will fail him. In this way, the use of
playfulness makes classes more enjoyable, attractive and motivating. For such work, researches were carried
out based on different authors, observation of the field of internship and realization of games and workshops
with the students. Based on the reflections about the experiences built up along the stage, it was concluded
that through ludicity in mathematics it is possible to develop several skills in students, favoring intellectual
improvement, rescuing self-confidence in individual capacity and potential and making possible the safety in
relation to learning in this area of knowledge.
Key - words: Mathematics Learning. Playfullness. Games. Offices.
1 Autor - Graduado em Pedagogia pela Faculdade de Ciências, Tecnologia e Educação (Facite), williamarf.wf@gmail.com
2 Orientador - Graduada em Letras pela Faculdade de Formação de Professores de Araripina (Fafopa), especialista em literatura brasileira
pela Universidade Regional do Cariri (Urca), marirodrix_@hotmail.com
3 Editor do Artigo - Mestra em Educação Contemporânea pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea (PPGEDUC) da
Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico do Agreste (UFPE - CAA), Licenciada em Pedagogia pela UFPE – CAA; membro
do Laboratório de Pesquisa em Políticas Públicas, Currículo e Docência (LAPPUC), docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão), Campus Petrolina; Colaboradora da Coordenação Pedagógica da Academia HackTown,
primeira escola pública de ensino de Programação em Jogos Digitais e Robótica do Brasil. jessicaflaine@hotmail.com; jessica.costa@
ifsertao-pe.edu.br
102 | Revista Conhecer & Produzir | Sesc Volume 2 - 2017 | Recife - Pernambuco | 103
Introdução do 5º ano do Ensino Fundamental I, podem ava- des contribuem para a formação de um indiví- mais e melhorem os seus relacionamentos inter-
liar seus alunos? Quais os principais desafios no duo complexo e preparado. pessoais, influenciando também na elevação da
Esse artigo tem como objetivo ressaltar a re- ensino da matemática? Quais instrumentos de- autoestima. Quando realizados de forma praze-
levância de evidenciar e colocar em prática a vem ser utilizados para a melhoria do ensino da Entre as várias contribuições que os jogos pro- rosa e atraente dentro da matemática, ajudam a
ludicidade nas aulas de matemática no dia a dia matemática? Em quais teorias estão fundamen- porcionam, vale destacar: a operacionalização diminuir diversos problemas de aprendizagem,
escolar, sendo esta uma facilitadora de extrema tadas as metodologias desses professores? da criança, que começa quando ela se depara desenvolvendo relação de confiança entre pro-
importância para o desenvolvimento dos estu- com situações concretas que exigem soluções, fessor x aluno e aluno x aluno, bem como a co-
dantes, possibilitando meios para que crianças A utilização de jogos nas aulas de matemáti- levando-a a construir a capacidade de criar so- municação de pensamento, corpo e espaço,
e jovens possam romper com a visão negativa ca, quando realizada de forma planejada, pode luções lógicas, coerentes, desenvolver poten- trazendo para a sala de aula um ambiente de
acerca da aprendizagem da matemática. possibilitar a melhoria do raciocínio lógico-ma- cialidade, avaliar resultados e compará-los com interação entre os envolvidos.
temático, que irá auxiliá-lo na resolução de si- a vida real (MOYLES, 2011). Através dos jogos
De acordo com Maranhão (2004), dentro do tuações peculiares frequentes, tanto em seu matemáticos, a criança pode revelar suas ha- Sendo assim, é possível compreender que:
contexto escolar, a ludicidade inserida nas aulas cotidiano escolar quanto no seu dia a dia, pro- bilidades, sua vocação, seu caráter, sua auto- O jogo é uma atividade criativa e
de matemática, resulta em uma transformação movendo o interesse dos estudantes pela disci- nomia, entre outros aspectos, desenvolvendo curativa, pois permite à criança reviver
ativamente a situações dolorosas
apreciável no processo de ensino-aprendiza- plina referida. relação de respeito e confiança em si e com os
e ensaiando na brincadeira as suas
gem, modificando o modo de ensino tradicio- colegas.
expectativas da realidade. Constitui-
nal, complementando e ampliando as práticas Diante deste quadro, a elaboração deste arti-
se numa importante ferramenta
docentes em sala de aula. A forma de desen- go justifica-se pelo fato de defender que a uti- Praticamente todas as crianças são heterôno- terapêutica, permitindo investigar,
volver a criatividade através de jogos e oficinas lização de atividades lúdicas nas escolas pode mas, ou seja, a criança está sujeita à vontade de diagnosticar e remediar as dificuldades,
tem adentrado de forma cada vez mais forte contribuir para uma melhoria nos resultados outra pessoa, às regras e às normas de conduta, sejam elas de ordens afetivas, cognitivas
e bem sucedida, complementando os espaços obtidos pelos alunos. Sabe-se, no entanto, que mas, com o crescimento e o amadurecimento ou psicomotoras. Em termos cognitivos,
educacionais, onde a sua aplicação tem a pre- as atividades de cunho lúdico não abarcariam que o jogo proporciona, alguns se tornam au- significa a via de acesso ao saber,
tensão de tornar as aulas mais agradáveis e a toda a complexidade que envolve o processo tônomos. Segundo Piaget (1978), a cooperação entendido como a incorporação do
conhecimento numa construção pessoal
aprendizagem algo instigante e motivador. educativo, mas podem auxiliar os educadores e a interação com outros indivíduos permitem
relacionada com o fazer (BOSSA, 2000,
interessados em promover mudanças quanto esse desenvolvimento, pois diminui a depen-
p. 85-88).
Muitas são as dificuldades encontradas no pro- ao ensino da matemática de maneira significa- dência, dando-lhe o direito de construir seu
cesso de ensino-aprendizagem da matemática, tiva e repleta de sentidos para os estudantes. próprio conhecimento.
A ludicidade permite aos estudantes criarem
tanto por parte dos alunos quanto por parte dos Estas atividades são mediadoras de avanços e
suas próprias expectativas, como também suas
professores. Vários autores, ao tratarem destas contribuem para tornar a sala de aula um am- Segundo Atzingen (2001), é por meio dos jo-
frustrações, promovendo meios para que seja
dificuldades, utilizaram os mais diversificados biente alegre e favorável à aprendizagem. gos que crianças tímidas liberam as emoções
possível aprender a lidar com elas. O que fa-
termos e definições para tentar caracterizá-las, reprimidas no seu eu, tendo a oportunidade de
zer diante de uma perda? E como lidar com a
contudo, estabelecem um conceito sobre elas. se mostrar e conhecer seus colegas. Essas con-
vitória? São conceitos básicos que devem ser
Campos (1997, p. 73), por exemplo, diz que os O Ensino da Matemática Através da Ludicida- seguem sentir-se seguras a partir do momento
levados em consideração, permitindo que o
termos mais utilizados nas escolas são: “dificul- de em que se veem inseridas no grupo. A interação
professor-orientador perceba as dificuldades
dades ou problemas de aprendizagens”. Essas é indispensável, pois o ponto de vista da crian-
de aprendizagem dos alunos, para poder con-
dificuldades ou problemas referem-se a alguma Para Santos (2007), a utilização de jogos no ça é diferente do ponto de vista de um adulto
tribuir no processo de superação das mesmas,
desordem na aprendizagem do aluno, que pro- ensino da matemática tem um papel relevante e a vida social da mesma acontece, na maior
auxiliando-os.
vém de fatores reversíveis, e que, normalmente, em relação às situações de aprendizagens, pois parte do tempo, com seus colegas no espaço
não tem causas orgânicas. contribui para o desenvolvimento de capacida- escolar.
Segundo Kishimoto (2000, p. 218), no jogo, a
des físicas – manipulações de materiais, obje-
criança é mais do que é na realidade, permitin-
A reflexão sobre as possíveis dificuldades de tos, desenvolvimento do corpo, capacidades Neves (2005) ainda pontua que os jogos tra-
do o aproveitamento de todo o seu potencial.
aprendizagem da matemática suscitou algumas afetivas, valores, atitudes, interesses e aprecia- balham a ansiedade apresentada por muitas
Nele, a criança toma iniciativa, planeja, exerci-
questões: como os professores de matemática ções; e capacidades cognitivas – aquisição de crianças, fazendo com que elas concentrem-se
ta, avalia. Enfim, ela aprende a tomar decisões
determinados conhecimentos. Essas capacida-
104 | Revista Conhecer & Produzir | Sesc Volume 2 - 2017 | Recife - Pernambuco | 105
e ocasionar seu contexto social na matemática que o jogador depende apenas da recíproca. Já como método de pesquisa, utili- das etapas do projeto “A Matemática e a Lu-
do faz-de-conta. Ela aprende e se desenvolve. “sorte” para ser o vencedor; b) jogos de zou-se o estatístico e o tipológico. dicidade”, desenvolvido pelo estagiário. Após
O poder simbólico do jogo de faz-de-conta quebra-cabeças: jogos de soluções, a a execução das etapas do projeto, aplicou-se
princípio desconhecidas para o jogador,
abre um espaço para apreensão de significados Foi realizada a tabulação e análise dos dados um questionário junto aos alunos e obteve-se
em que, na maioria das vezes, joga
de seu contexto e oferece alternativas para no- obtidos dos questionários com representação os seguintes dados:
sozinho; c) jogos de estratégias: são
vas conquistas no seu mundo imaginário. dos fenômenos através de gráficos e tabelas.
jogos que dependem exclusivamente
Como método de abordagem, foi utilizado o Tabela 1- Opinião dos alunos sobre quais
da elaboração de estratégias do
Lara (2003, p. 18) reforça essa necessidade jogador, que busca vencer o jogo; d) Estudo de Caso, buscando compreender o fe- brincadeiras mais gostam de brincar na escola
quando coloca que: “[...] se não estivermos jogos de fixação de conceitos: são os nômeno e encontrar as principais contradições
convictos do modo que vemos e concebemos a jogos utilizados após exposição dos do processo de ensino da matemática a partir Quais as brincadeiras que você mais brinca
matemática, do seu ensino e do perfil do aluno conceitos; e) jogos computacionais: de atividades lúdicas. na escola?
que queremos formar, muito pouco nos ajudará são os jogos em ascensão no momento Futebol 40%
e que são executados em ambiente Pega-pega 20%
apenas pensar em alguma nova estratégia de Sobre isso, Yin (2010) define o estudo de caso
computacional; f) jogos pedagógicos: Esconde-esconde 30%
ensino, entre elas, os jogos”. como uma pesquisa empírica, que investiga
são jogos desenvolvidos com objetivos
fenômenos contemporâneos dentro de um Outras 10%
pedagógicos de modo a contribuir no
Tanto o desenvolvimento moral quanto o in- contexto de vida real, utilizado especialmente Fonte: dados do pesquisador, 2017.
processo ensinar aprender (Grando
telectual são processos que se desenvolvem 1995; RIBEIRO, 2009, p. 26). quando os limites entre o fenômeno e o contex-
por um longo período da vida de um educan- to são pouco evidentes. Atribui-lhe o objetivo A pergunta de número 2 representa a opinião
do. Algumas vezes esse desenvolvimento se dá Borin (1996) classifica os jogos em dois tipos: de explorar, descrever e explicar o evento ou dos alunos sobre a primeira etapa do projeto,
de forma penosa, exigindo muito das pessoas jogos de Treinamento e Jogos de Estratégia: fornecer uma compreensão profunda do fenô- que envolve o jogo da velha com multiplicação.
envolvidas na educação do indivíduo, incluin- os jogos de estratégia desenvolvem o raciocí- meno. Para melhor esclarecimento, foram escolhidas
do aí, o professor. É interessante colocar que o nio lógico e tem como característica formular cinco opiniões aleatórias dos alunos para re-
desenvolvimento do educando é acompanhado hipóteses. E os jogos de treinamento têm como A pesquisa foi desenvolvida no Sesc Ler, que presentar a pergunta de número 2. No entanto,
pelo desenvolvimento de suas formas de jogar. objetivo fixar conceitos, este tipo de jogo é uti- fica localizado no município de Araripina-PE. A todos os alunos (100%) gostaram de participar
lizado pelo professor para trabalhar conceito e escola atende as modalidades de Educação In- da primeira etapa do projeto.
A criança inicialmente joga sozinha, criando o valor pedagógico que envolvem esses tipos fantil, Fundamental I, EJA I e Educação Integral,
desafios para si mesma, e sua ação é física, de jogos. com diversas aulas, dentre elas: informática bá- Nenhuma criança brinca só para passar o tem-
caracterizando-se pelo movimento e pela ma- sica, natação e violão. po, sua escolha é motivada por processos ín-
nipulação do objeto do conhecimento. Pos- timos, desejos, problemas, ansiedades. “O que
teriormente, passa a jogar com os outros, vi- Metodologia Através da aplicação de jogos, foram realiza- está acontecendo com a mente da criança de-
venciando novas experiências, estabelecendo das de oficinas matemáticas inovadoras a fim termina suas atividades lúdicas; brincar é sua
relações mentais e deixando de agir somente A pesquisa, de cunho qualitativo, que deu ori- de que os alunos do 5 º ano conseguissem de- linguagem secreta, que devemos respeitar
sobre o objeto. Nesta fase, o educando conse- gem a este artigo seguiu um encadeamento senvolver sua aprendizagem de forma comple- mesmo se não a entendemos” (GARDNEI apud
gue levantar hipótese, pensar sobre, interpretar metodológico, seguindo três etapas. A primeira ta. Em seguida, um questionário foi aplicado à ROLIM; GUERRA; TASSIGNY, 2008, p, 123).
e criar. Somente com o passar dos anos é que foi levantamento e análise bibliográfica (livros, supervisora e à coordenadora pedagógica da
tais experiências lúdicas passarão a ter um ca- artigos científicos, revistas), com o objetivo de instituição sobre a importância do lúdico nas O aprender brincando necessita dos sentimen-
ráter coletivo – caracterizado pela articulação subsidiar os pressupostos teóricos da pesquisa. aulas de matemática. tos de afetividade e de carinho dos adultos que
de diferentes pontos de vista – comunitário e, Houve também uma pesquisa de campo atra- rodeiam a criança, para estimulá-la, favorecen-
por fim, cultural (PIAGET, 1978). vés do método qualitativo. Conforme define do o aprendizado.
Andrade (2002), o método qualitativo não en- Análise e Discussão dos Resultados
Autores dão várias classificações para os jogos Muitas vezes, as crianças usam o
volve apenas questões ideológicas, geradoras
brinquedo e a brincadeira como forma
e propõem uma classificação a partir de crité- de polêmicas, trata-se de um método de inves- Os resultados apresentados a seguir estão ba-
de expressar seus sentimentos, sejam
rios metodológicos: tigação da realidade pelo estudo de sua ação seados nas opiniões dos alunos do 5º ano e da
as alegrias ou insatisfações e, muitos
a) Jogos de azar: aqueles jogos em professora da turma. Os mesmos participaram
106 | Revista Conhecer & Produzir | Sesc Volume 2 - 2017 | Recife - Pernambuco | 107
adultos não percebem, na maioria das das atividades matemáticas aplicadas pela pro- e expectativas, onde assim “a criança em idade cretas e importantes para a criança. A este res-
vezes, que a criança está dizendo algo pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e
fessora em sala, diminuindo o tempo gasto em peito, Gonçalves (2003, p. 33) ressalta que “o
que ela não aceita e não sabe dizer com imaginário onde os desejos não realizáveis po-
cada atividade tornando o processo de ensino- brincar permite à criança fluir sua fantasia, sua
palavras, apenas associa o brinquedo
-aprendizagem mais rápido e eficaz. dem ser realizados, é esse mundo que chama- imaginação, sendo uma ponte para seu imagi-
ao fato. Para construir, a criança utiliza-
mos de brinquedo”. nário, um meio pelo qual externa suas criações”.
se das características associativas
dos objetos, seu uso simbólico, e das Para Neto (2003, p.194), “jogar/brincar é uma
das formas mais comuns de comportamento Definir o brinquedo como uma atividade A segunda pergunta está relacionada sobre a
possibilidades reais das matérias, a
que dá prazer à criança é incorreto por
fim de, gradativamente, relacioná-las durante a infância, tornando-se uma área de maneira como o lúdico ajuda no desenvolvi-
duas razões. Primeiras muitas atividades
em função de diferentes argumentos grande atração e interesse para os investigado- mento do ser humano. A professora respondeu
dão a criança experiências de prazer
(MALUF, 2007, p. 422). res no domínio do desenvolvimento humano”. que: “Na área da inteligência, na área socializa-
muito mais intensas do que o brinquedo,
Neste sentido, de acordo com o autor, o estudo como, por exemplo, chupar chupeta, ção e na área físico-motora”. Sobre o desenvol-
A primeira etapa desse projeto foi o jogo da do jogo e do desenvolvimento da criança pode vimento da criança com jogos e brincadeiras,
mesmo que a criança não se sacie. E,
velha com multiplicação, que teve o intuito de ser considerado, no âmbito da investigação segundo, existem jogos nos quais a Aranha (2002, p. 186) comenta que nesse pro-
despertar o interesse dos alunos pela matemá- científica, como uma área de exclusiva aborda- própria atividade não e agradável, como, cesso “é fundamental a interferência do outro,
tica, utilizando o lúdico como ferramenta faci- gem para melhora no ensino- aprendizagem da por exemplo, predominantemente no seja a mãe, os companheiros de brincadeira e
litadora. criança. fim da idade pré-escolar, jogos que só estudo, os professores, a fim de que os con-
dão prazer a criança se ela considera
ceitos sejam construídos e sofram constantes
A segunda etapa do projeto foi a oficina para resultado interessante [...] (VYGOTSKY
A terceira etapa diz respeito ao jogo ASMD (é transformações.”
2007, p. 107).
confecção de vagonites e tapetes em estopa. um jogo que envolve as quatro operações bá-
Todos os alunos tiveram bastante vontade de sicas da matemática: Adição, Subtração, Multi- A terceira pergunta está relacionada com o
Por último os alunos participaram da gincana
participar e gostaram, apesar de sentirem algu- plicação e Divisão = ASMD). Todos os alunos modo como o professor deve utilizar o lúdico
de matemática, onde foi possível realizar uma
mas dificuldades. participaram dessa etapa e diante disso iden- em suas aulas e por quê. No entanto, a profes-
revisão de todos os conteúdos que os alunos
tificamos que a maioria dos alunos gostou de sora disse que: “sim, com frequência. O lúdico
tinham visto durante a unidade na disciplina
Os jogos de exercício apresentam-se como o todas as atividades. envolve o estudante em muitos aspectos, desde
de matemática através de atividades lúdicas,
nascimento do jogo na vida da criança, prati- o cooperativismo com os colegas, a busca de
tornando-se possível identificar o avanço do
cado nos dezoito primeiros meses. Essa prá- A quarta etapa foi voltada para apresentação novas possibilidades de respostas”.
conhecimento dos alunos na disciplina. Obser-
tica é caracterizada pela longa repetição de do triângulo mágico, onde os alunos apresen-
vou-se que todas as crianças participaram com
uma atividade motora, onde o prazer em rea- taram dificuldades apenas na primeira rodada, Os Referenciais Curriculares Nacionais para a
muito entusiasmo das oficinas.
lizar a atividade estaria em sua própria repro- em seguida, conseguiram realizar todas as so- Educação Infantil (RCNEI, BRASIL, 1998, p. 58)
dução. Os jogos são de natureza muito simples mas que o professor pediu, e aprimoraram a ca- destacam a importância de se valorizar ativida-
Para complementar, foi realizada uma entrevis-
e funcionam como uma forma da criança estar pacidade de realizar cálculos e estimativas. Per- des lúdicas, visto que “as crianças podem incor-
ta com a professora do 5º ano, composta por
constantemente testando o próprio corpo e os cebeu-se que foi a oficina que os alunos mais porar em suas brincadeiras conhecimentos que
algumas perguntas, sobre a importância do lú-
materiais que estão ao seu alcance. Assim, o in- demonstraram interesse. foram construindo”.
dico no processo de ensino aprendizagem da
teresse por pegar os brinquedos, encaixá-los e
matemática, e de que forma essa temática en-
arremessá-los longe, abrir e fechar objetos di- Segundo Vygotsky (1997), a brincadeira tem A quarta pergunta relaciona-se à forma como
volve essas atividades no planejamento do pro-
versas vezes seriam todos exemplos de jogos um papel fundamental no desenvolvimento do o lúdico pode ser aplicado dentro da escola
fessor.
de exercício (PIAGET, 1986). pensamento da criança. Ao substituir um obje- como uma proposta pedagógica e educativa.
to por outro, a criança opera com o significado Diante disto, a resposta foi: “É necessário um
Quando questionada sobre por que o lúdico é
A segunda etapa da oficina de vagonites e ta- das coisas e dá um passo importante em dire- plano de ação bem elaborado com critérios e
importante na vida das pessoas, a professora
petes de estopa visou promover a construção ção ao pensamento conceitual. atividades cronometradas, onde o estudante se
respondeu que: “Para se divertir, para aprender
do raciocínio lógico e fazer com que os alunos posicionará de forma livre e dentro do contexto
e para se relacionar” (PROFESSORA). Diante
resolvam situações problemas rapidamente Ao brincar, a criança se torna inventiva, criando ensino aprendizagem” (PROFESSORA).
dessa afirmação, nota-se que a professora en-
com o uso da matemática. Os alunos passaram momentos imaginários carregados de emoções
fatiza o fato de as atividades lúdicas serem con-
a ter mais concentração durante a resolução
108 | Revista Conhecer & Produzir | Sesc Volume 2 - 2017 | Recife - Pernambuco | 109
Portanto, sabe-se que a ludicidade é uma ne- cadeiras. Ele deve participar das brincadeiras e roda, amarelinha, jogos com bola, entre outras. Referências
cessidade em qualquer idade e não pode ser aproveitar para refletir com as crianças sobre Sendo assim, foi possível constatar que a pro-
vista apenas como diversão. O desenvolvimen- as brincadeiras praticadas por elas, buscando fessora reconhece as contribuições do lúdico ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à me-
to do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolver atitudes de socialização e de coo- para o fortalecimento da criatividade, interes- todologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
desenvolvimento pessoal, social e cultural, cola- peração entre as mesmas. se, participação e envolvimento dos alunos nas
bora para a qualidade da saúde mental, prepara aulas, além de tornar o aprendizado mais dinâ-
ARANHA, M. L. A. História da educação. 2ª ed. São
um estado interior fértil, facilita a comunicação, As informações obtidas na pergunta nos per- mico para todos os envolvidos no processo de
Paulo: Moderna, 2002.
expressão e construção do conhecimento. mitem analisar o interesse dos alunos pelas ensino-aprendizagem, o que também acredita-
práticas de atividades recreativas, pois se ob- mos que torna o momento da aula prazeroso.
ATZINGEN, M. Cristina von. História do brinquedo:
A quinta pergunta refere-se às vantagens e des- serva que, mesmo os alunos não tendo muitas Para as crianças conhecerem e os adultos se lembra-
vantagens de se trabalhar com o lúdico em suas oportunidades, assim como variações das brin- Foi verificado que, no ano de 2016, através do rem. São Paulo: Alegro, 2001.
aulas: “A vantagem é que prende a atenção do cadeiras, existem atividades lúdicas e práticas diário de classe e do levantamento das notas
discente. A aprendizagem acontece mais cedo que envolvem grandes possibilidades e varia- dos alunos da turma do 4º ano do Ensino Fun- BORIN, Júlian. Jogos e resolução de problemas:
e sem dúvidas. A desvantagem para mim, não ções de movimentos, que podem causar eufo- damental no Sesc Ler Araripina, 14 alunos em uma estratégia para as aulas de matemática. 6. ed.
existe” (PROFESSORA) ria, além de chamar muito a atenção dos alunos. recuperação no início do ano. A professora São Paulo: IME-USP, 1996.
Isso se deve ao momento livre das aulas, não atribuiu o baixo rendimento escolar à falta de
Há estudos que mostram que as atividades lú- pela atividade aplicada, podendo os professo- concentração da turma, ao envolvimento e às BORSA, J. C. BANDEIRA, D. R. Uso de Instrumen-
dicas são eficientes para o desenvolvimento do res permitirem que os alunos, por si mesmos, relações interpessoais. No entanto, foi consta- tos Psicológicos de Avaliação do Comportamento
Agressivo Infantil: Análise da Produção Científica
raciocínio, para desenvolver habilidades e no decidam o que fazer ou brincar. tado que, no fim do ano, 8 alunos ficaram em
Brasileira. Avaliação Psicológica, v. 10, n. 2, p. 193-
suprimento de eventuais lacunas no processo recuperação. Já neste ano de 2017, o 5º ano se
203. 2011.
de ensino-aprendizagem. Mas, segundo os au- envolveu neste projeto e se verificou que 14
tores que defendem esta tese, a atividade lú- Considerações Finais alunos não atingiram a média na I unidade an-
BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: Con-
dica não pode ser desenvolvida de qualquer tes da participação no presente projeto. Após
tribuições a partir da prática. Porto Alegre: Animed
maneira; para que se tenha a eficácia desejada, Foi construído um grande conhecimento, atra- a participação nas atividades desenvolvidas no Editora, 2000.
é necessário, antes de tudo, um planejamen- vés de todas as atividades que foram realizadas projeto, 7 alunos ficaram sem avançar, mas ain-
to adequado para a execução das atividades com os alunos. Há muito tempo, a educação da estamos utilizando os jogos nesta disciplina BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais para a
(KISHIMOTO, 1994) apresenta em sua história lembranças muito para desenvolver habilidades de cálculos. Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
fortes no que se refere à inserção dos jogos e
Ainda segundo Moratori (2003, p. 9): brincadeiras em seu cotidiano. Muitas dessas Por meio desta pesquisa, foi possível concluir KISHIMOTO, T. M. Jogos infantis: o jogo, a criança e
O jogo pode ser considerado como lembranças refletem e se reproduzem na prá- que a ludicidade, colocando seus pontos prin- a educação. São Paulo: Vozes, 1993.
um importante meio educacional, pois tica pedagógica de boa parte dos educadores. cipais desde os primórdios da humanidade,
propicia um desenvolvimento integral A proposta desta investigação é de contribuir tem sua importância definida de acordo com KISHIMOTO, Tisuko Morchida. O jogo, brinquedo,
e dinâmico nas áreas cognitiva, afetiva, brincadeira e educação. 4 ed. São Paulo: Cortez,
na conscientização dos professores que atuam o contexto cultural no qual os indivíduos estão
linguística, social, moral e motora, além 2000.
nos anos iniciais do Ensino Fundamental, numa inseridos. Hoje a ludicidade tem o seu lugar re-
de contribuir para a construção da
perspectiva lúdica, direcionando um novo olhar conhecido na educação. Para os que estudam
autonomia, criticidade, criatividade, MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar prazer e
responsabilidade e cooperação das para o “brincar” da criança para que elas apren- sua importância, sabem que é essencial na vida
aprendizado. Petrópolis, RJ:Vozes,2007.
crianças e adolescentes. dam brincando. do ser humano, principalmente para as crian-
ças que são portadoras de uma especificidade MORATORI, P. B. Por que utilizar jogos educativos
Confirmando a ação do professor como edu- De acordo com as respostas obtidas através da que se expressa pelo lúdico. A infância carrega no processo de ensino aprendizagem? Rio de Janei-
cador e facilitador das atividades, este profis- aplicação do questionário à professora partici- consigo as brincadeiras que se perpetuam e se ro, 2003.
sional deve combinar momentos onde orienta e pante, constata-se que a esta conhece algumas renovam a cada geração.
dirige o processo, com períodos onde as crian- atividades lúdicas e já as utiliza em sua sala de NETO, Manuel. A infância como construção social.
ças são responsáveis pelas suas próprias brin- aula. Segundo relatos da mesma, as atividades In PINTO, Manuel e SARMENTO, Manuel Jacinto (co-
que os alunos mais gostam são: brincadeiras de ord.). As crianças: contexto e identidades. Portugal:
110 | Revista Conhecer & Produzir | Sesc Volume 2 - 2017 | Recife - Pernambuco | 111
Universidade do Minho (Centro de Estudos da Crian-
ça), 2003.