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Kultur Dokumente
a
rejis
-
Inspiracao:
5
Roney Almeida, da
Mercearia Paraopeba
-
prefacio:
Vivianne Vilela, do
E-commerce Brasil
Fred Rocha A
Edição
Renata Vaz
Renata Marinho Fred Rocha
Design de Capa
Marcone Souza
Copyright © Fred Rocha
Revisão
Tania Heglacy Tiragem: 1.000 exemplares
Fotos © FRD Treinamentos Ltda - 2017
Felipe Müller Rua Dr Juvenal dos Santos 396/303
Bairro Luxemburgo - BH
Ilustrações Cep: 30380-530
Marcone Souza
Contato: 55 31 99339 7616
Impressão e Acabamento: falecom@fredrocha.marketing
Lura Editorial www.fredrocha.marketing
Rocha, Fred.
ManUau do Novo Varejista / Fred Rocha – 1a. ed. FRD
Treinamentos Ltda - São Paulo. 2017
360p. 1ª EDIÇÃO
ISBN: 978-85-5849-049-8
www.fredrocha.marketing
Olá,
Acredito que tudo na vida precisa de um propó-
sito, de um objetivo. Eu trabalho diretamente com o
Com este livro espero contribuir varejo há mais de 20 anos. Não é só experiência que
tenho com o segmento, mas identificação, paixão.
um pouco com o seu negócio, mas Sou fascinado em como o comércio movimenta as ci-
dades, a economia da região, é a base da riqueza, do
a minha vontade é que ele possa crescimento. Adoro ouvir as histórias dos pequenos
varejistas, pessoas muito trabalhadoras, cheias de
servir para algo na sua vida... sonhos, determinadas, que acordam cedo, atendem
com simpatia e praticamente não têm férias. Essas
pessoas são inspiradoras e, por isso, escolhi viver a
minha vida para me entregar ao propósito de ajudar
O objetivo deste livro está além no crescimento do Brasil, melhorando o comércio.
Essa minha paixão já me levou para cantos do Brasil
das dicas e sacadas que todos que nunca teria imaginado em conhecer.
tanto buscam! Com ele eu início Com as palestras sobre o Varejo quero inspirar os
uma grande jornada para a pequenos varejistas a impulsionarem o negócio com
técnicas, dicas fáceis de serem aplicadas em seu dia
ressignificação da nossa atual a dia. Também aprendo demais com cada visita téc-
nica, cada palestra e este livro é fruto destas minhas
maneira de fazer comércio. andanças, de perceber as principais deficiências e
desafios do pequeno varejista.
Agradecimentos
determinação, empreendedorismo e amor em tudo que fazem.
Também agradeço aos meus irmãos e exemplos: Guto e Xande.
Vivianne Vilela
(Diretora Executiva do E-Commerce Brasil)
Varejo é gente. Gente comprando, vendendo e servindo
gente através dos produtos e/ou serviços que você se propõe a
vender. Esta é uma das atividades mais antigas da humanida-
de, totalmente influenciada por fatores que permitem um co-
merciante se diferenciar do outro, fazendo a compra e a venda
únicas, para cada consumidor e cada vendedor.
10 11
F
red Rocha nasceu em equipamentos inovadores,
Montes Claros, cida- não poderia ser diferente.
de do norte de Minas Aos 12 anos, foi o primeiro
Gerais. Filho do industrial brasileiro da sua idade a rea-
Mauro Rocha e Edertru- lizar um salto duplo de para-
des Veloso, mais conhecida quedas no país. Aos 13, tor-
como Tudinha, professo- nou-se o garoto mais novo a
ra de História. É o irmão praticar voos de paraglider,
mais velho de Guthemberg no Brasil. Já aos 17, venceu
e Alexandre. Sua infância o primeiro campeonato mi-
foi marcada por aventuras e neiro da categoria. Ainda na
pioneirismo, afinal com um adolescência, gostava de es-
pai paraquedista, que ado- calar e estudar sobre as gru-
rava acompanhar os lança- tas (espeleologia).
Ousadia e coragem
mentos de carros, motos e desde a infância.
Quem é
Fred Rocha?
13
A sua paixão por desco- e o sucesso logo chegou. Como o próprio empreendedor
brir novos lugares e histó- gosta de destacar: “naquela época, vendíamos lojas virtu-
rias começou ainda na in- ais, enquanto o Google engatinhava
engatinhava”..
fância. Com a família, viajou
pela América do Sul duran-
te quatro meses, a bordo de
um trailer.
Laudelino
Quelé
Miguel Elza Fazendeiro, dono de açougue,
mas o que realmente gostava Costureira de vestido de
Um grande empreendedor. Vendedora da Imperial de fazer era cuidar da sua noiva, florista,
Começou vendendo loteria. Tecidos, mas saiu do emprego mercearia. Vendinha bem do comerciante. Teve um
Depois tornou-se gerente de para cuidar dos mais de 10 interior, com balcões de açougue e vendeu
hotel, mas o local pegou fogo filhos que tiveram. madeira, rolos de fumo e artesanato até os 90
e ele se viu na necessidade de produtos a granel. anos de idade. Produziu
empreender. Foi dono de e vendeu seus panos de
vários bares e restaurantes prato até os últimos dias
em Montes Claros (MG), de vida.
inclusive um deles foi o
primeiro a ter palhoça na
cidade, inaugurado no
Pais
aniversário de 100 anos da
cidade. Também teve
mercearia, vários postos de
combustível, hotéis. Quebrou
duas vezes, porém ganhou
duas vezes na loteria.
Edertrudes Mauro
(Tudinha): Rocha
Professora aposentada de Industrial e comerciante.
História, mas tem um Teve rede de lojas de R$ 1,99,
comércio há mais de 30 anos. indústria de camisas, de
Até hoje revende roupas para travesseiro, de chinelo. Além
sacoleiras. Muito bem de um grande empreendedor,
sucedida no que faz e um um ótimo vendedor, quando
grande exemplo de foi representante comercial
administradora, empreende- sempre era destaque.
dora, e mais do que isso, é
uma profissional que se
readequa ao mercado de
forma muito ágil.
Fred
Rocha
ManUau do Novo Varejista \\ Apresentação
20 21
Aos 41 anos, Fred tem em
sua bagagem a criação de
14 empresas. Fred Rocha
não consegue ficar parado,
tem iniciativa, coragem para
correr riscos, perseverança,
dedicação e muito amor pelo
seu trabalho. Ele conceitua
a palavra empreendedor
e acaba resumindo bem o
que ele é: “Empreendedor
é aquela pessoa que diante
das dificuldades e crises,
sempre encontra uma
maneira de superar os
obstáculos e desenvolver um
negócio que seja necessário
e útil para os outros”.
E
screver um livro com o objetivo de ser um guia
prático para o novo varejista e, mais ainda, que
apresente estratégias de como despertar o UAU
dos clientes é um grande desafio. Nos meus mais de 20
anos de experiência em varejo e muitos mil quilômetros
rodados no Brasil e no mundo, conhecendo o pequeno va-
rejista e seus negócios, tive a oportunidade de conhecer
Inspiração
muitas histórias. Alguns deles, ainda pecam por falta de
conhecimento, não digo acadêmico, mas de seus produtos,
serviços e clientes. Este livro, com uma linguagem bem
para o novo varejista simples, pretende ser um guia para quem já tem um pe-
queno negócio ou está sonhando em se enveredar por este
universo cheio de desafios. São conceitos, técnicas, expe-
riências, tendências, dicas de como ter um varejo seja na
rua, shopping, ou até mesmo, uma loja virtual.
Inspiração
26 27
Aqui na Mercearia Paraopeba todo mundo é recebido
com um dedinho de prosa, muitas provas de queijos de-
liciosos, doces, goiabada, biscoitos... fica difícil resistir!
Em todo o tempo que fiquei por aqui, entrava e saía gente
sorrindo, elogiando os produtos e com sacolinha na mão.
Qual o segredo das vendas?
Inspiração
28 29
sai daqui pra comer bacalhau em Portugal? Então, eles que um pimentão que não estava bom e expliquei que naquele
têm que vir aqui”. Vindo em Itabirito, o cara do posto de ga- ponto não venderia e saí. Meu pai viu aquela situação, cha-
solina também pode ganhar com isso, o hotel, o restaurante, mou o homem pra conversar e perguntou o que mais ele ti-
todo mundo ganha com isso. Se todo mundo fizer um traba- nha em seu sítio. Meu pai o ensinou quais produtos seriam
lho com o turismo, dedicar mais, atender melhor, o turista bons pra venda e ele virou nosso fornecedor.
não vai querer ir para Ouro Preto tão cedo. Vai querer ficar
um pouco em Itabirito pra depois seguir viagem para Ouro
Preto, Tiradentes, Inhotim, onde quiserem. Quando a gente
atende alguém de fora tem um carinho danado, da mesma
forma quando é alguém daqui de Itabirito, pois se a gente
só dedicar para o outro, o de fora, o nativo fica com ciúmes
e ele que tá aqui sempre comprando. O outro, de fora, não
vem sempre, ele pode falar com outras pessoas da merce-
aria, que foi bem atendido, que o produto é muito bom, aí
um vai falando para o outro. Isso acontece muito. Eu sempre
pergunto como ficaram sabendo da Mercearia Paraopeba e
são muitos casos: “Meu primo esteve aqui há dois anos, gos-
tou tanto e agora que vim pra Minas Gerais, quis conhecer”.
“Fui transferido para Belo Horizonte e o primeiro lugar que
queria vir era aqui”. E assim, a freguesia vai aumentando rca
cada dia mais. p ro du to s caseiros, ma
iga e
Balança ant a Mercearia Paraopeba.
Neste Brasil, com tantos problemas de economia, cri- registrada d
ses... é curioso como um comércio consegue resistir por
tanto tempo, não é mesmo?
Aqui na Mercearia Paraopeba, até hoje, os fornecedores são
O comércio e a paixão têm que estar no sangue. Não
pessoas da região e alguns acompanham o comércio há gera-
adianta querer montar um negócio de um ramo que a pes-
ções. Este comércio, pequeno em tamanho, contribui grande-
soa não gosta. Eu sempre observei muito o modo como o
mente com o desenvolvimento da cidade ao dar um trabalho
meu pai tratava os fornecedores e atendia as pessoas. Des-
para as pessoas da área rural e ganha com isso ao oferecer sem-
de a época do meu bisavô os fornecedores são pessoas da
pre um produto de qualidade, feito artesanalmente, com cari-
região, cultivam os produtos em seus sítios e levam pra
nho. Como é o relacionamento com os fornecedores?
gente vender. Lembro que uma vez chegou um pra vender
Inspiração
30 31
Os produtos que vendemos são os mesmos do início da
mercearia: o bacalhau, o açúcar rapadura que é o masca-
vo, o queijo, os produtos de armazém não mudam. Alguns
mudaram o nome, mas continuam lá. Pinga chamavam de
dedal de cachaça. Alguns fornecedores ainda são da mes-
ma família dos antigos, da época do meu avô. Os mais ve-
lhos foram passando o trabalho para os filhos. Quando eu
tenho que mudar de fornecedor é feita uma prova, não sou
só eu que tem que gostar, os clientes precisam gostar, até
encontrar um na mesma qualidade do antigo. Fornecedor
toda hora aparece um, mas não posso trair os que eu já te-
nho, que contam comigo. Os meus fornecedores que estão
na roça, produzindo alguma coisa pra gente, um artesana-
ra os bules
to, um balaio, uma fruta, um doce, eles contam comigo e eu
de ga lin ha fe ito em crochê pa
Até bico opeba.
encontra na Para
conto com eles.
esmaltados, você
Além disso, uma prática comum é que os fornecedores
nem sempre recebem em dinheiro, trocam por outros produ-
tos. Como o escambo contribui? Um comércio com muitos produtos: queijo, canecas, xí-
caras, doces, tapete, carne, bucha vegetal, mandiopã, sabão
O escambo é muito interessante. Por exemplo, chega a de cinza, peteca de penas e folha de bananeira, ovos, bis-
fornecedora de fubá de moinho d’água e compra um queijo coito de polvilho, rosquinha, penico, pano de prato, uma
do Chico Peixoto. Aí ali já diminuiu o valor que eu tinha que infinidade de coisas que a gente nem imagina que ainda
pagar pra ela. Ao invés dela pegar aquele dinheiro e gastar em existem e têm aqui na Mercearia Paraopeba. E como ven-
outro lugar, já gastou ali. Aí eu já ofereço mais um doce, ros- der isso tudo? Quais as dicas para ser um bom vendedor?
quinhas e outros produtos. Assim, ela sai da mercearia com
dinheiro e produtos de qualidade. Fica satisfeita de comprar O bom vendedor tem que se espelhar em outro bom ven-
e recebe também. Eu tenho a dona que entrega a rosquinha dedor, que pode ser o dono do negócio. Eu aprendi com o
de fubá e ela sabe quem faz o fubá de moinho d’água, poderia meu pai. Cada um tem seu jeito de atender, mas os argumen-
pegar lá direto, mas eu compro as rosquinhas na mão dela. tos de venda são os mesmos. Tem vendedor que foge daque-
Ela compra fubá, eu devolvo dinheiro pelas rosquinhas e fica le cliente que ele percebe que só foi fazer uma troca, mas o
todo mundo agarrado, vira uma família. bom vendedor atende e além da troca, consegue fazer outras
Inspiração
32 33
vendas. O vendedor não pode selecionar os clientes, tem que A Mercearia Paraopeba não investe em tecnologia, con-
atender bem, todo mundo. Têm alguns que torcem o nariz troles de mercadoria, tudo ainda no papel. Por quê? E já
para algumas pessoas que só vão olhar o preço e nem aten- pensou em vender pelas redes sociais?
dem, mas o dia que aquela pessoa realmente for comprar ela
vai procurar o vendedor que a atendeu bem. O vendedor tem Eu não tenho computador, não tenho controle, organi-
que ser dedicado, querer crescer junto com a empresa. zação total e nem quero ter, senão eu até adoeço. Perto do
Natal, comprei uma quantidade grande de carreta de brin-
E com uma família que está no varejo há tantos anos, quedo e acabou. Pensei em anotar o quanto eu comprei para
não poderia deixar de pedir dicas para um novo varejista ano que vem comprar mais. Mas pode chegar ano que vem,
de sucesso. comprar uma quantidade maior e não vender, vou ficar pre-
ocupado nas vendas terem caído. Então, eu prefiro não preo-
Primeiramente, ele não pode visar só o lucro porque senão cupar com esta questão. Não controlo, quando vai acabando
vai ter pressa para ganhar dinheiro. E o dinheiro do comércio os produtos, vou pedindo mais. A Mercearia Paraopeba tem
é com o tempo, não é de um dia para o outro. Uma vez per- Facebook e é o meu filho que cuida. Ele que me conta o que
guntei para o meu pai qual era o tempo para ganhar dinheiro as pessoas comentam, elogiam e costuma de clientes entra-
com o comércio e ele disse que não sabia, mas falou que eu rem em contato por lá e o meu menino faz a venda por lá.
tinha que trabalhar pra ele chegar. Tem que se dedicar, traba-
lhar muito, de segunda a segunda, saber guardar, não gastar
o dinheiro que é do comércio, ter juízo e gostar do que faz.
Não dá certo montar uma loja de pesca porque o fulano está
ganhando dinheiro com uma, montar um posto de gasolina
porque dá dinheiro. Tem que abrir uma loja do que ele gosta,
senão vai ter que trabalhar a vida toda para os outros. Outra
dica é fazer uma pesquisa dele mesmo. Será que todo mundo
gosta dele? Se for um cara mal-humorado que ninguém, nem
na casa dele, aguenta olhar pra ele, no comércio também não
dará certo. Na mercearia eu adoro atender esses com cara
fechada porque se você consegue fazer uma venda pra ele é
muito mais importante do que pra aquele que vem alegre, já
querendo comprar. Vender pra aquele que já fala com cara
fechada "não quero nada não", ahh...é bom demais! Com o
tempo a gente vai cativando essas pessoas, elas voltam na loja
e um dia, até pode conseguir um sorriso. Os clientes são sempre re
cebidos com a prova
de um delicioso doce ca
seiro.
Inspiração
34 35
Não pode ficar pensando só em crise senão você entra nela
também. E vamos trabalhar! Lembrando que o dinheiro do
comércio é a longo prazo. Para que um varejo prospere, a
primeira coisa é saber se é isso mesmo que quer, montar
um negócio com o que gosta para ter prazer e não só pen-
sar no dinheiro. Ah, e agradeço a participação no seu livro,
pois é muito importante valorizar o pequeno varejista e o
ManUau pode ser um instrumento de incentivo, consulta e
orientações para o mesmo.
comércio no interior, o filho foi estudar na cidade grande e
voltou falando que ele não deveria comprar muito porque
o país, a cidade estava em crise e se comprasse, teria pre-
juízo. Ele escutou o filho, o cliente chegou, não teve merca-
doria para todo mundo e foram comprar em outro lugar.
Inspiração
36 37
C A P Í T U L O 1
O que é
E
ra uma vez o freguês... Aquela pessoa que geralmen-
Varejo?
te frequentava os mesmos estabelecimentos e acei-
tava tudo que lhe era oferecido, que desconhecia o
poder das suas escolhas e que não tinha acesso facilitado
ao “mundo” das infinitas possibilidades e opções na hora
de fazer suas compras. Quase ninguém mais se recorda
das ultrapassadas cadernetas (famoso fiado) que duran-
te décadas foi a maior plataforma de crédito do país. In-
dependentemente de você fazer parte do varejo, ou não,
as mudanças aconteceram e, sem dúvidas, mais estão por
vir. É impossível não notar e não sentir. Vivemos a era do
imediatismo, da informação, do poder do consumidor e
do consumo. Sim, poder. Como veremos mais adiante, os
consumidores aprenderam a ditar as regras do jogo que re-
gem o mercado. Afinal, depois de experimentar tamanho
poder e possibilidades, cá entre nós, seria praticamente
impossível consumir como antes.
39
O comércio, ou ainda o varejo, é uma das atividades mais
antigas e pioneiras que a sociedade conhece. Há muito tempo,
o ser humano está acostumado a negociar suas mercadorias
ou serviços, desde as formas primitivas de escambo, passando
pela evolução mercantilista que envolvia as primeiras trocas
monetárias, até chegar às formas de comercialização moder-
nas, como a utilização de dinheiro, talões de cheques, cartões
de créditos, transações eletrônicas, e, agora com pagamentos
pelos smartphones e pelos equipamentos vestíveis “weara-
Sendo assim, partimos do
princípio que o varejo nada
mais é que o processo de
”
bles”, entre outros. Eu mesmo, por exemplo, já estou realizan- res ao consumidor final. Para
do pagamentos por meio de um relógio. Observe que tudo tem ser varejo não precisa neces-
ficado menor, em termos de tamanho, e maior quando se trata sariamente vender produtos.
de tecnologia. Estamos vivendo em uma época em que é possí- Um dentista, por exemplo, é
vel literalmente vestir um computador. um varejista porque oferece, assim como os demais prestadores
de serviço, soluções e produtos aos consumidores finais.
O PROPÓSITO
lugar e a qualquer horário.
DINHEIRO
referência em algo, quando fazemos o que a gente ama de
verdade, com entusiasmo e paixão. Não tenha dúvida de que
as pessoas/consumidores notam essa diferença de postu-
ra e ideal e, isso, faz toda diferença no mercado. Ninguém
compra apenas um produto ou serviço, compra histórias e
experiências de consumo. Colocar dinheiro no bolso é uma
consequência da competência em atender o propósito do seu
negócio. Dinheiro é consequência. é consequência.
Serviço
E
u resolvi dedicar um capítulo exclusivo a serviços,
pois afinal muitas pessoas veem o varejo apenas como
também é
a comercialização de produtos, ou seja, ele só estaria
em pontos de venda comerciais, como lojas. Mas o vare-
jo também é a comercialização de serviços em pequenas
quantidades para um consumidor final.
45
Supermercado
Cafeteria
Engra
u ran t e xa te
Resta
d e mi a d e
SERVICO
2
Posto de
c a
é
!
A
é m
Ginástica
Motorista Var e j o
tamb Gasolina
d ico
Mé
Dentista
Eletricista
Cabeleireiro O varejo também é a
comercialização de serviços
para um consumidor final.
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www.lojadofred.com
do Fred e vista esta ideia!
C A P Í T U L O 3
O Novo
Consumidor
Não
DÁ MAIS PARA
BRINCAR de
Fredinho e Julinha,
meus filhos, são
consumidores
"VENDINHA"
Frase recente que ouvi da minha mãe Tudinha. Já se foi o
antenados.
tempo em que era preciso apenas montar uma loja, abrir as
portas e esperar o cliente entrar. Num varejo altamente com-
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petitivo, ser atrativo e oferecer diferenciais não é uma opção, pouca interatividade. Já o termo 3.0 foi atribuído ao jorna-
mas uma necessidade para quem deseja manter-se nele. lista John Markoff do New York Times, geração em que os
conteúdos online são personalizados para cada internauta,
O consumidor está globalizado. Já passamos pela globa- os sites e a publicidade são baseadas em pesquisas e com-
lização e evolução da indústria, comércio e, agora, chegou portamentos.
a hora do consumidor. Da sua cama, ele compra qualquer
produto em qualquer lugar do mundo e recebe em casa. A
comodidade e conveniência estimulam as vendas online. Assim como a internet, o
Os sites chineses estão no topo de vendas no país, mas na mercado também adotou
verdade nós (brasileiros) que fomos atrás. Eles não vieram essas denominações para os
anunciar aqui e buscar clientes em potencial num primeiro
momento. Nós que fomos atrás porque tínhamos interesse
consumidores. Nos anos em
e curiosidade no começo, embora a desconfiança também que a internet se formava,
fizesse parte das primeiras compras. Mas, logo em seguida, surgiu o 1.0, período em que
após a certificação de que os produtos realmente chegavam o consumidor procurava a
mesmo com atraso das entregas, a desconfiança cedeu lugar
à opção confiável e atrativa de compra. E os empreendedo- empresa, usando a internet
res asiáticos, que de bobos, não têm absolutamente nada, somente como apoio para
perceberam o mercado em expansão que tinham nas mãos buscas, como uma lista
e passaram a investir em publicidade no Brasil.
telefônica. Com a evolução da
A internet foi a responsável por globalizar o consumi- web, o consumidor passou a
dor e mudar o seu comportamento de compra. Desde o ser 2.0, quando começou a usar
seu surgimento e evolução, também foram aparecendo no- a informação como vantagem
vos tipos de consumidores.
para ampliar as suas opções
A web ganhou denominações para diferenciar a sua de compra. Já com as redes
evolução. O termo Web 2.0 foi criado por Tim O’Reilly du- sociais, o consumidor 3.0, além
rante a conferência O’Reilly Media Web em 2004 para dis-
tinguir que a 2.0 possuía conteúdos produzidos pelos pró-
de usar as informações, passou
prios internautas, com maior interatividade, como é caso a compartilhar a sua opinião
dos blogs. Enquanto na 1.0, os sites eram em sua maioria, sobre marcas e produtos com os
produzidos por empresas e instituições, estatáticos e com seus amigos virtuais.
Gerações
sim a uma geração, nascida entre os anos 1980
Y
A Geração Y, ao contrário do que muitoss pensam,
cursos
fizeram com que a Geração Y fizesse milhares
ao redor do mundo, sem ao menos terem saído
nsam, não
se refere exatamente a uma legião de adolescentes,
lescentes,
ntes, mas
80 e 2000.
os filhos da Geração X e netos dos Baby Boomers.
oomers.
ternet, emails, redes de relacionamento, recursos
00. São
rs. A iin-
os digitais,
aído d
digi
aress de amigos
a
da frente
de seus computadores. A mobilidade nas comunicações
omunicações é
omun
outra característica associada ao consumo da Geração Y.
São mais racionais a consumir, possuem responsabilidade
ambiental, menos fiéis às marcas, dando sempre preferên-
cia à experiência, não à posse.
X
do nosso tempo, suportes da economia.
Na realidade, há menos empreendedores entre os integran-
A geração X compreende os yuppies do finalnal doss anos
tes da Geração Y, que, além disso, estão indo na direção oposta:
80, filhos da democratização da pílula e da libertação
ão da
bertação
uma parcela maior enxerga na ascensão dentro da hierarquia
mulher como seu papel tradicional de dona de casa. É a
de empresas já existentes o melhor caminho para o sucesso.
geração do computador pessoal, que viu nascerr a internet,
rnet,
mas reconhece uma máquina de escrever.
Capítulo 3 \\ OInc.
Fonte: AIMIA novo consumidor
"Born This Way: US Levantamento Lealdade Milenar" ©
58 59
Apesar da definição das características das gerações
68% X, Y e Z, acredito que avaliar um tipo de comportamen-
to semelhante pode ajudar nas definições de estratégias
É o volume de atendimento
ainda realizado por telefones de marketing, mas sou contrário à generalização. Antes
em Call Centers. de serem de gerações diferentes, esses consumidores são
pessoas com anseios, valores e demandas que vão além da
60% idade, mas podem ser impactadas pelo acesso, ou não, a
mais informação e tecnologia.
Mudam de canal de contato
dependendo de onde estão e o Perceba que numa definição particular e própria, embora
que estão fazendo. a grande maioria não se encaixe na faixa etária para fazer par-
Sucesso
para poder “tentar” de certa forma prever o que está
por vir. Apesar de não ser uma tarefa nada fácil, acredito
que todas as mudanças que ocorrerão daqui para frente se-
rão pautadas por dois pilares: na mudança de hábito das pes-
soas e às novas características e necessidades de consumo.
Com certeza, teremos cada vez mais produtos inovadores
que surgirão para suprir demandas antigas e novas.
Atendimento O
bom atendimento nada tem a ver com sorriso. É bom
que o vendedor sorria, demonstre simpatia para rece-
ber o seu cliente. Mas atendimento é estar presente para
atender as pessoas na hora que elas precisam, resolvendo os
seus problemas.
75
Frase para levar
pra vida! Compre
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Além do bom atendimento inicial, é importante manter Pensando em excelência no atendimento, cito o case da
um bom relacionamento com o cliente, visando a fideliza- Zappos, afinal a empresa pode ensinar, e muito, os brasi-
ção. Cuide do seu pós-venda. Ligue para o cliente para saber leiros a atenderem bem. Para começar, a empresa valoriza
se o produto/serviço foi satisfatório, pergunte sobre o que seus funcionários a tal ponto que os coloca em primeiro
pode ser melhorado e coloque-se à disposição. Esse tipo de lugar ao invés dos próprios consumidores. Loucura? Não!
atitude pode ser feita de forma rápida e deixa uma ótima Sabedoria que gera engajamento e eficiência.
impressão, pois demonstra atenção e comprometimento
com o consumidor. Depois de conquistar seus próprios colaboradores, o pró-
ximo passo é conquistar os consumidores. A varejista online,
ligada à Amazon, os ouve sem tempo limite para terminar a
conversa, resolve problemas que nada têm a ver com o seu
negócio e até oferece produtos de presente. O princípio da
Zappos é criar um contato pessoal e emocional com os clien-
tes. Para isso, os atendentes são orientados a aprofundar o
diálogo com quem liga para a sua central de relacionamento,
assim é possível conhecer melhor seus clientes. É uma prá-
tica comum da empresa usar informações identificadas em
atendimentos, para enviar flores aos clientes que estão pres-
tes a se casar, ou presentes para aqueles que vão ter um bebê,
por exemplo. O objetivo é que a conversa flua naturalmente
e mesmo com toda essa liberdade, a média de duração das
chamadas fica entre 7 e 9 minutos. Para alguns, o tempo gas-
to na chamada pode parecer desperdiçado, mas significa, na
verdade, uma conquista para a empresa. O consumidor bem
atendido provavelmente irá comprar com frequência por-
que sabe que ali, além do produto que ele busca, encontrará
assistência e outros atrativos que geralmente não são ofere-
cidos no mercado. Outra forma de garantir que as pessoas
rei.
eo cliente são tratados como continuem comprando na Zappos é reembolsar aquelas que
Na Zappos, o funcionário
tiveram algum problema. Quando uma mercadoria precisa de
troca, a varejista envia uma nova para o cliente no dia seguin-
te à reclamação, antes mesmo que o item devolvido tenha re-
tornado à empresa.
Capítulo 5 \\ Atendimento
78 79
No caso de produtos com defeito ou que não chegam até a
casa do consumidor, a política é não só estornar o valor gasto
no cartão de crédito, como mandar outro produto para ele.
Nesse caso, a compra acaba saindo de graça.
Consumidores contato fora do escritório faz com que todos fiquem incli-
nados a colaborar mais, uns com os outros, no trabalho. E
a equipe, claro, precisa estar motivada e alinhada para pro-
60%
um bom atendimento em
relação aos preços. Não
aceitam ser mal atendidos.
Fonte: NEWVOICE
81
PIZZA
Capítulo
Fonte: R:5 \\ Atendimento
Harvard Business Review e Microsoft.
82 83
C A P Í T U L O 6
Faça
frustração para o consumidor.
Sugiro fazer o básico bem
feito, cumprir o que promete e
surpreender o cliente. Quando
o básico
falo do básico, quero falar sobre as
coisas mínimas que o seu negócio
precisa ter e fazer para atender o
cliente da forma como ele espera.
85
Para começar, a vitrine está organizada e atrativa?
Quando o cliente entra na loja, ele é atendido por um
vendedor prestativo que tem conhecimento do produto e
interesse em ajudá-lo? A loja está limpa, os preços estão
bem sinalizados ou possui adesivos rasgados? O mix de
produtos está atendendo as demandas do consumidor ou
as gôndolas estão lotadas de produtos sem saída e os mais
procurados estão em falta? Você valoriza a sua equipe e a
motiva para que ela faça o seu trabalho sempre da melhor
forma possível?
bem
cliente e, assim, ele pode
comprar mais. necessidades e até
surpreendê-lo.
feito
Produtos Disciplina:
que vendem: Faça uum calendário
promocional, cumpra todos os
promo
prazos com disciplina. O
Faça uma curadoria constante dos produtos mais treinamento dos funcionários
procurados pelos clientes. Tenha em sua loja o que deve ser feito toda semana, não
o cliente quer comprar e, não, o que a indústria adie. Com foco e disciplina, o
quer lhe vender. Comprando os produtos certos, seu negócio irá prosperar.
você não fica com encalhe e o lucro é garantido.
Capítulo 6 \\ Faça o básico bem feito
88 89
C A P Í T U L O 7
Inovação
ainda associa a palavra somente
à tecnologia, mas isso é um
equívoco. Para que uma ideia
Conveniência e melhoria para seja inovadora e bem sucedida,
a vida das pessoas
não precisa necessariamente
estar atrelada a grandes
investimentos e tecnologia de
ponta, muito pelo contrário.
91
Observe que ideias simples, geralmente, são bem aceitas de forma clara e objetiva, aonde você pretende chegar com
pelo mercado. Os clientes valorizam cada vez mais produtos sua ideia/projeto. A partir do momento que você conhece
e processos originais. Veja que dentre as várias possibilida- suas limitações, possibilidades, falhas e pontos positivos,
des de inovar, podemos relacionar aspectos que fazem toda você será capaz de propor mudanças com mais segurança,
diferença como, por exemplo, adequação a novos mercados, além de estar muito mais propenso a ser bem sucedido por
novos modelos de negócio, novos processos e métodos orga- conhecer, de fato, a realidade que você pretende mudar.
nizacionais e, até mesmo, novas fontes de suprimentos.
Pense nisso, não espere ter dinheiro sobrando ou uma
É preciso ter claro que inovação nada mais é do que qual- ideia sensacional, comece a inovar com ideias simples e
quer ação que cause um impacto significativo na estrutura práticas. Quando perceber, o processo de inovação já fará
da empresa/negócio. Um produto que já está no mercado parte de sua rotina.
pode passar por um processo de inovação e gerar novos Ah, e uma dica muito importante, se você tem uma ideia
valores e percepção da marca/produto. O primeiro passo é inusitada, não conte a ninguém, mas crie o produto ou o ser-
entender que para inovar nem sempre é necessário ter uma
ideia revolucionária, mesmo porque isso não acontece com
facilidade, e muito menos, a todo momento.
“Se eu perguntasse a
Um modelo de negócio também pode ser inovador. meus compradores
Quando uma empresa trabalha sua imagem atrelada a uma
o que eles queriam,
ideologia, serviços e produtos são valorizados e até imitados
no mercado. É preciso investir em originalidade. Boas ideias
teriam dito que era
são aquelas que solucionam problemas, mudam conceitos e um cavalo mais
até “criam” necessidade de consumo nos clientes. rápido”.
Capítulo 7 \\ Inovação
92 93
as pessoas nem imaginavam a existência de um carro, a reali- nas ferramentas tecnológicas são inovadoras, ledo enga-
dade delas era o transporte feito por animais. no. Uma boa forma de alcançar a inovação é observando
segmentos diferentes ao da sua atividade. Algo que já é
Outro grande inventor do nosso tempo, o Steve Jobs, foi comum em um segmento pode se tornar em uma grande
chamado de louco várias vezes. O criador da Apple revo- inovação se usado em outro ramo, como foi a ideia do em-
lucionou a tecnologia porque conhecia muito bem o con- presário paulista Tom Ricetti, criador do conceito pioneiro
sumidor e conseguiu criar soluções inovadoras para as ne- de padaria drive-thru.
cessidades das pessoas, e até, criar novas. Jobs não fez uma
pesquisa se as pessoas queriam um iPad, mas entendeu que A “Pão to Go” é uma rede de sucesso, que já dá os primei-
existia um nicho de mercado que precisava de uma tela ros passos rumo à internacionalização da marca e não para
maior do que as dos smartphones. Tem uma citação dele
que vale a reflexão: “Aqui estão os loucos, os desajustados,
os rebeldes, os encrenqueiros, os círculos encaixados no
espaço do quadrado… Os que veem as coisas de um modo
diferente – eles não gostam de regras e eles não têm res-
peito pelo status quo… Você pode citá-los, discordar deles,
glorificá-los ou difamá-los, mas a única coisa que você não
pode fazer é ignorá-los porque eles podem mudar as coi-
sas… Eles empurram a raça humana para frente e enquanto
alguns os enxergam como loucos, nós enxergamos gênios,
porque as pessoas que são loucas o suficiente para pensar
que podem mudar o mundo, são as que mudam" (Texto da
campanha publicitária da Apple “Think different” (“pense
diferente”), de 1997)
Inovação na prática
Empresas que levam a inovação em seu DNA apresen-
tam um grande diferencial. Se você está pensando que
apenas as grandes empresas que têm condições de investir
Inovação ao vender pão em um drive-thru.
Capítulo 7 \\ Inovação
94 95
de inovar. A ideia surgiu da necessidade do empresário quan- nova característica de comércio, na qual a maior preocupa-
do estava no carro com o cachorro e com o filho pequeno e ção é atender efetivamente e não pensar única e exclusiva-
precisava comprar pão. Aí ele pensou como seria mais fácil mente no lucro ou no número de negócios fechados, como
se tivesse um drive-thru que o possibilitasse de comprar de infelizmente algumas empresas ainda fazem. A inovação foi
forma rápida e sem sair do carro. Em agosto de 2013, Ricetti criar um sistema em que enviam para a casa do cliente, cinco
colocou no mercado a “Pão To Go”. A primeira padaria foi modelos de óculos para que possa experimentá-los por cinco
instalada em São Carlos, interior paulista. Em pouco tempo dias. Caso não goste de algum ou nenhum, basta devolver. A
foram comercializadas mais de 100 unidades e a rede só cres- preocupação da empresa é em atender com excelência, ofere-
ce em todo o país. Entre chegar no caixa, pagar e retirar o cer uma experiência agradável de compra e solucionar o pro-
produto, a espera do cliente é de 45 a 50 segundos. blema. Além disso, a cada óculos vendido eles doam um igual
para quem precisa e não tem condição de comprar. Segundo
O empresário adotou algo que já era comum na rede de a FastCompany, em cinco anos, a empresa já tinha faturado
fast-foods para o segmento de padaria e desenvolveu uma mais de US$ 100 milhões e o feito foi conquistado com a sim-
nova cultura em que o cliente pode fazer a sua compra em plificação da linha de produtos (vender apenas óculos) e um
alguns segundos, sem enfrentar fila e continuar no confor- grande foco dos fundadores em marca e execução.
to do seu carro, ouvindo a sua música e com o ar-condicio-
nado ligado. Isso é inovação!
Capítulo 7 \\ Inovação
96 97
A Warby Parker é uma
representação clara das novas Se uma loja
características de consumo
do novo consumidor. E são
experiências como esta que DE ÓCULOS É
vão “ensinar” os consumidores
a buscar cada vez mais por considerada uma das empresas
empresas assim, porque elas
passam a ser referências para
todas que estão em um nível
abaixo ou que não fazem como
mais inovadoras
ela. Assim, estarão abaixo da
classificação da percepção
dos consumidores que estarão
do mundo,
POR QUE
pautados e acostumados com
essas referências e passarão
a não aceitar nada menos do
que a experiência positiva
Capítulo 7 \\ Inovação
98 99
FAZER
e facil
Ter
FRED ROCHA
Chega de ideias sem
atitudes! Faça! Leve
esta frase para o seu
dia a dia.Compre a
Capítulo 7 \\ Inovação www.lojadofred.com camisa na loja do Fred.
100 101
C A P Í T U L O 8
Pense
V
ocê decide montar uma loja e opta por abrir um negó-
cio pequeno, no seu bairro mesmo. Cria uma página
no Facebook e uma conta no Instagram, até aí tudo
certo, mas a pergunta que você precisa se fazer é: como
GL BAL
você se enxerga? Você vê apenas uma empresa pequena
com espaço físico e atuação limitada ou você consegue
vislumbrar a infinidade de ações e possibilidades que seu
negócio pode desenvolver no bairro e fora dele?
e aja
Todas as empresas fundadas por pessoas comuns que
não fazem parte de grandes grupos devem nascer peque-
nas mesmo, não existe receita milagrosa. Existem ainda
LOCAL
aquelas que até nascem grandes fisicamente, mas mental-
mente são pequenas, limitadas e receosas.
bre-se que para conquistar o mundo, primeiro você precisa
conquistar seus vizinhos, ampliar sua rede de atendimento
no seu bairro, depois na sua cidade e assim por diante.
Um grande exemplo de
comércio local é a Mercea-
ria Paraopeba, localizada em
Itabirito (MG), cidade locali-
zada a pouco mais de 50 km
de Belo Horizonte, capital
mineira. Lá a moeda de troca
não é só o real, alguns mora-
dores levam o que plantam
em seus sítios e trocam por
Para conquistar o outros produtos. Lembra
mundo, primeiro do escambo que acontecia
no início do comércio? Pois
você precisa é, lá isso acontece até hoje.
conquistar seus Também vendem fiado,
anotando em um caderno
vizinhos, ampliar que já passou pelas mãos de
sua rede de diferentes gerações dos pro-
prietários. O mix de produ-
atendimento no tos é super diversificado e Roney, chamado por Roninho, ou o vendedor Josimar, mais
Mercearia
Paraopeba
seu bairro, depois inusitado. Impossível contar conhecido por Nem, que trabalha por lá há mais de 20 anos.
tudo o que você encontra Eles sempre têm um sorriso no rosto e um docinho para ofe-
na sua cidade e por lá. Tem sabão de cinza recer ao cliente. O mercado é parada obrigatória para quem
assim por diante. enrolado na palha de bana- passa pela cidade.
neira, penico, lampião a gás
ou de led, batata, ovos, bana- Uma empresa hoje, seja do porte que for, não precisa e
na, cachaça, vinho, ferro de nem deve se limitar e se ater em detalhes como localização e
passar à brasa, pião de corda, atuação. As barreiras geográficas e físicas já caíram faz tempo
bolinha de gude, farinha de e, quando você se dá conta disso, descobre que pode desen-
milho, queijo, bolo, roscas e volver ações que antes seriam impossíveis.
muito mais. O cliente é sem-
pre atendido de forma muito No atual cenário, uma empresa precisa ser diferenciada e
simpática pelo proprietário fugir dos rótulos de consumo de quem simplesmente mora
Para funcionar
fazer um esforço além do normal para se conseguir manter
no mercado. Se você está lendo este livro, com certeza já
sabe das dificuldades de montar um negócio no Brasil. En-
tão, a importância de viver intensamente este momento é
crucial para alavancar, principalmente, o sucesso inicial.
Viva intensamente
os consumidores estão disponíveis 24 horas por dia. É
fundamental ter amor pelo que você faz, é preciso se doar
mesmo, trabalhar com afinco e determinação para alcan-
çar seus objetivos. Não se assuste com as dificuldades e os
O
conceito de empreendedorismo foi utilizado inicial-
mente pelo economista Joseph Schumpeter, em 1942.
No livro, “Capitalismo, socialismo e democracia”, Jo-
seph associa o empreendedor ao desenvolvimento econômi-
co. Segundo ele, o sistema capitalista tem como característica
inerente, uma força que ele denomina de processo de des-
truição criativa, fundamentando-se no princípio que reside
no desenvolvimento de novos produtos, novos métodos de
produção e novos mercados; em síntese, trata-se de destruir
o velho para se criar o novo. Pela definição de Schumpeter,
o agente básico desse processo de destruição criativa está na
figura do que ele denominou de empreendedor.
Empreendedor
acredita, não se restringe apenas aos donos de negócios. In-
dependente de onde você trabalhe, é possível empreender,
colocar boas ideias em funcionamento para resolver proble-
mas, ou até mesmo, para propor melhorias em um setor ou
estabelecimento. Por exemplo, um funcionário público que
vá além das suas obrigações para entregar um serviço de qua-
lidade pode ser considerado um empreendedor. Assim como
113
um professor de matemá-
tica quando identifica que
seus alunos têm dificulda- cliente, muda a todo tempo
de em passar em concurso e com uma velocidade avas-
público e cria um curso de saladora que qualquer em-
Empreendedor “matemática prática aplica- presa (de qualquer setor)
da para concursos.” não pode se dar ao luxo de
é aquela pessoa ficar estagnada, parada no
que diante das As pessoas precisam en- tempo. É preciso se rein-
tender um pouco melhor ventar o tempo todo.
dificuldades e o que realmente significa
crises, sempre empreender. Antes (alguns Mais do que isso, é pre-
É preciso
encontra uma ainda praticam hoje), tinha ciso entender com clareza empreender
-se a ideia que empreender que dentro do processo de
maneira de é necessário até montar um negócio você nunca po-
sempre, a todo
superar os o negócio, colocá-lo para derá ter apenas uma rotina o momento e
funcionar e que depois é só administrativa. Pelo contrá-
obstáculos e administrar. Na prática não rio, é preciso sair da rotina e
em diferentes
desenvolver um funciona assim, é preciso de trás da mesa para enxer- etapas e estágios
empreender sempre, a todo gar a empresa com outros
negócio que seja o momento e em diferentes olhos e buscar novas formas
que o negócio se
necessário e útil etapas e estágios que o ne- de empreender. Se você fica encontra.
gócio se encontra. estacionado, por mais de
para os outros. dois anos, com certeza irá
Acredito que empreen- se deparar com mudanças
der e administrar são fun- tão drásticas que o esforço
ções que precisam estar que terá de fazer para tentar
lado a lado, até porque não acompanhar será enorme. E
existe a opção “empreen- pode ser que, neste momen-
di e vou parar por aqui”. A to, você não consiga mais
mudança do mercado, da administrar a situação.
forma de consumir e dos
canais de contato com o
Capítulo 9 \\ O Empreendedor
114 115
O que eu sugiro é que de-
pois de abrir seu negócio, tire
uma manhã a cada 15 dias para
sair da rotina administrativa
da empresa. Converse com É preciso sair
as pessoas, com os consumi-
dores, dê uma volta e analise
da rotina e de
seus concorrentes, pesquise, trás da mesa
busque novidades e tendên-
cias para seu setor. Trabalhe
para enxergar
ideias diferentes, busque no- a empresa com
vos caminhos e permita-se
explorá-los, teste, inove. Tem
outros olhos e
uma frase célebre que diz que buscar novas
“quem trabalha muito não
tem tempo para ganhar di-
formas de
nheiro”. Não adianta só abrir empreender.
a loja todo dia às 7 da manhã
Técnica:
e fechar às 19 horas. Se você
não parar para rever, para es-
pense fora
tudar e para entender, não te-
nha dúvida que a rotina irá te
levar por um caminho perigoso do comodismo, que geralmente
não termina bem. Costumo dizer aos amigos, e como consultor,
que quando se chega ao sucesso no início é porque o dono esta-
da loja
va ali presente, física e mentalmente. É fundamental estar perto,
descer para o chão de loja, conversar com as pessoas. Depois
que você sobe para seu escritório e só sai para ir embora, aí fica
difícil. As mudanças acontecem de maneira constante e rápida,
que todo seu repertório, tudo que você vivenciou se perderá em
pouco tempo. Se você não se reciclar constantemente e se rea-
dequar ao mercado você será seu maior inimigo, inclusive, mais
poderoso que qualquer crise.
117
Se você não
se reciclar
constantemente Avançar
e se readequar Sempre
ao mercado, você
será seu maior
inimigo, inclusive,
mais poderoso que
qualquer crise.
Recado para
estampar por aí
e não esquecer.
Compre a camisa
www.lojadofred.com
na loja do Fred.
A nossa empresa é um barquinho. Neste cenário, os nossos
Em um cenário sem crise, a barquinhos (empresas) precisam
água é calma e o barquinho cada vez mais de motores
navega tranquilamente, sem potentes que só serão eficientes
problemas. Porém, na realidade se readequarmos o negócio
o rio é composto por crises, ao mercado, o tempo inteiro.
juros, concorrentes globais, Caso contrário, o motor para de
consumidores exigentes que funcionar e o barquinho será
deixam a correnteza cada vez mais levado pela correnteza.
forte, o que dificulta a viagem.
Capítulo 9 \\ O Empreendedor
122 123
G e n t e
D F3R nt
e &
Não tenha medo de ser
ou fazer diferente.
Inspire-se com as
camisas da loja do
Capítulo 9 \\ O Empreendedor www.lojadofred.com Fred.
124 125
-
C A P Í T U L O 1 0
Capítulo
Fundamental
Por que montar um negócio?
Eu costumo acreditar mais em negócios que nascem
como um hobby. Por exemplo, eu particularmente já gos-
- to de cozinhar, faço da minha cozinha um lugar especial
(onde adoro passar parte dos meus dias preparando pratos
quando a correria do dia a dia me permite). Eu enxergo
nesta prática um momento de descontração, me divirto e
sinto prazer em estar ali. Tem pessoas que fazem artesana-
to em casa porque realmente gostam, outros apreciam com
veemência uma boa cerveja e se arriscam a tentar fabricar
cerveja artesanal ou criar uma nova receita da bebida, en-
fim, casos assim têm muitas chances de dar certo pelo sim-
ples fato do sucesso não ser uma obrigação ou o dinheiro
o único fim. Sem contar que este pré-empreendedor já
tem características naturais para montar um negócio den-
tro das suas expectativas e geralmente para externar uma
paixão que simplesmente faz o seu dia ser melhor. Obser-
ve que geralmente esses negócios nascem naturalmente.
Você faz um brinco para uso pessoal ou um colar, aí sua
prima vê você usando, gosta e encomenda um. Assim co-
meça, em qualquer setor. Quando o pré-empreendedor se
dá conta já está revendendo seus produtos cada vez mais.
AJUDAR PESSOAS.
sões. Por mais que talvez possa parecer óbvio o que estou
dizendo é surpreendente o número de lojas que fecham em
pouco tempo por não terem feito um planejamento ou, no
mínimo, uma simples pesquisa. Às vezes, a vontade de fazer
e de dar vida a um sonho extrapola os limites do pensamen-
to racional e consistente, por isso não tome decisões repen-
tinas e muito menos infundadas. Caso o faça, você poderá Lembre-se que
se surpreender com a quantidade de pessoas que já tiveram
a mesma ideia que você, ou pelo menos parecida com a sua,
Dinheiro é
mas aí poderá ser tarde demais. Depois de fazer investimen-
tos e trabalhar numa ideia é muito difícil se recuperar ime-
diatamente de perdas financeiras e de autoestima.
O poder do
Especialista O
utra dica bacana na hora
de empreender são os
negócios de nicho espe-
cíficos, chamados de “cauda
longa”. Hoje, a busca pela es-
pecialização é muito grande.
Observe que se você oferece
produtos ou serviços que le-
Focar em nichos
vam sua marca, são perso- não só atende
nalizados ou exclusivos, os
próprios consumidores agre-
a demanda
garão valor. Qualquer um de um bairro,
de nós está disposto a pagar
até mais, se for o caso, por
cidade ou região,
um serviço ou produto que mas fará com
nos atenda de forma satisfa-
tória. Quando você se torna
que os clientes
um especialista e oferece procurem você.
algo que ninguém mais tem
e que não será encontrado
em qualquer lugar, os con-
sumidores vão sair até de
outras regiões ou cidades
para comprar de você.
133
Talvez você tenha uma loja de bicicletas, até aí normal e
convencional. Mas caso você monte uma loja especializada
em bicicletas de corridas speed, será um diferencial no merca-
do. Uma loja de instrumentos musicais especializada apenas Em um artigo publicado
em instrumentos para rock ou forró. É fundamental entender na revista Wired em outubro
o poder de oferecer algo diferente, inovador, que surpreenda de 2004, o autor mencionou
A oferta de
o consumidor. Em 2014, visitei uma loja nos Estados Unidos a Amazon.com, a Apple e o produtos
especializada em produtos para viajantes de avião. A loja, Netflix como exemplos de
além de ser diferente, possui produtos realmente atrativos e empresas que aplicam esta
exclusivos e
úteis para quem viaja muito. Ou seja, focar em nichos não só estratégia, antes mesmo de diferenciados, em
atende a demanda de um bairro, cidade ou região, mas fará lançar o livro que iria popu-
com que os clientes procurem você. É importante lembrar larizar o termo cauda longa e
sintonia com as
também que esses negócios não precisam necessariamente analisar sua aplicação. necessidades e
de pontos onde haja um fluxo enorme de pessoas como em
outros negócios. Se o negócio é bem es-
expectativas dos
truturado e tem seu propó- consumidores,
Em 2006, o jornalista americano Chris Anderson divul- sito bem definido é possível
gou uma ideia simples, porém poderosa. Em seu livro “A ganhar mais, inclusive re-
é a receita
Cauda Longa”, ele previu que a internet mudaria a lógica conhecimento, atendendo mais concisa e
do consumo porque acabaria com a tradicional limitação os consumidores que bus-
de espaço em lojas que vendiam roupas, discos, perfumes, cam produtos e serviços de
eficiente para
eletrônicos, entre outros. Com espaço infinito, a soma dos nicho. A oferta de produtos se alcançar
milhares de produtos de nicho que não chegavam às prate- exclusivos e diferenciados,
leiras se transformaria num mercado tão relevante quanto em sintonia com as neces-
o sucesso do
o dos produtos de massa. Qualquer pessoa que frequentou sidades e expectativas dos negócio e a
uma escola de negócios, desde então, testemunhou o im- consumidores, é a receita
pacto do conceito na academia. Não existe mais produto de mais concisa e eficiente
satisfação de um
nicho, existe produto “cauda longa”. O fato é que Anderson para se alcançar o sucesso empreendedor.
previu também que grandes companhias teriam uma chan- do negócio e a satisfação de
ce histórica de investir em nichos e customização, e não é o um empreendedor.
que vemos com frequência nos dias de hoje?
fados
utos autogra
Loja de Mapas Loja de Prod
Loja de Cogumelos
Capítulo
CCa
appíítu
tuullloo 1111 \\\\ O ppoder
oodder
oder
er ddoo ees
especialista
spe
peci
cial
iaallis
lis
ista
ta
1136
36 1137
37
C A P Í T U L O 1 2
E
squeça a ideia de planejamento imaginando ser aquele
calhamaço de papel A4, que você deve ter aprendido
O
na faculdade ou escutado algum gestor falar. Eu, parti-
cularmente, gosto de planejamentos sucintos e eficientes.
Planejamento
Não é preciso gastar muito tempo planejando como seu
negócio será, empregue esse tempo estudando o mercado
e as características dele e do novo consumidor. Busque en-
tender como a concorrência tem agido, seja ela direta ou
não. O importante é colocar no papel para entender o que
de fato pode e deverá acontecer.
139
O empreendedor tem uma percepção de consumo e
precisa usá-la. Se ele está montando algo é porque consu- óbvio possível. Se você vende panelas, por exemplo, que
miu e enxergou ali uma possibilidade/oportunidade. Lem- chame algo do tipo “panelasnelas”, o importante é que o
bre-se que antes de ser um empresário, você também é um nome contribua para que as pessoas, mesmo que vejam
consumidor. Venda e aja da forma que você gostaria que de longe, consigam identificar do que se trata seu negócio
fizessem com você. Mais do que isso, a opinião dos outros apenas pelo seu nome. Nome e marca já passam informa-
é mais importante do que a sua, é preciso se permitir a ções cruciais de cara para um cliente, mesmo que este nem
pensar também no outro lado do balcão. O planejamen- entre na loja. Deixe claro o que você é ou não é!
to começa por aí, entendendo o mercado, a concorrência,
fazendo pesquisa de compra, escutando os consumidores. Outra dica importante é quando for criar seu logoti-
Além de avaliar se é melhor colocar uma marca própria, ou po, peça para uma empresa, ou profissional da área, fazer.
não, se é possível importar diretamente, avaliando os me- Você pode procurar uma agência ou sites na internet para
lhores distribuidores. Mas para que tudo isso faça sentido, encomendar um logo. Essa opção é ideal principalmente
é preciso entender antes o porquê as pessoas compram, para os pequenos negócios que geralmente já começam
como elas compram e o que você quer oferecer a elas. sem muito recurso financeiro. É possível também comprar
template¹ que você só altera no Photoshop o nome da em-
O nome e a marca presa nos logotipos prontos. A GraphicRiver² e o Template
Monster³ oferecem esse serviço para criar o seu logo de
Este sem dúvida é um dos temas mais difíceis de se che- acordo com as características do seu próprio negócio.
gar a um consenso, embora seja a primeira coisa que uma
pessoa faz quando pretender abrir algum negócio. Real- 1. Um template é um modelo a ser seguido, com uma
mente essa escolha requer muita atenção, afinal, nome e estrutura predefinida que facilita o desenvolvimento e
marca vão representar a história do empreendimento; essa criação do conteúdo a partir de algo construído a priori.
dupla é responsável por carregar uma identidade que vai
estar presente até mesmo quando o próprio negócio não 2. Uma plataforma online de venda e compra de logos,
estiver. Sem contar, que são as primeiras imagens que as disponibilizadas em layers de Photoshop, vetores, ícones,
pessoas “marcadas” (por isso chama marca) se lembrarão. complementos Adobe e templates de design.
Começa com um logotipo, um nome, e quem sabe um 3. Com mais de 50 mil desenhos de site, a empresa ofe-
dia se torne de fato uma marca que será reconhecida por rece modelos de website para todos os setores e campos de
seus produtos/serviços, pelas suas características. Eu gos- atuação. Solução rápida e de qualidade para quem deseja
to muito de nomes diferentes (para não dizer estranhos), um site personalizado.
originais, acho que chama atenção, mas deve ser o mais
Capítulo 12 \\ O Planejamento
140 141
Dessa forma, é possível economizar bastante porque
um logo nestes sites vai custar no máximo 30 dólares e
depois, ali mesmo, você pode comprar o material gráfico e
o que mais precisar para a loja.
Capítulo 12 \\ O Planejamento
142 143
a conhecer e tirar ideias apenas de negócios do mesmo se- Ainda apostam em reforma de loja, aquisição de prédios,
tor que o seu, é por isso que as lojas são tão parecidas! Faça salas comerciais, porque nestes bens ainda está embutida
testes, implante novas ideias. Por que você não pode ser o a ideia de tangível, palpável, solidez.
primeiro a propor mudanças e a fazer diferente? Mudanças
quebram barreiras e abrem caminho para inovação.
30% 70%
Tangível Intangível
Imóvel Marca
Ponto de venda Comunicação
Estoque Pessoas
Móveis Internet
Veículos Etc...
?
Porcentagem sugerida apenas para destacar a importâcia do investimento
nos intangíveis em relação aos tangíveis.
145
Por isso, o maior desafio é investir em bens intangíveis, in-
vestir em marca, comunicação. Observe que ao longo da his-
tória os varejistas sempre tiveram dificuldades para investir
em comunicação, isso porque não é algo que se possa pegar,
embora os resultados possam ser facilmente contabilizados.
Capítulo
Capít
ítullo 1122 \\ O Planejamento
146 147
D I C A S D O F R E D
a
a par
paus
DICAS
VENDER
praticamos para vender
nossos produtos e serviços
estão perdendo a eficácia.
A sua empresa
precisar olhar
para este novo
mais
mercado como
uma oportunidade
e não como uma
barreira.
149
A empresa que não se adequar a este novo mercado tem
grandes chances de não estar mais funcionando em poucos
anos, e olhe que nem estou levando em consideração as di-
ficuldades de ter um negócio em um país com falta de con-
dições reais de empreender, sendo ainda mais difícil para
Dica 2
quem atua no pequeno e médio comércio. Reuniões semanais breves e objetivas!
Estou falando das mudanças de hábitos de consumo e As pessoas precisam de um ponto de controle, de um
de uma nova maneira de consumir, os consumidores estão momento para conversar sobre metas, falar de problemas
mudando. E a sua empresa está? A importância de "REEM- dos produtos e de clientes. É um ótimo momento também
PREENDER” (empreender de novo) os nossos negócios é para os fornecedores treinarem sua equipe sobre seus pro-
muito grande, alguns terão que refazer quase do zero, isto dutos; ofereça a eles este tempo, 30 minutos é suficiente.
mesmo, não falo das estruturas físicas e sim dos conceitos e Cuidado: Perder tempo hoje é não treinar equipe e não
do modo de como estamos fazendo as coisas. mantê-la apta a atender bem seus clientes.
Dicas do Fred
150 151
Dica 4
Presença Digital! Dica 5
Expansão dos negócios!
Você como consumidor, com certeza, utiliza o seu
smartphone para pesquisar produtos, comprar e se rela- Muitos empresários acreditam que expandir seu negócio
cionar com marcas e pessoas, não é? Mas se você usa o é aumentar o número de lojas, mas fazer isto sem ter a em-
seu telefone como consumidor, porque ainda tem tanta presa bem escrita com certeza é aumentar os problemas. No
resistência em investir de verdade em uma presença digi- meu conceito, para expandir uma empresa não precisa, ne-
tal para o seu negócio? O consumidor está online e temos cessariamente, ser pelo número de lojas, você pode diversi-
muita tecnologia disponível, isto é fato! Você não tem mais ficar os canais de atendimento, criar nichos diferentes para
a desculpa de estar em uma pequena cidade ou que seu pessoa jurídica e física, separar vendas por maiores volu-
produto não vende pela rede digital. Essas limitações geo- mes, licitações, clientes especiais e transformar um simples
gráficas não existem mais. Se tem internet, acredite, você ponto de venda em vários segmentos. Crescer uma empresa
pode vender para qualquer lugar do mundo! É só querer! é aumentar lucros e não aumentar problemas!
Dicas do Fred
152 153
Dica 09
Inove no jeito de comunicar!
Dica 7
Sim, a propaganda ainda é muito importante, mas não
Personalizar o seu atendimento! adianta divulgar a sua empresa e não estar pronto para
atender o seu cliente. Se atender mal, sua propaganda de
nada valeu. Estude novos caminhos, use o Facebook, o
Procure conhecer melhor seu cliente, saber o que ele
Google, experimente novos formatos. Acredite, o cliente
gosta, o que ele se interessa. O cliente não gosta de receber
não aguenta mais receber folhetins em casa. Estes novos
mensagens de produtos que não lhe interessam ou que não
formatos estão dando muito certo, inclusive no interior.
tenham nada a ver com ele. Para começar esta dica, basta
Procure os especialistas e, se não achar, o Youtube está
que saiba o nome dele, depois entenda seu gosto e vonta-
cheio de vídeos que orientam como fazer.
des, demonstre interesse por ele. Tem uma frase que sem-
pre uso: se você se interessa pelo seu cliente, naturalmente
ele se interessará por você. Dica 10
Escreva sua empresa!
Dica 8
Vá para a linha de frente! O primeiro grande passo para colocar os itens acima em prá-
tica é escrevendo seu negócio. As pessoas que trabalham
com você, não podem adivinhar o que pode e o que não pode
Vá para o balcão e converse com seus clientes! Quando
fazer. O bom senso ainda não é comum no varejo, tenha um
começamos o nosso negócio estamos sempre em contato
regimento interno, ele é um norte para as pessoas conduzi-
com nosso cliente, mas aí as coisas se desenvolvem, cres-
rem bem sua empresa quando você não está por perto.
cemos um pouco e temos que ir para detrás de uma mesa
administrar, certo? Pois é, tire um tempo e vá para o balcão
conversar com as pessoas, e esteja pronto para ouvir críti-
cas e, quando ouvir, não fique justificando, anote todas, e
Dica 11
use na sua reunião semanal com a equipe. A crítica ensina Reinvente, empreenda de novo sempre!
mais que um elogio.
Esta é a dica mais importante, o seu negócio precisa ser
reinventado todos os dias, este é o segredo da permanên-
cia. Reempreenda!
Dicas do Fred
154 155
C A P Í T U L O 1 3
157
Caso você nunca tenha tido contato com estes termos necessários. Caso haja interesse, o leitor deve buscar algu-
e não entenda muito sobre responsabilidades fiscais, re- mas literaturas específicas sobre os tópicos seguintes para
colhimento obrigatório de impostos, nota fiscal, entre ou- aprofundar seu conhecimento.
tras tantas responsabilidades que você passará a ter que
cumprir legalmente, sugiro que procure um contador para
orientá-lo, antes mesmo de começar a materializar o seu
negócio. Com o auxílio de um profissional capacitado,
você não irá cometer erros (alguns podem até comprome-
ter o funcionamento legal da sua empresa) e irá cumprir
os prazos e estar em dia com os vários órgãos competen-
tes, que passarão a fiscalizar o seu negócio. Além disso, a
Secretaria da Fazenda exige um contador habilitado pelo
Conselho Regional de Contabilidade para que a inscrição
da empresa possa ser feita. Lembre-se que as empresas
possuem diversas obrigações, sejam elas tributárias, tra-
balhistas, previdenciárias ou de outra natureza. Em função
disso, os conhecimentos de um bom contador podem ser
cruciais para a aderência à legislação.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
158 159
tada (o porquê do nome) ao capital social da empresa. O anônima: as abertas, que possuem suas ações negociadas em
contrato social regulará a conduta entre os sócios, quanto bolsas de valores, que por sua vez, são reguladas por um ór-
será investido por cada um para iniciar o negócio, sob qual gão governamental (aqui no Brasil é a CVM), e as fechadas,
nome a empresa irá operar e como se dará sua responsabi- que obtém seus recursos pelos acionistas e é controlada por
lidade perante terceiros. eles ou terceiros. Dessa forma, é possível a entrada de novos
sócios numa sociedade anônima, pela venda ou compra de
Além disso, as sociedades limitadas não possuem um ações de outras pessoas que detenham tais direitos. E não é
prazo de duração e os sócios podem sair ou entrar na socie- necessário alterar o documento de constituição da socieda-
dade por meio de alterações de contrato. No contrato social de, que no caso é o Estatuto.
é determinado como isso será feito e como os sócios serão
remunerados pelas suas quotas. Ainda, numa sociedade li- Indicado para: empresas já consolidadas, com forte
mitada é possível determinar quais sócios serão adminis- crescimento e possibilidade de entrada de investidores ou
tradores da empresa e com qual frequência deverá fazer a outras formas de captação de recursos, como debêntures.
prestação de contas para os outros sócios. Essa é uma gran-
de vantagem, pois as responsabilidades do negócio terão
amparo legal no contrato social. Ou seja, caso algum sócio
tenha alguma atitude dolosa, este arcará com as responsabi-
lidades sem punir injustamente os demais sócios.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
160 161
Como qualquer empresa, sendo MEI é possível que a
empresa tenha seu número de registro de CNPJ e emita
nota fiscal pelo serviço prestado/produto vendido. O úni-
co ponto é que nem todos os tipos de empresas podem
optar pelo MEI, pois existem atividades que são restritas
a esse tipo societário. Fora isso, no MEI você não pode ter
sócio, pois prevê a existência de um único proprietário,
já que o nome da empresa é o próprio nome da pessoa
acompanhada do seu número de CPF, por exemplo: “João
Batista da Silva 999.999.999-99”.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
162 163
viduais podem explorar suas atividades por meio de um
a EIRELI faz com que a responsabilidade do sócio esteja
nome fantasia (ex.: “Casa dos Bolos”).
limitada à participação do seu capital social, o que atrai
muitos empresários pela segurança aparente que ela traz.
Qualquer pessoa pode abrir uma empresa individual,
desde que tenha capacidade para isso – entende-se como
Porém, a EIRELI prevê um capital social mínimo de 100
capacidade a aptidão para exercer direitos e assumir obri-
vezes o salário mínimo, pois como a responsabilidade do
gações (maior de 18 anos ou emancipado). Os empresários
sócio está limitada ao valor de capital social, o Fisco ten-
individuais assumem o risco dos negócios de forma pessoal
tou expandir a responsabilidade do empresário. O objetivo
e ilimitada, ou seja, embora se tratem de pessoas distintas
principal disso foi controlar e minimizar o risco de fraudes
(empresa = PJ e pessoa = PF) inexiste diferenciação patri-
com esse tipo de sociedade. Nessa mesma linha, há outra
monial para atribuição de responsabilidade. Dessa forma, o
limitação: cada empresário pode ter apenas uma EIRELI.
empresário individual responde pelas dívidas da empresa
de forma direta e com seus bens pessoais como garantia.
Muito embora o valor do capital social soe negativo em
algumas situações, ele favorece os empresários em outras.
Indicado para: pequenos negócios, especialmente para ativi-
Por exemplo, para obtenção de crédito, uma vez que tem
dades que não tragam grandes riscos operacionais ou para pes-
como garantia um valor de capital social maior que outras
soas que desejam gerir sua empresa sozinho, com baixo risco.
modalidades. Qualquer outra consideração em relação à
EIRELI estará regulada pelas regras ou normas aplicadas à
Sociedade Limitada, por exemplo, adoção de nome fanta-
sia e denominação social.
Empresário individual
Empresário Individual é a pessoa física que desenvolve
uma atividade empresarial, por isso nesse formato a em-
presa leva o nome do próprio empresário, por exemplo:
“João Batista da Silva – ME”. Porém, os empresários indi-
Capítulo 13 \\ A Burocracia
164 165
Cada perfil de empresa deverá se atentar para suas par-
ticularidades e verificar em quais operações é importante
ter contratos. Por exemplo, não faz nenhum sentido uma
mercearia assinar um contrato a cada chiclete vendido.
Por outro lado, é interessante que ela mantenha contra-
tos com seus principais fornecedores. Dessa forma, o uso
dos contratos deve sempre ser feito com um bom amparo
legal. Por isso, recomendamos que tenha um advogado de
confiança, tanto para a criação de contratos, quanto para a
revisão de documentos antes de assiná-los.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
166 167
pessoas jurídicas cujas atividades são regulamentadas pelo fixa por mês num regime tributário simplificado, porém res-
conselho de classe podem ser obrigadas a utilizar contra- trito ao faturamento de R$ 60 mil/ano e a algumas atividades.
tos de acordo com o exigido por esse órgão.
Basicamente, existem duas coisas que vão determinar
Os tipos de impostos que você vai encarar seu regime de tributação. A primeira é o faturamento (va-
lor total de notas de venda de produtos/serviços no mês):
O Brasil é um dos países com a maior carga tributária
do mundo, chegando a incríveis 40% do nosso PIB. Infe- 1. Simples Nacional – limite de R$ 3.6 milhões por ano;
lizmente, nós empresários precisamos trabalhar, e muito,
se quisermos nos manter no mercado e pagar todos os im- 2. Lucro Presumido – limite de R$ 48 milhões por ano;
postos. Andar no caminho certo e fazer tudo dentro da lei
não é fácil, porém é necessário. Por mais que pese (e eu 3. Tudo que ultrapassar esses limites, obrigatoriamen-
realmente sei o quanto pesa), uma empresa idônea é reco- te, estará no Lucro Real.
nhecida no mercado por sua conduta. Seus clientes, forne-
cedores e os próprios concorrentes, a respeitam por isso. A segunda é a sua atividade, que dependendo de qual
for, pode obrigá-lo ao Lucro Presumido ou Lucro Real in-
Antes mesmo de abrir as portas é preciso se ter uma no- dependente da faixa de faturamento.
ção precisa dos custos fixos e variáveis que você terá que
arcar para não ser pego de surpresa. Os custos fixos são
aqueles que não variam de acordo com o faturamento da
$
empresa, como salários e encargos, aluguel, conta de luz e
telefone, entre outros. Já os variáveis são aqueles que osci-
lam em dependência direta com as vendas, como compra
de matéria-prima, impostos, comissões para vendedores.
$
Capítulo 13 \\ A Burocracia
168
Simples Nacional Lucro Real
É um regime tributário simplificado para as ME e EPPs Por exclusão, ele abrange todas as outras atividades,
(Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte). Seu servindo para qualquer tipo de empresa. Os tributos são
nome vem do fato de unificar todos os impostos num só. pagos de forma separada, igual ao Lucro Presumido, po-
Além disso, seu cálculo é bem mais simples, sendo um per- rém, parte deles é sobre a receita bruta e outros sobre o
centual fixo da receita bruta, regulado pela faixa de fatu- lucro gerado pelo negócio, por isso o uso do termo Lucro
ramento e atividade. O Simples é uma opção que não vale Real. Pela necessidade de aferir exatamente o lucro gera-
para atividades intelectuais regulamentadas que precisem do é que essa opção de tributação tem um custo maior no
de registro de classe, por exemplo: engenheiro, médico, controle contábil, já que qualquer erro pode significar pa-
advogado, consultor empresarial, entre outros. Existem gamento errado de impostos e grandes multas (chegando
também outras limitações, entre elas, a impossibilidade de até a possibilidade de prisão).
ter sócios estrangeiros ou que seja outra pessoa jurídica.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
170 171
O site é muito prático e didático, por meio do guia bási- • Mista: combina imagem e palavra.
co de marca, apenas com cinco passos você consegue ga-
rantir a exclusividade em relação ao registro de um nome • Tridimensional: pode ser considerada marca tridi-
de um serviço ou produto, ou ainda um logotipo que o mensional a forma de um produto, quando é capaz de dis-
identifique e a marca propriamente dita. Ainda nesta mes- tingui-lo de outros produtos semelhantes.
ma página, você terá acesso a definição dos “tipos de mar-
ca”, poderá solicitar a transferência de direitos e obter ou- • Coletiva: a marca coletiva identifica produtos ou ser-
tras informações, incluindo a legislação sobre o tema. Caso viços feitos por membros de uma determinada entidade
ainda haja alguma dúvida, você pode acessar o Manual de coletiva (associação, cooperativa, sindicato, entre outros).
Marcas que também é disponibilizado pelo INPI. Apenas tal entidade pode solicitar este registro. Ela poderá
estabelecer condições e proibições de uso para seus asso-
Tipos de Marcas ciados por meio de um regulamento de utilização.
Já falamos anteriormente sobre a importância da defi- • Certificação: esta marca indica que os produtos ou
nição da marca/logomarca da sua empresa. E quando se serviços são certificados pelo titular da marca quanto à sua
trata de registrá-la, é preciso seguir à risca todos os proce- origem, modo de fabricação, qualidade e outras caracterís-
dimentos para garantir o direito de uso exclusivo no terri- ticas. A marca de certificação somente poderá ser utilizada
tório nacional, em seu ramo de atividade econômica, pelo de acordo com os padrões definidos no processo.
período de dez anos, a partir da data da concessão. O re-
gistro pode ser prorrogado por sucessivos períodos de dez • De Alto Renome: há empresas cujas marcas são am-
anos. Existem sete tipos de marca. Veja, a seguir, em qual plamente conhecidas e prestigiadas no mercado. Essas são
modalidade seu negócio se enquadra. chamadas marcas de alto renome.
A marca pode ser: O próximo passo é conferir os valores das taxas. Pes-
soas físicas e microempresas, entre outros, têm direito a
• Nominativa: é aquela formada por palavras, neologis- desconto. Emita e pague a Guia de Recolhimento da União
mos e combinações de letras e números. (GRU). A dica é: apenas comece o processo após pagar a
GRU. Acesse o e-Marcas e preencha o formulário online
• Figurativa: constituída por desenho, imagem, ideo- (nele, você precisará anexar à imagem da marca, se for o
grama, forma fantasiosa ou figurativa de letra ou algaris- caso). É possível também realizar todo o processo e fazer o
mo, e palavras compostas por letras de alfabetos como he- pedido em papel, basta ter acesso aos formulários.
braico, cirílico, árabe, etc.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
172 173
É importante ressaltar que o processo passará por di- descritivo, quadro reivindicatório, listagem de sequências
ferentes etapas, que poderão exigir do usuário o envio (para pedido da área biotecnológica), desenhos (se for o
de documentos. Lembre-se que cada caso é um caso, por caso), resumo, entre outros.
isso fique atento para não perder os prazos. É importante
acompanhar o andamento do pedido por uma das seguin-
tes maneiras:
Capítulo 13 \\ A Burocracia
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O primeiro passo ao acessar o Registro.br é verificar O aporte de capital geralmente chega para dar um fôle-
se o domínio que você deseja registrar já não foi utilizado go às empresas, principalmente os pequenos negócios, que
por outra pessoa. Se o endereço que deseja estiver dispo- nem sempre começam com uma quantia razoável de dinhei-
nível (se não estiver, o próprio site sugere outras possibi- ro para investir, até mesmo, em sua própria estrutura ou
lidades e você pode tentar outro que seja da sua vontade), projetos. E é justamente por isso que as empresas precisam
você poderá se cadastrar no serviço. Será necessário in- tomar cuidado com gastos desenfreados e endividamento.
cluir seus dados, como e-mail, nome completo, endereço Receber recursos de fundos melhora a saúde financeira do
e telefone, assim como criar uma senha dentro do serviço. negócio, mas é preciso saber usar para não piorar a situação
Fique atento, pois existem opções do tipo de domínio e ou prejudicar o que estava caminhando bem.
preços para o registro do domínio. Existem ainda, os re-
gistros sem custo, porém estes não são favoráveis para a As empresas têm dois meios de obter os recursos, através
indexação, ou seja, para que o seu endereço apareça no da capitalização ou do financiamento. Com a capitalização,
topo dos sites de busca. a empresa não tem o dever de restituir ou renumerar os só-
cios, não obstante seja evidente que todo sócio invista em sua
Depois de tudo preenchido e de você ter lido o contrato sociedade visando a um retorno financeiro, este apenas ocor-
de serviço, seguindo em frente, você verá a tela de paga- rerá se a empresa auferir lucros e estes vierem a ser distribu-
mento da taxa de registro do domínio. Serão oferecidos ídos na forma estipulada em seu contrato/estatuto social. Já
redirecionadores de e-mail e, assim, você terá um ende- com o financiamento, a empresa torna-se devedora dos pres-
reço de mensagens próprio para o seu site (por exemplo: tadores dos recursos e terá a obrigação de restituir os valores
casadopaodequeijo@casadopaodequeijo.com.br). tomados, com os devidos acréscimos remuneratórios.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
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participação acionária (quase sempre minoritária), com o principais informações sobre sua empresa, como foi cons-
objetivo de multiplicar o investimento inicial de forma rá- tituída, o que e como faz e, principalmente, como você
pida é o aporte de capital de risco. De maneira geral, tais pretende posicioná-la no futuro, com quais tipos de inves-
investimentos são feitos em empresas novas no mercado, timentos, em quais áreas etc.
as chamadas startups. Porém, alguns investidores prefe-
rem confiar seu dinheiro a ideias ainda não colocadas em
prática, o que gera um risco evidente, por isso é chamado
de aporte de capital de risco.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
178 179
Lembre-se que qualquer comissão ou benefício cedido
Antes de contratar um funcionário é preciso ler aten- ao funcionário deve servir única e exclusivamente como
tamente a Convenção Coletiva da categoria da qual ele faz estímulo para que ele possa trabalhar com mais determi-
parte. Assim, o empreendedor irá descobrir seus direitos nação e foco. Saiba recompensar sua equipe. Está mais do
e deveres. Após ter decidido contratar, o próximo passo é que comprovado que salários compatíveis com as expec-
passar ao seu contador para que ele dê prosseguimento à tativas dos empregados refletem em excelentes resultados
contratação e cumpra as formalidades legais, que inclui a para a empresa. Não faça economia “porca”, contrate o nú-
prestação de informações ao governo sobre a contratação mero ideal de funcionários que irá atender a demanda do
ou até mesmo demissão. seu negócio com competência e dedicação. Sobrecarregar
pessoas e funções, além de não ser uma boa ideia, pode
Tipos de comissão para vendedores fazê-lo perder muito dinheiro. Economize com o que real-
mente pode ser economizado.
Caso você contrate vendedores é preciso estar atento
em relação à negociação e pagamento de comissões. O
acordo entre a empresa e o contratado precisa ser claro
quanto ao percentual que será pago quando este efetivar
um número X de vendas ou alcançar alguma meta defini-
da pelo contratante.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
180 181
Importar e exportar é mais simples do Outro tabu que precisa ser superado é em relação às
pequenas e microempresas que podem sim (e devem) atu-
que você imagina ar no comércio exterior. Como requisito, essas empresas
deverão apenas cumprir com os procedimentos de habi-
Até poucos anos atrás, pensar em importação e expor- litação no Sistema Integrado de Comércio Exterior - SIS-
tação gerava uma resistência quase que natural provenien- COMEX na modalidade adequada às características da sua
te das dificuldades para comprar ou vender algum produto empresa, ou seja, a empresa que tem a intenção de atuar
para outro país. O que os empreendedores contemporâ- neste ramo somente deve acrescentar em seu objeto social
neos precisam entender é que as barreiras físicas e geo- a atividade de importação/exportação e regularizar seu re-
gráficas já não existem mais! Com o advento da internet gistro do RADAR junto à Receita Federal.
é possível, e cada vez mais fácil, negociar com as pessoas
e empresas, estejam elas onde estiver. Não importa o ta- Observe que não há exigência de capital mínimo e máxi-
manho do seu negócio, se você opera em um local gran- mo para que sejam realizadas as operações de comércio ex-
de e cheio de funcionários, ou do seu escritório, em casa terior, porém as operações deverão envolver valores com-
mesmo. O importante é movimentar e mostrar para quem patíveis com a capacidade econômica da empresa no caso
desejar ver o que você tem a oferecer. da importação. Na legislação aduaneira (que trataremos
logo em seguida), também não existe a exigência específica
Diferente do que muitos ainda acreditam, a abertura de vincular o objeto social da Pessoa Jurídica com os produ-
de uma empresa de exportação/importação é um proces- tos que são importados, portanto a princípio, é permitido
so normal, seja comercial ou industrial. O detalhe aqui importar qualquer produto dentro das exigências legais. No
é que será preciso nomear um contador e explicar deta- entanto, é recomendável a definição compatível do objeto
lhadamente qual tipo de empresa deseja abrir. A empre- social com as atividades que serão desempenhadas.
sa poderá ser exportadora, importadora ou exportadora e
importadora. É preciso definir também em qual segmento Vale ressaltar que tanto no caso de importações diretas,
do mercado irá atuar (CNAE). Como exportadora, pode- bem como indiretas (por intermédio de comercial impor-
rá vender sua própria produção (exportação direta) ou tadora), é necessário obter habilitação no sistema RADAR.
terceirizar através de uma Trading (exportação indireta). A exceção ocorre no caso das importações e exportações
Como importadora, poderá importar por meios próprios com despacho simplificado via Correios (Exporta Fácil e
(importação direta) ou por terceirizados (importação in- Importa Fácil) e outros couriers. Nessas situações, o RA-
direta). Neste processo é importante estar atento (assim DAR é dispensado no caso das exportações até o valor de
como foi falado em caso de abertura de qualquer empresa) US$ 50 mil por remessa e nas importações até US$ 3 mil.
se será melhor abrir uma empresa optante do Simples ou
não optante, pois terá impacto significativo na tributação.
Capítulo 13 \\ A Burocracia
182 183
Despacho Aduaneiro de Importação tributação? Se for comércio, seu produto tem ICMS/SUBS-
TITUIÇÃO TRIBUTÁRIA? Ainda se seu produto tem ST,
sabe em quais Estados?
O despacho aduaneiro de mercadorias na importação é
o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos
Segundo passo, agora é a vez de consultar seu Plano de
dados declarados pelo importador em relação às mercado-
Negócios para responder várias outras questões adminis-
rias importadas, aos documentos apresentados e à legisla-
trativas e também de custos de seu negócio e, assim, preci-
ção específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro.
ficar. Calcule seus gastos fixos e projete os flutuantes, crie
uma planilha para o auxiliar. Porém, lembre-se que sempre
Todas as informações referente ao despacho aduaneiro
terá que adequar ao seu negócio, onde deverá dominar es-
de mercadorias podem ser encontradas no site da Receita
tas questões levantadas como princípio básico.
Federal (www.receita.fazenda.gov.br) que é bem comple-
to e esclarecedor. Segundo informações que podem ser
aprofundadas nesse site, toda mercadoria procedente do
exterior, importada a título definitivo ou não, sujeita ou
não ao pagamento do imposto de importação, deve ser
submetida a despacho de importação, que é realizado com
base em declaração apresentada à unidade aduaneira sob
cujo controle estiver a mercadoria.
Fazer as contas:
Compra e venda - Lucro e rentabilidade
Capítulo 13 \\ A Burocracia
184 185
C A P Í T U L O 1 4
Gestão E
mbora não seja possí-
vel encontrar uma de-
finição universal para
o conceito de gestão, vamos
utilizar, a princípio, uma
definição básica encontra-
da em qualquer dicionário
e que abrange as esferas
que apresentaremos aqui.
Trataremos a gestão como
ato ou efeito de gerir; admi-
nistrar, gerenciar.
Capítulo 14 \\ Gestão
186 187
ção e liderança, de forma a atingir os objetivos organiza- A gente sabe que muitos negócios nascem de forma
cionais predeterminados. E engana-se quem pensa que ser experimental. Às vezes, uma pessoa começa a vender al-
gestor é uma tarefa fácil, muito pelo contrário. É preciso guns produtos em casa mesmo, depois leva para o traba-
aliar conhecimento teórico e conhecimento prático apli- lho e, quando percebe, o que começou de forma singela e
cado para auxiliar na criação dos processos e tomada de despretensiosa, acaba se tornando seu negócio principal.
decisões. Quando uma empresa nasce assim, é possível que o em-
preendedor mais sua esposa e filhos, por exemplo, consiga
Já no início do século XX, Henry Fayol dividia a gestão gerir todos os processos com certa facilidade. Nesse caso,
empresarial em diversas áreas funcionais especializadas, geralmente, uma planilha simples de Excel já é o suficiente
nomeadamente: técnicas ou de produção, comerciais, fi- para controlar o que entra, o que é vendido, o caixa e es-
nanceiras, de segurança, contabilísticas e administrativas toque. Mas quando o negócio começa a expandir em duas
ou de gestão. Atualmente, continua a ser considerado um ou três lojas, começa a complicar porque ele não estará
conjunto de áreas funcionais tais como a gestão financeira, mais presente em todas as lojas ao mesmo tempo. Aí não
gestão da produção, gestão de recursos humanos e gestão tem escolha, é preciso sistematizar os processos para não
comercial. Além destas, podem ainda ser consideradas ou- perder o controle. A criação de padrões, procedimentos
tras, que variam de acordo com a organização ou empresa, e a forma com que eles serão executados será através da
como a gestão estratégica, a gestão de estoque, a gestão de criação e implantação de um software de gestão.
negócios internacionais, a gestão da qualidade, a gestão das
tecnologias e sistemas de informação, entre diversas outras.
Software de Gestão
“A gente não precisa de tecnologia para vender, mas para
crescer”. Esta é uma frase do meu amigo Caio Camargo que
resume bem a importância do uso da tecnologia num negó-
cio. O que define se uma empresa precisa ou não de um sof-
tware de gestão é a cabeça do empreendedor. Quando um
empresário opta por um software, ele busca gestão em seu
conceito mais amplo, é ter controle e acesso às informações,
tudo muito bem apurado e organizado. Por isso, trata-se de
uma característica do varejista, não tem a ver necessariamen-
te com o tamanho da empresa num primeiro momento.
Capítulo 14 \\ Gestão
188 189
Tem muito software bom e barato, digo barato porque o
O primeiro passo quando o varejista opta por implantar empreendedor precisa fazer contas neste momento. Depen-
um software de gestão é ter todos os processos vitais do de da situação do negócio, e o valor cobrado, na maioria das
seu negócio muito bem definidos. Cada negócio tem suas vezes, se dá em função da lucratividade da empresa, o que
particularidades e características específicas. A dica é: an- torna muitas vezes irrisório o valor pago pela implantação e
tes de entrar em contato com qualquer empresa, desenhe manutenção do software. O que pode se tornar “caro” neste
seus processos, identifique e escreva suas necessidades. processo é a transferência de tecnologia da empresa para o
Por exemplo, o cliente entra na loja e é atendido? Ele mes- cliente (no caso, o empreendedor). Isso porque nesta etapa
mo vai até a prateleira, pega o produto e passa no caixa envolve “homem hora trabalhada” de profissionais especia-
ou precisa do auxílio de um vendedor para realizar uma listas que precisam se dedicar ao projeto para que ele fun-
compra? Existem vendedores comissionados? Esse exem- cione como esperado. É preciso treinar os empregados da
plo simples já nos mostra dois caminhos, seriam softwares empresa, vendedores, caixas, gestores, enfim, toda a equi-
diferentes. Na hora de adquirir um software ele precisa ser pe que faz parte do negócio. Leve em consideração na hora
a representação fiel dos processos que definem a sua loja. de fazer os cálculos que, uma vez instalada, esta tecnologia
apenas precisa ser atualizada. Você não vai trocar o sistema
Os softwares são customizados para atender de forma da sua empresa a cada cinco anos, por exemplo, isso acon-
certeira cada empresa. Existem áreas onde os processos são tece a cada dez, vinte anos dependendo do negócio. Se você
muito parecidos. Um supermercado pequeno, por exemplo, fez tudo certinho e comprar o software adequado não vai
terá basicamente as mesmas necessidades, independente, ter nenhum tipo de problema futuro, principalmente por
até do local onde está inserido. Mas mesmo que haja um isso, o custo-benefício é tão bom.
padrão para o segmento, é preciso ainda assim ter os pro-
cessos definidos para atender as demandas específicas. Basicamente, temos então três passos: a contratação do
software, a customização de acordo com as necessidades do
Diferente do que a grande maioria pensa, um software de seu negócio e a transferência de tecnologia. Depois disso, é
gestão não é um bicho de sete cabeças, pelo contrário, está necessária apenas a manutenção mensal que compreende a
cada dia mais acessível e disponível no mercado. A questão atualização do sistema. O que pode “desanimar” é o valor
é achar “a luva do seu tamanho”, é preciso envolver, pes- inicial que precisa ser desembolsado nos primeiros meses,
quisar, até realmente encontrar o software adequado para mas para isso existe também o financiamento do governo
sua empresa. Não adianta achar que todos os softwares são para auxiliar os empreendedores, se for necessário.
iguais, ou comprar por preço, porque quando for implantar
você irá se deparar com uma série de problemas que só irá A grande maioria dos softwares é um sistema único onli-
desgastar sua relação com a tecnologia. ne, que é capaz de organizar números onde obter acesso ao
estoque, vendas, entre todos os demais dados da empresa se
Capítulo 14 \\ Gestão
190 191
torna fácil, prático e seguro. O que os varejistas precisam trapartida, mesmo que de certa forma a tecnologia possa
entender é que mais do que um investimento necessário, eliminar algumas vagas, ela cria outras. Toda automatiza-
trata-se da automatização dos processos que, consequente- ção precisa de pessoas por trás para funcionar, para super-
mente, reduz custos e evita problemas. Faça as contas, veja visionar, para extrair tudo que a tecnologia pode oferecer.
quanto você gasta hoje para manter todos os processos de
forma manual. Contabilize os erros (que infelizmente são As descobertas alavancam o desenvolvimento da hu-
comuns) e converse com empreendedores que já utilizam manidade. Por isso, invista em tecnologias que poderão
algum software de gestão. ser parceiras do seu negócio. Não pense pequeno, saia da
sua zona de conforto. A mentalidade do varejista brasilei-
Observe como nos últimos anos, os bancos têm investi- ro ainda precisa mudar muito. Os americanos criam um
do em tecnologia. Atualmente, todos nós pagamos um va- pequeno negócio e já pensam em "dominar o mundo". Já
lor mensal para ter a conta, mas quem faz tudo, desde de- os grandes no Brasil, pensam em atuar localmente. Invista
pósito a pagamento de contas, somos nós. Raramente você em bons funcionários, capacitados, são eles que ajudam a
precisa ir ao banco (resolvemos tudo através da internet), pensar e a gerir seu negócio. Lembre-se que vivemos uma
eles já entenderam que assim tudo se torna mais rápido, nova era, onde o varejo está em constante transformação e
prático e até mais seguro. Mas para que tudo isso aconte- adequação. A nova geração de consumidores não pode ser
cesse foi preciso investir lá atrás e “treinar” os clientes, no mais atendida da mesma forma como era os nossos pais.
caso todos nós, para que pudéssemos resolver os nossos
próprios problemas sozinhos.
Capítulo 14 \\ Gestão
192
D I C A S D O F R E D
a
a par
paus
DICAS
Q U E
9 Erros
O V A R E J O
O varejo é um dos setores
mais atingidos pela
instabilidade econômica que
o Brasil atravessa. Segundo
Clientes
7% no primeiro trimestre de
2016, em relação ao mesmo
período do ano anterior.
ERRO
E Diante deste cenário
E O
ERRO
negativo, os comerciantes
devem ficar atentos para
E
ERRO
conquistar a confiança do
consumidor. Por isso, listo
aqui os 8 principais erros que
os lojistas devem evitar para
atrair e fidelizar clientes.
ERRO
E RR
ERRO
Erro 1
Mentir para o Cliente Erro 4
Cliente não é bobo, ele tem o conhecimento e acredite:
Criar metas irreais pra equipe de vendas
ele sabe que você está mentindo, sabe mesmo. Por isso, diga
Acredite, isso atrapalha o vendedor com o cliente, faz
sempre a verdade, se tem, tem, se não tem, diga que não tem.
com que ele force situações comerciais para chegar nestas
Não exagere com as características dos produtos, seja amigo,
metas, deixa o cliente acuado. E isso é exatamente o que
se interesse pelo problema do cliente que ele vai ficar seu fã.
você não precisa, principalmente em momentos de insta-
bilidade econômica. Desenvolva metas em conjunto com
Erro 2
sua equipe e lembre-se sempre: metas são feitas para se-
Criar falsas promoções rem alcançadas, não para sonhar.
Erro 3
Erro 6
Atender o telefone enquanto atende um cliente Não responder ao cliente nos canais de
comunicação da empresa
Para mim, é a maior falta de educação do varejo: você está
atendendo alguém e o telefone toca e você deixa o cliente Não adianta ter SAC, Facebook, Instagram e etc. mas
esperando enquanto atende o telefone ou pega o celular para não responder às demandas do cliente. Fique atento aos
responder mensagens. A maneira mais adequada para lidar canais de comunicação, responda com presteza e interesse
com essa situação é atender o telefone, mas pegar os dados em ajudar seu cliente.
da pessoa do outro lado da linha e retornar a ligação após
finalizar o atendimento do cliente.
Dicas do Fred
196 197
Erro 7
Foque no
Discutir com o cliente
O cliente sempre tem razão? Não concordo com esta
máxima, mas isto não me dá direito de bater boca com ele.
problema do
seu cliente!
Você quer ter razão ou vender? Foque no problema do seu
cliente e ajude-o a resolvê-lo. Assim todos ficarão felizes.
Erro 8
Esquecer de perguntar ao cliente se
gostou, se atendeu
O ideal é que todo lojista dê espaço para seu cliente te-
cer críticas positivas e negativas do seu produto ou servi-
ço oferecido. Assim, pode trabalhar constantemente para
atender cada vez melhor o seu cliente.
Erro 9
Não fazer pós-venda
Ao conquistar um novo cliente, é importante colocar-se
à disposição dele para compras futuras. Entre em contato
por meio do canal escolhido por ele, pergunte se gostou.
Também seja solícito em casos de trocas e resolução de
dificuldades que venham a aparecer. Um cliente que tem o
seu problema resolvido, volta sempre.
Dicas do Fred
198 199
C A P Í T U L O 1 5
201
E pior ainda, são as grandes empresas que estão auto-
matizando esse atendimento, ou até mesmo, orientando a
fine que vai estar presente
ligar para o 0800. Olha só onde mora o perigo, você rece-
na internet, vai estar como?
be o cliente num canal (internet) e o direciona para outro
Por meio de um site, blog,
(0800). Essa prática está completamente errada. Ou seja, a
redes sociais? Vou entrar
empresa já teve a oportunidade de atender o cliente ali e
para apresentar produtos e
acaba perdendo o contato (e talvez o cliente) porque a gran-
conceitos ou já vou vender
Sua marca não é de cara? Não é simplesmen-
de maioria não estará disposta a pegar o telefone e ligar, por
exemplo. Além de tudo, perde oportunidade de estreitar
mais importante te estar na rede. É preciso
relacionamento com o cliente e apresentar um pouco mais
mostrar o óbvio do seu ne-
do que vende e gócio, ou seja, o que você
da sua empresa. Nem sempre, você precisa ter um carrinho
de compras para efetivar uma venda, mas um atendimento
de como você faz, o que você vive. Sua
com excelência, a disposição e condição de resolver o pro-
marca não é mais importan-
atende um te do que vende e de como
blema do cliente, com certeza, fortalece o nome da marca,
da empresa e irá gerar, possivelmente, outras vendas. O
cliente. você atende um cliente.
atendimento qualifica o poder de venda.
Essa presença não é ape- E evoluindo esse ponto
nas você “estar” na internet, de venda pela internet, é
mas é para o consumidor possível inovar. Isso acon-
te procurar e para você ter tece quando a partir do seu
a oportunidade de divulgar comércio eletrônico você
seu negócio. Porém, o que passa a fazer de forma di-
muita gente parece ainda não perceber é que este processo ferente, a entregar mais
gera consequências. Se você está presente e automaticamen- do que o próprio cliente
O atendimento
te está divulgando seu negócio, como consequência você espera. Essa inclusive é a qualifica o poder
terá que passar a atender seus clientes por esses canais. Este maior arma que os peque-
é o ponto-chave: atendimento. Um erro muito comum entre nos varejistas podem usar,
de venda.
as redes pequenas é criar vários perfis em todas as redes so- é quando eles começam a
ciais e não responder. Antes de criar perfis, é preciso avaliar usar o mercado de nicho a
a capacidade de atendimento da empresa, pois é comum os seu favor, a oferecer produ-
consumidores fazerem perguntas e não obterem resposta. tos e serviços que não são
encontrados em qualquer
P
arece ser o mais simples, mas é o comércio mais com-
plexo porque envolve muitas questões que não preci-
Montando uma
sam ser pensadas, necessariamente, no e-commerce
ou no shopping. Como este livro é um manual, para tornar
Loja na rua o entendimento mais fácil e objetivo, listei pontos que pre-
cisam ser seguidos à risca por aqueles que estão inclinados
a se tornarem varejistas de rua, shopping ou e-commerce,
sucessivamente. São dicas e informações que poderão (e
deverão) evitar muitos erros, por isso atenção! Leia, releia
e, se for necessário, aprofunde sua pesquisa em relação a
1º - A escolha do ponto
209
2º - Fluxo ou nicho? fazer bem feito. E com isso, com a aparente vantagem por
não pagar de imediato o aluguel, os empreendedores aca-
Existe uma dificuldade muito grande em investir em bam se esquecendo de avaliar se seu negócio e produtos
comunicação, principalmente quando se conhece pouco. são ideais para serem comercializados naquele local. Esses
Têm negócios que se desenvolvem melhor quando estão centros, geralmente, funcionam para alimentação, produ-
localizados em lugares movimentados tais como bares, tos infantis, livraria, academia. Mas cuidado com as lojas
consultórios odontológicos, padarias, entre outros. Exis- comuns que não oferecem nenhum produto diferenciado,
tem casos atípicos de empresas de nichos que podem se nem serviço; essas lojas, infelizmente, não costumam vin-
dar ao luxo de abrir em locais mais afastados, porque o gar. E não se esqueça, independentemente de onde você
cliente vai atrás de diferenciais e produtos exclusivos. Ou esteja, é preciso divulgar sempre! Quem não é visto não é
quando já existe uma clientela fiel que reconhece a quali- lembrado, simples assim.
dade do serviço e vai se dispor a ir atrás. Do contrário, é
preciso avaliar o tamanho do ponto (calcule o investimen- 4º - Pegue carona
to por metro quadrado), preço do aluguel, fluxo de pesso-
as, entre outras características necessárias ao seu negócio. Outra dica é pegar carona em grandes empresas como
Você não precisa começar com uma loja grande, avalie sua supermercados, por exemplo, que mesmo em bairros, aca-
real necessidade e invista também, em paralelo, para estar bam gerando um movimento considerável porque se trata
presente na internet de alguma forma, como já citei ao lon- de uma loja fim, ou seja, os consumidores saem de casa
go destes capítulos. O importante é estar focado em resol- para fazer suas compras básicas do dia a dia em um su-
ver os problemas dos outros, afinal só assim que é possível permercado. São empresas âncoras que acabam criando
ganhar dinheiro, esteja onde você estiver. pequenos centros de conveniência. Observe que ao lado
de um supermercado sempre tem uma drogaria, padaria e
3º - Centros comerciais em bairros assim por diante. E este movimento pode ser aproveitado,
dependendo do público do seu negócio.
Nesse contexto, existem também os pequenos centros
comerciais nos bairros que tiveram um boom nas capitais e 5º - Fachada
nas cidades do interior. Mas é preciso avaliar se realmente
é um bom negócio. Tenho visto muitas lojas fecharem nes- A fachada tem um papel fundamental quando se trata
ses centros por falta de planejamento adequado. Às vezes, de um comércio de rua, ela simplesmente tem que chamar
os proprietários oferecem um ponto a custo zero ou fazem a atenção dos consumidores e fazer com que eles queiram
um acordo por tempo determinado, onde não é cobrado conhecer sua loja. Mas é preciso ter cuidado, tem gente
o aluguel. Mas aí tem que investir para montar a loja, o que anda confundindo as coisas, principalmente nas ci-
que geralmente requer investimentos consideráveis, se for dades do interior. Às vezes, você está andando por uma
S
egundo o Censo da Abrasce 2015-2016 (Associação Bra-
sileira de Shopping Centers), existem 538 shoppings em
operação no país. Em 2015, o segmento totalizou cerca
de 53.800 novos postos de trabalho. Estima-se que haja mais
de 1 milhão de empregos diretos nos shoppings brasileiros, o
que corresponde a um aumento de 5,5% com relação a 2014.
O número de frequentadores também saltou de 431 milhões
Montando uma
de visitas por mês para 444 milhões em 2015, alta de 3,2%
com relação ao ano anterior. O faturamento da indústria, em
1º - Público x Local
221
indiretos. Tudo isso precisa destes detalhes depois que o negócio começa a dar errado,
estar dentro do seu raio de e aí, eles vão pesquisar o porquê. É comum no momento de
observação e análise. entusiasmo e euforia, as pessoas deixarem passar detalhes
e questionamentos que, lá na frente, vão fazer toda a dife-
Projete seu Um erro que jamais deve rença. Não tome decisões por impulso! O melhor negócio é
negócio para ser cometido é montar uma aquele que você tem a certeza e convicção de estar no lugar
loja em um local/região ina- certo e na hora certa. Sem correria, sem usar a frase “não
longo prazo, não dequado. Imagine só abrir deu tempo de olhar isso ou de fazer aquilo”. Projete seu ne-
para “ver se vai uma loja popular em um sho- gócio para longo prazo, não para “ver se vai dar certo”.
pping de luxo ou vice-versa,
dar certo”. sem dúvida seu negócio seria 2º - Concorrência
“um peixe fora d´agua” e fa-
talmente seria visto por todos Depois de pesquisar de forma aprofundada e escolher o
como inapropriado. Por isso, shopping onde pretende abrir uma loja, o próximo passo é
conhecer seu público-alvo e conhecer seus concorrentes – diretos e indiretos. Se você
saber onde ele está (se frequenta aquela região e local) é um vende calçados e neste local já existem dez lojas deste seg-
dos primeiros passos para quem deseja obter sucesso em sua mento, é melhor repensar sua escolha.
nova empreitada.
Avalie a área primária, ou seja, existem mais concor-
Imagine só uma situação simples, porém bastante ilus- rentes diretos e indiretos fora do shopping, mas próximo
trativa. Se você pretende abrir uma loja voltada para os à região? Lembre-se que caso haja, você será mais um a
clientes que gostam de rock, uma loja temática e com pro- disputar uma fatia do segmento e que precisará ter muitos
dutos voltados para este segmento, mas por falta de pes- diferenciais para atrair os clientes e “superar” seus concor-
quisa o faz em um bairro ou região onde o estilo predomi- rentes, o que tornará sua jornada ainda mais difícil.
nante de música é o pagode, qual seria o resultado óbvio?
Antes de elaborar seu projeto, é preciso conhecer bem Visite seus concorrentes, veja como eles trabalham e o
onde irá atuar e qual será seu público efetivo. Se você ven- que você poderá oferecer em sua loja. O ideal, se possível,
de produtos para jovens, não adianta insistir em abrir uma é escolher um local onde a concorrência é menor para que
loja em um shopping tradicional ou em um bairro, onde a você possa se tornar uma referência naquela região. Entrar
população predominante seja de idosos, por exemplo. em um mercado já estabelecido e fechado não é fácil, a não
ser que seu negócio seja extremamente inovador e chegue
Por mais óbvias que pareçam ser estas dicas, é impres- para movimentar o local.
sionante o número de empreendedores que só se dão conta
A luva nada mais é do que o termo utilizado para de- • O tamanho é ideal ou precisaria de uma loja maior ou
signar o direito de uso daquele ponto/loja. Atualmente, a menor? Cuidado para não fechar um contrato e depois se
maioria dos shoppings não vende os pontos, apenas alu- arrepender por não atender suas necessidades.
gam. O que na verdade é bom, uma vez que assim existe
uma rígida e comprometida gestão para manter tudo fun- • Quem serão seus vizinhos? É bom pensar no projeto
cionando em perfeita ordem. Imagine só, se cada proprie- como um todo, inclusive nas lojas que estão ao seu lado, e
O contrato é algo que precisa ser estudado com muita cau- O empreendedor precisa estar com as contas e o valor
tela. Quando se refere a locação de imóveis em shoppings, do investimento que pode fazer, muito bem calculados,
eles são atípicos, geralmente não seguem o mesmo padrão para não comprometer o seu negócio. Tem loja que será
dos demais contratos. necessário um investimento de R$ 10 mil para montá-la,
outras valem mais de R$ 1 milhão. Por isso esteja atento,
O ideal (meu conselho) é optar por contratos iniciais faça as contas e não extrapole seu orçamento.
de cinco anos. Isso porque o contrato de 60 meses garante
ao locatário, depois deste período, sair quando ele quiser. Faça projeções. Por exemplo, se você investir R$ 100
Imagine só, se depois de tudo, todas as pesquisas e investi- mil para montar sua loja e fechar um contrato de dois anos,
mento para deixar a loja do seu jeito, você faz um contrato até lá terá lucrado o que espera e recuperado o que inves-
O varejista precisa ter muito claro o que vai gastar e como Se o número de shoppings está aumentado, proporcio-
vai aplicar seu dinheiro para não sair no prejuízo. Calcule seu nalmente, as responsabilidades dos lojistas também. É pre-
investimento inicial, o custo de ocupação, funcionários, impos- ciso estar atento ao mercado e suas mudanças, oferecer o
tos e demais custos dependendo do seu segmento de atuação. que realmente o consumidor espera encontrar. Bom aten-
dimento e vitrines atrativas e atualizadas são o mínimo
Por mais que abrir uma loja seja a realização de um sonho, que você pode oferecer para ser competitivo.
que mexe com as emoções, é preciso ter os pés no chão e ser
muito racional para não deixar o sonho se tornar um pesadelo. Lojas inovadoras e dinâmicas tendem a surpreender e
encantar os clientes. Muitos donos de loja parecem não per-
10º- Loja Dinâmica ceber que podem explorar, muito mais, o lugar que estão.
No shopping, o tempo de loja aberta é maior, você poderá
O shopping já costuma ter características que o tornam ainda abrir em feriados e nos finais de semana. Use das ar-
atrativo para os clientes. Se está chovendo, o consumidor mas e ferramentas que têm. Seja criativo, faça com que o
vai para não se molhar. Se está quente demais, vai pelo con- seu ponto de venda seja uma loja destino, onde as pessoas
forto do local e o ar condicionado deixa as compras ainda irão a determinado shopping, por seu negócio estar ali.
mais agradáveis. Observe que os grandes empreendimentos
não param de crescer país afora, isso porque além dos atrati- Agora que você já sabe o que fazer para alcançar bons
vos já mencionados, os shoppings têm se apresentado como resultados em sua loja, precisa pensar em definir metas e
um local para o consumidor resolver seus problemas. mensurar os resultados. Imagine um barco vagando em alto
mar, sem bússola ou qualquer instrumento de navegação,
Os shoppings estão acompanhando a tendência mundial sem saber exatamente de onde vem, nem para aonde vai.
de oferecer aos clientes o máximo de serviços possíveis em Assustador? Se você não têm metas definidas e não conta
um único local. Observe que já é comum ver academias, ban- com métricas e ferramentas para acompanhá-las, esta pode
cos, consultórios, correios, dentro dos empreendimentos. Já ser a realidade da sua loja!
se foi a época de ir ao shopping apenas para comer ou se di-
vertir. As pessoas estão buscando conveniência e praticida-
de na hora de resolver suas coisas. Então, se você parar seu
DICAS
Você possui uma lojaa
10 em shopping center?
O movimento do
r?
AS VENDA$
pontos e impulsionee os
seus negócios.
em lojas
pequeno e médio porte.
Caso você seja dono de uma
grande rede com pontos
de shopping
de vendas espalhados
em vários shoppings, a
estratégia é outra.
Dica 1
Dica 4
Métricas Atendimento
É preciso criar novos parâmetros, sem basear as deci- Ao analisar o fluxo de clientes e o número de vendas, é
sões apenas no faturamento. Não basta atrair o cliente para possível identificar a eficiência, ou não, do atendimento. O
a loja, sem converter a venda. Os contadores de fluxo têm vendedor deve mostrar-se simpático e disponível para mos-
aí um papel fundamental para avaliar a conversão. Com trar os produtos, solucionar o problema que o cliente levou
o número de clientes que entram na loja e o número de consigo e, até mesmo, criar outros desejos de compra.
vendas concluídas é possível desenvolver novas métricas.
Dica 5
Dica 2
Ofereça além / Supere as expectativas
Crie um time
O cliente chegou decidido à sua loja sobre qual pro-
Reuniões semanais são fundamentais para aproximar a duto precisa e você simplesmente entrega o que ele quer
equipe e, juntos, desenvolverem as metas. Essas devem ser e conclui a venda? Lembre-se que nesse momento, você
baseadas nas vendas das semana anterior, avaliando o flu- pode oferecer produtos relacionados ao que ele procurou,
xo de clientes e as vendas concluídas, exceto em semanas mostrar os benefícios desses produtos relacionados e, as-
atípicas, como as de datas comemorativas. sim, encantar o cliente e aumentar o ticket médio. Uma
boa estratégia é, na reunião semanal com a equipe, estudar
Dica 3
quais produtos podem ser vendidos juntos com um valor
atrativo e oferecer combos. Esses kits podem ser até uma
Defina uma nova estratégia boa opção de presente para os clientes mais indecisos.
Dicas do Fred
234 235
loja seja a primeira opção. Uma semana após a compra, li- ção. Invista em uma boa foto e um leiaute clean que atraia
gue e pergunte sobre o produto, veja a satisfação e se mostre a atenção. É fundamental mostrar profissionalismo em to-
disponível para qualquer problema ou para enviar as novi- das os seus canais de contato com o consumidor.
dades em primeira mão. Veja qual o canal de preferência de
cada cliente, e-mail, telefone ou WhatsApp, para que você
não se torne um chato ou invasivo. No canal escolhido, in-
Dica 9
forme sobre os lançamentos e ofereça exclusividade. A vitrine é a sua principal mídia
Dica 7
O visual da vitrine é determinante para que o cliente
entre, ou não, na sua loja. Ande pelo shopping, preste aten-
Relacionamento com o cliente ção nas vitrines e tente fazer diferente. Pense o que pode
atrair a atenção do consumidor para olhar a sua vitrine e
As pessoas que frequentam um shopping é porque mo- querer entrar na loja. Seja criativo, inove! Dependendo do
ram ou trabalham na região. Então, são esses clientes que perfil da loja e do shopping (quanto mais popular, mais co-
você precisa atrair para a sua loja. Investir em mídia de mum a prática), você pode colocar um promotor na porta
massa será um desperdício de dinheiro, pois mesmo que que ofereça uma degustação e convide para entrar à loja.
atinja um grande número de pessoas, apenas as que circu-
lam em torno realmente poderão ir à loja. Isso só é diferen-
te se a loja é realmente muito exclusiva ou está oferecendo
Dica 10
uma promoção imperdível. Sendo assim, opte por mídias Transforme a sua loja em um lugar
disponíveis próximas ao mall, como em ponto de ônibus,
no próprio ônibus e panfletagem. Quanto mais o cliente se identifica com a sua loja e se
sinta bem, mais ele irá querer voltar. Transforme a sua loja
Dica 8
em um lugar. Por exemplo, se a sua loja é direcionada para
o público masculino, crie um cenário relacionado a um
Faça parcerias com o marketing do shopping tema de interesse comum, como carro ou algum esporte.
Um segmento que tem feito muito bem isso, com bastante
O marketing do shopping deve ser um dos seus prin- louvor, são as barbearias, buscando uma intimidade maior
cipais aliados. Você já procurou saber quais mídias estão com o cliente. Elas têm transformado o salão em um bar,
disponíveis para o seu uso? A maioria dos shoppings dis- um lugar totalmente temático, inclusive com videogames.
ponibiliza espaço nas redes sociais e muitos lojistas não Assim, a experiência de cortar o cabelo ou fazer a barba
aproveitam este espaço. Se você não sabe fazer, contrate passa a ser algo muito mais completo, divertido e até um
alguém que saiba para criar uma peça web para a divulga- encontro com os amigos.
Dicas do Fred
236 237
C A P Í T U L O 1 8
Montando uma
Varejo na WEB: Sempre
Loja na internet que o Brasil passa por uma
crise econômica, ela afeta
diretamente o poder de compra
dos consumidores.
Capítulo
CCa
apí
p tulo
lo 188 \\ M
Montando
onta
ontand
ndoo um
uumaa lo
loja
ja nnaa in
inte
internet
teern
rnet
eett
2238
38 2239
39
Presença e cultura digital aprender a anunciar e usar as mídias a favor do seu negó-
cio. Investir em marca e comunicação, ou seja, em bens in-
tangíveis, ainda é outra grande dificuldade do nosso mer-
EVOLUÇÃO DOS E-CONSUMIDORES (ATIVOS) cado nacional. Isso deve ser feito de forma recorrente, não
uma vez ou outra, para anunciar uma promoção. A rotina
do negócio precisa estar lastreada na comunicação eficien-
VAR.
25 31% 23,1 te e efetiva. E isso, ou você sabe ou aprende da pior forma:
CONSUMIDORES
na prática e no fracasso.
(MILHÕES)
20 17,6
15
10
CONDIÇÃO DE PAGAMENTO
60% achar que a concorrência se dá apenas em função da oferta
57% de menores preços); mas como ela apresenta os produtos?
50%
50% Aconselho que você compre nos concorrentes para ver
FRETE GRÁTIS
PRAZO DE ENTREGA
40% como ele funciona, prazo de entrega, como ele aloca o con-
VALOR AGREGADO
teúdo. Faça prints (que vão ajudar a você a entender como
MARCA
PRONTA ENTREGA
30%
tudo funciona), quantas fotos o concorrente coloca, veja as
INOVAÇÃO
20% 23% 22% descrições (mas não copie, pois o Google identifica a cópia
17%
e pode penalizar o seu site). Não veja quem está fazendo
10%
10% 10% algo ruim, se compare aos melhores, principalmente nos
6% 5%
0%
Fonte: EBIT INFORMAÇÃO BASE:2,024 PERÍODO: 03 JUNHO A 11 JULHO/2016
pequenos negócios.
3º - Frete
1 SEM/
2016 42,0% 25,1% 33,0%
Quanto mais opções oferecer para os clientes, melhor. CREDIT CARD
Geralmente, é normal começar o processo de entrega com 000 000 000 000
O varejo compartilhado
Economia
compartilhada
Compartilhar! Essa é a expressão que
impulsionou as mudanças em relação aos
hábitos de consumo e está reinventando
a própria maneira de fazer e pensar os
negócios. Coworking é uma expressão para
trabalho em colaboração, compartilhar
valores em busca de sinergia. Nos últimos
anos, a ideia de ceder, alugar ou emprestar
espaços para realização de negócios veio
ganhando forma e força. Existem lugares
em São Paulo, por exemplo, onde lojas
de roupas alugam seu espaço para que
vendedores autônomos possam receber e
negociar com seus clientes.
261
Por meio da economia compartilhada, os negócios podem bank, ao patrocinar um programa de compartilhamento de
se tornar prestadores de serviços, fomentador de mercado bicicletas na cidade de Nova York, como já ocorre no Brasil.
ou até mesmo ser responsável por promover plataformas.
Sua base se dá por meio do compartilhamento pessoa-para O grande aprendizado que precisa ficar para as empresas
-pessoa (peer-to-peer), o chamado consumo colaborativo. é que o relacionamento com os clientes mudou. É hora de li-
Automóveis, alimentos, serviços, moradia, informação, tec- bertar seu negócio para ganhar o mercado. O maior exemplo
nologia, entre outros bens, podem ser compartilhados. do modelo de economia compartilhada é o aplicativo norte-a-
mericano Uber, que apresenta motoristas a usuários que de-
A ideia vem ganhando força mundo afora e grandes cor- sejam fazer um determinado trajeto de carro e fica com 20%
porações já passaram a adotar estratégias baseadas no com- do dinheiro cobrado pelo dono do veículo. Mas outros setores
partilhamento em seus principais negócios, como a Toyota, também começam a apostar nos serviços de compartilhamen-
ao alugar carros de concessionárias selecionadas e o Citi- to. No já famoso site Airbnb, é possível alugar um quarto, uma
casa ou mesmo um castelo; no Bliive, você usa seu tempo livre
para dar aula sobre um assunto que domina e, em troca, rece-
be aulas sobre um tema que é do seu interesse; no Parkingaki,
você pode alugar sua vaga de estacionamento caso não tenha
carro em casa. Já com o Zipcar, qualquer pessoa pode alugar
carros de outras pessoas, sem precisar de uma locadora.
DICAS D I C A S D O F R E D
INOVADORAS
tem impactado a forma de
fazer o varejo. São inúmeras
ferramentas que facilitam a
experiência de compra.
e promoções, conforme
a localização do cliente
dentro da loja, os beacons
oferecem aos varejistas
riqueza de dados e novos
insights de comportamento
do consumidor que podem
ajudar a tomar decisões
inteligentes de estoque e
leiaute da loja.
271
Internet das Coisas (IoT): A Internet das
Coisas (IoT, da sigla em inglês para Internet of Things),
é a possibilidade de criar comunicação entre objetos por
Check out self-service: Esse serviço em que
o cliente escolhe seus produtos e faz o pagamento no caixa
rádio frequência (RFID), podendo estar conectados à in-
de auto-atendimento já é muito comum em muitos super-
ternet. É uma ferramenta importante para otimizar pro-
mercados da América do Norte e Europa.
cessos e, também, oferecer experiências diferenciadas
para os clientes. A The Dandy Lab, usando a tecnologia
por meio de softwares da Cisco, passou a ter no seu inte- Big Data: Análise de grandes quantidades de dados
rior telas enormes que ficam embutidas nas paredes, indi- para a geração de resultados. Com esses dados, os varejis-
cando o preço, detalhes do produto e os níveis de estoque. tas conseguem adquirir diversos insights que influenciam
O cliente pode pegar a mercadoria, colocá-la num terminal desde as decisões de estoque até as ações de marketing e
de comunicação e checar todas as informações disponíveis os leiautes das lojas.
sobre o produto, além de receber conselhos sobre outros
itens que possam combinar com ele, de forma altamen-
te interativa. A IoT oferece uma experiência diferenciada
Robôs: Um dos cases mais comentados da NRF Big
Show 2016 foi o robô Tally, primeiro sistema do mundo a
para o consumidor e mesmo que sua popularização demo-
fazer auditoria de prateleiras e análises autônomas.
re um pouco no Brasil, certamente, já faz parte do varejo.
Criado pela SimbeRobotics, o robô é projetado para
Impressão 3D: Oferece aos varejistas a emocio- percorrer os corredores de supermercados e garantir que
nante perspectiva de produzir produtos personalizados as prateleiras sempre estejam abastecidas. Equipado com
sob demanda na loja. sensores que podem capturar informações sobre o estado
das prateleiras, o robô Tally relata, analisa e verifica a dis-
Drones: Para o varejo, os drones têm um enorme po-
ponibilidade da mercadoria no estoque. Ele pode operar
em segurança durante horas, rolando ao longo dos corre-
tencial para fazer entregas de forma mais rápida e mais bara-
dores, ao lado de clientes e funcionários.
ta. Segundo a MundoGEO, empresa especializada no setor,
o mercado de drones deve movimentar R$ 200 milhões no
Brasil neste ano.
Dicas do Fred
272 273
C A P Í T U L O 2 0
275
A teoria se difundiu no Para o especialista, cada uma destas variáveis está in-
mercado, ganhou força e serida nas atividades relativas ao seu campo de atuação.
reconhecimento, tanto que De forma simplificada, Kotler entendeu naquele momen-
levou alguns anos para o to que o produto possui como principais referências o seu
professor e também es- serviço, suas características técnicas, os tipos de design e
"Não é o mais pecialista contemporâneo embalagens desenvolvidas, os diferenciais entre os con-
forte que Philip Kotler, falar sobre o correntes, a construção e manutenção da marca, a varieda-
assunto. Kotler é referên- de de linhas, a qualidade, as devoluções e a política de ga-
sobrevive, nem o cia mundial quando se trata rantia. Ou seja, tudo naquele contexto estava relacionado
mais inteligente, de economia e marketing, às questões matemáticas e técnicas.
muitos o conhecem como
mas o que melhor um guru dos negócios em Para Kotler, a promoção está inserida na divulgação da
se adapta às função dos seus conceitua- Propaganda e Publicidade, nas ações de Relações Públicas
dos livros sobre Marketing e e estratégias de Trade-Marketing. Partindo deste entendi-
mudanças.” Administração. mento, a promoção seria a única forma de visibilidade do
Charles Darwin negócio, sem divulgação, sem atuação no mercado. A pró-
De forma conceitual pria palavra promoção é utilizada de forma maciça pelo
Kotler complementou a te- comércio como forma de chamar atenção e atrair clientes.
oria do Mix de Marketing e
a segmentou em quatro par- A Praça, que também pode ser chamada de ponto de
tes, porém inseriu a famosa venda, é constituída por seu canal de distribuição, armaze-
nomenclatura conhecida internacionalmente como os “4Ps namento e estoque, logística e unidades de lojas. Note que,
do Marketing” e a definiu como “o conjunto de ferramentas como eu disse, todas as referências são de um mercado estáti-
que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing co, imóvel e previsível (muito distante do que vivemos hoje).
no mercado alvo”. Ele difundiu a ideia de que os 4Ps são as-
sim chamados, pois compilam e reúnem todas as etapas do Quanto ao preço, a relação estava diretamente ligada aos
planejamento de ações de um Produto, desde a definição de tipos de crediário, financiamento e número de prestações, a
seu Preço, a Promoção de suas características e a Praça do condição de pagamento, o prazo médio e os descontos ofe-
seu mercado potencial. Observe que claramente as relações recidos. Mais uma vez aqui a precificação se dava em função
apontadas por Kotler descreviam as características de um de uma análise fria e objetiva que não considerava as va-
mercado da década de 1980 até meados dos anos 2000. Nes- riáveis humanas e mutáveis que envolve o varejo e agrega
te contexto, as relações, bem como as negociações, ainda valor. Por isso, sugiro uma evolução dos 4Ps do Kotler.
estavam exclusivamente relacionadas ao físico, ao tangível.
Os varejistas de forma
geral, até pouco tempo, se
“Preço é tudo preocupavam apenas com in-
vestimentos diretos em seus
quando não se negócios no sentido material.
oferece nada”.
Mas eles estavam esque-
Fred Rocha cendo o principal que é cui-
dar das pessoas. Sempre- Mais do que nunca, acredito
falo que o varejo é feito de
pessoas para pessoas, não
na força do varejo feito com
de máquinas para clientes. o coração por pessoas que
se orgulham de estar ali
Eles começaram a entender que é preciso humanizar os e fazerem parte daquele
processos no varejo, acredito que este seja de fato o futuro
do bom varejo. Precisamos fortalecer as relações, usar me- negócio. E para os varejistas,
lhor nosso tempo e valorizar mais as pessoas. A tecnologia que ainda não incorporaram
vem para dar escala ao atendimento, mas não assume o
papel de relacionar, de fazer varejo. Já vi lojas grandes, e e perceberam as mudanças
muito bem montadas, quebrarem porque o atendimento dos 4Ps não percam mais
era ruim ou os funcionários não estavam preparados e em
sintonia com o negócio o qual representavam. tempo, observem o mercado
e percebam as necessidades
Como consultor, sempre aconselho a valorização da
aproximação, do relacionamento aberto e real, as empre-
do novo consumidor. Já não
sas precisam investir mais em treinamentos e formação há mais espaço para dar
dos seus colaboradores que são a cara da sua loja.
“murro em ponta de faca” e
insistir em velhos erros.
Marketing e
Marketing e
Comunicação
Vendas Nenhuma outra palavra
está tão na moda quanto
marketing. Isso porque o
termo tem ganhado cada vez
mais visibilidade em função
do marketing digital. Com a
ascensão e proliferação dos
meios digitais, você pode
estar se perguntando: mas e
agora, como atrair os clien-
tes e trazê-los para as lojas
físicas? Em se tratando de
lojas em rua e shopping, não
apenas o empreendimento,
mas a loja precisa ser atrati-
va ao ponto de conquistar o
consumidor. Seja pela oferta
de produtos exclusivos, pro-
moções, decoração, leiaute
diferente e inovador, enfim,
as pessoas precisam lem-
brar-se de você e ter moti-
vos para ir até você.
O marketing é mais do
que estratégias de divulga-
ção, ele é responsável por
desenvolver uma percep-
ção positiva em relação à
O marketing é responsável por realizar pesquisas dos A máxima propagada pelos varejistas americanos “Re-
dados do perfil do consumidor, identifica tendências, com- tail is Detail”, ou seja , varejo é detalhe, torna-se a regra de
portamentos, para que você possa planejar as melhores es- ouro para as empresas que miram a inovação, a alta perfor-
tratégias para envolver as pessoas com a marca e alcançar mance. Investir em sonorização, aromatização, criar leiau-
o seu principal objetivo: vender. tes de flagships stores4 ou concept stores5 configuram-se
como saída para atrair o público para o interior da loja.
Com a web, o marketing ganhou maior interatividade
e mais dados, informações e ferramentas. É preciso saber Outra solução encontrada pelas redes na era do e-com-
transformar os dados coletados em informações úteis ao merce é usar os dispositivos móveis para localizar e atrair
trabalho de conversão de vendas. consumidores que estejam nas redondezas para suas lojas,
enviando ofertas personalizadas ou promoções. Essas ini-
O Marketing não deve ser dividido entre Marketing tra- ciativas atendem a uma demanda do próprio consumidor
dicional e Marketing Digital; deve ser visto como uma coisa de hoje, que quer receber informação que realmente lhe
só que é responsável por minimizar as incertezas, identifi- interesse. Através da análise de dados do consumidor é
car as oportunidades lucrativas e contribuir com o sucesso possível criar ofertas personalizadas.
do negócio. O que altera é apenas o canal, o investimento e
a capacidade de mensurar melhor todos os dados. Um dos exemplos que eu mais gosto de citar é da gigante
mundial Apple. As lojas da marca foram as primeiras a ado-
A Comunicação engloba todas as formas, ferramentas, tar o check out móvel. Com iPods, os atendentes finalizam a
ações estratégicas de concretizar o objetivo do marketing compra ao lado do cliente, dispensando os caixas e as filas.
em entender o negócio e vender. Tudo pensado para facilitar a vida dos consumidores e tornar
a compra em um momento ainda mais prazeroso e prático.
Novas
N
ormalmente, o varejista está acostumado a usar mui-
to o seu repertório de toda experiência no mercado
CCapítulo
Ca
apí
pítulo
píttulo
tu lo 2222 \\
\\ N
Novas
ovaass m
ov métricas
ééttrriicas
cas
ca
299
1000
Pessoas passam diante da loja
Quantas pessoas entraram na sua loja? Qual o número
300 Pessoas olham a vitrine de atendimentos a sua loja conseguiu fazer no mês? Qual
o ticket médio por atendimento? Quantas pessoas acessa-
ram o seu site? Quantas pessoas curtiram a sua página na
rede social e interagiram com a marca?
100
}
Pessoas 40% O Caio Camargo, meu amigo e editor do blog Falando
entram na loja Conversão de Varejo, avalia que toda análise de gestão está concen-
trada somente em quantas pessoas são atendidas contra
{
quantas pessoas compraram, o que é definido hoje como
40 taxa de conversão, normalmente registrada de maneira
Pessoas são
50% simplista, por meio do que é chamado de lista da vez. Po-
atendidas
Conversão rém, ele acredita que é possível pensar em novas possibi-
lidades para a gestão do vendedor, que não seja somente
a partir de um atendimento. Com isso, formulou um funil
20%
de vendas e oportunidades para o vendedor ou o gerente
20 Conversão
pensarem em uma gestão mais eficiente.
Vendas
301
Óculos indicam
para onde os
consumidores
como supermercado e farmácia. Esses, pelo perfil do ne- cas da loja, como itens vendidos e quantidade em relação aos estão olhando.
gócio, já possuem uma alta taxa de conversão. Quem entra produtos que estão nas áreas quentes ou não, é um dado inte-
em um desses estabelecimentos, sempre compra algum ressante que pode influenciar no leiaute da loja.
produto. Nesse caso, devemos nos atentar em desenvolver
métricas para aumentar o tícket médio. As métricas ainda podem ser aprofundadas com um
óculos que colocamos nos shoppers (consumidores) esses
Outra ferramenta interessante são as câmeras que identi- óculos indicam para onde os consumidores estão olhando
ficam as "áreas quentes", ou seja, onde os clientes param por e quais as comunicações que mais chamam a sua atenção.
mais tempo. O vídeo permite mais do que vigilância e seguran- Os dados então coletados podem mudar a forma de fazer
ça, mas o uso das imagens para coletar dados de inteligência marketing e contribuem para uma abordagem mais asser-
em tempo real para melhorar as margens de lucro. Ao iden- tiva do vendedor.
tificar pontos de destaque, áreas pouco frequentadas e garga-
los existentes, o gestor pode programar um sistema para gerar O Google Analytics é outro ponto importante que deve
mapas detalhados que retratam o tráfego de clientes durante ser analisado. Afinal, podem ter mais pessoas acessando o seu
determinado tempo. Combinando esses mapas com estatísti- site do que entrando na sua loja física. E você precisa saber
30 45 30
disso! São pessoas, clientes, não são só cliques. Ele consegue
gerar as principais métricas: número de visitantes presentes
Site Face E-mails
47%
no portal, a quantidade de pedidos, o abandono de carrinhos 30 60 30 da meta
e até mesmo o alcance de ações de marketing. Telefone Whats App Mail ATL
Voltando para o mundo offline: você é do tempo dos re- Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
latórios? Eles não funcionam mais, ficaram no passado. Isso
porque, apesar de analisarem o cenário para evitar problemas 1200
futuros, não permitem resolver algo no momento e, por isso, 200 355 170 344 122 vendas
não são tão eficientes como os KPIs. Os KPIs (Key Perfor-
mance Indicator ou Indicador Chave de Desempenho) são
desenvolvidos com o objetivo de identificar o que está fun-
cionando bem e o que deve ser melhorado. São indicadores Vendas por vendedor
de qualidade que contribuem para a criação de novas estra-
tégias e tomada de decisões. Geralmente, são indicados por
45 45 57 70
cores. Vermelho indica que o índice está muito ruim, laranja
é ruim, verde é bom e azul demonstra que está excelente. Paula Maria João Fred
Em momentos de desaceleração da economia, obter dados
qualificados para desenvolver estratégias e ações mais assertivas 55 60 65
que aumentem a taxa de conversão das lojas é fundamental.
Kátia Guto Carlos
Experiência
de compra C
om as infinitas possibilidades que a internet trouxe
ao mercado, como a interatividade e o multicanal, o
varejo não pode mais ser feito como nas vendinhas,da
época dos nossos avós. As pessoas querem comprar em
lugares que ofereçam experiências.
307
"As pessoas não
querem lojas
para ir, querem
lugares"
Fred Rocha.
308 309
Além do cenário, o restaurante possui uma lojinha com Você já parou para pensar
produtos relacionados ao tema, como brinquedos de ani-
mais. E aí? Conhece o Rainforest ou conseguiu se imaginar
como é a experiência que
nele? O bacana de proporcionar uma experiência de com- a sua loja proporciona
pra positiva é que ela mexe com o emocional do cliente,
torna-se uma memória que, provavelmente, será compar- aos clientes? Eles saem
tilhada com outras pessoas. E assim, novos clientes serão
atraídos pela experiência e não apenas pelos produtos e encantados? Caso
serviços oferecidos. Nos Estados Unidos, as lojas temáticas
são comuns. Aqui no Brasil, ainda estamos engatinhando,
contrário, está na hora
mas temos alguns exemplos. Ainda no clima da floresta, de ter criatividade e
saio dos Estados Unidos e vou para o bairro Santa Tere-
za, na cidade de Belo Horizonte (MG). Lá, o bar Fundos planejar a melhor forma
da Floresta tem a proposta de criar um ambiente místico.
Duendes, cogumelos, fadas e um painel de grafite com a
de surpreendê-los. Ou vai
imagem de uma floresta encantada compõem o clima e de- esperar que a concorrência
coração do lugar. O cardápio segue a mesma temática, com
petiscos, como o "Feitiço da Lua", "Pergaminhos do Mago" os conquistem? Lembre-
e o "Doce Veneno". No clima de mistério, toda sexta-feira
de lua cheia, uma "bruxa" faz uma visita ao bar para quei- se que a capacidade de um
mar incensos e purificar o ambiente. varejista de resolver um
Esses elementos sensoriais, de arquitetura, ambienta- problema no momento que
ção, interação, tecnologia e diversão contribuem para uma
excelente experiência de compra. Porém, a experiência ele surge é um dos principais
não deve ser o fim, mas o meio. O meio para que o cliente
compre mais, para que ele volte à loja e a indique para a
fatores para uma experiência
sua rede de relacionamentos. de compra fascinante.
Marketing de
Cuidado com a quebra de expectativa
315
O que acho muito importante destacar é que o marke-
ting deve representar o que o seu cliente encontra no pon-
to de venda ou na loja virtual. Se você faz um marketing
prometendo mil coisas que não são possíveis de entregar,
isso é picaretagem. O meu objetivo neste capítulo é alertar
sobre uma prática que, infelizmente, tem sido muito usada
Em um mercado
no mercado: inflar o marketing em cima de um produto e cada vez mais
vender o que não existe. Essas marcas estão vendendo pro-
messas, rótulos e, não, produtos.
competitivo, ter um
comportamento
E aí, você se questiona se há mercado para esses falsos
produtos? Sim, existem muitos consumidores vulneráveis e
que gere a
carentes em um mundo desestabilizado e, às vezes, algo que insatisfação do
parece milagroso, pode ser a solução que eles tanto buscam.
cliente pode ser
Quem faz o "marketing" desse tipo de negócio não deve fatal. Promessa é
ter credibilidade. Para essa pessoa que não pode ser consi-
derada um profissional de marketing, dou o nome de mar-
dívida!
queteiro, alguém que vende produtos que não existem.
Eu não
quero empreender.
V
ocê quer ter um negócio, mas não quer correr todos
O que eu faço?
os riscos e incertezas de um empreendedor? Já pen-
sou em abrir uma franquia? É uma boa opção, já que
o modelo de negócio passou pela fase de teste e aprovação.
Franquias
aos marinheiros de primeira viagem.
319
Em momentos de crises econômicas as franquias tam- Outra crença é pensar que vai trabalhar menos porque
bém são indicadas porque o modelo, testado e aprovado, deixou de ser funcionário e agora é patrão. O que existe no
entre outros motivos, impulsiona o crescimento do setor. franchising é uma maior possibilidade de sucesso, devido
Mas as ideias preconcebidas que alguns têm do franchising ao repasse de experiência da franqueadora, mas o envolvi-
devem ser esclarecidas, para que elas não se tornem frustra- mento de cada gestor na administração diária da operação
ções no futuro e nem resultem no fechamento da franquia. é o que realmente será o diferencial do negócio.
Ao começar um negócio, um dos pontos que mais cha- Por fim, há o mito de que investir numa franquia é muito
mam a atenção é o retorno financeiro. Muito se fala que os caro e restrito. Há algum tempo essa afirmação não faz mais
investimentos em franquias têm retorno rápido e garantido, sentido, pois atualmente qualquer pessoa pode entrar para
no entanto, a afirmação não é tão simples. O prazo de retor- o franchising. Os segmentos são os mais variados possíveis
no da aplicação deve ser analisado no estudo de viabilidade com as mais de três mil marcas associadas à ABF, assim
financeira da franquia. O franqueador não pode garantir re- como os preços, que giram entre R$ 15 mil e R$ 2 milhões.
ceitas, pois há muitas variáveis envolvidas nesse processo,
e somente um estudo do próprio interessado na compra da Na administração de franquias, assim como em qual-
franquia poderá aproximar estes números da realidade. quer negócio, não existem fórmulas mágicas para gerar
dinheiro sem trabalho duro. O franchising apresenta fa-
Entre os muitos mitos está também a falsa ideia de cilidades, mas os resultados surgem a partir da dedicação,
candidatos a franqueados que acreditam que a escolha da perseverança e resiliência. O franqueado disposto a se
franquia deve ser baseada no gosto pessoal em um produto dedicar a sua franquia vai colher os melhores resultados
ou serviço de uma determinada marca. Existem diferenças possíveis do setor. Ao unir as forças de alguém disposto a
entre gostar, comprar e vender. O que agrada ao empre- trabalhar e as facilidades do setor, os ganhos serão muitos.
sário como consumidor pode não agradar ao mercado em
geral e assim também não satisfazer as expectativas dele
como gestor. Por isso, é importante um estudo para dire-
cionar o potencial de consumo daquele produto ou serviço
na região onde será instalada a franquia.
Capítulo 25 \\ Franquias
320 321
Ingressar no mundo dos negócios requer um planeja- O fato de ser iniciante no franchising não significa que a
mento amplo em todos os aspectos. Quando se trata de rede terá dificuldade em concorrer com os grandes repre-
franquias, a análise da escolha do empreendimento deve sentantes do mesmo segmento. A novidade pode repre-
considerar o que será mais rentável e duradouro, avalian- sentar mais uma opção de consumo e experiência, tanto
do os prós e contras do investimento em uma franquia para o mercado quanto para o consumidor.
consolidada ou em uma nova marca. O processo deve ser
criterioso, pois cada nicho de mercado apresenta caracte- Um fator importante nos dois modelos de franquia,
rísticas diferentes para cada perfil de investidor. novo ou consolidado, é que seja feita a mensuração da
capacidade do negócio ser replicado, isto é, se há distri-
Uma das grandes diferenças entre as duas opções está na buidores, profissionais qualificados, logística adequada de
bagagem e capacidade de operação do negócio. A marca esta- acordo com o ponto em que se pretende instalar a unidade.
bilizada já passou por testes de mercado e isso garante certa Um levantamento de aceitação do produto/serviço tam-
experiência em caso de dificuldades. Já uma franquia nova é bém deve ser feito. Para a visualização das possibilidades é
um negócio ainda não consolidado, cujos futuros problemas importante que o empresário conte com a opinião de espe-
deverão ser solucionados pela primeira vez, demorando mais cialistas que possam ajudá-lo a colocar tudo no papel: pre-
tempo e consequentemente com maior custo. parar um plano de negócios analisando mercado, concor-
rência, competitividade, imagem da marca e simulações de
Com o grande volume de franquias em operação no resultados do franqueado e franqueador em curto e longo
Brasil, a tendência é a expansão maior do setor relaciona- prazo, planilhas financeiras, mapeamento de territórios
do a números de unidades por rede de franquia. O empre- para expansão e perfil ideal de franqueados.
endedor deve considerar que alguns franqueadores novos
se preocupam mais em venderem novas franquias que ofe- A recomendação para quem deseja investir em uma fran-
recerem um suporte operacional para o desenvolvimento quia é traçar claramente em qual perfil de mercado deseja
do volume de negócios em cada unidade. A situação é um se inserir. O êxito do negócio dependerá da estruturação da
sinal de alerta, pois o empreendedor será prejudicado ao empresa para enfrentar as dificuldades e da perseverança
comprar sem experiência. Adquirir uma marca nova não e flexibilidade dos gestores para se adequar às mudanças e
deve significar comprar a falta de experiência. O status de dificuldades que surgirão. A maturidade e sucesso de qual-
nova deve se ater à marca e não influenciar na capacida- quer negócio, consolidado ou não, demanda tempo e o em-
de de transferência de conhecimento para a operação do preendedor deve ter consciência desse processo.
negócio. Ainda é preciso considerar o tempo de atuação
da empresa no mercado, conferir o número de unidades As franquias seguem as tendências e necessidades do
em operação, quantos pontos da rede foram fechados e os público e, atentas, ocupam os mais variados espaços pos-
motivos desse encerramento. síveis para replicar as boas práticas do franchising. Os
Capítulo 25 \\ Franquias
322 323
empreendimentos físicos já estão consolidados e perma-
necem em constante expansão. Outro espaço que está
Para gerenciar uma franquia
ganhando notoriedade no segmento é o ambiente digital, digital com excelência é
pois a operação de uma franquia online potencializa as preciso estar inteirado com
possibilidades de divulgação e venda do produto ou ser-
viço. O território da internet não tem limites de tempo e a dinâmica do ambiente
de espaço. Se a franquia digital for bem trabalhada, torna- eletrônico, conhecer e saber
se mais viável e acessível alcançar um bom faturamento e
expansão da marca.
aplicar as ferramentas de
marketing digital e dominar
A junção franchising e e-commerce, dois segmentos em
constante expansão, é uma parceria ideal para ambos os
as tecnologias que se renovam
setores. O potencial das duas áreas pode ser aplicado para constantemente. Isso
aumentar ainda mais seus resultados. O franchising é um permite explorar ao máximo
modelo de negócio testado e aprovado pelo mercado e por
isso apresenta mais segurança ao investidor. O e-commer- o potencial da venda virtual.
ce, por sua vez, amplia as possibilidades de venda da fran- As franquias digitais podem
quia, já que não existem barreiras físicas para a divulgação
do produto ou serviço.
ser um ótimo negócio para
quem pretende se inserir no
As franquias digitais chamam a atenção pelo investimen-
to menor que o das convencionais, já que não exigem pon-
universo das franquias. Se
to físico de venda. Os valores para comprar uma franquia houver vontade para trabalhar,
digital variam entre R$ 15 mil e R$ 50 mil. Embora possa disposição para aprender,
existir a falsa impressão de que é mais fácil administrar esse
modelo de negócio, a operação no ambiente online exige os persistência para semear
mesmos parâmetros das franquias tradicionais. A operação e alcançar os resultados, o
deve ser feita segundo a Lei do Franchising (8.955/94). An-
tes de iniciar o empreendimento também é preciso planejar
negócio pode se tornar sua
o investimento; pesquisar o mercado; avaliar o franqueador; fonte de renda e proporcionar
conversar com outros franqueados da marca; ter afinidade
com o segmento; e verificar o tipo de suporte que será dis-
maior segurança diante das
ponibilizado pelo franqueador. incertezas econômicas.
Capítulo 25 \\ Franquias
324 325
É cada vez mais evidente que o franchising brasileiro, 5. Logística e distribuição: No varejo, contar com uma ca-
ainda com o contexto econômico desfavorável, vem mos- deia de suprimentos bem estruturada e funcional é impor-
trando sua força. Embora os números mostrem um cenário tante para fornecer o produto certo, na hora certa, e com
positivo, o sucesso de uma franquia é sustentado a partir preço adequado ao negócio.
de determinados pilares que necessitam ser respeitados.
Deve ser claro para o empreendedor que ser franquea-
1. Crescimento e projeção da marca: O franchising pode do é uma grande responsabilidade. É importante conversar
ser definido como aluguel de marca com transferência de com outros franqueados da rede para entender a satisfação
conhecimento, e por isso ela se torna muito relevante. Ter deles com o negócio. Contar com a ajuda de consultores
uma marca que cresce constantemente e se projeta ao mer- especializados em franquias pode ajudar o empreendedor
cado de forma positiva pode assegurar uma maior aceita- na busca de negócios com estes requisitos.
ção dos consumidores. Vale observar a capacidade de re-
novação dos produtos e serviços para que ela seja perene e
se mantenha desejada.
Capítulo 25 \\ Franquias
326 327
Microfranquia pode ser uma boa opção da empresa, além de identificar o tipo de suporte ofere-
cido à rede; satisfação dos franqueados; conhecer a con-
corrência; viabilidade econômica e financeira do negócio;
Baixo investimento, custo operacional reduzido e ope-
verificar a documentação; planos de expansão da marca e
ração simplificada caracterizam as microfranquias, que
analisar o ponto com uma pesquisa ampla e, claro, contar
possibilitam que muitas pessoas realizem o sonho de se
com a opinião de um especialista.
tornarem empreendedoras. De acordo com a Associação
Brasileira de Franchising (ABF), para se enquadrar como
O processo de retorno do capital investido é mais rápido
microfranquia o empreendimento precisa ter o valor má-
que em franquias mais caras, pois a lucratividade é maior,
ximo de investimento de três vezes o PIB anual per capita
uma vez que a microfranquia tende a ter menos despesas
(Produto Interno Bruto por habitante), e os valores variam
operacionais. Outra dica importante é sempre contar com
entre R$ 5 mil e R$ 80 mil.
uma poupança reserva, pois o retorno pode demorar mais
que o previsto. O ideal é investir até 2/3 do capital dispo-
Um dos atrativos está na taxa de mortalidade, que é me-
nível, uma vez que o tempo de maturidade pode dilatar e
nor, em comparação às microempresas autônomas, chegan-
se não houver uma reserva, o microempresário pode se
do a 5% nos três primeiros anos, conforme dados da ABF. Já
ver em apuros, e, normalmente, as decisões tomadas nes-
entre as microempresas chega a 48%, segundo o IBGE.
ses momentos não são as mais acertadas. Qualquer negó-
cio tem riscos e a microfranquia não é diferente.
A expansão do setor iniciou em 2008 e segue linear
desde então. O mercado continua amadurecendo e está
Após conhecer um pouco mais sobre o universo das mi-
em fase de experimentação. A modalidade é uma das que
crofranquias, percebe-se que o modelo possibilita oportuni-
mais crescem no país. O importante, sobretudo, é plane-
dades de trabalho e aumento de renda para quem quer ter
jar para garantir que o investimento, mesmo pequeno, seja
seu negócio próprio. Aposte na vantagem de adquirir um
rentável, pois a microfranquia requer máxima atenção do
negócio que já tenha sido testado e avaliado como lucrativo,
investidor. O recomendável é que o operador se dedique
além de atuar com uma marca já reconhecida no mercado.
a conhecer o campo das leis, encargos sociais, impostos.
O sucesso depende de disposição para trabalhar com dedi-
cação e persistência. O resultado pode ser a transformação
A microfranquia pode ser uma ótima oportunidade
da realidade econômica e social do investidor.
para empreendedores iniciantes, com poucos recursos e
que buscam o reconhecimento prévio da marca e o apoio
que será prestado pela franqueadora. A compra desse mo-
delo de negócio requer que o investidor reconheça que a
operação depende de sua participação direta no cotidiano
Capítulo 25 \\ Franquias
328 329
D I C A S D O F R E D
a
a par
paus
DICAS
O Fim dos
INTERMEDIÁRIOS
shopping, já é possível
perceber essa tendência
de uma transição entre
indústria e varejo.
Dicas do Fred
332 333
C A P Í T U L O 2 6
Loja funcionando,
CLIENTE VOLTAR!
ling, peça dados básicos como telefone ou e-mail, assim
você poderá enviar mensagens para informar seu cliente
sobre as próximas ações que serão desenvolvidas.
341
Dicas do GRANDÃO
( Caio Camargo)
As marcas hoje são onipresentes, ou seja, estão presen-
tes em todos os canais possíveis e existentes, e deste modo,
não é difícil nomearmos indústrias que não mais precisam
de intermediários para se relacionar e até mesmo vender
VENDER
BEM HOJE ESTÁ NA
com a marca.
Dicas do Grandão
342 343
surge uma demanda cada vez maior pela produtividade, e utiliza sim, a loja como um grande showroom de possi-
principalmente em locais como o Brasil, ainda engatinhan- bilidades de compra. Vendedores precisam entender que
do em termos de inovação e tecnologia. trabalhar no varejo não é trabalhar para uma fábrica, onde
o que manda é “fazer o que lhe mandam” dentro de seu
Sim, pois o grande varejo brasileiro ainda é aquele re- horário de trabalho. Trabalhar no varejo, ser vendedor, é
alizado nas periferias e pequenas cidades, longe das gran- sobretudo, trabalhar para você, para a construção de sua
des redes e marcas, utilizando uma caderneta para anotar venda e seu rendimento mensal.
as compras, com o sorriso e o umbigo do patrão do outro
lado do balcão. E basta falarmos em crise, para falarmos em queda de
vendas. O segredo de vender bem hoje não está apenas nas
O varejo brasileiro ainda é passivo em relação aos seus questões de preço ou de comprar e vender bem. A qualida-
consumidores. Vendemos para quem entra por nossa porta. de de atendimento, embora essencial, só se faz valiosa se
Vendemos para quem se aproxima e se comunica com nos- mensurável de alguma forma, e uma das melhores formas
sos vendedores. De certa forma, estamos “esperando” para para isso está em mensurar corretamente a produtividade
vender, e não vendendo, no sentido proativo da palavra. de sua equipe e seu negócio.
De cada cinco pessoas que entram em uma loja, de- Pense nisso.
cididas a comprar da marca, seja por preferência ou até
mesmo curiosidade, o varejo brasileiro consegue somente Caio Camargo é um incansável apaixonado por tudo que
vender para uma pessoa, ou seja, um aproveitamento de possa estar ligado ao mundo do varejo e ao futuro deste.
apenas 20%. É preciso agir e fazer a diferença. Arquiteto, blogueiro, palestrante, professor, executivo, an-
jo-investidor e empreendedor, criou um dos principais sites
O modelo passivo de varejo com a revolução digital sobre o varejo brasileiro, o Falando de Varejo, no ar desde
vem se transformando rapidamente. Não precisamos fa- julho de 2008. É uma das principais referências do mer-
lar de termos como omnichannel ou RFID para o pequeno cado quando se trata de vender mais e melhor. É autor do
empreendedor, mas precisamos desde já criar uma nova livro Arroz, Feijão & Varejo.
cultura de varejo proativa, que busca seus consumidores
Dicas do Grandão
344 345
Dicas do Xará ( Fred Alecrim) marca por algum motivo, logo você não precisa convencer
Movimento ele de que o que você vende é muito bom, ele já sabe disso.
G E R A
terioso nesse movimento. O perfil definido deve ser um guia,
mas é muito importante que a ansiedade e a necessidade não
façam com que você escolha o menos ruim. O profissional
347
sem deixar de ser gente. Comunique-se de forma estimulan- dias, mesmo naqueles dias mais difíceis e ainda fazer isso feliz.
te, sempre elogiando os comportamentos que merecem, pre- O que pode ajudar é quando o seu profissional encontra a CAU-
cisam ser elogiados e dando direção, orientação em relação SA dele, ou seja o motivo pelo qual ele vai trabalhar feliz todos
aos comportamentos que precisam ser melhorados. os dias na loja e consegue conectar com o seu trabalho. Dessa
forma, o trabalhar na loja passa a ter um significado muito maior
Remunere bem: Remunerar bem faz com que o profissional do que vender e bater metas. Isso é visto muito mais como algo
deixe de ter a grana como uma preocupação diária e possa se do ponto de vista da empresa. Mas, quando ele conecta a CAU-
concentrar em atender bem, vender melhor e investir no rela- SA dele à sua loja, ele dá um significado pessoal ao trabalho. Vou
cionamento com os clientes, aumentando e muito as oportuni- trabalhar na loja todos os dias, pois estou terminando de pagar
dades para melhorar vendas, margem e reputação do seu negó- as prestações da minha casa própria e faço isso com a grana que
cio. Será que não é melhor ter menos gente em sua loja, sendo ganho aqui. Esse motivo é dele, pessoal e por isso esse profissio-
estas as melhores e remunerá-las melhor do que ter muita gente nal não precisa da motivação de nenhum chefe, ele já tem a dele,
mais ou menos, remunerar mal e ainda cobrar muito delas? o que ele precisa é que o chefe não o desmotive.
Ative movimentos para o bem: Estimule seus profissionais Cuide da ALMA do seu negócio: Ambiente estimulante e
a cuidarem da sua saúde. Quanto mais saudáveis forem, mais equilibrado faz com que o seu negócio tenha profissionais mais
energia terão na vida e no trabalho. Ajude-os nesta busca por felizes, mais produtivos e queiram trabalhar com você por mais
um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Quanto mais tempo. É o que chamo de C.U.R.A. Empresarial. C.U.R.A. é ter
equilíbrio conseguirem, mais realizados se sentirem, isso traz em sua loja uma Cultura Única de Respeito e Aprendizado.
ótimas consequências para o ambiente da loja e também para
os resultados. Cuide com Atenção do Cliente: Venda o que ele quer, pre-
cisa e pode pagar. Vender é relacionamento e relacionamen-
Estimule a produtividade: Somos um país que pode produ- to é confiança. Quando vendemos o que é o melhor para o
zir muito mais. Muitos negócios poderiam estar bem melhor se cliente, mostramos que estamos cuidando com atenção dele
fossem mais produtivos. Há muita interrupção com excesso de e fazemos por merecer a sua atenção por mais tempo.
reuniões desnecessárias, ambientes inadequados etc. Veja como
pode ajudar a sua equipe a se concentrar mais no trabalho. Há reu- Fred Alecrim é administrador, consultor e palestrante espe-
niões demais? Há muita interrupção com excesso de mensagens cialista em gestão. Também é um estudioso de Marketing
via aplicativos como WhatsApp, entre outras coisas que tiram o e dos mercados brasileiro e internacional. Ávido leitor de
pensamento da equipe do cliente e sua experiência de compra? literatura específica e pesquisador incansável de novas ten-
dências. Costuma filtrar todo o conhecimento que adquire
Estimule a definição de CAUSAS: Ajude cada um da sua equi- e criar seus próprios conceitos, visando facilitar a vida das
pe a encontrar a sua CAUSA de ir trabalhar na sua loja todos os pessoas, ajudando-as a empreender mais e melhor.
Dicas do Xará
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20 Dicas do “Jão” nem mais atrativos em 2017. Por isso, se você se identificar
( João Kepler)
com um ou mais pontos, atenção!
9) Não mudar as ofertas, pior, deixar a promoção sem 19) Não dar bola para o que o cliente pensa do seu negó-
hora para começar e acabar. Só mexer na loja nas datas co- cio, não enxergar através da perspectiva dele.
memorativas.
20) Não fazer Marketing Digital ou pensar em promover
10) Não fazer parcerias com seus fornecedores para uma alguma experiência FIGITAL (integração do físico com o di-
ação personalizada e/ou uma promoção exclusiva. gital) com seus clientes.
11) Não analisar o funil de vendas e o fluxo dentro da loja. Claro que existem muito outros itens e coisas que podem
detonar o varejo nos dias de hoje. Eu procurei concentrar
12) Não usar cartão de fidelidade ou outra forma de rela- na expectativa do novo consumidor, na visão do que se es-
cionamento direto com o seu cliente. pera do varejo moderno. Mais do que isso, deixei vocês, lei-
tores, pensarem em outras coisas importantes que as lojas
13) Não fazer diferente da sua concorrência, apenas mais NÃO devem fazer.
do mesmo. Ou pior, achar que está tudo muito bem, obriga-
do. As coisas sempre funcionaram assim, pra que mudar? Se você é lojista, varejista de qualquer segmento, basta
fazer ou continuar fazendo qualquer uma ou mais coisas re-
14) Não encantar e oferecer mais do que o cliente espera. lacionadas aqui para que o seu 2017 seja da mesma forma
que foi 2016.
15) Não conhecer os nomes dos seus melhores clientes,
ou pelo menos, tratá-los como únicos. Não fazer ações dire- João Kepler é especialista em inovação e suas variáveis.
cionadas, exclusivas e específicas com esses clientes dentro Investidor Anjo desde 2008, participa em mais de 70 star-
e fora da loja (na casa do cliente). tups, sócio da Bossa Nova Investimentos, fundador da
Plataforma de co-investidores qualificados DealMatch, as-
16) Não usar a internet a seu favor, não usar CRM, por sociado ao Gávea Angel e Líder Nordeste da Anjos do Bra-
exemplo. sil. Vencedor do prêmio Spark Awards da Microsoft como
Investidor Anjo do Brasil; Empreendedor Serial; Colunista
17) Abandonar ou esquecer os clientes antigos que já com- de diversos Portais no Brasil; Speaker internacional; Pen-
praram, não fazer nem ao menos uma pesquisa de satisfação. sador, escritor de vários livros, sendo o último, o grande
sucesso “Educando Filhos para Empreender”.
Dicas do João
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Dinomercio Gueno Rodrigo Garcia Cris Peixoto Braga
Portal Administradores Renata Pifer Mariela e Emílio Parolini
Eduardo Lopes Rafael Peixoto Leirson Cunha
Théo Braga Douglas Simões Marcus Bernardes
Maria Braga Téo William
anquinho Mauricio Tomé Rafael Pereira Danielle Pacheco
Leandro Br Alexandre Veloso Ro
cha Bárbara Tonhela
iero
Adiane Mitid Davi Braga Fred Ale
crim Clube da Casa Adriano Luiz
to
Agradecimento caré Alexandre Veloso
Vivianne Vil
e la
Eduardo Bento
Renata Ben Maurin ja
annettti
especial
Danusa Boaventura
Alfredo Soares
Marcos N Vivian Veiga Batista
Tetê Luttembarck
Sozinho nunca conseguiria! Foram meses de trabalho, Andre Carvalho Mauro Rocha
agradeço imensamente a Renata Vaz e Renata Marinho por Leonardo Neves de Kátia Berta
puxar os SSS das minhas ideias e propósitos, e ao talentosíssimo Almeida Tony Hsieh
Marcone Souza por deixar este projeto tão bonito e colorido. e Alexandro Luchesi Jamerson Braga
a todos as amigos e amigas que juntos me ajudaram através do Jo ã o R it o Rodrigues
Paulo Tenório Leonardo de Matos
financiamento coletivo a viabilizar o Projeto. Josne Conte
Marcelo Almeida da E-commerce Brasil
Magia do Mundo dos negócios Silva Luciano Machado Netto
Liliane Correia de Almeida
ndes Marcelo Espíndola vilaqua
Vanessa Me Jordão Be Jeová Soares Ferrei Leandro Vieira
Tiago César Samuel Gonsales Claudemir Oliveira ra
Guilherme Bruno de Lima Paulo Henrique Ferr FCDL-
eira Antônio Ventura MG
Geraldo Santos
Wagner De Freitas Oliveira Gustavo Lehnen Uai Farma Dinamize
Falando de Varejo Elon Musk
Gustavo Bellini Alga Rodrigo Henrik Laiz Carvalho Ademilce Batista Ataide
ba
Mouritz Lima Breno Ferreira Koscky Bruno Pereira
João Santos Freitas Guilherme Moura
Jeff Bezos
o Costa Olga Fonsceca Mark Zuckerberg Caio Camargo Marisa Morgado
Marcelo August Fabio Brejão
Eduardo Veloso Roger Conovalov
Ricardinho Alkimin Steve Jobs Aldo Pacheco Digitalks
Pedro Rabelo Ferreira Soraya Malheiros
o Rodrigo Rolim Cavalcante Marcelo Pimenta Flávio Hor ta
João Leã liveira
Aldo Pacheco VendaeCia Cleison O
Alex Pedro José Maria
to Sousa Ricardo Abrantes Henrique Lagares aussard
Luis Rober Cristiano Ch
Gustavo Portes Adriana Lopes Luiz Tardelli
Augusto Rocha
R af ae l G u er ra
João Kepler Braga
Leonardo Mundim Xtech Commerce
Couto uinas
Honório Poleto Gustavo Alvarenga Ormimáq
Nayara Gabriel Arantes Vivi Figueiredo
Marco Antonio
da Mais Lima
Carlinhos Santos Raul Candeloro Revista Ven
Leandro Alencar Monteiro
Referências
Foto por Felipe Müller: capa, 12, 22, 44, 66, 74, 90, 112, 126, 132, 138,
149, 156, 169, 186, 194, 199, 200, 233, 238, 270, 274, 298, 306, 317,
318, 330
Freepik: 20, 21, 42, 56, 60, 80, 82, 84, 87, 102, 119, 122, 123, 159, 179,
193, 208, 220, 240, 245, 251, 278, 279, 287, 305, 327, 334, 338
Ilustração por Marcone Souza: 40
Ilustração por Shahsoft1 / Freepik: 58
Ilustração por Molostock / Freepik: 83
Background por Kjpargeter / Freepik: 84, 85
Ilustração por Dooder / Freepik: 116, 144
Background por Tirachard / Freepik: 136, 137
Foto por Jcomp / Freepik: 161, 185
Foto por Peoplecreations / Freepik: 162
Foto por Kues / Freepik: 165, 314
Foto por Pressfoto / Freepik: 166, 181, 189, 205, 295
Foto por Kaboompics / Freepik: 175
Foto por Benzoix / Freepik: 217
Ilustração por: Starline / Freepik: 243
Ilustração por Ikaika / Freepik: 244
Foto por Jannoon028 / Freepik: 268, 269
Foto por Creativeart / Freepik: 282
Foto por Photoduet / Freepik: 293
Foto por Kstudio / Freepik: 321
Ilustração por Nucleartist / Freepik: 341
Divulgação: 95, 143, 304, 309
Divulgação site: 97
Royalty Free: 69, 71, 93, 107, 260, 262, 302, 303
Agradecimento especial: Colaboradores técnicos
Lucien Newton, especialista em franquia; Marcelo Henrique Rolim, espe-
cialista em Shopping Centers; Marcos Nannetti, especialista em Gestão;
André Jacob, especialista em Contabilidade.
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Neste livro, Fred Rocha resgata o
princípio do comércio, das vendas,
fazendo uma ligação fantástica com as
inovações e as mudanças tecnológicas
que impactam fortemente no jeito que
eu e você consumimos atualmente.
Varejo não é para amadores, mas pode
ser pequeno, médio ou grande. Com
certeza, esta leitura te inspirará a se
relacionar melhor com os seus clientes,
fazer o básico bem feito, vender mais e
melhor todo dia, independente do
tamanho do seu negócio.