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INTERCULTURALIDADE
1Texto em construção produzido para discussão com pesquisadores da Universidad de Calli em encontro promovido
pela equipe de pesquisa do projeto “Diálogo de saberes del Pacifico Colombiano en la Enseñanza de las ciencias.
DISAPAC”, nos dias 06 a 11 de outubro de 2016. Para discussão interna.
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ideia de uma transmissão de uma qualidade, uma condição, um estado de ser do outro.
Esse “Estado de Ser” do outro permite traçar os limites daquilo que se reconhece como
seu e o que é do outro; um processo de reconhecimento por meio do outro, ou seja, daquilo
que não sou.(OLIVEIRA, 2013)
Podemos afirmar que a identidade-alteridade são sustentadas e realizadas nos
territorios, pois o local guarda inextricável relação com a identidade, portanto, com a
cultura. A sociedade moderna passou a conviver de maneira intensa com a contradição
entre o globalismo-localismo trazendo para o território a temática do “outro”, da
alteridade, da identidade e de suas representações. É correto pensar que os grupos
humanos que habitam territórios delimitados não ficam isolados de cultura à priori, “(...)
às quais as pessoas naturalmente pertencem, pelo contrário, eles são continuamente
construídos e desconstruidos através do contato. (...) É a este interagir constante com
culturas e universos distintos e diversificados que chamamos de diálogos interculturais”
(OLIVEIRA, 2013, p. 87-88)
Portanto, ao tratar da interculturalidade, estamos tratando de processos sociais os
quais marcam a formação da sociedade humana, que em tempos recentes assumem
proporções globais, colocando em tensionamento a (relativa) estabilidade interna dos
grupamentos humanos. Organizados pela delimitação do espaço físico ou etnico, as
culturas constróem um conjunto de representações que dão a impressão de que é possível
naturalizar conceitos, classificá-los ou selecioná-los, dependendo do sistema de valores
que “emolduram” as relações sociais, os vínculos e as afiliações, que transitam entre a
comunhão e a exclusão do outro. (VÉRAS, 2013). Contudo, as representações, assim
como a cultura, são resultado de processos de construção e desconstrução, processos em
permanente mudança. Se algo é permanente na cultura, é a sua capacidade de
transformação. A seguir, discutiremos a relação individuo e sociedade na atualidade,
tecendo uma crítica ao modo como a sociedade ocidental se organiza e promove a
cultural.
humanas. Ao invés, são fatos do processo da máquina que aparece ele próprio como
corporificação da racionalidade e da eficácia.(MARCUSE, 1969, p. 118)
(...) observar que foi, justamente, pelo fato de, muito mais tarde e,
sobretudo, na era burguesa, a idéia de Indivíduo ter se cristalizado e,
inclusive, adquirido uma configuração real, que a socialização total
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pôde adquirir agora aspectos que não possuía em tempos idos e pré-
individualistas de Cultura bárbara. Rigorosamente falando, a
socialização afeta o ‘homem’ como pretensa individualidade
exclusivamente biológica, não tanto desde fora mas, sobretudo, na
medida em que envolve o indivíduo em sua própria interioridade e faz
dele uma mônade da totalidade social. Nesse processo, a racionalização
progressiva, como padronização do homem, faz-se acompanhar de uma
regressão igualmente progressiva. (Horkheimer & Adorno, 1973, p. 40-
41)
Essa regressão da qual os autores falam pode ser expressa na sua dimensão
individual e social. Os exemplos são inúmeros: das guerras às políticas econômicas, da
arte à filosofia. Contra essa barbarização crescente, Adorno (1995) em “Educação após
Auschwitz”, alerta que a única força capaz de se contrapor ao princípio que se expressa
nesse processo é a autonomia, ou seja, a capacidade de reflexão, de autodeterminação.
Contudo, a sociedade moderna passou a atuar na formação psíquica das pessoas a
partir de um desmonte do contrato social estabelecido anteriormente no qual havia uma
autoridade maior, um soberano, para o qual devia-se obediência o que permitia, a partir
dessa submissão à autoridade, que os indivíduos sublimassem suas pulsões sádico-
autoritárias para poderem permanecer em sociedade, como integrantes do grupo. A perda
dessa autoridade abriu as possibilidades para que essas pulsões se manifestassem mais
livremente, pois o representante maior da consciência moral, o superego, se viu, a partir
de então, desobrigado diante de uma autoridade que foi destituída de sua potência.
O que Adorno (1995, p. 112) percebe é que “(...) a tendência global da sociedade
engendra hoje, por todas as partes, tendências regressivas, quero dizer, pessoas com
traços sádicos reprimidos”. Se a sociedade deixou o sujeito à deriva, o resultado desse
processo sobre sua própria consciência foi o aumento da servidão. Com a dificuldade cada
vez maior de um sujeito autônomo, o que ele se permitiu foi buscar em outras instâncias
o alicerce para erigir sua sustentação psicológica.
Na cultura ocidental, que vê o sujeito como um objeto que pode produzir riqueza
a partir de sua força de trabalho, as instituições (Escola, Estado, etc) incorporaram as
pessoas transferindo sua servidão para o sistema social, para uma estrutura que
supostamente lhe daria as garantias, a segurança de que precisaria para manter-se material
e subjetivamente, justificando o abandono de parte de si mesmo em prol de um coletivo,
em nome de um contrato social. Mas, o que temos assistido é que esse sistema tem
continuamente mostrado a sua incapacidade de garantir até mesmo o mais básico de uma
vida em sociedade: a própria autoconservação de seus membros. O social, dessa forma,
volta-se para o indivíduo como ameaça, mas também como único espaço para si mesmo.
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Esses dados são resultado de pesquisa realizada em 1998, sobre a televisão no qual responderam
350 mil crianças de ambos os sexos, na idade de 12 anos, de várias nacionalidades, nos espaços rurais e
urbanos, em ambientes de alta e baixa agressão e que freqüentavam a escola.
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seus afetos, e isso faz com que a divisão entre mundo interno e externo não conduza à
introversão, ao contrário, ele acaba por criar uma sorte de hiperrealismo compulsivo que
faz com que passe a tratar a tudo e a todos como objeto que está ali, disponível para ser
manejado e utilizado pelos sujeitos, segundo seu interesse teórico ou prático. Para ele, os
aspectos técnicos da vida e as coisas são como instrumentos os quais estão carregados de
libido; o importante é fazer algo, com profunda indiferença quanto ao conteúdo de sua
ação. Possui uma sóbria inteligência, unida a uma carência quase absoluta de sentimentos.
O seu modo de ver as coisas como organizações o predispõe a buscar soluções totalitárias.
Em termos de estrutura da personalidade, temos que recordar que a
compulsividade é o equivalente psicológico do que em sociologia se chama de reificação.
O manipulador apresenta traços compulsivos e sádicos. Ele consegue mostrar
simultaneamente um extremo narcisismo e uma certa superficialidade e vacuidade. A
única qualidade moral que podemos atribuir a esses indivíduos é a lealdade, talvez para
compensar sua falta de afeto. É provável que por lealdade ele entenda a identificação
completa e incondicional com o grupo ao qual pertence no momento, supondo que a
pessoa leal se entregará completamente a este grupo e deixará de lado todo o caráter
pessoal em benefício da totalidade.
Diante disso, os estereótipos tornam-se peças importantes para que ele consiga
organizar o mundo de forma esquemática, de acordo com categorias administrativas,
mostrando que há uma ausência completa de mobilização e transformação de energia
pulsional. Ele tem dificuldade com as emoções, vendo os objetos de seu preconceito como
um problema técnico que deve ser solucionado.
A dificuldade de enfrentar o real, de estabelecer uma relação social afetiva e
verdadeira, uma vez que todos são seus inimigos, criam as condições para que o indivíduo
busque outros objetos para fixar sua libido, por exemplo, no apego à tecnologia, na
relação fetichizada com a mídia e seu conteúdo. Mas, como é fruto de uma situação
tensionada e caótica, o apego aos objetos também é tensa. Isso nos leva a refletir que uma
consciência fragilizada quanto à sua capacidade de reflexão e de autodeterminação,
impermeável a si mesmo e às experiências sensíveis que poderia ter, numa sociedade
muito fortemente permeada pela tecnologia, por coisas que substituem ou que se
sobrepõem ao humano, tende a fazer com que as pessoas mobilizem na sua relação com
a tecnologia algo de excessivo, com uma dose de irracionalidade na medida em que a
técnica e a tecnologia tornam-se fim em si mesmo e não são vistas como extensões das
capacidades humanas (Adorno, 1995). Toda tecnologia, como meio para ampliar um
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potencial humano, toma uma direção autônoma quanto aos seus fins, que deveria ser um
mundo verdadeiramente humano para todos. O apego aos meios e o descaso quanto ao
que esses meios vão causar às outras pessoas mostram o quanto nossa cultura hoje tem
produzido pessoas com um forte traço de indiferença, de frieza em relação ao outro,
porque esse outro, assim como os meios do qual ele dispõe, são também coisas com as
quais ele se relaciona, se apropria e utiliza. Com isso, o que podemos identificar como
social é uma:
que melhor se adaptem ao esquema dos conflitos sociais, ainda que esse movimento
signifique uma regressão cada vez maior.
Certamente, o comportamento econômico racional das pessoas não se produz
somente pela busca do lucro, senão que, a questão subjetiva que se coloca central na
racionalidade objetiva é a angústia provocada pelo sentimento de impotência, de
abandono a sua própria sorte sem condições subjetivas de suportar tamanho desafio.
Assim, na sociedade atual são negados aos indivíduos os desafios que Ulisses se colocou
no seu retorno a Ítaca para que se constituísse indivíduo e pudesse ter resistência para
enfrentar os mitos. As experiências frente aos desafios do real, as quais são cada vez mais
mediadas, abrandadas pelos esquemas da Indústria Cultural, promovendo com isso um
ego frágil, acabam por transformar em angústia e imobilizar o eu em direção à sua
emancipação.
A quantidade de energia para conseguir se contrapor ao real, aliada a um aumento
da angústia - pois o esclarecimento não necessariamente a elimina –, é imensa. Na lógica
do mal menor, a adaptação acaba sendo a melhor solução para o sujeito, enquanto
possibilidade de se garantir material e subjetivamente. Nisso, o apego que as pessoas
passam a ter em relação aos bens culturais, a toda tecnologia, a qual deveria garantir um
comportamento econômico racional das pessoas, dada sua irracionalidade, provoca sérios
danos à economia pulsional psicológica. Como diz Adorno (1986, p. 145), na sociedade
de trocas (desiguais) mais desenvolvida “(...) esa angustia ante la desproporción entre el
poder de las instituiciones y la impotencia del individuo se há generalizado de tal modo
que se precisarían fuerzas sobrehumanas para mantenerse frente a ella, mientras al
mismo tiempo el trabajo reduce insoslayablemente las fuerzas de resistência de cada
individuo”.
Esse jogo de forças acaba por impor uma dinâmica social na qual os indivíduos se
entregam aos ditames sociais, se mobilizando contrário a essa dinâmica em doses brandas
ou de maneira fragmentada, acabam por construir uma relação de subordinação ante o
real.
Nas entrevistas realizadas na pesquisa sobre personalidade autoritária, Adorno et
al.(1965) buscou conhecer quais os vínculos que unem as opiniões ideológicas e os
determinantes psicológicos, guiados pela hipótese de que a ideologia, como todos os
comportamentos manifestados pelos sujeitos, são mediações de conflitos psicológicos
inconscientes. Além dos determinantes iminentemente ligados à personalidade, Adorno
(1965, p. 614) identifica um outro,
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(...) crea al nível de yo una ansiedad que enlaza demasiado bien con las
ansiedade de la niñez. El individuo debe hacer frente a problemas que,
en realidad, no compreende y se ve obligado a crearse ciertas técnicas
de orientación, por groseras y falaces que sean, que lo ayudan a
encontrar su camino en la oscuridad, por lo decirlo.
Os recursos que os indivíduos utilizam para compreender aquilo que para eles é
absolutamente incompreensível - a sociedade -, conforme encontraram Adorno e
colaboradores, são a estereotipia e a personalização, recursos largamente utilizados
pelas mídias, como repetições de estratégias infantis, funcionam ao mesmo tempo como
instrumentos de ação e como cicatrizes sobre o sujeito. O fato de não compreender com
clareza, de não conseguir interpretar o mundo que vive, proporciona as condições
psíquicas ideais para que ele retroceda aos níveis de elaboração infantis da
estereotipização e personalização. O estereótipo ajuda o sujeito a organizar aquilo que lhe
parece caótico, como afirma o autor, “(...) cuanto menos capaz es de entrar en un proceso
realmente cognitivo, tanto más tozudamente se aferra a ciertas pautas pues el creer en
ellas le evita el trabajo de profundizar verdaderamente en las cosas”.(Adorno et al.,
1965, p. 623). Com isso, “(...) allí donde la naturaleza rígidamente compulsiva del
estereótipo corta la dialéctica de la prueba y el error, entra en el cuadro el
embrutecimento”. (Adorno et al., 1965, p. 623)
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Mas esse processo tem um custo individual: o fato de colocarem a realidade dentro
de imagens prontas, estereotipadas, acaba por manter esse mundo tão afastado, abstrato e
não experimentado que, ao final, muito pouco ajuda no alívio da ansiedade e tensão
gerados pela sua incompreensão.
O estereótipo é um produto de nossa cultura, que se relaciona com mecanismos
psíquicos infantis durante o processo de diferenciação com o mundo externo (CROCHIK,
1997). Segundo Crochik (1997), existem muitos fatores que contribuem para a utilização
de estereótipos. Um deles seria a predominância de um sistema produtivo que busca uma
ação eficiente: necessidade de definições precisas, restando muito pouco espaço para a
dúvida, pois para uma boa administração das pessoas e das coisas, para que as ações
tenham eficácia, deve ser eliminada toda e qualquer dúvida, incerteza.
Isso acarreta uma obrigatoriedade da certeza, exigindo comportamentos
standartizados, em função das modernas tecnologias que exige rápida adaptação às
mudanças. O sujeito é coagido a se posicionar em relação a tudo, posto que a ignorância
é menos um saber que se dever buscar por ele do que uma falha na formação. A
dificuldade de dar conta de tudo leva os indivíduos a buscarem esquemas ordenadores já
prontos, impossibilitando a experiência. Um outro fator é que a Indústria Cultural dá os
clichês para o sujeito pensar, o que o exime de ter que passar pela ansiedade que gera a
reflexão, bem como as experiências de formação. Um pensamento a partir de clichês
fragmenta o mundo e dicotomiza-o em bom-mau, perfeito-imperfeito, certo-errado,
direita-esquerda.
Com isso, o recurso da estereotipização, não conseguindo provocar o alívio de um
mundo ameaçador sobre o sujeito, acaba por evocar o seu próprio contrário: a
personalização. Esse recurso consiste em tomar uma pessoa, um representante político,
por exemplo, como chave para descrever processos políticos e sociais; essas questões não
são tratadas como aspectos do sistema social, mas fruto da ação ou do pensamento de
certa pessoa ligada à questão: o problema é personalizado. O culpado da crise econômica,
com isso, passa a ser o presidente da República, o governador do Estado.
Essa imagem da realidade é perpassada pelo discurso das mídias que atendem hoje
aos interesses do sistema, porque, entre outras coisas, é financiado por ele, marcando
profundamente a formação do indivíduo. Nesse processo ainda resta a possibilidade de
que o desalento causado na grande maioria da população pela direção desse progresso
que tem excluído cada vez mais pessoas de sua ordem, essa experiência de impotência e
de abandono possa se tornar um sentimento que leve a ações concretas e com isso causar
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alguma reação na dinâmica social. Esse contexto social é a base sobre a qual as
representações sociais são construídas e desconstruídas, no embate permanente entre o
fascínio e a barbárie, entre o desejo de vida e de morte.
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
EDUCAÇÃO INTERCULTURAL
A proposta de uma educação intercultural surgiu no final dos anos 1970, a partir
da formulação da UNESCO em torno da proposta de uma eduação para a paz, de
prevenção ao racismo, entendida como a condição estrutural para a convivência
democrática em sociedades multiculturais. Muito focada na ideia de uma educação
bilingue, multilingue, na América Latina tem avançado para além dessa perspectiva. No
Peru, com enfoque analítico e político para tratar as diferentes culturas numa perspectiva
de diálogo horizontal; Equador a partir da lente do enfoque fronteiriço, propõe o
bilinguajamento, nesta direção também se encontram Argentina, Bolívia, Guatemala e
Chile.
Alguns pesquisadores utilizam o conceito de “pensamento fronteiriço” em que se
leva ao limite o entendimento do que se entende por educação popular e intercultural.
Propõem a produção de uma prática pedagógica em que estejam colocadas as condições
para a realização de outros processos de subjetivação, tensionando processos onde se
produziam exclusões e dominações. Neste sentido,
sobre a escola em que ela explica as desigualdades sociais de desempenho por meio das
diferenças individuais atribuídas às crianças em termos de diferenças intelectuais, de
dom, aptidão etc. (GILLY, 2001)
Ainda que essa explicação já tenha sido superada pela evolução das pesquisas na
área, o discurso oficial não deixou de tentar explicar a desigualdade pela via do indivíduo,
pois ao invés de dom e aptidão, a desigualdade passou a ser associada às diferenças,
formulando uma “pedagogia do desenvolvimento das potencialidades”, novamente sem
entrar no cerne do problema, de que as diferenças são resultado das desigualdades
socioeconômicas impostas aos mais desfavorecidos. Como afirma Gilly (2001):
(...) se as crianças dos diferentes meios sociais não são iguais perante a
escola igualitária, não é porque as dos meios desfavorecidos sejam
menos ´dotadas´do que as coutras, mas sim porque estão em situação
de desvantagem devido às privações e ao déficit cultural de seu meio.
(p. 325)
Essa mudança de discurso fez com que fossem criadas políticas e medidas
compensatórias nas escolas dos bairros pobres, porém, a norma escolar continua sendo a
da cultura dominante. Com isso, “(...) o sistema articula, num todo coerente, as
contradições entre ideologia e realidade, assegurando sempre sua função de legitimação
do sistema e de justificação das práticas. ” (GILLY, 2001, p. 325) O fato, observado
pelas pesquisas sobre representações sociais na educação é que o discurso sobre o sistema
escolar se transforma quando pressionado por questões econômica e sociais, mudando os
critérios de rendimento segundo uma lógica heteronômica. Em relação aos professores,
apesar de todos os avanços, ainda predomina uma representação em relação aos alunos
de que existem os fortes e os fracos, e que os percursos desiguais é fruto de diferenças
individuais, ou seja, do mérito individual.
Condordamos com Gilly (2001) de que a escola está longe de realizar as mudanças
esperadas, com isso os individuos que atuam nela acabam por buscar apoiar suas
representações sociais sobre a educação, para orientar e justificar seus comportamentos,
“(...) em sistemas representacionais que privilegiam mais frequentemente elementos e
esquemas caracterizados por forte inércia. ” (p. 337). Para que isso ocorra, entretanto,
será necessárias mudanças mais profundas na sociedade para que a lógica da dominação,
da meritocracia, das hierarquias e desigualdades sejam eliminadas ou ao menos
transgredidas para que as representações sociais sobre a escola possam ser transformadas.
É importante lembrar que as representações sociais têm uma base material, que são as
práticas cotidianas, contra isso, somente uma transformação do sistema social vigente.
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BIBLIOGRAFIA