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Mecânica dos Fluidos

Cinemática Dos Fluidos


Karl Peter Burr

1 Introdução
A cinemática dos fluidos trata da descrição do movimento dos fluidos sem necessariamente
considerar as forças e momentos que causam o movimento. Vamos ver os seguintes tópicos:
• Descrição Lagrangeana e Euleriana do escoamento de fluidos,
• Derivada material,
• linhas de corrente, linhas de emissão e linhas de trajetória,
• taxa de translação, taxa de rotação, taxa de deformação linear e taxa de deformação
por cisalhamento,
• conceitos de vorticidade, rotacionalidade e irrotacionalidade dos escoamentos,

2 Descrição Lagrangiana e Euleriana


• Descrição Lagrangiana do escoamento de um fluido faz uso do fato de que, como
em dinamica de partículas, algumas das quantidades dinâmicas ou fisicas se referem
não somente a posição no espaço, mas tambem a uma porção identificavel de materia.
As quantidades do escoamento são aqui definidas como função do tempo e da escolha
do elemento material de fluido, e descreve a história dinâmica desse elemento material
de fluido selecionado. Trata o fluido como um conjunto de partículas ao invés de um
contínuo. A principal quantidade do escoamento no ponto de vista Lagrangiano é a
velocidade ~v (~x0 , t), onde ~x0 = (x0 , y0 , z0 ) é a posição da partícula fluida em um dado
instante.
• Descrição Euleriana do escoamento de um fluido temos que as quantidades do es-
coamento são definidas como funções da posição ~x e do tempo t. Podemos pensar a
descrição euleriana como sendo uma fotografia da distribuição do campo de veloci-
dades (e de outras quantidades como a pressão e densidade) do escoamento a cada
instante durante o escoamento.
Não precisamos acompanhar a posição e velocidade de uma massa de partículas de
fluido com identidade fixa. Em vez disso, definimos as variáveis de campo, funções
do espaço e do tempo. Podemos ter variáveis de campo escalares, como a pressão, e
variáveis de campo vetoriais, como o campo de velocidades. Exemplos:

1
– Campo de pressão:

P = P (~x, t)

onde ~x = (x, y, z).


– Campo de velocidades:

V~ = V~ (~x, t) = Vx (~x, t)~i + Vy (~x, t)~j + Vz (~x, t)~k

– Campo de acelerações:

~a = ~a(~x, t)

2.1 Campo de aceleração


.
As equações de movimento do escoamento de fluidos (como a segunda lei de Newton)
são descritas para um objeto de identidade fixa, tomado aqui como uma pequena porção de
fluido, que chamamos de partícula de fluido ou patícula material. Se tivessemos que seguir
o movimento de determinada partícula de fluido estariamos utilizando a descrição Lagran-
giana, e as equações da mecânica seriam diretamente aplicáveis. Por exemplo, definiriamos
o local da partícula no espaço em termos de um vetor posição material ~x(t)particula . Uma
das equações para descrever a dinâmica da partícula de fluido é a segunda lei de Newton
para a partícula de fluido:

mparticula~aparticula = F~particula

onde F~particula é a resultante das forças atuantes sobre a partícula com massa mparticula e
aceleração ~aparticula . Por definição,

dV~particula
~aparticula =
dt
Entretanto, em qualquer instante t, a velocidade da partícula é igual ao campo de
velocidades avaliado no local ~x(t)particula da partícula, uma vez que a partícula de fluido se
movimenta com o fluido. Podemos escrever

V~ (t)particula ≡ V~ (~x(t)particula , t)

Utilizando a regra da cadeia podemos escrever então que:

2
dV~particula V~ dV~ (~x(t)particula , t)
~aparticula = = =
dt dt dt
∂V ~ ∂V ~ d~xparticula
= +
∂t ∂~xparticula dt
∂ V~ ∂ V~ dxparticula ∂ V~ dyparticula ∂ V~ dzparticula
= + + +
∂t ∂xparticula dt ∂yparticula dt ∂zparticula dt

Como a aceleração é definida como a obtida seguindo uma partícula de fluido (descri-
ção Lagrangiana), a taxa de variação da posição ~x da partícula com relação ao tempo é
d~xparticula /dt = V~ . Além disso, em qualquer instante do tempo considerado, o vetor posição
material ~x(t)particula da partícula de fluido na descrição lagrangiana é igual ao vetor posição
~x na descrição euleriana. Assim a equação acima torna-se

dV~ ∂ V~ ∂ V~ ∂ V~ ∂ V~
~aparticula (~x, t) = = + Vx + Vy + Vz
dt ∂t ∂x ∂y ∂z
Finalmente, em qualquer instante de tempo t, o campo de aceleração deve ser igual
à aceleração da partícula de fluido que ocupa o local ~x naquele instante t. Dessa forma,
podemos substituir ~aparticula por ~a(~x, t) nas equações acima. então, no ponto de vista
Euleriano, a equação para o campo de aceleração pode ser escrita como:

dV~ ∂ V~
~a(x, y, z, t) = = + (V~ · ∇)
~ V~
dt ∂t

O termo ∂ V~ /∂t é chamado de aceleração local e o termo (V~ · ∇)~ V~ é chamado de


aceleração convectiva. Este termo pode ser não nulo mesmo para escoamentos em
regime permanente, ou seja, cujas quantidades são constantes ao longo do tempo.

2.2 Derivada Material


O operador diferencial total d/dt recebe um nome especial, derivada material. Alguns
autores atribuem tambem uma notação especial a ele, D/Dt, para enfatizar que ele é for-
mado seguindo uma partícula de fluido à medida que ela se movimenta através do campo de
escoamento. Outros nomes incluem derivada total, de partícula, lagrangiana e substancial.
Podemos escrever esse operador como:

D d ∂
= = + (V~ · ∇)
~
Dt dt ∂t
Esse operador quando aplicado ao campo de velocidades, resultou no campo de acele-
ração do escoamento. Esse operador tambem pode ser aplicado a outras propriedades dos
fluidos além da velocidade, tanto escalares quando diferenciais. Por exemplo, a derivada
material da pressão pode ser escrita como

3
DP dP ∂P
= = + (V~ · ∇)P,
~
Dt dt ∂t
que representa a taxa de variação da pressão no tempo acompanhando uma partícula à
medida que ela se movimenta através do escoamento.

3 Fundamentos da Visualização de Escoamentos


O exame visual das características do campo de velocidades é útil na compreensão dos
fenômenos físicos envolvidos. Existem muitos padrões de escoamento que podem ser vizu-
alizados fisicamente.

Figura 1: Linhas de emissão ao redor de um aerofólio

3.1 Linhas de Corrente e Tubos de Corrente


Uma linha de corrente é uma curva tangente em todos os pontos ao vetor velocidade
local instantâneo.
Considere um comprimento de arco infinitesimal d~r = dx~i + dy~j + dz~k ao longo de uma
linha de corrente; d~r deve ser paralelo ao vetor velocidade local V~ = Vx~i + Vy~j + Vz~k por
definição de linha de corrente. Por meio de argumentos geométricos, veja figura abaixo
Ponto (x+dx,y+dy)
V

Vy

Linha de corrente Vx
y
Ponto (x,y)

4
podemos escrever que:

d~r dx dy dz
= = =
~
V Vx Vy Vz

Se ficarmos restritos ao plano xy a equação para linha de corrente é dada por:

dy Vy
=
dx Vx
Um tubo de corrente consiste em um conjunto de linhas de corrente. Como as linhas
de corrente são paralelas em todos os pontos à velocidade local, o fluido não pode cruzar
uma linha de corrente. Portanto, o fluido dentro de um tubo de corrente deve permanecer
dentro desse tubo e não pode cruzar a fronteira do tubo de corrente.

C2

C1
v
3

v
2
v1

Observação: em um escoamento em regime não permanente, o campo de velocidades


varia com o tempo, logo as linhas de corrente e tubos de corrente podem variar significati-
vamente com o tempo.

3.2 Linhas de Trajetória


Uma linha de trajetória é a trajetória real percorrida por uma partícula de fluido individual
em determinado instante de tempo.
Para uma partícula de fluido que em t = t0 está na posição ~x0 , a trajetória dessa
partícula para t > t0 é dada por:

d~x ~
= V (~x, t)
dt
com condição inicial ~x = ~x0 . Em termos das coordenadas (x, y, z) a equação vetorial acima
pode ser escrita como:

5
dx
= Vx (x, y, z, t)
dt
dy
= Vy (x, y, z, t)
dt
dz
= Vz (x, y, z, t)
dt
com condição inicial (x, y, z) = (x0 , y0 , z0 ). Podemos ainda escrever a equação vetorial na
acima na forma:

Z t
~x = ~x0 + V~ dt
t0

3.3 Linhas de Emissão


Uma linha de emissão é o conjunto das posições das partículas que passaram sequencial-
mente através de um ponto prescrito do escoamento.
As linhas de emissão satisfazem o seguinte conjunto de equações:

= V~ (~xP , t)
 d~
xP
dt
~xP (t = τP ) = ~xP,0

onde τP parametriza as linhas de emissão ~xP (t, τP ) e 0 ≤ τP ≤ t. O ponto ~xP,0 é o ponto


preescrito do escoamento.
As linhas de emissão são o padrão de vizualização do escoamento mais comum utilizado
em experimentos. Se voce inserir um pequeno tubo em um escoamento e introduzir uma
corrente de fluido sinalizador, o que voce vai observar é uma linha de emissão.
Observação: para escoamento em regime permanente, as linhas de corrente, de tra-
jetória e de emissão são identicas. Para escoamento que depende do tempo, as linhas de
corrente, de trajetória e de emissão não coincidem.

4 Tipos de Movimento ou Deformações dos elementos


Fluidos
Em mecânica dos fluidos, assim como em mecânica dos sólidos, um elemento pode passar
por quatro tipos fundamentais de movimento ou deformação, como ilustrado na figura
abaixo p/ o caso bidimensional. Esses movimentos e deformação são:

• Translação,

• Rotação,

• Deformação linear (tambem chamada de deformação extensional),

6
• Deformação por cisalhamento.

A)

B)

C)

D)

Para um fluido, os quatro tipose de movimento ou deformação ocorrem simultanea-


mente, e como um elemento fluido está em constante movimento, é preferivel descrever o
movimento e a deformação dos elementos fluidos em termos de taxas. em particular dis-
cutimos a velocidade (taxa de translação), a velocidade angular (taxa de rotação), a taxa
de deformação linear e a taxa de deformação por cisalhamento. Para que essas taxas de
deformação sejam úteis no cálculo dos escoamentos de fluidos, devemos expressa-las em
termos da velocidade e das derivadas da velocidade.
O vetor taxa de translação é descrito matematicamente como o vetor velocidade.
Em coordenadas cartesianas

V~ = Vx~i + Vy~j + Vz~k

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A taxa de rotação (velocidade angular) em um ponto é definida como a taxa de
rotação média de duas retas inicialmente perpendiculares que se cruzam neste ponto. Veja
a figura abaixo.

αb

Reta b

Vy Reta b αa

π/2 Reta a
Reta a
Elemento fluido instante t 2
P
Vx
Elemento fluido instante t 1

Na figura acima ilustramos um elemento de fluido em um instante t1 e posteriormente


em um instante t2 . Assumimos que dt = t2 − t1 é infinitesimal. As retas a e b giraram
respectivamente de angulos αa e αb . Assim o angulo médio de rotação é

αa + αb
,
2
e a taxa de rotação ou velocidade angular no plano xy é igual à derivada no tempo desse
angulo de rotação média. Então

   
d αa + αb 1 ∂Vy ∂Vx
ω= = −
dt 2 2 ∂x ∂y

Em três dimensões devemos definir um vetor para a taxa de rotação em um ponto do


escoamento, uma vez que seu valor pode diferir em cada uma das três direções. O vetor
da taxa de rotaçãp é igual ao vetor velocidade angular e em termos de coordenadas
cartesianas é dado por

     
1 ∂Vz ∂Vy ~ 1 ∂Vx ∂Vz ~ 1 ∂Vy ∂Vx ~
ω
~ = − i+ − j+ − k
2 ∂y ∂z 2 ∂z ∂x 2 ∂x ∂y

A taxa de deformação linear é definida como a taxa de aumento do comprimento por


unidade de comprimento. A taxa de deformação linear de um elemento fluido depende da
orientação inicial ou da direção do segmento de reta no qual medimos a deformação linear.
Assim, não é possível expressa-la como uma quantidade escalar ou vetorial. Definimos

8
a taxa de deformação linear em alguma direção arbitrária, que denotamos por xα . Por
exemplo, na figura abaixo, o segmento de reta P Q tem comprimento inicial dxα , e aumenta
0 0
para o segmento de reta P Q como mostrado.

u α+ ( δu / δx )dx α Q’
α α


P’
dx α
P (u +( δu / δx )dx )dt
uαdt α α α α


y

Da definição dada e utilizando os comprimentos marcados na figura acima, a taxa de


deformação linear na direção xα é

 0 0 
d P Q − PQ
αα =
dt PQ
0 0
 
P Q
 z }| { PQ
 ∂uα z}|{ 
α dt + dxα − uα dt − dxα 

 uα + dx
d  ∂xα  ∂uα
=  =
dt 
 dxα  ∂xα

 
 

Em coordenadas cartesianas, normalmente tomamos a direção xα como a direção de


cada um dos três eixos de coordenadas, embora não estejam restritos a essas direções.
Taxa de deformação linear em coordenadas cartesianas:

∂Vx ∂Vy ∂Vz


xx = , yy = , zz = . (1)
∂x ∂y ∂z
Se o escoamento é incompressível, o volume total do elemento fluido deve permanecer
constante; portanto, se o elemento se estica em uma direção, ele deve encolher na quantidade

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apropriada na outra direção ou direções para compensar. O volume de um elemento fluido
compressível, porem, pode aumentar ou diminuir à medida que sua densidade diminui ou
aumenta, respectivamente.
A taxa de aumento do volume de um elemento de fluido por unidade de volume á a sua
taxa de deformação volumétrica ou taxa de deformação em volume. Essa propri-
edade cinemática é definida positiva quando o volume aumenta. é possível mostrar que a
taxa de deformação volumétrica é a soma das taxas de deformação linear nas três direções
mutuamente ortogonais. Em coordenadas cartesianas a taxa de deformação volumétrica é
portanto

1 DV 1 dV ∂Vx ∂Vy ∂Vz


= = xx + yy + zz = + +
V Dt V dt ∂x ∂y ∂z
A taxa de deformação por cisalhamento em um ponto é definida como metade da
taxa de dimunuição do ângulo entre duas retas inicialmente perpendiculares que se cruzam
no ponto. Na figura abaixo temos um elemento fluido sendo deformado ao longo do tempo.
As retas a e b inicialmente perpendiculares no instante t1 deixam de ser perpendiculares e
passam a fazer um angulo αa−b no instante t2 , como ilustrado na figura abaixo.

α a−b em t 2

Reta b

Vy α a−b= π/2

Reta b
Reta a P’
Reta a
Elemento fluido instante t 2
P
Vx
Elemento fluido instante t 1

A taxa de deformação de cisalhamento para esse elemento fluido é dada por:

 
1d 1 ∂Vx ∂Vy
xy =− αa−b = +
2 dt 2 ∂y ∂x

Essa equação pode ser facilmente estendida para três dimensões. Portanto, a taxa de
deformação por cisalhamento é:

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1 ∂Vx ∂Vy
xy = +
2 ∂y ∂x
 
1 ∂Vz ∂Vx
zx = +
2 ∂x ∂z
 
1 ∂Vy ∂Vz
yz = +
2 ∂z ∂y

Finalmente, podemos combinar matematicamente a taxa de deformação linear e a taxa


de deformação por cisalhamento em um tensor simétrico de segunda ordem chamado tensor
de taxa de deformação, que é dado por:

 
xx xy xz
ij =  yx yy yz 
zx zy zz
    
∂Vx
∂x
1
2
∂Vx
∂y
+ ∂V∂x
y 1
2
∂Vx
+ ∂Vz
    ∂z ∂x
 
1 ∂Vy ∂Vx ∂Vy 1 ∂Vy
= ( + + ∂V z
 
2 ∂x ∂y
 ∂y 2 ∂z ∂y 
  
1 ∂Vz ∂Vx
 1 ∂Vz ∂Vy ∂Vz
2 ∂x
+ ∂z 2 ∂y
+ ∂z ∂z

4.1 Vorticidade e Rotacionalidade


Ja definimos a taxa do vetor de rotação para um elemento fluido. Uma propriedade cine-
mática relacionada é de grande importancia para a análise dos escoamentos de fluidos. O
vetor vorticidade é definido matematicamente como o rotacional do vetor velocidade V~ ,

ζ~ = ∇
~ ∧ V~

Em termos de vetor velocidade angular, o vetor vorticidade é dada por:

ζ~ = 2~ω

Assim a vorticidade é uma medida da rotação de uma partícula fluida.

Escoamento Rotacional . Se a vorticidade em um ponto de um campo de velocidades


de um escoamento é diferente de zero, a partícula de fluido que ocupa aquele ponto
no espaço está girando; o escoamento naquela região é chamado de rotacional.

Escoamento Irrotacional . Se a vorticidade em um ponto de um campo de velocidades


de um escoamento é zero, a partícula de fluido que ocupa aquele ponto no espaço não
está girando; o escoamento naquela região é chamado de irrotacional.

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a camada limite próxima a uma parede sólida é um exemplo de região de escoamento
rotacional. Fora da camada limite o escoamento é irrotacional.

A rotação de elementos fluidos está associada:

• a esteiras,

• camadas limites,

• escoamento através de turbomáquinas

• e escoamento com transferencia de calor.

Exemplos de Esteiras:

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Exemplos de camadas limites:

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Observação: a vorticidade de um elemento de fluido não pode variar, exceto através
da ação da viscosidade, aquecimento não uniforme ou outros fenômenos não uniformes.
Assim, se um escoamento se origina em uma região irrotacional, ele permanece irrotacional
até que algum processo não uniforme o altere.
Vetor vorticidade em coordenadas cartesianas:

     
∂Vz ∂Vy ~ ∂Vx ∂Vz ~ ∂Vy ∂Vx ~
ζ~ = − i+ − j+ − k
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y

Vetor vorticidade em escoamento bidimensional em coordenadas cartesianas:

 
∂Vy ∂Vx ~
ζ~ = − k
∂x ∂y

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