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O documento discute o programa Bolsa Família no Brasil e como ele promove direitos sociais de acordo com a Constituição de 1988. O autor também analisa as ideias de T.H. Marshall sobre cidadania e como ela evoluiu para incluir direitos civis, políticos e sociais. Embora o Brasil ainda tenha um longo caminho, programas como o Bolsa Família ajudam a promover igualdade e cumprir os deveres da cidadania.
O documento discute o programa Bolsa Família no Brasil e como ele promove direitos sociais de acordo com a Constituição de 1988. O autor também analisa as ideias de T.H. Marshall sobre cidadania e como ela evoluiu para incluir direitos civis, políticos e sociais. Embora o Brasil ainda tenha um longo caminho, programas como o Bolsa Família ajudam a promover igualdade e cumprir os deveres da cidadania.
O documento discute o programa Bolsa Família no Brasil e como ele promove direitos sociais de acordo com a Constituição de 1988. O autor também analisa as ideias de T.H. Marshall sobre cidadania e como ela evoluiu para incluir direitos civis, políticos e sociais. Embora o Brasil ainda tenha um longo caminho, programas como o Bolsa Família ajudam a promover igualdade e cumprir os deveres da cidadania.
ARARAQUARA - SP 2015 O Bolsa Família e os direitos sociais
Introdução
Com base nas informações da política pública intitulada
Bolsa Família, irei fazer uma exposição de ideias do autor T.H. Marshall com o intuito de articular esse conhecimento com uma prática realizada no plano real e concreto, e em seguida realizar uma breve reflexão a partir disso.
Desenvolvimento
O Bolsa Família é uma política pública articulada pelo
Governo federal de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza do país. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação brasileiros com renda familiar per capita inferior a 77 reais mensais. Desde a sua criação em 2003 pelo governo do então presidente Luís Inácio Lula da Silva, a sua ratificação por meio lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004 e regulamentação pelo decreto nº 5.209, de 17/09/2004, o programa já atingiu 4.145.274 famílias, afetando cerca de 50 milhões de pessoas. A seleção das famílias para o Bolsa Família é feita com base nas informações registradas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento de coleta e gestão de dados que tem como objetivo identificar as famílias de baixa renda existentes no Brasil. Com base nesses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social seleciona as famílias que receberão o benefício. Podem receber o benefício às famílias em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até 70 reais por mês; aquelas que são consideradas pobres, renda per capita entre 70,01 reais e 140 reais por mês; e as que são pobres ou extremamente pobres e tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos (sendo nesses últimos casos um valor maior do que o fornecido às famílias sem crianças, adolescentes ou gestantes).
Para ser beneficiário, será preciso apresentar um documento
de identificação, como o CPF, por exemplo, entrar no Cadastro Único. O cadastramento, no entanto, não significa que o recebimento será imediato. Quem seleciona as famílias que receberão o Bolsa Família é o Ministério do Desenvolvimento Social, com base na renda per capita.
As prefeituras municipais são responsáveis por cadastrar,
digitar, transmitir, manter e atualizar a base de dados, acompanhar as condições do benefício e articular e promover as ações complementares destinadas ao desenvolvimento autônomo das famílias pobres do município. Na área de saúde, as famílias devem acompanhar o cartão de vacinação e o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 7 anos. As mulheres na faixa de 14 a 44 anos também devem fazer o acompanhamento médico. Quando gestantes ou lactantes devem realizar o pré-natal e o acompanhamento de sua saúde e do bebê.
No que diz respeito à educação, todas as crianças e
adolescentes entre 6 e 15 anos devem estar matriculados e ter frequência escolar mensal mínima de 85% da carga horária. Já os estudantes entre 16 e 17 anos devem ter frequência de, no mínimo, 75%. Na área de assistência social, crianças e adolescentes com até 15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil devem participar dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e obter frequência mínima de 85% da carga horária mensal. Cabe ao poder público fazer o acompanhamento gerencial para identificar os motivos do não cumprimento das condicionalidades. A partir daí, são implementadas ações de acompanhamento das famílias em descumprimento, consideradas em situação de maior vulnerabilidade social.
A família que encontra dificuldades em cumprir as
contrapartidas deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) ou a equipe de assistência social do município. Caso não tome nenhuma dessas atitudes, corre o risco de ter o benefício bloqueado, suspenso ou até mesmo cancelado. Cabe ressaltar que desde a sua criação do programa 1,7 milhão de famílias deixaram o programa por informarem renda per capita mensal superior aos limites estabelecidos.
Essa política pública do governo federal foi criada para
atender aos direitos sociais expressos no artigo 6º da Constituição de 1988 (a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados), para se refletir sobre isso o autor T.H. Marshall ao falar do conceito de Cidadania remete ao leitor a ideia de IGUALDADE vinculada aos Estados nacionais modernos que estavam se consolidando no século XIX. Porém, vale pontuar que esse conceito já é datado no mundo dos antigos desde a civilização grega e que no mundo dos modernos esse conceito está vinculado aos direitos civis, políticos e sociais. A questão em seu texto Cidadania, Classe social e Status de 1949, é de como é feito a produção de um cidadão moderno nos termos da Cidadania que é um pertencimento pleno a uma comunidade, implicando a participação dos membros na determinação de sua própria associação, e que é também um STATUS que garante aos indivíduos direitos e deveres iguais, liberdades e restrições, poderes e responsabilidades. Marshall se atém a trajetória histórica da Grã-Bretanha e estabelece que primeiramente os Direitos Civis, assegurados pelo Estado, que garantem as liberdades fundamentais como: a vida, a propriedade, o ir e vir foram conquistados no século XVIII antes dos direitos políticos e sociais. Em seguida no século XIX os direitos políticos foram conquistados garantindo as liberdades de participação política em contexto de democratização da Europa. E por último apenas no século XX os direitos sociais foram alcançados referentes a um conjunto de direitos e obrigações que devem possibilitar a participação igualitária dos membros da comunidade em padrões de vida. Instituições públicas eficientes e efetivas também são necessárias para que haja a garantia desses direitos e fiscalização dos deveres como, por exemplo, o Estado, Judiciário, Legislativo, etc... A cidadania por fim na era moderna ressurge com a fusão demográfica (Estados nacionais modernos) e também com a separação funcional de cada um dos direitos para ordenar a configuração da vida social nas novas sociedades emergentes. Então, ao se falar que o programa Bolsa Família atende as demandas da constituição de 1988 na questão dos direitos sociais é o governo brasileiro tentando cumprir a meta de formação cívica dos mais necessitados financeiramente e também alinhar e solucionar as diferenças sociais intrínsecas ao país pela ideia de cidadania que nos remete a noção de igualdade. Além disso, é necessário por nessa equação o fato de que a constituição de 1988 é resultado do processo de redemocratização do país logo após o regime militar ocorrido entre 1964 a 1985 e que além de medidas do poder público para uma expansão dos direitos sociais através de políticas públicas é necessário também uma tomada de consciência por parte dos cidadãos que os deveres cívicos sejam sempre cumpridos para uma salutar convivência em sociedade como, por exemplo: respeitar os outros cidadãos e isso inclui não matar pessoas, não enganar as pessoas, não roubar, honrar pai e mãe, votar, pagar impostos, conferir troco, cumprir serviço militar se necessário, separar o lixo, etc... Pois viver em um país democrático sob a ideia de cidadania é de fundamental importância à colaboração da sociedade em geral junto a medidas do poder público para a ampliação e fixação dos direitos e deveres.
Conclusão
Após essa exposição de informações do programa Bolsa
Família junto às ideias do autor T.H. Marshall e mais a minha breve reflexão sobre o assunto, a ideia de cidadania ganha contornos relevantes para a nova democracia brasileira que surge após um período de regime militar em que o país viveu por 21 anos. Apesar de nossa democracia ter apenas 30 anos, a sociedade brasileira ainda tem um extenso caminho pela frente para acertar os problemas não resolvidos do passado e conciliar seus cidadãos com os direitos e deveres exigidos pela cidadania assegurada pela constituição de 1988.
Referência Bibliográfica
MARSHALL, T. H. Cidadania, Classe Social e “Status”. RJ,
Direito Crítico em Defesa da Constituição Cidadã de 1988 e do Estado Democrático e Social de Direito e de Direitos: Comentários à PEC 32/2020 (Reforma Administrativa)