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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Faculdade de Ciências e Letras


Campus de Araraquara - SP

O Bolsa Família e os direitos sociais

SYRO FERNANDO FENERICH MARASCA

Ciências Sociais
Diurno

ARARAQUARA - SP
2015
O Bolsa Família e os direitos sociais

Introdução

Com base nas informações da política pública intitulada


Bolsa Família, irei fazer uma exposição de ideias do autor
T.H. Marshall com o intuito de articular esse conhecimento
com uma prática realizada no plano real e concreto, e em
seguida realizar uma breve reflexão a partir disso.

Desenvolvimento

O Bolsa Família é uma política pública articulada pelo


Governo federal de transferência direta de renda que
beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema
pobreza do país. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem
Miséria, que tem como foco de atuação brasileiros com renda
familiar per capita inferior a 77 reais mensais. Desde a sua
criação em 2003 pelo governo do então presidente Luís Inácio
Lula da Silva, a sua ratificação por meio lei nº 10.836, de 9
de janeiro de 2004 e regulamentação pelo decreto nº 5.209,
de 17/09/2004, o programa já atingiu 4.145.274 famílias,
afetando cerca de 50 milhões de pessoas. A seleção das
famílias para o Bolsa Família é feita com base nas
informações registradas pelo município no Cadastro Único
para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento de
coleta e gestão de dados que tem como objetivo identificar as
famílias de baixa renda existentes no Brasil. Com base nesses
dados, o Ministério do Desenvolvimento Social seleciona as
famílias que receberão o benefício. Podem receber o benefício
às famílias em situação de extrema pobreza, com renda per
capita de até 70 reais por mês; aquelas que são consideradas
pobres, renda per capita entre 70,01 reais e 140 reais por
mês; e as que são pobres ou extremamente pobres e tenham
em sua composição gestantes, nutrizes, crianças ou
adolescentes entre 0 e 17 anos (sendo nesses últimos casos
um valor maior do que o fornecido às famílias sem crianças,
adolescentes ou gestantes).

Para ser beneficiário, será preciso apresentar um documento


de identificação, como o CPF, por exemplo, entrar no
Cadastro Único. O cadastramento, no entanto, não significa
que o recebimento será imediato. Quem seleciona as famílias
que receberão o Bolsa Família é o Ministério do
Desenvolvimento Social, com base na renda per capita.

As prefeituras municipais são responsáveis por cadastrar,


digitar, transmitir, manter e atualizar a base de dados,
acompanhar as condições do benefício e articular e promover
as ações complementares destinadas ao desenvolvimento
autônomo das famílias pobres do município. Na área de
saúde, as famílias devem acompanhar o cartão de vacinação
e o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 7
anos. As mulheres na faixa de 14 a 44 anos também devem
fazer o acompanhamento médico. Quando gestantes ou
lactantes devem realizar o pré-natal e o acompanhamento de
sua saúde e do bebê.

No que diz respeito à educação, todas as crianças e


adolescentes entre 6 e 15 anos devem estar matriculados e
ter frequência escolar mensal mínima de 85% da carga
horária. Já os estudantes entre 16 e 17 anos devem ter
frequência de, no mínimo, 75%.
Na área de assistência social, crianças e adolescentes com até
15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil devem
participar dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos e obter frequência mínima de 85% da carga horária
mensal. Cabe ao poder público fazer o acompanhamento
gerencial para identificar os motivos do não cumprimento das
condicionalidades. A partir daí, são implementadas ações de
acompanhamento das famílias em descumprimento,
consideradas em situação de maior vulnerabilidade social.

A família que encontra dificuldades em cumprir as


contrapartidas deve procurar o Centro de Referência de
Assistência Social (Cras), o Centro de Referência
Especializada de Assistência Social (Creas) ou a equipe de
assistência social do município. Caso não tome nenhuma
dessas atitudes, corre o risco de ter o benefício bloqueado,
suspenso ou até mesmo cancelado. Cabe ressaltar que desde
a sua criação do programa 1,7 milhão de famílias deixaram o
programa por informarem renda per capita mensal superior
aos limites estabelecidos.

Essa política pública do governo federal foi criada para


atender aos direitos sociais expressos no artigo 6º da
Constituição de 1988 (a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados), para se refletir sobre isso o autor T.H.
Marshall ao falar do conceito de Cidadania remete ao leitor a
ideia de IGUALDADE vinculada aos Estados nacionais
modernos que estavam se consolidando no século XIX.
Porém, vale pontuar que esse conceito já é datado no mundo
dos antigos desde a civilização grega e que no mundo dos
modernos esse conceito está vinculado aos direitos civis,
políticos e sociais. A questão em seu texto Cidadania, Classe
social e Status de 1949, é de como é feito a produção de um
cidadão moderno nos termos da Cidadania que é um
pertencimento pleno a uma comunidade, implicando a
participação dos membros na determinação de sua própria
associação, e que é também um STATUS que garante aos
indivíduos direitos e deveres iguais, liberdades e
restrições, poderes e responsabilidades. Marshall se atém a
trajetória histórica da Grã-Bretanha e estabelece que
primeiramente os Direitos Civis, assegurados pelo Estado,
que garantem as liberdades fundamentais como: a vida, a
propriedade, o ir e vir foram conquistados no século XVIII
antes dos direitos políticos e sociais. Em seguida no século
XIX os direitos políticos foram conquistados garantindo as
liberdades de participação política em contexto de
democratização da Europa. E por último apenas no século XX
os direitos sociais foram alcançados referentes a um conjunto
de direitos e obrigações que devem possibilitar a participação
igualitária dos membros da comunidade em padrões de vida.
Instituições públicas eficientes e efetivas também são
necessárias para que haja a garantia desses direitos e
fiscalização dos deveres como, por exemplo, o Estado,
Judiciário, Legislativo, etc... A cidadania por fim na era
moderna ressurge com a fusão demográfica (Estados
nacionais modernos) e também com a separação funcional de
cada um dos direitos para ordenar a configuração da vida
social nas novas sociedades emergentes. Então, ao se falar
que o programa Bolsa Família atende as demandas da
constituição de 1988 na questão dos direitos sociais é o
governo brasileiro tentando cumprir a meta de formação
cívica dos mais necessitados financeiramente e também
alinhar e solucionar as diferenças sociais intrínsecas ao país
pela ideia de cidadania que nos remete a noção de igualdade.
Além disso, é necessário por nessa equação o fato de que a
constituição de 1988 é resultado do processo de
redemocratização do país logo após o regime militar ocorrido
entre 1964 a 1985 e que além de medidas do poder público
para uma expansão dos direitos sociais através de políticas
públicas é necessário também uma tomada de consciência
por parte dos cidadãos que os deveres cívicos sejam sempre
cumpridos para uma salutar convivência em sociedade como,
por exemplo: respeitar os outros cidadãos e isso inclui não
matar pessoas, não enganar as pessoas, não roubar, honrar
pai e mãe, votar, pagar impostos, conferir troco, cumprir
serviço militar se necessário, separar o lixo, etc... Pois viver
em um país democrático sob a ideia de cidadania é de
fundamental importância à colaboração da sociedade em
geral junto a medidas do poder público para a ampliação e
fixação dos direitos e deveres.

Conclusão

Após essa exposição de informações do programa Bolsa


Família junto às ideias do autor T.H. Marshall e mais a
minha breve reflexão sobre o assunto, a ideia de cidadania
ganha contornos relevantes para a nova democracia
brasileira que surge após um período de regime militar em
que o país viveu por 21 anos. Apesar de nossa democracia ter
apenas 30 anos, a sociedade brasileira ainda tem um extenso
caminho pela frente para acertar os problemas não resolvidos
do passado e conciliar seus cidadãos com os direitos e
deveres exigidos pela cidadania assegurada pela constituição
de 1988.

Referência Bibliográfica

MARSHALL, T. H. Cidadania, Classe Social e “Status”. RJ,


Jorge Zahar, 1967.

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