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PROPOSIÇÃO DO SUAS NO SUS:

A Nutrição na assistência hospitalar.

Cleiber Silva Alves


Licenciado em, Letras e Assistente Social
CÁCERES – MT
MAIO 2019
1 INTRODUÇÃO

As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as


escolaridades, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o
aprofundamento e a expansão da democracia as responsabilidades do
representante popular se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função
é promover o bem-estar da sociedade. O bem-estar da sociedade está
relacionado a ações bem desenvolvidas e à sua execução em áreas como
saúde, educação, meio ambiente, habitação, assistência social, lazer,
transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como
um todo. E é a partir desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios
em diferentes áreas, os governos (federal, estadual ou municipal) se utilizam
das políticas públicas.

Conforme definição corrente, políticas públicas são conjuntos de


programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou
municipais) com a participação, direta ou indireta, de entes públicos ou
privados que visam assegurar determinado direito de cidadania para vários
grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou
econômico. Ou seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição, que
nada mais é que um conjunto de políticas públicas.

Conhecida como “Constituição Cidadã” de 1988, a Carta Magna


Brasileira surge num momento de redemocratização num vislumbre futurista
de uma sociedade plena, humana e igualitária. Foi constituída por artigos,
emendas e adendos que estabelecem e normatizam uma infinidade de leis a
serem aplicadas a todo cidadão brasileiro ou naturalizado brasileiro, com o
objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais como Liberdade,
Assistência Social, Alimentação, Saúde, Segurança, Educação, Previdência e
Habitação entre outras necessidades primeiras.

Destas necessidades asseguradas pelo Estado nascem diversas instâncias


que, por meio de Políticas Públicas, vão de encontro ao usuário frente sua
realidade regional/municipal e individual, com foco no exercício pleno de sua
cidadania e de todos os benéficos para se viver com/em dignidade. Deste
princípio, também, em 1988 nasce o sistema de saúde pública brasileira ou
Sistema Único de Saúde (SUS), que pode ser definido como um conjunto de
ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público.

Do mesmo modo e pela necessidade frente as questões sociais devido ao


crescimento desregrado populacional e o descontrole social nasce Assistência
Social como uma política pública, facilitando o acesso ao direito de todo
cidadão que dela necessitar. Ela está, desde 2005, organizada por meio do
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e está presente em todo o Brasil.
Seu objetivo é garantir a proteção social aos cidadãos, ou seja, apoio a
indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades,
por meio de serviços, benefícios, programas e projetos.

O SUS e o SUAS em suas conjunturas preconizam a assistência


hospitalar e em suas proposições estendem como benefício ao cidadão e
usuário o direito a assistência nutricional como bem constitucional. Políticas
públicas instauram esse beneficio na interpretação de que “uma alimentação
balanceada e saudável vão de encontro à melhora do quadro de saúde do
paciente, senão sua cura na totalidade”. (grifo meu)
2 POLÍTICAS PÚBLICAS

Políticas públicas são ações e programas que são desenvolvidos pelo


Estado para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na
Constituição Federal e em outras leis. São medidas e programas criados pelos
governos dedicados a garantir o bem-estar da população. Além desses direitos,
outros que não estejam na lei podem vir a ser garantidos através de uma
política pública. Isso pode acontecer com direitos que, com o passar do
tempo, sejam identificados como uma necessidade da sociedade.

O planejamento, a criação e a execução dessas políticas é feito em um


trabalho em conjunto dos três Poderes que formam o Estado: Legislativo,
Executivo e Judiciário.

O Poder Legislativo ou o Executivo podem propor políticas públicas. O


Legislativo cria as leis referentes a uma determinada política pública e o
Executivo é o responsável pelo planejamento de ação e pela aplicação da
medida. Já o Judiciário faz o controle da lei criada e confirma se ela é
adequada para cumprir o objetivo.

A execução das políticas públicas é tão importante para o bom


funcionamento da sociedade que, desde 1989, existe a carreira de especialista
em políticas públicas. De acordo com a lei que criou esse cargo, o especialista
em políticas públicas é o profissional especializado na formulação,
planejamento e avaliação de resultados de políticas públicas. As políticas
públicas existem e são executadas em todas as esferas de governo do país, ou
seja, há ações em nível federal, estadual e municipal.

Por serem programas relacionados com direitos que são garantidos aos
cidadãos as políticas públicas existem em muitas áreas. São exemplos:
Educação, Saúde, Trabalho, Lazer, Assistência social, Meio ambiente,
Cultura, Moradia, Transporte. O conjunto de etapas pelas quais uma política
pública passa até que seja colocada em prática é chamado de ciclo de políticas
públicas. Conheça cada uma dessas fases:
Identificação do problema: fase de reconhecimento de situações ou
problemas que precisam de uma solução ou melhora,

Formação da agenda: definição pelo governo de quais questões têm


mais importância social ou urgência para serem tratadas,

Formulação de alternativas: fase de estudo, avaliação e escolha das


medidas que podem ser úteis ou mais eficazes para ajudar na solução dos
problemas,

Tomada de decisão: etapa em que são definidas quais as ações serão


executadas. São levadas em conta análises técnicas e políticas sobre as
consequências e a viabilidade das medidas,

Implementação: momento de ação, é quando as políticas públicas são


colocadas em prática pelos governos,

Avaliação: depois que a medida é colocada em prática é preciso que se


avalie a eficiência dos resultados alcançados e quais ajustes e melhoria podem
ser necessários,

Extinção: é possível que depois de um período a política pública deixe


de existir. Isso pode acontecer se o problema que deu origem a ela deixou de
existir, se as ações não foram eficazes para a solução ou se o problema perdeu
importância diante de outras necessidades mais relevantes, ainda que não
tenha sido resolvido.
3 SUS - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

De acordo com o artigo 200 da Constituição Federal o Sistema Único de Saúde tem

como funções principais:

 controle e fiscalização de procedimentos, produtos e substâncias relativas à saúde;

 fazer ações de vigilância sanitária, controle de epidemias e de cuidados com a saúde


do trabalhador;

 participação na produção de remédios, equipamentos e outros produtos ligados à


saúde;

 organização da formação de recursos humanos na área de saúde, como médicos,


enfermeiros e outros profissionais;

 participação na elaboração de políticas e planos de execução de ações de saneamento


básico;

 usar os avanços científicos e tecnológicos na área da saúde;

 fazer a fiscalização e a inspeção de alimentos e o controle nutricional;

 controle e fiscalização da produção, transporte, armazenamento e uso de substâncias


psicoativas, tóxicas e radioativas;

 colaborar na proteção do meio ambiente e do ambiente de trabalho.

Princípios e diretrizes do SUS


O Sistema Único de Saúde é regido por alguns princípios e diretrizes
que são: universalidade, integralidade, equidade, regionalização e
hierarquização, descentralização e comando único e participação popular.

Veja o que cada um significa:


Universalização
A universalização significa que o acesso a um serviço de saúde pública
de boa qualidade é um direito que deve ser garantido a todas as pessoas. Além
disso a universalização significa que é uma obrigação do Estado, através dos
seus governos, garantir e prestar os serviços de atendimento médico.

Integralidade
A integralidade tem dois aspectos. O primeiro é necessidade de que o
paciente seja visto como um todo e que receba um atendimento que leve em
conta diversos aspectos. Isso acontece pela integração de tratamentos e
atendimentos com diferentes profissionais da saúde. Também inclui a
prevenção e o tratamento de doenças.

O segundo aspecto da integralidade é relativo ao trabalho conjunto de


vários setores para a construção de políticas públicas que melhorem a saúde e
as condições de vida dos cidadãos.

Equidade
A equidade tem o objetivo de diminuir a desigualdade entre as pessoas
atendidas. Para isso é preciso que os atendimentos sejam mais personalizados
e que os pacientes sejam atendidos conforme as suas necessidades específicas.

A equidade também prevê que não existam discriminações de nenhum


tipo nos atendimentos.

Regionalização e hierarquização
A regionalização é a organização dos serviços que fazem parte do SUS
com o objetivo de fazer o sistema funcionar da melhor forma possível. Já a
hierarquização é a organização dos recursos e serviços oferecidos pelo SUS de
acordo com as necessidades de cada caso atendido.

Descentralização e comando único


Esse princípio também é ligado à organização e ao bom funcionamento
do sistema. Descentralização significa que cada esfera do governo (federal,
estadual e municipal) tem as suas responsabilidades na prestação dos serviços
de saúde. Cada um desses governos tem autonomia para tomar decisões, desde
que sejam respeitados os princípios do sistema.

Participação popular
A diretriz da participação popular prevê que sejam formados conselhos
e reuniões com a participação dos cidadãos para que eles possam dar suas
opiniões e sugestões sobre o funcionamento e sobre possíveis melhoras no
SUS.

Estrutura do SUS
O SUS atende todo o país. Por isso é formado por vários órgãos em
todas as esferas (federal, estadual e municipal) que têm funções diferentes e
que garantem que o Sistema funcione.

Veja quais são:

 Ministério da Saúde: é responsável pela organização e fiscalização do SUS em todo o


país;

 Secretaria Estadual de Saúde (SES): cuida de políticas públicas estaduais e mantém a


relação entre as cidades e o estado;

 Secretaria Municipal de Saúde (SMS): cuida de questões de ações de saúde que são
relativas à cidade;

 Conselhos de Saúde: faz estratégias e controla o andamento das políticas públicas de


saúde;

 Comissão Intergestores Tripartite (CIB): cuida de questões operacionais e da relação


entre Governo Federal, governos estaduais e municipais;

 Comissão Intergestores Bipartite (CIB): responsável por questões operacionais entre


os governos estaduais e municipais;

 Conselho Nacional de Secretário da Saúde (Conass): cuida de questões de saúde dos


estados e do Distrito Federal;
 Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems): cuida das
questões de saúde dos municípios;

 Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems): representam os municípios


para tratar de questões de saúde com os governos estaduais;

HumanizaSUS

O HumanizaSUS é a Política Nacional de Humanização (PNH) do


Sistema Único de Saúde. Tem como objetivo melhorar o funcionamento do
SUS.

O objetivo da Política é colocar em prática os princípios do SUS, que


devem fazer partes de todos os programas e políticas de saúde.

São princípios do HumanizaSUS:

 Acolhimento: pretende ter mais atenção e cuidado com o relacionamento entre os


usuários e membros das equipes que formam o SUS, é a busca pela melhora de
relacionamento nos atendimentos;

 Gestão participativa: propõe que a gestão do sistema seja feita em conjunto, entre o
gestor e várias equipes de trabalho, considerando diferentes fatores e ideias nas
decisões tomadas;

 Ambiência: reúne o conceito de ambiente e de vivência pessoal para criar locais de


atendimento que sejam mais acolhedores, privativos e que respeitem a individualidade
das pessoas;

 Clínica ampliada e compartilhada: tem o objetivo de observar o paciente de um


modo geral, levando em conta seus aspectos sociais e culturais. O atendimento
também não deve ficar restrito apenas a uma especialidade médica, deve ser feito um
atendimento global do paciente;
 Valorização do trabalho e do trabalhador: criação de programas que melhorem as
condições de saúde do trabalhador e dos locais de trabalho a partir de debates e da
escuta das necessidades dos profissionais;

 Defesa dos direitos dos usuários do SUS: tem o objetivo de fazer com que o usuário
do SUS conheça quais os direitos de saúde são garantidos por lei, para que possa
cobrá-los sempre que for necessário.

Cartão SUS

O cartão SUS é o documento que garante que o acesso do paciente ao


SUS seja mais fácil. Além disso o cartão guarda dados relativos à data e ao
local dos atendimentos feitos, quais cuidados foram administrados e qual o
profissional fez o atendimento.

O cartão SUS facilita a comunicação entre os diferentes locais de


atendimento de saúde, fornecendo dados importantes para a criação e a prática
das políticas públicas de saúde. O cartão torna mais fácil marcar consultas,
exames e permite que pacientes possam receber medicamentos gratuitamente.

O cartão SUS é fornecido de forma gratuita e pode ser obtido com a


apresentação de RG, CPF, certidão de nascimento ou de casamento. O registro
do usuário e o pedido do cartão pode ser feito em hospitais, postos de saúde,
clínicas ou em outros locais determinados pela secretaria municipal de saúde.
4 SUAS – SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é um sistema público


que organiza os serviços de assistência social no Brasil. Com um modelo de
gestão participativa, ele articula os esforços e os recursos dos três níveis de
governo, isto é, municípios, estados e a União, para a execução e o
financiamento da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), envolvendo
diretamente estruturas e marcos regulatórios nacionais, estaduais, municipais
e do Distrito Federal.

Criado a partir das deliberações da IV Conferência Nacional de


Assistência Social e previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), o
Suas teve suas bases de implantação consolidadas em 2005, por meio da sua
Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS), que apresenta claramente
as competências de cada órgão federado e os eixos de implementação e
consolidação da iniciativa. Em 06 de julho de 2011, a Lei 12.435 é
sancionada, garantindo a continuidade do SUAS.

O SUAS organiza as ações da assistência social em dois tipos de


proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção
de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas, projetos,
serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade
social. A segunda é a Proteção Social Especial, destinada as famílias e
indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus
direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso
de drogas, entre outros.

No SUAS também há a oferta de Benefícios Assistenciais, prestados a


públicos específicos de forma integrada aos serviços, contribuindo para a
superação de situações de vulnerabilidade. O SUAS também gerencia a
vinculação de entidades e organizações de assistência social ao Sistema,
mantendo atualizado o Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de
Assistência Social (CNEAS) e concedendo certificação a entidades
beneficentes.
Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o
Sistema é composto pelo poder público e sociedade civil, que participam
diretamente do processo de gestão compartilhada. Nesse modelo de gestão,as
ações e a aplicação de recursos do Suas são negociadas e pactuadas nas
Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e na Comissão Intergestores
Tripartite (CIT). Esses procedimentos são acompanhados e aprovados pelo
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e pelos Conselhos Estadual
e Municipal de Assistência Social, que desempenham um importante trabalho
de controle social.

A Assistência Social, diferentemente da previdência social, não é


contributiva, ou seja, deve atender a todos os cidadãos que dela necessitarem.
Realiza-se a partir de ações integradas entre a iniciativa pública, privada e da
sociedade civil, tendo por objetivo garantir a proteção social à família, à
infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças e adolescentes carentes;
à promoção da integração ao mercado de trabalho e à reabilitação e promoção
de integração à comunidade para as pessoas com deficiência e o pagamento de
benefícios aos idosos e as pessoas com deficiência.
5 A NUTRIÇÃO NA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR

A assistência hospitalar no SUS é organizada a partir das necessidades


da população, a fim de garantir o atendimento aos usuários, com apoio de uma
equipe multiprofissional, que atua no cuidado e na regulação do acesso, na
qualidade da assistência prestada e na segurança do paciente. De forma
integrada aos demais pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS) e
com outras políticas intersetoriais, a Assistência tem como objetivo garantir
resolutividade da atenção e continuidade do cuidado, assegurando a equidade
e a transparência, sempre de forma pactuada com os Colegiados do SUS.

DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO HOSPITALAR

■ Garantia de universalidade de acesso, equidade e integralidade na


atenção hospitalar.

■ Regionalização da atenção hospitalar, com abrangência territorial e


populacional, em consonância com as pactuações regionais.

■ Continuidade do cuidado por meio da articulação do hospital com os


demais pontos de atenção da RAS.

■ Modelo de atenção centrado no cuidado ao usuário, de forma


multiprofissional e interdisciplinar.

■ Acesso regulado de acordo com o estabelecido na política nacional de


regulação do SUS.

■ Atenção humanizada em consonância com a política nacional de


humanização.

■ Gestão de tecnologia em saúde de acordo com a política nacional de


incorporação de tecnologias do SUS.

■ Garantia da qualidade da atenção hospitalar e segurança do


paciente.
■ Garantia da efetividade dos serviços, com racionalização da utilização
dos recursos, respeitando as especificidades regionais.

■ Financiamento tripartite pactuado entre as três esferas de gestão.

■ Garantia da atenção à saúde indígena, organizada de acordo com


as necessidades regionais, respeitando- -se as especificidades
socioculturais e os direitos estabelecidos na legislação, com
correspondentes alternativas de financiamento específico de acordo com
pactuação com subsistema de saúde indígena.

■ Transparência e eficiência na aplicação de recursos.

■ Participação e controle social no processo de planejamento e


avaliação.

■ Monitoramento e avaliação. Com relação à estruturação da assistência


hospitalar,

O Direito Humano a Alimentação adequada, envolve diversos aspectos,


que vão além do estar livre da fome, mas também prevê o direito a uma
alimentação de qualidade, diversificada, nutricionalmente adequada, sem
agrotóxicos ou contaminantes e isentos de organismos geneticamente
modificados. No Brasil, face às lutas dos movimentos sociais em prol da
regulação dos direitos, melhores condições de vida ao cidadão foi promulgada
em outubro de 1988, ma Constituição Federal do Brasil, trazendo uma nova
definição de Assistência Social, a qual passou a integrar o tripé da Seguridade
Social, sendo destinada a quem dela precisar, independente de contribuição,
cujas ações governamentais passaram a ser custeados com recursos da
seguridade social.

A Lei 11.346 - Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional –


LOSAN, a qual estabelece as definições, princípios, diretrizes, objetivos e
composição do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional –
SISAN, por meio do qual o poder público, com a participação da sociedade
civil organizada, formulará e implementará políticas, planos, programas e
ações com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada.
Recentemente, em 2010, outro avanço é garantido pela Carta Magna: o
reconhecimento da alimentação como direito social, assim como a assistência
social, educação, saúde, dentre outros.

O direito à alimentação adequada é um direito humano inerente a todas as


pessoas de ter acesso regular, permanente e irrestrito, quer diretamente ou
por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em
quantidade e qualidade adequadas e suficientes, correspondentes às
tradições culturais do seu povo e que garanta uma vida livre do medo, digna
e plena nas dimensões física e mental, individual e coletiva. (BURITY, V. et
AL, 2010: 204)

A função terapêutica da alimentação tem evoluído graças ao avanço


considerável dos conhecimentos relacionados à dietética e à nutrição. A
pesquisa nessas áreas forneceu e abriu novos pontos de vista acerca da terapia
nutricional, ficando cada vez mais claro que a alimentação pode, de fato,
apresentar um papel relevante no processo saúde/doença/cura. Quando se
volta o olhar para o ato de se alimentar e dele surge à percepção de que a
comida não é apenas uma substância alimentar, mas também um modo, um
estilo e um jeito de alimentar-se. Portanto, alimentar-se é um ato nutricional e
comer é um ato social ligado a usos, costumes, condutas, protocolos e
situações.

Neste olhar e desvestido das pré concepções culturais pode-se dizer que
o “comer no hospital” pode ser compreendido a partir de outras dimensões,
pois a sequência do comer não se restringe ao ato que vai da recepção da
matéria-prima ao garfo. Após a ingestão dos alimentos, emergem impressões,
lembranças, discursos e comportamentos alimentares. No meio hospitalar,
compreende-se que essa sequência do comer não é transparente. Numa cultura
repleta de tabus, vemos que comida de hospital está presente no imaginário
das pessoas, recebendo conotações que nem sempre foram vivenciadas na
prática, mas identificadas negativamente pelo senso comum.
Além das questões diversas que dificultam ou inibem o ato de se
alimentar por vontade, questões estas que atingem crianças, adolescentes,
jovens e adultos, no que tange à questão da terceira idade há ainda, alterações
corporais, decorrentes do processo natural do envelhecer, tais quais: dentição,
alteração do apetite, diminuição do paladar, que afetam diretamente a ingestão
de alimentos que comprometem/agravam a saúde dos idosos. A aceitação da
alimentação está relacionada à diminuição do apetite em função da doença, do
tratamento medicamentoso, do ambiente, da presença de acompanhante e dos
aspectos sensoriais dos alimentos. A doença interfere no apetite,
principalmente se vem acompanhada da dor. Quanto mais intensa, menor o
apetite e a vontade de se alimentar.

O ato de se alimentar relaciona-se com a doença e ao estado de


recuperação total ou parcial da saúde. Possivelmente, esta concepção reforça a
resistência frente a alimentação hospitalar oferecida e a rotina da medicação
onde o valor da dietoterapia normalmente não está em consonância ou levada
em consideração pela equipe multidisciplinar, pois a interferência de
medicamentos em seu apetite não são enfatizadas, tão pouco as aversões
alimentares, às intolerâncias individuais, o desconhecimento da dieta, a forma
de preparo e, principalmente, aos hábitos alimentares na maioria das vezes
não são levados em consideração. A diminuição do apetite também pode ser
influenciada por causas além da doença. O próprio ambiente hospitalar pode
interferir na rejeição da alimentação. Há uma infinidade de pressupostos que
podem estimular ou não a alimentação em ambientes hospitalares como, por
exemplo, a presença do acompanhante no momento da alimentação, o
transporte e a temperatura da refeição podem tornar este momento mais
prazeroso e facilita a aceitação.

Estende-se a isso os aspectos sensoriais da alimentação como


apresentação, aparência e o aroma, além do tipo de preparação, pois estes
aspectos influenciam diretamente na vontade de comer dos pacientes. Nesse
sentido, o sabor, como um dos aspectos sensoriais da alimentação predomina
na aceitação quando a preparação e a aparência não conspiram a favor. Vale
lembrar que as refeições dietoterápicas, por vezes, predominam a ausência ou
a pequena quantidade de sal e falta de temperos comumente utilizados em
casa, a textura/cocção dos alimentos, relacionada com dificuldades de
mastigação se tornam um dos grandes motivos de insatisfação/recusa
alimentar.

A humanização do cuidado e assistência alimentar e nutricional estão


presentes quando do acompanhamento dos nutricionistas, na oportunidade
poderem de escolherem preparações que possam facilitar a aceitação da
alimentação, do suporte técnico nutricional e do cuidado da equipe de
nutrição em buscar o bem-estar dos pacientes quando da preparação e do
fornecimento de refeições organolépticas e nutricionalmente corretas.

A aceitação da alimentação tem sido também relacionada com a forma


de atendimento prestado, em sua produção e ao ser servida ao paciente. Há
estudos que demonstram melhora no do quadro dos pacientes quando a
refeição se torna um momento de troca, um momento de interação entre
profissionais e pacientes. Assim quando a equipe de nutrição se dedica a
prestar o melhor tratamento e cuidado aos seus pacientes, acolhendo-os, o
resultado é o amenizar do sofrimento e melhorar da saúde através da
alimentação.
6 JUSTIFICATIVA

O conhecimento das Políticas Públicas que regem o sujeito de direito e


que desconhecem estes direitos, bem como a compreensão e o uso de
Instituições públicas e gratuitas como o Sistema Único de Saúde (SUS) e de
mecanismos que possam garantir e tornar real estes direitos como o Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) se faz necessário.

Colocar-se no lugar do outro e se apropriar deste lugar para


compreendê-lo é tornar-se capaz de ajudar e propiciar/prestar um serviço de
qualidade. Quando se tem em mente que o sujeito adoecido ao adentrar numa
unidade hospitalar, fragilizado, está repleto de incertezas e, na maioria das
vezes, num completo desconhecimento de seus direitos como cidadão e
usuário do sistema de saúde pública, levando o usuário ao silenciamento ou
até exclusão como sujeito de direito, onde esta inibição priva escolher ou
opinar sobre o que gostaria de comer ou não.

É preciso ainda demonstrar a importância do serviço de assistência


nutricional nos hospitais públicos para que seu desempenhar vá de encontro as
necessidades do usuário, onde haja identificação de sua história alimentar,
preferências ou hábitos adquiridos ao longo de sua vida. A situação de
internação se apresenta como uma ruptura com o cotidiano e hábitos, fazendo
com que os pacientes procurem se adaptar e aceitar as normas para a
recuperação da sua saúde. Porém, existe um caminho a ser percorrido,
buscando atender as individualidades e conduzir as rotinas hospitalares o mais
próximo possível das rotinas do cotidiano doméstico, embora estes também se
encontrem em momento de transição. A busca deve ser constante para a
adequação do serviço de nutrição ao paciente.
7 OBJETIVOS

Objetivo geral

Conhecer e compreender o que são Políticas Públicas, o SUS, o SUAS e


a Assistência Nutricional Hospitalar.

Objetivos específicos

Verificar o nível de conhecimento dos colaboradores do Hospital


Regional de Cáceres sobre o que são Políticas Públicas, o SUS, o SUAS e a
Assistência Nutricional Hospitalar.

Procurar apontar os meios que se estabelecem e se concretiza as ações


das Políticas Públicas, o SUS, o SUAS e a Assistência Nutricional Hospitalar.

Estabelecer/afirmar da necessidade das ações da equipe nutricional


frente a melhora/cura do paciente nas unidades Hospitalares que se
beneficiam da assistência nutricional.
8 REFERÊNCIAS

O QUE SÃO AS POLÍTICAS PÚBLICAS? Disponível em


<https://www.todapolitica.com/politicas-publicas/>acessado em 20/05/19 as 09:45.

POLÍTICAS PÚBLICAS: O QUE SÃO E PARA QUE EXISTEM, disponível em


<https://www.politize.com.br/politicas-publicas/>Acessado em 20/05/19 as 09:45.

SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS, Disponível em


<http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/portal.php/assistencia_sistema>Acessado em
20/05/19 as 09:45.

PORTARIA Nº 3.390, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2013, Disponível em


<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt3390_30_12_2013.html>Acessado em
21/05/19 as 20:05.

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO HOSPITALAR, Disponível em


<https://www.conass.org.br/wp-content/uploads/2013/09/NT-24-2013-PNOHOSP-
vf.pdf>Acessado em 21/05/19 as 20:05.

BURITY, V. [et al.]. Direito humano à alimentação adequada no contexto da segurança


alimentar e nutricional. ABRANDH, Brasília. 2010. 204p.

COMIDA DE HOSPITAL: PERCEPÇÕES DE PACIENTES EM UM HOSPITAL PÚBLICO


COM PROPOSTA DE ATENDIMENTO HUMANIZADO, Disponível em
<https://www.scielosp.org/article/csc/2010.v15suppl1/1275-1282/pt/>Acessado em 22/05/19
as 16:13.

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