Sie sind auf Seite 1von 173

Curso

de
Pré-Cálculo

Eric Robalinho (Organizador)


Daniela Haas
Diana Vega Marona
Fernanda Krüger Tomaschewski
Silvane de Sousa Verch

Porto Alegre
2ª edição
Curso de Pré-Cálculo
2ª edição

Eric Robalinho (Organizador)


Daniela Haas
Diana Vega Marona
Fernanda Krüger Tomaschewski
Silvane de Sousa Verch

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

Campus Restinga

Porto Alegre – RS – Brasil

2017
Copyright © 2017 de Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Restinga
Todos os direitos reservados
2a Edição, 2017.

ISBN

Edição:
Alexsandro Cristovão Bonatto (1ª. edição);
Julio Cesar Carpes Gregorio e Eric Robalinho (2ª. edição)

Revisão:
Eric Robalinho

Capa:
Eric Robalinho

Endereço:
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do
Sul (IFRS) – Campus Restinga
Rua Alberto Hoffmann, 285
Bairro Restinga - CEP 91791-508 – Porto Alegre – RS
Fone: (51) 3247-8400

C977 Curso de Pré-Cálculo / organização de Eric Robalinho. 2.ed.


Bento Gonçalves: Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio Grande do Sul, 2017.
169 p.

Inclui bibliografia.
ISBN:

1. Matemática (Ensino Médio). I. Robalinho, Eric.

CDU 51

Responsável: Bibliotecária Paula Porto Pedone – CBR10/1825


SUMÁRIO
1 Operações com Números Reais e Complexos...............................7
1.1 CONJUNTOS ................................................................................. 7

1.2 OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS.......................................... 10

1.3 CONJUNTOS NUMÉRICOS ........................................................ 12

1.4 OPERAÇÕES COM RACIONAIS - FRAÇÕES ........................... 14

1.5 OPERAÇÕES COM RACIONAIS – NÚMEROS DECIMAIS ....... 16

1.6 NÚMEROS IRRACIONAIS I ..................................................... 17

1.7 NÚMEROS REAIS R .................................................................. 18

1.8 POTENCIAÇÃO COM NÚMEROS REAIS .................................. 19

1.9 RADICIAÇÃO ............................................................................... 21

1.10 RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES .............................. 24

1.11 MÓDULO DE UM NÚMERO ........................................................ 25

1.12 INTERVALOS .............................................................................. 26

1.13 CONJUNTO DOS NÚMEROS COMPLEXOS ............................. 27

1.14 Exercícios de verificação de aprendizagem ................................ 37


2 Equações e Inequações Polinomiais ............................................51
2.1 EQUAÇÃO DE 1º GRAU ............................................................. 51

2.2 INEQUAÇÕES DO 1º GRAU ....................................................... 51

2.3 INEQUAÇÕES PRODUTO DO 1º GRAU .................................... 52

2.4 INEQUAÇÕES QUOCIENTE DO 1º GRAU ................................ 53

2.5 EQUAÇÃO DO 2º GRAU ............................................................. 54


2.6 DISCRIMINANTE ......................................................................... 56

2.7 PROPRIEDADE DAS RAÍZES .................................................... 56

2.8 INEQUAÇÕES DO 2º GRAU ....................................................... 57

2.9 INEQUAÇÕES PRODUTO DO 2º GRAU .................................... 58

2.10 INEQUAÇÕES QUOCIENTE DO 2º GRAU ................................ 59


2.11 EQUAÇÕES MODULARES ......................................................... 60

2.12 INEQUAÇÕES MODULARES ...................................................... 60


2.13 Exercícios de verificação de aprendizagem ................................. 62
3 Funções Reais e Modelagem ........................................................ 71
3.1 FUNÇÕES REAIS ........................................................................ 71
3.2 Exercícios de verificação de aprendizagem ................................. 77

3.3 POLINÔMIOS ............................................................................... 89

3.4 FRAÇÕES PARCIAIS................................................................... 98


3.5 Exercícios de verificação de aprendizagem ............................... 100
4 Matrizes e Sistemas Lineares ..................................................... 109
4.1 MATRIZES .................................................................................. 109
4.2 Exercícios de verificação de aprendizagem ............................... 113

4.3 SISTEMAS LINEARES ............................................................... 117


4.4 Exercícios de verificação de aprendizagem ............................... 119
5 Trigonometria no Triângulo Retângulo e no Ciclo
Trigonométrico ............................................................................. 123
5.1 O QUE É TRIGONOMETRIA? ................................................... 123

5.2 GRAUS X RADIANOS ................................................................ 124

5.3 TEOREMA DE PITÁGORAS ...................................................... 125

5.4 RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO126

5.5 RELAÇÕES FUNDAMENTAIS ................................................... 128

5.6 NOÇÕES SOBRE O CICLO TRIGONOMÉTRICO .................... 130


5.7 ARCOS CÔNGRUOS ................................................................. 132

5.8 PRIMEIRA DETERMINAÇÃO POSITIVA DE UM ARCO .......... 133

5.9 Exercícios de verificação de aprendizagem ............................... 134


6 Aplicações na Área de Física ...................................................... 143
7 Referências Bibliográficas .......................................................... 169
PREFÁCIO DA 1ª. EDIÇÃO

Este livro, em sua 1ª edição revisada, foi inicialmente escrito pelos professores
da área de matemática do IFRS Campus Restinga com o objetivo de ser utilizado em
um curso de nivelamento em matemática do Ensino Médio. Para os Cursos de
Tecnologia que têm disciplinas de cálculo, a matemática é uma grande aliada para
resolver problemas e aplicações propostos ao longo do curso.

O alto índice de reprovação na disciplina de Cálculo I do nosso instituto foi a


causa propulsora deste projeto. Para os docentes desta disciplina a maior dificuldade
dos alunos encontra-se na matemática básica. O objetivo principal do projeto é resgatar
esses alunos, cuidar da evasão, melhorar o índice de aprovação, mantendo o nível e a
qualidade da educação deste campus. Esperamos conseguir preencher as lacunas
existentes na formação de nossos acadêmicos, em nível básico. Desta forma,
acreditamos que conseguiríamos diminuir o desnível existente entre a Matemática do
Ensino Médio para a de nível superior, em especial para o Cálculo Diferencial e
Integral.

Formato do curso: os encontros de Pré-Cálculo ocorrerão nas primeiras semanas


de aula, totalizando cinco aulas de 4 horas cada. Recomenda-se, fortemente, que todos
os calouros dos cursos de Tecnologia realizem esta atividade.

Formato das aulas: exposição de conteúdos feita pelo professor, realização em


grupos dos exercícios propostos, e apresentação das soluções no quadro, por
representantes dos grupos. Ao término de cada aula, ficará para o acadêmico uma
listagem de exercícios denominada “exercícios de verificação de aprendizagem”, é de
suma importância sua realização.

Este material está organizado em cinco capítulos, que serão trabalhados em


cinco aulas:

AULA 1: Operações com Números Reais e Complexos.

AULA 2: Equações e Inequações Polinomiais.

AULA 3: Funções Reais e Modelagem.


AULA 4: Matrizes e Sistemas Lineares.

AULA 5: Trigonometria no Triângulo Retângulo e no Ciclo Trigonométrico.


PREFÁCIO DA 2ª. EDIÇÃO

Nesta 2ª edição os autores realizaram correções e atualizações em seus


respectivos capítulos, com inserção de novos exercícios. Todos os exercícios
propostos, chamados de “exercícios de verificação de aprendizagem” possuem
respostas no final de cada capítulo. O formato da apresentação foi mudado, com a ideia
de tornar o material mais interessante para o aluno, com espaços de resolução dos
exercícios no próprio livro. O aluno de graduação do Curso de Eletrônica Industrial do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) –
Campus Restinga, Julio Cesar Carpes Gregorio, participou da nova edição, trabalho
pelo qual os autores muito agradecem.

Ao Professor Doutor Alexsandro Cristovão Bonatto, coordenador do Curso de


Eletrônica Industrial, e grande incentivador deste projeto nestes últimos dois anos,
nosso imenso agradecimento e estima.

O objetivo e o formato do curso permanecem os mesmos. O formato das aulas


poderá ser alterado, conforme a necessidade do professor, uma vez que há um novo
capítulo de aplicações na área de física. Neste capítulo são apresentados exercícios
envolvendo conceitos básicos de física, como cinemática, geofísica, transferência de
calor e eletricidade, com soluções. A sequência dos capítulos ficou assim:

Capítulo 1: Operações com Números Reais e Complexos.

Capítulo 2: Equações e Inequações Polinomiais.

Capítulo 3: Funções Reais e Modelagem.

Capítulo 4: Matrizes e Sistemas Lineares.

Capítulo 5: Trigonometria no Triângulo Retângulo e no Ciclo Trigonométrico.


Capítulo 6: Aplicações na Área de Física.
Autores:

Daniela Haas (daniela.haas@restinga.ifrs.edu.br)

Diana Vega Marona (diana.marona@restinga.ifrs.edu.br)

Eric Robalinho (eric.robalinho@restinga.ifrs.edu.br)

Fernanda Krüger Tomaschewski (fernanda.tomaschewski@restinga.ifrs.edu.br)

Silvane de Sousa Verch (silvane.verch@restinga.ifrs.edu.br)

Organizador:

Eric Robalinho (eric.robalinho@restinga.ifrs.edu.br)


1 Operações com Números Reais e Complexos
Profa. Silvane de Sousa Verch

OBJETIVOS DA AULA: como não poderia deixar de ser, o primeiro encontro no curso
destina-se a retomar e aprofundar conceitos introdutórios tais como números reais e
complexos, suas operações e propriedades.

1.1 CONJUNTOS

1.1.1 Conceito
É uma coleção qualquer de objetos.
Normalmente usamos letras maiúsculas  A, B, X , Y ,... para denotar conjuntos, e
letras minúsculas a, b, x, y,... para denotar elementos de conjuntos.

Usamos:
p  A  para afirmar que “ p é um elemento de A ”, ou seja, “ p pertence a
A ”.
p  A  para afirmar que “ p não é um elemento de A ”, ou seja, “ p não
pertence a A ”.

A  B  se e somente se os conjuntos A e B possuem os mesmos


elementos. Caso contrário A  B .

Observação: cada elemento de um conjunto deve ser listado apenas uma vez
(conjuntos não possuem elementos repetidos).

1.1.2 Representação de Conjuntos


 Lista dos elementos
Entre chaves

Exemplo: A  a, e, i, o, u

Elementos
Separado por
vírgula

7
 Propriedade ou condição

 
Exemplo: A  x x é uma vogal (conjunto dos elementos x, tal que x é uma
vogal)

 Diagrama de Venn (John Venn, lógico inglês, 1834-1923)


Exemplo:
a e
i u

1.1.3 Conjunto Vazio  ou 


É o conjunto que não possui elementos.


Exemplo: A  x x  N e x  0 

1.1.4 Conjunto Unitário


É o conjunto que possui apenas um elemento.
Exemplo: B  10 .

1.1.5 Conjunto Universo U


É o conjunto de todos os elementos dos conjuntos considerados.

1.1.6 Subconjuntos
Quando todos os elementos de um conjunto A qualquer pertencem a outro
conjunto, dizemos que A é um subconjunto de B, ou que A está contido em B, ou
ainda que B contém A.

A B
Observações:
B A
1) (todo conjunto é subconjunto dele mesmo).
2) (o conjunto vazio é subconjunto de todos os conjuntos).

8
Exemplo:

B  x  N x  4

A  x  R xx  1  0
B  0, 1, 2, 3 e B  0,1
Podemos afirmar que A é um subconjunto de B ( A  B ).
Observação: se pelo menos um elemento de A não pertence a B , usamos  ,
ou seja, ( A não está contido em B ). Também podemos usar B A ( B não
contém A ).
Exemplos: dados os conjuntos A  0, 1, 2, 3, B  0, 1, 2, 3, 4, 5 e C  0, 2, 5 ,
temos:
 A  B , pois todos os elementos de pertencem a ;
 C  A , pois 5  C e 5  A ;
 B  C , pois todo elemento de pertence a ;
 B  A , pois 4  B e 4  A , e também 5  B e 5  A ;

1.1.7 Relação de Inclusão entre Conjuntos


Dados os conjuntos e , se todo elemento de for também elemento de ,
. Esta relação chama-se relação de inclusão.

Propriedades

a) Propriedade reflexiva: .

b) Propriedade antissimétrica: se e , então . Usada sempre que se quer


provar que dois conjuntos são iguais.

c) Propriedade transitiva: se e , então .

É fundamental nas deduções. Na lógica é conhecida como uma forma de


raciocínio chamada silogismo.

9
Por exemplo:

G: conjunto dos gaúchos S

B: conjunto dos brasileiros B


G
S: conjunto dos sul-americanos

Todo gaúcho é brasileiro.


Todo brasileiro é sul-americano.

Então, todo gaúcho é sul-americano.


Se G  B e B  S , então G  S .

1.2 OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS

1.2.1 União de Conjuntos


Dados dois conjuntos A e B, define-se como união dos conjuntos A e B, ao
conjunto representado por . Este conjunto é formado por todos os elementos
pertencentes a A ou a B. Veja a figura a seguir:

* | +

Propriedades: sejam A, B e C três conjuntos arbitrários. Então:

a) ( ) ( ) (associativa)
b) (comutativa)
c) (elemento neutro)
d)
e)

10
1.2.2 Interseção de Conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, define-se como interseção dos conjuntos A e B ao
conjunto representado por . Este conjunto é formado por todos os elementos
pertencentes a A e a B, simultaneamente. Veja a figura abaixo:

* | +
Propriedades: sejam A, B e C três conjuntos arbitrários. Então:

a) ( ) ( ) (associativa)
b) (comutativa)
c)
d)
e)

1.2.3 Diferença de Conjuntos


Dados dois conjuntos e , define-se como diferença entre e (nesta ordem)
ao conjunto representado por . Este conjunto é formado por todos os elementos
que pertencem a A, mas não pertencem a B. Veja a figura a seguir:

A  B  x x  A e x  B
Observação:

A B  B  A

11
1.2.4 Complementar de um Conjunto
A diferença U  A , onde U é o conjunto universo, é chamada de complementar
AC , ou seja, A  U  A .
C
de A e será denotada por

1.3 CONJUNTOS NUMÉRICOS

1.3.1 Números Naturais N


Tem como elementos números inteiros e positivos, incluindo o zero.

N  0, 1, 2, 3, 4, ...

Subconjunto

Conjunto dos números naturais não nulos: N


*  1, 2, 3, 4, ... , ou seja,

N*  N  0

1.3.2 Números Inteiros


Tem como elementos números inteiros positivos e negativos, ou seja, são todos
os números que pertencem ao conjunto N mais os seus respectivos opostos
(negativos).

Z  ...,  4,  3,  2,  1, 0, 1, 2, 3, 4, ...
Subconjuntos

 Conjunto dos números inteiros não nulos: Z


*  ...,  4,  3,  2,  1, 1, 2, 3, 4, ...
,
ou seja, Z  Z  0
*

12
 Conjunto dos números inteiros não negativos: Z  0, 1, 2, 3, 4, ... ; Z   N

*  1, 2, 3, 4, ... Z *  N *
 Conjunto dos números inteiros positivos: Z ;
 
 Conjunto dos números inteiros não positivos: Z  ...,  4,  3,  2,  1, 0;

Z   Z  Z *
*  ...,  4,  3,  2,  1 Z *  Z  Z
 Conjunto dos números inteiros negativos: Z ; 
 

Observação: N  Z

1.3.3 Números Racionais Q


Tem como elementos números que podem ser obtidos como o quociente de dois
números inteiros.

p 
Q   p e q  Z , onde q  0
q 
Exemplos:

3 7
a)  ; 0; (números inteiros)
1 1
1 5 3
b)  0,5 ;   1,25 ;  0,6 (números decimais finitos)
2 4 5
7 1 2
c)   1,166... ;  0,333... ;  0,2857142857 14...
6 3 7
(números decimais infinitos = dízimas periódicas)

Subconjuntos
*
 Conjunto dos números racionais não nulos: Q
 Conjunto dos números racionais não negativos: Q
*
 Conjunto dos números racionais positivos: Q
 Conjunto dos números racionais não positivos: Q
 Conjunto dos números racionais negativos: Q*

Observação: N Z Q
13
1.4 OPERAÇÕES COM RACIONAIS - FRAÇÕES

1.4.1 Adição e Subtração de Frações


Para adicionar ou subtrair frações devemos analisar dois casos:

1º Caso: denominadores iguais

Para somarmos ou subtrairmos frações com denominadores iguais, mantemos o


denominador em comum e somamos ou subtraímos os numeradores.

Exemplos:

5 1 51 6
   
7 7 7 7
8 3 83 5
   
12 12 12 12
2º Caso: denominadores diferentes

Para somarmos ou subtrairmos frações com denominadores diferentes, uma


solução é obter frações equivalentes de denominadores iguais ao m.m.c. (mínimo
múltiplo comum) dos denominadores das frações.

Como obter as frações equivalentes:

- Utilizar o m.m.c. dos denominadores;

- Dividir este valor do m.m.c. pelo denominador original da fração;

- Multiplicar o resultado pelo numerador original, obtendo a fração equivalente.

Exemplo:

4 3
  m.m.c. (3, 4) = 12
3 4
4 16 3 9 4 3 16 9 25
 e      
3 12 4 12 3 4 12 12 12

14
1.4.2 Multiplicação de Frações
Para multiplicar frações, devemos multiplicar os numeradores e os
denominadores entre si. Quando fazemos uma multiplicação de frações, podemos
simplificar a operação usando o processo de cancelamento.

Exemplo:

4 7
 
5 10

Para multiplicar uma fração por um número inteiro, devemos multiplicar esse
número pelo numerador da fração e repetir o denominador.

Exemplo:

3 6
 2 
5 5

1.4.3 Divisão de Frações


Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a primeira pelo inverso da
segunda.
Exemplo:

3 11
 
7 5

15
1.5 OPERAÇÕES COM RACIONAIS – NÚMEROS DECIMAIS

1.5.1 Adição e Subtração de Números Decimais


Para adicionar ou subtrair números decimais devemos colocar vírgula embaixo
de vírgula.

Exemplo:
 2,4  1,723
 2,4  1,723
2 ,400 2 ,400
 1,723  1,723
4 ,123 0 ,677

1.5.2 Multiplicação de Números decimais


Para multiplicar números decimais temos dois modos:

1º Modo: transformar em frações decimais

Transformar os números decimais em frações e realizar a multiplicação de


numerador com numerador e denominador com denominador.
Exemplo: 2,25  3,5
225 35 7875
2 ,25  3,5     7 ,875
100 10 1000

2º Modo: multiplicar como se fossem números inteiros

Multiplicar como se fossem números inteiros e dar ao produto tantas casas


quantas forem as casas do multiplicando somadas às do multiplicador.
Exemplo: 2,25  3,5

16
2 ,25 2 casas decimais
 3,5 1 casa decimal
1125
 675
7 ,875 3 casas decimais

1.5.3 Divisão de Números decimais


Para dividir números decimais devemos:

- Igualar o número de casas decimais, com o acréscimo de zeros;

- Suprimir as vírgulas;

- Efetuar a divisão.
Exemplo: 0 ,35  7

0,35 7,00  35 700  350 700  3500 700  3500 700


0, 0,0 -3500 0,05
0

1.6 NÚMEROS IRRACIONAIS I


Os números irracionais são aqueles que não admitem uma representação
decimal exata nem uma representação na forma de dízima periódica, ou seja, não
podem ser expressões como fração.

Exemplos:

Observação: todas as raízes inexatas são números irracionais.

17
1.7 NÚMEROS REAIS R
O conjunto dos números reais é definido como a união entre os conjuntos dos
números racionais e irracionais.

R QI
Subconjuntos

  
Conjunto dos números reais não nulos: R*  x  R x  0  R  0
 
Conjunto dos números reais não negativos: R  x  R x  0 
  
Conjunto dos números reais positivos: R*  x  R x  0
 
Conjunto dos números reais não positivos: R  x  R x  0 
 *
 
Conjunto dos números reais negativos: R  x  R x  0 
Observações:

N Z QR
IR
I  RQ
Veja o diagrama ao lado:

Todo número real pode ser representado por um ponto sobre uma reta, e,
reciprocamente, qualquer ponto sobre uma reta pode ser associado a um número real.

18
1.8 POTENCIAÇÃO COM NÚMEROS REAIS
Definição: Dado um número real a qualquer, sendo n um número natural
( ), define-se a elevado a n ( ), como sendo o produto de n fatores iguais ao
número a , ou seja,

1.8.1 Casos Particulares


 a 0  1 a  0

 a1  a

1.8.2 Propriedades
m n
I. am  an  a
23
Exemplo: 3  3  3  35  243
2 3

am
II.  a m  n a  0 e m  n 
a n
54
Exemplo: 2
 54  2  52  25
5

III. a  bn  a n  b n
Exemplo: 3  4   3  4  9  16  144
2 2 2

n an
a
IV.    b  0
b bn
2
5 5
2
25
Exemplo:    2 
2 2 4

19
n
V.  a m   am  n
 
Exemplo: 2 2   3
 2 23  26  64

a n  a  0
1
VI.
an
2 1 1
Exemplo: 4  
4 2 16

Cuidado!!!
n n
1)  a m   am
 
3 3
Exemplo:  2 2   22
 
2  2  64  256
6 8

2) a  bn  a n  b n
Exemplo: 4  3  4  3
2 2 2

7 2  16  9  49  25

3) a  bn  a n  b n
Exemplo: 2  3  2  3
3 3 3

 13  8  27  1  19

20
1.8.3 Potências de Base 10:

o o
(ou (n-1) vezes o n de zeros e o n 1)

Exemplos:

Observação:

1.9 RADICIAÇÃO
Definição: Define-se como raiz de índice , , de um número , , ao
número , tal que elevado a resulta em .
n
a  b  bn  a b  0 
Observação: em todo radical cujo índice é um número par, a raiz considerada é
sempre positiva.

Caso Particular:
n
a n  a , onde n  1

Observações:

 Se n é par, então . Exemplo:


2
52  5
 Se n é ímpar, então . Exemplo: 3
 53  5
 √

21
1.9.1 Propriedades
n
n
r
n m n p m p n m
n,p e r  1 , r
I. a  a e a  ar , onde é divisor comum
de n e m.
Exemplos:
4
7 3  42 7 32  8 76
4
2
2
4
3  3  2 31
2 2

II.
n a  b  n a  n b , onde n 1

Observações:

 Se n é par, então a e b  R .
Exemplo: 2 5  6  2 5  2 6

 Se n é ímpar, então a e b  R .
Exemplo: 5 4  3  4  5 3
5

n
III. na  a , onde n  1
b nb

Observações:

 Se n é par, então a  R e b  R* .


2 2
Exemplo: 
5 5

 Se n é ímpar, então a  R e b R* .
3
1 1
Exemplo: 3 3
-3 3

22
IV. n m a  n  m a , onde n e m  1 e a  R
Exemplo: 3 3  3 2 3  6 3

m
V. n a m n
 a m  a n , onde n  1 , m  R e a  R

 2 
3
3
Exemplo:
4 4
2 2
3 4

Cuidado!!!

1)
na b  na  nb
Exemplo: 9  16  9  16
25  3  4
5 7

2) a 2  b2  a 2  b2
Exemplo: 6 2  82  6 2  8 2
36  64  6  8
100  14
10  14

3) a 2  b2  a 2  b2
Exemplo: 52  4 2  52  4 2
25 16  5  4
9 1
3 1

23
1.10 RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES
Racionalizar o denominador de uma fração consiste em eliminar, através de
propriedades algébricas, o radical ou os radicais do denominador.

1.10.1 Casos Principais


1º Caso: o denominador contém radical de índice 2

Exemplo:

2 3 2 3 2 3
 
3 3 32 3

2º Caso: o denominador contém radical de índice diferente de 2

Exemplo:

43 52 43 52 43 52 43 52
  
3
5 3 52 3
512 3
53 5

3º Caso: o denominador contém soma ou subtração envolvendo raiz quadrada

Exemplo:

24

2 34 2 34

  
3  16  13

1.11 MÓDULO DE UM NÚMERO


Módulo ou valor absoluto de um número real , indicado por x , é a relação:

 x, se x  0
x 
 x, se x  0
x  0  o módulo de um número positivo ou igual a zero é ele próprio

x  0  o módulo de um número negativo é igual ao seu oposto

Exemplos:

5 5

 
 3  3  3

Geometricamente, o módulo de é a distância entre e a origem (0).

Observações:
Pela definição de módulo, x  R, x  0. O que se comprova
geometricamente.
Pela definição de módulo podemos concluir que x2  x .

25
Exemplos:

 72   7   7  7

62  6  6

1.12 INTERVALOS
São subconjuntos dos números reais.

Intervalo aberto: excluem-se os extremos.


( ) - , * | +

Intervalo Fechado: incluem-se os extremos.


, - * | +

Intervalo Aberto à Direita: exclui-se o extremo da direita e inclui-se o extremo


da esquerda.
, ) , , * | +

Intervalo Aberto à Esquerda: inclui-se o extremo da direita e exclui-se o


extremo da esquerda.
( - - - * | +

26
Intervalos Infinitos: um dos extremos é o infinito positivo ou negativo.
 Semirreta esquerda, aberta, de origem a

( ) - , * | +

 Semirreta esquerda, fechada, de origem a

( - - - * | +

 Semirreta direita, aberta, de origem a

( ) - , * | +

 Semirreta direita, fechada, de origem a

, ) , , * | +

 Reta Real

( ) - ,

1.13 CONJUNTO DOS NÚMEROS COMPLEXOS

Até o momento, no universo dos números reais, NÃO EXISTIA solução para isto!

1.13.1 Unidade Imaginária


Por isso, foi criado um número especial, que representamos algebricamente
como i , e denominamos por unidade imaginária. Este número é tal que elevado ao
quadrado resulte em – 1 matematicamente:

Esse novo conceito possibilitou a resolução da equação mostrada anteriormente.


Desse modo:

27

( √ )

Conclusão: Assim, foi criado um novo conjunto numérico denominado conjunto


dos números complexos ou conjunto dos números imaginários, que representamos pela
letra C.

1.13.2 Relação Fundamental


O conjunto dos números complexos possui a relação fundamental:
 √
Exemplo:
√ √ ( ) √ √

1.13.3 Forma Algébrica


O número complexo possui uma parte real e outra imaginária. Como a parte
imaginária conta com a presença do i, sua forma algébrica é

Exemplos:
 número complexo

√  número complexo

28
 número complexo puro

 número real
 número complexo puro
( )  o par ( ) é identificado como o número real ;

( )  é chamado de unidade imaginária;


( )  representam a parte real e a parte imaginária,
respectivamente.

Exemplo: ( )

1.13.4 Representação Geométrica


O conjunto dos números complexos pode ser compreendido como o conjunto de
pares ordenados, ou seja:

( )

onde e são números reais.


Exemplo: ( )

29
Exemplo:

Represente no plano de Argand-Gauss o número complexo .

1.13.5 Conjugado de um Número Complexo


Dado , define-se como conjugado de e representa-se por ̅ .

Exemplo: , seu conjugado é ̅

30
1.13.6 Igualdade entre Números Complexos
Dois números complexos são iguais se, e somente se, apresentam
simultaneamente iguais a parte real e a parte imaginária. Assim, se e
, temos que:

1.13.7 Adição de Números Complexos


Para somarmos dois números complexos basta somarmos, separadamente, as
partes reais e imaginárias desses números. Assim, se e , temos
que:
( ) ( )

1.13.8 Subtração de Números Complexos


Para subtrairmos dois números complexos basta subtrairmos, separadamente,
as partes reais e imaginárias desses números. Assim, se e ,
temos que:
( ) ( )

Exemplos:

a) ( ) ( ) ( ) ( )
b) ( ) ( ) ( ) ( )
c) ( ) ( ) ( ) ( )
d) ( ) ( )

1.13.9 Multiplicação de Números Complexos


Para multiplicarmos dois números complexos basta efetuarmos a distributiva dos
dois binômios, observando os valores das potências de . Assim, se e
, temos que:

( ) ( )

Observação:

31
Exemplos:

a) ( )( )

( )( )

b) ( )

( )

c) ( )( )
( )( )

d) ( )( )
( )( )
( )

1.13.10 Divisão de Números Complexos


Para dividirmos dois números complexos basta multiplicarmos o
numerador e o denominador pelo conjugado do denominador.
Sejam e , então:

Exemplo:
Sejam e , calcule :

32
1.13.11 Potências de
Se, por definição, temos que √ , então:

...
Observamos que no desenvolvimento de (n pertencente a N ), de modo que
os valores se repetem de 4 em 4 unidades. Desta forma, para calcularmos basta
calcularmos onde r é o resto da divisão de n por 4.

Exemplo:

dá resto 3, logo

1.13.12 Módulo de um Número Complexo


Dado , chama-se módulo de , o número real calculado por:

| | √ .

Exemplo:

| | √ √ √

33
1.13.13 Módulo e Argumento de um Número Complexo

34
1.13.14 Forma Trigonométrica ou Polar

 z  a 2  b2

 z

onde pode ser escrito como ( )

Lembrando:

35
Exemplo: Dê a forma polar do complexo √ .
1º) Calculamos o módulo de :
| | √

2º) Calculamos o ângulo polar:



3º) Escrevemos nosso complexo:

. /

1.13.15 Operações na Forma Trigonométrica


Multiplicação: , ( ) ( )-

Divisão: , ( ) ( )-

Potenciação: Fórmula de Moivre: , ( ) ( )-

Exemplos: Dados os números complexos abaixo, calcule o que se pede:

 π π  π π
w  2 cos  isen  e z  3 cos  isen 
 6 6   3 3
a)
0 . / . /1 . /

b)

0 . / . /1 0 . / . /1

[ ( ) ( )]

c)
0 . / . /1 ( )

36
1.14 Exercícios de verificação de aprendizagem

1) Indique se cada um dos elementos ⁄ e 0,25 pertence ou não a cada um


destes conjuntos:
* | +

* | +
* | +

* | +

2) Considerando que F = {x | x é estado do sudeste brasileiro} e G = {x | x é capital de


um país sul-americano}, quais das sentenças seguintes são verdadeira?
a. Rio de Janeiro  F d. Montevideo  G
b. México  G e. Espírito Santo ∉ F
c. Lima ∉ G f. São Paulo  F

3) Em cada caso, identifique os conjuntos unitários e os vazios.

A   x x  1 e x  3

B   x x é um número primo positivo e par

 3x  5 
C  x0 x5e  4
 2 
D   x x é capital da Bahia

E   x x é mes cuja letra inicial do nome é p

 2 
F   x  0
 x 

37
4) Calcule as expressões:
a. 17,352  15,2  8,3
b. 15  3,25  2,7  4,08  10
c. 20,3  4,75  1,2  2,38  5,1
d. 7,5  3,8  3,5  0,5
e. 2  3,15  2,08  4  2,04  3,05

5) O preço à vista de um automóvel é . O mesmo automóvel a prazo


custa de entrada mais 6 prestações de . Qual a diferença
entre o valor total da compra à vista e a prazo?

6) Calcule:
a. 5  0,4
b. 9  0,06
c. 9,81  0,9
d. 0,063  0,09

7) Escreva, usando chaves, os subconjuntos de N .


a. M(6): conjunto dos múltiplos de 6.
b. D(6): conjunto dos divisores de 6.
c. A: conjunto dos números primos menores do que 20.
d. C: conjunto dos números naturais quadrados perfeitos.

8) Represente o conjunto formado pelos possíveis valores de x em cada item.


a. x  N e x  3 d. x  Z e  2  x  3
b. x  Z e x  2 e. x  N e x  0
c. x  N e x  1 f. x  Z e x  0

9) Sendo * +, classifique as sentenças em verdadeiras (V) ou falsas (F).


a. 5M
b. 3M
c.  M
d. 0M
e.  M
f. 0 
g. 0 

38
h. 0  M
10) Sendo * +, * +, * +e * +, classifique em verdadeiras
(V) ou falsas (F) as sentenças abaixo:

( )BD
( ) A B
( )D A
( )AC
( )C  B
( )C  D

11) Julgue a afirmação a seguir:


“Quaisquer que sejam os números reais x e y, se x<y então x² < y².”

12) Em cada linha da tabela abaixo, verifique a relação descrita nos blocos é válida:

a b c abc abc abc abc


-1 0 2
2 4 -3
½ ½ ¾
-5 -5 -5
0,75 1,25 1,25

13) Qual o valor de ( ) ?

14) Qual a base da potência ?

15) Sem utilizar calculadoras, determine o valor de:

a) √
b) . /
c) { , ( )- }
d) √
e) 0 1
f)

16) Se , qual o valor das expressões ( ) . O que você pode


concluir da seguinte igualdade: ( ) .

39
17) Uma emissora de TV, durante a transmissão de um evento esportivo, propõe uma
enquete aos telespectadores “internautas” a respeito de dois jogadores A e B
convocados para a seleção brasileira de futebol. Depois 30 minutos, obteve-se o
seguinte resultado: 5000 pessoas preferem o jogador A; 7000 pessoas preferem o
jogador B; 2000 pessoas preferem ambos e 1000 pessoas não preferem nenhum
deles. Quantas pessoas deram sua opinião?

18) Qual(is) dos números abaixo apresenta(m) maior valor? Por quê?

a) |√ |
b) | √ |
c) | √ |
d) | √ |

19) Em cada item, esboce um intervalo real que satisfaça as condições dadas:

a)
b)
c)
d)

20) Represente no plano de Argand-Gauss os seguintes números complexos:

a)
b) √
c)
d)

21) Determine o valor de m, sabendo que a igualdade ( ) seja


verdadeira.

22) Dados os números e , calcular:

a)
b)
c)

40
23) Determine a parte real do complexo .

24) Calcule o valor de .

25) Determine a forma trigonométrica do complexo √ .

26) Calcule , onde √ .

27) Sejam os complexos ( ) e . Determine e de modo


que .

28) Determine , de modo que ( )( )seja imaginário puro.

( )
29) Qual é o conjugado de ?
( )

30) Os módulos de √ ( ) são iguais, qual o valor de ?

( )
31) Escreva na forma trigonométrica o complexo .

Anotações & solução dos exercícios

41
Anotações & solução dos exercícios

42
Anotações & solução dos exercícios

43
Anotações & solução dos exercícios

44
Anotações & solução dos exercícios

45
Anotações & solução dos exercícios

46
Anotações & solução dos exercícios

47
Anotações & solução dos exercícios

48
Respostas:

1) * +; 2 3; 2 3; * +; 2) a) V; b) F; c) F; d) V;

e) F f) V;

3) A é vazio; B é unitário; C é unitário; D é unitário; E é vazio; F é vazio;

4) a) 10,452; b) 3,13; c) 24,23; d) 30,25; e) 27,028; 5) R$ 4.812,00;

6) a) 12,5; b) 150;

c) 10,9; d) 0,7; 7) a) * +; b) * +;

c) * +; d) * +; 8) a) * +;

b) * +; c) * +; d) * +; e) ; f) * +;

9) a) V; b) F; c) F; d) V; e) V; f) F; g) F; h) F; 10) V; F; V; V; F; F;

11) F. Só seria verdadeiro se x > 0 e y > 0;

12)

V F F F

F F F F

F V F V

F V F F

F V V F

13) 16; 14) 7; 15) a) 4; b) -2; c) 4405; d) 3,5; e) ; f) ; 16) Não são iguais;

17) 11000; 18) C e d, pois o valor absoluto deles é, aproximadamente, 3,41.


Enquanto o valor absoluto de a e b é, aproximadamente, 0,58;
t

49

s
w
19)

20)

21) ; 22) a) ; b) ; c) ; 23) ; 24) 0; 25)

. /

26) . /; 27) ; 28) ; 29) ;


30) ;

31) √ . /;

50
2 Equações e Inequações Polinomiais
Profa. Silvane de Sousa Verch; Profa. Fernanda Krüger Tomaschewski

OBJETIVO DA AULA: nesta aula, apresenta-se a parte de manipulação algébrica na


resolução de diferentes tipos de equações (1º grau, 2º grau e modular) e de diferentes
tipos de inequações (produto e quociente) que envolvam raízes reais e complexas, com o
propósito de introduzir a noção de função e sua linguagem.

2.1 EQUAÇÃO DE 1º GRAU


Possui uma relação de igualdade da forma , onde:

= variável dependente de .

= coeficiente angular.

= variável independente.

= coeficiente linear da equação.

Exemplo:

Resolva a equação .

Nesse caso, devemos passar todos os “ ” para um lado da equação e todos os


números para o outro lado. Observe a mudança de sinal quando os elementos mudam
de lado da equação.

2.2 INEQUAÇÕES DO 1º GRAU


A equação é caracterizada pelo sinal da igualdade (=). A inequação é
caracterizada pelos sinais de maior (>), menor (<), maior ou igual (≥) e menor ou
igual (≤).

 inequação do 1º grau, calculando o valor de x, temos:

51
Esse resultado diz que para que essa inequação seja verdadeira o deverá ser
maior que 2, ou seja, poderá assumir qualquer valor, desde que seja maior que 2.
( )  agrupando os termos semelhantes
temos:

 multiplicando a inequação por -1, temos que inverter o sinal, veja:

Exemplo: , (decrescente).
Objetivo é isolar .

5
A inequação é positiva para valores x  .
2

2.3 INEQUAÇÕES PRODUTO DO 1º GRAU

Exemplo: ( )( )

1º) Estudo do sinal de cada função:

52
2º) Fazer o jogo de sinal com o estudo de sinal em cada coluna formada por uma
função:

3º) Analisar os valores possíveis: neste caso a inequação quer valores que sejam
menores que 0. Logo o conjunto solução da inequação será:

{ | }

2.4 INEQUAÇÕES QUOCIENTE DO 1º GRAU


Exemplo:
3x  9
0
8  2x
Objetivo é isolar x .

Neste caso, é a solução possível para que a equação seja zero, ou seja, é a
raiz da equação, valor de onde é igual a zero e a partir daí, realizar o estudo do
sinal.

53
Mas precisamos analisar separadamente:

Para 3x  9 , a = 3 (crescente), raiz x = -3

Para 8  2x , a = -2 (decrescente), raiz x = 4

S = {x  R x  3 ou x  4}

Observe que x  4 , pois não existe divisão por 0.

2.5 EQUAÇÃO DO 2º GRAU


Uma equação na incógnita é dita do 2º grau, quando pode ser escrita na
seguinte forma:

Onde a  0 .

As raízes (soluções) desta equação são obtidas a partir da Fórmula de Bháskara:

√ √

Exemplo:

, onde

54
√ ( ) √( ) ( )( )
( )
√ √

Aqui, deve-se dividir em duas operações: +e-

Raízes da equação:

2.5.1 Equações do 2º grau incompletas


1º Caso: , onde

Resolução por meio de isolamento do .

Exemplo: (Observe que )

Raízes da equação:

Observações:
 Quando , ou seja, , não existe raiz real.

Exemplo: (observe que )

√ (não existe raiz real de número negativo)

 As raízes, quando existem, são dois números reais distintos e opostos ( ).

2º Caso: , onde

Resolução por meio de fatoração colocando em evidência.

Exemplo:
( )

55
Aqui, basta separar em duas partes, pois há uma multiplicação de termos, em
que pelo menos um deles é igual a 0.

ou

Raízes da equação: .

2.6 DISCRIMINANTE
Conforme o valor do discriminante , há as seguintes possibilidades
quanto à natureza das raízes da equação .
  0  Existem duas raízes reais e distintas
  0  Existem duas raízes reais e iguais
  0  Não existem duas raízes reais (são imaginárias)

2.7 PROPRIEDADE DAS RAÍZES


Sempre que   0 podemos utilizar a seguinte propriedade para descobrir as
raízes de uma equação do 2º grau.

 Soma das raízes:

 Produto das raízes:

Exemplo:

A ideia é encontrar números que somados resultam em , e que os mesmos


números multiplicados resultem .

( ) ( ) , e, portanto,

( )( )

56
2.7.1 Equação a partir das raízes
Dados os valores da soma e do produto, pode-se encontrar a equação do 2º grau
(com ), escrevendo:

2.7.2 Teorema da decomposição


( )( )

2.8 INEQUAÇÕES DO 2º GRAU

Se a  0

 0  0 0

Se a  0
 0  0 0

57
Exemplo:

Resolva a inequação .

Dados:
a=6 >0

 10
Raízes:

Sinal:

2 | 3

2.9 INEQUAÇÕES PRODUTO DO 2º GRAU


Exemplo:
( )( )

( ) ( )

( )
( )

58
Resolução:

De acordo com a inequação, ( ) ( ) . Então:

* | +

2.10 INEQUAÇÕES QUOCIENTE DO 2º GRAU


Exemplo:

( ) ( )

Resolução:

* | +

59
2.11 EQUAÇÕES MODULARES
Da definição de módulo, temos que x  k  x  k ou x  k , e ainda k  0 .

Exemplo:

Resolver | | .

| | {

* +

2.12 INEQUAÇÕES MODULARES


O módulo de um número real , admite as seguintes propriedades para aR e
a >0 :
I. | |

II. | |

Exemplos:

1) Calcule:
a) | |

Solução: Pela propriedade II da inequações modulares, temos:

Ou

* | +

60
b) | | | |

Solução:
1º) Analisar separadamente cada termo da inequação:

| | 2

2º) Analisar os intervalos:

Conclusão da análise:

| | | | {

3º) Resolver a inequação:

Substituindo | | | | pelas igualdades analisadas:

1º Caso:

* | +

61
2º Caso:

* | +

3º Caso:

Absurdo!

Conjunto solução:
A solução da inequação | | | | é
* | + * | +

Portanto, * | +

2.13 Exercícios de verificação de aprendizagem

1) Resolva as equações abaixo:

a) ( ) ( )
b)
c)
d)
e) √
f)
g)
h)
i)
j)
k) | | | |
l) | |

62
2) Resolver as inequações:

a) ( )( )

b) ( )( )

c)

d)

e) ( )( )

f)

( )( )
g)
( )

h)

i) | |

j) | |

63
Anotações & solução dos exercícios

64
Anotações & solução dos exercícios

65
Anotações & solução dos exercícios

66
Anotações & solução dos exercícios

67
Anotações & solução dos exercícios

68
Anotações & solução dos exercícios

69
Respostas:

1) a) ; b) ; c) ; d) ; e) √ ; f) ou ;
g) ;

√ √
h) ou ; i) ; j) ; k) ou ; l)

ou ;

2) a) 2 | 3; b) 2 | 3;

c) * | +; d) * | +;

e) 2 | 3; f) 2 | 3;

g) * | +;

h) 2 | 3; i) 2 | 3;

j) 2 | 3;

70
3 Funções Reais e Modelagem
Funções: Constante, 1º grau, 2º grau, Exponencial, Modular e
Mista.
Profa. Daniela Haas

OBJETIVOS DA AULA: o terceiro encontro é destinado à construção gráfica de


funções (constante, 1º grau, 2º grau, exponencial, modular e mista), e resolução de
situações-problemas que envolvam fenômenos modelados.

3.1 FUNÇÕES REAIS


É possível relacionar grandezas por meio de uma equação graficamente
representada por uma reta, parábola, etc., dependendo da situação. Vamos fazer
alguns exemplos para que a ideia fique mais clara.

Exemplo 1: O salário de um vendedor é composto de uma parte fixa no valor de


, mais uma comissão de sobre o valor de suas vendas no mês.

Suponha que o vendedor tenha realizado, no mês, em vendas, qual o


valor de seu salário?

Primeiramente vamos calcular a sua comissão, ou seja, determinar quanto


equivale de :

Assim, o seu salário, neste mês, será a soma dos iniciais mais os
de comissão. Em um total de . Genericamente, se consideramos
como o valor de suas vendas e o salário que o vendedor irá receber, podemos
descrever o problema da seguinte forma:

Assim, para cada valor de , obteremos um valor de , ou seja, depende de .


Note que a menor quantidade possível de vendas a ser realizada é zero. Sendo assim,
o menor salário que o vendedor irá receber será de .

Em geral, dizemos que uma variável é uma função de uma variável se, para
cada valor de , num conjunto D, estiver associado um único valor de . Nesse caso,
é denominada variável independente e variável dependente.

71
O conjunto de soluções possíveis para é chamado Domínio da função
(Notação: ( )). E os valores alcançados pela variável dependente formam o
conjunto imagem da função (Notação: 𝐼 ( )).
Em outras palavras, é uma função quando cada elemento do domínio associa
um único número real.

Na notação ( ), entendemos que é imagem de pela função , ou seja:


está associado a através da função . Reescrevendo a expressão do exemplo 1,
temos que:
( )

Agora, vamos fazer uma tabela com alguns possíveis valores de vendas, e o
salário a ser recebido, para então construir uma projeção que representa esta situação
no plano . A esta projeção chamaremos de gráfico. Mais precisamente, o gráfico de
uma função é a representação, no plano coordenado , de todos os pares ( ) para
os quais ( ), com percorrendo ( ).

0 800
200 820
800 880
1000 900
1400 940
2000 1000

Assim, o gráfico que representa esta função é uma reta:

72
Salário R$

Vendas

É importante ressaltar que nem sempre o gráfico da função será uma reta. Além
disso, uma função pode estar representada apenas pelo seu gráfico, por exemplo: o
resultado de um eletrocardiograma é um gráfico que mostra a atividade de um coração
como uma função do tempo.

No entanto, nem todos os gráficos representam uma função. Assim, fazendo o


teste da “reta vertical”, descobrimos se está, ou não, sendo representada uma função.
O teste é bem simples, na verdade: trace uma reta perpendicular ao eixo , esta reta
deve ter no máximo um ponto de intersecção com o gráfico representado. Como
seguem os exemplos:

73
Exemplo 2: Um fazendeiro deseja cercar um de seus terrenos (retangulares),
com 50 m de arame. Considere como sendo a área do terreno demarcada pela
cerca. Qual a maior área que o fazendeiro pode cercar, em m², com este arame?

O primeiro passo é esquematizar a situação:

Assim, temos que o perímetro do terreno pode


ser expresso por:

E sua área, expressa por:

O segundo passo é atribuir o valor de 50 m ao


perímetro e encontrar uma relação da área do terreno em função de um de seus lados.
Ou seja:
Se

Se ( )

Como a área é uma função do 2º grau com concavidade voltada para baixo
possui um máximo. O terceiro passo é calcular esse máximo, tem-se:

Ponto Máximo:
( )
( )

O fornece o valor máximo para a área do retângulo.


( ( ) )
( )
A área máxima do terreno é .

Existem situações que não podem ser representadas por uma função linear, ou
por uma função quadrática. Nestes casos chamamos de função polinomial de grau ,
onde é o valor do maior expoente da variável

74
Exemplo 3: Removendo-se em cada canto um quadrado de lado e dobrando-se
as abas, é possível fazer uma caixa sem tampa, a partir de uma folha retangular de
alumínio. Sabendo-se que os lados da folha
medem e , expresse o volume da
caixa obtida como função de .

( ) ( )( )
( ) ( )
( ) ( )
( )

Temos, então, um polinômio de grau 3.

Além disso, existem, ainda, situações em que são necessárias mais de uma
fórmula para definir a função desejada.

Exemplo 4: É comum observarmos em casas de xerox promoções do tipo: "Até


cópias: por cópia. Acima de cópias (de um mesmo original):
por cópia excedente."

Suponha que, durante certo mês, a promoção tenha se estendido do seguinte


modo: até cópias, por cópia; de a cópias de um mesmo original,
por cópia excedente e, acima de cópias de um mesmo original, por
cópia excedente.

Determine:
a) o preço pago por cópias de um mesmo original;

Seguindo a tabela, temos que dividir a quantidade de cópias em blocos:


. Assim, o total a ser pago é:
. Logo, cópias de um mesmo original custam .

b) a lei que define o preço ( ) em função do número de cópias ( ).

Assim como as cópias, dividiremos a função em três opções:


( )
( ) ( )
( )

75
( )
( ) ( )
( )
( )

Exemplo 5: Vamos imaginar que em janeiro foi depositado em uma conta


poupança , e em julho verificou-se o seu saldo. Sabendo que a taxa de juros
atual da poupança é de a.m. Qual o valor obtido?

Os juros da poupança incidem sempre sobre o valor total no mês anterior. Assim,
temos que:
Mês Saldo Anterior Juros Saldo atual
Janeiro R$ 100,00
Fevereiro R$ 100,00 100 x 0,005 = 0,5 R$ 100,50
Março R$ 100,50 100,50 x 0,005 = 0,5025 R$ 101,00
Abril R$ 101,00 101,00 x 0,005 = 0,5050 R$ 101,51
Maio R$ 101,51 101,51 x 0,005 = 0,5076 R$ 102,02
Junho R$ 102,02 102,02 x 0,005 = 0,5101 R$ 102,53
Julho R$ 102,53 102,53 x 0,005 = 0,5127 R$ 103,04

Note que podemos escrever o valor final em função dos valores anteriores:
( )

( )

( )

( )

( )

Desenvolvendo os produtos notáveis para cada um dos meses, chegaremos a


conclusão que:
( ) ( )

E podemos continuar fazendo isso para qualquer quantidade de meses. Ou seja,


o saldo atual da conta poupança depende da quantidade de meses. E para cada mês
obteremos um saldo diferente, caracterizando que o Saldo Atual está em função da
quantidade de meses. Podemos, então, escrever:

76
( )

A este tipo de função damos o nome de função exponencial. Genericamente


podemos escrever uma função exponencial como:

Na situação acima, temos


( )
e .

Tal que, . Quando , dizemos que a função é


crescente. Quando . Além disso, como podemos observar no gráfico abaixo, a
função nunca atingirá o valor zero.

b>1 0<b<1

3.2 Exercícios de verificação de aprendizagem

1) Um motorista de táxi cobra R$ 3,50 de bandeirada mais R$ 0,70 por quilômetro rodado.
Determine:
a) O valor a ser pago por uma corrida relativa a um percurso de 3 quilômetros.
b) O valor a ser pago por uma corrida relativa a um percurso de 6 quilômetros.
c) A quilometragem percorrida com um valor de R$ 25,00.
d) A quilometragem percorrida com um valor de R$ 40,00.
e) A equação matemática que relaciona a quilometragem com o valor a ser
pago ao taxista. (Lembre-se de expressar, também, o domínio da função)
f) Esboce o gráfico desta função.

77
2) Um automóvel desloca-se em uma estrada com velocidade constante de 80 km/h.
Sabendo disso responda:
a) Qual a distância percorrida em 1 hora?
b) Qual a distância percorrida em 1,5 horas?
c) Em quanto tempo o automóvel percorrerá 1000 km?
d) Qual a equação matemática que representa este problema? (Lembre-se de
expressar, também, o domínio da função)
e) Esboce o gráfico desta função.

3) O salário de um vendedor é composto de uma parte fixa no valor de R$ 800,00, mais


uma parte variável de 12% sobre o valor de suas vendas no mês.
a) Qual o seu salário se ele não fizer nenhuma venda?
b) Qual o seu salário caso ele consiga vender R$ 450,00?
c) Quanto ele conseguiu vender sabendo que seu salário foi de R$ 2500,00
d) Qual a equação matemática que representa este problema? (Lembre-se de
expressar, também, o domínio da função)
e) Esboce o gráfico desta função.

4) Uma pessoa vai escolher um plano de saúde entre duas opções: e . Condições dos
planos:
Plano : cobra um valor fixo mensal de R$ 140,00 e R$ 20,00 por consulta num
certo período.
Plano : cobra um valor fixo mensal de R$ 110,00 e R$ 25,00 por consulta num
certo período.
Temos que o gasto total de cada plano é dado em função do número de
consultas dentro do período pré-estabelecido.
Determine:

a) A função correspondente a cada plano.


b) Em qual situação o plano é mais econômico;
c) Em qual situação o plano é mais econômico;
d) Em qual situação os dois se equivalem.
e) Represente no mesmo plano cartesiano, os gráficos dessas funções.

5) Uma companhia de telefones celulares oferece aos seus clientes duas opções: na
primeira opção, cobra R$ 38,00 pela assinatura mensal e R$ 0,60 por minuto de
conversação; na segunda, não há taxa de assinatura, mas o minuto de conversação
custa R$ 1,10.
a) Qual a opção mais vantajosa para 1 hora de conversação mensal?
b) A partir de quanto tempo a outra opção torna-se mais vantajosa?

78
6) Num conhecido aeroporto de Dubai, uma tabela descreve as informações a respeito da
locação de automóveis, conforme abaixo:

Opções de carros Custo da diária Valor por km rodado


Locadora 1 - compactos R$ 50,00 R$ 0,20
Locadora 2 - esportivos R$ 30,00 R$ 0,40
Locadora 3 - SUVs R$ 65,00 R$ 0,00 (km livre)

a) Escreva a função que define o preço da locação por um dia, em termos do


número de quilômetros rodados, em cada uma das situações apresentadas
na tabela.
b) Represente os gráficos dessas funções.
c) Compare os valores dos carros das Locadoras 1 e 2, e determine a partir de
quantos quilômetros rodados num dia o cliente deve preferir a Locadora 1.
d) Calcule a partir de quantos quilômetros o cliente deve preferir a Locadora 3?

7) Uma determinada máquina industrial se deprecia de tal forma que seu valor, t anos
após a sua compra, é dado por ( ) , em que é uma constante real.
Se, após 10 anos, a máquina estiver valendo R$ 12 000,00, determine o valor que ela
foi comprada.

8) Suponha que, em 2003, o PIB (Produto Interno Bruto) de um país seja de 500 bilhões
de dólares. Se o PIB crescer 3% ao ano, de forma cumulativa, qual será o PIB do país
20
em 2023, dado em bilhões de dólares? Use 1,03 = 1,80.

79
Anotações & solução dos exercícios

80
Anotações & solução dos exercícios

81
Anotações & solução dos exercícios

82
Anotações & solução dos exercícios

83
Anotações & solução dos exercícios

84
Respostas:

1) a) R$ 5,60; b) R$ 7,70; c) 30,7 km; d) 52,14 km; e) ( ) para ;

f)

2) a) 80 km; b) 120 km; c) 12,5 h; d) ( ) para ;

85
e)

3) a) R$ 800,00; b) R$ 854,00; c) R$ 14.166,67; d) ( ) ;

86
e)

4) a) ( ) e ( ) ; b) Para mais de 6 consultas; c) Até 6


consultas; d) Na 6ª. consulta;

e)

87
5) a) A 2ª. opção; b) A partir de 1h e 16 minutos de conversação; 6) a)
; ; ;

b)

c) A partir de 100 km; d) A partir de 87,5; 7) R$ 48.000,00; 8) 900,00 Bilhões.

88
3.3 POLINÔMIOS
Vamos iniciar relembrando a sessão anterior, na qual vimos que é possível
modelar problemas matemáticos do cotidiano, através de uma equação matemática.

Um polinômio sempre será da forma: , com ,

a onde é variável, e e são os coeficientes do polinômio. Neste


capítulo, daremos atenção especial aos coeficientes reais.

Dois polinômios serão iguais se tiverem o mesmo grau e os termos de mesmo


grau forem iguais.
Exemplo: ( ) e ( ) . ( ) ( )?

Não, pois ( ) ( )

3.3.1 Função polinomial


Podemos interpretar um polinômio como uma função polinomial, com ,
representando por ( ) .

3.3.2 Valor numérico


Seja e o polinômio definido por ( )
O valor numérico de um polinômio ( ) para , é o número que se obtém
substituindo-se por , e efetuando-se todas as operações indicadas pela relação que
define o polinômio.
Exemplo: Seja o polinômio ( ) . Se , então

( ) ( ) ( ) ( )

( )

3.3.3 Grau de um polinômio


n n-1
O grau de um polinômio p(x) = anx + an-1x +...+a1x + a0

Notação: ∂(p) é n, se an ≠ 0.

O polinômio nulo não possui grau.

Por exemplo, ( ) pode ser escrito como ( ) .

89
O polinômio constante, ( ) tem grau zero, para .

Exemplo: ( )

3.3.4 Equações algébricas

Chamamos de EQUAÇÃO POLINOMIAL ou ALGÉBRICA de grau 𝒏 toda equação do


tipo:
( ) . Onde ( ) é um polinômio de grau 𝒏 na variável .

Exemplo: ; o conjunto solução é * +

Observação:
 O número de raízes de uma equação é sempre igual ao maior expoente da
variável e estas raízes serão reais ou complexas.
 O número real é a raiz da equação ( ) se e somente se ( ) .
Toda equação algébrica admite ao menos uma raiz.
Se o número complexo z  a  bi é raiz da equação ( ) , de coeficientes
reais, então seu conjugado z  a  bi também é raiz desta equação.

3.3.5 Informações sobre as raízes


Para determinarmos as raízes ( ) das equações de grau  ,
devemos achar uma das raízes e para reduzir o grau da equação algébrica utiliza-se o
dispositivo de Briot-Ruffini. Caso a equação obtida seja de grau 2, resolvendo-a
encontramos as demais raízes. Caso seja de grau maior que 2 utilizamos novamente
Briot-Ruffini tantas vezes forem necessárias até chegarmos a uma equação de grau 2.

3.3.5.1 Como Determinar a Primeira Raiz:


a) Se a equação não possui termo independente, uma das raízes é ZERO.

Exemplo: ; o conjunto solução é * +

b) Se a soma dos coeficientes da equação for nula, uma das raízes é UM.

Exemplo: ; o conjunto solução é * +

Soma dos coeficientes , logo .

90
c) Se a primeira raiz não for UM ou ZERO as únicas possibilidades de raízes
inteiras de uma equação são os divisores do termo independente que
denominares de candidatos à raiz.

Exemplo: ; o conjunto solução é * +

Termo independente
Soma dos coeficientes

Candidatos à raiz

( ) ( ) , logo

3.3.6 Raiz de um polinômio


Chamamos de raiz de um polinômio ( ) toda solução da equação ( )

Exemplo: 1 e -1 são raízes do polinômio ( ) .

3.3.7 Operações com polinômio


Soma e subtração:

Exemplo: ( ) e ( ) . Para calcular


( ) ( ), somamos ou subtraímos os coeficientes dos termos de mesmo grau.

( ) ( ) . Questionaremos sobre o grau do novo


polinômio, mostrando que será no máximo o grau do maior entre eles.

Exemplo: ( ) ( )

( ) ( ) e o grau será 3

( ) ( ) e o grau será 5.

Multiplicação: Propriedade distributiva. O que acontecerá com o grau? Será a


soma dos graus.

Exemplo: ( ) ( )

( ) ( )

91
Divisão: Estamos habituados a resolver divisões envolvendo números, por
exemplo:

Que pode ser escrito como .

Da mesma forma, podemos efetuar divisões entre polinômios com coeficientes


reais. Por exemplo:

Que pode ser escrito como ( )( ) ( ).

Teorema (divisão de polinômios): Sejam ( ) e ( ) dois polinômios com


coeficientes reais, sendo ( ) . Existem polinômios ( ) e ( ) com coeficientes
reais, tais que, ( ) ( ) ( ) ( ). E ( ) ou ( ) ( ). Além disso,
esses polinômios são únicos.

No exemplo dado, para ( ) ( ) ( ),


temos que ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ).

Observe que, se o divisor ( ) tem grau 1, o resto será um polinômio constante.

92
Exemplo:

Divisão de por

Observação: DISPOSITIVO DE BRIOT-RUFFINI. Este dispositivo serve para efetuar a


divisão de um polinômio ( ) por um polinômio de primeiro grau da forma ( ) ou
( ). Neste dispositivo podemos encontrar o quociente ( ) e o resto ( ).
Exemplo: Seja ( ) divido por ( ) . Obter ( ) e
( ).

1º) Calculamos a raiz de ( ) e encontramos .

2º) Agora, montamos a seguinte estrutura:

3º) Baixar o primeiro coeficiente do dividendo (na mesma coluna), depois


multiplicar pela raiz de ( ) e somar com o segundo coeficiente de ( ).

93
4º) Repete-se o procedimento até o último coeficiente de ( ).

Assim, o último dos números obtidos é o valor do resto, então ( ) . Os


demais números compõem o quociente, então ( ) .

Existe um modo mais simples de determinar o resto de uma divisão de um ( )


por um polinômio do tipo ( ).

Proposição 3.3.4.1 (Teorema do Resto): Sejam ( ) um polinômio de grau , e


um número qualquer (que pode ser complexo). O resto da divisão de ( ) por ( )
é ( ).

Demonstração: Podemos representar a divisão de ( ) por ( ) na forma:


( ) ( )( ) . Então ( ) ( )( ) , ou seja, ( ) Se
, é raiz do polinômio, e se , não é raiz do polinômio.

Voltando ao exemplo acima, ( ) , que é justamente o resto da divisão que


efetuamos.
Proposição 3.3.4.2 (Decomposição): Sejam ( ) um polinômio de grau e
um número qualquer (que pode ser complexo). Então, é raiz de ( ) se, e somente
se, existe um polinômio ( ) de grau , tal que, ( ) ( )( ).

Exemplo: Vamos fatorar o polinômio ( ) .

Podemos ver que 1 é raiz, pois ( ) . Dividindo ( ) por


( ) obtemos:
( ) ( )( ). Mas 1 também é raiz de . Então, temos
que:
( ) ( ) ( )

Decorre desta proposição que, se é raiz de ( ) e também é raiz de ( ),


então ( ) ( )( ) . Dessa forma, dizemos que é raiz de multiplicidade .
Tantas vezes quanto for raiz, será sua multiplicidade. Portanto, se for vezes raiz
de ( ), sua multiplicidade será , e podemos dizer que ( ) ( ) .

94
Assim, constatamos, no exemplo anterior que e são as raízes de ( ),
sendo que é raiz de multiplicidade e tem multiplicidade .

Veremos mais alguns exemplos de fatoração de polinômios:

Exemplo: ( ) . Notamos que é raiz de


( ). Então,

x⁵ - 3x - x³ + 11x² - 12x + 4 x-1


- x⁵ + x _________________________ x - 2x³ - 3x² + 8x - 4
- 2x - x³ + 11x² -12x + 4
2x - 2x³_____________
- 3x³ + 11x² - 12x + 4
3x³ - 3x²_________
8x² - 12x + 4
- 8x² + 8x_____
- 4x + 4
4x – 4__
0
Assim, podemos reescrever esse polinômio na forma:

( ) ( )( ).

Percebemos que 1 também é raiz do polinômio ( ) , e,


portanto, é divisível por ( ). Efetuando a divisão, obtemos:

x - 2x³ - 3x² + 8x - 4 x-1


- x + x³_______________ x³ - x² - 4x + 4
x³ - 3x² + 8x - 4
- x³ - x²________
- 4x² + 8x - 4
4x² - 4x____
4x - 4
- 4x + 4__
0

 ( ) ( )( )( ) ( ) ( ).

95
Só que 1 também é raiz do polinômio ( ) . Logo, ao realizar
uma nova divisão por , temos que:

x³ - x² - 4x + 4 x-1
- x³ + x² ______ x² - 4
0 - 4x + 4
4x - 4_
0
ou seja, ( ) ( ) ( ).

Mas pode ser escrito na forma ( )( ) (diferença de quadrados).


Concluímos dessa forma que:
( ) ( ) ( )( ), sendo que 1 é uma raiz de multiplicidade 3 e 2 e
- 2 são raízes de multiplicidade 1.

Assim, conseguimos fatorar completamente o polinômio ( ).

Será que todo polinômio pode ser completamente fatorado?

Exemplo: Fatorar o polinômio ( ) . É fácil ver que -1 é raiz de ( ).


Dividindo por , temos:

2x³ + 2 x+1
- 2x³ - 2x² 2x² - 2x + 2
- 2x² + 2
2x² + 2x
2x + 2
- 2x - 2
0

 ( ) ( )( )

Mas o polinômio não admite raízes reais, pois ao calcularmos o Δ


na fórmula de Bháskara, teremos um valor negativo. Portanto, este polinômio não pode
ser completamente fatorado, já que possui apenas uma raiz real, embora tenha grau 3,
não estamos admitindo raízes complexas.

96
Proposição 3.3.4.3: Um polinômio ( ) de grau , com coeficientes reais,
possui, no máximo, raízes reais. Se são todas as raízes reais distintas de
( )e suas respectivas multiplicidades, então podemos escrever:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ), onde é um polinômio sem raízes
reais e com grau ( )

Assim, vimos que, para fatorarmos um polinômio é necessário determinar suas


raízes. No entanto, ao nos depararmos com polinômios de graus maiores, pode não ser
tão simples determinar suas raízes. Para fazê-lo, podemos utilizar alguns métodos que
restringem os candidatos a raízes.

3.3.8 Sinal de um polinômio


Já sabemos fatorar um polinômio. Agora podemos analisar o sinal deste
verificando o sinal de cada um dos fatores.

Exemplo: ( )

Fatorando, obtemos ( )( )( ). Como obtemos fatores de grau um,


fica mais fácil constatar o comportamento do polinômio em termos de sinais.

Então, ( ) para ( ) ( ) ( ) ( ) para


( ) ( )e ( ) para * +.

Podemos observar que o polinômio troca de sinal em suas raízes.

Proposição 3.3.5.1: Uma função polinomial só pode trocar de sinal em suas


raízes.

97
Observação: Em , a função não altera de sinal em , que é a raiz deste
polinômio.

Exemplo: Estudar o sinal de ( ):

Fatoramos ( ) ( ) (produto notável).


Como ( ) é sempre positivo, temos que o sinal dependerá somente do fator
( ). Assim, ( ) para e ( ) para , com .

3.4 FRAÇÕES PARCIAIS

Sabemos reduzir frações em um mesmo denominador:

Exemplo:

( ) ( )
( )( ) ( )( )

A ideia agora é inverter esse processo, ou seja, escrever uma fração como uma
soma de frações. Esse procedimento é denominado decomposição em frações parciais.

Exemplo:

( )( ) ( ) ( )

( ) ( )
( )( ) ( )( )

Podemos determinar os valores de A e B através de um sistema de equações ou


pela substituição de raízes.

1) Sistema:

Segue que ( ) . Então


e . Resolvendo esse sistema, encontramos e .

2) Substituição de raízes:

É fácil notarmos que -1 e 2 são as raízes do polinômio no denominador. Dessa


forma, temos que:

98
Se ( ) ( ) , substituindo por estas raízes encontramos
e .

Logo, podemos escrever:

( )( ) ( ) ( )

Esse método vale para um número qualquer de fatores lineares distintos:

( )
( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )

E se os fatores não forem lineares distintos?

Neste caso, teremos a decomposição em frações parciais de acordo com a


multiplicidade das raízes do denominador, como no exemplo a seguir:

Exemplo:

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Temos que as raízes são 1, de multiplicidade 3, e -2 de multiplicidade 1.


Ao substituirmos por -2, obtemos . E se tomarmos
. Agora, basta tomarmos um valor de diferente das raízes para
determinarmos os demais valores. Assim, se assumirmos ,
temos:
,e

Resolvendo este sistema mais simples, teremos Logo,

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

99
3.5 Exercícios de verificação de aprendizagem
1) Determine o quociente e o resto da divisão de ( ) por ( ):
a) ( ) ( )
b) ( ) ( )

2) Determine todos os valores reais que satisfazem as desigualdades dadas:


a)
b)
c) ( )( )

3) Estude o sinal das funções abaixo, usando uma tabela de sinais:


a) ⁄
b) ⁄

4) [10] O polinômio ( ) ( ) ( ) é de grau 2 se, e somente se,

a) m=-2

b) m=2

c) m= 2

d) m≠2

e) m≠-2

5) [10] Se ( ) , então ( ) vale:

a) -16

b) -7

c) 0

d) 3

e) 24

100
6) [10] Se ( ) e ( ) , então vale:

a) -2
b) -4

c) -7

d) 2
e) 7

7) O polinômio ( ) é idêntico a ( ) . O valor de


é:

a) 6

b) 5

c) 4

d) 0

e) –3
x2 A B
8) [10] Se   , o valor de A – B é:
x  x x 1 x
2

a) 5

b) 3

c) -1

d) -3

e) –5

9) Dividindo por encontramos como quociente:

a) x+3

b) x+4

c) x+5

d) x–1

e) x–3

101
10) O resto da divisão do polinômio ( ) pelo polinômio ( )
é igual a:
a) 0

b) x+2

c) x–2
d) –x + 2

e) –x – 2

11) [10] A divisão de ( ) por tem quociente e resto . O polinômio ( ) é:


a)

b)

c)
d)

e)

12) O quociente da divisão de por é:

a)

b)
c)

d)

e) n.r.a.

13) O resto da divisão de por é:

a) 3
b) 6

c) 4

d) 5

e) 7

102
14) O resto da divisão de por é:

a) - 2
b) - 1

c) 1

d) 2
e) 3

15) O polinômio ( ) é divisível por . Então o valor de é


igual a:

a) - 9

b) - 6

c) 0

d) 2

e) 12

16) [10] O resto na divisão de por é 17. O valor de é:

a) 2

b) 5

c) 7

d) 9

e) 13

103
17) Sendo 1 uma das raízes da equação . O valor da soma das
outras duas raízes é:
a) -6

b) -5

c) 5
d) 6

e) 11

18) A soma dos quadrados das raízes de é:

a) 45

b) 35

c) 25

d) 15

e) 5

19) O conjunto solução da equação é:

a) {-2, -1, 6}

b) {-2, 2, 3}

c) {-2, 3, 4}

d) {-2, 1, 6}

e) {-1, 2, 6}

104
Anotações & solução dos exercícios

105
Anotações & solução dos exercícios

106
Anotações & solução dos exercícios

107
Anotações & solução dos exercícios

Respostas:

1) a) ( ) ( ) ; b) ( ) ( ) ;
2) a) * | √ √ }; b) * | +; c) ;

3) a) b)

4) a; 5) a; 6) c; 7) a; 8) a; 9) b; 10) d; 11) e; 12) b; 13) b;

14) e; 15) b; 16) c; 17) c; 18) b; 19) d;

108
4 Matrizes e Sistemas Lineares
Prof. Eric Robalinho

OBJETIVOS DA AULA: nesta aula, o acadêmico terá a oportunidade de retomar e


aprofundar conceitos que envolvem dados tabulados (matrizes) tais como a
representação simbólica, algébrica, operações. E também, retomar resolução de
equações interdependentes (sistemas lineares). Esta aula é fundamental para a
disciplina de Álgebra Linear.

4.1 MATRIZES
Definição: Sejam dois números inteiros. Uma matriz m x n de
números reais é uma dupla sequência de números reais, distribuídos em m linhas e n
colunas, na forma de uma tabela:

( )

Podemos abreviar a notação, usando( ) , ou apenas ( ).


Cada número que compõe a matriz chama-se termo da matriz. Logo, chamamos ( )
de termo geral da matriz.

4.1.1 Notações e propriedades:


a) ( )é o conjunto das matrizes reais m x n.

b) Se m = 1 e n > 1, então a matriz 1 x n é chamada matriz linha.

Exemplo: , - é uma matriz linha 1 x 3 (1 linha e 3 colunas)

c) Se m > 1 e n = 1, então a matriz m x 1 é chamada matriz coluna.

Exemplo: 0 1 é uma matriz coluna 2 x 1 (2 linhas e 1 coluna)

d) Se m = n, então a matriz m x n é chamada matriz quadrada de ordem m.

Exemplos: 0 1 é uma matriz quadrada de ordem 2.

109
é uma matriz quadrada de ordem 4.
[ ]

e) Matriz diagonal é uma matriz quadrada, na qual para , isto é, todos


os elementos que não pertencem à diagonal principal são nulos.

Exemplo: [ ] é uma matriz diagonal cujos elementos da diagonal

principal são: .

f) Matriz nula é a matriz na qual todos os elementos são nulos.

Exemplo: [ ] é uma matriz nula (quadrada de ordem 3).

g) Matriz identidade é a matriz diagonal na qual os elementos da diagonal


principal são todos iguais a 1. Notação: In

Exemplo: 𝐼 [ ] é a matriz identidade de ordem 3.

h) Duas matrizes reais m x n, A = ( )eB=( ), são iguais, isto é, A = B, se, e


somente se, ( )

Exemplo: seja [ ] [ ] , então x = 4, y = 2 e z = -3.

i) Sejam duas matrizes reais m x n, A = ( )eB=( ), então indicamos por

A + B a matriz soma de A com B, cujo termo geral é .

Propriedades da adição de matrizes:

1) ( ) ( ) ( ) (associativa)
2) ( ) (comutativa)
3) Existe uma matriz ( ) tal que
( )(elemento neutro)

110
4) Seja ( ), existe uma matriz ( ) ( ) , tal que
( ) (matriz oposta)

Exemplo: Sejam [ ]e [ ] , então [ ] [ ]


( )

j) Sejam duas matrizes reais m x n, A = ( ) e B = ( ), então indicamos por


a matriz diferença de A com B, cujo termo geral é , isto é, a matriz soma
de A com a oposta de B: ( )

k) Seja uma matriz A = ( ), m x n, e um número real r (ou escalar), o produto de


r por A é a matriz obtida multiplicando-se cada elemento de A por r, ou seja, é a matriz
real m x n dada por:

( )

Propriedades da multiplicação por escalar (matrizes quaisquer A e B, e


números reais quaisquer r e s):

1) (rs) A = r (sA);
2) (r + s) A = rA + sA;
3) r(A + B) = rA + rB;
4) 1 A = A.

Exemplo: Sejam [ ] , então [ ] [ ]

l) Seja a matriz A = ( ), m x n; chamamos de matriz transposta de A a matriz


t
B=( ), n x m, tal que ( ) Notação: A .

Propriedades da matriz transposta:


t t t
1) (A + B) = A + B
t t
2) (kA) = k A , k
t t
3) (A ) = A
t t t
4) (A.B) = B . A

111
Exemplo: seja [ ] , então a transposta de 0 1

m) A matriz A é chamada matriz simétrica se for quadrada e .

n) A matriz A é chamada matriz antissimétrica se for quadrada e .

o) Multiplicação de matrizes: sejam as matrizes A = ( ), m x n, e B = ( ), n x


p;o produto , ou , é a matriz m x p cujo termo geral é dado por:

Propriedades da multiplicação de matrizes:


1) Sejam A = ( ), m x n; B = ( ), n x p; C = ( ), p x q.

Então A (BC) = (AB) C. (associativa)


2) Sejam A = ( ), m x n; B = ( ), n x p; C = ( ), n x p.

Então A (B+ C) = AB + AC. (distributiva da adição)

Exemplo: sejam 0 1 , 2 x 2, e 0 1 , 2 x 3, então o


produto AB é determinado como:
( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )
[ ]
( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )

0 1 , que é uma matriz 2 x 3.

p) A matriz identidade de ordem n é representada por:

𝐼 ( ) (elemento neutro da multiplicação)

q) A matriz identidade In verifica as condições: A.In = In.A = A, para toda matriz A


de ordem n.

112
r) Uma matriz A de ordem n é chamada matriz inversível se, e somente se, existe
uma matriz B, também de ordem n, de modo que:

A.B = B.A = In

A matriz B, caso exista, é única e é chamada de matriz inversa de A, e indica-se


-1
por A . Uma matriz não inversível é chamada de matriz singular.

Observação: existe um método prático para a determinação da matriz inversa,


que veremos mais adiante, no curso de Álgebra Linear.

-1
s) Uma matriz quadrada A é chamada matriz ortogonal se A é inversível e A =
t
A .

4.2 Exercícios de verificação de aprendizagem


1) Sejam 0 1 , 2 x 2, e 0 1 , 2 x 3, é possível calcular o
produto BA ? Justifique.

2) Sejam 0 1 , 2 x 3, e [ ] , 3 x 3, calcule o produto AB.

113
Anotações & solução dos exercícios

114
Anotações & solução dos exercícios

115
Anotações & solução dos exercícios

Respostas:

1) Não, pois o número de colunas da 1ª. matriz deve ser igual o número de linhas
da 2ª. matriz para podermos aplicar a definição de multiplicação de matrizes.

2)0 1

116
4.3 SISTEMAS LINEARES
Uma equação linear sobre nas incógnitas é uma equação na forma:

na qual são números reais.

Chamamos de solução desta equação a sequência de n números reais (não


necessariamente distintos entre si), , tal que fica satisfeita a afirmação:

Definição: Um sistema de m equações lineares com n incógnitas ( )


é um conjunto de m equações lineares simultâneas, cada uma delas com n incógnitas.
Em geral, escrevemos tal sistema de equações do seguinte modo:

S: {

Se no sistema S, , então chamamos o sistema S de


homogêneo. A solução (0,0,...,0) é chamada solução trivial do sistema.

Soluções: se S não admitir nenhuma solução, dizemos que o sistema linear é


incompatível (ou impossível); caso o sistema linear admita uma única solução,
dizemos que o sistema é compatível (ou possível) determinado; se o sistema linear
admitir mais do que uma solução, então dizemos que o sistema é compatível
indeterminado.

4.3.1 Sistemas de Cramer


Seja S um sistema linear de equações e incógnitas sobre . Então podemos
formar as matrizes abaixo, de tipos , escrevendo na forma
matricial:

( ), ( ) e ( )

onde é a matriz dos coeficientes de .

Definição: Um sistema de Cramer é um sistema linear de equações com


incógnitas cuja matriz dos coeficientes é inversível. Logo, num sistema de Cramer
-1
teremos a solução dada por A B, e esse sistema é compatível determinado:

117
-1 -1 -1
A.X = B A (AX) = A B X=A B

Observação: um sistema quadrado e homogêneo cuja matriz dos coeficientes é


inversível só admite a solução trivial.

Exemplo1: Resolver o sistema { .

É claro que neste caso podemos usar métodos mais simples, como a adição ou a
substituição, conforme mostrados a seguir, além da Regra de Cramer.

 ADIÇÃO: multiplicamos a 1ª. linha por 3, e somamos as duas linhas,


determinando o valor de e em seguida, o valor de .
( )
{ { 𝒆

SUBSTITUIÇÃO: isolamos na 1ª. linha, e substituímos este valor na 2ª. linha,


obtendo o valor de e, em seguida, o valor de .

{ ( )

Para resolver usando determinantes (REGRA DE CRAMER), calculamos


inicialmente o determinante da matriz dos coeficientes do sistema:

( ) ( ) | | ( )

Como este determinante é diferente de zero, então o sistema é compatível


determinado (para o caso do determinante ser igual a zero, o sistema pode ser
incompatível ou compatível indeterminado).

Calculamos então os determinantes obtidos substituindo-se a coluna dos


coeficientes da incógnita procurada pelos termos independentes conhecidos e, em
seguida, os valores de e de :

| |

| |

Portanto, 𝒆 .

118
Exemplo 2:

Resolver o sistema { .

Pela Regra de Cramer, temos:

( ) ( ) | |

( )

Logo, temos um sistema compatível determinado. Calculamos então os demais


determinantes e, em seguida, os valores das incógnitas:

| | ( )

| | ( )

| | ( )

Portanto,

4.4 Exercícios de verificação de aprendizagem

1) Verifique se (-1, 2, 3) é solução da equação .

2) Verifique se (2, -3, 1) é solução do sistema { .

3) Verifique se (0, 1, -2) é solução do sistema { .

119
4) Resolva os sistemas usando a Regra de Cramer:

a){

b){

c) {

Anotações & solução dos exercícios

120
Anotações & solução dos exercícios

121
Anotações & solução dos exercícios

Respostas:

1) Sim; 2) Sim; 3) Não é solução; 4) a) (0, 1, 0); b) (9/2, -1, -3/2); c) (1/4, 1/8,
3/8);

122
5 Trigonometria no Triângulo Retângulo e no Ciclo
Trigonométrico
Profa. Diana Vega Marona

OBJETIVOS DA AULA: para encerrar a programação deste curso, nesta aula são
abordados dados curvilíneos e angulares. Para isto, o acadêmico irá trabalhar com as
medidas de graus e radianos, teorema de Pitágoras, relações trigonométricas no
triângulo retângulo, noções de ciclo trigonométrico. Esta aula é fundamental para as
disciplinas de Álgebra Linear e Física I.

5.1 O QUE É TRIGONOMETRIA?


A trigonometria é uma subárea da matemática no qual se estuda as relações
entre ângulos e distancias, usando triângulos retângulos. A palavra trigonometria foi
criada em 1595 pelo matemático alemão Bartholomaus Pitiscus e tem origem nos
termos gregos tri (que significa três), gono (que significa ângulo) e metron (que significa
medida), ou seja, em sua origem a palavra trigonometria significa: “o estudo das
medidas de um triângulo”.

Um triângulo é dito retângulo, quando possui um ângulo que meça 90º,


denominado ângulo reto. Os lados do triângulo retângulo recebem nomes específicos
dependendo de sua posição com relação ao ângulo reto.

O lado que fica “na frente” do ângulo reto denomina-se hipotenusa e os demais
catetos. Cada um dos catetos receberá um “sobrenome” de acordo com o ângulo de
referência, por exemplo, considerando o ângulo α da figura abaixo:

123
O mesmo ocorre ao considerarmos o ângulo β:

Em resumo, ao fixarmos um ângulo de referência, o cateto que fica em frente a


este ângulo receberá o sobrenome “oposto” e o que fica ao lado, “adjacente”.

5.2 GRAUS X RADIANOS


É comum a utilização de graus ou radianos para medição de ângulos. O grau é
representado pelo símbolo ° e é o ângulo cuja medida é 1/360 de um círculo, portanto,
um círculo quando medido em graus, corresponde ao ângulo de 360°.

Já o radiano, cujo símbolo é rad, é o ângulo central quando um arco de


comprimento tem a mesma medida do raio do círculo, no qual está inserido. A metade
da circunferência corresponde a radianos e uma circunferência completa a .

Uma explicação bastante detalhada pode ser encontrada em


https://pt.wikipedia.org/wiki/Radiano e sugerimos sua leitura.

Exemplo: quantos radianos existem em 90°?

Por uma simples regra de três podemos realizar as mudanças entre esses dois
sistemas de medidas de ângulos. Basta observarmos que meio círculo mede em graus
180° e em radianos rad. Vejamos:

124
Resolvendo este cálculo, temos:

Exercícios:
a) Quantos graus existem em radianos?

b) Quantos radianos existem em 60°?

5.3 TEOREMA DE PITÁGORAS


Além das relações entre os ângulos de um triângulo retângulo, também existe,
uma relação entre as medidas dos lados, denominada teorema de Pitágoras. Em
triângulos retângulos vale a relação: “a soma dos quadrados dos catetos é igual ao
quadrado da hipotenusa”. Em símbolos temos:

Exemplo: determinar a medida do perímetro de um triângulo retângulo de catetos


iguais a 5 cm e 12 cm.

Sabemos que perímetro é a soma das medidas de todos os lados de um


polígono. Precisamos calcular a medida da hipotenusa do triângulo dado no enunciado,
para após calcular seu perímetro.

(hipotenusa)² = 5² + 12²
(hipotenusa)² = 25 + 144
(hipotenusa)² = 169
hipotenusa = 13

Segue que o perímetro solicitado é a soma dos seguintes valores: 12 + 5 + 13 =


30 cm.

125
Exercício: calcule o perímetro de um triângulo retângulo cuja hipotenusa mede 10
cm e um dos catetos mede 8 cm.

Exercício: determine uma expressão para o cálculo da altura de um triângulo


equilátero (todos os lados de mesma medida) em função da medida do lado, sabendo
que sua altura divide o lado oposto em dois segmentos de mesmo comprimento.

5.4 RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO


As principais razões trigonométricas são o seno, o cosseno e a tangente. Além
destas, existem as razões inversas, cossecante, secante e cotangente,
respectivamente.

Considerando a figura acima temos as seguintes expressões para os cálculos


destas razões:
medida do cateto oposto
medida da hipotenusa

medida do cateto adjacente


medida da hipotenusa

medida do cateto oposto


medida do cateto adjacente

126
Para o entendimento das razões trigonométricas em um triângulo retângulo é
necessário notar que todos os triângulos que apresentam os ângulos internos com as
mesmas medidas são semelhantes. Por exemplo, vamos analisar o valor do seno para
o ângulo de 30º:

Exemplo: consideremos um triângulo equilátero (todos os lados de mesma


medida) de lado medindo , e consequentemente, todos os ângulos internos de medida
60º. A altura de um triângulo equilátero divide o lado oposto em duas partes de mesma
medida, conforme mostra a figura.

Ao considerarmos o ângulo de referência de 30º, teremos o seguinte valor para o


seno:
medida do cateto oposto
medida da hipotenusa

Exercício: partindo de um quadrado de lado cuja medida é 1 centímetro, calcule


as razões trigonométricas para o ângulo de 45°.

127
Ao realizarmos estes tipos de exercícios, verificamos que os valores
encontrados para as razões trigonométricas são constantes, de onde surge a tabela
dos principais valores de ângulos (incluindo os ângulos notáveis: 30°, 45° e 60°):

0° 30° 45° 60° 90°

Seno √ √

Cosseno √ √

Tangente √ 1 √ --

No Youtube o vídeo cujo endereço é http://www.youtube.com/watch?v=AllG-


nig6qQ, faz a demonstração matemática de todos estes valores. Vale a pena conferir!

5.5 RELAÇÕES FUNDAMENTAIS


Conhecendo estas três razões trigonométricas e o Teorema de Pitágoras surgem
outras relações, tais como:

E principalmente, a relação fundamental da trigonometria:


( ) ( )

Faz-se importante observarmos que ao conhecermos uma das razões


trigonométricas, podemos calcular quaisquer outras.

128
Exemplo: um triângulo retângulo com hipotenusa de medida 8 possui um ângulo
interno de 37°. Calcule a medida dos outros dois ângulos e dos catetos, sabendo que
.

Pelo enunciado, o triângulo é retângulo (possui um ângulo de medida 90°) e


possui um ângulo de medida 37°, o que faz com que seu terceiro ângulo tenha medida
de 53°, pois sabemos que a soma dos ângulos internos de um triângulo vale 180°.

Ainda nos é solicitado o cálculo da medida dos catetos e nos informado o valor
do sen37°, já que este ângulo não é notável:

Resta calcularmos a medida do outro cateto. Utilizaremos a relação fundamental:


( ) ( ) ( )

Exercício: determine os valores de , sabendo que


e que o ângulo é agudo (um ângulo é dito agudo quando sua medida
encontra-se entre 0° e 90°).

129
O cálculo dos valores das razões trigonométricas de arcos não notáveis é um
tanto quanto complicado, não sendo nosso foco neste curso de Pré-Cálculo. No entanto
com o auxílio de uma calculadora científica, você os obtém facilmente.

5.6 NOÇÕES SOBRE O CICLO TRIGONOMÉTRICO


A circunferência orientada de centro na origem do sistema de coordenadas
cartesianas, de raio unitário r  1 e cujo sentido positivo é o anti-horário, é
denominado ciclo trigonométrico ou circunferência trigonométrica.
y

r 1 x

O ponto de coordenadas A(1,0) é chamado origem dos arcos. As retas x e y


dividem a circunferência em quatro quadrantes.


rad  90
2

rad  180 0  360  2rad

3
rad  270
2

130
No ciclo trigonométrico, o eixo horizontal fornece a medida do cosseno do
ângulo formado partindo do ponto no sentido anti-horário; e o eixo vertical fornece a
medida do seno do mesmo ângulo.

(Fonte: https://bevilaqua.files.wordpress.com/2008/03/circtri3.jpg)

Exercício: na figura abaixo calcule β, γ e θ, dados:


a)

b)

131
Exemplo: com base nos dados do ciclo acima, determine o valor de tg150°.

Pela figura vemos que 150° é um ângulo do 2° quadrante, correspondente ao


ângulo notável de 30°. Temos:

e


De onde vem que: .

Exercícios: calcule o valor de:


a) cossec225°
b) sec315°

5.7 ARCOS CÔNGRUOS


Dois arcos são côngruos (ou congruentes) quando tem a mesma extremidade e
se diferem apenas pelo número de voltas inteiras ao redor do ciclo.

Por exemplo: ao considerarmos um ângulo de medida 60° e realizarmos uma


volta completa teremos o ângulo de medida 60  1  360  420 . Ao realizarmos
uma segunda volta completa, teremos 60  2.360  780 . Ou seja, 60°, 420° e
780°, são ditos côngruos.

De forma geral, se um arco mede α graus, a expressão dos arcos côngruos a ele
é dada por:
 k  360 onde k  Z

Exercício: determine o arco que é côngruo a 45° após a realização de 5 voltas


completas no ciclo.

132
5.8 PRIMEIRA DETERMINAÇÃO POSITIVA DE UM ARCO
Se um ângulo mede graus, dizemos que um ângulo de  graus é a sua
primeira determinação positiva, se 0    360  e for côngruo a .

Exemplos: calcule a primeira determinação positiva dos arcos abaixo e determine


a expressão geral dos arcos côngruos a eles:

1940 360
a) 1940°
140 5voltas
1ª det. positiva de 1940° é 140°
Expressão geral dos arcos côngruos a 1940 : 140  k  360

 2710 360
b)  2710 
 190 7voltas

360  190  170


1ª det. positiva de  2710  é 170°
Expressão geral dos arcos côngruos a  2710  : 170  k  360

15
c) rad
4
15  180 2700
Transformando em graus:   675
4 4
675 360
315 1volta
15
1ª det. positiva de rad é 315°
4
15
Expressão geral dos arcos côngruos a rad : 315  k  360
4

133
Exercícios: calcule a primeira determinação positiva dos arcos:

a) 1550°
b) -2165°
17
c) rad
3

5.9 Exercícios de verificação de aprendizagem


1) Expresse os arcos abaixo, em radianos:

a) 450° b) 150° c) 12°

2) Expresse os arcos abaixo, em graus:


3 2
a) 2 rad b) rad c) rad
5 3

3) Utilizando o Teorema de Pitágoras, determine o valor de x nos triângulos retângulos:

a) 4x b) 6
 

x
3x 3 5
20

4) Uma escada está apoiada em um muro de 2 metros de altura, formando um ângulo


de 45°. A que distância do muro encontra-se o pé da escada?

5) Uma rampa lisa de 10m de comprimento faz um ângulo de 30° com o plano
horizontal. Uma pessoa que subiu totalmente esta rampa elevou-se quantos metros
verticalmente?

134
6) Um guarda florestal, postado numa torre de 20m no topo de uma colina de 500m de
altura, vê o início de um incêndio numa direção que forma com a horizontal um ângulo
de 17º. A que distância aproximada da Colina está o fogo? Dados tg17º=0,30.

7) Calcule a primeira determinação positiva dos arcos:


15
a) 930° b) rad c)  3190 
2

8) Verifique se os seguintes pares de arcos são côngruos:


19 27 14 19
a) 1490° e -1030° b) rad e  rad c) rad e rad
9 9 3 3

9) Dado , com , calcule o valor de .

1 
10) Sendo sen x  , com 0  x  , determine .
3 2

11) Se cot g x  1 , com 0  x  , calcule e .
2
12) Sendo √ e , determine a.

135
Anotações & solução dos exercícios

136
Anotações & solução dos exercícios

137
Anotações & solução dos exercícios

138
Anotações & solução dos exercícios

139
Anotações & solução dos exercícios

140
Anotações & solução dos exercícios

141
Anotações & solução dos exercícios

Respostas:

1) a) ; b) ; c) ; 2) a) ; b) ; c) ; 3) a) ; b) ;

4) 2 metros; 5) 5 metros; 6) 1733 metros; 7) a) 210°; b) 270°; c) 50°; 8) a) sim,


50° e 50°;

√ √
b) não, 20° e 180°; c) não, 120° e 60°; 9) ; 10) √ ; 11) e√ ; 12) 2

142
6 Aplicações na Área de Física

Neste capítulo são apresentados exercícios envolvendo conceitos


básicos de física, como cinemática, geofísica, transferência de calor e
eletricidade, com respostas.
1 - Um menino deixou seu celular cair do décimo quinto andar de um edifício, a 45
metros do chão. A posição 𝒔, em metros, do celular em relação ao solo para cada
instante 𝒕, em segundos, durante a queda é dada por 𝒔(𝒕) 𝒕 .

a) Determine o domínio e a imagem da função no contexto do problema.

b) Esboce o gráfico da função no contexto do problema.

Anotações & solução dos exercícios

143
2 - A resistência elétrica 𝑹 (em ohms) de um material condutor metálico 𝑿 varia
linearmente com a temperatura 𝑻 (em graus Celsius). Um estudante do curso de
Engenharia dos Materiais verificou que o condutor 𝑿 apresenta resistência de
𝟖 Ω quando está a temperatura de 𝑪e Ω quando está a 𝑪.

a) Determine a taxa média de variação e seu significado no contexto do problema.


𝑇

b) Determine a expressão da função linear em função de 𝑇.

c) Qual é a resistência elétrica do filamento quando sua temperatura é de ?

d) Qual é a temperatura do filamento se sua resistência elétrica for Ω?

Anotações & solução dos exercícios

144
3 - Em um gerador ideal, a tensão elétrica 𝑽 depende linearmente da corrente
elétrica consumida . A tabela a seguir mostra os valores medidos em um
gerador.

𝑼(𝑽) 14,24 12,01 7,55


(𝒎𝑨) 200 300 500

a) Determine a expressão da função ( ).

b) Calcule a tensão associada à corrente .

c) Para qual corrente está associada à tensão ?

d) Desenhe o gráfico de ( ).

Anotações & solução dos exercícios

145
4 - A razão entre a tensão de saída e a tensão de entrada de um amplificador
transistorizado é denominada ganho 𝑮 e depende da temperatura de
funcionamento 𝑻. Um estudante do curso de Engenharia de Automação verifica
que o ganho para determinado amplificador é à temperatura de 𝑪𝒆
à temperatura de 𝟔 𝑪. Supondo que, nessa faixa de temperatura, o
comportamento do ganho 𝑮 em função da temperatura 𝑻 é modelado por uma
função linear, determine:

a) uma expressão linear para 𝐺 em função de 𝑇;

b) o ganho do amplificador quando sua temperatura é de ;

c) a temperatura do amplificador quando o ganho é .

Anotações & solução dos exercícios

146
𝒕
5 - A função de Heaviside, dada por 𝑯(𝒕) * , é utilizada para descrever a
𝒕
aplicação instantânea de tensão em um circuito quando uma chave é ligada.

a) Desenhe o gráfico da função de Heaviside.

b) A tensão de é aplicada a um circuito no instante . Desenhe o gráfico de


( ).

c) Escreva uma expressão para ( ) usando a função 𝐻( ).

Anotações & solução dos exercícios

147
6 - [10] Trens MAGLEV, que têm como princípio de funcionamento a suspensão
eletromagnética, entrarão em operação comercial no Japão, nos próximos anos.
Eles podem atingir velocidades superiores a 𝒌𝒎 𝒉. Considere que um trem,
partindo do repouso e movendo-se sobre um trilho retilíneo, é uniformemente
acelerado durante 150 segundos até atingir 𝒌𝒎 𝒉. Considere a relação
𝒗𝒆𝒍𝒐𝒄 𝒅 𝒅𝒆 𝒄𝒆𝒍𝒆𝒓 𝒐 × 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐. Nessas condições, a aceleração do trem, em
𝒎 𝒔 , é:
(Lembre-se: para mudar de para é preciso dividir por 3,6)

a) 0,1.

b) 1.

c) 60.

d) 150.

e) 216.

Anotações & solução dos exercícios

148
7 - Da Física, sabemos que a altura 𝒉, acima do solo, de um objeto lançado em
queda livre (sob ação exclusiva da força gravitacional) é dada pela equação
𝒉(𝒕) 𝒉 𝒗 𝒕 𝒕 , onde 𝒉 é a altura inicial (em metros), 𝒗 é a velocidade
inicial (em metros por segundo) e 𝒎 𝒔 é a aceleração gravitacional.
Considere um tomate sendo jogado verticalmente para cima, a partir do solo, com
velocidade inicial de 𝒎 𝒔.

a) Substitua os valores na função apresentada e determine uma expressão para ( )

b) Determine os zeros de . O que eles representam?

c) Determine o domínio de e desenhe o seu gráfico.

d) Qual é a altura máxima alcançada pelo tomate? Em que instante isso ocorre?

Anotações & solução dos exercícios

149
8 - A figura a seguir mostra o desenho esquemático de uma fonte de tensão 𝑽
com resistência interna 𝒓 conectada a uma resistência externa 𝑹 (chamada
"carga"). Da Engenharia Elétrica, sabemos que a potência (em watts)
𝑽
consumida pela resistência externa é dada pela função racional (𝑹) 𝑹. / ,
𝒓 𝑹
com resistências medidas em ohms.

a) Determine o domínio da função.

b) Determine, se existirem, os zeros da função.


c) Considere e Ω e desenhe o gráfico da função no

intervalo , -

Anotações & solução dos exercícios

150
Anotações & solução dos exercícios

151
9 - Quando uma tensão elétrica constante 𝑽 (em volts) é aplicada a um circuito
constituído por um resistor (de resistência 𝑹, em ohms) e um capacitor (de
capacitância 𝑪, em farads) ligados em série, a corrente elétrica (em amperes) é
𝑼
dada por (𝒕)
𝑹
𝒆 𝑹𝑪𝒕 , onde 𝒕 é o tempo (em segundos) transcorrido desde o
momento da aplicação da tensão.

a) Dado que Ω × , substitua esses valores na


expressão e simplifique o que for possível.
b) Calcule o valor de nos instantes segundos e desenhe o
gráfico de ( )

c) Em qual instante de tempo a corrente atinge da corrente inicial?

Anotações & solução dos exercícios

152
10 - Reconsidere o problema anterior. Se o capacitor for substituído por um
indutor (de indutância , em henrys), a corrente elétrica (em ampères) será dada
por
𝑼 (𝑹 )𝒕
(𝒕) 𝑹
( 𝒆 )

a) Dado que × 𝐻, substitua os valores na expressão e simplifique o que for


possível.

b) Calcule o valor de nos instantes segundos e desenhe o


gráfico de ( ).

c) Qual é a taxa de variação media no intervalo de tempo de


segundos?

Anotações & solução dos exercícios

153
11 - A Lei do Resfriamento de Newton, 𝑻(𝒕) 𝑻 (𝑻 𝑻 )𝒆 𝒌𝒕 descreve o
comportamento da temperatura 𝑻 de um objeto em função do tempo 𝒕. Nessa
expressão, 𝑻 é a temperatura inicial do objeto, 𝑻 é a temperatura ambiente a
qual está exposto (suposta constante, com 𝑻 𝑻 ) e 𝒌 é um parâmetro
relacionado com a taxa de variação de temperatura (devido a suas características
físicas e geométricas). Suponha que um objeto a temperatura inicial de 𝟖𝑪
seja colocado em um ambiente à temperatura de 𝟖 𝑪 e que, após 1 minuto, a
temperatura caia para 𝑪.

a) Determine o valor e a unidade de medida de .

b) Desenhe o gráfico de 𝑇( ).

c) Quanto tempo transcorre até que a diferença das temperaturas do objeto e do


ambiente seja menor que ?

Anotações & solução dos exercícios

154
Anotações & solução dos exercícios

155
12 - A Escala Richter é uma maneira de medir a intensidade de terremotos (abalos
sísmicos). Nessa escala, a magnitude M de um terremoto está relacionada com a
energia E (em joules) liberada de acordo com

. / onde × .

a) O maior terremoto registrado ao longo dos tempos ocorreu em 22 de maio de 1960 e


atingiu a capital do Chile, Santiago. Cerca de 5 mil pessoas morreram, e 2 milhões
ficaram desabrigadas. Estima-se que a energia liberada pelo terremoto foi de 4,48 ×
10¹⁸ J. Determine sua magnitude.

b) O tremor mais forte de que se tem notícia no Brasil ocorreu em 31 de janeiro de


1955, na Serra do Tombador (MT), com magnitude 6,6 na escala Richter. Ele não
provocou vítimas, porque aconteceu em uma região desabitada. Quanta energia esse
terremoto liberou?

Anotações & solução dos exercícios

156
Anotações & solução dos exercícios

157
13 - A corrente elétrica (em ampères) em um circuito é dada, em função do
tempo (em segundos), por (𝒕) 𝒄𝒐𝒔 . 𝒕/
𝟔

a) Determine a amplitude e o período dessa função.

b) Desenhe o gráfico de ( )

Anotações & solução dos exercícios

158
Anotações & solução dos exercícios

159
14 - Da Física, sabemos que, se um corpo é lançado com velocidade 𝒗 a um
𝒗
ângulo com a horizontal, então seu alcance 𝑹 será dado por 𝑹 𝒔𝒆𝒏( ).

a) Desenhe os gráficos de ( ) para . Suponha .

b) Para qual ângulo tem-se o máximo alcance?

Anotações & solução dos exercícios

160
15 - Um objeto de peso é arrastado ao longo de um plano horizontal por uma
corda que faz um ângulo com a horizontal. Se o coeficiente de atrito cinético
entre o objeto e o plano é , então a força necessária para arrastar o objeto com
velocidade constante é dada por ( ) .
𝒔𝒆𝒏( ) ( )

a) Desenhe o gráfico de no intervalo supondo e

b) Observe, no gráfico, que existe um ângulo para o qual a força necessária para
arrastar o objeto é mínima. Que ângulo é esse?

Anotações & solução dos exercícios

161
Respostas:

1) a) ( ) * | + , - e 𝐼 ( ) * |
+ , -

b)


2) a) A taxa média de variação é
𝑇 𝐶
;
b) (Equação da reta ( )
Usando a equação da reta, determinamos uma expressão para R em função de T.
(𝑇 ) 𝑇 (𝑇) 𝑇

c) ( ) Ω; d) 𝑇 𝑇

𝑇 𝑇 ;

3) a) () ; b) () () ;
c)

162
d)

4) a) 𝐺(𝑇) 𝑇 ; b) 𝐺 ; c) ;

5) a)

163
b)

c) ( ) 𝐻( ); 6) B; 7) a) ( ) ; b) Zeros: * + Representam o
instante em que o objeto é jogado para cima e o instante em que ele retorna ao solo;

c) ( ) * +;

d) max max

8) a) ( ) * | ; b) ;

164
c)

9) a) ( ) ;

b) ( ) ( ) ( ) ( )
c) ;

10) a) ( ) . /;

b) ( ) ( ) ( ) ( )

165
c) × ;

11) a) ;

b)

c) 8,85 min; 12) a) ; b) × J; 13) a) e𝑇

166
b)

14) a) b) 45°;

167
15) a)

(ampliação)

b) θmin = 21,8° (Fmin = 371,39 N);

168
7 Referências Bibliográficas

[1] ADAMI, A. M.; DORNELLES FILHO, A. A.; LORANDI, M. M. Pré-Cálculo, Porto


Alegre: Bookman, 2015.

[2] BONGIOVANI, Vicenzo; LEITE, Olímpico Vissoto; LAUREANO, José Luiz Tavares.
Matemática e Vida, Vol. 1,2,3,4, 1o grau. São Paulo: Ática, 1990.

[3] CALLIOLI, C. A.; DOMINGUES, H. H.; COSTA, R. C. F. Álgebra Linear e


a
Aplicações, 6 Edição, Editora Atual, São Paulo, 1990.

[4] DANTE, Luiz Roberto. Matemática: Contexto e Aplicações, Vol. 1 a 3, São Paulo:
Ática, 2010.

[5] DOERING, C. I.; NÁCUL, L. B. C.; DOERING, L. R. Pré-Cálculo. 3ª Edição. Porto


Alegre: Editora da UFRGS, 2012.140p.

[6] DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau; IEZZI, Gelson; HAZZAN, Samuel.
Coleção Fundamentos de Matemática Elementar. Vol. 1 a 10. São Paulo: Atual,
2004.

[7] JAKUBOVIC, José; LELLIS, Marcelo. Matemática na medida certa. Vol. 1,2,3,4, 1o
grau. São Paulo: Scipione, 1994.

[8] MEDEIROS, V. Z. (COORD.); CALDEIRA, A. M.; SILVA, L. M. O. DA; MACHADO,


M. A. S. Pré-Cálculo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

o
[9] NETO, Scipione Di Pierrô. Matemática. Vol. 1,2,3,4, 1 grau. São Paulo: Scipione,
1995.

[10] Exercícios de VESTIBULARES da UFRGS, USC, PUCRS.

[11] http://www.brasilescola.com

[12] http://www.mundoeducacao.com

169

Das könnte Ihnen auch gefallen