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Introdução
A preocupação humana com as problemáticas ambientais foi intensificada a
partir da década de 1960. Nessa ocasião, através da obra Silent Spring (Carson, 1969)
alerta a humanidade para os riscos ambientais quanto ao uso predatório dos recursos
naturais e a externalização3 dos impactos ambientais.
Essa preocupação com a necessária defesa do meio ambiente intensificou-se ao
ponto de diversos países, chefes de governo, cientistas, ativistas ambientais e um
coletivo de atores se juntarem e fazerem coro para a mudança de paradigma do
desenvolvimento. Ficou evidente a partir desse momento que era necessário que os
países adotassem um modelo de desenvolvimento pautado com a necessária defesa do
meio ambiente. Surgindo assim, o conceito de Desenvolvimento Sustentável que foi
incorporado à agenda política e econômica para orientar os processos e as escolhas.
Mudanças significativas aconteceram no mundo em relação às questões
ambientais a partir desse momento. Ficou evidente que para garantir a permanência de
vida na Terra, o meio ambiente precisava ser reconhecido para além das percepções
simplistas, sendo necessária a pessoa humana sentir-se pertencer ao meio ambiente,
sentir-se uma parte importante e não a natureza à parte da sociedade humana.
Nesse sentido, não bastava apenas reconhecer os desequilíbrios resultantes das
falhas dos processos e desequilíbrios de mercado, bem como não basta apenas
incorporar mecanismos econômicos, embora sejam eficientes, reconhece-se que
atualmente eles são por si só, insuficientes para mudar os quadros de degradação e
impacto ambiental evidentes na sociedade contemporânea.
O desafio atual é entender que o meio ambiente e as ações que são postuladas
sobre esse, resultam em comprometimento dos recursos naturais, mas também da vida
humana na Terra. É evidente que o ar está mais poluído que há algumas décadas atrás,
percebe-se que os solos estão também se tornando improdutivos, assim como as águas
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estão mais contaminadas, espécies animais e vegetais se tornaram extintas sem ao
menos terem sido conhecidas pela espécie humana.
E é todo esse contexto que nos possibilita pensar que é urgente a necessidade de
adotar processos e tecnologias que sejam sustentáveis sob os pontos de vista ambiental,
social e econômico.
Assim, o objetivo geral da pesquisa é a produção do cimento ecológico a base da
quenga do coco nucifera. Os objetivos específicos consistem em: evidenciar a
viabilidade de adotar processos tecnológicos sustentáveis; analisar a eficácia do cimento
ecológico produzido.
A seguir, discutimos como tecnologia, sustentabilidade e inovação se tornam
uma condição necessária, mas também possível para a proposição de processos
tecnológicos. A finalidade é dialogarmos com a perspectiva da Convivência com o
Semiárido (SILVA, 2006).
2 Referencial Teórico
2.1 Inovação e Sustentabilidade:
Nos últimos anos têm se intensificado a preocupação com a geração e destinação
dos resíduos. Nesse sentido, vê-se potencial na reutilização de resíduos, sobretudo,
resíduos orgânicos. De acordo com os autores Silva e Jerônimo (2012), há muitos
benefícios na utilização dos resíduos do coco, e dentre as vantagens, os supracitados
afirmam que a diminuição de impactos ambientais é considerável, sobretudo, porque
esse resíduo substitui outras matérias primas que potencialmente geram efeitos nocivos
ao meio ambiente a partir da sua retirada, tais como, a cal e a madeira.
É válido ressaltar que o Brasil tem apresentado um excelente desempenho
enquanto produtor de coco, estando na condição de líder mundial na produção do
referido produto.
No que diz respeito aos resíduos dos cocos, Silva e Jerônimo (2012, p. 2194)
consideram:
3 Metodologia
1ª Fase da Pesquisa
A pesquisa está sendo realizada pelos alunos e alunas do Centro Estadual de
Educação Profissional Francisco Assis Pedrosa CEEP-Mossoró. Os alunos e alunas
iniciaram o projeto no ano de 2018. Na primeira fase, se detiveram ao referencial
bibliográfico com o intuito de evidenciar a viabilidade da pesquisa, bem como
confeccionar um protótipo. Contudo, não avançaram para a fase de testes. Através de
parceria feita com o Instituto Federal do Rio Grande do Norte foi realizado dia
12/09/2018 uma visita ao laboratório para definir o primeiro protótipo. Com a utilização
do moinho de jarra, a casca interna foi triturada com a ajuda das esferas de alumina
(1980,23g), triturando 395, 21g de coco por 40 minutos. O resultado obtido na
trituração não foi satisfatório em relação a quantidade de resíduos triturados resultantes.
Nessa ocasião, foram feitos cálculos para definir o volume do molde de teste a ser usado
(apêndice 1).
h·π· r²
196,25 cm³ Volume do molde de teste a ser
10·3,14·2,5²
usado
10·3,14·6,25
Materiais para a produção do cimento: 370g da quenga; 370g da fibra do coco; 375g de
argila; 375g de areia. Commented [Z1]: Colocar e apêndices
2ª Fase da Pesquisa
A pesquisa está na fase de confecção dos protótipos. Para tanto, contamos com o
apoio do Laboratório de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Semi-àrido e
o Laboratório de Engenharia Civil do IFRN. Na UFERSA, conseguimos a fibra do coco
em pó para os primeiros protótipos (figura 1 e 2). A confecção dos seguintes protótipos
foi feita nas imediações do Centro Estadual de Educação Profissional Francisco de
Assis Pedrosa – CEEP.
309,97g
Argila (48%): 107,55g
Água (35%): 79,25g
Gesso: 4,3g
Figura 5: Protótipo IV
IV – Fibra em pó (5%): 10,96g
“Quenga” (5%): 10,96g
Areia (48%): 104,07g
Argila (48%): 104,07g 299,05g
Resultados
A pesquisa está em execução. Os protótipos I e II não foram submetidos a teste
devido ao formato estar em tamanho inadequado para testes e por não ter sido prensado
na prensa manual. Essa compreensão se deu a partir das visitas aos laboratórios, em que
evidenciamos que embora visualmente tenham apresentado um aspecto relativo e
satisfatório, não estavam adequados para os testes.
Os protótipos III e IV (figuras 6 e 7) têm apresentado resultado mais satisfatório.
Para o protótipo III, o colocamos em uma prensa manual para retirar os vazios e
estabilizar a mistura. Foi visto que vazou cerca de 15g de água ao colocarmos o
protótipo na prensa. Foi colocado na prensa durante 5 minutos com um material
exercendo 60kg e uma pressão de 0,9375kg/cm². Mudamos a quantidade de agua que
será usada no protótipo IV em virtude do vazamento no protótipo III. Ao colocar o
protótipo IV na prensa vimos que vazou menos agua e ficou com um aspecto melhor,
mais liso.
Figuras 6 e 7: Confecção dos protótipos III e IV nos laboratórios
do IFRN e da UFERSA
Fonte: Pesquisa
Considerações Finais
Percebe-se que a produção do cimento ecológico a base do mesocarpo e
endocarpo de Cocos nucifera, causa menos impactos ambientais quando comparado ao
cimento convencional. Durante os testes de tração e compressão, os primeiros
protótipos não apresentaram os resultados esperados, porém continuaremos a buscar,
pesquisar e testar outros tipos de protótipos para chegarmos à um cimento ecológico
com a mesma eficácia de um cimento convencional.
REFERÊNCIAS