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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO

EXERCÍCIO AVALIATIVO DE TEORIA GERAL DO PROCESSO

TIAGO AUGUSTINI DE LIMA (SALA A) n° USP: 10387258


PEDRO SBERNI RODRIGUES (SALA B) n° USP: 10278232
LUCCA VINHA VIGNERON (SALA B) n° USP: 10256085
1. Avalie juridicamente a situação narrada na composição abaixo (Tribunal de
Rua - O Rappa) do ponto de vista dos atores do sistema de justiça,
características e princípios da jurisdição e “princípios de direito processual”.

À primeira vista, percebe-se grande protagonismo do órgão Polícia Militar na letra de “Tribunal de
Rua”. A polícia se enquadra no sistema de justiça como ente da segurança pública, subordinada ao
executivo estadual e distrital. Conforme os ditames do Art. 144 da CF/BR.
Na situação descrita pela música, a polícia assume, erroneamente, as funções do poder judiciário,
uma vez que não tem jurisdição (ao mesmo tempo poder, função e atividade) para realizar ações
como as exemplificadas no texto, no momento da ameaça ao suspeito, utilização da força coercitiva
estatal de maneira abusiva, aplicando recorrentes sanções que só cabem ao judiciário, não
preservando o direito do abordado, assim. Sendo assim, é claro que inúmeros princípios que regem
o processo, meio pelo qual o Estado rege as condutas dos julgamentos e da aplicação da sanção,
como descritos em “Tribunal de Rua”, são violados. Percebe-se em: “Aí compadre, você perdeu”,
“acho melhor você ir deixando esse flagrante comigo”, “Eu ainda tentei argumentar, Mas tapa na cara
pra me desmoralizar”, “como se eu fosse o culpado”, “estar acima do biotipo suspeito”, “Autoridade
neste tribunal de rua” - diversas passagens da música, as recorrentes violações dos seguintes
princípios processuais:
- Princípio da Igualdade - Uma vez que arguido em processo o réu tem de ter a mesma oportunidade
de fazer valer em juízo suas razões. Não houve sequer oportunidade para tutela jurisdicional,
garantia fundamental desrespeitada no caso, uma vez que o autor da música foi sancionado
vigorosamente.
- Princípio do contraditório e da ampla defesa - O poder da palavra em juízo deve ser equilibrado,
seguindo os procedimentos, ouvindo todas as partes e garantindo ao acusado todas as
possibilidades de se defender. - Novamente, o que se presenciou foi grande violação desses
princípios, como se vê em: “Eu ainda tentei argumentar…”
- Princípio da ação: “indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da função
jurisdicional” - O que se passa é a inércia da justiça no caso, o órgão estatal não tem a investidura
da jurisdição, isso é, a competência para julgar, sancionar ou conduzir o processo judiciário. Devia,
por outro lado, propor o inquérito, processo administrativo, e repassar ao Ministério Público. Pois no
processo inquisitivo, é o juiz que inicia de ofício o processo, que recolhe as provas e que, por fim,
emite a decisão.
- Princípio da disponibilidade e da indisponibilidade - é o dispositivo a liberdade a que todos têm
de exercer ou não seus direitos. O fato retratado na música o fere, pois atribui ao morador de
bairro pobre a alcunha de usuário de drogas pelo único fato de estar na rua. Já o princípio da
indisponibilidade se refere à razão inversa - isto é - o crime é uma lesão irreparável ao interesse
social e a pena é uma forma de restabelecer a ordem jurídica violada, mas no caso da música
não houve crime.

2. Responda as perguntas em cada um dos dois julgados.


Julgado 1:
a) O que justifica que o juiz exerça atividade instrutória no processo civil?

A conduta do juiz no processo civil ,perante as provas ,é norteada a partir da harmonização entre
os princípios dispositivo e inquisitório, isto é, a exclusividade das partes em apresentar a verdade
e a possibilidade do juiz em transgredir a verdade formal, estritamente aquela apresentada, para
buscar a verdade real a partir da atividade instrutória discutida no caso. Sobretudo existe na
doutrina certas ocasiões especiais onde se admite maior atividade inquisitória, trata-se de
processo com interesse da ordem pública e naqueles onde existe "desigualdade" entre as partes.
O novo processo civil garante mecanismos de controle do poder inquisitivo como o Artigo 10 : "O
juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre
a qual deva decidir de ofício". Ainda segundo à lei: “Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou
meramente protelatórias.”
Tal função do juiz é justificada, principalmente, como defesa dos outros princípios do princípio,
igualdade entre as partes, ampla defesa e contraditório - uma vez que a ostensividade de atuação
pode e deve ser crucial para que se alcance uma verdade real nos casos descritos.

b) Se o juiz dispensou a oitiva da testemunha na audiência, como forma de


sanção processual, por que não poderia decidir ouvi-la no futuro, se entender
importante para a decisão da causa?

Ouvir a testemunha de forma posterior a dispensa da oitiva - isto é, após a fase processual a
que se pertence esse movimento processual, violaria o princípio da Isonomia pelo Julgamento
de Feitos pela Ordem Cronológica. Segundo o Artigo 12 do nCPC: “Os juízes e os tribunais
atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou
acórdão.”

c) Há limites para a busca da verdade real no processo civil? Quais seriam?

Sim, há limites à busca de verdade no processo civil. É mister salientar o que dispõe na Carta
Magna os art. 5°, Inc. XXXV “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou
ameaça de direito” (princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional presente na Constituição
Federal); art. 5°. Inc. LVI “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.
Contudo, não apenas se baseia o processo à garantia a apreciação de eventual pedido
endereçado ao Judiciário, o que possui a devida importância é como o acesso ao Judiciário
ocorre e como as partes podem ajudar na fundamentação do juiz para garantir um resultado
eficaz e a busca de uma verdade real. A partir disso há a necessidade de aferir o princípio da
disponibilidade da parte que tem como pressuposto o sentido de garantir que o juiz aplique seu
respectivo poder de jurisdição apenas sobre proposições tratadas na petição inicial e que
também é complementado pela apresentação das situações fáticas por meio do princípio
dispositivo. Para a garantia de igualdade entre as partes para aferição da verdade há a garantia
do contraditório e da ampla defesa, em que as partes e o juiz estão equidistantes no processo,
sendo assim, uma garantia à imparcialidade do juiz, que não garante qualquer privilégio a
qualquer uma das partes e que as permita a paridade de armas. Além do mais, indo ao
encontro ao princípio da ação, a capacidade jurisdicional do juiz tem sua limitação ao que foi
apresentado na petição inicial do processo em decurso, o que lhe impede a produção de
provas de forma inquisitória.

Julgado 2:
d) Pelo que se pode inferir da ementa, o processo foi originalmente extinto
sem julgamento de mérito por ausência de pressuposto processual (citação
irregular feita na pessoa física e falta de documentos essenciais) ou condição
da ação (parte ilegítima)? Diferencie ambos no caso e segundo a teoria
Processual.

Têm-se, no caso, a extinção do processo que está sendo discutido no acórdão ocorre por
ilegitimidade da parte, sendo assim, condição da ação.
Para o direito processual brasileiro, aprecia-se, em primeira etapa, os pressupostos
processuais do caso - classificados em “de existência” ou “de validade” - sendo os primeiros
objetivos: demanda, ato de provocação e subjetivos: órgão jurisdicional e capacidade da parte.
Enquanto os de validade dizem respeitos às partes e suas funções no processo, como o juiz
natural, além do desenrolar adequado do processo. Já as condições da ação se explanam,
conforme a doutrina, da possibilidade jurídica do pedido, isto é, sua aptidão, do interesse de
agir - utilidade (benefícios possíveis) e necessidade (último meio) do processo - e, legitimidade
ad causam - “ poder jurídico de conduzir validamente um processo em que se discute um
determinado conflito”.
A partir do caso, percebe-se na ementa os seguintes pontos cruciais para o entendimento da
situação:
“1. Ação proposta em face de pessoa física supostamente representante da pessoa jurídica. A
legitimidade para receber citação não arrasta a legitimatio ad causam, por influência do
princípio societas distat singulis”.
Vê-se, no item acima, a afirmação da ilegitimidade da parte uma vez que é pessoa física e na
proposição “representaria” pessoa jurídica contrariando o princípio “sociedade difere do
singular” - claramente falha em uma das condições da ação conforme explicitado
anteriormente.
“2. Não obstante, a jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que a extinção do
processo, sem julgamento do mérito, ante a ausência de documentos essenciais à propositura
da ação, sem a concessão de prazo para que os autores emendem a inicial, importa em
violação ao art. 284 do CPC. “ - Deste item trata as questões dos pressupostos processuais e,
conforme exposto, mostra-se que o processo não pode ser extinto por ausência de documentos
- pressuposto processual - em primeira análise, fato que contraria o Código de Processo Civil.
Sendo condição da ação que não foi provida e não pressuposto processual, fato que levaria a
abertura de prazo para correção de falhas, o recurso foi improvido - uma vez que,
provavelmente, pedia que se considerasse que a extinção do processo foi motivada por falta de
pressupostos e não condição de ação.

e) A ementa menciona cinco diferentes princípios do direito processual.


Explique como eles se manifestaram no caso e qual ou quais se revelaram
Preponderantes.

De acordo com o caso, a ementa postula os princípios: do devido processo legal, do acesso à
justiça, da efetividade do processo, da economia e da instrumentalidade das formas.
O princípio do devido processo legal é uma garantia constitucional expresso na Carta em seu
art. 5°, para que as partes efetivem suas garantias processuais e que a jurisdição a que compete
o Judiciário seja exercida corretamente. O do acesso à justiça também é garantia constitucional
em mesmo artigo supracitado que tem como objetivo o direito de ajuizar o conflito à defender
algum direito que foi ou está sendo violado. No princípio da efetividade do processo tem-se como
objetivo assegurar a que o processo se propõe, como veremos a seguir é intimamente ligado aos
princípios da economia e da instrumentalidade das formas. No princípio da economia processual
tem como pressuposto que o processo é um instrumento, e para tal não pode exigir um dispêndio
exagerado com relação aos bens que estão em disputa e que, portanto, deve haver necessária
proporção entre fins e meios para o custo/benefício, ou seja, há apregoação de máximo resultado
na atuação do direito com o mínimo emprego possível de atividades processuais. Por fim, o
princípio da instrumentalidade das formas postula que o processo é um instrumento para atingir
determinado fim. Suas formas, portanto, são um fim em si. Em caso de vício processual, mas
mesmo assim consiga atingir sua finalidade e que não prejudique a defesa, o processo não será
nulo.

3) Responda as questões dos casos abaixo tendo por base o direito de ação,
pressupostos processuais e condições da ação.
Caso 1. Nesse caso, qual deve ser a defesa sustentada pelos sócios? E a
sociedade, precisa se manifestar nesta ação? Deve ser proferida pelo juiz uma
sentença de carência (preliminar) ou de improcedência (mérito)?

Partindo do fato de que o contrato de locação se deu entre o autor e a pessoa jurídica “Martin &
Cunha Advogados S.S”, os advogados, enquanto pessoas físicas, não podem ser réus da ação,
uma vez que sua pessoa, assim como seu patrimônio são completamente distintos daqueles da
pessoa jurídica.
Como o assunto tratado é a legitimidade de parte, e por isso ser uma condição essencial da
ação, o NCPC determina no art. 485, VI, que se profira uma sentença de carência de ação, e
não uma resolução de mérito.
Por fim, como o pedido foi endereçado de maneira errônea, a sociedade não é parte do processo,
o que faz com que não seria citada se houvesse instauração do litisconsórcio e não há
necessidade de se pronunciar.

Caso 2. Como advogado do fazendeiro arrendatário, qual seria a defesa mais


apropriada a ser adotada, tendo em vista os requisitos de admissibilidade da
Demanda?

Considerando as condições essenciais do direito de ação, sendo evidente o interesse de agir do


concessionário do arrendador, a possibilidade jurídica do pedido - a pretensão do caso não é
vedada pelo ordenamento e não é impossível de concedê-la no plano fatídico - e a legitimidade
de parte, uma vez que os acontecimentos descritos no caso afetam um bem jurídico de sua
titularidade firmado em contrato - os proventos do arrendamento - e o ordenamento brasileiro
permite a cessão parcial ou total dos direitos e deveres da relação contratual, a demanda em
questão é absolutamente admissível.
Uma vez que a demanda é admissível, o melhor a ser feito para a defesa do arrendatário é alegar
que o não cumprimento da prestação devida pelo arrendador, faz com que o réu da ação não
possa ser obrigado a cumprir a sua parte do contrato, como é disciplinado pelo artigo 476 do
Código Civil.

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