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Rosa Luxemburgo

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Rosa Luxemburgo (nascida Rozalia Luksenburg;[1] em polonês, Róża Rosa Luxemburgo
Luksemburg) (Zamość, 5 de março de 1871 — Berlim, 15 de janeiro de Rozalia Luksenburg
1919) foi uma filósofa e economista marxista polaco-alemã. Tornou-se
mundialmente conhecida pela militância revolucionária ligada à Social-
Democracia da Polônia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da
Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da
Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista
do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha
(KPD). Seu nome em polaco é Róża Luksemburg e em alemão Rosa
Luxemburg.

Em 1915, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra


Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga
Espartaquista. Em 1° de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD.
Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o
jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais
da Liga.

Luxemburgo considerou o levante espartaquista de janeiro de 1919 em


Berlim como um grande erro.[2] Entretanto, ela apoiaria a insurreição que
Liebknecht iniciou sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada
pelas Freikorps, milícias patriotas compostas por veteranos da Primeira Retrato de Rosa Luxemburgo.
Guerra que estavam desiludidos com a República de Weimar, mas que Nascimento 5 de março de 1871
rejeitavam igualmente o marxismo e o avanço comunista, Luxemburgo, Zamość, Império Russo
Liebknecht e alguns de seus seguidores foram capturados e assassinados. Morte 15 de janeiro de
Luxemburgo foi fuzilada e seu corpo jogado num curso d'água (o 1919 (47 anos)
Berlim, Alemanha
Landwehrkanal), em Berlim.
Nacionalidade Polaca
Em consequência de suas críticas às escolas Marxista-Leninista e correntes Cidadania alemã
mais moderadas da escola social-democrática do socialismo, Luxemburgo
Progenitores Mãe: Line Löwenstein
tem conceito algo ambíguo por parte de estudiosos e teóricos da esquerda Pai: Eliasz Luxemburg
política.[3] Apesar disso, Luxemburgo e Liebknecht são considerados
Cônjuge Gustav Lübeck (1897-
mártires por alguns marxistas. De acordo com o Gabinete Federal para a 1902)
Proteção da Constituição, a comemoração em memória de Rosa Leo Jogiches (1889-
Luxemburgo e Karl Liebknecht continua a desempenhar uma função 1919)
importante entre a esquerda política alemã.[4] Ocupação Filósofa
Economista
Militante política

Índice Religião Ateia (anteriormente


judia)
Biografia
Infância e juventude
Vida na Alemanha
Morte
Ideias
A crítica à Revolução de Outubro
Homenagens
Filme
Principais obras
Ver também
Referências
Ligações externas

Biografia

Infância e juventude
Nascida Rozalia Luksenburg numa família judaica de Zamość, perto de Lublin, na Polônia ocupada (então Congresso da Polônia,
controlado pelo Império Russo), era a quinta filha de Eliasz Luxemburg, um comerciante de madeira, e de Line Löwenstein.[5] A
família migrou para Varsóvia quando ela tinha dois anos de idade,[5] em virtude de problemas financeiros.[6] Aos cinco anos de
idade, para tratar uma aparente doença dos ossos do quadril, Rosa teve a perna engessada e ficou acamada por um ano. Como
resultado, uma de suas pernas cresceu menos do que a outra, o que a fez mancar pelo resto de sua vida.[7][6]

Em 1880, ela ingressa em um ginásio, onde concluiu os estudos em 1887 e, apesar das excelentes notas obtidas, não recebeu a
tradicional medalha de ouro destinada às melhores alunas devido a sua atitude rebelde diante das autoridades escolares.[5] Ainda
no ginásio, Luxemburgo entrou para o Partido do Proletariado, que havia sido fundado em 1882 por Ludwik Waryński,
antecipando em vinte anos os primeiros partidos socialistas russos. Ela se iniciou na vida política organizando uma greve geral,
que resultou na morte de quatro líderes e na dissolução do partido. Apesar disso, Luxemburgo e outros membros do partido que
escaparam da prisão continuaram a se encontrar secretamente.

Em 1887, é aprovada no exame Abitur, análogo ao vestibular. Em 1889, aos 18 anos, após fugir para a Suíça, para escapar de
uma ordem de prisão expedida contra ela, Luxemburgo começa a estudar na Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique, ao
lado de outras personalidades socialistas como Anatoli Lunacharsky e o lituano Leo Jogiches, com quem manteve um longo
relacionamento amoroso, mas acabaria abandonando devido à infidelidade por parte dele.[7] Luxemburgo continuou a atuar em
atividades revolucionárias, enquanto estudava economia política e direito.[8] Obteve doutorado em 1898 com tese intitulada "O
desenvolvimento industrial da Polônia".[8][6]

Rosa Luxemburgo se reuniu a vários membros do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), como Gueorgui
Plekhanov e Pavel Axelrod. Não levou muito para que ela se opusesse ao partido russo na questão da autodeterminação da
Polônia, acreditando que a autodeterminação enfraquecia o movimento socialista internacional e fortalecia o comando da
burguesia em nações recém-independentes. Assim sendo, ela se afasta tanto do POSDR como do Partido Socialista Polonês
(PSP), que defendiam a autodeterminação de minorias nacionais russas.[8]

Foi durante essas articulações para a formação do SDRP, em Zurique, que Luxemburgo conheceu Jogiches, líder do PSP. Ao lado
de Jogiches, ela ajudaria a fundar o Partido Social-Democrata do Reino da Polônia[8] (SDRP, mais tarde renomeado Social
Democracia do Reino da Polônia e Lituânia).[9] Rosa era a porta-voz e teoricista do partido, e Jogiches a promoveu a
organizadora do partido. Os dois desenvolveram uma intensa relação pessoal e política pelo resto de suas vidas.[8]
Vida na Alemanha
Em 1897, Luxemburgo aceitou um casamento de conveniência com Gustav
Lübeck, a fim de obter a cidadania alemã. No ano seguinte, mudou-se de
Zurique para Berlim, juntando-se ao Partido Social-Democrata da
Alemanha. Logo após filiar-se ao partido, começa a atuar na agitação
revolucionária. Expressando questões centrais no debate da social
democracia alemã da época, ela escreve Reforma ou Revolução?, em
1900.[8][9] No livro, uma crítica ao revisionismo da teoria marxista feito
por Eduard Bernstein, Luxemburgo explicava que a teoria de Bernstein
"tende a nos aconselhar a renunciar à transformação social, a meta final da
social-democracia e, inversamente, fazer das reformas sociais, meios da
luta de classes, o seu objetivo".

Embora apoiasse o reformismo como meio, o objetivo final de


Luxemburgo era a revolução completa. Ela acentuou que reformas
ininterruptas do capitalismo traduzir-se-iam no apoio permanente à
burguesia, deixando para trás a possibilidade de construção de uma
sociedade socialista. Luxemburgo queria que os revisionistas fossem
expulsos do partido. Isso não aconteceu, mas Karl Kautsky manteve a
Rosa Luxemburgo (c. 1915).
teoria marxista no programa do partido.[8] Com essa polêmica, Rosa
Luxemburgo torna-se conhecida e respeitada dentro do Partido Social-
Democrata Alemão.[6] Em 1902, passado o tempo mínimo exigido pela legislação da Alemanha da época para se divorciar sem
perder sua cidadania, ela divorciou-se de Lübeck.[5]

Em 1904, ficou presa por quase dois meses, acusada de ser contra os esforços de preparação para a guerra no país.[10] Durante a
Revolução Russa de 1905, ela concentrou sua atenção no movimento socialista no Império Russo, defendendo que "a partir desta
data, o proletariado russo estourou no cenário político como classe pela primeira vez". Defendeu a teoria marxista da revolução,
em oposição aos mencheviques e ao Partido Socialista Revolucionário, e em apoio aos bolcheviques.[8] Segundo alguns
historiadores, foi a partir desse evento que Luxemburgo desenvolveu sua teoria revolucionária.[9]

Mudou-se então para Varsóvia a fim de ajudar o levante revolucionário russo, sendo presa por três meses e ameaçada com a pena
de morte. Morou até septembro de 1906 em Kuokkala (hoje Repino, Rússia), desde onde era fácil ir para São Petersburgo.
Durante esse período escreveu o livro Greve de massas, partido e sindicatos.[8] [6] Em 1906, começou a defender sua teoria de
greve das massas como o instrumento de luta revolucionária mais importante do proletariado. Essa linha de pensamentotornou-se
motivo de grande contenda no Partido Social Democrata da Alemanha, ganhando a oposição de August Bebel e Kautsky. Pela
agitação apaixonada, Luxemburgo recebeu a alcunha de "Rosa sangrenta".[8]

Em 1907, ela foi novamente presa, dessa vez por dois meses, novamente de se contrapor aos esforços de guerra em um discurso
feito durante o Congresso do Partido Social Democrata em Jena dois anos antes. Em outubro do mesmo ano, passou a atuar como
professora de economia política e história econômica na escola do Partido Social Democrata, cargo que exerceu até 1914, com
algumas interrupções. A partir das aulas, escreveu duas de suas obras mais importantes: Introdução à economia política,
publicado em 1925, e A acumulação do Capital, publicado em 1913. Neste último, defende que o imperialismo anda de mãos
dadas com o capitalismo,[8] além combater as posições revisionistas do marxismo.[9] Em 1910, Luxemburgo rompe
definitivamente com Kautsky, quando este não apoiou sua campanha a favor da substituição da monarquia pela república.[6]

Em 1914, ela foi julgada e condenada a um ano de prisão pelo Segundo Tribunal Criminal de Frankfurt, por incitamento à
desobediência civil, num discurso feito em setembro de 1913. A defesa feita na ocasião - uma condenação da guerra e do
imperialismo - foi publicada sob o título de "Militarismo, guerra e classe trabalhadora". Em 4 de agosto do mesmo ano, a bancada
social-democrata do Reichstag votou a favor dos créditos de guerra, o que a deixou profundamente abalada. Em dezembro, o
deputado Karl Liebknecht votou sozinho contra nova concessão
de créditos de guerra.[6] Liebknecht e Luxemburgo fundaram,
então, o grupo Internationale, que logo tornar-se-ia a Liga
Espartaquista. O grupo defendia que os soldados alemães
abandonassem a guerra para iniciar uma revolução no país.[5]

Em 1915, Luxemburgo passou um ano na prisão por agitação


antimilitarista.[6] Na prisão, Luxemburgo escreveu O Folheto
Junius, que criou a base teórica para a Liga Espartaquista.[8] [9]

Ainda na prisão, ela escreve A Revolução Russa, sobre os eventos


daquele ano na Rússia, alertando para o perigo de os
bolcheviques instalarem uma ditadura totalitária no país.[8]
Apesar disso, o livro enaltece a iniciativa revolucionária dos
bolcheviques e destaca a importância da Revolução Russa no
cenário internacional, criticando, porém, a violência
revolucionária.[9] Mais tarde, porém, Luxemburgo se opôs aos
esforços da recém-formada União das Repúblicas Socialistas
Rosa Luxemburgo (c. 1895). Soviéticas para alcançar paz em todos as frentes de batalha,
mediante a assinatura do Tratado de Brest-Litovski com a
Alemanha.[8]

Mesmo presa, ela não deixaria de fazer política. O grupo Internationale continuou se articulando dentro do Partido Social-
Democrata até ser expulso.[9] Em 1917, o Partido Social-Democrata expulsou não só os espartaquistas como também um grande
grupo da oposição interna.[9] Desse grupo, originou-se o Partido Social-Democrata Independente.[9] A Liga Espartaquista,
entretanto, manteve-se organizada no PSDI, conservando sua organização e seu programa político.[9] Os espartaquistas deixaram
o PSDI quando este decidiu participar do governo.[9]

Em 8 de novembro de 1918, o governo alemão, relutantemente, libertou Luxemburgo da prisão.[8][9][6] Logo, ela daria
continuidade à agitação revolucionária, dirigindo o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha) e fundando, com Liebknecht,
no dia 31 do mês seguinte, o Partido Comunista da Alemanha.[8][6] Enquanto isso, conflitos armados a favor dos espartaquistas
sacudiam as ruas de Berlim.[8] No dia 9 de janeiro de 1919, Berlim encontrava-se em estado de sítio. Luxemburgo e Liebknecht,
perseguidos, sabiam que já não havia mais para onde fugir.

Morte
Em 15 de janeiro de 1919, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Wilhelm Pieck, líderes do Partido Comunista da Alemanha, são
presos e levados para interrogatório no Hotel Eden, em Berlim. [8] Embora os detalhes das mortes de Luxemburgo e Liebknecht
sejam desconhecidos, a versão mais aceita é a de que tenham sido retirados do hotel por grupos paramilitares, os Freikorps.
Luxemburgo e Liebknecht foram escoltados para fora do prédio, sendo espancados até ficarem inconscientes.[8] Pieck conseguiu
fugir, enquanto Luxemburgo e Liebknecht foram levados - cada um em um jipe militar.[8] O primeiro jipe, com Rosa
Luxemburgo, virou antes da ponte denominada Corneliusbrücke, em uma pequena rua paralela ao curso d'água conhecido
Landwehrkanal. Ela foi baleada e jogada, agonizante, nas águas geladas de janeiro do Landwerkanal. Seu companheiro de luta,
Karl, seguiu no outro jipe, que cruzou a Corneliusbrücke e entrou em uma das ruas desertas do parque Tiergarten. Ele, então, foi
obrigado a caminhar e, a seguir, baleado pelas costas. Morto, foi entregue como indigente em um posto policial. Dois meses mais
tarde, Jogiches foi morto pelo mesmo grupo.[7] O corpo de Rosa Luxemburgo só foi encontrado no final de junho.[6] Seus
assassinos jamais foram condenados.[6] Somente em 1999, uma investigação do governo alemão concluiu que os paramilitares
haviam recebido ordens e dinheiro dos governantes social-democratas para matar Luxemburgo e Liebknecht.
Os corpos de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht foram enterrados no Cemitério Central de Freidrichsfelde, em Berlim.[11]
Todos os anos, socialistas e comunistas se reúnem no local, na segunda segunda-feira de janeiro, para homenageá-los.

Ideias
Luxemburgo defendeu o materialismo dialético de Marx e a concepção de história. O que o revisionismo tem a dizer sobre o
desenvolvimento objetivo do capitalismo? Karl Kautsky, o socialista ético, rejeitou os argumentos neokantianos em favor do
darwinismo social. O proletariado teve que ser reorganizado em 1893, e antes em 1910-1911, o que era uma pré-condição para
poderem agir. Formaram a estrutura substantiva de argumentos com Rosa Luxemburgo em 1911, quando afastaram-se seriamente.
Mas para Kautsky, o que Luxemburgo entendia ser apropriado para os radicais, Lênin e Parvus na Rússia, não era
necessariamente tão verdadeiro na Alemanha. Kautsky era mais velho do que ela, mais cauteloso, considerando greves em massa
como aventureirismo. Mas a mudança qualitativa radical para a classe trabalhadora conduziria Luxemburgo em uma época de
revolução, que ela pensou que tinha chegado. Estava determinada a levar o capitalismo a seus limites para desenvolver a
consciência de classe.[12] A fim de obter organização e essa consciência, os trabalhadores tinham que ir à greve para testar a
resistência à exploração; isso não seria exequível através de adesão cega à organização de um partido.[13]

Uma característica peculiar do pensamento de Rosa é o seu posicionamento em relação ao cristianismo. Rosa escreveu um
opúsculo denominado "O Socialismo e as Igrejas" (1905), onde, embora fosse ateia, atacou menos a religião enquanto tal e mais a
política reacionária da Igreja. Nessa obra afirmou que os socialistas eram mais fiéis aos preceitos originais do cristianismo do que
o clero conservador da época, pois os socialistas lutavam por uma ordem social de igualdade, liberdade e fraternidade, e,
portanto, os padres deveriam acolher favoravelmente o socialismo, se quisessem honestamente aplicar o preceito cristão de "amar
o próximo, como a si mesmo".

Além disso, denunciava o clero que apoiava os ricos, que exploram e oprimem os pobres, afirmando que ele estaria em
contradição explícita com os ensinamentos cristãos, tal clero não serviria a Cristo, mas ao dinheiro. Segundo Rosa, os primeiros
cristãos seriam comunistas apaixonados e denunciavam a injustiça social. Entretanto, essa causa seria, em sua época, do
movimento socialista que traria aos pobres o Evangelho da fraternidade e da igualdade, chamando o povo para estabelecer na
terra o Reino da liberdade e do amor pelo próximo. Em vez de se envolver em uma batalha filosófica, em nome do materialismo,
Rosa procurava salvar a dimensão social da tradição cristã para a transmitir ao movimento operário.[14]

A crítica à Revolução de Outubro


Em um artigo publicado pouco antes da Revolução de Outubro, Luxemburgo caracterizou a Revolução de Fevereiro de 1917 na
Rússia como uma "revolução do proletariado" e disse que a "burguesia liberal" foi arrastada para o movimento pela exibição de
"poder proletário". A tarefa do proletariado russo, disse ela, era agora acabar com a guerra mundial "imperialista", além de lutar
contra a "burguesia imperialista". A guerra mundial tornou a Rússia madura para uma revolução socialista. Portanto, "o
proletariado alemão é também ... exposto a uma questão de honra, e uma questão muito fatídica." [15]

Em várias obras, incluindo um ensaio escrito na prisão e publicado postumamente por seu último companheiro, Paul Levi
(publicação que precipitou sua expulsão da Terceira Internacional) intitulado "A Revolução Russa",[16] Luxemburgo criticou
duramente algumas políticas bolcheviques, como a supressão da Assembléia Constituinte em janeiro de 1918, o seu apoio para a
partição das antigas propriedades feudais às comunas camponesas, e sua política de apoio ao pretenso direito de todos os povos
nacionais a "auto-determinação". De acordo com Luxemburgo, os erros estratégicos dos bolcheviques criaram perigos tremendos
para a Revolução, como a sua burocratização.

Sua crítica afiada à Revolução de Outubro e aos bolcheviques foi diminuindo na medida em que comparou os erros da revolução
e dos bolcheviques com o "fracasso completo do proletariado internacional".[17]
Teóricos bolcheviques como Lenin e Trotsky responderam a esta crítica argumentando que as noções de Luxemburgo foram as
dos marxistas clássicos, mas isso não se encaixava na Rússia de 1917. Eles afirmaram que as lições da experiência real, como o
confronto com os partidos burgueses, os tinha forçado a rever a estratégia marxista. Como parte deste argumento, assinalaram
que, depois que a própria Luxemburgo saiu da prisão, também foi forçada a confrontar a Assembleia Nacional na Alemanha - um
passo que eles compararam com seu próprio conflito com a Assembleia Constituinte.

“ Nesta erupção da divisão social no próprio colo da sociedade burguesa, neste


aprofundamento e intensificação internacional dos antagonismos de classe
reside o mérito histórico do bolchevismo, e com esta façanha - como sempre em
grandes ligações históricas - os erros particulares e os erros dos bolcheviques
desapareceram sem deixar rasto.[18] ”
Depois da Revolução de Outubro, passa a ser uma "responsabilidade histórica" dos trabalhadores alemães realizar uma revolução
por si mesmos, e, assim, acabar com a guerra.[19] Quando uma revolução estourou também na Alemanha em novembro de 1918,
Luxemburgo imediatamente começaram a agitar por uma revolução social:

“ A abolição da dominação do capital, a realização de uma ordem social socialista


- isso, e nada menos, é o tema histórico da revolução atual. É uma tarefa
descomunal, e uma que não será cumprida no piscar de um olho apenas pela
emissão de alguns decretos vindos de cima. Somente pela ação consciente das
massas trabalhadoras na cidade e no país que pode ser trazida à vida, somente
através da mais alta maturidade intelectual das pessoas e do idealismo
inesgotável ela pode ser trazida com segurança através de todas as
tempestades e encontrar o seu caminho ao porto.[20] ”
Homenagens
Em Mitte, bairro central de Berlim, a Praça Rosa Luxemburgo e a estação do
Metro de Berlim que ali desemboca foram nomeados em homenagem a Rosa
Luxemburgo pelo governo da Alemanha Oriental. Os nomes permaneceram os
mesmos após a reunificação da Alemanha em 1989. Há, também em Berlim, um
monumento em homenagem a Luxemburgo no canal onde seu corpo teria sido
jogado pelos paramilitares do Freikorps. Na sede do Neues Deutschland (Nova
Alemanha), jornal oficial do extinto Partido Socialista Unificado da Alemanha e
do atual Partido de Esquerda, há uma estátua de Rosa Luxemburgo, feita por
Rolf Biebl. No distrito de Wola, em Varsóvia, uma indústria fabricante de
lâmpadas foi nomeada "Róży Luksemburg", durante o governo da República
Popular da Polônia.

Em 1919, Bertolt Brecht escreveu um epitáfio poético em homenagem a ela, que


recebeu música de Kurt Weill em 1928, sendo renomeado O Réquiem de Berlim:

“ Aqui jaz Rosa Luxemburgo, judia da Polônia,


vanguarda dos operários alemães, morte por
Estátua de Rosa Luxemburgo na
sede do Neues Deutschland, na
ordem dos opressores. Oprimidos, enterrai
vossas desavenças! ” Praça Franz Mehring, em Berlim.

Também sobre Luxemburgo, o escritor e historiador britânico Isaac Deutscher,


expoente da Nova Esquerda, escreveu: "Com o seu assassinato, a Alemanha dos Hohenzollern celebra o seu último triunfo, e a
Alemanha nazi, o seu primeiro".
Filme
Durante muito tempo, o diretor alemão Rainer Werner Fassbinder planejou dirigir um filme sobre a vida de Luxemburgo.[7] Em
1982, quando ele morreu, Margarethe von Trotta assumiu a direção do longa.[7] Ela, entretanto, preferiu não utilizar as anotações
originais de Fassbinder, pois "fazer um filme é escrever, e dirigir significa encontrar sua própria visão".[7] Assim sendo, Die
Geduld der Rosa Luxemburg foi lançado em 1986 com Barbara Sukowa no papel de Rosa Luxemburgo,[21] Sukowa, que havia
trabalhado com Fassbinder em Lola e em Berlin Alexanderplatz, recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes por sua
interpretação como Luxemburgo.[7] Já Jogiches foi interpretado pelo ator polonês Daniel Olbrychski, mais conhecido por seu
papel no filme O Tambor, dirigido por Volker Schlondorff, marido de von Trotta, em 1979.[7]

Principais obras
O Socialismo e as Igrejas
Reforma ou Revolução
Acumulação do Capital[22]
Greve de Massas, Partidos e Sindicatos
Introdução à Economia Política
Questões de Organização da Social-Democracia Russa
A Revolução Russa
O Que Quer a Liga Spartacus?

Ver também
Social-democracia
Comunismo
Socialismo
Karl Marx
Friedrich Engels
Karl Kautsky
Luxemburguismo
Esquerdismo
Comunismo de conselhos

Referências
1. History and Heartbreak: The Letters of Rosa Luxemburg (http://www.thenation.com/article/history-and-heartbreak-
letters-rosa-luxemburg/). Por Vivian Gornick. The Nation, 13 de abril de 2011.
2. Frederik Hetmann: Rosa Luxemburg. Ein Leben für die Freiheit, p. 308
3. Leszek Kołakowski ([1981], 2008), Main Currents of Marxism, Vol. 2: The Golden Age, W. W. Norton & Company,
Ch III: "Rosa Luxemburg and the Revolutionary Left"
4. Gedenken an Rosa Luxemburg und Karl Liebknecht – ein Traditionselement des deutschen Linksextremismus (ht
tp://www.verfassungsschutz.de/de/publikationen/linksextremismus/broschure_L_0805_rosa_luxenburg/), BfV-
Themenreihe, Bundesamt für Verfassungsschutz, 2008
5. Biografia de Rosa Luxemburgo (http://www.pco.org.br/mulheres/personalidades/rosa.htm) Arquivado em (https://
web.archive.org/web/20090817230810/http://www.pco.org.br/mulheres/personalidades/rosa.htm) 17 de agosto
de 2009, no Wayback Machine. no site do Partido da Causa Operária.
6. Loureiro, Isabel. "Vida e obra de Rosa Luxemburg" (http://www.cchla.ufrn.br/rosaluxemburgo/doc/sobre_rosa/vida
_e_obra_de_rosa_luxemburg.pdf) Arquivado em (https://web.archive.org/web/20170413071312/http://www.cchla.
ufrn.br/rosaluxemburgo/doc/sobre_rosa/vida_e_obra_de_rosa_luxemburg.pdf) 13 de abril de 2017, no Wayback
Machine.. 29 de junho de 2007. Instituto Rosa Luxemburg Stiftung.
7. (em inglês) Insdorf, Annette. "Rosa Luxemburg: More Than a Revolutionary" (http://query.nytimes.com/gst/fullpag
e.html?res=9B0DE3DD1331F932A05756C0A961948260&sec=&spon=&pagewanted=print), The New York
Times, 31 de abril de 1987.
8. (em inglês) Biografia de Rosa Luxemburgo (https://www.marxists.org/glossary/people/l/u.htm#luxemburg) em
Marxists.org
9. Biografia de Rosa Luxemburgo (http://www.bandeiravermelha.hpg.ig.com.br/biografiarosa1.htm) Arquivado em (h
ttps://web.archive.org/web/20061209033040/http://www.bandeiravermelha.hpg.ig.com.br/biografiarosa1.htm) 9 de
dezembro de 2006, no Wayback Machine. no site Bandeira Vermelha. Material produzido pelo Núcleo 5 de
Março do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal.
10. The revolutionary Rosa Luxemburg (https://www.theguardian.com/books/2011/mar/05/rosa-luxemburg-writer-activ
ist-letters). Por Sheila Rowbotham. The Guardian, 5 de março de 2011
11. Rosa Luxemburgo (http://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=8113053) (em inglês) no Find a
Grave
12. Politische Schriften, p.48
13. Massenstreik, Partei, und Gewerkschaften (Leipzig 1919), p.31
14. Marxismo e religião: ópio do povo? (http://www.diarioliberdade.org/mundo/batalha-de-ideias/37025-marxismo-e-r
eligi%C3%A3o-%C3%B3pio-do-povo.html) Arquivado em (https://web.archive.org/web/20160505210905/http://w
ww.diarioliberdade.org/mundo/batalha-de-ideias/37025-marxismo-e-religi%C3%A3o-%C3%B3pio-do-povo.html)
5 de maio de 2016, no Wayback Machine., acesso em 07 de abril de 2016.
15. The Politics of Mass Strikes and Unions, Collected Works 2, p.245
16. «The Nationalities Question in the Russian Revolution (Rosa Luxemburg, 1918)» (http://libcom.org/library/national
ities-question-in-the-russian-revolution-luxemburg). Libcom.org. 11 de julho de 2006. Consultado em 2 de janeiro
de 2010
17. On the Russian Revolution, GW 4, p. 334)
18. Fragment on War, National Questions, and Revolution'', Collected Works 4, p. 366
19. Luxemburg, The Historic Responsibility, GW 4, p. 374
20. The Beginning, Collected Works 4, p. 397
21. Die Geduld der Rosa Luxemburg (http://www.imdb.com/title/tt0091869/) no Internet Movie Database.
22. The Accumulation of Capital (https://www.marxists.org/archive/luxemburg/1913/accumulation-capital/)

Ligações externas
Obras de Rosa Luxemburgo (https://www.marxists.org/portugues/luxemburgo/index.htm) (em português)
O assassinato de Rosa Luxemburgo (http://www.socialismo.org.br/portal/historia/149-artigo/97-recordatorio-anive
rsario-do-assassinato-da-lutadora-social-alema-rosa-luxemburgo) (em português)
FERRATER MORA, J. Diccionario de Filosofía. "Rosa Luxemburgo" (http://www.ferratermora.com/ency_filosofo_
kp_luxemburg.html) (em castelhano)
Obras seleccionadas (http://www.mlwerke.de/lu/default.htm) (em alemão)
Biografia (http://www.dieterwunderlich.de/Rosa_Luxemburg.htm) (em alemão)
Instituto Rosa Luxemburgo (http://rosalux.gr/) (em grego)

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