Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
ESTUDOS E PROJECTOS
Programa Preliminar
Programa Base
Estudo Prévio
Projecto Base
Projecto de Execução
PRODUÇÃO-CONSTRUÇÃO
Obra
Fiscalização de Obra
Este texto resulta, genericamente, o repositório da Monografia da Eng.ª Orlando Marcos Moscoso.
Muito embora os valores numéricos apresentados estejam desactualizados, os conceitos e a legislação são os mesmo à
data desta edição (2006).
Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à especificidade dos cursos da
UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e alargar-se ao que se pensa omitido.
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a existência de erros e
imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os contributos técnicos que possam ser
endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.
SUMÁRIO
Por último, na Conclusão, são tecidos alguns comentários sobre o sector de obras públicas, o
regime jurídico de empreitadas e os objectivos que se pretenderam atingir com a elaboração
da monografia.
I
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO 01
II
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO IX – ADJUDICAÇÃO 48
9.1 – Elaboração e aprovação da minuta do contrato pelo dono da obra 49
9.2 – Remessa da minuta do contrato ao concorrente preferido 49
9.3 – Reclamação contra a minuta 50
9.4 – Decisão sobre a reclamação 50
9.5 – Preparação para o visto do Tribunal de Contas 51
9.6 – Adjudicação definitiva da empreitada 52
9.7 – Notificação da adjudicação. Notificação para prestar caução 52
CAPÍTULO X – CONTRATO 53
10.1 – Notificação do adjudicatário para assinar o contrato 53
10.2 – Assinatura do contrato 54
III
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
IV
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
ÍNDICE DE QUADROS
V
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
INTRODUÇÃO
Assim, tendo em conta que uma parte significativa do volume de negócios na construção tem
origem na procura induzida pelos poderes públicos, compreende-se que o sector constitua, em
determinadas situações, um potente indutor da economia.
Tal parece ser a situação verificada nos últimos anos em que o sector tem sistematicamente
apresentado um ritmo de crescimento de produção superior ao dobro da taxa de crescimento
do PIB nacional (Instituto Para a Inovação na Formação (1999, p. 5).
As mesmas leis pretendem garantir aos empreiteiros que os seus direitos e interesses sejam
salvaguardados com isenção, permitindo a sua defesa nas diversas fases do processo.
1
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Como Leandro (1995, p.21) refere, “Na execução de uma empreitada confrontam-se o
interesse público, representado pelo dono da obra, e o interesse privado do empreiteiro.”
Como as duas partes defendem esses interesses no âmbito do contrato, uma e outra
necessitam de estar atentas às suas cláusulas de modo a evitar erros ou omissões que poderão
gerar irremediáveis prejuízos.
A maior parte das anomalias que se detectam nos processos de empreitadas de obras públicas
entre as partes contratantes, são produto de deficiente execução dos numerosos procedimentos
e de incumprimento de prazos obrigatórios.
Como objecto deste trabalho, importa definir em primeiro lugar o processo completo,
hierarquizado, tendente à realização efectiva da obra pública, ou seja, à execução da
empreitada; seguidamente, por assumir particular importância, proceder-se-á à análise e
controlo faseado do processo de execução da empreitada que permitirá optimizar o
planeamento a sua execução, efectuando, passo a passo, uma verificação detalhada de
procedimentos.
2
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
3
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A componente produtiva, definida para o sector pretende ser abrangente, não só por integrar
todas as fases do processo construtivo, mas também por considerar a sua adequação aos dois
grandes produtos da construção: a construção de edifícios e a construção de infra-estruturas.
Pela delimitação proposta por este estudo, interessa-nos, sobretudo, considerar os sectores
Estudos e Projectos e Produção-Construção
Esta fase desenvolve-se por acordo entre o dono da obra e o autor do projecto.
4
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Esta fase subdivide-se em três grandes áreas de actividade, sendo estas: Planeamento e
Gestão, a Obra e a Fiscalização, que se desenvolvem em simultâneo desde o início até ao fim
da produção.
- A Obra;
5
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
ESTUDOS E PROJECTOS
Programa Preliminar
↓
Programa Base
↓
Estudo Prévio
↓
Projecto Base
↓
Projecto de Execução
PRODUÇÃO-CONSTRUÇÃO
Da sua análise poder-se-á querer concluir, de forma simplista (salvaguardando sempre casos
particulares, dos quais a concepção/construção é um bom exemplo) que, formalmente, não
existe ligação entre o término da 1ª Fase, Estudos e Projectos e a 2ª Fase, Produção-
Construção; a dinâmica do processo é restabelecida quando o dono da obra, possuidor do
Projecto de Execução, cuja elaboração promoveu, decidir executá-lo dando início à
empreitada.
É sobre as várias fases das empreitadas de obras públicas, atendendo sempre ao Regime
Jurídico de Empreitadas em vigor, que incide a continuação do trabalho vertente.
6
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
As obras públicas podem ser executadas por empreitada, por concessão ou por administração
directa.
Nos casos em que seja possível o recurso à administração directa, o dono da obra pode
celebrar contratos para fornecimento dos materiais e equipamentos necessários à execução da
obra, os quais se regerão pelo regime geral dos fornecimentos (Decreto-Lei nº 197/99, de 8 de
Junho).
7
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
“O dono da obra não poderá, em caso algum, autorizar a realização de trabalhos a mais,
alterações do projecto da iniciativa do dono da obra ainda que decorrentes de erro ou omissão
do mesmo ou trabalhos resultantes de alterações ao projecto, variantes ou alterações ao plano
de trabalhos, da iniciativa do empreiteiro, caso o seu valor acumulado durante a execução de
uma empreitada exceda 25% do valor do contrato de empreitada de obras públicas de que são
resultantes”.
Refere, ainda, que, “quando o valor acumulado dos trabalhos, citados anteriormente, exceda
15% do valor do contrato da empreitada, ou se tal valor acumulado for igual ou superior a um
milhão de contos, a entidade competente para a realização da despesa inicial só poderá emitir
decisão favorável á realização da nova despesa mediante proposta do dono da obra
devidamente fundamentada e instruída com estudo realizado por entidade externa e
independente”.
Este estudo poderá ser dispensado pela entidade competente para autorizar a despesa
resultante do contrato inicial caso esta seja de montante igual ou inferior a meio milhão de
contos.
A conclusão imediata que se deduz é que, na prática, qualquer obra com valor de contrato
inferior a meio milhão de contos, e são muitas as obras inferiores a este montante, poderá
atingir 25% de trabalhos a mais, desde que devidamente justificados, o que tira eficácia ao
que estaria no espírito do legislador, ao pretender efectuar um controlo férreo sobra os custos
das obras públicas.
8
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
públicas, realizados , seja por que meio for e que satisfaçam as necessidades indicadas pelo
dono da obra.
1. O Estado;
2. Os institutos públicos;
3. As associações públicas;
4. As autarquias locais e outras entidades sujeitas a tutela administrativa;
5. As regiões Autónomas dos Açores e a Madeira;
6. As associações de que fazem parte as autarquias locais ou outras pessoas colectivas de
direito público;
7. As empresas públicas e as sociedades anónimas de capitais maioritários ou
exclusivamente públicos;
8. As concessionárias de serviço público, sempre que o valor da obra seja igual ou
superior ao estabelecido para efeitos de aplicação das directivas da União Europeia
relativas à coordenação dos processos de adjudicação de empreitadas de obras
públicas;
9. As entidades definidas no número seguinte, assim como as associações dessas
entidades.
Para efeito do número anterior, são consideradas donos de obras públicas as entidades dotadas
de personalidade jurídica, criadas para satisfazer de um modo específico necessidades de
interesse geral, sem carácter industrial ou comercial e em relação às quais se verifique uma
das seguintes circunstâncias:
9
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
1. Cuja actividade seja financiada maioritariamente por alguma das entidades referidas no
número anterior ou no presente número;
2. Cuja gestão esteja sujeita a um controlo por parte por parte de alguma das entidades
referidas no número anterior ou no presente número;
3. Cujos órgãos de administração, de direcção ou de fiscalização sejam compostos, em
mais de metade, por membros designados por alguma das entidades referidas no
número anterior ou no presente número
O dono da obra terá que decidir, para execução do projecto, qual o tipo de empreitada.
O diploma legal declara lícito, adoptar na mesma empreitada, diversos modos de retribuição
para distintas partes da obra ou diferentes tipo de trabalho.
Devem ser contratadas por preço global as obras cujos projectos permitam determinar a
natureza e as quantidades dos trabalhos a executar, bem como os custos dos materiais e da
mão-de-obra a empregar. (aditamento ao Decreto-Lei nº 59/99, de 2 de Março, pela Lei nº
163/99, de 14 de Setembro ).
10
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Assume especial relevância, nas empreitadas por preço global, a maior precisão possível na
definição dos trabalhos a executar, nomeadamente, no que respeita à sua quantificação, aos
elementos escritos e desenhados do projecto e no caderno de encargos, às características da
obra e às condições técnicas da sua execução, bem como à qualidade dos materiais a aplicar.
2.4.2 – Por série de preços; quando a remuneração do empreiteiro resulta dos preços
unitários previstos no contrato para cada espécie de trabalho a realizar às quantidades desses
trabalhos realmente executados.
A Lei nº 163/99, de 14 de Setembro, veio revogar a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 59/99,
que consagrava no artigo 18º a série de preços como uma excepção, só possível por despacho
de autorização, devidamente fundamentado, do ministro respectivo.
O contrato tem sempre por base a previsão das espécies e das quantidades dos trabalhos
necessários para a execução da obra relativa ao projecto patenteado, obrigando-se o
empreiteiro a executar, pelo respectivo preço unitário do contrato, todos os trabalhos de cada
espécie.
Assinale-se que tem sido objecto de recusa do visto, por parte do Tribunal de Contas, as
empreitadas que não contemplam, nas listas de preços unitários, dos mapas de trabalho
patentes a concurso, a montagem, construção, desmontagem e demolição do estaleiro. Este
11
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
2.4.3 – Por percentagem, quando o empreiteiro assume a obrigação de executar a obra por
preço correspondente ao seu custo, acrescido de percentagem destinada a cobrir os encargos
de administração e a remuneração normal da empresa.
O custo dos trabalhos será o que resultar da soma dos dispêndios correspondentes a materiais,
pessoal, direcção técnica da obra, estaleiros, transportes, seguros, encargos inerentes ao
pessoal, depreciação e reparação de instalações, de utensílios e de máquinas e tudo o mais
necessário para a execução dos trabalhos, desde que tais dispêndios sejam feitos de acordo
com o dono da obra, nos termos estabelecidos no caderno de encargos.
Os pagamentos serão, regra geral, efectuados mensalmente, com base em factura apresentada
pelo empreiteiro, correspondente ao susto dos trabalhos executados durante o mês anterior,
acrescido da percentagem para encargos administrativos e lucros.
12
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
O dono da obra terá que decidir, para execução do projecto, não só qual o tipo de empreitada,
mas também qual o tipo de procedimento a seguir para a sua formalização.
3.1 – Concurso público, quando todas as entidades que se encontrem nas condições gerais
estabelecidas por lei podem apresentar propostas.
3.2 – Concurso limitado, quando só podem apresentar propostas as entidades que para o
efeito foram convidadas pelo dono da obra, não podendo o número destas ser inferior a cinco,
nem superior a vinte.
O concurso limitado com publicação prévia de anúncio inicia-se com a referida publicação,
de acordo com o modelo nº 3 do anexo IV do D.L. 59/99.
13
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
3.2.2 – Concurso limitado sem publicação de anúncio: concurso a cujo recurso o dono da
obra só pode recorrer no caso de obras de valor estimado inferior a 25 000 contos.
Refira-se que a Lei nº 163/99, de 14 de Setembro, veio estabelecer aquele montante, alterando
o valor de 50 000 contos introduzido pelo Decreto-Lei nº 59/99, de 2 de Março, o que, para
muitos, era considerada uma iniquidade contrária ao controlo de custos de obras públicas que
se pretendia implementar.
3.3 – Concurso por negociação, quando o dono da obra negoceia directamente as condições
do contrato com pelo menos três empreiteiros. Para a escolha destes empreiteiros aplica-se o
processo já referido anteriormente para os concursos limitados com publicação de anúncio.
14
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
1. Quando o valor estimado do concurso for inferior a 5000 contos, sendo obrigatória
a consulta a três entidades;
2. Quando o valor estimado do concurso for inferior a 1000 contos, sem consulta
obrigatória
15
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
7. Quando se trate de contratos que sejam declarados secretos ou cuja execução deva
ser acompanhada de medidas especiais de segurança, nos termos das disposições
legislativas, regulamentares e administrativas em vigor, ou quando a protecção dos
interesses essenciais do Estado Português o exigir
Quadro 2
Tipos de procedimentos, atendendo ao valor do contrato
Valor estimado do contrato Escolha do procedimento
Concurso público ou limitado com
Independentemente do valor do contrato
publicação de anúncio
Concurso limitado sem publicação de
< que 25 000 contos
anúncio
< que 8 000 contos Concurso por negociação
Ajuste directo com consulta a três
< que 5000 contos
entidades
< que 1 000 contos Ajuste directo sem consulta obrigatória a
três entidades
16
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Como se referiu na introdução, considerou-se, por ser a regra, a execução de uma empreitada
por concurso público.
Quadro 3
Fases do concurso
Notificação de todos os
Audiência prévia registando-se
concorrentes dando-lhes conta
decisões de exclusão
do teor do referido relatório
17
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
COMISSÃO DE
ANÁLISE
Elaboração de relatório fundamentado, com a ordenação dos candidatos
para efeitos de adjudicação
5ª FASE - ADJUDICAÇÃO
18
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A obra será posta a concurso mediante a publicação de anúncio, em Diário da República, nos
termos do disposto no artigo 52º, conforme modelo nº 2, constante do anexo IV do D.L.
59/99, num jornal de âmbito nacional e num dos jornais mais lidos da região.
A apresentação das propostas deve ser efectuada no prazo fixado no anúncio do concurso, sob
pena de não serem admitidas.
c) O preço base para efeitos de concurso, com exclusão do imposto sobre o valor
acrescentado;
19
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
g) A data e hora limite para apresentação das propostas, o endereço do serviço a que devem
ser dirigidas e a língua em que tanto elas como os documentos que as acompanham devem
redigir-se;
k) O local, dia e hora em que terá lugar o acto público do concurso e quais as pessoas
admitidas a intervir no mesmo;
l) O tipo de empreitada;
20
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Será conveniente escolher, o jornal regional mais lido, independentemente da publicação que
se fizer noutro ou noutros jornais.
Se o valor da empreitada for igual ou superior ao estabelecido para efeito da aplicação das
directivas comunitárias relativas à coordenação dos processos de adjudicação de empreitadas
de obras públicas o anúncio terá que ser publicado no Jornal Oficial das Comunidades
Europeias.
Os prazos para apresentação das propostas são contados a partir do dia seguinte ao da
publicação do respectivo anúncio do concurso no Diário da República.
a) Quando for obrigatória a publicação no Jornal Oficial das Comunidades Europeias, deverá
ser promovida a publicação do anúncio neste órgão, com a antecedência necessária que
permita o cumprimento dos prazos como referido no parágrafo anterior.
21
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A falta de apresentação dos esclarecimentos pela entidade referida no numero anterior dentro
do prazo estabelecido poderá justificar a prorrogação, por período correspondente, do prazo
para apresentação das propostas, desde que requerida por qualquer interessado.
Aspectos que os serviços de recepção deverão ter em atenção no acto da recepção das
propostas e no registo da sua entrada:
b) O serviço receptor receberá pelo correio, com aviso de recepção, ou das mãos do
concorrente ou seu representante, um invólucro opaco, fechado e lacrado que se
denomina invólucro exterior, com o nome ou denominação social do concorrente, a
designação da empreitada e a entidade que a pôs a concurso. O serviço receptor não
pode abrir esse invólucro ou outros que o tenham acompanhado;
22
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
f) As propostas recebidas fora do prazo não devem ser recusadas. São registadas e, no acto
público, serão entregues à comissão conjuntamente com as outras propostas;
Os documentos referidos nos artigos 69º e 70º do D.L. 59/99, devem ser encerrados em
invólucro opaco, fechado e lacrado, no rosto do qual deve ser escrita a palavra
«Documentos», indicando-se o nome ou denominação social do concorrente e a designação
da empreitada.
23
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
pôs a concurso, para ser remetido sob registo e com aviso de recepção, ou entregue contra
recibo, à entidade competente.
O disposto nos números anteriores é aplicado à proposta com projecto base do concorrente,
com variantes ao projecto e aos restantes documentos que a acompanham, os quais têm de ser
devidamente identificados.
5.6.1 - Projecto
Havendo projecto, haverá que ter algum cuidado e verificar, antes da abertura do concurso, se
aquele não se encontra desactualizado e desenquadrado da legislação em vigor e das normas
técnicas mais recentes.
24
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
As peças do projecto elaborado pelo dono da obra a exibir no concurso deverão ser as
suficientes para definir a obra, incluindo a sua localização, a natureza e o volume dos
trabalhos, o valor para efeito de concurso, a caracterização do terreno, o traçado geral e os
pormenores construtivos.
Das peças escritas devem constar, além de outros elementos considerados necessários, os
seguintes:
Das peças desenhadas devem constar, além de outros reputados necessários, os seguintes
elementos:
a) Planta de localização;
b) Plantas, alçados, cortes e pormenores indispensáveis para uma exacta e
pormenorizada definição da obra;
c) Estudos geológicos ou geotécnicos, se existirem.
25
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Havendo caderno de encargos tipo, devidamente aprovados para categoria do contrato posto a
concurso, deverá o caderno de encargos conformar-se com o tipo legal, com excepção das
cláusulas especiais indicadas para o caso e com as alterações nas cláusulas gerais permitidas
pela própria forma ou que sejam aprovadas pela autoridade que haja firmado ou referendado o
acto pelo qual se tornou obrigatória a fórmula típica.
26
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
f) Quaisquer disposições especiais não previstas neste diploma nem contrários ao que nele
se preceitua relativas ao acto do concurso;
g) A entidade que preside ao concurso, a quem devem ser apresentadas reclamações, e seja
competente para esclarecer qualquer dúvida surgida na interpretação das peças
patenteadas em concurso.
5.6.4 – Aprovação dos elementos para o concurso: projecto, caderno de encargos e programa
de concurso.
27
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Sem prejuízo de outras exigidas no programa de concurso, a proposta será instruída com os
seguintes documentos:
5.8 – Concorrentes
28
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
São também considerados competentes para o concurso de obras públicas, e por via do direito
comunitário, outros concorrentes que não sendo possuidores de certificados emitidos ao
abrigo do diploma referido anteriormente, são, também, potenciais concorrentes, reunindo as
condições para o exercício da actividade, no país de origem.
Pelo que acima foi dito, podem ser admitidos a concurso os seguintes concorrentes:
29
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
5.8.2 – Subempreitadas
Caso o concorrente não disponha das autorizações exigidas, indicará em documento anexo,
os subempreiteiros, possuidores dessas autorizações, aos quais ficará vinculado por contrato
para a execução dos trabalhos que lhe respeitem. Terão igualmente de ser anexadas as
declarações de compromisso subscritas pelo concorrente e por cada um dos empreiteiros,
acompanhados dos certificados de classificação de empreiteiro de obras públicas, alvará, ou
certificados de inscrição em lista oficial de empreiteiros aprovados com as características
indicadas no nº 1 do artigo 68º do D.L. 59/99, consoante as situações, ou respectivas cópias
autenticadas. Em qualquer caso, as declarações referidas devem mencionar sempre o nome
dos subempreiteiros, o seu endereço, a titularidade dos respectivos certificados ou alvarás
contendo as autorizações exigidas no concurso e o valor e a natureza dos trabalhos objecto de
empreitada.
De igual modo, o empreiteiro não poderá proceder à substituição dos subempreiteiros que
figurem no contrato sem obter previamente autorização do dono da obra.
Sob pena de exclusão dos concursos, a idoneidade dos concorrente pressupõe não se
enquadrarem em nenhum dos seguintes impedimentos:
b) Tenham sido condenados por sentença transitada em julgado por qualquer dos
crimes previstos nas alíneas b), c), d), e), f) e g) do nº. l do artigo 6º. do Decreto Lei
30
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
31
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Ao concurso poderão, também, apresentar-se agrupamentos de empresas, sem que entre elas
exista qualquer modalidade jurídica de associação, desde que todas as empresas do
agrupamento satisfaçam as disposições legais relativas ao exercício da actividade de
empreiteiro de obras públicas.
Sendo assim, o presente diploma divide os possíveis concorrentes em três grupos e define o
grau de exigência para que os empreiteiros, incluídos em cada um deles, reuna as condições
para se apresentar a concurso. São eles:
32
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Como na grande maioria dos concursos, os concorrentes se incluem neste último grupo, é
mais sobre este que incide o presente estudo.
d) Documento emitido pelo Banco de Portugal, no mês em que o concurso tenha sido
aberto ou no mês anterior, (ou no mês posterior conforme redacção introduzida pela
33
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
j) (Se for o caso, de acordo com o disposto no artigo 70, nº 1, do Decreto-Lei nº 59/99, de
2 de Março). Relativamente à capacidade financeira e económica, os concorrentes
deverão apresentar ainda os seguintes documentos....... (aditado pela Portaria 104/2001).
34
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
35
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A comissão de análise das propostas, que supervisionará a análise das propostas e elaboração
de relatório e a adjudicação.
As comissões são compostas, no mínimo, por três membros, todos designados pelo dono da
obra, podendo agregar peritos, sem direito a voto, para emissão de pareceres em áreas
especializadas.
As deliberações das comissões são tomadas por maioria de votos, prevalecendo, em caso de
empate, o voto do presidente.
O acto público do concurso deverá ser preparado com antecedência, de modo que, no dia e
hora anunciados, possam ser iniciados os trabalhos sem dificuldades, nem atrasos,
transmitindo-se a ideia de rigor e respeito pelo acto e de consideração pelos concorrentes,
procedendo como se indica:
36
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
O acto público do concurso deverá, em regra, ser fixado para o 1º dia útil seguinte ao termo
do prazo para apresentação das propostas
A comissão de abertura do concurso limitar-se-á, durante o acto público, a fazer uma análise
tanto dos documentos de habilitação dos concorrentes, como dos documentos que instruem as
propostas.
37
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
O acto inicia-se pela leitura do anúncio do concurso, bem como da súmula dos
esclarecimentos prestados pelo dono da obra sobre a interpretação do programa do concurso,
do projecto e do caderno de encargos, declarando-se as datas em que foram publicados
Em seguida elabora-se, pela ordem de entrada das propostas, a lista dos concorrentes,
fazendo-se a sua leitura em voz alta. Esta lista é obrigatoriamente anexada à acta, dela
fazendo parte integrante.
As reclamações devem ser decididas no próprio acto, para o que a comissão poderá reunir em
sessão reservada, de cujo resultado dará imediato conhecimento.
Resolvidas as reclamações, se as tiver havido, passa-se à abertura dos invólucros pela ordem
de entrada.
38
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A abertura dos invólucros exteriores é feita, pela ordem da sua entrada nos serviços do dono
da obra, extraindo, de cada um, os invólucros que contiverem. No caso de não haver
propostas variantes os invólucros insertos devem ser dois.
Pela mesma ordem se faz a abertura dos invólucros que contenham exteriormente a indicação
“Documentos”.
Para tal, o presidente da comissão declara interrompida a sessão pública e inicia a sessão
secreta.
Durante a sessão secreta a comissão analisa os documentos apresentados por cada concorrente
tendo presente o que era se exigido no programa do concurso, quanto à habilitação dos
concorrentes e delibera sobre a habilitação dos concorrentes após verificação dos elementos
por eles apresentados no invólucro “Documentos”.
39
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
c) Cujos documentos careçam de algum elemento essencial cuja falta não possa ser
suprida nos termos descritos seguidamente.
6.5 – Sessão pública - Anúncio dos concorrentes admitidos e dos excluídos . Exame dos
documentos pelos concorrentes
Anuncia em voz alta os concorrentes que foram admitidos, os que foram excluídos e os que
foram admitidos condicionalmente. Indica as razões das exclusões e das admissões
condicionais.
Notifica os que foram admitidos condicionalmente para, no prazo de dois dias, sanarem as
irregularidades sob pena de ficar sem efeito a admissão e serem excluídos do concurso;
40
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Certidões da acta
41
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Atitude da comissão
Assinale-se ainda:
6.8 – Deliberação sobre a admissão das propostas e registo das exclusões e admissões
42
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
O presidente declara interrompido o acto público para a comissão reunir em sessão secreta
com o objectivo de deliberar sobre a admissão ou exclusão de propostas.
Note-se que a lei não refere a possibilidade de admissão condicional de propostas, isto é,
considera que todas as formalidades são essenciais.
Informam-se então os presentes quais foram as propostas admitidas, o preço total de cada uma
delas sem IVA e outros elementos que a comissão julgue conveniente.
Informa-se quais as propostas que não foram admitidas e as razões que fundamentam a
deliberação.
Terminado o prazo para exame das propostas e respectivos documentos pelos concorrentes, o
presidente pergunta se algum dos concorrentes deseja apresentar reclamação sobre as
deliberações tomadas.
43
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
De seguida a comissão redige a acta. Esta deve traduzir tudo o que se passou no acto
público até aquele momento. Assim o registo dos factos deve ser sequencial, com expressa
menção dos documentos que são anexos, seguidamente numerados, os quais farão parte da
acta.
44
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Finda a análise a comissão a comissão deve excluir os concorrentes que não demonstrem
aptidão para a execução da obra posta a concurso.
45
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Quadro 4
Índices de capacidade económica e financeira
Os critérios acima referidos apenas poderão ser alterados quando se trate de obras cuja
elevada complexidade técnica, especialização e dimensão o justifiquem.
46
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A comissão de análise das propostas deve elaborar um relatório fundamentado sobre o mérito
das propostas, ordenando-as para efeitos de adjudicação, de acordo com o critério de
adjudicação de acordo com os factores e subfactores de apreciação das propostas e respectiva
ponderação, fixados no programa de concurso.
Os concorrentes deverão ser notificados do teor do relatório, para efeitos de audiência prévia.
Na análise de propostas, não poderá, em caso algum, a comissão, ter em consideração, directa
ou indirectamente, a aptidão dos concorrentes já avaliada pela anterior comissão.
Após a audiência prévia, escrita, aos concorrentes, a comissão elabora um relatório final,
devidamente fundamentado, a submeter à entidade competente para a adjudicação, onde
pondera as observações dos concorrentes.
47
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO IX – ADJUDICAÇÃO
Apresentados os relatórios das comissões ao dono da obra, terá ele que decidir sobre a
adjudicação ou a não adjudicação.
A decisão ou deliberação terá que ser fundamentada, podendo remeter para os relatórios das
comissões, se concordar com ele. Neste caso, esses relatórios integram a própria decisão ou
deliberação.
a) Valor da adjudicação;
b) Aprovação da lista de preços unitários se for caso disso;
c) Valor total do contrato;
d) A classificação orçamental, por onde será satisfeito o encargo;
e) O prazo de execução da obra com previsão do início e termo da mesma;
f) A forma como são oferecidas as garantias à execução do contrato;
g) A forma e os prazos sobre o regime de pagamento e de revisões de preços.
No caso de não adjudicar a empreitada, deve invocar e justificar uma das situações previstas
no artigo 107º.
48
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A minuta do contrato deverá ser elaborada segundo modelo que estiver aprovado, ou, se este
não existir ou não corresponder ao que se pretende, poderá autorizar-se outro modelo.
Elaborada a minuta do contrato, deve esta ser aprovada pela entidade competente para
autorizar a respectiva despesa.
49
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
O concorrente pode apresentar reclamação sobre a minuta do contrato sempre que dela
resultem obrigações que contrariem ou se não contenham nas peças escritas e desenhadas
patentes no concurso, na proposta ou nos esclarecimentos que sobre esta o concorrente tenha
prestado por escrito ao dono da obra.
O concorrente sempre que faça uma reclamação, deve pedir recibo da entrada da reclamação
ou remetê-la pelo correio sob registo e aviso de recepção para demonstrar o cumprimento do
prazo.
No prazo máximo de oito dias, a entidade que receber a reclamação comunica ao concorrente
o que houver decidido sobre ela
Recebida a reclamação dentro do prazo haverá que decidir. Convirá pedir antecipadamente
parecer jurídico se o assunto merecer cuidados especiais.
A decisão do dono da obra deve ser notificada ao concorrente nos termos da lei.
50
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Deve ter-se em atenção o prazo de oito dias a contar da data da entrada da reclamação para se
expedir a comunicação da decisão. Se não for expedida nesse prazo, considera-se que a
reclamação foi aceite.
O Tribunal de Contas, segundo a lei em vigor, faz a fiscalização prévia dos contratos de
empreitadas.
Note-se que a realização de despesas públicas por titulares de cargos políticos antes do visto
do Tribunal de Contas quando é exigido, constitui crime.
Nesta matéria e segundo as leis em vigor, devemos considerar três situações distintas:
Refira-se que o valor da empreitada, para efeitos de visto, é actualizado anualmente, aquando
da publicação do Orçamento de Estado.
Para vigorar no ano de 2001, o valor da empreitada, para efeitos de visto, foi publicado na Lei
nº 30-C/2000, de 27 de Dezembro, fixando-se no montante de 36 700 000$00.
Depois de aceite a minuta do contrato pelo concorrente preferido haverá que adjudicar
definitivamente a empreitada
51
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Se ainda não tinham sido dados poderes para assinaturas do contrato em nome do dono da
obra, concedam-se agora esses poderes.
Deverá notificar-se o concorrente que tem um prazo de seis dias para prestar a caução que for
devida e cujo valor expressamente se indicará.
52
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO X – CONTRATO
Segundo o nº 1 do artigo 115º, o contrato deverá ser celebrado no prazo de 30 dias contados
da data da prestação da caução.
Prestada a caução haverá também que comunicar a adjudicação aos concorrentes preteridos.
Para que o contrato seja celebrado dentro do prazo é necessário que o dono da obra o
promova e que o adjudicatário e o dono da obra o assinem. Por isso a lei impõe obrigações a
um e a outro.
O dono da obra deverá notificar o adjudicatário, por ofício e com antecipação mínima de
cinco dias, a data, hora e local em que deve comparecer para outorgar o contrato, de acordo
com a minuta aprovada.
Deve aproveitar-se esta notificação para transmitir ao empreiteiro algumas informações sobre
o contrato, nomeadamente:
53
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Na data, hora e local que foram comunicados ao adjudicatário tem que ser assinado o
contrato.
Obrigações do adjudicatário
Sempre que nos termos do número anterior, a falta do adjudicatário não for devidamente
justificada, o dono da obra comunicá-la-á à entidade que promova a inscrição ou a sua
equivalência, no registo profissional nas condições previstas pela legislação do Estado
membro onde está estabelecido.
Assinado o contrato devem ser entregues ao empreiteiro duas cópias autênticas do contrato e
mais elementos que o integram.
54
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Chama-se consignação da obra ao acto pelo qual representante o dono da obra faculta ao
empreiteiro os locais onde hajam de ser executados os trabalhos e as peças escritas ou
desenhadas complementares do projecto que sejam necessárias para que se possa proceder a
essa execução.
A data da consignação marca o início do prazo para a sua execução. Esse prazo poderá vir a
ser alterado, mas só em condições especiais que estão previstas na lei.
55
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Sendo instrumento de planeamento e de controlo, deve ser elaborado com o maior cuidado e
rigor, pois vai ser usado como referência importante no desenvolvimento da empreitada, na
solução de conflitos posteriores, ou na apreciação de diversos pedidos do empreiteiro
O que não constar do plano de trabalhos em termos de equipamento, por exemplo, não pode
ser considerado como base para adiantamento de pagamentos.
Numa empreitada não poderá haver qualquer tipo de controlo se não houver um modelo de
referência com o qual se comparam os resultados. O modelo mais importante é o plano de
trabalhos.
Como plano que é, aceita-se a sua modificação através de iniciativa do dono da obra ou do
empreiteiro nas condições que estão previstas no diploma.
56
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
57
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A execução dos trabalhos será fiscalizada pelos representantes do dono da obra ou com
acordo das entidades comparticipantes.
A fiscalização pode ser exercida por um ou mais agentes. O dono da obra designará um deles
para chefiar, a equipa de fiscalização.
O fiscal da obra é também o agente, que, com os serviços técnicos de que depende, estará em
melhores condições para fornecer ao dono da obra informações necessárias à gestão
financeira do projecto.
A tabela de salários a que o empreiteiro se encontra sujeito deve estar afixada, por forma bem
visível, no local da obra, depois de autenticada pela fiscalização.
O empreiteiro deverá segurar contra acidentes de trabalho todo o seu pessoal, apresentando a
apólice respectiva antes do início dos trabalhos e sempre que tal lhe for exigido pelo fiscal da
obra. O dono da obra poderá, sempre que o entenda conveniente, incluir no caderno de
encargos cláusulas relativas a seguros de execução da obra.
58
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Iniciam-se também as diligências que são necessárias para que o dono da obra assuma as suas
obrigações de pagamento perante o cumprimento das obrigações do empreiteiro.
Se por um lado regulamenta que o preço das empreitadas de obras públicas está sujeito,
obrigatoriamente, a revisão, nos termos das cláusulas insertas nos contratos, no preâmbulo do
59
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Para o cálculo das revisões de preços, deve-se atender á legislação específica vertida no
Decreto-Lei nº 348-A/86, de 16 de Outubro.
A conta corrente é remetida ao empreiteiro para que ele a verifique e assine, com registo e
aviso de recepção, iniciando-se o prazo para o pagamento.
Inicia-se o prazo para decisão, não superior a 15 dias, a partir da apresentação da reclamação
da conta corrente.
Os autos de medição, a conta corrente e mais documentos anexos são apresentados ao dono
da obra para aprovação, de modo a fazer-se a liquidação dos valores que não tenham sido
objecto de reclamação
60
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Logo que a obra esteja concluída proceder-se-á à vistoria para efeitos de recepção provisória
a) Uma conta corrente à qual serão levados, por verbas globais, os valores de todas
as medições e revisões ou eventuais acertos, das reclamações já decididas e dos
prémios vencidos e das multas contratuais aplicadas;
Feita a recepção provisória dos trabalhos executados o dono da obra inicia um inquérito
administrativo que tem como objectivo garantir que sejam pagos encargos assumidos,
61
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
O dono da obra oficiará aos presidentes das câmaras municipais dos concelhos em que os
trabalhos foram executados, participando-lhes a sua conclusão e indicando o serviço, e
respectiva sede, encarregado de liquidação.
Findo o prazo para a respectiva apresentação, os donos de obra enviarão, no prazo de oito
dias, ao serviço que estiver encarregado da liquidação, as reclamações recebidas.
O serviço liquidatário notificará, por carta registada com aviso de recepção, o empreiteiro e as
instituições de crédito que hajam garantido as obrigações em causa para, no prazo de 15 dias,
contestarem as reclamações recebidas, com a cominação de, não o fazendo, serem havidas por
aceites e deferidas.
Havendo contestações, dela será dado conhecimento aos reclamantes dos créditos
contestados, avisando-os de que serão retidas as quantias reclamadas caso, no prazo de 22
dias, seja proposta acção no tribunal competente para as exigir e ao serviço liquidatário seja
enviada, nos 11 dias seguintes à propositura da acção, certidão comprovativa do facto.
62
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Recebida a certidão passada pelo tribunal comprovativa de que foi proposta acção pelo
reclamante de créditos, deve juntar-se ao processo para ser considerada a seguir
Deve também notificar o empreiteiro e o propositor da acção de que a quantia reclamada fica
cativa até decisão judicial.
63
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Feita a recepção definitiva, deve o dono da obra restituir ao empreiteiro as quantias retidas
como garantia ou a qualquer outro título a que tiver direito e promover-se-á a extinção da
caução prestada deduzindo-se as quantias reclamadas no inquérito administrativo.
64
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
EXEMPLO
A apreciação da aptidão dos concorrentes para a execução da obra em concurso terá por base
a avaliação da capacidade económico-financeira e técnica, por referência ao explicitado no
programa de concurso e que se concluirá da análise dos seguintes factores:
A –- Capacidade económico-financeira
5) Volume de Negócios:
65
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A Média Ponderada dos Volumes de Negócios nos últimos três anos deverá ser maior ou
igual ao triplo do valor da proposta apresentada pelo concorrente, sendo os coeficientes de
ponderação os seguintes:
Para os quatro primeiros rácios serão usadas as pontuações obtidas de acordo com os
intervalos para cada um fixado (ver Quadro 4), sendo que a pontuação final é a média
aritmética das pontuações obtidas nos diversos rácios.
Quadro 5
Rácios (valores dos indicadores em função dos intervalos)
INTERVALOS PONTUAÇÃO
0% - 19% 4
20% - 39% 8
Autonomia Financeira 40% - 59% 12
60% - 79% 16
80% - 100% 20
= ou < 129% 4
130% - 149% 8
Solvabilidade 150% - 179% 12
180% - 199% 16
= ou > 200% 20
0% - 49% 4
50% - 79% 8
Liquidez Reduzida 80% - 99% 12
100% - 129% 16
= ou > 130% 20
0% - 3,9% 4
4% - 6,9% 8
Rendibilidade 7% - 9,9% 12
10% - 12,9% 16
= ou > 13% 20
66
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
B – Capacidade técnica
Serão considerados como não tendo aptidão técnica para a execução da obra, os concorrentes
que não reunam cumulativamente as condições estabelecidos nos seguintes parâmetros:
Será avaliada pela demonstração da execução de pelo menos cinco obras de natureza pública
e do mesmo tipo da obra em concurso, iniciadas nos últimos cinco anos; o montante de cada
uma das obras referidas deverá ser superior a 50% do preço base do concurso (opção: uma ou
mais obras de valor superior, ou alteração do seu valor percentual). Este aspecto é muito
discutível, pois surge como limitativo da possibilidade real de concurso a quem possa estar a
isso habilitado por alvará de valor que cubra a dimensão da obra.
Avaliada pelo teor dos certificados de boa execução, passados pelos donos de obra e ainda
pela experiência do designado responsável pela orientação da obra. Considera-se que existe
essa experiência, quando o designado responsável haja orientado pelo menos cinco obras de
natureza pública da mesma índole da obra em concurso.
B.3 – Efectivos médios anuais da empresa, com especial incidência nos seus quadros técnicos.
Existência nos quadros da empresa de um técnico habilitado legalmente para o efeito, por
cada especialidade da obra posta a concurso, com experiência profissional em
acompanhamento e direcção de obras de natureza pública, equiparáveis à obra em concurso, e
em número não inferior ao estabelecido na Portaria 412-J/99 de 4 Junho.
67
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
A apreciação incidirá sobre as propostas dos concorrentes que não tenham sido excluídos por
inaptidão económico-financeira ou técnica e serão avaliadas de acordo com a seguinte
metodologia:
a) Preço (P) - A%
b) Qualidade Técnica da Proposta (QTP) - B%
Sendo a avaliação final resultante da análise comparativa das várias propostas, por aplicação
dos seguintes subfactores:
a) Preço (P):
68
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
• Mau - 0
• Insuficiente - 0.25
• Suficiente - 0.5
• Bom - 0.75
• Muito Bom - 1
Sendo a qualidade técnica da proposta (QTP) calculada com base na seguinte fórmula:
QPT = [(C%*NJ)+(D%*PT)+(E%*MH)+(F%*MT)+(G%*MD)+(H%*IE)+(I%*PC)]
CF = (A%*P)+(B%*QTP)
69
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
CONCLUSÃO
Relevando o exagero, poder-se-á concluir, com alguma certeza, que um dos principais
motores da economia nacional é o Sector da Construção Civil, sendo especialmente o Sector
das Obras Públicas o responsável pela percentagem maior da actividade. Neste contexto, a
importância da empreitada de obras públicas assume a maior dimensão.
A elaboração do presente estudo mais não foi do que uma tentativa de esquematizar, com
ligeireza, as etapas mais importantes do processo, sem grandes preocupações com a forma,
mas pretendendo condensar, iludindo os aspectos temporais, os procedimentos mais
significativos.
Os objectivos a atingir podem não ter sido conseguidos, na sua totalidade; provavelmente
foram conseguidos os aspectos considerados mais importantes tais como a escolha do
procedimento, a abertura do concurso, o acto público e a definição e análise de critérios de
adjudicação.
70
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Delgado, Marcelo Caetano (1999). Novo Regime Jurídico de Obras Públicas, Aprovado Pelo
D.L. nº 59/99, de 2 de Março, O Municipal, Setembro, p.12.
Instituto Para a Inovação na Formação (1999). Construção Civil e Obras Públicas. Colecção
Estudos Sectoriais. Lisboa, Instituto Para a Inovação na Formação
Martins, Pedro Romano e José Manuel Marçal Pujol (1995). Empreitadas de Obras Públicas.
Coimbra, Almedina.
Silva, Jorge Andrade da (2000). Regime Jurídico das Empreitadas de Obras Públicas.
Coimbra, Almedina
71
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
LEGISLAÇÃO CONSULTADA
72
EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS – DEFINIÇÃO E FASEAMENTO DE PROCEDIMENTOS
Portaria nº 412-J/99, de 4 de Junho – Fixa o quadro mínimo de pessoal das empresas com
condições de ingresso e permanência nas actividades de empreiteiro de obras públicas e
industrial de construção civil.
73