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CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PROJETO RELATÓRIO: APRESENTAÇÃO

ADRIANE BARBOSA DE OLIVEIRA

A BRINQUEDOTECA COMO INSTRUMENTO LÚDICO NA PRÁTICA


PEDAGÓGICA

MACAPÁ – AMAPÁ
2018
ADRIANE BARBOSA DE OLIVEIRA

A BRINQUEDOTECA COMO INSTRUMENTO LÚDICO NA PRÁTICA


PEDAGÓGICA

Projeto Relatório: Apresentação - atividade


avaliativa apresentada como requisito parcial
para a conclusão do curso de Licenciatura em
Pedagogia e obtenção do grau em licenciado
do centro de Licenciatura da Universidade
Paulista. Sob orientação da Prof.ª Esp. Msc.
Maria do Socorro Senna Ramos.

MACAPÁ – AMAPÁ

2018
COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________
Prof. Esp. Msc. Carla Doria
Universidade Paulista

_____________________________________
Profª. Esp. Msc. Natanael Isacksson
Universidade Paulista

______________________________________
Profª. Esp. Msc. Rosicleuma Amanajás Pena
Universidade Paulista

______________________________________
Prof. Dr. convidado
Universidade Paulista

Macapá, ___ de_______ 2018


DEDICATÓRIA

A Deus, por esta oportunidade de


alcançar o meu sonho... E aos meus
familiares que foram compreensivos em
todas as horas...
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, por ter me dado o dom da vida e pela força
necessária para superar as adversidades.
Agradeço à minha querida orientadora Maria do Socorro Sena, pela paciência
e pela compreensão, por ter estado ao meu lado, mesmo em meio às dificuldades,
acolhendo-me e apoiando-me.
Agradeço aos meus ilustres professores pela grande oportunidade de
aprendizagem.
Agradeço à minha família pela compreensão de minha ausência, pelo apoio e
pelo incentivo na conclusão do curso.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram positivamente em meu
aprendizado, o meu muito obrigado.
“ Estamos na situação de uma criancinha que
entra em uma imensa biblioteca, repleta de
livros em muitas línguas. A criança sabe que
alguém deve ter escrito aqueles livros, mas
não sabe como. Não compreende as línguas
em que foram escritos. Tem uma pálida
suspeita de que a disposição dos livros
obedece a uma ordem misteriosa, mas não
sabe qual ela é. ”
(Albert Einstein)
RESUMO

Este trabalho inicia-se com um estudo sobre a educação no Brasil, desde sua origem
como Colônia, sua performance educacional com viés religioso até Nação soberana,
suas Constituições que traspassaram os séculos até a Constituição Cidadã de 1988,
com um olhar focado na educação, principalmente, a infantil, suas Conquistas,
Políticas e Legislação debatidas e consubstanciadas no presente momento. Esta
pesquisa intercala uma temática bastante pesquisada que resultaram em muitos
trabalhos acadêmicos, porém, ainda debatida, por isso, se faz necessário discutir a
Brinquedoteca, seus conceitos, estruturas e seu aspecto lúdico na educação infantil
para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, é premente a necessidade de
as escolas de educação infantil, investirem em seus espaços ociosos, ou, mais na
estruturação de seus prédios, para sediar com todos os aparatos a brinquedoteca e
sua proposta lúdica. Deste modo, a pesquisa dispõem-se em: reconhecer que os
recursos pedagógicos, advindo das atividades lúdicas são excelentes para o
aprendizado da criança; incentivar o educador desta modalidade infantil, quanto à
importância da atividade lúdica para o desenvolvimento do processo mental e físico
da criança, tal, como a preparação do educador para esta missão; e, por final,
apresentar como sugestão atividades lúdicas para os docentes de Educação Infantil.
Precisamente no quarto capitulo, são apresentadas estas propostas de atividades
lúdicas, para crianças na faixa etária de 4 a 8 anos, pesquisadas e analisadas
extraídas na website de cunho educacional, são imagens de atividades de autoria
devidamente citadas e referenciadas que estão abertas ao público, 15 atividades
lúdicas sugeridas que servirão sem pretensão de ineditismo, como alternativas de
trabalho ao professor de educação infantil. Considera-se que a atividade lúdica é uma
medida prazerosa que inova a práxis pedagógica do professor, e que trabalhar a partir
do lúdico é compreender pela perspectiva da criança a sua necessidade quanto o seu
desenvolvimento como um ser ativo, pensante e criativo.
Palavra- Chaves: Constituição. Brinquedoteca. Lúdico. Criança. Educação Infantil.
ABSTRACT

This work begins with a study on education in Brazil, from its origins as a colony, its
educational performance with a religious bias until the sovereign nation, its
Constitutions that transcended the centuries until the Citizen's Constitution of 1988,
with a focus focused on education, mainly, the infantile one, its Conquests, Policies
and Legislation debated and embodied in the present moment. This research
interweaves a well researched theme that resulted in many academic works, but still
debated, therefore, it is necessary to discuss the Toy Library, its concepts, structures
and its playful aspect in early childhood education for development and learning, is the
need for nursery schools, to invest in their idle spaces, or, more in the structuring of
their buildings, to host with all the apparatuses the toy library and its ludic proposal. In
this way, the research is arranged in: recognize that the pedagogical resources,
coming from the leisure activities are excellent for the learning of the child; to
encourage the educator of this modality of children, as to the importance of the play
activity for the development of the mental and physical process of the child, such as
the preparation of the educator for this mission; and, finally, to present as a suggestion
play activities for the teachers of Early Childhood Education. Precisely in the fourth
chapter, these proposals of play activities are presented, for children in the age group
of 4 to 8 years, researched and analyzed extracted in the educational site, are images
of authoritative activities duly cited and referenced that are open to the public, 15
suggested play activities that will serve without pretense of novelty, as alternative work
to the kindergarten teacher. It is considered that play activity is a pleasurable measure
that innovates the pedagogical praxis of the teacher, and that working from the playful
is to understand from the perspective of the child its need as to its development as an
active, thinking and creative being.
Keyword: Constitution. Toys. Ludic. Child. Child education.
GUIA DE FIGURAS

Figura 1- Atividade do Morto Vivo....................................................................................42


Figura 2- Brincadeira do Acerta Latas.............................................................................43
Figura 3- Atividade do Pique Cowboy..............................................................................44
Figura 4- Atividade do Bambolê.......................................................................................45
Figura 5- Atividade Lúdica Escola de Dança....................................................................46
Figura 6- Atividade Ar, Terra e Mar..................................................................................47
Figura 7- Atividade Apito Escondido................................................................................48
Figura 8- Atividade Espelho.............................................................................................50
Figura 9- Brincadeira Estátua..........................................................................................51
Figura10- Brincadeira Reproduzindo Ritmos com as Mãos.............................................52
Figura11- Atividade usando a Mímica...............................................................................53
Figura12- Atividade dos Jogos das Fichas Coloridas.......................................................54
Figura13- Atividade Trilha: Conquistando os Direitos.......................................................57
Figura14- Crianças brincando de Escravo Jó...................................................................59
Figura15- Brincadeira da Cabra Cega..............................................................................61
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................11
1.1Objetivos................................................................................................................14
1.2 . Organização do trabalho.....................................................................................14
1.3 Descrição Metodológica.......................................................................................15
1.3.1 Procedimentos...................................................................................................15
2 ESTUDO SOBRE A EDUCAÇÃO NO BRASIL......................................................16
2.1 A Inserção da Criança Nativa e dos Filhos dos Colonos na Educação do Novo
Mundo........................................................................................................................16
2.1.1 As Atividades Pedagógicas dos Jesuítas por meio de Catequese e a Fé
Católica.......................................................................................................................18
2.1.2 As Fases da Educação Colonial........................................................................19
2.2 A Educação no Século XIX, a Inclusão da Educação na Carta Magna de
1824............................................................................................................................20
2.2.1 Os Reflexos das Ideias Iluministas na Educação Brasileira...............................20
2.2.2 A Educação Infantil no Século XIX....................................................................21
3 Educação No Século XX: A Mobilização Na Era Vargas....................................23
3 .1 A Constituição de 1988.........................................................................................24
3.1.1 A LDBEN-lei 9.394 de 1996.............................................................................25
3.1.2 O Lúdico nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)................................28
3.1.3 Uma Breve Reflexão sobre a Base Nacional Comum.......................................31
3.2 As DCENEI e as Brinquedotecas......................................................................33
3.2.1 Estrutura de uma Brinquedoteca.....................................................................34
3.2.2 As Relações Existentes entre o Lúdico e o Desenvolvimento Psicomotor.......36
3.2.3 O Significado da Brincadeira para a Criança.....................................................37
3.2.4 O Uso do Ludicismo na Prática Pedagógica.....................................................39
4 Desenvolvendo Habilidades Com Crianças De 4 A 8 Anos Através Do
Lúdico........................................................................................................................40
4.1 Diversas Brincadeiras como Alternativas para a Faixa Etária de 4 a 8 Anos de
Idade...........................................................................................................................40
4.1.1 Atividade Lúdica 1- Morto Vivo..........................................................................42
4.1.2 Atividade Lúdica 2- Acerta Latas........................................................................43
4.1.3 Atividade Lúdica 3- Pique Cowboy....................................................................44
4.1.4 Atividade Lúdica 4- Bambolê.............................................................................45
4.1.5 Atividade lúdica 5- Escola de Dança..................................................................46
4.1.6 Atividade Lúdica 6- Ar, Terra e Mar...................................................................47
4.1.7 Atividade Lúdica 7- Apito Escondido..................................................................48
4.1.8 Atividade Lúdica 8- Espelho...............................................................................50
4.1.9 Atividade Lúdica 9- Estátua...............................................................................51
4.1.10 Atividade Lúdica10- Reproduzindo Ritmos Com as Mãos...............................52
4.1.11 Atividade Lúdica11- Mímica.............................................................................53
4.1.12 Atividade Lúdica12- Jogos das Fichas Coloridas............................................54
4.1.13 Atividade Lúdica13- Trilha: Conquistando os Direitos.....................................57
4.1.14 Atividade Lúdica14- Escravo de Jó..................................................................59
4.1.15 Atividade Lúdica15- Cabra Cega.....................................................................61
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................63
REFERÊNCIAS..........................................................................................................66
11

1 INTRODUÇÃO

A educação da criança de uma forma rudimentar, deu-se início desde a


chegada dos portugueses no Brasil, e, foi sendo trabalhada primeiramente pela
religião na figura dos jesuítas e depois pelo estado português (na dispensação
monárquica), não na visão lúdica como a conhecemos atualmente, mas sistemática e
metodicamente pelo viés opressor do professor. Com advento do iluminismo na
Europa (séc. XVIII), surgiram ideias de trabalhar a questão do lúdico, com
estabelecimentos de creches e escolas voltadas para essa clientela.
Concomitantemente, vieram as Constituições, desde 1824 com o tal alentado artigo
179, [...] “Instrução primária gratuita a todos os cidadãos e pela criação de ‘colégios e
universidades’ onde serão ensinados os elementos das ciências, belas-letras e artes”
(VECHIA 2014, p.81), inserção de dispositivos tímidos na sua redação, tornando
obrigação do estado a educação com a abrangência aos infantes.
Até a Constituição Federal de 1988, houve muitos debates e embates, e
desajustes aos ajustes, ainda discutíveis, pelas cabeças pensantes, enfim,
considerada a Constituição Cidadã. Esta, veio abrir as portas para as novas políticas
e Legislações educacionais brasileira como a debatida e suscetível LDB, (1996),
paciente de muitas emendas ao longo dos anos, para se adequar a realidade da
globalização da educação. Norteadora da educação brasileira a LDB, massifica o
ambiente voltado para as crianças tendo como suporte a brinquedoteca, esta,
embasada na LEI n.11.104, de 21 de março de 2005, que torna-se obrigatório os
brinquedos em muitos lugares, principalmente na escola e, desta forma, pondo o
lúdico no centro do aprendizado escolar, este prisma, (ludicismo), embasado nos
grandes teóricos, como Piaget, Kishimoto, Negrine e outros.
Trabalhar hoje o lúdico como uma prioridade pedagógica nas escolas se tornou
um desafio. A LDB, inclui no seu arcabouço de leis, esse expediente do brincar,
privilegiando as crianças, colocando a diversão, como elemento básico na
aprendizagem infantil. Insta-se ainda, na hipótese de se usar espaços ociosos
existentes nas escolas para os procedimentos pedagógicos concernente ao ludicismo,
em contrapartida, é fato que a realidade da insuficiência de espaço em muitas escolas,
é um ponto negativo para o desenvolvimento cultural das crianças. Nenhum professor
pode ser culpado por este agravo, apesar de isto apontar para suas ações no sentido
12

de não haver também uma preparação deste profissional voltada para esta prática
pedagógica. Haja vista, as políticas voltadas para a formação do professor dos
primeiros anos seja obrigatória e continuada, no entanto, ainda é prematuro avalia-lo.
Pois esse tipo de formação deve contemplar experiências em uma perspectiva social,
afetiva, cultural, histórica e criativa.
Vale ressaltar, as instituições educacionais timidamente investem neste
aprendizado infantil; talvez em decorrência das propostas que incansavelmente foram
conquistadas no decorrer dos anos e que os obrigam a levarem em conta essa
modalidade de ensino. Já houve a algum tempo, que muitos destas instituições
simplesmente esqueceram a brincadeira, na sala de aula tendo-a: ou como um papel
didático inserido no percurso do dever ou, era considerada uma perda de tempo. Uma
série de proibições são ainda protagonizadas às crianças na hora do recreio, como
também, há esse tipo de recorrência nos prédios, clubes entre outros.
Entretanto, a desvalorização da brincadeira nas escolas é pontual. O que
significa que a perda deste método de ensino é grande, tanto para as crianças quanto
para o docente, a necessidade deste empreendimento, devem-se, a mais
investimentos em espaços recreativos e preparação dos docentes que trabalham com
os alunos dos anos iniciais a fim de municia-los de conhecimentos para que possam
ter habilidades para entender e interpretar o Brincar, assim como utilizá-lo para que
auxilie no desenvolvimento da criança psique-motoramente, construindo-a para a
cidadania. A coparticipação do adulto, o facilitador, é importante nos momentos
lúdicos.
A discursão do presente estudo elenca a uma determinada pesquisa, que cujo
foco analisa a importância do lúdico, particularmente, no que diz respeito as práticas
educativas na educação infantil. Inquirir acerca da relevância do brincar na educação
infantil parece antecipadamente um assunto óbvio, convincente. Todavia, colocar as
atividades lúdicas na práxis pedagógica em sala de aula pede muito mais que um
discurso bem elaborado, exige-se um vínculo, que vai além do trabalho em si,
demanda compromisso dos profissionais dessa modalidade de ensino infantil. E tal
compromisso demanda tempo, mas, se correlacionado com a obrigação e dever da
missão do mestre se reverterá na promoção do desenvolvimento integral da criança.
Logo, uma vez consciente desse compromisso como princípio inegociável, então
quebrar-se-ão práticas retóricas desenvolvidas durante o ensino e aprendizagem da
13

criança, onde predomina-se o cuidar sobre o educar, atitudes que reprimem as


atividades lúdicas do trabalho docente. Santos (2008, p.15) corrobora que:

[...] é preciso que os profissionais de educação reconheçam o real significado


do lúdico para aplica-lo adequadamente, estabelecendo a relação entre o
brincar e o aprender aprender. É voz corrente entre aqueles educadores que
defende o jogo como estratégia pedagógica que é na sala de aula que a
ludicidade ganha espaço, pois a criança se apropria de maneira mais
prazerosa dos conhecimentos, ajudando na construção de novas
descobertas [...] ao mesmo tempo, permitindo ao professor avaliar o
crescimento gradativo do aluno, numa dimensão que vai além das
tradicionais provas classificatórias.
Esta autora defende que como atividade pedagógica, as ações lúdicas devem
direcionar a educação da criança num entendimento de fazê-la crescer através do
brincar e, ao mesmo tempo de avalia-la sem recorrer ao método tradicional. Desta
forma o professor pode promover situações que estimulem a aprendizagem e
desenvolvimento da criança, sem que esta se desassocie do brincar.
Então, se possibilitará à criança o a aprender brincando. A instituição pode
organizar-se enquanto espaço lúdico para o processo de ensino e aprendizagem da
criança e promover um equilíbrio entre o brincar e o ensinar.
Diante do exposto acima, o presente estudo vem elencar estratégias destacando
algumas possibilidades de estruturar atividades no espaço de educação infantil, que
propiciem um maior contato da criança com o lúdico a partir de espaços e de materiais
acessíveis.
Para tanto, o presente estudo se estrutura inicialmente, com base em literaturas
especializadas sobre o assunto, com o intuito de desenvolver uma análise mais
abrangente a respeito da temática, bem como a mesma é pensada e veiculada nos
espaços que atendem crianças pequenas.
O professor de educação infantil consciente da sua atuação erradicará as práticas
assistencialista relacionadas à criança e lançará mão de subsídios, como trabalhos
alternativos, para inovar a sua prática pedagógica, e assim, distinguir a sua postura
como professor. Finalizando, destacar-se-á algumas propostas que o professor no uso
das suas atribuições e dependendo das condições que a instituição oferece, lançará
mão do lúdico no espaço de educação infantil.
14

1.1 Objetivos:
✓ Conceituar o que é brinquedoteca e a atividade lúdica e suas maneiras de
brincar.
✓ Sugerir que trabalhar com crianças, com efeito, o lúdico, é uma ótima opção
pedagógica, tendo em vista a melhor maneira de reter a atenção dos pequenos.
✓ Orientar o professor de educação infantil, que além de prender a concentração
da criança no sentido de compreender a aula, é relevante para o seu
desenvolvimento psicomotora.
✓ Elaborar uma proposta de atividades lúdicas para os professores de Educação
Infantil.
1.2 Organização do Trabalho:
Compreendendo-se a importância da maturação da criança do ponto de vista
de seu crescimento psicossocial e do aprendizado cognitivo que se inicia na infância,
tendo o lúdico como fundamento nesse processo de desenvolvimento, ocorreu a
necessidade de se fazer esse estudo, desta feita o mesmo está ordenado da seguinte
maneira:
A partir do segundo capítulo, um estudo sobre a educação no Brasil, desde sua
origem como Colônia, sua performance educacional com viés religioso até Nação
soberana, suas Constituições que traspassaram os séculos com estudo voltado para
principalmente a educação e suas leis e políticas.
O terceiro capitulo delineou-se a Era Vargas com suas reformas na área da
educação que diz no seu artigo 10, VI da Constituição de 1934 que é competência
concorrente da União e dos Estados o “difundir a instrução pública em todos os graus”.
Por isso, aos adultos analfabetos estender-se-ia o princípio da gratuidade e da
obrigatoriedade. À enfática menção a história da Constituição de 1988. Reconhecida
como a Constituição cidadã. A sua característica, pertinente a educação inclui a
sociedade como grande aliada e tem a família como o seguimento mais importante no
crescimento educacional dos seus filhos, fez-se uma breve reflexão sobre a BNCC
(Base Nacional Comum Curricular), pois se trata de uma aprovação recente. Também,
foi tratado a abertura que a Constituição Federal (1988), deu às Políticas Públicas e
Legislação Educacional, nesse bojo está a LDB, conjunto de leis dedicadas a
educação e aos Currículos, todas voltados a formação do aluno e do professor, nesse
capitulo ainda, abarca-se a fundamentação deste trabalho iniciando-se com a relação
15

do LÚDICO com os Currículos Nacionais como PCNs, DCNEI. Falou-se da estrutura


da brinquedoteca no ambiente infanto-juvenil, seus conceitos, o lúdico e a criança,
práticas pedagógicas entre outros.
No Capitulo 4, são apresentadas alternativas lúdicas para a educação infantil.
Tais propostas de atividades lúdicas são direcionadas para crianças na faixa etária de
4 a 8 anos, bem como, as mesmas são propostas para estimular as capacidades
psicomotora e, psicossocial e afetiva além de outras inteligências que contribuirão
para o desenvolvimento da criança.
E, por final, nas Considerações Finais concluiu-se que a atividade lúdica é uma
medida que dinamiza o trabalho na educação infantil e, que trabalhar a partir do lúdico
despertará a necessidade da criança quanto a este desenvolvimento integral, para
que venha ser um ente social, cidadão, e, um futuro adulto crítico e ativo.

1.3 Descrição Metodológico:

1.3.1 Procedimentos
A primeira intenção do trabalho era constituí-lo a partir de uma pesquisa teórica
e de campo, porém devido a alguns contratempos, este delineou-se apenas por meio
da pesquisa bibliográfica.
Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica compõem-se de
pesquisa, triagem e registro de toda a documentação bibliográfica já publicada sobre
o assunto que está sendo pesquisado em fontes catalogadas em livros, monografias,
teses, periódicos, dissertações entre outros, para que o pesquisador descubra através
destes escritos o tema alvo.
Cervo e Bervian (1976, p. 69) destacam que em qualquer área do
conhecimento, a pesquisa exige fundamentação bibliográfica prévia, no sentido de
delinear o tema em questão, fundamentar teoricamente e justificar a contribuição que
a pesquisa trará.
O primeiro grande passo dado rumo a pesquisa acadêmica e científica, de
acordo com os autores, é a pesquisa bibliográfica, aliada a habilidade de resumir os
conteúdos da revisão literária.
Assim sendo, a presente pesquisa inclui além do histórico da educação desde
o seu berçário até aos tempos atuais, só do terceiro ao quarto capítulos aprofundam-
se na temática A Brinquedoteca Como Instrumento Lúdico Na Prática
16

Pedagógica, que tratam do assunto a brinquedoteca e sua estrutura, modo de brincar,


a representatividade da criança e desempenho psique e motora sob as benesses do
lúdico, tudo isto, baseado nas Legislações e Políticas pertinente a educação infantil e
enquanto medida de trabalho do professor de educação infantil.
Precisamente no quarto capitulo, são apresentadas propostas de atividades
lúdicas, para crianças na faixa etária de 4 a 8 anos, pesquisadas e analisadas
extraídas online, são imagens de atividades de autoria devidamente citadas e
referenciadas que estão abertas ao público, 15 atividades lúdicas sugeridas e servirão
sem pretensão de ineditismo, como alternativas de trabalho ao professor de educação
infantil.

2 UM ESTUDO SOBRE A EDUCAÇÃO NO BRASIL

2.1 A Inserção da Criança Nativa e dos Filhos dos Colonos no Novo Mundo

O início da educação no Brasil remonta-se desde o século XVI, (1549), quando


na criação do governo geral tendo como dignitário Tomé de Sousa sob anuência do
rei de Portugal D. João III, que se preocupava com a instalação de um governo
português na região, com os auspícios de uma nova conjuntura político-ideológica,
formou-se as Capitanias Hereditárias subordinadas à autoridade central na colônia,
ao governo civil e à religião WEHLING (2014). Época em que os jesuítas aportaram
na terra recém- descoberta, trazendo em sua missão: educar/ evangelizar, propósito
este, de alcançar o povo nativo que aqui já eram moradores. A Bahia era a capital do
reino de Portugal que recebia esses ilustres religiosos, que pretendiam catequizar os
índios que residiam principalmente a parte litorânea. Tobias (1986, p.41) resume a
mentalidade desses clérigos em: “Atualizar as capacidades das pessoas e salvar suas
almas”.

Os nativos desta terra, segundo Caleffi (2014), eram completamente ignorantes


acerca das leis dos exploradores, viviam naturalmente, tinham a natureza como
supridora de suas necessidades, eram animistas, seus deuses estavam presentes em
toda a extensão da natureza (sol, estrelas, lua, espíritos, terra, os rios etc). Américo
Vespúcio, relatando às suas viagens as terras do Império Português nas Índias
Ocidentais, em um trecho de carta dirigido a Lorenzo di Pietro Medice, desde Lisboa,
diz o seguinte:
17

Esta terra é povoada de gentes completamente nuas, tanto os homens


quanto as mulheres. Trabalhei muito para estudar suas vidas, pois durante
27 dias dormi e vivi em meio a eles. Não tem lei nem fé alguma, vivem de
acordo com a natureza e não conhece a imortalidade da alma. Não possuem
nada que lhes seja próprio e tudo entre eles é comum; não tem fronteiras
entre províncias e reinos, não tem reis e não obedecem a ninguém [...] (1502).
(CALEFFI, 2014, p.35)

É claro que tirando o preconceito da escrita do navegador, pertinente à época,


estas sociedades indígenas se organizavam a partir de laços parentesco e não a partir
de uma organização social como era conhecido na Europa, com poderes de estado.
Dessa forma Américo Vespúcio não encontraria um rei. Caleffi ( 2014), no tocante a
religiosidade, Vespúcio, não encontrou imagens, ídolos ou qualquer vestígios
sagrados, considerou que eram povos sem fé. Mas tinham um código, mesmo na
memória; repassado via tradição, de geração em geração pelos os mais velhos. De
acordo com Kem (2014 p.116) acrescenta que: “As danças, às músicas e aos cantos
tradicionais dos indígenas, sempre presentes em suas festas, foram acrescidos os
corais e a missas cantadas, as músicas e as cenografias do teatro barroco”.

O momento lúdico das crianças se instalava, quando esses mais velhos


contavam as histórias antigas mesclada de misticismos, lendas com sentido sagrado
como afirma Caleffi (2014, p. 40)

Assim, os momentos de aprendizagem são também momentos de atuação


da cultura. Os mitos ou histórias sagradas são muito contadas pelos idosos
da comunidade, não porque estes detenham algum tipo de monopólio sobre
elas, mas sim porque são justamente estes que estão há mais tempo no
mundo, assim estão a mais tempo aprendendo, o que gera um sentimento de
respeito aos anciãos, pois estes possuem uma função social importantíssima,
fazendo com que em diferentes ocasiões a comunidade os consulte sobre
determinados temas [...] à medida que vão conhecendo os mitos e histórias
sagradas, estão aptos a contá-las em diferentes situações.

Segunda a autora, as história sagradas não são reveladas todas de um vez, ou


todas nos primeiros anos de vida, mas pouco a pouco, devido a sistemática lógica e
natural relacionada com sexo e a sua fase de maturação. Dessa forma a medida que
o indivíduo vai crescendo, vai aprendendo as histórias, em suma, ao longo da vida é
tempo propício de aprender. Então, independente se a comunidade é primitiva ela
possui um código de sobrevivência.
18

2.1.1 As Atividades Pedagógicas dos Jesuítas por Meio de Catequese e a Fé


Católica

A implantação de escola, mesmo em situações precárias, do movimento


jesuítico, se daria em Salvador a capital recém fundada da Bahia, que posteriormente
foi criado o bispado de Salvador, com o fim de direcionar a igreja na região. Estas
escolas pedagogicamente focavam inicialmente a ensinar a ler e escrever,
principalmente as crianças indígenas e aos filhos dos colonos portugueses. Segundo
WEHLING (2014, p.49) ressalta que:

As missões e o trabalho de catequese dos indígenas foi intenso nas


capitanias litorâneas desde o século XVI, como seria também relevante na
Amazônia nos séculos XVII E XVIII, obedecendo a um paradigma que era o
do Concílio de Trento e às próprias normas da Companhia sobre a atuação
missionária.

Segundo o autor, o ensino destinado aos próprios religiosos, aos filhos de


colonos e aos indígenas dava consistência ao projeto de “uniformização das
consciências” com base num fundamento comum cristão e clássico. A orientação de
D. João III, era buscar em todo reino, clérigos letrados e de boa índole para contribuir
com esta missão de cunho missionário em terras de sua conquista, como ele mesmo
se expressa:

[...]eu sempre trabalhei por haver letrados e homens de bem em todas as


partes que senhoreio, que principalmente façam este ofício, assim de
pregação como de todo outro ensino necessário aos que novamente se
converte à fé[...] (PAIVA, 2014, P.82)

Estudo revelam que no Brasil colônia, a educação da denominada Companhia


de Jesus, tinha caráter elitista e humanista, então, originada da Igreja Católica, uma
educação basicamente cristã e que perdurou por longos anos. Para Tobias (1986,
p.41) “O conceito de educação do jesuíta era fundamentalmente baseado na
existência da liberdade humana, no respeito à pessoa e na universidade da
espiritualidade humana com o conseguinte direito de educação”. O caráter dessa
missão jesuítica proclamada de Ratio Studiorum, conjunto de normatizações que tinha
como finalidade a formação do homem cristão, preparando-o para a vocação
missionária e a ordenação de futuros padres. Uma das proposições dessa cartilha,
segundo Paiva (2014, p.87) era:
19

Abstenham-se completamente de juramentos, insultos, injúrias, detrações,


mentiras, jogos proibidos, lugares perniciosos ou interditos pelo prefeito das
aulas; numa palavra, de quanto possa ofender a honestidade dos costume.

Segundo o autor, a missão a priori do professor era conduzir os alunos ao


momento de recitação devocional do Ratio Studiorum no total de nove orações, para
que ficasse conservada na memória de cada um. Wehling (2014) Meritoriamente o
jesuíta foi educador, evangelizador da primeira escola brasileira, no seguimento
cristão.

2.1.2 As Fases da Educação Colonial

Para Saviani (2014, p.126-129) A educação colonial compreende períodos e


fases distintas tais:

A primeira fase corresponde ao chamado “período heroico”. Esta fase se


baseia no plano pedagógico de Nóbrega, que vai da primeira vinda dos jesuítas (1549)
até a morte do Pe. Manuel da Nóbrega, (1570)-iniciação da língua portuguesa (para
os indígenas), tendo a evangelização da doutrina cristã; nessa sequência, a escola de
ler e escrever e, opcionalmente, a introdução de música orfeônica e música
instrumental; paralelamente, aprendizado sobre a técnica agrícola e, de outro lado,
com a gramática latina para aqueles que queriam ingressar nos estudos superiores

A segunda fase (1570-1759) marcado pela evolução da educação jesuítica


que se centrou-se no Ratio Studiorum. De caráter universalista e elitista. Universalista,
pois todos os jesuítas em qualquer lugar onde estivessem, adotavam esse plano.
Elitista porque incluiu os filhos dos colonos em detrimento aos filhos dos indígenas. A
escola deste momento tornou-se instrumento na formação da elite colonial. Dessa
forma o plano de Nóbrega de ler e escrever foram suprimidos.

A terceira fase (1759-1808) marcado pelo movimento pombalino. “As reformas


pombalinas da instrução pública”. Visava alçar Portugal “a altura de século”, isto é, o
século XVIII, afogueada pelo Iluminismo. As reformas pombalinas se opõe das ideias
religiosas proclamadas pelos jesuítas, as ideias laicas inspiradas no Iluminismo, eleva
o Estado a monopolizar a educação. Soube-se que essas ideias não vingaram por
conta da forte pedagogia dos jesuítas e também por falta de recursos.

Quarta fase chamada de período joanino (1808-1822), porque teve início com
a chegada da família real D. João VI ao Brasil, devido a uma série de contratempo
20

político ocorrido na Europa, em decorrência das conquistas de Napoleão. Do ponto


de vista da educação, houve evolução no estabelecimento de cursos superiores, como
de engenharia da Academia Real da Marinha (1808) e da Academia Real
Militar(1810), o Curso de Cirurgia da Bahia (1808), de Cirurgia e Anatomia do Rio de
Janeiro(1808), de Medicina (1809), na cidade do Rio de janeiro e outros. Detalhe,
nessas últimas duas fases a vertente religiosa ainda influenciava a educação
brasileira.

2.2 A Educação no Século XIX, a Inclusão da Educação na Carta Magna de 1824.

2.2.1 Os Reflexos das Ideias Iluministas na Educação Brasileira

Dom Pedro I (1798-1834) foi o primeiro Imperador do Brasil. Outorgou a


primeira Constituição brasileira, que vigorou de 1824 até 1889 com o fim do Império.
Após ter acontecido a emancipação política em 1822, travou-se longos debates sobre
a educação na Assembleia Constituinte de 1823. D. Pedro I, foi empossado como
Imperador do Brasil, após aclamação do povo e conhecido como o “o dia do fico”
(1822). Este príncipe regente foi o pioneiro para a criação da educação pública
primária no Brasil. Outorgada a Constituição do Império em 1824, o artigo 179, ao
tratar da educação, determinava, segundo Vechia (2014, p.81):

“A inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros, que


tem por base a liberdade, a segurança individual e a prosperidade, é
garantida pela Constituição do Império”, (entre outras maneiras pela)
“Instrução primária gratuita a todos os cidadãos e pela criação de ‘colégios e
universidades’ onde serão ensinados os elementos das ciências, belas-letras
e artes”.

Os anseios dos políticos da época, era que, as ideias Iluministas que estavam
sendo divulgados na Europa, (no tocante a educação), fossem transplantadas para o
Brasil, esses deputados, principalmente, representantes paulistas reivindicavam o
estabelecimento de um sistema educacional próprio no Brasil e capaz de formar o
capital humano no sentido de desenvolvê-lo. O autor Fernandes (2014, p.27) descreve
essa petição:

Outro ponto de que deve merecer o desvelo dos deputados é o ensino.


Multipliquem desassombradamente as escolas primárias e instalem em cada
província brasileira aulas práticas de medicina, cirurgia, veterinária,
21

matemáticas elementares, física, química, botânica, horticultura, mineralogia


e zoologia.

A educação no Brasil no século XIX, foi sendo implementada paulatinamente


quanto as ideias iluminista. Estes anseios, foram amadurecendo e, a liberdade política
veio a se instalar após 1822, Vechia (2014, p. 85) diz que na década de 1850, houve
muitas inovações no sistema educacional brasileiro, abrangendo todos os níveis de
ensino, principalmente, no ensino secundário e técnico, resultado dos reflexos dos
ideais pedagógicas da Europa. O colégio D. Pedro II, foi o educandário modelo deste
novo sistema, criado em 1837, proposta do Ministro da Justiça do Império e aprovado
por decreto no dia 12/12/1837, pela Assembleia Legislativa, isto é, iniciativa do
governo Imperial para o estabelecimento do ensino secundário público, no Município
da Corte. O Colégio era o único autorizado a realizar exames para a obtenção do grau
de bacharel, indispensável para o acesso a cursos superiores; de acordo com Vechia
(2014) nessa nova pedagogia os estudos secundários, dividiu-se em dois ciclos que
eram os Estudos de Primeira Classe e os Estudos de Segunda Classe embasados
pelo decreto n. 1.556, de 17/02/1855, tendo o primeiro ciclo, duração de quatro anos,
ao final deste período os alunos receberiam o título de bacharel em Letras se caso,
prosseguisse os estudos, senão requereria o certificado para ingressar em um dos
institutos de formação técnica.

2.2.2 A Educação Infantil no Século XIX

A partir da normatização da Instrução Primária e Secundária da Corte, no ano


de 1854, crianças a contar dos 5 anos de idade teriam acesso à escola primária. Isto
se deve, ao fato, dessas crianças serem levadas pelos irmãos mais velhos à escola,
então houve a necessidade de formalizar aquelas também como alunos como
esclarece Kuhlmann (2014, p.68)

Um contraponto a essa tendência ocorre com a criação de creches, salas de


asilo e outras instituições educacionais destinadas a atender as crianças dos
0 aos 6 anos, que se difundem na sociedade ocidental durante o século XIX,
chamadas agora, no início do século XIX, de instituições de educação infantil.

As instalações dessas creches, segundo o autor, se dá em 1875 no Rio de


Janeiro, batizada de o Jardim de Crianças do Colégio Menezes Vieira, daí aos poucos,
pontuou-se aqui e acolá, como na Bahia discutiu-se projetos de jardins de infância.
22

Tempo depois em São Paulo, os missionários de fé presbiterianos da América fundou


o Jardim de Infância da Escola Americana.

Kuhlmann (2014, p.75) cita um relatório de 1885, elaborado por Joaquim José
Menezes Vieira, um dos pioneiros de ensino infantil, referindo-se à Reforma Leôncio
de Carvalho, de 1879 (decreto 7.247), acerca deste momento:

É verdade que o governo, no decreto de 19 de abril, lembrou-se dos jardins


de infância, mas [...] até agora não foi além. Que importa que outras nações
e entre elas o velho Portugal, a jovem Confederação Argentina e o
rejuvenescido Império Japonês tenham admitido e propagado tais
instituições?

Apesar de inúmeros debates acerca da inclusão da criança pobre nessas


instituições, não há informação que alguma fora criada no século XIX no Brasil. No
entanto, a Reforma Leôncio de Carvalho (decreto 7.247 de 1879) que dava nova
versão ao ensino primário na Corte teve parceria, uma voz deu eco a esse sonho, Rui
Barbosa em 1882, faz um ensaio sobre a reforma do ensino primário, colocando o
jardim de infância como fundamento. Ou seja, havia uma orquestração de grupos
poderosos crescente e que tomava forma no Brasil, visando o desenvolvimento
harmônico da criança. Kuhlmann (2014)

Foram as ideias de Friedrich Froebel, que fundou na Europa jardins de infâncias


e, que influenciou França, Suíça, Áustria e Alemanha, chegando ao Brasil a partir do
estabelecimento da República (1889), sem dúvidas de acordo com Kuhlmann (2014)
havia acepção de criança pobres e ricas nestas instituições infantis, pois muitas
crianças matriculadas na primeira turma do jardim eram filhos de representantes do
Partido Republicano Paulista o horário de funcionamento, das 10 às 15 horas, mostra
clara que esta clientela não vinha das classes populares, com a pedagogia de Froebel,
Kuhlmann (2014,p.75) faz referência:

Na proposta pedagógica do jardim, para as atividades de construção e de


linguagem, utilizam-se os materiais didáticos de Froebel, os dons: a bola, os
sólidos geométricos elementares, a esfera, o cubo e o cilindro, e as suas
subdivisões, tabuinhas, varinhas, material para desenho, alinhavo e
tecelagem em papel, etc.

Segundo o autor, os professores organizavam jogos, faziam uso de brinquedos


e as regras eram mantidas nas brincadeiras, acrescenta-se músicas e versos dando
23

vasão ao lúdico e tudo orientado pela mestra que disciplinava quando necessário para
manter a ordem, que cujo propósito era formar cidadãos.

3 EDUCAÇÃO NO SÉCULO XX: A MOBILIZAÇÃO NA ERA VARGAS

A década de 30 do século XX, dar-se início a Era Vargas, desponta as ideias


reformistas educacionais mais modernas. Há de se lembrar que até a Constituição de
1934, a educação não era obrigatória e muito menos gratuita de uma forma mais
ampla. Cury (2011, p. 22) Afirma acerca deste momento:

Após a Revolução de trinta, o poder do Estado Nacional se fortalece e ele vai


se tornando intervencionista em vários campos da atividade social. Nesse
sentido, aparece, pela primeira vez, no art. 5º, inciso XIV, a competência
privada da União em “traçar as diretrizes da educação nacional”. Contudo, a
Constituição expressamente permite, no caso, a existência de leis estaduais
que venham a “suprir lacunas ou deficiências da legislação federal, sem
dispensar as exigências desta” [...] diz o art. 10, VI que é competência
concorrente da União e dos Estados o “difundir a instrução pública em todos
os graus”. Por isso, aos adultos analfabetos estender-se-ia o princípio da
gratuidade e da obrigatoriedade.

A grande inovação aparece no capítulo II do Título V: um capitulo para


educação. Fazendo com que esta torne-se direito de todos e obrigação do Estado. O
plano nacional traçado para o ensino primário abarca um percentual de 20% dos
impostos dos Estados e Municípios e para a União favorecendo a educação escolar e
isto inclui Cury (2011, p. 23)” inclusive a zona rural, a criação de fundos para uma
gratuidade ativa (merenda, material didático e assistência médico-odontológica)”.

Dessa forma, os estudiosos focaram a atenção para a educação, com a única


pretensão de contribuir para o desenvolvimento do decurso da estabilização social.
Não demoraram muito a declararem a insuficiência da pedagogia tradicional diante da
exigência do mundo moderno, capitalista, concluindo que as instituições escolares
deveriam ser atualizadas de acordo com a nova realidade social. Demorou muito para
que se estabelecesse novas ideias educacionais, no intuito de corrigir relevantes
distorções. Só então, a partir da década de 80, aconteceram mudanças plausíveis,
considerando o processo da globalização, que exigia mão de obra qualificada ante a
24

evolução tecnológica e a desigualdade vigente na sociedade brasileira; pedia-se uma


educação de qualidade atrelada a outros recursos sociais. Isto posto, seriam fator
fundamental para o desenvolvimento econômico do país.

3.1 A Constituição de 1988

Houve um debate acalorado pela Assembleia Constituinte; cerca de 559


parlamentares, e tendo Ulysses Guimarães (PMDB-SP) como presidente da
Assembleia. Aprovaram os conteúdos que se transformaram em artigos, subsequente
em leis que depois foram compilados em uma Carta única; que por sua vez, foi
promulgada em 05 de outubro de 1988. A nova Constituição da República Federativa
do Brasil conhecida como a “Constituição Cidadã”. Trabalhada debaixo de um clima
de abertura democrática, resultado de uma massiva presença social que participou da
redemocratização do país. Muitos intelectuais abraçaram a causa, lutaram junto com
outros grupos para consolidar a educação como a melhor de todos os tempos, como
pondera Cury (2011, p.26)

Se considerarmos que a educação é constituinte da dignidade da pessoa


humana e elemento fundante da democratização das sociedades, se
considerarmos o quanto educadores e educadoras se empenharam em prol
da educação como direito, se considerarmos a importância da Constituição
como pacto fundante da coexistência social, certamente o capitulo da
Educação na nossa atual Constituição é avançado e contém bases e
horizontes para uma vertente processual de alargamento da cidadania e dos
direitos humanos.

A participação de sindicatos dos profissionais da educação foi intensa, que


juntamente com outras entidades reuniram forças. Nesses estavam os movimentos
sociais, que incluíam os de moradia, de trabalhadores rurais, de sindicatos urbanos
entre outros, que tinham em comum a bandeira da educação. Desse modo, as
proposições pertinentes a educação na Constituição Federal de 1988, expõe
importantes conquistas para benefício da sociedade, descrito no artigo 205, da Carta
Magna que expressa um adendo novo, a família como a agente participativa no
processo educacional, isto nada mais é, de o Estado reconhecer a importância da
sociedade civil e organizada cooperando na formação de seus filhos.
25

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida


e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1997, p.108)

A Constituição Federal (na redação de 1988) estabeleceu a construção do


(PNE) Plano Nacional de Educação, com base de lei, de intervalo plurianual, com
aprovação da lei mais recente de nº 13.005/2014 que institui o citado (PNE 2014-
2024).

A LDBEN aprovada em 1996, harmonizada com a Declaração Mundial1 sobre


a educação para Todos, Criou a Década da Educação, que seria colocado em vigor a
partir da validação da PNE (Constituição Federal, 1988, art. 87)

No entanto, essas vitórias foram bastante criticadas por inconformados na


época da promulgação da Constituição como sendo conquistas “limitadas e
insuficientes”. Isto, contudo, serviu como base para as décadas seguintes. A
Constituição foi o instrumento legítimo para estes ataques virarem políticas públicas.

3.1.1 A LDBEN-lei nº 9.394 de 1996

A LEI DE Diretrizes e Bases para Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) traz


no seu bojo as mais importantes orientações para as implementações da educação,
depois da Constituição Federal. A LDBEN foi sancionada em 1996, foram oito anos
de discursões no Congresso Nacional segundo Cordiolli (2011, p. 113) que
acrescenta:

O debate foi iniciado em 1988, com apresentação do Projeto de Lei (PL) Nº


1.258/1988, que foi analisado por um grupo de trabalho sob a coordenação
do Deputado Florestan Fernandes (SP) e a relatoria de Deputado Jorge Haje
(BA), o Deputado Jorge Hajes recolheu contribuições de diversos
parlamentares e de vários movimentos de educadores e, após intensos

1
A Declaração Mundial sobre Educação para Todos foi apresentada na Conferência Mundial sobre a
Educação para Todos, em 1990, em Jomtien, na Tailândia.
26

debates apresentou, em 1989, uma terceira versão do PL de 1988. Esse


relatório obteve a aprovação de diversos movimentos de educadores.

Segundo o autor, houve muito contratempo e reformulações a partir desta PL


de 1989, do Deputado Jorge Hajes, e pelos anos seguintes houve novos debates e
um novo Projeto foi aprovado em 1993 na Câmara dos Deputados recebendo a
denominação de PL nº 101/1993 (é o mesmo PL nº 1.258/1988, apenas com outra
denominação), mas estas proposições sofreram poucas modificações sob a relatoria
de Cid Sabóia, Senador (CE), que não veio a ser aprovado por falta de quórum
Cordiolli (2011). Darcy Ribeiro Senador do partido PDT (RJ), recém–empossado, por
Fernando Henrique Cardoso construiu uma nova versão muito diferente daquela
apresentada por Sabóia que foi aprovada em 17 de dezembro de 1996, sob a
denominação de Lei nº 9. 394/1996 e promulgada pelo então Presidente da República
em 20 de dezembro de 1996, é claro debaixo de protesto do Fórum de Defesa da
Escola Pública, como afirma cordiolli (2011, p.114, apud Zanett, 1998, p. 2),

Grande foi a indignação por parte de alguns parlamentares e das entidades


do Fórum Nacional, por tamanho desrespeito a um processo de seis anos de
ampla e democrática construção de uma Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Atos públicos, caravanas, visitas aos gabinetes de
parlamentares, dentre outras ações, foram envidadas, demonstrando o
desacordo da sociedade para com a LDB-DR (substitutivo Darcy Riberio) que
retornou à Câmara, após ter sido aprovada no Plenário do Senado.

A LDBEN nº 9.394/1996 destaca as orientações para normatização da


educação infantil; focando na criança, como agente que necessita se desenvolver de
uma forma integral suprindo-a através de creches e pré-escolas. Já no ano de 2006,
segundo os Parâmetros Nacionais de Qualidades para Educação Infantil, coloca a
criança como sujeito histórico que está inserido em uma sociedade com uma
determinada cultura. Segundo Hein (2016, p.98) “Seja qual for a sua idade ou
condição social, a criança deve ter um espaço adequado para se desenvolver” Nas
diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil de 2010, a criança é definida
como ser que constrói sua própria identidade pessoal e coletiva. Segundo a autora
Hein (2016) “Ao brincar, narrar, desejar, questionar e experimentar, a criança entra
em contato com o mundo ao seu redor e constrói entendimento sobre a sociedade em
que está inserida”. Na lei supracitada acima, ocorre o acréscimo no ensino
27

fundamental para 9 anos objetivando a formação do cidadão também faz parte desta
preocupação com esta clientela disposto no art. 32. [...]

I- o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno


domínio da leitura, da leitura, da escrita e do cálculo;

II a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das


artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de


conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de


tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (livro a função do currículo) Hein
(2016, p.167)

De acordo com a LDB, a formação do indivíduo decorre do processo dos níveis


da educação, que envolve todo trajeto do homem, desde suas atividades no cotidiano
familiar até a sua atuação no ambiente acadêmico e profissional. Hein (2016, p.9)
confere:

Com base na legislação, entendemos que é papel da educação permitir que


o sujeito desenvolva as habilidades necessárias para refletir sobre a realidade
social e tomar as decisões que vão ditar o rumo de sua vida e influenciar a
transformação da sociedade em que está inserido

Era previsível que desde 1996, com a evolução da educação no mundo, a LDB
sofresse modificações em suas propostas que viriam em formas de leis. Tudo isto
indicaria, tendências na direção de ampliar a oferta da educação no Brasil. Em 2006,
o ensino fundamental passou de oito para nove anos, atendendo criança a partir dos
seis anos idade. Apenas três anos depois, em 11 de novembro de 2009, houve mais
uma mudança, quando a Emenda Constitucional nº 59 tornou a educação básica
obrigatória dos 4 aos 17 anos. (HEIN, 2016). Segundo a autora, essas mudanças
embasadas em leis asseguraram tanta a educação infantil quanto os ensinos
fundamental e médio obrigatórios para todos os brasileiros.
28

Não se deve pensar em educação, sem fazer um memorando ao docente,


porque ele como o aluno são agentes desse composto de ensino-aprendizado. Um
vive em torno do outro, e, a escola não pode ser escola sem os dois. No entanto o
mestre impõe respeito porque deve saber mais, mas isto não pode prevalecer se não
houver uma formação inicial, que abrace a causa docente, haja vista, que o
conhecimento evolui, e a denominada formação continuada prevista nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o curso de pedagogia, estabelece, atribuições aos
docentes no seu artigo 4º que estão listados diversas tarefas para o professor que
abarca desde o ensino até atividades de gestão, organização, pesquisa e difusão do
conhecimento; ainda têm outras atribuições que se aprende no período de formação
docente inicial. A autora Hein destaca Paulo Freire (HEIN, 2016, p.51 apud Paulo
Freire, 2001) “Não existe formação momentânea, formação do começo, formação do
fim de carreira, Nada disso. Formação é uma experiência permanente, que não para
nunca”.

3.1.2 O Lúdico nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

Os Parâmetros Curriculares Nacionais são recursos orientadores que norteiam


políticas educacionais criadas em todo o território nacional, os PCNs, vem não para
modificar essas conquistas facilitadoras e que qualificam a educação regionais
brasileiras mas, para contribuir melhora-las, torna-las eficientes e atualiza-las, dando
assim, maior efeito a educação. Sobretudo, trabalha-se a questão da adequação do
discente, capacitando-o no sentido do caráter para que venha a ser um cidadão,
ajustando-o à realidade e mudanças do mundo atual. Resta aos técnicos e
professores em educação, em âmbito estadual e municipal, trabalharem esses
currículos, engendrando estratégias e procedimentos idealizadas em discussões
interativas para a melhoria da qualidade de ensino (ANTUNES, 2014).

O MEC organizou os PCN em duas temáticas:

✓ Os blocos de conteúdos para as áreas do conhecimento definidas para as


DCNEF (Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino Fundamental).
✓ Os temas transversais, uma forma peculiar de corresponder as demandas dos
alunos. (CORDIOLLI, 2011, p.205)
29

Ainda Cordiolli (2011, p.206) expõem os PCNs para os anos iniciais e anos
finais do ensino fundamental da seguinte forma:

Blocos de conteúdo

✓ Língua portuguesa
✓ Matemática
✓ Ciências naturais
✓ Geografia
✓ História
✓ Arte
✓ Educação física
✓ Língua estrangeira 2

Temas transversais

✓ Pluralidade cultural
✓ Meio ambiente
✓ Saúde
✓ Orientação sexual
✓ Trabalho e consumo
✓ Temas locais3

Algumas atividades propostas pelos PCNs e para cada componente curricular


o autor Antunes (2014, p.44-45), sugere jogos estimuladores inseridos nos temas
transversais.

Meio ambiente- Dominar noções básicas sobre o meio ambiente e perceber


relações que alteram a organização das formas de vida no espaço terrestre.
Posicionar-se de forma crítica e construtiva diante do respeito à natureza e dominar
métodos de mobilização para conservação ambiental. Jogos para estimular as
inteligências especiais e naturalistas. (Grifo do autor)

2
Presente apenas nos PCN para os anos finais do ensino fundamental.
3
Presente apenas nos PCN para os anos iniciais do ensino fundamental.
30

Ética- Entender o conceito de justiça e basear o quadro de valores e referências


na equidade e na construção de uma sociedade justa. Adotar atitudes solidárias e
cooperativas de repúdio às injustiças sociais. Compreender o consumismo e
estabelecer limites às efetivas necessidades pessoais e sociais. Jogos estimuladores
da inteligência pessoal e sobretudo da interpessoal. (Grifo do autor)

Saúde- Entender a saúde como um direito de toda uma sociedade e


compreender que é a mesma produzida nas relações da pessoa com o meio físico e
social, identificando fatores de risco e construindo hábitos e condutas que valorizem
a autoestima e a qualidade de vida física e emocional. Jogos estimuladores das
inteligências espacial, linguística e pessoal. (Grifo do autor)

Pluralidade cultural- Conhecer a diversidade do patrimônio cultural brasileiro,


reconhecendo a diversidade como um direito dos povos e dos indivíduos. Repudiar as
formas de discriminação por raça, crença, credo e sexo. Jogos estimuladores das
inteligências pessoal e espacial. (Grifo do autor)

Orientação sexual- Respeitar a diversidade de comportamentos relativos à


sexualidade, desde que se garanta a integral dignidade do ser humano. Conhecer o
corpo e expressar sentimentos que edifiquem a autoimagem, mas que respeitem a
identidade do outro, Aprimoramento da ética e da empatia. Jogos estimuladores das
inteligências pessoal e cinestésico-corporal. (Grifo do autor)

Trabalho e consumo- Possibilitar a plena compreensão de que o trabalho e o


consumo não se impõem ao homem como um desafio para sua sobrevivência, mas
como uma necessidade de construção pessoal e social. O tema deve levar os alunos
a desenvolverem a capacidade de se posicionar frente às questões que interferem na
vida coletiva e compreender a relação entre autonomia e autoridade, discutindo
valores e normas que envolvem o valor do trabalho e a importância do consumo como
instrumento de integração social. Jogos estimuladores das inteligências pessoais,
linguísticas, pictóricas, musicais e cinestésico-corporais. (Grifo do autor)
31

3.1.3 Uma Breve Reflexão Sobre a Base Nacional Comum Curricular

A mais recente proclamada (BNCC) Base Nacional Comum Curricular no final de 2017
que começou a ser discutida em 2015, que foi homologada pelo ministro da Educação
Mendonça Filho (Governo Michel Temer) para iniciar em 2018, e que será
implementada até 2020, devendo-se ao propósito de fomentar o ensino nos seus
variados graus, orientando os pais e professores sobre os direitos de aprendizagem
dos estudantes na Educação Básica estabelecendo uma formação comum; a base
prevê que alfabetização ocorra nos dois primeiros anos do ensino fundamental
quando a criança tem entre 7 e 8 anos. Hoje o plano nacional de educação determina
que a criança esteja alfabetizado até o terceiro ano dos 8 aos 9 anos. O ensino
Fundamental está organizado em cinco áreas do conhecimento: linguagens,
matemática, ciências da natureza, ciências humanas, e ensino religioso, mas o
conselho nacional de educação vai definir se o ensino religioso vai ficar como área de
conhecimento ou se será incorporado como parte do currículo de ciências humanas.
A base também terá impacto na formação de professores e na produção de material
didático e na elaboração de exames em larga escala como a avaliação nacional de
alfabetização. Cordiolli (2011, p. 115) destaca os objetivos dispostos na (Constituição
Federal, art. 214):

• Erradicação do analfabetismo;
• Universalização do atendimento escolar;
• Melhoria da qualidade do ensino;
• Formação para o trabalho;
• Promoção humanística, científica e tecnológica do País.

Segundo Moreno reporte da G1. Globo.com (Rede Globo), que comenta sobre
educação deixa em seu site as seguintes anotações que são transcritas na integra a
seguir sobre a nova Base Nacional Comum Curricular(BNCC). Disponível em:
<https://g1.globo.com/educaçao/noticia/antecipação-da-alfabetização-na-base-
curricular-levanta-debate-sobre-o-ensino-infantil> acesso em: 31 de dezembro de
2017.

Ensino Infantil
32

Objetivos de aprendizagem do campo 'Oralidade e escrita':

• 0 a 18 meses (bebês): Ter contato com diferentes gêneros textuais (poemas,


fábulas, contos, receitas, quadrinhos, anúncios etc.).
• 0 a 18 meses: Ter contato com diferentes instrumentos e suportes de escrita.
• 19 meses a 3 anos (crianças bem pequenas): Ampliar o contato com diferentes
gêneros textuais (parlendas, histórias de aventura, tirinhas, cartazes de sala,
cardápios, notícias etc.).
• 19 meses a 3 anos: Manusear diferentes instrumentos e suportes de escrita
para desenhar, traçar letras e outros sinais gráficos.
• 4 e 5 anos (crianças pequenas): Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre
suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de
fotos, desenhos e outras formas de expressão.
• 4 e 5 anos: Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas,
aliterações e ritmos.
• 4 e 5 anos: Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e
ilustrações e tentando identificar palavras conhecidas.
• 4 e 5 anos: Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita
espontânea), em situações com função social significativa.
• 4 e 5 anos: Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em
portadores conhecidos, recorrendo a estratégias de observação gráfica e de
leitura.
• 4 e 5 anos: Identificar gêneros textuais mais frequentes, recorrendo a
estratégias de configuração gráfica do portador e do texto e ilustrações nas
páginas.
• 4 e 5 anos: Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando
registros de palavras e textos, por meio de escrita espontânea.

2º Ano do Ensino Fundamental

Objetivos de aprendizagem de vários eixos de língua portuguesa:

• Leitura: Localizar, em textos curtos, informações pontuais, além de inferir, em


textos curtos, informações implícitas de fácil identificação.
33

• Escrita: Escrever mensagens pessoais (em papel ou em meios digitais),


escrever pequenos relatos informativos, escrever cartazes simples com texto
argumentativo.
• Escrita: Utilizar, ao produzir o texto, grafia correta de palavras conhecidas ou
com estruturas silábicas já dominadas, letras maiúsculas em início de frases e
em substantivos próprios, segmentação entre as palavras, ponto final, ponto de
interrogação e ponto de exclamação.
• Escrita: Revisar, reescrever e editar texto.
• Conhecimentos linguísticos e gramaticais: Recitar o alfabeto na ordem das
letras.
• Conhecimentos linguísticos e gramaticais: Escrever palavras, frases, textos
curtos nas formas imprensa e cursiva.
• Conhecimentos linguísticos e gramaticais: Escrever as palavras corretamente,
dividi-las corretamente em sílabas, conhecer sinônimos, e usar sinais de
pontuação.
• Conhecimentos linguísticos e gramaticais: Ler, de forma autônoma, textos
literários, e expressar preferências por gêneros, temas e autores.

3.2 As DCENEI e as Brinquedotecas

A infância é uma etapa essencial para a construção de novos conhecimentos e


o que se aprende nessa fase serve de base para a criança seguir em frente com mais
segurança. É um momento estratégico para a criança potencializar habilidades e
superar limitações Hein (2016). Além disso, a escola pode desempenhar um papel
importante na formação física, social, emocional, psicológica e intelectual da criança,
motivando sua autonomia e a criação de vínculos com as crianças e adultos à sua
volta. Teoricamente, as primeiras experiências da vida deixam marcas bem profundas.
Quando são boas, atitudes positivas como autoconfiança, solidariedade e
responsabilidade tendem a ser praticadas com facilidade. Caso contrário, é provável
que, tanto na infância quanto mais adiante, o indivíduo tenha problemas para se
relacionar com os outros e consigo mesmo. Hein (2016) A formação da criança está
intrinsecamente ligado ao seu instinto natural que é o do “brincar”. No seu artigo 9º
previsto nas DCNEI, os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da
Educação Básica são as interações e a brincadeira. (BRASIL, 2009). São vivências
34

com outros pares que as crianças absorvem experiências adquirindo conhecimentos


e que faz parte da construção da sua personalidade e aprendizagem.
A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância. A
integralidade do indivíduo infante decorre desse arcabouço de interações e
aprendizados com as outras crianças e adultos. Ao observar as interações e
brincadeiras entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por
exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos
e a regulação das emoções. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil
(DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009), em seu Artigo 4º, definem a criança como
“sujeito histórico e de direitos, que interage, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a
sociedade, produzindo cultura”
(BRASIL, 2009, p. 33): “seres que, em suas ações e interações com os outros e com
o mundo físico, constroem e se apropriam de conhecimentos”. Acrescentando a esta
deferência dada à criança nas DCNEI, recorre-se ao termo original de “diversão”,
“Ludus” palavra latina, com significado de “jogo” variante ludo (brincadeira). Segundo
Negrine (1994, p.62), as ludotecas são:
“espaços de jogo, onde as crianças, jovens e adolescentes vão brincar. No
Brasil se costuma denominar de brinquedoteca, termo adequadamente
justificado uma vez que na língua portuguesa se utiliza habitualmente o
vocábulo brincar, quando se faz referência ao jogo infantil”.
Esses espaços justifica-se pela missão de auxiliar no desenvolvimento da
personalidade da criança, usando como meio os jogos e os brinquedos. Os materiais
necessários, que vão desde o jogo, ao material lúdico, espaços de jogo, as
orientações, cooperação entre iguais para que haja a brincadeira.

3.2.1 Estrutura de Uma Brinquedoteca

Em uma brinquedoteca deve existir uma diversidade de brinquedos que


atendam a todas as faixa etárias. Deve-se ter cuidado com a disposição dos materiais,
a fim de que seja um convite ao início da brincadeira.

O ideal é que esses brinquedos sejam dispostos conforme a utilização lúdica


de cada um. É importante que as crianças e os adolescentes que frequentam o espaço
envolvam-se com sua manutenção, orientados pelos brinquedistas que lá trabalham.
35

Alguns autores propõem a disposição dos brinquedos, de acordo com seu tipo,
em “cantinhos”. Eles devem ser destinados à diversidade existente de brincadeiras.
Poderá existir o caminho do faz de conta, o caminho das histórias, o cantinho da
música, o cantinho dos carrinhos, entre tantos outros.

Alguns autores afirmam que a brinquedoteca dentro da escola deve ser um


lugar no qual os alunos irão apenas brincar. Para eles, esse espaço não deve oferecer
oficinas com a finalidade de ensinar técnicas artísticas, expressivas e manuais, deve
apenas caracterizar-se como um espaço cujo principal objetivo seja brincar de forma
espontânea. Contudo outros pesquisadores-como André (1991 apud NEGRINE,
1994, p.51) - defendem a ideia de brinquedoteca como espaço em que a criança pode
construir brinquedos tecnológicos, com o intuito de aprendizagem eletrônica, ou seja,
também como lugar de oficina.

Apesar de os estudos da área apresentarem diferentes opiniões e conclusões


a respeito da criação e dos objetivos característicos de uma brinquedoteca no
ambiente escolar, todos reconhecem sua importância, propondo que se comece a
utilizar espaços ociosos que existem dentro da maioria das escolas para a criação de
brinquedotecas.

Objetivos:

As brinquedotecas4 podem apresentar diferentes objetivos. Porém, antes de


tudo, deve-se ter claro que não se pode confundi-las com “creches”. O objetivo
primordial é disponibilizar uma diversidade de brinquedos e, se necessário, ensinar as
regras dos jogos.

Negrine (1994, p.46) indica que uma brinquedoteca deve:

Ser um CENTRO DE RECURSOS que empresta brinquedos, material didático


e material de primeira infância, com a finalidade de atender o momento evolutivo da
criança com necessidades especiais;

4
A LEI nº.11.104, de 21 de março de 2005, que faz referência a obrigatoriedade de instalação de
brinquedotecas em ambientes hospitalares que ofereçam atendimento às crianças (Brasil,2005).
36

OFERECER CONSELHO PROFISSIONAL, informalmente, para orientar os


pais na eleição de jogos pedagógicos, segundo a idade e o momento evolutivo;

Servir como LOCAL PARA A REUNIÃO DE PAIS, facilitando intercâmbio de


informações e experiências;

OFERECER ESPAÇO FÍSICO onde crianças, jovens e adolescentes podem


jogar.

Geralmente, as brinquedotecas costumam ser frequentadas por crianças e


jovens. Em alguns lugares há brinquedotecas especializadas-como para crianças com
necessidades educativas especiais. Quando a brinquedoteca atende a adolescentes,
o objetivo é, muitas vezes, reintegrá-los a um ambiente social saudável. Negrine
(1994, p.47)

3.2.2 As Relações Existentes Entre o Lúdico e o Desenvolvimento Psicomotor

A fim de melhor exemplificar a relação existente entre o lúdico e o


desenvolvimento psicomotor, recorre-se à teoria de Piaget (1978) acerca do jogo
infantil. Nela, o autor propõe a classificação dos jogos sob o ponto de vista
COGNITIVO, deixando claro que é por meio da manutenção e da interação ativa com
o meio ambiente (assimilação e acomodação), bem como das explorações sensório-
motoras, que o comportamento da criança torna-se cada vez mais diferenciado. Com
a construção de novos conhecimentos, a criança gradativamente revela
comportamentos intencionais, chegando, por fim, à atividade lúdica.

Na concepção de Piaget (1978), o jogo infantil pode ser dividido em três tipos
de estrutura: o exercício, o símbolo e a regra, que caracterizam diferentes períodos
do desenvolvimento infantil. Devemos lembrar que esse autor se refere à ocorrência
de “jogos de construção” nos períodos de transição entre as três etapas citadas.

O jogo SIMBÓLICO se inicia no período pré-operatório (entre 2 anos a 6 anos


ou 7 anos de idade) e é marcado pela possibilidade de a criança simbolizar, ou seja,
o sujeito é capaz de reproduzir o esquema sensório-motor fora de seu contexto e na
ausência do objeto habitual. A partir de 4 anos a criança chega ao apogeu dos jogos
simbólicos e seus jogos começam a revelar uma aproximação com situações reais.
Assim, o símbolo vai perdendo seu caráter lúdico, e brincar passa a se aproximar de
uma simples representação imitativa da realidade.
37

O jogo com REGRAS começa no período de operações concretas (entre 6 ou


7 anos e vai até 11 ou 12 anos). É caracterizado pelo declínio do simbolismo, uma vez
que fica evidente o abandono do jogo egocêntrico em favor da realização de
brincadeiras coletivas, nas quais se observa a aplicação efetiva de regras e a
existência de espirito de cooperação entre os componentes do grupo. Dessa forma o
BRINCAR é um processo natural na vida de todas as pessoas e perpassa diferentes
fases nas diversas etapas da vida de cada sujeito.

Em outras palavras, à medida que a criança cresce, seu organismo responde


de diferentes formas e utiliza distintas atividades lúdicas. A brincadeira evolui com os
desenvolvimentos intelectual, integral, afetivo e físico da criança e se adapta a
períodos críticos dessas fases (conflitos pessoais e sociais). Nesse sentido, podemos
dizer que o jogo acompanha a criança até a idade adulta e permanece na velhice.

3.2.3 O Significado da Brincadeira para a Criança

Segundo Negrine (2014), o simbolismo se encontra sistematicamente presente


nas brincadeiras entre as crianças. Existem muitos caminhos para a criança seguir,
vivendo por exemplo variados papéis na diversão. Tudo decorre da liberdade que a
criança detêm para determinar a trajetória da diversão. A disponibilidade corporal da
criança de vivenciar diversos papéis no jogo caracteriza o nível de desenvolvimento
socioafetivo que a criança possui. Como exemplifica o autor:

Por exemplo, representar o médico, o enfermeiro, um ferido, um carro que


corre muito, o “Superman” que voa, um dos três mosqueteiros, a vovó que é
muito velha e necessita de uma bengala para andar, o rei ou a rainha,
determina não somente o nível de desenvolvimento mental da criança, mas
sobretudo, a plasticidade mental que provavelmente serve de suporte ao seu
desenvolvimento. (NEGRINE, 2014, p. 89)

De acordo com o autor, quando ocorre o contrário, representação dos mesmos


papéis no jogo pode ser indicação de dificuldades e, nesse aspecto o adulto media
através de uma leitura do jogo da criança. O autor nas suas observações identifica
que há crianças que ficam prisioneiras de determinados papéis em sua
representação. Isto é, representam sempre o mesmo herói no jogo. Geralmente
aquele que manda, que não faz concessões no grupo. Negrine (2014, p.93) aponta
para:
38

Por um lado, se uma representação simbólica repetitiva indica dificuldades de


a criança vivenciar outros papéis, apontando para conflitos interiores, por
outro lado, um jogo que parece ser de pulsão pode ter componentes
simbólicos que a criança ao jogar representa, mas que não é capaz de
explicar aos demais. Ambos os comportamentos podem indicar algumas
limitações, que certamente servem de obstrução parcial ao processo de
desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Nessa linha de pensamento Negrine contradita a tese de Winnicott (1971 apud,


NEGRINE, 2014, p. 93) que postulou que “quando uma criança joga sozinha ou com
outras crianças não se avizinham problemas sérios”, porque ao jogar a criança
também pode evidenciar comportamentos que necessitam de cuidados especiais.

Há também a questão das diferentes culturas, quando o “brincar” toma


significados variados para as crianças; dependendo do objeto da diversão as suas
manifestações trazem linguagens e comportamentos diversificados, dando do mesmo
jeito como acontece em outras partes diversão à criança. Acrescentam Moreno e
Paschoal (2008, p.106)

Os jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais apresentam significados


diferentes, dependendo da cultura na qual estão inseridos, ou seja, torna-se
muito complexo estabelecer critérios para sua definição. Independentemente
do conceito atribuído a cada um, as brincadeiras, de um modo geral, fazem
parte do universo infantil.

Ainda os autores enfatizam que no Brasil, as origens dos jogos tradicionais


advêm de raízes folclóricas. Haja vista, que isto, é uma contribuição da miscigenação
de três raças que são: raça vermelha, raça negra e raça branca, esta última surgiu
dos primeiros portugueses que aportaram para colonizar o Brasil.

Outra situação que se observa segundo Negrine (2014), são fatores que
descamba para os conflitos entre as crianças. Enfatiza, que todos os que trabalham
nesta modalidade infantil, tem consciência que conflitos acontecem, e, se dá sempre
nas atividades lúdicas, independente do espaço em que jogam. Nas anotações do
autor e colaboradores, destacam quatro situações que caracterizam esses conflitos
que são:

1) Na disputa pelo poder de mandar no jogo;


2) Na invasão do espaço de jogo de uma criança ou de um grupo;
39

3) Na disputa para obter a posse de um brinquedo ou objeto de jogo;


4) Na rebeldia por não querer atender às normas preestabelecidas pelo adulto.
(NEGRINE, 2014, p.141)

Na visão do autor (NEGRINE, 2014) pontua, que não obstante a ocorrência de


conflitos no jogo infantil, à medida que a diversão vai evoluindo os grupos se mesclam.
Há crianças que saem de um grupo e entram noutro, ou mudam o jogo que estavam
brincando. O ritmo e a variação do grupo decorre da espontaneidade e criatividade de
cada criança, acresce no desenvolvimento socioafetivo dos infantes.

3.2.4 O Uso do Ludicismo na Prática Pedagógica

O jogo, a brincadeira infantil acompanha a criança desde o início da


humanidade. Não se pode separar a ludicidade da infância, pois esta é, de suma
importância para o seu desenvolvimento físico e mental. A construção da identidade
da criança tem muito a ver com as brincadeiras pelas quais ela se socializa com as
outras do grupo em que está inserida e, a mediação do adulto no contexto escolar,
leva-a a ser enturmar e perder a timidez melhorando no relacionamento em de
conhecer e ser reconhecida, amar e ser amada. Kishimoto (2007, p.69) entende que:

É através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem oportunidade


de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com
o mundo dos adultos, onde ela estabelece seu controle interior, sua auto-
estima e desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros

Incluso nessa abordagem, a brinquedoteca intercalada na educação


transformou-se como um instrumento na prática pedagógica, objeto facilitador para o
desenvolvimento cognitivo e de prazer. Nesses moldes, a nova fase da educação
infantil, foi repensada propondo englobar nesse universo, o lúdico, como atividade de
aprendizagem e de desenvolvimento da cidadania.

Pode-se perceber que no retrospecto desse trabalho, ver-se os


posicionamentos dos educadores que discutiram propostas desde séculos passados
no intuito de incluir as atividades lúdicas no âmbito escolar; pois o brincar, faz parte
da natureza infantil, como muito já se evidenciou nesse trabalho e é, ratificado pelos
os autores, Macedo, Petty e Passos (2005, p.16) “Valorizar o lúdico nos processos de
aprendizagem significa, entre outras coisas, considera-lo na perspectiva das
40

crianças”. Bem como aderir um novo paradigma no sistema de “aprender brincando”


inspirado numa concepção para além da instrução.

É interessante enumerar que a ludicidade como parte do recurso pedagógico


pode resultar nas seguintes finalidades:

1-Uma ação prazerosa, enriquecedora, construtora, integradora;

2-Possibilidade de criar e reconstruir conhecimentos;

3-Traz qualificações às tarefas escolares, principalmente na perspectiva daquelas que


são propostas às crianças;

4-proporciona um desenvolvimento salutar e harmônico, além do intercâmbio cultural;

5-Aprimora a inteligência emocional, aumenta a integração. Promovendo, o


crescimento físico, intelecto e adaptação social.

Nas palavras de Kishimoto (2007, p. 100): “Os jogos educativos ou didáticos


estão orientados para estimular o desenvolvimento cognitivo e são importantes para
o desenvolvimento do conhecimento escolar mais elaborado-calcular, ler e escrever”.
Portanto, a ludoteca no processo educacional, pode contribuir satisfatoriamente no
desenvolvimento construtivista das crianças, assim também se for aplicada e bem
compreendida auxiliará na melhoria do ensino, quer na redefinição dos valores, quer
nos relacionamentos interpessoal em sociedade.

4 DESENVOLVENDO HABILIDADES COM CRIANÇAS ACIMA DE 4 ANOS


ATRAVÉS DO LÚDICO
4.1 Diversas Brincadeiras como Alternativas para a Faixa Etária de 4 A 8 anos
de Idade

Segundo Delalande (2011, p.70)


O recreio da escola pode ser analisado como uma microssociedade, no
interior da qual cada criança deve encontrar o seu lugar para a integração
numa brincadeira. A distribuição dos papeis na brincadeira cria relações de
dependência entre os jogadores e constrói uma ligação de solidariedade
entre as crianças que a superam, partindo da atividade lúdica.
Partindo desta premissa a escola deve ser um espaço prazeroso para as
crianças e para o professor, ambos encontrarão o sucesso através das brincadeiras,
41

para aquela um excelente caminho para o seu desenvolvimento, para este maneira
agradável de ensinar. Desse modo deve-se entender que as brincadeiras são
recursos que geram motivações na aprendizagem e não constituição da
aprendizagem em si, todavia são mecanismos úteis para transmissão de conteúdos e
o professor tem ciência desses benefícios.
Como para esboçar este trabalho e dá ênfase ao arcabouço de criatividade que
o professor já possui acrescentou-se, algumas atividades lúdicas e educativas neste
capitulo no sentido de fomentar o tão natural estimulado comportamento das crianças
para que se articulem no brincar, realce a fantasia, se esbaldem nos jogos, e se
manifestem através da expressão corporal. São propostas de atividades lúdicas para
criança de 4 a 8 anos. É uma pequena contribuição para a práxis pedagógica dos
professores de Educação Infantil. Vale ressaltar, que cada sala de aula, tem um
contexto próprio, devendo, portanto, as ideias expostas aqui, caso sejam utilizadas,
serem adequada a cada situação específica e especificidade de cada criança.
Professor, é importante discutir com os alunos sobre cada jogo, antes de iniciá-
los, orientando-os sobre o que estão aprendendo, pois é importante também, que
saibam que, por meio de jogos também se aprende

MINISTÉRIO INFANTIL- Todas as figuras de 01 a 11, estão Disponível em:


<http://vidaplenainfantil.blogspot.com.br/2009/07/de-100-brincadeiras.html.>
Acessado em: 21 de Janeiro de 2018
42

4.1.1 Atividade Lúdica Morto Vivo

Figura 1- Morto Vivo

IDADE: 4 anos em diante

MATERIAL: Não é necessário.

OBJETIVO: Trabalhar o raciocínio rápido da criança.

ATIVIDADE: O condutor irá dispor as crianças enfileiradas na horizontal, todas as


vezes que o condutor falar MORTO, as crianças devem se agachar e quando ele falar
VIVO eles devem se levantar, o condutor deverá ir falando cada vez mais rápido para
que as crianças se confundam, e a medida que o jogador errar sairá da brincadeira
até que fique apenas o vencedor, podendo a brincadeira reiniciar novamente.
43

4.1.2 Atividade Lúdica Acerta Latas

Figura 2- Acerta Latas

Idade: 5 anos em diante

OBJETIVO: Treinar a coordenação motora da criança.

Material: 6 latas ornamentadas e do mesmo tamanho, 3 bolas, pode ser bola de tênis
de quadra, marcadores, depende do piso.

Descrevendo a Brincadeira: Dispor as 6 latas num suporte de 1 (um) metro a partir do


chão. Forme-as na estrutura de uma pirâmide, ou seja, 3 latas na base, 2 em cima e
1 no topo. Marque uma linha no chão ou piso com o marcador pode ser um giz, a uma
distância de 3 (três) metros, do posicionamento das crianças de onde lançarão as
bolas. Três bolas serão dadas a cada jogador que tentarão derribar as latas. Cada
bola atingida valerá 1 ponto. Quem conseguir derribar todas as latas acrescentará três
pontos.
44

4.1.3 Atividade Lúdica Pique Cowboy

Figura 3- Pique Cowboy

Idade: a partir dos 5 anos

Material: 1 bambolê, corda, espaço livre.

Propósitos a serem alcançados: coordenação motora, noção de espaço, agilidade nos


movimentos….

Descrevendo a atividade: os docentes ficarão por todo o espaço. O orientador escolhe


um Cowboy (chamado de pegador) que cuja função é capturar os outros colegas,
jogando o laço com o bambolê atado a uma corda, nesse sentido até chegar ao último
Cowboy a brincadeira não terminará. Para que todos participem.
45

4.1.4 Atividade Lúdica Bambolê

Figura 4- Bambolê
Material: Bambolê.
Idade: 5 anos em diante
Proposito: Trabalhar a concentração da criança, capacitação de negociar,
partilhamento entre as crianças e aguçar hipótese.
Orientando a atividade: organizar a turma em dupla, um brincante lançará o bambolê
sobre o outro brincante que o laçará. A distância de um jogador para o outro deve ser
de 3 metros. A dupla que pontuar mais ganhará. Mas atenção, o acerto deve-se em
o jogador/alvo ficar dentro do bambolê.
46

4.1.5 Atividade Lúdica Escola de Dança

Figura 5 - Escola de Dança

Material: não é necessário

Idade: 5 anos em diante

Propósito: Instigar: a criatividade, percepção e trabalhar a memória visual e


coordenação física e motora

Trabalhando a atividade: Dispõem toda a turma em equipes separadas e em círculos.


Cada equipe por sua vez, criará uma dança em forma de coreografia que apresentará
aos demais. Cada equipe terá o seu líder, que liderará a sua equipe, a sua função é
iniciar fazendo gestos ritmado, depois outro ritmo, (tudo criado), e outro, até formar a
coreografia ensaiada. De uma maneira alternada quando o líder iniciar um ritmo
diferente o integrante à sua direita repetirá os gestos imediatamente anterior e assim
até o último do grupo (à esquerda do líder) executar o último gesto coreógrafo.
47

4.1.6 Atividade Lúdica Ar, Terra e Mar

Figura 6 - Ar, Terra e Mar

Idade: 5 anos em diante

Material: Lousa negra, giz (qualquer cor)

Propósito: Trabalhar a memória associativa, Linguagem e Assimilar conhecimento


diversos

Descrevendo a atividade: A orientadora dividirá a lousa em três partes equivalentes.


Desenhará símbolos pertinentes a cada aspecto respectivamente, Ar, Terra e Mar. A
professora nominará um animal, por exemplo, gavião, e pergunta para a primeira
criança a qual ambiente que o pássaro vive. Se por um acaso a criança não acertar a
48

docente pode ajuda-la. Alternando a brincadeira a professora dirá: Ar, Terra ou Mar e
a criança responderá com o nome de um animal que vive em um desses ambientes.

4.1.7 Atividade Lúdica Apito Escondido

Figura 7 - Apito Escondido

Idade: 5 anos em diante

Material: apito

Propósito: Trabalhar a noção de espaço, enfrentar dificuldades, percepção dos


desafios

Desenvolvendo a atividade: Ao formarem um círculo, a docente(o) disponibilizará


integrantes da turma de dois a três participantes que ficarão a parte da brincadeira
(estes não poderão ouvir as explicações do jogo) ao passo que os demais que ficarão
49

receberão as instruções. Ao tomarem ciência da atividade, o responsável chamara um


dos participantes que saíram do espaço da brincadeira. A dinâmica é, que o
participante que ficou alheio a brincadeira tentará adivinhar qual dos integrantes
esconde o apito. Os participantes, estarão todos apostos em pé com os punhos
fechados simulando que escondem um apito e, vez por outra, o que estiver com o
apito soprará, deixando o que está no centro da brincadeira curioso, na busca de quem
está com o apito. Passará um dito que pode passar de mão em mão o apito e, o que
está no centro deve apontar para alguém para que lhe mostre as mãos se caso
desconfiar, para ver se está ou não com o apito.

Para confundir quem procura pelo o apito o mediador deve andar dentro do círculo,
falando, no intuito de tirar-lhe a atenção, Moral da brincadeira, nenhum participante
do círculo, estará de posse do apito e sim preso às costas do professor orientador da
atividade, e este, vez por outra, assoprará o apito, sempre ocultamente para que o
participante desavisado não descubra o truque (o docente deverá facilitar a
brincadeira).
50

4.1.8 Atividade Lúdica Espelho

Figura 8 - Espelho

Idade: 4 anos em diante

Material: não é necessário

Propósito: Evolução da motricidade, percepções espaciais e temporais e afetividade

Trabalhando a atividade: O docente escolhe dois alunos e os coloca um de frente para


o outro. Um deles, deverá fazer os seguintes movimentos, andar, parar, correr, fazer
gestos, enquanto o outro aluno caberá imita-lo.
51

4.1.9 Atividade Lúdica Estátua

Figura 9 - Estátua

Idade: 4 anos em diante

Material: não é necessário

Propósito: Esquema corporal, noção temporal e corporal.

Trabalhando a Brincadeira: A brincadeira inicia-se com a escolha democraticamente


do “Senhor das Estatuas”, o escolhido dá ordem aos colegas a andarem pelo espaço,
aleatoriamente, quando o “Senhor das Estatuas” contar: 1,2,3 e falar: ESTATUA,
todos então, ao mesmo tempo, ficarão como uma ESTATUA. Nesse momento o
Senhor, fará caretas, gestos, brincadeiras para que as ESTATUAS se mexam. A
52

medida que algum colega se mexer vai saindo até ao último. É proibido fazer cócegas.
O último a se mexer tomará o lugar do “Senhor das Estatuas”.

4.1.10 Atividade Lúdica Reproduzindo Ritmos com as Mãos

Figura 10 - Reproduzindo ritmos com as mãos


Idade: 4 anos em diante
Material: não é necessário
Propósito: Trabalhar o melhoramento da atenção e da memorização da criança,
desenvolver a captação da sequência temporal no sentido de duração e intervalo.
Desenvolvendo a atividade: O docente efetuará qualquer ritmo, produzindo um arranjo
musical, usando as mãos sobre a carteira. Isto será num espaço de tempo, enquanto
as crianças escutam. Depois, uma por uma executa o mesmo ritmo que o professor
criou, usando as mãos também sobre a carteira. Observação, pode variar o ritmo que
53

vai de lento ao ritmo rápido. Faça a brincadeira de olhos fechados ou abertos


alternadamente.

4.1.11 Atividade Lúdica Mímica

Figura 11 – Mímica

Idade: A partir de 5 anos

Material: não é necessário

Propósito: trabalhar a cognição da criança

Definição da atividade: uma determinada criança faz imitação de alguém ou coisa e


os demais colegas tentarão adivinhar o que ele está imitando.

Reconhecer o outro: é feito um círculo e no centro um aluno com os olhos vendados


fica parado enquanto o círculo gira e ao sinal do professor círculo vira e para de rodar
e este aluno se dirigirá a um colega e deverá identificá-lo apenas apalpando seu rosto.
54

4.1.12 Atividade Lúdica Jogos das Fichas Coloridas


55
56

Figuras 12 - Jogo das Fichas Coloridas- Fonte: Curso do pró-letramento de Matemática


Disponível em: <https://ensfundamental1.wordpress.com/407-2/415-2/> Acesso em: 2 de dezembro de
2017.

Idade: 7-8 anos

Material: 10 fichas coloridas (vermelhas, azuis, verdes e brancas) numeradas de 0 a


9 Cartaz básico (tamanho A4) com cores variadas

Objetivos: Perceber que o número é formado de algarismos ordenados;

Relacionar as cores das fichas às ordens numéricas

Desenvolvimento Atividade: Formar grupos de 3 a 5 participantes. Cada jogador pega


uma ficha de cada cor e registra o número formado no quadro somando os valores.
Em seguida passa a vez ao colega. Depois da última jogada ganha aquele que
conseguir formar o maior numeral.
57

Este jogo é utilizado para trabalhar o conceito de ordens e classes. O mais importante
é a interação. Os participantes podem ajudar um ao outro, mutuamente, sem interferir
no desempenho do vencedor. O professor deve acompanhar o registro do jogo e fazer
as explorações possíveis, graduando as intervenções a cada dia do jogo.

4.1.13 Atividade Lúdica Trilha: Conquistando os Direitos

Figura
13-
Trilha:

Conquistando os Direitos JOGOS- História/Geografia: Ensino Fundamental I- Fonte:


Disponível em: <https://ensfundamental1.wordpress.com/407-2/427-2/> Acesso em: 22 de dezembro
de 2017.

Idade: 7-8 anos

Material: Tabuleiro, marcadores e fichas em cores: Movimento Camponês-verde;


Primeiro de Maio – azul; Movimentos Sociais- amarelo; Abolição da escravidão- rosa

Objetivos: Oportunizar ao aluno o conhecimento como se deu as lutas e as conquistas


dos direitos em nosso país e despertar a conscientização de que as lutas por direitos
ainda continua e que ele como cidadão pode contribuir para as conquistas dos
mesmos
58

Descrição da Atividade: Reúna de 3 a 4 alunos, Todas as fichas devem estar em cima


da mesa e com as perguntas voltadas para baixo, formando um monte. Só inicia a
atividade após os marcadores estarem posicionados na largada. Cada jogador (a)
lança o dado. Aquele que obter o maior número começa o jogo. O jogador (a) seguinte
a jogar será aquele (a) que atingir o segundo maior número, e assim sucessivamente.
Cada jogador (a), na sua vez, lança o dado e avança com seu peão o número de
casas de acordo com o resultado obtido. Ao longo do percurso existem casas de cor
amarela. Se o (a) jogador (a) parar em algumas delas, deve virar uma das fichas e
responder à questão. Se acertar, ele (a) fica com a ficha. Se errar, a ficha deve ser
devolvida ao final do monte. Vence o jogo quem primeiro cumprir a caminhada e tiver
o maior número de fichas.
59

4.1.14 Atividade Lúdica Crianças Brincando de Escravos de Jó

Figura 14 - Escravos de Jó- Fonte: Disponível em: <https://portaldoprofessor.mec.gov.br/ficha


TecnicaAula.html?aula= 23/23> Acesso em: 20 de dezembro de 2017.

Idade: 5 anos em diante

Material: latinha de alumínio, caixa de fósforo, copos de plástico, Pode-se


confeccionar juntamente com as crianças um chocalho para a brincadeira entre outros

Objetivos: Trabalhar a atenção e os reflexos. Exercitar a coordenação motora grossa.


Cantar a música em diferentes entonações. Aprimorar a destreza nos movimentos.
Música:
Escravos de Jó
Jogavam o caxangá.
Tira, põe, deixa o Zé Pereira ficar.
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue-zigue-zá.(Bis)
60

Reúna as crianças em um circulo


Ao cantarem todos de uma só vez, no ritmo lento ou rápido da música, inicia-
se o passa –passa do objeto de mão em mão, no sentido horário ou anti-horário,
segundo a escolha do mediador. Será nessa ordem: No termo TIRA a criança
segura o objeto e, no PÕE, coloca-o a sua frente. E no trocadilho ZIGUE-ZIGUE-ZÁ
a criança faz de conta que passa para o colega do lado direito (no caso se for no
sentido anti-horário) e sem larga-lo recoloca-o para a sua frente e ai sim só largando
o objeto no termo ZÁ. As entonações serão assim, na primeira vez cantam-se a
música pela letra. Na repetição da brincadeira se canta silabicamente LÁ, LÁ,
LÁ...LÁ, LÁ, LÁ. Na terceira vez é solfejada com a boca fechada: HUM, HUM,
HUM...HUM, HUM, HUM. Quarta vez, o ritmo é conduzido por assobios e, por último,
brinca-se em silêncio, marcando o ritmo pela passagem do objeto.
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4.1.15 Atividade Lúdica Cabra Cega

Figura 15 - Cabra cega: Fonte: Disponível em: <https://br.guiainfantil.com › Educação › Jogos>


Acesso em: 20 de dezembro de 2017.

Idade: a partir dos 5 anos

Material: uma venda

Objetivos: Entre os muitos benefícios, permite as crianças a se divertir, realizar


exercícios físicos, interagir com seus amigos, desenvolver atenção tátil, melhorar sua
percepção de espaço e sua agilidade.

Descrição da Brincadeira: Posicionados em círculo, segurando as mãos,


escolhem por sorteio ou por indicação a “cabra-cega” que se dirigirá ao centro da roda
como os olhos vendados.

Depois de dar três voltas sobre si mesma, a “cabra-cega” tentará pegar algum
amiguinho. O grupo poderá se espalhar para impedir que a cabra pegue alguém, mas
é recomendável não soltarem as mãos. Quando conseguir pegar algum amiguinho, e
o reconhece, trocará de lugar com ele. O importante é que a cabra-cega reconheça
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seus amiguinhos pelo tato, e que não permaneça muito tempo com os olhos
vendados.

A brinquedoteca provoca reflexões e, por despertar pais e educadores para


uma nova maneira de considerar a atividade infantil, provoca também
alterações em escalas de valores. Pelo simples fato de existir, a
brinquedoteca é um testemunho de valorização da atividade lúdica das
crianças. (CUNHA, 1997, p. 11-14).

O jogo é para a criança um exercício bem como, a preparação para a vida


adulta, enquanto a criança está simplesmente brincando incorpora valores, conceitos
e conteúdos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Averiguou-se entre os autores, que a brinquedoteca que se origina do latim


ludus “jogo”, Negrine (1994), inserida na educação infantil é um instrumento basilar
para a prática pedagógica e que toda escola desta modalidade deve possuir uma,
também é consenso que se utilizem espaços ociosos que há dentro de muitas escolas
para formar uma brinquedoteca, para atender a todas as faixa etárias, haja vista, está
firmada por lei. A atividade lúdica dinamiza a aula do docente além de, entender a
necessidade da criança demonstrada pelo seu perfil natural. Também o aprender
brincando desenvolve os aspectos motora, social, afetivo entre outras capacidades,
levando-se em conta, a teoria piagetiano (1978) baseada nas fases cognitiva da
criança, Negrine (2014), endossa a ideia da percepção simbólica de a criança
representar (imitar) vários papéis em seu contexto lúdico auxiliando-a para a
experiência sociafetiva, como vista no subtópico 3.2.3, O Significado da Brincadeira
para a Criança. Os procedimentos são simples e viáveis, basta que o professor
assuma um compromisso com o desenvolvimento integral da criança dentro de seu
processo de aprendizagem.

A atividade lúdica é um recurso que além de evitar a monotonia que as vezes


entrava a aula, promove ao ambiente escolar uma harmonia entre
o fazer pedagógico e a aprendizagem infantil, traz benefícios no processo de ensino
e aprendizagem em uma rotina mais prazerosa, proveitosa e significante para a
criança. Para Santos (1997) criar um espaço alegre, colorido, diferente e desafiante
para que a criança brinque e aprenda e desenvolva entre outras faculdades a
autoestima, senso crítico, autonomia.

Verificou-se que o brincar através de seu simbolismo manifesta variados


comportamentos internalizados na criança que precisam ser lapidados como nas
figuras 4.1.7 Atividade Lúdica Apito Escondido e 4.1.8 Atividade Lúdica Espelho.
Estas são atividades onde a criança consegue revelar sentimentos, posturas de
afetividade no sentido de conhecer e se reconhecida pelo outro, e da percepção aguda
acerca da vida de que existem muitos desafios a serem enfrentados no cotidiano.
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O ambiente escolar deve ser o lugar onde a criança se sinta acolhida,


amparada, estimulada e compreendida. O professor assim como a instituição de
educação infantil, através da realização das atividades lúdicas podem constatar e
analisar situações diversas no desenvolvimento da criança como na superação de
possíveis dificuldades, identificação da aquisição de conhecimento, demonstração de
capacidades psicomotora, cognitiva e sociocultural e, principalmente, a
conscientização dos seus direitos como cidadão.

Atividades como 4.1.13 Atividade Lúdica Trilha: Conquistando os Direitos é um


exemplo disto, onde as crianças são instigadas por meio do conhecimento das lutas
e conquistas dos direitos em nosso país a desperta-las à conscientização de que as
lutas por direitos ainda continua e que ele como cidadão pode contribuir para as
conquistas dos mesmos.

Fundamentado nas propostas de atividades inseridas nesse trabalho


acadêmico, que se mostra como um pequeno percurso na vereda interminável do
conhecimento, levantam-se possibilidades e sugestões de trabalho para enriquecer e
auxiliar o fazer pedagógico na educação infantil.

A escola tem o dever de atuar positivamente, garantindo possibilidades para o


desenvolvimento do brincar, pois esta conquista em favor das crianças são resultados
das lutas de educadores que pensaram a criança como um indivíduo social.
Faz-se necessário apontar para o papel do educador infantil, que como figura
fundamental, garanta no seu fazer pedagógico o enriquecimento do brincar como
atividade social da infância ele é, e sempre será, aquele que cria os espaços,
oferecendo material e partilhando das brincadeiras.

Atuando desta maneira, o docente estará facilitando aos discentes


Caminhos para absorver saberes culturais e crescimento para a vida adulta, de forma
criativa, social e mútua. Esses valores, são aprendidos e compartilhados socialmente
instigados pela didática do lúdicismo.
A imaginação relacionado com a realidade objetiva da criança é que dá luz ao
lúdico. Pode-se afirmar que as atividades lúdicas abre portas para a tecelagem da
linguagem, pois a imaginação no contexto do brincar possibilita a criança conceber
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novas formas de forjar a realidade do ponto de vista social e cultural em que vive, além
de servir como base para a construção de conhecimentos e valores.

Conclui-se alguns benefícios que as atividades lúdicas e os jogos podem trazer:

• Permitem a formação do autoconceito positivo;


• Possibilitam o desenvolvimento integral da criança;
• O jogo e o brinquedo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção
da criança na sociedade;
• O brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a
habitação e a educação;
• O jogo é essencial para a saúde física e mental;
• O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo adulto e isto possibilita
a meditação entre o real e o imaginário;

É premente a necessidade, pois, que as instituições de educação infantil,


apense as crianças a fim de que tenham condições de participarem de atividades que
deixem florescer o lúdico.
Sendo assim, a aprendizagem, uma consequência da brincadeira e dependendo da
atuação da escola e da práxis pedagógica voltada para a criança como sujeito social
e principal, deve-se acreditar, que agregar jogos e brincadeiras como proposta
curricular, possibilita à criança base para subjetividade e compreensão da realidade
concreta.
Os professores como participantes de todo o desenvolvimento lúdico no
ambiente escolar se coloquem como esses agentes mediadores das brincadeiras,
resignificando-as, para que as crianças assimile de uma forma rica e prazerosa o
conhecimento.
Finalmente, ratificando, que o verdadeiro propósito do lúdico é de nortear as
atividades em todos os aspectos, de modo que as crianças reconheçam a escola
como um espaço de exploração e experimentação.
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