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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Desafios e respostas
Brasília 2015
PANORAMA MUNDIA L DA
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Desafios e respostas
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
SENAI/DN
Unidade de Estudos e Prospectiva - UNIEPRO
FICHA CATALOGRÁFICA
S491p
ISBN 978-85-7519-871-1
CDU: 37:327
Sumário 7
executivo
1 Introdução 11
1.1 História-geografia
da educação profissional 13
2 Panorama
de países
selecionados 23
2.1 Alemanha 24
2.2 Áustria 27
2.3 Suíça 29
2.4 Dinamarca 31
2.5 Outros Países Escandinavos 34
2.5.1 Suécia 34
2.5.2 Noruega 36
2.5.3 Finlândia 38
2.6 Países da Europa
central e do Norte 39
2.6.1 República Tcheca 40
2.6.2 Hungria 41
2.6.3 Bélgica (Flandres) 43
2.7 Modelo Escolar Estatal 45
2.7.1 França 45
2.7.2 Espanha 48
2.7.3 República da Irlanda 49
2.7.4 Israel 51
2.8 O Modelo Liberal 53
2.8.1 Reino Unido 54
2.8.2 Austrália 56
2.8.3 Estados Unidos 58
2.9 Países Asiáticos 62
2.9.1 China 62
2.9.2 Índia 65
2.9.3 República da Coreia 68
2.9.4 Japão 71
2.10 Países Latino-Americanos 74
2.10.1 México 74
2.10.2 Chile 77
2.10.3 Argentina 79
2.10.4 Brasil 82
3 Questões
estratégicas 90
3.1 Aspectos da organização da
Educação Profissional 90
3.2 A Gestão e as reformas 90
3.3 Como tornar atrativa a
educação Profissional 92
3.4 Currículos e Metodologias
em Interação 93
3.5 Educação geral versus
profissional? 96
3.6 Os Educadores:
sem eles não há currículo 104
3.7 Tecnologias: soluções,
não panaceias 109
3.8 A aprendizagem na empresa:
Experiências Internacionais 111
3.9 Tendências Convergentes:
Onde Vamos? 121
3.9.1 Desafios & Respostas 127
4 Referências 131
SUMÁRIO EXECUTIVO
1. Organização deste trabalho: esta pesquisa visa identificar os princi-
pais problemas e soluções, bem como questões pendentes, encontra-
dos pela educação e formação profissional na atualidade em 23 países
selecionados dos cinco continentes, inclusive o Brasil. Inicia-se com um
histórico da educação profissional e o delineamento dos três modelos
históricos surgidos da Revolução Industrial: a) o anglo-saxônico, orien-
tado pelo mercado e realizado inicialmente pela aprendizagem na em-
presa, a que se associou posteriormente a escolaridade; b) o francês,
baseado na escola, com controle estatal; c) o dual, caracterizado ini-
cialmente pela aprendizagem na empresa, com controle social, fundado
pela Alemanha. Como esses tipos se tornaram cada vez mais híbridos,
analisam-se outras tipologias, culminando com uma proposta que agre-
ga os países focalizados. Em continuidade, para cada um destes paí-
ses, agrupados conforme a tipologia, particularizam-se a organização
e o funcionamento da educação profissional, destacando os principais
desafios e respostas, inclusive inovações avaliadas.
Sucedendo a essa parte analítica, a pesquisa faz uma síntese dos princi-
pais aspectos constatados, da situação do seu conhecimento, das alterna-
tivas experimentadas e das lições relevantes. Com isso, divide-se em tó-
picos transversais, começando por um resumo dos desafios e respostas
mais frequentes. Em prosseguimento, abordam-se a gestão e reformas
da educação profissional, os currículos e as metodologias, a atratividade
da educação profissional, a formação dos educadores, as tecnologias da
informação e comunicação, a aprendizagem na empresa e as tendências
convergentes, detectadas na análise, indicando rumos tomados pela edu-
cação e formação profissional no mundo. Sintetizam-se a seguir desafios
e respostas, bem como os rumos esboçados ou explicitados.
Ainda que seja difícil sintetizar séculos de história e amplo leque de tendências,
estas matrizes iniciais têm repercussões até hoje. Num mundo cada vez mais glo-
balizado, as fronteiras entre as três matrizes começaram a se esbater já no século
XIX, à medida que novos países se industrializavam e procuravam pinçar fontes
diversas de inspiração, adaptá-las à sua realidade e, também inovando, enrique-
cer substancialmente o que consideravam mais útil dos três modelos. Na primei-
ra onda, o Império Austro-Húngaro, dos Habsburgos, inclinou-se em favor do mo-
delo dual, como a Áustria até hoje, mas não a atual Hungria. A Rússia Imperial se
baseou mais no modelo estatal francês, com a formação escolar, porém as suas
oficinas desenvolveram técnicas admiráveis e formaram na aprendizagem gran-
de número de refinados profissionais. Della Vos (1820-1990), diretor do Colégio
Técnico de Moscou, deu origem ao método de análise de tarefas, fundamento da
educação profissional baseada em competências, que, por sua vez, assinalam os
mesmos historiadores, chegou às séries metódicas ocupacionais do SENAI, com
Ricardo Mange (GREINERT, 2005). Afinal, os Estados Unidos, o Canadá e a Aus-
trália buscaram o modelo liberal, com ênfase à iniciativa privada para atender às
necessidades do mercado. Porém, os Estados Unidos avançaram na organização
da produção e do trabalho, primeiro com o taylorismo e, depois, com o fordismo.
No entanto, isso não seria suficiente quantitativa e qualitativamente para formar
o pessoal necessário à industrialização, num período de tecnologias mais avan-
çadas, como não o foi na Inglaterra. Daí, nos Estados Unidos, o forte movimento
em favor da educação vocacional no século XIX, que levou à constituição da escola
compreensiva (comprehensive school), com ramos diferentes, inclusive o vocacio-
nal, sob o mesmo teto. Forças políticas, com ampla participação dos sindicatos,
rejeitaram uma escola profissional separada, como na Europa, para o país não ter
um ramo escolar “de segunda classe”. Assim se separaram a educação e o trei-
namento profissional, o primeiro a cargo da escola e o último, da aprendizagem
na empresa, hoje de modesta expressão. Além disso, segundo o corte liberal,
germinou uma miríade de proprietary schools, que buscam atender aos nichos do
mercado. Por sua vez, o Japão se abriu para o exterior e aclimatou contribuições
no sentido de gerar uma cultura de empresa, já que não dispunha de cultura de
1. P
aíses alinhados com o modelo dual: Alemanha, Áustria, Dinamarca e
Suíça de língua alemã. Devido às suas características culturais e históricas,
a sua implantação é difícil, como o caso da escola compreensiva nos EUA.
Por isso mesmo, um veterano comparatista britânico (PIDGEON, 1969)
considerava que os sistemas educacionais não viajam bem, ou seja, as
árvores enraizadas numa paisagem sociocultural podem não se dar bem
em outras paisagens Eis por que partes do modelo são mais facilmente
adotáveis do que o conjunto.
2. P
aíses predominantemente alinhados com o modelo estatal francês:
França, Suíça de língua francesa, Espanha, Grécia, Itália, México e Portugal.
3. P
aíses predominantemente alinhados com o modelo liberal anglo-
saxão: Reino Unido (com variações internas), Estados Unidos, Canadá,
Austrália. Neles a escolarização passou a assumir papel primordial, tendo
em vista as mudanças econômicas e sociais.
Por outro lado, não se pode esquecer a formação para o amplo setor infor-
mal na África Subsaariana, que segue, inclusive, processos tradicionais (SIN-
GH, 2009), mas onde a educação profissional carece de apoio institucional
e compete desigualmente com a acadêmica tanto em nível médio quanto
superior. Igualmente, a educação profissional tem uma presença débil no
PREDOMINANTE
MERCADO DE TRABALHO ESTADO
1
A literatura oficial chinesa afirma que têm sido implantados princípios do sistema dual, com assistência técnica exterior, mas pouco se sabe dos
obstáculos e da extensão. No entanto, as escolas, como informado adiante, são responsáveis pela educação profissional, embora não consigam
atender às proporções da procura.
Diante desse leque simplificado de diversidades, fica claro que a educação com-
parada precisa atentar para o contexto histórico-sociocultural de cada sistema
educacional nacional e subnacional. Eis por que a transição de um modelo para
outro ou de uma categoria para outra apresenta alto grau de dificuldade. To-
davia, a literatura especializada se indaga sobre a eficácia dos diferentes tipos.
O que seria melhor para um país (ou região), resguardadas as suas caracte-
rísticas? Que combinações poderiam favorecer o êxito de países e regiões na
educação e formação profissionais?
• O
modelo dual tende a ser mais efetivo que o baseado na escola, tem alta fle-
xibilidade para adequar-se às mudanças do trabalho e das tecnologias e
conta com grande envolvimento dos parceiros sociais. A vertente escolar
é provida por estabelecimentos públicos. Entretanto, é prejudicado quan-
do há falhas na educação e treinamento gerais, aumentando os custos.
• O
modelo baseado na escola assegura relevância dos currículos quando os di-
versos atores interessados estão envolvidos, porém depende do seu grau de
• O
treinamento informal tende a ser efetivo, todavia, pouco se sabe das suas
vantagens e desvantagens em relação às demais alternativas.
Por todos esses motivos, o Quadro 1 deve ser visto com cautela, mantendo
fronteiras flexíveis, visando à organização deste trabalho. Assim, serão analisa-
dos, brevemente, 25 países, agrupados segundo as raízes históricas e o alinha-
mento predominante hoje com determinado modelo.
2.1 Alemanha
Por outro lado, a sistema de orientação profissional precisa ser reformado, con-
figurando-se, assim, como apoio fundamental à profissionalização, de modo a
minimizar erros de opção e vedar pontos de desperdício, cujo custo recai em
grande parte sobre a coletividade. Os grupos de status socioeconômico menos
favorecidos, em particular, necessitam de maior informação e transparência,
por terem menos acesso às informações.
• P
ara além da educação técnica, o retorno várias vezes aos processos edu-
cativos durante a vida constituem, ao menos em parte, consequências da
complexidade e fluxo de mudanças do trabalho. Por isso, têm aumentado
não só a participação das empresas, como das pessoas, na educação pro-
fissional continuada (ALEMANHA, 2014).
2.2 Áustria
Um dos países cujos jovens mais manifestam interesse pela educação profissio-
nal, na Áustria cerca de 80% da coorte que sai da educação compulsória ingres-
sa nas opções profissionalizantes, sendo em torno de 40% na aprendizagem em
empresa, 15% em escola profissional e 27% num curso de cinco anos também
em instituições de nível secundário. Como na Alemanha, o ingresso nas empre-
sas para aprendizagem é limitado e seletivo, isto é, o aprendiz pode ter orgulho
de sua conquista.
• A
elevação da escolaridade e a criação de instituições diversificadas, com
programas flexíveis para atender às diversas demandas.
• A
multiplicidade de opções profissionais destaca a necessidade de de-
licado equilíbrio entre amplitude e especialização, a ser continuamente
ajustado, de modo a maximizar os benefícios individuais e coletivos da
educação e formação profissional.
• C
omo alicerce, continua a enfatizar-se a necessidade de sanar as defici-
ências da educação básica no letramento e aritmética. Pelas dificuldades
linguísticas e culturais implicadas, este é um ponto importante para os
países que recebem imigrantes, num fluxo continuado.
2.3 Suíça
Do ponto de vista da gestão, três atores estão envolvidos, com claras definições
de funções e satisfatório entrosamento: os governos da Confederação e dos
cantões e as empresas. Um terço dessas participa do sistema dual. Com isso,
são atraídos docentes e gestores bem preparados e os equipamentos são man-
tidos com alto grau de atualização. Entre os instrumentos avaliativos, um deles,
relativamente simples, é um roteiro periódico de autoavaliação das empresas
(HOECKEL; FIELD; GRUBB, 2009).
• A
educação profissional é escolhida por grande parte dos jovens porque,
pela sua qualidade e consequente empregabilidade, tem vantagem sobre
outras alternativas.
• A
qualidade depende em grande parte de um corpo de docentes e ins-
trutores bem preparado e da atualização contínua dos equipamentos, no
quadro de interação entre escolas e empresas.
• O
avanço da escolaridade, requerido pela economia, é atendido pelas ins-
tituições pós-secundárias, de nível superior ou não, e pela educação ao
longo da vida.
2.4 Dinamarca
A Dinamarca, que também adota o sistema dual, com suas próprias caracterís-
ticas, mantém dois sistemas educacionais: o que se chamaria regular e a edu-
cação e treinamento continuados de adultos. Além dessa ênfase à educação de
segunda oportunidade e ao longo da vida, o país mantém, na educação regular,
a escola compreensiva, com a educação obrigatória, de nove séries anuais, dos
seis aos 16 anos de idade. A Folkeskole, literalmente escola do povo, é o estabe-
lecimento municipal da comunidade que teve papel relevante na democratiza-
ção educacional do país. Ao contrário dos países precedentes, a seleção dos alu-
nos por trajetória educacional ocorre após a conclusão desse nível, na educação
secundária superior, quando se divide nos ramos geral (preparatório para os
estudos superiores) e profissionalizante. Antes da formação profissional pro-
priamente dita, a escola secundária orienta profissionalmente os seus estudan-
tes, porém cerca de 80% deles já começam alguma forma de profissionalização
depois do nono e décimo anos (CEDEFOP, 2012c, 2012l; EURYDICE, 2014).
Diante dessas restrições e, ao mesmo tempo, de jovens que não conseguem co-
locação, inclusive por problemas de escolaridade, criou-se uma nova aprendiza-
gem, alternativa. Nela, o estudante com dificuldades em conhecimentos teóricos
entra direto na empresa, mas esse custo precisa ser compensado por incentivos
governamentais. Ainda outra via é a das escolas de produção, para jovens de até
25 anos de idade que não completaram a educação secundária superior.
2.5.1 Suécia
Ao contrário dos seus vizinhos e dos países do sistema dual, a Suécia tem a edu-
cação e a formação profissionais fortemente baseadas na escola. Nas últimas
décadas, a gestão descentralizou-se, criando maior flexibilidade, e o sistema
educacional tornou-se compreensivo (comprehensive), isto é, fluido, sem divisão,
na educação secundária, dos ramos acadêmico e profissional, o que contribuiu
para elevar o status da última. Também reduziu o alto número de habilitações
profissionais (GOMES, 2008). No entanto, os currículos se diferenciam entre si,
com maior concentração ou na educação geral ou na profissional, enquanto
a educação superior – e o preparo para ela – constitui forte competidora com
o preparo profissional. De qualquer modo, grandes trunfos do país são o alto
desempenho na escola básica, revelado pelo Pisa, e a baixa desistência escolar.
• E
levação das competências de professores e instrutores da educação pro-
fissional, incluindo a aprendizagem.
• E
xpansão e aperfeiçoamento da educação secundária superior de jovens
e adultos, com transferência de recursos do governo central às municipa-
lidades, de modo a melhorar as suas condições no mundo do trabalho.
• O
deslocamento do pêndulo das políticas da formação escolar para a for-
mação direta no trabalho, especialmente pela aprendizagem, dando mais
concretude à formação e aproximando-a das necessidades.
• O
aumento da atratividade da educação profissional pela criação de pon-
tes entre ela e a educação superior, que precisa ser frequentada por mui-
tos para continuar qualificando-se.
• A
flexível educação pós-secundária, resultante da aproximação entre os
parceiros sociais, para ser mais significativa para o trabalho.
2.5.2 Noruega
De fato, foi pactuada uma nova versão do Contrato Social de Educação e Treina-
mento profissional, assinada em 2012 pelos ministérios competentes, parceiros
sociais e autoridades regionais. Seus principais objetivos são:
• O
dinamismo da educação profissional, com a colaboração entre os par-
ceiros sociais.
• A
preocupação em ampliar a aprendizagem, com incentivos financeiros,
mas com rigorosa avaliação.
2.5.3 Finlândia
• E
stabelecimento de garantias de qualificação para os jovens, conforme
metas regionalmente fixadas.
• C
abe, ainda, mencionar a ênfase às capacidades socioemocionais, em de-
trimento de conteúdos que se desatualizam.
Não pretendendo ser exaustivo, este trabalho, na presente seção, analisa pano-
ramicamente a Bélgica (Flandres), a República Tcheca e a Hungria. Todas con-
tam com o amplo apoio da educação escolar e, no caso da Bélgica (Flandres) e
da República Tcheca, a educação profissional tem prestígio relativamente eleva-
do. Na Hungria, porém, o prestígio dela é menor e a participação das empresas,
mais reduzida.
• A
modesta participação das empresas, com uma aprendizagem de quali-
dade variável, de modo geral inferior à das escolas. Com isso, reforça-se
o prestígio da escolarização.
• P
roblemas de governança da educação profissional superior ao nível re-
gional, caracterizados sobretudo por falta de transparência e accounta-
bility que assegurem maior relação entre as necessidades do trabalho e
as escolhas dos estudantes.
• O
rientação aos alunos mais pedagógica e psicológica que profissional,
estando está dividida em dois ministérios, da Educação, Juventude e Des-
porto e do Trabalho e Assuntos Sociais.
2.6.2 Hungria
A partir do ano passado, com a ampla reforma educativa, o país oferece educa-
ção profissional paralela à educação geral a partir do nono ano de escolarida-
de. O sistema e sua articulação são complexos. Em nível da escola secundária
superior, além do ramo acadêmico, que reúne apenas um terço do total de alu-
nos, os outros dois terços se distribuem entre: 1) as escolas secundárias profis-
sionais, que oferecem teorias e práticas do conteúdo comum de um setor de
qualificações por quatro anos. Ao término, os alunos fazem um exame de con-
clusão e se habilitam a obter um certificado que os qualifica a entrar em pelo
Na resolução dos seus desafios, a Hungria tem executado políticas, das quais se
salientam alguns pontos:
• C
riação de centros profissionalizantes regionais integrados, para tornar o
preparo para o trabalho mais próximo das exigências presentes e futuras.
• G
overnança mais centralizada da educação profissional, no sentido
oposto ao da República Tcheca, para fortalecer a relação com o mundo
do trabalho, ficando sob a responsabilidade maior do Ministério da Eco-
nomia Nacional, que a divide com outros ministérios.
• E
stabelecimento de plano de carreira e desenvolvimento profissional
para os professores, cuja média de idade aumenta cada vez, levando par-
te do contingente à aposentadoria, o que exige aumentar a atratividade.
O plano inclui prática de ensino, com acompanhamento dos egressos.
Por outro lado, a elevada desistência de estudantes, entre outros motivos, re-
vela a necessidade de orientação profissional de qualidade, oferecida equita-
tivamente aos estudantes. Essa se encontra ofuscada, como em vários outros
países, pelo aconselhamento psicológico. Considerando as dificuldades da ado-
lescência e juventude, a questão não consiste em minimizar o último para favo-
recer a primeira, pois a abordagem dos problemas dos jovens é essencial para
que eles venham a participar do trabalho e sua preparação.
• O
maior entrosamento entre os parceiros, especialmente governo, escola
e empresa, como base para a solução de diversos problemas.
• A
s vantagens da descentralização, da promoção da coerência interna do
sistema e da certificação de competências.
2.7.1 França
• O
papel fundamental historicamente desempenhado por instituições
escolares e de nível superior, de caráter acadêmico e profissionalizante.
• P
or outro lado, a centralização e o grande vulto das burocracias públicas
representam um desafio permanente no sentido da eficiência e da efeti-
vidade. Se isto é válido para a França, certamente o será para países de
maiores extensão territorial e população.
2.7.2 Espanha
Este país, como França e outros, se caracteriza pela primazia da formação esco-
lar para o trabalho. A educação compreensiva de níveis primário e secundário
inferior é obrigatória até aos 16 anos, porém cerca de 30% da coorte não conse-
guem alcançar o certificado de acesso à educação secundária superior. Esses
são encaminhados a programas de iniciação profissional, em parte organizados
em módulos, de modo que, segundo as expectativas oficiais, todos os alunos
alcancem competências equivalentes pelo menos ao nível básico de qualifica-
ção profissional e que tenham uma oportunidade de ingressar no trabalho. No
último ano da educação compulsória os estudantes devem escolher (e ao mes-
mo tempo ser escolhidos, de acordo com o seu desempenho e conduta) entre
dois programas de educação geral (de ciências e tecnologia ou de humanidades
e ciências sociais) e estudos pré-profissionalizantes, que levam somente à edu-
cação secundária profissional superior. Aproximadamente metade dos alunos
matricula-se no ramo acadêmico. Os demais entram em programas profissio-
nalizantes médios, de 2.000 horas, em dois anos, obtendo o diploma de técnico.
Este, por seu lado, abre acesso aos programas profissionais de nível superior,
que conferem o título de técnico superior.
Entretanto, num quadro de alto desemprego juvenil, dos mais elevados do mun-
do, agravado pela crise iniciada em 2008 –41,6%, em 2010 (FIELD; KIS; KUCZERA;
2012), os desafios não são pequenos. Certos grupos apresentam fragilidade
das competências acadêmicas, prejudicando os estudos e treinamento poste-
riores. A atenção aos conhecimentos e habilidades básicos na educação profis-
sional, por isso, precisa aumentar. No que tange aos professores e instrutores,
que, como grupo ocupacional, está a envelhecer, faltam exigências formais, en-
tre as quais uma, considerada prioritária, é a de ter experiência de trabalho na
área em que atuam. Também quanto ao magistério, a sua carreira precisa ser
estruturada na educação profissional superior.
• O
engajamento dos parceiros sociais e a obtenção de consenso por con-
sulta aos diferentes níveis governamentais e parceiros;
• R
eformas recentes aumentaram a transparência e as oportunidades de
progressão da educação profissional, ajustando-as à estrutura nacional
de qualificações. Com isso, tanto trabalhadores como empregadores têm
uma compreensão mais nítida do que é oferecido e de como pode ser
modificado.
• A
s reformas também melhoram a relevância da formação profissional
em face das necessidades do trabalho. A ampla oferta na área, que apre-
sentava certa duplicação e confusão, está em vias de ser reestruturada,
de modo a incrementar a coerência e a integração. Para isso, as comis-
sões de educação profissional seriam reduzidas de 33 a 16, ao passo que
a Agência de Treinamento e Emprego estava a ser substituída por outro
órgão, responsável pelo financiamento da educação e treinamento pos-
teriores pós-secundários e ao monitoramento da eficácia dos cursos pro-
vidos por aquelas comissões.
• A
revisão da aprendizagem, de modo a melhor utilizar os locais de traba-
lho e torná-la mais significativa ante as necessidades do mercado.
2.7.4 Israel
• A
lta disposição de empregadores e sindicatos no sentido de participar
da educação e treinamento profissionais;
• P
orém, acima disso, o aspecto mais relevante e profícuo para o desenvol-
vimento econômico é a alta percentagem de pessoal ocupado em pes-
quisa e desenvolvimento em sete universidades, dezenas de institutos
de pesquisa e centenas de empresas. Os investimentos se concentram
nos setores industrial (especialmente eletrônica) e agrícola. Desse modo,
a pesquisa não se restringe a órgãos estatais e universidades, mas inclui
expressivamente as empresas privadas, que, conscientes dos seus retor-
nos, aplicam recursos em pesquisa e desenvolvimento.
Afinal, os professores representam outro grave desafio, uma vez que a pressão
competitiva e as pressões orçamentárias, em contraste com a Europa Continen-
tal, têm concorrido para que a docência seja uma atividade secundária e pouco
remunerada, entregue a uma proporção maior de profissionais de tempo par-
cial (AVIS et al., 2012).
• A
criação de instituições pós-secundárias inovadoras, de nível superior ou
não, dotadas de agilidade e dinamismo.
• M
udanças estruturais foram realizadas na governança e na avaliação,
no sentido da descentralização, flexibilização, autonomia e accountability.
• N
o entanto, alguns limites das reformas estabelecidas, com o seu cortejo
acumulativo de mudanças, são a profusão de ofertas e as modificações
2.8.2 Austrália
O principal financiador ainda é o Estado, porém o seu papel passa a ser cada
vez mais de coordenação, incentivo e regulação, induzindo, assim, o aumento
do volume de recursos particulares. Estabeleceram-se processos de quase mer-
cado na oferta da educação e treinamento profissionais. Dessa forma, mesmo
Ainda que contem com tradição de preparo escolar, forte influência estatal e
modesta procura pela educação profissional, os países do continente asiático
aqui analisados apresentam suas peculiaridades. Por isso, são estudados nesta
seção a China, a Índia, a República da Coreia e o Japão. Este último, o que mais
cedo se industrializou, apresenta suas próprias características por profundos
motivos históricos, sendo tratado diferentemente, como no Quadro 2.
2.9.1 China
Para fazer face ao crescimento econômico, o país tem priorizado a educação profis-
sional, adotando três rumos políticos que envolvem a descentralização decisória e
a privatização: 1) as orientações gerais da educação profissional devem refletir as
tendências do mercado de trabalho; 2) mudar a orientação da oferta para a deman-
da do mercado; 3) estabelecer gestão escolar flexível para atender às empresas.
Com essa mudança de bases, divisam-se quatro tendências: 1) estabelecer e otimizar
a hierarquia administrativa sob o controle dos governos locais, envolvendo o públi-
co; 2) ajustar os currículos ao trabalho, com otimização de recursos. Nesse rumo,
estatuíram-se novo sistema de créditos, programas de tempo parcial, treinamento
em serviço e programas de estágio; 3) melhoria da qualidade dos professores, com
seleção pública e sistema competitivo de admissão; 4) busca de certificação mais ri-
gorosa para os novos empregados, a serem treinados antes do emprego. Por seu
lado, na educação superior profissional, as novas direções apontam para: 1) facul-
dades destinadas a adultos reformadas e autônomas; 2) unidades experimentais de
educação superior em faculdades técnicas de cinco anos; 3) novos padrões de rela-
ção direta entre educação secundária e superior; 4) manutenção de cinco tipos de
sistemas escolares, em tempo integral e parcial, por correspondência e autoestudo,
e-learning e instituições regulares de educação superior (MIN, 2013).
• A
necessidade de aperfeiçoar a cooperação das escolas com os emprega-
dores.
• E
stabelecer padrões para o treinamento em serviço, aprendizagem e es-
tágios, bem como padrões mínimos de equipamento, professores e ou-
tros aspectos para as escolas profissionais e colocá-los em prática. Para
tanto, é necessário não só aumentar os recursos financeiros, como redu-
zir as disparidades geográficas.
• A
umentar a coordenação do sistema entre o governo central e os provin-
ciais e no âmbito de cada um deles (KUCZERA; FIELD, 2010).
2.9.2 Índia
Para além do setor industrial, estende-se amplo setor informal, onde também
são grandes as necessidades de qualificação. Entre as alternativas encontradas,
estão iniciativas voluntárias, inclusive programas compreensivos para atender
às necessidades locais evidentes e detectadas em consulta com a população
local. Incluem-se a conscientização da comunidade, a criação do patrimônio da
comunidade e ações de educação, saúde e treinamento, de modo não formal,
focalizando indústrias de fundo de quintal, atividades agrícolas, de costura, de
reparo de aparelhos como bombas diesel e manuais, carpintaria e serviços de
seleiros e ferreiros.
Diante de tais desafios, o que tem feito o país? O irromper da crise econômica
asiática de 1997 e o envelhecimento da população economicamente ativa situ-
am-se como expressivos incentivadores de mudanças. Em 1999, o Ministério
do Emprego e Trabalho introduziu a nova cultura do trabalho, apoiada em três
princípios para o século XXI: confiança e estima mútuas (entre empregadores,
governo e trabalhadores), cooperação e engajamento e autonomia e respeito.
Com as políticas de austeridade, em face da crise, o novo paradigma de relações
trabalhistas buscou condições para reduzir os salários, aumentar a competitivi-
dade, efetuar a avaliação de desempenho e vincular o pagamento à produtivi-
dade do trabalho. Com isso, foram também modificados currículos de educação
profissional e enfatizada a educação continuada ao longo da vida. Entretanto,
grande parte das intenções não se realizou (MOORE, 2009).
• A
melhoria da coordenação das ações governamentais e a articulação
com as empresas.
• A
ampliação do treinamento nas empresas na educação profissional, bem
como do contato dos professores com elas.
• A
ampliação do escopo da formação profissional, de modo a torná-la me-
nos específica e imediata (KUCZERA; KIS, WURZBURG, 2014).
2.9.4 Japão
O Japão guarda suas peculiaridades, apesar de ter em comum com outros paí-
ses asiáticos o modesto status da educação profissional (GOMES, 2008). Grande
parte dos conhecimentos e capacidades se encontram na empresa e nela são
aprendidos ao longo da carreira, ao mesmo tempo em que o empregado se en-
trosa, em cooperação com os colegas, na cultura da companhia. Desse modo,
Por isso mesmo, a outra vertente, do treinamento, a cargo, em sua maior parte,
do Ministério do Trabalho, preocupa-se com o preparo prático e mais imediato
para obter empregos. Seus públicos focais são mais frequentemente jovens e
mulheres que desejam empregos estáveis, desempregados, empregados neces-
sitando de treinamento, recém-formados e portadores de necessidades espe-
ciais. O órgão do governo central subsidia cursos de treinamento de diferentes
durações (de três meses a um ano, no caso de desemprego; de dois a cinco dias,
no caso de quem está na função; de um a dois anos para os que se formaram),
contratando, diretamente ou por meio dos governos locais, escolas, faculdades,
centros e universidades politécnicos e escolas politécnicas para pessoas porta-
doras de necessidades especiais. Os subsídios mais frequentemente cobrem o
• E
levação do status da educação profissional secundária e superior, no
sentido de atrair mais talentos.
• O
timização nos currículos das competências gerais e especializadas, per-
mitindo o atendimento das necessidades do posto de trabalho, porém, ao
mesmo tempo, facilitando a adaptação ao fluxo de mudanças.
2.10.1 México
• A
proporção de matrículas na educação secundária superior profissio-
nal acha-se em declínio: de 11,4%, em 2002, chegou a modestos 8,8%,
em 2012. Por sua vez, o percentual de matrícula na educação superior
profissional, isto é, em institutos e universidades tecnológicas, ascendeu
apenas de 2,9%, em 2002, para 3,8%, dez anos depois (UNESCO, 2014).
Portanto, a sua capacidade de atração continua obscurecida pela educa-
ção acadêmica, tanto em nível secundário como superior.
• A
aproximação maior entre escola e trabalho tem sido alvo de iniciati-
vas louváveis, porém muito precisa ser feito, inclusive porque até hoje a
formação profissional continua a ser efetuada quase que exclusivamente
nas escolas.
2.10.2 Chile
O Chile forma a sua população para o trabalho especialmente por meio da edu-
cação secundária e superior, enquanto o Ministério do Trabalho desenvolve uma
série de programas e projetos focalizando primariamente grupos mais vulnerá-
veis, entre eles, as mulheres e os jovens. A formação na empresa não constitui
um ponto forte. Assim, a educação secundária se compõe de dois anos comuns e
mais dois, divididos nos ramos acadêmico e profissional. Por sua vez, a educação
superior, além das universidades, se compõe de centros de formação técnica e
institutos profissionais, visando à acolhida, de diversas carreiras, com o objeti-
vo em tese de aproximar-se do mundo do trabalho. Em período recente foram
tomadas iniciativas no sentido de aproximar os parceiros, por intermédio de
órgãos colegiados nacionais, um deles voltado para a inovação e a competiti-
vidade, visto que o país depende em grande parte de exportações de produtos
cada vez mais sofisticados (GOMES, 2009; KIS; FIELD, 2009; UNEVOC, 2014).
Entre as práticas promissoras, destacou-se o Programa Chile Joven, que teve como
principal foco a população com pouca escolaridade, desempregada ou subem-
pregada e de nível socioeconômico médio ou baixo, oferecendo-lhe treinamento
e intermediação para obter estágio ou emprego. Incluía cursos de treinamento
para ocupações menos qualificadas, treinamento em habilidades socioemocio-
nais e treinamento em serviço. Envolvia duas etapas: cerca de 200 horas de aulas
seguidas por treinamento em serviço numa empresa, em tempo integral, por três
a seis meses. Bem avaliado nos seus impactos, cotejado com grupos de controle,
foi replicado em vários países latino-americanos (UNEVOC, 2014).
• D
esenvolvimento de um quadro de qualificações como instrumento para
articular a formação para o trabalho com a certificação de competências,
bem como para renovar os currículos.
• F
ortalecimento das capacidades de letramento e aritmética dos alunos
em geral, particularmente de educação profissional.
2.10.3 Argentina
Assim, a Argentina:
• E
nquanto o sistema escolar se mantém responsável pela formação pro-
fissional inicial, o Ministério do Trabalho desenvolve os campos da forma-
ção continuada e certificação de competências.
Quadro 3. Mundo, América Latina e Caribe e Brasil: perfil etário da população em mudança, 2000-2200
Mundo
Brasil
Projeções: variante média. A partir de 2050 as migrações internacionais foram consideradas iguais a zero para simplificação.
• E
m seguida, um volume maior de despesas previdenciárias e de saúde a
ser repartida pela coletividade.
• À
medida que a população envelhece, professores e instrutores também
envelhecerão e diminuirão em número, inclusive pelos problemas de
atratividade do magistério em geral.
• C
oncomitantemente, o Brasil terá proporcionalmente reduzida a sua
população economicamente ativa total, bem como as crianças que inte-
grarão no futuro a mesma população. Em outras palavras, o número de
potenciais trabalhadores tende a diminuir.
• S
e a produtividade não aumentar, pode haver um encolhimento do con-
sumo, ainda mais quando a população total começar a reduzir-se.
• A
s políticas e despesas públicas mudam necessariamente de padrão com
os novos perfis populacionais. O mesmo tende a ocorrer com os gastos
privados (GOMES; VASCONCELOS, 2014).
1 Fontes dos dados originais: IBGE, PNADs 2007 e 2012. Disponível em:<http://www.sidra.ibge.gov.br/>.
Acesso em 26 out. 2013. Os contribuintes para instituto de previdência social tiveram os limites dos
grupos etários alterados por motivo da apresentação dos dados das PNADs. No caso dos grupos em
princípio dependentes (0-14, 0-19 e 60+), decidiu-se subtrair o número de contribuintes.
• E
m 2011, 20,7% das pessoas de 15 anos e mais tinham menos de quatro
anos de estudo, o que pode ser interpretado como funcionalmente anal-
fabetas e com alto atraso escolar, já que, em princípio, deveriam estar na
primeira série do ensino médio. Em 2010, 9,4% desta população se decla-
rou analfabeta (BRASIL, 2012, 2013).
• O
número médio de anos de instrução formal da população de 15 anos e
mais cresceu, em 2001, de 6,4 para 7,5, em 2009. Ainda assim, não havia
cumprido o ensino fundamental.
• A
população de 18 a 24 anos apresentava panorama pouco melhor: 7,9
anos em média, em 2001, e 9,4 anos em 2009.
• C
omo cresce a demanda de escolaridade para o trabalho, cai a popula-
ção de 15 a 17 anos na população economicamente ocupada (40,4%, em
2004, para 32,0%, em 2012), que inclui os que querem trabalhar, porém
têm dificuldades crescentes de obter ocupação (de 31,2% para 25,3% nos
mesmos anos).
INTEGRADA AO
ANOS CONCOMITANTE SUBSEQUENTE TOTAL VARIAÇÃO INTERANUAL (%)
ENSINO MÉDIO
Fonte dos dados originais: MEC-INEP. Fonte dos dados originais: MEC-INEP.
• A
dministração: descentralização, crescente accountability das instituições
de educação profissional e maior capacidade de essas dialogarem entre
si e cooperarem com outras entidades;
• M
obilidade e abertura: reconhecimento de aprendizagens prévias e rees-
truturação de subsistemas educacionais;
• A
mplitude da visão de reforma de todo o sistema, requerendo maiores
recursos, espaço e tempo. De fato, medidas isoladas e parciais podem ter
resultados indesejáveis (ATCHOARENA; GROOTINGS, 2009).
• D
irigidas à competitividade: visam alcançar padrões mais altos de de-
sempenho. Envolvem tipicamente descentralização, privatização e admi-
nistração mais eficiente de recursos.
• V
oltadas ao financiamento: têm como alvo a redução de recursos públi-
cos e o aumento da eficiência.
Como, ao contrário de outrora, a educação profissional hoje não pode mais ser
um beco (a escola para os filhos dos outros), mas urge prosseguir para cima e
para os lados ante os desafios da competitividade econômica, o valor germina-
tivo da educação geral é de tal ordem que deve servir de base não apenas para
os estudos pós-secundários, como também para a educação ao longo da vida.
Por isso, países da União Europeia têm buscado com afinco sanar as lacunas de
competências-chave e habilidades básicas da sua população estudantil e traba-
lhadora, inclusive a aprendizagem do inglês, que seriam proporcionadas pela
educação geral (CEDEFOP, 2012k).
Fundamenta-se na pressuposição de
que trajetórias diferentes atendem
Currículos duais: seleção mais ou menos
melhor às necessidades pedagógicas e
precoce dos alunos conforme dois
Países do sistema de educação socioeconômicas.
ramos básicos: geral e profissional.
profissional dual: Alemanha, Áustria,
O primeiro valoriza mais os
Holanda, Suíça, países pós-socialistas Quanto menor o número de pontes
conhecimentos abstratos, tendendo a
da Europa Central e do Leste. entre os ramos, menor a atratividade da
dificultar o acesso de alunos de origens
educação profissional. Quanto menores
sociais mais modestas.
as possibilidades de prosseguir rumo à
educação superior, menor a atratividade.
Favorece a transição entre opções com perda total ou parcial dos esforços
Educação geral profissionais ao longo da vida, bem como a de profissionalização. Pelas evidências
Um recorte foi feito pela Comissão Europeia (2013), por meio de ampla pesquisa.
Os fatores da falta de professores devem-se basicamente ao declínio do pres-
tígio da profissão, à deterioração das condições de trabalho (não se podendo
esquecer a violência) e salários relativamente baixos. Particularmente em países
como a Alemanha, a Itália e a Suécia, o envelhecimento dos docentes leva à sua
iminente falta. Em muitos países, as crescentes carências geram medidas paliati-
vas, como aumento do número de horas de trabalho para os professores, turmas
mais numerosas e elevação da idade de aposentadoria. Ademais, escolas, regiões
e países competem acerbamente pelos educadores qualificados.
• P
romover programas de apoio compreensivos e obrigatórios para os no-
vos professores, além do seu primeiro ano de atividades.
• O
ferecer verdadeiros programas de desenvolvimento profissional, gra-
tuitos, mas obrigatórios, dentro das escolas ou nas suas proximidades.
• S
equência de estudos de um campo profissional, em nível de bacharela-
do, seguido de preparação pedagógica (similar à licenciatura no Brasil),
até certo ponto como o nosso esquema usual de 3 anos + 1 ano. Os Esta-
dos Unidos e a Turquia são exemplos deste modelo;
• C
oncepção integrada das disciplinas profissionalizantes, com base no
mundo do trabalho e modelo de desenvolvimento de competências. A
Alemanha, a Noruega e algumas instituições chinesas constituem exem-
plos (GROLLMAN; RAUNER, 2007; GROLLMAN, 2009).
Uma das avenidas que se abrem é a aprendizagem móvel, que tem alcançado
pequeno impacto na escolarização, porém muito maior na educação informal.
Trata-se da aprendizagem contínua, em que não há interrupções entre os di-
ferentes ambientes, inclusive em contextos formais e informais. O aluno usa
vários de tipos de tecnologias conforme as oportunidades que aparecem. Os
materiais incluem livros didáticos digitais e leitores eletrônicos, o que implica
mudanças da metodologia e da avaliação. Apesar dos altos custos da compra
e manutenção de equipamentos, bem como do treinamento de professores e
alunos, ressaltam-se três experiências de países em desenvolvimento: na Índia,
o Barefoot College usa telefones celulares baratos, rádio e computadores pesso-
ais para ajudar a treinar mulheres em engenharia solar, atendimento de saúde,
testes de qualidade da água e outras áreas. A BBC Janala é um curso de inglês,
como segunda língua, ministrado em Bangladesh. Inclui assinaturas de baixo
custo de celulares, novelas e jogos de auditório na televisão e aulas no princi-
pal jornal impresso do país. Afinal, na África do Sul, o programa Nobia No Math
ministra conteúdo e reforço de matemática para o ensino médio. Sua avaliação
revelou aumento de 14% das competências matemáticas e 82% de uso fora do
horário escolar, inclusive durante as férias e fins de semana (UNESCO, 2014).
Esta é uma perspectiva para a educação profissional, embora com limitações.
• U
m plano compreensivo com visão, missão, valores, objetivos, estraté-
gias, cronograma, esquema de avaliação e orçamento.
• A
dequação entre as TICs e as práticas atuais de ensino-aprendizagem,
incluindo a proficiência tecnológica de professores e alunos.
2 http://flexiblelearning.net.au
• Expectativas irrealistas.
Por outro lado, as pesquisas revelam que os caminhos mais apontados para
desenvolver as TICs são o desenvolvimento das equipes escolares e infraestru-
tura. Recomendam manter ou tornar os currículos significativos, especialmente,
é claro, para os alunos, assim como apoiar o desenvolvimento dos currículos,
permitindo aos professores trabalhar em pequenas equipes autônomas e inter-
disciplinares e a avaliação por competências-chave. Nesse sentido, é necessária
a formação continuada dos professores, além de apoiá-los, já que eles são ato-
res-chave (BREČKO; KAMPYLIS; PUNIE, 2014).
• A
aprendizagem precisa partir do diagnóstico de necessidades, ser plane-
jada, ter os objetivos e estratégias bem definidos e ser acompanhada e
avaliada. Esse processo é muito mais viável em organizações inteligentes,
que se modificam com os seus erros e acertos, tornando-se mais compe-
titivas na sociedade do conhecimento.
• A
aquisição de competências é possível se o aprendiz controla o seu pró-
prio processo. Algumas perguntas dirigidas a si mesmo são estratégicas,
como: a) consigo ver como faço isto?; b) por que faço isto?; c) que nível eu
alcanço nesta habilidade específica? (BARRERO; GONZÁLEZ, 2007).
• D
uração de três anos, sendo na Austrália de quatro anos, com o regime
definido em lei.
• A
s relações escola-empresa variam na sua organização: no sistema dual,
compartilhamento do tempo do aluno-aprendiz entre a escola e a empre-
sa; na França, também centros de aprendizagem dos empregados; na Ir-
landa, parcerias dos empregadores com os technical colleges; na Inglaterra
e na Austrália, instituições públicas e privadas capacitam os aprendizes,
ao passo que os empregadores oferecem treinamento em serviço.
• Q
uanto ao setor, na Alemanha a aprendizagem se divide entre serviços e
indústria; na França predominam a construção, as indústrias de transfor-
mação e a engenharia; na Austrália, na Áustria, na Inglaterra e na Suíça
prevalecem os serviços.
• A
s mais altas taxas de conclusão ocorrem no sistema dual, onde há exa-
mes de saída mais rigorosos.
• N
o sistema dual os candidatos são em média mais qualificados, com me-
nor proporção de ex-aprendizes que seguem estudos superiores. A Fran-
ça, para atrair melhores candidatos, eleva a qualidade da aprendizagem
e oferece aos jovens o prosseguimento da educação profissional. Uma
tendência geral para atrair melhores candidatos é elevar a qualidade da
aprendizagem, afastando-a da imagem de opção para os menos capazes.
Ainda assim, continua a haver ligação entre menores aspirações educa-
cionais e modestas origens sociais com a aprendizagem.
• A
aprendizagem é difícil de adotar em larga escala, apesar dos seus
méritos, tendo em vista os custos e as condições socioculturais que fa-
vorecem a formação de parcerias e o modesto status historicamente a
ela atribuído (SWEET, 2009; NIELSEN, 2009; VOS; ÜNLÜHISARCKLI, 2009),
aspectos que merecem ser cuidadosamente observados pelos países em
desenvolvimento.
Uma área vulnerável pelo seu porte é a das pequenas e médias empresas. Se-
gundo os resultados de uma pesquisa com estabelecimentos canadenses e in-
ternacionais, preocupados com a competitividade, não há só uma técnica ou
estratégia exitosa: os programas eficazes conjugam as necessidades dos apren-
dizes e das organizações, são flexíveis e criam parcerias entre as pessoas. Algu-
mas formas de baixar os custos e elevar a efetividade foram: o envolvimento
dos empregados, considerando, inclusive, os benefícios do autoinvestimento;
o empenho dos empregadores, com liderança; o bom uso de estágios e trei-
namentos profissionais; a utilização bem planejada do calendário, com horá-
• A
valiação externa dos aprendizes ao fim do processo, com acesso a qua-
lificações reconhecidas;
• P
agamento dos aprendizes como percentual do salário dos profissionais,
aumentando durante o período;
Inicialmente, cabe esboçar algumas condições básicas a que elas não se po-
dem furtar:
• D
o ponto de vista econômico, é preciso ter em vista pelo menos duas
tendências fundamentais:
• A
composição e a sinergia entre a educação geral e a educação profissio-
nal e entre estas e a educação continuada;
• O
atendimento às necessidades imediatas e a transferibilidade de com-
petências, a generalidade mais duradoura e as especificidades urgentes,
rumo a cenários futuros cujo desenho apenas se esboça;
• Q
uanto mais próxima do mundo do trabalho, mais efetiva é a educação
profissional. Aqui se destaca a aprendizagem de qualidade nas empre-
sas, real e simulada, que alcança, segundo as evidências de pesquisa, a
maior efetividade na formação profissional;
DESAFIOS RESPOSTAS
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