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Analista do TRF 2
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Sumário
Ortografia .........................................................................................................................................................3
Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)5
Acentuação .......................................................................................................................................................7
Fonética ...........................................................................................................................................................10
Classes de palavras .......................................................................................................................................11
Substantivo .....................................................................................................................................................15
Verbo ...............................................................................................................................................................16
Adjetivo ..........................................................................................................................................................18
Advérbio .........................................................................................................................................................20
Conjunção .......................................................................................................................................................21
Pronomes ........................................................................................................................................................27
Sintaxe .............................................................................................................................................................29
Análise Sintática ............................................................................................................................................31
Regência Nominal e Verbal .........................................................................................................................33
Crase ................................................................................................................................................................35
Pontuação .......................................................................................................................................................37
Coesão .............................................................................................................................................................41
Semântica ........................................................................................................................................................46
Sinônimos e Antônimos ...............................................................................................................................49
Sentidos...........................................................................................................................................................50
Linguagem .....................................................................................................................................................51
Variações linguísticas ...................................................................................................................................54
Interpretação de Textos ................................................................................................................................55
Paralelismo .....................................................................................................................................................80
Tipologia Textual ..........................................................................................................................................80
Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.....................................................81
Análise das estruturas linguísticas do texto ..............................................................................................82
Vocábulo "que" ..............................................................................................................................................89
Gabarito ..........................................................................................................................................................89
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Ortografia
Aborto legal
A criminalização do aborto divide o mundo em dois: a maioria dos países do hemisfério Norte
não trata o aborto como crime, e tem leis mais liberais em relação ao procedimento. Por outro
lado, as leis de quase todos os países do hemisfério Sul criminalizam o aborto na imensa maioria
dos casos.
As leis restritivas, além de não impedirem que as mulheres abortem, tornam o aborto inseguro.
No Brasil, o aborto é permitido pelo Código Penal em duas situações: em caso de estupro e
quando há risco de morte para a gestante. A partir de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF)
deixou de considerar crime o abortamento em casos de anomalias fetais graves e incompatíveis
com a vida extrauterina.
Em 2013, foi sancionada a lei que obriga os hospitais do SUS a prestar atendimento emergencial,
integral e interdisciplinar às vítimas de violência sexual. Apesar de não mencionar a palavra
“aborto”, a lei garante os cuidados das lesões físicas, o amparo social e psicológico, a profilaxia
de doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez, entre outros direitos. Em último caso, a
mulher pode interromper a gravidez forçada.
A realidade, no entanto, não é bem assim. Nem todos os hospitais garantem acesso a serviços de
saúde voltados às vítimas de estupro, e poucos oferecem o abortamento seguro, realizado em
condições de higiene e segurança e por equipe de saúde, nos casos previstos na lei.
Em momento em que tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que visa a
descriminalização do aborto, como garantir o abortamento legal e seguro nos casos previstos pela
lei se os serviços de saúde do país sequer estão preparados para atender as vítimas de violência
sexual?
Esse parece ser o desafio da maioria dos serviços de saúde e dos governos, que falham ao deixar
a vítima de crime tão bárbaro à mercê da própria sorte.
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Bebês que, ao mamar são incapazes de fixar o olhar nos olhos da mãe, podem sofrer de um dos
distúrbios atualmente classificados como autismo. Em sua definição mais ampla essa condição
afeta uma em cada 150 crianças.
Descrito pela primeira vez em 1943, o autismo é marcado pela dificuldade de comunicação, de
estabelecer interações sociais e por comportamentos monótonos e repetitivos.
Dentro do espectro de condições consideradas como autismo, apenas uma minoria dos
portadores apresenta comprometimento intelectual grave. Em compensação, outros são dotados
da capacidade de elevar ao quadrado números de nove algarismos mais depressa do que o
computador, decorar mapas de cidades onde nunca estiveram, tocar ao piano sem errar uma nota
sinfonias que acabaram de ouvir.
Até os anos 1980, autismo era considerado distúrbio adquirido por influência do ambiente.
Alguns mais radicais chegavam a atribuir sua gênese aos suspeitos de sempre: os pais.
Hoje, os especialistas consideram que a contribuição dos fatores genéticos esteja ao redor de 90%,
sobrando para o ambiente apenas 10% da responsabilidade.
As sinapses são estruturas extremamente complexas que se modificam de acordo com o uso,
tornando‐se mais ou menos sensíveis aos estímulos de acordo com a experiência vivida. Essa
plasticidade é a base essencial do aprendizado e da memória.
Alterações ocorridas nas sinapses na fase de desenvolvimento embrionário dos autistas podem
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modificar a arquitetura dos circuitos que ligam os bilhões de neurônios envolvidos na linguagem
e nas interações sociais. As sinapses são a alma do cérebro.
Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e
donde; há e a, etc)
Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos
levados a consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos informações,
ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por
exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do corpo, a obrigatoriedade de ser
feliz etc. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é consumir, e
obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa
inovação tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades
consumistas, que é o caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser
considerados absolutamente necessários a partir de então.
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem
crítica alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais, por
isso trabalhamos mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos
nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra.
A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma
criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é
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oferecido; quando um filho pede para o pai levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se
considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a estética em questão; quando
um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais dão, ensinamos que o que
consumimos é mais importante do que o que somos.
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida.
Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um
mercado generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora,
queremos e esperamos que eles recusem essa oferta. Como?!
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos
mais novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as pessoas pelo que
elas aparentam poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo
social deles é formado por pares que consomem coisas semelhantes. Não é a toa que os pequenos
furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas.
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função.
Um carro deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio de
comunicação; ambos passam a significar status, poder de consumo, condição social, entre outras
coisas.
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do
consumo, esses dois conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido
original. Os jovens hoje acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo.
Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes, determinadas pelo consumo e
pela publicidade. Tempos loucos, ou não?
“Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é
extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um mercado generoso
de oferta de drogas.” (5º§) O verbo haver, utilizado no trecho em destaque, no sentido de existir,
também pode ser empregado em algumas expressões que indicam tempo. Seu emprego está
correto em:
a) Partiriam dali há duas horas.
b) Tais fatos aconteceram há dez anos.
c) O projeto terá início daqui há duas semanas.
d) Daqui há dois meses, assumirá o novo cargo.
e) Estamos há apenas algumas horas do início do evento.
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Acentuação
O direito à literatura
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais:
“Direitos humanos e literatura”. As maneiras de abordá‐lo são muitas, mas não posso começar a
falar sobre o tema específico sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos
humanos. [...]
[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos
indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do
problema, inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço de
educação e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente este postulado. Na verdade, a
tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do próximo.
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os
tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de
entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites,
ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao
universo fabulado. [...]
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da
poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma
necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos
possam ter acesso aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura popular e cultura
erudita não deve servir para justificar e manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista
cultural a sociedade fosse dividida em esferas incomunicáveis, dando lugar a dois tipos
incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a
fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito
inalienável.
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul;
São Paulo: Duas Cidades, 2004.)
Dentre os pares a seguir, assinale a alternativa em que todas as palavras foram acentuadas de
acordo com a mesma justificativa para acentuação de palavras da língua portuguesa.
a) Há, série.
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b) Nós, próprios.
c) Iníqua, ninguém.
d) Próximo, específico.
e) Também, tendências.
A palavra “psicológico”, transcrita do texto, é acentuada pelo mesmo motivo que a seguinte
palavra:
a) Saúde.
b) Países.
c) Vítimas.
d) Violência.
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos
outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que ouviu isso
em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse
achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de
apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os
tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que não
acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável ficar
contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor interesse.
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Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok.
Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos
alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus
amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça para
trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai
experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por
ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de onde
conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qualquer
bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em
negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não
exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre três,
quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que também
aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar,
tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba,
apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que
faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com
sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse cabelo, garoto?” será a
pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a
intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas
que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem
te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado.
Prive‐o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.
Em relação à acentuação das palavras “você”, “elétrica”, “saída”, “artísticos”, é correto afirmar
que
a) duas delas são dissílabas.
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Fonética
Cabe destacar que a gravidez precoce não é um problema exclusivo das meninas. Não se pode
esquecer que embora os rapazes não possuam as condições biológicas necessárias para
engravidar, um filho não é concebido por uma única pessoa. E se é à menina, que cabe a difícil
missão de carregar no ventre, o filho, durante toda a gestação, de enfrentar as dificuldades e
dores do parto e de amamentar o rebento após o nascimento, o rapaz não pode se eximir de sua
parcela de responsabilidade. Por isso, quando uma adolescente engravida, não é apenas a sua
vida que sofre mudanças. O pai, assim como as famílias de ambos, também passa pelo difícil
processo de adaptação a uma situação imprevista e inesperada.
Essa situação favoreceu o surgimento de uma geração cujos valores éticos e morais encontram-se
desgastados. O excesso de informações e liberdade recebida por esses jovens os levam à
banalização de assuntos como o sexo, por exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada de certa
falta de limite e responsabilidade é um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez na
adolescência.
Outro fator que deve ser ressaltado é o afastamento dos membros da família e a desestruturação
familiar. Seja por separação, seja pelo corre-corre do dia a dia, os pais estão cada vez mais
afastados de seus filhos. Isso além de dificultar o diálogo de pais e filhos, dá ao adolescente uma
liberdade sem responsabilidade. Ele passa, muitas vezes, a não ter a quem dar satisfações de sua
rotina diária, vindo a procurar os pais ou responsáveis apenas quando o problema já se instalou.
A adolescência já é uma fase complexa da vida. Além dos hormônios, que nessa etapa afloram
causando as mais diversas mudanças no adolescente, outros assuntos preocupam e permeiam as
mentes dos jovens: escola, vestibular, profissão etc.
A gravidez, por sua vez, também é uma etapa complexa na vida. Ter um filho requer desejo tanto
do pai quanto da mãe, mas não só isso. Atualmente, com problemas como a instabilidade
econômica e a crescente violência, são necessários, além de muita consciência e responsabilidade,
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Classes de palavras
1. Substantivo.
2. Adjetivo.
3. Pronome.
4. Verbo.
5. Advérbio.
( ) “Cabe destacar que a gravidez precoce não é um problema exclusivo das meninas.”
( ) “A gravidez, por sua vez, também é uma etapa complexa na vida.”
( ) “Outro fator que deve ser ressaltado é o afastamento dos membros da família e a
desestruturação familiar.”
( ) “A gravidez, por sua vez, também é uma etapa complexa na vida.”
( ) “No Brasil os números são alarmantes.”
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c) 2, 5, 4, 1, 3.
d) 4, 3, 1, 5, 2.
e) 3, 1, 2, 4, 5.
Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar Mediterrâneo para
a Europa, um número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco foi questionado pelo
jornal português Expresso como via a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados
Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos deixarão de ser a maioria da
população americana. “Esse é um processo que demorará muito tempo e custará muito sangue.”
Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa o continente, que recebeu 350 mil
estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter sido mais preciso. Na semana
passada, enquanto cidadãos de diversos países receberam os refugiados com mensagens de boas
vindas, alimentos e roupas, as autoridades da União Europeia se curvaram à gravidade da
situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160 mil pessoas e dividi‐las entre os 22
países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e Espanha. O processo continua sangrento
– ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de
uma nova Europa, talvez mais solidária e certamente mais colorida.
Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão‐de‐obra jovem para continuar
avançando e, sobretudo, reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por isso,
além das óbvias razões humanitárias, receber os refugiados é uma questão prática. Nos cálculos
da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5 filho hoje. O mesmo relatório concluiu
que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais grisalha”. Na
Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem feito a
população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes.
Enquanto a Europa desperta para a nova realidade, em que a miscigenação ganha importância, a
religião permanece como um dos principais entraves para a integração. Ainda que não existam
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dados consolidados sobre o tema, as nações que mais exportam migrantes, Síria e Afeganistão,
são de maioria muçulmana e representantes de países como Hungria, Bulgária e Chipre já
disseram preferir os cristãos aos muçulmanos com o argumento de que aqueles se adaptariam
melhor aos costumes locais. Indiferente às críticas sobre discriminação, a Áustria foi além. Em
fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes,
aprovou uma lei que regula a prática do islamismo no país. Os muçulmanos de lá tiveram seus
feriados religiosos reconhecidos, mas só podem realizar suas atividades de culto em alemão e as
mesquitas não podem receber financiamento estrangeiro. A regra não serve para outras religiões.
Para os austríacos, ela ajuda na integração dos estrangeiros e evita a radicalização. Para os
contrários à lei, o resultado é justamente o oposto. “Por que um muçulmano se torna
fundamentalista na França?”, pergunta Umberto Eco. “Acha que isso aconteceria se vivesse num
apartamento perto de Notre Dame?”
(Disponível em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/436154_REFUGIADOS+ENFIM+A+EUROPA+SE+CUR
VA. Acesso em: 14/09/2015.)
“A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de Dublin e permitiu
que refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que esse não fosse o primeiro país
aonde chegaram.” (3º§) Os termos sublinhados, de acordo com a classe gramatical de palavras, são
classificados, respectivamente, como
a) advérbio, pronome e advérbio.
b) pronome, pronome e advérbio.
c) pronome, advérbio e pronome.
d) pronome, advérbio e conjunção.
Pode parecer conversa de tiozão, mas essa geração do polegar está cada dia mais desconectada da realidade.
Não sei o que vai ser do mundo se essa modinha de internet pegar.
Vou confessar uma coisa: acho uma grande sacanagem essa história de Uber. Não vou entrar no
mérito sobre legalidade, ilegalidade, pirataria e regulamentação. Mas não me parece certo esse
caminho, aparentemente sem volta, para uma vida facilitada pela internet e seus aplicativos.
O Uber é um desses. Ele tira do cliente a experiência de caminhar até o ponto e negociar a
corrida. Tira também o prazer de jogar roleta‐russa enquanto levantamos as mãos no fio da
calçada e experimentamos as delícias do acaso: ao volante pode estar alguém que nos ensine as
propriedades do chá de carqueja ou alguém que relate em detalhes as frieiras no pé esquerdo.
Pode estar também alguém com o atalho para tudo, inclusive para exterminar a bandidagem, a
corrupção, o tédio dos domingos e a própria frieira. Um amigo jura ter encontrado, certa feita,
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um taxista com uma tese bastante bem fundamentada sobre a mobilidade urbana: que São Paulo
só teria jeito quando a Teodoro começasse a descer e a Cardeal, a subir.
Nada contra o Uber. Tenho até amigos que são usuários. O que não gosto é dessa ideia de
adaptar a vida a partir das inovações tecnológicas. Elas são o problema.
Já não gostei quando começaram a oferecer o serviço em automóveis. Gostava mesmo era dos
cavalos. Naquele tempo, sim, as coisas funcionavam: os taxistas criavam os equinos nos estábulos
perto de casa. Podíamos acompanhar o desenvolvimento dos animais: a alimentação, o
tratamento dos dentes, o ajuste da sela, a aplicação dos xampus para a crina. Não esses xampus
comprados em qualquer farmácia, mas feitos em casa com babosa e amor.
Quando os bichos estavam prontos, aí sim podíamos assobiar a eles, sentar na sela de trás e
observar a frugalidade da paisagem enquanto o cavaleiro‐taxista nos falava sobre as sacanagens
da monarquia testemunhadas por outros clientes. Não fossem aqueles passeios, jamais
saberíamos, por exemplo, que o filho de Dom Pedro I era o verdadeiro dono da Friboi.
Mas eu confesso também: gostava do tempo do imperador e até hoje não me conformo com esse
aplicativo chamado República. Naquele tempo não recebíamos convites, o tempo todo, para nos
mobilizar em campanhas e petições pela causa A ou B. Nem textões de Facebook de pessoas
jogando em nossa cara o desconforto com nossos privilégios.
Ninguém precisava dizer “sou contra”, “sou a favor, mas veja bem”, sobretudo mulheres. Elas
cuidavam de nossos filhos e nós trazíamos o javali ao fim do dia. E ninguém reclamava. Hoje
querem até ser presidente.
Antes, o que o soberano decidia estava decidido. Não tinha essa necessidade boba de participar e
dar pitaco sobre tudo. Sobrava‐nos o resto do dia para escrever cartas, perfumar o papel, beijar a
assinatura, colar o envelope, escolher a melhor roupa, o melhor chapéu, fazer a barba, chamar o
táxi, montar no cavalo, viajar por dias até o posto dos Correios na capital, pagar o serviço com
dinheiro, ser assaltado sem precisar lembrar a senha, voltar para casa e esperar a resposta do
destinatário.
Hoje em dia com um clique matamos todo esse procedimento. Podemos enviar mensagens sem
precisar nos vestir – muitas vezes puxamos conversa sobretudo por NÃO estar com roupa
alguma.
Pense no tanto de trabalho eliminado desde que inventaram o botão “compartilhar”. Perderam o
posto o lenhador, o sujeito que transformava madeira em papel, o fabricante de tinta, de caneta
tinteira e da cola, o entregador de papel, o criador de cavalo, o cavaleiro...tudo com um clique.
O resultado? O resultado é essa geração blasé que, em pleno almoço de família, pega o
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smartphone e mergulha num mundo paralelo de cristal líquido sem dar a mínima para os
questionamentos educativos de pais, avós e tios sobre “e o vestibular?”, “tá estudando?”, “já tá
rico?”, “e a namorada?”, “tá usando camisinha?”, “que brinquinho é esse?”, “seu amigo é meio
esquisito, não?”, “e esse decote?”. Sem contar as conversar construtivas sobre as aleivosias da
vida íntima da cunhada. Que não está à mesa.
Pode parecer conversa de tiozão, mas essa geração do polegar está cada dia mais desconectada
da realidade. Não sei o que vai ser do mundo se essa modinha de internet pegar.
“Não fossem aqueles passeios, jamais saberíamos, por exemplo, que o filho de Dom Pedro I era o verdadeiro
dono da Friboi.” (5º§) Segundo a classe de palavras, os termos sublinhados são classificados,
respectivamente, como:
a) Pronome, advérbio, pronome.
b) Pronome, preposição, pronome.
c) Preposição, advérbio, preposição.
d) Pronome, conjunção, preposição.
Substantivo
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c) Realidade.
d) Criminalização.
Verbo
Thais Pacievitch.
As eleições no Brasil são realizadas através do voto direto, secreto e obrigatório. A primeira
eleição da qual existem registros no Brasil, ocorreu em 1532, por meio da qual foi escolhido o
representante do Conselho da Vila de São Vicente.
Atualmente no Brasil ocorrem eleições a cada dois anos, sempre nos anos pares. À exceção do
cargo de senador, que tem mandatos com duração de oito anos, os demais cargos eletivos têm
mandatos de quatro anos. Como as eleições ocorrem a cada dois anos, os cargos eletivos são
disputados em dois grupos, da seguinte forma: eleições federais e estaduais – para os cargos de:
Presidente da República (e vice), Senador, Deputado Federal, Governador (e vice) e Deputado
Estadual; eleições municipais – para os cargos de Prefeito (e vice) e Vereadores.
Os candidatos a qualquer cargo são filiados a algum dos mais de 30 partidos políticos legalizados
existentes no país, cada um com uma ideologia política. Todos os partidos recebem recursos do
fundo partidário, acesso aos meios de comunicação (rádio e TV), e direito ao horário eleitoral
durante as campanhas.
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O processo eleitoral é organizado pela Justiça Eleitoral, que é composta pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), cuja sede é em Brasília, pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), sendo um em
cada estado, território ou Distrito, pelos Juízes Eleitorais e pelas Juntas Eleitorais. Todos estes
órgãos são regidos pelo Código Eleitoral, que estabelece as competências de cada
órgão/segmento.
Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 14, o voto é facultativo para os analfabetos, aos
maiores de 70 anos e para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos. É obrigatório para os
cidadãos entre 18 e 70 anos, sendo necessário justificar a ausência em qualquer seção eleitoral, no
dia da eleição, sob pena de multa.
Desde 2000, com o uso das urnas eletrônicas, as eleições brasileiras passaram a ser totalmente
informatizadas, o que permite que atualmente sejam consideradas as eleições mais rápidas e
atualizadas do mundo.
No trecho “Para os cargos do Poder Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos), pode haver
segundo turno, a ser realizado no último domingo de outubro.” (3º§), a forma verbal “pode
haver” exerce o valor semântico de
a) dúvida.
b) hipótese.
c) condição.
d) consequência.
Gravidez na adolescência
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Assinale a alternativa em que o verbo sublinhado está flexionado em tempo diferente dos
demais.
a) “Perderam o posto o lenhador,...” (11º§)
b) “Gostava mesmo era dos cavalos.” (4º§)
c) “Não tinha essa necessidade boba...” (9º§)
d) “… o que o soberano decidia estava decidido.” (9º§)
Adjetivo
Thais Pacievitch.
Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos
levados a consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos informações,
ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por
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Português
exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do corpo, a obrigatoriedade de ser
feliz etc. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é consumir, e
obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa
inovação tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades
consumistas, que é o caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser
considerados absolutamente necessários a partir de então.
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem
crítica alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais, por
isso trabalhamos mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos
nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra.
A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma
criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é
oferecido; quando um filho pede para o pai levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se
considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a estética em questão; quando
um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais dão, ensinamos que o que
consumimos é mais importante do que o que somos.
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida.
Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um
mercado generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora,
queremos e esperamos que eles recusem essa oferta. Como?!
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos
mais novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as pessoas pelo que
elas aparentam poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo
social deles é formado por pares que consomem coisas semelhantes. Não é a toa que os pequenos
furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas.
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função.
Um carro deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio de
comunicação; ambos passam a significar status, poder de consumo, condição social, entre outras
coisas.
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do
consumo, esses dois conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido
original. Os jovens hoje acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo.
Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes, determinadas pelo consumo e
pela publicidade. Tempos loucos, ou não?
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Português
“No 5º§ do texto lido, há dois vocábulos sublinhados. Em relação a tais termos, pode‐se afirmar
que são responsáveis por ___________________ e pertencem à classe de palavras de
____________________.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a
afirmativa anterior.
a) julgamentos / adjetivos
b) argumentos / advérbios
c) exemplos / substantivos
d) opiniões / locuções adverbiais
e) informações / locuções conjuntivas
Advérbio
Em “Somos levados a consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, [...]” (1º§) a
expressão “além de” indica
a) acréscimo.
b) objetividade.
c) coloquialismo.
d) intensificação.
e) temporalidade.
O direito à literatura
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais:
“Direitos humanos e literatura”. As maneiras de abordá‐lo são muitas, mas não posso começar a
falar sobre o tema específico sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos
humanos. [...]
[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos
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Português
indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do
problema, inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço de
educação e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente este postulado. Na verdade, a
tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do próximo.
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os
tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de
entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites,
ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao
universo fabulado. [...]
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da
poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma
necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos
possam ter acesso aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura popular e cultura
erudita não deve servir para justificar e manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista
cultural a sociedade fosse dividida em esferas incomunicáveis, dando lugar a dois tipos
incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a
fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito
inalienável.
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul;
São Paulo: Duas Cidades, 2004.)
O efeito de sentido produzido pelas palavras destacadas em “O assunto que me foi confiado
nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais: [...]” (1º§) está corretamente
identificado em (considere a ordem em que as palavras aparecem no trecho):
a) Modo, modo.
b) Afirmação, dúvida.
c) Modo, intensidade.
d) Contraste, intensidade.
e) Afirmação, temporalidade.
Conjunção
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Em “Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação
dos mais novos.” (6º§) o “mas” pode ser substituído, sem que haja alteração de sentido, por:
a) logo.
b) como.
c) todavia.
d) por isso.
e) porquanto.
“Pode parecer conversa de tiozão, mas essa geração do polegar está cada dia mais desconectada
da realidade.” (13º§) A palavra sublinhada expressa uma ideia de
a) razão.
b) concessão.
c) alternância.
d) compensação.
No trecho “A realidade, no entanto, não é bem assim.” (5º§), a expressão destacada pode ser
substituída, sem alteração de sentido, por
a) tanto faz.
b) apesar disso.
c) apesar de que.
d) consequentemente.
Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem
todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de
classe social baixa, escrever pode se restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a
redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive nesse mundo, escrever como a escola
propõe pode ser estranhíssimo, indesejável, inútil. Porém, os que vivem num meio social onde se
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Português
leem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem frequentemente e as crianças, desde muito
cedo, têm seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua etc. acham muito natural o que a
escola faz, porque, na verdade, representa uma continuação do que já faziam e esperavam que a
escola fizesse. Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a comunicação como uma simples
garantia de sobrevivência na sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a
escrita e fala, além de necessária, é uma forma de expressão individual de arte, de passatempo.
[...]
Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação. É justamente por isso que, em certas
culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras,
como absolutamente imprescindível. Essa atitude perante a escrita não se observa só
comparando, por exemplo, a cultura europeia com a cultura de tribos indígenas. Atitudes
conflitantes com relação à escrita se podem observar numa grande cidade. Entre seus habitantes,
sem dúvida alguma, todos necessitam de um modo ou de outro saber ler certas coisas, mas o
número cai enormemente quando se conta quem necessita produzir a escrita na proporção do
que lê. Muitas pessoas podem até ler jornal todos os dias, mas escrevem raramente.
Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da
população das cidades trabalha em serviços que não exigem a escrita. Por isso, os programas de
alfabetização – sobretudo de adultos – precisam ser elaborados não em função de uma cultura
julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada
um. A arte literária não é motivação para a escrita para todas as pessoas [...].
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto
mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser só decifração; deve, através da
decifração, chegar à motivação do que está escrito, ao seu conteúdo semântico e pragmático
completo. Por isso é que a leitura não se reduz à somatória dos significados individuais dos
símbolos (letras, palavras etc.), mas obriga o leitor a enquadrar todos esses elementos no universo
cultural, social, histórico etc. em que o escritor se baseou para escrever.
(CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 11. Ed. São Paulo: Scipione, 2010.)
As conjunções ajudam a criar diferentes relações semânticas entre os enunciados. A partir de tal
pressuposto, os termos “porém” e “portanto” podem ser substituídos, respectivamente, por
a) logo, mas.
b) assim, porque.
c) porquanto, ao passo que.
d) no entanto, por conseguinte.
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Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem
todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de
classe social baixa, escrever pode se restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a
redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive nesse mundo, escrever como a escola
propõe pode ser estranhíssimo, indesejável, inútil. Porém, os que vivem num meio social onde se
leem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem frequentemente e as crianças, desde muito
cedo, têm seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua etc. acham muito natural o que a
escola faz, porque, na verdade, representa uma continuação do que já faziam e esperavam que a
escola fizesse. Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a comunicação como uma simples
garantia de sobrevivência na sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a
escrita e fala, além de necessária, é uma forma de expressão individual de arte, de passatempo.
[...]
Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação. É justamente por isso que, em certas
culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras,
como absolutamente imprescindível. Essa atitude perante a escrita não se observa só
comparando, por exemplo, a cultura europeia com a cultura de tribos indígenas. Atitudes
conflitantes com relação à escrita se podem observar numa grande cidade. Entre seus habitantes,
sem dúvida alguma, todos necessitam de um modo ou de outro saber ler certas coisas, mas o
número cai enormemente quando se conta quem necessita produzir a escrita na proporção do
que lê. Muitas pessoas podem até ler jornal todos os dias, mas escrevem raramente.
Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da
população das cidades trabalha em serviços que não exigem a escrita. Por isso, os programas de
alfabetização – sobretudo de adultos – precisam ser elaborados não em função de uma cultura
julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada
um. A arte literária não é motivação para a escrita para todas as pessoas [...].
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto
mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser só decifração; deve, através da
decifração, chegar à motivação do que está escrito, ao seu conteúdo semântico e pragmático
completo. Por isso é que a leitura não se reduz à somatória dos significados individuais dos
símbolos (letras, palavras etc.), mas obriga o leitor a enquadrar todos esses elementos no universo
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(CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 11. Ed. São Paulo: Scipione, 2010.)
Um relatório divulgado nesta quarta‐feira (8) pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que somente um terço dos países alcançou
todas as seis metas de educação estabelecidas há 15 anos para o período de 2000 a 2015. Segundo
o relatório, o Brasil chegou a duas dessas metas: universalizou o acesso à educação primária (1º
ao 5º ano do ensino fundamental) e atingiu a meta da igualdade de gênero, levando meninos e
meninas às aulas em grande proporção.
A educação no mundo ainda não é tratada da maneira como deveria, segundo a Unesco. A
organização afirma que apesar de neste período 34 milhões de crianças terem tido acesso à
educação, ainda há 58 milhões de crianças fora da escola no mundo e cerca de 100 milhões de
crianças que não completarão a educação primária.
Uma nova reunião mundial será realizada em maio na Coreia do Sul para traçar objetivos para o
período de 2015 a 2030.
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Português
(Disponível: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/04/brasil‐cumpre‐apenas‐2‐de‐6‐
metas‐mundiais‐para‐educacao‐diz‐unesco.html.
Acesso em: 08/04/2015. Adaptado.)
“A educação no mundo ainda não é tratada da maneira como deveria, segundo a Unesco.” (3º§)
Em março deste ano, cinco meses antes da imagem do corpo do menino Aylan Kurdi, de três
anos, estirado nas areias da praia de Bodrum dar um tapa na cara da humanidade, o Alto
Comissário das Nações Unidas para Refugiados, o português Antônio Guterres, classificou a
guerra civil da Síria como “a pior crise humanitária da nossa era” – ou pelo menos a mais grave
pós‐Segunda Guerra. Em quatro anos e meio, o conflito insano que destruiu o país árabe deixou
mais de 250.000 mortos e espalhou 4 milhões de refugiados pelo mundo – 25% deles menores de
idade. Do grupo que arriscou cruzar o Atlântico rumo às Américas, a maioria desembarcou no
Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. No Brasil, o
primeiro destino foi bater à porta da mesquita de Guarulhos, a 10 quilômetros de onde
aterrissaram, em busca de abrigo.
Foi esse o caminho percorrido no ano passado por Marah Khamis, de 23 anos, ao lado do marido,
dos pais e de três irmãs, que deixaram Damasco depois que um familiar desenvolveu um câncer
em consequência de uma bomba química. Os bens foram convertidos em passagens aéreas para o
Brasil. Desembarcaram com poucas malas e economias suficientes para algumas semanas. O
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Português
único endereço em mente era a mesquita de Guarulhos, onde foram acolhidos e se juntaram a
cerca de 150 conterrâneos que seguiram o mesmo itinerário – hoje, o país contabiliza 2.077
refugiados sírios, segundo a ONU.
Uma tragédia também foi o motivo que trouxe ao Brasil a síria Fateh Saymeh, de 29 anos, o
marido, Mohamed Saymeh, e as duas filhas de cinco anos. “Minha casa explodiu na minha
frente”, lembra Fateh, de fala calma e serena ante as memórias da guerra. A indignação fica por
conta do marido, que assumiu uma dura rotina para sustentar a família. Saymeh é funcionário de
um restaurante das 9h às 18h, o que lhe rende 1.000 reais por mês – dinheiro que tem como
destino o aluguel da casa. Para complementar a renda, ele trabalha na Feira da Madrugada, no
Brás. Embora ainda não consiga se comunicar em português, ele já aprendeu a pronunciar as
únicas palavras que definem sua realidade – e a de milhares de brasileiros: “Muito cansado”.
O período “Embora ainda não consiga se comunicar em português, ele já aprendeu a pronunciar
as únicas palavras que definem sua realidade – e a de milhares de brasileiros: ‘Muito cansado’.”
(3º§) é iniciado por uma
II. conjunção concessiva que introduz uma informação vista como fato real.
IV. conjunção que pode ser substituída por “apesar de”, observando‐se as devidas adequações.
Pronomes
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Português
Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar Mediterrâneo para
a Europa, um número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco foi questionado pelo
jornal português Expresso como via a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados
Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos deixarão de ser a maioria da
população americana. “Esse é um processo que demorará muito tempo e custará muito sangue.”
Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa o continente, que recebeu 350 mil
estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter sido mais preciso. Na semana
passada, enquanto cidadãos de diversos países receberam os refugiados com mensagens de boas
vindas, alimentos e roupas, as autoridades da União Europeia se curvaram à gravidade da
situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160 mil pessoas e dividi‐las entre os 22
países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e Espanha. O processo continua sangrento
– ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de
uma nova Europa, talvez mais solidária e certamente mais colorida.
Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão‐de‐obra jovem para continuar
avançando e, sobretudo, reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por isso,
além das óbvias razões humanitárias, receber os refugiados é uma questão prática. Nos cálculos
da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5 filho hoje. O mesmo relatório concluiu
que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais grisalha”. Na
Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem feito a
população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes.
Enquanto a Europa desperta para a nova realidade, em que a miscigenação ganha importância, a
religião permanece como um dos principais entraves para a integração. Ainda que não existam
dados consolidados sobre o tema, as nações que mais exportam migrantes, Síria e Afeganistão,
são de maioria muçulmana e representantes de países como Hungria, Bulgária e Chipre já
disseram preferir os cristãos aos muçulmanos com o argumento de que aqueles se adaptariam
melhor aos costumes locais. Indiferente às críticas sobre discriminação, a Áustria foi além. Em
fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes,
aprovou uma lei que regula a prática do islamismo no país. Os muçulmanos de lá tiveram seus
feriados religiosos reconhecidos, mas só podem realizar suas atividades de culto em alemão e as
mesquitas não podem receber financiamento estrangeiro. A regra não serve para outras religiões.
Para os austríacos, ela ajuda na integração dos estrangeiros e evita a radicalização. Para os
contrários à lei, o resultado é justamente o oposto. “Por que um muçulmano se torna
fundamentalista na França?”, pergunta Umberto Eco. “Acha que isso aconteceria se vivesse num
apartamento perto de Notre Dame?”
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Português
(Disponível em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/436154_REFUGIADOS+ENFIM+A+EUROPA+SE+CUR
VA. Acesso em: 14/09/2015.)
“Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce,...” (2º§). “Onde” está
empregado corretamente no trecho anterior. Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao seu
emprego.
a) A Austrália é o país onde a prática do islamismo foi regulada.
b) O mar Mediterrâneo é por onde os migrantes chegam à Europa.
c) A Europa vive um período onde a solidariedade está em evidência.
d) A Europa é o continente onde os líderes decidiram ajudar os refugiados.
O uso do pronome demonstrativo “esse”, na frase: “Prive‐o desse infortúnio.” (10º§), se justifica
por
a) mencionar tempo futuro.
b) demonstrar noção espacial.
c) referir‐se a algo já citado no texto.
d) indicar algo a ser explicitado a seguir.
Sintaxe
Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e antagonismos que constituem a
questão social. Dentre esses processos, alguns podem ser lembrados agora. O desenvolvimento
extensivo e intensivo do capitalismo, na cidade e no campo, provoca os mais diversos
movimentos de trabalhadores, compreendendo indivíduos, famílias, grupos e amplos
contingentes. As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as regiões e as nações.
Movimentam trabalhadores em busca de terra, trabalho, condições de vida, garantias, direitos. A
industrialização e a urbanização expandem‐se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou surtos.
Assim como ocorre a metropolização dos maiores centros urbano‐industriais, também ocorre a
abertura e reabertura das fronteiras. Os surtos de atividades agrícolas, pecuárias, extrativas,
mineradoras e industriais, ao longo das várias repúblicas, assinalam os mais diversos momentos
de populações e negócios, de fatores econômicos ou forças produtivas. As crescentes
diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes desigualdades sociais. Criam‐se e
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Português
[...] Aos poucos, a história da sociedade parece movimentada por um vasto contingente de
operários agrícolas e urbanos, camponeses, empregados e funcionários. São brancos, mulatos,
negros, caboclos, índios, japoneses e outros. Conforme a época e o lugar, a questão social mescla
aspectos raciais, regionais e culturais, juntamente com os econômicos e políticos. Isto é, o tecido
da questão social mescla desigualdades e antagonismos de significação estrutural.
(IANNI, Octavio. Pensamento social no Brasil. Bauru: Edusc, 2004. (com adaptações).)
“Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e antagonismos que constituem a
questão social.”
Acerca da estruturação do período destacado, é correto afirmar que em sua constituição pode(m)
ser indicada(s):
a) Oração subordinada adjetiva restringindo o sentido do termo que modifica.
b) Duas orações coordenadas e uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
c) Apenas orações coordenadas aditivas em que há soma de ideias e emprego da conjunção “e”.
d) Uma oração principal e duas subordinadas, sendo que uma delas funciona como
complemento nominal.
e) Apenas orações coordenadas cuja posição no período pode ser variável sem que o sentido seja
alterado.
Pesquisas atuais demonstram haver a percepção de aumento dos conflitos nas escolas, que, com
frequência, enfrentam problemas de convivência, como bullying, violência e indisciplina. Diante
dessas situações, muitos docentes se sentem despreparados e inseguros para intervir
construtivamente, pois não se acham aptos a mediar conflitos de forma a favorecer o
aprendizado de valores e normas de convívio. Estudos também indicam que as desavenças entre
os alunos são resolvidas, principalmente, com estratégias submissas – como não interagir e
guardar rancor – ou agressivas – usando imposições ou coerções, um nível ainda muito
elementar de resolução.
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Português
A escola é o local ideal para trabalhar relações de colaboração e cooperação, pois, para aprender a
viver em grupo, é preciso ter experiências de vida em comum. O desenvolvimento da autonomia
e das relações justas e solidárias faz parte da maioria dos projetos pedagógicos, mas poucas vezes
os cursos de formação estudam como a escola pode favorecê‐lo, apesar de atualmente existirem
inúmeras pesquisas e vivências nesse campo. A proposta desta coluna é contribuir para divulgá‐
las, para que a difícil, mas necessária, Educação socioafetiva torne‐se projeto institucional,
deixando de ser uma questão privada de cada docente. Em alguns meses, vou compartilhar
textos feitos em conjunto com estudiosos para que as informações sejam consistentes e atuais.
“O desenvolvimento da autonomia e das relações justas e solidárias faz parte da maioria dos
projetos pedagógicos, / mas poucas vezes os cursos de formação estudam / como a escola pode
favorecê‐lo, / apesar de atualmente existirem inúmeras pesquisas e vivências nesse campo.” (2º§)
Acerca do período em destaque, é correto afirmar que é constituído de
a) uma oração principal e três orações subordinadas.
b) quatro orações, sendo uma delas coordenada adversativa.
c) quatro orações, sendo duas delas coordenadas adversativas.
d) uma oração principal e uma oração subordinada adverbial concessiva.
Análise Sintática
Thais Pacievitch.
“Todos os partidos recebem recursos do fundo partidário, acesso aos meios de comunicação
(rádio e TV), e direito ao horário eleitoral durante as campanhas.” (4º§). Quanto à transitividade,
o verbo receber pode ser classificado como
a) intransitivo.
b) transitivo direto.
c) transitivo indireto.
d) transitivo direto e indireto.
Thais Pacievitch.
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Português
Em “À exceção do cargo de senador, que tem mandatos com duração de oito anos, os demais
cargos eletivos têm mandatos de quatro anos.” (2º§), é correto afirmar que, sintaticamente, o
referido período é composto por oração subordinada
a) adjetiva restritiva.
b) adjetiva explicativa.
c) substantiva predicativa.
d) substantiva completiva nominal.
O direito à literatura
Em “[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que
consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo.” (2º§) a forma
verbal “tem” estabelece concordância verbal com seu referente, sujeito da oração, a saber:
a) “humanos”.
b) “reconhecer”.
c) “um pressuposto”.
d) “direitos humanos”.
e) “pensar em direitos humanos”.
“Em fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes,
aprovou uma lei que regula a prática do islamismo no país.” (4º§) O trecho sublinhado exprime a
ideia de:
a) Explicação.
b) Conclusão.
c) Contradição.
d) Consequência.
“Hoje em dia com um clique matamos todo esse procedimento.” (10º§) Sintaticamente, o trecho
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Português
Em uma frase, as palavras podem exercer funções sintáticas as mais diversas. Considerando a
classificação sintática dos termos destacados, assinale aquele que se DIFERENCIA dos demais.
a) “… todos passam do limite…” (2º§)
b) “Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos…” (5º§)
c) “... seja mala com pessoas que não te conhecem.” (10º§)
d) “Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto.” (9º§)
Dentre os termos destacados a seguir, assinale o que possui classificação diferente dos demais em
relação à função sintática exercida.
a) “Do grupo que arriscou cruzar o Atlântico [...]” (1º§)
b) “[...] a maioria desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, [...]” (1º§)
c) “No Brasil, o primeiro destino foi bater à porta da mesquita de Guarulhos, [...]” (1º§)
d) “[...] o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, o português Antônio Guterres,
classificou a guerra civil da Síria [...]” (1º§)
Em vez de uma entrevista formal, Ana Maria Machado resolveu escrever para responder às
questões de “Na Ponta do Lápis”. Nada estranho para alguém que escreve tão naturalmente
como um passarinho canta, como ela mesma afirma. Por e-mail, as respostas vieram em forma de
depoimento. São quarenta anos de carreira, mais de cem livros publicados em vinte países e
inúmeros prêmios recebidos no Brasil e no exterior. Ela é a primeira representante da literatura
infanto-juvenil na Academia Brasileira de Letras.
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Português
As primeiras leituras
Aprendi a ler antes dos cinco anos. Minha família me contava histórias e me mostrava livros.
Desde pequena, contos de fadas, Monteiro Lobato etc. Minha avó Ritinha era uma biblioteca viva
de sabedoria popular. Foi nesse período que encontrei o livro que marcaria a minha vida para
sempre: Reinações de Narizinho. Depois fui descobrindo outros, como os de Mark Twain. Na
escola e em casa, estava sempre rodeada de amigos que também gostavam de curtir a vida tendo
bons livros ao seu lado.
Meu pai era jornalista. Sempre brinquei em máquina de escrever. Faço diário. Sobre tudo e sobre
nada. Vou escrevendo como passarinho canta. Mas sempre gostei de escrever. Escrevia muitas
cartas, fazia parte da equipe do jornalzinho da escola, essas coisas. [Hoje] escrevo o tempo todo,
não só quando estou diante do papel ou do computador – esse é só o momento final, em que as
palavras saem de mim e tomam forma exterior.
Eu tendo a inverter a pergunta: como é que alguém que conheça bem uma língua tão linda como
a nossa, goste de jovens e adore ler consegue dar aula sem transmitir essa paixão? Isso é que para
mim é um mistério. Seria como um torcedor de um time ir ao estádio ver a final do campeonato,
com a sua equipe na decisão, e conseguir não torcer. Não dá nem para imaginar! Só se ele não for
um torcedor, não conhecer futebol, não entender o que está acontecendo no campo, nunca tiver
assistido a uma partida etc. E, por causa de tudo isso, conseguir passar o jogo todo reparando em
outras coisas: a marquise do estádio, a gola da camisa do vizinho à sua frente, coisas assim. Para
mim, é inconcebível.
Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um
autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja a sua idade, é um presente. Para mim, o
importante é que meu leitor se aproxime do que eu escrevo. Só com um leitor é que o livro se
completa. Sei muito bem que hoje em dia, com as novas tecnologias, o livro não é mais o eixo
central em torno do qual gira toda a cultura. Mas acho justo que todas as pessoas possam ter
acesso a tudo o que a leitura pode nos trazer. Então, sugiro que esse professor leia muito,
descubra os livros de que goste e fale neles para seus alunos. Com verdade e entusiasmo.
(Luiz Henrique Gurgel, Na Ponta do Lápis, Ano VI, Número 14, Julho de 2010.)
A regência verbal pode variar ainda que se trate de um mesmo verbo. Tal fato ocorre vinculado a
uma diversidade de significados que o mesmo pode conter e apresentar de acordo com o
contexto em que está sendo empregado. Em “Aprendi a ler antes dos cinco anos.”, a regência do
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Português
Crase
O direito à literatura
Sem considerar possível alteração de sentido, o sinal indicador de crase que aparece no título do
texto seria corretamente eliminado se
a) o artigo definido “o” fosse omitido.
b) a palavra “direito” fosse substituída por “acesso”.
c) no lugar de “literatura” fosse empregada a palavra “vida”.
d) em lugar do artigo “o”, fosse utilizada a forma verbal “temos”.
e) depois da palavra “direito” fosse acrescentada a conjunção “e”.
“Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos deixarão de ser a maioria da população
americana.” (1º§)
Neste trecho, o acento grave indicador de crase está empregado corretamente. Assinale a
alternativa em que o emprego da crase está INCORRETO.
a) Os refugiados também foram à Espanha.
b) A Europa tornou‐se solidária à crise migratória.
c) À medida que os migrantes chegam, eles são recebidos com boas vindas.
d) Os migrantes serão acolhidos por vários países europeus à partir da decisão tomada entre os
líderes da União Europeia.
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Português
Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem
todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de
classe social baixa, escrever pode se restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a
redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive nesse mundo, escrever como a escola
propõe pode ser estranhíssimo, indesejável, inútil. Porém, os que vivem num meio social onde se
leem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem frequentemente e as crianças, desde muito
cedo, têm seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua etc. acham muito natural o que a
escola faz, porque, na verdade, representa uma continuação do que já faziam e esperavam que a
escola fizesse. Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a comunicação como uma simples
garantia de sobrevivência na sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a
escrita e fala, além de necessária, é uma forma de expressão individual de arte, de passatempo.
[...]
Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação. É justamente por isso que, em certas
culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras,
como absolutamente imprescindível. Essa atitude perante a escrita não se observa só
comparando, por exemplo, a cultura europeia com a cultura de tribos indígenas. Atitudes
conflitantes com relação à escrita se podem observar numa grande cidade. Entre seus habitantes,
sem dúvida alguma, todos necessitam de um modo ou de outro saber ler certas coisas, mas o
número cai enormemente quando se conta quem necessita produzir a escrita na proporção do
que lê. Muitas pessoas podem até ler jornal todos os dias, mas escrevem raramente.
Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da
população das cidades trabalha em serviços que não exigem a escrita. Por isso, os programas de
alfabetização – sobretudo de adultos – precisam ser elaborados não em função de uma cultura
julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada
um. A arte literária não é motivação para a escrita para todas as pessoas [...].
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto
mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser só decifração; deve, através da
decifração, chegar à motivação do que está escrito, ao seu conteúdo semântico e pragmático
completo. Por isso é que a leitura não se reduz à somatória dos significados individuais dos
símbolos (letras, palavras etc.), mas obriga o leitor a enquadrar todos esses elementos no universo
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Português
(CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 11. Ed. São Paulo: Scipione, 2010.)
“Atitudes conflitantes com relação à escrita [...]” (2º§). Em relação ao trecho anterior, assinale a
reescrita que manteria a correção linguística.
a) “Atitudes conflitantes ligadas a escrita […]”
b) “Atitude conflitante em relação à escrita […]”
c) “Atitudes conflitantes relacionadas a escrita […]”
d) “Atitudes conflitantes em uma relação com à escrita […]”
“Do grupo que arriscou cruzar o Atlântico rumo às Américas, a maioria desembarcou no
Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. No Brasil, o
primeiro destino foi bater à porta da mesquita de Guarulhos, a 10 quilômetros de onde
aterrissaram, em busca de abrigo.” (1º§) Em relação ao trecho anterior, marque V para as
afirmativas verdadeiras e F para as falsas para as informações acerca das duas ocorrências do
sinal indicativo de crase.
( ) Na primeira ocorrência, caso “Américas” fosse substituído por “região das Américas” o sinal
indicativo de crase seria dispensado, considerando a devida alteração quanto à concordância em
relação ao artigo feminino.
( ) Na segunda ocorrência, o uso do acento grave é facultativo considerando que se trata de uma
locução feminina.
( ) O fato em comum com relação às duas ocorrências de crase é que tal ocorrência é obrigatória
de acordo com a norma padrão da língua.
Pontuação
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Português
Eles são uma gracinha, alegram a casa e, para muita gente, são companhia indispensável. Mas há
também quem não tem paciência, parte para a agressão e até enfrenta a lei por causa disso –
quem não lembra do caso da enfermeira que agrediu até a morte um pequeno cão de raça
yorkshire? A diferença é que, se antigamente as pessoas ficavam indiferentes, hoje elas exercem
sua cidadania e denunciam.
Mas ao contrário do que muita gente pensa, não existem direitos específicos para os animais de
estimação. Como parte do meio ambiente eles têm proteção garantida contra práticas que os
submetem à crueldade. Entretanto esses direitos nem sempre são respeitados e, ainda, cabe a sua
regulamentação. E no direito brasileiro um animal é considerado uma coisa, difícil de entender
pois “coisa” dá uma ideia de algo inanimado, mas talvez seja pelo fato de um animal não possuir
personalidade jurídica, não respondendo assim pelos seus atos. Então, juridicamente falando,
para que o animal tenha o seu direito exercido, é necessário que alguém responda por ele, por
isso cabe ao dono o dever de guarda ou controle. Em outras palavras se queremos que os animais
de estimação sejam respeitados, nós é que devemos fazer nossa parte.
Em relação à pontuação, assinale o trecho do texto que está de acordo com as normas gramaticais
da língua portuguesa.
a) “Entretanto esses direitos nem sempre são respeitados e, ainda, cabe a sua regulamentação.”
(2º§)
b) “Então, juridicamente falando, para que o animal tenha o seu direito exercido, é necessário
que alguém responda por ele, por isso cabe ao dono o dever de guarda ou controle.” (2º§)
c) “Mas ao contrário do que muita gente pensa, não existem direitos específicos para os animais
de estimação. Como parte do meio ambiente eles têm proteção garantida contra práticas que os
submetem à crueldade.” (2º§)
d) “E no direito brasileiro um animal é considerado uma coisa, difícil de entender, pois, ‘coisa’
dá uma ideia de algo inanimado, mas talvez seja pelo fato de um animal não possuir
personalidade jurídica, não respondendo assim pelos seus atos.” (2º§)
Gravidez na adolescência
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Português
a) inserir dúvida.
b) assinalar estrangeirismo.
c) realizar citação incompleta.
d) separar expressão explicativa.
e) indicar possibilidade alternativa de leitura.
Em “‘A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados Unidos’, disse.” (1º §), o uso de aspas
justifica‐se por:
a) Indicar a fala ou citação.
b) Exprimir um trecho irônico.
c) Indicar uma expressão popular.
d) Apresentar uma expressão que não é adequada ao contexto empregado.
No trecho “No Brasil, o aborto é permitido pelo Código Penal em duas situações: em caso de
estupro e quando há risco de morte para a gestante.” (3º§), os dois pontos ( : ) foram utilizados
para
a) finalizar frase.
b) anunciar citaçõe
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Português
Pesquisas atuais demonstram haver a percepção de aumento dos conflitos nas escolas, que, com
frequência, enfrentam problemas de convivência, como bullying, violência e indisciplina. Diante
dessas situações, muitos docentes se sentem despreparados e inseguros para intervir
construtivamente, pois não se acham aptos a mediar conflitos de forma a favorecer o
aprendizado de valores e normas de convívio. Estudos também indicam que as desavenças entre
os alunos são resolvidas, principalmente, com estratégias submissas – como não interagir e
guardar rancor – ou agressivas – usando imposições ou coerções, um nível ainda muito
elementar de resolução.
A escola é o local ideal para trabalhar relações de colaboração e cooperação, pois, para aprender a
viver em grupo, é preciso ter experiências de vida em comum. O desenvolvimento da autonomia
e das relações justas e solidárias faz parte da maioria dos projetos pedagógicos, mas poucas vezes
os cursos de formação estudam como a escola pode favorecê‐lo, apesar de atualmente existirem
inúmeras pesquisas e vivências nesse campo. A proposta desta coluna é contribuir para divulgá‐
las, para que a difícil, mas necessária, Educação socioafetiva torne‐se projeto institucional,
deixando de ser uma questão privada de cada docente. Em alguns meses, vou compartilhar
textos feitos em conjunto com estudiosos para que as informações sejam consistentes e atuais.
No último período do texto, a “vírgula” foi empregada com o mesmo objetivo visto em:
a) Não chore, que será pior!
b) Eu, porém, não concordei.
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Português
Assinale a justificativa adequada para o uso de vírgulas no período: “... que a atriz Camila
Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase...” (1º§).
a) Separa oração deslocada.
b) Separa oração adverbial reduzida.
c) Separa oração adverbial, anteposta à principal.
d) Separa oração termo com a mesma função sintática.
A construção linguística empregada no título do texto indica que o sinal de dois pontos foi
utilizado com o propósito de introduzir um(a)
a) conclusão, justificativa.
b) adendo que se intercala no discurso.
c) conceito para a expressão que o antecede.
d) especificação, detalhamento de uma informação.
Coesão
Ao se casar, a cientista ambiental Annie Leonard recusou‐se a buscar em uma joalheria da moda
o seu anel de ouro, novo em folha, como costuma acontecer à maioria dos noivos nesse momento,
repleto de simbolismos. Preferiu garimpar em um antiquário uma peça usada, que lhe ornasse o
dedo anular. O episódio é descrito em seu extraordinário livro A História das Coisas (Editora
Zahar), em que a autora faz uma análise sobre a origem das coisas que consumimos no dia a dia.
Ela relaciona essa origem aos processos produtivos, nem sempre limpos, como ocorre com o
algodão de nossas prosaicas camisetas básicas, ou mesmo o ouro, cuja extração ao redor do
mundo ainda deixa um rastro obscuro de devastação ambiental, social, humana.
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Português
Ao optar por não estimular o consumo do metal, nossa protagonista rompeu com a cadeia
produtiva nefanda na qual o ouro costuma estar metido. Embora haja iniciativas ao redor do
mundo que tentam limpar a pegada do metal precioso, fato é que para a América Latina o tema
carece de emergencial revisão.
Entre 2001 e 2013, cerca de 1.680 km2 de floresta tropical, algo como a cidade de São Paulo, foi
perdido para a atividade ilegal na região, conforme recente estudo feito pela Universidade de
Porto Rico, liderado pela pesquisadora Nora Álvarez‐Berríos e publicado na revista
Environmental Research Letters.
No trecho “(...) que lhe ornasse o dedo anular.” (1º§), o termo destacado refere‐se a
a) antiquário.
b) peça usada.
c) dedo anular.
d) cientista ambiental.
Eles são uma gracinha, alegram a casa e, para muita gente, são companhia indispensável. Mas há
também quem não tem paciência, parte para a agressão e até enfrenta a lei por causa disso –
quem não lembra do caso da enfermeira que agrediu até a morte um pequeno cão de raça
yorkshire? A diferença é que, se antigamente as pessoas ficavam indiferentes, hoje elas exercem
sua cidadania e denunciam.
Mas ao contrário do que muita gente pensa, não existem direitos específicos para os animais de
estimação. Como parte do meio ambiente eles têm proteção garantida contra práticas que os
submetem à crueldade. Entretanto esses direitos nem sempre são respeitados e, ainda, cabe a sua
regulamentação. E no direito brasileiro um animal é considerado uma coisa, difícil de entender
pois “coisa” dá uma ideia de algo inanimado, mas talvez seja pelo fato de um animal não possuir
personalidade jurídica, não respondendo assim pelos seus atos. Então, juridicamente falando,
para que o animal tenha o seu direito exercido, é necessário que alguém responda por ele, por
isso cabe ao dono o dever de guarda ou controle. Em outras palavras se queremos que os animais
de estimação sejam respeitados, nós é que devemos fazer nossa parte.
No trecho “Eles são uma gracinha, alegram a casa e, para muita gente, são companhia
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Português
O texto lido é formado por ideias bem articuladas, ligadas umas às outras. Para isso, alguns
recursos como o uso de expressões que remetem a outras apresentadas anteriormente foram
utilizados. Assinale um exemplo para tal tipo de relação corretamente identificada entre os
trechos apresentados.
a) “[...] nessa hora, queremos [...]” (5º§) / no momento presente.
b) “[...] esses dois conceitos [...]” (8º§) / de autonomia e liberdade.
c) “Bem, é isso que temos ensinado [...]” (4º§) / o sentido da ideia de lazer.
d) “Na educação, essa nossa característica [...]” (6º§) / a recusa de ofertas.
e) “Nessa ideologia consumista, [...]” (7º§) / a nova característica da educação.
O direito à literatura
“O assunto (1) que me (2) foi confiado nesta série (3) é aparentemente meio desligado dos
problemas reais: ‘Direitos humanos e literatura.’ As maneiras de abordá‐lo (4) são muitas, mas
não posso começar a falar sobre o tema (5) específico sem fazer algumas reflexões prévias a
respeito dos próprios direitos humanos. [...]” (1º§) Algumas palavras funcionam como elementos
fundamentais de conexão, auxiliam na construção e no entendimento do texto. Além disso,
muitas vezes palavras diferentes são utilizadas para um mesmo referente, conforme exemplo dos
termos destacados:
a) 1, 2 e 3.
b) 1, 4 e 5.
c) 2, 3 e 4.
d) 2, 3 e 5.
e) 3, 4 e 5.
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Português
Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem
todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de
classe social baixa, escrever pode se restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a
redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive nesse mundo, escrever como a escola
propõe pode ser estranhíssimo, indesejável, inútil. Porém, os que vivem num meio social onde se
leem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem frequentemente e as crianças, desde muito
cedo, têm seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua etc. acham muito natural o que a
escola faz, porque, na verdade, representa uma continuação do que já faziam e esperavam que a
escola fizesse. Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a comunicação como uma simples
garantia de sobrevivência na sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a
escrita e fala, além de necessária, é uma forma de expressão individual de arte, de passatempo.
[...]
Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação. É justamente por isso que, em certas
culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras,
como absolutamente imprescindível. Essa atitude perante a escrita não se observa só
comparando, por exemplo, a cultura europeia com a cultura de tribos indígenas. Atitudes
conflitantes com relação à escrita se podem observar numa grande cidade. Entre seus habitantes,
sem dúvida alguma, todos necessitam de um modo ou de outro saber ler certas coisas, mas o
número cai enormemente quando se conta quem necessita produzir a escrita na proporção do
que lê. Muitas pessoas podem até ler jornal todos os dias, mas escrevem raramente.
Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da
população das cidades trabalha em serviços que não exigem a escrita. Por isso, os programas de
alfabetização – sobretudo de adultos – precisam ser elaborados não em função de uma cultura
julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada
um. A arte literária não é motivação para a escrita para todas as pessoas [...].
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Português
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto
mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser só decifração; deve, através da
decifração, chegar à motivação do que está escrito, ao seu conteúdo semântico e pragmático
completo. Por isso é que a leitura não se reduz à somatória dos significados individuais dos
símbolos (letras, palavras etc.), mas obriga o leitor a enquadrar todos esses elementos no universo
cultural, social, histórico etc. em que o escritor se baseou para escrever.
(CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 11. Ed. São Paulo: Scipione, 2010.)
No texto, é necessário o emprego de alguns mecanismos coesivos em sua construção. Dentre eles
destaca‐se como elemento de função anafórica o indicado em:
a) “Para quem vive nesse mundo, [...]” (1º§)
b) “Por isso, os programas de alfabetização [...]” (3º§)
c) “Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária [...]” (1º§)
d) “Porém, os que vivem num meio social onde se leem jornais, revistas, livros, [...]” (1º§)
Pesquisas atuais demonstram haver a percepção de aumento dos conflitos nas escolas, que, com
frequência, enfrentam problemas de convivência, como bullying, violência e indisciplina. Diante
dessas situações, muitos docentes se sentem despreparados e inseguros para intervir
construtivamente, pois não se acham aptos a mediar conflitos de forma a favorecer o
aprendizado de valores e normas de convívio. Estudos também indicam que as desavenças entre
os alunos são resolvidas, principalmente, com estratégias submissas – como não interagir e
guardar rancor – ou agressivas – usando imposições ou coerções, um nível ainda muito
elementar de resolução.
A escola é o local ideal para trabalhar relações de colaboração e cooperação, pois, para aprender a
viver em grupo, é preciso ter experiências de vida em comum. O desenvolvimento da autonomia
e das relações justas e solidárias faz parte da maioria dos projetos pedagógicos, mas poucas vezes
os cursos de formação estudam como a escola pode favorecê‐lo, apesar de atualmente existirem
inúmeras pesquisas e vivências nesse campo. A proposta desta coluna é contribuir para divulgá‐
las, para que a difícil, mas necessária, Educação socioafetiva torne‐se projeto institucional,
deixando de ser uma questão privada de cada docente. Em alguns meses, vou compartilhar
textos feitos em conjunto com estudiosos para que as informações sejam consistentes e atuais.
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Português
A partir da coesão textual é possível identificar os mecanismos constitutivos do texto tais como
os conectivos, os processos de ordenação e de retomada. Diante de tal evento linguístico, assinale
a associação correta a seguir, considerando os elementos destacados.
a) “[…] estudam como a escola pode favorecê‐lo, […]” (2º§) / desenvolvimento
b) “Diante dessas situações, muitos docentes se sentem despreparados […]” (1º§) / Pesquisas
atuais
c) “A proposta desta coluna é contribuir para divulgá‐las, […]” (2º§) / relações de colaboração e
cooperação
d) “[…] conflitos nas escolas, que, com frequência, enfrentam problemas de convivência, […]”
(1º§) / enfrentam
Semântica
“... o diagnóstico de Eco não poderia ter sido mais preciso.” (1º§) O termo sublinhado será
substituído sem alteração de sentido por:
a) Exato.
b) Incerto.
c) Necessário.
d) Indispensável.
“Ninguém precisava dizer ‘sou contra’, ‘sou a favor, mas veja bem’, sobretudo mulheres.” (7º§)
Assinale a alternativa em que o vocábulo NÃO substitui corretamente a palavra sublinhada.
a) Exceto.
b) Mormente.
c) Especialmente.
d) Principalmente.
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Português
Em “As leis restritivas, além de não impedirem que as mulheres abortem, tornam o aborto
inseguro.” (2º§), o termo em destaque significa
a) desiguais.
b) delicadas.
c) efêmeras.
d) restringentes.
No trecho “Até os anos 1980, autismo era considerado distúrbio adquirido por influência do
ambiente.” (3º§), o termo destacado pode ser substituído, sem alteração de sentido, por
a) atuação.
b) reputação.
c) importância.
d) merecimento.
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Português
Um relatório divulgado nesta quarta‐feira (8) pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que somente um terço dos países alcançou
todas as seis metas de educação estabelecidas há 15 anos para o período de 2000 a 2015. Segundo
o relatório, o Brasil chegou a duas dessas metas: universalizou o acesso à educação primária (1º
ao 5º ano do ensino fundamental) e atingiu a meta da igualdade de gênero, levando meninos e
meninas às aulas em grande proporção.
A educação no mundo ainda não é tratada da maneira como deveria, segundo a Unesco. A
organização afirma que apesar de neste período 34 milhões de crianças terem tido acesso à
educação, ainda há 58 milhões de crianças fora da escola no mundo e cerca de 100 milhões de
crianças que não completarão a educação primária.
Uma nova reunião mundial será realizada em maio na Coreia do Sul para traçar objetivos para o
período de 2015 a 2030.
(Disponível: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/04/brasil‐cumpre‐apenas‐2‐de‐6‐
metas‐mundiais‐para‐educacao‐diz‐unesco.html.
Acesso em: 08/04/2015. Adaptado.)
A partir da concepção de que um grupo de palavras faz parte da mesma área semântica, quando
elas, num determinado contexto, são equivalentes pelo sentido ou têm em comum um traço
semântico que as aproxime; assinale a alternativa que apresenta a mesma relação indicada no
título do texto apresentado.
a) Vou fazer uma viajem
pros estados do Brasil
Conhecer suas belezas
que muita gente não viu
(Sérgio Reis – Esse é o meu Brasil.)
b) Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar‐te nos meus versos
(João Gilberto – Aquarela do Brasil.)
c) “Racismo contra imigrantes no Brasil é constante, diz pesquisador.”
(Disponível em:
48
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Português
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150819_racismo_imigrantes_jp_rm.
26/08/2015.)
d) “Brasil tem amistoso com Costa Rica confirmado para setembro.”
(Disponível em: http://esportes.terra.com.br/brasil/brasil‐tem‐amistoso‐com‐costa‐rica‐
confirmado‐para‐ 509,0a5a13e94a2c88140f5a1fd46a0cb55eq7alRCRD.html. 04/08/2015.)
Sinônimos e Antônimos
Gravidez na adolescência
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Português
Em “A adolescência já é uma fase complexa da vida.”, o termo destacado pode ser substituído,
sem alteração de sentido, por
a) escassa.
b) discutível.
c) complicada.
d) espontânea.
e) imperceptível.
Aborto legal
“Em último caso, a mulher pode interromper a gravidez forçada.” (4º§). Assinale, a seguir, o
antônimo da palavra destacada anteriormente.
a) Aprovar.
b) Encerrar.
c) Terminar.
d) Preservar.
“Dentro do espectro de condições consideradas como autismo, apenas uma minoria dos
portadores apresenta comprometimento intelectual grave.” (2º§) Assinale o antônimo da
expressão destacada no trecho anterior.
a) Fora.
b) Além.
c) Abaixo.
d) Por cima.
Sentidos
Gravidez na adolescência
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Português
No trecho “Por isso, quando uma adolescente engravida, não é apenas a sua vida que sofre
mudanças.”, a expressão “quando” expressa ideia de
a) tempo.
b) escolha.
c) equilíbrio.
d) relevância
e) determinação.
Gravidez na adolescência
Linguagem
O primeiro texto que publiquei em jornal foi uma crônica. Devia ter eu lá uns 16 ou 17 anos. E aí
fui tomando gosto. Dos jornais de Juiz de Fora, passei para os jornais e revistas de Belo Horizonte
e depois para a imprensa do Rio e São Paulo. Fiz de tudo (ou quase tudo) em jornal: de repórter
policial a crítico literário. Mas foi somente quando me chamaram para substituir Drummond no
Jornal do Brasil, em 1984, que passei a fazer crônica sistematicamente. Virei um escritor crônico.
O que é um cronista?
Luís Fernando Veríssimo diz que o cronista é como uma galinha, bota seu ovo regularmente.
Carlos Eduardo Novaes diz que crônicas são como laranjas, podem ser doces ou azedas e ser
consumidas em gomos ou pedaços, na poltrona de casa ou espremidas na sala de aula.
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Português
Já andei dizendo que o cronista é um estilita. Não confundam, por enquanto, com estilista.
Estilita era o santo que ficava anos e anos em cima de uma coluna, no deserto, meditando e
pregando. São Simeão passou trinta anos assim, exposto ao sol e à chuva. Claro que de tanto
purificar seu estilo diariamente o cronista estilita acaba virando um estilista.
O cronista é isso: fica pregando lá em cima de sua coluna no jornal. Por isto, há uma certa
confusão entre colunista e cronista, assim como há outra confusão entre articulista e cronista. O
articulista escreve textos expositivos e defende temas e ideias. O cronista é o mais livre dos
redatores de um jornal. Ele pode ser subjetivo. Pode (e deve) falar na primeira pessoa sem
envergonhar-se. Seu “eu”, como o do poeta, é um eu de utilidade pública.
Que tipo de crônica escrevo? De vários tipos. Conto casos, faço descrições, anoto momentos
líricos, faço críticas sociais. Uma das funções da crônica é interferir no cotidiano. Claro que essas
que interferem mais cruamente em assuntos momentosos tendem a perder sua atualidade
quando publicadas em livro. Não tem importância. O cronista é crônico, ligado ao tempo, deve
estar encharcado, doente de seu tempo e ao mesmo tempo pairar acima dele.
Toda mensagem tem uma finalidade predominante, de acordo com tal afirmativa, indique-a a
seguir em relação ao texto apresentado:
a) Expressão do estado de espírito do emissor.
b) Conteúdo cujo objetivo é persuadir o interlocutor.
c) Abordagem do próprio código, análise sobre a própria linguagem.
d) Estabelecimento da comunicação entre o emissor e o receptor da mensagem.
e) Conteúdo essencialmente informativo, cujo objetivo é a transmissão de informação sobre a
realidade.
Quer falemos de uma flor ou de um carvalho, de uma minhoca ou de um belo pássaro, de uma
maçã ou de uma pessoa, creio que estaremos certos ao reconhecermos que a vida é um processo
ativo, e não passivo. Pouco importa que o estímulo venha de dentro ou de fora, pouco importa
que o ambiente seja favorável ou desfavorável. Em qualquer uma dessas condições, os
comportamentos de um organismo estarão voltados para a sua manutenção, seu crescimento e
sua reprodução. Essa é a própria natureza do processo a que chamamos vida. Esta tendência está
em ação em todas as ocasiões. Na verdade, somente a presença ou ausência desse processo
direcional total permite-nos dizer se um dado organismo está vivo ou morto.
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Português
A tendência realizadora pode, evidentemente, ser frustrada ou desvirtuada, mas não pode ser
destruída sem que se destrua também o organismo. Lembro-me de um episódio da minha
meninice, que ilustra essa tendência. A caixa em que armazenávamos nosso suprimento de
batatas para o inverno era guardada no porão, vários pés abaixo de uma pequena janela. As
condições eram desfavoráveis, mas as batatas começavam a germinar – eram brotos pálidos e
brancos, tão diferentes dos rebentos verdes e sadios que as batatas produziam quando plantadas
na terra, durante a primavera. Mas esses brotos tristes e esguios cresceram dois ou três pés em
busca da luz distante da janela. Em seu crescimento bizarro e vão, esses brotos eram uma
expressão desesperada da tendência direcional de que estou falando. Nunca seriam plantas,
nunca amadureceriam, nunca realizariam seu verdadeiro potencial. Mas sob as mais adversas
circunstâncias, estavam tentando ser uma planta.
A vida não entregaria os pontos, mesmo que não pudesse florescer. Ao lidar com clientes cujas
vidas foram terrivelmente desvirtuadas, ao trabalhar com homens e mulheres nas salas de fundo
dos hospitais do Estado, sempre penso nesses brotos de batatas. As condições em que se
desenvolveram essas pessoas têm sido tão desfavoráveis que suas vidas quase sempre parecem
anormais, distorcidas, pouco humanas. E, no entanto, pode-se confiar que a tendência realizadora
está presente nessas pessoas. A chave para entender seu comportamento é a luta em que se
empenham para crescer e ser, utilizando-se dos recursos que acreditam ser os disponíveis. Para
as pessoas saudáveis, os resultados podem parecer bizarros e inúteis, mas são uma tentativa
desesperada da vida para existir. Esta tendência construtiva e poderosa é o alicerce da
abordagem centrada na pessoa.
De acordo com os sentidos contextuais produzidos pelos vocábulos, é possível realizar diferentes
inferências. Diferentemente da denotação, a conotação permite que o significado usual de um
vocábulo seja ampliado ou substituído por outro mantendo diferentes relações de acordo com o
emprego realizado. Assinale o trecho destacado a seguir que apresenta um exemplo do emprego
da linguagem conotativa anteriormente referenciada.
a) “Esta tendência está em ação em todas as ocasiões.”
b) “Essa é a própria natureza do processo a que chamamos vida.”
c) “Lembro-me de um episódio da minha meninice, que ilustra essa tendência.”
d) “As condições eram desfavoráveis, mas as batatas começavam a germinar [...]”
e) “Mas esses brotos tristes e esguios cresceram dois ou três pés em busca da luz distante da
janela.”
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Português
A crônica em questão foi construída a partir da frase “Não canse quem te quer bem”. Essa
estratégia de construção textual está centralizada na função da linguagem denominada
a) fática.
b) conativa.
c) emotiva.
d) metalinguística.
Variações linguísticas
O primeiro texto que publiquei em jornal foi uma crônica. Devia ter eu lá uns 16 ou 17 anos. E aí
fui tomando gosto. Dos jornais de Juiz de Fora, passei para os jornais e revistas de Belo Horizonte
e depois para a imprensa do Rio e São Paulo. Fiz de tudo (ou quase tudo) em jornal: de repórter
policial a crítico literário. Mas foi somente quando me chamaram para substituir Drummond no
Jornal do Brasil, em 1984, que passei a fazer crônica sistematicamente. Virei um escritor crônico.
O que é um cronista?
Luís Fernando Veríssimo diz que o cronista é como uma galinha, bota seu ovo regularmente.
Carlos Eduardo Novaes diz que crônicas são como laranjas, podem ser doces ou azedas e ser
consumidas em gomos ou pedaços, na poltrona de casa ou espremidas na sala de aula.
Já andei dizendo que o cronista é um estilita. Não confundam, por enquanto, com estilista.
Estilita era o santo que ficava anos e anos em cima de uma coluna, no deserto, meditando e
pregando. São Simeão passou trinta anos assim, exposto ao sol e à chuva. Claro que de tanto
purificar seu estilo diariamente o cronista estilita acaba virando um estilista.
O cronista é isso: fica pregando lá em cima de sua coluna no jornal. Por isto, há uma certa
confusão entre colunista e cronista, assim como há outra confusão entre articulista e cronista. O
articulista escreve textos expositivos e defende temas e ideias. O cronista é o mais livre dos
redatores de um jornal. Ele pode ser subjetivo. Pode (e deva) falar na primeira pessoa sem
envergonhar-se. Seu “eu”, como o do poeta, é um eu de utilidade pública.
Que tipo de crônica escrevo? De vários tipos. Conto casos, faço descrições, anoto momentos
líricos, faço críticas sociais. Uma das funções da crônica é interferir no cotidiano. Claro que essas
que interferem mais cruamente em assuntos momentosos tendem a perder sua atualidade
quando publicadas em livro. Não tem importância. O cronista é crônico, ligado ao tempo, deve
estar encharcado, doente de seu tempo e ao mesmo tempo pairar acima dele.
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Português
“Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de
apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os
tubos.” (2º§) No excerto anterior, as expressões sublinhadas
a) têm valor pejorativo.
b) pertencem à norma culta.
c) constituem erros de regência.
d) pertencem à linguagem coloquial.
Interpretação de Textos
Thais Pacievitch.
“As eleições no Brasil são realizadas através do voto direto, secreto e obrigatório. A primeira
eleição da qual existem registros no Brasil, ocorreu em 1532, por meio da qual foi escolhido o
representante do Conselho da Vila de São
Vicente.” (1º§). Para desenvolver o trecho anterior, utilizou‐se uma
a) exploração de aspectos temporais que obedece a uma lógica de ordenação ao desejar
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Português
Ao se casar, a cientista ambiental Annie Leonard recusou‐se a buscar em uma joalheria da moda
o seu anel de ouro, novo em folha, como costuma acontecer à maioria dos noivos nesse momento,
repleto de simbolismos. Preferiu garimpar em um antiquário uma peça usada, que lhe ornasse o
dedo anular. O episódio é descrito em seu extraordinário livro A História das Coisas (Editora
Zahar), em que a autora faz uma análise sobre a origem das coisas que consumimos no dia a dia.
Ela relaciona essa origem aos processos produtivos, nem sempre limpos, como ocorre com o
algodão de nossas prosaicas camisetas básicas, ou mesmo o ouro, cuja extração ao redor do
mundo ainda deixa um rastro obscuro de devastação ambiental, social, humana.
Ao optar por não estimular o consumo do metal, nossa protagonista rompeu com a cadeia
produtiva nefanda na qual o ouro costuma estar metido. Embora haja iniciativas ao redor do
mundo que tentam limpar a pegada do metal precioso, fato é que para a América Latina o tema
carece de emergencial revisão.
Entre 2001 e 2013, cerca de 1.680 km2 de floresta tropical, algo como a cidade de São Paulo, foi
perdido para a atividade ilegal na região, conforme recente estudo feito pela Universidade de
Porto Rico, liderado pela pesquisadora Nora Álvarez‐Berríos e publicado na revista
Environmental Research Letters.
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Português
Ao se casar, a cientista ambiental Annie Leonard recusou‐se a buscar em uma joalheria da moda
o seu anel de ouro, novo em folha, como costuma acontecer à maioria dos noivos nesse momento,
repleto de simbolismos. Preferiu garimpar em um antiquário uma peça usada, que lhe ornasse o
dedo anular. O episódio é descrito em seu extraordinário livro A História das Coisas (Editora
Zahar), em que a autora faz uma análise sobre a origem das coisas que consumimos no dia a dia.
Ela relaciona essa origem aos processos produtivos, nem sempre limpos, como ocorre com o
algodão de nossas prosaicas camisetas básicas, ou mesmo o ouro, cuja extração ao redor do
mundo ainda deixa um rastro obscuro de devastação ambiental, social, humana.
Ao optar por não estimular o consumo do metal, nossa protagonista rompeu com a cadeia
produtiva nefanda na qual o ouro costuma estar metido. Embora haja iniciativas ao redor do
mundo que tentam limpar a pegada do metal precioso, fato é que para a América Latina o tema
carece de emergencial revisão.
Entre 2001 e 2013, cerca de 1.680 km2 de floresta tropical, algo como a cidade de São Paulo, foi
perdido para a atividade ilegal na região, conforme recente estudo feito pela Universidade de
Porto Rico, liderado pela pesquisadora Nora Álvarez‐Berríos e publicado na revista
Environmental Research Letters.
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Português
Cientistas descobrem como “deletar”, pela primeira vez, o HIV das células humanas usando
técnica revolucionária
Uma vez que o vírus HIV invade uma célula humana, ele ficará lá para sempre, inserindo seu
genoma mortal de forma definitiva, obrigando suas vítimas a tomarem medicamentos por toda a
vida.
Porém, pela primeira vez, pesquisadores da Filadélfia, nos EUA, descobriram uma maneira de
retirar o HIV de forma completa das células humanas.
“Esse é um passo importante no caminho para uma cura permanente para a AIDS”, disse Kamel
Khalili, PhD, professor e presidente do Departamento de Neurociência da Temple. “É uma
descoberta excitante, mas ainda não está pronta para ser colocada em prática. É apenas um
conceito que estamos tentando manter na direção correta”, explicou.
podem servir como vacinas terapêuticas. No mundo todo, mais de 33 milhões de pessoas têm
HIV, sendo mais de um milhão apenas nos Estados Unidos.
Embora a terapia antirretroviral altamente ativa (HAART), desenvolvida nos últimos 15 anos,
possa controlar o HIV‐1 em pessoas infectadas, o vírus pode atacar novamente com qualquer
interrupção no tratamento.
“Estamos trabalhando em uma série de estratégias para que possamos levar a construção em
estudos pré‐clínicos. Queremos erradicar cada cópia única de HIV‐1 do paciente. Isso seria a cura
da AIDS”, explica o pesquisador, empolgado com uma possível descoberta que mudaria o
mundo.
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Português
“Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se
tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o
gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são
impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.”
Pode‐se dizer que o fragmento anterior apresenta, em relação ao texto “Tempos loucos – Parte 2”,
a) um conflito de ideias.
b) o mesmo tema tratado.
c) o mesmo tema através de outra linguagem.
d) uma opinião diferente para um mesmo assunto.
e) um exemplo para o tema apresentado no texto I.
Considerando o contexto em que a frase “A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.” (3º§) está
correto afirmar que para a autora,
O direito à literatura
Diante das ideias do autor, é correto afirmar que o texto possui como tese:
a) “A importância dos direitos humanos.”
b) “A importância da literatura nos dias atuais.”
c) “A literatura como parte da luta pelos direitos humanos.”
d) “O debate sério sobre os direitos humanos através da literatura.”
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Português
O direito à literatura
A partir do trecho “Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no
universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece
corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui
um direito. [...]” (4º§) é possível afirmar que o autor, principalmente,
a) conclui que a literatura é um direito humano.
b) afirma que todos podem ser considerados poetas.
c) questiona a respeito do papel da literatura na sociedade.
d) indica uma condição para o envolvimento com a literatura.
e) nega a importância da literatura, falando apenas no sentido amplo.
O direito à literatura
Considerando o trecho do 3º§ do texto “Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é
capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo
fabulado. [...]”, é correto afirmar que
a) o autor nega o que foi dito anteriormente.
b) através de um contraste o autor exemplifica sua ideia.
c) há uma comparação com algo que ocorre no cotidiano.
d) a partir de uma nova informação, o assunto é modificado.
e) o autor expressa sua opinião sobre o tempo gasto com a literatura.
Acerca das ideias trazidas ao texto no último período do texto: “O cronista é crônico, ligado ao
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Português
tempo, deve estar encharcado, doente de seu tempo e ao mesmo tempo pairar acima dele.” pode-
se afirmar que
a) a expressão “o cronista é crônico” demonstra redundância intencional.
b) é possível constatar a geração de ambiguidade na repetição da palavra “tempo”.
c) há um valor contrastivo entre as situações nas quais o cronista deve estar inserido.
d) o conceito apresentado acerca do cronista tem aspecto predominantemente objetivo.
e) a forma imperativa “deve” demonstra a limitação do cronista no exercício de sua função.
Quer falemos de uma flor ou de um carvalho, de uma minhoca ou de um belo pássaro, de uma
maçã ou de uma pessoa, creio que estaremos certos ao reconhecermos que a vida é um processo
ativo, e não passivo. Pouco importa que o estímulo venha de dentro ou de fora, pouco importa
que o ambiente seja favorável ou desfavorável. Em qualquer uma dessas condições, os
comportamentos de um organismo estarão voltados para a sua manutenção, seu crescimento e
sua reprodução. Essa é a própria natureza do processo a que chamamos vida. Esta tendência está
em ação em todas as ocasiões. Na verdade, somente a presença ou ausência desse processo
direcional total permite-nos dizer se um dado organismo está vivo ou morto.
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Português
A tendência realizadora pode, evidentemente, ser frustrada ou desvirtuada, mas não pode ser
destruída sem que se destrua também o organismo. Lembro-me de um episódio da minha
meninice, que ilustra essa tendência. A caixa em que armazenávamos nosso suprimento de
batatas para o inverno era guardada no porão, vários pés abaixo de uma pequena janela. As
condições eram desfavoráveis, mas as batatas começavam a germinar – eram brotos pálidos e
brancos, tão diferentes dos rebentos verdes e sadios que as batatas produziam quando plantadas
na terra, durante a primavera. Mas esses brotos tristes e esguios cresceram dois ou três pés em
busca da luz distante da janela. Em seu crescimento bizarro e vão, esses brotos eram uma
expressão desesperada da tendência direcional de que estou falando. Nunca seriam plantas,
nunca amadureceriam, nunca realizariam seu verdadeiro potencial. Mas sob as mais adversas
circunstâncias, estavam tentando ser uma planta.
A vida não entregaria os pontos, mesmo que não pudesse florescer. Ao lidar com clientes cujas
vidas foram terrivelmente desvirtuadas, ao trabalhar com homens e mulheres nas salas de fundo
dos hospitais do Estado, sempre penso nesses brotos de batatas. As condições em que se
desenvolveram essas pessoas têm sido tão desfavoráveis que suas vidas quase sempre parecem
anormais, distorcidas, pouco humanas. E, no entanto, pode-se confiar que a tendência realizadora
está presente nessas pessoas. A chave para entender seu comportamento é a luta em que se
empenham para crescer e ser, utilizando-se dos recursos que acreditam ser os disponíveis. Para
as pessoas saudáveis, os resultados podem parecer bizarros e inúteis, mas são uma tentativa
desesperada da vida para existir. Esta tendência construtiva e poderosa é o alicerce da
abordagem centrada na pessoa.
Acerca da estratégia utilizada para expor as ideias no primeiro período do texto, pode-se afirmar
que
a) a alternância apresentada tem por objetivo expressar a incompatibilidade dos conceitos
envolvidos.
b) é apresentada uma enumeração em que vocábulos distintos semanticamente são relacionados
exprimindo um valor alternativo.
c) através de uma relação de contraste, dois elementos são apresentados estabelecendo-se um
raciocínio lógico evidenciando uma conclusão.
d) através de uma relação de adição presente entre pares de palavras selecionadas, é possível
reconhecer uma ideia conclusiva ao final do período.
e) é possível reconhecer, através do sentido contextual, que o primeiro vocábulo de cada par
relacionado através da alternância possui maior importância que o segundo.
Gravidez na adolescência
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Português
Gravidez na adolescência
Em vez de uma entrevista formal, Ana Maria Machado resolveu escrever para responder às
questões de “Na Ponta do Lápis”. Nada estranho para alguém que escreve tão naturalmente
como um passarinho canta, como ela mesma afirma. Por e-mail, as respostas vieram em forma de
depoimento. São quarenta anos de carreira, mais de cem livros publicados em vinte países e
inúmeros prêmios recebidos no Brasil e no exterior. Ela é a primeira representante da literatura
infanto-juvenil na Academia Brasileira de Letras.
As primeiras leituras
Aprendi a ler antes dos cinco anos. Minha família me contava histórias e me mostrava livros.
Desde pequena, contos de fadas, Monteiro Lobato etc. Minha avó Ritinha era uma biblioteca viva
de sabedoria popular. Foi nesse período que encontrei o livro que marcaria a minha vida para
sempre: Reinações de Narizinho. Depois fui descobrindo outros, como os de Mark Twain. Na
escola e em casa, estava sempre rodeada de amigos que também gostavam de curtir a vida tendo
bons livros ao seu lado.
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Português
Meu pai era jornalista. Sempre brinquei em máquina de escrever. Faço diário. Sobre tudo e sobre
nada. Vou escrevendo como passarinho canta. Mas sempre gostei de escrever. Escrevia muitas
cartas, fazia parte da equipe do jornalzinho da escola, essas coisas. [Hoje] escrevo o tempo todo,
não só quando estou diante do papel ou do computador – esse é só o momento final, em que as
palavras saem de mim e tomam forma exterior.
Eu tendo a inverter a pergunta: como é que alguém que conheça bem uma língua tão linda como
a nossa, goste de jovens e adore ler consegue dar aula sem transmitir essa paixão? Isso é que para
mim é um mistério. Seria como um torcedor de um time ir ao estádio ver a final do campeonato,
com a sua equipe na decisão, e conseguir não torcer. Não dá nem para imaginar! Só se ele não for
um torcedor, não conhecer futebol, não entender o que está acontecendo no campo, nunca tiver
assistido a uma partida etc. E, por causa de tudo isso, conseguir passar o jogo todo reparando em
outras coisas: a marquise do estádio, a gola da camisa do vizinho à sua frente, coisas assim. Para
mim, é inconcebível.
Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um
autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja a sua idade, é um presente. Para mim, o
importante é que meu leitor se aproxime do que eu escrevo. Só com um leitor é que o livro se
completa. Sei muito bem que hoje em dia, com as novas tecnologias, o livro não é mais o eixo
central em torno do qual gira toda a cultura. Mas acho justo que todas as pessoas possam ter
acesso a tudo o que a leitura pode nos trazer. Então, sugiro que esse professor leia muito,
descubra os livros de que goste e fale neles para seus alunos. Com verdade e entusiasmo.
(Luiz Henrique Gurgel, Na Ponta do Lápis, Ano VI, Número 14, Julho de 2010.)
Considerando a entrevista da escritora Ana Maria Machado, pode-se afirmar que suas ideias
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Português
estão em consonância com tal trecho especialmente no que se refere ao conteúdo de:
a) “O gosto pela escrita”.
b) “As primeiras leituras”.
c) “As primeiras leituras” e “O gosto pela escrita”.
d) “É possível formar bons leitores em sala de aula?”.
e) Todas as três partes delimitadas pelos subtítulos apresentados.
Considerando o conteúdo apresentado para a pergunta “É possível formar bons leitores em sala
de aula?” estaria coerente a resposta apresentada de forma sintetizada a seguir:
a) Não, os bons leitores surgem a partir de bons livros.
b) Não, sabendo-se que a paixão pela leitura é um mistério.
c) Sim, a partir da transmissão da paixão já existente pela leitura.
d) Sim, mediante processos cognitivos que selecionam os verdadeiros bons leitores.
e) Sim, permitindo que a aprendizagem aconteça de forma natural, partindo do aluno o
interesse pela leitura.
De acordo com o texto, qual o interesse da Europa em abrigar os migrantes que atravessam o mar
Mediterrâneo?
a) O continente tem se tornado mais solidário.
b) Devido à importância da miscigenação, a Europa pretende implantá‐la em todo o continente.
c) Através desse ato, a Alemanha tem a chance de se redimir do holocausto ocorrido durante a
2ª Guerra Mundial.
d) O continente adquirirá mão de obra jovem para continuar crescendo economicamente, além
de realizar ações humanitárias.
O objetivo do texto é
a) informar sobre a lei austríaca que regula a prática do islamismo no país.
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Português
( ) O abrigo aos estrangeiros pode trazer uma mistura de raças para a Europa.
( ) O auxílio aos estrangeiros não se justifica apenas em ações humanitárias por parte das
autoridades europeias.
“No auge da crise migratória, o continente aceita receber mais estrangeiros. O desafio agora é
como integrá‐los à sociedade”. De acordo com o exposto, é correto afirmar que o referido desafio
justifica‐se em:
a) A falta de formação profissional compromete a integração dos migrantes.
b) A questão religiosa entre alguns países europeus e os mulçumanos é um obstáculo para a
reintegração social.
c) Por falarem outra língua, a comunicação entre refugiados e os países que prestam‐lhes asilo
torna‐se comprometida.
d) A possibilidade dos países europeus sofrerem um ataque mulçumano cria na sociedade
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Português
Aborto legal
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Português
Aborto legal
Aborto legal
De acordo com as ideias do texto, qual seria o desafio da maioria dos serviços de saúde e dos
governos?
a) Garantir uma gravidez segura.
b) Instabilizar a incidência do aborto nos próximos anos.
c) Que todas as interrupções de gravidez intencionais fossem realizadas de maneira insegura.
d) Garantir o abortamento legal e seguro nos casos previstos pela lei já que os serviços de saúde
do país sequer estão preparados para atender as vítimas de violência sexual.
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Português
De acordo com o texto, bebês que, ao mamar são incapazes de fixar o olhar nos olhos da mãe,
podem sofrer de um dos distúrbios atualmente classificados como
a) autismo.
b) sinapses.
c) comportamento repetitivo.
d) distúrbio adquirido por influência do ambiente.
Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem
todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de
classe social baixa, escrever pode se restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a
redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive nesse mundo, escrever como a escola
propõe pode ser estranhíssimo, indesejável, inútil. Porém, os que vivem num meio social onde se
leem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem frequentemente e as crianças, desde muito
cedo, têm seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua etc. acham muito natural o que a
escola faz, porque, na verdade, representa uma continuação do que já faziam e esperavam que a
escola fizesse. Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a comunicação como uma simples
garantia de sobrevivência na sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a
escrita e fala, além de necessária, é uma forma de expressão individual de arte, de passatempo.
[...]
Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação. É justamente por isso que, em certas
culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras,
70
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Português
Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da
população das cidades trabalha em serviços que não exigem a escrita. Por isso, os programas de
alfabetização – sobretudo de adultos – precisam ser elaborados não em função de uma cultura
julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada
um. A arte literária não é motivação para a escrita para todas as pessoas [...].
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto
mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser só decifração; deve, através da
decifração, chegar à motivação do que está escrito, ao seu conteúdo semântico e pragmático
completo. Por isso é que a leitura não se reduz à somatória dos significados individuais dos
símbolos (letras, palavras etc.), mas obriga o leitor a enquadrar todos esses elementos no universo
cultural, social, histórico etc. em que o escritor se baseou para escrever.
(CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 11. Ed. São Paulo: Scipione, 2010.)
Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem
todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de
classe social baixa, escrever pode se restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a
redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive nesse mundo, escrever como a escola
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Português
propõe pode ser estranhíssimo, indesejável, inútil. Porém, os que vivem num meio social onde se
leem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem frequentemente e as crianças, desde muito
cedo, têm seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua etc. acham muito natural o que a
escola faz, porque, na verdade, representa uma continuação do que já faziam e esperavam que a
escola fizesse. Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a comunicação como uma simples
garantia de sobrevivência na sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a
escrita e fala, além de necessária, é uma forma de expressão individual de arte, de passatempo.
[...]
Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação. É justamente por isso que, em certas
culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras,
como absolutamente imprescindível. Essa atitude perante a escrita não se observa só
comparando, por exemplo, a cultura europeia com a cultura de tribos indígenas. Atitudes
conflitantes com relação à escrita se podem observar numa grande cidade. Entre seus habitantes,
sem dúvida alguma, todos necessitam de um modo ou de outro saber ler certas coisas, mas o
número cai enormemente quando se conta quem necessita produzir a escrita na proporção do
que lê. Muitas pessoas podem até ler jornal todos os dias, mas escrevem raramente.
Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da
população das cidades trabalha em serviços que não exigem a escrita. Por isso, os programas de
alfabetização – sobretudo de adultos – precisam ser elaborados não em função de uma cultura
julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada
um. A arte literária não é motivação para a escrita para todas as pessoas [...].
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto
mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser só decifração; deve, através da
decifração, chegar à motivação do que está escrito, ao seu conteúdo semântico e pragmático
completo. Por isso é que a leitura não se reduz à somatória dos significados individuais dos
símbolos (letras, palavras etc.), mas obriga o leitor a enquadrar todos esses elementos no universo
cultural, social, histórico etc. em que o escritor se baseou para escrever.
(CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 11. Ed. São Paulo: Scipione, 2010.)
Através do 1º período do texto, é possível reconhecer alguns aspectos vistos pelo autor a partir de
comportamentos sociais. Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela em que todos os
vocábulos estão relacionados ao descrito anteriormente.
a) Egoísmo, costume, desatenção.
b) Alienação, introspecção, competição.
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Português
Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem
todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de
classe social baixa, escrever pode se restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a
redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive nesse mundo, escrever como a escola
propõe pode ser estranhíssimo, indesejável, inútil. Porém, os que vivem num meio social onde se
leem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem frequentemente e as crianças, desde muito
cedo, têm seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua etc. acham muito natural o que a
escola faz, porque, na verdade, representa uma continuação do que já faziam e esperavam que a
escola fizesse. Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a comunicação como uma simples
garantia de sobrevivência na sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a
escrita e fala, além de necessária, é uma forma de expressão individual de arte, de passatempo.
[...]
Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação. É justamente por isso que, em certas
culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras,
como absolutamente imprescindível. Essa atitude perante a escrita não se observa só
comparando, por exemplo, a cultura europeia com a cultura de tribos indígenas. Atitudes
conflitantes com relação à escrita se podem observar numa grande cidade. Entre seus habitantes,
sem dúvida alguma, todos necessitam de um modo ou de outro saber ler certas coisas, mas o
número cai enormemente quando se conta quem necessita produzir a escrita na proporção do
que lê. Muitas pessoas podem até ler jornal todos os dias, mas escrevem raramente.
Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da
população das cidades trabalha em serviços que não exigem a escrita. Por isso, os programas de
alfabetização – sobretudo de adultos – precisam ser elaborados não em função de uma cultura
julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada
um. A arte literária não é motivação para a escrita para todas as pessoas [...].
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto
mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser só decifração; deve, através da
decifração, chegar à motivação do que está escrito, ao seu conteúdo semântico e pragmático
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completo. Por isso é que a leitura não se reduz à somatória dos significados individuais dos
símbolos (letras, palavras etc.), mas obriga o leitor a enquadrar todos esses elementos no universo
cultural, social, histórico etc. em que o escritor se baseou para escrever.
(CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 11. Ed. São Paulo: Scipione, 2010.)
II. O meio social atua como fator de grande interferência de determinada aprendizagem.
III. Diferentes grupos sociais possuem diferentes necessidades que podem ser sanadas com as
mesmas estratégias.
“As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças,
sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá‐las complicadas. Quem me dera
saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender, e tenho pena. Além de ser
preciso escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar, uma maneira muito certa e muito
explicada, uma paciência muito grande – e a mim falta‐me pelo menos a paciência, do que peço
desculpa.”
(SARAMAGO, J. A maior flor do mundo.Ilust. de João Caetano. São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 2001.)
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“As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças,
sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá‐las complicadas. Quem me dera
saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender, e tenho pena. Além de ser
preciso escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar, uma maneira muito certa e muito
explicada, uma paciência muito grande – e a mim falta‐me pelo menos a paciência, do que peço
desculpa.”
(SARAMAGO, J. A maior flor do mundo.Ilust. de João Caetano. São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 2001.)
Um relatório divulgado nesta quarta‐feira (8) pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que somente um terço dos países alcançou
todas as seis metas de educação estabelecidas há 15 anos para o período de 2000 a 2015. Segundo
o relatório, o Brasil chegou a duas dessas metas: universalizou o acesso à educação primária (1º
ao 5º ano do ensino fundamental) e atingiu a meta da igualdade de gênero, levando meninos e
meninas às aulas em grande proporção.
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A educação no mundo ainda não é tratada da maneira como deveria, segundo a Unesco. A
organização afirma que apesar de neste período 34 milhões de crianças terem tido acesso à
educação, ainda há 58 milhões de crianças fora da escola no mundo e cerca de 100 milhões de
crianças que não completarão a educação primária.
Uma nova reunião mundial será realizada em maio na Coreia do Sul para traçar objetivos para o
período de 2015 a 2030.
(Disponível: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/04/brasil‐cumpre‐apenas‐2‐de‐6‐
metas‐mundiais‐para‐educacao‐diz‐unesco.html.
Acesso em: 08/04/2015. Adaptado.)
Pesquisas atuais demonstram haver a percepção de aumento dos conflitos nas escolas, que, com
frequência, enfrentam problemas de convivência, como bullying, violência e indisciplina. Diante
dessas situações, muitos docentes se sentem despreparados e inseguros para intervir
construtivamente, pois não se acham aptos a mediar conflitos de forma a favorecer o
aprendizado de valores e normas de convívio. Estudos também indicam que as desavenças entre
os alunos são resolvidas, principalmente, com estratégias submissas – como não interagir e
guardar rancor – ou agressivas – usando imposições ou coerções, um nível ainda muito
elementar de resolução.
A escola é o local ideal para trabalhar relações de colaboração e cooperação, pois, para aprender a
viver em grupo, é preciso ter experiências de vida em comum. O desenvolvimento da autonomia
e das relações justas e solidárias faz parte da maioria dos projetos pedagógicos, mas poucas vezes
os cursos de formação estudam como a escola pode favorecê‐lo, apesar de atualmente existirem
inúmeras pesquisas e vivências nesse campo. A proposta desta coluna é contribuir para divulgá‐
las, para que a difícil, mas necessária, Educação socioafetiva torne‐se projeto institucional,
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deixando de ser uma questão privada de cada docente. Em alguns meses, vou compartilhar
textos feitos em conjunto com estudiosos para que as informações sejam consistentes e atuais.
Em “Estudos também indicam que as desavenças entre os alunos são resolvidas, principalmente,
com estratégias submissas – como não interagir e guardar rancor – ou agressivas – usando
imposições ou coerções, um nível ainda muito elementar de resolução.” (1º§), é correto afirmar
que em relação às estratégias citadas
a) há um conflito de ideias.
b) são apresentadas situações opostas.
c) há um efeito de comparação indicado.
d) preserva‐se o sentido substituindo “ou” por “e”.
Pesquisas atuais demonstram haver a percepção de aumento dos conflitos nas escolas, que, com
frequência, enfrentam problemas de convivência, como bullying, violência e indisciplina. Diante
dessas situações, muitos docentes se sentem despreparados e inseguros para intervir
construtivamente, pois não se acham aptos a mediar conflitos de forma a favorecer o
aprendizado de valores e normas de convívio. Estudos também indicam que as desavenças entre
os alunos são resolvidas, principalmente, com estratégias submissas – como não interagir e
guardar rancor – ou agressivas – usando imposições ou coerções, um nível ainda muito
elementar de resolução.
A escola é o local ideal para trabalhar relações de colaboração e cooperação, pois, para aprender a
viver em grupo, é preciso ter experiências de vida em comum. O desenvolvimento da autonomia
e das relações justas e solidárias faz parte da maioria dos projetos pedagógicos, mas poucas vezes
os cursos de formação estudam como a escola pode favorecê‐lo, apesar de atualmente existirem
inúmeras pesquisas e vivências nesse campo. A proposta desta coluna é contribuir para divulgá‐
las, para que a difícil, mas necessária, Educação socioafetiva torne‐se projeto institucional,
deixando de ser uma questão privada de cada docente. Em alguns meses, vou compartilhar
textos feitos em conjunto com estudiosos para que as informações sejam consistentes e atuais.
“O desenvolvimento da autonomia e das relações justas e solidárias faz parte da maioria dos
projetos pedagógicos, mas poucas vezes os cursos de formação estudam como a escola pode
favorecê‐lo, apesar de atualmente existirem inúmeras pesquisas e vivências nesse campo. A
proposta desta coluna é contribuir para divulgá‐las, para que a difícil, mas necessária, Educação
socioafetiva torne‐se projeto institucional, deixando de ser uma questão privada de cada docente.
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Em alguns meses, vou compartilhar textos feitos em conjunto com estudiosos para que as
informações sejam consistentes e atuais.” (2º§) Em relação às ideias expressas no trecho
destacado, analise as afirmativas a seguir.
I. Há, de forma explícita, a indicação do objetivo textual intencionado pelo sujeito enunciador.
II. A generalização dos projetos pedagógicos coloca todos em igual nível de desenvolvimento no
que se refere às relações referidas textualmente.
III. Ainda é insatisfatório o estudo realizado por cursos de formação no que se refere à atuação da
escola frente ao desenvolvimento
da autônima e de relações solidárias.
Acerca da inserção, no 1º período do texto, da informação “[...] cinco meses antes da imagem do
corpo do menino Aylan Kurdi, de três anos, estirado nas areias da praia de Bodrum dar um tapa
na cara da humanidade,[...]” é possível reconhecer como intenção do discurso, principalmente,
que
a) as crises humanitárias precisam ser enfrentadas sem que haja quaisquer restrições políticas ou
econômicas.
b) mesmo diante de tragédias terríveis, a humanidade sempre pode se reerguer, ainda que o
nível de tais tragédias venha a se agravar.
c) mesmo antes do fato trágico citado em relação ao menino Aylan Kurdi, a guerra civil da Síria
já havia sido classificada como “a pior crise humanitária”, mostrando o agravamento do que já
era considerado trágico.
d) é traçado um paralelo entre o fato ocorrido entre a vida dos refugiados sírios em São Paulo e
o fato trágico registrado no trecho em destaque, possibilitando ao leitor o entendimento de que
há uma relação de causa e consequência estabelecida.
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A vida do viajante
Luiz Gonzaga.
Compositor: Hervé Cordovil / Luiz Gonzaga.
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Paralelismo
Além da função da linguagem, a autora lançou mão de outro recurso de construção de texto que
se denomina
a) dialética.
b) quiasmo.
c) sinonímia.
d) paralelismo.
Tipologia Textual
A vida do viajante
Luiz Gonzaga.
Compositor: Hervé Cordovil / Luiz Gonzaga.
Em relação à reescrita do trecho “As crianças mais pobres do mundo têm chances quatro vezes
maiores de não frequentar a escola quando comparadas às crianças mais ricas do mundo, e cinco
vezes maiores de não completar a educação primária.” (4º§) preservam‐se a correção gramatical e
a coerência das ideias desenvolvidas:
a) As crianças mais pobres do mundo têm chances quatro vezes maiores de não frequentar a
escola comparando‐as às crianças mais ricas do mundo, e cinco vezes maiores de não completar a
educação primária.
b) Quando comparadas as crianças mais ricas do mundo, as crianças mais pobres do mundo têm
chances quatro vezes maiores de não frequentar a escola e cinco vezes maiores de não completar
a educação primária.
c) Comparando‐se as crianças mais ricas do mundo, as crianças mais pobres do mundo têm
chances quatro vezes maiores de não frequentar a escola e cinco vezes maiores de não completar
a educação primária.
d) Às crianças mais pobres do mundo possuem chances quatro vezes maiores de não
frequentarem a escola quando comparadas as crianças mais ricas do mundo, e cinco vezes
maiores de não completarem a educação primária.
A vida do viajante
Luiz Gonzaga.
Compositor: Hervé Cordovil / Luiz Gonzaga.
“Guardando as recordações / Das terras onde passei” Considerando‐se apenas o texto e sua
estrutura linguística, é correto afirmar que seria possível e correta a reescrita preservando‐se o
sentido original em:
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Eleições no Brasil
Thais Pacievitch.
I. “A primeira eleição da qual existem registros no Brasil, ocorreu em 1532, por meio da qual foi
escolhido o representante do Conselho da Vila de São Vicente.” (1º§) – O pronome relativo “da
qual” faz referência ao sujeito da oração principal do fragmento em estudo.
II. “O processo eleitoral é organizado pela Justiça Eleitoral, que é composta pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), cuja sede é em Brasília, pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), (...)”
(5º§) – O pronome possessivo “cuja” está empregado corretamente, pois, deve‐se colocá‐lo entre
o possuidor (Justiça Eleitoral) e o possuído (Tribunal Superior Eleitoral), conforme utilizado pelo
enunciador do texto em análise.
III. “Os candidatos a qualquer cargo são filiados a algum dos mais de 30 partidos políticos
legalizados existentes no país, cada um com uma ideologia política.” (4º§) – O pronome
indefinido “algum”, em destaque, refere‐se à terceira pessoa do discurso de modo genérico, vago
ou impreciso.
Eleições no Brasil
Thais Pacievitch.
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I. “Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 14, o voto é facultativo para os analfabetos, aos
maiores de 70 anos e para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos.” (6º§)
II. “É obrigatório para os cidadãos entre 18 e 70 anos, sendo necessário justificar a ausência em
qualquer seção eleitoral, no dia da eleição, sob pena de multa.” (6º§)
Cientistas descobrem como “deletar”, pela primeira vez, o HIV das células humanas usando
técnica revolucionária
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II. “O primeiro texto que publiquei em jornal foi uma crônica.” (1º§)
III. “Claro que de tanto purificar seu estilo diariamente o cronista estilita acaba virando um
estilista.” (4º§)
Em “O cronista é isso: fica pregando lá em cima de sua coluna no jornal. Por isto, há uma certa
confusão entre colunista e cronista, assim como há outra confusão entre articulista e cronista.”
(5º§), acerca do emprego dos termos “isso” e “isto”, estabelecendo uma relação com elementos
expressos no texto, pode-se afirmar que
b) têm como característica possuir o mesmo referente.
c) não há distinção quanto ao emprego de um em relação ao outro.
d) caso “é isso:” fosse omitido, a expressão “por isto” seria substituída por “por isso”.
e) a variação entre “isso” e “isto” ocorre em atendimento à função sintática que possuem.
f) podem ser substituídos por um pronome indefinido, mantendo-se o mesmo valor semântico.
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Quer falemos de uma flor ou de um carvalho, de uma minhoca ou de um belo pássaro, de uma
maçã ou de uma pessoa, creio que estaremos certos ao reconhecermos que a vida é um processo
ativo, e não passivo. Pouco importa que o estímulo venha de dentro ou de fora, pouco importa
que o ambiente seja favorável ou desfavorável. Em qualquer uma dessas condições, os
comportamentos de um organismo estarão voltados para a sua manutenção, seu crescimento e
sua reprodução. Essa é a própria natureza do processo a que chamamos vida. Esta tendência está
em ação em todas as ocasiões. Na verdade, somente a presença ou ausência desse processo
direcional total permite-nos dizer se um dado organismo está vivo ou morto.
A tendência realizadora pode, evidentemente, ser frustrada ou desvirtuada, mas não pode ser
destruída sem que se destrua também o organismo. Lembro-me de um episódio da minha
meninice, que ilustra essa tendência. A caixa em que armazenávamos nosso suprimento de
batatas para o inverno era guardada no porão, vários pés abaixo de uma pequena janela. As
condições eram desfavoráveis, mas as batatas começavam a germinar – eram brotos pálidos e
brancos, tão diferentes dos rebentos verdes e sadios que as batatas produziam quando plantadas
na terra, durante a primavera. Mas esses brotos tristes e esguios cresceram dois ou três pés em
busca da luz distante da janela. Em seu crescimento bizarro e vão, esses brotos eram uma
expressão desesperada da tendência direcional de que estou falando. Nunca seriam plantas,
nunca amadureceriam, nunca realizariam seu verdadeiro potencial. Mas sob as mais adversas
circunstâncias, estavam tentando ser uma planta.
A vida não entregaria os pontos, mesmo que não pudesse florescer. Ao lidar com clientes cujas
vidas foram terrivelmente desvirtuadas, ao trabalhar com homens e mulheres nas salas de fundo
dos hospitais do Estado, sempre penso nesses brotos de batatas. As condições em que se
desenvolveram essas pessoas têm sido tão desfavoráveis que suas vidas quase sempre parecem
anormais, distorcidas, pouco humanas. E, no entanto, pode-se confiar que a tendência realizadora
está presente nessas pessoas. A chave para entender seu comportamento é a luta em que se
empenham para crescer e ser, utilizando-se dos recursos que acreditam ser os disponíveis. Para
as pessoas saudáveis, os resultados podem parecer bizarros e inúteis, mas são uma tentativa
desesperada da vida para existir. Esta tendência construtiva e poderosa é o alicerce da
abordagem centrada na pessoa.
Considerando-se as relações sintáticas estabelecidas nas orações que compõem o período “Ao
lidar com clientes cujas vidas foram terrivelmente desvirtuadas, ao trabalhar com homens e
mulheres nas salas de fundo dos hospitais do Estado, sempre penso nesses brotos de batatas." é
correto afirmar que
a) o termo “vidas” classifica-se como sujeito de uma das orações que compõem o período.
b) “desvirtuadas” apresenta-se como predicativo do objeto já que indica uma característica
específica.
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Gravidez na adolescência
No trecho “Ele passa, muitas vezes, a não ter a quem dar satisfações de sua rotina diária, vindo a
procurar os pais ou responsáveis apenas quando o problema já se instalou.” (4º§), o termo
destacado, de acordo com o contexto textual, se refere a
a) filho.
b) bebê.
c) adolescente.
d) filho com problema de saúde.
e) desenvolvimento profissional.
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Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem
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todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de
classe social baixa, escrever pode se restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a
redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive nesse mundo, escrever como a escola
propõe pode ser estranhíssimo, indesejável, inútil. Porém, os que vivem num meio social onde se
leem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem frequentemente e as crianças, desde muito
cedo, têm seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua etc. acham muito natural o que a
escola faz, porque, na verdade, representa uma continuação do que já faziam e esperavam que a
escola fizesse. Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a comunicação como uma simples
garantia de sobrevivência na sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a
escrita e fala, além de necessária, é uma forma de expressão individual de arte, de passatempo.
[...]
Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação. É justamente por isso que, em certas
culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras,
como absolutamente imprescindível. Essa atitude perante a escrita não se observa só
comparando, por exemplo, a cultura europeia com a cultura de tribos indígenas. Atitudes
conflitantes com relação à escrita se podem observar numa grande cidade. Entre seus habitantes,
sem dúvida alguma, todos necessitam de um modo ou de outro saber ler certas coisas, mas o
número cai enormemente quando se conta quem necessita produzir a escrita na proporção do
que lê. Muitas pessoas podem até ler jornal todos os dias, mas escrevem raramente.
Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da
população das cidades trabalha em serviços que não exigem a escrita. Por isso, os programas de
alfabetização – sobretudo de adultos – precisam ser elaborados não em função de uma cultura
julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada
um. A arte literária não é motivação para a escrita para todas as pessoas [...].
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto
mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser só decifração; deve, através da
decifração, chegar à motivação do que está escrito, ao seu conteúdo semântico e pragmático
completo. Por isso é que a leitura não se reduz à somatória dos significados individuais dos
símbolos (letras, palavras etc.), mas obriga o leitor a enquadrar todos esses elementos no universo
cultural, social, histórico etc. em que o escritor se baseou para escrever.
(CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 11. Ed. São Paulo: Scipione, 2010.)
Em “[...] mesmo os que vivem bem próximo.” (1º§) é possível afirmar que
a) a concordância de “próximo” justifica‐se tendo como referente “nós”.
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b) caso fosse feita a substituição de “próximo” por “distante”, seria empregada a forma
“distantes”.
c) o termo “os” pode ser substituído por “aqueles” mantendo‐se a correção gramatical e
semântica.
d) há uma inadequação linguística tendo em vista o uso predominante no texto da variedade
padrão.
Vocábulo "que"
Gabarito
1) B 2) A 3) B 4) D 5) C
6) B 7) D 8) A 9) A 10) B
11) A 12) B 13) B 14) C 15) B
16) C 17) A 18) D 19) A 20) A
21) C 22) C 23) D 24) B 25) D
26) C 27) A 28) C 29) C 30) C
31) A 32) B 33) B 34) B 35) E
36) A 37) A 38) B 39) C 40) B
41) E 42) D 43) B 44) A 45) B
46) D 47) A 48) D 49) B 50) C
51) C 52) B 53) D 54) D 55) C
56) B 57) B 58) B 59) B 60) A
61) A 62) A 63) D 64) A 65) D
66) D 67) C 68) D 69) C 70) D
71) A 72) A 73) E 74) C 75) E
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