Meio: Imprensa Pág: 84
País: Portugal Cores: Cor
ID: 80909589 06-06-2019
Alega Drive
Renault
Mégane RS TROPHY
MAIS UMA DESCULPA PARA GUIAR O MÉGANE RS TROPHY?
TALVEZ, MAS DAS BOAS! BRAGA E ESTORIL. COMO SE
PORTA O MAIS DESPORTIVO DOS MÉGANE EM CIRCUITO?
PARA NÓS É O TIPO DE "INQUIETAÇÃO" QUE MERECE UMA
RESPOSTA FUNDAMENTADA... E DIVERTIDA
Texto Pedro Silva
Logo após o nosso Grande Plano com o Mégane RS
vários leitores entraram em contacto connosco, at-
ravés das nossas redes sociais, com as típicas pergun-
tas acerca de qual seria a melhor especificação (jantes
de 18" ou 19"; chassis Sport ou Cup; caixa manual
ou EDC...), bem como: se valeria a pena esperar pelo
lançamento da versão Trophy, mais potente e (ainda
mais) focada na eficiência dinâmica.
E as respostas são: para uma utilização diária em es-
trada e sem intenção de uso frequente em pista, o mel-
hor compromisso é o do RS com chassis Sport, jantes
de 18" (em termos estéticos ficam algo pequenas nos
carro, mas beneficiam bastante o conforto e o preço
na altura de trocar pneus) e caixa EDC de dupla em-
braiagem; Já para quem quer um carro de todos os
dias mas que também seja capaz de participar com
frequência em `track days' ou alguns eventos de estra-
da fechada ou circuitos que permitam a participação
de carros de estrada, os cavalos extra acima das 5000
Period.: Quinzenal Área: 19,00 x 25,79 cm²
Âmbito: Desporto e Veículos Corte: 1 de 7
Feios Luís Duarte
iry
rotações (precisamente a faixa que faz diferença em
pista) do RS Trophy, a rigidez do chassis, o autoblo-
cante mecânico Torsen, a potência extra dos travões
dianteiros com maxilas maiores e discos bi-matéria
flutuantes (alma em alumínio e zona de fricção em
aço, o que os torna mais leves e aumenta a capacidade
de dissipar calor), as jantes de 19" especiais mais leves
com pneus mais largos (uns Bridgestone Potenza S007
feitos por medida) e as baquets desportivas, acabam
por valer o acréscimo de preço de quase 10.000€ e o
desconforto da suspensão em tudo o que não sejam
pisos quase perfeitos.
4,
A CAMINHO DE BRAGA
Como a Renault Portuguesa é no conselho de Oeiras,
a uns dez minutos do nosso escritório na StartUp Sin-
 Meio: Imprensa Pág: 85

País: Portugal Cores: Cor

Period.: Quinzenal Área: 19,00 x 24,10 cm²

ID: 80909589 06-06-2019 Âmbito: Desporto e Veículos Corte: 2 de 7

hi __,011,k va ah, AP

O MÉGI NE RS TROPHY É A VERSÃO MAIS

FOCADA CO "HOT NATO' RENAULT, POR ISSO
FOMOS PARA A(S) PISTA(S)

K4 1±Xl: A

110 XC 94 41\,

S.
•••

ID: 80909589 06-06-2019
Lr
AP '
NA0 É UM "GUERRA COSTAS'' MAS O
CHASSIS CERCA DE 30% MAIS FIRME
tra, implica que a é necessário fazer uma viagem de
mais de 400 km para chegarmos ao circuito Vasco Sa-
meiro, o que com paragem para café e dentro dos lim-
ites de velocidade implica entre quatro a quatro horas
e meia. Mas nem era necessária uma viagem tão lon-
ga para ver que o atual Mégane RS Trophy é um dos
mais radicais no que toca aos rins dos ocupantes. A
razão é que o Renault é um dos poucos que não possui
amortecimento variável, pelo que com o chassis Cup
afinado com uma firmeza desportiva (barras, molas e
amortecedores é tudo significativamente mais firme,
sobretudo no eixo traseiro para ajudar ainda mais esta
a deslizar e permitir curvar com menor ângulo de di-
reção) como prioridade não há panaceia possível; na
verdade, o Civic Type-R com o amortecimento em
R+ não é muito melhor, embora a maior distância
entre-eixos e a suspensão traseira independente do
Honda contribuam para tornar as acelerações vert-
icais e a frequência de oscilação mais suportáveis. E
porque é que o Mégane RS Trophy não tem amorte-
cedores variáveis? Bom, porque os carros têm de ser
Meio: Imprensa Pág: 86
País: Portugal Cores: Cor
Period.: Quinzenal Área: 19,00 x 24,11 cm²
Âmbito: Desporto e Veículos Corte: 3 de 7
EXIGE BONS RINS
feitos para um preço (e bem, a nosso ver) e a Renault
Sport decidiu que a direção ativa às quatro rodas rep-
resenta um beneficio de eficácia superior ao amorte-
cimento pilotado, para além de tal ser uma tecnologia
única neste segmento.
CIRCUITO VASCO SAMEIRO
Chega de estrada. A pista do circuito Vasco Sameiro
parece enganadoramente simples: não há grandes el-
evações nem curvas cegas. É verdade, mas, a parte fi-
nal é bastante técnica, com todas as curvas enlaçadas
umas nas outras e as travagens e mudanças de direção
a terem de ser feitas sempre com o carro em apoio. E
a somar a tudo isto, no dia do nosso ensaio, o asfalto
(abrasivo) estava bastante sujo de pós, o que reduzia
bastante a aderência possível com pneus de estrada;
no mesmo dia testámos o Datsun 1200 de Grupo 2
com pneus Slick e estes, depois de quentes, encontra-

ID: 80909589 06-06-2019
OM TURBO COM
ROLAMENTOS DE
ESFERAS CERÂMICAS
E MAIS POTÊNCIA NOS
ALTOS REGIMES, MUITO
BOM PARA AS RETAS DO
ESTORIL
vam uma aderência quase inacreditável.
Os travões maiores depressa mostram a sua mais val-
ia em circuito, onde mais potência, tato e resistên-
cia nunca são demais, enquanto a direção às quatro
rodas ajuda muito a evitar que a reduzida aderên-
cia mecânica da pista suja tenha por consequência
subviragem na inscrição. Por outro lado, essa falta
de atrito coloca algumas dificuldades ao diferencial
autoblocante para fazer o seu trabalho e, na segunda
metade das curvas, acabamos por ter mais subvira-
gem e menos tração do que o esperado. É bastante
controlável, mas a verdade é que essa pequena im-
precisão direcional acaba por impedir que se encon-
tre o ritmo e a consistência necessária para atacar a
última secção da pista com a eficácia desejada.
Seja como for, ficou a sensação de que as curvas rel-
ativamente lentas e curtas de Braga não apelam às
melhores características do chassis do Mégane RS
Trophy. Será que este brilha mais na rapidez e apoio
sustentado das curvas do Estoril?
Só há uma forma de saber...
Meio: Imprensa Pág: 87
País: Portugal Cores: Cor
Period.: Quinzenal Área: 19,00 x 24,29 cm²
Âmbito: Desporto e Veículos Corte: 4 de 7
10 XC 94
AUTÓDROMO FERNANDA PIRES
DA SILVA
Em completo contraste com o calor de Braga, o dia
de pista no Estoril teve chuva e nevoeiro. Mesmo as-
sim, o asfalto molhado do Estoril depressa mostrou
ter mais tração mecânica que o sujo e seco de Braga.
E isso, somado às curvas mais largas e longas, casa
muito melhor com o equilíbrio de chassis do Mégane
RS Trophy. Há mais tração e a frente mantêm a linha
mesmo em forte aceleração, sentindo-se a diferença
de potência do motor nas últimas 1500/2000 rpm
face RS normal e a maior rapidez de resposta do turbo
(no Tophy a turbina esta assenta num rolamento de
esferas de cerâmica, reduzindo para um terço o atrito
face às normais chumaceiras com película de óleo) ao
acelerador; infelizmente na versão de caixa manual o
binário permanece nos 400 Nm, pois é este o limite
da transmissão, enquanto com caixa EDC temos um
 Meio: Imprensa Pág: 88

País: Portugal Cores: Cor

Period.: Quinzenal Área: 19,00 x 23,37 cm²

ID: 80909589 06-06-2019 Âmbito: Desporto e Veículos Corte: 5 de 7

incremento de 20 Nm. dução acontece já dentro da curva, o que é muito mais

E essa é uma das razões porque o Mégane Trophy é
melhor com caixa de dupla embraiagem do que man-
ual. As outras são porque, ao contrário de rivais como
Civic Type R e o i30 N, a caixa manual é apenas nor-
mal (a calibração face ao motor em Sport e Race é boa,
mas nos outros modos de condução) em matéria de
rapidez e tato, para além de faltar um modo de pon-
ta-tacão automático nas reduções, e hoje em dia para
valer a pena ter um caixa manual esta tem de ser ex-
celente. Por seu turno, depois das críticas recebidas
no Clio RS, a versão desportiva da caixa EDC de dupla
embraiagem da Getrag evoluiu imenso, para além do
Mégane RS ser daquele tipo de carro que, para ex-
plorar todo o potencial do chassis e das velocidades de
inscrição em curva permitidas pelo sistema 4Control
de quatro rodas direcionais, muitas vezes a última re-
fácil de fazer com patillias no volante e o pé esquerdo
no travão do que com uma alavanca e três pedais; até
porque um dos desafios da condução/pilotagem do
Mégane RS está no controlo do equilíbrio sobrevira-
dor em modo Race, que, por vezes, obriga a aplicar
generosas doses de contrabrecagem, pelo que convém
ter as duas mãos livres.
ÕHLINS E MICHELIN
Na anterior geração a Renault Sport anunciou a
comercialização de uma versão com amortecedores
Õhlins reguláveis e de um kit que permitia montar
esses componentes em "retrofit". O problema é que
a procura excedeu várias vezes as vendas projetadas,

MESMO COM A PISTA MOLHADA, O CHASSIS COSTA

MAIS DAS CURVAS LONGAS DO ESTORIL QUE DAS
MUDANÇAS DE DIREÇÃO SUCESSIVAS DE BRAGA

•
 Meio: Imprensa Pág: 89

País: Portugal Cores: Cor

Period.: Quinzenal Área: 19,00 x 24,73 cm²

ID: 80909589 06-06-2019 Âmbito: Desporto e Veículos Corte: 6 de 7

pelo que não existiam amortecedores suficientes para
satisfazer a procura; o que ficou provado existir. E, tal
como o seu antecessor, este Trophy poderia beneficiar
(tanto em conforto como aderência e controlo) com
a adoção dos amortecedores Õhlins, pois estes tanto
podem ser afinados de forma diferenciada para ve-
locidades baixas e altas do êmbolo, como possuem
um bypass, o que permite adaptar ao amortecedor ser
otimizado/regulado para uma série de situações.
Da mesma forma, os Bridgestone Potenza S007 não
parecem ter um limite de aderência tão elevado em
piso seco como os Michelin PIlot Super Sport nem a
mesma resistência ao sobreaquecimento (embora se-
jam bastante progressivos na forma como perdem e
retomam aderência), pelo que podem ser urna opção
recomendável na altura da troca, ou mesmo ter um
jogo de Michelin Pilot Sport Cup 2 só para os dias de
pista. //

FICHA TÉCNICA
EXCELENTE TRAVAGEM,
ALITOBIDCANTE E SUSPENSAO MOTOR
Tipo 4 cilindros em linha, injeção direta,

FIRME FAZEM DO TROPHY dianteiro, transversal, turbo e intercooler

Cilindrada 1798 cc

MUITO EFICAZ EM PISTA Potência 300 cv às 6500 rpm

Binário 400 Nm às 3200 rpm

TRANSMISSÃO
Caixa manual de 6 velocidades
Tração dianteira c/autoblocante

CARROÇARIAICHASSIS
Monobloco em aço

DIREÇÃO
Cremalheira com assistência elétrica e
4Control

TRAVAGEM
Discos bi-matéria à frente de 355 mm
Discos sólidos atrás de 290 mm

DIMENSÕES
Comprimento 4363 mm
Largura 1875 mm
Altura 1403 mm
Dist. entre eixos 2671 mm
Via dianteira 1625 mm
Via traseira 1596 mm
Peso 1419
Mala 335 litros
Dep. Combustível 49,7 litros
Pneus 245/35 R19

PRESTAÇÕES
Relação peso/potência 4,7 kg/cv
O a 100 km/h 5,7 s
Velocidade máxima 260 km/h

CONSUMOS WLTP
Combinado 8,21/100 km
Emissões 185 g/km

PREÇO
48.233€ (caixa manual)
Versão ensaiada 55.213€

AVALIAÇÃO AUTO DRIVE IIII r


ID: 80909589 06-06-2019
O dono do Ring
A VERSÃO MAIS RADICAL DO MÉGANE RS DÁ PELO
NOME DE TROPHY-R E ACABA DE BATER O RECORDE DO
NÜRBURGRING NA SUA CLASSE COM O TEMPO DE 7:40,10.
CHEGA A PORTUGAL NO FINAL DO ANO
• \
4
No seguimento de uma história de amor que já tem 10
anos, o Renault Mégane RS voltou a bater o recorde de
Nürburgring para carros de tração dianteira, tirando
3,7 segundos ao tempo do Honda Civic Type R e fican-
do a cerca de 8 segundos do tempo do Alfa Romeo Gi-
ulia Quadrifoglio com 510 cv. A proeza aconteceu no
início de abril pelas mãos de Laurent Hurgon, quando
o "test driver" da Renault levou a nova edição especial
limitada Renault Mégane RS Trophy-R a percorrer os
22 km do Ring em apenas 7:40.
Os dados oficiais desta versão só vão ser revelados
no verão, mas sabemos que o Mégane RS Trophy-R
usa o mesmo motor de 300 cv do RS Trophy por nós
ensaiado, com a performance extra a ser encontrada
numa cura de emagrecimento de 130 kg (o que co-
loca esta versão abaixo dos 1300 kg e pouco mais de
100 kg acima de um Apine A110, o que é louvável), na
aerodinâmica (a entrada de arrefecimento no capot é
bem visível) e em alterações descritas como radicais
nos trens de rolamento, para o que a Renault recorreu
aos seus parceiros de longa data: Akraprovik, Brembo,
Õhlins e Bridgestone.
DETALHES
De qualquer forma, as fotos e o vídeo do recorde
permitem avançar com algumas respostas e deixar
no ar (pelo menos) outras tantas interrogações. Para
começar, é possível ver que o carro que faz o tempo
é de caixa manual (é lógico, pois esta pesa menos 20
kg que a EDC, mas a Renault não confirma que o Tro-
phy-R só esteja disponível com alavanca e três peda-
Meio: Imprensa Pág: 90
País: Portugal Cores: Cor
Period.: Quinzenal Área: 17,63 x 24,58 cm²
Âmbito: Desporto e Veículos Corte: 7 de 7
...momo..
is), contudo esta parece bastante mais rápida que a do
RS Trophy e deverá incorporar uma função de pon-
ta-tacão automática no modo Race.
Nas imagens também é visível (no segundo 1 que as
jantes são de carbono e os discos dianteiros carboce-
râmicos atacados por pinças (que parecem) de seis
êmbolos, conjunto em que, por si só, é possível poupar
entre 30 a 40 kg e, convém lembrar, é uma novidade
no segmento dos 'hot hatch'. Mas, mesmo assim, ain-
da existem muitos quilos para ir buscar (note-se que
a Renault específica que o emagrecimento conseguido
é face a um RS Trophy base, por isso manual e sem
equipamentos que acrescentem peso), até porque
alguns componentes como os amortecedores Õhlins
reguláveis com bypass são mais pesados que os origi-
nais e ainda há a equacionar a adição de alguns com-
ponentes de reforço pontual do chassis que, como é
sabido, acrescentam peso.
O capot parece de material compósito (o que também
ajudaria a baixar o centro de gravidade) e é provável
que, tal como o antecessor R26-R, esta versão radical
dispense os bancos traseiros; o filme tem o cuida-
do propositado de impedir que isso seja visível, mas
é possível ver que as bacquets são mais pequenas (e
leves) e que os cintos Sabelt de quatro pontos estão
presos atrás das bacquets. Da mesma forma, e mesmo
contando com o som "racing" do escape Akrapovic
em titânio (que poupa entre 7 a 15 kg de peso), pelo
nível sonoro (e até pelo tipo de sons que se ouvem)
é de contar que uma parte importante da poupança
de peso venha da remoção de material insonorizante.
Por fim, fica a garantia da Renault Portugal que esta
série limitada a algumas centenas de exemplares vai
estar disponível no nosso mercado. //