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NORMA ABNT NBR

BRASILEIRA 15849
Primeira edição
14.06.2010

Válida a partir de
14.07.2010

Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários


de pequeno porte – Diretrizes para localização,
projeto, implantação, operação e encerramento
Urban solid wastes – Small sanitary landfills – Guidelines for location,
design, implantation, operation and closure
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ICS 13.030.40 ISBN 978-85-07-02123-0

Número de referência
ABNT NBR 15849:2010
24 páginas

© ABNT 2010
ABNT NBR 15849:2010
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ABNT NBR 15849:2010

Sumário Página

Prefácio ...............................................................................................................................................iv
Introdução ............................................................................................................................................v
1 Escopo ...............................................................................................................................1
2 Referências nor mativas ....................................................................................................1
3 Termos e definições ..........................................................................................................2
4 Diretrizes para localização ...............................................................................................4
4.1 Critérios para a seleção da área .....................................................................................5
5 Sistemas de proteção ambiental .....................................................................................5
5.1 Proteção das águas ..........................................................................................................5
5.1.1 Proteção das águas subterrâneas ...................................................................................5
5.1.2 Proteção das águas superficiais ....................................................................................5
5.2 Drenagem de águas pluviais ............................................................................................6
5.3 Elementos de proteção ambiental ..................................................................................6
5.3.1 Impermeabilização complementar .................................................................................6
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5.3.2 Drenagem, reservação e tratamento dos lixiviados ......................................................7


5.3.3 Drenagem e tratamento dos gases ................................................................................7
6 Condições gerais para elaboração e apresentação do projeto ....................................8
6.1 Generalidades ...................................................................................................................8
6.1.1 Projeto e autoria ................................................................................................................8
6.1.2 Partes constituintes do projeto e forma de apresentação ............................................8
6.2 Critérios de projeto e operação .......................................................................................9
6.3 Memorial descritivo.........................................................................................................11
6.3.1 Informações sobre o responsável técnico pelo projeto ..............................................11
6.3.2 Informações sobre os resíduos a serem dispostos no aterro sanitário de pequeno
porte .................................................................................................................................11
6.3.3 Informações sobre o local de implantação do aterro sanitário de pequeno porte e
seuentor no......................................................................................................................12
6.3.4 Informações sobre a(s) jazida(s) de solos a ser(em) utilizada(s) ...............................13
6.3.5 Informações sobre o aterro sanitário ...........................................................................13
6.3.6 Descrição do método construtivo do aterro sanitário de pequeno porte e do
método de operação .......................................................................................................15
6.3.7 Descrição do Plano de Monitoramento ........................................................................16
6.3.8 Descrição dos procedimentos de controle operacional e manutenção ....................16
6.3.9 Descrição dos procedimentos para encerramento......................................................17
6.3.10 Registro da operação e monitoramento .......................................................................18
6.3.11 Cronograma ....................................................................................................................18
6.4 Memorial técnico .............................................................................................................18
6.5 Projeto gráfico .................................................................................................................18
6.6 Anexos .............................................................................................................................18
7 Condições para a operação ..........................................................................................19
7.1 Condições para implantação do aterro na fase inicial ................................................19

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ABNT NBR 15849:2010

7.2 Treinamento dos operadores ........................................................................................19


7.3 Recebimento de resíduos .............................................................................................19
7.4 Disposição dos resíduos no aterro ..............................................................................19
7.5 Controle e monitoramento do aterro .............................................................................20
7.6 Registro da operação e do monitoramento do aterro .................................................20
Anexo A (informativo) Implantação e operação dos Aterros Sanitários de Pequeno Porte
(ASPP) ..............................................................................................................................21
A.1 Introdução ........................................................................................................................21
A.2 Objetivo ............................................................................................................................21
A.3 Aspectos gerais .............................................................................................................21
A.3.1 A importância da escolha da área de implantação ......................................................21
A.3.2 A importância da minimização na geração de resíduos .............................................21
A.3.3 A questão da atenuação de contaminantes pelo solo.................................................21
A.3.4 A geração de gases em aterros de pequeno porte ......................................................22
A.4 Verificações prévias ao projeto .....................................................................................22
A.4.1 Verificação da permeabilidade dos solos .....................................................................22
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A.4.1.1 Definição do excedente hídrico .....................................................................................22


A.5 Sugestões para implantação e operação .....................................................................22
A.5.1 Sugestões para a redução da permeabilidade do solo ...............................................23
A.5.2 Sugestões para a redução da fração orgânica nos resíduos .....................................23
A.5.3 Sugestões para a redução do ingresso de água de chuva na frente de operação...23
A.5.4 Outras sugestões ............................................................................................................23

Tabelas
Tabela 1 – Critérios para a dispensa de impermeabilização complementar ................................7
Tabela 2 – Instruções para a drenagem dos gases .........................................................................8

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ABNT NBR 15849:2010

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras das Diretivas ABNT, Parte 2.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de que
alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT não deve ser
considerada responsável pela identificação de quaisquer direitos de patentes.

A ABNT NBR 15849 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02), pela
Comissão de Estudo de Apresentação de Projetos de Aterros de Resíduos Sólidos Urbanos
(CE-02:144.38). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 11, de 05.11.2009 a
04.01.2010, com o número de Projeto 02:144.38-001.
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O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope
This Standard specifies the minimum requirements to the location, design, implantation, operation and
closure of small sanitary landfills, used to the final disposure of urban solid wastes.

It establishes the conditions to simplify the small installations used to the final disposure of urban solid
wastes.

Besides that, it also establishes the conditions to protect both the superficial and subterranean hydric
bodies at the implantation place, as well as the neighboring populations’ health and well being protection.

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ABNT NBR 15849:2010

Introdução

A maior parte dos municípios brasileiros tem pequena população e apresenta contextos ambientais
bem diversificados. Nestes municípios, ou associações de municípios, sempre que as condições
físicas permitem, é possível a implantação de sistemas de disposição final simplificados, em
razão das pequenas quantidades e das características dos resíduos gerados diariamente, sem
prejuízo do controle de impactos ambientais e sanitários. As normas existentes, especialmente as
ABNT NBR 8419:1992 e ABNT NBR 13896:1997, tratam, de forma abrangente, dos aterros de resíduos,
independentemente do porte. No entanto, entende-se que algumas estruturas ou sistemas comuns a
esses empreendimentos podem, sob certas condições, ser facultativas em aterros de pequeno porte.
Esta Norma contém prescrições para a localização, projeto, implantação, operação e encerramento
de sistemas de disposição final simplificados e define os condicionantes físicos locais que permitem
sua adoção.
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NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15849:2010

Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte


– Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e
encerramento

1 Escopo
Esta Norma especifica os requisitos mínimos para localização, projeto, implantação, operação
e encerramento de aterros sanitários de pequeno porte, para a disposição final de resíduos sólidos
urbanos.

Esta Norma estabelece as condições mínimas exigidas para as instalações de pequeno porte para
a disposição final de resíduos sólidos urbanos.

Esta Norma estabelece também as condições para a proteção dos corpos hídricos superficiais
e subterrâneos, bem como a proteção do ar, do solo, da saúde e do bem-estar das populações vizinhas.
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2 Referências normativas
Os documentos apresentados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para
referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-
se as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

Resolução CONAMA nº 396 de 03 de abril de 2008, Classificação e diretrizes ambientais para o


enquadramento, prevenção e controle da poluição das águas subterrâneas

Resolução CONAMA nº 404 de 11 de novembro de 2008, Licenciamento Ambiental de aterros


sanitários de pequeno porte

Portaria Ministério da Saúde nº 518/MS de 25 de março de 2004, Procedimentos e responsabilidades


relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.

ABNT NBR 6484, Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio

ABNT NBR 8419:1992, Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos
– Procedimento

ABNT NBR 13896:1997, Aterros Sanitários de resíduos não perigosos – Critérios para projeto,
implantação e operação

ABNT NBR 15112, Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e
triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação

ABNT NBR 15495-1, Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aqüíferos granulares –


Parte 1: Projeto e construção

ABNT NBR 15495-2, Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aqüíferos granulares –


Parte 2: Desenvolvimento

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3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
aterro sanitário
técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à sua
segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia
para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível,
cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos
menores, se necessário

3.2
aterro sanitário de pequeno porte
aterro sanitário para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, até 20 t por dia ou menos, quando
definido por legislação local, em que, considerados os condicionantes físicos locais, a concepção
do sistema possa ser simplificada, adequando os sistemas de proteção ambiental sem prejuízo
da minimização dos impactos ao meio ambiente e à saúde pública

3.2.1
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aterro sanitário de pequeno porte em valas


instalação para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, em escavação com profundidade
limitada e largura variável, confinada em todos os lados, oportunizando operação não mecanizada

3.2.2
aterro sanitário de pequeno porte em trincheiras
instalação para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, em escavação sem limitação de
profundidade e largura, que se caracteriza por confinamento em três lados e operação mecanizada

3.2.3
aterro sanitário de pequeno porte em encosta
instalação para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, caracterizada pelo uso de taludes
preexistentes, usualmente implantado em áreas de ondulações ou depressões naturais e encostas
de morros

3.2.4
aterro sanitário de pequeno porte em área
instalação para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, caracterizada pela disposição em
áreas planas acima da cota do terreno natural

3.3
sistemas de proteção ambiental do aterro
componentes do aterro sanitário de pequeno porte destinados a minimizar os impactos ambientais
decorrentes da disposição dos resíduos sólidos urbanos no solo. Inclui a condição natural favorável do
subsolo, a camada impermeabilizante do solo, sistema de recobrimento, sistema de manejo de águas
pluviais, sistema de manejo de lixiviados, sistema de manejo de emissões gasosas e paisagismo

3.4
condicionantes ambientais
conjunto de fatores ambientais locais, físicos, bióticos e antrópicos, que determinam os procedimentos
e sistemas necessários para a minimização dos impactos e para a proteção ambiental

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ABNT NBR 15849:2010

3.5 sistema de impermeabilização


elemento de proteção ambiental destinado a isolar os resíduos do solo natural de maneira a minimizar
a infiltração de lixiviados e de biogás

3.6
sistema de drenagem de lixiviados
conjunto de estruturas que tem por objetivo possibilitar a remoção e destinação adequada do lixiviado
gerado no interior dos aterros

3.7
sistema de tratamento de lixiviados
instalações e estruturas destinadas à atenuação das características do lixiviado dos aterros sanitários
atendendo à legislação no que tange ao descarte de efluentes

3.8
sistema de drenagem de gases
conjunto de estruturas que tem por objetivo possibilitar a remoção adequada dos gases gerados no
interior dos aterros

3.9
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sistema de tratamento de gases


instalações e estruturas destinadas à queima em condições adequadas ou aproveitamento dos gases
drenados dos aterros sanitários

3.10
sistema de drenagem de águas pluviais
conjunto de estruturas que tem como objetivo captar e dispor de forma adequada as águas da chuva
incidentes sobre as áreas aterradas e seu entorno

3.11
sistema de cobertura operacional
camada de material aplicada sobre os resíduos ao final de cada jornada de trabalho, destinada a
minimizar a infiltração das águas de chuva, evitar o espalhamento de materiais leves pela ação do
vento, a presença de animais, a proliferação de vetores e a emanação de odores

3.12
sistema de cobertura final
camada de material aplicada sobre os resíduos, destinada ao fechamento da área aterrada, garantindo
a integridade do maciço, minimizando a infiltração das águas de chuva e possibilitando o uso futuro
da área

3.13
sistema de monitoramento
estruturas, instrumentos e procedimentos que têm por objetivo a avaliação sistemática e temporal
do comportamento dos aterros, bem como sua influência no ambiente, podendo consistir no descrito
em 3.1.3.1 a 3.13.3

3.13.1
sistema de monitoramento das águas subterrâneas
estruturas, instrumentos e procedimentos que têm por objetivo a avaliação sistemática e temporal das
alterações da qualidade das águas subterrâneas

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3.13.2
sistema de monitoramento das águas superficiais
estruturas, instrumentos e procedimentos que têm por objetivo a avaliação sistemática e temporal das
alterações da qualidade das águas superficiais

3.13.3
sistema de monitoramento geotécnico
instrumentos e procedimentos destinados a acompanhar o comportamento mecânico dos maciços,
visando à avaliação das suas movimentações e condições gerais de estabilidade

3.14
sistema de isolamento físico
dispositivos que têm por objetivo controlar o acesso às instalações dos aterros, evitando desta forma
a interferência de pessoas não autorizadas e animais em sua operação ou a realização de descargas
irregulares de resíduos, bem como diminuir ruídos, poeira e odores no entorno do empreendimento

3.15
coeficiente de permeabilidade
relação entre a descarga específica e o gradiente hidráulico, conforme definido pela Lei de Darcy
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3.16
lixiviado
líquido resultante da infiltração de águas pluviais no maciço de resíduos, da umidade dos resíduos e
da água de constituição de resíduos orgânicos liberada durante sua decomposição no corpo do aterro
sanitário

3.17
excedente hídrico
valor resultante do balanço entre diversos parâmetros climáticos e hidrológicos locais que incorpora
características típicas de diferentes tipos de solos

3.18
resíduos sólidos urbanos
resíduos que, em conformidade com o estabelecido na Resolução CONAMA no 404/2008, sejam
provenientes de domicílios, serviços de limpeza urbana, pequenos estabelecimentos comerciais,
industriais e de prestação de serviços, que estejam incluídos no serviço de coleta regular de resíduos
e, que tenham características similares aos resíduos sólidos domiciliares

4 Diretrizes para localização


O local utilizado para a implantação de aterros sanitários de pequeno porte para resíduos sólidos
urbanos deve ser tal que:

a) minimize o potencial de impacto ambiental e sanitário associado à instalação, operação


e encerramento do aterro, em consonância com a legislação ambiental;

b) minimize os custos envolvidos;

c) maximize a aceitação da instalação pela população; e

d) esteja de acordo com a legislação de uso e ocupação do solo, com a legislação ambiental
e demais normas pertinentes.

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ABNT NBR 15849:2010

4.1 Critérios para a seleção da área

Para a avaliação da área a ser utilizada, além dos aspectos indicados na Tabela 1, devem ser
observados no mínimo os seguintes fatores de análise:

a) para tipo consistência e granulometria das camadas de subsolo na base do aterro; recomenda-se
a utilização de solos naturalmente pouco permeáveis (solos argilosos, argilo-arenosos, ou argilo-
siltosos);

b) no caso de existência de corpos d’água superficiais na área ou em seu entorno imediato;


recomenda-se o respeito a uma distância mínima de 200 m de qualquer coleção hídrica ou curso
d’água;

c) proximidade do freático em relação à base do aterro ou em seu entorno imediato;

d) ocorrência de inundações: as áreas com essas características não devem ser utilizadas;

e) as características topográficas da área devem ser tais que permitam uma das soluções adotáveis
para o preenchimento do aterro, recomendando-se locais com declividade superior a 1 % e inferior
a 30 %;
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f) recomenda-se distância do limite da área útil do aterro a núcleos populacionais vizinhos mínima
de 500 m;

g) a vida útil previsível do aterro sanitário de pequeno porte passível de ser implantado na área deve
ser superior a 15 anos.

A critério do órgão ambiental, estes parâmetros podem ser alterados se justificados tecnicamente pelo
projetista, em função de situações especiais.

5 Sistemas de proteção ambiental


5.1 Proteção das águas

5.1.1 Proteção das águas subterrâneas

A disposição de resíduos no solo não deve comprometer a qualidade das águas subterrâneas,
conferindo-lhes características indesejáveis e em desacordo com a sua classificação, sendo
recomendável que seja realizado o monitoramento das águas subterrâneas. Tal monitoramento deve
ser realizado no mínimo a partir de amostras de um poço de monitoramento à montante e outros
três à jusante do empreendimento, não alinhados com o sentido de fluxo subterrâneo das águas.
A eventual supressão do monitoramento ou sua implementação sob outros critérios deve ser
devidamente justificada pelo projetista e autorizada pelo Órgão de Controle Ambiental.

5.1.2 Proteção das águas superficiais

Devem ser previstas medidas para a proteção das águas superficiais, respeitando-se as áreas de
preservação permanentes de corpos de água.

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5.2 Drenagem de águas pluviais

O manejo de águas pluviais é obrigatório, mediante implantação de sistemas compatíveis com


a macrodrenagem local e capazes de suportar chuva com períodos de recorrência equivalentes ao da
vida útil do aterro sanitário de pequeno porte, que impeçam:

a) o acesso ao maciço do aterro de águas precipitadas no entorno;

b) o carreamento de material sólido e líquidos percolados para fora da área do aterro.

5.3 Elementos de proteção ambiental

A adequação dos sistemas de proteção ambiental dos aterros sanitários de pequeno porte aos condi-
cionantes físicos locais e às características da operação deve ser feita caso a caso, considerando-se
as indicações das Tabelas 1 e 2. Cada projeto de aterro sanitário de pequeno porte deve apresentar
as justificativas para adoção ou não dos sistemas com os elementos de proteção ambiental que se
tornem necessários para equacionamento dos impactos decorrentes da disposição dos resíduos.

5.3.1 Impermeabilização complementar


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A adoção de sistema de impermeabilização complementar, executada por meio de compactação com


controle tecnológico de solo local, ou importado ou com aplicação de geossintético impermeabilizante,
deve ser analisada sempre que ocorram riscos para as águas subterrâneas:

a) o solo local não apresente a permeabilidade mínima, dados o excedente hídrico e a profundidade
do freático, conforme estabelecido na Tabela 1;

b) a profundidade do freático não atinja a mínima requerida, dados a permeabilidade e o excedente


hídrico, conforme estabelecido na Tabela 1;

c) o excedente hídrico local supere os especificados na Tabela 1, dadas a permeabilidade


e a profundidade do freático;

d) seja significativa a fração orgânica presente nos resíduos a serem dispostos.

A Tabela 1 define o limite máximo do excedente hídrico admissível para a dispensa da impermeabilização
complementar, considerando a maior ou menor presença de resíduos orgânicos, a profundidade do
freático e a permeabilidade natural do solo local.

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ABNT NBR 15849:2010

Tabela 1 – Critérios para a dispensa de impermeabilização complementar


Limites máximos do exce- Fração orgânica dos resíduos < 30% Fração orgânica dos resíduos > 30 %
dente hídrico a
Profundidade do freático Profundidade do freático
(EH, mm/ano) para a
m m
dispensa da impermeabili-
zação complementarb 1,50 < n ≤ 3 3<n< 6 6≤n<9 n≥ 9 1,50 < n ≤ 3 3<n<6 6≤ n<9 n≥ 9

Coefi-
k < 1x10-6 250 500 1000 1500 188 375 750 1125
cien-
te de
per- 1x10-6 < k < 1x10-5 200 400 800 1200 150 300 600 900
mea-
bili-
dade
do
solo 1x10-5 < k < 1x10-4 150 300 600 900 113 225 450 675
local
k
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(cm/s)

a O excedente hídrico é a quantidade de água (em mm/ano) que percola através da camada de cobertura do aterro sanitário, atingindo a massa
de resíduos e posteriormente chegando até a base do aterro. Para seu cálculo devem ser utilizadas séries anuais de precipitações médias de
temperaturas (que servem para estimar a evapotranspiração utilizando equações como a de Thorntwaite) e o coeficiente de escoamento superficial.
O coeficiente de escoamento superficial deve ser adotado em função das características de permeabilidade do solo da camada de cobertura.

b Para superar características desfavoráveis da área, o projetista pode propor métodos construtivos, operacionais ou de gestão, atendendo diretrizes
estabelecidas pelo órgão de meio ambiente.

5.3.2 Drenagem, reservação e tratamento dos lixiviados

Soluções para drenagem, reservação e tratamento dos lixiviados devem ser adotadas sempre que
houver impermeabilização complementar. Devem ser ainda adotadas nos casos em que não houver
impermeabilização complementer e a permeabilidade da camada de solo entre a base do aterro
e o freático possibilitar o acúmulo de líquidos ou comprometer a estabilidade do maciço. Estas soluções
podem ser dispensadas quando o balanço hídrico indicar a ausência de líquidos a serem drenados.

5.3.3 Drenagem e tratamento dos gases

A adoção de sistema de drenagem dos gases deve ser considerada conforme Tabela 2, especialmente
quando forem significativas:

a) a fração orgânica presente nos resíduos a serem dispostos;

b) a altura final do aterro sanitário de pequeno porte.

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ABNT NBR 15849:2010

Tabela 2 – Instruções para a drenagem dos gases

Altura final do aterro


Características da operação m
<3 >3
Fração orgânica dos < 30 Dispensara Dispensara
resíduos
% > 30 Dispensara Considerara

a Os termos “dispensar” e “considerar” são de caráter orientativo, cabendo ao


projetista decidir e justificar a adoção ou não deste elemento de proteção ambiental.

O tratamento dos gases deve ser adotado sempre que o volume gerado o possibilitar.

6 Condições gerais para elaboração e apresentação do projeto


6.1 Generalidades
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O projeto de um aterro sanitário de pequeno porte deve conter todas as informações técnicas
necessárias para a adequada implantação de todos os seus componentes físicos, informações
essas a serem convenientemente apresentadas sob a forma de desenhos técnicos (projeto gráfico
e detalhamento construtivo), memorial descritivo, memorial técnico de dimensionamento, planos de
operação, de monitoramento e de fechamento da instalação, com suficiente nível de detalhes.

6.1.1 Projeto e autoria

O projeto deve ser elaborado por profissional(is) devidamente habilitado(s) pelo conselho profissional
correspondente.

Todos os documentos técnicos e todas as peças do projeto gráfico devem conter a assinatura
e o número de registro no Conselho Profissional do(s) profissional(is), com apresentação da respectiva
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

6.1.2 Partes constituintes do projeto e forma de apresentação

Os projetos apresentados devem ser obrigatoriamente constituídos das seguintes partes:

a) memorial descritivo;

b) memorial técnico (memória de cálculo);

c) projeto gráfico.

As unidades adotadas devem ser as do Sistema Internacional de Unidades (SI).

Os desenhos técnicos correspondentes ao projeto gráfico e ao detalhamento construtivo devem ser


apresentados de acordo com as Normas Brasileiras aplicáveis.

Informações complementares podem ser apresentadas na forma de anexos.

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ABNT NBR 15849:2010

6.2 Critérios de projeto e operação

Os projetos de aterros sanitários de pequeno porte devem contemplar, preferencialmente, a técnica


de operação em valas.

Nos casos em que regionalmente as condições de relevo ou profundidade do freático forem limitantes,
inviabilizando este tipo de operação, outras concepções de operação, em trincheiras, em encosta ou
em área, podem ser adotadas a critério do projetista ou do órgão ambiental competente, desde que
adotados os critérios de proteção ambiental indicados nos itens subseqüentes.

6.2.1 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em valas, deve ser observado o seguinte:

a) separação entre as bordas superiores das valas de no mínimo 1,0 m, deixando espaço suficiente
para operação;

b) a profundidade de escavação das valas deve estar limitada ao máximo de 3,0 m, observadas as
condições de estabilidade dos taludes e o nível do freático;

c) largura da vala, que pode ser variável, em decorrência do equipamento de escavação,


atentando-se para que não seja excessiva a ponto de dificultar a cobertura operacional dos
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resíduos; recomenda-se que a largura da vala na superfície não supere 5 m;

d) a escavação de cada vala deve ser executada de uma só vez e o dimensionamento feito de modo
a permitir a disposição dos resíduos por um período aproximado de 30 dias. Para uma vida útil
maior, recomenda-se que no fundo da vala sejam mantidos septos de solo natural que definam
subáreas hidraulicamente separadas, com vida útil aproximada de 30 dias;

e) sistema de drenagem superficial para desviar o fluxo das águas pluviais, que pode ser
implementado por meio de drenos escavados no solo; no caso de solos erodíveis, tais drenos
devem ser revestidos;

f) no caso de adoção de sistema de drenagem de lixiviado, as declividades longitudinal e transversal


devem ser de 2 % no mínimo;

g) a eventual drenagem do fundo das valas deve ser realizada com materiais que garantam a
drenagem, de maneira a se evitar a colmatação do dreno ao longo do tempo;

h) cobertura diária com camadas de solo ou outro material apropriado, reutilizável ou não;

i) a declividade da conformação final da vala deve ser de no mínimo 7 % na menor dimensão, sendo
a cobertura para o fechamento final constituída de camada mínima e contínua de 1,0 m de solo
compactado para evitar a acumulação de água após recalques. Posteriormente a vala deve ser
coberta com solo orgânico e cobertura vegetal.

6.2.2 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em trincheiras deve ser observado:

a) profundidade de escavação deve estar condicionada à estabilidade dos taludes e ao nível do


freático;

b) sistema de drenagem superficial, que deve ser implementado no terreno de entorno para desviar
o fluxo das águas pluviais, por meio de drenos escavados no solo ou ressaltos resultantes do
proprio relevo, e sobre o maciço de resíduos para captar as águas pluviais sobre ele incidentes;

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ABNT NBR 15849:2010

c) no caso de não ser indicada pela Tabela 1 a impermeabilização complementar, devem ser
executados o revolvimento e a recompactação, em pelo menos três camadas, de um horizonte
mínimo de 0,60 m do solo local na base do aterro mantendo-se no minimo o coeficiente de
permeabilidade do solo natural;

d) no caso de adoção de sistema de drenagem de lixiviado, as declividades longitudinal e transversal


devem ser de 2 %, no mínimo. Neste caso o tratamento e disposição final do lixiviado devem
atender à legislação ambiental;

e) a eventual drenagem do fundo pode ser realizada com material rochoso, de dimensão característica
mínima recomendada 0,10 m, ou outros materiais alternativos, de forma a permitir espaços livres
que evitem sua colmatação. Caso necessário, o dreno deve ser recoberto com material que
permita infiltrar os líquidos e reter as partículas finas e deve ser dimensionado de modo que a
carga hidráulica do lixiviado na base do aterro não ultrapasse 0,30 m;

f) cobertura diária com camadas de solo ou outro material apropriado, reutilizável ou não;

g) a declividade da conformação final do maciço de resíduos deve ser de, no mínimo, 7 % na menor
dimensão, sendo a cobertura para o fechamento final constituída de camada mínima e contínua
de 1,0 m de solo compactado para evitar a acumulação de água após possíveis recalques.
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Posteriormente, o aterro sanitário de pequeno porte deve ser coberto com solo orgânico
e cobertura vegetal;

h) a drenagem de gases deve ser executada por meio de drenos verticais com espaçamento máximo
de 30 m. Tais drenos devem, na sua base, estar conectados à eventual drenagem longitudinal
de lixiviado.

6.2.3 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em encosta ou aterro sanitário de
pequeno porte em área deve ser observado:

a) a conformação dos taludes do maciço do aterro deve ser definida por estudo das condições de
estabilidade;

b) altura das camadas de até 5 m, dependendo dos equipamentos utilizados na operação do aterro;

c) sistema de drenagem superficial, que deve ser implementado no terreno de entorno para desviar
o fluxo das águas pluviais, por meio de drenos escavados no solo, ou ressaltos resultantes do
próprio relevo, e sobre o maciço de resíduos para captar as águas pluviais sobre ele incidentes;

d) no caso de não ser indicada pela Tabela 1 a impermeabilização complementar, devem ser
executados o revolvimento e a recompactação, em pelo menos três camadas, de um horizonte
mínimo de 0,60 m do solo local na base do aterro do aterro, mantendo-se no mínimo o coeficiente
de permeabilidade do solo natural;

e) a eventual drenagem do fundo pode ser realizada com material rochoso, de dimensão característica
mínima recomendada de 0,10 m, ou outros materiais alternativos, de forma a permitir espaços
livres que evitem sua colmatação. Caso necessário, o dreno deve ser recoberto com material
que permita drenar os líquidos e reter as partículas finas e deve ser dimensionado de modo que
a carga hidráulica do lixiviado na base do aterro não ultrapasse 0,30 m;

f) sempre que for verificada a possibilidade de formação de lixiviado e o aterro for executado em mais
de uma camada, deve ser previsto sistema de drenagem intermediária executado nas mesmas
condições da alínea anterior, para evitar o afloramento do lixiviado nos taludes;

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ABNT NBR 15849:2010

g) o espalhamento dos resíduos em camadas de aproximadamente 0,30 m e compactação destes


resíduos por meios mecanizados;

h) cobertura diária com camadas de solo ou outro material apropriado, reutilizável ou não;

i) a declividade da conformação final do maciço de resíduos deve ser de no mínimo 7 % na menor


dimensão, sendo a cobertura para o fechamento final constituída de camada mínima e contínua
de 1,0 m de solo compactado para evitar a acumulação de água após recalques. Posteriormente,
o aterro sanitário de pequeno porte deve ser coberto com solo orgânico e cobertura vegetal.

6.3 Memorial descritivo


O memorial descritivo deve conter as seguintes partes:

a) informações sobre o responsável técnico pelo projeto;

b) informações sobre os resíduos a serem dispostos no aterro sanitário de pequeno porte;

c) informações sobre o local destinado à implantação do aterro sanitário de pequeno porte e seu
entorno;
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d) informações sobre as jazidas de solos a serem utilizadas;

e) informações sobre o aterro sanitário de pequeno porte projetado;

f) descrição do método construtivo do aterro sanitário de pequeno porte e do método de operação;

g) descrição dos procedimentos do plano de monitoramento do aterro sanitário de pequeno porte;

h) descrição dos procedimentos de controle operacional e manutenção do aterro sanitário de


pequeno porte;

i) descrição dos procedimentos para encerramento do aterro sanitário de pequeno porte;

j) registro da operação e monitoramento;

k) cronograma das diversas etapas do aterro sanitário de pequeno porte.

6.3.1 Informações sobre o responsável técnico pelo projeto

Deve ser apresentada a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do responsável técnico pelo
projeto.

6.3.2 Informações sobre os resíduos a serem dispostos no aterro sanitário de pequeno porte

Devem ser fornecidas as seguintes informações:

a) composição físico-gravimétrica dos resíduos, com indicação no mínimo das frações de resíduos
orgânicos e inorgânicos, recicláveis e de rejeitos;

b) estimativa da quantidade mensal de resíduos a ser disposta durante a vida útil do empreendimento
(volumes diários, volumes máximos e mínimos, taxa de crescimento estimada para a recepção
dos resíduos, sazonalidade, eventos), estimativa do avanço da cobertura dos serviços de coleta,
estimativa do total de resíduos a ser disposto durante a vida útil do aterro sanitário de pequeno
porte;

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ABNT NBR 15849:2010

c) explicitação da origem dos resíduos;

d) estimativa da massa específica aparente dos resíduos a serem dispostos.

6.3.3 Informações sobre o local de implantação do aterro sanitário de pequeno porte e seu
entorno

6.3.3.1 Situação

Deve ser apresentado um levantamento planialtimétrico georreferenciado, em escala não inferior


a 1:5 000, com indicação da área do aterro sanitário de pequeno porte, acesso(s) e vizinhança.
A área deve ser locada com referência a pontos notáveis como ruas, estradas, ferrovias, aeródromos,
linhas de transmissão de energia elétrica, corpos d’água, mananciais de abastecimento etc.

6.3.3.2 Caracterização topográfica

Deve ser apresentado um levantamento planialtimétrico georreferenciado da área do aterro sanitário


de pequeno porte, em escala não inferior a 1:1 000.

6.3.3.3 Caracterização geológica e geotécnica


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Deve ser apresentada investigação geológica e geotécnica da área do aterro sanitário de pequeno
porte, que avalie os riscos de poluição das águas, as condições de estabilidade dos maciços
e a capacidade de suporte do solo de fundação, executados no horizonte do solo que constituirá a base
do futuro aterro. A investigação deve ser realizada no final do período chuvoso ou imediatamente após
este período. Nas técnicas de investigação utilizadas devem constar obrigatoriamente o mapeamento
de superfície e a sondagem de simples reconhecimento com ensaio SPT (Standard Penetration
Test), realizadas de acordo com a ABNT NBR 6484, complementados com ensaio de permeabilidade
in situ associado. O número de sondagens a ser realizado deve permitir a identificação adequada
das características do subsolo. Outras técnicas de investigação geológica e geotécnica podem ser
utilizadas de forma complementar, cabendo ao técnico responsável a justificativa de sua escolha.

6.3.3.4 Caracterização climatológica

Deve ser feita a caracterização adequada das condições climatológicas médias do contexto ambiental
em que será implantado o aterro sanitário de pequeno porte proposto, com base nas informações
disponíveis na estação meteorológica mais próxima, ou nos dados disponibilizados por instituições
especializadas em meteorologia, considerando os aspectos definidores do excedente hídrico que
podem colaborar na formação de lixiviado. Entre outros aspectos, devem ser considerados:

a) precipitação;

b) temperaturas;

c) umidade relativa do ar;

d) evapotranspiração;

e) ventos predominantes.

O excedente hídrico deve ser determinado pelos valores acumulados ao longo do ano, com base na
maior série histórica disponível.

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ABNT NBR 15849:2010

Na hipótese de existência de núcleos populacionais significativos no entorno da gleba do aterro sanitário


de pequeno porte proposto, deve ser feita uma investigação local sobre a direção predominante e a
intensidade média dos ventos, de forma a possibilitar a avaliação da possibilidade de carreamento de
sólidos, particulados e odores para as habitações.

6.3.3.5 Caracterização da área e da circunvizinhança

Devem ser especificados na planta discriminada em 6.3.3.1, tendo como referência a distância
de 1 km a partir do perímetro do aterro sanitário de pequeno porte:

a) os tipos de usos do solo na gleba do empreendimento;

b) o uso dos corpos de água, bem como dos poços e outras coleções hídricas existentes.

Na planta discriminada em 6.3.3.2 deve ser explicitada a localização dos furos de sondagem realizados
e a caracterização da cobertura vegetal existente na área do aterro.

6.3.4 Informações sobre a(s) jazida(s) de solos a ser(em) utilizada(s)

Devem ser apresentadas a localização e a caracterização das operações na(s) jazida(s) de solos a
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ser(em) utilizada(s) durante as diversas fases de implantação do projeto, ao longo de toda a sua vida
útil prevista, para a conformação da base impermeabilizante, se for o caso, para o capeamento diário
e final do maciço de resíduos e para manutenção das vias internas. Devem ser realizados os ensaios
geotécnicos de caracterização e de permeabilidade do solo compactado em laboratório.

O eventual descarte de solo excedente da implantação do aterro deve ser equacionado em conformidade
com as Normas Brasileiras.

6.3.5 Informações sobre o aterro sanitário

Devem ser adequadamente apresentadas a justificativa e a concepção do projeto no que diz respeito:

a) à natureza e à posição relativa das instalações que comporão o empreendimento;

b) ao Plano de Monitoramento Ambiental;

c) ao Plano de Encerramento do Aterro Sanitário de pequeno porte, contemplando o uso futuro


da área ou da gleba, após o encerramento da vida útil efetiva.

6.3.5.1 Descrição e especificações dos componentes do projeto

O memorial descritivo do projeto de aterro sanitário de pequeno porte deve descrever todos os
sistemas de proteção ambiental necessários, considerando os condicionantes físicos locais, conforme
definido na Seção 5.

6.3.5.1.1 Camada impermeabilizante

Sempre que os condicionantes físicos locais – coeficiente de permeabilidade do solo, profundidade


do freático e excedente hídrico – exigirem a execução de uma camada impermeabilizante, deve ser
descrita a solução adotada: solo do próprio local compactado, solo importado compactado ou geos-
sintético impermeabilizante.

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6.3.5.1.2 Sistema de manejo de lixiviados

Sempre que os condicionantes físicos locais e as condições de operação exigirem a implantação de


um sistema de manejo de lixiviados, deve ser descrita a solução adotada, apresentando a forma de
coleta dos lixiviados e definindo o nível de eficiência de tratamento pretendido e o local de lançamento
do efluente tratado, se em corpos hídricos ou dispostos no solo, atendida a legislação pertinente

Para estimativa da geração de lixiviado devem ser usados dados climatológicos mensais.

6.3.5.1.3 Sistema de drenagem e tratamento de gases

Sempre que os condicionantes físicos locais e as condições de operação exigirem a implantação


de um sistema de manejo de gases, deve ser descrita a solução adotada para sua coleta e eventual
tratamento.

6.3.5.1.4 Acessos

Devem ser descritas as soluções adotadas para a execução das vias de acesso ao aterro e as de
circulação interna, de forma a garantir o acesso permanente dos veículos coletores de resíduos;
deve ser indicada a posição do portão junto ao qual eventualmente, se necessário, se construirá uma
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edificação de apoio, dotada das instalações necessárias à permanência prolongada do funcionário


incumbido do controle.

6.3.5.1.5 Isolamento do aterro

Deve ser descrita a solução adotada para o isolamento do aterro, por meio de barreira física, que
impeça o acesso de pessoas e animais, acompanhada de cerca viva arbustiva ou arbórea, ao longo do
perímetro do empreendimento e de faixa de proteção sanitária e controle com aceiro para prevenção
de incêndios, entre o maciço do aterro sanitário de pequeno porte e a cerca perimetral cuja largura
será justificada.

6.3.5.1.6 Sistema de drenagem superficial

Devem ser descritas as soluções adotadas para a execução da drenagem de águas pluviais, de modo
a impedir a formação de poças na área do aterro, de caminhos preferenciais geradores de erosão
e o aporte de água aos locais de disposição dos resíduos.

6.3.5.1.7 Sistema de cobertura

Deve ser descrito o sistema de cobertura a ser adotado (operacional e final), de forma a evitar a
proliferação de vetores, minimizar a formação de lixiviados, reduzir a exalação de odores e gases de
efeito estufa, isolar os resíduos e evitar a erosão.

6.3.5.1.8 Localização de poços de monitoramento

A implantação deve ser realizada segundo as ABNT NBR 15495-1 e ABNT NBR 15495-2, sendo
indicados em planta o sentido do fluxo e a sua localização. Contemplado o exposto em 5.1.1,
devem ser implantados no mínimo quatro poços de monitoramento, um a montante e três a jusante,
não alinhados no sentido do escoamento das águas subterrâneas.

6.3.5.1.9 Planilhas detalhadas de especificação, quantificação e orçamento

O memorial descritivo deve conter a especificação dos serviços e materiais necessários à implantação
do projeto nas suas diversas etapas e as correspondentes planilhas de quantificação e custo.

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ABNT NBR 15849:2010

6.3.6 Descrição do método construtivo do aterro sanitário de pequeno porte e do método de


operação

6.3.6.1 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em valas:

a) separação entre as bordas superiores das valas;

b) profundidade de escavação das valas;

c) largura da vala;

d) construção de sistema de drenagem superficial;

e) declividade de fundo das valas;

f) solução adotada para a eventual drenagem do fundo das valas;

g) cobertura das valas;

h) solução adotada para o fechamento final de cada célula ativa.


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6.3.6.2 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em trincheiras:

a) separação entre as bordas superiores das trincheiras;

b) profundidade de escavação das trincheiras;

c) largura da trincheira;

d) construção de sistema de drenagem superficial;

e) declividade de fundo das trincheiras;

f) solução adotada para a eventual drenagem do fundo das trincheiras;

g) cobertura das trincheiras;

h) solução adotada para o fechamento final de cada célula ativa.

6.3.6.3 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em encosta ou aterro em área:

Nesta solução, usualmente implantada em áreas de ondulações ou depressões naturais, encostas de


morros ou pedreiras e áreas de mineração desativadas, o memorial descritivo deve apresentar pelo
menos as seguintes especificações técnicas:

a) caimento do maciço de resíduos adotado;

b) altura das células;

c) solução adotada para a construção de sistema de drenagem superficial;

d) solução adotada para eventual drenagem do fundo do maciço;

e) solução adotada para a cobertura diária, quando prevista em projeto;

f) solução adotada para o recobrimento e o fechamento final de cada célula ativa.

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ABNT NBR 15849:2010

6.3.7 Descrição do Plano de Monitoramento

6.3.7.1 Monitoramento do lixiviado

Na existência de lixiviado e de sua emissão para o ambiente externo ao aterro sanitário de pequeno
porte, devem ser previstos:

a) procedimento de controle da vazão;

b) definição de parâmetros físicos, químicos e biológicos;

c) definição dos pontos de coleta e frequência de amostragem.

6.3.7.2 Monitoramento das águas superficiais

Deve ser elaborado um plano de monitoramento abrangendo a vida útil e o período pós-fechamento,
que deve conter:

a) definição de parâmetros físicos, químicos e biológicos;


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b) definição dos pontos de coleta a montante e a jusante do ponto de lançamento de efluente


do sistema de tratamento e do aterro sanitário de pequeno porte e frequência de amostragem.

6.3.7.3 Monitoramento das águas subterrâneas

Deve ser elaborado um plano de monitoramento abrangendo a vida útil e o período pós fechamento,
que deve conter:

a) definição de parâmetros físicos, químicos e biológicos;

b) definição da localização dos poços de monitoramento e frequência de amostragem;

c) o estabelecimento de valores de referência iniciais para todos os parâmetros previstos no plano,


definidos por meio da análise de amostras recolhidas em todos os poços de monitoramento
estabelecidos no projeto, antes do início de operação do empreendimento.

6.3.8 Descrição dos procedimentos de controle operacional e manutenção

Os seguintes itens devem ser observados regularmente na área do aterro sanitário de pequeno porte:

a) aparecimento de trincas, fissuras ou surgências de lixiviados;

b) processos erosivos;

c) rebaixamento da camada superior do aterro;

d) existência e adequação da cobertura operacional;

e) condição operacional da frente de trabalho;

f) existência e adequação da cobertura vegetal;

g) condição operacional do aceiro;

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ABNT NBR 15849:2010

h) condição operacional dos sistemas de drenagem;

i) carreamento de resíduos pelo vento.

Deve constar no memorial descritivo um plano específico de inspeção, controle e manutenção:

a) da execução dos serviços de terraplenagem e, se for o caso, das camada impermeabilizante e


drenante da base do aterro sanitário de pequeno porte;

b) dos sistemas de drenagem de águas pluviais, de lixiviados e de gases;

c) do tratamento e disposição final do lixiviado, quando existente;

d) da estabilidade do maciço do aterro;

e) da dispersão de material particulado;

f) das condições de segurança para as instalações físicas e da operação do aterro;

g) do carreamento de resíduos pela ação do vento.


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6.3.9 Descrição dos procedimentos para encerramento

O plano de encerramento deve contemplar:

a) os métodos e as etapas a serem seguidas no fechamento do aterro sanitário de pequeno porte;

b) o projeto e construção da cobertura final;

c) a data aproximada para o início das atividades de encerramento;

d) uma estimativa dos tipos e da quantidade de resíduos dispostos no aterro, quando encerrado;

e) usos programados para a área do aterro após seu fechamento;

f) monitoramento das águas após o termino das operações;

g) monitoramento do lixiviado;

h) atividades de manutenção da área.

6.3.9.1 Atividades após o encerramento

a) deve ser realizado o monitoramento das águas e do lixiviado, caso exista sistema de drenagem,
por um período de 10 anos após o fechamento da instalação, podendo este período ser alterado
a critério do OCA;

b) manutenção do sistema de drenagem de lixiviado, se existente, até o término da geração;

c) manutenção da cobertura de modo a corrigir fissuras e erosão;

d) continuidade da coleta e tratamento de lixiviado, atendendo a legislação ambiental;

e) manutenção do sistema de drenagem de gases, se existente, até que seja comprovado o término
de sua geração;

f) manutenção do isolamento do local até a implantação dos usos programados para a área do
aterro após seu fechamento.

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6.3.10 Registro da operação e monitoramento

Devem ser apresentados os procedimentos para registro sistemático da operação e dos controles a
serem executados, contendo no mínimo as seguintes informações:

a) quantidade mensal dos resíduos recebidos para disposição no aterro sanitário de pequeno porte;

b) descrição dos resíduos rejeitados, com discriminação de sua origem e da data da rejeição;

c) registro dos procedimentos de monitoramento realizados;

d) registro dos procedimentos de inspeção realizados, com discriminação das datas de sua
realização, dos problemas observados e das providências tomadas para sua solução.

6.3.11 Cronograma

Deve ser apresentado um cronograma físico-financeiro contemplando desde a implantação do aterro


até o término das atividades de encerramento.

6.4 Memorial técnico


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O memorial técnico deve conter a descrição detalhada das premissas conceituais, metodologias
e memorial de cálculo utilizados para o dimensionamento do aterro sanitário de pequeno porte e dos
sistemas que o compõem.

6.5 Projeto gráfico

Devem ser apresentados no mínimo desenhos e plantas que possibilitem o entendimento do projeto,
em escala não inferior a 1:1 000, que contemplem:

a) configuração topográfica original da área;

b) etapas e seqüência construtiva do aterro sanitário de pequeno porte com indicação de áreas
de disposição dos resíduos, limites da área total a ser utilizada, vias internas e seqüência de
preenchimento da(s) área(s) ao longo do tempo;

c) configuração final do aterro;

d) cortes transversais e longitudinais do aterro, posicionados de forma a representar os detalhes


necessários à perfeita visualização da obra;

e) acessos, portões, cercamento e cerca viva no perímetro, guarita e outras edificações consideradas
necessárias;

f) sistemas de proteção ambiental definidos como necessários;

g) localização dos poços de monitoramento e dos pontos de coleta de águas superficiais.

6.6 Anexos

Devem ser anexadas ao projeto cópias dos laudos analíticos e relatórios técnicos referentes aos estu-
dos preliminares realizados durante o desenvolvimento do mesmo (por exemplo, sondagens do sub-
solo, caracterização geológica e geotécnica do subsolo, caracterização inicial da qualidade das águas
subterrâneas e superficiais na área de influência direta do aterro sanitário de pequeno porte proposto).

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7 Condições para a operação


7.1 Condições para implantação do aterro na fase inicial

Os sistemas de proteção ambiental do aterro sanitário de pequeno porte que forem considerados
indispensáveis à luz dos condicionantes físicos locais podem ser implantados em etapas, de acordo
com o desenvolvimento do aterro, sendo indispensável, para o início das operações, a implantação
apenas daqueles necessários e suficientes, entre os quais se incluem os seguintes sistemas:

a) quando requerida, a camada impermeabilizante;

b) quando requeridos, os sistemas de drenagem e tratamento de lixiviados;

c) quando requerido, o sistema de drenagem de gases;

d) o sistema de drenagem das águas pluviais;

e) os poços de monitoramento.

7.2 Treinamento dos operadores


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A entidade responsável pela operação do aterro sanitário de pequeno porte deve fornecer treinamento
adequado aos seus funcionários, incluindo pelo menos:

a) as formas de inspeção, controle, permissão de acesso e orientação do lançamento de resíduos;

b) os procedimentos adequados de operação, manutenção e monitoramento do aterro e todos os


seus sistemas, com ênfase nas funções e atribuições específicas de cada funcionário;

c) os procedimentos a serem adotados em situações de emergência;

d) os procedimentos de segurança operacional e a correta utilização de equipamentos de proteção


individual (EPI) e coletiva (EPC).

7.3 Recebimento de resíduos

Deve-se impedir a entrada no empreendimento de resíduos cuja composição não seja adequadamente
identificada e compatível com a finalidade do aterro.

Na hipótese de detecção, em meio à carga, de resíduos cuja natureza torne inviável sua disposição
final no aterro sanitário de pequeno porte, toda a carga deve ser rejeitada. Caso seja viável, deve ser
realizada sua segregação, sendo devolvido o resíduo não disposto ao gerador, sob responsabilidade
deste, para posterior encaminhamento a tratamento adequado ou disposição final.

7.4 Disposição dos resíduos no aterro

Os resíduos devem ser descarregados e espalhados na frente de operações, sendo compactados


quando for o caso, cabendo ao operador do aterro assegurar as condições físicas e de segurança
das vias internas, permanentes e transitórias, de maneira a permitir o acesso dos veículos coletores
a esse local, em qualquer condição climática.

Ao final do período diário de trabalho, os resíduos dispostos no aterro sanitário de pequeno porte
devem ser recobertos com uma camada de solo conforme especificações do projeto.

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Tão logo o maciço ou vala em que se dispõem os resíduos atinjam, em qualquer de suas parcelas, a
configuração final prevista no projeto, deve ser executada a cobertura final destinada a impermeabilizar
e a proteger as superfícies que permanecerão expostas à erosão, conforme as especificações do
projeto.

7.5 Controle e monitoramento do aterro

Em caráter periódico e de forma sistemática, devem ser implementados os procedimentos de controle


e monitoramento do empreendimento, rigorosamente de acordo com as especificações e freqüências
discriminadas no projeto.

7.6 Registro da operação e do monitoramento do aterro

Deve ser mantido, durante toda a vida útil do aterro sanitário de pequeno porte e no período abrangido
pelo monitoramento pós-encerramento, um registro sistemático da operação e dos procedimentos de
controle, contendo no mínimo as informações especificadas em 6.3.10.
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Anexo A
(informativo)

Implantação e operação dos Aterros Sanitários de Pequeno Porte (ASPP)

A.1 Introdução

Os aterros sanitários de pequeno porte (ASPP), objeto desta Norma, são instalações bastante espe-
cíficas pela predominância da operação manual e pela sua simplicidade em relação às instalações
de grande porte, bem mais onerosas e complexas. Em diversas regiões brasileiras, experiências prá-
ticas exitosas têm sido desenvolvidas, tornando possível a sua incorporação nos procedimentos para
implantação e operação dos ASPP.

A.2 Objetivo
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Este anexo apresenta sugestões para implantação e operação de aterros sanitários de pequeno porte,
com base em algumas das soluções praticadas em municípios brasileiros.
Além disso, comenta alguns aspectos desta Norma, a fim de facilitar seu uso.

A.3 Aspectos gerais

A.3.1 A importância da escolha da área de implantação

A escolha criteriosa da área de implantação é parte significativa do caminho para um bom projeto
do aterro. A seção 4 apresenta os aspectos a considerar na escolha, ressaltando-se a necessidade
de que a área oferte camadas de solo de baixa permeabilidade, com profundidade significativa até
o freático e que permita o adequado manejo das águas pluviais.

A.3.2 A importância da minimização na geração de resíduos

É extremamente conveniente que o projeto da instalação esteja vinculado a uma prática de gestão
que busque a minimização da geração de resíduos, o manejo diferenciado de cada componente
dos resíduos sólidos urbanos, de acordo com suas características, e a redução dos componentes
orgânicos a serem dispostos no aterro.

A.3.3 A questão da atenuação de contaminantes pelo solo

A atenuação do potencial poluidor de efluentes líquidos pelos solos é a solução conhecida para
o tratamento e a destinação de esgotos e de lixiviados de resíduos sólidos. Esta Norma e outras Normas
Brasileiras em vigor incorporam este conceito, que vem sendo objeto crescente de investigação.
Tendo em vista, portanto, a capacidade do solo de atenuar as características dos efluentes percolados,
a indicação ou não de impermeabilização complementar definida pela Tabela 1, considera a altura
disponível de solo insaturado.

Nas soluções que requeiram escavação prévia à disposição, deve-se considerar a inconveniência
da perda de espessura de solo entre a base do aterro e o freático.

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A.3.4 A geração de gases em aterros de pequeno porte

Em pequenos aterros, as pequenas espessuras de camadas de resíduos, aliadas aos baixos ín-
dices de compactação geralmente obtidos, permitem uma maior aeração do maciço de resíduos,
minimizando a geração dos gases de processos anaeróbios. Estas condições, expressas na Tabela 2,
estão presentes principalmente quando for baixa a incidência de resíduos orgânicos e permitido
dispensar a drenagem e o tratamento destes gases.

A.4 Verificações prévias ao projeto


São várias as verificações necessárias, mas alguns aspectos merecem destaque, como descrito em
A.4.1 a A.4.3.

A.4.1 Verificação da permeabilidade dos solos

O ensaio de permeabilidade de solos in situ associado à sondagem, a ser executado no horizonte de


solo que constituirá a base do futuro aterro, tal como descrito em 6.3.3.3 desta Norma, pode tomar
como referência os ensaios de carga, realizados como ensaios de infiltração ou de rebaixamento,
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executáveis em furos de sondagem, cavas ou em poços.

A.4.2 Definição do excedente hídrico

Como definido em 6.3.3.4, para a consulta à Tabela 1 deve ser considerado o excedente hídrico
definido pelo método do balanço hídrico. Podem ser utilizados os dados disponibilizados pelo Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET), para os principais tipos de solos nos municípios brasileiros
ou outras fontes de informação climática.

A.4.3 Verificação da fração orgânica nos resíduos

A verificação da fração orgânica presente nos resíduos a serem dispostos, realizada como definido
em 6.3.2, deve, sempre que possível, contemplar um período mínimo de uma semana e a diferenciação
dos resíduos gerados em regiões do município com população de distinto perfil econômico.
Recomenda-se a realização de mais de uma caracterização no ano, contemplando a análise das
sazonalidades.

A.5 Sugestões para implantação e operação


Após a melhor escolha possível da área do empreendimento, algumas iniciativas podem ser adotadas,
inclusive para um enquadramento mais favorável do empreendimento nas diretrizes anunciadas
na Tabela 1, entre elas:
a) a redução da escavação para ampliação do horizonte de solo insaturado entre o freático e a base
do aterro;
b) a utilização de procedimentos operacionais que evitem o ingresso da água da chuva na frente de
operação;
c) a adoção de métodos de gestão que reduzam a fração orgânica a níveis inferiores a 30 %.

Há ainda algumas sugestões, extraídas da prática exitosa de alguns municípios, que podem ser exa-
minadas como soluções de baixo custo, localmente adequadas para o cenário de implantação e ope-

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ração dos aterros sanitários de pequeno porte. São elas as descritas em A.5.1 a A.5.4.

A.5.1 Sugestões para a redução da permeabilidade do solo

A recompactação da base do aterro, prevista em 6.2.2 e 6.2.3, tem por finalidade reduzir a permeabilidade
do solo e a velocidade de percolação dos possíveis efluentes, mesmo em valas onde é mais difícil de
ser implementada.

Já a introdução da impermeabilização complementar abordada em 5.3.1 precisa recorrer a uma


compactação com controle tecnológico do solo local, ou a uma substituição da camada de base
por outra constituída por solo importado compactado sob controle, ou mesmo a aplicação de
geossintéticos impermeabilizantes.

A.5.2 Sugestões para a redução da fração orgânica nos resíduos

A redução dos componentes orgânicos nos resíduos a serem aterrados pode ser alcançada por meio
de processos de gestão diferenciada destes resíduos, que incentivem a redução de sua geração,
o combate a desperdícios e os processos de compostagem caseira.
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O manejo diferenciado dos resíduos orgânicos pode contemplar ainda, para evitar nos aterros sanitários
a presença impactante das parcelas coletadas junto aos grandes geradores, a sua compostagem
em instalações, adequadamente projetadas.

Para ampliar a vida útil do aterro e buscar alternativas de reutilização, os resíduos vegetais provenientes
de podas podem contar com unidades específicas para sua disposição e reaproveitamento para fins
energéticos, construtivos ou compostagem.

A.5.3 Sugestões para a redução do ingresso de água de chuva na frente de operação

A redução da presença da chuva na frente de operação, em especial nas regiões ou períodos com
elevado excedente hídrico, pode ser obtida por diversos meios operacionais, todos eles relacionados
à aplicação de coberturas provisórias até o encerramento da disposição no local e aplicação
da cobertura final espessa prevista em 6.2.1 a 6.2.3.

A partir da prática necessária de restrição da frente de operação ao mínimo possível, vem sendo
obtido êxito no uso de coberturas leves preparadas com lonas plásticas, como as utilizadas em
alguns cultivos agrícolas, telhados móveis corrediços ou mesmo o uso de mantas de sacrifício (lonas
automotivas reutilizadas ao máximo da possibilidade).

A.5.4 Outras sugestões

Há ainda outras soluções, já colocadas em prática, que podem auxiliar na eficiência da operação do
aterro e redução das possibilidades de impacto ambiental.

a) uso de materiais alternativos na cobertura operacional:

— a cobertura operacional da frente de disposição ao final de cada jornada de trabalho


é extremamente necessária para que sejam evitadas a proliferação de vetores e a presença
de animais, odores e outros malefícios. Pode ser realizada com o uso do próprio solo ou de
camada fina de resíduos de construção civil classe A necessariamente triados conforme
a ABNT NBR 15112, ou ainda para que se evite a perda de espaço no aterro, com capina
gerada nos serviços de manutenção urbana, ou com manta de sacrifício (lona automotiva)

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e outros materiais;

b) uso de materiais alternativos na execução dos drenos:

— quando se tornar necessária a execução de drenos, pode ser replicada a experiência positiva
de várias instalações que aplicam peças de bambu na execução dos drenos de fundo
ou camada de partículas graúdas de resíduos de construção civil classe A necessariamente
triados, que podem ser utilizados também em eventuais drenos de gases;

c) uso de equipamentos simplificados na operação mecanizada:

— na eventualidade da quantidade de resíduos favorecer a operação mecanizada, a inviabilidade


de fixação de um trator de esteiras residente na instalação pode ser superada com a utilização
de equipamentos simplificados, como tratores agrícolas ou retroescavadeiras, que podem
receber implementos simples para a adaptação de lâminas e proteção dos pneus.
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