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4 de Fevereiro

Enquanto duravam as operações de contenção da revolta de Cassange, a 4 de


Fevereiro,[8][9][16] um grupo de cerca de 200 angolanos, alegadamente[125][nota 3]ligados ao
MPLA,[9] ataca a Casa de Reclusão Militar, em Luanda, a Cadeia da 7ª Esquadra da
polícia, a sede dos CTT e a Emissora Nacional de Angola.[11] O objectivo era libertar
alguns detidos, mas o ataque seria um fracasso, tendo morrido cinco polícias, um cipaio e
um cabo da Casa de Reclusão e 40 dos atacantes, e nenhum dos prisioneiros
libertados.[72] Este ataque coincidiu com a presença de jornalistas estrangeiros que
aguardavam por notícias do navio Santa Maria, que tinha sido desviado pelo
capitão Henrique Galvão e outros oposicionistas ao regime português, e que,
supostamente, iria atracar em Luanda.[125] Deste modo, ao contrário da revolta de 4 de
Janeiro, os incidentes do 4 de Fevereiro foram do conhecimento público.[126] A 6 de
Fevereiro, durante as cerimónias fúnebres dos polícias, foram mortos cerca de duas
dezenas de cidadãos negros devido a uma alegada provocação;[127] ao mesmo tempo, as
autoridades portuguesas, e vários cidadãos brancos,[16] atacaram violentamente os
cidadãos étnicos angolanos que viviam nos musseques (bairros degradados).[128] Cinco
dias depois, os separatistas do MPLA atacaram, de novo, uma prisão, ao qual os
portugueses responderam violentamente, provocando mais vítimas mortais.[126]


A vingança portuguesa foi em grande. A polícia ajudou os vigilantes civis a
organizarem os massacres nocturnos nos bairros da lata de Luanda. Os
brancos retiravam os africanos das suas habitações de uma divisão,
matavam-nos e deixavam os seus corpos nas ruas. Um missionário Metodista
afirmou que teve conhecimento de cerca de 300 mortos. ”
—John Marcum[129]

O historiador angolano Carlos Pacheco descreve, em “MPLA, um Nascimento Polémico”, o


fervilhar político em Luanda, no final da década de 50 e início da de 60 do século passado,
afirma que o MPLA nasceu no início de 1960 e não em 1956, ano apontado pela história
oficial, e sugere-nos que este Movimento estava ainda, no início de 1961, numa fase
incipiente. Uns meses antes a PIDE prendera Agostinho Neto e alguns simpatizantes das
suas ideias. Sobre o “4 de Fevereiro” não mostra dúvida de que “quem arregimentou os
revoltosos de 61, maioritariamente do concelho de Icolo e Bengo, foi a UPA pela mão de
Neves Bendinha”. [130]
Não obstante o MPLA considerar seu património o "4 de Fevereiro", o facto é que a
orquestração destes assaltos tem sido atribuído ao cónego mestiço Manuel Joaquim
Mendes das Neves (Golungo Alto, 25-01-1896 — Soutelo (Vila Verde) 11-12-
1966)[131] que tinha ligações à UPA. Foi preso pela PIDE que encontrou numerosas
catanas na sua sacristia, sempre negou o seu envolvimento nos assaltos. No seu relatório
a esta Polícia, declarou que “os tumultos do 4 de Fevereiro nem chegaram a ser tumultos,
foram estupidamente engendrados e o assalto à Casa de Reclusão foi um fracasso de tal
ordem que basta dizer que um soldado preto e um furriel mestiço chegaram para dominar
a situação”. Segundo as declarações, o cónego Manuel das Neves terá sido contactado,
saberia do que se ia passar e teria tentado parar a acção, mas não podia denunciar os que
confiavam nele. Foi deportado para a Metrópole, onde morreu em 1966. Foi uma acção
muito improvisada, rapidamente controlada, realizada por grupos sem armas de fogo, e
que, ainda hoje, não tem uma paternidade clara.[132]
Em Portugal, o Ministro da Defesa Botelho Moniz reage aos acontecimentos com um
despacho em que aconselha a imposição de um regime justo e humano nas regiões de
cultivo de algodão, para evitar problemas económicos e políticos.[11] Os Estados Unidos,
através do seu embaixador em Portugal, Charles Burke Elbrick, encontra-se com Botelho
Moniz; o seu objectivo era que Moniz pressionasse Salazar no sentido de este alterar a
sua política colonial e promovesse a autodeterminação das colónias africanas.[11] A 10 de
Março a questão angolana é introduzida nas reuniões da ONU.[11]

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