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Charles MORRIS
Semiologia: ciência geral que tem como objeto todos os sistemas de signos
(incluindo os ritos e costumes) e todos os sistemas de comunicação vigentes na
sociedade [Ferdinand de Saussure];
Semântica: ocupa-se da relação dos signos aos seus designata e, desse modo,
aos objetos que denotam ou possam denotar; estudo sincrônico ou diacrônico da
significação como parte dos sistemas das línguas naturais; o componente do
sentido das palavras e da interpretação das sentenças e dos enunciados num
sistema linguístico; relativo à interpretação de signos linguísticos e de suas
combinações; o que pertence ou é relativo à significação das palavras; “arte da
significação”.
Semiótica: ciência da semiose; tão distinta da semiose como qualquer ciência o é
do seu objeto.
Semiose (do ponto de vista do behaviorismo*): processo em que algo funciona
como um signo. É um dar-se-conta-mediato (quando há mediação).
Envolve três (ou quatro) fatores:
● veículo sígnico (mediador) → aquilo que atua como um signo;
● designatum (designata) → aquilo a que o signo se refere; e
● interpretante (dar-se-conta-de) → o efeito sobre um intérprete em virtude do
qual a coisa em questão é um signo para esse intérprete**. (MORRIS, p. )
Conjunto das relações diádicas (envolvem dois/duas) que dizem respeito aos três
correlatos da relação triádica da semiose (1. veículo sígnico, 2. designatum, 3.
intérprete):
● relações semânticas → relações entre os signos e os objetos a que se
aplicam → dimensão semântica da semiose;
● relações pragmáticas → relações dos signos aos intérpretes → dimensão
pragmática da semiose. (MORRIS, p. 10)
Exemplos:
● um cão (interpretante) responde com um tipo de comportamento - que é o ato
de comer biscoitos (designatum) -, acionado por um assobio (veículo
sígnico);
● um viajante (interpretante) dispõe-se a enfrentar apropriadamente uma região
geográfica (designatum) em virtude da carta recebida (veículo sígnico) de um
amigo.
A palavra 'mesa' (veículo sígnico) implica (mas não designa) 'mobília (designatum)
com um tampo horizontal em que podem ser colocadas coisas', denota os objectos
a que se aplica, e expressa o seu intérprete. Em certos casos determinados, alguma
das dimensões pode desaparecer efetivamente ou praticamente: um signo pode
não ter relações sintáticas com outros signos e, assim, a sua implicação
efetiva é nula; ou pode ter implicação, mas não denotar nenhum objeto; ou pode ter
implicação, mas não um intérprete efetivo e, portanto, não ter expressão – como
uma palavra numa língua morta. Mesmo nesses possíveis casos, é conveniente
referir os termos escolhidos ao fato de que algumas das relações possíveis ficam
por realizar.
Sintaxe: estudo das relações sintáticas dos signos entre eles, sob a abstração das
relações dos signos aos objectos ou aos intérpretes.
“‘Fido’ denota ‘A’ (signo indexical)”: ‘Fido’ (signo ou veículo sígnico) → ‘termo’
denotando o “signo 'Fido'” na linguagem objeto (metalinguagem); 'A' (objeto não
linguístico) → termo denotando uma coisa na linguagem-coisa.