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Aspectos Históricos
da Educação no Brasil
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1. OBJETIVOS
• Conhecer um pequeno panorama histórico da educação
no Brasil desde a fase colonial até o período contemporâ-
neo da República.
• Compreender os comentários sobre a herança legada pe-
los jesuítas e pela Igreja Católica no desenvolvimento da
educação formal no Brasil.
• Investigar o "sentido da educação no Brasil", levando em
conta a relação entre Estado, educação e sociedade.
2. CONTEÚDOS
• Educação jesuítica.
• Ensino Régio.
• Educação na época da Monarquia.
• Educação na República.
170 © Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação
4. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, estudaremos os fundamentos históricos,
filosóficos e sociológicos que marcaram a educação no Brasil ao
longo de cinco séculos. Iniciaremos nosso estudo pelos jesuítas,
que tiveram importância decisiva no projeto português de expan-
são mercantil-cristão e, posteriormente, passaremos ao estudo
das Reformas Pombalinas, que colocaram em cena o Estado como
agente educacional. No século 19, o Brasil atingiu a condição de
país soberano, estruturando-se em torno do regime monárquico,
e, com ele, novas iniciativas foram tomadas no campo da educa-
ção escolar. Finalmente, a última parte vai contemplar o estudo da
educação brasileira no período republicano.
Boa leitura!
5. EDUCAÇÃO JESUÍTICA
Os jesuítas foram referências fundamentais e básicas em
termos de educação, no Brasil Colônia, de 1549, quando desem-
barcaram em Salvador, na Bahia, a bordo de uma expedição que
trazia o primeiro Governador-Geral, Tomé de Souza, a 1759, quan-
do foram expulsos pelo Marquês de Pombal. Podemos dizer que,
mesmo ao longo desses quase 200 anos, as práticas formais de
educação estiveram sob o controle desses padres, membros da
Companhia de Jesus.
6. ENSINO RÉGIO
O século 18 foi marcado por profundas transformações tan-
to nos campos econômico e político como no das ideias. Na reali-
dade, tais mudanças já vinham ocorrendo desde o século anterior,
quando um conjunto de revoluções, intitulado Revoluções Ingle-
sas, abriu caminho para a consolidação dos ideais da burguesia,
ávida por parte da política, pois poder econômico já possuía. Mas
apenas no século 18 a radicalização desses processos revolucioná-
rios foi determinante, a tal ponto que o historiador britânico Eric J.
Hobsbawm o batiza "Era das Revoluções Burguesas".
No campo econômico, assistimos a emergência da Revo-
lução Industrial na Inglaterra, constituindo-se em uma transfor-
mação radical no processo de produção, pois a base produtiva
da sociedade foi o que incorporou máquinas na fabricação de
mercadorias, acelerando a industrialização como nunca ocorrera
na história do homem. Com a industrialização, o capitalismo deu
um salto adiante, colocando em xeque as práticas mercantilistas
em vigor até então.
Em termos políticos, o Estado nacional absolutista começou
a dar sinais de esgotamento, sobretudo com a emergência da Re-
volução Americana de 1776 a 1777, que culminou com a Indepen-
dência dos EUA e com a eclosão da Revolução Francesa de 1789,
que, juntas, se constituíram em modelos de movimentos revolu-
cionários antiabsolutistas tanto na Europa como na América.
Do ponto de vista cultural, a propagação das ideias ilumi-
nistas foi decisiva para o aparecimento de um novo conceito de
homem, de política e de valores a serem defendidos. O "Século
das Luzes" constituiu-se em um movimento intelectual de cará-
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8. EDUCAÇÃO NA REPÚBLICA
Como se sabe, a República no Brasil foi fruto de um golpe mi-
litar em 15 de novembro de 1889, como resultado de uma conver-
gência de interesses entre setores do Exército, elite do café de São
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Após o golpe militar de 1945, que pôs fim aos 15 anos da Era
Vargas, o debate em torno do Brasil seria retomado por uma nova
geração de intelectuais, como Florestan Fernandes, Caio Prado Jú-
nior, Nelson Werneck Sodré, criando um clima de efervescência
até, pelo menos, o final dos anos 1960.
A queda de Vargas abriu caminho para um curto período
de democracia, tendo como pano de fundo o contexto da Guerra
Fria, ou seja, do embate entre capitalismo e comunismo patroci-
nado por EUA e URSS, duas superpotências vitoriosas na 2ª Guerra
Mundial (1939-1945). A derrota da ideologia nazifascista na Eu-
ropa deixou, também, suas vítimas no Brasil, entre elas, a própria
ditadura do Estado Novo.
gidos pelo governo num prazo de oito anos. Tais objetivos, no en-
tanto, não foram alcançados devido ao golpe militar de março de
1964, interrompendo, assim, um breve interregno de democracia
na história republicana do país.
O clima de confronto ideológico e mobilização popular ca-
racterístico da "república populista" colocou em risco os interesses
das classes dominantes e de grupos conservadores que, apoiados
pela estratégia norte-americana de combater o "perigo do co-
munismo", optaram pelo golpe de Estado e pelo fechamento do
regime político. De março de 1964 a março de 1985, o Brasil foi
governado por presidentes-generais, que construíram um Estado
autoritário, antidemocrático e articulado com o capital nacional e
as multinacionais.
No campo da educação, coube ao Regime Militar desmo-
bilizar, inicialmente, os movimentos de estudantes e intelectuais
– movimentos esses que existiam desde o final do Estado Novo.
Recaiu, portanto, sobre esses movimentos forte repressão do Esta-
do, desarticulando as mobilizações e esvaziando as reivindicações.
Por meio de legislação educacional autoritária, o Regime Mi-
litar impôs sua política de educação: em 1967, criou o Movimento
Brasileiro de Alfabetização sob o pretexto de combater o analfa-
betismo, mas, na realidade, visava conter a experiência de mobili-
zação popular iniciada por Paulo Freire no Nordeste, no início dos
anos 1960, acusada pelo regime de "movimento subversivo".
Em 1968, ano que marca a imposição do Ato Institucional
(AI) nº 5, decreto que justificou as práticas de violência do Estado,
são anunciadas as reformas do sistema universitário por meio da
Lei nº 5540/68, mais conhecida como acordos MEC-USAID (agên-
cia norte-americana para o desenvolvimento internacional).
As reformas introduziram uma reorganização tanto no as-
pecto acadêmico como administrativo das universidades, visando,
fundamentalmente, atrelar as finalidades do Ensino Superior aos
dos dispositivos legais. Para isso, criaram fundos que visavam man-
ter, na escola, crianças e jovens oriundos de famílias mais neces-
sitadas: o Fundef, no governo FHC, e o Fundeb, no governo Lula.
Uma consequência visível desse esforço recente do Estado
brasileiro é possível ser observada mediante dados oficiais: o au-
mento crescente do número de matrículas no Ensino Fundamental
e a diminuição da evasão escolar. Isso, no entanto, não impede de
reconhecer inúmeros problemas envolvendo a educação escolar
brasileira, sobretudo no que diz respeito ao desempenho qualita-
tivo do processo de ensino-aprendizagem.
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Leia o trecho abaixo:
O Ratio constituía-se num plano educacional extremamente rígido
em termos de práticas pedagógicas e controle de ideias. Estava di-
vidido em três etapas: as humanas, os cursos superiores de filosofia
e teologia e a complementação dos estudos na Europa, sobretudo
em Portugal, na medieval Universidade de Coimbra. Daí o caráter
elitista dessa educação, pois somente os filhos dos mais ricos po-
diam concluir seus estudos no Velho Mundo. Aos nativos, bastavam
a catequização e o ensino de práticas profissionais ou agrícolas.
O período educacional no Brasil que coincide com a descrição acima é:
a) Ensino Régio.
b) Educação na época da Monarquia.
c) Educação jesuítica.
d) Educação na República.
e) Educação no golpe militar.
2) O pensador que influenciou Anísio Teixeira – um dos principais representan-
tes da escola nova – se chama:
a) Karl Marx.
b) John Dewey.
c) Jeremy Bentham.
d) John Stuart Mill.
e) Nietzsche.
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Gabarito
Depois de responder às questões autoavaliativas, é impor-
tante que você confira o seu desempenho, a fim de que possa sa-
ber se é preciso retomar o estudo desta unidade. Assim, confira, a
seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas pro-
postas anteriormente:
1) c.
2) b.
3) b.
4) a.